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UFRRJ

INSTITUTO DE AGRONOMIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

IA 318-BIOLOGIA DO SOLO

Microrganismos, Compostagem e
Vermicompostagem

Juliana Aparecida de Souza Santos

2023
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
IA 318-BIOLOGIA DO SOLO

MICRORGANISMOS, COMPOSTAGEM E VERMICOMPOSTAGEM

JULIANA APARECIDA DE SOUZA SANTOS

Professores da Disciplina
Andres Calderin Garcia
Ricardo Luiz Louro Berbara

Trabalho de revisão de literatura


submetido como requisito parcial para
composição da avaliação da disciplina
IA 318-Biologia do Solo, no curso de
Graduação em Agronomia da
Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro.

Seropédica, RJ
Junho de 2023

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RESUMO

SANTOS, Juliana Aparecida de Souza. Microrganismos, Compostagem e


Vermicompostagem. 2023. 22p. Trabalho de Revisão de Literatura para a disciplina IA 318-
Biologia do Solo. Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Seropédica, RJ, 2023.

O aumento da população e a geração resíduos impactam cada vez mais o meio ambiente e
elevam os custos financeiros globais para seu gerenciamento apropriado. Dentre as
tecnologias tradicionais de reciclagem de resíduos orgânicos, a compostagem e a
vermicompoostagem se destacam, pois são tecnologias economicamente viáveis e confiáveis
para a reciclagem de resíduos sólidos, aplicáveis nos meios rurais e urbanos. Destarte, este
trabalho consistiu na realização de uma revisão de literatura com o objetivo de melhor
compreender a dinâmica dos microrganismos presentes nos processos de compostagem e
vermicompostagem. Observa-se que as comunidades microbianas exibem grande
versatilidade no decorrer dos processos de transformação dos resíduos orgânicos em matéria
orgânica estável. Embora seja vasta a biodiversidade da comunidade microbiana presente nos
diferentes processos de compostagem e vermicompostaem, percebe-se que em todos os
processos analisados nesta revisão são dominados por quatro filos bacterianos:
Actinobacteria, Bacteroidetes, Firmicutes e Proteobacteria.

Palavras-chave: Resíduos orgânicos. Comunidades bacterianas. sequenciamento de DNA.

iii
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
2 METODOLOGIA .......................................................................................................... 3
3 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 4
2.1 Compostagem ............................................................................................................. 4
2.2 Vermicompostagem .................................................................................................... 8
2.3 Microrganismos Presentes nos Processos de Compostagem...................................... 8
2.4 Microrganismos Presentes nos Processos de Vermicompostagem .......................... 14
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 17
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 18

iv
1 INTRODUÇÃO

A compostagem de resíduos agrícolas e resíduos sólidos urbanos existe desde os


tempos antigos, mas tornou-se tecnologia na década de 1920 na Europa como uma
ferramenta para a agricultura orgânica (HARINDINTWALI et al., 2020). Através da
técnica de compostagem uma variedade de resíduos orgânicos pode ser convertida em
materiais simples a baixo custo de produção e de forma ambientalmente correta (LÓPEZ-
GONZÁLEZ et al., 2015).
A concentração e disponibilidade de nutrientes constituintes da matéria orgânica
exercem um papel decisivo na regulação e manutenção das populações microbianas.
Durante o processo de compostagem, os componentes menos recalcitrantes tais como
oligossacarídeos, ácidos orgânicos, hemiceluloses e celulose, são rapidamente degradados
pela atividade microbiana, já os demais compostos que são altamente recalcitrantes, como a
lignina e lignocelulose, promovem a presença de microrganismos capazes de degradá-los
(VOŘÍŠKOVÁ; BALDRIAN, 2013; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2015).
Os phyla Firmicutes, Proteobacteria, Bacteroidetes e Actinobacteria são comumente
relatados como os filos bacterianos mais dominantes nos processos de compostagem
(GALITSKAYA et al., 2017; WEI et al., 2018). De todos os microrganismos que degradam
a celulose, as bactérias aeróbias são os decompositores mais importantes e são conhecidas
como as amigas da compostagem. Várias bactérias, incluindo espécies dos gêneros
Pseudomonas, Klebsiella e Bacillus, foram recuperadas de várias instalações de
compostagem. Alguns dos representantes dos gêneros termofílicos de Actinobacteria que
foram encontrados no composto são Nocardia, Streptomyces, Thermoactinomyces e
Micromonospora (HARINDINTWALI; ZHOU; YU, 2020).
Estudos revelaram que os principais microrganismos envolvidos na transformação
do nitrogênio durante o processo de compostagem são principalmente bactérias
decompositoras de celulose. Gêneros de bactérias fixadoras de nitrogênio, como
Stenotrophomonas, Xanthomonas, Pseudomonas, Klebsiella, Alcaligenes, Achromobacter e
Caulobacter, isolados de compostos orgânicos (PEPE; VENTORINO; BLAIOTTA, 2013),
foram descritos anteriormente como estando envolvidos na degradação da matéria orgânica
durante a compostagem (INSAM; DE BERTOLDI, 2007).

