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Psicologia Hospitalar

PSICOLOGIA HOSPITALAR

A Psicologia Hospitalar corresponde a uma área de atuação da psicologia que


tem como foco o aspecto psicológico em torno do adoecimento.
A vivência do adoecimento e da hospitalização consistem em situações
permeadas por perdas e lutos, perde-se por exemplo a saúde, a autonomia,
dinheiro, tempo e identidade. Porém, há também a possibilidade da experimentação
de ganhos denominados ganhos secundários, visto que, pode-se ganhar por
exemplo mais atenção e cuidado.
Tudo isto que é vivenciado pelo indivíduo é também significado por este e constitui
consequentemente um campo psicológico.
O psicólogo hospitalar, enfatizando as questões relacionadas a saúde no
âmbito de atenção secundário e terciário é aquele que se interessa em dar voz
a subjetividade do paciente. Contudo, seu trabalho não restringe-se a este, pois
a família e a equipe coexistem nesta experiência, vivem possíveis angústias e a
significam.
O profissional de psicologia portanto, além de considerar o paciente, a família e a
equipe individulamente, se ocupa das relações entre estes com a função de facilitá-
las, dado que estas podem influir no processo de adoecimento e hospitalização.

PSICOLOGIA HOSPITALAR NO BRASIL

Ainda em processo de construção de uma identidade, a procura pela atuação


em Psicologia Hospitalar vem crescendo muito nos últimos anos no Brasil devido
ao maior conhecimento da área e de suas importantes contribuições ao ambiente
hospitalar.
Até 1910 nos Estados Unidos (EUA) haviam poucos profissionais de psicologia
que trabalhavam em hospitais e escolas de medicina. No entanto, com o fim
da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a demanda por atendimento
especializado aos militares que retornavam ao país observou-se um aumento
significativo da presença desses profissionais nestes contextos. Ademais, a
nova definição de saúde feita pela Organização Mundial de Saúde em 1948
introduzindo a perspectiva biopsicossocial contribuiu fundamentalmente para
consolidação dos serviços psicológicos nos hospitais gerais.

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No Brasil, estes serviços iniciaram-se na década de 50 quando a prática


começava a se consolidar nos EUA. Sendo os primeiros registros da prática
datados de 1954 com a pioneira Mathilde Neder no Instituto de Ortopedia
e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HC- FMUSP). Nesta época a profissão de
psicólogo ainda não era regulamentada no país e consequente a isto os
profissionais que realizavam atividades psicológicas no ambiente hospitalar
possuiam outras graduações e buscavam formações complementares em
psicologia.
Mathilde tinha formação em pedagogia e desenvolveu um trabalho
inovador a partir da solicitação da equipe médica e de enfermagem
inaugurando as atividades da psicologia nos hospitais brasileiros.
A equipe tinha observado agitação em algumas crianças submetidas a
cirurgia na coluna no período pós-operatório, o que por vezes danificava
o gesso e dificultava no processo de recuperação. Mediante a demanda,
Neder com um fazer intuitivo buscou facilitar a aderência ao tratamento
destas crianças prestando assistência psicológica a elas e aos familiares
no pré e pós operatório.
Com o ingesso dos psicólogos no âmbito da saúde, uma nova área de
atuação foi demarcada: a Psicologia da Saúde. Esta é considerada um
subcampo da psicologia o qual aplica princípios e pesquisas psicológicas
visando a melhoria, tratamento e prevenção de doenças. No Brasil,
diferentemente de todos os outros países, houve uma prevalência do
termo Psicologia Hospitalar para se referir ao trabalho dos psicólogos
especificamente nos hospitais (o que se deve ao modelo de saúde brasileiro
centrado na instituição hospitalar) e Psicologia da saúde para se referir as
demais práticas realizadas na saúde, as quais priorizam ações de caráter
preventivos pouco presentes no hospital.
O termo Psicologia Hospitalar consolidou-se por fim, com o reconhecimento
do Conselho Federal de Psicologia da atuação dos psicólogos nos hospitais
como uma especialidade na Resolução Nº 013/2007. Nesta, as atividades
do especialista em Psicologia Hospitalar consistem em:

