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Semina: Ciências Agrárias

ISSN: 1676-546X
semina.agrarias@uel.br
Universidade Estadual de Londrina
Brasil

Mali, Suzana; Eiras Grossmann, Maria Victória; Yamashita, Fábio


Filmes de amido: produção, propriedades e potencial de utilização
Semina: Ciências Agrárias, vol. 31, núm. 1, enero-marzo, 2010, pp. 137-155
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=445744095013

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REVISÕES / REVIEWS

Filmes de amido: produção, propriedades e potencial de utilização

Starch lms: production, properties and potential of utilization

Suzana Mali1*; Maria Victória Eiras Grossmann2; Fábio Yamashita3

Resumo
O interesse no emprego de matérias-primas provenientes de recursos renováveis para a produção de
embalagens de alimentos vem crescendo. Dentre os biopolímeros mais promissores para este m estão
os amidos de diversas fontes botânicas, que são biodegradáveis, têm custo baixo e estão disponíveis em
todo o mundo. Diante disto, este trabalho apresenta uma revisão bibliográ ca sobre a caracterização e o
potencial de utilização de lmes biodegradáveis a base de amido. Discute as propriedades mecânicas, de
barreira e a cristalinidade dos lmes de amido e o efeito do uso de plasti cantes sobre estas propriedades.
As informações disponibilizadas mostram que existem grandes possibilidades de utilização destes
materiais como embalagens de alimentos que, no entanto, dependem da produção de materiais mais
estáveis às condições de armazenamento e do desenvolvimento de tecnologia de produção em escala
industrial.
Palavras-chave: Embalagens biodegradáveis, biopolímeros, amido, propriedades mecânicas,
propriedades de barreira.

Abstract
There is an increasing interest in the utilization of renewable resources for the production of food
packaging. Among the biopolymers, starches from several sources have been considered as one of the
most promising material for this purpose, and the reasons for this are that starches are biodegradable,
are inexpensive and available in the worldwide. This work presents a bibliography review about
biodegradable starch lms characterization and potential of utilization. Discusses the starch lms
mechanical and barrier properties, the cristallinity and the effects of the use of plasticizers over these
properties. The discussed informations indicate that exist great possibilities for these materials in food
packaging, which depend on the production of more stable materials and the development of production
technology in industrial scale.
Key words: Biodegradable packaging, biopolymers, starch, mechanical properties and barrier properties

1
Docente do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia, Centro de Ciências Exatas, da Universidade Estadual de Londrina.
Coordenadora e colaboradora em Projetos de Pesquisa na área de embalagens biodegradáveis de amido, orientadora do Mestrado
em Biotecnologia Departamento de Bioquímica e Biotecnologia da UEL. Revisora de periódicos nacionais e internacionais.
E-mail: smali@uel.br
2
Docente do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de
Londrina. E-mail: victoria@uel.br
3
Docente do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de
Londrina. E-mail: fabioy@uel.br
* Autor para correspondência
Recebido para publicação 20/03/08 Aprovado em 18/11/09
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Introdução vendas de celofane chegaram a cair 90% (JENKINS;


HARRINGTON, 1991).
Estima-se que existam atualmente cerca de
121 produtores de polietileno no mundo, com uma Na década de 1970, as pesquisas se voltaram
capacidade média de 70 milhões de toneladas/ano; para a introdução de amido em matrizes poliméricas
em 2010 esta capacidade deverá chegar a 88 milhões sintéticas, na proporção de 5 a 20%, levando à obtenção
de toneladas. O crescimento médio anual desta de plásticos considerados biofragmentáveis, mas
produção, entre 1990 e 2005, foi de 3,5% nos países não totalmente biodegradáveis (GRIFFIN, 1977;
desenvolvidos e 9% nos países em desenvolvimento GUILBERT; GONTARD, 1995). A partir da década
(ABRE, 2008). No Brasil, do total de plásticos rígidos de 1990, aumentou o interesse no desenvolvimento de
e lmes exíveis produzidos, 16,5% são reciclados, materiais termoplásticos compostos essencialmente
o que equivale a 200 mil toneladas por ano. A por amido (SOUZA; ANDRADE, 2000; MALI;
maior limitação para a reciclagem é a diversidade GROSMANN, 2003; MALI et al., 2002, 2004a,
das resinas empregadas, o que cria di culdades 2005, 2006; GODBILLOT et al., 2006; ALVES et
para a separação e reaproveitamento das mesmas al., 2007; SHIMAZU; MALI; GROSSMANN, 2007)
(ABIEF, 2008). A di culdade de reciclagem da envolvendo a adição de plasti cantes para melhorar
maioria das embalagens sintéticas disponíveis têm as propriedades mecânicas. Os plasti cantes devem
incentivado pesquisas nacionais e internacionais no ser compatíveis com o biopolímero e, geralmente,
sentido de incrementar e/ou desenvolver materiais são adicionados na proporção de 10 a 60 g/ g
biodegradáveis com características que permitam a matéria seca, dependo do grau de rigidez do material
sua utilização em embalagens. (GONTARD; GUILBERT; CUQ, 1993).
A biodegradação é um processo natural Os plasti cantes mais indicados para serem
e complexo onde compostos orgânicos, pelo empregados em lmes de amido são os polióis,
intermédio de mecanismos bioquímicos, são como o glicerol e o sorbitol, que vão proporcionar a
convertidos em compostos mineralizados simples estes materiais uma melhoria nas suas propriedades
e, então, redistribuídos no meio ambiente, através mecânicas. Outros tipos de aditivos geralmente
do ciclo elementar, tal como o do carbono, utilizados são os agentes antimicrobianos, vitaminas,
nitrogênio e enxofre (SALAME, 1986). Em síntese, antioxidantes, aromatizantes e pigmentos.
a biodegradação de um polímero é o processo A escolha do material a ser utilizado na
intrínseco pelo qual microorganismos e suas enzimas formulação dos lmes e revestimentos é muito
consomem este polímero como fonte de nutrientes, importante, pois deste dependerão as interações
em condições normais de umidade, temperatura entre os componentes do material, que poderão
e pressão; os polímeros melhor adaptados à interferir nas propriedades de barreira, mecânicas
biodegradação completa são os naturais, aqueles e sensoriais dos lmes (BALDWIN; CARRIEDO,
hidrolisáveis a CO2 e H2O, ou a CH4 e os polímeros 1994).
sintéticos que possuam estruturas próximas aos
naturais (LIMA, 2004; BARDI; ROSA, 2007). Inúmeros estudos têm sido publicados sobre
caracterização das propriedades funcionais de
Um dos primeiros lmes plásticos biodegradáveis lmes de amido (BADER; GÖRITZ, 1994a, 1994b,
utilizados foi o celofane (obtido a partir do xantato 1994c; LOURDIN; DELLA VALLE; COLONNA,
de celulose), material exível, transparente e com 1995; CHANG; CHEAH; SEOW, 2000; GARCIA;
boas propriedades mecânicas, porém, sensível MARTINO; ZARITKY, 1998, 2000; MALI et al.,
à umidade. Desde a introdução dos polímeros 2002, 2004a, 2005; TAJLA et al., 2007; MÜLLER;
sintéticos na produção de embalagens, em 1950, as YAMASHITA; LAURINDO, 2008), principalmente

