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YASMIM ASSUNÇÃO MUNIZ

RELATÓRIO CIENTÍFICO: ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO


QUÍMICA DOS GRÃOS, DETERMINAÇÃO DO TEOR DE
ÁGUA, PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS.

LAVRAS – MG

2019
SUMÁRIO

1. RESUMO..................................................................................................... 1
2. INTRODUÇÃO........................................................................................... 1
3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................... 2
3.1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS GRÃOS............. 2
3.2. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁGUA........................................ 3
3.3. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS....................................... 4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 6
4.1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS GRÃOS.............. 6
4.2. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁGUA......................................... 8
4.3. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS........................................ 10
5. CONCLUSÃO............................................................................................ 13
5.1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS GRÃOS................ 13
5.2. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁGUA.......................................... 13
5.3. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS.......................................... 13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................... 13
7. ANEXO 1.................................................................................................... 15
1. RESUMO

O Armazenamento no Brasil ainda apresenta várias falhas prejudicando assim a


capacidade de escoamento da produção brasileira de grãos, alguns conhecimentos bases
são fundamentais para que o armazenamento de produtos seja eficiente, são eles
determinar estrutura e composição química dos grãos, teor de água e propriedades
físicas dos grãos. O objetivo deste trabalho foi determinar estrutura e composição
química dos grãos, teor de água e propriedades físicas dos grãos de miho (Zea Mays),
arroz com casca (Oryza sativa L.), café (Coffea arabica), feijão (Phaseolus vulgaris) e
soja (Glycine Max). As aulas práticas foram conduzidas na Universidade Federal de
Lavras, utilizando diferentes equipamentos para a determinação do teor de água e para a
caracterização das propriedades físicas. O grão de milho apresenta sua principal
constituição o endosperma amiláceo, os grãos de café e soja são constituídos
principalmente do cotilédone. O método de capacitância apresentou o melhor resultado
para a determinação do teor de água, todos os métodos apresentaram variação acima da
descrita na Regra para Analise de Sementes. A analise digital de imagens, por meio do
software, AutoCad é um método eficiente para caracterizar algumas propriedades
físicas.

2. INTRODUÇÃO

A expansão da fronteira agrícola e o aumento na produtividade de grãos no Brasil têm


proporcionado o crescimento continuo da necessidade de locais adequados para
armazenar os produtos com eficiência e preservando a sua qualidade. No Brasil, várias
são as falhas quando abordamos a questão da armazenagem de grãos, tais como: falta de
silos adequados; limpeza incorreta das instalações; secagem dos grãos mal realizada,
transporte inadequado e diversos outros fatores ligados à armazenagem, além da
estrutura inadequada, tem um sistema ferroviário e hidroviário com pouca capacidade
de escoamento e estradas em péssimas condições, ocasionando filas quilométricas nos
portos. (FIMACO, 2018) , (IFOPE, 2019).

O conhecimento da estrutura e composição química dos grãos, teor de água e


propriedades físicas é fundamental para que ocorra uma armazenagem eficiente. De
acordo com a composição química de um grão, seu teor de água de armazenamento será
diferente de outro, é o que acontece com as amiláceas, como arroz e milho e
oleaginosas, como soja, amendoim e girassol. As amiláceas apresentam o amido como
principal carboidrato de reserva, e as oleaginosas têm os lipídeos como substância de
reserva predominante e as sementes protéicas têm as proteínas como principal fonte de
reserva, o amido contém mais sítios de ligação para a água quando comparado ao óleo,
diminuindo assim a água livre para sofrer reações para um mesmo teor de umidade, por
isso os grãos de oleaginosas devem ser armazenados com um teor de umidade menor do
que os grãos de amiláceas. Outras características químicas das sementes também afetam
diretamente a industrialização. (Notas de aula, 2019), ( SILVA, 2000).

O teor de água é uma das principais características para a eficiência do armazenamento,


é um dos fatores que podem variar a intensidade da respiração e por conseguinte, a
perda de elementos nutritivos. A umidade dos grãos também é um fator importante para
que se diminua os danos causados com a colheita mecanizada e a deterioração do
causada pela armazenagem, afetando também na incidência de patogênos. A
determinação do teor de água pode ser feita por métodos diretos: em que a água é
retirada do material, como a estufa e a destilação e métodos indiretos em que o teor de
água é quantificado sem a sua retirada, como os métodos de capacitância elétrica e de
condutividade elétrica, mais utilizada em campo e nas usinas de beneficiamento. (Notas
de aula, 2019), ( SILVA, 2000), (COMPANHIA ESTADUAL DE SILOS E
ARMAZÉNS, PORTO ALEGRE, 1974).