• Atuar em instituições de saúde, participando da prestação de serviços


de nível secundário ou terciário como em instituições de ensino superior
e/ou centros de estudo e de pesquisa, visando o aperfeiçoamento ou a
especialização de profissionais;
• Atender pacientes, familiares, membros da comunidade e da equipe
multiprofissional visando o bem estar físico e emocional do paciente;

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• Oferecer e desenvolver atividades em diferentes níveis de tratamento,


tendo como sua principal tarefa a avaliação e acompanhamento de
intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou serão submetidos
a procedimentos médicos, visando a promoção e/ou a recuperação da
saúde física e mental; e
• Promover intervenções direcionadas à relação médico/paciente,
paciente/família, e paciente/paciente e do paciente em relação ao
processo do adoecer, hospitalização.

As modalidades de intervenção são diversas e dependem da demanda


e da formação do profissional. Entre elas destaca-se:

• O atendimento psicoterapêutico
• Os grupos psicoterapêuticos e de psicoprofilaxia
• Os atendimentos em ambulatório e Unidade de Terapia Intensiva;
pronto atendimento; enfermarias em geral;
• Psicomotricidade no contexto hospitalar;
• Avaliação diagnóstica;
• Psicodiagnóstico;
• Consultoria e interconsultoria.

FUNÇÕES DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

Segundo Rodriguez-Marín (2003) as seis tarefas básicas do psicólogo no


hospital consistem em:

• Coordenação = orientação e/ ou suporte aos funcionários da instituição;


• Adaptação = intervenção na qualidade de adaptação do paciente;
• Interconsulta = auxílio a outros profissionais a lidarem com o paciente;
• Enlace, intervenção = delineamento e execução de programas com
os demais profissionais para modificar ou instalar comportamentos
adequados dos pacientes;

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• Assistência direta = atua diretamente com o paciente e/ou familiar; e


• Gestão de recursos humanos = aprimoramento dos serviços dos
profissionais da instituição contribuindo para a promoção da saúde.

PSICÓLOGO HOSPITALAR E PACIENTE/FAMÍLIA/ EQUIPE

O psicólogo hospitalar trabalha com a tríade de relação composta pelo


paciente, a família e a equipe de saúde.
Seu interesse genuíno é o de dar voz a subjetividade do paciente tantas
vezes esquecida pela medicina, buscando enxergar o doente além da sua
própria doença.
O trabalho do psicólogo hospitalar não tem estabelecida necessariamente
uma meta ideal a ser alcançada com o paciente, visto que, seu papel é o
de acionar um processo de elaboração simbólica frente ao adoecimento
e hospitalização e acompanhar o indivíduo na travessia da experiência. E
este acompanhamento se encerra quando há cessação da demanda.
O profissional está ali junto ao doente para escutá-lo em suas angústias,
fantasias e temores, para escutar a relação que este dá ao seus sintomas e
significado que ele confere a sua experiência. Diferentemente da medicina
que prioriza tanto a eliminação dos sintomas, a psicologia quer ouvir o
que estes tem a comunicar, observando também as questões orgânicas
presentes.
O psicólogo avalia o estado emocional do paciente e da família e deve
atuar apoiando , orientando e esclarecendo as dúvidas de ambos. Sendo
que, a atuação com esta última pode possibilitar sua reorganização ante
a vivência a fim de ajudar o paciente.
A equipe também pode deparar-se com questões subjetivas em relação
ao doente e sua doença, perante a isto o psicólogo deve buscar acolhê-la e
auxiliá-la no manejo com o paciente e a família.
O psicólogo é aquele que está para favorecer a vivência do paciente,
da família e da equipe junto ao adoecimento e hospitalização e facilitar a
comunicação adequada e saudável entre estes atores.