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porque o amido é uma matéria-prima abundante e pelas rami cações da amilopectina (SOUZA;
e disponível em todo o mundo, apresenta muitas ANDRADE, 2000). De acordo com Zobel (1964),
possibilidades de modi cação química, física as regiões cristalinas dos grânulos proporcionam
ou genética e origina lmes e revestimentos padrões especí cos de difração de raios X,
resistentes. de nidos com base nos espaços interplanares e
na intensidade relativa das linhas de difração, que
variam de acordo com a fonte botânica do grânulo.
Amido O padrão A é característico de amidos de cereais,
O amido pode ser obtido de diversas fontes o padrão B de amidos de tubérculos e, o padrão
vegetais, como cereais, raízes e tubérculos, e C, intermediário entre o A e o B, característico de
também de frutas e legumes, no entanto, a extração amido de leguminosas.
em nível comercial de amido se restringe aos cereais, A aplicação do amido na produção de lmes
raízes e tubérculos. O amido é o polissacarídeo de se baseia nas propriedades químicas, físicas e
reserva dos vegetais e está armazenado sob a forma funcionais da amilose para formar géis e na sua
de grânulos, que apresentam um certo grau de capacidade para formar lmes. As moléculas de
organização molecular, o que confere aos mesmos amilose em solução, devido à sua linearidade,
um caráter parcialmente cristalino, ou semicristalino, tendem a se orientar paralelamente, aproximando-
com graus de cristalinidade que variam de 20 a 45% se o su ciente para que se formem ligações de
(YOUNG, 1984). hidrogênio entre hidroxilas de polímeros adjacentes.
O amido é formado por dois tipos de polímeros de Como resultado, a a nidade do polímero por água é
glicose, a amilose e a amilopectina, com estruturas e reduzida, favorecendo a formação de pastas opacas
funcionalidade diferentes. A amilose é um polímero e lmes resistentes (WURZBURG, 1986).
linear composto por unidades de D-glicose ligadas As principais fontes comerciais de amido são o
por ligações α-(1→4), com grau de polimerização milho, a batata, o arroz, o trigo e a mandioca (ELLIS
de 200 a 3000, dependendo da fonte do amido. A et al., 1998), porém, dentre outras fontes promissoras
amilopectina é um polímero altamente rami cado, para a obtenção de amido estão os tubérculos de
com unidades de D-glicose ligadas através de inhame (Dioscorea alata) e os grãos de aveia (Avena
ligações α-(1→4) e rami cações em α-(1→6) sativa). O amido de inhame, quando comparado
(ELLIS et al., 1998). Variações nas proporções com os amidos anteriormente citados, apresenta um
entre estes componentes e em suas estruturas e teor médio de amilose mais elevado (Tabela 1). Os
propriedades podem resultar em grânulos de amido maiores teores de amilose do amido de inhame são
com propriedades físico-químicas e funcionais muito interessantes para a confecção dos lmes (MALI
diferentes, que podem afetar as suas aplicações et al., 2002; 2004b; 2005) e, no caso do amido de
industriais. aveia, embora este apresente larga variação nos
Pelo caráter semicristalino, os grânulos de amido conteúdos de amilose e amilopectina, em função
apresentam birrefringência quando observados das diferentes cultivares que apresenta, o seu teor de
em microscópio óptico sob luz polarizada. A lipídios parece ser promissor no desenvolvimento
parte linear das moléculas de amilopectina forma de lmes. De acordo com Galdeano (2007), lmes
estruturas helicoidais duplas, estabilizadas por de amido de aveia são mais estáveis às condições
ligações de hidrogênio entre grupamentos hidroxila, ambientais devido ao maior teor de lipídios em
dando origem às regiões cristalinas dos grânulos. A relação a amidos de outras fontes.
região amorfa é composta pelas cadeias de amilose

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Tabela 1. Conteúdo de amilose e amilopectina de amidos naturais.

Fonte vegetal Amilose (%)


Milhoa 25
Batataa 23
Arroza 15 – 25
Trigoa 20
Mandiocaa 16 – 20
Inhameb 30
Aveiac 16 – 33
a
GARCIA, 1999; b – ALVES; GROSSMANN; SILVA, 1999 e c – WANG; WHITE, 1994.

