Manual
de
Hidrologia
MANUAL DE HIDROLOGIA
CIÊNCIA DAS ÁGUAS
6a Edição - 2014
OFERECIMENTO
PLANETA ÁGUA
(Guilherme Arantes)
APRESENTAÇÃO
BIOGRAFIA
Autor:
MILTON CÉSAR TOLÊDO DE SÁ. Graduado em Engenharia Civil. Pós-
Graduado em Metodologia do Ensino Superior e Pós em Engenharia dos
Materiais.
Sócio da Empresa Bioterra Engenharia - Avaliação de imóveis. Principais
clientes: ECT-Goiás, ECT-Ba, ECT- Mato Grosso do Sul, ECT-Piauí, IPSEMG,
UFA, Palácio das Artes e outros. www.bioterraengenharia.blogspot.com
Professor Universitário de Física, Mecânica dos Fluidos e Hidrologia.
Pesquisador em terapias holísticas e Xamanismo.
Parecerista na análise de processos de outorga de uso de água.
Conselheiro e Diretor do CREA-MG por diversos mandatos.
Belo Horizonte, MG.
E-mail: miltonhidrologia@gmail.com
6
SUMÁRIO
OFERECIMENTO
APRESENTAÇÃO
AUTOR
ÍNDICE
CAPÍTULO 1
Introdução à Hidrologia.............................................................07 a 38
CAPITULO 02
Bacia hidrografia........................................................................39 a 57
CAPÍTULO 03
Intensidade de chuva.................................................................58 a 80
CAPÍTULO 04
Vazão Hidrológica....................................................................81 a 125
CAPÍTULO 05
Infiltração e Evaporação.........................................................126 a 151
CAPÍTULO 06
Erosão e Sedimentação..........................................................151 a 189
CAPÍTULO 07
Água Subterrânea..................................................................190 a 236
APÊNDICE
Manual da Legislação dos Recursos hídricos.............................237 a 270
7
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA
Apresentação do curso.
Voltando ao passado.
Hidrografia no mundo:
Hidrografia no Brasil:
Hidrografia em Minas Gerais, Belo Horizonte.
Apresentação do curso;
Objetivos:
Propiciar a apresentação de todos, e esclarecendo-os da importância e do
funcionamento do curso.
Abordagens:
Apresentações dos participantes;
Importância da assiduidade e pontualidade;
Como funciona;
Objetivos do curso;
Educação - Avaliação;
Fontes de pesquisa.
Blog do curso: www.bioterraengenharia.blogspot.com
E-mail: miltonhidrologia@gmail.com
Critério de avaliação;
• Elaboração de dois projetos com as seguintes intervenções;
• Intervenção 1 - Estudo hidrológico para viabilidade de um
sistema de captação de água,
• Intervenção 2 - Estudo hidrológico para viabilidade de um
sistema de drenagem.
• Construção do Blog do grupo.
• Aulas expositivas – através do Manual de Hidrologia.
• Aulas em campo.
• Resolução de exercícios.
• Realização de três provas.
Objetivos do curso;
• Identificação das principais bacias hidrográficas do Brasil/MG
• Órgãos licenciadores pertinentes à hidrologia.
• Equação do balanço hídrico.Divisores de água, traçado da bacia
hidrográfica e seus elementos.
• Equação de I.D.F., mapa para chuva, infiltração e declividade.
• Vazão hidrológica e hídrica: principais formulas, mapas e softwere.
• Desenvolvimento de projetos.
• Estudo dos fenômenos: infiltração e evapotranspiração.
• Erosão, sedimentação e Água subterrânea.
9
Fontes de pesquisa;
Principal
• PINTO, Nelson Souza. Hidrologia Básica. 2008. ED. Edgar Blucher
Ltda. S.P., São Paulo
• TOLEDO de SA, M. César. Manual de Hidrologia, 6 ed. 2014. Belo
Horizonte, MG.
• TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia – Ciência e Aplicação.4o ed. Ed. ABRH
– 2012. UFRGS. ISBN: 8570259247
•
Complementar
• Sites:www.ana.gov.br– www.igam.gov.br – www.semad.gov.br –
www.ufv.br – www.siam.mg.gov.br
• Blog do Prof. Milton C. Toledo – www.hidro-milton.blogspot.com
• Blog do Tucci – www.blog.rhama.net
• Revista eletrônica de recursos hídricos:
www.abrh.org.br/informaçoes/rerh
• Site recursos hídricos do Brasil: www.abrh.org.br
• TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia – Ciência e Aplicação . 4o ed. Ed.
ABRH – 1993. UFRGS. ISBN: 8570259247
• GARCEZ, LUCAS N. e ALVAREZ, G. Acosta. Hidrologia Básica. 2 ed.,
ED. Edgard Blucherltda. 1988 - S.P.
• SOUZA, Sérgio Menin Teixeira. Deflúvios Superficiais no Estado de
Minas Gerais. Hidrosistemas e COPASA - MG. 1993.
Conteúdo programático;
• 06/03/13 08:30:54
• Latitude 19° 56´ 44´´
• Longitude 43° 54´ 42´´
• Altitude 1002m.
Coordenadas nos Vertedouros:
ETAPAS DO PROJETO
PROJETO 02 - DRENAGEM
Imagem da Etapa 4
19
Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos. Apenas uma
pequena fração (menos de 3%) está em terra e a maior parte desta está
sob a forma de gelo e neve ou abaixo da superfície (água subterrânea). Só
uma fração muito pequena (cerca de 1%) de toda a água terrestre está
diretamente disponível ao homem e aos outros organismos, sob a forma de
lagos e rios, ou como umidade presente no solo, na atmosfera e como
componente dos mais diversos organismos.
Da distribuição;
- 0,63% águas para consumo
- 1,5% rios, lagos e cursos d'água
- 48% água subterrânea até 800m de profundidade
- 49% água subterrânea abaixo de 800m de profundidade
- 0,8% água contida no solo (umidade)
- 0,7% vapor d'água na atmosfera
E NO BRASIL? E A ÁGUA
- 14% das águas doces do mundo
- 40% da água consumida é desperdiçada
- 10% do esgoto gerado é tratado
- 23,8% não têm água encanada (36 milhões de brasileiros)
- 51,8% de domicílios urbanos não têm esgoto (16,3 milhões)
É o componente principal da matéria viva. Constitui de 50 a 90% da massa
dos organismos vivos.
Hidrografia no Brasil
Bacias no Brasil
Área de
Bacias Hidrográficas
drenagem (Km2)
Amazonas
Total 6.112.000
Em território brasileiro 3.900.000
Tocantins 757.000
Atlântico Norte/Nordeste 1.013.000
São Francisco 634.000
Atlântico Leste 545.000
Paraná (território brasileiro) 877.000
Paraguai (território brasileiro) 368.000
Uruguai (território brasileiro) 178.000
Atlântico sudeste 224.000
25
Recursos hídricos
Captação de água
Irrigação
Produção de energia
Abastecimento de água
Reuso da água, etc.
Saneamento
Drenagem urbana, rural e de estradas
Métodos preventivos e controle de enchentes, etc.
Intervenção: Canal
Intervenção: Ponte
31
Intervenção: Irrigação
Calha de telhado
34
Executores;
Por técnicos devidamente habilitados. Engenheiros, Geógrafos,
Meteorologistas, etc.
Profissional: CONFEA/CREAs
SEMAD
COPAM Secretaria de Estado de CERH
Conselho Estadual de Meio Ambiente e Conselho Estadual de
Política Ambiental Desenvolvimento Recursos Hídricos
Sustentável
Abastecimento
25%
Irrigação
60%
Industrial
Outros Aquicultura 7%
5% 3%
Figura: aerofotogrametria
CAPITULO 02
Bacia hidrográfica
O ciclo hidrológico e o balanço hídrico.
Estudo da fisiografia, geomorfologia, geologia e hidrometria.
Divisores de água. Classificação. Principais elementos da bacia.
Classificação dos rios. Coeficientes da bacia. Declividade média.
1. Ciclo Hidrológico;
É o nome dado ao fenômeno global de circulação contínua e distribuição da
água sobre a superfície terrestre, subsolo, atmosfera e oceanos. Existem
cinco processos básicos no ciclo hidrológico: condensação, precipitação,
infiltração, escoamento superficial e evapotranspiração. Estes processos
são governados basicamente pela radiação solar e pela gravidade
No ciclo hidrológico a água sempre é a mesma. A Terra possui
aproximadamente 70% de sua superfície coberta pelos oceanos.
- O ciclo hidrológico -
41
Hidrografia típica
43
44
No de Ordem
Quadrículas
(N)
1
2
3
5
6
7
das áreas:
Figura: Talvegue
49
8. COEFICIENTES DA BACIA
São coeficientes utilizados para comparação entre uma bacia e outra.
Coeficiente de compacidade (kc)
É uma medida do grau de irregularidade da bacia, quando comparado com
o círculo.