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O SETTING

Uma das principais críticas direcionadas a Psicologia Hospitalar refere-se


a tentativa em alguns casos de reprodução do modelo clínico tradicional.
No hospital, o psicólogo depara-se com peculiaridades que não existem no
consultório particular, o setting é distinto (interrupções, locais inadequados,
tempo curto, barulho, falta de privacidade, descrédito da equipe).
Primeiramente, neste ambiente o profissional deve estar onde o paciente
estiver, ir ao seu encontro e não ficar aguardando o paciente ir até ele. Os
atendimentos então , ocorrem muitas vezes no meio da atividade hospitalar
e o psicólogo precisa criar pelo menos condições mínimas de privacidade
e silêncio para preservação do sigilo e realização do seu trabalho.
Ademais, no hospital este profissional assiste não só o paciente, mas
também sua família. Seu trabalho é realizado junto com uma equipe de
profissionais e é focal, visto que possui uma delimitação maior de tempo
devido a curta permanência dos pacientes internados (é importante que
cada atendimento tenha início, meio e fim).

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TRABALHO EM EQUIPE

No trabalho dentro do contexto hospitalar o profissional de psicologia não


atende o paciente sozinho e em virtude disto e da visão holística do cuidado,
este deve sempre buscar um contato com os demais profissionais para
propiciar uma prática integradora.

Existem três tipos de equipe:

• Equipe Multidisciplinar = é o tipo de equipe mais frequente no âmbito da


saúde. Ocorre quando existem vários profissionais atendendo o mesmo
paciente, porém suas atuações são independentes.
• Equipe Interdisciplinar = quando alguns especialistas discutem entre
si a situação do indivíduo sobre aspectos comuns a mais de uma
especialidade. Há assim, maior integração entre os profissionais e maior
articulação entre as disciplinas.
• Equipe Transdisciplinar = quando as ações são definidas em conjunto
e viabilizadas por uma constante interação entre os profissionais. Há
uma horizontalização das relações de poder.

No trabalho desenvolvido em equipe o psicólogo pode participar de


decisões em relação à conduta a ser adotada por esta, com o intuito de
promover apoio e segurança ao paciente e a família e oferecer suporte
aos membros da equipe em possíveis dificuldades operacionais e/ ou
subjetivas.
Este, precisa ter claro seus objetivos e funções para construir seu lugar
na equipe, pois apesar de existir nesta, o profissional de psicologia pode
ainda enfrentar dificuldades para sua inserção efetiva, visto que muitas
intituições e profissionais não conhecem bem o seu papel, o que pode gerar
conflitos e/ou expectativas inadequadas.

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Reações ao adoecimento

De acordo com Balint (1975), com o começo da doença põe-se em


movimento uma série de processos secundários à enfermidade, criando
uma “situação -vital”, à qual o paciente deverá se adaptar. A doença põe
em jogo não só mecanismos fisiológicos, mas também mobiliza defesas
psicológicas necessárias ao enfrentamento da ruptura que ocorre com o
diagnóstico.

1. REGRESSÃO
Uma das reações mais frequentes ao adoecimento é a regressão. Trata-
se de um mecanismo praticamente universal, que se caracteriza pelo
aparecimento de um comportamento infantil, de marcada dependência
e egocentrismo. Geralmente a regressão não só é necessária, como útil, na
medida em que o paciente se deixa ajudar e apoiar pelo grupo social que o
rodeia (Spitz, 1997).
A regressão pode ser vista de duas maneiras:
• Como mecanismo de adaptação à doença, na medida em que
permite ao paciente deixar-se cuidar pela equipe médica, renunciar
temporariamente às suas atividades habituais e aceitar a necessidade
de uma hospitalização.
• Obstáculo ao tratamento, pois há situações em que a regressão - em
etapas evolutivas da doença em que esta já não se faz mais necessária
- é bastante prejudicial, não permitindo ao paciente mobilizar forças
essenciais no sentido da recuperação.

