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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 01- Sistema de manejo de águas pluviais em áreas urbanas
Engenheiro Plínio Tomaz 11 de junho de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 01- Sistema de manejo de águas pluviais em áreas urbanas
Engenheiro Plínio Tomaz 11 de junho de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Apresentação
Não existem normas técnicas sobre manejo de águas pluviais no Brasil até o presente
momento.
O livro destina-se a engenheiros, arquitetos e tecnólogos que trabalham nos
municípios pois fornecem elementos e base para que se façam manuais ou guias para o
problema do manejo de águas pluviais
Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, a oportunidade de poder contribuir na
procura do conhecimento com a publicação deste livro.
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 01- Sistema de manejo de águas pluviais em áreas urbanas
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Capítulo 01- Sistema de manejo de águas pluviais em áreas urbanas
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Capitulo Assunto
01 Sistema de manejo de águas pluviais urbana
02 Método Racional
03 Tempo de concentração
04 Calhas e condutores
05 Microdrenagem
06 Vazão excedente
07 Bueiros
08 Falhas em pequenas barragens
09 Perdas de cargas localizadas
10 Dimensionamento de reservatório de detenção
11 Bombeamento de águas pluviais
12 Chuva excedente número da curva CN
13 Melhoria da qualidade das águas pluviais
14 Trincheira de infiltração
15 Pavimento modular
16 Bacia de infiltração
17 Infiltração e condutividade hidráulica
18 Escada hidráulica
19 Rip-rap
20 Lei das piscininhas
21 Canais gramados
22 Chuvas Intensas
23 RUSLE- equação universal de perda de solo
24 Método Santa Bárbara
25 Pré-tratamento
26 Método TR-55
27 Regulador de fluxo
28 Economia ecológica
29 Método de Muskingum-Cunge
30 Poluentes pelo Método Simples de Schueler
31 Infiltração de água de chuva do telhado em trincheiras
32 Rains gardens
33 Armazenamento do solo em estacionamentos
34 Nivelamento do solo perto dos edifícios
35 Cerca de sedimentos (silte)
36 Captação de óleos e graxas
37 Drenagem e recarga
38 Método SCS
39 Routing de reservatório
40 Balanço Hídrico
41 Critério Unificado
42 Hietograma de blocos alternados
43 Hietograma pelo método de Chicago
44 Equação de volume do reservatório
45 Tempo de esvaziamento
46 Reabilitação de córregos e rios
47 Reservatório de detenção estendido
48 Recarga de aqüíferos
49 Dissipador de energia
50 Fórmula de Manning
51 Cobertura verde
52 Técnicas de avaliação das BMPs
1.1 Objetivo
Os objetivos do manejo das águas pluviais em áreas urbanas conforme Figura (1.1) são
basicamente três:
¾ quantidade de água,
¾ qualidade
¾ preservação do meio ambiente.
Figura 1.1- Triângulo do manejo das águas pluviais: quantidade, qualidade e ecologia.
O curso de Manejo de Águas Pluviais foi elaborado para bacias municipais com até
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250km de área de contribuição onde estudaremos os fundamentos hidrológicos e hidráulicos
para contenção de enchentes, porém com a visão moderna da quantidade, qualidade e
ecologia.
Para áreas até 3 km2 iremos usar as idéias de Schueler, 1987 que denominaremos BMP
(Best Management Practices) que são as obras para melhoria da qualidade das águas pluviais.
No Reino Unido as BMPs são chamadas de SUDS (Sustainable Urban Drainage
Systems) conforme Daywater, 2003, portanto, BMP=SUD.
Para as enchentes temos o controle da quantidade e para melhoria do ecossistema
aquático temos que melhorar a qualidade das águas pluviais.
Podemos na prática controlar enchentes e também a qualidade das águas pluviais,
sendo que isto se pode chamar de critério unificado. Um reservatório de detenção estendido é
um exemplo moderno de aplicação do critério unificado, pois além do controle de enchentes
melhoramos a qualidade das águas pluviais usando basicamente a sedimentação.
O reservatório de detenção do Pacaembu construído em 1992 foi destinado somente a
deter as enchentes na av. Pacaembu na capital de São Paulo.
A vazão máxima de enchente para período de retorno de 25anos para a área de 222ha é
de 43m3/s, mas a vazão da galeria da av. Pacaembu só suporta 13m3/s. O reservatório de
detenção de 74.000m3 foi construído para deter o pico de vazão, deixando passar somente
13m3/s num período de aproximadamente 6h.
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Caso a detenção fosse mais de 24h teríamos o reservatório de detenção estendido, que
facilitaria o depósito dos poluentes dentro do reservatório, os quais seriam depois retirados e
depositados em aterros sanitários. Desta maneira melhoraria a qualidade das águas pluviais
que seriam lançadas no rio Tietê pela galeria da av. Pacaembu.
Figura 1.2 – Triângulo das BMPs e relação com o tomador de decisões (prefeito, governador, etc e os
benefícios e critérios de sustentabilidade.
Fonte: Use of Stormwater BMPs in Europe, 18 de agosto de 2003, 98 p, Contract EVK1-CT-2002-00111.
O sistema de manejo das águas pluviais urbanas pode ser dividido em vários
subsistemas:
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Esclarecemos que até o presente momento não existem normas da ABNT sobre o
sistema de águas pluviais.
O Manejo de Águas Pluviais contempla três objetivos: quantidade de água,
qualidade da água e preservação do meio ambiente. Deverá ser minimizado os impactos no
desenvolvimento na quantidade e qualidade das águas pluviais bem como ser maximizado a
preservação do meio ambiente.
A filosofia do Manejo de Águas Pluviais é imitar o mais possível a natureza o sistema
de drenagem no estágio de pré-desenvolvimento através de unidades pequenas discretas.
O desenvolvimento sustentável tem como objetivo uma melhor qualidade de vida para
todos, agora e para as futuras gerações conforme CIRIA, 2007.
Os objetivos do desenvolvimento sustentável são basicamente três:
• Equidade social
• Proteção efetiva do meio ambiente
• Uso prudente dos recursos naturais.
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a) Infiltração
Quando a água pluvial penetra no solo voltando ao ciclo hidrológico natural.
Infelizmente não é todo o tipo de solo que pode ser feita a infiltração e há também problemas
de solos contaminados ou potencialmente perigosos para a infiltração.
b) Detenção
Um determinado volume fica detido um certo tempo atenuando os efeitos de enchentes
a jusante. Podemos ter um reservatório de detenção seco ou um reservatório de detenção
estendido.
b) Filtração e biofiltração
Os poluentes que estão no runoff podem ser filtrados com a vegetação,
com as plantas ou pelo geotêxtil.
c) Adsorção
A adsorção acontece quando o poluente fica preso a superfície do solo ou
das partículas de agregados.
Adsorção: os poluentes ficam presos na superfície do solo ou dos
agregados.
Troca catiônica: é a atração entre os cátions e a argila mineral
Sorção química: o soluto é incorporado a estrutura do solo ou do
agregado.
Absorção: é a difusão do soluto no solo, agregado ou matéria orgânica.
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d) Biodegradação
Além dos processos físicos e químicos podem ocorrer os processos
biológicos.
e) Volatização
A volatização é a transferência do composto que está em solução na água
para a atmosfera. É o conceito usado basicamente com os compostos
orgânicos de produtos de petróleo e pesticidas.
f) Precipitação química
É o processo mais comum de remover metais solúveis. Pode remover
arsênio, cádmio, cromo, cobre, ferro, chumbo, mercúrio, níquel e zinco e
anion de fosfatos, sulfatos e fluoretos.
h) Nitrificação
A amônia e íons de amônia podem ser oxidados por bactérias para formar
nitratos que é solúvel na água em forma de nitrogênio. O nitrato é
imediatamente usado pelas plantas como nutriente.
i) Fotólise
É a quebra da poluição orgânica pela exposição de raio ultra violeta.
Segundo CIRIA, 2007 os mecanismos de remoção dos poluentes estão na Tabela (1.1).
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CIRIA, 2007 recomenda que quando possível o manejo das águas pluviais deve ser
pequeno, com baixo custo e melhorar a paisagem e para isto deve ser feito em pequenas
bacias ao invés de transportar a água para uma bacia maior.
Na Figura (1.4) temos o trenzinho do tratamento para melhoria das águas pluviais,
iniciando com as medidas de controle na fonte, isto é, dentro do próprio lote para evitar o
lançamento de resíduos perigosos a serem levados pelas águas pluviais. No outro vagão temos
as práticas de infiltração, seguido pelo vagão da filtração e o último vagão são as lagoas.
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Imput Output
Modelo ou
Função de
transferência
Quando estiver pronta a análise, o modelo poderá ser usado para previsões e neste caso
são conhecidos os “Imput” e é desconhecido o “Output”. É necessário saber na fase de
síntese, como foi feita a análise e os limites do modelo.
Como exemplo seja o modelo Q=CIA da conhecida fórmula racional, onde “Q” é a
vazão de pico de enchente, “C” o coeficiente de escoamento superficial, “I” é a intensidade da
chuva e “A” área da bacia.
Quando da análise, são conhecidos os valores de Q, I, A e desconhecido o valor de C.
Quando da síntese, isto é, da aplicação da fórmula racional, são conhecidos CIA
desconhecendo-se o valor de Q. É necessário conhecer muito bem os parâmetros para se
conseguir um valor mais correto possível da vazão máxima Q.
É importante os conceitos de análise e síntese, principalmente na escolha adequada da
fórmula do tempo de concentração, na qual o conhecimento de como a mesma foi elaborada
(análise) e da maneira que a mesma vai ser aplicada (síntese).
“O melhor método de cálculo é aquele que você conhece”, como diz o Professor Kokei
Uehara da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
A palavra “conhecer” pressupõe o perfeito entendimento da análise.
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Capítulo 2 -Método Racional
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Capítulo 2
Método Racional
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Capítulo 2 -Método Racional
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
2.1 Introdução
2.2 Considerações sobre o limite da área da bacia
2.3 Período de retorno
2.4 Intensidade da chuva
2.5 Tempo de concentração
2.6 Coeficiente C da fórmula Racional
2.7 Coeficiente de escoamento e vazão máxima em bacias urbanas (Tucci)
2.8 Equação do coeficiente
2.9 Estimativa do coeficiente de escoamento superficial da superfície permeável
2.10 Coeficiente de escoamento superficial de área impermeável
2.11 Coeficiente de escoamento superficial em função da área impermeável
2.12 Área impermeável em função da densidade
2.13 Coeficiente de escoamento superficial em função da densidade habitacional
2.14 Estimativa da área impermeável em macro-bacias urbanas
2.15 Coeficiente de escoamento superficial em função da área impermeabilizada (Urbonas e
Roesner, 1990)
2.16 Análise de incerteza do método racional
2.17 Recomendações para o método racional
2.18 Relacionamento de C com CN
2.19 Coeficientes C do Método Racional
2.20 Hidrograma do Método Racional conforme Dekalb
2.21 Hidrograma universal do Método Racional
2.22 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pelo método de Aron e
Kibler, 1990
2.23 Dimensionamento de reservatório de detenção pelo Método Racional
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Capítulo 2 -Método Racional
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2.1 Introdução
O método racional é um método indireto e foi apresentado pela primeira vez em 1851 por
Mulvaney e usado por Emil Kuichling em 1889 e estabelece uma relação entre a chuva e o
escoamento superficial (deflúvio). É usado para calcular a vazão de pico de uma determinada bacia,
considerando uma seção de estudo. A chamada fórmula racional é a seguinte:
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Hietograma
Escoamento
Superficial
(m3/s)
Q
Hidrograma
Tempo
tc tc
Figura 2.2- O método racional tem escoamento triangular sendo tc o tempo para atingir o pico da vazão e 2tc o
tempo total de escoamento (Porto in Drenagem Urbana,1995).
O método racional deve ser aplicado somente em pequenas bacias ou seja com área de
drenagem inferior a 3km2 (300 ha) conforme (Porto, 1993) ou quando o tempo de concentração seja
inferior a uma hora.
Na Austrália é usado o Método Racional Probabilístico para pequenas bacias (25 km2) e
médias bacias (500 km2), onde são aferidos os coeficientes de escoamento superficial “C” ,
comparando-se o calculado e medido. Não possuímos tais estudos no Brasil.
Akan,1993 admite para o método racional área da bacia até 13 km2.
Adotamos 3km2 (três quilômetros quadrados) como limite máximo do Método Racional
conforme recomendação das “Diretrizes básicas para projetos de drenagem urbana no município de
São Paulo” elaborado em 1998 pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH).
O conceito de pequena, média e grande bacia é um conceito variável entre os hidrólogos. A
mesma bacia ser considerada pequena por um e considerada média por outro. Não existe portanto,
uma definição correta do que seja pequena, média e grande bacia.
Quando se aplicar o método racional, isto é, fazendo-se a síntese, não devemos nos esquecer
da análise de como o mesmo é baseado. As hipóteses do método racional são as seguintes:
a) toda a bacia contribui com o escoamento superficial e é porisso que o tempo de duração da
tormenta deve ser igual ou exceder ao tempo de concentração da bacia;
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Capítulo 2 -Método Racional
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Exemplo 2.1
Dada área da bacia A= 5ha, coeficiente de escoamento superficial C= 0,70 e intensidade da chuva
I= 50mm/h. Calcular a vazão de pico Q.
Q= C . I . A /360 = 0,70 x 50mm/h x 5ha/360= 0,49m3/s
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Capítulo 2 -Método Racional
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Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln= logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos), sendo T≤ 200 anos
Nota: observar que a Equação (2.2) não se aplica a T=1ano.
Conforme DAEE, 2005 as equações de Martinez e Magni estão definidas até período de
retorno de 200 anos mas, às vezes, pela ausência de outra equação, a extrapolação é feita para período
de retorno até 1.000 anos conforme Tabelas (2.2) e (2.3).
Dica: a Equação de Martinez e Magni de 1999 é a mais nova a ser usada na Região
Metropolitana de São Paulo.
Tabela 2.2 – São Paulo: Previsão de alturas máximas de chuvas em mm
Duração da chuva Período de retorno
(anos)
2 5 10 15 20 25 50 100 200
10 min 16,2 21,1 24,4 26,2 27,5 28,5 31,6 34,6 37,6
15 min 21,1 27,5 31,8 34,2 35,9 37,2 41,2 45,2 49,1
20 min 24,9 32,5 37,6 40,4 42,4 44,0 48,7 53,4 58,1
25 min 27,9 36,5 42,2 45,4 47,7 49,4 54,8 60,1 65,4
30 min 30,3 39,8 46,0 49,5 52,0 53,9 59,8 65,6 71,4
1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
2h 46,8 62,1 72,3 78,0 82,0 85,1 94,6 104,0 113,4
6h 55,7 74,9 87,6 94,7 99,7 103,6 115,5 127,2 139,0
8h 57,6 77,7 91,0 98,5 103,7 107,8 120,2 132,6 144,9
10 h 59,1 79,8 93,6 101,3 106,8 111,0 123,9 136,7 149,4
12 h 60,2 81,5 95,6 103,6 109,2 113,5 126,8 139,9 153,0
18h 62,5 85,2 100,1 108,6 114,5 119,1 133,1 147,0 160,9
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Capítulo 2 -Método Racional
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24h 64,1 87,7 103,3 112,1 118,2 123,0 137,6 152,1 166,5
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999
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Capítulo 2 -Método Racional
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¾ Intensidade da chuva
¾ Forma da área de drenagem
¾ Capacidade de campo da camada de solo
¾ Declividade da bacia
¾ Freqüência escolhida
¾ Uso do solo e características
¾ Armazenamento de água na superfície do solo
¾ Interceptação
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C1 . A1+C2 . A2 + C3 . A3 +...+ Ci . Ai
C= -------------------------------------------------------- (Equação 2.4)
A1+A2+ A3 +...+ Ai
Sendo:
C1 ,C2 ,C3 ,...Ci = coeficientes de escoamento superficial para as áreas A1+A2+ A3 +...+ Ai,
respectivamente;
A1,A2, A3,...Ai = áreas que possuem coeficientes C1 ,C2 ,C3 ,....Ci.
C=coeficiente de escoamento superficial obtido pela média ponderada efetuada.
Quando se tratar de área impermeável e área permeável é necessário muito cuidado na
aplicação da média ponderada, podendo a mesma nos levar a erros, pois muitas vezes somente a área
impermeável fornece um valor bem superior a área permeável e a média irá enganar os resultados.
Isto é mostrado nas p. 108 e 109 de Akan, 1993.
O Exemplo (2.2) esclarecerá melhor.
Exemplo 2.2- O objetivo deste exercício é esclarecer como funciona o método racional.
Calcular a vazão máxima para período de retorno Tr=10anos, usando o método racional para
uma bacia com 12ha. A bacia superior é permeável e tem área de 5ha e C=0,2.
A bacia inferior é mais desenvolvida e tem área de 7ha e C=0,6. O tempo de concentração até
o ponto de controle considerando as duas bacias é de 30min. Considerando a existência de somente a
bacia inferior com 7ha, C=0,6 e tempo de concentração de 10min.
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2.7 Coeficiente de escoamento e vazão máxima em bacias urbanas (Tucci, RBRH 2000)
O prof. dr. Carlos E. M. Tucci apresentou um trabalho bastante interessante na Revista
Brasileira de Recursos Hídricos de janeiro/março de 2000, o qual iremos resumir.
(P- 0,2 . S) 2
Q = -------------------------- (Equação 2.6)
(P+0,8 . S)
Sendo:
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Exemplo 2.3
Seja uma bacia com área de 0,36km2 (36ha) com tempo de concentração tc=16min obtido pelo
método cinemático. A área permeável é 30% do total. O número da curva CN para terrenos baldios é
CN=74. Calcular a vazão máxima de escoamento superficial considerando período de retorno de 50
anos.
Cálculo do armazenamento S
25400 25400
S= ------------- - 254 = ------------ - 254 = 89, 24mm
CN 74
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Da Tabela (2.9) sendo a superfície impermeável de asfalto consideramos então que Ci= 0,95.
O valor de C é obtido pela média ponderada do valor de Cp para a superfície permeável e Ci
para a superfície impermeável, sendo Ai=0,70 e Ap=0,3 e At=1,0.
Cp . Ap + Ci . Ai
C= -----------------------------
At
Então:
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Rv=0,05+0,009 x AI
C=Rv
Rv= coeficiente volumetrico (adimensional)
AI= area impermeavel (%)
C= coeficiente de runoff
Na prática temos muitas vezes usadas a equação de Schueler, 1987 para achar o coeficiente de
runoff C.
0,1 0,14
0,2 0,23
0,3 0,32
0,4 0,41
0,5 0,50
0,6 0,59
0,7 0,68
0,8 0,77
Exemplo 2.4
Calcular o coeficiente de escoamento superficial para área impermeável de 70%. Usando a
equação de Schueler, 1987:
C=0,05 + 0,009 x70 = 0,68
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Capítulo 2 -Método Racional
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Exemplo 2.5
Calcular a área impermeável para densidade 85 hab/ha, usando a Equação (2.11).
AI =0,00489. DH = 0,00489 x 85 = 0,42
Portanto, a área impermeável para 85hab/ha é de 42%.
Exemplo 2.6
Calcular o coeficiente de escoamento superficial C para bacia com densidade de 100 hab/ha.
Usando a Equação (2.12) temos:
C= 0,0783 + 0,0035 . DH = 0,0783 + 0,0035 . 100 = 0,43
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Capítulo 2 -Método Racional
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Exemplo 2.7
Calcular a área impermeável para 153 hab/ha.
Usando a Equação (2.14) temos:
Aimp = 53,2 +0,054 DH = 53,2 + 0,054 x 153 = 61,46 %
Exemplo 2.8
Achar o coeficiente de escoamento superficial para período de retorno de T=100anos usando a
Equação de Urbonas e Roesner, sendo a área impermeável de 55%.
Para período de retorno T=2anos o valor de C será:
C(2) = 0,000000858 x (55)3 –0,000078x (55) 2 + 0,00774x (55)+0,04 = 0,37
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ΩQ = σQ / μQ
Então, o desvio padrão será:
σQ = ΩQ . μQ
Supondo que a média . μQ seja de 13m3/s teremos:
σQ = 0,38 . 13 =5m3/s
Portanto, a vazão estará entre 8m3/s a 18m3/s
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Capítulo 2 -Método Racional
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Tabela 2.15- Valores dos coeficientes C e os correspondentes CN conforme a cidade de Columbus, Ohio,
USA.
Coeficiente Número da curva CN Desvios
de runoff C %
y x
0,29 68 7
0,29 68 7
0,35 72 -1
0,44 77 -4
0,48 79 -4
0,48 79 -4
0,52 81 -4
0,56 83 -4
0,63 86 -2
0,63 86 -2
0,67 88 -2
0,70 89 -1
0,70 89 -1
0,70 89 -1
0,75 91 0
0,77 92 0
0,83 94 2
0,85 95 2
0,94 98 5
Fonte: adaptado de Stormwater Drainage Manual da cidade de Columbus, março 2006.
Seria importante para o Brasil que se fizessem pesquisas a respeito da relação entre o
coeficiente de runoff C e o número da curva CN, pois o que fizemos foi somente mostrar que já estão
sendo pesquisadas tais relações.
2-20
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30,0
20,0
10,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
tempo (min)
2-29
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Vazão
Ip
Qp
Tempo
td Tc
Teremos então
Sendo:
td =duração da chuva (min);
Tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
O cálculo é feito por tentativas, pois, a cada tempo, teremos um valor da intensidade de chuva
“I “ , sendo constante o valor de C e da área da bacia em hectares.
Para o cálculo de Ip= CIA adotamos a fórmula de (Paulo S. Wilken,1972), com resultado em
L/s x ha, dividindo por 1000 para se obter o m3.
O resultado será aquele que resulte no maior volume de detenção Vs.
2-32
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Exemplo 2.9
Seja o piscinão do Pacaembu com os seguintes dados:
Fórmula de intensidade de chuva adotada: Paulo S. Wilken (1972)
Local do reservatório: praça Charles Muller, São Paulo, capital
Área de drenagem: 2,22km2 = 222ha
Período de retorno adotado T=25anos
Fração impermeável total : 0,55 (55% da área total)
Vazão efluente máxima (vazão saída do reservatório) : 13m3/s é a vazão máxima, de 3km de
galerias na av. Pacaembu. É uma imposição do problema.
Tempo de concentração: 15min (fornecido)
Solução:
Escolha do coeficiente de runoff ou coeficiente de escoamento “C”
O valor admitido de C=0,7.
Aplicação do método de Aron e Kibler, 1990.
A vazão de saída Qp=13m3/s devido ao máximo que as galerias da av. Pacaembu suportam.
Usando a fórmula de (Paulo Sampaio Wilken,1972).
4855,3 . Tr0,181
I =------------------------ (L/s.ha)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (L /s. ha);
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Para período de retorno Tr = 25 anos teremos:
Para t=30min
8.694,47 8.694,47
I = ------------------ = ------------------------= 293,19 L/s.ha
( t + 15)0,89 ( 30+ 15)0,89
e assim por diante conforme mostra a Tabela (2.22).
Aplicando a fórmula racional Q=C. I . A
Teremos:
Para t=15min, A=222 ha e C=0,7
Q= CIA = 0,7 x 421,31 x 222 = 65.472L/s = 65,47m3/s
Para t=30min
Q=CIA = 0,7 x 293,69 x 222 = 45.639L/s = 45,64m3/s
Vamos calcular a duração da chuva que produz o maior volume de reservatório de detenção
usando a Equação (12.12):
2-33
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Vs= Ip x td – Qp x ( td + Tc)/2
Para t=td = 15min, sendo tempo de concentração Tc fixo igual a 15min
Vs= (vazão afluente em m3/s) x 60s x (tempo de duração da chuva) – (vazão efluente em m3/s) x 60s
x (tempo de duração da chuva + tempo de concentração)/2
Vs=65,47m3/s x 60s x 15min – 13m3/s x 60 s x (15min + 15min)/2 =
Vs= 47.225m3
Para t=30min
Vs= 45,64m3/s x 60s x 30min – 13 m3/s x 60 s x (30min + 15min)/2 =
Vs= 64.600m3
E assim por diante, conforme se pode ver na Tabela (2.26).
Portanto, o volume do piscinão do Pacaembu calculado pelo método aproximado de (Aron e
Kibler,1990) para período de retorno de 25anos é de 75.723m3.
Nota: o metodo fornece o volume do reservatório que deve ser adotado para detenção, mas
que não quer dizer que é correto. Somente o routing do reservatório com os dispositivos de orifícios
e vertedor é que determinarão se o mesmo é correto ou não.
2-34
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Exemplo 2.10
Calcular o volume de detenção para periodo de retorno de 25 anos dados Qpré=13m3/s e
Qpós=65,47m3/s. O tempo de concentração de pós-desenvolvimento é 15min.
2-35
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
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Capítulo 3
Período de retorno
3-65
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Capítulo 3 Período de retorno
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
3.1 Introdução
3.2 Risco e freqüência
3.3 Freqüência
3.4 Risco e incerteza segundo USACE
3.5 Seleção do melhor projeto
3-66
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Capítulo 3 Período de retorno
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Mays, 2001 p. 628 mostra os períodos de retornos adotados pela The American
Association of State Highways and Transportation Officials (AASHTO), isto é, a Associação
Americana dos Transportes Oficiais das Estradas de Rodagens.
Tabela 3.3 Períodos de retornos adotados pela The American Association of State
Highways and Transportation Officials (AASHTO)
Classificação da estrada de rodagem Período de retorno
(anos)
Estrada arterial rural principal 50
Estrada arterial rural secundaria 25 a 50
Sistema coletor rural de macrodrenagem 25
Sistema coletor rural de microdrenagem 10
Estradas locais rurais 5 a 10
Artéria urbana principal 25 a 50
Artéria urbana secundaria 25
Sistema coletor de águas pluviais nas ruas 10
Sistema coletor local de águas pluviais nas ruas 5 a 10
Fonte: Mays, 2001 página 628
Nota: A lei federal americana interestadual recomenda que para proteção contra enchentes 2% de probabilidade
ou seja (50anos) para lugares em depressões e rebaixados.
Mays, 2001 p.316 recomenda também o uso da Tabela (3.4) para escolha de período
de retorno.
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Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
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c) Prejuízos finais
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P = 1/T
Como exemplo, para período de retorno de 100 anos a probabilidade é P= 1/100 = 0,01
A probabilidade de ocorrer em um ano, uma chuva de período de retorno de 100anos
é de 1% (0,01). A probabilidade de não ocorrer é 1- 0,01, ou seja, 0,99 (99%).
Matematicamente teremos:
P= 1 - 1/T
P = ( 1 - 1/ T ) n
P = 1 - ( 1 - 1/ T ) n
R = 1 - ( 1 - 1/ T ) n
3-70
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Capítulo 3 Período de retorno
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Sendo:
T= período de retorno (anos);
n= número de anos de utilização das instalações ou vida útil;
R= risco (entre zero e 1).
Exemplo 3.1 de aplicação da Tabela (3.5) do risco em função da vida útil e do período de
retorno
Uma obra com duração de 50 anos e período de retorno de 100 anos. Qual o risco de a
mesma vir a falhar pelo uma vez, durante sua vida útil? Verificando-se a Tabela (3.2)
entrando com o período de retorno de 100 anos e vida útil da obra de 50 anos, há 63% de risco
da obra vir a falhar durante os 50 anos de vida útil.
Qual é o risco de ocorrer chuva superior à crítica, nos próximos 5 anos sendo que foi
considerado o período de retorno de 2 anos?
R= 1 – ( 1- 1/T) n = 1 – ( 1- 1/ 2) 5 = 0,97
ou seja, há um risco de 0,97, ou seja, 97% de ocorrer uma chuva superior à crítica nos
próximos 5 anos.
3-71
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
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ou seja, há um risco de 0,04, ou seja, 4% de ocorrer uma chuva superior á crítica em um ano.
Melhor estimativa
O United States Army Corps of Engineer (USACE) há tempos usa para os projetos e
planificação dos recursos hídricos, da best estimate, ou seja, a melhor estimativa para a
avaliação da chuva de enchente.
Análise de sensibilidade
Depois começaram a usar a sensivity analysis, ou seja, a análise de sensibilidade que
investigava as incertezas dos parâmetros. Mas esta tentativa falhou devido ao número muito
grande de incerteza e como elas se interagem. Depois de 1994 a USACE passou a quantificar
dos riscos e das incertezas como a melhor alternativa. Foi então estabelecida nova
metodologia pela USACE baseada no risco e incerteza.
3-72
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
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Riscos e Incertezas
Segundo a USACE,1992 in Flood Risk Management and the American River Basin,1995
as definições de risco e incerteza são:
3-73
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Capítulo 3 Período de retorno
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Incerteza: situações incertas são aquelas em que os resultados não podem ser previstos
por probabilidade de distribuição conhecida e os resultados são indeterminados.
1. perigo
2. de perdas esperadas ou risco relativo ao projeto
3. que a probabilidade de que um dique será ultrapassado pelas águas
A incerteza tem tido muitos significados. Na literatura a incerteza é usada muitas vezes
quando não possuímos a probabilidade. Por outro lado, incerteza é usada para definir
situações de que não temos certeza. A informação de incerteza que significa simplesmente a
falta de certeza, não é adequada. Quando não temos informações ou elas são imprecisas, isto é
incerteza.
Para cada alternativa escolhida deve ser sempre seguida a seguinte ordem:
3-74
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Capítulo 3 Período de retorno
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3-75
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 4- Calhas e condutores
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Capítulo 4
Calhas e condutores
“Em 1891 Manning desenvolveu a sua equação para o cálculo da velocidade em canais abertos”
David Maidment, 1993
4-1
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Capitulo 4- Calhas e condutores
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4.1 Introdução
4.2 Vazão na calha
4.3 Fórmula de Manning
4.4 Declividade das calhas
4.5 Materiais das calhas
4.6 Condutores verticais de águas pluviais
4.7 Critério prático do Botelho
4.8 Critério prático dos norte-americanos
4.9 Critério do prof. Lucas Nogueira Garcez
4.10 Critério que adota o diâmetro para a declividade de 0,5%
4.11 Critério de Frutuoso Dantas - Condutores verticais
4.12 Critério prático dos norte-americanos
4.13 Critério do prof. Lucas Nogueira Garcez
4.14 Critério que adota o diâmetro para a declividade de 0,5%
4.15 Critério de Frutuoso Dantas- Condutores verticais
13 páginas
4-2
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Capitulo 4- Calhas e condutores
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4.1 Introdução
As calhas e condutores verticais deverão obedecer às normas brasileiras de instalações de
esgoto pluvial (NBR 10844 de dezembro de 1989 da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT).
Para áreas de cobertura até 100m2 de área de projeção horizontal, pode-se adotar intensidade
de chuva 150mm/h (2,52 litros/minuto . m2).
A duração da precipitação deve ser fixada em t=5min (NBR 10844/89).
Os períodos de retorno devem ser T=1 ano para áreas pavimentadas onde empoçamento possa
ser tolerado; T=5 anos para coberturas e ou terraços e T=25anos para coberturas e áreas onde
empoçamento ou extravasamento não possa ser tolerado.
Adotaremos sempre período de retorno T=25anos e intensidade de chuva de 200mm/h para a
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).
1747,9 . 100,181
I =------------------------ (mm/h)
( 5 + 15)0,89
I= 184mm/h
1747,9 . 250,181
I =------------------------ = (mm/h)
( 5 + 15)0,89
4-3
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Capitulo 4- Calhas e condutores
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I= 218 mm/h
4.5 Método Racional
O método racional é um método indireto e foi apresentado pela primeira vez em 1851 por
Mulvaney e usado por Emil Kuichling em 1889 e estabelece uma relação entre a chuva e o
escoamento superficial (deflúvio). É usado para calcular a vazão de pico de uma determinada bacia,
considerando uma seção de estudo. A chamada fórmula racional é a seguinte:
Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha= 10.000m2
Dica: usar 550 L/s.ha = 3,33 L/min. m2 para achar a vazão máxima nas calhas.
Uma observação interessante sobre a Equação (4.1) é que usando o conceito da fórmula
racional, ela não leva em conta o coeficiente de escoamento superficial C para o dimensionamento
das calhas e condutores.
4-4
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Exercício 4.1-
Calcular a vazão na calha para uma chuva crítica de 200mm/h e área de 800m2.
Usando a Equação (4.1) temos:
I.A
Q= ------------
60
200 . 800
Q= ------------ = 2.666 L/min
60
Uma outra maneira é se usar a taxa de 3,33 L/min x m2 que multiplicando pela área de 800m2
fornecerá 2.664 L/min
Sendo:
Q=vazão do projeto (L/min)
A = área da seção molhada (m2)
P= perímetro molhado (m)
RH= A/P = raio hidráulico (m)
n= coeficiente de rugosidade de Manning conforme Tabela (4.1)
S=declividade (m/m)
Os condutores horizontais são calculados para lâmina de água máxima de 2/3 do diâmetro, ou
seja, 0,66D.
Tabela 4.1- Coeficientes de rugosidade n de Manning
Material Coeficiente de rugosidade n de
Manning
Plástico, aço, metais não ferrosos 0,011
Ferro fundido, concreto alisado, 0,012
alvenaria revestida
Cerâmica, concreto não alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015
Fonte: ABNT NBR 10.844/89
4-5
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Exemplo 4.2
Dado uma calha retangular em que a declividade seja de 0,5%, altura 10cm, largura de 40cm e
consideramos o valor de n=0,013.
S=0,5% =0,005m/m
A área molhada será A= 10cm x 40cm = 0,10 . 0,40 = 0,04m2
O perímetro molhado P= 40cm+ 10cm+10cm =60cm = 0,60m
O raio hidráulico Rh= A/P = 0,04 m2/ 0,60m =0,066m
Usando a Equação (4.2) temos:
4-6
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70% 83
80% 97
90% 106
100% 100
Fonte: Botelho e Ribeiro, 1998.
Exemplo 4.3
Calcular a capacidade de um tubo de PVC de 100mm e declividade de 4% escoando a seção
plena.
Para o PVC n=0,011 e consultando a Tabela (4.2) achamos para a declividade de 4% a vazão
de 575 litros/minuto.
Como esta é a vazão para 2/3 da altura da seção, isto é, H=0,66.D e como para a seção plena o
valor da altura de 66% corresponde na Tabela (4.3) a 77% então:
Qplena= 100 . 575 / 77 = 746 litros/minuto
Exemplo 4.4
Calcular para o mesmo Exemplo (4.3) a altura da lâmina de água do tubo de 100mm quando a
vazão for 430 litros/minuto.
430/ 746 = 57%
Consultando a Tabela (4.3) achamos por aproximação 57% para o valor de H/D. Fazendo-se
as contas o valor da lâmina de água na calha será de 57mm
Os materiais das calhas podem ser: chapas galvanizadas, liga de alumínio e plásticos.
As telhas podem ser de (Ruskin, 2001):
- aço galvanizado corrugado;
- chapas de liga de alumínio;
- chapas de fibrocimento corrugado;
- telhas de barro;
- telhas de madeira;
4-7
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- fibras de vidro e
- neoprene/hypolon.
Ao selecionar o material para telhado deve ser levado em conta os seguintes fatores (Ruskin,
2001):
- durabilidade;
- impermeabilidade;
- disponibilidade;
- resistência ao incêndio;
- facilidade de conserto;
- fatores de custo;
- leveza;
- baixo índice de expansão e
- boa aparência.
Conforme NBR 10.844/89 as calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos
de 4m de uma mudança de direção, a vazão de projeto de ser multiplicada pelos coeficientes da
Tabela (4.4).
Figura 4.3- Esquema de calha retangular para captação de águas de chuvas em telhados
Fonte: Tomaz, 1999
4-8
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Tabela 4.6- Diâmetros da rede coletora águas pluviais em função da área e declividade
Diâmet Declivida Declividad Declivida Declividade
ro de e de /Área
/Área /Área /Área
(mm) 0,5% 1,0% 2,0% 4,0%
50 32 46
75 69 97 139
100 144 199 288
125 167 255 334 502
150 278 390 557 780
200 548 808 1.105 1.616
250 910 1.412 1807 2.824
Fonte: Macintyre in Azevedo Netto e Vanderley de Oliveira Melo, Instalações prediais 1988.
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50 19,6 39
75 44,2 88
100 78,5 157
150 176,7 353
200 314,2 628
250 490,9 982
300 706,9 1414
4.13 Critério do prof. Lucas Nogueira Garcez
José Martiniano de Azevedo Netto e Vanderley de Oliveira Mello, 1988 no seu livro
“Instalações prediais hidráulico-sanitarias” usam a Tabela (4.10) para o dimensionamento dos
condutos verticais.
Supõe-se que a chuva crítica seja de 150mm/hora.
Tabela 4.10- Área máxima de cobertura para condutores verticais de seção circular
Diâmetro Área máxima de telhado
(mm) (m2)
50 13,6
75 42,0
100 91,0
150 275,0
Fonte: Lucas Nogueira Garcez in Azevedo Netto e Vanderley de Oliveira Melo, Instalações prediais
1988.
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No livro Manual de Hidráulica Azevedo Netto, 1998 p.602, o professor da Fatec engenheiro
Edmundo Pulz usou as pesquisas do Prof. Carlito F. Pimenta e usando como lâmina da calha máxima
de 0,5D, sendo D o diâmetro do coletor vertical.
Foi considerado nas pesquisa do prof Pimenta o 1º estagio onde não existe grelha e h* ≤ 0,5
(p.599 do Manual de Hidráulico Azevedo Netto, 1998) e ainda o bocal reto tipo A (ângulo reto).
Pulz justifica que os bocais apresentam capacidades de descargas que não passam de 15% e,
portanto, os mais usados na prática são os bocais em ângulo reto (tipo A), pois são de fácil confecção.
A fórmula a ser usada para os bocais em ângulo reto tipo A é:
Q*= 0,00513 . h* 5/3 (Equação 4.3)
Sendo h*= h/D = 0,50 então
Q*= 0,00513 . h* 5/3 = 0,00513 . (0,50)5/3 =0,0016 m3/s =97 L/min
A razão de semelhança λ= D/50
Na Tabela (4.12) estão os cálculos efetuados por Pulz e acrescentado da chuva crítica de
200mm/h.
4-11
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 4- Calhas e condutores
Engenheiro Plínio Tomaz 03 de janeiro 2009 pliniotomaz@uol.com.br
4-12
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 4- Calhas e condutores
Engenheiro Plínio Tomaz 03 de janeiro 2009 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 4.13- Diâmetro do coletor vertical sendo h/D=0,50 usando a fórmula de Frutuoso
Dantas e área de contribuição para chuva de 200mm/h
Área de
Diâmetro do coletor contribuição para
vertical Vazão máxima quando H/d=0,50 chuva critica de
200mm/h
mm L/min L/s m2
50 49 0,81 15
75 134 2,24 40
100 276 4,60 83
125 482 8,03 145
150 760 12,67 228
200 1560 26,00 468
250 2725 45,42 818
300 4299 71,65 1291
Fonte: Equação de Frutuoso Dantas, 1989
4-13
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 5-Microdrenagem
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Capítulo 5
Microdrenagem
“A natureza nunca quebra as suas leis”
Leonardo da Vinci
Introdução
Uma das grandes dificuldades de se escrever sobre microdrenagem no Brasil é que até o
momento não temos normas da ABNT. As cidades, Estados, órgãos públicos, empreendedores
adotam critérios muito diferentes um dos outros, sendo difícil e até impossível de se fazer uma
padronização.
Uma das dificuldades é o período de retorno a ser adotado, que pode ser de 10anos ou 30anos.
Outro problema é que não há padronização das bocas de lobo e das alturas das guias sendo que cada
problema tem que ser resolvido separadamente.
Faz-se muitas obras com abertura das bocas de lobo tão grande que causam fatalidades e
processos judiciais.
Uma outra indefinição é se devemos considerar o tubo de galerias de águas pluviais: y/D=1,0
(seção plena, PMSP, autor), y/D=0,85 (EPUSP); y/D=0,80 (várias prefeituras); y/D=0,75 (esgotos
sanitários ABNT) ou y/D=0,67 (2/3 águas pluviais prediais ABNT).
Um outro dilema é que originalmente as bocas de lobo tinham um rebaixo para deposição de
sólidos, mas como no Brasil se costuma jogar esgotos sanitários nas galerias de águas pluviais, há
criação de odor e daí para evitar que os esgotos sanitários fiquem parados, a tubulação de ligação sai
do fundo da boca de lobo e vai para o fundo do PV sem a deposição de sólidos.
Plinio Tomaz
Engenheiro civil
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 5-Microdrenagem
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SUMÁRIO
Capítulo 5-Microdrenagem
Ordem Assunto
5.1 Introdução
5.2 Gradiente de energia e hidráulico
5.3 Período de retorno e altura da água na sarjeta
5.4 Galerias de águas pluviais no Brasil
5.5 Formula de Manning para secção circular plena
5.6 Dimensionamento de galeria circular parcialmente cheia
5.7 Boca de lobo sem depressão e altura da lâmina da água é menor que a abertura da guia
5.8 Boca de lobo com depressão
5.9 Quando a altura da água sobre o local for maior que 1,4h para boca de lobo com depressão e sem depressão
5.10 Quando a boca de lobo é uma grelha (grade)
5.11 Capacidade de escoamento superficial de uma grelha (grade)
5.12 Boca de lobo combinada com grelha
5.13 Redução de escoamento em bocas de lobo
5.14 Sarjetões
5.15 Secção parabólica
5.16 Bocas de lobo
5.17 Poços de visita
5.18 Caixas de ligação e tubos de ligação
5.19 Condutos com entrada submersa e saída submersa
5.20 Velocidade nas galerias
5.21 Tubulações
5.22 Tempo de concentração e vazões de projeto
5.23 Sarjetas
5.24 FHWA, 1996
5.25 DNIT, 2006
5.26 Declividade lateral das ruas
5.27 CIRIA, 2007
5.28 Tipos de bocas de lobo
5.29 Limitações técnicas em projetos de microdrenagem
5.30 Tempo de entrada
5.31 Vazão específica em uma sarjeta
5.32 Perdas de cargas localizadas
5.33 Riscos de enchentes
5.34 Classificação das ruas da PMSP
5.35 Tempo de concentração de Yen e Chow, 1983
5.36 Entrada de ar
5.37 Superelevação nas curvas
5.38 Ancoragens e velocidades
5.39 Rebaixamento de guias
5.40 Aquaplanagem
5.41 Dimensionamento de tubulação usando Metcalf&Eddy
5.42 Tensão trativa
5.43 Energia específica
5.44 Inclinação crítica
5.45 Número de Froude
5.46 Fórmula de Manning
5.47 Relações geométricas da seção circular
5.48 Velocidade crítica
5.49 Velocidade máxima
5.50 Bibliografia e livros consultados
113 páginas
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 5-Microdrenagem
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Capítulo 5- Microdrenagem
5.1 Introdução
Conforme Nicklow, 2001 quando a chuva cai sobre uma superfície pavimentada forma uma
camada de água que vai aumentando cada vez mais causando problemas no tráfego de veículos,
causando problemas de aquaplanagem e visibilidade.
Primeiramente devemos esclarecer que não existe norma da ABNT sobre galerias de águas
pluviais urbanas.
Em 1976 foi lançado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), o livro Drenagem Urbana- manual de projeto,
elaborado pela equipe técnica do DAEE. Este livro tornou-se o padrão brasileiro de drenagem sendo
usado até hoje.
No Brasil as galerias de águas pluviais são calculadas como condutos livres com os tubos
trabalhando a: seção plena, 2/3D, 0,80D ou 0,83D.
Existem regiões como o County Clark nos Estados Unidos, que usam a água pluvial como
rede pressurizada até o máximo de 1,5m acima da geratriz superior da tubulação. Para a pressurização
é necessário que as juntas sejam estanques ao vazamento ou que pelos menos suporte até 1,5m de
pressão. Assim são usadas juntas elásticas ou juntas especiais. Nestas redes é comum se calcular os
dois gradientes, o hidráulico e de energia de modo que o gradiente de energia não saia fora do perfil
da vala de escavação.
Nas redes pressurizadas temos ampliações de rede curvas sem o uso de PVC, mas usando-se a
regra de que os poços de visita estejam no máximo a 120m de distância um do outro. Mesmo quando
se calculam redes pressurizadas existem trechos próximos do lançamento das águas pluviais como
lagos e rios em que o conduto é livre.
Na Figura (5.1) notar uma rede de águas pluviais moderna pressurizada de Clark County com
curvas e ampliações sem poços de visita trabalhando até 1,50m de pressão acima da geratriz superior
do tubo.
O manual de projetos de hidráulica do Texas admite a utilização de galerias de águas pluviais
pressurizadas e em condutos livres, porém recomenda o uso de condutos livres salientando que o
diâmetro mínimo aconselhável de uma galeria deve ser de 600mm.
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Na Figura (5.2) de Clark County notar no perfil as linhas de energia (EGL) e a linha
piezométrica (HGL) que deverá estar abaixo do greide da rua.
Figura 5.2- Perfil de águas pluviais notando-se as linhas de energia (EGL) e a linha
piezométrica (HGL).
Fonte: Clark County
Na Figura (5.3) podemos verificar as linhas de energia e a linha piezométrica num conduto
pressurizado que correspondem em inglês a Energy grade line (EGL) e Hydraulic grade line (HGL).
Figura 5.3- Linha de energia (EGL) e Linha Piezométrica (HGL) para condutos forçados
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Dren05.html
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A linha de energia não poderá ser superior ao poço de visita de uma galeria e nem passar do
nível do terreno.
Conduto forçado
Mays, 2001 salienta e mostra na Figura (5.5) que as redes pressurizadas possuem a linha de
carga (EGL) de maneira que estão acima do greide conforme parte superior da figura e que trabalham
como condutos forçados. As galerias de águas pluviais devem trabalhar como conduto livre conforme
a parte de baixo da figura.
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Figura 5.5- Linha piezométrica e linha de carga em uma tubulação de águas pluviais
Fonte: Mays, 2001
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Região litorânea
Em região litorânea onde a variação da maré é muito grande as tubulações de águas pluviais
deverão ser calculadas como conduto livre e conduto forçado.
Como conduto forçado é usado a fórmula de Hazen-Willians limitando a velocidade ao
máximo de 1,50m/s.
A perda de carga no lugar mais desfavorável normalmente é adotado como 0,30m, isto é,
deverá haver uma folga no último poço de visita de no mínimo 0,30m para que quando chova e a
maré estiver alta haja escoamento.
Período de retorno
Em microdrenagem é comum adotar-se períodos de retorno 25anos e em macrodrenagem de
50anos e 100anos.
Devemos salientar que mesmo em microdrenagem quando adotamos período de retorno de
25anos, poderá haver trechos ou ruas em uma cidade em que teremos que adotar Tr=50anos.
Na Inglaterra devido às mudanças climáticas os projetos de microdrenagem conforme CIRIA,
2007 são feitos para período de retorno de 30anos.
Dica: para o Brasil devemos adotar o período de retorno de 25anos para microdrenagem.
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Tabela 5.1-Preços médios de material e mão de obra de tubos de concreto para águas
pluviais
Diâmetro Preço de Material e Mão de obra
(m) US$/metro
0,30 18
0,40 33
0,50 35
0,60 44
0,80 71
1,00 111
1,20 166
1,50 226
Nota: 1US$= 1,75 (17/2/2008)
Acima do diâmetro de 1,50m usam-se aduelas de concreto padronizadas pela norma da ABNT
NBR 15396. A largura e altura das aduelas variam de 1,00m até 4,0m sendo a junta de encaixe tipo
macho-fêmea.
Q= vazão (m3/s);
A= área molhada da seção (m2)
R= raio hidráulico (m);
S= declividade (m/m).
Para seção circular plena R=D/4 temos:
V= (1/n) x 0,397x (D 2/3) (S ½) (Equação 5.1)
Q= (1/n) x 0,312 x (D 8/3) (S ½) (Equação 5.2)
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8 (Equação 5.3)
Sendo:
V= velocidade (m/s);
R= raio hidráulico (m);
S= declividade (m/m);
n= coeficiente de rugosidade de Manning;
D= diâmetro do tubo (m);
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Q= vazão (m3/s).
Exemplo 5.1-
Dado a declividade S=0,007 m/m n=0,025 D=1,5m. Achar a velocidade média.
Usando a Equação (5.1) temos:
V= (1/n) x 0,397x (D 2/3) (S ½) = (1/0,025) x 0,397x (1,5 2/3) (0,007 ½) =1,74 m/s
Tabela 5.2 - Vazões a seção plena de tubos de concreto para águas pluviais conforme a
declividade da tubulação.
Tubos de concreto
com n=0,013 Vazões
(m3/s)
Diâmetro Declividades da tubulação
0,50% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
(cm) (m) 0,005 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
30 0,3 0,07 0,10 0,14 0,17 0,19 0,22 0,24 0,26 0,27 0,29 0,31
40 0,4 0,15 0,21 0,29 0,36 0,42 0,47 0,51 0,55 0,59 0,63 0,66
50 0,5 0,27 0,38 0,53 0,65 0,76 0,85 0,93 1,00 1,07 1,13 1,20
60 0,6 0,43 0,61 0,87 1,06 1,23 1,37 1,51 1,63 1,74 1,84 1,94
80 0,8 0,94 1,32 1,87 2,29 2,65 2,96 3,24 3,50 3,74 3,97 4,19
100 1,0 1,70 2,40 3,39 4,16 4,80 5,37 5,88 6,35 6,79 7,20 7,59
120 1,2 2,76 3,90 5,52 6,76 7,81 8,73 9,56 10,33 11,04 11,71 12,34
150 1,5 5,00 7,08 10,01 12,26 14,15 15,82 17,33 18,72 20,01 21,23 22,38
4.Q 4 . (5.5)
V=--------------- = -------------------- = 3,11 m/s < 5 m/s
π . D2 3,14 . (1.52)
Portanto, a velocidade é 3,11 m/s que é menor que o máximo admitido de 5 m/s e é maior que
o mínimo de 0,60 m/s.
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(m3/s) 0,005 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
1,5 0,95 0,84 0,74 0,68 0,65 0,62 0,60 0,58 0,57 0,56 0,54
2,0 1,06 0,93 0,82 0,76 0,72 0,69 0,67 0,65 0,63 0,62 0,61
2,5 1,16 1,02 0,89 0,83 0,78 0,75 0,73 0,71 0,69 0,67 0,66
3,0 1,24 1,09 0,95 0,88 0,84 0,80 0,78 0,75 0,74 0,72 0,71
3,5 1,31 1,15 1,01 0,94 0,89 0,85 0,82 0,80 0,78 0,76 0,75
4,0 1,38 1,21 1,06 0,99 0,93 0,90 0,87 0,84 0,82 0,80 0,79
4,5 1,44 1,27 1,11 1,03 0,98 0,94 0,90 0,88 0,86 0,84 0,82
5,0 1,50 1,32 1,16 1,07 1,02 0,97 0,94 0,91 0,89 0,87 0,86
5,5 1,55 1,36 1,20 1,11 1,05 1,01 0,98 0,95 0,92 0,90 0,89
6,0 1,61 1,41 1,24 1,15 1,09 1,04 1,01 0,98 0,95 0,93 0,92
6,5 1,65 1,45 1,28 1,18 1,12 1,07 1,04 1,01 0,98 0,96 0,94
7,0 1,70 1,49 1,31 1,22 1,15 1,10 1,07 1,04 1,01 0,99 0,97
7,5 1,75 1,53 1,35 1,25 1,18 1,13 1,10 1,06 1,04 1,02 1,00
8,0 1,79 1,57 1,38 1,28 1,21 1,16 1,12 1,09 1,06 1,04 1,02
8,5 1,83 1,61 1,41 1,31 1,24 1,19 1,15 1,12 1,09 1,06 1,04
9,0 1,87 1,64 1,44 1,34 1,27 1,21 1,17 1,14 1,11 1,09 1,07
9,5 1,91 1,68 1,47 1,36 1,29 1,24 1,20 1,16 1,13 1,11 1,09
10,0 1,94 1,71 1,50 1,39 1,32 1,26 1,22 1,19 1,16 1,13 1,11
10,5 1,98 1,74 1,53 1,42 1,34 1,29 1,24 1,21 1,18 1,15 1,13
11,0 2,02 1,77 1,55 1,44 1,36 1,31 1,26 1,23 1,20 1,17 1,15
11,5 2,05 1,80 1,58 1,46 1,39 1,33 1,29 1,25 1,22 1,19 1,17
12,0 2,08 1,83 1,61 1,49 1,41 1,35 1,31 1,27 1,24 1,21 1,19
12,5 2,11 1,86 1,63 1,51 1,43 1,37 1,33 1,29 1,26 1,23 1,21
13,0 2,15 1,88 1,65 1,53 1,45 1,39 1,35 1,31 1,28 1,25 1,22
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Capítulo 5-Microdrenagem
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13,5 2,18 1,91 1,68 1,56 1,47 1,41 1,37 1,33 1,29 1,27 1,24
14,0 2,21 1,94 1,70 1,58 1,49 1,43 1,38 1,35 1,31 1,28 1,26
14,5 2,24 1,96 1,72 1,60 1,51 1,45 1,40 1,36 1,33 1,30 1,27
15,0 2,26 1,99 1,75 1,62 1,53 1,47 1,42 1,38 1,35 1,32 1,29
15,5 2,29 2,01 1,77 1,64 1,55 1,49 1,44 1,40 1,36 1,33 1,31
16,0 2,32 2,04 1,79 1,66 1,57 1,51 1,46 1,41 1,38 1,35 1,32
16,5 2,35 2,06 1,81 1,68 1,59 1,52 1,47 1,43 1,40 1,36 1,34
17,0 2,37 2,08 1,83 1,70 1,61 1,54 1,49 1,45 1,41 1,38 1,35
17,5 2,40 2,11 1,85 1,71 1,62 1,56 1,51 1,46 1,43 1,40 1,37
18,0 2,42 2,13 1,87 1,73 1,64 1,57 1,52 1,48 1,44 1,41 1,38
Nota: 1) deverá ser verificado a velocidade que deverá menor ou igual a 5m/s.
2) Deverá ser escolhido o diâmetro comercial existente.
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5.7 Boca de lobo sem depressão e altura da lâmina da água é menor que a abertura da guia.
Quando a água se acumula sobre a boca de lobo, gera uma lâmina de água com altura menor
do que a abertura da guia conforme Figura (5.6).
Figura 5.6- Boca de lobo com altura da lâmina menor que a abertura da guia
Fonte: DNIT, 2006
Esse tipo de boca de lobo pode ser considerado um vertedor e a capacidade de engolimento
conforme FHWA, 1996 será:
Sendo:
Q= vazão de engolimento (m3/s);
L=comprimento da soleira (m);
y=altura de água próxima a abertura da guia (m) sendo y≤ h.
O valor de y dever ser:
y≤h
Exemplo 5.5
Dimensionar uma boca de lobo para uma vazão de 94 L/s na sarjeta e uma lâmina de água de
0,13 m.
Da Equação (5.7) temos:
Q = 1,60 . L . y1,5
tiramos o valor de L e teremos:
L=( Q/1,60 ) / y1,5
L=(0,094/1,60)/(0,13)1,5
L=1,25 m
Portanto, haverá necessidade de um comprimento de 1,25 m de soleira. Pode-se adotar duas
bocas de lobo com abertura L=0,80m cada e guia com h=0,15m.
Dica: para ruas com declividade até 5% recomenda-se a utilização de bocas de lobo simples,
isto é, sem depressão, dependendo da vazão a ser captada (DAEE, 1980)
Exemplo 5.6
Qual a vazão de engolimento de uma boca de lobo com comprimento de 0,80m e altura do nível de
água y=0,13m
Q = 1,60 . L . y1,5
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Na Tabela (5.12) estão a quantidade de bocas de lobos de acordo com a vazão. Assim para 2
bocas de lobo pode ser engolido 120 L/s.
Tabela 5.12- Vazão em função do comprimento da boca de lobo com altura da lâmina de água
y=0,13m
Quantidade de boca de lobo Vazão na boca de lobo
(L/s)
1 50
2 100
3 150
4 200
Exemplo 5.7
Dimensionar a vazão de uma boca de lobo modelo Alphaville com L=1,50m de comprimento e altura
de 0,045m e nível de água y=0,045m
Q = 1,60 . L . y1,5
Q = 1,60 x 1,50x 0,0451,5 = 0,023= 23 L/s
Dica: a abertura máxima de uma boca de lobo deve ser de 0,15m conforme Haestad Method,
2002.
Exemplo 5.8
Dimensionar a vazão de uma boca de lobo com depressão de 0,05m com L=0,80m de comprimento e
altura de nível de água de 0,13m, sarjeta com W=0,60m e altura livre de h=0,15m.
Qi= 1,25 (L + 1,8 W) y 1,5
O valor de y deve ser menor que:
y≤h+a
y ≤ 0,15 + 0,05=0,20
Como y>0,15 não é aconselhável fazer o rebaixo.
5-15
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Capítulo 5-Microdrenagem
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Exemplo 5.9
Dimensionar a vazão de uma boca de lobo tipo Alphavile com depressão de 0,05m com vão livre
L=1,50m e altura de nível de água de 0,045m, sarjeta com W=0,45m e altura h=0,045m. A altura da
sarjeta é 0,075m.
Qi= 1,25 (L + 1,8 W) y 1,5
O valor de y deve ser menor que:
y≤h+a
y ≤ 0,045 + 0,05=0,095m
Adoto y=0,0795m
Exemplo 5.10
Dimensionar a vazão de uma boca de lobo tipo Alphavile com depressão de 0,105m com vão livre
L=1,50m e altura de nível de água de 0,045m, sarjeta com W=0,45m e altura h=0,045m. A altura da
sarjeta é 0,075m.
Qi= 1,25 (L + 1,8 W) y 1,5
O valor de y deve ser menor que:
y≤h+a
y ≤ 0,045 + 0,105=0,15m
Adoto y=0,15m
Qi= 1,25 (1,50 + 1,8 x 0,45) 0,151,5=0,167 m3/s= 167 L/s
5.9 Quando a altura da água sobre o local for maior do que 1,4.h para boca de lobo com
depressão ou sem depressão.
A boca de lobo irá funcionar como um orifício quando a altura da água for maior que 1,4 a
altura livre h da boca de lobo conforme Nicklow, 2001 conforme Figura (5.1a) .
Qi= 0,67 x Ag [ 2g (di – h/2)] 0,5
Sendo:
Qi= vazão de engolimento da sarjeta com ou sem depressão (m3/s)
Ag= área efetiva da abertura da boca de lobo (m2)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
h= altura da abertura na boca de lobo (m) incluso depressão.
di= altura do nível de água incluso a depressão (m) conforme Figura (5.7)
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Quando a depressão for como a Figura (5.1bc) teremos conforme FHWA, 1996 a equação do
orifício
Qi= 0,67 . h.L + (2.g. do)0,5 (Equação 5.8)
Sendo:
Qi= vazão de engolimento da boca de lobo (m3/s);
L=comprimento da abertura da boca de lobo (m);
h= abertura da garganta conforme Figura (5.1b.c)
g= aceleração da gravidade= 9,81m/s2
do= carga efetiva no centro do orifício (m)
Exemplo 5.11
Vamos supor uma altura de 0,25m e abertura livre da guia de 0,15m como é usual no Brasil. Calcular
a vazão máxima para L=0,80m.
Qi= 0,67 x Ag [ 2g (di – h/2)] 0,5
Figura (5.1a)
di= 0,25m
y> 0,15 x 1,4=0,21m
Ag= 0,15 x 0,80=0,12m2
Qi= 0,67 x 0,12 [ 2x9,81 (0,25 – 0,15/2)] 0,5 = 0,15m3/s
Com fator de redução f=0,80.
Qi =0,8 x 0,15= 0,12m3/s
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Sendo:
Q= vazão em m3/s;
A= área da grade excluídas as áreas ocupadas pelas barras em m2;
y= altura de água na sarjeta sobre a grelha.
O DNIT, 2006 aconselha que na faixa entre 12cm e 42cm a escolha de y deve ser adotada pelo
projetista dependendo da sua experiência.
O comprimento mínimo L (m) da grelha paralela a direção do fluxo da água para permitir que
a água caia pela abertura é determinado pela equação da ASCE, 1992 conforme Chin, 2000.
L =0,91 V ( t + y) 0,5
Sendo:
L= comprimento mínimo da grelha paralelo ao fluxo (m)
V= velocidade média da água na sarjeta (m/s)
t= espessura da grelha de ferro (m)
y= altura da água sobre a grelha (m)
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O FHWA, 1996 mostra que uma grade de 60cm x 60cm intercepta 0,085m3/s com declividade
da rua de 2% e declividade transversal de 3%.
Exemplo 5.12
Calcular a vazão numa grelha articulada de ferro dúctil Classe C 250 com ruptura maior que 150 kN
com base de apoio em três lados (Saint Gobain) com 0,90m x 0,40m com espessura de 0,08m, área
livre 1340cm2 e espaçamento de 0,04m entre as barras para altura de água 0,13m.
Q = 1,66 . P . y1,5
Q = 1,66 . P . 0,131,5 =0,0778 P
Como a grade tem comprimento de 0,90m e largura 0,40m o perimetro dela P não deverá
considerar o trecho adjacente a boca de lobo. Entao teremos:
P= 0,90 + 2 x 0,40= 1,70m
Q =0,0778 P
Q = 0,0778 x 1,70= 0,132m3/s= 132 L/s
Usando fator de correção f=0,50 teremos:
Q= 132 x 0,50= 65 L/s
Portanto, a grelha com altura de água de 0,13m poderá captar 65 L/s.
Dica: uma grelha de ferro pode captar normalmente 132 L/s de águas pluviais.
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Vamos seguir o modelo de Stein et al, 1999 que é o mesmo modelo o FHWA, 1996.
Eo= Qw/Q= 1 – ( 1- W/T) 2,67
Sendo:
Eo= razão da vazão frontal da sarjeta
W= largura da grade ou largura da sarjeta (m)
Qw= vazão na largura (m3/s)
T=largura de água na sarjeta da seção triangular (m)
Q= vazão total na sarjeta (m3/s)
Sendo escolhido o tipo de grade que queremos, obtém-se a velocidade crítica entrando com
0,90m e velocidade 2,4m/s s obtermos Rf=0,81.
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As Figuras (5.12) e (5.10) são grades combinadas com bueiros conforme FHWA, 1996.
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‘
Figura 5.13- Boca de lobo e grade combinadas
Fonte: FHWA, 1996
5.12 Boca de lobo combinada com grelha
Pode ser combinada uma boca de lobo com uma grelha conforme FHWA, 1996. Seguindo a
direção do fluxo da água a grade vem depois da boca de lobo.
O trabalho conjunto da grade e da boca de lobo é o funcionamento de um orifício;
Qi= 0,67 Ag (2g y) 0,5 + 0,67 h L (2g do)0,5
Sendo:
Qi= vazão de engolimento da boca de lobo e da grade (m3/s)
Ag= área livre da grade (m2)
g= 9,81m/s2
y= altura do nível de água na sarjeta (m)
h= altura da abertura da boca de lobo (m)
L= comprimento da boca de lobo (m)
do= profundidade efetiva do centro da abertura do orifício da boca de lobo (m)
Pode haver entupimento da grade que normalmente chega a 50% e podendo entupir
completamente.
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Exemplo 5.16
Uma boca de lobo para y=0,13m e largura de 0,80m pode captar teoricamente 64 L/s.
Aplicar a redução da capacidade relativo a Tabela (5.14) para boca de lobo simples.
Na Tabela (5.14) achamos fator de redução de f=0,80.
Q= 64 L/x x 0,80= 50 L/s
Sendo:
C= fator de clogging final
Co= fator de clogging de uma única boca de lobo ou única grelha.
e= coeficiente de decréscimo, sendo 0,5 para grade e 0,25 para boca de lobo
Exemplo 5.17
Calcular o fator de redução final para três bocas de lobo N=3, sendo que o fator de redução de
uma boca de lobo Co=0,10 conforme Denver, 2002.
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C= Co/ [ N x (1-e)]
C= 0,10/ [ 3x (1-0,25)]=0,04
Portanto, o fator de clogging final é 0,04, ou seja, 4%. Devemos multiplicar a vazão total de
engolimento das três bocas de lobo por 0,96.
5.14 Sarjetões
Nos cruzamentos, serão instalados sarjetões necessários, para orientar o sentido de
escoamento superficial das águas. Tal procedimento permite o desvio do excesso de vazão em
determinada rua para outra com capacidade de escoamento superficial ociosa, de forma a minimizar a
quantidade de galerias.
O sarjetão pode ser calculado da mesma maneira que duas sarjetas conforme Figura (5.15).
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Uma boca de lobo tem geralmente a largura da guia que é de 1,00m. A outra dimensão
perpendicular a rua é de 0,60m e a profundidade é sempre maior que 0,60m sendo na maioria dos
casos 0,80m ou 1,00m.
As bocas de lobo são construídas em alvenaria de tijolos ou de bloco de concreto estrutural.
No Brasil não temos normas e nem definições municipais claras a respeito do lançamento de
águas pluviais provinda de um edifício. Alguns regulamentos de cidades americanas limitam que o
lançamento das águas pluviais de um terreno ou edifício em uma via pública não deve ser superior
ao limite da boca de lobo existente. Assim se uma boca de lobo tem o limite de 50litros/segundo,
nenhum terreno ou edifício poderá lançar diretamente nas vias pública a vazão maior que a fixada.
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Quando a diferença de nível entre o tubo afluente e efluente for superior a 0,70m, o poço de visita
será denominado de quebra.
O poço de visita para manutenção e inspeção usado em galerias de águas pluviais geralmente
são de alvenaria de tijolos ou alvenaria de bloco estrutural. Sendo de modo geral de seção quadrada
de 1,5m x 1,5m e assentado sobre base de concreto com armação de ferro. Faz-se também colunas
nos quatro cantos e cintas de amarração. O tampão é de ferro fundido dúctil com diâmetro de 0,60m
ou 0,80m conforme a exigência municipal.
Em ruas com muita declividade é usual na prática fazer o espaçamento das bocas de lobo e
dos poços de visita de 20m. Nas ruas com menos declividade o espaçamento é maior passando para
40m.
Dica: o espaçamento entre poços de visita deverá ser de 50m conforme recomendação de Paulo
Sampaio Wilken página 464 do livro Engenharia de Drenagem Superficial.
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Caixas de ligação
São caixas que recebem os tubos de ligação onde estão as bocas de lobo. São caixas mortas
onde o poço de visita não é visitável conforme Figura (5.20). Possuem uma tampa de concreto que
pode ser retirada após o rompimento da pavimentação e escavação.
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Muros de testa
Serão construídos no final das galerias, quando estas atingirem os canais a serem projetados.
Aliás, as cotas das galerias que atingirão o muro de testa, deverão ser verificadas quando os canais
forem projetados.
Seção plena
A águas pluviais serão calculadas para a seção plena embora a vazão máxima seja a 93% do
diâmetro da secção.
Em canais conforme recomendação da FHWA, 1996 deve se deixar no mínimo 0,15m de
borda livre.
A EPUSP usa 85% da seção plena para dimensionamento de galerias de águas pluviais,
conforme Microdrenagem, Drenagem Urbana de 10/outubro/ 2000.
Algumas cidades do Estado de São Paulo adotam y/D=0,80, igual a instalações prediais de
águas pluviais.
Adotamos para dimensionamento 100% da seção plena. Portanto, em havendo vários
critérios é necessário que se faça uma norma da ABNT para padronizar os dimensionamentos.
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os diâmetros do tubo maior (saída do PV) e do menor (entrada do PV), sendo que este desnível não
deverá ser maior que 1,50 m, entretanto a Associação Brasileira dos Fabricantes de tubo de concreto
recomenda que o degrau seja no máximo de 1,20m.
Velocidade na sarjeta: de modo geral a velocidade máxima nas sarjetas é de 3,5m/s podendo chegar
até 4,0m/s. Observar que a velocidade na galeria de concreto é maior que a velocidade na sarjeta.
Recobrimento mínimo
Deverá ser previsto um recobrimento mínimo de 1,00m para as tubulações. Recobrimentos
inferiores eventualmente poderão ocorrer quando houver interferências com trechos da rede de
esgotos, porque na hipótese de se passar abaixo dessas linhas, as galerias à jusante do ponto seriam
excessivamente aprofundadas.
Profundidade máxima
Procura-se evitar ao máximo profundidade superior a 4,50m para as galerias. Eventualmente,
em cruzamentos com trechos da rede de esgotos ou em trechos curtos nos terrenos de elevadas
declividades, serão projetadas galerias com profundidade superiores a esta.
5.20 Tubulações
Os tubos das galerias serão circulares de concreto deverão obedecer a NBR 8890/ 2003 da
ABNT para Tubos de concreto de seção circular para águas pluviais e esgotos sanitários- requisitos e
métodos de ensaio. O comprimento pode ser de 1,00m ou 1,50m.
Os tubos Classe PS-1 são de concreto simples e os tubos Classe PA-2 são de concreto
armado.
As larguras das valas depende da profundidade da mesma conforme Tabela (5.14).
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Quando vários trechos de rede, ou seja, várias bacias, com tempo de concentração diferentes
afluem a um determinado trecho de ordem i existem diversos valores de “tc(i-1)”. Neste caso, utiliza-
se o maior “tc” das bacias afluentes de montante.
Os trechos em condutos são calculados pela equação de movimento uniforme, ou seja:
t (min)=L/ 60V, onde L= distância ao longo do conduto (m); V=velocidade no conduto (m/s).
Como a vazão ainda não foi calculada esse valor é estimado.
As áreas contribuintes a cada trecho da rede são determinadas pela análise das plantas de
projeto. Estas áreas são medidas em planta. Nos demais trechos as áreas são adicionadas
progressivamente pelas áreas locais de contribuição. As áreas locais correspondem às parcelas
contribuintes dos quarteirões adjacentes.
5.21 Sarjetas
A sarjeta padrão de concreto tem 1,00m de comprimento, vão livre de 0,80m, altura de 0,30m,
largura de 0,15m e altura livre de 0,15m conforme Figura (5.19).
Em ruas com menor declividade usa-se somente a entrada de água com a sarjeta, mas em ruas
com maiores declividades é comum se usar também as grelhas ou grades.
Por segurança em ruas com mais declividades são feitas no mínimo bocas de lobo duplas para
garantir o engolimento das águas pluviais.
h1=0,15m
h2=0,13m
Dica: nas sarjetas a velocidade máxima deve ser menor que 3 m/s e a velocidade mínima devem
ser maior que 0,5 m/s (EPUSP, Drenagem Urbana).
Depressão:
Vamos seguir as recomendações do Texas, 2004 em que a boca de lobo pode ter depressão,
isto é, um rebaixo que varia de 25mm a 125mm.
De modo geral deve ser evitada a depressão, pois uma depressão muito grande pode não ser
segura ao trafico de veículos perda da boca de lobo.
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Exemplo 5.20
Dado a vazão Q=0,05m3/s, n=0,016 Sx=0,020m/m SL=0,010m/m. Achar T.
T=[( Q.n) / (0,376. Sx 1,67 . SL0,5)] 0,375
T=[( 0,05.0,016) / (0,376. 0,02 1,67 . 0,010,5)] 0,375 = 2,73m
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Qi= E x Q
Sendo:
Qi= vazão que entra na boca de lobo (m3/s)
Q= vazão da sarjeta (m3/s)
E= eficiência da entrada de vazão na boca de lobo. Varia de 0 a 1.
Exemplo 5.21
Se a vazão na sarjeta for de 50 L/s e a eficiência E=0,61 a vazão que entrará na boca de lobo Qi será:
Qi= E x Q
Qi= 0,61x 50= 31 L/s
A vazão que não foi interceptada Qb será:
Qb= Q – Qi= 50 – 31= 19 L/s
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Se= Sx + S´w Eo
a=depressão na boca de lobo (mm). Pode ser 25mm; 50mm ou 75mm.
S´w= a /(1000W)
W= largura da sarjeta (m)
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Exemplo 5.23- conforme FHWA, 1996 com depressão na boca de lobo de 25mm
Dada a vazão Q=0,050m3/s, declividade longitudinal de 0,01m/m, declividade transversal de 2% e
coeficiente n=0,016 calcular a eficiência E, depressão a=25mm.
A Tabela (5.20) mostra o comprimento LT para depressão de 25mm com sarjeta de 600mm,
coeficiente de Manning n=0,016 e estimativa da eficiência Eo=0,50. Notar que não fizemos o cálculo
de Eo e sim somente uma aproximação. O cálculo exato pode ser obtido baseado no Exemplo (5.15).
Tabela 5.17- Valores dos comprimentos LT para depressão de 25mm, sarjeta de 600mm,
rugosidade n=0,016 e eficiência Eo=0,50
Valores de LT em função da declividade da rua e da vazão sendo n=0,016,
depressão de 25mm, sarjeta de 600mm, estimativa da eficiência Eo=0,50.
Vazao (m3/s) 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
0,02 2,6 3,2 3,7 4,0 4,3 4,5 4,7 4,9 5,1 5,2 5,5 5,8 6,0 6,2 6,5
0,03 3,1 3,8 4,3 4,7 5,0 5,3 5,6 5,8 6,0 6,2 6,6 6,9 7,2 7,4 7,6
0,04 3,5 4,3 4,9 5,3 5,7 6,0 6,3 6,6 6,8 7,0 7,4 7,8 8,1 8,4 8,6
0,05 3,9 4,8 5,4 5,8 6,3 6,6 6,9 7,2 7,5 7,7 8,1 8,5 8,9 9,2 9,5
0,06 4,2 5,1 5,8 6,3 6,8 7,1 7,5 7,8 8,1 8,3 8,8 9,2 9,6 9,9 10,2
0,07 4,4 5,5 6,2 6,7 7,2 7,6 8,0 8,3 8,6 8,9 9,4 9,8 10,2 10,6 10,9
0,08 4,7 5,8 6,5 7,1 7,6 8,0 8,4 8,8 9,1 9,4 9,9 10,4 10,8 11,2 11,5
0,09 4,9 6,1 6,9 7,5 8,0 8,5 8,9 9,2 9,5 9,9 10,4 10,9 11,3 11,8 12,1
0,10 5,2 6,4 7,2 7,8 8,4 8,8 9,3 9,6 10,0 10,3 10,9 11,4 11,9 12,3 12,7
0,11 5,4 6,6 7,5 8,1 8,7 9,2 9,6 10,0 10,4 10,7 11,3 11,9 12,3 12,8 13,2
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0,12 5,6 6,9 7,7 8,4 9,0 9,5 10,0 10,4 10,8 11,1 11,7 12,3 12,8 13,3 13,7
0,13 5,8 7,1 8,0 8,7 9,3 9,9 10,3 10,8 11,1 11,5 12,1 12,7 13,2 13,7 14,2
0,14 5,9 7,3 8,3 9,0 9,6 10,2 10,7 11,1 11,5 11,9 12,5 13,1 13,7 14,2 14,6
0,15 6,1 7,5 8,5 9,3 9,9 10,5 11,0 11,4 11,8 12,2 12,9 13,5 14,1 14,6 15,0
0,16 6,3 7,7 8,7 9,5 10,2 10,8 11,3 11,7 12,2 12,5 13,3 13,9 14,4 15,0 15,4
0,17 6,5 7,9 9,0 9,8 10,5 11,0 11,6 12,0 12,5 12,9 13,6 14,2 14,8 15,4 15,8
0,18 6,6 8,1 9,2 10,0 10,7 11,3 11,8 12,3 12,8 13,2 13,9 14,6 15,2 15,7 16,2
0,19 6,8 8,3 9,4 10,2 11,0 11,6 12,1 12,6 13,1 13,5 14,2 14,9 15,5 16,1 16,6
0,20 6,9 8,5 9,6 10,5 11,2 11,8 12,4 12,9 13,4 13,8 14,6 15,2 15,9 16,4 17,0
A Tabela (5.21) mostra o comprimento LT para depressão de 50mm com sarjeta de 600mm,
coeficiente de Manning n=0,016 e estimativa da eficiência Eo=0,50. Notar que não fizemos o cálculo
de Eo e sim somente uma aproximação. O cálculo exato pode ser obtido baseado no Exemplo (5.15).
Tabela 5.18- Valores dos comprimentos LT para depressão de 50mm, sarjeta de 600mm,
rugosidade n=0,016 e eficiência Eo=0,50
Valores de LT em função da declividade da rua e da vazão sendo n=0,016, depressão de 50mm, sarjeta de 600mm, estimativa da
eficiência Eo=0,50.
Vazão 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
(m3/s)
0,02 2,1 2,5 2,9 3,1 3,3 3,5 3,7 3,8 4,0 4,1 4,3 4,5 4,7 4,9 5,0
0,03 2,4 3,0 3,4 3,7 3,9 4,2 4,4 4,5 4,7 4,9 5,1 5,4 5,6 5,8 6,0
0,04 2,7 3,4 3,8 4,2 4,4 4,7 4,9 5,1 5,3 5,5 5,8 6,1 6,3 6,5 6,7
0,05 3,0 3,7 4,2 4,6 4,9 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0 6,3 6,6 6,9 7,2 7,4
0,06 3,3 4,0 4,5 4,9 5,3 5,6 5,8 6,1 6,3 6,5 6,9 7,2 7,5 7,7 8,0
0,07 3,5 4,3 4,8 5,3 5,6 5,9 6,2 6,5 6,7 6,9 7,3 7,7 8,0 8,3 8,5
0,08 3,7 4,5 5,1 5,6 5,9 6,3 6,6 6,8 7,1 7,3 7,7 8,1 8,4 8,7 9,0
0,09 3,9 4,7 5,4 5,8 6,3 6,6 6,9 7,2 7,5 7,7 8,1 8,5 8,9 9,2 9,5
0,10 4,0 5,0 5,6 6,1 6,5 6,9 7,2 7,5 7,8 8,0 8,5 8,9 9,3 9,6 9,9
0,11 4,2 5,2 5,8 6,4 6,8 7,2 7,5 7,8 8,1 8,4 8,8 9,3 9,6 10,0 10,3
0,12 4,4 5,4 6,1 6,6 7,1 7,4 7,8 8,1 8,4 8,7 9,2 9,6 10,0 10,4 10,7
0,13 4,5 5,5 6,3 6,8 7,3 7,7 8,1 8,4 8,7 9,0 9,5 9,9 10,3 10,7 11,1
0,14 4,6 5,7 6,5 7,0 7,5 7,9 8,3 8,7 9,0 9,3 9,8 10,2 10,7 11,1 11,4
0,15 4,8 5,9 6,6 7,2 7,7 8,2 8,6 8,9 9,2 9,5 10,1 10,5 11,0 11,4 11,7
0,16 4,9 6,0 6,8 7,4 8,0 8,4 8,8 9,2 9,5 9,8 10,3 10,8 11,3 11,7 12,1
0,17 5,0 6,2 7,0 7,6 8,2 8,6 9,0 9,4 9,7 10,1 10,6 11,1 11,6 12,0 12,4
0,18 5,2 6,4 7,2 7,8 8,4 8,8 9,3 9,6 10,0 10,3 10,9 11,4 11,9 12,3 12,7
0,19 5,3 6,5 7,3 8,0 8,6 9,0 9,5 9,8 10,2 10,5 11,1 11,6 12,1 12,6 13,0
0,20 5,4 6,6 7,5 8,2 8,7 9,2 9,7 10,1 10,4 10,8 11,4 11,9 12,4 12,8 13,2
A Figura (5.1) mostra uma boca de lobo com depressão de 50mm e largura da sarjeta de 0,6m.
Entrando com a largura do nível de água T e com a declividade transversal Sx achamos o valor Q/
S0,5.
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Figura 5.22- Boca de lobo com depressão de 50mm e sarjeta de concreto com 0,60m de largura
feita para n=0,016
Fonte: FHWA, 1996
FHWA- cálculo da vazão com depressão da sarjeta
A largura da sarjeta varia de 0,30m a 1,00m sendo o mais comum largura de 0,60m. A
depressão varia de 2,5cm a 7,5cm sendo a mais comum a de 5cm.
Vamos explicar juntamente com um exemplo do FHWA, 1996.
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Tabela 5.19- Vazão na sarjeta sendo a altura da água y=0,10m, declividade transversal 2% e
coeficiente de Manning n=0,013, Z=50.
S Q
(m/m) (m3/s)
0,005 0,22
0,010 0,31
0,015 0,38
0,020 0,44
0,025 0,49
0,030 0,54
0,035 0,58
0,040 0,62
0,045 0,66
0,050 0,69
0,055 0,73
0,060 0,76
0,065 0,79
0,070 0,82
0,075 0,85
0,080 0,88
0,085 0,91
0,090 0,93
0,095 0,96
0,100 0,98
0,105 1,01
0,110 1,03
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0,115 1,05
0,120 1,08
0,125 1,10
0,130 1,12
0,135 1,14
0,140 1,16
0,145 1,18
0,150 1,20
Altura y na sarjeta
Usando ainda Izzard temos a altura da lâmina de água na sarjeta y e Tabela (5.23).
y= 1,445 x [1/ Z (3/8)] x [Q/ (S 0,5 /n] 3/8
Tabela 5.20- Altura y em função da declividade transversal de 2%, vazão e declividade
longitudinal em m/m.
3
Q (m /s) altura yo em função da declividade da rua em m/m e da vazão
0,005 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 0,070 0,080 0,090 0,005
0,05 0,06 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,03 0,03 0,03
0,1 0,07 0,07 0,06 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 0,04 0,04
0,2 0,10 0,08 0,07 0,07 0,07 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,10
0,3 0,11 0,10 0,09 0,08 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,11
0,4 0,13 0,11 0,10 0,09 0,08 0,08 0,08 0,08 0,07 0,07 0,13
0,5 0,14 0,12 0,10 0,10 0,09 0,09 0,09 0,08 0,08 0,08 0,14
0,6 0,15 0,13 0,11 0,10 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,08 0,15
0,7 0,15 0,14 0,12 0,11 0,10 0,10 0,10 0,09 0,09 0,09 0,15
0,8 0,16 0,14 0,13 0,12 0,11 0,11 0,10 0,10 0,10 0,09 0,16
0,9 0,17 0,15 0,13 0,12 0,11 0,11 0,11 0,10 0,10 0,10 0,17
1,0 0,18 0,16 0,14 0,13 0,12 0,11 0,11 0,11 0,10 0,10 0,18
1,1 0,18 0,16 0,14 0,13 0,12 0,12 0,11 0,11 0,11 0,11 0,18
1,2 0,19 0,17 0,15 0,14 0,13 0,12 0,12 0,12 0,11 0,11 0,19
1,3 0,19 0,17 0,15 0,14 0,13 0,13 0,12 0,12 0,12 0,11 0,19
1,4 0,20 0,18 0,15 0,14 0,14 0,13 0,13 0,12 0,12 0,12 0,20
1,5 0,21 0,18 0,16 0,15 0,14 0,13 0,13 0,13 0,12 0,12 0,21
1,6 0,21 0,18 0,16 0,15 0,14 0,14 0,13 0,13 0,13 0,12 0,21
1,7 0,22 0,19 0,17 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,13 0,13 0,22
1,8 0,22 0,19 0,17 0,16 0,15 0,14 0,14 0,13 0,13 0,13 0,22
1,9 0,22 0,20 0,17 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,13 0,22
2,0 0,23 0,20 0,18 0,16 0,16 0,15 0,14 0,14 0,14 0,13 0,23
2,1 0,23 0,20 0,18 0,17 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,14 0,23
2,2 0,24 0,21 0,18 0,17 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,14 0,24
2,3 0,24 0,21 0,19 0,17 0,16 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,24
2,4 0,25 0,22 0,19 0,18 0,17 0,16 0,15 0,15 0,15 0,14 0,25
2,5 0,25 0,22 0,19 0,18 0,17 0,16 0,16 0,15 0,15 0,14 0,25
2,6 0,25 0,22 0,19 0,18 0,17 0,16 0,16 0,15 0,15 0,15 0,25
2,7 0,26 0,23 0,20 0,18 0,17 0,17 0,16 0,16 0,15 0,15 0,26
2,8 0,26 0,23 0,20 0,19 0,18 0,17 0,16 0,16 0,15 0,15 0,26
2,9 0,26 0,23 0,20 0,19 0,18 0,17 0,17 0,16 0,16 0,15 0,26
3,0 0,27 0,23 0,21 0,19 0,18 0,17 0,17 0,16 0,16 0,16 0,27
3,1 0,27 0,24 0,21 0,19 0,18 0,18 0,17 0,16 0,16 0,16 0,27
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0,005 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 0,070 0,080 0,090 0,100
0,05 2,87 2,52 2,21 2,05 1,94 1,86 1,80 1,75 1,70 1,67 1,63
0,1 3,72 3,27 2,87 2,66 2,52 2,41 2,33 2,27 2,21 2,16 2,12
0,2 4,82 4,23 3,72 3,45 3,27 3,13 3,03 2,94 2,87 2,80 2,75
0,3 5,61 4,93 4,33 4,01 3,80 3,65 3,52 3,42 3,34 3,27 3,20
0,4 6,25 5,49 4,82 4,47 4,23 4,06 3,92 3,81 3,72 3,64 3,57
0,5 6,80 5,97 5,24 4,86 4,60 4,42 4,27 4,15 4,04 3,95 3,88
0,6 7,28 6,39 5,61 5,20 4,93 4,73 4,57 4,44 4,33 4,23 4,15
0,7 7,71 6,77 5,95 5,51 5,22 5,01 4,84 4,70 4,59 4,49 4,40
0,8 8,11 7,12 6,25 5,80 5,49 5,27 5,09 4,94 4,82 4,72 4,62
0,9 8,48 7,44 6,54 6,06 5,74 5,50 5,32 5,17 5,04 4,93 4,83
1,0 8,82 7,74 6,80 6,30 5,97 5,73 5,53 5,38 5,24 5,13 5,03
1,1 9,14 8,02 7,05 6,53 6,19 5,93 5,73 5,57 5,43 5,31 5,21
1,2 9,44 8,29 7,28 6,75 6,39 6,13 5,92 5,76 5,61 5,49 5,38
1,3 9,73 8,54 7,50 6,95 6,59 6,32 6,11 5,93 5,78 5,66 5,55
1,4 10,00 8,78 7,71 7,15 6,77 6,50 6,28 6,10 5,95 5,82 5,70
1,5 10,27 9,01 7,92 7,34 6,95 6,67 6,44 6,26 6,10 5,97 5,85
1,6 10,52 9,23 8,11 7,52 7,12 6,83 6,60 6,41 6,25 6,12 6,00
1,7 10,76 9,45 8,30 7,69 7,28 6,99 6,75 6,56 6,40 6,26 6,13
1,8 10,99 9,65 8,48 7,86 7,44 7,14 6,90 6,70 6,54 6,39 6,27
1,9 11,22 9,85 8,65 8,02 7,60 7,28 7,04 6,84 6,67 6,52 6,40
2 11,43 10,04 8,82 8,17 7,74 7,43 7,18 6,97 6,80 6,65 6,52
2,1 11,65 10,23 8,98 8,32 7,89 7,56 7,31 7,10 6,92 6,77 6,64
2,2 11,85 10,41 9,14 8,47 8,02 7,70 7,44 7,23 7,05 6,89 6,76
2,3 12,05 10,58 9,29 8,61 8,16 7,82 7,56 7,35 7,16 7,01 6,87
2,4 12,24 10,75 9,44 8,75 8,29 7,95 7,68 7,46 7,28 7,12 6,98
2,5 12,43 10,92 9,59 8,88 8,42 8,07 7,80 7,58 7,39 7,23 7,09
2,6 12,62 11,08 9,73 9,02 8,54 8,19 7,92 7,69 7,50 7,34 7,19
2,7 12,80 11,24 9,87 9,15 8,66 8,31 8,03 7,80 7,61 7,44 7,30
2,8 12,97 11,39 10,00 9,27 8,78 8,42 8,14 7,91 7,71 7,54 7,40
2,9 13,14 11,54 10,14 9,39 8,90 8,54 8,25 8,01 7,82 7,64 7,50
3 13,31 11,69 10,27 9,51 9,01 8,64 8,35 8,12 7,92 7,74 7,59
3,1 13,48 11,83 10,39 9,63 9,13 8,75 8,46 8,22 8,01 7,84 7,69
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Figura 5.24
Fonte: Mays, 2001
Ainda conforme DNIT, 2006 podemos obter o espaçamento máximo entre as bocas de lobo
para que não haja transbordamento da sarjeta, igualando a capacidade da vazão da sarjeta Q com a
descarga produzida pela fórmula racional Q=CIA/360.
Sendo A= L x Dc
L = largura da rua (m) e Dc comprimento crítico da sarjeta em metro;
C= coeficiente de runoff
I= intensidade da chuva mm/h
Q=CIA/360= C.I. L.Dc/360
Com o valor de Q obtido e igualando as equações obtemos o valor de D:
Q= 0,376 x (Z / n) x y 8/3 x S0,5
Exemplo 5.25
Dados n=0,018 S=0,025m/m
Z=12=tg (θ)
Y=0,10m
Q= 0,376 x (Z / n) x y 8/3 x S0,5
Q= 0,376 x (12 / 0,018) x 0,10 8/3 x 0,0250,5
Q=0,085 m3/s
T= Z x y = 12 x 0,10= 1,2m
Declividade transversal =0,10/ 1,20=0,0833m/m
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Exemplo 5.27
Calcular a vazão de uma sarjeta de concreto de 0,30m adotada pelo CDHU conforme Figura (5.25)
com guia 0,15m de altura. Admite-se que a altura máxima da água chegue a 0,13m e a declividade do
corte transversal da rua é de 2% (dois por cento).
w0=y0tgθ
h1=0,15m
2%
w0=y0tgθ h2=0,13
m
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Tabela 5.24- Vazão e velocidade da água nas sarjetas em toda a largura da rua para
altura do nível de água na sarjeta de 0,13m, declividade transversal de 2% e n=0,017
Largura Nível Declividade h1 Área seção Hipotenusa Rh A B
da rua água transversal transversal
(m) (m) (m/m) (m) (m2) Rugosidade (m) (m) Veloc Vazão
4,0 0,13 0,02 0,09 0,2200 0,017 2,00 0,099 12,60 2,77
5,0 0,13 0,02 0,08 0,2625 0,017 2,50 0,097 12,41 3,26
6,0 0,13 0,02 0,07 0,3000 0,017 3,00 0,094 12,14 3,64
7,0 0,13 0,02 0,06 0,3325 0,017 3,50 0,090 11,82 3,93
8,0 0,13 0,02 0,05 0,3600 0,017 4,00 0,086 11,47 4,13
9,0 0,13 0,02 0,04 0,3825 0,017 4,50 0,082 11,09 4,24
10,0 0,13 0,02 0,03 0,4000 0,017 5,00 0,078 10,69 4,28
11,0 0,13 0,02 0,02 0,4125 0,017 5,50 0,073 10,27 4,24
12,0 0,13 0,02 0,01 0,4200 0,017 6,00 0,068 9,84 4,13
13,0 0,13 0,02 0,00 0,4225 0,017 6,50 0,064 9,38 3,96
V= A x S0,5
Q= B x S 0,5
Tendo-se a largura da rua obtemos na Tabela (5.22) os valores A e B. Com estes valores
multiplicando pela declividade da rua obtemos respectivamente a velocidade média (m/s) e a vazão
(m3/s).
Exemplo 5.28
Dada uma rua com 12m e declividade de 3%. Calcular a velocidade e a vazão.
Conforme Tabela (5.27) entrando com a largura da rua 12m achamos os valores de A=9,84 e B=4,13.
V= A x S0,5= 9,84 x 0,030,5= 1,70m/s
Q= B x S 0,5 = 4,13 x 0,03 0,5 = 0,72m3/s
O tempo de trânsito (t) na sarjeta para ruas de 6m de largura obtem-se na Tabela (5.22) a
velocidade V= 9,84 x S0,5 pode ser estimado por:
t= L/ 60(12,14 x S0,5)
Sendo:
t= tempo de trânsito (min) pela sarjeta no comprimento L.
L= comprimento da sarjeta (m)
S= declividade da rua (m/m)
Dica: para estimar o tempo de trânsito em uma sarjeta tendo a largura da rua obtemos o
coeficiente de velocidade e por exemplo, para rua de 6m t= L/ 60(12,14 x S0,5).
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Figura 5.26- Corte da área de uma seção de sarjeta com altura H, largura W, área da seção AF e declividade transversal Sc.
Fonte: Ciria, 2007
H= K1 x Q0,375
K1= 1,54 (n x Sc)0,375 x(Sc+1)0,25 x SL-0,188
Sendo:
AF= área da secção transversal da rua (m2)
H=altura do nível da água na sarjeta (m)
Sc= declividade transversal da rua (m/m)
R= raio hidráulico (m)= Área molhada/perímetro molhado
Q= vazão da secção considerada (m3/s)
n= coeficiente de rugosidade de Manning=0,015
SL= declividade longitudinal da rua (m/m)
K1= coeficiente que pode ser visto na Tabela (5.28)
Exemplo 5.29
Dada a declividade transversal da rua Sc=0,02m/m (2%), n=0,015, vazão de 0,10m3/s, declividade
longitudinal 0,015m/m usando a Tabela (5.28) achamos K1=0,163.
H= K1 x Q 0,375= 0,163 x 0,1 0,375= 0,07m
Podemos achar AF
AF= AF= H2/ (2x Sc) =0,072 / (2 x 0,02)= 0,123m2
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•
Figura 5.28- Bocas de lobos clássicas
Fonte: PMSP/FCTH, 1999
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As bocas de lobo com grades não podem ser aplicadas onde a declividade das ruas seja menor
que 0,5% sendo o mínimo absoluto de 0,3% conforme Stein, et al, 1999. As bocas de lobo com
grades possuem a desvantagem do entupimento e nos problemas que pode causar para quem anda de
bicicletas na rua.
A boca de loco simples é mais efetiva com declividades menores que 3% conforme Stein, et
al, 1999.
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Exemplo 5.31
Utilização do método racional para cálculo das galerias de águas pluviais AB, BC, CD conforme
Figura (5.36) .
O exemplo está baseado nos ensinamentos de Ven Te Chow,1988 adaptado para o Brasil. Para os
interessados Akan, 1993 apresenta um modelo semelhante ao Ve Te Chow.
Calcular as tubulações de concreto para captação de águas de chuvas do trecho do coletor EB que
drena a sub-bacia III com um período de retorno de 10 anos. A sub-bacia tem uma área de 1,6 ha, o
coeficiente de escoamento C=0,60 e o tempo de escoamento superficial inicial é ts=10 minutos.
I
II
A
IV V
III
VI VII
1
Figura 5.34- Esquema de galerias de águas pluviais
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Consideremos a fórmula da intensidade de chuva devido a Paulo Sampaio Wilken, com Tr=
10 anos e t=tc=10min. Vamos supor também que n=0,015 e que a declividade da tubulação EB é
0,0064 m/m.
4855,3 . Tr0,181
I =------------------------
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva em L /s. ha;
Tr = período de retorno em anos;
t=duração da chuva em minutos.
4855,3 . 100,181
I =------------------------
( t + 15)0,89
7365,7
I =------------------------
( t + 15)0,89
7365,7
I =------------------------= 420 L/sxha
( 10 + 15)0,89
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Tramo AB:
Este tramo drena duas sub-bacias a I e a II. Temos a área, o coeficiente de escoamento
superficial C das duas sub-bacias e tempo de escoamento superficial ts.
Da equação Q=CIA, como I= constante temos que Q=I . Σ(CA)
5-60
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( t + 15)0,89
I= 420 L/s.ha
Observar que a intensidade de chuva no trecho AB foi maior que a do trecho EB, pois foi
menor o tempo de concentração, e o mesmo entra na fórmula do Paulo Sampaio Wilken como
denominador, aumentando o valor de I conseqüentemente.
Usando a fórmula racional:
Q=CIA= 420. ∑CA= 414,89 . 1,4 = 588 litros/segundo
Usando a fórmula de Manning para seção plena com o diâmetro isolado temos:
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8
Sendo:
Q=0,588 m3/s;
n=0,015;
S=0,0081.
D = [(0,58886. 0,015 )/ ( 0,312 . 0,00811/2)]3/8
D=0,65 m
Adotamos então o diâmetro comercial D=0,80m.
A velocidade das águas pluviais na rede AB é feita usando a equação da continuidade com o
diâmetro D=0,80m.
Q= Área . Velocidade
V=Q/Área= 0,5806/( π. 0,802/4)= 1,2 m/s
O valor de velocidade é tolerável, pois é maior que 0,60 m/s e menor que 5 m/s.
Como o comprimento da galeria AB é de 165 metros, o tempo de percurso dentro da galeria
será : L/60V = 165 / 60x1,2 = 1,7 min.
Tramo BC
Esta tubulação drena as sub-bacias de I a V, com as sub-bacias I e II através da tubulação AB
e a sub-bacia III através do tramo EB. Há, portanto três possibilidades de a água chegar ao ponto B, o
tempo de concentração será o maior destes tempos de concentração.
Primeira opção: a vazão vinda do tubo AB tem tempo de concentração de 10min acrescido de
2,4min por dentro da galeria AB, ou seja, o tempo total será de 10+1,7 = 11,7 minutos.
Segunda opção: a vazão que vem do tubo EB tem tempo de 10 minutos mais o tempo pela
galeria de 1,57 minutos, ou seja, 11,57 minutos.
Terceira opção: o tempo das sub-bacias IV e V é de 10.
Portanto, o tempo de concentração é o maior destes, ou seja, 11,7minutos, que deve ser
colocado na planilha de cálculos.
Calculemos agora ∑CA, considerando que ∑CA=1,4 para as sub-bacias I e II. Portanto, para
as demais sub-bacias III, IV e V temos:
∑CA=1,4 + 0,6 . 1,6 + 0,6 . 1,6 + 0,5 . 2,0 =4,32 que colocamos na planilha
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Consideremos a fórmula da intensidade de chuva devido a Paulo Sampaio Wilken, com Tr=
10 anos e t=tc=11,7 minutos. Vamos supor também que n=0,015 e que a declividade da tubulação BC
é 0,0064 m/m.
7365,7
I =------------------------
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva em L /s. ha;
Tr = período de retorno em anos;
t=duração da chuva em minutos.
Substituindo o valor de Tr=10 anos e t=tc= 11,7minutos teremos:
I= 396 L/s.ha
Usando a fórmula racional:
Q=CIA= 3969. ∑CA= 396 . 4,32 = 1711 litros/segundo
Usando a fórmula de Manning com o diâmetro isolado temos:
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8
sendo:
Q=1,711 m3/s;
n=0,015;
S=0,0064m/m
D = [(1,711. 0,015 )/ ( 0,312 . 0,00641/2)]3/8
D=1,03 m
Adotamos então o diâmetro comercial D=1,20m.
A velocidade das águas pluviais na rede BC é feita usando a equação da continuidade com o
diâmetro D=1,20m.
Q= Área . Velocidade
V=Q/Área= 1,711/( π . 1,202/4)= 1,61 m/s
O valor de velocidade é tolerável, pois é maior que 0,60 m/s e menor que 5 m/s.
Como o comprimento da galeria AB é de 120 metros, o tempo de percurso dentro da galeria
será : L/60V = 120 / 60x1,61 =1,24minutos.
Tramo CD:
O tramo CD captará toda as sub-bacias. Vamos examinar o maior tempo que teremos até o
ponto C.
Tempo de entrada = 10min
tAB=1,7min
tBC=1,24min
tc1= 10+1,7+1,24=12,94min
Tempo de entrada =10min
tEB= 1,57min
tBC=1,24min
tc2= 10+1,57+1,34=12,91min
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Calculemos agora ∑CA, considerando que ∑CA=4,32 para as sub-bacias I a V. Portanto, para
as demais sub-bacias VI e VII temos:
∑CA=4,32 + 0,5 . 1,8 + 0,5 . 1,8 =6,12 que colocamos na planilha
Consideremos a fórmula da intensidade de chuva devido a Paulo Sampaio Wilken, com Tr=
10 anos e t=tc=12,94 minutos. Vamos supor também que n=0,015 e que a declividade da tubulação
CD é 0,0064 m/m.
7365,7
I =------------------------
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva em L /s. ha;
Tr = período de retorno em anos;
t=duração da chuva em minutos.
Substituindo o valor de Tr=10 anos e t=tc= 12,94 minutos teremos:
I= 3801 L/s.ha
Usando a fórmula racional:
Q=CIA= 381. ∑CA= 381 . 6,12 = 2332 litros/segundo
Usando a fórmula de Manning com o diâmetro isolado temos:
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8
sendo:
Q=2.332 m3/s;
n=0,015;
S=0,0064 m/m
D = [(2,332. 0,015 )/ ( 0,312 . 0,00641/2)]3/8
D=1,13 m
Adotamos então o diâmetro comercial D=1,20m.
A velocidade das águas pluviais na rede CD é feita usando a equação da continuidade com o
diâmetro D=1,20m.
Q= Área . Velocidade
V=Q/Área= 1,86635/( π . 1,202/4)= 1,65 m/s
O valor de velocidade é tolerável, pois é maior que 0,60 m/s e menor que 5 m/s.
Como o comprimento da galeria CD é de 135m, o tempo de percurso dentro da galeria será:
L/V = 135 / 60x1,65 =1,36min.
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1
0,9 Zona de alto
Altura do nivel de água (m)
0,8 risco
0,7 Zona de risco
médio
0,6
0,5
0,4
0,3 Zona de baixo
risco
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
velocidade da água (m/s)
Figura 5.35 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo os carros.
Na Figura (5.38) a velocidade das águas em 4m/s e altura de 1,20m colocará a casa em zona de
alto risco.
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2
1,8
Altura do nivel de água (m)
Figura 5.36 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo as casas.
Na Figura (5.39), uma velocidade das águas de 2m/s, que é comum, e altura de 0,50m colocará
uma pessoa adulta em zona de alto risco, podendo a mesma ser facilmente levada pela correnteza.
1,6
1,4
1,2
Altura da água (m)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Velodidade da água (m/s)
Figura 5.37 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo pessoas adultas.
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O risco de um pedestre ser levado pela água é dado pelo produto da velocidade V em (m/s)
pela profundidade y em (m) e está limitado a 0,5 m2/s.
y . V ≤ 0,5m2/s
O risco de um pedestre escorregar com a água é dado pelo produto da profundidade (m) y
pela velocidade V2 e não deverá ser maior que 1,23 m3/s2
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Exemplo 5.32
Calcular a flecha de uma rua com 10m de largura.
Conforme PMSP a rua ter largura de caixa B=5 ou 6m e passeio de 1,5m e 2,00.
Consideramos passeio de 2,0m teremos: 10m – 2 x 2,00m= 6,00m
Como a guia tem 0,15m a largura L para determinar a flecha será:
L= 0,15 + 0,15 + 6,00= 6,30m
Adotando Sx= 2%
f= (L x 100 x 4 x Sx)/ 600
f= (6,30 x 1000 x 4 x 2)/ 600=8,4cm
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Exemplo 5.33
Calcular o tempo de trânsito para escoamento superficial com rugosidade n=0,016, intensidade de
chuva maior que >30mm/h e declividade 0,03m/m.
tc= 1,4 (n L/ S0,5) 0,6
tc= 1,4 (0,016x 200/ 0,030,5) 0,6 = 8,06min
Exemplo 5.34
Usando O IP-03 da PMSP temos a flecha e o IP-02 classifica a largura da caixa (B) (leito carroçável)
que varia de 4m a 13m.
Com os dados da PMSP e limitando a altura na sarjeta de 0,13m fizemos as Tabelas (5.34) onde
obtemos as vazões e velocidades para declividades de ruas variando de 0,5% a 15% que é o máximo
admitido nas ruas. Segundo a PMSP acima de 15% é aconselhado se construir escadas.
5.32 Entrada de ar
Segundo Santa Clara County, 2007 quando a velocidade da água for maior que 4,2m/s
teremos a entrada de ar aumentando a profundidade do escoamento. O aumento da altura de
escoamento é diretamente proporcional ao aumento do volume de água causada pela entrada de ar.
Ao= 10 x [ 0,2 V2/ (g.R) -1] 0,5
Sendo:
Ao= aumento da área de escoamento devido a entrada do ar (%)
V= velocidade média (m/s)
g= aceleração da gravidade=9,81m/s2
R=raio hidráulico sem a entrada de ar (m)
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5.36 Aquaplanagem
Quando cai a chuva em uma rua ou estrada, fica acumulada uma certa profundidade de água
sobre a superfície devido ao runoff das águas pluviais. Um veiculo encontrando a água na estrada
pode sofrer o fenômeno da aquaplanagem, pois os pneus podem deslizar sobre a água causando
acidentes.
A aquaplanagem conforme Texas, 2004 é função da intensidade da chuva, da profundidade da
água, da pressão nos pneus, da rugosidade da pista e da velocidade do veiculo.
A declividade mínima transversal de uma estrada recomendada para que não haja o potencial
de criar aquaplanagem é de 2%. Como guia, a quantidade de 5mm de água tem o potencial de causar
aquaplanagem.
Existem várias equações empírica baseadas em estudos do FWHA que fornecem a velocidade
do veiculo para que ocorra a aquaplanagem.
V=0,9143 x SD 0,04 x P 0,3 x (TD + 0,794) 0,06 x A
Sendo:
V= velocidade do veiculo em km/h que causa a aquaplanagem. Limite máximo de 90 km/h)
SD= 100 x (Wd – Ww) / Wd Quando SD=10% é um indicador de aquaplanagem
Wd= velocidade de rotação da roda do veículo numa superfície seca
Ww= velocidade de rotação da roda do veículo numa superfície de pavimento inundada.
.
P= pressão nos pneus (psi). Geralmente 24 psi
TD= profundidade das tiras nos pneus (mm). Use 5mm para projetos.
A= tomar o maior dos dois valores abaixo:
A= 12,639/WD 0,060 + 3,50
A= (( 22,351 /WD 0,06) -4,97) x TXD 0,14
WD= profundidade da água (mm)
Conclusões:
• A declividade transversal mínima da estrada deve ser de 2%
• A textura do pavimento deve ser aumentada, entretanto não existe ainda nenhuma
recomendação técnica mais especifica a respeito.
• Reduza as áreas de empoçamentos de água, interceptando a água nas bocas de lobo
• A velocidade do veiculo deve ser reduzida em condições úmidas
• Coloque avisos na estrada para diminuição da velocidade do veículo em caso de
chuvas.
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Para o dimensionamento adotou-se como d/D máximo de 0,80 e velocidade entre 1m/s a 5m/s. A
declividade mínima adotado foi de 0,002m/m.
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Exemplo 5.35
Dada a vazão de 0,300m3/s, n=0,015 (concreto), S=0,005m/m. Calcular o diâmetro da tubulação para
d/D=0,80.
Conforme da Tabela (5.34) de Metcalf & Eddy para d/D=0,80 achamos K´=0,305;
Q= (K´ /n) D 8/3 . S ½
D= [(Q.n) / (K´. S ½ ) ] 3/8
D= [( 0,30 x 0,015) / (0,305x 0,005 ½ ) ] 0,375
D=0,56m. Adoto D=0,60m OK
Para calcular a velocidade devemos entrar na Figura (5.41) com d/D=0,80 na ordenada e
achamos a área molhada na abcissa 0,86.
Equação da continuidade Q= A x V
V= Q/A=0,30/0,2432=1,23 m/s > 0,60m/s OK e menor que 5m/s OK
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Variando-se a velocidade e altura y podemos construir a Figura (26.3) onde nota-se um ponto
de energia específica mínima Ec e duas curvas, uma a direita e outra a esquerda. A curva da direita
mostra o movimento rápido e a da esquerda mostra o movimento lento.
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A(A/b)0,5 = Q /g 0,5
Lencastre, 1983 apresenta a Figura (26.4) para canais circulares onde podemos facilmente
calcular a altura critica yc.
Exemplo 5.36
Calcular a altura crítica para uma tubulação circular com diâmetro de D=0,15m e vazão de
Q=0,007m3/s.
(1/D5/2) x Q / g 0,5=(1/0,152,5) x 0,007 / 9,81 0,5= 0,26
Entrando na Figura (26.4) com 0,26 na abscissa achamos y/D=0,51
yc=0,51 x 0,15=0,077m
Portanto, a altura crítica será de yc=0,077m.
Exemplo 5.37
Calcular a altura crítica para uma tubulação circular com diâmetro de D=0,15m e vazão de
Q=0,010m3/s.
(1/D5/2) x Q / g 0,5=(1/0,152,5) x 0,010 / 9,81 0,5= 0,37
Entrando na Figura (26.4) com 0,37 na abscissa achamos y/D=0,62
yc=0,62 x 0,15=0,093m
Portanto, a altura crítica será de yc=0,093m.
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I c = Q2 n2/ A2Rc4/3
Ic = gA3 n2/ bA2Rc4/3
Ic = gA n2/ bRc4/3
Ou podemos escrever:
Ic = g(A/b) n2/ Rc4/3
O valor A/b é igual a altura media do regime critico, ou seja, A/b=yc
Ic = g .yc . n2/ Rc4/3
Exemplo 5.38
Calcular a declividade critica de um tubo de seção circular com n=0,0103 (rugosidade de Manning e
vazão Q=0,010m3/s
Facilmente achamos yc=0,093m já calculado no exemplo anterior.
θ = 2 cos-1 ( 1 – 2 (y/D))
θ = 2 cos-1 ( 1 – 2 x0,093/0,15)
θ = 2 cos-1 ( 0,24)
θ = 2 x 1,81 rad= 3,62rad
R= (D/4) (1-(seno θ)/ θ)
R= (0,15/4) (1-(seno 3,62)/ 3,62)=0,042m
Ic = g .yc . n2/ Rc4/3
Ic = 9,81 x0,093 x 0,0102/ 0,0424/3 =0,00618m/m
Portanto, a declividade crítica é Ic=0,00618m/m
Velocidade critica
A= D2 ( θ – seno θ)/8
A= 0,152 ( 3,62 – sen3,62)8=0,01147m2
V=Q/A= 0,010/0,01147=0,87m/s
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A fórmula de Manning pode ser usada tanto em conduto livre como em conduto forçado. Na
prática quando temos condutos forçados não usamos Manning e sim a formula de Hazen-Willians.
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L V2
hf= f . ----- . ----- (4)
D 2.g
Sendo:
hf= perda de carga localizada (m)
L= comprimento em metros;
D= diâmetros em metros;
V= velocidade em metro/segundo;
g= aceleração da gravidade 9,8 m/s2;
f= coeficiente de atrito(adimensional)
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Escoamento laminar
O escoamento é laminar quando o número de Reynolds for menor que 2100 conforme Jeppson, 1973.
Re < 2100
Então achamos o valor de f através da equação:
f = 64/ Re
Entre número de Reynolds de 2100 a 4000 temos um regime de transição. Na prática usamos
a fórmula de Colebrook-White para numero de Reynolds maior que 4000 como também para número
de Reynolds acima de 2100.
A fórmula de Colebrook-White pode ser apresentar de duas maneiras:
1/f0,5= 2 log10 K/(D. 3,7) + 2,52 / Re x f0,5]= 1,14 – 2 log 10(K/D + 9,35/Re f0,5)
Sendo:
f= coeficiente de atrito (número adimensional);
K= rugosidade uniforme equivalente em metros;
D= diâmetro em metros;
Re= número de Reynolds (adimensional) e
ln= logaritmo neperiano.
O importante da fórmula de Swammee e Jain é que é direta sem necessidade de iteração. O
erro de precisão da fórmula é de 1% (um por cento)
A fórmula vale nos seguintes limites:
0,000001 ≤ K/D ≤ 0,02
5.000 ≤ R ≤ 100.000.000
A rugosidade uniforme equivalente tem a letra K .
A rugosidade relativa é K / D.
Em redes de distribuição temos elevado número de perdas singulares de difícil avaliação,
sendo em geral não consideradas. Estas perdas estão nas conexões, válvulas, registros, falta de
alinhamento preciso, presença de defeitos nas juntas, etc. Por isso na França a Dupont recomenda
para tubos de ferro fundido em redes de distribuição de água a usar K=0,001 m e quando houver
formação de possíveis depósitos a adotar K=0,002 m.
Victor Streeter cita na Tabela (1.10) valores de K comuns:
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Alumínio 0,000004
Fibrocimento 0,0001
Manilha cerâmica 0,0003
Latão, cobre 0,000007
Plásticos 0,00006
Rocha (galeria) não revestida 0,35
Diagrama de Moody
Todos se lembram do diagrama de Moody na Figura (1.6) que é usado para achar o valor do
coeficiente de atrito f da fórmula de Darcy-Weisbach entrando com a relação K/D e o número de
Reynolds.
Uma das aplicações do diagrama de Moody é estimar o valor de f quando não se tem o
número de Reynolds. Então entra-se no gráfico com o valor a direita com o valor K/D, por exemplo,
K/D= 0,002 e achamos no lado esquerdo o valor de f=0,024.
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O ângulo central θ (em radianos) do setor circular, pode ser obtido pela seguinte expressão
conforme Chaudhry,1993 p.95:
θ = 2 arc cos ( 1 – 2y /D)
ou
θ = 2 cos-1 ( 1 – 2 (y/D))
Sendo:
θ = ângulo central em radianos (rad)
y= altura da lâmina de água (m)
D= diâmetro da tubulação (m)
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Como se pode ver na equação acima está na formula implícita, sendo impossível de se separar
o ângulo central θ. Usam-se para isto alguns métodos de cálculo:
• Método de tentativa e erros,
• Método da bissecção,
• Método de Newton-Raphson e
• Método das Aproximações Sucessivas.
Exemplo 5.39
Seja um tubo de PVC com n=0,010, declividade I=0,007m/m e vazão de 0,0013m3/s.
Calcular a altura y, corda, raio hidráulico e número de Froude
θ= seno θ + 2 2,6 (n Q/I 1/2) 0,6 D-1,6 θ 0,4
θ= seno θ + 2 2,6 (0,010x0,013/0,007 1/2) 0,6 0,15-1,6 θ 0,4
θ= seno θ +2,6 . θ 0,4
Arbitramos um valor qualquer do ângulo central em radianos: 3,8rad
X= seno θ +2,6θ 0,4
X= seno (3,8) +2,6x 3,8 0,4
X= - 0,61 +4,43= 3,82
Adotamos θ= 3,82
Adoto 3,82rad
R= (D/4) (1-(seno θ)/ θ)
R= (0,15/4) (1-(seno 3,82rad)/ 3,82)=0,044m
b= D sen (θ/2)
b= 0,15 sen (3,82rad/2)=0,14m
Área molhada
A= D2 ( θ – seno θ)/8
A= 0,152 ( 3,82 – seno 3,82)/8 =0,011m2
Equação da continuidade: Q= A x V
V= Q/A= 0,013m3/s / 0,011m2= 1,18m/s
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Número de Froude
F= v / (g x y )0,5
F= 1,18 / (9,81 x 0,10 )0,5
F=1,19 > 1 Portanto, regime de escoamento rápido ou supercrítico
Segundo Rolim Mendonça et al, 1987 a velocidade crítica Vc e a declividade crítica Ic são:
yc/D= (1/2) x (1 – cos θc/2)
1 – cos θoc - (4/3) (Qc2/g) 1/3 x D -5/3 x (sen (θoc/2) -2/3 cos (θoc/2)
A NBR 9649/86 de rede coletora de esgoto sanitário diz que quando a velocidade final vf for
superior a velocidade critica vc, a maior lâmina admissível deve ser menor ou igual a 50% do
diâmetro do coletor, assegurando-se a ventilação do trecho sendo a velocidade critica definida por:
Vc= 6 x (g x R) ½
Sendo:
Vc= velocidade crítica (m/s)
g= 9,81m/s2 (aceleração da gravidade)
R= raio hidráulico (m)
Azevedo Neto, 1998 justifica a equação da velocidade crítica da norma usando as pesquisas de
Volkart, 1980 em que o número de Boussinesq é igual a 6 quando se inicia a mistura de ar e água.
B= vc (g R) -0,5
Sendo:
B= número de Boussinesq
g= aceleração da gravidade m/s2
R= raio hidráulico (m)
Quando se inicia a mistura do ar com a água o numero de Boussinesq é igual a 6 e portanto
B=6
B= vc (g R) -0,5
6= vc (g R) -0,5
Tirando-se o valor da velocidade critica Vc temos:
Vc= 6 x (g x Rc) ½
Azevedo Neto, 1998 recomenda a verificação da velocidade crítica vc em relação a
velocidade final do plano vf e m todos os trechos da canalização.
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Nota: cuidado, o raio hidráulico é do ângulo central crítico Rc= (D/4) (1-(seno θc)/ θc)
Conforme Crespo, 1997 o raio hidráulico R para o cálculo da velocidade crítica pode ser
consultada a Figura (26.5).
R= Khidr x h/D
Com os valores h/D achamos na Figura (26.5) o coeficiente Khidr.
Exemplo 5.40
Calcular a velocidade critica conforme a NBR 9649/86 sendo h/D= 0,50
Entrando na Figura (5.46) com h/D=0,50 achamos Khidr=0,50
R= Khidr x h/D
R= 0,50 x 0,50=0,25
Vc= 6 x (g x R) ½
Vc= 6 x (9,81 x 0,25) ½ = 9,49m/s
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Figura 5.44- Coeficientes para o calculo do raio hidráulico para a velocidade critica da NBR 9649/86.
Fonte: Crespo, 1997
Exemplo 5.41
Calcular o ângulo central crítico e a velocidade crítica para vazão de 0,010m3/s, diâmetro D=0,15m
tubo de PVC n=0,010.
θc= sen θc + 8 ( Q2/g) 1/3 [sen(θc/2)] 1/3 x D -5/3
θc= sen θc + 8 ( 0,0102/9,81) 0,33 [sen(θc/2)] 0,33 x 0,15 -1,67
θc= sen θc +4,29 [sen(θc/2)] 0,33
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4 3,40
3,40 4,02
4,02 3,38
3,38 4,04
4,04 3,36
3,36 4,07
4,07 3,34
3,34 4,09
4,09 3,32
3,32 4,11
4,11 3,30
3,30 4,13
4,13 3,28
y/D= 0,63
R= (D/4) ( 1 – sen θ/ θ )
R= (0,15/4) [ 1 – (sen 3,67)/ 3,67 ] =0,043m
Declividade crítica
Ic= =[n2 x g/ (sen(θc/2))] x [θc4/ (2,0 D (θc – sen θc))] (1/3)
Ic= =[0,0102 x 9,81/ (sen(3,67/2] x [3,674/ (2,0x0,15(3,67-sen 3,67] (1/3)
Ic= =[0,00101 x 5,17] 1/3
Ic=0,0052m/m
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]
Figura 5.50- Escoamento em canais rasos
Fonte: McCuen, 1998
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Tabela 5.35- Diâmetros da seção y/D=0,80 em função da vazão (m3/s) e da declividade (m/m)
conforme Metcalf&Eddy sendo n=0,015 para tubos de concreto
Declividade (m/m)
Q (m3/s)
0,003 0,005 0,01 0,015 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,1
0,10 0,41 0,37 0,32 0,30 0,28 0,26 0,25 0,24 0,23 0,22 0,21
0,20 0,53 0,48 0,42 0,39 0,37 0,34 0,32 0,31 0,30 0,29 0,27
0,30 0,61 0,56 0,49 0,45 0,43 0,40 0,38 0,36 0,35 0,34 0,32
0,40 0,68 0,62 0,54 0,50 0,48 0,44 0,42 0,40 0,39 0,38 0,35
0,50 0,74 0,67 0,59 0,55 0,52 0,48 0,46 0,44 0,42 0,41 0,38
0,60 0,79 0,72 0,63 0,59 0,56 0,51 0,49 0,47 0,45 0,44 0,41
0,70 0,84 0,76 0,67 0,62 0,59 0,55 0,52 0,50 0,48 0,47 0,44
0,80 0,88 0,80 0,70 0,65 0,62 0,57 0,54 0,52 0,50 0,49 0,46
0,90 0,92 0,84 0,74 0,68 0,65 0,60 0,57 0,54 0,53 0,51 0,48
1,00 0,96 0,87 0,77 0,71 0,67 0,62 0,59 0,57 0,55 0,53 0,50
1,10 1,00 0,90 0,79 0,74 0,70 0,65 0,61 0,59 0,57 0,55 0,52
1,20 1,03 0,93 0,82 0,76 0,72 0,67 0,63 0,61 0,59 0,57 0,53
1,30 1,06 0,96 0,85 0,78 0,74 0,69 0,65 0,63 0,60 0,59 0,55
1,40 1,09 0,99 0,87 0,81 0,76 0,71 0,67 0,64 0,62 0,60 0,56
1,50 1,12 1,02 0,89 0,83 0,78 0,73 0,69 0,66 0,64 0,62 0,58
1,60 1,15 1,04 0,91 0,85 0,80 0,74 0,70 0,68 0,65 0,63 0,59
1,70 1,17 1,06 0,94 0,87 0,82 0,76 0,72 0,69 0,67 0,65 0,61
1,80 1,20 1,09 0,96 0,89 0,84 0,78 0,74 0,71 0,68 0,66 0,62
1,90 1,22 1,11 0,97 0,90 0,86 0,79 0,75 0,72 0,70 0,68 0,63
2,00 1,25 1,13 0,99 0,92 0,87 0,81 0,77 0,73 0,71 0,69 0,65
2,10 1,27 1,15 1,01 0,94 0,89 0,82 0,78 0,75 0,72 0,70 0,66
Exemplo 5.42
Para declividade de 0,005m/m (0,5%) e vazão de 1m3/s achar o diâmetro da seção a y/D=0,80.
Consultando a Tabela (5.35) achamos D=0,87m e adotamos o diâmetro mais próximo D=0,90m
ou D=1,00m.
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Declividade (m/m)
D 0,003 0,005 0,01 0,015 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,1
0,30 0,65 0,84 1,19 1,45 1,68 2,05 2,37 2,65 2,90 3,14 3,75
0,40 0,79 1,02 1,44 1,76 2,03 2,49 2,87 3,21 3,52 3,80 4,54
0,50 0,91 1,18 1,67 2,04 2,36 2,89 3,33 3,73 4,08 4,41 5,27
0,60 1,03 1,33 1,88 2,30 2,66 3,26 3,76 4,21 4,61 4,98 5,95
0,70 1,14 1,47 2,09 2,55 2,95 3,61 4,17 4,66 5,11 5,52 6,60
0,80 1,25 1,61 2,28 2,79 3,22 3,95 4,56 5,10 5,58 6,03 7,21
0,90 1,35 1,74 2,47 3,02 3,49 4,27 4,93 5,51 6,04 6,52 7,80
1,00 1,45 1,87 2,65 3,24 3,74 4,58 5,29 5,92 6,48 7,00 8,37
1,10 1,54 1,99 2,82 3,45 3,99 4,88 5,64 6,30 6,91 7,46 8,91
1,20 1,64 2,11 2,99 3,66 4,22 5,17 5,97 6,68 7,32 7,90 9,45
1,30 1,73 2,23 3,15 3,86 4,46 5,46 6,30 7,05 7,72 8,34 9,96
1,40 1,81 2,34 3,31 4,05 4,68 5,73 6,62 7,40 8,11 8,76 10,47
1,50 1,90 2,45 3,47 4,25 4,90 6,00 6,93 7,75 8,49 9,17 10,96
1,60 1,98 2,56 3,62 4,43 5,12 6,27 7,24 8,09 8,86 9,57 11,44
1,70 2,06 2,66 3,77 4,62 5,33 6,53 7,54 8,43 9,23 9,97 11,92
1,80 2,14 2,77 3,91 4,79 5,54 6,78 7,83 8,75 9,59 10,36 12,38
1,90 2,22 2,87 4,06 4,97 5,74 7,03 8,12 9,07 9,94 10,74 12,83
2,00 2,30 2,97 4,20 5,14 5,94 7,27 8,40 9,39 10,29 11,11 13,28
Exemplo 5.43
Achar a velocidade para declividade de 0,005m/m (0,5%) e diâmetro D=1,00 para seção a y/D=0,80.
Consultando a Tabela (5.36) achamos D=1,00m e achamos V=1,87m/s
5-100
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Tabela 5.37- Vazão Q (m3/s) para y/D=0,80 em função do diâmetro (m) e da declividade (m/m)
conforme Metcalf&Eddy. Q= (K´/n) D8/3 . S 0,5 , sendo n=0,015 para tubos de concreto e
K´=0,305.
Declividade (m/m)
D 0,003 0,005 0,01 0,015 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,10
0,30 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,26
0,40 0,10 0,12 0,18 0,22 0,25 0,31 0,35 0,39 0,43 0,47 0,56
0,50 0,18 0,23 0,32 0,39 0,45 0,55 0,64 0,72 0,78 0,85 1,01
0,60 0,29 0,37 0,52 0,64 0,74 0,90 1,04 1,16 1,28 1,38 1,65
0,70 0,43 0,56 0,79 0,96 1,11 1,36 1,57 1,76 1,92 2,08 2,48
0,80 0,61 0,79 1,12 1,37 1,59 1,94 2,24 2,51 2,75 2,97 3,55
0,90 0,84 1,09 1,54 1,88 2,17 2,66 3,07 3,43 3,76 4,06 4,85
1,00 1,11 1,44 2,03 2,49 2,88 3,52 4,07 4,55 4,98 5,38 6,43
1,10 1,44 1,85 2,62 3,21 3,71 4,54 5,24 5,86 6,42 6,94 8,29
1,20 1,81 2,34 3,31 4,05 4,68 5,73 6,61 7,39 8,10 8,75 10,46
1,30 2,24 2,89 4,09 5,01 5,79 7,09 8,19 9,15 10,03 10,83 12,94
1,40 2,73 3,53 4,99 6,11 7,05 8,64 9,98 11,15 12,22 13,20 15,77
1,50 3,28 4,24 5,99 7,34 8,48 10,38 11,99 13,41 14,68 15,86 18,96
1,60 3,90 5,04 7,12 8,72 10,07 12,33 14,24 15,92 17,44 18,84 22,52
1,70 4,58 5,92 8,37 10,25 11,84 14,50 16,74 18,72 20,50 22,15 26,47
1,80 5,34 6,89 9,75 11,94 13,79 16,88 19,50 21,80 23,88 25,79 30,83
1,90 6,17 7,96 11,26 13,79 15,92 19,50 22,52 25,18 27,58 29,79 35,61
2,00 7,07 9,13 12,91 15,81 18,26 22,36 25,82 28,87 31,63 34,16 40,83
Exemplo 5.44
Achar a vazão Q (m3/s) para declividade de 0,005m/m (0,5%) e diâmetro D=1,00 para seção a
y/D=0,80.
Consultando a Tabela (5.37) achamos Q=1,44m3/s
5-101
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Capítulo 5-Microdrenagem
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2. Tempo de concentração
Existem várias equações para o tempo de concentração. Não esquecer do tempo de
entrada de 10min ou 5min para região mais concentração.
3. Período de retorno
O período de retorno que deve ser admitido é Tr=25anos, mas dependendo da cidade ou
do local pode-se adotar outros períodos de retorno.
4. Método Racional
O método Racional é usado para áreas até 3km2 e usado em todo o mundo para o
dimensionamento de galerias de águas pluviais devido a facilidade de cálculos.
5. Colocação de PV
Com a planta do loteamento colocam-se PV nas esquinas, nas mudanças de níveis de
maneira que a distância máxima entre eles seja de 40m.
Da mesma maneira se colocam bocas de lobo de no máximo em 60m de espaçamento
uma da outra.
8. Dimensionamento do tubo
As tubulações deverão ser calculadas com máximo y/D=0,80 com velocidades mínima de
0,60m/s e máxima de 5 m/s. O número de Froude não é importante neste caso.
5-102
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14. O projeto deverá ser refeito se o custo for muito alto ou se a solução técnica não for
satisfatória.
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5-104
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5-105
Vazão (m3/s) na sarjeta em função da declividade da rua
B (m) y T Sx=y/T 0,005 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15
4 5,7 2,0 0,029 0,028 0,040 0,056 0,069 0,079 0,089 0,097 0,105 0,112 0,119 0,125 0,132 0,137 0,143 0,148 0,154
5 7,1 2,5 0,028 0,050 0,070 0,099 0,122 0,141 0,157 0,172 0,186 0,199 0,211 0,222 0,233 0,244 0,254 0,263 0,272
6 8,4 3,0 0,028 0,080 0,113 0,159 0,195 0,225 0,252 0,276 0,298 0,319 0,338 0,356 0,374 0,390 0,406 0,422 0,436
7 9,7 3,5 0,028 0,119 0,168 0,238 0,291 0,336 0,376 0,412 0,445 0,475 0,504 0,532 0,557 0,582 0,606 0,629 0,651
8 11,1 4,0 0,028 0,168 0,238 0,337 0,412 0,476 0,532 0,583 0,630 0,673 0,714 0,753 0,789 0,825 0,858 0,891 0,922
9 12,4 4,5 0,028 0,229 0,324 0,458 0,561 0,648 0,724 0,793 0,857 0,916 0,971 1,024 1,074 1,122 1,168 1,212 1,254
10 13,0 4,7 0,027 0,261 0,369 0,521 0,638 0,737 0,824 0,903 0,975 1,042 1,106 1,165 1,222 1,277 1,329 1,379 1,427
11 13,0 4,7 0,027 0,261 0,370 0,523 0,640 0,739 0,826 0,905 0,978 1,045 1,109 1,169 1,226 1,280 1,332 1,383 1,431
12 13,0 4,8 0,027 0,262 0,370 0,524 0,641 0,741 0,828 0,907 0,980 1,047 1,111 1,171 1,228 1,283 1,335 1,386 1,434
13 13,0 4,8 0,027 0,262 0,371 0,525 0,643 0,742 0,830 0,909 0,982 1,049 1,113 1,173 1,231 1,285 1,338 1,388 1,437
Tabela (5.54) Vazão de um lado da sarjeta e velocidade na sarjeta em função da declividade da rua variando de 0,5% a 15%
padrão PMSP com leito carroçável variando de 4m a 13m, declividade transversal de 2%, com y até 13cm e corda livre de
água de 2,0m a 4,8m.
6.1 Introdução
As enchentes causam um grande problema em áreas urbanas conforme se pode
ver na Figura (6.1). As obras de boca de lobo e galerias são chamadas de obras de
microdrenagem.
Figura 6.3- Corte transversal de uma rua com a seção original e a seção
equivalente
6-1
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Mais tarde houve uma evolução, pois os prejuízos causados por um período de
retorno muito pequeno adotado em microdrenagem podem causar falhas graves como
prejuízo materiais e humanos.
Fora isto, entrou outra variável nova, que são as mudanças climáticas. Na
Inglaterra os estudos das mudanças climáticas já concluíram que o período de retorno
deve ser no mínimo Tr=30anos e as cidades em foram feitos estudos para Tr menores
que 30anos, devem rever seus estudos procurando fazer reservatórios de detenção e
outras alternativas para mitigar os prejuízos das enchentes que já estão começando a
acontecer.
6-2
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Figura 6.5 – Uma parte das águas vai para a galeria e outra corre por cima da
rua, isto é, a vazão excedente.
Fonte: CIRIA, 2006
6-3
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Exemplo 6.1
Em uma rua foi admitida 0,30m de nível de água de enchente com velocidade de
2,75m/s. Qual o risco de um pedestre ser levado pela enxurrada.
V= 2,75m/s
Y= 0,30m
Y x V= 0,30 x 2,75=0,83m2/s Como o produto Y x V é maior que 0,50
2
m /s então haverá risco de o pedestre ser levado pela enxurrada.
Exemplo 6.2-
Em uma rua foi admitida 0,30m de nível de água de enchente com velocidade de
2,75m/s. Qual o risco de um pedestre escorregar na enxurrada.
V= 2,75m/s
Y= 0,30m
Y x V2= 0,30 x 2,752=2,27m3/s2
Como o produto Y x V2 é maior que 1,23 m3/s2 então haverá risco de o pedestre
escorregar com a enxurrada.
6-4
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6.5 Probabilidades
As probabilidades segundo CIRIA, 2006 pode ser obtida pela Tabela (6.2):
6.6 Consequências
As consequências de uma inundação conforme Ciria, 2006 pode ser:
¾ Danos a propriedade
¾ Danos devido a profundidade (y)
¾ Danos devidos a profundidade (y) e a velocidade (v)
¾ Danos em hospitais, quarteis militares, etc
6-5
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Tabela 6.4- Danos de acordo com o tipo de propriedade e a altura do nivel de água
6-7
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6. 11 Cálculo do risco
6-8
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6.13 Manning
A fórmula de Manning para qualquer seção de canal ou tubulação é a seguinte:
V= (1/n) . R 2/3 . S ½
Sendo:
V= velocidade média na seção (m/s);
n= coeficiente de Manning tem as dimensões TL –1/3;
R= raio hidráulico (m). O raio hidráulico é o quociente entre a área molhada e o
perímetro molhado;
S= declividade (m/m). A inicial “S” vem da palavra inglesa Slope.
6-9
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Figura 6.9- Mostra o nivel da água em enchentes supondo seçao trapezoidal com
revestimento laterais
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Figura 6.10- Mostra o nivel da água em enchentes supondo seçao trapezoidal com
revestimento total
Figura 6.11- Mostra o nivel da água em enchentes supondo seçao trapezoidal com
revestimento parcial lateral.
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Capítulo 7- Bueiros
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Capítulo 7
Bueiros
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
7.1 Introdução
7.2 Método semi-empírico do Federal Highway Administration (FHWA)
7.3 Seção de controle na entrada
7.4 Seção de controle na saída
7.5 Velocidade nos bueirios:depende se a secção de controle está na entrada ou na
saída
7.6 Pré-dimensionamento de um bueiro
7.7 Secção circular
7.8 Profundidade normal da seção trapezoidal ou seção retangular
7.9 Aduelas de concreto
7.10 Tubos de aço galvanizado
7.11 Tubos de PVC tipo Rib Loc
7.12 Routing do reservatório de detenção
7.13 Curva de performance
7.14 Dimensionamento de bueiro circular parcialmente cheiio
7.15 Altura crítica
7.16 Equações semi-empiricas para estimativa da altura crítica
7.17 Número de Froude
7.18 Erosão
7.19 Elementos estruturais
7.20 Protetores de velocidade
7.21 Bueiros múltiplos
7.22 Controle de detritos
45páginas
7-2
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Capítulo 7- Bueiros
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Capítulo 7-Bueiros
7.1 Introdução
Bueiros são condutos curtos usados em travessias de estradas e rodovias. Alguns
especialistas consideram que o bueiro tem largura menor que 6m e quando for maior trata-se
de uma ponte. Na verdade não existe definição muito precisa, pois existem bueiros duplos e
triplos com grandes larguras.
A análise teórica exata do escoamento de um bueiro é extremamente complexa,
conforme p.23 do livro Hydraulic Design of Highway Culverts de setembro de 2001
publicado pelo Federal Highway Administration (FHWA).
Os bueiros e pontes podem ser descritos em termos econômicos, hidráulicos, aspectos
estruturais e manutenção.
Os custos de um bueiro são menores que uma ponte. Quanto aos cálculos hidráulicos
são praticamente os mesmos. Na parte dos aspectos estruturais as pontes fazem parte da
estrutura da estrada e devem ser consideradas as cargas de veículos. Quanto a manutenção, os
bueiros necessitam de mais cuidados do que as pontes (Larry W. Mays e I. Kaan Tuncok
Capítulo 15 do livro Hydraulic Design Handbook, 1999).
Mays, 1999 enfatiza três parâmetros importantes em bueiros: carga do bueiro na
entrada H, velocidade da água no mesmo e altura do nível da água na saída do bueiro
(tailwater).
A análise de um bueiro embora pareça simples, é complicada. As equações que regem
os cálculos podem variar conforme o bueiro esteja submerso ou não ou conforme a saída do
bueiro esteja submerso ou não.
Existem numerosas pesquisas feitas nos Estados Unidos com inúmeros gráficos e
nomogramas para o dimensionamento de bueiros, levando-se em conta o comprimento,
rugosidade, perdas de cargas distribuídas, perdas de cargas singulares e carga do bueiro.
A seção de um bueiro pode ser circular, retangular ou elíptica.
Os bueiros podem ser feitos de diversos materiais, sendo mais comum o concreto armado,
chapas de aço galvanizado, tubos de ferro fundido e tubos de plásticos de grandes diâmetros.
Na Figura (7.1) temos os varios tipos de entrada e saída de bueiros. Podemos ver bueiros
com entrada e saída projetantes; bueros com muros de ala e testa; bueiros que acompanham a
saia do aterro e bueiros pré-moldados.
7-3
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Figura 7.1 Quatro tipo de entrada de bueiros, p. 651, Water Resources Engineering,
Mays
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Bueiro submerso
A equação do orifício (submerso) adaptado para as unidades do Sistema Internacional
(SI) é a seguinte:
(HWi /D) = c . ( 1,811 . Q/ A . D 0,5 ) 2 + Y + Z para (Q/ A D 0,5) ≥ 2,21 (Equação 7.1)
Sendo:
HWi = carga na entrada acima da geratriz inferior na entrada do bueiro(m)
D= altura do bueiro (m)
c= coeficiente fornecido pela Tabela (7.1)
Y= valor fornecido pela Tabela (7.1)
S= declividade do bueiro (m/m)
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Z= termo para a declividade do bueiro sendo Z= 0,7 . S, para entrada acompanhando a saia do
aterro e Z= -0,5. S em outros casos
Q= vazão de pico da bacia hidrológica (m3/s)
A= área da seção transversal do bueiro (m2)
.
