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HIDROGRAFIA

Hidrografia é o ramo da Geografia Física que estuda as águas do planeta


Terra. É importante ressaltar que o conjunto das águas de uma região ou de
um país também pode ser chamado de Hidrografia. O estudo
de Hidrografia abrange rios, mares, oceanos, lagos, geleiras e águas do
subsolo e da atmosfera.
O nosso mundo, denominado Terra, talvez deveria ser chamado de "Planeta
Água", já que de sua área total, da ordem de 510.000.000 km², 70%, ou seja,
360.000.000 km², consistem em terras imersas, cobertas por águas marítimas
e fluviais. As zonas emersas, 30% do território do planeta, estão distribuídas
pelos diversos continentes e ilhas. No Hemisfério Norte - denominado de
"hemisfério das terras" ou "hemisfério continental" - 2/3 das terras são
emersas. No Hemisfério Sul - chamado de "hemisférico oceânico" ou
"hemisfério da águas" -, somente 1/3 de sua área total não é coberta pelas
águas.

OCEANOS
Verdadeiramente, só existe, em todo o planeta, um único oceano, pois as
águas que cobrem a maior parte da superfície da Terra formam um conjunto
único, contínuo e sem separações. Pacífico, Atlântico, Índico, Glacial Ártico
e Glacial Antártico, acrescentado recentemente em 2021 - os grandes
oceanos do planeta - foram denominações dadas por razões históricas e não
geográficas.
O oceano Pacífico, cuja área é de 180.000.000 km², ocupa metade de toda a
superfície oceânica da Terra, estendendo-se do sul ao norte e separando a Ásia
e a Oceania do continente americano. Nas Filipinas, localiza-se sua maior
profundidade, a fossa das Marianas, situada a 11.000 m abaixo da superfície.
Do ponto de vista econômico, o oceano de maior destaque é o Atlântico, cuja
extensão de 106.000.000 km² é diariamente percorrido por navios militares e
transatlânticos carregados de passageiros, fundamentalmente no Atlântico
Norte. Sua maior profundidade, com 9.000 m, é a fossa de Porto Rico, na
América Central. No centro do Atlântico, existem montanhas submersas
conhecidas como Dorsal Atlântica, cuja a forma lembra um enorme S, e suas
áreas mais elevadas formam as ilhas de Ascensão, Canárias, Tristão da
Cunha e Santa Helena. O oceano Índico, com 75.000.000 km², está situado
ao sul da Ásia, a leste da África e a oeste da Oceania. A fossa de Java, com
7.700 metros e localizada a noroeste da Austrália, é sua maior profundidade.
Ao redor do Polo Norte, existe o oceano Glacial Ártico, que ocupa somente
3% da superfície total do planeta e por fim localizado ao redor da Antártida
está o oceano Glacial Antártico O Oceano Antártico, agora reconhecido, apresenta cerca
de 20 milhões de km² e ganha em tamanho do Oceano Ártico. Sua temperatura varia entre -2 e

10 ºC, e ele é o único oceano a tocar três outros e abraçar completamente um continente, e é

nele que se origina a maior corrente do mundo, isto é, a corrente que carrega o maior volume de

água, a Circumpolar Antártica.

OS MARES
Chamamos de mar a porção dos oceanos em contato direto com o
continente e, assim, submetido a uma maior influência das terras
continentais. As diferenças básicas entre oceano e mar estão
na profundidade, na salinidade, na densidade e na temperatura das águas.
Conforme seu contato com os oceanos, os mares podem ser de três
tipos: abertos (costeiros), continentais (mediterrâneos) ou fechados.
Os mares abertos estão em contato direto com os oceanos, sendo chamados
de mares de mancha e de golfo. Na Europa, o mais perfeito exemplo desse
tipo de mar é o Canal da Mancha, entre a Inglaterra e o Continente. Na
América, localizam-se o Mar das Antilhas e o Golfo do México, também
bons exemplos de um mar aberto. Os mares continentais estão situados em
regiões interiores e se comunicam com os oceanos por meio de estreitos ou
canais, como o Mar Mediterrâneo, que se comunica com o oceano Atlântico
através do estreito de Gibraltar. Por fim, os mares isolados ou fechados, sem
comunicação com os oceanos, são, na realidade, grandes lagos, tais como
o Mar Morto, o Mar Cáspio, na Ásia, e o Mar de Aral, localizado no
Cazaquistão.