O amido de mandioca vem sendo bastante estudado é aquecido na presença de pequenas quantidades
por pesquisadores brasileiros para a produção de água, o fenômeno que indica o rompimento dos
de embalagens biodegradáveis (VICENTINI; seus grânulos é conhecido como fusão, e exige de
CEREDA, 1997; VICENTINI; CASTRO; CEREDA, temperaturas bem maiores para acontecer que a
1999; HENRIQUE; CEREDA, 1999; OLIVEIRA; gelatinização.
CEREDA, 2003; MALI et al., 2004a; 2005; 2006;
Após a gelatinização, as moléculas de amido
ALVES,2007 SHIMAZU; MALI; GROSSMANN,
podem começar a se reassociar através de ligações de
2007; SAKANAKA, 2007; ALVES, 2007), mesmo
hidrogênio, favorecendo a formação de uma estrutura
porque a produção de mandioca no Brasil cresceu
mais ordenada, que, sob condições favoráveis, pode
8,7% entre os anos de 1997 e 2005 (ABAM, 2008).
formar uma estrutura novamente cristalina; a este
Destaca-se o Estado do Paraná, terceiro maior
conjunto de alterações dá-se o nome de retrogradação
produtor de mandioca do País, que é responsável
ou recristalização (ZOBEL, 1964; VAN SOEST et
por 75% da produção nacional deste amido; nos
al.; 1996). A recristalização é o mais importante
últimos 15 anos a produção de amido de mandioca
fenômeno que leva ao envelhecimento dos lmes
no Paraná sofreu forte incremento, passando de 180
de amido, tornando-os mais rígidos e quebradiços.
mil para 430 mil toneladas/ano (ABAM, 2008).
As condições de armazenamento de uma forma
Para a obtenção de um material termoplástico a geral afetam a velocidade de recristalização, mas
base de amido, sua estrutura granular semicristalina pode-se ressaltar o fenômeno da transição vítrea,
precisa ser destruída para dar origem a uma matriz discutido a seguir, como um importante parâmetro
polimérica homogênea e essencialmente amorfa na determinação da velocidade de recristalização do
(VAN SOEST; VLIEGENTHART, 1997; SOUZA; amido.
ANDRADE, 2000; LIU, 2005). Os fenômenos
que possibilitam a destruição da organização dos
grânulos de amido são a gelatinização e a fusão. A Formulação e Tecnologia de Produção de
gelatinização é a transformação irreversível do amido Filmes a Base de Amido
granular em uma pasta viscoelástica, fenômeno que A microestrutura e as propriedades dos lmes de
acontece na presença de excesso de água e leva à amido dependem do tipo de material utilizado para
destruição da cristalinidade e da ordem molecular a sua produção (CUQ; GONTARD; GUILBERT,
do grânulo através do rompimento das ligações 1995). Quando produzidos em escala laboratorial,
de hidrogênio que, inicialmente, mantinham a se formam depois de solubilização do amido em um
integridade deste. Por outro lado, quando o amido solvente, com formação de uma solução lmogênica