As propriedades físicas dos grãos constituem as bases para a construção e adaptação das
máquinas de limpeza, de secagem e de beneficiamento além de ser o fator utilizado para
a separação dos grãos nas usinas e retirado das impurezas. O objetivo deste trabalho foi
determinar estrutura e composição química dos grãos, teor de água e propriedades
físicas dos grãos de miho (Zea Mays), arroz com casca (Oryza sativa L.), café (Coffea
arabica), feijão (Phaseolus vulgaris) e soja (Glycine Max)

3. MATERIAL E MÉTODOS

1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS GRÃOS

As aulas práticas foram realizadas no departamento de Engenharia Agrícola, da


Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG. Os grãos utilizados foram de miho (Zea
Mays), café (Coffea arabica) e soja (Glycine Max) para a determinação das estruturas e
composição química dos grãos.

Estrutura

É a disposição dos elementos constituintes da semente/grão, as sementes de


monocotiledôneas (milho) são composta basicamente de pericarpo, endosperma e
embrião e dicotiledôneas (soja e café) são basicamente formadas de tegumento, eixo
embrionário e cotilédone (SILVA, 2000), (ELIAS, OLIVEIRA & VANIER, 2017)

Para a determinação da estrutura foram utilizados 3 a 4 grãos de cada espécie. Por meio
de observação foi caracterizada a estrutura externa e após um corte longitudinal com
navalha, a estrutura interna.

Composição Química

É a proporcionalidade relativa aos componetes presentes no grão, as principais


substâncias armazenadas pelas sementes são os carboidratos, lipídeos e proteínas.
(SILVA, 2000)

Para caracterização da composição química foram utilizados os grãos de milho. Os


grãos foram cortados longitudinalmente e colocados em solução de IKI Lugol por 2 a 3
minutos e SUDAN III por 20 a 30 minutos. O lugol colore tecidos ricos em amido de
azul e o Sudan colore tecidos ricos em óleos de vermelho.
2. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁGUA

As aulas práticas foram realizadas no departamento de Engenharia Agrícola, da


Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG. Os grãos utilizados foram de miho (Zea
Mays), arroz com casca (Oryza sativa L.), café (Coffea arabica) e feijão (Phaseolus
vulgaris) e o teor de água foi determinado por meio do método da estufa como
referência para comparação com os métodos alternativos de determinação, sendo eles:
condutividade elétrica para feijão, destilação para café e capacitância elétrica para milho
e arroz. Os dados foram analisados pelo progama SisVar, submetidos a analise de
variância das médias pelo Teste de Turkey a 5% de probabilidade.

Método da Estufa

A metodologia escolhida como testemunha foi a de estufa a 105± 3°C por 24 horas,
segundo as recomendações da RAS, equivalente para todas as espécies utilizadas no
experimento. O método de retirada de água é direto, com a água sendo retirada sob
vapor em condições controladas (BRASIL, 2009), (Notas de aula, 2019). Foram feitas
duas repetições para cada uma das espécies e utilizada a equação de base úmida
expressa abaixo para o cálculo do teor de água.

100 (P–p)
% de Umidade (U) = -----------------
P–t
Onde:
P = peso inicial, peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente
úmida;
P = peso inicial, peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente
úmida;
p = peso final, peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente
seca;
t = tara, peso do recipiente com sua tampa (BRASIL, 2009, p. 315).

Método de Condutividade Elétrica

Utilizou-se um aparelho de chamado popularmente de Universal, para a determinação


de água dos grãos de feijão, com duas repetições. O método é indireto, pela
condutividade elétrica que passa pelos grãos é possível determinar a umidade, o
equipamento gera sua própria corrente e é equipado com um termômetro.
(COMPANHIA ESTADUAL DE SILOS E ARMAZÉNS, PORTO ALEGRE, 1974),
(Notas de aula, 2019). A determinação levou em torno de 5 minutos.

Método de Destilação

O aparelho utilizado foi um destilador para medir o teor de água dos grãos de café. O
Método é direto, a remoção dá água é feita pelo aquecimento dos grãos em um líquido
não miscível e com ebulição superior a água. (COMPANHIA ESTADUAL DE SILOS
E ARMAZÉNS, PORTO ALEGRE, 1974). Foi feita uma repetição e o óleo escolhido
foi o de soja, a determinação levou em torno de uma hora e trinta minutos.