Bueiro não submerso
Quando o bueiro não está submerso, funciona como um vertedor e neste podem ser
aplicadas uma das duas equações:
Equação denominada no original de (Form1):
(HWi /D) = (Hc/ D) + K . ( 1,811 . Q/ A . D 0,5 ) M + Z para (Q/ A D 0,5) ≤ 1,93 (Eq. 7.2)
Sendo Hc a carga crítica fornecido por Hc= dc + Vc2 / 2g, onde dc é a profundidade crítica em
metros e Vc é a velocidade crítica (m/s) e K e M são constantes da Tabela (7.1).
A Tabela (7.1) é a tradução da última publicação do FHWA publicada em setembro de
2001 conforme já foi mencionado. Existem 124 nomogramas que facilitam o entendimento
das equações apresentadas.
Uma equação simplificada e fácil de ser aplicada e que pode ser usada em alguns casos
é aquação denominado no original do FHWA de (Form 2):
(HWi /D) = K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M para (Q/ A D 0,5) ≤ 1,93 (Equação 7.3)
É importante observar que os nomogramas do FHWA de setembro de 2001 usam
somente a Form 2, não havendo nomograma para a Form 1.
A equação denominado de Form 2 é simplificada e mais fácil de calcular, sendo por
isto, muitas vezes usada.
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43 Elipse Entrada em ranhura com muros de ala e de testa 0,0018 2,500 0,0292 0,740
44 Concreto Entrada projetante com ranhuras ou encaixe 0,0045 2,000 0,0317 0,690
45
46 Vertical Entrada em ângulo reto com muros de ala de testa 0,0100 2,000 0,0398 0,670
47 Elipse Entrada em ranhura com muros de ala e de testa 0,0018 2,500 0,0292 0,740
48 Concreto Entrada projetante com ranhuras ou encaixe 0,0095 2,000 0,0317 0,690
49
50 Tubo em arco Entrada com muro de testa de 90º 0,0083 2,000 0,0379 0,690
51 Raio do teto com 457,2mm Entrada alinhada com a declividade da entrada 0,0300 1,000 0,0463 0,750
52 Capa galvanizada Entrada projetante 0,0340 1,500 0,0496 0,570
53
54 Tubo em arco Entrada projetante 0,0300 1,500 0,0496 0,570
55 Raio do teto com 457,2mm Sem alargamento 0,0088 2,000 0,0368 0,680
56 Chapa galvanizada Com chanfro de 33,º 0,0030 2,000 0,0269 0,770
57
58 Tubo em arco Entrada projetante 0,0300 1,500 0,0496 0,570
59 Raio do teto com 787,40mm Sem alargamento 0,0088 2,000 0,0368 0,680
60 Chapa galvanizada Com chanfro de 33,7º 0,0030 2,000 0,0269 0,770
61
62 Metal corrugado Entrada com muro de testa de 90º 0,0083 2,000 0,0379 0,690
63 Entrada alinhada com a declividade da entrada 0,0300 1,000 0,0463 0,750
64 Entrada projetante com parede fina 0,0340 1,500 0,0496 0,570
65
66
67 Circular Diminuiçao lisa na entrada 0,5340 0,555 0,0196 0,900
68 Dimuiçao rustica na entrada 0,5190 0,640 0,0210 0,900
69
70 Eliptico Diminuiçao na entrada com bordas chanfradas 0,5360 0,622 0,0368 0,830
71 Face de entada Dimuiçao na entrada com bordas em ângulo 0,5035 0,719 0,0478 0,800
72 Diminuiçao na entrada com borda projetante 0,5470 0,800 0,0598 0,750
73
74 Retangular Diminuiçao na entrada 0,4750 0,667 0,0179 0,970
75
76 Retangular Diminuiçao na entrada com borda menos favorave 0,5600 0,667 0,0446 0,850
77 Concreto Diminuiçao na entrada com borda mais favoravel 0,5600 0,667 0,0378 0,870
78
79 Retangular Diminuiçao da declividade na entrada menos favoravel 0,5000 0,667 0,0446 0,650
80 Concreto Diminuiçao da declividade na entrada mais favoravel 0,5000 0,667 0,0378 0,710
Fonte: FHWA- Hydraulic Design of Highway Culverts, setembro de 2001, Publication FHWQA-NHI-01-020 p. 192 e 193. Pesquisas
conduzidas pelo National Bureau of Standards (NBS). Autores: Jerome M. Norman, Robert J. Houghtalen e William J. Johnston.
7-8
Curso de Manejo de águas pluvias
Capítulo 7- Bueiros
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Grizzard et al.,1996 in Water Resorces Handbook, Mays, 1993 cita a Tabela (7.2) que
é uma parte somente da Tabela (7.1), com as formas e entrada de bueiros mais freqüentes.
Fonte: Grizzard et al. in Urban Stormawater Management, cap. 26.13, Federal Highway Administration (FHWA, 1985)
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Exemplo 7.10
A vazão a escoar por um bueiro é de 4,59m3/s, a declividade do bueiro é de 0,005m/m
e trata-se de um bueiro de concreto de seção retangular com muro de testa, muros de alas a
45°, sendo a seção de 1,22m x 1,22m. O comprimento do bueiro é de 36,6m. Calcular a carga
na entrada HWi.
Primeiramente calculamos a relação (Q/ A D 0,5) nas unidades SI.
A área da seção transversal do bueiro =A= 1,22 . 1,22 = 1,488m2
Altura do bueiro= D= 1,22m
Vazão máxima da bacia=Q=4,59m3/s
Fazendo-se as substituições:
(Q/ A D 0,5)= (4,59/ 1,488 .1,22 0,5) = 2,79 ≥ 2,21
Trata-se de orifício (submerso) e podemos usar a Equação (7.1)
(HWi /D) = c . (1,811. Q/ A . D 0,5 ) 2 + Y + Z
Verificando a Tabela (7.1) para seção retangular com muros de testa e muros de ala de
45º achamos os coeficientes c, Y e para o valor de Z adotamos Z = -0,5 . S
c=0,0314
Y=0,82
Z= - 0,5 . S = -0,5 . 0,005 = -0,0025
(HWi /D) = c . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) 2 + Y + Z
Fazendo-se as substituições achamos:
(HWi /1,22) = 0,0314 . (1,811. 2,79 ) 2 + 0,82 - 0,0025
(HWi /1,22) = 0,80 + 0,82 - 0,0025 = 1,62
HWi = 1,62 . 1,22 = 1,98m
Portanto, a carga na seção de controle HWi a partir da geratriz inferior do bueiro é de 1,98m.
Nota: observar que praticamente não houve influência da declividade do bueiro na
determinação da carga na seção de controle e nem do comprimento do bueiro, quando a seção
de controle está na entrada.
A grande influência no dimensionamento quando a seção de controle é na entrada, são
dos coeficientes experimentais de perdas de cargas na entrada determinados em 1985 por
Normann et al. Daí a importância da Tabela (7.1) para a escolha adequada dos coeficientes.
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Exemplo 7.11
Calcular o valor da perda de carga total de um bueiro, sendo Ke=0,5; n=0,012;
L=36,6m; g=9,81m/s2 e vazão do canal é de 4,59m3/s para período de retorno de 50anos e
altura é 1,22m e largura de 1,22m.
Considera-se que o canal esteja a seção plena e, portanto o perímetro molhado P será:
P = 1,22 + 1,22 + 1,22 + 1,22 = 4,88m
A área molhada A=1,22 . 1,22 = 1,488m2
O raio hidráulico R= A/P = 1,488/4,88 =0,3049m
Como Q= A . V então V= Q/A = 4,59/1,488 = 3,08m/s
Substituindo na Equação (7.20)
H = [ 1 + Ke + (20 n2 L ) / R 1,33 ] . V2/2g
H = [ 1 +0,5 + (20 x 0,0122 x 36,6 ) / 0,3049 1,33 ] x [3,082/(2x 9,81)] = 0,81m
Portanto, a perda de carga total no bueiro é de 0,81m.
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Conforme Figura (7.2) a linha de energia para escoamento em bueiro que tem o
escoamento a seção plena é dado pela seguinte equação:
HWo = TW + Vd 2 / 2g + H0 + He + Hf
Onde HWo é a carga acima da geratriz inferior da saida do bueiro e TW é o tailwater,
isto é, a profundidade medida a partir da geratriz inferior do bueiro na saída do mesmo.
Desprezando-se a velocidade Vd teremos:
HWo = TW + H0 + He + Hf (Equação 7.5)
que é válida para quando o bueiro está com escoamento a seção plena, isto é, TW≥ D.
Quando a seção do escoamento no bueiro não for plena, usa-se relação empírica que
é:
H = HWo - ho (Equação 7.6)
Onde ho é:
ho = maior [ TW, ( D +dc )/2 ]
Segundo Mays e Tuncok, capítulo 15.12 do livro Hydraulic Design Handbook, o
FHWA para evitar os cálculos tediosos quando a seção não é plena acharam que o ponto da
linha de energia na saída do bueiro está no ponto entre a altura critica e o diâmetro do bueiro e
pode ser calculado pela média (D +dc )/2. Foi observado que o valor de TW deve ser usado
somente se for maior do que (D +dc )/2.
Então a equação para carga necessária HW na entrada devida ao controle do bueiro na
saida, será:
HW = H + ho - L. S (Equação 7.7)
HW= carga na entrada do bueiro devido a seção de controle na saída (m)
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Exemplo 7.12
Achar o valor de ho, sendo dado TW=0,90m D= 1,22m e dc= 1,11m.
A média de D e dc será: ( 1,22+1,11)/2 = 1,17m
Portanto, ho deverá ser o maior entre TW=0,90m e a média achada de 1,17m.
Então ho= 1,17m
Exemplo 7.13
Achar a altura crítica de um bueiro de seção retangular sendo a vazão da bacia
hidrográfica de 4,59m3/s, a largura B do bueiro igual a 1,22m.
dc = [ (Q/ B)2 / g ] (1/3)
dc = [ ( 4,59/ 1,22)2 / 9,81 ] (1/3) = 1,13m
Portanto, a altura crítica do bueiro é de 1,13m.
Para bueiros de seção circular a melhor maneira para se obter a altura crítica é usar
nomogramas já existentes e de amplo conhecimento, como o citado no livro de Drenagem
Urbana, editada pela CETESB e DAEE de São Paulo em 1980.
Exemplo 7.14
Calcular a carga na entrada de um bueiro, considerando a seção de controle na saída
sendo fornecidos a perda de carga total H= 0,81m, o comprimento L=36,6m a declividade
S=0,005m/m e a altura ho já calculada de ho= 1,17m.
A Figura (7.2) mostra a linha de energia considerando V2/2g (EGL) e não
considerando (HGL).
HW = H + ho - L. S
HW = 0,81+ 1,17 - (36,6x 0,005) =0,81 + 1,17 - 0,18 = 1,80m
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Figura 7.2- Linha de energia para escoamento a seção plena p. 660 Mays, Water
Resources Engineering from Normann et al. (1985).
Figura 7.3- Velocidade no bueiro na entrada (a) e na saida (b) conforme Normann et al.
(1985) p. 663 do Mays, Water Resources Engineering
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Fazemos a relação entre as mesmas: 5,78m/s / 4,19m/s =1,45< 1,50, portanto como é
menor que 1,50 não precisamos de riprap na saída do bueiro.
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Observação
Com o aumento do comprimento e diminuição da declividade o bueiro vai trabalhar
praticamente como uma canalização qualquer. A carga na entrada é de 3,66m acima do fundo
do bueiro que tem altura de 1,70m. O bueiro está afogado e está funcionando com altura de
escoamento igual a altura crítica que é 1,65m. O bueiro está quase trabalhando a seção plena.
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Usando a Tabela (7.1) para seçao retangular com muros de ala alargado de 30º a 75º
achamos os coeficientes K, M e adotamos Z=-0,5.S
K=0,0260
M=1,00
Z= -0,5. S = - 0,00525
dc = [ (Q/ B)2 / g ] (1/3)
dc = [ ( 20,00/ 2,50)2 / 9,81 ] (1/3) = 1,87m
Vc= Q/A = Q/ (dc . largura)= 20,00/(1,87 . 2,50) =4,28m/s
Mas Hc=dc + Vc2 / 2.g =1,87 + 4,28 2 / (2. 9,81) = 2,80m
Substituindo os valores:
(HWi /D) = ( Hc/ D) + K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M + Z
(HWi /D) = ( 2,80/ 2,50) + 0,0260 . (1,811 . 20,00/ 6,25 . 2,5 0,5 ) 1,00 - 0,00525
(HWi /D) = 1,21
(HWi /2,50) = 1,21
HWi= 1,21 . 2,50 =3,03m
Portanto HWi= 3,03m
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que C=1 quando os cantos na entrada estão arrendodados e C=0,9 quando os cantos estão em
ângulos.
Adotaremos, para prédimensionamento, sempre que C=0,9.
Q= (2/3) . C . B. H . (2/3 . g . H) 0,5
Substituindo o valor de C=0,9 temos:
Q= 1,53. B. H 1,5
Exemplo 7.22
Pré-dimensionar um bueiro em aduela de concreto para vazao máxima de 11,33m3/s.
Escolhendo então uma das seções comercial usada na Prefeitura Municipal de São
Paulo com 3,50m de largura e altura de 2,50m, o valor da carga H que adotaremos será a
altura do bueiro menos 0,30m ou menos 0,50m.
Adotamos a altura do bueiro menos 0,5m ou seja 2,50m – 0,50m = 2,00m=H.
Sendo B=3,50m e H=2,00m o valor de Q= 1,53 . 3,50 . 2 1,5 = 15,15m3/s
Como o valor achado 15,15m3/s > 11,33m3/s aceitamos para inicio dos cálculos a
seção 3,50 x 2,50. O bueiro assim dimensionado estará provavelmente superdimensionado.
Os cálculos usados nas seções de controle na entrada e seção de controle na saída
deverão ser feitos para as devidas averiguações até atingir a dimensão mais econômica que
satisfaça as condições de construção do bueiro, sendo uma dela o nível máximo que poderá
ser atingido.
Notar que o vertedor pode trabalhar até valor menor que 1,2D.
Exemplo 7.22
Pré-dimensionar um bueiro em aduela de concreto para vazao máxima de 11,33m3/s.
Escolhendo então uma das seções comercial usada na Prefeitura Municipal de São
Paulo com 3,50m de largura e altura de 2,50m.
Vamos supor que a carga sobre o bueiro esteja a 4,00m de altura, ou seja H=4m.
H> 1,2 x D= 1,2 x 2,5= 3,0m
Podemos então supor que o bueiro irá funcionar como um orifício.
Q= 0,6 . B. D . [2. g . (H – 0,6D)] 0,5
Q= 0,6 . 3,5. 2,5 . [2. g . (4,0– 0,6x2,5)] 0,5
Q= 36,77m3/s >> 11,33m3/s Portanto estará superdimensionado
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Sendo:
Q= vazão de descarga (m3/s);
A0 = área da seção transversal do orifício (m2);
g= aceleração da gravidade g=9,81 m/s2 ;
h= altura da água sobre a geratriz superior da galeria ou da tubulação (m);
K0= Cd= coeficiente de descarga do orifício (adimensional).
O vertedor circular de parede vertical tem como fórmula aproximada.
Q= 1,518 . D 0,693 H 1,807
Sendo Q em m3/s, D e H em metros.
Exemplo 7. 23
Calcular a altura normal yn de um canal de seção retangular sendo dados: n=0,012
S=0,015m/m D=1,50m (altura) B=2,10m (largura da base) vazão de pico Q=11,33m3/s.
Como a seção é retangular z=0. Fazendo-se as substituições teremos:
yn= ( Q. n / S 0,5) (3/5) . [ (B + 2. y . ( 1 + z 2) 0,5] 0,4 / ( B +z .y )
yn= ( 11,33 . 0,012 / 0,015 0,5) (3/5) . [ (2,10 + 2. y . ( 1 + 0 2) 0,5] 0,4 / ( 2,10 + 0 .y )
O cálculo é feito por tentativa até que o valor de yn=y.
Fazendo algumas iterações:
Com y=0,5m obtemos yn=0,8m
Com y=0,7m obtemos yn =0,82m
Com y=0,8m obtemos yn=0,86m
Com y=0,87m obtemos yn= 0,87m
Por tanto, o valor achado da profundidade normal yn=0,87m
A área molhada será:
A= (B + z. y) = (2,10 + 0. 0,87) .0,87 = 1,827m2
V= Q/A = 11,33/ 1,827 = 6,22 m/s
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A espessura das aduelas são em média de 0,15m, 0,18m, 0,20m 0,25m 0,30
dependendo da altura do aterro sobre as mesmas e da carga rolante. O usual é espessura de
0,20m.
O peso do concreto armado é de 2.400kg/ m3.
O custo do metro cúbico do concreto armado é aproximadamente R$ 451,00/m3 ou
seja US$ 188/m3 (1US$ = R$ 2,4 março/ 2002).
Exemplo 7.24
Portanto, para se estimar o custo de uma aduela de 1,50 x 1,50 x 1,00 com espessura
de 0,15m achamos o volume de concreto.
Volume de concreto = (1,50 + 0,15+0,15) x 1,00 x 0,15 x 2 + 1,50 x 1,00 x 0,15x2 = 0,99m3
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Tunnel Liner
Diâmetros comerciais:
1,2m;1,60m; 1,8m; 2,0m; 2,2m; 2,4m; 2,6m; 2,8m; 3,0m; 3,2m; 3,4m; 3,6m; 3,8m;
4,0m; 4,2m; 4,4m; 4,6m; 4,8m; 5,0m;
Coeficiente de Manning
n= 0,025 para tubos de aço galvanizado corrugado da Armco
n= 0,018 quando o tubo for revestido com concreto projetado
Exemplo 7.26- Mairiporã, travessia de rua com tubo de DN=2,00 m chapa de espessura de
2,7mm para 2,00m de aterro. Comprimento de 10m. Vazão de 8,59m3/s.
Declividade de ser menor que 5% . O ideal da declividade é o máximo de 3%.
Adotamos declividade de 1%. Na Tabela (7.8) temos a planilha.
Tabela 7.8- Aplicação de tunnel liner com diâmetro de 2,00m e comprimento de 100m
com declividade de 1%.
Especificaçao Preço Quantidade Total
unitário
(US$) (R$)
Tunnel Liner de chapa ferro galvanizada com 2,00m 376/m 100 3.760
de diâmetro e chapa com espessura de 2,7mm
Revestimento com concreto projetado Verba 2800 2.800
Mão de obra de assentamento do tunnel liner 354/m 100 35.400
US$ 41.960
Preço médio US$ 420/m
Nota: 1US$ = R$ 2,43 (20/3/2002)
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Os tubos Tigre Rib Loc comum são fabricados nos diâmetros de 300mm a 3000mm e
são executados no canteiro de obras conforme Figura (7.4) e conforme Tabela (7.9)
Figura 7.6 – Mostra a construção de tubo Tigre Rib Loc Steel com o reforço de aço
Fonte: Tigre
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Processo de Fabricação
Os perfis de PVC são produzidos por um processo de extrusão e possuem em suas
bordas encaixes macho-fêmea que propiciam o seu intertravamento durante o processo de
enrolamento helicoidal. Além do intertravamento mecânico, os perfis são também soldados
quimicamente, através da aplicação de um adesivo naquele encaixe, o que garante a
estanqueidade da junta helicoidal assim formada (Fonte:Tigre).
O enrolamento dos perfis de PVC é efetuado por intermédio de um equipamento de
pequeno porte, capaz de fabricar tubos de diferentes diâmetros e comprimentos. Essa
simplicidade e versatilidade do equipamento permitem que a fabricação dos tubos seja
efetuada na própria obra, sendo também possível o fornecimento dos tubos já confeccionados
(Fonte:Tigre).
O coeficiente de Manning para os tubos de PVC Rib Loc pode ser usado n=0,009.
Na Tabela (7.9) estão os preços por metro linear de tubos circulares de PVC Tigre Rib
Loc feitos no Brasil. Existem quatro tipos de perfis, que são o 112BR, 140BR1, 140BR2 e
168BR.
Tabela 7.9- Preço unitário e peso por metro de Tubos de PVC Ribloc conforme o
diâmetro e o tipo de perfil escolhido.
Diâmetro Perfil Peso por metro Preço unitario
(mm) (kg/m) (US$/m)
Comparação de custos
Para efeito de comparação de custos de uma aduela de concreto de 2,00m x 2,00m
com 0,15m de espessura e 1,00m de comprimento por peça com um tubo de PVC Tigre
Ribloc com 2,00m de diâmetro.
O comprimento da tubulação foi admitido ser de 100m.
Para as aduelas de concreto foi previsto que a deve ter 0,50m de rachão, 0,15m de
pedra britada número 3 e 0,10m de lastro de concreto. Para o tubo de PVC foi previsto que o
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tubo foi asssente sobre manta geotextil e sobre a mesma tem camada de pedra britada némero
2 ou 3. Os tubos são assentes sobre a camada de pedra britada.
Na Tabela (7.9) estão o preço do tubo de PVC Rib loc que para 100m custará US$
66.242,78 enquanto que na Tabela (7.10) estão as aduelas de concreto com 2,00m x 2,00m
que custaria US$ 72.646,53. Havendo, portanto uma vantagem para os tubos de PVC Ribloc.
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Exemplo 7.27
Calcular o ângulo central em radianos de um tubo circular com vazão de 4m3/s,
declividade de 1%, diâmetro de 1,50m e n=0,015.
Solução: usando a Equação (7.12) temos:
θ (-2/3) x [(θ - seno (θ)] (5/3) - 20,16 x 0,015 x 4. 1,5 (-8/3) x 0,01 (-1/2) = 0
A resolução é feita por tentativas
Achamos θ = 3,50 rad que é o ângulo central.
Exemplo 7.28
Achar o ângulo central θ em radianos, bem como a altura da lâmina d’água (altura
normal yn) e a velocidade da água de um tubo de D=1,5m, n=0,015, declividade de 1%
(S=0,01m/m) e vazão de 3,1m3/s.
Foi elaborada a Tabela (7.12) sendo o cálculo feito por tentativas, pois a raiz da
Equação (7.12) deve ser zero.
θ (-2/3) . [(θ - seno (θ)] (5/3) - 20,16 . n . Q. D (-8/3) . S (-1/2) = 0
O valor achado foi θ =3,20rad, y= yn= 0,80m e V=3,38m/s.
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Os valores de “E” podem ser postos na Figura (7.8) onde se observa a altura crítica yc,
o regime lento quando a altura é maior que yc e o regime rápido quando a altura do nível de
água é menor que yc.
O yc crítica é uma região instável.
Em uma tubulação o valor do ângulo crítico θc é dada pela equação:
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Uma maneira mais fácil conforme Mendonça et al, 1983 é usar a Figura (7.9) onde
aparece uma coluna com o valor Qc que se refere a situação critica.
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Exemplo 7.29
Achar a altura crítica e a velocidade crítica de uma tubulação com vazão de 8,13m3/s e
diâmetro de D=2,00m.
Primeiramente calculamos:
Qc/ D 5/2 = 8,13/ 2 2,5 = 1,437
Entrando na Figura (7.5) com o valor 1,437 achamos Y/d=0,69 e A/D2=0,5780
Achamos então o valor da área molhada A= 0,5780 x D2= 0,5780 x 4=2,3m2
Q=Ax V e portanto Vc=Q/A= 8,13/2,3=3,52m/s
Vc= 3,52m/s
yc/D=0,69 e portanto, yc=D x 0,69= 2,00 x 0,69= 1,38m
yc= 1,38m
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Capítulo 7- Bueiros
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Seção retangular
yc = (ψ / b2) 0,33 (Equação 7.14)
Sendo b=largura do canal (m).
Exemplo 7.30
Calcular a altura crítica de um canal retangular com largura de 3,00m, vazão de 15m3/s.
Primeiramente calculamos ψ
ψ = Q / g = 15 2 / 9,81 = 22,94
2
Seção circular
yc = (1,01 / D 0,26) . ψ 0,25 (Equação 7.15)
sendo D o diâmetro da tubulação.
Fórmula de Braine
yc= 0,483 x (Q/D) (2/3) + 0,083D 0,3< yc/D <0,9
Exemplo 7.31
Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir uma vazão
de 3m3/s.
Primeiramente calculamos ψ
ψ = Q2 / g = 32 / 9,81 = 0,92
yc = (1,01 / D 0,26) . ψ 0,25 = (1,01 / 1,50,26) . 0,92 0,25 = 0,97m
Portanto, a altura critica no tubo é de 0,97m
Seção trapezoidal
Para a seção trapezoidal de um canal com base b e inclinação das paredes 1 na vertical
e z na horizontal, a altura critica é:
yc = 0,81 . (ψ / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z ( Equação 7.16)
Exemplo 7.7
Achar a altura crítica de um canal trapezoidal com base de 3,00m, vazão de 15m3/s e
declividade da parede de 1 na vertical e 3 na horizontal ( z=3).
ψ = Q2 / g = 152 / 9,81 = 22,94
yc = 0,81 . (ψ / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z = 0,81x ( 22,94 / 3 0,75 x 3 1,25 ) 0,27 - 3/ 30 x 3 =
yc = 1,04- 0,03 = 1,01m
Portanto, a altura crítica é de 1,01m
7-41
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7.18 Erosão
Chin, 2001 recomenda velocidade máxima de 3m/s para tubos de metais corrugados e
mínima de 0,6m/s a 0,9m/s informando que velocidades de 4m/s a 5m/s são raramente usadas
devidos aos problemas de erosão e que não há uma velocidade máxima para bueiros em
concreto.
As velocidades na saída de um bueiro podem ocasionar problemas não desejados.
As técnicas para evitar os danos são basicamente três: elementos estruturais, protetores
de velocidade e dispositivos para controle de velocidade.
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Abrasão
A abrasão é definida como a erosão do material do bueiro devido ao transporte de
sólido por arrastamento no curso d’água.
Corrosão
Todos os materiais dos bueiros são sujeitos a corrosão. Os bueiros de ferro
galvanizado são sujeitos a deterioração quando o pH do solo sai fora da faixa de pH=6 a
pH=10.
Para o concreto a corrosão se dá para água salgada quando há alternativa no bueiro de
seca ou não.
Sedimentação
No capítulo 7.37 do livro de Mays, 1999 o básico na sedimentação é devido a duas
características importantes de um bueiro, que são a rugosidade e a declividade.
O ideal é que o bueiro siga a mesma declividade e a mesma direção do curso d’água
natural. Velocidades muito baixas ocasionarão o depósito de material, ao passo que
velocidades muito altas ocasionarão erosão excessiva.
O bueiro deve ser cuidadosamente estudado para evitar os problemas de sedimentação
ou de erosão.
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Capítulo 7- Bueiros
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Figura 7.11- Entrada de bueiros com grades. Bueiro com muro de testa e muros de alas
p. 646 do livro do Linsley, Franzini et al- Water Resources Engineering
Figura 7.12-Peças de concreto para evitar a entrada de detritos no bueiro p. 647 do livro do Franzini
7-45
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Capitulo 8- Falhas em pequenas barragens
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Capítulo 8
Falhas em pequenas barragens
“O acesso à água e ao saneamento reduz, em média, 55% da mortalidade infantil”
TUCCI, (2001)
8-1
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SUMÁRIO
Assunto
Ordem
8-2
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8.1 Introdução
A barragem é uma barreira artificial com o objetivo de armazenamento, desvio de água, controle de
cheias, geração de energia, navegação, lazer, etc. A barragem de Sadl el-Kafara, localizada no Egito com
18,6m de altura e construída de terra e pedra é a mais antiga do mundo datando de 2850 aC. Depois dela
temos em 700aC as barragens construídas pelo rei assírio Senaqueribe.
Conforme Portaria 717/1996 do DAEE, Barramento é todo maciço cujo eixo principal esteja num plano
que intercepta um curso d´água e respectivos terrenos marginais, alterando suas condições de escoamento
natural, formando reservatório de água a montante, o qual tem finalidade única ou múltipla.
Os barramentos mais comuns são em terra, concreto e gabião.
Perigo
Perigo é ameaça em si não mensurável e não totalmente evidente.
Falha
A falha em uma barragem é o escoamento espontâneo da água resultando de uma operação imprópria
ou da ruptura ou colapso de uma estrutura. A falha em uma barragem causa a jusante inundações rápidas,
danos as vidas e propriedades, forçando as pessoas a evacuarem dos locais onde moram.
As zonas de inundações são estimadas de duas maneiras básicas: a primeira é quando há uma brecha
na barragem num dia de sol ou uma operação irregular causando uma inundação a jusante e a segunda é
num dia de chuva muito forte onde há o colapso da estrutura da barragem.
Os efeitos secundários das inundações provocadas por falhas nas barragens são os danos no
abastecimento de água, na entrega de suprimentos, nos danos nos edifícios, enfim são mecanismos que
atrapalham toda a vida na cidade.
As causas principais das falhas estão na Tabela (8.1). Nas Figuras (8.2) e (8.3) está a brecha numa
barragem de terra onde se nota aproximadamente a forma trapezoidal.
Na Tabela (8.1) estão as porcentagens de falhas nas barragens, mostrando que a maioria é
overtopping, isto é, quando a água ultrapassa o topo da barragem.
8-3
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As falhas de overtopping atingem de 0,15m sobre a barragem até 0,61m, conforme BUREAU DE
RECLAMATION, 1998. No que se refere a perda de vidas (fatalidades) é 19 vezes maior quando não há aviso
à população a jusante da barragem e sujeita a risco.
Os vazamentos no maciço das barragens devido a vários motivos são 33% das falhas, isto é, a
segunda causa de falha nas barragens.
Conforme ww.ib.usp.br, 2009 o Comitê Brasileiro das Grandes Barragens (CBGB) vinculado ao The
International Comissiono on Large Dam considera uma grande barragem quando:
1. Tem mais de 15m de altura entre o ponto mais baixo da fundação até a crista.
2. Com altura entre 10m e 15m, mas que possua uma ou mais das seguintes características:
Conforme Straskaraba e Tundisi, 1999 a categoria do tamanho dos reservatórios é dado pela Tabela
(8.1).
Para o presente trabalho consideramos pequenas barragens aquelas com alturas h ≤ 6,00m e
volume Vr ≤ 1.000.000m3 (na prática para áreas em torno de 100ha os volume não serão maiores que
200.000m3).
O DAEE- Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo adotada o período
de retorno de 100anos para barramentos com alturas iguais ou menores que 5m e comprimento da
crista iguais ou menores que 200m. Adota também borda livre f ≥ 0,50m para pequenas barragens,
conforme DAEE, 2005
h≤5m e L ≤ 200m
8-4
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Para detenção de volumes de água para enchentes em áreas urbanas, geralmente os volumes
armazenados são pequenos, bem como as alturas das barragens, levando-se em conta as barragens para
produção de energia elétrica, abastecimento de água, irrigação e outras.
Não devemos esquecer que as previsões de brechas nas barragens, vazões, etc., apresentam grandes
incertezas e são consideradas uma aproximação.
O período de retorno para estas pequenas barragens deve ser Tr= 100anos para o dimensionamento
do vertedor.
A Figura (8.4) mostra o esquema trapezoidal de uma falha em uma barragem observando-se que varia
a altura, largura e a inclinação.
8-5
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A Figura (8.5) mostra a forma trapezoidal de uma brecha em uma barragem de terra.
8-6
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O tempo de formação da brecha é definido como o tempo que começa com a primeira brecha na
barragem na face de montante até atingir a face de jusante. Para falhas devida ao overtopping o início se dá
quando a brecha é formada a jusante após a erosão do topo da barragem e alcança a barragem a montante.
Froehlich, 1995 in BUREAU DE RECLAMATION, (1998) é citada a Equação do tempo de formação da
brecha:
tf = 0,1524 x V 0,53 / h 0,90
Sendo:
V= volume armazenado de água na barragem (m3);
h= altura da barragem (m) e
tf = tempo de formação da brecha (min).
Exemplo 8.1
Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com 33.000m3 de volume e altura máxima
de 4,00m.
tf = 0,1524 x V 0,53 / h 0,90
tf = 0,1524 x 33000 0,53 / 4 0,90 = 11min
Exemplo 8.2
Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com maciço resistente a erosão com 5,00m
de altura..
tf = 1,20 x h + 15
tf = 1,20 x 5,00m + 15= 21min
Exemplo 8.3
Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com maciço facilmente erodível com 5,00m
de altura.
tf = 0,9 x h
tf = 0,9 x 5,00= 4,5min
Exemplo 8.4
Calcular a largura média da brecha em uma barragem com volume de 33.000m3 e altura máxima de
4,00m.
No caso Ko= 1,0
B= 0,1803 x Ko x V 0,32 x h 0,19
B= 0,1803 x 1,00 x 33000 0,32 x 4,0 0,19= 6,6m
A Figura (8.6) mostra o overtopping e a evolução da brecha trapezoidal em uma barragem.
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Figura 8.6 - Perfil e seção de uma brecha notando a sua formação trapezoidal desde o início para uma
barragem de terra.
Exemplo 8.5
Calcular a vazão de pico ocasionada pela brecha na barragem que tem altura de 4,0m e volume de
33.000m3.
Qp= 0,607 x V 0,295 x h 1,24
Qp= 0,607 x 33.000 0,295 x 4,0 1,24 = 73 m3/s
8-8
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A segurança de uma barragem conforme US Army Corps of Engineers deve obedecer aos quatro
princípios da Tabela (8.10).
Tabela 8.10- Princípios para projetos de barragens do US Army Corps of Engineers de 1991
Ordem Princípios
1 O projeto da barragem e dos vertedores deve ser de um tamanho tal que assegure que a
barragem não vai ser ultrapassada por inundações.
2 O projeto da barragem e de suas estruturas se forem ultrapassadas por enchentes não devem
causar danos e nem falhas no funcionamento da mesma.
3 O projeto da barragem e suas estruturas devem ser projetadas de maneira que se houver um
enchente que ultrapasse a mesma, as falhas que resultarem deverão produzir vazões lentas de
maneira a não causar impactos a jusante e que seja fácil o reparo da barragem.
4 Mantenha a barragem baixa o suficiente e com pouco volume de água para evitar de danos a
jusante no caso de uma brecha na barragem e que a correção da brecha não seja de vulto e
seja simples.
Conforme Wes, Martin et al, em Portugal se adota a Tabela (8.11) e o período de retorno depende se
a mesma será construida em concreto ou terra, depende da altura da barragem e do risco.
8-9
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A CIDADE DE GREENSBORO, (1995) adota para classificação dos riscos de rompimento de uma
barragem a Tabela (8.11).
8-10
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1
0,9 Zona de alto
Altura do nivel de água (m) 0,8 risco
0,7 Zona de risco
médio
0,6
0,5
0,4
0,3 Zona de baixo
risco
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
velocidade da água (m/s)
Figura 8.8 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo os carros.
Na Figura (8. 8) a velocidade das águas em 4m/s e altura de 1,20m colocará a casa em zona de alto
risco.
2
1,8
Altura do nivel de água (m)
Figura 8.9 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo as casas.
Na Figura (8.10), uma velocidade das águas de 2m/s, que é comum, e altura de 0,50m colocará uma
pessoa adulta em zona de alto risco, podendo a mesma ser facilmente levada pela correnteza.
8-11
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1,6
1,4
1,2
Altura da água (m)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Velodidade da água (m/s)
Figura 8.10 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo pessoas adultas.
Um critério prático para pequenas barragens com menos de 6m de altura e volume menor que 1milhão
de m3 as enchentes que podem ser admitidas são 0,15m de altura para casas e prédios e 0,45m para
estradas.
O U.S. Army Corps of Engineers em 31 de outubro de 1997 no trabalho “Hydrologic Engineering
Requirements for reservoir” faz recomendações para alguns critérios de condições não perigosas e
inundações que são:
• A profundidade da inundação tanto na área urbana como rural não deve ser maior que 0,60m.
• A profundidade da inundação não deve causar prejuízos às propriedades urbanas.
• A duração da inundação não deve exceder de 3h nas áreas urbanas e 24h nas áreas rurais.
• A velocidade da água da inundação não deve exceder 1,20m/s.
• O potencial de resíduos e erosão deve ser o mínimo possível.
• A inundação deve ser não freqüente sendo aconselhável a freqüência ser menor que 1%, ou seja,
chuva de período de retorno de 100anos).
8-12
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Como estamos tratando com barragens pequenas com alturas menores que 6m e volume menores de
1.000.000m3, a dependência será do perigo de falha na barragem nas áreas urbanas, onde provavelmente
terá que ser usada a provável máxima enchente (PMF).
Dica: para nossos estudos que são para áreas menores ou iguais a 100ha (1km2) adotamos o período
de retorno de 100anos para obtenção da máxima enchente que dimensionará o vertedor de uma
pequena barragem. A altura das pequenas barragens é menor ou igual a 6,00m e o volume máximo
está em torno de 200.000m3.
Adotaremos para dimensionamento do vertedor da barragem pequena em área urbana para áreas
menores que 100ha o período de retorno de 100anos.
O Corps of Engineers conforme Mays, 2001, adota a Tabela (8.14).
8-13
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O DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) adota para as outorgas
a Tabela (8.15).
Tabela 8.15- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo
Dimensões: Período de
Obra Altura da barragem h (m) retorno Tr
L= comprimento da crista da (anos)
barragem (m)
h≤5 e L ≤ 200 100
Borda livre (f)= desnível entre a crista e o nível máximo maximorum: f ≥ 0,50m
PMP= Precipitação Máxima Provável
Fonte: DAEE, 2005
Nível máximo maximorum: é o nível mais elevado que dera e poderá atingir o reservatório na ocorrência de
cheia de projeto (DAEE, 2005). Geralmente é a cota do nível de água da coluna de água sobre o vertedor.
Borda livre: é a distância vertical entre o nível de água máximo maximorum e a crista da barragem. É uma
faixa de segurança destinada a absorver o impacto de ondas geradas pela ação dos ventos na superfície do
reservatório, evitando danos e erosão no talude de jusante (DAEE,2005). Geralmente é representado pela
letra “f” e no caso de pequenas barragens deve ser no mínimo de 0,50m.
8-14
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 8- Falhas em pequenas barragens
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Baseado neste modelo, os americanos fazem mapas de inundação, conforme Figura (8.10) devida a
falhas, que são distribuídas as populações a jusante e que funcionam desde 1980, exigidas pelo US Bureau
of Reclamation e evitam muitos problemas servindo de base para:
- ações de emergência e planos de evacuação que devem ser tomados;
- determinar o risco das populações;
- classifica os perigos da barragem e
- auxilia na seleção das alternativas para redução dos riscos.
8-15
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8-16
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Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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Capítulo 9
Perdas de cargas localizadas
Os disruptores endócrinos (ou burladores, fraudadores) não são venenos clássicos, eles interferem
no sistema hormonal, sabotando as comunicações e alterando os mensageiros químicos que se
movem permanentemente, dentro do nosso corpo.
José Santamarta - diretor da revista World Watch
9-1
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Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
9-2
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9.1 Introdução
No dimensionamento de galerias de águas pluviais temos os fundamentos hidrológicos e
hidráulicos conforme FHWA, 1996. Os princípios hidráulicos incluem: conservação da massa,
conservação do momento e conservação de energia.
Supomos também que o fluxo hidráulico é permanente e uniforme, significando que a vazão
e a profundidade em cada segmento são assumidos de estarem constante com o passar do tempo.
Como o segmento é prismático, também a velocidade será constante.
O gradiente hidráulico é a linha do nível de água que está em contato com a atmosfera.
Há uma outra situação em que a tubulação terá pressão acima da atmosférica e teremos o
conduto pressurizado devendo-se somar V2/ 2g ao gradiente hidráulico e teremos o gradiente de
energia.
No dimensionamento de galerias de águas pluviais devemos manter uma margem de
segurança para que a tubulação trabalhe como conduto livre. Uma das razões para isto é que os
métodos para o cálculo do runoff não são exatos e caso se cometa erros é um problema de custos
enorme a substituição da tubulação.
Conforme FHWA, 1996 as vezes é desejável termos condutos pressurizados e isto acontece
quando uma tubulação será lançada num canal existente e sai mais barato deixar a tubulação
pressurizada do que livre.
O FHWA, 1996 lembra ainda que quando trabalhamos a seção plena estamos trabalhando a
favor da segurança, pois, o pico de vazão numa tubulação se dá a 93% do diâmetro.
Santa Clara County, 2007 recomenda que no escoamento livre se deixe uma depressão
(pequeno rebaixo) para compensar as perdas localizadas ou então que se aumente o diâmetro da
tubulação a jusante.
Dica: para obter o gradiente hidráulico começar de baixo para cima, isto é, do lançamento para
montante.
9-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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Santa Clara County, 2007 mostra que quando o regime de escoamento é subcrítico temos:
HGL1= Nível do lançamento + hf + hL
Sendo:
HGL1= gradiente hidráulico na junção 1
hf= perda distribuída do lançamento até a junção 1
hL= perda de carga localizada do lançamento até a junção 1
Santa Clara County, 2007 mostra que quando o regime de escoamento é supercrítico
temos:
HGL1= Nível do PV na junção 1 - hf - hL
Sendo:
HGL1= gradiente hidráulico na junção 1
hf= perda distribuída da junção 1 até o lançamento
hL= perda de carga localizada da junção 1 até o lançamento
Dica: é importante fazer um degrau correspondente a perda de carga. Caso não faça, verificar
o gradiente hidráulico para evitar extravasamento do PV.
9-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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Sifão
Ho= 2,78 V2/2g )
9-5
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Quando uma galeria de águas pluviais é lançada num lago, num rio ou noutra galeria de maior
dimensão temos a equação:
Ho= 1,0 x (Vo2/2g - Vd2/2g)
Sendo:
Vo= velocidade das águas pluviais na saída (m/s)
Vd= velocidade do local de lançamento (m/s)
No caso de o lançamento ser feito em um lago ou reservatório Vd=0 e então teremos:
Ho= 1,0 x (Vo2/2g)
9-6
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Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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9.9 Perda de carga em transições para tubos sem pressão (conduto livre)
As transições são as expansões (He) ou contrações (Hc) ou ambos.
9-7
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Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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Tabela 9.2 Valores típicos de Ke para alargamento gradual em tubos sem pressão (conduto
livre)
Ângulo do cone
D2/D1 10º 20º 45º 90º 120º 180º
1,5 0,17 0,40 1,06 1,14 1,07 1,00
3,0 0,17 0,40 0,86 1,06 1,04 1,00
D2= diâmetro do tubo maior D1= diâmetro do tubo menor
Fonte: FHWA, 1996
Para contração repentina os valores típicos de Kc estão na Tabela (9.3)
Tabela 9.3- Valores típicos do coeficiente de contração Kc em função de D2/D1 para tubos sem
pressão
D2/D1 Kc
0 0,5
0,4 0,4
0,6 0,3
0,8 0,1
1,0 0
9-8
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9-9
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Figura 9.5- Valores de perda de carga localizadas em entrada como os usados em bueiros
Fonte: Santa Clara County, 2007
9.10 Perda de carga em transições para tubos com pressão (conduto pressurizado)
As transições são as expansões (He) ou contrações (Hc) ou ambos.
Hc= Kc ( V12/2g)
He= Ke ( V12/2g)
Sendo:
Kc= coeficiente de contração
Ke= coeficiente de expansão
V1= velocidade a montante (m/s)
V2= velocidade a jusante (m/s)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
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Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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Hj= [(Qo Vo) – (Qi Vi) – (QL VL cos(θ)] / [ 0,5 g (Ao +Ai)] + hi - ho
Sendo:
Hj= perda de carga na junção (m)
Q0, Qi, QL= vazão (m3/s) na saída, entrada e na tubulação lateral
Vo, Vi, VL= velocidade na saída, entrada e na tubulação lateral (m/s)
ho, hi= carga na saída e entrada devido a velocidade (m)
Ao, Ai= área da seção transversal da saída e entrada (m2)
θ= ângulo entre a entrada e a saída
Sendo:
Hah= perda de carga localizada no PV (m)
Kah = coeficiente de perda localizada no PV
Vo= velocidade (m/s)
Na Tabela (9.5) estão os coeficientes Kah.
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9.14 Ko= perda de carga devido ao diâmetro do poço e no ângulo entre o fluxo de entrada e o de
saída.
Ko= 0,1 x [b/ Do] x [1 – sen (θ)] + 1,4 x [b/ Do] 0,15 x sen (θ)
Sendo:
Ko= coeficiente de perdas de cargas baseado no diâmetro relativo dos diâmetros dos poços de visita.
Θ= ângulo (rad) entre a tubulação de entrada e a tubulação de saída, conforme Figura (9.1)
b= largura do poço de visita (m).
Do= diâmetro da tubulação de saída (m).
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Já foi demonstrado que existe pouca diferença no coeficiente de perda de carga quando o poço
de visita é circular ou quadrado e, portanto, o efeito pode ser ignorado para os cálculos que estamos
fazendo.
Exemplo 9.1
Calcular o coeficiente de perdas de cargas Ko para tubulação de saída de D= 0,60m e largura do poço
de visita b= 1,5m, sendo o ângulo θ= 180º.
O ângulo deverá ser transformado em radianos: 2 π . θ / 360º= 3,1416
Ko= 0,1 x [ b/ Do] x [1 – sin (θ)] + 1,4 x [b/ Do] 0,15 x sin (θ)
Ko= 0,1 x [1,5/ 0,6] x [1 – sin (3,1416)] + 1,4 x [1,5/ 0,6] 0,15 x sin (3,1416)= 0,25
Sendo:
CD= fator de correção devido a variação do diâmetro do tubo.
Di= diâmetro do tubo de entrada (m).
Do= diâmetro do tubo de saída (m).
Na prática foi achado que o coeficiente CD só é importante quando d/Do > 3,2. Isto acontece
somente em tubos sobre pressão muito grande. Para os casos gerais se faz CD= 1
Exemplo 9.2
Calcular o coeficiente de perdas de cargas CD para tubulação de saída de Do= 0,60m Di= 0,60m.
CD= (Do/ Di)3
CD= (0,60/ 0,60)3= 1
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Exemplo 9.2
Calcular o fator de correção devido a altura da lâmina de água Cd quando o tubo de saída Do= 0,60m
e a altura da lâmina de água no poço de visita calculado em função da gradiente hidráulico a
montante da saída do tubo é de d=1,72m.
Cd= 0,5 x (d/ Do) 3/5
Cd= 0,5 x (1,72/ 0,60) 3/5= 0,94
Sendo:
CQ= fator de correção devido ao escoamento relativo.
(θ)= ângulo entre a entrada original e o tubo de saída (radianos)
Qi= vazão no tubo original de entrada (m3/s)
Qo= vazão no tubo de saída (m3/s).
O valor CQ é função do ângulo da tubulação de entrada, bem como da percentagem de
escoamento que está chegando no tubo de interesse versus outras entradas de tubulações.
Exemplo 9.3
Para ilustrar este efeito consideremos a Figura (9.2) onde temos o tubo de entrada 1 e 2 e o
tubo de saída 3. Vamos supor que Q1= 3m3/s Q2= 1 m3/s e Q3= 4m3/s.
Consideremos o tubo de entrada 1 onde temos Q1= 3m3/s e vamos aplicar a equação:
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Perdas na expansão
het= K x [Vu2 – Vd 2 / 2g]
K= 1 para uma expansão abrupta
K= 0,2 para uma expansão suave.
Exemplo 9.11
Calcular a perda de carga localizada na expansão para vazão de 0,3m3/s onde a tubulação se expande
de 0,4m para 0,45m.
Vu= Q/Au= 0,3/ π x 0,42/4= 2,30m/s
Vd= Q/Ad= 0,3/ π x 0,452 /4= 1,89m/s
K= 1
het= K x [Vu2 – Vd 2 / 2g]
het= 1,0 x [2,32 – 1,89 2 / 2x 9,81]= 0,0127m
Exemplo 9.10
Calcular a perda de carga localizada em uma curva de 30º para uma tubulação de 0,40m com vazão
de 0,3m3/s.
A= πD2/4
V= Q/A= 0,3 /((πx 0,42) / 4)= 2,39m/s
Kb= 0,25 x (Φ/90) 0,5
Kb= 0,25 x (30/90) 0,5= 0,144
hb= Kb x [V 2 / 2g]
hb= 0,144 x [2,39 2 / 2x9,81]= 0,0419m
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Gradiente Hidráulico
P/ γ + Z= gradiente hidráulico (HGL)
Gradiente de Energia
V2 / 2g + P/ γ + Z= gradiente de energia (EGL)
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Como a vazão Q= 0,3m3/s, isto é, maior que 0,2m3/s mostra que a tubulação está pressurizada.
A velocidade na tubulação será:
Q= V x A e, portanto V= Q/A
A= π D2/4= 3,14 X 0,6 2 /4= 0,28m2
V= Q/A= 0,30/0,28= 1,1 m/s
Vamos considerar agora as três seções: 1, 2 e 3 e considerar como plano de origem a geratriz
inferior da tubulação quando chega a lagoa e portanto:
Z1= 0.
O valor de Z2= 150 x 0,001= 0,15m
Z2= 0,15m
Vamos aplicar o Teorema de Bernouilli entre a lagoa e a saída da tubulação que é a secção 1.
V12 / 2g + P1/ γ + Z1 = Vp2/ 2g + Pp/ γ + Zp + hL
A perda de carga no trecho é a perda de carga localizada na saída hL
hL= K x V2/ 2g
Para a saída o valor de K= 1 e a perda será:
hL= K x V2/ 2g
hL= 1,0 x 1,12/ 2x 9,81= 0,062m
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Vamos aplicar o Teorema de Bernouilli entre a seção 1 e a jusante da seção 2 onde está
localizado o poço de visita representado pela letra d.
V2d2 / 2g + P2d/ γ + Z2d = V12/ 2g + P1/ γ γ + Z1 + hf
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A cobertura mínima necessária para manter HGL abaixo do nível da estrada no poço de visita
é dado pela seguinte:
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Capítulo 10
Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
“Os alunos não devem se apaixonar por programas de computadores, pois, em alguns anos
estes serão ultrapassados, mas os conceitos continuarão”
Prof. dr. Kokei Uehara
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
SUMÁRIO
Ordem Assunto
10.1 Introdução
10.2 Localização do reservatório de detenção
10.3 Método de cálculo para vazão de pico
10.4 Número da curva CN
10.5 Coeficiente de runoff C do método Racional
10.6 Frederick Law Olmsted, paisagista americano
10.7 Custos médio do reservatorio de detenção na RMSP
10.8 Dimensionamento do reservatório de detenção usando a função Gama
10.9 Reservatório com paredes verticais
10.10 Reservatório com paredes parabólicas
10.11 Dimensionamento pelo método de Aron e Kibler, 1990
10.12 Dimensionamento pelo método de Baker, 1979
10.13 Dimensionamento pelo método do Federal Aviation Agency, 1966
10.14 Dimensionamento pelo método de Abt e Grigg, 1978 usando o método Racional
10.15 Dimensionamento pelo método de Kessler e Diskin, 1991
10.16 Dimensionamento pelo método de McEnroe, 1992
10.17 Dimensionamento pelo método de Wycoff e Singh (1976)
10.18 Dimensionamento pelo método Racional
10.19 Comparação dos métodos
10.20 Orifícios
10.21 Vertedor circular
10.22 Vertedor retangular
10.23 Diâmetro de saída
10.24 Depósito anual de sedimentos
10.25 Bibliografia e livros consultados
28páginas
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Introdução
Não existe até o presente momento uma estimativa de reservatório de detenção que seja
considerada ótima, pois todas estão sujeitas a erros.
Recomendamos que usar o método Racional com tempo básico de três vezes o tempo de
concentração para o dimensionamento preliminar do reservatório para bacias com area até 3km2.
Para areas maiores que 3km2 usar os adimensionais do prof. dr. Rodrigo de Melo Porto da
Universidade de São Carlos da USP.
A escolha do volume de detenção dependerá além do conhecimento das várias alternativas, o
bom senso para a melhor escolha, não esquecendo que somente o routing do reservatorio poderá
decidir se o volume estimado é bom ou não.
O autor recomenda o período de retorno de 100anos para o dimensionamento de reservatórios
de detenção.
Existe correlacionado com o dimensionamento de reservatórios de detenção os seguintes
assuntos:
1. Routing do reservatório
2. Vertedor e orifício
3. Reservatório de detenção estendido
4. Reservatório de retenção
5. Falhas em barragens
6. Piscinhas- legislação existente
7. DAEE – pequenas barragens. Método Racional
8. Custos de obras, manutenção e operação
9. Dissipador de energia
10. Escada hidráulica
11. Esvaziamento de reservatório
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Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14) 4
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10.1 Introdução
Com objetivo de deter enchentes é comum se fazer obras hidráulicas denominadas de
reservatórios de detenção para acumular as águas pluviais durante um determinado tempo.
Geralmente o tempo de escoamento é de algumas horas.
Podemos fazer reservatório de detenção aumentando o tempo de esvaziamento para num
mínimo de 24h e teremos um reservatório de detenção estendido com objetivo de deter enchentes e
melhorar a qualidade das águas pluviais.
As previsões de volume que veremos se referem somente a detenção de enchentes.
Antes de um projeto definitivo, fazemos um dimensionamento. Estimamos o volume do
reservatório de detenção, a área ocupada pelo mesmo, profundidade média e custo.
As Figuras (10.1) e (10.2) mostram reservatórios de detenção construídos para deter os picos
de cheia.
O conceito básico é a Teoria do Impacto Zero aplicada a enchentes, onde devido a
construção de um reservatório de detenção a vazão de pós-desenvolvimento tem que ser igual a vazão
de pré-desenvolvimento. Desta maneira não haverá impactos com o desenvolvimento da área em
questão.
Figura 10.1 – Reservatório de detenção em São Bernardo do Campo na região do Alto Tamanduatei.
Fonte: DAEE,2000
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Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14) 5
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Chin, 2000 p. 418 no livro Water Resources Engeneering bem como Mays, 1999 sugerem
uma seqüência já explicada por Urbonas e Roesner,1993, para determinação do volume de um
reservatório de detenção a qual adaptamos:
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
O método SCS TR-55 foi criado em janeiro de 1999. É facil de ser aplicado para áreas pequenas
chegando até 250km2. Possui o inconveniente de usar quatro tipos de chuvas existentes nos
Estados Unidos. Para o Estado de São Paulo, o prof. dr. Ruben Lalaina Porto estudou o assunto
recomendando o Tipo II.
Infelizmente desconhecemos estudos em outros estados brasileiros, motivo pelo qual não
recomendamos o uso do TR-55 fora do Estado de São Paulo. O SCS TR-55 calcula a vazão de
pico e existem tabelas que facilitam a elaboração do hidrograma.
Nos Estados Unidos é bastante usado o SCS TR-55.
Q= (P – 0,2S)2/ (P+0,8S)
Sendo:
Q= chuva excedente ou runoff (mm)
P= precipitação (mm)
S=potencial máximo de retenção após começar o runoff (m)
S= 25400/CN -254
Exemplo 10.1
Calcular a chuva excedente Q em mm dado CN=83 e P=104mm para chuva de 2h de duração na
RMSP. Calcular também o volume de chuva excedente, ou seja, do runoff (escoamento superficial)
para área da bacia de 222ha.
S= 25400/CN -254
S= 25400/83 -254 =52,02mm
Q= (P – 0,2S)2/ (P+0,8S)
Q= (104– 0,2x52,02)2/ (104+0,8x 52,02) = 60mm
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Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14) 8
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.2
Calcular o coeficiente de runoff C do Método Racional para area de 222ha com área
impermeável AI= 55%. Calcular também o volume do escoamento superficial sendo o tempo de
concentração no pós-desenvolvimento de 15min e a vazão de pico do pós-desenvolvimento é
65,51m3/s.
V= Qpós x tc x 60
V= 65,51 x 15 x 60= 58.959m3
Figura 10.3-O plano para o Fens, Boston foi feito em 1877. Nele aparecem as bacias de retenção.
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Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14) 9
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.3
Dada uma área de 100ha estimar:
Volume do reservatório= 514m3/ha x 222ha= 114.108m3
Custo do reservatório= US$ 34/m3 x 114.108m3= US$ 3.879. 672
Área necessária para implantar o reservatório= 1,8% x 222ha/100=4ha=40.000m2
Profundidade média= 3,30m
Área da seção longitudinal= 114.108m3/3,3m= 34.578m2
10.8 Dimensionamento do reservatório de detenção usando a função Gama
Rodrigo de Melo Porto,1997 no livro de Drenagem Urbana-gerenciamento, simulação e
controle, na p.181 apresenta a função de distribuição Gama.
Desta maneira podemos analiticamente simular a hidrógrafa de uma bacia bastando somente
variar o fator de aspecto “n”. Porto, 1989 verificou que para efeitos práticos os valores de n estão
entre 4 e 10.
Para o dimensionamento (Porto, 1989) demonstrou que o volume aproximado do reservatório
de detenção pode ser feito da seguinte maneira:
volume = (2 . π / n) 0,5 . ip . tp (Equação 10.6)
Sendo:
volume = volume estimado do reservatório de detenção (m3);
n= fator de aspecto. Varia de 4 a 10. Na prática aconselha-se valor n=8;
ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada (m3/s) e
tp = tempo de pico do hidrograma afluente (segundo).
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Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14) 10
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.4
Dimensionar o volume de um reservatório usando a função Gama, vazão máxima da
hidrógrafa de entrada ip = 56,6m3/s e tempo de pico do hidrograma afluente tp = 32,5min obtido pelo
Método Santa Bárbara para Tr=100anos.
Aplicando-se a Equação (10.6) e variando o fator de aspecto vemos que o volume estimado do
reservatório de detenção varia em função do fator de aspecto n, sendo aconselhado por Porto o valor
n=8. Conforme Equação (10.6) temos:
volume = (2 . π / n) 0,5 . ip . tp
volume = (2 . π / 8) 0,5 x 56,6 x 32,5x60 = 110.370m3
Usando a Equação (10.7) para reservatório com parede vertical e descarga em vertedor:
V* = -0,7832Q* + 0,9447 = -0,7832 x 0,25 + 0,9447 = 0,75
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,75 =Volume do reservatório = 133200m3 x. 0,75 = 99.900m3
Orifício
V* = -0,8761Q* + 0,8862
Usando a Equação (10.8) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,8761Q* + 0,8862 = -0,8761 x 0,25 + 0,8862 = 0,67
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,67 =Volume do reservatório = 133200m3 x. 0,67 = 89.244m3
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.7- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para paredes parabólicas e
vertedor retangular
Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente e descarga em vertedor
retangular.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25
Usando a Equação (10.9) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,8834Q* + 0,9073 = -0,8834 x 0,25 + 0,9073 = 0,69
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,69 =Volume do reservatório = 133.200m3 x 0,69 = 91.908m3
Orifício
V* = -0,9508 Q* + 0,8988 (Equação 10.10)
Sendo:
V* = Vmáximo / vol
Q* = q max / ip
vol = é o volume total fornecida pela chuva excedente na área de captação considerada. É a chuva
excedente multiplicada pela área da bacia (m3).
Vmáximo = o volume do reservatório de detenção (m3).
q max = vazão máxima da hidrógrafa de saída (m3/s).
ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada (m3/s).
Rodrigo de Melo Porto concluiu que para reservatórios de paredes verticais, o descarregador
tipo orifício é mais eficiente do que o reservatório com vertedor retangular.
Exemplo 10.8- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para paredes parabólicas e
orificio
Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente é o orifício.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Usando a Equação (10.10) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,9508 Q* + 0,8988 = -0,9508 x 0,25 + 0,8988 = 0,66
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,66 =Volume do reservatório = 133.200m3 x 0,66 = 79.920m3
10.11 Dimensionamento pelo método de Aron e Kibler, 1990 usando o Método Racional
Osman Akan, cita no livro Urban Stormwater Hydrology,1993, o dimensionamento pelo
método de Aron e Kibler,1990. Neste método não é especificado o tipo de saída da água do
reservatório de detenção tais como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
Vazão
Ip
Qp
Tempo
td Tc
Sendo:
td =duração da chuva (min);
tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
O cálculo é feito por tentativas, pois, a cada tempo, teremos um valor da intensidade de chuva
“I “ , sendo constante o valor de C e da área da bacia em hectares.
Para o cálculo de Ip= CIA/360 adotamos a fórmula de (Paulo S. Wilken,1972.
O resultado será aquele que resulte no maior volume de detenção Vs.
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.7
Seja o piscinão do com os seguintes dados:
Fórmula de intensidade de chuva adotada: Paulo S. Wilken (1972)
Local do reservatório: praça Charles Muller, São Paulo, capital
Área de drenagem: 222ha
Período de retorno adotado T=100anos
Fração impermeável total : 0,55 (55% da área total)
Vazão efluente máxima (vazão saída do reservatório) : 13m3/s
Tempo de concentração: 15min
Solução:
Escolha do coeficiente de runoff ou coeficiente de escoamento “C”
O valor admitido de C=0,545
Aplicação do método de Aron e Kibler, 1990.
A vazão de saída Qp=13m3/s.
Usando a fórmula de (Paulo Sampaio Wilken,1972).
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Para período de retorno Tr = 100 anos teremos:
1747,9x1000,181 4022,69
I = ------------------------ = ------------------
( t + 15)0,89 ( t + 15)0,89
Variando-se o tempo “t” começando pelo tempo de concentração de 15min.
Para t=15min
4022,69
I = ------------------
( t + 15)0,89
4022,69
I = ------------------ = 194,89mm/h
( 15 + 15)0,89
Para t=30min
4022,69
I = ------------------
( t + 15)0,89
4022,69
I = ------------------ = 135,90mm/h
( 30 + 15)0,89
10-13
Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14) 14
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10-14
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Pré-desenvolvimento
tc= 31min
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (tc + 15) 0,89
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (31 + 15) 0,89
I=133,25m/h
Área impermeável (%)= 12
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 12= 0,158
C=0,158
Area (ha)= 222
10-15
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Pós-desenvolvimento
tc= 15min
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (tc + 15) 0,89
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (15 + 15) 0,89
I=194,93mm/h
Área impermeável (%)= 55
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 55= 0,545
C=0,545
Area (ha)= 222
Qpre = C. I . A / 360 = 0,545 x 194,93 x 222/360= 65,51m3/s
Pés-desenvolvimento
Tr=100anos
Local: São Paulo, capital
CN=83
tc= 15min
Area impermeável = 55%
Area da bacia= 222ha
Duração da chuva= 2h
Precipitação total em 2h para Tr=100anos= 104mm
Qpré= 56,6m3/s
Exemplo 10.10
Dimensionamento de reservatório de detenção pelo método de Baker, 1979 usando o Método
Racional.
Vazao de pré-desenvolvimento= 13m3/s
Vazao de pos desenvolvimento= 65,51m3/s
Tempo de concentração é de 15min.
Período de retorno considerado foi de 100anos.
q pré = 13m3/s
q pos = 65,51m3/s
α= qpré / qpós = 13 / 65,51 = 0,2
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Tabela 10.3- Coeficientes de ajuste “k” em função da relação das vazões de saída com a da
entrada
Coeficiente de ajuste
Qout /Qin k
0,10 0,98
0,20 0,94
0,30 0,90
0,40 0,87
0,50 0,85
0,60 0,83
0,70 0,81
0,75 0,00
Fonte: adaptado do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Colorado, Denver, 1991
10-17
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.11
Dimensionamento do reservatório de detenção pelo método do Federal Aviation Agency.
Dados:
Área de drenagem: 222ha
Qpós= 65,51m3/s
Qpré= 13m3/s
Período de retorno T=100anos
Vazão de pré-desenvolvimento: 13m3/s
Solução:
13 m3/s
------------- =0,2
65,51 m3/s
Entrando na Tabela (10.3) com a relação 0,2 obtemos k=0,94 na primeira linha. Para cada
vazão de entrada temos um valor de k conforme se pode ver na Tabela (10.4).
Temos que achar o máximo da diferença entre o volume de entrada e o volume de saída, da
seguinte maneira:
V= máximo (V in – Vout)
Portanto, o volume do piscinão será V.
Usamos o método racional para calcular a vazão afluente, sendo que a vazão efluente de
13m3/s é imposta. Calculamos o volume da vazão afluente para a duração da chuva e o volume
gerado pela vazão efluente.
A máxima diferença de volume será a nossa resposta, isto é, o volume estimado do
reservatório de detenção.
Na Tabela (10.4) são mostrados os resultados obtidos, obtendo-se volume de 64.912m3.
(min) (m3/s) (anos) (min) (mm/h) (ha) (l/s) (m3) (m3) (m3)
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10.14- Dimensionamento pelo método de Abt e Grigg, 1978 usando o Metodo Racional
McCuen,1998 cita o método de Abt e Grigg que usa o método racional com hidrograma
triangular para a entrada e saída.
Neste método não é especificado o tipo de saída da água do reservatório de detenção tais
como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
Vs
---------- = (1 - α)2 (Equação 10.16)
Vpós
Sendo:
Exemplo 10.12
Dimensionamento do piscinão do pelo método de Abt e Grigg, 1978
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. de 13m3/s seria a vazão de pico
no pré-desenvolvimento e a vazão de pico depois do desenvolvimento é de 65,51m3/s. Tempo de
concentração tc=15min. Período de retorno considerado foi de 100anos. Usa o método Racional.
Qpré = 13 m3/s;
Qpós = 65,51m3/s
α = 13 / 65,51 = 0,20
Vs
---- = (1 - α)2 = (1- 0,20)2 =0,64
Vpós
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.13
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin,1991
Vamos usar as vazões de pico calculadas usando o método Santa Bárbara.
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
α = 14,3/56,6 = 0,25
Como o valor obtido de α está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin, 1991.
Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior.
Vs
---- = 0,932 – 0,792 . α
Vpós
Vs
---- = 0,932 – 0,792 x 0,25 = 0,734
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,734 = 133.200m3 x 0,734= 97.769m3
Exemplo 10.14
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin, 1991
Consideramos que aplicando o método racional obtemos:
tc=15min
Tr= 100anos
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
α = 14,3/56,6 = 0,25
Como o valor obtido de α está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin,
1991. Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior e que o dispositivo de
saída de água seja um único orifício.
Vs
---- = 0,872 – 0,861 . α
Vpós
Vs
---- = 0,872 – 0,861 x 0,25 = 0,66
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.15
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de McEnroe, 1992
Tr=100anos
tc=15min
Método Santa Bárbara
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
α = 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,98 – 1,17 . α +0,77. α2 –0,46 . α3
Vpos
Vs
---- = 0,98 – 1,17 x 0,25 +0,77x 0,252 –0,46 x 0,253 = 0,73
Vpos
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,73 = 133.200m3 x 0,73= 97.236m3
Exemplo 10.16
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de McEnroe, 1992
Tr=100anos
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
α = 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,97 – 1,42 . α +0,82. α2 –0,46 . α3
Vpós
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Vs
---- = 0,97 – 1,42 x 0,25 + 0,82. 0,252 –0,46 x 0,253 = 0,66
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,66 = 133.200m3 x 0,66= 87.912m3
Exemplo 10.17
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
α = 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,97 x ( 1 - α)0,753 = 0,97 x ( 1- 0,25) 0,753 = 0,78
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,78 = 133.200m3 x 0,78= 103.896m3
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 108
Dimensionamento do piscinão do pelo método racional
tc= 15min
Tr=100anos
Método Racional.
Qpré = 13 m3/s;
Qpós = 65,51m3/s
Vs = 0,5 x (Qpós - Qpré) x tb
tb= 3 x tc
Vs = (65,51 - 13) x 3 x 15min x 60s = 70.889m3
O grande problema que tem o projetista de reservatóio de detenção é usar um método que seja
aceito pela maioria dos especialistas no assunto. Nos Estados Unidos é muito usado o metodo de
Aron e Kibbler.
No Brasil não há uma recomendação, porém tomamos a liberdade de sugerir o uso do Método
Racional com tb=3tc para bacias com area até 3km2. Para áreas maiores sugerimos usar os
adimensionais do prof. dr. Rodrigo Porto da Universidade de São Carlos da USP.
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10.20 Orifício
O orifício pode ser circular ou retangular e é calculado com a Equação:
Q= Cd x A x (2 g h ) 0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
A= área= π D2/4 (para orifício)
D= diâmetro (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81 m/s2
h= altura média da lâmina de água em relação ao eixo da tubulação de saída (m)
O orifício geralmente é usado na parte inferior dos reservatórios de detenção para o
escoamento da vazão de pré-dimensionamento.
Placa de orifícios
Quando temos uma placa de orifícios cada orifício pode ser calculado separadamente.
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Tabela 10.5 - Vazões em m3/s de tubulações de concreto de acordo com diâmetro interno e declividade da tubulação.
D 0,50% 1% 1,50% 2% 2,50% 3% 3,50% 4% 5%
(m) 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,05
0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,030
0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,064
0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,115
0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,188
0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,404
0,50 0,232 0,328 0,401 0,463 0,518 0,567 0,613 0,655 0,732
0,60 0,377 0,533 0,652 0,753 0,842 0,923 0,997 1,065 1,191
0,70 0,568 0,804 0,984 1,136 1,270 1,392 1,503 1,607 1,797
0,80 0,811 1,147 1,405 1,622 1,814 1,987 2,146 2,294 2,565
0,90 1,111 1,571 1,923 2,221 2,483 2,720 2,938 3,141 3,512
1,00 1,471 2,080 2,547 2,942 3,289 3,603 3,891 4,160 4,651
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.19
Depósito anual de sedimentos no reservatorio de detenção= 222ha x 10m3/ha/ano =2.220m3/ano
Portanto, anualmente teremos que remover aproximadamente 2.220m3 de sedimentos.
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
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Capitulo 11- Bombeamento de águas pluviais
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Capítulo 11
Bombeamento de águas pluviais
Em 1962, Rachel Carson lançou o livro “Primavera Silenciosa” onde denunciou o uso abusivo do
DDT. Mais tarde, em 1997, Theo Colborn, Dianne Dumanoski e Peter Myers lançaram o livro
“Nosso futuro roubado” denunciando os problemas dos disruptores endócrinos, que são agentes
químicos que dificultam a reprodução dos adultos e ameaçam com graves perigos para seus
descendentes em fase de desenvolvimento.
Jose Santamarta- diretor da World Watch.
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 11- Bombeamento de águas pluviais
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
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Capitulo 11- Bombeamento de águas pluviais
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11.1 Introdução
O bombeamento de águas pluviais deve ser sempre evitado, mas existem situações em que é
necessário o uso de bombas para elevar as águas pluviais para um nível superior e assim possibilitar o
seu escoamento por gravidade.
Além do custo das obras de elevatória de águas pluviais temos os problemas de manutenção e
operação das bombas.
Apesar de haver muita literatura brasileira para o dimensionamento de estações elevatórias,
nunca é explicado, satisfatoriamente, o critério em que é escolhida a vazão de dimensionamento para
águas pluviais sendo este na verdade o grande problema.
Adotaremos como texto base Highway Stormwater Pump Station Design) do Federal Highway
Administration (FHWA- NHI-091-007 de fevereiro de 2001.
Na Figura (11.1) vemos uma estação elevatória típica de águas pluviais de grande porte.
Figura 11.1 - Estação Elevatória típica de águas pluviais. Estação Elevatória de Mairiporã
Na Figura (11.2) vemos o corte de uma estação de bombeamento de águas pluviais com motor e
bomba de eixo horizontal de poço de sucção seco. Na Figura (11.3) temos um perfil com poço de
sucção molhado.
A melhor solução recomendada pelo estado de Michigan no MDOT Drainage Manual é o poço
molhado devido ao menor custo.
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Capitulo 11- Bombeamento de águas pluviais
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Figura 11.2 - Perfil de uma Estação Elevatória de Águas Pluviais com poço de sucção seco
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Figura 11.3 - Perfil de uma Estação Elevatória de Águas Pluviais com poço de sucção molhado
com bomba de eixo vertical.
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Figura 11.5 - Poço de seção retangular para três bombas submersíveis. Observar a parede
separando as bombas
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Figura 11.7 - Estação Elevatória de Mairiporã, setembro de 2004. Quatro bombas centrífugas
de eixo verticais com motores de 60 H P.
11.3 Hidrograma
Para se dimensionar uma estação elevatória de águas pluviais é necessário o hidrograma de
vazões com o tempo, que pode ser obtida por diversos métodos:
• SCS (Soil Conservation Service): método mais usado.
• TR-55 (simplificação do SCS): existem dados tabulados que possibilitam fazer o hidrograma,
• Método Santa Bárbara: muito fácil de ser usado
• Outros
Na Figura (11.8) vemos o hidrograma típico da chegada das águas pluviais a uma estação
elevatória, observando um crescimento, um pico de vazão e uma queda em determinado tempo.
Duração da chuva escolhida deverá estar próxima do tempo de concentração tratando-se,
portanto, de chuva de pouca duração como é comum.
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Capitulo 11- Bombeamento de águas pluviais
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0 5 0,000 0 0 0
5 5 0,003 0,0015 0,45 0,45
10 5 0,006 0,0045 1,35 1,80
15 5 0,009 0,0075 2,25 4,05
20 5 0,011 0,0100 3,00 7,05
25 5 0,014 0,0125 3,75 10,80
30 5 0,017 0,0155 4,65 15,45
35 5 0,020 0,0185 5,55 21,00
40 5 0,023 0,0215 6,45 27,45
45 5 0,025 0,0240 7,20 34,65
50 5 0,028 0,0265 7,95 42,60
55 5 0,031 0,0295 8,85 51,45
60 5 0,034 0,0325 9,75 61,20
65 5 0,071 0,0525 15,75 76,95
70 5 0,127 0,0990 29,70 106,65
75 5 0,326 0,2265 67,95 174,60
80 5 0,538 0,4320 129,60 304,20
85 5 0,609 0,5735 172,05 476,25
90 5 0,481 0,5450 163,50 639,75
95 5 0,340 0,4105 123,15 762,90
100 5 0,184 0,2620 78,60 841,50
105 5 0,142 0,1630 48,90 890,40
110 5 0,113 0,1275 38,25 928,65
115 5 0,099 0,1060 31,80 960,45
120 5 0,093 0,0960 28,80 989,25
125 5 0,076 0,0845 25,35 1014,60
130 5 0,071 0,0735 22,05 1036,65
135 5 0,065 0,0680 20,40 1057,05
140 5 0,059 0,0620 18,60 1075,65
145 5 0,057 0,0580 17,40 1093,05
150 5 0,054 0,0555 16,65 1109,70
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Hidrograma de entrada
0,7
0,6
Vazões (m3/s)
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (min)
A curva de massa da entrada que está na Figura (11.10) é o tempo com o volume acumulado
que consta da coluna 6 da Tabela (11.1).
1200,00
Volume de entrada
1000,00
acumulado (m3)
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (min)
Figura 11.9 - Curva de massa de entrada muito usada nos cálculos de bombeamento de águas
pluviais.
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Figura 11.11 - Esquema típico de uma estação elevatória observando a área de armazenamento,
a área das bombas e da descarga.
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11-11
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A Figura (11.14) mostra a entrada das águas pluviais para o poço de sucção notando-se a
existência de grade na vertical e passadiço para desobstrução da mesma. Na Figura (11.15) temos o
poço de sucção das quatro bombas, sendo que uma é considerada de reserva.
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Figura 11.15 - Poço de sucção das bombas de Estação Elevatória de Mairiporã de águas
pluviais.
Uma outra maneira é se observar a Figura (11.17) onde temos o pico de entrada das águas
pluviais obtido no hidrograma por um método hidrológico qualquer como o SCS e a vazão de pico
escolhida pelo projetista. A área hachura da é o volume de armazenamento que deverá ser disponível.
Isto é fácil de se fazer.
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11-14
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c= d – D/2
Exemplo 11.1
Seja uma tubulação com diâmetro de 1,2m com 160m de comprimento e que tenha declividade
de 0,004m/m que conduz as águas pluviais a um poço molhado onde serão instaladas as bombas.
Calcular o volume acumulado V na tubulação para a profundidade d=0,50m.
A= (D2/ 8) x {2 cos –1 (1 – 2d/D) – sen [2cos –1 (1- 2d/D)]}
A= (1,22/ 8) x {2 cos –1 (1 – 2x 0,5/1,2) – sen [2cos –1 (1- 2x 0,5/1,2)]}
A= 0,446m2
c= d – D/2
c= 0,5 – 1,2/2= -0,1m
a= ( D2/4 - c2) 0,5
a= ( 1,22/4 - (-0,12) 0,5
a= 0,592m
–1
Nota: cos (x) = acos (x)
L= 0,5m/0,004= 125m <160m
V= L x ( 2a3/3 + cA) / (D/2 + c)
V= 125 x ( 2 x0,5923/3 + (-0,1)x0,446) / (1,2/2 + (-0,1))= 23,36m3
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Exemplo 11.2
Calcular o volume Vw em um poço molhado com 6,4m de diâmetro, supondo que o nível
máximo de água permitido está na cota 22m e, o nível mais baixo para a elevação das bombas está na
cota 20m.
O volume Vw será:
Vw= π x D2/ 4 x altura
Vw = [(π x 6,4 2 )/ 4} x (22- 20)= 64,34m3
Exemplo 11.3
Calcular a área da seção transversal As para tubulação de D= 1,20m
As= π x 0,25 x 1,22= 1,13m2
Exemplo 11.4
Calcular o comprimento requerido Ls, sendo Vcs= 0 e considerando o volume estimado de
Vreq= 260m3, Vw= 64,34m3 e As=1,13m2
Ls = (Vreq – Vcs – Vw )/ As
Ls = (260 – 0 – 64,34) / 1,13= 173m
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300
250
Volume armazenado (m3)
200
150
100
50
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Nivel de agua (m) com um referencial
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Alternativa A
Usamos tentativas e erros.
Primeiro passo: é fornecida a vazão de bombeamento em m3/h.
Segundo passo: selecione o número de bombas que queira.
Terceiro passo: ache a capacidade de cada bomba dividindo o total a ser bombeado pelo
número de bombas.
Exemplo 11.5
Suponhamos que tenhamos 4 bombas de 2m3/s.
Então teremos 4 x 2m3/s= 8m3/s
Depois com o valor de 8m3/s entramos no gráfico da Figura (11.20) e achamos o volume que será
necessário.
Alternativa B
Primeiro passo: tomar o hidrograma de entrada de águas pluviais (vazão no tempo) como a
Figura (11.8) ou Figura (11.17).
Segundo passo: como é fixado o volume de armazenamento entramos por tentativas na
Figura (11.20) onde achamos a vazão de pico do bombeamento. Notar que para isso usamos a
11-19
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tangente da subida do hidrograma. Achado a vazão de pico podemos estabelecer o número de bombas
como por exemplo, duas.
Exemplo 11.6
Dada um hidrograma para Tr=50anos conforme Figura (11.20) e temos um volume existente de
13.000m3.
Por tentativa achamos a vazão de pico das bombas que é 7m3/s
Caso escolhamos 4 (quatro) bombas então teremos:
7m3/s / 4= 1,75m3/s cada bomba
16
14
12
Vazões (m3/s)
10
Volume
7m3/s
8 3
13.00m
6
4
2
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (min)
Figura 11.20 - Hidrograma típico de águas pluviais que chegam a uma estação elevatória.
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Dica: Uma bomba submersa tem tempo de ciclo em torno de 6min e uma bomba de eixo
vertical de 10min.
O tempo t de intermitência ou tempo de ciclo é a soma do tempo de subida (ts) mais o tempo de
descida (td) para esvaziar o volume V armazenado é:
t = ts + td
td= V / ( Qp – Qi)
O tempo para encher o local de volume V com a vazão de entrada Qi destinado ao
armazenamento enquanto não há bombeamento, isto é, o tempo para subir ts é:
ts= V/ Qi
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Podemos expressar Qi como um múltiplo de Qp, ou seja, Qi= αQp e então o ciclo final será a
somatória t1+ t2
t= td + ts = V/ (Qp – α Qp) + V/ α Qp
Queremos achar o mínimo de t e, portanto derivamos em relação a α e igualamos a zero.
dt/ dα= VQp/ ( Qp – α Qp) 2 - V/ α 2 Qp= 0
Qp 2 α 2 + (Qp –Qp α ) 2= 0
Onde α =0,5
Então: Qi= 0,5 Qp
Ou Qp= 2 . Qi
Vamos achar o tempo mínimo do ciclo, isto é, o intervalo mínimo entre duas partidas
consecutivas usando:
t= t1+ t2= V/ (Qp – α Qp) + V/ α Qp
t= V/ (Qp – 0,5Qp) + V/0,5Qp
t= V/ 0,5Qp + V/0,5Qp= 2V/0,5Qp= 4V/Q
Portanto temos:
t=4V/Qp
V= (t x Qp) / 4
Considerando t= 10min teremos:
V= (10 x Qp) /4= 2,5 Qp
Exemplo 11.7
Calcular o volume mínimo da caixa que uma bomba de eixo vertical com tempo de ciclo de
10min com vazão de 0,4m3/s.
Vmin= 15Qp.t
t= 10min
Qp= 0,4m3/s
Vmin= volume mínimo do poço de sucção necessário para um ciclo (m3)
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Sendo:
n= número de bombas na estação elevatória.
Qp= capacidade individual de vazão de uma bomba (m3/s)
Qi = pior situação da vazão de entrada para uma bomba de um ciclo em particular (m3/s)
Vn= volume de ciclo da enésima bomba (volume entre o início e o fim da enésima bomba)
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α= n –0,5
A relação Qi/ Qp= 0,5 é uma condição crítica da intermitência das partidas, ocorrendo quando a
vazão que ingressa ao poço de sucção é igual à metade da capacidade da bomba, conforme Crespo,
2001. Qualquer outro valor resultante dessa relação assinala uma condição operacional mais
vantajosa entre duas partidas consecutivas.
Efetivamente:
Quando Qi/ Qp < 0,5 entende-se que a intermitência é favorável, visto que vazões afluentes
pequenas demoram para encher o poço (ts é um valor elevado). Esse lapso de tempo é decisivo para
garantir a intermitência segura.
Quando Qi/ Qp > 0,5 entende-se que a intermitência é favorável visto que vazões afluentes
maiores (próximas à capacidade da bomba) demoram para esvaziar o poço (td é um valor elevado).
Este lapso de tempo é decisivo para garantir a intermitência segura conforme Crespo, 2001.
Exemplo 11.8
Calcular o volume mínimo do poço de sucção entre o NAmax e o NAmin quando a vazão de
pico de entrada é Qi= 0,18m3/s e são previstas duas bombas de igual capacidade e uma bomba de
reserva. São previstas duas bombas em operação e então:
Qi= 1,5 Qp
Qp= Qi/1,5=0,13/1,5=0,09m3/s
O volume mínimo do poço de sucção V entre o NAmax e o NAmin é:
V= 15 x Qp x t = 15 x 0,09 x 10min= 14m3
11-24
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Recomenda-se ainda que a máxima potência do motor de uma bomba seja de 300HP, com
motor de indução trifásico com voltagem de 440V.
Quando usar equipamento portátil para suprir falta de energia elétrica que não seja maior que
75HP:
Os tempos de ciclos recomendados em função da potência do motor, conforme Tabela (11.8).
11-25
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Submergência
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11-28
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Figura 11.27 - Dimensões recomendadas de um poço de sucção retangular para uma bomba
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Figura 11.28 - Dimensões recomendadas de um poço de sucção retangular para uma bomba
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Figura 11.29 - Dimensões recomendadas de um poço de sucção retangular para uma bomba
Na Figura (11.30) temos um perfil de uma estação elevatória mostrando o poço de sucção
molhado.
11-31
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11.17 Vórtex
É um fenômeno semelhante a cavitação, pois reduz a eficiência hidráulica. O vórtex acontece no
rotor da bomba e pode se estender até a superfície liquida, conforme Figura (11.31).
Há três estágios do vórtex:
Estágio tipo 1 - no começo as bolhas de ar vão da superfície líquida para a bomba. Não é muito
perigoso.
Estágio tipo 2 - o vórtex forma uma espécie de canalização por uns 30 segundos puxando o ar e
o lixo existente na superfície do líquido. Começa a diminuir a eficiência da bomba.
Estágio tipo 3 - é continuação do vortex puxando grandes volumes de ar e possíveis lixos
existentes na superfície do líquido. Causa sérios danos na bomba.
11.18 Grades
As grades ou telas são necessárias para evitar entupimento nas bombas. Recomenda-se que as
grades sejam inclinadas e que o espaçamento seja de 4cm entre as barras.
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Tempo de concentração
Considerando que a bacia da cidade de Mairiporã contribui com água de chuva para a Estação
Elevatória da Sabesp, tem cota máxima a montante estimada em 780,00m e a cota mínima à jusante
estimada foi de 743,00m. Sendo o comprimento de 800m a declividade média no trecho é de
0,04625m/m.
Considerando McCuen com k= 6,1, e S= 0,04625m/m obtemos a velocidade de escoamento
superficial 1,31m/s e o tempo de concentração de 10,2min.
O escoamento superficial foi levado em conta devido a mais da metade do trecho de
contribuição não possuir galerias de águas pluviais e no trecho que existe, devido ao assoreamento
das galerias ou devido talvez ao subdimensionamento das mesmas, o escoamento é em grande parte
superficial.
Deverá ser recalculado todo o sistema de drenagem do centro de Mairiporã no trecho em que a
mesma é conduzida ao canal e a Estação Elevatória de Águas Pluviais de Mairiporã.
Usando a fórmula Califórnia Culverts Practice, com L-=0,8km H=37m sendo:
tc= 57 . L 1,155 / H 0,385
obtemos tc=10,97min= 11min. Adotamos então11min.
Manutenção:
É necessário anualmente retirar gramas, galhos de árvores e lixo.
O lixo que vai para o canal de águas pluviais é de 0,70 ton/ha. Como temos 47ha, teremos 47ha
. 0,7 ton/ha/ano= 35 ton/ano.
Hidrógrafa
Consideramos que a fração impermeável seja de 0,7, isto é, que a área central de Mairiporã tem
70% de impermeabilização. A fração impermeável 0,70 é a maior possível para o município de
Mairiporã.
O coeficiente CN adotado, conforme Tucci p. 403 é CN= 85. Para o cálculo da chuva excedente
será usado o método do Soil Conservation Service.
A área da bacia de contribuição no bombeamento da Sabesp é de 0,4675km2, ou seja, 46,75ha.
O método de cálculo da hidrógrafa foi o método Santa Bárbara.
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16
14
12
Vazões (m3/s)
10
Volume
7m3/s
8 3
13.00m
6
4
2
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (min)
Figura 11.32 - Hidrograma típico de águas pluviais que chegam a uma estação elevatória.
7
6
Vazão (m3/s)
5
4
3
2
1
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (min)
Figura 11.33 - Hidrograma típico de águas pluviais que chegam a uma estação elevatória.
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20
Vazão (m3/s)
15
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (min)
Figura 11.34 - Hidrograma típico de águas pluviais que chegam a uma estação elevatória.
Dimensionamento
Considerando o hidrograma da Figura (11.34) para período de retorno de 50 anos e,
considerando que existe uma reservação de 13.000m3, por tentativa achamos que a vazão de
bombeamento deverá ser de 7 m3/s.
Vamos considerar o funcionamento de 4 bombas o que dará 7m3/s dividido por 4 que será 1,75
m /s (105m3/min ou 6.300m3/h) cada bomba.
3
Vim= 15 x 1,75m3/s x 10min = 263m3 que é o volume mínimo do poço de sucção OK..
Volume necessário: 13.000m3 que é o existente
Vazão total das 4 bombas em funcionamento: 7m3/s
Vazão de pico para Tr=50anos: 14m3/s
Vazão de uma bomba= 1,75m3/s
Altura manométrica total (m)= 3,6m
Rendimento da bomba= 0,8
Rendimento do motor= 0,95
1 HP= 746w= 0,746kW
WP= γ x Q (TDH) / 1000
3
WP= 9789 x 1,75m /s x 3,6m / (1000 x 0,95 x 0,8)= 81 kW (60 HP)
A capacidade máxima de escoamento das bombas deveria ser de 7m3/s e não 1,67m3/s conforme
existente.
11-36
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Exemplo 11.9
Dimensionar uma estação elevatória de águas pluviais para captação de água de duas estradas
de rodagem, sendo que o tubo que chega ao poço de sucção tem 65m de comprimento e diâmetro de
1,20m . O poço de sucção é cilíndrico com cota mínima igual a 27,889m e cota máxima 30,480m. A
cota de saída para onde vai a tubulação de recalque é 133,0620m.
Figura 11.35 - Planta das duas estradas onde queremos bombear águas pluviais
Figura 11.47 - Perfil do poço de sucção e do tubo de acesso para o bombeamento de águas
pluviais.
O período de retorno adotado será de 50anos.
Vamos supor que a intensidade de chuva é fornecida pela Equação:
I= 1231,9/ (t + 10,1) 0,581
Sendo:
t= tempo de concentração (min)
I= intensidade da chuva (mm/h)
Sendo o tempo de concentração tc= t= 10min teremos:
I= 1231,9/ (t + 10,1) 0,581
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Hidrograma de entrada
2,00
Vazao (m3/s)
1,50
1,20m3/s
361,27m3
1,00
0,50
0,00
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
Figura 11.36 - Hidrograma de entrada com pico de 1,718m3/s. Por tentativas achamos o valor
da vazão de pico 1,20m3/s que corresponde ao volume de 361,27m3.
Poço de sucção
Diâmetro do poço= 4,60m
Altura do nível útil de água= 30,480m – 27,889m= 2,6m
Área= π x D2/ 4= 3,14 x 4,6 2 / 4= 16,6m2
Volume do poço de sucção= área x altura= 16,6m2 X 2,6m= 43,06m3
Nota: o problema omite o tempo de ciclo. Se fosse t=10min então: V=15 x 0,4m3/s x 10=60m3 e se
fosse de 3min então o volume do poço seria: V= 15 x 0,4m3/s x 3=18m3
Na Figura (11.36) por tentativas se acha a vazão de pico que deve ter as bombas para se
achar o volume de 361,27m3.
A quantidade de bomba escolhida é três e portando cada bomba deverá bombear 0,40m3/s
totalizando 1,20m3/s para a vazão de pico. Não confundir com a vazão de pico de 1,718m3/s.
No Texas se usa a Tabela (11.13) usando a vazão média da bomba (APC) da seguinte maneira:
APC= Excesso de volume / duração
O excesso é o volume produzido num determinado tempo menos o volume total armazenamento
de 361,27m3 conforme Tabela (11.11). Verificamos que o valor máximo é 1,124m3/s praticamente
coincidente com o valor que achamos de 1,20m3/s e que se dará aos 12 minutos..
11-38
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Hidrograma adotado
2
Vazao (m3/s)
1,5
0,5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728
Tempo (min)
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0 0,00 0 0,000
1 0,163 4,890 4,890
2 0,325 14,640 19,530
3 0,488 24,390 43,920
4 0,650 34,140 78,060 24
5 0,813 43,890 121,950 48
6 0,975 53,640 175,590 72
7 1,138 63,390 238,980 96
8 1,301 73,170 312,150 120
9 1,463 82,920 395,070 144
10 1,626 92,670 487,740 168
11 1,626 97,560 585,300 192
12 1,626 97,560 682,860 216
13 1,463 92,670 775,530 240
14 1,301 82,920 858,450 264
15 1,138 73,170 931,620 288
16 0,975 63,390 995,010 312
17 0,813 53,640 1048,650 336
18 0,651 43,920 1092,570 360
19 0,488 34,170 1126,740 384
20 0,326 24,420 1151,160 408
21 0,163 14,670 1165,830 432
22 0,001 4,920 1170,750 456
23 0,00 0,030 1170,780 480
24 0,00 0,000 1170,780 504
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 11- Bombeamento de águas pluviais
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Figura 11.38 - Desenhos da chuva e do runoff que vai para a estação elevatória de águas
pluviais.
11-42
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Nos diversos livros de instalações prediais existentes no Brasil não existem recomendações
para o bombeamento de águas pluviais, tudo passando como se fosse semelhante ao de esgotos
sanitários.
Tempo de concentração
Em terrenos adotaremos tempo de concentração igual a 10min.
Período de retorno
O período de retorno em águas pluviais adotado em telhados é Tr=25anos e adotaremos de
maneira igual para o dimensionamento da vazão de pico pelo método Racional.
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Intensidade de chuva
Intensidade (I ou i) é a precipitação por unidade de tempo, obtida como a relação I= P / t,
expressa-se normalmente em mm/hora ou mm/minuto.
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).
1747,9 . 250,181
I =------------------------ (mm/h)
( 10+ 15)0,89
I= 178m/h
Método Racional
Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha= 10.000m2
Exemplo 11.10
Área do terreno 2000m2 (0,ha) com 1000m2 de área impermeável. Dimensionar bombeamento de
águas pluviais com altura de recalque de 5m.
Q=CIA/360
A=2000/10000=0,2ha
I=178 mm/s
Rv=0,05+0,009x AI= 0,05+0,009x 50=0,5
C=Rv=0,5
Q= CIA/360= 0,50 x 178x 0,2/360= 0,0494m3/s
Portanto, a vazão de pico é 0,0494m3/s.
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Figura 11.41- Hidrograma de entrada com a vazão de pico e o volume total de armazenamento
e poço de sucção.
Potência da bomba
Bomba ηB= 0,7
Motor ηM= 0,9
η= ηmotor x η bomba = 0,9 x 0,7=0,63
AMT=5,00m
P= 1000 x Q x Hman / (75 η )
P= 1000 x 0,016 x 5 / (75 x 0,63 ) = 1,7HP
Dando um acréscimo de 20% temos
P= 1,7 + 0,24= 1,94HP
Escolhemos um motor padrão que é de P=2 HP
A potência consumida em KW será: P= 2 HP x 0,736= 1,47 KW
11-45
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Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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Capítulo 12
Chuva excedente- método do número CN do SCS
12-1
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Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
12.1 Introdução
12.1.1 Característica do solo
12.1.2 Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades
12.1.3 Capacidade mínima de infiltração no solo
12.2. Tabelas do número CN da curva de runoff
12.3 Condições antecedentes do solo
12.4 Estimativa do número CN para área urbana
12.5 Área impermeável conectada e área impermeável não conectada
12.6 Estimativa de runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método SCS
12.7 Limitações da equação conforme SCS
12.8 Hietograma da chuva excedente
12.9 Estimativa de área impermeável de macro-bacias urbanas
12.10 Aplicações e validade do método no número CN da curva de runoff (SCS)
12.11 Comparação dos métodos de infiltração
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Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que o tipo A e com
permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).
solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis
ou contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos
podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada
C que no Grupo B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).
Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade de infiltração abaixo
da média, contendo percentagem considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).
solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns 50cm de
profundidade. Ou solos arenosos como do grupo B, mas com camada argilosa quase impermeável
ou horizonte de seixos rolados (Porto, 1979 e 1995).
D
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa capacidade de infiltração,
gerando a maior proporção de escoamento superficial (Tucci et al, 1993).
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Vamos usar as Tabelas (12.3) e Tabela (12.4) traduzidas do inglês por (Tucci, 1993).
Tabela 12.3- Valores dos números CN da curva de runoff para bacias rurais
Uso do solo Superfície do solo Grupo do Solo
A B C D
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94
Em fileiras retas 70 80 87 90
Em curvas de nível 60 72 81 84
Plantações de Terraceado em nível 57 70 78 89
legumes ou Pobres 68 79 86 89
cultivados Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80
Normais 30 58 71 78
Campos Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
permanentes Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77
Chácaras Normais 56 75 86 91
Estradas de terra Más 72 82 87 89
De superfície dura 74 84 90 92
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Zonas industriais 81 88 91 93
Zonas residenciais
Lotes de (m2) % média impermeável
<500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84
Arruamentos e estradas
Asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89
Exemplo 12.1:
Achar o número CN para área urbana com cerca de 65% de impermeabilização sendo
o restante da área permeável recoberta com grama, sendo o solo tipo C
Conforme Tabela (12.4) achamos CN=90
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Exemplo 12.2
Para o dimensionamento do piscinão do Pacaembu, Canholi considerou a fração
impermeabilizada de 0,55.
Como já foi mostrado anteriormente o tipo de solo da região é o tipo B conforme
classificação do SCS. Considerando a Tabela (12.4) em espaços abertos com relva com
impermeabilização de 50% a 75% o valor de CN=69.
Vamos achar o número CNw composto.
Sendo:
CNp =69
f= 0,55
CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)
CNw = 69. ( 1-0,55 ) + 0,55 . ( 98 )= 84,95=85
Portanto, o número CN que se poderia usar para o cálculo da chuva excedente na bacia
do Pacaembu é CNw =CN=85.
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( P – Ia ) 2
Q = ------------------ (Equação 12.3)
( P- Ia ) + S
Sendo:
Q= runoff ou chuva excedente (mm);
P= precipitação (mm);
Ia = abstração inicial (mm) e
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
A abstração inicial Ia representa todas as perdas antes que comece o runoff. Inclui a
água retida nas depressões da superfície e interceptada pela vegetação, bem como, a água
evaporada e infiltrada.
Empiricamente foi determinado nos Estados Unidos pela SCS que Ia é
aproximadamente igual a :
Ia =0,2 S (Equação 12.4)
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Coluna 1:
Na coluna 1 da Tabela (12.8) temos o tempo em horas em 48 intervalos de 2,5minutos. A
duração da chuva é de 2h.
Coluna 2:
Temos o tempo em minutos.
Coluna 3:
Temos o tempo em horas.
Coluna 4:
Na coluna 4 temos os valores em números adimensionais de Huff para o 1º quartil com 50%
de probabilidade. A soma de toda a coluna 4 deverá ser sempre igual a 1 (um). Supomos que
este hietograma é aquele de fevereiro de 1983.
Coluna 5:
Consideramos que para período de retorno de 25anos, foi adotado a precipitação total de
85,1mm para chuva de 2h segundo a Equação de Martinez e Magni,1999.
Os valores da coluna 5 são obtidos multiplicando a coluna 4 pelo valor da precipitação
total de 85,1mm. O valor total da coluna 5 deverá ser de 85,1mm totalizando as 48 faixas de
2,5min.
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Coluna 6:
Na coluna 6 temos as precipitações da coluna 5 acumuladas até atingir o valor global de
85,1mm. A chuva acumulada é necessária para o uso da equação do SCN conforme veremos.
Coluna 7:
Para a coluna 7 recordemos que a chuva excedente Q é:
.
(P- 0,2S) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
(P+0,8S)
25400
sendo S= ------------- - 254
CN
A Equação (12.8) do valor de Q é válida quando a precipitação P>0,2S.
Quando P < 0,2 S o valor de Q=0.
Como CN=87 o valor de
S= 25400/87 - 254 = 37,95
0,2 . S = 0,2 . 37,95 = 7,59mm
(P- 0,2S) 2 (P- 0,2 . 37,95 ) 2 (P- 7,59) 2
Q= -------------------------- = ----------------------- = -----------------
(P+0,8S) (P+0,8. 37,95) (P + 30,36)
Obteremos também o Q acumulado.
Mas a equação achada só vale quando P>0,2 S ou seja P> 7,59mm
Portanto, para a primeira linha o valor de P acumulado é 2,6mm e portanto Q=0.
Para a segunda linha o P acumulado é 5,1mm que é menor que 7,59mm e portanto
Q=0.
Na terceira linha P acumulado é 7,7376mm que é menor que 8,964mm e portanto
Q=0.
Na quarta linha o valor de P=11,2 é maior que 7,59mm e portanto aplica-se a fórmula
do SCS.
(P- 8,964) 2 (11,2- 7,59) 2
Q= -------------------------- = ----------------------- = 0,3mm
(P + 35,856) (11,2+30,36)
e assim por diante achamos todos os valores da coluna 7.
Uma maneira pratica de se obter a coluna 7 é usando a planilha Excel usando a função
SE da seguinte maneira:
= SE (Coluna 6 > 7,59; [( coluna 6 – 7,59) 2 / (coluna 6 + 30,36)] ; 0)
O total da chuva excedente é de 51,9mm. Esta parte da chuva é que irá produzir o
escoamento superficial, isto é, o runoff.
Coluna 8:
Os valores são da chuva excedente acumulada em milímetros e para achar por faixa é só fazer
a diferença entre a linha com a linha anterior da coluna 7 obtendo assim a coluna 8.
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Coluna 9:
Caso se queira saber como está a infiltração da mesma basta achar a diferença entre a
chuva da coluna 5 com a chuva excedente por faixa da coluna 8. A infiltração total é de
33,2mm e não contribuirá para o escoamento superficial.
A somatória da infiltração de 33,2mm com o runoff de 51,09mm fornecerá a
precipitação total de 85,1mm. Frizamos que desprezamos a evaporação.
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Capitulo 13- Melhoria da qualidade das águas pluviais
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13.1 Introdução
Conforme TUCCI, (2002) na Figura (13.1) pode-se observar amostras de águas pluviais
dispostas segundo um relógio (figura de garrafas). No início existe pequena concentração;
logo após a concentração é alta, para após alguns intervalos de tempo se reduzir
substancialmente.
13-1
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Capitulo 13- Melhoria da qualidade das águas pluviais
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Valor de P
Para a cidade de Mairiporã, São Paulo achamos para 90% das precipitações acima de
2mm (que produzem runoff), o valor P=25mm conforme Figura (13.2) e Tabela (13.1).
80
60
(mm)
40
90
25
20
0
0 20 40 60 80 100
Porcentagem do runoff produzido pelas
precipitações (% )
Figura 13.2 - Freqüência das precipitações diárias que produzem runoff da cidade de Mairiporã,
Estado de São Paulo.
13-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 13- Melhoria da qualidade das águas pluviais
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Tabela 13.1 - Freqüência acumulada e precipitações diárias de Mairiporã de 1958 a 1995, a remoção de
sólidos totais em suspensão (TSS).
Freqüência Precipitação diária Remoção de
Acumulada de 1958 a 1995 de Mairiporã sólidos totais em suspensão
(%) (mm) (TSS)
43 1(não produz runoff)
50 2( não produz runoff)
56 3
59 4
63 5
75 10
76 11
78 12
80 13
81 14
82 15
83 16
84 17
85 18
86 19
87 20
90* 25 80%**
93,22 30
95,30 35
96,68 40
97,49 45
98,13 50
98,72 55
99,13 60
99,36 65
99,56 70
99,69 75
99,78 80
99,81 85
(*) Adoptado por Schueler
(**) Estimativa
Exemplo 13.1
Dimensionar o reservatório para qualidade de água WQv sendo a área da bacia de 20ha
e área impermeável de 60%.
Rv= 0,05 + 0,009 . AI = 0,05 + 0,009 . 60 =0,59
P=25mm A=20ha
WQv= (P/1000) . Rv . A = (25mm/1000) . 0,59 . (20ha .10000m2) = 2.950m3.
Portanto, o reservatório para controle de qualidade de água deverá ter 2.950m3 de
capacidade.
13-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 13- Melhoria da qualidade das águas pluviais
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Inglaterra
Conforme CIRIA, 2007 no SUDS Manual, a Escócia adota valor de 10mm a 15mm
de chuva da área impermeável para a melhoria da qualidade das águas pluviais como
valor fixo, enquanto que a Inglaterra e o Pais de Gales adotam valores maiores. Existe
ainda uma equação para valores locais na Escócia cujos valores variam de 10mm a 20mm.
De modo geral é adotado na Inglaterra que o volume de tratamento deve ser no
mínimo aquele que produz 90% do runoff em todos as precipitações e que é portanto,
semelhante a Teoria de Schueler usada nos Estados Unidos.
13-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 14- Trincheira de infiltração
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14.1 Introdução
A trincheira de infiltração é uma vala rasa escavada e enchida com pedra britada com objetivo
de drenar o escoamento superficial. A bacia de infiltração é uma técnica semelhante à trincheira de
infiltração. Tucci, no seu livro Inundações Urbanas na América do Sul, chama valos de infiltração
para as trincheiras de infiltração e bacia de percolação para a bacia de infiltração.
O método principal para o dimensionamento de trincheiras que usaremos é aquele baseado no
volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv, mas, usaremos também o método
que, além da melhora da qualidade das águas pluviais, proporciona uma detenção do pico de
enchente, que logicamente apresentará volume maior de trincheira.
14-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 14- Trincheira de infiltração
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14.3 Projeto
• Recomenda-se que a percolação mínima do solo adjacente seja maior ou igual a 15mm/h
e menor ou igual a 60mm/h (Estado de Massachusetts, 1997).
• A profundidade máxima da trincheira sobre rocha ou o lençol freático é de 1,20m.
• O geosintético (geotêxtil como o bidim) a ser assentado na trincheira deverá ser repassado
no mínimo uns 30cm.
• A profundidade da trincheira de infiltração deve ser ajustada para que o tempo máximo de
drenagem do volume de runoff seja de 48h, com o mínimo de tempo de 24h.
• As pedras britadas a serem usadas variam de 38mm a 75mm. Geralmente é usada pedra
britada nº3, cujo diâmetro varia de 25mm a 35mm.
• A trincheira de infiltração somente deve ser construída quando a área contribuinte estiver
estabilizada.
• A trincheira de infiltração deve ficar no mínimo 6,00m de uma construção.
• No caso de tubos perfurados, a declividade mínima dos mesmos deve ser de 0,5%.
• Os tubos perfurados deverão ter diâmetros maiores que 100mm.
• À montante da trincheira de infiltração, podemos fazer uma faixa de filtro gramada para
remover as partículas de diâmetros grandes.
• Deve-se construir uma berma à jusante da trincheira de infiltração com objetivo de se
formar uma pequena lagoa sobre a trincheira para assim, aumentar a infiltração.
Sendo:
dmax= profundidade máxima permissível (m).
Geralmente 0,90≤ dmax ≤ 2,40m.
f= taxa final de infiltração (mm/h). Intervalo: 7,6mm/h ≤ f ≤ 60mm/h.
Ts= máximo tempo permitido (h). Varia de 24h ≤ Ts≤ 48h.
n= porosidade das pedras britadas do reservatório que compõe a trincheira de infiltração.
Geralmente adota-se n=0,4. n=Vv/Vt sendo: Vv=volume de vazios e Vt= volume total.
dt= profundidade escolhida para projeto desde que, o fundo da trincheira, esteja superior a
1,20m do lençol freático.
14-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 14- Trincheira de infiltração
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Exemplo 14.1
Escolher a profundidade de uma trincheira de infiltração que tem:
n= 0,40 f= 13mm/h Ts= 48h
dmax= f . Ts / n
dmax= 13mm/h . 48h / 0,40 =’560mm=1,56m
Portanto, a profundidade máxima deverá ser 1,56m. Devemos observar que o fundo da
trincheira de infiltração deverá estar acima de 1,20m do lençol freático. Adotamos dt=1,50m
>dmax=1,56m.
Volume da trincheira
O volume de uma trincheira de infiltração é calculado pela Equação.
V= Vw + P . At - f. T. At
Sendo:
V= volume de armazenamento na trincheira (m3)
Vw= volume que entra na trincheira (m3)
P= precipitação sobre a trincheira (m)
At= área da superfície da trincheira (m2)
f= taxa final de infiltração (mm/h)
T= tempo para enchimento da trincheira que geralmente é ≤ 2h.
O valor da água precipitada sobre a trincheira (P. At) geralmente é muito pequeno e é
desprezado nos cálculos.
(P. At)=0
V= Vw + P . At - f. T. At
Ficando assim:
V= Vw - f. T. At
Mas o volume da chuva Vt é a razão do volume V armazenado com a porosidade n.
Vt = V/ n
Vt = volume da trincheira (m3)
Mas o valor de Vt é igual ao produto da profundidade escolhida da trincheira dt pela superfície
At e vezes a porosidade n.
V= dt . At . n
dt = profundidade admitida (m).
Como queremos determinar as dimensões da trincheira, tiramos o valor de At.
V = Vw - f. T. At
dt. At. n = Vw – f. T. At
At (n. dt + f. T) = Vw
At = Vw / (n . dt + f .T) (Equação 14.2)
Procedimentos de cálculo
O procedimento de cálculo é o seguinte:
• Determinar o volume Vw de armazenamento usando os métodos WQv.
• Calcular a profundidade máxima permissível da trincheira de infiltração: dmax usando a
Equação (14.1).
dmax= f . Ts / n
• Escolher o valor a profundidade da trincheira dt de maneira que esteja acima do lençol
freático e que seja menor que dmax.
• Calcular a área da superfície da trincheira At, usando a Equação (14.2).
At = Vw / (n . dt + f .T)
14-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 14- Trincheira de infiltração
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Exemplo 14.2
Dimensionar uma trincheira de infiltração em um estacionamento com 120m de largura por
150m de comprimento, sendo a taxa de infiltração do solo de 13mm/h e o índice de vazios dos
agregados de 0,4.
Neste caso não há pré-tratamento.
Sendo o first flush P=25mm
Rv= 0,05 + 0,009 x AI
Sendo AI= 100%
Rv= 0,05+0,009x 100 = 0,95
WQv = (25/1000) x 0,95 x (120 x 150) = 428m3 =Vw
dmax= f . Ts / n
dmax= 13mm/h . 48h / 0,40 =1560mm=1,56m
At = Vw / (n . dt + f .T)
T= 2h
f= 13mm/h
n=0,40
At = 428 / (0,40 . 1,56 + 13 .2h/1000) =658 m2
Adotando comprimento de 150m, a largura será 4,4m e profundidade será 1,56m.
Exemplo 14.3
Dimensionar a área superficial da trincheira de infiltração, considerando os seguintes dados:
n= 0,40
WQv= 20m3
Vp= 5m3 (volume da câmara de sedimentação do pré-tratamento)
dt= 1,50m
f= 13mm/h
T= 2h =tempo para encher a trincheira
O volume Vw que irá atingir a trincheira de infiltração é o volume WQv menos o volume da
câmara de sedimentação Vp:
Vw= WQv – Vp= 20m3 – 5m3 = 15m3
Aplicando a Equação temos:
At = Vw / (n . dt + f .T)
At = 15m3 / (0,40 . 1,50m + 13mm/h . 2h/1000) = 24m2
Exemplo 14.4
Calcular a trincheira de infiltração para área residencial de 4ha com AI=70%, sendo
K=13mm/h, agregado com n=0,40.
Sendo o first flush P=25mm
Rv= 0,05 + 0,009 x AI
Sendo AI= 70%
Rv= 0,05+0,009x 70 = 0,68
WQv = (25/1000) x 0,68 x (4 x 10000) = 680m3
Reservarmos 10%, ou seja, 68m3 para o pré-tratamento.
Vw = WQv – 0,10 WQv= 680m3 – 68m3= 612m3
dmax= f . Ts / n
dmax= 13mm/h . 48h / 0,40 =1,56m. Adoto 1,60m
At = Vw / (n . dt + f .T)
T= 2h
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f= 13mm/h
n=0,40
At = 612 / (0,40 . 1,6 + 13 .2h/1000) = 612/ 0,66= 972 m2
Exemplo 14.5
Vamos calcular, teoricamente com dados reais de pesquisas em trincheiras de infiltração,
feitas por Vladimir Caramori B. Souza e Joel Avruch Goldenfum que constam no volume 2 de
Avaliação e controle de drenagem Urbana da ABRH, 2001, adaptado para a RMSP. Os autores
calcularam para um período de retorno de 5 anos e com os dados de chuva de Porto Alegre.
dmax= f . Ts / n
dmax= 9mm/h . 48h / 0,50 =0,86m
Adoto dt= 0,80m
Considerando que não há pré-tratamento então Vw=WQv= 4,88m3
At = Vw / (n . dt + f .T)
At = 4,88m3 / (0,50 . 0,80m + 9mm/h . 2h/1000) = 11,6m2
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Capitulo 15- Pavimento modular
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15-1
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Capitulo 15- Pavimento modular
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15.1 Introdução
15.2 Eficiência do pavimento modular
15.3 Critérios de seleção do pavimento modular
15.4 Limitações do pavimento modular
15.5 Dados para projeto para pavimento modular
15.6 Porosidade e condutividade hidráulica
15.7 Juntas
15.8 Blocos de concreto
15.9 Vantagens do pavimento modular
15.10 Período de retorno
15.11 Conversão de unidades
15.12 Chuvas intensas
15.13 Cálculos do pavimento modular segundo CIRIA, 2007
15.14 Tipos de pavimento conforme CIRIA, 2007
15.15 Geotêxtil
15.16 Carga dos veículos
15.17 Aproveitamento de água de chuva em pavimento modular
15.18 Bibliografia e livros consultados
15-2
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15.1 Introdução
O pavimento modular é constituído de estruturas rígidas com cerca de 30% de
espaços vazios que são preenchidas com materiais permeáveis como pedrisco, conforme
Figura (15.1) a (15.4), executados por uma camada de pedra britada para armazenamento
de águas pluviais, podendo ser tijolos, blocos de concreto, cerâmica, etc.
O coeficiente de runoff normalmente usado é 0,10 a 0, pois absorve 90% a 100%
da água. Para aproveitamento de água de chuva com o pavimento modular deve ser usar
C=0,40 conforme Interpave, 2008.
No pavimento modular o concreto não é poroso, pois a água entra pelas juntas entre
os blocos.
A infiltração tem efeito a partir dos primeiros 5mm de chuva conforme Interpave,
2008. Normalmente o pavimento modular é usado em áreas de estacionamentos e
passeios públicos.
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Observa-se na Tabela (15.1) que a infiltração de uma estrada de terra com solo
compactado não tem infiltração 100% como muitos imaginam, pois somente se infiltra 34%
da precipitação.
O mesmo acontece com pavimentação em paralelepípedos ou blocos de concreto onde
se julga que toda a precipitação se infiltra, não esquecendo que quando os mesmos são
assentados com declividades em torno de 10% as juntas são asfaltadas e a infiltração neste
caso será zero.
Para pavimento modular o valor de C=0,03 o que significa que o mesmo deixa passar a
97% da água. Nos cálculos suporemos que 100% da água que cai sobre o pavimento
modular se infiltra.
Uma outra consideração é quando se calcula microdrenagem, CIRIA, 2007 recomenda
que se leve em conta o coeficiente de runoff C=0,35 a favor da segurança.
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O pavimento modular da Figura (15.5) possui uma camada de areia grossa de 0,10m
onde são assentados os módulos de concreto.
Abaixo da camada de areia existe o geotêxtil (bidim) para evitar a migração da areia
fina para a camada granular logo abaixo, que terá no mínimo 0,25m de espessura e feita
geralmente de pedra britada nº3, cujo diâmetro varia de 2,5cm a 5cm.
No fundo do reservatório de pedra britada terá também o geotêxtil e abaixo estará o
solo nativo.
Na Figura (15.6) existe tubo para drenagem que é usado quando a condutividade
hidráulica do solo for menor que 0,36mm/h conforme Interpave, 2008.
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15.7 Juntas
O objetivo das juntas é facilitar o movimento vertical da água na sub-base do
pavimento modular.
É recomendado pela Interpave, 2008 o uso de pedrisco com diâmetro entre 2mm
a 6,3mm sendo que se existir diâmetros maiores que 6,3mm ou menores que 2mm deverão
ser em pequena porcentagem.
Não é recomendado o uso de areia nas juntas.
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Na prática podemos impor um certo valor da altura hmax e obtermos a área da base
da infiltração Ab.
Ab=( AD . i . D)/ (n . hmax + q.D)
Exemplo 15.1
Dimensionar um pavimento modular de concreto com 8cm de altura e com porosidade
efetiva de 30%, sendo a permeabilidade medida do solo K=7mm/h para uma área de
100m2.
Cálculo do volume Vr
h = (D/n) x ( i – q)
D=60min=1,00h (tempo de duração da chuva para Tr= 5anos na RMSP)
i=51,8mm/h=0,0518m/h (intensidade da chuva) Tabela (15.7)
q= 7mm/h=0,007m/h= K
n=0,30
h = (D/n) x ( i – q)
h = (1,00/0,30) x ( 0,0518– 0,007)=0,15m
Adoto o mínimo de h=0,30m
As camadas são:
• Blocos de concreto vazados com altura de 0,10m.
• Camada de areia grossa de 0,05m a 0,10m.
• Camada de pedra britada nº3 com espessura de 0,30m.
• Instalação de geotêxtil (bidim).
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• Solo nativo.
Nota: as juntas do bloco de concreto vazado podem ser preenchidas com pedrisco.
Exemplo 15.2
Seja um pavimento permeável com 1756m2 com 19m x 92m e que recebe água de uma
área impermeável com 27m x 92 com 2.461m2. No total temos área de 4.271m2.
Área impermeável de 58%.
Vamos considerar que o solo tenha condutividade hidráulica mínima de 3,6mm/h.
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Observando a Tabela (15.12) temos várias alturas máximas h que são 0,23m; 0,35m
e 0,39m com tempos de esvaziamento diferentes. Adotamos h=0,40m para chuva de
período de retorno de 100anos e duração de 1h. O valor mínimo que deve ser adotado é
0,30m.
O tempo de esvaziamento ideal é de 24h, mas muitas vezes fica dispendioso para
atingi-lo e podemos admitir como aceitável quando maior que 12h.
.
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Bloco de geocélulas: são materiais plásticos que são usados no reservatório ao invés de
agregados que possuem vazio maior que 90% e que não são usados no Brasil, mas na
Europa e Estados Unidos.
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Exemplo 15.3
Seja um pavimento permeável com 1756m2 com 19m x 92m e que recebe água de uma
área impermeável com 27m x 92 com 2.461m2. No total temos área de 4.271m2.
Vamos considerar que o solo seja impermeável e então teremos o Tipo C com os
drenos.
Adotamos h=0,40m já calculado no Exemplo (15.1).
Para o cálculo do dreno podemos supor superfície plana.
Superfície plana
Para superfície plana usamos a equação:
q= K (h/b)2
Sendo:
q= taxa de runoff no pavimento (m/s)
K= coeficiente de permeabilidade da sub-base (m/s)
h=espessura da sub-base acima da área impermeável (m)
b= metade da distância entre os drenos (m)
b= h/ (q/K) 0,5
Mas como queremos o espaçamento E= 2xb
E= 2 x h/ (q/K) 0,5
E= 2 x 0,40/ (0,0000144/0,001) 0,5 = 6,7m
Portanto, o espaçamento máximo é de 6,7m entre cada tubulação.
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Tabela 15.13- Vazões a seção plena de tubos de concreto de 5cm a 45cm e para declividades
de 0,005m/m a 0,05m/m conforme Equação de Manning.
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15.15 Geotêxtil
O geotextil foi desenvolvido na Austrália na década de 1960 e recebem o nome
popular de bidim.
É importante salientar a importância do geotextil que é uma espécie de filtro para
impedir a entrada de materiais finos nas pedras britadas muito usado em drenagem. Pode
ser feito de vários materiais como polietileno, polipropileno e outros. Nos cantos o geotextil
deve ser sobreposto no mínimo uns 0,30m.
Na especificação do geotextil é importante consultar o fabricante pois as principais
características conforme a firma Macaferri são:
• Resistência à degradação
• Alta permeabilidade
• Elevada resistência ao puncionamento
• Alto teor de absorção de asfalto
• Disponível em poliéster e polipropileno.
O geotextil tem que resistir a esforços e permitir a passagem da água.
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Devemos observar que quanto maior for a categoria teremos maiores espessuras do
pavimento permeável. Observar a existência de membranas impermeáveis e os geotexteis.
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Capítulo 16
Reservatório de infiltração
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 16- Reservatório de infiltração (BMP)
16.1 Introdução
16.2 História da recarga artificial
16.3 Métodos de recarga artificial
16.4 Infiltração
16.5 Vazão base
16.6 Balanço hídrico da bacia da área de pequena barragem
16.7 Volume do prisma trapezoidal
16.8 Limitações da Lei de Darcy
16.9 Capacidade do movimento horizontal
16.10 Critério de seleção
16.11 Limitações
16.12 Manutenção
16.13 Custos
16.14 Guia para projetos
16.15 Parâmetros importantes em um reservatório de infiltração
16.16 Vegetação no reservatório de infiltração
16.17 Área da bacia
16.18 Pré-tratamento
16.19 Riscos da infiltração
16.20 Profundidade do lençol freático
16.21 Taxa de infiltração
16.22 Taludes
16.23 Forma do reservatório de infiltração
16.24 Riprap
16.25 Vertedor de emergência
16.26 Volume para enchente usando modelo de Tucci
16.27 Tempo de esvaziamento
16.28 Método Racional
16.29 Período de retorno
16.30 Intensidade da chuva
16.31 Tempo de concentração pela fórmula de Kirpich
16.32 Tempo de concentração pela formula Califórnia Culverts Practice
16.33 Fórmula de Dooge para tempo de concentração
16.34 Dimensionamento do vertedor para chuva de 100anos
16.35 Regulador de fluxo
16.36 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pelo método de Aron e Kibler
16.37 Descarga de fundo
16.38 Freeboard (borda livre)
16.39 Hotspot
16.40 Regiões cársticas
16.41 Solo apropriado
16.42 Monitorametno
16.43 Construção
16.44 Investigação geológica
16.45 Dimensionamento da reservatório de infiltração
16.46 Clogging
16.47 Efeito da espessura do aqüífero na taxa de infiltração.
16.48 Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (WQv)
16.49 Características da precipitação local
16.50 Infiltração do volume de enchente para Tr=2anos
16.51 Tomada de água
16.52 Alteamento do lençol freático pela Equação de Hantush
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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16.1 Introdução
O reservatório de infiltração é uma área escavada com objetivo da recarga da água subterrânea,
conforme podemos ver nas Figuras (16.1) e (16.4) com área da bacia variando de 2ha a 6ha no
máximo.
O reservatório de infiltração pode ser feito in-line ou off-line, mas freqüentemente é feito off line
e não possui um volume de água permanente. Após a entrada do volume WQv o mesmo será infiltrado
em cerca de 48h e após, o reservatório de infiltração estará seco.
Algumas vezes o reservatório de infiltração pode deter enchentes para período de retorno com
Tr=2anos, apesar da função do mesmo ser de recarga do lençol freático e remover os poluentes.
A vida útil do reservatório de infiltração está entre 8anos a 20anos.
O objetivo é a melhoria da qualidade das águas pluviais usando reservatório de infiltração onde
usamos o volume WQv. O reservatório de infiltração deverá ter o pré-tratamento que é essencial para
sua duração. Em caso off line, deverá ser feito uma caixa separadora onde a água relativa ao volume
WQv será desviada e ir para a reservatório de infiltração que corresponde ao first flush e o restante vai
para o córrego mais próximo.
Na Figura (16.1) podemos ver no reservatório de infiltração o pré-tratamento, o vertedor de
emergência e tubo de drenagem em caso de entupimento. No perfil podemos notar três níveis que são: o
nível de chuva extrema que poderá ser de 100 anos para reservatório de infiltração in line ou Tr=2anos
para off line.
Podemos ainda ver um nível intermediário que poderá ser para período de retorno de 10anos ou
de 25anos. Notamos ainda um nível referente a proteção de erosão a jusante do canal que deterá a água
durante o mínimo de 24h para Tr=1,87anos.
O volume que será infiltrado é WQv que será 90% do escoamento superficial da bacia sendo que
o restante não será infiltrado.
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Figura 16.3-Reservatório de infiltração- Barragem de borracha inflável para recarga no Alameda County Water
District, Califórnia.
Fonte: American Water Works Association, Journal, february, 2003
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Figura 16.4-Reservatório de infiltração- Área de recarga de Orange County Water Distrit, Califórnia que recebe água
do canal do rio Santa Ana. A bacia foi escarificado mecanicamente para facilitar a recarga e evitar entupimentos e
para que a taxa de percolação atinja 3m/dia (125mm/h).
Fonte: American Water Works Association, Journal, february, 2003
Tabela 16.1- Remoção de TSS em porcentagem de diversas BMPs conforme vários autores
BMP Schueler, 1986 FHWA, 1995 EPA, 1999 Valores
Young Strassler usados
Bacia de 90 90 50 a 80 80
infiltração
Fonte: Texas, 2001
Tabela 16.2- Taxa de remoção em porcentagem de cinco poluentes em porcentagem e média em fração
BMP TN TP Pb Zn TSS Média
Bacia de 80 65 90 90 85 0,82
infiltração
Fonte: Texas, 2001
Não temos conhecimento, até a presente data de nenhum reservatório de infiltração no Brasil
para recarga artificial de aqüíferos subterrâneos.
A única, existente na América do Sul, foi construída em 1981 na cidade de Filadélfia, região do
Chaco, no Paraguai (Godoy,et al, 1994).
O reservatório de infiltração chamada “Serenidade” tem 6.900m2 de área e recebe as águas
pluviais encaminhadas por canais laterais das ruas da cidade. A permeabilidade média vai de 6m/dia
(250mm/h) a 8m/dia (333mm/h), com porosidade de 0,1 e velocidade do fluxo subterrâneo de 7m/ano.
O lençol freático fica 10m abaixo da superfície.
Não existe recarga natural devida as precipitações, somente nos locais onde existem depressões e
com uma coluna de água suficiente para infiltração. Chove na região do Chaco 1.200mm/ano e a evapo-
transpiração é de 1.300mm/ano. O clima é semi-árido com temperaturas que variam de 15ºC a 35ºC.
Canadá, 1999 cita estudos de Lindesey et al, 1992 e Washington Council of Governments, 1992,
que os sucessos nos reservatórios de infiltração são poucos, pois freqüentemente os mesmos se
compactam e entopem, isto é, passam a não funcionar. Menciona ainda. que a infiltração nos lotes é
dispersa, se aproximando mais da natureza e apresentam menos problemas de compactação e
entupimento. Por estas razões são desencorajadas os reservatórios de infiltração em bacias grandes.
Conforme Schueler, 1992 in WINKLER, 2001 os reservatórios de infiltração falharam de 60% a
100% nos cinco primeiros anos de uso. Schueler, 1987 acrescenta que, entre as BMPs a reservatório
de infiltração, é a que contém as maiores falhas.
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Geralmente os reservatórios de infiltração são off line conforme mostra Figura (16.5).
Figura 16.5 - Esquema do reservatório de infiltração off line, mostrando o canal para sair a água além do necessário
para encher a mesma.
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16.4 Infiltração
Em 1856 estudando a permeabilidade na zona saturada, Henry Darcy concluiu que para um
filtro de área (A) comprimento (L), conforme a Figura (16.6) vale o seguinte:
Q= K x A x (h1- h2)/L (Equação 16.1)
Q= K x A x G (Equação 16.2)
Sendo:
Q= vazão constante que passa pelo cilindro (m3/s; m3/dia);
h1= carga hidráulica no piezômetro 1 (m) e
h2= carga hidráulica no piezômetro 1 (m) e
z1= cota do ponto P1 (m)
z2= cota do ponto P2 (m)
L= distância entre os piezômetros 1 e 2
A= área da seção transversal do cilindro (m2)
ΔH= variação da carga hidráulica entre os piezômetros 1 e 2
K= condutividade hidráulica (m/s; m/h; mm/h; m/dia) conforme Tabela (16.3).
G= gradiente hidráulico= (h1-h2)/L
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A Figura (16.7) mostra que o pacote de solo a ser atravessado pela água tem a distância “d” e que
podemos considerar os piezômetros na cota maior que é D2 e o piezômetro na cota menor que é D1,
sendo a cota média Dav.
O gradiente hidráulico G= (h1-h2)/ L = (D2-D1)/d.
Podemos usar a cota media G= Dav/d ou podemos escolher o valor G=D1/d=1.
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• É sempre recomendável que o solo tenha a capacidade mínima de troca catiônica de 5 meq/100g
(miliequivalentes /100gramas de solo).
• Conforme Califórnia Stormwater BMP Handbook, 2003 o lençol freático deve estar no mínimo
3,00m do fundo do reservatório de infiltração.
16.11 Limitações
• Muitas falhas de funcionamento do reservatório de infiltração já foram descritas;
• Grande potencial de contaminação do aqüífero subterrâneo;
• Grande possibilidade de aparecimento de mosquitos;
• Pode acontecer de o volume existente ser maior que a capacidade de infiltração;
• Estudos feitos em 1986 pelo MDE (Maryland Department Environmental) conforme Estado de
Maryland, 2000 constatou-se que 40% das bacias de infiltração estavam parcialmente entupidas
nos seus primeiros anos de operação. A maioria das falhas se deve a compactação de máquinas e
veículos no fundo do reservatório de infiltração.
• O Estado da Geórgia, 2001 não autoriza o uso do reservatório de infiltração devido a baixa
capacidade de infiltração do solo na região.
• Nos locais onde o lençol freático é alto é muito perigoso fazermos um reservatório de infiltração.
• No reservatório de infiltração se depositam muitos metais, principalmente se a manutenção não é
feita. Caso não seja feita a manutenção por um longo período o material retirado pode ser
classificado como resíduo perigoso conforme Knoxville BMP Manual, 2003.
16.12 Manutenção
• Os custos anuais de manutenção dos reservatórios de infiltração variam de 3% a 5% do custo
total WINKLER, 2001. Segundo outros autores o custo pode variar de 5% a 10% do custo de
construção.
• Os reservatórios de infiltração devem ser inspecionados, no mínimo, duas vezes/ano WINKLER,
2001;
• Manutenção inadequada tem causado problemas nos equipamentos de saída da bacia.
As atividades típicas de manutenção em reservatórios de infiltração estão na Tabela (16.4).
16.13 Custos
• Baixo custo de construção;
Conforme Schueler, 1987 o custo estimado de um reservatório de infiltração é:
C= 162,6 x V 0,69
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Sendo:
C= custo em US$ base ano de 1995. Não inclui o pré-tratamento e as obras de entrada e saída
conforme Tabela (16.5).
V= volume (m3)
Segundo ASCE, 1998 o custo típico de um reservatório de infiltração é de US$46/m3 que é maior
que os custos apurados por Schueler.
Exemplo 16.1
Estimar custo do reservatório de infiltração com volume de 1000m3
C= 162,6 x V 0,69
C= 162,6x 1000 0,69 = US$ 19.104 (US$ 19/m3)
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• O reservatório de infiltração não deve ser executado em solo que foram aterrados.
• A área para cada reservatório de infiltração deve ser igual ou menor que 6 ha WINKLER,
2001.
• A declividade da área de drenagem não deve exceder de 5%, segundo WINKLER, 2001.
• Os taludes laterais das bacias de infiltração não podem ser maiores que 3(H): 1(V) segundo
WINKLER, 2001.
• Recomenda-se bacia de tamanho maior possível e menor profundidade
• Quanto melhor for feito o pré-tratamento melhor será a durabilidade do reservatório de
infiltração.
• O reservatório de infiltração deverá ser cercado para proteção quanto a banhistas e acidentes.
• Deverá haver estrada de acesso para o reservatório de infiltração.
Dica: a área do reservatório de infiltração deve ter de 2ha a 6ha.
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O modelo mais usado, que é de domínio público e feito em Fortran e fornecido pelo United
States Geological Survey, é o MODFLOW que emprega o método das diferenças finitas para a
aproximação das soluções em três dimensões WINKLER, 2001.
16.18 Pré-tratamento
O reservatório de infiltração deve ter a montante um pré-tratamento que pode ser feito de varias
maneiras, como faixa de filtro gramada ou reservatório de pré-tratamento.
No pré-tratamento teremos a remoção de 25% a 30% da carga de sedimentos.
Tabela 16.7- Condutividade hidráulica média e profundidade máxima conforme o tipo de solo da curva CN
Solo do grupo do número da Condutividade hidráulica Máxima profundidade
Curva CN (mm/h) (m)
A 9,70 0,60
B 5,80 0,42
C 2,50 0,18
D 0,75 5,08
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16.22 Taludes
Os taludes devem ter declividade no máximo de 3H:1V.
16.24 Riprap
Quando a água pluvial entrar no reservatório de infiltração deve haver um riprap para evitar
erosão.
Sendo:
V= volume necessario de detenção (m3)
AI= área impermeável (%)
A= área da bacia (ha)
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Exemplo 16.2
Usemos a Equação (47.4) de Kirpich para o Tennessee para achar o tempo de concentração tc sendo
dados L=200m e S=0,008m/m em uma bacia sobre asfalto.
tc= 0,019 . L0.77/ S 0,385 = 0,019 . 200 0,77 / 0,008 0,385 = 7,38min
Como o escoamento da bacia é sobre asfalto devemos corrigir o valor de tc multiplicando por
0,4. Portanto:
tc= 0,4 x 7,38min = 2,95min, que é o tempo de concentração a ser usado.
DICA sobre Kirpich: a fórmula de Kirpich foi feita em áreas agrícolas em áreas até 44,8 ha ou seja 0,448
km2 com declividades de 3% a 10%.
O tempo de concentração da fórmula de Kirpich deve ser multiplicado por 0,4 quando o
escoamento na bacia está sobre asfalto ou concreto e deve ser multiplicado por 0,2 quando o canal é de
concreto revestido (Akan,1993 p. 81).
Chin, 2000 sugere que a equação de Kirpich deve ser multiplicada por 2 quando o escoamento
superficial for sobre grama natural e multiplicar por 0,2 quando a superfície do canal for de concreto e
multiplicar por 0,4 quando a superfície do escoamento superficial for de concreto ou asfalto.
Kirpich
A fórmula de Kirpich pode-se ainda apresentar em outras unidades práticas como as sugeridas
pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo.
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Sendo:
L= comprimento do curso (km)
H= diferença de cotas (m)
S= declividade equivalente (m/km)
tc= tempo de concentração (min)
A declividade equivalente é obtida da seguinte maneira:
j1= ΔH1/L1
j2= ΔH1/L2
j3= ΔH1/L3
P1= L1/ j10,5
P2= L2/ j20,5
P3= L3/j3 0,5
Δh= diferença de nível em metros
L= comprimento em km
L= L1 + L2 + L3 +...
S= [ L / (P1+P2+P3...)] 2
Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAEE para pequenas barragens.
Exemplo 16.3
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s
Exemplo 16.4
Calcular o tempo de concentração para área de A=3ha=0,03km2, e declividade equivalente de 30 m/km
usando a fórmula de Dooge.
tc= 1,18 x A 0,41/ S0,17
tc= 1,18 x 0,03 0,41/ 300,17= 0,16 h = 10min
16-21
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Exemplo 16.5
Dado tc=33min, QEmax= 21m3/s calculado para Tr=100anos e VR=50.500m3 achar a vazão que passará
pelo vertedor Qsmax e calcular a largura do vertedor.
tc=33min= 33 x 60= 1.980s
tb= 3 x tc= 3 x 1.980= 5.940s
VE= QEmax . tb/ 2
VE= 21x5940/ 2=62.370m3
Vs´ = VE – VR
Vs´ = 62.370-50.500=11.870m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / tb
Qsmax= ( 2 x 11.870) / 5.940=4,0m3/s
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Fazendo H=0,80m
4,0= 1,55x L x 0,80 1,5
L=3,6m
16-22
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Dica: o regulador de fluxo deve ser calculado pelo menos para período de retorno de 25anos.
Nas Figuras (16.14) e (16.15) podemos ver o regulador de fluxo mais usado. O diâmetro da
tubulação que vai para a bacia de detenção destinada à qualidade da água, tem diâmetro suficiente para
passar a vazão do WQv.
Notar na figura o vertedor de altura H em relação ao fundo da tubulação de entrada, sendo que esta
deverá ser a altura na tubulação que vai para a BMP.
16-23
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Exemplo 16.6
Seja uma bacia com A=50ha, AI=70% P=25mm
WQv= 8500m3
0,1WQV= 850m3
Pré-tratamento precisamos de 850m3
Vazão que vai para o pré-tratamento
Qo= 0,1WQv/ (5min x 60s)= 850m3/ (5 x 60)= 2,83m3/s
Vazão da bacia conforme TR-55 para Tr=25anos = 15,56m3/s
Canal de concreto que chega até a caixa reguladora
Largura 4,5m
Altura = 1,0m
Declividade =0,005m/m
Qmax= 16,6m3/s > 15,56m3/s OK
Velocidade= 3,7m/s <5,00m/s OK
Altura do nível de água= 1,20/2 + 1,00/2= 1,10m
Orifício
D=1,20m
Qo= 3,26m3/s > 2,83m3/s OK
Então teremos uma caixa com 4,5 x 4,5m e 2,20m de profundidade.
Vazão
Ip
Qp
Tempo
td Tc
Teremos então
Vs= Ip . td – Qp ( td + Tc) / 2 (Equação 16.7)
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Sendo:
td =duração da chuva (min);
Tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
Possuímos o tempo de concentração Tc em minutos e a vazão de pico de saída Qp em m3/s. Por
tentativas, vamos arbitrando, por exemplo, valores de td de 10 em 10min e achamos Ip e entrando na
Equação (16.7) achamos o valor de Vs. O maior valor de Vs será a resposta do nosso problema.
Tabela 16.1- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo
Dimensões: Período de
Obra Altura da barragem h (m) retorno Tr
L= comprimento da crista da (anos)
barragem (m)
h≤5 e L ≤ 200 100
Borda livre (f)= desnível entre a crista e o nível máximo maximorum: f ≥ 0,50m
PMP= Precipitação Máxima Provável
Fonte: DAEE, 2005
Nível máximo maximorum: é o nível mais elevado que poderá atingir o reservatório na ocorrência
de cheia de projeto (DAEE, 2005). Geralmente é a cota do nível de água da coluna de água sobre o
vertedor.
16.39 Hotspot
Hotspot são áreas potencialmente perigosas para a contaminação do lençol freático e são os
postos de gasolina, indústrias metalúrgicas e químicas. Nestes casos não poderá ser feito reservatório de
infiltração das águas de escoamento superficial ocasionado pelas chuvas a não ser que seja feito antes
um tratamento.