Kc = 0,28 x (P / A)
Onde:
P = perímetro em Km
A = área em Km2
Obs: Bacia circular terá o coeficiente, Kc = 1
Kf = A / L2
Onde:
A = área da bacia, em Km2
L = comprimento do rio, em km
Quando Kf for baixo, menos sujeito a enchentes, isto é, deve ao fator de
que quanto mais longa (L) e estreita, menor a possibilidade de ocorrência
de chuvas intensas.
Dd = Lt / A
Onde:
Lt = comprimento total dos cursos de água (Km)
51
A = área (Km2)
Valores próximos de 1,0 = densidade pobre.
Sinuosidade do rio
S = L / Ltalv.
Onde:
L = comprimento do rio principal, em Km
Ltalv. = comprimento do talvegue (Km).
Obs: Próxima de 1,0 = pouca sinuosidade do rio.
Ie. = ΔH/L
Ie= Declividade estimada.
Planilha para planta aerofotogrametrica da sub-bacia experimental.
52
De = (Dec./ N) x 100%
As curvas de nível são linhas que unem pontos de igual altitude. A partir
delas podemos fazer uma interpretação do relevo. POdemos marcar os
topos das principais elevações, marcar os fundos de vale, vrificar se as
vertentes são íngremes ou suaves, e até, inferir sobre a forma das
vertentes. mas o pormenor do mapa topográfico não é suficiente para nos
dar todos os pormenors e aspectos do relevo. tal pode ser visto na figura
em cima. Alguns aspectos, como pequenas escarpas ou relevos de dureza
(elevações que surgem devido à erosão diferencial e que se constituem por
pequenas elevações) e a forma de pormeno dos vales, poderão não ser
possveis de verificação a partir de uma mapa topográfico. Um estudo mais
pormenorizado do relevo implica mapas de escala maior e muito trabalho
de campo.
55
Exercícios propostos;
Dados:
A = 600.000 km2
Pa = 1000 mm/ano
EVTa= 800 mm/ano
Pede-se:
Qano = ? ( em mm e m3/s)
Resp.: 200 mm e 3.805,2 m3/s.
Ex. 3) Você foi chamado para fazer um anteprojeto de uma barragem que
irá abastecer uma cidade de 100.000 hab. E, uma área a ser irrigada de
5000 hectares.
Verifique através do balanço hídrico se a barragem terá condições para
atender a demanda total com base nos seguintes dados:
j – Calcular a declividade.
58
CAPÍTULO 03
INTENSIDADE DE CHUVA
Intensidade de chuva
Fórmula geral para IDF
Softwere
Fórmulas particularizadas
Medidores ou Pluviometria
Anexos
=
59
64
65
CHUVAS FRONTAIS
69
60
FÓRMULAS EMPIRICAS
a
k.T
i m
t c b c
P T ,D
T
T
0 , 25
a D b log1 c D
Onde,
D = duração da chuva, em horas
a,b,c,α,β = parâmetros relativos a localização
T = tempo de retorno, em anos
61
795,18 T
0,1598
i
D 5
0 , 0106
0, 7098 T
Onde,
D = duração da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade máxima de chuva, em mm/h
4988,645 T
0,155
i
D32,167 1, 039
Onde,
D = duração da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade de chuva, em mm/h
5950 T
0 , 217
i
D 26 1,15
Onde,
62
Onde,
Para T≤ 200 anos e 10 minutos ≤ D ≤ 24 horas
D = duração da chuva, em horas
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade máxima de chuva, em mm/h
Pa = precipitação média anual pelo mapa de isoetas
= parâmetro regional
63
Ex. 01)
1 Curitiba
2 Pluvio 2.1
3 Profª.Márcia Pinheiro
4 Eng. Otto
SOLUÇÃO:
64
MÉTODOS DE MEDIÇÃO:
PLUVIOMETRIA ;
É o estudo para determinar a chuva através de aparelhos de medição.
Tipos de aparelhos para medição da chuva precipitada;
• Pluviômetro,
• Pluviógrafo.
Figura - pluviômetro
FLUVIOMETRIA
ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS
• Níveis d´água
• réguas limnimétricas
• limnígrafos
87
RADAR METEOROLÓGICO
88
67
Riscos
É prever o risco desta chuva (ou evento) ocorrer.
R=1/T
68
Exercício 02)
Tempo de concentração
Isócrona
I = declividade em m/m.
Kirpich – (1940)
Usada no estudo de drenagem de estradas e áreas urbanas para rios e
canais.
0, 385
L3
t 57.
c
H
tc = tempo de concentração, em minutos.
L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso d’água)
H = desnível do talvegue, em metros.
Método de Dooge
140 < A < 930 km2
Ventura
Passini
A.L
1
3
t c
0,107.
I
tc = tempo de concentração, em horas
A = área da bacia, em Km2
L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso d’água)
I = inclinação, em m/m.
Colins
L
t c
0,65. 1
A
5
2
A
100.I
tc = tempo de concentração, em horas
L = comprimento do talvegue, em Km
A = área da bacia, em Km2
I = inclinação, em m/m.
72
Ex. 03)
Calcular o tempo de concentração (tc) através de todas fórmulas
apresentadas. Considere uma bacia experimental com as seguintes
características:
Percentual de vegetação igual 30 %.
A = 300 000 m2
Declividade média da bacia = 15 %
Comprimento do talvegue = 300 m e desnível = 10 m
Solução:
73
PROBLEMAS PROPOSTOS
Ex 01)
Ex 02)
CAPÍTULO 04
VAZÃO HIDROLÓGICA ou de PICO
Métodos para determinar a vazão hidrológica:
1. Através dos mapas de rendimento específicos:
a) para uso em captação: Portaria 10/98 do IGAM – mapa de
rendimento mínimo para 10 anos de tempo de retorno (T).
b) uso em drenagem – vazão de pico, mapas anexos, todos em
função do tempo de retorno (T).
2. Banco de dados: Series históricas – estações fluviométricas (ANA –
Agencia Nacional das Águas).
3. Pelas equações do Método racional.
4. Através de medidores: vertedouro, orifícios, canal, medição a vau.
5. Softwares relacionados: (WWW.EHR.UFMG.BR) e
(WWW.UFV.BR/DEA/GPRH)
Hidrologia aplicada:
6. Uso insignificante da água no Estado de M.G., DN – CERH-MG –
09/04 – Art.30.
7. Eq. Da Vazão: (Portarias do IGAM: 10/98, 07/99 e 49/2010).
8. Consumo d’agua em função do empreendimento,
9. Estudo do Barramento quanto a influência da chuva na descarga de
fundo e vertedouro de emergência.
10. Estudo hidrológico para Drenagem: canaletas e calha de telhado.
11. Estudo hidrológico do Dreno profundo.
12. ANEXOS
Manual para elaboração de estudo hidrológico, Tabela do coeficiente de
Run off, Portaria 10 do IGAM, Deliberação normativa 09 do CERH, Mapas
de rendimento, Anexo 06 – Consumo de água em função do
empreendimento.
82
INTRODUÇÃO
À água precipitada pode seguir três cainhos básicos para atingir o curso
d’água:
1. o escoamento superficial,
2. o escoamento sub-superficial,
3. o escoamento subterrâneo (ou esc. de base).
Hidrógrafa: Denomina-se hidrógrafa ou hidrograma a representação gráfica
da vazão que passa por uma seção, ou ponto de controle, em função do
tempo.
83
b. Fatores fisiográficos
Área
Forma da bacia
Permeabilidade
Infiltração
Topografia da bacia (a água segue a linha de maior declive)
c. Obras hidráulicas construídas na bacia
Irrigação
Drenagem artificial
Barragem, o represamento reduz a vazão.
Retificação do rio aumenta a velocidade de escoamento.
Qp = 0,278.c.i.A
ou
Qp = C.i.A / 3,6
Sendo:
Qp = Vazão de projeto, em m3/s.
C = coeficiente de Run off, tabelado e adimensional.
i = intensidade de chuva, em mm/h.
A = área da bacia, em Km2.
Para bacias com área entre: ( 3Km2 < área < 10Km2)
A vazão de projeto é determinada pela seguinte expressão;
Qp = (C.i.A / 3,6).ø
Onde:
n=4 - para declividade (dec) abaixo de 0,5%.
n=5 - entre 0,5% ≤ dec ≤ 1,0%.
n=6 - dec > 1,0%.
85
Qp = (0,278 . A . Pe) / Tc
Onde,
Pe = precipitação efetiva, parcela da chuva que transforma realmente
em escoamento superficial; pois, é subtraído o escoamento de
base ou infiltrado, em mm.
Q = m.b.H3/
onde,
m= 2/3.c.(2g)
Q = 1,92.b.H3/2
Para, c = 0,65
89
Através de Canal
Canal aberto é um conduto no qual o líquido escoa com uma superfície
livre sujeita à pressão atmosférica. O escoamento é causado pela inclinação
do canal e da superfície livre do líquido.