2. NEGAÇÃO
A pessoa age como se não estivesse sob ameaça. Isso é utilizado para evitar
sofrimento, medo e desespero. Por um lado, o indivíduo pode abandonar o
tratamento, desacreditá-lo, agir com indiferença ou atenuá-lo. Por vezes,
há também atitudes passivas, em que a pessoa aceita sem questionar os
procedimentos médicos.
A “racionalização” também é mecanismo de defesa do tipo negação.
Nesta reação, o paciente costuma estar interessado em aspectos técnicos
do diagnóstico e tratamento. A “banalização” ocorre quando o paciente
nega conflitos e sentimentos ao lhe dar uma importância mínima. Exemplo:
falar da doença em tom de brincadeira.

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3. DESLOCAMENTO
Em alguns casos, o paciente pode DESLOCAR o próprio sentimento de
raiva contra um familiar ou contra algum membro da equipe médica,
culpá-los pela doença ou por algum episódio vivido, para que assim possa
descarregar os sentimentos de angústia e revolta desencadeadas pela
doença.
Além disso, quando falamos de doença e hospitalização, é importante
mencionar as fases que envolvem o processo do luto (o qual corresponde
uma reação emocional natural diante de uma perda significativa), pois este
encontra-se muito presente no contexto hospitalar devido as mudanças
em relação a saúde e as atividades cotidianas, além do contato com a
possibilidade da morte.
Existem dois modelos mais conhecidos e utilizados sobre o luto que são:

• Modelo de Bowlby (Quatro fases)

Entorpecimento = reação imediata a perda em que há o choque e negação


da realidade.
Anseio e a busca = com o registro da perda pode haver crises de desânimo
intenso, aflição, raiva e insônia como uma busca frequente pelo que foi
perdido.
Desorganização e desespero = com a realidade da perda, a pessoa pode
experimentar medo, impotência e solidão.
Reorganização = momento em que o pesar diminui e sobressai-se
as lembranças agradáveis. A pessoa está disposta a reinvestir em suas
relações.

• Modelo de Kubler-Ross (Cinco fases)

Negação e isolamento = consiste em uma defesa temporária do indivíduo


e em uma reaçao comum nos primeiros estágios da doença. A pessoa
encontra-se em estado de choque e recusa-se a acreditar que algo esteja
errado.
Raiva = durante a fase da raiva o enlutado passa por revolta e ressentimento
e busca encontrar um culpado, questionando-se sobre tudo.
Barganha = a pessoa tenta negociar (com figuras que acreditam ter poder
de intervenção sobre a situação) ou adiar seus temores.

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Depressão = a pessoa é tomada pelo sentimento de perda e pela


sensação de impotência, podendo apresentar sintomas clínicos de
depressão.
Aceitação = a pessoa passa a ter uma visão mais realista e aceitar que a
morte é algo inevitável e universal.

PROCESSO DE MORTE

• Eutanásia = consiste em uma intervenção intencional que induz a morte


de uma pessoa que possui uma enfermidade grave e irreversível após
o pedido voluntário e explícito do paciente ou de familiares visando o
alívio do sofrimento.
• Distanásia = refere-se ao prolongamento artificial do processo de
morte (e não o de vida) de um paciente terminal ou em um tratamento
inútil e consequentemente a isto, o prolongamento do sofrimento da
pessoa.
• Ortotanásia = refere-se a prática de suspensão de meios artificiais
inúteis para a recuperação do paciente em fase terminal e em sofrimento,
os quais só prolongam o seu processo de morte. Na ortotanásia a morte
acontece naturalmente, no seu tempo não é induzida, nem prolongada)
com o consentimento do paciente e/ou familiares.
• Mistanásia = conhecida como “eutanásia social”, corresponde a
abreviação da vida de muitos indivíduos, em nível social, devido a
omissão de socorro, erro médico, negligência, imprudência, imperícia,
pobreza, violência, condições precárias de vida, exclusão, entre outros.

