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Porosidade intergranular de produtos agrícolas

Article  in  Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais · June 2002


DOI: 10.15871/1517-8595/rbpa.v4n1p79-93

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4 authors, including:

Mario Eduardo Mario Cavalcanti Mata


Universidad de Ciencias y Artes de Chiapas (UNICACH), Tuxtla Gutiérrez, Chiapas Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
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M.E.M. Duarte
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.1, p.79-93, 2002 79

POROSIDADE INTERGRANULAR DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

Mario Eduardo Rangel Moreira Cavalcanti Mata1, Maria Elita Martins Duarte2

RESUMO

A porosidade intergranular de um produto agrícola é entendida como os espaços aleatórios formados


pelo agrupamento desse produto em um volume pré-determinado, constituindo-se em uma
característica física do material. O conhecimento dessa característica física é importante em várias
operações unitárias na linha de processos de uma Agroindústria. Dentre outros processos, pode-se citar
a secagem e a aeração de grãos e o resfriamento e o congelamento de frutas. Assim, diante de sua
importância o objetivo do presente trabalho é descrever sobre a porosidade intergranular que ocorre
nos produtos agrícolas necessários aos diferentes processos, sua maneira de determiná-la e alguns
equipamentos simples que podem ser confeccionados.

Palavras-chave: característica física, espaço intergranular

AGRICULTURAL PRODUCTS INTER-GRANULAR POROSITY

ABSTRACT

An agricultural product inter-granular porosity is understood as the random spaces which are formed
by the grouping of that product in a pre-certain volume. It’s a physics characteristic of the material.
The knowledge of that physical characteristic is important in several unitary operations in the
processes line of an Agro-industry. Among other processes, it can be mentioned the drying and the
aeration of grains and the cooling and the freezing of fruits. Thus, before its importance, the objective
of the present work is to describe the inter-granular porosity that happens in the agricultural products
which are necessary to the different processes, it way to determine it and some simple equipments that
can be made.

Keywords: physics characteristic, inter-granular space

INTRODUÇÃO tamanho de determinada precisão, e esses


fatos, com certeza, levará muitos anos para
Os materiais biológicos têm algumas que isso possa acontecer, e se isso algum dia
características físicas que são empregadas no for possível de acontecer, serão para alguns
desenvolvimento de projetos de máquinas e casos isolados.
equipamentos, contudo torna-se necessário Essa imprecisão é causada por inúmeros
levar em conta que um material biológico não fatores que interferem no processo produtivo
tem a uniformidade de produtos de um material biológico, dentre eles pode-se
confeccionados e moldados pela indústria citar a variedade dos produtos (sementes), sua
química, mecânica e ou elétrica, pois, até o posição e forma de crescimento na planta mãe,
momento, para a Ciência Biológica, não foi a variabilidade do clima, a fertilidade do solo e
possível de produzir produtos com forma e as práticas agrícolas empregadas.

