Você está na página 1de 32

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS (FEA)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS

ENRIQUECIMENTO DE FARINÁCEOS COM INGREDIENTES DE CULTURAS


ASIÁTICAS

JÉSSICA SANEFUJI

Campinas – SP

2022

Jéssica Sanefuji
ENRIQUECIMENTO DE FARINÁCEOS COM INGREDIENTES DE CULTURAS
ASIÁTICAS

Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia


de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da
Universidade Estadual de Campinas como requisito para a
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia de Alimentos

Orientadora: Profª. Drª. Maria Teresa Pedrosa Silva Clerici

Campinas – SP

2022
1
2
DEDICATÓRIA

À minha família que sempre esteve ao meu lado como alicerce para me apoiar em momentos
de dificuldade. Meu pai, minha mãe e minha irmã estiveram presentes ao longo de toda
jornada acadêmica, nos momentos de alegria e principalmente nos momentos de dificuldades.

Á todos meus mestres, doutores e doutoras, professores e professoras do ensino fundamental


ao superior, que tive a oportunidade de cruzar seus caminhos e que me deram insumos para
que hoje eu pudesse encerrar um ciclo por meio do desenvolvimento deste trabalho de
conclusão de curso.

Aos meus amigos, colegas e fortalezas que encontrei durante todo esse percurso e que tiveram
papel fundamental em sempre fomentar meus estudos com reuniões para estudos e lazer.

À todos mencionados acima, dedico este trabalho.

3
AGRADECIMENTOS

Sou extremamente grata a todos que estiveram comigo durante esses anos de esforço,
dedicação e batalha diária desde o momento que decidi ingressar no curso de Engenharia de
Alimentos da Universidade Estadual de Campinas.

Agradeço a oportunidade que minha família me concedeu de focar nos meus estudos, sonho e
objetivos de ingressar e finalizar o curso de engenharia da UNICAMP. A minha gratidão a
todos os momentos em que meus pais e irmã cuidaram para garantia de um ambiente tranquilo
e harmonioso para meu foco nos estudos é incomensurável.

Meus sinceros agradecimentos à minha orientadora, Professora doutora Maria Teresa Pedrosa
Silva Clerici por seu apoio e aceite em ser minha orientadora no desenvolvimento deste
trabalho que marca o encerramento do ciclo da graduação.

4
RESUMO

Na era tecnológica em que estamos inseridos, há o constante e ininterrupto desenvolvimento


de otimização de processos produtivos com menores impactos ambientais, com reciclagem de
recursos naturais e logística reversa. No entanto, o mundo ainda enfrenta problemas sociais
como a fome e insegurança alimentar, em que 9,8% da população mundial é acometida por tal
mazela. Esse percentual deve-se à desigualdade na distribuição de renda que é aferida pelo
índice de Gini que traz valores entre 0 e 1. O Brasil apresenta Índice de Gini equivalente a
0,553, isso significa que há má distribuição de renda, fato este que agrava problemas sociais
como a fome e insegurança alimentar da população. A fome não é causada somente devido a
concentração de renda, sendo também resultado de má administração pública e
desorganização pública fornecendo incentivos fiscais à grandes produtores agrícolas e
também aos alimentos industrializados, os chamados ‘ultraprocessados’ ao invés de beneficiar
cultivos de produções familiares e comércios de pequeno porte. Com intuito de minimizar a
insegurança alimentar e deficiência nutricional de milhares de brasileiros, há necessidade de
ações da iniciativa privada em parceria com a política pública para elaboração de farináceos
fortificados com superalimentos para aplicar em alimentos industrializados com mais
nutrientes e financeiramente mais acessíveis.

Palavras-chave: Índice de Gini; Alimentos ultraprocessados; Farináceos; Fortificação;

5
ABSTRACT

In the technological era in which we live, there is a constant and uninterrupted development
of optimization of production processes with lower environmental impacts, with recycling of
natural resources and reverse logistics. However, the world still faces social problems such as
hunger and food insecurity, in which 9.8% of the world's population is affected by this
disease. This percentage is due to inequality in income distribution, which is measured by the
Gini index, which has values ​between 0 and 1. Brazil has a Gini index equivalent to 0.553,
which means that there is poor distribution of income, a fact that exacerbates problems such
as hunger and food insecurity of the population. Hunger is not caused only by income
concentration, it is also the result of bad public administration and public disorganization
providing tax incentives to large agricultural producers and also to industrialized foods, the
so-called 'ultra-processed' instead of benefiting family production crops and small businesses.
In order to minimize food insecurity and nutritional deficiency of thousands of Brazilians,
there is a need for actions by the private sector in partnership with public policy for the
preparation of flour fortified with superfoods to be used in industrialized foods with more
nutrients and more affordable.

Keywords: Gini index; ultra-processed foods; Farinaceous; Fortification;

6
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….8
2. OBJETIVOS…………………………………………………………………………..9
2.1. Geral…………………………………………………………………………..10
2.2. Específicos……………………………………………………………………10
3. METODOLOGIA…………………………………………………………………...10
4. ALIMENTOS E SOCIEDADE……………………………………………………..10
4.1. Diferentes aspectos entre alimentação ocidental e oriental…………………...11
4.1.1. Hábitos alimentares de populações asiáticas…………………………11
4.1.1.1. Cultura alimentar nipônica……………………………………12
4.1.2. Hábitos alimentares de populações ocidentais………………………..13
4.1.2.1. Cultura alimentar brasileira…………………………………...14
5. ASPECTOS NUTRICIONAIS DE ALIMENTOS………………………………...15
5.1. Superalimentos………………………………………………………………..16
5.1.1. Natto…………………………………………………………………..17
5.1.2. Broto de bambu………………………………………………………18
5.1.3. Kombucha…………………………………………………………….19
5.1.4. Yacon…………………………………………………………………20
5.1.5. Melão de São Caetano………………………………………………...20
5.1.6. Bardana……………………………………………………………….20
6. FARINÁCEOS E PRODUTOS OBTIDOS ATRAVÉS DE SUAS APLICAÇÕES
NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS………………………………………………..21
7. ENRIQUECIMENTO DE FARINÁCEOS A PARTIR DE
SUPERALIMENTOS……………………………………………………………….22
7.1. Lei de adição de ferro e ácido fólico em farinhas de trigo e milho…………...22
7.2. Enriquecimento de farináceos para o desenvolvimento de produtos
industrializados……………………………………………………………….22
8. DESMISTIFICAÇÃO DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS……………….24
8.1. Incentivos fiscais a alimentos ultraprocessados………………………………24
9. GESTÃO PÚBLICA E INICIATIVA PRIVADA NO COMBATE À FOME E
INSEGURANÇA ALIMENTAR…………………………………………………...25
10. CONCLUSÃO……………………………………………………………………….26
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………..27