CUIDADOS PALIATIVOS

Cuidado Paliativo corresponde a uma aborgagem que tem como objetivo


a promoção da qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que
enfrentam doenças que ameaçam a vida por meio da prevenção e alívio
do sofrimento.
Este cuidado é indicado desde o diagnóstico da doença, pois quanto
mais precoce melhor e nele não se fala mais em impossibilidade de cura,

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mas sim, na possibilidade ou não que o tratamento tem de modificar a


doença, afastando assim a ideia de que não há nada a ser feito.
Consiste em uma abordagem baseada em princípios, que assiste o
paciente e sua família desde o diagnóstico até após a morte no processo
de luto e inclui a espiritualidade entre as dimensões humanas.

Princípios dos Cuidados Paliativos:

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O papel do psicólogo na equipe de Cuidados Paliativos consiste em


favorecer a elaboração das vivências associadas ao adoecimento,
processo de morte e luto do paciente e da familía, estimular ambos a
falarem livremente sobre a situação vivenciada buscando legitimar o
sofrimento e contribuir para elaboração das experiências.
Ademais, os profissionais que trabalham em Cuidados Paliativos
experimentam um contato muito próximo com o sofrimento e a finitude, o
que pode despertar questões subjetivas que podem trazer dificuldades na
assistência.
Diante disto, os grupos de reflexão sobre a tarefa assistencial podem
oferecer um importante espaço de acolhimento e um ponto de apoio frente
as experiências de sofrimentos experimentadas no exercício do trabalho.
Importante destacar, que o grupo deve ser coordenado por um psicólogo
que não é membro da equipe assistencial, pois este estará em uma posição

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mais favorável para a escuta e manejo.

• Comunicação

No cuidado com o paciente em processo de morrer é importante que a


comunicação interpessoal entre os profissionais, o doente e os familiares
seja dinâmica, contínua e acessível para viabilizar uma melhor vivência do
processo. Visto que, a utilização adequada de técnicas e estratégias pelos
profissionais de saúde permite principalmente o paciente compartilhar
seus medos, dúvidas e sofrimentos favorecendo a diminuição do estresse
psicológico e garantindo o manifestar de sua autonomia.

• Protocolo SPIKES

A comunicação de notícias ruins por vezes é entendida como uma tarefa


penosa para os profissionais da saúde. O protocolo SPIKES consiste em um
protocolo de seis etapas para transmissão de informações desfavoráveis
- “más notícias”.
Este objetiva habilitar o médico a alcançar os quatro objetivos principais
da entrevista de más notícias: recolher informações do paciente, transmitir
as informações médicas, proporcionar suporte e desenvolver uma
estratégia sob a forma de um plano de tratamento com a colaboração e
contribuição do paciente.

1º Etapa – Planejando a entrevista

O ensaio mental é um modo interessante para se preparar para a entrevista.


Sendo orientações úteis para realização desta: busque privacidade, envolva
pessoas importantes, sente-se, conecte-se com o paciente e lide com as
restrições de tempo e interrupções.

2º Etapa – Avaliando a Percepção do paciente

Busque compreender como o paciente percebe sua situação médica e o


que sabe desta (“antes de contar, pergunte”).

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3º Etapa – Obtebdo o convite do paciente

Busque compreender como o paciente gostaria de receber as informações


sobre seu diagnóstico, prognóstico e detalhes da doença.

4º Etapa – Dando conhecimento e informação ao paciente

Avisar ao paciente da possibilidade de más notícias quando existente.


Contar fatos médicos de forma empática e acessível ao paciente, além de
dar a informação em pequenos pedaços verificando sua compreensão.

5º Etapa – Abordar as emoções dos pacientes com respostas afetivas

Oferecer apoio e solidariedade com respostas afetivas frente a reação


emocional do paciente. Para tal, observe as emoções, identifique-as,
nomeias para si mesmo, identifique a sua razão, dê tempo para o paciente
expressar seus sentimentos e o mostre que ligou a emoção com o motivo.

6º Etapa – Estratégia e resumo

Explorar o conhecimento do paciente, suas expectativas e esperança.


Discutir com ele um plano de tratamento certificando-se se este esta
pronto para essa discussão.

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BIBLIOGRAFIA

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