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aplicações da Hidrologia,
proporcionando aos
leitores, notadamente
alunos de Engenharia Civil,
uma percepção mais nítida
da ampla gama de
interesses para a gestão
dos recursos hídricos a
partir da compreensão do
comportamento das águas
nos processos que
integram o ciclo
hidrológico.
Ele está concebido e
estruturado na perspectiva
de favorecer os estudos
introdutórios e,
principalmente, estimular o
aprofundamento por parte
do leitor em fontes mais
avançadas para o efetivo
domínio da matéria e
aquisição de competências
profissionais.
Na Parte 1, estão
apresentadas 50
aplicações hidrológicas,
com o substrato teórico
essencial no seu
desenvolvimento.
Na Parte 2, questões com
assertivas para validação
ajudam o leitor na sua
autoavaliação de
conhecimentos
específicos.
Hidrologia na prática
ANÍSIO DE SOUSA MENESES FILHO
Hidrologia na prática
Apresentação
Hidrologia na prática
Agradecimentos
_____________________________________________________________________
M543h Meneses Filho, Anísio de Sousa
Hidrologia na prática [recurso eletrônico] / Anísio de Sousa
Meneses Filho. __ Fortaleza, 2021.
13 Mb : ePUB
CDU: 556
CDD: 551
_____________________________________________________________________
Rejane Maria Façanha de Albuquerque
CRB – 3/679
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
ENSINANDO E APRENDENDO
Hidrologia na prática
Sumário
Hidrologia na prática
Parte 0
Estratégias eficazes de estudo num mundo
em transformação
O primeiro requisito para um estudo altamente eficaz e promissor, em qualquer área, é
o entusiasmo pelo conteúdo que está sendo aprendido, assimilado ou construído. Como
todo empreendimento, o estudo também precisa estar baseado em propósitos, e alguns
deles são imediatos para o aluno: conhecimento, compreensão, aplicação, avaliação,
análise e síntese integrativa1. Mais do que isso, porém, o alcance de uma competência é
o que desperta maior potencial de uma carreira profissional de sucesso. No caso
particular do engenheiro, a sua precípua vocação se orienta na solução dos problemas
do mundo de escassez, conflitos e demandas crescentes. Entusiasmo é uma palavra forte,
com uma carga semântica vistosa – afinal, quem se entusiasma conhece o potencial para
a superação das dificuldades.
1
São essas as habilidades no domínio cognitivo na taxonomia dos objetivos educacionais, conhecida como taxonomia de
Bloom.
Anísio de Sousa Meneses Filho 7
assoreamento e degradação da qualidade das águas. Programas vigorosos de açudagem
e integração de bacias operam para prover segurança hídrica, sem o que a fixação das
atividades humanas (na agricultura, na pecuária, na indústria e na prestação de serviços)
se revela absolutamente inviável ou efêmera. Eis um tópico para deflagrar uma reflexão
importante e impulsionar o interesse proativo do aluno de engenharia.
Podemos citar, à guisa de ilustração, alguns canais para esse aproveitamento. O acesso à
base de dados da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) é sobremodo
facilitado com a ferramenta Hidroweb, integrante do Sistema Nacional de Informações
sobre Recursos Hídricos (SNIRH). Muitos estados da federação também disponibilizam
excelente acervo de dados e informações de interesse. A instituição americana USACE
(United States Army Corps of Engineers) disponibiliza o aplicativo multimodelo HEC-HMS
(Hydrologic Engineering Center – Hydrologic Modeling System) que permite a modelagem
e simulação de bacias hidrográficas, combinando processos de representação
alternativos para a transformação chuva-vazão, a propagação de cheias em rios e
reservatórios, incluindo ferramentas GIS (geographic information system). Ampliando
essa busca, convém conhecer a base de imagens georreferenciadas da USGS (United
2
Constitui uma metodologia ativa em que o aluno tem prévio acesso a material de estudo da próxima aula. Antes do encontro
presencial, o aluno lê, adquire uma visão (superficial, panorâmica) do assunto, relaciona as dúvidas, estabelece conexões e
se prepara para uma discussão com os seus colegas e professor.
A propósito, uma boa indicação de leitura, para melhor conhecimento da metodologia é o livro Sala de Aula Invertida: Uma
Metodologia Ativa de Aprendizagem, dos autores Jonathan Bergmann e Aaron Sams (editora LTC, 2016).
Anísio de Sousa Meneses Filho 9
States Geological Survey) – é possível aí baixar os arquivos para a exploração em práticas
utilizando o sistema HEC-HMS.
A seguir estão listados apenas alguns sítios de interesse na internet, que podem ser
acessados com frequência para o fortalecimento da compreensão sistêmica e ampliação
do leque de aplicações do conhecimento hidrológico:
10 Hidrologia na prática
Parte 1
Exercícios de aplicação
Aplicação 01
Tema: Delimitação de bacia hidrográfica com base nas curvas de nível
3
Talvegue significa ‘caminho das águas’ (do alemão: talweg – caminho do vale). Corresponde à linha de maior profundidade
no leito de qualquer curso de água (rio, riacho, córrego) e resulta do encontro de planos vertentes.
12 Hidrologia na prática
500
450
400
14 Hidrologia na prática
Aplicação 02
Tema: Delimitação da bacia hidrográfica pela configuração da rede de drenagem
Desenvolvimento
4
Esse é um padrão de drenagem em que as confluências se assemelham, quando vistas em planta, a dendron (galhos).
16 Hidrologia na prática
para contornar toda a rede de drenagem que estará no interior da bacia
conduzindo as águas até a seção de saída.
Ainda que não estejam explícitas as curvas de nível na figura acima, a trajetória da água
encontra-se retratada pelos talvegues interconectados que formam a rede de drenagem
responsável pela condução do escoamento até a seção de controle (ou exutório da bacia).
Então, já podemos elaborar o esboço dos divisores de água (um para cada bacia com
exutório indicado). É o que mostra a figura seguinte.
18 Hidrologia na prática
Aplicação 03
Tema: Delimitação da bacia hidrográfica por processo automatizado (computacional)
Considere a figura seguinte, em que a área em cinza representa a bacia contribuinte para
o açude Arneiroz II, na região hidrográfica do Alto Jaguaribe, no estado do Ceará.
5
Disponível para download em qgis.org/pt_BR/site/
6
Disponível para download em www.hec.usace.army.mil
Anísio de Sousa Meneses Filho 19
Desenvolvimento
20 Hidrologia na prática
O algoritmo consiste na geração de um arquivo de acumulação de fluxo
e, consequentemente, de um arquivo de drenagem.
USGS: s06_w041_1arc_v3
De 5 a 6o latitude sul
7
O aplicativo QGIS também está habilitado à delimitação da bacia. No entanto, a implementação dessa etapa é feita aqui
utilizando o HEC-HMS tendo em vista as funcionalidades adicionais para a simulação hidrológica de transformação chuva-
vazão e propagação de vazões, disponíveis nesse mesmo sistema.
Anísio de Sousa Meneses Filho 23
A preparação do modelo digital permite a implementação das rotinas
que identificam a direção e de acumulação do fluxo, com o divisor de
água circunscrevendo a área de drenagem objeto de estudo.
i. criar um projeto
ii. acrescentar um componente bacia (componentes > basin model
manager > new)
iii. acrescentar um componente terreno (em arquivo tif (ou geotif),
por exemplo) (componentes > current terrain data > new)
iv. vincular o componente terreno à bacia
v. preencher as falhas no perfil de elevação (GIS > preprocess
sinks)
vi. promover o reconhecimento da drenagem (GIS > preprocess
drainage)
vii. indicar a localização da seção de controle (GIS > break points
manager)
24 Hidrologia na prática
As ferramentas de GIS estão exibidas na aba do menu superior, como
mostram as figuras seguintes.
26 Hidrologia na prática
Aplicação 04
Tema: Caracterização física e morfológica da bacia
Fonte: https://earthexplorer.usgs.gov/
28 Hidrologia na prática
ࡷ é sempre maior ou igual a 1, pois o círculo constitui sempre a figura
geométrica de menor perímetro (a sua circunferência) para uma dada
área.
8
A classificação de Horton (1954) modificada por Strahler (1964) reflete o grau de ramificação da drenagem dentro da bacia
hidrográfica.
30 Hidrologia na prática
águas e com a propensão a depósito de sedimentos nas margens
convexas.
ࡸࢊ
ࡿ ൌ
ࡸ
Com os dados da bacia desta Aplicação, encontramos:
ǡ
ࡿ ൌ ൌ ǡ
ǡ
Sendo:
9
Álveo é o leito do rio (ou do curso de água)
10
Chézy (1718 – 1798), engenheiro francês, com grande contribuição na modelagem de canais abertos.
Anísio de Sousa Meneses Filho 31
esclarece, num exemplo compreendendo um curso de água em três
trechos.
ࡷ Ǥ ξ ǡ ૡ
ࡸ ൌ Ǥ ඨ െ ൬ ൰
ǡ ૡ ࡷ
ࡷ Ǥ ξ ǡ ૡ
ࡸ ൌ Ǥ െ ඨ െ ൬ ൰
ǡ ૡ ࡷ
ࡸ Ǥ ࡸ ൌ Ǥ ሺࡸ ࡸ ሻ ൌ ࡼ
ࡸ ൌ ǡ ૠ ࡸ ൌ ǡ ૡ
32 Hidrologia na prática
As áreas planimetradas entre as curvas de nível são as seguintes:
comprimento do
intervalo curva cota média área
curso d'água
de nível (m) (km²)
principal (km)
540 - 520 530 0,01 -
520 - 500 510 0,07 -
500 - 480 490 0,12 -
480 - 460 470 0,17 110
460 - 440 450 0,18 140
440 - 420 430 0,33 175
420 - 400 410 0,86 1050
400 - 380 390 1,33 2100
ࡿ ൌ ǡ ૡȀ
Curva hipsométrica
560
540
520
500
480
cota (m)
460
440
420
400
380
360
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
porcentagem da área total
34 Hidrologia na prática
Aplicação 05
Tema: Balanço hídrico quantitativo
Desenvolvimento
11
Fonte: https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/bdclima/balanco/resultados/pb/554/balanco.html
Anísio de Sousa Meneses Filho 35
promovendo a segurança hídrica dos empreendimentos econômicos e
dos assentamentos humanos.
ࡼ െ ࡱࢀ െ ࡾ ൌ
36 Hidrologia na prática
de longo prazo. Campos (2009) esclarece adicionalmente o conceito de
balanço hídrico em cotejo com o novo conceito de potencial hidráulico.
Ele destaca, no balanço hídrico de horizonte longo de uma bacia
alimentada exclusivamente por ocorrências pluviométricas (premissa
modelar de bacia fechada), a precipitação média anual como sendo o
potencial hidráulico da bacia, o qual se reparte em potencial hidráulico
fixo e potencial hidráulico móvel. A primeira parcela se refere às águas
que retornam à atmosfera do mesmo local onde precipitaram – é o caso
da evapotranspiração (ET, das plantas e animais) e da evaporação (EV,
das águas superficiais e das depressões do solo). A outra parcela
(móvel) se refere às águas que se movimentam ao longo da bacia (na
superfície (R) e no subsolo (RS)), permanecendo disponível para uso no
âmbito da bacia. A expressão seguinte explicita essas parcelas:
ࡼ ൌ ሺࡱࢂ ࡱࢀሻ ሺࡾ ࡾࡿ ሻ
38 Hidrologia na prática
Nas expressões acima, a variável NAc é o negativo acumulado
(correspondente a (P-ETP) negativo).
ࡾࡹ ࡰ
À guisa de ilustração:
Em média, a CAD para solos argilosos é cerca de 3 vezes a CAD para solos arenosos,
assumindo, por hipótese, uma mesma profundidade específica. CAD média em solos
argilosos é da ordem de 2,0 mm/cm; assim, para a cultura de milho, em que a
profundidade específica do sistema radicular é da ordem de 50 cm, pode-se estimar
a CAD em cerca de 100 mm.
12
Denomina-se profundidade efetiva do sistema radicular da planta a extensão da camada superior do solo em que se
concentram cerca de 80% das raízes.
Anísio de Sousa Meneses Filho 39
Consideremos, para um melhor entendimento das premissas do método
T&M, um exemplo de quatro períodos sequenciais (com uma semana
de duração, cada um deles) para apuração do BHC, sendo a CAD igual
a 100 mm.
1ª. semana:
(P – ETP) = + 10 mm
ARMf = 100 mm (pois ARM CAD)
NAc= 0
ALT = ARMf – ARMi = 0
ETR = ETP = 30 mm
DEF = 0
EXC = 10 – 0 = 10 mm
2ª. semana:
(P – ETP) = - 25 mm
NAc= - 25 mm
ࡾࡹࢌ ൌ Ǥ ࢋିȀ ൌ ૠૡ
ALT = 78 – 100 = -22 mm
ࡱࢀࡾ ൌ ȁെȁ ൌ ૠ
DEF = 30 – 27 = 3 mm
EXC = 0
40 Hidrologia na prática
3ª. semana:
(P – ETP) = - 20 mm
NAc= - 25 + (-20) = -45 mm
ࡾࡹࢌ ൌ Ǥ ࢋିȀ ൌ
ALT = 64 – 78 = -14 mm
ࡱࢀࡾ ൌ ȁെȁ ൌ
DEF = 30 – 24 = 6 mm
EXC = 0
4ª. semana:
(P – ETP) = + 30 mm
ARMf = 64 + 30 = 94 mm
ૢ
ࡺࢉ ൌ Ǥ ൬ ൰ ൌ െ
ALT = ARMf – ARMi = 94 – 64 = + 30 mm
ࡱࢀࡾ ൌ
DEF = 0
EXC = 30 – 30 = 0
Assim, em maio:
(P – ETP) = 67 – 118 = - 51 mm
NAc= - 51 mm
ࡾࡹࢌ ൌ Ǥ ࢋିȀ ൌ
ALT = 60 – 100 = - 40 mm
ࡱࢀࡾ ൌ ૠ ȁെȁ ൌ ૠ
DEF = 118 – 107 = 11 mm
EXC = 0
42 Hidrologia na prática
ALT = 28 – 60 = - 32 mm
ࡱࢀࡾ ൌ ૡ ȁെȁ ൌ
DEF = 103 – 60 = 43 mm
EXC = 0
Considere uma bacia com 3 km² de área de drenagem e com evapotranspiração média
anual de 1000 mm. A precipitação média na região é de 1100 mm ao ano.
Estime a variação no deflúvio médio anual caso essa bacia venha a ser inundada em 5%
de sua área.
Desenvolvimento
ࡼ െ ࡱࢂ െ ࡾ οࡳ ൌ οࡿ com οࡳ ൌ e οࡿ ൌ
Antes:
Depois:
13
Distinguem-se os açudes intra e interanuais. Os açudes interanuais são projetados para a travessia de mais de um ano
hidrológico, sendo, portanto, de maior capacidade. Os açudes intra-anuais atendem apenas a demanda do período seco que
ocorre logo após o período chuvoso.