O escoamento Permanente e Uniforme refere-se à condição na qual a
profundidade, declividade, velocidade e seção transversal permanecem
constantes para um dado comprimento de canal (Escoamento normal).
em unidades métricas
onde,
n = fator de rugosidade
S = inclinação
R = A/P = raio hidráulico
P = Perímetro molhado
A = Área da Seção transversal
q = vazão unitária
b = largura do canal
APLICAÇÕES NA ENGENHARIA
Sarjeta de concreto:
São dispositivos destinados a coletar águas superficiais provenientes dos
taludes e pistas de rolamento, conduzindo-a para fora do corpo da estrada.
O dimensionamento das sarjetas está relacionado com a determinação de
seu comprimento crítico, que é definido como o comprimento máximo de
sua utilização, para que não haja trasbordamento e nem início de erosão.
A seção mais usual é triangular, porém para corte muito extenso projeta-se
canal retangular. Evitar sarjetas profundas a qual representa perigo para o
tráfego, onde acontecem freqüentes acidentes com veículos.
Q(bacia) = Q(sarjeta)
onde,
Q = vazão em m3/s
C = coeficiente de Run off, tabelado em função da superfície escoante.
I = Intensidade de precipitação em mm/h
A = Área de drenagem em Km2. No caso de sarjetas é o comprimento
(L) da sarjeta vezes a largura de contribuição. A = L x l (Onde, L =
comprimento crítico da sarjeta em m e l = largura de contribuição
em m). De Fenômenos de Transporte a Vazão da Sarjeta é dada
pela equação da continuidade, ou seja;
96
onde,
Q = vazão da sarjeta em m3/s, A = Área da seção transversal da sarjeta
em m2
V = velocidade média de escoamento em m/s, dada pela fórmula de
Manning.
onde,
V = velocidade em m/s, R = Raio hidráulico = A/P, A = Área da seção
em m2.
P = Perímetro molhado em m, S = inclinação em m/m.
n = fator de rugosidade de Manning, tabelado em função do material de
revestimento do canal. Para o concreto acabado com
desempenadeira, n = 0,015.
Para o comprimento crítico, tem-se;
Substituindo a equação 04 na equação 03 e igualando a equação 2 com a
equação 3, teremos;
97
Boca
de
Lobo
b (soleira)
Onde,
M = coeficiente que depende de muitas variáveis, tais como tensão
superficial, viscosidade, massa específica, distribuição da
velocidade, escoamentos secundários, etc. Em drenagem urbana
recebe o valor de 1,7.
B = comprimento da soleira, em metros.
H = altura da água próxima à abertura da guia, em metros.
VM L = Comprimento típico
Metodologia aplicada;
Num trecho retilíneo do rio marca-se dois pontos com
espaçamento L entre eles
Com as cotas de um e do outro ponto e o espaçamento entre
eles, determina-se à declividade em metro/metro.
Anota-se qual o tipo de material que reveste a superfície do
perímetro molhado do rio, ou seja, se é grama, solo, concreto,
etc.
Verifica-se, em tabelas especializadas, o fator de rugosidade de
Manning (n)
E, assim, calcula-se a velocidade média da água do rio usando
a fórmula de Manning.
Formula aplicada;
Fórmula de MANNING nas unidades métricas, para cálculo da DESCARGA
(Q) é,
em unidades métricas
ou,
para a velocidade média na seção do rio Q/A = Vm = (1/n). R2/3.S1/2
100
em unidades inglesas
Onde,
n = fator de rugosidade
S = inclinação
R = A/P = raio hidráulico
P = Perímetro molhado
A = Área da Seção transversal
q = vazão unitária
b = largura do canal
101
4. DIMENSIONAMENTO DE DRENOS
QHIDRO = QHIDRA
0,278.C.I.A = k.i.A
Onde,
C = coeficiente de run-off
I = intensidade de chuva
A = e.h
i = e/L
k = condutividade hidráulica do material drenante, brita , etc.
e = largura do dreno
L = comprimento do dreno
h = altura do dreno
Calculo da largura do dreno, e:
e2 = Q.L/k.h
Referencia Bibliográfica
1. Hidrologia – LUCAS NOGUEIRA GARCEZ e GUILLERMO ACOSTA
ALVAREZ.
2. Hidrologia – Ciência e Aplicação – TUCCI
3. Problemas de Mecânica dos Fluidos - GILLS. Col. Schaum
4. Manual de Hidráulica - AZEVEDO NETO
5. NBR – 7196 – Projeto e execução de telhado com telhas de
fibrocimento.
6. NBR – 10 844/89 – Instalações prediais de águas pluviais
7. Site: www.ana.gov.br
8. Fenômenos de Transporte. Milton César Toledo de Sá.
102
ANEXO 01
MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS HIDROLÓGICOS
OBJETIVO
O presente texto tem por objetivo estabelecer metodologia, procedimentos
e forma de apresentação de estudos hidrológicos, de modo a fornecer
subsídios para a determinação das vazões de dimensionamento das
estruturas hidráulicas.
COLETA DE DADOS
Dados Básicos
Deverão ser coletados elementos que permitam a caracterização
fisiográfica das bacias contribuintes, como plantas topográficas,
levantamentos aerofotogramétricos, cartas geográficas e outras cartas ou
mapas disponíveis.
O estudo deverá apresentar a relação de plantas, cartas e mapas
utilizados, com indicação das suas características, como tipo, escala, data e
entidade executante.
Dados Hidrológicos
Deverão ser coletados estudos existentes e dados disponíveis em órgãos
oficiais que permitam a caracterização climática, pluviométrica,
fluviométrica, meteorológica e geomorfológica da região de interesse do
projeto.
Serão coletados os dados para elaboração dos fluviogramas das alturas
d’água nos postos localizados na área em estudo, contendo a localização,
período e tipo de observação, tipo de aparelho, entidade operadora e
outras informações pertinentes.
O estudo deverá apresentar mapa ou planta em escala adequada,
destacando a rede hidrográfica abrangida pelo projeto, contendo o traçado
da rodovia, cidades, rios, estradas e ferrovias existentes.
Serão catalogadas as principais obras hidráulicas existentes ou projetadas
que possam influir nos estudos hidrológicos, como barragens a montante e
jusante da rodovia, canalizações e dragagens.
103
5% ≤ 10% ≤
Tipo de solo e cobertura Dec ≤ Dec. ≤
Dec. ≤ Dec. ≤
vegetal 5% 20%
10% 20%
Veg.
Idem 0,55 0,60 0,65 0,70
Densa
Solo de baixa
Veg. Rala 0,50 0,55 0,60 0,65
permeabilida-de – argiloso
106
Veg.
Idem 0,45 0,50 0,55 0,60
Densa
Veg.
Idem 0,15 0,20 0,25 0,30
Densa
Idem Florestas 0,10 0,15 0,20 0,25
107
considerando:
RESOLVE:
sob pena de suspensão da referida outorga, nos termos do art. 20, inciso I,
da Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999.1[1]
1[1]
A Portaria IGAM nº 06, de 25 de maio de 2000 incluiu o parágrafo único no
artigo 12 desta Portaria.
2[2]
A Portaria IGAM nº 06, de 25 de maio de 2000 deu nova redação ao artigo
13 desta Portaria, que tinha a seguinte redação original: “Art. 13 - Fixar os prazos
de validade das outorgas para uso das águas de domínio do Estado, sendo 20
(vinte) anos para as Concessões, 05 (cinco) anos para as Autorizações e 03 (três)
anos para as Permissões, tornando-os sem efeito se o usuário deixar de executar
o seu direito até um ano após a data do título autorizativo e fixar, igualmente, em
24 (vinte e quatro) meses, 12 (doze) meses e 06 (seis) meses, respectivamente,
os prazos para a execução das obras ordenadas, salvo casos especiais assim
classificados pelo IGAM por ocasião do processamento da outorga”
114
Anexo IV
Modalidade de Outorga
Anexo V
Modalidade do Uso ou das Obras Sujeitos a Outorga
3[1]
A Lei Estadual n.º 13.199, de 29 de janeiro de 1999 (Publicação - Diário do Executivo -
"Minas Gerais" - 30/01/1999) que Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos,
;MG - Art. 41 - Ao CERH-MG, na condição de órgão deliberativo e normativo central do
SEGRH-MG, compete: VI - estabelecer os critérios e as normas gerais para a outorga dos
direitos de uso de recursos hídricos;
118
DELIBERA:
§ 1º Para as UPGRH – SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3,
PA1, MU1, Rio Jucuruçu e Rio Itanhém, serão consideradas como usos
insignificantes a vazão máxima de 0,5 litro/segundo para as captações e
derivações de águas superficiais.
§ 1º Para as UPGRH – SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3,
PA1, MU1, Rio Jucuruçu e Rio Itanhém, o volume máximo a ser
considerado como uso insignificante para as acumulações superficiais será
de 3.000 m3.