1
Ante ao exposto, este trabalho consistiu na realização de uma revisão de literatura com
o objetivo de melhor compreender a dinâmica dos microrganismos presentes nos processos de
compostagem e vermicompostagem.

2
2 METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia já


tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, artigos científicos impressos ou eletrônicos,
material cartográfico e até meios de comunicação oral: programas de rádio, gravações,
audiovisuais, filmes e programas de televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto,
inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritas de alguma forma
(MARCONI; LAKATOS, 2017).
Hoje em dia, com a ampla disponibilização e o fácil acesso aos artigos científicos,
estes se tornaram a principal fonte de fundamentação para pesquisas científicas
(AZEVEDO; ENSSLIN, 2020). A grande vantagem da pesquisa bibliográfica, citada por
Gil (2017), refere-se ao fato da mesma permitir ao pesquisador investigar um conjunto de
fatores muito mais amplo do que ele poderia investigar de forma direta. O pesquisador
trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos
(SEVERINO, 2013).
Assim sendo, para a elaboração do presente trabalho buscou-se artigos científicos
sobre a temática da compostagem, vermicompostagem e seu microbioma associado em
artigos científicos publicados presentes nas plataformas eletrônicas Portal de Periódicos
CAPES, Google acadêmico, Web of Science, Scielo, Scopus e Science Direct.
.

3
3 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Compostagem

Desde tempos remotos agricultores utilizavam restos orgânicos para melhorar a


produção agrícola e o desenvolvimento de plantas. A utilização da compostagem na
agricultura aparece registrado em 1000 anos antes de Moisés, nas placas de argila no Vale da
Mesopotâmia (PIRES, 2011). Porém, o que antes era feito sem nenhuma técnica, em 1843,
George Bommer, patenteia na América uma metodologia em que se aplica o RO sobre uma
grelha para ser decomposto e ser adicionado ao solo como corretivo orgânico (CORDEIRO,
2010).
O que hoje nós conhecemos como compostagem, em 1920, foi difundida como
Processo Indore, através da pesquisa feita pelo fitopatologista inglês, Sir Albert Howard, onde
o produto final era o húmus orgânico. Pela observação da fertilidade que camponeses
mantinham no solo, essa técnica foi desenvolvida no Instituto de Plantas Industriais Indore, na
índia Central, entre 1924 à 1931 (HOWARD, 1943). Então, Waksamam com outros
pesquisadores, entre 1926 e 1940, aprimoraram a técnica de Howard em larga escala à escala
laboratorial. Com isso, estes estudos, bem como outros, foram fundamentais para se descobrir
os fatores limitantes que influenciavam o processo de compostagem como a umidade,
aeração, temperatura, a relação carbono/ nitrogênio e pH (CORDEIRO, 2010).
A reação da compostagem pode ser equacionada da seguinte forma (KANN; BAIRD,
2011):

Materiais orgânicos (s) + microrganismos + O2 (g) → composto orgânico (g) + CO2 (g) + H2O

Segundo Barros (2013), a compostagem é uma alternativa para solucionar a


problemática da falta de gestão de RSO, na qual se evita problemas da geração de resíduos e
maximiza a vida útil dos aterros sanitários e permite a aquisição de composto aplicável à
agricultura.
De acordo com a Instrução normativa n.º 46, de 06 de novembro de 2011, que estipula
o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção, o processo de compostagem
é definido como:

Compostagem: processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico, natural ou


4
controlado, a partir de matérias-primas de origem animal ou vegetal, isoladas ou
misturadas, podendo o material ser enriquecido com minerais ou agentes capazes de
melhorar suas características físicas, químicas ou biológicas e isento de substâncias
proibidas pela regulamentação de orgânicos (BRASIL, 2011).

Portanto, o processo de compostagem é uma forma de reproduzir o processo natural de


decomposição da matéria orgânica (MO) de origem vegetal ou animal que ocorre
espontaneamente na natureza.
Na compostagem aeróbica a decomposição e estabilização do RO ocorre através da
ação de diversos microrganismos, sobre a influência da combinação de temperatura e
umidade. Até se obter um material estabilizado, ou seja, um húmus estável de coloração
marrom escura e com cheiro de terra que varia, em relação ao tipo de resíduo a ser
decomposto.
Onde ocorre a quebra de moléculas e liberação de calor, gás carbônico e água (fase
mesofílica), atuando nesse processo de decomposição bactérias e fungos (fase termofílica) até
chegar a uma estabilidade, se transformando em um rico composto orgânico (fase de
maturação), como isso os resíduos orgânicos entram novamente na cadeia produtiva, sendo
reaproveitado ao invés de descartado sem buscar uma alternativa (COSTA et al., 2016;
SIQUEIRA et al., 2016; ROCHA et al., 2017).
A Lei nº 12.305/2010 que instituiu a PNRS, explicita a importância da compostagem
quando:

O titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos


deve, quando houver o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos [....]
implantar sistemas de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular, com
os agentes econômicos e sociais, formas de utilização do composto produzido
(BRASIL, 2010).