_______________________________
1
Professor Dr. do Departamento de Engenharia Agrícola, UFPB, Av. Aprígio Veloso 882 CEP 58.109-970, Campina Grande,
Paraíba, E-mail: mmata@deag.ufpb.br
2
Professora Dra. do Departamento de Engenharia Agrícola, UFPB, Av. Aprígio Veloso 882 CEP 58.109-970, Campina Grande,
Paraíba, E-mail: elita@deag.ufpb.br
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Essas variações tornam o estudo das apenas, diminuir, no entanto ocorrem outros
características físicas dos materiais biológicos possíveis erros como a possibilidade de
difíceis de serem consideradas com determina- absorção de água pelo produto.
das padronagens. Para evitar esta absorção de água é que
No entanto, é necessário considerar que Loperzen utilizou o tolueno em suas medições
é possível otimizar os processos de Engenharia de porosidade intergranular, no entanto, o uso
para empregá-los na produção agrícola, sendo deste líquido continuou não evitando os outros
que esta otimização pode se dar em níveis erros já supracitados.
adequados, para que sejam evitados os Como os líquidos não foram
desperdícios dos alimentos, possibilitando a considerados satisfatórios para medir a
formação e a evolução de novos projetos de porosidade intergranular de produtos agrícolas,
máquinas e equipamentos. Nesse contexto, o alguns pesquisadores iniciaram trabalhos,
conhecimento da porosidade intergranular de utilizando gases como veículo de medição.
um produto, entendido como uma das suas Assim, Gustafson e Hall (1972),
características físicas, é de suma importância, utilizaram um picnômetro de comparação
pois ela está inserida no dimensionamento de Hélio-ar conjugado com uma bomba a vácuo,
várias estruturas como silos, containeres, para determinar a porosidade do milho,
caixas, embalagens, unidades transportadoras, variedade Dekalb XL-66.
além de estar contida dentro dos estudos da A porosidade foi obtida, utilizando-se a
transferência de calor e de transferência de seguinte fórmula:
massa, nos processos hidrodinâmicos,
aerodinâmicos e termoelétricos, dentre outros P = 1- (u / ur ) (1)
não citados.
Alguns pesquisadores têm trabalhado na em que
determinação da porosidade de produtos
agrícolas, como sementes, grãos e frutos, e os P = porosidade, decimal
métodos utilizados para esta determinação, u = massa especifica aparente (kg/m3 )
variam de pesquisador para pesquisador. ur = massa especifica real (kg/m3 )
Zinc citado por Thompson e Issacs
(1967) determinaram a porosidade em grãos Mohsenin (1970) propôs, para medição
por meio de mercúrio, usando-o para ocupar os da porosidade intergranular, um picnômetro de
espaços intergranulares, contudo, percebeu-se comparação a ar, e com base em um
que existiam fontes de erros nessa medição, equipamento similar, Almeida et al. (1979)
pois, devido à densidade do mercúrio e de sua determinou a porosidade intergranular de
tensão superficial, ocorria uma formação de amêndoas de cacau em fase final de
espaços não ocupados pelo liquido, o que fermentação.
provocava erros de precisão nas medidas. Cavalcanti Mata e Fernandes Filho
Rossi e Roa (1980) usaram água para (1984) desenvolveram um picnômetro de
determinar a porosidade em grãos, já comparação a ar com base no princípio
Loperzen, citado por Cavalcanti Mata (1984), proposto por Mohsenin (1970), para
utilizou o tolueno. Embora os autores aleguem determinar a porosidade intergranular de
ter obtido a porosidade intergranular com sementes de mamona e algaroba.
determinada precisão, hoje se sabe que isso O picnômetro de comparação a ar
não corresponde à realidade, pois, no primeiro (Figura 1) era constituído de dois cilindros
caso, a água, dependendo do teor de umidade semelhantes, medindo 200mm de altura por
do produto, pode fazer uma diferença 103 mm de diâmetro interno e 114 mm de
significativa em produtos higroscópicos como diâmetro externo. Para vedação desses dois
é o caso dos produtos biológicos. Mesmo cilindros, foi construída uma peça, composta
assim, a água utilizada como líquido, para de um grampo (10) fundido na base inferior
medir o volume dos espaços intergranulares, (3) e a base superior fundida no fuso (11).
não elimina as fontes de erros descritas, Tanto a base superior, como a base inferior
quando se utilizou o mercúrio, podendo, contém uma camada de borracha de 3mm de
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espessura para uma perfeita vedação (5) e (6),


respectivamente. No cilindro 1, foram
incorporados um manômetro (13) de 1 kg/cm2
com precisão de 0,1 kg/cm2 e uma válvula de
admissão de ar. Entre o cilindro 1 (1) e o
cilindro 2 (2) existe um duto de comunicação
de ar que pode ser feito por meio da abertura
da válvula de conexão (8) que está colocada na
metade do duto de comunicação (cobre) de
5mm de diâmetro (9) soldado na base superior.

Figura 2 - Vista frontal e superior do picnô-


metro de comparação a ar

Funcionamento do picnômetro de compara-


ção a ar

Para determinação da porosidade,


preenche-se o cilindro 2, com grãos e retira-se
o excesso com uma régua, conforme Figura 3.
Depois, recoloca-se o cilindro no seu local de
Figura 1 - Picnômetro de comparação a ar origem e rosqueia-se o manípulo (12) com a
desenvolvido pelo Núcleo de válvula (8) fechada.
Tecnologia em Armazenagem da
Universidade Federal da Paraíba.

A vista frontal e superior do


picnômetro de comparação a ar encontra-se na
Figura 2, que também contém um compressor
de ar necessário ao seu funcionamento.
O compressor é acionado por meio de
uma mangueira plástica que está acoplada a
uma válvula de admissão de ar, semelhante a
de um automóvel, onde o ar é injetado no
interior do cilindro 1, até a pressão desejada.

Figura 3 – Retirada do excesso de grãos na


superfície do cilindro

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No cilindro 1, injeta-se ar por meio do P1.V1 P2 .V1 P2 .V2