Anísio de Sousa Meneses Filho 47
Quanto mais água você guarda, mais água você perde!
ࢂ ൌ ࢼǤ ࡿǡ
14
Conforme Borges (2016), referindo-se à cota 100 do açude Castanhão.
15
Essa relação é abordada na Aplicação 32. O coeficiente E sintetiza a geometria do reservatório, desdobrado em dois
parâmetros de ajuste (D e K).
48 Hidrologia na prática
Adicionalmente, se correlacionarmos as áreas (em km²) das bacias de
drenagem dos principais açudes do Vale do Jaguaribe16, no Ceará, com
as vazões regularizadas (m³/s), o resultado não aponta um crescimento
proporcional, a menos que para alguns pequenos reservatórios.
16
Dados do Boletim Técnico do DNOCS 114, ano 1981.
Anísio de Sousa Meneses Filho 49
Fonte: Reservatórios do semiárido brasileiro, ANA (2017).
50 Hidrologia na prática
Aplicação 07
Tema: Estimativa da evapotranspiração potencial
Desenvolvimento
52 Hidrologia na prática
a umidade do ar, a velocidade do vento e a quantidade de horas diárias
de insolação.
17
Detalhamento dessas formulações pode ser encontrado em Collischonn (2015).
18
Conforme mencionado em http://hidrologia.usal.es/practicas/ET/ET_Hargreaves.pdf
Anísio de Sousa Meneses Filho 53
Tabela19 para extração de Ro
19
Disponível em hidrologia.usal.es/practicas/ET/ET_Hargreaves.pdf
54 Hidrologia na prática
Fonte: https://pt.weatherspark.com/y/31029/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Quixeramobim-Brasil-durante-
o-ano#Sections-Temperature (acesso em 8/8/2020)
20
Disponível em: cnpm.embrapa.br/projetos/bdclima/balanco/resultados/ce/48/balanco.html (acesso em 8/8/2020)
56 Hidrologia na prática
Aplicação 08
Tema: Estimativa da infiltração pelo modelo de Horton
Desenvolvimento
ࢌ ൌ ࢌ ሺࢌ െ ࢌ ሻǤ ࢋିǤ࢚
21
Campos (2009) define modelo como “conjunto de hipóteses sobre a estrutura ou o comportamento de um sistema físico
pelo qual se procuram explicar ou prever, dentro de uma teoria científica, as propriedades de um sistema”.
Anísio de Sousa Meneses Filho 57
ࢌ ିࢌ
ࡲ ൌ ࢌ Ǥ ࢚ Ǥ ൫ െ ࢋିǤ࢚ ൯
58 Hidrologia na prática
Na prática hidrológica, com o uso de um infiltrômetro de anéis circulares
concêntricos, podemos medir a taxa de infiltração sob condições
controladas para a calibração do modelo de Horton. Assim, obtemos os
parâmetros fo , fc e k.
Taxa inicial de
Tipo de solo infiltração (fo), em
mm/h
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
tempo (min)
60 Hidrologia na prática
Hietograma de projeto (TR 50 anos; duração da chuva: 120 minutos)
10,00
9,00
lâmina da chuva (mm)
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
tempo (min)
30,00
taxa de infiltração (mm/h)
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
tempo (min)
1,40
lâmina de infiltração (mm)
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
tempo (min)
Precicipitação efetiva
8,00
lâmina de chuva excedente (mm)
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
tempo (min)
Em síntese:
x lâmina total precipitada: 100,6 mm
x lâmina total infiltrada: 45,7 mm
x lâmina de precipitação efetiva: 54,9 mm
62 Hidrologia na prática
Aplicação 09
Tema: Preenchimento de falhas em arquivos de dados pluviométricos
Desenvolvimento
ࡺࢄ
ࡼࢄ ൌ ൬ Ǥࡼ Ǥࡼ Ǥࡼ ڮ Ǥࡼ ൰
ࡺ ࡺ ࡺ ࡺ
Sendo:
ࡼࢄ : precipitação (de preenchimento) no posto lacunoso
ࡺࢄ : precipitação média histórica registrada no posto lacunoso
ࡺ : média (mensal ou anual) no posto
ࡼ : precipitação (mensal ou anual) no posto
: quantidade de postos vizinhos utilizados na ponderação
64 Hidrologia na prática
No sistema Hidroweb, mantido pela ANA (Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico), podemos obter os dados referentes aos quatro
postos.
Posto Caiçara:
x Média em abril: 60,6 mm (15 anos)
Posto Altamira:
x Média em abril: 74,7 mm (20 anos)
Posto Carrapateiras:
x Média em abril: 81,4 mm (22 anos)
Posto Fazenda Poço da Pedra:
x Média em abril: 119,3 mm (7 anos)
Posto Açude Várzea do Boi:
x Média em abril: 101,3 mm (53 anos)
Posto Caiçara:
x Média em abril: 54,7 mm (12 anos)
x Total em abril de 2020: ?
AÇUDE VÁRZEA DO
ALTAMIRA CARRAPATEIRAS CAIÇARA
BOI
ano Total ano Total ano Total ano Total
2020 79,2 2020 77 2020 58,9 2020 49
2019 58,8 2019 60 2019 82,9 2019 59,4
2018 146,4 2018 112 2018 66,3 2018 106
2017 44,4 2017 27 2017 0 2017 35,8
2015 18,2 2015 18 2015 20 2015 30,6
2011 116,2 2011 124 2011 112,6 2011 71,8
2007 40,6 2007 77,6 2007 123,4 2007 33,8
2006 34,4 2006 75,2 2006 0 2006 129,4
2005 48,2 2005 47,6 2005 33,4 2005 0
2004 27,8 2004 52,8 2004 55,3 2004 56,4
2003 60 2003 22,4 2003 32,3 2003 32,2
2002 51,8 2002 132,4 2002 71 2002 64,8
média 60,5 média 68,8 média 54,7 média 55,8
66 Hidrologia na prática
Outra expressão também aplicável ao preenchimento de falhas é a que
se baseia na distância (L) de cada posto vizinho ao posto lacunoso.
Admite-se, nesse caso, um decaimento com o quadrado da distância no
peso atribuído para o cálculo da média. Assim:
ࡼ
σୀ ቆ ቇ
ࡸ
ࡼࢄ ൌ
σୀ ቆ ቇ
ࡸ
68 Hidrologia na prática
Verifique se há indícios de que esses postos integrem uma mesma região
hidrologicamente homogênea.
totais anuais de chuva (mm)
ano Aracati Quixeramobim São Benedito
2018 1042,6 703,5 703,5
2017 906 699,1 699,1
2016 331,6 394,6 394,6
2015 658,5 421,7 421,7
2014 624 401,6 401,6
2013 672,7 682,7 682,7
2012 375,4 270,2 270,2
2011 1282,4 1012,8 1012,8
2010 553,4 706,4 706,4
2009 1733,2 1107,5 1107,5
Desenvolvimento
70 Hidrologia na prática
A situação apresentada é passível de ajuste, o que deve ser feito, como
vimos, antes do processamento dos dados para a modelagem.
Sendo:
PC: precipitação acumulada com ajuste pela tendência desejada
PA: ordenada do gráfico na interseção das duas tendências (antiga e
atual)
AA: coeficiente angular da tendência a ser mantida (desejada)
AO: coeficiente angular da tendência a ser ajustada
PO: precipitação acumulada a ser ajustada
22
Como se depreende, essa não é uma regra absoluta. O ajuste deve ser feito com respeito ao período que se avalia mais
correto ou confiável.
72 Hidrologia na prática
A análise dos valores anuais de chuva revela um coeficiente de
correlação23 de 0,899, entre os postos de Aracati e Quixeramobim.
Quando, porém, se comparam os valores mensais de chuva, nos 10
anos analisados, esse coeficiente de correlação diminui para 0,876.
Quixeramobim está localizado no Sertão Central, enquanto Aracati está
no litoral. Isso tende a estabelecer diferenciações hidrológicas
importantes no semiárido.
23 ഥሻǤሺ࢟ି࢟
σሾሺ࢞ି࢞ ഥሻሿ
Recordando: ࢉ࢘࢘ࢋሺࢄǡ ࢅሻ ൌ ഥe࢟
, onde ࢞ ഥ as médias das amostras correlacionadas.
ഥሻ Ǥσሺ࢟ି࢟
ඥσሺ࢞ି࢞ ഥሻ
74 Hidrologia na prática
numa mesma região hidrológica. No período analisado, a precipitação
média anual em São Benedito foi mais do que o dobro daquela registada
em Quixeramobim; e cerca de 60% maior do que a observada em
Aracati. Com efeito, a região serrana (onde está o posto de São
Benedito) apresenta um microclima bastante diferenciado, quando em
comparação com o do sertão (onde se encontra o posto de
Quixeramobim) ou com o do litoral (onde está o posto de Aracati).
20000
18000
16000
14000
12000
em mm
10000
8000
6000
4000
2000
0
0 5000 10000 15000 20000
precipitação acumulada no Posto A, em mm
18000
16000
14000
12000
em mm
10000
8000
6000
4000
2000
0
0 5000 10000 15000 20000
precipitação média acumulada nos postos A e B, em mm
78 Hidrologia na prática
Aplicação 11
Tema: Método de Thiessen
Estime a precipitação média para a bacia, nesse mês de abril, pelo método de Thiessen.
Desenvolvimento
Exemplo hipotético
80 Hidrologia na prática
A composição artística que ilustra esta aplicação é conhecida como
diagrama de Voronoi (ou tesselação de Voronoi), desenvolvido a partir
de pontos aleatórios no plano da figura.
82 Hidrologia na prática
Anísio de Sousa Meneses Filho 83
Aplicação 12
Tema: Método das isoietas
Estime a precipitação média, nessa bacia, pelo método das isoietas. A figura encontra-se
em escala gráfica, porém as áreas não estão explícitas.
Desenvolvimento
ࡼ ൌ ૠૠ
86 Hidrologia na prática
Aplicação 13
Tema: Estimativa do tempo de concentração
Considere uma bacia rural com 50 hectares de área de drenagem, cuja seção exutória
encontra-se na cota 250m. O seu curso de água principal tem nascente na cota 260m e
se estende por 1 km no interior dessa bacia.
Estime o tempo de concentração da bacia, identificando uma expressão empírica
adequada.
Desenvolvimento
24
Alguns dos conceitos aqui mencionados serão ainda explorados em Aplicações deste livro.
Anísio de Sousa Meneses Filho 87
As figuras seguintes exibem hidrogramas que permitem identificar o
tempo de escoamento, assim como o tempo de concentração referente
à área de drenagem na seção de controle.
Kirpich
Onda cinemática26
Dooge
Corps of Engineers
Carter
25
Em áreas urbanas, o tempo de concentração pode ser dividido em duas parcelas. A primeira se refere ao tempo até a água
atingir a rede de drenagem; a segunda se refere ao tempo de translação no interior da rede de drenagem (canais, galerias).
Porto (2005).
26
Particularmente indicada para áreas de contribuição muito pequenas, onde predomina o escoamento em superfície. No
entanto, o trabalho de Silveira (2005) revelou um bom desempenho da expressão de onda cinemática em áreas maiores.
Anísio de Sousa Meneses Filho 89
Sendo tc o tempo de concentração (em h); S a declividade (em m/m); A a área da
bacia (em km²); L o comprimento do talvegue (em km); i a intensidade da chuva
(em mm/h); n a rugosidade de Manning (em s.m-1/3).
Diversos estudos, entre eles Akan (1993) e Walesh (1989) apud Canholi
(2016), orientam o cálculo sob o enfoque cinemático, contemplando
três parcelas na composição do tempo de concentração. São elas:
tempo de escoamento em superfície (࢚࢙ ), tempo de escoamento em
canais rasos (࢚ ) e tempo de escoamento em canais ou galerias (࢚ ).
࢚ ൌ ࢚࢙ ࢚ ࢚
ࡸ
࢚ ൌ (tempo em horas)
Ǥ࢜
ࡸ
࢚ ൌ (tempo em horas)
Ǥ࢜
Ȁ Ȁ
࢜ൌ Ǥࡾ Ǥࡿ
ࢎ
90 Hidrologia na prática
A estimativa pelo método cinemático toma por base a velocidade do
fluxo ao longo dos canais, o que tende a conferir-lhe um caráter
fisicamente mais consistente, apoiado na hidráulica de canais. Essa
velocidade pode ser estimada pela fórmula de Manning, a partir da
rugosidade média do leito, na declividade e do raio hidráulico médio das
seções em cada trecho. Então, estima-se o tempo de viagem como a
razão entre o comprimento do trecho e a velocidade de escoamento,
comparando-se, em seguida, os tempos nos diversos caminhos que
levam a água de uma nascente até a foz da bacia. O tempo de
concentração dessa bacia corresponde ao maior tempo de viagem total
(que, normalmente, coincide com o do caminho mais extenso). Assim:
ࡸ
࢚ ൌ
࢜
ୀ
27
Silveira (2005)
92 Hidrologia na prática
Aplicação 14
Tema: Relação intensidade-duração-frequência
Desenvolvimento
ൌ ࢇǤ ࢚࢈ (equação de Montana)
28
Uma boa e sucinta descrição do procedimento é apresentada em Silva et al. (2013).
Anísio de Sousa Meneses Filho 93
ࢇǤࢀࡾ࢈
ൌ (equação de Talbot)
ࢉା࢚
ࢇǤࢀࡾ࢈
ൌ (equação de Keiffer e Chu)
ሺࢉା࢚ሻࢊ
ሺሻൌሺȀሻሺሻൌሺȀሻሺሻȀͲ
A relação IDF de Fortaleza (CE) é a seguinte29:
29
Silva et al. (2013).
94 Hidrologia na prática
Curvas IDF de Fortaleza
100
90 TR 5 anos
80 TR 10 anos
intensidade (mm/h)
70 TR 25 anos
60 TR 50 anos
50 TR 100 anos
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1.000 1.200 1.400
duração (min)
160
140
120
altura (mm)
100
80 TR 5 anos
60 TR 10 anos
TR 25 anos
40
TR 50 anos
20
TR 100 anos
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
duração (min)
Estime o tempo de retorno das precipitações diárias máximas 151,8 mm e 111,0 mm,
registradas em Teresina, respectivamente, nos anos de 1967 e 1991.
Desenvolvimento
30
Ordem crescente de valores para inferir a probabilidade de não superação; ordem decrescente de valores para inferir a
probabilidade de superação. Trabalharemos aqui com esta última.
Anísio de Sousa Meneses Filho 97
pois reside aí o tamanho do risco hidrológico31 aceito pelo tomador de
decisão.