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(DONHOWE; FENNEMA, 1994) que, em seguida, Schwartzberg (1986), a transmissão de água através
é aplicada sobre um suporte e é seca para evaporação de materiais hidrofílicos é muito mais complexa
do solvente, técnica esta chamada de casting. devido à não linearidade das suas isotermas de
sorção. O efeito da espessura sobre a PVA de
Na técnica do tipo casting, após a gelatinização
lmes hidrofílicos foi observado por muitos autores
térmica dos grânulos em excesso de água, amilose
(BANKER, 1966; HAGENMAIER; SHAW, 1990;
e amilopectina se dispersam na solução aquosa
GENNADIOS; WELLER; GOODING, 1994;
e, durante a secagem, se reorganizam, formando
SOBRAL, 2000a, 2000b; MALI et al., 2004a;
uma matriz contínua que dá origem aos lmes.
GALDEANO, 2007), que relataram a ocorrência de
De acordo com Bader e Goritz (1994 a, 1994b,
lmes com diferentes capacidades de se ligar à água e,
1994c), a estrutura cristalina dos lmes de amido,
conseqüentemente, com diferentes permeabilidades,
e conseqüentemente, as propriedades mecânicas
sendo formados a diferentes espessuras.
e de barreira, são fortemente in uenciadas pelas
condições de secagem destes. Em lmes secos De acordo com Sobral (2000b), quando se
sob temperaturas superiores a 60oC, o processo produzem lmes por casting, o controle da espessura
de secagem é mais rápido que a retrogradação ou depende largamente da viscosidade da solução
recristalização (processo que leva ao envelhecimento lmogênica. No caso de soluções muito viscosas,
dos lmes), gerando materiais mais estáveis ao que se comportam como uídos de Bingham (não
armazenamento que lmes secos sob menores uem sob a ação do seu próprio peso), a solução deve
temperaturas. A umidade relativa durante a secagem ser espalhada com um equipamento conveniente,
mantendo-se uma espessura da solução no suporte
dos lmes também é um fator importante, lmes
que permitirá o conhecimento da espessura do
secos sob maiores umidades relativas apresentam
lme depois de seco. Quando se trabalha com
estruturas com maior grau de cristalinidade e maior
soluções diluídas, o controle da espessura ocorre
teor de umidade residual, parâmetro este que tornam
através do conhecimento da gramatura do material
os lmes mais susceptíveis a alterações durante
obtido. Esta técnica exige um controle rigoroso da
o seu o armazenamento e utilização (RINDLAV-
forma do suporte e do nível da estufa, para evitar
WESTLING, 1998).
diferenças na espessura provocadas por desníveis
O controle da espessura dos lmes produzidos durante a secagem.
por casting é uma etapa que exige atenção e é,
Outro parâmetro, este largamente discutido, é o
ainda, um parâmetro pouco estudado. De acordo
teor de plasti cante empregado nos lmes de amido.
com Carvalho (1997), Sobral (2000a, 2000b),
O efeito que estes causam nas propriedades funcionais
Mali et al. (2004a) e Galdeano (2007), este
dos lmes depende não só da sua concentração, mas
parâmetro in uencia largamente as propriedades também do tipo de plasti cante empregado (CUQ
mecânicas, principalmente a força na perfuração et al., 1995; McHUGH; KROCHTA, 1994; MALI
e a permeabilidade ao vapor de água de lmes et al., 2005). Para os lmes a base de amido, os
hidrofílicos. Quanto maiores as espessuras, mais plasti cantes mais empregados são os polióis, como
resistentes à perfuração são os lmes e maior a sua glicerol e sorbitol, porém os efeitos provocados pelo
permeabilidade ao vapor de água. Teoricamente, glicerol são mais acentuados que os provocados pelo
segundo a lei de difusão de Fick e a lei de sorção sorbitol (MALI et al., 2005; CHANG; KARIM;
de Henry, a taxa de permeabilidade ao vapor de SEOW, 2006; SHIMAZU; MALI; GROSSMANN,
água (TPVA) de um lme plástico sintético varia 2007). Quando se deseja reduzir o caráter hidrofílico
com o inverso da sua espessura, enquanto que a dos lmes de amido, os ácidos graxos podem ser
permeabilidade ao vapor de água (PVA) deve ser empregados como plasti cantes (PARRIS et al.,
constante (CUQ et al., 1996). Porém, segundo 1995; PETERSSON; STADING, 2005).
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Os plasti cantes reduzem as forças Durante os últimos anos, a técnica de casting foi
intermoleculares e aumentam a mobilidade das a mais empregada e discutida na pesquisa de lmes
cadeias dos polímeros, com diminuição de possíveis biodegradáveis a base de amido, mostrando bons
descontinuidades e zonas quebradiças, resultando resultados dentro do âmbito laboratorial. Porém,
assim em materiais com menores temperaturas de para a produção em escala industrial, apresenta
transição vítrea (Tg). Favorecem a transição do algumas desvantagens, como tempo de processo e
material de um estado vítreo, caracterizado por uma custo elevados, esta última em função do grande
menor mobilidade molecular entre as cadeias do gasto energético para a secagem dos lmes. Uma
polímero e por uma maior rigidez, para um estado solução para o problema, de acordo com Fishman
borrachento ou gomoso, de maior mobilidade et al. (2000), é a utilização do processo de extrusão
molecular e, consequentemente, maior exibilidade. para a produção em escala industrial, com as
O decréscimo da Tg se re ete nas propriedades vantagens de rapidez e menores custos de produção;
mecânicas: pode-se perceber um decréscimo da outro fator importante a ser considerado é que este
força na perfuração e o aumento da deformação processo já é empregado na produção de embalagens
dos lmes nesta situação (BILIADERIS, 1992; sintéticas convencionais, como as de polietileno,
GONTARD; GUILBERT; CUQ, 1993; VAN polipropileno, polietileno tereftalato, dentre outras.
SOEST; VLIEGENTHART, 1997).
De acordo com Van Soest e Vliegenthart (1997),
Na realidade, os plasti cantes in uenciam todas várias etapas devem ser superadas para a produção
as propriedades funcionais dos lmes, não só as industrial de plásticos biodegradáveis de amido.
propriedades mecânicas.APVAtende a aumentar com
Em primeiro lugar, para viabilizar custos, deve ser
o incremento do teor de plasti cantes hidrofílicos,
empregada tecnologia já utilizada pela indústria de
como é o caso dos polióis, em especial o glicerol. De
plásticos convencionais. Depois, os plasti cantes
acordo com McHugh e Krochta (1994), o aumento
e aditivos empregados devem ser biodegradáveis
do teor de glicerol leva ao aumento, também, da
e, por último, os materiais desenvolvidos devem
permeabilidade aos gases de lmes hidrofílicos, ou
apresentar características comparáveis às dos
seja, o glicerol se liga às moléculas do biopolímero,
convencionais.
aumentando a mobilidade e diminuindo a densidade
entre as suas moléculas, facilitando a transmissão Alguns trabalhos relatam a extrusão para a
dos gases através do material. incorporação do amido (5-50%) às matrizes de
polímeros sintéticos convencionais, principalmente
Dependendo da concentração em que são
o polietileno de baixa densidade (PEBD). Como o
empregados, os plasti cantes podem causar um
amido tem pouca compatibilidade com os polímeros
efeito chamado antiplasti cante, isto é, ao invés
de aumentar a exibilidade e hidro licidade, sintéticos, geralmente, em uma primeira etapa, se faz
podem causar um efeito contrário (GAUDIN et al., uma pré-mistura dos dois materiais, em extrusoras
1999, 2000). Geralmente, isto ocorre quando são mono ou dupla rosca, com temperatura média de
empregadas pequenas concentrações de plasti cante 120oC ao longo do processo. Na segunda etapa, com
(abaixo 20 g/100 amido), então o plasti cante o amido já incorporado aos grânulos de PEBD, o
interage com a matriz polimérica, mas não em material é novamente extrusado, ou então prensado,
quantidade su ciente para aumentar a mobilidade para a obtenção dos lmes. Em geral, quanto
molecular, apenas aumenta o grau de interações e maior o conteúdo de amido, mais rígidos e menos
a rigidez desta matriz, fenômeno este fortemente resistentes às alterações de umidade são estes lmes
dependente das condições de armazenamento (MALI (KIM; POMETTO, 1994; ARVANITOYANNIS et
et al., 2005; SHIMAZU; MALI; GROSSMANN, al., 1998). A biodegradabilidade destes materiais é
2007; CHANG; KARIM; SEOW, 2006). discutível; enquanto o amido se degrada na natureza,
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o polietileno é liberado da matriz em pequenas Diversos tipos de modi cações têm sido
partículas, que permanecem no meio ambiente estudadas com o objetivo de diminuir a a nidade do
(PETERSEN et al., 1999). amido pela água, tornando assim os lmes obtidos
menos susceptíveis às variações de umidade,
Promovendo a extrusão do amido juntamente
como é o caso da introdução de ligações cruzadas,
com um plasti cante (água, sorbitol, glicerol, etc.),
bastante empregadas para modi car quimicamente
obtém-se um material que é denominado amido
amidos de diferentes fontes botânicas, como os
termoplástico. Este material, por suas características,
de milho e batata. Os amidos hidroxipropilados
pode ser depois empregado na produção de lmes,
também têm sido largamente estudados e, de acordo
por diferentes processos (CURVELO et al., 2001).
com Kim (2003), à medida que se aumenta o grau
Kuutti et al. (1998) produziram lmes por extrusão a
de modi cação em amidos hidroxipropilados, estes
partir do amido termoplástico, enquanto que outros
são degradados mais rapidamente, isto porque
pesquisadores empregaram a prensagem deste
grupamentos hidroxipropila são mais susceptíveis à
material para a obtenção de estruturas semi-rígidas
oxidação e futura degradação. Alguns pesquisadores
(CURVELO et al., 2001).
têm relatado a necessidade de tratamentos especiais
Em geral, a natureza hidrofílica e semicristalina como a adição de bras, minerais e componentes
do amido di culta o seu processamento via extrusão, hidrofóbicos (óleos vegetais, monoglicerídeos,
ou seja, é um material muito mais susceptível dentre outros) para melhorar a resistência à tração,
a alterações de umidade e temperatura, e com exibilidade e resistência ao contato com a água
maior rigidez estrutural que um polímero sintético (ANDERSEN et al., 2001; LAWTON; SHOGREN;
convencional. Apesar dos problemas acima citados, TIEFENBACHER, 1999, 2004; SOYKEABKAEW;
o amido continua sendo um dos polissacarídeos mais SUPAPHOL; RUJIRAVANIT, 2004).
promissores e estudados no desenvolvimento de
No entanto, a grande tendência na pesquisa e
embalagens e o grande desa o é adaptar o processo
desenvolvimento das embalagens de amido está
de produção às suas limitações (VILPOUX;
voltada para a combinação de amido e poliésteres
AVEROUS, 2003).
biodegradáveis, produzidas através da tecnologia
Uma alternativa, que pode agregar custos, é a de co-extrusão e sopro; esta combinação permite a
modi cação do amido, com o principal objetivo de obtenção de materiais com estabilidade às condições
se obter matérias-primas com maior estabilidade às ambientais e, mesmo que os poliésteres empregados
condições de armazenamento. Segundo Petersen apresentem valores comerciais acima dos polímeros
et al. (1999) , é vantajoso o emprego de amidos convencionais, podem ser considerados como
modi cados, mesmo que com maiores custos, uma alternativa viável, já que podem ser usados
porque, quando se compara o amido com outros em processos que permitem a escala industrial.
polissacarídeos, ele se mostra mais barato, menos Dentre os polímeros sintéticos biodegradáveis
cristalino e mais fácil de ser processado para a mais promissores e estudados em interações com
obtenção de materiais termoplásticos. o amido estão alguns poliésteres biodegradáveis,
que podem vir de fonte renovável (agropolímeros),
e os poliésteres oriundos de reações químicas de
monômeros de origem petrolífera (Tabela 2).