A SALINIDADE DOS MARES


Num litro de água marítima existem 35 gramas de sal, portanto a salinidade
média da água marinha é de 35%, isto é, 35 gramas de sal em 1000 gramas de
água. É claro que a salinidade das águas marítimas varia de um lugar para o
outro, conforme a temperatura, as chuvas, as correntes marítimas, os ventos e
os rios que deságuam nos mares. Em regiões de clima quente, a salinidade é
maior, pois, nessas zonas, os ventos são intensos e as chuvas são raras, além
do fato de que poucos rios deságuam no mar. Já nos climas frios, onde chove
muito e há poucos ventos, a salinidade é menor. O Mar Morto é a região
aquática do planeta que possui o maior índice de salinidade, tornando
impossível qualquer forma de vida submarina. Assim, a água dos rios é mais
doce e potável, enquanto a dos mares é mais densa e pesada.
UMA CLÁSSICA COMBINAÇÃO: ÁGUA E GELO
Conforme a latitude, as águas dos oceanos e mares são frias ou quentes. Em
regiões próximas ao Equador, as águas marítimas são quentes. Nas regiões
polares, elas são bem frias. Aí, no inverno, quando as temperaturas são da
ordem de 3ºC abaixo de zero, o congelamento das águas oceânicas forma
as banquisas. Em regiões ainda mais frias, aparecem as montanhas de gelo
chamadas de icebergs, que são grandes blocos de gelo que se desprenderam
de geleiras continentais e flutuam nas águas oceânicas. Em 1912,
um iceberg foi responsável pelo afundamento do navio transatlântico Titanic.
A porção visível de um iceberg chega a dezenas de metros de altura. A parte
submersa é bem maior, com até centenas de metros.

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Qualquer morador numa cidade recebe água encanada; mas, nas regiões
agrícolas ainda é necessário cavar para se obter água potável. No planeta
Terra, as águas continentais são encontradas na superfície, em mares, rios ou
lagos. Porém, o nosso mundo também tem água nas áreas subterrâneas, que
são geradas pela penetração das chuvas. A quantidade de águas
no subterrâneo depende, portanto, da quantidade das chuvas, da altitude e
declividade de relevo, do tipo de rocha e da vegetação existentes na região. A
denominação das águas subterrâneas é lençol de água, também conhecido
como veio. Se este lençol for barrado por uma superfície de grande
declividade ou por um buraco, surgirá aí uma fonte ou mina de água. Em
muitos lugares do Brasil rural, as populações obtêm água em poços caseiros,
que são buracos que chegam ao lençol de água e onde o líquido é acumulado.

Os Rios
Os rios são correntes de água que se originam do subsolo ou da atmosfera. O
vapor de água que existe na atmosfera, quando se condensa, precipita-se na
forma de chuva, aumentando a quantidade de água dos rios. Estes podem
nascer em lagos, fontes ou até mesmo em outros rios e deságuam no mar, em
lagos e, por vezes, em outros rios. Na superfície terrestre, as águas seguem
três caminhos: escorrer, evaporar e infiltrar-se no solo. As águas que penetram
o solo e as que escorrem buscam as partes mais baixas dos terrenos, outro
fator de formação de rios, de lagos e mares. Quando evapora, a água retorna à
atmosfera como vapor, reiniciando o ciclo das chuvas.