Portanto, a compostagem pode ser usada como um tratamento de RS integrado, como


um sistema de reciclagem ou como um único sistema para tratamento dos RSO. A principal
vantagem na adoção dessa tecnologia é que esse processo demanda pouco gasto energético,
pois a maior parte da energia vem do próprio processo. Além disso, o composto orgânico
gerado aplicado no solo oferece benefícios, já que a MO atua sobre as características físicas,
químicas e biológicas do solo.
Em relação aos benefícios da MO aos atributos físicos do solo tem-se a melhoria na
formação de agregados estáveis e diminuição da densidade aparente, promovendo a redução
da resistência de penetração de raízes no solo. No que tange os benefícios da MO para os

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aspectos químicos do solo, observa-se aumento na disponibilidade de nutrientes por meio da
mineralização, aumento da capacidade catiônica (CTC) e auxilia na correção do pH de solos.
Já em relação aos aspectos biológicos, a MO atua como fonte de energia para o
desenvolvimento de microrganismos benéficos às plantas (COSTA, 2015).
De acordo com Inácio e Miller (2009), outro ponto importante é que a compostagem
possibilita a reciclagem de uma gama de macronutrientes como: nitrogênio, fósforo e potássio
e, como nutrientes secundários o cálcio, magnésio e enxofre, além dos micronutrientes como:
boro, cloro, cobalto, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco que podem atuar na nutrição
das culturas agrícolas. Segundo o mesmo autor, esses elementos fornecidos para as plantas
por meio da compostagem podem promover a redução ou substituição do uso de fertilizantes
minerais.
Dentre as desvantagens do processo de compostagem podemos destacar o manejo
incorreto, dependendo da técnica empregada, a compostagem pode gerar transtornos, como a
proliferação de insetos e roedores, atraídos pelo mau cheiro do resíduo e ainda produzir o
chorume, que diferente do biofertilizante líquido, é um produto de baixa qualidade podendo
ser um contaminante de solo (MENESES, 2008).
A compostagem realizada de forma correta apresenta uma excelente alternativa a ser
implantada em hortas escolares, que são consideradas agricultura de pequena escala. Já que a
produção de RSO é tema de preocupação para gestores, em função da preparação da merenda
escolar e outros fatores, o adubo orgânico proveniente desse material, depois de passar pelo
processo de compostagem pode ser usado na horta. E a escola ainda se mantém como uma
instituição sustentável ao adotar essa metodologia para reciclar parcialmente o RSO
produzido.
A técnica de compostagem é bem diversificada e pode ser realizada de diferentes
maneiras e escalas, por exemplo: em pequenas escalas como, em domicílios e escolas; em
médias e em grande escala, como em fazendas agrícolas, municípios e indústrias
(ZANNETTE, 2016).
O método de compostagem pode se diferenciar pelo tempo do processo de
decomposição e capacidade de estabilidade e maturidade do composto (IQBAL et al., 2012).
Portanto, a técnica da compostagem pode ser usada em ambiente aberto ou fechado. O
sistema aberto é aquele no qual a massa a ser composta alocada em leiras, em pátios de
compostagem. Já o sistema fechado ocorre em digestores em forma de tambores rotativos ou
células, com revolvedores mecânicos para movimentar a massa orgânica.

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O processo ainda pode ser estático ou lento, que é a compostagem natural, que
acontece de forma passiva e o tempo de obtenção do composto chega os 100 dias; ou rápida
ou dinâmica, que corresponde no processo acelerado de compostagem a qual são dadas
condições especiais como a adição de enzimas e aeração forçada (PIRES, 2011).
Os principais métodos de compostagem são classificados em: método de leiras
revolvidas ou sistema “windrow”, leiras estáticas aeradas ou “static piles”, leiras estáticas
com aeração passiva ou “método UFSC”, sistema fechado ou “in-vessel”, vermicompostagem
e gongocompostagem.
O método com revolvimento de leiras ou natural representa baixo custo de
implantação e é um dos mais divulgados no Brasil. Nesse método a MO é disposta em pilhas
ou leiras em formato variável. Exige grandes pátios de compostagem a céu aberto, o que
aumenta a produção de chorume e emissão de odores. Dessa forma, se obtém um melhor
desempenho na compostagem de material vegetal o que torna a implantação desse método
mais simples. Além disso, exige o revolvimento periódico da leira para realizar a aeração, o
que torna uma técnica ineficiente a longo prazo, já que o oxigênio fornecido se esgota em
poucos minutos (INÁCIO; MILLER, 2009).
No método de leiras estáticas aeradas o ar é insuflado para o interior da leira através de
tubulações com perfurações usualmente dispostas na base. Esse método foi criado com o
objetivo de solucionar um problema comum na compostagem: a falta de oxigênio no interior
da leira, causado pela alta atividade biológica nos primeiros dias de processo (INÁCIO;
MILLER, 2009). No Brasil ainda existem poucos pátios desse tipo, por exigirem instalações
específicas ele apresenta altos custos de implantação.
O método UFSC é uma variação do método das leiras estáticas com aeração passiva
para a realidade brasileira. Nesse sistema, a leira não é revolvida e nem aerada forçadamente,
o destaque é para a arquitetura da leira, uma vez que ela garantirá a aeração adequada para o
processo de decomposição da matéria orgânica. Dessa forma, a aeração é feita por convecção
natural. As paredes das leiras são construídas retas e com uma camada grossa de grama
cortada, permitindo uma ventilação natural, onde o ar quente sai pelo topo da leira enquanto o
ar frio é sugado pela sua base permeável (PEIXE; HACK, 2014).
O método é feito em reatores biológicos, ocorre dentro de um reator fechado, no qual
se confinam os resíduos. Permitem um maior controle sobres as condições ambientais. Exige
um alto investimento de operação e manutenção dos equipamentos, além do sistema ser
patenteado, o que exige a compra de licença. Esse sistema é mais indicado para resíduo

