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Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA)

Bruna Kazumi Ido 213863

Jéssica Sanefuji 175832

Mariana Tiemi Haraoka 221906

Letícia Akemi Oi 178696

PROJETO SOBRE O CONTROLE DE QUALIDADE NO PROCESSO DE


PRODUÇÃO DE ÁGUA DE COCO

Atividade apresentada à disciplina


TA741 - Controle de Qualidade na
Indústria de Alimentos, turma A,
do curso de Engenharia de
Alimentos da Faculdade de
Engenharia de Alimentos da
Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp).

Docentes:
Profa. Flávia
Profa. Cintia Betim

CAMPINAS - SP
ABRIL 2022
SUMÁRIO

1. Água de coco…………………………………………………………………..3
1.1. Processo de produção………………………………………………...3
1.1.1. Recepção da matéria-prima………………………………….3
1.1.2. Seleção das frutas……………………………………………..4
1.1.3. Lavagem dos cocos…………………………………………...4
1.1.4. Abertura dos frutos…………………………………………….5
1.1.5. Extração………………………………………………………...6
1.1.5.1. Cascas………………………………………………….6
1.1.6. Filtração…………………………………………………………6
1.1.7. Formulação……………………………………………………..6
1.1.8. Pasteurização……………………………………………….…7
1.1.9. Esterilização……………………………………………………7
1.1.10. Envase asséptico………………………………………………7
1.1.11. Armazenamento……………………………………………….8
2. Fluxograma de processamento………………………………………………8
3. Especificações…………………………………………………………………9
3.1. Matéria-prima…………………………………………………………10
3.2. Embalagem…………………………………………………………...10
3.3. Produto final…………………………………………………………..10
4. Processos de qualidade e segurança……………………………………...11
4.1. Lavagem dos cocos (concentração de cloro da solução)............11
4.2. Formulação (pH e Brix)................................................................12
4.3. Pasteurização (Temperatura e tempo).........................................12
4.4. Esterilização (Temperatura e tempo)...........................................12
4.5. Armazenamento (Temperatura 25ºC e UR 50%).........................12
5. Itens de controle dos processos de qualidade e segurança…………….12
6. Referências bibliográficas…………………………………………………...14

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1. Água de coco

Segundo definição contida no artigo 20, do Decreto nº 6.871, de 4 de


junho de 2009, a água de coco é a parte líquida (endosperma) do fruto do
coqueiro Cocos nucífera L., obtido através de processos tecnológicos
específicos, não havendo fermentação ou diluição (MAPA, 2009).
Em consonância com um produto já comercializado no mercado, o
produto final será a Água de Coco Integral em embalagem de 1000 mL,
apresentando a seguinte composição: água de coco integral e INS 223
(metabissulfito de sódio).

1.1. Processo de produção


1.1.1. Recepção da matéria-prima

Etapa de suma importância em diversos parâmetros, sendo que o


descumprimento ou a desconsideração das especificidades possui elevado
potencial de causar deficiências nas demais seções do processamento e
impactando negativamente o produto final e toda a linha produtiva (EMBRAPA,
2005).
Tabela 1. Potenciais adversidades durante a recepção da matéria-prima

Adversidade Materiais/equipamentos Função Efeito de descumprimento

Choques mecânicos Esteiras e rampas Minimizar ou eliminar as Rachaduras e contaminação


colisões mecânicas da microbiana nos cocos
fruta

Sujidades Solução de água com cloro Evitar acúmulo de Contaminação das demais
acumuladas na área (5ppm), detergente, esponjas, sujidades e o transporte etapas de processamento e
de recepção vassouras e rodos de sujeiras macroscópicas obtenção de produto final
e microscópicas para com segurança
demais seções microbiológica duvidosa

Acúmulo de frutas Local fresco com ventilação Acondicionamento similar Variações significativas no
no pico de safra (temperatura de 20 ºC), com de frutas evitando pH, brix, volume, da água de
proteção de sol e vento - alterações no pH da água coco culminando em
armazenamento adequado do coco e produtos finais com
durante 15 dias, caso seja consequentemente na sua discrepância considerável
refrigerado, 12ºC, os cocos podem vida de prateleira em aspectos físico-químicos
ser armazenados por 30 dias e sensoriais
FONTE: EMBRAPA, 2000

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1.1.2. Seleção das frutas

Durante a etapa de recepção, os cocos devem ser selecionados e


aqueles classificados como refugos devem ser separados para devolução ao
fornecedor, a fim de evitar problemas na qualidade do produto final e no
processamento (EMBRAPA 2005).
A seleção dos frutos se dá de forma visual e é realizada manualmente
(em esteiras ou rampas de aço inox) por funcionários treinados, responsáveis
pela etapa de recepção da fruta (EMBRAPA, 2005).