ࢀࡾ ൌ
ିǡ
ି
California: ࡼሺࢄ ࢞ሻ ൌ ou ࡼሺࢄ ࢞ሻ ൌ
ࢀࡾ ൌ ou ࢀࡾ ൌ
ି
ିǡ
Gringorten: ࡼሺࢄ ࢞ሻ ൌ
ାǡ
ǡ
ࢀࡾ ൌ
െ ǡ
Weibull: ࡼሺࢄ ࢞ሻ ൌ
ା
ࢀࡾ ൌ
Sendo i a ordem da vazão, classificada decrescentemente; n o número
de elementos (anuais) da série.
Atenção!
31
O tema risco hidrológico é abordado na Aplicação 34.
32
Não existe um critério rigidamente estabelecido para a escolha de uma ou outra dessas equações.
98 Hidrologia na prática
Quando, porém, a série é de valores mínimos a classificação se faz da
ordem crescente (do menor para o maior).
Considere um estudo hidrológico que está sendo desenvolvido em Aracati (CE). O ajuste
a um modelo probabilístico33 indicou que a altura da chuva diária com período de retorno
de 50 anos é de 165,4 mm; e para período de retorno de 100 anos é de 180,8 mm.
Estime, então, para aquele local, a chuva de duração 1 h para os períodos de retorno de
50 anos e 100 anos.
Desenvolvimento
33
A estimativa da chuva diária com base em modelo probabilístico está detalhada na Aplicação 38.
Anísio de Sousa Meneses Filho 101
Torrico (1974) propôs relações entre chuvas intensas de diferentes
durações para todo o território brasileiro, que fora então repartido em
oito isozonas (ou seja, regiões de igual comportamento de chuvas
intensas).
34
Evidentemente, todo esse processo pode ser automatizado em aplicativos computacionais. A propósito, isso já está
disponível para algumas localidades. No entanto, academicamente, a melhor compreensão do procedimento se alcança pela
apreciação das etapas envolvidas.
102 Hidrologia na prática
A chuva de 24 horas é extraída de pluviograma (com registro contínuo).
A relação que se estabelece entre a lâmina da chuva de 24 horas e a da
chuva diária é igual 1,095, ou seja, cerca de 10% superior ao obtido
em estações pluviométricas35.
35
Conforme Batista (2018)
Anísio de Sousa Meneses Filho 103
As novas relações que se estabelecem entre a chuva de diversas
durações menores e a de 24 horas (rmin,24h) estão apresentadas no
artigo referenciado.
Esses valores são considerados sem redução para áreas de até 25 km².
Desenvolvimento
36
Technical Reference Manual – HEC-HMS (2000).
106 Hidrologia na prática
A figura seguinte apresenta o critério de redução da chuva pontual
adotado no sistema HEC-HMS, da USACE.
Chuva pontual:
ࡼࢇ࢙ǡࢎ࢘ࢇ࢙ ൌ ǡ ૢ ൈ ૡǡ ૡ ൌ ૢૡǡ
ࡼࢇ࢙ǡࢎ࢘ࢇ࢙ ൌ ǡ ൈ ૢૡǡ ൌ ૠૢǡ ૡ
Elabore, com base no método dos blocos alternados, o hietograma de projeto com
discretização de 5 min, para a chuva de duração 1 hora e tempo de retorno de 25 anos.
Desenvolvimento
37
SILVA et al. (2013)
Anísio de Sousa Meneses Filho 109
200
180
160
Intensidade (mm/h)
140
120
100
80
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100 120
tempo (min)
t (min) Pac (mm) P (mm) t (min) Pac (mm) P (mm) t (min) Pac (mm) P (mm)
5 14,34 14,34 25 46,86 5,88 45 63,24 3,32
10 25,27 10,93 30 51,86 5,00 50 66,20 2,96
15 33,93 8,66 35 56,16 4,30 55 68,86 2,66
20 40,98 7,05 40 59,92 3,76 60 71,26 2,40
Desenvolvimento
38
Atualmente, NRCS (Natural Resources Conservation Service). O modelo SCS foi concebido e desenvolvido, a partir dos anos
1950, pelo Serviço de Conservação do Solo (SCS - Soil Conservation Service), órgão do Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos da América.
112 Hidrologia na prática
vazões e se promoverem as adequações no sistema de condutos
pluviais de microdrenagem ou nos dispositivos de detenção, evitando-
se os transtornos associados aos alagamentos e às inundações,
notadamente em áreas de ocupação urbana.
S
ࡼࢋࢌ ࡲࢇ
ൌ
ࡼࢋࢌ ࡲࢇ ࡿ
ሺࡼࢇࢉ െ ࡵࢇ ሻ
ࡼࢋࢌǡࢇࢉ ൌ
ࡼࢇࢉ െ ࡵࢇ ࡿ
Anísio de Sousa Meneses Filho 113
Evidentemente, a expressão acima só é válida se Pac for maior do que Ia.
Conforme Canholi (2016), a abstração inicial (Ia) abrange a parcela de
chuva interceptada pela vegetação, ou retida em depressões do
terreno, infiltrada ou evaporada antes do início do deflúvio. Enquanto
não forem atendidas essas perdas iniciais, nada sobra para escoar
superficialmente.
Em breve síntese:
x solos argilosos apresentam CN maiores do que os solos arenosos
x superfícies mais impermeáveis apresentam CN maiores dos que as
superfícies mais permeáveis
x solos na condição de umidade no ponto de murcha apresentam CN
menores do que os solos na condição de umidade na capacidade
de campo
Estime, pelo método racional, a vazão máxima para o tempo de retorno de 20 anos, numa
bacia hidrográfica de Fortaleza (CE), com as seguintes características:
A bacia contribuinte apresenta 20% de área verde (parque de lazer) e o restante com
construções residenciais e ruas pavimentadas.
Desenvolvimento
Para o profissional da Hidrologia, constitui ainda uma (enorme) dificuldade reunir dados
históricos consistentes em séries temporais de vazão que correspondam ao seu local de
estudo ou mesmo próximo a ele. A estratégia saneadora consiste em estabelecer
modelos de transformação chuva-vazão. Assim, a partir de registros de precipitação
(tipicamente mais extensos no tempo e de melhor distribuição espacial), a vazão pode
ser estimada com razoável confiabilidade, a depender do critério de calibração e
otimização dos parâmetros modeladores.
118 Hidrologia na prática
Para a estimativa da vazão de cheia de projeto estão disponíveis
métodos diretos e métodos indiretos. Os primeiros se baseiam
exclusivamente na análise e síntese preditiva de dados históricos de
vazão, com o ajuste de alguma função de distribuição de probabilidade.
Já os métodos indiretos aproveitam as características locais (ou tão
próximo quanto possível) das chuvas intensas, para obtenção de uma
relação consistente entre as entradas e saídas de água da bacia. Nessa
perspectiva, todo o esforço se orienta para uma boa caracterização da
bacia e da chuva.
39
Campos (2009) esclarece que o limite de aplicabilidade desse método não é consensual. A tendência é aceitar, como limite
superior, área de 2,5 km². No entanto, valores variando de 0,65 a 12,5 km² podem ser encontrados na literatura.
40
Conforme Gribbin (2014), o método racional não detalha o escoamento antes ou depois do pico de vazão, limitando-se a
calcular a maior vazão produzida por uma determinada bacia hidrográfica após um evento de chuva. Esse método não se
propõe, a rigor, à elaboração de hidrograma correspondente ao evento de precipitação.
120 Hidrologia na prática
uma chuva uniformemente distribuída temporal e espacialmente). A
razão entre o deflúvio e a intensidade de chuva passou a ser chamada
de valor racional, dando origem à fórmula do método racional. O
parâmetro adimensional C, nessa compreensão, traduz a fração da área
impermeável da bacia.
41
Tomaz (2011)
42
Porto (1995)
Anísio de Sousa Meneses Filho 121
O tempo de duração da chuva a ser considerado é o próprio tempo de
concentração da bacia.
43
O método racional modificado expande o método racional original para permitir o uso de um hidrograma na estimativa de
uma bacia de detenção. Esse método embute as mesmas limitações do método racional (original), sendo aplicável a
pequenas bacias hidrográficas.
122 Hidrologia na prática
Para o coeficiente de escoamento superficial direto, Porto (1995)
orienta a utilização de tabelas típicas referidas à ocupação do solo,
porém ajustadas pelo tempo de retorno, quando superior a 10 anos.
Assim:
TR CTR / C10
20 1,08
25 1,10
50 1,18
100 1,27
ൌ ǡ ǡ ૢǤ ࡵ
44
Campos (2009).
124 Hidrologia na prática
Distribuição Distribuição
Processos de Processo de
Tamanho da bacia temporal da espacial da
acumulação escoamento
chuva chuva
Pequena escoamento
constante uniforme negligenciáveis
(A < 2,5 km²) difuso
escoamento
Média difuso e
variável uniforme negligenciáveis
(2,5 km² < A < 100 km²) escoamento
em canais
escoamento
Grande difuso e
variável váriável importantes
(A > 100 km²) escoamento
em canais
Vamos aos cálculos, então, com base nos elementos fornecidos nesta
Aplicação!
Consideremos, à luz dos valores tabelados, a área verde com C igual a 0,2 e a
área construída com C igual a 0,6.
Desenvolvimento
O hidrograma unitário de uma bacia pode ser obtido a partir dos dados
de chuva e vazão, desde que esses dados existam e estejam
disponíveis.
45
Collischonn (2015)
128 Hidrologia na prática
ࡽ ࢚ ǡૠ ࢚
ିǡૠǤቀ ቁ
ൌ ࢋǡૠ Ǥ ቈ൬ ൰ Ǥ ࢋ ࢚ࡼ ൨
ࡽࡼ ࢚ࡼ
࢚ࢋ ൌ ǡ ૠǤ ࢚
ǡ ૡǤ Ǥ ࢎࢁ
ࡽ ൌ
࢚Ԣ
Sendo ࢚࢘ a duração da chuva (em h); t’p o tempo de pico medido a partir
do início da chuva (em h); tp o tempo de pico medido a partir do
centroide da chuva (em h); ࢚ࢋ o tempo de recessão (em h); qp (em
m³/(s.mm)) a vazão de pico (do hidrograma triangular unitário)
46
Comumente, adota-se a lâmina unitária de 10 mm, porém um valor diferente pode ser de escolha do usuário.
130 Hidrologia na prática
O hidrograma unitário triangular tem o seguinte aspecto:
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0 50 100 150 200 250 300
tempo (min)
25
20
15
10
5
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
tempo (min)
Desenvolvimento
Aditividade (superposição)
ൌെ
Note-se que o hidrograma gerado (matriz coluna da direita) apresenta 10 elementos (Qt).
De fato: 10 = 3 + 8 – 1.
35
altura de chuva (mm)
30
25
20
15
10
0
15 30 tempo (min) 45 60
16
14
12
10
8
6
4
2
0
15 30 tempo (min) 45 60
t (min) P (mm)
15 2,29
30 17,82
45 7,98
A vazão máxima produzida pela chuva efetiva é de 93,63 m³/s, aos 120 minutos
após o início da chuva e aos 105 minutos após o início do escoamento superficial.
0,40
12,0
vazão (m³/s)
10,0 0,30
8,0
6,0 0,20
4,0
0,10
2,0
0,0 0,00
0 1 2 3 4 0 2 4 6 8 10
tempo (h) tempo (h)
Hidrograma total
12,00
10,00
8,00
vazão (m³/s)
6,00
4,00
2,00
0,00
0 2 4 6 8 10 12
tempo (h)
tempo (h) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
precipitação
0 10 15 5
efetiva (mm)
vazão total
0,20 1,40 4,40 8,38 10,63 9,57 7,32 5,07 2,62 0,86
(m³/s)
vazão de base
0,20 0,20 0,25 0,30 0,30 0,30 0,35 0,40 0,40 0,40
(m³/s)
10,00
8,00
vazão (m³/s)
6,00
4,00
2,00
0,00
0 2 4 6 8 10 12
tempo (h)
Hidrograma Unitário
(Precipitação unitária: 1mm; 1h)
0,450
0,400
0,350
0,300
vazão (m³/s)
0,250
0,200
0,150
0,100
0,050
0,000
1 2 3 4 5 6 7
tempo (h)
No rio Groaíras (da bacia do rio Acaraú), a montante do açude Edson Queiroz, encontra-
se instalada a estação fluviométrica Poço Comprido (código 35257000), conforme ilustra
a figura seguinte. De acordo com o Hidroweb (site ANA), a área de drenagem
correspondente é de 1.270 km².
Estime a vazão média mensal no ano de 2019, na seção A, também indicada na figura.
Correntino (2011) orienta que a relação acima deve ser aplicada quando
não houver grandes diferenças entre as áreas de drenagem das seções
ࡽࡼࡻ.ࡻࡻࡹࡼࡾࡵࡰࡻ ૠ
ൌ
ࡽ ૡ
ࡽ ൌ ǡ ૡǤ ࡽࡼࡻ.ࡻࡻࡹࡼࡾࡵࡰࡻ
desvio
2019 2018 2017 2016 2015 média
padrão
dez 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
nov 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
out 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
set 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
ago 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
jul 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
jun 0,049 0,000 0,000 0,000 0,000 0,010 0,022
mai 4,165 0,097 0,072 0,006 0,000 0,868 1,844
abr 30,319 34,088 2,210 1,746 0,069 13,686 16,975
mar 9,626 0,017 36,931 0,000 0,000 9,315 15,990
fev 0,105 0,008 0,034 0,148 0,000 0,059 0,065
jan 0,000 0,000 0,000 3,367 0,000 0,673 1,506
desvio
2019 2018 2017 2016 2015 média
padrão
dez 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
nov 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
out 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
set 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
ago 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
jul 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
jun 0,019 0,000 0,000 0,000 0,000 0,004 0,008
mai 1,583 0,037 0,027 0,002 0,000 0,330 0,701
abr 11,521 12,953 0,840 0,663 0,026 5,201 6,450
mar 3,658 0,006 14,034 0,000 0,000 3,540 6,076
fev 0,040 0,003 0,013 0,056 0,000 0,022 0,025
jan 0,000 0,000 0,000 1,279 0,000 0,256 0,572
Elabore, pelo método Muskingum, o hidrograma de cheia propagada para a seção B (de
jusante).
A calibração do modelo indicou, nesse trecho, os seguintes valores para os parâmetros:
K= 1,43 h e X = 0,20
Desenvolvimento
47
Referência ao rio Muskingum, situado no estado de Ohio (EUA). Esse método foi inicialmente apresentado por McCarthy.
48
De forma bem simples: ‘a variação do que fica é o que entra menos o que sai’.
148 Hidrologia na prática
ࡵ࢚ି ࡵ࢚ ࡻ࢚ି ࡻ࢚ ࡿ࢚ െ ࡿ࢚ି
െ ൌ
ο࢚
O armazenamento em canal compreende duas partes: uma em prisma
e outra em cunha. Isso torna a modelagem distinta daquela feita para
a propagação em reservatório, pois neste a parcela de armazenamento
em prisma não tem relevância (podendo, então, ser negligenciada no
processo de cálculo) – já que a superfície livre da água no reservatório
é aproximadamente plana e horizontal.