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animal, por permitir o controle de odores. Dentre os reatores biológicos, encontramos três
categorias: reatores de fluxo vertical, reatores de fluxo horizontal e reatores de batelada
(INÁCIO; MILLER, 2009).

2.2 Vermicompostagem

A vermicompostagem é a compostagem onde se utiliza do auxílio de minhocas e


microrganismos aeróbicos para a estabilização da matéria orgânica (PLATT e GOLDSTEIN,
2014; SHARHOLY et al., 2008). Este método é mais utilizado em residências e pequenas
áreas. E que existe certa limitação quanto aos resíduos, pois as minhocas não aceitam muito
bem os cítricos, carnes em geral, entre outros alimentos cozidos e gordurosos, no qual pode
atrair insetos e vetores de doenças. As minhocas ao se alimentarem da matéria orgânica
parcialmente decomposta produzem um húmus inodoro e de aparência granular, sendo
utilizado como biofertilizante na agricultura (SHARHOLY et al., 2008).
É importante destacar que a vermicompostagem é uma ação conjunta de
microrganismos e minhocas em condições de ambiente controlado, portanto, para alcançar a
decomposição não termofílica e a estabilização da fração orgânica dos resíduos sólidos.
Simplesmente, é um processo biotecnológico no qual resíduos orgânicos são convertidos em
vermicomposto rico em nutrientes usando minhocas. Os microrganismos presentes no sistema
são responsáveis pela degradação bioquímica da matéria orgânica, enquanto as minhocas
desempenham seu papel no condicionamento do substrato e também na alteração da atividade
biológica. Trata-se de uma tecnologia de baixíssimo custo para o tratamento de resíduos
orgânicos com minhocas (ALI et al., 2015).
O uso de minhocas para o processo de vermicompostagem também tem várias
vantagens, como a de reduzir os resíduos orgânicos e inorgânicos, além de melhorar a
estrutura do solo, aumentar o crescimento das plantas, neutralizar o pH do solo, fornecer
biofertilizante e gerar produtos de bioconversão, como o húmus de minhoca (RATNASARI et
al., 2023).

2.3 Microrganismos Presentes nos Processos de Compostagem

Zhang et al. (2016) buscaram verificar quais mudanças ocorreriam na dinâmica,


composição e função das comunidades bacterianas ao longo do tempo e em várias
profundidades de um composto preparado com sabugo de milho triturado e misturado com
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esterco bovino de modo a ter uma relação C:N de 25 a 35. A mistura foi adicionada a um
fermentador de 90 m3 de escala industrial e foram realizadas as análises metagenômicas após
90 dias de compostagem. Os autores encontraram um total de nove filos bacterianos em todas
as amostras, dentre eles, quatro filos representaram a maioria das sequências e foram
considerados os filos dominantes: Firmicutes, Proteobacteria, Bacteroidetes e Actinobacteria.
A sucessão de espécies ocorreu em diferentes alturas da pilha de composto. Com uma
diminuição na altura do composto, da camada superficial para a camada média, a abundância
de Firmicutes aumentou de 8% para 81%, enquanto Proteobacteria e Bacteroidetes
diminuíram de 70% para 17 %, respectivamente. Os filos Proteobacteria e Bacteroidetes
podem ser derivados de esterco de vaca e na camada superficial a sua dominância
provavelmente decorreu da menor temperatura da pilha de composto. Assim, na parte interna
do composto, a abundância desses dois filos diminuiu acentuadamente. A alta abundância de
Firmicutes na camada intermediária pode ser devida às propriedades de aeróbios facultativos
e de resistência ao calor. As actinobactérias também foram abundantes na parte basal da pilha
de composto, onde atingiram um pico na camada inferior, a 0,1 m, com um valor de 24% de
abundância, possivelmente devido ao modo de aeração de fluxo que promoveria o
crescimento de Actinobactérias aeróbicas. Em contraste, no composto natural, Actinobacteria
foi mais abundante nas partes mais altas (~ 20 cm), onde a concentração de oxigênio foi
maior.
Como a Actinobacteria é considerada uma importante degradadora de lignocelulose
em compostos e Firmicutes podem crescer em alta temperatura e foram amplamente
distribuídas na fase termofílica do composto de feno combinado com subprodutos agrícolas
(ZHANG et al., 2014), sugere-se que a comunidade bacteriana esperada com uma estrutura
estável se desenvolveu no estágio posterior de compostagem, composta principalmente por
Firmicutes e Actinobacteria.
Ao nível do gênero, Zhang et al., 2016 constataram que as mudanças na estrutura da
comunidade bacteriana estavam de acordo com aqueles no nível do filo. Com a diminuição da
altura do composto, os gêneros dominantes mudaram de Cellvibrio, uma bactéria mesofílica
pertencente ao filo Proteobacteria com capacidade de degradação de celulose para os gêneros
pertencentes a Firmicutes e Actinobacteria, como Bacillus, Planifilum e Thermobifida. Da
mesma forma, o tempo de compostagem foi um fator importante que afetou a composição da
comunidade: na fase inicial da compostagem, predominaram principalmente os gêneros
pertencentes a Bacteroidetes e Proteobacteria, incluindo Petrimonas, Proteiniphilum e