compressor até uma determinada pressão = + (7)
R.T1 R.T1 R.T1
inferior a capacidade do manômetro. Nesse
onde os termos R.T1 podem ser eliminados e a
instante, ter-se-á no cilindro 1
formula ficaria:
P1 .V1 = m.R.T (2)
V1 P1 - P2 = P2 .V2 (8)
em que,
V2 P1 - P2
= (9)
P1 = pressão no cilindro 1 (N.m-2) V1 P2
V1 = volume de ar no cilindro 1 (m3)
m = massa de ar no cilindro 1 (kg) em que V2/V1 é igual a porosidade
R = constante especifica do gás (J.kg-1.K-1) intergranular, portanto tem-se que:
T = temperatura (K)
P1 - P2
No instante seguinte, abre-se a válvula = (10)
de admissão de ar do cilindro 1 para o cilindro P2
2, que, por sua vez, estará repleto de grãos e, em que é a porosidade intergranular em
nesse momento, teremos no cilindro 1 decimal.
P2 .V1 = m1.R.T1 (3)
Segundo Cavalcanti Mata (1987),
E no cilindro 2: quando se quer uma precisão maior do
aparelho e é necessário elevar a pressão, de
P2 .V2 = m2.R.T2 (4) modo a fazer com que exista uma elevação de
temperatura no cilindro, a fórmula pode, então,
em que, ser reescrita, no entanto o aparelho deve ser
confeccionado, de modo a fazer com que os
P2 = pressão nos cilindros 2 (N.m-2) cilindros sejam isolados, termicamente, e
V2 = volume de ar no cilindro 2 (m3) exista, no interior de cada cilindro, um
m1 = massa de ar no cilindro 1 (kg) termopar, conforme a Figura 4.
m2 = massa de ar no cilindro 2 (kg)
R = constante especifica do gás (J.kg-1.K-1)
T2 = temperatura no cilindro 2 (K)

Como a massa de ar (m) existente no


primeiro cilindro, antes da abertura da válvula, Isolamento
é igual a soma das massas dos dois cilindros térmico
após a abertura da válvula, ou seja

m = m1 + m 2 (5)

tem-se:

P1.V1 P2 .V1 P2 .V2


= + (6)
R.T1 R.T2 R.T2

Se puder considerar que não existe


pressão, suficientemente, alta para haver uma
alteração de temperatura antes e depois da Figura 4 – Picnômetro de comparação a ar
abertura da válvula, tem-se então que T1 = T2 levando-se em consideração a
e a formula pode ser reescrita da seguinte alteração das temperaturas no
forma: interior dos cilindros
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Neste caso, a Equação 6 deve ser são interpretados e da maneira de como ocorre
utilizada, mas a consideração posterior deixa a determinação da porosidade.
de ser válida, podendo-se eliminar apenas a Os autores em primeiro lugar simularam
constante do gás (R), e a equação se tornaria: a ocorrência de um umedecimento dos grãos
no interior de um silo. Para tanto, confec-
P1.V1 P2 .V1 P2 .V2 cionaram um outro cilindro (cilindro2)
= + (11) semelhante ao cilindro 1 e injetaram ar úmido
T1 T2 T2
no cilindro 2 para umidecimento dos grãos de
milho, conforme mostrado na Figura 5.
Reordenado a equação, ficaria:

P2 .V2 P1.V1 P2 .V1


(12)
T2 T1 T2
Cilindro 2

P2 .V2 P1 P2 água
V1. (13)
T2 T1 T2

V2 T2 P1 P2
. (14)
V1 P2 T1 T2

V2 T2 P1.T2 P2 .T1
. (15)
V1 P2 T1.T2

Finalmente a porosidade intergranular


pode ser dada pela seguinte expressão:

P1.T2 P2 .T1
(16)
P2 .T1

Wartten et al. (1969) estudando o efeito


do teor de umidade dos grãos de arroz médios
e longos sobre suas características físicas,
constataram que a porosidade intergranular do
produto decresce linearmente com o aumento
do teor de umidade. Este fato, também, foi
observado por Chung e Converse (1971), ao
estudar a porosidade intergranular de grãos de
milho e trigo e por Almeida et al. (1979) ao Figura 5 – Simulação do umedecimento dos
estudar a porosidade em amêndoas de cacau grãos no interior de um silo
para teores de umidade entre 0,8% e 105,4%
base seca. O umedecimento da massa de grãos foi
Embora vários pesquisadores tenham acompanhado mediante pesagens sucessivas,
relatado esta ocorrência, ou seja, a depen- realizadas em uma balança de precisão de
dência decrescente da porosidade com o 0,01g, onde o aumento do teor de umidade
aumento do teor de umidade, Cavalcanti Mata correspondia ao ganho de massa do produto.
et al. (1990), verificaram que este fato pode Quando o produto atingia o teor de umidade
não ser verídico, dependendo de como os fatos desejado, a porosidade intergranular era
determinada, seguindo-se a metodologia já
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descrita anteriormente e, utilizando-se a expansão do volume unigranular só pode


Equação 10. ocorrer para o interior do recipiente, ocupando,
Os pesquisadores observaram que a então, os espaços intergranulares. A Figura 6
porosidade diminuía à medida que se ilustra esta explicação, contudo há de se
aumentava o teor de umidade. considerar a expansão dos grãos na parte
Esse episódio pode ser explicado pelo superior do silo, no entanto, neste estudo, foi
fato de o material estar limitado ao volume do considerado desprezível, quando se analisa um
cilindro e seu umedecimento, ou seja, a silo de tamanho real.