16-25
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16.42 Monitoramento
Em muitos casos é importante se fazer o monitoramento do reservatório de infiltração conforme
esquema da Figura (16.18)
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Exemplo 16.7
Calcular um reservatório de infiltração off line onde a área da bacia tem 6ha e a área impermeável é de
60%.
Rv= 0,05+ 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60= 0,59
O valor de WQv será:
WQv= (P/1000) x Rv x A (ha) x 10000m2
P=25mm Rv=0,59 A=6ha
WQv= (25/1000) x 0,59 x 6ha x 10000m2 = 885m3
SF= 2 (fator de segurança)
K= 13mm/h= 0,013m/h
T= 48h
WQv= 885m3
As= SF x WQv / ( K x T)
As= 2 x 885/ (0,013 x48) = 2837m2
Profundidade = Volume WQv / área do fundo da bacia = 885m3/ 2837m2= 0,31m OK
Pré-tratamento
Volume = 0,1 x WQv= 0,1 x 885m3 = 89m3
Os detalhes do pré-tratamento podem ser visto no Capítulo 25 deste livro.
Lei de Darcy
Q= K x A x G
Consideramos que a altura de pacote do solo é d=10,00m. Consideraremos que G=1,0
Q= (0,013m/h / 2)x 2837m2 x 1,0 = 18,5m3/h
WQv= 885m3
Tempo de infiltração= WQv/ Q= 885m3/ 18,5m3/h=48h < 62h OK
Portanto, em 48h o reservatório será esvaziado.
Vamos supor que o fundo do reservatório de infiltração não é uniforme e supondo que existe
90% de área praticamente plana e 10% de área não plana.
Para a área plana consideramos G=1,0 e para a área não plana G=0,50.
O valor Q será a soma:
Q= K x A x G
Q= K x 0,1Ax0,5 + K x 0,90A x 1,0
K=0,013/2=0,0065m/h
Q= 0,0065 x (0,1x 2837m )x0,5 + 0,0065m/h x(0,90x2,837m2) x 1,0=0,92+16,60=17,52m3/h
2
16-27
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Exemplo 16.8
Calcular um reservatório de infiltração off line onde a área da bacia tem 2ha e a área impermeável é de
50%.
Rv= 0,05+ 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 50= 0,5
O valor de WQv será:
WQv= (P/1000) x Rv x A (ha) x 10000m2
P=25mm Rv=0,5 A=6ha
WQv= (25/1000) x 0,5 x 2ha x 10000m2 = 250m3
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16.46 Clogging
Bouwer in Mays, 1999 ressalta a importância do fenômeno do clogging, ou seja, do entupimento
da superfície do solo. O clogging é o maior inimigo dos sistemas de infiltração, tanto nas bacias de
infiltração como nas trincheiras de infiltração. A causa do clogging são matérias orgânicas como algas,
sólidos em suspensão e materiais inorgânicas como argila e silte.
Microorganismos que crescem no solo podem criar biofilme nas partículas do solo formando
materiais insolúveis e causando o entupimento do solo. Bactérias podem produzir gases, como o
nitrogênio, metano, dióxido de carbono que pode bloquear os poros. Gases formados no aqüífero de
poços de recarga contem ar e podem contribuir também para o entupimento do solo.
A camada de entupimento, ou seja, de clogging pode ser de 1mm ou menos até vários
centímetros.
A melhor maneira de se evitar o clogging é pela prevenção, removendo os parâmetros que podem
ocasionar o entupimento, tal como fazer o pré-tratamento para o deposito de sólidos em suspensão.
Muitas vezes pode ser usado até coagulantes como o sulfato de alumínio e polímeros orgânicos para
acelerar a decantação.
O crescimento de algas pode ser impedido removendo da água os nutrientes como nitrogênio e
fósforo. Carbono orgânico também pode ser reduzido usando carvão ativado na filtração ou até o uso de
osmose reversa.
A desinfecção com cloro ou outro desinfetante com efeito residual, reduz a atividade biológica
reduzindo o clogging.
O clogging aumenta com o aumento da taxa de infiltração devido as cargas de sólidos em
suspensão, nutrientes e carbono orgânico da superfície.
Se o clogging continuar pode-se esvaziar a reservatório de infiltração, deixar secar e escarificar
uns 30cm de solo.
A profundidade da água no reservatório de infiltração também influi na infiltração, sendo que a
altura ideal é de 20cm e se houver problema com vegetação, aumenta-se a altura da água.
Quando a altura da zona saturada é grande, a altura da água no reservatório de infiltração pode
ser pequena, mas quando a espessura da zona saturada é pequena, deve-se aumentar a altura da bacia
para propiciar a infiltração lateral.
A Figura (16.19) mostra a percolação em lençol freático razo e profundo.
Figura 16.19- Recarga quando o lençol freático está alto e quando está raso. Quando baixo que está acima, observar o
escoamento lateral enquanto que quando o lençol está profundo o escoamento é próximo da vertical.
Fonte: Bouwer in Mays, 1999
16-29
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Valor de P
Para a cidade de Mairiporã, São Paulo achamos para 90% das precipitações acima de 2mm (que
produzem runoff), o valor P=25mm conforme Figura (16.20).
Nota: como vai para o reservatório de infiltração o first flush de 25mm, que corresponde a 90% do
runoff anual, então será infiltrado 90% do runoff e 10% irá para os cursos d´água.
16-30
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80
produz runoff (mm)
60
40
20 25
90
0
0 20 40 60 80 100
Porcentagem do runoff produzido pelas
precipitações (% )
Figura 16.20 - Freqüência das precipitações diárias que produzem runoff da cidade de Mairiporã, Estado de São Paulo.
16-31
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16-32
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Equação de Darcy
O valor de G=dt/d, observando que o menor valor é G=1, comumente adotado por Urbonas a
favor da segurança.
Qout= K.G. A.= K x 1 x As= K xAs
Vout= Qout x t
Sendo:
Qout= vazão infiltrada no fundo do reservatório de infiltração (m3/s).
H= profundidade (m)
L= comprimento (m)
K=condutividade hidráulica (mm/h)
t= tempo (h)
As= área do fundo do reservatório de infiltração (m2).
Vout= volume infiltrado no tempo t (m3).
Volume armazenado= As x H.
As= área do fundo do reservatório de infiltração (m2).
H= altura do nível de água (m)
t= tempo (h)
Num determinado tempo “t” temos:
C. I. A. t = As. H + K. As . t
As .H = max (C.I.A. t - K . As . t)
Volume = max (Vin – Vout)
As= SF x WQv / (T x K)
Sendo:
As= área da fundo da reservatório de infiltração (m2)
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3)
SF= fator de segurança= 2
T= tempo para infiltração da água no solo = 48h 24h ≤ T ≤ 72h
K= condutividade hidráulica (m/h). 13mm/h ≤ K ≤ 60mm/h
d= profundidade da bacia (m) 0,30≤ d ≤ 1,80m
d= WQv / As
Exemplo 16.9
Dimensionar um reservatório de infiltração in line com área de 3ha e AI=50% que além da melhoria do
controle de qualidade das águas pluviais, sirva também para regularização da vazão de pico para período
de retorno Tr=2anos. O tempo de concentração é de 10min.
Todo o volume de enchentes de Tr=2anos será infiltrado no reservatório de infiltração.
Dados:
K= 56mm/h / 2= 28mm/h=28/1000/3600=0,0000077m/s (já com coeficiente de segurança = 2)
Observando-se que se fosse querer somente a melhoria da qualidade das águas pluviais conforme
volume WQv com first flush de 25mm obteríamos para a mesma área o volume de 375m3.
Rv= 0,05 + 0,009 . AI
Rv= 0,05 + 0,009 x 50= 0,50
WQv= (P/1000) . Rv . A = (25/1000) x 0,50 x 3ha x 10.000m2 = 375m3
As= SF x WQv / (T x K)
SF=2
WQv= 375m3
K= 56mm/h (sem o coeficiente de segurança)
T=36h adotado
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Metodo Racional
C=Rv=0,50
A=3ha
I= 1747,9 . Tr 0,181/ ( t+15) 0,89 (mm/h)
Para Tr=2anos
Tc= 10min
I= 1747,9 . Tr 0,181/ ( t+15) 0,89 (mm/h)
I= 1747,9 . 2 0,181/ ( 10+15) 0,89 =113mm/h
Q2=CIA/360= 0,50 x 113 x 3/360=0,47m3/s
Para Tr=25anos
Tc= 10min
I= 1747,9 . Tr 0,181/ ( t+15) 0,89 (mm/h)
0,181 0,89
I= 1747,9 . 25 / ( 10+15) =178mm/h
Q25=CIA/360= 0,50 x 178 x 3/360=0,74m3/s
Para Tr=100anos
Tc= 10min
I= 1747,9 . Tr 0,181/ ( t+15) 0,89 (mm/h)
0,181 0,89
I= 1747,9 . 100 / ( 10+15) =229mm/h
Q100=CIA/360= 0,50 x 229 x 3/360=0,95m3/s
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Figura 16.23 - Tomada d’água. Observar drenagem, saída da descarga, orifícios e vertedor para Qp25anos ou Qp10anos.
Fonte: Estado da Geórgia, 2001
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Exemplo 16.10
Calcular um reservatório de infiltração para área de 6ha, área impermeável de 50%, condutividade
hidráulica K=13mm/h=0,30m/dia.
Rv=0,05+0,009x AI= 0,05+0,009 x 50=0,50
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,50 x 6ha x 10.000m2=750m3
As= SF x WQv/ (T x K)
SF= 2
T=48h (2 dias)
K= 13mm/h=0,013/h
As= SF x WQv/ (T x K)
As= 2,0 x 750m3/ (48h x 0,013)= 2.404m2
d= WQv/ As= 750m3/ 2.404m2=0,31m
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Volume WQv
Calcula-se primeiro o coeficiente volumétrico Rv em função da área impermeável em
porcentagem. Depois se calcular o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv e
finalmente o volume de recarga que é obtido multiplicando WQv pelo fator de recarga.
Rv= 0,05+0,009 x AI
WQv= (P/1000) x Rv x A
P= first flush (mm)= 25mm para RMSP.
AI= área impermeabilizada (%)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
A= área da bacia (m2)
Recordemos que a determinação do tipo de solo do SCS pode ser feito através de testes de
infiltração e usando a Tabela (16.13) conforme Tomaz, 2002.
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Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que o tipo A e com
permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).
solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis ou
contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos podem ser de
40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada que no Grupo B, mas ainda
C longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).
Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade de infiltração abaixo da média,
contendo percentagem considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).
solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns 50cm de profundidade. Ou
solos arenosos como do grupo B, mas com camada argilosa quase impermeável ou horizonte de seixos
rolados (Porto, 1979 e 1995).
D
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa capacidade de infiltração, gerando a
maior proporção de escoamento superficial (Tucci et al, 1993).
Sendo:
Rea= área necessária para a recarga (m2)
F= fator de recarga (adimensional)
A= área da bacia (m2)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
Ai= Rv x A= área impermeável
Como temos uma fração da área A, muitas vezes o método é chamado método percentual da área
para recarga.
Nota: podemos fazer uma combinação dos métodos, determinando uma parte para o volume
percentual e outra para a área percentual. Observemos ainda caso tenhamos dois tipos de grupo
de solos, podemos fazer uma composição dos mesmos.
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Capítulo 16- Reservatório de infiltração
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Exemplo 16.11
Dimensionar a recarga necessária em uma bacia de 6ha com área impermeável Ai=60%, first flush
P=25mm e grupo de solo tipo B.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 X 60=0,59
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Capítulo 17- Infiltração e condutividade K
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Q= K x A x G (Equação 17.2)
Sendo:
Q= vazão constante que passa pelo cilindro (m3/s; m3/dia);
h1= carga hidráulica no piezômetro 1 (m) e
h2= carga hidráulica no piezômetro 1 (m) e
z1= cota do ponto P1 (m)
z2= cota do ponto P2 (m)
L= distância entre os piezômetros 1 e 2
A= área da seção transversal do cilindro (m2)
ΔH= variação da carga hidráulica entre os piezômetros 1 e 2
K= condutividade hidráulica (m/s; m/h; mm/h; m/dia)
G= gradiente hidráulico= (h1-h2)/L
17-1
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Capítulo 17- Infiltração e condutividade K
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17-2
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17-3
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Capítulo 17- Infiltração e condutividade K
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Figura 17.3 - Infiltrômetro de duplo anel conectado com aparato que mantém constante o nível de água em cada
anel.
Fonte: Dingman, 2002.
Wanielista, 1997 diz que o teste com infiltrômetro deve ser feito em área menor que
2.000m2 e cuidados especiais devem ser feitos para que os mesmos sejam representativos.
Conforme Martins e Paiva, 2001 o infiltrômetro de duplo anel consiste de dois anéis
concêntricos, o de menor com 25cm de diâmetro e o maior com diâmetro de 50cm. Ambos
com 30cm de altura. Devem ser instalados no solo com auxílio de marreta. Para isso, é
necessário que as bordas inferiores dos anéis devem ser finas, cortadas em forma de bisel,
para facilitar a penetração do solo causando a menor desestruturação possível.
Coloca-se água, ao mesmo tempo, nos dois anéis e, com uma régua graduada
acompanha-se a infiltração vertical do cilindro interno, em intervalos de 5, 10, 15, 20, 30,
17-4
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Capítulo 17- Infiltração e condutividade K
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45, 60, 90, 120min, etc, que devem ser diminuídos se a velocidade de infiltração da água no
solo for muito alta.
A lâmina d água no cilindro interno é maior que no cilindro externo. Isto se deve ao fato
que a função do cilindro externo, é apenas a orientação das linhas de corrente.
Infiltrômetro
Uma maneira de quantificar a infiltração é através do Infiltrômetro da Figura (17.4)
que consiste em um tubo de PV de diâmetro interno de 102mm e 4mm de espessura, com
comprimento de 300mm, dentro do qual fica inserida amostra de solo indeformada do PET
conforme Hirata et al, 2006.
As amostras são obtidas pela cravação direta desses equipamentos no solo,
coletando-se assim o material sem deformá-lo consideravelmente.
Na sua extremidade inferior situa-se uma tampa afunilada (cap) receptora da água
que atravessa o perfil do solo e o frasco amostrador, conectado ao PVC por uma mangueira
de borracha, em direção ao qual se destina a água infiltrada. A amostra é sustentada por três
hastes metálicas conforme Hirata et al, 2006.
Hirata et al, 2006 concluíram que no aqüífero livre e raso do Parque Ecológico
localizado no município de São Paulo, os valores da recarga representam em media 27%
das precipitações ocorridas, sendo rápido o processo de recarga.
Concluíram que a recarga é rápida embora haja diferença na estação seca e chuvosa
17-5
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Capítulo 17- Infiltração e condutividade K
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Para efeitos práticos Tucci e Gens, 1995 admitem como valor mínimo de infiltração para plano de
infiltração, ou seja, filter strip ou faixa de filtro gramada, o valor f=8mm/h, conforme Tabela (17.5).
Conforme pesquisas feitas por Tucci e Gens, 1995 usando simulador de chuva, foi
determinado o escoamento superficial de diferentes superfícies urbanas que estão na Tabela
(17.6). Observar que um chão batido não é permeável como costumeiramente se pensa e
note-se que o escoamento superficial é maior no chão batido do que em blockets e
paralelepípedo novo ou antigo.
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17-9
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Capítulo 17- Infiltração e condutividade K
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Tabela 17.11 - Estimativa do coeficiente de infiltração de acordo com o tipo de solo local
Constituição provável do solo Coeficiente de infiltração
(litros/m2/dia ou mm/dia)
Rochas, argilas compactadas <20
Argilas de cor amarela ou marrom, medianamente compactas 20 a 40
Argila arenosa 40 a 60
Areia ou silte argiloso 60 a 90
Areia bem selecionada >90
Fonte: Botelho, 1998
Tanaka, 1986 mostra no seu livro de “Instalações Prediais hidráulicas e sanitárias” a Tabela (17.12).
As recomendações da NBR 7229/93 é que o comprimento das valas máximo seja de 30m e que o
fundo das mesmas esteja, no mínimo, a 1,5m do lençol freático.
Tabela 17.12 - Faixa de variação de diâmetro dos grânulos das areias e britas
Material Tipo Variação do diâmetro
(mm)
Fina 0,075 a 0,42
Areia Média 0,42 a 1,20
Grossa 1,20 a 4,80
nº 1 4,80 a 12,5
nº 2 12,5 a 25
Pedra britada nº 3 25 a 50
nº 4 50 a 76
nº 5 76 a 100
Fonte: Tanaka, 1986
17-10
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Capítulo 18- Escada hidráulica em obra de pequeno porte
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18-1
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Capítulo 18- Escada hidráulica em obra de pequeno porte
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Introdução
Plinio Tomaz
Engenheiro civil
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Item Assunto
18.1 Introdução
18.2 Ressalto hidráulico
18.3 Degrau vertical
18.4 Escada hidráulica com modelo de Chanson
18.5 Tipos básicos de escoamento em escada hidráulica
18.6 Energia de dissipação no pé da escada hidráulica
Exemplo Exemplo Modelo I- passos para cálculo da escada hidráulica em bacia de
18.3 dissipação de fundo plano Tipo I do USBR adaptado de Simões, 2008
18.7 Canal de aproximação
18.8 Pré-dimensionamento de escada hidráulica conforme Toscano, 1999
EPUSP
18.9 Bacias de dissipação
18.10 Rip-rap
18.11 Dimensionamento da escada hidráulica baseado na fórmula de Manning
18.12 Custos
18.13 Exemplo Modelo II usando Manning e escoamento em skimming flow
18.14 Bibliografia e livros consultados
18-3
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Capítulo 18- Escada hidráulica em obra de pequeno porte
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18-4
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18.1 Introdução
O objetivo deste trabalho é o dimensionamento de escada hidráulica em obra de
pequeno porte conforme Figura (18.1). Conforme Toscano, 1999, obra de pequeno porte
é aquela cuja vazão específica encontra-se compreendida entre 1,0 a 8,0 m3/s/m.
As escadas hidráulicas podem ser encontradas conforme Toscano, 1999 em projetos
de pequenos barramentos para abastecimento de água, obras para contenção de enchentes,
controle de erosões, canalizações de córregos e obras de drenagem em geral.
A norma DNIT 021/2004 define descida d’água como dispositivos que
possibilitam o escoamento das águas que se concentram em talvegues interceptados pela
terraplenagem, e que vertem sobre os taludes de cortes ou aterros. Nestas condições, para
evitar os danos da erosão, torna-se necessária a sua canalização e condução, através de
dispositivos, adequadamente construídos, de forma a promover a dissipação das
velocidades e com isto, desenvolver o escoamento em condições favoráveis até os pontos
de deságüe, previamente escolhidos.
Simões, 2008 salienta que para dimensionamento de grandes barragens com
vertedor em degraus é necessário serem feitos estudos em modelo reduzido, mas que
podemos fazer um pré-dimensionamento usando os cálculos que ele efetuou em sua
dissertação de mestrado
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Figura 18.2- Formas de ressalto hidráulico em fundo plano quando Fr ≤ 9. Quando 9<Fr≤17 temos que
por dissipador de energia com dentes como DNIT, 2006 ou outro escolhido pelo profissional.
Fonte: Peterka, 2005
O ressalto hidráulico com número de Froude até 9 conforme Figura (18.2) é
classificado pelo USBR como bacia de dissipação Tipo I, onde teremos o ressalto
hidráulico na bacia de dissipação de fundo plano.
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Exemplo 18.1
Supomos um canal com largura de B=3,00m, vazão de 9m3/s, velocidade V=5m/s e altura
do degrau igual a 1,50m.
q= Q/ B
q= 9m /s/ 3m= 3m3/s x m
3
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Figura 18.7- Barragem de Alkanania na Grecia 1300aC com altura de 10,5m, largura
do vertedor de 25m, ângulo de 45º, degraus com 0,60m a 0,90m
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Figura 18.10- Esquema de escada hidráulica. Observar Hmax, a altura d e conjugado dconj.
Figura 18.11- Esquema de escada hidráulica com regime de escoamento nappe flow
Fonte: Chanson, 1996
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Figura 18.13- Esquema de escada hidráulica com regime de escoamento skimming flow
Fonte: Chanson, 1996
18-15
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18-17
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Altura crítica
A altura crítica da água no canal que chega a água para a escada hidráulica é dada
pela equação:
dc= [Q 2/ (g B2)](1/3)
dc= [q 2/ (g)](1/3)
Sendo:
dc= altura crítica do canal no início da escada hidráulica (m)
Q= vazão total (m3/s)
B= largura da escada hidráulica (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81m/s2
18-18
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Velocidade máxima
A velocidade máxima Vmax na escada hidráulica pode ser aproximadamente dada
pela equação:
Vmax= [ 2 x g x (Hmax- d x cos (θ)] 0,5
Sendo:
Vmax= velocidade máxima na escada hidráulica (m/s)
g= aceleração da gravidade = 9,81m/s2
Hmax= altura máxima da escada hidráulica incluso a altura crítica (m)= Hdam+1,5x dc
Hdam= altura da barragem ou desnível do topo da escada até o pé (m) conforme Figura
(18.18)
dc= altura crítica do canal no topo da escada hidráulica (m)
d= altura do nível da água na escada hidráulica (m)
A velocidade no pé da escada hidráulica Vw ou V1é menor que a velocidade
máxima Vmax.
Figura 18.18
Fonte: Chanson, 2006
Velocidade média V1
Chanson calcula a velocidade no pé da escada hidráulica:
V1= q/d
Sendo:
V1= velocidade no pé da escada hidráulica (m/s)
q= Q/B (m3/s / m)
Q= vazão de pico (m3/s)
B= largura da escada hidráulica (m)
d= altura do nível da água na escada hidráulica (m)
Nota: a velocidade média calculada deste modo fornece valores altos demais.
Aeração
Conforme Povh, 2000 a aeração média do ar pode ser obtida através de:
C= 0,368 log (sen θ/ q (1/5)) + 0,665
Sendo:
C= concentração média do ar que é o volume de ar/ (volume de ar + volume de água)
q= vazão específica (m3/s/m)
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Exemplo 18.2
Calcular a concentração média de ar C
Q= 5m3/s
B= 2,25m largura da escada
q= Q/B= 5/2,25=2,22 m3/s /m
θ =14,23º
C= 0,368 log (sen θ/ q (1/5)) + 0,665
C= 0,368 log (sen 14,23º/ 2,221/5)) + 0,665=0,42
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Figura 18.21- Regimes de escoamento. Observar que no nappe flow existe um vazio no
degrau enquanto que no regime skimming flow há um vórtice no lugar. Verificar a
existência de um regime intermediário que não é aconselhável na prática devido a
instabilidade.
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Figura 18.23- Skimming flow. Notar que no degrau se formam vórtices e que há
uma espécie de fundo falso que passa pela borda superior dos degraus por onde corre
as águas.
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Figura 18.25- Vários tipos de escoamento. Observar qeu na figura superior temos um
degrau com o ressalto e nas figuras abaixo temos escoamento em regime skimming
flow. Fonte: Chanson, 1996
18-25
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 18- Escada hidráulica em obra de pequeno porte
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Figura 18.27-Esquema de escada hidráulica + bacia de dissipação de fundo plano (Tipo I do USBR)
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Exemplo Modelo I- Passos para cálculo da escada hidráulica com bacia de dissipação
de fundo plano (bacia de dissipação Tipo I do USBR) conforme Figura (18.27) e
adaptado de Simões, 2008 que utilizou Boes e Hager, 2003.
Primeiro passo: calcular a vazão de pico Q e o D usando o Método Racional para período
de retorno de 10anos.
Q= Cx I x A/ 360
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8
Sendo:
C= coeficiente de runoff (adimensional)
A=área da bacia (ha)
Q=vazão de pico m3/s;
n=0,013;
S=0,005 m/m
D= diâmetro da tubulação a seção plena (m)
Intensidade da chuva “I”
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I=intensidade da chuva (mm/h)
Tr= período de retorno (anos). Para microdrenagem adotar Tr≥10anos
t= tempo de concentração (min)
Terceiro passo: calcular a altura do degrau “h” que é função da altura crítica dc para o
regime de escoametno skimming flow que desejamos.
1,0 < dc/h < 3,2
O valor de dc/h deverá estar entre 1,0 e 3,2. Para acharmos o valor da altura do
degrau h temos que ver a diferença de nível, o comprimento da projeção do local L.
Um valor médio é h=dc/2,2.
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Quinto passo: calcular a algura crítica da água dc que entra na escada hidráulica.
dc= [Q 2/ (g B2)] (1/3)
dc= [q 2/ g] (1/3)
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Décimo sexto passo: cálculo da distância vertical para ocorrência do movimento uniforme
(ou quase-uniforme).
H dam_u= 24 x dc x (senθ) 2/3
Sendo:
H dam_u= distância vertical para ocorrência do movimento uniforme ou quase-uniforme.
dc= altura crítica (m)
θ= ângulo de degrau (rad ou graus)
Se a distância Hdam_u for maior que Hdam, significará que a altura requerida é
superior a altura do desnível que temos e então não se formará o movimento uniforme ou
quase-uniforme.
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Vamos usar a equação de Boes e Hager, 2003 conforme citado por Simões, 2008. A
equação tem base experimental e teórica.
ΔH/ Hmax = 1- exp [(-0,045 (k/DH) 0,1 x (sen(θ)]-0,8)x Hdam/dc]
Para Hdam/dc < 15 a 20
Sendo:
ΔH= variação de altura (m)
θ= ângulo da escada hidráulica (graus ou radianos)
dc= altura crítica (m)
Hdam= altura do desnível da escada hidráulica (m)
ΔH/ Hmax =dissipação da energia na escada hidráulica (fração)
k= h x cos (θ)
h= altura do degrau (m)
DH= raio hidráulico (m)
Os autores sugerem que quando o escoamento é uniforme podemos calcular DH
usando do e dA.
do= dc x 0,215 x (sen(θ))-1/3
Quando não atingir o movimento uniforme temos que fazer uma interpolação linear entre a
profundidade uniforme do e a profundiade no ponto de incipiência da aeração dA. Na
prática uso a média dos dois valores.
dA
do
d1= (dA+do)/2
DH= 4 x d1
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Vigésimo oitavo passo: estimativa do comprimento de transição vai do final do tubo até o
início da escada. Geralmente é um alargamento com base de trapezio igual ao diâmetro do
tubo D e base maior que é a largura da escada B.
F= V/ (2 x g x h)0,5
Sendo:
F= número de Froude
g=9,81m/s2
h=altura do nível de água na tubulação (m)
O comprimento de transição que vai do final do tubo até o início da escada Lt é dado
pela equação:
Lt= (3xF)x(B-D)/2
Sendo:
Lt= comprimento de transição que vai do final do tubo até o início da escada (m)
F= número de Froude
B= largura da escada hidráulica (m)
D= diâmetro do tubo (m)
Vigésimo nono passo: rip-rap em avental na saida da bacia de dissipação Tipo I do USBR.
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D50= 0,0413 x V2
Sendo:
D50= diâmetro da pedra (m) para densidade 2,65 g/cm3
V=velocidade na saída (m/s)
Comprimento do avental La
La= D [ 8 + 17 x log (F)]
Sendo:
La=altura do trapézio (m)
D= diâmetro do tubo (m)
F= número de Froude (adimensional)
Espessura do rip-rap
A espessura será: 3,5 x D50
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Exemplo 18.3- Passos para cálculo da escada hidráulica com bacia de dissipação de
fundo plano Tipo I da USBR conforme Figura (18.27) e adaptado de Simões, 2008.
Sendo D=1,5m; Q=5m3/s; n=0,013 e S=0,005m/m
Primeiro passo: calcular a vazão de pico Q e o D usando o Método Racional para período
de retorno de 10anos.
Q= Cx I x A/ 360
Terceiro passo: calcular a altura do degrau “h” que é função da altura crítica dc para o
regime de escoametno skimming flow que desejamos.
1,0 < dc/h < 3,2
O valor de dc/h deverá estar entre 1,0 e 3,2. Para acharmos o valor da altura do
degrau h temos que ver a diferença de nível, o comprimento da projeção do local L.
O cálculo de dc está no Quarto Passo.
Um valor médio é h=dc/2,2=0,66/2,2= 0,30m
Podemos adotar o valor “z” da declividade dos degraus: 1 V : z H
Valores da declividade: 1V:1H; 1V:2H, 1V:3H e 1V: 4H ou outro valor qualquer.
b= z x h
Escolhemos z= 2
b= z x h
b= 2 x 0,30=0,60m
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Quinto passo: calcular a algura crítica da água dc que entra na escada hidráulica.
dc= [Q 2/ (g B2)] (1/3)
dc= [5 2/ (9,81x 3,02)] (1/3)
dc=0,66m
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Décimo sexto passo: cálculo da distância vertical para ocorrência do movimento uniforme
(ou quase-uniforme).
H dam_u= 24 x dc x (senθ) 2/3
H dam_u= 24 x 0,66 x (sen26,56º) 2/3 =9,21m
Sendo:
Hdam_u= distância vertical para ocorrência do movimento uniforme ou quase-uniforme.
dc= altura crítica (m)
θ= ângulo de degrau (rad ou graus)
Se a distância Hdam_u for maior que Hdam, significará que a altura requerida é
superior a altura do desnível que temos e então não se formará o movimento uniforme ou
quase-uniforme.
Como 9,21m>5m então não se formará movimento uniforme ou quase-uniforme.
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Vigésimo oitavo passo: estimativa do comprimento de transição vai do final do tubo até o
início da escada. Geralmente é um alargamento com base de trapezio igual ao diâmetro do
tubo D=1,5m e base maior que é a largura da escada B=3,00m.
A= PI x D2/4= 3,1416 x 1,52/4=1,77m2
V=Q/A= 5/1,77= 2,83m/s
F= V/ (2 x g x h)0,5
h= 1,50=D
F= 2,83/ (2 x 9,81 x 1,50)0,5 =0,74
Lt= (3xF)x(B-D)/2
Lt= (3x0,74)x(3,0-1,5)/2= 1,66m
Portanto, precisamos deixar 1,66m da transição do tubo até o início da escada hidráulica.
Vigésimo nono passo: rip-rap em avental na saida da bacia de dissipação Tipo I do USBR.
D50= 0,0413 x V2
Sendo:
D50= diâmetro da pedra (m) para densidade 2,65 g/cm3
V=velocidade na saída (m/s)
D50= 0,0413 x V2
V2= q/y2= 1,67/ 1,40=1,2m/s
D50= 0,0413 x 1,22=0,06m
Comprimento do avental La
La= D [ 8 + 17 x log (F)]
Sendo:
La=altura do trapézio (m)
D= diâmetro do tubo (m)
F= número de Froude (adimensional)
La= D [ 8 + 17 x log (F)]
F=5,12
La= 0,06 [ 8 + 17 x log (5,12)]=1,2m
Espessura do rip-rap
A espessura será: 3,5 x D50 = 3,5 x 0,06=0,21m
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Metcalf& Eddy
Para achar a altura yo na tubulação podemos usar Metcalf&Eddy, 1981
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Exemplo 18.4
Calcular o comprimento de transição de um tubo de 1,5m com seção plena com vazão
5m3/s sendo a largura da escada hidráulica B=3,00m.
A= PI x D2/4= 3,1416 x 1,52/4=1,77m2
Vo=Q/A= 5/1,77= 2,83m/s
F= Vo/ (g x yo)0,5
yo= 1,50=D
F= 2,83/ (9,81 x 1,50)0,5 =0,74
tang α= 1/ (3 x F)= 1 / (3 x 0,74)=0,45
α=24,25º
L= (3xF)x(B-D)/2
L= (3x0,74)x(3,0-1,5)/2= 1,67m <3.D=3x1,5=4,5m OK
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VA/Vo=1,39
VA=Vo x 1,39= 2,83 x 1,39= 3,93m/s
Verificando a Figura (18.30) para tubulação. Como L=0,74m, ou seja,
L=0,74/1.5D=0,5D achamos com F=0,74 yA/yo =0,42
yA= yo x 0,42=1,5 x 0,42=0,63m
É importante observar que com o canal de transição haverá diminuição da altura de
1,50 para 0,63m, mas haverá um aumento de velocidade de 2,83m/s para 3,93m/s. Desta
maneira as águas pluviais aumentam a velocidade no canal de transição.
Exemplo 18.5
Calcular o comprimento de transição, o ângulo das paredes laterais e a abertura maior do
trapezio que será a largura da escada para um tubo de galeria de agbuas pluvais de D=1,0m
com seção não plena com vazão 1,5m3/s com declividade S=0,005m/m e n=0,013.
Vamos calcular a altura yo no tubo de 1,0m de diâmetro usando Metcalf&Eddy, l981.
K´= ( Q . n )/ (D 8/3 . S0,5)
3
Q= 1,5m /s
D= 1,00m
S=0,005m/m
n=0,013
K´= ( Q . n )/ (D 8/3 . S0,5)
K´= ( 1,5 x 0,013 )/ (1,0 8/3 x 0,0050,5)=0,28
Consultando a Tabela (18.1) e entrando com K´=0,28 achamos: yo/D= 0,74
yo= 0,74 x D= 0,74 x 1,00= 0,74m
Area total= A=PI x D2/4= 3,1416 x 1,00 2/4= 0,79m2
Entrando com yo/D=0,74 na Figura (18.31) achamos área molhada/area total=
a/A=0,80.
a/A= 0,80
a=0,80 x A
Area molhada=a= 0,80 x area total= 0,80 x 0,79=0,63m2
Q= A x Vo
Vo= Q/A= 1,5/ 0,63= 2,39m/s
Fo= Vo/ (g x yo) 0,5
Fo= 2,39/ (9,81 x 0,74) 0,5= 0,89
tang α= 1/ (3 x Fo)= 1 / (3 x 0,89)=0,38
α=20,62º
Podmos adotar L≤ 3D e adotamos L=1x D = 1,0 x 1,0=1,0m
A base maior do trapézio será B e que será também a largura da escada hidráulica.
B=D+2xL x tang α
B= 1,00 + 2 x 1,00 x0,38=1,75m
Observar que o ângulo α é 29,62º e que é menor que 45º. O mesmo depende do
número de Froude.
A largura da escada será B=1,75m. De nada adiantará aumentar a largura B pois o
fluxo da água se concentrará em B=1,75m.
Poderemos calcular a velocidade da água na distância L=1m.
Para seção circular
VA/Vo= 1,65 -0,45 x Q/ (g x D5)0,5
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Sendo:
C= altura da soleira na Figura (18.31) (m)
H= altura da parede da bacia de dissipação (m)
L= comprimento da bacia de dissipação Tipo III conforme Figura (18.31)
Exemplo 18.6
Dado F1= 5,53 y1=0,22m y2=1,58m V2= 1,05m/s e B=3,00m (largura da escada). Achar
as medidas para bacia de dissipação dentada Tipo III conforme Figura (18.31).
Como o número de Froude é 5,53 e portanto F1 está entre 5,5 a 11 usamos a
equação:
y2´= 0,85 x y2
y2´= 0,85 x 1,58= 1,34m
H= (4/3) x y2´
H= (4/3) x 1,34= 1,79m (altura da parede do canal de dissipação dentada)
C=0,07 x y2
C=0,07 x 1,58=0,11m Altura do degrau na bacia de dissipação dentada
L= (4,5 x y2 )/ (F1 x 0,38)
L= (4,5 x 1,34 )/ (5.53 x 0,38)=3,39m
Portanto, a bacia de dissipação dentada terá 3,39m de comprimento com altura de
soleira C=0,11m.
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Figura 18.30- Bacia de dissipação Tipo III conforme CETESB, 1986 para Fr> 4,5 e V1 < 18m/s
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Figura 18.31- Bacia de dissipação tipo III conforme DNIT, 2006 para número de Froude maior que 9 e
menor que 17.
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18.10 Rip-rap
Após a bacia de dissipação de fundo plano ou com dentes é colocado um avental de
rip-rap. Peterka, 1978 e Berry, 1948 apresentaram a seguinte equação:
D50= 0,0413 x V2
Sendo:
D50= diâmetro da pedra (m) para densidade 2,65 g/cm3
V=velocidade na saída (m/s) sendo V≤ 5,4m/s
Na Tabela (18.1) estão os diâmetros das pedras para serem usados no rip-rap em
função da velocidade da água no rip-rap valendo a equação de Peterka até a velocidade
máxima de 5,4m/s.
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Comprimento do avental La
La= D [ 8 + 17 x log (F)]
Sendo:
La=altura do trapézio (m) comprimento conforme Figura (18.32)
D= diâmetro do tubo (m)
F= número de Froude (adimensional)
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Espessura do rip-rap
A espessura será: 3,5 x D50
Para diâmetros maiores podemos usar a Tabela (18.3).
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Exemplo 18.7
Dado F1= 5,53 V2= 1,2m/s. Calcular as dimensões do rip-rap em avental.
D50= 0,0413 x V2
V=1,2m/s < 5,4m/s OK
D50= 0,0413 x 1,22=0,06m
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Exemplo 18.8
Dado a vazão de Q=5m3/s e L=3,00m achar a altura H.
H = [ Q/(2,07 x L 0,9 )] (1/1,6)
Fórmula de Manning
Uma outra opção do DNIT, 2006 é usar a equação de Manning para dimensionar a
escada hidráulica:
V= (1/n) x R (2/3) x S0,5
Sendo:
n= coeficiente de rugosidade de Manning. O valor de n varia de 0,016 a 0,020 em escada
hidráulica e normalmente adotamos n=0,020. Podemos calcular o valor de n.
R= raio hidráulico= Area molhada/ perímetro molhado (m)
S= declividade (m/m)
V= velocidade média (m/s)
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Exemplo 18.9
Escada hidráulica de concreto armando com: Q=5m3/s; n=0,020; largura B=3,00m,
Declividade S=0,25m/m e altura Hdam=5,00m. Calcular a profundidade normal y usando a
fórmula de Manning e comprimento das bacias de dissipação tipo I ou tipo III.
Q= (A/n) x [(B . y)/ (2y+B)](2/3) x S0,5
5= [(3,0 . y)/0,020)] x [(3,0 . y)/ (2y+3,0)](2/3) x 0,250,5
Por tentativas achamos y=0,21m=y1
q=Q/B= 5/3=1,67m3/s/m
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18.12 Custos
Ao ser feito um projeto de escada hidráulica não devemos esquecer que devemos
minimizar os custos de construção e de manutenção, preservando a segurança da obra
contra danos materiais e humanos.
A melhor solução será a avaliação de diversas soluções devendo ser escolhida a de
menor preço desde que atenda uma dissipação de energia pretendida e garantindo a
segurança da obra.
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Primeiro passo: calcular a vazão de pico Q e o D usando o Método Racional para período
de retorno de 10anos.
Q= Cx I x A/ 360
Para seção plena temos: D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8
Sendo:
C= coeficiente de runoff (adimensional)
A=área da bacia (ha) A≤300ha
Q=vazão de pico (m3/s);
n=0,013 para tubos de concreto.
S=declividade (m/m). Quando não se tem dados adotar S=0,005 m/m
D= diâmetro da tubulação a seção plena (m) D≤ 1,5m
Intensidade da chuva “I”
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I=intensidade da chuva (mm/h)
Tr= período de retorno (anos). Para microdrenagem adotar Tr≥10anos
t= tempo de concentração (min)
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 18- Escada hidráulica em obra de pequeno porte
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a= (a/A) x A
Equação da continuidade :
Q= a . Vo
Vo= Q/a
Sendo:
Vo= velocidade da água na tubulação na altura yo (m/s)
Número de Froude
Fo= Vo/ (g . yo) 0,5
Sendo:
Fo= número de Froude na tubulação (adimensional)
tang α= 1/ (3 . Fo)
Sendo:
α= ângulo do fluxo da água com a parede do canal de transilção (graus ou radianos)
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Capítulo 18- Escada hidráulica em obra de pequeno porte
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Quarto passo: calcular a altura do degrau “h” que é função da altura crítica dc para o
regime de escoametno skimming flow que desejamos.
1,0 < dc/h < 3,2
O valor de dc/h deverá estar entre 1,0 e 3,2. Para acharmos o valor da altura do
degrau h temos que ver a diferença de nível, o comprimento da projeção do local L.
Um valor médio é h=dc/2,2.
Pode-se adotar o valor “z” da declividade dos degraus: 1 V : z H.
O valor de “z” acompanha a declividade do talude existente.
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Décimo segundo passo: cálculo do comprimento LIII da bacia de dissipação dentada Tipo
III.
Para bacia Tipo III do USBR( dentada)
L=(4,5x y2)/ (F1 x 0,38)
De acordo com o número de Froude F1 achamos a fórmula adequada de y2´.
y2´= (1,10 – F12/ 120) x y2 para F1 =1,7 a 5,5
y2´= 0,85 x y2 para F1 =5,5 a 11
y2´= (100 – F12/800) x y2 para F1=11 a 17
Z= y2´ /3
H= Z + y2´= (4/3) x y2´
C=0,07 x y2
Sendo:
C= altura da saliência na bacia de dissipação Tipo III (m)
H= altura da parede na bacia de dissipação Tipo III (m)
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Sendo:
F= número de Froude (adimensional) sendo F≤2,5
V= velocidade média na tubulação (m/s)
g= aceleração da gravidade= 9,81 m/s2
dp=altura da lâmina de água no tubo (m)
A altura do trapézio (avental) é denominada La sendo calculado da seguinte
maneira:
La= D [ 8 + 17 x log (F)]
Sendo:
La=altura do trapézio (m)
D= diâmetro do tubo (m) sendo D≤ 1500mm
F= número de Froude (adimensional). F≤ 2,5
D50= 0,0413 x V2
D50= 0,0413 x 0,972=0,04m
Sendo:
D50= diâmetro da pedra (m) para densidade 2,65 g/cm3
V=velocidade na saída (m/s)
Comprimento do avental La
La= D [ 8 + 17 x log (F)]= 1,5 [ 8 +17 x log (5,5)]
Sendo:
La=altura do trapézio (m)
D= diâmetro do tubo (m)
F= número de Froude (adimensional)
Espessura do rip-rap
A espessura será: 3,5 x D50
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Primeiro passo: calcular a vazão de pico Q e o D usando o Método Racional para período
de retorno de 10anos.
Q= Cx I x A/ 360
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8
Sendo:
C=0,60=coeficiente de runoff (adimensional)
A=20 ha. Area da bacia (ha) A≤300ha
Q=vazão de pico (m3/s);
n=0,013 para tubos de concreto.
S=declividade (m/m). Quando não se têm dados adotar S=0,005 m/m
D= diâmetro da tubulação a seção plena (m) D≤ 1,5m
Intensidade da chuva “I”
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I=intensidade da chuva (mm/h)
Tr= 10anos=período de retorno (anos). Para microdrenagem adotar Tr≥10anos
t= 30min =tempo de concentração (min)
1747,9 x 100,181
I =------------------------ = 89,58 mm/h
( 30 + 15)0,89
Q= Cx I x A/ 360
Q= 0,60x 89,58 x 20/ 360= 3,00m3/s
Cálculo do diâmetro D supondo seção plena e n=0,013 para concreto armado e
S=0,005m/m temos:
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8
D = [(3,0x0,013 )/ ( 0,312x0,0051/2)]3/8 = 1,24m
Adoto diâmetro comercial D= 1,50m
Portanto, o tubo com diâmetro D=1,50m, vazão 3m3/s escoará parcialmente cheio.
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Número de Froude
Fo= Vo/ (g . yo) 0,5
Fo= 2,97/ (9,81x 0,84) 0,5= 1,03
Sendo:
Fo= número de Froude na tubulação (adimensional)
tang α= 1/ (3 . Fo)
tang α= 1/ (3 x 1,03)=0,324
α= 17,93º
Sendo:
α= ângulo do fluxo da água com a parede do canal de transição (graus ou radianos)
Não adianta fazer uma abertura maior que 17,93º pois o escoamento estará centrado
somente na faixa de 17,93º.
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Quarto passo: calcular a altura do degrau “h” que é função da altura crítica dc para o
regime de escoametno skimming flow que desejamos.
1,0 < dc/h < 3,2
1,0 < 0,27/h < 3,2
h= 0,27/1=0,27m
Adotamos h=0,25m (altura do degrau)
Sendo:
h= altura do degrau (m)
L= comprimento da base do desnível da escada hidráulica (m)
Pode-se adotar o valor “z” da declividade dos degraus: 1 V : z H.
O valor de “z” acompanha a declividade do talude existente.
Valores da declividade: 1V:1H; 1V:2H, 1V:3H e 1V: 4H ou outro valor qualquer.
z= 5: 20 ou 1: 4
z=4
b= z x h
b= 4 x0,25=1,00m
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Décimo segundo passo: cálculo do comprimento LIII da bacia de dissipação dentada Tipo
III.
Para bacia Tipo III do USBR( dentada)
LIII=(4,5x y2)/ (F1 x 0,38)=(4,5 x 0,95)/(2,8x0,38)= 3,92m
y2´= (1,10 – F12/ 120) x y2 para F1 =1,7 a 5,5
y2´= 0,85 x y2 para F1 =5,5 a 11
y2´= (100 – F12/800) x y2 para F1=11 a 17
Z= y2´ /3
H= Z + y2´= (4/3) x y2´
C=0,07 x y2
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Sendo:
La=altura do trapézio (m)
D= diâmetro do tubo (m) sendo D≤ 1500mm
F= número de Froude (adimensional). F≤ 2,5
D50= 0,0413 x V2
D50= 0,0413 x 1,282 =0,07m
Sendo:
D50= diâmetro da pedra (m) para densidade 2,65 g/cm3
V=velocidade na saída (m/s)
Espessura do rip-rap
A espessura será: 3,5 x D50 = 3,5 x 0,07=0,25m
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Capítulo 19- Rip-rap
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19.1 Introdução
Primeiramente devemos salientar que o rip-rap tanto em avental como em bacia é
um dissipador de energia.
Para proteger a erosão na saída de águas pluviais por tubulações, escadas
hidráulicas, dissipadores de energia e transição com o canal natural é comum o uso de rip-
rap conforme Figura (19.1).
O rip-rap só pode ser aplicado se:
• Diâmetro da tubulação de 0,30m a 2,5m e
• Número de Froude F≤ 2,5.
19-1
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Capítulo 19- Rip-rap
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Exemplo 19.1
Dimensionar um rip-rap para tubo D=1,0m a seção plena com velocidade de 3m/s.
Número de Froude.
dp= 1,00
F= V / ( g x dp) 0,5
F= 3,0 / ( 9,81 x 1,0) 0,5 =0,96 < 2,5 OK
Diâmetro do rip-rap
ds= 0,25 x D x F
ds= 0,25 x 1,00 x 0,96=0,24m
Altura do trapézio
La= D [ 8 + 17 x log (F)]
La= 1,00 [ 8 + 17 x log (0,96)]=7,70m
Tabela 19.1- Dimensões do avental: La, d50 e espessura conforme usado em Auckland
para y=0,25D; y=0,5D ; y=0,75D e y=D
y=0,25D
Diâmetro n=0,013 Decliv S y Q V F La d50 Espessura
(m) (m/m) (m) (m3/s) (m/s) (m) (m) (m)
0,30 0,013 0,005 0,075 0,009 0,27 0,31 0 0 0
0,40 0,013 0,005 0,100 0,020 0,33 0,33 0 0 0
0,50 0,013 0,005 0,125 0,037 0,38 0,34 0 0 0
0,60 0,013 0,005 0,150 0,059 0,43 0,35 0,2 0,05 0,11
0,80 0,013 0,005 0,200 0,128 0,52 0,37 0,5 0,07 0,15
1,00 0,013 0,005 0,250 0,232 0,60 0,38 0,9 0,10 0,19
1,20 0,013 0,005 0,300 0,378 0,68 0,40 1,4 0,12 0,24
1,50 0,013 0,005 0,375 0,685 0,79 0,41 2,1 0,15 0,31
2,00 0,013 0,005 0,500 1,474 0,95 0,43 3,5 0,22 0,43
2,50 0,013 0,005 0,625 2,673 1,11 0,45 5,1 0,28 0,56
y=0,5xD
Diâmetro n=0,013 Decliv S y Q V F La d50 Espessura
(m) (m/m) (m) (m3/s) (m/s) (m) (m) (m)
0,30 0,013 0,005 0,150 0,03 0,61 0,50 0,9 0,04 0,08
0,40 0,013 0,005 0,200 0,07 0,74 0,53 1,3 0,05 0,11
0,50 0,013 0,005 0,250 0,13 0,86 0,55 1,8 0,07 0,14
19-3
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Capítulo 19- Rip-rap
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0,60 0,013 0,005 0,300 0,22 0,97 0,56 2,3 0,08 0,17
0,80 0,013 0,005 0,400 0,47 1,17 0,59 3,3 0,12 0,24
1,00 0,013 0,005 0,500 0,85 1,36 0,61 4,4 0,15 0,31
1,20 0,013 0,005 0,600 1,38 1,54 0,63 5,5 0,19 0,38
1,50 0,013 0,005 0,750 2,50 1,78 0,66 7,3 0,25 0,49
2,00 0,013 0,005 1,000 5,38 2,16 0,69 10,5 0,34 0,69
2,50 0,013 0,005 1,250 0,00 2,50 0,72 13,8 0,45 0,89
y=0,75D
Diâmetro n=0,013 Decliv S y Q V F La d50 Espessura
(m) (m/m) (m) (m3/s) (m/s) (m) (m) (m)
0,30 0,013 0,005 0,225 0,06 0,91 0,61 1,3 0,05 0,09
0,40 0,013 0,005 0,300 0,13 1,10 0,64 1,9 0,06 0,13
0,50 0,013 0,005 0,375 0,24 1,27 0,66 2,5 0,08 0,17
0,60 0,013 0,005 0,450 0,40 1,44 0,68 3,1 0,10 0,21
0,80 0,013 0,005 0,600 0,85 1,74 0,72 4,4 0,14 0,29
1,00 0,013 0,005 0,750 1,55 2,02 0,74 5,8 0,19 0,37
1,20 0,013 0,005 0,900 2,51 2,28 0,77 7,3 0,23 0,46
1,50 0,013 0,005 1,125 4,56 2,65 0,80 9,5 0,30 0,60
2,00 0,013 0,005 1,500 9,81 3,21 0,84 13,4 0,42 0,84
2,50 0,013 0,005 1,875 17,79 3,72 0,87 17,4 0,54 1,08
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19-7
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Sendo:
F= número de Froude sendo F≤ 2,5
D= diâmetro da tubulação (m) sendo D≤ 2,5mm
Figura 19.2- Curva para determinar o diâmetro máximo da pedra no rip-rap nas
unidades inglesas.
Fonte: Peterka, 2005
19-8
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Capítulo 19- Rip-rap
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Com a dissipação de energia com a bacia de rip-rap a velocidade de saída deverá ser
menor ou igual a 3m/s. Existem cálculos que são feitos usando gráficos e outros usando
equações (FHWA, 2006).
Não temos nenhuma recomendação quando usar rip rap em avental e rip rap em
bacia. Geralmente o rip rap em avental é para vazões relativamente pequenas enquanto que
o rip rap em bacias é para vazões grandes embora não tenhamos valores recomendados.
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Figura 19.5- Gráfico do número de Froude que varia de 0,7 a 2,5 em função da
relação hs/yo de dissipador de energia em rip-rap tipo bacia conforme Federal
Highway Administration, 1975 in Haan et al, 1994, observando que o F é adimensional
e que hs/yo também não tem dimensões.
19-14
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Tentativa
d50/ye= 0,45
d50=0,45 x 1,20=0,54m
Da Figura (19.5) entrando com o número de Froude F=2,3< 2,5
OK e escolhendo d50/ye entre 0,41 e 0,5 achamos hs/ye=1,6
hs= ye . (hs/ye)=1,20x1,60=1,92m
hs/d50=1,92/0,54=3,56< 4 OK.
Comprimento somente da bacia
Ls=10.hs=10x1,92=19,2m
Lsmin=3 x Wo= 3 x 2,40=7,20m
O comprimento total da bacia + rip-rap em avental será:
Lotal= 15 . hs= 15 x 1,92=28,80m
Ltotal mínimo= 4 . Wo= 4 x 2,40=9,60m
Espessura do rip-rap na entrada=3 .d50=3x0,54=1,62m
Espessura do rip-rap no restante= 2 .d50=2x0,54=1,08m
Temos que usar a Figura (19.7) para estimar a média da velocidade ao longo do canal.
A= PI . De2/4= yo . Wo= 1,20 x 2,40=2,88m2
De= [(2,88 x 1,20)/3,1416] 0,5= 1,92m
Vo=7,86m/s
Calculamos então por tentativas e colocamos na Tabela (19.4):
Coluna 1
Valores de L/De=L/Wo variando de 10,15,20,21 onde há uma aproximação melhor
Coluna 2
Valor de hs em metros
Coluna 3
Valor do comprimento L=(L/De) x hs= coluna 1 x coluna 2
Coluna 4
Valores VL/Vo obtido no gráfico da Figura (19.7) de distribuição da velocidade
onde variando os valores L/De obtemos valores diferentes de VL/Vo.
Coluna 5
Velocidade Vo=7, 86m/s
Coluna 6
Valor de VL
19-16
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Capítulo 19- Rip-rap
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VL= (VL/Vo) x Vo
Coluna 7
Valores de VL em ft/s
Coluna 8
Valores de d50 obtido conforme Figura (19.8)
Coluna 9
Valores de d50 em metros
19-17
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Capítulo 19- Rip-rap
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Capítulo 20- Lei das piscinhas
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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 04 de janeiro de 2002, 448º da fundação de São
Paulo.
DIARIO OFICIAL DO MUNICIPIO.
Ano 47 - Número 3 - São Paulo, sábado, 5 de janeiro de 2002
Art. 1º - Nos lotes edificados ou não que tenham área impermeabilizada superior a 500m2 deverão ser
executados reservatórios para acumulação das águas pluviais como condição para obtenção do
Certificado de Conclusão ou Auto de Regularização previstos na Lei 11.228, de 26 de junho de
1992.
Art. 2º - A capacidade do reservatório deverá ser calculada com base na seguinte equação:
V = 0,15 x Ai x IP x t
Art. 5º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 04 de janeiro de 2002, 448º da fundação de São
Paulo.
Hélio Bicudo,
Prefeito em Exercício
ILZA REGINA DEFILIPPI DIAS,
Respondendo pelo Cargo de Secretária dos Negócios Jurídicos
FERNANDO HADDAD,
Respondendo pelo Cargo de Secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico
ARLINDO CHINAGLIA JÚNIOR,
20-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 20- Lei das piscinhas
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20-2
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Capitulo 21-Canais gramados
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Capítulo 21
Canais gramados
O valor da rugosidade n de Manning varia conforme a altura da lâmina de água para pequenas vazões, grandes
vazões e vazões intermediarias
21-1
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Capitulo 21-Canais gramados
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 21 - Canais gramados
21.1 Introdução
21.2 Eficiência dos canais gramados
21.3 Método Racional
21.4 Intensidade da chuva
21.5 Tipos de grama
21.6 Equação de Manning
21.7 Classes de retardo
21.8 Coeficiente de Manning
21.9 Coeficiente de rugosidade de Manning conforme Mays, 2001
21.10 Velocidade limite
21.11 Dados geométricos das diversas seções transversais
21.12 Modelos de cálculo
21.13 Dimensionamento pelo critério da estabilidade
21.14 Dimensionamento pelo critério da capacidade
21.15 Comprimento de proteção da curva em canais
21.16 CIRIA, 2007
21.17 Bibliografia e livros consultados
21-2
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21.1 Introdução
Os canais gramados são destinados a condução das águas pluviais na ocasião das chuvas (fluxo
intermitente) e melhoria da qualidade das águas pluviais através da filtração no revestimento gramado.
Geralmente os canais gramados são acompanhados de faixa de filtro gramado que tem objetivo de
funcionar como um pré-tratamento.
Figura 21.1- Canal gramado usual a beira de uma estrada em local de baixa densidade
habitacional
21-3
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1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).
21-4
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Bermuda
Nome cientifico: Cynodum dactylum
Uso em campos esportivos, playgrounds e campos de golfe.
Tolerantes a pisoteio
Resistente a seca
Suporta temperatura até 40ºC
Sobrevive até 12mm /semana de água de irrigação
Até 20cm de altura
Esmeralda
Nome cientifico: Zoysia japonica
Altura de 10cm a 15cm
Originaria do Japão
Muito ramificada
Gosta de sol
Não resiste muito ao pisoteio
Não resiste a sombra
Resiste à seca
Santo Agostinho
Nome cientifico: Stenotaphrum secundatum
Altura de 15cm a 25cm
Não resiste a sombras
Não resiste ao pisoteio
Tolerante a salinidade
Bom para região litorânea
Provém da América Subtropical
Grama coreana
Nome cientifico: Zoysia Tanuifolia
Altura de 10cm a 15cm
Gosta de muito sol
Crescimento lento
Não é resistente ao pisoteio
Precisa de irrigação periódica.
São Carlos
Nome científico: Axonopus Compressus
Altura de 15cm a 20cm
Origem do sul do Brasil
Tolerância ao frio
Pleno sol e meia sombra
Não é resistente a seca
Usar em áreas de sobra
21-5
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A seleção da grama adequada além das condições do solo e do clima devem ser consideradas os pontos
de vistas das condições hidráulicos como vazão e altura da lâmina de água conforme Chow, 1973
21-6
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Haan et al, 1994 diz que quando o tipo de vegetação não é conhecida podemos fazer uma
estimativa das classes de retardo conforme a altura da mesma conforme Tabela (21.3).
21-7
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Moderada >76cm B
28cm a 61cm C
15cm a 25cm D
5cm a 15cm D
< 5cm E
Fonte: Soil Conservation Service, 1979 in Haan et al, 1994.
21-8
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Figura 21.3- Gráfico Velocidade x Raio Hidráulico em ft2/s e com o coeficiente “n” de Manning
Fonte: Haan et al, 1994. Este gráfico é básico para o dimensionamento de canais gramados.
21-9
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Exemplo 21.1
Calcular o índice de retardo sendo dado altura da grama bermuda de 0,25m e M=5556 pedúnculos/m2
conforme Tabela (21.6).
CI= 2,5 x h 1/3 x M 1/6
CI= 2,5 x 0,25 1/3 x 55561/6 =6,68
Exemplo 21.2
Dado a velocidade V=1,80m/s e raio hidráulico R=0,214m e dado CI=6,68
Achar o coeficiente de Manning n
Vx R= 1,80 x 0,214=0,3852m2/s
Para passar ft2/s temos que dividir por 0,093
VxR=0,3852/0,093= 4,14
Restrições:
0,0025 x CI 2,5 < V. R <36
0,0025 x 6,682,5 < V. R <36
0,29 < 4,14 <36 OK
n= exp {CI (0,01329 ln (VxR)2 - 0,09543 ln (V x R) + 0,2971) -4,16}
n= exp {CI (0,01329 ln (VxR)2 - 0,09543 ln (V x R) + 0,2971) -4,16}
n=0,0549
Exemplo 21.3
Dado a velocidade V=1,80m/s e raio hidráulico R=0,214m e classe C
Achar o coeficiente de Manning n
Vx R= 1,80 x 0,214=0,3852m2/s
Para passar ft2/s temos que dividir por 0,093
VxR=0,3852/0,093= 4,14
Como escolhemos grama com Classe C então entrando no gráfico VxR em função de n achamos
o valor de n=0,041.
21-10
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Tabela 21.6- Valores do coeficiente de rugosidade de Manning calibrado para diversos tipos de
grama, bem como densidade dos pedúnculos, altura de corte e tensão antes do corte e pós corte
Classe de Espaçamento
Grama usado Retardo Densidade dos Altura máxima entre
pedúnculos/m2 antes do corte h Pedúnculos
M (cm) Sc (mm))
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
Yellow vlyuestem A 2778 ND 19
Tall fescue 4000 38 16
Blue grama B 3889 25 16
Ryegrass (perenial) 4000 18 17
Weeping lovegrass 3889 30 16
Bermudagrass 5556 25 14
Bahiagrass ND 20 ND
Centipede grass 5556 15 14
Kentucky bluegrass C 3889 20 16
Grass mixture 2222 18 22
Buffalograss 4444 13 15
Alfafa 1111 36 30
‘Sericea lespedeza D 667 41 39
Common lespedeza 333 13 56
Sudangrass 111 ND 97
Nota: a coluna 2 foi introduzida pelo autor.
21-11
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Mays, 2001 apresenta ainda a Tabela (21.7) onde estão a tensão trativa permissível conforme a
classe de retardo.
Tabela 21.7- Tabela da tensão trativa limite em função da classe de retardo e coeficiente ac da
Equação (21.2) fórmula de Mays, 2001.
Classe de retardo Tensão trativa limite
τp ac
(kg/m2) (N/m2)
A 18,06 186,19 15,8
B 10,25 105,67 23,0
C 4,88 50,31 30,2
D 2,93 30,21 34,6
E 1,71 17,63 37,7
Exemplo 21.4
Dado um canal gramado com R=1 ft, declividade So=0,015m/m, classe de retardo C calcular o
coeficiente de Manning n.
Para Classe de retardo C o valor de ac=30,2 conforme Tabela (21.7)
n= k1/ (ac + k2)
k1= R (1/6)
k2=19,97 x log (R 1,4 x So 0,4)
n= 1,0 (1/6)/ ( 30,2+ 19,97 x log (1,0 1,4 x 0,0150,4) = 0,064
τcalculado= γ x d x So
Sendo:
τcalculado= tensão trativa calculada (N/m2)
γ=9810 N/m3
d= altura da lâmina de água (m)
So= declividade do canal gramado (m/m)
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Tabela 21.9- Velocidade limite Vm em canal gramado de acordo com o tipo de grama e
declividade
Classe Velocidade Velocidade
de Declividades máxima máxima
Tipo de grama Retardo S tolerável Vm tolerável com
solo
(%) que pode
(m/s) facilmente
sofrer erosão
Vm (m/s)
Coluna 1 Col 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5
0a5 2,4 1,8
Bermuda grass C 5 a 10 2,1 1,5
>10* 1,8 1,2
Bahia, buffalo grass 2,1 1,5
Kentucky bluegrass 0a5
Smooth brome, blue grama C
mixtures, tall fescue 1,8 1,2
Santo Agostinho, Sao Carlos e 5 a 10*
Bermuda (Brasil) >10* 1,5 0,9
Grass mixtures, reed, C 0a5 1,5 1,2
canary grass 5 a 10* 1,2 0,9
Lespedeza sericea
Weeping lovegrass, yellow,
bluestem, redtop, alfafa, red fescue. D
Common Lespedeza. Sudan Grass 0a5 1,1 0,8
Coreana, Batatais e Esmeralda
(Brasil)
Fonte: Coyle, 1975 in Chin, 2000
(*): não adimite declividade maior que 10% a não ser com canais com base de concreto com taludes
gramados.
Nota: a coluna 2 foi introduzida pelo autor.
Nota 2: as gramas usadas no Brasil que estão hachuradas foram introduzidas pelo autor.
]
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A Figura (21.6) apresenta as alturas críticas obtidas através de equações semi-empíricas para
várias seções transversais.
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Superelevação
Se houver numa curva podemos calcular a superelevação Δd:
Δd= (V2xT)/ (gx Rc)
Sendo:
Δd=superelevação devido a curva (m)
V= velocidade média (m/s)
T= largura do topo da seção (m)
Rc= raio de curvatura (m)
Conforme Condado de Knox existem dois modelos para dimensionamento de canais gramados, o
dimensionamento usando o critério da estabilidade e o dimensionamento usando o critério da
capacidade máxima. Portanto, conforme Chaw, 1973 um canal gramado deve ser calculado em
dois estágios, sendo o primeiro o critério da estabilidade e o segundo o critério da capacidade
máxima. O critério da estabilidade usa um grau baixo de retardo enquanto que o critério da
capacidade máxima usa um grau alto de retardo.
O critério da estabilidade usa Classe D e o critério da capacidade usa Classe C.
Alertamos para declividade maior que 10% podem ser usada combinação com canais revestidos
com os canais gramados. Lembremos ainda que os canais gramados dependem do tipo da classe de
grama e a favor da segurança podemos admitir em caso de dúvida, classe de grama com menor altura,
pois produzirão maior velocidade.
Existem gramas que não admitem declividade maior que 10%.
21-18
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Primeiro passo: determinar as diversas variáveis, incluindo a vazão Q, a declividade do canal gramado
S, o tipo de vegetação escolhida para revestimento e a seção escolhida (trapezoidal, parabólica ou
triangular).
Segundo passo: usando a Tabela (21.9) escolher a velocidade máxima Vm baseado no tipo de vegetação
e declividade do canal gramado.
Terceiro passo: arbitre um valor de “n” e determine o correspondente valor do produto VxR na curva
da classe escolhida da Figura (21.3). Quando a vegetação for permanente usar a Classe D e quando de
construção temporária usar Classe E.
Nota: o produto VxR obtido está nas unidades ft2/s e para converter em m2/s temos que multiplicar por
0,093.
Sexto passo: compare os produtos VxR obtido no Terceiro passo com o produto VxR obtido no quinto
passo. Se os valores são aproximadamente iguais o problema está resolvido e caso não sejam, arbitre
novamente um novo valor de “n”. Se o produto VxR calculado for maior que o VxR obtido no gráfico,
aumente o valor de n a ser arbitrado e caso contrario diminua.
Sétimo passo: para um canal de secção trapezoidal ou qualquer outra usar relações geométricas da
Figura (21.3) e achar a altura do canal por tentativas.
Oitavo passo: se houver curvas no canal gramado poderemos calcular a sobrelevação pela equação:
Δd= (V2xT)/ (gx Rc)
Sendo:
Δd=superelevação devido a curva (m)
V= velocidade média (m/s)
T= largura do topo da seção (m)
Rc= raio de curvatura (m)
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Manejo de águas pluviais
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Nono passo: achar a borda livre que deve ser no mínimo de 0,30m.
Conforme Chin, 2000 temos:
F= 0,152+V2/ 2g
Sendo:
F= altura da borda livre (m)
V= velocidade média da água no canal (m/s)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
Exemplo 21.5
Seja um canal gramado trapezoidal com grama Grass mixtures Classe D sendo que o solo é facilmente
erodível. A declividade do canal é de 0,015m/m (1,5%) que irá conduzir vazão de 1,415m3/s.
Entrando na Tabela (21.9) achamos que a velocidade limite de Vm=1,2m/s sendo que a
declividade máxima para este caso é de 5%.
Assumimos que n=0,035 e entrando na Figura (21.3) achamos VxR= 5,4
Transformando nas unidades SI, multiplicamos por 0,093.
VxR= 5,4 x 0,093=0,5022
R= (V x R/) Vm
Vm= 1,1m/s
R= 0,5022/ 1,2=0,4185m
Vx R= (1/n) R (5/3) x S (1/2)
Vx R= (1/0,035) 0,4185 (5/3) x 0,015 (1/2)
VxR=0,82m2/s
VxR=8,81 ft2/s
Truque: como o valor VxR=8,81ft2/s é maior que 5,4ft2/s inicial então temos que adotar “n” superior a
0,035. Adotamos então n=0,038 e recalculamos novamente e achamos VxR=4,92 ft2/s que é maior que
4,0 ft2/s e adotamos 0,040 e achamos VxR=2,89 ft2/s que é praticamente igual a 3,00. Portanto,
aceitamos n=0,040.
Tabela 21.10- Cálculos
Valor de n Figura Figura R VxR calc VxR
ft2/s m2/s (m) m2/s ft2/s
0,035 5,40 0,50 0,42 0,82 8,81
0,038 4,00 0,37 0,31 0,46 4,92
0,040 3,00 0,28 0,23 0,27 2,89
Supondo seção transversal trapezoidal com base de 3,0m, S=0,015m/m com declividade 3H:1V
dos taludes.
z=3
Área A= b x d + z d2=3,0x d + 3xd2
21-20
Manejo de águas pluviais
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Borda livre
Conforme Chin, 2000 temos:
F= 0,152+V2/ 2g = 0,152 + 1,23 2/ (2x9,81)=0,23m Adota-se o mínimo de 0,30 OK
Primeiro passo: arbitre uma altura da seção maior do que aquela achada no dimensionamento pelo
critério de estabilidade. Escolha a seção, por exemplo, trapezoidal adotando a base b e calculando a área
molhada e o raio hidráulico.
Segundo passo: divida a vazão pela área e obtenha a velocidade usando a equação da continuidade
Q= V x A V= Q/A
.Terceiro passo: multiplica a velocidade achada pelo raio hidráulico obtendo o produto V x R
Nota: não esquecer que para o uso do gráfico da Figura (21.3) temos que dividir VxR por 0,093.
Quarto passo: consultando a Figura (21.3) obtenha o valor de “n” na classe adotada C.
Quinto passo: use a equação de Manning para achar a velocidade usando o valor da rugosidade de
Manning n obtida na Figura (21.3) e raio hidráulico calculado inicialmente no primeiro passo. A
declividade S é dado do problema.
21-21
Manejo de águas pluviais
Capitulo 21-Canais gramados
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Sexto passo: compare as velocidades obtidas no quinto passo com a obtida no segundo passo. Se os
valores forem aproximadamente iguais o problema fica resolvido, caso contrario comece tudo
novamente pelo Primeiro passo.
Sétimo passo: achar a borda livre que deve ser no mínimo de 0,30m.
F= 0,152+V2/ 2g
Sendo:
F= altura da borda livre (m)
V= velocidade média da água no canal (m/s)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
Oitavo passo: se houver curvas no canal gramado poderemos calcular a sobrelevação pela equação:
Δd= (V2xT)/ (g Rc)
Sendo:
Δd=superelevação devido a curva no canal gramado (m)
V= velocidade média (m/s)
T= largura do topo da seção (m)
Rc= raio da curvatura (m)
Exemplo 21.6
Dados: V=1,02m/s T=5,1m g=9,81m/s2 Rc=15m (raio da curva)
Δd= (V2xT)/ (g Rc)
Δd= (1,022x5,1)/ (9,81x15)=0,04m
Portanto, a sobrelevação devida a curva de raio de 15m será de 0,04m.
Exemplo 21.7- Mesmo exercício anterior mudando para Classe de Retardo C e usando o critério
da capacidade
Seja um canal gramado trapezoidal com grama Grass mixtures Classe C sendo que o solo é facilmente
erodível. A declividade do canal é de 0,015m/m (1,5%) que irá conduzir vazão de 1,415m3/s sendo o
limite de velocidade Vm≤ 1,2m/s.
21-22
Manejo de águas pluviais
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Arbitrando que a altura d=0,40m que é maior que d=0,32m achado no dimensionamento pelo
critério da estabilidade.
A= 3,0x d + 3xd2 = 3,0 x 0,40+ 3 x 0,4 2= 1,68m2
T= 3,0+6d= 3,0+6 x 0,4=5,4m
P= 3,00 + 6,32d= 3,00+ 6,32 x 0,40=5,53m
R= A/P= 1,68/5,53=0,30m
V= Q/A= 1,415/1,68=0,84m/s
Como temos o raio hidráulico R e a velocidade achemos o produto VxR
VxR= 0,84m/s x 0,30m= 0,26m2/s
Mas para o uso da Figura (21.3) temos que mudar as unidades para ft2/s
Então dividimos 0,26m2/s por 0,093
0,26/0,093= 2,75 ft2/s
Entrando na Figura (21.3) com 2,75 e classe C achamos n=0,055
Com o valor de n obtido e com o valor de R já calculado vamos calcular a velocidade pela
equação de Manning.
V= (1/n) x R (2/3) S 0,5
V= (1/0,055) x 0,30 (2/3) 0,015 0,5
V=1,01m/s
Como a velocidade é 1,01m/s é maior que 0,84m/s é então adotar um valor menor da altura d.
Adotamos então d=0,35m e recalculamos tudo novamente.
A= 3,0x d + 3xd2 = 3,0 x 0,35+ 3 x 0,35 2= 1,42m2
T= 3,0+6d= 3,0+6 x 0,35=5,1m
P= 3,00 + 6,32d= 3,00+ 6,32 x 0,35=5,21m
R= A/P= 1,42/5,21=0,27m
V= Q/A= 1,415/1,42=1,0m/s
Como temos o raio hidráulico R e a velocidade achemos o produto VxR
VxR= 1,0m/s x 0,27m= 0,27m2/s
Mas para o uso da Figura (21.3) temos que mudar as unidades para ft2/s
Então dividimos 0,27m2/s por 0,093
0,27/0,093= 2,92 ft2/s
Entrando na Figura (21.3) com 2,92 e classe C achamos n=0,048
Com o valor de n obtido e com o valor de R já calculado vamos calcular a velocidade pela
equação de Manning.
V= (1/n) x R (2/3) S 0,5
V= (1/0,048) x 0,27 (2/3) 0,015 0,5
V=1,07m/s
Como a velocidade é 1,07m/s é aproximadamente igual a 1,0m/s adotamos um valor menor da altura
d.=0,35m com n=0,048 e o problema está resolvido.
Número de Froude Fr
D= diâmetro hidráulico (m)
D=A/T= 1,27m2/ 4,02m=0,32m
Fr= V/ (gx D) )0,5 = 1,1/ ( 9,81 x 0,32)0,5=0,11 OK escoamento subcrítico
Borda livre F
F= 0,152+V2/ 2g = 0,152 + 1,1 2/ (2x9,81)=0,21m Adota-se o mínimo de 0,30 OK
Comentários
No critério da estabilidade achamos n=0,040 e altura d=0,32m e no critério da capacidade achamos
n=0,045 e d=0,32m.
21-23
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O problema pode ser resolvido usando a Classe de Retardo CI= 5,601 para Classe C conforme
Tabela (21.15).
As Tabelas (21.13) e (21.14) usam o cálculo analítico sem consulta a gráfico usando a Equação
(21.1).
Tabela 21.13- Cálculo usando a Equação (21.1) para Classe de Retardo C com CI=5,601
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Q Decliv Altura d Base seção trapezoidal b Talude Área T Perim P R=A/P V=Q/A
(m3/s) (m/m) (m) (m) z (m2) (m) (m) (m) (m/s)
1,415 0,015 0,40 3 3 1,68 5,4 5,53 0,30 0,84
1,415 0,015 0,35 3 3 1,42 5,1 5,21 0,27 1,00
Tabela 21.14- Cálculo usando a Equação (21.1) para Classe de Retardo C com CI=5,601
(continuação)
11 12 13 14 15 16 17 18 19
VxR VxR Classe C V (Manning) Adotar Diâmetro Número Borda livre
n hidráulico D de
Froude
(m2/s (ft2/s) Calculado (m)
(m/s) d
0,26 2,75 5,601 0,052 1,07 menor 0,31 0,61 0,30
0,27 2,92 5,601 0,051 1,02 menor 0,28 0,61 0,30
Nota: se o valor 1,07m/s calculado na coluna 15 for maior que V=0,84m/s da coluna 10 então adotamos
um valor menor da altura. Caso contrario adotaríamos um valor maior.
Fazemos os cálculos até encontrar um valor de V calculado na coluna 15 com o valor obtido de n seja
aproximadamente igual ao valor de V da coluna 10.
A palavra “menor” colocada na coluna 16 é obtida das comparações da coluna 15 com a coluna
10 citado acima.
21-24
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21-25
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Número de Froude Fr
D= diâmetro hidráulico (m)
D=A/T= 2,28m2/ 5,6m=0,41m
Fr= V/ (gx D) )0,5 = 0,88/ ( 9,81 x 0,41)0,5=0,51 OK escoamento subcrítico
Borda livre F
F= 0,152+V2/ 2g = 0,152 + 0,88 2/ (2x9,81)=0,19m Adota-se o mínimo de 0,30 OK
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A Figura (21.7) mostra o gráfico em que entrando com raio hidráulico em ft e coeficiente de
Manning na curva nb, achamos a relação Lp/R.
21-27
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Exemplo 21.9
Calcular o comprimento de proteção Lp a jusante de um canal em curva sendo dado nb=0,048 e raio
hidráulico R=0,27m
R=0,27m=0,27/0,30=0,9 ft
Lp/ R = 0,604 x [R (1/6)/ nb]
Lp/ R = 0,604 x [0,9 (1/6)/ 0,048]= 12,4 ft
Lp=12,4 x R=12,4 x 0,9=11,2 ft=3,3m
21.16 CIRIA
As recomendações da CIRIA, 2007 que constam no Suds Manual são:
• Dependendo do tipo de solo as velocidades limites durante eventos extremos varia de
1,0m/s a 2,0m/s.
• Deverá ser mantido altura da água em eventos normais. Abaixo do topo de vegetação que
normalmente tem 100mm.
• A largura mínima da base é normalmente 0,50m
• Os projetos são para chuva de 30min com período de retorno Tr=1ano
• A altura da vegetação varia entre 100mm a 150mm
• A velocidade máxima no canal gramado para a melhoria da qualidade das águas pluviais
é de 0,30m/s.
• Para escoamento na altura da grama ou abaixo o coeficiente de Manning a ser usado é
n=0,25.
• Quando a altura da água for superior a altura da grama deve ser usado n=0,10.
• A profundidade normal de uma vala gramada está entre 400mm e 600mm.
• Deve ser deixado freeboard de 150mm
• A declividade máxima das laterais deve ser 1:3
• A declividade mínima longitudinal é 0,0033m/m
• Poderá ser usado check dam com profundidade máxima de 300mm.
• O comprimento mínimo da vala gramada é de 30m.
• Um bom dimensionamento de uma vala gramada tem base variando entre 0,50m a 2,0m.
• As check dams deverão ser instaladas a cada 10m a 20m.
• O material da check dam será terá agregado com diâmetro de 100mm a 600mm.
• Dissipador de energia será usado para evitar erosão e deverá ter comprimento de 1,0m a
2,0m na direção de jusante.
21-28
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21-29
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Capítulo 22
Chuvas intensas
Quando ficar confuso em problema matemático, não continue. Comece tudo novamente.
Prof. Cid Gueli, cursinho Anglo-Latino, São Paulo, 1961
22-1
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
SUMÁRIO
Ordem Assunto
22.1 Introdução
22.1.1 Pluviógrafos
22.2 Valores médios das precipitações intensas de Guarulhos baseados nas relações entre as
chuvas
22.3 Postos pluviométricos de Guarulhos
22.4 Método das relações de durações usando a distribuição de Gumbel
22.5 Relações das durações
22.6 Equação das chuvas intensas de Guarulhos usando o posto pluviométrico de Bonsucesso
22.7 Intensidade média de chuva na cidade de São Paulo no ponto
22.71 Conclusão a respeito das equações da chuva da cidade de São Paulo
22.8 Aplicação da equação das chuvas intensas na região
22.9 Hietograma
22.10 Hietograma baseado na chuva de duração de 2horas de fevereiro de 1983
22.11 Distribuição das chuvas nos Estados Unidos: Tipo I, Tipo IA, Tipo II e Tipo III
22.12 Chuvas intensas (estimativa usando o programa PLUVIO 2.1)
22.13 Huff
22.14 Bibliografia e livros consultados
46 páginas
22-2
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22.1 Introdução
22-3
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22.1.1 Pluviógrafos
Apesar de haver um grande número de tipos de pluviógrafos, somente três têm sido
mais largamente empregados:
Pluviógrafo de caçambas basculantes: Esse aparelho consiste em uma caçamba
dividida em dois compartimentos, arranjados de tal maneira que, quando um deles se enche, a
caçamba bascula, esvazia-o e coloca o outro em posição. Quando este último é esvaziado, por
sua vez, a caçamba bascula em sentido contrário, voltando à posição primitiva, e assim por
diante. A caçamba é conectada eletricamente a um registrador, de modo que, quando cai 0,25
mm de chuva na boca do receptor, um dos compartimentos da caçamba se enche, e cada
oscilação corresponde ao registro de 0,25 mm de chuva.
Pluviógrafo de peso: neste instrumento o receptor repousa sobre uma escala de
pesagem que aciona a pena e esta traça um gráfico de precipitação sob a forma de um diagrama
de massas (altura de precipitação acumulada x tempo). Acredita-se que este método de medir
tanto a intensidade quanto a precipitação total de resultados são mais exatos do que os obtidos
com os pluviógrafos de caçambas basculantes.
22-4
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22.2 Valores médios das precipitações intensas de Guarulhos baseados nas relações entre
as chuvas
Aplicando os conceitos de hidrologia, vamos elaborar tabelas dos valores médios das
precipitações intensas de Guarulhos considerando o Posto pluviométrico do Bonsucesso
localizado na bacia do rio Baquirivu Guaçu, com informações pluviométricas desde o ano de
1940 até 1997 (58 anos).
22-5
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
= 6 0,5 . S /
= ( – 0,577 . )
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
= 18
=64,69
P( 1 dia; T) -
--------------------- = - ln ( ln ( 1 / F (P(dia; T))))
sendo:
F ( P(dia ;T)) = 1 – (1 / T )
T= período de retorno e
ln= logaritmo neperiano.
Como exemplo, para período de retorno T= 25 anos
P( 1 dia; 25) -
--------------------- = - ln ( ln ( 1 / 0,96)) =3,1985
Para isto façamos a Tabela 22.3 onde acharemos os valores de P (dia; T) para um período
de retorno de 2, 5 , 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos.
22-10
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Daí o termo chuva diária ou seja a chuva de 1(um) dia, não importando a duração real
da chuva. Por isto que se chama chuva de 1 (um) dia, pois o termo 24 horas significa uma
chuva cuja duração é de 24 horas.
Para se obter a chuva de 24 horas é necessário multiplicar a chuva de 1 (um) dia por
1,14 ou por 1,10 segundo Taborda (1974) ou 1,13 segundo USWB ou 0,961 segundo Magni
(1984).
Existem relações de qualquer chuva com a chuva de 1 (um) dia, e este será o enfoque
deste trabalho.
Em relação a chuva de 1 (um) dia com a chuva de 24 horas, Magni,1984 p.117 encontrou
o valor 0,961 para a cidade de São Paulo.
Entretanto pesquisas realizadas pelo U. S. Weather Bureau obteve a relação 1,13 que é
aplicada mundialmente.
Pesquisas realizadas em São Paulo usando o método de Chow-Gumbel foi obtido a
média de 1,14 usando dados do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São
Paulo com base em séries anuais abrangendo o período de 1928 a 1965 (Drenagem Urbana,
1980, p.20).
Para obtermos, por exemplo, no período de retorno de 25anos, o valor da precipitação
de 1 hora. Fazemos o seguinte:
Na Tabela (22.4) usamos o coeficiente 1,14 para passarmos da chuva de 1 dia para a
chuva de 24h. Ainda na mesma Tabela (22.4), para passarmos da chuva de 24h para a chuva
22-11
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
de 1h ou seja de 60min, multiplicamos por 0,573. Como para T=25 já foi calculado o valor de
122,26mm, isto é, a precipitação máxima de 1 dia para aquele período de retorno, teremos
então:
h= 1,14 . 0,573 . 122,26 = 0,65 . 122,26 = 79,87mm
Portanto, a precipitação máxima em Guarulhos de chuva de 1h com período de retorno
de 25anos é de 79,87mm.
5 minutos 0,34 11,72 15,07 17,29 18,54 19,42 20,10 22,18 24,242
10 minutos 0,532 18,33 23,58 27,05 29,01 30,39 31,44 34,70 37,932
15 minutos 0,693 23,88 30,72 35,24 37,80 39,58 40,96 45,20 3222,848
20 minutos 0,817 28,16 36,21 41,55 44,56 46,67 48,29 53,29 58,252
25 minutos 0,918 31,64 40,69 46,68 50,07 52,43 54,26 59,88 65,454
30 minutos 0,74 34,46 44,33 50,86 54,54 57,12 59,10 65,23 71,300
1 hora 0,573 46,57 59,90 68,72 73,70 77,19 79,87 88,14 96,352
2 horas 1,119 52,11 67,03 76,90 82,47 86,37 89,38 98,63 107,818
6 horas 0,78 63,40 81,54 93,55 100,33 105,07 108,73 119,98 131,159
8 horas 0,821 66,73 85,82 98,47 105,60 110,59 114,44 126,29 138,054
10 horas 0,855 69,49 89,38 102,54 109,97 115,17 119,18 131,52 143,771
12 horas 0,883 71,77 92,31 105,90 113,57 118,95 123,08 135,83 148,479
24 horas 1,14 81,28 104,54 119,94 128,62 134,71 139,39 153,83 168,153
1 dia* 1 71,30 91,70 105,21 112,83 118,16 122,27 134,93 147,50
* Chuva de 1 dia obtida da Distribuição de Gumbel
e pela distribuição t- Student z /2 = 2,228. Com estes valores, tem-se o intervalo que se situa
para o nível de confiança de 95%, ou seja, a média populacional é igual a:
= 75,08 23,29mm
22-12
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Pode-se observar que o valor de depende da média das precipitações que pode assumir os
seguintes valores: máximo, mínimo e médio.
= 75,08 23,29 mm
P( 1 dia; T) -
--------------------- = - ln ln ( ln ( 1 / F (P(dia; T)))
sendo:
22-13
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Para isto façamos as Tabela 22.6 onde acharemos os valores de P (dia; T) para um
período de retorno de 2, 5 , 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos.
sendo
22-14
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Exemplo 22.1
Achar a altura pluviométrica em milímetros para chuva de duração de 2horas
com período de retorno de 25anos. Usando a equação temos:
22-15
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22-16
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Tabela 22.8- Erros médios em porcentagem comparando a fórmula de Guarulhos com a de Magni de
1999 da cidade de São Paulo
Erros médios da fórmula de Guarulhos
Duração da chuva Duração da chuva em comparando com a da cidade de São Paulo feita
por Magni,1999
(h)
10 min 0,17 24,5
15 min 0,25 16,2
20 min 0,33 9,5
25 min 0,42 4,9
30 min. 0,5 1,8
1h 1 -5,1
2h 2 -5,5
6h 6 2,5
8h 8 5,8
10 h 10 8,7
12 h 12 11,2
18 h 18 17,2
24 h 24 21,8
Pela ordem cronológica temos as seguintes chuvas para a cidade de São Paulo.
Occhipinti e Santos –1965 no período de 1926 a 1964 (37 anos) e usando o postos do IAG no
parque do Estado (E3-035) obteve as seguintes fórmulas:
Para t= 60 min:
27,96 . Tr0,112
I = ------------------------ (mm/min) (Equação 22.2)
( t + 15) 0,86 T –0,0144
20,21 . Tr0,15
I =------------------------ (mm/min) (Equação 22.3)
t 0,82
22-17
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Paulo Sampaio Wilken em 1972 obteve para a região Metropolitana de São Paulo por
análise de regressão com dados de 1934 a 1959 (26 anos)do pluviógrafo instalado no Parque
do Estado na Água Funda E3-035, obtendo a seguinte equação das chuvas:
4855,3 . Tr0,181
I =------------------------ ( l/s.ha) (Equação 22.4)
( t + 15)0,89
sendo:
I= intensidade média da chuva ( l /s. ha );
Tr = período de retorno (anos);
t=duração da chuva (min).
ou pode se apresentar em outras unidades:
29,13 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/min) (Equação 22.5)
( t + 15)0,89
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h) (Equação 22.6)
( t + 15)0,89
Exemplo 22.2
Dado o período de retorno T= 20 anos e o tempo de concentração de 18 minutos, achar
a intensidade da chuva.
-Mero e Magni em 1979 com dados de 1931 a 1979 (49 anos) usando o mesmo Posto
Pluviométrico, obteve para a cidade de São Paulo a seguinte fórmula:
I = 37,05 ( t + 20) –0,914 + ( t+20) –0,914 . [ -5,966 –10,88 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 22.7)
para 10min t 60min
22-18
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
sendo:
Nelson Luiz Goi Magni e Felix Mero em 1986 no Boletim nº 4 denominado “Precipitações
intensas do Estado de São Paulo”, página 69 e em 1984 na dissertação de Mestrado na Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo do dr. Nelson Luiz Goi Magni usando dados de
1931 a 1979 do Posto IAG/USP na cidade de São Paulo, obtiveram as seguintes equações das
chuvas intensas no ponto:
para 10 t 60
–0,821
I= t . [ 16,14 –5,65 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação
22.10)
Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln = logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos).
Martinez e Magni em 1999 com dados de 1933 a 1997 (65anos) relativos ao Posto IAG-E3-
035) obteve para a cidade de São Paulo a seguinte equação:
I = 39,3015 ( t + 20) –0,9228 +10,1767 (t+20) –0,8764 . [ -0,4653 –0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 22.11)
Dica: a Equação (22.11) de Martinez e Magni de 1999 é a mais nova a ser usada na Região
Metropolitana de São Paulo.
22-19
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22-20
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Solução
Sendo t=24h, A=100km2 = 40 mi2. Substituindo na Equação (22.11):
Portanto, a precipitação média sobre a área de 100km2 será 0,97 . 180mm = 175mm.
O Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) adota para área
maior que 25 km2, a equação de Paulhus (Linsley et al.,1975):
onde:
Párea = precipitação na área
Pponto = precipitação no ponto
22-21
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22.9 Hietograma
O livro Precipitações Intensas no Estado de São Paulo dos doutores Nelson Luiz Goi
Magni e Felix Mero de 1986, trás hietogramas das chuvas máximas, médias e mínimas de
várias cidades do Estado de São Paulo, inclusive a cidade de São Paulo.
A Tabela (22.12) trás o hietograma da chuva máxima de São Paulo. Tomaremos
somente as relações das alturas pluviométricas e do tempo em porcentagem relativos as
chuvas máximas. Observar que os hietogramas das chuvas máximas varia para a duração da
chuva, sendo as mesmas classificadas em três intervalos principais como abaixo de 1 hora,
entre 1 hora e 6 horas e acima de 6 horas. As Figuras (22.3), (22.4) e (22.5) trazem os
hietogramas da chuva de São Paulo para os três intervalos de duração de chuva mencionados.
22-22
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Figura 22.3 Hietograma da chuva de São Paulo no intervalo de 10 minutos até 1 hora.
H ie to g r a m a d a C h u v a d e S ã o
P a u lo 1 0 m in < t < 1 h
120
100
80
ht/h (%)
60
40
20
0
0 50 100 150
te m p o / te m p o to ta l (% )
H ie t o g r a m a d a C h u v a d e S ã o
P a u lo 6 h < t < 2 4 h
1 2 0
1 0 0
8 0
ht/h (%)
6 0
4 0
2 0
0
0 5 0 1 0 0 1 5 0
te m p o / te m p o to ta l (% )
Figura 22.5-Hietograma da cidade de São Paulo para chuvas entre 6 horas e 24 horas
Figura 22.4 Hietograma da cidade de São Paulo para chuvas entre 1 hora e 6 horas
22-23
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
H ie to g r a m a d e S ã o P a u lo 1 h < t <
6h
120
100
ht / h (%)
80
60
40
20
0
0 50 100 150
te m p o / te m p o to ta l (% )
Usando a Tabela (22.11) com dados fornecido por Magni, 1986 e usando interpolação
linear construímos as Tabelas (22.12) a (22.15) para chuvas de duração de 3h, 6h, 8h e 24h.
22-24
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Tabela 22.13- Fração da chuva de 24h segundo Magni,1986 com intervalos de 1,0h em
24 intervalos
22-25
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Tabela 22.14- Fração da chuva de 6h segundo Magni, 1986 com intervalos de 0,17h em
36 partes
22-26
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Tabela 22.15- Fração da chuva de 3h segundo Magni, 1986 com intervalos de 0,17h em
18 partes
Tempo Fração da chuva de 3h conforme hietograma de Magni, 1986
(h)
0 0,00
0,17 0,36
0,33 0,31
0,50 0,09
0,67 0,08
0,83 0,06
1,00 0,03
1,17 0,01
1,33 0,01
1,50 0,01
1,67 0,01
1,83 0,01
2,00 0,01
2,17 0,01
2,33 0,01
2,50 0,01
2,67 0,01
2,83 0,01
3,00 0,01
Soma= 1,00
22-27
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Tabela 22.16– Chuva de 2 horas ribeirão dos Meninos/ SP. Precipitações de projeto (equação de Mero)
Chuva Precipitação de 2 horas (mm)
Distribuída TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
ponto (k=1,00) 43,00 68,04 80,64 90,00 99,24
área (k=0,94) 40,42 63,96 75,80 84,60 93,29
2 horas t HUFF 1. Q TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
Intervalo (horas) (%) anos anos anos anos anos
1 0,0417 0,030 1,21 1,92 2,28 2,54 2,80
2 0,0833 0,030 1,21 1,92 2,28 2,54 2,80
3 0,1250 0,036 1,46 2,31 2,73 3,05 3,36
4 0,1667 0,036 1,46 2,31 2,73 3,05 3,36
5 0,2083 0,061 2,46 3,90 4,62 5,16 5,69
6 0,2500 0,061 2,46 3,90 4,62 5,16 5,69
7 0,2917 0,076 3,07 4,86 5,76 6,43 7,09
8 0,3333 0,076 3,07 4,86 5,76 6,43 7,09
9 0,3750 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
10 0,4167 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
11 0,4583 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
12 0,5000 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
13 0,5417 0,033 1,34 2,11 2,50 2,79 3,08
14 0,5833 0,032 1,29 2,05 2,42 2,71 2,98
15 0,6250 0,026 1,05 1,66 1,97 2,20 2,42
16 0,6667 0,025 1,01 1,60 1,90 2,12 2,34
17 0,7083 0,022 0,89 1,41 1,67 1,87 2,06
18 0,7500 0,021 0,85 1,35 1,59 1,78 1,96
19 0,7917 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
20 0,8333 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
21 0,8750 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
22 0,9167 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
23 0,9583 0,013 0,53 0,84 0,99 1,10 1,22
24 1,0000 0,012 0,49 0,77 0,91 1,02 1,12
25 1,0417 0,012 0,49 0,77 0,91 1,02 1,12
22-28
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
A bacia do Alto Tietê entre barragem Edgard de Souza e Barragem da Penha (3.230km2),
foi considerado pelo DAEE a distribuição percentual média da chuva de 24 horas, observada
entre 01/02/1983 (7h) e 02/02/1983 (7h), sendo a maior tormenta verificada na bacia dentro
do intervalo de dados existentes e que se assemelha bastante à distribuição com 50% de
probabilidade, no 1º quartil de duração, proposta por Huff em 1978, conforme Tabela (22.17)
e Figura (22.6).
Para consulta de Huff ver página 51 do livro Drenagem Urbana,1995 da ABRH e página
21 do livro Urban Stormwater Hydrology de Akan, 1993.
Dica: na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em áreas de até 100km2 deve-se
usar chuva de 2h com distribuição de Huff (1º Quartil, 50% de probabilidade).
22-29
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
9 3,6 4,3
10 3,6 2,8
11 4,5 2,8
12 1,8 2,5
13 3,6 2,4
14 4,5 2,2
15 1,8 1,6
16 4,5 1,2
17 0,9 1,2
18 0,9 1,2
19 1,8 1,2
20 0,9 1,2
21 0,9 0,8
22 0,9 0,8
23 0,4 0,7
24 0,4 0,7
Fonte: DAAE. Alto Tietê, 1999/SP
22-32
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Figura 22.6- Chuva de curva acumulada do evento de 1983 no Alto Tietê/SP, comparada com a curva de
Huff (1º Quartil, 50% de probabilidade).
Fonte: DAAE, 1999/SP
22-33
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22.11 Distribuição das chuvas nos Estados Unidos: Tipo I, Tipo IA, Tipo II e Tipo III
Estudos elaborados pelo U. S. Soil Conservation Service (SCS) nos Estados Unidos
concluíram numa distribuição aproximada de quatro chuvas básicas que são: Tipo I, Tipo IA,
Tipo II e Tipo III, cujas frações acumuladas estão na Tabela (22.21).
Pr é a chuva total e P a chuva acumulada. Nas colunas estão as relações entre P e Pr.
Porto, 1995 afirmou que a chuva Tipo II é que mais se assemelha para o Estado de São
Paulo.
22-36
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
1,000
0,900 III
Fração da chuva de 24horas
0,800
0,700
0,600
0,500
IA
0,400
I II
0,300
0,200
0,100
0,000
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0
Tempo em horas
José Carlos F. Palos e Mario Thadeu de Barros apresentaram no XII Congresso Brasileiro
da Associação Brasileira de recursos Hídricos de 1997 um trabalho denominado “Análise de
métodos hidrológicos empregados em projetos de drenagem urbana no Brasil”.
Recomendaram o método SCS TR-55 com Chuva Tipo II com chuva de 24horas ou
uso do método dos blocos alternados.
O tempo de concentração deverá ser calculado pelo método cinemático ou pela
equação proposta por Denver (1969) para o tempo de retardo.
O trabalho ainda mostra que os estudos de Porto e Marcelini elaborado em 1993
concluiu que a curva Tipo II é praticamente igual à obtida pelo método dos blocos alternados,
proposto para a cidade de São Paulo.
22-38
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Exemplo 22.7
Estimar a intensidade de chuva máxima na cidade de Guarulhos localizada no Estado de São
Paulo usando o programa Pluvio2.1 para período de retorno de 25anos e tempo de
concentração de 5min.
Usando o programa Pluvio2.1 achamos:
K= 1988,845
a=0,111
b=20,449
c=0,839
K . Ta
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c
1988,845 . T0,111
I =------------------------ (mm/h)
( t + 20,449)0,839
T= 25 anos
t= tempo de concentração= 5min
1988,845 . 250,111
I =------------------------ = 188 mm/h
( 5 + 20,449)0,839
22-39
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
22.13 Huff
Huff, 1990 salienta a importância e a dificuldade em se estabelecer a distribuição das
precipitações com o tempo, isto é, os hietogramas, afirmando categoricamente que as
diferenças podem ser significantes. Huff, 1990 cita um exemplo feito nos Estados Unidos na
área de Kentucky onde acharam diferenças de 30% no pico da vazão devido a escolha
adquada do hietograma.
Huff, 1990 salienta ainda que as chuvas medianas da Figura (22.8) eram usadas no
passado e ainda o são, quando não se tem pesquisas.
22-40
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Figura 22.9- Curva de Huf das distribuição das precipitações no primeiro quartil para
chuvas de duração menores ou igual a 6h. Fonte: Huff, 1990
22-41
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Figura 22.10- Curva de Huf das distribuição das precipitações no segundo quartil para
chuvas de duração de 6,1h a 12h. Fonte: Huff, 1990
22-42
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Figura 22.11- Curva de Huf das distribuição das precipitações no terceiro quartil para
chuvas de duração de 12,1h a 24h. Fonte: Huff, 1990
22-43
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Figura 22.12- Curva de Huf das distribuição das precipitações no terceiro quartil para
chuvas de duração maiores que 24h. Fonte: Huff, 1990
22-44
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Enquanto isto a curva mais usada é aquela de mediana 50% de probabilidade para o
primeiro quartil e as outras são esquecidas.
Huff, 1990 em documentos afirmou que o primeiro e segundo quartis fosse usado para
áreas menores que 1.037km2 na região de Illinois nos Estados Unidos.
Huff, 1990 definiu pequenas bacias aquelas menores que 1036km2. Para pequenas
bacias 37% das precipitações estão no primeiro, 27% no segundo quartil e 21% no terceiro
21% e 15% no quarto quartil.
Na Figura (22.8) temos quatro distribuição de Huff, 1990 sendo recomendado o
seguinte:
primeiro quartil para chuvas menores ou igual a 6h;
segundo quartil para chuvas de 6,1h a 12h;
terceiro quartil para chuvas entre 12,1h e 24h e o
quarto quartil para chuvas maiores que 24h.
Dica: conforme Huff, 1990 pela duração da chuva achamos o quartil que queremos.
22-45
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Capítulo 22- Chuvas Intensas
Akan nos mostra que tendo a precipitação por exemplo de 2h de 85mm podemos
escolher o tipo de curva e calcular ponto a ponto.
Por exemplo, para o primeiro quartil entrando tom t/td= 0,2, isto é, t=0,2 x 2h=0,4h
Achamos na ordenada 0,55= P /85mm
e P= 85mm x 0,55=47mm
Conforme Bonta, 2004 as curvas de Huff são usadas nos Estados Unidos em nove
estados e segundo o proprio Huff e Angel, 1992 aconselharam tal aplicação. Daí
podemos concluir a importancia das curvas de Huff. Ainda segundo Bonta, 2004 vários
softwares americanos usam as curvas de Huff, entre eles, CREAMS , Haestad Methods,
SWMM e ILLUDAS. Akan e Houghtalen, 2003 citados por Huff, mostram que as curvas
de Huff também são usadas na Europa.
Segundo Bonta, 2004 não há nenhuma correspondencia entre as curvas de Huff e
as curvas do SCS (Tipo I, IA, II e III).
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Capitulo 23- RUSLE- Equação revisada universal de perda de solo
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Capítulo 23
RUSLE – Equação revisada universal da perda de solo
23-1
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Capitulo 23- RUSLE- Equação revisada universal de perda de solo
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
23-2
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23.1 Introdução
A erosão do solo tem duas causas principais: a água e o vento. Em regiões úmidas a água é o
fator mais importante na erosão. Nos Estados Unidos a média de erosão é de 14 t/ha/ano sendo
8ton/ha/ano devida a água e 6 t/ha/ano devido ao vento. A Figura (23.1) mostra como a energia da
gota de água desloca a partícula de solo, havendo o transporte e a deposição.
Em geral, nos Estados Unidos admite-se, como tolerável, o limite de 12,5t/ha/ano. No Brasil a
erosão atinge a média de 25t/ha/ano.
23-3
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A Figura (23.2) mostra as soluções para o combate a erosão as quais não trataremos aqui sobre
o assunto.
As Figuras (23.3) e (23.4) mostram as boçorocas em Bauru, salientando que o termo indígena
pesquisado pelos geólogos do IPT é realmente boçoroca e não voçoroca. Na Figura (23.5) podemos
ver o assoreamento de rio causado pelos sedimentos transportados das boçorocas.
No processo de erosão é importante a equação universal de perda de solo chamada de RUSLE
(Universal Soil Loss Equation), conforme Foster, 1982 e outros in Righeto, 1998 p.749. Atualmente
temos a equação revisada universal de perda de solo RUSLE e a RUSLE2. Iremos nos ater ao
RUSLE que é um desenvolvimento na aplicação da RUSLE com critérios para o cálculo dos
coeficiente da equação.
O modelo mais conhecido para estimar a perda do solo pela erosão hídrica é o RUSLE, que foi
desenvolvido por Wischmeier e Smith em 1965. Conforme Paiva, 2001 o maior propósito da Equação
RUSLE é servir como guia sistemático no planejamento da conservação do solo.
A Equação da RUSLE é:
A= R. K. L S. C . P
Sendo:
A= perda anual de solo do solo (ton/ha/ano) devido ao escoamento superficial;
R= fator de erosividade. No Estado de São Paulo R varia de 575 a 800 MJ/ha/(mm/h)
K= fator de erodibilidade que varia de 0,03 a 0,79 ton/MJ/ha/(mm/h).
LS= fator de declividade e comprimento de encosta (adimensional)
C= fator de prática de cultura variando de 0,001 a 1,0 (adimensional)
P= fator de pratica de cultura contra erosão que varia de 0,3 a 1,0 (adimensional)
23-5
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Capitulo 23- RUSLE- Equação revisada universal de perda de solo
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Sendo:
P= precipitação média anual (mm)
Pm= precipitação média mensal (mm)
(EI)= média mensal do índice de erosão em MJ.mm/h.ha
R= Σ(EI)
23-6
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23-7
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Outro método é usar um nomograma de Wischmeier que está na Figura (23.4). No método
precisamos da distribuição granulométrica do solo onde consta a quantidade de areia, silte e argila e
da matéria orgânica.
Conforme Paiva, 2001 a erodibilidade do solo K pode também ser expressa pela seguinte
Equação (23.1):
23-8
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Capitulo 23- RUSLE- Equação revisada universal de perda de solo
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K= [2,1 . 10-4 . M 1,14 . (12 –ka) + 3,25 . (kb –2) + 2,5 . (kc –3)]. 0,001313 (Equação 23.1)
Sendo:
K= fator de erodibilidade do solo (ton/MJ)/(mm/h).
ka= %de matéria orgânica;
kb= coeficiente relativo à estrutura do solo;
kc= classe de permeabilidade e
M= (% silte + % areia muito fina). (100 - % argila).
Exemplo 23.1
Calcular o fator de erodibilidade K usando a Equação (23.1), sendo ka= 2,5%; kb= 3,5 ; kc=
2,5 , % de argila=13% e % silte + % areia muito fina= 36%.
M= (% silte + % areia muito fina). (100 - % argila).
M= 36 x (100 – 13)= 3132
Substituindo na Equação:
K= [2,1 . 10-4 . M 1,14 . (12 –ka) + 3,25 . (kb –2) + 2,5 . (kc –3)]. 0,001313
K= [2,1 x 10-4 x 31321,14 x (12 –2,5) + 3,25 x (3,5 –2) + 2,5 x (2,5 –3)] x 0,001313
K= 0,03 (ton/MJ)/(mm/h)
Exemplo 23.2
Um solo com 70% de silte e areia fina, 5% de areia e 3% de matéria orgânica.
Entrando na Figura (23.4) com 70% composto de silte e areia fina e 5% de areia e 3% de
matéria orgânica obtemos o valor de K= 0,04 (ton/MJ)/(mm/h).
Exemplo 23.3
Um solo encontrado na bacia hidrográfica do açude Santo Anastácio, Ceará com 20% de finos
e 77% de areia e 3% de matéria orgânica.
A permeabilidade é lenta e a estrutura é 1.
Entrando na Figura (23.4) encontramos K= 0,14 (ton/MJ)/(mm/h).
Exemplo 23.4
Um solo do açude Cedro, Ceará com 35% de finos, 43% de areia e 3% de matéria orgânica.
Estrutura é tipo 1 e permeabilidade tipo 5 (lenta).
Entrando na Figura (23.4) achamos K= 0,16 (ton/MJ)/(mm/h).
23-9
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Figura 23.5 - Triângulo de textura proposto por USDA p.15 Engenharia de Irrigação de Heber
Pimentel Gomes
23-10
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23.4 Solo
O solo é formado por partículas sólidas (minerais e orgânicas), água e ar e constitui o
substrato de água e nutrientes para as raízes das plantas.
A textura ou composição granulométrica de um solo é um termo usado para caracterizar a
distribuição das partículas no solo quanto as suas dimensões conforme Gomes, 1997.
De acordo com a proporção de argila, silte e areia na composição do solo, a textura se divide
em várias classes, que podem ser determinadas através do triângulo de texturas proposto pelo
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e apresentado na Figura (23.5) (Gomes,
1997).
O triângulo se compõe de doze espaços que representam 12 classes distintas de textura. As
linhas grossas do gráfico indicam as fronteiras de cada uma das classes de textura. Como exemplo, o
ponto da Figura (23.5) representa a composição de um solo franco-siltoso que contém 25% de areia,
15% de argila e 60% de silte.
A estrutura de um solo caracteriza a forma de arranjo de suas partículas. Solos de texturas
iguais podem possuir estruturas diferentes que apresentam maiores ou menores dificuldades à
penetração ou circulação da água, do ar e das raízes das plantas. A estrutura do solo ao contrário do
que ocorre com a textura, é difícil de quantificar e também de catalogar (Gomes, 1997).
Os solos de texturas médias (francos) que possuem proporções equilibradas de areia, silte e
argila, em geral, são os mais adequados para o desenvolvimento de raízes das plantas, já que
apresentam condições bastante satisfatórias de drenagem, aeração e retenção de água.
A permeabilidade geralmente em mm/h representa a coluna de água em (mm) que atravessa
um solo saturado, numa determinada unidade de tempo (h) sob um gradiente hidráulico unitário.
Exemplo 23.5
Classificar um solo com 21% de areia grossa, 43% de areia fina, 26% de silte, 10% de argila.
Entrando na Figura (23.5) vimos que se trata de solo franco arenoso.
23-11
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Observar que quando temos solo gramado o valor da C da prática de cultura é 0,001, que é um
valor baixo o que mostra que os gramados funcionam muito bem contra a erosão dos solos.
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Exemplo 23.6
Calcular a perda anual de solo de uma área com 50ha, sendo dividida em duas sub-bacias,
uma área baixa com 32ha e outra área alta com 18ha.
A área alta tem comprimento da encosta de 200m e declividade média de 7%, enquanto que a
área baixa tem 400m de comprimento e declividade média de 3%.
O fator de erosividade das chuvas da região que fica na Região Metropolitana de São Paulo,
conforme mapa de isoerosividade é de: R=675 (MJ.mm)/(ha.h)
O fator de erodibilidade K do solo foi tirado da Tabela (23.5) para areia fina com 4% de
matéria orgânica: K= 0,37 (ton.ha.h)/(ha.MJ.mm).
O fator de prática de cultura, conforme Tabela (23.6) para áreas urbanas é C= 0,01.
O fator de manejo contra a erosão, conforme Tabela (23.7) para áreas urbanas é P=1,00.
Área baixa:
O produto LS da área baixa para o Estado de São Paulo é:
Área alta
O produto (LS) da área baixa para o Estado de São Paulo é:
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Exemplo 23.7
Achar o volume aparente de uma bacia com 50ha= 0,5 km2.
VS= 3230 x A 0,7
VS= 3230 x 0,50 0,7= 988m3
VS= 233 . Sa . Lb . A
VS= volume aparente (m3)
A= área da bacia (km2)
S= declividade média da bacia (%)
L= comprimento do talvegue (km)
a= constante que varia de 0,4 até 1,9
b= constante que varia de 0,6 a 1,00
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Exemplo 23.8
Calcular o volume aparente em m3 sendo L= 0,7km; A= 0,5km2; a= 1,15 (estimado como a
média); b= 0,8 (estimado como a média) e declividade média de 3%.
VS= 233 . Sa . Lb . A
VS= 233 x 31,15 x 0,70,8 x 0,5=310m3
23.10 Estimativa dos sedimentos depositados na drenagem urbana
Tucci, no seu trabalho apresentado na Revista Brasileira de Recurso Hídricos, apresenta uma
estimativa dos sedimentos depositados em algumas cidades brasileiras, conforme Tabela (23.7).
L= 0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Sendo:
L= carga de poluição em kg
P= chuva em milímetros anual ou no intervalo desejado.
Pj= fração da chuva que produz runoff. Normalmente adotado Pj=0,90
Rv= runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI
AI= área impermeável em porcentagem.
A= área em hectares
C= carga de poluição da concentração média em mg/L
Exemplo 23.9
Calcular os sedimentos de área urbana com 50ha, chuva anual média de 1540mm e Pj= 0,90,
sendo Área impermeável de 70%.
Usando o Método Simples:
L= 0,01 x P x Pj x Rv x C x A
P= 1540mm
Pj= 0,9 adotado
C= 200mg/L sedimentos / Urbana/ Malásia
A= 50ha
Rv= 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
L= 0,01 x 1540mm x 0,9 x 0,68 x 200mg/L x 50ha
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Capítulo 24
Método Santa Bárbara
“A verdadeira amizade somente existe entre aqueles que desejam
aprender, ou para seu prazer ou para ganhar melhor entendimento do mundo”
Marsílio Ficino, Academia Platônica de Florença
24-1
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
24.1 Introdução
24.2 Conceitos de translação e armazenamento
24.2.1 Translação
24.2.2 Armazenamento
24.3 Obtenção da hidrograma conforme método Santa Bárbara
24.4 Definição da chuva de projeto
19 páginas
24-2
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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24.1 Introdução
O objetivo do método Santa Bárbara é obter o hidrograma de uma precipitação para
uma determinada bacia considerando um local escolhido. No hidrograma teremos a vazão de
pico e as vazões em intervalo de tempo o que facilitará o routing do reservatório, caso
tenhamos um piscinão.
Vamos supor uma bacia conforme a Figura (24.1) na qual temos uma precipitação. Se
tomarmos o ponto A como seção de controle, poderemos observar o seguinte. No começo da
precipitação a vazão é nula.
Com o passar do tempo a vazão no ponto A vai aumentando cada vez mais até chegar
a um pico e daí começa a diminuir até atingir a vazão zero novamente. A chuva parou mas a
vazão ainda continua até a mesma ficar zero.
Esta curva é a hidrograma ou hidrograma que queremos, conforme Figura (24.2).
Teremos a vazão de contribuição da água de chuva na bacia em função do tempo.
A parte da chuva que evapora, que fica presa em forma de poça d’água ou se infiltra
no solo, não nos interessa. Interessa somente a chuva que produz as enxurradas, que é
chamada de chuva excedente ou runoff.
Na hidrograma da Figura (24.2) vemos que a vazão atinge o pico de 43 m3/s e a 150
min ou seja 2,5h a mesma chega a zero novamente.
A chuva que causou aquele hidrograma varia também com o tempo e chama-se
hietograma. Observar empiricamente que quanto mais impermeável for a bacia maior será o
pico de vazão na hidrograma da Figura (24.2) e quanto maior for o tamanho da bacia maior
também será o pico. No Capítulo 2 temos vários exemplos de hietogramas para a cidade de
São Paulo.
24-3
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Hidrógrama
50
Vazão em m3/s
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200
Tempo (min)
24.2.1 Translação
É o movimento da água ao longo dos canais em direção paralela ao fundo. Tempo de
translação é, portanto, o tempo que uma partícula de água leva para percorrer uma
determinada distância.
Tempo de concentração é o tempo de translação do ponto mais distante da bacia até a
seção de controle (Porto,1995 p. 139).
24.2.2 Armazenamento
Pode ser interpretado como o movimento da água na direção perpendicular ao fundo
do canal e representa, portanto, a parcela da chuva excedente que fica, temporariamente,
retida na bacia e que chegará à seção de controle com certo atraso (Porto,1995 p. 139).
A grande importância do método Santa Bárbara é que considera o efeito do
armazenamento.
Outro fator importante do método Santa Bárbara é que leva em conta as áreas de
impermeabilização. Isto foi muito bem salientado por Porto,1995, pois a medida que o solo se
impermeabiliza, as perdas tornam-se menos sensíveis à infiltração e dependerão mais da parte
impermeável da bacia. As tabelas de uso do solo costumam ser muito gerais e imprecisas,
enquanto que a estimativa da área impermeabilizada poderá ser feita com maior precisão por
meio de fotografias aéreas, por exemplo (Porto,1995 p.163).
24-4
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Dica: deve ser usado o método do número da curva CN do SCS para a área permeável
para achar a chuva excedente.
24-5
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V=k.Qm
O valor de m varia de 0,9 a 1,2. No caso do método Santa Bárbara supomos que m=1,
isto é, que a função é linear.
V= k .Q
Em um intervalo de tempo Δt temos:
V2 – V1= k . (Q2-Q1)
Q2 = Q1 + C . ( I1 + I2 – 2 . Q1)
Sendo C = Δt / ( 2 . k + Δt)
C = Δt / ( 2 . tc + Δt)
24-6
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Exemplo 24.1- Calcular a vazão de pico e a hidrograma usando o método Santa Bárbara de
uma área urbana em Guarulhos com área de 1,12km2 (112ha) para período de retorno de 50
anos, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e equação da chuva de
Martinez e Magni, 1999. Os intervalos são de 10min.
Usando uma planta aerofotogramétrica do local foram levantados os seguintes
elementos:
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O ponto mais alto está na cota 805m e o mais baixo na cota 726,6m. O comprimento
total do talvegue é de 1650m.
Os trechos, as cotas a montante e a jusante bem como os comprimentos e declividades
estão na Tabela (24.2). A declividade média do talvegue é 0,047515m/m.
Para o cálculo do tempo de concentração tc, foram verificados vários métodos, tais
como, Califórnia Culverts Practice, Método de Kirpich, Método cinemático, Método da
Fórmula SCS Lag- 1975 usando CN=90 e foram obtidos os resultados da Tabela (24.2).
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Coluna 1:
Trata-se da ordem de 1 até 12.
Coluna 2:
Contagem de tempo até 10min na primeira linha, de 10min a 20min na segunda linha e assim
por diante, até 120min ou seja as 2h de chuva que admitimos.
Coluna 3:
Nesta coluna o tempo está em horas.
Coluna 4:
Conforme foi verificado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de
São Paulo, a chuva de 2 de fevereiro de 1983 praticamente coincide com o hietograma de
chuva de Huff para o primeiro quartil e com 50% de probabilidade. Daí usarmos na Região
Metropolitana de São Paulo a chamada chuva de Huff 1Q 50% P. No caso temos a fração da
chuva devendo o total ser igual a 1 (um).
Coluna 5:
Considerando a Equação da Chuva de São Paulo elaborada por Martinez e Magni,1999 e
usando período de retorno de 50anos, achamos no Capítulo 2 a precipitação total de 94,6mm.
Todos os valores da coluna 5 são obtidos da multiplicação de 94,6mm pela fração da chuva
de Huff da coluna 4.
Assim multiplicando 0,132 x 94,6mm = 12,4mm e assim por diante.
Coluna 6:
Na coluna 6 estão a precipitação acumulada. Repete-se a primeira linha 12,5mm e
soma-se esta a linha 2 da coluna 5 da seguinte maneira:
12,5mm + 25,9mm = 38,4mm
Assim obteremos toda a coluna 6, sendo que na linha de ordem 12 teremos que ter o total de
94,6mm para conferir.
Coluna 7:
( P- 0,2S ) 2
Q= ------------------------
24-9
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( P+0,8S )
( P- 5,64 ) 2
Q= -------------------------- (Equação 24.4)
( P + 22,58 )
A Equação (24.4) é que será usada para se obter a coluna 7 juntamente com a restrição
de que P deverá ser maior que 5,64mm ou seja P> 5,64mm. Caso o P seja menor que 5,64mm
então o valor de Q será 0, ou seja: Se P< 5,64mm então Q=0.
Isto é feito em planilha Excel usando a função SE.
= SE (Coluna 5 > 5,64; [( coluna 5 – 5,64) 2 / (coluna 5 + 22,58)] ; 0)
Para a primeira linha o valor de P da coluna 5 é 12,5mm, isto é, P=12,5mm.
O valor de P=12,5mm é maior que 5,64mm, isto é, P>5,64mm. Então se aplica a
Equação (24.4) e fazendo-se a substituição teremos:
(12,5 - 5,64 ) 2
Q= -------------------------- = 1,34
( 12,5 + 22,58 )
Desta maneira iremos obter toda a coluna 7 relativa a chuva excedente, sempre
substituindo o valor de P corresponde a linha e na coluna 5.
A chuva excedente total é de 67,5mm. Esta chuva é que provocará o escoamento
superficial, ou seja, o runoff.
Coluna 8
Como a coluna 7 obtida está a chuva excedente acumulada, para se obter a chuva excedente
por faixa basta subtrair uma linha da frente pela anterior, repetindo-se a primeira linha. Para
conferir a somatória deve ser de 67,5mm.
Coluna 9
A coluna 9 é a infiltração no solo. É calculada somente para sabermos quanto foi infiltrado no
solo. É calculada pela diferença entre o precipitado por faixa na coluna 5 com a chuva
excedente por faixa da coluna 8. Assim a infiltração na primeira linha da coluna 9 será :
12,5mm – 1,3mm = 11,2mm.
A soma da infiltração da coluna 9 é de 27,1mm e somando-se a infiltração com a
chuva excedente de 67,5mm tem que dar o total da chuva de 94,6mm. Notar que não foi
considerada a evaporação, o que é usual para os problemas de drenagem.
Coluna 10
Um dos truques do método Santa Bárbara é a separação do escoamento superficial, sendo um
sobre superfície impermeabilizada e outra sobre superfície permeável.
Assim na coluna 10 vamos calcular a velocidade de escoamento em milímetros por hora na
região impermeabilizada. Assim cada linha da coluna 10 é obtida dividindo-se a precipitação
por faixa pelo intervalo de tempo. No caso o intervalo de tempo deverá ser em horas, para se
obter mm/h.
Na primeira linha da coluna 10 teremos: 12,5mm/ 0,1666 = 74,9mm/h.
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Coluna 11
A coluna 11 é obtida usando o mesmo raciocínio da coluna 10, só que desta vez devemos
tomar a chuva excedente, isto é, aquela que escorre, pois a outra parte da chuva foi infiltrada.
Assim na primeira linha da coluna 8 achamos 1,34mm que deverá ser dividido pelo intervalo
de tempo em horas que é 0,1666h. Teremos:
1,34mm/0,1666h = 8,0mm/h e assim por diante.
Coluna 12
Tendo-se os valores do runoff na área impermeabilizada i e da área permeável ie e
usando a Equação (24.1), como possuímos os valores da área da bacia de drenagem A e da
fração impermeável d, obtemos facilmente todos os valores das coordenadas da hidrograma
para o reservatório imaginário.
I= [ i . d + i e . (1.0 – d)] . A
Substituindo-se a fração da área impermeabilizada de 0,615 e área da bacia de
drenagem 112ha e convertendo em metros quadrados, teremos:
I= [ 74,9/(1000x 3600) . 0,615 + 8,0/ (1000 x 3600) . (1.0 – 0,615)] . 1120000 = 15,29m3/s
Desta maneira obtemos o valor de 15,29m3/s que o valor de I para a primeira linha da
coluna 12.
Coluna 13
A coluna 13 é a soma acumulada de duas linhas da coluna 12. Assim para a primeira linha da
coluna 13 repete-se o valor de 15,29m3/s da coluna 24. Para as demais linhas soma-se a linha
anterior mais a atual ou seja 15,29m3/s + 41,45m3/s obtendo-se 56,74m3/s e assim por diante.
Coluna 14
A coluna 14 é a aplicação da Equação (24.2)
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Supondo primeiramente que a vazão da primeira linha da coluna 14 seja zero, istoé,
Q(j-1)=0.
Substituindo teremos:
Qj= 0 + 0,11235955 . [ 15,29 - 2 . 0 ] =1,72m3/s
Para a segunda linha da coluna 14 temos:
Qj= 1,72 + 0,11235955 . [ 56,74 - 2 . 1,72 ] =7,71 m3/s
E assim por diante.
Coluna 15
É o hidrograma que queremos. Na primeira linha da coluna 15 é a segunda linha da coluna 14
e assim por diante.
Poderemos continuar os cálculos até atingirmos na coluna 15 o valor de Q(j) igual
zero.
Obtemos a vazão de pico usando o método Santa Bárbara de 17,32m3/s que ocorre a
40min do inicio da chuva, conforme se pode ver na linha de ordem 4.
Em se tratando de problema real, a vazão base é 0,83m3/s e que somada a vazão de
pico de 17,32m3/s nos dará a vazão de projeto de 18,15m3/s.
HUFF Precip. Prec. Chuva exc. Chuva exc. Infilt. Area Area I(1)
Ordem Tempo Tempo 1. Q Total Acum. acum. por faixa imperm. perm. I + Q(1) Q(2)
50% P P P acum. Q acum. Q f i ie I(2)
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Tabela 24.4- Hidrograma da bacia do Pacaembu –SP usando o método Santa Bárbara
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna Coluna Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 Coluna Coluna Coluna Coluna 15
7 8 12 13 14
HUFF 1. Precip. Prec. Chuva exc. Chuva exc. por Infiltraçã Area Area Hidrogra
Q Total Acum. acum. faixa o imperm. permeável ma
Ordem Tempo Tempo 50% P P P acum. Q acum. Q f i ie I I(1)+I(2) Q(1) Q(2)
1 2,5 0,04 0,030 2,6 2,6 0,0 0,0 2,6 61,3 0,0 20,78 20,78 0,00 1,60
2 5,0 0,08 0,030 2,6 5,1 0,0 0,0 2,6 61,3 0,0 20,78 41,56 1,60 4,55
3 7,5 0,13 0,036 3,1 8,2 0,0 0,0 3,1 73,5 0,2 25,00 45,78 4,55 7,37
4 10,0 0,17 0,036 3,1 11,2 0,3 0,3 2,8 73,5 7,4 27,00 52,00 7,37 10,24
5 12,5 0,21 0,061 5,2 16,4 1,7 1,3 3,8 124,6 32,4 51,24 78,24 10,24 14,68
6 15,0 0,25 0,061 5,2 21,6 3,8 2,1 3,1 124,6 50,8 56,35 107,59 14,68 20,70
7 17,5 0,29 0,076 6,5 28,1 7,2 3,4 3,1 155,2 81,6 75,30 131,65 20,70 27,64
8 20,0 0,33 0,076 6,5 34,6 11,2 4,0 2,5 155,2 96,3 79,37 154,66 27,64 35,29
9 22,5 0,38 0,052 4,4 39,0 14,2 3,0 1,4 106,2 72,2 56,06 135,43 35,29 40,27
10 25,0 0,42 0,052 4,4 43,4 17,4 3,2 1,2 106,2 76,3 57,19 113,25 40,27 42,79
11 27,5 0,46 0,052 4,4 47,8 20,7 3,3 1,1 106,2 79,7 58,13 115,32 42,79 45,08
12 30,0 0,50 0,052 4,4 52,3 24,1 3,4 1,0 106,2 82,5 58,92 117,05 45,08 47,15
13 32,5 0,54 0,033 2,8 55,1 26,4 2,2 0,6 67,4 53,6 37,75 96,67 47,15 47,33
14 35,0 0,58 0,032 2,7 57,8 28,6 2,2 0,5 65,4 52,9 36,83 74,58 47,33 45,78
15 37,5 0,63 0,026 2,2 60,0 30,4 1,8 0,4 53,1 43,5 30,08 66,92 45,78 43,89
16 40,0 0,67 0,025 2,1 62,1 32,2 1,8 0,4 51,1 42,3 29,04 59,13 43,89 41,68
17 42,5 0,71 0,022 1,9 64,0 33,7 1,6 0,3 44,9 37,5 25,65 54,69 41,68 39,48
18 45,0 0,75 0,021 1,8 65,8 35,2 1,5 0,3 42,9 36,1 24,56 50,21 39,48 37,27
19 47,5 0,79 0,014 1,2 67,0 36,2 1,0 0,2 28,6 24,2 16,41 40,97 37,27 34,69
20 50,0 0,83 0,014 1,2 68,2 37,2 1,0 0,2 28,6 24,3 16,44 32,85 34,69 31,88
21 52,5 0,88 0,014 1,2 69,4 38,3 1,0 0,2 28,6 24,4 16,47 32,91 31,88 29,50
22 55,0 0,92 0,014 1,2 70,5 39,3 1,0 0,2 28,6 24,5 16,50 32,97 29,50 27,50
23 57,5 0,96 0,013 1,1 71,7 40,2 1,0 0,2 26,6 22,8 15,34 31,84 27,50 25,72
24 60,0 1,00 0,012 1,0 72,7 41,1 0,9 0,1 24,5 21,2 14,18 29,52 25,72 24,03
25 62,5 1,04 0,012 1,0 73,7 42,0 0,9 0,1 24,5 21,2 14,20 28,38 24,03 22,52
26 65,0 1,08 0,012 1,0 74,7 42,9 0,9 0,1 24,5 21,3 14,22 28,42 22,52 21,24
27 67,5 1,13 0,011 0,9 75,7 43,7 0,8 0,1 22,5 19,6 13,05 27,27 21,24 20,07
28 70,0 1,17 0,011 0,9 76,6 44,5 0,8 0,1 22,5 19,6 13,06 26,11 20,07 18,99
29 72,5 1,21 0,008 0,7 77,3 45,1 0,6 0,1 16,3 14,3 9,51 22,57 18,99 17,81
24-14
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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30 75,0 1,25 0,008 0,7 78,0 45,7 0,6 0,1 16,3 14,3 9,52 19,02 17,81 16,53
31 77,5 1,29 0,006 0,5 78,5 46,2 0,4 0,1 12,3 10,8 7,14 16,66 16,53 15,27
32 80,0 1,33 0,006 0,5 79,0 46,6 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,29 15,27 14,02
33 82,5 1,38 0,006 0,5 79,5 47,1 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,29 14,02 12,96
34 85,0 1,42 0,006 0,5 80,0 47,5 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,30 12,96 12,07
35 87,5 1,46 0,006 0,5 80,5 48,0 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,31 12,07 11,31
36 90,0 1,50 0,006 0,5 81,0 48,4 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,32 11,31 10,67
37 92,5 1,54 0,006 0,5 81,5 48,9 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,32 10,67 10,13
38 95,0 1,58 0,006 0,5 82,0 49,3 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,33 10,13 9,68
39 97,5 1,63 0,006 0,5 82,5 49,8 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,34 9,68 9,29
40 100,0 1,67 0,006 0,5 83,1 50,2 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,35 9,29 8,96
41 102,5 1,71 0,004 0,3 83,4 50,5 0,3 0,0 8,2 7,3 4,78 11,96 8,96 8,51
42 105,0 1,75 0,004 0,3 83,7 50,8 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,57 8,51 7,93
43 107,5 1,79 0,004 0,3 84,1 51,1 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,57 7,93 7,45
44 110,0 1,83 0,004 0,3 84,4 51,4 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,58 7,45 7,04
45 112,5 1,88 0,002 0,2 84,6 51,6 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 7,18 7,04 6,51
46 115,0 1,92 0,002 0,2 84,8 51,7 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 4,79 6,51 5,88
47 117,5 1,96 0,002 0,2 84,9 51,9 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 4,79 5,88 5,34
48 120,0 2,00 0,002 0,2 85,1 52,0 0,0 0,2 4,1 0,0 1,39 3,78 5,34 4,81
1,000 85,1 51,9 33,2
Chuva exc. Infiltra
ção
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50,00
45,00
40,00
Vazão (m3/s)
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
Tempo (min)
Figura 24.2- Hidrograma da bacia do Pacaembu para chuvas de 2horas escolhido por Canholi,1995
24-16
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Exemplo 24.3- Caso real. Calcular a vazão de pico e a hidrograma usando o método Santa
Bárbara de uma área urbana em Guarulhos com área de 1,12km2 (112ha) para período de
retorno de 50 anos, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e equação da
chuva de Martinez e Magni, 1999. Os intervalos são de 2,5min.
A diferença entre o Exemplo (24.3) e o Exemplo (24.1) é o intervalo de tempo. No
primeiro exercício foi usado intervalo de 10min e agora vamos usar intervalo menor de
2,5min.
O resultando da vazão de pico será de 17,65m3/s o que é um pouco maior que os
17,32m3/s obtidos com o intervalo de 10min. Usando-se microcomputador o mais prático é
usar o intervalo menor. Na Tabela (24.5) está a planilha de aplicação do método Santa
Bárbara para o intervalo de tempo de 2,5min.
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24-18
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43 107,5 1,79 0,004 0,4 93,5 66,5 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 7,94 7,62
44 110,0 1,83 0,004 0,4 93,8 66,8 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 7,62 7,32
45 112,5 1,88 0,002 0,2 94,0 67,0 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 4,14 7,32 7,00
46 115,0 1,92 0,002 0,2 94,2 67,2 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 2,76 7,00 6,66
47 117,5 1,96 0,002 0,2 94,4 67,4 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 2,76 6,66 6,33
48 120,0 2,00 0,002 0,2 94,6 67,5 0,0 0,2 4,5 0,0 0,87 2,25 6,33 6,01
1,000 94,6 67,4 27,2
Chuva Infiltra
exc. ção
Conforme a Tabela (24.8) obtemos o hidrograma para chuva de 2h. A chuva total de
50anos é de 94,6mm e o escoamento superficial (runoff) é de 67,531mm.
A vazão máxima é de 17,65m3/s que se dá a 37,53min, ou seja, 0,625h (ordem 15) na
coluna 1.
Após 6,713h o runoff acaba totalmente e isto se dá na linha de ordem 161 conforme se
pode ver na coluna 1.
Todo o programa é facilmente executado em planilha Excel da Microsoft.
Sendo a vazão base de 0,83m3/s e sendo a vazão de pico de 17,65m3/s a vazão total de
pico será a soma das duas, ou seja:
0,83m3/s + 17,65m3/s = 18,48 m3/s
Portanto, a vazão de pico para projeto é de 18,48m3/s.
A Figura (24.3) mostra a hidrograma obtida.
20
Vazao em m3/s
15
10
0
0 2 4 6 8
Tempo (min)
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Capitulo 25- Pré-tratamento
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Capítulo 25
Pré-tratamento
“No Brasil 65% das internações hospitalares são provenientes de doenças de veiculação hídrica”.
Tucci, 2002, Inundações urbanas na América do Sul.
25-1
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Capitulo 25- Pré-tratamento
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SUMÁRIO
Assunto
Ordem
Capítulo 25 - Pré-tratamento
25.1 Introdução
25.2 Pré-tratamento in-line ou off-line
25.3 Remoção de partículas de grandes dimensões
25.4 Pré-tratamento em filtros de areia
25.5 Elementos para projeto de pré-tratamento
25.6 Depósito anual de sedimentos
25.7 Vazão que chega até o pré-tratamento
25.8 Vazão que chega até o pré-tratamento usando o TR-55 do SCS
25.9 Método usando o tempo de 5min para calcular Qo
25.10 Cálculo de Qo usando o método Santa Bárbara
25.11 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o método racional para
áreas até 2ha
25.12 Fração de sedimento removido
25.13 Poços de pré-tratamento
25.14 Pré-tratamento com sistema hidrodinâmico
25.15 Boca de lobo com caixa de deposição de sedimentos
25.16 Caixa separadora de óleos e graxas
25.17 Bibliografia e livros consultados
21 páginas
25-2
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Capitulo 25- Pré-tratamento
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Capítulo 25 - Pré-tratamento
25.1 Introdução
O pré-tratamento destina-se a remover os materiais grosseiros e sedimentáveis e que vem antes da
BMP (Best Management Practice) que pode ser uma lagoa, um reservatório de detenção estendido etc.
Nas Figuras (25.1) a (25.4) temos exemplo de pré-tratamento.
O pré-tratamento compreende:
1. Remoção dos sólidos flutuantes
2. Remoção dos sólidos grosseiros através de grades, peneiras, etc
3. Remoção de sólidos sedimentáveis para partículas com diâmetro ≥125μm
Figura 25.1-Pré-tratamento. Uma parte dos 0,1WQv da água pluvial fica armazenada e outra
passa por cima do vertedor em gabião.
Fonte: Condado de Chester, USA
25-3
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Capitulo 25- Pré-tratamento
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Figura 25.2- Pré-tratamento. Observar as quatro maneiras básicas que temos de saída, desde
parede porosa de pedras até em D até as saídas em A,B,C.
Fonte: Haan et al, 1994
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Sendo:
V= volume da caixa de pré-tratamento (m3)
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Para AI≤ 75% usamos partícula de 20μm que tem velocidade vs= 0,000355m/s.
Substituindo teremos:
As= 2,3 WQv/ (86400 x vs)= 2,3 WQv/ (86400 x 0,000355) = 0,075 WQv
As= 0,075 WQv
Para AI > 75% usamos partícula de 40μm que tem velocidade vs= 0,001422m/s.
Substituindo teremos:
As= 2,3 WQv/ (86400 x vs)= 2,3 WQv/ (86400 x 0,001422) = 0,019 WQv
As= 0,019 x WQv
Observemos que usando este método obteremos valores da área de superfície dos pré-tratamento
As muito inferiores ao usado no método de Urbonas.
25-10
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Exemplo 25.1
Depósito anual de sedimentos no pré-tratamento= 50ha x 10m3/ha/ano =500m3/ano
Portanto, anualmente teremos que remover aproximadamente 500m3 de sedimentos.
25.8 Vazão que chega até o pré-tratamento usando o Método TR-55 do SCS
O objetivo é o cálculo do número da curva CN dada a precipitação P e a chuva excedente Q.
De modo geral a obtenção de CN se deve a obras off-line. Obtemos o valor de CN e continuamos a
fazer outros cálculos.
Os valores de P, Q, S estão milímetros.
( P- 0,2S ) 2
Q= --------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 25.3)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------ - 254 (Equação 25.4)
CN
Dada as a Equação (25.3) e Equação (25.4). São dados os valores de Q e de P. Temos então duas
equações onde precisamos eliminar o valor S, obtendo somente o que nos interessa, isto é, o valor do
número da curva CN.
Pitt, 1994 in Estado da Geórgia, 2001 achou a seguinte equação utilizando NRCS TR-55,1986
adaptado para P e Q em milímetros.
CN= 1000/ [10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5] Equação (25.5)
Exemplo 25.2
Seja um reservatório de qualidade da água com tc=11min, área impermeável de 70% e first flush
P=25mm e Área =2ha. Calcular a vazão separadora para melhoria de qualidade das águas pluviais WQv.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,68 = 17mm
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Verificações:
Velocidade ao longo da caixa de pré-tratamento=V= espaço / tempo
Portanto tempo= espaço / velocidade
Q= S x V
V= Q/S= 0,12 / (1,60 x 3,00)=0,025m/s <0,25m/s OK
Tempo = 9,00m / 0,025 = 360s = 6,0min >5min OK.
Exemplo 25.3
Num estudo para achar o volume do reservatório para qualidade da água WQv é necessário calcular a
vazão Qw referente a aquele WQv. Seja uma área de 20ha, sendo 10ha de área impermeável. Considere
que o first flush seja P=25mm.
Porcentagem impermeabilizada = (10ha / 20ha) x 100=50%
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 50 = 0,50 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,50 = 13mm
Vamos calcular o número da curva CN usando a Equação (25.5) de Pitt.
CN= 1000/ [ 10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5]
CN= 1000/ [ 10 + 0,197 x25 + 0,394 x13 – 10 (0,0016x13 2 + 0,0019 x13x 25) 0,5]
CN= 93,8
Portanto, o valor é CN=93,8.
Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
Na Tabela (25.7) estão os valores do número da curva CN em função da precipitação P e da área
impermeável.
Exemplo 25.4
Achar o número da curva CN para P=25mm e área impermeável de 70%.
Entrando na Tabela (25.7) com P e AI achamos CN=96,6.
Tabela 25.7 – Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
P Área impermeável em porcentagem
mm 10 20 30 40 50 60 70 80
13 90,6 92,9 94,4 95,7 96,7 97,5 98,2 98,8
14 90,0 92,3 94,0 95,4 96,4 97,3 98,1 98,7
15 89,3 91,8 93,6 95,0 96,2 97,1 97,9 98,6
16 88,7 91,3 93,2 94,7 95,9 96,9 97,8 98,5
17 88,1 90,9 92,9 94,4 95,7 96,7 97,6 98,4
18 87,5 90,4 92,5 94,1 95,4 96,6 97,5 98,4
19 86,8 89,9 92,1 93,8 95,2 96,4 97,4 98,3
20 86,2 89,4 91,7 93,5 95,0 96,2 97,2 98,2
21 85,7 88,9 91,3 93,2 94,7 96,0 97,1 98,1
22 85,1 88,5 90,9 92,9 94,5 95,8 97,0 98,0
23 84,5 88,0 90,6 92,6 94,2 95,6 96,8 97,9
24 83,9 87,6 90,2 92,3 94,0 95,5 96,7 97,8
25 83,4 87,1 89,8 92,0 93,8 95,3 96,6 97,7
26 82,8 86,7 89,5 91,7 93,5 95,1 96,4 97,6
27 82,3 86,2 89,1 91,4 93,3 94,9 96,3 97,6
28 81,8 85,8 88,8 91,1 93,1 94,7 96,2 97,5
29 81,2 85,3 88,4 90,8 92,8 94,6 96,1 97,4
30 80,7 84,9 88,0 90,5 92,6 94,4 95,9 97,3
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Manejo de águas pluviais
Capitulo 25- Pré-tratamento
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Manejo de águas pluviais
Capitulo 25- Pré-tratamento
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25.11 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método Racional
para áreas ≤2ha.
Esta é uma estimativa que usa o método Racional e vale somente para áreas menores ou iguais a 2ha
e para first flush P=25mm.
Em uma determinada bacia o pré-tratamento pode ser construído in line ou off line, sendo que
geralmente é construído off line.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
Rv=C=0,05+0,009 x AI
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h)
A= área da bacia (ha)
Exemplo25.8
Calcular o tamanho do reservatório destinado ao pré-tratamento de área com 2ha e AI=70%, sendo
adotado o first flush P=25mm.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
WQv= (P/1000/ x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 2ha x 10.000m2= 340m3
Vazão de entrada
Uma BMP pode ser construída in-line ou off-line. Quando for construída off-line precisamos calcular
a vazão que vai para a BMP.
Usando o método racional.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
C=Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h) = 45,13 x C + 0,98= 45,13 x 0,68 + 0,98= 32mm/h (Para P=25mm)
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W x L = 36m2
L/3 x L = L2=36 x 3 =108
L=10,4m
Mas W= L/3 = 10,4/3=3,5m
Dimensões:
W=Largura= 3,5m
L=Comprimento= 10,4m
D=Profundidade = 1,00m
Verificações:
Velocidade ao longo da caixa de pré-tratamento=V= espaço / tempo
Portanto tempo= espaço / velocidade
Q= S x V
V= Q/S= 0,12 / (3,5 x 1,00)=0,034m/s <0,25m/s OK
Tempo = 10,4m / 0,034 = 306s = 5,1min >5min OK.
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A sexta curva é J. Sansolone que foi feita uma pesquisa somente em determinado local, não
tendo portanto, muita importância.
Figura 25.5- Comparação da distribuição do tamanho de partículas de águas pluviais nos Estados
Unidos conforme Rinker, 2004.
A conclusão a que chegou Rinker, 2004 é que para a melhoria da qualidade das águas pluviais,
temos que capturar partículas <100μm, onde se depositará de 50% a 100% das partículas. Rinker, 2004
salienta ainda que Walker, 1997 associou a deposição de metais e outros poluentes em águas pluviais
quando houver deposição de partículas menores que 100μm.
Portanto, Rinker, 2004 concluiu que se deve adotar o critério para deposição de partículas menores
que 100μm para a melhoria da qualidade das águas pluviais.
Salientamos que adotamos para pré-tratamento a deposição de partículas maiores que 125μm
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Figura 25.7- Poço de visita que é usado como pré-tratamento off line
Fonte: CIRIA, 2007
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Capítulo 26
Para a construção do Parthenon localizado na Acrópole de Atenas foi usada a “seção áurea” ou
a “divina proporção” onde o comprimento L e a largura W para um retângulo satisfaz a
expressão:
(L + W) / L = L /W
Fonte: Geometry de Peter B. Geltner e Darrel J. Peterson.
26-1
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SUMÁRIO
Orde Assunto
m
26.1 Introdução
26.2 SCS TR-55
26.3 Método SCS do TR-55 para dimensionamento preliminar de reservatório de
detenção
26.4 Tr-55 para várias bacias
21 páginas
26-2
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26.1 Introdução
O Departamento de Agricultura nos Estados Unidos apresentou em junho de 1986 através do
Natural Resources Conservation Service (NRCS), o Technical Release 55, ou seja, o TR-55 destina a
bacias urbanas maiores que 4ha até 65km2, mais conhecido como SCS TR-55, incorporando o que já
tinha sido publicado em janeiro de 1976 pelo Soil Conservation Service (SCS).
O TR-55 apresenta metodologia própria para determinar o pico de descarga e volume de
detenção para áreas urbanas e rurais. Não apresenta o hidrograma completo e pode ser usado
facilmente para varias bacias.
Para o uso do TR-55 é obrigatório chuva de duração de 24h.
Dica- O Método SCS TR-55 é bom para determinar vazão de pico e volume de detenção. Para
hidrograma completo deve-se usar o SCS original.
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Tabela 26.2- Valores de C0 ,C1 e C2 obtidos em função do tipo de chuva e da relação Ia/P
Tipo de chuva
conforme SCS Ia/ P C0 C1 C2
(Estados
Unidos)
0,10 2,30550 -0,51429 -0,11750
0,20 2,23537 -0,50387 -0,08929
0,25 2,18219 -0,48488 -0,06589
0,30 2,10624 -0,45695 -0,02835
I 0,35 2,00303 -0,40769 0,01983
0,40 1,87733 -0,32274 0,05754
0,45 1,76312 -0,15644 0,00453
0,50 1,67889 -0,06930 0,0
Os Estados Unidos foram divididos em 4 regiões, onde existem os tipos de chuva I, IA, II e
III. Infelizmente não temos nada semelhante no Brasil.
Segundo Porto,1995 o tipo de chuva de São Paulo que mais se aproxima dos Estados Unidos é
o tipo II. No Capitulo 7 deste livro encontramos as frações de chuvas acumuladas Tipo I, Tipo IA,
Tipo II e Tipo III.
Lembrando o método de cálculo da chuva excedente pelo número da curva CN, Ia é abstração
inicial em milímetros, que representa todas as perdas antes que comece o runoff.
Dica: Para o Estado de São Paulo usar a chuva Tipo II para o SCS-TR-55
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O valor de P para o caso do método SCS TR-55 é para uma chuva de 24horas.
Na Tabela (26.2) para valores de Ia/P < 0,10 deverá ser usado o valor Ia/P=0,10 e para valores
de Ia/P >0,50 deverá ser usado Ia/P =0,50. O TR-55,1986 diz que para valores de Ia/P menores que
0,10 e maiores que 0,50 temos falta de precisão na vazão de pico que será obtida.
O TR-55,1986 aconselha ainda que para a aplicação do método o valor de CN deverá ser
maior que 40 e que a bacia deve ser homogênea, isto é, que o uso do solo e a cobertura seja
uniformemente distribuída na bacia. Chin, 2000 sugere que as variações do coeficiente CN na bacia
devem ser de ± 5 % (cinco por cento).
O TR-55 recomenda ainda que quando for aplicado o método gráfico estimativo de pico, as
vazões devem ser calculadas antes e depois do desenvolvimento, usando os mesmos procedimentos
para estimativa do tempo de concentração tc.
O TR-55 aconselha outro método caso se queira a hidrógrafa.
Exemplo 26.1
Seja uma bacia com 2,22km2 com 0,2% de poças d’água e que o número da curva estimado
CN=87. O tempo de concentração é de 15min = 0,25h e que a chuva de 24horas é o Tipo II e que a
precipitação para período de retorno de 25anos conforme Martinez e Magni,1999, na cidade de São
Paulo, seja de 123mm.
Solução
Para CN=87 > 40 o armazenamento S será:
25400
S= ------------- - 254
CN
S= (25.400/87) – 254 = 37,95mm
Como o valor P=123mm temos:
( P- 0,2S ) 2
Q= --------------------------
( P+0,8S )
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Como Ia/P < 0,1 adotamos para Ia/P =0,1 e então para a chuva Tipo II escolhida temos:
C0 = 2,55323
C1 = -0,61512
C2 = -0,16403
tc=0,25h > 0,1h (hipótese de aplicação do método)
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Exemplo 26.2
Seja uma bacia com 9,95km2 com 0,2% de poças d’água e que o número da curva estimado CN=75.
O tempo de concentração é de 2,53h e que a chuva de 24h é do Tipo II e que a precipitação para o
período de retorno de 100 anos seja de 162,05mm
A declividade média foi obtida proporcionalmente aos comprimentos dos trechos desde a
primeira cota de montante até a última cota de jusante.
Para o cálculo do tempo de concentração será usado a fórmula SCS Lag-1975, pois a área da
bacia 9,95km2.
Qu = 0,81777 m3/s/cm/km2
Qp= Qu. A . Q. Fp
Considerando a vazão de base de 3m3/s teremos como vazão de pico de projeto é igual a
72,32m3/s + 3m3/s = 75,32m3/s.
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Volume do reservatório
---------------------------------- = C0 + C1 . α + C2 . α2 + C3. α3 (Equação 26.3)
volume de runoff
Sendo:
Volume do reservatório =volume do piscinão (m3);
volume de runoff = volume da chuva excedente (m3 ). É a altura da chuva multiplicada pela área da
bacia nas unidades compatíveis;
α = Qpré-desenvolvimento/Qpós-dessenvolvimento
Sendo:
Qpós-dessenvolvimento = vazão de pico (m3/s) depois do desenvolvimento calculado pelo TR-55;
Qpré-desenvolvimento = vazão de pico (m3/s) antes do desenvolvimento calculado pelo TR-55.
C0, C1, C2 e C3 = coeficientes de análise de regressão da Tabela (26.4)
Tabela 26.4- Valores dos coeficientes C0, C1, C2 e C3 em função do tipo de chuva dos Estados
Unidos padronizadas pelo SCS.
Tipo de chuva
nos Estados C0 C1 C2 C3
Unidos
I, IA 0,660 -1,76 1,96 -0,730
II , III 0,682 -1,43 1,64 -0,804
Fonte: McCuen, 1998 p. 449
O TR-55 recomenda que as estimativas de pico devem ser as calculadas pelo TR-55 e que o
procedimento de cálculo do tempo de concentração adotado para o pré-desenvolvimento e pós-
desenvolvimento deve ser o mesmo.
O TR-55 adverte que os erros de estimativas são da ordem de 25% (vinte e cinco por cento).
De modo geral, o método SCS super-dimensiona o reservatório de detenção (capítulo 6-3, junho de
1986, Urban Hydrology for Small Watersheds – TR-55).
26-8
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Volume do reservatório
---------------------------------- = C0 + C1 . α + C2 . α2 C3. α3
volume de runoff
Volume do reservatório
------------------------------- = 0,682 - 1,43 . 0,22 + 1,64 0,222 -0,804. 0,223 =0,44
volume de runoff
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Quando ultrapassarmos as hipóteses acima, teremos que usar o programa de software do SCS
denominado TR-20 que é gratuito.
Exemplo 26.6
Adaptamos o exemplo do TR-55. Este exemplo também está no livro do Akan, 1993.
Trata-se de calcular a vazão de pico para antes do desenvolvimento para uma bacia com sete
sub-bacias, para o período de retorno de 25anos, chuva de 24h Tipo II.
Vamos usar dados de chuva da Região Metropolitana de São Paulo que para chuva de 24h e
Tr=25anos o valor de P=123mm.
O esquema das subbacias está na Figura (26.3).
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Coluna 4- travel time, ou trânsito pela área subseqüente. Assim a subbacia 3 tem travel time
de 0,50m enquanto que a subbacia 5 tem travel time de 1,25h e a subbacia 7 que é a última tem 0,75h.
Coluna 6- Nesta coluna estão os travel time da subbacia até a saída final de toda a bacia.
Assim a subbacia 1 tem travel time de 2,50h para chegar até a saída da bacia. A subbacia 7 que é a
ultima o travel time é 0,0h.
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Na Tabela (26.7) está o cálculo do runoff Q e da relação Ia/P importante para utilização do
TR-55.
( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
( P+0,8S )
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Na Tabela (26.8) está o cálculo auxiliar de Q x área e que será usado na Tabela (26.9).
Travel qt
Tc Time
Sub- até Ia/ Q x cfs/milha2/in
bacia saída P Área
(cm x
(h) (h) km2) 12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
0,1
1 1,5 2,5 0 3,06 6 8 11 18 34 69 141
0,1
2 1,25 2,5 0 2,53 7 10 14 28 58 114 197
0,1
3 0,5 2 0 1,53 15 23 65 202 297 280 181
0,1
4 0,75 2 0 3,16 13 20 48 151 245 274 213
0,1
5 1,5 0,75 0 3,06 42 125 222 233 193 148 102
0,1
6 1,5 0,75 0 5,05 42 125 222 233 193 148 102
0,1
7 1,25 0 0 3,06 284 266 163 104 78 61 47
Coluna 4- estão os valores de Ia/P que serão usados para entrar nas Tabelas do TR-55 para
chuva Tipo II estão no fim do capitulo.
Notar que todos os valores de Ia/P são iguais a 0,10, pois toma-se sempre o valor inferior.
Como os valores são inferiores a 0,22 e como o valor superior de Ia/P=0,30 toma-se Ia/p=0,10.
Coluna 6- são os valores obtidos na Tabelas do TR-55 para chuva Tipo II estão no fim do capítulo.
Entrando com o tempo de concentração tc, o travel time e o valor Ia/P para chuva tipo II e
24h de chuva. Notar que tomamos arbitrariamente para inicio o valor de 12,8h.
Escolhemos para efeito didático somente parte do período tabelado que vai de 11h até 24h.
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Travel qt
Tc Time
Sub hor até Ia/ Q x m3/s/km2/cm
bacia as saída P Área
cm x
horas km2 12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
0,1
1 1,5 2,5 0 3,06 0,0258 0,0344 0,0473 0,0774 0,1462 0,2967 0,6063
0,1
2 1,25 2,5 0 2,53 0,0301 0,043 0,0602 0,1204 0,2494 0,4902 0,8471
0,1
3 0,5 2 0 1,53 0,0645 0,0989 0,2795 0,8686 1,2771 1,204 0,7783
0,1
4 0,75 2 0 3,16 0,0559 0,086 0,2064 0,6493 1,0535 1,1782 0,9159
0,1
5 1,5 0,75 0 3,06 0,1806 0,5375 0,9546 1,0019 0,8299 0,6364 0,4386
0,1
6 1,5 0,75 0 5,05 0,1806 0,5375 0,9546 1,0019 0,8299 0,6364 0,4386
0,1
7 1,25 0 0 3,06 1,2212 1,1438 0,7009 0,4472 0,3354 0,2623 0,2021
Os valores da Tabela (26.10) são semelhantes aos da Tabela (26.9) com a diferença que
fizemos a mudança das unidades para m3/s/km2/cm. Usamos para isto o fator de conversão 0,0043.
Assim o valor da coluna 7 da Tabela (26.9) foi multiplicado por 0,0043 obtendo-se 0,08 na
coluna 6 da Tabela (26.10).
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Travel qt
Tc Time
Sub hor até Ia/ Q x m3/s/km2/cm
bacia as saída P Área
cm x
horas km2 12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
1,5
1 0 2,50 0,1 3,06 0,08 0,11 0,14 0,24 0,45 0,91 1,85
1,2
2 5 2,50 0,1 2,53 0,08 0,11 0,15 0,30 0,63 1,24 2,14
0,5
3 0 2,00 0,1 1,53 0,10 0,15 0,43 1,33 1,95 1,84 1,19
0,7
4 5 2,00 0,1 3,16 0,18 0,27 0,65 2,05 3,33 3,72 2,89
1,5
5 0 0,75 0,1 3,06 0,55 1,64 2,92 3,06 2,54 1,94 1,34
1,5
6 0 0,75 0,1 5,05 0,91 2,72 4,82 5,06 4,19 3,22 2,22
1,2
7 5 0,00 0,1 3,06 3,73 3,49 2,14 1,37 1,02 0,80 0,62
5,63 8,49 11,26 13,41 14,11 13,67 12,25
Na Tabela (26.11) estão os cálculos da multiplicação da coluna 5 por cada valor da coluna 6 a
112 da Tabela (26.10).
Coluna 6- 3,06 cm x km2 x 0,0258 = 0,08m3/s e assim por diante.
As coluna 6 a 12 tem a sua soma na última linha da Tabela (26.10). Assim a coluna 6 tem
soma de 5,63m3/s.
Fazendo-se soma das colunas 7 a 12 obtemos os valores 8,49m3/s, 11,26m3/s, etc.
O valor máximo será 14,11m3/s que será a máxima vazão das 7 subbacias e que se dará as
14,3h.
Obtemos assim a máxima vazão bem como uma parte do hidrograma conforme Figura (26.4).
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16
14
12
Vazão (m3/s)
10
8
6
4
2
0
12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
Tempo (h)
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Figura 26.5- Gráfico das relações de pico e de volume para os diferentes tipos de chuvas usados
nos Estados Unidos e usado no TR-55.
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Exemplo 26.7-
Vamos dar um exemplo que está no capítulo 6, 2005 Waterware Consultants, Centterville, OH, USA.
Calcular a hidrógrafa de cada subbacia, sendo a subbacia A com 120 acre e a subbacia B com 90
acres conforme Figura (26.6).
Os valores de CN respectivamente são de 75 e 68.
Para a subbacia A
Sa= 1000/CNa -10= 1000/75 -10= 3,33 inches
Ia=0,2Sa=0,2x3,33= 0,67 inches
Ra= (P24 -0,2x Sa) 2 / ( P24+0,80 x Sa) = (5,3 – 0,67)2/ (5,3 +0,8x3,33) = 2,69inches
Q(t)= QTR55 x 0,19mi2 x Ra= Q x 0,19 x 2,69=0,5111 x Q
Para a subbacia B
Sb= 1000/CNb -10= 1000/68 -10= 4,71 inches
Ib=0,2Sa=0,2x4,71= 0,94 inches
26-26
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Capitulo 26- Método TR-55 para varias bacias
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Rb= (P24 -0,2x Sb) 2 / ( P24+0,80 x Sb) = (5,3 – 0,94)2/ (5,3 +0,8x4,71) = 2,10inches
Q(t)= QTR55 x 0,134in2 x Ra= Q x 0,14 x 2,10=0,294 x Q
Q(t)= QTR55 x A x R
Consultando a Tabela II para tc=0,50h e Travel time =0,50h
1 2 3 4 5 6
5+5
11,0 8 17 4,09 5,00 9,09
11,3 10 23 5,11 6,76 11,87
11,6 13 32 6,64 9,41 16,05
11,9 18 57 9,20 16,76 25,96
12,0 20 94 10,22 27,64 37,86
12,1 22 170 11,24 49,98 61,22
12,2 25 308 12,78 90,55 103,33
12,3 30 467 15,33 137,30 152,63
12,4 38 529 19,42 155,53 174,95
12,5 53 507 27,09 149,06 176,15
12,6 78 402 39,87 118,19 158,05
12,7 114 297 58,27 87,32 145,58
12,8 159 226 81,26 66,44 147,71
13,0 253 140 129,31 41,16 170,47
13,2 311 96 158,95 28,22 187,18
13,4 300 74 153,33 21,76 175,09
13,6 251 61 128,29 17,93 146,22
13,8 195 53 99,66 15,58 115,25
14,0 149 47 76,15 13,82 89,97
14,3 102 41 52,13 12,05 64,19
14,6 74 36 37,82 10,58 48,41
15,0 53 32 27,09 9,41 36,50
15,5 40 29 20,44 8,53 28,97
16,0 33 26 16,87 7,64 24,51
16,5 29 23 14,82 6,76 21,58
17,0 25 21 12,78 6,17 18,95
17,5 23 20 11,76 5,88 17,64
18,0 21 19 10,73 5,59 16,32
19,0 18 16 9,20 4,70 13,90
20,0 16 14 8,18 4,12 12,29
22,0 12 12 6,13 3,53 9,66
26,0 1 0 0,51 0,00 0,51
26-27
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26-28
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Capítulo 27
Regulador de fluxo
O francês Pierre Perault mediu pela primeira vez a precipitação pluviométrica da bacia do rio
Sena numa área de 122km2 e achou a média das precipitações de 520mm relativa ao intervalo do ano
1668 a 1670. Verificou que o volume precipitado era de 63milhões de m3/ano que era menor que o
volume medido pelo rio que era de 10 milhões de m3/ano.
Águas subterrâneas e poços tubulares profundos - Johnson, 1969
27-1
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
27-2
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27.1 Introdução
Segundo CWP, 2007 o calcanhar de Aquiles de um projeto de uma BMP é o regulador de fluxo.
No dimensionamento de uma BMP achamos o volume para melhoria da qualidade das águas
pluviais denominado WQv e a vazão que vai para a BMP denominamos de Qo.
A estrutura para separar os dois fluxos chama-se regulador de fluxo.
Os dispositivos para a separação do fluxo são baseados na restrição de vazão da tubulação que vai
para a BMP e existem duas opções básicas para reguladores de fluxo auto-regulável:
1. Regulador de fluxo com secção transversal retangular ou circular com existencia de orificio
e vertedor. Usado geralmente para pequenas vazões. Ver Figuras (27.2) a (27.4).
2. Canal com rebaixo somente para a vazão Qo que vai para a BMP. Esta pequena calha pode
ser semi-circular ou retangular. Usado para grandes vazões. Ver Figura (27.5).
A BMP pode estar in line ou off line. Quando a BMP está na mesma linha do fluxo dizemos que
está in line e caso contrário está off line conforme Figura (27.1). Não existe regra geral se uma BMP
deve ser construida in line ou off line e tudo dependerá do tipo de BMP escolhida e das condições locais.
É muito discutido o período de retorno que deve ser usado para o cálculo da vazão que chega ao
regulador de fluxo. Alguns usam 25anos, outros 50anos e sugerem sempre verificar para 100 anos. A
sugestão do autor é que as instalações do regulador de fluxo sejam dimensionadas para período de
retorno de 100anos, sendo que isto também foi recomendado pelo Kitsap County.
Dica: o regulador de fluxo deve ser calculado para período de retorno de 100anos.
BMP
off line
BMP
pré-
in line
tratamento
27-3
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Figura 27.2 - Separação automática de fluxo (regulador de fluxo) com orificio e vertedor
Fonte: Estado da Virginia, 1996
Figura 27.3 - Regulador de fluxo com separação automática com orificioi e vertedor
27-4
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Figura 27.5- Regulador de fluxo com a calha rebaixada que conduz Qo.
Fonte: CWP, 2007
27-5
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VazãoQo
Figura 27.5 B- Canal para Tr=100anos com calha rebaixada que conduz Qo.
A tubulação que vai ao rio é chamada de tubo paralelo, conforme se pode ver na Figura (27.6).
Os tubos paralelos têm sido usados em Montgomery County, Maryland desde 1987 em pequenas
bacias.
Figura 27. 6 - Tubos paralelos que encaminha as águas pluviais desviadas no regulador de fluxo
27-6
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Figura 27.7 – Poço de visita com saída para o “first flush”. É um regulador de vazão.
Q= Cd x L x h 1,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
L= comprimento da crista do vertedor retangular (m)
h= altura do nível de água do vertedor retangular a partir da crista do vertedor (m)
Cw= coeficiente de descarga do vertedor retangular sem contração para unidades SI.
H= altura da crista do vertedor em relação ao fundo (m).
27-7
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Exemplo 27.1
Calcular a vazão de um vertedor retangular com altura H= 0,90m desde o fundo até a crista e altura do
nível de água, a contar da crista do vertedor h= 0,18m.
Primeiramente calculamos: H/h = 0,90/0,18= 5
Entrando na Tabela (27.1) com H/h= 5 e h= 0,18m, estimamos o valor Cw= 1,82
Q= Cw x L x h 1,5
Q= 1,82 x 2,0 x 0,18 1,5= 0,28m3/s
27.3 Vertedor retangular de soleira espessa adotada pelo DAEE São Paulo
Q= 1,55 x L x H 1,5
Sendo:
L= largura do vertedor retangular (m)
H= altura do vertedor a partir da soleira do vertedor (m)
Q= vazão máxima (m3/s)
27-8
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Q= Cd x M x S (2gH)0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 1,00 pois como o orificio é grande não há praticamente contração.
M= fornecido pela Tabela (27.2)
S= área do orificio (m2)
H= altura da superficie da água até o centro da tubulação (m)
27-9
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Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= coeficiente de descarga
L= largura do orificio (m)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
H1=altura da água acima da base inferior do orifício (m)
H2= altura da água acima da base superior do orifício (m)
Vo= velocidade da água no canal (m/s)
27-10
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27.11 Vazão que chega até o pré-tratamento usando o Método TR-55 do SCS
O objetivo é o cálculo do número da curva CN dada a precipitação P e a chuva excedente Q.
De modo geral a obtenção de CN se deve a obras off-line. Obtemos o valor de CN e continuamos a
fazer outros cálculos.
Os valores de P, Q, S estão milímetros.
( P- 0,2S ) 2
Q= --------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 27.1)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------ - 254 (Equação 27.2)
CN
Dada as a Equação (12.3) e Equação (12.4). São dados os valores de Q e de P. Temos então duas
equações onde precisamos eliminar o valor S, obtendo somente o que nos interessa, isto é, o valor do
número da curva CN.
Pitt, 1994 in Estado da Geórgia, 2001 achou a seguinte equação utilizando NRCS TR-55,1986
adaptado para P e Q em milímetros.
27-11
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CN= 1000/ [10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5] Equação (27.3)
Exemplo 27.2
Seja um reservatório de qualidade da água com tc=11min, área impermeável de 70% e first flush
P=25mm e Área =2ha. Calcular a vazão separadora para melhoria de qualidade das águas pluviais WQv.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,68 = 17mm
27-12
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Verificações:
Velocidade ao longo da caixa de pré-tratamento=V= espaço / tempo
Portanto tempo= espaço / velocidade
Q= S x V
V= Q/S= 0,12 / (1,60 x 3,00)=0,025m/s <0,25m/s OK
Tempo = 9,00m / 0,025 = 360s = 6,0min >5min OK.
Exemplo 27.3
Num estudo para achar o volume do reservatório para qualidade da água WQv é necessário calcular a
vazão Qw referente a aquele WQv. Seja uma área de 20ha, sendo 10ha de área impermeável. Considere
que o first flush seja P=25mm.
Porcentagem impermeabilizada = (10ha / 20ha) x 100=50%
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 50 = 0,50 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,50 = 13mm
Vamos calcular o número da curva CN usando a Equação (12.5) de Pitt.
CN= 1000/ [ 10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5]
CN= 1000/ [ 10 + 0,197 x25 + 0,394 x13 – 10 (0,0016x13 2 + 0,0019 x13x 25) 0,5]
CN= 93,8
Portanto, o valor é CN=93,8.
Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
Na Tabela (27.3) estão os valores do número da curva CN em função da precipitação P e da área
impermeável.
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Exemplo 27.4
Achar o número da curva CN para P=25mm e área impermeável de 70%.
Entrando na Tabela (27.3) com P e AI achamos CN=96,6.
Tabela 27.3 – Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
P Área impermeável em porcentagem
mm 10 20 30 40 50 60 70 80
13 90,6 92,9 94,4 95,7 96,7 97,5 98,2 98,8
14 90,0 92,3 94,0 95,4 96,4 97,3 98,1 98,7
15 89,3 91,8 93,6 95,0 96,2 97,1 97,9 98,6
16 88,7 91,3 93,2 94,7 95,9 96,9 97,8 98,5
17 88,1 90,9 92,9 94,4 95,7 96,7 97,6 98,4
18 87,5 90,4 92,5 94,1 95,4 96,6 97,5 98,4
19 86,8 89,9 92,1 93,8 95,2 96,4 97,4 98,3
20 86,2 89,4 91,7 93,5 95,0 96,2 97,2 98,2
21 85,7 88,9 91,3 93,2 94,7 96,0 97,1 98,1
22 85,1 88,5 90,9 92,9 94,5 95,8 97,0 98,0
23 84,5 88,0 90,6 92,6 94,2 95,6 96,8 97,9
24 83,9 87,6 90,2 92,3 94,0 95,5 96,7 97,8
25 83,4 87,1 89,8 92,0 93,8 95,3 96,6 97,7
26 82,8 86,7 89,5 91,7 93,5 95,1 96,4 97,6
27 82,3 86,2 89,1 91,4 93,3 94,9 96,3 97,6
28 81,8 85,8 88,8 91,1 93,1 94,7 96,2 97,5
29 81,2 85,3 88,4 90,8 92,8 94,6 96,1 97,4
30 80,7 84,9 88,0 90,5 92,6 94,4 95,9 97,3
Exemplo 27.5
Seja bacia com tc=11min, área impermeável de 70% e first flush P=25mm e área =50ha.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,68 = 17mm
Vamos calcular o número da curva CN usando a Equação de Pitt.
CN= 1000/ [ 10 + 0,197.P + 0,3925.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5]
CN= 1000/ [ 10 + 0,197x25 + 0,394x17 – 10 (0,0016x17 2 + 0,0019 x17x25) 0,5]
CN= 96,6
Vamos calcular a vazão usando SCS – TR-55
S= 25400/ CN – 254 = 25400/96,6 – 254 =9mm
Usa-se a simplificação de Q=P x Rv, que produz o volume do reservatório para qualidade da água
em mm.
Q= P x Rv= 25mm x 0,68= 17mm= 1,7cm (notar que colocamos em cm)
Ia = 0,2 S = 0,2 x 9mm=1,8mm
Ia/P= 1,8mm/25mm =0,072 e portanto adotamos Ia/P=0,10
Escolhendo Chuva Tipo II para a Região Metropolitana de São Paulo.
Co= 2,55323
C1= -0,6151
C2= -0,164
tc= 11min = 0,18h (tempo de concentração)
log (Qu)= Co + C1 log tc + C2 (log tc)2 – 2,366
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log Qu= 2,55323 – 0,61512 log (0,18) –0,16403 [log (0,18)] 2 - 2,366
log (Qu)= 0,5281
Qu= 3,27m3/s /cm / km2 (pico de descarga unitário)
Qp= Qu x A x Q
A= 50ha= 0,5km2
Fp=1,00
Qp= Qu x A x Q x Fp= 3,37m3/s/cm/km2 x 0,5km2 x 1,7cm x 1,00= 2,87m3/s
Exemplo 27.6
Seja um reservatório de qualidade da água e first flush P=25mm, AI=70 e A=50ha.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 50ha x 10000m2= 8500m3
Qo= 0,1 WQV/ (5min x 60s)= (0,1 x 8500m3)/ (5 x 60)= 850m3/ 300s =2,83m3/s
Exemplo 27.7
Seja uma bacia com first flush P=25mm, AI=70 e área =50ha tc=11
Coeficiente volumétrico Rv
CNp= 55
CNi=98
CNw= CNp (1-f) + 98 x f
f=0,70
CNw= 55 (1-0,70) + 98 x 0,70=85,1
Usando o método Santa Bárbara para P=25mm, obtemos:
Qo=3,09m3/s
27.14 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método Racional
para áreas ≤2ha.
Esta é uma estimativa que usa o método Racional e vale somente para áreas menores ou iguais a 2ha
e para first flush P=25mm.
Em uma determinada bacia o pré-tratamento pode ser construído in line ou off line, sendo que
geralmente é construído off line.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
Rv=C=0,05+0,009 x AI
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h)
A= área da bacia (ha)
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Exemplo 27.8
Calcular o tamanho do reservatório destinado ao pré-tratamento de área com 2ha e AI=70%, sendo
adotado o first flush P=25mm.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
WQv= (P/1000/ x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 2ha x 10.000m2= 340m3
Vazão de entrada
Uma BMP pode ser construída in-line ou off-line. Quando for construída off-line precisamos calcular
a vazão que vai para a BMP.
Usando o método racional.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
C=Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h) = 45,13 x C + 0,98= 45,13 x 0,68 + 0,98= 32mm/h (Para P=25mm)
A= área da bacia =2ha
Q=CIA/360
Q=0,68 x 32mm/h x 2ha /360= 0,12m3/s
Portanto, a vazão de entrada é 0,12m3/s.
As= Qo/ 0,0139 para partícula com diâmetro de 125μm.
As= 0,12/0,0139=8,6 m2
V1= 5min x 60s x 0,12m3/s= 36m3
Mas V2= 0,1 x WQV= 0,1 x 340m3= 34m3
Adoto o maior volume, isto é, V= 36m3
D=Profundidade= Volume / área As= 36m3/8,6 m2= 4,2m>3,50m
Adoto profundidade mínima D=1,0m conforme recomenda Urbonas, 1993.
As x 1,00= 36
As= 36m2
W= largura (m)
L=Comprimento(m)
L/W= 3 W= L/3
W x L = 36m2
L/3 x L = L2=36 x 3 =108
L=10,4m
Mas W= L/3 = 10,4/3=3,5m
Dimensões:
W=Largura= 3,5m
L=Comprimento= 10,4m
D=Profundidade = 1,00m
Verificações:
Velocidade ao longo da caixa de pré-tratamento=V= espaço / tempo
Portanto tempo= espaço / velocidade
Q= S x V
V= Q/S= 0,12 / (3,5 x 1,00)=0,034m/s <0,25m/s OK
Tempo = 10,4m / 0,034 = 306s = 5,1min >5min OK.
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Exemplo 27.9
A vazão para o WQv é 2,87m3/s e a vazão de entrada para período de retorno de 100anos é
20,51m3/s.
Para o cálculo do tubo de descarga, que vai do poço regulador de fluxo para o reservatório WQv, é
dado pela Equação.
Supondo: Km= 1 n= 0,015 concreto armado
Cota do nível de água= 620,00m
Cota do lançamento da tubulação= 617,00
Diâmetro do tubo= 1,00m
h= (620,00- (617,00 + 1,00/2)= (620,00- 617,50)= 2,50m
h= 2,50m (diferença entre o nível da entrada e diâmetro médio da tubulação no lançamento).
Comprimento da tubulação= 100m
Primeiramente vamos ver se o controle está na saída ou na entrada.
Controle na entrada
Sendo usualmente os tubos em concreto e entrada em ângulo reto usamos os coeficientes da Tabela
(27.2).
Aplicando a equação: Q= 0,43 x D 2,5 x [(Hw/D – Y )/c] 0,5
Hw= cota do nível de água – cota do fundo da torre= 620,00m –617,00= 3,00m
Hw/D = 3,00 / 1,00 =3,00
c= 0,0398 da Tabela (27.3)
Y= 0,67
Tabela 27.3 – Tubo de concreto- entrada em ângulo reto
Não submerso Submerso
k m c y
0,0098 2 0,0398 0,67
Controle na saída
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5
Sendo:
Q= capacidade da tubulação (m3/s);
A= área da seção transversal da tubulação (m2);
D= diâmetro da tubulação (m);
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Capitulo 27- Regulador de fluxo engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 29/06/10
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5 = 0,78 [(2 x 9,81 x 2,50) / (1+ 1 + 0,028 x 100 ]0,5 =Q= 2,94m3/s
1 2 3 4
Área da seção Diferença do nível
Diâmetro do tubo transversal Comprimento tubulação da lâmina
e o centro do tubo
(m) (m2) (m) 620,00m- (61,00m + D/2)
0,90 0,6362 100 2,55
1,00 0,7854 100 2,50
1,20 1,1310 100 2,40
1,50 1,7672 100 2,25
27.15 Manutenção
O conceito fundamental do tubo paralelo é evitar que o mesmo seja obstruído por lixos ou detritos.
Estes cuidados especiais são tomados no regulador de fluxo.
O regulador de fluxo deve ser inspecionado pelo menos duas vezes por ano e depois de uma chuva
de grande intensidade para ver se não há nada obstruído.
CWP, 2007 recomenda que se faça uma constante inspeção e manutenção no regulador de
fluxo para evitar entupimento.
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Tabela 27.7- Vazões em m3/s de tubulações de concreto de acordo com diâmetro interno e
declividade da tubulação.
D 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 3,50% 4,00% 5,00%
(m) 0,005m/m 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,05
0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,030
0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,064
0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,115
0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,188
0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,404
0,50 0,232 0,328 0,401 0,463 0,518 0,567 0,613 0,655 0,732
0,60 0,377 0,533 0,652 0,753 0,842 0,923 0,997 1,065 1,191
0,70 0,568 0,804 0,984 1,136 1,270 1,392 1,503 1,607 1,797
0,80 0,811 1,147 1,405 1,622 1,814 1,987 2,146 2,294 2,565
0,90 1,111 1,571 1,923 2,221 2,483 2,720 2,938 3,141 3,512
1,00 1,471 2,080 2,547 2,942 3,289 3,603 3,891 4,160 4,651
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Método Racional
Vamos calcular a vazão de pico pelo método Racional.
Q= C. I . A / 360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s)
C= coeficiente de runoff (adimensional)
I= intensidade da chuva (mm/h)
A= área da bacia (ha)
Na Tabela (27.8) estão as vazões de pico para periodo de retorno Tr= 1ano, 2anos, 25anos, 50anos e
100anos.
Tabela 27.8- Cálculos da vazão de pico pelo método Racional usando diversos período de retorno
Tr (anos) tc (min)= I (mm/h) C A Q
(m3/s)
1 11 96 0,68 50 9,09
2 11 109 0,68 50 10,30
25 11 172 0,68 50 16,27
50 11 195 0,68 50 18,45
100 11 221 0,68 50 20,91
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Tabela 27.9- Cálculo da velocidade e vazão do canal de concreto com declividade S=0,005m/m
para diversos periodos de retornos
Não esquecer que devemos deixar uma borda livre de aproximadamente 0,50m.
27-21
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Dica: adotamos para o dimensionamento do orificio a altura do canal para a vazão para
periodo de retorno de 1anos que representa 99% das precipitações conforme CWP, 2007
BMP
Comporta
Pré-
=tratamento
2,50m
1,78m
Canaleta com 1,00m de
altura e 1,20m de largura
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Dimensionamento do Pré-tratamento
A vazão que chega até o pre-tratamento é 2,83m3/s e usando o critério de Hazen para deposição
de 80% dos sólidos com particulas maiores que 125µm temos:
As= 2,3 x Qo/ 0,0139
Sendo:
As= area superficial do pré-tratamento (m2)
Qo= vazão de entrada no pré-tratamento (m3/s)
Dimensões do pré-tratamento
W= largura (m)
L= comprimento (m). Adotamos comprimento terá 3 vezes a largura.
Adotando L= 3.W
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No pré-tratamento a água irá escoar de duas maneiras. Haverá um orificio que descarregará o
volume 0,1WQv=850m3 em 45min. Uma outra maneira é prever que caso a vazão seja maior a água
passe por cima, isto é, por um vertedor retangular. Para isto é comum adotar-se Tr=2anos.
A vazão de pico para Tr=2anos é 10,3m3/s que será usado no vertedor de emergência do pré-
tratamento e também no tratamento.
No pré-tratamento a largura é 12,5m e vamos calcular a altura para Tr=2anos e vazão de
10,3m3/s.
Q= 1,55 x L x H 1,5
10,3= 1,55 x 12,5 x H 1,5
H=0,66m
Portanto, a altura máxima que terá o vertedor é de 0,66m.
Q= Cd. Ao (2gh)0,5
0,31= 0,62. Ao (2x9,81x0,91)0,5
0,31= 2,62. Ao
Ao=0,118m2
D= ( 4.Ao/PI)0,5
D= ( 4x0,118/3,1416)0,5
D=0,39m Adoto D=0,40m
Notas:
a) a vazão que vai para o tratamento (BMP) é 2Qo
b) O orificio no pré-tratgamento é dimensionado para esvaziamento
em 45min
c) Deverá haver vertedor para vazão calculada com Tr=2anos
27-24
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Figura 27.15- Bacia de dissipação Tipo VI conforme CETESB, 1986 para bacia de dissipação por
impacto
27-26
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27-27
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Primeira etapa: determinar o volume WQv. Fazer a grosso modo uma análise de routing cujo
intervalo por ser de 15min em 15min ou de hora em hora conforme o caso.
Segunda etapa: verificar se o fluxo na derivação que vai para a BMP está com escoamento a
seção plena ou não. Verificar o alteamento da água a montante quando a seção está plena.
27-28
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27-29
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Capitulo 28- Economia Ecológica
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Capítulo 28
Economia Ecológica
Pantanal matogrossense
28-1
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Capitulo 28- Economia Ecológica
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28.1 Introdução
Existem dois tipos de economia:
• Clássica ou neoclássica ou economia convencional e
• Economia ambiental.
A economia clássica está baseada em valores de mercado. Tudo tem que ser transformado em
dinheiro. Mas como quantificar e avaliar a perda de peixes e demais organismos vivo do habitat
aquático de um rio? Como atribuir preço a vida humana?
Por enquanto não temos nenhuma maneira apropriada de se fazer tais cálculos necessários para a
economia ambiental.
É muito importante o estudo da relação Benefício/Custo, porém na aplicação das BMPs temos
grandes dificuldades para se avaliar os benefícios das mesmas. A melhora da qualidade da água dos
rios devido a poluição conseguida com uma BMP com as alterações físicas e químicas do meio
ambiente ligada às respostas biológicas e ecológicas são difíceis de serem avaliadas corretamente.
Temos que verificar itens básicos como:
• Eficiência na redução dos poluentes
• Impacto na qualidade da água;
Os custos e os benefícios.
A avaliação dos benefícios de obras de drenagem é fácil de avaliar, devido à existência de dados
para se calcular as despesas às propriedades.
28-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 28- Economia Ecológica
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Os escritos de Costanza sempre seguem as idéias de Adam Smith sobre a água e o diamante,
salientando sempre o valor em uso e o valor em troca.
O produto nacional bruto (PNB), é a soma de todas as compras de bens e serviços, formação
de capital do setor privado e governamental. Equivale ao produto total da nação sem dupla contagem.
Para Costanza o PNB é medido em termos do valor em troca e o valor em uso puro está na
felicidade do homem, bem estar, nutrição, educação e longevidade. Costanza não pretende somente
corrigir o valor da troca ou dos bens e serviços, mas refletir melhor a verdadeira contribuição do bem
estar. Por exemplo, não foi dado um valor alto de troca da água e baixo ao diamante para fazer os
preço dos bernes mais mensurável para a sobrevivência do homem.
Costanza fez um esforço para corrigir os preços dos serviços ecológicos e do capital natural
usando valor do uso e valor da troca e estimaram o valor do incremento ou marginal do valor dos
serviços dos ecossistemas. Um dos problemas é a noção da “vontade de pagar” o custo marginal de
uma unidade incremental de um serviço de um ecossistema é a reflexão do valor social daquele
serviço. Costanza explica da seguinte maneira: se os serviços ecológicos produzem o incremento de
US$ 50 para o madeireiro para produzir em uma floresta então os beneficiários deste serviço poderão
ter vontade de pagar até US$ 50 por ela. Em adição a produção madeireira, se a floresta estética,
existência, conservação o valor chega a US$ 70. O valor total dos serviços ecológicos poderia ser
US$ 120, mas a contribuição para a economia monetária dos serviços ecológicos seria de US$ 50
conforme os valores de mercado atuais. Nos estudos de Costanza foi estimado o valor total dos
serviços ecológicos.
Costanza e sua equipe reconhecem a grande dificuldade que é a avaliação dos ecossistemas,
porém, a nosso ver a alternativa é valida, pois no futuro um orçamento municipal, por exemplo,
deveria estar acompanhado de um orçamento do ecossistema onde com o passar dos anos poderemos
ver o aumento ou decréscimo dos ecossistemas. No futuro será feito um relacionamento do orçamento
clássico anual com o orçamento do ecossistema.
O produto nacional bruto do mundo atual é de aproximadamente de 24 trilhões de dólares,
sendo que o orçamento anual do ecossistema do mundo é de 33trilhoes de dólares.
O custo anual de 33 trilhões de dólares inclui algum dos serviços considerados gratuitos que
temos como a água, o ar, plantações, polinização, os peixes nos rios e oceanos, o controle da poluição
e outros.
Uma primeira idéia que surge é somar os orçamento convencional ao orçamento do
ecossistema o que dará a 57 trilhões de dólares e verificar o seu crescimento ou decréscimo.
O assunto é bastante controvertido com varias autoridades a favor das idéias de Costanza e
varias contra. O economista David Pearce está de acordo com o feito por Costanza, mas o filosofo
Mark Sagoff está totalmente contra.
Embora sejam discutíveis os preços e sua validade deve ser entendida como uma procura para
estimar um valor praticamente intangível.
Costanza, et al 1997 acharam que os ecossistemas existentes no mundo prestam serviços
anuais no valor de US$ 33 trilhões conforme Tabela (28.1).
Isto pode ser conseguido multiplicando o custo médio anual dos serviços prestados pelo
ecossistema em US$ /hectare pela área existente no mundo e depois feito a somatória.
Tabela 28.1- Valor do fluxo global anual dos serviços ecológicos dos ecossistemas na Terra.
Custo médio anual
dos serviços Valor do fluxo global anual
Serviços do prestados pelo dos serviços ecológicos dos
ecossistema e da ecossistema Áreas ecossistemas na Terra
biomassa US$/ hectare/ ano ha x 106
US$ de 1994 (ha) US$ x 109
28-3
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Capitulo 28- Economia Ecológica
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Tabela 28.2 Valor do fluxo global anual dos serviços ecológicos dos ecossistemas em Guarulhos
no ano 2005.
Serviços dos Custo médio anual Áreas Valor do fluxo global anual
ecossistemas e dos serviços dos serviços ecológicos dos
da biomassa prestados pelo ecossistemas na Terra
ecossistema
US$/ hectare/ ano km2 ha US$ x 106
US$ de 1994
1 Florestas 2.007 100 10.000 20
tropicais
2 Wetland- 19.580 20 2.000 39
várzeas e
planícies
inundáveis
3 Lagos e rios 8.498 6 600 5
28-4
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4 Área de 92 5 500 0
plantações
5 Total 131 13.100 64
O valor monetário estimado dos nossos ecossistemas naturais de Guarulhos somam 64 milhões
de dólares /ano
O município de Guarulhos tem para novembro de 2004 um orçamento do ecossistema de 64
milhões de dólares anuais, enquanto o orçamento municipal é de US$ 300 milhões.
Tabela 28.3- Valores resumos da somatória dos serviços dos ecossistemas por ecossistema
conforme Costanza, 1997.
Biomassa Trilhões de dólares americanos com ano base
1994
Marinha
Oceano aberto 8,4
Áreas costeiras 12,6
Total da biomassa marinha 21,0
Terrestre
Florestas 4,7
Gramíneas and rangelands 0,9
Wetlands 4,9
Lagos e rios 0,1
Plantações 0,1
Total da biomassa terrestre 12,3
Total geral da biomassa marinha e 33,3
terrestre
Costanza, 1997 achou 17 serviços prestados pelos ecossistemas, tais como: suprimento de
água, combate a erosão, produção de comida, recreação, controle do clima etc que estão resumidos na
Tabela (28.4).
Tabela 28.4- Valores dos serviços prestados pelos ecossistemas conforme Costanza, 1997
Serviços dos ecossistemas Trilhões de dólares americanos com ano base
1994
Regulação do ar atmosférico 1,3
Mitigação de enchentes e tempestades 1,8
Regulação da água 1,1
Suprimento de água 1,7
Ciclo dos nutrientes 17,1
Tratamento de esgotos 2,3
Produção de comida 1,4
Serviços culturais 3,0
Outros 3,6
Total geral da biomassa marinha e terrestre 33,3
28-5
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Capitulo 28- Economia Ecológica
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Capitulo 29- Método de Muskingum-Cunge
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Capítulo 29
Método de Muskingum-Cunge
29-1
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Capitulo 29- Método de Muskingum-Cunge
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
29-2
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Capitulo 29- Método de Muskingum-Cunge
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29.1 Introdução
O Método de Muskingum-Cunge tem como objetivo a propagação de cheias em rios. O
cálculo exato seria o uso das equações gerais de Saint-Venant conforme Porto, 2003, mas devido as
dificuldades de levantamentos de dados usa-se o método de Muskingum-Cunge.
Vamos expor as idéias de routing elaborados por McCuen no FHWA (Federal Highway
Administration) que faz parte do Highway Hydrology.
As aplicações de routing são basicamente duas: routing de reservatórios e routing de rios e
canais. Para o routing de reservatórios normalmente é usado o método modificado de Pulz e, para
routing de rios e canais são usados uns dos quatros métodos:
• Método de Muskingum,
• Método de Muskingum-Cunge;
O Método de Muskingum para o chamado “flood routing” foi desenvolvido em Ohio pela
primeira vez em 1938 no rio Muskingum por McCarthy do US Army Corps of Engineers e, é também,
chamado de Muskingum routing.
dS/dt = I – Q (Equação
29.1)
Sendo:
S= volume de água no canal (armazenamento)
I= vazão a montante
Q= vazão a jusante (nota: as vezes usa-se a notação “O” de output)
t= tempo.
29-3
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Figura 29.1 - Esquema do canal para aplicação do Método de Muskingum. Observar o prisma e
a cunha.
Fonte: Chin, 2000
Figura 29.2 - Esquema do canal para aplicação do Método de Muskingum. Observar o prisma
e a cunha.
Fonte: Chaudhry, 1993
Isto pode ser escrito da maneira usual de aplicação do Método de Muskingum, sendo S o
armazenamento, I a vazão na entrada e Q a vazão no ponto considerado.
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Quando há mudanças de declividade ou de seção o calculo é feito por trechos prismáticos com
declividade constante e mesma secção.
0 0 0 0 0 0
0,5 7 0,4 0,5 7 0,7
1 13 4,0 1 13 4,9
1,5 23 9,1 1,5 23 10,5
2 32 16,5 2 32 18,5
29-6
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C= c . Δt / L (Equação 29.11)
D= Qo/ ( B . So . c . L) (Equação 29.12)
Sendo:
C= coeficiente de Courant ou razão da celeridade. Deve estar perto de 1, mas ligeiramente
menor que 1 para evitar dispersão, conforme McCuen, 1996 in Highway Hydrology.
L= distância entre a seção A e a seção B (m);
B= A/ y= área molhada (m2)/ lâmina de água (m);
So= declividade média entre a seção A e a seção B (m/m);
c= celeridade da onda (m/s) = β. V = (5/3) . V = (5/3) . (Q/A)= (5/3) (q/y)
A= área molhada da seção transversal (m2);
q= descarga unitária, ou seja, a vazão por metro de largura (q3/s/m)
Qo= vazão média (m3/s).
D= razão da difusão. É uma espécie de número de Reynolds do trecho. A soma de C+D deve
ser maior ou igual a 1.
V= velocidade média (m/s) do trecho entre a seção A e a seção B.
Y= lâmina da água (m)
Os valores de C e D foram introduzidos através de:
K= L/ c
Uma outra condição muito importante para aplicação do Método de Muskingum-Cunge é que o
valor de Δt deve ser menor que 1/5 do tempo de pico da seção A.
Δt ≤ tp/5 (Equação 29.13)
O método de Muskingum-Cunge é apropriado para uso na maioria dos rios e canais. Leva em
conta a difusão da onda de enchente. O método não deve ser usado se há controle a jusante ou se há
efeito de backwater para montante.
29-8
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Considera-se que a vazão média é Qo= 34m3/s e a altura da lâmina de água é y= 2,00m.
A velocidade média é V= 1,40m/s e o tempo de trânsito de A até B, usando Manning, é de
0,95h. Calcular a hidrógrafa em B, fornecida a hidrógrafa em A.
100
80
Vazão (m3/s)
60
40
20
0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
Tempo (h)
29-9
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Primeiramente calculemos C e D.
Δt= 0,5h
L= 4800m
c= celeridade= (5/3) . 1,40= 2,33m/s
C= c . Δt / L= 2,33 x (0,5x 3600s)/ 4800m= 0,875 <1 OK
Lâmina de água= 2,00m
Área molhada = 22 m2
bo= 9,00m
B= A/y= 22m2/2,00m= 11,00m
D= Qo / (B . So . c . L)= 34 m3/s/ (11,00m x 0,00095 x 2,33m/s x 4800m)= 0,718
29-10
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C0= 0,2286
C1= 0,4464
C2= 0,3250
C0+ C1 + C2= 1,000
Seção Seção
A B
tempo I O
(h) m3/s m3/s
0,0 0 0
0,5 7 2
1,0 13 7
1,5 23 13
2,0 32 22
2,5 49 33
3,0 68 48
3,5 76 63
4,0 84 74
4,5 78 79
5,0 71 77
5,5 60 70
6,0 52 62
6,5 46 54
7,0 40 47
7,5 36 41
8,0 32 37
8,5 28 33
9,0 24 29
9,5 20 25
10,0 16 21
10,5 13 17
11,0 11 14
11,5 7 11
12,0 6 8
12,5 3 6
13,0 0 3
13,5 0 1
14,0 0 0
14,5 0 0
15,0 0 0
15,5 0 0
16,0 0 0
16,5 0 0
17,0 0 0
29-11
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 29- Método de Muskingum-Cunge
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K= 0,6 L / V (Equação
29.14)
Sendo:
L = comprimento (m)
V= velocidade média do canal (m/s)
K= constante de travel time (s)
Conforme Chin, 2000 os valores de K, quando há canais laterais, pode ser obtido pela Equação
(29.15):
K= {0,5 Δt [(I2 + I1) - (O1 + O2)]} / {X (I2- I1) + (1- X) (O2-O1)} (Equação
29.15)
Tendo o valor de Δt, são feitas curvas para cada valor de X usando os valores das vazões de
entrada I e de saída. Colocados em gráfico, o valor escolhido de K será aquele que o loop se
aproximar mais de uma linha. Na falta de dados normalmente é feito X= 0,2.
Ainda citando Chin, 2000 o método de Cunge feito em 1967 propôs estimativa para X e para K
da seguinte maneira:
K= L / c (Equação 29.16)
Sendo:
L= distância até o ponto considerado (m)
c= celeridade da onda (m/s).
A celeridade da onde “c” é definido como:
c= k’ . v
Sendo k’a razão cinemática
Para canais retangulares largos o valor de k’= 5/3, conforme Fred, 1993.
c= (5/3) . v (Equação 29.17)
Sendo:
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29-13
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Como regra prática McCuen diz que Δt /K dever ser, aproximadamente, igual a 1 e que X
deverá estar entre 0 e 0,5.
Chin, 2000 recomenda que:
Δt ≥ 2KX (Equação 29.20)
K/3 < Δt < K (Equação 29.21)
FREAD, (1998) comenta que pode-se aplicar o método de Muskingum-Cunge para análise de
inundações a jusante de rios e vales em lugares em que a declividade do canal So > 0,003m/m.
Fread, 1993 aconselha ainda para melhorar a precisão da aplicação do Método de Muskingum-
Cunge os valores de Δt e de L selecionados devem obedecer as Equações (29.19) e (29.20).
Δt ≤ tp/5 (Equação
29.22)
e que:
Sendo:
q= média da vazão por unidade da largura, isto, Q/B
B= largura do canal.
So= declividade do fundo do canal (m/m)
L= distância até o ponto considerado (m)
Equação de Manning:
Exemplo 29.3
Estimar o hidrograma de um canal a 1.200m abaixo da seção usando o Método de Muskingum,
sendo dados X= 0,2; K= 40min e o hidrograma de entrada, conforme Chin, 2009 p. 393.
29-14
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Seção
A
tempo I
min m3/s
0 10,0
30 10,0
60 25,0
90 45,0
120 31,3
150 27,5
180 25,0
210 23,8
240 21,3
270 19,4
300 17,5
330 16,3
360 13,5
390 12,1
420 10,0
450 10,0
480 10,0
510 10,0
540 10,0
570 10,0
600 10,0
A= 2 (1-X) + Δt /K
C0= [(Δt / K) – 2X]/ A
C1= [(Δt / K) + 2X]/ A
C2= [2 (1- X) -(Δt / k)]/ A
A= 2 (1-X) + Δt /K
A= 2 (1-0,2) + 30/40= 2,35
29-15
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Aplicando a Equação (29.27) acima partir do tempo zero e obtemos a Tabela (29.5)
Método de Muskingum
50
Vazao (m3/s)
40
Seção A
30
20 Seçao B a
1200m a jusante
10
0
0 200 400 600 800
Tempo (min)
29-16
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Figura 29.6 - Hidrograma de entrada e saída. Foi aplicado o método de Muskingum para obter
a seção B a 1.200m de distância da seção A
QL1 QL2
Exemplo 29.4
Usando o método de Muskingum com C0= 0,083 C1= 0,742 C2= 0,175.
São fornecidos:
K= 0,555h X= 0,359 Δt= 0,5h
As hidrógrafas de QL1 e QL2
As hidrógrafas I1 e I2 conforme a Tabela (29.4).
Procedemos como o método usual de Muskingum obtendo o valor Q2 que é o pico de 35,5m3/s após
2h.
29-17
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Tabela 29.6 - Uso do Método de Muskingum com entradas laterais, baseado em Akan, 1993.
QL1+
Ordem t1 t2 I1 I2 QL1 QL2 QL2 Q1 Q2
(h) (h) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
1 0,0 0,5 10 15 0 2 2 10,0 11,2
2 0,5 1,0 15 20 2 4 6 11,2 17,2
3 1,0 1,5 20 25 4 6 10 17,2 24,1
4 1,5 2,0 25 30 6 8 14 24,1 31,0
5 2,0 2,5 30 25 8 6 14 31,0 35,5
6 2,5 3,0 25 20 6 4 10 35,5 30,6
7 3,0 3,5 20 15 4 2 6 30,6 23,9
8 3,5 4,0 15 10 2 0 2 23,9 17,0
9 4,0 4,5 10 10 0 0 0 17,0 11,2
10 4,5 5,0 10 10 0 0 0 11,2 10,2
29-18
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Sendo:
K= L / co
Δt / K ~ 1 0,4 ≤X ≤ 0,5
Como geralmente não dispomos de muitos dados, o valor de Δt deve ser menor ou igual a tp/5.
Δt ≤ tp/5
Sendo:
tp: tempo de pico do hidrograma de entrada.
Tucci, 1998 p.158 salienta que se pode fixar o valor de Δt, e então obtemos o valor de L.
Como a equação acima não é linear, Tucci, 1998 aconselha que a primeira tentativa a ser usada
para o valor de L é:
L= (2,5 Qo)/ (b. So .co)
Tucci, 1998 sugere a estimativa da vazão média Qo como sendo 2/3 da vazão máxima de
montante, mas pode-se obter o valor de Qo usando o histograma de entrada.
Ainda conforme Tucci, 1998 o valor da celeridade co pode ser obtida usando a equação de
Manning.
29-19
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Exemplo 29.5
Calcular a celeridade em um canal com declividade 0,0007m/m; vazão máxima de 130m3/s;
rugosidade de Manning n= 0,045 e largura da rio no trecho é de b=30m.
Usando a equação da celeridade:
V= (Qp x t ) / 2
t= ( 2 x V ) / (Qp x 60)
Sendo;
V= volume total da barragem (m3)
t= tempo de esvaziamento da barragem (min)
Qp= vazão de pico ocasionado pela brecha (m3/s)
Qp
t1 t2
t= t1 + t2
Exemplo 8.7
29-20
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Dica: observar que o tempo de formação da brecha é de 24min, que é praticamente a metade do
tempo de esvaziamento, conforme preconizado na USACE, 1997.
FREAD, (1998) comenta que pode-se aplicar o método de Muskingum-Cunge para análise de
inundações a jusante de rios e vales em lugares em que a declividade do canal So > 0,003m/m.
29-21
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Exemplo 28.8
Barragem do Tanque Grande, localizada em Guarulhos, Estado de São Paulo,
Δx= L ≤ 0,5 x 2,25 x 2min x 60s x (1 + (1+ 1,5x 69/ (15 x 0,0221 x 2,25 2 x 2 x 60)) 0,5)
Δx≤ 301m
Portanto, o comprimento do trecho deve ser menor que 301m e adotamos L= Δx = 300m.
29-22
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Tabela 29.8 - Hidrograma de vazão na saída da barragem e a 6km a jusante e a 44,51min sendo
a largura de 15m e n= 0,25.
Método de Muskingum-Cunge
Seção A na brecha da Seção a 6km a
barragem jusante
tempo Vazão Vazão
3
(min) m /s m3/s
0 0 0
2 6 0
4 12 0
6 17 0
8 23 0
10 29 0
12 35 0
14 40 0
16 46 0
18 52 0
20 58 0
22 63 0
24 69 0
26 62 0
28 55 0
30 48 0
32 41 0
34 35 0
36 28 0
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38 21 1
40 14 2
42 7 3
44 0 5
46 0 9
48 0 13
50 0 17
52 0 22
54 0 28
56 0 33
58 0 39
60 0 44
62 0 48
64 0 52
66 0 54
68 0 54
70 0 53
72 0 50
74 0 46
76 0 41
78 0 36
80 0 30
82 0 25
84 0 19
86 0 15
88 0 10
90 0 7
92 0 4
94 0 3
96 0 1
98 0 1
100 0 0
102 0 0
104 0 0
106 0 0
29-24
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80
70
60
Vazão (m3/s)
50
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (min)
Observar que o pico devido a brecha era de 69m3/s passa para 54m3/s a 6km de distância com
20 intervalos de 300m e a 44,51min para a onda chegar até o rio Baquirivu Guaçu há uma diminuição
da altura da água de 4,10m para 3,40m e a velocidade cai de 1,14m/s para 1,0 m/s.
29-25
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Capitulo 29- Método de Muskingum-Cunge
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29-26
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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30.1 Introdução
Schueler,1987 apresentou um método empírico denominado “Método Simples” para estimar o
transporte de poluição difusa urbana em uma determinada área.
O método foi obtido através de exaustivos estudos na área do Distrito de Washington nos
Estados Unidos chamado National Urban Runoff Program (NURP) bem como com dados da EPA,
conforme AKAN, (1993).
O Método Simples de Schueler, 1987 é amplamente aceito e requer poucos dados de entrada e
é utilizado no Estado do Texas e no Lower Colorado River Authority, 1998
AKAN, (1993) salienta que os estudos valem para áreas menores que 256ha e que são
usadas cargas anuais.A equação de Schueler é similar ao método racional e nas unidades SI adaptada
neste livro. Para achar a carga anual de poluente usamos a seguinte equação:
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Sendo:
L= carga do poluente anual (kg/ano)
P= precipitação média anual (mm)
Pj= fração da chuva que produz runoff. Pj =0,9 (normalmente adotado)
Rv= runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI (R2=0,71 N=47)
AI= área impermeável (%).
A= área (ha) sendo A≤ 256ha
C= concentração média da carga do poluente nas águas pluviais da (mg/L)
Valor de Pj
O valor de Pj usualmente é 0,90 para precipitação média anual, mas pode atingir valor Pj =0,5
e para eventos de uma simples precipitação Pj =1,0.
Valores de C
Conforme as pesquisas feitas por Schueler, (1987) e citadas por AKAN, (1993) e McCUEN,
(1998) os valores médios da carga de poluição C em mg/L é fornecida pelas Tabelas (30.1) a (30.11)
Tabela 30.1- Média dos Estados Unidos para concentrações médias nas águas pluviais
Constituintes Unidades Runoff urbano
TSS mg/L 54,5 (1)
TP mg/L 0,26 (1)
TN mg/L 2,00 (1)
Cu μg/L 11,1 (1)
Pb μg/L 50,7 (1)
Zn μg/L 129 (1)
S. Coli 1000 colonias/mL 1,5 (2)
(1) Dados do NURP/USGS,
1998
(2) Schueler, 1999
Fonte: New York Stormwater Management Design Manual
30-1
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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30-2
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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Tabela 30.3 - Valores de “C”usados pelo Método Simples de Schueler, 1987 em mg/L.
Poluente NURP Baltimore Washington NURP Virginia FHWA
DC National
Study
Área Áreas Área média Florestas Rodovias
suburbana velhas comercial americanas
0,26 1,08 0,46 0,15
Fósforo
total
Nitrogênio 2,00 13,6 2,17 3,31 0,78
Total
COD 35,6 163,0 90,8 >40,0 124,0
BOD 5dias 5,1 36,0 11,9
Zinco 0,037 0,397 0,250 0,176 0,380
Fonte: AKAN, (1993) e McCUEN, (1998).
Na Tabela (30.5) temos valores médios de poluentes fornecidos por Tucci, (2001).
30-3
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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Tabela 30.5- Valores médios de parâmetros de qualidade de águas pluviais em mg/L para
algumas cidades.
Durham Cincinatti Tulsa
Poluente Weibel et Porto APWA
Colson, al., 1964 AVCO, Alegre APWA, 1969
1974 1970
mínimo máximo
DBO 19 111,8 31,8 1 700
Sólidos 1440 545 1523 450 14600
totais
pH
Coliformes 23.000 8.000 1,5 x 10 7 55 11,2 x 10 7
NPM/100ml
Ferro 12 30,3
Chumbo 0,46 0,19
Amônia 0,4 1,0
Fonte: TUCCI, (2001).
30-4
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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Fonte: Water quality perfomance of dry detention ponds with under-drains. Final report 2006.
Na Tabela (30.9) podemos ver que os valores de TSS na Espanha variaram de 50mg/L a 590
mg/L sendo a média de 219mg/L.
30-5
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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Tabela 30.10- Classificação dos sedimentos em águas pluviais somente de TSS conforme varias
origens
Na Tabela (30.10) observamos que conforme Butler et al, 2003 in Anta et al, 2006 para águas
pluviais os valores de TSS variam de 50mg/L a 1000mg/L, sendo que o diâmetro das partículas d50
varia de 20μm a 100μm.
Tabela 30.11- Carga por hectare dos 14 eventos analisados em na cidade de Santiago de
Compostela na Espanha
Conforme Tabela (30.11) a média de TSS achada na Espanha é de 3,13 kg/ha x ano com
desvio padrão de 2,453kg/ha x ano. Recordemos que na Austrália é usado para estimativa o valor de
1,6 kg/ha x ano.
30-6
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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Conclusão: pelas tabelas citadas acima podemos ver como é difícil de se estimar o valor de sólidos
totais em suspensão TSS, pois o mesmo varia de 114mg/L até aproximadamente 4000mg/L
dependendo se existe solo nu ou muitas obras em construção.
Exemplo 30.1
Exemplo de AKAN, (1993).
Trata-se de área com 12ha, chuva média anual de 965mm sendo Pj = 0,90. Área antes do
desenvolvimento com 2% de área impermeável passou a 45% com a construção de uma vila de casas.
Calcular o aumento anual de fósforo total.
Para a situação de pré-desenvolvimento:
Rv= 0,05 + 0,009 x 2 = 0,07
Adotando C=0,15mg/L para fósforo total em florestas, na Tabela (30.3) na coluna de Virginia.
A carga anual será calculada usando:
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
P=965mm
Pj =0,9 adotado
Rv=0,07
C=0,15mg/L Fósforo total/ Floresta
A=12ha
Rv=0,07
L=0,01 x 965mm x 0,9 x 0,07 x 0,15mg/L x 12ha
L=1,09 kg/ano
Para a situação de pós-desenvolvimento.
Rv= 0,05 + 0,009 x 45 = 0,46
P=965mm
Pj =0,9 adotado
Rv=0,07
C=0,26mg/L Fósforo total/ área suburbana
A=12ha
30-7
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
L=12,46 kg/ano
Portanto, com o desenvolvimento a quantidade total de fósforo aumentará de 1,09kg/ano para
12,46 kg/ano com a construção de um bairro residencial proposto.
Exemplo 30.2
Calcular o aumento de sedimentos de área urbana com 46,75ha, chuva anual média de
1540mm e Pj =0,50. Supomos que no pré-desenvolvimento havia 2% de área impermeável e com o
desenvolvimento passou para 70%.
Pré-desenvolvimento
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
P=1540mm
Pj =0,5 adotado
C=85mg/L sedimentos/ Floresta/ Malásia
A=46,75ha
Rv=0,05 + 0,009 x 2 = 0,07
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,07 x 85mg/L x 46,75ha
L=2.142 kg de sedimentos/ano
Pós-desenvolvimento
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
P=1540mm
Pj =0,5 adotado
C=200mg/L sedimentos / Urbana/ Malásia, Tabela (30.4)
A=46,75ha
Rv=0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,68 x 200mg/L x 46,75ha
L=48.957kg de TSS/ano
Com o pós-desenvolvimento o sedimento aumentará de 2.142kg/ano para 48.957kg/ano.
30-8
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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Pela Tabela (30.14) pode-se ver que a chamada redução não mede plenamente a eficiência de um
sistema de BMP aplicado, pois o TSS tem uma concentração com a qual não há redução, conforme
vimos na Tabela (30.13).
Podemos então, considerar a redução limite de 20mg/L para o TSS e usaremos a eficiência
relativa que mostra melhor conforme Tabela (30.14).
Eficiência relativa = (C afluente – C efluente) / (C afluente – C limite)
Sendo C limite= 20mg/L (exemplo).
Tabela 30.15 - Porcentagem de eficiência relativa da TSS aplicação de dois BMPs, um chamado
A e outro B.
BMP BMP
A B
As medidas e práticas para melhorarem a qualidade das águas pluviais nos Estados Unidos
receberam o nome de Best Management Practices (BMP) que praticamente foi imitado em todo o
mundo.
30-9
Manejo de águas pluviais
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30-10
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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30-11
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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30-12
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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Vazão base
Quando a bacia é muito pequena podemos desprezar a vazão base.
Tabela 30.18- Concentração média urbana de carga de poluentes para diversos uso do solo em
mg/L exceto para os metais que estão em (μg/L)
TSS BOD COD NT PT Pb Zn Cu Oleo
Casas 100 8 50 2,0 0,3 100 150 35 0,2
isoladas ou
geminadas
Idem em 187 11 85 3,5 0,8 180 250 50 0,4
areas
velhas
Area 250 18 100 2,5 0,1 300 350 100 1,00
central
Industrial 280 15 110 3,0 0,1 140 500 130 2,0
e comercial
leves
Estradas 250 18 200 2,0 0,1 230 250 50 2,0
Nota: mg/L é igual a g/m3
CIRIA, 1997 salienta que os dados fornecidos e estimados devem ser usados somente como
estimativos, pois somente medidas feitas em campo de quantidade e qualidade fornecerão os dados
corretos.
Exemplo 30.3
Calcular a carga de TSS para uma área central de 50ha sendo P=1500mm/ano e b=0,5mm
(depressão) com 90% de área impermeável
A carga que consideraremos de TSS conforme Tabela (30.18) é de 250mg/L (g/m3) e
adotamos a=0,90
Qano= a . Ap ( P – b) 10-3
30-13
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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30-14
Manejo de águas pluviais
Capítulo 30- Método Simples de Schueler
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30-15
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Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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Capítulo 31
Infiltração de água de chuva do telhado em
trincheira
Na África do Sul, o plantio de Eucalyptus grandis numa microbacia experimental com vegetação original de
savana, resultou, aos 5 anos de idade, num aumento de aproximadamente 300mm/ano a mais no consumo
de água.
Fonte: ESALQ, Manejo de Bacias Hidrográficas, 2005, prof. Walter de Paula Lima.
31-1
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Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
31.1 Introdução
31.2 Critério de projeto
31.3 Profundidade máxima admissível
31.4 Área longitudinal da caixa de pedra
31.5 Infiltração da água de drenagem do subsolo em trincheira de infiltração
31.6 Duração da obra- longevidade
8 páginas
31-2
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Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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31.1 Introdução
Como as águas de chuva que caem em um telhado são relativamente limpas e não precisam de um
pré-tratamento, as mesmas podem ser conduzidas a uma caixa de pedras onde serão armazenadas e
infiltradas conforme Figura (31.1).
Haverá overflow do volume excedente. Na prática pode ser instalado um dispositivo na coluna de
descida de 100mm, por exemplo, que separa as folhas e demais sujeiras fazendo uma limpeza automática
das águas pluviais antes de irem para a caixa de pedra.
Devem receber somente a água de chuva provinda do telhado para não haver entupimentos e assim
será baixo o risco de contaminação do lençol freático.
Conforme informações de Lindsey et al (1992) in Ontário, 2003 foram monitorados 25 locais onde se
fazia a infiltração das águas de chuva dos telhados em caixas de pedra nº 3 e 60% das mesmas estavam
funcionando adequadamente.
Inglaterra
• Na Inglaterra é muito usado a infiltração da água de chuva do telhado em trincheira que é
chamado de soakways que deve ficar no mínimo a 5m de distância do prédio mais próximo e
o fundo deve estar no mínimo a 1,00 acima do lençol freático.
• A pedra britada deverá o mínimo de vazio de 30% e para o cálculo da vazão de pico podemos
usar período de retorno adotado em microdrenagem: 10anos ou 30anos.
• É importante salientar a necessidade do pré-tratamento para evitar entupimento.
• O esvaziamento deverá ser 24h e deverá ser previsto vazão de pico inclusive para
Tr=100anos.
• Na prática usa-se somente para uma casa, mas pode-se fazer o soakway para varias casas.
Quando
• Deverão ser tomados cuidados especiais quando a profundidade for maior que 4,00m.
WQv= (P/1000) x Rv x A
Considerando para a Região Metropolitana de São Paulo o first flush P=25mm e sendo a área do
telhado AI=100% achamos, o coeficiente volumétrico Rv.
31-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
Engenheiro Plínio Tomaz 15 de abril de 2009 pliniotomaz@uol.com.br
A largura e o comprimento da caixa dependerá das condições locais, enquanto que a profundidade
máxima deve ser de 1,5m, tolerando-se 2,0m em solos muito arenosos.
O tubo perfurado para monitoramento a ser instalado na parte superior da caixa de pedra deverá estar
de 75mm a 150mm acima do topo da caixa conforme Figura (31.2).
As pedras deve ter diâmetro de aproximadamente 50mm (pedra nº 3) e deve haver bidim em torno
da caixa para evitar que a mesma fique entupida com o material que está ao lado.
O nível de água do lençol freático varia durante o ano e deve ser escolhido local onde a altura é maior
que 1,00m para a pior situação.
Caso haja rocha no subsolo a mesma deve estar no mínimo a 1,00m abaixo do fundo da caixa de
pedra.
A taxa de percolação do solo deve ser ≥ 7mm/h.
31-4
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Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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Figura 31.3- Infiltração com dispositivo para deter folhas, pequenas pedras, etc.
Fonte: Alberta, 1997
F
Exemplo 31.1
Calcular o volume necessário para construção de uma caixa de pedra britada nº 3 para infiltrar parte das
águas pluviais provinda de um telhado com 500m2.
31-5
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Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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d= f . Ts / n (Equação 31.1)
Sendo:
d = profundidade máxima permissível (m). Geralmente d ≤1,50m. Para solo muito arenoso d=2,00m
f= taxa final de infiltração (mm/h). Intervalo: 7,0mm/h ≤ f ≤ 60mm/h
Ts=máximo tempo permitido (h). Varia de 24h ≤ Ts ≤ 48h. Normalmente adotado Ts=24h
n=porosidade das pedras britadas.
Exemplo 31.2
Escolher a profundidade de uma caixa para infiltração das águas pluviais do telhado que tem:
n=0,40 f= 15mm/h Ts= 24h (normalmente adotado)
d= f . Ts / n
d= 15mm/h . 24h / 0,40 =900mm=0,90m
At = V / (n . d + f .T)
Sendo:
V= volume que entra na caixa de pedra nº 3 (m3)
At = área da superfície da caixa de pedra (m2)
f= taxa final de infiltração (mm/h)
T= tempo para enchimento sendo em geral menor que 2h.
d= profundidade da caixa (m)
n=porosidade das pedras britadas.
Exemplo 31.3
Para um telhado com 500m2 e volume V=12,5m3 calcular a caixa de pedra sendo f=15mm/h, d=0,90m
T=2horas e n=0,40.
At = V / (n . d + f .T)
At = 12,5 / (0,40 . 0,90 + 15mm/h .2h/1000)= 32m2
Portanto, uma superfície com 4m x 8m= 32m2 OK.
Figura 31.5 Esquema da caixa de pedras para armazenamento e infiltração da águas pluviais no solo.
Fonte: Ontário, 2003
31-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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Figura 31.6 Esquema da caixa de pedras para armazenamento e infiltração das águas de drenagem do subsolo.
Fonte: Ontário, 2003
Exemplo 31.4
Calcular a infiltração das águas do telhado em caixas de pedra britada nº 3 para uma casa com área de
telhado de 100m2 sendo f=20mm/h do solo nativo, porosidade efetiva n=0,40 e tempo de retenção Ts=24h
31-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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Exemplo 31.5
Calcular a longevidade em anos da infiltração das águas pluviais do telhado em um caixa de pedra sendo f=
20mm/h.
Usando a Tabela (31.1) achamos T=60
L= ( f x T ) 0,4
L= ( 20mm/h x 60 ) 0,4
L= 7anos OK.
31.7 Determinação da profundidade máxima hmax para soakaway conforme CIRIA, 2007.
Conforme CIRIA, 2007 a profundidade máxima da água numa estrutura vertical como o
soakaway é:
hmax = a [ exp(-bD) -1]
Sendo:
hmax= profundidade máxima da água (m)
a= Ab/P – ( i . AD/ P. q)
i= intensidade da chuva (mm/h) conforme período de retorno adotado
q=condutividade hidráulica do solo (m/h)
AD= área drenada (m2)
Ab=base da área do sistema de infiltração (m2)
P= perímetro do sistema de infiltração (m)
b= (P. q)/ (n . Ab)
n= porosidade das pedras
D=duração da chuva (h)
31-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 31- Infiltração de água de chuva do telhado em trincheira
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31-9
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 32
Rain Garden
O primeiro sistema de filtração construído nos Estados Unidos foi na cidade de Richmond no Estado
da Virginia em 1832.
32-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Sumário
Ordem Assunto
Capitulo 32- Rain garden
32.1 Introdução
32.2 Manutenção
32.3 Resultados de eficiência dos rains gardens
32.4 Rains gardens de Maryland
32.5 Pesquisas feitas sobre rains gardens
32.6 Volume
32.7 Vazão de pré-desenvolvimento
32.8 Vertedor retangular
32.9 Dimensões típicas
32.10 Profundidade
32.11 Custos
32.12 Permeabilidade
32.13 Drenagem
9 páginas
32-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
32.1 Introdução
O rain garden além de deter enchente, melhoria da qualidade das águas pluviais ajuda também a
a recarga de aqüíferos subterrâneos conforme Figuras (32.1) a (32.7).
A infiltração média de um rain garden é de 30%.
O rain garden fica de 4 a 5 dias com água das chuvas e depois a mesma desaparece e com isto não
tem causado problemas de mosquitos.
Geralmente usam-se plantas nativas que tem raízes que atingem grande profundidade em torno de
2,0m a 4,5m.
Geralmente é construído em locais com declividade menores que 10%.
O rain garden não deve ser compactado, pois, isto dificultaria a infiltração das águas pluviais no solo.
Se houve compactação do solo o mesmo deverá ser escarificado cerca de 0,30m de profundidade e ser
colocado solo orgânico de espessura de 0,15m a 0,25m aproximadamente.
32-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
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Figura 32.3 Corte de um rain garden. Após o enchimento a água passará por cima da pequena
barragem sem provocar danos.
32.2 Manutenção
A manutenção do rain garden deve ser constante podendo o mesmo ter vida útil de mais de 20anos
conforme Minnesota, 2000.
Figura 32.5- Rain garden inundado com a água da chuva que em 4 ou 5 dias se infiltrará no
solo não causando problemas com mosquitos.
32-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
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Figura 32.6- Construção de um pequeno rain garden que infiltrará a água vinda do telhado.
Observar a berma de terra. Após enchimento a água passará por cima da berma.
Figura 32.8- Construção de um rain garden. Observar a berma de terra e o pequeno desnível.
32-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
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32-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
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V= 4,65 x AI x A
Sendo:
V= volume de detenção (m3)
AI= área impermeável (%)
A= área da bacia (ha)
Exemplo 32.1
Dimensionar o volume para área A=1000m2, área impermeável AI= 30%.
V= 4,65 x AI x A
V= 4,65 x 30 x (1000/10000)= 4,65 x 30 x 0,1=14m3
Portanto, deverá haver volume de 14m3 para detenção da água de chuva
Volume WQv
WQv= (P/1000) x Rv x A
Sendo:
AI= porcentagem de impermeabilizada (%)
P= first flush= 25mm (RMSP)
A= área da bacia (m2)
Exemplo 32.2
Achar o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv para área A=1000m2 e área
impermeável AI= 30%.
Volume WQv
Qpre-desenvolvimento = qn x A =24 x A
Sendo:
Exemplo 32.3
Achar a vazão de pré-dimensionamento para área de bacia com 1000m2.
32-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Q=1,71x L x H (3/2)
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
L= largura do vertedor retangular (m)
H= altura da vertedor a contar da soleira (m).
O vertedor retangular geralmente é usado para a descarga da vazão centenária Q100.
3
Tabela 32.1 - Vazões em vertedor retangular em m /s de acordo com a altura H(m) e o comprimento L (m).
(3/2)
Q=1,71 x L x H
Altura H Largura do vertedor retangular em metros
(m) 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
0,1 0,027 0,032 0,038 0,043 0,049 0,054 0,059 0,065 0,070 0,076 0,081 0,087 0,092 0,097 0,103 0,108
0,2 0,076 0,092 0,107 0,122 0,138 0,153 0,168 0,184 0,199 0,214 0,229 0,245 0,260 0,275 0,291 0,306
0,3 0,140 0,169 0,197 0,225 0,253 0,281 0,309 0,337 0,365 0,393 0,421 0,450 0,478 0,506 0,534 0,562
0,4 0,216 0,260 0,303 0,346 0,389 0,433 0,476 0,519 0,562 0,606 0,649 0,692 0,735 0,779 0,822 0,865
0,5 0,302 0,363 0,423 0,484 0,544 0,605 0,665 0,725 0,786 0,846 0,907 0,967 1,028 1,088 1,149 1,209
0,6 0,397 0,477 0,556 0,636 0,715 0,795 0,874 0,954 1,033 1,113 1,192 1,272 1,351 1,431 1,510 1,589
0,7 0,501 0,601 0,701 0,801 0,901 1,001 1,102 1,202 1,302 1,402 1,502 1,602 1,703 1,803 1,903 2,003
0,8 0,612 0,734 0,857 0,979 1,101 1,224 1,346 1,468 1,591 1,713 1,835 1,958 2,080 2,202 2,325 2,447
0,9 0,730 0,876 1,022 1,168 1,314 1,460 1,606 1,752 1,898 2,044 2,190 2,336 2,482 2,628 2,774 2,920
1,0 0,855 1,026 1,197 1,368 1,539 1,710 1,881 2,052 2,223 2,394 2,565 2,736 2,907 3,078 3,249 3,420
1,1 0,986 1,184 1,381 1,578 1,776 1,973 2,170 2,367 2,565 2,762 2,959 3,156 3,354 3,551 3,748 3,946
1,2 1,124 1,349 1,573 1,798 2,023 2,248 2,473 2,697 2,922 3,147 3,372 3,597 3,821 4,046 4,271 4,496
1,3 1,267 1,521 1,774 2,028 2,281 2,535 2,788 3,042 3,295 3,548 3,802 4,055 4,309 4,562 4,816 5,069
1,4 1,416 1,700 1,983 2,266 2,549 2,833 3,116 3,399 3,682 3,966 4,249 4,532 4,815 5,099 5,382 5,665
1,5 1,571 1,885 2,199 2,513 2,827 3,141 3,456 3,770 4,084 4,398 4,712 5,026 5,341 5,655 5,969 6,283
Na prática o rain garden não dispõe de um vertedor, sendo que o vertedor ocupará toda crista da
pequena barragem de cerca de 0,60m de altura.
As águas de chuvas serão armazenadas e depois infiltradas. As águas que não forem armazenadas
passaram por cima da pequena barragem sem dano, devendo a mesma ser distribuída uniformemente.
Deverá haver condições para a infiltração da água, caso contrario a mesma ficara empoçada e poderá
desenvolver mosquitos como o da dengue.
32.10 Profundidade
A profundidade típica de um rain garden varia de 100mm a 150mm.
32.11 Custos
O custo varia de US$ 500/rain garden a US$ 1200/rain garden.
O custo unitário em áreas residenciais varia de US$ 30/m2 a US$ 40/m2, incluso materiais, mão de
obra e leis sociais.
32.12 Permeabilidade
Deverá ser feito teste da permeabilidade do solo para termos uma idéia da infiltração.
32-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 32- Rain garden
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32.13 Drenagem
Quando não há possibilidade da água do rain garden ser toda infiltrada é feita a drenagem do rain
garden é previsto um tubo de PVC perfurado com diâmetro de 150mm e com declividade mínima de 0,5%.
O tubo de drenagem deverá estar envolto em bidim para evitar entupimentos.
32-9
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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Capítulo 33
Armazenamento de águas pluviais em
estacionamento de automóveis
Os egípcios usavam o sulfato de alumínio para clarificar a água 1600 aC e em 1300aC sifonavam a
água transferindo-a para um outro recipiente para assim remover os sólidos.
33-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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Sumário
Ordem Assunto
Capitulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de
automóveis
33.1 Introdução
33.2 Armazenamento superficial em um estacionamento
33.3 Armazenamento sub-superficial em um estacionamento de veículos
33.4 Cálculos
33.5 Caixa separadores de óleos e graxas
8 páginas
33-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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33.1 Introdução
O estacionamento de veículos, principalmente de automóveis, pode ser usado como armazenamento
de águas pluviais para reduzir a vazão de pico das enchentes nas galerias de águas pluviais e propiciar a
infiltração parcial ou total no solo.
Existem duas maneiras de se fazer o armazenamento: superficial e sub-superficial.
Desvantagem
O armazenamento superficial em estacionamento apresenta o inconveniente de o estacionamento
ficar inundado durante uma hora e isto é muito criticado pelos usuários dos veículos.
33-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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1
Figura 33.1- Aplicação do Infiltrator em um estacionamento de veículos. As águas pluviais vão
para a caixa que as distribui para as câmaras de infiltração.
.
Dica: apesar de contribuir para a diminuição do pico de vazão (atenuação) para as galerias de águas
pluviais, o armazenamento superficial ou sub-superficial em estacionamento de veículos não diminui
o volume de águas pluviais, não havendo vantagens significativas.
33-4
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Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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Figura 33.4- Corte esquemático de uma peça da câmara de infiltração da marca Contec
Câmaras de infiltração
As câmaras de infiltração são feitas de um tipo de plástico chamado poly-tuff e são usadas para
permitir a infiltração em estacionamentos de carros e são fabricadas pela firma Infiltrator Systems Inc e
Contec.
As áreas usadas possuem área de aproximadamente 0,26ha de área impermeável. A precipitação no
estacionamento é encaminhada para o reservatório formado pelas câmaras de infiltração e lá fica
armazenado. Uma parte pode se infiltrar e outra parte é conduzida para o sistema de galeria de águas pluviais
existente.
33-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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Funciona como um reservatório de detenção seco. Possui altura útil de aproximadamente 0,60m e
comprimento variado. O engenheiro Molina da JS Engenharia e Construções jsmolina@terra.com.br que já
executou mais de 300 estações de tratamento de esgotos sanitários, já assentou as câmaras de infiltração em
Botucatu, Sorocaba, Brotas, Reginópolis e em Ubatuba, todas cidades no Estado de São Paulo.
A cobertura mínima é de 0,46m e resiste a carga de até 16ton. A largura é de 0,90m e o comprimento
da peça é de 1,90m cada. Em cada peça pode ser armazenado 0,46m3 o que corresponde a 0,24m3/metro.
O dr. Molina tem usada as câmaras de infiltração em tratamentos de esgotos sanitários com bastante
sucesso em áreas de solos argilosos com baixa capacidade de infiltração de 25litros/dia/m2 (25mm/dia) a
50litros/dia/m2 (50mm/dia).
33.4 Cálculos
O dimensionamento é semelhante ao pavimento modular, onde a camada de pedra achada que será
o reservatório da água de chuva é substituído pelo vazio das câmaras de infiltração.
Observar na Figura (33.1) a direita a existência de uma caixa para retenção de óleos e graxas e
sedimentação de materiais grosseiros, antes da água de chuva ser encaminhada às câmaras de infiltração.
O cálculo é feito usando o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv.
Rv= 0,05+ 0,009 x AI
WQv= (P/1000) x Rv x A
P= 25mm (first flush para a RMSP)
d= WQv/ ( A x n)
Sendo:
d= espessura da camada de pedra (m) d ≥ 0,15m (Tucci, 2000)
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3)
n= 0,32 porosidade específica das pedras britadas (adimensional)
Exemplo 33.1
Dimensionar um estacionamento com 300m2 com 25m de frente por 30m de fundo. A condutividade hidráulica
do solo é de 13mm/h.
O armazenamento terá como objetivo infiltrar a vazão de 3,5 litros/segundo, sendo que o restante irá
para a drenagem publica existente no local.
As águas pluviais caindo no estacionamento será conduzida para o Stormceptor onde os sedimentos
serão decantados e será retirada as graxas e óleos. Este sistema geralmente funciona bem para áreas
pequenas, isto é, até 4.000m2.
O volume WQv= 7m3 e que deverá ser dirigido para as câmaras de infiltração que possuem
capacidade de 0,24m3/metro.
Portanto, 7m3 / 0,24m3/metro = 30m de câmaras.
Vamos supor que as câmaras tenham comprimento de 5 x 2,00m= 10m
Portanto haverá necessidade de três linhas de câmaras de infiltração conforme Figura (33.2).
Como a altura útil da câmara de infiltração é de 600mm e considerando que a infiltração 13mm/hora
teremos:
600mm/ 13mm/h = 46h < 48h tempo de esvaziamento, que está entre 24h e 48h portanto OK.
33-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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Primeiramente temos que salientar que a área máxima para uma caixa API é de 4000m2. O custo
médio delas é de US$ 8.500/cada o que torna proibitivo para grandes áreas.
Recordemos então que conforme Figura (33.7) a caixa API consiste de três câmaras. As duas
primeiras são dimensionadas e a última que é de equalização é estimada aproximadamente.
Para as duas primeiras caixas é recomendado pela EPA que sendo o comprimento das duas o valor
A, a primeira caixa deverá ter dimensões 2/3 de A e a outra 1/3 de A.
A profundidade mínima da água recomendada é de 1,20m e o sifão que está na caixa do meio deverá
ter no mínimo 1,00m de altura.
O tempo de detenção deverá ser maior ou igual a 20min para um bom funcionamento.
33-7
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Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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Figura 33.7- Modelo de caixa para deposição de sólidos e retençao de óleos e graxas conforme EPA.
Fonte: http://www.epa.gov/owmitnet/mtb/wtrqlty.pdf . Acessado 5/11/2006
Exemplo 33.2
Dimensionar um estacionamento com 300m2 com 25m de frente por 30m de fundo. A condutividade hidráulica
do solo é de 13mm/h.
L =4,26m
Profundidade=d=1,2m
Figura 33.8- Esquema de uma caixa de retenção de óleo e sedimentos mínima para área de 300m2
(FHWA) com as dimensões internas.
Adotamos as medidas mínimas do FHWA conforme Figura (33.8) do capitulo 2 deste livro.
33-8
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Capítulo 33- Armazenamento de águas pluviais em estacionamento de automóveis
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Exemplo 33.3
Dimensionar um estacionamento com 4000m2 sendo a condutividade hidráulica do solo é de 13mm/h.
L =16,5m
Profundidade=d=1,2m
Figura 33.8- Esquema de uma caixa de retenção de óleo e sedimentos mínima para área de 300m2
(FHWA) com as dimensões internas.
33-9
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 34- Nivelamento do solo perto dos edifícios
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Capítulo 34
Nivelamento do solo perto dos edifícios
Os engenheiros romanos fizeram aquedutos entre 343 aC a 225 dC e transportaram 6m3/s de água.
34-1
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Capítulo 34- Nivelamento do solo perto dos edifícios
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Sumário
Ordem Assunto
Capitulo 34- Nivelamento do solo perto dos edifícios
34.1 Introdução
34.2 Influência das poças de água
34.3 SCS TR-55
34.4 Volume de água quando foi feito o nivelamento de parte do terreno
4 páginas
34-2
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Capítulo 34- Nivelamento do solo perto dos edifícios
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34.1 Introdução
Após construir um edifício aconselha-se a redução das declividades nas áreas próximas para facilitar
o armazenamento das águas pluviais e infiltração no solo.
Para afastar as águas pluviais do edifício recomenda-se que numa faixa de 4,00m a declividade
mínima seja de 2% e fora da faixa seja em torno de 0,5% conforme Figura (34.1).
Para haver infiltração é necessário que a taxa de percolação seja ≥7mm/h e pode ser usada técnicas
de escarificação e aragem do solo até uns 0,30m de profundidade para facilitar a infiltração, pois durante a
construção há uma ligeira compactação do solo.
Existe pouca experiência nos resultados das técnicas de nivelamento perto dos edifícios em que a água
empoçada será drenada no período de 24h a 48h, mas de modo geral o público recebe bem os benefícios da
mesma conforme Ontário, 2003.
Exemplo 34.1
Calcular o reajuste devido a depressão (poças) em um terreno que com 2% de declividade e que irá ser
reduzido além dos 4m de distância do edifício para 0,5%.
DSP= 4,67 + (2 – G) x f
G= 0,5%
f= 0,75
DSP= 4,67 + (2 – 0,5) x 0,75 =5,8mm
34-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 34- Nivelamento do solo perto dos edifícios
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Sendo:
V= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3)
A= área total da bacia (ha)
LL= área em que foi feito o nivelamento do lote (ha)
S= volume original para melhoria da qualidade (m3/ha)
G= nivelamento do terreno (%)
f= fator de longevidade conforme Tabela (34.1) que depende da taxa de percolação.
Nota: se o segundo termo do lado direito da Equação (34.2) for negativo então o mesmo é considerado igual a
zero.
Exemplo 34.2
Seja uma área de bacia A=1,2ha, G=0,5% , f=0,75, área impermeável de 10% ao telhado de uma construção
e a área que foi nivelada tem LL=0,5ha. Calcular o volume necessário para armazenamento.
O volume antes necessário para melhoria da qualidade das águas pluviais era de 42m3, mas como foi
feito o nivelamento de parte do solo, caiu para 36m3.
34-4
Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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Capítulo 35
Cerca de sedimentos
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Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 35- Cerca de sedimentos
35.1 Introdução
35.2 Descrição
35.3 Dimensionamento
35.4 Espaçamento entre as cercas de sedimentos quando o escoamento é laminar
35.5 Espaçamento entre as cercas de sedimentos quando há escoamento concentrado
35.6 Manutenção
35.7 Custos
35.8 Materiais
35.9 First flush
35.10 Modelo matemático para cálculo da cerca de sedimentos
35.11 Cerca de feixe de capim seco
35.12 Proteção de bocas de lobo
35.13 Geotexteis
35.14 Bibliografia e livros consultados
25 páginas
35-2
Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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35.1 Introdução
A cerca de sedimentos (silt fence ou filter fence) é uma medida estrutural temporária feita de
geotextil fixada em postes e ancorada no solo, fazendo parte das BMPs e tem sido muito usada
conforme Figura (35.1) a (35.4).
A cerca de sedimentos é sempre instalada ao longo da curva de nível e tem como objetivo
formar uma barreira física para acumular sedimentos.
Em caso de desnível evitar trechos mais de 15m com declividade maior que 5% A área de
drenagem máxima aconselhável é de 0,8ha (8000m2) e o comprimento a montante máximo é de 30m
e a vazão máxima é 30L/s conforme CRWR, 1995.
Os estudos indicaram que quando vai ser feita um empreendimento é feito o desmatamento e o
solo nu produz até 10.000 vezes mais sedimentos do que quando havia plantações ou grama sobre o
mesmo. O objetivo é que estes sedimentos não cheguem aos rios, córregos e lagos pois as pesquisas
feitas mostram a redução da diversidade de diversas espécies com o excesso de sedimento, conforme
EPA, 2004.
Na cerca de sedimentos há redução de TSS, mas a redução da turbidez é muito pequena. A
concentração de sólidos que sairá através da cerca é em média de 500mg/L conforme CRWR, 1995.
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Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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35.2 Descrição
A cerca de sedimento é uma barreira temporária feita com geossintéticos que é usada para
interceptar o runoff de área até 0,8 ha, onde foi retirada a vegetação do solo e com objetivo de
permitir que sejam depositados os sedimentos.
De modo geral o tempo de duração da cerca de sedimentos é de 3meses a 6meses, podendo
durar até 1ano ou mais.
35.3 Dimensionamento
A área de drenagem máxima de uma cerca de sedimentos não deve exceder 33m2/metro de
cerca. A cerca de sedimentos deverá ter nível de água máximo 0,45m de altura no ponto mais
desfavorável e o comprimento máximo da mesma é de 180m.
Conforme Sudas, 2006 deverá ser verificada a vazão para período de retorno de 2anos se a
vazão não deve exceder de 28 L/s.
Tabela 35.1- Distância máxima acima da cerca de sedimentos de acordo com a declividade do solo
quando o escoamento é laminar
Declividade Máxima distância permitida
acima da cerca de sedimentos (silte)
≤10% 30m
20% 18m
25% 15m
33% 12m
Fonte: Iowa Construction site erosion control manual
Não se aconselha a usar quando a declividade for maior que 25% ou 50%.
Os postes metálicos ou de madeira deverão estar enterrados no mínimo a 0,15m de
profundidade.
35-5
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Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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Figura 35.6- Quando a área for maior 0,8ha e há concentração de fluxo de água é melhor
construir barreiras com gabiões do que usar material flexível.
35-6
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35.6 Manutenção
Deverá ser feita inspeção uma vez por semana ou depois de cada chuva. Os materiais
sedimentados devem ser retirados quando atingirem a altura de 1/2 da altura da água prevista em
projeto conforme Sudas, 2006..
35.7 Custos
O custo da cerca de sedimentos varia de US$ 12,00/m a US$ 30,00/m ou US$2125,00/ha.
35.8 Materiais
Os pequenos postes de aço ou madeira que seguram a cerca devem ser espaçados no máximo
a cada 3m, que deverão resistir a tensões adequadas aos esforços.
Os materiais deverão ter durabilidade maior que 6 meses em média.
Os postes quando de madeira possuem diâmetro de 0,10m e altura de 1,5m sendo a altura da
cerca de aproximadamente 0,90m estimando que a parte enterrada tenha 0,60m.
Nas Figuras (35.7) e (35.8) aparecem detalhes da instalação da cerca de sedimento. Observar
que há uma escavação de no mínimo 0,15m e largura de 0,15m para onde será encaminhado e
ancorado com o peso da terra o geotextil usado. A cerca de sedimentos é fixada com tubos de aço
espaçados de acordo com a resistência do geotextil usado.
35-7
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Exemplo 35.1
Calculo do fator de declividade e comprimento da encosta LS sendo S=8% e Lx=10m
LS=0,00984 x S 1,18 x Lx 0,63
LS=0,00984 x 8 1,18 x 10 0,63 =0,49
Exemplo 35.2
Calcular a perda de solo anual dados:
C=1
P=1
LS=0,49
K=0,65
R=675
A= R. K. L S. C . P
A= 675x 0,65x0,49x1,00x1,00=215 ton/ha x ano
35-8
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Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
0,89
( t + 15)
Usamos o período de retorno Tr=2anos
Exemplo 35.3
Calcular intensidade da chuva para tempo de concentração t=10min e período de retorno Tr=2anos.
1747,9 x. Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
1747,9 x 20,181
I =------------------------ =113mm/h
( 10+ 15)0,89
Método Racional
Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha).
Exemplo 35.4
Calcular a vazão de pico dados:
A=800m2= 0,08ha
I=113mm/h
C=0,95
Q= C . I . A /360
Q= 0,95x113x0,08 /360 =0,024m3/s= 24 L/s < 28 L/s OK
Figura 35.9- Corte da área de uma seção transversal junto ao pé da cerca de sedimentos com altura H, largura W, área da seção
AF e declividade transversal Sc.
Fonte: Ciria, 2007
35-9
Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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H= K1 x Q0,375
K1= 1,54 (n x Sc)0,375 x (Sc+1)0,25 x SL-0,188
Sendo:
AF= área da secção transversal da seção triangular (m2)
H=altura do nível da água na cerca de sedimentos (m) H≤0,45m.
A USEPA, 2004 recomenda usar H≤0,15m
Sc= declividade do terreno (m/m)
R= raio hidráulico (m)= Área molhada/perímetro molhado
Q= vazão da secção considerada (m3/s) Q≤ 28 L/s
n= coeficiente de rugosidade de Manning n=0,025 (USEPA, 2004)
SL= declividade longitudinal da cerca de sedimentos (m/m)
A altura H deve ser menor ou igual a 0,45m.
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Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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Routing do reservatório
Conforme Tomaz, 2002 vamos tratar do routing do reservatório
No routing hidrológico, no caso de reservatórios de detenção, é indicado o método de
armazenamento ou seja o método modificado de Pulz elaborado em 1928.
A equação de continuidade ou a equação de routing de armazenamento da seguinte forma
conforme (Akan,1993).
(I1 + I2) Q1 1
--------- Δt + S1 - ------------- Δt = S2 + -------- Q2 Δt
2 2 2
Multiplicando os dois membros da equação por x 2 temos:
(I1 + I2) Δt + 2 S1 – Q1 Δt = 2 S2+ Q2 Δt
Dividindo por Δt temos:
( I1 + I2 ) + ( 2 S1 / Δt - Q1 ) = ( 2 S2 / Δt + Q2 ) (Equação 35.2)
Sendo:
I1 = vazão no início do período de tempo
I2= vazão no fim do período de tempo
Q1= vazão de saída no início do período de tempo
Q2= vazão de saída no fim do período de tempo
Δt = duração do período de tempo
S1 = volume no início do período de tempo
S2= volume no fim do período de tempo
Exemplo 35.5
Fazer o routing da cerca de sedimentos em nível declividade de 0,08m/m usando o fabricante
americano chamado Nilex, o produto Almoco 2130 com permitividade igual Ψ=0,05/s. O
comprimento da faixa é de 30m e largura de 1,00m.
Primeiramente observamos que estamos simplificando os cálculos para melhor expor o
problema. No cálculo real aproximadamente o esquema da Figura (35.18)
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Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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A área transversal A= W x h/ 2
Volume = área transversal x 1,00m
Tabela 35.4- Cálculo do volume do pequeno reservatório que se forma junto ao pé da cerca de
sedimentos em função da altura do nível de água.
Altura de água Declividade Largura superf W Área Compr. L Volume
(h) SL
(m) (m/m) (m) (m2) (m) (m3)
0,00 0,08 0,000 0,0000 1,00 0,00000
0,01 0,08 0,125 0,0006 1,00 0,00063
0,02 0,08 0,250 0,0025 1,00 0,00250
0,03 0,08 0,375 0,0056 1,00 0,00563
0,04 0,08 0,500 0,0100 1,00 0,01000
0,05 0,08 0,625 0,0156 1,00 0,01563
0,06 0,08 0,750 0,0225 1,00 0,02250
0,07 0,08 0,875 0,0306 1,00 0,03063
0,08 0,08 1,000 0,0400 1,00 0,04000
0,09 0,08 1,125 0,0506 1,00 0,05063
0,10 0,08 1,250 0,0625 1,00 0,06250
0,11 0,08 1,375 0,0756 1,00 0,07563
0,12 0,08 1,500 0,0900 1,00 0,09000
0,13 0,08 1,625 0,1056 1,00 0,10563
0,14 0,08 1,750 0,1225 1,00 0,12250
0,15 0,08 1,875 0,1406 1,00 0,14063
0,16 0,08 2,000 0,1600 1,00 0,16000
0,17 0,08 2,125 0,1806 1,00 0,18063
0,18 0,08 2,250 0,2025 1,00 0,20250
0,19 0,08 2,375 0,2256 1,00 0,22563
0,20 0,08 2,500 0,2500 1,00 0,25000
0,21 0,08 2,625 0,2756 1,00 0,27563
0,22 0,08 2,750 0,3025 1,00 0,30250
0,23 0,08 2,875 0,3306 1,00 0,33063
0,24 0,08 3,000 0,3600 1,00 0,36000
0,25 0,08 3,125 0,3906 1,00 0,39063
0,26 0,08 3,250 0,4225 1,00 0,42250
0,27 0,08 3,375 0,4556 1,00 0,45563
0,28 0,08 3,500 0,4900 1,00 0,49000
0,29 0,08 3,625 0,5256 1,00 0,52563
0,30 0,08 3,750 0,5625 1,00 0,56250
0,31 0,08 3,875 0,6006 1,00 0,60063
0,32 0,08 4,000 0,6400 1,00 0,64000
0,33 0,08 4,125 0,6806 1,00 0,68063
0,34 0,08 4,250 0,7225 1,00 0,72250
0,35 0,08 4,375 0,7656 1,00 0,76563
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Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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0,0100
Vazão efluente (m3/s)
0,0080
0,0060
0,0040
0,0020
0,0000
0,0000 0,0100 0,0200 0,0300 0,0400 0,0500
(S/Deltat + Q)
Observar que a Figura (35.11) é uma reta, pois isto se deve ao fato de supormos a vazão
calculada pela permitividade Ψ=0,05 multiplicado pela altura e pela área.
Q=Ψ x h x área
Q=0,05 x h x área
35-15
Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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Feito o routing do reservatório conforme Tabela (35.6) achamos a vazão de pico de saída de
0,000763 m3/s, notando que a entrada é 0,000894m3/s
Com o valor 0,000763m3/s entramos na Tabela (35.5) achamos h=0,125m e com volume
estimado de 0,010m3.
Remoção de sedimentos
Usando o Capítulo 3 deste livro com os conceitos de Akan obtemos a Tabela (35.7). Obtemos
remoção de 65,4% de sedimentos com tempo de esvaziamento de 0,4h obtido no routing e
profundidade máxima 0,125m.
Tabela 35.7- Cálculo da fração removida na cerca de sedimentos das partículas usando o
capítulo 3 conforme Akan.
Velocidade de Profundidade Tempo de Tempo de Fração
Fração sedimentação média detenção Esvaziamento removida
Vs (h) (h)
(m/h) (m)
1 0,009 0,063 6,94 0,4 0,05
2 0,09 0,063 0,69 0,4 0,52
3 0,45 0,063 0,14 0,4 0,90
4 2,1 0,063 0,03 0,4 0,90
5 19,5 0,063 0,00 0,4 0,90
Média= 0,65
Eficiência na remoção= 65,40
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Manejo de águas pluviais
Capitulo 35- Cerca de sedimentos
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Método RUSLE
A carga anual de sedimentos será calculado pelo Método RUSLE explicado neste livro.
A= R. K. L S. C . P
A= 675x 0,65x0,49x1,00x1,00=215 ton/ha x ano
Para a área de 0,003ha temos a carga:
Carga= 215 ton/ha x ano x 0,003ha=0,645 ton/ano= 645kg
Portanto, serão retidos 65,4% ou seja 645kg x 0,654=422kg e passarão 223kg de sedimentos
que irão ao lago mais próximo.
Considerando que 1m3 tem peso aproximado de 1650kg, os 422kg de sedimentos anuais
corresponderão a 422kg/1650kg=0,26m3.
Entrando na Tabela (35.4) com o volume 0,26m3 achamos a altura h=0,205m. Portanto, em um
ano haverá deposição de 0,205m. Caso não se retire o material, a altura da lâmina de água de 0,125m
mais a altura dos sedimentos totalizará 0,33m, mas isto não acontecerá pois, os sedimentos deverão
ser retirados no máximo em 6 meses.
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Figura 35.13- Cerca de sedimentos para pequenas áreas feita com feixes de capim seco
prensado. Fonte: Sediment Control Practices, 2007, Waikato
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Figura 35.15- Proteção de boca de lobo onde sobre geotextil põe-se pedras britadas
Fonte: Sediment Control Practices, 2007,Waikato
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35.13 Geotexteis
Os geotexteis são feitos de polipropileno, poliéster, polietileno, poliamida (nylon), fiberglass,
sendo o polipropileno (65%) e poliéster (32%) os mais usados conforme UFC, 2004. Nos Estados
Unidos existem cerca de 11 fabricantes de geotexteis para cerca de sedimentos.
Segundo USDA, 2002 os geotexteis possuem aberturas de 0,03mm a 0,8mm onde passa a
água, mas não os sedimentos. Na cerca haverá filtração e sedimentação.
A eficiência hidráulica das cercas de sedimentos através de inúmeras pesquisas variam de
68% até 98% conforme USDA, 2002.
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Tabela 35.8- Altura da água (m) na cerca de sedimentos e o volume de água (m3)
conforme a declividade do terreno.
Permitividade (permittivity)
A permitividade dos geotexteis é a medida da quantidade de água que passa por área unitária
com altura de água unitária da vazão através do geotextil sem nenhuma força externa conforme
USDA, 2002 e em regime laminar.É um indicador da quantidade de água que pode passar através de
um geotextil em condição isolada.
Ψ =V/ (h x A x t)
Sendo:
Ψ=Permitividade= quantidade de água que passa (/ segundo).
V= quantidade de água que passa pela cerca de sedimentos (mm3)
h= altura de água na cerca de sedimento (mm)
t= tempo de escoamento (s)
Ψ =V/ (h x A x t)
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Exemplo 35.6
Para o fabricante americano chamado Nilex , o produto Almoco 2130 tem:
Permitividade igual a 0,05/s,
Peneira #30 US com 0,60mm de abertura e
Taxa de vazão de 405 L/min/m2.
Figura 35.18- Esquema genérico do armazenamento de água na cerca. Notar que entre
os postes existe uma pequena aba, o que não é comum nas cercas de sedimentos.
Fonte: FAESF, 2004
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Capitulo 36- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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Capítulo 36
Caixa de retenção de óleo e sedimentos
As pessoas ficam surpresas quando aprendem que muito pouco da precipitação destina-se para
a recarga de aqüíferos subterrâneos.
Darrel I. Leap in The Handbook of groundwater engineering.
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Sumário
Ordem Assunto
Capitulo 36- Caixa de retenção de óleos e sedimentos
36.1 Introdução
36.2 Densidade gravimétrica
36.3 Tipos básicos de separadores por gravidade óleo/água
36.4 Vazão de pico
36.5 Método Racional
36.6 Equação de Paulo S. Wilken para RMSP
36.7 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método Racional
para P= 25mm e P=13mm.
36.8 Critério de seleção
36.9 Limitações
36.10 Custos e manutenção
36.11 Lei de Stokes
36.12 Dados para projetos
36.13 Desvantagens da caixa de óleos e graxas
36.14 Caixa de retenção de óleo API por gravidade
36.15 Dimensões mínimas segundo FHWA
36.16 Volume de detenção
36.17 Caixa de retenção coalescente com placas paralelas
36.18 Fabricantes no Brasil de caixas com placas coalescentes
36.19 Flotação
36.20 Sistemas industriais americanos para separação de óleos e graxas
36.21 Skimmer
36.22 Postos de gasolina
36.24 Vazão que chega até o pré-tratamento
36.25 Pesquisas do US Army, 2000
36.26 Princípios de Allen Hazen sobre sedimentação
36.27 Lei de Stokes
51páginas
36-2
Manejo de águas pluviais
Capitulo 36- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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36.1 Introdução
O grande objetivo do uso dos separadores óleo/água são os lugares que possuem um alto
potencial de contaminação urbana, ou seja, os “Hotspots” como postos de gasolina, oficina de
conserto de veículos, etc. Outros lugares com estacionamento diário ou de curto período, como
restaurantes, lanchonetes, estacionamentos de automóveis e caminhões, supermercados, shoppings,
aeroportos, estradas de rodagens são potenciais para a contaminação de hidrocarbonetos conforme
Figuras (36.1) a (36.3).
Estacionamentos residenciais e ruas possuem baixa concentração de metais e hidrocarbonetos.
Pesquisas feitas em postos de gasolina revelaram a existência de 37 compostos tóxicos nos
sedimentos das caixas separadoras e 19 na coluna de água da caixa separadora. Muitos destes
compostos são PAHs (Policyclic aromatic hydrocarbons) que são perigosos para os humanos e
organismos aquáticos (Auckland,1996).
Na cidade de Campos do Jordão em São Paulo fizeram um posto de gasolina na entrada da
cidade, onde o piso era de elementos de concreto e no meio tinha grama com areia. Em pouco tempo
tudo foi destruído. Aquele posto de gasolina é um hotspot e nunca deveria ser feito a infiltração no
local.
A caixas separadores de óleos e graxas são designadas especialmente para remover óleo que
está flutuante, gasolina, compostos de petróleo leves e graxas. Além disto a maioria dos separadores
removem sedimentos e materiais flutuantes.
O óleo pode-se apresentar da seguinte maneira:
• Óleo livre: que está presente nas águas pluviais em glóbulos maiores que 20μm.
Eles são separados devido a sua baixa gravidade específica e eles flutuam.
• Óleos emulsionados mecanicamente: estão dispersos na água de uma maneira estável.
O óleo é misturado a água através de uma emulsão mecânica, como um bombeamento,
a existência de uma válvula globo ou uma outra restrição do escoamento. Em geral os
glóbulos são da ordem de 5μm a 20μm.
• Óleo emulsionado quimicamente: as emulsões deste tipo são geralmente feitas
intencionalmente e formam detergentes, fluidos alcalinos e outros reagentes.
Usualmente possuem glóbulos menores que 5μm
• Óleo dissolvido: é o óleo solubilizado em um líquido que é um solvente e pode ser
detectado usando análises químicas, por exemplo. O separador óleo/água não remove
óleo dissolvido.
• Óleo aderente a sólidos: é aquele óleo que adere às superfícies de materiais
particulados.
O objetivo é remover somente o chamado óleo livre, pois o óleo contido nas emulsões e
quando estão dissolvidos necessitam tratamento adicional.
36-3
Manejo de águas pluviais
Capitulo 36- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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36-4
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As águas pluviais em geral contém glóbulos de óleo que variam de 25μm a 60μm e com
concentrações de óleo e graxas em torno de 4 mg/l a 50mg/l (Arizona, 1996), mas entretanto as águas
pluviais proveniente de postos de gasolina, etc possuem grande quantidade de óleo e graxas.
A emulsão requer tratamento especial e existem varias técnicas, sendo uma delas a
acidificação, a adição de sulfato de alumínio e introdução de polímeros conforme Eckenfelder, 1989,
ainda com a desvantagem do sulfato de alumínio produzir grande quantidade de lodo.
Dica: a caixa separadora de óleos, graxas e sedimentos que seguem a norma API são
para glóbulos maiores ou iguais a 150µm, reduzem o efluente para cerca de 50mg/l
(Eckenfelder, 1989).
Dica: a caixa separadora de óleos, graxas e sedimentos com placas coalescentes são para
globos maiores ou iguais a 60 µm e reduzem o efluente para 10mg/l (Eckenfelder, 1989).
36-5
Manejo de águas pluviais
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A eficiência das caixas separadoras de óleo e graxas é estimada pela Tabela (36.2) para caixas
com três câmaras e poços de visita.
36-6
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Água 0,998
Óleo Diesel 0,90 recomendado (Auckland, 2005)
Querosene 0,79 recomendado(Auckland, 2005)
Gasolina 0,75 recomendado (Auckland, 2005)
Etanol 0,80
A velocidade de ascensão dos glóbulos de óleo depende da viscosidade dinâmica que varia
com o tipo de líquido e com a temperatura.
A Tabela (36.4) mostra os tempos de ascensão com relação ao diâmetro do glóbulo de óleo
onde se pode observar que uma partícula com diâmetro de 150μm tem um tempo aproximadamente
menor que 10min. Quanto menor o diâmetro do glóbulo, maior é o tempo de separação água/óleo.
36-7
Manejo de águas pluviais
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36-8
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O separador tipo API possui três câmaras, sendo a primeira para sedimentação, a segunda para o
depósito somente do óleo e a terceira para descarga. São geralmente enterradas e podem ser
construídas em fibra de vidro, aço, concreto ou polipropileno.
A remoção da lama e do óleo podem ser feitas periodicamente através de equipamentos especiais.
O óleo é retirado através de equipamentos manuais ou mecânicos denominados skimmer quando a
camada de óleo atinge 5cm mais ou menos.
O separador Coalescente é também por gravidade e ocupa menos espaço, sendo bastante usado,
porém apresentam alto custo e possibilidade de entupimento. Possuem placas paralelas corrugadas,
inclinadas de 45º a 60º e separadas entre si de 2cm a 4cm. Segundo o dicionário Houaiss coalescer
quer dizer unir intensamente, aglutinar e coalescente quer dizer: que se une intensamente; aderente;
aglutinante.
O separador elaborado por fabricante possuem tecnologias variadas. São os equipamentos
chamados: Stormceptor; Vortech, CDS, HIL. No Brasil temos fabricantes como Alfamec com
separadores coalescentes de PEAD, fibra de vidro, aço carbono, aço inox cujas vazões variam de
0,8m3/h até 40m3/h.
As demais tecnologias para remoção de óleo/água: flotação, floculação química, filtração (filtros
de areia), uso de membranas, carvão ativado ou processo biológico não serão discutidas neste
trabalho. Com outros tratamentos poderemos remover óleos insolúveis bem como TPH (Total
Petroleum Hydrocarbon).
Os separadores de óleo/água podem remover óleo e TPH (Total Petroleum Hydrocarbon) abaixo
de 15mg/l. A sua performance depende da manutenção sistemática e regular da caixa.
As pesquisas mostram que 30% dos glóbulos de óleo são maiores que 150μm e que 80% é maior
que 90μm.
Tradicionalmente usa-se o separador para glóbulos acima de 150μm que resulta num efluente
entre 50mg/l a 60mg/l (Auckland, 1996).
Para postos de gasolina por exemplo, para remover até 20mg/L de óleos minerais é necessário que
se removam os glóbulos maiores ou igual a 60μm.
A remoção de 10mg/L a 20mg/L corresponde a remoção de glóbulos maiores que 60μm.
Tomaremos como padrão a densidade do hidrocarboneto < 0,90 g/cm3, partículas de 60μm e
performance remoção de até 20mg/L de óleos minerais.
Stenstron et al,1982 fez pesquisa na Baia de São Francisco sobre óleo e graxa e concluiu que há
uma forte conexão entre a massa de óleo e graxa no início da chuva. Constatou que as maiores
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Manejo de águas pluviais
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quantidades de óleo e graxas estavam nas áreas de estacionamento e industriais que possuíam
15,25mg/l de óleos e graxas, enquanto que nas áreas residenciais havia somente 4,13mg/l.
Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C=coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha=10.000m2
Exemplo 36.1
Dada área da bacia A=0,4ha, coeficiente de escoamento superficial C=0,70 e intensidade da chuva
I=40mm/h. Calcular o vazão de pico Q.
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos). Adotar Tr=10anos.
tc=duração da chuva (min).
36.7 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método Racional
para P= 25mm e P=13mm.
Usando para o tempo de concentração da Federal Aviation Agency (FAA, 1970) para
escoamento superficial devendo o comprimento ser menor ou igual a 150m.
36-10
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S= declividade (m/m)
AI= área impermeável em porcentagem (%)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
Aplicando análise de regressão linear aos valores de C e de I para áreas A≤ 2ha para a
RMSP obtemos:
I = 45,13 x C + 0,98 Para P=25mm
R2 = 0,86
A vazão Q=CIA/360 obtido usando I =45,13x C + 0,98 nos obterá a vazão referente ao
volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv.
Figura 36.7- Poço de visita separador de fluxo. As águas pluviais entram no poço de
visita e uma parte referente ao volume WQv para melhoria da qualidade das águas pluviais vai
para a caixa separadora de óleos e graxas e a outra vai para o córrego ou galeria mais
próxima.
http://www.ci.knoxville.tn.us/engineering/bmp_manual/knoxvilleBMP.pdf. Acessado em
12 de novembro de 2005
WQv= (P/1000) x Rv x A
Sendo:
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3)
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Manejo de águas pluviais
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Exemplo 36.2
Achar o volume WQv para melhoria da qualidade das águas pluviais para área de 0,4ha com
AI=100% sendo o first flush P=25mm.
Rv= 0,05+ 0,009 x AI = 0,05+0,009 x 100= 0,95
WQv= (P/1000) x Rv x A
WQv= (25mm/1000) x 0,95 x 4000m2 =95m3
Exemplo 36.3
Achar a vazão para a melhoria da qualidade das águas pluviais para área de 0,4ha, com 100% de
impermeabilização para first flush adotado de P=25mm.
Q=CIA/360
C= 0,95
I= 44mm/h
A= 0,4ha
Q= CIA/360= 0,95 x 44 x 0,4/ 360 = 0,050m3/s
36-12
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36.9 Limitações
• Potencial perigo de ressuspenção de sedimentos, o que dependerá do projeto feito.
• Não remove óleo dissolvido e nem emulsão com glóbulos de óleo muito pequenos.
• A área máxima deve ser de 0,4ha (4.000m2). Caso a área seja maior deve ser subdividida.
• O FHWA admite que o limite de 0,4ha pode ir até 0,61ha .
• As águas pluviais retêm pouca gasolina e possui concentração baixa de hidrocarbonetos,
em geral o óleo e graxas nas águas pluviais está em torno de 15mg/l.
• As normas API (American Petroleum Institute) 1990, publicação nº 421, referente a
Projeto e operação de separadores de óleo/água: recomenda diâmetro dos glóbulos de óleo
a serem removidos em separadores por gravidade, devem ser maiores que 150μm.
• O tamanho usual dos globos de óleo varia de 75μm a 300μm.
• A gravidade específica do óleo varia de 0,68 a 0,95.
• Resolução Conama 357/2005 artigo 34: os efluentes de qualquer fonte poluidora podem
ter até 20mg/l de óleos minerais.
36-13
Manejo de águas pluviais
Capitulo 36- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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Vt= (g / 18 μ) x (ρw-ρo) x D2
Sendo:
Vt= velocidade ascensional (cm/s)
μ= viscosidade dinâmica das águas pluviais em poise. 1P= 1 g/cm x s
ρw=densidade da água (g/cm3)
ρo =densidade do óleo na temperatura (g/cm3) =1kg/litro
Sw = gravidade especifica das águas pluviais (sem dimensão)
So = gravidade específica do óleo presente nas águas pluviais (sem dimensão).
D= diâmetro do glóbulo do óleo presente (cm)
g= 981cm/s2
Para D=150μm=0,15mm=0,015cm
g=981cm/s2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x (0,015)2
Vt= 0,0123 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0123 x [(1-So)/ ν ]
Sendo:
ν = μ / ρ = 1,007 x 10-6 m2/s
ν= viscosidade cinemática das águas pluviais em Stokes.
1 Stoke= 1cm2/s
10.000Stokes = 1m2/s
36-14
Manejo de águas pluviais
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Para D=60μm=0,06mm=0,006cm
g=981cm/s2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x D2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x (0,006)2
Vt= 0,002 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,002 x [(1-So)/ ν ]
Sendo:
ν = μ / ρ = 1,007 x 10-6 m2/s
ν= viscosidade cinemática das águas pluviais em Stokes.
1 Stoke= 1cm2/s
10.000Stokes = 1m2/s
Para D=40μm=0,04mm=0,004cm
g=981cm/s2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x D2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x (0,004)2
Vt= 0,0009 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0009 x [(1-So)/ ν ]
Sendo:
ν = μ / ρ = 1,007 x 10-6 m2/s
ν= viscosidade cinemática das águas pluviais em Stokes.
1 Stoke= 1cm2/s
10.000Stokes = 1m2/s
Exemplo 36.4
Calcular a velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do
óleo So= 0,90 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20ºC) para glóbulo de óleo com diâmetro de
150μm.
Vt= 0,0123 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0123 x [(0,998-0,90)/ 0,01 ] =0,12 cm/s=0,0012m/s (4,3m/h)
Exemplo 36.5
Calcular a velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do
óleo So= 0,90 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20ºC) para glóbulo de óleo com diâmetro de
60μm.
Vt= 0,002 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,002 x [(0,998-0,90)/ 0,01 ] =0,02 cm/s=0,0002m/s (0,71m/h)
Exemplo 36.6
Calcular a velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do
óleo So= 0,90 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20ºC) para glóbulo de óleo com diâmetro de
40μm.
Vt= 0,0009 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0009 x [(0,998-0,90)/ 0,01 ] =0,009 cm/s=0,00009m/s (0,32m/h)
36-15
Manejo de águas pluviais
Capitulo 36- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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F= fator de turbulência= F1 x F2
F1= 1,2
F2= fornecido pela Tabela (36.5) conforme relação Vh/ Vt
36-16
Manejo de águas pluviais
Capitulo 36- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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Adotamos Vh= 0,015 m/s e Vt=0,002 m/s e a relação Vh/Vt= 0,015/0,002 = 7,5
Entrando com Vh/Vt=7,5 na Tabela (36.5) achamos F= 1,40. Podemos obter o valor de F usando a
Figura (36.9)
36-17
Manejo de águas pluviais
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As dimensões mínimas adotadas na Cidade de Eugene, 2001 que estão na Figura (36.9)
são as seguintes:
• Altura de água mínima de 0,90m e máxima de 2,40m.
• Altura mínima da caixa é de 2,10m para facilidade de manutenção..
• A caixa de regularização tem comprimento minimo de 2,40m
• A caixa de sedimentação tem comprimento minimo de L/3 a L/2.
• O comprimento mínimo de toda as três câmaras é de 5 vezes a largura W.
• A largura mínima W é de 1,80m
• Observar na Figura ( 36.9) a caixa separadora, pois, geralmente a caixa separadora de
óleo é feita off line.
• Geralmente a caixa de captação de óleos e graxas é enterrada.
• Deverá haver dispositivo para a retirada do óleo.
Ac= Q/ Vh
Sendo:
Ac= área mínima da seção transversal da caixa (m2).
Vh=velocidade horizontal (m/s) = 0,015m/s
Q= vazão de pico (m3/s)
O valor da velocidade horizontal Vh muito usado para glóbulos de óleo de diâmetro de
150µm é Vh= 0,015m/s o que resultará em:
Ac= Q./ Vh
Ac= Q/ 0,015 =67Q
Exemplo 36.7
Calcular a área mínima transversal Ac para vazão de entrada de 0,020m3/s para caixa de detenção de
óleo e graxas a partir do diâmetro de 150µm.
Ac= 67Q
Ac= 67x 0,020
Ac=1,34m2
Número de canais (N)
Geralmente o número de canais é igual a um.
N=1 (número de canais). Se Ac>16m2 então N>1 (Arizona, 1996)
d= ( r x Ac) 0,5
d= máxima altura de água dentro do separador de óleo (m) sendo o mínimo de d ≥ 0,90m.
r= razão entre a profundidade/ largura que varia de 0,3 a 0,5, sendo comumente adotado r=0,3
Exemplo 36.8
Calcular o valor de d para r=0,3 e Ac= 1,34m2
d= ( r x Ac) 0,5
d= ( 0,3 x 1,34) 0,5
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d=0,63m.
Portanto, a altura do nível de água dentro da caixa é 0,63m, mas para efeito de manutenção a
altura mínima deverá ser de 1,80m.
Exemplo 36.10
Seja área com 4000m2 e largura da caixa de retenção de óleo de W=2,40m. Calcular o comprimento
Lf.
Área da caixa de sedimentação = 20m2/ha x (4000/10000)= 8m2
Lf = Área da caixa de sedimentação / W= 8m2 / 2,40m = 3,33m
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L = Lf + Ls + La
Lf Ls La
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Figura 36.12- Variáveis da caixa separadora de óleos e graxas. Observar que a altura d é a
lâmina de água existindo uma folga para até a altura máxima da caixa. O comprimento L ou
seja Ls vai da caixa de sedimentação até a caixa de regularização.
Fonte:
http://www.mfe.govt.nz/publications/hazardous/water-discharges-guidelines-dec98/app-5-
separator-design-dec98.pdf
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Ventilação
Deverá haver ventilação por razão de segurança e se possível nos quatro cantos da caixa. O
diâmetro mínimo da ventilação é de 300mm e deve ter tela de aço com ¼” .
Existem caixas com tampas removíveis e outras que podem ser usados insufladores de ar.
A altura da caixa mínima deverá ser de 2,10m para facilitar a manutenção.
Profundidade= 1,82m
Largura =1,22m
Comprimento = 4,26m
Comprimento da primeira câmara= 1,82m
Comprimento para cada uma das outras duas câmaras= 1,22m
Volume das duas primeiras câmaras =(1,82m+ 1,22m) x 1,82m x 1,82m=10m3.
Taxa= 10m3/ 0,4ha= 25m3/ha (28m3/ha)
Taxa= 2,2m2/ 0,4ha = 6 m2/ha (20m2/ha)
Volume da caixa separadora= 9,5m3
Área superficial da caixa separadora= 5,2m2
L =4,26m
Profundidade=d=1,82m
Figura 36.13- Esquema de uma caixa de retenção de óleo e sedimentos mínima para área até
0,4ha (FHWA) com as dimensões internas.
O comprimento Lf que depende do que vai ser sedimentado pode ser adaptado as condições
locais.
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Figura 36.14- Separador de óleo e graxas em forma de um poço de visita. Temos dois tipos
básicos de separadores de óleos e graxas. A primeira é a caixa de três câmaras e a segunda é o
poço de visita.
http://www.ci.tacoma.wa.us/WaterServices/permits/Volume5/SWMM%20V5-C11.pdf. Com
acesso em 8 de novembro de 2005.
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Exemplo 36.12
Dimensionar uma caixa de retenção óleo/água API para reter glóbulos ≥150µm. A área de um
estacionamento de veículos tem 4.000m2 e a mesma será calculada off-line. Supomos first flush
P=25mm. Supomos que o estacionamento tem 100m de testada com 40m de largura e a declividade é
de 0,5% (0,005m/m)
Coeficiente volumétrico Rv
Rv=0,05+0,009x AI
Supomos C= Rv
C= 0,05 + 0,009 x 10 = 0,95
Tempo de concentração
Usando para o tempo de concentração da Federal Aviation Agency (FAA, 1970)
L= 40m
S=0,005m/m
C=0,95
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Tr= 10anos
1747,9 x 100,181
I =------------------------ =128mm/h
( 15 + 15)0,89
Fórmula Racional
Sendo:
A= 0,4 ha
I = 96mm/h
Vazão de pico
Q=CIA/360= 0,95 x 128 x 0,4 / 360= 0,135m3/s = 135litros/segundo (Pico da vazão para
Tr=10anos)
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Vazão para melhoria da qualidade das águas pluviais referente ao first flush
A vazão que irá para a caixa será somente aquela referente ao volume WQv.
A= 0,4ha
Fórmula Racional
Q= C . I . A /360 = 0,95 x 44 x 0,4 / 360 = 0,050m3/s = 50litros/segundo
Portanto, a vazão que irá para a caixa de captação de óleo será de 50litros/segundo o restante 135-
50= 85 litros/segundo irá para o sistema de galeria existente ou para o córrego mais próximo.
Largura W da caixa
W= d / 0,5 = 1,30 / 0,5 = 2,60m> 1,20m mínimo adotado
Câmara de sedimentação
Taxa normalmente adotada para sedimentação=20m2/ha x 0,4ha = 8m2
La= Área da câmara sedimentação / largura = 8,0/ 2,60= 3,10m> 2,40m OK.
Câmara de regularização
Adotado comprimento Lf= 1,20m conforme FHWA
Conferência:
Vh= Q / d x W = 0,050 / (1,3 x 2,6) = 0,0148m/s <0,015m/s OK
Tempo de residência
A área da seção transversal tem 3,00m de largura por 1,30m de altura.
S= 2,60 x 1,30= 3,38m2
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Q= S x V
V= Q / S= 0,050m3/s / 3,38m2 = 0,01m/s
Mas tempo= comprimento / velocidade = 17,95m / 0,0148m/s= 1213s= 20,2min > 20min OK.
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Portanto, a área para a flotação do oleo terá 10,2m2. Considerando uma largura de 1,50m
teremos:
10,2m2/ 1,50m= 6,80m
Comprimento de 6,80m
Para a primeira câmara de sedimentação é usual tomarmos comprimento igual a L/3 e para o
tanque de equalização L/4
Assim teremos:
Primeira câmara (sedimentação) = L/3=6,80m/3= 2,27m
Segunda câmara (flotação do óleo) =L=6,80m
Terceira câmara= L/4=6,80m/4=1,70m
Comprimento total= 10,77m
Profundidade adotada=d= 0,75m
Largura=W=1,50m
L =10,77m
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Portanto, a área para a flotação do oleo terá 18,41m2. Considerando uma largura de 1,50m
teremos:
18,41m2/ 1,50m= 12,27m.
Portanto, o comprimento de 12,27m
Para a primeira câmara de sedimentação é usual tomarmos comprimento igual a L/3 e para o
tanque de equalização L/4
Assim teremos:
Primeira câmara (sedimentação) = L/3=12,27m/3= 4,09m
Segunda câmara (flotação do óleo) =L=12,27m
Terceira câmara= L/4=12,27/4=3,07m
Comprimento total= 19,43m
Profundidade adotada= 0,75m
L =19,43m
Conferência:
O volume WQv= 7,13m3 deverá ser menor que o volume da 1ª câmara e da segunda câmara:
Volume 1ª e 2ª câmara= (4,09+12,27) x 1,50 x 0,75=18,4m3> 7,13m3 OK.
Conclusão:
Como podemos ver o uso de captação de óleo com o método gravimétrico da API resulta em
caixas muito grandes e daí se usar caixas com placas coalescentes. Salientamos ainda que as caixas
API são geralmente usadas para glóbulos de 150μm e não de 60μm.
Exemplo 36.15
Dimensionar para um posto de gasolina com área de 300m2 uma caixa API para captar os óleos
e graxas provenientes das precipitações no pátio usando glóbulos de 150μm e first flush
P=25mm.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv=0,05+0,009x AI
Supomos C= Rv
C= 0,05 + 0,009 x 10 = 0,95
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,95 x 300m2=7,13m3
A vazão que chega à caixa de detenção pode ser dimensionado como a vazão que chega ao
pré-tratamento usando o tempo de permanência minimo de 5min e então teremos:
Qo= 0,1 x WQv/ (5min x 60)
Qo= 0,1 x 7,13m3/ (5min x 60)=0,00238m3/s=8,6m3/h
A velocidade ascensional para glóbulo de 150μm é Vt= 3,6m/h.
A velocidade horizontal Vh deve ser:
Vh= 15 x Vh= 15 x 3,6m/h=54m/h
A área superficial da câmara do meio destinada a flotação do óleo:
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Ad= F x Qd/ Vt
Vh/ Vt= 54m/h/ 3,6m/h= 15
Entrando na Tabela (36.6) achamos F=1,37
Ad= F x Qd/ Vt
Ad= 1,37 x 8,6m3/h/ 3,6m/h= 3,27m2
Portanto, a área para a flotação do óleo terá 3,27m2. Considerando uma largura de 1,50m
teremos:
3,27m2/ 1,50m= 2,18m.
Portanto, o comprimento de 2,18m
Para a primeira câmara de sedimentação é usual tomarmos comprimento igual a L/3 e para o
tanque de equalização L/4
Assim teremos:
Primeira câmara (sedimentação) = L/3=2,18m/3= 0,73m
Segunda câmara (flotação do óleo) =L=2,18m
Terceira câmara= L/4=2,18m/4=0,55m
Comprimento total= 3,46m
Profundidade adotada= 0,75m
L =3,46m
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Quando prevemos uma grande quantidade de sólidos as placas são instaladas a 60º com a
horizontal para evitar o entupimento. Havendo manutenção adequada das placas coalescentes
paralelas não haverá entupimento das mesmas.
As placas são ajuntadas em pacotes e podem entupir motivo pelo qual tem que ser
estabelecido um intervalo de aproximadamente 6 meses para a limpeza com jatos de água através de
mangueiras.
Para o trabalho perfeito das placas coalescente é necessário o regime laminar para
escoamento.
Os separadores coalescentes usam meio hidrofóbico (repele a água) ou oleofílico (adora óleo),
isto é, meio que repelem a água e atraem o óleo. O óleo pode ser retirado por processo manual ou
automático e pode ser recuperado e usado para outros fins.
Os efluentes das caixas separadoras com placas paralelas indicam retiradas de até 60% do óleo
em comparação com o sistema convencional API.
Dependendo da temperatura do líquido que vai ser detido o óleo usa-se o material adequado.
Assim podem ser usados PVC (60ºC), PVC para alta temperatura (66ºC), Polipropileno (85ºC) e aço
inoxidável (85ºC).