7
1. INTRODUÇÃO

Hoje vivemos em uma era repleta de tecnologia e avanços científicos que possibilitam
otimizar métodos com o consequente aumento da produtividade, entranto apesar da existência
de novos procedimentos e recursos tecnológicos ainda enfrentamos diversos problemas
sociais como pobreza, falta de saneamento básico, violência e fome.
Essas mazelas enfrentadas por grande parte da população mundial deve-se à
desigualdade causada pela concentração de renda e que é expressa pelo índice de Gini
(OLIVEIRA, 2022)(OXFRAM BRASIL, 2021). Sendo essa taxa representada por um valor
numérico que pode variar entre 0 e 1, sendo que valores mais próximos de zero retratam
países com mais igualdade na distribuição de renda, já as nações que apresentam classificação
mais aproximada de 1, são populações que indicam maior concentração de renda e portanto,
mais desigualdade e problemas sociais.
A fome é um infortúnio que aflige diversas pessoas, de acordo com relatório ‘Estado
da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo’ publicado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) em 2022, houve aumento em 46 milhões de pessoas acometidas pela fome no
mundo entre 2020 e 2021, sendo ao todo 9,8% da população mundial.
Além da escassez de alimentos, a ONU aponta que aproximadamente 2,3 milhões de
pessoas enfrentam algum tipo de insegurança alimentar (IA). Há três diferentes níveis de IA –
leve, moderado e grave – e a segurança alimentar (SA) que são definidos conforme a Escala
Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA).
A categorização da EBIA considera o acesso de indivíduos a alimentos em quantidade
e qualidade. O estágio inicial de IA, considerado leve, é definido pela sua imprevisibilidade
em refeições futuras levando essas pessoas a priorizarem a quantidade de alimentos em
detrimento de sua qualidade. Agravando esse cenário, tem-se o nível moderado de IA,
caracterizado por alterações nos hábitos alimentares devido à escassez de comida. O último e
mais severo de estado de IA, definido como grave ou severa, refere-se a pessoas que sofrem
privação alimentar por ausência de dinheiro, levando-as a enfrentar um ou mais dias sem
qualquer refeição. (II VIGISAN - Inquérito Nacional sobre insegurança alimentar no contexto
de pandemia de covid-19 no brasil)
Essas adversidades alimentares encontram-se na Agenda da ONU para 2030 um dos
principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), no entanto, com dados obtidos
pelo relatório de 2022 trazidos pela ONU, o combate e a potencial erradicação da fome e da

8
IA até 2030 representa colossal desafio para todos os países, devido a atual conjuntura
econômica e de crise que vivemos com a guerra na Ucrânia e o período de pós pandemia de
Covid-19.
De acordo com o relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo de
2022, a economia global com cenário de guerra e recuperação de epidemia contribuiu para
alavancar a inflação de alimentos culminando em aproximadamente 37% da população
mundial sem acesso a alimentação completa em termos nutricionais.
No Brasil o cenário de fome e insegurança alimentar traz dados alarmantes, com base
no Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19,
58,7% da população é acometida por algum nível de IA.
Dowbor, em artigo publicado na revista eletrônica de jornalismo científico – Com
Ciência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) – apresenta que o
contexto de fome em solo brasileiro é motivado por má gestão política e social, pois o país
possui 225 milhões de hectares de solo agricultável e que apenas 28% é empregado para
agricultura, sendo os 72% restantes subaproveitados com a pecuária.
Além da desvalorização do potencial agrícola brasileiro há também benefícios e
incentivos fiscais (INESC, [s.d]) à exportação de commodities, a produção de alimentos
ultraprocessados – produtos que apresentam diversas etapas em sua fabricação, além de ser
constituído por muitos ingredientes artificiais – o que resulta em prejuízos a produções
agrícolas familiares, comerciais e industriais de pequeno e médio porte.
Com o intuito de usufruir dessas condições fiscais e gestão pública desfavoráveis para
melhoria da alimentação dos brasileiros, é necessário utilizar a indústria alimentícia para
desenvolvimento de produtos ultraprocessados utilizando ingredientes da base alimentar
populacional, com enriquecimento de macro e micronutrientes obtidos por meio de
superalimentos – matrizes alimentícias com elevados teores de vitaminas, minerais,
antioxidantes naturais e compostos bioativos.
A cultura asiática é aquela que mais utiliza superalimentos em suas refeições, como
miso, natto, broto de bambu, kombucha, algas marinhas (HOBART, 2021)(PEREIRA, D. M.;
SILVA, S. X.; LIMA, L. C.; ARAÚJO, L. F. S.; BRITO, I. L., 2021). Por apresentarem alta
concentração de nutrientes e vitaminas essenciais ao organismo humano, a fortificação de
ingredientes que constituem a base alimentar brasileira como os farináceos é passo inicial para
facilitar o acesso de indivíduos a nutrientes e alimentos mais seguros, mesmo que em
produtos industrializados.

9
2. OBJETIVOS
2.1. Geral

Essa revisão bibliográfica tem o intuito de encontrar métodos eficazes de fortificação


de diferentes tipos de farináceos que constituem alimentos de elevado consumo populacional,
para reduzir a insegurança alimentar de indivíduos e garantindo alimentação mais acessível e
adequada à população brasileira em termos nutricionais

2.2. Específicos

Dentre as pesquisas realizadas, deve-se encontrar melhores métodos para fortificação


de farinhas e aplicabilidade industrial, com relação à produtividade, qualidade nutricional do
produto obtido e suas características físico-químicas, realizando previsões acerca da
aceitabilidade da população sobre o produto contendo ingrediente fortificado.

3. METODOLOGIA

Estudo de revisão bibliográfica com base em estudos científicos realizados nas áreas de
Engenharia de Alimentos, Nutrição e Bioquímica, acerca da fortificação de farináceos com
alimentos de origem asiática. Estabelecer o entendimento da ausência da adoção de tais
alimentos como fontes nutricionais básicas e de fácil acesso à sociedade.

4. ALIMENTOS E SOCIEDADE

À medida que as sociedades se desenvolveram ao longo dos séculos, seus hábitos


alimentares também se modificaram. No período em que os hominídeos ainda não
apresentavam desenvolvimento cognitivo completo e capacidade de racionalização de ideias,
pode-se dizer que o hábito alimentar era unicamente para suprir sua necessidade fisiológica de
reposição energética.
Com a evolução física e mental do Homo sapiens e a transformação de suas
sociedades, partindo da revolução agrícola, que possibilitou o fim do movimento nômade,
dando início ao processo de sedentarização de clãs e que mais tarde se transformaram em

10
cidades. A forma como os indivíduos se relacionavam com o alimento acabou incorporando
aspectos culturais, psicológicos, sociais e religiosos.
De acordo com Felício (2005), professor associado da Faculdade de Engenharia de
Alimentos da Unicamp, em artigo publicado na Revista ABCZ, apesar de transformações
fenotípicas, a genética do corpo humano segue ao longo da história com mudanças irrisórias e
imperceptíveis, diferente de seus padrões alimentares que além de necessidades físicas,
envolve aspectos sociais, culturais, religiosos, crenças, gênero, questões financeiras entre
outros. (CUNHA, C.)
O estudo da alimentação de diferentes comunidades é um método que possibilita o
entendimento de diversos acontecimentos da história desses indivíduos, suas características ao
longo do tempo e que atualmente constitui forte representação de sua identidade.

4.1. DIFERENTES ASPECTOS ENTRE ALIMENTAÇÃO OCIDENTAL E


ORIENTAL
4.1.1. Hábitos alimentares de populações asiáticas

De acordo com Fischborn, em matéria publicada no site do Correio Braziliense, países


do Extremo Oriente apresentam hábitos alimentares que passaram por irrisórias mudanças ao
longo do tempo, logo ainda segue a tradição da base alimentar desde suas primeiras
civilizações. As escolhas de refeições são pautadas na diversidade de alimentos em pequena
quantidade, preferencialmente folhas e vegetais são de fácil digestão e contribuem para a
manutenção da saúde.
Ainda que a base nutricional de populações asiáticas seja saudável, nos grandes
centros urbanos de seus países é possível encontrar refeições calóricas, com exorbitantes
quantidade de açúcares, sódio e ácidos graxos. Isso ocorre como uma adaptação que tem
como objetivo se adequar aos padrões de turistas que visitam a região.
Por outro lado, a comida tradicional apresenta pouca presença de leite e derivados,
elevado teor de alimentos fermentados e/ou matrizes obtidas por processos de fermentação,
como, natto, shoyu, missô e kombucha.
Os costumes alimentares de países como Japão, China, Índia, Coréias, e Tailândia são
amplamente estudados por pesquisadores que almejam encontrar uma solução de dieta ideal
para ser incorporada por qualquer população. Todavia, o conceito de ‘dieta ideal’ não pode ser
tratado como absoluto, pois cada organismo é diferente entre si, ademais, o consumo de

11
alimentos envolve uma série de fatores e aspectos sociais que não se resumem apenas ao
alimento em si, mas tem forte relação cultural, tradicional, psicológica e social.