A B

Porosidade intergranular de Porosidade intergranular de


um produto seco um produto umedecido no
interior de um silo

Figura 6 – Porosidade intergranular de um produto seco (A) e de um produto úmido no interior de


um silo

Os pesquisadores fizeram o mesmo processo cacau durante o processo de secagem a 60 e 80 °C


de umedecimento, no entanto, retiraram os grãos em camada fina, sendo que os autores obtiveram
do cilindro que simulava o silo, e colocaram-no em uma relação potencial crescente entre porosidade e
um recipiente para que fosse escoado o produto teor de umidade.
para o interior do cilindro 2, Figura 7. Neste caso, Este acontecimento também foi observado
os pesquisadores observaram que a porosidade por Cavalcanti Mata e Fernandes Filho (1984)
aumentava com o aumento do teor de umidade. quando determinaram a porosidade intergranular
Esta ocorrência foi verificada por Prado et de mamona e algaroba com teores de umidade
al. (1979) estudando a porosidade das amêndoas de entre 2,9 a 10,5 e de 7,1 a 13 % base úmida,
respectivamente.
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depois de
uma hora secador

porosidade

Figura 8 – Cilindro telado justaposto ao cilindro 2


para determinação da porosidade
durante o processo de secagem de
feijão macassar

Figura 7 - Grãos úmidos escoando de um recipien- P1 .V1 = m1.R.T1 (17)


te para o interior do cilindro 2
em que,
Cavalcanti Mata e Duarte (2001), estudando
P1 = pressão no cilindro 1 (N.m-2)
a variação da porosidade do feijão macassar,
durante o processo de secagem, para uma camada V1 = volume de ar no cilindro 1 (m3)
de 20 cm observaram que esta camada diminuía, m1 = massa de ar no cilindro 1 (kg)
acentuadamente, e tornava-se difícil medir a R = constante especifica do gás (J.kg-1.oC-1)
variação da porosidade desse produto. Diante deste T1 = temperatura (oC)
obstáculo, os pesquisadores desenvolveram uma
fórmula para determinar a porosidade dos grãos de Depois da abertura da válvula parte da
feijão macassar que levasse em consideração a massa (m1) se divide e ocupa o cilindro 2. Desta
contração volumétrica do produto. O picnômetro forma no cilindro 1 tem-se:
utilizado é o mesmo da Figura 2, somente que
antes da secagem, o feijão foi introduzido em uma
tela metálica fina de 0,3mm de espessura com 90% P2 .V1 = m2.R.T2 (18)
da área perfurada, que permitia moldar o volume
do cilindro 2 do picnômetro, Figura 8. e no cilindro 2, conforme Figura 9, tem-se:
O cilindro telado era levado ao secador a
temperatura de 40 °C e 35% de umidade relativa
P2 .V3 = m3.R.T3 (19)
do ar, e a porosidade intergranular do feijão
macassar era determinada em intervalos de 60
minutos. P2 .V4 = m4.R.T4 (20)
Para este caso a determinação da porosidade
intergranular do feijão macassar, foi feita da Considerando que a temperatura não varia,
seguinte forma: então:
Utilizou-se o picnômetro de comparação a
ar, depois de se injetar uma pressão P1 no cilindro
T1 = T2 = T3 = T4 (21)
1 e antes da abertura da válvula, tem-se:
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Considerando-se ainda que as massas m1, P1 .V1 P2 .V1 P2 .V3 P2 .V4 (28)
m2, m3 e m4, derivadas das equações 17 a 20, são:

Considerando que a porosidade intergranular


no caso do cilindro não estar cheio é:

V4
(29)
V1 - V3

P2 .V4 P1 .V1 - P2 .V1 P2 .V3 (30)

P2 .V4 V1 (P1 - P2 ) P2 .V3 (31)

Dividindo tudo por P2 tem-se:

V1 (P1 - P2 )
V4 V3 (32)
P2
Dividindo-se tudo por (V1 - V3 )

Figura 9 – Medição da porosidade intergranular de V4 V1 P1 - P2 V3


um produto agrícola, em um (33)
V1 V3 V1 V3 P2 V1 V3
picnômetro de comparação a ar,
quando existe contração volumétrica
do material durante algum processo Portanto a porosidade é dada pela seguinte
equação:
P1 .V1
m1 (22)
R.T1 P1 - P2 V1 V3
(34)
P2 .V1 P2 V1 V3 V1 V3
m2 (23)
R.T2
P2 .V3 sendo o volume calculado por:
m3 (24)
R.T3
ð.(103) 2
P2 .V4 V3 .h 3 (35)
m4 (25) 4
R.T4
Fatores que interferem na porosidade inter-
e que a massa de ar é conservada pode-se escrever: granular