As caixas coalescentes com placas paralelas da mesma maneira que as caixas API possuem
três câmaras:
• Câmara de sedimentação;
• Câmara onde estão as placas paralelas e
• Câmara de descarga,
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Ah= Q. / Vt
Sendo:
Ah= área horizontal (m2)
Q= vazão (m3/s)
Vt= velocidade ascensional final da partícula de óleo (cm/s)
A velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do óleo
So= 0,85 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20º C) para glóbulo de óleo com diâmetro de 60μm.
Ah= Q / Vt
Ah= Q / 0,0003=3378Q
Área de uma placa
Aa=Ah/ cos (θ)
Sendo:
Aa= área de uma placa (m2)
θ = ângulo da placa com a horizontal. Varia de 45º a 60º.
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Notar na Figura (36.12) que existem as três câmaras, sendo a primeira de sedimentação, a
segunda onde estão as placas coalescentes e a terceira câmara de regularização ou regularização da
vazão. As placas coalescentes ocuparão menos espaços e, portanto a caixa será menor que aquela das
normas API.
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Notar na Figura (36.16) que as placas coalescentes fazem com que os glóbulos de óleo se
acumulem e subam para serem recolhidos.
Quando se espera muitos sedimentos para evitar entupimentos devem-se usar placas com
ângulo de 60 º.
Exemplo 36.16
Calcular separador com placas coalescentes para vazão de 0,0035m3/s
Portanto, serão necessário 38,2m2 de placas coalescentes, devendo ser consultado o fabricante a
decisão final.
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36.20Flotação
Iremos reproduzir aula que tive em 1994 com o engenheiro químico Danilo de Azevedo em
curso sobre “Efluentes Líquidos Industriais”.
Flotação é um processo para separar sólidos de baixa densidade ou partículas liquidas de uma
fase liquida.
A separação é realizada pela introdução de gás (ar) na forma de bolhas na fase líquida.
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Componentes básicos:
• Bomba de pressurização
• Injetores de ar
• Tanque de retenção
• Válvula de redução de pressão
• Tanque de Flotação
Uma discussão mais detalhado sobre flotação poderá ser feita no livro “Wastewater
Engineering- Treatment disposal reuse” de Metcalf & Eddy, 1991 da Editora McGraw-Hill e o livro
“Industrial Water Pollution Control” de W. Wesley Eckenfelder, 1989.
Cada fabricante tem o seu projeto específico sendo que é usado de modo geral o período de
retorno Tr= 1ano ou Tr= 0,5ano (80% de Tr=1ano) ou Tr= 0,25ano = 3meses (62% de Tr=1ano). As
áreas são de modo geral pequenas e variam conforme o fabricante, devendo ser consultado a respeito.
Quanto a eficiência dos sistemas industriais americanos a melhor comprovação é aquelas
feitas por universidades. Por exemplo, em dezembro de 2001 o departamento de engenharia civil da
Universidade de Virginia fez testes de campos sobre a unidade industrial denominada Stormvault.
A grande vantagem destes sistemas industriais é que são compactos em relação aos sistemas
convencionais.
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Figura 36.19 – Caixa separadora de óleo e graxa tipo poço de visita patente da firma
Downstream Defender.
http://www.ci.knoxville.tn.us/engineering/bmp_manual/knoxvilleBMP.pdf. Acesso em 12 de
novembro de 2005
Figura 36.20 – Caixa separadora de óleo e graxa tipo poço de visita patente da firma
Stormceptor.
http://www.ci.knoxville.tn.us/engineering/bmp_manual/knoxvilleBMP.pdf. Acesso em 12 de
novembro de 2005
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36.22 Skimmer
O skimmer é feito para retirar o óleo.
Figura 36.23- Dispositivo que faz rodar a esteira para recolhimento do óleo
http://www.ambarenvironmental.com/html/waste_water_plants.html#b2sump
Figura 36.24- Dispositivo que faz rodar a esteira para recolhimento do óleo e o recolhimento.
http://www.ambarenvironmental.com/html/waste_water_plants.html#b2sump
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36.24.1 Vazão que chega até o pré-tratamento usando o Método TR-55 do SCS
O objetivo é o cálculo do número da curva CN dada a precipitação P e a chuva excedente Q.
De modo geral a obtenção de CN se deve a obras off-line. Obtemos o valor de CN e continuamos
a fazer outros cálculos.
Os valores de P, Q, S estão milímetros.
( P- 0,2S ) 2
Q= --------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 36.1)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------ - 254 (Equação 36.2)
CN
Dada as a Equação (25.3) e Equação (25.4). São dados os valores de Q e de P. Temos então duas
equações onde precisamos eliminar o valor S, obtendo somente o que nos interessa, isto é, o valor do
número da curva CN.
Pitt, 1994 in Estado da Geórgia, 2001 achou a seguinte equação utilizando NRCS TR-55,1986
adaptado para P e Q em milímetros.
CN= 1000/ [10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5] Equação (36.3)
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Exemplo 36.17
Seja um reservatório de qualidade da água com tc=11min, área impermeável de 70% e first flush
P=25mm e Área =2ha. Calcular a vazão separadora para melhoria de qualidade das águas pluviais
WQv.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,68 = 17mm
Exemplo 36.18
Num estudo para achar o volume do reservatório para qualidade da água WQv é necessário
calcular a vazão Qw referente a aquele WQv. Seja uma área de 20ha, sendo 10ha de área
impermeável. Considere que o first flush seja P=25mm.
Porcentagem impermeabilizada = (10ha / 20ha) x 100=50%
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 50 = 0,50 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,50 = 13mm
Vamos calcular o número da curva CN usando a equação de Pitt.
CN= 1000/ [ 10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5]
CN= 1000/ [ 10 + 0,197 x25 + 0,394 x13 – 10 (0,0016x13 2 + 0,0019 x13x 25) 0,5]
CN= 93,8
Portanto, o valor é CN=93,8.
Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
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Exemplo 36.19
Achar o número da curva CN para P=25mm e área impermeável de 70%.
Entrando na Tabela (36.7) com P e AI achamos CN=96,6.
Tabela 36.7 – Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
P Área impermeável em porcentagem
mm 10 20 30 40 50 60 70 80
13 90,6 92,9 94,4 95,7 96,7 97,5 98,2 98,8
14 90,0 92,3 94,0 95,4 96,4 97,3 98,1 98,7
15 89,3 91,8 93,6 95,0 96,2 97,1 97,9 98,6
16 88,7 91,3 93,2 94,7 95,9 96,9 97,8 98,5
17 88,1 90,9 92,9 94,4 95,7 96,7 97,6 98,4
18 87,5 90,4 92,5 94,1 95,4 96,6 97,5 98,4
19 86,8 89,9 92,1 93,8 95,2 96,4 97,4 98,3
20 86,2 89,4 91,7 93,5 95,0 96,2 97,2 98,2
21 85,7 88,9 91,3 93,2 94,7 96,0 97,1 98,1
22 85,1 88,5 90,9 92,9 94,5 95,8 97,0 98,0
23 84,5 88,0 90,6 92,6 94,2 95,6 96,8 97,9
24 83,9 87,6 90,2 92,3 94,0 95,5 96,7 97,8
25 83,4 87,1 89,8 92,0 93,8 95,3 96,6 97,7
26 82,8 86,7 89,5 91,7 93,5 95,1 96,4 97,6
27 82,3 86,2 89,1 91,4 93,3 94,9 96,3 97,6
28 81,8 85,8 88,8 91,1 93,1 94,7 96,2 97,5
29 81,2 85,3 88,4 90,8 92,8 94,6 96,1 97,4
30 80,7 84,9 88,0 90,5 92,6 94,4 95,9 97,3
36-43
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Exemplo 36.21
Seja um reservatório de qualidade da água e first flush P=25mm, AI=70 e A=50ha.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 50ha x 10000m2= 8500m3
Qo= 0,1 WQV/ (5min x 60s)= (0,1 x 8500m3)/ (5 x 60)= 850m3/ 300s =2,83m3/s
Exemplo 36.22
Seja uma bacia com first flush P=25mm, AI=70 e área =50ha tc=11min
Coeficiente volumétrico Rv
CNp= 55 (área permeável)
CNi=98 (área impermeável)
CNw= CNp (1-f) + 98 x f
f=0,70 (fração impermeável)
CNw= 55 (1-0,70) + 98 x 0,70=85,1
Usando o método Santa Bárbara para P=25mm, obtemos:
Qo=3,09m3/s
36.24.4 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método
Racional para áreas ≤2ha.
Esta é uma estimativa que usa o método Racional e vale somente para áreas menores ou iguais a
2ha e para first flush P=25mm para a RMSP.
Em uma determinada bacia o pré-tratamento pode ser construído in line ou off line, sendo que
geralmente é construído off line.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
Rv=C=0,05+0,009 x AI
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h)
A= área da bacia (ha)
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A≤2ha
I = 45,13 x C + 0,98 Para P=25mm
R2 = 0,86
Exemplo 36.23
Calcular o tamanho do reservatório destinado ao pré-tratamento de área com 2ha e AI=70%,
sendo adotado o first flush P=25mm.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
WQv= (P/1000/ x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 2ha x 10.000m2= 340m3
Vazão de entrada
Uma BMP pode ser construída in-line ou off-line. Quando for construída off-line precisamos
calcular a vazão que vai para a BMP.
Usando o método racional.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
C=Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h) = 45,13 x C + 0,98= 45,13 x 0,68 + 0,98= 32mm/h (Para P=25mm)
A= área da bacia =2ha
Q=CIA/360
Q=0,68 x 32mm/h x 2ha /360= 0,12m3/s
Portanto, a vazão de entrada é 0,12m3/s.
Tabela 36.8- Média dos influentes no exercito dos Estados Unidos no ano 2000
Parâmetro Instalações Lavagem de Áreas de Áreas de Lavagem de
aviões manutenção equipamentos veículos
Óleos e 316 594 478 183 58
graxas
TSS 1061 625 1272 1856 611
VSS 277 408 416 239 77
COD 2232 8478 1841 692 99
Sendo:
Óleos e graxas: quantidade de média de óleos e graxas do influente (mg/L)
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O influente médio de óleo e graxas varia de 58mg/L a 594 mg/L enquanto que o pico varia de
209mg/L a 1584mg/L. O sólido total em suspensão TSS tem valores médios de 210mg/L a 1272mg/L
variando os picos de 1386mg/L a 6502mg/L.
O objetivo dos separadores de óleo e graxas do exército americano é que o efluente tenha no
máximo 100mg/L de óleos e graxas o que é alcançado usando-se as caixas separadoras de óleo.
A solução atual mais usada no exército americano são as placas coalescentes de polietileno,
instalada a 60º do piso, espaçadas de 19,05mm e com área de superfície de 0,32 gpm/ft2 (0,26 L/s x
m2). Geralmente o glóbulo de óleo adotado é de 60μm.
Para o exército americano o efluente tem como objetivo de ser de 100mg/L antes de ser
lançado nos cursos de água.
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Notar que o valor de “d” aparece no numerado e no denominador podendo portanto ser
cancelado, o que mostra que a altura da câmara não influencia na performance do separador água-
óleo.
Portanto fica:
Q/ AH ≤ Vt
Portanto, fica válido o principio de Hazen:
AH= Q/ Vt
É importante salientar que a área AH pode ser área plana de uma câmara API ou área plana em
projeção de uma placa coalescente instalada a 45º a 60º.
Figura 36.27- Projeção da placa coalescente. Só vale a área plana para o dimensionamento.
36-48
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Figura 36.28- Notar a área planta AH e a área da seção transversal Av bem como as partículas
Vt ascensional e VH da velocidade horizontal numa caixa de profundidade d, largura B e
comprimento L.
Sendo:
Vs= velocidade de deposição (m/s);
D= diâmetro equivalente da esfera (partícula) em metros
γ = peso específico da água a 20º C = 9792,34 N/m3 (Lencastre, 1983 p. 434)
γs / γ = 2,65 (densidade relativa do quartzo em relação a água)
γs= peso específico da partícula do sólido (quartzo)= 25949,701N/m3
μ= viscosidade dinâmica da água a 20º C = 0,00101 N. s /m2 (Lencastre,1983)
ρ = massa específica a 20º C = 998,2 kg/m3 (Lencastre, 1983)
ν = viscosidade cinemática da água a 20º C= 0,00000101 m2/s (Lencastre, 1983)
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Tabela 36.9- Limite das frações de solo pelo tamanho dos grãos
Fração Limites definidos pela norma da
ABNT
Matacão de 25cm a 1m
Pedra de 7,6cm a 25cm
Pedregulho de 4,8mm a 7,6cm
Areia grossa de 2mm a 4,8mm
Areia média de 0,42mm a 2mm
Areia fina de 0,05mm a 0,42mm
Silte de 0,005mm a 0,05mm
Argila inferior a 0,005mm
Fonte: Souza Pinto,2000 p. 4
Souza Pinto, 2000 diz que na prática, diferentemente da norma da ABNT, a separação entre areia
e silte é tomada como 0,075mm, devido a peneira nº200, que é a mais fina usada em laboratórios.
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Capítulo 37- Drenagem e recarga
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Capítulo 37
Drenagem e recarga
Certo dia perguntei ao professor Camargo da Escola Politécnica, em 1962, porque ensinar aqueles
teoremas de matemática que nunca iríamos usá-los na prática.
Respondeu que o objetivo não eram os teoremas, e sim ensinar a lógica matemática.
37-1
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Capítulo 37- Drenagem e recarga
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 37 - Drenagem e recarga
37.1 Introdução
37.2 Tubos perfurados
37.3 Cálculo do número mínimo de furos do dreno longitudinal
37.4 Material usado na drenagem
37.5 Recarga com tubos perfurados
37.6 Drenagem de pavimentos
37.7 Determinação da espessura e da camada drenante conhecida a sua permeabilidade
hidráulica
37.8 Determinação da permeabilidade hidráulica necessária de camada drenante de
espessura pré-fixada.
37.9 Tempo máximo de permanência das águas infiltradas na camada drenante
37.10 Espaçamento das linhas dos drenos
37.11 Comprimento crítico da tubulação
37.12 Escoamento em aqüífero não confinado usando a hipótese de Dupuit
37.12.1 Escoamento em aqüífero não confinado sobre área impermeável
37.12.2 Escoamento em aqüífero não confinado sobre área impermeável com infiltração para
recarga.
37.14 Trincheira de exfiltração
37.17 Routing - Método Modificado de Pulz
37.18 Detalhes do projeto
37.19 Descarga da exfiltração
37.20 Volume de armazenamento
37.21 Vazão infiltrada pela camada de pedra do tubo perfurado
37.22 Custos
33 páginas
37-2
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Capítulo 37- Drenagem e recarga
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37.1 Introdução
O dreno cego ou dreno francês é aquele que não tem tubos, isto é, o escoamento se dá somente
através do material drenante conforme Figura (37.1) a (37.4).
O objetivo é rebaixar o lençol freático ou remover as águas pluviais infiltradas. É construído de pedras
britadas envoltas em bidim, de maneira que o transporte se faz através dos agregados.
Existe ainda o dreno com tubo perfurado que garante a drenagem em caso de entupimento do fluxo
nas pedras britadas e é aconselhável que a declividade seja maior ou igual a 1%.
A permeabilidade do bidim deve ser no mínimo 10 vezes maior que a do solo vizinho para permitir a
drenagem.
Para o cálculo é usada a Lei de Darcy:
(Q/L)= K x G x A
Sendo:
Q/L= vazão de percolação no solo por metro de trincheira (m3/dia/m)
G= gradiente hidráulico ∆H/L= S=declividade do dreno (m/m). Nota: aproximadamente
A= área da seção transversal (seção normal ao fluxo) (m2/m)
K= condutividade hidráulica (m/dia)
Figura 37.1- Dreno Francês ou camada drenante. Corte transversal de estrada de rodagem mostrando
a camada drenante entre o revestimento e a base. A água infiltrada é coletada por um tubo dreno
transversa, mas na camada drenante, ou seja, no dreno francês não tem tubo.
Fonte: DNER, 1990
Figura 37.2- Camada drenante (dreno Francês). Observar que não tem tubos.
Fonte: DNER, 1990
37-3
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Capítulo 37- Drenagem e recarga
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Figura 37.4 - A água do solo entra pelos furos do tubo que a conduz para outro local
Exemplo 37.1
Calcular o dreno francês com 1,20m de largura por 0,90 de altura da seção transversal, sendo a descarga
necessária de 600m3/dia de 30m de dreno. A declividade S= 0,01m/m. Qual deve ser a permeabilidade dos
agregados para uma drenagem apropriada?
L= 30m comprimento do dreno.
Q/L= 600m3/ 30m= 20m3/dia/m
G= S= 0,01m/m (declividade)
A= 1,20m x 0,90m= 1,08m2 (seção transversal)
Q/L= K x G x A
20m3/dia/m= K x 0,01m/m x 1,08m2
K= 1852m/dia= 2,14 cm/s
37-4
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Figura 37.5 - Tubo perfurado para drenagem da marca Tigre com comprimento de 6m e diâmetros de 100mm e
150mm
Figura 37.6 - Vista lateral do tubo perfurado para drenagem da marca Tigre com comprimento de 6m e diâmetros
de 100mm e 150mm. Notar as ranhuras.
37-5
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Figura 37.7 - Vista lateral do tubo Tigre tubos para drenagem drenoflex 65mm e 110mm
A perfuração dos tubos perfurados de polietileno (PE) obedece a algumas diretivas gerais.
37-6
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Q= Cd x A x N x (2 x g x h) 0,5
Sendo:
Q= descarga (m3/s)
Cd= coeficiente de vazão = 0,61
A= área de cada orifício (m2)
N= número de furos
g= aceleração da gravidade = 9,81m/s2
h= a carga sobre cada orifício suposta em média de 0,10m
Q= Cd x A x N x (2 x g x h) 0,5
Q= 0,61 x A x N x (2 x 9,81 x 0,10) 0,5
N=Q/ (0,85 x A)
O DNER, 1990 recomenda que os diâmetros dos furos sejam de 0,60mm a 10mm, dependendo do
diâmetro da brita que envolver o tubo.
Exemplo 37.2
Calcular o número de furos por metro linear de um dreno com diâmetro de furo de 10mm e vazão por metro
linear de 50m3/dia.
Q= 50m3/dia= 50/ 86400s= 0,000579m3/s
A= π x D2 / 4 = 3,1416 x (0,01 2) / 4= 0,0000785m2
N= Q/ (0,85 x A)
N= 0,000579/ (0,85 x 0,0000785)= 9 furos de 10mm de diâmetro cada.
37-7
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Figura 37.9- Tubo perfurado usado para recarga do lençol freático. Observar o nível do lençol freático e o nível do grade
existente.
Para um furo do tubo que conduz as águas pluviais, a vazão Qp é calculada pela equação do orifício:
Qd= Cd x A (2 x g x H) 0,5
Sendo:
Qd= vazão para um furo (m3/s)
Cd= coeficiente de descarga = 0,60
g= aceleração da gravidade= 9,81m/s2
H= altura da água acima da perfuração (m)
Na prática a vazão em cada furo varia segundo a altura do nível de água pluvial dentro do tubo. Para
isto existe um exemplo conforme Figura (37.10).
37-8
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Figura 37.10 Vazão em função da altura da água no tubo de 300mm. Observar que há uma equação polinomial.
Fonte: Technical notes 2.195 de janeiro de 2004- ADS http://www.ads-pipe.com
Exemplo 37.3
Um tubo perfurado funcionando à seção plena conduzindo águas pluviais tem diâmetro de 300mm com 120
buracos/m de 9,525mm (0,009525m) com área total de 0,008546m2/m.
H=0,30m (altura do tubo)
D= diâmetro do furo= 0,009525m
A= π x D2/4=(3,14x0,009525 2 /4= 0,0000712m2
Qd= Cd x A (2 x g x H) 0,5 =0,60 x 0,0000712 (2 x 9,81 x 0,30) 0,5 = 0,0001036m3/s
Sendo Qd a vazão que sai por um furo e para 120 tubos teremos:
Qd= 120tubos x 0,0001036m3/s=0,01244m3/s
Lei de Darcy
A vazão Qs pela lei de Darcy é a seguinte:
Qs= K x G x A
Sendo:
Qs= vazão de percolação no solo (m3/s/m)
G= gradiente hidráulico ∆H/L (m/m)
A= soma das áreas das perfurações (m2/m)
K= condutividade hidráulica (m/s). A Tabela (37.3) e (37.5) apresentam sugestões de valores de K.
Exemplo 37.4
Calcular a vazão de percolação no solo quando a condutividade hidráulica K=1000m/dia=0,01157m/s=
42mm/h.
G= ∆H/L= 1,20m/0,90=1,33
A= 120 tubos x 0,0000712m2 =0,008544m2
Qs= K x G x A
Qs= 0,011575m/s x 1,33 x 0,008544m2=0,000132m3/s/m
Observar que a vazão que passa pelos furos é bem maior que a vazão de percolação, isto é, Qp>>Qs
daí se concluir que a vazão que irá pelo solo é muito menor da vazão que sai pelos furos do tubo de águas
pluviais. Isto mostra que para este caso o fator determinante é a capacidade de infiltração no solo
37-9
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Cedergren e seus colegas in Chin 2000, sugerem que os agregados em volta de um tubo tenham no
mínimo K=4000m/dia=4,6cm/s que é adequado para qualquer trincheira de infiltração.
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O DNER, 1990 utiliza a Tabela (37.5) para se achar os agregados, sendo o mais usado a
condutividade hidráulica de K=2,1cm/s (agregados menores) a K=42cm/s (agregados maiores).
Conforme Souza Pinto, 2000 os limites definidos pela ABNT estão na Tabela (37.5B)
Tabela 37.5B- Limite das frações de solo pelo tamanho dos graos
Fração Limites definidos pela norma da ABNT
Matacão de 25cm a 1m
Pedra de 7,6cm a 25cm
Pedregulho de 4,8cm a 7,6cm
Areia grossa de 2cm a 4,8cm
Areia media de 0,042mm a 2,0cm
Areia fina de 0,05mm a 0,042mm
Silte de 0,005mm a 0,05mm
Argila Inferior a 0,005mm
Fonte: Souza Pinto, 2000
Q=C x I x D x 24 /1000
37-12
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Exemplo 37.5
Calcular a vazão em m3/dia de um dreno cego de um pavimento com taxa de infiltração C=0,33 com
comprimento D=10m
Adoto Tr=2anos e chuva de duração de 1h para RMSP temos I=39,3mm/h
Q=CxIx Dx 24 /1000
Q= 0,33 x 39,3mm x 10m x 24h / 1000= 3,1m3/dia
37.7 Determinação da espessura “e” da camada drenante conhecida a sua permeabilidade hidráulica.
Dando como conhecida a permeabilidade hidráulica K a espessura “e” é fornecida pela Equação.
e= (C x I x D x 24 ) / (1000 x K x S)
Sendo:
e= espessura da camada drenante (m)
C= coeficiente de infiltração (adimensional)
I= intensidade da chuva (mm/h)
D= comprimento da faixa de 1m de largura (m)
K= condutividade hidráulica da camada de pedra britada adotada (mm/h)
S= declividade (m/m) do dreno cego ou dreno francês, sendo no mínimo de 1%.
Exemplo 37.6
Calcular a espessura “e” da camada drenante de um dreno cego de um pavimento com taxa de infiltração
C=0,33 com comprimento D=10m, espessura e= 0,20m e declividade S=0,01m/m com K= 2500mm/h.
Adoto Tr=2anos e chuva de duração de 1h para RMSP temos I=39,3mm/h
e= (C x I x D x 24 ) / (1000 x K x S)
e= (0,33 x 39,3 x 10 x 24 ) / (1000 x 2500 x0,01)= 0,12m
V= ( K x S) / (ne x 1000)
Exemplo 37.8
Calcular a velocidade de percolação de um dreno cego com K=75600mm/h =2,1cm/s, declividade S=
0,01m/m e ne=0,40 com dreno de 15m de comprimento.
V= ( K x S) / (ne x 1000 )
V= ( 75600x0,01) / (0,40 x 1000 ) = 1,89m/h
Tempo de permanência = Comprimento do dreno/ V
Tempo de permanência = 15/ 1,89=8h
37-13
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Capítulo 37- Drenagem e recarga
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E= 2 x h ( K /q ) 0,5
Sendo:
E= espaçamento entre as linhas de dreno (m).
H= altura do lençol freático acima da linha dos drenos (m)
K= condutividade hidráulica do solo (m/s)
q= contribuição da infiltração por m2 de área sujeita à precipitação (m3/s/m2)
Exemplo 37.9
Calcular o espaçamento entre as tubulações de linha de dreno para rebaixar um lençol freático com altura
h=2,00m, condutividade hidráulica do solo K= 50mm/h=0,0000139m/s
Adoto Tr=2anos e chuva de duração de 1h para RMSP temos I=39,3mm/h.
q= C x I x A = 0,50 x (39,3/1000) /3600 x 1m2 = 0,0000055m3/s/m2
E= 2 x h ( K /q ) 0,5
E= 2 x 2,0 ( 0,0000139 /0,0000055 ) 0,5 = 6,35m
Portanto, as linhas de dreno deverão ficar espaçadas de 6,35m.
Qm= q x E x k
Sendo:
k= coeficiente de segurança = 2
O comprimento crítico Lc será:
Lc= Q / Qm
Sendo:
Q= vazão máxima (m3/s) admitida
Usa-se a Equação de Manning para qualquer seção o valor da vazão Q.
V= (1/n) x R (2/3) x S 0,5
Q= V x A
Sendo:
V= velocidade média (m/s)
R= raio hidráulico (m)
S= declividade do dreno (m/m)
Q= vazão (m3/s)
A= área molhada (m2)
37-14
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 37- Drenagem e recarga
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Tabela 37.7- Vazões a seção plena de tubos de concreto de 5cm a 45cm e para declividades de
0,005m/m a 0,05m/m conforme Equação de Manning.
Diâmetro da tubulação Vazão a seção plena (m3/s)
m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m m/m
cm m 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,05
5 0,05 0,000 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,002
10 0,10 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,008 0,009 0,010 0,010
15 0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,028 0,030
20 0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,060 0,064
25 0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,109 0,115
30 0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,178 0,188
35 0,35 0,089 0,127 0,155 0,179 0,200 0,219 0,237 0,253 0,268 0,283
40 0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,383 0,404
45 0,45 0,175 0,247 0,303 0,350 0,391 0,428 0,463 0,495 0,525 0,553
Exemplo 37.10
Calcular o comprimento crítico Lc sendo q= 0,00001m3/s/m2 a vazão de entrada das águas de chuva, sendo
o espaçamento entre as tubulações de drenagem E=7,00m e k=2.
A vazão média Qm será:
Qm= q x E x k
Qm= 0,00001 x 7 x 2=0,00014m3/s/m
O comprimento crítico Lc será:
Lc= Q / Qm
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2. Para pequenos gradientes dos lençóis freáticos as linhas são horizontais e as linhas equipotenciais são
verticais.
Figura 37.13- Escoamento em aqüífero não confinado sobre uma área impermeável
Fonte: Delleur, 2002
37.12.2 Escoamento em aqüífero não confinado sobre área impermeável com infiltração para recarga.
Quando há infiltração “w” que corresponde na prática a taxa de recarga. Dupuit usando a Figura
(37.13) chegou às seguintes Equações.
Conforme Fetter, 1994 a Equação acima acha qualquer altura h entre os dois pontos iniciais h1 e h2.
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Sendo:
h1= é a altura do nível de água na origem (m)
h2= é a altura do nível de água (m)
L= é a distância da origem até o ponto h2 (m)
K=condutividade hidráulica (m/dia)
w= taxa de recarga (m/dia)
Exemplo 37.11
Um canal foi construído a 450m de distância de um rio. Ambos estão num aqüífero de areia com
condutividade hidráulica K= 1,2m/dia. A área tem precipitação média anual de 0,54m por ano e evapo-
transpiração de 0,39m/ano. A elevação da água no rio é de h1=9,3m e a do canal h2= 8,1m. Achar o ponto de
divisão do lençol freático, a altura máxima de elevação e a descarga por 100m de rio e a descarga por 100m
de canal.
h1= 9,3m
h2= 8,1m
L= 450m
K= 0,36m/dia
Precipitação anual= 0,54m
Evapo-transpiração anual= 0,39m
Taxa de recarga= 0,15m/ano
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W= 0,000411m/dia
Largura do canal = 1000m
Distância até a divisão das águas
d= L/2 – (K/w) (h12 - h22)/2L
d= 450/2 – (0,36/0,00411) (9,32 - 8,12)/2. 450 = 205m
Altura máxima do lençol freático hmax
hmax= [ h12 - (h12 - h22) d/ L + (w/K) ( L – d ) d] 0,5
hmax= [ h1 - (9,3 – 8,1 ) 205/450 + (0,000411 / 0,36) ( 450 –205 ) 205] 0,5 =12m
2 2 2
Exemplo 37.12
Na Figura (37.12) temos um exemplo de como usar as hipóteses de Dupuit numa barragem de terra, tendo a
condutividade hidráulica K do maciço. Poderemos assim obter a curva do lençol freático.
h1= 6m
h2= 2m
K=0,066m/dia
L=24m
A descarga será:
w=0
q´x= K (h12 - h22)/ (2L) - w ( L/2 – x )
q´x= K (h12 - h22)/ (2L) = 0,066 ( 62 – 22) ( 2. 24)=0,044m3/dia/m
A vazão que irá escoar dentro do maciço da barragem é de 0,044m3/dia/m de barragem.
A variação do nível de água será:
h= [ h12 - (h12 - h22) x/ L + (w/K) ( L – x ) x] 0,5
mas w=0
h= [ h12 - (h12 - h22) x/ L ] 0,5
Valor de Variação de h
x
(m) (m)
0 6,00
2 5,77
4 5,54
6 5,29
8 5,03
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10 4,76
12 4,47
14 4,16
16 3,83
18 3,46
20 3,06
22 2,58
24 2,00
6
4
2
0
0 5 10 15 20
Comprimento (m)
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Sendo:
hc= altura da água subterrânea no centro (m)
he= altura a uma determinada distância do centro (m)
W= largura da área a ser infiltrada (m)
T= transmissibilidade = K (H + hc/2) = K.H
Re= taxa de recarga (m/dia)
K= condutividade hidráulica do solo (m/dia)
Exemplo 37.15
Uma bacia retangular de recarga tem largura W= 70m e a taxa de recarga é Re= 0,6m/dia. Foi observado em
campo que he= 0,10m K= 2,40m/dia H= 150m. Achar hc.
Nota: o valor de H tem que ser bem maior que o valor de W para as hipóteses de Dupuit-Forchheimer serem
válidas.
hc= he + Re W2 /(8.K.H)
hc= 0,1 + 0,6 x 70 x 70 / ( 8 x 2,40 x 150)= 1,10m
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Figura 37.18- Trincheira de exfiltração. Observar a altura H, a largura W e que o fundo está no minimo a 1,20m do lençol freático.
O tubo perfurado recebe a água que será infiltrada no fundo e nas paredes (metade de H).
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A seção mais eficiente tem 1m de largura por 2m de profundidade, devendo o lençol freático estar no
minimo a 1,20m do fundo da trincheira.
Ainda conforme Chin, 2000 o tubo perfurado instalado ser for de aço deve ter no mínimo 320
perfurações / m2, sendo as perfurações de diâmetro de 0,95mm.
A taxa de infiltração será:
N= Q/ (L x W)
Sendo:
N= taxa de infiltração (m/dia)
L= comprimento da trincheira (m)
Q= vazão que é bombeada ou injetada na trincheira (m3/dia)
Sendo:
hm =é a máxima altura do lençol freático no tempo t em relação a base (m)
hi= espessura do lençol freático
N= taxa de recarga (m/dia)
t= tempo (horas)
K= condutividade hidráulica do aqüífero (m/dia)
W= largura da trincheira (m)
L= comprimento da trincheira (m)
ν = parâmetro (m2/dia)
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Exemplo 37.16
Seja um aqüífero com espessura b=10,7m com condutividade hidráulica K= 107m/dia e porosidade efetiva
Sy= 0,2.
Vamos aplicar sobre o mesmo um trincheira de exfiltração e queremos saber embaixo da mesma,
como sobe o lençol freático, sabendo-se que o mesmo está a 5,00m da superfície do solo.
O solo não saturado tem condutividade hidráulica Kt= 12m/dia.
Supomos que a trincheira está enterrada 0,50. Isto é, sobre a mesma existe altura de solo local de
0,50m.
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Queremos infiltrar no aqüífero 207m3/dia de água bombeada diretamente para um tubo perfurado que
está no meio da trincheira.
Supomos que os agregados na trincheira tenham mais de 2,5cm a 7,5cm e que haja furo suficiente
para a exfiltração das águas pluviais.
Supomos que a largura da trincheira W= 1,00m e que a profundidade da mesma H= 2,00m
L= Q/ [ Kt (W + H)]
L= 207/ [ 12 (1 + 2)]= 5,75m Adoto L=6m
A taxa de infiltração será:
N= Q/ (L x W)
L= 6m
N= 207/ (6 x 1)=34,5 m/dia
O parâmetro ν será:
ν = Kx b / Sy= 107 x 10,7 / 0,2 = 5.724,5 m2/dia
b1= 0,5 x [ hi + h(t)]
Hantush, 1967 in Chin, 2000 obteve a seguinte equação:
hm2 (t)= hi 2 + ( 2Nx ν x t/K) x S* ( W/ (8 ν t) 0,5 , L/ (8 ν t) 0,5)
hm (t)= 10,7 + ( 2x34,5x 5725 x t/107) x S* ( 1 / (8 x5725 t) 0,5 , 6/ (8 x 5725 t) 0,5)
2 2
Internet
Uma outra maneira é entrar na internet no site e calcular
http://www.aqtesolv.com/forum/rmound.asp
Achamos 10,8m
Poderemos também variar o tempo de 1 dia para 10 dias, 100dias, 1.000dias, 10.000dias, mas a
altura de 10,80m permanecerá estável.
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0,50m
2,00m
Lençol 1,00m
freático
1,85m
10,7m
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Vamos usar o gráfico de Bianchi e Muckel, 1970 da Figura (37.21) e para isto precisamos achar o
coeficiente:
L / ( 4.T. t /S) 0,5= valor A
Sendo:
L= comprimento (m).
S= porosidade efetiva
t= tempo (dias)
T= transmissibilidade (m2/dia)
Entrando no gráfico com x/L=0,5 e o valor A, isto é, queremos a altura do lençol no meio da bacia de
infiltração e achamos:
h.S/ w. t = valor B
Tirando o valor de h temos:
h= (valor B) . w. t / S
Portanto, no meio da bacia de infiltração o lençol freático sobe em t dias a altura h.
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Figura 37.21 Gráfico adimensional para cálculo de altura de água infiltrada em área de recarga
quadrada
Fonte: Todd, 1980.
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Exemplo 37.17
Uma bacia de infiltração de forma quadrada tem 100m de lado, taxa uniforme de recarga de 0,5m/dia,
transmissibilidade de 800m2/dia, porosidade efetiva do solo de 0,15 conforme Todd, 1980.
Achar a altura que aumenta o lençol freático na borda da bacia após 15dias.
L= 100m S= 0,15 t= 15dias S=0,15 w= 0,5m/dia T= 800m2/dia
Vamos usar o gráfico de Bianchi e Muckel, 1970 da Figura (37.21) e para isto precisamos achar o
coeficiente:
L / ( 4.T. t /S) 0,5=100 / ( 4 x 800 x 15 /0,15) 0,5 = 0,18
Entrando no gráfico com x/L=0,5, isto é, queremos a altura do lençol no meio da bacia de infiltração e
achamos:
h.S/ w. t = 0,07
Tirando o valor de h temos:
h= 0,07 . w. t / S
h= 0,07 x 0,5 x 15 / 0,15 = 3,50m
Portanto, no meio da bacia de infiltração o lençol freático sobe em 15dias a altura de 3,5m.
Exemplo 37.18
Uma bacia de infiltração de forma quadrada com 5m de lado, taxa uniforme de recarga de 34,5m/dia,
transmissibilidade de 800m2/dia, porosidade efetiva do solo de 0,2.
Achar a altura que aumenta o lençol freático na borda da bacia após 1dias.
L= 5m S= 0,2 t= 15dias S=0,2 w= 34,5m/dia
K= 107m/dia
D= espessura do aqüífero= 10,7m
Entrando no gráfico da Figura (37.21) com x/L=0,5, isto é, queremos a altura do lençol no meio da
bacia de infiltração e achamos:
h.S/ w. t = 0,001
Tirando o valor de h temos:
h= 0,07. w. t / S
h= 0,001 x 34,5 x 1 / 0,2 = 0,17m
Portanto, no meio da bacia de infiltração o lençol freático sobe em 1dias a altura de 0,17m.
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A Figura (37.25) mostra a instalação de tubos perfurados para infiltração no solo e a Figura (37.26) é
um corte transversal da caixa de pedra para micro-drenagem com tubos perfurados.
Figura 37.26- Corte transversal da caixa de pedra para micro-drenagem com tubos perfurados
Sendo:
Cd= coeficiente de descarga = 0,62
A= área do orifício (m2)
g= aceleração da gravidade (m/s2)
h= altura (m)
Devido a complexidade para adotar a equação do orifício, Ontário, 2003 Paul Wisner e associados
em 1994 apresentaram a Equação (37.2) aproximada que depende da área perfurada por metro de tubo, da
declividade do tubo e da vazão de entrada que fornece bons resultados.
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Nota: a Equação (37.2) foi baseada em tubos de 300mm e com perfurações de 12,7mm e 7,9mm.
Deve ser ter cuidado em usar a equação para diâmetros muito grandes ou tubos com perfurações
muito grande. Usando a Equação (37.2) pode ser feito tabelas para se obter a exfiltração.
Exemplo 37.20
Seja uma galeria de águas pluviais com 130m com tubos perfurados de diâmetro de 200mm com cinqüenta
perfurações de 12,7mm de diâmetro por metro de tubo e assentados com declividade de S=0,5%. As pedras
britadas que serão usadas são as de nº 3.
O bidim estará envolvendo a camada de pedra para evitar entupimento. A profundidade máxima da
caixa de pedras é de 1,50m
V= L x W x D x n x f (Equação 37.3)
Sendo:
V= volume de armazenamento (m3)
L= comprimento da tubulação perfurada (m)
W= largura da caixa de pedra nº 3 (m)
D= profundidade da caixa de pedra (m)
f= 0,75 = fator de longevidade para o solo nativo
n= 0,40=espaço vazio nas pedras.
O critério usando em Ontário, 2003 é que o volume de armazenamento deverá ter no mínimo 5mm
da área da bacia e no máximo 25mm.
Pode-se usar na prática o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais:
WQv=(P/1000) x Rv x A.
Portanto, V=WQv.
Exemplo 37.21
Sendo a área de 1ha, com área impermeável de 70% AI=70% achamos o volume WQv.
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Supor comprimento L=130m, altura de D=1,50 e largura de W=3,00m e índice de vazios n=0,40 e f=0,75.
V= L x W x D x n x 0,75 x f
V= 130 x 3,0x 1,50 x 0,40 x 0,75 = 176m3 >170m3 OK.
Sendo:
Q= vazão (m3/s) dependente do volume V
P= taxa de percolação (mm/h)
L= comprimento (m)
D= profundidade (m)
W=largura (m)
n= índice de vazios= 0,4
f= fator de longevidade conforme Tabela (37.15)
Exemplo 37.22
Calcular a vazão infiltrada na caixa de pedra britada com 130m de comprimento, profundidade da caixa de
pedra de D=1,50m, largura da caixa de pedra W= 3,00m e taxa de percolação P= 50mm/h.
Q= f x ( P/3600000) x (2L x D +L x W) x n
Q= 0,75 x (50/3600000) x (2x 130x 1,50 + 130 x 3,00) x 0,4= 0,00325m3/s = 3,25 L/s
Será infiltrado no solo 0,00325m3/s e se a entrada de águas pluviais for maior que este valor haverá
overflow sendo a vazão de água encaminhada para uma galeria de águas pluviais convencional ou para um
córrego mais próximo.
A Figura (37.27) mostra uma galeria de micro-drenagem onde há tubos perfurados para infiltração no
solo. A idéia central é que grande parte das águas pluviais sejam infiltradas no solo.
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Capítulo 37- Drenagem e recarga
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Figura 37.27- Perfil de galeria de águas pluviais com tubos perfurados aplicado na cidade de
Etobicoke. Fonte: Ontário, 2003
O professor dr. Engenheiro civil José Bernardes Felex conhece Etobicoke e juntamente com o
falecido dr. Chaves construíram na década de 1980 na cidade de Ribeirão Preto cerca de 4km de rede de
águas pluviais com infiltração no solo. O solo é argiloso com baixa taxa de infiltração, mas apesar de não
haver diminuição de custo, houve melhoria com o retardo do pico de enchente.
O dr. Felex nos 1970 projetou na rua Xavier de Toledo e outras no centro de São Paulo sistema de
água pluviais onde instalou canaleta com 0,30m x 0,30m abaixo da sarjeta e usou grelhas de maneira que a
água não é vista na rua, pois ela entra por toda a canaleta seguindo depois para as galerias de águas
pluviais. Disse-me que usou Tr=10anos e que foi aluno do prof. dr. Kokei Uehara. Informou ainda que teve
grandes problemas na Ladeira Porto Geral.
O dr. Felex foi também conselheiro do FHWA dos Estados Unidos.
37.22 Custos
Apesar de uma parte das águas pluviais se infiltrarem a redução dos custos de uma micro-drenagem
com tubos perfurados economiza somente 10% do custo dos tubos.
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Capítulo 38- Método do SCS
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Capítulo 38
Método do SCS
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Capítulo 38- Método do SCS
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
38.1 Introdução
38.2 Hidrograma unitário
38.3 Hidrograma unitário sintético curvilíneo e triangular
38.4 Convolução
38.5 Uso do SCS
38.6 Tempo de pico pelo Método Colorado
38.7 Aplicação na bacia do rio Baquirivu-Guaçu em Guarulhos
38.8 Fórmula Califórnia Culverts Practice
23 páginas
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Tempo de concentração tc
É o tempo decorrido deste o término da chuva até o ponto de inflexão no trecho
descendente do hidrograma.
Conforme Ven Te Chow, 1988 p. 229 o Soil Conservation Service (SCS) após estudos
em um quantidade muito grande de pequenas e grandes bacias mostraram que
aproximadamente vale a seguinte relação:
ou seja
Sendo:
Qp= vazão de pico (m3/s);
A= área da bacia (km2) e
ta= tempo de ascensão em horas que vai do inicio da chuva até a vazão de pico do hidrograma
conforme Figura (38.1).
Nota: o valor 2,08 é usado pelo SCS como uma média geral e que corresponde nas unidades inglesas ao fator de pico (PF) igual a 484, mas
para regiões planas com poças de água e declividades menores ou iguais a 2% poder-se-ia usar o valor 300 que corresponde nas unidades SI
que estamos usando de 1,29 substituindo o valor de 2,08. Nos Estados Unidos em regiões costeiras planas é usado o valor 1,29 ao invés de
2,08, fornecendo valores menores de pico.
O Estado da Geórgia nos Estados Unidos fornece uma equação aproximada da curva:
Q/Qp = [ t/tp x exp( 1- t/tp)] X
O valor de X depende do coeficiente adotado. Para o coeficiente 2,08 o valor de X=3,79 e para o coeficiente 1,29 o valor de
X=1,50. Portanto, existem duas curvas um pouco diferente. Para nossos cálculos não usaremos a equação aproximada do Estado da Geórgia.
O prof. dr. Kokei Uehara para bacias rurais no Estado de São Paulo achou o coeficiente 1,84 ao invés de 2,08.
Duração da chuva D
O valor da duração da chuva unitária D.
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Tabela 38.1- Hidrograma unitário curvilíneo adimensional do SCS conforme McCuen, p.537
t/tp Q/Qp
0,00 0,000
0,10 0,030
0,20 0,100
0,30 0,190
0,40 0,310
0,50 0,470
0,60 0,660
0,70 0,820
0,80 0,930
0,90 0,990
1,00 1,000
1,10 0,990
1,20 0,930
1,30 0,860
1,40 0,780
1,50 0,680
1,60 0,560
1,70 0,460
1,80 0,390
1,90 0,330
2,00 0,280
2,20 0,207
2,40 0,147
2,60 0,107
2,80 0,077
3,00 0,055
3,20 0,040
3,40 0,029
3,60 0,021
3,80 0,015
4,00 0,011
4,50 0,005
5,00 0,000
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38.4 Convolução
Segundo McCuen, 1998 o processo segundo o qual a chuva de projeto é combinada
com a função de transferência para produzir o hidrograma do escoamento superficial é
chamado de convolução. Conceitualmente convolução é o processo de multiplicação,
translação do tempo e adição.
No processo dito de convolução o hidrograma unitário em cada incremento de tempo é
multiplicado pela chuva excedente no tempo especificado. Teremos então a multiplicação,
translação e adição.
A melhor maneira de se explicar a convolução é mostrar o Exemplo (38.1).
Exemplo 38.1- Calcular a vazão de pico A área da bacia tem 3,69km2, o talvegue mede
1730m com CN da área permeável igual a 67. A fração de impermeabilização f=0,5 e a
declividade média S=0,03059m/m.
Número da curva CN
CNp= 67
CNw= 67 (1-f)+ 98 x f= 67 x (1-0,5) + 98 x 0,5= 82,5
Portanto, o CNw composto é igual a 82,5.
Tempo de retardo
Como a área da bacia é menor que 8km2 podemos usar a Equação (38.8) para achar o
tempo de retardo tp em horas.
tp= [ L 0,8 . (2540 – 22,86 . CN ) 0,7 ] / [(14104 . CN 0,7 . S 0,5 }
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tp= [ 1730 0,8 . (2540 – 22,86 . 82,5 ) 0,7 ] / [(14104 . 82,50,7 . 0,03059 0,5 ]
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52,31 8,78
56,34 7,96
60,36 6,94
64,38 5,71
68,41 4,69
72,43 3,98
76,46 3,37
80,48 2,86
88,53 2,11
96,58 1,50
104,63 1,09
112,67 0,79
120,72 0,56
128,77 0,41
136,82 0,30
144,87 0,21
152,91 0,15
160,96 0,11
181,08 0,05
201,20 0,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00
Tempo em minutos
Figura 38.3- Hidrograma unitário sintético do SCS para a bacia com área de 3,69km2 com duração de
chuva de 10min e chuva excedente de 1cm.
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Tabela 38.3- Chuva excedente obtida pelo número da curva CN=82,5. Foi usado
hietograma conforme Huff 1º quartil com 50% de probabilidade. A equação da chuva é
de Martinez e Magni, 1999 para Tr=25anos com precipitação para chuva de 2h de
85,1mm
Tempo HUFF 1º Q Precipitação Total Chuva excedente
50% P Por faixa Acumulado acumulada por faixa
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
(min) (%) mm mm mm mm
10 0,132 11,2 11,2 0,0 0,0
20 0,274 23,3 34,5 7,3 7,3
30 0,208 17,7 52,2 18,0 10,8
40 0,116 9,9 62,1 25,0 7,0
50 0,071 6,0 68,1 29,6 4,5
60 0,053 4,5 72,6 33,1 3,5
70 0,046 3,9 76,6 36,2 3,1
80 0,028 2,4 78,9 38,1 1,9
90 0,024 2,0 81,0 39,7 1,7
100 0,024 2,0 83,0 41,4 1,7
110 0,016 1,4 84,4 42,5 1,1
120 0,008 0,7 85,1 43,1 0,6
1 85,1 43,1
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Tabela 38.4- Hidrograma da cheia da bacia de 3,69km2 usando chuva excedente calculada pelo número
da curva CN=82,5 com chuva de 2h, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e período
de retorno de 25anos, com 85,1mm da fórmula de Martinez e Magni, 1999.
Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Tempo 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 soma Vazão de Hidrogra
(min) Hidrograma base ma
Chuva excedente em cm devido a chuva de 2h obtida pelo número da curva CN=82,5
unitário-
(m3/s) (m3/s)
3
(m /s) 0,000 0,727 1,075 0,701 0,454 0,349 0,309 0,191 0,165 0,166 0,112 0,056 4,3
0 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
10 1,47 0,00 0,00 0,5 0,50
20 4,75 0,00 1,07 1,07 0,5 1,57
30 8,88 0,00 3,45 1,58 5,03 0,5 5,53
40 10,20 0,00 6,45 5,10 1,03 12,59 0,5 13,09
50 9,19 0,00 7,41 9,55 3,33 0,67 20,95 0,5 21,45
60 7,03 0,00 6,68 10,97 6,22 2,16 0,51 26,54 0,5 27,04
70 4,41 0,00 5,11 9,88 7,15 4,03 1,66 0,45 28,28 0,5 28,78
80 2,92 0,00 3,21 7,56 6,44 4,63 3,10 1,47 0,28 26,68 0,5 27,18
90 2,00 0,00 2,12 4,74 4,93 4,17 3,56 2,75 0,91 0,24 23,42 0,5 23,92
100 1,33 0,00 1,45 3,14 3,09 3,19 3,21 3,15 1,69 0,78 0,24 19,96 0,5 20,46
110 0,89 0,00 0,96 2,15 2,05 2,00 2,45 2,84 1,95 1,46 0,79 0,16 16,82 0,5 17,32
120 0,58 0,00 0,64 1,43 1,40 1,33 1,54 2,17 1,75 1,68 1,48 0,53 0,08 14,04 0,5 14,54
130 0,39 0,00 0,42 0,95 0,93 0,91 1,02 1,36 1,34 1,52 1,70 0,99 0,27 11,41 0,5 11,91
140 0,26 0,00 0,28 0,63 0,62 0,60 0,70 0,90 0,84 1,16 1,53 1,14 0,50 8,90 0,5 9,40
150 0,18 0,00 0,19 0,42 0,41 0,40 0,46 0,62 0,56 0,73 1,17 1,02 0,57 6,55 0,5 7,05
160 0,12 0,00 0,13 0,28 0,27 0,26 0,31 0,41 0,38 0,48 0,73 0,78 0,51 4,56 0,5 5,06
170 0,08 0,00 0,09 0,19 0,18 0,18 0,20 0,27 0,25 0,33 0,49 0,49 0,39 3,07 0,5 3,57
180 0,05 0,00 0,06 0,13 0,12 0,12 0,14 0,18 0,17 0,22 0,33 0,33 0,25 2,04 0,5 2,54
190 0,03 0,00 0,04 0,09 0,08 0,08 0,09 0,12 0,11 0,15 0,22 0,22 0,16 1,37 0,5 1,87
200 0,00 0,00 0,02 0,06 0,06 0,05 0,06 0,08 0,07 0,10 0,15 0,15 0,11 0,91 0,5 1,41
210 0,00 0,00 0,00 0,03 0,04 0,04 0,04 0,05 0,05 0,06 0,10 0,10 0,07 0,59 0,5 1,09
220 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,02 0,03 0,04 0,03 0,04 0,07 0,06 0,05 0,37 0,5 0,87
230 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,02 0,03 0,04 0,04 0,03 0,23 0,5 0,73
240 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,03 0,02 0,14 0,5 0,64
250 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,09 0,5 0,59
260 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,05 0,5 0,55
270 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,5 0,53
280 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02 0,5 0,52
290 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,5 0,51
300 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
310 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
320 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
330 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
340 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
360 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
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Hidrograma de cheia
Vazão em m3/s
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0 100 200 300 400
Tempo em minutos
O volume total na bacia de 3,69km2 pode ser calculado pelo runoff de 43mm.
Volume= (43mm/1000) x 3,69km2 x 100ha x 100000m2= 156.670m3
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Sendo:
L1= comprimento (km)
S1= declividade (m/km)
S= declividade (m/km)
Exemplo 38.2
Achar a declividade média ponderada com L1= 0,50km L2= 1km e L3= 1,5km e S1=
0,007m/m S2= 0,005m/m e S3= 0,0019 m/m.
Usando a Equação (38.12) temos:
S= [ (L1 . S1 0,24 + L2 . S2 0,24 +...) / ( L1 +L2 + ....) ] 4,17
S= [ (0,5 . 0,007 0,24 + 1,00 . 0,005 0,24 +.1,50. 0,0019 0,24..) / ( 0,50 +1,00 +1,50) ] 4,17
S=0,0533m/m
Exemplo 38.3
Achar a declividade média ponderada com L1= 0,55km L2= 0,32km e L3= 0,27km L4=
0,36km L5= 0,23km e S1= 0,0109m/m S2= 0,0375m/m S3= 0,0185m/m. S4= 0,0306m/m
S5= 0,213m/m.
Tabela 38.6- Cálculo da declividade média ponderada
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Exemplo 38.4
Achar a declividade média ponderada conforme DAEE com L1= 0,55km L2= 0,32km e L3=
0,27km L4= 0,36km L5= 0,23km e S1= 10,9m/km S2= 37,5m/km S3= 18,5m/km. S4=
30,6m/km
S5= 0,213m/m.
Exemplo 38.5
Achar o tempo de retardamento tp do hidrograma unitário em horas, sendo L=1,730km Lcg=
0,84km, S=0,0192 m/m e Área impermeável Ia = 50%.
Conforme Figura (38.5) entrando na abscissa com a área impermeável de 50% em
porcentagem obtemos o coeficiente Ct =0,089
Usando a Equação (38.11) temos:
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48
tp= 0,637 . 0,089 [ 1,73. 0,89 / 0,0192 0,5] 0,48
tp= 0,18h = 10,7min
Exemplo 38.6
Achar o tempo de retardamento tp do hidrograma unitário em horas, sendo L=2,06km Lcg=
0,84km, S=0,102 m/m e Área impermeável Ia = 44%.
Conforme Figura (38.5) entrando na abscissa com a área impermeável de 44% em
porcentagem obtemos o coeficiente Ct =0,091
Usando a Equação (38.11) temos:
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48
tp= 0,637 . 0,091 [ 2,06. 0,84 / 0,102 0,5] 0,48
tp= 0,13h = 7,8min
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Para chuvas menores que 24h o próprio DAEE usou a Equação de Nelson Luiz Goi
Magni e Felix Mero em 1986. Usaremos entretanto a equação de Martinez e Magni que é a
mais recente, datando de 1999.
Quanto à distribuição espacial das chuvas, adotamos a equação de Paulhus, ou seja,
mesmo critério do DAEE, cuja precipitação é atenuada para áreas acima de 25km2.
Párea= Pponto x K
Vazões de pico
Foram calculadas as vazões de pico para períodos de retorno: 2anos; 5anos; 10anos;
50anos e 100 anos para:
• Córrego Baquirivu-Mirim
• Córrego Cocho Velho
• Córrego Água Suja
• Córrego Tanque Grande
• Córrego Guaraçau
O método de cálculo utilizado foi o SCS, usando chuva excedente pelo número da
curva CN.
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Capítulo 38- Método do SCS
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Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAAE para pequenas
barragens e é a mais usada para áreas acima de 1km2.
tc= 57 . L1,155 . H-0,385 (Equação 38.14)
Sendo:
tc= tempo de concentração (min);
L= comprimento do talvegue (km);
H= diferença de cotas entre a saída da bacia e o ponto mais alto do talvegue (m).
Exemplo 38.7
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s
Tempo de retardamento
Para o cálculo do tempo de retardamento tp foi usada a relação do SCS elaborada por
Ven Te Chow.
tp= 0,6 x tc
O comprimento do talvegue e as declividades foram obtidas usando plantas
aerofotogramétricas da bacia do rio Baquirivu Guaçu em Guarulhos.
Foram usadas durações de chuva próximas do tempo de concentração.
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Capítulo 38- Método do SCS
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38-23
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 39-Routing do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 12 de maio de 2010
Capítulo 39
Routing do reservatório
“Aquele que aprendeu dimensionar um reservatório de detenção age como uma
criança de 12 ou 13 anos; arranja uma namoradinha e acha que descobriu o amor,
esquecendo que seus pais, avós, bisavós etc, já o descobriram há muito tempo. Os
chineses já conheciam os piscinões há milhares de anos”
Prof. dr. Kokei Uehara, 1998
39-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 39-Routing do reservatório
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
39.1 Introdução
39.2 Método modificado de Pulz
39.3 Interpolação linear
39.4 Routing do reservatório de detenção do Pacaembu
39-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 39-Routing do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 12 de maio de 2010
39.1 Introdução
Não existe uma palavra na língua portuguesa que substitua o termo routing da língua
inglesa.
Routing é o processo que determina espacialmente e no tempo as variações de vazões
ao longo de um curso d’água (Chin,2000 p. 387). A palavra routing às vezes é usada o termo
flow routing ou o termo flood routing.
Os modelos denominados routing são classificados em dois tipos lumped ou
distributed.
Nos modelos lumped a hidrógrafa de saída é obtida através da hidrógrafa de entrada.
Nos modelos distributed obtém-se por pontos a vazão entre a montante e a jusante, obtendo-se
a vazão de montante.
Os modelos denominados flow routing lumped são chamados routing hidrológicos e os
modêlos de flow routing distributed são chamados de routing hidráulico.
No routing hidrológico, no caso de reservatórios de detenção, é indicado o método de
armazenamento ou seja o método modificado de Pulz elaborado em 1928. Para os casos de
canais é usado o método de Muskingum(Chin,2000).
Para o dimensionamento de um reservatório de detenção, temos como conhecido a
hidrógrafa da vazão de entrada calculada, por exemplo, pelo método Santa Bárbara e as
curvas dos órgãos de controle (vertedores retangulares ou/e orifícios).
Queremos obter a hidrógrafa de saída do reservatório.
O volume do reservatório é achado por tentativas. McCuen, 1998 salienta na p. 643
que os procedimentos para o dimensionamento de um reservatório de detenção é feito por
tentativas. O método do routing é usado somente para verificação, podendo acontecer dois
casos. No primeiro caso existe o reservatório e queremos verificar as estruturas de saída para
diferentes períodos de retorno, diferentes usos do solo etc. No outro caso não sabemos o
volume do reservatório de detenção. Faz-se um dimensionamento preliminar e por tentativas
se estudam os dispositivos de saída, tais como orifícios e vertedores. É um processo
interativo.
onde:
I= vazão de entrada
Q= vazão de saída
S= volume armazenado
t= tempo
39-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 39-Routing do reservatório
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Aproximadamente temos:
dS ΔS
------ ≈ ------------
dt Δt
I . Δt - Q . Δt = ΔS
(I1 + I2) Q1 1
--------- Δt + S1 - ------------- Δt = S2 + -------- Q2 Δt
2 2 2
( I1 + I2 ) + ( 2 S1 / Δt - Q1 ) = ( 2 S2 / Δt + Q2 ) (Equação 39.2)
sendo:
Na Equação (39.2) os valores de I1, I2, Q1, S1 são conhecidos em qualquer tempo t e os
valores Q2 e S2 são desconhecidos.
39-4
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(3) Para qualquer intervalo de tempo calcule (I1 + I2) da hidrógrafa de entrada e [2S1/
Δt – Q1] da condição inicial ou do tempo prévio.
(5) Obtenha Q2 do gráfico obtido em (2). Este será a vazão de saída no tempo t2.
(6) Para o próximo passo, calcule [ 2 S2/ Δt - Q2] subtraindo 2 Q2 de [ 2 S2/ Δt + Q2] e
volte para a etapa (3). Obviamente o valor de [2 S2/ Δt – Q2] calculado em
qualquer tempo será [ 2 S1/ Δt – Q1] para o próximo passo.
(7) Repita o mesmo procedimento até que o método de routing esteja completo
( x- x2 ) ( x - x1 )
y=- ---------------------------- y1 + --------------------------------- y2 (Equação 39.3)
( x1 - x 2 ) ( x 2 - x1 )
Onde x1, x2, y1 e y2 são os pontos dados e queremos o valor de y para o ponto x,
devendo o mesmo ser interpolado entre x1 e x2.
39-5
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Exemplo 39.1
Seja a Tabela (39.1) onde são fornecidos os valores de (2S / Δt + Q ) e as vazões.
Seja A247 o número 20,000 da planilha Excel e B247 o valor igual a 0. Suponha que
os dados estejam numa planilha em ordem crescente.
Tabela 39.1- Valores de (2S / Δt + Q ) e das vazões respectivas, usando interpolação com
planilhas Excel da Microsoft
(2S / Δt + Q ) vazões
39-6
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Δt +
Q)
(1) (2) (3)
Entrada Posição Cálculo interpolação linear
C247= CORRESP(C247;$A$247:$A$271)1 (c247-ÍNDICE($A$247:$A$271;
1,51 E286+1))*ÍNDICE($B$247:$B$271;E286)/(ÍNDICE($A$247:$A$271;E286)-
ÍNDICE($A$247:$A$271;E286+1))+(D286-
ÍNDICE($A$247:$A$271;E286))*ÍNDICE($B$247:$B$271;E286+1)/(ÍNDICE($A$247:$A$271;E286+1)-
ÍNDICE($A$247:$A$271;E286)) =0,0183
7,30 1 0,0880
18,41 1 0,2220
34,52 1 0,4163
56,68 1 0,6835
87,42 2 0,8726
129,21 3 1,0706
183,63 3 1,2823
249,01 5 1,4952
320,83 6 1,7011
396,72 7 1,8897
476,35 8 2,0707
557,82 10 2,2451
637,85 11 2,3977
714,58 12 2,5349
787,40 13 2,6650
856,05 14 2,7788
920,52 15 2,8836
980,49 16 2,9720
1035,40 17 3,0603
1085,45 18 3,1293
1131,40 19 3,3870
1173,42 20 3,8298
1211,40 20 4,4861
1245,18 21 5,1219
1275,15 21 5,7756
1301,59 22 6,3708
1324,80 22 6,9599
1344,77 22 7,4668
1361,48 23 7,8971
1375,01 23 8,2821
Exemplo 39.2
Achar a hidrógrafa de saída do piscinão do Pacaembu em São Paulo, usando a
hidrógrafa de entrada calculada pelo método Santa Barbara.
Vamos seguir o método explicado por (Akan,1993 p.129), (Wanielista et al., 1997
p.319) e por (McCuen,1998 p.628).
Primeiramente vamos calcular a Tabela (39.3) onde estão as relações altura-vazão. As
vazões no orifício e vertedor dependem somente da altura do reservatório.
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Temos o orifício de 0,50m de altura por 1,00m de comprimento. Até a altura de 0,50m
funcionará como um vertedor de largura 1,00 e Q=1,83 x L x H^1,5.
Após ultrapassar a altura de 0,50m funcionará como orifício sendo que as vazões
serão:
Q orifício = 0,62 x (0,50 x 1,00) x [2 x 9,81 x (h-0,50)] 0,5
Observando-se que na altura h temos que descontar os 0,50m para ter a carga sobre o orifício.
Cuidado não errar!.
Para o vertedor o mesmo começa na cota 3,60m onde a vazão é zero.
Qvertedor= 1,83 x L x H 1,5
Qvertedor= 1,83 x 2,0 x (H-3,60) 1,5
Observando-se que a altura no vertedor é sobre a crista do mesmo, devendo ser descontando
da altura h o valor de 3,60m. Cuidado não errar!.
O volume do reservatório é fixado por tentativas. Faz-se um dimensionamento
preliminar e depois o routing do reservatório.
Devido as galerias na avenida Pacaembu a vazão dos órgãos de controle, isto é, do
orifício e do vertedor deverá ser de aproximadamente 13m3/s. Fixemos também a altura em
que isto dará 5,60m.
Para resolver o problema temos que arbitrar um valor para o reservatório e depois
achar a hidrógrafa e ver se o pico da mesma não ultrapassa de 13 m3/s.
Vamos supor que após dimensionamento preliminar achamos o volume do
reservatório de 94.000m3. Sendo a altura máxima de 5,60m teremos a área da seção
transversal que será igual ao volume dividido pela altura ou seja 94.000m3/5,60m = 16.786 m2
.
Todos os cálculos estão na Tabela (39.4). Na primeira coluna temos as alturas com
intervalos de 0,20m variando de 0 a 60.
Na coluna 2 temos as vazões de descarga combinada do orifício com o vertedor.
Na coluna 3 temos o volume armazenado em cada cota. Para a cota 0,60m o volume
armazenado será 0,60 x 16.786 =10.071m3.
A coluna 4 está a relação (2S/ Δt + Q), sendo S o armazenamento e Δt = 150s que já
foi determinado quando foi feita a hidrógrafa de entrada usando o método Santa Bárbara.
Como exemplo, para a altura 0,20m a vazão do orifício e vertedor será de 0,16m3/s e o
volume S=3.357m3.
Para o cálculo da relação teremos:
39-8
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39-9
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1 2 3 4
0,00 0,00 0,00 0,00
0,20 0,16 3357 44,93
0,40 0,47 6714 89,99
0,60 0,43 10071 134,72
0,80 0,75 13429 179,80
1,00 0,97 16786 224,78
1,20 1,15 20143 269,72
1,40 1,30 23500 314,64
1,60 1,44 26857 359,54
1,80 1,57 30214 404,42
2,00 1,68 33571 449,30
2,20 1,79 36929 494,17
2,40 1,89 40286 539,04
2,60 1,99 43643 583,89
2,80 2,08 47000 628,75
3,00 2,17 50357 673,60
3,20 2,26 53714 718,45
3,40 2,34 57071 763,29
3,60 2,42 60429 808,13
3,80 2,82 63786 853,30
4,00 3,50 67143 898,74
4,20 4,35 70500 944,35
4,40 5,34 73857 990,11
4,60 6,46 77214 1035,98
4,80 7,68 80571 1081,97
5,00 9,01 83929 1128,06
5,20 10,42 87286 1174,23
5,40 11,93 90643 1220,50
5,60 13,51 94000 1266,84
5,80 15,17 97357 1313,26
6,00 16,90 100714 1359,76
Fonte: baseado em Akan,1993
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18
Vazão efluente (m3/s)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0 500 1000 1500
(2 S /Delta t + Q )
39-11
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A coluna 10 (2S2/ Δt – Q2) é igual a coluna 8 (2S2/Δt +Q2) menos 2 vezes a coluna 9
(Q2).
Desta maneira obtemos a hidrógrafa de saída que está na coluna 9 (Q2), donde
observamos que a vazão máxima é de 13,25 m3/s e se dá ao final de 1,33h. Observar que na
coluna 5 (I2) temos a hidrógrafa de entrada que tem o seu pico de 42,93m3/s que se dá 0,58h.
Podemos fazer um gráfico conforme Figura (39.2) colocando-se em abscissa as horas e
em ordenada as vazões de entrada e de saída obtidos pelo routing do reservatório de
94.000m3.
Observar que na Figura (39.2) o local onde as hidrógrafas de montante e de jusante se
encontram indica duas coisas: tempo que o reservatório chega ao volume máximo (t=1,33h) e
que a diferença entre as áreas fornece o volume do reservatório de detenção procurado.
A maneira mais prática de se achar o volume do reservatório é verificando a Tabela
(39.4) coluna 2 da curva cota-vazão com a vazão de saída 13,24m3/s e achamos o volume de
94.000m3 na cota 5,55m.
39-12
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Tabela 39.5- Routing do reservatório de detenção do Pacaembu para período de retorno T=25anos.
Fornecido a hidrógrafa de entrada I2 achamos a hidrógrafa de saída Q2, para um determinado volume de
reservatório fixado.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t1 t2 I1 I2 I1+I2 [2S /Δ t - Q ] [2S /Δt+Q ] Q 2 2S /Δt - Q2
3 3 3 1 1 2 2 2
Tempo (h) (h) (m /s) (m /s) (m /s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
1 0 0,04 0 1,51 1,51 0 1,51 0,01 1,50
2 0,04 0,08 1,51 4,31 5,82 1,50 7,33 0,03 7,27
3 0,08 0,13 4,31 6,98 11,29 7,27 18,56 0,07 18,42
4 0,13 0,17 6,98 9,57 16,55 18,42 34,97 0,13 34,71
5 0,17 0,21 9,57 13,42 22,99 34,71 57,70 0,25 57,20
6 0,21 0,25 13,42 18,69 32,11 57,20 89,32 0,46 88,40
7 0,25 0,29 18,69 24,85 43,54 88,40 131,93 0,44 131,06
8 0,29 0,33 24,85 31,71 56,55 131,06 187,61 0,79 186,03
9 0,33 0,38 31,71 36,24 67,95 186,03 253,98 1,09 251,81
10 0,38 0,42 36,24 38,57 74,81 251,81 326,62 1,34 323,94
11 0,42 0,46 38,57 40,72 79,29 323,94 403,23 1,56 400,11
12 0,46 0,50 40,72 42,69 83,41 400,11 483,51 1,76 479,98
13 0,50 0,54 42,69 42,93 85,62 479,98 565,60 1,95 561,70
14 0,54 0,58 42,93 41,59 84,52 561,70 646,22 2,12 641,99
15 0,58 0,63 41,59 39,93 81,52 641,99 723,51 2,27 718,98
16 0,63 0,67 39,93 37,97 77,90 718,98 796,87 2,40 792,08
17 0,67 0,71 37,97 36,01 73,98 792,08 866,05 3,01 860,03
18 0,71 0,75 36,01 34,03 70,03 860,03 930,06 4,08 921,89
19 0,75 0,79 34,03 31,70 65,73 921,89 987,62 5,29 977,04
20 0,79 0,83 31,70 29,16 60,86 977,04 1037,90 6,51 1024,87
21 0,83 0,88 29,16 27,01 56,17 1024,87 1081,04 7,66 1065,72
22 0,88 0,92 27,01 25,20 52,21 1065,72 1117,93 8,72 1100,50
23 0,92 0,96 25,20 23,59 48,79 1100,50 1149,28 9,66 1129,97
24 0,96 1,00 23,59 22,06 45,65 1129,97 1175,61 10,47 1154,67
25 1,00 1,04 22,06 20,69 42,75 1154,67 1197,42 11,18 1175,07
26 1,04 1,08 20,69 19,53 40,21 1175,07 1215,28 11,76 1191,77
27 1,08 1,13 19,53 18,47 37,99 1191,77 1229,76 12,24 1205,27
28 1,13 1,17 18,47 17,49 35,95 1205,27 1241,23 12,63 1215,96
29 1,17 1,21 17,49 16,40 33,89 1215,96 1249,85 12,93 1223,99
30 1,21 1,25 16,40 15,24 31,64 1223,99 1255,63 13,13 1229,38
31 1,25 1,29 15,24 14,08 29,32 1229,38 1258,70 13,23 1232,23
32 1,29 1,33 14,08 12,93 27,02 1232,23 1259,25 13,25 1232,75
33 1,33 1,38 12,93 11,96 24,90 1232,75 1257,65 13,20 1231,26
34 1,38 1,42 11,96 11,14 23,11 1231,26 1254,36 13,08 1228,20
35 1,42 1,46 11,14 10,45 21,59 1228,20 1249,79 12,93 1223,94
36 1,46 1,50 10,45 9,86 20,32 1223,94 1244,25 12,74 1218,78
37 1,50 1,54 9,86 9,37 19,23 1218,78 1238,01 12,52 1212,96
38 1,54 1,58 9,37 8,95 18,32 1212,96 1231,28 12,29 1206,69
39 1,58 1,63 8,95 8,60 17,55 1206,69 1224,24 12,05 1200,13
40 1,63 1,67 8,60 8,30 16,90 1200,13 1217,03 11,81 1193,40
41 1,67 1,71 8,30 7,88 16,18 1193,40 1209,58 11,57 1186,44
42 1,71 1,75 7,88 7,35 15,23 1186,44 1201,66 11,32 1179,03
43 1,75 1,79 7,35 6,90 14,25 1179,03 1193,29 11,04 1171,20
44 1,79 1,83 6,90 6,53 13,43 1171,20 1184,63 10,76 1163,10
39-13
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 39-Routing do reservatório
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39-14
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 39-Routing do reservatório
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50
Vazão (m3/s)
40
30
20
10
0
0 1 1 2 2 3 3
Tempo (h)
Figura 39.2- Hidrógrafa afluente com vazão de pico de 42,93m3/s e efluente com vazão
de pico de 13,24m3/s.
Fonte: baseado em Akan,1993
39-15
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 04 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 40
Balanço Hídrico em pequenas barragens
40-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 04 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
40-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 04 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
40.1 Introdução
É muito importante o balanço hídrico de uma barragem, pois pode haver muita evaporação e
infiltração na região havendo necessidade de se reexaminar o volume do reservatório.
Não adianta somente calcular o volume necessário para um empreendimento, pois o balanço
hídrico é vital em caso de retirada de água para irrigação ou para tratamento de água.
O objetivo é mostrar metodologia simplificada de aplicação do balanço hídrico de uma lagoa
de detenção alagada ou uma wetland localizada em bacias hidrográficas pequenas que variam de 10ha
a 250ha, para ver o comportamento da mesma durante um determinado tempo.
Em casos especiais, deverá ser feito estudo aprofundado e detalhado do balanço hídrico, com
análises mais rigorosas, conforme recomendado pelo Estado da Geórgia, 2001.
Salientamos que nosso estudo não se destina a outorgas onde se examinam as disponibilidades
hídricas, a demanda, a vazão de retorno e a vazão ecológica ambiental.
ΔV = Σ I – Σ O (Equação 40.1)
Sendo:
ΔV = variação de volume no tempo, que consideraremos de um mês (m3 ) .
Σ I = somatório dos volumes de água que entram no sistema isolado (m3)
Σ O = somatória dos volumes de água que saem do sistema isolado (m3)
ΔV = ΣI– ΣO
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40.4 Precipitação P
Trata-se da precipitação média mensal em milímetros obtida por pluviômetros na região.
40-4
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40.5 Runoff Ro
A precipitação caindo no solo, uma parte se infiltra, outra escoa, formando o escoamento
superficial, ou seja, o runoff. Num curto intervalo de tempo podemos deixar de considerar a
evapotranspiração.
Uma parte da precipitação fica aderida as folhas e a superfície impermeável e consideramos então
que 10% da precipitação fica retida por aderência e devido a isto que consideramos somente 90% do
runoff. Não consideramos o armazenamento em depressões e conforme o caso poderá ser levada em
conta.
Exemplo 40.1
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1500mm.
Rr= 1,37 (P- 388) 0,76
Rr= 1,37 (1500- 388) 0,76= 283mm
Em L/s x ha teremos:
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Q= A x K x G (Equação 40.3)
Sendo:
Q= infiltração (m3/dia)
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m2)
G= gradiente hidráulico (m/m)
K= condutividade hidráulica (m/dia) e estimado conforme Tabela (40.2).
Na prática podemos adotar para áreas planas o gradiente hidráulico G= 1 e para áreas com
declividade maiores que 4H: 1V gradiente hidráulico G= 0,5.
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Figura 40.2 - Lagoa de detenção alagada pode ser considerado um sistema aberto para o
balanço hídrico.
40-7
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Exemplo 40.3
Vamos considerar uma bacia em área residencial que tem A=10ha onde existe um reservatório
de detenção alagada com área de superfície AS=1007m2 de superfície. Supõe-se que a vazão de base
seja igual a Qb=0,032 litros/segundo x hectare.
A área impermeável é de AI=75% e existe um solo de silte argiloso margoso com
condutividade hidráulica de 4mm/h (0,10m/dia).
Conhecemos a precipitação anual de 1.488mm e a evaporação anual de superfície líquida de
1367mm.
Queremos saber como se comporta o reservatório durante o ano, especialmente nos mês de
pouca chuva e muita evaporação.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 75= 0,73
WQV= (P/1000) x A x Rv= (25/1000) x 10ha x 10000m2 x 0,73= 1813m3
Como o reservatório de detenção alagada tem um reservatório permanente e outro provisório
cada um com 50% de WQv, temos:
A profundidade adotado para o volume WQv= 1813m3 total é de 1,80m, sendo 0,90m para o
reservatório permanente e 0,90m para o reservatório temporário.
A área da superfície líquida AS= volume total / 1,80m= 1813/ 1,80= 1007m2 > 1000m2 que é
a área mínima adotada de superfície.
Runoff (Ro)
Considerando a bacia de área de 1007m2 como um sistema isolado, o volume de escoamento
mensal, ou seja, o runoff será:
Infiltração:
Para infiltração, admitimos que a condutividade hidráulica para solo franco argilo arenoso o
valor K=0,10m/dia = 4,0mm/h= 100litros/dia x m2.
Como se trata do fundo do reservatório supõe-se que 10% da área tem declividade maior que
1:4.
Dados do problema: G=1,0 (plano) e G=0,50 para a declividade maior que (4H:1V).
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Q= A x K x G (Equação 40.8)
Sendo:
Q= infiltração (m3/dia)
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m2)
G= gradiente hidráulico
K= 0,10m/dia (condutividade hidráulica)
Área do fundo do reservatório é suposta igual a área de superfície= 1007m2
90% 0,90 x 1007m2= 906m2
10% 0,10 x 1007m2= 101m2
Nota:
Não esquecer da definição de gradiente hidráulica que é a diferença de pressão no ponto 1
menos o ponto 2 dividido pela distancia entre os pontos. No caso de superfície plana o ponto 1 está na
parte superior e o 2 na perpendicular e a distancia é a mesma, daí ser G=1.
Em regiões de declividade teremos diferenças e adotamos nos cálculos G=0,5. É como se
fosse o seno do ângulo onde a hipotenusa fica sobre o terreno.
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Evaporação:
A evaporação é somente para a superfície da lagoa, visto que a consideramos um sistema
isolado. Trata-se da evaporação de superfície líquida, que geralmente é um pouco maior que a
evapotranspiração ETo.
Em caso de wetlands ou de muita vegetação poderíamos ter considerado uma parte de
evapotranspiração e outra de superfície líquida.
Para o mês de janeiro temos evaporação de 141mm:
Volume evaporado= (141mm/10000)=141m3/mês
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Vazão base
Conforme Método da Regionalização Hidrográfica de Pallos et al, a vazão base é calculada
da seguinte maneira para o Estado de São Paulo:
Q7,10= 0,75 x 0,632 x (0,4089 + 0,0332) x 0,1547 litros/segundo x ha= 0,032 litros/segundo x ha.
Para a área de 10ha a vazão base que chega até a bacia alagada será:
Qb= 0,032 L/s x ha x 10ha = 0,32 L/s
Durante 24h, ou seja, 86400 segundos teremos:
Nota:
A vazão base correntemente é muito difícil de ser obtida e se faz a hipótese de Qb=0.
A vazão base é importante para manter a represa sempre com água daí, o usual de usar bacia
alagada em áreas sempre maiores ou igual a 10ha e em alguns casos até acima de 20ha.
Balanço
Fazemos agora o balanço hídrico, isto é, consideremos o volume total que entra no sistema
isolado, ou seja na represa, menos o volume que sai.
Para o mês de janeiro temos:
Como o volume permanente da represa tem 1906m3, então o resto vai ser jogada fora, isto é, será
overflow.
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A represa então armazenará o volume de 906m3 para o próximo mês, que é o volume
permanente que ficara sempre constante, não ser nos meses de julho e agosto onde o volume chegará
respectivamente a 760m3 e 198m3, mas mesmo assim o reservatório não ficará seco.
Caso se queira melhorar o volume permanente uma solução seria impermeabilizar o fundo da
represa com argila impermeável. Fazê-la mais fundo é uma solução, mas as profundidades passarão
daquelas aconselhadas que variam de 0,90m a 1,80m para lagoa de detenção alagada.
40.12 Custos
O custo de uma bacia de detenção alagada está entre US$18/m3 a US$35/m3 e manutenção
entre 3% a 5% do custo total.
Exemplo 40.2
Calcular a estimativa de custo de implantação de uma lagoa de detenção alagada com 2000m3 de
volume.
C= 2000m3 x US$ 30/m3 = U$ 60.000
Manutenção: 5%
M= 0,05 x US$ 60.000= US$ 3000/ano
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Capítulo 41
Critério Unificado
“Em 1973 foi aprovado nos Estados Unidos uma lei contra proteção de desastres de enchentes, dando ênfase
a medidas não estruturais, encorajando e exigindo o seguro para enchentes de 100 anos de período de
retorno”.
TUCCI, 2002
41-1
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
41-2
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41.1 Introdução
Com objetivo de controlar enchentes, melhorar a qualidade das águas pluviais, proteger
os cursos de água contra erosão, usa-se o critério unificado, conforme a Tabela (41.1),
Figura (41.1) e Figura (41.2), podendo a sua aplicação ser isolada ou combinada.
41-3
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2
1
3
4
Sendo:
Rv= coeficiente volumétrico que depende da área impermeável Rv ≥ 0,14 (AI=10%)
AI= área impermeável da bacia em percentagem sendo AI ≥ 10%;
41-4
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A= área da bacia em m2 sendo A ≤ 100ha (1km2). Pode chegar até 2km2 conforme
Schueler, 2007.
P= precipitação adotada (mm) sendo mínimo P≥ 13mm. Adotamos P= 25mm para a
RMSP.
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3).
Valor de P
Para a cidade de Mairiporã, São Paulo achamos para 90% das precipitações acima de
2mm e que produzem runoff, o valor P= 25mm, conforme Figura (41.3) e Tabela (41.2).
80
60
(mm)
40 25
20
90
0
0 20 40 60 80 100
Porcentagem do runoff produzido pelas
precipitações (%)
Figura 41.3 - Freqüência das precipitações diárias que produzem runoff da cidade de
Mairiporã, Estado de São Paulo. Usando a regra dos 90% de SCHUELER, 1987.
41-5
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Exemplo 41.1
Dimensionar o reservatório para qualidade de águas pluviais WQv sendo a área da
bacia de 20ha e área impermeável de 60%.
Rv= 0,05 + 0,009 . AI = 0,05 + 0,009 . 60 = 0,59
P= 25mm A= 20ha
WQv= (P/1000) . Rv . A = (25mm/1000) . 0,59 . (20ha .10000m2) = 2.950m3.
Portanto, o reservatório para controle de qualidade de água das águas pluviais deverá
ter 2.950m3 de capacidade.
41-6
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Exemplo 41.2
Calcular o volume necessário para melhoria da qualidade das águas pluviais de uma
cidade com área impermeável de 70%. A área da bacia é de 50ha e a precipitação que
atende a regra dos 90% de Schueler, 1987 é de P= 25mm .
Rv= 0,05 + 0,009. AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
WQv= (P/1000) . Rv . A
WQv= (25mm/1000) . 0,68 . (50ha x 10.000m2) = 8.500 m3
Portanto, o reservatório para melhoria da qualidade das águas pluviais deverá ter
8.500m3 de capacidade.
Observar na Tabela (41.3) que a regra dos 90% de Schueler, 1987 corresponde a período de
retorno de 3 meses. Para período de retorno de seis meses a altura de chuva é 33mm e para 98%
temos o período de retorno de 1ano.
41-7
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Dica: quando a área impermeável de uma bacia é maior que 10% começam os
problemas de erosão nos cursos de água.
Booth e Reinolt, 1993 em estudo feito in CANADÁ, (1999) chegaram à conclusão que,
quando a bacia tem mais de 10% de sua área impermeabilizada, começam os problemas
de alargamento dos rios e córregos e conseqüentemente a erosão dos mesmos.
A adoção do critério do período de retorno de 1,5 ano, chuva de 24h e detenção de 24h
foi bastante discutida.
Nos Estados Unidos os Estados de Maryland, Georgia, New York e Vermont adotam
Tr=1ano sendo que Maryland o usa desde 1995.
Historicamente era usado Tr= 2anos para o controle da erosão dos córregos e rios. A
estratégia estava baseada no fato de que as descargas da maioria dos córregos e rios
tivessem um período de recorrência entre 1 ano e 2 anos, com aproximadamente 1,5 anos
o mais prevalente LEOPOLD, (1964) e (1994).
Estudos recentes, citados no ESTADO DE VERMONT, (2001) indicaram que o método
de utilização de Tr= 2anos não protegia a erosão a jusante e que contribuía justamente
para aumentar a erosão, pois as margens dos córregos e rios estavam expostas a eventos
bastante erosivos, conforme demonstrado por MacRae, 1993, McCuen em 1996 e Moglen
em 1988.
As obras executadas com Tr= 2anos, de maneira geral, fornecem escoamento acima
dos valores críticos para o transporte da carga de fundo (bedload) e de sedimentos.
41-8
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MacRae também documentou que as obras realizadas com Tr= 2anos produzem o
alargamento do córrego ou rio de até três vezes a condição do pré-desenvolvimento,
conforme ESTADO DE VERMONT, (2001).
A razão fundamental é que, enquanto o pico de descarga não muda sob as condições
de desenvolvimento, é que a duração e freqüência das vazões erosivas aumentam muito.
Como resultado o “trabalho efetivo” do canal do córrego é mudado para escoamentos
superficiais de eventos mais freqüentes que estão na faixa de 0,5 ano até 1,5 ano,
conforme MacRae, 1993 in ESTADO DE VERMONT, (2001).
TUCCI, (2001) diz que o risco do leito menor dos rios está entre 1,5 anos e 2 anos, mas
juntamente com Genz em 1994 fazendo estudos nos rios do Alto Paraguai, chegaram a
período de retorno Tr= 1,87 anos.
Dica: para o controle da erosão adota-se período de retorno entre 1ano e 2ano.
McCuen,1979 escolheu um segundo método onde se deveria tomar para controle da
erosão 50% ou menos da vazão de pico do pré-desenvolvimento para Tr= 2anos. Isto vem
mostrar que a escolha de Tr=2anos não é adequada. Verificando-se o critério de McCuen
pudemos constatar que os 50% da vazão de pico do pré-desenvolvimento fornece
praticamente a vazão de pico com Tr= 1,5anos.
Um outro critério é o uso de Tr= 1ano para o controle da erosão, usando uma chuva de
24horas como é usual. MacRae, 1993, entretanto demonstrou que usando Tr= 1ano não
protege o canal totalmente da erosão. Foi demonstrado que, dependendo do material das
margens dos rios e do fundo do leito o canal, pode se degradar com Tr= 1ano, conforme
ESTADO DE VERMONT, (2001).
Dica: o ESTADO DE NEW YORK, (2001) recomenda que não é necessário se prever
erosão de canal quando o lançamento é feito em rios grandes, rios de quarta ordem e
em estuários.
41-9
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Conforme Loret et al, 2000 a vazão modeladora, ou seja, aquela vazão representativa
do transporte sólido anual é aquela com período de retorno da ordem de 1,5anos a
2,0anos conforme Garde e Range Raju, 1985. Para o rio Baquirivú-Guaçu em Guarulhos
na RMSPa vazão modeladora é q= 0,54 m3/s x km2.
A vazão sólida total Qs=0,269 x Q 1,82 em (kg/s) e Q em m3/s.
Conforme Schueler, 2007 o método para estimar o volume para proteção do canal
contra erosão a jusante foi estimado pela primeira vez por Harrington em 1987.
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Método 1
Primeiramente achar a vazão média:
24h= 86.400s
Qmédio= WQv/ 86.400s = 5.000m3/86400s= 0,058m3/s= 58 L/s
Método 2
Q máximo= 2 . Qmédio = 2x 0,058= 0,116m3/s
Aplicar a equação do orifício, mas usando o valor h= 1,20m e não a sua metade.
A= Q/ [Cd . (2.g.h) 0,5] = 0,116/ [ 0,62 . (2. 9,81. 1,20) 0,5 ] = 0,0387m2
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Dica: ESTADO DE NEW YORK, 2001 recomenda que não é necessário a previsão das
enchentes quando o lançamento é feito em rios grandes, rios de quarta ordem e em
estuários.
Conforme EPA, 2004 Debo e Reese 1992 fizeram pesquisas na cidade e condado de
Greenville, SC e Raleigh, NC para estudar os efeitos a jusante do desenvolvimento em
diferentes bacias de diversas formas e tamanhos. Através destes estudos. Através dos
estudos chegaram a Figura (41.7) que os efeitos do desenvolvimento se estabiliza em
aproximadamente 5% a 10% do total da área de drenagem, dependendo do tamanho e da
impermeabilização da mesma. Daí nasceu a conhecida regra dos 10% que deveremos
sempre verificar.
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Dica: ESTADO DE NEW YORK, (2001) recomenda que não é necessário a previsão
das enchentes máximas quando o lançamento é feito em rios grandes, rios de quarta
ordem e em estuários.
Recomenda-se que seja deixada borda livre (freeboard) de 0,50m acima do topo do
nível dos 100 anos, e que seja deixado livre 0,15m entre o nível da superfície de água dos
10 anos e a cota da base do vertedor de emergência.
Dica: a borda livre ( f ), ou seja, o freeboard de uma barragem pequena deve ser f ≥
0,50m conforme DAEE, 2005.
Q= µ L (2g)0,5 x h 3/2
Q= 1,55 x L x h 3/2
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
L= comprimento da crista do vertedor (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81 m/s2
h= carga sobre a crista do vertedor (m)
µ = coeficiente de vazão (0,35 ≤ kw ≤ 0,50)
µ = 0,45 para vertedor com perfil tipo Creager
µ = 0,35 para vertedor de soleira espessa (adotado pelo DAEE,2005)
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Exemplo 41.8
Seja um pequeno reservatório com 100.000m3 e com fetch F= 0,4 km.
Adotamos velocidade do vento V= 120km/h e o comprimento da superfície livre é F= 0,4km.
ho = 0,74m
Qualidade da água
Mede-se toda a área impermeável, que são as pavimentações, estradas de terra,
telhados, passeios, estacionamentos, piscinas, pátios, etc.
O reservatório WQv deve ser esvaziando em 24h.
Usa-se o método do SCS ou Método Santa Bárbara, e deverá ser feito o routing do
reservatório usando o método modificado de Pulz. O DAEE, 2005 usa o Método Racional
para bacias até 200ha.
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Exemplo 41.9
Comparar os volumes para área da bacia de 15,2ha; área impermeável de 36,3% e
coeficiente de runoff volumétrico Rv= 0,05 + 0,09 x 36,3 = 0,38. Solos tipo C (60%), B
(40%).
Deve-se observar que os volume não se somam. Assim para a quantidade de água de
1.270m3, supondo detenção de 24 horas para erosão, é necessário reservatório de
1.258m3. Como foi adotada chuva de inundação de Tr= 25anos consideramos uma
inundação de 2.651m3. O volume da erosão de 1258m3 fica embutido dentro deste volume.
O volume de qualidade da água de 1.270m3 é constante, pois o mesmo não é esvaziado
após a passagem das chuvas.
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Exemplo 41.8
Dada uma bacia com 223ha e bacia de infiltração com 0,53ha. A área impermeável é de
26% e a precipitação média anual é de 352mm.
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Exemplo 41.9
Calcular o first flush para a RMSP com precipitação média diária de período de retorno para
6 meses de 33mm, área impermeável de 70% para detenção com volume em 24h de
reservatório de detenção estendido.
P= ar x P6 x ( 0,858xI3 – 0,78 x I2 + 0,774 x I + 0,04)
ar=1,299
P= 1,299x 33 x ( 0,858x0,73 – 0,78 x 0,72 + 0,774 x0,7 + 0,04)=21mm
Akan ainda recomenda que se deixe 20% do volume para depósito de sedimentos.
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Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
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Capítulo 42
Hietograma pelo método dos blocos alternados
Os filtros lentos de areia formam uma geléia de bactérias que recebe o nome de “shchumtzdecke”, que é uma
palavra alemã composta de “schumzt” que significa “sujeira” e de “decke” que significa película.
Azevedo Neto e Ivanildo Hespanhol-Técnica de abastecimento de água.
42- 1
Manejo de águas pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
Engenheiro Plínio Tomaz 10 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 42 - Método dos Blocos Alternados
42.1 Introdução
42.2 Passos para aplicação do Método dos Blocos Alternados
4 páginas
42-2
Manejo de águas pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
Engenheiro Plínio Tomaz 10 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
42.1 Introdução
O objetivo é obter o hietograma (precipitação em função do tempo) usando a equação da chuva pelo
Método dos Blocos Alternados, que é um dos mais usados. Tucci, 2002, usou este método no Plano Diretor
de Drenagem de Porto Alegre.
Exemplo 42.1
Definição de uma chuva de projeto de 40min, com Tr= 5anos em intervalos de Δt= 5min. Para a
Equação de Paulo Sampaio Wilken feita para o município de São Paulo temos:
Sendo:
i= intensidade da chuva (mm/h)
Tr= período de retorno (anos)
td = duração da chuva (min)
Trata-se da aplicação da Equação de Paulo Sampaio Wilken, onde com o valor do tempo de duração
da chuva td obtemos a intensidade da chuva em mm/h.
42-3
Manejo de águas pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
Engenheiro Plínio Tomaz 10 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Coluna 1 - Tempo seqüencial começando em 5 e com intervalos de 5min até completar a duração total da
chuva de 40min.
Coluna 6 – Hietograma, observando que a maior precipitação 13,55 foi colocada aos 20min, que é a ½ da
duração da chuva.
Colocando-se em um gráfico, o tempo da coluna 1 e as precipitações da coluna 8 obtemos a Figura
(42.1).
0
0 10 20 30 40 50
Tempo (min)
Figura 42.1 - Hietograma da precipitação de duração de 40min com Tr= 5anos, usando a Equação de
Paulo Sampaio Wilken.
42-4
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 43- Hietograma pelo Método de Chicago
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 43
Hietograma pelo método de Chicago
Quando a água possui turbidez inferior a 50ppm e a quantidade de matéria orgânica é pequena podemos usar
filtro lento de areia.
W. A. Hardenbergh- Abastecimento e purificação da água.
Daphnia-Zooplâncton
Em biologia marinha e limnologia chama-se zooplâncton ao conjunto dos organismos aquáticos que não têm capacidade fotossintética
(heterotróficos) e que vivem dispersos na coluna de água, apresentando pouca capacidade de locomoção (são, em grande parte,
arrastados pelas correntes oceânicas ou pelas águas dum rio). Fonte: Wikipedia- a enciclopedia livre
43-1
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 43- Hietograma pelo Método de Chicago
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 43 – Hietograma pelo Método de Chicago
43.1 Introdução
43.2 Aplicação prática
5 páginas
43-2
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 43- Hietograma pelo Método de Chicago
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43.1 Introdução
O objetivo é obter a precipitação em função do tempo, ou seja, o hietograma usando o método de
Chicago, também chamado método de Keifer e Chu.
Baseia-se na equação:
I= a / (td + c) b
Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/h)
td= duração da chuva (min)
a, b, c= coeficientes obtidos por análise de regressão.
Sendo :
I= intensidade da chuva (mm/h);
Tr= período de retorno (anos) e
td= duração da chuva (min).
a= 1749 . Tr 0,181
b= 0,89
c= 15
Adotando-se o coeficiente de avanço r= 0,39. O valor obtido para a cidade de Chicago estava entre
r= 0,36 e r= 0,45 sendo o valor médio de r= 0,375 para chuvas com duração de 15min a 2h.
As equações obtidas por Zahed e Marcellini, 1995.
Exemplo 43.1
Fazer o hietograma para precipitação de 90min com intervalos de 5min, usando a Equação de Paulo
Sampaio Wilken para a cidade de São Paulo e Tr=10anos.
43-3
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 43- Hietograma pelo Método de Chicago
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Tabela 43.1 - Cálculo do hietograma para duração de chuva de 90 min, Tr= 10anos e Equação de Paulo
Sampaio Wilken para a cidade de São Paulo
Método de Chicago
Média de duas
Tempo Tempo para Precipitação Coluna 4 x linhas da
seqüencial cálculo (mm/ h) 5min/ 60 coluna 5
(min) (min) ib ou ia (mm)
1 2 3 4 5 6
Coluna 1 - Tempo seqüencial começando em 0 e com intervalos de 5min até completar a duração total da
chuva de 90min.
Coluna 2 - Cada linha mostra o tipo da Equação usada, ou seja, Equação (tb) ou Equação (ta). Notar que
como adotamos o coeficiente de avanço r= 0,39 teremos:
0,39 x 90min= 35min e, portanto, aos 35 min teremos o pico da chuva.
Coluna 3 - A parte corresponde a tb sobe com intervalos de 5min até chegar a 35min, enquanto que a parte
correspondente a equação de ta desce com intervalos de 5min até chegar ao valor 55min. A soma de
35+55= 90min.
Coluna 5 - É cada linha da coluna 4 multiplicada pelo intervalo de 5min e dividido por 60.
Coluna 6 - É a média das duas primeiras linhas da coluna 5. A primeira linha da coluna 6 é o ponto de origem
do gráfico, isto é, corresponde a zero.
43-4
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Capítulo 43- Hietograma pelo Método de Chicago
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15
Precipitaçao (mm)
10
0
0 20 40 60 80 100
Tempo (min)
43-5
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Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
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Capítulo 44
Equação do volume do reservatório
“Uma chuva de 40 dias e 40 noites centrada no rio Eufrates em 2.957 aC inundou toda a região matando
todas as criaturas vivas, com exceção da família de Noé e dos animais que estavam dentro da arca”.
Tucci, 2002. Inundações urbanas na América Latina.
Vertedor triangular
44-1
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Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
44-2
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Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
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44.1 Introdução
O reservatório de detenção poderá ser prismático ou não. Uma maneira prática de se calcular é
assemelhar o reservatório a uma forma geométrica da qual dispomos de um cálculo matemático existente e
fácil de ser manipulado.
Exemplo 44.1
Calcular o volume de um reservatório com 1,00m de altura sendo fornecida as áreas (m2) no intervalo
de 0,10m.
Usando a Equação (44.1), obtemos a Tabela (44.1).
Tabela 44.1 - Volume por faixa e acumulado de um reservatório de seção transversal variável.
Volume
Altura Área transversal Por faixa Volume acumulado
2 3 3
(m) (m ) (m ) (m )
0,1 2931 293 293
0,2 5861 440 733
0,3 8790 733 1465
0,4 11722 1026 2491
0,5 14655 1319 3810
0,6 17579 1612 5421
0,7 20512 1905 7326
0,8 23442 2198 9524
0,9 26424 2493 12017
1,0 29309 2787 14804
44-3
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Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
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Exemplo 44.2
Seja A1= 1000m2 e A2= 1500m2 e altura d= 2,00m. Qual o volume?
Conforme Equação (44.2), temos:
V= (d/3) [A1 + (A1 x A2) 0,5 + A2 ]/3
V= (2,00/3) [1000 + (1000 x 1500) 0,5 + 1500]/3
V= 828m3
Exemplo 44.3
Dados: Largura= W= 20m, Comprimento= L=60m, Profundidade= D=3m e Z=3. Achar o volume.
Conforme a Equação (44.3):
V= L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 . Z2 . D3
V= 20 x 60 x 3 + (20+60) x 3 x 32 + 4/3 x 32 x 33
V= 6.084m3
44-4
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Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
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Exemplo 44.4
Calcular volume de reservatório em tronco de pirâmide circular cônica usando a Equação (44.4) sendo:
D= 4,0m,
R1= 10,0m e
Z= 3.
V= 2.877m3
44-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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Capítulo 45
Tempo de esvaziamento
45-1
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
45-2
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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45.1 Introdução
Algumas vezes é necessário saber o tempo de esvaziamento de um reservatório.
A forma do reservatório pode ser prismática ou totalmente irregular. Muitas vezes a forma, embora
irregular, pode ser aproximada a uma seção trapezoidal, tronco de pirâmide, etc.
No fundo do reservatório sempre há um orifício para o escoamento da água de onde queremos calcular
o tempo.
A escolha do tempo dependerá do projetista, podendo ser optado por um tempo longo ou por um tempo
curto como de 8horas, por exemplo, ou 24h usado pela CIRIA, 1997.
Podemos ter caso em que o esvaziamento deverá ser feito através de bombeamento.
Quando a superfície da água é constante, isto é, as paredes são verticais, então a equação acima fica:
Sendo:
Ao= área da seção transversal do orifício (m2);
Cd= 0,62 coeficiente de descarga;
As= área transversal do reservatório na profundidade y (m2);
t= tempo de esvaziamento (segundos);
y1= altura da água no inicio (m);
y2= altura do nível de água no fim (m) e
g= aceleração da gravidade (g=9,81m/s2)
O orifício mínimo deve ter diâmetro ≥ 50mm.
Exemplo 45.1
Calcular o tempo de esvaziamento de um reservatório em forma de paralelepípedo com altura de 6m,
largura de 10m e 20m de comprimento. O diâmetro do tubo de saída é de 200mm.
Área do orifício: Ao
D= 200mm= 0,20m
Ao= π D2 / 4= π 0,20 2 / 4= 0,0314m2
Seção transversal: As
As= 10m x 20m= 200m2
y1= 6m
y2= D/2= 0,10m
Cd= 0,62
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5)] / [Cd . Ao .(2.g) 0,5]
t= [2 . 200 . (6 0,5 - 0,10 0,5)] / [0,62 . 0,0314 .(2.9,81) 0,5]
t= 10.669 s= 2,96h
Portanto, o reservatório se esgota em 2,96h.
Exemplo 45.2
Calcular o tempo de esvaziamento de um reservatório em forma de paralelepípedo com altura de 6,4m,
área transversal de 16.786m2. O diâmetro do tubo de saída é de 1,00m.
Área do orifício: Ao
D= 1,0m
Ao= π D2 / 4= π 1,002 / 4= 0,7854m2
Seção transversal: As
As= 116786m2
y1= 6,4m
y2= D/2= 0,50m
Cd= 0,62
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5)] / [Cd . Ao .(2.g) 0,5]
45-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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Volume V
y1 y2
Figura 45.1 - Esquema para calcular o tempo parcial t1, t2, t3,... para qualquer volume e qualquer área
As a y1 e y2 do orifício.
Calcula-se então o tempo t1 para o volume V1, t2 para o volume V2 e assim por diante, que estão na
altura y1 e y2 em relação a metade do diâmetro do orifício.
O tempo total t será : t= t1+t2+ t3 + ...
Exemplo 45.3
Calcular o tempo de esvaziamento de um barragem com 225.792m3 com altura máxima de 6,00m e
com orifício de diâmetro de 1,00m. Considera-se os volume acima da metade do orifício.
45-4
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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45-5
Curso de manejo de águas pluviais
Capítulo 46-Reabilitação de córregos e rios
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Capítulo 46
Reabilitaçao de córregos e rios
46-1
Curso de manejo de águas pluviais
Capítulo 46-Reabilitação de córregos e rios
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
46.1 Introdução
46.2 Conceitos
46.3 Os cinco elementos chave em um rio ou córrego
46.4 Potência dos córregos e rios
46.5 Transporte de sedimentos
46.6 Dimensionamento de canais
46.7 Bibliografia
46-2
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Capítulo 46-Reabilitação de córregos e rios
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46.1 Introdução
Há uns 20 anos com a degradação física e biológica cada vez maior de córregos e rios começou-se
a se ter idéia da recuperação dos mesmos para retorno físico e biológico.
Iremos considerar os córregos e rios urbanos, que são aqueles que possuem uma área impermeável
maior que 10%, pois quando a área é menor que 10% não há impactos no ecossistema aquático.
46.2 Conceitos
Os conceitos fundamentais são:
Restauração: consiste em volta as condições exatamente como eram antigamente quando não
havia população e não havia interferência do homem. É praticamente impossível de ser feita.
Reabilitação: consiste em restaurar alguns aspectos do córrego e do rio, mas não todos.
Renaturalização ou naturalização: significa uma maneira natural para o rio de maneira que o
mesmo volte ao ecossistema que existia antes.
46-3
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Qualidade da água
No assunto qualidade da água do rio estudamos os nutrientes, os metais pesados, os sais e os
compostos orgânicos que são lançados ao rio diretamente ou através da poluição difusa levado pela
drenagem superficial. Estudamos também o aumento de temperatura devido a lançamentos industriais
ou água de drenagem bem como a vegetação ripariana e a mata ciliar.
Quantidade de água
Deverão ser estudados os componentes hidrológicos do rio, tais como o aumento da área
impermeável, o aumento do runoff, o aumento das velocidades, o decréscimo da vazão base e estudo
de novas seções nos rios.
Uma recomendação que está em Austrália, 2000 está o seguinte: em caso de dúvida, copie.
Quando se quer reabilitar um córrego deve-se procurar um córrego próximo que tenha as condições
físicas e biológicas que queremos e então copiamos o modelo.
Na Europa em 2004 foram estudados 23 casos de reabilitação de rios com comprimento
variando de 1300m a 9500m ao custo médio de 1500 euros/metro.
Os objetivos são variados estando encaixados dentro dos 5 elementos da saúde do rio citado em
Austrália, 2000.
46-8
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Capítulo 46-Reabilitação de córregos e rios
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46-9
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Capítulo 46-Reabilitação de córregos e rios
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46-11
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Capítulo 46-Reabilitação de córregos e rios
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46-12
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Capítulo 46-Reabilitação de córregos e rios
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46-13
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Capítulo 47
Reservatório de detenção estendido (ED)
47-1
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
47-2
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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47-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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47.1 Introdução
No manejo de águas pluviais, o Brasil vai passar dos reservatórios de detenção para os
reservatórios de detenção estendido (ED-extended detention), que possibilitará além do controle de
enchentes, a melhoria da qualidade das águas pluviais diminuindo o impacto da poluição difusa nos
corpos d´água. O reservatório de detenção estendido apesar de ser razoavelmente bom para remoção de
poluentes possui a facilidade de construção, manutenção e operação, sendo relativamente fácil
transformar um reservatório de detenção para reservatório de detenção estendido que além do controle
de enchentes irá melhorar a qualidade das águas pluviais.
Em áreas urbanas o reservatório de detenção estendido é a melhor solução.
O objetivo deste capítulo é elaborar um state of art sobre reservatórios de detenção estendido.
No reservatório de detenção estendido armazena-se o volume WQv durante período de 24h até
72h, ficando completamente seco no final. As Figuras (47.1) a (47.5) mostram os reservatórios de
detenção estendido.
Algumas vezes queremos deter a erosão a jusante e usamos período de retorno Tr=1,87anos e
dimensionamento o volume do reservatório para esvaziamento em 24h.
Caso se queira deter a erosão a jusante e a melhoria da qualidade das águas pluviais, adotamos o
maior volume, que geralmente é aquele proveniente de deter a erosão quando em ambos período de
detenção for de 24h.
Figura 47.2 - Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção estendido
localizado no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.
47-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Figura 47.3- Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção estendido
localizado no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.
Figura 47.4- Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção localizado no
Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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2 Controle da erosão nos Usa-se período de retorno entre 1,5 anos e 2 anos e chuva de 24h. O CPv
córregos e rios período de detenção no reservatório deve ser de 24h.
2
1
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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3
4
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Tabela 47.2- Estimativa de freqüências e respectivas alturas de chuva conforme período de retorno
Porcentagem de Altura de chuva
todas as precipitações Período (mm)
de retorno Mairiporã,
Estado de São Paulo
30 7 dias -
50 14 dias 2
70 Mensal 7
85 2 meses 18
90 3 meses 25
95 6 meses 33
98 1 ano 50
99 2 anos 57
Exemplo 47.1
Calcular o first flush para a RMSP com precipitação média diária de período de retorno para 6 meses de
33mm, área impermeável de 70% para detenção com volume em 24h de reservatório de detenção
estendido.
P= ar x P6 x ( 0,858xI3 – 0,78 x I2 + 0,774 x I + 0,04)
ar=1,299
P= 1,299x 33 x ( 0,858x0,73 – 0,78 x 0,72 + 0,774 x0,7 + 0,04)=21mm
47-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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O tempo de esvaziamento do volume WQv varia de 12h até 72h. O usual é se usar 24h.
Dica: a área mínima da bacia para se fazer um reservatório de detenção estendido é de 2ha a 4ha
e a máxima de 100ha a 200ha conforme Schueler, 2007.
Exemplo 47.2
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1500mm.
Rr= 1,37 (P- 388) 0,76
Rr= 1,37 (1500- 388) 0,76= 283mm
Em L/s x ha teremos:
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Dica: o tempo de detenção mínimo de um reservatório de detenção estendido deve ser de 24h.
A detenção de TSS é de aproximadamente 61%, fósforo total 20% e nitrogênio total 31%.
Esclarecemos que podemos usar a Tabela (47.3) e que existem vários autores que possuem
eficiências diferentes sendo praticamente impossível fazer uma comparação entre elas.
A eficiência da detenção do TSS, poderá ser estimada quando supomos a entrada do TSS em
mg/L e quando temos ou supomos a distribuição dos diâmetros das partículas por massa.
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Figura 47.9- Previsão da concentração do efluente para reservatórios de detenção estendido não
revestidos e revestidos
Fonte: Califórnia Departament of Transportation, 2004
Exemplo 47.3
Considerando o TSS afluente de 137mg/L das águas pluviais, calcular segundo a Figura (47.9) o valor
estimado do efluente para um reservatório de detenção estendido não revestido.
TSS afluente= 137mg/L
TSS efluente= 0,11.x + 23,6= 0,11x137+23,6=39mg/L (28%)
Redução= 100% - 28%= 72%
O cálculo da incerteza será:
TSSincerteza= 30,9 (1/55 + (x-139)2/ 498318)0,5
TSSincerteza= 30,9 (1/55 + (137-139)2/ 498318)0,5=±28
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Figura 47.10- Afluente e efluente nos reservatórios de detenção estendido sem revestimento
impermeabilizante.
Fonte: Califórnia Departament of Transportation, 2004
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47.12 Manutenção
Deverá ser previsto volume adicional de 10% do volume WQv para o depósito de sedimentos
e quando este estiver cheio, deverá ser retirado os materiais e levados a um aterro sanitário.
Anualmente deverão ser retirados os sedimentos, os resíduos juntos as estruturas de entrada e
saída, bem como proceder o corte de gramas e remover a vegetação indesejável.
O custo de manutenção anual de um reservatório de detenção estendido varia de 3% a a 5%
conforme EPA, mas recomendamos o uso de 6% do custo de implantação da obra.
Devemos sempre tomar os cuidados para que as águas pluviais não fiquem empoçadas mais
que três dias, pois poderemos ter o desenvolvimento de vetores e devido a isto é que o reservatório
de detenção estendido não pode em hipótese alguma cortar o lençol freático.
47.14 Segurança
Deverão ser feitas cercas ou grades para impedir que crianças nadem no reservatório de detenção
estendido na ocasião das chuvas. O mesmo se aplica em tubulações de saída ou entrada com mais de
1,20m de diâmetro que deverão ser protegidas por cercas ou grades (trash rack)..
47.17 Infiltração
Estudos feitos na Califórnia, 2003 mostraram que em um reservatório de detenção estendido
infiltrou cerca de 8% a 60% do runoff, com uma média de infiltração de 40%. Tudo isto depende das
condições climáticas locais, como a umidade, a posição do lençol freático e o tipo de solo.
Os estudos demonstraram ainda que houve melhor redução de poluentes quando o reservatório de
detenção estendido era revestido com grama do que em concreto.
Em locais onde a qualidade das águas pluviais é suspeita não deverá ser admitida infiltração e
podemos usar camada de argila impermeável de cerca de 0,30m em todo o reservatório de detenção
estendido.
Em hotspots como postos de gasolina, oficina mecânicas, indústrias metalúrgicas, indústrias
químicas e outras onde o potencial de contaminação do solo é muito grande deve ser evitada a infiltração
para não contaminar o lençol freático.
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Recomenda-se que a altura do vertedor para a chuva dos 100anos esteja 0,30m acima do nível de
água para os 100anos.
47.19 Pré-tratamento
O pré-tratamento é muito importante em um reservatório de detenção estendido e geralmente é
aceito como 0,1. WQv.
A profundidade do pré-tratamento deve estar entre 1,0m a 3,5m e no mínimo de 1,0m e máximo
aconselhável de 1,60m.
A velocidade máxima no pré-tratamento deve ser 0,25m/s a fim de não causar erosão.
O tempo de permanência deve estar em torno de 5min.
A drenagem para esvaziamento do pré-tratamento deve ser separada do reservatório WQv.
Uma berma de concreto, terra ou gabião deverá ser construída entre o pré-tratamento e o
reservatório de qualidade WQv.
O fundo do pré-tratamento deve ser de concreto para facilitar a remoção com uso de máquinas.
O pré-tratamento deve ter acesso independente do reservatório WQv para entrada de caminhões.
Caso seja off-line recomenda-se deixar no mínimo 0,30m para reserva de sedimentos (Eugene,
2002).
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Sendo:
V= volume da caixa de pré-tratamento (m3)
Tabela 47.4- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo
Dimensões: Período de
Obra Altura da barragem h (m) retorno Tr
L= comprimento da crista da (anos)
barragem (m)
h≤5 e L ≤ 200 100
Borda livre (f)= desnível entre a crista e o nível máximo maximorum: f ≥ 0,50m
PMP= Precipitação Máxima Provável
Fonte: DAEE, 2005
Nível máximo maximorum: é o nível mais elevado que poderá atingir o reservatório na ocorrência de
cheia de projeto (DAEE, 2005). Geralmente é a cota do nível de água da coluna de água sobre o
vertedor.
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(%)
Reservatório detenção 30 6 30 41
seco ou estendido
47.26 Orifício
O orifício é calculado pela equação
Q= Cd x Ao x (2gh)0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd=0,62
Ao= área da seção transversal do orifício (m2)
g= 9,81m/s2 = aceleração da gravidade
h= altura da água sobre a geratriz superior do orifício (m)
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Exemplo 47.4
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a vazão
de pico no pré-desenvolvimento e a vazão de pico no pós-desenvolvimento é de 65,47m3/s, calculado
pelo método Racional. O tempo de concentração é de 15min.
Período de retorno considerado foi de 25anos.
Vs = (Qpóss - Qpré) x td
Vs = (65,47 - 13) x 15min x 60s = 47.223m3
Exemplo 47.5
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a vazão
de pico no pré-desenvolvimento e a vazão de pico no pós-desenvolvimento é de 65,47m3/s, calculado
pelo método Racional. O tempo de concentração é de 15min. Período de retorno considerado foi de
25anos.
Adotando hidrograma triangular temos:
Vs = 0,5x (Qpós - Qpré) x tb
Adotando tb= 3,0 x tc= 3,0 x 15min=45min
Vs = 0,5 x(65,47 - 13) x 45min x 60s = 70.835m3
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47.29.3 Dimens. preliminar usando o método Racional pelo Método de Wycoff e Singh, 1976.
O Estado da Geórgia, 2001 cita como um método para dimensionamento preliminar de um
reservatório de detenção o Método de Wycoff e Singh, 1976 que resultou de análise de regressão.
Vs/ Vr= [ 1,291 ( 1- Qpre/Qpos) 0,753 ] / (tp/tb) 0,4111
Sendo:
Vs= volume do reservatório de detenção (m3)
Vr= volume do runoff (m3)
Qpre= vazão de pico no pré-desenvolvimento (m3/s)
Qpós= vazão de pico no pós-desenvolvimento (m3/s)
tb=tempo base do hidrograma de entrada em minutos. O tempo base termina quando começa o ponto de
recessão no hidrograma de entrada que corresponde a 5% da vazão de pico.
tp= é o tempo até o pico no hidrograma de entrada (min)
O valor de Vr é obtido assim:
Vr= 0,5 x tb x Qpos
Sendo:
Vr= volume do runoff (m3)
tb=tempo de base do hidrograma da condição de pós-desenvolvimento (min)
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Exemplo 47.7
Dado área impermeável AI=70% e área da bacia de 3ha, calcular o volume de detenção para Tr=2anos.
Da Tabela (47.6) temos:
V= 3,47 x AI x A= 3,47 x 70 x 3=729m3
Vazão
Ip
Qp
Tempo
td Tc
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Teremos então
Vs= Ip . td – Qp ( td + Tc) / 2 (Equação 47.7)
Sendo:
td =duração da chuva (min);
Tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
Possuímos o tempo de concentração Tc em minutos e a vazão de pico de saída Qp em m3/s. Por
tentativas, vamos arbitrando, por exemplo, valores de td de 10 em 10min e achamos Ip e entrando na
Equação (47.7) achamos o valor de Vs. O maior valor de Vs será a resposta do nosso problema.
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Exemplo 47.8
Calcular a carga anual de TSS retida em um reservatório de detenção off line para area de bacia
de 10ha, area impermeavel Ai= 60% e a carga de TSS inicial 137mg/L com redução de 72%. A
precipitação media anual é 1500mm. O reservatório é destinado somente para melhorar a
qualidade das águas pluviais.
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Pj= 0,90
Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60= 0,59
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,59 x 10 x 10000m2=1.475m3
C= 137mg/L
A= 10ha
L=0,01 x 1500 x 0,90 x 0,59 x137 x 10= 10.912kg/ano de TSS que chega até a BMP
Como a redução é de 72% teremos:
LBMP= 10.912 x 0,72= 7.857 kg/ano de TSS que são retidos anualmente
Supondo que o custo do reservatório de detenção estendido seja de US$ 41/m3 teremos:
Como são detidos anualmente 7.857 kg de TSS, o custo em dólares de TSS retido será:
Nota: até o presente, não temos padrões de custos para podermos fazer comparações se o mesmo é
alto, baixo ou razoável.
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47.34.1 Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= t=duração da chuva (min).
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K . Tra
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
K,a,b,c= parâmetros que depende da localidade
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Usando o programa Pluvio2.1 para o município de Guarulhos no Estado de São Paulo
encontramos:
Latitude: 23º 27´ 46”
Longitude: 46º 32´00”
K=1988,645
a=0,111
b=20,449
c=0,839
1988,645. Tra
I =------------------------ (mm/h)
( t + 20,449)0,839
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Exemplo 47.9
Usemos a Equação (47.4) de Kirpich para o Tennessee para achar o tempo de concentração tc sendo
dados L=200m e S=0,008m/m em uma bacia sobre asfalto.
tc= 0,019 . L0.77/ S 0,385 = 0,019 . 200 0,77 / 0,008 0,385 = 7,38min
Como o escoamento da bacia é sobre asfalto devemos corrigir o valor de tc multiplicando por
0,4. Portanto:
tc= 0,4 x 7,38min = 2,95min, que é o tempo de concentração a ser usado.
DICA sobre Kirpich: a fórmula de Kirpich foi feita em áreas agrícolas em áreas até 44,8 ha ou seja 0,448
km2 com declividades de 3% a 10%.
O tempo de concentração da fórmula de Kirpich deve ser multiplicado por 0,4 quando o
escoamento na bacia está sobre asfalto ou concreto e deve ser multiplicado por 0,2 quando o canal é de
concreto revestido (Akan,1993 p. 81).
Chin, 2000 sugere que a equação de Kirpich deve ser multiplicada por 2 quando o escoamento
superficial for sobre grama natural e multiplicar por 0,2 quando a superfície do canal for de concreto e
multiplicar por 0,4 quando a superfície do escoamento superficial for de concreto ou asfalto.
Kirpich
A fórmula de Kirpich pode-se ainda apresentar em outras unidades práticas como as sugeridas
pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo.
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Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAEE para pequenas barragens.
Exemplo 47.10
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s
Método 2
Q máximo= 2 . Qmédio = 2x 0,058= 0,116m3/s
Aplicar a equação do orifício, mas usando o valor h= 1,20m e não a sua metade.
A= Q/ [Cd . (2.g.h) 0,5] = 0,116/ [ 0,62 . (2. 9,81. 1,20) 0,5 ] = 0,0387m2
D= (4.A/ ) 0,5= (4x0,0387/ ) 0,5 = 0,22m. Adotado D= 0,25m
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Figura 47.17 - Tomada d’água. Observar drenagem, saída da descarga, orifícios e vertedor para Qp25anos ou Qp10anos.
Fonte: Estado da Geórgia, 2001
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Qsmax= ( 2 . Vs´) / tb
Portanto, a vazão que vai passar para o vertedor para período de Tr=100anos será Qsmax.
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Geralmente adotamos o valor da altura H sobre a crista do vertedor e achamos o comprimento do
vertedor L.
Exemplo 47.11
Dado tc=33min, QEmax= 21m3/s calculado para Tr=100anos e VR=50.500m3 achar a vazão que passará
pelo vertedor Qsmax e calcular a largura do vertedor.
tc=33min= 33 x 60= 1.980s
tb= 3 x tc= 3 x 1.980= 5.940s
VE= QEmax . tb/ 2
VE= 21x5940/ 2=62.370m3
Vs´ = VE – VR
Vs´ = 62.370-50.500=11.870m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / tb
Qsmax= ( 2 x 11.870) / 5.940=4,0m3/s
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Fazendo H=0,80m
4,0= 1,55x L x 0,80 1,5
L=3,6m
8000
7000
6000
Volume (m3)
5000
4000
3000
2000
1000
0
700 701 702 703 704 705
Cota (m)
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Na Equação (47.6) os valores de I1, I2, Q1, S1 são conhecidos em qualquer tempo t e os valores
Q2 e S2 são desconhecidos.
Temos portanto a Equação (47.6) e duas incógnitas Q2 e S3. Necessitamos de mais uma equação
para resolver o problema. A outra equação que fornece o armazenamento S2 em função da descarga.
Não devemos esquecer que estamos aplicando para o modelo a Síntese, pois conhecemos a
hidrógrafa de entrada no reservatório, conhecemos o modelo das fórmulas da descargas dos vertedores
retangulares e orifícios das seções de controle e desconhecemos a hidrógrafa de jusante, isto é, na saída
do reservatório, é o que queremos (McCuen, 1997).
O procedimento de routing proposto é chamado de Método Modificado de Puls (McCuen,1997)
Maiores informações deve ser consultado o livro do auto elaborado no ano 2002 denominando:
“Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras Municipais” no capítulo denominado “Routing de
reservatório”.
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Usamos a Tabela (47.10) que foi feita por Peterka, 2005 para velocidade de 3,6m/s da água na
entrada.
Tabela 47.10- Dimensões básicas do dissipador de impacto Tipo VI USBR para velocidade
de 3,6m/s
Diâmetro Vazão W H L a b c d e f tw tf tp K d50
3
(m) (m /s) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
0,40 0,59 1,7 1,24 2,20 0,83 0,83 0,83 0,28 0,14 0,28 0,15 0,17 0,15 0,08 0,10
0,60 1,08 2,0 1,46 2,60 0,98 0,98 0,98 0,33 0,16 0,33 0,15 0,17 0,15 0,08 0,18
0,80 1,67 2,6 1,91 3,40 1,28 1,28 1,28 0,43 0,21 0,43 0,15 0,17 0,18 0,08 0,22
0,90 2,41 2,9 2,14 3,80 1,43 1,43 1,43 0,48 0,24 0,48 0,18 0,19 0,20 0,08 0,23
1,00 3,25 3,2 2,36 4,20 1,58 1,58 1,58 0,53 0,26 0,53 0,20 0,22 0,23 0,10 0,24
1,20 4,27 3,5 2,59 4,60 1,73 1,73 1,73 0,58 0,29 0,58 0,23 0,24 0,25 0,10 0,27
1,30 5,41 4,1 3,04 5,40 2,03 2,03 2,03 0,68 0,34 0,68 0,25 0,27 0,25 0,10 0,30
1,50 6,68 4,4 3,26 5,80 2,18 2,18 2,18 0,73 0,36 0,73 0,28 0,29 0,28 0,15 0,33
1,80 9,59 5,0 3,71 6,60 2,48 2,48 2,48 0,83 0,41 0,83 0,30 0,32 0,30 0,15 0,36
Como a velocidade normalmente é diferente então temos que fazer que achar o diâmetro
equivalente a velocidade de 3,6m/s.
Para o cálculo do diâmetro com a seção plena é necessário
A=3,1416xD2/4 usar a velocidade de 3,6m/s conforme Geórgia, 2005.
Q= A x V
V= 3,6m/s
Q=A x 3,6
A=Q/3,6
Q/3,6=PI x D2/4
Como temos o valor de Q achamos o valor de D.
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b=1,73
c=1,73m
d=9,58
e=0,29
f=0,58
tw=0,23
tf=0,24
tp=0,25
K=0,10
d50=0,27m
As rochas para o rip-rap deverão ter 0,27m de diâmetro.
Peterka, 2005 apresenta tabela com tubos variando de 0,40m a 1,80m e das dimensões básicas a
serem usadas, sendo importante notar que os cálculos foram feitos para velocidade 3,6m/s usado a
equação da continuidade Q=A x V.
Rip-rap
Após o dissipador de energia Tipo VI de Peterka com redução de energia por impacto ainda
temos velocidade na saída do dissipador de energia e portanto é necessário na transição com o canal
natural que se faça um rip-rap.
Segundo Geórgia, 2005 a largura do rip-rap é W=4,04m o comprimento mínimo do rip-rap é W
sendo o mínimo de 1,5m.
A profundidade do rip-rap é f=W/6= 4,04/6=0,67m
O diâmetro médio da rocha é W/20=4,04/20=0,202m
A declividade dos taludes é 1,5: 1.
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1. Regulador de fluxo com secção transversal retangular ou circular com existencia de orificio
e vertedor. Usado geralmente para pequenas vazões. Ver Figuras (27.2) a (27.4).
2. Canal com rebaixo somente para a vazão Qo que vai para a BMP. Esta pequena calha pode
ser semi-circular ou retangular. Usado para grandes vazões. Ver Figura (27.5).
A BMP pode estar in line ou off line. Quando a BMP está na mesma linha do fluxo dizemos que
está in line e caso contrário está off line conforme Figura (27.1). Não existe regra geral se uma BMP
deve ser construida in line ou off line e tudo dependerá do tipo de BMP escolhida e das condições locais.
É muito discutido o período de retorno que deve ser usado para o cálculo da vazão que chega ao
regulador de fluxo. Alguns usam 25anos, outros 50anos e sugerem sempre verificar para 100 anos. A
sugestão do autor é que as instalações do regulador de fluxo sejam dimensionadas para período de
retorno de 100anos, sendo que isto também foi recomendado pelo Kitsap County.
Dica: o regulador de fluxo deve ser calculado para período de retorno de 100anos.
BMP
off line
BMP
pré-
in line
tratamento
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Figura 47.23 - Separação automática de fluxo (regulador de fluxo) com orificio e vertedor
Fonte: Estado da Virginia, 1996
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Figura 47.25- Regulador de fluxo com a calha rebaixada que conduz Qo.
Fonte: CWP, 2007
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VazãoQo
Figura 47.26- Canal para Tr=100anos com calha rebaixada que conduz Qo.
Exemplo 47.13
Seja uma bacia com A=50ha, AI=70% P=25mm
WQv= 8500m3
0,1WQV= 850m3
Pré-tratamento precisamos de 850m3
Vazão que vai para o pré-tratamento
Qo= 0,1WQv/ (5min x 60s)= 850m3/ (5 x 60)= 2,83m3/s
Vazão da bacia conforme TR-55 para Tr=25anos = 15,56m3/s
Canal de concreto que chega até a caixa reguladora
Largura 4,5m
Altura = 1,0m
Declividade =0,005m/m
Qmax= 16,6m3/s > 15,56m3/s OK
Velocidade= 3,7m/s <5,00m/s OK
Altura do nível de água= 1,20/2 + 1,00/2= 1,10m
Orifício
D=1,20m
Qo= 3,26m3/s > 2,83m3/s OK
Então teremos uma caixa com 4,5 x 4,5m e 2,20m de profundidade.
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Perigo
Perigo é ameaça em si não mensurável e não totalmente evidente.
Falha
A falha em uma barragem é o escoamento espontâneo da água resultando de uma operação
imprópria ou da ruptura ou colapso de uma estrutura. A falha em uma barragem causa a jusante
inundações rápidas, danos as vidas e propriedades, forçando as pessoas a evacuarem dos locais onde
moram.
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Na Figura (47.29) observar o pré-tratamento e o canal que leva até uma pequena depressão junto
ao barramento.
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Exemplo 47.14
Dimensionar um reservatório de detenção estendido ED somente para melhoria de qualidade das águas
pluviais, sendo que a mesma tem área de 100ha, tempo de concentração de 16min e área impermeável
AI= 60%.
Primeiramente salientamos que o reservatório ED será construído off line.
Rv= coeficiente volumétrico
AI=60%
Rv= 0,05 + 0,009 x AI = 0,05+ 0,009 x 60= 0,59
First flush P= 25mm (adotado para efeito de exemplo)
Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais= WQv (m3)
WQv= (P/1000) x Rv x A
Rv= 0,59
A= 100ha
WQv= (25mm/1000) x 0,59 x (100ha x 10.000m2) = 14.800m3
Adotando altura do reservatório de detenção estendido h=1,40m a área de superfície As será:
As= WQv/ h= 14.800/1,40=10.571,43m2
Adotando que o comprimento é o dobro da largura temos:
As = W x 2W= 10571,43m2
Adotando largura W=73m
Largura= 73m
Comprimento= 2 x 73= 146m
As= 73m x 146m= 10.658m2
Para a melhoria da qualidade das águas pluviais o reservatório de detenção estendido ED, deverá
ser esvaziado no mínimo em 24h.
O volume de detenção WQv= 14.800m3
A vazão média será:
Q médio = WQv/ (número de segundos durante um dia)
Q médio = WQv/ 86.400s = 14.800m3/86.400s= 0,171m3/s
Cd=0,62 g=9,81 m/s2
Usando o método da média.
A altura h=1,40m
Q= 2 x Qmédio= 2 x 0,171=0,342m3/s
A área da seção do orifício será:
A= Q / Cd x (2 g h) 0,5 = 0,342/ [ 0,62 x (2 x 9,81 x 1,40) 0,5 ]=0,1052m2
Diâmetro orifício
D= (4 A/ ) 0,5 = (4x 0,1052/ ) 0,5 =0,37m
Adoto D=0,35
Tempo de esvaziamento
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5]
Cd=0,62
y1=1,40m=altura inicial (m)
Ao= π x D2/4 =3,1416 x 0,352/4=0,0962m2
As=área da superficie (m2)
t= tempo de esvaziamento (s)
As= 10.658m2
t= [2 x10658 x1,40 0,5 ] / [0,62x0,0962x(2x9,81 ) 0,5] =95.536s=26,54h>24h OK
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Eficiência no tratamento
A equação abaixo é usada no tratamento sendo usando o tempo de esvaziamento td e a altura
média do reservatório hA.
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi . td)/ (2.n . hA)] }–n
Pré-tratamento
Admitimos 10% de WQv mas sendo WQv= 14.800m3 então o volume do pré-tratamento será:
0,1 x 14.800m3= 1.480m3
O pré-tratamento será somente para os primeiros 25mm de chuva, sendo o restante encaminhado
para o reservatório calculado pelo critério unificado.
Para o pré-tratamento queremos decantar partículas sólidas maiores que 0,125mm, ou seja,
partículas que possuem a velocidade de sedimentação Vs=0,0139m/s.
A vazão Qo que chega ao pré-tratamento pode ser calculada usando a regra dos 5 (cinco) minutos
para encher o volume do pré-tratamento.
Assim Qo= 0,1 x WQv/ (5min x 60s)= 1.480m3/300s= 3,3m3/s
A área da superfície do pré-tratamento é calculada:
As= Qo / Vs = Qo/ 0,0139= 3,3/0,0139= 237,4m2
Então a área mínima do pré-tratamento é 237,4m2.
Considerando o volume 0,1WQv podemos estimar a altura da água no pré-tratamento:
D= 0,1WQv/ As= 1.480/ 237,4= 46,23m>> 3,5m que é o máximo admitido
Adotamos então D=1,60m
As= 0,1WQv/D= 1.480/ 1,60=925m2
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Eficiência global.
A eficiência em série das duas BMPs será:
TR= A + ( 1- A) x B
Sendo:
TR= eficiência global
A= eficiência do reservatório de pré-tratamento para todas as partículas= 0,1436
B= eficiência do reservatório de detenção estendido= 0,6652%
TR= 0,1436+( 1- 0,1436) 0,6652=0,7133
Portanto, a eficiência global será de 71,33%
Vertedor de emergência
Mesmo quando o reservatório de detenção estendido é feito off line, é necessário se prever um
vertedor de emergência, como por exemplo, para período de retorno de 2anos.
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).
Tr=2anos
Tc=16min
1747,9 . 20,181
I =------------------------ =93mm/h
( 16 + 15)0,89
C=Rv=0,59
Q=CIA/360=0,59 x 93 x 100/360= 15,2m3/s =Qemax
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Como a altura do nível de água da barragem h=2,40m <5m A borda livre deverá ser de 0,50m.
Observemos que dimensionamos para a vazao máxima de período de retorno de 2anos como
fator de segurança, pois há um desvio da água que vai para a BMP e a água que vai para o corpo d´água
próximo.
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Na Figura (47.23) observar que o reservatório não somente atende ao volume para melhoria da
qualidade das águas pluviais WQv, mas também a períodos de retornos selecionados como 2anos e
10anos (ou 25anos) e obrigatoriamente para período de retorno de 100anos para segurança do
barramento.
O pré-tratamento e o dimensionamento de WQv será o mesmo do exemplo anterior onde se usou
somente o WQv.
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Exemplo 47.15 Exemplo de aplicação prática do reservatório de detenção estendido usando WQv
+ enchentes
Dimensionar um reservatório in line usando de detenção estendido (ED), com objetivo de deter
enchentes e melhoria da qualidade das águas pluviais em uma área residencial conforme dados da
Tabela (47.12).
Tempo de concentração
tc (min) 45min 16min
Tratamento WQv
WQv= 14.800m3
H=1,40m
As= 10658m2
Largura=73m
Comprimento = 146m
Diâmetro do orificio=0,35m
Método Racional
Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha= 10.000m2
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Periodo de retorno
Adotamos periodo de retorno Tr=25anos.
Pré-desenvolvimento
C=0,14
tc=45min
A=100ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
1747,9 x250,181
I =------------------------
( t + 15)0,89
3130
I =------------------------
( t + 15)0,89
Para t=45min
3130
I =------------------------ = 82mm/h
( 45 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q25pre= 0,14x 82x100/360= 3,2m3/s
4022,7
I =------------------------ =105,2mm/h
( 45 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q100pre= 0,14x 105,2x100/360= 4,09m3/s
Pós-desenvolvimento
C=0,59
tc=16min
A=100ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
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( t + 15)0,89
1747,9 x250,181
I =------------------------
( t + 15)0,89
3130
I =------------------------
( t + 15)0,89
Para t=16min
3130
I =------------------------ = 147,3mm/h
( 16 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q25pos= 0,59x 147,3x100/360= 24,14m3/s
Para Tr=100anos
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
1747,9 . 1000,181
I =------------------------ (mm/h)
0,89
( t + 15)
4022,7
I =------------------------ =189,3mm/h
( 16 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q100pos= 0,59x 189,3x100/360= 31,02m3/s
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D=1,20m
Vs´ = VE – VR
Vs´ = 44669 – 15972=28.697m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / Tb
Qsmax= ( 2 x 28.697´) / 2880=19,93m3/s
A vazão que vai passar para o vertedor para período de Tr=100anos será Qsmax.
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Geralmente adotamos o valor da altura H sobre a crista do vertedor e achamos o comprimento do
vertedor L.
19,93= 1,55x L x 1,51,5
L=7,0m
Portanto, o vertedor terá altura de 1,50m a largura de 7,0m.
Como a altura do nível de água da barragem h=4,79m <5m podemos então adotar o período de
retorno de 100anos o que foi feito. A borda livre deverá ser de 0,50m.
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Q= 1,55x L x H 1,5
31,02= 1,55x 20 x H 1,5
H=1,00m
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Tabela 47.17- Cálculo do tempo de concentração para pré e pós-desenvolvimento usando o método
cinemático.
tc pré-desenvolvimento K=4,57
Cota cota min Comprim Declivid V=KxS0,5 tc
max Velocidade
(m) (m) (m) (m/m) (m/s) (min)
1.126,9 1.107 1.870 0,0106417 0,47 66,1
tc pós-desenvolvimento K=14,09
Cota cota min Compr. Decliv. V=KxS0,5 tc
max Velocidade
(m) (m) (m) (m/m) (m/s) (min)
1.126,9 1.107 1.870 0,0106417 1,45 21,4
Método Racional
A=116,78ha
C=0,20 adotado para pré-desenvolvimento
Q= CIA = 0,20 x 151 x 116,78ha=3527 L/s= 3,5 m3/s
Tabela 45.18- Vazões para pré-desenvolvimento usando o Método Racional para períodos de
retorno variando de 1,87anos até 100anos.
Tr tc (min) I (L/s x ha) C pre A (ha) Q (m3/s)
1,87 66,1 116 0,20 116,78 2,7
5 66,1 136 0,20 116,78 3,2
10 66,1 151 0,20 116,78 3,5
25 66,1 175 0,20 116,78 4,1
50 66,1 196 0,20 116,78 4,6
100 66,1 219 0,20 116,78 5,1
Tabela 45.19- Vazões para pós-desenvolvimento usando o Método Racional para períodos de
retorno variando de 1,87anos até 100anos.
Tr tc I C pos A (ha) Q (m3/s)
(min) (L/s x ha)
1,87 21,4 235 0,70 116,78 19,2
5 21,4 275 0,70 116,78 22,4
10 21,4 307 0,70 116,78 25,1
25 21,4 355 0,70 116,78 29,0
50 21,4 397 0,70 116,78 32,4
100 21,4 443 0,70 116,78 36,2
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WQv
AI= 70%
Rv= 0,05+0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
P= 25mm (first flush adotado)
A=116,78ha
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000)x 0,68 x (116,78ha x 10.000m2)= 19.853m3
Volume de água necessário para detenção de enchentes para Tr=10anos usando o Método de Aron
e Kibler, 1990.
Foi achado o volume de 43.014m3 para período de retorno de 10anos com o método de Aron e
Kibler, 1990. Para combate a erosão usamos Tr=1,87anos e achamos usando o método de Aron e Kibler,
1990 o volume necessário de 32.893m3.