4.1.1.1. Cultura alimentar nipônica

Dentre os países citados anteriormente, o Japão é um dos países mais estudado por
pesquisadores da área de alimentos e nutrição, pois trata-se de uma nação com maior índice
de longevidade e também por particularidades em sua cultura. Okinawa, por exemplo,
apresenta a expectativa de vida de 87,64 anos para as mulheres e 81,64 anos para os homens
com base em dados de 2020 fornecidos pelo governo nipônico (MIRANDA, 2022).
Além da longevidade dos japoneses, segundo o Centro Nacional de Pesquisas
Oncológicas (CNIO na sigla em espanhol), há o estudo de que a longevidade de um indivíduo
apresenta maior dependência de sua rotina do que de sua genética (BBC BRASIL, 2015)
De acordo com o artigo publicado no site do El País (2015), a tradição, cultura e os
hábitos dos japoneses são fundamentais para a elevada expectativa de vida dos seus
residentes, sendo o Japão um país que já abriga em torno de 40.000 indivíduos centenários.
A nação tem essa quantidade de pessoas longevas devido ao seu modo de vida e
principalmente a sua cultura alimentar que consiste em dietas ricas em verduras, legumes e
vegetais, consumo de alimentos fermentados, como natto – matriz alimentícia obtida por meio
de grãos de soja fermentados pelo microrganismo Bacillus subtilis (HOBART, 2021), broto de
bambu, broto de feijão, azuki – espécie de feijão (Vigna angularis) originária da ásia e que
apresenta elevado teor nutricional (ORSI, D. C.; NISHI, A. C. F.; CARVALHO, V. S. C.;
ASQUIERI, E. R, 2017) –, melão de são caetano, gengibre, bardana (SILVA, 2018), entre
outros superalimentos, em outras palavras, matrizes alimentícias com alta concentração de
nutrientes essenciais ao organismo humano e também conta com a presença de importantes
bioativos em sua composição.
A população nipônica é adepta da prática de atividade física regular, aliada à
alimentação balanceada, o que traz resultados positivos sobre as taxas de obesidade e de
doenças coronarianas que mostram-se mínimas em comparação com demais países do
ocidente. De acordo com a Tabela 1, há as taxas de indivíduos com sobrepeso ou obesidade
em 2016 (ROSER, RITCHIE, [n.d.]),

12
Tabela 1. Comparação de países sobre a taxa de sobrepeso ou obesidade e mortalidade
causada pelo sobrepeso

País Taxa de sobrepeso ou Morte atribuída a


obesidade (%) obesidade (2019) (%)

México 64,9 16,6

EUA 64,1 12,97

Brasil 56,5 12,03

China 32,3 6,39

Índia 19,7 5,69

Japão 27,2 3,92


Fonte Organização Mundial da Saúde (OMS)

4.1.2. Hábitos alimentares de populações ocidentais

A vida atribulada das pessoas faz com que as decisões alimentares não sejam
adequadas, pois acabam dedicando mais tempo para suas atividades profissionais e
acadêmicas, logo não dispõe de tempo para o preparo de refeições saudáveis e acabam
optando por comidas pré-preparadas ou lanches que são nutricionalmente insuficientes para as
funcionalidades do organismo além de serem ricas em açúcares e gorduras (BBC BRASIL,
2022).
Além do desequilíbrio alimentar, também há o sedentarismo, que foi intensificado
durante a epidemia de Covid-19. Essa ausência da prática regular de exercícios físicos aliada à
escolha de uma dieta desbalanceada é intensamente alertada por cientistas, pesquisadores e
médicos sobre o possível desenvolvimento de doenças crônicas (BBC BRASIL, 2022).
Essas enfermidades crônicas causadas por um estilo de vida não saudável podem
aparecer após alguns anos, contudo, de acordo com um estudo elaborado por pesquisadores da
Royal Society Open Science, a dieta ociental pautada em consumo de alimentos com altos
teores de carboidratos simples e gordura trans, é inflamatória para o organismo, afetando
principalmente o cérebro (FILHO, 2020) (BBC BRASIL, 2022).
O estudo foi realizado com dois grupos de estudantes que apresentavam hábitos
saudáveis, na alimentação e na prática de exercícios físicos. O estudo consistiu no teste de
memória de ambos os grupos após serem alimentados, sendo o primeiro grupo de controle,
13
recebendo alimentação balanceada e o grupo de teste, recebendo alimentação ocidental
hipercalórica. O resultado foi que o grupo controle não apresentou diferença em suas
habilidades de memorização, no entanto o grupo de teste apresentou problemas na
memorização e afetou os hábitos alimentares desses indivíduos que após efetuarem refeições
e já saciados, ainda desejavam consumir alimentos oleosos e açucarados.
Após o término do estudo, o grupo de teste retornou ao seu padrão de vida habitual
recobrando suas habilidades de memorização. Diante desses resultados, os pesquisadores
puderam reafirmar que a dieta rica em gordura trans, sódio e açúcar é extremamente nociva
ao cérebro humano, mais especificamente na região do hipocampo que é responsável pela
memorização, aprendizado e controle da fome. Dessa forma, os pesquisadores concluíram que
dietas e rotina desequilibrada podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo de pessoas, mas
que pode ser revertido pela adoção de melhores hábitos alimentares e exercícios físicos.

4.1.2.1. Cultura alimentar brasileira

Os aspectos sobre a alimentação brasileira incluem o consumo de alimentos com


elevados teores de corantes, açúcares, gorduras e sódio. Com esse ciclo alimentar, o paladar
da população acabou habituando-se a sabores intensos de refeições gordurosas, com muito
sódio ou sobremesas muito doces, por esse motivo é notável que refeições brasileiras são
pautadas no consumo hipercalórico (ANDRADE, D. E. G.; BRONZI, E. S.; PEREIRA. R. C.
G,; OLIVEIRA, M. R. M., 2009).
Esse padrão de consumo de alimentos já era verificado e se agravou durante o
isolamento imposto como medida sanitária em âmbito global devido a epidemia de
coronavírus. Nesse período em que pessoas ficaram ainda mais sedentárias e isoladas, houve
aumento no consumo de alimentos industrializados, com elevação de 2,1% de itens como
biscoitos, bebidas gaseificadas, salgadinhos, em suma, alimentos prontos para o consumo,
pois utilizavam alimentos como válvula de escape e como fonte de conforto psicológico.
Com o intuito de melhorar a saúde ocidental, principalmente da população brasileira
que teve suas condições de vida afetadas e levadas ao nível mais extremo de insegurança
alimentar na situação da pandemia, deve-se criar ações para fortificação de alimentos por
meio da incorporação de nutrientes obtidos através dos superalimentos (ANDRADE, D. E.
G.; BRONZI, E. S.; PEREIRA. R. C. G,; OLIVEIRA, M. R. M., 2009).