Tabela 2. Tipos de refugos em cocos e problemas previstos

Defeitos em cocos Problemas causados

Cocos excessivamentes verdes Alteração na qualidade final do produto e


dificuldade na padronização com solução de
sacarose

Cocos maduros Cocos em período de maturação completa não


apresentam volume de água no seu interior, ou
caso apresentem, esse volume é irrisório

Cocos com rachaduras Possibilidade de contaminação e presença de


microrganismos no interior da fruta

Cocos que apresentem deterioração Alteração nos aspectos físico-químicos da água de


coco, assim como na segurança microbiológica e
na qualidade sensorial do produto
FONTE: EMBRAPA, 2000

1.1.3. Lavagem dos cocos

Esse procedimento é composto por pré-lavagem, sanificação e enxágüe.


Trata-se de ponto de extrema importância para a produção de água de coco
visto que por fatores ambientais, os frutos acabam por transportar sujidades
macroscópicas (folhas, terra, galhos) e microscópicas como os microrganismos
EMBRAPA, 2005).
Essas sujidades se não forem devidamente removidas podem causar
defeitos ao longo do processamento até o produto final, trazendo
consequências tanto para o consumidor final quanto para a indústria
(EMBRAPA, 2005).
A tabela 2 que encontra-se abaixo apresenta de forma detalhada as três
etapas da lavagem com suas respectivas especificações.

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Tabela 3. Especificações das etapas de lavagem

Etapas da Objetivo da etapa Especificações do agente de Equipamentos


lavagem limpeza

Pré-lavagem Remoção de sólidos grosseiros, Solução de água potável com Lavador automático
carga microbiana de exposição cloro ativo (0,5 ppm) com esteiras
aos fatores ambientais

Sanificação* Redução da carga microbiana 50-100 ppm de cloro ativo, Tanque de solução
15-20 minutos sanificante para
25-50mL de hipoclorito de submersão dos cocos
sódio (7-10%) para 50 L de
água potável

Enxágue Remoção do excesso de cloro água potável com cloro ativo Esteira contínua com
dos cocos 0,5 ppm aspersores para
enxágue dos cocos
*Importante efetuar a correção do pH da solução de cloro ativo, seja com HCl ou NaOH, para
maximizar o efeito germicida da solução
FONTE: EMBRAPA, 2005

1.1.4. Abertura dos frutos

Anterior ao processo de abertura dos frutos, os cocos devem ser secos,


escorridos ou jateados com ar para retirar o excesso de água e conduzidos ao
estágio de extração (EMBRAPA, 2000).
Com o intuito de abrir a fruta, utiliza-se um equipamento de extração
contendo parte pontiaguda que seja capaz de perfurar a casca fibrosa do coco,
alcança seu conteúdo líquido interior e segue para o processo de filtração
(EMBRAPA, 2005).
É de suma importância ressaltar que o aço carbono para materiais de
perfuração devem ser evitados, pois reagem com taninos presentes na porção
fibrosa da casca da fruta, sendo assim deve-se empregar materiais inertes,
como nylon, polietileno, vidro, entre outros (EMBRAPA, 2005).

1.1.5. Extração

A extração ocorre logo após o processo contínuo e automatizado de


abertura do coco. Devido à alteração de coloração causada pelos fragmentos
de casca na água de coco que servem como substrato para reações
enzimáticas de polifenoloxidases a filtração ocorre junto à etapa de extração
(HENRIQUE, 2017).