4[2]
A Deliberação Normativa CERH nº 07, de 04 de novembro de 2002
(Publicação - Diário do Executivo "Minas Gerais" - 05/11/2002) Estabelece a
classificação dos empreendimentos quanto ao porte e potencial poluidor,
119
5[3]
O Decreto Estadual nº 41.578, de 08 de Março de 2001 (Publicação - Diário do
Executivo - "Minas Gerais" - 09/03/2001) que regulamenta a Lei nº13.199, de 29 de
janeiro de 1999 ,e dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos;dispõe nos
respectivos. Dispõe ;Art. 36 - A dispensa de outorga de uso para as acumulações,
derivações ou captações e os lançamentos considerados insignificantes e para satisfação das
necessidades de pequenos núcleos populacionais, respeitará os critérios e demais
parâmetros normativos fixados pelos comitês de bacia hidrográfica, compatibilizados com
as definições com as definições de vazão remanescente e vazão de referência definidas nos
respectivos Planos
120
CAPITULOS 05
INFILTRAÇÃO e EVAPORAÇÃO
INFILTRAÇÃO
1. Introdução,
2. Fatores que influenciam na capacidade de infiltração,
3. Capacidade de infiltração,
4. Fórmula de Horton,
5. Tabela para o coeficiente de run off,
6. Infiltrômetros.
EVAPORAÇÃO
1. Introdução,
2. A rapidez com q a água evapora depende de vários fatores,
3. Transpiração nos vegetais,
4. Avaliação da evaporação.
5. Evaporímetro e coeficiente de cultivo para Irrigação.
LEITURA COMPLEMENTAR
1. Os ciclos de alguns gases
2. Fenômenos: Inversão térmica, chuva ácida, efeito estufa e camada
de ozônio.
127
INFILTRAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O escoamento superficial não representa toda a chuva que cai numa bacia.
Medindo o escoamento em um rio conclui-se que somente parte da chuva
transformava-se em vazão, o restante se perdia por transpiração,
evaporação e infiltração.
A taxa pela qual a infiltração ocorre depende, outras coisas, da
permeabilidade do solo ou rocha.. A quantidade total de infiltração também
depende do tempo disponível que a água tem para penetrar no chão.
Chuva forte e um rápido escoamento superficial irão reduzir esse tempo, e,
portanto, decrescer a quantidade total de infiltração.
Na equação do balanço hídrico aparece o termo que representa a
Infiltração;
Es = P – Evt – Inf +-Vol
2. FATORES QUE INFLUENCIAM NA CAPACIDADE DE
INFILTRAÇÃO
- Tipo de solo. A permeabilidade depende da granulometria.
- Cobertura do solo. Vegetação.
- Grau de umidade do solo.
- Temperatura do solo. Interfere na viscosidade da água de percolação.
- Porosidade, fissuras.
- Ações mecânicas de animais que escavam o terreno.
Tabela 1 Capacidade de infiltração
Capacidade de
Solo
infiltração em mm/h
fp (em mm/h)
fo
----------------------------- fc (constante)
t, tempo em horas
5% ≤ 10% ≤
Tipo de solo e cobertura Dec ≤ Dec. ≤
Dec. ≤ Dec. ≤
vegetal 5% 20%
10% 20%
Veg.
Idem 0,15 0,20 0,25 0,30
Densa
Idem Florestas 0,10 0,15 0,20 0,25
132
Tipos de solo
A) solo de pedregulho
B) solo arenoso
C) solo siltoso
D) solo argiloso
134
6. INFILTRÔMETROS
Os infiltrômetros são tubos cilíndricos curtos, de chapa metálicos, com
diâmetros variando entre 200 e 900 mm, cravados verticalmente no solo de
modo a restar uma pequena altura livre sobre este.
Podem ser utilizados um ou dois tubos concêntricos. No primeiro caso, o
tubo é colocado no terreno, até uma profundidade maior ou igual à da
penetração da água durante a duração do ensaio para evitar o erro
causado pela dispersão lateral da água. Durante todo o tempo da
experiência, mantém-se sobre o solo uma camada de água de 5 a 10 mm
de espessura. Uma vez conhecida, a taxa de aplicação da água adicionada
é dividida pela área da seção transversal do tubo e tem-se a capacidade de
infiltração.
As indicações fornecidas com o emprego desses aparelhos têm valor
relativo, devido a diversas causas de erro:
a) ausência do efeito da compactação produzida pela água da chuva;
b) fuga do ar retido para a área externa aos tubos;
c) deformação da estrutura do solo com a cravação dos tubos.
Os materiais utilizados são:
Tubo metálico ou PVC;
Martelo para cravação do tubo no solo;
Água e solo (terreno).
Exemplo. Pede-se a taxa de infiltração do solo utilizando o aparelho
infiltrômetro através de ensaio de campo.
A água infiltrada no solo deverá ser reabastecida pelo laboratorista; ou
seja, a VAZÃO que sai deverá ser igual à VAZÃO que entra.
Este quadro representa o volume de água absorvida pelo solo, utilizando-se
de um infiltrômetro através de um ensaio de campo, onde pode-se obter o
os dados abaixo, coletados na bacia experimental do curso.
136
10:00 0 -
10:01 1 0.22
10:02 1 0.22
10:03 1 0,19
10:04 1 0,19
10:05 1 0,18
TOTAL 5 1,00
EVAPORAÇÃO
1. Introdução,
2. A rapidez com que a água evapora depende de vários fatores,
3. Transpiração nos vegetais,
4. Avaliação da evaporação.
138
1. INTRODUÇÃO
Medindo o escoamento em um rio conclui-se que somente parte da chuva
se transformava em vazão, o estante se perdia por transpiração,
evaporação e infiltração, de acordo com o ciclo hidrológico.
A evapotranspiração ocorre basicamente em: superfície liquida: Lagos e
Barragens, da umidade do solo = Bacias Hidrográficas e transpiração dos
vegetais = florestas
4. AVALIAÇÃO DA EVAPORAÇÃO
O método do balanço hídrico,
A medição por tanques evaporimetros,
As formulas empíricas do poder evaporante da atmosfera.
a. Método do balanço hídrico:
Considerando-se que os estados de armazenamento de lagos ou
reservatórios sejam conhecidos e que todas as afluências e defluências
possam ser medidas em um dado intervalo de tempo, a evaporação pode
ser calculada por:
140
E = P + A – D - I - S
b. Método de medição
Tanque medidor evaporímetro
Mede o poder evaporante da atmosfera local, através da evaporação da
água em mm de altura; isto, numa área conhecida.
O tanque mais usado é o classe A do U.S. Weather Bureau.
O abaixamento do nível da água no evaporímetro mede o quociente
Vol./Área, sendo vol. O volume de água que se evaporou durante o
intervalo de tempo considerado e A área da seção reta do recipiente.
Vol. = A.h ou h = vol./A (em mm). Da equação da continuidade: Q = V.A
= (Vol/t) = V.A
Nota: Para a cidade de Belo Horizonte, considerando superfícies cinza
(albedos), a media diária mensal = 3,85 mm/mês. 1998)
Fórmulas específicas
1. ROHWER
Ev = 0,771(1,465 - 0,0186 x B) (0,44 + 0,118 x W) (po – pa)
Sendo:
E = intensidade de evaporação (in/dia).
B = pressão barométrica (inHg).
W= velocidade do vento (milha/hora).
2. MEYER
Ev = C(1+W/10) (po – pa)
Sendo:
E = intensidade de evaporação em in/tempo, no caso por dia.
C = para períodos de 24horas (C= 0,36).
W= velocidade do vento em milhas/hora.
po= pressão de saturação do vapor em inHg.
pa=pressão efetiva do vapor d’água em inHg.
3. URSS
Ev = 0,15.n (1 + 0,072W) (po – pa)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporação, em mm/mês.
n = número de dias considerado.
W = velocidade média do vento em m/s, medida a cerca de 2,0 m acima
da superfície da água.
po = pressão de saturação do vapor em milibares ( 1bar = 1atm).
pa = pressão efetiva do vapor de água no ar, em mb.
Nota: Fator de conversão: 1 atm = 1Kgf/cm2 = 760 mmHg = 10 kPa
142
4. FITZERALD
Ev = 0,12(1+0,31.W) (po – pa)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporação, em mm/mês.
W = velocidade média do vento, em Km/h.
po = pressão de saturação do vapor em, mm de Hg.
pa = pressão efetiva do vapor de água no ar, em mm/Hg.
5. VERMUELE
Ev = (1 + 0,75T) (3,94 + 0,0016.h)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporação, em mm/mês.
T = temperatura média anual, em 0C.
h = altura pluviométrica anual, em mm.
