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Pesquisa e Intervenção em Psicologia

Lohana Motta
Simone Marques de Sousa

1- O que é intervenção? Intervenção é o substantivo feminino que significa o ato ou efeito de intervir
e indica uma intercessão ou mediação em alguma situação adversa. A intervenção profissional do
psicólogo e seu campo de atuação especifico, englobam condições de reabilitação, prevenção,
diagnose e suporte psicológico em diferentes situações e contextos, sejam estes individuais ou
comunitários, utilizando instrumentos específicos de avaliação, tais como os testes e técnicas
psicológicas, dentre outros

2- Qual a importância da intervenção no trabalho do Psicólogo? Para Sebastiani e Maia, o psicólogo


atua como minimizador da angústia e da ansiedade do paciente, "favorecendo a expressão dos
sentimentos e auxiliando na compreensão da situação vivenciada", proporcionando verbalização
das fantasias, bem como reforçando a confiança entre paciente e equipe de saúde. Faz-se
necessário, principalmente, a atuação na reorganização do esquema da consciência do paciente no
mundo e sua imagem corporal, necessários para a reestruturação do autoconceito.
A atuação do psicólogo no contexto hospitalar não se refere apenas à atenção direta ao paciente,
refere-se também atenção que é dispensada à família e a equipe de saúde, dentro de sua atuação
profissional. A atuação do psicólogo hospitalar promove mudanças, atividades curativas e de
prevenção, diminui o sofrimento que a hospitalização e a doença causam ao paciente.

3- A partir da leitura do artigo qual a sugestão de intervenção que você organizaria para os
pesquisadores? A valorização, a receptividade e reconhecimento do psicólogo por outros
profissionais é de fundamental importância para o trabalho interdisciplinar. O trabalho em equipe é
essencial no contexto hospitalar, onde médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes
sociais, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e os demais profissionais envolvidos nesse
atendimento possam estabelecer uma integração para que o paciente possa encontrar nesse cenário
um atendimento humanizado e a resposta a outras necessidades do mesmo (TAVARES,
VENDRÚSCOLO, KOSTULSKI, GOLÇALVEZ, 2012).
A saúde não é de competência de um único profissional, ela é uma prática interdisciplinar e os
profissionais das muitas e diferentes áreas de atuação, devem agregar-se em equipes de saúde. De
acordo com Chiattone (2003) tendo como objetivos comuns estudar as interações
somatopsicossociais e encontrar métodos adequados que propiciem uma prática integradora, tendo
como enfoque a totalidade dos aspectos inter-relacionados à saúde e à doença.
Conforme Tonetto e Gomes, (2007, p. 44): “A intervenção psicológica pode ser de apoio,
orientação ou psicoterapia. Os objetivos são os mais diversos: avaliar o estado emocional do
paciente; esclarecer sobre duvidas quanto ao diagnostico e hospitalização; amenizar angustia e
ansiedades em situações desconhecidas; trabalhar vínculo mãe-bebê; trabalhar aspectos da
sexualidade envolvidos na doença e no tratamento; preparar para cirurgia; garantir adesão ao
tratamento; auxiliar na adaptação à nova condição de vida imposta pela doença; orientar os pais
sobre maneiras mais adequadas de informar as crianças sobre a hospitalização ou morte de um
familiar; e facilitar o enfrentamento de situações de morte e de luto”.
Uma questão importante a ressaltar, é que nem sempre o psicólogo tem uma porta aberta no
contexto hospitalar. Essa resistência, ou desconhecimento de alguns profissionais, dificultam o
acesso das funções do psicólogo para com pacientes, familiares e a própria equipe.
O psicólogo enfrenta dificuldades para trabalhar em equipe multidisciplinar em virtude de dois
fatores limitadores. Um deles é o reduzido numero de psicólogos e, por conseguinte, a limitação de
tempo, indicados nas dificuldades em conciliar o acompanhamento às visitas medicas, a discussão
de casos e o atendimento psicológico. O outro é a pouca disposição dos chefes de serviços em
conceder espaço ao trabalho de equipe. (TONETTO, GOMES, 2007, p. 45). Na clinica escola o
estagiário tem contato com o paciente. O estagiário/psicólogo tem a importância da comunicação
entre paciente-família-equipe. Um dos aspectos mais importantes no tratamento de pacientes por
uma equipe multidisciplinar hospitalar é a comunicação entre os colaboradores.
Nas instituições de saúde são indispensáveis que os papéis, e as tarefas profissionais de cada
membro da equipe sejam claramente delimitados. Principalmente porque a indefinição ou a
ambigüidade relativa ao papel profissional podem gerar conflitos na equipe, ao se acumularem
expectativas inadequadas ou mal delimitadas entre seus membros. A respeito disso Chiattone
ressalta:
[...] a delimitação do papel profissional acompanha as expectativas dos outros membros da
equipe quanto ao papel que o profissional em questão deve exercer, acrescidas das próprias
expectativas do profissional sobre sua capacidade de realização e de interpretação das
expectativas dos outros. Em geral, no hospital geral, é muito comum ocorrerem conflitos
em equipes compostas por profissionais com distintos graus de instrução e conhecimentos
sobre as outras especialidades, sendo que o potencial conflitivo torna-se aumentado se não
houver compreensão das capacidades dos membros, se o profissional visualizar a tarefa
como invasão de terreno dos outros profissionais, se assumir um comportamento
defensivo em prol das prerrogativas profissionais e se acreditar na falha de utilização
plena das qualificações dos outros membros. (CHIATTONE, 2006, p. 33).