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1.1.5.1. Cascas

As cascas são separadas para retirada da polpa da fruta e


direcionamento do resíduo (cascas) para destinos como produção de
cordoalha, estofamentos, beneficiamento de fibras, combustível para caldeiras,
tapetes e capachos (EMBRAPA, 2000)

1.1.6. Filtração

Com o intuito de remoção de porções e pequenos fragmentos de casca,


faz-se necessário o emprego de malhas capazes de removê-los para impedir
que o produto adquira coloração rosada, escurecida ou causando alterações
sensoriais no produto final. É ideal o emprego de peneiras com malhas finas,
abaixo de 0,3 mm de abertura e compostas de aço inox (EMBRAPA, 2005).

1.1.7. Formulação

A consistência das características organolépticas, físico-químicas são


imprescindíveis para mensurar a qualidade de todas as etapas do
processamento industrial de um produto, logo deve-se evitar distinções
significativas em lotes diferentes do mesmo produto (EMBRAPA, 2005).
A formulação deve ser conduzida em um tanque pulmão de aço
inoxidável. Lotes de cocos mais maduros podem ser misturados a lotes de
cocos mais verdes. O uso de aditivos (açúcares e ácidos orgânicos) também
poderá ser adotado para padronização do sabor. Além disso, dependendo do
produto, outras substâncias poderão ser adicionadas com a finalidade de inibir
reações de deterioração e aumentar a vida de prateleira. Em qualquer caso, o
rótulo não poderá apresentar a inscrição “produto 100% natural” (EMBRAPA
2005).
1.1.8. Pasteurização

A fim de aumento de vida de prateleira do produto, manutenção das


características físico-químicas, sensoriais e segurança microbiológica,
aplica-se o processo de pasteurização em temperatura equivalente a 90°C e
tempo de igual a 30 segundos com o intuito da inativação de parte das enzimas
e microorganismos (EMBRAPA, 2000).

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É válido ressaltar que o binômio tempo versus temperatura deve
apresentar otimização, devido aos atributos sensoriais do produto (ROSA;
ABREU, 2002, apud., QUEIROZ, 2015).
Ademais há expressivo incremento no tempo de validade da
água-de-coco quando é submetida ao tratamento térmico de pasteurização e
quando mantida sob refrigeração a 5ºC é de até 30 dias (SCHMITD et al.,
2004, apud., QUEIROZ, 2015).

1.1.9. Esterilização

Por se tratar de um produto de baixa acidez, propensa ao


desenvolvimento microbiano de esporos anaeróbios, o tratamento térmico mais
intenso, com temperatura mais elevada e menor intervalo de tempo, tem-se o
processo de esterilização que visa a garantia da esterilidade comercial da água
de coco (EMBRAPA, 2005).
O processo consiste no produto ser submetido a uma temperatura
equivalente a 140ºC, durante intervalo de tempo equivalente a 4 segundos
(ROSA; ABREU, 2000; ABREU; FARIA, 2007)

1.1.10. Envase asséptico

A água de coco já esterilizada é envasada em embalagens cartonadas


de 1000 mL através de processo automatizado. Nesse processo a equipe de
funcionários é devidamente treinada para suas atividades, com equipamentos
de proteção individual: protetor de ouvidos, luvas, roupas adequadas; não
oferecendo nenhum risco de contaminação ao produto e aos operadores. Além
disso, a equipe é avaliada com frequência, participando de palestras e diálogos
de conscientização (TEIXEIRA et al., 2005).

1.1.11. Armazenamento

Essa etapa deve ocorrer considerando os impactos no produto em salas


de armazenamento dentro de indústrias, sendo necessário manter a
temperatura ambiente (25 graus celsius), com UR controlada, sem perigos à
exposição direta da embalagem à vapores de água ou fontes de energia

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térmica. Com base no acondicionamento citado acima, a vida de prateleira da
água de coco esterilizada é equivalente a 180 dias (SUCUPIRA, 2016).

2. Fluxograma de processamento

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3. Especificações
3.1. Produto Final e Descrição da Matéria Prima Principal

A especificação da Água de Coco Integral 1L está apresentada nas


Tabelas 4, 5, 6, 7, 8 e 9.