m1 = m2 + m3 + m4 (26) A porosidade intergranular de produtos


agrícolas pode depender de muitos outros fatores,
Substituindo-se as equações 22 a 25 em 26, entre os quais pode-se citar:
tem-se:
Forma e tamanho do produto;
Desuniformidade dos produtos (tamanhos
P1 .V1 P2 .V1 P2 .V3 P2 .V4 grandes misturados com pequenos);
(27)
R.T1 R.T1 R.T1 R.T1 Impurezas;
Percentual de grãos danificados;
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Teor de umidade (agregação entre os Picnômetros semelhantes aos das Figuras 1 e


grãos); 2, podem ser confeccionados para medições de
Altura de queda dos grãos; porosidade intergranular de produtos considerados
Arranjo das partículas no escoamento; de tamanhos grandes como a laranja, melões
Compactação do material (carga abacaxi, tomates e outros produtos, bastando neste
consolidada); caso redimensionar os tamanhos dos cilindros e de
Acomodação das partículas por vibração suas bases.

Forma e tamanho do produto Desuniformidade dos produtos

Tanto a forma, quanto o tamanho dos Sabe-se que todo material biológico não tem
produtos agrícolas influem na formação dos uma uniformidade, mesmo porque, dentro de uma
espaços intergranulares. No caso da forma, sabe- vagem, os grãos ou sementes que ficam no final da
se, por experiências realizadas, que um produto vagem são menores e de conformação diferente.
mais arredondado como grãos de soja formam Este fato, também, ocorre com produtos como
maiores espaços intergranulares que grãos de feijão milho, que não são provenientes de vagens, mas de
que têm a forma de um elipsóide e este, por sua espigas, onde se observa que, na ponta da espiga,
vez, tem maior porosidade que grãos de forma existem grânulos de tamanhos diferentes da região
elipsoidal mais alongada, como é o caso do trigo central, que, por sua vez, são diferentes de grãos da
ou do arroz. outra extremidade. Normalmente, as uniformidades
O tamanho também faz com que espaços dos produtos agrícolas são provenientes de um pré-
diferentes sejam formados. Se compararmos processamento, onde o produto é submetido a
produtos de formatos semelhantes como a soja e a máquinas que selecionam o produto por tamanho,
laranja, observa-se que a soja tem uma porosidade passando por peneiras de diferentes malhas. Este
de 37% aproximadamente, e a laranja de 45%. processo permite obter produtos com determinada
Assim, para determinar a porosidade de certos uniformidade.
produtos, elaboram-se tamanhos diferentes de
picnômetros de comparação ar. Na Figura 10, Na Figura 11, abaixo, é ilustrada uma
ilustra-se um picnômetro para medição de máquina de seleção de sementes onde se observam
sementes de tamanho pequeno onde o volume do as diferentes peneiras por onde as sementes passam
cilindro é de aproximadamente 420 cm3, sendo o e são selecionadas, bem como a eliminação das
manômetro feito de uma coluna de mercúrio para impurezas.
medição das pressões.
.

Figura 11 - Esquema de uma máquina de seleção


de sementes ar-peneira

Na Figura 11 o item “a” é o sistema de


alimentação por onde as sementes caem na
máquina e o item “b”, que corresponde a um
ventilador de sucção, elimina as impurezas leves
que vêm junto com as sementes, podendo ser
Figura 10 – Picnômetro de comparação a ar para depositadas no recipiente “c”.
medição da porosidade intergranular
de um produto agrícola de pequeno As sementes boas e as impurezas passam
tamanho pela primeira peneira “d” e as impurezas graúdas
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ficam retidas nessa peneira de onde são deslocadas mesma variedade, encontram-se na forma de
para a unidade de descarga “e”. As sementes boas fragmentos.
por sua vez não ultrapassam o crivo da segunda Na Figura 13, visualizam-se as impurezas
peneira “f”, porém as impurezas miúdas encontradas no interior de um produto agrícola,
atravessam essa segunda peneira “h” ficando onde se pode observar que as impurezas ocupam os
retidas na terceira peneira e sendo conduzidas a um espaços intergranulares e, conseqüentemente,
sistema de descarrega “i”. O ventilador de ar diminuem a porosidade do produto agrícola.
inferior “j” elimina as impurezas em suspensão “l”,
A existência de impurezas em uma massa de
sendo que em “m” existe a descarga das sementes
produtos agrícolas é danosa à sua conservação,
limpas.
pois de uma maneira geral, é um meio
A ABNT, Associação Brasileira de Normas contaminante e quase sempre tem um teor mais
Técnicas, padronizou a malha de uma serie de elevado que o produto a ser preservado, o que
peneiras para cada tipo de grão com a finalidade de ocasiona um aumento do teor de umidade ao longo
classificar e dar uniformidade aos diversos do tempo de armazenamento, provocando sua
produtos agrícolas. deterioração.
Na Figura 12, ilustra-se a forma das peneiras
onde se pode verificar que o produto é selecionado
em função de uma de suas dimensões.