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Tabela 2. Classi cação dos principais poliésteres biodegradáveis disponíveis comercialmentea

Matéria-prima Poliéster Nome comercial – Fabricante


Natureworks – Cargil-Dow LLC (USA)
Lacty – Shimadzu (Japão)
Lacea – Mitsui Chemicals (Japão)
Ácido polilático (PLA)
Agrícola Heplon – Chronopol – EUA
CPLA – Dainippon Ink Chem. (Japão)
PLA – Galactic (Bélgica)

Polihidroxibutiratos (PHB, PHBV) Biocycle – PHB industrial (Brasil)


CAPA – Solvay (Bélgica)
Policaprolactona (PCL) Tone – Union Carbide (EUA)
Celgreen – Daicel (Japão)

Poliésteres alifáticos Enpol – Ire Chemical Ltd (Korea)


Petróleo (PBSA – polibutileno succinato co- Skygreen – SK Chemicals (Korea)
adipato) Lunare SE – Nippon Shokubai (Japão)

Poliésteres aromáticos Eco ex – BASF (Alemanha)


(PBAT – polibutileno teretftalato co- Biomax – Dupont (EUA)
adipato) Eastar Bio – Eastman Chemical (EUA)
a
– Adaptada de VILPOUX; AVEROUS, 2003.

Propriedades de Filmes de Amido de condicionamento para embalagens plásticas


exíveis, dentre as quais a norma E171-94 da ASTM
As propriedades físicas dos lmes de amido,
(American Society for Testing and Materials), a
assim como de embalagens sintéticas convencionais,
norma 554-76 da ISO (International Organization
podem mudar signi cativamente com alterações de
for Standarrization) e a NBR 7452 da ABNT
temperatura e umidade relativa durante a realização
(Associação Brasileira de Normas Técnicas).
dos ensaios de caracterização. Para que se possa
comparar diferentes materiais e resultados de ensaios
de diferentes laboratórios, é necessário padronizar Propriedades mecânicas
as condições de temperatura e umidade relativa
aos quais as amostras são submetidas durante as As propriedades mecânicas dos lmes de amido
análises. podem ser consideradas as mais restritivas, pois, em
geral, estes materiais devem ser resistentes à ruptura
O termo condicionamento refere-se à estocagem e à abrasão, para proteger e reforçar a estrutura
da amostra em ambiente com umidade relativa dos alimentos e, ainda, devem ser exíveis, para
constante, durante um período de tempo, a m adaptar-se a possíveis deformações sem se romper
de se obter um estado de nido da amostra em (SOBRAL, 2000a).
relação à atmosfera, para que possam ser obtidos
resultados reprodutíveis e ainda, para se conhecer As propriedades mecânicas dependem
o comportamento do material em relação a fortemente da formulação (macromolécula,
determinadas condições ambientais. De acordo solvente, plasti cante, ajustador de pH) e do
com Oliveira et al. (1996), existem algumas normas processo de obtenção. Dentro da formulação, o teor
nacionais e internacionais que xam padrões de plasti cante, como já citado, é um importante
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Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 1, p. 137-156, jan./mar. 2010
Filmes de amido: produção, propriedades e potencial de utilização

fator capaz de alterar o per l de propriedades Alguns trabalhos relatam os valores de Tg


mecânicas de um lme de amido. Filmes de amido para lmes de amido produzidos por casting. Os
sem plasti cantes são resistentes e elásticos e, à valores obtidos para os lmes de amido de inhame
medida que se aumenta o teor de plasti cante, estes (MALI et al., 2004a, 2005, 2006) estão próximos
materiais se tornam mais exíveis e deformáveis daqueles obtidos para lmes de amido de mandioca
(MALI et al., 2004a, 2005); os plasti cantes (CHANG; CHEAH; SEOW, 2000), ou seja, valores
atuam diminuindo as forças intermoleculares menores que 30oC, com teor de umidade menor que
entre as cadeias de amido, provocando redução da 27% (base seca).
temperatura de transição vítrea e, de modo geral, As propriedades mecânicas de lmes de amido
a resistência cai e a exibilidade aumenta com podem ser medidas através de testes de perfuração,
o incremento da concentração do plasti cante tração e relaxação. Nos testes de perfuração,
(BILIADERIS, 1992; GONTARD; GUILBERT; uma sonda cilíndrica desce perpendicularmente
CUQ, 1993; VAN SOEST; VLIEGENTHART, à superfície do lme, que está xado sobre um
1997; SOBRAL, 2000b). suporte de medida, até que ocorra o rompimento
A transição vítrea é uma transição de fase que da amostra; são medidas a força e deformação
ocorre em materiais amorfos ao serem submetidos na ruptura através dos grá cos de força versus
a uma determinada temperatura, denominada de deslocamento. As propriedades de tração são as mais
temperatura de transição vítrea (PEREZ, 1994); relatadas e expressam a resistência do material ao
quando submetidos a temperaturas abaixo da Tg, alongamento e ao rompimento, quando submetido
à tração. De acordo com Oliveira et al. (1996), as
os materiais se encontram no estado vítreo e são
metodologias de análise das propriedades mecânicas
caracterizados por uma baixa mobilidade molecular,
se baseiam principalmente nas normas da ASTM:
que lhes confere certa rigidez; acima da Tg, os
a 882-91 (ASTM D-882-91, 1996), que se aplica à
mesmos se encontram no estado borrachento, de
determinação das propriedades de tração de lmes
maior mobilidade molecular e, conseqüentemente,
com espessura inferior a 1 mm e a 638-93 (ASTM
maior exibilidade. De acordo com Forsell et
D-638-93, 1993), para lmes com espessura igual
al. (1997), a temperatura de transição vítrea é
ou superior a 1 mm. Dentre as propriedades de
o parâmetro mais importante na de nição das
tração mais estudadas estão a resistência máxima
propriedades mecânicas de polímeros amorfos,
à tração, o alongamento na ruptura e o módulo de
em função da sua importância nos processos de
elasticidade ou de Young.
recristalização e armazenamento destes materiais.
A (Tabela 3) compara o alongamento na ruptura
Segundo Van Soest e Vliegenthart (1997),
(%) de alguns lmes de amido e proteínas com o de
materiais termoplásticos de amido e glicerol lmes plásticos sintéticos. Quando comparados aos
recristalizam, porém, este processo de rearranjo lmes biodegradáveis, os lmes sintéticos (PEBD e
molecular pode ser acelerado quando estes PEAD) apresentam alongamento na ruptura muito
materiais são armazenados em temperaturas acima superior. Dentre os lmes de amido, pode-se observar
da sua Tg característica. As implicações práticas da que os com alto teor de amilose apresentam menor
recristalização são o decréscimo da permeabilidade alongamento que os demais. Os lmes a base de
aos gases (MAIA; PORTE; SOUZA, 2000), da proteína de trigo (glúten) e glicerol e metilcelulose
permeabilidade ao vapor de água e o aumento da e glicerol mostraram valores menores que os
rigidez dos materiais, isto acontece porque um obtidos para os lmes de amido de inhame. Pode-
número maior de interações acontecem e reforçam se perceber que o lme de metilcelulose apresentou
as ligações de hidrogênio entre as cadeias do amido um aumento de cerca de 5 vezes no alongamento
(GARCIA; MARTINO; ZARITZKY, 2000). (%) quando adicionado de glicerol.
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Mali, S.; Grossmann, M. V. E.; Yamashita, F.

