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-Conceitos

-Rede poliárquica

As redes poliárquicas são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde que,


juntos, oferecem e garantem a integralidade é também composto por pontos de atenção
com diferentes graus de densidade tecnológica e que se relacionam entre si.
O objetivo comum das redes poliárquicas é atender e alcançar a integralidade.
Por muito tempo as redes de atenção à saúde foram apresentadas como se
obedecessem a uma hierarquia entre elas, justificada pelos diferentes graus de densidade
tecnológica. A forma piramidal da apresentação visual passa erroneamente a ideia de que
um ponto é mais importante do que outro.
Avançando no conceito de rede, entendemos essa estrutura como arranjos poliárquicos.
Ou seja, não há hierarquia, todos os pontos de atenção são igualmente importantes. A
atenção primária de saúde será o centro de comunicação, ordenação e coordenação do
cuidado.

-Os níveis de atenção à saúde

Os níveis de atenção básica, atenção secundária e atenção terciária não são separados,
e sim funcionam como uma rede, em que todos os pontos devem estar conectados e
interligados para garantir ao usuário um cuidado articulado e contínuo, assim
hierarquizando os indivíduos de acordo com a sua necessidade e, consequentemente,
garantindo a integralidade da assistência.
Os níveis devem se comunicar, e os profissionais que atendem pacientes hierarquizados
devem dar devolutiva a outro profissional, que geralmente faz parte da equipe de atenção
básica, para que ele possa dar continuidade ao atendimento do indivíduo.

-A relação entre atenção básica e atenção em média e alta complexidade

Atenção básica ou Postos de Saúde: UBS – Unidade Básica de Saúde e USF – Unidade
de Saúde da Família, são unidades de baixo custo que cobrem 100% do território. O
profissional da atenção básica poderá referenciar e hierarquizar o paciente do nível de
atenção básica, ao nível de atenção secundária.
CESP são Centro de Especialidades pertencentes a atenção secundária, e atendem um
conjunto de unidades básicas nas microrregiões sanitárias. Para o Ministério da Saúde, a
média complexidade ambulatorial é composta por ações e serviços que visam atender aos
principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade da assistência
na prática clínica demanda a disponibilidade de profissionais especializados nos
ambulatórios e a utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e tratamento.
A atenção de média complexidade deve dar devolutiva e fornecer suporte matricial à
atenção básica, apoio técnico e teórico para que os profissionais possam tratar quadros que
exigem alguma habilidade específica.
Para o Ministério da Saúde, a alta complexidade é o conjunto de procedimentos que, no
contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população
acesso a serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde,
atenção básica e de média complexidade. Por ser caracterizado pela alta densidade e alto
custo, atende uma menor quantidade de pessoas e, portanto, precisa ser de fácil acesso. O
Hospital de Grande Porte atenderá todos os moradores do município nas macrorregiões
sanitárias.

-Os pontos de atenção secundária e terciária das Redes de Atenção à Saúde e os


níveis de complexidade do sistema

Pontos de atenção são espaços que atendem e ofertam ações e serviços dentro da rede.
As Redes de Atenção à Saúde (RASs), determinam a estruturação dos pontos de atenção à
saúde, secundários e terciários, ou seja, serviços de atenção especializada.
Esses pontos de atenção à saúde se distribuem, espacialmente, de acordo com o
processo de territorialização: a distribuição espacial deve garantir o acesso facilitado. Na
atenção básica é necessário cobrir 100% da população, distribuindo unidades básicas por
todo o território. Na atenção secundária e terciária, não existe necessariamente um
ambulatório de especialidades no mesmo local da Unidade Básica de Saúde.
Exemplificando, dentro de um distrito sanitário com dez unidades básicas de saúde,
podemos ter um único centro de especialidades, ou, se não houver condições dentro do
município como um todo, esse centro de especialidades atenderá um distrito sanitário ou
um conjunto de bairros da região.
Não é necessário a existência de ambulatórios de especialidade e hospitais de grande
porte em todo o território do município. Existem espaços de referência para essas unidades
de atenção básica e, em outro local estratégico, espaços de atenção terciária.
Para Mendes (2011), conceitualmente, os pontos de atenção secundária e terciária são
nós das RASs. Dentro de uma regulação, a fila de espera muitas vezes é grande porque o
sistema não tem um bom histórico de acolhimento. Quando o paciente é acolhido e o risco é
estratificado, a fila tende a se organizar por grau de risco e vulnerabilidade. Ou seja, o
atendimento é organizado por ordem de maior necessidade e não pelo critério cronológico
do lançamento no sistema.
Infelizmente a forma de organização da fila de espera nas regulações é muito complexa.
O filtro deveria ser a atenção primária e secundária para a terciária, mas como o critério
cronológico é praticado, os níveis secundário e terciário ficam sobrecarregados, com muita
demanda e pouca capacidade instalada. Para reverter essa situação é necessário fortalecer
a atenção primária para que ela cumpra seu papel. Como resultado do rastreamento na
atenção primária, o número de pacientes com complicações diminuirá. Só chegarão à
atenção secundária e terciária, pacientes realmente necessitados. Como exemplo, a
amputação de um membro inferior de uma pessoa com diabetes poderia ser evitada com o
devido atendimento realizado pela atenção primária.

-Grupos que compõem os procedimentos de média complexidade do sistema de


informações ambulatoriais

Segundo Mendes (2011), em geral, os pontos de atenção secundária e terciária são


constituídos por unidades hospitalares e por unidades ambulatoriais, podendo estas últimas
estarem situadas no hospital ou fora dele. Assim, cidades com grandes hospitais têm
espaços de atendimento das especialidades. Já em outros municípios, que trabalham em
conformidade com o cenário atual e de acordo com a organização do SUS, geralmente
esses pontos, que atendem ambulatórios e especialidades, são espaços situados e
desmembrados dentro do território, garantindo o fácil acesso por aqueles que precisam de
atenção de nível secundário.
O Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) tem duas funções: traçar o perfil de
morbidade, ou seja, os motivos que adoecem a população; e financiar cada atendimento,
cada procedimento, conforme a tabela SUS, sendo que as esferas de gestão receberão os
recursos a fim de operacionalizar esses procedimentos. Assim, os procedimentos feitos
dentro da média complexidade são:

• Cirurgias ambulatoriais especializadas;


• Ações especializadas em odontologia;
• Patologia clínica;
• Anatomopatologia e citopatologia;
• Radiodiagnóstico;
• Exames ultrassonográficos;
• Diagnose;
• Fisioterapia;
• Terapias especializadas;
• Próteses e órteses;
• Anestesia;
• Procedimentos traumato-ortopédicos.
-Bibliografia

Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de média e alta


complexidade no SUS

e-Tec Brasil O SUS e a municipalização da saúde

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