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Pseudomonas, mas estes foram substituídos por gêneros como Bacillus e Thermobifida ao
final da compostagem. Bacillus é um gênero amplamente difundido de Firmicutes em
sistemas de compostagem de resíduos lignocelulósicos devido à sua termotolerância na fase
termofílica.
Além disso, as atividades antifúngica e protease do Bacillus podem fornecer a esse
gênero a capacidade competitiva contra outros microrganismos. Thermobifida é amplamente
identificado em compostos lignocelulósicos e é bem conhecido como um degradador de
celulose (ZHANG et al., 2015). A dominância desses gêneros indicava uma comunidade
seleta caracterizada pela termoestabilidade e a capacidade de degradar a lignocelulose que
havia se formado no final do processo de compostagem (ZHANG et al.,2016).
Nakasaki et al. (2019) buscaram identificar quais eram os microrganismos comuns no
estágio final da fermentação de uma composteira contendo resíduos de cozinha ricos em
carboidratos, restos de ração de coelho e arroz cozido. Na compostagem inoculou-se levedura
mesofílica capaz de degradar ácidos orgânicos e manteve-se a temperatura da pilha de
compostagem a 40 °C por diferentes períodos de tempo e depois à uma temperatura
termofílica de 60 °C. As análises de DNA revelaram a presença de três filos durante a
compostagem: Proteobacteria, Firmicutes e Actinobacteria. Ademais, os autores supracitados
verificaram que a ordem Bacillales foi dominante durante o processo de compostagem; no
entanto, os tipos de bactérias pertencentes à ordem Bacillales mudaram significativamente à
medida que a degradação da matéria orgânica avançou. Além disso, o número de um
determinado grupo de Bacillales aumentou em conjunto com Symbiobacterium, uma bactéria
comensal.
Muitos tipos de espécies de Bacillus aparecem no processo de compostagem nas fases
mesofílica e termofílica. Geobacillus foi originalmente incluído dentro do gênero Bacillus,
mas foi reclassificado como um gênero separado. Uma das famosas espécies pertencentes a
esse gênero e frequentemente observada em compostos é a Geobacillus stearothermophiles.
Esta espécie cresce dentro de uma ampla faixa de temperatura de 30 a 75 ºC. O gênero
Geobacillus tornou-se dominante quando a temperatura da compostagem do lodo de
aquacultura foi mantida à 70 ºC, embora a abundância relativa deste grupo de bactérias não
fosse tão elevada no composto mantido entre 50 - 60 ºC indicando que o gênero Geobacillus
se beneficia em temperaturas mais elevadas, apesar de crescer dentro de uma ampla faixa de
temperatura (KOYAMA et al., 2018).
Outros grupos de bactérias da ordem Bacillaceae, Ureibacillus e Paenibacillaceae

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apareceram em experimentos de compostagem presentes em alta abundância relativa. Esses
dois grupos de bactérias foram relatados anteriormente (AKHTAR et al., 2016; JIA et al.,
2017). Jia et al. (2017) encontraram uma nova catalase da bactéria termofílica U.
thermosphaericus isolada de um composto oriundo da compostagem contendo fase
termofílica. Akhtar et al. (2016) investigaram a biodiversidade de bactérias produtoras de
celulase e sua aplicação e descobriram que a família Paenibacillaceae ocorre primariamente
no solo, no esterco bovino e nos compostos orgânicos. A existência destes dois grupos de
bactérias no composto é assim esperada.
As bactérias mais interessantes identificadas por Nakasaki et al. (2019) são aquelas
pertencentes ao gênero Symbiobacterium. S. thermophilum foi encontrada em uma cultura
submersa comensal derivada de composto (UEDA et al., 2004) e é conhecida por depender do
comensalismo microbiano com um Bacillus sp. específico. É provável que esta bactéria só
possa crescer em um ambiente misto com espécies comensais ou em meio misturado com
filtrado de cultura desta espécie. A descoberta desta bactéria no presente estudo ilustra o
benefício da aplicação de métodos biológicos moleculares para estudar as comunidades
bacterianas em compostos orgânicos. É provável que os microrganismos presentes no
composto compartilhem relações comensais e simbióticas com microrganismos coexistentes.
Akyol et al. (2019) avaliaram a degradação da matéria orgânica e a diversidade
microbiana durante a compostagem de resíduos oriundos de restos culturais ricos em
lignocelulose. A pilha de compostagem foi constituída de esterco bovino, resíduos da cultura
de cevada, triticale, trigo e centeio. A diversidade bacteriana foi determinada pelo
sequenciamento do gene 16S rRNA, coletando amostras em triplicatas de todas a pilhas de
compostagem: composto de cevada (BC), composto de triticale (TC), composto de trigo (WC)
e composto de centeio (RC)
Uma comunidade bacteriana muito diversa foi detectada em amostras (BC, RC, TC e
WC), sendo que o maior número de OTUs pertencia principalmente a quatro filos:
Actinobacteria, Bacteroidetes, Firmicutes e Proteobacteria. Claramente, Luteimonas (filo
Actinobacteria) foi de longe o gênero bacteriano mais abundante em todas as amostras, pois a
abundância relativa de Luteimonas foi de 15%, 20%, 12% e 13% nos compostos BC, RC, CT
e WC, respectivamente. Foi seguido por Bacillus (7-12%, filo Proteobacteria), Ochrobactrum
(5-13%, filo Proteobacteria) e Thermobifida (2-7%, filo Actinobacteria). Apesar de algumas
pequenas variações em relação às abundâncias relativas, todas as quatro amostras de
composto foram representadas pelos mesmos grupos filogenéticos de bactérias e não houve