Perfil Transversal
Todo rio pode ser observado de duas maneiras: no perfil transversal e
no perfil longitudinal. Este último, o perfil longitudinal, estende-se da
nascente até a foz, estando dividido em três partes: nascente, curso e foz.
Esta pode se apresentar em três formas: a foz em forma de estuário, onde
inexistem ilhas e é modelada por somente um canal, que lembra um funil.
A foz em forma de delta é cheia de ilhas e assim o rio deságua através de
diversos canais. A denominação desse tipo de foz decorre da forma em delta
criado pelos sedimentos nela depositados pelo fluxo das marés. Há um
terceiro tipo de foz, a mista ou complexa, na qual um lado da foz é em forma
de delta e o outro é estuário. No Brasil, um exemplo desse tipo de foz é o
delta-estuário do rio Amazonas.
Se olharmos um rio longitudinalmente, perceberemos que duas são as suas
direções. A primeira, denominada de jusante, é o deslocamento da água da
nascente para a foz. A segunda, chamada de montante, é, a direção do rio, em
seu curso, da foz para a nascente. Se contemplarmos um rio de maneira
transversal, isto é, quando nos colocamos no meio do fluxo fluvial, olhando
para a jusante, notaremos que ele forma um conjunto, o vale fluvial,
abrangendo as duas vertentes, as duas margens e o leito fluvial (lugar por onde
ele corre).
Quando os rios deságuam, eles são chamados de afluentes. Dessa maneira,
todo o rio é afluente ou do mar, ou de um lago e, por vezes, de outro rio, ao
conjunto formado por um rio e seus afluentes é dada a denominação de rede
fluvial. A zona ou área banhada por uma rede de rios é conhecida como bacia
fluvial. Os rios, quando deságuam para o oceano, ocorre uma
drenagem exorreica ("exo", em grego,significa "fora"); quando as águas de
um rio permanecem no interior de águas continentais, por exemplo num lago,
a drenagem é do tipo endorreico (em grego, "endo" quer dizer "dentro").

Rede Fluvial
Escorrendo por uma determinada superfície, os rios passam por diferentes
tipos de terrenos: alguns baixos e outros altos. Estes últimos desempenham o
papel de divisores de águas entre dois rios. Nesses divisores, forma-se uma
rede de captação pela qual toda a água se encaminha para o mesmo ponto,
denominado de vertente.
Os rios podem ser mais ou menos densos, conforme o clima da região por
onde ele passa. Em áreas com altos índices de chuva, os rios são caudalosos e
permanentes, pois possuem um grande volume de água e jamais secam. Já em
zonas áridas ou semiáridas, os rios tendem a ser temporários, secando no
período da falta de chuvas. Somente os rios que nascem numa área chuvosa
conseguem percorrer longas extensões de clima árido ou semiárido. Na
maioria dos rios, as nascentes, quando da falta de chuva, chegam a secar e nos
períodos chuvosos o volume de águas aumenta. A variação da quantidade de
um rio ao longo de um ano recebe a denominação de regime. Normalmente,
as nascentes são alimentadas pelas águas da chuva, sendo, nesse caso,
conhecidas como nascentes pluviais. Outras captam água proveniente do
derretimento da neve, as nascentes nevais e algumas dependem de geleiras, as
nascentes glaciais. Em raros casos, as nascentes são mistas, isto é,
alimentadas por chuva e neve, fenômeno muito comum no Japão.
Rios que descem de planalto tendem a ter um curso retilíneo; os que
percorrem áreas planas formam meandros, ou seja, ao se desviarem dos
obstáculos naturais existentes nas planícies, esses rios fazem curvas e o curso
das águas é mais lento. Os rios são fundamentais para a economia de qualquer
país, pois abastecem as cidades com água potável, são usados para irrigar
plantações e geram eletricidade. Os rios que correm em regiões planas são
extremamente navegáveis, facilitando o transporte interzonal. Outra
contribuição dos rios para a vida humana é o fato deles serem cheios de
peixes, animais de alto índice proteicoe essenciais para a alimentação humana.
Também não podemos esquecer que os rios ajudam o lazer, pois neles
podemos nadar e praticar esportes.

OS LAGOS
Os lagos consistem em depressões de terreno preenchidas por água. Estas
depressões são causadas ou por vulcões, ou por movimentos das placas
tectônicas ou em função do deslizamento de geleiras. No nosso pais, onde a
estrutura geológica é bastante antiga, as depressões são de origem sedimentar,
formando as bacias sedimentares. Os mares fechados, como o Cáspio e o
Morto, não passam de grandes lagos, todos os dois com elevada salinidade.
Assim como os rios, os lagos podem nascer numa fonte, também podem ser
alimentados por outros rios e originários de mares e rios. O maior lago do
mundo é o Cáspio, situado na fronteira da Rússia. O lago mais profundo do
planeta é o Baikal, localizado na fronteira da Mongólia com a Rússia. No
Brasil, o maior lago é a Lagoa dos Patos, situado no Rio Grande do Sul. A
bacia lacustre maior importante do mundo é formada pelos
lagos Erie, Superior, Huron, Ontário e Michigan, formando o complexo
denominado de Grandes Lagos.

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