Figura 13 – Impurezas no interior de um produto


agrícolas.

Percentual de grãos danificados

Da mesma forma que os grãos ou sementes,


que, quando fragmentados, constituem impurezas
e alteram a porosidade de um produto agrícola, os
grãos ou sementes, apenas, levemente danificados,
também alteram a porosidade do produto. Esses
grãos são provenientes das falhas decorrentes do
processo de seleção de um material que,
normalmente, passa pelos diversos crivos do
Figura 12 - Peneiras para selecionar um produto processo de seleção, no entanto, ainda serão
agrícola em função de uma de suas elementos a serem eliminados em processos mais
dimensões sofisticados de qualidade do produto como
sensores ópticos ou células fotoelétricas.
Desta forma, ficou possível estabelecer a A não eliminação desses produtos
porosidade de determinados produtos agrícolas, danificados provoca alterações na porosidade do
levando-se em conta suas características físicas, material e das outras características físicas.
pois dizer que um produto agrícola tem
determinada porosidade e determinada massa Teor de umidade (agregação entre os grãos)
especifica, não diz muita coisa se não se mencionar
as suas outras características físicas.
O teor de umidade do material é um outro
Impurezas fator que determina a variação de porosidade de
um produto agrícola, pois um produto mais úmido
As impurezas são materiais encontrados nos terá uma tensão superficial maior que a de um
produtos agrícolas que não pertencem à mesma produto mais seco.
variedade, ou mesmo, quando pertencendo à
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Quando o produto está mais seco e a tensão Arranjo das partículas no escoamento
superficial é menor, existe entre os grãos uma
superfície com um grau maior de deslizamento, e Durante o processo de escoamento e
este ocupa melhor os espaços vazios, no entanto, acomodação de um produto granular, dentro de um
quando o produto está mais úmido, a tensão recipiente qualquer, que pode ser um silo, uma
superficial é maior, e, neste caso, ocorre o caixa ou um saco plástico, este pode se arranjar de
contrário, ou seja, os espaços vazios aumentam. diferentes formas e este processo não depende da
vontade do operador. Contudo, a forma de como
um mesmo produto pode se arranjar em um
Altura de queda dos grãos determinado espaço pode provocar porosidades
intergranulares diferentes.
Em determinadas operações de armazena- As formas irregulares e formas diferentes de
gem, é possível perceber como a altura de queda uma esfera perfeita contribuem para que este fato
dos grãos pode afetar a porosidade de uma massa ocorra com maior intensidade. Na Figura 15,
granular. Ao se considerar como exemplo o encontra-se um exemplo de como um mesmo
carregamento de um silo de 3 metros de altura e volume de grãos de feijão pode estar arranjado
um outro de 15 metros de altura, observar-se-á que, diferentemente, provocando espaços intergranu-
embora o produto seja o mesmo, irão existir dois lares desiguais.
valores não proporcionais para o silo completo,
principalmente, se o silo for alimentado pela parte
superior, conforme mostra a Figura 14.

Figura 15 – Arranjos do feijão que provocam


espaços intergranulares diferentes

Compactação do material (carga consolidada);

Outro fator que pode alterar a porosidade


intergranular em produtos agrícolas é a
compactação do material, quando uma grande
carga é exercida sobre ele, como é o caso de silos
muito elevados, onde os grãos que estão na região
Figura 14 – Impacto da altura na formação da próxima à sua base sofrem toda carga dos que
porosidade intergranular estão acima deles.
A consolidação dos grãos pode se dar em
função do tempo, pois em um silo cheio, se
Neste exemplo, o silo de 3 metros sofrerá verifica, depois de algumas horas, uma pequena
uma altura de queda menor e o produto se alteração de sua altura de preenchimento, e esta
acomodará de uma determinada forma. Já no silo corresponde a consolidação de carga.
de 15 metros de altura, a força da queda tenderá a Torna-se necessário elucidar que este fato só
causar um maior impacto que deverá acomodar ocorre para silos elevados, os silos em nível de
melhor os grãos que estão abaixo da zona de fazenda com alturas de 3 a 4 metros, dificilmente
descarga. pode-se perceber este fato.
Embora, às vezes, isso pareça uma
vantagem, existe a possibilidade de os grãos se
danificarem na queda. Neste caso, haveria uma Acomodação das partículas por vibração
diminuição na porosidade intergranular do produto,
o que provocaria um aumento da capacidade no Durante o processamento em unidades
interior do silo, no entanto aumentaria a armazenadores, existem muitas máquinas
possibilidade de danos ao produto. operatrizes e elevadores que transferem ao silo
pequenas vibrações que podem resultar numa
acomodação da camada granular. Neste caso, a
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vibração provocaria uma diminuição dos espaços resistência oferecida ao movimento de ar, isto é, a
intergranulares, favorecendo o aumento da pressão que deve ser desenvolvida pelo ventilador,
capacidade estática dos silos. é dada em milímetros d’água. Este termo significa
Se por um lado é bom, pois aumenta a a diferença entre as colunas de água de dois tubos
capacidade estática do silo, por outro lado, ele na forma de U, medidos em milímetros, quando
diminui os espaços para a passagem do ar, um dos tubos é conectado na tubulação que leva ar
ocasionando um aumentando da potência dos para o plenum, que é a câmara que está por baixo
ventiladores para o caso da necessidade de haver dos grãos, conforme Figura 17.
aeração do produto. Quando um ventilador é adquirido com o
Na Figura 16, ilustra-se essa acomodação propósito de secagem ou aeração, é essencial que
dos produtos agrícolas, quando existe vibração e não somente a quantidade de ar por minuto seja
esta acomodação pode ser simulada por especificada, mas também a pressão estática que o
equipamentos que permitem variar a intensidade de ventilador deve alcançar. Um ventilador que não
vibração de um corpo repleto de material possui esses requisitos é, indubitavelmente, a mais
biológico. simples e mais comum das causas pelas quais o
sistema de secagem não funciona devidamente.