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diferença significativa entre as amostras. Outros gêneros bacterianos predominantes foram os
seguintes: Cellvibrio (filo Proteobacteria), Taibaiella (filo Bacteroidetes), Bordetella (filo
Proteobacteria), Pseudomonas (filo Proteobacteria), Olivibacter (filo Bacteroidetes),
Gelidibacter (filo Bacteroidetes) e Acidovorax (filo Proteobacteria). Os resultados estão de
acordo com os dados apresentados anteriormente, pois Firmicutes, Proteobacteria,
Bacteroidetes e Actinobacteria são comumente relatados como os filos bacterianos mais
dominantes nos processos de compostagem (GALITSKAYA et al., 2017; WEI et al., 2018).
As bactérias do filo Firmicutes são conhecidas por crescerem em altas temperaturas e
são amplamente distribuídas, especialmente na fase termofílica da compostagem da biomassa
agrícola (ZHANG et al., 2016). Enquanto isso, Actinobacteria também é considerada
termofílica / termotolerante e também desempenha um papel importante em termos de
decomposição de materiais orgânicos (JURADO et al., 2014). No nível do gênero, a
Luteimonas é tipicamente encontrada nos resíduos de alimentos e / ou processos de
compostagem em ambientes de solo (MAEDA et al., 2010; WU et al., 2016).
O gênero Bacillus é frequentemente detectado em sistemas de compostagem
lignocelulósica como bactérias termotolerantes (DE GANNES et al., 2013), onde contribui
para a degradação de resíduos durante o processo de compostagem (WEI et al., 2018). As
espécies pertencem ao gênero Cellvibrio, por outro lado, são bactérias mesofílicas e crescem
de forma semelhante nas fibras de celulose, sendo, portanto, uma adaptação importante em
tais ambientes devido à capacidade de degradar polissacarídeos (ZHANG et al., 2017).
As bactérias do gênero Pseudomonas têm sido notoriamente relatadas como bactérias
supressoras de doenças em plantas, o que pode melhorar a qualidade da compostagem durante
a fase de maturação (WEI et al., 2018). Já o gênero Thermobifida foi revelado como eficaz na
degradação de celulose e hemicelulose, secretando hemicelulases e celulases (ZHANG et al.,
2015).
Diferente das bactérias típicas de compostagem acima mencionadas, os gêneros
Luteolibacter, Olivibacter, Taibaiella e Ochrobactrum também foram detectados nas
amostras juntamente com Luteimonas, que são bactérias comumente encontradas em
ambientes de solo e mais provavelmente introduzidas nas pilhas de compostagem com a
adição da palhada de trigo como agente volumoso (AKYOL et al., 2019).
Xu et al. (2019) realizaram um consórcio de microrganismos termofílicos
enzimaticamente multifuncionais isolados a partir de amostras de compostagem, o qual fora
purificado e inoculado em esterco bovino e folhas de cana compostada em duas etapas. As