Ep = E x kt
Ve = kc.Ep.Airrigação
Ve = kc . (E . kt) . Airrigação
145
LEITURA COMPLEMENTAR
Fórmulas químicas:
INTERVENÇÕES ANTRÓPICAS
ANEXOS
1. Ensaios de laboratório para detecção de terrenos erodidos.
2. Imagens de erosões
3. Tabelas
4. Lei 6225/75 – Proteção contra erosão.
153
Erosão
O intenso processo de urbanização, o acelerado crescimento industrial e a
expansão da atividade de mineração provocaram em seu conjunto, um
grande número de intervenções humanas no ambiente, dos mais variados
tipos e portes.
A ocupação desordenada de regiões, com o processo de desenvolvimento
em locais impróprios, o crescimento delas sem planejamentos compatíveis
com a realidade regional, com ausência de infra-estrutura adequada e
associados a um solo de formação geológica facilmente desagregável nos
leva a entender que o ecossistema pelo qual o homem substituiu, diminuiu
a proteção do solo contra o efeito da energia hídrica, assim como o
processo de desenvolvimento de um assentamento urbano, em sua
expressão física, definido pelo conjunto de atividades humanas
materializado no sistema de sustentação natural, onde dependendo das
características morfológicas daqueles sistemas, a interação entre ambas
pode gerar problemas de graves proporções como erosão do solo.
Ao se analisar o fenômeno erosão, o problema inicial consiste em
identificar os elementos componentes, com seus valores e suas relações.
No Brasil e em outros solos tropicais, há um outro problema que, algumas
vezes, assume maior importância que a erosão, mas que, no entanto, é
menos considerado: a lixiviação. Por esse processo, as porções de solo
mais finas, onde estão os componentes que lhe dão fertilidade, são
removidas e carregadas pela água em seu movimento descendente de
infiltração. Em terrenos planos de solos muito profundos e permeáveis,
como os sedimentos arenosos da Amazônia, o material fértil da superfície é
solubilizado pelas chuvas e arrastado para regiões inacessíveis as raízes. A
esterilização ocorre não por um transporte horizontal, mas sim vertical, dos
nutrientes.
154
Tipos de erosão
Tipos de formas de erosão acelerada mapeada segunda IGA-CETEC, 1978.
Assim se definem as principais formas de erosão acelerada:
a) Em Lençol ou Superficial (ou laminar): quando as precipitações
superam as infiltrações.
b) Em sulcos: caminho preferencial das águas, não cuidando surge às
ravinas e as voçorocas.
a) Erosão em Lençol
É uma forma de erosão superficial que não chega a modificar muito
nitidamente o modelado original do relevo. Desenvolve-se em
conseqüência da remoção dos horizontes superiores do solo, mais rico em
matéria orgânica. Esta remoção decorre da atuação do escoamento pluvial
não concentrado em lençol, nas áreas onde a cobertura vegetal foi
destruída e o gradiente das vertentes favorece o escoamento superficial.
b) Erosão em Sulcos
Ocorre de duas formas diferentes: ravinas e voçoroca.
Ravinas são canais pouco profundos que surgem na superfície dos solos ou
sobre as rochas argilosas alteradas. Resultam da atuação do escoamento
superficial concentrado em áreas onde a vegetação foi destruída. Forma-se
mais facilmente partir de qualquer tipo de incisão ou corte no terreno, tais
como estradas, trilhas, minerações, etc., sendo que, caso, passa mais
155
Mecanismos da erosão
São três os processos:
a) Desprendimento da partícula (autodragagem);
b) Transportes de sedimentos;
c) Depósito ou sedimentação.
Dado: peso específico médio de sedimentos: Ws = 2650 Kgf/cm3.
Seus efeitos
a) Baixa produtividade dos solos;
b) Degradação do solo;
c) Poluição dos mananciais (nascentes);
d) Enchentes e assoreamento dos rios e lagos;
e) Redução da vida útil de barragens e usinas hidrelétricas.
156
Qs = R.K.T.L.C.P
Onde,
Qs = perda anual do solo por unidade de área (ton/ha ano)
R = fator de chuva ou índice de erosão pluvial mede a forca erosiva de
uma determinada chuva, em (J.cm/m2. Hora).
K = fator de erosibilidade do solo (facilidade do solo em desagregar-se),
com uma declividade e comprimento de 9%. (ton.m 2.hora/ha.J.cm)
L = fator de comprimento da ladeira ou declive (Adimensional) = A
razão entre a perda de solo p0ara um comprimento determinado
pela perda de solo para um comprimento de 22,1 m do mesmo tipo
de solo. L = (У/22,1)0,3
T = fator de declividade (adimensional) = A razão da perda para uma
determinada declividade, pela perda para uma declividade de 9%
do mesmo tipo de solo.
T = (0,43 + 0,30.I + 0,043.I2)/6,613
I = declividade em %
158
262
Exercício:
VELOCIDADE DE AUTODRAGAGEM
Equação de Hjulstrom
(Tucci-p. 270 - para profundidade de até 1,0 m).
Exercício:
Matacao De 25 cm a 1,0 m
Pedra De 7,6 cm a 25 cm
Pedregulho De 4,8 cm a 7,6 cm
Areia grossa De 2,0 cm a 4,8 cm
Areia media De 0,042 mm a 2,0 cm
Areia fina De 0,05 mm a 0,042 mm
Silte De 0,005 mm a 0,05 mm
Argila Inferior a 0,005 mm
163
Cadastramento de erosões
O cadastramento das erosões urbanas existentes constitui a primeira etapa
para o estabelecimento de um plano preventivo e de obras de correção
para uma cidade.
O objetivo do cadastramento e estabelecer o nível de criticidade das
erosões que possibilita a determinação daquelas que são prioritárias para a
correção. A criticidade das erosões é definida após a análise da ficha de
cadastro, cujos dados coletados indicam a possibilidade da progressão da
atividade erosiva, colocando em risco moradias, equipamentos públicos e
áreas urbanas, ou pelas restrições que pode causar, inibindo o processo de
desenvolvimento urbano, devido ao seu porte.
Visando a elaboração de um relatório de diagnostico de erosão urbana de
um município, os trabalhos de cadastramento são iniciados numa reunião
técnica, para serem obtidas as seguintes informações principais:
Planta de detalhe da área urbana;
Caracterização das ocorrências das erosões (localização, acesso,
imp0ortancia para o município, histórico da ocorrência, mediadas de
controle realizadas, rede de drenagem da bacia de contribuição,
eventual projetos realizados, dados hidrológicos, etc.);
Tendências e formas da expansão urbana (vetores, loteamentos,
conjuntos habitacionais);
Leis de disciplinamento do uso e ocupação do solo eventualmente
existente (plano diretor, lei do parcelamento do solo, código de obras,
etc.);
Medidas de combate adotadas e previstas;
Após a reunião, iniciam-se os trabalhos de campo por uma visita preliminar
das áreas urbanas afetadas, com o caráter de um reconhecimento prévio
das erosões indicadas.
Com o conjunto das informações obtidas, faz-se a programação das
atividades de cadastramento.
O primeiro objeto de atenção do cadastramento e a área no entorno da
erosão, para a caracterização dos locais mais afetados pelo processo
erosivos. A área de montante, correspondente a área de contribuição
principal das águas pluviais, e determinada pela posição da erosão e do
divisor de águas.
166
b) Engenharia de solos
c) Engenharia Agronômica
Constituindo-se fundamentalmente de obras:
de interceptação e desvio das águas pluviais da voçoroca por meio de
tubulações que as devolvem a rede de drenagem natural após previa
dissipação de sua energia erosiva em estruturas especiais;
pequenos barramentos em escada, formando pequenas bacias de
retenção e decantação de sedimentos, destinadas a transformar-se em
terraços depois de ser assoreadas ou preenchidas com solo ou plantio
de vegetação visando fixar o solo e reduzir a velocidade das águas não
interceptadas.
As Medidas Preventivas
As medidas preventivas, muito mais eficazes e de custo social bem mais
reduzido, existem em maior numero. As limitações a sua aplicação
decorrem não de restrições financeiras ou de complexidade técnica, mas
das dificuldades próprias de as sociedades menos desenvolvidas política e
socialmente manterem mecanismos legais, institucionais e administrativos
capazes de ordenar a ocupação e uso do solo, estimular a aplicação de
técnicas ambientalmente adequadas e impedir as que ponham em risco os
recursos do patrimônio privado e publico.
Nas áreas rurais as medidas preventivas resumem-se a utilização de
praticas conservacionistas. As mais utilizadas são:
preparo do solo para plantio em curvas de nível;
Terraceamento;
estruturas para desvio que terminem em poços para infiltração das
águas;
controle das voçorocas;
Preservação da vegetação nativa nas áreas de grande declive e nas
margens de cursos de água, etc.
Por meio da redução das declividades e da criação dos obstáculos aos
escoamentos sobre as linhas de maior declive, a água tem sua
velocidade reduzida, o que facilita sua infiltração.