Método de Capacitância Elétrica

É um método indireto, mede a constante dielétrica da amostra, é necessário selecionar o


grão a ser medido no aparelho, neste caso o G600 (Notas de aula, 2019). Foi utilizado
para determinar o teor de água do arroz e do milho, com três repetições para cada, a
determinação é instantânea.

3. PROPRIEDADES FÍSICAS

As aulas práticas foram realizadas no departamento de Engenharia Agrícola, da


Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG. Os grãos utilizados foram de miho (Zea
Mays), arroz com casca (Oryza sativa L.), café (Coffea arabica), feijão (Phaseolus
vulgaris) e soja (Glycine Max) para a determinação das propriedades físicas: tamanho,
forma, ângulo de repouso estático, massa específica aparente ( 𝜌ap), massa específica

real (𝜌r) e porosidade (ε).

Tamanho

O tamanho é determinado pelos eixos perpendiculares formados no grão, quanto mais


irregular mais medições devem ser aferidas. É uma característica especifica de cada
grão e é determinada geneticamente e pode ser influenciada pelo ambiente (SILVA,
2008). A determinação do tamanho foi realizada com os grãos de milho, que são grãos
irregulares, portanto deve-se determinar comprimento, largura e espessura (Notas de
aula, 2019). Foi realizada utilizando um paquímetro digital, com 10 repetições e o
cálculo do desvio padrão e coeficiente de variação.

Forma

A forma também é uma caracterítica genética influenciada pelo ambiente, diferente do


tamanho é a comparação com um formato padrão, como uma esfera, cilindro, oval.
(SILVA, 2008). A forma foi determinada utilizando o software AutoCad, para os grãos
de feijão, milho soja, arroz e café, por meio de fotografias digitalizadas dos mesmos,
uma repetição para cada grão. A esfericidade e circularidade foram calculadas pelas
seguintes equações, respectivamente:

Esfericidade (E)

di

E= ----------------

dc’
Onde:
di= diâmetro interno do círculo inscrito
dc’= diâmetro do menor círculo circunscrito

Circularidade (C)

Ap

C= ----------------

Ac

Onde:

Ap= área projetada do grão em posição natural de repouso

Ac= área do menor circulo inscrito.

(Notas de aula, 2019)

Ângulo de Repouso Estático

É ângulo máximo formado pela inclinação da superfície lateral com relação a


horizontal, é influenciado pela espécie, teor de umidade, forma, tamanho e outras
variáveis (SILVA, 2008). O ângulo de repouso estático foi determinado para os grãos
de café, o equipamento utilizado foi um prisma com abertura lateral, enche-se com os
grãos e a lateral é aberta até que os grãos parem de cair, medindo-se o comprimento e a
altura. O ângulo de repouso pode ser determinado pela equação abaixo.

α= arctg (H/C)

Onde:

α= é igual ao ângulo de repouso estático.

H= é a altura dos grãos após a parada.

C= comprimento do prisma

(Notas de aula, 2019)

Massa Específica Aparente (𝜌ap)

A massa espécifica aparente pode ser definida como a razão entra a massa de um
determinado grão e o volume deste grão, incluindo o espaço entre eles (poros), deve ser
expressa em kg/m³. (SILVA, 2008). Foi determinada a massa específica aparente dos
grãos de feijão, utilizando um determinador de massa específica. Os grãos são
derramados no recipiente de volume conhecido, neste caso 125 ml, então se deve pesar
a massa de grãos que permaneceu até a boca do recipiente sem que seja feita
compressão e calcular a razão entre o volume e massa, foram feitas 3 repetições.
Massa Espécifica Real (𝜌r)

Difere da massa específica aparente, pois não são contabilizados os poros. É calculada
pela razão entre a massa e o volume de um produto, expressa em g/cm³. Utilizou-se uma
um balão volumétrico e uma proveta para a determinação da massa especifica real de
grãos de soja, primeiramente aferiou o balão com a proveta de 100ml, pesou-se uma
quantidade conhecida de grãos, adicionou os grãos ao balão e completou até 100 ml
com óleo de soja, determinou-se a massa especifica pela diferença entre o volume
utilizado de óleo e o volume dos grãos.