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diferenças entre a pilha sem adição de microrganismos e a pilha inoculada foram monitoradas
durante todo o processo de compostagem (0, 3, 9, 18, 30 e 45 dias), de modo a investigar a
evolução da estrutura e funcionalidade da comunidade microbiana. Cepas de B. licheniformis
(TA65 A. nidulans (GXU-1) e A. oryzae (GXU-11) foram inoculadas nas pilhas de composto.
Uma das principais razões para utilizar estes microrganismos como inoculantes reside na sua
atividade enzimática por eles desempenhada: lacase (Lac), xilanase (Xyn) e
carboximetilcelulose (CMC). Além disso, esses microrganismos mostraram a alta atividade
celulósica enzimática e a tolerância à altas temperaturas (50 ºC).
Xu et al. (2019) verificaram que a sucessão de comunidades microbianas durante as
diversas fases de compostagem tem grande influência na transformação da matéria orgânica e
na formação de substâncias húmicas devido a sua versatilidade metabólica. Durante a
compostagem, a comunidade bacteriana mudou dramaticamente ao nível do gênero. Os 20
principais gêneros bacterianos na pilha de compostagem com a adição de microrganismos
termofílicos no dia 0 foram aproximadamente os mesmos que os CP. Os gêneros dominantes
na pilha inoculada no dia 0 foram representados por Clostridium Ⅳ (4,03%), Romboutsia
(2,55%), Clostridium sensu stricto (2,53%), Desemzia (2,24%) e Corynebacterium (2,1%),
enquanto na pilha de compostagem sem microrganismos inoculados os gêneros dominantes
constituíram-se de Clostridium Ⅳ (4,67%), Barnesiella (2,19%), Clostridium sensu stricto
(1,87%), Intestinimonas (1,85%) e Romboutsia (1,84%). Notavelmente, a abundância relativa
desses gêneros diminuiu drasticamente e foi removida da lista dos 20 principais gêneros
bacterianos a partir do dia 3. Na fase termofílica, Acinetobacter obteve a maior proporção
(20,63%) nos 20 principais gêneros bacterianos na pilha de compostagem inoculada e
Luteimonas levou a maior proporção na PC (6,16%). Além disso, a Luteimonas desempenha
um papel essencial na promoção da decomposição de polissacarídeos (MARTIN et al., 2015).
Na fase inicial de compostagem, XU et al. (2019) observaram que as bactérias do filo
Firmicutes foram as bactérias mais abundantes (67,78% e 64,82%), seguidas por
Bacteroidetes (20,83% e 18,84%) e Proteobacteria (5,78% e 8,87%) na compostagem com
inoculação das cepas e sem a inoculação, respectivamente. Adicionalmente, a abundância de
Firmicutes foi drasticamente diminuída com o aumento da temperatura e sua menor
abundância foi registrada no dia 45 nos dois tratamentos. As bactérias do filo Firmicutes
desempenham um papel importante na absorção de carboidratos e na degradação da celulose
(DEES; GHIORSE, 2001), assim a maior abundância de Firmicutes na pilha inoculada
indicou a limitação da diversidade microbiana na degradação da lignocelulose e a necessidade

13
de inoculação para a melhoria no processo da compostagem. Além disso, a abundância
relativa de Actinobacteria na pilha inoculada foi significativamente maior do que na pilha sem
inoculantes, na fase inicial da compostagem.
XU et al. (2019) registraram a dominância do filo Bacteroidetes na fase de
resfriamento (no dia 18) e a sua abundância relativa atingiu 27,61% e 27,04% na pilha de
compostagem sem inoculantes e com inoculantes, respectivamente. Por outro lado, a
abundância de Bacteroidetes foi significativamente maior na pilha inoculada (21,91%) do que
na pilha de composto sem inoculação (18,98%) no dia 45. A abundância relativa de
Proteobacteria aumentou de 8,78% no dia 0 para 60,35% no dia 3 e finalmente diminuiu para
35,75% no dia 45 na pilha de compostagem inoculada. Já a abundância na pilha sem
inoculação das cepas apresentou a mesma tendência. É amplamente reconhecido que as
bactérias do filo Proteobacteria desempenham um papel fundamental na degradação da
glicose, propionato, butirato e outras pequenas moléculas, as quais podem efetivamente
promover a decomposição da lignocelulose (LI et al., 2012; WANG et al., 2013). Assim, a
maior abundância de Proteobacteria e Firmicutes na pilha inoculada indicou que a inoculação
foi benéfica para a despolimerização da lignocelulose. E além disso, as bactérias do filo
Acidobacteria representaram 6,92% e 6,88% durante a fase de maturação (no dia 45) na pilha
sem inoculação e com inoculação, respectivamente. Ainda, a abundância do filo
Acidobacteria foi considerada como um marcador da maturidade do composto (WANG et al.,
2014) e as principais famílias de Acidobacteria foram Aridibacter e Gp6. (XU et al., 2019)
sugerem que os inoculantes adicionados contribuíram para uma comunidade bacteriana
diversa que converteu a celobiose em glucose durante a fase final de degradação da celulose.

2.4 Microrganismos Presentes nos Processos de Vermicompostagem

Gopal et al. (2017) ao realizarem a vermicompostagem de folhas de coqueiro por


minhocas indígenas epigéicas do gênero Eudrilus sp., extraíram o DNA total e posteriormente
o sequenciaram a partir das regiões V1-V3 dos genes 16S rRNA, com a finalidade de
compreender a dinâmica da comunidade bacteriana durante diferentes estágios da
vermicompostagem, avaliados em quatro diferentes tempos do processo: pré-decomposição
(15º dia), vermicompostagem inicial (45º dia), vermicompostagem 50-70% de decorrência do
processo (75º dia) e vermicomposto maduro (105º dia). Os autores ainda constataram que a
diversidade alfa revelou um aumento na diversidade bacteriana até o 75º dia, que então