171
Exercício
Ex. 2) Compare a velocidade critica ou de autodragagem de um canal
considerando os diversos tipos de solo, de acordo com a tabela da ABNT,
abaixo;
Matacao De 25 cm a 1,0 m
Pedra De 7,6 cm a 25 cm
Pedregulho De 4,8 cm a 7,6 cm
Areia grossa De 2,0 cm a 4,8 cm
Areia media De 0,042 mm a 2,0 cm
Areia fina De 0,05 mm a 0,042 mm
Silte De 0,005 mm a 0,05 mm
Argila Inferior a 0,005 mm
Um pouco de Geologia!
P.e.
QUARTZO: Siltes e Areias – SiO2 (Silício e Oxigênio)
FELDSPATOS: Argilas ‹ 2,0 mm – SiO2 e Al (OH)3 (Caulita, ilita,
esmectita)
Concepção do projeto
Implantação do loteamento;
Manutenção
ANEXOS
Ensaios de permeabilidade
O ensaio de Inderbitzen
Ensaio de Desagregação
IMAGENS DE EROSAO
184
TABELAS
TABELA 1
Perdas de solo por erosão decorrente de diferentes coberturas vegetais
(Bertoni, 1985).
TABELA 2
95-
0% 20% 40% 60% 80%
100%
Cobertura de pastos
0,45 0,20 0,10 0,042 0,013 0,003
baixos
Cobertura de pastos
0,36 0,17 0,09 0,038 0,012 0,003
e ervas (0,5m)
Arbustos (2 m) 0,40 0,18 0,09 0,040 0,013 0,003
Árvores (4 m) 0,42 0,19 0,10 0,041 0,013 0,003
TABELA 3
EM
DECLIVIDADE % CULTIVO EM NÍVEL TERRAÇOS
FAIXAS
251
TABELA
Perdas de solo por erosão decorrente de diferentes coberturas vegetais (Bertoni, 1985).
Fonte: Livro Engenharia Ambiental, pág. 137 – Benedito Braga.
Mata 0,004
Café 0,9 a 1,1
Pastagem 0,4 a 0,7
Mamona 41,5
Feijão 38,1
Mandioca 33,9
Amendoim 26,7
Arroz 25,1
Algodão 24,5 a 33,0
Soja 20,1
Batata 18,4
Cana 12,4
Milho 12,0
Milho + Feijão 10,1
258
187
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Artigo 1° - O Ministério da Agricultura, dentro do prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, discriminará regiões cujas terras somente poderão ser
cultivadas, ou por qualquer forma exploradas economicamente, mediante
prévia execução de planos de proteção ao solo e de combate à erosão.
Parágrafo Único - A discriminação de terras de que trata este Artigo
poderá ser renovada anualmente.
Artigo 2° - Os proprietários de terras localizadas nas regiões abrangidas
pelas disposições desta Lei, que as explorem diretamente, terão prazo de 6
(seis) meses para efetivamente dar início aos trabalhos de proteção ao solo
e de combate à erosão e de 2 (dois) anos para conclui-los, contados ambos
da data em que a medida for obrigatória.
Parágrafo Único - Quando se tratar de arrendatário de terras, o prazo de
conclusão dos trabalhos de que trata este Artigo será de 1 (um) ano,
mantidas as demais condições.
Artigo 3° - Qualquer pedido de financiamento de lavoura ou pecuária,
destinado à aplicação em terras onde for exigida a execução de planos de
proteção ao solo e de combate à erosão, somente poderá ser concedido,
por estabelecimento de créditos, oficiais ou não, se acompanhado de
certificado comprobatório dessa execução.
§ 1° - Dentro do prazo 90 (noventa) dias, a partir da entrada em vigor
desta Lei, o Ministério da Agricultura enviará ao Banco Central, para
distribuição à rede bancária nacional, instruções sobre as medidas exigidas
nas áreas indicadas no Artigo 1° para serem distribuídas, através das
carteiras de crédito rural, aos agricultores que delas se utilizem. O
cumprimento dessas instruções passará a ser exigido pelos Agentes
Financeiros no ano agrícola seguinte.
§ 2° - Tratando-se de financiamento específico para custeio de planos de
proteção ao solo e de combate à erosão, a sua tramitação nos
188
Bibliografia especifica
a. www.deflor.com.br
b. www.ipt.br
190
CAPÍTULO 07
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Introdução
Classificação do subsolo quanto à presença de água
Água e subsolo
Movimento da água subterrânea
Permeabilidade – Permeâmetros
Aqüífero
Métodos de localização de água subterrânea – Perguntas e respostas.
Aplicações
Intrusão salina
Aqüífero Guarani
Rebaixamento de poço
191
1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui 70% do maior lençol de águas do mundo, mas todo esse
potencial de recarga dos rios esta ameaçada pela contaminado do solo e a
perfuração excessiva de poços tubulares. Falta de Legislação torna o
problema critico em Minas Gerais.
Os primeiros poços de que se tem noticia no Brasil foram abertos em 1846,
visando abastecer duas fabricas de cerveja, uma em Petrópolis e outra em
São Paulo. Ainda na primeira metade do século XIX, foram perfurados
poços tubulares no Nordeste, para combater a seca. De lá para cá, houve
uma verdadeira corrida às águas do subsolo. Estimativas indicam que, por
ano, em todo o Pais, são abertos cerca de 10 mil poços tubulares.(Estado
de Minas 23/03/2003 – Pág. 18 – Tesouro subterrâneo saqueado).
Abastecimento
25%
Irrigação
60%
Industrial
Outros Aquicultura 7%
5% 3%
Estruturas impermeáveis
Composta por materiais impermeáveis, a absorção da água ocorre em
níveis baixíssimos ou nulos, sendo a característica predominante da
estrutura impermeável à condução da água através de fendas ou fraturas.
Como exemplo tem-se as rochas cristalinas, que podem ser constituídas
por granito, riólito, varvito, siltito, etc.
194
Condutividade Hidráulica K
Material Geológico Tamanho do grão (mm) Porosidade (%)
(m/dia)
301
270
195
1.3 A Hidrogeologia
Os Rios
Os rios formam parte do ciclo hidrológico - a circulação contínua de água
entre a terra, o mar e a atmosfera. A nascente de um rio pode ser uma
fonte na montanha ou um lago, ou uma geleira em fusão. O curso que o
rio toma a seguir depende da declividade do terreno e dos tipos de rochas
e formações sobre os quais escoa. Em seu curso superior em terras altas, o
197
∆J + 0 + 0 = 0
(JE - JS) + 0 + 0 = 0
Logo,
Jε = Js = J
E,
J = Q / A = C.∆P
Onde:
C = coeficiente de proporcionalidade entre a Densidade de Fluxo e a Forca
motriz (P)
Fazendo,
C=K
K = (p.ρ.g)/μ
Onde
p = permeabilidade do solo
ρ = densidade da água
g = aceleração da gravidade
μ = viscosidade dinâmica da água
Fazendo,
P = H = chamando-a de carga hidrostática
Tem-se;
Q = K . A. (ΔH /ΔX)
Q = A.V
Q / A = V = K.(ΔH /ΔX)
V = Velocidade de percolação da água subterrânea, em m/s
202
Exemplo
Quadro 4
Fonte: secundária
Nota:
203
Y1
Tubo
Y2
Q (vazão que
sai por h
percolação)
Solo
L
Solução;
Da Lei de Darcy
Q = k. A.(H/L)
(3,03.10-3 m3/10.60 seg) = k. [3,14 (6,35.10-2)2 / 4].2,5/3,0
Resposta;
k = 1,91.10-3 m/s = 1,91.10-5 cm/s
204
AQÜÍFEROS
4.1 Definição
Rocha que armazena e flui água. Dependerá da porosidade e
permeabilidade da rocha.
Os melhores aqüíferos são areias e cascalhos aluvionares.
4.2 Classificação
Ver figura abaixo sobre os aqüíferos confinados e não confinados.
Aqüíferos não confinados;
Aqüíferos confinados;
Poço artesiano;
Superfície piezométrica;
Área de recarga e oásis.
Figura de aqüífero
205
Condutividade
Material Tamanho do Porosidade
Hidráulica K
Geológico grão (mm) (%)
(m/dia)
Argilas 0,0005 a 0,002 45 a 60 < 10-2
Argilas aluvionares 0,06 a 2,0 30 a 40 1 a 500
Cascalhos
2,0 a 64,0 25 a 35 500 a 10000
aluvionares
Arenito médio 5 a 30 10-4 a 10
Granito grande 0,0001 a 1,0 0,0003 a 0,03
Ardósia pequeno 0,001 a 1,0 10-8 a 10-5
Distância (m)
15 tanque séptico
7 drenagem, casa
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRUSÃO SALINA
É a cunha de água subterrânea salgada, de maior densidade, situada
debaixo da água subterrânea doce, menos densa, situada abaixo do
continente.
