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Figura 1 – Canal Pereira Barreto (SP), que permite o acesso das represas de
Três Irmãos com Ilha Solteira.
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Esta revisão não substitui a leitura do capítulo 3 do livrão azul, em que a Profa. Cleide e o Adami
trazem ricas definições e explicações. Este material é apenas um “quebra-galho”.
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Canal de Bertioga
Ilha de São Vicente
(Santos e S. Vicente)
Figura 2 – Canal de Bertioga, que liga a Ilha de Santo amaro (onde fica o Guarujá) com o continente.
Figura 3 – Hierarquização de rios em rede hidrográfica. Notem que as bacias também podem ser
hierarquizadas, como veremos adiante.
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Em clima tropical úmido, quanto maior a ordem de um rio, mais caudaloso ele
tenderá a ser. Porém, em ambientes desérticos esta regra não funciona;
alguns rios até desaparecem, como o rio Okavando, cujo delta está no deserto
de Kalahari, em Botswana. Este tipo de bacia hidrográfica denomina-se
“endorreica”.
Se um rio percorre climas e ambientes diferentes, esta regra também pode não
funcionar. O rio Eufrates, por exemplo, nasce nas montanhas nevadas da
Anatólia (Turquia), atravessa um ambiente semi-árido na Síria e entra em um
deserto, no Iraque, desaguando no Golfo Pérsico. Assim, pode haver uma
gradativa diminuição da vazão.
Nota: montante e jusante são referências de direção (como norte, sul). Não há
um ponto exato e fixo em que termina a montante e começa a jusante, pois
isso depende de onde o observador está. Amenos que se esteja falando de um
ponto específico: “a montante da barragem”, “a jusante da cachoeira” (note que
o a não tem acento indicador de crase). Mas se quiserem uma definição
simples, lá vai: montante: direção de onde o rio flui; jusante: direção para onde
o rio flui.
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Já deu para perceber que o gradiente fluvial tem relação com a topografia? É
a perda de altitude em direção a jusante de um rio. Normalmente, mede-se em
m/km, ou seja, quantos metros a menos de altitude para cada quilômetro de rio.
Quanto maior é o gradiente fluvial, mais velozes são suas águas (bom para
esportes radicais...). Uma curiosidade: enquanto no curso superior do rio
Amazonas, nas encostas dos Andes (embora tenha outros nomes regionais,
internacionalmente é sempre o Amazonas) o gradiente fluvial é de muitos
metros por km, no seu curso inferior, em plena planície fluvial, o gradiente é de
apenas poucos cm por km.
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Sempre que se defrontar com o termo gradiente, pense em algo que ocorre ou
se manifesta gradativamente e que pode ser medido. Outro exemplo é o
gradiente geotérmico (ou grau geotérmico), que é o aumento gradativo da
temperatura na medida em que aumenta a profundidade.
Débito fluvial: equivale à vazão de um rio, ou seja, a quantidade de água que
passa por um determinado ponto do rio, medido em metros cúbicos por
segundo (m3/s) ou litros por segundo (l/s). Em ambiente tropical, o débito tende
a ser maior no curso inferior, ou seja, quando o rio, após receber muitos
afluentes, assume uma ordem maior. Atenção! Não confundam vazão com
velocidade da água, a qual tende as ser maior no curso superior. Para saber
como se mede a vazão, consultem o capítulo 3 do livrão azul. Atualmente,
porém, as vazões têm sido medidas mais com medidores acústicos e mesmo
satélites, do que com molinetes, especialmente nos grandes rios2.
Nota:
A importância de saber disso reside no fato de que estas informações são
essenciais para o uso e gestão dos recursos hídricos, fornecendo subsídios ao
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De acordo com Vinícius Siqueira Braga Ramos, técnico em Geociências e Hidrologia do CPRM,
orientando meu. Veja este link que ele indicou:
https://www.cprm.gov.br/publique/Noticias/Pesquisadores-da-CPRM-e-IRD-iniciam-estudo-inedito-no-
Estuario-Amazonico-para-monitorar-inundacoes-via-satelites-6153.html. Veja também uma sequência
explicativa de imagens em: https://youtu.be/mDtu9rRpxko
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Descarga dos rios: o rio pode terminar em outro rio (ex: Foz do Iguaçu, onde
o rio Iguaçu termina no rio Paraná), em um lago, no oceano ou em um mar
fechado, como os rios Volga e Ural que deságuam no mar Cáspio (que na
verdade é um lago, o maior do mundo). Em casos extremos, o rio “deságua” no
continente (ex: rio Okavango). De qualquer forma, este trecho final pode ser de
dois tipos: delta ou estuário (ou misto, como o rio amazonas, que poderia ser
considerado um terceiro tipo).