14
5. ASPECTOS NUTRICIONAIS DE ALIMENTOS

As informações nutricionais de alimentos industrializados são disponibilizadas por


meio dos rótulos em suas embalagens (MEDEIROS, 2020). Esse envoltório, além de
apresentar função de proteção do produto, deve ser um meio de comunicação acessível entre
produtores e consumidores. No entanto, com base em pesquisa realizada pelo Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), apenas 25,1% dos brasileiros têm a compreensão
plena das informações contidas no rótulo de embalagens (Redação G1, 2019)(BENDINO, N.
I.; POPOLIM, W. D.; OLIVEIRA, C. R. A., 2012)(BÖHM, 2017).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a instituição responsável
pela regulamentação do rótulo de embalagens (MEDEIROS, 2020). Informações tidas como
obrigatórias são: os ingredientes, quantidade de líquido, prazo de validade, origem de
fabricação e lote, método de preparo do alimento entre outros. Porém, ainda que haja projetos
de lei como a proposta criada pelo Cristovam Buarque (PPS-FF), não há fomento suficiente
para que esse plano seja tornado lei.
O entendimento pleno das informações contidas em uma embalagem é de suma
importância para o consumidor e para a sua saúde e de sua família, pois evita que cidadãos
adquiram produtos que contenham informações dúbias podendo induzir consumidores ao
erro, fazendo com que eles adquiram aquele produto (BENDINO, N. I.; POPOLIM, W. D.;
OLIVEIRA, C. R. A., 2012).
Essa barreira informativa que segrega aqueles que detém o conhecimento daqueles que
não o possuem, pode culminar em estratégias para controle de massas, em que produtores
industriais se aproveitam dessa situação de desinformação para alavancar seus negócios a
partir de estratégias de marketing e informações incertas sobre aspectos nutricionais e
qualidade dos componentes de seus produtos.
Pelos motivos apresentados acima, é necessário que haja ações não apenas públicas,
mas iniciativas privadas para que todos os consumidores possam entender quais benefícios e
malefícios ele terá ao adquirir um produto, tornando sua escolha de alimentos mais lúcida.

5.1. Superalimentos

Em concordância com o supracitado – necessidade de informações nutricionais de


rótulos de embalagens de alimentos aos consumidores (BÖHM, 2017) – é de suma
importância informações nutricionais de alimentos estejam à disposição de toda população,

15
pois se trata de um conhecimento que deveria ser de domínio público (Redação G1,
2019)(BENDINO, N. I.; POPOLIM, W. D.; OLIVEIRA, C. R. A, 2012).
Sem fácil acesso a informações essenciais sobre questões nutricionais, a população
tende a ter hábitos alimentares de acordo com o que estão habituados e não com fundamentos
em sua necessidade fisiológica para boa funcionalidade do seu organismo. A dieta saudável é
imprescindível para o desenvolvimento físico e mental, além da garantia de um processo de
envelhecimento sadio, no entanto os indivíduos sem acesso a conhecimento sobre a ingestão
diária recomendada de nutrientes e sem acesso tempo para realizar atividades físicas, acaba
permanecendo com alimentação inadequada elevando seus níveis séricos de glicose e
colesterol.
Ainda que haja rotinas com má gestão de tempo em relação a refeições apropriadas, o
fomento ao consumo de matrizes alimentares com alta densidade nutricional deveria ser mais
amplo e difundido. Esse elevado teor de vitaminas e minerais em certos alimentos acaba por
classificá-los como superalimentos por serem insumos com grande porcentagem de
carboidratos complexos, fibras, proteínas, minerais e compostos bioativos. Encontra-se esses
alimentos de modo fácil na culinária nipônica, são os alimentos de fermentação natural como
o natto.

5.1.1. Natto

A origem do natto é incerta, não havendo unanimidade entre os pesquisadores que


divergem entre o período e o primeiro local do seu consumo. Entre Japão e China, os
pesquisadores acreditam que o consumo do natto pode ter ocorrido em diversas partes de
continentes asiáticos ao mesmo tempo (WIKIPEDIA, s.d).
O natto é a soja obtida através do processo fermentativo pela bactéria Bacillus subtilis
var. natto. Esse alimento é categorizado como superalimento, pois do natto é possível obter a
nattoquinase – enzima que apresenta diversas aplicações em enfermidades. Sua maior
utilização tem sido para a prevenção e tratamento contra tromboses devido a sua ação
fibrinolítica. (CHANG, et al., 2007 apud RODRIGUES, R. B.; SILVA, M. E. C.; MARTINS, J. P.
F.).
Foram realizados estudos e testes que comprovaram a eficácia da ação de
restabelecimento da circulação sanguínea em grupo de teste de cães em que foi induzido
processos de coagulação sanguínea. O grupo de controle não apresentou mudanças aparentes

16
mesmo após 18h do início do teste, por outro lado o grupo de teste teve resultados
satisfatórios com os cães apresentando normalidade na sua circulação sanguínea após 5h de
administração da enzima nattoquinase em quatro doses de 250mg, totalizando 1g (DERAM,
2020).
Além dos benefícios de prevenção à saúde do fluxo sanguíneo, a nattoquinase também
pode ser utilizada em tratamentos para regular os níveis de pressão arterial e também prevenir
doenças como varizes e aterosclerose (DERAM, 2020).
.

5.1.2. Broto de bambu

O bambu é um alimento de origem asiática, de acordo com a classificação botânica,


são angiospermas monocotiledôneas. Esse insumo foi introduzido no Brasil por portugueses
no período de colonização e grandes navegações (MAURÍCIO, 2016).
Colonizadores lusitanos encontram no bambu a versatilidade para elaboração de
recipientes, instrumentos musicais, adornos, exceto a alimentação que ainda hoje não
apresenta muitos consumidores, sendo descendentes de asiáticos seus maiores consumidores.
A agricultura do bambu não necessita do plantio, pois seu processo reprodutivo ocorre
por brotamento, além disso é uma planta resistente a pragas, com elevada adaptabilidade ao
ambiente e que se tem ótimo desenvolvimento em regiões de clima tropical. Sendo que sua
colheita desse plantio é realizada em períodos de elevada precipitação, ou seja, meses
compreendidos entre dezembro e março (MAURÍCIO, 2016).
As espécies que comumente são empregadas para produção de brotos de bambu são
Pyllostachys e Dendrocalamus, sendo fáceis de beneficiar pela indústria e excelente
alternativa ao consumo de palmito (Salgado et al, 1994 apud MAURÍCIO, 2016).
Essa matriz alimentícia apresenta alta densidade nutricional, constituído quase que em
sua totalidade por água, proteína e aminoácidos. Para mais é um insumo pouco energético –
relação de calorias e sua massa – contém diversos minerais e vitaminas essenciais ao
organismo, como ferro, cálcio, manganês, e vitaminas do complexo B (Pereira, 2014 apud
MAURÍCIO, 2016).
Por causa de sua versatilidade e aplicação em diversas áreas, o bambu também é
utilizado em construções industriais e civis. O potencial nutricional e a adaptabilidade à
agricultura do bambu são subaproveitados, em contraposição com a China que explora o

17
bambu como fonte alimentar, resultando na receita anual de US$6,5 bilhões. (FARHAT, 2010
apud MAURÍCIO, 2016).