Tabela 45.20-Volume do reservatório para Tr=10anos pelo método de Aron e Kibler, 1990
Tr Duração da I Área Q IP Qp V
(anos) chuva (min) (L/s x ha) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3)
10 10 437 116,78 35,7 25,1 3,5 18109
10 20 318 116,78 26,0 25,1 3,5 26829
10 30 253 116,78 20,7 25,1 3,5 31837
10 40 212 116,78 17,3 25,1 3,5 35104
10 50 183 116,78 15,0 25,1 3,5 37384
10 60 162 116,78 13,2 25,1 3,5 39036
10 70 146 116,78 11,9 25,1 3,5 40258
10 80 132 116,78 10,8 25,1 3,5 41165
10 90 122 116,78 9,9 25,1 3,5 41836
10 100 113 116,78 9,2 25,1 3,5 42322
10 110 105 116,78 8,6 25,1 3,5 42658
10 120 98 116,78 8,0 25,1 3,5 42873
10 130 93 116,78 7,6 25,1 3,5 42987
10 140 88 116,78 7,2 25,1 3,5 43014
10 150 83 116,78 6,8 25,1 3,5 42967
10 160 79 116,78 6,5 25,1 3,5 42857
10 170 76 116,78 6,2 25,1 3,5 42690
10 180 72 116,78 5,9 25,1 3,5 42474
10 190 69 116,78 5,7 25,1 3,5 42215
10 200 67 116,78 5,5 25,1 3,5 41916
10 210 64 116,78 5,2 25,1 3,5 41581
10 220 62 116,78 5,1 25,1 3,5 41215
10 230 60 116,78 4,9 25,1 3,5 40820
10 240 58 116,78 4,7 25,1 3,5 40397
10 250 56 116,78 4,6 25,1 3,5 39951
10 260 54 116,78 4,4 25,1 3,5 39482
10 270 53 116,78 4,3 25,1 3,5 38992
10 280 51 116,78 4,2 25,1 3,5 38483
10 290 50 116,78 4,1 25,1 3,5 37956
10 300 49 116,78 4,0 25,1 3,5 37413
10 310 47 116,78 3,9 25,1 3,5 36853
10 320 46 116,78 3,8 25,1 3,5 36280
10 330 45 116,78 3,7 25,1 3,5 35692
10 340 44 116,78 3,6 25,1 3,5 35092
10 350 43 116,78 3,5 25,1 3,5 34479
10 360 42 116,78 3,4 25,1 3,5 33855
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Tabela 45.21-Volume do reservatório para Tr=1,87anos pelo método de Aron e Kibler, 1990 para
ver volume necessário para combate a erosão.
Tr (anos) Duração I (L/s x ha) Área Q (m3/s) IP (m3/s) Qp (m3/s) V (m3)
da chuva (min)
1,87 10 334 116,78 27,3 19,2 2,7 13848
1,87 20 243 116,78 19,9 19,2 2,7 20516
1,87 30 194 116,78 15,8 19,2 2,7 24346
1,87 40 162 116,78 13,3 19,2 2,7 26844
1,87 50 140 116,78 11,5 19,2 2,7 28588
1,87 60 124 116,78 10,1 19,2 2,7 29851
1,87 70 111 116,78 9,1 19,2 2,7 30785
1,87 80 101 116,78 8,3 19,2 2,7 31479
1,87 90 93 116,78 7,6 19,2 2,7 31992
1,87 100 86 116,78 7,0 19,2 2,7 32364
1,87 110 80 116,78 6,6 19,2 2,7 32621
1,87 120 75 116,78 6,1 19,2 2,7 32785
1,87 130 71 116,78 5,8 19,2 2,7 32872
1,87 140 67 116,78 5,5 19,2 2,7 32893
1,87 150 64 116,78 5,2 19,2 2,7 32857
1,87 160 61 116,78 4,9 19,2 2,7 32773
1,87 170 58 116,78 4,7 19,2 2,7 32646
1,87 180 55 116,78 4,5 19,2 2,7 32481
1,87 190 53 116,78 4,3 19,2 2,7 32282
1,87 200 51 116,78 4,2 19,2 2,7 32053
1,87 210 49 116,78 4,0 19,2 2,7 31798
1,87 220 47 116,78 3,9 19,2 2,7 31517
1,87 230 46 116,78 3,7 19,2 2,7 31215
1,87 240 44 116,78 3,6 19,2 2,7 30892
1,87 250 43 116,78 3,5 19,2 2,7 30551
1,87 260 42 116,78 3,4 19,2 2,7 30192
1,87 270 40 116,78 3,3 19,2 2,7 29818
1,87 280 39 116,78 3,2 19,2 2,7 29428
1,87 290 38 116,78 3,1 19,2 2,7 29025
1,87 300 37 116,78 3,0 19,2 2,7 28610
1,87 310 36 116,78 3,0 19,2 2,7 28182
1,87 320 35 116,78 2,9 19,2 2,7 27743
1,87 330 34 116,78 2,8 19,2 2,7 27294
1,87 340 34 116,78 2,8 19,2 2,7 26835
1,87 350 33 116,78 2,7 19,2 2,7 26367
1,87 360 32 116,78 2,6 19,2 2,7 25889
1,87 370 32 116,78 2,6 19,2 2,7 25404
1,87 380 31 116,78 2,5 19,2 2,7 24911
1,87 390 30 116,78 2,5 19,2 2,7 24410
1,87 400 30 116,78 2,4 19,2 2,7 23902
1,87 410 29 116,78 2,4 19,2 2,7 23388
1,87 420 28 116,78 2,3 19,2 2,7 22867
Volumes obtidos
O volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv bem como o volume para
controle de erosão deverão ficar retido durante 24h e o escoamento médio de WQv em 86.400s será
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0,23m3/s e o do volume de erosão 32.893m3 em 24h terá escoamento médio de 0,37m3/s conforme
Tabela (45.22).
Por interpolação linear fazemos o tempo variar de 2,5min em 2,5min conforme Tabela (45.24).
Tabela 47.24- Interpolação linear dos tempos e vazões da aplicação do hidrograma do método
Racional da cidade de Dekalb
Interpolação
linear
tempo output
index Q calcu
0,0 1 0,00
2,5 1 0,12
5,0 1 0,23
7,5 1 0,35
10,0 1 0,47
12,5 1 0,59
15,0 1 0,70
17,5 1 0,82
20,0 1 0,94
22,5 2 1,06
25,0 2 1,17
27,5 2 1,29
30,0 2 1,41
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32,5 2 1,52
35,0 2 1,64
37,5 2 1,76
40,0 2 1,88
42,5 2 1,99
45,0 3 2,21
47,5 3 2,45
50,0 3 2,68
52,5 3 2,92
55,0 3 3,15
57,5 3 3,39
60,0 3 3,62
62,5 3 3,86
65,0 4 4,17
67,5 4 4,64
70,0 4 5,10
72,5 4 5,57
75,0 4 6,04
77,5 4 6,51
80,0 4 6,98
82,5 4 7,45
85,0 4 7,92
87,5 5 9,55
90,0 5 11,54
92,5 5 13,54
95,0 5 15,53
97,5 5 17,52
100,0 5 19,52
102,5 5 21,51
105,0 5 23,50
107,5 6 24,69
110,0 6 22,64
112,5 6 20,58
115,0 6 18,53
117,5 6 16,48
120,0 6 14,43
122,5 6 12,37
125,0 6 10,32
127,5 6 8,27
130,0 7 7,17
132,5 7 6,62
135,0 7 6,06
137,5 7 5,50
140,0 7 4,94
142,5 7 4,39
145,0 7 3,83
147,5 7 3,27
150,0 8 2,75
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152,5 8 2,57
155,0 8 2,40
157,5 8 2,22
160,0 8 2,04
162,5 8 1,87
165,0 8 1,69
167,5 8 1,52
170,0 8 1,34
172,5 9 1,22
175,0 9 1,17
177,5 9 1,11
180,0 9 1,05
182,5 9 0,99
185,0 9 0,93
187,5 9 0,87
190,0 9 0,81
192,5 9 0,76
195,0 10 0,67
197,5 10 0,58
200,0 10 0,49
202,5 10 0,40
205,0 10 0,32
207,5 10 0,23
210,0 10 0,14
212,5 10 0,05
30,0
20,0
10,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
tempo (min)
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Tabela 47.26- Curva cota-volume e curva de orifícios e vertedores para aplicação do routing.
Área (m2) Orifício Vertedor Vertedor Q total (2S/Δt +Q)
Tr=10 Tr=100anos
24000 m2 Cota (m) Volume (m3) Q (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3) 2,5min=150s
Piso do 0,00 0 0,00 0,00 0,0
reservatório
0,10 2400 0,17 0,17 32,2
0,20 4800 0,24 0,24 64,2
0,30 7200 0,30 0,30 96,3
0,40 9600 0,34 0,34 128,3
0,50 12000 0,38 0,38 160,4
0,60 14400 0,42 0,42 192,4
0,70 16800 0,45 0,45 224,5
0,80 19200 0,48 0,48 256,5
0,90 21600 0,51 0,51 288,5
1,00 24000 0,54 0,54 320,5
1,10 26400 0,57 0,57 352,6
1,20 28800 0,59 0,59 384,6
Tr=1,87anos Erosão 1,30 31200 0,61 0,00 0,61 416,6
1,40 33600 0,64 0,09 0,73 448,7
1,50 36000 0,66 0,25 0,91 480,9
1,60 38400 0,68 0,46 1,14 513,1
1,70 40800 0,70 0,71 1,41 545,4
1,80 43200 0,72 0,99 1,71 577,7
1,90 45600 0,74 1,30 2,04 610,0
2,00 48000 0,76 1,63 2,40 642,4
2,10 50400 0,78 2,00 2,78 674,8
2,20 52800 0,80 2,38 3,18 707,2
Tr=10anos enchentes 2,30 55200 0,82 2,79 3,29 6,90 742,9
2,40 57600 0,84 3,22 4,32 8,38 776,4
2,50 60000 0,85 3,67 5,45 9,97 810,0
2,60 62400 0,87 4,14 6,65 11,66 843,7
2,70 64800 0,89 4,62 7,94 13,45 877,4
2,80 67200 0,90 5,13 9,30 15,33 911,3
2,90 69600 0,92 5,65 10,73 17,29 945,3
Nivel max maximorum 3,00 72000 0,93 6,18 12,23 19,34 979,3
Routing do reservatório
O routing do reservatório será usado o hidrograma de vazões de Dekalb com o método Racional
com variação de 2,5min em 2,5min para período de retorno de 10 anos.
Haverá interpolação para os valores entrando com (2S/Δt +Q) e achamos Q2.
No routing achamos a vazão máxima de saída para Tr=10anos de 8,34m3/s.
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40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
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Art. 1º - Nos lotes edificados ou não que tenham área impermeabilizada superior a 500m2 deverão ser
executados reservatórios para acumulação das águas pluviais como condição para obtenção
do Certificado de Conclusão ou Auto de Regularização previstos na Lei 11.228, de 26 de
junho de 1992.
Art. 2º - A capacidade do reservatório deverá ser calculada com base na seguinte equação:
V = 0,15 x Ai x IP x t
Art. 5º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 04 de janeiro de 2002, 448º da fundação de
São Paulo.
Hélio Bicudo,
Prefeito em Exercício
ILZA REGINA DEFILIPPI DIAS,
Respondendo pelo Cargo de Secretária dos Negócios Jurídicos
FERNANDO HADDAD,
Respondendo pelo Cargo de Secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico
ARLINDO CHINAGLIA JÚNIOR,
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Capítulo 48
O rei Ezequias mandou executar em Jerusalém por volta de 700 aC um túnel em rocha maciça com 535m
de comprimento, que levava a água da Fonte de Gion para o Tanque de Siloé, com 1,80m de altura, em forma de S
e que funciona até hoje. A obra foi executada em duas frentes e no dia encontro, as duas equipes de trabalhadores
marcaram o evento escrevendo em aramaico no teto do túnel.
Bíblia de Estudo -Nova Versão Internacional, 2003.
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 48- Recarga artificial das águas subterrâneas (BMP)
48.1 Introdução
48.2 Tecnologias básicas para recarga das águas subterrâneas
48.3 Reservatório de infiltração
48.4 Reservatório de infiltração para recarga baseado na equação de Green e Ampt,
1911
48.5 Califórnia- Aquifer storage and recovery (ASR)
48.6 Trincheira de infiltração
48.7 Poços secos (dry Wells) executados na zona vadosa
48.8 Dimensionamento do sistema de dry well situado em zona vadosa, não saturada
e acima do lençol freático
48.9 Recarga por meio de poços tubulares profundos de injeção em zona saturada
Volume de recarga artificial
48.10 Método de Theis, 1935
48.11 Aeroporto Internacional de Guarulhos
48.12 Recarga artificial de aquiferos com águas pluviais na área metropolitana do
Recife
48.13 Legislação paulista
48.14 Volume de recarga artificial
48.15 Método do volume para recarga
48.16 Método da área para recarga
48.17 Trincheira de infiltração
48.19 Outorga para recarga artificial de aqüíferos
48.20 Método de análise de recessão- Meyboom, 1961
48.21 Método da Recessão Sazonal ou Método de Meyboom, 1961
48.22 Fórmulas empíricas para a recarga média anual
48.23 Bibliografia e livros consultados
42 páginas
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Apresentação
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48.1 Introdução
O objetivo é que a recarga no pós-desenvolvimento seja a mesma do pré-desenvolvimento.
Para os efeitos de recarga de aqüíferos subterrâneos em BMP (Best Management Practices)
que iremos enfocar salientamos que as áreas aplicadas são pequenas e menores que 200ha (2km2).
A infiltração é o processo de movimento da água para dentro da interface solo-ar.
Recarga é o processo pelo qual a água se move da zona não saturada para a zona saturada. A
área de recarga é aquela em que a água infiltra no solo e percola até atingir o aqüífero subterrâneo. Na
Figura (48.1) podemos ver que o lençol freático é o topo da zona de saturação.
Por definição água subterrânea é aquela que preenche os vazios do solo e das rochas.
A recarga das águas subterrâneas é um dos componentes do ciclo hidrológico menos
documentado e entendido do que os outros conforme Gburck e Folmar, 199 in Fennessey.
Infelizmente existe muita incerteza de como é feita a percolação da água entre a zona das raízes e o
lençol freático.
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Figura 48.3- Esquema dos quatro tipos básicos de infiltração da esquerda para a direita:
reservatório de infiltração, trincheira de infiltração, poço seco de recarga na zona vadosa e
poço tubular profundo de recarga na zona saturada.
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Exemplo 48.1
Calcular um reservatório de infiltração off line onde a área da bacia tem 6ha e a área impermeável é
de 60%.
Rv= 0,05+ 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60= 0,59
O valor de WQv será:
WQv= (P/1000) x Rv x A (ha) x 10000m2
P=25mm Rv=0,59 A=6ha
WQv= (25/1000) x 0,59 x 6ha x 10000m2 = 885m3
SF= 2 (fator de segurança)
K= 13mm/h= 0,013m/h
T= 48h
WQv= 885m3
As= SF x WQv / ( K x T)
As= 2 x 885/ (0,013 x48) = 2837m2
Profundidade = Volume WQv / área do fundo da reservatório = 885m3/ 2837m2= 0,31m OK
48-8
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Pré-tratamento
Volume = 0,1 x WQv= 0,1 x 885m3 = 89m3
Os detalhes do pré-tratamento podem ser visto no Capítulo 4 deste livro.
Exemplo 48.2
Calcular um reservatório de infiltração off line onde a área da bacia tem 2ha e a área impermeável é
de 50%.
Rv= 0,05+ 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 50= 0,5
O valor de WQv será:
WQv= (P/1000) x Rv x A (ha) x 10000m2
P=25mm Rv=0,5 A=2ha
WQv= (25/1000) x 0,5 x 2ha x 10000m2 = 250m3
SF= 2 (fator de segurança)
K= 60mm/h= 0,06m/h
T= 48h
WQv= 250m3
As= SF x WQv / ( K x T)
As= 2 x 250/ (0,06 x48) = 174m2
Profundidade = Volume WQv / área do fundo da reservatório = 250m3/ 174m2= 1,44m OK
Pré-tratamento
Volume = 0,1 x WQv= 0,1 x 250m3 = 25m3
Os detalhes do pré-tratamento podem ser visto no Capítulo 4 deste livro.
Os reservatórios de infiltração são lagoas rasas com altura máxima de 1,00m e cujo objetivo é
que as águas se infiltrem no solo e as grandes vantagens de fazer uma reservatório rasa são:
• Teremos um pequeno tempo de residência da água dentro da lagoa.
• Crescerá menos algas.
• A pouca profundidade reduzirá a compactação e conseqüentemente diminuirá o entupimento
(clogging) que é uma camada no fundo da lagoa.
• A manutenção é fácil de se fazer e remover a camada fina de sedimentos impedindo o
clogging.
• O custo de construção é menor devido a menor altura de escavação.
• A evapo-transpiração existirá, mas não será muito grande.
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Figura 48.9- Esquema mostrando o entupimento (clogging) que tem de 1mm de espessura até 10mm
Fonte: Bouwer, 2002.
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A Figura (48.9) mostra o alteamento do lençol freático quando se faz uma infiltração.
48.4 Reservatório de infiltração para recarga baseado na equação de Green e Ampt, 1911
Vamos fazer uma apresentação baseada em Metcalf e Eddy, 2007 que é baseada na equação
de Green e Ampt, 1911 e modificada por Bouewer, 1966 e Neuman, 1976.
A velocidade de infiltração é dada pela equação:
V= K x (Hw + Lf – Hcr)/ Lf
Sendo:
V= taxa de infiltração (m/dia)
K= condutividade hidráulica na zona molhada (m/dia)
Hw= profundidade da água acima do solo (m)
Lf= profundidade da frente molhada (m)
Hcr= pressão crítica do solo (m). Varia de -0,1m (solos grosseiros) a -1m (solos finos).
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Observar na Figura (48.10) no gráfico que no final de 2,251dias a velocidade fica constante de
1,13m/dia.
4,00
infiltração
Taxa de
3,00
(m/dia)
2,00
1,00
0,00
0,000 1,000 2,000 3,000
Tempo em dias
Metcalf e Eddy, 2007 observam que quando se usa o coeficiente K deve-se usar um
coeficiente de segurança igual a 2,0 e quando usamos a reservatório para água de reúso temos que
aplicar novamente novo coeficiente de segurança igual a 2,0. Assim teremos um valor de segurança
que evitará o clogging.
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Figura 48.14- Barragem de borracha inflável para recarga no Alameda County Water District, Califórnia.
Fonte: American Water Works Association, Journal, february, 2003
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Figura 48.15- Área de recarga de Orange County Water Distrit, Califórnia que recebe água do
canal do rio Santa Ana. A reservatório foi escarificado mecanicamente para facilitar a recarga
e evitar entupimentos e para que a taxa de percolação atinja 3m/dia (125mm/h).
Fonte: American Water Works Association, Journal, february, 2003
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48.7 Poços secos (dry wells) executados na zona vadosa para infiltração de esgoto tratado
(terciário).
Os primeiros poços secos executados na zona vadosa foram feito em 1990 no estado do
Arizona na cidade de Scottsdale e funcionam muito bem até hoje. Ainda o uso dos dry wells é muito
limitado.
A vida útil de um dry well é de 20anos conforme Metcalf e Eddy, 2007.
É importantíssimo para o bom funcionamento de um dry well é que os esgotos sejam tratados
pelo sistema MBR (membrane bioreactors) que é o uso de membranas junto com o lodo ativado e
isto evitará o clogging (entupimento).
Os poços secos executados na zona vadosa possuem diâmetros de 1,00m a 2,00m e com
profundidades de 10m a 50m, sempre situados acima do lençol freático para permitir a infiltração das
águas.
A construção é feita por métodos manuais ou mecânicos de escavação e o poço é preenchido
com agregados de diâmetros grandes e pequenos.
A causa do clogging conforme Metcalf e Eddy, 2007 são basicamente três:
¾ Clogging devido a ação biológica: o uso de cloração de 2mg/L a 5mg/L evitará o problema.
¾ Clogging devido a entrada de ar: é necessário deixar um aerador de cerca de 75mm e que os
efluentes sejam lançados no fundo do poço através de um tubo de plástico com cerca de
450mm de diâmetro.
¾ Clogging devido ao sólido total em suspensão: o uso de tratamento como o MBR resolverá o
problema.
Os dry well geralmente são feitos em locais onde no solo temos menos que 20% de argila ou
que tenha menos de 40% de argila e silte juntos.
A declividade do terreno não pode passar de 15%.
Se existe um hotspot, isto é, um posto de gasolina, oficina mecânica ou local de potencial
contaminação do aqüífero subterrâneo, não deverá ser feita a recarga.
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48.8- Dimensionamento do sistema dry well situado em zona vadosa, não saturada e acima do
lençol freático.
O nosso objetivo é infiltrar águas pluviais na região vadosa do solo, isto é, na região não
saturada ou até atingirmos a região saturada.
A fórmula só é válida quando o comprimento Lw for maior que 10 x raio do poço. A distância
entre um poço e outro é no mínimo de cinco diâmetros.
Concepção
A ideia é termos um reservatório de pedras britadas de aproximadamente 0,20m de altura e
sobre estas pedras vai o geotêxtil. Sobre o geotêxtil vai terra e a grama propriamente dita. A chuva
caindo sobre o gramado se infiltra rapidamente para o reservatório de pedra que encaminhará a água
para o dry well e o mesmo levará a água para ser infiltrada.
Haverá uma malha de furos de brocas perfurados manualmente, dimensionados para que não
haja estagnação da água de chuva.
A concepção do projeto é fazer brocas manuais com profundidade de até 6,00m e diâmetro
que varia de 0,15m a 0,30m em solo acima do lençol freático.
No furo perfurado pelas brocas colocaremos tubos de PVC perfurado com furos ou ranhuras
até atingir o fundo conforme modela de Zangar, 1953..
Dentro do tubo jogaremos um geotêxtil (bidim) e lançaremos mistura de pedra 1 e 2.
Chuva
Vamos usar duração de chuva de 1h para períodos de retorno de 5anos, 25anos e 100anos.
A sugestão é que a água de chuva se infiltre rapidamente e se acumule no reservatório de
pedra britada.
Equação de Zangar
A taxa de recarga na zona vadosa pode ser calculada usando a Equação de Zangar conforme
Bouwer, 2002. Na concepçaco de Zangar, 1953 salienta que o escoamento da água no dry Wall é no
fundo, mas também nas paredes.
Q= ( 2 π K Lw 2 ) / [ ln( 2Lw/rw) -1 ]
Sendo:
Q= taxa de recarga (m3/dia)
K= condutividade hidráulica (m/dia) obtido em testes.
Lw= profundidade da água no poço (m)
rw= raio do poço (m)
ln= logaritmo neperiano.
Lw > 10 x rw
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Dimensionamento do sistema dry well situado em zona vadosa, não saturada e acima do
lençol freático.
Vamos chamar a precipitação P (m) sobre a area A (m2) num determinado tempo D (h).
O equilibrio de volume será o volume da precipitação num determinado tempo que será igual
ao volume armazenado no reservatório de britada e mais o volume infiltrado no dry well
calculado como equação de Zangar.
Vc= P . A . D
Sendo:
Vc= volume precipitado na area A em determinado tempo D em m3.
D= duração da chuva em horas
A= area que levara água para o reservatorio de pedra britada e que abastecerá o dry well em
m2
P= precipitação num determinado tempo D (m)
VR= h . n . A
Sendo:
VR= volume armazenado no reservatorio de pedra britada (m3)
h= altura do reservatorio de pedra britada (m)
n= porosidade efetiva das britas no reservatorio (adimensional)
O volume no dry well Vdry será igual a vazão diária infiltrada pelo mesmo com a equaçao de
Zangar.
Vdry= Q
2
Q= ( 2 π K Lw ) / [ ln( 2Lw/rw) -1 ]
Sendo:
Vdry= volume que se infiltra no dry well (m3) em um dia
Q= taxa de recarga (m3/dia)
K= condutividade hidráulica (m/dia) obtido em testes.
Lw= profundidade da água no poço (m)
rw= raio do poço (m)
ln= logaritmo neperiano.
Condição proposta por Zangar,1953 pois teremos menos erros. Lw ≥ 10 x rw
A equação original de Zangar ,1953 aparece o seno hiperbolico que dá o mesmo resultado da
equaçao acima com logaritmo neperiano. Observar que temos que achar a função inversa do
seno hiperbolico que é asenh em planilha Excel.
Q= ( 2 π K Lw 2 ) / [ senh-1( Lw/rw) -1 ]
Q= volume (m3/dia)
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n= porosidade efetiva=0,35
h= altura do reservatório de pedra britada (m). Varia de 0,15m 0,30m.
A= área de seção circular de lado= PI x b2/4
b= diametro da area circular (m)
D= duração da chuva (h). Geralmente D=1h.
P= precipitação da região para 1h de duração e Tr=5anos
Raio b
O raio b proposto por Zangar, 1953 é dado pela equação:
K . PI x b2 = Q
b= [Q / (K x 3,1416)] 0,5
Sendo:
b= raio do círculo de abrangência do dry well (m)
Q= vazão de infiltração (m3/dia)
K= coeficiente de permeabilidade (m3/dia)
Exemplo 48.4
Calcular a taxa de recarga de um poço seco com 50m de profundidade, raio de 1,00m e
condutividade hidráulica de 0,48m/dia
Q= ( 2 π K Lw 2 ) / [ ln(2Lw/rw) -1 ]
Q= ( 2 π x 0,48 x 502 ) / [ ln( 2x 50/1,00) -1 ] = 2091m3/dia
Exemplo 48.5
Calcular a taxa de recarga de um poço seco com 2,5m de profundidade, raio de 0,30m e
condutividade hidráulica de 0,0288m/dia (20mm/h= 1,2mm/h=28,8 L/diax m2).
Q= ( 2 π K Lw 2 ) / [ ln(2Lw/rw) -1 ]
Q= ( 2 π x 0,0288 x 2,52 ) / [ ln( 2x 2,5/0,30) -1 ] = 0,45m3/dia
Exemplo 48.6
Dado Q= 0,45m3/dia
K= 0,0288m/dia =1,2mm/h= 28,8 L/m2 x dia
b= [Q / (K x 3,1416)] 0,5
b= [0,45 / (0,0288x 3,1416)] 0,5
b= 2,23 m
Diâmetro do circulo 2 x b= 2 x 2,23m= 4,47m
Area do circulo (m2)= A=PI x 4,472/4= 15,67m2
Volume de chuva (m3)= P x D= (51,8mm/1000) x 1,00h= 0,81m3
Volume no reservatório de brita britada (m3)= h x n x A=0,10 x 0,35 x 15,67=0,55m3
Volume diário infiltrado no dry well (m3)= 0,45m3
Tempo de esvaziamento (dias) = (Volume de chuva – Volume reservatório de pedra)/ Volume
infiltrado no dry well= (0,81m3-0,55m3)/ 0,45m3= 0,58 dias= 13h < 48h OK
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Metcalf e Eddy, 2007 apresenta outras duas equações devidas a Zangar e citados por Bouwer
e Jackson, 1974. As equações são as seguintes:
Quando o valor de isto é, para um poço raso então podemos fazer uma simplificação:
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48.9 Recarga por meio de poços tubulares profundos de injeção na zona saturada
Os poços tubulares profundos de recarga penetram no aqüífero subterrâneo onde é feita a
injeção de água. São muito caros e não necessitam de grandes desapropriações.
Para manutenção é necessário que duas ou três vezes ao dia durante 15min por dia seja feito o
bombeamento para prevenir entupimentos e fazer o desenvolvimento do poço.
O Brasil ainda não possuem padrões de qualidade da água de injeção no aqüífero.
É muito importante estabelecer critérios para recarga de aqüíferos subterrâneos usando o
volume WQv com objetivo manter o fornecimento de água subterrânea de maneira a conservar a
vazão base dos cursos de água.
A recarga de um poço tubular profundo depende se o aqüífero é confinado ou não conforme
Figura (48.18).
Figura 48.18- Recarga radial em poços tubulares profundos localizados em aqüíferos confinados e não confinados.
Fonte: Todd, 1980.
Quando a água entra pelo poço, forma-se um cone semelhante, mas inverso ao cone de
depressão que se forma em torno do poço.
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Conforme Todd, 1980 foram estabelecidas duas equações para aqüíferos confinados e não
confinados para a taxa de recarga Qr.
Exemplo 48.7
Dimensionar um poço seco executado na zona vadosa para recarga de 260m3 com coeficiente de
permeabilidade K=36mm/h (0,864m/dia) e poço com r=1,00m de raio e profundidade de L=10m.
Q= ( 2 π K L 2 ) / [ ln( 2L/r) -1 ]
Q= ( 2 π x 0,864 x 102 ) / [ ln( 2x 10/1,00) -1 ] = 272m3/dia > 260m3
Exemplo 48.8
Calcular a recarga de um poço tubular profundo com diâmetro de 200mm em aqüífero não confinado
com coeficiente de armazenamento 0,012, transmissibilidade 5,46m2/h, (Poço P-04´ou 15E) do
Aeroporto Internacional de Guarulhos com espessura da camada filtrante de 76m.
O poço está no graben Cumbica em região sedimentar com camadas de arenito intercaladas
com camadas de solo argiloso.
Profundidade do poço = 134m
Nível estático em 1989 = 64,93m (a partir da superfície)
Nível dinâmico em 1989 = 75,4m ( a partir da superfície)
Vazão = 47,2m3/h (1989) vazão extraída pelo poço artesiano
T=transmissibilidade= 5,46m2/dia
Mas T= K x h
h= camadas de areia intercaladas com camadas de argilas= 76m (retirado do perfil geológico do poço
15E).
K= T/h = 5,46m2/dia / 76m = 0,072m/h= 1,73m/dia = 72mm/h
hw= 134m- 64,93m = 69,07m
ho= 134m- 74,5m= 59,5m
rw= 200mm/2 = 100mm= 0,10m
ro=350m (raio de influência do poço tubular profundo)
Qr= (π K (hw2– h0 2 ) / ln (ro/rw)
Qr= (π x 1,73x (69,072– 59,5 2 ) / ln (350/0,10) = 822m3/dia= 34m3/h
Portanto, a vazão de recarga será de 822m3/dia de águas pluviais de boa qualidade, ou seja, 34
m3/h, que é próximo da vazão extraída como afirma Todd, 1980.
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Nota: a equação de Theis é muito usada para calcular a queda h(r,t) é menor que ho entretanto a
equação pode ser aplicada para injeção multiplicando por um sinal negativo como segue:
ho- h(r,t) = [Q/ (4 x PI x T)] x W (u)
h(r,t) -ho = [Q/ (4 x PI x T)] x W (u)
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Tabela 48.3- Valores de W(u) para aplicação do método de Theis conforme Metcalf e Eddy, 2007
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48.12 Recarga artificial de aqüíferos com águas pluviais na área metropolitana do Recife
No simpósio brasileiro de captação e manejo de águas de chuva realizado no período de 11 a
14 de julho de 2005 na cidade de Teresina foi apresentado por Suzana Gico Montenegro, Abelardo
Montenegro, Giancarlo Cavalcanti e Albert Einstein Spindola de Moura em trabalho sobre “Recarga
artificial de aqüíferos com águas pluviais em meio urbano como alternativa para recuperação dos
níveis potenciométricos: estudo de caso na planície do Recife (PE)”.
A precipitação média anual é de 2.200mm. Foi captada águas de chuvas de telhado e área livre
de uma área total de 2.270m2. Antes das águas serem encaminhadas ao reservatório de 100m3 foram
recolhidas os sólidos suspensos por um sistema de filtragem para deter o material granular carregado
pela chuva.
Os ensaios duraram de novembro de 2003 a novembro de 2004. A injeção da água de chuva
teve duração de 3h e foi feita durante o período de chuvas. As vazões máximas de recarga foram de
2m3/h até 5,7m3/h.
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Tabela 48.4- Recarga anual para tipos de solo do SCS para Massachusets e Maryland.
Tipo de solo conforme SCS Recarga anual
(mm)
A 457
B 305
C 152
D 75
Fonte: Estado de Vermont, 2000
Exemplo 48.10
Uma região tem 20ha sendo 10ha é de área impermeável. Metade da área impermeável é solo tipo B e
outra metade solo tipo C. Calcular a recarga necessária anualmente.
O volume de recarga faz parte do volume WQv e pode ser conseguido através de medidas
estruturais como infiltração, bio-retenção, canais gramados secos ou filtração onde existe exfiltração
para o solo e de medidas não estruturais como filtração do escoamento superficial laminar sobre uma
superfície gramada provindo de uma área impermeável.
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Não deve ser feita a recarga em determinados lugares dependendo de inúmeros fatores como
regiões cársticas, áreas muito argilosas, solos contaminados, etc.
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Tabela 48.6- Volume de recarga média anual para diversos tipos de solo do SCS
Tipo de solo conforme SCS Fator específico do solo (S)
A (10mm/1000)
B (6mm/1000)
C (3mm/1000)
D (2mm/1000).
Fonte: Adaptado do Estado de Maryland, 2000.
Recarga
A recarga destina-se a: trincheira de infiltração, bacia de infiltração, valas de infiltração, filtros de
faixa gramado e canal gramado com infiltração.
Rev = Rv x A x S
Rev = Ai x S
Sendo:
Rv = 0,05 +0,009 x AI
AI = área impermeável em percentagem.
A= área da bacia (m2)
S= fator específico (m) conforme Tabela (9.3)
Rev = recarga (m3)
Ai= área da bacia impermeável (m2)
Exemplo 48.11
Calcular o volume de recarga média anual para terreno com 10ha e AI= 60% em solo tipo B.
Rv = 0,05 +0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 60 = 0,59
Para solo tipo B temos S= 6mm/1000
Rev = Rv x A x S = 0,59 x [10ha x 10.000m2 ]x (6mm/1000)=35.400m3
Exemplo 48.12
Calcular o volume de recarga para terreno com 5ha e AI= 70% em solo tipo C.
Para solo tipo B temos S= 3mm/1000
Área impermeável =Ai = 0,7 x 5ha x 10.000m2 = 35.000m2
Rev = Ai x S
Rev = Ai x (3mm/1000)=35.000m2 x (3mm/1000)=105m3
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de Klaus Reichardt e Luiz Carlos Timm não trazem nada sobre os quatro tipos de solo para
infiltração. Entretanto outros livros como Delleur, 1999 mostra que a infiltração pode ser calculada
usando o método da curva CN do SCS.
Mesmo assim utilizaremos os 4 grupos de solos do SCS que facilitará o aprendizado sobre o
assunto. A fim de melhor suporte ao uso dos quatro grupos de solo do SCS vamos nos basear em
McCuen, 1998 que informa que o método do número da curva CN é empírico e está baseado em
três fatores.
1. Classificação do solo conforme Tabela (48.6)
2. Mapas fornecidos pelos municípios e condados nos Estados Unidos
3. Mínima taxa de infiltração conforme conforme Tabela (48.4) coluna 1 e 2.
Observemos que McCuen, 1998 utiliza o número da curva CN para escoamento superficial
(runoff) e a mínima taxa de infiltração é para classificar os tipos de solo em A,B,C e D.
Exemplo 48.13
Calcular o fator de recarga F para a cidade de Campos do Jordão no Estado de São Paulo, onde foi
aplicado durante 10 anos o Método de Meyboom, 1961 aos dados fluviométricos do rio Sapucaí-
Guaçu e obtido R=471mm/ano. A precipitação média Pm=1771mm.
F= R/ Pm
F= 471/ (1771x0,90) =0,30 para solo tipo A
Nota: o solo tipo A foi classificado conforme a infiltração mínima na região foi de 36mm/h
conforme Tabela (48.4). Multiplicamos a precipitação por 0,90 para compatibilização com a teoria de
Schueler de WQv.
Hipótese
Como não temos a média das recargas nos solos tipos A,B,C e D para a precipitação media
anual de 1500mm, vamos fazer a hipótese que para o solo do Grupo A do SCS o valor de F seja igual
a 0,30.
Os outros valores de F para outros tipos de solo, serão obtidos proporcionalmente a
capacidade mínima de infiltração dos grupos de solos conforme McCuen, 1998 que está na Tabela
(48.4).
Tomando-se então como base o grupo de solo tipo A como 0,30, impomos o valor F=0,30,
para o solo do grupo tipo B o valor F=0,20 e para o solo do grupo C o valor F=0,10. e para o grupo D
F=0,03.
Assim multiplicando a precipitação média anual de 1500mm pelos fatores F de cada grupo de
solo teremos aproximadamente os valores 450mm de recarga para o grupo de solo tipo A, 300mm
para o tipo B, 150mm para o tipo C e 45mm para o tipo D conforme podemos ver nas Tabelas (48.4)
e (48.5).
Solo tipo A
Recarga anual R=450mm e teremos:
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Solo tipo B
Recarga anual R=300m e teremos:
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Volume WQv
Calcula-se primeiro o coeficiente volumétrico Rv em função da área impermeável em
porcentagem. Depois se calcular o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv e
finalmente o volume de recarga que é obtido multiplicando WQv pelo fator de recarga.
Rv= 0,05+0,009 x AI
WQv= (P/1000) x Rv x A
P= first flush (mm)= 25mm para RMSP.
AI= área impermeabilizada (%)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
A= área da bacia (m2)
Recordemos que a determinação do tipo de solo do SCS pode ser feito através de testes de
infiltração e usando a Tabela (48.6) conforme Tomaz, 2002.
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Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que o tipo A e com
permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).
solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis ou
contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos podem ser de
40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada que no Grupo B, mas ainda
C longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).
Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade de infiltração abaixo da média,
contendo percentagem considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).
solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns 50cm de profundidade. Ou
solos arenosos como do grupo B, mas com camada argilosa quase impermeável ou horizonte de seixos
rolados (Porto, 1979 e 1995).
D
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa capacidade de infiltração, gerando a
maior proporção de escoamento superficial (Tucci et al, 1993).
Tabela 48.7- Tabela para classificação do grupo de solo do SCS conforme a infiltração
Grupo de Solo do SCS A B C D
Infiltração (mm/h) >7,62mm/h 3,81 a 7,62mm/h 1,27 a 3,81mm/h 0 a 1,27mm/h
Sendo:
Rea= área necessária para a recarga (m2)
F= fator de recarga (adimensional)
A= área da bacia (m2)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
Ai= Rv x A= área impermeável
Como temos uma fração da área A, muitas vezes o método é chamado método percentual da
área para recarga.
Nota: podemos fazer uma combinação dos métodos, determinando uma parte para o volume
percentual e outra para a área percentual. Observemos ainda caso tenhamos dois tipos de
grupo de solos, podemos fazer uma composição dos mesmos.
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Exemplo 48.14
Dimensionar a recarga necessária em uma bacia de 6ha com área impermeável Ai=60%, first flush
P=25mm e grupo de solo tipo B.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 X 60=0,59
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A recessão da vazão base está mostrada na Figura (48.18) e (48.19) em linhas pontilhadas.
Parte-se da vazão de pico até a vazão de 0,1 x Qo e une-se a linha pontilhada.
A distância entre o pico Qo e o limite 0,1Qo é o tempo t1.
O volume potencial de água subterrânea é Vtp que é fornecida pela equação.
Vtp= Qo x t1 / 2,3
Sendo:
Vtp= volume potencial da água subterrânea (m3)
t1= tempo que leva a vazão base de Qo até 0,1Qo (meses)
Qo= Vazão que inicia a vazão base (m3/s)
Para o mês seguinte teremos que
Depois que achamos Vtp vamos procurar o valor de Vt usando a seguinte equação:
Exemplo 48.15
O exemplo foi retirado do livro do Fetter, 1994 e conforme Figura (48.18)
Calcular a recarga entre duas recessões consecutivas usando o Método de Meybom, 1961.
Na primeira recessão temos o valor Qo=760m3/s que leva 6,3 meses para chegar até 0,1 x Qo.
Vtp= Qo x t1 / 2,3
Vtp= 760 x 6,3meses x 30diasx 1440min x 60s / 2,3= 5,4 x 108 m3
O valor Vt na próxima recessão dura 7,5 meses, isto é, t=7,5meses
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)
Vt= 5,4 x 109 m3/ 10 (7,5/6,3) =3,5 x 108 m3
Para o próximo ano a vazão será Qo=1000m3/s e teremos:
Vtp= 1000m3/s x 6,3meses x 30diasx1440min/diax 60s/ 2,3= 7,1 x 109 m3
A recarga será a diferença:
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Evapotranspiração
Uma outra aproximação que pode ser feita é obter a evapotranspiração usando os dados
fluviométricos de uma bacia com a seguinte equação:
Exemplo 48.16
Seja uma área da bacia com 120km2 e temos as vazões medias mensais em 21 anos.
Calculamos o Volume da descarga do rio/ área da bacia= 960mm (não é somente a recarga)
Supondo precipitação de 1771mm/ano teremos:
Exemplo 48.17
Seja uma bacia com 120km2 que apresenta o hidrograma de vazões médias mensais num determinado
ponto conforme Figura (48.20)
1
1 3 5 7 9Meses do ano
11 13 15 17 19 21 23
Figura 48.22- Hidrograma de vazões médias mensais de dois anos consecutivos de um rio com
bacia de 120km2 em uma gráfico semi-logaritmo
1981 8,06 5,02 5,11 3,76 3,08 3,01 2,68 2,03 1,73 2,41 4,14 4,6
1982 6,76 5,69 7,21 5,23 4,24 3,86 3,1 2,67 2,14 2,62 2,39 4,43
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t1=11meses
t=7,6meses
Vtp= Qo x t1 / 2,3
Vtp= 8,06 x 11meses x 30dias x 1440min/dia x60s/ 2,3=99.915.965m3
Vt= Vtp/ 10 (t/t1)
Vt= 99.915.965/ 10 (7,6/11)= 20.357.563m3
Exemplo 48.12
Calcular a recarga na região do rio Descoberto em Goiás.
Tabela 48.8- Vazões médias mensais do rio Descoberto com área de 115km2 ano 1978 a 2006
ESTAÇÃO: DESCOBERTO CH. CÓDIGO: 60435000 ALTITUDE: 1034,89 m LATITUDE: 15º 42' 30"
89 LONGITUDE: 48º 14' 05"
JANE FEVE MAR ABRI MAIO JUNH JULH AGOS SETE OUTU NOVE DEZE MÉDI
ANO IRO REIR ÇO L O O TO MBR BRO MBR MBR A
O O O O ANUA
L
1978 2,190 1,800 1,510 1,330 1,580 1,390 2,690
1979 7,220 6,470 4,440 3,540 2,660 2,390 2,300 1,830 1,620 1,370 2,170 2,130 3,180
1980 5,520 8,360 4,090 4,130 3,030 2,520 2,190 1,830 1,790 1,520 2,480 3,750 3,430
1981 4,230 2,970 4,330 4,190 3,010 2,620 2,300 1,770 1,530 2,930 4,860 3,730 3,210
1982 6,190 4,500 4,990 4,040 3,090 2,440 1,890 1,980 1,100 1,460 1,550 2,110 2,940
1983 5,910 8,250 5,760 4,400 2,940 2,450 2,160 1,760 1,540 2,080 3,600 3,970 3,740
1984 3,000 2,970 2,990 3,310 2,170 1,700 1,280 0,967 0,968 1,110 0,860 1,210 1,880
1985 4,410 3,300 3,060 3,110 2,100 1,590 1,330 1,040 0,852 1,310 1,460 2,800 2,200
1986 4,140 3,230 2,610 2,080 1,730 1,260 0,989 0,868 0,655 0,816 0,830 3,250 1,870
1987 2,490 1,710 3,040 2,090 1,580 1,090 0,835 0,670 0,675 0,811 2,320 2,670 1,670
1988 1,960 2,350 4,000 2,800 1,880 1,580 1,300 1,090 0,881 1,320 1,790 2,890 1,990
1989 2,620 2,460 2,530 2,070 1,750 1,440 1,160 1,060 1,040 1,530 2,190 7,200 2,250
1990 4,400 3,770 3,050 2,550 2,220 1,680 1,670 1,250 1,390 1,300 1,490 1,510 2,190
1991 2,540 2,950 4,120 3,520 2,310 1,930 1,570 1,280 1,160 1,140 1,550 2,440 2,210
1992 3,190 5,380 3,230 3,880 2,490 2,200 1,810 1,480 1,410 1,710 2,190 5,660 2,890
1993 2,870 3,460 2,820 3,310 2,520 1,890 1,430 1,340 1,050 1,070 1,100 3,100 2,160
1994 5,300 4,440 7,740 4,800 3,400 2,760 2,220 1,750 1,320 1,380 1,960 2,900 3,330
1995 3,140 2,920 3,570 3,590 2,860 2,040 1,240 0,832 0,650 0,666 1,230 2,550 2,110
1996 1,820 1,410 1,860 1,670 1,230 0,894 0,671 0,566 0,505 0,720 1,780 1,330 1,200
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1997 3,670 1,980 3,350 3,340 2,260 1,720 1,180 0,806 0,812 0,679 0,891 1,220 1,830
1998 1,820 1,580 2,010 1,290 0,937 0,730 0,523 0,337 0,187 0,298 1,590 1,830 1,090
1999 1,780 1,440 3,040 1,810 1,480 1,170 0,897 0,535 0,347 0,722 2,070 3,350 1,550
2000 4,170 3,620 3,880 2,730 1,810 1,340 1,070 0,752 1,070 0,767 3,250 3,550 2,330
2001 3,120 2,620 3,470 2,260 1,550 1,120 0,826 0,632 0,589 0,799 2,600 3,520 1,930
2002 4,220 4,320 2,880 2,280 1,630 1,280 1,040 0,774 0,802 0,577 0,914 1,180 1,820
2003 2,760 2,790 2,920 2,930 1,780 1,260 0,839 0,563 0,460 0,391 1,010 0,970 1,250
2004 4,300 7,190 5,260 5,250 2,760 2,090 1,670 1,260 0,807 0,919 1,160 2,630 2,941
2005 3,780 4,290 5,480 3,370 2,500 1,910 1,520 1,160 0,837 0,622 1,780 2,620 2,489
2006 2,200 2,560 3,030 3,640
M. 3,670 3,689 3,698 3,142 2,210 1,760 1,418 1,132 0,978 1,128 1,859 2,813 2,284
Históri
ca
Fonte: Caesb
10,0
1,0
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57
Vazões (m3/s)
Método de Meyboom,.1961
mensais (m3/s)
10,000
Vazões medias
1,000
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56
0,100
Meses do ano
Tabela 48.8- Cálculo da recarga média anual (mm) pelo Método de Meyboom, 1961
237
386
470
176
455
456
Média=
363
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ANO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO TOTAL
1971 a 2006 247,0 206,5 243,2 117,2 28,4 5,6 7,2 23,5 46,4 140,9 227,4 260,8 1560,9
Conclusão: a recarga média anual da bacia do rio Descoberto com 115km2 é em média
de 363mm/ano. A precipitação média anual no rio Descoberto é de 1.560,9mm
Exemplo 48.18
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1500mm.
Rr= 1,37 (P- 388) 0,76
Rr= 1,37 (1500- 388) 0,76= 283mm
Também na Índia em 1970 Krishna Rao elaborou as seguintes equações empíricas para P e Rr
em milímetros:
Rr= 0,20 x (P-400) para áreas com precipitações entre 400mm e 600mm
Rr= 0,25 x (P-400) para áreas com precipitações entre 600mm e 1000mm
Rr= 0,35 x (P-600) para áreas com precipitações maiores que 1000mm
Sendo:
Rr= recarga devido as chuvas (mm)
P= precipitação (mm)
Exemplo 48.19
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1.771mm- Cidade de Campos do Jordão, Estado
de São Paulo.
Rr= 0,35 x (P-600) =0,35 x (1771-600)= 410mm (Por Meyboom achamos 502mm)
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Introdução
Plinio Tomaz
Engenheiro civil
49-2
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Item Assunto
49.1 Introdução
49.2 Bacia de dissipação Tipo I do USBR
49.3 Bacia de dissipação Tipo II do USBR
49.4 Bacia de dissipação Tipo III do USBR
49.5 Bacia de dissipação Tipo IV do USBR
49.6 Bacia de dissipação Tipo V do USBR
49.7 Bacia de dissipação Tipo VI do USBR
49.8 Bacia de dissipação Tipo VII do USBR
49.9 Bacia de dissipação Tipo VIII do USBR
49.10 Bacia de dissipação Tipo IX do USBR
49.11 Bacia de dissipação Tipo X do USBR
49.12 Bacia de dissipação de Ven Te Chow adaptado por Kokei Uehara
49.13 Bacia de dissipação Tipo SAF (Saint Anthony Falls)
49.14 Bacia de dissipação CSU (Colorado State University)
49.15 Bacia de dissipação Contra Costa
49.16 Tipos de bacias de dissipação conforme número de Froude
49.17 Fórmula de Manning para seção circular plena
49.18 Dimensionamento de galeria circular parcialmente cheia
49.19 Relações geométricas e trigonométricas de uma seção circular
49.20 Equações semi-empíricas para estimativa da altura crítica
49.21 Elementos hidráulicos numa seção circular
49.22 Bibliografia e livros consultados
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49.1 Introdução
Lencastre, 1983 define dissipação de energia como uma transformação de parte da
energia mecânica da água em energia de turbulência e, no final, em calor por efeito do
atrito interno do escoamento e atrito deste com as fronteiras.
Existem dois tipos básicos de dissipadores de energia: ressalto hidráulico e
impacto. A Figura (49.1) mostra o degrau negativo (drop), o dente, a saliência (end sill) e o
degrau positivo.
O livro básico para os dissipadores de energia é sem dúvida alguma aquele escrito
por A. J. Perterka em 1964 e reimpresso em 2005 com patrocínio do US Departamento for
the Interior- Bureau of Reclamation conhecido como USBR.
As bacias de dissipação de energia são 10 tipos básicos junto com um algarismo
romano: Tipo I, Tipo II, Tipo III, Tipo IV, Tipo V, Tipo VI, Tipo VII, Tipo VIII, Tipo IX
e Tipo X que estão Figuras (49.2) a (49.5) conforme Peterka, 2005.
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Figuras 49.4- Bacias de dissipação de energia Tipo VII e Tipo VIII conforme
Peterka, 2005
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Figura 49.6- Formas de ressalto hidráulico para bacia de dissipação de fundo plano
Tipo I com número de Froude menor ou igual a 9
Fonte: Peterka, 2005
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As bacias do Tipo I segundo Lencastre, 1983 são utilizadas para quedas superiores a
60m e vazões específicas q> 45m3/s/m.
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Figura 49.14- Bacia de dissipação Tipo II conforme CETESB, 1986 para Fr> 4,5
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Figura 49.19- Bacia de dissipação Tipo III recomendada por Peterka, 2005
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Figura 49.20- Bacia de dissipação Tipo III conforme CETESB, 1986 para Fr> 4,5 e V1
< 18m/s
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Exemplo 49.3
Seja uma barragem com rampa do vertedouro de 0,7 V: 1 H com altura de Z=12m (40ft)
horizontal da bacia de dissipação Tipo III e altura da água na crista do vertedor da
barragem é de H=0,75m (2,5ft) com vazão específica da descarga pelo vertedouro é q=
8m3/s/m
Conforme Figura (49.13) entrando com Z=40 ft e largura da crista de 2,5ft achamos
VA/VT= 0,83.
A velocidade teoria VT no pé da barragem conforme Figura (49.11) será:
Z= 12 + 0,75/2=12,375m
VT= [2 x g x (Z –H/2)]0,5
VT= [2 x 9,81 x (12,375 –0,75/2)]0,5=15,3 m/s < 18m/s OK
Mas VA/VT= 0,83.
VA= 0,83 x VT= 0,83 x 15,3=12,7m/s= V1
D1= q/V1= 8,00/ 12,7= 0,63m
Número de Froude F
F= V1/ (gx D1) 0,5
F= 12,7/ (9,81 x 0,63) 0,5 =5,1 > 4,5 OK
Entrando na Figura (49.13) para achar o tailwater mínimo para a bacia de
dissipação Tipo III entramos com o número de Froude F=5,1 e na linha cheia achamos
Tw/D1=5,5
Como Tw e D2 são sinônimos neste caso, então o conjugado D2 será:
Tw/D1= 5,5
Tw=D2
D2/D1= 5,5
D2= 5,5 x D1= 5,5 x 0,63=3,5m
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Para achar o comprimento LIII da bacia de dissipação entramos com F=5,1 na Figura
(49.9) e achamos
LIII/ D2= 2,27
LII= D2 x 2,27= 3,5 x 2,27= 7,95m
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Exemplo 49.4
Seja uma barragem com rampa do vertedouro de 0,7 V: 1 H com altura de Z=5m
horizontal da bacia de dissipação Tipo III e altura da água na crista do vertedor da
barragem é de H=0,50 com vazão específica da descarga pelo vertedouro é q= 1,67m3/s/m
Z= 5,0+ 0,5/2=5,25m
VT= [2 x g x (Z –H/2)]0,5
VT= [2 x 9,81 x 5,00)]0,5=9,9 m/s < 18m/s OK
D1= q/V1= 1,67/ 9,9= 0,17m
Número de Froude F
F= V1/ (gx D1) 0,5
F= 9,9/ (9,81 x 0,17) 0,5 =7,7> 4,5 OK
Entrando na Figura (49.12) para achar o tailwater mínimo para a bacia de
dissipação Tipo III entramos com o número de Froude F=7,7 e na linha cheia achamos
Tw/D1=8,1
Como Tw e D2 são sinônimos neste caso, então o conjugado D2 será:
Tw/D1= 8,1
Tw=D2
D2/D1= 8,1
D2= 8,1 x D1= 8,1 x 0,17=1,38m
Para achar o comprimento LIII da bacia de dissipação entramos com F=7,7 na Figura
(49.13) e achamos
LIII/ D2= 2,6
LII= D2 x 2,6= 1,38 x 2,6= 3,59m
A altura da saliência (end sill) conforme Figura (49.13) e entrando F=7,7 teremos:
h4/D1= 1,45
h4= D1 x 1,45= 0,17 x 1,45=0,25m
A altura do dente (baffle piers) conforme Figura (49.13) e entrando com F=7,7 será:
h3/D1=1,95
h3= D1 x 1,95= 0,17 x 1,95= 0,33 m
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Segundo FHWA, 2006 ao invés de usar a seção quadrada opta por retangular com
altura D e largura 2D e sendo a área da seção de escoamento A teremos:
D x (2D)= A
D= (A/2) 0,5
Portanto, mesmo que a seção de entrada seja circular é necessário achar a altura D e
adotaremos para achar a altura D o critério de Peterka, 2005 que usa seção quadrada.
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Cálculo de W
W/D= 2,88 x F0,566
Relações conforme Estado da Geórgia, 2005 conforme Figura (49.6). Salientamos
que a Figura (49.1) do Estado da Geórgia, 2005 as representações são diferentes da Figura
(49.7) de Perterka, 2005.
L= (4/3) W
f= (1/6) W
e=(1/12) W
H= (3/4) W
a= (1/2) W
b= (3/8) W
c= (1/3) W
d= (1/6) W
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Tailwater existente: Tw
O dissipador de energia por impacto tipo basin VI não necessita de tailwater para o
seu funcionamento. Mas um tailwater com altura b/2+f reduzirá o impacto da velocidade.
Como o tailwater Tw do curso natural é necessário que a geratriz inferior da
tubulação de entrada esteja a distancia b/2 + f abaixo do tailwater Tw. Então (b/2+f)-Tw.
Portando, o fundo tubo de entrada deverá estar a (b/2+f)-Tw abaixo do nível de água
do tailwater.
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Para vazões maiores podem ser feitas descargas múltiplas uma ao lado da outra
conforme aconselhado por Peterka, 2005.
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Usamos a Tabela (49.1) que foi feita por Peterka, 2005 para velocidade de 3,6m/s da
água na entrada.
Tabela 49.1- Dimensões básicas do dissipador de impacto Tipo VI USBR para
velocidade de 3,6m/s
Diâmetro Vazão W H L a b c d e f tw tf tp K d50
3
(m) (m /s) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
0,40 0,59 1,7 1,24 2,20 0,83 0,83 0,83 0,28 0,14 0,28 0,15 0,17 0,15 0,08 0,10
0,60 1,08 2,0 1,46 2,60 0,98 0,98 0,98 0,33 0,16 0,33 0,15 0,17 0,15 0,08 0,18
0,80 1,67 2,6 1,91 3,40 1,28 1,28 1,28 0,43 0,21 0,43 0,15 0,17 0,18 0,08 0,22
0,90 2,41 2,9 2,14 3,80 1,43 1,43 1,43 0,48 0,24 0,48 0,18 0,19 0,20 0,08 0,23
1,00 3,25 3,2 2,36 4,20 1,58 1,58 1,58 0,53 0,26 0,53 0,20 0,22 0,23 0,10 0,24
1,20 4,27 3,5 2,59 4,60 1,73 1,73 1,73 0,58 0,29 0,58 0,23 0,24 0,25 0,10 0,27
1,30 5,41 4,1 3,04 5,40 2,03 2,03 2,03 0,68 0,34 0,68 0,25 0,27 0,25 0,10 0,30
1,50 6,68 4,4 3,26 5,80 2,18 2,18 2,18 0,73 0,36 0,73 0,28 0,29 0,28 0,15 0,33
1,80 9,59 5,0 3,71 6,60 2,48 2,48 2,48 0,83 0,41 0,83 0,30 0,32 0,30 0,15 0,36
Como a velocidade normalmente é diferente então temos que fazer que achar o
diâmetro equivalente a velocidade de 3,6m/s.
Para o cálculo do diâmetro com a seção plena é necessário
A=3,1416xD2/4 usar a velocidade de 3,6m/s conforme Geórgia, 2005.
Q= A x V
V= 3,6m/s
Q=A x 3,6
A=Q/3,6
Q/3,6=PI x D2/4
Como temos o valor de Q achamos o valor de D.
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Peterka, 2005 apresenta tabela com tubos variando de 0,40m a 1,80m e das
dimensões básicas a serem usadas, sendo importante notar que os cálculos foram feitos para
velocidade 3,6m/s usado a equação da continuidade Q=A x V.
Rip-rap
Após o Basin tipo VI com redução de energia por impacto ainda temos velocidade
na saída do dissipador de energia e portanto é necessário na transição com o canal natural
que se faça um rip-rap.
Segundo Geórgia, 2005 a largura do rip-rap é W=4,04m o comprimento mínimo do
rip-rap é W sendo o mínimo de 1,5m.
A profundidade do rip-rap é f=W/6= 4,04/6=0,67m
O diâmetro médio da rocha é W/20=4,04/20=0,202m
A declividade dos taludes é 1,5: 1.
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Figura 49.28- Bacia de dissipação Tipo IV conforme CETESB, 1986 para Fr entre 2,5
a 4,5
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Figura 49.29- Bacia de dissipação Tipo VI conforme CETESB, 1986 para bacia de
dissipação por impacto
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Figura 49.33- Bacia de dissipação Tipo VII conhecida como Dissipador tipo
Santo de Esqui conforme Peterka, 2005
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A bacia de dissipação de energia Tipo VII Salto de Esqui é usada quando o número
de Froude for maior que 8 para ter energia suficientemente elevada para garantir o bom
lançamento do jato conforme Toscano, 1999.
Sua finalidade é lançar o jato dágua com uma trajetória controlada a uma região
confinada e distante da barragem. Esta região específica de impacto deve oferecer
condições geológicas adequadas.
Figura 49.34- Bacia de dissipação Tipo VIII do USBR conforme Peterka, 2005
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Figura 49.35- Bacia de dissipação Tipo VIII do USBR conforme Peterka, 2005
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Exemplo 49.7
Dimensionar um dissipador de energia USBR Tipo IX para um desnível de 8,00m. São
dados:
Vazão Q= 2,8m3/s= 2,8/0,0283= 98,9 cfs (cubic feet second)
Dados do canal a montante
n=0,013 (concreto)
So=0,0018m/m
Desnível do dissipador= 8m
Declividade 2:1
Primeiro passo:
Por tentativa supomos uma seção retangular com altura D (m) e largura B (m).
Supomos B=3m=3/0,3= 10ft
q=Q/B= 98,8/10= 9,89 cfs/ft
Segundo passo:
Com a Figura (49.10) e com o valor q=9,89cfs/ft achamos:
V1= 3 ft/s =0,90m/s
Vc= 6 ft/s= 1,8m/s
Adoto para V um valor intermediário:
V= 1,5m/s
Terceiro passo
Usando a formula de Manning
V= 1/n x R(2/3) x S0,5
1,5= 1/0,013 x R(2/3) x 0,00180,5
R=0,31m
Quarto passo
R= A/ P
A= área da seção molhada (m2)
P= perímetro molhado (m)
P= B + 2 x D
Q=A x V
A= Q/V= 2,8m3/s/ 1,5m/s=1,87m2
R= A/ P
R= 1,87/ (B+2xD) = 0,31
Supondo B=3,00m
Achamos D=1,5m
Portanto, o canal a montante tem velocidade de 1,5m/s com seção retangular de 3,00
de base com 1,5m de altura.
Na Figura (49.10) podemos achar a altura critica dc=1,4ft=0,42m.
Como a seção de montante é aceitável damos como certa a largura do canal
B=3,00m que será a largura do dissipador de energia.
A altura H é obtida na curva 0,9xDc e encontramos H=1,35ft=0,41m
Portanto a altura do dente é H=0,41m
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O método do prof. dr. Kokei Uehara consiste em achar V1, y1, F1 e y3 e com estes
valores entramos no gráfico da Figura (49.42) e achamos o valor h e está resolvido o
problema.
O comprimento X da bacia de dissipação é:
X= 5 (h + y3)
A declividade da rampa da bacia de dissipação é geralmente ≥2 (horizontal) : 1
(vertical).
Existem na bacia de dissipação do prof Kokei Uehara quatro medidas de
comprimentos básicas que são:
1. Comprimento do canal do vertedor que fica a montante e na saída do
vertedor da barragem, possuindo baixa declividade sendo geralmente um
canal de concreto de secção retangular.
2. Comprimento da projeção da rampa que depende da altura e da
declividade escolhida.
3. Comprimento da bacia de dissipação propriamente dita X.
4. Comprimento do canal de restituição, que será o curso de água normal
geralmente de terra de seção trapezoidal, onde a água escoará após passar
na bacia de dissipação. Este comprimento geralmente não entra nos
cálculos.
O problema é feito para calcular o valor de “h”, que é a altura do degrau. Com a
determinação de “h” e de y3 achamos o comprimento da bacia X e está resolvido o
problema.
X= 5 ( h+ y3)
Salientamos que os canais à jusante da bacia de dissipação tem a sua altura y3
determinadas usando a equação de Manning.
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Esclarecemos que foi calculada uma barragem e obtida a altura sobre o vertedor
H=0,80m. A vazão específica por unidade de largura do canal retangular q será:
q= Q/ B
Sendo:
q= vazão específica por unidade de largura (m3/s/m)
Q= vazão de pico no vertedor para o período de retorno adotado (m3/s)
B=largura do canal a montante antes da rampa (m)
q= Q/ B
q= 4m3/s / 2,5m= 1,6 m3/s/m
V1= (2 x g x D)0,5
Sendo:
V1= velocidade no fim da rampa (m/s)
g=9,81m/s2
D= altura entre o fundo da bacia de dissipação e altura média H sobre o vertedor da
barragem.
V1= (2 x g x D)0,5
V1= (2 x 9,81 x 5,0)0,5 =9,9m/s
y1= q1/V1= 1,6/ 9,9= 0,16m
Número de Froude F1
F1= V1/ (g x y1) 0,5
Sendo:
F1= número de Froude na seção 1 (adimensional)
V1= velocidade na seção 1 (m/s)
g=9,81m/s2
y1= altura do nível de água na seção 1 (m)
F1= V1/ (g x y1) 0,5
F1= 9,9/ (9,81 x 0,16) 0,5 =7,9 > 1 Regime turbulento
Cálculo de y3
Considerado a vazão de 4m3/s, declividade S=0,0025m/m, canal de terra com n=0,035 e
seção trapezoidal com base B=1,5m usando a equação de Manning obtemos y3=1,15m.
V= 1/n x R (2/3) x S0,5
Q= Vx A
Sendo:
V= velocidade (m/s)
n= coeficiente de rugosidade de Manning (adimensional)
R= raio hidráulico (m)
R= A/P
A= área molhada (m2)
P= perímetro molhado (m)
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P= (2.y3+b)
S= declividade (m/m)
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Figura 49.43- Bacia de dissipação SAF (Saint Anthony Falls) conforme FHWA, 2006
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Figura 49.45- Bacia de dissipação Tipo Contra Costa conforme FHWA, 2006
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Q= vazão (m3/s);
A= área molhada da seção (m2)
R= raio hidráulico (m);
S= declividade (m/m).
Para seção circular plena R=D/4 temos:
V= (1/n) x 0,397x (D 2/3) (S ½) (Equação 49.1)
Q= (1/n) x 0,312 x (D 8/3) (S ½) (Equação 49.2)
D = [(Q . n )/ ( 0,312 . S1/2)]3/8 (Equação 49.3)
Sendo:
V= velocidade (m/s);
R= raio hidráulico (m);
S= declividade (m/m);
n= coeficiente de rugosidade de Manning;
D= diâmetro do tubo (m);
Q= vazão (m3/s).
Exemplo 49.9
Dado a declividade S=0,007 m/m n=0,025 D=1,5m. Achar a velocidade média.
Usando a Equação (49.1) temos:
V= (1/n) x 0,397x (D 2/3) (S ½) = (1/0,025) x 0,397x (1,5 2/3) (0,007 ½) =1,74 m/s
49-63
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Capítulo 49- Dissipador de energia para obras hidráulicas de pequeno porte
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Tabela 49.5 - Vazões a seção plena de tubos de concreto para águas pluviais conforme
a declividade da tubulação.
Tubos de
concreto com
n=0,013 Vazões
(m3/s)
Diâmetro Declividades da tubulação
0,50% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
(cm) (m) 0,005 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
30 0,3 0,07 0,10 0,14 0,17 0,19 0,22 0,24 0,26 0,27 0,29 0,31
40 0,4 0,15 0,21 0,29 0,36 0,42 0,47 0,51 0,55 0,59 0,63 0,66
50 0,5 0,27 0,38 0,53 0,65 0,76 0,85 0,93 1,00 1,07 1,13 1,20
60 0,6 0,43 0,61 0,87 1,06 1,23 1,37 1,51 1,63 1,74 1,84 1,94
80 0,8 0,94 1,32 1,87 2,29 2,65 2,96 3,24 3,50 3,74 3,97 4,19
100 1,0 1,70 2,40 3,39 4,16 4,80 5,37 5,88 6,35 6,79 7,20 7,59
120 1,2 2,76 3,90 5,52 6,76 7,81 8,73 9,56 10,33 11,04 11,71 12,34
150 1,5 5,00 7,08 10,01 12,26 14,15 15,82 17,33 18,72 20,01 21,23 22,38
4.Q 4 . (5.5)
V=--------------- = -------------------- = 3,11 m/s < 5 m/s
π . D2 3,14 . (1.52)
Portanto, a velocidade é 3,11 m/s que é menor que o máximo admitido de 5 m/s e é
maior que o mínimo de 0,60 m/s.
49-64
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6,0 1,61 1,41 1,24 1,15 1,09 1,04 1,01 0,98 0,95 0,93 0,92
6,5 1,65 1,45 1,28 1,18 1,12 1,07 1,04 1,01 0,98 0,96 0,94
7,0 1,70 1,49 1,31 1,22 1,15 1,10 1,07 1,04 1,01 0,99 0,97
7,5 1,75 1,53 1,35 1,25 1,18 1,13 1,10 1,06 1,04 1,02 1,00
8,0 1,79 1,57 1,38 1,28 1,21 1,16 1,12 1,09 1,06 1,04 1,02
8,5 1,83 1,61 1,41 1,31 1,24 1,19 1,15 1,12 1,09 1,06 1,04
9,0 1,87 1,64 1,44 1,34 1,27 1,21 1,17 1,14 1,11 1,09 1,07
9,5 1,91 1,68 1,47 1,36 1,29 1,24 1,20 1,16 1,13 1,11 1,09
10,0 1,94 1,71 1,50 1,39 1,32 1,26 1,22 1,19 1,16 1,13 1,11
10,5 1,98 1,74 1,53 1,42 1,34 1,29 1,24 1,21 1,18 1,15 1,13
11,0 2,02 1,77 1,55 1,44 1,36 1,31 1,26 1,23 1,20 1,17 1,15
11,5 2,05 1,80 1,58 1,46 1,39 1,33 1,29 1,25 1,22 1,19 1,17
12,0 2,08 1,83 1,61 1,49 1,41 1,35 1,31 1,27 1,24 1,21 1,19
12,5 2,11 1,86 1,63 1,51 1,43 1,37 1,33 1,29 1,26 1,23 1,21
13,0 2,15 1,88 1,65 1,53 1,45 1,39 1,35 1,31 1,28 1,25 1,22
13,5 2,18 1,91 1,68 1,56 1,47 1,41 1,37 1,33 1,29 1,27 1,24
14,0 2,21 1,94 1,70 1,58 1,49 1,43 1,38 1,35 1,31 1,28 1,26
14,5 2,24 1,96 1,72 1,60 1,51 1,45 1,40 1,36 1,33 1,30 1,27
15,0 2,26 1,99 1,75 1,62 1,53 1,47 1,42 1,38 1,35 1,32 1,29
15,5 2,29 2,01 1,77 1,64 1,55 1,49 1,44 1,40 1,36 1,33 1,31
16,0 2,32 2,04 1,79 1,66 1,57 1,51 1,46 1,41 1,38 1,35 1,32
16,5 2,35 2,06 1,81 1,68 1,59 1,52 1,47 1,43 1,40 1,36 1,34
17,0 2,37 2,08 1,83 1,70 1,61 1,54 1,49 1,45 1,41 1,38 1,35
17,5 2,40 2,11 1,85 1,71 1,62 1,56 1,51 1,46 1,43 1,40 1,37
18,0 2,42 2,13 1,87 1,73 1,64 1,57 1,52 1,48 1,44 1,41 1,38
Nota: 1) deverá ser verificado a velocidade que deverá menor ou igual a 5m/s.
2) Deverá ser escolhido o diâmetro comercial existente.
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Exemplo 49.14
Dado tubo circular com D=1,5m e altura da lâmina de água y=0,70m. Achar a área
molhada A.
θ= 2 arcos (1- 2 y/ D)
θ= 2 arcos (1- 2x 0,70/ 1,50)= 2 arcos(-0,0666)
O valor =0,0666 está em radianos e não esquecer que está multiplicando por 2
Achamos o ângulo em radianos θ= 3,00816 rad
A = D2/ 8 x ( θ – sen θ)
A = 1,52/ 8 x ( 3,00816– sen 3,00816)=0,81m2
49-67
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Exercício 49..14
Calcular a altura crítica de um canal retangular com largura de 3,00m, vazão de
15m3/s.
Primeiramente calculamos ψ
ψ = Q2 / g = 15 2 / 9,81 = 22,94
yc = (ψ / b2) 0,33 = (22,94 / 32) 0,33 = 1,36m
Portanto, a altura critica do canal é de 1,36m.
Seção circular
ψ = Q2 / g
yc = (1,01 / D 0,26) . ψ 0,25 (Equação 49.1)
sendo D o diâmetro da tubulação.
Exercício 49.15
Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir
uma vazão de 3m3/s.
Primeiramente calculamos ψ
ψ = Q2 / g = 32 / 9,81 = 0,92
yc = (1,01 / D 0,26) . ψ 0,25 = (1,01 / 1,50,26) . 0,92 0,25 = 0,97m
Portanto, a altura critica no tubo é de 0,97m
Seção trapezoidal
Para a seção trapezoidal de um canal com base b e inclinação das paredes 1 na
vertical e z na horizontal, a altura critica é:
yc = 0,81 . (ψ / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z ( Equação 49..1)
Exercício 49.16
Achar a altura critica de um canal trapezoidal com base de 3,00m, vazão de 15m3/s e
declividade da parede de 1 na vertical e 3 na horizontal ( z=3).
ψ = Q2 / g = 152 / 9,81 = 22,94
yc = 0,81 . (ψ / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z = 0,81 . ( 22,94 / 3 0,75 . 3 1,25 ) 0,27 - 3/ 30.3 =
yc = 1,04- 0,03 = 1,01m
Portanto, a altura critica é de 1,01m
49-69
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3,00 4,56
4,56 4,23
4,23 4,18
4,18 4,18
4,18 4,18
49-70
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4 4,91
4,91 2,71
2,71 4,68
4,68 2,85
2,85 4,56
4,56 2,93
2,93 4,50
4,50 2,97
2,97 4,45
4,45 3,01
3,01 4,42
4,42 3,03
3,03 4,40
49-71
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Regime de escoamento
Velocidade em regime normal de escoamento= 1,64m/s
Velocidade crítica= 1,29m/s
Como 1,64>1,29 o regime de escoamento é supercrítico ou torrencial.
Análise da velocidade
Velocidade normal= 1,64m/s
Se a velocidade 1,64> Vc=1,29m/s então temos segundo a NB no item 5.1.1 de
fazer com que y/D≤ 0,50
Então adotamos D=0,35m.
49-72
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Solução
Q= (K´/n) D 8/3 . S1/2
Vamos tirar o valor de K´
K´= (Q.n) / (D 8/3 . S1/2 )
K´= (0,01 x 0,015) / (0,3 8/3 x 0,0051/2 )=0,0526
Entrando na Tabela (49.18) com K´= 0,0526 achamos d/D=0,28
Portanto, d= 0,28 x 0,30= 0,084m
Vamos achar a velocidade.
Usemos a equação da continuidade Q= A x V portanto V=Q/A
Temos que achar a área molhada.
Entrando na Figura (49.36) com d/D=0,28 achamos A=Atotal = 0,22
Como: Atotal = PI x 0,30 x 0,30/ 4=0,070686m2
A/Atotal = 0,22
A= 0,22 x 0,070686m2=0,0156m2
V= Q/ A = 0,01m3/s/ 0,0156m2=0,641m/s
49-75
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Capítulo 50
Fórmula de Manning e canais
“Aproveite para ler agora. Pode ser que mais tarde você não tenha tempo”
Professor Moses, Poli, 1964
50-1
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Introdução
50-2
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
SUMÁRIO
Ordem Assunto
50.1 Introdução
50.2 Raio hidráulico
50.3 Manning e Colebrook-White
50.4 Equação semi-empírica para altura crítica
50.5 Tensão trativa
50.6 Canais naturais de leito móvel
50.7 Borda livre de um canal
50.8 Coeficientes de rugosidade de Manning “n”
50.9 Coef. equivalente de rugosidade de Manning: ne ou coef. de rugosidade composto
50.10 Análise de sensibilidade do coeficiente “n”
50.11 Análise de incerteza da equação de Manning
50.12 Exemplo da escolha do coeficiente de rugosidade “n” de Manning
50.13 Exemplo de escolha da velocidade
50.14 Declividade
50.15 Canais
50.16 Número de Froude
50.17 Seções de máxima eficiência hidráulica
50.18 Velocidades
50.19 Declividades limites
50.20 Bibliografia e livros consultados
45 páginas
50-3
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50.1 Introdução
Há três tipos básicos de canais:
Canais revestidos
Canais não revestidos e
Canais gramado
O caso de canais revestidos com colchão de gabião e canais gramados serão
tratados à parte.
O escoamento em galerias, canais e sarjetas devem ser calculados pela fórmula de
Manning, onde se calcula a velocidade e uma vez que já temos o comprimento obteremos o
tempo de escoamento da água de chuva também chamado tempo de trânsito (Travel Time).
A fórmula mais conhecida para dimensionamento de condutos livres usada no Brasil e
nos Estados Unidos e demais países de língua inglesa, é a fórmula experimental do
engenheiro irlandês R. Manning (1816-1897) elaborada em 1891.
É impressionante que grandes obras de canais e rios são feitas baseadas na fórmula de
Manning e um dos motivos é que é mais fácil estimar a rugosidade de Manning do que a
fórmula de Darcy-Weisbach. Existem muitas medições e aferições do uso do coeficiente de
Manning de maneira que uma pessoa experiente pode com relativa facilidade escolher o valor
adequado para cada caso.
Na Europa geralmente é usada a fórmula de Strickler, que segundo Chaudhry,1993 é
similar a fórmula de Manning.
Fórmula de Manning-Strickler
Conforme Lencastre, 1983, na Europa é usada a fórmula de Manning-Strickler que é a
seguinte:
V= Ks . R 2/3 . S ½
Sendo:
Ks= 1/n
Portanto, Ks é o inverso de “n”. O nú mero Ks também tem dimensões L(1/3)/T.
Existem tabelas que fornecem o valor do coeficiente de Strickler Ks.
Chin, 2000 alerta sobre os cuidados que devemos proceder ao aplicar a equação de
Manning. Ela deve ser aplicada somente para regime turbulento e somente é válida quando:
50-4
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Exemplo 50.1
Um canal tem declividade S=0,0005 m/m, n=0,015, Área molhada A=12,2m2, perímetro
molhado de 11,2m, Raio hidráulico = R =1,09m achar a vazão.
Primeiramente verifiquemos se pode ser aplicada a fórmula de Manning, usando a
Equação (50.2).
n6(R.S) 0,5= 0,0156.(1,09.0,0005)0,5 =2,66.10 –13 1,9 .10 –13
Portanto, pode ser aplicada a equação de Manning. Conforme Equação (50.1) em
unidades S. I. temos:
V= (1/n). R 2/3. S ½ = 1,58m/s
Q= A . V = 19,3 m3/s
50.2 Raio Hidráulico
O raio hidráulico é a relação entre a área molhada e o perímetro molhado.
Área molhada (m2)
R h= -------------------------------- (Equação 50.3)
Perímetro molhado (m)
Que pode ser calculado da Equação (50.1) de Manning, tirando-se o valor de R:
Rh = [V. n / (S1/2) ]3/2 ( Equação 50.4)
Rh= A/P
Sendo:
Rh= raio hidráulico (m)
A= área molhada (m2)
P= perímetro molhado (m)
50-5
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Sendo:
V= velocidade média (m/s)
g= aceleração da gravidade= 9,81m/s2
R= raio hidráulico (m)= Área molhada/ perímetro molhado
Ks= rugosidade equivalente da areia (m)
υ = viscosidade cinemática do fluido (m2/s)
S= declividade (m/m)
D= diâmetro do tubo (m)
A rugosidade de Manning “n” e a rugosidade equivalente usada na fórmula de
Colebrook-White deverão estar inclusos as influências das juntas, das descontinuidades, da
sedimentação ou incrustação e outros problemas que poderão ocorrer.
Ks=0,3mm a 3mm para concreto
Ks=0,25mm para ferro fundido
Ks=0,9mm a 9mm para aço rebitado
Ks=0,03mm para PVC
Exemplo 50.2- um canal retangular tem coeficiente de rugosidade “n” de Manning igual a
0,070. A largura do canal é de 2,3m e altura da lâmina d’água de 1,20m. Calcular o raio
hidráulico, velocidade da água no canal e o tempo de escoamento sendo a declividade de
0,005m/m e o comprimento do canal de 1.200m.
Y=1,20m
L=2,30m
50-6
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Seção retangular
yc = ( / b2) 0,33 (Equação 50.2)
sendo b=largura do canal (m).
Exemplo 50.3
Calcular a altura crítica de um canal retangular com largura de 3,00m, vazão de 15m3/s.
Primeiramente calculamos
= Q / g = 15 2 / 9,81 = 22,94
2
Seção circular
yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25 (Equação 50.3)
sendo D o diâmetro da tubulação.
Exemplo 50.4
Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir uma vazão
de 3m3/s.
Primeiramente calculamos
= Q2 / g = 32 / 9,81 = 0,92
yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25 = (1,01 / 1,50,26) . 0,92 0,25 = 0,97m
Portanto, a altura crítica no tubo é de 0,97m
Seção trapezoidal
Para a seção trapezoidal de um canal com base b e inclinação das paredes 1 na vertical
e z na horizontal, a altura crítica é:
yc = 0,81 . ( / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z ( Equação 50.4)
Exemplo 50.5
Achar a altura critica de um canal trapezoidal com base de 3,00m, vazão de 15m3/s e
declividade da parede de 1 na vertical e 3 na horizontal ( z=3).
= Q2 / g = 152 / 9,81 = 22,94
yc = 0,81 . ( / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z = 0,81 . ( 22,94 / 3 0,75 . 3 1,25 ) 0,27 - 3/ 30.3 =
yc = 1,04- 0,03 = 1,01m
Portanto, a altura crítica é de 1,01m
50-7
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Como queremos a altura crítica temos que fazer Fr=1 e então teremos:
1= V / ( g . A/T) 0,5
Q= A . V
V=Q/A
1= (Q/A) / ( g . A/T) 0,5
Q2 x T= g A3
Q2/g= A3/ T
50-8
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
A relação Q2/ g= A3 /T pode ser usada para qualquer seção e devemos observar que a
altura critica yc depende da vazão e não da declividade como muitos poderiam pensar.
Para o caso particular de uma seção retangular teremos:
A= B x yc sendo B= largura da seção retangular
T= B
Q2/ g= A3 /T
Q / g= (B x yc)3 / B
2
50-9
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Exemplo 50.8
Determinar a tensão trativa máxima que podemos ter num solo coloidal de uma argila densa.
Usando a Tabela (50.1) achamos 2,24 kgf/m2.
50-10
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Tabela 50.2-Tensão trativa máxima para solos não coesivos em N/m2 ou Pa.
Leito muito pouco Leito pouco Leito compactado Leito muito
Material do leito compacto com compactado com com uma relação de compactado com
relação de vazios de uma relação de vazios de 0,6 a 0,3 uma relação de
2,0 a 1,2 vazios de 1,2 a 0,6 vazios de 0,3 a 0,2
Argilas arenososas
(porcentagem de areia 2,0 7,7 16,0 30,8
inferior a 50%)
Solos com grandes 1,5 6,9 14,9 27,5
quantidades de argilas
Argilas 1,2 6,1 13,7 25,9
Argilas muito finas 1,0 4,7 10,4 17,3
Fonte: Lencastre, 1983
50-11
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Conforme Chaudhry, 1993 temos as Figuras (50.1) a (50.3) que mostram o ângulo de
repouso conforme diâmetro da partícula e tensões trativas críticas para solos coesivos e não
coesivos.
Figura 50.3- Ângulo de repouso de material não coesivo sendo que o diâmetro d50 está
em mm
50-12
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50-13
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Tabela 50.2- Fator de correção da tensão trativa crítica conforme o grau de sinuosidade
do canal
Grau de sinuosidade de um canal Fator de correção
Cs
Canal em linha reta 1,00
Canal ligeiramente sinuoso 0,90
Canal moderadamente sinuoso 0,75
Canal muito sinuoso 0,60
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Primeiro passo:
Adotar ou calcular o coeficiente de rugosidade de Manning. No caso pela experiência do
projetista foi adotado n=0,025.
Segundo passo:
Achar o ângulo de repouso do solo do canal que será estimado usando a Figura (50.3).
O diâmetro d50=20mmm= 0,8in.
Entrando com 0,8in achamos ângulo de repouso do solo de ψ=32º.
Terceiro passo:
Como o canal é ligeiramente sinuoso entrando na Tabela (50.2) achamos Cs=0,90.
Quarto passo:
Especificar a declividade do talude. Escolhemos talude com 1(V): 2 (H). O ângulo da
declividade do talude é θ que pode ser calculado assim:
θ= tan-1 (1/2)= 26,6º
Sétimo passo:
Par a achar a profundidade normal y vamos supor a pior situação que é o talude.
máxima = 0,76. . y . S
Mas máxima = 7,6Pa
Entao teremos:
7,6 = 0,76. . y . S
7,6 = 0,76x1000y0,0015
50-15
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
y= 0,68m
Oitavo passo:
Uma maneira prática de se calcular é usar a equação de Manning em planilha Excel
calculando por tentativas até achamos largura da base b=24,2m.
Nono passo:
Calculo da força trativa no fundo do canal
máxima = . y . S
máxima = 10000x 0,68 x 0,0015=10,2 N/m2 < 14,3 Pa OK
Décimo passo:
Cálculo do número de Froude Fr.
Número de Froude para seção trapezoidal
O número de Froude para uma seção trapezoidal é:
Fr= V / ( g . A/B) 0,5
Sendo:
Fr= número de Froude;
V= velocidade (m/s);
g= aceleração da gravidade=9,81 m/s2;
A= área da seção molhada (m2)
B= comprimento da superfície da água em metros.
Vamos supor que calculos V= 1,1 m/s, B= 26,92m
O valor de C=1,5 para vazão até 0,57m3/s. C=2,5 para vazão acima de 85m3/s. Fazendo uma
simples interpolação achamos C=1,7
50-16
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Para solo pedregulhoso fino adotamos n=0,024 e talude 1V: 3H. sendo o angulo θ=
18,4º. De acordo com o tamanho da partícula que é 8mm verificamos a Figura (50.1) e
achamos o ângulo de repouso =24º.
Chaudhry, 1993 usa para K o seguinte:
K = [(1- (sen /sen ) 2 ]0,5
K = [(1- (sen 18,4º /sen 24º ) 2 ]0,5
K=0,63
Como o solo não é coesivo verificamos a Figura (50.2) e achamos tensão crítica de
0,15 lb/ft2 que multiplicando por 47,88 obtemos 7,18 N/m2= 7,18 Pa
Portanto, a tensão crítica que temos no canal é 7,18 Pa e nos taludes ela deve ser
multiplicada pelo fator K=0,63
Talude= K x 7,18= 0,63 x 7,18= 4,52 Pa
Então a tensão crítica no fundo do canal é 7,18 Pa e no talude 4,52 Pa.
A tensão trativa máxima calculada no fundo do canal é:
fundo = . y . S
50-17
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
3
= peso volumétrico da água (10000N/m )
Vc*= velocidade de atrito que é igual a (c / ) 0,5=(g .R . S)0,5
= viscosidade cinemática = 1,006 x 10-6 m2/s
O critério de Shields é bastante simples. Se o ponto achado está abaixo da linha da
Figura (50.6) então os sedimentos estão em repouso. Se o ponto está acima da linha, então os
sedimentos estão em movimentos. A curva de Shields foi obtida experimentalmente em
laboratório e amplamente utilizada.
Para valores elevados de Re* >500 , o valor da ordenada é constante e vale 0,06.
Portanto temos:
critico = 0,06 . (s-).d50 (Equação 50.8)
Re*
50-18
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Figura 50.7- Curvas granulométricas de solos brasileiros segundo o prof. Milton Vargas in Revista
Politécnica nº 149 in Garcez e Alvarez, 1988.
Segundo o padrão do Massachussetts Institute of Technology (MIT) mais difundido no
Brasil, os tipos de solos variam entre amplos limites (Garcez e Alvarez,1988).
Argilas- diâmetro das partículas D< 0,002 mm
Siltes- diâmetro das partículas 0,002mm <D<0,06mm
Areias- diâmetro das partículas 0,06mm <D<2,00mm
Pedregulhos- diâmetro das partículas D>2,00mm
Talude
Caso se trate de proteção do talude, o crítico deve ser multiplicado pelo fator K (Chin
2000 p.213):
K = cos . [(1- (tan /tan ) 2 ]0,5
Chaudhry, 1993 usa para K o seguinte:
K = [(1- (sen /sen ) 2 ]0,5
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Sendo:
K= número que deve ser dimensionado a tensão trativa critica da margem;
=ângulo do talude;
= ângulo de atrito do solo e
tan = tangente do ângulo de atrito.
50-20
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Dica: a fórmula de Lacey só pode aplicar a canais largos onde a largura é 20 vezes a
altura do nivel de água. Cuidado não errar!.
O diâmetro da partícula do sedimento e do fator silte (fs) é dado pela Tabela (50.3).
50-21
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50-22
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Tabela 50.4 – Sugestões de borda livre recomendado pela Central Board of Irrigation
and Power, na Índia (Raju,1983)
Vazão (m3/s) Vazão < 1,5 m3/s Vazão entre 1,5 a 85 m3/s Vazão > 85m3/s
50-23
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50-24
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50-25
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50-26
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50-29
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
sendo:
ne= rugosidade equivalente de Manning pela fórmula de Einstein,1934 ou coeficiente de
rugosidade composta;
Pi= perímetro molhado cujo coeficiente de Manning é ni;
ni= coeficiente de Manning cujo perímetro é Pi;
Seja um canal de seção retangular com 4,00 m de largura e 2,00m de altura da lâmina
de água. Vamos supor que verticalmente temos as paredes laterais feitas em concreto armado
como se fosse um muro de arrimo com n=0,015 e o fundo do canal é de enrocamento com
n=0,030.
Como temos dois coeficientes de Manning usemos a fórmula de Einstein,1934 para
calcular o coeficiente equivalente de rugosidade de Manning.
2,00m
n=0,015
4,00m
n=0,030
(Pi ni 3/2 )2/3 (2,00 x 0,015 3/2 + 4,00 x 0,030 3/2+ 2,00x0,015 3/2)2/3
ne= -------------------------- = -------------------------------------------------------- = 0,024
(Pi) 2/3 (2,00+4,00+2,00)2/3
50-30
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
DICA: deve-se ter muito cuidado na escolha o mais correto possível do coeficiente de
rugosidade “n” da fórmula de Manning.
50-31
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50.17 Declividade
A declividade do fundo do rio coincide geralmente com a declividade do talvegue e
com a declividade da linha de energia. No caso do rio Aricanduva a declividade no trecho
médio é de 0,025m/m e no trecho baixo de 0,005m/m.
No rio Paraíba do Sul a declividade média em Pindamonhangaba é de 0,000208m/m e
a declividade do rio Colorado nos Estados Unidos é 0,000217 m/m (Lloret,1984).
50-32
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50.18 Canais
Sendo:
F= número de Froude;
V=velocidade média da seção em m/s;
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
2,00m
Área 1
Molhada A
18,00m
z=2
DICA: seção de melhor eficiência hidráulica nem sempre é a mais econômica. A seção
mais econômica deverá levar em conta entre outros, os custos de escavação e de
revestimento.
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
y= Altura da lâmina
d’água
Base b
Figura 50.12- Seção retangular de um canal com máxima eficiência hidráulica.
A seção retangular de máxima eficiência hidráulica é quando b=2 y.
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50.21 Velocidades
Os limites de velocidade são bastante complexos e requer experiência do projetista na
escolha adequado dos valores. Entretanto para evitar que se depositem materiais temos que
levar em conta a velocidade mínima e máxima para evitar a erosão das paredes.
O critério melhor para verificar a estabilidade de canais é o da tensão trativa.
Velocidades mínimas
Fernandez, Araújo e Ito, 1999 adotam para velocidades mínimas a seguinte tabela.
Chaudhry,1993 diz que a velocidade mínima geralmente está entre 0,60m/s a 0,90m/s.
Velocidades acima de 12 m/s em canais de concreto foram aceitas em canais que possuem
baixa concentração de sedimentos. O fundo do canal pode ser erodido para velocidades
baixas, quando o canal materiais arenosos.
50-37
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50-38
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Exemplo 50.18
Achar velocidade máxima permissível para canal largo com lâmina d’água de 1,50 m
de altura, sendo o material areia fina com v=0,6 m/s.
V = 0,6 x y1/6=0,6 x 1,51/6 =0,64 m/s
Para um canal profundo admite-se uma velocidade permissível maior. Para canais
menos profundos, a velocidade a ser adotada é menor.
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Chaudhry, 1993 apresenta a Tabela (50.19) com sugestões de varias declividades de taludes.
Exemplo 50.19-canal retangular do Rio dos Cubas em Guarulhos com duas células
Calcular a velocidade da água num canal de seção retangular com base de 4,00 m e
lâmina d’água de 2,2m com coeficiente de rugosidade de Manning de 0,015(concreto) e
declividade de 0,003m/m. No local temos duas células de 4,00m x 2,20m para uma vazão
total de 67 m3/s ou seja cada galeria conduz 33,5 m3/s.
Exemplo 50.20: canal retangular do rio dos Cubas em Guarulhos com uma célula
Calcular a velocidade da água num canal de seção retangular com base de 5,00 m e
lâmina d’água de 3,0m com coeficiente de rugosidade de Manning de 0,015(concreto) e
declividade de 0,003m/m. A vazão de pico para período de retorno de 50 anos é de 67 m3/s.
0,30m
y=3,00m
b=5,00
Figura 50.14- Seção retangular de um canal fechado
50-40
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Exemplo 50.20: canal retangular do Rio dos Cubas em Guarulhos com duas células
Calcular a velocidade da água num canal de seção retangular com base de 4,00 m e
lâmina d’água de 2,2m com coeficiente de rugosidade de Manning de 0,015(concreto) e
declividade de 0,003m/m. No local temos duas células de 4,00m x 2,20m para uma vazão
total de 67 m3/s ou seja cada galeria conduz 33,5 m3/s.
0,30m
2,20m
4,00m
4,00m
50-41
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2,00m
1
18,00m
z=2
Portanto:
S=0,00154m/m n=0,030 b=18m y= 2,00 z=2
O raio hidráulico conforme Tabela 50.9 é:
R= y(b+zy)/(b+2y (1+z2)0,5 (Equação 50.6)
R= y(b+zy)/[(b+2y) (1+z2)0,5]= 2 x(18,00+ 2 x 2,00)/(18,00+2x2,00x (1+22)0,5 = 1,63 m/s
V= (1/n) (R 2/3) (S ½) = (1/0,030) x (1,63 2/3 ) (0,00154) ½ = 1,81m/s > 1,5 m/s
A velocidade de 1,81 m/s é maior que 1,5m/s que é o limite da velocidade em um
canal de terra com revestimento em grama.
O número de Froude para uma seção trapezoidal é:
F= V / (g . A/B) 0,5
Sendo:
F= número de Froude;
V=velocidade (m/s);
A= área da seção molhada (m2)
B= comprimento da superfície da água (m).
g=aceleração da gravidade=9,8 m/s2;
V= 1,81 m/s
Área molhada A= (b+zy)y= (18+2x2,00) x 2 = 44 m2
50-42
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Exemplo 50.22- canal trapezoidal de terra com revestimento com pedra argamassada e
fundo com rachão (D>=0,20m)
Calcular a velocidade de um canal trapezoidal com base de 18,00m, altura da lâmina
de água de 2,50m e inclinação de 2:1 (sendo 2 horizontal e 1 na vertical), com declividade de
0,00333m/m e n=0,03. Trata-se do canal do Rio dos Cubas em Guarulhos, com vazão total de
67 m3/s. ?
B
y=2,50m
1
Portanto:
S=0,00333m/m n=0,025 b=4,00m y= 2,50 z=2
O raio hidráulico conforme Tabela 50.9 é:
R= (b+zy)/(b+2y (1+z2)0,5 (50.6)
F= V / (g x A/B) 0,5 = 3,00 / (9,8 x 22,5/ 14) 0,5 = 0,76 ( regime fluvial)
50-43
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
Vazão de 67 m3/s com as mesmas dimensões do Exemplo (50.9), porem com n=0,015
(concreto) e n=0,025 (rachão). A declividade S=0,0018m/m, base do canal de 4,0m altura da
lamina d’água de 2,50m, declividade do talude 2 na horizontal e 1 na vertical, isto é, z=2.
y=2,50m
n=0,015 1
concreto
b=4,00m
n=0,025 z=2
rachão
=0,4636
50-44
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
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Capítulo 50- Fórmula de Manning e canais
50-46
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 51- Cobertura verde
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Capítulo 51
Cobertura verde
Edifício na Alemanha
51-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 51- Cobertura verde
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Sumário
Ordem Assunto
Capitulo 51-Cobertura verde
51.1 Introdução
51.2 Aplicabilidade
51.3 Esquema da cobertura verde
51.4 Custos
51.5 Performance
51.6 Membranas para evitar vazamentos
51.7 Materiais
51.8 Manutenção
51.9 Vegetação extensiva e intensiva
51.10 Pesquisa na Carolina do Norte, USA
51.11 Telhado verde para produção de alimentos
51.12 Bibliografia e livros consultados
13 páginas
51-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 51- Cobertura verde
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51.1 Introdução
Com a urbanização crescente as áreas verdes vão ficando cada vez menores e uma solução para
aumentar as áreas verdes é usar as coberturas para plantar gramas, flores, etc a fim de melhorar o ambiente
com as seguintes vantagens:
• Melhorar a qualidade do ar;
• Providenciar habitat para pássaros e insetos;
• Melhorar o nível de umidade;
• Reduzir as expansões e contrações dos tetos em concreto armado;
• Diminuir os custos de refrigeração na época de calor;
• Deter as enchentes
• Melhorar a paisagem.
• Produz efeitos psicológicos nas pessoas devido ao contato visual com áreas verdes conforme Ulrich
e Johson in Hong Kong, 2007. O mesmo efeito também é causado pela existência de um balcão ou
sacada.
• Diminui a ilha de calor. (Pesquisas feitas pela Universidade de São Paulo mostraram que na capital o
centro tem 6º C a mais de temperatura do que a borda da cidade junto a Serra da Cantareira).
Figura 51.1- Observe as coberturas verdes que estão nas varandas dos apartamentos.
51-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 51- Cobertura verde
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Os exemplos mais antigos de coberturas verdes são os famosos jardins suspensos da Babilônia.
No Brasil em 1936 no prédio do MEC foi construída cobertura verde pelo paisagista paulista Roberto
Burle Marx. Em 1988 executou a cobertura verde no Banco Safra em São Paulo. Burle Marx foi considerado
o maior paisagista do mundo.
Em 1992 a arquiteta Rosa Grená Kliass e Jamil Kfouri projetaram os jardins do Vale do Anhangabaú em
São Paulo.
Tive a oportunidade de conversar em 2003 com a arquiteta Rosa Grená Kliass juntamente com o dr.
Walter Kolb da Universidade de Munich e de Hannover, especialista em coberturas verdes na Alemanha, o
qual considera que as coberturas verdes podem reduzir o pico de runoff dos edifícios entre 50% a 90%. A dra.
Rosa acrescentou que os problemas estruturais para as coberturas verdes já estão resolvidos.
O dr. Walter Kolb mostrou pesquisas onde o cobertura verde diminui os custos de refrigeração na época
de calor e comentou ainda que alguns usuários estavam começando na Alemanha a plantar no cobertura
verde para que servisse como alimento, como verdura, etc.
A cobertura verde (green roof) às vezes é chamada também de cobertura vivo (living roof).
51.2 Aplicabilidade
A cobertura verde é aplicada para todo tipo de construções, desde prédios residenciais e comerciais
até supermercados e indústrias.
Geralmente são aplicados em coberturas praticamente planos com inclinação aproximadamente de 5º
para permitir o escoamento não muito rápido da água. Para coberturas acima de 20º deverão ser tomadas
outras providências para deter o fluxo de água como barreiras ou outras estruturas.
51-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 51- Cobertura verde
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51-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 51- Cobertura verde
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Figura 51.4A- Telhado verde da Prefeitura Municipal de São Paulo (Banespinha) que é fechada a
visitação
Fonte: Denyse Godoi, revista Morar, Folha de São Paulo agosto, 2007
51-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 51- Cobertura verde
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51-7
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Capitulo 51- Cobertura verde
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51.4 Custos
Os custos das coberturas verdes variam US$ 400/m2 a US$ 5000/m2 conforme Hong Kong, 2007.
Existem cidades que incentivam o uso de cobertura verdes com descontos de impostos e ajuda
financeira.
51.5 Performance
A cobertura verde remove 75% dos Sólidos Totais em Suspensão (TSS). O número da curva segundo
o SCS adotado normalmente em coberturas verdes é CN=61.
As coberturas verdes reduzem a temperatura da cobertura no verão em mais de 40% reduzindo o
consumo de energia em uma casa.
Cidades como Stuttgard, Cologne, Dusseldorf e Hamburg usam a cobertura verde há mais de 25anos.
Em alguns lugares a cobertura verde é chamado de eco-cobertura (eco-roof). O pais onde é mais
desenvolvido os coberturas verdes é sem dúvida a Alemanha e o dr. Walter Kolb pesquisa o assunto há mais
de 25 anos em Hannover.
Os coberturas verdes reduzem também os efeitos danosos dos raios ultravioletas, os extremos de
temperatura e os efeitos do vento na cobertura.
Nos coberturas verdes a temperatura não passa de 25ºC enquanto a cobertura convencional pode
chegar a 60º C (Green Building Services).
A queda de temperatura sob a cobertura verde varia de 1,7ºC até 3,9ºC resulta numa redução de
10% nos custos do sistema de ar condicionado.
As coberturas verdes podem mitigar as áreas onde existem ilhas de calor com grande quantidade de
prédios que impermeabilizaram toda as áreas permeáveis. Isto é feito pela evapo-transpiração das plantas
que estão nas coberturas.
As coberturas verdes podem reter de 15% a 70% das águas pluviais, reduzindo com isto os picos de
enchentes.
Ainda os telhados verdes podem ser acessíveis ou inacessíveis. Geralmente os telhados verdes com
cobertura intensiva são acessíveis e os com cobertura extensiva são inacessíveis, isto é, as pessoas não
possuem acesso a eles.
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51.7 Materiais
As plantas devem ser resistentes as secas, ao calor e deve ter características típicas e devem ser
muitas bem escolhidas.
51.8 Manutenção
Deve ser sempre feita a manutenção. Conforme Hong Kong, 2007 a manutenção de vegetação
extensiva é de US$ 0,8/m2xano a US$ 2,25/m2 x ano enquanto que para telhado de vegetação intensiva varia
de US% 6,5 /m2 x ano a US$ 44/m2 x ano.
Vegetação extensiva
As maiores aplicações das coberturas verdes é a vegetação extensiva cujo solo varia de 50mm a
150mm de espessura conforme Hong Kong 2007. A carga necessária para a estrutura varia de 80kg/m2 a
150kg/m2. As plantas são mais baixas. Escolhem-se geralmente gramas nativas. Os custos variam de US$
400/m2 a US$ 1000/m2.
Vegetação intensiva
Servem geralmente como parque para visita de pessoas que podem passear e ver o ambiente Neste
caso o solo tem de 200mm a 2000mm e pode ter varias espécies de plantas e árvores. O prédio deve prever
cargas que varia de 300kg/m2 a 1000kg/m2conforme Hong KONG, 2007. Os custos variam de US$ 1000/m2 a
US$ 5000/m2.
Na vegetação extensiva o solo variou de 5cm a 15cm e a vegetação tinha altura de 5cm a 13cm e
com solo de altura de 5cm a 15cm e na intensiva a altura de solo era maior e a altura da vegetação variava
de 1m a 5m.
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Figura 51.7 -Carolina do Norte, experiência feita em abril de 2003 mostrando a redução do runoff
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Capítulo 52
Custo e eficiência das BMPs
Pantanal matogrossense
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
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52.1 Introdução
É fundamental a estimativa de custo de construção, manutenção e operação das BMPs bem como
a eficiência das mesmas.
O objetivo primário de uma BMP é a detenção de 80% dos sólidos totais em suspensão (TSS) e
reduzir o fósforo total. O objetivo secundário é reduzir o nitrogênio total. Tudo isto para evitar impactos
ambientais, pois o excesso de nutrientes causará proliferação de algas trazendo aspectos negativos ao
meio ambiente.
Tivemos como base de nossos estudos as pesquisas feitas em Minnesota, 2005 que são as mais
atualizadas que conhecemos.
Para a transformação de unidades de ft3 para m3 multiplicar por 0,0283.
Para transformar m3 em ft3 dividir por 0,0283.
Para transformar pound (lb) em kg multiplicar por 0,45359.
Para transformar kg em pound (lb) dividir por 0,45359.
52.2 BMPs
A deposição de 80% de TSS resultará na melhoria da qualidade das águas pluviais, pois as
partículas ao se sedimentar arrastam para o fundo os poluidores.
O fósforo é um nutriente importante e se apresenta nas águas pluviais de duas maneiras básicas:
fósforo particulado e fósforo dissolvido. Define-se fósforo dissolvido aquele que passa por um filtro
de 0,45μm e o material retido é o fósforo particulado. Em média temos 0,3mg/L de fósforo total, sendo
0,10mg/L de fósforo dissolvido e 0,20mg/L de fósforo particulado.
É importante salientar que a quantidade de fósforo varia de lugar para lugar e de tempo em
tempo. Assim conforme o período de verão e inverno teremos para o mesmo lugar quantidades
diferentes de fósforo.
O fósforo através da sedimentação e da filtração retém o fósforo particulado, enquanto que parte
do fósforo dissolvido é convertido por meios químicos ou adsorção para fósforo particulado e então se
deposita.
Minnesota, 2005 salienta que as BMPs funcionam automaticamente e não possuem partes
mecânicas como a que existem em tratamento de água ou esgoto.
A adição de calcário em uma BMP pode facilitar a remoção do fósforo por precipitação e
adsorção.
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O SUDs conforme CIRIA, 2007 adota vida útil de 25anos a 30anos com a taxa de desconto de 3,5% na
maioria dos projetos.
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Tabela 52.3-Composição do custo das galerias pré-moldadas. (dez ano 2001 1US$ = R$ 2,40)
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Tabela 15.4-Composição do custo US$/m das tubulações ( dez ano 2001 1US$ = R$ 2,40)
Figura 52.1- Croquis dos elementos considerados no custo das galerias retangulares.
Fonte: Plano Diretor de Drenagem Urbana, Porto Alegre, Tucci, 2001.
Tabela 15.5 Custos unitários de tubos de concreto (dez. ano 2001 1US$ = R$ 2,40)
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Tabela 52.6-continuação- Custos unitários de tubos de concreto (dez ano 2001 - 1US$ = R$ 2,40)
Diâmetro da tubulação
0,6m 0,8m 1,0m 1,2m 1,5m 1,8m 2,0m
US$/m US$/m US$/m US$/m US$/m US$/m US$/m
5 6 7 8 9 10 11
7,6 10,1 12,7 15,2 19,0 22,8 25,3
40,0 60,0 83,3 110,0 156,3 210,0 250,0
4,0 6,0 8,3 11,0 15,6 21,0 25,0
0,4 0,5 0,5 0,6 0,7 0,8 0,8
2,2 2,5 2,7 3,0 3,4 3,8 4,1
6,1 6,9 7,7 8,4 9,6 10,7 11,5
0,4 0,6 0,7 0,9 1,1 1,3 1,4
0,4 0,6 0,7 0,9 1,1 1,3 1,4
1,3 1,7 2,1 2,6 3,2 3,8 4,3
6,0 9,7 14,3 19,8 29,8 41,7 50,7
4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2
1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
5,8 12,6 18,9 23,1 46,4 68,8 87,6
10,9 30,3 42,2 57,3 88,0 121,7 147,0
93,4 149,7 202,5 261,0 382,3 516,0 617,4
30,5 48,9 66,2 85,3 124,9 168,6 201,8
123,9 198,6 268,7 346,3 507,2 684,6 819,2
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Tabela 52.7 Custos US$/m de galerias (dez ano 2001 1US$ = R$ 2,40)
Custo unitário Galeria
Item 0,80m X 0,80m
US$ US$/m
1 2 3
3
Remoção e reposição de pav. Asfáltico (m ) 90,3 7,6
Meio fio 2,5 5,1
Escavação (m3) 20,8 57,5
Remoção até 2km (m3) 2,1 5,8
Escoramento Tipo A (5%) 2,7 0,6
Escoramento Tipo B (25%) 5,0 5,7
Escoramento Tipo C (70%) 6,2 20,1
Concreto magro fck>10MPA (m3) 62,7 5,1
Enrocamento com brita (m3) 16,4 3,0
3
Enrocamento com rachão (m ) 13,9 4,5
Concreto armado (m3) 159,6 38,8
Reaterro simples (20%) 1,8 0,6
Reaterro com areia (20%) 11,9 4,3
Reaterro com saibro (60%) 9,7 10,5
PV (preço unitário e preço/metro) 208,3 4,2
Tampão (preço unitário e preço/metro) 83,3 1,7
Bocas de lobo (preço unitário e preço/metro) 62,5 2,5
Sub-total 177,5
Lucro e despesas indiretas (32,68%) 58,0
Custo final 235,6
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Tabela 52.8 Custos US$/m de galerias (dezembro do ano 2001 -1US$ = R$ 2,40)
Galeria de concreto
1,00mx 1,00m 1,20m x 1,20m 1,50mx1,50m 2,00m x2,00m 3,00mx3,00m
US$/m US$/m US$/m US$/m US$/m
4 5 6 7 8
9,5 11,4 14,2 19,0 28,5
5,1 5,1 5,1 5,1 5,1
78,1 101,3 140,6 218,8 421,9
7,8 10,1 14,1 21,9 42,2
0,7 0,7 0,8 1,0 1,2
6,2 6,7 7,5 8,7 11,2
21,8 23,6 26,2 30,6 39,3
6,4 7,7 9,6 12,9 19,3
3,7 4,4 5,5 7,4 11,1
5,6 6,8 8,4 11,3 16,9
60,6 87,3 136,4 242,5 458,8
0,8 1,0 1,2 1,6 2,4
5,4 6,5 8,1 10,7 16,1
13,2 15,8 19,7 26,3 39,5
4,2 4,2 4,2 4,2 4,2
1,7 1,7 1,7 1,7 1,7
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
233,3 296,6 405,8 625,9 1121,6
76,2 96,9 132,6 204,5 366,5
309,5 393,5 538,5 830,5 1488,2
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Tabela 52.9- Componentes dos custos das tubulações circulares de 0,4m a 0,5m de diâmetro
( dez do ano 2001 1US$ = R$ 2,40)
Tabela 52.10-continuação- Componentes dos custos das tubulações circulares de 0,6m a 2,0m de
diâmetro (dez ano 2001 1US$ = R$ 2,40)
Diâmetro da galeria em metros
0,6m 0,8m 1,0m 1,2m 1,5m 1,8m 2m
US$/m US$/m US$/m US$/m US$/m US$/m US$/m
5 6 7 8 9 10 11
7,6 10,1 12,7 15,2 19,0 22,8 25,3
40,0 60,0 83,3 110,0 156,3 210,0 250,0
4,0 6,0 8,3 11,0 15,6 21,0 25,0
0,4 0,5 0,5 0,6 0,7 0,8 0,8
2,2 2,5 2,7 3,0 3,4 3,8 4,1
6,1 6,9 7,7 8,4 9,6 10,7 11,5
0,4 0,6 0,7 0,9 1,1 1,3 1,4
0,4 0,6 0,7 0,9 1,1 1,3 1,4
1,3 1,7 2,1 2,6 3,2 3,8 4,3
6,0 9,7 14,3 19,8 29,8 41,7 50,7
4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2 4,2
1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
5,8 12,6 18,9 23,1 46,4 68,8 87,6
10,9 30,3 42,2 57,3 88,0 121,7 147,0
93,4 149,7 202,5 261,0 382,3 516,0 617,4
30,5 48,9 66,2 85,3 124,9 168,6 201,8
123,9 198,6 268,7 346,3 507,2 684,6 819,2
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Capital x i x (1 + i ) n
Amortização = ----------------------------------
(1+i )n - 1
Sendo:
n=20anos=240meses
juros mensal = i = 0,0072 (ao mês ou seja 8,64% ao ano, por exemplo)
Capital em US$
Sendo:
PV= valor presente
Ct= custo no ano t
t=ano
r=taxa de desconto em porcentagem. (Exemplo r=3,5%)
Minnesota, 2005 considerando o período de 20 anos para calcular o valor presente das despesas
de manutenção e operação com taxa de inflação anual “r” e taxa de juros anuais “i”.
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n=20anos
i =juro anual
COM= custo anual de manutenção e operação (US$)
r= taxa de inflação anual
A equação acima pode ser reescrita assim:
{[(1 + r )/ (1+ i)] n - 1}
E= ----------------------------------
(r - i)
P= COM x E
Exemplo 52.2
Seja uma bacia de detenção estendida com volume WQv= 10.000m3 e considerando o custo unitário
US$ 35/m3 teremos o custo de construção de:
C= 10.000m3 x US$ 35/m3= US$ 350.000
Consideramos que a manutenção anual seja 5% (0,05) do capital e que em 20 anos a inflação é de
6% (0,06) ao ano e a taxa de juros é de 8% (0,08) ao ano.
Então a manutenção e operação anual será:
0,05 x US$ 350.000= US$ 17.500/ano
Ao longo de 20 anos teremos:
{[(1 + r )/ (1+ i)] n - 1}
E= ----------------------------------
(r - i)
r=0,06
i= 0,08
n=20anos
{[(1 +0,06 )/ (1+ 0,08)] 20 - 1}
E= ----------------------------------
(0,06 -0,08)
E=15,6
P= COM x E
P= US$ 17.500/ano x 15,6= US$ 272.925
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As algas e outras plantas aquáticas ocorrem em lagoas de detenção alagadas onde existe um
reservatório permanente. É praticamente impossível prevenir o crescimento de algas em meio urbano e a
eliminação das mesmas.
As algas em excesso podem causar odor e problemas estéticos.
Para o Brasil não devemos esquecer os problemas com a dengue e com mosquitos.
Segundo Schueler, 1992 in EPA o custo anual de manutenção de uma lagoa seca ou alagada varia
de 3% a 5% do custo da obra. A remoção de sedimentos como areia, resíduos, terra etc, deverão ser
feitos por equipamentos. Os transportes dos materiais deverão ser conduzidos a aterros sanitários.
Tucci, 2001 cita que o custo anual de manutenção é aproximadamente de 2% do custo da obra.
Em Santo André, cidade localizada na Região Metropolitana de São Paulo o Serviço de
Saneamento Ambiental de Santo André (SEMASA) opera alguns reservatórios de detenção desde
1999.
O reservatório de detenção do ribeirão dos Meninos, denominado AM3 tem área de 510ha,
volume de 120.000m3 e até setembro de 2002, o volume de sedimentos retirados foi de 6,7 m3/ ha/ano.
O custo para limpeza a cada três meses das grades e da retirada de sedimentos, principalmente
nos meses de abril e outubro é de 1US$/m3, não estando incluso: pessoal de vigilância do reservatório e
custo no aterro sanitário. Estima-se o custo global de US$ 4/m3 que é aproximadamente 10% do custo
por m3 do reservatório de detenção.
O custo de uma lagoa de detenção segundo o Center for Watershed Protection,1990 que se refere
a Costs and Benefits of Stormwater BMPs, varia de US$ 17,50/m3 a US$ 35,00/m3, que é o valor
aproximado dos custos obtidos na Região Metropolitana de São Paulo de US$ 34,00/m3 conforme
Tomaz, 2002.
Quanto ao lixo das ruas que vai para os córregos, rios e reservatórios de detenção, são da ordem
de 5% do total coletado, conforme Tucci, 2001.
É muito discutido nos Estados Unidos se uma lagoa de detenção alagada valoriza ou não o
imóvel. Tudo indica que se há uma boa manutenção, segurança da lagoa, haverá uma valorização do
imóvel que poderá chegar até 28%, concluído em 1992 pela National Association of Home Builders
(EPA 841-S-95-002 de setembro de 1995). Entretanto, uma péssima manutenção e operação, que coloca
em risco a vida, saúde e segurança das pessoas das vizinhas, irão desvalorizar as propriedades.
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Tabela 52.13B- Faixa de preços de BMPs do SUDS de 2004 em dólares americanos CIRIA, 2007
Variação de custo
BMP US$ US$ Unidade
]
Filtro dreno 150 210 US$/m3 de volume armazenado
Trincheira de infiltração 83 98 US$/m3 de volume armazenado
Soakaway >150 US$/m3 de volume armazenado
(infiltração de água de chuva
de telhado em trincheira de
Infiltração)
Pavimento permeável 45 60 US$/m2 superfície permeável
Bacia de infiltração 15 23 US$/m3 de volume detido
Bacia de detenção 23 30 US$/m3 de volume detido
Wetland 38 45 US$/m3 de volume tratado
Bacia de retenção 23 38 US$/m3 de volume tratado
Vala gramado 15 23 US$/m2 de área da vala gramada
Faixa de filtro gramado 3 6 US$/m2 de área da faixa de filtro gramado
Fonte: CIRIA, 2007 1Libra=1,5 US$
Tabela 52.13C- Faixa de custo de manutenção e operação de BMPs do SUDS de 2004 em dólares
americanos
Variação de custo
BMP US$ US$ Unidade
Filtro dreno/ trincheira de infiltração 0,3 1,5 US$/m2 de superfície do filtro ou trincheira
Vala gramada 0 0,15 US$/m2 de superfície da vala gramada
Faixa de filtro gramado 0 0,15 US$/m2 de área de filtro gramada
Soakaway 0 0,15 US$/m2 de área tratada
(Infiltração de água de chuva
do telhado em trincheira de infiltração)
Pavimento permeável 0,75 1,5 US$/m3 de volume armazenado
Bacia de detenção/ bacia de infiltração 0,15 0,45 US$/m2 de área da bacia de detenção
Wetland 0 0,15 US$/m2 da superfície da área da wetland
Bacia de retenção 0,75 2,25 US$/m2 de área da superfície da bacia de retenção
Fonte: CIRIA, 2007
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A Figura 20 do Minnesota, 2005 mostra que o custo em US$/ft3 varia conforme o volume WQv.
Quanto maior for o volume WQv menor será o custo unitário. Como exemplo o custo de
WQv=100.000 ft3= 2.830m3 o custo médio será US$ 1,1/ft3=US$ 39/m3 variando no intervalo de
confiança de 67% entre 2,6/ft3= US$ 92/m3 a 0,5/ft3=US$ 18/m3.
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L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Sendo:
L= carga do poluente anual (kg/ano)
P= precipitação média anual (mm)
Pj= fração da chuva que produz runoff. Pj =0,9 (normalmente adotado)
Rv= runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI (R2=0,71 N=47)
AI= área impermeável (%).
A= área (ha) sendo A≤ 256ha
C= concentração média da carga do poluente nas águas pluviais da (mg/L)
Podemos aplicar o Método de Schueler para período de 20anos e então multiplicaremos o valor de L
obtido para um ano por 20anos.
L20= 20 x 0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Portanto, o valor da precipitação adotada P é para uma estimativa de 20anos, assim como as
outras variáveis.
Como estimamos que 90% das precipitações serão tratadas pelas BMPs então teremos que
multiplicar o L20 por 0,90.
L20= L20 x 0,9
Uma média muitas vezes usadas de TSS de entrada numa BMP é 131mg/L ± 77 mg/L para
intervalo de confiança de 67% conforme Minnesota, 2005.
Para o fósforo é adotado 0,55mg/L ± 0,41mg/L também para intervalo de confiança de 67%.
Exemplo 52.3
Em uma bacia de detenção estendida calcular a quantidade de TSS e fósforo tratada durante 20anos
num local que a precipitação média anual é 1500mm e a área tem Rv=0,60, Pj=0,90 e A=20ha
TSS=131mg/L. e 0,55mg/L de fósforo.
Para o TSS
L20=20 x0,01 x P x Pj x Rv x C x A
L20=20 x 0,01 x 1500mm x 0,9 x 0,60 x 131mg/L x 20ha= 424.440 kg
Considerando que 84,7% das águas pluviais são tratadas e 15,3% não são tratadas, isto é, vão direta para
os rios e córregos teremos:
L20= 424.440kg x 0,847= 359.501 kg
Como a bacia de detenção estendida somente é removido 53% do TSS com intervalo de
confiança ±28% com 67% de probabilidade teremos:
Volume retido em 20anos de TSS= 359.501 kg x 0,53=190.536kg ± 53.350kg
Portanto, o reservatório de detenção estendido reterá 190.536kg ± 53.350kg de TSS durante
20anos.
Para o fósforo
L20=20 x0,01 x P x Pj x Rv x C x A
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Na Tabela (52.15) podemos ver, por exemplo, que uma bacia de detenção estendida tem média
de remoção de sólidos totais em suspensão (TSS) de 53% com variação para mais e para menos de 28%,
podendo chegar a 25% 81% com 67% de probabilidade.
O mesmo acontece com o fósforo que tem média de remoção de 25% com variação de 10% a
40% com 67% de probabilidade.
Tabela 52.16 - Taxa de redução de diversas BMPs segundo New Jersey, 2004.
Best Management Practices (BMP) Redução de TSS
(sólidos totais em suspensão)
Bacia de Bio-retenção 90%
Wetland artificial 90%
Bacia de detenção estendida 40% a 60%
Bacia de Infiltração 80%
Sistemas de tratamento Consultar o fabricante
manufaturados
Pavimento poroso Até 80%
Filtro de areia 80%
Canal gramado 60% a 80%
Bacia alagada 50% a 90%
Fonte: NJ, 2004
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Tabela 52.17-Taxa de redução de fósforo e nitrogênio de diversas BMPs, segundo New Jersey, 2004.
Best Management Practice Remoção de fósforo total (PT) Remoção de nitrogênio total
(BMP) (%) (%)
Bacia de Bio-retenção 60 30
Wetland artificial 50 30
Bacia de detenção estendida 20 20
Bacia de Infiltração 60 50
Sistemas de tratamento manufaturados Consultar fabricante Consultar fabricante
Pavimento poroso 60 50
Filtro de areia 50 35
Canal gramado 30 30
Bacia alagada 50 30
Fonte: NJ, 2004
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Dica: vai para o tratamento (BMP) 84,7% e não passa pelo tratamento 15,3%.
Tabela 52.18- Área de terra ocupada pela BMP em função da área impermeável e da área total da
bacia
Porcentagem da área Universidade do Porcentagem da área da
BMP impermeável conforme Texas, junho, 2004 bacia conforme Claytor
USEPA, 1999 e Schueler, 1996.
Bacia de detenção -------- 0,5 a 2 0,5 a 2,0
estendida
Bacia de retenção 2a3 1a3 -----------
Bioretenção 5 5 a 10 -------------
Faixa de filtro gramada 100 5 a 10 -------
Filtro ------------- 2a7
Filtro de areia 0a3 1a4 -----------
Infiltração ------------- 0,5 a 2 2a3
Lagoa ------------- 2a3
Trincheira de infiltração 2a3 0,5 a 2 ------
Vala gramada 10 a 20 5 ---------
Wetland 3a5 2a6 3a5
Fonte: Minnesota, 2005 e Universidade do Texas, junho, 2004- Michael Barrett.
Tabela 52.19- Custo médio em dólares americanos base ano 2005 do custo da construção+ custo
do valor presente (TPC) da operação e manutenção das BMPs baseado no volume WQv conforme
Minnesota, 2005.
Volume WQv (m3)
3 3
BMPs 85 m 283 m 849 m3 2,830 m3 7.075m3
Reservatório de detenção seco US$ 22.000 46.000 US$ 91.000 US$ 98.000 US$ 59.000
Reservatório de detenção / retenção 47.000 83.000 141.000 256.000 407.000
Wetland 21.000 38000 68.000 131.000 219.000
Trincheira de infiltração 84.000 226.000 554.000 0 0
Filtro de bioinfiltração 49.000 122.000 286.000 0 0
Filtro de areia 86.000 176000 338.000 691.000 0
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“Se um homem começa com certeza, no fim ele terá dúvidas; mas se ele começa
com dúvidas ele terminará com certeza”.
Sir Francis Bacon
53-1
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53.1 Introdução
As BMPs (Best Management Practices) são destinadas a melhoria da qualidade
das águas pluviais e podem ser: estruturais e não estruturais.
As BMPs estruturais são: bacia de infiltração, trincheira de infiltração, filtro de
areia, reservatório de detenção estendido, wetlands, canal gramado, faixa de filtro
gramada, biofiltro (rain garden), etc.
As BMPs não estruturais têm como objetivo a prática de prevenção da
poluição de maneira a minimizar a entrada de poluentes nas águas pluviais e ou reduzir
o volume do escoamento do runoff. As BMPs não estruturais não são instalações
permanentes e dependem do comportamento das pessoas e do governo das leis
ambientais. Elas incluem o planejamento, os planos diretores de manejo de águas
pluviais, as práticas de manutenção de tais sistemas, as campanhas educativas para
evitar sedimentação e erosão, os programas educacionais e programa para evitar
lançamento de esgotos nas galerias de águas pluviais. Esclarecemos que os benefícios
das BMPs não estruturais são de difícil avaliação, embora algumas delas não tenham
nenhum custo.
As BMPs possuem como objetivo principal a diminuição do TSS (sólidos totais
em suspensão) e objetivos secundários a remoção parcial de fósforo, nitrogênio e
metais pesados, por exemplo para minimizar os impactos ambientais nos corpos d’água.
Eficácia (effectiveness) é a medida em que uma BMP atinge os seus objetivos
para melhoria da qualidade das águas pluviais.
Eficiência é a medida de como a BMP remove os poluentes e pode ser expressa
em porcentagem.
No Brasil não existe padronização do tempo vida de uma BMP e desta maneira
adotaremos como padrão 20anos.
Em relação a avaliação de uma BMP estrutural são necessários três objetivos
básicos:
- Custo completo da BMP em toda a sua vida
- Eficiência da BMP
- Benefícios esperados
Os métodos que veremos abaixo são a escolha de um ou a combinação de dois
ou três objetivos.
53-2
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O método mais usado é determinístico e dentre eles os mais usados são dois:
• Análise de sensibilidade
• Análise do ponto de equilíbrio
Análise de sensibilidade
É preciso verificar se uma pequena variação de um parâmetro não ocasiona uma
significante mudança.
A primeira atitude que temos a fazer é identificar os dados críticos de entrada,
que geralmente são dados de custos, manutenção, preço de energia elétrica, preço de
produto químicos, etc.
Com os novos dados entrados temos que verificar os resultados e comparar e
observar, por exemplo, quando a variação for maior que 10%.
Não devemos esquecer é que devemos estudar todos os possíveis cenários em
uma análise econômica e para cada cenário teremos provavelmente incertezas
diferentes.
A vantagem do método determinístico de análise de sensibilidade é que é fácil
de ser usado e a desvantagem é que sempre a decisão será do projetista.
53-3
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Capital x i x (1 + i ) n
Amortização = ----------------------------------
(1+i )n - 1
Sendo:
n=20anos=240meses
juros mensal = i = 0,0072 (ao mês ou seja 8,64% ao ano, por exemplo)
Capital em US$
53-4
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P= COM x E
Exemplo 53.3
Seja uma bacia de detenção estendida com volume WQv= 10.000m3 e considerando o
custo unitário US$ 35/m3 teremos o custo de construção de:
C= 10.000m3 x US$ 35/m3= US$ 350.000
Consideramos que a manutenção anual seja 5% (0,05) do capital e que em 20
anos a inflação é de 6% (0,06) ao ano e a taxa de juros é de 8% (0,08) ao ano.
Então a manutenção e operação anual será:
0,05 x US$ 350.000= US$ 17.500/ano
53-5
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E=15,6
P= COM x E
P= US$ 17.500/ano x 15,6= US$ 272.925
Somando o capital da construção+ valor presente da manutenção e operação
teremos:
Custo da construção= US$ 350.000
Valor presente da manutenção e operação em 20anos=US$ 272.925
US$ 350.000 + US$ 272.925= US$ 622.925
US$ 622.925/10.000m3= US$ 62,3/m3
53-6
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Na Tabela (53.5) podemos ver, por exemplo, que uma bacia de detenção
estendida tem média de remoção de sólidos totais em suspensão (TSS) de 53% com
variação para mais e para menos de 28%, podendo chegar a 25% 81% com 67% de
probabilidade.
O mesmo acontece com o fósforo que tem média de remoção de 25% com
variação de 10% a 40% com 67% de probabilidade.
A Tabela (53.6) mostra a taxa de redução em diversas BMPs.
Tabela 53.6 - Taxa de redução de diversas BMPs segundo New Jersey, 2004.
Best Management Practices Redução de TSS
(BMP) (sólidos totais em suspensão)
53-9
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Exemplo 53.4
Estimar o custo de uma bacia de detenção estendida com 10.000m3 de volume.
O preço por metro cúbico estimado é de US$ 30,00/m3 e sendo 10.000m3
teremos o custo total estimado de US$ 300.000,00.
A remoção de TSS estimada é de 53% e a de fósforo total é 25%.
Notar que não mencionamos o valor da terra, o tempo de vida da obra, o custo do
dinheiro, a inflação, a manutenção e operação e devido o método apresenta erros que
podem atingir 50%.
53.12 Método da análise do custo da vida útil da BMP que é chamado de Life-cycle
cost analysis (LCCA).
Conforme Taylor, 2005 o LCCA é o método de avaliação de todos os custos
relevantes durante 20 anos para uma determinada BMP e conforme Taylor, 2002 o
método também pode ser aplicado para BMP não estrutural.
Nos custos estão inclusos os custos atuais, custos financeiros, manutenção,
operação, etc.
Os custos devem ser avaliados considerando várias alternativas viáveis, devendo
a avaliação considerar sempre o período único de 20anos, por exemplo.
As 10 recomendações básicas do LCCA conforme Fuller e Petersen, 1996
são:
53-11
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Outra observação da análise do custo de vida de uma BMP é que elas não são
somente aplicadas para obras, mas também para produtos ou serviços e isto mostra a
utilidade do LCCA.Também é usado nos Estados Unidos em projetos de reduzir o
consumo de energia e água.
Dica: sem dúvida o Método LCCA é o mais usado e aconselhado para BMP
estrutural e não estrutural.
Inflação: aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma continua perda
do valor aquisitivo da moeda.
53-12
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Figura 53.1- Sumário dos fatores de desconto conforme Fuller et al, 1996
53-13
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Figura 53.2- Sumário dos fatores de desconto conforme Mays e Tung, 1992
Exemplo 53.5
Calcular o valor presente da aplicação de Ft=US$ 100,00 daqui a t=5 anos sendo a taxa
de juros de 5% (d=0,05).
PV= Ft/ ( 1 + d)t
PV= 100x[ 1/ ( 1 + 0,05)5]
Fator=0,7835
PV= 100x 0,7835= US$ 78,35
53-14
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Isto significa que o investidor do dinheiro poderá receber US$ 78,35 a vista ou
US$ 100,00 daqui a 5 anos.
Exemplo 53.6
Calcular o valor presente uniforme da aplicação de US$ 100,00 por ano durante 20 anos
a taxa de juros 3% ao ano.
UPV= Ao . [ (1+d)n -1 ] / [ d .(1+d)n]
UPV= 100 . [ (1+0,03)20 -1 ] / [ 0,03 .(1+0,03)20]
UPV= 100x. 14,88= US$ 1488,00
Exemplo 53.7
Calcular o valor presente uniforme da aplicação de US$ 100,00 por ano durante 15 anos
a taxa de juros 3% ao ano e fator constante de aumento e=2%.
Valor presente Uniforme Modificado (UPV*)
UPV*= Ao . [ (1+e)/ (d-e) ] x { 1- [(1+e)/(1+d)] n}
UPV*= Ao . [ (1+0,02)/ (0,03-0,02) ] x { 1- [(1+0,02)/(1+0,03)] 15}
UPV*= Ao x 13,89
UPV*= 100 x 13,89=US$ 1389,00
Exemplo 53.8
Calcular o valor presente Uniforme Modificado (UPV*) da manutenção anual de US$
100,00 que sofre um acréscimo de 2% ao ano durante 5 anos a juros de 3% ao ano.
UPV*= Ao . [ (1+e)/ (d-e) ] x { 1- [(1+e)/(1+d)] n}
UPV*= Ao . [ (1+0,02)/ (0,03-0,02) ] x { 1- [(1+0,02)/(1+0,03)] 5}
UPV*= 100x 4,8562=US$485,62
53-15
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Inflação
A taxa de juros d pode ser considerada usando a taxa de inflação I e a taxa
nominal de desconto D conforme a equação de D. Rather in Fuller, et al, 1996..
d= [(1+D)/ (1 + I)] -1
Sendo:
d= taxa real de desconto em fração
D= taxa nominal de desconto em fração
I= taxa de inflação em fração
Exemplo 53.9
Calcular a taxa real de desconto fornecida a inflação I=4,0% e a taxa nominal de
desconto D=7,0%.
d= [(1+D)/ (1 + I)] -1
d= [(1+0,07)/ (1 + 0,04)] -1 =0,02885
Preço futuro
O preço futuro Ct com referência ao preço base Co é fornecido pela equação:
Ct= Co ( 1 + E) t
Sendo:
Ct= custo futuro em dólares
Co= custo atual em dólares
E= taxa nominal de juros em fração
t= período de tempo que geralmente é em anos
Exemplo 53.10
Calcular o custo futuro daqui a 10anos para o custo de US$ 1000,00 sendo a taxa
nominal de juros de 3%.
Ct= Co ( 1 + E) t
Ct= 1000x ( 1 + 0,03) 10 =US$ 1.344,00
Método LCCA
Existe uma fórmula geral do método LCCA que é:
LCCA= Σ Ct / ( 1 +d)t
Sendo:
LCCA= valor presente total do LCC em dólares no período para cada alternativa
Ct= soma de todos os custos relevantes incluindo custo inicial e custos futuros durante o
período de tempo considerado
d= taxa nominal de desconto em fração
Entretanto Fuller et al, 1996 apresenta uma outra fórmula que é mais usada:
LCCA= Custo Inicial + Reposição – Resíduo + Energia + custos + O&M
Sendo:
LCCA= valor presente total LCCA em dólares para uma alternativa escolhida
Custo inicial= valor presente dos investimentos iniciais em dólares
Reposição= valor presente do custo de reposição em dólares
Resíduo= valor presente residual em dólares
Energia=valor presente do custo da energia
Custos= demais custos
O&M: valor presente dos custos de manutenção e operação em dólares
53-16
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Exemplo 53.11
Usando o Método da análise do custo de vida de uma BMP escolher a mais adequada
para um determinado local.
Primeiramente devemos escolher BMPs que são mutualmente independente, isto
é, o que ocorre em uma não ocorre em outra.
Assim se escolhermos uma bacia de detenção estendida e uma bacia de retenção,
podemos observar os eventos não são mutualmente exclusivos, pois ambas irão deter a
enchente e deixar um volume para melhorar a qualidade das águas pluviais. Em uma o
volume será esvaziado em 24h e na outra ficará retido.
Temos que analisar BMPs que sejam diferentes como: bacia de detenção
estendida e trincheira de infiltração.
Teremos que considerar o custo de implantação, a manutenção e operação em 20
anos, o custo do terreno, a inflação, o custo do dinheiro. No final de 20anos ou ainda
antes teremos que fazer ou não uma reforma completa na BMP? Depois de 20 anos de
funcionamento a mesma continuará operando ou será desativada e vendido o terreno?.
O método LCCA aconselha usar no mínimo duas alternativas. Escolhe-se a
alternativa de menor custo, observando a perfomance mínimas admitidas.
Para uma bacia de detenção estendida admitimos que a performance a ser
alcançada é 53% para TSS e para fósforo é 25%. Para trincheira de infiltração
admitimos que o TSS máximo seja 75% e fósforo total de 55%.
Vamos supor que admitimos que a performance mínima da BMP seja de 50% de
remoção de TSS e 20% de fósforo total. Assim as duas BMP atendem as perfomance
mínimas admitidas.
É importante não esquecer todos os custos a serem usados mesmo que seja
insignificante e conforme o caso pode-se aumentar um determinado custo para incluir
um outro custo.
53-17
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Obras de drenagem
Conforme Wanielista,1993 citado por Canholi em sua tese de doutoramento na
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1995, o custo de um sistema de
drenagem urbana pode ser classificado em três categorias básicas:
investimento;
operação/manutenção e
riscos.
Os custos de investimento incluem os desembolsos necessários para os estudos,
projetos, levantamentos, construção, desapropriações e indenizações. Referem-se
portanto aos custos de implantação da solução.
Os custos de operação e manutenção, referem-se às despesas de mão de obra,
equipamentos, combustíveis e outras, relativas à execução dos reparos, limpezas,
inspeções e revisões necessárias durante toda a vida útil da estrutura.
Os custos dos riscos, referem-se aos valores correspondentes aos danos não
evitados, ou seja, aos custos devidos aos danos residuais relativos a cada alternativa de
proteção. Pode tanto ser medido pela estimativa dos danos como pelos custos de
recuperação da área afetada.
Os custos ainda podem ser classificados em:
Custos diretos
Custos indiretos
Custos diretos
Os custos diretos envolvem as obras civis, os equipamentos elétricos e
mecânicos, a relocação das interferências, as desapropriações e os custos de manutenção
e operação.
São os custos diretamente alocáveis às obras. São de quantificação simples, a partir
da elaboração de um projeto detalhado e do cadastro pormenorizado das obras de infra-
estrutura existente (gás, eletricidade, telefone, água, esgoto) que serão afetadas pelas
obras.
Os custos de manutenção podem ser estimados, através de previsões da
periodicidades e equipes/equipamentos necessários para as realizações de tais
serviços.
Custos indiretos
Os custos indiretos são relativos á interrupções de tráfego, dos prejuízos ao
comércio, às adequações necessárias ou custos não evitados no sistema de drenagem a
jusante, bem como os danos não evitados no período construtivo.
Desta maneira pode-se ressaltar os benefícios inerentes às soluções que envolvem
menores prazos de construção e/ou que causam menores interferências com os sistemas
existentes.
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Custos médios
Canholi, 1995 apresenta na Tabela (53.7) preços médios em dólar americano.
Tabela 53.7-Estimativa dos preços unitários médios
Exemplo 53.12
Em São Paulo é comum para determinação dos custos das obras o uso da Tabela de
custos unitários da Secretaria de Vias Públicas do município de São Paulo, publicada
no Diário oficial do município (DOM).