Tabela 4. Especificação do Produto Final e descrição da matéria prima principal

Característica Descrição

Nome do produto Água de Coco Integral 1L

Descrição do Conforme a Instrução Normativa Nº 9, de 30 de janeiro de 2020,


Produto a água de coco é designada para a bebida produzida a partir da
parte líquida do fruto do coqueiro (Cocos nucifera L.),
processada adequadamente e que não passou pela
fermentação nem diluição. Segundo o mesmo artigo, água de
coco integral é o produto obtido sem adição de água, açúcares
e que apresenta a concentração natural do coco.

Descrição da Utiliza-se a parte líquida (endosperma) do fruto pertencente à


Matéria Prima espécie Cocos nucifera L. quando este atinge o estágio de
Principal maturação verde.

Legislação De acordo com a RDC n° 26, de 02 de julho de 2015 (ANVISA),


a água de coco não é considerada um alimento alergênico e
não possui riscos de contaminação cruzada em seu
processamento.

Composição do Água de coco integral e antioxidante INS 223.


produto NÃO CONTÉM GLÚTEN.

Vida de Prateleira Vencimento de 12 meses após a fabricação, devendo ser


mantido em local fresco, arejado e ao abrigo de luz. Após
aberto, manter sob refrigeração e consumir em até 24 horas.

Peso Líquido do 1L
Produto
FONTE: BRASIL (2015); BRASIL (2020);TIAL (2022); QUALICOCO (2022).

Tabela 5. Padrões sensoriais da Água de Coco Integral 1L

Característica Descrição

Aspecto Líquido translúcido

Cor Característica

Sabor Levemente adocicado

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Aroma Característica de coco
FONTE: QUALICOCO (2022).

Tabela 6. Dados nutricionais da Água de Coco Integral 1L

Porção de 200 mL (1 copo)

Quantidade por porção % VD (*)

Valor energético 44 kcal = 185 2


kJ

Carboidratos 11g 4

Sódio 25 mg 1

Potássio 320 mg **

Não contém quantidades significativas de proteínas,


gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e fibra
alimentar
(*) % Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou
8.400 kJ.
Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas
necessidades energéticas. (**) Valor diário não estabelecido
FONTE: QUALICOCO (2022).

Tabela 7. Padrões analíticos da Água de Coco Integral 1L

Parâmetro Mínimo Máximo

Graduação alcoólica em % em v/v a - 0,5


20ºC

pH 4,0 6,5

Sólidos solúveis em Brix 4,0 29

Potássio em mg/100mL 140 230

Sódio em mg/100mL 2 30
FONTE: BRASIL (2020).

Tabela 8. Padrões microbiológicos da Água de Coco Integral 1L

Parâmetro Metodologia Unidade VMP

Enterobacteriaceae/ Contagem em UFC/g 10²


mL Placas

10
Salmonella sp Contagem em UFC/25g ausente
Placas
FONTE: BRASIL (2019).

Tabela 9. Padrões físicos da Água de Coco Integral 1L

Parâmetro Unidade VMP

Sólidos solúveis à 20ºC ºBrix 5,2 a 6,0

Acidez % 0,30 a 1,50

pH - 4,7 – 5,4
FONTE: BRASIL (2020).

3.2. Embalagem

A especificação da embalagem utilizada na produção de Água de Coco


Integral 1L está apresentada na Tabela 10.

Tabela 10. Especificação da Embalagem

Característica Descrição

Tipo de material Embalagem cartonada de 1L

Dimensão 7,3 cm x 24,5 cm x 7,7 cm

Propriedades Mecânicas As embalagens de 1000 mL são armazenadas em


(Resistência) caixas de papelão contendo 12 unidades.

Capacidade 1000 mL

Peso Bruto 1087,4 g

Parâmetros de Cor A Tabela de Informação Nutricional deve ser


empregada em linhas e caracteres de cor preta e em
fundo branco.

Legislação Existente As embalagens cartonadas possuem diferentes


camadas. Geralmente, a camada que entra em contato
com o alimento é formada por material plástico, dessa
forma, esta camada deve cumprir o regulamento dos
materiais plásticos. Já as demais camadas, devem
seguir os regulamentos específicos para cada material,
de forma a impedir a migração de substâncias da
embalagem para o alimento.
FONTE: ROSA, M. de F.; ABREU, F. A. P. de. (2000); BRASIL (2020);TIAL (2022)

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4. Processos de qualidade e segurança
4.1. Lavagem dos cocos (concentração de cloro da solução)

A lavagem de cocos é fundamental para a diminuição da carga


microbiana e remoção das sujidades que podem afetar a qualidade sanitária do
produto final e levar a riscos de contaminações nas demais etapas (ROSA;
ABREU, 2000).