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Se você não se lembra bem da diferença entre lençol e nível do lençol e como isso funciona, a próxima
revisão vai tratar de solos e águas subterrâneas.
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Delta: quando o rio, no ser curso inferior, abre-se em leque aluvial, com intensa
deposição de sedimentos. Há muitos deltas importantes, como o delta do rio
Parnaíba (PI-MA), delta do rio Ganges (Bangladeh e parte da Índia), que é o
maior do mundo. Mas o mais didático, ou seja, que tem mesmo a forma da letra
delta ( ), é o delta do rio Nilo.
Estuário: quando o rio termina mantendo seu canal principal, sem se abrir em
leque aluvial com sistema deposicional.
Padrões fluviais:
Padrões de drenagem:
4 Essencialmente, energia de radiação solar (na forma de calor e luz), e cinética das chuvas, ventos e da própria
Batimetria:
5Sobre este assunto, consultar VENTURI, L. A. B. Água no Oriente Médio: o fluxo da paz. São Paulo: Ed.
Sarandi, 2015.
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Nível de base:
Falando em lago como nível de base, vamos ver a diferença entre lago, lagoa,
laguna e represa?
Lago:
Lagoa:
As lagoas são comumente menores que os lagos por não estarem conectadas
com a rede hidrográfica, não apresentado rios afluentes e emissários. São
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Laguna:
Laguna é uma lagoa costeira que tem conexão com o mar, portanto, com
águas salgadas ou salobras. Ocorre que o termo lagoa também é utilizado para
denominar as lagunas, como a Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) e a Lagoa dos
Patos (RS). Muitas vezes elas se formam pela evolução das restingas que
(quase) aprisionam a água. Vejam este exemplo.
Represa:
Figura 13 - Represamento natural por castores. Observe que se criou um nível de base local.
No detalhe, o engenheiro.
Barra:
Rio Negro
Rio Amazonas
Rio Solimões
Figura 14 – Barra do Rio Negro no seu encontro com o Rio Solimões (AM).
(AM)
Banhado:
Figura 15 – Banhado
anhado Grande (RS), uma Área de Proteção Ambiental.
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Pântano:
Figura 16 – Pântano.
Pantanal:
Rios fronteiriços são aqueles que servem de fronteira (ou parte dela) entre
dois países, como o rio Paraná, que constitui a fronteira entre Brasil e
Paraguai. Já, os rios transfronteiriços são aqueles que atravessam mais de
um país, como o rio Eufrates que nasce na Turquia, atravessa a Síria e adentra
no Iraque, desaguando no golfo Pérsico. Alguns rios são fronteiriços e
transfronteiros ao mesmo tempo, como o próprio rio Paraná e o rio Mekong, no
sudeste asiático.
O rio Danúbio é o rio mais internacional de todos (tanto fronteiriço quanto
transfronteiriço), banhando diversos países desde a Alemanha (onde nasce, na
Floresta Negra) até seu delta, na Romênia com a Ucrânia, desaguando no mar
Negro.
Bacias internacionais:
Mar e oceano:
Mar:
Figura 19 – Mar do Japão. Para entender como este arquipélago e mar se formaram, ver em Geografia
do Brasil (ROSS, 2019) a margem continental do tipo Pacífico.
A Zona Contígua Brasileira (ZC), por sua vez, “[...] compreende uma
faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a
partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial”
(Artigo 4º), sobre a qual o Brasil pode exercer medidas de fiscalização (Artigo
5º).
A Zona Econômica Exclusiva Brasileira (ZEE) “compreende uma faixa
que se estende das doze às duzentas milhas marítimas [200MM], contadas a
partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial”
(Artigo 6º). Nesta faixa, a navegação e aviação internacionais são livres e os
direitos do Brasil referem-se, sobretudo à gestão e exploração dos recursos
naturais, além da exclusividade na pesquisa científica (Artigos 7º, 8º, 9º e 10º).
MT ZC
ZEE
Figura 20 – Esquema relacional entre MT, ZC e ZEE.
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Águas internacionais:
Oceano:
Nota:
Alerta final:
A água vai acabar... ohhhh... como assim? Alguém poderia me explicar isso?
Enquanto o Sol brilhar, a Terra girar e a força da gravidade funcionar... o ciclo
hidrológico vai nos assegurar uma recarga constante de água doce (superávit
de 8%, como vimos). Os oceanos são a nossa grande e infindável reserva de
água doce. Para mais informações sobre estas questões, veja o capítulo 8 do
livro Recursos Naturais do Brasil.
Até a próxima!
Apoio bibliográfico