Porosidade (ε)

A porosidade é razão entre o volume ocupado pelo ar em uma massa de grãos e o


volume da própria massa, o resultado é dado em porcentagem (SILVA, 2008). A
porosidade foi determinada para os grãos de arroz, utilizando uma proveta de 50ml
preenchida com grãos (1), uma proveta com 50 ml de óleo (2), a proveta (1) com grãos
é preenchida com o óleo da proveta (2), pela quantidade de óleo utilizada é possível
determinar volume do spaço poroso.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS GRÃOS

Na figura 1 é possível ver a estrutura interna e externa do grão de milho.

Figura 1 - vista externa e interna do grão de milho, respectivamente .

Externamente, o grão de milho é caracterizado pelo presença do tegumento que envolve


todo o grão, embrião e a ponta preta presentes na base e a cutícula, cera de proteção.
Internamente, o grão de milho é constituido principalmente do Endosperma, que pode
ser farináceo: os gránulos de amido encontram-se dispersos no endosperma, com
espaços entre as estruturas e o endosperma vitrío: onde os granulos encontram-se
circundados pela matriz proteíca. Além disso, o embrião é formado pelo eixo
embrionário (coleoptilo,plúmula, mesocotilo e radícula) + a coleoriza, escutelo
(cotilédone maciço), camada de aleurona (reserva) e pericarpo + tegumento (Notas de
aula, 2019), ( PAES, 2006), ( ELIAS, OLIVEIRA & VANIER, 2017).

Na figura 2 é possível ver a estrutura externa e interna do grão de soja, respectivamente.

Figura 2- vista externa e interna do grão de soja, respectivamente

Externamente, é possivel ver o tegumento, protuberancia do eixo embrionário e o hilo.


Internamente, a principal estrutura é o cotiledone, que acumula principalmente amido,
lípideos e proteínas diferenciando-se do endosperma em que é acumulado
principalmente energia (amido). Além disso, o é possivel observar internamente o
epicotilo, nó cotiledonar, hipocotilo, plumula e radícula. (Notas de aula, 2019),
( ELIAS, OLIVEIRA & VANIER, 2017).

Na figura 3 é possível observar o fruto, com as estruturas descritas, e o grão de café.

Figura 3- fruto e grão de café, respectivamente. FONTE: google imagens


O Exocarpo é o tecido mais externo, exibe coloração verde até a maturação em que a
coloração se torna vermelha, o mesocarpo é a camada intermediaria rica em mucilagem
e o endocarpo é composto principalmente de celulose, hemicelulose e lignina. As
sementes são formadas pela película prateada (pericarpo), endosperma e embrião, a
composição do endosperma é quem apresenta a maior parte dos composto responsáveis
pela qualidade de bebida. (Notas de aula, 2019), ( CORREIA, 2015)

Na figura 4, é possível observar os grãos de milho coloridos com IKI Lugol e Sudan II.

Figura 4 - grãos de milho coloridos com Sudan III e IKI Lugol, respectivamente.

Pela coloração das estruturas internas do grão de milho, é possível observar o embrião
colorido de vermelho, indicando sua constituição principalmente lipídica. O
endosperma encontra-se colorido de azul, indicando que a sua principal constituição PE
de amido, segundo Paes, 2006 o endosperma é constituído de 88% de amido e o
embrião por 83% de lipídeos (óleos e vitamina E).

2. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁGUA

Os resultados obtidos nas medições de teor de água estão apresentados na tabela 1,


tabela 2, tabela 3 e tabela 4.
Tabela 1: TEOR DE ÁGUA DE GRÃOS DE CAFÉ, ARROZ, MILHO E FEIJÃO:
MÉTODO DA ESTUFA
Amostra Massa Cápsula + Cápsula+ Teor de água Teor de água
cápsula + tara +massa tara + massa (% b.u.) médio (%
tampa (g) inicial final b.u.)
Café 21,7931 27,0836 26,5544 10,0028353 9,99139889
22,7268 27,3681 26,9049 9,97996251  
Arroz 16,6473 22,4887 21,4161 18,3620365 18,4387709
21,7565 25,9357 25,1619 18,5155054  
Milho 22,1147 27,5877 26,9244 12,1194957 12,2447876
16,0406 21,5151 20,8379 12,3700795  
Feijão 23,2756 28,3643 27, 7590 11,894983 11,9418871
22,4744 27,5775 26,9657 11,9887911  

Tabela 2- Determinação do Teor de Água de Grãos de Feijão: Método de


Condutividade Elétrica
Amostra Massa (g) U (%) U (%) médio
Feijão 50,0565 12,7 12,75
50,0261 12,8