Os custos que vamos apresentar são de outubro de 1999 e apresentados no
Diagnóstico da bacia superior do ribeirão dos Meninos que faz parte do plano diretor de
macrodrenagem da bacia hidrográfica do Alto Tietê.
Vamos reproduzir como exemplo os custos previstos do reservatório de detenção
denominado TM8- do ribeirão dos Meninos em São Paulo elaborado em 1999 pelo
DAEE estão na Tabela (53.8).
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Preços
Unidade Quantidade
1US$= R$ 1,936
Unitário Total
Serviços
(US$) (US$)
Movimento de terra
Limpeza do terreno, inclusive da camada vegetal m2 18.000 0,16 2.882,23
Demolição de concreto armado m3 384 41,52 15.943,14
Escavação mecânica m3 96.190 1,95 187.808,99
Fornecimento de terra, incluindo escavação e transporte m3 1.154 4,64 5.360,01
Compactação mecânica de solo m3 1.154 1,65 1.907,90
Remoção de solo até distância média de 10km m3 96.190 3,11 299.103,20
Bola fora e espalhamento do material m3 96.190 0,87 83.470,66
Estruturas
Concreto estrutural m3 939 69,50 65.250,48
Fornecimento e aplicação aço CA-50 kg 82.861 0,81 66.768,00
Forma comum, exclusive cimbramento m2 2.536 8,17 20.726,16
Cimbramento de altura maior que 3m m3 202 6,08 1.225,64
Estaca de concreto para 30 ton. m 194 17,71 3.443,17
Fornecimento e colocação de geotêxtil OP-30 ou m2 998 1,19 1.185,11
MT300 com 300g/m2 ou similar
Fornecimento e colocação de gabião tipo colchão Reno m2 560 15,06 8.434,71
Fornecimento e colocação de gabião caixa m3 586 58,94 34.539,49
Fornecimento e assentamento de paralelepípedo m2 4.320 14,40 62.211,57
Paisagismo e urbanização
Plantio de grama em placas m2 21.600 1,66 35.925,62
Gradil de ferro, incluindo pintura m 691 159,19 110.000,29
Implantação de passeio de concreto m2 829 18,14 15.045,00
1.892.061,56
sub-total
Serviços eventuais (15%) 283.809,23
2.175.870,79
Total dos serviços
Custos indiretos
Projetos (6%) 130.552,25
Canteiro de obras (2%) 43.517,42
BDI (40%) 870.348,32
1.044.417,98
Total dos custos indiretos
Total geral 3.220.288,77
Fonte: DAEE,1999
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Benefícios
Para a análise dos benefícios vamos usar os estudos do DAEE contido no
diagnóstico do ribeirão dos Meninos em São Paulo de 1999.
Provavelmente, a quantificação dos benefícios decorrentes da implantação de
uma obra de drenagem urbana constitui-se numa das atividades mais complexas dentro
do planejamento destas ações. Isto porque a tangibilidade de tais benefícios é restrita.
Um dos enfoques mais adotados refere-se à quantificação dos danos evitados
quanto aos bens, propriedades, atrasos nos deslocamentos e demais prejuízos.
As questões relativas aos benefícios decorrentes da redução nos índices de
doenças e mortalidade, melhoria das condições de vida e impactos na paisagem são de
quantificação bem mais difícil, porém mesmo assim deve ser buscada a sua avaliação.
Outra alternativa para a definição dos benefícios monetários do controle das
inundações consiste numa simulação do mercado. A simulação consiste na verificação
de quanto os indivíduos atingidos estariam dispostos a pagar, para prevenir os danos que
as inundações provocam. Essa quantia seria igual, no máximo, ao dano esperado na
área.
Os danos são estabelecidos através de uma avaliação feita na área inundada,
incluindo os seguintes itens: danos causados às edificações, equipamentos, produção,
processo produtivo, pessoas e bens em geral. Outros danos a serem levados em conta
são os que, apesar de não serem da área diretamente afetada, atingem tanto o processo
produtivo como as pessoas da comunidade, através de sobrecargas no sistema viário, e
equipamentos públicos fora da área afetada, por aumento de tempo e de custo dos
deslocamentos.
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Cd = Kd . Me . h . A (Equação 53.2)
Sendo:
Cd = dano direto. O custo indireto usado comumente no Brasil é de 20% daí Cd x 1,2
será o custo direto mais o custo indireto;
Kd = 0,15/m = fator determinado pela análise dos danos de inundações ocorridas ou seja
dos dados históricos JAMES (1964). O valor de Kd é obtido pela relação entre os danos
marginais em relação à profundidade h (Canholi,1995);
Me = valor de mercado das edificações por unidade de área. No caso do ribeirão dos
Meninos Me =US$ 310,00/m2 no trecho da av. Faria Lima e Me =US$ 154,996/m2 no
trecho a montante da galeria;
h = profundidade média da inundação;
U = proporção entre a área de ocupação da área de ocupação desenvolvida e a área total
inundada;
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A = área inundada.
Serão adotados os seguintes critérios para a definição dos benefícios monetários
decorrentes do controle das inundações:
• Para o cálculo do valor do benefício anual, considerou-se dois tipos de
inundação, com suas respectivas alturas médias de lâmina d’água e
periodicidade de ocorrência.
. Área de inundação 1:
inundada duas vezes por ano (anualmente a freqüência será 2)
A1 = 578.000m2 (exemplo do ribeirão dos Meninos)
. Área de inundação 2 :
inundada uma vez a cada dez anos (anualmente a freqüência será 0,1)
A2 = 1.400.000m2 (exemplo do ribeirão dos Meninos)
Também foi considerado um evento anual, no qual a inundação provoca danos
somente no tráfego (exemplo do ribeirão dos Meninos).
Parâmetros adotados:
Valor de mercado dos imóveis, por unidade de área (Me), igual a US$310,00/ m2 no
trecho ao longo da av. Faria Lima (exemplo) e US$154,96/ m2 no trecho a montante da
galeria. Neste custo estão considerados o valor do terreno e da construção.
Custo indireto de 20% do custo direto, que reflete a experiência brasileira e fica
próximo do valor médio encontrado por Kates;
A taxa média de ocupação adotada (U) foi de 15% para o trecho a montante da
galeria e de 40% para o trecho ao longo da av. Faria Lima (exemplo), que parece
bastante representativa para a área sujeita a inundação.
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Exemplo 53.13
Como exemplo vamos citar o ribeirão dos Meninos. Em relação ao número total de
veículos para a área afetada, serão adotados os seguintes valores, segundo dados da
prefeitura municipal de São Bernardo do Campo (valores médios) :
. Veículos particulares 8.260
. Ônibus 4.900
. caminhões 840
Solução
Para se obter a primeira linha da Tabela (53.10).
Trata-se de trecho a montante da galeria com área de 427.280m2, mas a taxa
média de ocupação adotada U é de 15% ou seja 0,15 então teremos:
427.280m2 * 0,15 = 64.092m2 que é a área que realmente será inundada
Para esta área que será inundada e sendo a montante da galeria o preço da
construção é de US$ 154,96/m2 .
Considerando o coeficiente Kd=0,15 e considerando que a altura média de
inundação é de 0,40m.
Considerando ainda que se multiplicarmos o valor por 1,20 já teremos embutido
o custo indireto temos:
64.092m2 x US$ 154,96/m2 x 0,40 x 0,15 x 1,20 = US$ 715.076
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projetos nos Estados Unidos foram inviabilizados por não terem prestado atenção aos
efeitos intangíveis.
A análise de benefício-custo faz parte do denominado “Sub-comittee on
evaluation standards, inter agency committee on water resources, proposed practices
for economic analysis of rivers basin projects, Washington, DC, may 1958 - Green
Book” elaborado pela Harvard e muito usado nos Estados Unidos e sendo bastante
divulgado no Brasil pelo professor dr. José Meiches da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo em 1966.
Os grandes problemas que houveram com análise de beneficio-custo (Holmes,
1972 in Moreau, 1996 in Mays,1996) foram:
- Estimativa exagerada dos benefícios e estimativa muito baixa de custos dos
planejadores;
- O uso exagerado dos benefícios secundários para justificar os projetos,
- Tratamento inadequado dos benefícios e custos intangíveis;
- Falhas na avaliações das alternativas, especialmente das alternativas não estruturais
para controle de inundação.
O conceito de análise de beneficio-custo é usado nos Estados Unidos desde
1920, sendo elaborados 308 projetos de 1920 a 1930.
A definição exata de beneficio e custo só foi feita em 1936, conforme o Flood
Control Act.
Em 1950 foi criado por um comitê o famoso Green Book com Proposed
Practices for Economic Analysis of River Basin Projects. Em 1958 o Green Book foi
revisado.
Em 1977 o presidente Carter nos Estados Unidos irritou o
Congresso dos Estados Unidos, exigindo estudos de análise de beneficio-custo em 60
projetos autorizados pelo Congresso.
Os estudos de análise de beneficio/custo foram feitos pelo USACE (US Army
Corps of Engineers) e USGS (US Geological Survey) que recusaram 19 projetos e 14
projetos questionáveis foram colocados de lado (Professor David H. Moreau capítulo 4
in Water Resources Handbook, Larry W. Mays, 1996).
Quando Ronald Reagan assumiu a presidência nos Estados Unidos abandonou a
recusa dos projetos baseados somente nos princípios de benefício-custo. Estabeleceu
que ”os objetivos nacionais do desenvolvimento econômico consiste em proteger o meio
ambiente da nação”.
Até hoje a análise de beneficio-custo é usada com bastante critério, para que não
se cometam as falhas de uma superestimaçao dos benefícios e subestimação dos custos.
Existem três maneiras práticas de se tratar com análise de beneficio-custo. A
primeira é maximizar as diferenças de custos, a segunda é maximizar a relação
beneficio/custo e a terceira é minimizar a relação custos/benefícios, usada pelo DAEE
de São Paulo.
Máximo relação (benefícios / custos)
Máxima diferença (benefícios - custos)
Mínima relação (custos / benefícios)
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Tabela 53.12- Custo médio de um reservatório de fibra de vidro com 50m3 e com
bomba e instalação elétrica
Itens Descriminação Unidade Quantidade Preço
Preço total
unitário US$
US$
1 Reservatório de 10 m3 Unidade 1 781 781
2 Reservatório de 20 m3 Unidade 2 1702 3404
3 Lastro de brita de 0,10m m3 2,7 15 40
4 Lastro de concreto magro m3 2,7 83 224
0,10m
5 Tubo concreto 0,40 m 50 9 454
descarga
6 Tubos entrada e descarga m 30 26 783
100mm
7 Bomba flutuante até 5HP unidade 1 229 229
8 Válvula unidade 1 114 114
9 Instalação elétrica verba 1 208 208
Sub-total 6238
Outros 624
(10%)
Total 6862
Preço do reservatório por m3 água reservada US$
137/m3
1 US$ = R$ 2,4 23/01/2002
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Tabela 53.15- Custo dos reservatórios de fibra de vidro apoiado com total de
300m3
Itens Descriminação Unidade Quantidade Preço Preço total
unitário
US$ US$
1 Reservatório de 20 m3 Unidade 15 1702 25531
2 Lastro de brita de 0,10m m3 13,5 15 199
3 Lastro de concreto magro m3 13,5 83 1120
0,10m
4 Tubo concreto 0,40 m 50 9 454
descarga
5 Tubos entrada e descarga m 30 26 783
100mm
6 Bomba flutuante até 5HP unidade 1 229 229
7 Válvula unidade 1 114 114
8 Instalação elétrica verba 1 208 208
Sub-total 28.640
Outros 2.864
(10%)
Total 31.504
geral
Preço do reservatório por m3 água reservada US$ 105m3
1 US$ = R$ 2,4 23/01/2002
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com tampa
US$
(m3)
7 538
10 726
15 1450
20 1702
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Figura 53.4 - Dois reservatórios de aço inox com 2.000 litros cada. Observar o
filtro (seta).
http://www.acesita.com.br/download/ind_caso3.pdf
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Fig
Figura
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Primeiro passo:
Iremos comparar duas alternativas para abastecimento de bacias sanitárias com
água não potável em uma escola com 1.643m3/ano de água de chuva. Será analisada a
alternativa do aproveitamento de água de chuva do telhado comparando com a água
vinda por cavalete do SAAE de Guarulhos. A decisão escolhida será aquela que tiver o
menor custo presente em 20 anos.
Segundo passo:
As duas alternativas são mutualmente exclusivas, isto é, uma não depende da
outra. Assim quando ocorre o aproveitamento da água de chuva (alternativa A) não
ocorre o abastecimento de água potável pelo SAAE (Alternativa B).
Terceiro passo:
O aproveitamento da água de chuva em bacias sanitárias é para água não
potável, pois não precisamos de água tratada para dar descarga em bacias sanitárias.
Alem do mais a economia de água usando água de chuva, propiciará ao SAAE melhorar
o abastecimento onde tem rodízio de água.
Quarto passo:
O prazo de avaliação é de 20 anos tanto para a alternativa A como para a
alternativa B e a data base é novembro de 2008.
Quinto passo:
Vamos fazer o calculo de cada alternativa.
Alternativa A: cisterna com 130m3
Primeiramente comecemos com a alternativa A referente a captação de água de
chuva.
O volume da cisterna de concreto enterrada será de 130m3 e pretende-se tirar
1.643m3/mês na cidade de Guarulhos.
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Tabela 53.20- Resumo dos custos para o valor presente de um reservatório com
130m3 para aproveitamento de água de chuva com 1.643m3/ano
Ordem Especificações Valor
US$/m3 Volume Custo unitário Unidade Quantidade Fator presente
(m3) US$ US$
1 Custo de construção de reservatórios de 156 US$/m3 130 Já é valor 20228
concreto armado enterrados presente
2 Bombas centrifugas, sensores de nível, bomba 863 US$/m3 5 0,69 599
dosadora de cloro, instalações elétrica e reforma a 5 anos
3 Bombas centrifugas, sensores de nível, bomba 863 US$ 10 0,48 416
dosadora de cloro, instalações elétrica e reforma a 10 anos
4 Bombas centrifugas, sensores de nível, bomba 863 US$ 15 0,33 288
dosadora de cloro, instalações elétrica e reforma a 15 anos
5 Energia elétrica em 20anos usada no bombeamento 156 US$/ano 20 10,13 1580
6 Fornecimento de hipoclorito de sódio para cloração 520 US$/ano 20 10,13 5268
em 20 anos e manutenção do dosador automático
7 Limpeza e desinfecção do reservatório uma vez por ano 429 US$/ano 20 10,13 4346
8 Custo contingencial que inclui custo do projeto 5057 US$ 20 0,23 1172
e custos inesperados (25%) do custo do reservatório
9 Custo de esgoto de toda água de chuva aproveitada 3,8 1643 6243 US$ 20 10,13 63249
supondo que a mesma vá para a rede pública US$ 3,80/m3
10 Valor residual no fim da vida útil (15% do -3034 US$ 20 0,23 -703
Valor inicial do reservatório)
11 Valor presente nos 20anos de vida útil US$ 96.442
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Sexto passo:
Comparação das alternativas
O valor presente da alternativa A é US$ 96.442,00 enquanto que o valor presente
da alternativa B é US$ 126.498.
Portanto, a alternativa que apresenta preço mais baixo é a alternativa A do
aproveitamento da água de chuva.
Sétimo passo:
A inflação anual de 5,5% foi calculada para o valor da taxa de desconto nominal
“d”.
Oitavo passo:
Podemos fazer estudo de análise de incerteza no custo do reservatório bem como
da opção de o SAAE não cobrar a tarifa de esgoto da água usada nas bacias sanitárias.
Nono passo
Não há nenhuma medida suplementar a ser feita
Décimo passo
A decisão é a alternativa A
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Primeiro passo:
Iremos comparar duas alternativas para abastecimento de bacias sanitárias com
água não potável em uma escola com 1.643m3/ano de água de chuva. Será analisada a
alternativa do aproveitamento de água de chuva do telhado comparando com a água
vinda por cavalete do SAAE de Guarulhos. A decisão escolhida será aquela que tiver o
menor custo presente em 20 anos.
Segundo passo:
As duas alternativas são mutualmente exclusivas, isto é, uma não depende da
outra. Assim quando ocorre o aproveitamento da água de chuva (alternativa A) não
ocorre o abastecimento de água potável pelo SAAE (Alternativa B).
Terceiro passo:
O aproveitamento da água de chuva em bacias sanitárias é para água não
potável, pois não precisamos de água tratada para dar descarga em bacias sanitárias.
Alem do mais a economia de água usando água de chuva, propiciará ao SAAE melhorar
o abastecimento onde tem rodízio de água.
Quarto passo:
O prazo de avaliação é de 20 anos tanto para a alternativa A como para a
alternativa B e a data base é novembro de 2008.
Quinto passo:
Vamos fazer o calculo de cada alternativa.
Alternativa A: cisterna com 130m3
Primeiramente comecemos com a alternativa A referente a captação de água de
chuva.
O volume da cisterna de concreto enterrada será de 130m3 e pretende-se tirar
1.643m3/ano na cidade de Guarulhos.
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Tabela 53.22- Resumo dos custos para o valor presente de um reservatório com
130m3 para aproveitamento de água de chuva com 1.643m3/ano
Ordem Especificações Valor
Custo unitário Unidade Quantidade Fator presente
US$ US$
1 Custo de construção de reservatórios de 156 US$/m3 130 Já é valor 20.228
concreto armado enterrados presente
2 Bombas centrifugas, sensores de nível, bomba 863 US$/m3 5 0,69 599
dosadora de cloro, instalações elétrica e reforma a 5 anos
3 Bombas centrifugas, sensores de nível, bomba 863 US$ 10 0,48 416
dosadora de cloro, instalações elétrica e reforma a 10 anos
4 Bombas centrifugas, sensores de nível, bomba 863 US$ 15 0,33 288
dosadora de cloro, instalações elétrica e reforma a 15 anos
5 Energia elétrica em 20anos usada no bombeamento 156 US$/ano 20 10,13 1.580
6 Fornecimento de hipoclorito de sódio para cloração 520 US$/ano 20 10,13 5.268
em 20 anos e manutenção do dosador automático
7 Limpeza e desinfecção do reservatório uma vez por ano 429 US$/ano 20 10,13 4.346
8 Valor residual no fim da vida útil (15% do -3.034 US$ 20 0,23 -703
Valor inicial do reservatório)
9 Valor presente nos 20anos de vida útil US$ 31..942
53-46
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 53- Métodos de avaliação das BMPs
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Sexto passo:
Comparação das alternativas
O valor presente da alternativa A é US$ 31.942,00 enquanto que o valor presente
da alternativa B é US$ 126.498.
Portanto, a alternativa que apresenta preço mais baixo é a alternativa A do
aproveitamento da água de chuva.
Sétimo passo:
A inflação anual de 5,5% foi calculada para o valor da taxa de desconto nominal
“d”.
Oitavo passo:
Podemos fazer estudo de análise de incerteza no custo do reservatório bem como
da opção de o SAAE não cobrar a tarifa de esgoto da água usada nas bacias sanitárias.
Nono passo
Não há nenhuma medida suplementar a ser feita
Décimo passo
A decisão é a alternativa A
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 53- Métodos de avaliação das BMPs
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Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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54.1 Introdução
Quando temos um loteamento ou uma determinada área em uma cidade, é
importante verificar as cargas de poluentes que dependem do uso do solo e implantar
obras estruturais para a melhoria da qualidade das águas pluviais, que são as BMPs e
avaliar o menor custo por quilograma de remoção de TSS (sólidos totais em suspensão).
Apesar de inúmeros fenômenos que ocorrem nas BMPs, a sedimentação é o
mais importante, pois está provado que quando se depositam sedimentos menores que
100μm que são o TSS (sólidos totais em suspensão), os mesmos arrastam consigo uma
grande parte dos metais pesados, nitrogênio, fósforo e outros poluentes.
TSS são os sólidos que estão suspensos nas águas pluviais e excluem o lixo,
detrito e outros sólidos que possuem diâmetros maiores que 500μm.
Em estudo de melhoria da qualidade das águas pluviais o TSS é muito
importante e bastante usado.
O esquema geral está na Figura (54.1) que mostra a entrada de dados das
diversas ocupações do solo, o first flush adotado, o volume de runoff calculado, o
volume de runoff que realmente é capturado pela BMP, o custo anual e no final a
redução conseguida em US$/ kg de TSS.
54-3
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54-4
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Sendo:
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
AI= área impermeável da bacia (%)
P= first flush. Para RMSP P=25mm
A= área da bacia (m2)
Reservatório de retenção
O reservatório de retenção tem um volume permanente WQv e um volume
temporário WQv e portanto, o custo estimado é sobre 2 x WQv. Algumas cidades
usam como volume permanente 1,5 WQv e volume temporário 0,5WQv ou 1,0 WQv.
É altamente eficiente e possui ótima estética. Necessita porém uma área mínima
de 4ha a 10ha da bacia para manter a vazão base.
Como teremos uma superfície líquida, as vezes o problema de vetores podem
apresentar uma manutenção muito grande.
Devemos ter também ter os cuidados de segurança para evitar afogamentos.
54-5
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Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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Na Tabela (54.3) temos a matriz com cinco poluentes de várias BMPs e a média
gera conforme Texas, 2001.
54-6
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Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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Texas, 2001 observa que os valores de TSS são geralmente válidos para
partículas grandes e que para solos argilosos sua validade é discutível.
54.8 Runoff
O escoamento superficial (runoff) é calculado pela equação:
R = P x Pj x Rv
Sendo:
R= runoff (escoamento superficial) em m3
P= precipitação média anual em mm
Pj= fração que produz runoff. Normalmente Pj=0,90
Rv= coeficiente volumétrico
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Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Sendo:
L= carga do poluente anual (kg/ano)
P= precipitação média anual (mm)
Pj= fração da chuva que produz runoff. Pj =0,9 (normalmente adotado)
Rv= runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI (R2=0,71 N=47)
AI= área impermeável (%).
A= área (ha) sendo A≤ 256ha
C= concentração média da carga do poluente nas águas pluviais da (mg/L)
54-8
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Exemplo 54.1
Calcular o runoff R de uma área residencial com alta densidade com 10ha, área
impermeável AI=60%.
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60=0,59
Pj=0,90 = precipitações que produzem runoff
P=1500mm= precipitação média
R = P x Pj x Rv
R = 1500 x 0,90 x 0,59=797mm/ano
Portanto, o runoff será R= 797mm/ano ou o volume em m3 em VR=(797/1000) xA
VR= (R/1000) x A (m2)= (797/1000) x 10ha x 10.000m2=79.700m3/ano
VRBMP= K x VR
K= 0,85
VRBMP= 0,85 x 79.700m3/ano=67.745m3/ano
54-9
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TSS TP TN
Tipo de BMP Remoção Remoção Remoção
(%) (%) (%)
Exemplo 54.2
Calcular a carga de TSS, TP e TN retida pelo reservatório de detenção de uma área
residencial com alta densidade com 10ha, área impermeável AI=60%.
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60=0,59
Pj=0,90 = precipitações que produzem runoff
P=1500mm= precipitação média
R = P x Pj x Rv
R = 1500 x 0,90 x 0,59=796,5mm/ano
Portanto, o runoff será R= 796,5mm/ano ou o volume em m3 em VR=(796,5/1000) x A
VR= (R/1000) x A (m2)= (796,5/1000) x 10ha x 10.000m2=79.650m3/ano
VRBMP= K x VR
K= 0,85
VRBMP= 0,85 x 79.650m3/ano=67.770m3/ano
Conforme Tabela (54.2) o reservatório de detenção apresenta as seguintes cargas
médias e mg/L.
54-10
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VRBMP= 67.770m3/ano
L=0,01 x 67.770 x 0,40=271kg/ano de PT que chega a BMP
Como a redução de PT é de 52% o valor da carga retida pela BMP será:
LBMP= 271x 0,52=141 kg/ano de PT
(%)
Bacia de infiltração 46 3 30 61
Canal gramado 18 6 30 24
Filtro de areia 212 12 30 301
Rain garden 187 6 30 254
(biofiltro)
Reservatório de 37 6 30 50
retenção
Reservatório 30 6 30 41
detenção seco ou
estendido
Trincheira de 141 15 30 204
infiltração
Vala gramada 18 7 30 25
Wetland construída 44 6 30 60
Estruturas de
entrada
Faixa de filtro
gramada
O custo de projetos e contingências é normalmente adotado como de 30% do
custo da obra sem incluir a manutenção anual.
54-11
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Exemplo 54.3
Dado reservatório de retenção com bacia com área de 74ha, first flush P=25mm e área
impermeável da bacia AI=53,95%.
Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 53,95=0,5356
WQv= (P/1000) x Rv x A
WQv= (25/1000) x 0,5356 x74ha x 10.000m2=9.909m3
Exemplo 54.4
Dado um reservatório de detenção com vida de 20anos e custo anual de US$ 49.545/ano
calcular o custo em redução de TSS, sendo que anualmente o reservatório de retenção
detém 281.624kg/ano.
US$ 49.545/ 281.624kg= US$ 0,18/kg de TSS
54.14 Software
Fizemos uma planilha em Excel onde podemos facilmente calcular o custo de
remoção do TSS por m3 e comparar os custos.
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Figura 54.2 Custo por lb de remoção de TSS em função da área da bacia em acres
conforme Texas Transportation Institute.
Exemplo 54.5
Para construção de barragem de terra estimar para um reservatório de detenção
estendido com 40acres, o custo em US$/Pound e US$/kg de remoção de TSS.
Conforme Figura (54.2) entrando com área da bacia de 40acres e reservatório de
detenção estendido achamos US$0,4/pound= US$ 0,89/kg. Caso queiramos para
barragem de concreto obtemos US$ 1,1/Pound= US$ 2,44/kg de remoção de TSS.
54-15
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Exemplo 54.5
Calcular a BMP total sendo que a primeira BMP tem redução de 50% (pré-tratamento) e
a segunda tem redução de 60%.
TR= A + ( 1- A) x B
TR= 0,5 + ( 1- 0,5) x0,6=0,8
Portanto, a eficiência total das duas BMPs é 80%.
Exemplo 54.6
Determinar a eficiência da remoção de sólidos em suspensão TSS de um reservatório de
detenção estendida com profundidade de 1,50m e o tempo de esvaziamento é de 24,0h.
Em resumo teremos uma eficiência 75% conforme Tabela (54.9).
54-16
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Eficiência da remoção
Para a eficiência vamos mostrar a conhecida equação de Fair e Geyer, 1954:
η= 1 – [( 1+ Vs/ (n x Q/A)] –n
Sendo:
η= eficiência dinâmica da deposição para remoção de sólidos em suspensão (fração que
varia de 0 a 1)
Vs=velocidade de sedimentação (m/h)
n= fator de turbulência de Fair e Geyer, 1954 sendo usualmente admitido n=3 para “boa
performance”
Q=vazão no reservatório (m3/h). Geralmente é a vazão de saída de pré-
desenvolvimento.
A= área da superfície do reservatório (m2)
Podemos ainda fazer:
Q/A = hA/ ts
Sendo:
hA =profundidade do reservatório (m)
ts= tempo médio de detenção (h)
td= tempo de esvaziamento do reservatório quando está cheio e não há vazão de entrada
até estar completamente vazio (h)
O ts médio de detenção das águas pluviais no reservatório é aproximadamente a
média de dois extremos (ts=0 e tsmax):
ts= (1/2) x td
Fazendo as substituições temos:
η= 1 – [( 1+Vs/ (n x Q/A)] –n
η= 1 – [( 1+Vs/ (n x hA/ ts)] –n
η= 1 – [( 1+(Vs x td)/ (2xn x hA)] –n
A última equação vale para uma determinada velocidade de sedimentação Vs,
mas para todas temos que fazer a somatória para se obter a eficiência global Ed.
É importante observar que na equação abaixo já está multiplicada pela fração Fi.
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi x td)/ (2xn x hA)] }–n
Sendo:
Fi= as frações da porcentagem das partículas (0,20; 0,10; 0,10;0,20;0,20;0,20)
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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Exemplo 54.7
Calcular a remoção de TSS de uma área de 100ha com dados de pesquisas do Canadá,
1994 com área impermeável de 60% onde se calculou um reservatório de detenção
estendido com 14.800m3, diâmetro da tubulação de saída adotado de D=0,30m.
Profundidade de 1,40m e área as superfície de 10.571m2.
Tempo de esvaziamento
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5]
Cd=0,62
y1=1,40m
Ao= π x D2/4= 3,1416/ 0,302/4=0,070686m2
As=10571m2
t= [2 x10571 (1,4 0,5 - 0 0,5 )] / [0,62x0,070686x(2x9,81) 0,5] =128.870s= 35,8h
Nota: achamos o tempo de esvaziamento t=35,8h que é maior que 24h. Caso queiramos
valor mais próximo de 24h adotaríamos D=0,35m.
Edi= Fi { 1 – [( 1+ (Vsi x td)/ (2 x n x hA)]} –n
Para a primeira linha Fi=0,20 (20%)
Edi= 0,20 { 1 – [( 1+ (0,000914 x 35,8)/ (2 x 3 x 1,40)] }–3
Edi= 0,0023
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Exemplo 54.8
Calcular a remoção de TSS de uma área de 100ha com dados de pesquisas nos Estados
Unidos, 1986, com área impermeável de 60% onde se calculou um reservatório de
detenção estendido com 14.800m3, diâmetro da tubulação de saída adotado de
D=0,30m. Profundidade de 1,40m e área superfície As=10.571m2.
Nota: a diferença entre este exemplo e o anterior são as velocidades de sedimentação.
Comentários:
A eficiência de um reservatório de detenção estendido depende da altura do
mesmo, das frações e diâmetros das partículas do solo, do tempo de esvaziamento.
No tempo de esvaziamento devemos ter cuidado em dimensionar o orifício, pois
a eficiência dependerá do tempo em que toda a água se escoará pelo mesmo.
Podemos, portanto, estimar a eficiência da BMP e não esquecer que geralmente
temos um pré-tratamento que também tem sua eficiência e que de modo geral é menor
que 50%.
54-19
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Eficiência no pré-tratamento
Para o pré-tratamento é usada a equação com Qo sendo vazão de entrada e As
área da superfície do pré-tratamento.
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ Vsi / (n . Qo/As] }–n
Na Tabela (54.12) está o volume para melhoria da qualidade das águas pluviais
WQv= 9805m3 calculado para a área de 74ha, Rv=0,53 e P=25mm (first flush).
O volume do pré-tratamento é 0,1 WQv, ou seja, 981m3.
54-20
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mínima de 50% que é difícil de ser atendida. De modo geral a eficiência no pré-
tratamento não passa de 20%.
Eficiência no tratamento
A equação abaixo é usada no tratamento sendo usando o tempo de esvaziamento
td e a altura média do reservatório hA.
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi . td)/ (2.n . hA)] }–n
As= WQv/ h
H=altura=1,5m adotado
WQv= 9805m3
As=9.805/1,5=6.537m2
Tempo de esvaziamento
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5]
Cd=0,62
y1=1,50m
y2=0
g=9,81m/s2
D=0,29m (adotamos este diâmetro que não é comercial somente para termos td em
torno de 24h.
Ao= PI x D2/4=3,1416 x 0,292/4= 0,06605214 m2 Área da seção transversal do tubo
As=6.537m2
D=0,29m
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5]
t= [2 x 6537 x 1,50,5 ] / [0,62x 0,06605214 z(2x9,81) 0,5] =88268s= 24,5 h > 24h OK.
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Eficiência global.
A eficiência em série das duas BMPs será:
TR= A + ( 1- A) x B
Sendo:
TR= eficiência global
A= eficiência do reservatório de pré-tratamento para todas as partículas= 0,2103
B= eficiência do reservatório de detenção estendido= 0,6621%
TR= 0,0832 + ( 1- 0,0832) x 0,6621=0,6902
Portanto, a eficiência global será de 69%
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Exemplo 54.10
Seja uma bacia com área A=74ha com AI=53% e As= 6.537m2 e reservatório com
detenção estendido aliado a ao controle de enchentes para Tr=25anos.
Conforme capítulo 10 deste livro, o dimensionamento do volume para deter
enchentes para período de retorno de 25anos pode ser calculado pela seguinte equação:
V= 5,48 x AI x A
qs= 28 L/s x ha
Sendo
V= volume de reservação (m3)
AI= área impermeável (%)
A= área da bacia (ha)
qs= vazão de pré-desenvolvimento (L/sxha)
V= 5,48 x AI x A
V= 5,48 x 53 x 74=21.493m3
qs= 28 L/s x ha
Qs= 28 x 74= 2.072 L/s= 2,072m3/s
A vazão máxima de saída será Qout = Qs= 2,072m3/s
Td= Smax/ Qout
Sendo:
Td= tempo de residência (h)
Smax= volume do reservatório de detenção seca (m3)
Qout= vazão de saída (m3/s) para situação do pré-desenvolvimento
Td= Smax/ Qout
Td= 21.493m3/ 2,972m3/s=7.232s=2,009h
Observe que o tempo de esvaziamento para o volume de enchente de 21.493m3 é
de 2,009h bem menor que o tempo de esvaziamento do volume WQv de 9.805m3 que é
de 24h.
Eficiência no tratamento
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ Vsi / (n . Qo/As] }–n
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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Eficiência global.
A eficiência em série das duas BMPs será:
TR= A + ( 1- A) x B
Sendo:
TR= eficiência global
A= eficiência do reservatório de pré-tratamento + tratamento= 0,6902
B= eficiência do reservatório de detenção estendido para enchentes= 0,4305%
TR= 0,6902+ ( 1- 0,6902) x 0,4305=0,82
Portanto, a eficiência global será de 82%
54-25
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 54- Carga de poluentes e análise de custo de BMP
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Curso Manejo de águas pluviais
Capitulo 55- Análise de incerteza
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55.1 Introdução
Pretendemos explicar, de uma maneira bastante prática, a utilidade da Análise de
Incerteza. Serão evitadas as demonstrações trabalhosas e detalhadas, que poderão ser
encontradas nos livros de Mays e Tung (1992), Lamberson e Kapur (1977), Elsayed,
(1996) e Te Chow (1988).
É importante, sempre que se fizer a aplicação de uma fórmula, que seja avaliado
o erro nela cometido, pois, as variáveis que introduzimos contêm erros. Neste sentido,
basta substituir os valores e fazer várias simulações.
Em análise de redes de água, costuma-se variar os coeficientes para verificar a
sensibilidade da mesma face às mudanças. Uma maneira mais correta de se verificar a
Análise de Incerteza em fórmulas é aplicando a Fórmula de Taylor. Desta aplicação
resultou o chamado Método de Análise de Incerteza de Primeira Ordem.
Na Hidrologia, Hidráulica e Estruturas é importante a Análise de Incerteza. As
variáveis dependentes de uma fórmula, normalmente, apresentam incertezas que por sua
vez, se refletem na variável independente.
Vamos procurar mostrar, através de exemplos, o uso desta ferramenta
indispensável aos engenheiros para avaliação correta de seus cálculos.
A Análise de Incerteza é conhecida também como Método Delta ou Método de
Análise de Incerteza de Primeira Ordem.
55-2
Curso Manejo de águas pluviais
Capitulo 55- Análise de incerteza
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 24/12/2008
Sendo:
C, I, A = são os valores das variáveis independentes;
δQ/ δC = derivada da Equação (55.1) em relação a C;
δQ/ δI = derivada da Equação (55.1) em relação a I;
δQ/ δA = derivada da Equação (55.1) em relação a A.
Substituindo teremos:
Ω2Q= ( I. A)2 . ( C / C. I. A)2 . Ω2c + (C. A )2 . (I/C.I.A)2 Ω2I +
(C . I )2 . (A/C.I.A.)2 Ω2A
Fazendo as simplificações, teremos:
Ω2Q= Ω2c + Ω2I + Ω2A Equação 55.2
Substituindo os valores:
Ω2Q = (0,07)2 + (0,17)2 + ( 0,05)2 =0,0363
ΩQ = (0,0363)0,5 =0,19052, ou seja, 0,19
Portanto, para a vazão de 1.230 l/s temos uma incerteza de 0,19, ou seja, de
19%. É importante observar que as variáveis C, I e A são independentes uma das outras.
O coeficiente de variação da vazão na Equação (55.1) é:
ΩQ = σQ / μQ
Então, o desvio padrão será:
σQ = ΩQ . μQ
σQ = 0,19 . 1.845 =350,55 l/s = 0,355 m3/s
55-3
Curso Manejo de águas pluviais
Capitulo 55- Análise de incerteza
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Ω2Q= ( -0,312 . n-1-1 . D8/3 . I1/2 )2 . ( n / Q)2 .Ωn2+ (0,312 . n-1 . (8/3).
D8/3-1 . I1/2)2. (D/Q)2 . ΩD2+ (0,312 . n-1 . D8/3 . (1/2) .I1/2-1)2 . ( I/Q)2 . ΩI2
Substituindo o valor de Q= 0,312 . n-1 . D8/3 . I1/2
e fazendo as simplificações:
Ω2Q =Ωn2 +(8/3)2. ΩD2 + (1/2)2. ΩI2
Ω2Q =Ωn2 + (64/9). ΩD2 + (1/4). ΩI2 (4)
Como temos os coeficientes de variação de n , D e I, fazendo as substituições na
fórmula(4), temos:
Ω2Q = (0,05)2 + (64/9) . ( 0,01)2 + (1/4) . (0,07)2
Ω2Q = 0,0025 + 0,00071 + 0,001225 = 0,004435
55-4
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55-5
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Capítulo 56
56-1
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Capitulo 56- Faixa de filtro gramada
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 56 - Faixa de filtro gramada (BMP)
56.1 Introdução
56.2 Critério de seleção
56.3 Limitações
56.4 Custos e manutenção
56.5 Dados para projetos
56.6 Escoamento superficial pelo método SCS TR-55
56.7 Dimensionamento do Faixa de filtro gramada
56.8 Critério geral
56.9 Faixa de filtro gramada sem berma
56.10 Faixa de filtro gramada com berma
56.11 Faixa de filtro gramada usado como pré-tratamento
56-2
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Capitulo 56- Faixa de filtro gramada
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56.1 Introdução
A faixa de filtro gramada (filter strip) é uma área ou região coberta com grama ou vegetação com objetivo de
tratar o escoamento superficial sobre o solo através de infiltração no solo e filtração através da vegetação
conforme se pode ver nas Figuras (56.1) a (56.4), recebendo águas pluviais de área impermeável ou permeável.
A faixa de filtro gramada serve também para auxiliar a recarga do manancial subterrâneo em locais onde a
taxa de infiltração do solo é favorável e não haja perigo de contaminação.
Tucci, no seu livro Inundações Urbanas na América do Sul, denomina a faixa de filtro gramada de “plano de
infiltração”.
As faixas de filtro gramadas são também chamadas de biofiltros e são similares aos canais gramados.
A diferença é que nas faixas de filtro gramadas o fluxo da água é laminar, enquanto que os canais gramados
o fluxo é concentrado.
As faixas de filtro gramadas são projetadas para receber o escoamento superficial de áreas impermeáveis e
permeáveis.
Nas faixas gramadas temos os processos de adsorção de partículas de solos pelas plantas, ação biológica e
química onde as águas da chuva são filtradas.
Muitas vezes as faixas de filtro gramadas são usadas como pré-tratamento de alguma BMP, localizada a
jusante.
As faixas de filtro gramadas podem ser utilizadas para coletar o escoamento urbano ao longo de ruas e
estradas.
56-3
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Figura 56.3 - Faixa de filtro gramada ao longo de um rio. Observar a direita às plantações.
Fonte: acessado em 25 de junho de 2006:
http://www.sblc-mi.org/images/filterstrip.jpg
56-4
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Figura 56.5 - Observar que o runoff das plantações se dirige para a faixa de filtro gramada.
Figura 56.6 - Faixa de filtro gramada em duas partes, sendo uma de um estacionamento e outra de
lote residencial.-
Fonte: Estado de New Jersey, 2004
56.3 Limitações
• Remoção limitada de sedimentos finos ou solúveis;
• Pode ser necessária área grande de terra;
• É preciso ter área de acesso;
• Quando o escoamento possui uma vazão concentrada e com altura de escoamento grande, o seu
funcionamento é diminuído;
• Aplicável a área com declividade S≤ 5%;
• Para o FHWA, a faixa de filtro gramada deve ser aplicada em declividades de 2% a 6%.
• Alta taxa de não funcionamento devido a péssima manutenção, cobertura de vegetação ou dificuldade do
escoamento ser laminar evitando assim a canalização do fluxo de água.
• A eficiência da faixa de filtro gramada depende da dificuldade de se manter a vazão laminar sobre a
vegetação ou a grama.
56-5
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Figura 56.7 - Faixa de filtro gramada que recebe runoff do estacionamento. Observar a pequena barragem
(check dam).
Fonte: FHWA,1996
56-6
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• A água que passa na faixa de filtro gramada não é toda infiltrada e o restante vai para a galeria de águas
pluviais ou córrego próximo.
• Já foi feita aplicação de faixa gramada com 23m de comprimento 177m de largura em área 100%
impermeável.
• Pesquisas mostraram eficiência na remoção de poluentes em faixas gramadas com mais de 46m e baixa
eficiência em faixas menores que 23m, conforme FHWA, 2000.
• A eficiência de uma faixa gramada depende de dois fatores muito importantes: declividade e comprimento
da faixa.
• Para áreas impermeáveis a montante o comprimento máximo admitido é de 23,00m para depois a água ir
para a faixa de filtro gramada (FHWA, 2000) devido a dificuldade de se manter o escoamento laminar,
evitando a formação de sulcos e canais.
• Para áreas permeáveis a montante o comprimento máximo admitido é de 45,7m para depois a água ir
para a faixa de filtro gramada (FHWA, 2000) devido a dificuldade de se manter o escoamento laminar,
evitando a formação de sulcos e canais.
• Para período de retorno acima de 2 anos para se evitar erosão, pode-se encaminhar o runoff para outro
local.
• Geralmente dimensionado para período de retorno de 1ano a 2 anos. Para períodos maiores que 2anos a
água poderá ir para outro local (FHWA, 1996).
• Geralmente são feitas in line.
• Permeabilidade do solo desejada varia de 0,15mm/h a 4,3mm/h (FHWA,1996).
Sendo:
t= tempo de trânsito do escoamento superficial (min);
n= coeficiente de rugosidade de Manning;
S= declividade (m/m);
L= comprimento (m) <90m e
P2= precipitação de chuva de 24h para período de retorno de 2anos (mm).
A Tabela (56.2) e (56.3) está o calculo do tempo de concentração obtido pela Equação (56.1) para
rugosidade n= 0,015 e n= 0,15 (grama media) respectivamente.
56-7
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Tabela 56.2- Tempo de concentração para precipitação de 24h com período de retorno para a Região Metropolitana
de São Paulo, usando n= 0,015 para superfície cimentada.
Tempo de concentração do escoamento superficial
(min)
Declividade Comprimento a ser percorrido pela água
(m)
(%) (m/m) 20m 40m 60m 80m 90m
0,5 0,005 2,2 3,8 5,3 6,6 7,3
1 0,01 1,7 2,9 4,0 5,0 5,5
2 0,02 1,3 2,2 3,0 3,8 4,2
3 0,03 1,1 1,9 2,6 3,2 3,6
4 0,04 1,0 1,7 2,3 2,9 3,2
5 0,05 0,9 1,5 2,1 2,6 2,9
6 0,06 0,8 1,4 2,0 2,5 2,7
Tabela 56.3- Tempo de concentração para precipitação de 24h com período de retorno para a Região Metropolitana
de São Paulo, usando n= 0,15 (grama média) para superfície cimentada.
Declividade Tempo de concentração do escoamento superficial
(min)
(%) (m/m) 10m 20m 40m 60m 80m 90m
0,5 0,005 7,9 13,8 24,0 33,3 41,9 46,0
1 0,01 6,0 10,5 18,2 25,2 31,7 34,9
2 0,02 4,6 7,9 13,8 19,1 24,0 26,4
3 0,03 3,9 6,7 11,7 16,2 20,4 22,5
4 0,04 3,5 6,0 10,5 14,5 18,2 20,0
5 0,05 3,2 5,5 9,6 13,2 16,7 18,3
6 0,06 2,9 5,1 8,9 12,3 15,5 17,0
Exemplo 56.1
Achar o tempo de concentração em um terreno com 30m de comprimento, sendo 10m em grama média e 20m e
concreto, com declividade de 0,01m/m.
Usando as Tabela (56.2) e (56.3) temos:
56-8
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Exemplo 56.2
Calcular o escoamento superficial em asfalto sendo n= 0,011 comprimento do trecho de 90m. Declividade de
10% e precipitação de 24h para período de retorno da cidade de São Paulo de 64,1mm.
t = [5,52 . (n . L ) 0,8] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [5,52 . (0,011 . 90 ) 0,8] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] =1,7min
Adoto o mínimo t=5min.
Exemplo 56.3
Calcular o escoamento superficial em floresta com pouca vegetação rasteira sendo n= 0,4; comprimento do
trecho de 90m; declividade de 10% e precipitação de 24h para período de retorno da cidade de São Paulo de
64,1mm.
t = [5,52 . (n . L ) 0,8] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [5,52 . (0,4 . 90 ) 0,8] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] = 30,4min
Sendo:
Wmin= comprimento mínimo do Faixa de filtro gramada perpendicular ao escoamento (m). O valor mínimo é
Wimn>4,5m
q= vazão que chega à faixa de filtro gramada por metro linear (m3/s /m).
Q= vazão total que chega ao faixa de filtro gramada (m3/s).
y= altura da lâmina de água na faixa de filtro gramada (m) que é geralmente de 2,5cm.
S= declividade da Faixa de filtro gramada (m/m). Geralmente entre 2% a 6%.
Dica: a dica é fixar o valor de y= 0,025m que as águas pluviais terá na faixa de filtro gramada.
Nas Tabelas (56.4) a (56.6) estão a vazão em m3/s /m para alturas de água de 2,5cm, 5cm e 7,5cm
respectivamente.
Tabela 56.4 Vazão por metro linear em m3/s na faixa de filtro gramado dependendo do tipo de grama e da declividade.
Consideramos a altura da lamina de água de 2,5cm.
Declividade Vazão linear no filtro gramado
(m3/s / m)
(%) (m/m) n=0,15 n=0,25 n=0,35
56-9
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Tabela 56.5 Vazão por metro linear em m3/s na faixa de filtro gramado dependendo do tipo de grama e da declividade.
Consideramos a altura da lamina de água de 5cm.
Declividade Vazão por metro linear na
faixa de filtro gramada.
(m3/s / m)
(%) (m/m) n=0,15 n=0,25 n=0,35
Tabela 56.6 Vazão por metro linear em m3/s na faixa de filtro gramada dependendo do tipo de grama e da declividade.
Consideramos a altura da lamina de água de 7,5cm.
Vazão por metro linear na
Declividade faixa de filtro gramada.
(m3/s / m)
(%) (m/m) n=0,15 n=0,25 n=0,35
Sendo:
Tf= tempo de trânsito do escoamento superficial (min). Geralmente é adotado Tf= 5min;
n= coeficiente de rugosidade de Manning.
n= 0,15 (grama média)
n= 0,25 (grama densa) e
n= 0,35 (grama muito densa)
S= declividade do faixa de filtro gramada (m/m);
Lf= comprimento do Faixa de filtro gramada paralelo ao escoamento (m) <90m e
P2= precipitação de chuva de 24h para período de retorno de 2anos (mm). P2=64,1mm para a RMSP.
Na Tabela (56.7) estão os comprimentos da faixa de filtro gramada para vários tipos de grama desde n=0,15 até
n= 0,35 que variam com a declividade conforme Equação (56.4).
Tabela 56.7- Comprimento da faixa de filtro gramado Lf na RMSP em metros considerando tempo de
trânsito de 5min para os diversos tipos de gramas e declividades.
Declividade Comprimento Lf
(m)
(%) (m/m) n=0,15 n=0,25 n=0,35
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30m
45m
Área
comercial
AI=70% Faixa de
filtro
gramada
Área à
montante
Figura 56.9- Croquis de uma área comercial a direita lançando as águas pluviais numa faixa de filtro
gramada a direita.
56-11
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Calcular o comprimento do Faixa de filtro gramada Lf=? sendo n=0,25. S=0,02m/m e precipitação de 24h
para período de retorno de 2anos da cidade de São Paulo P2= 64,1mm. Tf=5min
Lf= Tf 1,25 x P2 0,625 x S 0,5 / (8,5 x n)
Lf= 5 1,25 x 64,1 0,625 x 0,04 0,5 / (8,5 x 0,25)= 9,5m OK.
Portanto, o comprimento paralelo ao escoamento é de 9,5m.
Como queremos colocar uma berma de altura de 0,30m vamos reduzir a declividade de 4% para 2%
Calcular o comprimento da Faixa de filtro gramada Lf=? sendo n= 0,25. S= 0,2m/m e precipitação de 24h
para período de retorno de 2 anos da cidade de São Paulo P2= 64,1mm. Tf=5min
Temos o volume WQv= 24m3 e então o volume da água armazenada deverá ter este volume na altura de
0,30m. Vamos conferir:
56-12
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 56- Faixa de filtro gramada
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Tabela 56.8 - Guia para dimensionamento de faixa de filtro gramada para ser usado como pré- tratamento
Parâmetro Área impermeável à montante Área permeável (jardins, etc) à montante
Comprimento
paralelo ao fluxo da 11m 23m 23m 30m
água máximo de (45,7m FHWA)
entrada (m)
Declividade
máxima do Faixa <2% > 2% <2% > 2% <2% > 2% <2% > 2%
de filtro gramada
(6%)
Comprimento
mínimo do Faixa de 3,00 4,5 6,00 7,5 3,0 3,6 4,5 5,4
filtro gramada (m)
paralelo ao fluxo da
água
Fonte: Estado da Geórgia, 2001.
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Capítulo 57- Filtro de areia
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Capítulo 57
Filtro de areia
“Em novembro de 1951, excesso de precipitação e altas marés no vale do rio Pó, destruíram diques, causando a
morte de 100pessoas, 30.000 vacas e prejuízo de um terço do PIB da Itália na época”.
Tucci, 2002. Inundações urbanas na América Latina.
Geotêxtil
Cidade de Franklin, 2001
57-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 57- Filtro de areia
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 10 - Filtro de areia
57.1 Introdução
57.2 Elementos de um filtro de areia
57.3 Tipos básicos de filtros de areia
57.4 Eficiência
57.5 Critérios de seleção
57.6 Limitações
57.7 Custo
57.8 Pré-tratamento de filtro de areia
57.9 Tubos perfurados do filtro de areia
57.10 Manutenção
57.11 Lei de Darcy
57.12 Dimensionamento dos tubos perfurados (drenos)
57.13 Filtro de areia enterrado Delaware (filtros perimétricos)
57-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 57- Filtro de areia
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57.1 Introdução
O filtro de areia é destinado ao tratamento de águas pluviais do chamado first flush e é construído
preferencialmente off-line em área onde é baixa a infiltração no solo, o lençol freático é alto e a taxa de
evaporação é elevada.
Não confundir com os filtros de areia usados em Estações de Tratamento de Água Potável e em tratamento
de efluentes de Estações de Tratamento de Esgotos.
Geralmente os filtros de areia são feitos off line a não ser os casos de estacionamentos de carros em toda a
área impermeabilizada é que usamos os filtros perimétricos que ficam enterrados.
Os filtros de areia são feitos para trabalhar em escoamento temporário, isto é, regime não contínuo, portanto
quando chove a água fica armazenada até o escoamento total e depois fica seco.
Vêm sendo empregados desde 1980 na cidade de Austin, Texas com absoluto sucesso e onde foram
executados mais de 500 filtros de areia e se espera uma vida útil duração entre 25 anos a 50 anos.
O filtro de areia possui uma camada de areia sobre o solo possibilitando a filtração das águas pluviais na
areia retendo os poluentes e o seu escoamento das águas filtradas para o sistema de águas pluviais, conforme
Figura (57.1) e Figura (57.2).
Figura 57.1 - Perfil esquemático de um filtro de areia. Notar a inclinação necessária para
armazenar o volume de águas pluviais
Fonte: Austrália, 2000.
Os filtros de areia são destinados a pequenas áreas onde a impermeabilização é muito grande e, quando
não há espaço para construí-lo, usa-se o filtro de areia enterrado.
É importante deixar sempre um pré-tratamento para evitar que venha a entupir, sendo que em filtros de areia
enterrado o pré-tratamento pode estar junto com os filtros de areia.
Filtros de superfície
É o projeto mais antigo de filtro de areia, pois é construído na superfície do solo e geralmente é off-line sendo
o mais barato de todos e o mais usado, conforme Figura (57.4), (57.5), (57.6) e (57.8). Pode ser usado em área
até 4ha.
Filtros enterrados
É uma adaptação do filtro de superfície para ser enterrado em lugares onde não dispomos de espaços
conforme Figura (57.16) e Figura (57.6). E similar ao filtro de superfície, sendo construído geralmente off-line.
São mais caros que os filtros de superfície, porém requerem menos espaço sendo úteis em áreas altamente
urbanizadas.
São usados para áreas de até 0,8ha.
Filtros perimétricos
57-3
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Capítulo 57- Filtro de areia
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Usa os mesmos princípios do filtro de areia de superfície e são construídos nos perímetros dos
estacionamentos de veículos, daí receberem o nome de filtros perímetricos conforme as Figuras (57.13) e
(57.14). Ocupam pouco espaço, são feitos in-line e destinados a pequenas áreas.
São usados para áreas de até 0,8ha. São também chamados de filtros Delaware,
Filtros orgânicos
Os filtros orgânicos possuem as mesmas características dos filtros de superfície, mas entretanto o elemento
filtrante é a turfa, que é um elemento orgânico, conforme a Figura (57.3). Pode também haver uma mistura de
turfa e areia formando elementos compostos. Espera-se nos elementos orgânicos o aumento da troca
catiônica.
A área máxima deve ser de 2ha.
Filtro de bioretenção
Usa-se geralmente o período de 2 (dois) dias para escoamento tf=2dias ao invés tf=1,67dias usado no filtro
de superfície.
O coeficiente de permeabilidade K= 0,15m/dia (6,3mm/h). A altura máxima da água sobre o filtro deverá de
0,15m.
O pré-tratamento pode ser uma faixa de filtro gramada.
A área máxima para um filtro de bioretenção é de 2ha.
Os filtros de areia geralmente são construídos off line, devendo haver um dispositivo para separar a vazão
que conduz WQv para o filtro de areia e a que vai para o córrego ou a rede de drenagem mais próxima.
O pré-tratamento do filtro de areia pode ser do tipo clássico, isto é, efetuado antes do filtro de areia, ou pode
estar incorporado ao filtro de areia, como os filtros perimétricos e o filtro multicamaras.
Existem ainda os filtros multi-câmaras que é o filtro multi-câmaras é um filtro enterrado que possui
basicamente 3 câmaras. Na primeira há a deposição de sedimentos. Na segunda câmara deposita outros
elementos sólidos bem como os compostos voláteis e com hidrocarbonos, através de difusores. Na câmara final
é um filtro de areia com turfa misturada. O grande inconveniente do filtro muti-câmara é o preço excessivo.
57.4 Eficiência
A eficiência em remoção do filtro de areia de superfície conforme a cidade de Austin, 1990 in FHWA, 2004
Tabela (57.1) é a seguinte:
57-4
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57.6 Limitações
• É necessário pré-tratamento para remover o lixo e os sedimentos de grandes dimensões;
• Tem altos custos;
• Baixas vazões relativas;
• É preciso manutenção constante para que não haja entupimento;
• Pode agravar a situação à jusante se houver entupimento;
57-5
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• Filtros muito grandes em áreas residenciais não são atrativos, principalmente quando não possuem grama
na sua superfície;
• Alguns filtros de areia causam problemas de odor.
57-6
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Capítulo 57- Filtro de areia
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Figura 57.6 - Filtros de areia superficiais: Notar o pré-tratamento, o filtro de areia e a tubulação de
drenagem.
Fonte: New Jersey, 2000
57-7
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57-9
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Sendo:
Qo= vazão na saída da bacia e calculada e igual a:
Qo= WQv/ td
Sendo:
td= tempo de detenção em segundos.
O valor recomendado por Claytor é que o tempo de detenção td=24h=86400s.
vs= velocidade de sedimentação da partícula (m/s).
Usualmente usa-se dois tipos de diâmetros dependendo da área impermeabilizada AI.
Assim para:
AI ≤75% 20μm vs= 0,000355 m/s
AI >75% 40 μm vs= 0,001422m/s
As =2,3 Qo / vs
Mas Qo= WQv/86400
As= 2,3 WQv/(86400 x vs)
Para AI≤ 75% usamos partícula de 20μm que tem velocidade vs= 0,000355m/s.
Substituindo teremos:
As= 2,3 WQv/ (86400 x vs)= 2,3 WQv/ (86400 x 0,000355) = 0,075 WQv
As= 0,075 WQv
Para AI > 75% usamos partícula de 40μm que tem velocidade vs= 0,001422m/s.
Substituindo teremos:
As= 2,3 WQv/ (86400 x vs)= 2,3 WQv/ (86400 x 0,001422) = 0,019 WQv
As= 0,019 x WQv
Observemos que usando este método obteremos valores da área de superfície dos pré-tratamento As
muito inferiores ao usado no método de Urbonas.
Exemplo 57.1
Calcular o tamanho do reservatório destinado ao pré-tratamento de um filtro de areia de superfície para
área com 2ha e AI=70%, sendo adotado o first flush P=25mm e diâmetro da partícula de 200µm.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
WQv= (P/1000/ x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 2ha x 10.000m2= 340m3
Como a área impermeável é maior que 75% então usamos:
As= 0,075 WQv
As= 0,075 x 340 = 26m2
W= largura (m)
L= comprimento (m)
L= 3 x W
As= W x L = W x 3 x W= 3 W2= 26
W2= 26/3=8,67
W= 2,94m ≈ 3,00m
L= 3 x W= 3 x 3,00= 9,00m
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 57- Filtro de areia
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57.10 Manutenção
• Deixar espaço para entrada de caminhões para a manutenção.
• O topo dos 100mm do filtro deve ser removido a cada seis meses. Poderá ser removido mais de 100mm se
está havendo entupimento.
• A areia contaminada removida ou outro material do filtro de areia deve ir para aterro sanitário.
• Deverá haver inspeção a cada três meses do filtro de areia e inspeção depois de cada evento..
• Se o filtro de areia vai infiltrar a água no solo, cuidados especiais deverão ser tomados durante a
escavação para não compactar o solo com máquinas pesadas e assim diminuir a taxa de infiltração do solo
(exfiltração).
• A vegetação sobre o filtro de areia não poderá exceder de 50cm.
• Quando o tempo de escoamento for maior que 36h deverá ser feito a manutenção do filtro de areia.
A= Q/ (K x G)
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 57- Filtro de areia
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Conforme Estado de Maryland, 2000 para filtração aplicando a Lei Darcy obtemos:
Af = ( WQv) df/ [ K x ( hf + df) x tf] (Equação 57.2)
Sendo:
Af= área da superfície do filtro de areia (m2)
WQv= volume para melhoria da qualidade das água pluviais (m3).
Q= vazão média no tempo= WQv / tf
G= (hf+df)/df
df= altura do filtro de areia (m) sendo: 0,45m ≤ df ≤ 0,60m
hf= altura média de água sobre o filtro de areia (m). Significa a metade da altura de água sobre o filtro de
areia. hf≤ 2,00m conforme CIRIA, 2007.
tf= tempo em dias para o dreno do filtro de areia no seguinte intervalo: 1dia ≤ tf ≤ 1,67dia. Na prática se adota
tf= 40horas, ou seja, tf= 1,67dias.
O tempo de drenagem tf varia de 24h a 48h sendo adotado na maioria dos casos tf=40h= 1,67dias.
K= coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica do elemento filtrante do filtro de areia (m/dia)
conforme Tabela (57.3). Notar que não é a condutividade do solo e sim da areia do filtro.
A cidade de Austin, Texas recomenda o valor de 1,05m/dia para o coeficiente de permeabilidade K, mas o
monitoramento feito em Austin achou valores entre 0,15m/dia a 0,81m/dia com uma média de 0,45m/dia segundo
Clayton e Schueler, 1996 in Mays, 2003.
Exemplo 57.2
Dimensionar filtro de areia de superfície sendo:
Área = 2ha AI=70%. Coeficiente de permeabilidade da areia= K=0,45m/dia (19mm/h)
Altura média de água= 0,50m. Tempo de escoamento= 1,67dias
df=0,60m (altura do filtro de areia)
Rv= 0,05 +0,009 x AI= 0,05 +0,009 x 70= 0,68
Sendo o first flush P=25mm
WQv= (P/1000) x Rv x A (ha) x 10000m2= (25/1000) x 0,68 x 2(ha) x 10000m2 =340m3
Para efeito de exemplo deixamos de considerar os 25% que ficam detidos no pré-tratamento.
Considerado que iremos usar 0,75WQv no filtro de areia temos:
0,75 WQv= 0,75 x 349m3= 255m3
Adotamos hf= 0,50m (altura média da água sobre o filtro)
Af = (WQv . df )/ [K . ( hf + df) x tf]
Af = (255 x 0,60) / [0,45 x ( 0,50 + 0,60) x 1,67dia]= 185m2
Taxa= 185m2/ 2ha = 93m2/ha
Pré-tratamento
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Capítulo 57- Filtro de areia
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Temos então 1,14m de água acima da areia para armazenar o volume WQv necessário para ir sendo filtrado
tem 1,67dias.
Exemplo 57.3
O volume temporário a ser reservado sobre o filtro de areia é de 297m3 com altura máxima de 1,50m.
Dividindo-se 297m3 por 15 temos 19,8m3 cada 0,10m.
K= 0,96m/dia= 0,000011m/s
A área longitudinal do filtro de areia é 103m2
Aplicando a equação de Darcy:
Q= K x G x A
Achamos para cada abaixo de 0,10m a vazão média correspondente. Para os primeiros 0,10m a vazão
média será 0,0051m3/s, ou seja, 5 L/s e para isto precisamos de 1,1h. Na Tabela (105) podemos ver que em
22,8h teremos filtrada toda a água.
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Capítulo 57- Filtro de areia
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Área
Filtro Nível H L Gradiente Seção
areia Água hidráulico longitudinal
(m) h
2
(m) (m) (m) G=(h+L)/L (m )
Coluna
1 2 3 4 5 6
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Curso de Manejo de águas pluviais
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Portanto, no início temos a vazão de 5L/s, mas como vamos por 3 tubos podemos supor que:
(5L/s) / 3= 1,67 L/s=0,00167m3/s e podemos usar tubo de 150mm com declividade de 1%, conforme a
Tabela (57.6).
Lembremos que o espaçamento máximo é de 3m e como temos 7,2m de largura do filtro, vamos colocar
duas linhas de tubo de 150mm.
Supondo:
n=0,015 concreto.
S=declividade da tubulação=0,01m/m (1%)
D= diâmetro (m)=0,15m
Q= vazão total especifica (m3/s)
Conforme Tomaz, 2002 temos:
D= [( Q. n ) / ( 0,312. S 0,5 )] (3/8)
ou
Q= [0,312 x S 0,5 x D (8/3) ]/ n
Tabela 57.6- Vazões em m3/s de tubulações de concreto de acordo com diâmetro interno e
declividade da tubulação em porcentagem ou m/m.
3
Vazões m /s conforme declividade em % ou m/m
D 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 3,50% 4,00% 5,00%
(m) 0,005 0,010 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,05
0,10 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,008 0,009 0,010
0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,030
0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,064
0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,115
0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,188
0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,404
0,50 0,232 0,328 0,401 0,463 0,518 0,567 0,613 0,655 0,732
0,60 0,377 0,533 0,652 0,753 0,842 0,923 0,997 1,065 1,191
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0,70 0,568 0,804 0,984 1,136 1,270 1,392 1,503 1,607 1,797
0,80 0,811 1,147 1,405 1,622 1,814 1,987 2,146 2,294 2,565
0,90 1,111 1,571 1,923 2,221 2,483 2,720 2,938 3,141 3,512
1,00 1,471 2,080 2,547 2,942 3,289 3,603 3,891 4,160 4,651
Figura 57.12 - Filtro enterrado chamado Delaware observando-se o pré-tratamento, o filtro de areia e a câmara de descarga.
Fonte: FHWA, 2004.
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Capítulo 57- Filtro de areia
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A Figura (57.14) mostra a esquerda um filtro de areia de superfície e a direita um filtro de areia
perimétrico.
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Capítulo 58- Orifícios e vertedores
Capítulo 58
Orifícios e vertedores
58.1 Introdução
Passamos a recordação de alguns conceitos usados em hidráulica.
58.2 Orifício
O orifício pode ser circular ou retangular e é calculado com a Equação:
Q= Cd x A x (2 g h ) 0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
A= área= π D2/4 (para orifício)
D= diâmetro (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81 m/s2
h= altura média da lâmina de água em relação ao eixo da tubulação de saída (m)
O orifício geralmente é usado na parte inferior dos reservatórios de detenção para o
escoamento da vazão de pré-dimensionamento.
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Capítulo 58- Orifícios e vertedores
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Capítulo 58- Orifícios e vertedores
Diâmetro de saída
Supondo:
n= 0,015 concreto.
S= declividade da tubulação (m/m)
D= diâmetro (m)
Q= vazão total especifica (m3/s)
Conforme Tomaz, 2002, temos:
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Capítulo 58- Orifícios e vertedores
Tabela 58.1 - Vazões em m3/s de tubulações de concreto de acordo com diâmetro interno e declividade da tubulação.
D 0,50% 1% 1,50% 2% 2,50% 3% 3,50% 4% 5%
(m) 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,05
0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,030
0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,064
0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,115
0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,188
0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,404
0,50 0,232 0,328 0,401 0,463 0,518 0,567 0,613 0,655 0,732
0,60 0,377 0,533 0,652 0,753 0,842 0,923 0,997 1,065 1,191
0,70 0,568 0,804 0,984 1,136 1,270 1,392 1,503 1,607 1,797
0,80 0,811 1,147 1,405 1,622 1,814 1,987 2,146 2,294 2,565
0,90 1,111 1,571 1,923 2,221 2,483 2,720 2,938 3,141 3,512
1,00 1,471 2,080 2,547 2,942 3,289 3,603 3,891 4,160 4,651
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Capítulo 58- Orifícios e vertedores
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Capítulo 58- Orifícios e vertedores
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Capitulo 59- Wetland construída para melhoria da qualidade das águas pluviais
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Capítulo 59
Wetland construída para melhoria da qualidade das águas pluviais
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 59- Wetland construída para melhoria da qualidade das águas pluviais
59.1 Introdução
59.2 Estado atual do conhecimento humano sobre wetlands
59.3 Tipos de wetlands de superficie livre para melhoria da qualidade das águas pluviais
59.4 Eficiência de uma wetland construída para melhoria da qualidade das águas pluviais
59.5 On-line ou off-line
59.6 First flush
59.7 Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv
59.8 Freeboard (borda livre)
59.9 Vida útil da obra
59.10 Orifício
59.11 Vertedor retangular
59.12 Tempo de esvaziamento
59.13 Método Racional
59.14 Período de retorno
59.15 Intensidade da chuva
59.16 Tempo de concentração pela fórmula de Kirpich
59.17 Tempo de concentração pela fórmula California Culverts Practice
59.18 Vazão média e carga
59.19 Vazão Q 7,10
59.20 Extravasor normal e de emergência
59.21 Recarga de aquífero
59.22 Eficiência da remoção no pré-tratamento
59.23 Dissipador de energia
59.24 Regulador de fluxo
59,25 Fração do runoff que vai para a BMP
59.26 Critérios de Projeto
59.27 Pré-tratamento
59.28 Custo de manutenção
59.29 Aspectos importantes do projeto
59.30 Solo organic
59.31 Macrófitas aquáticas
59.32 Importância das macrófitas aquáticas
59.33 Densidade dos pedúnculos das plantas
59.34 Espécies dominantes em wetland de superfície
59.35 Biomassa
59.36 Decomposição
59.37 Deposição de sedimentos
59.38 Perifíton
59.39 Mosquitos
59.40 Espécies exóticas invasoras
59.41 Área de superfície
59.42 Canal de wetland
59.43 Recomendações da CIRIA, 2007 com adaptações
59.44 Taludes
59.45 Softwares
59.46 Relação comprimento/largura da wetland
59.47 Relação comprimento/largura no pré-tratamento da wetland
59.48 Assoreamento da wetland no pré-tratamento
59.49 Ressuspensão
59.50 By pass
59.51 Tempo de detenção em wetland
59.52 Taxa de carga hidráulica q
59.53 Equação de Kadlec e Wallace, 2009 para wetlands
59.54 Carga de poluentes em águas pluviais
59.55 Estimativa da carga de poluentes pelo Método Simples de Schueler, 1987
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Apresentação
As wetlands construídas são escavações feitas no solo onde temos água e plantas e
são usadas para a melhoria da qualidade das águas pluviais, para um polimento ou
tratamento de esgotos.
Os estudos sobre as wetlands construída vem se atualizando de tal maneira que
impressiona os próprios especialistas.
A wetland devem ser tratada à parte, pois, nela não se aplica a equação de Manning e
nem de Streeter-Phelps relativas a rios e lagos.
Ainda não há um state of art da wetland construída no mundo, existindo um pouco de
empirismo e algumas equações.
Este novo texto sobre wetland construída destina-se basicamente a melhoria da
qualidade das águas pluviais com algumas informações sobre wetlands destinada ao
polimento e tratamento de esgotos.
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Capítulo 59- Wetland construída para melhoria da qualidade das águas pluviais
59.1 Introdução
A definição da EPA (Environmental Protection Agency) e do U. S. Army Corps of
Engineers (USACE) desde 1970 é a seguinte:
Wetlands são áreas que estão inundadas ou saturadas na superfície ou na água
subterrânea numa freqüência ou duração suficiente e sob condições normais de suportar uma
vegetação típica adaptada para a vida em solo saturado. As wetlands incluem as várzeas,
pântanos, mangues e outros similares.
As funções importantes das wetlands nos ecossistemas conforme Salati, 2003 são:
1. Capacidade de regularização dos fluxos de água, amortecendo os picos de
vazão
2. Capacidade de modificar e controlar a qualidade das águas
3. Importante na função da reprodução e alimentação da fauna aquática.
4. Proteção à biodiversidade como área de refúgio da fauna terrestre.
5. Controle da erosão, evitando o assoreamento dos rios.
A primeira patente existente nos Estados Unidos sobre wetland data de 1901 do
inventor Cleophas Monjeau e se tratava de uma wetland de fluxo vertical. No Brasil a primeira
wetland foi construída por Salati em 1984 na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
onde foi executado um lago construída nas proximidades do córrego altamente poluído do rio
Piracibamirim na cidade de Piracicaba, São Paulo.
Existem wetlands naturais e construídas.
Não vamos tratar aqui de wetlands naturais e sim de wetland construídas.
As wetlands construídas podem ter duas finalidades básicas:
• Wetland para melhoria da qualidade das águas pluviais conforme Figura (59.4)
• Wetland para tratamento ou polimento de esgoto sanitário conforme Figura
(59.1)
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Figura 59.1- Wetland construída de superfície livre (FWS) para tratamento de esgoto terciário típica
(polimento)
Na Figura (59.1) temos um tratamento primário por sedimentação e após o tratamento secundário que
pode ser uma lagoa ou lodo ativado. A wetland de superficie livre (FWS) fará o polimento do tratamento, isto é, o
tratamento terciário.
Figura 59.2- Wetland construída subsuperficial horizontal (HSSF) para tratamento de esgotos
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Figura 59.3- Wetland construída de fluxo vertical (VF) para tratamento de esgoto
Figura 59.4- Wetland de superfície para melhoria da qualidade das águas pluviais (FWS)
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O estado de arte atual das wetlands construídas pode ser considerado semi-empírico,
com algumas equações e pesquisas efetuadas e muitas informações práticas.
Vamos definir alguns conceitos que são usados em wetlands.
First order kinetics, ou seja, movimento cinético de primeira ordem significa que a
taxa de remoção do poluente é diretamente proporcional a concentração remanescente no
ponto da wetland que se está estudando.
As teorias de misturas aplicadas a wetland podem ser: reator de mistura completa,
onde a concentração é a mesma do efluente em qualquer parte do reator e a mistura
chamado plug flow, em que a concentração no reator decresce ao longo do caminho do
reator. A mistura denominada plug flow é a mais adequada às wetlands construídas,
Há três maneiras básicas de se calcular uma wetland construída para tratamento de
esgotos:
• Método prático (empíricos) que ainda são usados em muitos países, como a Inglaterra
e Estados Unidos;
• Método de Reed e
• Método de Kadlec e Knight.
Para wetland construída destinada a melhoria da qualidade das águas pluviais existe:
• Método semi-empírico de Schueler, 1987 e
• Equações de Duncan, 1998 que servem para dimensionar a wetland construída.
• Modelo mais sofisticado de Kadlec e Wallace, 2009 denominado modelo TIS de
primeira ordem.
A diferença básica entre o modelo de Reed e o de Kadlec e Knight, 1996, é que Reed usa
equações volumétricas dependente da temperatura, enquanto que Kadlec e Knight, 1996
usam sistema baseado na área da superfície da wetland e somente há influência da
temperatura na remoção de nitrogênio.
As taxas usadas por Kadlec e Knight, 1996 se referem a wetlands construídas de
superfície livre nos Estados Unidos. Foram construídas sem usar o conceito de primeira
ordem da aproximação do plug flow. O uso destas taxas em aplicação global ainda é um
problema para sua aplicação e cuidados devem ser tomados.
Neste trabalho não iremos discutir o modelo de Reed e sim o de Kadlec e Knight, 1996
com as alterações propostas pelo próprio Kadlec no seu livro Kadlec e Wallace, 2009.
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59.3 Tipos de wetlands de superficie livre para melhoria da qualidade das águas
pluviais
Existem quatro tipos básicos de wetlands de superfícies livres para a melhoria da
qualidade das águas pluviais e que podem algumas vezes controlar enchentes:
• Wetland rasa:
As wetlands rasas podem ter profundidades que variam de 0 a 0,15m(wetland rasa) e
de 0,15m a 0,45m (wetland pouco rasa). Necessitam de área de bacia maior que 10ha, pois é
necessário aumentar o tempo de detenção e de contato conforme Figura (59.6).
• Wetland com detenção estendida ED: possuem além da parte rasa e média uma
parte profunda e possibilitam que o nível da água seja aumentado de maneira que em
24h volte ao nível normal. Isto provocará uma área inundável e que depois ficará seca
conforme Figura (59.9). A área mínima da bacia deve ser de 10 ha. Tais wetland são
feitas on line e possui o inconveniente de termos mais altura da barragem devido não
só ao reservatório temporário, mas para enchente de 25 anos e enchente máxima de
100anos (vazão centenária). Kadlec e Wallace, 2009 apontam o inconveniente de
tais wetlands, pois com a inundação freqüente acima de 0,90m de altura, as
plantas emergentes como a Typha não sobreviverão
• Wetland funda: possui além das partes rasas e médias uma parte funda com objetivo
de requerer menos espaço que a wetland rasa. Necessita de área maior que 10ha.
• Mini-wetland: são para bacias maior que 4ha, mas para funcionarem bem devem ser
escavadas abaixo do nível do lençol freático para garantir um abastecimento de água
subterrâneo. Este tipo de wetland é problemática em épocas de secas prolongadas,
pois elas funcionam muito ligadas ao escoamento superficial e é difícil manter a
vegetação em secas prolongadas conforme Figura (59.10).
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Figura 59.7-Exemplo de Wetland construída para melhoria da qualidade das águas pluviais.
Fonte: Denver.
Figura 59.8- Perfil esquemático de uma wetland construída desde o pré-tratamento até o final.
Fonte: FHWA, 2004.
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Figura 59.9- Planta esquemática de uma wetland construída desde o pré-tratamento até o final com detenção estendida ED.
Fonte: Estado de Massachusetts, 1997.
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59.4 Eficiência de uma wetland construída para melhoria da qualidade das águas
pluviais
Vamos nos basear em pesquisas entre 20 wetlands construídas para melhoria das
águas pluviais para áreas urbanas conforme Kadlec e Wallace, 2009 que estão na Tabela
(59.1) onde aparece a mediana das eficiências.
Em wetlands construídas para melhoria da qualidade das águas pluviais vamos nos
basear em três parâmetros básicos que são:
• TSS (sólidos totais em suspensão): redução de 68%
• TP (fósforo total): redução de 41%
• TN (nitrogênio total): redução de 30%.
No que se refere a metais como cádmio, cobre, chumbo, níquel e zinco os dados estão
as medianas das reduções na Tabela (59.2) e resultam também de wetlands existentes em
áreas urbanas conforme Kadlec e Wallace, 2009.
Tabela 59.2- Redução de metais em área urbanas em wetland construídas para melhoria da
qualidade das águas pluviais
Metais Redução (%)
Cd 71
Cu 49
Pb 74
Ni 39
Zn 60
Fonte: Kadlec e Wallace, 2009
Concentração irredutível C*
A redução dos poluentes em wetlands possuem um limite, abaixo do qual é
praticamente impossível a redução. Trata-se das concentrações irredutíveis, que
apresentamos na Tabela (59.3) para melhoria da qualidade das águas pluviais e tratamento
de esgotos.
Tabela 59.3- Concentrações irredutíveis em tratamento de esgotos e na melhoria das águas
pluviais em mg/L.
Parâmetros da Tratamento de esgotos Tratamento de esgotos Melhoria da qualidade
qualidade da água (Kadlec e Knight, 1996) (Reed, 1995) das águas pluviais
Sólidos totais em 2 a 15 8 20 a 40
suspensão (TSS)
Fósforo total (TP) 0,02 a 0,07 0,5 0,15 a 0,2
Nitrogênio total (NT) 1,0 a 2,5 1,0 1,9
Nitrato- nitrogênio 0,05 0,00 0,7
TKN 1,0 a 2,5 1,0 1,2
Fonte: Article 65 Technical Note #75 from Watershed protection Techniques 2(2):369-372.
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Tabela 59.4- Valores de C* (concentração irredutível) conforme Kadlec e Wallace, 2009 para
wetland destinadas a tratamento de esgotos
Parâmetro Carga leve Carga pesada
DBO5 (mg/L) 2 10
TSS (mg/L) 2 15
Nitrogênio orgânico (mg/L) 1 3
Amônia (mg/L) <0,1 <0,1
Nitrogênio oxidado (mg/L) <0,1 <0,1
Fosforo total (mg/L) <0,01 0,04
Coliformes fecais (NMP/100mL) 10 a 50 100 a 500
TP 0,01
TN 1,5
DBO 2
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sobrelevação máxima de 0,90m e alguns chegam até 1,50m. É consenso comum que a
água temporária não seja detida mais que 24h para proteção das macrófitas.
Tabela 59.6- Estimativa de freqüências e respectivas alturas de chuva conforme período de retorno
Porcentagem de Altura de chuva
todas as precipitações Período (mm)
de retorno Mairiporã,
Estado de São Paulo
30 7 dias -
50 14 dias 2
70 Mensal 7
85 2 meses 18
90 3 meses 25
95 6 meses 33
98 1 ano 50
99 2 anos 57
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Exemplo 59.1
Calcular o first flush para a RMSP com precipitação média diária de período de retorno para 6
meses de 33mm, área impermeável de 70% para detenção com volume em 24h de
reservatório de detenção estendido.
P= ar x P6 x ( 0,858xI3 – 0,78 x I2 + 0,774 x I + 0,04)
ar=1,299
P= 1,299x 33 x ( 0,858x0,73 – 0,78 x 0,72 + 0,774 x0,7 + 0,04)=21mm
Volume permanente
Em uma wetland devemos ter dois volumes, sendo um permanente e outro temporário.
O volume permanente da wetland geralmente é o volume WQv calculado ou as vezes
algumas cidades adotam 2 x WQv.
Volume temporário
O volume temporário mais usado é 1x WQv, mas pode ser usado também 0,5 x WQv.
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Tabela 59.7- Recomendações do DAEE São Paulo para barramentos de pequenas obras
Dimensões: Período de retorno
Altura da barragem = h(m) (anos)
Comprimento da crista da barragem = L
(m)
h≤5m e L≤200m 100anos
59.10 Orifício
O orifício é calculado pela equação
Q= Cd x Ao x (2gh)0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd=0,62
Ao= área da seção transversal do orifício (m2)
g= 9,81m/s2 = aceleração da gravidade
h= altura da água sobre a geratriz superior do orifício (m)
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15m adota-se período de retorno de 1000anos e quando tiver altura maior que 15,00m adota-
se Tr=10.000anos, conforme recomendações do DAEE que está na Tabela (59.9).
K . Tra
I =------------------------ (mm/h)
c
( t + b)
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
K,a,b,c= parâmetros que depende da localidade
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Usando o programa Pluvio2.1 para o município de Guarulhos no Estado de São Paulo
encontramos:
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K=1988,645
a=0,111
b=20,449
c=0,839
1988,645. Tra
I =------------------------ (mm/h)
( t + 20,449)0,839
Exemplo 59.2
Calcular as vazões de pico na RMSP para tempo de concentração no pós-desenvolvimento de
16min em área de bacia de 100ha para períodos de retorno variando de 1,87anos a 100anos.
Tabela 59.10- Vazões de pico para RMSP em área de A=100ha, C=0,59 e tc=16min
Tr tc I A Q
(anos) (min) (m/h) C=0,59 (ha) (m3/s)
1,87 16 92,1 0,59 100 15,10
2 16 93,3 0,59 100 15,28
5 16 110,1 0,59 100 18,04
10 16 124,8 0,59 100 20,45
25 16 147,3 0,59 100 24,14
50 16 167,0 0,59 100 27,37
100 16 189,3 0,59 100 31,03
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Exemplo 59.3
Usar a Equação (47.4) de Kirpich para o Tennessee para achar o tempo de concentração tc
sendo dados L=200m e S=0,008m/m em uma bacia sobre asfalto.
tc= 0,019 . L0.77/ S 0,385 = 0,019 . 200 0,77 / 0,008 0,385 = 7,38min
Como o escoamento da bacia é sobre asfalto devemos corrigir o valor de tc
multiplicando por 0,4. Portanto:
tc= 0,4 x 7,38min = 2,95min, que é o tempo de concentração a ser usado.
DICA sobre Kirpich: a fórmula de Kirpich foi feita em áreas agrícolas em áreas até 44,8 ha ou
seja 0,448 km2 com declividades de 3% a 10%.
O tempo de concentração da fórmula de Kirpich deve ser multiplicado por 0,4 quando o
escoamento na bacia está sobre asfalto ou concreto e deve ser multiplicado por 0,2 quando o
canal é de concreto revestido (Akan,1993 p. 81).
Chin, 2000 sugere que a equação de Kirpich deve ser multiplicada por 2 quando o
escoamento superficial for sobre grama natural e multiplicar por 0,2 quando a superfície do
canal for de concreto e multiplicar por 0,4 quando a superfície do escoamento superficial for
de concreto ou asfalto.
Kirpich
A fórmula de Kirpich pode-se ainda apresentar em outras unidades práticas como as
sugeridas pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo.
Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAEE para pequenas
barragens.
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Exemplo 59.4
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s
Método 2
Q máximo= 2 . Qmédio = 2x 0,058= 0,116m3/s
Aplicar a equação do orifício, mas usando o valor h= 1,20m e não a sua metade.
A= Q/ [Cd . (2.g.h) 0,5] = 0,116/ [ 0,62 . (2. 9,81. 1,20) 0,5 ] = 0,0387m2
D= (4.A/ π) 0,5= (4x0,0387/ π) 0,5 = 0,22m. Adotado D= 0,25m
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No Estado de São Paulo na maioria das cidades o DAEE exige que seja preservada a
vazão Q7,10.
É importante lembrar que quando fazemos uma wetland off line é deixar sempre o
escoamento da vazão base para que sempre haja água para não morrerem as macrófitas.
Exemplo 59.5
Calcular a eficiência do pré-tratamento para detenção de partículas iguais ou maiores que
125µm sendo WQv=14.750m3.
Volume do pré-tratamento = 0,1 x WQv= 0,1 x 14.750m3= 1.475m3
Vazão que chega ao pré-tratamento com regra dos 5 min
Qo= 1475m3/ (5min x 60s)= 4,9m3/s
Velocidade de sedimentação para partículas iguais ou maiores que 125µm adotada é:
Vs= 0,0139m/s
As= Qo/ Vs
Sendo:
As= área da superfície do pré-tratamento (m2)
Qo= vazão que entra no pré-tratamento (m3/s)
Vs= velocidade de sedimentação (m/s) da partícula escolhida.
As= Qo/ Vs
As= 4,9/0,0139=326m2
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Profundidade escolhida:
Devido a problemas de afogamento de crianças na água é conveniente que a
profundidade seja menor ou igual a 1,60m.
Então teremos:
h x As= 0,1x WQv
1,60 x As= 0,1 x WQV= 1475m3
As= 1475/1,60=922m2 >> 326m2 OK
Portanto, a área da superfície é 922m2 com profundidade de h=1,60m.
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Usamos a Tabela (59.11) que foi feita por Peterka, 2005 para velocidade de
3,6m/s da água na entrada.
Tabela 59.11- Dimensões básicas do dissipador de impacto Tipo VI USBR para velocidade
de 3,6m/s
Diâmetro Vazão W H L a b c d e f tw tf tp K d50
3
(m) (m /s) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
0,40 0,59 1,7 1,24 2,20 0,83 0,83 0,83 0,28 0,14 0,28 0,15 0,17 0,15 0,08 0,10
0,60 1,08 2,0 1,46 2,60 0,98 0,98 0,98 0,33 0,16 0,33 0,15 0,17 0,15 0,08 0,18
0,80 1,67 2,6 1,91 3,40 1,28 1,28 1,28 0,43 0,21 0,43 0,15 0,17 0,18 0,08 0,22
0,90 2,41 2,9 2,14 3,80 1,43 1,43 1,43 0,48 0,24 0,48 0,18 0,19 0,20 0,08 0,23
1,00 3,25 3,2 2,36 4,20 1,58 1,58 1,58 0,53 0,26 0,53 0,20 0,22 0,23 0,10 0,24
1,20 4,27 3,5 2,59 4,60 1,73 1,73 1,73 0,58 0,29 0,58 0,23 0,24 0,25 0,10 0,27
1,30 5,41 4,1 3,04 5,40 2,03 2,03 2,03 0,68 0,34 0,68 0,25 0,27 0,25 0,10 0,30
1,50 6,68 4,4 3,26 5,80 2,18 2,18 2,18 0,73 0,36 0,73 0,28 0,29 0,28 0,15 0,33
1,80 9,59 5,0 3,71 6,60 2,48 2,48 2,48 0,83 0,41 0,83 0,30 0,32 0,30 0,15 0,36
Como a velocidade normalmente é diferente então temos que fazer que achar o
diâmetro equivalente a velocidade de 3,6m/s.
Para o cálculo do diâmetro com a seção plena é necessário
A=3,1416xD2/4 usar a velocidade de 3,6m/s conforme Geórgia, 2005.
Q= A x V
V= 3,6m/s
Q=A x 3,6
A=Q/3,6
Q/3,6=PI x D2/4
Como temos o valor de Q achamos o valor de D.
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a=1,73
b=1,73
c=1,73m
d=9,58
e=0,29
f=0,58
tw=0,23
tf=0,24
tp=0,25
K=0,10
d50=0,27m
As rochas para o rip-rap deverão ter 0,27m de diâmetro.
Peterka, 2005 apresenta tabela com tubos variando de 0,40m a 1,80m e das
dimensões básicas a serem usadas, sendo importante notar que os cálculos foram feitos para
velocidade 3,6m/s usando a equação da continuidade Q=A x V.
Rip-rap
Após o Basin tipo VI com redução de energia por impacto ainda temos velocidade na
saída do dissipador de energia e portanto é necessário na transição com o canal natural que
se faça um rip-rap.
Segundo Geórgia, 2005 a largura do rip-rap é W=4,04m e o comprimento mínimo do
rip-rap é W sendo o mínimo de 1,5m.
A profundidade do rip-rap é f=W/6= 4,04/6=0,67m
O diâmetro médio da rocha é W/20=4,04/20=0,202m
A declividade dos taludes é 1,5: 1.
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Exemplo 59.7
Seja uma bacia com A=100ha, AI=60% P=25mm
WQv= 14.750m3
0,1WQV= 1.475m3
Pré-tratamento precisamos de 1.475m3
Vazão que vai para o pré-tratamento
Qo= 0,1WQv/ (5min x 60s)= 1475m3/ (5 x 60)= 4,9m3/s
4022,7
I =------------------------ =189,3mm/h
( 16 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q100pos= 0,59x 189,3x100/360= 31,02m3/s
P= B + 2H
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R= A/B
n= 0,015 para concreto
V= (1/n) x R(2/3) x S 0,5
Q= A x(1/n) x R(2/3) x S 0,5
31,02= BxH x(1/n) x [(BxH)/(B+2H)](2/3) x 0,005 0,5
Por tentativas achamos:
B= 4,00m H=1,73m Qmax= 31,02 m3/s OK
Área molhada = A=4,00 x 1,73m= 6,94m2
V= Q/A = 31,02/ 6,94= 4,5m/s < 5m/s OK
Altura do nível de água = 1,50/2 + 0,30= 1,05m
Orifício
Q= Cd x Ao x (2 .g . h) 0,5
3
Q=4,9m /s
Cd=0,62
g= 9.81m/s2
h=2,37m
Q= Cd x Ao x (2 .g . h) 0,5
4,9= 0,62 x Ao x (2 x 9,81x1,05) 0,5
4,9= 2,81x Ao
Ao=1,74m2
Ao= PI x D2/4
D=(Ao x 4/PI)0,5
D=(1,74 x 4/3,1416)0,5
D=1,48m
Adoto D=1,50m
Altura da água = 1,73m
Profundidade da caixa = 1,50m + 0,30= 1,80m
Folga=1,00m
Altura total com folga = 1,00 + 1,73m= 2,73m
Então teremos uma caixa com 4,0 x 4,0m e 2,73m de altura.
.
Fórmula de Manning para tubos a seção plena.
Calcular o diâmetro sendo S=0,005m/m, n=0,015 para concreto.
D=[( Q. n ) / (0,312 . S 0,5)] 3/8
D=[( 4,9 x 0,015 ) / (0,312 x0,0050,5)] 3/8
D=1,57m
Podemos pois aumentar um pouco a declividade para termos tubo de D=1,20m e para
isto por tentativas achamos S=0,014m/m.
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Na Figura (59.19) temos os chamados tubos paralelos, que é o desvio da água que não
vai para a wetland e vai para o rio ou córrego.
Figura 59.21 – Poço de visita com saída para o “first flush”. É um regulador de vazão.
As Figuras (59.21) e (59.22) mostram regulador de vazão executado em poço de visita. Observar
que o tubo para qualidade de água está em nível inferior.
Figura 59.22 – Poço de visita com saída para o “first flush”. É um regulador de vazão.
http://www.metrocouncil.org/environment/Watershed/BMP/CH3_STFlowSplitters.pdf
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Na Figura (59.23) podemos ver uma wetland no meio da cidade de Vitória, Austrália.
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Tabela 59.13- Recomendações de wetlands construídas para melhoria da qualidade das águas pluviais
Linha 2- A detenção estendida é o volume 0,5WQv, ou seja, 50% do volume necessário para
a melhoria da qualidade da água e que é descarregado em pelo menos 24horas. Quando
chove o volume sobe e depois vai descendo até chegar ao volume permanente da wetland.
Observar que a wetland tipo rasa da coluna 2 não precisa de detenção estendida, pois é muito
rasa e a wetland tipo rasa com detenção estendida ED da coluna 3 necessita de se prever
este volume variável. Para as outras opções de wetland funda e mini-wetland é opcional ter-se
a detenção estendida ED.
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Linha 3- Nesta linha estão alocados os volume necessários para atender WQv em
porcentagem. Assim na Coluna 2 são necessário 25% de volume reservado para a área
funda, 75% para a área rasa e zero porcentagem para a área estendida.
Linha 4- Nesta linha estão alocados uma estimativa das áreas ocupadas pela superfície das
wetlands. Assim a wetland funda da coluna 4 estão alocados 45%/25%/25%/5% o que quer
dizer que está reservado para a parte funda de 45% da área, 25% para a parte média, 25%
par a parte rasa e 5% para a parte variável com detenção estendida ED.
Linha 5- O pré-tratamento é indispensável numa wetland, pois os sólidos grosseiros, lixos, etc
deverão ficar retidos antes de serem lançados na wetland.
Linha 7- A estrutura de saída pode ser um vertedor ou usar o tubo com declividade reversa,
isto é, aquele tubo onde a entrada de água está em nível inferior a saída. É comum o uso do
tubo sem válvulas e com declividade reversa em tais tipos de obras.
Figura 59.24- Tubo sem válvulas com declividade reversa usado para escoamento da wetland.
Fonte: Cidade de Auckland 2001.
Austrália
Conforme Melbourne Water, 1999 uma classificação das áreas de acordo com a turbidez do efluente e
da geologia é apresentada na Tabela (59.14).
Tabela 59.14- Áreas das várzeas em porcentagem e qualidade da água de entrada e geologia
Qualidade da água de entrada e geologia macrófitas emergentes Agua aberta
Várzea Várzea Várzea Várzea Várzea
efêmera rasa funda submersa funda
0 (0 a 200mm) (200mm a 400mm) (400mm a 900mm) (900mm a 1200mm)
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Tabela 59.15- Predomínio de macrófitas em solos silúricos, graníticos, basálticos e áreas com argila para
servir de exemplo
Profundidade 04m a 0,90m
Área submersa da wetland Potamageton crispus
Potamageton ochreatus
Wallisneria americana
Recomendado: 2 plantas/m2
59.27 Pré-tratamento
O pré-tratamento é importantíssimo para o bom funcionamento de uma wetland O volume
do pré-tratamento varia de 10% a 15% de WQv, sendo o mais usual usar 0,10WQv.
A velocidade deve ser menor que 0,25m/s para não causar erosão.
As dimensões recomendadas entre o comprimento/largura do pré-tratamento é no mínimo
2:1 sendo de preferência usado a relação 3:1.
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O uso de solo orgânico adquirido de outro local custará aproximadamente US$ 25/m3.
Solo
Um bom projeto deve prever o uso de argila próxima ao local para evitar a exfiltração.
A escolha do solo é importante. Níveis altos de alumínio, cálcio ou ferro são bons para a
remoção de fósforo.
Exemplo 59.8
Considerando uma wetland foi calculada para 1.200m3 e que escolhemos uma wetland tipo
rasa com volume variável ED. Alocar os volumes necessários.
Primeiramente achamos o volume para o pré-tratamento:
Volume de pré-tratamento= 0,1 WQV= 0,1 x 1200= 120m3
Portanto o volume que sobrou foi:
WQv- 0,1 WQv= 1200m3- 120m3= 1.080m3
Como escolhemos a wetland da coluna 3 da Tabela ( 59.5) temos na linha 3: 25/25/50
25% é para a parte funda= 0,25 x 1080m3= 270m3
25% é para a parte rasa= 0,25 x 1080m3= 270m3
50% é para o volume variável, isto é, a detenção estendida ED= 0,50 x 1080m3=
540m3.
Total= 1080m3
Exemplo 59.6
Considerar que uma wetland tem área de 2000m2 e que escolhemos uma wetland tipo rasa
com volume variável ED. Alocar as áreas necessárias.
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• Macrófitas aquáticas submersas livres: são plantas que têm rizóides pouco
desenvolvidos e que permanecem flutuando submergidas na água em locais de
pouca turbulência. Geralmente ficam presas ao pecíolos e talos das macrófitas
aquáticas de folhas flutuantes e nos caules das macrófitas emersas. Durante o
período reprodutivo emitem flores submersas (excessão de Ceratophylum).
Exemplo: Utricularia e Ceratophyllum.
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Figura 59.27- Comunidade vegetal. Além das macrófitas aquáticas destacam-se: (1) a comunidade epilítica, (2) comunidade
epipélica, (3) comunidade episâmica e (4) comunidade epifítica.
Fonte: Esteves, 1998.
Figura 59.29– Taboa (Typha dominguensi) é uma macrófita aquática emersa. É indicador de solo úmido,
brejoso ou pantanoso.
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Figura 59.30 – Lírio d´água é uma macrófita aquática com folhas flutuantes. É um indicador de ambiente
menos poluído.
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Figura 59.31 – Elódea é uma macrófita aquática submersa enraizada. É um indicador de ambiente menos
poluído.
http://www.ufscar.br
Figura 59.32 – Alface d´água (Pistia stradiotes) é uma macrófita aquática flutuante. É um indicador de
ambiente poluído.
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Alface da água
É uma planta com brotamento lateral de estolões que soltam regularmente, de espaço
a espaço, raízes para baixo e folhas para cima. Possui folhas espiraladas com pecíolo curto;
lâmina foliar obcordada, com tecido aerenquimatoso ao longo das nervuras paralelas na face
inferior.
Esta espécie apresenta raízes fibrosas, porem mais curtas que o aguapé, com
aproximadamente 20cm a 30cm de comprimento, em grande número conforme Lima et al,
2005.
Figura 59.33 – Orelha de rato é uma macrófita aquática flutuante. É um indicador de ambiente poluído.
http://www.ufscar.br
Salvinia
A salvinia é uma planta pequena, de folhas pedunculares em verticilos de três. Duas
destas folhas são verdes, inteiras e flutuantes e a terceira intersecta, penetrando na água, não
raro sendo confundida com a raiz.
Sob condições ideais a Salvinia auriculata chega a produzir 650g de biomassa seca por
2
m por ano conforme Lima et al 2005.
Possui grande capacidade de remover e assimilar metais pesados como chumbo ou
cádmio conforme Embrapa, 202.
Figura 59.34 – Aguapé (Eichhornia crassipes) é uma macrófita aquática flutuante. A presença do Aguapé
é um indicador de ambiente poluído (estado trófico do ambiente aquático). Possui outros nomes como
camalote e mureru.
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Figura 59.38- Região Litorânea e região limnética. Observar a zona eufótica ou fótica e a zona afótica,
não iluminada pela luz.
Fonte: Understanding Lake Ecology
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No Brasil conforme Tundisi e tal, 2008 as espécies de macrófitas flutuantes mais comuns
nos reservatórios são:
• Eichhornia crassipes
• EichhorniA azurea
• Salvinia molesta
• Salvinia spp
• Egeria densa e
• Egeria najas
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Tundisi e tal, 2008 acrescenta que para macrófitas emergentes mais comuns são:
• Typha sp e
• Eleocharis sp.
59.35 Biomassa
Quando se deseja avaliar o papel das macrófitas aquáticas para o ecossistema
aquático é necessário a avaliação da biomassa. Através da sua determinação pode-se inferir
o período de crescimento, avaliar os estoques de nutrientes, inferir o fluxo de energia e a
reciclagem de nutrientes das macrófitas aquáticas.
Conforme Kadlec e Wallace, 2009 a biomassa é definida como toda a massa vida em
um determinado tempo numa superfície da Terra. É comumente dividida entre a zona das
raízes e a massa acima do nível do piso. Na massa acima do nível do piso está a parte viva,
uma parte que está morta mas fica pendurada na planta e uma parte morta que se deposita
que é o litter. Portanto, o litter se refere a parte morta das plantas que caiu no piso ou que está
no sedimento. Algumas vezes o litter inclui também aquelas plantas que estão mortas mas
ainda estão penduradas.
Basicamente quando tratamos da biomassa ou fitomassa temos duas partes
importantes, abaixo do nível do piso e acima do nível do piso. Durante os 365 dias do ano há
variação sazonal da fitomassa dependendo do clima, temperatura, insolação, etc conforme
Figuras (59.39 A) e (59.39 B).
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M = Mo . exp ( -k . t)
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59.36 Decomposição
O estudo da decomposição das macrófitas aquáticas constitui-se numa ferramenta
fundamental para as determinações das taxas de decomposição das frações vegetais e da
avaliação dos fatores ambientais associados ao processo da decomposição.
,As macrófitas aquáticas contribuem com nutrientes e matéria orgânica para água
através da mineralização de detritos alóctones presos na planta, o perifíton e a planta
secretam nutrientes e matéria orgânica para a água e a macrófita aquática senescente libera
nutrientes durante sua decomposição conforme http://www.ib.usp.br/limnologia.
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59.38 Perifíton
O perifíton é representado por uma fina camada (biofilme) variando em alguns
milímetros, que atua na interface entre o substrato e a água circundante.
São observados como manchas verdes ou pardas aderidas a objetos submersos na
água como rochas, troncos, objetos construídas (inertes) e a vegetação aquática.
O perifíton pode ser definido como uma complexa comunidade de microorganismos
(algas, bactérias, fungos e animais), detritos orgânicos e inorgânicos aderidos a substratos
inorgânicos ou orgânicos vivos ou mortos conforme Wetzel 1983 in http://
vmcarlos1.sites.uol.com.br
Bentos são os organismos que crescem no fundo do corpo de água.
59.39 Mosquitos
Estudos sobre as despesas com o controle de mosquitos foi feito por Wetland Solution
,2004 onde se achou o custo anual de US$ 2.625/ha x ano na cidade de Phoenix nos Estados
Unidos encontrados na wetland construída de Três Rios. Inclui o custo de larvicidas para
matar as larvas e as larvas de mosquitos.
Foram usadas bactérias bactericidas como o Bacillus thuringiensis com variações
israelensis e B. spahericus.
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59.44 Taludes
Os taludes laterais da wetland devem ter declividade máxima de 3:1.
59.45 Softwares
Existem vários softwares, mas vamos destacar somente o software MUSIC (Model for
Urban Stormwater Improvement Conceptualisation) para o dimensionamento de wetlands para
a melhoria da qualidade das águas pluviais muito usado na Austrália.
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59.49 Ressuspensão
Um problema que podemos ter em uma wetland são velocidades muito grande que
causam a ressuspensão de sedimentos e para isto é que a velocidade na wetland deverá ser
menor ou igual a 0,03m/s.
59.50 By pass
Como pode ser necessário o esvaziamento de uma wetland deve ser previsto um
bypass, isto é, uma obra que permita que o fluxo da água não chegue a wetland e seja
desviado no pré-tratamento.
Sendo:
ζ= tempo de detenção (dias)
ε = porosidade (fração do volume ocupado pela água)
Vativo = volume da wetland contendo água (m3)
h = profundidade da wetland (m)
Aativa= área da wetland contendo água no fluxo ativo (m2)
Q= fluxo da água (m3/dia)
Vativo= ε x L x W x h
Sendo:
L= comprimento da wetland (m)
W= largura da wetland (m)
h= profundidade da wetland (m)
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Exemplo 59.9
Dada uma wetland com 252m de comprimento e 84m de largura e altura 0,77m. Calcular o volume
ativo sempre a porosidade ε =0,95.
Vativo= ε x L x W x h
Vativo= 0,95 x 252 x 84 x 0,77= 15.484m3
Exemplo 59.10
Calcular o tempo de detenção de uma wetland com volume ativo de 15.484m3 e vazão de entrada de
2.164m3/dia.
ζ= Vativo/Q
Exemplo 59.11
Dada uma wetland com área de superfície A=21.167m2 e runoff anual de 790.022m3/ano.
Calcular a taxa de carga hidráulica q.
q=HLR= 790.022/21.167= 37 m/ano
Q= 790.022m3/ano/ 365 dias= 2.164m3/dia
q= Q/A
q=HLR= 2.164 / 21.167= 0,10m/dia=10cm/dia
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A velocidade máxima admitida por Kadlec e Wallace, 2009 em uma wetland deve ser
menor ou igual 0,03m/s.
V≤ 0,03m/s
A declividade usual em uma wetland é S=0,0001m/m.
Declividade S
Conforme Economopoulou e tal, 2004 a declividade S da superfície da água pode ser
definida pela equação:
S= γ x h/ L
Sendo:
S= declividade media da superfície da água (m/m)
γ =0,1. É a fração da altura.
h= altura da água na wetland (m)
L= comprimento da wetland (m)
Exemplo 59.12
Calcular S para h=0,77m e L= 252m
S= γ x h/ L
S= 0,1 x 0,77/ 252=0,00031m/m
Exemplo 59.13
Dada uma wetland com altura h=0,50m e declividade média S=0,0001m/m com vegetação
densa. Calcular a velocidade u na superfície da água usando a equação de Kadlec.
u= a. h(b-1) . Sc
a= 1,0 x 107/m.d (para vegetação densa)
b=3,0
7x 2
u= 1,0 x 10 0,5 x0,0001=250m/dia=0,0029m/s <0,03m/s OK
Tabela 59.14- Valores de K em m/ano conforme Kadlec e Wallace, 2009 página 618
Parâmetro K a 20ºC m/ano θ
DBO médio C*=0,6 + 0,065 x Ci 63 0,985
DBO terciário (0 a 30mg/L) 33 0,985
DBO secundário (30 a 100mg/L) 41 0,985
DBO primário (100 a 200mg/L) 36 0,985
DBO super (>200mg/L) 189
Amonificação ORG-N 17,3
NH4- Nitrificação 14,7
NOx- Denitrificação 26,5
TKN (nitrogênio Kjedahn) 9,8
TN (nitrogênio total) 12,6
TP (fósforo total) 10
Coliformes Fecais (termotolerantes) 83
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Tabela 59.15- Concentração de entrada média de alguns metais conforme Kadlec e Wallace, 2009
Metais Concentração de entrada (mg/L)
Cobre Cu 0,020
Niquel Ni 0,032
Chumbo Pb 0,063 K entre 20 a 80
Cromo Cr 0,003
Zinco Zn 0,147
Arsênio As 0,003
Boro B 0,022
Mercúrio Hg 1,88 ng/L=0,00000188mg/L
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Tabela 59.16 59.17- Cargas de poluentes de entrada nas águas pluviais conforme Kadlec e
Wallace, 2009
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Valor de Pj
O valor de Pj usualmente é 0,90 para precipitação média anual, mas pode atingir valor Pj
=0,5 e para eventos de uma simples precipitação Pj =1,0.
Valores de C
Conforme as pesquisas feitas por Schueler, 1987 e citadas por AKAN, 1993 e
McCUEN, 1998 os valores médios da carga de poluição C em mg/L é fornecida pelas Tabelas
(59.18) a (59.29).
Tabela 59.18- Média dos Estados Unidos para concentrações médias nas águas pluviais
Constituintes Unidades Runoff urbano
TSS mg/L 54,5 (1)
TP mg/L 0,26 (1)
TN mg/L 2,00 (1)
Cu μg/L 11,1 (1)
Pb μg/L 50,7 (1)
Zn μg/L 129 (1)
S. Coli 1000 colonias/mL 1,5 (2)
(1) Dados do NURP/USGS,
1998
(2) Schueler, 1999
Fonte: New York Stormwater Management Design Manual
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Tabela 59.20 - Valores de “C”usados pelo Método Simples de Schueler, 1987 em mg/L.
Poluente NURP Baltimore Washington NURP Virginia FHWA
DC National
Study
Área Áreas Área média Florestas Rodovias
suburbana velhas comercial americanas
Fósforo 0,26 1,08 0,46 0,15
total
Nitrogênio 2,00 13,6 2,17 3,31 0,78
Total
COD 35,6 163,0 90,8 >40,0 124,0
BOD 5dias 5,1 36,0 11,9
Zinco 0,037 0,397 0,250 0,176 0,380
Fonte: AKAN, (1993) e McCUEN, (1998).
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Na Tabela (59.23) temos valores médios de poluentes fornecidos por Tucci, (2001).
Tabela 59.23- Valores médios de parâmetros de qualidade de águas pluviais em mg/L para
algumas cidades.
Durham Cincinatti Tulsa
Poluente Weibel et Porto APWA
Colson, al., 1964 AVCO, Alegre APWA, 1969
1974 1970
mínimo máximo
DBO 19 111,8 31,8 1 700
Sólidos 1440 545 1523 450 14600
totais
pH
Coliformes 23.000 8.000 1,5 x 10 7 55 11,2 x 10 7
NPM/100ml
Ferro 12 30,3
Chumbo 0,46 0,19
Amônia 0,4 1,0
Fonte: TUCCI, (2001).
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Fonte: Water quality perfomance of dry detention ponds with under-drains. Final report 2006.
Conforme Anta et al, 2006 em pesquisas realizadas na Espanha em Santiago de
Compostela em área urbana com área impermeável de 70%, 55ha, tc=25min, precipitação
média anual de 1886mm, 141dias com chuva por ano em pesquisa de 14 chuvas achou-se os
dados da Tabela (59.27) a (59.29).
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Na Tabela (59.28) observamos que conforme Butler et al, 2003 in Anta et al, 2006 para
águas pluviais os valores de TSS variam de 50mg/L a 1000mg/L, sendo que o diâmetro das
partículas d50 varia de 20μm a 100μm.
Tabela 59.29- Carga por hectare dos 14 eventos analisados em na cidade de Santiago
de Compostela na Espanha
Conforme Tabela (59.29) a média de TSS achada na Espanha é de 3,13 kg/ha x ano
com desvio padrão de 2,453kg/ha x ano. Recordemos que na Austrália é usado para
estimativa o valor de 1,6 kg/ha x ano.
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Conclusão: pelas tabelas citadas acima podemos ver como é difícil de se estimar o valor de
sólidos totais em suspensão TSS, pois o mesmo varia de 114mg/L até aproximadamente
4000mg/L dependendo se existe solo nu ou muitas obras em construção.
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A=12ha
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
L=0,01 x 965mm x 0,9 x 0,46 x 0,26mg/L x 12ha
L=12,46 kg/ano
Portanto, com o desenvolvimento a quantidade total de fósforo aumentará de
1,09kg/ano para 12,46 kg/ano com a construção de um bairro residencial proposto.
Exemplo 59.15
Calcular o aumento de sedimentos de área urbana com 46,75ha, chuva anual média de
1540mm e Pj =0,50. Supomos que no pré-desenvolvimento havia 2% de área impermeável e
com o desenvolvimento passou para 70%.
Pré-desenvolvimento
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
P=1540mm
Pj =0,5 adotado
C=85mg/L sedimentos/ Floresta/ Malásia
A=46,75ha
Rv=0,05 + 0,009 x 2 = 0,07
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,07 x 85mg/L x 46,75ha
L=2.142 kg de sedimentos/ano
Pós-desenvolvimento
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
P=1540mm
Pj =0,5 adotado
C=200mg/L sedimentos / Urbana/ Malásia, Tabela (59.21)
A=46,75ha
Rv=0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
L=0,01 x 1540mm x 0,5 x 0,68 x 200mg/L x 46,75ha
L=48.957kg de TSS/ano
Com o pós-desenvolvimento o sedimento aumentará de 2.142kg/ano para
48.957kg/ano.
Eficiência relativa
Conforme Tomaz, 2006 existe uma confusão sobre termos que tentaremos esclarecer da
melhor maneira possível. Assim as definições de performance e eficiência são:
Performance: são as medidas que mostram como as metas das BMPs para águas pluviais
são tratadas.
Eficiência: são as medidas que mostram como as BMPs ou os sistemas de BMPs
removem ou controlam os poluentes.
Até o presente, a eficiência é tipicamente mostrada como uma “percentagem de remoção”,
o que não é uma medida válida.
Schueler, 2000 in EPA e ASCE, 2002 concluíram que existem “concentrações irredutíveis”,
pois não existe nenhuma maneira de se reduzir mais quando se trata de usar as práticas de
melhoria da qualidade para as águas pluviais. Assim os pesquisadores acharam limites de
concentrações para as águas pluviais para TSS, fósforo total, nitrogênio total, nitrato, nitrito e
TKN (Total Kjeldahn Nitrogênio), conforme mostra a Tabela (59.31).
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Pela Tabela (59.32) pode-se ver que a chamada redução não mede plenamente a
eficiência de um sistema de BMP aplicado, pois o TSS tem uma concentração com a qual não
há redução, conforme vimos na Tabela (59.33).
Podemos então, considerar a redução limite de 20mg/L para o TSS e usaremos a
eficiência relativa que mostra melhor conforme Tabela (59.33).
Eficiência relativa = (C afluente – C efluente) / (C afluente – C limite)
Sendo C limite= 20mg/L (exemplo).
As medidas e práticas para melhorarem a qualidade das águas pluviais nos Estados
Unidos receberam o nome de Best Management Practices (BMP) que praticamente foi imitado
em todo o mundo.
Concentrações irredutíveis
As concentrações irredutíveis de efluentes das BMPs, são aquelas quantidades abaixo do
qual é impossível de se reduzir mais, conforme Tabela (59.34).
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Verificar a semelhança com a Tabela (6.16) dos poluentes irredutíveis por sedimentação
de Schueler.
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Sendo:
Ci= concentração na entrada (g/m3 ou mg/L). Ver Tabela (59.8).
q= taxa de carga hidráulica (m/ano) sendo q = Q/A
Q= vazão de entrada em (m3/ano)
A= área da superfície da wetland (m2)
As equações de Duncan citadas acima são para wetland destinadas a melhoria da
qualidade das águas pluviais somente e não se aplica para wetland destinada a tratamento de
esgotos.
Observando-se as equações de Duncan acima, podemos notar que a porcentagem
remanescente de TSS depende de dois fatores, que é a concentração Ci do TSS em mg/L e
da taxa de carga hidráulica q.
Nas equações de Duncan referente a porcentagem remanescente de fosforo total e
nitrogênio total verificamos que elas variam somente em função da taxa de carga hidráulica q.
A relação (área da wetland)/(área da bacia) varia de 1,0% a 5,0% e não possui grande
influência para os dimensionamentos de TSS, TP e NT.
Exemplo 59.16
Seja uma wetland com entrada anual de águas pluviais de 824.232m3/ano e área da
superfície da wetland de 15.000m2. Prever qual será a redução de TSS, TP e TN, sendo a
carga da área residencial de entrada de 140mg/L.
Ci=140mg/L=140 g/m3
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Q= 824.232m3/ano
A=15.000m2
q= Q/A= 824.232m3/ano/ 15.000m2= 55m/ano
Exemplo 59.17
Em uma wetland para melhoria da qualidade das águas pluviais queremos reduzir 68% de
TSS, sendo a carga de entrada de TSS estimada de 100mg/L e o volume de runoff anual de
Q= 790.022m3/ano.
Portanto, a área da superfície da wetland para melhoria das águas pluviais necessária
para a redução de TSS de 68% é de 12.591m2.
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Q0,44/A0,44 =TP/ 12
Tirando-se o valor de A temos:
A0,44 = 12 x Q0,44/ TP
Exemplo 59.18
Em uma wetland para melhoria da qualidade das águas pluviais queremos reduzir 41% de TP
e o volume de runoff anual de Q= 790.022m3/ano.
Como queremos a remoção de 41%, a carga remanescente será 100-41=59%.Então
temos que usar o valor TP=59 que deverá ser o remanescente.
Portanto, a área da superfície da wetland para melhoria das águas pluviais necessária
para a redução de TP de 41% é de 21.167m2.
Q0,43/A0,43 =NT/ 14
Tirando-se o valor de A temos:
A0,43 = 14 x Q0,43/ NT
Exemplo 59.19
Em uma wetland para melhoria da qualidade das águas pluviais queremos reduzir 30% de NT
sendo o volume de runoff anual de Q= 790.022m3/ano.
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Portanto, a área da superfície da wetland para melhoria das águas pluviais necessária
para a redução de NT de 30% é de 18.712m2.
Feito os três cálculos de áreas podemos montar a Tabela (59.40) onde escolhemos a
área dependendo da escolha do poluente. Se escolhemos o poluente fósforo total teremos a
área maior, isto é, 21.167m2.
Os cálculos fornecem a área total para cada poluente, mas não o volume. Feita a
escolha do poluente teremos a área total.
Como a taxa de carga hidráulica é a razão do runoff anual sobre a área da bacia,
podemos calcular a área da bacia A.
A= (0,0365 x Q/ KA) x ln [(Ci – C*)/( Co – C*)]
Sendo:
A= área da wetland (ha)
Q= vazão (m3/dia)
Temperatura
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A constante K é calculada para a temperatura de 20ºC. Para temperatura diferente deverá ser
feito correção do coeficiente da seguinte maneira:
Exemplo 59.20
Calcular o valor de TSS efluente em área urbana conforme Tabela (59.16) sendo que a
concentração afluente é Ci=100mg/L a temperatura de 24⁰C sendo q=37m/ano= HLR.
Da Tabela (59.41) calculamos o valor da concentração irredutível C*.
C*= 5,1+ 0,16*Ci= 5,1+0,16 x 100= 21,1 mg/L
K A,T= K A,20 . θ (T-20)
K A,T= 1000 x 1 (T-24)
K A,T= 1000m/ano
Exemplo 59.21
Calcular o valor de TP efluente sendo que a concentração afluente é PT=4,3mg/L a
temperatura de 24⁰ C sendo q=37m/ano= HLR.
Da Tabela (59.41) temos a concentração irredutível C*.
C*= 0,02 mg/L
K A,T= K A,20 . θ (T-20)
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K A,T= 12 x 1 (T-24)
K A,T= 12m/ano
Exemplo 59.22
Calcular o valor de NT efluente sendo que a concentração afluente é NT=20,0mg/L a
temperatura de 24⁰C sendo q=37m/ano= HLR.
Da Tabela (59.41) temos a concentração irredutível C*.
C*= 1,50 mg/L
K A,T= K A,20 . θ (T-20)
K A,T= 22 x 1,05 (24-20)
K A,T= 18,1m/ano
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Exemplo 59.24
Calcular a área necessária para reduzir o PT Ci= 4,3mg/L para Co= 2,5mg/L para reduzir
41% da carga poluente, sendo Q=790.022m3/ano, C*=0,02mg/L, K=12m/ano e temperatura
da água da wetland igual a 24⁰ C.
K A,T= K A,20 . θ (T-20)
K A,T= 12 x 1,0 (T-24)
K A,T= 12m/ano
Exemplo 59.25
Calcular a área necessária para reduzir o TSS Ci=100mg/L para Co= 32mg/L para reduzir
68% da carga poluente, sendo Q=790.022m3/ano, C*=21,1, K=1000 e temperatura da água
da wetland igual a 24⁰C.
K A,T= K A,20 . θ (T-20)
K A,T= 1000 x 1,00 (T-24)
K A,T= 1000
A= (0,0365 x Q/ KA) x ln [(Ci – C*)/( Co – C*)]
Sendo:
A= área da wetland (ha)
Q= vazão (m3/dia)
Tabela 59.43- Modelo K-C* de Kadlec e Knight, 1996 para Q=790.00m3/ano (2.164m3/dia)
com objetivo de redução de TSS, NT e PT respectivamente de 68%, 30% e 41%.
Parâmetros Temp. (ºC) KA a 20ºC Ci (mg/L) Co (mg/L) C* (mg/L) Área (m2)
TSS 24 1000 100 32 21,1 1.600
NT 24 22 20 14 1,50 17.100
PT 24 12 4,3 2,5 0,02 36.000
Tabela (59.16) Tabela (59.41)
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Sendo:
Co= concentração na saída da wetland (mg/L)
Ci= concentração na entrada da wetland (mg/L)
C* = concentração irredutível do poluente (mg/L)
w= velocidade de sedimentação de sólidos na wetland (m/s)
u= velocidade superficial da água na wetland (m/s)
h= profundidade da wetland (m)
ζ= tempo de detenção nominal (dias)
L= comprimento da wetland (m)
Área da wetland
( Co-C* )/ ( Ci – C* ) = exp ( -w. L/ u. h ) = exp (- w . ζ / h )
( Co-C* )/ ( Ci – C* ) = exp (- w . ζ / h )
( Co-C* )/ ( Ci – C* ) = 1/e (w . ζ / h)
e (w . ζ / h) =( Ci – C* )/ ( Co-C* )
Aplicando ln em ambos os lados temos:
w . ζ / h = ln [( Ci – C* )/ ( Co-C* )]
ζ = V/Q
V= L.W.h
w . V / Q.h = ln [( Ci – C* )/ ( Co-C* )]
w . A.h / Q.h = ln [( Ci – C* )/ ( Co-C* )]
A = (Q/w). ln [( Ci – C* )/ ( Co-C* )]
Exemplo 59.26
Calcular a concentração de TSS de saída Co, sendo a concentração de TSS na entrada de
Ci=100mg/L, C*=21,1mg/L, comprimento L=252m, velocidade da água na wetland u=0,01m/s
e velocidade de sedimentação w=9,70m/dia=0,00011227m/s e profundidade h=0,77m
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Exemplo 59.27
Calcular a concentração de TP de saída Co, sendo a concentração de TP na entrada de
Ci=4,3mg/L, C*=0,02mg/L, comprimento L=252m, velocidade da água na wetland u=0,01m/s e
velocidade de sedimentação w=9,70m/dia=0,00011227m/s e profundidade h=0,77m
Exemplo 59.28
Calcular a concentração de NT de saída Co, sendo a concentração de NT na entrada de
Ci=20,0mg/L, C*=1,50mg/L, comprimento L=252m, velocidade da água na wetland u=0,01m/s
e velocidade de sedimentação w=9,70m/dia=0,00011227m/s e profundidade h=0,77m
59.59 Infiltração
Em wetlands destinadas a melhoria da qualidade das águas pluviais raramente se
instala revestimento no fundo da mesmas para evitar a infiltração no solo. Em muitos casos
conforme a qualidade das águas pluviais é interessante que se faça o revestimento do fundo
da wetland.
Em casos de wetlands destinadas a tratamento de esgotos o mais normal é se
impermeabilizar o fundo da mesma com argila ou produtos sintéticos baseados no PVC ou
similar.
Uma infiltração normal em solos franco siltoso é conforme Kadlec e Wallace, 2009 de
1,5cm/dia=0,625mm/h=0,0001736m/s.
Um dado que se pode utilizar para a infiltração em argila selante é conforme Kadlec e
Wallace, 2009 a condutividade hidráulica de 1x10-7 cm/s.
O cálculo da infiltração conforme Kadlec e Wallace, 2009 é feito através da equação de
Darcy na seguinte forma:
Q= K. A . [( Hw – H1)/ (H1-H2)]
Sendo:
Q= infiltração (m3/dia)
K= condutividade hidráulica do revestimento (m/dia)
H1=cota do fundo da wetland (m)
H2= cota do revestimento (m)
Hw= altura da água na wetland (m)
A= área da wetland (m2)
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Supõe-se que as chuvas não contribuem com nenhuma poluição, mas é fácil adicionar
se ele existe na atmosfera.
C1= [ Qi. Cin + (k . A1 . C*)] / [Q1 + (( α . ET). A1) + ( I. A1) + (k . A1)]
Sendo:
C1= concentração na entrada (mg/L)
Qi= vazão na entrada (m3/dia)
Cin= concentração inicial (mg/L)
K= constante m/ano conforme o poluente
A1= área do tanque (m2)
C*= concentração irredutível do poluente (mg/L)
ET= evapotranspiração (m/dia)
α= fração transpirada pelas plantas. Geralmente α=0,5. Então: 0,5 x ET será a transpiração
I= infiltração (m/dia)
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Sendo:
A1= área do tanque número 1 (m2)
Q1= vazão que sai do tanque 1 (m3/dia)
Qin= vazão que entra no tanque 1 (m3/dia)
P= precipitação média diária (m/dia)
ET= evapotranspiração média diária (m/dia)
I= infiltração média diária (m/dia)
Número aparente de tanques em séries: P= 3 TIS.
O erro do modelo conforme Kadlec e Wallace, 2009 varia conforme a equação:
a= (P – ET)/ q
Sendo:
q= carga hidráulica (m/dia) ou cm/dia
Exemplo 59.29
Dado: P=0,05cm/dia ET=0,40cm/dia q=2,08cm/dia
a= (P – ET)/ q
a= (0,05 – 0,40)/ 2,08= -0,17
Portanto, aplicando o modelo, teremos um erro de aproximado 17% quando obteremos
a concentração dos poluentes.
Exemplo 59.30
Dada uma área de bacia com 100ha, área impermeável AI=60%, precipitação média anual
Pm=1487,8mm e evapotranspiração média anual EVP=1.131mm/ano. Calcular o volume
WQv, precipitação e evapotranspiração média diária, bem como o volume de runoff Q anual e
diário.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,00 x 60=0,59
WQv= (P/1000) x Rv x A
P= 25mm= first flush
WQv= (25/1000) x 0,59 x 100ha x 10.000m2= 14.750m3
Volume de runoff=Qano= (Pm/1000) x Rv x 0,9 x A
Volume de runoff= Qno=(1487,8/1000) x 0,59 x 0,9 x 100 x 10000m2=790.022m3/ano
Qdiário=790.022/365dias= 2.164m3/dia
Evapotranspiração
EVP anual= 1131mm=1,131m
EVP diário = 1,131/365dias=0,0031m/dia
Precipitação
Pm anual= 1487,8mm=1,4878m
Pm diário = 1,4878/365dias=0,0041m/dia
Exemplo 59.31
Dados:
Precipitação média diaria=0,0041m/dia
Evapotranspiração média diaria=0,0031m/dia
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Cálculos da chuva
A chuva diária é 0,0041m/dia multiplicado pela área da wetland que é 21.167m2.
Volume da chuva= 0,0041m/dia x 21.167m2= 87m3
Os dados estarão na Tabela (59.44).
Para os três tanques o valor é sempre 87m3 e no final teremos o total de 3 x 87m3 que
é igual a 261m3.
Cálculo da evapotranspiração
A evapotranspiração é 0,0031m/dia e multiplicando pela área da superfície da wetland
que é 21.167m2 teremos:
0,0031m/dia x 21.167m2= 66m3 que colocaremos na Tabela (59.44)
Em cada tanque teremos a evapotranspiração de 66m3 e no total teremos 198m3.
Cálculo da infiltração
Em se tratando de wetland para melhoria da qualidade das águas pluviais não estamos
instalando revestimento com argila ou com material plástico Consideramos que a infiltração é
pequena, ou seja, 0,21mm/h =0,005m/dia.
Considerando que a área do fundo é a mesma da superfície (21.167m2) , o volume
infiltrado V será.
V= 0,005m/dia x 21.167m2= 106m3/dia
Em cada tanque o volume infiltrado será o mesmo e no total teremos 318m3 conforme
Tabela (59.44).
Tanque número 2
No segundo tanque entra o volume de ruonf Q= 2.079m3/dia.
Usaremos a equação basica:
Q1= Qin + A1 ( P – ET – I)
Q1= Qin + A1 . P – A1.ET – A1.I
Q1= 2079+87-66- 106= 1.994m3/dia
Tanque número 3
No segundo tanque entra o volume de runoff Q= 1.994m3/dia.
Usaremos a equação básica:
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Q1= Qin + A1 ( P – ET – I)
Q1= Qin + A1 . P – A1.ET – A1.I
Q1= 1.994+87-66- 106= 1.909m3/dia
ζ= V/ Q
ζ= 16299/ 2079 = 7,8 dias
Para o Tanque número 2
ζ= V/ Q
ζ= 16299/ 1994 = 8,2 dias
Para o Tanque número 3
ζ= V/ Q
ζ= 16299/ 1909 = 8,5 dias
a= (P – ET)/ q
a= (0,0041 – 0,0031)/ 0,09= 0,011
Exemplo 59.32
Usando o exemplo anterior com os dados do balanço hídrico calcular o balanço de fósforo
sendo que as águas pluviais quando entram na wetland possui concentração Ci=4,30mg/L. A
concentração irredutível do fósforo é C*= 0,02mg/L que é usado no Conama 357/05.
Consideramos ainda que a temperatura da wetland no local é 24ºC e a constante adotada é
K= 12/ano=0,0329m/dia. O coeficiente α=0,50 para acharmos a transpiração das plantas na
wetland.
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59. 56 Custos
Kadlec e Wallace, 2009 apresentam várias estimativas de custos de wetlands para
tratamento e para melhoria da qualidade das águas pluviais.
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Sendo:
C= custo em US$
A= área ocupada pela wetland (ha)
Exemplo 59.33
Estimar o custo de uma wetland com área da wetland A=21.167m2=2,1ha
C= 194.000 x A 0,690
C= 194.000 x 2,10,690
C=US$ 324.000
Exemplo 59.34
Estimar o custo da wetland para bacia com Q= 2164m3/dia.
C= 3358x Q0,729
C= 3358 x (2164)0,7294
C= US$ 909.531
Tabela 59.46- Preços unitários de custos conforme Kadlec e Wallace, 2009 para estimativas de custo de
uma wetland
Custos diretos Unidade Custo em US$
Custo de escavação m3 7
Custo de topografia ha 370
Estudos hidrogeológicas ha 750
Limpeza e retirada de matos, arbustos e arvores ha 9.800
Revestimento em argila (30cm) m2 8,6
Custo de tubulações, vertedores, e outras estruturas Verba
Colocação de solo orgânico m3 25
Custo total de sementes e plantas ha 9250
Custos indiretos
Custo do projeto 15%
Custo de contingencia 20%
Custo de gestão 5%
Canteiro de obras 5%
Custo não de construção 5%
Custo indireto total 50%
Vida útil usada em cálculos do LCCA é 20anos, mas uma wetland atinge 50anos
conforme Kadlec e Wallace, 2009.
O custo de manutenção e operação de uma wetland é de US$ 2.000/ha conforme
Kadlec e Wallace, 2009.
59-89
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59.62 Método da análise do custo da vida útil que é chamado de Life-cycle cost
analysis (LCCA).
Conforme Taylor, 2005 o LCCA é o método de avaliação de todos os custos
relevantes durante 20 anos conforme Taylor, 2002.
Nos custos estão inclusos os custos atuais, custos financeiros, manutenção, operação,
etc.
Os custos devem ser avaliados considerando várias alternativas viáveis, devendo a
avaliação considerar sempre o período único de 20anos, por exemplo.
As 10 recomendações básicas do LCCA conforme Fuller e Petersen, 1996 são:
Inflação: aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma continua perda do
valor aquisitivo da moeda.
59-90
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Figura 59.42- Sumário dos fatores de desconto conforme Fuller et al, 1996
59-91
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Figura 59.43- Sumário dos fatores de desconto conforme Mays e Tung, 1992
Exemplo 59.35
Calcular o valor presente da aplicação de Ft=US$ 100,00 daqui a t=5 anos sendo a taxa de
juros de 5% (d=0,05).
SPV= Ft/ ( 1 + d)t
SPV= 100x[ 1/ ( 1 + 0,05)5]
Fator=0,7835
SPV= 100x 0,7835= US$ 78,35
Isto significa que o investidor do dinheiro poderá receber US$ 78,35 a vista ou US$
100,00 daqui a 5 anos.
59-92
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Exemplo 59.36
Calcular o valor presente uniforme da aplicação de US$ 100,00 por ano durante 20 anos a
taxa de juros 3% ao ano.
UPV= Ao . [ (1+d)n -1 ] / [ d .(1+d)n]
UPV= 100 . [ (1+0,03)20 -1 ] / [ 0,03 .(1+0,03)20]
UPV= 100x. 14,88= US$ 1488,00
Exemplo 59.37
Calcular o valor presente uniforme da aplicação de US$ 100,00 por ano durante 15 anos a
taxa de juros 3% ao ano e fator constante de aumento e=2%.
Valor presente Uniforme Modificado (UPV*)
UPV*= Ao . [ (1+e)/ (d-e) ] x { 1- [(1+e)/(1+d)] n}
UPV*= Ao . [ (1+0,02)/ (0,03-0,02) ] x { 1- [(1+0,02)/(1+0,03)] 15}
UPV*= Ao x 13,89
UPV*= 100 x 13,89=US$ 1389,00
Exemplo 59.38
Calcular o valor presente Uniforme Modificado (UPV*) da manutenção anual de US$ 100,00
que sofre um acréscimo de 2% ao ano durante 5 anos a juros de 3% ao ano.
UPV*= Ao . [ (1+e)/ (d-e) ] x { 1- [(1+e)/(1+d)] n}
UPV*= Ao . [ (1+0,02)/ (0,03-0,02) ] x { 1- [(1+0,02)/(1+0,03)] 5}
UPV*= 100x 4,8562=US$485,62
Inflação
A taxa de juros d pode ser considerada usando a taxa de inflação I e a taxa nominal de
desconto D conforme a equação de D. Rather in Fuller, et al, 1996.
d= [(1+D)/ (1 + I)] -1
Sendo:
d= taxa de juro real anual (com desconto da inflação)
D= taxa de juro nominal anual
I= taxa de inflação
59-93
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Exemplo 59.39
Calcular a taxa de juro real fornecida a inflação de I=4,0% e a taxa de juro nominal anual de
D=9,25% para junho de 2009 no Brasil.
d= [(1+D)/ (1 + I)] -1
d= [(1+0,0925)/ (1 + 0,04)] -1 =0,0505
Preço futuro
O preço futuro Ct com referência ao preço base Co é fornecido pela equação:
Ct= Co ( 1 + E) t
Sendo:
Ct= custo futuro em dólares
Co= custo atual em dólares
E= taxa nominal de juros em fração
t= período de tempo que geralmente é em anos
Exemplo 59.40
Calcular o custo futuro daqui a 10anos para o custo atual de US$ 1000,00 sendo a taxa
nominal de juros de 3%.
Ct= Co ( 1 + E) t
Ct= 1000x ( 1 + 0,03) 10 =US$ 1.344,00
Método LCCA
Existe uma fórmula geral do método LCCA que é:
LCCA= Σ Ct / ( 1 +d)t
Sendo:
LCCA= valor presente total do LCC em dólares no período para cada alternativa
Ct= soma de todos os custos relevantes incluindo custo inicial e custos futuros durante o
período de tempo considerado
d= taxa nominal de desconto em fração
Entretanto Fuller et al, 1996 apresenta uma outra fórmula que é mais usada:
LCCA= Custo Inicial + Reposição – Resíduo + Energia + custos + O&M
Sendo:
LCCA= valor presente total LCCA em dólares para uma alternativa escolhida
Custo inicial= valor presente dos investimentos iniciais em dólares
Reposição= valor presente do custo de reposição em dólares
Resíduo= valor presente residual em dólares
Energia=valor presente do custo da energia
Custos= demais custos
O&M: valor presente dos custos de manutenção e operação em dólares
Exemplo 59.41
Estimar o custo em dólares americanos de uma wetland com altura de 0,77m, volume
V=14.750m3, área de superfície As=21.167m2 e altura de 1,30 contando borda livre de 0,50m
e mais altura necessária para vertedor retangular para período de retorno de 2anos.
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O custo do TSS removido por Kg é US$ 0,96/kg, enquanto que o custo do PT é de US$
29/kg de fosforo removido.
Observemos que nos Estados Unidos é comum o custo da remoção do TSS de US$
1,05/kg e US$ 20/kg de PT.
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Tabela 59.48- Cálculo do valor presente incluso manutenção e operação com taxa de juros de 7,6% ao
ano
Ordem Especificação Área da Custo Fato para Valor presente
wetland 20 anos
(ha)
1 Custo da US$ 1.118.616
construção da (já é valor
wetland presente)
2 Custo de US$ 2000/ha 10,13 US$ 42.951
manutenção e 2,12ha
operação
3 Valor presente em US$ 1.161.567
20anos de vida útil
59.63 Revestimento
Vamos nos basear nas informações de Kadlec e Wallace, 2009 para o estudo dos
revestimentos.
A decisão de instalar um revestimento em uma wetland depende dos objetivos da
wetland e de alguma disposição legal necessária Algumas wetlands possuem um solo nativo
com baixa condutividade hidráulica e não há problemas de qualidade da água na recarga do
aqüífero subterrâneo
Uma wetland muito grande com alguns hectares fica praticamente inviável o uso de
revestimento, a não ser camada de argila.
Nos Estados Unidos na cidade de Columbia, Missouri é obrigatório que seja colocado
revestimento em wetlands menores que 40ha.
Os materiais impermeabilizante usados nas wetlands são vários, como PVC com
0,76mm ou Polietileno de alta densidade (PEAD) com 1,00mm de espessura.
O PVC é viável em wetlands menores que 0,1ha de superfície.
O custo do revestimento de wetland de superfície é US$ 6,97/m2 enquanto que para
argila nativa com 30cm é de US$ 7,50/m2.
Caso o solo contenha rochas ou detritos que possam danificar o revestimento durante a
construção é então instalado uma camada de areia com custo médio de US$ 2,24/m2.
Tabela 59.49- Custo e espessura de diversos revestimento conforme Kadlec e Walllace, 2009
Material Espessura Custo de instalação
US$/m2
2
Bentonita 10 kg/m 7,96
Argila nativa 30cm 7,50
Sanduíche de argila e geotêxtil NS 4,84
PVC 0,76mm 4,09
PEAD 1,02mm 4,73
Polipropileno 1,02mm 5,92
Polipropileno reforçado 1,14mm 6,89
Hypalon 0,76mm 6,89
Hypalon 1,52mm 8,07
XR-5 Não disponível 11,19
É importante salientar que mesmo uma argila selante usada como impermeabilizante
possui uma condutividade hidráulica embora baixa de 1 x 10-7 cm/s a conforme Kadlec e
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Wallace, 2009. Neste local medido havia 30cm de argila impermeabilizante e 30cm de solo
orgânico que servirá para a zona de raízes das plantas.
A infiltração deve ser calculada pela equação de Darcy já conhecida.