5.1.3. Kombucha

O Kombucha é uma bebida obtida pelo processo de fermentação do chá verde ou preto
por uma simbiose de leveduras e bactérias conhecida por ‘Scoby’ (Symbiotic culture of
bacteria and yeast). Através da fermentação ocorre a produção de gás carbônico na bebida,
tornando-a atrativa para pessoas que estão optando por dietas mais saudáveis ou por
substitutos de refrigerantes. (KIM; ADHIKARI, 2020, apud, PEREIRA, D. M.; SILVA, S. X.;
LIMA, L. C.; ARAÚJO, L. F. S.; BRITO, I. L., 2021).
Em pouco tempo a bebida ganhou popularidade devido aos benefícios de ação
antioxidante, prevenção de enfermidades não transmissíveis, auxiliando o processo de
digestão, reduzindo reações inflamatórias, podendo auxiliar em tratamentos oncológicos. Por
esse motivo o kombucha está sendo cada vez mais aceito pelos consumidores com
consequente surgimento de novas indústrias produzindo tais bebidas funcionais (SANTOS et
al., 2018, apud, PEREIRA, D. M.; SILVA, S. X.; LIMA, L. C.; ARAÚJO, L. F. S.; BRITO, I.
L., 2021).
É válido ressaltar que os estudos in vitro realizados acerca dos benefícios causados
pelo consumo de kombucha ao organismo humano apresentam confiabilidade, porém ainda
não há significativa quantidade de pesquisas in vivo que garantem a eficácia de todos os
benefícios do kombucha ao metabolismo humano (JAYABALAN et al., 2014; WATAWANA
et al., 2015 apud., PEREIRA, D. M.; SILVA, S. X.; LIMA, L. C.; ARAÚJO, L. F. S.; BRITO,
I. L, 2021).
Com base na Instrução Normativa de nº 41, de 17 de setembro de 2019 do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o kombucha é definido como: ‘bebida
fermentada obtida através da respiração aeróbia e fermentação anaeróbia do mosto obtido pela
infusão ou extrato de Camellia sinensis e açúcares por cultura simbiótica de bactérias e
leveduras microbiologicamente ativas (SCOBY)”
Essa definição sobre o produto pelo MAPA atua como referência para a indústria
brasileira uma vez que permite a formulação da bebida funcional com o emprego de
ingredientes adicionais como especiarias, aromas e frutas (KIM; ADHIKARI, 2020 apud.,
PEREIRA, D. M.; SILVA, S. X.; LIMA, L. C.; ARAÚJO, L. F. S.; BRITO, I. L., 2021).

18
O kombucha apresenta inúmeras vitaminas e minerais, como aminoácidos, pigmentos,
enzimas, vitaminas do complexo B, vitamina C, ácido cítrico, ácido glucurônico, açúcares
entre outros metabólitos produzidos pelo mosto.(JAYABALAN et al., 2014)(PEREIRA, D.
M.; SILVA, S. X.; LIMA, L. C.; ARAÚJO, L. F. S.; BRITO, I. L., 2021).
A versatilidade de formulação que a Instrução Normativa e o Padrão e Identidade e
Qualidade possibilitam, apresenta diversos caminhos para a bebida, como o emprego de
outras ervas, adição de diferentes tipos de açúcares no processo de fermentação. Essa
variedade de formulações eleva de maneira exponencial as combinações possíveis que
profissionais responsáveis pela elaboração de ingredientes para bebida podem ter. Essa vasta
gama de possibilidades traz benefícios aos consumidores por existirem mais opções de uma
mesma bebida e amplia o portfólio de produtos desse tipo de bebida probiótica.

5.1.4. Yacon

O yacon – Smallanthus sonchifolius, é um tubérculo, originária da Cordilheira dos


Andes. Sua chegada ao território brasileiro foi ocasionado pela facilidade do seu plantio e
adaptabilidade do cultivo (SEVERO, 2016).
Em contradição às demais batatas, o yacon não apresenta suas reservas energéticas sob
a forma de amido, mas sim em frutooligossacarídeos (FOS). Esse polímero não é digerido ou
absorvido pelo sistema digestivo de seres humanos, sendo utilizado pelas bactérias em nosso
canal digestivo (SEVERO, 2016).
A constituição do tubérculo por água e FOS faz com que a batata apresente baixo
índice glicêmico e seja classificada como alimento probiótico por fornecer nutrientes para
bactérias do trato gastrointestinal (SEVERO, 2016).
É importante ressaltar que o consumo de um alimento em detrimento de outro mais
saudável não é algo recomendável sem o acompanhamento de um profissional de nutrição
e/ou responsável pelo cuidado do aparelho digestivo, pois a adição de um alimento nutricional
com manutenção de hábitos desequilibrados não trará resultados satisfatórios e benéficos à
saúde (SEVERO, 2016).

19
5.1.5. Melão de São Caetano

O melão de São Caetano, também conhecido popularmente como: galinha de melão,


fruta de cobra, melãozinho, erva de São Vicente é um vegetal que tem origem na Índia e
China. Sua chegada ao solo brasileiro se deu pela facilidade do cultivo dessa planta em
território nacional (KINNUP, V, LORENZI, H., 2014).
Esse vegetal é classificado com alta densidade de nutrientes, podendo ser consumido
em sua totalidade. Seus frutos apresentam composição nutricional de 2,8g de fibras, 3,7g de
carboidratos, 1g de proteínas a cada 100g do fruto, além disso é constituído por minerais
como ferro, cálcio, manganês, fósforo e potássio, zinco, vitaminas do complexo B, A C e E, e
licopeno. Já suas sementes e pericarpo apresentam maior teor proteico por 100g de massa,
sendo 19,5g de proteínas, 9,18 de carboidratos e 11,5 de lipídios. As folhas do melão de São
Caetano, em base de 100g de massa, apresentam um total de 5,30 g de proteínas, 0,69 g de
lipídios e 3,29 g de carboidratos, além de vitaminas B9, B12, e A (KINNUP, V, LORENZI,
H., 2014).

5.1.6. Bardana

A Bardana da espécie – Arctium lappa, é considerada uma planta alimentícia não


convencional (PANC) e tem sua origem na Europa. Trata-se de uma planta conhecida
amplamente, principalmente em países asiáticos em que seu consumo é mais difundido entre a
população. Também é conhecida como Burdock onde é consumida in natura (SILVA, 2018).
De acordo com pesquisas há indícios de que o uso dessa espécie de cultivar pode ser
empregada na prevenção da Síndrome Metabólica, apresentando efeitos benéficos sobre o
perfil lipídico, glicídico e ação anti-inflamatória (SILVA, 2018)
A PANC em foco é constituída em sua metade mássica, por Inulina cerca de 50%,
fitoesteróis, taninos e ligninas que apresentam efeitos antioxidantes. Sendo assim, é uma
planta com grande potencial para auxiliar na prevenção de diversas enfermidades crônicas não
transmissíveis como a Diabetes e reações inflamatórias do corpo.
Os compostos mais encontrados na bardana são: ligninas, mucilagens, ácidos graxos,
fitoesteróis e inulina. Essa substância é classificada como frutooligossacarídeo, pois não é
digerida pelo sistema digestivo dos seres humanos, sendo assim, constitui um importante

20
componente prebiótico para a manutenção da saúde gastrointestinal com auxílio da digestão e
alívio de eventuais processos inflamatórios.(SAAD, 2006 apud., SILVA, 2018).
Ligninas são compostos orgânicos que auxiliam no combate de enfermidades
relacionadas a níveis séricos de glicose, como a diabetes, colaborando por consequência no
tratamento ao sobrepeso. (SAÇO, 2015; CARLOTTO,2013)
Os flavonóides, por sua vez, contribuem para a extensão da longevidade e prevenção a
doenças cardiovasculares.STUKER, 2012). Com base em Tamayo, os compostos bioativos:
polifenóis encontrados na raiz da bardana apresentam elevado potencial de atuarem como
inibidores de quadros clínicos de metástases.