Grãos Conexão
Fluxo
de ar

Fundo falso do
silo-secador

Pressão estática
mm de água

Figura 16 – Rearranjo das partículas em função de


um sistema vibratório
Figura 17 - Sistema de medição da pressão
Resistência à passagem de ar estática exercida por uma camada de grãos

Determinadas operações unitárias, como é o Na Figura 18, são mostrados detalhes


caso da secagem e da aeração de produtos particulares de como a resistência do ar varia com
agrícolas, exigem o conhecimento da porosidade a velocidade do ar para diferentes produtos. Nota-
ou indiretamente do esforço necessário para que se, por exemplo, que a resistência oferecida por
um gás (ar) escoe pelo espaço intergranular, uma camada de trigo à passagem do ar, numa
provocando a transferência de energia e massa. velocidade específica, é três vezes maior do que
aquela oferecida para a mesma camada de milho.
Nestes casos, a quantidade de ar a ser Conseqüentemente, se o mesmo ventilador e o
utilizada depende do tipo de produto e de seu teor mesmo motor forem usados para a secagem de
de umidade, da profundidade da camada a ser ambos os produtos, considerando-se que a mesma
praticada, na operação unitária, da taxa de velocidade do ar deverá passar pelos grãos, a
transferência de massa e das condições do ar de camada de trigo, que deverá ser colocada no
secagem. secador, será próxima a um terço da camada de
Quanto mais rápido o ar é forçado a passar milho.
através da massa, maior será a resistência do O cálculo da resistência que os grãos
movimento do ar. oferecem à passagem do fluxo de ar, mostrado na
Para conseguir uma determinada velocidade Figura 18, é dado pela seguinte equação:
do ar, a resistência ao movimento do ar dependerá
do tipo de produto e da umidade desse produto
colhido. Teoricamente, qualquer taxa de fluxo de P a. Q 2
ar pode ser usada para qualquer altura da camada (36)
L Ln (1 b. Q)
de grãos; no entanto, a potência a ser utilizada na
prática apresentará limites. No sistema métrico a
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em que Na Tabela 1, estão os valores dos
coeficientes a e b para alguns produtos agrícolas.
P = pressão estática, Pa Observe que os valores obtidos estão em Pascal
L = espessura da camada, m (Pa) e, na Figura 18, os valores estão em mm de
a, b = constantes específicas para cada produto água. Para converter de Pascal para mm de água,
Q = fluxo de ar, m3.s-1.m-2 de área do secador basta dividir o resultado por 9,8. Para efeito
prático, o resultado pode ser dividido por 10.

Figura 18 - Resistência dos produtos ao fluxo de ar

Tabela 1 - Valores dos coeficientes a e b da equação de resistência dos grãos ao fluxo de ar

Produto a b Intervalo de Q
(Pa.s2.m-3) (m .s.m-3)
2
(m3.s-1.m-2)
Arroz em casca 2,57 x 104 13,2 0,0056 - 0,152
Amendoim 3,80 x 103 111,0 0,030 - 0,304
Milho debulhado 2,07 x 104 30,4 0,0056 -0,304
Milho debulhado (baixo fluxo) 2,07 x 104 30,4 0,00025 -0,0203
Espiga de milho 1,04 x 104 325,0 0,051 - 0,353
Sorgo 2,12 x 104 8,06 0,0056 - 0,203
Soja 1,02 x 104 16,0 0,0056 - 0,304
Trigo 2,70 x 104 8,77 0,0056 - 0,203
Trigo (baixo fluxo) 8,41 x 103 2,72 0,00025 -0,0203
Fonte: ASAE - Standards (1993).