4.2. Formulação (pH e Brix)

Esta etapa é importante para uniformizar os valores de pH e o Brix da


água de coco, a relação brix/acidez tem uma grande influência no sabor
característico da água de coco no produto final (ROSA; ABREU, 2000). Além
disso, a adição de aditivos (ácidos orgânicos e açúcares) ajudam a prolongar a
sua vida de prateleira (ABREU et al., 2017).

4.3. Pasteurização (temperatura e tempo)

O tratamento térmico da água de coco tem a função de inativar as


enzimas polifenoloxidase e peroxidase que podem alterar as características
sensoriais do produto durante a sua estocagem, além disso, esse processo
contribui para a segurança do produto final, inibindo os microrganismos
patogênicos e deteriorantes (QUEIROZ, 2015).

4.4. Esterilização (temperatura e tempo)

A esterilização também tem como objetivo inativar as enzimas


polifenoloxidase e peroxidase e atingir a esterilidade comercial, isso é, inibir os
microrganismos patogênicos e deteriorantes que podem se multiplicar durante
o armazenamento e assim, garantir a segurança do produto final (QUEIROZ,
2015).

4.5. Armazenamento (temperatura 25ºC e UR 50%)

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O armazenamento deve ser realizado de forma adequada, em
temperatura ambiente de 25ºC e UR 50%, para que não ocorra a multiplicação
dos microrganismos que não foram inativados no tratamento térmico, além
disso, a umidade relativa têm influência na deterioração da embalagem
cartonada da água de coco, níveis maiores que 50% levam a diminuição da
resistência do material. (PEREIRA, 2014)

5. Itens de controle dos processos de qualidade e segurança

Para a etapa de lavagem de cocos, a concentração de cloro da solução


utilizada mostra-se um item de controle essencial, visto que esta será utilizada
na redução da carga microbiana da matéria-prima. Assim, conforme
apresentado na Tabela 2, é necessário que a pré-lavagem ocorra com solução
de água potável com cloro ativo (0,5 ppm). A sanificação, por sua vez, deve
ocorrer com solução de 50 a 100 ppm de cloro ativo e 25 a 50 mL de hipoclorito
de sódio (7 - 10%) para 50 L de água potável. Por fim, para o enxágue, a
solução deve apresentar 0,5 ppm de cloro ativo (EMBRAPA, 2005). Como itens
de verificação, tem-se a carga microbiana inicial da matéria-prima, que deverá
ser reduzida durante o processo, e a qualidade da água de lavagem a ser
utilizada na solução de limpeza.
A formulação, por sua vez, apresenta como itens de controle o pH e
Brix. As metas a serem atingidas compreende ao pH entre 4 - 6,5 e um brix de
4 - 29°. A depender do grau de maturação de cocos, pode haver a mistura de
lotes de frutas mais maduras com lotes de cocos mais verdes e o uso de
aditivos para padronização do sabor, do pH e da concentração de sólidos
solúveis presentes no produto (EMBRAPA, 2005).
Tanto para a etapa de pasteurização quanto de esterilização, o principal
item de controle a ser atingido compreende a temperatura, cujas metas a
serem atingidas são 90°C e 140°C, respectivamente (EMBRAPA, 2000; ROSA;
ABREU, 2000; ABREU; FARIA, 2007). Os itens de verificação, por sua vez,
correspondem à manutenção dos equipamentos a serem utilizados no
processo, assegurando seu funcionamento correto; além da utilização de mão
de obra qualificada, permitindo a condução correta das etapas.

