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Interdisciplinar e Transdisciplinaridade
-Multidisciplinaridade
-Interdisciplinaridade
A abordagem em equipe deve ser comum a toda a assistência à saúde. Isso porque o
principal aspecto positivo da atuação em equipe interdisciplinar é a possibilidade de
colaboração de várias especialidades que denotam conhecimentos e qualificações distintas.
Assim, a integração da equipe de saúde é imprescindível para que o atendimento e o
cuidado alcance a amplitude do ser humano, transcendendo a noção de conceito de saúde.
(Campos,1995).
Interdisciplinar são diversas disciplinas existentes na instituição, mas que dialogam entre
si. A grande diferença de uma equipe interdisciplinar para uma multidisciplinar é justamente
a colaboração e o diálogo entre as disciplinas.
A interdisciplinaridade, como um enfoque teórico-metodológico ou gnosiológico, como a
denomina Gadotti (2004), surge na segunda metade do século passado, em resposta a uma
necessidade verificada principalmente nos campos das ciências humanas e da educação:
superar a fragmentação e o caráter de especialização do conhecimento, causados por uma
epistemologia de tendência positivista em cujas raízes estão o empirismo, o naturalismo e o
mecanicismo científico do início da modernidade.
A interdisciplinaridade, como um movimento contemporâneo que emerge na perspectiva
da dialogicidade e da integração das ciências e do conhecimento, vem buscando romper
com o caráter de hiperespecialização e com a fragmentação dos saberes.
Para Goldman (1979, p. 3-25), um olhar interdisciplinar sobre a realidade permite que
entendamos melhor a relação entre seu todo e as partes que a constituem. Para ele,
apenas o modo dialético de pensar, fundado na historicidade, poderia favorecer maior
integração entre as ciências.
Nesse sentido, o materialismo histórico e dialético resolveu em parte o problema da
fragmentação do conhecimento quando colocou a historicidade e as leis do movimento
dialético da realidade como fundamentos para todas as ciências.
-Transdisciplinaridade
A transdisciplinaridade acena uma mudança. Ela tenta suprir uma anomalia do sistema
anterior, não destrói o antigo, apenas é mais aberta, mais ampla. A necessidade da
transdisciplinaridade decorre do desenvolvimento dos conhecimentos, da cultura e da
complexidade humana. Essa nova complexidade exige tecer os laços entre a genética, o
biológico, o psicológico, a sociedade, com a parte espiritual ou o sagrado, devendo também
ser reconhecidos. É uma epistemologia, uma metodologia proveniente do caminho científico
contemporâneo, adaptado, portanto, aos movimentos societários atuais (PAUL, 2005).
Observou-se que o psicólogo hospitalar também realiza, por exemplo, avaliações de
muitas questões ligadas ao conhecimento do serviço social. Havia então uma necessidade
de integração de tais conhecimentos para que os profissionais pudessem se compreender
melhor e dialogar, criando um plano em comum e visando o paciente e não só a sua
especialidade ou especificidade. Esse é o modelo biopsicossocial.
A transdisciplinaridade se preocupa com uma interação entre as disciplinas, promove um
diálogo entre diferentes áreas do conhecimento e seus dispositivos, visa cooperação entre
as diferentes áreas, contato entre essas disciplinas (IRIBARYY, 2003). Há o diálogo aberto
e passível de mudanças no intuito de se alcançar a cooperação entre diferentes áreas.
Transdisciplinar são diversas disciplinas existentes na instituição, que dialogam entre si,
mas transcendem o saber específico de cada disciplina, constituindo-se em um saber
próprio.
Transdisciplinaridade significa mais do que disciplinas que colaboram entre elas em um
projeto com um conhecimento comum a elas, mas significa também que há um modo de
pensar organizador que pode atravessar as disciplinas e que pode dar uma espécie de
unidade. E transdisciplinaridade é qualquer coisa que é mais profundamente integradora.
Agora, para que haja transdisciplinaridade, é necessário um pensamento organizador. É o
que chamo de pensamento complexo, se não há um pensamento complexo, não pode
haver transdisciplinaridade. (MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reformar, reformar o
pensamento. RJ. 15ªed. Bertrand Brasil, 2008.)
É, portanto, a comunicação de todo o planejamento terapêutico, onde a psicologia pode
contribuir com seus conhecimentos e adentrar a alguns planos terapêuticos da medicina,
assim como a medicina poderá conversar e dialogar, trazendo novas abordagens para o
serviço social que por sua vez irá comunicar e ampliar as noções acerca do cuidado do
paciente.
Meyrielle Belotti, Bruna Ceruti Quintanilha, Kelly Guimarães Tristão, Pedro Machado Ribeiro
Neto, Luziane Zacché Avellar Percepções sobre o processo de trabalho em um centro
de atenção psicossocial infanto-juvenil