14
diminuiu no 105º dia, quando o vermicomposto já estava maduro. O aumento da população
microbiana está correlacionado com o aumento do conteúdo de N e P, que é provavelmente
contribuído pela maior mineralização da biomassa para disponibilizando estes nutrientes,
além das altas concentrações de substrato e altos níveis de umidade. À medida que o
vermicomposto começa a amadurecer, ocorre uma redução no nível da umidade, levando à
redução da população e atividade microbiana.
As comparações da diversidade beta mostraram a formação de comunidades distintas,
específicas de cada estágio da vermicompostagem. Em termos de abundância relativa, os filos
Acidobacteria, Actinobacteria, Chloroflexi, Gemmatimonadetes, Nitrospirae, Planctomycetes,
TM7 e WS3 aumentaram até o estágio de vermicompostagem de 50-70%. Durante o mesmo
período, a abundância de Bacteroidetes e Proteobacteria diminuiu. Em contrapartida, os níveis
de Firmicutes aumentaram a partir dos 75 dias de vermicompostagem até o estágio final de
105 dias. O potencial de degradação da lignina persistiu durante todo o processo de
vermicompostagem. A presença de propriedades de promoção do crescimento de plantas no
vermicomposto maduro, que é uma das principais razões para a sua popularidade com os
agricultores, foram encontradas quanto à fixação de carbono em organismos fotossintéticos,
vias de fixação de carbono em procariotos e a biossíntese de alcalóides indólicos (todas nas
amostras do 75º dia). A maior abundância de fixação de carbono em organismos
fotossintéticos foi muito provavelmente contribuída pelas cianobactérias, que foram
ligeiramente mais abundantes nas amostras do 75º dia. Da mesma forma, o caminho para a
biossíntese de alcalóides indólicos foi observada no 75º dia ((GOPAL et al., 2017).
Hormônios do crescimento em plantas, como o ácido 1-naftalenoacético e o ácido
indol-3-acético, inibem o acúmulo de alcalóides pela regulação negativa do gene triptofano
descarboxilase envolvido na via da biossíntese de alcalóides indólicos (ZHU et al. 2015).
Concomitantemente, as amostras de 45 dias provavelmente possuíam uma capacidade de
degradação elevada para o geraniol, que está envolvido no acúmulo de alcalóides (PAPON et
al. 2005). Ambos os atributos funcionais reduziriam os níveis de alcalóides no
vermicomposto maduro, sugerindo um mecanismo indireto para o aumento do crescimento
das plantas pelo microbioma do vermicomposto. Da mesma forma, a aplicação combinada do
vermicomposto de folhas de coco e biofertilizantes também aumentou o índice de clorofila
nas folhas de coqueiros, em comparação com a aplicação de fertilizantes químicos (HEBBAR
et al. 2016), apoiando ainda mais o uso de vermicomposto para melhorar a produtividade das
plantas.

15
As minhocas levam a uma maior população microbiana fragmentando e comendo
resíduos orgânicos frescos, enquanto os microrganismos contribuem para a degradação
bioquímica da matéria orgânica produzindo enzimas. As interações entre minhocas e outras
espécies no solo podem ter um impacto em uma variedade de populações da microbiota
(HUDA et al., 2023).
Vermicompostos coletados por Raimi et al. (2022) em diferentes fazendas de
produção foram analisados pela tecnologia de sequenciamento 16S rRNA. A análise também
revelou que Firmicutes, Proteobacteria, Planctomycetes e Bacteroidetes foram os filos mais
dominantes, enquanto Lysinibacillus, Escherichia-Shigella, Bacillus, Pseudomonas,
Clostridium sensu stricto 1, Morganella, Vibrio e Aeromonas foram os gêneros
predominantes. Os autores destacam que a presença dos gêneros Clostridium sensu stricto 1,
Escherichia-Shigella e Vibrio, que são potencialmente patogênicas, da necessidade de
melhorar a eficiência e segurança da vermicompostagem. Lysinibacillus, Bacillus,
Paenibacillus e Pseudomonas foram as principais comunidades bacterianas com potencial
para promover o crescimento de plantas e podem servir como recursos na produção de
inóculo bacteriano.

16
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notória a versatilidade metabólica das comunidades microbianas no decorrer dos


processos de transformação dos resíduos orgânicos em matéria orgânica estável. Isso é
possível graças a sucessão destas comunidades, as quais exibem especialização e ocorrência
em fases específicas do processo de compostagem.
Apesar da grande biodiversidade da comunidade microbiana presente nos resíduos
utilizados nos diferentes processos de compostagem e vermicompostagem, percebe-se que em
todos os processos aqui abordados são dominados por quatro filos bacterianos:
Actinobacteria, Bacteroidetes, Firmicutes e Proteobacteria
O composto orgânico é uma opção natural, segura e ecológica para a recuperação da
fertilidade orgânica do solo degradado e para o fornecimento de substâncias, como nutrientes,
fitormônios, antioxidantes e enzimas que promovem o crescimento e a produção das plantas.
Além disso, a aplicação de composto é a melhor abordagem para reduzir o uso de fertilizantes
sintéticos, os quais têm um impacto negativo no meio ambiente e cuja produção é onerosa.

17
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