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Por fim, no que concerne ao armazenamento do produto final, a
estocagem em temperatura ambiente (25°C) mostra-se um item de controle
fundamental, visto que temperaturas inadequadas podem favorecer o
crescimento de micro-organismos que não foram alvos do processamento
térmico. Assim, pode-se citar como itens de verificação o clima e adequação do
local, sem fontes de calor ou umidade.
A tabela 4 apresenta um resumo das informações anteriores, a fim de
facilitar a visualização dos processos de qualidade e segurança e seus
respectivos itens de controle e de verificação.
Tabela 11. Itens de controle e verificação dos processos de qualidade e segurança

Processo de Qualidade Item de


Meta Item de verificação
e Segurança controle

Concentração 50-100 ppm cloro Carga microbiana inicial do coco;


Lavagem
de cloro ativo Qualidade da água de lavagem;

pH = 4 - 6,5 Grau de maturação do coco;


Formulação pH e Brix
Brix = 4 - 29° Uso de aditivos;

Binômio
T = 90ºC Manutenção da máquina;
Pasteurização Temperatura -
t = 30 segundos Mão de obra qualificada;
tempo

Manutenção da máquina;
Esterilização Temperatura T = 140°C
Mão de obra qualificada;

Clima;
Armazenamento Temperatura T = 25°C
Local para estocagem.
FONTE: Os autores (2022).

6. Referências bibliográficas

ABREU, F. A. P. de.; SOUZA, A. C. R. de. Água de Coco Pasteurizada


em sistemas HTST: Fabricação em Pequenas e Médias Escalas de
Processamento. Fortaleza, Ceará. 2017.

BRASIL. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 9, DE 30 DE JANEIRO DE


2020. Diário Oficial da União: Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
[s. l.], 30 jan. 2020. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-9-de-30-de-ja
neiro-de-2020-240823537>. Acesso em: 27 abr. 2022.

14
BRASIL. INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 60, DE 23 DE DEZEMBRO DE
2019. Diário Oficial da União: Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
[s. l.], 23 dez. 2019. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-60-de-23-de-d
ezembro-de-2019-235332356>. Acesso em: 29 abr. 2022.

BRASIL. Materiais em contato com alimentos: Gerência geral de


alimentos. Perguntas & Respostas, Brasília, n. 5, p. 33, 6 mar. 2020.
Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimento
s/perguntas-e-respostas-arquivos/embalagens-materiais-em-contato-co
m-alimentos.pdf. Acesso em: 21 abr. 2022.

BRASIL. RESOLUÇÃO RDC N° 26, DE 2 DE JULHO DE 2015. Diário


Oficial da União: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, [s. l.], 2 jul.
2015. Disponível em:
<https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal
/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/resolucao-rdc-no-26
-de-2-de-julho-de-2015.pdf/view6>. Acesso em: 29 abr. 2022.

CABRAL, L. M. C.; PENHA, E. M.; MATTA, V. M. Água de coco verde


refrigerada. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília - DF, 2005.
Disponível em:
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/11868/2/00076150.
pdf>. Acesso em: 30 abr. 2022.

PEREIRA, J. Caixas de papelão Ondulado em artigos. Revisão.


ABPO, p. 189 -190, 2014.

HENRIQUE, M. Processo produtivo da água de coco verde (Cocus


nucifera L.). Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia Química. Natal - RN,
Junho, 2017. Disponível em:
<https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/38821/2/Processoprodut
ivo_Monografia.pdf>. Acesso em: 01 mai. 2022.

QUALICOCO. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA ÁGUA DE COCO


INTEGRAL. Qualicoco, 2022. Disponível em:
<https://qualicoco.com.br/produto/agua-de-coco-qualicoco/tecnica/>.
Acesso em: 20 de abr. de 2022.

QUEIROZ, N. M. Efeitos da ação combinada da alta pressão e


temperaturas moderadas e adição de antioxidante sobre água de
coco. Orientador: Prof. Dr. Roger Darros-Barbosa. 2015. 102p.

15
Dissertação (Mestrado em Engenharia e Ciência de Alimentos) - Instituto
de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual
Paulista, São José do Rio Preto, 2015. Disponível em:
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/154705/000868975.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 02 mai. 2022.

ROSA, M. de F.; ABREU, F. A. P. de. Água de coco: Métodos de


conservação. Fortaleza: Embrapa. Ceará. 2000.

TIAL. Especificação da água de coco 1 litro. Tial, 2022. Disponível


em: <https://tial.com.br/produto/agua-de-coco-1-litro/>. Acesso em: 20
de abr. de 2022.

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