6. FARINÁCEOS E PRODUTOS OBTIDOS ATRAVÉS DE SUAS APLICAÇÕES


NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

Os brasileiros apresentam dieta com elevado consumo de produtos do setor de pães,


massas, bolos e biscoitos. Com foco de consumo nesses alimentos, serão apresentados
diferentes tipos de farináceos mais consumidos no território brasileiro (ALVES, 2020).
Temos a farinha de trigo como a principal e mais utilizada pela indústria alimentícia,
porém com apelo de instituições mundiais de saúde e propagação de informações acerca de
cuidados essenciais com a saúde, há o crescente desenvolvimento e substituição de uso de
farinhas de trigo em consumos domésticos (ALVES, 2020).
Um diferente tipo de farináceo bastante utilizado é aquele obtido por meio da
trituração de pães secos – a farinha de rosca, que é empregada na confecção de empanados
que geralmente são preparados fritos por imersão em óleo vegetal (ALVES, 2020).
Há também a farinha de centeio que muito se assemelha com farinhas de trigo e
cevada. O centeio é um cereal que apresenta condições favoráveis para o cultivo em regiões
de clima temperado continental e com temperaturas médias mais baixas. As farinhas obtidas
pela moagem do centeio são mais nutritivas, apresentam menos teor de glúten e mais fibras
(ALVES, 2020).
Uma farinha que é comumente empregada em diversas preparações brasileiras é a
farinha de feijão branco que contém elevado teor de faseolamina – proteína responsável pela
redução dos níveis séricos de açúcar. Todavia a biodisponibilidade dessa proteína é perdida
quando esse composto é aquecido, causando desnaturação proteica (ALVES, 2020).

21
A farinha de linhaça é indicada para elevar a ingestão de fibras e redução nos níveis de
colesterol da mesma forma que se apresenta a farinha de aveia em seu consumo e benefícios
ao organismo humano (ALVES, 2020).
É importante mencionar a farinha de arroz que é extremamente importante para
indivíduos que apresentam restrição alimentar ao glúten. Esse ingrediente apresenta baixo
índice glicêmico, constituindo ótimo substituto para a farinha de trigo (ALVES, 2020).

7. ENRIQUECIMENTO DE FARINÁCEOS A PARTIR DE SUPERALIMENTOS


7.1. Lei de adição de ferro e ácido fólico em farinhas de trigo e milho

O governo adota estratégias para melhoria nutricional da população brasileira desde o


século XX. De acordo com a RDC n. 344, que torna obrigatório a fortificação de farináceos
(ISMAEL, 2011) de milho e trigo com ferro e ácido fólico, foi um dos projetos públicos
visando a redução de problemas de desenvolvimento de bebês durante a gestação e contribuir
com a prevenção da anemia (ANVISA, 2018).
Estudos mostram que houve ineficácia na prevenção e tratamento de incidência de
anemia na população. Fato que deve-se pelo emprego de compostos com baixa
biodisponibilidade, em outras palavras, minerais que não o corpo não consegue absorver e
utilizar em sua totalidade (ANVISA, 2018).
Compostos que apresentam maior biodisponibilidade são mais onerosos, portanto
acabam por encarecer sua aquisição encarecendo o produto final, por esse motivo para o
projeto de lei de fortificação de farinhas, foram empregados compostos de ferro reduzido e
ferro eletrolítico, ou seja, minerais que apresentam menor biodisponibilidade, trazendo
possível explicação para a ineficiência do projeto adotado (ANVISA, 2018).

7.2. Enriquecimento de farináceos para o desenvolvimento de produtos


industrializados

A adoção de dietas mais nutritivas e saudáveis é uma necessidade da população


brasileira. É verificada certa tendência a essa mudança no hábito alimentar, no entanto não são
todas as famílias que conseguem ter o fácil acesso a alimentos mais nutritivos devido ao seu
elevado valor de aquisição (ANVISA, 2018).

22
Uma forma de tornar alimentos nutritivos mais acessíveis é através da formulação de
alimentos industrializados com fortificação em micronutrientes (ISMAEL, 2011) . Em um
projeto administrado pela professora Maria Teresa Pedrosa Silva Clerici , da Universidade
Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos, um grupo de alunos
pesquisadores trabalharam no desenvolvimento de uma farinha a base de bambu, com maior
qualidade nutricional em comparação com farinhas brancas convencionais (ANVISA,
2018)(UNICAMP, 2018).
Esse produto obtido pela pesquisa e desenvolvimento desse grupo estudantil foi
aplicado em formulações de preparo de massa alimentícia – fettuccine e de biscoito do tipo
cookie. Os resultados obtidos foram positivos (ANVISA, 2018).
A formulação dos biscoitos cookies apresentaram resultados positivos na redução em
50% de níveis de gordura e açúcar em comparação com os padrões. Houve melhoria da vida
de prateleira (“shelf life”) do produto com essas melhorias na composição e condições de
armazenamento menos específicas (ANVISA, 2018).
Os aspectos físico-químicos indicaram melhoria geral os e sensoriais não
apresentaram mudanças significativas, sendo um ponto positivo para melhor aceitação da
população e mais incentivos para que o setor da indústria de alimentos se engajem para o
desenvolvimento de produtos com maior benefícios ao organismo e sem diferenças
significativas com os produtos convencionais encontrados em gôndolas de mercados
(UNICAMP, 2018).
O Brasil encontra-se em segundo lugar no ranking de produção de biscoitos e de
massas alimentícias. Tanto a formulação de fettuccine quanto a de cookies mostraram
resultados positivos no teste de avaliação sensorial, representando potencial aceitabilidade
pelos consumidores, além disso houve significativa redução da quantidade de açúcares na
formulação do fettuccine (UNICAMP, 2018).
Anteriormente foram citados diversos impactos positivos nos produtos finais obtidos
pelo emprego das farinhas nutricionais na composição de outros alimentos. Porém um
impacto benéfico e indireto ao produto final causado pela transformação dos cultivares de
brotos de bambu em farinhas é o melhor aproveitamento desse vegetal resultando em menores
perdas no processo de pós colheita (UNICAMP, 2018).
Por conta de crescente aumento de consumidores por dietas mais saudáveis e
nutricionalmente completas, há o aumento na quantidade de pesquisas e testes para
formulação de farinhas funcionais, com ação prebiótica e/ou probiótica através da adição de

23
ingredientes como bardana, maracujá, laranja, yacon, batata doce, grão-de-bico e berinjela
devido ao aproveitamento completo dessas matérias primas (UNICAMP, 2018)(CRUZ, 2021).
Há outros estudos que apontam vantagens nutricionais pelo emprego de farinhas
enriquecidas e com elevado teor de fibras e nutrientes em produtos derivados do leite, como a
adição da farinha de maracujá em lácteos (CRUZ, 2021)(SANTOS, 2022). Essa adição é
benéfica, pois a pectina contida em grande quantidade, colabora para manutenção de aspectos
reológicos do produto além de conferir maior saciedade devido ao seu retardo no processo de
esvaziamento do sistema gastrointestinal.
O requeijão cremoso também ostentou efeitos adequados em seus aspectos de textura,
viscosidade, além de manterem suas características sensoriais e nutricionais sem apresentar
riscos microbiológicos à saúde do consumidor, pelo emprego de farinha de maracujá como
um de seus ingredientes (CRUZ, 2021)(SANTOS, 2022).
A batata Yacon, transformada em farinha e adicionada ao iogurte pode se tornar um
importante produto para o mercado de alimentos uma vez que a presença de
frutooligossacarídeos em sua composição nutricional é responsável pela redução de teores de
gordura, em sua parcial ou completa totalidade, resultando na redução das calorias do
alimento. A formulação do iogurte probiótico apresentou avaliação média negativa acerca de
seus parâmetros de aceitabilidade sensorial, isso significa que são necessários novos testes
para elaboração de diferentes concentrações de farinha de yacon em iogurtes (CRUZ, 2021).