ࡿ ൌ ࡷǤ ࡵ
ࡿ ൌ ࡷǤ ࡻ
ࡿ ൌ ࢄǤ ࡿ ሺ െ ࢄሻǤ ࡿ
Ou seja:
ࡿ ൌ ࡷǤ ሾࢄǤ ࡵ ሺ െ ࢄሻǤ ࡻ ሿ
ࡿ࢚ ൌ ࡷǤ ሾࢄǤ ࡵ࢚ ሺ െ ࢄሻǤ ࡻ࢚ ሿ
49
A fórmula de Manning pressupõe escoamento permanente uniforme, porém pode servir aqui como uma primeira
aproximação na estimativa da velocidade e, consequentemente, do tempo de viagem no trecho (de rugosidade n, declividade
I e raio hidráulico da seção transversal Rh. Assim:
Ȁ
࢜ ൌ Ǥ ࡾࢎ Ǥ ࡵȀ
50
Ainda que o procedimento possa ser desenvolvido com ferramenta computacional ágil, novamente se recomenda aqui
que a implementação seja manual (com os recursos clássicos) pelo aluno, para consolidar mais eficazmente os conceitos e
os processos.
150 Hidrologia na prática
Certamente, a maior dificuldade do processo de cálculo reside na
estimativa dos parâmetros K e X. Dispondo-se de dados locais, a
calibração pode ser otimizada, com observâncias às restrições dos
valores que podem ser assumidos pelos parâmetros. Especial atenção
também deve ser dada à extensão do trecho e à discretização temporal
ο࢚, de forma a prover precisão e estabilidade no processamento
numérico computacional. A figura seguinte exibe a faixa de domínio dos
parâmetros do modelo Muskingum.
1 60 3,0 3,2
2 120 5,8 3,4
3 180 10,1 5,4
4 240 20,0 9,6
5 300 30,3 17,2
6 360 22,6 24,2
7 420 14,6 22,2
8 480 10,8 17,1
9 540 6,9 12,8
10 600 5,7 9,0
11 660 4,4 6,8
12 720 3,8 5,3
ǡ െ ǡ
ൌ ǡ
ǡ
ࣔࡽ ࣔࡽ ࣔ ࡽ
ࢉǤ ൌ ࣆǤ ࢉǤ ࡸ
࢚ࣔ ࣔ࢞ ࣔ࢞
sendo c a celeridade; P a difusividade hidráulica.
ࢊࡽ ࡽ
ࢉൌ e ࣆൌ
ࢊ ǤǤࡿ
51
O termo (ࡸ ) no segundo membro da equação da continuidade aparece se houver contribuição lateral, isto, vazão a ser
adicionada ao longo de percurso da propagação.
Anísio de Sousa Meneses Filho 155
ઢ࢚ ઢ࢚
ାǤࢄ ିǤࢄ
ൌ ઢ࢚ ࡷ ൌ ઢ࢚ ࡷ
ାǤሺିࢄሻ ାǤሺିࢄሻ
ࡷ ࡷ
ઢ࢚ ઢ࢚
Ǥሺିࢄሻି ࡷ Ǥቀ ࡷ ቁ
ൌ ઢ࢚ ൌ ઢ࢚
ࡷ
ାǤሺିࢄሻ ࡷ
ାǤሺିࢄሻ
ઢ࢞ ࡽ
ࡷൌ ࢄ ൌ ቀ െ ቁ
ࢉ ǤࢉǤࡿ Ǥο࢞
ઢ࢞ ൌ ࢉǤ ઢ࢚
ࡽ
ઢ࢞ ൏ Ǥ ൬ࢉǤ ο࢚ ൰
Ǥ ࡿ Ǥ ࢉ
52
Collischonn (2015) menciona 70% da vazão máxima como estimativa da vazão de referência.
53
Collischonn (2015).
156 Hidrologia na prática
função do tempo de ascensão do hidrograma (࢚ࡾ ), da vazão de
referência (ࡽ ), da celeridade (c), da declividade (ࡿ ) e da largura (B)
do canal:
࢚ࡾ
ο࢚
Ȁ
ࢉǤ ο࢚ ࡽ
ο࢞ Ǥ ቈ ൬ ǡ Ǥ ൰
Ǥ ࡿ Ǥ ο࢚Ǥ ࢉ
ο࢚ ૡ ൌ Ȁ
ο࢞ Ǥ ૡૢ
ο࢚ ൌ e ο࢞ ൌ Ǥ
ઢ࢞
ࡷൌ ൌ ൌ ૢǡ ࢙
ࢉ ǡ ૡ
ࡽ ૡ
ࢄ ൌ Ǥ ቀ െ ቁ ൌ Ǥ ቀ െ ૠǤǡૡǤǡǤቁ ൌ ǡ
ǤࢉǤࡿ Ǥο࢞
54
Nesta Aplicação, não está sendo considerada a contribuição lateral (ࡸ ), entre as seções A e B.
Anísio de Sousa Meneses Filho 157
ઢ࢚ Ǥ
ାǤࢄ ାǤǡ
ࡷ ૢǡ
ൌ ઢ࢚ ൌ Ǥ ൌ ǡ ૠ
ࡷ
ାǤሺିࢄሻ ૢǡ
ାǤሺିǡሻ
ઢ࢚ Ǥ
ିǤࢄ ૢǡ
ିǤǡ
ൌ ઢ࢚ ࡷ ൌ Ǥ ൌ ǡ ૡ
ࡷ
ାǤሺିࢄሻ ૢǡ
ାǤሺିǡሻ
ઢ࢚ Ǥ
Ǥሺିࢄሻି ࡷ Ǥሺିǡሻିૢǡ
ൌ ઢ࢚ ൌ Ǥ ൌ ǡ
ࡷ
ାǤሺିࢄሻ ૢǡ
ାǤሺିǡሻ
intervalo
vazão trecho 1 vazão trecho 2 vazão trecho 3
de tempo t (min) vazão (m³/s)
(m³/s) (m³/s) (m³/s)
(j)
1 30,0 18,0 18,0 18,0 18,0
2 60,0 25,0 19,8 18,5 18,1
3 90,0 37,0 26,0 20,9 19,0
4 120,0 60,0 38,4 27,1 21,7
5 150,0 83,0 56,9 38,5 27,8
6 180,0 98,0 76,0 54,2 38,1
7 210,0 112,0 92,4 71,1 51,9
8 240,0 129,0 108,2 87,6 67,3
9 270,0 119,0 117,6 102,0 82,8
10 300,0 105,0 114,7 110,3 96,1
11 330,0 91,0 105,4 110,4 104,3
12 360,0 80,0 94,2 104,6 106,3
13 390,0 65,0 82,0 95,4 102,9
14 420,0 50,0 68,2 84,0 95,6
15 450,0 35,0 53,7 71,1 85,5
16 480,0 22,0 39,5 57,3 73,5
17 510,0 20,0 28,8 44,2 60,7
18 540,0 20,0 23,7 34,0 48,5
19 570,0 20,0 21,6 27,5 38,4
20 600,0 20,0 20,7 23,8 31,1
Desenvolvimento
ࢂሺࢎሻ ൌ ࢻǤ ࢎ
ࢊࢂሺࢎሻ
ሺࢎሻ ൌ ሺࢎሻ ൌ Ǥ ࢻǤ ࢎ
ࢊࢎ
ࢂሺࢎሻ ൌ ૢǤ ࢎ
3,0E+08
2,5E+08
2,0E+08
1,5E+08
1,0E+08
5,0E+07
0,0E+00
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
h³ (m³)
55
A relação cúbica entre o volume (V) e a altura (H) está mencionada por Campos (2005). Nesse caso, o parâmetro D é
adimensional. Na relação proposta por Molle, tema da Aplicação 32, o expoente mais usual é de 2,7 , o que torna dimensional
o parâmetro D. Observe-se, então, que a relação cúbica (generalizada) se mostra razoavelmente satisfatória.
56
Com ajuste melhor para as maiores alturas de água no reservatório.
162 Hidrologia na prática
Acesso às informações sobre geometria de açudes
Fonte: http://atlas.cogerh.com.br/
Sendo o sangradouro de formato retangular com largura de 250,0 m,
as vazões podem ser estimadas com base na lâmina de água a partir
da cota da soleira (201,0 m).
ൗ
ࡽ ൌ Ǥ ࡸǤ ࡴ
lâmina de água
cota (m) acima da soleira (m) vazão (m³/s)
Fonte:
http://atlas.srh.ce.gov.br/infra-estrutura/acudes/detalhaCaracteristicasTecnicas.php?cd_acude=24&status=1
Equação da continuidade
ࣔࡽ ࣔ
ൌ
ࣔ࢞ ࢚ࣔ
O segundo membro da equação da continuidade é aqui assumido como
nulo por não se considerar a contribuição lateral no reservatório. O
hidrograma afluente (de vazões Qa, mencionadas adiante como de
entrada (input) It) se refere, então, à borda mais a montante do
reservatório.
ࢋ ࢋ
ࢊ ࣔࡽ
ቆන ࣔǤ ࢊ࢞ቇ ൌ െ න Ǥ ࢊ࢞
ࢊ࢚ ࢇ ࢇ ࣔ࢞
Necessário, então, que se disponha de uma certa função (f), para que
a expressão do primeiro membro permita a determinação de ࡻ࢚ , e
assim levar o cálculo adiante.
ࡿ ࡻ࢚
ࢌ ቀ ࢚ ቁ ൌ ࡻ࢚ ou ࢌ ሺࡿ࢚ ሻ ൌ ࡻ࢚
ઢ࢚
ࡽࢋ ൌ ࢌሺࢎሻ
࢘ࢌÀࢉ
ࡽࢋ ൌ ࡽࢋ ࡽ࢜ࢋ࢚࢘ࢋࢊ࢛࢘
ࢋ
࢘ࢌ
ࡽࢋ ൌ ቆࢊ Ǥ ࢘ࢌ Ǥ ටǤ ࢍǤ ࢎ࢘ࢌ ቇ ൫࢜ࢋ࢚࢘
ࢊ Ǥ ࡸ࢜ࢋ࢚࢘ Ǥ ሺࢎ࢜ࢋ࢚࢘ ሻȀ ൯
࢘ࢌ
Onde ࢊ e ࢜ࢋ࢚࢘
ࢊ , respectivamente, os coeficientes de descarga do
orifício e do vertedouro; ࢎ࢘ࢌ e ࢎ࢜ࢋ࢚࢘ , respectivamente, a altura da
lâmina de água (carga hidráulica) no orifício e no vertedouro; ࢘ࢌ a
área do orifício e ࡸ࢜ࢋ࢚࢘ a largura do vertedouro.
processo
translação amortecimento
sistema
pouco importante, a
canal dominante menos de grandes
várzeas de inundação
importante, a menos de
bacia importante
pequenas bacias urbanas
Fonte: Porto (1995)
ࡽ ൌ Ǥ ࡸǤ ࡴȀ
St/'t +Ot/2 Ot
(m³/s) (m³/s)
0,00 0,00
58,06 5,00
135,00 14,44
218,55 25,98
314,44 40,00
405,73 55,90
497,85 73,48
585,19 92,60
Graficamente:
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0 100 200 300 400 500 600 700
St/'t + Ot/2
ࡿ ࡻ ૡ ǡ
൬ ൰ൌ൬ ൰൬ െ ൰
ࡿ ࡻ
൬ ൰ ൌ ૡǡ Ȁ࢙
Novamente acessando a mesma tabela anterior (ou o gráfico) com o
valor 58,45 m³/s, encontramos, por interpolação, o correspondente
valor de O2, ou seja, 5,05 m³/s. Este valor de vazão se refere a um
armazenamento de 201.377 m³ (acima do nível da soleira do
vertedouro).
ࡿ ࡻ ૠૠ ǡ
൬ ൰ൌ൬ ൰൬ െ ൰
ࡿ ࡻ
൬ ൰ ൌ ૠǡ Ȁ࢙
Por interpolação: ࡽ ൌ ǡ ૠૠ Ȁ࢙
ࡿૠ ࡻૠ ૢ ૢ ǡ
൬ ൰ൌ൬ ൰൬ െ ൰
ࡿૠ ࡻૠ
൬ ൰ ൌ ૡǡ Ȁ࢙
Por interpolação: ࡽૠ ൌ ૠǡ ૡ Ȁ࢙
ࡿૡ ࡻૡ ૢ ૠǡ ૡ
൬ ൰ൌ൬ ൰൬ െ ൰
ࡿૡ ࡻૡ
൬ ൰ ൌ ǡ Ȁ࢙
Por interpolação: ࡽૡ ൌ ǡ Ȁ࢙
ࡿૢ ࡻૢ ૡૠ ǡ
൬ ൰ൌ൬ ൰൬ െ ൰
ࡿૢ ࡻૢ
൬ ൰ ൌ ǡ Ȁ࢙
Por interpolação: ࡽૢ ൌ ૢǡ Ȁ࢙
Desenvolvimento
57
A soma de todas as parcelas superavitárias à média equivale à soma de todas as parcelas deficitárias em relação à média.
Anísio de Sousa Meneses Filho 177
áreas equivalentes. O período crítico corresponde ao intervalo de tempo
em que as vazões naturais assumem valores abaixo da média.
58
Teoricamente, como já mencionamos, pois para isso seria necessário um reservatório de cota bastante alta (para não haver
vertimentos) e a absoluta ausência de evaporação, o que não corresponde à realidade do Nordeste brasileiro.
59
Conforme o Atlas Eletrônico dos Recursos Hídricos do Ceará (atlas.srh.ce.gov.br). De acordo com o DNOCS (Departamente
Nacional de Obras contra as Secas – dnocs.gov.br), o açude Orós foi pioneiro na perenização de 280 km do rio Jaguaribe, até
a sua foz no Oceano Atlântico.
180 Hidrologia na prática
(derivações do açude); I a infiltração; οࡿ a variação do volume
armazenado;ο࢚ o intervalo de tempo considerado no processamento.
ࡽ࢘ ൌ ࡰ ࡽࢋࢌ
ࡿ࢚ା ൌ ࡿ࢚ ࡽࢇࢌǡ࢚ െ ࡰ࢚ െ ࢂ࢚
Teoricamente, a demanda total de até 34,7 m³/s pode vir a ser atendida
pela estratégia da estocagem hídrica durante o período superavitário de
fevereiro a maio.
volume de
volume afluente saldo mensal
mês regularização
(m³) (m³)
máxima (m³)
janeiro 27.993.600 89.985.578 -61.991.978
fevereiro 126.489.600 89.985.578 36.504.022
março 311.040.000 89.985.578 221.054.422
abril 435.456.000 89.985.578 345.470.422
maio 127.008.000 89.985.578 37.022.422
junho 25.660.800 89.985.578 -64.324.778
julho 5.184.000 89.985.578 -84.801.578
agosto 1.296.000 89.985.578 -88.689.578
setembro 518.400 89.985.578 -89.467.178
outubro 777.600 89.985.578 -89.207.978
novembro 1.036.800 89.985.578 -88.948.778
dezembro 17.366.400 89.985.578 -72.619.178
60
Estamos aqui considerando todos os meses de 30 dias.
184 Hidrologia na prática
Podem ser estabelecidas diferentes leis de regularização, o que se
define como sendo a função adimensional (࢟) dada por:
ࡽ࢘
࢟ൌ
ഥ
ࡽ
Desenvolvimento
Considere a série de vazões médias mensais (em m³/s) apresentada na tabela seguinte,
referente a uma seção de controle do rio onde se pretende construir uma barragem para
prover acumulação regularizadora.
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
1971 7,3 4,6 4,3 3,0 2,8 2,4 2,1 2,9 1,8 2,2 3,6 4,7
1972 4,1 6,4 6,7 4,2 3,3 3,1 2,8 2,9 2,5 3,2 4,2 5,1
Desenvolvimento
ࢂࢋࢉ െ ࢂࢇࢌ ൌ ο ο
61
Aplicativo disponível para download em www.google.com.br.
Anísio de Sousa Meneses Filho 193
bastante simples o monitoramento das reservas hídricas a partir de
informações que podem ser obtidas por sensoriamento remoto. Assim,
de maneira sistemática, com base no balanço hídrico, ficam registradas
as parcelas que foram liberadas e evaporadas, permitindo uma gestão
aderente com a dinâmica dos processos, a oferta e a demanda.
ࢂ ൌ ࡷǤ ࡴࢻ
ࡿ ൌ ࢻǤ ࡷǤ ࡴሺࢻିሻ
D = 2,7
K = 1.500
62
Estudo abrangente sobre o tema pode ser encontrado em Campos (2005).
63
François Molle (ORSTOM / SUDENE). Disponível em https://horizon.documentation.ird.fr/exl-
doc/pleins_textes/pleins_textes_7/divers2/010033411.pdf
64
Equação desenvolvida com base em dados de 416 reservatórios da região semiárida nordestina.
194 Hidrologia na prática
espelho de água. Isso pode ser feito de diversas maneiras, incluindo o
traçado de polígono no contorno do espelho e uso de escala gráfica. No
entanto, o aplicativo que disponibiliza a imagem oferece o recurso
automático para essa tarefa (no Google Earth Pro®: menu principal,
ferramentas, régua, polígono).
ࡿ ൌ ǡ ૠǤ Ǥ ࡴሺǡૠିሻ
ࢂ ൌ Ǥ ࡴǡૠ
ࡿ ൌ ǡ ૠǤ Ǥ ࡴሺǡૠିሻ
ࢂ ൌ Ǥ ࡴǡૠ
Estabeleça a curva-chave.
Desenvolvimento
Assim: ࡽ ൌ σୀሺ Ǥ ࢜ ሻ
ࡽ ൌ ࢇǤ ሺࢎ െ ࢎ ሻ
100
10
1
0,1 1 10
nível (m)
Q = 6,6596.h1,7102
R² = 0,9835
vazão (m³/s)
10
1
0,1 1 10
nível (m)
65
R² é o coeficiente de determinação.
Anísio de Sousa Meneses Filho 201
Aplicação 34
Tema: Análise binomial do risco hidrológico
Estime o risco hidrológico de, no período de 100 anos, ocorrer a cheia de tempo de
retorno 100 anos.
Desenvolvimento
ࡾ ൌ െ ൬ െ ൰
ࢀࡾ
Pode ocorrer, sim, a vazão de TR 100 anos, a cada ano, com uma chance
de 1%.
66
Conceitualmente, sobretudo na análise de viabilidade de projetos, o risco pode ser considerado como o produto da
probabilidade de ocorrência de um evento pelo impacto econômico por ele gerado. Dessa forma, pode-se atribuir uma
dimensão monetária (e econômica) a essa grandeza.
Em Hidrologia, porém, costuma-se tratar risco como semanticamente correspondente à probabilidade, ou seja, o risco
hidrológico caracteriza-se como uma grandeza adimensional que pode assume valor no intervalo de 0 a 1.
202 Hidrologia na prática
Cenários possíveis:
A soma das probabilidades dos oitos cenários possíveis é igual a 1,0 (ou
100%), já que não há outro cenário além dos que foram aqui
relacionados. Se subtrairmos daí a probabilidade referente ao cenário
4, no qual o evento não acontece em nenhum dos três anos, o resultado
é o mesmo que se obtém pela expressão do risco hidrológico. Assim:
ࡾ ൌ െ ൬ െ ൰ ൌ ǡ ૠ
Portanto, R significa a probabilidade de o evento de TR anos ocorrer
pelo menos uma vez em três anos consecutivos. Neste caso, 27,1%.
Anísio de Sousa Meneses Filho 203
Se o interesse for saber a probabilidade de, em n anos, ocorrerem
exatamente anos com o evento de recorrência TR, o cálculo é outro.
Para isso, fazemos:
ࡼሺࢄ ൌ ሻ ൌ ቀ ቁ Ǥ ࡼ Ǥ ሺ െ ࡼሻି
ି
ൌ ቀ ቁ Ǥ ൬ ൰ Ǥ ൬ െ ൰
ࢀࡾ ࢀࡾ
ି
ࡼሺࢄ ൌ ሻ ൌ ቀ ቁ Ǥ ൬ ൰ Ǥ ൬ െ ൰
ࡾ ൌ െ ൬ െ ൰ ൌ ǡ Ψ
O diagrama seguinte sintetiza essas variáveis e simplifica a obtenção
do risco hidrológico (R). Note-se que, para um mesmo tempo de retorno
(TR), o risco hidrológico aumenta com o número de anos da vida útil (n)
de projeto. Para uma mesma extensão de vida útil, o risco hidrológico
decresce com o aumento do tempo de retorno do evento.
O que equivale a:
ࢀࡾ ൌ
ܖܔሺ െ ࡾሻ
െ ࢋ࢞ ൨
ࡼ ൌ െ ࡼ
ష
ቀ ቁ ቀ ቁ
ࡼ ൌ
Ǥࢋ ൌ ࢋିǡ ൌ ǡ ૢ (probabilidade de não ocorrer uma vez
Ǩ
sequer)
Desenvolvimento
ିሺ࢞ିࣆሻ
ࢌሺ࢞ሻ ൌ Ǥࢋ Ǥ࣌
ξǤ ࣊Ǥ ࣌
x : variável aleatória em análise
P : média amostral
V : desvio padrão amostral
67
Pelo método dos momentos ou pelo método de máxima verossimilhança, os valores dos parâmetros P e V são iguais,
respectivamente, à média e ao desvio padrão da amostra. (Campos, 2009)
Anísio de Sousa Meneses Filho 207
σ
స ࢞ σ
సሺ࢞ ିࣆሻ
ࣆൌ ࣌ൌට
ି
Evidentemente:
ࡼሺࢄ ࢞ሻ ൌ െ ࡼሺࢄ ࢞ሻ
68
Obtido no sistema Hidroweb (da ANA). A pesquisa pode ser feita pelo nome ou pelo código do posto.
Anísio de Sousa Meneses Filho 209
Essa série apresenta um valor médio de 1.366,1 mm/ano e um desvio
padrão (amostral) de 345,7 mm/ano.
69
As elevações em 5 barras anômalas que estão retratadas no gráfico indicam a descontinuidade na sequência de anos
completos (por falha de registro).
210 Hidrologia na prática
hidrológico de Teresina ficaria mais bem caracterizado de agosto de um
ano a julho do ano seguinte. Por esse critério, vamos compor uma nova
série anual.
70
Note-se a significativa redução do desvio padrão após o expurgo do outlier.
212 Hidrologia na prática
precipitação total, num ano qualquer, para a faixa de valores de
interesse.
Espera-se que em 29% dos anos a precipitação total anual esteja entre
800 mm e 1200 mm.
A probabilidade de precipitação total anual superior a 2300 mm se
estima em:
െ ǡ
ࢠൌ ൌ ǡ ૠ
ૡǡ ૡ
ࡼሺࢄ ሻ ൌ ࡼሺࢆ ǡ ૠሻ ൌ െ ࡼሺࢆ ǡ ૠሻ ൌ െ ǡ ૢૢૢૠ ൌ ǡ
71
Nesta aplicação, a propósito, trabalhamos com dados brutos (não consistidos). Fizemos assim para que pudéssemos
apontar o outlier (possivelmente, um erro grosseiro) e a sua repercussão na análise. O procedimento mais acurado
compreenderia a análise de consistência dos dados antes da aplicação da modelagem probabilística.
214 Hidrologia na prática
Anísio de Sousa Meneses Filho 215
Alternativamente, em publicações diversas, encontramos também
tabela da distribuição Normal com a probabilidade de superação de ࢠ (à
direita). Note-se que a soma dos valores extraídos nas duas tabelas,
para um mesmo valor de ࢠ, é sempre igual a 1,00. Assim, o usuário
pode optar por qualquer uma dessas tabelas, desde que esteja atento
ao seu teor (se está sendo fornecida, conforme o gráfico da função
densidade que a acompanha, a probabilidade à direita ou à esquerda).
Os resultados adequadamente obtidos são equivalentes.
σୀሺ࢞ െ ࣆሻ
࣌ൌඨ
െ
Com base na série de vazões médias diárias máximas anuais apresentada a seguir,
referente a 30 anos de coleta em seção do rio Paraopeba (posto fluviométrico código
40800001), estime a vazão com TR 100 anos.
Vazão máxima Vazão máxima Vazão máxima
ano ano ano
(m/s³) (m/s³) (m/s³)
1998 427 1987 601 1974 357
1997 296 1986 549 1973 449
1995 695 1985 437 1972 520
1994 633 1984 1017 1971 568
1993 603 1983 585 1970 246
1992 424 1982 698 1969 340
1991 827 1979 550 1968 478
1990 927 1978 822 1967 450
1989 481 1977 736 1966 580
1988 288 1975 276 1965 726
Desenvolvimento
Distribuição Log-Normal
Nesse caso,
തതതതതതതതതത ࡷǤ ࢙ࢍሺ࢞ሻ
ࢍሺ࢞ሻ ൌ ࢍሺ࢞ሻ
Sendo
തതതതതതതതതത e ࢙ࢍሺ࢞ሻ
log(x) o logaritmo da variável (no caso, vazão máxima);ࢍሺ࢞ሻ
, respectivamente, a média e o desvio padrão dos logaritmos da variável
(vazões máximas observadas); K fator tabelado em função do tempo
de retorno (ou inverso da probabilidade).
Só lembrando!
Se ࢍ࢈ ࢇ ൌ ࢉ , então ࢈ࢉ ൌ ࢇ
A tabela seguinte exibe os valores do logaritmo (de base 10) das vazões
que compõem a série desta nossa Aplicação.
Log (Vazão Log (Vazão Log (Vazão
ano ano ano
máxima) máxima) máxima)
1998 2,630 1987 2,779 1974 2,553
1997 2,471 1986 2,740 1973 2,652
1995 2,842 1985 2,640 1972 2,716
1994 2,801 1984 3,007 1971 2,754
1993 2,780 1983 2,767 1970 2,391
1992 2,627 1982 2,844 1969 2,531
1991 2,918 1979 2,740 1968 2,679
1990 2,967 1978 2,915 1967 2,653
1989 2,682 1977 2,867 1966 2,763
1988 2,459 1975 2,441 1965 2,861
ൌǤǤሺͲǡͻͻሻൌʹǡ͵ʹ
തതതതതതതതതത
ࢍሺ࢞ሻିࢍሺ࢞ሻ ࢍሺ࢞ሻିǡૠ
ࡷൌ ǡ ൌ ࢍሺ࢞ሻ ൌ ǡ ૡ
࢙ࢍሺ࢞ሻ ǡૡ
Distribuição de Gumbel
ࡷሺࢀࡾǡࡳሻ ൌ ǡ ૡૢ
1350
1300
vazão (m³/s)
1250
1200
1150
1100
1050
Log-Normal Gumbel Log-Pearson III
Com base na série de vazões mínimas de 7 dias apresentada a seguir, referente a 30 anos
completos de coleta (1964 a 1996) no rio das Velhas (posto Fazenda Água Limpa, código
41151000), estime a vazão Q7,10 .
Desenvolvimento
࢞ൌഥ
࢞ ࡷǤ ࢙
ሺࣅሻ ൌ െ ડ ൬ ൰൨ Ǥ ሺࣅሻ
ࣅ
ି
ሺࣅሻ ൌ ડ ൬ ൰ െ ડ ൬ ൰൨
ࣅ ࣅ
ࣅ ൌ ࡴ ࡴ Ǥ ࡳ ࡴ Ǥ ࡳ ࡴ Ǥ ࡳ ࡴ Ǥ ࡳ , para െǡ ࡳ ǡ
Ͳൌ Ͳǡʹͷͻͳ͵
ͳൌ Ͳǡ͵ͳ͵ʹͳͳͶ
ʹൌ ͲǡͲͷͷͲͻͳͲ
͵ൌ ǦͲǡͲͲͳ͵Ͳ͵ͺͷ
Ͷൌ ǦͲǡͲͲͺͳͷʹ͵ͶͲͺ
sendo G o coeficiente de assimetria da série (com n elementos, média
ഥ e desvio padrão s); ડሺǤ ሻ a função gama.
࢞
σୀሺ࢞ െ ࢞
ഥ ሻ
ࡳൌ
Ǥ ࢙
A expressão da função gama (ડ) demanda cálculo integral que pode ser
suprido pelo uso de planilha eletrônica (usando, por exemplo, a função
LNGAMA(x) na planilha Excel®, que retorna o logaritmo natural).
72
Note-se que, nesse caso, o sinal no segundo membro é aditivo, haja vista que estamos trabalhos de eventos extremos
mínimos. Diferentemente das expressões referentes às distribuições log-Normal ou log-Pearson III, quando se aplicam a
eventos extremos máximos, que recebem sinal de subtração.
Anísio de Sousa Meneses Filho 227
máximas, a sua ocorrência, independentemente da duração, já
ocasiona efeito na estrutura com base nela dimensionada. A escassez
hídrica, por sua vez, acarreta danos tanto em razão da sua severidade
quanto pela extensão temporal. Baixas vazões durante 7 dias produzem
efeitos bem distintos daqueles associados à mínima diária.
Sendo:
di : desvio (di = oi – ei )
nível de confiança = 1 - D
Sendo Ho verdadeira
Erro do Tipo I: rejeitar Ho
Sendo Ho falsa
Erro do Tipo II: aceitar Ho
ࡳࡸ ൌ െ െ
Distribuição Log-Normal
࣑ ࣑ ࢉ࢘À࢚ࢉ
Distribuição de Gumbel
࣑ ൏ ࣑ ࢉ࢘À࢚ࢉ
ࡳ ࡳ ࡳ ࡳ ࡳ
ࡷሺࢀࡾǡࡳሻ ൌ ࢠ ሺࢠ െ ሻǤ Ǥ ሺࢠ െ Ǥ ࢠሻ ቀ ቁ െ ሺࢠ െ ሻǤ ቀ ቁ ࢠǤ ቀ ቁ Ǥ ቀ ቁ
ࡷૡ ൌ െǡ ૢ
ሺ Ǣǡૡሻ
ૠ
ࡷૡ ൌ െǡ ૠૢ
ሺ Ǣǡૡሻ
࣑ ࣑ ࢉ࢘À࢚ࢉ
Distribuição Gama
࣑ ൏ ࣑ ࢉ࢘À࢚ࢉ
Avancemos!
Há aqui dois formatos básicos de questões envolvendo probabilidade,
consistentes em:
73
Base de dados Hidroweb, da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico)
74
A estimativa dos parâmetros De E é feita pelo método dos momentos.
238 Hidrologia na prática
máxima diária máxima diária máxima diária
ano ano ano
(mm) (mm) (mm)
1989 70,0 1999 84,2 2009 115,6
1990 70,4 2000 42,0 2010 59,8
1991 61,0 2001 77,4 2011 76,2
1992 88,0 2002 77,2 2012 59,2
1993 28,2 2003 81,0 2013 140,0
1994 102,6 2004 64,4 2014 80,4
1995 56,8 2005 50,0 2015 72,8
1996 61,3 2006 101,0 2016 66,0
1997 47,0 2007 117,6 2017 102,0
1998 40,2 2008 200,6 2018 116,6
ࣆ ࣌
ࢻൌ ࢼൌ
ࢼ ࣆ
Portanto, ࢻ ൌ ǡ ૠ e ࢼ ൌ ǡ ૡ
Dispondo de uma amostra de 30 anos (de 1989 a 2018), vamos compor
6 intervalos de classes. Em cada uma dessas classes, esperamos obter
5 elementos (no enquadramento dos valores da série histórica das
diárias máximas anuais).
PROB (X < x1,sup) = 1/6; PROB (X < x2,sup) = 2/6; PROB (X < x3,sup) = 3/6 e
daí sucessivamente.
lim sup F² = INV.GAMA(i/6;alfa;beta)
Assim:
࣑ ൏ ࣑ ࢉ࢘À࢚ࢉ
Considere a série de vazões médias mensais numa seção do riacho Riachão, no município
de Ibicoara (BA), durante um período de 20 anos. A seção em estudo drena uma área de
100 km².
ano jan fev março abr mai jun jul ago set out nov dez
1964 3,03 2,36 2,02 1,35 1,22 0,54 0,38 0,44 0,50 0,34 0,72 1,20
1965 0,49 0,41 0,36 0,56 0,36 0,47 0,32 0,33 0,35 0,67 0,81 0,42
1966 0,37 0,66 0,37 1,30 0,44 0,40 0,60 0,38 0,34 0,33 0,59 0,62
1967 0,51 0,58 0,39 0,61 0,36 0,32 0,28 0,25 0,22 0,32 0,83 1,56
1968 0,74 1,55 0,68 0,43 0,38 0,34 0,47 0,34 0,29 0,61 1,31 0,75
1969 0,68 1,52 2,18 0,67 0,41 0,37 0,32 0,29 0,25 0,33 0,39 1,68
1970 1,23 0,52 0,86 0,63 0,78 0,51 0,41 0,37 0,33 0,29 0,48 0,54
1971 0,35 0,31 0,28 0,24 0,22 0,55 0,48 0,32 0,29 0,25 1,10 0,40
1972 0,62 0,39 0,45 0,37 0,32 0,41 0,41 0,30 0,32 0,26 0,23 1,19
1973 0,47 0,40 0,45 0,35 0,62 0,34 0,30 0,27 0,24 0,25 0,61 0,64
1974 0,38 0,53 0,70 0,41 0,36 0,35 0,30 0,30 0,34 0,69 1,95 1,27
1975 0,65 0,46 0,64 0,68 0,42 0,38 0,33 0,30 0,26 0,23 0,57 0,30
1976 0,26 0,50 0,31 0,26 0,23 0,21 0,18 0,16 0,19 1,04 1,02 0,62
1977 0,50 0,49 0,39 0,43 0,33 0,38 0,30 0,26 0,74 0,72 0,47 1,81
1978 0,96 1,26 1,51 2,17 1,23 0,56 0,42 0,41 0,34 0,46 0,32 0,93
1979 1,02 1,09 0,45 0,40 0,35 0,32 0,28 0,25 0,22 0,20 0,29 0,40
1980 1,33 1,30 0,72 0,58 0,65 0,44 0,38 0,34 0,48 0,36 0,30 1,59
1981 0,45 0,59 1,48 0,78 1,28 0,57 0,51 0,43 0,37 0,36 0,80 0,54
1982 0,97 0,61 0,51 0,87 0,43 0,56 0,55 0,40 0,40 0,34 0,47 0,65
1983 0,42 1,57 0,60 0,66 0,43 0,75 0,43 0,38 0,34 0,30 0,61 0,36
Desenvolvimento
ࡼሺࢄ ࢞ሻ ൌ െ ࡼሺࢄ ࢞ሻ
1
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
0,1
probabilidade de vazão igual ou superior
vazão máxima
Estado vazão de referência
outorgável
CE
RN 90% da vazão Q90
PB Q90
PE
80% da vazão Q90
BA
MG Q7,10 30% da vazão Q7,10
75
A rigor, deveria ser apurado Q90 da curva de permanência com dados diários, o que tende a ser um pouco diferente do
valor aqui obtido, considerando a variabilidade das vazões dentro do mês.
246 Hidrologia na prática
Aplicação 40
Tema: Estimativa de aproveitamento hidrelétrico de quedas d’água
frequência
vazão (m³/s)
absoluta
0 - 10 106
10 - 20 183
20 - 30 291
30 - 40 306
40 - 50 337
50 - 60 146
60 - 70 82
70 - 80 33
Estime o potencial hidráulico para uma garantia de 95%, assumindo uma altura de queda
de 40m e eficiência da turbinagem de 70%.
Desenvolvimento
frequência frequência
vazão média
absoluta relativa
(m³/s)
acumulada acumulada (%)
5 1484 100,00
15 1378 92,86
25 1195 80,53
35 904 60,92
45 598 40,30
55 261 17,59
65 115 7,75
75 33 2,22
Curva de permanência
80,0
70,0
60,0
50,0
vazão (m³/s)
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
permanência (%)
Considere a tabela seguinte para estabelecer uma relação entre a vazão máxima e a área
de drenagem em bacias de uma região hidrologicamente homogênea. A área total da
bacia é de 1000 km² e o ajuste é pretendido para áreas a montante da seção, dentro da
bacia.
ࡽ࢞ ൌ ࢻǤ ࢼ , sendo a área de drenagem; ࢻ e ࢼ parâmetros de ajuste
Estime:
i. A área de drenagem requerida para uma vazão máxima de 100 m³/s
ii. O erro cometido na estimativa da vazão máxima quando se superestima a área
iii. A parcela da variável vazão máxima não explicada pela área.
Desenvolvimento
110,00
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
0 200 400 600 800 1000 1200
vazão máxima, na
vazão máxima, na
área (km²) série histórica
regressão (m³/s)
(m³/s)
150 81,30 79,11
200 84,60 84,82
350 94,00 97,13
500 103,00 105,90
550 108,70 108,37
800 120,00 118,67
950 124,30 123,71
1000 127,10 125,26
σୀሺ࢟ ഥ ሻ
ෝ െ ࢟
ࡾ ൌ
σୀሺ࢟ െ ࢟ഥ ሻ
ሺ െ ࢋିࣄǤࢆ ሻ
ࢄൌቐࣈ ࢻǤ ǡ ࢙ࢋࣄ ് ቑ
ࣄ
ࣈ ࢻǤ ࢆǡ࢙ࢋࣄ ൌ
Seja, por exemplo, estimar a vazão máxima de TR 100 anos para uma bacia da
Região I com área de drenagem de 200 km². Segue o procedimento de cálculo:
൫ െ ࢋିሺିǡൈǡሻ ൯
ࢄ ൌ ǡ ૢૢ ǡ ૡǤ ൌ ǡ ૡ
െǡ
Desenvolvimento
76
Precipitação é um termo genérico, usado para significar o fenômeno de natureza termodinâmica (ou processo do ciclo
hidrológico ou grandeza (passível, portanto, de mensuração)) referente à àgua que se transfere da atmosfera para a
superfície (dos continentes ou dos oceanos). A precipitação pode ocorrer sob a forma de chuva, granizo, saraiva, neve, geada,
orvalho.
256 Hidrologia na prática
Vejamos, em breve síntese, o que acontece com o trânsito da água no
âmbito de uma bacia.
- modelo de bacia
Para a modelagem da bacia, podem ser consideradas
diferentes sub-bacias, cada uma delas com as suas próprias
características, para a consolidação dos processos de forma integrada.
A integração dos elementos da bacia se materializa na
consideração da subsequência, por conta do posicionamento relativo
das sub-bacias com suas interconexões e singularidades.
Observa-se que:
1. A cada uma das sub-bacias corresponde um hidrograma
gerado pela soma do escoamento superficial direto e do
escoamento de base;
2. Paralelamente aos processos de transformação chuva-
vazão típicos da bacia, o escoamento também se
desenvolve em trecho de canal (reach), ou através de
reservatório, ao que se soma o hidrograma gerado no
âmbito da bacia atravessada pelo trecho.
- modelo meteorológico
Os dados atinentes a etapas do ciclo hidrológico são
sistematizados para a sua apropriação como entrada no processamento
pelo HEC-HMS. Para isso, estão disponíveis para preenchimento tabelas
ou matrizes de séries temporais (precipitação, evapotranspiração,
vazão etc.). Quando diversos postos pluviométricos estão disponíveis,
262 Hidrologia na prática
o sistema permite a indicação das coordenadas de localização para o
cálculo da precipitação média. Por outro lado, também pode ser
informado o hietograma de projeto, obtido com base em relações
empíricas do tipo IDF.
- especificações de controle
Compete ao usuário estabelecer a extensão do período
contemplado no processamento dos dados, bem como o intervalo de
tempo da implementação, para a discretização numérica de variáveis
contínuas. Em muitos casos, isso requer um ajuste ou refinamento após
a primeira tentativa – por exemplo, quando o usuário desconhece o
tempo de base do hidrograma referente às diversas precipitações na
bacia. Menores intervalos de tempo permitem a confecção de curvas
mais suaves ou diagramas de blocos mais detalhados, embora sejam
geradas tabelas extensas de resultado.
As discretizações temporais da série de dados (de entrada) e
do processamento podem ser diferentes. O intervalo de tempo do
hietograma sendo maior do que o intervalo de tempo do hidrograma
requer a decomposição da lâmina em cada bloco de chuva; nesse caso,
deve-se observar uma relação de número inteiro entre esses dois
intervalos considerados.
A bacia hidrográfica do riacho Gavião, em Fortaleza (CE), tem área de 97,12 km² e
responde por parte do abastecimento da região metropolitana. A parcela mais
significativa dessa bacia é coberta por vegetação de baixa densidade. O solo
característico é do tipo B, na classificação SCS.
A porção mais a montante, em destaque na figura seguinte, está sendo agora investigada.
Desenvolvimento
x Telhados e cobertas: 98
x Ruas pavimentadas: 98
x Ruas em cascalho e solo exposto: 82
x Vegetação de baixa densidade: 75
No cenário atual:
ࡿ ൌ ૡ ࡵࢇ ൌ
No cenário futuro:
ࡿ ൌ ࡵࢇ ൌ
ሺࡼࢇࢉ െ ሻ
ࡼࢋࢌǡࢇࢉ ൌ
ࡼࢇࢉ
35
30
25
20
15
10
5
0
25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
tempo (min)
20
15
10
0
25 50 75 100 125 150 175 200 225250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
tempo (min)
25
20
15
10
5
0
25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400
tempo (min)
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 2 4 6 8 10 12 14
tempo (h)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 2 4 6 8 10 12
tempo (h)
70
60
cenário futuro
vazão (m³/s)
50
cenário atual
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
tempo (min)
Fonte: http://atlas.srh.ce.gov.br/infra-estrutura/acudes/detalhaCaracteristicasTecnicas.php?cd_acude=31&
Desenvolvimento
77
Uma descrição mais detalhada do procedimento de cálculo do método de Aguiar, a partir dos registros históricos de
precipitação, pode ser encontrada em Campos (1996).
78
Francisco Gonçalves Aguiar destacou-se como engenheiro do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas),
à época IFOCS (Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas). É autor da primeira síntese hidrológica do Nordeste brasileiro:
Estudo Hidrométrico do Nordeste (1937). A aplicação de sua metodologia permitiu o dimensionamento, com base
hidrológica, de diversos reservatórios de acumulação hídrica no semiárido nordestino.
Anísio de Sousa Meneses Filho 273
acumulado a partir da construção de uma única barragem ou
espacialmente distribuído em várias barragens a montante.
ࡾ ൌ ૡǡ Ǥ ࡴ െ ǡ ૢǤ ࡴ ǡ ૢǤ ࡴ െ ૡǡ ૠǤ ࡴ , para H > 1,0 m/ano
ǤࡴିǤࡴ ାǤࡴ
ࡾ ൌ , para 0,5 < H ≤ 1,0 m/ano
ǡ
O volume médio escoado (Va, em m³) numa bacia de área A (em m²)
se estima com base no relacionamento seguinte.
ࡾǤ ࢁǤ
ࢂࢇ ൌ
O volume acumulável se estima com base na média da parcela da série
histórica com as maiores vazões (ou seja, HM) que constitui o
argumento de entrada para a obtenção do rendimento (isto é, RM), a
partir de uma das expressões polinomiais acima, conforme o intervalo
de enquadramento. Desse modo:
ࡾࡹ Ǥ ࢁǤ
ࢂ ൌ
O volume regularizável do açude, por sua vez, é calculado seguindo as
mesmas premissas, porém considerando agora como argumento de
entrada na pertinente equação polinomial a média da parcela da série
histórica com a menores vazões (ou seja, Hm), com o que se estima o
rendimento (isto é, Rm). Daí:
ࡾ Ǥ ࢁǤ
ࢂࡾ ൌ
Define-se o fator de acumulação (ࢌࡷ ) como a razão entre o volume de
acumulação (ࢂ ) e o volume afluente médio anual (ࢂࢇ ). Esse parâmetro
é útil para a avaliação hidrológica do reservatório.
Fator de acumulação:
ࢂ
ࢌࡷ ൌ ൌ ǡ ૢૢ
ࢂࢇ
ൌ Ǥ ࢂࢇ
79
De acordo com Campos (2005), não há confirmação de que o critério 2.Va tenha sido efetivamente proposto por Aguiar.
276 Hidrologia na prática
capacidade de armazenamento, que se supõe equivalente a ࢂ referido
anteriormente.
80
Campos (2005).
278 Hidrologia na prática
Desenvolvimento
ࢂሺࢎሻ ൌ ࢻǤ ࢎ
81
Em 1996 foi publicada a primeira edição do livro Dimensionamento de Reservatório (o método do Diagrama Triangular de
Regularização), de autoria do Professor Nilson Campos, da Universidade Federal do Ceará. A edição mais recente, ampliada
com detalhes de aplicabilidade do método, foi publicada em 2005, pelo CNPq.
Anísio de Sousa Meneses Filho 279
ࡷ
ࢌࡷ ൌ
ࣆ
v. Extrair, do diagrama correspondente ao coeficiente de
variação82 da série histórica, as parcelas de extravasão
(sangria), evaporação e utilização e efetivamente regularizado;
vi. Estimar o volume anual regularizado.
82
Coeficiente de variação (CV) é a relação entre o desvio padrão e a média.
83
Campos (2005) orienta a adoção de CV igual a 1,0 quando não disponível essa informação para o açude específico. Esse é
o valor médio regional de CV.
84
Os diagramas triangulares de regularização (DTRs) para outros valores de CV podem ser consultados em Campos (2005).
280 Hidrologia na prática
A figura seguinte esclarece o procedimento de leitura do diagrama.
85
Referente à soma das evaporações mensais duração a estação seca (de junho a dezembro), já com a aplicação do
coeficiente de correlação (do tanque Classe A).
86
Obtido em Campos (2005), pág. 77.
282 Hidrologia na prática
Fator adimensional de capacidade:
ǡ ૡ
ࢌࡷ ൌ ൌ ǡ ૠ
ǡ
Considere uma área de 16 ha, em Fortaleza (CE), com uma parcela impermeável de 60%
de sua superfície. A vazão de restrição é estimada em 0,060 m³/s.
Estime a capacidade do reservatório de detenção compatível com a condição descrita,
para TR 10 anos e para TR 25 anos.
Desenvolvimento
duração P(t, TR) qs.t DP (t,TR) duração P(t, TR) qs.t DP (t,TR)
t(min) (mm) (mm) (mm) t(min) (mm) (mm) (mm)
15 28,95 0,56 28,39 15 33,93 0,56 33,36
30 44,25 1,13 43,13 30 51,86 1,13 50,73
45 53,97 1,69 52,28 45 63,24 1,69 61,56
60 60,82 2,25 58,57 60 71,26 2,25 69,01
75 65,97 2,81 63,16 75 77,30 2,81 74,49
90 70,03 3,38 66,66 90 82,06 3,38 78,69
105 73,35 3,94 69,41 105 85,95 3,94 82,01
120 76,12 4,50 71,62 120 89,20 4,50 84,70
135 78,49 5,06 73,43 135 91,98 5,06 86,91
150 80,55 5,63 74,93 150 94,39 5,63 88,77
165 82,37 6,19 76,18 165 96,52 6,19 90,33
180 83,99 6,75 77,24 180 98,42 6,75 91,67
195 85,44 7,31 78,13 195 100,12 7,31 92,81
210 86,77 7,88 78,89 210 101,67 7,88 93,79
225 87,97 8,44 79,53 225 103,08 8,44 94,65
240 89,08 9,00 80,08 240 104,38 9,00 95,38
255 90,11 9,56 80,54 255 105,59 9,56 96,02
270 91,06 10,13 80,94 270 106,70 10,13 96,58
285 91,95 10,69 81,26 285 107,74 10,69 97,06
300 92,78 11,25 81,53 300 108,72 11,25 97,47
315 93,57 11,81 81,75 315 109,64 11,81 97,82
330 94,30 12,38 81,93 330 110,50 12,38 98,13
345 95,00 12,94 82,06 345 111,32 12,94 98,38
360 95,66 13,50 82,16 360 112,10 13,50 98,60
375 96,29 14,06 82,23 375 112,83 14,06 98,77
390 96,89 14,63 82,27 390 113,54 14,63 98,91
405 97,47 15,19 82,28 405 114,21 15,19 99,02
420 98,01 15,75 82,26 420 114,85 15,75 99,10
435 98,54 16,31 82,23 435 115,46 16,31 99,15
450 99,04 16,88 82,17 450 116,05 16,88 99,18
465 99,53 17,44 82,09 465 116,62 17,44 99,18
480 99,99 18,00 81,99 480 117,17 18,00 99,17
495 100,44 18,56 81,88 495 117,69 18,56 99,13
510 100,87 19,13 81,75 510 118,20 19,13 99,08
525 101,29 19,69 81,61 525 118,69 19,69 99,00
540 101,70 20,25 81,45 540 119,17 20,25 98,92
555 102,09 20,81 81,28 555 119,63 20,81 98,81
570 102,47 21,38 81,10 570 120,07 21,38 98,70
585 102,84 21,94 80,90 585 120,50 21,94 98,57
600 103,20 22,50 80,70 600 120,92 22,50 98,42
80
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250 300 350
duração (min)
P(t, TR) (mm), para TR 10 anos P(t, TR) (mm), para TR 25 anos
100,00
alturas (mm)
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
0 100 200 300 400 500 600 700
duração (min)
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
0 100 200 300 400 500 600 700
duração (min)
ࡼሺ࢚ࡼ ǡ ࢀࡾሻ
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Para TR 10 anos: ࢂࢀ ൌ Ǥ ૢǡ Ǥ ൌ ૠૡૢૢͿ
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Para TR 25 anos: ࢂࢀ ൌ Ǥ ૢǡ Ǥ ൌ ૢǤ Ϳ
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Para TR 25 anos: ࢂࢀ ൌ Ǥ ૢǡ Ǥ ൌ ૢͿ
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Para TR 10 anos:
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(note-se que, pela equivalência das alturas: qs1.tF1 = qs2.tF2)
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duração P(t, TR) qs.D DP (t,TR) duração P(t, TR) qs.D DP (t,TR)
t(min) (mm) (mm) (mm) t(min) (mm) (mm) (mm)
15 28,95 2,81 26,14 15 33,93 2,81 31,11
30 44,25 5,63 38,63 30 51,86 5,63 46,23
45 53,97 8,44 45,53 45 63,24 8,44 54,81
60 60,82 11,25 49,57 60 71,26 11,25 60,01
75 65,97 14,06 51,91 75 77,30 14,06 63,24
90 70,03 16,88 53,16 90 82,06 16,88 65,19
105 73,35 19,69 53,66 105 85,95 19,69 66,26
120 76,12 22,50 53,62 120 89,20 22,50 66,70
135 78,49 25,31 53,18 135 91,98 25,31 66,66
150 80,55 28,13 52,43 150 94,39 28,13 66,27
165 82,37 30,94 51,43 165 96,52 30,94 65,58
180 83,99 33,75 50,24 180 98,42 33,75 64,67
195 85,44 36,56 48,88 195 100,12 36,56 63,56
210 86,77 39,38 47,39 210 101,67 39,38 62,29
225 87,97 42,19 45,78 225 103,08 42,19 60,90
240 89,08 45,00 44,08 240 104,38 45,00 59,38
255 90,11 47,81 42,29 255 105,59 47,81 57,77
270 91,06 50,63 40,44 270 106,70 50,63 56,08
285 91,95 53,44 38,51 285 107,74 53,44 54,31
300 92,78 56,25 36,53 300 108,72 56,25 52,47
315 93,57 59,06 34,50 315 109,64 59,06 50,57
330 94,30 61,88 32,43 330 110,50 61,88 48,63
345 95,00 64,69 30,31 345 111,32 64,69 46,63
360 95,66 67,50 28,16 360 112,10 67,50 44,60
375 96,29 70,31 25,98 375 112,83 70,31 42,52
390 96,89 73,13 23,77 390 113,54 73,13 40,41
405 97,47 75,94 21,53 405 114,21 75,94 38,27
420 98,01 78,75 19,26 420 114,85 78,75 36,10
435 98,54 81,56 16,98 435 115,46 81,56 33,90
450 99,04 84,38 14,67 450 116,05 84,38 31,68
465 99,53 87,19 12,34 465 116,62 87,19 29,43
480 99,99 90,00 9,99 480 117,17 90,00 27,17
495 100,44 92,81 7,63 495 117,69 92,81 24,88
510 100,87 95,63 5,25 510 118,20 95,63 22,58
525 101,29 98,44 2,86 525 118,69 98,44 20,25
540 101,70 101,25 0,45 540 119,17 101,25 17,92
555 102,09 104,06 -1,97 555 119,63 104,06 15,56
570 102,47 106,88 -4,40 570 120,07 106,88 13,20
585 102,84 109,69 -6,85 585 120,50 109,69 10,82
600 103,20 112,50 -9,30 600 120,92 112,50 8,42
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Um plano de infiltração está sendo concebido para o controle das águas de chuva de um
centro comercial, na cidade de Fortaleza, com uma área coberta de 400 m². Para acolher
as águas que precipitam sobre o telhado está sendo disponibilizada uma área descoberta
(no solo) de 60 m².
Desenvolvimento
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ൌ
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ǡ ૢǤ ࢀࡾǡૠ ࢚
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(lâmina em mm; intensidade da chuva em mm/h; tempo de retorno em anos; duração da chuva em
minutos)
100
80
alturas (mm)
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250 300 350
duração (min)
P(t, TR) (mm), para TR 10 anos P(t, TR) (mm), para TR 25 anos
ࡽࡿ ൌ ࢻǤ Ǥ
Sendo:
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80,00
alturas (mm)
60,00
40,00
20,00
0,00
0 50 100 150 200 250 300 350
duração (min)
100,00
alturas (mm)
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
0 50 100 150 200 250 300 350
duração (min)
Para TR 10 anos:
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Para TR 25 anos:
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Para TR 10 anos:
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Para TR 25 anos:
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Para TR 10 anos:
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Para TR 25 anos:
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ࢎൌ ൌ ǡ ૢ
ǡ
87
O índice de vazios é a relação entre o volume de vazios (não sólido) e o volume total da amostra de material. A porosidade
é a relação entre o volume de vazios (não sólido) e o volume de sólidos da amostra de material. Esses dois índices físicos são
adimensionais.
302 Hidrologia na prática
Aplicação 48
Tema: Pré-dimensionamento de medidas de controle de cheias, a partir da relação IDF
x Reservatório de detenção
x Poço de infiltração
x Trincheira de infiltração
x Pavimento permeável
Desenvolvimento
88
Os diversos formatos de relação IDF estão descritos na Aplicação 14.
Anísio de Sousa Meneses Filho 303
ࢇǤࢀࡾ࢈
ൌ ሺࢉା࢚ሻࢊ (equação potencial; Keiffer e Chu)
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ൌ (equação de Talbot)
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400
300
200
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0
0 20 40 60 80 100 120 140
i pela expressão potencial (Keiffer e Chu)
ૠૠǡ Ǥ ࢀࡾǡૠ
ൌ
ǡ ࢚
120
i pela expressão de Talbot
100
80
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100 120 140
i pela expressão potencial (Keiffer e Chu)
Assim:
כ
ࢇ כǤ ࢀࡾ࢈ ࢚
ࡴࡱ ൌ ࢼǤ Ǥ
࢚ ࢉ כ
࢚
ࡴࡿ ൌ ࢽǤ ࡴǤ ࡿ Ǥ
As expressões de ࢼ e ࢽ são específicas para o dispositivo adotado, o
que se verá adiante.
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Exemplo de aplicação:
x Área contribuinte (A): 30 ha
x Tempo de concentração (tc): 25 min
x Coeficiente de escoamento superficial: 0,60
x Intensidade da chuva (para TR 5 anos e t=tc): 85,13 mm/h
x Vazão de restrição (efluente máximo da detenção): 20 L/(s.ha) (≈ 7,2mm/h)
ࡴ ൌ ࢂ࢞ ൌ ൫ૠǡ ૢǤ ξǡ Ǥ ǡૡૠ െ ǡ ૠǤ ξૠǡ ൯ ൌ ǡ ૡ ൌ ૡǡ Ȁࢎࢇ
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Exemplo de aplicação:
x Área contribuinte (A): 1,2 ha
x Coeficiente de escoamento superficial (C): 0,90
x Permeabilidade do solo (Ksat): 40 mm/h
x Fator redutor (D) devido à colmatação: 0,25
x Período de retorno (TR) da precipitação: 2 anos
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Pavimento permeável:
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Exemplo de aplicação:
x Área contribuinte (A): 0,5 ha
x Área do pavimento permeável (Apav): 0,2 ha
x Coeficiente de escoamento superficial (C): 0,60
x Intensidade da chuva (para TR 2 anos e t=tc=10 min): 97,94 mm/h
x Permeabilidade do solo (Ksat): 30 mm/h
x Fator redutor (D) devido à colmatação: 0,1
x Período de retorno (TR) da precipitação: 2 anos
x Porosidade (ࣁ) da brita de preenchimento: 0,4
ǡ ǡ Ǥ ǡ
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ǡ
Portanto: a camada de brita de porosidade 0,4 deve ter espessura de 36,3 cm sob
o pavimento drenante para prover as condições de drenagem compatíveis com a
chuva de projeto.
Desenvolvimento
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Desenvolvimento
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Alguns critérios básicos de dimensionamento estão associados à
declividade dos condutos e à velocidade máxima que deve ser
permitida. Conforme orienta Tomaz (2011), as tubulações devem ser
dimensionadas com o tirante máximo de 80% do seu diâmetro e com
velocidades entre 0,6 m/s e 5,0 m/s. Recomenda-se uma declividade
mínima para cada trecho da rede de 0,5%, com a verificação adicional
da tensão trativa. Usualmente, são empregados tubos circulares de
89
Ou caixas de ligação, quando não visitáveis.
90
Em geral, de 10 a 25 anos, de acordo com o que estabelece o normativo municipal.
320 Hidrologia na prática
metros, para facilitar a manutenção da rede. No entanto, os normativos
municipais podem estabelecer limites diferentes e até mais restritivos.
x Área: 8.000 m²
x Duração da chuva: 5,99 min
x Intensidade da chuva: 161,20 mm/h
x Coeficiente de distribuição: 1,00
x Coeficiente de deflúvio (critério de Fantoli): 0,50
x Vazão adicionada: 0,18 m³/s
y/D c1 c2 c3
0,40 0,2934 0,1050 0,1604
0,41 0,3032 0,1090 0,1683
0,42 0,3130 0,1148 0,1762
0,43 0,3229 0,1198 0,1844
0,44 0,3328 0,1248 0,1926
0,45 0,3420 0,1298 0,2014
0,46 0,3527 0,1347 0,2098
0,47 0,3627 0,1401 0,2185
0,48 0,3727 0,1451 0,2276
0,49 0,3827 0,1508 0,2368
0,50 0,3930 0,1559 0,2464
0,51 0,4030 0,1612 0,2550
0,52 0,4130 0,1668 0,2651
0,53 0,4230 0,1719 0,2751
0,54 0,4330 0,1773 0,2853
0,55 0,4430 0,1828 0,2956
0,56 0,4530 0,1883 0,3069
0,57 0,4620 0,1830 0,3157
0,58 0,4720 0,1988 0,3263
0,59 0,4820 0,2038 0,3374
0,60 0,4920 0,2098 0,3466
0,61 0,5020 0,2149 0,3599
0,62 0,5120 0,2202 0,3717
0,63 0,5220 0,2251 0,3828
0,64 0,5310 0,2305 0,3949
0,65 0,5400 0,2354 0,4062
0,66 0,5500 0,2410 0,4162
0,67 0,5590 0,2461 0,4312
0,68 0,5690 0,2510 0,4444
0,69 0,5780 0,2561 0,4570
0,70 0,5870 0,2607 0,4700
0,71 0,5960 0,2659 0,4831
0,72 0,6050 0,2705 0,4987
0,73 0,6140 0,2751 0,5108
0,74 0,6230 0,2798 0,5240
0,75 0,6320 0,2845 0,5400
0,76 0,6400 0,2881 0,5543
0,77 0,6490 0,2928 0,5599
0,78 0,6570 0,2970 0,6051
0,79 0,6660 0,3011 0,6020
0,80 0,6740 0,3047 0,6185
0,81 0,6810 0,3079 0,6348
0,82 0,6890 0,3115 0,6526
0,83 0,6970 0,3151 0,6714
0,84 0,7040 0,3183 0,6898
0,85 0,7120 0,3212 0,7106
x Subcrítico, se ࢟ ൏ ࢟
x Crítico, se ࢟ ൌ ࢟
x Supercrítico, se ࢟ ࢟
ࢉ ൌ ǡ ૠ
Sendo o tirante crítico ࢟ (igual a 21,6 cm) maior do que o tirante obtido
neste cálculo ࢟ (igual a 17,6 cm), conclui-se que o regime de
escoamento nesse trecho é supercrítico.
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Sendo J o peso específico da água; Rh o raio hidráulico.
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ࢊ ൌ ቀ ቁ , para área de contribuição superior a 10.000 m²
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91
O número de Froude (FR) é definido como a relação adimensional entre a velocidade e a celeridade.
Anísio de Sousa Meneses Filho 327
Parte 2
Quizzess
Orientação de procedimento
1.1 O ciclo hidrológico no Planeta pode ser analisado a partir de três grandes
compartimentos comunicantes por onde a água transita: a atmosfera, a superfície e
os aquíferos subterrâneos.
1.2 O ciclo hidrológico é aberto no âmbito da bacia hidrográfica.
1.3 A partir da linha imaginária do Equador, indo em direção aos polos (Norte ou Sul),
ocorre aumento gradual e contínuo de pressão sobre as massas atmosféricas.
1.4 Na circulação geral da atmosfera, uma zona de baixa pressão constitui zona de
divergência de massa de ar.
1.5 A ZCIT (zona de convergência intertropical) está associada aos ventos alísios, de
calmaria.
1.6 A água se movimenta diretamente dos continentes para os oceanos, porém
indiretamente dos oceanos para os continentes.
1.7 O ano hidrológico sempre coincide com o ano civil.
1.8 As quatro estações do ano são inverno, verão, primavera e outono, nesta ordem.
1.9 As estações do ano determinam períodos mais e menos chuvosos, sendo o inverno o
período de precipitações mais abundantes.
1.10 Na passagem do verão para outono, ocorre um solstício, com duração do dia maior
do que a duração da noite.
1.11 A brisa terrestre e a brisa marítima têm a mesma orientação, variando somente o
período de ocorrência.
1.12 No comportamento das marés, a Lua exerce maior influência do que o Sol.
1.13 O movimento de translação da Terra está associado às sucessivas estações do ano.
1.14 O movimento de rotação da Terra afeta a circulação das águas dos oceanos.
1.15 As ações antrópicas podem alterar o padrão de circulação da água no Planeta.
1.16 Evidencia-se, ao longo do ano, uma correlação entre o aquecimento das águas dos
oceanos e a ocorrência de precipitações.
1.17 No modelo de circulação da atmosfera, as células de Hadley e de Ferrel interagem
com a migração típica de massa de ar de uma para a outra.
1.18 A ocorrência do verão (estação quente) está associada à maior proximidade da
Terra ao Sol.
1.19 Temperatura mais alta na superfície do mar na região próxima e abaixo da ZCIT
tende a indicar ano seco no Nordeste brasileiro.
1.20 Em razão das latitudes baixas, frentes frias não conseguem ocasionar chuvas no
Nordeste brasileiro.
3.2 CERTO. A cada seção exutória corresponde uma única bacia. A cada
bacia corresponde uma única seção exutória.
4.2 O processo de ascensão da massa de ar úmida para a formação das nuvens serve de
critério para a classificação das chuvas.
4.6 A medição da chuva por pluviógrafo permite inferir a intensidade média de cada
evento.
4.13 A ascensão da massa de ar úmida favorecida pelo relevo está associada às chuvas
orográficas.
0,001 m x 1 m² = 0,001 m³ = 1 L
5.5 A água do mar evapora mais facilmente do que a água doce (de rios).
5.10 O tanque Classe A serve para a medição direta da evaporação, que se correlaciona
com a evaporação do lago próximo.
5.12 Tipicamente, a água ingressa na planta pelo sistema radicular e sai da planta pelos
estômatos das folhas.
5.15 A altitude do local favorece a evaporação, ou seja, bacias em cotas bem acima do
nível do mar apresentam maiores perdas por evaporação.
6.4 A água precipitada sobre o solo tem opção preferencial pelo escoamento superficial,
ficando o excedente disponível para infiltração.
6.5 A capacidade de infiltração do solo depende da sua textura, porém independe das
suas condições atuais de umidade.
6.13 O método fi (I) de separação da chuva assume que a lâmina de infiltração (em mm)
cresce linearmente com a duração da chuva.
6.14 O ponto de murcha permanente num solo argiloso é maior do que num solo
arenoso.
7.3 Quanto maior a declividade da bacia, menor tende a ser a parcela de precipitação
efetiva.
7.5 As primeiras ocorrências do período chuvoso sobre o solo de uma bacia no seu estado
natural produzem relativamente mais chuva efetiva do que os eventos subsequentes.
7.6 A parcela de precipitação efetiva é tanto maior quanto maior a parcela de infiltração.
7.7 Na separação dos volumes de chuva, a parcela efetiva é sempre menor do que aquela
da infiltração.
7.9 Numa bacia totalmente impermeável, a chuva efetiva equivale à chuva total.
7.12 A parcela de precipitação efetiva é tanto maior quanto maior a umidade do solo.
8.1 Numa bacia com área 2 km² um escoamento superficial de 10 mm/h, equivale a uma
vazão de, aproximadamente, 5,6 m³/s.
8.3 Numa pequena bacia hidrográfica, a chuva de intensidade i produz pico de vazão
sempre crescente com o seu tempo de duração.
8.6 Chuvas mais concentradas no tempo tendem a produzir hidrogramas mais achatados.
8.8 A propagação de onda de cheia em canal (rio) tende a ser mais amortecida em leitos
rugosos.
8.9 Um rio efluente recebe água por escoamento subterrâneo e, com a ausência de
chuvas na bacia, sua vazão tende a diminuir.
8.12 Numa bacia com área repartida entre diversas tipologias ocupacionais, o coeficiente
de runoff é aquele correspondente à parcela de área majoritária.
8.14 Numa dada bacia, quanto maior a duração da chuva, maior a duração do
escoamento superficial direto.
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9.1 O diagrama de box plot pode ser empregado para a detecção de outliers.
9.2 A análise de consistência deve ser feita antes do preenchimento de falhas nos
registros históricos.
9.4 Uma série de precipitações máximas diárias anuais de n anos de registros históricos
reúne as n maiores precipitações diárias desse período.
9.5 O diagrama de dupla massa é aplicado para a verificação de inconsistência nas séries
anuais de precipitação.
9.7 A correlação estatística nos totais anuais de precipitação em dois postos constitui
indicativo suficiente de pertencerem esses postos a uma mesma região hidrológica.
9.8 As séries temporais de registros hidrológicos podem ser anuais ou parciais, sendo que
nas séries parciais é necessário o estabelecimento de um valor limiar como critério de
inclusão.
9.1 CERTO. O diagrama box plot (ou box plot and whisker) oferece um
critério para a identificação de outliers, ou seja, aqueles valores que
se afastam consideravelmente da média, devendo, então, ser
removidos para não perturbar o ajuste ao modelo. Consiste esse
diagrama de caixa na exibição do valor médio, do primeiro e
terceiros quartis, e da faixa de pertinência.
10.2 O desvio padrão expressa a dispersão dos valores (dos dados) em torno da média.
10.4 Numa série de vazões máximas diárias anuais, a vazão TR 100 é o dobro da vazão TR
50.
10.9 A mediana numa série de precipitações totais anuais ocorre sempre uma vez a cada
dois anos.
11.2 A vazão máxima obtida pelo método racional é tanto maior quanto menor o risco
hidrológico considerado.
11.3 A probabilidade de, em 5 anos consecutivos, ocorrerem 2 anos secos com tempo de
retorno de 10 anos é de 40%.
11.5 Num ano qualquer, a probabilidade de chuva total acima da média histórica anual é
igual à probabilidade de chuva total abaixo da média.
11.6 O risco de vazões acima da média histórica equivale ao risco de precipitações acima
da média histórica.
11.7 Precipitações críticas sempre produzem vazões críticas de mesmo tempo de retorno.
11.8 Numa obra de vida útil 20 anos dimensionada para evento hidrológico com período
de retorno de 100 anos, o risco hidrológico é nulo.
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11.4 ERRADO. A probabilidade de ocorrerem 3 anos úmidos em um
lustro também pode ser obtida por análise binomial. Nesse caso,
devemos considerar a ocorrência de 2 anos secos e 3 anos
úmidos, em qualquer combinação possível no período de 5 anos.
Assim:
ࡼሺࢄ ൌ ሻ ൌ ቀ ቁ Ǥ ൬ ൰ Ǥ ൬ െ ൰ ൎ ǡ
11.5 CERTO. Considerando a distribuição normal (gaussiana) para a
série de precipitação total anual, a média coincide com a mediana,
ou seja, a probabilidade de valores acima da média dos totais
anuais é de 50%. Portanto, a mesma probabilidade de, num ano
qualquer, ocorrer precipitação total abaixo da média.
ࡾ ൌ െ ൬ െ ൰
ࢀࡾ
11.9 ERRADO. O risco hidrológico de uma estrutura hidráulica colapsar
(ou não apresentar adequado desempenho) depende da vida útil
de projeto e do tempo de retorno considerado na estimativa das
variáveis hidrológicas (precipitação, vazão).
12.6 O escoamento de base num rio pode ser representado por uma função exponencial
decrescente durante o período de estio.
12.7 No método racional, o hidrograma com patamar indica duração inferior ao tempo
de concentração da bacia.
12.8 No hidrograma unitário adimensional, o tempo de base e o tempo de pico são iguais
a 1,0.
12.12 O modelo Muskingum não leva em conta a extensão do trecho em que a onda de
cheia está sendo propagada.
12.14 A vazão estimada pelo método racional não cresce após cessada a chuva.
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13.1 O parâmetro CN (curve number) do modelo SCS (Soil Conservation Service) varia ao
longo do tempo, com o processo de ocupação da bacia.
13.3 A parcela de perdas iniciais (Ia) no modelo SCS (Soil Conservation Service) não pode
ser superior à parcela de precipitação efetiva.
13.5 Na ausência de dados locais para calibração, a parcela de perdas iniciais (Ia) pode
ser estimada como 20% da capacidade de retenção de água no solo.
13.6 O modelo SCS (Soil Conservation Service) considera quatro tipos de solo: A, B, C e D.
O solo A é menos favorável à produção de escoamento.
13.8 O modelo SCS (Soil Conservation Service) incorpora uma grande quantidade de
parâmetros para a sua calibração, o que inibe a sua utilização de forma mais extensiva.
13.9 No modelo SCS (Soil Conservation Service), a taxa de infiltração é crescente durante
uma chuva uniforme.
13.10 A aplicação do modelo SCS (Soil Conservation Service) é restrita a bacias urbanas
de pequenas ou médias dimensões.
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14.4 Sendo a precipitação total anual média numa bacia igual a 1000 mm com desvio
padrão 250 mm, estima-se em 16% a probabilidade de ocorrer em um ano precipitação
total abaixo de 750 mm.
14.5 A probabilidade de, num dado ano, ocorrer exatamente a média histórica de
precipitação total é de 50%.
14.6 O modelo probabilístico de Gumbel é próprio para retratar a distribuição das vazões
médias mensais.
14.7 Distribuições assimétricas de probabilidade (como lognormal, log Pearson tipo III e
Weibull) são compatíveis com séries hidrológicas de valores extremos.
16.3 A rápida transferência das águas pluviais é a estratégia indicada para sistema de
drenagem urbana, numa perspectiva compensatória.
16.4 Medidas compensatórias são mais eficazes se implantadas a jusante das áreas
suscetíveis a cheias.
16.8 O rearranjo temporal das vazões promovido pelas técnicas compensatórias acarreta
o aumento do volume escoado.
16.9 Técnicas compensatórias atuam somente no aspecto quantitativo das vazões, sem
qualquer efeito sobre a qualidade das águas.
92
Conforme Leopold (1968), apud Canholi (2016).
Anísio de Sousa Meneses Filho 387
através de obras lineares (como o pavimento permeável e as
trincheiras de infiltração).
93
Campos (2005).
390 Hidrologia na prática
17.14 Os DTRs (diagramas triangulares de regularização) exibem as parcelas percentuais
de evaporação, liberação e sangria do reservatório, relativas ao volume médio afluente
anual.
18.2 O método da meia seção leva em conta a variação da velocidade da água na seção
transversal do rio.
18.5 A curva chave de um rio é a mesma em qualquer uma de suas seções transversais.
18.7 Num canal de seção retangular, a curva chave é representada por uma função linear.
18.8 No período sem chuvas, a vazão ao longo de um trecho de rio permanece constante.
19.4 A curva de permanência de vazões diárias tem a mesma configuração de uma curva
de permanência de vazões mensais.
19.6 Numa curva de permanência de vazões decrescentes (CPVD), a vazão Q60 é o dobro
da vazão Q30.
20.3 Uma movimentação da água no meio poroso saturado se orienta pelo gradiente
hidráulico.
20.4 Um poço é jorrante quando a linha piezométrica está acima do nível da superfície
do terreno.
20.8 O gradiente hidráulico é uma grandeza adimensional que assume valores tanto
maiores quanto menor a carga hidráulica.
20.12 A ascensão capilar da água é tanto maior quanto maior a permeabilidade do solo.
20.15 O escoamento da água na zona vadosa do solo pode ser modelado pela relação de
Darcy.
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