Se quisermos saber por meio da equação, camada de secagem de 0,5 metros, faz-se o
qual a resistência do milho debulhado para um seguinte cálculo:
fluxo de ar de 0,3 m3.s-1.m-2 e uma espessura da

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P 2 ,07x104 .( 0,3) 2 BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍ-


= 805 Pa/metro de COLA, 9, Anais..., Campina Grande, 1979,
0,5 Ln(1 30,4.( 0,3)) p. 606-612.
profundidade da massa de milho
ASAE-Standards. Standards Engineering Practices
Portanto, para uma camada de grãos de 0,5m Data. American Society of Agricultural
ter-se-á: Engineers. St. Joseph, Michigan, 1993. 784p.

P = 0,5.(805) = 402,5 Pa ou 40,25 mm de H2O Cavalcanti Mata, M.E.R.M.; Fernandes Filho, J.G.
Determinação da porosi-dade de sementes de
Os valores da Figura 13 são para o produto mamona (Ricinus communis L.) e algaroba
sem compactação, limpo e seco. Para o produto (Prosopis juliflora (SW) DC). Revista
limpo, sem compactação e com alto teor de Nordestina de Armazenagem, Campina
umidade, usa-se 80% da pressão estática Grande-PB. a.1, n.1, p. 55-64, 1984.
encontrada.
No caso de se usar essa Tabela 1 para Cavalcanti Mata, M.E.R.M. Pesquisa sobre
determinar a resistência dos grãos ao fluxo de ar propriedades físicas de materiais
para um silo, há que se levar em consideração o biológicos. Campina Grande-PB, Núcleo de
fator compactação; nesse procedimento, os grãos Tecnologia em Armazenagem, Universidade
podem oferecer uma resistência 50% maior do que Federal da Paraíba, 1984. 132p. (Relatório de
a determinada. Outro fator a ser considerado é a Pesquisa).
limpeza do produto, pois, se este contiver
impurezas menores que o tamanho do produto, Cavalcanti Mata, M.E.R.M. Pesquisas sobre
estas se localizarão nos espaços intergranulares, secagem e armazenagem de produtos
oferecendo uma resistência adicional à passagem agrícolas. Campina Grande-PB, Núcleo de
do fluxo de ar pelos grãos. Até o momento, não Tecnologia em Armazenagem, Universidade
existem trabalhos que possam recomendar um Federal da Paraíba., 1989. 165p. (Relatório de
valor adicional em função do percentual de Pesquisa).
impurezas, pois essas partículas, quando
incorporadas ao produto, apresentam tamanhos Cavalcanti Mata, M.E.R.M.; Souza, E.B.
variáveis, não existindo uma freqüência dessa Determinação da porosidade e da massa
incidência. específica aparente de feijão mulatinho em
situações simuladas de secagem e
CONCLUSÕES armazenagem. Revista Nordestina de Arma-
zenagem, Campina Grande-PB. a. 4, n.1, p.
Diante do relatado neste trabalho pode-se 26-41, 1990.
dizer que:
Cavalcanti Mata, M.E.R.M.; Duarte, M.E.M.
Existem métodos de determinação da Alteração da porosidade do feijão macassar
porosidade seguros e outros com durante o processo secagem, levando-se em
determinada margem de erro; consideração a sua contração volumétrica.
A porosidade intergranular de produtos Campina Grande-PB. 2001, 23p. (Relatório de
agricolas varia com uma serie de fatores e Pesquisa).
que alguns desses fatores não são
controláveis; Chung, D.S.; Converse, H.H. Effect of moiture
A porosidade é o principal fator que define content on some physical properties of grains.
a resistência à passagem do ar no processo Transaction of the ASAE, St. Joseph,
de secagem e aeração de produtos Michigan. v.14, n.4, p.614-620, 1971.
agrícolas;
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changes of shelled corn during drying.
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Paulo. 1980, 295p.

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94

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Centro de
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA Ciências
e Tecnologia

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CAMPINA GRANDE – PB

MESTRADO
Reconhecido pela CAPES – Conceito 5

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Linhas de Pesquisa
Manejo de Solo, Água, Planta
Salinidade
Engenharia de Irrigação e Drenagem
Sensoriamento Remoto
Planejamento de Áreas Irrigadas

PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS


Linhas de Pesquisa
Armazenagem de Produtos Agrícolas
Processamento de Produtos Agrícolas
Crioconservação de Produtos Agrícolas
Propriedades Físicas de Materiais Biológicos
Tecnologia Pós-Colheita

CONSTRUÇÕES RURAIS E AMBIÊNCIA


Linhas de Pesquisa
Construções de Silos
Materiais Convencionais e Não-convencionais em Construções Rurais
Madeira e Estrutura de Madeira
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INSCRIÇÕES
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sem recebimento de remuneração, se for o caso

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Setembro para início do Curso em Março

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