Figura da intrusão salina ou cunha
215
têm-se:
h2 = ƒ(h1) - altura da coluna de água
p1d = p2 s - pressão da água doce e salgada
ρd = 1000 Kg/m3 - água doce
ρs = 1025 Kg/m3 - água salgada
Solução;
pd.g(h2 + h1) = ρs.g.h2
h2 = ρd.h1/(ρs – ρd)
Daí,
h2 = 40.h1
216
6
Presidente da ABAS / Núcleo Pará, Rua Antonio Barreto, 1013 - Umarizal, CEP 66055-
050 - Belém - PA, Fone: 091 223-0983.
218
Bacia do Tacutu
Nessa bacia a Formação Boa Vista recobre as demais unidades e
constitui-se no aqüífero mais importante. O nível hidrostático das águas
subterrâneas situa-se até a profundidade de pouco mais de 15 m, segundo
a altitude do local. A espessura máxima desse sistema hidrogeológico situa-
se em torno de 120 m.
Os principais aqüíferos na bacia do Tacutu na parte brasileira são
constituídos por cascalhos, areias e arenitos da Formação Boa Vista, Areias
Brancas e Aluviões Quaternários. Dados de poços tubulares apresentam
para o coeficiente de transmissividade 300 m 2/d e para a condutividade
hidráulica 33 m/d.
219
Bacia do Acre
Na Bacia do Acre a Formação Solimões ocupa a parte superior com
espessuras que atingem mais de 2 000 m. Os aqüíferos são constituídos
por camadas arenosas intercaladas a camadas argilosas. Os arenitos do
Grupo Jaquirana apresentam condições favoráveis de armazenamento da
água subterrânea, porém situam em maiores profundidades, a partir de
300 m a 400 m.
Bacia do Solimões
A Bacia do Solimões apresenta em superfície as rochas do Grupo
Javari, com as Formações Solimões e Alter do Chão. Os aqüíferos são
constituídos par areias e arenitos da Formação Solimões e por cascalhos,
areias e arenitos da Formação Alter do Chão. A espessura desse sistema
hidrogeológico atinge mais de 2 000 m com grande potencial para
explotação.
Bacia do Amazonas
A Bacia do Amazonas apresenta em superfície rochas da Formação
Alter do Chão que atingem 1 250 m de espessura. Há grande número de
poços tubulares nessa formação em Manaus e em Santarém com
profundidade até 204 m em Manaus (espessura máxima nessa localidade)
e 255 m em Santarém.
Os aqüíferos são constituídos por cascalhos, areias e arenitos.
Estudos realizados na região de Santarém indicam que o sistema
hidrogeológico apresenta 600 m de espessura com 480 m de aqüíferos
arenosos, os quais estão intercalados a camadas argilosas. As
transmissividades apresentam valores compreendidos entre 130 m 2/d a 790
m2/d, a porosidade específica de 0,2 e o coeficiente de armazenamento de
3.10-4 a 4.10-4, indicando grande potencial de produtividade da água
subterrânea. A reserva total de água subterrânea avaliada em uma área de
900 km2 dessa região apresentou o valor de 86,78. 109 m3, valor bastante
expressivo.
A Formação Alter do Chão, devido sua constituição
predominantemente arenosa, sua grande espessura, ter grande exposição
na Bacia do Amazonas e estar em profundidades acessíveis a captação em
grande parte da Bacia do Solimões constitui-se num dos mais importantes
sistemas hidrogeológicos da Amazônia.
220
AQÜÍFERO GUARANI
7
Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia.
Rua Br. Geremoabo s/nc - CEP 40210-190 Fax: (071) 3366779 Tel: (071) 2450868 -
E-mail suelyspm@atarde.com.br
225
REBAIXAMENTO DE UM POÇO
Q=K.A.I
onde
Q = descarga no meio poroso;
K = coeficiente de permeabilidade;
A = área da seção normal à direção do fluxo;
H = altura máxima do lençol, em relação à base do tubo;
X = distancia entre o tubo e o ponto de altura máxima do lençol;
I = gradiente hidráulico.
228
0,5
E = 2 . h .(K / q )
onde
E = espaçamento entre linhas de drenos, em m;
h = altura do lençol freático em m;
K = coeficiente de permeabilidade do solo em m / s ;
q = contribuição (devida à precipitação) por metro quadrado da
área de infiltração em m3/s/m2
A quantidade de água infiltrada deverá ser igual a capacidade drenante dos
tubos.
Chamando:
E = espaçamento entre os drenos (m);
H= altura do lençol acima da linha dos drenos após construção (m);
230
Da figura, calculamos:
Quantidade de água infiltrada:
Sendo x o comprimento da faixa de 1 m de largura, Ai = 1 . x e a descarga
proveniente da infiltração nesta faixa é Q = q . Ai ou Q = q . x
Tratando-se de um meio poroso, por Darcy, Q = K . A . I,
Onde
A é a área total da seção do dreno, normal ao deslocamento do fluído.
No ponto P(x,y) , o gradiente hidráulico é I = - dy / dx
Como A = 1 . y, Q = -K . y . dy / dx
Como a água infiltrada será escoada pelo dreno, igualando as razões.
q . x = -K . y . dy / dx ou q . x . dx = - K . y . dy
integrando,
q . x 2+ K . y 2= C
quando
x = 0 , y = h ; logo C = K . h 2
então
q . x 2+ K . y 2= K . h2
Substituindo B em A,
X2 / L 2 + y 2 / h2 = 1,
que é a equação de uma elipse onde os semi-eixos são a metade da
distancia entre os drenos e a altura é igual à altura máxima do lençol
freático, situando-se no meio da distância entre os drenos.
Como E = L / 2 , substituindo em B fica
E2 / 4 = K . h 2 / q
Donde, finalmente,
0,5
E = 2h [ K / q ]
BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA
APÊNDICE
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Estrutura legal e regulatoria e o sistema nacional de gerenciamento de
recursos hídricos
AGENDA 21
É um amplo programa de ação, com a finalidade de dar efeito prático aos
princípios aprovados na Declaração do Rio-92 (Conferencia das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento).
Não tem valor jurídico, contudo contém um roteiro detalhado de ações
concretas a serem adotadas ate o séc. XXI pelos governos.
Lei 6.938/81
Art. 2 – a Política Nacional do Meio Ambiente. E, criou o CONAMA –
Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Alterações –
Lei 7.804/89 – Redação da Lei 6.938/81
Lei 8.028/90 - Redação da Lei 7.804/89
PLANO DIRETOR
Criado por exigência da CF/88 – Art. 182, Inciso 1 o obriga a sua
elaboração e adoção em áreas urbanas com população igual ou superior a
20 000 habitantes.
240
Meio Ambiente
- Portaria MINTER número 235/76 – Estabelece os padrões de
Qualidade do Ar
- Resolução do CONAMA número 18/86 – Estabelece o PNCPVA -
Programa Nacional de Controle da Poluição por Veículos
Automotivos.
- Resolução do CONAMA numero 05/89 – Estabelece o PRONAR –
Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar.
Meio terrestre
Proteção do solo
- Decreto Lei 94.076/87 – Institui o Programa Nacional de
Microbacias hidrográficas, sob a supervisão do Ministério da
Agricultura, visando promover um adequado aproveitamento
agropecuário.
Fertilizantes
- Lei Federal 6.894/80 – Dispõe sobre a produção e comercio de
fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou
biofertilizantes destinados à agricultura.
- Decreto 86.955/82 – Regulamenta a lei anterior.
Agrotóxicos
- Lei 7.802/89, Lei básica de controle dos agrotóxicos no Brasil
(Receituário agronômico).
- Portaria MA/SNDA 329/85 do Ministério da Agricultura – Proíbe
o uso de produtos agrotóxicos organoclorados destinados à
agropecuária.
- Resolução do CONAMA número 05/85 – Pó da china (penta
clorofenato de sódio)
- Resolução do CONAMA número 06/88 – Sobre o inventario de
resíduos industriais nos Pais.
Resíduos Sólidos
- Portaria Federal MINTER número 53/79 – Ministério do Interior
– Estabelece normas para os projetos específicos de tratamento
e disposição de resíduos sólidos.
- Resolução do CONAMA 01/86 – Estabelece sobre o
licenciamento para estudo de impacto ambiental (aterros
sanitários, etc.) e RIMA.
242
OUTORGA
Usos Múltiplos da Água
Dentre os recursos naturais, um dos que apresenta os mais variados,
legítimos e correntes usos, é a água. Atualmente, vários são os usos dados
a água:
- Abastecimento público;
- Consumo industrial;
- Matéria prima para a industria;
- Irrigação;
- Recreação;
- Dessedentação de animais;
- Geração de energia elétrica;
- Transporte;
- Diluição de despejos, e
- Preservação da flora e fauna (fonte protéica)
Abastecimento público;
É o uso mais nobre da água e se manifesta praticamente em todas as
atividades do homem: manutenção da vida (água para beber), higiene
pessoal e das habitações, combate a incêndios, entre outras. Desta forma
todos os usos gerados em cidades, vilas e pequenos núcleos urbanos, para
fins de abastecimento doméstico, comercial, público e industrial, são
considerados usos urbanos.