Tabela 3. Alongamento na ruptura de alguns lmes biodegradáveis e de polímeros sintéticos.

Condições de Alongamento na
Filme a Referências
teste b ruptura (%)
Amido de inhame: glicerol (3:1) 25oC e 64% UR 47,0 MALI et al. (2004)
Amido de inhame: glicerol (2:1) 25oC e 64% UR 41,0 MALI et al. (2004)
RINDLAV-WESTLING et al.
Amilose: glicerol (2,5:1,0) 50% UR 31
(1998)
LOURDIN; DELLA VALLE;
Amilose: glicerol (5,0:1,0) - 10
COLONNA (1995)
Amido de milho alto teor de DELVILLE; JOLY; BLIARD
20oC e 0% UR 10
amilose intercruzado (2002)
Amido de milho alto teor de DELVILLE; JOLY; BLIARD
20oC e 100% UR 12
amilose intercruzado (2002)
Glúten: glicerol (6:1) 23oC e 50% UR 4,1 McHUGH; KROCHTA, (1994)
Glúten: glicerol (2:1) 23oC e 50% UR 30,8 McHUGH; KROCHTA, (1994)
Metilcelulose - 7,3 DONHOWE; FENNEMA (1994)
Metilcelulose e glicerol - 36,7 DONHOWE; FENNEMA (1994)
PEBD 23oC e 50% UR 500 SALAME (1986)
PEAD 23oC e 50% UR 300 SALAME (1986)
a
–PEBD – Polietileno de baixa densidade e PEAD – Polietileno de alta densidade.
b
– Temperatura (oC) e Umidade Relativa (UR)

Propriedades de barreira Permeabilidade ao vapor de água (PVA)


Considera-se que o processo de permeação aos A permeabilidade ao vapor de água é a medida da
gases e vapores através dos espaços intermoleculares facilidade com que um material pode ser penetrado
acontece em três etapas: a) sorção e solubilização pelo vapor de água. A Norma ASTM E96-95 de ne
do permeante na superfície do material, b) difusão permeabilidade como a taxa de transmissão de
do permeante através do material devido à ação de vapor de água através da unidade de área do material
gradiente de concentração e c) dessorção e evaporação plano, a uma determinada espessura, induzida pela
do permeante na outra face do material (KESTER; diferença de pressão de vapor entre duas superfícies
FENNEMA, 1986; MILLER; KROCHTA, 1997; especí cas, sob condições de temperatura de nidas
MAIA; PORTE; SOUZA, 2000). (ASTM E96-95, 1995).
Na ausência de rachaduras ou cavidades, o O conhecimento da permeabilidade ao vapor de
principal mecanismo para o uxo de gases e água é imprescindível para a aplicação dos lmes
vapor através do lme é a difusão molecular, que de amido, porém, de acordo com Sobral (2000a),
compreende a abertura de espaço vazio entre os não é uma propriedade restritiva: um material muito
segmentos das cadeias dos polímeros, devido às permeável, como é o caso dos lmes de amido,
oscilações dos segmentos, seguido do deslocamento poderá ser indicado para embalagem de vegetais
do permeante dentro do espaço vazio (KESTER; frescos, enquanto que um lme pouco permeável
FENNEMA, 1986). poderá ser indicado para produtos desidratados, por
exemplo.

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Filmes de amido: produção, propriedades e potencial de utilização

Em lmes hidrofílicos, a atividade de água (Aa) a permeabilidade ao vapor de água também aumenta,
e a temperatura a que são submetidos in uenciam e estas variações são dependentes do teor de umidade
grandemente as propriedades de barreira. Ao se do material (DONHOWE; FENNEMA, 1994).
aumentar a Aa, produz-se um inchamento excessivo
Na (Tabela 4) encontram-se listados valores de
da matriz polimérica, que leva a um incremento na
permeabilidade ao vapor de água de alguns lmes
difusão das moléculas de água e, conseqüentemente,
biodegradáveis e sintéticos. Pode-se perceber que
diminui as propriedades de barreira destes
a permeabilidade é maior em lmes formados
materiais (BIQUET; LABUZA, 1988; KAMPER;
com biopolímeros do que nos lmes sintéticos
FENNEMA, 1984). Com o aumento da temperatura,
convencionais.

Tabela 4. Permeabilidade ao vapor de água de lmes biodegradáveis e sintéticos a

Permeabilidade ao vapor
Temperatura Espessura Umidade
Tipo de lme de água x 1012
(o C) (mm) relativa (%)
(g m-1 s-1 Pa-1)
Amido e acetato de celulose 38 1,119 100 – 30 142
Amido de inhame:glicerol (3:1)b 25 0,07 75-0 115
Glúten 26 - 100 – 50 69,7
HPC e PEG- 21 0,130 85 – 0 13,7
MC e PEG 21 0,100 85 – 0 13,6
Glúten e glicerol 30 0,050 100 – 0 5,08
Glúten e ácido oléico 30 0,050 100 – 0 4,15
Zeína e ácido oléico 38 0,040 95 – 0 1,48
PEBD 38 0,025 95 – 0 0,0482
PEAD 38 0,025 97 – 0 0,0122
Folha de alumínio 38 0,025 95 – 0 0,000289
a
- Adaptado de CUQ; GONTARD; GUILBERT (1995). b- Dados obtidos por MALI et al. (2002; 2004). HPC = hidroxipropil
celulose; MC = metilcelulose; PEG = polietlilenoglicol; PEDB = polietlieno de baixa densidade, PEAD = polietileno de alta
densidade.

Permeabilidade aos gases (CO2 e O2) Os lmes formados por proteínas e


polissacarídeos apresentam boas propriedades de
A utilização de lmes com permeabilidade
barreira ao oxigênio, principalmente sob condições
seletiva ao oxigênio (O2) e dióxido de carbono
de baixa umidade relativa (Tabela 5). Em algumas
(CO2) como embalagem para frutas e hortaliças in
condições, estes lmes podem ter permeabilidade
natura permite o controle das trocas gasosas por
tão baixa quanto lmes de polietileno ou PVC, como
respiração e pelo desenvolvimento microbiano,
no caso dos lmes de glúten e óleo mineral, que
podendo aumentar a vida útil dos produtos. Nos
apresentam permeabilidade ao O2 800 vezes mais
lmes hidrofílicos, o efeito da temperatura e da
baixa que os de polietileno de baixa densidade.
atividade de água sobre a permeabilidade aos gases
é similar ao efeito sobre a permeabilidade ao vapor
de água (DONHOWE; FENNEMA, 1994).

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Mali, S.; Grossmann, M. V. E.; Yamashita, F.

Tabela 5. Permeabilidade ao CO2 e O2 de lmes biodegradáveis e lmes sintéticos a.

Permeabilidade ao O2 Permeabilidade ao
x 1015 CO2 x 1015 Temperatura Atividade de
Tipo de lme
(oC) água (Aa)
(cm3 m-1 s-1 Pa-1) (cm3 m-1 s-1 Pa-1)
PEBD 44,8 89,7 23 0
PEAD 12,7 43,4 23 0
PVC rígido 0,71 - 23 0
PET 0,53 1,68 23 0
Celofane 0,06 - 23 0
Glúten e óleo mineral 0,08 - 23 0
Pectina 59,8 949 25 0,96
Glúten 57,6 1638 25 0,95
Amido de inhame: glicerol (3:1) b 51.300 - 20 0,75
Amido de milho c - 29.210.000 20 0,64
Amido de milho : glicerol (1:1)c - 5.690.000 20 0,64
a
- Adaptado de CUQ; GONTARD; GUILBERT (1995). b- Dados obtidos por MALI et al. (2002; 2004). c- Dados obtidos por
GARCÍA; MARTINO; ZARITZKY (2000).
HPC = hidroxipropil celulose; MC = metil celulose; PEG = polietlileno glicol; PEDB = polietlieno de baixa densidade, PEAD =
polietileno de alta densidade.

Cristalinidade e armazenamento dos lmes, fonte de amido e teor


de amilose (VAN SOEST et al., 1996; VAN SOEST;
Ao contrário dos materiais plásticos
VLIEGENTHART, 1997).
convencionais, os lmes de amido são sensíveis
às condições de armazenamento; as cadeias de A recristalização da amilose é mais rápida que a
amilose e amilopectina tendem a sofrer um processo da amilopectina, mas a associação entre ambas pode
de rearranjo molecular (recristalização), como já ocorrer durante este processo. A fonte de amido
discutido, em função do tempo e da umidade de também in uencia nos tamanhos e rami cações
armazenamento, processo este controlado pela da amilose e da amilopectina e a cristalinidade é
transição vítrea característica do material. afetada pela presença e tamanho de cadeias laterais
repetidas, característica de cada fonte botânica de
A cristalinidade pode ser de nida como a
amido (VAN SOEST; VLIEGENTHART, 1997;
medida do grau de organização das moléculas de
MALI et al., 2004b).
um polímero (MAIA; PORTE; SOUZA, 2000). O
grau de cristalinidade nos lmes de amido pode Filmes compostos exclusivamente por amilose
ser resultado da organização estrutural residual das e plasti cados com glicerol apresentaram uma
cadeias de amilose e amilopectina, dependente das cristalinidade relativa de 35% quando secos sob
condições de processamento que, possivelmente, diferentes umidades relativas (20 a 90%), enquanto
não foram su cientes para destruir totalmente a que lmes de amilopectina se mostraram amorfos
organização molecular dos grânulos nativos, ou quando secos sob UR de 20%, mas com 32%
ainda, pode resultar do processo de recristalização de cristalinidade quando secos sob 90% de UR
ocorrido durante o seu armazenamento. O (RINDLAV-WESTLING et al., 1998).
processo de recristalização acontece tanto para Durante o armazenamento, o teor de plasti cante
a amilose, quanto para a amilopectina, e tem afeta a velocidade de recristalização, no entanto, se
velocidade controlada pelas condições de secagem a plasti cação é feita exclusivamente pela água,
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Filmes de amido: produção, propriedades e potencial de utilização

pelo glicerol, ou pela combinação de ambos, os produtos de confeitaria, embalagens de manteiga