Visto isso, notamos a importância do psicólogo ser aceito como membro da equipe e que busca
constante aprendizado e reconhecimento para com seus colegas. Acreditamos que deveria ser feito
encontros presenciais ou teleconferência, para que a equipe multidisciplinar possa falar sobre o
paciente que atendem em conjunto, para que o atendimento seja feito com o máximo de eficiência
e de forma humanizada. Ao compartilhar os avanços do paciente com os demais membros da
equipe, ampliam a compreensão do caso e a qualidade do atendimento.
Os hospitais deveriam reforçar o atendimento, contratando mais psicólogos, para que esses
pudessem ter mais tempo com os pacientes em atendimento, e poderem discutir os casos com as
equipes. E, ao ganharem mais tempo dentro da instituição, poderiam ganhar espaço e mostrar todo
o seu potencial e a importância desse serviço junto a pacientes, famílias e, principalmente com a
equipe multidisciplinar.
Hoje, estamos passando por um momento muito difícil, complexo e que tem efeitos físicos,
psicológicos e emocionais. Desde o final de dezembro de 2019, um surto de uma nova doença de
coronavírus (COVID-19) que começou na China e afetou 26 países em todo o mundo e já causou
mais de cem mil mortes. Aqui no Brasil, já ultrapassamos os 4.000 mortes desde o anuncio da
primeira, em 17 de março de 2020. A indicação é, quarentena, isolamento social para todos.
A quarentena dos profissionais da saúde é diferente. Eles também se isolam, porém não podem
ficar em casa o tempo todo. Neste momento da pandemia do novo coronavírus, médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem estão passando mais tempo dentro dos
hospitais do que com suas famílias. Se a população que está em isolamento teme o contágio por
coronavírus, imagina aqueles que precisam trabalhar. Esse é o caso, especialmente, dos
profissionais da área da saúde, que lidam diariamente com pessoas com diagnóstico positivo para
covid-19. O clima no ambiente de trabalho está pesado. As pessoas que procuram por atendimento
estão todos nervosos, a equipe que atende se sentes inseguros e trabalhas com medo, pois lhes
faltam equipamentos de seguranças individual, para realizarem o serviço e o COVID19 é um vírus
invisível, não existe medicação e isso deixa a equipe fragilizada.
Pensando neles nesse momento de pandemia, resolvemos colocar, junto nesta intervenção, que
fossem contratados mais psicólogos para os hospitais e UPAS, por tempo determinado, podendo
renovar o contrato por igual período. Sendo que, poderia ter psicólogos exclusivos para consultas
on-line, e, também, psicólogos presenciais para atuar junto das equipes. Com toda a proteção que
exige o atual momento, para que os psicólogos presenciais poder exercer sua função de atender os
profissionais da saúde, auxiliando-os, para que estes possam lidar melhor com os pacientes que
chegam. E se possível, no quarto onde ficam os pacientes internados e que estão conscientes, mas
com medo, que o psicólogo possa atender. Para isso, pensamos em uma proteção de vidro entre
psicólogo e paciente.
Nesse tempo em que vivemos uma profunda incerteza em todos os aspectos da vida, os
profissionais da saúde travam uma dura batalha contra um agente invisível que nos ameaça e nos
mantém refém. Para os trabalhadores da saúde, o estresse e a pressão de lidar com o ofício,
acrescido do risco de adoecer, provocam severos problemas de saúde mental, aumentando o
turnouver e a síndrome de burnout, além de gerar graves problemas como ansiedade e depressão.
O atendimento on-line seria exclusivo para esses profissionais, que ao chegar em casa, muitos que
moram com a família, pai, mãe, marido, filhos, acabam se isolando no quarto para não ter contato
com seus entes, protegendo-os de uma possível infecção. Muitos, na solidão, depois de um plantão
exaustivo, acabam por comprometer sua saúde mental.
O psicólogo on-line seria o suporte para esses profissionais, apoiando-os, escutando suas angustias,
seus medos, medo da morte. Para muitos, pode falar com uma pessoa sobre isso, ser ouvido e
entendido, já traz uma melhora, um alívio.

Fontes:
Portal Educação. Disponível https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia.
Acesso em 18 de abril de 2020.
Psicologia Pt. Disponível em< https://www.psicologia.pt/artigos> Acesso em 16 de abril de 2020.
Editora Realize. Disponível em < http://www.editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/>
Acesso em 16 de abril de 2020.
Significados. Disponível em< https://www.significados.com.br/intervencao/ > Acesso em 26 de
abril de 2020.
Psicolado. Disponível em < https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-hospitalar/a-atuacao-
do-psicologo-no-contexto-hospitalar > Acesso em 26 de abril de 2020.
Psicolado. Disponível em < https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-hospitalar/a-atuacao-
do-psicologo-no-contexto-hospitalar > Acesso em 26 de abril de 2020.
Portal PEBMED. Disponível em: < https://pebmed.com.br/saude-mental-de-profissionais-de-
enfermagem-na-pandemia-de-coronavirus/ > Acesso em 27 de abril de 2020.

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