Tabela 3- Determinação do Teor de Água de grãos de Millho e Arroz : Método de


Capacitância Elétrica
Amostra U (%) Média
Milho 12,5 12,53
12,7
12,4
Arroz 18,9 18,76
18,7
18,7

Tabela 4- Determinação do Teor de Água de Grãos de Café: Método da Destilação


Amostra Peso proveta Peso café (g) Peso final da U (%)
(g) proveta (g)
Café 31,8356 100 42,89919 11,16

Na Tabela 5, estão apresentadas as comparações entre a testemunha, método da estufa,


com os outros métodos aplicados para cada uma das espécies de grãos analisadas. Todas
as espécies apresentaram diferença significativa entre os métodos. É possível observar
que pela variação percentual, o método com a maior variação foi da destilação para
sementes de café e o método que menos variou foi o de condutividade elétrica para
arroz e milho.

Tabela 5- Comparação do Teor de Água dos grãos (Café, Arroz, Milho e Feijão) entre o
Método da Estufa e os Outros Métodos aplicados
Café Arroz Milho Feijão
Estufa 9,99 a 18,43a 12,24a 12,75a
Outros métodos 11,16b 18,76b 12,53b 11,94b
Diferença + 1.17 + 0.33 +0,29 -0,91
% +11% +1,7% +2,4% -6,3%
CV (%) = 0

Tabela 5: i Médias seguidas de letras diferentes diferem entre si na coluna diferem entre
si, pelo Teste de Turkey a 5% de probabilidade.
Moritz et al, 2012 também encontrou resultados similares de variação entre as
comparações entre os métodos de determinação de teor de água para sementes de milho,
obtendo os melhores resultados com o método de capacitância.

Segundo as Regras para Analise de Sementes (RAS), a variação de até 0,5% é o


permitido, caso esteja acima é necessário fazer a calibração dos métodos. Sarmento et
al, obteve sucesso na utilização do método de capacitância elétrica para determinar o
teor de água de sementes de milho e feijão.

Nota-se também que para sementes de café o método de estufa a 105°C por 24horas,
não é o método utilizado internacionalmente, o método de 105°C por 16 horas , segundo
a ISO6673 é o método de referencia internacional usado atualmente. Desta forma, é
necessário uma maior quantidade de repetições e a calibragem dos equipamentos para
aferir um estudo mais aprofundado sobre a precisão na utilização dos mesmos.

3. PROPRIEDADES FÍSICAS

Na tabela 6 estão apresentados os resultados da determinação de grãos de milho


utilizando um paquímetro digital, além da média, desvio padrão e coeficiente de
variação e na tabela 7 apresentam-se os resultados obtidos pela analise de imagens dos
grãos de milho, café, feijão, arroz e soja (Anexo 1) e calculo da esfericidade e
circularidade de cada grão.

Tabela 6: Determinação do Tamanho de Grãos de Milho utilizando o Paquímetro

Comprimento Largura (mm) Espessura (mm)


(mm)
Repetição 1 12,52 9,83 4,75
Repetição 2 12,71 9,35 4,53
Repetição 3 10,53 7,53 3,82
Repetição 4 9,20 7,67 4,91
Repetição 5 9,95 8,39 4,11
Repetição 6 12,23 7,92 4,10
Repetição 7 11,48 8,31 4,00
Repetição 8 11,44 9,03 4,35
Repetição 9 9,75 8,44 3,90
Repetição 10 11,02 7,72 5,67
Média: 11,083 8,419 4,414
Desvio Padrão: 1,212381 0,769782798 0,570909606
CV (%) 10,939105 9,143399426 12,93406447
Tabela 7: Forma dos Grãos de Milho, Café, Feijão, Arroz e Soja utilizando o software
AutoCAD
AMOSTRA AP AC Øinscrito Øcircunscrito Circularidade Esfericidade
(mm²) (mm²) (mm) (mm)
Milho 71,3510 114, 7,62 12,06 0,636096 0,6318408
1701
Café 51,6289 69,3718 7,01 9,4 0,744235 0,74574468
Feijão 49,1648 76,9346 6,12 9,9 0,639047 0,61818182
Arroz 19,2608 72,6474 2,6 9,62 0,265127 0,27027027
Soja 31,5671 35,6722 5,95 6,74 0,884922 0,88278932

Observa-se que o Coeficiente de Variação apresentou valores baixos, o que indica uma
homogeneidade entre o tamanho dos grãos de Milho. Guedes, 2010 achou valores
similares de média para os parâmetros de comprimento, largura e espessura utilizando
um paquímetro. ( GUEDES, M.A, 2010)

Em ordem crescente, a esfericidade dos grãos foi de arroz, feijão, milho, café e soja e
para a circularidade temos arroz, milho, feijão, café e soja. É possível observar uma
similaridade entre os dois índices, os resultados são coerentes aos esperados se levar em
consideração o formato dos grãos analisados, com destaque para a soja com o formato
muito próximo ao circular e o arroz, com um formato alongado bem distante do mesmo.