efeitos podem ser diferenciados. Em geral, um e margarina confeccionadas com amido de milho
plasti cante aumenta a mobilidade molecular (90%) e ácido polilático (10%), ou ainda, para ns
das cadeias de um polímero e diminui a sua Tg. não alimentícios, como sacos de lixo a base de amido
Quando a plasti cação é feita exclusivamente pela de milho e trigo disponíveis nos mercados da Itália,
água, existe um aumento da cristalinidade com o Finlândia e Dinamarca (HAUGAARD, 2001).
aumento da umidade. Entretanto, quando o glicerol
Dentre os lmes de amido produzidos em escala
é empregado sob umidade constante e controlada, a
industrial e já comercializados está o Mater-Bi,
velocidade de recristalização é reduzida, isto porque
lme de amido de milho, batata e trigo, produzido
as interações amido-glicerol, provavelmente, atuem
na Itália pela NOVAMONT, e que já é empregado
reduzindo o número de interações amido-amido.
comercialmente em sacos de lixo e outras aplicações
Porém, na presença de água, o glicerol, devido à
(BASTIOLI, 2000). O Paragon, lme empregado
sua higroscopicidade, favorece a absorção de água
como embalagem de alimentos que necessitam do
e, com o teor de água aumentado do sistema, a Tg
controle de trocas gasosas, é produzido pela AVEBE
cai e a recristalização é favorecida (RINDLAV-
na Holanda, por sopro em multicamadas com amido
WESTLING et al., 1998).
de batata, ácido polilático e polihidroxi-alcanoato
(VILPOUX; AVEROUS, 2003).
Potencial de Utilização em Alimentos e O amido também pode ser utilizado como matéria-
Outros Usos prima para a produção de polímeros biodegradáveis
obtidos por fermentação e síntese, como PLA (ácido
A aplicação comercial de lmes de amido ou
polilático), já empregado para a produção em escala
de outras macromoléculas biológicas em alimentos
industrial de embalagens. A empresa australiana
ainda é limitada e depende de alguns fatores como
Nature Package vem produzindo embalagens
preço, processo de produção e propriedades destes
biodegradáveis tipo bandejas a base de PLA para
materiais.
utilização em alimentos.
O custo deste tipo de embalagem é maior
Dentre as possíveis aplicações dos lmes a base
que o das embalagens tradicionais, como as de
de amido, pode-se ressaltar o seu emprego como
polietileno, no entanto, o consumidor em geral
embalagem para frutas e hortaliças minimamente
está mais consciente em relação à preservação
processadas; de nindo-se processamento
do meio ambiente, aceitando muitas vezes preços
mínimo como manejo, desinfecção, embalagem e
mais elevados em favor desta preservação. Outros
distribuição de produtos agrícolas sem alterar as suas
aspectos a serem considerados são as propriedades
características de produto fresco. Frutas e hortaliças
de barreira ao vapor de água inferiores que estes
sofrem deterioração progressiva imediatamente
materiais apresentam em relação aos tradicionais e,
após a colheita. No mundo todo, as perdas pós-
isto pode ser resolvido, por exemplo, analisando-se
colheita têm sido estimadas em cerca de 50% do
a compatibilidade entre o lme e o alimento a ser
material colhido e, muito disto, devido à podridão
embalado (RIOUX et al., 2002).
(GARCIA, 1999; NISPEROS-CARRIEDO, 1994;
A função a ser desempenhada pela embalagem vai NISPEROS-CARRIEDO; BALDWIN, 1996;
depender do produto alimentício e da deterioração YAMASHITA et al., 2005; 2006).
a que este produto está submetido. Alguns lmes
O desenvolvimento de lmes comestíveis e/ou
biodegradáveis já são comercializados na Europa
biodegradáveis, com permeabilidade seletiva aos
para produtos alimentícios, como lmes de amido
gases, pode ser promissor no controle da respiração
de milho usados como barreira contra gordura em
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Mali, S.; Grossmann, M. V. E.; Yamashita, F.

de frutas e hortaliças, funcionando como uma Filmes biodegradáveis inteligentes (ativos)


embalagem de atmosfera modi cada. Como o ar deverão ter amplo campo de atuação no futuro. Entre
contém, normalmente, 21% de oxigênio e apenas as funções que deverão desempenhar, destacam-
0,03% de gás carbônico, qualquer processamento se as de: controle da entrada de O2 (em alimentos
que modi que a concentração destes gases pode facilmente oxidáveis), retenção de aditivos, seqüestro
prolongar o período de armazenamento máximo dos de etileno, ação antimicrobiana, etc. (BRODY,
produtos. (YAMASHITA et al.; 2005; 2006). 2002). Muitas pesquisas vêm sendo realizadas neste
campo, no qual a grande preocupação é garantir que
O emprego de embalagens que levem ao
o agente ativo adicionado ao lme não prejudique a
decréscimo do aporte de O2 e o aumento de CO2 em
inocuidade do produto embalado.
frutas e hortaliças minimamente processados, como
é o caso das embalagens de amido, que apresentam
baixa permeabilidade ao O2, levam à indução de
Conclusões
uma atmosfera modi cada favorável à conservação
destes produtos, isto porque, nestas condições, a Os lmes e revestimentos comestíveis e/
respiração e outros os processos metabólicos cam ou biodegradáveis compõem parte importante
retardados, assim como a produção de etileno, um do cenário de pesquisa nacional e internacional,
metabólito acelerador da maturação. No entanto, com trabalhos importantes quanto à produção,
deve-se levar em conta que uma relação CO2/O2 muito caracterização e aplicação destes materiais.
elevada pode levar à anaerobiose, o que também é Existem grandes possibilidades de aplicação
desfavorável, resultando em injúrias metabólicas para os sistemas de embalagens biodegradáveis
e formação de sabores e odores desagradáveis de amido que se baseiam na abundância, baixo
(ZHUANG et al., 1996; YAMASHITA et al.; 2005; custo e propriedades de formação de lme deste
2006). biopolímero, dentre as quais, uma das mais
Mali e Grossmann (2003), comparando o estudadas, a sua utilização como embalagem de
comportamento de lmes a base de amido de frutas e hortaliças minimamente processadas.
inhame com lmes de PVC (poli – cloreto de vinila), Em contrapartida, a utilização destes
observaram que as bandejas embaladas com PVC materiais depende da adequação da produção em
apresentaram a formação de gotículas de água ao escala industrial, do estudo da estabilidade ao
longo do armazenamento, devido à sua menor PVA, armazenamento destes materiais, combinados ou
o que elevou o conteúdo de umidade no interior não aos alimentos e, principalmente, da continuidade
destas bandejas, favorecendo o crescimento de das pesquisas, para que os aspectos negativos e as
microorganismos, mesmo antes da deterioração da limitações em relação à produção destes materiais
textura dos frutos. A formação de gotículas não foi sejam contornados, em especial, a baixa exibilidade
observada nas bandejas embaladas com os lmes de e a baixa estabilidade em condições de elevada
amido, o que representa uma vantagem, também, umidade relativa.
para a aceitabilidade pelo consumidor. A principal
vantagem da utilização do lme de PVC em
relação aos lmes de amido de inhame foi quanto Agradecimentos
à manutenção da rmeza dos frutos, em especial na Programa Capes/ProDoc e CNPq pelo auxílio
última semana de armazenamento. nanceiro (Projetos CNPq 577146/2008-4 e
478109/2008-3).

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Filmes de amido: produção, propriedades e potencial de utilização

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