8. DESMISTIFICAÇÃO DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS


8.1. Aproveitamento de incentivos fiscais a alimentos ultraprocessados

Donos de indústria de alimentos desejam elevar sua receita e lucratividade por


medidas em que maioria das vezes não constituem benefícios à população por meio da
aquisição de seus produtos, ou seja há produtores que podem efetuar o controle de massas
pela desinformação acerca de conhecimento nutricional e indução ao erro por conteúdo dúbio
em embalagens de alimentos.
Um exemplo em que a indústria alimentícia, aliada a projetos de marketing conseguiu
impactar o consumo de margarina em detrimento do consumo de manteiga, alegando que a o
produto era mais saudável com benefícios à saúde, o que diferia da manteiga. Algum tempo
após entendimento e estudos sobre o processo de obtenção de margarina, pesquisadores
24
alertaram que o consumo de margarina era prejudicial à saúde, podendo causar danos e
desenvolvimento de doenças cardíacas devido ao seu elevado teor de gordura trans (IDEC,
[s.d]).
A resposta da indústria alimentícia sobre o processo de hidrogenação de óleos vegetais
para obtenção da gordura trans foi a alegação de que alimentos minimamente processados,
como proteínas animais, vegetais, legumes e verduras também apresentam esse componente
como seu constituinte, no entanto houve a omissão de que os teores desse tipo de gordura em
100g desses alimentos é irrisório enquanto que a presença desse componente em margarinas
chega a valores de 15g de gordura trans a cada 100g de produto (FILHO, 2020)(IDEC, [s.d]).
O aproveitamento da falta de instrução populacional sobre aspectos nutricionais,
aliada a omissão de informações plenas e precisas acerca de assuntos que podem causar
prejuízos ou benefícios à saúde de uma população deveria ser considerado crime, uma vez que
onera a saúde populacional em detrimento da lucratividade e rentabilidade de grandes
indústrias alimentícias.
Ações que promovam a divulgação e tornem público o acesso de informações
essenciais ao cuidado da saúde preventiva devem ser adotadas por instituições públicas e
privadas para reduzir o ciclo de superlotação do atendimento hospitalar promovido pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).

9. GESTÃO PÚBLICA E INICIATIVA PRIVADA NO COMBATE À FOME E


INSEGURANÇA ALIMENTAR

A alimentação é um direito fundamental, encontrado como um dos Objetivos para


Desenvolvimento Sustentável (ODS) presente na agenda de 2030 da Organização das Nações
Unidas (ONU), ademais, é um direito da população que deveria ter respaldo do Estado, no
entanto a nação brasileira encontra-se desamparada pela ineficiência da gestão pública aliada
a desorganização social e incentivo fiscais a latifundiários de commodities e empresários
donos de grandes complexos industriais (INESC, [s.d]).
O Brasil é privilegiado pelo meio ambiente devido a suas extensas terras agricultáveis,
recursos hídricos abundantes, clima tropical que favorece a agricultura em inúmeros aspectos
e solo fértil. Porém a concentração de renda (OLIVEIRA, 2022) faz com que interesses de um

25
pequeno grupo de indivíduos tenha mais relevância em detrimento do interesse de uma
população.
Essas alegações são motivadas pelo subaproveitamento de terras férteis que deveriam
ser empregadas para a geração de alimentos destinados ao mercado consumidor interno,
nutrindo a nação brasileira, mas são destinadas à produção de pecuária no seu modo de
produção extensivo. Além disso, as terras utilizadas para a produção de insumos rurais, são
destinadas à produção de commodities agrícolas, que recebem incentivos fiscais para o
processo de exportação (INESC, [s.d]).
As informações supracitadas mostram que a gestão pública é prejudicial aos
brasileiros, pois além de onerar a população pelo subaproveitamento de terras férteis,
corrobora com políticas públicas de incentivo fiscal à produção e comercialização de
commodities, com ampliação aos alimentos ultra processados e elevando as taxas
inflacionárias de alimentos destinados ao mercado interno, que são produzidos por pequenos
agricultores e disponibilizados por comércios de pequeno porte (INESC, [s.d]).
Apesar de criação e aprovação de projetos de lei que fomentam a fortificação de
alimentos por meio da adição de micronutrientes, empresas conseguem driblar as regras
impostas pela legislação a partir do momento que realizam o enriquecimento de seus produtos
com variedades de nutrientes de menor custo, porém que apresentam menor
biodisponibilidade para o organismo humano.
Logo, pode-se dizer que políticas públicas sozinhas mostram-se insuficientes como
medida eficaz de combate à fome, insegurança alimentar e à pobreza, uma vez que os
cidadãos não apresentam visão coletiva pelos seus iguais.
É necessário incutir a potencialidade de lucros exorbitantes no desenvolvimento de
produtos alimentícios funcionais, prebióticos e probióticos, em grandes empresários de
indústrias para aumento da oferta de alimentos mais nutritivos e consequentemente redução
no seu preço de aquisição.

10. CONCLUSÃO

Após o levantamento de pesquisas sobre a insegurança alimentar, fome e pobreza em


território nacional, é possível definir que a causa principal dessa mazela que assola mais de 33
milhões de brasileiros é a gestão pública que beneficia aqueles que detém quase que a
totalidade da renda em sua posse, em detrimento de toda a massiva população brasileira.
26
Com base em informações obtidas por diversos estudos científicos do âmbito
acadêmico, conclui-se que há necessidade de instruir consumidores no entendimento de
informações nutricionais contidas em embalagens de alimentos, para melhoria e mais
assertividade de indivíduos no momento em que realizam compras para suas refeições.
Em concomitância com ações supracitadas de difusão de conhecimento, é necessário
que haja projetos legislativos eficientes para fortificação nutricional de alimentos base, como
farináceos (ISMAEL, 2011) através da adição de micronutrientes ou de mistura de farinhas de
superalimentos. Devem ser estabelecidos mecanismos operacionais capazes de avaliar a
eficiência do cumprimento da lei pela análise da melhoria geral na saúde da população,
podendo ser aferido por meio de grupo de testes.
Após a criação de leis com projetos bem estruturados e com acompanhamento
frequente pela análise da saúde populacional, deve-se incentivar as indústrias no avanço e
desenvolvimento de processos de produção para alavancar a economia e fornecer alimentos
industrializados de com maior qualidade e mais acessibilidade para toda população brasileira.

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). ENRIQUECIMENTO DE


FARINHAS DE TRIGO E DE MILHO COM FERRO E ÁCIDO FÓLICO. Segunda
Edição, Brasília - DF, 2018.

ALVES, M. Tipos de farinha mais comuns no Brasil vão muito além do trigo. Disponível
em: < https://agro20.com.br/tipos-farinha/>. Acesso em: 30 set. 2022

ANDRADE, D. E. G.; BRONZI, E. S.; PEREIRA. R. C. G,; OLIVEIRA, M. R. M..


HISTÓRICO DAS BASES BRASILEIRAS DE INFORMAÇÕES SOBRE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO INTERNO E EXTERNO DA
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Rev. Simbio-Logias, V.2, n.1,
Maio/2009.

27
BENDINO, N. I.; POPOLIM, W. D.; OLIVEIRA, C. R. A. Avaliação do conhecimento e
dificuldades de consumidores frequentadores de supermercado convencional em relação
à rotulagem de alimentos e informação nutricional. J Health Sci Inst. 2012;30(3):261-5

BÖHM, T. População não entende rótulos, diz pesquisa.