A uniformidade no tamanho da semente é uma característica muito desejada, pois está


ligado ao vigor e a formação de um bom stand de plantas na semeadura. Além de que
para os grãos, a uniformidade facilita nos processos de beneficiamento, como secagem,
nas séries de escolhas de peneiras, agilizando o processo. ( CARVALHO &
NAKAGAWA, 2000)

As medidas de forma e tamanho foram alcançadas de forma satisfatório pelo


processamento de imagens para sementes de milho, feijão e soja, em comparação com
métodos tradicionais como o paquímetro segundo Guedes, 2010.

Na tabela 8, temos a reprodução dos resultados obtidos ao calcular o ângulo de repouso


de grão de Café, o desvio padrão e o coeficiente de variação.

Tabela 8: Ângulo de Repouso Estático de Grãos de Café

Comprimento (cm) : 34
Altura(cm): Ângulo
Repetição 1 23,0 34 °4’
Repetição 2 23,0 34° 4 ‘
Repetiçaõ 3 22,5 33°29’
Média dos 33° 52’
Ângulos:
Desvio 0,3348632
Padrão:
CV (%): 0,98838

O valor do coeficiente de variação indica uma uniformidade no resultados.

Tabela 9 : Massa específica aparente de Grãos de Feijão ( kg.m-3)


Repetição 1 576,576
Repetiçaõ 2 593,2528
Repetição 3 588,172
Média 586,000
Desvio Padrão: 8,54787891
CV (%): 1,45868241
O valor do coeficiente de variação indica uma uniformidade no resultados,

A tabela 10 apresenta o resultado da massa especifica real aferida dos grãos de soja.

Tabela 10: Massa específica real de Grãos de Soja

Massa de grãos : 16,7521 g


Balão volumétrico 1 : 61,6763 g
Balão volumétrico 2 : 64,2070 g
Balão 2 + 100ml de óleo: 156,0397 g
Balão 1 + grãos + óleo : 157,0363 g
Massa específica real: 1,163 g/cm³

A tabela 11 apresenta os resultados de porosidade dos grãos de arroz.

Tabela 11 : Determinação da Porosidade (ε ) da massa de grãos de Arroz


Volume da proveta (volume de grãos): 50ml
Volume de óleo: 23 ml
Porosidade: 54%

As determinações de massa específica real de grãos de soja e porosidade dos grãos de


arroz necessitam de mais repetições para se tirar maiores conclusões.

As propriedades físicas são fortemente influenciadas pelo teor de água dos grãos, efeito
visto em vários trabalho com café (CORREIA et al, 2015), soja (Jesus et al,2013),
(Botelho et al, 2015) e outros.
5. CONCLUSÕES

Em linhas gerais, todas as propriedades analisadas neste relatório são de grande


importância para o estudo da armazenagem de produtos agrícolas e relacionam-se entre
si, seu conhecimento é necessário para um avanço nas estruturas de beneficiamento e
armazenagem no Brasil.

1. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS GRÃOS

A semente de milho é formada principalmente por endosperma, característica das


monocotiledôneas e as sementes de soja e café pelo cotilédone, características das
dicotiledôneas. Os grãos de milho apresentam um endosperma constituído
principalmente de amido e um embrião constituído de óleo.

2. TEOR DE ÁGUA

Os métodos apresentaram diferenças significativas em relação a testemunha, a variação


percentual encontrou-se acima do permitido pela RAS para todas as espécies e todos os
métodos utilizado, o método de Capacitância Elétrica obteve os melhores resultados.
3. PROPRIEDADES FÍSICAS

Os grãos de milho apresentaram uniformidade em seu tamanho, a forma avaliada pelo


Auto CAD apresentou resultados satisfatórios para todos os grãos. As propriedades
físicas são fortemente influenciadas pela umidade do grão.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A evolução da armazenagem de grãos no Brasil. FIMACO, 16, novembro de 2018.


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