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Exemplo 59.42
Dados:
Área da bacia = 100ha
AI=60%
Infiltração com condutividade hidráulica K=0,21mm/h = (0,21/1000) x 24h=0,005m/dia
Área da wetland= 21.167m2=2,1 ha
Profundidade da wetland h=0,77m
Porosidadae=0,95
Volume da wetland= 16.299m3
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59.65 Multiplicador
Há sempre uma variação na entrada do poluente que depende da estação do ano ou
da temperatura ou de ambas. Não se pode ignorar que existem estas variações de
concentrações o que é esclarecido por Kadlec e Wallace, 2009.
Quando se pensa num projeto de uma wetland é imaginado uma determinada
concentração do poluente devido aos objetivos do projetista ou a legislação existente.
Se num determinado projeto queremos que a concentração final seja de 30mg/L e se
considerarmos as variações, o objetivo é diminuir o objetivo para 30mg/L. Isto fará nos
cálculos um aumento da área da wetland para tratamento de esgotos. Kadlec e Wallace, 2009
citam a Water Environmental Federation, 2001 que sugere o acréscimo da área em 15% a
25% após ser feito o projeto.
Kadlec e Wallace, 2009 sugerem o seguinte:
Multiplicador= 1 + ψ = 1/ COR
Sendo:
Multiplicador: número maior do que 1 que depende do poluente conforme Tabela (59.53)
ψ=aditivo na fração
COR= coeficiente de confiança
C=Ctrend (1+ψ)
Tabela 59.53- Multiplicadores com percentil de 90% obtido nas pesquisas dos objetivos dos poluentes em
várias wetlands conforme Kadlec e Wallace, 2009.
Parâmetro Multiplicador= COR= coeficiente de
(1+ψ) confiança
Exemplo 59.43
Vamos supor que o nosso objetivo é atingir Co=14mg/L de NT. Considerar a variabilidade de
entrada e conseqüentemente da saída de modo a garantir a saída de 14mg/L usando os
multiplicador de Kadlec e Wallace, 2009.
Conforme Tabela (59.27) para NT o multiplicador é 1,53
(1+ψ)=1,53
C=Ctrend (1+ψ)
Ctrend =C/ (1+ψ)
Ctrend =14/ 1,53 =9,2 mg/L
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59.66 pH
De modo geral o pH varia entre 6 a 9 não havendo problemas nas wetlands de superfície.
Podemos ter problema em wetlands para tratamento de esgotos industriais, indústrias de alimentação
e água de drenagem de mineração.
59.67 Toxicidade
Conforme Kadlec e Wallace, 2009 inúmeros estudos mostraram que as wetlands
construídas são efetivas em reduzir a toxicidade. Relembremos que não deve ser lançados
produtos tóxicos em wetlands.
59.68 Evapotranspiração
Existem inúmeros métodos de calculo da evapotranspiração sendo o recomendado
pelas FAO o método de Pennam- Monteith. Temos livro digital somente sobre
Evapotranspiração.
A evapotranspiração é muito importante para evitar que a wetland fique vazia ou com
muita pouca água que mate a vegetação.
59.71 Streeter-Phelps
As equações de Streeter-Phelps que funcionam bem em rios e lagos, não funcionam
para wetland e não podem ser aplicadas conforme Kadlec e Wallace, 2009. As equações não
conseguem quantificar a quantidade de oxigênio dissolvido nas wetlands. Dai então a
conclusão de que não se aplica as equações de Streeter-Phelps em wetlands construídas.
59.72 Performance do NT
Tabela 59.54- Perfomance baseado no NT em 40ha
Unidade TSS NT PT
Entrada de C mg/L 100 20 2,0
Carga de entrada g/m2xano 91 9,1
Valor legal de C Mg/L 5,0 1,0
Multiplicador 2,21 1,53 1,94
Objetivo de C mg/L 3,23 0,50
C* irredutível mg/L C*=1,5+0,22.Ci 1,5 0,01
Valor anual de K m/ano 1000 13,0 10
Carga hidráulica cm/dia 1,25 1,25
Saída de C mg/L 3,23 0,29
Área ha 40 40 40
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( P – Ia ) 2
Q = ------------------ (Equação 59.4)
( P- Ia ) + S
Sendo:
Q= runoff ou chuva excedente (mm);
P= precipitação (mm);
Ia = abstração inicial (mm) e
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
A abstração inicial Ia representa todas as perdas antes que comece o runoff. Inclui a
água retida nas depressões da superfície e interceptada pela vegetação, bem como, a água
evaporada e infiltrada.
Empiricamente foi determinado nos Estados Unidos pela SCS que Ia é
aproximadamente igual a :
( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 59.6)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------- - 254 (Equação 59.7)
CN
A Equação (59.5) do valor de Q é válida quando a precipitação P > 0,2S. Quando P <
0,2 S, o valor de Q=0.
Sendo:
CNw = número CN composto da área urbana em estudo;
CNp = número CN da área permeável da bacia em estudo e
f= fração da área impermeável da bacia em estudo.
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Exemplo 59.44
Para o dimensionamento do piscinão do Pacaembu, Canholi considerou a fração
impermeabilizada de 0,55.
Como já foi mostrado anteriormente o tipo de solo da região é o tipo B conforme
classificação do SCS. Considerando que em espaços abertos com relva com
impermeabilização de 50% a 75% o valor de CN=69.
Vamos achar o número CNw composto.
Sendo:
CNp =69
f= 0,55
CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)
CNw = 69. ( 1-0,55 ) + 0,55 . ( 98 )= 84,95=85
sendo:
CNc = número CN ajustado, corrigido;
CNp = número CN da área permeável;
If = fração da área impermeável total
R= fração da área impermeável que está não conectada, isto é, escoa sobre a área
permeável.
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Exemplo 59.45
Wetland para melhoria da qualidade das águas pluviais.
Dada uma área de bacia com100ha, área impermeável AI=60% e precipitação média anual
Pm=1478,8 mm/ano.
First flush P=25mm.
39,8% da área residencial de média e baixa densidade
25,6% com residencial de alta densidade
34,6% de área comercial e industrial
100,0% total
Não há espaço aberto.
Não há área para a agricultura
Não há espaço com água como várzea inundada.
Queremos a carga de redução de 7 poluentes principais: DBO, TSS, TN, TP, Cu, Pb e Zn
Queremos o custo médio no valor presente para vida útil de 20anos
Queremos o custo médio por redução de TSS em US$/kg.
Método de cálculo para achar o runoff deve ser o número da curva CN do SCS
Tabela 59.56- Cálculos
off line
Precipitação média anual= 1.487,8
Área impermeável (%)= 60
Área (ha)= 100 CN para solo B
Porcentagem da área de residencial com baixa e média densidade (%)= 39,8 75
Porcentagem da área de residencial com alta densidade (%)= 25,6 85
Porcentagem da área comercial e industrial (%)= 34,6 82
Porcentagem da área agrícola (%)= 0 79
Porcentagem de área aberta (%)= 0 69
Porcentagem de área com água (%)= 0 98
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Rv= 0,59
WQv (m3)= 14.750
Profundidade (0,40m)= 0,4
Area da wetland (m2)= 36.875
HLR=q= m/ano= carga hidráulica anual= 32,6
Tabela 59.58- Cálculo da redução da carga para temperatura de 24ºC usando modelo K-C* de
Kadlec e Knight, 1996 para runoff de 1.202.020m3/ano considerando wetland de superfície livre off line
com coeficiente 0,85.
Massa
Poluente Ka K C* Concentrarão Concentração Removida
20ºC θ T ºC Irredutível de HLR= q = de saída Remoção (kg/ano)
(m/an (mg/L) entrada (m/ano) (mg/L) (%) L=QxC
o) (mg/L)
DBO 34 1,0 34,0 10 20 32,6 14,21
3,5+0,053Ci 32,38 7784
TSS 1000 1,0 1000,0 20 150 32,6 20,00
5,1+0,16Ci 86,67 156.263
TN 22 1,1 26,7 1,9 2 32,6 1,95
2,80 67
TP 12 1,0 12,0 0,02 0,36 32,6 0,27
29,09 126
Cu 15 1,0 15,0 0,002 0,05 32,6 0,03
35,41 21
Pb 15 1,0 15,0 0,005 0,18 32,6 0,12
35,86 78
Zn 15 1,0 15,0 0,01 0,2 32,6 0,14
35,04 84
Amonea
para 5,0
stormwater
Nitrato para
stormwater 6,7
Fósforo total
para 8,3
stormwater
Conforme Kadlec e Wallace, 2009 para wetland para melhoria da qualidade das aguas
pluviais que não possuem um fluxo continuo devido as chuvas possuem valores da taxa anual
por metro bem mais baixo do que para wetland com fluxo continuo conforme se pode observar
no final da Tabela (59.58). Estes valores foram de determinados por Carleto e tal, 2001 in
Kadlec e Wallace, 2009.
Custo
Conforme Kadlec e Wallace, 2009 o custo de uma wetland para melhoria da qualidade
das águas pluviais conforme o runoff diário é:
C=3368 x Q 0,729
3
Q=runof (m /dia)/ 1000
Q= 1.202.020m3/ano/ 365 dias= 3.293 m3/dia
C=3368 x Q 0,729
C=3368 x 3293 0,729
C= US$1.235.000
Considerando a manutenção anual de US$ 2000/ha, teremos
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Tabela 59.59 – Alguns valores da Conama 357/05 para águas doces no Brasil conforme a Classe
Parâmetros Conama 357/05
Classe Classe Classe Classe
1 2 3 4
Coliformes termo tolerantes ≤200/100m 1000 2500
L
DBO 5,20 (mg/L) ≤3 5 10
OD (mg/L) ≥6 5 4 2
Turbidez ≤4uT
pH 6a9
Boro total (mg/L) 0,5 0,75
Chumbo total 0,033
Cadmio total (mg/L) 0,001 0,01
Cobre dissolvido (mg/L) 0,009
Fósforo total (ambiente lêntico) (mg/L) 0,020 0,030 0,05
Fósforo total (ambiente intermediário) (mg/L) 0,025 0,050 0,075
Fósforo total (ambiente lótico) (mg/L) 0,1 0,15
Mercúrio total (mg/L) 0,0002 0,002
Zinco total (mg/L) 0,18
Nitrato 10 10
Nitrito 1 1
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59.75 Reúso
A grande utilidade do uso da água de reúso é na irrigação principalmente em campos
de golfe.
No Brasil até o momento não existe norma da ABNT sobre reúso.
Nos Estados Unidos no estado de Colorado adota-se:
• DBO <20mg/L,
• Coliforme fecal < 25 / 100mL e
• TSS < 40 mg/L.
Na Califórnia se adota:
• Turbidez < 2uT,
• Coliformes totais <22/100mL
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Nota: o método de regionalização hidrográfica que iremos apresentar foi feito pelo
Departamento de Agua e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) e somente
vale para aplicação no Estado de São Paulo.
Q = a + b. P (Equação 59.10)
Para Guarulhos no Estado de São Paulo, a precipitação média anual P pode ser
considerada igual a 1500mm. Portanto, aplicando a Equação (59.1) temos:
Q=a + b.P = -26,23 + 0,0278 . 1500= 15,47 l/s/km2
Assim, a vazão média plurianual de Guarulhos é de 15,47 l/s/km2.
Considerando-se, para exemplo prático, a bacia do reservatório do Tanque Grande, em
Guarulhos, com área de bacia de 8,2 km2, teremos, na seção de interesse, isto é, na
barragem:
Q= 15,47 . 8,2= 126,85 l/s (Equação 59.11)
Portanto, a vazão média plurianual da bacia do Tanque Grande, na seção de interesse
considerada, é de 126,85 l/s.
Período de retorno
É muito importante a adoção de um período de retorno T. O período de retorno XT foi
obtido, estatisticamente, através da análise dos postos fluviométricos. Os períodos de retorno
são de 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos, conforme a Tabela (59.61).
Vazão mínima anual de um mês de duração e dez anos de período de retorno (Q1,10).
A fórmula a ser usada, pesquisada pelo DAAE, é:
Q d,T= XT . ( A + B. d) .Q (Equação 59.12)
sendo:
d= meses de duração;
1/T= probabilidade de ocorrência;
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Q1,10= X10 ( A + B . 1 ). Q
A= 0,4089
B= 0,0332
d= 1 mês
X10= 0,632
Substituindo os valores, teremos:
Q1,10= 0,632 (0,4089+0,0332 . 1) . 126,85 = 35,44 l/s (4)
Portanto, a vazão de 26,58 l/s é a vazão que pode ser retirada do manancial sem
armazenamento, isto é, a fio de água. É a chamada vazão mínima ou vazão ecológica.
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Capitulo 60- Pavimento poroso
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Capítulo 60
Pavimento Poroso
Em aqüífero confinado fala-se em superfície piezométrica e, num aqüífero não confinado: superfície
potenciométrica.
Darrel I. Leap in The Handbook of groundwater engineering.
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 60- Pavimento poroso (BMP)
60.1 Introdução
60.2 Pavimento poroso
60.3 Tipos de pavimentos porosos
60.4 Calculo do pavimento poroso segundo CIRIA, 2007
60.5 Tipos de pavimento conforme CIRIA, 2007
60.6 Equação de Darcy para quando há declividade
60.7 Vazão de saída da estrutura do pavimento quando não há declividade (plano)
60.8 Vazões em tubos de concreto
60.9 Chuvas intensas da RMSP
60.10 Eficiência do pavimento poroso
60.11 Critério de seleção
60.12 Limitações
60.13 Custos e manutenção
60.14 Pré-tratamento
60.15 Construção
60.16 Dados para projeto
60.17 Pavimento poroso de concreto
60.18 Critério usando determinado período de retorno e chuva de uma certa duração
60.19 Evaporação
60.20 Bibliografia e livros consultados
60-2
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60.1 Introdução
Existe basicamente dois tipos de pavimento: pavimento modular e pavimento poroso. No pavimento
modular a água de chuva penetra pelas juntas e no pavimento poroso a água penetra na superfície do próprio
material que pode ser asfalto ou concreto.
Iremos tratar neste capítulo somente de pavimento poroso.
Figura 60.1- Concreto poroso permite que a água passa pelos espaços entre os poros do
agregado. Fonte: http://www.flowstobay.org/
A principal aplicação do pavimento poroso é em estacionamento de veículos, mas pode ser aplicado em
pátios, playgrounds, etc.
O pavimento poroso é uma BMP que reduz a área impermeável podendo ser feita a recarga das águas
subterrâneas, melhorando a qualidade das águas pluviais.
O pavimento poroso é chamado também de pavimento permeável, conforme Urbonas, 1993.
A condutividade hidráulica mínima em que pode ser considerado a infiltração no solo é de 0,36mm/h
conforme CIRIA, 2007.
A superfície de infiltração do pavimento poroso deve ter condutividade hidráulica maior que a intensidade
de chuva conforme CIRIA, 2007.
A Tabela (60.1) apresenta o peso especifico de vários tipos de concreto desde o tipo leve até o pesado.
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Figura 60.3 – Mostra, a esquerda, o asfalto tradicional que leva o runoff para a direita, onde está o asfalto
poroso.
Fonte: Stormwater Features, internet http://www.forester.net
Uma das vantagens do pavimento poroso em asfalto segundo Daywater, 2003 é que gera menos
barulho dos veículos, reduz o splash das chuvas e diminui o problema de aquaplanagem.
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Figura 60.6- Pavimento poroso com grama reforçada que permite que a água passe pela zona das
raízes e vá até o solo ficando uma superfície resistente inclusive para passagem de veiuclos.
Fonte: http://www.flowstobay.org/
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Para infiltração em pavimento com subbase de pedras britadas e AD=Ab fazemos o valor de
R=1 e teremos:
h = (D/n) x ( i – q)
Para infiltração em pavimentos sem subbase fazemos R=1 e n=1,
h = D x ( i – q)
Na prática podemos impor um certo valor da altura hmax e obtermos a área da base da infiltração
Ab.
Ab=( AD . i . D)/ (n . hmax + q.D)
Exemplo 60.1
Dimensionar um pavimento poroso de concreto com 10cm de altura e com porosidade de 30%,
sendo a permeabilidade medida do solo K=7mm/h para uma área de 100m2.
Cálculo do volume Vr
h = (D/n) x ( i – q)
D=60min=1,00h (tempo de duração da chuva para Tr= 5anos na RMSP)
i=51,8mm/h=0,0518m/h (intensidade da chuva) Tabela (15.7)
q= 7mm/h=0,007m/h= K
n=0,30
h = (D/n) x ( i – q)
h = (1,00/0,30) x ( 0,0518– 0,007)=0,15m
Adoto o mínimo de h=0,30m
As camadas são:
• Blocos de concreto porosos com altura de 0,10m.
• Camada de areia grossa de 0,05m a 0,10m.
• Camada de pedra britada nº3 com espessura de 0,30m.
• Instalação de geotêxtil (bidim).
• Solo nativo.
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Exemplo 60.2
Seja um pavimento poroso com 1756m2 com 19m x 92m e que recebe água de uma área
impermeável com 27m x 92 com 2.461m2. No total temos área de 4.271m2.
Área impermeável de 58%.
Vamos considerar que o solo tenha condutividade hidráulica mínima de 3,6mm/h.
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h= (D/n) ( R. i –q)
h= (1,0/0,30) ( 1,40 x 52 –3,6)=0,23m
Tempo de esvaziamento
Tesvaziamento= n x h/ q= 0,30 x 0,23/ (3,6/1000)= 19,2h
Na Tabela (60.2) estão as profundidades calculadas para período de retorno de 5anos, 30anos e 100
anos para chuva de duração de 1h. Consideramos a infiltração do solo q=k=3,6mm/h=0,0036m/h. Foi
usado dados de Martinez e Magni, 1999 conforme Tomaz, 2002.
Tabela 60.2- Cálculos da profundidade máxima para períodos de retorno de 5anos, 30anos e
100anos para chuva de duração de 60min para RMSP
Duração da chuva m/h Intensidade I Profundidade
Tr (anos) (min) D q (mm/h) (m/h) R=Ad/Ab Hmax Esvaziamento
(K) (m) (h)
5 60 0,0036 52 0,052 1,40 0,23 19,2
30 60 0,0036 78 0,078 1,40 0,35 29,4
100 60 0,0036 86 0,086 1,40 0,39 32,5
Observando a Tabela(60.2) temos varias alturas máximas h que são 0,23m; 0,35m e 0,39m com
tempos de esvaziamento diferentes. Adotamos h=0,40m para chuva de período de retorno de 100anos e
duração de 1h. O valor mínimo que deve ser adotado é 0,30m.
O tempo de esvaziamento ideal é de 24h, mas muitas vezes fica dispendioso para atingí-lo.
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Figura 60.9- Pavimento poroso Tipo B com infiltração parcial e uso de drenos
Fonte: CIRIA, 2007
O Tipo B é extremamente complexo existindo alguns softwares para resolver o problema o que
não apresentaremos.
Figura 60.10- Pavimento poroso Tipo C sem nenhuma infiltração e só usando drenos
Fonte: CIRIA, 2007
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Bloco de geocélulas: são materiais plásticos que são usados no reservatório ao invés de agregados que
possuem vazio maior que 90% e que não são usados no Brasil, mas na Europa e Estados Unidos.
Exemplo 15.3
Seja um pavimento permeável com 1756m2 com 19m x 92m e que recebe água de uma área
impermeável com 27m x 92 com 2.461m2. No total temos área de 4.271m2.
Vamos considerar que o solo seja impermeável e então teremos o Tipo C com os drenos.
Adotamos h=0,40m já calculado no Exemplo (15.1).
Para o cálculo do dreno podemos supor superfície plana.
Superfície plana
Para superfície plana usamos a equação:
q= K (h/b)2
Sendo:
q= taxa de runoff no pavimento (m/s)
K= coeficiente de permeabilidade da sub-base (m/s)
h=espessura da sub-base acima da área impermeável (m)
b= metade da distância entre os drenos (m)
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b= h/ (q/K) 0,5
Mas como queremos o espaçamento E= 2xb
E= 2 x h/ (q/K) 0,5
E= 2 x 0,40/ (0,0000144/0,001) 0,5 = 6,7m
Portanto, o espaçamento máximo é de 6,7m entre cada tubulação.
Vamos escolher um tubulação de 150mm de PVC com perfuração, declividade de 1% e que pode
conduzir a seção plena de 13L/s conforme Tabela (60.3).
Tabela 60.3- Vazões a seção plena de tubos de concreto de 5cm a 45cm e para declividades de 0,005m/m
a 0,05m/m conforme Equação de Manning.
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Conforme Stormwater Management Manual for Westerner Austrália: structural controls estudos
feitos por Brattebo e Booth, 2003 em quatro tipo de pavimentos porosos em estacionamento não
acharam óleo, gasolina ou chumbo na água infiltrada no pavimento, embora tais poluentes estivessem
presente no runoff de águas pluviais de um asfalto impermeável.
60.11 Critério de seleção
• Aplicável e econômico em áreas de 0,1ha a 4ha (Austrália, 1998).
• Aplicável a baixo runoff e áreas de estacionamento e runoff dos telhados de áreas pavimentadas.
• A declividade do solo deve ser S ≤ 5%.
• Preserva as condições do pré-desenvolvimento, reduzindo as vazões à jusante.
60.12 Limitações
• Não pode ser construído em locais de tráfegos pesados ou em locais que veículos tenham
velocidade mais de 50km/h.
• Os pavimentos permeáveis são viáveis para taxa de infiltração superior a 0,36mm/h conforme CIRIA,
2007.
• Declividades menores que 5%. Quanto mais plano é melhor.
• Um pavimento poroso de concreto assentado em blocos tem taxa de percolação de 4.000mm/h, mas
adota-se somente 10% do valor ou seja 400mm/h conforme CIRIA, 2007.
• Em pavimento poroso com grama a infiltração de quando o pavimento é novo é de 900mm/h e supõe-se
que quando fica velho chegue a 20% do valor, ou seja, 180mm/h conforme Árgüe, 2004.
• Asfalto poroso tem valores de condutividade hidráulica K= 5.760mm/h; K=13.680mm/h.
• A porosidade efetiva dos agregados normalmente adotada é n=0,30 conforme CIRIA, 2007.
• O dimensionamento padrão tem altura de 360mm para os agregados onde a água será armazenada
conforme CIRIA, 2007.
• Capacidade de troca catiônica do solo maior que 5 miliequivalente CEC/ 100 gramas de solo seco.
• Distância mínima de 1,20m da rocha ou do lençol freático.
• Não pode ser construído em locais onde há erosão e se espera grande quantidade de sedimentos.
• Pode causar a contaminação da água subterrânea, principalmente em posto de gasolina, oficinas
mecânicas etc,.
• É necessário operário especializado para a sua construção e manutenção.
• Segundo Schueler, 1992 in FHWA, 2000 o pavimento poroso tem aplicação limitada devido aos problemas
de redução da capacidade de infiltração dos solos.
• Tendência a entupir em 1 ano a 3 anos, segundo Urbonas, 1993.
• Algumas cidades e estados nos Estados Unidos, não aceitam o pavimento poroso e nem o modular como
solução para melhorar o BMPs.
• O tempo para esvaziamento do reservatório de pedras num pavimento poroso deve ser de 24h a 72h.
• Urbonas, 1993 cita que o esvaziamento pode estar entre 6h a 12h.
• Para não haver escoamento no reservatório de pedras quando há declividade, Urbonas, 1993 recomenda
que sejam feitas células.
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60.14 Pré-tratamento
• Quando há escoamento sobre o pavimento poroso deve ser feito um pré-tratamento usando, por exemplo,
o filter strip, ou seja a faixa de filtro gramada com largura mínima de 6,00m.
A Figura (60.11) mostra os tubos de drenagem em asfalto poroso.
Figura 60.12 - Esquema de um asfalto poroso, notando-se a sub-base que ainda não foi pavimentada.
Fonte: Stormwater Features- internet http://www.forester.net
60.15 Construção
• Para evitar entupimento dos poros, só deve ser feito o pavimento poroso quando o solo da vizinhança for
estabilizado.
• Deve-se ter cuidado com equipamentos pesados para não afetar a permeabilidade do solo.
• As pedras usadas devem ser limpas.
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Goransson e Jonsson, 1990 in Daywater, 2003 mostraram que a condutividade hidráulica do pavimento
poroso em asfalto está entre 3.000mm/h a 4.200mm/h.
Existe pesquisas de pavimento poroso em asfalto com 30 anos de duração e condutividade hidráulica de
24.000mm/h. Logicamente todos estes valores ultrapassam a intensidade da chuva de 60mm/h que pode ser
considerada numa precipitação intensa. Ainda segundo Daywater, 2003 a porosidade do pavimento poroso em
concreto e asfalto varia entre 10% a 20%.
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O reservatório de pedra britada corresponde a diâmetros de brita de 38mm a 6,35mm para que o vazio seja
de 40%. A espessura do reservatório de pedra britada depende do tipo de solo, mas na prática varia de 0,25m a
1,2m, sendo a espessura mínima de 0,25m.
O concreto poroso deverá ser assentado em área totalmente plana sobre camada de 0,05m a 0,15m de areia
ou pedra britada. Uma outra camada de 0,15m, que ficará assente sobre o geotêxtil. Portanto, a camada de
pedras britadas está entre duas camadas de areia, uma superior e outra inferior.
60.18 Critério usando determinado período de retorno e chuva de uma certa duração.
Existe uma outra maneira de se calcular e para isto adota-se um determinado período de retorno e uma
determinada duração de chuva. Para aplicação deste critério tem sido adotado o seguinte:
• Período de retorno de 2 anos e chuva de duração de 1h.
• Período de retorno de 10 anos e chuva de duração de 2h.
d = (K x T) / (1000x n)
Sendo:
d= altura da camada de pedra (m)
K= condutividade hidráulica (mm/h)
T= tempo de detenção do escoamento, variando entre 24h a 72h.
n= porosidade efetiva da pedra.
Ou apresentar se forma:
T = ( d x 1000x n) /K
d= (K . T)/ (1000 . n)
A área da superfície do pavimento poroso “A” é fornecida pela Equação:
A= V / (n x d)
Tirando-se o valor de d temos:
d= V / (A x n)
Sendo:
A= área da superfície do pavimento poroso (m2).
V= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3).
O volume para melhoria da qualidade das águas pluviais é calculado por:
V= Ad x I x D x 10
Sendo:
Ad= área total de drenagem (ha)
D= duração da chuva (h)
I= intensidade da chuva (mm/h)
Exemplo 60.2
Calcular o pavimento poroso para uma área total de drenagem Ad= 2ha e área de pavimento poroso
A=5000m2. Considerar a intensidade da chuva I= 39,3mm/h para período de retorno de Tr= 2anos com duração
de D= 1h. O índice de vazio adotado das pedras britadas é de n=0,30. Considerar que o lençol freático está a
2,5m de profundidade e que a infiltração no solo seja de 7,6mm/h.
O volume V será:
V= Ad x I x D x 10
V= 2ha x 39,3mm/h x 1h x 10= 786m3
60-16
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60.19 Evaporação
As pesquisas que foram feitas sobre evaporação mostraram que a evaporação varia de 0,28mm/dia a
0,36mm/dia, podendo atingir até 0,96mm/dia, o que é insignificante para os cálculos.
Normalmente a e vaporação é desprezada nos cálculos.
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Capitulo 61-Aproveitamento de água de chuva em coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis
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O aproveitamento de água de chuva não pode receber o termo reúso de água de chuva e nem
chamado de reaproveitamento. O termo reúso é usado somente para água que já foi utilizada pelo
homem em lavagem de mãos, bacia sanitária, lavagem de roupas, banhos, etc. Reaproveitamento é
semelhante ao reúso, significando que a agua de chuva já foi utilizada e portanto, não está correto.
61-1
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61.2 Objetivo
Objetivo é fornecer diretrizes básicas para o aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas
para fins não potáveis para os seguintes usos:
¾ descargas em bacias sanitárias,
¾ irrigação de gramados e plantas ornamentais,
¾ lavagem de veículos,
¾ limpeza de calçadas e ruas,
¾ limpeza de pátios,
¾ espelhos d’água e
¾ usos industriais.
Salientamos que a água de chuva será usada para fins não potáveis, não substituindo a água
tratada com derivado cloarado e fluor usada para banhos, fazer comida ou ser ingerida, distribuida
pelas concessionárias públicas.
Não incluimos a lavagem de roupa devido ao problema do parasita Cryptosporidium parvum
que para removê-lo precisamos de filtros lentos de areia.
61.3 Definições
As seguintes definições são importantes para o entendimento do aproveitamento de água de
chuva e a visualizaçao da Figura (2) onde aparece o esquema de aproveitamento de água de chuva.
Água de chuva
É a agua coletada durante eventos de precipitação pluviométrica em telhados inclinados ou planos
onde não haja passagem de veículos ou de pessoas. As águas de chuva que caem nos pisos
residencias, comerciais ou industriais não estão inclusas no sistema proposto.
Área de captação
Área, em metros quadrados, da projeção horizontal da superfície onde a água é captada.
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Conexão cruzada
Qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro arranjo que conecte duas
tubulações das quais uma conduz água potável e a outra água de qualidade desconhecida ou não
potável.
Demanda
A demanda ou consumo de água é a média a ser utilizado para fins não potáveis num
determinado tempo (anual, mensal ou diário)
First flush
Água que cai inicialmente na superficie de captação e é necessaria e suficiente para carrear
fuligem, folhas, galhos e detritos. Após três dias de seca os telhados vão acumulando poeiras, folhas,
detritos, etc e é aconselhável que o first flush não seja utilizado. Conforme o uso destinado às águas
de chuvas pode ser dispensado o first flush dependendo do projetista.
As pesquisas feitas mostram que o first flush varia de 0,4 L/m2 de telhado a 8 L/m2 de telhado
conforme o local. Na falta de dados locais sugere-se o uso do first flush no valor de 2 L/m2 de área de
telhado.
Suprimento
Fonte alternativa de água para complementar o reservatório de água de chuva. Pode ser água da
concessionária pública dos serviços de água, poço tubular profundo, caminhões tanques, etc.
Reservatório intermediário
Local onde pode ser armazenada a água de chuva para ser utilizada. Se água de chuva for clorada
deverá ter tempo de contato mínimo de 15min dentro do reservatório intermediário.
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¾ Devem ser observados o período de retorno escolhido (Tr), a vazão de projeto e a intensidade
pluviométrica.
¾ Nos condutores verticais ou nos condutores horizontais pode ser instalado dispositivos
fabricados ou construidos in loco para o descarte da água do first flush ou para eliminação
de folhas e detritos. O dispositivo ou a construção poderá ter operação manual ou
automática sendo recomendado a operaçao automatica´
¾ O dispositivo de descarte de água do first flush deve ser dimensionado pelo projetista. Na
falta de dados recomenda-se no mínimo 2 mm, ou seja, 2 litros/m2 de telhado.
¾ Caso se julgue conveniente poderão ser instaladas telas ou grades para remoção de detritos.
Vazão na calha
Conforme NBR 10844/89 a vazão na calha é dada pela equação:
Q= I x A / 60
Sendo:
Q= vazão de pico (litros/min)
I= intensidade pluviométrica (mm/h)
A= area de contribuição (m2)
Os períodos de retorno comumente adotados são Tr=5anos ou Tr=25anos dependendo do
risco a ser assumido.
O valor de I=150mm/h é adotado para áreas de projeção horizontal até 100m2.
Exemplo 1
Calcular a vazão de pico de uma calha em telhado com área de A=200m2 e intensidade
pluviométrica I=150mm/h
Q= I x A / 60=150 x 200/60=500 litros/min
Dimensionamento da calha
É usado para dimensionamento da calha a fórmula de Manning:
Q=60000 x (A/n) x R (2/3) x S 0,5
Sendo:
Q= vazão de pico (L/min)
A= área da seção molhada (m2)
n= coeficiente de rugosidade de Manning. Para concreto n=0,013 e para plástico n=0,011.
R= raio hidráulico= A/P
P= perímetro molhado (m)
S= declividade da calha (m/m)
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Exemplo 2
Dimensionar uma calha retangular com declividade S=0,005m/m, coeficiente de rugosidade de
Manning n=0,013 (concreto), com altura de 0,10m, largura de 0,40m.
Área molhada A= 0,10m x 0,40m=0,04m2
Perímetro molhado P= 0,40+ 2 x 0,10= 0,60m
Raio hidráulico R= A/P= 0,04m2/ 0,60m= 0,066m
Q=60000 x (A/n) x R (2/3) x S 0,5
Q=60000 x (0,04/0,013) x 0,066 (2/3) x 0,005 0,5= 2171 litros/min
Portanto, pela calha passará a vazão de pico de água de chuva de 2171 litros/min
Condutores horizontais
Os condutores horizontais de seção circular que geralmente são assentados no piso podem
ser dimensionados usando a fórmula de Manning para seção máxima de altura 0,66D ou usar a
Tabela (2) da ABNT e declividade mínima de 0,5% (0,005m/m)
Tabela 2- Capacidade dos condutores horizontais de seçao circular com vazoes em litros/minuto
Diâmetro n=0,011 n=0,012 n=0,013
Interno
D 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2%
(mm)
50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54
75 95 133 188 267 87 122 172 245 80 113 159
100 204 287 405 575 187 264 372 527 173 242 343
125 370 521 735 1.040 339 478 674 956 313 441 622
150 602 847 1.190 1.690 552 777 1.100 1.550 509 717 1.010
200 1.300 1.820 2.570 3.650 1.190 1.670 2.360 3.350 1.100 1.540 2.180
250 2.350 3.310 4.660 6.620 2.150 3.030 4.280 6.070 1.990 2.800 3.950
300 3.820 5.380 7.590 10.800 3.500 4.930 6.960 9.870 3.230 4.550 6.420
Fonte: ABNT NBR 10.844/89
Exemplo 3
Dimensionar um condutor horizontal de PVC para vazão de 500 litros/minuto.
Como não temos a declividade S, adotados S=0,005m/m=0,5% e entrando na Tabela (2)
escolhemos um tubo de PVC de 150mm.
Condutor vertical
A maneira prática de se dimensionar o coletor vertical é através de área máxima de telhado
em função do diâmetro conforme Tabela (3). A norma NBR 10844/89 adota condutor vertical
mínimo de 70mm.
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Exemplo 4
Dimensionar um coletor vertical de aguas pluviais snedo a área do telhado de 100m2.
Consultando a Tabela (3) usaremos diâmetro de 150mm.
¾ Os reservatórios devem ser construidos como se fosse para armazenamento de água potável
devendo serem tomadas os devidos cuidados para não contaminar a água de chuva coletada dos
telhados.
¾ O reservatório quando alimentado com água de outra fonte de suprimento de água, deve
possuir dispositivos que impeçam a conexão cruzada.
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V= P x A x C x η fator de captação
Onde:
V= volume anual, mensal ou diário de água de chuva aproveitável, em litros;
P= precipitação média anual, mensal ou diária, em milímetros;
A= área de coleta, em metros quadrados;
C=coeficiente de runoff. Normalmente C=0,95
η fator de captação = eficiência do sistema de captação, levando em conta o descarte do first flush.
A eficiência do first flush ou do descarte de filtros e telas variam de 0,50 a 0,90.
Um valor prático quando não se têm dados é adotar: C x η= 0,80
No caso do projetista não considerar o first flush sugerimos adotar n=0,90
¾ O volume dos reservatórios devem ser dimensionados com base em critérios técnicos e
econômicos, levando em conta as boas práticas da engenharia, podendo a critério do
projetista serem utilizados os métodos contidos nos itens 9 a 14 ou outro desde que
devidamente justificado.
¾ O volume não aproveitável da água de chuva, pode ser lançado na rede de galerias de águas
pluviais, na via pública ou ser infiltrado total ou parcialmente, desde que não haja perigo de
contaminação do lençol freático.
¾ A água reservada deve ser protegida contra a incidência direta da luz solar e calor, bem
como de animais que possam adentrar o reservatório através da tubulação de extravasão.
¾ As instalações prediais de água fria devem atender a ABNT NBR 5626/98, principalmente
quanto as recomendações de separação atmosférica, dos materiais de construção das
instalações, da retrossifonagem, dos dispositivos de prevenção de refluxo, proteção contra
interligação entre água potável e não potável, do dimensionamento das tubulações e limpeza e
desinfecção dos reservatórios, controle de ruídos e vibrações.
¾ Diferentes sistemas de distribuição de água fria, sendo um para água potável e outro para
água não potável devem existir em qualquer tipo de edificação, evitando a conexão cruzada
e obedecendo a ABNT NBR 5626/98.
¾ Os pontos de consumo, como por exemplo uma torneira de jardim, devem ser identificados
com placa de advertência com a seguinte inscrição “água não potável” e advertencia visual
destinada a pessoas que não saibam ler e a crianças.
¾ Recomenda-se que hajam dois reservatórios, sendo um para água potável e outra para água
não potável que será usado para o aproveitamento da água de chuva.
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¾ No caso de água de chuva ser utilizada para lavagem de roupas, tratamentos específicos
adequados que permitam a remoção de parasitas, como por exemplo o Crypstoridium
parvum. O tratamento recomendado é o uso de filtros lentos de areia.
¾ Para se ter uma idéia dos preços de análises informamos que para coliformes totais e
termotolerantes o custo é de R$ 40,00/ amostra. Para cor aparente, turbidez e cloro residual
livre o custo é de R$ 20,00/amostra conforme Instituto Adolfo Lutz de São Paulo.
Fazendo-se os cálculos do custo de monitoramente é de R$ 140,00/ano
Mas podemos usar ainda kits para testes para pH e de cloro residual livre que custa somente
R$ 20,00.
61.8 Bombeamento
¾ Quando necessário o bombeamento, o mesmo deve atender a ABNT NBR 12214/92.
¾ Pode ser instalado junto a bomba centrífuga, dosador automático de derivado clorado o qual
convém ser enviado a um reservatório intermediário para que haja tempo de contato de no
mínimo 15 min.
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61.9 Manutenção
¾ Recomenda-se realizar manutenção em todo o sistema de coleta e aproveitamento de água
de chuva conforme Tabela (5).
Tabela 5- Sugestão de frequência de manutenção
Componente Freqüência de manutenção
Dispositivo de descarte do escoamento inicial automático Limpeza mensal ou após chuva de
grande intensidade
Calhas, condutores verticais e horizontais 2 ou 3 vezes por ano
Desinfecção com derivado clorado Manutenção mensal
Bombas Manutenção mensal
Reservatório Limpeza e desinfecção anual
Onde:
S (t) é o volume de água no reservatório no tempo t;
Q (t) é o volume de chuva aproveitável no tempo t;
D (t) é a demanda ou consumo no tempo t;
V é o volume do reservatório, em metros cúbicos;
C é o coeficiente de escoamento superficial.
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Tabela 6- Dimensionamento do reservatório pelo método de Rippl para demanda constante de 8m3/mês, sendo usado as chuvas
médias mensais para uma área de captação de água de chuva de 100m2.
Coluna 1 –
É o período de tempo que vai de janeiro a dezembro.
Coluna 2 –
Nesta coluna estão as chuvas médias mensais em milímetros.
Coluna 3 –
Demanda mensal que foi imposta de acordo com as necessidades. A demanda também pode
ser denominada de consumo mensal e é fornecido em metros cúbicos.
O volume total da demanda ou do consumo 96m3/ano deve ser menor ou igual ao volume total
de chuva da coluna 5 que é 126m3/ano.
Coluna 4-
É a área de captação da água de chuva que é suposta constante durante o ano. A área de
captação é fornecida em metros quadrados e é a projeção do telhado sobre o terreno.
Coluna 5-
Nesta coluna estão os volumes mensais disponíveis da água de chuva. É obtido multiplicando-
se a coluna 2 pela coluna 4 e pelo coeficiente de runoff de 0,80 e dividindo-se por 1000 para que o
resultado do volume seja em metros cúbicos.
Assim a linha referente ao mês de janeiro é obtida:
272mm x 100 m2 x 0,80 / 1000 = 22 m3
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Coluna 6 –
Nesta coluna estão as diferenças entre os volumes da demanda e os volumes de chuva
mensais. É na prática a coluna 3 menos a coluna 5. O sinal negativo indica que há excesso de água e o
sinal positivo indica que o volume de demanda, nos meses correspondentes supera o volume de água
disponível.
Coluna 7 –
Nesta coluna estão as diferenças acumuladas da coluna 6 considerando somente os valores
positivos. Para preencher esta coluna foi admitida a hipótese inicial de o reservatório estar cheia.
Os valores negativos não foram computados, pois, correspondem a meses em que há excesso
de água (volume disponível superando a demanda).
Começa-se com a soma pelos valores positivos, prosseguindo até a diferença se anule,
desprezando todos os valores negativos seguintes, recomeçando a soma quando aparecer o primeiro
valor positivo.
O volume máximo obtido na coluna 7 pelo Método de Rippl é de 18m3. Portanto, o
reservatório para regularizar a demanda constante de 8m3/mês deverá ter 18m3 de capacidade.
Coluna 8-
O preenchimento da coluna 8 é feito usando as letras E, D e S sendo:
E = água escoando pelo extravasor;
D= nível de água baixando e
S= nível de água subindo.
Supomos desde o inicio que o reservatório está cheio e, portanto, nos meses de janeiro,
fevereiro e março da coluna 6 verificamos que as diferenças são negativas e, portanto, temos que a
água está escoando pelo extravasor.
Quando os valores da coluna 6 são positivos o nível de água do reservatório está baixando e
isto vai acontecer no mês de abril quando o abaixamento é de 1m3. Em maio de 2m3. Em junho de
6m3. Em julho o abaixamento é de 11m3. Em setembro o abaixamento é de 18m3 e em outubro o
reservatório como a coluna 6 é negativa, o volume começa a extravasar.
O volume do reservatório de 18m3, correspondentes a um suprimento de 69 dias de seca (2,3
meses).
Salientamos que geralmente o método de Rippl fornece valores muito elevados para os
reservatórios sendo que na prática o método mais usado é o da simulação que se faz por tentativas.
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Nota: para este método duas hipóteses devem ser feitas, o reservatório está cheio no início da
contagem do tempo “t”, os dados históricos são representativos para as condições futuras.
Exemplo 6
Verificar o volume de 30m3 de um reservatório pela análise de simulação usando a série sintética da
precipitação média mensal, demanda mensal de 30m3/mês, área de captação de 350m2 e coeficiente
de runoff C=0,80.
A grande vantagem do método é escolher mais facilmente o dimensionamento mais econômico do
reservatório e verificar o risco.
Na Tabela (7) está o exemplo de aplicação da Análise de simulação do reservatório.
Tabela 7- Aplicação da Análise de simulação
para reservatório com 30m3 considerando a média mensal das precipitações
Chuva Demanda Área de Volume de Volume da Volume do Volume do
Mês média mensal captação reservatório reservatório no reservatório Suprimento
(mm) constante chuva fixado tempo t-1 no tempo t. Overflow de água externo
(m3) (m2) C=0,80 (m3) (m3) (m3) (m3) (m3)
(m3)
P Dt A Qt V St-1 St Ov S
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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Tabela (7)
Coluna 1:
Constam os meses do ano de janeiro a dezembro.
Coluna 2:
São as chuvas médias mensais (série sintética).
Coluna 3:
É o consumo mensal de 30m3 de água não potável.
Coluna 4:
É a área de captação da chuva que é de 350m2 que é a área de todo o telhado disponível.
Coluna 5:
O volume de água de chuva é obtido da seguinte maneira:
Coluna 5 = coluna 2 x coluna 4 x 0,80 / 1000 para o resultado sair em metros cúbicos
Para perdas de água por evaporação, perdas de água na autolimpeza supomos o coeficiente
0,80.
Coluna 6
Volume do reservatório que é fixado. O volume para este tipo de problema é arbitrado e
depois verificado o overflow e a reposição de água, até se escolher um volume adequado. No caso
deste exemplo, usamos o volume de 30m3 para o reservatório.
Coluna 7:
É o volume do reservatório no inicio da contagem do tempo. Supomos que no inicio do ano o
reservatório está vazio e que, portanto a primeira linha da coluna 7 referente ao mês de janeiro será
igual a zero. Os demais valores são obtidos usando a função SE do Excel:
SE (coluna 8 < 0 ; 0 ; coluna 8)
Coluna 8:
Fornece o volume do reservatório no fim do mês. Assim o volume de 30m3 no mês de janeiro
refere-se ao volume do reservatório no último dia de janeiro. Vê-se que o reservatório é considerado
cheio.
Obtém-se a coluna 8 da seguinte maneira:
Coluna 8 = SE (coluna5 + coluna7 – coluna3 > coluna 6; coluna 7 ; coluna 5 + coluna 7 – coluna 3 )
Nota: a coluna 8 pode resultar em número negativo. Deve ser entendido como água necessária
para reposição. Aparecerá o mesmo valor com sinal positivo na coluna 10.
Coluna 9:
É relativa ao overflow, isto é, quando a água fica sobrando e é jogada fora.
Obtém-se da seguinte maneira:
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Coluna 10:
É a coluna da reposição da água, que pode vir do serviço público de abastecimento ou de
caminhão tanque ou de outra procedência.
V = 0,042 x P x A x T
Onde:
P é a precipitação média anual, em milimetros;
T é o número de meses de pouca chuva ou seca;
A é a área de coleta, em metros quadrados;
V é o volume de água aproveitável e o volume de água do reservatório, em litros.
Exemplo 7
Dada a precipitação mádia anual P=1500mm e área de telhado de A=100m2 numa região que fica
sem chuva T=2 meses.
V = 0,042 x P x A x T
V = 0,042 x 1500mm x 100m2 x 2=12.600 litros= 12,6m3
Exemplo 8
Calcular um reservatório para aproveitamento de água de chuva usando método Alemão para
P=1500mm e área de telhado A=100m2 sendo o consumo médio mensal D=8m3
Vaproveitável anualmente de agua de chuva= 1500mm x 100m2 x 0,8= 120.000 litros=V=120m3
Consumo mensal= 8m3
Consumo anual= D=8m3 x 12= 96m3
Vadotado= mín (V; D) x 0,06
Vadotado= mín (120; 96) x 0,06
Vadotado= 96 x 0,06= 6m3
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Onde:
P é a precipitação média anual, em milimetros;
A é a área de coleta, em metros quadrados;
V é o volume de água aproveitável e o volume de água da cisterna, em litros.
Exemplo 9
Dada a precipitação média anual P=1500mm e área de telhado de A=100m2.
V = 0,05 x P x A
V = 0,05 x 1500 x 100 =7500 litros= 7,5m3
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Exemplo 10
Calcular o volume do reservatório para aproveitamento de água de chuva em area de telhado de
A=100m2, coeficiente de runoff C=0,80, interceptação I=2mm e demanda constante mensal D=8m3
Na Tabela (8) estão os cálculos efetuados.
Tabela 8- Método Australiano
Meses Prec. Mensal Área Runoff Interceptação Vol. Chuva Q Demanda D Vt
(mm) (m2) C (mm) (m3) (m3) (m3)
Jan 272 100 0,8 2 22 8 14
fev 243 100 0,8 2 19 8 25
Mar 223 100 0,8 2 18 8 35
Abr 89 100 0,8 2 7 8 34
Mai 92 100 0,8 2 7 8 33
Jun 47 100 0,8 2 4 8 28
Jul 40 100 0,8 2 3 8 23
Ago 30 100 0,8 2 2 8 18
Set 82 100 0,8 2 6 8 16
Out 121 100 0,8 2 10 8 18
Nov 114 100 0,8 2 9 8 18
Dez 216 100 0,8 2 17 8 28
Total 1569
61.16 Confiança
Confiança = (1 - Pr)
Recomenda-se que os valores de confiança estejam entre 90% a 99%.
Pr = Nr / N
Sendo:
Pr é a falha
Nr é o número de meses em que o reservatório não atendeu a demanda, isto é, quando Vt = 0;
N é o número de meses considerado, geralmente 12 meses;
Exemplo 11
Calcular a falha e a confiança de um sistema de aproveitamento de água de chuva em que durante 3
meses o reservatorio nao conseguiu atender à demanda.
N= 12meses
Nr= 3 meses
Pr= Nr/N= 3/12=0,25
Portanto, a falha é o,25 ou seja 25%
A confiança no sistema é
Confiança = (1 - Pr)= 1-0,25= 75
O sistema de aproveitamento de água de chuva funcionamento durante o ano com 75% de
confiança.
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Uma maneira que encontramos para dimensionar a caixa de autolimpeza, isto é, que ela seja
feita automaticamente sem a interferência humana é imaginarmos um reservatório que tenha o
volume do first flush e que o esvaziamento do mesmo seja feito em 10min aproximadamente.
O valor de esvaziamento de 10min, foi tomado empiricamente, pois este é o tempo que leva
para que a água levar para ficar limpa.
Usamos a equação do orifício:
Q= Cd x A (2 x g x h)0,5
Sendo:
Q= vazão de saída do orifício (m3/s)
G= aceleração da gravidade=g=9,81m/s2
h= altura de água sobre o orifício (m). É a metade da altura da caixa.
A= área da seção do orifício (m2)
Cd= coeficiente de descarga do orifício=0,62
Exemplo 12
Dimensionar a caixa do first flush de um telhado com A=1000m2.
Como não temos mais informações adotamos para o first flush 2 litros/m2 de área de telhado.
Assim teremos:
V= 1000m2 x 2 litros/m2 = 2000 litros= 2m3
Portanto, a caixa deverá ter volume de 2m3
Este volume deverá ser escoado pelo fundo da caixa em aproximadamente 10min.
Vamos estimar as dimensões da caixa que terá 2m3. Tendo em vista condições locais podemos
estimar que a altura deva ser de 0,80m.
Supondo que o comprimento seja o dobro da largura L. teremos:
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Substituindo teremos:
Q=1,737 x A
0,0033=1,737 x A
A= 0,0019m2
Mas o orifício é circular e, portanto:
A= PI x D2 /4
D= (4 x A/ PI) 0,5
D= (4 x 0,0019/ 3,1416) 0,5=0,049m. Adotamos D=0,05m, ou seja, D=50mm
61.18. Custos
Os custos dos reservatórios variam com o material, com a solução escolhido da posição do
reservatório e das condições locais. Estão inclusos nos custos o custo de calhas, condutores e bomba
centrifuga.
Na média o custo do reservatório varia de US$ 150/m3 a US$ 200/m3 (base:maio de 2007
1US$=R$2,00) de água reservada..
Exemplo 13
Calcular o custo de um reservatório de concreto com 26m3.
20 m3 x US$ 150/m3= US$ 3000
Supondo 1US$= R$ 2,00 teremos o custo total incluindo reservatório, condutores verticais,
bombas etc de R$ 6.000,00
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As Tabelas (10) e (11) fornecem parâmetros para calculo do consumo interno e externo de
uma residência.
Tabela 10- Parâmetros de engenharia de consumo interno de uma residência
Parâmetros
Uso interno Unidades
Inferior Superior Mais provável
3
Gasto mensal m /pessoa/mês 3 5 4
Número pessoas pessoa 2 5 3,5
na casa
Descarga na bacia Descarga/pessoa/ 4 6 5
dia
Volume de Litros/descarga 6,8 18 9
descarga
Vazamento bacias Percentagem 0 30 9
sanitárias
Freqüência de Banho/pessoa/dia 0 1 1
banho
Duração do banho Minutos 5 15 7,3
Vazão dos Litros/segundo 0,08 0,30 0,15
chuveiros
Uso da banheira Banho/pessoa/dia 0 0,2 0,1
Volume de água Litros/banho 113 189 113
Máquina de lavar Carga/pessoa/dia 0,1 0,3 0,1
pratos
Volume de água Litro/ciclo 18 70 18
Máquina de lavar Carga/pessoa/dia 0,2 0,37 0,37
roupa
Volume de água Litro/ciclo 108 189 108
Torneira da Minuto/pessoa/dia 0,5 4 4
cozinha
Vazão da torneira Litros/segundo 0,126 0,189 0,15
Torneira de Minuto/pessoa/dia 0,5 4 4
banheiro
Vazão da torneira 0,126 0,189 0,15
Litros/segundo
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Curso de Manejo de Águas Pluviais
Capitulo 61-Aproveitamento de água de chuva em coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis
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Exemplo 14
Residência com 5 (cinco) pessoas com área construída de 450 m², em terreno com área de 1.200 m².
A piscina tem 5 m x 8 m x 1,6 m. O número total de automóveis é 2 (dois). A área de jardim é de
aproximadamente 500m². Vamos calcular o uso interno e o uso externo da água na referida residência.
Vamos calcular o volume mensal de água consumido para uso interno e para uso externo.
USO INTERNO
Bacia Sanitária
Consideremos que cada pessoa ocupe a bacia sanitária 5 (cinco) vezes ao dia e que o volume de
cada descarga seja de 9 litros. Consideremos ainda um vazamento de 8% em cada descarga.
Teremos então:
5 pessoas x 5 descargas/pessoa/dia x 9 litros/descarga x 1,08 (vazamentos) x 30 dias = 7.290 litros/mês.
Lavagem de roupa
Como existe máquina de lavar roupa, suponhamos que a carga seja de 0,2 carga/pessoa.dia, com
170 litros por ciclo. Teremos:
5 pessoas x 0,2 carga/pessoa/dia x 170 litros/ciclo x 30 dias = 5.100 litros/mês.
Não usaremos a água de chuva para a lavagem de roupas.
Em resumo o consumo interno da casa em que poderá ser usada a água de chuva, isto é, água não
potável é de 12.390 litros/mês conforme Tabela (12).
USO EXTERNO
O uso externo da casa são a rega de jardins, passeios, lavagem de carros etc.
Gramado ou Jardim
Como a área de jardim de 500 m² e como se gasta 2 litros/dia/m² e ainda sendo a freqüência de
lavagem de 12 (doze) vezes por mês, ou seja, 0,40 vezes/mês teremos:
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Mangueira de Jardim
Supondo que a mangueira de jardim seja usada em 20 dias por mês teremos:
50 litros/dia x 20 dias = 1.000L/mês
Tabela 14- Exemplo de usos interno e externo de uma casa que pode ser usada água de chuva
Usos da água na Volumes mensais
residência
Uso interno 7.290 litros
Uso Externo 14.200 litros
Total 21.490 litros
A captação de água de chuva poderá ser usada mensalmente 7.290litros para uso interno e
14.200 litros para uso externo, totalizando 21.490 litros/mês, conforme Tabela (14).
Usando o Método de Rippl conforme Tabela (15) o reservatório terá no máximo o volume de
26m3.
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Taxa de filtração
A camada filtrante é constituída por areia mais fina e a velocidade com que a água atravessa a
camada filtrante é relativamente baixa.
As taxas de filtração geralmente ficam compreendidas entre 2m3/m2.dia (83litros/m2.hora) a 6
m /m /dia (250 litros/m2 .hora).
3 2
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Figura 6- Esquema de um filtro lento de areia lento descendente com entrada e saída por cima em nível superior a
camada de areia.
Salientamos que o filtro lento de areia não torna a água potável, pois para isto deverá
atender a todos os requisitos da Portaria 518/04 do Ministério da Saúde.
Conclusão:
A norma ABNT NBR 15527/07 data de setembro de 2007 e entrará em vigor seis meses depois ou
seja, março de 2007. A partir daí todos os projetos no Brasil deverão obedecê-la.
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Capitulo 62- Reservatório de retenção
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Capítulo 62
Reservatório de detenção
Reservatório de retenção
62-1
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Capitulo 62- Reservatório de retenção
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Sumário
Ordem Assunto
Capítulo 62 – Reservatório de retenção
62.1 Introdução
62.2 Profundidade
62.3 Borda livre
62.4 Largura das estradas de acesso
62.5 Área de superfície da lagoa.
62.6 Paisagismo e estética
62.7 Relação comprimento e largura da bacia de retenção alagada
62.8 Declividade natural do solo na bacia de retenção alagada
62.9 Área da bacia de retenção alagada
62.10 Drenagem da bacia de retenção alagada
62.11 Manutenção da bacia de retenção alagada
62.12 Critério de seleção
62.13 Limitações
62.14 Custos
62.15 Configuração
62.16 Pré-tratamento
62.17 Manutenção
62.18 Critérios de projeto
62.19 Monitoramento
62.20 Dimensionamento do reservatório de retenção conforme CIRIA, 1997
62.21 Bibliografia e livros consultados
9 páginas
62-2
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62.1 Introdução
O reservatório de retenção (Wet reservoir) é uma lagoa que tem como objetivo de melhoria da qualidade das
águas pluviais conforme Figuras (62.1) e (62.2), possuindo dois reservatórios, sendo um permanente e outro
temporário.
A área mínima é de 4ha e máxima de 60ha. É uma forma eficiente para melhorar a qualidade das águas
pluviais. Os poluentes são removidos pela ação da gravidade e por processos biológicos.
O reservatório de retenção é a que tem maior eficiência para a remoção dos poluentes, sendo a mais
usada nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos.
Figura 62.2 – Esquema de reservatório de retenção observando-se a esquerda o pré-tratamento (forebay) e a direita a lagoa
propriamente dita,
62.2 Profundidade
As profundidades adotadas nos reservatórios de retenção variam conforme a cidade:
A profundidade tem que ser escolhido usando vários critérios. Não pode ser muito grande para que não
haja estratificação térmica. Não pode ser muito pequena para não propiciar o crescimento de algas e não pode
ser maior que 1,60m para não ser perigosa a alguém que caia ou vá nadar na lagoa.
A cidade de Portland, 2000 ainda considera que o pré-tratamento tenha aproximadamente 10% da
superfície da área da lagoa.
62-3
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Tabela 62.3 – Porcentagem da Área de superfície da área total de um reservatório de retenção em função da área
impermeável e da profundidade.
Área Profundidade da lagoa
impermeável (m)
(%) 1,07m 1,20m 1,50m 1,80m
A cidade de Thurston, 2002 Adota que a área mínima da lagoa seja de 2,5% da área impermeável da
bacia.
Exemplo 62.1
Uma bacia de 20ha de área, sendo a porcentagem de impermeabilização de 70%. Calcular a área
aproximada que irá ocupar o reservatório de retenção que tem profundidade de 1,20m.
Da Tabela (62.2) para 70% e profundidade de 1,20m, achamos área de 4,3%. Portanto, a área do
reservatório será de aproximadamente:
4,3% x 20ha x 10000m2 / 100= 8.600m2.
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62.13 Limitações
• Não pode ser construída em lugares com instabilidade devido a declividades.
• Possibilidade de degradar o habitat a montante e a jusante da lagoa de retenção alagada.
• Pode ter problemas de lixo e de odores.
• Pode causar impactos de eutrofização e efeitos adversos a jusante.
• Pode ter problemas com mosquitos.
• Pode ser uma barreira para a migração da fauna.
• Pode agravar as enchentes a montante, se houver entupimento nos órgãos de saída.
• A infiltração para recarga do manancial subterrâneo é mínima.
• Pode causar problemas em potencial a jusante devido ao aquecimento da água (para certo tipo de peixes,
como as trutas).
62.14 Custos
• Precisa de muita área de terra.
• Alto custo de capital.
• Custo de manutenção moderado.
• Custa mais que um reservatório com retenção estendida (ED).
• O custo da manutenção anual é de 3% a 5% do custo da construção.
62-5
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62.15 Configuração
• A relação comprimento/ largura deve estar entre 3:1 e 5:1.
• A entrada deve estar o mais longe possível da saída.
• Deve-se construir de modo que não haja um escoamento preferencial para as águas, isto é, o curto
circuito.
62.16 Pré-tratamento
É muito importante o pré-tratamento do reservatório de retenção.
Deve haver pré-tratamento com cerca de 10% a 20% do WQv e deve ser calculado conforme Capitulo 4
deste livro.
A profundidade mínima deve ser de 1,00m, para evitar ressuspenção e a máxima de 1,5m, por motivos de
segurança.
62.17 Manutenção
• Deve ser removida a vegetação indesejável ser feita à roça constantemente.
• Deve ser inspecionada freqüentemente.
• Deve ser feita a floculação quando for julgado apropriado, usando sulfato de alumínio, por exemplo.
• Deve ser feito monitoramento sobre a vegetação aquática e os aspectos estéticos.
• O lixo deve ser removido.
• Os sedimentos acumulados devem ser removidos para aterros sanitários.
• Deve ser feito monitoramento a cada seis meses ou depois de um evento de chuva importante.
• Devemos ter cuidado com o desenvolvimento de vetores (Anopheles, Aedes aegypt, Culex, Flebótomos e
Triatomíneos) transmissores de doenças como malaria, febre amarela, dengue, etc).
• Os mosquitos podem ser controlados através de uso mensal de inseticidas, uso de certas espécies de
peixes come as larvas dos mosquitos. Existem também bactérias que causam doenças nos
mosquitos. A variação do nível da lagoa com as chuvas criará problemas para o desenvolvimento
das larvas dos mosquitos, pois o volume de água deslocará as largas das vegetações para a água
aberta e para a zona de sedimentação onde as mesmas serão expostas aos predadores.
• Cuidados especiais devem ser tomados contra surtos de algas.
• Aedes aegypti: é de origem do Egito e tem a cor escura e manchas brancas no corpo sendo o transmissor
da dengue. As fêmeas picam a qualquer hora do dia, preferentemente ao amanhecer e próximo ao
crepúsculo. O homem é mais picado que qualquer outro animal. Nas águas paradas depositam os
seus ovos que são fixados acima do nível da água. Gostam de água limpa.
No combate à dengue, os cientistas estudam fungos, vírus, bactérias e protozoários que atacam o
mosquito. Outra estratégia é buscar animais que se alimentem do Aedes aegypti. Mas esses inimigos
naturais não conseguem sozinhos evitar uma epidemia.
• Pernilongo, ou seja, o Culex: as fêmeas botam de 100 a 400ovos de uma vez e estas são colocadas
numa espécie de jangada flutuante. Uma das maneiras de controlar os pernilongos é usar produtos
químicos (chamados de inseticidas) que eliminam as larvas e os adultos de mosquitos. Existem
insetos em que o inseticida não faz mais efeito.
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Volume permanente
Existem vários critérios para o volume permanente, sendo um aquele que adota o volume WQv
integralmente e outro aquele que adota 0,50 x WQv. Adotaremos para volume permanente = 0,5 x WQv.
Exemplo 62.3 - Dimensionar uma bacia de retenção alagada a ser construída off line em bacia com área de
30ha (devido a vazão base necessária), a área impermeabilizada de 60% e solo tipo C do SCS.
Para o pré-tratamento deveremos reservar cerca de10% do volume WQv, ou seja, 0,1 WQV= 0,1 x
4.425m3= 443m3.
A bacia alagada deverá ter volume total de: 4.425m3 – 443m3 = 3.982m3
62-7
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Adotando profundidade média de 1,80m e que o comprimento seja 3 vezes a largura teremos:
3 L . L x 1,80m = 3.982m3
L=27m
Comprimento = 3 x L = 3 x 27m= 81m
O reservatório de retenção terá 50% de WQv permanente, ou seja, 0,5 x 3.982m3 = 1.991m3
Os outros 50%, ou seja, 1.991m3 restantes deverão ser armazenados temporariamente e deverão escoar no
mínimo em 24horas.
Diâmetro orifício
D= (4 A/ π) 0,5 = (4x 0,0072/ π) 0,5 = 0,096m
Portanto, o diâmetro de saída é de 0,10m para o reservatório temporário.
Como se trata de solo tipo C, não haverá necessidade de impermeabilizar o fundo da lagoa.
62.19 Monitoramento
Os parâmetros típicos para monitoramente do reservatório de retenção deve incluir no mínimo o seguinte
(Cidade de Alberta, 1999).
• Sólidos Totais em Suspensão (TSS)
• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
• Oxigênio Dissolvido (OD)
• Bactérias
• Substâncias tóxicas como chumbo, zinco, cobre, mercúrio, etc.
• Nutrientes como fósforo, Nitrogênio total Kjedahl (NTK), nitrito, nitrato, etc.
A turbidez, cor e odor se relatam a aspectos estéticos que podem ser incorporados ao monitoramento
dependendo da localização do reservatório de retenção.
O monitoramento de nutrientes estão associados ao problema de se ter um surto de algas, que também
apresentará problemas estéticos.
A freqüência com deve ser feito o monitoramento deve ser prevista no projeto da lagoa.
Como a lagoa é para o armazenamento de águas pluviais é perigoso que o peixe seja consumido,
devendo a pesca ser proibida, devendo os peixes também serem monitorados devidos as substãncias tóxicas.
A idéia da CIRIA, 2007 é obter um tempo ótimo de residência para a remoção do poluente. As primeiras
três regras baseiam-se na sedimentação e a última possui os melhores resultados biológicos.
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63.1 Introdução
Há três tipos básicos de canais:
• canais revestidos,
• canais não revestidos e
• canais gramados.
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A Tabela (63.1) fornece a espessura dos colchões reno bem como o diâmetro das pedras de
enchimento e a velocidade crítica e limite.
Dimensões d50
Coluna 1
Espessura= é a espessura do colchão de gabião que varia de 0,15m a 0,50m
Coluna 2
Pedras de enchimentos: as pedras de enchimento variam de 70mm até 250mm
Coluna 3
d50= é o dâmetro médio de 50% das pedras em peso. É como se fosse uma peneira em que por ela
passam 50% em peso do material.
Coluna 4
Velocidade crítica
Define-se velocidade crítica aquela suportavel pelo revestimento com segurança sem haver
movimentação de pedras no interior do colchão. Se a velocidade da água no canal for igual a
velocidade crítica, começa o movimento das pedras dentro do colchão Reno.
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Coluna 5
Velocidade limite
Define-se velocidade limite aquele também aceitável mas que admite modestas deformações
das pedras do colchão Reno.
Boda livre
A borda livre foi livre foi calculada usado critério do Bureau of Reclamation:
Borda livre (m)= 0,61 + 0,0372 . V . y (2/3)
Sendo:
V= velocidade média na seção (m/s)
y= altura do nível de água (m)
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Figura 63.5- Coeficiente de rugosidade de Manning “n” em função do diâmetro da perdra d90.
Fundo do canal
τmáxima = γ . R . S ≅ γ . y . S (Equação 63.2)
sendo y a altura da lâmina d’água e b a largura do canal.
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Para vazão de 0,5m3/s k=0,8 e para vazão maior que 85m3/s temos k=1,4.
A Tabela (63.1) fornece sugestões para bordas livres conforme as vazões nos canais conforme
Central Board of Irrigation and Power na Índia. Fornece valores bem menores que a fórmula do
Bureau de Reclamation.
Tabela 63.1 – Sugestões de borda livre recomendado pela Central Board of Irrigation and
Power, na Índia (Raju,1983)
Vazão Vazão Vazão Vazão
(m3/s) < 1,5 m3/s entre 1,5 a 85 m3/s > 85m3/s
O Bureau de Reclamation adota a fórmula abaixo, para regime torrencial ou seja quando o
número de Froude for maior que 1.
Borda livre (em metros)= 0,61 + 0,0372 . V . y 1/3
Sendo:
V= velocidade média da seção (m/s) e
y= altura da lâmina d’água (m).
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63.10 Canais
F= número de Froude;
V=velocidade média da seção (m/s);
g=aceleração da gravidade=9,81 m/s2;
Dh =profundidade média ou profundidade hidráulica. Dh = A/B;
B= largura superficial da água (m) e
A=área da seção (m2).
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F= número de Froude;
V=velocidade média da seção em m/s;
A= area molhada (m2)
B= largura do topo do nivel de água no canal (m)
g=aceleração da gravidade=9,81 m/s2;
Chin, 2000 diz que experimentos em canais retangulares mostraram instabilidade quando o
número de Froude está entre 0,86 e 1,13 e portanto, devemos evitar que em um canal o número de
Froude esteja entre aqueles valores.
Uma medida muito importante é o Coeficiente de Shields C* que é definido pela equação:
C*= τc / [(γs -γw ) . dm]
Sendo:
C*= coeficiente de Shields. C*=0,10 para colchão Reno e C*=0,047 para rip-rap.
τc = tensão critica de inicio de movimento (Pa)
γs = peso específico das pedras (N/m3)=25000N/m3
γw = peso específico da água (10.000N/m3)
dm= diâmetro médio das pedras, isto é, é o d50 que permite a passagem de 50% das pedras em peso.
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Fonte: Maccaferri.
6.13 Deformações
O colchão Reno aguenta deformações até 20% a mais da tensão critica conforme Figura (63.7).
Vamos calcular estas deformações.
Para o cálculo da deformação temos que calcular o coeficiente eficaz de Shields C*´ na
equação abaixo:
Pela Figura (63.8) entrando com o coeficiente eficaz de Shields C*´achamos o valor
∆ Z/dm e devemos verificar se é menor que 2 (t/dm - 1)
Sendo:
t= espessura do colchão Reno (m).
dm=d50= diametro medio das pedras (m)
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 63- Revestimento de canais com gabião colchão reno
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O valor ∆Z/dm é obtido no gráfico. Vamos supor que ∆ Z/dm=1,1 e tendo o valor de dm
achamos ∆Z.
∆ Z = 1,1 x dm=1,1 x 0,14=0,15m
Portanto ∆Z/2= 0,15/2=0,075m. Supondo que a espessura do colchão Reno seja de 0,30m
teremos numa parte do colchão a espessura 0,30-0,075=0,225m e na outra 0,30+0,075m=0,375m
Sendo:
nf= coeficiente de rugosidade de Manning=0,02 se temos filtro geotextil ou nenhum filtro.
Adotamos nf=0,025 se o filtro é feito em cascalho.
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Figura 63.9- Valores das velocidades máximas admissiveis para solos coesivos
63-15
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Curso de Manejo de Águas Pluviais 1
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Capítulo 64
Tempo de concentração
64-1
Curso de Manejo de Águas Pluviais 2
Capítulo 64- Tempo de concentração
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
64.1 Introdução
64.2 Método da velocidade ou método cinemático
64.3 Cálculo do tempo de escoamento superficial (Travel Time) usando
SCN, 1975
64.4 Método do NRCS, 1972
64.5 Tempo de concentração para lagos ou reservatórios
64.6 Fórmula de Kirpich
64.7 Fórmula Califórnia Culverts Practice
64.8 NRCS número da curva- 1989
64.9 Escoamento superficial pelo Método SCS TR-55
64.10 Fórmula da Federal Agency (FAAE,1970)
64.11 Equação de Kerby (1959)
64.12 Fórmula da onda cinemática 1971
64.13 Fórmula da onda cinemática conforme FHWA, 1984
64.14 Discrepâncias entre as fórmulas do tempo de concentração
64.15 Verificação do tempo de concentração
64.16 Tempo de pico pelo Método Colorado
39 páginas
64-2
Curso de Manejo de Águas Pluviais 3
Capítulo 64- Tempo de concentração
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64.1 Introdução
Há duas definições básicas de tempo de concentração.
Tempo de concentração é o tempo em que leva para que toda a bacia considerada contribua
para o escoamento superficial na seção estudada.
O tempo de concentração é o tempo que leva uma gota de água mais distante até o trecho
considerado na bacia.
Conforme Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo (CTH) os estudos de Taylor e
Schwarz informam que influem sobre o tempo de concentração:
• Área da bacia
• Comprimento e declividade do canal mais longo
• Comprimento ao longo do curso principal, desde o centro da bacia até a seção de saída
considerada.
Ainda conforme CTH o tempo de concentração tc não é uma constante para uma dada área,
mas varia com o estado de recobrimento vegetal e a altura e distribuição da chuva sobre a bacia. Mas
para períodos de retorno superiores a dez anos, a influência da vegetação parece ser desprezível.
Existem somente três maneiras em que a água é transportada em uma bacia: a primeira é o
escoamento superficial, a segunda é o escoamento em tubos e a terceira é o escoamento em canais
incluso sarjetas.
Existem várias fórmulas empíricas para determinar o valor do tempo de concentração.
A obtenção do tempo de concentração é uma informação importante, porém difícil de ser
obtida. Enfim como diz McCuen,1993, o projetista deve saber que não é possível obter o valor do
tempo de concentração por um simples método.
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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Tabela 64.1-Valores de “n” , raio hidráulico (m) e de “k” para o método da velocidade
Rugosidade n de Raio Hidráulico
Uso da terra/regime de escoamento Manning R Valor de k
(m)
Floresta
com vegetação rasteira densa 0,8 0,076 0,22
Com pouca vegetação rasteira 0,4 0,067 0,41
Com bastante vegetação rasteira 0,2 0,061 0,77
Grama
Grama Bermuda 0,41 0,046 0,31
Densa 0,24 0,037 0,46
Curta 0,15 0,031 0,65
Pastagem de grama curta 0,025 0,012 2,12
Terra cultivada convencional
Com resíduo 0,19 0,018 0,37
Sem resíduo 0,09 0,015 0,68
Agricultura
Culturas em carreiras retilíneas 0,04 0,037 2,76
Culturas em contornos ou em faixas de 0,05 0,018 1,39
diferentes plantações.
Terra de cultura não utilizada (rodízio) 0,045 0,015 1,37
Pastagens 0,13 0,012 0,41
Sedimentos aluvionais 0,017 0,012 3,12
Canal gramado para passagem da água 0,095 0,305 4,77
Região montanhosa pequena 0,04 0,153 7,14
Área pavimentada com escoamento 0,011 0,018 6,31
superficial (opção A)
Área pavimentada com escoamento 0,025 0,061 6,20
superficial (opção B)
Canaleta pavimentada 0,011 0,061 14,09
Fonte: McCuen,1998 p. 143
Exemplo 64.1
Calcular os tempos de escoamento superficial (Travel Time) de dois trechos, sendo o primeiro de
vala gramada densa com 120m de comprimento e declividade de 7% (0,07m/m) e o segundo de
escoamento na sarjeta com 270m e 2% (0,02m/m) de declividade.
Verificando a Tabela (64.1) e usando grama densa, com k=0,46 e como S=0,07m/m e
L=120m, usando a V= k x S 0,5 = 0,46 x 0,07 0,5 = 0,12m/s
Como T=L/(V x 60) = 120/(0,12 x 60) = 6,67min
Portanto, T1= 6,67min.
No segundo trecho temos L=270m , S=0,02m/m e escoamento na sarjeta com k=14,09
conforme Tabela (64.1), teremos: V= k x S 0,5 = 14,09 x 0,02 0,5 = 1,99m/s
Como T=L / (V x 60) = 270/(1,99 x 60) = 2,26min
Portanto, T2= 2,26min.
O tempo de escoamento total será T1+T2 = 6,67min + 2,26min =8,93min
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64.3 Cálculo do tempo de escoamento superficial (Travel Time) usando SCN, 1975.
Para o escoamento superficial (Bidone e Tucci in Drenagem Urbana,1995) adaptaram a
Tabela (64.2) da SCN, 1975.
A velocidade de escoamento superficial é fornecida pela fórmula:
V= k x S 0,5 (Equação 64.4)
Sendo:
V= velocidade (m/s);
S= declividade (m/m) e
k= coeficiente conforme Tabela (64.2).
Exemplo 64.2
Seja uma sarjeta de concreto com L=150m e declividade S=0,025m/m. Calcular o escoamento
superficial concentrado.
V= 6,1961 x S0,5
V= 6,1961 x 0,0250,5= 0,98m/s
T= L/(60xV)= 150/(60x0,98)= 2,6min
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Quando temos poças de água, várzeas que possuam vegetação e resíduos relativamente
pequenos e quando a superfície é menor que 25% da área aberta de água, podemos usar para o tempo
de trânsito a fórmula de Manning.
Exemplo 64.3
Calcular o tempo de trânsito da água em um lago com 500m de largura e com profundidade de
2,00m.
Vw= (g x Dm) 0,5
Vw= (9,81 x 2,0) 0,5 = 4,43m/s
T= L/ (60 x V)= 500/ (60 x 4,43)= 1,9min
Exemplo 64.4
Qual é o tempo de escoamento em uma superfície pavimentada com 200m de comprimento e
declividade de 0,02 m/m?
Para superfície pavimentada o valor de k=6,10 e S=0,02m/m
Sendo a velocidade:
V= k . S 0,5 =6,10 . 0,02 0,5 =0,86m/s
T = L/(V . 60) = (200) / (0,86 . 60) =3,88min
Portanto, em 3,88min a chuva percorre os 200m de superfície pavimentada. Este é o travel
time. A somatória dos travel time fornecerá o tempo de concentração.
Exemplo 64.5
Usemos a Equação (64.5) de Kirpich para o Tennessee para achar o tempo de concentração tc sendo
dados L=200m e S=0,008m/m em uma bacia sobre asfalto.
tc= 0,019 . L0.77/ S 0,385 = 0,019 . 200 0,77 / 0,008 0,385 = 7,38min
Como o escoamento da bacia é sobre asfalto devemos corrigir o valor de tc multiplicando por
0,4. Portanto:
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DICA sobre Kirpich: a fórmula de Kirpich foi feita em áreas agrícolas em áreas até 44,8 hectares ou
seja 0,448 km2 com declividades de 3% a 10%.
O tempo de concentração da fórmula de Kirpich deve ser multiplicado por 0,4 quando o
escoamento na bacia está sobre asfalto ou concreto e deve ser multiplicado por 0,2 quando o canal é
de concreto revestido (Akan,1993 p. 81).
Chin, 2000 sugere que a equação de Kirpich deve ser multiplicada por 2 quando o escoamento
superficial for sobre grama natural e multiplicar por 0,2 quando a superfície do canal for de concreto
e multiplicar por 0,4 quando a superfície do escoamento superficial for de concreto ou asfalto.
Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAEE para pequenas
barragens.
A fórmula Califórnia Culverts Practice pode-se ainda apresentar em outras unidades práticas
como as sugeridas pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo.
Sendo:
L= comprimento do curso (km)
H= diferença de cotas (m)
S= declividade equivalente (m/km)
tc= tempo de concentração (min)
A declividade equivalente é obtida da seguinte maneira:
j1= ΔH1/L1
j2= ΔH1/L2
j3= ΔH1/L3
P1= L1/ j10,5
P2= L2/ j20,5
P= L3/j3 0,5
Δh= diferença de nível em metros
L= comprimento em km
L= L1 + L2 + L3 +...
S= [ L / (P1+P2+P3...)] 2
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Exemplo 64.6
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s
Exemplo 64.7
Para uma área rural com 2km2 calcular o tempo de concentração usando a NRCS Número da curva-
1989, sendo o CN=67 achado segundo método do SCS, comprimento de 305m e declividade média
S=1%.
tc= 0,00227 . L 0,8 . ( 1000/CN – 9) 0,7 . S –0,5
tc= 0,00227 . 305 0,8 . ( 1000/67 – 9) 0,7 . 1 –0,5
tc= 0,77 h =46min
Portanto, o tempo de concentração é de 46min.
A velocidade V= L/ tempo = 305m/ (46min . 60s) = 0,11m/s
DICA sobre o SCS Número da curva-1989: usar somente em áreas rurais
Exemplo 64.8
Calcular o escoamento superficial em asfalto sendo n=0,011 conforme Tabela (64.1),
comprimento do trecho de 90m, declividade de 10% e precipitação de 24h para período de retorno da
cidade de São Paulo de 64,1mm.
t = [ 5,46 . (n . L ) 0,8 ] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [ 5,46 . (0,011 . 90 ) 0,8 ] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] =1,7min
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Exemplo 64.9
Calcular o escoamento superficial em floresta com pouca vegetação rasteira sendo n=0,4 conforme
Tabela (64.1) comprimento do trecho de 90m. declividade de 10% e precipitação de 24h para período
de retorno da cidade de São Paulo de 64,1mm.
t = [ 5,46 . (n . L ) 0,8 ] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [ 5,46 . (0,4 . 90 ) 0,8 ] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] = 30,4min
Exemplo 64.10 calcular o tempo de concentração em uma bacia pequena com comprimento do
talvegue de 610m, declividade S=0,02m/m e coeficiente de escoamento superficial (coeficiente de
runoff) do método racional C=0,85.
tc= 0,69 x (1,1– C)x L 0,5 x S –0,33 = 0,69 x (1,1-0,85) x 610 0,5 x 0,02 –0,33 = 15min
Portanto, o tempo de concentração da pequena bacia é de 15min..
DICA para FAA-1970: só vale para áreas pequenas e o escoamento é quase todo por superfície, isto
é, sem canalizações.
Exemplo 64.11
Calcular o tempo de concentração para o escoamento superficial sendo que temos comprimento
L=45m, declividade S=0,02m/m e a superfície é gramada com declividade de 2% a 7%, isto é,
C=0,18.
tc= 0,69 . (1,1– C). L 0,5 . S –0,33
tc= 0,69 . (1,1– 0,18. 45 0,5 . 0,02 –0,33 = 16min
64-10
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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Conforme Tabela (64.3) para solo de gramado ralo, o coeficiente de retardo n=0,30.
S=0,005m/m e L=365m
tc= 1,44 x ( n x L / S 0,5) 0,467 = 1,44 x (0,30 x 365/ 0,005 0,5) 0,467 = 44,47min
64-11
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1747,9 x T0,181
i =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Como é fornecido o período de retorno T=2 anos, teremos para a intensidade da chuva
1981,54 1981,54
I=-------------------- = -------------------- = 112,908
( t + 15)0,89 (10+15) 0,89
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Curso de Manejo de Águas Pluviais 13
Capítulo 64- Tempo de concentração
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1981,54 1981,54
i=-------------------- = -------------------- = 134,17 mm/h
( t + 15)0,89 (5,60+15) 0,89
t= 39,52 / i 0,4 = 39,52 / 134,17 0,4 = 5,57min
Como foi arbitrado t=5,60min e recalculamos encontramos t=5,57min, adotamos, portanto,
que o tempo de concentração é de 5,6min.
A velocidade será V= L/T = 90m/ (5,6min x 60s) = 0,27 m/s
Sendo:
t= tempo de concentração do escoamento superficial (min)
L=comprimento do escoamento superficial (m)
n= coeficiente de rugosidade de Manning
C= coeficiente de runoff
S= declividade média da área de escoamento superficial (m/m)
I= intensidade da chuva (mm/h)
O método é resolvido da mesma maneira do anterior, isto é, por tentativa.
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Curso de Manejo de Águas Pluviais 14
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Exemplo 64.14
Calculamos pelo método da onda cinemática que para pastagem curta, achamos o valor de t= 5,60min
e velocidade V=0,27m/s. Como a declividade é de 1%, na Tabela (64.4) a velocidade vai de zero a
0,8m/s.
Portanto, a velocidade de 0,27m/s está dentro do previsto.
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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Trecho BC
Para um canal trapezoidal natural com vegetação alta. O raio hidráulico é;
R= área molhada/ perímetro molhado = (y x b + z x y2 ) / (b + 2 x y x (1+z 2) 0,5 =
= ( 0,30 x 0,70 + 2 x 0,30 x 0,30) / (0,70 + 2 x 0,30 x (1+2 x 2) 0,5 = 0,191 m
Como a equação de Manning é: V= n –1 x R 2/3 x S 0,5 (Unidades SI)
Como o canal tem vegetação alta o coeficiente de Manning está entre 0,025 e 0,050 e escolhemos
n=0,040
Substituindo os valores temos:
V= n –1 x R 2/3 x S 0,5 = 0,040 –1 x 0,191 2/3 x 0,012 0,5 = 0,91m/s
O tempo de escoamento superficial ou tempo de trânsito é:
T BC= 1050/ (0,91 x 60) = 19,23min
Trecho CD
Para um canal trapezoidal natural com vegetação média. O raio hidráulico é;
R= área molhada/ perímetro molhado = (y x b + z x y2 ) / (b + 2 x y x (1+z 2) 0,5 =
= ( 0,70 x 1,25 + 2 x 0,70 x 0,70) / (1,25 + 2 x 0,70 x (1+2 x 2) 0,5 = 0,423 m
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Curso de Manejo de Águas Pluviais 16
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Como o canal tem vegetação média o coeficiente de Manning está entre 0,025 e 0,050 e escolhemos
n=0,030
Substituindo os valores na fórmula de Manning temos:
V= n –1 x R 2/3 x S 0,5 = 0,030 –1 x 0,423 2/3 x 0,006 0,5 = 1,45m/s
O tempo de escoamento superficial ou tempo de trânsito é:
T CD= 1100/ (1,45 x 60) = 12,64min
Portanto, o tempo de concentração antes do desenvolvimento, será a soma dos tempos de
escoamento superficial (tempo de trânsito):
T antes = TAB + T BC + T CD = 12,5+19,23+12,64 =44,37min
1747,9 x T0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Como é fornecido o período de retorno T=2 anos, teremos para a intensidade da chuva
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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1981,54 1981,54
I=-------------------- = -------------------- = 159,19
( t + 15)0,89 (2+15) 0,89
1981,54 1981,54
I=-------------------- = -------------------- = 167,64 mm/h
( t + 15)0,89 (1,04+15) 0,89
Trecho FG
Como temos uma vala gramada para passagem das águas de chuvas obtemos k=4,77
Como S= 0,07m/m e L=120m temos:
Então temos: V= k x S 0,5 = 4,77 x 0,07 0,5 = 1,26 m/s
TFG = 120/(1,26x60) = 1,59min
Trecho GH
Como temos uma canaleta pavimentada, ou seja, uma sarjeta para passagem das águas de
chuvas obtemos k=14,09
Como S= 0,02 m/m e L=275m temos:
Então temos: V= k x S 0,5 = 14,09 x 0,02 0,5 = 1,99 m/s
TGH = 275/(1,99*60) = 2,30min
Trecho HJ
Neste trecho temos um tubo de concreto com D=0,50m e como o escoamento do tubo é pleno,
então o raio hidráulico será D/4.
Sendo S=0,015m/m n=0,015 (concreto) e L=600m.
Usando a fórmula de Manning teremos:
V=n –1 x R 2/3 x S 0,5 = n –1 x (D/4) 2/3 x S 0,5 = 0,015 –1 x (0,50/4) 2/3 x 0,015 0,5 =2,04 m/s
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Curso de Manejo de Águas Pluviais 18
Capítulo 64- Tempo de concentração
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O tempo de concentração após o desenvolvimento será a soma dos cinco trechos ou seja:
Tdepois = TEF + TFG +TGH + THJ +TJK = 1,02 + 1,59 + 2,30 +4,90 + 5,86 = 15,67min
Exemplo 64.16
Verificar o tempo de concentração em uma área urbanizada com L=100m
tc= L/45+10= 100/45 + 10= 1,85 + 10= 11,85min
Portanto, o valor a ser calculado não poderá ser maior que 11,85min
Exemplo 64.17
Calcular o tempo de concentração para área de 2km2, e declividade equivalente de 5 m/km usando a
fórmula de Dooge.
64-18
Curso de Manejo de Águas Pluviais 19
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Exemplo 64.18
Calcular o tempo de concentração para área de 2km2, L=2km e declividade equivalente de 5 m/km
usando a fórmula de Bransby-Willians
tc= 58,5 x L/ ( A 0,1 x S0,20)
tc= 58,5 x 2/ ( 2 0,1 x 50,20)= 79min
Exemplo 64.19
Um canal tem declividade S=0,0005 m/m, n=0,015, Área molhada A=12,2m2, perímetro molhado de
11,2m, Raio hidráulico = R =1,09m achar a vazão.
Conforme Equação (64.14) temos:
Q= A . V = 19,3 m3/s
64-19
Curso de Manejo de Águas Pluviais 20
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Raio Hidráulico
O raio hidráulico é a relação entre a área molhada e o perímetro molhado.
Área molhada (m2)
R = -------------------------------- (Equação 64.15)
Perímetro molhado (m)
Exemplo 64.20
Um canal retangular tem coeficiente de rugosidade “n” de Manning igual a 0,070. A largura do canal
é de 2,3m e altura da lâmina d’água de 1,20m. Calcular o raio hidráulico, velocidade da água no canal
e o tempo de escoamento sendo a declividade de 0,005m/m e o comprimento do canal de 1.200m.
Y=1,20m
L=2,30m
n=0,070
Usando a Equação (64.14) temos:
V= (1/n) . R 2/3 . S ½) = (1/0,070)x (0,59 2/3)x (0,005 ½)= 0,71m/s
Portanto, a velocidade da água no canal é de 0,71m/s.
O tempo de trânsito (Travel Time) é
T= comprimento do canal/ velocidade = 1200m/ (0,71m/s x 60 s) = 28,17min.
Portanto, o tempo de escoamento do canal é de 28,17min.
64-20
Curso de Manejo de Águas Pluviais 21
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Os valores dos coeficientes de rugosidade “n” de Manning fornecido pelo U.S. Department of
Transportation em 1985 estão na Tabela (64.9).
64-21
Curso de Manejo de Águas Pluviais 22
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Metal corrugado
Corrugado em 6x1” 0,020 0,022 0,025
Corrugado em 6x 2” 0,030 0,032 0,035
Parede lisa espiral aluminizada 0,010 0,012 0,014
Concreto
Extravasor com ângulos retos 0,010 0,012 0,013
Extravasor com curva 0,011 0,013 0,014
Esgotos sanitários 0,012 0,013 0,016
64-22
Curso de Manejo de Águas Pluviais 23
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64-23
Curso de Manejo de Águas Pluviais 24
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64-24
Curso de Manejo de Águas Pluviais 25
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64-25
Curso de Manejo de Águas Pluviais 26
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sendo:
ne= rugosidade equivalente de Manning pela fórmula de Einstein,1934 ou coeficiente de rugosidade
composta;
Pi= perímetro molhado cujo coeficiente de Manning é ni;
ni= coeficiente de Manning cujo perímetro é Pi;
64-26
Curso de Manejo de Águas Pluviais 27
Capítulo 64- Tempo de concentração
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2,00m
n=0,015
4,00m
n=0,030
(ΣPi ni 3/2 )2/3 (2,00 x 0,015 3/2 + 4,00 x 0,030 3/2+ 2,00x0,015 3/2)2/3
ne= -------------------------- = -------------------------------------------------------- = 0,024
(ΣPi) 2/3 (2,00+4,00+2,00)2/3
DICA: deve-se ter muito cuidado na escolha o mais correto possível do coeficiente de
rugosidade “n” da fórmula de Manning.
64-27
Curso de Manejo de Águas Pluviais 28
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Canais
64-28
Curso de Manejo de Águas Pluviais 29
Capítulo 64- Tempo de concentração
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 09/03/10
Exemplo 64.18
Calcular o tempo de concentração para a situação pré e pós-desenvolvimento da secção de controle
no fim da Rua São Miguel do Araguaia x Av. Francisco Conde na Vila Rosalia, Guarulhos conforme
Figura (64.6) sendo a área da bacia de 41,3ha.
As Tabelas (64.13) e (64.14) fornecem os dados básicos para os cálculos para a situação de
pré e pós desenvolvimento.
64-29
Curso de Manejo de Águas Pluviais 30
Capítulo 64- Tempo de concentração
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64-30
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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Trecho BC
Então temos: V= k x S 0,5 = 4,77 x 0,0362 0,5 = 0,91 m/s
TBC = 450/(0,91 x 60) = 48,98min
Trecho CD
Então temos: V= k x S 0,5 = 4,77 x 0,0776 0,5 = 1,33 m/s
TCD = 380/(1,33 x 60) = 4,77min
Trecho BC
Então temos: V= k x S 0,5 = 14,09 x 0,0362 0,5 = 2,68 m/s
TBC = 450/(2,68 x 60) = 2,80min
Trecho CD
Então temos: V= k x S 0,5 = 1,4,09 x 0,0776 0,5 = 3,93 m/s
TCD = 380/(3,93 x 60) = 1,61min
Portanto, o tempo de concentração para a situação pré-desenvolvimento será a soma dos
tempos de escoamento superficial (tempo de trânsito) e considerando o tempo de entrada para área
urbana de te=5min teremos:
T pós = TAB + T BC + T CD + te = 2,68+2,80+1,61 + 5 =12,09min
O tempo de concentração pré-desenvolvimento era de 72,00min e pós-desenvolvimento é de
12,09min, que é menor, pois, as tubulações e pavimentações fazem com que o escoamento superficial
chegue mais rápido à seção de controle.
64-31
Curso de Manejo de Águas Pluviais 32
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Exemplo 64.19
Calcular a vazão de pico no fim da av. Francisco Conde, Vila Rosália, no lago dos Patos,
considerando que no fim da rua Araguaia do Sul foi feito um piscinão com 20.217m3 e a vazão
máxima que vem do piscinão é de 2,09m3/s
A área da bacia da av. Francisco Conde é de 41,3ha e o tempo de concentração considerando a
pior situação é 13,03min com comprimento de 1360m.
Adotamos C=0,70
A=41,3ha
Período de retorno adotado= T=25anos
Usemos a equação de Paulo Sampaio Wilken
I= 1747,9 x T 0,181/ (t + 15) 0,89
Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/h)
T=tc= tempo de concentração (min)=13,03min
T=Tr=25anos
I= 1747,9 x 25 0,181/ (13.03+ 15) 0,89= 163,20 mm/h
Método Racional
Q= CIA/ 360= 0,70 x 163,20 x 41,3/ 360= 13,11m3/s
64-32
Curso de Manejo de Águas Pluviais 33
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Considerando na pior hipótese eu haja coincidência dos picos da saída do piscinão no fim da
rua Araguaia do Sul de 2,09m3/s com o pico na av. Francisco Conde de todas as travessas, teremos a
vazão de pico de 15,20m3/s o que significa um aduela de 3,00m de largura com 2,00m de altura e
0,50m de folga. A declividade da av. Francisco Conde estimada é de 0,03m/m.
Figura 64.7- Piscinão no fim da rua Araguaia do Sul e necessário galeria de 3,00 x2,00 no fim da
av. Francisco Conde junto ao lago dos Patos, Vila Rosália;
64-33
Curso de Manejo de Águas Pluviais 34
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Exemplo 64.20
Na av. Francisco Conde na Vila Rosália existe uma galeria de concreto com 0,30m de altura e 3,00m
de largura e que segue todo o comprimento da rua.
Calcular a vazão máxima que a mesma pode transportar, sendo n=0,015.
Exemplo 64.21
Calcular o nível de água na av. Francisco Conde considerando que a galeria existente transporta no
máximo 4,12m3/s e a vazão de pico considerando que não haja piscinão no fim da rua Araguaia do
Sul é de 28,35m3/s.
Descontando 4,12m3/s teremos como escoamento superficial, isto é, pelo leito da av.
Francisco Conde a vazão de 28,35-4,12m3/s=24,23m3/s.
A rua tem 20m de largura sendo: 1,5m de calçada de cada lado e no meio temo 2,00m de
jardim. Cada pista tem 7,5m sendo que as duas pistas fornecem 15m. Consideramos somente os 15m
de leito carroçável.
Q= 15 x y x (1/n) x R 2/3) x 0,030,5
Fazendo R=y
24,23= 15 x y x (1/0,015) x y 2/3) x 0,030,5
Onde por tentativas achamos o valor de y=0,30m com velocidade de 5,62m/s
Com os dados altura do nível de água 0,30m e velocidade da água e verificando as Figuras
(64.8) a (64.10) concluímos que:
• Para carros é zona de alto risco
• Para casas é zona de risco médio
• Para pessoas adultas é zona de risco alto.
Nota: na prática a situação é pior, pois dado que não há o escoamento no fim da av. Francisco
Conde o nível da água sobe normalmente até 1,20m acima do leito da rua.
64-34
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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1
0,9 Zona de alto
Altura do nivel de água (m)
0,8 risco
0,7 Zona de risco
médio
0,6
0,5
0,4
0,3 Zona de baixo
risco
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
velocidade da água (m/s)
Figura 64.8 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo os carros.
2
1,8
Altura do nivel de água (m)
Figura 64.9 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo as casas.
64-35
Curso de Manejo de Águas Pluviais 36
Capítulo 64- Tempo de concentração
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1,6
1,4
1,2
Altura da água (m)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Velodidade da água (m/s)
Figura 64.10 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo pessoas
adultas.
64-36
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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64-37
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Capítulo 64- Tempo de concentração
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Sendo:
L1= comprimento (km)
S1= declividade (m/km)
S= declividade (m/km)
Exemplo 64.22
Achar a declividade média ponderada com L1= 0,50km L2= 1km e L3= 1,5km e S1= 0,007m/m S2=
0,005m/m e S3= 0,0019 m/m.
Usando a Equação (64.18) temos:
S= [ (L1 . S1 0,24 + L2 . S2 0,24 +...) / ( L1 +L2 + ....) ] 4,17
S= [ (0,5 . 0,007 0,24 + 1,00 . 0,005 0,24 +.1,50. 0,0019 0,24..) / ( 0,50 +1,00 +1,50) ] 4,17
S=0,0533m/m
Exemplo 64.23
Achar a declividade média ponderada com L1= 0,55km L2= 0,32km e L3= 0,27km L4= 0,36km L5=
0,23km e S1= 0,0109m/m S2= 0,0375m/m S3= 0,0185m/m. S4= 0,0306m/m
S5= 0,213m/m.
Tabela 3.15- Cálculo da declividade média ponderada
64-38
Curso de Manejo de Águas Pluviais 39
Capítulo 64- Tempo de concentração
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Exemplo 64.24
Achar a declividade média ponderada conforme DAEE com L1= 0,55km L2= 0,32km e L3= 0,27km
L4= 0,36km L5= 0,23km e S1= 10,9m/km S2= 37,5m/km S3= 18,5m/km. S4= 30,6m/km
S5= 0,213m/m.
Exemplo 64.25
Achar o tempo de retardamento tp do hidrograma unitário em horas, sendo L=1,730km Lcg=
0,84km, S=0,0192 m/m e Área impermeável Ia = 50%.
Conforme Figura (64.5) entrando na abscissa com a área impermeável de 50% em
porcentagem obtemos o coeficiente Ct =0,089
Usando a Equação (64.11) temos:
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48
tp= 0,637 . 0,089 [ 1,764. 0,89 / 0,0192 0,5] 0,48
tp= 0,18h = 10,7min
tp= 0,6 x tc
tc= tp/0,6= 10,7/0,6= 18min
Exemplo 3.26
Achar o tempo de retardamento tp do hidrograma unitário em horas, sendo L=2,06km Lcg= 0,84km,
S=0,102 m/m e Área impermeável Ia = 44%.
Conforme Figura (64.5) entrando na abscissa com a área impermeável de 44% em
porcentagem obtemos o coeficiente Ct =0,091
Usando a Equação (64.11) temos:
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48
tp= 0,637 . 0,091 [ 2,06. 0,84 / 0,102 0,5] 0,48
tp= 0,13h = 7,8min
tc= tp/0,6= 7,8/0,6= 13min
64-39
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 65
Método de Ven Te Chow
65-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
65.1 Introdução
O método de Ven Te Chow data de 1962 e é considerado um método pouco usado, embora
alguns órgãos de governo do Estado de São Paulo ainda o usem.
Quando se aplica um modelo de cálculo se procura fazer a análise, isto é, como o mesmo foi
feito. Assim o Método de Ven Te Chow foi feito para bacias rurais em vários estados americanos até
25km2 de área para achar a vazão de pico.
O grande mérito do método é que o mesmo se baseia no hidrograma unitario.
Não se deve aplicar o Método de Ven Te Chow em áreas urbanas ou mesmo em areas rurais
acima de 25km2 de área, mas mesmo apesar destas observações, o método vem sendo aplicado em
bacias urbanas até 50km2.
Salientamos que pelo método de Ven Te Chow conseguimos a vazão de pico e não o
hidrograma de cheia que pode ser obtido usando, por exemplo, a forma curvilinea do hidrograma.
Sendo:
Qp= vazão no tempo t em m3/s
Qb= vazão base na bacia no ponto considerado em m3/s
he= chuva excedente em milimetros calculado pelo Método da Curva CN do SCS
t= duração da chuva excente em horas
A= área da bacia em km2
t= tempo em horas
tp= tempo de retardamento em horas, que é o tempo compreendido entre o centro de massa da chuva
excedente e o pico do hidrograma unitário.
Z= fator de redução de pico dado pela equação:
Sendo:
L= comprimento do álveo desde o divisor de águas até a secção de controle em metros.
S= declividade média do álveo em porcentagem.
tp=0,6 tc
tc=tp/0,6
Conforme PMSP, 1998 deve-se pesquisar as várias durações de chuva “t” para ver qual é a
maior vazão Qp.
65-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 65.1
Baseado em Paulo Sampaio Wilken
Dado uma bacia com A=11,2 km2, comprimento do talvegue de 7.040m e declividade média do
talvegue de 0,722%. Calcular o tempo de retardamento tp.
65.3 Intervalo ∆t
O intervalo ∆t deve estar entre tc/5 a tc/3.
Exemplo 65.2
Achar o intervalo conveniente para tc=2,67h= 160,2min
tc/5= 160,2/5=32min
tc/3= 160,2/3= 53,4min
Adotamos ∆t=10min.
Exemplo 65.3
Consideremos area impermeavel de 50%, isto é, f=0,50.
Como já foi mostrado anteriormente o tipo de solo da região é o tipo B conforme classificação
do SCS. Considerando CN=69 para área permeável.
Vamos achar o número CNw composto.
Sendo:
CNp =69
f= 0,50
CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)
CNw = 69. ( 1-0,50 ) + 0,50 . ( 98 )= 83,5=84
Portanto, o número CN que se poderia usar para o cálculo da chuva excedente CNw =CN=84.
65-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
65.5 Estimativa do runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método SCS
Conforme TR-55 do SCS de 1986 o método do número CN da curva de runoff é fornecido
pela equação:
( P – Ia ) 2
Q = ------------------ (Equação 65.5)
( P- Ia ) + S
Sendo:
Q= runoff ou chuva excedente (mm);
P= precipitação (mm);
Ia = abstração inicial (mm) e
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
A abstração inicial Ia representa todas as perdas antes que comece o runoff. Inclui a água
retida nas depressões da superfície e interceptada pela vegetação, bem como, a água evaporada e
infiltrada.
Empiricamente foi determinado nos Estados Unidos pela SCS que Ia é aproximadamente igual
a:
Ia =0,2 S (Equação 65.6)
25400
sendo S= ------------- - 254 (Equação 65.8)
CN
A Equação (65.7) do valor de Q é válida quando a precipitação P > 0,2S.
Quando P < 0,2 S, o valor de Q=0.
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h) (Equação 65.9)
( t + 15)0,89
65-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
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Exemplo 65.4
Calcular a precipitação em 2h para periodo de retorno Tr=100anos para a RMSP.
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
0,89
( t + 15)
1747,9 . 1000,181
I =------------------------ = 4022,69/ 78,70= 51,11 mm/h
( 120 + 15)0,89
P= 102,22mm
Exemplo 65.5
Calcular a chuva excedente para a RMSP com chuva de 2h usando o número da curva CN =84 do SCS.
25400
S= ------------- - 254
CN
25400
S= ------------- - 254 = 48,38mm
84
( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
( P+0,8S )
( 102,22- 9,68 ) 2
Q= ---------------------------- = 60,78mm
( 102,22+38,70 )
65-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
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Exemplo 65.6
Calcular o fator de redução Z, dado o tempo de ascensão tp=1,6h e chuva de 2h;
onde:
Párea = precipitação na área
Pponto = precipitação no ponto
Ao= 25km2
Exemplo 65.7
Calcular a vazão de pico para a RMSP para área de bacia com tp=1,6h, A=11,2km2, chuva de período
de retorno de 100anos, usando a equação de chuvas intensas de Paulo Sampaio Wilken.
Usar também correção se a área da bacia for maior que 25km2. O valor de CN adotado é CN=84.
65-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
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65-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
65-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
450 37 0,23
460 37 0,16
470 37 0,08
480 38 0,00
65-9
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
430 0,39
440 0,31
450 0,23
460 0,16
470 0,08
480 0,00
Figura 65.1- Hidrograma da vazão em m3/s em funçao do tempo em minutos segundo o método
Ven Te Chow.
65-10
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 65- Método de Ven Te Chow
Engenheiro Plínio Tomaz 13 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
65-11
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 66
Método de I PAI WU
66-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
66.1 Introdução
Vamos comentar o Método I PAI WU usando os ensinamentos do prof. Hiroshi Yoshizane da
Unicamp de Limeira.
Para os engenheiros que gostam do método Racional, o Método de I PAI Wu é o método
Racional que sofre algumas modificações, permitindo cálculos de bacias hidrográficas 2 km2 até
200km2.
Q= (0,278.C. I . A0,9) . K
Qpico= Qb + Q
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s)
Qb= vazão base (m3/s). Se não tiver informação adotar 0,1xQ.
I= intensidade de chuva (mm/h)
C= coeficiente de escoamento superficial (adimensional)
A= área da bacia (km2) ≤ 200km2
K= coeficiente de distribuição espacial da chuva (adimensional)
Para achar o coeficiente K precisamos de um ábaco especial feito pelo DAEE no Estado de
São Paulo.
Coeficiente de forma C1
Conforme Kather, 2006 em bacias alongadas, o tempo de concentração é superior ao tempo de
pico, pois a chuva que cai no ponto mais distante da bacia chegará tarde o suficiente para não
contribuir para a vazão máxima Assim em bacias alongadas, deve-se esperar um valor de C1 menor
que 1 de acordo com a equação:
C1= tp/ tc = 4 / (2 + F)
tp= tempo de pico de ascensão (h)
tc= tempo de concentração (h)
Pelo SCS tp= 0,6 x tc, ou seja, tp/tc= 0,60=C1
F= L / [2 (A/π) 0,5]
Sendo:
66-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Coeficiente C2
O coeficiente volumétrico de escoamento ocorre em função do grau de impermeabilidade da
superfície conforme DAEE, São Paulo, 1994.
Podemos adotar C2=0,30 para grau baixo de impermeabilização; C2=0,50 para grau médio e
C2=0,80 para grau alto conforme Tabela (66.1).
66-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
66-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
66-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 66.1
Dimensionar a vazão do rio Baquirivu Guaçu junto a ponte da Via Dutra. A área tem 149,80km2,
declividade média S=0,002825m/m, L= 22,3km (talvegue), tc= 6,95h.
66-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Hidrograma curvilinio
Apesar do método de I PAI WU ser baseado no método Racional, adotamos o hidrogram
curvilíneo do SCS.
66-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
66-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 66- Método de I PAI WU
Engenheiro Plínio Tomaz 18 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
66-9
Critério Unificado para Manejo das Águas Pluviais em Áreas Urbanas
Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
Engenheiro Plínio Tomaz 7 de junho 2010 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 67
Exemplo de aplicação do critério unificado
Pelo início da era cristã, Marcos Vetrúvio Pollio escreveu sobre o regime de chuva e água no escorrimento,
sugerindo a teoria da infiltração como o fundamento do acúmulo de água subterrânea.
Água subterrânea e poços tubulares. Johnson, 1969
67-1
Critério Unificado para Manejo das Águas Pluviais em Áreas Urbanas
Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
Engenheiro Plínio Tomaz 7 de junho 2010 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
67-2
Critério Unificado para Manejo das Águas Pluviais em Áreas Urbanas
Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
Engenheiro Plínio Tomaz 7 de junho 2010 pliniotomaz@uol.com.br
67.1 Exemplo
Este exemplo foi adaptado dos estudos do Estado de New York, 2001 e do Estado da Geórgia, 2000.
Área residencial: A= 26,04ha
Área impermeável = AI= 18,4%
Número da curva CN= 72 (pré-desenvolvimento)
Número da curva CN= 78 (pós-desenvolvimento)
tc= tempo de concentração (horas ou minuto).
Para o uso do método do Soil Conservation Service (SCS), usamos dados da Região Metropolitana de
São Paulo (RMSP). Os cálculos foram feitos para duas situações básicas: pré-desenvolvimento e pós-
desenvolvimento. Foi usada precipitação de duração de 24h. Obtivemos a vazão de pico, o volume do runoff e
a chuva excedente.
Tabela 67.2 – Vazões de pico em função do período de retorno para pré-desenvolvimento usando o
método do SCS para CN= 72 e tc= 0,46h
Período de Precipitação
retorno para chuva de Vazão de pico Volume do Chuva
Tr 24h runoff excedente
(anos) (mm) (m3/s) (m3) (cm)
1,5 54,58 0,38 2.359 0,91
2 64,10 0,62 3.570 1,37
5 87,70 1,45 7.195 2,77
10 103,30 1,61 7.646 3,83
25 123,00 2,96 13.710 5,28
50 137,60 3,64 16.658 6,41
100 152,10 4,33 19.692 7,58
67-3
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Tabela 67.3 – Vazões de pico em função do período de retorno para pós-desenvolvimento, usando o
método do SCS para CN= 78 e tc= 0,35h
Tabela 67.4 - Vazões de pico em função do período de retorno para pré-desenvolvimento usando o
Método Santa Bárbara para CN= 72 e tc= 0,46h (27,6min)
Período de Precipitação Vazão de pico Volume do Runoff
retorno Tr para chuva de (m3/s) runoff (mm)
(anos) 24h (m3)
(mm)
1,5 54,58 0,26 2.326 9
2 64,10 0,44 3.572 14
5 87,70 1,01 7.194 28
10 103,30 1,45 9.965 38
25 123,00 2,05 113.713 53
50 137,60 2,52 16.663 64
100 152,10 2,99 19.727 76
Tabela 67.5 - Vazões de pico em função do período de retorno para pós-desenvolvimento usando o
Método Santa Bárbara para CN= 78 e tc= 0,35h (21min)
Período de Precipitação para Vazão de pico Volume do Runoff
retorno Tr chuva de 24h runoff
(anos) (mm) (m3/s) (m3) (mm)
1,5 54,58 0,94 5.688 22
2 64,10 1,26 7.402 28
5 87,70 2,15 12.083 46
10 103,30 2,78 15.413 59
25 123,00 3,60 19.798 76
50 137,60 4,22 23.146 89
100 152,10 4,85 26.532 102
Utilizamos os métodos SCS e Santa Bárbara para estes cálculos por serem muitos usados nos Estados
Unidos.
67-4
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0,6
0,5
Razão entrada e saida
0,4
T=12h
0,3
T=24h
0,2
0,1
0
0,2 1,2 2,2 3,2
Pico de descarga unitário (
m3/s/cm/km2)
Figura 67.1: Razão da entrada/saída com fornecimento do pico de descarga unitário e dos tempos de
detenção de 12h e 24h (mais comum).
Usando o Método TR-55, que está no Capítulo 16 deste livro, e entrando com Ia/P= 0,26 para Tipo II
achamos:
Co= 2,46532
C1=-0,62257
C2= -0,11652
tc= 0,35h
67-5
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Vamos usar o recurso do TR-55 elaborado pelo Departamento de Meio Ambiente de Maryland – Maryland
Departament Environment (MDE) em 1987 por Harrington. É o que denomina a técnica do “short-cut”.
Para 24h de detenção do reservatório CPv, entramos com 2,29m3/s /cm / km2 na Figura (16.1) do Capítulo
16, TR-55 e achamos a relação α= Qantes/Qdepois =0,03 para detenção T= 24h.
CPv = 2.450m3
O volume para o controle da erosão para a área de 26,04h deverá ser de 2.450m3 com tempo de
detenção de 24h.
67.4 Determinação do volume do reservatório para enchente para Tr= 2anos (Qp2v)
Consultando as Tabelas (2.2) e Tabela (67.3) referente ao pré e pós-desenvolvimento.
Qp2pre= 0,62m3/s
Qp2pós= 1,31m3/s
Volume do reservatório/Volume do runoff= 0,682 – 1,43 x 0,47 + 1,64 x 0,47 2 – 0,804 x 0,47 3
Para corrigir o volume a ser achado pelo método short-cut do TR-55, temos que aumentar o volume em
15% quando a estrutura incorpora usos múltiplos, como é o caso em questão, onde temos controle da
qualidade, erosão e enchentes.
Volume do reservatório= volume runoff x 0,29= 5.386m3 x 0,29 x 1,15= 1.796m3
Portanto, o volume do reservatório para enchente Tr= 1,5anos.
Qp2 v = 1.796m3
67-6
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Procedendo da mesma forma achamos os volumes dos reservatórios para os diversos períodos de
retorno de 5anos, 10anos, 25anos, 50anos e 100anos, conforme Tabela (67.6).
67.7 Cálculo do volume do reservatório temporário (EDv) ou detenção estendida (Extended Detention ED)
O dimensionamento do EDv é de 50% do volume de WQv e então teremos:
Portanto, para a qualidade de água temos dois reservatórios, um com nível permanente e com volume de
430m3 e outro com volume temporário de 430m3, chamado EDv.
67-7
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EDv com 430m3. Nota: não aplicamos o critério de Hazen para a área “As” superficial da bacia alagada para a
facilidade de se mostrar o exemplo.
O reservatório deverá também ter espaço para o controle de erosão para o volume CPv= 2.450m3. Para o
volume de controle de erosão de 2.450m3 poderá ser descontado o volume de 430m3 do reservatório
temporário EDv, e teremos: CPv – EDv= 2.450m3 – 430m3= 2.020m3.
Para o controle de enchente admitimos Tr= 25anos e deverá haver um reservatório com 4.375m3, já
calculado pelo TR-55. Este reservatório de controle de enchente com 4.375m3 está incluso o volume do
reservatório temporário EDv de 430m3 e mais o volume do CPv de 2.450m3.
Necessitaremos de 4375m3 – 2.020m3-430m3= 1.925m3.
Para a chuva extrema de Tr= 100anos, o volume necessário é Qp100v= 5.512m3, e o volume do Qp25v=
4.375m3.
Teremos que acrescer a diferença: 5.512m3 – 4.375m3= 1.137m3.
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8000
7000
6000
Volume (m3)
5000
4000
3000
2000
1000
0
700 701 702 703 704 705
Cota (m)
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67-10
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67-11
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67.10 Calcular o diâmetro do orifício para EDv para descarregar 430m3 em 24h
A vazão média para descarregar o reservatório temporário ED que tem volume de 430m3 em 24horas,
conforme Tabela (67.10):
430m3/ (86.400 segundos)= 0,0053 m3/s= 5,3 litros/segundo
A cota inferior será 700,90m, onde está o nível do reservatório fixo.
Sendo a cota superior de 701,40m a inferior de 700,90m teremos a média de:
(701,40m –700,90) /2 = 0,5/2= 0,25m
A equação do orifício é:
Cd= 0,62
h=0,25m
g=9,81m/s2
Q= Cd A . (2gh) 0,5 = 0,62 x A x (2 x 9,81 x 0,25) 0,5= 0,0053m3/s
1,37 A= 0,0053m3/s
Portanto, achando o valor de A.
A= 0,0053m3/s / 1,37= 0,004m2
Área= π x D2/4 = 3,14 /4x D2= 0,004m2
Portanto D= 0,07m
Como o diâmetro de 75mm é o mínimo que se pode usar, vamos escolher um diâmetro de 100mm,
prevendo um registro (válvula) para regular a vazão caso seja necessário.
67-12
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7
Vazão efluente (m3/s)
6
5
4
3
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30
(2S/delta t + Q)
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512
591
675 0,000 0,000 0,000
762 0,100 0,007 0,007
854 0,200 0,012 0,012
949 0,300 0,015 0,015
1048 0,400 0,018 0,018
1152 0,500 0,020 0,000 0,000 0,020
1260 0,600 0,022 0,100 0,008 0,030
1372 0,700 0,024 0,200 0,018 0,042
1488 0,800 0,026 0,300 0,024 0,050
67-14
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5770 3,200 0,053 2,700 0,081 0,700 4,668 0,450 4,173 4,250 3,330 3,950 3,478 0,100 0,124 3,588
6019 3,300 0,054 2,800 0,083 0,800 5,703 0,550 4,613 4,350 3,375 4,050 3,522 0,200 0,350 3,861
6273 3,400 0,055 2,900 0,084 0,900 6,805 0,650 5,015 4,450 3,420 4,150 3,565 0,300 0,642 4,201
6534 3,500 0,056 3,000 0,086 1,000 7,970 0,750 5,387 4,550 3,464 4,250 3,608 0,400 0,989 4,594
6801 3,600 0,057 3,100 0,087 1,100 9,195 0,850 5,735 4,650 3,508 4,350 3,650 0,500 1,382 5,034
7075 3,700 0,057 3,200 0,088 4,750 3,551 4,450 3,692 0,600 1,817 5,514
7355 3,800 0,058 3,300 0,090 4,850 3,593 4,550 3,733 0,700 2,290 6,031
7642 3,900 0,059 3,400 0,091 4,950 3,635 4,650 3,774 0,800 2,798 6,583
Q= kw L (2g)0,5 h 3/2
h= 0,5m
2,91m3/s= 0,40 x L (2 x 9,81)0,5 x 0,7 (3/2)
2,91m3/s= 1,036L
L= 2,81m
Adotando para a largura do vertedor 3 x 0,94m e altura de 0,70m.
O fundo do vertedor está na cota 703,40m e cota superior é 703,90m
A equação do vertedor
Q= kw L (2g)0,5 h 3/2
Q= 0,40 x 3 x 0,94 x (2 x 9,81)0,5 x h (3/2)
Q= 5,00 x h (3/2)
Sendo h a contar da crista do vertedor que é a cota 702,90m.
A vazão máxima que corre pelo vertedor quando h= 0,70m é:
Q= 5,00 x h (3/2)
Q= 5,00 x 0,70 (3/2) = 2,93 m3/s
Vamos dimensionar a tubulação que sai da tomada de água e que fica em baixo da barragem.
O nível da tubulação está a 0,45m abaixo da cota 700,00m, ou seja, 699,55m. A cota de topo é 704,70m,
ou seja, 0,10m mais alto que 704,60m e então teremos um desnível de 704,70 - 699,50= 5,20m.
67-15
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Uma outra verificação que temos é checar a condição de orifício para carga acima do vertedor retangular
do Qp25. Usa-se o valor de h menos a metade da altura do bueiro, ou seja, h= 0,5/2.
A Equação do orifício é:
Q= Cd . A . (2gh)0,5
Cd=0,62
A= 0,94m x 3 x 0,70 = 1,97m2
Q=0,62 x 1,97 (2 x 0,98) 0,5 x h 0,5
Q= 5,41 x h 0,5
67-16
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Na saída se o tubo está submerso Ko= 0,5 se não está Ko= 1,0.
KL= Kt + Ke + Kf + Kb + Ko
KL= 0,97 + 1,63 + 0,7 + 0,0 + 0,5= 3,8
Q= A[2.g (ys + S. L – ye)/KL] 0,5
Q= 0,64 [2. 9,81 (5,2 + 0,0071. 21 – 1,00)/3,8] 0,5= 3,03m3/s
67-17
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67-18
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5
Vazão (m3/s)
4
3 Vazão afluente
2 Vazão efluente
1
0
0 500 1000 1500
Tempo em minutos
Figura 67.4 - Histograma das vazões afluente e efluente.
Q= =7,2 x h 3/2
67-19
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Calcular a vazão de pico ocasionada pela brecha na barragem que tem altura de 4,9m e volume de
7.935m3.
67-20
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Figura 67.5 - Tomada d’água. Observar drenagem, saída da descarga, orifícios e vertedor para Qp25anos ou Qp10anos.
Fonte: Estado da Geórgia, 2001
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Qp= Qu x A x Q
A=26,04ha = 0,2604km2
Q= 0,33cm
Qp= Qu . A x Q. Fp= 1,82m3/s/cm/km2 x 0,2604km2 x 0,33cm= 0,16m3/s
Verificações:
Velocidade ao longo da caixa de pré-tratamento=V= espaço / tempo
Portanto tempo= espaço / velocidade
Q= S x V
V= Q/S= 0,16 / (3,2 X 3)=0,017m/s <0,25m/s OK
9,6m
3,2m
3,00m
O vertedor tem 3,25m de largura por altura de água de 0,50m e como temos uma borda livre de 0,50m
teremos uma altura total de 0,50m + 0,50m= 1,00m.
Considerando a equação do vertedor:
Q= kw x L x H x(2gH) 0,5
Q= kw x L x 4,43x H 1,5
Kw=0,50
67-22
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L= 3,25m
H= 1,00m
Qs= 0,50 x 3,25 x 4,43 x 1,00 1,5 = 7,20 m3/s
O volume aproximado para a vazão de 7,2om3/s e considerando a base de 63min teremos no vertedor na
ocorrência da cheia denominada de “catastrófica”.
O volume na cota 740,90m é 7935m3 e o volume na cota 703,90m, soleira do vertedor é de 5292m3.
Sendo a diferença Vr= 7935-5292= 2643m3
Ve= Vr + Vs
Q= CIA / 360
Q= vazão de pico (m3/s)= 8,6m3/s
C= coeficiente de escoamento superficial= 0,22
I= intensidade de chuva (mm/h)
A= área da bacia em hectare= 26,04ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc=duração da chuva (min).
1747,9 . Tr0,181
540 =------------------------
(21 + 15)0,89
Tr= 65.000anos
Conclui-se que para a barragem em análise, o risco associado à vazão catastrófica é muito baixo.
67-23
Critério Unificado para Manejo das Águas Pluviais em Áreas Urbanas
Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
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Considerando que 70% das precipitações ocorrem de outubro a março (seis meses) e que cerca de
30% da precipitação resulta em escoamento superficial direto, temos:
67-24
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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Capítulo 68
Trash rack
68-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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68.1 Introdução
Sempre temos a possibilidade de entupimento de entrada de orifícios de lixo e resíduos e para
isto precisamos de proteção denominado trash rack.
O objetivo do trash rack é manter o lixo longe do orifício para que não haja entupimento e
que seja feita a remoção facilmente.
O trash rack também deve ser instalado em saída de tubulações ou canais onde haja a
possibilidade de entrada de pessoas ou animais, mas possibilitando a entrada de pessoas para a
manutenção.
O trash rack nada mais é que uma grade de ferro de seção retangular ou circular que circunda
o orifício para evitar o entupimento do mesmo.
Exemplo 68.1
Orifício de 1200mm que é 47” acharemos na Figura (68.1) a relação da área de 4.
4= Area do trash rack / Area do orifício
Área do orifício= PI x D2/4= 3,1416 x 1,2 2/4= 1,131m2
e portanto a área do trash rash será:
Area do trash rack = 4 x 1,131= 4,5m2
O espaçamento entre as barras de ferro do trash rack deve ser menor que o diâmetro do tubo e
sempre menor ou igual a 0,15m.
68-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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Para tubos maiores que 24” ou maiores que 600mm o valor da relação é constante e
igual a 4.
68-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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68-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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68-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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Sendo:
Hs= perda de carga (m)
K= 2,43 para forma retangular
K=1,83 para barras retangular com face semicircular
K=1,79 para barras circulares
x= máximo espaço aberto entre as barras (m)
V= velocidade de entrada (m/s)
θ= ângulo da grade com o horizonte.
g= aceleração da gravidade= 9,81m/s2
W= máxima largura da barra na direção do fluxo (m)
Geralmente o trash rack em uma entrada de uma tubulação está inclinado na relação: 2:1
(26,6⁰), 3:1 (18,4⁰) até 5:1 (11,3⁰) para facilitar o escorregamento do lixo para baixo e
consequentemente a manutenção da grade.
A limpeza geralmente é manual através de hastes. As grades podem também serem levantadas
para facilitar a limpeza.
Devemos supor nos cálculos que 40% ou 50% da area da grade está entupida.
Exemplo 68.1
Inclinada de 18,4⁰, ou seja, 3 na horizontal e 1 na vertical.
Portanto, a perda de carga devido ao trash rack será somente de 0,08m que é muito pouco.
68-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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68.3 Perda de carga pela fórmula do United States Army Corps of Corps of Engineers, USACE,
1988
Para barras de aço instaladas na posição vertical e pode ser usada para posição inclinada
multiplicando pelo seno do ângulo da grade com a horizontal.
Hs= K ( V2/ 2g)
Sendo:
Hs= perda de carga (m)
K= dado por uma equação da Tabela (68.1)
V= velocidade de entrada (m/s)
g= aceleração da gravidade= 9,81m/s2
Tabela 68.1- Forma das barras e equações correspondentes conforme Corps of Engineers (HDC, 1988)
Forma da barra de aço Equação
Forma retangular com comprimento/espessura=10 K=0,00158 ‐ 0,03217. R + 7,1786 R2
Forma retangular com comprimento/espessura=5 K= ‐0,00731 + 0,69453. R + 7,0856 R2
Forma retangular arredondada com K= ‐0,00101 ‐ 0,02520. R + 6,0000 R2
comprimento/espessura=10,9)
Secção circular K=0,00866 + 0,13589. R + 6,0357 R2
R= area das barras de aço/ area da grade
H= K V2/2g
Exemplo 68.2
Barras circulares, D=1,20m
K=0,00866 + 0,13589. R + 6,0357 R2
Inclinada de 18,4⁰, ou seja, 3 na horizontal e 1 na vertical.
68-7
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Capitulo 68- Trash rack
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68.4 Manutenção
As grades podem ser verticais ou inclinadas. Geralmente as grades são inclinadas para facilitar a
retirada da sujeira que fica aderida à mesma.
A grade poderá ser retirada manualmente ou mecanicamente para facilitar a limpeza.
As vezes as grades podem ser dimensionadas para sofrerem colapso quando contiverem muita
carga de lixo ou quando pessoas ficam presas as mesmas.
De modo geral as grades são dimensionadas para carga viva maiores que 1.389 kg/m2.
68.5 Orifício
O orifício pode ser circular ou retangular e é calculado com a Equação:
Q= Cd x A x (2 g h ) 0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
A= área= π D2/4 (para orifício)
D= diâmetro (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81 m/s2
h= altura média da lâmina de água em relação ao eixo da tubulação de saída (m)
O orifício geralmente é usado na parte inferior dos reservatórios de detenção para o
escoamento da vazão de pré-dimensionamento.
68-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 68- Trash rack
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68-9
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Capítulo 69
Curva de remanso
69-1
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Capitulo 69- Curva de remanso
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69.1 Introdução
O objetivo é o cálculo da curva de remanso quando o movimento é uniforme e
gradualmente variado.
Primeiramente vamos recordar alguns conceitos fundamentais da hidráulica, tais como, altura
normal yn, altura crítica yc, número de Froude, velocidade critica e declividade crítica.
Time
Steady Flow Unsteady Flow
Space
Uniform Flow Non Uniform Flow
69-2
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Equação da continuidade: Q= A x V
69-3
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Seção retangular
yc = ( / b2) 0,33 (Equação 69.2)
sendo b=largura do canal (m).
Exemplo 69.1
Calcular a altura crítica de um canal retangular com largura de 3,00m, vazão de 15m3/s.
Primeiramente calculamos
= Q / g = 15 2 / 9,81 = 22,94
2
Seção circular
yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25 (Equação 69.3)
sendo D o diâmetro da tubulação.
Exemplo 69.2
Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir uma vazão de
3m3/s.
Primeiramente calculamos
= Q2 / g = 32 / 9,81 = 0,92
yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25 = (1,01 / 1,50,26) . 0,92 0,25 = 0,97m
Portanto, a altura crítica no tubo é de 0,97m
Seção trapezoidal
Para a seção trapezoidal de um canal com base b e inclinação das paredes 1 na vertical e z na
horizontal, a altura crítica é:
yc = 0,81 . [ / (z 0,75 . b 1,25 )] 0,27 - (b/ 30z) ( Equação 69.4)
Exemplo 69.3
Achar a altura crítica de um canal trapezoidal com base de 3,00m, vazão de 15m3/s e declividade da
parede de 1 na vertical e 3 na horizontal ( z=3).
= Q2 / g = 152 / 9,81 = 22,94
yc = 0,81 . ( / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z = 0,81 . ( 22,94 / 3 0,75 . 3 1,25 ) 0,27 - 3/ 30.3 =
yc = 1,04- 0,03 = 1,01m
Portanto, a altura crítica é de 1,01m
69-4
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Capitulo 69- Curva de remanso
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DICA: não confundir profundidade hidráulica (Dh= A/B) com raio hidráulico (R= A/P).
Profundidade critica yc
Quando o número de Froude F=1 temos a velocidade crítica e a profundidade crítica.
Exemplo 69.4
Calcular a altura normal yn, altura crítica e número de Froude para canal prismático trapezoidal com
base Bo= 10,00m transportando vazão de 30m3/s. O talude tem 2H e 1V. O coeficiente de rugosidade
de Manning n=0,013 e declividade do canal igual a 0,001m/m.
Fórmula de Manning
b= base= 10,00m
z= 2
69-5
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n=0,013
S= 0,001 m/m
O cálculo é feito por tentativas usando a altura y.
Impomos um valor de y.
Calculamos a area A= (10 + 2y) y
Calculamos P= 10 + 2y (1+22) 0,5
Achamos R= A/P
Achamos V
V= (1/n) x R (2/3) x S 0,5
Compara-se Q com 30m3/s e dá-se outro valor de y até aproximação que queremos.
Conforme a Tabela (69.2) por tentativas achamos V=2,26m/s e yn= 1,10m.
Portanto, a profundidade normal yn=1,10m.
A profundidade normal yn é a profundidade no movimento uniforme em um canal livre.
69-6
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Exemplo 69.5
Calcular em um canal retangular que tem base B=5,00m, declividade So=0,005m/m e rugosidadee
n=0,030 a profundidade normal yn, a profundidade crítica yc e o número de Froude, sendo a vazão de
50m3/s.
Fórmula de Manning
R =A/P
R= 5y/ (5+2y)
V= (1/n) x R (2/3) x S 0,5
V= (1/0,030) x [5y/(5+2y)](2/3) x 0,005 0,5
Mas Q= A . V
V= Q/A
(Q/A)= (1/0,030) x [5y/(5+2y)](2/3) x 0,005 0,5
50= 5y (1/0,030) x [5y/(5+2y)](2/3) x 0,005 0,5
O cálculo é resolvido por tentativas usando planilha Excel achamos y= 3,34m e portanto a
profundidade normal yn= 3,34m.
Profundidade crítica
= α.Q2 / g = 1 x 502/ 9,81= 254,84
Seção retangular
yc = ( / b2) 0,33 = = (254,84 / 52) 0,33 = 2,15m
sendo b=largura do canal (m).
Número de Froude
F= V/ (g x Dh) 0,5
Dh= A/ T= A/ B= 5 x 3,34/ 3,34= 5
V= Q/ A= 50 / (5 x 3,34)= 2,99m/s
F= V/ (g x Dh) 0,5
F= 2,99/ (9,81 x 5) 0,5
F= 0,42 que é menor que 1, ou seja, estamos em regime subcritico ou regime fluvial.
69-7
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Simple Example
– Backwater – y above normal depth – mild slope
Normal Depth
River Level
Channel/River
Muhammad@ump.edu.my
Figura 69.2- Movimento unifoirme gradualmente variado causado por uma barragem
Quando um canal descarrega o volume de água em queda livre teremos também uma
curvatura na superficie da corrente líquida e isto é também o movimento uniforme gradualmente
variado conforme Figura (69.5) e (69.6).
Caso haja uma obstrução em um canal como uma comporta como a Figura (69.3) que se
fecha, criará um remanso e também um movimento uniforme gradualmente variado.
69-8
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Simple Example
– Backwater – y above normal depth – mild slope
Normal Depth
River Level
Channel/River
Muhammad@ump.edu.my
Figura 69.3- Movimento unifoirme gradualmente variado causado pela abertura de uma
comporta
Quando as águas de um canal é lançada ao mar ou num grande lago, haverá um remanso
conforme Figura (69.4).
Simple Example
– Drawdown – y above normal depth – mild slope
Profile ?
Normal Depth
River Level
Sea Level
Channel/River
Reservoir/Sea
Muhammad@ump.edu.my
Figura 69.4- Movimento unifoirme gradualmente variado causado pela descarga de um rio no
mar ou um lago
69-9
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Normal Depth
River Level
Channel/River
Muhammad@ump.edu.my
69-10
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Na Figura (69.6) temos um perfil onde são mostrados vários tipos de escoamento. Assim o
curso de água no canal tinha no inicio movimento uniforme que se pode ver com as letras UF. Depois
antes de chegar a queda livre tem movimento uniforme gradualmente variado representado pelas
letras GVF.
Após a queda teremos um ressalto hidráulico representado pelas letras GVF. Depois volta para
movimento uniforme gradualmente variado GVF e novamente torna-se uniforme com as letras UF.
Figura 69.6- Movimento unifoirme gradualmente variado em queda livre, seguido por ressalto
hidraulico e movimento unifoirme gradualmente variado.
69-11
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69-12
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Procuramos mostrar outras curvas cujos resultados são identicos como as Figuras (69.9) e (69.10).
69-13
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12 distinct
configurations for
surface profiles in
GVF.
It should be
noted that a
continuous flow
profile usually
occurs only in
one zone
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Muhammad@ump.edu.my
Existem duas declividades, uma do fundo do canal denominado So e outra da linha de água
denominada Sf.
É importante comentar que as equações do movimento uniforme gradualmente variado são
feitas para declividade inferiores a 5% mas podendo chegar até 10%. Para declividades acima de 10%
cálculos especiais deverão ser feitos.
Os métodos mais comuns para se obter a curva do movimento uniforme gradualmente variado
são 5, a saber:
1. Integração direta
2. Integração numérica
3. Direct step method
4. Método gráfico de integração
5. Métodos numéricos usados em programas de computador
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Y1 + V2/ 2g + Z1 = Y2 + V2/ 2g + Z2 + HL
A energia E= y + V2/2g
Portanto:
E1= Y1 + V12/2g E2= Y2 + V22/2g
E1 + So. ∆x= E2 + Sf .∆ x
Sf = (Sf1 + Sf2)/2
O valor de Sf pode ser obtido pela fórmula de Manning explicitando o valor de Sf.
Uma recomendação feita por Chaudhry, 1993 é que calcula-se a profundidade normal yn e
quando vamos usar os cálculos vamos até um valor 10% a mais, isto é, yn = 1,10 x yn.
69-17
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Vamos elaborar uma tabela de calculo com explicações detalhadas de CHAUDHRY, 1993
cujos cálculos estão na Tabela (69.3).
Coluna 1:
Começamos pela seção 2 e colocamos o valor conhecido que é 5,00 e vamos diminuindo até
chegar ao valor de 10% a mais do yn e então usaremos yn = 1,10 x 1,10= 1,21m-
Uma outra observação é que como a contagem será para a montante o valor de x será
negativo.
Verificar que os intervalos não são iguais, pois conforme vai se aproximando da profundidade
normal vamos diminuindo os intervalos. Não há regra geral para isto.
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Coluna 2-
Trata-se da área molhada A em m2 que é a profundidade B multiplicado pela altura y da
coluna 1
Coluna 3
É o calculo do raio hidraulico que é o quociente entre A dividida pelo perimetro molhado
P.
R= A/ (B + 2 x y)
Coluna 4
É a velocidade calculada pela fórmula de Manning.
Coluna 5
É o cálculo de Sf = n2 x V2/ R 1,33
Coluna 6
É o cálculo de Sf´ (Sf linha).
Coluna 7
É a diferença So – Sf
Coluna 8
É o cálculo da energia E
E= Y + α x V2/ 2g
69-20
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Coluna 9
É a diferença ∆ E= E2 – E1
Coluna 10
É o cálculo de de ∆ x= x2 – x1
Dividimos a coluna 9 pela coluna 7.
∆x= (E2 – E1) / (So – Sf)
Coluna 11
É a distância x2 onde ocorrerá a profundidade y. É obtida algebricamente somando ∆x
da coluna 10 com o valor anterior de x2.
Exemplo 69.7
Vamos calcular a curva do remanso do movimento uniforme gradualmente variado de um canal
retangular com vazão Q=3m3/s e largura de 2,00m e n=0,015 para concreto. Determinar o remanso
causado por uma pequena barragem de 1m de altura, sendo a declividade So= 0,0005m/m e a
profundidade normal yn= 1,43m.
Figura 69.12- Seção do canal com a pequena barragem. Fonte: Baptista et al, 2001.
Na seção da barragem o veio liquido cae em queda livre e teremos então a altura yc.
69-21
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Calculo de ∆x
∆x= (E2 – E1) / (So – Sf)
∆x= (1,49 – 1,65) / (0,0005- 0,00043) = - 2286m
O sinal menos significa que está a montante 2.286m até encontrarmos a profundidade normal yn=
1,43m.
sendo:
Dr= profundidade do reservatorio (m)
Vr= velocidade no reservatorio (m/s) suposto Vr=0
De= profundidade do canal de entrada (m)
he= perda de carga na entrada (m)
69-22
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 69- Curva de remanso
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Figura 69.14 – Perfil de uma entrada em um canal para escoamento subcrítico e supercrítico.
Fonte Gribbin, 2009
69-23
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 69- Curva de remanso
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yb≈ 0,72 yc
Lc≈ 3,5 yc
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 69- Curva de remanso
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Todos estes problemas foram resolvidos usando medidor de escoamento em regime crítico
que é a calha Parshall que produz pequena perda de carga e apresenta uma apreciavel precisão para
uma ampla escala de vazões. Foi Ralph Leroy Parshall (1881-1960) quem inventou a calha Parshall
para o Serviço de Irrigação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos conforme citado
pelo professor Carlos Fernandes.
A calha Parshall conforme Fox et al, 1983 possui três seções básicas.
Na primeira seção temos uma base plana e há um estreitamento e depois há um escoamento
com grande declividade para criar um regime critico e depois teremos novamente um escoamento
plano.
Medimos o valor ya e achamos a vazão pela equação:
Q= 2,2 x b x ya (3/2)
Sendo:
Q= vazão em m3/s
b= largura da garganta (m)
ya= altura do nivel de água no ponto “a”
As dimensões da calha Parshall são padronizadas.
69-25
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 69- Curva de remanso
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69-26
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Capitulo 70- Bibliografia e livros consultados
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Capítulo 70
Bibliografia e livros consultados
70-1
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70-2
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Capitulo 70- Bibliografia e livros consultados
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de junho de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
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70-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 70- Bibliografia e livros consultados
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70-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 70- Bibliografia e livros consultados
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