<https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/populacao-nao-entende-r
otulos-diz-pesquisa/populacao-nao-entende-rotulos-diz-pesquisa#:~:text=Segundo%20o%20I
nstituto%20Brasileiro%20de,o%20que%20dizem%20os%20r%C3%B3tulos.> . Acesso em:
16. out. 2022.

DERAM, S. O que a alimentação ocidental pode fazer com a sua memória e o seu apetite
Disponível em:
<https://nutricaosemneura.blogosfera.uol.com.br/2020/03/11/o-que-a-alimentacao-ocidental-p
ode-fazer-com-a-sua-memoria-e-o-seu-apetite/>. Acesso em: 28 out. 2022

RODRIGUES, R. B.; SILVA, M. E. C.; MARTINS, J. P. F.. A IMPORTÂNCIA DO


BACILLUS SUBTILIS NATTO NA PRODUÇÃO DE UMA ENZIMA ESPECIAL
COM PROPRIEDADES MEDICINAIS: A NATTOQUINASE. Disponível em:
<https://revistaanalytica.com.br/artigo-cientifico-ii-a-importancia-do-bacillus-subtilis-natto-na
-producao-de-uma-enzima-especial-com-propriedades-medicinais-a-nattoquinase/#:~:text=Re
nata%20Bazante%20Rodrigues1%2C%20Maria%20Eduarda%20da%20Costa%20Silva2%20
%26%20Jo%C3%A3o%20Pedro%20de%20Farias%20Martins3>. Acesso em: 15 out. 2022

WIKIPEDIA. Nattō. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Natt%C5%8D>. Acesso


em: 5 nov. 2022

FILHO, J. M.. A gordura trans e a sua saúde. Disponível em:


<https://saude.abril.com.br/coluna/alimente-se-com-ciencia/a-gordura-trans-e-a-sua-saude/#:~
:text=A%20gordura%20trans%20%C3%A9%20normalmente,s%C3%B3lidos%20mesmo%2
0em%20temperatura%20ambiente.>. Acesso em: 17 de nov. 2022

INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. A gordura trans que você


não vê. Disponível em: <https://idec.org.br/gordura-trans>. Acesso em: 30 de out. 2022

Redação G1. A importância de ler os rótulos dos alimentos. Disponível em:


<https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/10/02/a-importancia-de-ler-os-rotulos-dos-alime
ntos.ghtml> . Acesso em: 17 out. 2022.
28
HOBART, E. Natto, o superalimento japonês que parece muco e cheira mal. Disponível
em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-53970021>. Acesso em: 16 out. 2022

ORSI, D. C.; NISHI, A. C. F.; CARVALHO, V. S. C.; ASQUIERI, E. R.. Caracterização


química, atividade antioxidante e formulação de doces com feijão azuki (Vigna
angularis). Braz. J. Food Technol. 20 • 2017. https://doi.org/10.1590/1981-6723.17416

INESC. Subsídios bilionários que matam: como o lobby do agronegócio dobra o governo
Disponível em:
<https://www.inesc.org.br/en/subsidios-bilionarios-que-matam-como-o-lobby-do-agronegocio
-dobra-o-governo-2/>. Acesso em: 10 nov. 2022.

MEDEIROS, T. Como ler os rótulos de alimentos. Disponível em:


https://drauziovarella.uol.com.br/alimentacao/como-ler-os-rotulos-de-alimentos/. Acesso em:
22 out. 2022.

MAURÍCIO, A. Conhecendo o broto de bambu.


<http://www.acomidaenossa.ufpr.br/portal/conhecendo-o-broto-de-bambu/#:~:text=O%20bam
bu%20tem%20caracter%C3%ADsticas%20nutricionais,17%20e%20baixo%20valor%20ener
g%C3%A9tico%2C>. Acesso em: 9 out. 2022.

PEREIRA, D. M.; SILVA, S. X.; LIMA, L. C.; ARAÚJO, L. F. S.; BRITO, I. L.


KOMBUCHAS: UMA BEBIDA MILENAR QUE VEM NOVAMENTE GANHANDO
DESTAQUE NOS DIAS ATUAIS.
<https://agronfoodacademy.com/kombuchas-uma-bebida-milenar-que-vem-novamente-ganha
ndo-destaque-nos-dias-atuais/>. Acesso em: 24 de out de 2022.

SILVA, R. A. G.; ARCTIUM LAPPA - BARDANA: UMA ANÁLISE DOS


COMPOSTOS BIOATIVOS E DE SEUS EFEITOS SOBRE AS DOENÇAS
CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS. Disponível em:
<https://www.conic-semesp.org.br/anais/files/2018/trabalho-1000002200.pdf>. Acesso em:
13 de nov. 2022.

29
ISMAEL, L. A. S. Consumo do trigo na alimentação brasileira e sua projeção na
estratégia de fortificação de farinhas de trigo. Dissertação para obtenção do título de
mestre na área de nutrição. Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, 2011.

Jornal da UNICAMP. Farinha à base de bambu é testada com sucesso no preparo de


‘cookie’ e macarrão. Disponível em:
<https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/ju/noticias/2018/09/17/farinha-base-de-bambu-
e-testada-com-sucesso-no-preparo-de-cookie-e-macarrao>. Acesso em: 11 de nov. 2022

CRUZ, A. G. Farinhas prebióticas em lácteos e seus benefícios à saúde. Disponível em:


<https://www.milkpoint.com.br/colunas/adriano-gomes-da-cruz/farinhas-prebioticas-em-lacte
os-e-seus-beneficios-a-saude-228207/>. Acesso em: 07 nov. 2022.

SEVERO, M. D. Batata yacon: vale a pena investir? Disponível em:


<https://diabetes.org.br/batata-yacon-vale-a-pena-investir-2/>. Acesso em: 6 de out. 2022.

KINNUP, V, LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) no Brasil.


2014. 768 p.

OLIVEIRA, M. Brasil é o país mais desigual; 1% mais rico fica com quase metade da
riqueza. Disponível em:
<https://monitormercantil.com.br/brasil-e-o-pais-mais-desigual-1-mais-rico-fica-com-quase-
metade-da-riqueza/>. Acesso em: 8 de nov. 2022

SANTOS, M. J. S. IOGURTE ENRIQUECIDO COM FARINHA DA CASCA DE


MARACUJÁ DO MATO (Passiflora cincinnata Mast.). Trabalho de Conclusão de Curso
submetido ao Curso de Agroindústria da Universidade Federal de Sergipe, como requisito
para obtenção do grau de Bacharel em Agroindústria. Nossa Senhora da Glória, Campos do
Sertão - SE, 2022.

OXFAM BRASIL. Entenda as causas da desigualdade social e como afeta a população.


Disponível em:
<https://www.oxfam.org.br/blog/entenda-as-causas-da-desigualdade-social-e-como-afeta-a-po
pulacao/>. Acesso em: 22 out 2022.

30
BBC BRASIL. COMO A DIETA OCIDENTAL TIROU A NOSSA EVOLUÇÃO DOS
TRILHOS. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62187414>. Acesso em:
30 out. 2022.

BBC BRASIL. Porque os japoneses vivem mais (e melhor). Disponível em:


<https://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/10/estilo/1425999554_963331.html>. Acesso em 12
out. 2022

MIRANDA, F. Por que os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo.


Disponível em:
<https://socientifica.com.br/japoneses-tem-a-maior-expectativa-de-vida-do-mundo/>. Acesso
em 13 nov. 2022

ROSER, M.; RITCHIE, H. Obesity. Disponível em:


<https://ourworldindata.org/obesity#citation>. Acesso em: 4 nov. 2022.

31

Você também pode gostar