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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CENTRO DE TECNOLOGIA
DISCIPLINA: HIDROLOGIA EC
DOSCENTE: ALINE MACHADO MARWELL

ÁGUA SUBERRÂNEA

Elivelton de Sousa Silva

Andrey Weslley Vieira Moreno

Francisco Joao Paulo De Sousa Martins

Teresina-PI, 02 de Maio de 2022


Conceito:

A água subterrânea é a parcela de água que permanece no subsolo, que


preenche os poros e fraturas das rochas. Desempenha um papel essencial na
manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos fluindo lentamente
até descarregar em corpos de água da superfície, também pode ser interceptada por
raízes de plantas ou ser extraída através de poços. Elas formam um importante
recurso natural, pois são essenciais para o abastecimento da sociedade de maneira
ainda maior do que os rios. As águas subterrâneas podem estar próximas à superfície,
como em um pântano, ou podem ocorrer a muitas centenas de metros abaixo da
superfície, como em algumas áreas secas do oeste do país.

Origem da Água Subterrânea

A água passa por constante movimentação na Terra passando pelos estados


líquido, sólido e gasoso, dos oceanos para a atmosfera, e da mesma para a terra,
sobre a superfície terrestre ou no subsolo, e o retorno para os oceanos, recebe a
denominação de Ciclo Hidrológico.

O ciclo tem início quando o sol aquece e evapora a água dos oceanos, rios,
lagos e solos. O vapor d’água sobe e junta-se formando as nuvens. Quando essas
nuvens ficam muito pesadas por causa da quantidade de água nelas contida, a água
volta à superfície terrestre na forma de chuva. Uma parte da água das chuvas se
infiltra no solo e outra parte corre para os rios, mares, lagos, oceanos etc., fechando
o ciclo.

A parcela de água que se infiltra e percola no interior do subsolo, durante


períodos de tempo extremamente variáveis, decorrentes de muitos fatores:

• porosidade do subsolo: a presença de argila no solo diminui sua


permeabilidade, não permitindo uma grande infiltração;
• cobertura vegetal: um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um
solo desmatado;
• inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais
rapidamente, diminuindo a possibilidade de infiltração;
• tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que
chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem.

Durante a infiltração, uma parcela da água fica nas regiões mais próximas da
superfície do solo, constituindo a zona não saturada e é retida pelas raízes das plantas
e acaba evaporando através da capilaridade do solo ou através da transpiração
desses vegetais; outra parte da água move-se para as camadas mais profundas, por
efeito da gravidade, até chegar a chamada zona de saturação. Nessa região do
subsolo todos os poros da formação sedimentar, as fissuras das rochas, enfim os
espaços vazios são preenchidos com água, constituindo aquilo que se denomina de
Água Subterrânea.

Importância da Água Subterrânea

A água subterrânea é vital para o abastecimento de água para a humanidade.


A água subterrânea fornece água potável total ou parcial para a grande maioria da
população global.

As águas subterrâneas correspondem hoje a 97% de toda a água doce


encontrada no planeta, isso se tirarmos dessa conta a água em estado sólido que
formam as geleiras e calotas polares. Apenas 3% da água potável disponível no
planeta provém das águas de superfície.

No Nordeste, parcelas significativas do abastecimento público de várias


cidades importantes (por exemplo, Maceió, Recife e Olinda, Natal e Mossoró) são
fornecidas por poços.

Enquanto as águas superficiais se renovam em períodos muito curtos, as águas


subterrâneas são águas armazenadas que se acumularam ao longo de milhares de
anos e se encontram, em condições naturais, numa situação de quase equilíbrio, o
seu movimento é muito lento, implicando em tempo de trânsito muito longo.

A água subterrânea é também responsável por manter a perenização de rios


durante os períodos de estiagem. O acúmulo das águas subterrâneas pode acontecer
em zonas saturadas de água e abranger grandes regiões, que são chamadas de
aquíferos.
Aquíferos:

Aquífero é uma formação geológica do subsolo, constituída por rochas


permeáveis, que armazenam água em seus poros ou fraturas. Outro conceito refere-
se a aquífero como sendo, somente, o material geológico capaz de servir de
depositório e de transmissor da água aí armazenada. Assim, uma litologia só será
aquífera se, além de ter seus poros saturados (cheios) de água, permitir a fácil
transmissão da água armazenada permitindo que a mesma se movimente em
condições naturais e em quantidades significativas. Aquíferos podem ter uma
extensão de poucos quilômetros quadrados ou até milhares de quilômetros
quadrados, ou pode, também, apresentar espessuras de poucos metros ou centenas
de metros.

Em relação à porosidade, existem três tipos aquíferos:

• Aquífero poroso ou sedimentar – é aquele formado por rochas sedimentares


consolidadas, sedimentos inconsolidados ou solos arenosos, onde a circulação
da água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila de
granulação variada. Constituem os mais importantes aquíferos, pelo grande
volume de água que armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas.
Esses aquíferos ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde
se acumularam sedimentos arenosos. Uma particularidade desse tipo de
aquífero é sua porosidade quase sempre homogeneamente distribuída,
permitindo que a água flua para qualquer direção, em função tão somente dos
diferenciais de pressão hidrostática ali existente. Essa propriedade é conhecida
como isotropia.
• Aquífero fraturado ou fissural – formado por rochas ígneas, metamórficas ou
cristalinas, duras e maciças, onde a circulação da água se faz nas fraturas,
fendas e falhas, abertas devido ao movimento tectônico. Ex.: basalto, granitos,
gabros, filões de quartzo, etc. (SMA, 2003). A capacidade dessas rochas de
acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e
intercomunicação, permitindo a infiltração e fluxo da água. Poços perfurados
nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora, sendo que
a possibilidade de se ter um poço produtivo dependerá, tão somente, desse
poço interceptar fraturas capazes de conduzir a água. Nesses aquíferos, a
água só pode fluir onde houverem fraturas, que, quase sempre, tendem a ter
orientações preferenciais. São ditos, portanto, aquíferos anisotrópicos. Um
caso particular de aquífero fraturado é representado pelos derrames de rochas
vulcânicas basálticas, das grandes bacias sedimentares brasileiras.
• Aquífero cárstico (Karst) – formado em rochas calcáreas ou carbonáticas, onde
a circulação da água se faz nas fraturas e outras descontinuidades que
resultaram da dissolução do carbonato pela água. Essas aberturas podem
atingir grandes dimensões, criando, nesse caso, verdadeiros rios subterrâneos.
São aquíferos heterogêneos, descontínuos, com águas duras, com fluxo em
canais. As rochas são os calcários, dolomitos e mármores.

Quanto à superfície superior (segundo a pressão da água), os aquíferos podem


ser de dois tipos:

• Aquífero livre ou freático – é aquele constituído por uma formação geológica


permeável e superficial, totalmente aflorante em toda a sua extensão, e limitado
na base por uma camada impermeável. A superfície superior da zona saturada
está em equilíbrio com a pressão atmosférica, com a qual se comunica
livremente. Os aquíferos livres têm a chamada recarga direta. Em aquíferos
livres o nível da água varia segundo a quantidade de chuva. São os aquíferos
mais comuns e mais explorados pela população. São também os que
apresentam maiores problemas de contaminação.
• Aquífero confinado ou artesiano – é aquele constituído por uma formação
geológica permeável, confinada entre duas camadas impermeáveis ou
semipermeáveis. A pressão da água no topo da zona saturada é maior do que
a pressão atmosférica naquele ponto, o que faz com que a água ascenda no
poço para além da zona aquífera. O seu reabastecimento ou recarga, através
das chuvas, dá-se preferencialmente nos locais onde a formação aflora à
superfície. Neles, o nível da água encontra-se sob pressão, podendo causar
artesianismo nos poços que captam suas águas. Os aquíferos confinados têm
a chamada recarga indireta e quase sempre estão em locais onde ocorrem
rochas sedimentares profundas (bacias sedimentares)
Vantagens da Utilização da Água Subterrânea

Uma delas é que a qualidade da água costuma ser superior, pois, enquanto se
infiltra, ela passa por sucessivos processos de filtragem e purificação assim,
geralmente dispensa tratamento (salvo em casos de contaminação natural e/ou
superficial) além de sofrer a ação de processos físico-químicos e biológicos que a
tornam própria para consumo humano. Outras vantagens são suas reservas
abundantes, a menor necessidade de transporte em alguns casos, o fato de serem
relativamente protegidas de agentes poluidores, entre outras. Portanto, as águas
subterrâneas são umas das mais importantes formas em que se apresentam os
recursos hídricos na natureza.

Uso inadequado da Água Subterrânea

Muitas vezes, a água subterrânea é a única opção de água potável no campo


e nas periferias. Também, muitos consumidores preferem utilizar esse recurso como
uma fonte alternativa ao abastecimento público frente às falhas e custos dos serviços.

Existem diversas vantagens quando ao uso da água subterrânea.

Entretanto, é preciso se atentar às exigências da legislação.

O artigo 12 da Lei das Águas determina os casos sujeitos à outorga


(instrumento que define os termos, condições e prazos para o uso dos recursos
hídricos) e direitos de uso de recursos hídricos. A extração de água subterrânea para
consumo final é um deles. Como as águas subterrâneas são de domínios estaduais,
cabe aos órgãos e entidades estaduais gestoras de recursos hídricos autorizar a
perfuração de poços e uso dos aquíferos. Além disso, a perfuração de poços está
condicionada à diversas outras formalidades legais como o registro de poço, licença
de perfuração e verificação da qualidade da água. Há até a possibilidade de cobrança,
caso o recurso hídrico esteja em regiões de bacia.
Conclusão:

O uso da água subterrânea é atribuído de inúmeras vantagens e facilidades já


que durante o percurso no qual a água percola entre os poros do subsolo e das rochas,
ocorre a depuração fazendo assim com que a mesma se torne particularmente mais
adequada ao consumo humano sem a necessidade de processos complexos de
purificação. Porém o uso da água subterrânea de forma irregular para diversas
atividades tem crescido de maneira exorbitante nos últimos anos assim sendo
necessário um atentamento as exigências da legislação. Sendo assim recomendado
a criação de campanhas de comunicação sobre o papel ambiental e econômico das
águas subterrâneas e o fortalecimento da gestão e fiscalização dos recursos hídricos
trazendo assim mudanças nas políticas públicas que abrangem às águas
subterrâneas.
Referências:

ÁGUAS subterrâne. Instituto Água e Terra, 2009. Disponível em:


<https://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Aguas-Subterraneas-Origem-e-ocorrencia>.
Acesso em: 02 de maio de 2022

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS O QUE SÃO. ABAS – Associação Brasileira de Águas


Subterrâneas, 2022. Disponível em: < https://www.abas.org/aguas-subterraneas-o-
que-sao/#ind2>. Acesso em: 02 de maio de 2022

ENTENDA COMO FUNCIONAM OS AQUÍFEROS, Instituto Água Sustentável,


2020. Disponível em: https://aguasustentavel.org.br/conteudo/blog/52-vamos-falar-
de-agua-subterranea>. Acesso em: 02 de maio de 2022

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