Abastecimento industrial;
a) participando do processo, mas não entrando em contato com o
produto, ex: (água para caldeira e refrigeração);
b) integrando-se ao produto fabricado ( produtos alimentícios e
industrias de bebidas). Entrando em contato com a matéria prima ou
produto final, as águas necessitam de elevado grau de pureza;
250
Irrigação
A irrigação de culturas agrícolas é uma prática utilizada de forma a
complementar a necessidade de água, naturalmente promovida pela
precipitação, proporcionando teor de umidade ao solo suficiente para o
crescimento das plantas. É o uso da água de maior consumo, demandando
cuidados e técnicas especiais para o aproveitamento racional com o mínimo
de desperdício. Quando utilizada de maneira incorreta, além de problemas
quantitativos, a irrigação pode afetar drasticamente tanto a qualidade dos
solos quanto a dos recursos hídricos superficiais subterrâneos (fertilizantes,
corretivos e agrotóxicos). Devem ainda, ser observados os aspectos
biológicos e tóxicos da água.
251
Dessedentação de animais
Deve ser avaliada a qualidade da água antes da mesma ser utilizada para
dessedentação de animais.
Transporte;
A comunicação via aquática, no transporte de cargas e pessoas. No Brasil,
a ampliação deste uso seria adequada devido a grande coleção de águas
existentes.
Diluição de despejos
Lançamento de dejetos provenientes de atividades urbanas (residenciais) e
industriais. Embora este uso não seja classificado com consuntivo, esse uso
pode resultar em limitações do uso dos corpos de águas para outras
atividades devido as restrições quanto aos padrões de qualidade
requeridos.
252
ANA
Ao assumir suas atribuições legais, a ANA - Agencia Nacional de Águas
passou a responsabilizar-se pela continuidade da análise técnica de 223
pedidos de outorga, então em tramitação na Secretaria de Recursos
Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, aos quais viriam a se somar mais
201 novos pedidos, protocolizados, entre janeiro e dezembro de 2001, na
própria Agência, totalizando 424 pedidos de outorga.
A necessidade de priorizar o atendimento, ante tal volume de pedidos de
outorga, praticamente canalizou os esforços do setor, em processo de
estruturação, prejudicando o desenvolvimento de atividades de caráter
estratégico para a elaboração dos procedimentos gerais e específicos da
outorga.
Não obstante, foi possível avançar na definição de procedimentos de
análise para as diversas tipologias de empreendimentos e na
sistematização dos aspectos formais envolvidos, desde a solicitação até a
emissão da Resolução específica.
Os pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de domínio da
União, bem como os atos administrativos que deles resultarem, são
publicados na imprensa oficial e em pelo menos um jornal de grande
circulação na região a que se referir.
Após a tramitação de rotina, é iniciada a análise do pedido, segundo a
tipologia que, em geral, se baseia nos dados fornecidos pelo requerente,
que devem contemplar a descrição geral do empreendimento e os estudos
para a determinação da disponibilidade hídrica.
São, então, conduzidas análises quanto à demanda e quanto à
disponibilidade de água do corpo hídrico manancial, a partir do qual será
feita a captação, tendo em vista as especificidades envolvidas. Já se dispõe
de rotinas sistematizadas para análise de pedidos de outorga para
irrigação, abastecimento público, lançamentos de efluentes de
esgotamento sanitário, uso industrial e obras hidráulicas.
Entre os desafios ainda a serem enfrentados, inclui-se a sistematização de
procedimentos do ponto de vista espacial, em vista de as atribuições da
253
Atribuições:
a) A Superintendência de Outorga e Cobrança tem como atribuições
específicas:
analisar e emitir parecer circunstanciado e conclusivo sobre outorga
de direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio
da União, inclusive adução de água bruta, para decisão da Diretoria
Colegiada;
b) coordenar a articulação entre os órgãos gestores de recursos hídricos
sobre critérios e procedimentos de outorga nas bacias hidrográficas
integradas por rios de domínio da União;
c) propor o estabelecimento de prazos para a regularização dos usos de
recursos hídricos de domínio da União, que não sejam amparados por
correspondente outorga de direito de uso;
d) propor os termos da resolução conjunta de que trata o art. 23 do
Decreto no 3.962, de 2000, submetendo à deliberação da Diretoria
Colegiada após negociação com a Agência Nacional de Energia
Elétrica - ANEEL;
e) coordenar a elaboração e propor à Diretoria Colegiados estudos
técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho. Nacional de
Recursos Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de
recursos hídricos de domínio da União, com base nos mecanismos e
quantitativos sugeridos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma
do inciso VI do art. 38 da Lei nº 9.433, de 1997;
f) implementar, em articulação com os Comitês de Bacia Hidrográfica, a
cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União.
254
Transposição de bacias;
Legislação própria
Ainda no artigo fixa “em 30% (trinta por cento) da Q7,10, o limite
máximo de derivações consultivas a serem outorgadas..........., em
condições naturais ”, ficando garantido a jusante de cada derivação, fluxos
residuais mínimos equivalentes a 70% (setenta por cento) da Q7,10.
Modalidades de Outorga
Caracterização Ambiental
A ausência de um conhecimento prévio das características do meio
ambiente no qual pretende-se desenvolver alguma atividade, é uma das
principais causas de desequilíbrio ambiental, uma vez que acarreta uma
apropriação desordenada dos recursos naturais.
A Função do EIA/RIMA
No Brasil a AIA foi instituída em 1981 como um dos instrumentos da
Política Nacional de Meio Ambiente pela Lei Federal no 6.938/81 e sua
regulamentação através do decreto 88.351/83. No entanto, somente em 23
de janeiro de 1986, a partir da resolução CONAMA no 001, é que foram
baixados as primeiras orientações e detalhes para a realização e aplicação
dos Estudos de Impactos Ambientais – EIA.
Desta forma, o EIA/RIMA tem como objetivo o estudo da viabilidade
ambiental de um determinado empreendimento, ou seja, é um instrumento
263
Licenciamento Ambiental
Dentre as atividades sujeitas a licenciamento ambiental, por serem
atividades classificadas como modificadoras do meio ambiente, podemos
citar entre outras as seguintes:
Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
Ferrovias;
Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de
energia primária acima de 10 MW;
Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos
ou perigosos.
Licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação,
modificação e operação de atividades e empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou
daqueles que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
desde que verificado, em cada caso concreto, que foram preenchidos, pelo
empreendedor, os requisitos legais exigidos.
O CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, através da Resolução
nº 237, de 19 de dezembro de 1997, definiu os empreendimentos e
atividades que estão sujeitos ao licenciamento ambiental. Esse
licenciamento será efetuado em um único nível de competência,
repartindo-se harmonicamente as atribuições entre o IBAMA – Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, em nível
federal, os órgãos ambientais estaduais e os órgãos ambientais municipais.
Em linhas gerais, ao IBAMA compete o licenciamento de empreendimentos
e atividades com impacto ambiental de âmbito nacional ou que afete
diretamente o território de dois ou mais Estados federados, considerados
os exames técnicos procedidos pelos órgãos ambientais dos Estados e
Municípios em que se localizar o empreendimento. Aos órgãos ambientais
municipais compete o licenciamento de empreendimentos e atividades de
impacto local e dos que lhes forem delegados pelos Estados através de
instrumento legal ou convênio.
Compete aos órgãos ambientais estaduais ou do Distrito Federal o
licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades cujos impactos
diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios ou que
estejam localizados em mais de um Município, em unidades de conservação
266
Licença Prévia - LP
A Licença Prévia é requerida na fase preliminar de planejamento do
empreendimento ou atividade. Nessa primeira fase do licenciamento, a
FEAM avalia a localização e a concepção do empreendimento, atestando a
sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos a serem
atendidos nas próximas fases.
Para a formalização do processo de Licença Prévia são necessários os
seguintes documentos:
requerimento da licença pelo empreendedor;
declaração da Prefeitura Municipal declarando que o tipo de
empreendimento e o local de sua instalação estão de acordo com as
leis e regulamentos administrativos aplicáveis ao uso ocupação do
solo;
Formulário de Caracterização do Empreendimento – FCE, preenchido
pelo representante legal;
Relatório de Controle Ambiental – RCA, elaborado de acordo com as
instruções da FEAM, por profissional legalmente habilitado, e
acompanhado da anotação de responsabilidade técnica;
Estudos de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de
Impacto Ambiental – RIMA, no caso de empreendimentos de
elevado impacto ambiental, listados no artigo 2º da Resolução
CONAMA nº001/86 ou outros, definidos pela FEAM;
certidão negativa de débito financeiro de natureza ambiental,
expedida pela FEAM, a pedido do interessado;
para o setor elétrico, documentação especificada na Resolução
CONAMA nº 006/87;
comprovante de recolhimento do custo de análise do pedido de
licença, de acordo com as Deliberações Normativas nº 01/90 e
15/96;
autorização do IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas para
derivação de águas públicas, quando for o caso;
268
BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA