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Curso de Manejo de águas pluviais 1

Capítulo 2 -Método Racional


Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 3/8/12

Capítulo 2
Método Racional

“As hipóteses são redes: só quem as lança colhe alguma coisa”..


Novalis

2-1
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Capítulo 2 -Método Racional
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SUMÁRIO
Ordem Assunto

2.1 Introdução
2.2 Considerações sobre o limite da área da bacia
2.3 Período de retorno
2.4 Intensidade da chuva
2.5 Tempo de concentração
2.6 Coeficiente C da fórmula Racional
2.7 Coeficiente de escoamento e vazão máxima em bacias urbanas (Tucci)
2.8 Equação do coeficiente
2.9 Estimativa do coeficiente de escoamento superficial da superfície permeável
2.10 Coeficiente de escoamento superficial de área impermeável
2.11 Coeficiente de escoamento superficial em função da área impermeável
2.12 Área impermeável em função da densidade
2.13 Coeficiente de escoamento superficial em função da densidade habitacional
2.14 Estimativa da área impermeável em macro-bacias urbanas
2.15 Análise de incerteza do método racional
2.16 Recomendações para o método racional
2.17 Relacionamento de C com CN
2.18 Coeficientes C do Método Racional
2.19 Hidrograma do Método Racional conforme Dekalb
2.20 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pelo método de Aron e
Kibler, 1990
2.21 Dimensionamento de reservatório de detenção pelo Método Racional

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Capítulo 2 -Método Racional (≤ 3km2)

2.1 Introdução
O método racional é um método indireto e foi apresentado pela primeira vez em 1851 por
Mulvaney e usado nos Estados Unidos por Emil Kuichling em 1889 e estabelece uma relação entre a
chuva e o escoamento superficial (deflúvio).
O nome método Racional é para contrapor os métodos antigos que eram empiricos e não eram
racionais.
É usado para calcular a vazão de pico de uma determinada bacia, considerando uma seção de
estudo.
Na Inglaterra Lloyd-Davies fez método semelhante em 1850 e muitas vezes o metodo
Racional é chamado de Metodo de Lloyd-Davies.
A chamada fórmula racional é a seguinte:

Q= C . I . A /360 (Equação 2.1)


Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1. C= volume de runoff/ volume total de chuva
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha= 10.000m2

Figura 2.1-Modelo de sistema hidrológico simples


Fonte: Villela e Mattos, Hidrologia Aplicada

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Na Inglaterra o método racional é usado com o nome de método de Lloyd-Davies.


Na Figura (2.2) apresenta como funciona o método racional. O tempo de duração da chuva é
igual ao tempo de concentração. Na saída (output) a vazão efluente irá variar segundo um hidrograma
triangular justificado por (Willian, 1950), (Pagan, 1972) e (Mitchi,1974).
Conforme hidrograma triangular da Figura (2.2), tc é o tempo para o escoamento máximo e 2
.tc o tempo total de escoamento superficial.

Hietograma
Escoamento
Superficial
(m3/s)

Q
Hidrograma

Tempo

tc tc

Figura 2.2- O método racional tem escoamento triangular sendo tc o tempo para atingir o pico da vazão e 2tc o
tempo total de escoamento (Porto in Drenagem Urbana,1995).

O método racional deve ser aplicado somente em pequenas bacias ou seja com área de
drenagem inferior a 3km2 (300 ha) conforme (Porto, 1993) ou quando o tempo de concentração seja
inferior a uma hora.
Na Austrália é usado o Método Racional Probabilístico para pequenas bacias (25 km2) e
médias bacias (500 km2), onde são aferidos os coeficientes de escoamento superficial “C” ,
comparando-se o calculado e medido. Não possuímos tais estudos no Brasil.
Akan,1993 admite para o método racional área da bacia até 13 km2.
Adotamos 3km2 (três quilômetros quadrados) como limite máximo do Método Racional
conforme recomendação das “Diretrizes básicas para projetos de drenagem urbana no município de
São Paulo” elaborado em 1998 pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH).
O conceito de pequena, média e grande bacia é um conceito variável entre os hidrólogos. A
mesma bacia ser considerada pequena por um e considerada média por outro. Não existe portanto,
uma definição correta do que seja pequena, média e grande bacia.
Quando se aplicar o método racional, isto é, fazendo-se a síntese, não devemos nos esquecer
da análise de como o mesmo é baseado. As hipóteses do método racional são as seguintes:
a) toda a bacia contribui com o escoamento superficial e é porisso que o tempo de duração da
tormenta deve ser igual ou exceder ao tempo de concentração da bacia;

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b) a chuva é distribuída uniformemente sobre toda a área da bacia;


c) todas as perdas estão incorporadas ao coeficiente de escoamento superficial.
A intensidade da chuva associada com o tempo de concentração e a freqüência da ocorrência
podem ser obtidas das curvas de intensidade-duração-frequência (IDF) que é obtida por varias
publicações. Os cálculos são simples e fáceis de serem obtidos.

Exemplo 2.1
Dada área da bacia A= 5ha, coeficiente de escoamento superficial C= 0,70 e intensidade da chuva
I= 50mm/h. Calcular a vazão de pico Q.
Q= C . I . A /360 = 0,70 x 50mm/h x 5ha/360= 0,49m3/s

2.2 Considerações sobre o limite da área da bacia


O método racional é muito usado, mas apresenta algumas discussões, entre elas a mais
importante é o tamanho da bacia a ser considerado conforme Tabela (2.1). Adotamos como limite
superior 3km2 para a área da bacia.

Tabela 2.1- Valores limites da fórmula racional


Área
Autores
(ha) (km2)
David H. Pilgrim e Ian Cordery (Austrália) Método probabilístico, 1993 de 2000 a 50.000 20 a 500
Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo (FCTH) 1998 (*) 300 3
Wanielista et al.,1997 20 a 40 0,2 a 0,4
Ven Te Chow 40 a 81 0,4 a 0,81
DAEE, 2005 para pequeñas barragens 200 2
DAEE-Cetesb até 100 1
Porto,1995 até 300 3
Linsley et al. 40 a 486 0,4 a 4,86
Paulo Sampaio Wilken até 500 5
Linsley e Franzini até 500 5
Osman Akan, 1993 até 1300 13
Califórnia Hihgways até 4.050 40,5
Otto Pfasfstetter até 20.000 200
ASCE,1992 até 80 0,8
Debo e Reese,1995 até 40 0,4
Regulamento do sul da Califórnia proíbe acima de oito hectares. até 8 0,08
McCuen,1998 Pequenas Bacias
(*) Adotado pelo Engº Plínio Tomaz

2.3 Período de retorno


Período de retorno (Tr) é o período de tempo médio que um determinado evento hidrológico
é igualado ou superado pelo menos uma vez. Na prática em microdrenagem o período de retorno é
maior ou igual a 25 anos. Na Inglaterra está sendo usado para microdrenagem período de retorno de
30anos.

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2.4 Intensidade da chuva


Intensidade (I ou i) é a precipitação por unidade de tempo, obtida como a relação I= P / t, se
expressa normalmente em mm/hora ou mm/minuto.

Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)


1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).

Equação de Martinez e Magni,1999 para a RMSP.


I = 39,3015 (t + 20) –0,9228 +10,1767 (t +20) –0,8764 . [ -0,4653 – 0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))]
(Equação 2.2)
Para chuva entre 10min e 1440min

Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln= logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos), sendo T≤ 200 anos
Nota: observar que a Equação (2.2) não se aplica a T=1ano.

Dica: para transformar mm/min em L/s x ha multiplicar por 166,7

Conforme DAEE, 2005 as equações de Martinez e Magni estão definidas até período de
retorno de 200 anos mas, às vezes, pela ausência de outra equação, a extrapolação é feita para período
de retorno até 1.000 anos conforme Tabelas (2.2) e (2.3).
Dica: a Equação de Martinez e Magni de 1999 é a mais nova a ser usada na Região
Metropolitana de São Paulo.

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Tabela 2.2 – São Paulo: Previsão de alturas máximas de chuvas em mm


Duração da chuva Período de retorno
(anos)
2 5 10 15 20 25 50 100 200
10 min 16,2 21,1 24,4 26,2 27,5 28,5 31,6 34,6 37,6
15 min 21,1 27,5 31,8 34,2 35,9 37,2 41,2 45,2 49,1
20 min 24,9 32,5 37,6 40,4 42,4 44,0 48,7 53,4 58,1
25 min 27,9 36,5 42,2 45,4 47,7 49,4 54,8 60,1 65,4
30 min 30,3 39,8 46,0 49,5 52,0 53,9 59,8 65,6 71,4
1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
2h 46,8 62,1 72,3 78,0 82,0 85,1 94,6 104,0 113,4
6h 55,7 74,9 87,6 94,7 99,7 103,6 115,5 127,2 139,0
8h 57,6 77,7 91,0 98,5 103,7 107,8 120,2 132,6 144,9
10 h 59,1 79,8 93,6 101,3 106,8 111,0 123,9 136,7 149,4
12 h 60,2 81,5 95,6 103,6 109,2 113,5 126,8 139,9 153,0
18h 62,5 85,2 100,1 108,6 114,5 119,1 133,1 147,0 160,9
24h 64,1 87,7 103,3 112,1 118,2 123,0 137,6 152,1 166,5
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999

Tabela 2.3 – São Paulo: Previsão de máxima intensidade de chuvas em mm/hora


Duração da chuva Período de retorno
(anos)
2 5 10 15 20 25 50 100 200
10 min 97,3 126,9 146,4 157,4 165,2 171,1 189,4 207,6 225,8
15 min 84,4 110,2 127,3 136,9 143,7 148,9 164,9 180,8 196,6
20 min 74,6 97,5 112,7 121,3 127,3 131,9 146,2 160,3 174,4
25 min 66,9 87,6 101,3 109,0 114,4 118,6 131,4 144,2 156,9
30 min 60,7 79,5 92,0 99,1 104,0 107,8 119,5 131,2 142,8
1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
2h 23,4 31,1 36,1 39,0 41,0 42,5 47,3 52,0 56,7
6h 9,3 12,5 14,6 15,8 16,6 17,3 19,2 21,2 23,2
8h 7,2 9,7 11,4 12,3 13,0 13,5 15,0 16,6 18,1
10 h 5,9 8,0 9,4 10,1 10,7 11,1 12,4 13,7 14,9
12 h 5,0 6,8 8,0 8,6 9,1 9,5 10,6 11,7 12,8
18h 3,5 4,7 5,6 6,0 6,4 6,6 7,4 8,2 8,9
24h 2,7 3,7 4,3 4,7 4,9 5,1 5,7 6,3 6,9
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999

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2.5 Tempo de concentração


O tempo de concentração é o tempo que leva uma gota de água mais distante até o trecho
considerado na bacia.
Existem três maneiras em que a água é transportada em uma bacia: a primeira é o escoamento
superficial, a segunda é o escoamento em tubos e a terceira é o escoamento em canais, incluso
sarjetas.
Existem várias fórmulas empíricas para determinar o valor do tempo de concentração, mas
sem dúvida o melhor é usar o método cinemático.
A obtenção do tempo de concentração é uma informação importante, porém difícil de ser
obtida. Enfim como diz (McCuen,1993), o projetista deve saber que não é possível obter o valor do
tempo de concentração por um simples método.

2.6 Coeficiente C da fórmula Racional


O coeficiente “C” de escoamento superficial é também conhecido como coeficiente de runoff
ou coeficiente de deflúvio.
Por definição coeficiente de runoff é a razão entre o volume total de escoamento superficial
no evento e o volume total precipitado (Tucci, RBRH,2000).
A escolha do coeficiente “C” necessita de experiência e julgamento por parte do calculista.
Deverão ser verificadas as fotos aéreas e inspeções locais.
O coeficiente de runoff depende também do solo, pois a infiltração decresce enquanto que a
chuva contínua, dependendo das condições do solo. Influencia também o grau de compactação do
solo, porosidade do subsolo, vegetação, declividade e depressões onde a água pode armazenar.
O coeficiente ideal é aquele que se levou em consideração a maior quantidade de fenômenos
que influenciam no valor de “C”. Vamos citar alguns valores de “C” citados por (Wilken,1978)
conforme Tabelas (2.5) e (2.6).
Resumidamente influenciam no coeficiente C as seguintes variáveis:
 Porcentagem da área impermeável
 Características do solo
 Duração da chuva
 Intensidade da chuva
 Forma da área de drenagem
 Capacidade de campo da camada de solo
 Declividade da bacia
 Freqüência escolhida
 Uso do solo e características
 Armazenamento de água na superfície do solo
 Interceptação

Tabela 2.4-Coeficientes de Escoamento Superficial “C”


Superfície Coeficiente C Tempo de entrada
(min)
Telhados 0,70 a 0,95 5
Pavimentos 0,40 a 0,90 5
Via macadamizadas 0,25 a 0,60 5
Vias e passeios apedregulhados 0,15 a 0,30 5
Quintais e lotes vazios 0,10 a 0,30 5 a 10
Parques, jardins, gramados dependendo da declividade 0,00 a 0,25 5 a 10
Fonte: Wilken, 1978 acrescido do tempo de entrada

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A Prefeitura Municipal de São Paulo (Wilken,1978) adota os seguintes valores de C:

Tabela 2.5-Valores do coeficiente de escoamento superficial C da Prefeitura Municipal


de São Paulo
Tempo de
Zonas Valor de entrada
C (min)
Edificação muito densa:
Partes centrais, densamente construídas de uma cidade com ruas e calçadas 0,70 a 5
pavimentadas. 0,95
Edificação não muito densa:
Partes residenciais com baixa densidade de habitações, mas com ruas e 0,60 a 5
calçadas pavimentadas 0,70
Edificações com poucas superfícies livres:
Partes residenciais com construções cerradas, ruas pavimentadas. 0,50 a 5
0,60
Edificações com muitas superfícies livres:
Partes residenciais com ruas macadamizadas ou pavimentadas. 0,25 a 5
0,50
Subúrbios com alguma habitação:
Partes de arrabaldes e suburbanos com pequena densidade de construção 0,10 a 5 a 10
0,25
Matas, parques e campos de esportes:
Partes rurais, áreas verdes, superfícies arborizadas, parques ajardinados,
campos de esportes sem pavimentação. 0,05 a 5 a 10
0,20
Fonte: Wilken, 1978 acrescido do tempo de entrada

Na Inglaterra conforme Ciria, 2007 é usado em microdrenagem tempo de entrada de 3min a


5min.
Wanielista, 1997 na Tabela (2.6), apresenta os seguintes coeficientes de escoamento
superficial para período de retorno de 10 anos. Na prática usa-se o mesmo para 2 anos e 5 anos.
Tabela 2.6-Coeficientes de escoamento C para tempo de retorno  10 anos
Descrição da área Coeficiente de Escoamento
C
Área comercial
Centro da cidade 0,70 a 0,95
Vizinhanças 0,50 a 0,70
Área residencial
Habitações uni-familiares 0,30 a 0,50
Habitações multi-familiares isoladas 0,40 a 0,60
Habitações multi-familiares geminadas 0,60 a 0,75
Residencial suburbana 0,25 a 0,70
Apartamentos 0,50 a 0,70
Industrial
Indústrias leves 0,50 a 0,80
Indústrias pesadas 0,60 a 0,90
Parques e Cemitérios 0,10 a 0,25
Pátios pavimentados 0,20 a 0,35
Solo não cultivado 0,10 a 0,30
Pavimentação
Asfalto ou concreto 0,70 a 0,95
Tijolos 0,70 a 0,85
Telhados 0,70 a 0,95

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Gramado, solo arenoso


Terreno plano, 2% 0,05 a 0,10
Declividade média, 2 a 7% 0,10 a 0,15
Bastante declividade, 7% ou mais 0,15 a 0,20
Gramados, solo pesado
Plano, 2% 0,13 a 0,17
Declividade média, 2 a 7% 0,18 a 0,22
Bastante declividade, 7% ou mais 0,25 a 0,35
Fonte: Manual of Practice- Design and Construction of Sanitary and Storm Sewers,1970 da ASCE in Wanielista,
1997 p. 206.

Na Tabela (2.7), quando se tem período de retorno de 25 anos multiplicar o valor do


coeficiente de escoamento por 1,1 e quando o período de retorno for 100 anos multiplicar por 1,25.
Não esquecendo que C  1.
Akan, 1993 aconselha que o coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de runoff
seja aumentado de 10%, 20% e 25% para 20, 50 e 100 anos de período de retorno.
Porto, 1995 in Drenagem Urbana, cita que os coeficientes de escoamento “C” são válidos para
período de retorno de 10 anos. Para outros períodos de retorno deve ser usada a fórmula:
CT = 0,8 x T 0,1 x C10 (Equação 2.3)
Sendo:
CT = coeficiente de escoamento para o período de retorno T ;
T= período de retorno em anos;
C10 = coeficiente de escoamento superficial para período de retorno de 10 anos.
A Equação (2.3) pode ser apresentada na Tabela (2.7).

Tabela 2.7- Relação CT / C10 conforme fórmula CT = 0,8 x T 0,1 x C10


Período de Retorno Relação de CT / C10
2 0,86
5 0,94
10 1,00
20 1,08
25 1,10
50 1,18
100 1,27

Na Austrália, David H. Pilgrim e Iam Cordery confirmaram que o valor do coeficiente de


runoff “C” varia com o período de retorno “T” em função do valor normalmente adotado de 10 anos.
Quando a bacia apresenta ocupação muito variada deve ser usada a média ponderada:

C1 . A1+C2 . A2 + C3 . A3 +...+ Ci . Ai
C= -------------------------------------------------------- (Equação 2.4)
A1+A2+ A3 +...+ Ai
Sendo:
C1 ,C2 ,C3 ,...Ci = coeficientes de escoamento superficial para as áreas A1+A2+ A3 +...+ Ai,
respectivamente;
A1,A2, A3,...Ai = áreas que possuem coeficientes C1 ,C2 ,C3 ,....Ci.
C=coeficiente de escoamento superficial obtido pela média ponderada efetuada.
Quando se tratar de área impermeável e área permeável é necessário muito cuidado na
aplicação da média ponderada, podendo a mesma nos levar a erros, pois muitas vezes somente a área

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impermeável fornece um valor bem superior a área permeável e a média irá enganar os resultados.
Isto é mostrado nas p. 108 e 109 de Akan, 1993.
O Exemplo (2.2) esclarecerá melhor.

Area impermeável diretamente conectada:


Dizemos que uma área impermeável é diretamente conectada quando o lançamento das águas
pluviais se dá diretamente em galerias de águas pluviais.
Akan e Bedient, 2008 ressaltam que quando a area impermeavel for diretamente conectada é
necessario fazer um cálculo com ela separada da area a montante. O Exemplo (2.2) mostrará o que
pode acontecer.

Exemplo 2.2- O objetivo deste exercício é esclarecer como funciona o método racional.
Calcular a vazão máxima para período de retorno Tr=10anos, usando o método racional para
uma bacia com 12ha. A bacia superior é permeável e tem área de 5ha e C=0,2.
A bacia inferior é mais desenvolvida e tem área de 7ha e C=0,6. O tempo de concentração até
o ponto de controle considerando as duas bacias é de 30min. Considerando a existência de somente a
bacia inferior com 7ha, C=0,6 e tempo de concentração de 10min.

Vamos calcular o coeficiente de escoamento superficial composto que será:


C1 . A1+C2 . A2
C= ---------------------------
A1+A2
Sendo: C1=0,20 C2=0,6 A1=5ha A2=7ha
0,20 . 5 + 0,6. 7
C= -------------------------- = 0,43
5+7
Pela Equação (2.2) temos:
Q= 0,278 . C . I . A
A=12ha = 0,12km2
Usando a Tabela (2.3) para tc=30min, Tr=10anos obtemos I= 92,0mm/h
Q= 0,278 . 0,43. 92,0 . 0,12 = 1,31 m3/s
Obtemos então a vazão de pico da bacia de 12ha de 1,31 m3/s
(Akan,1995) recomenda que quando a bacia inferior é desenvolvida, isto é, quando a mesma é
mais impermeável que a superior, tem que ser feita verificação.
Assim usando somente a bacia inferior com 6ha, C=0,6, tc=10min, Tr=10anos obtemos:
I=146,4mm/h e A=6ha=0,06km2

Q= 0,278 . C . I . A =0,278 . 0,6 . 146,4 . 0,06 = 1,45 m3/s


Portanto, usando somente a bacia inferior mais desenvolvida achamos uma vazão de pico de
1,45m3/s que é maior que a vazão achada da bacia toda usando o coeficiente C ponderado que
resultou em vazão de 1,31m3/s.
A interpretação segundo Akan, é que o pico de vazão se dá a 10min com vazão de 1,45m3/s e
o tempo em que toda a bacia estará contribuindo na seção de controle é de 30min.

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2.7 Coeficiente de escoamento e vazão máxima em bacias urbanas (Tucci, RBRH 2000)
O prof. dr. Carlos E. M. Tucci apresentou um trabalho bastante interessante na Revista
Brasileira de Recursos Hídricos de janeiro/março de 2000, o qual iremos resumir.

2.8 Equação do coeficiente


O coeficiente de escoamento de uma bacia de superfícies variáveis pode ser estimado pela
ponderação do coeficiente de diferentes superfícies. Considerando uma bacia urbana onde podem
existir dois tipos de superfícies: permeável e impermeável é possível estabelecer que:
Cp . Ap + C i . Ai
C= ----------------------------- (Equação 2.5)
At
Sendo:
Cp = coeficientes de escoamento superficial para a área permeável da bacia
Ci = coeficiente de escoamento superficial para a área impermeável da bacia
Ap = área da superfície permeável da bacia.
Ai = área da superfície impermeável da bacia.
At = área total da bacia.
C =coeficiente de escoamento superficial obtido pela média ponderada efetuada.

2.9 Estimativa do coeficiente de escoamento superficial de superfície permeável


Tucci, 2000 juntou o conceito do coeficiente C de escoamento superficial com a
equação do SCS, 1975, que fornece o escoamento superficial da bacia em milímetros.

(P- 0,2 . S) 2
Q = -------------------------- (Equação 2.6)
(P+0,8 . S)

válida quando P> 0,2 S = Ia (abstração inicial)


25400
sendo S = ------------- - 254 (Equação 2.7)
CN

Sendo:
Q= escoamento superficial (mm);
CN= número da curva de runoff que depende do tipo de solo e da característica da superfície;
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
P= altura pluviométrica total do evento (mm).

Na Equação (2.6) dividindo-se o escoamento superficial Q pela precipitação total do evento P,


teremos o coeficiente de escoamento superficial da área permeável Cp.
(P- 0,2. S) 2
Cp = --------------------- (Equação 2.8)
(P+0,8. S) . P

Para se obter a precipitação total P, basta multiplicar o tempo de concentração em minutos


pela intensidade de chuva em (mm/min).
P = I . tc (Equação 2.9)

2-12
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Para se obter a intensidade de chuva I em (mm/min) usaremos Martinez e Magni em 1999


com dados de 1933 a 1997 (65anos) relativos ao Posto IAG-E3-035 obteve para a cidade de São
Paulo a seguinte fórmula:

I = 39,3015 ( t + 20) –0,9228 +10,1767 (t+20) –0,8764 . [ -0,4653 –0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))]

para chuva entre 10min e 1440min


I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln = logaritmo neperiano e
T= período de retorno (anos).

2.10 Coeficiente de escoamento superficial de área impermeável


Para áreas impermeáveis, (Tucci, 2000) usa a Tabela (2.8).

Tabela 2.8- Coeficiente de escoamento superficial de área impermeável


Coeficiente de escoamento superficial para área impermeável
Tipo de superfície Ci
Valor Médio Faixa de valores
Cimento e asfalto 0,95 0,90 a 0,95
Paralelepípedo 0,60 0,58 a 0,81
Blockets 0,78 0,70 a 0,89
Concreto e asfalto poroso 0,03 0,05
Solo compactado 0,66 0,59 a 0,79
Fonte: Tucci,RBRH janeiro/março do ano 2000

Exemplo 2.3
Seja uma bacia com área de 0,36km2 (36ha) com tempo de concentração tc=16min obtido pelo
método cinemático. A área permeável é 30% do total. O número da curva CN para terrenos baldios é
CN=74. Calcular a vazão máxima de escoamento superficial considerando período de retorno de 50
anos.
Cálculo do armazenamento S
25400 25400
S= ------------- - 254 = ------------ - 254 = 89, 24mm
CN 74

I = 39,3015 ( t + 20) –0,9228 +10,1767 (t+20) –0,8764 . [ -0,4653 –0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))]


I = 39,3015 ( 16 + 20) –0,9228 +10,1767 (16+20) –0,8764 . [ -0,4653 –0,8407 ln ln ( 50 / ( 50 - 1))]
I = 2,679mm/min.
O valor da precipitação total do evento P será:
P = I . tc = 2,679 mm/min . 16 min = 42,86mm
Verificamos que P > 0,2 .S =0,2 .89,24 = 17,85mm
Podemos então aplicar a Equação (2.8)

(42,86- 0,2. 89,24) 2


Cp = --------------------------------------- = 0,13
(42,86+0,8. 89,24) . 42,86

Da Tabela (2.9) sendo a superfície impermeável de asfalto consideramos então que Ci= 0,95.
O valor de C é obtido pela média ponderada do valor de Cp para a superfície permeável e Ci
para a superfície impermeável, sendo Ai=0,70 e Ap=0,3 e At=1,0.

2-13
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C p . Ap + C i . Ai
C= -----------------------------
At

0,13. 0,3 + 0,95 . 0,7


C= ----------------------------- = 0,70
1,00

Considerando que a vazão máxima é dada pela Equação (2.2)


Q= 0,275 x C x I x A
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C=coeficiente de escoamento superficial ou de runoff;
I= intensidade média da chuva em (mm/h);
A= área da bacia (km2).
Como o valor da intensidade da chuva é
I = 2,679mm/min
Transformando em mm/hora basta multiplicar por 60 e então teremos:
I = 160,74mm/h
A = 0,36 km2
C =0,70

Então:

Q=0,274 . 0,70 . 160,74 . 0,36 = 11,1m3/s


Portanto, a vazão máxima no ponto considerado, é de 11,1m3/s

2.11 Coeficiente de escoamento superficial em função da área impermeável


Novamente, os estudos baseiam-se em Tucci, 2000. Analisando 12 bacias sendo uma em São
Paulo, sete em Porto Alegre, duas em Joinville, uma em Curitiba, Tucci conseguiu R2=0,81 obtendo a
seguinte equação:
C= 0,047 + 0,9 . AI (Equação 2.10)
Sendo:
C=coeficiente de escoamento superficial e
AI = fração da área impermeável entre 0 e 1.
A cidade de Fairfax, North Virginia tem a seguinte equação:
C=0,00714 x AI (%) + 0,20

Schuler, 1987 achou a seguinte equação:


Rv=0,05+0,009 x AI
C=Rv
Rv= coeficiente volumetrico (adimensional)
AI= area impermeavel (%)
C= coeficiente de runoff
Na prática temos muitas vezes usadas a equação de Schueler, 1987 para achar o coeficiente de
runoff C.

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Na Tabela (2.9) está o coeficiente C em função da fração da área impermeável.

Tabela 2.9-Coeficiente C de escoamento superficial em função da fração impermeável


Fração da área impermeável Coeficiente C de escoamento superficial

0,1 0,14
0,2 0,23
0,3 0,32
0,4 0,41
0,5 0,50
0,6 0,59
0,7 0,68
0,8 0,77

Exemplo 2.4
Calcular o coeficiente de escoamento superficial para área impermeável de 70%. Usando a
equação de Schueler, 1987:
C=0,05 + 0,009 x70 = 0,68

2.16 Análise de Incerteza do método racional


Os parâmetros do método racional C I A apresentam imprecisões. Na prática temos incerteza
de 30% (0,30) no coeficiente de escoamento superficial “C”, 17% (0,17) da intensidade da chuva “I”
e 5% (0,05) no cálculo da área da bacia de drenagem “A“, conforme Tomaz,1999 o coeficiente de
variação da vazão é:
2Q= 2c + 2I + 2A
Substituindo os valores:
2Q = (0,30)2 + (0,17)2 + ( 0,05)2 =0,01478
Q = 0,1478 =0,38, ou seja, 38 %

O coeficiente de variação da vazão do método racional :

Q = Q / Q
Então, o desvio padrão será:

Q = Q . Q
Supondo que a média . Q seja de 13m3/s teremos:
Q = 0,38 . 13 =5m3/s
Portanto, a vazão estará entre 8m3/s a 18m3/s

2.17 Recomendações para o uso do método racional


Para se aplicar o método racional, isto é, para se fazer a síntese, é muito importante saber a
análise, isto é, os limites em que o método racional tem validade.
O método racional deverá ser aplicado com as seguintes considerações:

1) A área da bacia deve ser sempre inferior a 3km2;


2) O tempo de concentração deverá ser calculado de preferência pelo método cinemático;
3) O período de retorno deve ser maior quanto mais importante for a obra.
4) Deverá ser feita análise de sensibilidade dos parâmetros adotados

2-15
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5) De modo geral o método racional conduz a resultados de picos de vazão maiores que outros
métodos
6) Quando se precisar da hidrógrafa, isto é, da vazão de escoamento superficial variando com o
tempo, usar outro método, como o Método Santa Bárbara, Método do SCN ou Método de Denver

2.18 Relacionamento de C com CN


O condado de Clark em Las Vegas, numa tentativa, estabeleceu um relacionamento do
coeficiente de runoff C com o número da curva CN do SCS que deve ser usado com reservas:
C= 0,0132 x CN – 0,39
.Sendo:
C= coeficiente de runoff do Método Racional para período de retorno de 10anos
CN= número da curva do SCS
Baseado nos estudos da cidade de Columbus, Ohio, achamos a equação do coeficiente de
runoff C em função de CN: aplicando os dados da Tabela (2.15) tomados aleatoriamente de duas
tabelas da cidade de Columbus sendo uma do número da curva CN e outra do coeficiente de runoff
C.
C= 0,02083x CN – 1,147
Com R2=0.99 e variando CN de 68 a 98 e variando C entre 0,29 e 0,94
Os desvios variam de de 0 a 7% conforme Tabela (2.14)

Tabela 2.14- Valores dos coeficientes C e os correspondentes CN conforme a cidade de Columbus, Ohio,
USA.
Coeficiente Número da curva CN Desvios
de runoff C %
y x
0,29 68 7
0,29 68 7
0,35 72 -1
0,44 77 -4
0,48 79 -4
0,48 79 -4
0,52 81 -4
0,56 83 -4
0,63 86 -2
0,63 86 -2
0,67 88 -2
0,70 89 -1
0,70 89 -1
0,70 89 -1
0,75 91 0
0,77 92 0
0,83 94 2
0,85 95 2
0,94 98 5
Fonte: adaptado de Stormwater Drainage Manual da cidade de Columbus, março 2006.

Seria importante para o Brasil que se fizessem pesquisas a respeito da relação entre o
coeficiente de runoff C e o número da curva CN, pois o que fizemos foi somente mostrar que já estão
sendo pesquisadas tais relações.

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Tabela 2.15- Coeficientes C para o Método Racional

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2.19 Hidrograma do Método Racional conforme Dekalb


No County de Dekalb na Geórgia, USA foi apresentado um hidrograma inspirado na teoria do
hidrograma unitário. O método é aplicado na região para áreas menores ou iguais a 4ha e constam no
DeKalb County Manual. Na prática várias cidades dos Estados Unidos usam para áreas acima de 4ha.
O método pode ser aplicado para duas situações:
 Quanto do tempo de concentração for < 20min
 Quando o tempo de concentração for ≥20min
Calcula-se a vazão de pico Qp pelo método racional.

Tabela 2.16- Valores sem dimensões originais da cidade de Dekalb

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Figura 2.3- Hidrograma da cidade de Dekalb para o método racional

Exemplo 2.9
Aplicação do hidrograma de Dekalb
Tabela 2.1- Aplicação do hidrograma de Dekalb
t Q
3
t/tc Q/Qp Q/Qp tc=21,4 min Qp=25,1m /s
tc<20min tc>=20min
21,4 25,1
0 0,00 0,00 0,0 0,0
1 0,16 0,04 21,4 1,0
2 0,19 0,08 42,8 2,0
3 0,27 0,16 64,2 4,0
4 0,34 0,32 85,6 8,0
5 1,00 1,00 107,0 25,1
6 0,45 0,30 128,4 7,5
7 0,27 0,11 149,8 2,8
8 0,19 0,05 171,2 1,3
9 0,12 0,03 192,6 0,8
10 0,00 0,00 214,0 0,0

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DekalbRacional Hydrograph

30,0
Vazao (m3/s)

20,0
10,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
tempo (min)

Figura 2.4- Gráfico do hidrograma de Decalb aplicando o método Racional

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2.20 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pelo método de Aron e Kibler,


1990
Osman Akan, cita no livro Urban Stormwater Hydrology,1993, o dimensionamento preliminar
pelo método de Aron e Kibler,1990. Neste método não é especificado o tipo de saída da água do
reservatório de detenção tais como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.

Teoria do método de Aron e Kibler, 1990


No método de Aron e Kibler é suposto que o hidrograma da vazão afluente tem formato
trapezoidal e que o pico da vazão efluente está no trecho de recessão do trapézio adotado e que a
vazão de saída tem forma triangular conforme Figura (2.6).

Vazão

Ip
Qp

Tempo

td Tc

Figura 2.5- Hidrograma trapezoidal de entrada no reservatório de detenção e triangular de saída

Teremos então

Vs= Ip . td – Qp ( td + Tc) / 2 (Equação 2.1)

Sendo:
td =duração da chuva (min);
Tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).

O cálculo é feito por tentativas, pois, a cada tempo, teremos um valor da intensidade de chuva
“I “ , sendo constante o valor de C e da área da bacia em hectares.
Para o cálculo de Ip= CIA adotamos a fórmula de (Paulo S. Wilken,1972), com resultado em
L/s x ha, dividindo por 1000 para se obter o m3.
O resultado será aquele que resulte no maior volume de detenção Vs.

2-21
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Exemplo 2.10
Seja o piscinão do Pacaembu com os seguintes dados:
Fórmula de intensidade de chuva adotada: Paulo S. Wilken (1972)
Local do reservatório: praça Charles Muller, São Paulo, capital
Área de drenagem: 2,22km2 = 222ha
Período de retorno adotado T=25anos
Fração impermeável total : 0,55 (55% da área total)
Vazão efluente máxima (vazão saída do reservatório) : 13m3/s é a vazão máxima, de 3km de
galerias na av. Pacaembu. É uma imposição do problema.
Tempo de concentração: 15min (fornecido)
Solução:
Escolha do coeficiente de runoff ou coeficiente de escoamento “C”
O valor admitido de C=0,7.
Aplicação do método de Aron e Kibler, 1990.
A vazão de saída Qp=13m3/s devido ao máximo que as galerias da av. Pacaembu suportam.
Usando a fórmula de (Paulo Sampaio Wilken,1972).

4855,3 . Tr0,181
I =------------------------ (L/s.ha)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (L /s. ha);
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Para período de retorno Tr = 25 anos teremos:

4855,3 . 250,181 8.694,47


I = ------------------------ = ------------------
( t + 15)0,89 ( t + 15)0,89
Variando-se o tempo “t” começando pelo tempo de concentração de 15min.
Para t=15min
8.694,47 8.694,47
I = ------------------ = ------------------------= 421,31L/s . ha
( t + 15)0,89 ( 15 + 15)0,89

Para t=30min
8.694,47 8.694,47
I = ------------------ = ------------------------= 293,19 L/s.ha
( t + 15)0,89 ( 30+ 15)0,89
e assim por diante conforme mostra a Tabela (2.22).
Aplicando a fórmula racional Q=C. I . A
Teremos:
Para t=15min, A=222 ha e C=0,7
Q= CIA = 0,7 x 421,31 x 222 = 65.472L/s = 65,47m3/s
Para t=30min
Q=CIA = 0,7 x 293,69 x 222 = 45.639L/s = 45,64m3/s
Vamos calcular a duração da chuva que produz o maior volume de reservatório de detenção
usando a Equação (12.12):

2-22
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Capítulo 2 -Método Racional
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Vs= Ip x td – Qp x ( td + Tc)/2
Para t=td = 15min, sendo tempo de concentração Tc fixo igual a 15min
Vs= (vazão afluente em m3/s) x 60s x (tempo de duração da chuva) – (vazão efluente em m3/s) x 60s
x (tempo de duração da chuva + tempo de concentração)/2
Vs=65,47m3/s x 60s x 15min – 13m3/s x 60 s x (15min + 15min)/2 =
Vs= 47.225m3
Para t=30min
Vs= 45,64m3/s x 60s x 30min – 13 m3/s x 60 s x (30min + 15min)/2 =
Vs= 64.600m3
E assim por diante, conforme se pode ver na Tabela (2.20).
Portanto, o volume do piscinão do Pacaembu calculado pelo método aproximado de (Aron e
Kibler,1990) para período de retorno de 25anos é de 75.723m3.

Tabela 2.18- Dimensionamento preliminar do piscinão do Pacaembu usando o método de Aron


e Kibler,1990 para T=25 anos e C=0,7
Tempo Período de Intensidade
retorno Duração da de chuva Vs
concentraçao Qsaida (anos) Chuva Área Qentrada Qentrada
Tr (min) Q=CIA Q=CIA

(min) (m3/s) (anos) (min) (l/s.ha) ha (l/s) (m3/s) (m3)


15 13 25 15 421,31 222 65472 65,47 47225
15 13 25 30 293,69 222 45639 45,64 64600
15 13 25 45 227,35 222 35330 35,33 71990
15 13 25 60 186,40 222 28966 28,97 75028
15 13 25 75 158,48 222 24627 24,63 75723
15 13 25 90 138,16 222 21470 21,47 74989
15 13 25 105 122,68 222 19064 19,06 73306
15 13 25 120 110,47 222 17167 17,17 70953
15 13 25 135 100,58 222 15631 15,63 68107
15 13 25 150 92,40 222 14359 14,36 64884
15 13 25 165 85,52 222 13289 13,29 61364
15 13 25 180 79,64 222 12376 12,38 57606

Nota: o método fornece o volume do reservatório que deve ser adotado para detenção, mas
que não quer dizer que é correto. Somente o routing do reservatório com os dispositivos de orifícios
e vertedor é que determinarão se o mesmo é correto ou não.

2-23
Curso de Manejo de águas pluviais 24
Capítulo 2 -Método Racional
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2.21 Dimensionamento de reservatório de detenção pelo Método Racional


Uma maneira simples e direta de obtermos o volume de um reservatório de detenção para
enchentes é usar o Método Racional.
V= 0,5 x (Qpós-Qpré) x tb x 60
Sendo:
V= volume do reservatório de detenção de enchente conforme o período de retorno adotado
(m3)
Qpré= vazão de pré-desenvolvimento (m3/s)
Qpós= vazão de pós-desenvolvimento (m3/s)
tc= tempo de concentração (min)
tb= 3 x tc

Exemplo 2.11
Calcular o volume de detenção para periodo de retorno de 25 anos dados Qpré=13m3/s e
Qpós=65,47m3/s. O tempo de concentração de pós-desenvolvimento é 15min.

Vs = 0,5 x(Qpós - Qpré) x tbx60


tc=15min
tb= 3 x 15 = 45min
Vs = 0,5 x (65,47 - 13) x 45min x 60s = 70.834m3

2-24
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 4/10/2010 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 3

Período de retorno

Engenharia = matemática + bom senso


Prof. Marmo, curso Anglo-Latino, 1961

3-65
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 4/10/2010 pliniotomaz@uol.com.br

SUMÁRIO

Ordem Assunto

3.1 Introdução
3.2 Risco e freqüência
3.3 Freqüência
3.4 Risco e incerteza segundo USACE
3.5 Seleção do melhor projeto

3-66
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 4/10/2010 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 3– Período de retorno


3.1 Introdução

Período de retorno (T) é o período de tempo médio que um determinado evento


hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez. “É um parâmetro fundamental para
a avaliação e projeto de sistemas hídricos, como reservatórios, canais, vertedores, bueiros,
galerias de águas pluviais, etc” (Righeto, 1998).
Para estabelecer o período de retorno é recomendado:
a) Bom senso
b) Custos das obras
c) Prejuízos finais

Linsley, Franzini et al. (1992) aconselha o uso de período de retorno de 100 anos,
conforme lei dos Estados Unidos (Flood Disaster and Protection Act of 1973) e exigências de
seguro para as inundações.
O professor dr. Kokei Uehara, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
recomenda o uso de período de retorno de 100 anos em piscinões e obras públicas
importantes.
O importante no período de retorno de 100 anos, são os benefícios intangíveis, isto é,
os que não podem ser transformados em dinheiro.
Zahed e Marcellin,1995, analisando gráficos da variação da vazão de projeto com o
período de retorno e gráficos do período de retorno com o gradiente da vazão, observaram
também com muita propriedade, que nem sempre a escolha de um período de retorno maior,
ocasiona uma elevação no custo da obra, como se poderia supor.
Zahed e Marcellini em Drenagem Urbana (1995), afirmam que a escolha da tormenta
para os projetos de obras de drenagem urbana deve ser considerada de acordo com a natureza
das obras a projetar. Deve-se levar em conta os riscos envolvidos quanto à segurança da
população e as perdas materiais.
Para o piscinão do Pacaembu foi adotado período de retorno de 25 anos, porém foi
estudado também o período de retorno de 50 anos.
Antigamente se escolhia um período de retorno e se calculava uma obra de macro-
drenagem. Atualmente costuma-se verificar outros períodos de retorno.
Porto, 1995, salienta os critérios políticos, sociais e econômicos para a definição do
período de retorno. Os fatores sócio-econômico característicos das inundações são: número de
perdas humanas (fatalidades e número de evacuações) e danos materiais. Nos países ricos
praticamente não há perdas de vida com as enchentes enquanto que nos países em
desenvolvimento, as fatalidades e evacuações são enormes. Em abril de 1991 em Bangladesh
morreram nas enchentes 140.000 pessoas (Kundzewicz e Kaczmarek,2000).
A China perdeu em 1996 cerca de 30 bilhões de dólares e em 1998 26,5 bilhões de
dólares com as enchentes. No rio Reno na Europa houve duas enchentes no intervalo de 13
meses com chuva de período de retorno de 100 anos.
A famosa enchente dos rios Mississipi e Missouri em 1993 nos Estados Unidos deu-se
em período de retorno de 100 anos a 500 anos, atingindo prejuízos de 16 bilhões de dólares.
Os prejuízos anuais médios das enchentes no mundo são da ordem de 16 bilhões de
dólares e nos Estados Unidos de 2 bilhões de dólares. O Brasil não possui dados.

3-67
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
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Para obras de macrodrenagem a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica e a


Prefeitura Municipal de São Paulo no estudo denominado Diretrizes básicas para projetos de
drenagem urbana no município de São Paulo, elaborado em 1998, adotou na página 188 o
período de retorno de 100anos, como o mais recomendado conforme “literatura mais
recente disponível sobre o assunto”.

DICA: adotar período de retorno de 100anos para o projeto de piscinões em áreas


urbanas

Dica: adotar período de retorno de 25anos na microdrenagem e em pontos especiais


onde existem hospitais, etc adotar período de retorno de 50 anos.

Conforme Chin, 2000 na prática da engenharia se diz “inundação de 100anos” e então


há um entendimento errado de que a inundação vai ocorrer uma vez em 100 anos. A ASCE
(American Society Civil Engineer) recomenda que para divulgação pública deve ser evitado o
uso do período de retorno e sim deve ser mencionada a probabilidade anual. Assim de dizer
que a obra foi projetada para “inundação de 100 anos”, deve-se dizer que a inundação tem
probabilidade de 1% de acontecer em cada ano.
O DAEE para os estudos da bacia do rio Aricanduva usou em 1999 períodos de
retorno de : 2 anos, 10 anos, 25 anos, 50 anos e 100 anos. Para o córrego Pirajussara foi usado
período de retorno de 10anos, 25 anos, 50 anos e 100 anos. Para o ribeirão dos Meninos,
afluente do rio Tamanduatei foi usado período de retorno de 2 anos, 10 anos, 25 anos, 50 anos
e 100 anos. Para o rio Tietê no trecho entre a barragem Edgard de Souza e a barragem da
Penha foi usado período de retorno de 100 anos.
O horizonte do projeto em todos os rios e córregos do Alto Tietê foi de 20 anos.
Tudo isto está no direcionamento do Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto
Tietê (PDMAT) do DAEE.

Dica: o horizonte de projeto deve ser de 20anos a 25anos.

3.2 Risco e freqüência

A probabilidade de ocorrência de um evento hidrológico de uma observação é o


inverso do período de retorno (Mays, 2001 p. 317).

P = 1/T

Como exemplo, para período de retorno de 100 anos a probabilidade é P= 1/100 = 0,01
A probabilidade de ocorrer em um ano, uma chuva de período de retorno de 100anos
é de 1% (0,01). A probabilidade de não ocorrer é 1- 0,01, ou seja, 0,99 (99%).
Matematicamente teremos:

P= 1 - 1/T

Como cada evento hidrológico é considerado independente, a probabilidade de não


ocorrer para “n” anos é:

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Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno
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P = ( 1 - 1/ T ) n

A probabilidade complementar de exceder uma vez em “n” anos será:

P = 1 - ( 1 - 1/ T ) n

Então o valor de P é considerado um risco hidrológico de falha, usando a letra R ao


invés da letra P.

R = 1 - ( 1 - 1/ T ) n

Conforme Righetto, 1998, a probabilidade de ocorrência de um evento que ponha em


risco a obra e todo o sistema fluvial a jusante de uma barragem ao longo de um período de “n”
anos de utilização das instalações ou vida útil, é definida como risco “R” é expressa por:

R= 1 – ( 1 - 1/T) n (Equação 3.1)

Sendo:
T= período de retorno (anos);
n= número de anos de utilização das instalações ou vida útil;
R= risco (entre zero e 1).

Tabela 3.1- Risco em função da vida útil e do período de retorno


T Vida útil da obra (anos)
(anos) 2 5 25 50 100
2 75% 97% 99,9% 99,9% 99,9%
5 36% 67% 99,9% 99,9% 99,9%
10 19% 41% 93% 99% 99,9%
25 25% 18% 64% 87% 98%
50 40% 10% 40% 64% 87%
100 2% 5% 22% 39% 63%
500 0,4% 1% 5% 9% 18%
Fonte: Porto, Rubem, Escoamento Superficial Direto in Drenagem Urbana, 1995 ABRH.

Exemplo 3.1 de aplicação da Tabela (3.5) do risco em função da vida útil e do período de
retorno

Uma obra com duração de 50 anos e período de retorno de 100 anos. Qual o risco de a
mesma vir a falhar pelo uma vez, durante sua vida útil? Verificando-se a Tabela (3.2)
entrando com o período de retorno de 100 anos e vida útil da obra de 50 anos, há 63% de risco
da obra vir a falhar durante os 50 anos de vida útil.

Exemplo 3.2 da aplicação de R = 1 - ( 1 - 1/ T ) n

Qual é o risco de ocorrer chuva superior à crítica, nos próximos 5 anos sendo que foi
considerado o período de retorno de 2 anos?

Portanto n=5 anos e fazendo-se as contas temos:

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Capítulo 3 Período de retorno
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R= 1 – ( 1- 1/T) n = 1 – ( 1- 1/ 2) 5 = 0,97

ou seja, há um risco de 0,97, ou seja, 97% de ocorrer uma chuva superior à crítica nos
próximos 5 anos.

Exemplo 3.3 do piscinão do Pacaembu


Qual o risco de ocorrer uma chuva superior à critica em um ano, com período de
retorno adotado de 25 anos.
Portanto n=1 anos e fazendo-se as contas temos:

R= 1 – ( 1- 1/T) n = 1 – ( 1- 1/ 25) 1 = 0,04

ou seja, há um risco de 0,04, ou seja, 4% de ocorrer uma chuva superior á crítica em um ano.

Exemplo 3.4 de aplicação do risco:


Qual o período de retorno para um risco de 50% em 5 anos?
Da fórmula do risco tirando o valor de T temos:

T= 1/ (1- ( 1- R) 1/n ) ( Equação 3.2)

Sendo R=0,50 temos:


Usando a Equação (3.2) temos:

T= 1/ [1- ( 1- 0,5) 1/n ] = 1/ [1- (1- 0,51/5 ] = 8 anos

Exemplo 3.5 de aplicação do risco:


Qual o risco que a canalização do rio Tamanduatei na capital de São Paulo, falhe uma
ou mais vezes considerando que o projeto foi efetuado para período de retorno de 500 anos e a
vida útil da obra é de 50 anos? (EPUSP)
Sendo T=500 e n=50 substituindo na fórmula abaixo teremos:
R= 1 – ( 1- 1/T) n = 1 – ( 1- 1/ 500) 50 = 0,095 ou seja 9,5%

3.3 Freqüência (F)


Define-se freqüência (F) como sendo o inverso do período de retorno, ou seja,

F = 1/T (Equação 3.3)

3.4 Risco e Incerteza segundo USACE

Melhor estimativa
O United States Army Corps of Engineer (USACE) há tempos usa para os projetos e
planificação dos recursos hídricos, da best estimate, ou seja, a melhor estimativa para a
avaliação da chuva de enchente.

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Capítulo 3 Período de retorno
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Análise de sensibilidade
Depois começaram a usar a sensivity analysis, ou seja, a análise de sensibilidade que
investigava as incertezas dos parâmetros. Mas esta tentativa falhou devido ao número muito
grande de incerteza e como elas se interagem. Depois de 1994 a USACE passou a quantificar
dos riscos e das incertezas como a melhor alternativa. Foi então estabelecida nova
metodologia pela USACE baseada no risco e incerteza.

Riscos e Incertezas

Vamos exemplificar de que maneira a USACE interpreta os riscos e a incerteza.

1. Risco hidrológico: a descarga Q é associada com a probabilidade esperada p. Nos


Estados Unidos é muito usada log-Person Tipo III, que foi padronizada pelo U.S. Water
Resources Council em 1981 (Mays, 2001 p. 321). Isto não foi devidamente justificado,
pois, pode-se usar para a distribuição de freqüências a distribuição log-normal, Gumbel
(Valores extremos Tipo I), por exemplo.

2. Incerteza hidrológica: a variabilidade na estimativa dos momentos da distribuição de Q e


a precisão das curvas de freqüência. Na maioria dos estudos hidrológicos, a estimativa dos
parâmetros é determinada por uma quantidade limitada de série de dados. Trata-se de
amostra usada na estatística.

3. Incerteza da vazão de saída: a descarga Q não é perfeitamente determinada devido a


problemas do conhecimento perfeito da geometria, rugosidade, regime de escoamento,
sujeiras e imprecisões técnicas analíticas. A curva cota-descarga nem sempre é perfeita,
ainda mais quando associada a outras estruturas. As estimativas de vazões devido aos
vertedores, por exemplo, apresentam resultados as vezes bem diferentes do esperado.
Poderão ser feitas análise de incerteza de primeira ordem, como (Mays e Tung,1992)
fizeram para a fórmula de Manning.

4. Performance dos diques: há uma grande incerteza em estabelecer os níveis em que um


dique falha devido a inúmeras variáveis inclusive sobre a fundação do dique

5. Incerteza dos prejuízos da inundação: os danos de uma inundação e a definição da área


a ser inundada nunca são precisos. As estimativas de danos às áreas residenciais e
comerciais são bastantes vagas, pois, dependem do tipo de edificio, do andar em que estão
os prejuízos. Na prática tem havido grandes erros de estimativa dos prejuízos da
inundação.

Segundo a USACE,1992 in Flood Risk Management and the American River Basin,1995
as definições de risco e incerteza são:

Risco: o potencial para realização do não esperado, com conseqüências adversas. A


estimativa do risco é usualmente baseada na expectativa dos resultados de uma condição de
probabilidade da ocorrência do evento multiplicado pela conseqüência do evento, dado que
isto ocorreu.

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Capítulo 3 Período de retorno
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Incerteza: situações incertas são aquelas em que os resultados não podem ser previstos
por probabilidade de distribuição conhecida e os resultados são indeterminados.

Como se pode ver os riscos dão uma idéia de:

1. perigo
2. de perdas esperadas ou risco relativo ao projeto
3. que a probabilidade de que um dique será ultrapassado pelas águas

O risco dá uma idéia de situação adversa de eventos não esperados.

A incerteza tem tido muitos significados. Na literatura a incerteza é usada muitas vezes
quando não possuímos a probabilidade. Por outro lado, incerteza é usada para definir
situações de que não temos certeza. A informação de incerteza que significa simplesmente a
falta de certeza, não é adequada. Quando não temos informações ou elas são imprecisas, isto é
incerteza.

3.5 Seleção do melhor projeto:

As perguntas fundamentais para avaliação de um projeto para combater a inundação são:

Qual a probabilidade da área ser inundada?


Os parâmetros econômicos justificam o projeto?
São confiáveis as análises das alternativas econômica dos projetos?

Para cada alternativa escolhida deve ser sempre seguida a seguinte ordem:

1. Escolher a melhor estimativa da probabilidade dos eventos hidrológicos. É o mais


importante, pois a região beneficiada está primeiramente interessada na sua
segurança do que no custo da obra.

2. Elaborar estudos de benefícios/custos baseado nos danos anuais. Não esquecer os


problemas ambientais, sociais e os impactos causados pelos mesmos.

3. Medir as incertezas e falta de precisão dos itens 1 e 2

4. Estudar medidas de confiança do sistema a ser implantado para entendimento do


público.

3.6 Escolha do período de retorno


A escolha do período de retorno é um dos grandes problemas da hidrologia, motivo
pelo qual há muita discussão sobre o assunto. Não devemos esquecer que em primeiro lugar
devemos adotar um modelo hidrológico adequado que produza menos erros.

3-72
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Capítulo 3 Período de retorno
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Palos e Thadeu em trabalho publicado no XII Simpósio Brasileiro de Recursos


Hídricos usando período de retorno de 50anos calculou o córrego Rincão usando três
métodos.
Para o método de Ven Te Chow achou-se a vazão de 80m3/s e para o método de I-PAI
Wu achou-se 140m3/s, enquanto para o método SCS achou-se 235m3/s, que é a vazão
correta.
Daí se pode perceber que a escolha do período de retorno adequado deve ser aliada
ao modelo adequado.
Os métodos de Ven Te Chow e I-PAI WU ainda são mais usados por vários órgãos
públicos no Estado de São Paulo, embora estejam em desuso.
Um grande problema que ocorre em áreas urbanizadas e inteiramente consolidadas
como algumas áreas da região metropolitana de São Paulo é a escolha de período de retorno
de 100 anos, cujas obras são praticamente impossíveis de serem realizadas devido a espaço
físico e custos. Não podemos fugir desta realidade, motivo pelo qual adota-se período de
retorno de 25anos como prática geral.
Para obras especificas poderá ser determinado período de retorno maiores que 25 anos,
dependendo dos prejuízos que a enchente causará.

Dica: escolha o modelo hidrológico e a período de retorno o melhor possível.

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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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Capítulo 12
Chuva excedente- método do número CN do SCS

“O homem que não crê em nada, acaba por não acreditar em si


mesmo. Isso vale dizer não acreditará nos próprios juramentos e
compromissos”
Varoli

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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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SUMÁRIO
Ordem Assunto

12.1 Introdução
12.1.1 Característica do solo
12.1.2 Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades
12.1.3 Capacidade mínima de infiltração no solo
12.2. Tabelas do número CN da curva de runoff
12.3 Condições antecedentes do solo
12.4 Estimativa do número CN para área urbana
12.5 Área impermeável conectada e área impermeável não conectada
12.6 Estimativa de runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método SCS
12.7 Limitações da equação conforme SCS
12.8 Hietograma da chuva excedente
12.9 Estimativa de área impermeável de macro-bacias urbanas
12.10 Aplicações e validade do método no número CN da curva de runoff (SCS)
12.11 Comparação dos métodos de infiltração

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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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Capítulo 12- Chuva excedente - método do número CN do SCS


12.1 Introdução
Em junho de 1986 o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos lançou o
Technical Release 55 (TR-55) denominado “Urban Hydrology for Small Watersheds”que
apresentou os procedimentos para estimativa do runoff e dos picos de descargas em bacias
pequenas(250 km2). A edição que estamos tratando foi atualizada no apêndice A do TR-55 em
janeiro de 1999.
O TR-55 incorporou no estudo apresentado os resultados do U. S. Soil Conservation
Service (SCS) de janeiro de 1975.
Há três maneira para se achar o número da curva de runoff CN do SCS, também
chamado de coeficiente de escoamento superficial ou número de deflúvio CN.
1. Características do solo;
2. Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades;
3. Capacidade mínima de infiltração no solo.

12.1.1 Características do solo


Segundo (McCuen,1998) o SCS classificou nos Estados Unidos mais de 4.000 solos
para verificar o potencial de runoff e classificou estes grupos em quatro, identificando com as
letras A, B, C e D.
Conforme José Setzer e Rubem La Laina Porto no Boletim Técnico do Departamento
de Água e Energia Elétrica - DAEE de maio/agosto de 1979 de São Paulo, foi apresentado
pela primeira vez no Brasil “Tentativa de avaliação de escoamento superficial de acordo com
o solo e o seu recobrimento vegetal nas condições do Estado de São Paulo”.
As quatro classificações de (Porto,1995) são bastante elucidativas e referem-se a
capacidade mínima de infiltração de cada tipo de solo conforme SCS e estão na Tabela (12.1)
juntamente com os tipos de solos classificados por (Tucci,1993).

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Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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Tabela 12.1- Grupo de solos e características do solo


Grupo Características do solo
de solo
solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a 8%, não havendo rocha nem camadas
argilosas e nem mesmo densificadas até a profundidade de 1,5m. O teor de húmus é muito baixo,
não atingindo 1% (Porto, 1979 e 1995).
A
Solos que produzem baixo escoamento superficial e alta infiltração. Solos arenosos profundos com
pouco silte e argila (Tucci et al, 1993).
solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor de argila total, porém ainda
inferior a 15%. No caso de terras roxas, esse limite pode subir a 20% graças à maior porosidade.
Os dois teores de húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5%. Não pode haver pedras e
B nem camadas argilosas até 1,5m, mas é, quase sempre, presente camada mais densificada que a
camada superficial (Porto, 1979 e 1995)

Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que o tipo A e com
permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).
solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis
ou contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos
podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada
C que no Grupo B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).

Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade de infiltração abaixo
da média, contendo percentagem considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).
solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns 50cm de
profundidade. Ou solos arenosos como do grupo B, mas com camada argilosa quase impermeável
ou horizonte de seixos rolados (Porto, 1979 e 1995).
D
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa capacidade de infiltração,
gerando a maior proporção de escoamento superficial (Tucci et al, 1993).

Fonte: (Porto, Setzer 1979) e (Porto, 1995) e (Tucci et al, 1993).

12.1.2 Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades


Nos Estados Unidos todos os solos estão classificados conforme os grupos
hidrológicos A,B,C ou D e fazem parte do TR-55 citado. O Brasil até a presente data não
existe nenhuma pesquisa que fornecem os números CN da curva de runoff. No Estado de São
Paulo, existem considerações globais feitas em 1979 por Setzer e Porto. Na região do Alto
Tietê, existe estudo geológico dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, onde
os solos estão classificados, a fim de facilitar os dimensionamentos dos córregos, rios, canais
e reservatórios de detenção e retenção.

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Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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12.1.3 Capacidade mínima de infiltração no solo.


(McCuen,1998) apresenta uma classificação dos quatro grupos A,B,C e D conforme
Tabela (12.2) mostrando a capacidade mínima de infiltração no solo conforme o grupo do
solo.
Tabela 12.2- Capacidade mínima de infiltração conforme o grupo do solo
Grupo de solo Capacidade mínima de infiltração Média
(mm/h)
A 7,62 a 11,43 9,53
B 3,81 a 7,62 5,72
C 1,27 a 3,81 2,54
D 0 a 1,27 0,64
Fonte: (McCuen,1998)

Uma maneira prática de se achar a capacidade mínima de infiltração é usando o


infiltrômetro, que deve ser representativo para a bacia em estudo.
Como exemplo, na bacia do Pacaembu a capacidade de infiltração mínima do solo
achada por Canholi foi de 4,5mm/hora e verificando a Tabela (12.2) de McCuen, vê-se que o
solo da região do Pacaembu poderia ser classificado como do grupo B por estar entre
3,81mm/h e 7,62 mm/h.

12.2 Tabelas do número CN da curva de runoff


O número da curva de runoff ou seja do escoamento superficial é CN também é um
índice que representa a combinação empírica de três fatores: grupo do solo, cobertura do solo
e condições de umidade antecedente do solo (McCuen, 1998).
Existem tabelas do número CN da curva de runoff para bacias rurais e para bacias
urbanas. Os valores CN obtidos poderão ou não serem corrigidos posteriormente caso a
situação do solo seja seca ou ter havido muita chuva.

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Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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Vamos usar as Tabelas (12.3) e Tabela (12.4) traduzidas do inglês por (Tucci, 1993).
Tabela 12.3- Valores dos números CN da curva de runoff para bacias rurais
Uso do solo Superfície do solo Grupo do Solo
A B C D
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94
Em fileiras retas 70 80 87 90

Plantações Em curvas de nível 67 77 83 87


regulares Terraceado em nível 64 76 84 88
Em fileiras retas 64 76 84 88

Plantações de Em curvas de nível 62 74 82 85


cereais Terraceado em nível 60 71 79 82
Em fileiras retas 62 75 83 87

Em curvas de nível 60 72 81 84
Plantações de Terraceado em nível 57 70 78 89
legumes ou Pobres 68 79 86 89
cultivados Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80

Pobres, em curvas de nível 47 67 81 88


Pastagens Normais, em curvas de nível 25 59 75 83
Boas, em curva de nível 6 35 70 79

Normais 30 58 71 78
Campos Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
permanentes Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77

Chácaras Normais 56 75 86 91
Estradas de terra Más 72 82 87 89
De superfície dura 74 84 90 92

Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91


Florestas Esparsas 46 68 78 84
Densas, alta transpiração 26 52 62 69
Normais 36 60 70 76
Fonte: (Tucci et al, 1993)

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Tabela 12.4- Valores de CN para bacias urbanas e suburbanas


Utilização ou cobertura do solo Grupo de solos
A B C D
Zonas cultivadas: sem conservação do solo 72 81 88 91
com conservação do solo 62 71 78 81
Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89

Baldios em boas condições 39 61 74 80


Prado em boas condições 30 58 71 78

Bosques ou zonas com cobertura ruim 45 66 77 83


Florestas: cobertura boa 25 55 70 77

Espaços abertos, relvados, parques, campos de golfe, cemitérios, boas condições


Com relva em mais de 75% da área 39 61 74 80
Com relva de 50% a 75% da área 49 69 79 84

Zonas comerciais e de escritórios 89 92 94 95

Zonas industriais 81 88 91 93

Zonas residenciais
Lotes de (m2) % média impermeável
<500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84

Parques de estacionamentos, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98

Arruamentos e estradas
Asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89

Fonte: (Tucci et al, 1993)

Exemplo 12.1:
Achar o número CN para área urbana com cerca de 65% de impermeabilização sendo
o restante da área permeável recoberta com grama, sendo o solo tipo C
Conforme Tabela (12.4) achamos CN=90

12.3 Condições antecedentes do solo


O SCS reconheceu a importância da condição antecedente do solo, pois, o mesmo
poderá estar em condições normais ou muito seco ou muito úmido.
Em condições normais seria a condição II e condição úmida seria a III e a seca seria a
I conforme Tabela (12.5).

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Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
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Tabela 12.5- Condições do solo em relação a situação do mesmo


Condição do solo Situação do solo
I Solo seco.

II Condições médias do solo. É a condição normal das tabelas do


número CN.
III Solo úmido. Ocorreram precipitações nos últimos cinco dias. O solo
está saturado
Fonte: (McCuen, 1998)
A Tabela (12.6) apresenta os limites de 5 dias de chuva antecedente em relação ao
período latente e ao período de crescimento da vegetação, para facilitar a classificação das
condições do solo.
Tabela 12.6- Limites de 5 dias de chuva antecedente em relação a período latente e
período de crescimento
Chuva antecedente de 5 dias em milímetros
Condição do solo Período latente Período de crescimento

I < 12,7mm <35,56mm

II 12,7mm a 27,94mm 35,56mm a 53,34mm

III > 27,94mm > 53,34mm

Fonte: (McCuen, 1998)


Como as tabelas para achar o número CN se referem as condições normais chamada
Condição II, conforme o solo antecedente estiver seco ou úmido terá que ser feito as
correções do número CN, conforme Tabela (12.7).
Tabela 12.7- Ajustamento do número CN da condição normal II para a condição
para solo seco (I) e para solo úmido (II).
Condição normal II do número Número CN correspondente para a devida Condição
CN Condição I Condição III
100 100 100
95 87 99
90 78 98
85 70 97
80 63 94
75 57 91
70 51 87
65 45 83
60 40 79
55 35 75
50 31 70
45 27 65
40 23 60
35 19 55
30 15 50
25 12 45
20 9 39
15 7 33
10 4 26
5 2 17
0 0 0
Fonte: (McCuen, 1998)

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12.4 Estimativa do número CN para área urbana


Para área urbana existe sempre uma parcela do solo que é impermeável. Na área
impermeável o número CN do solo é CN=98. O coeficiente final CNw composto é a soma
composta do coeficiente da área permeável e da área impermeável com o peso correspondente
da fração da área impermeável da seguinte forma, conforme (McCuen, 1998).
A equação abaixo é válida quando a porcentagem total da área impermeabilizada é
maior que 30% (trinta por cento) da área total.
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98) (Equação 12.1)
Sendo:
CNw = número CN composto da área urbana em estudo;
CNp = número CN da área permeável da bacia em estudo e
f= fração da área impermeável da bacia em estudo.

Exemplo 12.2
Para o dimensionamento do piscinão do Pacaembu, Canholi considerou a fração
impermeabilizada de 0,55.
Como já foi mostrado anteriormente o tipo de solo da região é o tipo B conforme
classificação do SCS. Considerando a Tabela (12.4) em espaços abertos com relva com
impermeabilização de 50% a 75% o valor de CN=69.
Vamos achar o número CNw composto.
Sendo:
CNp =69
f= 0,55
CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)
CNw = 69. ( 1-0,55 ) + 0,55 . ( 98 )= 84,95=85
Portanto, o número CN que se poderia usar para o cálculo da chuva excedente na bacia
do Pacaembu é CNw =CN=85.

12.5 Área impermeável conectada e área impermeável não conectada


O TR-55 do SCS, 1986 salienta a importância das áreas impermeáveis conectadas ou
não. Uma área impermeável é conectada quando o escoamento superficial, isto é, o runoff
escoa da área impermeável diretamente para o sistema de drenagem.
No Exemplo (12.2) da bacia de detenção do Pacaembu, a fração impermeável total é
de 0,55 e a fração impermeável diretamente conectada é 0,45. Isto significa que 45% da área
impermeável escoa diretamente para o sistema de galerias de drenagem enquanto que os
outros 55% da área impermeável se escoa sobre uma área permeável.
O escoamento superficial da área impermeável, isto é, o runoff que se escoa sobre a
área permeável, é que se chama área impermeável não conectada que no caso do piscinão do
Pacaembu é de 55% da área impermeável.
(McCuen, 1998) apresenta a correção do número CN quando a percentagem da área
impermeabilizada total é menor que 30%. Somente neste caso é corrigido o valor de CN
conforme a seguinte fórmula:
CNc = CNp + If ( 98- CNp) ( 1-0,5 R) (Equação 12.2)
Sendo:
CNc = número CN ajustado, corrigido;
CNp = número CN da área permeável;
If = fração da área impermeável total
R= fração da área impermeável que está não conectada, isto é, escoa sobre a área permeável.

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Exemplo 12.3 de área não conectada:


Seja uma bacia em que são fornecidos os seguintes dados:
Fração impermeável da bacia = If = 0,25. Portanto, 25% da bacia é impermeável (<30%).
R= fração da área impermeável que não está conectada R=0,50, isto é, supomos que 50% da
área impermeável escoa sobre área permeável.
CNp =61 (suposto)
Achar CNc =?
Aplicando a fórmula de McCuen temos:
CNc= CNp + If (98- CNp) ( 1-0,5 R)
CNc = 61 + 0,25 (98-61) ( 1- 0,50. 0,5)= 61+0,25.37.0,75=61+6,94=67,94=68
Verificamos pois, um aumento no número CN que era CN=61 e como 50% da área
impermeabilizada escoa sobre a área permeável, o número CN passou para CN=68.

12.6 Estimativa do runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método


SCS
Conforme TR-55 do SCS de 1986 o método do número CN da curva de runoff é
fornecido pela equação:

( P – Ia ) 2
Q = ------------------ (Equação 12.3)
( P- Ia ) + S
Sendo:
Q= runoff ou chuva excedente (mm);
P= precipitação (mm);
Ia = abstração inicial (mm) e
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
A abstração inicial Ia representa todas as perdas antes que comece o runoff. Inclui a
água retida nas depressões da superfície e interceptada pela vegetação, bem como, a água
evaporada e infiltrada.
Empiricamente foi determinado nos Estados Unidos pela SCS que Ia é
aproximadamente igual a :
Ia =0,2 S (Equação 12.4)

Substituindo o valor de Ia obtemos:


( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 12.5)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------- - 254 (Equação 12.6)
CN
A Equação (12.3) do valor de Q é válida quando a precipitação P > 0,2S.
Quando P < 0,2 S, o valor de Q=0.

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12.7 Limitações da equação conforme SCS


- O número da curva CN descreve uma situação média e útil em determinados projetos;
- Usar o número da curva CN sempre com precaução, pois a equação não contém o
parâmetro do tempo e não leva em consideração a duração da chuva ou a intensidade da
mesma;
- Deve ser entendido que a aproximação da abstração inicial Ia consiste na interceptação
inicial, infiltração, armazenamento na superfície, evapo-transpiração e outros fatores e que
foi obtido em dados em bacias de áreas agrícolas. Esta aproximação pode ser
especialmente importante em aplicações urbanas devido a combinação de área
impermeáveis com áreas permeáveis que podem implicar numa significante aumento ou
diminuição de perda de água que pode não ser considerada;
- O número CN não é preciso quando o runoff é menor que 12,7mm;
- Quando o número CN composto achado for menor que 40 use outro procedimento para
determinar o runoff.

12.8 Hietograma da chuva excedente


O hietograma da chuva excedente ou do escoamento superficial ou do runoff é a
precipitação excedente na unidade do tempo. O prof. dr. Rubem La Laina Porto observa que
para a aplicar a fórmula do SCS deve-se usar a precipitação acumulada.

Exemplo 12.4- achar a chuva excedente do piscinão do Pacaembu usando período de


retorno de 25anos e Equação da chuva de Martinez e Magni, 1999, chuva de 2h com
CN=87.

Coluna 1:
Na coluna 1 da Tabela (12.8) temos o tempo em horas em 48 intervalos de 2,5minutos. A
duração da chuva é de 2h.

Coluna 2:
Temos o tempo em minutos.

Coluna 3:
Temos o tempo em horas.

Coluna 4:
Na coluna 4 temos os valores em números adimensionais de Huff para o 1º quartil com 50%
de probabilidade. A soma de toda a coluna 4 deverá ser sempre igual a 1 (um). Supomos que
este hietograma é aquele de fevereiro de 1983.

Coluna 5:
Consideramos que para período de retorno de 25anos, foi adotado a precipitação total de
85,1mm para chuva de 2h segundo a Equação de Martinez e Magni,1999.
Os valores da coluna 5 são obtidos multiplicando a coluna 4 pelo valor da precipitação
total de 85,1mm. O valor total da coluna 5 deverá ser de 85,1mm totalizando as 48 faixas de
2,5min.

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Coluna 6:
Na coluna 6 temos as precipitações da coluna 5 acumuladas até atingir o valor global de
85,1mm. A chuva acumulada é necessária para o uso da equação do SCN conforme veremos.

Coluna 7:
Para a coluna 7 recordemos que a chuva excedente Q é:
.
(P- 0,2S) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
(P+0,8S)

25400
sendo S= ------------- - 254
CN
A Equação (12.8) do valor de Q é válida quando a precipitação P>0,2S.
Quando P < 0,2 S o valor de Q=0.
Como CN=87 o valor de
S= 25400/87 - 254 = 37,95
0,2 . S = 0,2 . 37,95 = 7,59mm
(P- 0,2S) 2 (P- 0,2 . 37,95 ) 2 (P- 7,59) 2
Q= -------------------------- = ----------------------- = -----------------
(P+0,8S) (P+0,8. 37,95) (P + 30,36)
Obteremos também o Q acumulado.
Mas a equação achada só vale quando P>0,2 S ou seja P> 7,59mm
Portanto, para a primeira linha o valor de P acumulado é 2,6mm e portanto Q=0.
Para a segunda linha o P acumulado é 5,1mm que é menor que 7,59mm e portanto
Q=0.
Na terceira linha P acumulado é 7,7376mm que é menor que 8,964mm e portanto
Q=0.
Na quarta linha o valor de P=11,2 é maior que 7,59mm e portanto aplica-se a fórmula
do SCS.
(P- 8,964) 2 (11,2- 7,59) 2
Q= -------------------------- = ----------------------- = 0,3mm
(P + 35,856) (11,2+30,36)
e assim por diante achamos todos os valores da coluna 7.
Uma maneira pratica de se obter a coluna 7 é usando a planilha Excel usando a função
SE da seguinte maneira:
= SE (Coluna 6 > 7,59; [( coluna 6 – 7,59) 2 / (coluna 6 + 30,36)] ; 0)
O total da chuva excedente é de 51,9mm. Esta parte da chuva é que irá produzir o
escoamento superficial, isto é, o runoff.

Coluna 8:
Os valores são da chuva excedente acumulada em milímetros e para achar por faixa é só fazer
a diferença entre a linha com a linha anterior da coluna 7 obtendo assim a coluna 8.

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Coluna 9:
Caso se queira saber como está a infiltração da mesma basta achar a diferença entre a
chuva da coluna 5 com a chuva excedente por faixa da coluna 8. A infiltração total é de
33,2mm e não contribuirá para o escoamento superficial.
A somatória da infiltração de 33,2mm com o runoff de 51,09mm fornecerá a
precipitação total de 85,1mm. Frizamos que desprezamos a evaporação.

Tabela 12.8- Exemplo do piscinão do Pacaembu de como achar a chuva excedente


ou runoff usando o método do número CN do SCS, CN=87, fórmula de Martinez e
Magni, 1999 para Tr=25anos com precipitação total de 85,1mm
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9
HUFF 1. Q Precip. Total Prec. Acum. Chuva exc. acum. Chuva exc. por Infiltração
faixa
Ordem Tempo Tempo 50% P P P acum. Q acum. Q f
min h (%) mm mm mm mm mm
1 2,5 0,04 0,030 2,6 2,6 0,0 0,0 2,6
2 5,0 0,08 0,030 2,6 5,1 0,0 0,0 2,6
3 7,5 0,13 0,036 3,1 8,2 0,0 0,0 3,1
4 10,0 0,17 0,036 3,1 11,2 0,3 0,3 2,8
5 12,5 0,21 0,061 5,2 16,4 1,7 1,3 3,8
6 15,0 0,25 0,061 5,2 21,6 3,8 2,1 3,1
7 17,5 0,29 0,076 6,5 28,1 7,2 3,4 3,1
8 20,0 0,33 0,076 6,5 34,6 11,2 4,0 2,5
9 22,5 0,38 0,052 4,4 39,0 14,2 3,0 1,4
10 25,0 0,42 0,052 4,4 43,4 17,4 3,2 1,2
11 27,5 0,46 0,052 4,4 47,8 20,7 3,3 1,1
12 30,0 0,50 0,052 4,4 52,3 24,1 3,4 1,0
13 32,5 0,54 0,033 2,8 55,1 26,4 2,2 0,6
14 35,0 0,58 0,032 2,7 57,8 28,6 2,2 0,5
15 37,5 0,63 0,026 2,2 60,0 30,4 1,8 0,4
16 40,0 0,67 0,025 2,1 62,1 32,2 1,8 0,4
17 42,5 0,71 0,022 1,9 64,0 33,7 1,6 0,3
18 45,0 0,75 0,021 1,8 65,8 35,2 1,5 0,3
19 47,5 0,79 0,014 1,2 67,0 36,2 1,0 0,2
20 50,0 0,83 0,014 1,2 68,2 37,2 1,0 0,2
21 52,5 0,88 0,014 1,2 69,4 38,3 1,0 0,2
22 55,0 0,92 0,014 1,2 70,5 39,3 1,0 0,2
23 57,5 0,96 0,013 1,1 71,7 40,2 1,0 0,2
24 60,0 1,00 0,012 1,0 72,7 41,1 0,9 0,1
25 62,5 1,04 0,012 1,0 73,7 42,0 0,9 0,1
26 65,0 1,08 0,012 1,0 74,7 42,9 0,9 0,1
27 67,5 1,13 0,011 0,9 75,7 43,7 0,8 0,1
28 70,0 1,17 0,011 0,9 76,6 44,5 0,8 0,1
29 72,5 1,21 0,008 0,7 77,3 45,1 0,6 0,1
30 75,0 1,25 0,008 0,7 78,0 45,7 0,6 0,1
31 77,5 1,29 0,006 0,5 78,5 46,2 0,4 0,1
32 80,0 1,33 0,006 0,5 79,0 46,6 0,4 0,1
33 82,5 1,38 0,006 0,5 79,5 47,1 0,4 0,1
34 85,0 1,42 0,006 0,5 80,0 47,5 0,4 0,1
35 87,5 1,46 0,006 0,5 80,5 48,0 0,5 0,1
36 90,0 1,50 0,006 0,5 81,0 48,4 0,5 0,1

12-13
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37 92,5 1,54 0,006 0,5 81,5 48,9 0,5 0,1


38 95,0 1,58 0,006 0,5 82,0 49,3 0,5 0,1
39 97,5 1,63 0,006 0,5 82,5 49,8 0,5 0,1
40 100,0 1,67 0,006 0,5 83,1 50,2 0,5 0,1
41 102,5 1,71 0,004 0,3 83,4 50,5 0,3 0,0
42 105,0 1,75 0,004 0,3 83,7 50,8 0,3 0,0
43 107,5 1,79 0,004 0,3 84,1 51,1 0,3 0,0
44 110,0 1,83 0,004 0,3 84,4 51,4 0,3 0,0
45 112,5 1,88 0,002 0,2 84,6 51,6 0,2 0,0
46 115,0 1,92 0,002 0,2 84,8 51,7 0,2 0,0
47 117,5 1,96 0,002 0,2 84,9 51,9 0,2 0,0
48 120,0 2,00 0,002 0,2 85,1 52,0 0,0 0,2
1,000 85,1 51,9 33,2
Chuva exc. Infiltração

12.9 Estimativa de área impermeável de macro-bacias urbanas


Em dezembro de 1994 Néstor A Campana e Carlos E. M. Tucci apresentaram na
Revista Brasileira de Engenharia (RBE) vol.2, nº2, estudo sobre “Estimativa de área
impermeável de macro-bacias urbanas”.
Foram usadas para o algoritmo áreas impermeáveis de São Paulo, Porto Alegre e
Curitiba. Foram usadas imagens do satélite Landsat-TM bandas 3, 4 e 5 e usado a abordagem
fuzzy para calcular a área impermeável.
Os estudos concluíram que para bacias abaixo de 2 km2 o erros estão na faixa de 25%
e para bacias maiores o erro tende a ficar na faixa de 15% e convergindo para erro de 10% em
bacias acima de 4km2.
A tendência da impermeabilização mostrou que ela converge no intervalo de 60% a
70% com média aproximada de 65%. A variação dos erros em função da impermeabilização é
uniforme até cerca de 70%. Acima de 70% os resultados podem ser tendenciosos.
Deverá se ter cuidado em aplicação das fórmulas para áreas pequenas com excessiva
concentração de indústrias ou comércios, que possa distorcer a densidade média.
A aplicação da fórmula é para regiões com edifícios de apartamentos, industriais ou
residências térreas.
Campana e Tucci apresentaram um gráfico da impermeabilização em porcentagem
com a densidade populacional em hab/ha.
O gráfico pode ser colocado sob a forma de duas equações de retas para dois intervalos
da seguinte maneira:
Aimp = -3,86 + 0,55 d (Equação 12.7) (7,02 ≤ d ≤115 hab/ha)
Aimp = 53,2 +0,054 d (Equação 12.8) ( para d >115 hab/ha)
Sendo:
Aimp = % da área impermeável e
d= densidade populacional (hab/ha)

Exemplo 12.5- Caso real: bacia do rio Aricanduva na RMSP


Na região metropolitana de São Paulo (RMSP) o Departamento de Águas e Energia
Elétrica (DAEE) realizou em 1999 estudos sobre a bacia do Alto Tietê. Em particular estamos
se referindo a bacia do rio Aricanduva com área de 100 km2.
Foram examinadas a densidade demográfica em hab/ha usando dados da Sempla da
Prefeitura Municipal de São Paulo datado de 1996.

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Conforme publicação do DAEE, de acordo com os últimos censos realizados pelo


IBGE (1991 e 1996) para os distritos da bacia do rio Aricanduva, com uma área de 100km2,
tem-se dados de densidade populacionais projetados para o ano 2000 que variam de
71,2hab/ha a 94,2hab/ha na região das cabeceira da bacia onde estão concentradas as maiores
reservas de áreas verdes, como nos distritos parque do Carmo e São Mateus, até valores entre
137hab/ha e 163hab/ha em áreas mais densamente urbanizadas, como os distritos de vila
Formosa e vila Prudente.
Para toda a bacia, a média desses valores é de 114,4hab/ha. Entre 1991 e 1996, a
população total cresceu cerca de 0,8%, resultando uma média de crescimento anual de 0,16%.
No mesmo período entre 1991 e 1996 em média para toda a RMSP, o crescimento
anual da população foi de 1,46%.
Admitindo-se que a população de toda a bacia do Aricanduva até o horizonte de
projeto do ano de 2020, aumentasse em média de 1,46% ao ano, ter-se-ia um valor médio de
densidade populacional projetado em torno de 153hab/ha.
114,4 hab/ha x (1 + 0,0146) 20 = 152,87 = 153 hab/ha
A exemplo do verificado em estudos mais recentes, para outros municípios como os integrantes da bacia do
Aricanduva, os municípios que atualmente já atingiram valores desta ordem de grandeza.
Provavelmente já se encontram em estado de estagnação ocupacional, como é o caso
especifico do distrito da vila Prudente. Entende-se que o valor de 153 hab/ha seria um limite
máximo de ocupação a ser alcançado também nos demais distritos integrantes da mesma
bacia, onde se considera que ainda haveria espaço para essa expansão populacional.
Para se achar a área impermeabilizada podemos usar as Equações (12.7) e (12.8) de
(Campana e Tucci, 1994) já citadas para densidade populacional maior que 115hab/ha.
Aimp = 53,2 +0,054 d ( para d >115hab/ha)
Sendo:
Aimp = % da área impermeável e
d= densidade populacional (hab/ha)
d= 153hab/ha
Aimp = 53,2 +0,054 d = 53,2 + 0,054 x 153 = 53,2 + 8,26 =61,5 %
Portanto a área impermeável para o ano 2020 foi estimada em 61,5%.
Quanto ao número da curva CN a ser aplicado a área permeável da bacia do
Aricanduva, foi considerado o plano diretor de macrodrenagem da bacia do Alto Tietê-
análise geológica e caracterização dos solos da bacia do Alto Tietê para avaliação do
coeficiente de escoamento superficial de dezembro de 1998. Consultando o referido estudo foi
achado CN= 66.
O valor de CN para o ano 2020 será calculado usando a Equação (12.1) de
(McCuen,1998).
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98)
CNp = 66 (coeficiente de escoamento superficial da parte permeável)
f= fração da área impermeável =0,615 (61,5%)
CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)= 66 . (1-0,615) + 0,615 . 98 = 85,68 = 86
Portanto, para o ano 2020 para a bacia do rio Aricanduva o coeficiente de escoamento
superficial CN será igual a 86.

Exemplo 12.6- Caso real: bacia do córrego dos Meninos na RMSP


A bacia do córrego dos Meninos tem 98,65 km2 de área. A chuva adotada foi de 2
horas muito usada para bacias em torno de 100 km2 na RMSP, pois são estas chuvas as que
causam mais danos (Relatório do DAEE, 1999).

12-15
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 10/11/2008

O procedimento para a previsão da densidade populacional corresponde ao mesmo


raciocínio do rio Aricanduva. Toma-se a média da densidade populacional da região no
período de 1991 a 1996 que foi de 103,4 hab/ha.
Fazendo-se uma projeção de 1,47% ao ano que foi o crescimento entre 1991 e 1996
em 24 anos teremos:
103,4 hab/ha x (1 + 0,0147) 24 = 146,77 = 147 hab/ha
Como limite para a região foi fixado o valor de 150 hab/ha sendo este adotado como a
densidade populacional Equação de Campana e Tucci,1994 temos:
Aimp = 53,2 +0,054 d ( para d >115 hab/ha)
Aimp = 53,2 +0,054 . 150=53,2 + 8,1 ==61,3%
Portanto a densidade populacional para o ano 2020 será de 61,3%.
O valor de CN=66 conforme estudos do Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto
Tietê,1998.
O valor de CN para o ano 2020 será calculado usando a Equação (12.1) de
(McCuen,1998).
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98)
CNp = 66 (coeficiente de escoamento superficial da parte permeável)
f= fração da área impermeável =0,613 (61,3%)
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98)= 66 . (1-0,613) + 0,613 . 98 = 85,62 = 86

Exemplo 12.7- Caso real: bacia do Alto Tietê na RMSP


A área da bacia é de 3.230 km2.
A chuva usada foi aquela do evento de 02/2//1983, que é semelhante a distribuição de
Huff proposta em 1978, 1º quartil com 50% de probabilidade com intervalo de 0,5h. Foi
usado o software CABC- análise de bacias complexas desenvolvido pela Fundação Centro
Tecnológico de Hidráulico de São Paulo- FCTH.
Baseado nos estudos da firma Promon 86, Hidroplan 95, IAG k=1,00 e IAG k=0,789
foi adotado os seguintes períodos de retornos e as respetivas precipitações totais em mm
conforme Tabela (12.9).
O valor de k=0,789 se refere a distribuição espacial da chuva conforme equação de
Paulhus e k=1 quando se considera que a distribuição pontual é a mesma. A fórmula adotada
foi a de Felix Mero para duração de 1h a 24h.

Tabela 12.9- Chuva de 24horas adotada para diversos períodos de retornos


Período de retorno Chuva de 24 horas adotada
(anos) (mm)
100 122
50 111
25 99
10 84
5 76
2 60
Fonte: (DAEE,1999)
Os coeficientes permeáveis do valor de CN são:
CN= 56 desde as cabeceiras do rio Tietê até a barragem da Penha
CN=63 entre a barragem da Penha e a foz do rio Pinheiros
CN=68 entre a foz do rio Pinheiros até a barragem Edgard de Souza
A bacia do Alto Tietê foi dividida em 99 sub-bacias, sempre usando os coeficientes
CN citados datados de 1983.

12-16
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 12 Chuva excedente método do número CN do SCS
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 10/11/2008

Foi considerada a densidade de cada sub-bacia referente ao ano de 1998 e feitas as


previsões para o ano 2020 usando o mesmo critério já citado (Campana e Tucci,1994).

12.10 Aplicações e validade do método no número CN da curva de runoff (SCS)


David H. Pilgrim e Ian Cordery no capítulo 9 do livro Handbook of Hydrology de
David R. Maidment de 1993 faz algumas observações sobre o método SCS muito usado nos
Estados Unidos.
Foram feitas 1600 pesquisas nos estados de Nevada, Texas e Novo México e com 67%
de probabilidade acharam variações do pico de vazão de mais ou menos 50%.
Tudo devido a dois fatores principais, a escolha do tempo de concentração e a escolha
do coeficiente de escoamento superficial CN. As grandes falhas achadas foi em relação as
condições antecedentes do solo e os resultados foram melhores para solos secos e com
vegetação esparsa do que para solos com vegetação densa. O interessante é que vários outros
autores acharam os mesmos problemas devido a vegetação densa ou esparsa.
Na Austrália foi desenvolvido um método probabilístico para determinar o coeficiente
CN baseado em 139 bacias no leste daquele pais.
O dr. Rubem La Laina Porto em 1995 no livro Drenagem Urbana, demonstra na
análise de sensibilidade os resultados que se podem obter quando se varia o coeficiente CN
por exemplo de 90 para 85 e se varia o tempo de concentração de 0,8h para 1h. Os resultados
foram de 71m3/s para 44m3/s ou seja de 79% de diferença para variação do tempo de
concentração e do CN consideradas normais.
Uma das conclusões que podemos tomar é não considerar o método SCS como um
método determinístico, isto é, que conduz a um único resultado. Temos que usar modelo
probabilístico para analisar os riscos e as incertezas como faz desde 1995 o USACE (United
States Army Corpy of Engineer).

12.11 Comparação dos métodos de infiltração


Conforme Chin 2000 p. 3455, o Manual de Prática de Projetos de Construções de
Sistemas Urbanos de Águas Pluviais elaborado em 1992 da American Society of Civil
Engineers (ASCE) recomenda três métodos: Horton, Número da Curva e Green-Ampt.
Foram feitas várias comparações e chegou-se a conclusão que o método mais preciso é
o Green-Ampt, porém o mais usado é o Número da Curva CN, pois o mesmo é recomendado
pelo Departamento da Agricultura dos Estados Unidos e tem servido de base legal para o
julgamento dos juizes em processos judiciais.

12-17
Curso de Manejo1de águas pluviais
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Capítulo 22
Chuvas intensas
Quando ficar confuso em problema matemático, não continue. Comece tudo novamente.
Prof. Cid Gueli, cursinho Anglo-Latino, São Paulo, 1961

22-1
Curso de Manejo2de águas pluviais
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

SUMÁRIO
Ordem Assunto

22.1 Introdução
22.1.1 Pluviógrafos
22.2 Valores médios das precipitações intensas de Guarulhos baseados nas relações entre as
chuvas
22.3 Postos pluviométricos de Guarulhos
22.4 Método das relações de durações usando a distribuição de Gumbel
22.5 Relações das durações
22.6 Equação das chuvas intensas de Guarulhos usando o posto pluviométrico de Bonsucesso
22.7 Intensidade média de chuva na cidade de São Paulo no ponto
22.71 Conclusão a respeito das equações da chuva da cidade de São Paulo
22.8 Aplicação da equação das chuvas intensas na região
22.9 Hietograma
22.10 Hietograma baseado na chuva de duração de 2horas de fevereiro de 1983
22.11 Distribuição das chuvas nos Estados Unidos: Tipo I, Tipo IA, Tipo II e Tipo III
22.12 Chuvas intensas (estimativa usando o programa PLUVIO 2.1)
22.13 Huff
22.14 Bibliografia e livros consultados
48 páginas

22-2
Curso de Manejo3de águas pluviais
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Capítulo 22- Chuvas intensas

22.1 Introdução
Para o dimensionamento de galerias de águas pluviais, travessias de estradas de
rodagens (bueiros), canais abertos ou fechados, são necessários modelos matemáticos usados
em hidrologia. Não havendo um modelo matemático na cidade, adota-se o mais próximo.
Sendo possível, faz-se uma equação das chuvas intensas para ser usada nos dimensionamentos
hidrológicos. Para Guarulhos usamos o método da relação para elaborar tabela de chuvas
médias baseado na distribuição de Gumbel. Elaboramos ainda para Guarulhos uma equação
baseada em estudos da região metropolitana de São Paulo.
Na seção 22.6 deste capítulo estão todas as fórmulas usadas na cidade de São Paulo,
incluindo a última de 1999 de Martinez e Magni.
O pluviômetro mede a altura de água líquida precipitada sobre uma superfície
horizontal durante um período de 24 horas. Consiste de duas peças cilíndricas que se
encaixam. A peça superior define a área de captação de água na parte superior e possui um
funil na parte inferior. A peça inferior contém uma proveta graduada para receber e medir o
volume de água coletada, sendo esta graduada em mm de precipitação (Righeto,1998). A
medição é feita diariamente, por exemplo, as 7 horas da manhã e o dado que teremos é a
denominada chuva de 1 dia. O pluviômetro fica localizado a 1,5 m do chão. Não confundir
chuva de 1 dia com chuva de 24horas.

Figura 22.1- Pluviômetro tipo paulista


Fonte: Departamento de Hidráulica da EPUSP

22-3
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Figura 22.2- Pluviógrafo de Flutuador


Fonte: Departamento de Hidráulica da EPUSP
O Departamento de Hidráulica da Escola Politécnica apresenta as seguintes
considerações sobre pluviômetro e pluviógrafo.
O pluviômetro (Figura 22.1) consiste em um cilindro receptor de água com medidas
padronizadas, e um receptor adaptado ao topo. A base do receptor é formada por um funil com
uma tela obturando sua abertura menor. A finalidade do receptor é evitar a evaporação, através
da diminuição da superfície de exposição da água coletada. O objetivo da colocação da tela é
evitar a queda de folhas ou outros objetos dentro do medidor provocando erros na leitura da
altura de precipitação.

22.1.1 Pluviógrafos
Apesar de haver um grande número de tipos de pluviógrafos, somente três têm sido
mais largamente empregados:
Pluviógrafo de caçambas basculantes: Esse aparelho consiste em uma caçamba
dividida em dois compartimentos, arranjados de tal maneira que, quando um deles se enche, a
caçamba bascula, esvazia-o e coloca o outro em posição. Quando este último é esvaziado, por
sua vez, a caçamba bascula em sentido contrário, voltando à posição primitiva, e assim por
diante. A caçamba é conectada eletricamente a um registrador, de modo que, quando cai 0,25
mm de chuva na boca do receptor, um dos compartimentos da caçamba se enche, e cada
oscilação corresponde ao registro de 0,25 mm de chuva.
Pluviógrafo de peso: neste instrumento o receptor repousa sobre uma escala de
pesagem que aciona a pena e esta traça um gráfico de precipitação sob a forma de um diagrama
de massas (altura de precipitação acumulada x tempo). Acredita-se que este método de medir
tanto a intensidade quanto a precipitação total de resultados são mais exatos do que os obtidos
com os pluviógrafos de caçambas basculantes.

22-4
Curso de Manejo5de águas pluviais
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Pluviógrafo de flutuador: este aparelho é muito semelhante ao pluviógrafo de peso.


Nele a pena é acionada por um flutuador situado na superfície da água contida no receptor. O
registro deste pluviógrafo também se apresenta sob a forma de um diagrama de massas. (Wisler,
1964)
Os pluviógrafos (Figura 22.2), cujos registros permitem o estudo da relação
intensidade-duração-freqüência são importantes para os projetos de galerias pluviais e de
enchentes em pequenas bacias hidrográficas. Esses pluviógrafos possuem uma superfície
receptora de 200 cm2.O modelo mais usado no Brasil é o de sifão. Existe um sifão conectado ao
recipiente que verte toda a água armazenada quando o volume retido equivale à 10cm de chuva.
O pluviógrafo determina a variação temporal da água precipitada, a intensidade de
chuva, registrada ao longo do dia, semana ou mês. A precipitação é coletada por um cilindro
padrão e um sensor que transforma a altura precipitada em sinal mecânico ou eletrônico. Os
pluviógrafos mecânicos convencionais têm precisão de 0,1mm, enquanto que os digitais
podem ter precisão da ordem de milésimos de mm (Righetto, 1997).
A altura pluviométrica ( P ou H ) é a espessura média da lâmina de água precipitada
que recobre a região atingida pela precipitação, admitindo-se que essa água não se infiltre,
não se evapore, nem se escoe para fora dos limites da região. A unidade de medição habitual é
o milímetro de chuva, definido como a quantidade de precipitação correspondente ao volume
de 1 litro/m2 de superfície (Tucci et al, 1993).
Duração ( t ou D ) da chuva é o período de tempo durante o qual a chuva cai. As
unidades normalmente utilizadas são o minuto ou a hora (Tucci et al, 1993).
Intensidade ( I ou i ) é a precipitação por unidade de tempo, obtida como a relação I =
P / t, expressa-se normalmente em mm/minuto ou mm/hora. A intensidade de uma
precipitação apresenta variabilidade temporal, mas para análise dos processos hidrológicos,
geralmente são definidos intervalos de tempo nos quais é considerada constante (Tucci et al,
1993).
Na análise de alturas pluviométricas ou intensidades máximas, o período de retorno
“T” é interpretado como o número médio de anos durante o qual se espera que a precipitação
analisada seja igualada ou superada.

22.2 Valores médios das precipitações intensas de Guarulhos baseados nas relações entre
as chuvas
Aplicando os conceitos de hidrologia, vamos elaborar tabelas dos valores médios das
precipitações intensas de Guarulhos considerando o Posto pluviométrico do Bonsucesso
localizado na bacia do rio Baquirivu Guaçu, com informações pluviométricas desde o ano de
1940 até 1997 (58 anos).

22.3 Postos pluviométricos em Guarulhos


Constam no banco de dados pluviográficos do Estado de São Paulo, feito pelo
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) em CD-ROM, quatro postos
pluviométricos localizados dentro do município de Guarulhos.
Os quatro postos são os seguintes:

E3-002 posto Bonsucesso


bacia do rio Baquirivu Guaçu
altitude 700 metros

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

latitude 23 º 25’
longitude 46 º 24’
dados de 1940 até 1997.
Em funcionamento

E3-001 posto Guarulhos-Prefeitura


bacia do Tietê (Superior)
altitude 730 metros
latitude 23º 26’
longitude 46º 32’
dados de 1936 a 1969
Desativado

E3-152 posto Cumbica (FAB)


bacia Baquirivu Guaçu
altitude 780 metros
latitude 23º 26’
longitude 46º 28’
dados de 1951 a 1971
Desativado

E3-083 posto Cabuçu


bacia Tietê (Superior)
altitude 760 metros
latitude 23º 23’
longitude 46º 32’
dados de 1940 a 1975
Desativado

Em Guarulhos existe ainda a Estação Agroclimatológica da Universidade de


Guarulhos (UNG) n.º 83.075 funcionando desde 1988 sob a chefia da professora dra. Maria
Judite Garcia, chefe do Departamento de Geociências.

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.1- Precipitações máximas diárias anuais do Posto Bonsucesso em Guarulhos


Posto pluviométrico de Bonsucesso Guarulhos
Precipitação máxima diária Precipitação máxima diária
Ano anual (mm) Ano anual (mm)
1940 47 1981 59,2
1941 70,3 1982 112,5
1942 85,2 1983 85,6
1943 64 1984 56,5
1944 87,4 1985 44,4
1945 88,3 1986 93,2
1946 76,2 1987 107
1947 96 1988 88,2
1948 60,41 1989 76,5
1949 135,6 1990 85,1
1950 80,6 1991 76,3
1951 118,4 1992 146,2
1952 54,6 1993 39,9
1953 70,8 1994 51,5
1954 57,1 1995 67,2
1955 45,5 1996 71,9
1956 74,6 1997 57,9
1957 67,9 média 75,08 mm
1958 57,2 desvio padrão 23,29 mm
1959 59,5
1960 83,9
1961 59,2
1962 97,6
1963 59,8
1964 52,5
1965 66,5
1966 60,6
1967 68,5
1968 90
1969 43
1970 57,6
1971 68,9
1972 43,4
1973 68,4
1974 53,7
1975 87,1
1976 69,5
1977 118
1978 117,9
1979 80,2
1980 92,8
Com os dados obtidos os mesmos foram colocados em ordem decrescente da
precipitação máxima diária anual, calculando-se a probabilidade individual e acumulada
conforme a Tabela (22.2).

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.2-Cálculo do período de retorno do posto Bonsucesso Guarulhos

Posto pluviométrico de Bonsucesso em Guarulhos

Precipitação máxima Probabilidade Período de


Ordem diária anual em ordem acumulada retorno
“m” decrescente p= m/(n+1) T=1/p
(mm) n=58 (anos)
1 146,2 0,017 59,000
2 135,6 0,034 29,500
3 118,4 0,051 19,667
4 118 0,068 14,750
5 117,9 0,085 11,800
6 112,5 0,102 9,833
7 107 0,119 8,429
8 97,6 0,136 7,375
9 96 0,153 6,556
10 93,2 0,169 5,900
11 92,8 0,186 5,364
12 90 0,203 4,917
13 88,3 0,220 4,538
14 88,2 0,237 4,214
15 87,4 0,254 3,933
16 87,1 0,271 3,688
17 85,6 0,288 3,471
18 85,2 0,305 3,278
19 85,1 0,322 3,105
20 83,9 0,339 2,950
21 80,6 0,356 2,810
22 80,2 0,373 2,682
23 76,5 0,390 2,565
24 76,3 0,407 2,458
25 76,2 0,424 2,360
26 74,6 0,441 2,269
27 71,9 0,458 2,185
28 70,8 0,475 2,107
29 70,3 0,492 2,034
30 69,5 0,508 1,967
31 68,9 0,525 1,903
32 68,5 0,542 1,844

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Tabela 22.2 (continuação)-Cálculo do período de retorno do posto Bonsucesso


Guarulhos

Posto Pluviométrico de Bonsucesso em Guarulhos

Precipitação máxima Probabilidade Período de


Ordem diária anual em ordem acumulada retorno
“m” decrescente p= m/(n+1) T=1/p
(mm) anos
n=58
33 68,4 0,559 1,788
34 67,9 0,576 1,735
35 67,2 0,593 1,686
36 66,5 0,610 1,639
37 64 0,627 1,595
38 60,6 0,644 1,553
39 60,41 0,661 1,513
40 59,8 0,678 1,475
41 59,5 0,695 1,439
42 59,2 0,712 1,405
43 59,2 0,729 1,372
44 57,9 0,746 1,341
45 57,6 0,763 1,311
46 57,2 0,780 1,283
47 57,1 0,797 1,255
48 56,5 0,814 1,229
49 54,6 0,831 1,204
50 53,7 0,847 1,180
51 52,5 0,864 1,157
52 51,5 0,881 1,135
53 47 0,898 1,113
54 45,5 0,915 1,093
55 44,4 0,932 1,073
56 43,4 0,949 1,054
57 43 0,966 1,035
58 39,9 0,983 1,017

22.4 Método das relações de durações usando a distribuição de Gumbel


Para analisar as maiores precipitações para fins de projeto hidráulicos, é usado a
distribuição de Gumbel, conforme Righeto, 1998 página 190.

 = 6 0,5 . S / 

 = ( – 0,577 . )

sendo S = desvio padrão = 23,29mm e  = média = 75,08mm achamos os parâmetros  e .

= 18

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

=64,69

Na distribuição de Gumbel, conforme Righeto, 1998 página 219 temos:

P( 1 dia; T) - 
--------------------- = - ln ( ln ( 1 / F (P(dia; T))))

sendo:
F ( P(dia ;T)) = 1 – (1 / T )

T= período de retorno e
ln= logaritmo neperiano.
Como exemplo, para período de retorno T= 25 anos

F (P( 1dia ; 25)) = 1 – (1 / 25) = 1-0,04 =0,96

P( 1 dia; 25) - 
--------------------- = - ln ( ln ( 1 / 0,96)) =3,1985

P( 1 dia; 25) – 64,69


------------------------------ = 3,1985
18

P( 1 dia; 25) – 64,69 = 3,1985 . 18 = 57,57

P( 1 dia; 25) – 64,69 = 57,57 + 64,69 =122,26mm

Para isto façamos a Tabela 22.3 onde acharemos os valores de P (dia; T) para um período
de retorno de 2, 5 , 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos.

Tabela 22.3-Cálculo das precipitações máximas de 1 dia em milímetros, para vários


períodos de retorno usando a distribuição de Gumbel
Variáveis Valores obtidos usando a distribuição de Gumbel
β 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00
α 64,7 64,7 64,7 64,7 64,7 64,7 64,7 64,7
Período de retorno T 2 5 10 15 20 25 50 100
F(1dia;T) 0,50 0,80 0,90 0,93 0,95 0,96 0,98 0,99
P( 1dia;T) (mm) 71,30 91,70 105,21 112,83 118,16 122,26 134,93 147,50

Os postos pluviométricos de Guarulhos fornecem somente a leitura diária, isto é, a medida


no intervalo de 24 horas.

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Daí o termo chuva diária ou seja a chuva de 1(um) dia, não importando a duração real
da chuva. Por isto que se chama chuva de 1 (um) dia, pois o termo 24 horas significa uma
chuva cuja duração é de 24 horas.
Para se obter a chuva de 24 horas é necessário multiplicar a chuva de 1 (um) dia por
1,14 ou por 1,10 segundo Taborda (1974) ou 1,13 segundo USWB ou 0,961 segundo Magni
(1984).
Existem relações de qualquer chuva com a chuva de 1 (um) dia, e este será o enfoque
deste trabalho.

22.5 Relações das Durações

Tabela 22.4-Comparação entre as relações de alturas pluviométricas da cidade de São


Paulo e dados médios existentes.
Média Cidade São
Paulo
t2 t1 Estados Nelson Luiz
(min) (min) Nelson Luiz Goi Magni (DNOS) Unidos Denver Goi Magni
(1984) US W. (1984)
Bureau
30 5 0,34 0,37 0,42
10 0,51 0,54 0,57 0,63 0,532
30 15 0,67 0,70 0,72 0,75 0,693
20 0,80 0,81 0,84 0,817
25 0,91 0,91 0,92 0,918
10 0,38 0,40 0,45 0,408
60 15 0,50 0,52 0,57 0,532
30 0,74 0,74 0,79 0,768
120 1,22 1,27 1.25 1,119
60 0,51 0,42 0,573
360 (6h) 0,78 0,72 0,780
1440 480(8 h) 0,82 0,78 0,821
(24 h) 600 (10h) 0,85 0,82 0,855
720 (12h) 0,88 0,85 0,883
1,14 São Paulo
1,10 Taborga(1974)
24h 1 dia 0,961 São Paulo Magni
(1984)
1,13 USWB
Fonte: adaptado de Magni,1984 Dissertação de Mestrado da EPUSP

Em relação a chuva de 1 (um) dia com a chuva de 24 horas, Magni,1984 p.117 encontrou
o valor 0,961 para a cidade de São Paulo.
Entretanto pesquisas realizadas pelo U. S. Weather Bureau obteve a relação 1,13 que é
aplicada mundialmente.
Pesquisas realizadas em São Paulo usando o método de Chow-Gumbel foi obtido a
média de 1,14 usando dados do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São
Paulo com base em séries anuais abrangendo o período de 1928 a 1965 (Drenagem Urbana,
1980, p.20).
Para obtermos, por exemplo, no período de retorno de 25anos, o valor da precipitação
de 1 hora. Fazemos o seguinte:
Na Tabela (22.4) usamos o coeficiente 1,14 para passarmos da chuva de 1 dia para a
chuva de 24h. Ainda na mesma Tabela (22.4), para passarmos da chuva de 24h para a chuva

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

de 1h ou seja de 60min, multiplicamos por 0,573. Como para T=25 já foi calculado o valor de
122,26mm, isto é, a precipitação máxima de 1 dia para aquele período de retorno, teremos
então:
h= 1,14 . 0,573 . 122,26 = 0,65 . 122,26 = 79,87mm
Portanto, a precipitação máxima em Guarulhos de chuva de 1h com período de retorno
de 25anos é de 79,87mm.
Como conseguimos as precipitações de 1(um) dia para os vários períodos de retorno
usando a distribuição de Gumbel, podemos usar as relações entre as alturas pluviométricas da
Tabela (22.4) obtendo a Tabela (22.5) e Tabela (22.6).

Tabela 22.5-Altura pluviométrica média do Posto Bonsucesso de Guarulhos


Guarulhos - São Paulo posto E3-002 Bonsucesso
altitude 700 metros latitude 23 º 25’ longitude 46 º 24’
Altura pluviométrica média de Guarulhos (mm)
Duração Relação Período de retorno
da chuva entre (anos)
chuvas 2 5 10 15 20 25 50 100

5 minutos 0,34 11,72 15,07 17,29 18,54 19,42 20,10 22,18 24,242
10 minutos 0,532 18,33 23,58 27,05 29,01 30,39 31,44 34,70 37,932
15 minutos 0,693 23,88 30,72 35,24 37,80 39,58 40,96 45,20 3222,848
20 minutos 0,817 28,16 36,21 41,55 44,56 46,67 48,29 53,29 58,252
25 minutos 0,918 31,64 40,69 46,68 50,07 52,43 54,26 59,88 65,454
30 minutos 0,74 34,46 44,33 50,86 54,54 57,12 59,10 65,23 71,300
1 hora 0,573 46,57 59,90 68,72 73,70 77,19 79,87 88,14 96,352
2 horas 1,119 52,11 67,03 76,90 82,47 86,37 89,38 98,63 107,818
6 horas 0,78 63,40 81,54 93,55 100,33 105,07 108,73 119,98 131,159
8 horas 0,821 66,73 85,82 98,47 105,60 110,59 114,44 126,29 138,054
10 horas 0,855 69,49 89,38 102,54 109,97 115,17 119,18 131,52 143,771
12 horas 0,883 71,77 92,31 105,90 113,57 118,95 123,08 135,83 148,479
24 horas 1,14 81,28 104,54 119,94 128,62 134,71 139,39 153,83 168,153
1 dia* 1 71,30 91,70 105,21 112,83 118,16 122,27 134,93 147,50
* Chuva de 1 dia obtida da Distribuição de Gumbel

Considerando ainda a distribuição de Gumbel, para a média obtida de 75,08mm temos


o desvio padrão de 23,29mm. Para o nível de significância =0,05, temos:

Fz (z /2) = 1 – /2 = 0,975

e pela distribuição t- Student z /2 = 2,228. Com estes valores, tem-se o intervalo que se situa
 para o nível de confiança de 95%, ou seja, a média populacional é igual a:

x ± t α/2 x (s/n 0,5)= 75,08 ± 2,228 x 23,9/58 0,5= 75,08 ± 6,98

 = 75,08  6,98mm

Na distribuição de Gumbel o valor  é

= 6 0,5 x (desvio padrão das precipitações) 0,5/ 

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Sendo o desvio padrão 23,09mm então o valor de =18.

= (média das precipitações – 0,577 x )

Pode-se observar que o valor de  depende da média das precipitações que pode assumir os
seguintes valores: máximo, mínimo e médio.

 = 75,08  6,98 mm

 = 75,08 + 6,98 mm = 82,06mm (valor máximo)


 = 75,08 – 6,98 mm= 68,1mm(valor mínimo)
 = 75,08 + 0 =mm(valor médio)
Sendo o desvio padrão 23,09mm então o valor de =18.

= (média das precipitações – 0,577 x )


= (média das precipitações – 0,577 x 18)
= (média das precipitações – 10,386)

Como o valor da média varia de um máximo, um mínimo e um médio, o valor  também


varia:

Considerando o valor máximo da precipitação teremos:

= (média das precipitações – 10,386)


= (82,06 – 10,386)= 71,67
Considerando o valor mínimo da precipitação teremos:

= (média das precipitações – 10,386)


= (68,1 – 10,386)=57,414

Considerando o valor médio da precipitação teremos:

= (média das precipitações – 10,386)


= (68,01 – 10,386)=57,714

Na distribuição de Gumbel temos:

P( 1 dia; T) - 
--------------------- = - ln ln ( ln ( 1 / F (P(dia; T)))

sendo:

F( P(dia ;T) = 1 – (1/ T);


ln: logaritmo neperiano;
T= período de retorno.

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Para isto façamos as Tabela 22.6 onde acharemos os valores de P (dia; T) para um
período de retorno de 2, 5 , 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos.

Tabela 22.6-Com os valores máximos, médios e mínimos de  temos as alturas


pluviométricas de 1 dia do posto Bonsucesso de Guarulhos
Alturas pluviométricas em mm de Guarulhos da chuva de
Valores de 1 dia
 Período de Retorno em anos
2 5 10 15 20 25 50 100
71,67 (máximo) 94,6 115,0 128,5 136,1 141,5 145,6 158,2 170,8
64,69(médio) 81,7 102,1 115,6 123,2 128,6 132,7 145,3 157,9
57,71(mínimo) 48,0 68,4 81,9 89,5 94,9 99,0 111,6 124,2

Variação entre valor máximo


e valor médio 0,16 0,13 0,11 0,10 0,10 0,10 0,09 0,08
Variação entre valor mínimo
e valor médio 0,41 0,33 0,29 0,27 0,26 0,25 0,23 0,21

22.6 Equação das chuvas intensas de Guarulhos usando o posto pluviométrico de


Bonsucesso
Vários autores do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo e Centro
Tecnológico de Hidráulica de São Paulo, apresentaram no XIII Simpósio Brasileiro de
Recursos Hídricos de 1999, excelente trabalho sobre “Precipitação de projeto para o
município de São Paulo e região”.
Entre estes está o prof. dr. Nelson Luiz Goi Magni, autor da mais atualizada equação
das chuvas intensas da cidade de São Paulo.
Os autores baseados nos 103 postos pluviométricos existentes na região metropolitana
de São Paulo acharam uma sistemática que pode ser aplicada a toda a região.
Foi considerado a média da chuva de 1 dia de Guarulhos no posto Bonsucesso de
75,08mm e coeficiente de variação de Guarulhos cv=0,31, obtido pela relação entre a média e
o desvio padrão de 23,29mm.
É importante ressaltar que os autores, confirmaram a tendência do coeficiente de
variação ser constante para cada posto existente na Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP). Valor semelhante pode também ser obtido usando as isolinhas dos coeficientes de
variação da RMSP para chuva de 1 dia.
O valor médio das chuvas máximas de 1 dia pode ser obtido pela isoieta fornecido
também pelos autores. No caso usamos o valor médio das chuvas de 1 dia calculado do posto
Bonsucesso em Guarulhos que é de 75,08mm.
Baseado nas informações e pesquisas feitas no trabalho citado, e considerando os
estudos que fizemos sobre o posto pluviométrico de Guarulhos localizado em Bonsucesso,
achamos a seguinte equação das chuvas intensas de Guarulhos.

h=39,79. ( t - 0,10 ) 0,242 . { 1- 0,31. [ln (ln (T/(T-1)))+0,50764]} (Equação 22.1)

sendo
h = altura pluviométrica (mm);
t= tempo de duração da chuva (h);
ln= logaritmo neperiano

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T= período de retorno (anos)

Exemplo 22.1
Achar a altura pluviométrica em milímetros para chuva de duração de 2horas com
período de retorno de 25anos. Usando a equação temos:
h=39,79. ( t - 0,10 ) 0,242 . { 1- 0,31. [ln (ln (T/(T-1)))+0,50764]}
h=39,79. ( 2 - 0,10 ) 0,242 . { 1- 0,31. ln [ln (25/(25-1))]+0,50764}
h= 85,25mm
A equação está calculada na Tabela 22.7 para chuvas de 10minutos a 24horas.
Observar na Tabela 22.8 que fizemos uma comparação com a fórmula de Martinez e Magni
elaborada em 1999, com dados do posto pluviométrico e pluviográfico do IAG no período de
1931 a 1994.
Observar que as maiores diferenças são para chuvas de pouca duração e de grande
duração que apresentam erros de até 24,5% enquanto para durações intermediarias os erros
são pequenos, isto é, da ordem de 5% aproximadamente.
Estas diferenças encontradas mostra a necessidade de mais estudos na região
metropolitana de São Paulo para melhor definição das equações regionais, como é o caso de
Guarulhos.

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Tabela 22.7- Altura pluviométrica média em mm do Posto Bonsucesso de Guarulhos


usando a equação de Guarulhos

Guarulhos - São Paulo posto E3-002 Bonsucesso


altitude 700m - latitude 23 º 25’ longitude 46 º 24’
Duração Altura pluviométrica média de Guarulhos
da chuva (mm)
Período de retorno
(anos)
2 5 10 15 20 25 50 100

10 min 19,76 27,02 31,82 34,54 36,43 37,90 42,40 46,87


15 min 24,04 32,88 38,72 42,02 44,33 46,11 51,60 57,04
20 min 26,75 36,59 43,09 46,77 49,34 51,32 57,42 63,47
25 min 28,81 39,39 46,40 50,35 53,12 55,25 61,82 68,34
30 min 30,48 41,68 49,10 53,28 56,21 58,47 65,42 72,32
1h 37,09 50,72 59,74 64,83 68,40 71,14 79,60 88,00
2h 44,44 60,77 71,59 77,69 81,96 85,25 95,38 105,44
6h 49,23 67,32 79,30 86,06 90,79 94,43 105,66 116,80
8h 62,74 85,80 101,06 109,67 115,70 120,35 134,66 148,86
10 h 66,27 90,61 106,74 115,83 122,20 127,10 142,21 157,21
12 h 69,28 94,74 111,60 121,10 127,76 132,89 148,69 164,37
18 h 76,48 104,58 123,18 133,68 141,03 146,69 164,13 181,44
24 h 82,02 112,16 132,11 143,37 151,25 157,32 176,02 194,59

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.8- Erros médios em porcentagem comparando a fórmula de Guarulhos com a de Magni de
1999 da cidade de São Paulo
Erros médios da fórmula de Guarulhos
Duração da chuva Duração da chuva em comparando com a da cidade de São Paulo feita
por Magni,1999
(h)
10 min 0,17 24,5
15 min 0,25 16,2
20 min 0,33 9,5
25 min 0,42 4,9
30 min. 0,5 1,8
1h 1 -5,1
2h 2 -5,5
6h 6 2,5
8h 8 5,8
10 h 10 8,7
12 h 12 11,2
18 h 18 17,2
24 h 24 21,8

22.7 Intensidade média de chuva na Cidade de São Paulo no ponto


O posto do parque do Estado (E3- 035) IAG está localizado na cota 780m e nas
coordenadas 23º 39’S e 46º 38’ W, sendo que todos os trabalhos abaixo citados foram feitos
com dados do mesmo.

Pela ordem cronológica temos as seguintes chuvas para a cidade de São Paulo.

Occhipinti e Santos –1965 no período de 1926 a 1964 (37 anos) e usando o postos do IAG no
parque do Estado (E3-035) obteve as seguintes fórmulas:

Para t= 60 min:

27,96 . Tr0,112
I = ------------------------ (mm/min) (Equação 22.2)
( t + 15) 0,86 T –0,0144

Para 60 < t = 1440 min

20,21 . Tr0,15
I =------------------------ (mm/min) (Equação 22.3)
t 0,82

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Paulo Sampaio Wilken em 1972 obteve para a região Metropolitana de São Paulo por
análise de regressão com dados de 1934 a 1959 (26 anos)do pluviógrafo instalado no Parque
do Estado na Água Funda E3-035, obtendo a seguinte equação das chuvas:

4855,3 . Tr0,181
I =------------------------ ( l/s.ha) (Equação 22.4)
( t + 15)0,89

sendo:
I= intensidade média da chuva ( l /s. ha );
Tr = período de retorno (anos);
t=duração da chuva (min).
ou pode se apresentar em outras unidades:

29,13 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/min) (Equação 22.5)
( t + 15)0,89

1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h) (Equação 22.6)
( t + 15)0,89

Exemplo 22.2
Dado o período de retorno T= 20 anos e o tempo de concentração de 18 minutos, achar
a intensidade da chuva.

4855,3 . Tr0,181 4855,3 . 200,181


I =-------------------- =- ------------------- = 371,72 l/s . ha
( t + 15)0,89 ( 18+15)0,89

teremos a intensidade de chuva de 371,72 l/s.ha.

-Mero e Magni em 1979 com dados de 1931 a 1979 (49 anos) usando o mesmo Posto
Pluviométrico, obteve para a cidade de São Paulo a seguinte fórmula:

I = 37,05 ( t + 20) –0,914 + ( t+20) –0,914 . [ -5,966 –10,88 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 22.7)
para 10min  t  60min

I = 19,24 t –0,821 + t –0,821 . [-3,098 –5,65 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação


22.8)

para 60min  t  1440min (24h)

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

sendo:

I= intensidade da chuva (mm/min);


t= tempo (min);
ln = logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos).

Nelson Luiz Goi Magni e Felix Mero em 1986 no Boletim nº 4 denominado “Precipitações
intensas do Estado de São Paulo”, página 69 e em 1984 na dissertação de Mestrado na Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo do dr. Nelson Luiz Goi Magni usando dados de
1931 a 1979 do Posto IAG/USP na cidade de São Paulo, obtiveram as seguintes equações das
chuvas intensas no ponto:

I = ( t + 20) –0,914 . [ 31,08 –10,88 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 22.9)

para 10  t  60
–0,821
I= t . [ 16,14 –5,65 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação
22.10)

para 60  t  1440 (24h)

Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln = logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos).

Martinez e Magni em 1999 com dados de 1933 a 1997 (65anos) relativos ao Posto IAG-E3-
035) obteve para a cidade de São Paulo a seguinte equação:

I = 39,3015 ( t + 20) –0,9228 +10,1767 (t+20) –0,8764 . [ -0,4653 –0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 22.11)

para chuva entre 10min e 1440min


I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln = logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos).
As Tabelas (22.9) e (22.10) referem-se a fórmula de Martinez e Magni de 1999. A
primeira tabela se refere a previsão de alturas máximas em milímetros e a segunda, da
máxima intensidade de chuva em (mm/h).
Por exemplo, para sabermos a precipitação total de uma chuva de 2h para período de
retorno de 25anos, vemos na Tabela (22.9) que o valor é 85,1mm. Para saber a intensidade da
chuva para a mesma chuva na Tabela (22.10) achamos 42,5mm/h.

Dica: a Equação (22.11) de Martinez e Magni de 1999 é a mais nova a ser usada na Região
Metropolitana de São Paulo.

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.9– São Paulo: Previsão de alturas máximas de chuvas em mm

Duração da Período de retorno


chuva (anos)
2 5 10 15 20 25 50 100 200
10 min 16,2 21,1 24,4 26,2 27,5 28,5 31,6 34,6 37,6
15 min 21,1 27,5 31,8 34,2 35,9 37,2 41,2 45,2 49,1
20 min 24,9 32,5 37,6 40,4 42,4 44,0 48,7 53,4 58,1
25 min 27,9 36,5 42,2 45,4 47,7 49,4 54,8 60,1 65,4
30 min 30,3 39,8 46,0 49,5 52,0 53,9 59,8 65,6 71,4
1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
2h 46,8 62,1 72,3 78,0 82,0 85,1 94,6 104,0 113,4
6h 55,7 74,9 87,6 94,7 99,7 103,6 115,5 127,2 139,0
8h 57,6 77,7 91,0 98,5 103,7 107,8 120,2 132,6 144,9
10 h 59,1 79,8 93,6 101,3 106,8 111,0 123,9 136,7 149,4
12 h 60,2 81,5 95,6 103,6 109,2 113,5 126,8 139,9 153,0
18h 62,5 85,2 100,1 108,6 114,5 119,1 133,1 147,0 160,9
24h 64,1 87,7 103,3 112,1 118,2 123,0 137,6 152,1 166,5
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999

Tabela 22.10 – São Paulo: Previsão de máximas intensidade de chuvas em mm/hora

Duração da Período de retorno


chuva (anos)
2 5,00 10 15 20 25 50 100 200
10 min 97,3 126,9 146,4 157,4 165,2 171,1 189,4 207,6 225,8
15 min 84,4 110,2 127,3 136,9 143,7 148,9 164,9 180,8 196,6
20 min 74,6 97,5 112,7 121,3 127,3 131,9 146,2 160,3 174,4
25 min 66,9 87,6 101,3 109,0 114,4 118,6 131,4 144,2 156,9
30 min. 60,7 79,5 92,0 99,1 104,0 107,8 119,5 131,2 142,8
1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
2h 23,4 31,1 36,1 39,0 41,0 42,5 47,3 52,0 56,7
6h 9,3 12,5 14,6 15,8 16,6 17,3 19,2 21,2 23,2
8h 7,2 9,7 11,4 12,3 13,0 13,5 15,0 16,6 18,1
10 h 5,9 8,0 9,4 10,1 10,7 11,1 12,4 13,7 14,9
12 h 5,0 6,8 8,0 8,6 9,1 9,5 10,6 11,7 12,8
18h 3,5 4,7 5,6 6,0 6,4 6,6 7,4 8,2 8,9
24h 2,7 3,7 4,3 4,7 4,9 5,1 5,7 6,3 6,9
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

22.7.1 Conclusão a respeito das equações da chuva da cidade de São Paulo


Conforme estudos efetuados pelo Centro Tecnológico de Hidráulica (CTH) em São
Paulo, 28 de junho de 1999, são poucas as diferenças entre as fórmulas da cidade de São
Paulo.
Citando ainda o CTH: no caso do posto do IAG, localizado no parque do Estado, na
cidade de São Paulo, constatou-se que a equação das chuvas intensas formuladas neste
trabalho fornece valores de intensidades de precipitações próximos dos obtidos com as
equações anteriormente elaboradas, particularmente em relação à equação determinada por
Mero e Magni, em 1979, que utiliza a mesma formulação matemática.
Este fato, corroborado pela extensão da série histórica de dados de chuvas disponíveis,
com 65 anos, evidencia que, neste caso, não houve alteração no regime das precipitações
intensas ao longo do período de observação.

22.8 Aplicação da equação das chuvas intensas na região


A equação de Martinez e Magni de 1999 que é a última fórmula desenvolvida na
cidade de São Paulo, vale para um ponto, ou seja, uma área menor que 25 km2. É sempre
assumida a hipótese que a chuva é uniformemente distribuída para uma área menor que
25km2 (10mi2) conforme Chin, 2000 que apresenta a fórmula de Leclerc e Schaake, 1972.

K= 1 – exp ( -1,1 . t ¼ ) exp ( - 1,1 . t ¼ - 0,01.A) Equação (22.12)

Sendo t= duração da chuva (h) e A área da bacia em milhas quadradas.

Exemplo 22.3 (Chin, 2000)


Uma chuva local de 24h com 180mm e período de retorno de 10anos. Deseja-se a média de
chuva em uma área de 100km2.

Solução
Sendo t=24h, A=100km2 = 40 mi2. Substituindo na Equação (22.11):

K= 1 – exp ( -1,1 . 24 ¼ ) exp ( - 1,1 . 24 ¼ - 0,01.40) = 0,97

Portanto, a precipitação média sobre a área de 100km2 será 0,97 . 180mm = 175mm.

O Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) adota para área
maior que 25 km2, a equação de Paulhus (Linsley et al.,1975):

Párea = Pponto . k (Equação 22.13)

onde:
Párea = precipitação na área
Pponto = precipitação no ponto

K = 1,0 – [ 0,1 . log (A / Ao ) ] (Equação 22.14)

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Exemplo 22.4 de aplicação do ribeirão dos Meninos/SP:

Área da bacia =A = 98,65 km²


2
Ao = 25 km
K = 0,94

Exemplo 22.5 de aplicação para o Alto Tietê /SP

Área da bacia = A=3.230 km2


2
Ao= 25 km
K=0,789

Exemplo 22.6 para o córrego Pirajussara/SP

Área da bacia = A=72 km2


2
Ao=25 km
K=0,95

22.9 Hietograma
O livro Precipitações Intensas no Estado de São Paulo dos doutores Nelson Luiz Goi
Magni e Felix Mero de 1986, trás hietogramas das chuvas máximas, médias e mínimas de
várias cidades do Estado de São Paulo, inclusive a cidade de São Paulo.
A Tabela (22.12) trás o hietograma da chuva máxima de São Paulo. Tomaremos
somente as relações das alturas pluviométricas e do tempo em porcentagem relativos as
chuvas máximas. Observar que os hietogramas das chuvas máximas varia para a duração da
chuva, sendo as mesmas classificadas em três intervalos principais como abaixo de 1 hora,
entre 1 hora e 6 horas e acima de 6 horas. As Figuras (22.3), (22.4) e (22.5) trazem os
hietogramas da chuva de São Paulo para os três intervalos de duração de chuva mencionados.

Tabela 22.11-Hietograma da chuva máxima da cidade de São Paulo

Tempo/tempo total Hietograma da chuva máxima da cidade de São Paulo


(%)
Chuva máxima Chuva máxima Chuva máxima
10 min < t < 1h 1h < t < 6h 6 h < t < 24h
0 0 0 0
10 53 65 42
20 86 82 59
30 86 92 69
40 92 94 78
50 95 95 84
60 96 96 91
70 97 97 95
80 98 98 97
90 99 99 98
100 100 100 100

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Fonte: Magni,1986 Precipitações Intensas no Estado de São Paulo/CTH com dados de 1931 a 1979 do posto do IAG/USP

Figura 22.3 Hietograma da chuva de São Paulo no intervalo de 10 minutos até 1 hora.

H ie to g r a m a d a C h u v a d e S ã o
P a u lo 1 0 m in < t < 1 h

1 2 0

1 0 0

8 0

6 0
ht/h (%)

4 0

2 0

0
0 5 0 1 0 0 1 5 0
te m p o / te m p o to ta l (% )

H ie t o g r a m a d a C h u v a d e S ã o
P a u lo 6 h < t < 2 4 h

1 2 0
1 0 0
8 0
6 0
ht/h (%)

4 0
2 0
0
0 5 0 1 0 0 1 5 0
te m p o / te m p o to ta l (% )

Figura 22.5-Hietograma da cidade de São Paulo para chuvas entre 6 horas e 24 horas

Figura 22.4 Hietograma da cidade de São Paulo para chuvas entre 1 hora e 6 horas

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

H ie to g r a m a d e S ã o P a u lo 1 h < t <
6 h

1 2 0
1 0 0
8 0
6 0
ht / h (%)

4 0
2 0
0
0 5 0 1 0 0 1 5 0
te m p o / te m p o to ta l (% )

Usando a Tabela (22.11) com dados fornecido por Magni, 1986 e usando interpolação
linear construímos as Tabelas (22.12) a (22.15) para chuvas de duração de 3h, 6h, 8h e 24h.

Tabela 22.12- Fração da chuva de 8h segundo Magni,1986 com intervalos de 0,5h em 16


intervalos
Tempo Fração da chuva de 8h conforme hietograma de Magni, 1986
(h)
0,5 0,260
1,0 0,200
1,5 0,106
2,0 0,071
2,5 0,061
3,0 0,056
3,5 0,045
4,0 0,038
4,5 0,044
5,0 0,036
5,5 0,025
6,0 0,015
6,5 0,011
7,0 0,006
7,5 0,010
8,0 0,015
Soma= 1,000

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Tabela 22.13- Fração da chuva de 24h segundo Magni,1986 com intervalos de 1,0h em
24 intervalos

Tempo Fração da chuva de 24h conforme hietograma de Magni, 1986


(h)
1 0,180
1 0,180
1 0,180
2 0,175
3 0,113
4 0,071
5 0,065
6 0,042
7 0,042
8 0,038
9 0,038
10 0,033
11 0,025
12 0,025
13 0,029
14 0,029
15 0,022
16 0,017
17 0,015
18 0,008
19 0,008
20 0,005
21 0,004
22 0,006
23 0,008
24 0,01
Soma= 1,000

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Tabela 22.14- Fração da chuva de 6h segundo Magni, 1986 com intervalos de 0,17h em
36 partes

Tempo Fração da chuva de 6horas conforme hietograma de Magni, 1986


(h)
0,17 0,181
0,33 0,181
0,50 0,181
0,67 0,127
0,83 0,047
1,00 0,047
1,17 0,047
1,33 0,032
1,50 0,028
1,67 0,028
1,83 0,023
2,00 0,006
2,17 0,006
2,33 0,006
2,50 0,004
2,67 0,003
2,83 0,003
3,00 0,003
3,17 0,003
3,33 0,003
3,50 0,003
3,67 0,003
3,83 0,039
4,00 0,000
4,17 0,000
4,33 0,000
4,50 0,000
4,67 0,000
4,83 0,000
5,00 0,000
5,17 0,000
5,33 0,000
5,50 0,000
5,67 0,000
5,83 0,000
6,00 0,000
Soma= 1,000

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Tabela 22.15- Fração da chuva de 3h segundo Magni, 1986 com intervalos de 0,17h em
18 partes
Tempo Fração da chuva de 3h conforme hietograma de Magni, 1986
(h)
0 0,00
0,17 0,36
0,33 0,31
0,50 0,09
0,67 0,08
0,83 0,06
1,00 0,03
1,17 0,01
1,33 0,01
1,50 0,01
1,67 0,01
1,83 0,01
2,00 0,01
2,17 0,01
2,33 0,01
2,50 0,01
2,67 0,01
2,83 0,01
3,00 0,01
Soma= 1,00

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22.10 Hietograma baseado na chuva de duração de 2 horas de fevereiro de 1983


Baseado no evento chuvoso de 2/2/1983, a chuva de 2h assemelha-se à distribuição
com 50% de probabilidade no 1º quartil de duração proposto por Huff em 1978, conforme
mostrado no estudo DAEE da calha do rio Tietê em 1999 e no estudo do ribeirão dos
Meninos.
A chuva tem 2 horas de duração com intervalo de 2,5min, ou seja, 0,041667h com 48
intervalos conforme Tabela (22.16), contida nos projetos do DAEE do córrego Pirajussara,
córrego Aricanduva e córrego ribeirão dos Meninos, todos no Alto Tietê em São Paulo.
Na região metropolitana de São Paulo (RMSP) o Departamento de Águas e Energia
Elétrica (DAEE) verificou que para bacia de até 100 km2 de área de drenagem, as chuvas que
provocam danos mais freqüentes são as chuvas de duração igual a 2 (duas) horas. Estas foram
usadas para o dimensionamento do rio Aricanduva (100 km2), córrego Pirajussara (72 km2),
ribeirão dos Meninos (98,65 km2).
Para o caso de dimensionamento de reservatórios de detenção é importante a duração
da chuva que produza o volume máximo do reservatório de detenção.

Tabela 22.16– Chuva de 2 horas ribeirão dos Meninos/ SP. Precipitações de projeto (equação de Mero)
Chuva Precipitação de 2 horas (mm)
Distribuída TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
ponto (k=1,00) 43,00 68,04 80,64 90,00 99,24
área (k=0,94) 40,42 63,96 75,80 84,60 93,29
2 horas t HUFF 1. Q TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
Intervalo (horas) (%) anos anos anos anos anos
1 0,0417 0,030 1,21 1,92 2,28 2,54 2,80
2 0,0833 0,030 1,21 1,92 2,28 2,54 2,80
3 0,1250 0,036 1,46 2,31 2,73 3,05 3,36
4 0,1667 0,036 1,46 2,31 2,73 3,05 3,36
5 0,2083 0,061 2,46 3,90 4,62 5,16 5,69
6 0,2500 0,061 2,46 3,90 4,62 5,16 5,69
7 0,2917 0,076 3,07 4,86 5,76 6,43 7,09
8 0,3333 0,076 3,07 4,86 5,76 6,43 7,09
9 0,3750 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
10 0,4167 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
11 0,4583 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
12 0,5000 0,052 2,10 3,33 3,94 4,40 4,85
13 0,5417 0,033 1,34 2,11 2,50 2,79 3,08
14 0,5833 0,032 1,29 2,05 2,42 2,71 2,98
15 0,6250 0,026 1,05 1,66 1,97 2,20 2,42
16 0,6667 0,025 1,01 1,60 1,90 2,12 2,34
17 0,7083 0,022 0,89 1,41 1,67 1,87 2,06
18 0,7500 0,021 0,85 1,35 1,59 1,78 1,96
19 0,7917 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
20 0,8333 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
21 0,8750 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
22 0,9167 0,014 0,56 0,89 1,06 1,18 1,30
23 0,9583 0,013 0,53 0,84 0,99 1,10 1,22
24 1,0000 0,012 0,49 0,77 0,91 1,02 1,12
25 1,0417 0,012 0,49 0,77 0,91 1,02 1,12

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

26 1,0833 0,012 0,49 0,77 0,91 1,02 1,12


27 1,1250 0,011 0,44 0,70 0,83 0,93 1,02
28 1,1667 0,011 0,44 0,70 0,83 0,93 1,02
29 1,2083 0,008 0,32 0,51 0,60 0,67 0,74
30 1,2500 0,008 0,32 0,51 0,60 0,67 0,74
31 1,2917 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
32 1,3333 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
33 1,3750 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
34 1,4167 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
35 1,4583 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
36 1,5000 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
37 1,5417 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
38 1,5833 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
39 1,6250 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
40 1,6667 0,006 0,24 0,38 0,46 0,51 0,56
41 1,7083 0,004 0,16 0,26 0,31 0,34 0,38
42 1,7500 0,004 0,16 0,26 0,31 0,34 0,38
43 1,7917 0,004 0,16 0,26 0,31 0,34 0,38
44 1,8333 0,004 0,16 0,26 0,31 0,34 0,38
45 1,8750 0,002 0,08 0,13 0,15 0,17 0,18
46 1,9167 0,002 0,08 0,13 0,15 0,17 0,18
47 1,9583 0,002 0,08 0,13 0,15 0,17 0,18
48 2,0000 0,002 0,08 0,13 0,15 0,17 0,18
soma 2,0000 1,000 40,42 64,00 75,80 84,60 93,30
Fonte DAEE: ribeirão dos Meninos/SP

A bacia do Alto Tietê entre barragem Edgard de Souza e Barragem da Penha (3.230km2),
foi considerado pelo DAEE a distribuição percentual média da chuva de 24 horas, observada
entre 01/02/1983 (7h) e 02/02/1983 (7h), sendo a maior tormenta verificada na bacia dentro
do intervalo de dados existentes e que se assemelha bastante à distribuição com 50% de
probabilidade, no 1º quartil de duração, proposta por Huff em 1978, conforme Tabela (22.17)
e Figura (22.6).
Para consulta de Huff ver página 51 do livro Drenagem Urbana,1995 da ABRH e página
21 do livro Urban Stormwater Hydrology de Akan, 1993.

Dica: na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em áreas de até 100km2 deve-se
usar chuva de 2h com distribuição de Huff (1º Quartil, 50% de probabilidade).

22-29
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Figura 22.1- Distribuições temporais de chuva de Huff no primeiro quartil


Fonte: Marcelini et al, 1995

Figura 22.1- Distribuições temporais de chuva de Huff no segundo quartil


Fonte: Marcelini et al, 1995

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Figura 22.1- Distribuições temporais de chuva de Huff no terceiro quartil


Fonte: Marcelini et al, 1995

Figura 22.1- Distribuições temporais de chuva de Huff no quarto quartil


Fonte: Marcelini et al, 1995

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.17- Distribuição temporal da chuva de 24 horas


Intervalo Observada HUFF
(1 hora) em 1983 (%P) 1º quartil (%P)
1 3,6 6,0
2 9,8 7,2
3 11,5 12,2
4 10,7 15,2
5 9,8 10,4
6 8,9 10,4
7 7,1 6,2
8 3,6 4,8
9 3,6 4,3
10 3,6 2,8
11 4,5 2,8
12 1,8 2,5
13 3,6 2,4
14 4,5 2,2
15 1,8 1,6
16 4,5 1,2
17 0,9 1,2
18 0,9 1,2
19 1,8 1,2
20 0,9 1,2
21 0,9 0,8
22 0,9 0,8
23 0,4 0,7
24 0,4 0,7
Fonte: DAAE. Alto Tietê, 1999/SP

22-32
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Figura 22.6- Chuva de curva acumulada do evento de 1983 no Alto Tietê/SP, comparada com a curva de
Huff (1º Quartil, 50% de probabilidade).
Fonte: DAAE, 1999/SP

Tabela 22.18- Hietograma de chuvas de 2h para diversos períodos de retorno usando


adimensional da chuva de Huff , 1º quartil com 50% de probabilidade para intervalo de
2,5min (0,0417h)

Equação das chuvas de Martinez e Magni,1999 para a


cidade de São Paulo
Tempo
46,8mm 72,2mm 85,1mm 94,6mm 104mm
Ordem
HUFF 1. Q TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
(%) anos anos anos anos anos
Adimension
(min) (horas) al (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
1 2,5 0,0417 0,03 1,4040 2,1660 2,5530 2,8380 3,1200
2 5,0 0,0833 0,03 1,4040 2,1660 2,5530 2,8380 3,1200
3 7,5 0,1250 0,036 1,6848 2,5992 3,0636 3,4056 3,7440
4 10,0 0,1667 0,036 1,6848 2,5992 3,0636 3,4056 3,7440
5 12,5 0,2083 0,061 2,8548 4,4042 5,1911 5,7706 6,3440
6 15,0 0,2500 0,061 2,8548 4,4042 5,1911 5,7706 6,3440
7 17,5 0,2917 0,076 3,5568 5,4872 6,4676 7,1896 7,9040
8 20,0 0,3333 0,076 3,5568 5,4872 6,4676 7,1896 7,9040
9 22,5 0,3750 0,052 2,4336 3,7544 4,4252 4,9192 5,4080
10 25,0 0,4167 0,052 2,4336 3,7544 4,4252 4,9192 5,4080
11 27,5 0,4583 0,052 2,4336 3,7544 4,4252 4,9192 5,4080
12 30,0 0,5000 0,052 2,4336 3,7544 4,4252 4,9192 5,4080
13 32,5 0,5417 0,033 1,5444 2,3826 2,8083 3,1218 3,4320
14 35,0 0,5833 0,032 1,4976 2,3104 2,7232 3,0272 3,3280

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

15 37,5 0,6250 0,026 1,2168 1,8772 2,2126 2,4596 2,7040


16 40,0 0,6667 0,025 1,1700 1,8050 2,1275 2,3650 2,6000
17 42,5 0,7083 0,022 1,0296 1,5884 1,8722 2,0812 2,2880
18 45,0 0,7500 0,021 0,9828 1,5162 1,7871 1,9866 2,1840
19 47,5 0,7917 0,014 0,6552 1,0108 1,1914 1,3244 1,4560
20 50,0 0,8333 0,014 0,6552 1,0108 1,1914 1,3244 1,4560
21 52,5 0,8750 0,014 0,6552 1,0108 1,1914 1,3244 1,4560
22 55,0 0,9167 0,014 0,6552 1,0108 1,1914 1,3244 1,4560
23 57,5 0,9583 0,013 0,6084 0,9386 1,1063 1,2298 1,3520
24 60,0 1,0000 0,012 0,5616 0,8664 1,0212 1,1352 1,2480
25 62,5 1,0417 0,012 0,5616 0,8664 1,0212 1,1352 1,2480
26 65,0 1,0833 0,012 0,5616 0,8664 1,0212 1,1352 1,2480
27 67,5 1,1250 0,011 0,5148 0,7942 0,9361 1,0406 1,1440
28 70,0 1,1667 0,011 0,5148 0,7942 0,9361 1,0406 1,1440
29 72,5 1,2083 0,008 0,3744 0,5776 0,6808 0,7568 0,8320
30 75,0 1,2500 0,008 0,3744 0,5776 0,6808 0,7568 0,8320
31 77,5 1,2917 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
32 80,0 1,3333 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
33 82,5 1,3750 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
34 85,0 1,4167 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
35 87,5 1,4583 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
36 90,0 1,5000 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
37 92,5 1,5417 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
38 95,0 1,5833 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
39 97,5 1,6250 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
40 100,0 1,6667 0,006 0,2808 0,4332 0,5106 0,5676 0,6240
41 102,5 1,7083 0,004 0,1872 0,2888 0,3404 0,3784 0,4160
42 105,0 1,7500 0,004 0,1872 0,2888 0,3404 0,3784 0,4160
43 107,5 1,7917 0,004 0,1872 0,2888 0,3404 0,3784 0,4160
44 110,0 1,8333 0,004 0,1872 0,2888 0,3404 0,3784 0,4160
45 112,5 1,8750 0,002 0,0936 0,1444 0,1702 0,1892 0,2080
46 115,0 1,9167 0,002 0,0936 0,1444 0,1702 0,1892 0,2080
47 117,5 1,9583 0,002 0,0936 0,1444 0,1702 0,1892 0,2080
48 120,0 2,0000 0,002 0,0936 0,1444 0,1702 0,1892 0,2080
Soma= 2,0000 1,000 46,8000 72,2000 85,1000 94,6000 104,0000

22-34
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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.19- Hietograma de chuvas de 2h para diversos períodos de retorno usando


adimensional da chuva de Huff , 1º quartil com 50% de probabilidade para intervalo de
5min
Equação das chuvas de Martinez e Magni, 1999 para a cidade
de São Paulo
De Para HUFF
46,8 72,2 85,1 94,6 104
Ordem tempo tempo 1. Q
Tempo TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
anos anos anos anos anos
(min) (min) (%) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
1 0,00 5,00 0,060 2,808 4,332 5,106 5,676 6,24
2 5,0 10,0 0,072 3,370 5,1984 6,1272 6,8112 7,488
3 10,0 15,0 0,122 5,710 8,8084 10,3822 11,5412 12,688
4 15,0 20,0 0,152 7,114 10,9744 12,9352 14,3792 15,808
5 20,0 25,0 0,104 4,867 7,5088 8,8504 9,8384 10,816
6 25,0 30,0 0,104 4,867 7,5088 8,8504 9,8384 10,816
7 30,0 35,0 0,065 3,042 4,693 5,5315 6,149 6,76
8 35,0 40,0 0,051 2,387 3,6822 4,3401 4,8246 5,304
9 40,0 45,0 0,043 2,012 3,1046 3,6593 4,0678 4,472
10 45,0 50,0 0,028 1,310 2,0216 2,3828 2,6488 2,912
11 50,0 55,0 0,028 1,310 2,0216 2,3828 2,6488 2,912
12 55,0 60,0 0,025 1,170 1,805 2,1275 2,365 2,6
13 60,0 65,0 0,024 1,123 1,7328 2,0424 2,2704 2,496
14 65,0 70,0 0,022 1,030 1,5884 1,8722 2,0812 2,288
15 70,0 75,0 0,016 0,749 1,1552 1,3616 1,5136 1,664
16 75,0 80,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248
17 80,0 85,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248
18 85,0 90,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248
19 90,0 95,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248
20 95,0 100,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248
21 100,0 105,0 0,008 0,374 0,5776 0,6808 0,7568 0,832
22 105,0 110,0 0,008 0,374 0,5776 0,6808 0,7568 0,832
23 110,0 115,0 0,004 0,187 0,2888 0,3404 0,3784 0,416
24 115,0 120,0 0,004 0,187 0,2888 0,3404 0,3784 0,416
Soma= 1,000 46,800 72,200 85,100 94,600 104,000

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.20- Hietograma de chuvas de 2h para diversos períodos de retorno usando


adimensional da chuva de Huff , 1º quartil com 50% de probabilidade para intervalo de
10min
Equação das chuvas de Martinez e Magni,1999
Ordem De Para HUFF
46,8mm 72,2mm 85,1mm 94,6mm 104mm
Tempo tempo Tempo 1. Q
TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
anos anos anos anos anos
(min) (min) (%) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
1 0,00 10,00 0,132 6,178 9,5304 11,2332 12,4872 13,728
2 10,0 20,0 0,274 12,823 19,7828 23,3174 25,9204 28,496
3 20,0 30,0 0,208 9,734 15,0176 17,7008 19,6768 21,632
4 30,0 40,0 0,116 5,429 8,3752 9,8716 10,9736 12,064
5 40,0 50,0 0,071 3,323 5,1262 6,0421 6,7166 7,384
6 50,0 60,0 0,053 2,480 3,8266 4,5103 5,0138 5,512
7 60,0 70,0 0,046 2,153 3,3212 3,9146 4,3516 4,784
8 70,0 80,0 0,028 1,310 2,0216 2,3828 2,6488 2,912
9 80,0 90,0 0,024 1,123 1,7328 2,0424 2,2704 2,496
10 90,0 100,0 0,024 1,123 1,7328 2,0424 2,2704 2,496
11 100,0 110,0 0,016 0,749 1,1552 1,3616 1,5136 1,664
12 110,0 120,0 0,008 0,374 0,5776 0,6808 0,7568 0,832
soma= 1,000 46,800 72,200 85,100 94,600 104,000

22.11 Distribuição das chuvas nos Estados Unidos: Tipo I, Tipo IA, Tipo II e Tipo III
Estudos elaborados pelo U. S. Soil Conservation Service (SCS) nos Estados Unidos
concluíram numa distribuição aproximada de quatro chuvas básicas que são: Tipo I, Tipo IA,
Tipo II e Tipo III, cujas frações acumuladas estão na Tabela (22.21).
Pr é a chuva total e P a chuva acumulada. Nas colunas estão as relações entre P e Pr.
Porto, 1995 afirmou que a chuva Tipo II é que mais se assemelha para o Estado de São
Paulo.

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.21- Fração acumulada de chuva de 24h segundo SCS, 1986.


Tempo Tipo I Tipo IA Tipo II Tipo III
(h) P/ Pr P/ Pr P/ Pr P/ Pr

0,0 0,000 0,000 0,000 0,000


0,5 0,008 0,010 0,005 0,005
1,0 0,017 0,022 0,011 0,010
1,5 0,026 0,036 0,017 0,015
2,0 0,035 0,051 0,023 0,020
2,5 0,045 0,067 0,029 0,026
3,0 0,055 0,083 0,035 0,032
3,5 0,065 0,099 0,041 0,037
4,0 0,076 0,116 0,048 0,043
4,5 0,087 0,135 0,056 0,050
5,0 0,099 0,156 0,064 0,057
5,5 0,112 0,179 0,072 0,065
6,0 0,126 0,204 0,080 0,072
6,5 0,140 0,233 0,090 0,081
7,0 0,156 0,268 0,100 0,089
7,5 0,174 0,310 0,110 0,102
8,0 0,194 0,425 0,120 0,115
8,5 0,219 0,480 0,133 0,130
9,0 0,254 0,520 0,147 0,148
9,5 0,303 0,550 0,163 0,167
10,0 0,515 0,577 0,181 0,189
10,5 0,583 0,601 0,203 0,216
11,0 0,624 0,623 0,236 0,250
11,5 0,655 0,644 0,283 0,298
12,0 0,682 0,664 0,663 0,500
12,5 0,706 0,683 0,735 0,702
13,0 0,728 0,701 0,776 0,751
13,5 0,748 0,719 0,804 0,785
14,0 0,766 0,736 0,825 0,811
14,5 0,783 0,753 0,842 0,830
15,0 0,799 0,769 0,856 0,848
15,5 0,815 0,785 0,869 0,867
16,0 0,830 0,800 0,881 0,886
16,5 0,844 0,815 0,893 0,895
17,0 0,857 0,830 0,903 0,904
17,5 0,870 0,844 0,913 0,913
18,0 0,882 0,858 0,922 0,922
18,5 0,893 0,871 0,930 0,930
19,0 0,905 0,884 0,938 0,939
19,5 0,916 0,896 0,946 0,948
20,0 0,926 0,908 0,953 0,957
20,5 0,936 0,920 0,959 0,962
21,0 0,946 0,932 0,965 0,968
21,5 0,956 0,944 0,971 0,973

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

22,0 0,965 0,956 0,977 0,979


22,5 0,974 0,967 0,983 0,984
23,0 0,983 0,978 0,989 0,989
23,5 0,992 0,989 0,995 0,995

24,0 1,000 1,000 1,000 1,000


Fonte: Akan,1993 p.19

Colocando-se a Tabela (14. 5) obtemos a Figura (14.1).

Distribuiçao das chuvas segundo SCS- Estados


Unidos

1,000
0,900 III
Fração da chuva de 24horas

0,800
0,700
0,600
0,500
IA
0,400
I II
0,300
0,200
0,100
0,000
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0
Tempo em horas

Figura 22.7- Representação da fração acumulada das chuvas do SCS

José Carlos F. Palos e Mario Thadeu de Barros apresentaram no XII Congresso


Brasileiro da Associação Brasileira de recursos Hídricos de 1997 um trabalho denominado
“Análise de métodos hidrológicos empregados em projetos de drenagem urbana no Brasil”.
Recomendaram o método SCS TR-55 com Chuva Tipo II com chuva de 24horas ou
uso do método dos blocos alternados.
O tempo de concentração deverá ser calculado pelo método cinemático ou pela
equação proposta por Denver (1969) para o tempo de retardo.
O trabalho ainda mostra que os estudos de Porto e Marcelini elaborado em 1993
concluiu que a curva Tipo II é praticamente igual à obtida pelo método dos blocos alternados,
proposto para a cidade de São Paulo.

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.1- Hietograma das chuvas do SCS Tipo I, IA, II e III


Fonte: Akan, 2003

22.12 Chuvas Intensas


Quando não dispomos de equações de chuvas podemos fazer uma estimativa usando o
programa Pluvio2.1, bastando entrar em com o Estado e a Cidade usando o site:
www.ufv.br/dea/gprh/softwares.htm
A principal forma de caracterização de chuvas intensas é por meio da equação de
intensidade, duração e freqüência da precipitação, representada por:
K . Ta
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c
Sendo:
I = intensidade máxima média de precipitação, mm/h;
T = período de retorno (anos)
t = duração da precipitação (min)
K, a, b, c = parâmetros relativos à localidade (Estado, município)

Exemplo 22.7

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Estimar a intensidade de chuva máxima na cidade de Guarulhos localizada no Estado de São


Paulo usando o programa Pluvio2.1 para período de retorno de 25anos e tempo de
concentração de 5min.
Usando o programa Pluvio2.1 achamos:
K= 1988,845
a=0,111
b=20,449
c=0,839

K . Ta
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c

1988,845 . T0,111
I =------------------------ (mm/h)
( t + 20,449)0,839

T= 25 anos
t= tempo de concentração= 5min

1988,845 . 250,111
I =------------------------ = 188 mm/h
( 5 + 20,449)0,839

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

22.13 Huff
Huff, 1990 salienta a importância e a dificuldade em se estabelecer a distribuição das
precipitações com o tempo, isto é, os hietogramas, afirmando categoricamente que as
diferenças podem ser significantes. Huff, 1990 cita um exemplo feito nos Estados Unidos na
área de Kentucky onde acharam diferenças de 30% no pico da vazão devido a escolha
adquada do hietograma.
Huff, 1990 salienta ainda que as chuvas medianas da Figura (22.8) eram usadas no
passado e ainda o são, quando não se tem pesquisas.

Figura 22.8- Curva médiana de 261 precipitações em Illinois,

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Historicamente, Huff em 1967 pesquisou em Illinois durante 12 anos no periodo de


1955 a 1966 cerca de 261 tempestades numa área que variava de 130km2 a 1036km2. Foram
pesquisadas também todas as precipitações acima de 13mm.
Foram estabelecidas 36 curvas de Huff que estão nas Figuras (22.9) a (22.12) onde
aparecem os níveis de probabilidade variando de 10% a 90%, sendo a mediana de 50% a mais
usada e devido a isto está com linha marcada com traço mais forte.
A interpretação de Huff é que uma curva de 10% no primeiro quartil quer dizer que ela
é representativa de 10% de todas as precipitações.

Figura 22.9- Curva de Huff das distribuição das precipitações no primeiro quartil para
chuvas de duração menores ou igual a 6h. Fonte: Huff, 1990

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Figura 22.10- Curva de Huff das distribuição das precipitações no segundo quartil para
chuvas de duração de 6,1h a 12h. Fonte: Huff, 1990

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Figura 22.11- Curva de Huff das distribuição das precipitações no terceiro quartil para
chuvas de duração de 12,1h a 24h. Fonte: Huff, 1990

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Figura 22.12- Curva de Huff das distribuição das precipitações no terceiro quartil para
chuvas de duração maiores que 24h. Fonte: Huff, 1990

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Enquanto isto a curva mais usada é aquela de mediana 50% de probabilidade para o
primeiro quartil e as outras são esquecidas.
Huff, 1990 em documentos afirmou que o primeiro e segundo quartis fosse usado para
áreas menores que 1.037km2 na região de Illinois nos Estados Unidos.
Huff, 1990 definiu pequenas bacias aquelas menores que 1036km2. Para pequenas
bacias 37% das precipitações estão no primeiro, 27% no segundo quartil e 21% no terceiro
21% e 15% no quarto quartil.
Na Figura (22.13) temos quatro distribuições de Huff, 1990 sendo recomendado o
seguinte:
 primeiro quartil para chuvas menores ou igual a 6h;
 segundo quartil para chuvas de 6,1h a 12h;
 terceiro quartil para chuvas entre 12,1h e 24h e o
 quarto quartil para chuvas maiores que 24h.

Dica: conforme Huff, 1990 pela duração da chuva achamos o quartil que queremos.

Figura 22.13- Hietograma de Huff no primeiro quartil, segundo quartil, terceiro


quartil e quarto quartil. Fonte: Akan

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Akan nos mostra que tendo a precipitação, por exemplo, de 2h de 85mm podemos
escolher o tipo de curva e calcular ponto a ponto.
Por exemplo, para o primeiro quartil entrando tom t/td= 0,2, isto é, t=0,2 x 2h=0,4h
Achamos na ordenada 0,55= P /85mm
e P= 85mm x 0,55=47mm
Conforme Bonta, 2004 as curvas de Huff são usadas nos Estados Unidos em nove
estados e segundo o próprio Huff e Angel, 1992 aconselharam tal aplicação. Daí podemos
concluir a importância das curvas de Huff.
Ainda segundo Bonta, 2004 vários softwares americanos usam as curvas de Huff,
entre eles, CREAMS, Haestad Methods, SWMM e ILLUDAS.
Akan e Houghtalen, 2003 citados por Huff, mostram que as curvas de Huff também
são usadas na Europa.
Segundo Bonta, 2004 não há nenhuma correspondência entre as curvas de Huff e as
curvas do SCS (Tipo I, IA, II e III).
Conforme Westphal, 2001 as curvas acumuladas adimensionais de Huff para os
quartis I, II, III e IV estão na Tabela (22.22).

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

Tabela 22.22- Curvas acumuladas de Huff para os quartis: I., II. III e IV

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Capítulo 22- Chuvas Intensas

22.14 Bibliografia e livros consultados


-BONTA, J.V. Development and utility of Huff curves for disaggretating precipitation
amounts. American Society of Agricultural Engineers, ano 2004.
-HUFF, FLOYD. Time distributions of heavy rainstorms in Illinois, 1990, ISWS/CIR-
173/90, State of Illinois, Department of energy and natural resources.
,-WESTPHAL, JERONOME A. Hydrology for drainage system design and analysis. in Mays, Larry W.
Stormwater collection systems design Handbook.McGRaw-Hill, 2001 ISBN 0-07-135471-9

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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Capítulo 24
Método Santa Bárbara
“A verdadeira amizade somente existe entre aqueles que desejam
aprender, ou para seu prazer ou para ganhar melhor entendimento do mundo”
Marsílio Ficino, Academia Platônica de Florença

24-1
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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SUMÁRIO
Ordem Assunto

24.1 Introdução
24.2 Conceitos de translação e armazenamento
24.2.1 Translação
24.2.2 Armazenamento
24.3 Obtenção da hidrograma conforme método Santa Bárbara
24.4 Definição da chuva de projeto
19 páginas

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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Capítulo 24 –Método Santa Bárbara (A≤ 50km2)

24.1 Introdução
O objetivo do método Santa Bárbara é obter o hidrograma de uma precipitação para
uma determinada bacia considerando um local escolhido. No hidrograma teremos a vazão de
pico e as vazões em intervalo de tempo o que facilitará o routing do reservatório, caso
tenhamos um piscinão.

Figura 24.1- Modelo de sistema hidrológico simples


Fonte: Swami Marcondes Villela e Arthur Mattos, 1975 p. 7

Vamos supor uma bacia conforme a Figura (24.1) na qual temos uma precipitação. Se
tomarmos o ponto A como seção de controle, poderemos observar o seguinte. No começo da
precipitação a vazão é nula.
Com o passar do tempo a vazão no ponto A vai aumentando cada vez mais até chegar
a um pico e daí começa a diminuir até atingir a vazão zero novamente. A chuva parou mas a
vazão ainda continua até a mesma ficar zero.
Esta curva é a hidrograma ou hidrograma que queremos, conforme Figura (24.2).
Teremos a vazão de contribuição da água de chuva na bacia em função do tempo.
A parte da chuva que evapora, que fica presa em forma de poça d’água ou se infiltra
no solo, não nos interessa. Interessa somente a chuva que produz as enxurradas, que é
chamada de chuva excedente ou runoff.
Na hidrograma da Figura (24.2) vemos que a vazão atinge o pico de 43 m3/s e a 150
min ou seja 2,5h a mesma chega a zero novamente.
A chuva que causou aquele hidrograma varia também com o tempo e chama-se
hietograma. Observar empiricamente que quanto mais impermeável for a bacia maior será o
pico de vazão na hidrograma da Figura (24.2) e quanto maior for o tamanho da bacia maior
também será o pico. No Capítulo 2 temos vários exemplos de hietogramas para a cidade de
São Paulo.

24-3
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Hidrógrama

50
Vazão em m3/s

40
30
20
10
0
0 50 100 150 200
Tempo (min)

Figura 24.2- Hidrograma da bacia no ponto A

24.2 Conceitos de translação e armazenamento


É muito importante o conceito de translação e armazenamento para o estudo de
escoamento em canais, reservatórios e bacias hidrográficas.

24.2.1 Translação
É o movimento da água ao longo dos canais em direção paralela ao fundo. Tempo de
translação é, portanto, o tempo que uma partícula de água leva para percorrer uma
determinada distância.
Tempo de concentração é o tempo de translação do ponto mais distante da bacia até a
seção de controle (Porto,1995 p. 139).

24.2.2 Armazenamento
Pode ser interpretado como o movimento da água na direção perpendicular ao fundo
do canal e representa, portanto, a parcela da chuva excedente que fica, temporariamente,
retida na bacia e que chegará à seção de controle com certo atraso (Porto,1995 p. 139).
A grande importância do método Santa Bárbara é que considera o efeito do
armazenamento.
Outro fator importante do método Santa Bárbara é que leva em conta as áreas de
impermeabilização. Isto foi muito bem salientado por Porto,1995, pois a medida que o solo se
impermeabiliza, as perdas tornam-se menos sensíveis à infiltração e dependerão mais da parte
impermeável da bacia. As tabelas de uso do solo costumam ser muito gerais e imprecisas,
enquanto que a estimativa da área impermeabilizada poderá ser feita com maior precisão por
meio de fotografias aéreas, por exemplo (Porto,1995 p.163).

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24.3 Obtenção do hidrograma conforme método Santa Bárbara


Segundo Akan, 1993 o Santa Barbara Urban Hydrograph Method (SBUH) foi
primeiramente desenvolvido por James M. Stubchaer funcionário do órgão responsável pelo
controle das inundações e conservação da água do Distrito de Santa Bárbara na Califórnia no
ano de 1975.
O método foi desenvolvido para ser usado com microcomputador usando planilha
Excel da Microsoft, por exemplo, mas pode ser feito manualmente. Foi apresentado pela
primeira vez no Simpósio Nacional de Hidrologia Urbana e Controle de Sedimentos feito na
Universidade de Kentucky em 1975 (Wanielista, 1997) e em comparação com outros métodos
é de fácil aplicação e aparentemente preciso.
O método Santa Bárbara admite que a área impermeável da bacia é diretamente
conectada ao sistema de drenagem e que são desprezíveis as perdas de água da chuva que
caem na área impermeável ou a chuva excedente que vai pela superfície.

Dica: o método Santa Bárbara é aplicavel em áreas urbanas.

Dica: a área máxima a ser aplicado o Metodo Santa Barbara é 50 km2.

O método Santa Barbara combina o runoff sobre área impermeável e sobre a área
permeável para formar o hidrograma. O hidrograma é obtido supondo um reservatório
imaginário cujo tempo de espera é o tempo de concentração da bacia.
O runoff também é chamado de chuva excedente (ou chuva efetiva) que é o volume de
água de chuva que se escoará superficialmente pela bacia.
Existem quatro métodos principais para a determinação do runoff, ou seja, da chuva
excedente. Nestes métodos determinamos a parcela da precipitação de chuva que se infiltra no
solo quando o mesmo é permeável.
O primeiro é o método do número da curva (CN) adotado pelo Soil Conservation
Service do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (SCS).
O segundo é método de Horton com razão de infiltração variável e específica do local
e está explicado no Capítulo 8 deste livro.
O terceiro é o método da infiltração constante e o quarto o método do balanço das
massas.
Os mais usados são o método do número da curva CN do SCS e o método de Horton.

Dica: deve ser usado o método do número da curva CN do SCS para a área permeável
para achar a chuva excedente.

As ordenadas “I “ da hidrograma devem ser calculadas com unidades consistentes,


para se evitar erros. No caso iremos adotar as unidades do Sistema Internacional (SI).

I= [ i . d + i e . (1.0 – d)] . A (Equação 24.1)


Sendo:
I= entrada para o reservatório imaginário. São as ordenada da hidrograma em m3/s.
i= precipitação total da chuva no intervalo t em m/s. Na área impermeabilizada é o runoff;
i e = escoamento da chuva excedente (runoff) na área permeável no intervalo t em m/s;

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d= fração da área impermeável em relação a área total;


A= área total de drenagem em m2.

O runoff da hidrograma Q ( j ) da saída do reservatório pode ser obtido usando o


método denominado “routing” para a hidrograma instantânea I ( j-1 ) e I ( j ) através do
reservatório linear imaginário com a constante de armazenamento usando o tempo de
concentração t c na bacia.

Nesse reservatório o volume V é proporcional a vazão Q elevado ao expoente m.

V=k.Qm

O valor de m varia de 0,9 a 1,2. No caso do método Santa Bárbara supomos que m=1,
isto é, que a função é linear.

V= k .Q
Em um intervalo de tempo t temos:

V2 – V1= k . (Q2-Q1)

Como V2 – V1= [( I1+I2)/2] t - [ (Q2-Q1)/2] t

Eliminando-se V2 – V1 e isolando-se Q2 temos:

Q2 = Q1 + C . ( I1 + I2 – 2 . Q1)

Sendo C = t / ( 2 . k + t)

Como a nossa hipótese é que k=tc teremos

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C = t / ( 2 . tc + t)

Sendo C chamado de coeficiente de retardo e representado normalmente por Kr.

Kr = t / ( 2 . tc + t) (Equação 24.2)

Pode ser escrito o seguinte:

Q(j) = Q(j-1) + Kr . ( I (j-1) + I (j) - 2 . Q (j-1) ) (Equação 24.3)


sendo:

tc =tempo de concentração em segundos;

t = intervalo de tempo em segundos;

Kr = coeficiente de retardo (número adimensional).

24.4 Definição da chuva de projeto


Um dos parâmetros importante é a definição da chuva de projeto. Existem vários
métodos e devem ser utilizados de maneira sensata e reconhecer o limite da informação
(Urbonas e Staher,1992 in Canholi, 1995).
Existem diversos procedimentos a determinação da chuva de projeto: bloco de
tormenta, métodos de Sifalda e Arnell, método de Chicago (Keifer & Chu) e método dos
blocos alternados (citado por Zahed & Marcelini), hietograma triangular (Yen & Chow) e
método de Pilgrim & Cordery).

Dica: adotei o método do bloco de tormenta para determinação da chuva de projeto.

Vamos adotar o método do bloco da tormenta padronizada, escolhendo para a Região


Metropolitana de São Paulo (RMSP), a tormenta de 2 de fevereiro de 1983.
O hietograma, isto é, a precipitação no tempo é da chuva de 1983 que é coincidente
com o hidrograma de Huff com 50% de probabilidade e para o 1º quartil. Este mesmo
hietograma com duas horas precipitação foi usado pelo DAEE de São Paulo no estudo
Hidrológico do córrego Pirajussara (72km2), córrego dos Meninos (afluente do Rio
Tamanduatéi) e no rio Aricanduva.
Para o rio Tietê entre a barragem Edgard de Souza e barragem da Penha foi usada
chuva de 24horas de 02/02/1983 e com a curva de Huff com 50% de probabilidade e 1º
quartil.

Exemplo 24.1- Calcular a vazão de pico e a hidrograma usando o método Santa Bárbara de
uma área urbana em Guarulhos com área de 1,12km2 (112ha) para período de retorno de 50
anos, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e equação da chuva de
Martinez e Magni, 1999. Os intervalos são de 10min.
Usando uma planta aerofotogramétrica do local foram levantados os seguintes
elementos:

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Tabela 24.1- Dados obtidos em planta aerofotogramétrica da área local


Trecho Cota Montante Cota jusante Comprimento Declividade
(m) (m) (m) (m/m)
1 805 762,9 300 0,14033
2 762,9 758,8 100 0,04100
3 758,8 744,8 295 0,04746
4 744,8 734,5 395 0,02608
5 734,5 734,2 100 0,00300
6 734,2 731,2 80 0,03750
7 731,2 726,6 380 0,01211
1650m
Declividade média =0,047515m/m

O ponto mais alto está na cota 805m e o mais baixo na cota 726,6m. O comprimento
total do talvegue é de 1650m.
Os trechos, as cotas a montante e a jusante bem como os comprimentos e declividades
estão na Tabela (24.2). A declividade média do talvegue é 0,047515m/m.
Para o cálculo do tempo de concentração tc, foram verificados vários métodos, tais
como, Califórnia Culverts Practice, Método de Kirpich, Método cinemático, Método da
Fórmula SCS Lag- 1975 usando CN=90 e foram obtidos os resultados da Tabela (24.2).

Tabela 24.2- Tempo de concentração obtido através de vários métodos


Método para obter o tempo de concentração Tempo de concentração
(minutos)
Tc pelo método Califórnia Culverts Practice= 46,7
Tempo de concentração em minutos por Kirpich= 37,2
Tc pelo método Cinemático= 29,5
Tempo de concentração por Formula SCS Lag 1975= 44,6
Tempo de concentração médio = 39,5min
Tempo de concentração médio = 2370 segundos

Adotamos para o tempo de concentração o valor médio tc=39,5min = 2370segundos


Conforme levantamento de campo, a área impermeável calculada estimada é de 61,5%
para o horizonte de projeto de 20 anos.
Como trata-se de área de lotes residenciais menores que 500m2 e sendo o solo tipo C
conforme outros levantamentos já efetuados na região, verificando-se no Capítulo 7 deste
livro a Tabela (7.4) encontramos o valor CN=90, o qual será adotado.
Procederemos o cálculo do método Santa Bárbara conforme Akan,1993- The Santa
Barbara Urban Hydrograph Method, p. 103 que usaremos como modelo.
Valor de t
Sendo a chuva de 2h e com 12 intervalos o valor de t será igual a 600s.
t =2 h/12 =0,16666h=600s= 10min
Segundo Larry Mays temos: tc/5≤t ≤ tc/3

Valor do coeficiente de retardo Kr


Conforme Equação (24.2)
Kr = t / ( 2 . tc + t)
O valor de Kr usando unidades coerentes, por exemplo, tudo segundos ou tudo hora.
No caso usaremos segundos.

24-8
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Kr = 600/ (2 x 2370 + 600) = 0,11235955


Vamos explicar em detalhes como se constrói a Tabela (24.3) com 15 colunas.

Coluna 1:
Trata-se da ordem de 1 até 12.

Coluna 2:
Contagem de tempo até 10min na primeira linha, de 10min a 20min na segunda linha e assim
por diante, até 120min ou seja as 2h de chuva que admitimos.

Coluna 3:
Nesta coluna o tempo está em horas.

Coluna 4:
Conforme foi verificado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de
São Paulo, a chuva de 2 de fevereiro de 1983 praticamente coincide com o hietograma de
chuva de Huff para o primeiro quartil e com 50% de probabilidade. Daí usarmos na Região
Metropolitana de São Paulo a chamada chuva de Huff 1Q 50% P. No caso temos a fração da
chuva devendo o total ser igual a 1 (um).

Coluna 5:
Considerando a Equação da Chuva de São Paulo elaborada por Martinez e Magni,1999 e
usando período de retorno de 50anos, achamos no Capítulo 2 a precipitação total de 94,6mm.
Todos os valores da coluna 5 são obtidos da multiplicação de 94,6mm pela fração da chuva
de Huff da coluna 4.
Assim multiplicando 0,132 x 94,6mm = 12,4mm e assim por diante.

Coluna 6:
Na coluna 6 estão a precipitação acumulada. Repete-se a primeira linha 12,5mm e
soma-se esta a linha 2 da coluna 5 da seguinte maneira:
12,5mm + 25,9mm = 38,4mm
Assim obteremos toda a coluna 6, sendo que na linha de ordem 12 teremos que ter o total de
94,6mm para conferir.

Coluna 7:

Na coluna 7 vamos calcular a chuva excedente pelo método do número da curva CN


do SCS.
O valor de CN =90 é dado fornecido pelo problema e deve-se somente a área
permeável. Temos que obter o valor do potencial máximo de retenção após começar o runoff,
ou seja, o valor S em milímetros conforme Equação (7.6).

O valor de S= 25400/ ( CN – 254) = 28,22mm


A abstração inicial Ia em milímetros será conforme Equação (7.4)

Ia = 0,2 . S = 0,2 x 28,22 = 5,64mm

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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Temos que usamos a equação para calcular o valor da chuva excedente Q.

( P- 0,2S ) 2
Q= ------------------------
( P+0,8S )

A equação da chuva excedente Q só é válida quando P > 0,2 S ou seja


P> 5,64mm.
Vamos montar a equação de Q, calculando o valor de 0,8S = 0,8 x 28,22=22,58mm
Teremos então:

( P- 5,64 ) 2
Q= -------------------------- (Equação 24.4)
( P + 22,58 )
A Equação (24.4) é que será usada para se obter a coluna 7 juntamente com a restrição
de que P deverá ser maior que 5,64mm ou seja P> 5,64mm. Caso o P seja menor que 5,64mm
então o valor de Q será 0, ou seja: Se P< 5,64mm então Q=0.
Isto é feito em planilha Excel usando a função SE.
= SE (Coluna 5 > 5,64; [( coluna 5 – 5,64) 2 / (coluna 5 + 22,58)] ; 0)
Para a primeira linha o valor de P da coluna 5 é 12,5mm, isto é, P=12,5mm.
O valor de P=12,5mm é maior que 5,64mm, isto é, P>5,64mm. Então se aplica a
Equação (24.4) e fazendo-se a substituição teremos:
(12,5 - 5,64 ) 2
Q= -------------------------- = 1,34
( 12,5 + 22,58 )
Desta maneira iremos obter toda a coluna 7 relativa a chuva excedente, sempre
substituindo o valor de P corresponde a linha e na coluna 5.
A chuva excedente total é de 67,5mm. Esta chuva é que provocará o escoamento
superficial, ou seja, o runoff.

Coluna 8
Como a coluna 7 obtida está a chuva excedente acumulada, para se obter a chuva excedente
por faixa basta subtrair uma linha da frente pela anterior, repetindo-se a primeira linha. Para
conferir a somatória deve ser de 67,5mm.

Coluna 9
A coluna 9 é a infiltração no solo. É calculada somente para sabermos quanto foi infiltrado no
solo. É calculada pela diferença entre o precipitado por faixa na coluna 5 com a chuva
excedente por faixa da coluna 8. Assim a infiltração na primeira linha da coluna 9 será :
12,5mm – 1,3mm = 11,2mm.
A soma da infiltração da coluna 9 é de 27,1mm e somando-se a infiltração com a
chuva excedente de 67,5mm tem que dar o total da chuva de 94,6mm. Notar que não foi
considerada a evaporação, o que é usual para os problemas de drenagem.

Coluna 10
Um dos truques do método Santa Bárbara é a separação do escoamento superficial, sendo um
sobre superfície impermeabilizada e outra sobre superfície permeável.

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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Assim na coluna 10 vamos calcular a velocidade de escoamento em milímetros por hora na


região impermeabilizada. Assim cada linha da coluna 10 é obtida dividindo-se a precipitação
por faixa pelo intervalo de tempo. No caso o intervalo de tempo deverá ser em horas, para se
obter mm/h.
Na primeira linha da coluna 10 teremos: 12,5mm/ 0,1666 = 74,9mm/h.

Coluna 11
A coluna 11 é obtida usando o mesmo raciocínio da coluna 10, só que desta vez devemos
tomar a chuva excedente, isto é, aquela que escorre, pois a outra parte da chuva foi infiltrada.
Assim na primeira linha da coluna 8 achamos 1,34mm que deverá ser dividido pelo intervalo
de tempo em horas que é 0,1666h. Teremos:
1,34mm/0,1666h = 8,0mm/h e assim por diante.

Coluna 12
Tendo-se os valores do runoff na área impermeabilizada i e da área permeável ie e
usando a Equação (24.1), como possuímos os valores da área da bacia de drenagem A e da
fração impermeável d, obtemos facilmente todos os valores das coordenadas da hidrograma
para o reservatório imaginário.

I= [ i . d + i e . (1.0 – d)] . A
Substituindo-se a fração da área impermeabilizada de 0,615 e área da bacia de
drenagem 112ha e convertendo em metros quadrados, teremos:

I= [ i . 0,615 + i e . (1.0 – 0,615)] . 112ha x 10.000m2

O valor de I obtido é em m3/s é dependente dos valores da velocidade de escoamento


superficial na área impermeável “i “ e na área permeável “ie”.
Para a primeira linha temos i= 74,9mm/h e ie= 8,0mm/h sendo que não esquecendo de
transformar as unidades de milímetros em metros e hora em segundos.

I= [ 74,9/(1000x 3600) . 0,615 + 8,0/ (1000 x 3600) . (1.0 – 0,615)] . 1120000 = 15,29m3/s
Desta maneira obtemos o valor de 15,29m3/s que o valor de I para a primeira linha da
coluna 12.

Coluna 13
A coluna 13 é a soma acumulada de duas linhas da coluna 12. Assim para a primeira linha da
coluna 13 repete-se o valor de 15,29m3/s da coluna 24. Para as demais linhas soma-se a linha
anterior mais a atual ou seja 15,29m3/s + 41,45m3/s obtendo-se 56,74m3/s e assim por diante.

Coluna 14
A coluna 14 é a aplicação da Equação (24.2)

Qj= Q(j-1) + Kr . [ I (j-1) + I (j) - 2 . Q (j-1) ]


Temos o valor de Kr=
Conforme Equação (24.2)
Kr = t / ( 2 . tc + t)

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O valor de Kr usando unidades coerentes, por exemplo, tudo segundos ou tudo hora.
No caso usaremos segundos.
Kr = 600/ (2 x 2370 + 600) = 0,11235955
Na Equação (24.2) temos o valor de Kr e os valores de I (j-1) + I (j) . Temos uma equação
e duas incógnitas, mas uma incógnita será sempre a vazão anterior.
Supondo primeiramente que a vazão da primeira linha da coluna 14 seja zero, istoé,
Q(j-1)=0.
Substituindo teremos:
Qj= 0 + 0,11235955 . [ 15,29 - 2 . 0 ] =1,72m3/s
Para a segunda linha da coluna 14 temos:
Qj= 1,72 + 0,11235955 . [ 56,74 - 2 . 1,72 ] =7,71 m3/s
E assim por diante.

Coluna 15
É o hidrograma que queremos. Na primeira linha da coluna 15 é a segunda linha da coluna 14
e assim por diante.
Poderemos continuar os cálculos até atingirmos na coluna 15 o valor de Q(j) igual
zero.
Obtemos a vazão de pico usando o método Santa Bárbara de 17,32m3/s que ocorre a
40min do inicio da chuva, conforme se pode ver na linha de ordem 4.
Em se tratando de problema real, a vazão base é 0,83m3/s e que somada a vazão de
pico de 17,32m3/s nos dará a vazão de projeto de 18,15m3/s.

Tabela 24.3- Hidrograma de bacia urbana em Guarulhos usando o método Santa


Bárbara para intervalo de 10min e período de retorno de 50anos
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

HUFF Precip. Prec. Chuva exc. Chuva exc. Infilt. Area Area I(1)
Ordem Tempo Tempo 1. Q Total Acum. acum. por faixa imperm. perm. I + Q(1) Q(2)
50% P P P acum. Q acum. Q f i ie I(2)

min h (%) mm mm mm mm mm mm/h mm/h m3/s m3/s m3/s m3/s


1 10 0,17 0,132 12,5 12,5 1,34 1,34 11,2 74,9 8,0 15,29 15,29 0,00 1,72
2 20 0,33 0,274 25,9 38,4 17,6 16,3 9,7 155,5 97,6 41,45 56,74 1,72 7,71
3 30 0,50 0,208 19,7 58,1 34,1 16,5 3,2 118,1 98,9 34,44 75,89 7,71 14,50
4 40 0,67 0,116 11,0 69,1 43,9 9,8 1,2 65,8 58,7 19,63 54,07 14,50 17,32
5 50 0,83 0,071 6,7 75,8 50,0 6,1 0,6 40,3 36,7 12,11 31,75 17,32 16,99
6 60 1,00 0,053 5,0 80,8 54,6 4,6 0,4 30,1 27,7 9,08 21,19 16,99 15,56
7 70 1,17 0,046 4,4 85,1 58,7 4,0 0,3 26,1 24,2 7,90 16,98 15,56 13,97
8 80 1,33 0,028 2,6 87,8 61,1 2,5 0,2 15,9 14,8 4,82 12,72 13,97 12,26
9 90 1,50 0,024 2,3 90,1 63,3 2,1 0,1 13,6 12,7 4,13 8,95 12,26 10,51
10 100 1,67 0,024 2,3 92,3 65,4 2,1 0,1 13,6 12,8 4,14 8,27 10,51 9,08
11 110 1,83 0,016 1,5 93,8 66,8 1,4 0,1 9,1 8,5 2,76 6,90 9,08 7,81
12 120 2,00 0,008 0,8 94,6 67,5 0,7 0,0 4,5 4,3 1,38 4,14 7,81 6,52
1,000 94,6 67,5 27,1
Soma Precip. Chuva Infiltra
Total exc. ção
Fonte: Akan,1993- The Santa Barbara Urban Hydrograph Method, p. 103.

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Exemplo 24.2- Aplicação do método Santa Bárbara para construção do hidrograma de


área urbana em São Paulo –capital.
Local: piscinão do Pacaembu
Área da bacia =A= 2,22 km2 = 222ha= 2,22 x 1000 x 1000 = 2.220.000m2
Tempo de concentração = tc = 0,25h= 15min = 15min x 60s = 900s
Fração impermeável = d = 0,55
Intervalos do hidrograma adotado: 48
Duração da chuva adotada = 2 horas
Intervalo em tempo do hidrograma = 48/2h = 0,04166h = 150s
Precipitação de 2 horas escolhida para Tr=25 anos = 85,1mm (Martinez e Magni, 1999)
Número da curva CN =87

Na Tabela (24.4) temos 15 colunas. Vamos supor que as colunas 1 a 9 já foram


calculadas e são dados do problema.
Queremos achar o hidrograma ou a hidrograma ou seja as vazões em m3/s (coluna 15)
em função do tempo.
Primeiramente vamos calcular o valor de Kr ou seja o número adimensional do
coeficiente de retardo usando a Equação (24.3):
Kr = t / ( 2 . tc + t)
tc =tempo de concentração em segundos = 900s;
t = intervalo de tempo em segundos = 150s;
Kr = 150/( 2 x 900 + 150) = 0,076979878
Para calcular a Equação (24.1) temos que achar os valores do runoff na parte da área
impermeabilizada que será a precipitação desprezando-se as perdas (i) e a parte do runoff da
área permeável. Na área permeável uma parte da chuva se infiltra e não nos interessa no caso
e outra parte faz parte do escoamento superficial, isto é, do runoff (ie).
Para se obter o valor de i referente a precipitação, divide-se o valor da coluna 6 e
divide-se pelo intervalo de tempo de 0,04166h. Assim teremos para a linha de ordem 1 o
seguinte:
2,6 / 0,041666h = 61,3mm/h
Na área permeável divide-se a coluna 8 dividir pelo intervalo de tempo de 0,041666h
obtendo o seguinte:
0 / 0,041666h = 0mm/h
Tendo-se os valores do runoff na área impermeabilizada i e da área permeável ie e
usando a Equação (24.1), como possuímos os valores da área da bacia de drenagem A e da
fração impermeável d, obtemos facilmente todos os valores das coordenadas da hidrograma
para o reservatório imaginário.
I= [ i . d + i e . (1.0 – d)] . A
I= [ i . 0,55 + i e . (1.0 – 0,55)] . 2220000
O valor de I obtido é em m3/s.

Vamos agora aplicar a Equação (24.2)

Qj= Q(j-1) + Kr . [ I (j-1) + I (j) - 2 . Q (j-1) ]

que irá calcular os valores de saída Qj do reservatório imaginário da coluna 10.

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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Primeiramente calculemos a coluna 13. Observando a linha de ordem 4 vemos que o


valor 43,53 é a soma de I (j-1) + I (j) = 25,0 + 27,0,85=52,0.
Calculemos a coluna 14 e a coluna 15.
Na coluna 14 o valor de Q(j-1) na linha de ordem 1 é zero.
Na Equação (24.2) temos o valor de Q(j-1) =0 e I (j-1) + I (j) e o valor de
Kr=0,076979878 já calculado.
Qj = Q(j-1) + K r . [I (j-1) + I (j) - 2 . Q(j-1)]
Fazendo-se as substituições temos:
Qj = 0 + 0,0776979 x [ 20,78 – 1 x 0] = 1,60m3/s
Na coluna 14 considerando a linha de ordem 2 o valor de Q(j-1) será 1,60m3/s.
Calculemos o valor de Qj. Substituindo na Equação (24.2) achamos o valor Qj = 4,55m3/s e
assim por diante, conforme mostra a Tabela (24.4).
A coluna 15 é o hidrograma que queremos. O pico do hidrograma é de 47,33m3/s e
consta da linha de ordem 13 e acontece 0,54 horas = 32,5 minutos

Tabela 24.4- Hidrograma da bacia do Pacaembu –SP usando o método Santa Bárbara
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna Coluna Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 Coluna Coluna Coluna Coluna 15
7 8 12 13 14
HUFF 1. Precip. Prec. Chuva exc. Chuva exc. por Infiltraçã Area Area Hidrogra
Q Total Acum. acum. faixa o imperm. permeável ma
Ordem Tempo Tempo 50% P P P acum. Q acum. Q f i ie I I(1)+I(2) Q(1) Q(2)

min h (%) mm mm mm mm mm mm/h mm/h m3/s m3/s m3/s m3/s

1 2,5 0,04 0,030 2,6 2,6 0,0 0,0 2,6 61,3 0,0 20,78 20,78 0,00 1,60
2 5,0 0,08 0,030 2,6 5,1 0,0 0,0 2,6 61,3 0,0 20,78 41,56 1,60 4,55
3 7,5 0,13 0,036 3,1 8,2 0,0 0,0 3,1 73,5 0,2 25,00 45,78 4,55 7,37
4 10,0 0,17 0,036 3,1 11,2 0,3 0,3 2,8 73,5 7,4 27,00 52,00 7,37 10,24
5 12,5 0,21 0,061 5,2 16,4 1,7 1,3 3,8 124,6 32,4 51,24 78,24 10,24 14,68
6 15,0 0,25 0,061 5,2 21,6 3,8 2,1 3,1 124,6 50,8 56,35 107,59 14,68 20,70
7 17,5 0,29 0,076 6,5 28,1 7,2 3,4 3,1 155,2 81,6 75,30 131,65 20,70 27,64
8 20,0 0,33 0,076 6,5 34,6 11,2 4,0 2,5 155,2 96,3 79,37 154,66 27,64 35,29
9 22,5 0,38 0,052 4,4 39,0 14,2 3,0 1,4 106,2 72,2 56,06 135,43 35,29 40,27
10 25,0 0,42 0,052 4,4 43,4 17,4 3,2 1,2 106,2 76,3 57,19 113,25 40,27 42,79
11 27,5 0,46 0,052 4,4 47,8 20,7 3,3 1,1 106,2 79,7 58,13 115,32 42,79 45,08
12 30,0 0,50 0,052 4,4 52,3 24,1 3,4 1,0 106,2 82,5 58,92 117,05 45,08 47,15
13 32,5 0,54 0,033 2,8 55,1 26,4 2,2 0,6 67,4 53,6 37,75 96,67 47,15 47,33
14 35,0 0,58 0,032 2,7 57,8 28,6 2,2 0,5 65,4 52,9 36,83 74,58 47,33 45,78
15 37,5 0,63 0,026 2,2 60,0 30,4 1,8 0,4 53,1 43,5 30,08 66,92 45,78 43,89
16 40,0 0,67 0,025 2,1 62,1 32,2 1,8 0,4 51,1 42,3 29,04 59,13 43,89 41,68
17 42,5 0,71 0,022 1,9 64,0 33,7 1,6 0,3 44,9 37,5 25,65 54,69 41,68 39,48
18 45,0 0,75 0,021 1,8 65,8 35,2 1,5 0,3 42,9 36,1 24,56 50,21 39,48 37,27
19 47,5 0,79 0,014 1,2 67,0 36,2 1,0 0,2 28,6 24,2 16,41 40,97 37,27 34,69
20 50,0 0,83 0,014 1,2 68,2 37,2 1,0 0,2 28,6 24,3 16,44 32,85 34,69 31,88
21 52,5 0,88 0,014 1,2 69,4 38,3 1,0 0,2 28,6 24,4 16,47 32,91 31,88 29,50
22 55,0 0,92 0,014 1,2 70,5 39,3 1,0 0,2 28,6 24,5 16,50 32,97 29,50 27,50
23 57,5 0,96 0,013 1,1 71,7 40,2 1,0 0,2 26,6 22,8 15,34 31,84 27,50 25,72
24 60,0 1,00 0,012 1,0 72,7 41,1 0,9 0,1 24,5 21,2 14,18 29,52 25,72 24,03
25 62,5 1,04 0,012 1,0 73,7 42,0 0,9 0,1 24,5 21,2 14,20 28,38 24,03 22,52
26 65,0 1,08 0,012 1,0 74,7 42,9 0,9 0,1 24,5 21,3 14,22 28,42 22,52 21,24
27 67,5 1,13 0,011 0,9 75,7 43,7 0,8 0,1 22,5 19,6 13,05 27,27 21,24 20,07
28 70,0 1,17 0,011 0,9 76,6 44,5 0,8 0,1 22,5 19,6 13,06 26,11 20,07 18,99
29 72,5 1,21 0,008 0,7 77,3 45,1 0,6 0,1 16,3 14,3 9,51 22,57 18,99 17,81
30 75,0 1,25 0,008 0,7 78,0 45,7 0,6 0,1 16,3 14,3 9,52 19,02 17,81 16,53

24-14
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 24 Método Santa Bárbara
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 25/11/2012

31 77,5 1,29 0,006 0,5 78,5 46,2 0,4 0,1 12,3 10,8 7,14 16,66 16,53 15,27
32 80,0 1,33 0,006 0,5 79,0 46,6 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,29 15,27 14,02
33 82,5 1,38 0,006 0,5 79,5 47,1 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,29 14,02 12,96
34 85,0 1,42 0,006 0,5 80,0 47,5 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,30 12,96 12,07
35 87,5 1,46 0,006 0,5 80,5 48,0 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,31 12,07 11,31
36 90,0 1,50 0,006 0,5 81,0 48,4 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,32 11,31 10,67
37 92,5 1,54 0,006 0,5 81,5 48,9 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,32 10,67 10,13
38 95,0 1,58 0,006 0,5 82,0 49,3 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,33 10,13 9,68
39 97,5 1,63 0,006 0,5 82,5 49,8 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,34 9,68 9,29
40 100,0 1,67 0,006 0,5 83,1 50,2 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,35 9,29 8,96
41 102,5 1,71 0,004 0,3 83,4 50,5 0,3 0,0 8,2 7,3 4,78 11,96 8,96 8,51
42 105,0 1,75 0,004 0,3 83,7 50,8 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,57 8,51 7,93
43 107,5 1,79 0,004 0,3 84,1 51,1 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,57 7,93 7,45
44 110,0 1,83 0,004 0,3 84,4 51,4 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,58 7,45 7,04
45 112,5 1,88 0,002 0,2 84,6 51,6 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 7,18 7,04 6,51
46 115,0 1,92 0,002 0,2 84,8 51,7 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 4,79 6,51 5,88
47 117,5 1,96 0,002 0,2 84,9 51,9 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 4,79 5,88 5,34
48 120,0 2,00 0,002 0,2 85,1 52,0 0,0 0,2 4,1 0,0 1,39 3,78 5,34 4,81
1,000 85,1 51,9 33,2
Chuva exc. Infiltra
ção

Fonte: Akan,1993- The Santa Barbara Urban Hydrograph Method, p. 103.

24-15
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Hidrógrafa do piscinão do Pacaembu

50,00
45,00
40,00
35,00
Vazão (m3/s)

30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
Tempo (min)

Figura 24.2- Hidrograma da bacia do Pacaembu para chuvas de 2horas escolhido por Canholi,1995

Exemplo 24.3- Caso real. Calcular a vazão de pico e a hidrograma usando o método Santa
Bárbara de uma área urbana em Guarulhos com área de 1,12km2 (112ha) para período de
retorno de 50 anos, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e equação da
chuva de Martinez e Magni, 1999. Os intervalos são de 2,5min.
A diferença entre o Exemplo (24.3) e o Exemplo (24.1) é o intervalo de tempo. No
primeiro exercício foi usado intervalo de 10min e agora vamos usar intervalo menor de
2,5min.
O resultando da vazão de pico será de 17,65m3/s o que é um pouco maior que os
17,32m3/s obtidos com o intervalo de 10min. Usando-se microcomputador o mais prático é
usar o intervalo menor. Na Tabela (24.5) está a planilha de aplicação do método Santa
Bárbara para o intervalo de tempo de 2,5min.

24-16
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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Tabela 24.5- Hidrograma da bacia urbana de Guarulhos de área perto da balança da


rodovia Ayrton Sena usando o método Santa Bárbara para intervalo de 2,5min e
período de retorno de 50anos
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna 7 Coluna 8 Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna
1 2 3 4 5 6 9 10 11 12 13 14 15
HUFF 1. Precip. Prec. Chuva exc. Chuva exc. Infiltraçã Area Area I I(1)+I(2) Q(1) Hidrogra
Ordem Tempo Q Total Acum. acum. por faixa o imperm. permeável ma
50% P P P acum. Q acum. Q f i ie Q(2)

min h (%) mm mm mm mm mm mm/h mm/h m3/s m3/s m3/s m3/s


1 2,5 0,04 0,030 2,8 2,8 0,0 0,0 2,8 68,1 0,0 13,03 13,03 0,00 0,40
2 5,0 0,08 0,030 2,8 5,7 0,0 0,0 2,8 68,1 0,0 13,03 26,06 0,40 1,17
3 7,5 0,13 0,036 3,4 9,1 0,4 0,4 3,0 81,7 9,0 16,71 29,74 1,17 2,02
4 10,0 0,17 0,036 3,4 12,5 1,3 1,0 2,4 81,7 23,1 18,40 35,12 2,02 2,97
5 12,5 0,21 0,061 5,8 18,3 3,9 2,6 3,2 138,5 61,5 33,86 52,26 2,97 4,39
6 15,0 0,25 0,061 5,8 24,0 7,3 3,4 2,4 138,5 80,5 36,14 70,00 4,39 6,27
7 17,5 0,29 0,076 7,2 31,2 12,2 4,9 2,3 172,6 117,7 47,12 83,26 6,27 8,44
8 20,0 0,33 0,076 7,2 38,4 17,6 5,4 1,7 172,6 130,7 48,66 95,78 8,44 10,86
9 22,5 0,38 0,052 4,9 43,3 21,5 3,9 1,0 118,1 94,7 33,93 82,59 10,86 12,73
10 25,0 0,42 0,052 4,9 48,2 25,6 4,1 0,8 118,1 97,9 34,32 68,24 12,73 14,04
11 27,5 0,46 0,052 4,9 53,2 29,8 4,2 0,7 118,1 100,5 34,63 68,95 14,04 15,29
12 30,0 0,50 0,052 4,9 58,1 34,1 4,3 0,6 118,1 102,7 34,89 69,52 15,29 16,49
13 32,5 0,54 0,033 3,1 61,2 36,8 2,8 0,4 74,9 66,1 22,25 57,14 16,49 17,23
14 35,0 0,58 0,032 3,0 64,2 39,5 2,7 0,3 72,7 64,7 21,65 43,90 17,23 17,52
15 37,5 0,63 0,026 2,5 66,7 41,7 2,2 0,3 59,0 53,0 17,64 39,29 17,52 17,65
16 40,0 0,67 0,025 2,4 69,1 43,9 2,1 0,2 56,8 51,2 17,00 34,64 17,65 17,63
17 42,5 0,71 0,022 2,1 71,1 45,8 1,9 0,2 49,9 45,3 14,98 31,98 17,63 17,53
18 45,0 0,75 0,021 2,0 73,1 47,6 1,8 0,2 47,7 43,4 14,33 29,31 17,53 17,35
19 47,5 0,79 0,014 1,3 74,5 48,8 1,2 0,1 31,8 29,1 9,56 23,89 17,35 17,02
20 50,0 0,83 0,014 1,3 75,8 50,0 1,2 0,1 31,8 29,1 9,57 19,13 17,02 16,56
21 52,5 0,88 0,014 1,3 77,1 51,2 1,2 0,1 31,8 29,2 9,58 19,15 16,56 16,13
22 55,0 0,92 0,014 1,3 78,4 52,4 1,2 0,1 31,8 29,3 9,59 19,17 16,13 15,73
23 57,5 0,96 0,013 1,2 79,7 53,6 1,1 0,1 29,5 27,2 8,91 18,50 15,73 15,33
24 60,0 1,00 0,012 1,1 80,8 54,6 1,0 0,1 27,2 25,2 8,23 17,14 15,33 14,92
25 62,5 1,04 0,012 1,1 81,9 55,7 1,1 0,1 27,2 25,2 8,24 16,47 14,92 14,51
26 65,0 1,08 0,012 1,1 83,1 56,7 1,1 0,1 27,2 25,3 8,24 16,48 14,51 14,12
27 67,5 1,13 0,011 1,0 84,1 57,7 1,0 0,1 25,0 23,2 7,56 15,80 14,12 13,74
28 70,0 1,17 0,011 1,0 85,1 58,7 1,0 0,1 25,0 23,2 7,56 15,12 13,74 13,36
29 72,5 1,21 0,008 0,8 85,9 59,4 0,7 0,1 18,2 16,9 5,50 13,06 13,36 12,94
30 75,0 1,25 0,008 0,8 86,7 60,1 0,7 0,1 18,2 16,9 5,50 11,01 12,94 12,49
31 77,5 1,29 0,006 0,6 87,2 60,6 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 9,63 12,49 12,02
32 80,0 1,33 0,006 0,6 87,8 61,1 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 8,26 12,02 11,53
33 82,5 1,38 0,006 0,6 88,4 61,7 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 8,26 11,53 11,08
34 85,0 1,42 0,006 0,6 88,9 62,2 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 8,26 11,08 10,65
35 87,5 1,46 0,006 0,6 89,5 62,7 0,5 0,0 13,6 12,8 4,13 8,27 10,65 10,25
36 90,0 1,50 0,006 0,6 90,1 63,3 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,27 10,25 9,88
37 92,5 1,54 0,006 0,6 90,6 63,8 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,27 9,88 9,53
38 95,0 1,58 0,006 0,6 91,2 64,3 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,27 9,53 9,19
39 97,5 1,63 0,006 0,6 91,8 64,9 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,28 9,19 8,88
40 100,0 1,67 0,006 0,6 92,3 65,4 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,28 8,88 8,59
41 102,5 1,71 0,004 0,4 92,7 65,8 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 6,90 8,59 8,28
42 105,0 1,75 0,004 0,4 93,1 66,1 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 8,28 7,94

24-17
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Capítulo 24 Método Santa Bárbara
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43 107,5 1,79 0,004 0,4 93,5 66,5 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 7,94 7,62
44 110,0 1,83 0,004 0,4 93,8 66,8 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 7,62 7,32
45 112,5 1,88 0,002 0,2 94,0 67,0 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 4,14 7,32 7,00
46 115,0 1,92 0,002 0,2 94,2 67,2 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 2,76 7,00 6,66
47 117,5 1,96 0,002 0,2 94,4 67,4 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 2,76 6,66 6,33
48 120,0 2,00 0,002 0,2 94,6 67,5 0,0 0,2 4,5 0,0 0,87 2,25 6,33 6,01
1,000 94,6 67,4 27,2
Chuva Infiltra
exc. ção

Conforme a Tabela (24.8) obtemos o hidrograma para chuva de 2h. A chuva total de
50anos é de 94,6mm e o escoamento superficial (runoff) é de 67,531mm.
A vazão máxima é de 17,65m3/s que se dá a 37,53min, ou seja, 0,625h (ordem 15) na
coluna 1.
Após 6,713h o runoff acaba totalmente e isto se dá na linha de ordem 161 conforme se
pode ver na coluna 1.
Todo o programa é facilmente executado em planilha Excel da Microsoft.
Sendo a vazão base de 0,83m3/s e sendo a vazão de pico de 17,65m3/s a vazão total de
pico será a soma das duas, ou seja:
0,83m3/s + 17,65m3/s = 18,48 m3/s
Portanto, a vazão de pico para projeto é de 18,48m3/s.
A Figura (24.3) mostra a hidrograma obtida.

Hidrógrama de área urbana em Guarulhos

20
Vazao em m3/s

15

10

0
0 2 4 6 8
Tempo (min)

Figura 24.3- Hidrograma da bacia urbana em Guarulhos para chuva de 2h

24-18
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Capitulo 26- Método TR-55 para varias bacias
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Capítulo 26

Método TR-55 para várias bacias

Para a construção do Parthenon localizado na Acrópole de Atenas foi usada a “seção áurea” ou
a “divina proporção” onde o comprimento L e a largura W para um retângulo satisfaz a
expressão:
(L + W) / L = L /W
Fonte: Geometry de Peter B. Geltner e Darrel J. Peterson.

26-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 26- Método TR-55 para varias bacias
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SUMÁRIO

Orde Assunto
m

26.1 Introdução
26.2 SCS TR-55
26.3 Método SCS do TR-55 para dimensionamento preliminar de reservatório de
detenção
26.4 Tr-55 para várias bacias
21 páginas

26-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 26- Método TR-55 para varias bacias
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Capítulo 26- Método TR-55 para várias bacias

26.1 Introdução
O Departamento de Agricultura nos Estados Unidos apresentou em junho de 1986 através do
Natural Resources Conservation Service (NRCS), o Technical Release 55, ou seja, o TR-55 destina a
bacias urbanas maiores que 4ha até 65km2, mais conhecido como SCS TR-55, incorporando o que já
tinha sido publicado em janeiro de 1976 pelo Soil Conservation Service (SCS).
O TR-55 apresenta metodologia própria para determinar o pico de descarga e volume de
detenção para áreas urbanas e rurais. Não apresenta o hidrograma completo e pode ser usado
facilmente para varias bacias.
Para o uso do TR-55 é obrigatório chuva de duração de 24h.

Dica- O Método SCS TR-55 é bom para determinar vazão de pico e volume de detenção. Para
hidrograma completo deve-se usar o SCS original.

26.2 SCS TR-55


O método SCS TR-55 é o seguinte.
Qp = Qu . A . Q. Fp (Equação 26.1)
Sendo:
Qp = vazão de pico (m3/s)
Qu = pico de descarga unitário (m3/s/cm / km2)
A = área da bacia (km2)
Q = runoff ou seja o escoamento superficial ou chuva excedente de uma chuva de 24h (cm)
Fp = fator adimensional de ajustamento devido a poças d’água fornecido pela Tabela (26.1).

Tabela 26.1- Fator de ajustamento em função da porcentagem de água de chuva retida em


poças d’água ou em brejos
Porcentagem da água de chuva que fica em poças d’água ou em brejos
(%) Fp
0 1,00
0,2 0,97
1,0 0,87
3,0 0,75
5,0* 0,72
Fonte: TR-55 junho de 1986
(*) Se a porcentagem de água de chuva retida em poças e brejos for maior que 5%,
considerações especiais devem ser tomadas para se achar a chuva excedente (Chin, 2000).

O pico de descarga unitário Qu é fornecido pela Equação (26.2) em função do tempo de


concentração tc em horas.
log (Qu ) = C0 + C1 . log tc + C2 . (log tc )2 - 2,366 (Equação 26.2)
Sendo:
C0 ,C1 e C2 obtidos da Tabela (26.2)
tc = tempo de concentração (h), sendo que 0,1h ≤ tc ≤ 10h

26-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 26- Método TR-55 para varias bacias
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Dica: O SCS TR-55 usa sempre chuva de duração de 24horas.

Tabela 26.2- Valores de C0 ,C1 e C2 obtidos em função do tipo de chuva e da relação Ia/P
Tipo de chuva
conforme SCS Ia/ P C0 C1 C2
(Estados
Unidos)
0,10 2,30550 -0,51429 -0,11750
0,20 2,23537 -0,50387 -0,08929
0,25 2,18219 -0,48488 -0,06589
0,30 2,10624 -0,45695 -0,02835
I 0,35 2,00303 -0,40769 0,01983
0,40 1,87733 -0,32274 0,05754
0,45 1,76312 -0,15644 0,00453
0,50 1,67889 -0,06930 0,0

0,10 2,03250 -0,31583 -0,13748


0,20 1,91978 -0,28215 -0,07020
IA 0,25 1,83842 -0,25543 -0,02597
0,30 1,72657 -0,19826 0,02633
0,50 1,63417 -0,09100 0,0

0,10 2,55323 -0,61512 -0,16403


0,30 2,46532 -0,62257 -0,11657
II 0,35 2,41896 -0,61594 -0,08820
0,40 2,36409 -0,59857 -0,05621
0,45 2,29238 -0,57005 -0,02281
0,50 2,20282 -0,51599 -0,01259

0,10 2,47317 -0,51848 -0,17083


0,30 2,39628 -0,51202 -0,13245
III 0,35 2,35477 -0,49735 -0,11985
0,40 2,30726 -0,46541 -0,11094
0,45 2,24876 -0,41314 -0,11508
0,50 2,17772 -0,36803 -0,09525
Fonte: Chin, 2000 p. 364

Os Estados Unidos foram divididos em 4 regiões, onde existem os tipos de chuva I, IA, II e
III. Infelizmente não temos nada semelhante no Brasil.
Segundo Porto,1995 o tipo de chuva de São Paulo que mais se aproxima dos Estados Unidos é
o tipo II. No Capitulo 7 deste livro encontramos as frações de chuvas acumuladas Tipo I, Tipo IA,
Tipo II e Tipo III.
Lembrando o método de cálculo da chuva excedente pelo número da curva CN, Ia é abstração
inicial em milímetros, que representa todas as perdas antes que comece o runoff.

Dica: Para o Estado de São Paulo usar a chuva Tipo II para o SCS-TR-55

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Capitulo 26- Método TR-55 para varias bacias
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O valor de Ia = 0,2 S sendo que S é o potencial máximo de retenção em milímetros após


começar o runoff . O valor de S está em função do número da curva CN.
25400
S= ------------- - 254
CN
O valor da chuva excedente ou runoff ou escoamento superficial Q é :
( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
( P+0,8S )

O valor de P para o caso do método SCS TR-55 é para uma chuva de 24horas.
Na Tabela (26.2) para valores de Ia/P < 0,10 deverá ser usado o valor Ia/P=0,10 e para valores
de Ia/P >0,50 deverá ser usado Ia/P =0,50. O TR-55,1986 diz que para valores de Ia/P menores que
0,10 e maiores que 0,50 temos falta de precisão na vazão de pico que será obtida.
O TR-55,1986 aconselha ainda que para a aplicação do método o valor de CN deverá ser
maior que 40 e que a bacia deve ser homogênea, isto é, que o uso do solo e a cobertura seja
uniformemente distribuída na bacia. Chin, 2000 sugere que as variações do coeficiente CN na bacia
devem ser de ± 5 % (cinco por cento).
O TR-55 recomenda ainda que quando for aplicado o método gráfico estimativo de pico, as
vazões devem ser calculadas antes e depois do desenvolvimento, usando os mesmos procedimentos
para estimativa do tempo de concentração tc.
O TR-55 aconselha outro método caso se queira a hidrógrafa.

Exemplo 26.1
Seja uma bacia com 2,22km2 com 0,2% de poças d’água e que o número da curva estimado
CN=87. O tempo de concentração é de 15min = 0,25h e que a chuva de 24horas é o Tipo II e que a
precipitação para período de retorno de 25anos conforme Martinez e Magni,1999, na cidade de São
Paulo, seja de 123mm.

Solução
Para CN=87 > 40 o armazenamento S será:
25400
S= ------------- - 254
CN
S= (25.400/87) – 254 = 37,95mm
Como o valor P=123mm temos:

( P- 0,2S ) 2
Q= --------------------------
( P+0,8S )

( 123- 0,2. 37,95 ) 2


Q= ---------------------------------- =86,85mm =8,69cm
( 123+0,9. 37,95 )

Portanto, a chuva excedente é 8,69cm.


Como Ia= 0,2. S = 0,2 x 37,95 =7,59mm

Ia/P = 7,59mm/123mm = 0,06 < 0,1 (teremos imprecisões maiores na estimativa)

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Como Ia/P < 0,1 adotamos para Ia/P =0,1 e então para a chuva Tipo II escolhida temos:
C0 = 2,55323
C1 = -0,61512
C2 = -0,16403
tc=0,25h > 0,1h (hipótese de aplicação do método)

Substituindo os valores na Equação (26.2) temos:


log (Qu ) = C0 + C1 . log tc + C2 . (log tc )2 - 2,366
log (Qu ) = 2,55323 - 0,61512 . log 0,25 -0,16403.(log 0,25 )2 - 2,366
log (Qu ) = 0,4981
e portanto Qu = 3,1477 (m3/s / cm / km2 )
Como admitimos 0,2% de poças d’água, da Tabela (26.1) obtemos Fp=0,97
Da Equação (26.1) do TR-55 temos:
Qp = Qu . A . Q. Fp
Qp =3,1477 . 2,22 . 8,69 . 0,97 =58,9m3/s
Portanto, a estimativa de vazão de pico segundo o método gráfico do TR-55 é de 58,9m3/s
para Tr=25anos.

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Exemplo 26.2
Seja uma bacia com 9,95km2 com 0,2% de poças d’água e que o número da curva estimado CN=75.
O tempo de concentração é de 2,53h e que a chuva de 24h é do Tipo II e que a precipitação para o
período de retorno de 100 anos seja de 162,05mm

A declividade média foi obtida proporcionalmente aos comprimentos dos trechos desde a
primeira cota de montante até a última cota de jusante.
Para o cálculo do tempo de concentração será usado a fórmula SCS Lag-1975, pois a área da
bacia 9,95km2.

tc= 0,0136 . L 0,8 . (1000 / CN - 9 ) 0,7 . S -0,5

Sendo L=5050m; declividade média S= 0,05248 m/m ; tc= 152,04min = 2,53h

Para CN=75 > 40 o armazenamento S será:


25400
S= ---------- - 254 = 84,67mm
CN
Como o valor P=162,05mm
(P – 0,2 S ) 2
Q = -------------------------- = 91,64mm =9,164cm
(P+0,9.S)

Portanto, a chuva excedente é 9,164cm


Como Ia=0,2 . S = 0,2 . 84,67mm = 16,93mm
Ia / P = 16,93mm / 162,05mm = 0,10
Para a chuva Tipo II com Ia/P =0,1, conforme Tabela (26.2)
Co = 2,55323
C1 =-0,61512
C2 = -0,16403
log (Qu ) = C0 + C1 . log tc + C2 . (log tc )2 - 2,366
log (Qu ) = 2,55323 - 0,61512 . log (2,53) -0,16403 . (log 2,53 )2 - 2,366
log (Qu ) = -0,0874

Qu = 0,81777 m3/s/cm/km2

Qp= Qu. A . Q. Fp

Qp = 0,81777 m3/s/cm/km2. 9,95km2 . 9,16cm . 0,97 = 72,32m3/s

Considerando a vazão de base de 3m3/s teremos como vazão de pico de projeto é igual a
72,32m3/s + 3m3/s = 75,32m3/s.

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26.3 Método SCS do TR-55 para o reservatório de detenção


McCuen,1998 p. 448 apresenta a Equação (26.3) que substitui o gráfico apresentado pelo TR-
55.

Volume do reservatório
---------------------------------- = C0 + C1 . α + C2 . α2 + C3. α3 (Equação 26.3)
volume de runoff

Sendo:
Volume do reservatório =volume do piscinão (m3);
volume de runoff = volume da chuva excedente (m3 ). É a altura da chuva multiplicada pela área da
bacia nas unidades compatíveis;

α = Qpré-desenvolvimento/Qpós-dessenvolvimento

Sendo:
Qpós-dessenvolvimento = vazão de pico (m3/s) depois do desenvolvimento calculado pelo TR-55;
Qpré-desenvolvimento = vazão de pico (m3/s) antes do desenvolvimento calculado pelo TR-55.
C0, C1, C2 e C3 = coeficientes de análise de regressão da Tabela (26.4)

Tabela 26.4- Valores dos coeficientes C0, C1, C2 e C3 em função do tipo de chuva dos Estados
Unidos padronizadas pelo SCS.
Tipo de chuva
nos Estados C0 C1 C2 C3
Unidos
I, IA 0,660 -1,76 1,96 -0,730
II , III 0,682 -1,43 1,64 -0,804
Fonte: McCuen, 1998 p. 449

O TR-55 recomenda que as estimativas de pico devem ser as calculadas pelo TR-55 e que o
procedimento de cálculo do tempo de concentração adotado para o pré-desenvolvimento e pós-
desenvolvimento deve ser o mesmo.
O TR-55 adverte que os erros de estimativas são da ordem de 25% (vinte e cinco por cento).
De modo geral, o método SCS super-dimensiona o reservatório de detenção (capítulo 6-3, junho de
1986, Urban Hydrology for Small Watersheds – TR-55).

Exemplo 26.3- Aplicação do TR-55 para o reservatório de detenção.


É o mesmo do piscinão citado no Exemplo (26.1) com Tr=25anos.
Qpré = 13 m3/s (dado imposto no problema)
Qpós = 58,9m3/s (calculado pelo TR-55)
α = 13/58,9 = 0,22
Usando a Equação (26.3) e sendo a chuva escolhida Tipo II conforme Tabela (26.3) teremos
os valores de C0, C1, C2 e C3 .

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Volume do reservatório
---------------------------------- = C0 + C1 . α + C2 . α2 C3. α3
volume de runoff

Volume do reservatório
------------------------------- = 0,682 - 1,43 . 0,22 + 1,64 0,222 -0,804. 0,223 =0,44
volume de runoff

Como no exercício anterior calculamos a chuva excedente do piscinão do Pacaembu


obtivemos Q = 8,69cm.
Portanto o volume de runoff deverá ser obtido pela altura de chuva de 8,69cm multiplicado
pela área da bacia de 2,22km2.
Volume de runoff = (8,69cm/100) x 222ha x 10.000m2 = 192.918m3
Volume do reservatório = 0,44 x 192.918 = 84.884m3
Portanto, usando o método de TR-55 achamos que o volume estimado do piscinão é de
84.884m3.

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26.4 Tr-55 para várias bacias


O método TR-55 de 1986 possui um método simples de calcular varias bacias. Para isto se
utiliza hidrógrafa tabelada. No caso transcrevemos somente aquela que nos interessa, ou seja, aquela
resultante da chuva Tipo II que pode ser usada no Brasil.
Só vale para chuvas de duração de 24h.
Nas Tabelas do TR-55 para chuva Tipo II estão no fim do capítulo.

Deve-se observar que:


a) tempo de concentração tc ≤ 2h;
b) tempo de trânsito ou travel time Tt ≤ 3h;
c) as áreas de drenagem individuais diferem em áreas menor que um fator 5.

Quando ultrapassarmos as hipóteses acima, teremos que usar o programa de software do SCS
denominado TR-20 que é gratuito.

Uma outra observação a ser feito é:


a) arredondamento do tc sempre para baixo. Assim tc=1,6h deve ser usado a tabela da parte
de tc =1,50h;
b) O valor do tempo de trânsito Tt deve ser arredondando sempre para cima.
c) O valor de Ia/P deve ser arredondado para baixo. Assim Ia/P =0,15 deve ser usado
Ia/P=0,10.

Exemplo 26.6
Adaptamos o exemplo do TR-55. Este exemplo também está no livro do Akan, 1993.
Trata-se de calcular a vazão de pico para antes do desenvolvimento para uma bacia com sete
sub-bacias, para o período de retorno de 25anos, chuva de 24h Tipo II.
Vamos usar dados de chuva da Região Metropolitana de São Paulo que para chuva de 24h e
Tr=25anos o valor de P=123mm.
O esquema das subbacias está na Figura (26.3).

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Figura 26.3- Esquema das sete subbacias conforme TR-55, 1986

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Tabela 26.6- Dados


1 2 3 4 5 6

Travel Áreas a Travel


Área Tc Time jusante Time
Sub até
bacia horas saída
(km2) (h) subárea (h)
1 0,78 1,50 3,5,7 2,50
2 0,52 1,25 3,5,7 2,50
3 0,26 0,50 0,50 5,70 2,00
4 0,65 0,75 5,70 2,00
5 0,52 1,50 1,25 7,00 0,75
6 1,04 1,50 6,00 0,75
7 0,52 1,25 0,75 0,00
4,27

Na Tabela (26.6) estão os dados fornecidos discriminados a seguir:

Coluna 1- estão as subbacias numeradas de 1 a 7.

Coluna 2- Área de cada subbacia em km2;

Coluna 3- tempo de concentração em hora de cada subbacia até o ponto de saída

Coluna 4- travel time, ou trânsito pela área subseqüente. Assim a subbacia 3 tem travel time
de 0,50m enquanto que a subbacia 5 tem travel time de 1,25h e a subbacia 7 que é a última tem 0,75h.

Coluna 5- estão as áreas a jusante. Assim a subbacia tem a jusante as subbacias 3; 5 e 7


conforme Figura (26.1).

Coluna 6- Nesta coluna estão os travel time da subbacia até a saída final de toda a bacia.
Assim a subbacia 1 tem travel time de 2,50h para chegar até a saída da bacia. A subbacia 7 que é a
ultima o travel time é 0,0h.

Tabela 26.7- Cálculo do runoff e de Ia/P


Colu Colu Colu Colu Colu Colu Colu Colu Colu
na 1 na 2 na 3 na 4 na 5 na 6 na 7 na 8 na 9
24hor Nume Runo Abstr Runo
Área as ro S ff ação ff
Sub Curv
bacia P a Q Ia Ia/P Q
2
(km ) (mm) CN (mm) (mm) (mm) (cm)
1 0,78 123 65 137 39,4 27 0,22 3,94
2 0,52 123 70 109 48,8 22 0,18 4,88
3 0,26 123 75 85 59,0 17 0,14 5,90
4 0,65 123 70 109 48,8 22 0,18 4,88

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5 0,52 123 75 85 59,0 17 0,14 5,90


6 1,04 123 70 109 48,8 22 0,18 4,88
7 0,52 123 75 85 59,0 17 0,14 5,90

Na Tabela (26.7) está o cálculo do runoff Q e da relação Ia/P importante para utilização do
TR-55.

Coluna 1- número das subbacias;

Coluna 2- área em km2 de cada subbacia;


Coluna 3- Precipitação de 24h para a Região Metropolitana de São Paulo conforme de Martinez e
Magno, 1999 e para período de retorno de 25anos adotado.

Coluna 4- número da curva CN fornecido pelo exemplo;

Coluna 5- cálculo do valor de S em mm;


25400
Sendo: S= ------------- - 254
CN

Coluna 6- cálculo do runoff Q conforme número da curva CN do SCS

( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
( P+0,8S )

Coluna 7- Abstração inicial Ia =0,2 S

Coluna 9- Relação Ia/P

Coluna 9- Runoff em cm, pois será usado cm e não milímetros.

Tabela 26.9- Cálculo d e Q x área


Coluna 1 Colun Colun Colun Colun Colun Coluna 7
a2 a3 a4 a5 a6
Trave Runof
Tc l Time Área f
Sub até
bacia saída Ia/P Q Q x Area
(h) (h) (km ) (cm) (cm x km2)
2

1 1,50 2,50 0,22 0,78 3,94 3,06


2 1,25 2,50 0,18 0,52 4,88 2,53
3 0,50 2,00 0,14 0,26 5,90 1,53
4 0,75 2,00 0,18 0,65 4,88 3,16
5 1,50 0,75 0,14 0,52 5,90 3,06
6 1,50 0,75 0,18 1,04 4,88 5,05
7 1,25 0,00 0,14 0,52 5,90 3,06

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Na Tabela (26.8) está o cálculo auxiliar de Q x área e que será usado na Tabela (26.9).

Tabela 26.9- Obtenção dos valores de cfs/mi^2/in


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Travel qt
Tc Time
Sub- até Ia/ Q x cfs/milha2/in
bacia saída P Área
(cm x
(h) (h) km2) 12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
0,1
1 1,5 2,5 0 3,06 6 8 11 18 34 69 141
0,1
2 1,25 2,5 0 2,53 7 10 14 28 58 114 197
0,1
3 0,5 2 0 1,53 15 23 65 202 297 280 181
0,1
4 0,75 2 0 3,16 13 20 48 151 245 274 213
0,1
5 1,5 0,75 0 3,06 42 125 222 233 193 148 102
0,1
6 1,5 0,75 0 5,05 42 125 222 233 193 148 102
0,1
7 1,25 0 0 3,06 284 266 163 104 78 61 47

Na Tabela (26.9) estão:

Coluna 1- subbacias a partir da 1 a 7

Coluna 2- Tempo de concentração em horas de cada subbacia;

Coluna 3- Travel time de cada subbacia até a saída da bacia;

Coluna 4- estão os valores de Ia/P que serão usados para entrar nas Tabelas do TR-55 para
chuva Tipo II estão no fim do capitulo.
Notar que todos os valores de Ia/P são iguais a 0,10, pois toma-se sempre o valor inferior.
Como os valores são inferiores a 0,22 e como o valor superior de Ia/P=0,30 toma-se Ia/p=0,10.

Coluna 5- valores dos produtos das áreas pelo runoff em cm.

Coluna 6- são os valores obtidos na Tabelas do TR-55 para chuva Tipo II estão no fim do capítulo.
Entrando com o tempo de concentração tc, o travel time e o valor Ia/P para chuva tipo II e
24h de chuva. Notar que tomamos arbitrariamente para inicio o valor de 12,8h.
Escolhemos para efeito didático somente parte do período tabelado que vai de 11h até 24h.

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Tabela 26.10- Mudança de unidades


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Travel qt
Tc Time
Sub hor até Ia/ Q x m3/s/km2/cm
bacia as saída P Área
cm x
horas km2 12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
0,1
1 1,5 2,5 0 3,06 0,0258 0,0344 0,0473 0,0774 0,1462 0,2967 0,6063
0,1
2 1,25 2,5 0 2,53 0,0301 0,043 0,0602 0,1204 0,2494 0,4902 0,8471
0,1
3 0,5 2 0 1,53 0,0645 0,0989 0,2795 0,8686 1,2771 1,204 0,7783
0,1
4 0,75 2 0 3,16 0,0559 0,086 0,2064 0,6493 1,0535 1,1782 0,9159
0,1
5 1,5 0,75 0 3,06 0,1806 0,5375 0,9546 1,0019 0,8299 0,6364 0,4386
0,1
6 1,5 0,75 0 5,05 0,1806 0,5375 0,9546 1,0019 0,8299 0,6364 0,4386
0,1
7 1,25 0 0 3,06 1,2212 1,1438 0,7009 0,4472 0,3354 0,2623 0,2021

Os valores da Tabela (26.10) são semelhantes aos da Tabela (26.9) com a diferença que
fizemos a mudança das unidades para m3/s/km2/cm. Usamos para isto o fator de conversão 0,0043.
Assim o valor da coluna 7 da Tabela (26.9) foi multiplicado por 0,0043 obtendo-se 0,08 na
coluna 6 da Tabela (26.10).

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Tabela 26.11- Cálculos de cada subbacia e total


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Travel qt
Tc Time
Sub hor até Ia/ Q x m3/s/km2/cm
bacia as saída P Área
cm x
horas km2 12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
1,5
1 0 2,50 0,1 3,06 0,08 0,11 0,14 0,24 0,45 0,91 1,85
1,2
2 5 2,50 0,1 2,53 0,08 0,11 0,15 0,30 0,63 1,24 2,14
0,5
3 0 2,00 0,1 1,53 0,10 0,15 0,43 1,33 1,95 1,84 1,19
0,7
4 5 2,00 0,1 3,16 0,18 0,27 0,65 2,05 3,33 3,72 2,89
1,5
5 0 0,75 0,1 3,06 0,55 1,64 2,92 3,06 2,54 1,94 1,34
1,5
6 0 0,75 0,1 5,05 0,91 2,72 4,82 5,06 4,19 3,22 2,22
1,2
7 5 0,00 0,1 3,06 3,73 3,49 2,14 1,37 1,02 0,80 0,62
5,63 8,49 11,26 13,41 14,11 13,67 12,25

Na Tabela (26.11) estão os cálculos da multiplicação da coluna 5 por cada valor da coluna 6 a
112 da Tabela (26.10).
Coluna 6- 3,06 cm x km2 x 0,0258 = 0,08m3/s e assim por diante.
As coluna 6 a 12 tem a sua soma na última linha da Tabela (26.10). Assim a coluna 6 tem
soma de 5,63m3/s.
Fazendo-se soma das colunas 7 a 12 obtemos os valores 8,49m3/s, 11,26m3/s, etc.
O valor máximo será 14,11m3/s que será a máxima vazão das 7 subbacias e que se dará as
14,3h.
Obtemos assim a máxima vazão bem como uma parte do hidrograma conforme Figura (26.4).

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Hidrograma parcial TR-55

16
14
12

Vazão (m3/s)
10
8
6
4
2
0
12,8 h 13,2h 13,6h 14,0h 14,3h 14,6h 15h
Tempo (h)

Figura 26.4- Hidrograma parcial usando Tr-55.

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Figura 26.5- Gráfico das relações de pico e de volume para os diferentes tipos de chuvas usados
nos Estados Unidos e usado no TR-55.

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Tabelas do TR-55 para chuva Tipo II estão no fim do capitulo.

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Cálculos nas unidades inglesas


Talvez a melhor solução é fazer os cálculos nas unidades inglesas e depois converter cfs para
m3/s. Devido a isto é que apresentamos o Exemplo (26.7) todo feito nas unidades inglesas para não
haver problemas de conversão de unidades.

Exemplo 26.7-
Vamos dar um exemplo que está no capítulo 6, 2005 Waterware Consultants, Centterville, OH, USA.
Calcular a hidrógrafa de cada subbacia, sendo a subbacia A com 120 acre e a subbacia B com 90
acres conforme Figura (26.6).
Os valores de CN respectivamente são de 75 e 68.

Tabela 26.12- Fornecimento de dados


Parâmetro Subbacia A Subbacia B
CN 75 68
Tc (tempo de concentração) em 0,95 0,60
horas
Tt= travel time (horas) 0,50 0
Área das bacias 120 acres 90acres
(019mi 2) (0,14mi2)

Figura 26.6- Subbacias A e B

Para a subbacia A
Sa= 1000/CNa -10= 1000/75 -10= 3,33 inches
Ia=0,2Sa=0,2x3,33= 0,67 inches
Ra= (P24 -0,2x Sa) 2 / ( P24+0,80 x Sa) = (5,3 – 0,67)2/ (5,3 +0,8x3,33) = 2,69inches
Q(t)= QTR55 x 0,19mi2 x Ra= Q x 0,19 x 2,69=0,5111 x Q

Para a subbacia B
Sb= 1000/CNb -10= 1000/68 -10= 4,71 inches
Ib=0,2Sa=0,2x4,71= 0,94 inches

26-26
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Rb= (P24 -0,2x Sb) 2 / ( P24+0,80 x Sb) = (5,3 – 0,94)2/ (5,3 +0,8x4,71) = 2,10inches
Q(t)= QTR55 x 0,134in2 x Ra= Q x 0,14 x 2,10=0,294 x Q
Q(t)= QTR55 x A x R
Consultando a Tabela II para tc=0,50h e Travel time =0,50h

Achamos para 12h o valor 20 é achado na Tabela para o Tipo II


Q(t)= QTR55 x 0,19mi2 x Ra= Q x 0,19 x 2,69=0,5111 x Q
Q(t)= QTR55 x 0,19mi2 x Ra= Q x 0,19 x 2,69=0,5111 x 20=10,22 cfs

Tabela 26.13- Tabela de cálculos do TR-55 em unidades inglesas


Tempo Tabular A Tabular B Runoff A Runoff B Soma
(cms/in)
(h) Cubic ft /sec Square Mile per inch (cfs) (cfs)

1 2 3 4 5 6
5+5
11,0 8 17 4,09 5,00 9,09
11,3 10 23 5,11 6,76 11,87
11,6 13 32 6,64 9,41 16,05
11,9 18 57 9,20 16,76 25,96
12,0 20 94 10,22 27,64 37,86
12,1 22 170 11,24 49,98 61,22
12,2 25 308 12,78 90,55 103,33
12,3 30 467 15,33 137,30 152,63
12,4 38 529 19,42 155,53 174,95
12,5 53 507 27,09 149,06 176,15
12,6 78 402 39,87 118,19 158,05
12,7 114 297 58,27 87,32 145,58
12,8 159 226 81,26 66,44 147,71
13,0 253 140 129,31 41,16 170,47
13,2 311 96 158,95 28,22 187,18
13,4 300 74 153,33 21,76 175,09
13,6 251 61 128,29 17,93 146,22
13,8 195 53 99,66 15,58 115,25
14,0 149 47 76,15 13,82 89,97
14,3 102 41 52,13 12,05 64,19
14,6 74 36 37,82 10,58 48,41
15,0 53 32 27,09 9,41 36,50
15,5 40 29 20,44 8,53 28,97
16,0 33 26 16,87 7,64 24,51
16,5 29 23 14,82 6,76 21,58
17,0 25 21 12,78 6,17 18,95
17,5 23 20 11,76 5,88 17,64
18,0 21 19 10,73 5,59 16,32
19,0 18 16 9,20 4,70 13,90
20,0 16 14 8,18 4,12 12,29
22,0 12 12 6,13 3,53 9,66
26,0 1 0 0,51 0,00 0,51

26-27
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Capítulo 38- Método do SCS
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Capítulo 38
Método do SCS

“Quando os anjos estão sozinhos ouvem Mozart”


Teólogo Karl Barth

38-1
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Capítulo 38- Método do SCS
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SUMÁRIO
Ordem Assunto

38.1 Introdução
38.2 Hidrograma unitário
38.3 Hidrograma unitário sintético curvilíneo e triangular
38.4 Convolução
38.5 Uso do SCS
38.6 Tempo de pico pelo Método Colorado
38.7 Aplicação na bacia do rio Baquirivu-Guaçu em Guarulhos
38.8 Fórmula Califórnia Culverts Practice
23 páginas

38-2
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Capítulo 38- Método do SCS
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Capítulo 38- Método do SCS (NRCS)


38.1- Introdução
O método do SCS (Soil Conservation Service) é mais conhecido nos Estados Unidos e
o mais aplicado e cujo nome novo é NRCS (National Resources Conservation Service). É
aplicado para áreas que variam de 3km2 a 250km2.
Está baseado no conceito de hidrograma unitário que foi proposto pela primeira vez
em 1932 por Sherman usando 1cm para a chuva excedente para as unidades do Sistema
Internacional (SI). O termo unitário foi usado por Sherman para denominar a unidade do
tempo mas com o tempo foi interpretado como a unidade da chuva excedente de1cm (Ven Te
Chow, Maidment e Mays, 1888, p. 214). Snyder desenvolveu o hidrograma unitário sintético
em 1938.
Conforme Linsley, Kohler e Paulhus, 1982, o hidrograma unitário segundo Sherman é
típico para cada bacia. Um hidrograma unitário de uma bacia não serve para outra. O
hidrograma unitário pode ser definido como o hidrograma resultante de um escoamento
superficial de 1cm de uma chuva com uma determinada duração.
Na prática para se obter o hidrograma unitário é necessário a análise das precipitações
e vazões daquela bacia em estudo. Como usualmente não temos estes dados, o que fazemos é
usar fórmulas empíricas, quando então teremos o que chamamos de hidrograma sintético.
No hidrograma sintético, segundo Porto, 1995, é determinada a vazão de pico e a
forma do hidrograma baseado em um triângulo tendo as características físicas da bacia.

38.2 Hidrograma unitário


As hipóteses básicas do hidrograma unitário segundo Drenagem Urbana, 1986, p.142
e de MCcuen, 1998 são as seguintes:
- a intensidade da chuva efetiva é constante durante a tormenta que produz o
hidrograma unitário;
- a chuva efetiva é uniformemente distribuída em toda a área de drenagem da
bacia;
- o tempo base ou tempo de duração do hidrograma do deflúvio superficial
direto devido a uma chuva efetiva de duração unitária é constante e
- os efeitos de todas as características de uma dada bacia de drenagem,
incluindo forma, declividade, detenção, infiltração, rede de drenagem,
capacidade de escoamento do canal, etc. são refletidos na forma do
hidrograma unitário da bacia.
As características do hidrograma unitário estão na Figura (38.1) onde se pode
visualizar as variáveis ta, tb, tp, tc e Vesd.
Vamos definir cada variável do hidrograma unitário sintético do SCS, baseado nas
Diretrizes Básicas para projetos de drenagem urbana no município de São Paulo, 1998.

Tempo de retardamento (tp) e tempo de ascensão (ta)


É o tempo que vai do centro de massa do hietograma da chuva excedente até o pico do
hidrograma.
Portanto conforme Figura (38.1):
ta= tp + D/2 (Equação 38.1)
Sendo:
ta= tempo de ascensão ou seja o tempo base do hidrograma unitário
D= duração da chuva unitária.

38-3
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Capítulo 38- Método do SCS
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Tempo de concentração tc
É o tempo decorrido deste o término da chuva até o ponto de inflexão no trecho
descendente do hidrograma.
Conforme Ven Te Chow, 1988 p. 229 o Soil Conservation Service (SCS) após estudos
em um quantidade muito grande de pequenas e grandes bacias mostraram que
aproximadamente vale a seguinte relação:

tp = 0,6 . tc (Equação 38.2)

ou seja

ta= 0,6.tc + D/2 (Equação 38.3)

ta= (10/9) . tp (Equação 38.4)

A vazão de pico Qp é definido pelo SCS como sendo:

Qp= 2,08. A/ ta (Equação 38.5)

Sendo:
Qp= vazão de pico (m3/s);
A= área da bacia (km2) e
ta= tempo de ascensão em horas que vai do inicio da chuva até a vazão de pico do hidrograma
conforme Figura (38.1).

Na cidade do Rio de Janeiro a Rio Aguas, 2010 adota para região urbanizada:

Qp= 2,47 .A / ta

Nota: o valor 2,08 é usado pelo SCS como uma média geral e que corresponde nas unidades
inglesas ao fator de pico (PF) igual a 484, mas para regiões planas com poças de água e
declividades menores ou iguais a 2% poder-se-ia usar o valor 300 que corresponde nas
unidades SI que estamos usando de 1,29 substituindo o valor de 2,08. Nos Estados Unidos em
regiões costeiras planas é usado o valor 1,29 ao invés de 2,08, fornecendo valores menores de
pico.

O Estado da Geórgia nos Estados Unidos fornece uma equação aproximada da curva:
Q/Qp = [ t/tp x exp( 1- t/tp)] X
O valor de X depende do coeficiente adotado. Para o coeficiente 2,08 o valor de
X=3,79 e para o coeficiente 1,29 o valor de X=1,50. Portanto, existem duas curvas um pouco
diferente. Para nossos cálculos não usaremos a equação aproximada do Estado da Geórgia.
O prof. dr. Kokei Uehara para bacias rurais no Estado de São Paulo achou o
coeficiente 1,84 ao invés de 2,08.

38-4
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Capítulo 38- Método do SCS
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Duração da chuva D
O valor da duração da chuva unitária D.

D=0,133 tc (Equação 38.6)

Figura 38.1- Características do hidrograma


Fonte: Diretrizes Básicas para projetos de drenagem urbana no município de São Paulo.

38.3- Hidrograma unitário sintético curvilíneo e triangular


O hidrograma unitário sintético do SCS pode ser triangular e curvilíneo. O curvilíneo
apresenta maior precisão e melhores resultados que o triangular. Segundo McCuen, 1998 p.
540, somente deve ser usado o hidrograma unitário sintético curvilíneo, pois o triangular é
usado somente para fins didáticos.

38-5
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Tabela 38.1- Hidrograma unitário curvilíneo adimensional do SCS conforme McCuen, p.537
t/tp Q/Qp
0,00 0,000
0,10 0,030
0,20 0,100
0,30 0,190
0,40 0,310
0,50 0,470
0,60 0,660
0,70 0,820
0,80 0,930
0,90 0,990
1,00 1,000
1,10 0,990
1,20 0,930
1,30 0,860
1,40 0,780
1,50 0,680
1,60 0,560
1,70 0,460
1,80 0,390
1,90 0,330
2,00 0,280
2,20 0,207
2,40 0,147
2,60 0,107
2,80 0,077
3,00 0,055
3,20 0,040
3,40 0,029
3,60 0,021
3,80 0,015
4,00 0,011
4,50 0,005
5,00 0,000

38-6
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Tabela 38.2- Hidrograma unitário triangular adimensional conforme Wanielista p.218


t/tp Q/Qp
0,00 0,00
0,10 0,10
0,20 0,20
0,30 0,30
0,40 0,40
0,50 0,50
0,60 0,60
0,70 0,70
0,80 0,80
0,90 0,90
1,00 1,00
1,10 0,94
1,20 0,88
1,30 0,82
1,40 0,76
1,50 0,70
1,60 0,64
1,80 0,52
2,00 0,40
2,20 0,28
2,40 0,16
2.60 0,04
2.80 0,00
Nota: t/tp = 2,67

Figura 38.2- Hidrograma do SCS supondo tb=2,67tp

38-7
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Tempo de retardamento para até 8km2


O tempo de retardamento tp em horas para bacias até 8km2 é dada pela Equação (38.8)
conforme Diretrizes Básicas para Projetos de Drenagem Urbana do município de São Paulo,
1998.
tp= [ L 0,8 . (2540 – 22,86 . CN ) 0,7 ] / [(14104 . CN 0,7 . S 0,5 ] (Equação 38.8)
Sendo:
L= comprimento do talvegue (m);
CN= número da curva da bacia e
S= declividade média (m/m).
Devido a efeitos da urbanização o SCS propôs que tp fosse multiplicado por um fator
de ajuste (FA):
tp = tp . FA (Equação 38.9)
FA= 1- PRCT .(-6789+335.CN – 0,4298. CN 2 – 0,02185 .CN 3) .10 –6 (Equação 38.10)
Sendo:
PRCT = porcentagem do comprimento do talvegue modificado ou então a porcentagem da
bacia tornada impermeável.
Caso ocorra impermeabilização na bacia e mudança no comprimento do talvegue
deverão ser obtidos dois valores para FA, sendo um multiplicado por outro.

Área da bacia > 8km2


Quando a área da bacia for maior que 8km2 o SCS recomenda usar o método
cinemático para se obter o tempo de concentração tc e depois obter-se tp= 0,6 x tc.

38.4 Convolução
Segundo McCuen, 1998 o processo segundo o qual a chuva de projeto é combinada
com a função de transferência para produzir o hidrograma do escoamento superficial é
chamado de convolução. Conceitualmente convolução é o processo de multiplicação,
translação do tempo e adição.
No processo dito de convolução o hidrograma unitário em cada incremento de tempo é
multiplicado pela chuva excedente no tempo especificado. Teremos então a multiplicação,
translação e adição.
A melhor maneira de se explicar a convolução é mostrar o Exemplo (38.1).

Exemplo 38.1- Calcular a vazão de pico A área da bacia tem 3,69km2, o talvegue mede
1730m com CN da área permeável igual a 67. A fração de impermeabilização f=0,5 e a
declividade média S=0,03059m/m.

Número da curva CN
CNp= 67
CNw= 67 (1-f)+ 98 x f= 67 x (1-0,5) + 98 x 0,5= 82,5
Portanto, o CNw composto é igual a 82,5.
Tempo de retardo
Como a área da bacia é menor que 8km2 podemos usar a Equação (38.8) para achar o
tempo de retardo tp em horas.
tp= [ L 0,8 . (2540 – 22,86 . CN ) 0,7 ] / [(14104 . CN 0,7 . S 0,5 }

38-8
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tp= [ 1730 0,8 . (2540 – 22,86 . 82,5 ) 0,7 ] / [(14104 . 82,50,7 . 0,03059 0,5 ]

tp= 0,67h = 40,24 min


Fator de ajuste FA
FA= 1- PRCT .(-6789+335.CN – 0,4298. CN 2 – 0,02185 .CN 3) .10 –6
FA= 1- 0,5 x ( -6789+335x82,5 – 0,4298x 82,5 2 – 0,02185x82,5 3) .10 –6
FA= 0,9977
tp = tp . FA= 0,9977 x 0,67= 0,67=40,24min
Tempo de concentração tc
tc = tp/0,6 = 40,24/0,6=67,07min
Duração da chuva unitária
D= 0,133 . tc = 0,133 x 67,07 = 8,92min
Adoto D=10min
Cálculo de ta: tempo do inicio da chuva até vazão de pico Qp
ta= tp + D/2
ta= 40,24min + 10/2 min = 45,24min = 0,754h

Vazão de pico do Hidrograma unitário Qp


Qp = 2,08 . A/ ta
Qp= 2,08 x 3,69 km2 / 0,754h = 10,18m3/s

Hidrograma unitário sintético curvilíneo


Usando a Tabela (38.1) onde temos os valores t/tp e Q/Qp assim obteremos a Tabela
(38.2).
Na coluna 1 está o tempo t e na coluna 2 está a vazão Q em m3/s do hidrograma
unitário sintético curvilíneo chamado comumente de hidrograma unitário.
Para isto usamos o valor tp= 40,24min e Qp= 10,18m3/s.
Assim o valor t/tp= 0,1 dará t= 0,1 x tp= 0,1 x 40,24min= 4,02min e o valor.
Q/Qp= 0,030 fornecerá Q= 0,030 x Qp= 0,030 x 10,18m3/s= 0,31m3/s.
Desta maneira obtemos a Tabela (38.2) e que colocada em um gráfico produzirá a
Figura (38.3).

Tabela 38.2- Hidrograma unitário curvilíneo


t Q
(min) (m3/s)
Coluna 1 Coluna 2
0,00 0,00
4,02 0,31
8,05 1,02
12,07 1,94
16,10 3,16
20,12 4,80
24,14 6,73
28,17 8,37
32,19 9,49
36,22 10,10
40,24 10,20
44,26 10,10
48,29 9,49

38-9
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52,31 8,78
56,34 7,96
60,36 6,94
64,38 5,71
68,41 4,69
72,43 3,98
76,46 3,37
80,48 2,86
88,53 2,11
96,58 1,50
104,63 1,09
112,67 0,79
120,72 0,56
128,77 0,41
136,82 0,30
144,87 0,21
152,91 0,15
160,96 0,11
181,08 0,05
201,20 0,00

Hidrograma unitário sintético do SCS

15,00
Vazão em m3/s

10,00
5,00
0,00
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00
Tempo em minutos

Figura 38.3- Hidrograma unitário sintético do SCS para a bacia com área de 3,69km2 com duração de
chuva de 10min e chuva excedente de 1cm.

38-10
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Fazendo a interpolação linear de 10min em 10min achamos a Tabela (38.2),


observando que fazemos isto para ter o intervalo constante de 10min.

Tabela 38.2- Interpolação linear


Tempo Vazão
3
(min) (m /s)
0 0,00
10,0 1,47
20,0 4,75
30,0 8,88
40,0 10,20
50,0 9,19
60,0 7,03
70,0 4,41
80,0 2,92
90,0 2,00
100,0 1,33
110,0 0,89
120,0 0,58
130,0 0,39
140,0 0,26
150,0 0,18
160,0 0,12
170,0 0,08
180,0 0,05
190,0 0,03
200,0 0,00

Chuva excedente ou chuva efetiva


Para se obter o escoamento superficial, ou seja, o runoff ou a chuva excedente é muito
usado o número da curva CN. A maneira de se obter a chuva excedente que está na coluna 6
da Tabela (38.3) mais usada é o método do número da curva CN adotado pelo SCS.
Para se achar a chuva excedente é necessário a precipitação acumulada conforme se
pode ver na coluna 4 pode ser obtido facilmente usando a função “SE” da planilha eletrônica
Excel da Microsoft.

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Tabela 38.3- Chuva excedente obtida pelo número da curva CN=82,5. Foi usado
hietograma conforme Huff 1º quartil com 50% de probabilidade. A equação da chuva é
de Martinez e Magni, 1999 para Tr=25anos com precipitação para chuva de 2h de
85,1mm
Tempo HUFF 1º Q Precipitação Total Chuva excedente
50% P Por faixa Acumulado acumulada por faixa
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
(min) (%) mm mm mm mm
10 0,132 11,2 11,2 0,0 0,0
20 0,274 23,3 34,5 7,3 7,3
30 0,208 17,7 52,2 18,0 10,8
40 0,116 9,9 62,1 25,0 7,0
50 0,071 6,0 68,1 29,6 4,5
60 0,053 4,5 72,6 33,1 3,5
70 0,046 3,9 76,6 36,2 3,1
80 0,028 2,4 78,9 38,1 1,9
90 0,024 2,0 81,0 39,7 1,7
100 0,024 2,0 83,0 41,4 1,7
110 0,016 1,4 84,4 42,5 1,1
120 0,008 0,7 85,1 43,1 0,6
1 85,1 43,1

Determinação do hidrograma de cheia


Uma das imposições do método do hidrograma unitário é que o intervalo de tempo,
isto é, a duração da chuva considerada de 10min seja constante. Mas como se pode ver na
Tabela (38.4) os valores do tempo não estão em 10 em 10min.
Para obtemos o intervalo de 10 em 10min podemos fazê-lo manualmente olhando o
gráfico da Figura (38.1) ou usando um modelo matemático de interpolação. No caso usamos
interpolação linear.
Portanto, usando interpolação linear obtemos os dados da coluna 1 e da coluna 2,
observando que o tempo de 10 em 10min chega até 360min e que a vazão do hidrograma
unitário tem o seu pico de 10,20m3/s com o tempo de 40min da coluna 1 conforme Tabela
(38.2).
Não entraremos em detalhe como foi feita a interpolação linear.
Um dos truques do hidrograma unitário é que o mesmo tempo de 10min usado no
hidrograma unitário tem que ser utilizado para se achar a chuva excedente.
No caso supomos período de retorno de 25anos, chuva de 2h de 85,1mm obtida pela
fórmula de Martinez e Magni, 1999. A chuva excedente foi obtida usando número da curva
CN=82,5 fornecendo total de 4,3cm. A chuva excedente deverá ser colocada em cm, pois
suposto hidrograma unitário de 1cm (importante) conforme Tabela (38.3).
A chuva excedente em centímetros de 10 em 10min começa com 0,0cm na coluna 3
0,727cm na coluna 4 e 1,075cm na coluna 5.
O método de cálculo que veremos é chamado de convolução, pois, trata-se de
multiplicação, translação e soma.
Para se obter a coluna 4 a começar do tempo de 20min, por exemplo, temos>
4,75 m3/s x 0,727cm = 1,07 m3/s coluna 4
4,75 m3/s x 1,075cm= 1,58 m3/s coluna 5
4,75 m3/s x 0,701cm= 1,02 m3/s coluna 6

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Procedendo desta maneira e sempre pulando de 10 em 10min teremos completado


todas as multiplicações.
Após isto se faz a soma das linhas das colunas 3 a coluna 14 obtemos os valores do
hidrograma que queremos, com o máximo de 28,28 m3/s que é a vazão máxima devido ao
escoamento superficial.
Mas como existe um escoamento de base de 0,50m3/s a hidrograma final será a soma e
a vazão máxima obtida é de 28,78m3/s.

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Tabela 38.4- Hidrograma da cheia da bacia de 3,69km2 usando chuva excedente calculada pelo número
da curva CN=82,5 com chuva de 2h, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e período
de retorno de 25anos, com 85,1mm da fórmula de Martinez e Magni, 1999.
Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Tempo 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 soma Vazão de Hidrogra
(min) Hidrograma base ma
Chuva excedente em cm devido a chuva de 2h obtida pelo número da curva CN=82,5
unitário-

(m3/s) (m3/s)
3
(m /s) 0,000 0,727 1,075 0,701 0,454 0,349 0,309 0,191 0,165 0,166 0,112 0,056 4,3
0 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
10 1,47 0,00 0,00 0,5 0,50
20 4,75 0,00 1,07 1,07 0,5 1,57
30 8,88 0,00 3,45 1,58 5,03 0,5 5,53
40 10,20 0,00 6,45 5,10 1,03 12,59 0,5 13,09
50 9,19 0,00 7,41 9,55 3,33 0,67 20,95 0,5 21,45
60 7,03 0,00 6,68 10,97 6,22 2,16 0,51 26,54 0,5 27,04
70 4,41 0,00 5,11 9,88 7,15 4,03 1,66 0,45 28,28 0,5 28,78
80 2,92 0,00 3,21 7,56 6,44 4,63 3,10 1,47 0,28 26,68 0,5 27,18
90 2,00 0,00 2,12 4,74 4,93 4,17 3,56 2,75 0,91 0,24 23,42 0,5 23,92
100 1,33 0,00 1,45 3,14 3,09 3,19 3,21 3,15 1,69 0,78 0,24 19,96 0,5 20,46
110 0,89 0,00 0,96 2,15 2,05 2,00 2,45 2,84 1,95 1,46 0,79 0,16 16,82 0,5 17,32
120 0,58 0,00 0,64 1,43 1,40 1,33 1,54 2,17 1,75 1,68 1,48 0,53 0,08 14,04 0,5 14,54
130 0,39 0,00 0,42 0,95 0,93 0,91 1,02 1,36 1,34 1,52 1,70 0,99 0,27 11,41 0,5 11,91
140 0,26 0,00 0,28 0,63 0,62 0,60 0,70 0,90 0,84 1,16 1,53 1,14 0,50 8,90 0,5 9,40
150 0,18 0,00 0,19 0,42 0,41 0,40 0,46 0,62 0,56 0,73 1,17 1,02 0,57 6,55 0,5 7,05
160 0,12 0,00 0,13 0,28 0,27 0,26 0,31 0,41 0,38 0,48 0,73 0,78 0,51 4,56 0,5 5,06
170 0,08 0,00 0,09 0,19 0,18 0,18 0,20 0,27 0,25 0,33 0,49 0,49 0,39 3,07 0,5 3,57
180 0,05 0,00 0,06 0,13 0,12 0,12 0,14 0,18 0,17 0,22 0,33 0,33 0,25 2,04 0,5 2,54
190 0,03 0,00 0,04 0,09 0,08 0,08 0,09 0,12 0,11 0,15 0,22 0,22 0,16 1,37 0,5 1,87
200 0,00 0,00 0,02 0,06 0,06 0,05 0,06 0,08 0,07 0,10 0,15 0,15 0,11 0,91 0,5 1,41
210 0,00 0,00 0,00 0,03 0,04 0,04 0,04 0,05 0,05 0,06 0,10 0,10 0,07 0,59 0,5 1,09
220 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,02 0,03 0,04 0,03 0,04 0,07 0,06 0,05 0,37 0,5 0,87
230 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,02 0,03 0,04 0,04 0,03 0,23 0,5 0,73
240 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,03 0,02 0,14 0,5 0,64
250 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,09 0,5 0,59
260 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,05 0,5 0,55
270 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,5 0,53
280 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02 0,5 0,52
290 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,5 0,51
300 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
310 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
320 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
330 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
340 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50
360 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,5 0,50

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Vazão em m3/s Hidrograma de cheia

40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0 100 200 300 400
Tempo em minutos

Figura 38.4- Hidrograma de cheia

O volume total na bacia de 3,69km2 pode ser calculado pelo runoff de 43mm.
Volume= (43mm/1000) x 3,69km2 x 100ha x 100000m2= 156.670m3

A vantagem do hidrograma unitário sintético é que podemos usar qualquer tipo


de chuva e fazer a convolução, não esquecendo que a validade do hidrograma unitário é
somente para aquela bacia escolhida.

38.5 Uso do SCS


Para áreas menores que 3km2 usar o Método Racional e para áreas acima de 3km2 a
250km2 usar o Método do SCS para achar a vazão de pico e o hidrograma de uma
bacia.
Temos algumas observações importantes:

1. Escolher o coeficiente CN composto que entra o coeficiente CN da área permeável e a


fração impermeável.
2. Escolher o hietograma adequado. Para a RMSP usamos Huff primeiro quartil com
50% de probabilidade e para o resto do Estado de São Paulo podemos usar a chuva
Tipo II do SCS.
3. Escolha da equação adequada das chuvas intensas. Para a RMSP escolhemos Martinez
e Magni, 1999 que é a mais recente.
4. Para chuva excedente a melhor maneira é o método do número da curva CN do SCS.
Escolher o tempo de concentração da melhor maneira possível usando umas quatro
alternativas. A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAAE para
pequenas barragens e é a mais usada para áreas acima de 1km2.
5. A duração da chuva deverá ser maior que o tempo de concentração. Assim podemos
ter chuva de 2h, 3h, 6h, 8h e 24h. Nos Estados Unidos é padronizada a chuva de 24h
mas no Brasil não temos padrão.
6. Não esquecer da vazão base que será acrescida
7. Como resultado obteremos um hidrograma da cheia de acordo com um intervalo de
tempo estabelecido.

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38.6 Tempo de pico pelo Método Colorado


Para o tempo de pico tp, o método Colorado aconselha a Equação (38.11) conforme
Diretrizes Básica para Projetos de Drenagem Urbana no município de São Paulo, 1998 p.71
usa-se a seguinte Equação (38.11) que é a melhor equação que se adapta a São Paulo.
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48 (Equação 38.11)
Sendo:
tp= tempo de retardamento do hidrograma unitário medido do centro da chuva unitária até o
pico do hidrograma (horas);
L= comprimento do talvegue da bacia desde as nascentes até a seção de controle (km);
Lcg= comprimento que vai desde o centro de gravidade da bacia até a seção de controle,
acompanhando o talvegue (km);
S= média ponderada das declividades do talvegue (m/m) conforme Equação (38.12).
Ct= coeficiente que está relacionado com a porcentagem de impermeabilização da bacia
conforme Figura (38.5).

Figura 38.5- Determinação de Ct em função da área impermeável em porcentagem

Declividade: S conforme Drenagem Urbana, 1995


S= [ (L1 . S1 0,24 + L2 . S2 0,24 +...) / ( L1 +L2 + ....) ] 4,17 (Equação 38.12)
Sendo:
L1= comprimento (m)
S1= declividade (m/m)
S= declividade equivalente (m/m)

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Declividade equivalente segundo DAEE


S= [( L1 +L2 + ....) / (L1 / S1 0,50 + L2 / S2 0,50 +...) 2,0 (Equação 38.13)

Sendo:
L1= comprimento (km)
S1= declividade (m/km)
S= declividade (m/km)

Exemplo 38.2
Achar a declividade média ponderada com L1= 0,50km L2= 1km e L3= 1,5km e S1=
0,007m/m S2= 0,005m/m e S3= 0,0019 m/m.
Usando a Equação (38.12) temos:
S= [ (L1 . S1 0,24 + L2 . S2 0,24 +...) / ( L1 +L2 + ....) ] 4,17
S= [ (0,5 . 0,007 0,24 + 1,00 . 0,005 0,24 +.1,50. 0,0019 0,24..) / ( 0,50 +1,00 +1,50) ] 4,17
S=0,0533m/m
Exemplo 38.3
Achar a declividade média ponderada com L1= 0,55km L2= 0,32km e L3= 0,27km L4=
0,36km L5= 0,23km e S1= 0,0109m/m S2= 0,0375m/m S3= 0,0185m/m. S4= 0,0306m/m
S5= 0,213m/m.
Tabela 38.6- Cálculo da declividade média ponderada

Cota Cota Comprimento Declividade


Trecho montante jusante
0,24
L.S
m) (m) (m) (m/m)
1 932 926 550 0,0109 185,965
2 944 932 320 0,0218 127,781
3 949 944 270 0,0091 87,384
4 960 949 360 0,0200 140,783
5 1009 960 230 0,0891 128,732
Σ=1730 Σ= 670,645
S= 0,0192 m/m

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Exemplo 38.4
Achar a declividade média ponderada conforme DAEE com L1= 0,55km L2= 0,32km e L3=
0,27km L4= 0,36km L5= 0,23km e S1= 10,9m/km S2= 37,5m/km S3= 18,5m/km. S4=
30,6m/km
S5= 0,213m/m.

Tabela 38.7- Cálculo da declividade média ponderada


Cota Cota
0,5
montante jusante Comprimento Declividade L/ J
Trecho L J
(m) (m) (km) (m/km)

1 932 926 0,550 10,9 0,166521


2 944 932 0,320 21,8 0,068508
3 949 944 0,270 9,1 0,089549
4 960 949 0,360 20,0 0,080498
5 1009 960 0,230 89,1 0,024368
1,730km Σ= 0,429444
Ie=16,229m/km=0,016229m/m

Exemplo 38.5
Achar o tempo de retardamento tp do hidrograma unitário em horas, sendo L=1,730km Lcg=
0,84km, S=0,0192 m/m e Área impermeável Ia = 50%.
Conforme Figura (38.5) entrando na abscissa com a área impermeável de 50% em
porcentagem obtemos o coeficiente Ct =0,089
Usando a Equação (38.11) temos:
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48
tp= 0,637 . 0,089 [ 1,73. 0,89 / 0,0192 0,5] 0,48
tp= 0,18h = 10,7min
Exemplo 38.6
Achar o tempo de retardamento tp do hidrograma unitário em horas, sendo L=2,06km Lcg=
0,84km, S=0,102 m/m e Área impermeável Ia = 44%.
Conforme Figura (38.5) entrando na abscissa com a área impermeável de 44% em
porcentagem obtemos o coeficiente Ct =0,091
Usando a Equação (38.11) temos:
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48
tp= 0,637 . 0,091 [ 2,06. 0,84 / 0,102 0,5] 0,48
tp= 0,13h = 7,8min

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38.7 Aplicação na bacia do rio Baquirivu-Guaçu em Guarulhos


Chuva de projeto
O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) registrou uma chuva muito
importante para os estudos da bacia do Alto Tietê, que é a chuva de 2 de fevereiro de 1983
que estão na Tabela (38.9) para período de retorno de 10anos a 100anos para período de 24h.
O hietograma desta chuva, isto é, a precipitação em função do tempo assemelha-se as
pesquisas efetuadas por Huff, sendo que as mesmas coincidem com a chamada curva de Huff
no primeiro quadrante com 50% de probabilidade que será adotada.
Usaremos a equação mais recente das chuvas intensas que é a de Martinez e Magni em
1999, cujas precipitações totais estão na Tabela (38.8).

I = 39,3015 ( t + 20) –0,9228 +10,1767 (t+20) –0,8764 . [ -0,4653 –0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))]

para chuva entre 10min e 1440min


I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln = logarítmo neperiano
T= período de retorno (anos).
Tabela 38.8–Alturas máximas de chuvas em mm em função do período de retorno e duração.
Duração da Período de retorno
chuva (anos)
2 5 10 15 20 25 50 100 200
10 min 16,2 21,1 24,4 26,2 27,5 28,5 31,6 34,6 37,6
15 min 21,1 27,5 31,8 34,2 35,9 37,2 41,2 45,2 49,1
20 min 24,9 32,5 37,6 40,4 42,4 44,0 48,7 53,4 58,1
25 min 27,9 36,5 42,2 45,4 47,7 49,4 54,8 60,1 65,4
30 min 30,3 39,8 46,0 49,5 52,0 53,9 59,8 65,6 71,4
1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
2h 46,8 62,1 72,3 78,0 82,0 85,1 94,6 104,0 113,4
6h 55,7 74,9 87,6 94,7 99,7 103,6 115,5 127,2 139,0
8h 57,6 77,7 91,0 98,5 103,7 107,8 120,2 132,6 144,9
10 h 59,1 79,8 93,6 101,3 106,8 111,0 123,9 136,7 149,4
12 h 60,2 81,5 95,6 103,6 109,2 113,5 126,8 139,9 153,0
18h 62,5 85,2 100,1 108,6 114,5 119,1 133,1 147,0 160,9
24h 64,1 87,7 103,3 112,1 118,2 123,0 137,6 152,1 166,5
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999

Para chuvas de 24h baseado em 2/fevereiro/1983 o DAEE obteve as precipitações para


períodos de retorno de 10anos, 25anos, 50anos e 100anos conforme Tabela (38.8).

38-19
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 38- Método do SCS
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Tabela 38.9- Chuva de 24h da precipitação de 2 de fevereiro de 1983


Origem Período de retorno
(anos)
10 25 50 100
2/fevereiro/1983 83,7mm 97,2mm 107,3mm 117,3mm

Para chuvas menores que 24h o próprio DAEE usou a Equação de Nelson Luiz Goi
Magni e Felix Mero em 1986. Usaremos entretanto a equação de Martinez e Magni que é a
mais recente, datando de 1999.
Quanto à distribuição espacial das chuvas, adotamos a equação de Paulhus, ou seja,
mesmo critério do DAEE, cuja precipitação é atenuada para áreas acima de 25km2.

Párea= Pponto x K

K= 1,0 – [0,1 x log (A/Ao)] (Paulhus)


Sendo:
Párea = precipitação na área (mm)
Pponto = precipitação no ponto hidrológico (mm).
A= área da bacia (km2)
Ao=25km2
K=fator de redução

Vazões de pico
Foram calculadas as vazões de pico para períodos de retorno: 2anos; 5anos; 10anos;
50anos e 100 anos para:
 Córrego Baquirivu-Mirim
 Córrego Cocho Velho
 Córrego Água Suja
 Córrego Tanque Grande
 Córrego Guaraçau

O método de cálculo utilizado foi o SCS, usando chuva excedente pelo número da
curva CN.

38-20
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 38- Método do SCS
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38.8 Fórmula Califórnia Culverts Practice


O cálculo do tempo de concentração pelo método Califórnia Culverts Practice é sem
dúvida nenhum o mais usado em áreas de bacias maiores que 1km2 e é adotado pelo
Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) para pequenas
barragens.
A grande vantagem desta fórmula é a fácil obtenção dos dados, isto é, o comprimento
do talvegue e a diferença de nível H (Porto,1993).

Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAAE para pequenas
barragens e é a mais usada para áreas acima de 1km2.
tc= 57 . L1,155 . H-0,385 (Equação 38.14)
Sendo:
tc= tempo de concentração (min);
L= comprimento do talvegue (km);
H= diferença de cotas entre a saída da bacia e o ponto mais alto do talvegue (m).

Exemplo 38.7
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s

Tempo de retardamento
Para o cálculo do tempo de retardamento tp foi usada a relação do SCS elaborada por
Ven Te Chow.
tp= 0,6 x tc
O comprimento do talvegue e as declividades foram obtidas usando plantas
aerofotogramétricas da bacia do rio Baquirivu Guaçu em Guarulhos.
Foram usadas durações de chuva próximas do tempo de concentração.

Tabela 38.10- Vazões de picos para diversos períodos de retornos


Córrego Baquivivu-Mirim
Tempo de
Piscinão concentração Duração da
Area projeto Tc chuva Declivida
Tr Vazão de pico (km2) Enger-CKC tp (h) (h) de Comprimento do
(anos) (m3/s) (m3) (h) (m/m) Talvegue (km)
2 9,45 4,00 87884 0,62 0,37 2horas 0,023 2,741
5 17,99 4,00 87884 0,62 0,37 2horas 0,023 2,741
10 24,36 4,00 87884 0,62 0,37 2horas 0,023 2,741
25 32,98 4,00 87884 0,62 0,37 2horas 0,023 2,741
50 39,70 4,00 87884 0,62 0,37 2horas 0,023 2,741
100 46,57 4,00 87884 0,62 0,37 2horas 0,023 2,741

38-21
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Capítulo 38- Método do SCS
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Córrego Cocho Velho


Tempo de
Piscinão concentração Duração da
Area projeto Tc chuva Declivida
Tr Vazão de pico (km2) Enger-CKC tp (h) (h) de Comprimento do
(anos) (m3/s) (m3) (h) (m/m) Talvegue (km)
2 20,98 10,77 89259 0,72h 1,21h 2horas 0,0134 5
5 38,61 10,77 89259 0,72h 1,21h 2horas 0,0134 5
10 51,64 10,77 89259 0,72h 1,21h 2horas 0,0134 5
25 69,48 10,77 89259 0,72h 1,21h 2horas 0,0134 5
50 83,98 10,77 89259 0,72h 1,21h 2horas 0,0134 5
100 98,89 10,77 89259 0,72h 1,21h 2horas 0,0134 5
Córrego Água Suja
Tempo de
Piscinão concentração Duração da
Area projeto Tc chuva Comprimento
Tr Vazão de pico (km2) Enger-CKC tp (h) (h) Declividade do Talvegue
(anos) (m3/s) (m3) (h) (m/m) (km)
2 9,05 3,69 103063 0,31h 0,51h 2horas 0,064499 3,61
5 16,73 3,69 103063 0,31h 0,51h 2horas 0,064499 3,61
10 22,87 3,69 103063 0,31h 0,51h 2horas 0,064499 3,61
25 31,65 3,69 103063 0,31h 0,51h 2horas 0,064499 3,61
50 38,57 3,69 103063 0,31h 0,51h 2horas 0,064499 3,61
100 45,72 3,69 103063 0,31h 0,51h 2horas 0,064499 3,61

Tabela 38.11- Vazões de picos para diversos períodos de retornos


Córrego Tanque Grande
Tempo de
concentração Duração da
Vazão Area Piscinão Tc chuva
Tr de pico (km2) projeto Enger-CKC tp (h) (h) Declividade Comprimento do
(anos) (m3/s) (m3) (h) (m/m) Talvegue (km)
2 29,64 15,78 306625 0,8 1,33 2horas 0,02665 8
5 54,14 15,78 306625 0,8 1,33 2horas 0,02665 8
10 73,04 15,78 306625 0,8 1,33 2horas 0,02665 8
25 98,69 15,78 306625 0,8 1,33 2horas 0,02665 8
50 118,72 15,78 306625 0,8 1,33 2horas 0,02665 8
100 139,27 15,78 306625 0,8 1,33 2horas 0,02665 8

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Capítulo 38- Método do SCS
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Tabela 38.12- Vazões de picos para diversos períodos de retornos


Córrego Guaraçau
Tempo de
concentração Duração da
Vazão Área Piscinão projeto Tc chuva
Tr de pico (km2) Enger-CKC tp (h) (h) Declividade Comprimento do
(anos) (m3/s) (m3) (h) (m/m) Talvegue (km)
2 29,01 20,43 163556 1,42h 2,36h 3horas 0,00986 10,22
5 52,26 20,43 163556 1,42h 2,36h 3horas 0,00986 10,22
10 69,7 20,43 163556 1,42h 2,36h 3horas 0,00986 10,22
25 93,14 20,43 163556 1,42h 2,36h 3horas 0,00986 10,22
50 111,3 20,43 163556 1,42h 2,36h 3horas 0,00986 10,22
100 129,84 20,43 163556 1,42h 2,36h 3horas 0,00986 10,22

38.9 Áreas de contribuição


Wanielista et al, 1997 sugere que se obtém mais precisão quando se subdivide a bacia
em áreas menores, pois assim é que foram feitas as pesquisas do SCS. Entretanto se por um
lado melhora a precisão, por outro lado apresenta problema devido a falta de informações
corretas em cada subbacia.
Na Figura (38.6) temos basicamente três subbacias: A, B e C e podemos proceder da
seguinte maneira:
a) Combinar os hidrogramas das subbacias A e B pela adição vertical para cada tempo.
b) Fazer o flood routing (Musking-Cunge) tendo a distância do ponto entre A e B até o
ponto C.
c) Adicionar verticalmente o hidrograma do ponto C ao obtido no routing de A e B até
C.

Figura 38.6- Subbacias A, B e C

38-23
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 38- Método do SCS
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38.10 Bibliografica e livros consultados


-RIOAGUAS. Instruções técnicas para elaboração de estudos hidrológicos e
dimensionamento hidráulico de sistemas de drenagem urbana. 1ª versão, dezembro 2010, 55
páginas, Portaria 0/SUB Rio-Aguas número 004/2010.

38-24
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
Engenheiro Plínio Tomaz 12 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 42
Hietograma pelo método dos blocos alternados
Os filtros lentos de areia formam uma geléia de bactérias que recebe o nome de “shchumtzdecke”, que é uma
palavra alemã composta de “schumzt” que significa “sujeira” e de “decke” que significa película.
Azevedo Neto e Ivanildo Hespanhol-Técnica de abastecimento de água.

42- 1
Manejo de águas pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
Engenheiro Plínio Tomaz 10 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br

Sumário

Ordem Assunto
Capítulo 42 - Método dos Blocos Alternados
42.1 Introdução
42.2 Passos para aplicação do Método dos Blocos Alternados
4 páginas

42-2
Manejo de águas pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
Engenheiro Plínio Tomaz 10 de maio de 2010 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 42 - Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados

42.1 Introdução
O objetivo é obter o hietograma (precipitação em função do tempo) usando a equação da chuva pelo
Método dos Blocos Alternados, que é um dos mais usados. Tucci, 2002, usou este método no Plano Diretor
de Drenagem de Porto Alegre.

42.2 Passos para aplicação do Método dos Blocos Alternados


O método dos Blocos Alternados é de simples de aplicação, se comparado a outros métodos de
determinação da chuva de projeto.
O primeiro passo do método é calcular, através das intensidades dadas pela IDF, o hietograma
completamente adiantado, isto é, aquele onde o pico está no primeiro intervalo de tempo.
Cada duração cumulativa, a partir desse pico, tem também sua altura de chuva calculada através das
intensidades da IDF, até o limite da duração crítica do evento (que é normalmente o tempo de concentração
da área contribuinte).
Assim, é um método derivado das relações IDF e que atribui a cada intensidade do hietograma um
mesmo período de retorno.
O segundo passo, que dá o nome ao método, reordena o hietograma completamente adiantado de
forma a posicionar o pico de forma centralizada. Cada ‘bloco’ de chuva do hietograma adiantado é sucessiva
e alternadamente colocado no entorno do ‘bloco’ do pico, à direita e à esquerda.
Variantes do método permitem posicionar os picos do hietograma em outras posições que não sejam
a centralizada, por exemplo, a 25% ou a 75% da duração total do hietograma, obtendo-se hietogramas com
picos antecipados ou retardados. Conforme Akan, 1993 como regra prática, o maior valor da precipitação
deve estar entre 1/3 a ½ da duração da chuva. Akan, 1993 aconselha que o Δt adotado seja menor que o
tempo de concentração da bacia que está sendo estudada.
Após a fixação do pico o procedimento é o mesmo do caso anterior, onde os blocos são alternados no
entorno do bloco do pico.

Exemplo 42.1
Definição de uma chuva de projeto de 40min, com Tr= 5anos em intervalos de Δt= 5min. Para a
Equação de Paulo Sampaio Wilken feita para o município de São Paulo temos:
0,181 0,89
i= 1749 . Tr / (td + 15)

Sendo:
i= intensidade da chuva (mm/h)
Tr= período de retorno (anos)
td = duração da chuva (min)

Trata-se da aplicação da Equação de Paulo Sampaio Wilken, onde com o valor do tempo de duração
da chuva td obtemos a intensidade da chuva em mm/h.

42-3
Manejo de águas pluviais
Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
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Tabela 42.1 - Cálculo do hietograma usando o método dos blocos alternados.


Intensidade Diferenças Ordem
Tempo da chuva Col1 x col 2/60 da coluna decrescente Precipitação
3 da coluna 4 no intervalo
1 2 3 4 5 6
(min) (mm/h) (mm) (mm) (mm) (mm)
5 162,60 13,55 13,55 13,55 2,46
10 133,31 22,22 8,67 8,67 3,62
15 113,34 28,34 6,12 6,12 6,12
20 98,81 32,94 4,60 4,60 13,55
25 87,74 36,56 3,62 3,62 8,67
30 79,01 39,50 2,95 2,95 4,60
35 71,94 41,96 2,46 2,46 2,95
40 66,09 44,06 2,09 2,09 2,09

Explicações da Tabela (42.1):

Coluna 1 - Tempo seqüencial começando em 5 e com intervalos de 5min até completar a duração total da
chuva de 40min.

Coluna 2 – Intensidade da chuva calculada com o tempo em minutos da coluna 1

Coluna 3 – É a coluna 1 x coluna 2 / 60

Coluna 4 – Diferenças na coluna 3

Coluna 5 – Ordem decrescente.

Coluna 6 – Hietograma, observando que a maior precipitação 13,55 foi colocada aos 20min, que é a ½ da
duração da chuva.
Colocando-se em um gráfico, o tempo da coluna 1 e as precipitações da coluna 8 obtemos a Figura
(42.1).

Hietograma pelo Método dos Blocos


10 Alternados
Precipitaçao (mm)

0
0 10 20 30 40 50
Tempo (min)

Figura 42.1 - Hietograma da precipitação de duração de 40min com Tr= 5anos, usando a Equação de
Paulo Sampaio Wilken.

42-4
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Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
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Capítulo 42
Hietograma pelo método dos blocos alternados
Os filtros lentos de areia formam uma geléia de bactérias que recebe o nome de “shchumtzdecke”, que é uma
palavra alemã composta de “schumzt” que significa “sujeira” e de “decke” que significa película.
Azevedo Neto e Ivanildo Hespanhol-Técnica de abastecimento de água.

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Sumário

Ordem Assunto
Capítulo 42 - Método dos Blocos Alternados
42.1 Introdução
42.2 Passos para aplicação do Método dos Blocos Alternados
4 páginas

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Capitulo 42- Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados
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Capítulo 42 - Hietograma pelo Método dos Blocos Alternados

42.1 Introdução
O objetivo é obter o hietograma (precipitação em função do tempo) usando a equação da chuva pelo
Método dos Blocos Alternados, que é um dos mais usados. Tucci, 2002, usou este método no Plano Diretor
de Drenagem de Porto Alegre.

42.2 Passos para aplicação do Método dos Blocos Alternados


O método dos Blocos Alternados é de simples de aplicação, se comparado a outros métodos de
determinação da chuva de projeto.
O primeiro passo do método é calcular, através das intensidades dadas pela IDF, o hietograma
completamente adiantado, isto é, aquele onde o pico está no primeiro intervalo de tempo.
Cada duração cumulativa, a partir desse pico, tem também sua altura de chuva calculada através das
intensidades da IDF, até o limite da duração crítica do evento (que é normalmente o tempo de concentração
da área contribuinte).
Assim, é um método derivado das relações IDF e que atribui a cada intensidade do hietograma um
mesmo período de retorno.
O segundo passo, que dá o nome ao método, reordena o hietograma completamente adiantado de
forma a posicionar o pico de forma centralizada. Cada ‘bloco’ de chuva do hietograma adiantado é sucessiva
e alternadamente colocado no entorno do ‘bloco’ do pico, à direita e à esquerda.
Variantes do método permitem posicionar os picos do hietograma em outras posições que não sejam
a centralizada, por exemplo, a 25% ou a 75% da duração total do hietograma, obtendo-se hietogramas com
picos antecipados ou retardados. Conforme Akan, 1993 como regra prática, o maior valor da precipitação
deve estar entre 1/3 a ½ da duração da chuva. Akan, 1993 aconselha que o Δt adotado seja menor que o
tempo de concentração da bacia que está sendo estudada.
Após a fixação do pico o procedimento é o mesmo do caso anterior, onde os blocos são alternados no
entorno do bloco do pico.

Exemplo 42.1
Definição de uma chuva de projeto de 40min, com Tr= 5anos em intervalos de Δt= 5min. Para a
Equação de Paulo Sampaio Wilken feita para o município de São Paulo temos:
0,181 0,89
i= 1749 . Tr / (td + 15)

Sendo:
i= intensidade da chuva (mm/h)
Tr= período de retorno (anos)
td = duração da chuva (min)

Trata-se da aplicação da Equação de Paulo Sampaio Wilken, onde com o valor do tempo de duração
da chuva td obtemos a intensidade da chuva em mm/h.

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Tabela 42.1 - Cálculo do hietograma usando o método dos blocos alternados.


Intensidade Diferenças Ordem
Tempo da chuva Col1 x col 2/60 da coluna decrescente Precipitação
3 da coluna 4 no intervalo
1 2 3 4 5 6
(min) (mm/h) (mm) (mm) (mm) (mm)
5 162,60 13,55 13,55 13,55 2,46
10 133,31 22,22 8,67 8,67 3,62
15 113,34 28,34 6,12 6,12 6,12
20 98,81 32,94 4,60 4,60 13,55
25 87,74 36,56 3,62 3,62 8,67
30 79,01 39,50 2,95 2,95 4,60
35 71,94 41,96 2,46 2,46 2,95
40 66,09 44,06 2,09 2,09 2,09

Explicações da Tabela (42.1):

Coluna 1 - Tempo seqüencial começando em 5 e com intervalos de 5min até completar a duração total da
chuva de 40min.

Coluna 2 – Intensidade da chuva calculada com o tempo em minutos da coluna 1

Coluna 3 – É a coluna 1 x coluna 2 / 60

Coluna 4 – Diferenças na coluna 3

Coluna 5 – Ordem decrescente.

Coluna 6 – Hietograma, observando que a maior precipitação 13,55 foi colocada aos 20min, que é a ½ da
duração da chuva.
Colocando-se em um gráfico, o tempo da coluna 1 e as precipitações da coluna 8 obtemos a Figura
(42.1).

Hietograma pelo Método dos Blocos


10 Alternados
Precipitaçao (mm)

0
0 10 20 30 40 50
Tempo (min)

Figura 42.1 - Hietograma da precipitação de duração de 40min com Tr= 5anos, usando a Equação de
Paulo Sampaio Wilken.

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Capítulo 65
Método de Ven Te Chow

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Capítulo 65- Método de Ven Te Chow

65.1 Introdução
O método de Ven Te Chow data de 1962 e é considerado um método pouco usado, embora
alguns órgãos de governo do Estado de São Paulo ainda o usem.
Usaremos o Método de Ven Te Chow, conforme Prefeitura Municipal de São Paulo, 1998
elaborado pelos professores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Quando se aplica um modêlo de cálculo se procura fazer a análise, isto é, como o mesmo foi
feito. Assim o Método de Ven Te Chow foi feito para bacias rurais em vários estados americanos até
25km2 de área para achar a vazão de pico.
Não se deve aplicar o Método de Ven Te Chow em áreas urbanas ou mesmo em áreas rurais
acima de 25km2 de área, mas mesmo apesar destas observações, o método vem sendo aplicado em
bacias urbanas até 50km2.
Salientamos que pelo método de Ven Te Chow conseguimos a vazão de pico e hidrograma ,
embora preferimos usar o Método do SCS quando executamos um routing do reservatório.

65.2 Equação básica


A equação básica do Método de Ven Te Chow usada pela Fundação Centro Tecnológico de
Hidráulica, 1999 é:

Qp= Qb + 0,295. ( he/ t) . A . Z Equação 65.1

Sendo:
Qp= vazão no tempo “t” em m3/s
Qb= vazão base na bacia no ponto considerado em m3/s
he= chuva excedente em milimetros calculado pelo Método do número da Curva CN do SCS
t= duração da chuva excedente em horas, Conforme PMSP, 1998 devemos pesquisas várias durações
de t e escolher aquela que conduz â maior vazão de pico Qp.
A= área da bacia em km2
tp= tempo de retardamento em horas, que é o tempo compreendido entre o centro de massa da chuva
excedente e o pico do hidrograma unitário.
0,295= resulta da multiplicaçãoi de K=1,06 vezes 0,278
Z= fator de redução de pico dado pela equação:

Z= 0,0037 + 0,8854. ( t/ tp) - 0,2684 . (t/tp)2 + 0,0378 . (t/tp)3 Equação 65.2

O tempo de retardamento “tp” para áreas rurais conforme Chow in PMSP, 1998 é dado pela
equação:

tp= 0,005055 . (L / S0,5)0,64 Equação 65.3

Sendo:
L= comprimento do álveo desde o divisor de águas até a secção de controle em metros.
S= declividade média do álveo em porcentagem.
tp= tempo de ascensão em horas

Conforme SCS há uma relação entre tp e tc:

tp=0,6 tc

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tc=tp/0,6

DICA: conforme PMSP, 1998 deve-se pesquisar as várias durações de chuva “t” para
ver qual é a maior vazão Qp.

Exemplo 65.1
Baseado em Paulo Sampaio Wilken
Dado uma bacia com A=11,2 km2, comprimento do talvegue de 7.040m e declividade média do
talvegue de 0,722%. Calcular o tempo de retardamento tp.

tp= 0,005055 . (L / S0,5)0,64


tp= 0,005055 . (7040 / 0,7220,5)0,64
tp= 1,63h
Pelo SCS tp=0,6 tc e então tc= tp/0,6= 1,63/0,6=2,67h
Adotamos então a duração da chuva maior que 2,67h, isto é, 3h.

65.3 Intervalo ∆t
O intervalo ∆t deve estar entre tc/5 a tc/3.

Exemplo 65.2
Achar o intervalo conveniente para tc=2,67h= 160,2min
tc/5= 2,67/5=0,53h
tc/3= 2,67/3= 0,89h
Adotamos ∆t=0,50h.

65.4 Estimativa do número CN para área urbana


Para área urbana existe sempre uma parcela do solo que é impermeável. Na área impermeável
o número CN do solo é CN=98. O coeficiente final CNw composto é a soma composta do coeficiente
da área permeável e da área impermeável com o peso correspondente da fração da área impermeável
da seguinte forma, conforme (McCuen, 1998).
A equação abaixo é válida quando a porcentagem total da área impermeabilizada é maior que
30% (trinta por cento) da área total.
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98) (Equação 65.4)
Sendo:

CNw = número CN composto da área urbana em estudo;


CNp = número CN da área permeável da bacia em estudo e
f= fração da área impermeável da bacia em estudo.

Exemplo 65.3
Consideremos area impermeável de 50%, isto é, f=0,50.
Como já foi mostrado anteriormente o tipo de solo da região é o tipo B conforme classificação
do SCS. Considerando CN=60 para área permeável.
Vamos achar o número CNw composto.
Sendo:

CNp =60
f= 0,50

65-3
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CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)


CNw = 60. ( 1-0,50 ) + 0,50 . ( 98 )= 79
Portanto, o número CN que se poderia usar para o cálculo da chuva excedente CNw =CN=79.

65.5 Estimativa do runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método SCS
Conforme TR-55 do SCS de 1986 o método do número CN da curva de runoff é fornecido
pela equação:

( P – Ia ) 2
Q = ------------------ (Equação 65.5)
( P- Ia ) + S
Sendo:
Q= runoff ou chuva excedente (mm);
P= precipitação (mm);
Ia = abstração inicial (mm) e
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
A abstração inicial Ia representa todas as perdas antes que comece o runoff. Inclui a água
retida nas depressões da superfície e interceptada pela vegetação, bem como, a água evaporada e
infiltrada.
Empiricamente foi determinado nos Estados Unidos pela SCS que Ia é aproximadamente igual
a:
Ia =0,2 S (Equação 65.6)

Substituindo o valor de Ia obtemos:


( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 65.7)
( P+0,8S )

25400
sendo S= ------------- - 254 (Equação 65.8)

CN
A Equação (65.7) do valor de Q é válida quando a precipitação P > 0,2S.
Quando P < 0,2 S, o valor de Q=0.

65.6 Intensidade de chuva


Paulo Sampaio Wilken em 1972 obteve para a região Metropolitana de São Paulo por análise
de regressão com dados de 1934 a 1959 (26 anos) do pluviógrafo instalado no Parque do Estado na
Água Funda E3-035, obtendo a seguinte equação das chuvas:

Tr = período de retorno (anos);


t=duração da chuva (min).
ou pode se apresentar em outras unidades:

1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h) (Equação 65.9)
( t + 15)0,89

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Exemplo 65.4
Calcular a precipitação em 2h para periodo de retorno Tr=100anos para a RMSP.

1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89

Transformanndo 2h em minutos: 2h x 60min= 120min

1747,9 . 1000,181
I =------------------------ = 4022,69/ 78,70= 51,11 mm/h
( 120 + 15)0,89

Em 2horas teremos: P= I x 2h= 51,11 x 2= 102,22mm


P= 102,22mm

Exemplo 65.5
Calcular a chuva excedente para a RMSP com chuva de 2h usando o número da curva CN =79 do SCS.

25400
S= ------------- - 254

CN

25400
S= ------------- - 254 = 67,52mm

79

( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
( P+0,8S )

( 102,22- 0,2x67,52 ) 2
Q= ------------------------------------- = 50,38mm
( 102,22+0,8x67,52 )

O valor Q é chamado he no Método Ven Te Chow e portanto he=50,38mm

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Exemplo 65.6
Calcular o fator de redução Z, dado o tempo de ascensão tp=1,63h e chuva de 2h;

Para chuva de 2h o valor de t/tp = 2/ 1,63= 1,229

Z= 0,0037 + 0,8854. ( t/ tp) - 0,2684 . (t/tp)2 + 0,0378 . (t/tp)3


Z= 0,0037 + 0,8854. ( 1,229) - 0,2684 . (1,229)2 + 0,0378 . (1,229)3
Z= 0,76

65.6 Equação de Paulus


O Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) adota para área maior que
25 km2, a equação de Paulhus (Linsley et al.,1975):

Párea = Pponto . k (Equação 65.10)

onde:
Párea = precipitação na área
Pponto = precipitação no ponto
Ao= 25km2

K = 1,0 – [ 0,1 . log (A / Ao ) ]

Se a area A for menor que 25km2 então K=1.

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Exemplo 65.7 – adaptado de Paulo Sampaio Wilken


Calcular a vazão de pico para a RMSP para área de bacia com tp=1,63h, A=11,2km2, chuva de
período de retorno de 100anos, usando a equação de chuvas intensas de Paulo Sampaio Wilken.
Usar também correção se a área da bacia for maior que 25km2. O valor de CN basico permeável
minimo adotado pelo DAEE é CN=60. Consideramos a vazão base = 2m3/s. O comprimento do
talvegue L=7040km e tem declividade de 0,722%

Valor máximo achado Q= 67m3/s para chuva de 2h

Tabela 65.1- Cálculo do metodo de Ven Te Chow


Tr (anos) 100 100 100 100 100 100 100
K 1747,9 1747,9 1747,9 1747,9 1747,9 1747,9 1747,9
a 0,181 0,181 0,181 0,181 0,181 0,181 0,181
b 15 15 15 15 15 15 15
c 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89 0,89
Duração chuva (h) 0,80 1,00 1,25 1,50 2,00 2,50 3,00
I (mm/h) 100,72 86,24 73,32 63,92 51,11 42,75 36,85
Correção chuva 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
CN permeável 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00
Fraçao impermeável 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
P (mm) 80,57 86,24 91,65 95,88 102,22 106,88 110,54
CNw 79 79 79 79 79 79 79
S (mm) 67,52 67,52 67,52 67,52 67,52 67,52 67,52
he (mm) 33,42 37,72 41,93 45,27 50,38 54,19 57,22
Qb (m3/s) 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00
Talvegue (m) 7040,00 7040,00 7040,00 7040,00 7040,00 7040,00 7040,00
Declividade talvegue (%) 0,722 0,722 0,722 0,722 0,722 0,722 0,722
tp (h) 1,63 1,63 1,63 1,63 1,63 1,63 1,63
t/tp 0,492 0,615 0,768 0,922 1,229 1,536 1,844
2
A (km ) 11,2 11,2 11,2 11,2 11,2 11,2 11,2
Z 0,38 0,46 0,54 0,62 0,76 0,87 0,96
3
Qb (m /s) 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00
3
Qp (m /s) 56,3 60,7 64,1 66,0 67,0 66,1 64,5

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Figura 65.1- Hidrogrdama usando Método de Ven Te chow

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5.7 Bibliografia e livros consultados


-PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Diretrizes básicas para projetos de drenagem
urbana no municipio de São Paulo. FCTH, PMPS, 1998, 279 páginas.
-WILKEN , PAULO SAMPAIO. Engenharia de Drenagem Superficial. São Paulo, Cetesb,1978, 477
páginas.

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Capítulo 66
Método de I PAI WU

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Capítulo 66- Método I PAI WU

66.1 Introdução
Vamos comentar o Método I PAI WU usando os ensinamentos do prof. Hiroshi Yoshizane da
Unicamp de Limeira.
Para os engenheiros que gostam do método Racional, o Método de I PAI Wu é o método
Racional que sofre algumas modificações, permitindo cálculos de bacias hidrográficas 2 km2 até
200km2. Existem órgãos do Estado de São Paulo que recomendam a adoção deste método, embora
não aceito por todos.
O método de I PAI WU modificado elaborado pelo prof. dr. Kokei Uehara pode ser usado até
área de 500km2, entretando não vamos apresentá-lo neste capítulo.

66.2 Equação básica


A equação básica do Método I PAI Wu é:

Q= (0,278.C. I . A0,9) . K
Qpico= Qb + Q

Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s)
Qb= vazão base (m3/s). Se não tiver informação adotar 0,1xQ.
I= intensidade de chuva (mm/h)
C= coeficiente de escoamento superficial (adimensional)
A= área da bacia (km2) ≤ 200km2
K= coeficiente de distribuição espacial da chuva (adimensional)
Para achar o coeficiente K precisamos de um ábaco especial feito pelo DAEE no Estado de
São Paulo.

66.3 Cálculo do coeficiente C de escoamento superficial


O coeficiente C é calculado pela seguinte equação:
C= (C2/ C1). 2/(1+F)
Sendo:
C= coeficiente de escoamento superficial
C2= coeficiente volumétrico de escoamento
C1= coeficiente de forma
F= fator de forma da bacia

Coeficiente de forma C1
Conforme Kather, 2006 em bacias alongadas, o tempo de concentração é superior ao tempo de
pico, pois a chuva que cai no ponto mais distante da bacia chegará tarde o suficiente para não
contribuir para a vazão máxima Assim em bacias alongadas, deve-se esperar um valor de C1 <1 de
acordo com a equação:
C1= tp/ tc = 4 / (2 + F)
tp= tempo de pico de ascensão (h)
tc= tempo de concentração (h)
Pelo SCS tp= 0,6 x tc, ou seja, tp/tc= 0,60=C1

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Fator de forma da bacia

F= L / [2 (A/π) 0,5]
Sendo:
L= comprimento do talvegue (km)
A= área da bacia (km2)
F= fator de forma da bacia
Conforme Morano, 2006 quando:
F=1 a bacia tem formato circular perfeito
F<1 a bacia tem forma circular para a eliptica e o seu dreno principal está na transversal da área.
F>1 a bacia foge da forma circular para eliptica e o seu dreno principal está na longitudinal da área.

Coeficiente C2
O coeficiente volumétrico de escoamento ocorre em função do grau de impermeabilidade da
superfície conforme DAEE, São Paulo, 1994.
Podemos adotar C2=0,30 para grau baixo de impermeabilização; C2=0,50 para grau médio e
C2=0,80 para grau alto conforme Tabela (66.1).

Para estimar o coeficiente C2 consultar a Tabela (66.1).

Tabela 66.1- Grau de impermeabilização do solo em função do uso.


Grau de impermeabilidade Coeficiente volumétrico
da superfície de escoamento
C2
Baixo 0,30
Médio 0,50
Alto 0,80
Fonte: DAEE, 1994

Tabela 66.1 A- Valores de C2 conforme Morano, 2006


Coeficiente
volumetrico de
escoamento
C2
Zona rural 0,25
Zona Suburbana 0,40
Zona Urbana 0,60
Zona Urbana Central 0,80

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66.4 Ábaco para determinar o coeficiente K

Figura 66.1- Ábaco para achar o valor de K.


Entrar com área da bacia em Km2 e com tc achar K
Gráfico de Ven Te Chow

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Figura 66.2- Ábaco para achar o valor de K.


Entrar com área da bacia em Km2 e com tc achar K

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Figura 66.1-

66.5 Tempo de concentração


Usamos normalmente a equação de Kirpich que foi recomendada pelo prof. dr. Kokei Uehara
em 1969 para uso no método de I Pai Wu..
tc= 57 x (L2/ S) 0,385
Sendo:
tc= tempo de concentração (min)
L= comprimento do talvegue (km)
S= declividade equivalente do talvegue (m/Km)

66.6 Volume do hidrograma


O volume do hidrograma conforme prof Hiroshi Yoshizane da UNICAMP, pode ser calculado
pela equação:

V= (0,278 x C2 x I x tc x 3600 x A 0,9 x K) x 1,5


Sendo:
V= volume do escoamento (m3)
C2= coeficiente volumétrico do escoamento (adimensional)
I= intensidade da chuva crítica (mm/h)
tc= tempo de concentração (h)
A= área da bacia (km2)
K= coeficiente de distribuição espacial (adimensional)

66-6
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Exemplo 66.1
Dimensionar a vazão do rio Baquirivu Guaçu junto a ponte da Via Dutra. A área tem 149,80km2,
declividade média S=0,002825m/m, L= 22,3km (talvegue), tc= 6,95h.

Tabela 66.2- Cálculos do I PAI WU


Tr (anos) 100
K 1747,9
A 0,181
B 15
C 0,89
tc (min) 417,28
I (mm/h) 18,14
Qb (m3/s) 35,34
Talvegue(km) 22,30
Decl (m/m) 0,002825
Decl (m/km) 2,8250
Kirpich tc 417,28
(min)
tc (h) 6,95
2
A (km ) 149,8
F 1,61
C1 0,60
C2 0,80
C 0,81
Ábaco K 0,95
3
Q (m /s) 353,4
3
Qp (m /s) 388,79

tc calculado pelo método de Kirpich


Qb= vazão base considerada 0,1Q
Qp= Qb + Q
C1= 0,6
C2= 0,80

Hidrograma curvilíneo
Apesar do método de I PAI WU ser baseado no método Racional, adotamos o hidrograma
curvilíneo do SCS.

Tabela 66.2- Hidrograma curvilíneo do SCS


t/tp Q/Qp t Q
3
(min) (m /s)

0,00 0,000 0,00 0,00


0,10 0,030 0,42 11,66
0,20 0,100 0,83 38,88
0,30 0,190 1,25 73,87
0,40 0,310 1,67 120,53
0,50 0,470 2,09 182,73
0,60 0,660 2,50 256,60
0,70 0,820 2,92 318,81

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0,80 0,930 3,34 361,58


0,90 0,990 3,76 384,91
1,00 1,000 4,17 388,79
1,10 0,990 4,59 384,91
1,20 0,930 5,01 361,58
1,30 0,860 5,42 334,36
1,40 0,780 5,84 303,26
1,50 0,680 6,26 264,38
1,60 0,560 6,68 217,72
1,70 0,460 7,09 178,85
1,80 0,390 7,51 151,63
1,90 0,330 7,93 128,30
2,00 0,280 8,35 108,86
2,20 0,207 9,18 80,48
2,40 0,147 10,01 57,15
2,60 0,107 10,85 41,60
2,80 0,077 11,68 29,94
3,00 0,055 12,52 21,38
3,20 0,040 13,35 15,55
3,40 0,029 14,19 11,28
3,60 0,021 15,02 8,16
3,80 0,015 15,86 5,83
4,00 0,011 16,69 4,28
4,50 0,005 18,78 1,94
5,00 0,000 20,86 0,00

Figura 66.2- Hidrograma

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66.5 Bibliografia e livros consultados


-GENOVEZ, ABEL MAIA. Avaliação dos métodos de estimação de vazões de enchente para
pequenas bacias rurais do Estado de São Paulo. Unicamp, Campinas, Dissertação de Mestrado,
outubro de 1991, 245 páginas.
-KATHER, CHRISTIAN. Uso do solo e da água na bacia do ribeirão Serragem, Vale do Paraiba,
janeiro de 2006
-MORANO, JOSÉ ROBERTO. Pequenas barragens de terra. Metodologia para projetos e obras.
Edição Codasp, 2006, 103 páginas.
-YOSHIZANE, HIROSHI. Hidrologia e Drenagem. CESET. Unicamp, Limeira, 2006.

66-9
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 85- Método de Denver
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l
ia
Capítulo 85
Método de Denver
o r
T
m
F
f.c
D
pd
P
tro
ni
o
.
w
itr
w
w
N

85-1
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 85- Método de Denver
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SUMÁRIO
Ordem Assunto Página

85.1 Introdução

l
o r
ia
T
m
F
f.c
D
pd
P
tro
ni
o
.
w
itr
w
w
N

85-2
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 85- Método de Denver
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Capítulo 85- Método de Denver

85.1- Introdução
Rubem Porto no livro de Drenagem Urbana, 1995 p. 154 detalhe e aconselha o
Método Colorado Urban Hydrograph Procedure (CUHP) conhecido também como Método
de Denver, que foi descrito em detalhes em 1992 no Manual de Drenagem Urbana de Denver
no Colorado, Estados Unidos. Conforme livro de Drenagem Urbana de 1986 aconselha-se o
uso do CUHP em bacias com áreas maiores que 1km2 ou bacias complexas menores que
1km2.
Para o tempo de pico tp, o método Colorado aconselha a Equação (85.1) conforme
Diretrizes Básica para Projetos de Drenagem Urbana no município de Saio Paulo, 1998 p.71
usa-se a seguinte Equação (85.1):

tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48 (Equação 85.1)

l
ia
Sendo:
tp= tempo de retardamento do hidrograma unitário medido do centro da chuva unitária até o

o r
pico do hidrograma (horas);
T
L= comprimento do talvegue da bacia desde as nascentes até a seção de controle (km);
Lcg= comprimento que vai desde o centro de gravidade da bacia até a seção de controle,
acompanhando o talvegue (km); m
F
S= média ponderada das declividades do talvegue (m/m) conforme Equação (85.3).
f.c
D

Ct= coeficiente que está relacionado com a porcentagem de impermeabilização da bacia


pd

conforme Figura (85.2).


P
tro

Tempo de concentração e tempo de retardo


O SCS diz-se que
ni
o
.
w

tp= 0,6 . tp (Equação 85.2)


itr
w
w

Conforme SCS o valor de tp= 0,6 . tc podemos achar o tempo de concentração após
N

acharmos o valor de tp. Na prática obtém-se pelo método cinemático um valor melhor do
tempo de concentração tc e depois multiplicando-se por 0,6 obtém-se o valor de tp.

85-3
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l
ia
Figura 85.1- Determinação do fator de Pico P em função da área impermeável em porcentagem

o r
T
m
F
f.c
D
pd
P
tro
ni
o
.
w
itr
w
w
N

Figura 85.2- Determinação de Ct em função da área impermeável em porcentagem

Declividade: S

S= [ (L1 . S1 0,24 + L2 . S2 0,24 +...) / ( L 1 +L2 + ....) ] 4,17 (Equação 85.3)

Exemplo 85.1- Achar a declividade média ponderada com L1= 0,50km L2 = 1km e L3=
1,5km e S1= 0,007m/m S2 = 0,005m/m e S3= 0,0019 m/m.

Usando a Equação (85.3) temos:

85-4
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S= [ (L1 . S1 0,24 + L2 . S2 0,24 +...) / ( L1 +L2 + ....) ] 4,17

S= [ (0,5 . 0,007 0,24 + 1,00 . 0,005 0,24 +.1,50. 0,0019 0,24..) / ( 0,50 +1,00 +1,50) ] 4,17

S=0,0533m/m

Exemplo 85.2 – Achar o tempo de retardamento tp do hidrograma unitário em horas, sendo


L=2,06km Lcg= 0,84km, S=0,102 m/m e Área impermeável Ia = 44%.

Conforme Figura (85.2) entrando na abscissa com a área impermeável de 44% em


porcentagem obtemos o coeficiente Ct =0,091

Usando a Equação (85.1) temos:

l
0,5 0,48

ia
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S ]

tp= 0,637 . 0,091 [ 2,06. 0,84 / 0,102 0,5] 0,48

o r
T
tp= 0,13h = 7,8min

m
F
Duração da chuva unitária
f.c
D

A chuva unitária D é aproximadamente 1/3 do tempo de retardamento (tp).


pd

A duração da chuva unitária em áreas até 1,5km2 é de aproximadamente 5min e acima


de 15km2 é de 10min. Duração unitária de 15min é para grandes áreas (Drenagem Urbana,
P
tro

1980 p.157)
ni
o

D ≈tp /3 (Equação 85.4)


.
w
itr
w

Exemplo 85.3- Calcular a duração da chuva unitária para tp=0,225h =12,5min.


w

Sendo D ≈tp/3 = 12,5min/3 = 4,5min ≈= 5min


N

Tempo de ascensão ta
Tempo de ascensão é o tempo de inicio da chuva de duração unitária D até o pico do
hidrograma:

ta = tp + D/2 (Equação 85.5)

Vazão de pico do hidrograma unitário por unidade de área da bacia qp (m3/s x km2).

A vazão de pico é dada pela Equação (85.6).

qp = 2,75 . Cp / tp (Equação 85.6)

85-5
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Sendo:
P = coeficiente relacionado com a capacidade de armazenamento da bacia fornecido
conforme Figura (85.1) obtido em função da área impermeável.
O valor de Cp é obtido pela Equação (85.7).

Cp = 0,867 . P . Ct . A 0,15 (Equação 85.7)

Exemplo 85.4- Achar o coeficiente Cp de armazenamento da bacia sendo a área impermeável


de 44%.
Conforme Figura (85.1) e Figura (85.2) o valor de P=6,21 e Ct=0,091.
Usando a Equação (85.7) temos:
Cp = 0,867 . P . Ct . A 0,15

Cp = 0,867 . 6,21 .0,091 . 0,98 0,15 = 0,49

l
ia
Exemplo 85.5- Calcular a vazão de pico unitário sendo tp= 0,225h e Cp=0,49

o r
Qp = 2,75 . Cp/ tp = 2,75 . 0,49/ 0,225 = 6,0 m 3/s . km2
T
Vazão de pico do hidrograma unitário m
F
f.c
D

A vazão de pico do hidrograma unitário Qp é obtido usando a Equação (85.8).


pd

Qp= qp . A (Equação 85.8)


P
tro

Sendo:
ni

Qp= vazão de pico do hidrograma unitário (m3/s);


o
.
w

qp= vazão de pico do hidrograma unitário por unidade de área da bacia (m3/s x km 2) e
itr
w

A= área da bacia (km2).


w
N

85-6
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Exemplo 85.6- Calcular a vazão de pico do hidrograma unitário, sendo a área da bacia de
0,98km2, qp= 6 m3/s . km2.

Qp= qp . A = 6 . 0,98 = 5,9m3/s

Hidrograma unitário do CUHP

l
o r
ia
T
m
F
f.c
D

Figura 85.3- Hidrograma unitário do Método de Denver (Colorado Urban Hydrograph Procedure-
pd

CUHP)
P
tro

Para se montar um hidrograma conforme recomendações do CUHP tempos que


calcular W50% e W75%, corresponde respectivamente ao tempo dentro da curva de 50% e
ni

75% da vazão de pico.


o
.
w
itr
w

W50% = 2,15/ qp (horas) (Equação 85.9)


w
N

W75% = 1,12/ qp (horas) (Equação 85.10)

Exemplo 85.7- Calcular a largura em minutos corresponde a 50% da vazão e 75% da vazão
de pico do hidrograma sendo qp= 6,0 m3/s x km2.

Usando as Equações (85.9) e (85.10) temos:

W50% = (2,15/ qp) x 60 = (2,15/ 6,0) x 60 = 22,05min

W75% = (1,12/ qp )x 60 = (1,12 / 6,0) x 60 = 11,26min


.

Para distribuir os valore W50% e W75% os mesmos são distribuídos da seguinte


maneira:

85-7
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m=0,35. W50% a esquerda da vazão de pico e para a direita da vazão de pico teremos
n=0,65. W50%.

Para W75% teremos:

m=0,45 . W75% a esquerda da vazão de pico e n= 0,55 . W75%

Exemplo 85.8
Para W50% de 22,05min teremos a esquerda m=0,35 x 22,05 = 7,72min e n=0,65x
22,05= 14,33min.
Para W75% de 11,26min o valor a esquerda m=0,45x11,26= 5,07min e a direita
n=0,55 x 11,26= 6,19min.

Exercício 85.9- Calcular a vazão de pico usando o Método de Denver para área de drenagem
de 17,2km2, 9,7km de comprimento do talvegue, 4,85km comprimento até o centro de

l
ia
gravidade, declividade média de 0,47% (0,0047m/m), área impermeável de 50%, número da
curva CN=85. (Pallos, bacia do córrego Rincão).
Como a área impermeável é de 50% então entrando no gráfico da Figura (85.2)

o r
obtemos Ct=0,085.

Tempo de retardo (tp)


T
tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48 m
F
tp= 0,637 . 0,085 [ 9,7 x 4,85 / 0,0047 0,5] 0,48
f.c
D

tp= 1,24h
pd

Duração da chuva unitária


P
tro

D= tp/3= 1,24/3=0,4h=25min. Adoto D=10min


ni

Fator de Pico P
o
.
w

Fator de Pico P=7 foi obtido através da Figura (85.1) entrando com área impermeável
itr
w

de 50%.
w

Determinação de Cp
N

Cp = 0,867 . P . Ct . A 0,15
Cp = 0,867 . 7 . 0,085 . 17,2 0,15
Cp= 0,79

Vazão de pico do hidrograma unitário


qp= 2,75 . Cp / tp = 2,75 . 0,79 /1,24=1,75 m3/s x km2
Qp= qp . A = 1,75 . 17, 2=30m3/s
ta= tp + D/2 = 1,24 x 60 + 10/2 = 79, 68 min
Para determinação do gráfico do hidrograma unitário temos que calcular os valores
de W50% e W75% que estão na Tabela (85.1).
Todos os valores encontrados na Tabela (85.1) e calculados estão na Tabela (85.2)
onde podemos observar que os tempos não estão de 10 em 10min. Ai está o truque do
hidrograma unitário. Os intervalos devem ser de 10 em 10min que foi calculado
anteriormente. As chuvas excedentes em centímetros também deverão ser coerentes, isto é,
estar de 10 em 10min.

85-8
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Tabela 85.1- Valores de W50% e W75% para o gráfico


Determinação de W50% e W75% Tempo
(min)
W50%= (2,15/ qp)*60 73,87
m=0,35 x W50% 25,85
n=0,65 x W50% 48,01
W75%= (1,12/qp)*60 38,48
m=0,45 x W75% 17,32
n=0,55 * W75% 21,16

Volume do hidrograma unitário


O volume em m3 do hidrograma unitário para uma chuva excedente de 1cm e’:

V= A (km2) x 1cm

l
ia
Exemplo 85.10- Calcular o volume do hidrograma unitário com chuva excedente padrão de
1cm, sendo a área da bacia de 17,2km2.

o r
T
V= A (km 2) x 1cm= 17,2 x 106 x 1 x 10 –2 = 172.000m3
É com o volume de 172,000m3 que se calcula por aproximação o tempo base de
253,8min sendo razoável um erro de 5%. m
F
f.c
Tabela 85.2- Valores encontrados do tempo de m3/s x km2
D
pd

Tempo
(minutos) m 3/sxkm 2
P
tro

0,00 0
53,83 15,0 50% de Q
ni
o

62,37 22,5 75% de Q


.
w

79,68 30,0
itr
w

100,85 22,5 75% de Q


w

127,70 15,0 50% de Q


253,8 0
N

Para a chuva excedente foi usado o número da curva CN=85 obtemos chuva excedente
total de 7,12cm. Foi usada a precipitação de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e
fórmula de Martinez e Magni,1999 para Tr=50anos.
Para a Tabela (85.3) temos que colocar os tempos de 10 em 10min temos que fazer
isto graficamente obtendo os valores da coluna 2 ou usar interpolação linear por exemplo.
Na Tabela (85.3) os valores calculados para a convolação são procedidos da seguinte
maneira:

O valor 0,54m 3/s foi obtido multiplicando 2,70m3/s.cm x 0,19cm.


O valor 1,07m 3/s foi obtido multiplicando 5,58m3/s.cm x 0,19cm e assim por diante.
A última coluna é a soma das colunas. O valor maior é 190,6m3/s que é a vazão
máxima obtida do pico de enchente que deverá ser somada a vazão base.

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Tabela 85.3- Hidrograma da cheia pelo Método de Denver para a bacia com 17,2km2,
chuva de 2h em intervalos de 10min.
Hidrograma 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 soma
tempo unitário 0,19 1,79 1,72 1,01 0,63 0,47 0,41 0,25 0,22 0,22 0,14 0,07 7,12cm
(min) (m3/s ) (m3/s)
0 0,00 0,00 0,00
10 2,79 0,54 0,54
20 5,58 1,07 4,99 6,06
30 8,37 1,61 9,98 4,80 16,39
40 11,16 2,15 14,97 9,59 2,81 29,52
50 13,95 2,68 19,96 14,39 5,62 3,50 46,16
60 20,45 3,93 24,96 19,19 8,43 5,25 3,95 65,70
70 25,84 4,97 36,58 23,98 11,24 6,99 5,27 4,60 93,63
80 29,92 5,76 46,22 35,15 14,05 8,74 6,58 5,74 3,51 125,76
90 26,38 5,07 53,53 44,42 20,59 12,82 9,65 8,42 5,14 4,42 164,06

l
100 22,83 4,39 47,18 51,45 26,02 16,19 12,19 10,64 6,50 5,59 5,60 185,75

ia
110 19,97 3,84 40,84 45,35 30,14 18,75 14,12 12,32 7,53 6,47 6,48 4,33 190,16
120 17,17 3,30 35,72 39,25 26,56 16,53 12,44 10,86 6,64 5,70 5,71 3,82 1,91 168,44

o r
130 14,74 2,84 30,72 34,33 22,99 14,31 10,77 9,40 5,74 4,93 4,94 3,30 1,65 145,92
140
150
13,55
12,36
2,61
2,38
26,37
24,24
29,52
25,35
20,11
17,29
T
12,51
10,76
9,42
8,10
8,22
7,07
5,02
4,32
4,32
3,71
4,33
3,72
2,89
2,48
1,45
1,24
126,77
110,67
160 11,17 2,15 22,11 23,30 14,85 9,24 6,96
m
6,07 3,71 3,19 3,19 2,13 1,07 97,97
F
170 9,98 1,92 19,98 21,25 13,65 8,49 6,39 5,58 3,41 2,93 2,94 1,96 0,98 89,49
f.c
180 8,79 1,69 17,85 19,21 12,45 7,75 5,83 5,09 3,11 2,67 2,68 1,79 0,89 81,02
D

190 7,60 1,46 15,72 17,16 11,25 7,00 5,27 4,60 2,81 2,41 2,42 1,62 0,81 72,54
pd

200 6,41 1,23 13,59 15,11 10,05 6,26 4,71 4,11 2,51 2,16 2,16 1,44 0,72 64,06
P
tro

210 5,22 1,00 11,46 13,06 8,85 5,51 4,15 3,62 2,21 1,90 1,90 1,27 0,64 55,58
220 4,03 0,77 9,33 11,02 7,65 4,76 3,59 3,13 1,91 1,64 1,65 1,10 0,55 47,10
ni

230 2,84 0,55 7,20 8,97 6,45 4,02 3,02 2,64 1,61 1,39 1,39 0,93 0,46 38,62
o
.

240 1,64 0,32 5,07 6,92 5,25 3,27 2,46 2,15 1,31 1,13 1,13 0,75 0,38 30,15
w

250 0,45 0,09 2,94 4,87 4,05 2,52 1,90 1,66 1,01 0,87 0,87 0,58 0,29 21,67
itr
w

260 0,00 0,00 0,81 2,83 2,86 1,78 1,34 1,17 0,71 0,61 0,61 0,41 0,21 13,33
w
N

85-10
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 86- Infiltração Método de Horton
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l
o r
ia
T
m
F
Capitulo 86
f.c
D
pd
P

Infiltração pelo Método de Horton


tro
ni
o

“O engenheiro após 10 anos de formado quer aprender filosofia”


.
w

Prof. dr. Kokei Uehara


itr
w
w
N

86-1
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 86- Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 30/10/2010 pliniotomaz@uol.com.br

l
o r
ia
T
m
F
f.c
D

SUMÁRIO
pd
P
tro

Ordem Assunto
ni
o
.

86.1 Introdução
w

86.2 Método de Horton


itr
w
w
N

86-2
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 86- Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 30/10/2010 pliniotomaz@uol.com.br

Capitulo 86- Infiltração pelo método de Horton


86.1 Introdução
Infiltração é a passagem de água da superfície para o interior do solo (Tucci, 1993).

86.2 Método de Horton


O método mais conhecido para o cálculo da infiltração segundo (Akan,1993) é o
método de Horton apresentado em 1939 e 1940.
Intuitivamente podemos dizer que a infiltração geralmente é maior no início e decai ao
longo do processo até atingir um patamar constante. Horton,1939,1940 formulou tal hipótese
através de uma relação exponencial válida quando o potencial de vazão de infiltração é maior
ou igual a precipitação.
A relação proposta por Horton é a seguinte:

l
ia
(-kt)
fp = f f + (f0 – f f) e (Equação 86.1)

o r
fp = taxa de infiltração no tempo t (cm/h).
ff = taxa de infiltração mínima (cm/h)
T
m
F
f0 = taxa de infiltração inicial (cm/h)
f.c
k = constante da exponencial (/h) Nota: deve ser obtido experimentalmente
D

t= tempo médio do intervalo (h). Nota: a unidade de t deve ser compatível com a unidade de k
pd
P
tro

(Akan,1993) observa que em qualquer tempo t devemos ter:


ni
o
.

fp ≥i
w

f=i se (Equação 86.2)


itr
w

f= f p fp < i
w

se (Equação 86.3)
N

Sendo:

f= a taxa de infiltração no tempo (cm/h)


i = a taxa de precipitação no tempo (cm/h)

A Equação (86.1) é dimensionalmente homogênea e a unidade k é o inverso da


unidade do tempo t.
Os parâmetros f f, f 0, k devem ser obtidos em campo.

Para se obter em campo os parâmetros da fórmula de Horton deve ser usados o


dispositivo chamado infiltrômetro. Comumente se usa o infiltrômetro de duplo anel.
Aconselha-se que seja feito um teste para cada 0,7km2 ou seja 1 teste para cada 70ha
(Drenagem Urbana, 3a ed. 1986 Cetesb, p. 135).

86-3
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Capítulo 86- Infiltração Método de Horton
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(Wanielista, 1997 p.161) diz que o teste com infiltrômetro devem ser feito em área
menor que 2.000m2 e cuidados especiais devem ser feitos para que os mesmos sejam
representativos.
O Manual de Drenagem Urbana de Denver recomenda em estudos preliminares que
sejam usados as seguintes taxas de infiltração:

Tabela 86.1 Estimativa de taxas de infiltração para estudos preliminares,


recomendado pelo manual de drenagem urbana de Denver.
Período de retorno da tormenta Primeira meia hora Segunda meia hora até o término
da tormenta
2 a 5 anos 25,4mm/h 12,7mm/h
10 a 100 anos 12,7mm/h 12,7mm/h
a
Fonte: Drenagem Urbana, p. 135, 3 ed., 1986, Cetesb

Rubem Porto no livro de Drenagem Urbana,1995 recomenda as seguintes estimativas

l
ia
dos parâmetros de Horton e que constam do software denominado ABC4.

Tabela 86.2- Estimativa de parâmetros da fórmula de Horton

o r
Parâmetros da Classificação hidrológica do solo segundo o Soil Conservation Service (SCS)
fórmula de Horton Tipo A
(mm/h)
T
Tipo B
(mm/h)
Tipo C
(mm/h)
Tipo D
(mm/h)
f0 250 200 m 130 80
F
ff 25 13 7 3
f.c
k 2 2 2 2
D

Fonte: Porto, in Drenagem Urbana, 1995


pd
P

Segundo (McCuen, 1997) o valor de f0 é de 3 a 5 vezes o valor de ff e cita ainda que


tro

os valores de k variam de 1/h até 20/h, enquanto que (Akan,1993) cita que os valores de k
ni

variam de 0,67/h até 49/h sendo que na ausência de dados deve ser usado 4,14/h, conforme
o
.

sugestão de (Hubber e Dickinson, 1988).


w

(Akan,1993) recomenda que quando não se tem dados, pode-se estimá-los usando a
itr
w

Tabela (86.3) e Tabela (86.4).


w
N

Tabela 86.3- Estimativa da taxa de infiltração final de Horton segundo Akan,1993


Tipo de solo ff
(mm/h)
Solo argiloso com areia, silte e húmus 0 a 1,27mm/h
Solo arenoso argiloso 1,27mm/h a 3,81mm/h
Solo siltoso com areia, silte e húmus 3,81mm/h a 7,62mm/h
Solo arenoso 7,62mm/h a 11,43mm/h
Fonte: Akan,1993 p.34

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Exemplo 86.1
Para o piscinão do Pacaembu, Canholi adotou para a taxa de infiltração final o valor de
4,5mm/h, que seria classificado como solo siltoso com areia, silte e húmus segundo
Akan,1993 na Tabela (86.3).
Quando não dispomos de dados experimentais, Akan,1993 aconselha a Tabela (86.4)

Tabela 86.4- Estimativa da taxa de infiltração inicial de Horton segundo Akan,1993


Tipo de solos fo
(mm/h)
Solo seco com pouca ou nenhuma vegetação 127mm/h
Mistura de solo com areia, silte, argila e húmus com pouca ou 76,2mm/h
nenhuma vegetação
Solo argiloso seco com pouca ou nenhuma vegetação 25,4mm/h
Solo arenoso seco com vegetação densa 254mm/h

l
Solo seco, sendo mistura de solo com areia, silte, argila e 152,4mm/h

ia
húmus com vegetação densa
Solo argiloso seco com vegetação densa 50mm/h
Solo arenoso úmido com pouca ou nenhuma vegetação 43,18mm/h

o r
Mistura de solo úmido com areia, silte, argila e húmus com 25,4mm/h
pouca ou nenhuma vegetação
Solo argiloso úmido com pouca ou nenhuma vegetação
T 7,62mm/h
Solo arenoso úmido com pouca ou nenhuma vegetação m 83,82mm/h
F
Mistura de solo úmido com areia, silte, argila e húmus com 50,8mm/h
f.c
vegetação densa
D

Solo úmido argiloso com vegetação densa 17,78mm/h


pd

Fonte: Akan, 1993 p. 34


P
tro
ni
o
.
w
itr
w
w
N

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Tabela 86.5- Ensaio dos parâmetros da fórmula de Horton feitos nos Estados Unidos em 1975 no distrito
de Seminole no Estado da Flórida usando infiltrômetros de duplo anél
Taxa de Taxa de infiltração Constante da
infiltração inicial exponencial
final f0 Permeabilidade do solo
Local ff k
mm/h
mm/h /h mm/h

50,8 160,02 49,1 254mm/h a 508mm/h


812,8 198,12 36,9 254mm/h a 508mm/h
Wimbledon Park 1524 330,2 48,8 254mm/h a 508mm/h
736,6 330,2 25,1 254mm/h a 508mm/h
1016 406,4 16,6 254mm/h a 508mm/h
1397 492,76 15,4 254mm/h a 508mm/h

l
ia
31,75 4,826 8
21,336 6,604 4,3
Cross-Creek
(possui um pouco de 16,51 2,032 2,3 <254mm/h

o r
matéria orgânica) 39,878 4,826 4,1
66,04 10,668
T 8,4
30,48 6,604
m
0,8
F
26,67 3,302 6
f.c
D

86,36 14,478 4 127mm/h a 254mm/h


Lake Nan
pd

58,42 18,542 6 127mm/h a 254mm/h


60,96 14,224 8,4 127mm/h a 254mm/h
P
tro

129,54 21,082 6,8 127mm/h a 254mm/h


Fonte: Wanielista et al., 1997.
ni
o
.
w
itr

Segundo (Wanielista,1997) a permeabilidade do solo varia de 10-7 cm/s para solos


w

argilosos até 10-2 cm/s para cascalhos.


w

A condutividade hidráulica pode variar da seguinte maneira Tabela (86.6).


N

Tabela 86.6- Faixa de condutividade hidráulica para sedimentos não consolidados


Material Condutividade hidráulica
(cm/s)
-9 -6
Argila 10 a 10
-6 -4
Silte; silte arenosos; areia argilosa 10 a 10
-5 -3
Areia siltosa; areia fina 10 a 10
-3 -1
Areia bem distribuída 10 a 10
-2
Cascalho bem distribuído 10 a 1
Fonte: C. W. Fetter. Applied Hydrogeology,3a ed. 1994, p. 98.

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Exercício 86.2
Na Tabela (86.7) apresentamos a planilha elaborada em Microsoft Excel com exemplo
de (Akan,1993 p.35).
Os dados de entrada são os seguintes:
ff = 0,5 cm/h
f0= 3 cm/h
k = 1,0/h
fp = taxa de infiltração no tempo t (cm/h)
f = taxa de infiltração adotada (cm/h)
i = taxa de precipitação no tempo (cm/h)
t 1 =início do tempo em horas
t 2 = fim do tempo em horas

l
t= média do tempo t1 e t 2 em horas

ia
O cálculo de f é decidido entre a taxa de precipitação i comparando com fp usando a
Equação (86.2) e Equação (86.3).

o r
Dica: não esquecer a Equação (86.2) e Equação (86.3) relativas aos valores de fp e de i.
T
Tabela 86.7- Cálculo da infiltração de água no solo usando o método de Horton, conforme exemplo
m
fornecido por (Akan,1993, p.32)
F
Infiltração no solo
f.c
Dado Dado Dado Média Uso da fórmula método de Horton
D

t1 t2 i de t1 e t2 fp
pd

t f f . 0,25h
(h) (h) (cm/h) (h) (cm/h)
P

(cm/h) mm
tro

0,00 0,25 2 0,125 2,71 2,00 5,00


ni

0,25 0,50 2 0,375 2,22 2,00 5,00


o
.

0,50 0,75 3 0,625 1,84 1,84 4,60


w

0,75 1,00 3 0,875 1,54 1,54 3,86


itr
w

1,00 1,25 1,5 1,125 1,31 1,31 3,28


w

1,25 1,50 1 1,375 1,13 1,13 2,50


N

soma infiltração =
24,23mm

Exemplo 86.3
Para o piscinão do Pacaembu, Canholi usou para a taxa inicial de infiltração no
método de Horton o valor de 30mm/h que o classifica entre solo úmido arenoso e mistura de
solo de areia, silte, argila e húmus, conforme Tabela (86.4).
Canholi adotou para o piscinão do Pacaembu os seguintes dados (Revista Engenharia
n.º 500, 1994- Instituto de Engenharia de São Paulo, p.15) :
fp = taxa de infiltração no tempo t (cm/h).
ff = taxa de infiltração mínima = 4,5mm/h
f0 = taxa de infiltração inicial =30mm/h
k = constante da exponencial (/h). Nota: não foi citado por Canholi

Como não foi divulgado o coeficiente exponencial k, adotamos k= 0,67/h

86-7
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Capítulo 86- Infiltração Método de Horton
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Vamos fazer uma explicação de coluna por coluna da Tabela (86.8).

Coluna 1:
Trata-se da seqüência de 1 a 48 intervalos que temos de 2,5min.

Coluna 2:
É o inicio da contagem de tempo começando com 0 e com espaçamento de 2,5min

Coluna 3:
É o fim do intervalo de tempo, contado de 2,5min em 2,5min.

Coluna 4:
É o intervalo de tempo de 2,5min em horas, isto é,

l
2,5min/60s = 0,041666h

ia
Coluna 5:
É a aplicação da Equação (86.1) fornece os valores de fp

o r
fp = ff + (f0 – ff) e (-kt) T
fp = 4,5 + (30 – 4,5) e(-0,67.t) = 4,5+ 25,5 /e0,67.t m
F
f.c
D

Temos, portanto fp em função do tempo em horas conforme coluna 4 da Tabela (86.8).


pd

Aplicando-se então a Equação acima obtemos a coluna 5 em mm/h.


P
tro

Coluna 6:
Usou-se a função SE da planilha Microsoft Excel para se obter a coluna 6:
ni

=SE ( 4,5+25,5/e 0,67. coluna 4 ≥coluna7 ; coluna 6 =coluna 7 ; coluna6= coluna 5 )


o
.
w

Obtemos assim a coluna 6.


itr
w

Coluna 7:
w

É a intensidade de chuva no intervalo de tempo em mm/h.


N

Coluna 8
É a multiplicação da coluna 7 pelo intervalo de chuva em horas, isto é, 2,5min transformado
em horas que é 0,041666h.

Coluna 9:
É a chuva excedente, isto é, o escoamento superficial (runoff) que é fornecido pela diferença
da precipitação (coluna 9) com a infiltração (coluna 8). O total da chuva excedente é
50,74mm.

Coluna 10:
É a precipitação pela formula de Martinez e Magni, 1999 com intervalos de 2,5min e para
período de retorno de 25anos. O total da chuva é de 85,10mm.

86-8
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Capítulo 86- Infiltração Método de Horton
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Tabela 86.8- Aplicação do método de Horton para cálculo da infiltração no solo do piscinão do Pacaembu
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ordem Tempo Horton infiltração Intensidade da Infiltração Chuva Excedente Precipitação
chuva
Do tempo Para tempo médio fp Decisão (SE) i
(minutos) (minuto) hora ( mm/h) f (mm/h) mm/h (mm) (mm) (mm)
1 0,0 2,5 0,021 29,65 29,65 61,27 1,24 1,32 2,55
2 2,5 5,0 0,063 28,95 28,95 61,27 1,21 1,35 2,55
3 5,0 7,5 0,104 28,28 28,28 73,53 1,18 1,89 3,06
4 7,5 10,0 0,146 27,63 27,63 73,53 1,15 1,91 3,06
5 10,0 12,5 0,188 26,99 26,99 124,59 1,12 4,07 5,19

6 12,5 15,0 0,229 26,37 26,37 124,59 1,10 4,09 5,19


7 15,0 17,5 0,271 25,77 25,77 155,22 1,07 5,39 6,47
8 17,5 20,0 0,313 25,18 25,18 155,22 1,05 5,42 6,47
9 20,0 22,5 0,354 24,61 24,61 106,20 1,03 3,40 4,43

l
ia
10 22,5 25,0 0,396 24,06 24,06 106,20 1,00 3,42 4,43
11 25,0 27,5 0,438 23,52 23,52 106,20 0,98 3,45 4,43
12 27,5 30,0 0,479 23,00 23,00 106,20 0,96 3,47 4,43

o r
13 30,0 32,5 0,521 22,49 22,49 67,40 0,94 1,87 2,81
14
15
32,5
35,0
35,0
37,5
0,563
0,604
21,99
21,51
21,99
21,51
T
65,36
53,10
0,92
0,90
1,81
1,32
2,72
2,21

16 37,5 40,0 0,646 21,04 21,04 51,06 m 0,88 1,25 2,13


F
17 40,0 42,5 0,688 20,59 20,59 44,93 0,86 1,01 1,87
f.c
18 42,5 45,0 0,729 20,14 20,14 42,89 0,84 0,95 1,79
D
pd

19 45,0 47,5 0,771 19,71 19,71 28,59 0,82 0,37 1,19


20 47,5 50,0 0,813 19,30 19,30 28,59 0,80 0,39 1,19
P
tro

21 50,0 52,5 0,854 18,89 18,89 28,59 0,79 0,40 1,19


22 52,5 55,0 0,896 18,49 18,49 28,59 0,77 0,42 1,19
ni

23 55,0 57,5 0,938 18,11 18,11 26,55 0,75 0,35 1,11


o
.

24 57,5 60,0 0,979 17,73 17,73 24,51 0,74 0,28 1,02


w
itr

25 60,0 62,5 1,021 17,37 17,37 24,51 0,72 0,30 1,02


w

26 62,5 65,0 1,063 17,01 17,01 24,51 0,71 0,31 1,02


w

27 65,0 67,5 1,104 16,67 16,67 22,47 0,69 0,24 0,94


N

28 67,5 70,0 1,146 16,33 16,33 22,47 0,68 0,26 0,94


29 70,0 72,5 1,188 16,01 16,01 16,34 0,67 0,01 0,68
30 72,5 75,0 1,229 15,69 15,69 16,34 0,65 0,03 0,68
31 75,0 77,5 1,271 15,38 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
32 77,5 80,0 1,313 15,08 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
33 80,0 82,5 1,354 14,79 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
34 82,5 85,0 1,396 14,51 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
35 85,0 87,5 1,438 14,23 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51

36 87,5 90,0 1,479 13,97 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51


37 90,0 92,5 1,521 13,70 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
38 92,5 95,0 1,563 13,45 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
39 95,0 97,5 1,604 13,20 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
40 97,5 100,0 1,646 12,97 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
41 100,0 102,5 1,688 12,73 8,17 8,17 0,34 0,00 0,34
42 102,5 105,0 1,729 12,51 8,17 8,17 0,34 0,00 0,34
43 105,0 107,5 1,771 12,29 8,17 8,17 0,34 0,00 0,34

86-9
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 86- Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 30/10/2010 pliniotomaz@uol.com.br

44 107,5 110,0 1,813 12,07 8,17 8,17 0,34 0,00 0,34


45 110,0 112,5 1,854 11,86 4,08 4,08 0,17 0,00 0,17

46 112,5 115,0 1,896 11,66 4,08 4,08 0,17 0,00 0,17


47 115,0 117,5 1,938 11,46 4,08 4,08 0,17 0,00 0,17
48 117,5 120,0 1,979 11,27 4,08 4,08 0,17 0,00 0,17
34,36 50,74 85,10
(Infiltraçao pelo Chuva Excedente 2,55
método de Horton) (mm) 2,55

Fonte: aplicação do método de Horton baseado em Akan,1993

l
o r
ia
T
m
F
f.c
D
pd
P
tro
ni
o
.
w
itr
w
w
N

86-10
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 99- Método do SCS (Soil Conservation Service) para várias bacias
Engenheiro Plínio Tomaz 17 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 99
Método do SCS (Soil Conservation Service) para
várias bacias

99-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 99- Método do SCS (Soil Conservation Service) para várias bacias
Engenheiro Plínio Tomaz 17 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 99- Método do SCS (Soil Conservation Service) para várias bacias

99.1 Introdução
O método do SCS (Soil Conservation Service) é mais conhecido nos Estados Unidos e o mais
aplicado e cujo nome novo é NRCS (National Resources Conservation Service). É aplicado para
áreas que variam de 3km2 a 250km2.
Está baseado no conceito de hidrograma unitário que foi proposto pela primeira vez em 1932
por Sherman usando 1cm para a chuva excedente para as unidades do Sistema Internacional (SI).
O termo unitário foi usado por Sherman para denominar a unidade do tempo, mas com o
tempo foi interpretado como a unidade da chuva excedente de 1cm (Ven Te Chow, Maidment e
Mays, 1888, p. 214). Snyder desenvolveu o hidrograma unitário sintético em 1938.

99.2 Hidrograma unitário


As hipóteses básicas do hidrograma unitário segundo Drenagem Urbana, 1986, p.142 e de
MCcuen, 1998 são as seguintes:
- a intensidade da chuva efetiva é constante durante a tormenta que produz o
hidrograma unitário;
- a chuva efetiva é uniformemente distribuída em toda a área de drenagem da bacia;
- o tempo base ou tempo de duração do hidrograma do deflúvio superficial direto
devido a uma chuva efetiva de duração unitária é constante e
- os efeitos de todas as características de uma dada bacia de drenagem, incluindo
forma, declividade, detenção, infiltração, rede de drenagem, capacidade de
escoamento do canal, etc. são refletidos na forma do hidrograma unitário da bacia.
As características do hidrograma unitário estão na Figura (99.1) onde se pode visualizar as
variáveis ta, tb, tp, tc e Vesd.
Vamos definir cada variável do hidrograma unitário sintético do SCS, baseado nas Diretrizes
Básicas para projetos de drenagem urbana no município de São Paulo, 1998.

Tempo de retardamento (tp) e tempo de ascensão (ta)


É o tempo que vai do centro de massa do hietograma da chuva excedente até o pico do
hidrograma.
Portanto conforme Figura (99.1):
ta= tp + D/2 (Equação 99.1)
Sendo:
ta= tempo de ascensão ou seja o tempo base do hidrograma unitário
D= duração da chuva unitária.

Tempo de concentração tc
É o tempo decorrido deste o término da chuva até o ponto de inflexão no trecho descendente do
hidrograma.
Conforme Ven Te Chow, 1988 p. 229 o Soil Conservation Service (SCS) após estudos em um
quantidade muito grande de pequenas e grandes bacias mostraram que aproximadamente vale a
seguinte relação:

tp = 0,6 . tc (Equação 99.2)

Ou seja

99-2
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ta= 0,6.tc + D/2 (Equação 99.3)

ta= (10/9) . tp (Equação 99.4)

A vazão de pico Qp é definido pelo SCS como sendo:

Qp= 2,08. A/ ta (Equação 99.5)

Sendo:
Qp= vazão de pico (m3/s);
A= área da bacia (km2) e
ta= tempo de ascensão em horas que vai do inicio da chuva até a vazão de pico do hidrograma
conforme Figura (99.1).

Na cidade do Rio de Janeiro a Rio Aguas, 2010 adota para região urbanizada:

Qp= 2,47 .A / ta

Nota: o valor 2,08 é usado pelo SCS como uma média geral e que corresponde nas unidades inglesas
ao fator de pico (PF) igual a 484, mas para regiões planas com poças de água e declividades menores
ou iguais a 2% poder-se-ia usar o valor 300 que corresponde nas unidades SI que estamos usando de
1,29 substituindo o valor de 2,08. Nos Estados Unidos em regiões costeiras planas é usado o valor
1,29 ao invés de 2,08, fornecendo valores menores de pico.

O Estado da Geórgia nos Estados Unidos fornece uma equação aproximada da curva:
Q/Qp = [ t/tp x exp( 1- t/tp)] X
O valor de X depende do coeficiente adotado. Para o coeficiente 2,08 o valor de X=3,79 e
para o coeficiente 1,29 o valor de X=1,50. Portanto, existem duas curvas um pouco diferente. Para
nossos cálculos não usaremos a equação aproximada do Estado da Geórgia.
O prof. dr. Kokei Uehara para bacias rurais no Estado de São Paulo achou o coeficiente 1,84
ao invés de 2,08.

Duração da chuva D
O valor da duração da chuva unitária D.

D=0,133 tc (Equação 99.6)

99-3
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Conforme Gupta, 2008 apresenta sugestões feitas por Sherman, 1942 da duração da
chuva unitaria conforme Tabela (99.1).

Tabela 99.1- Sugestões de duração da chuva


Area da bacia (km2) Duração da chuva unitaria (h)
2
Bacias > 1600km 12h a 24h (preferível 12h)
Bacias de 160km2 a 1600km2 6h, 8h, 12h
2
Bacias com 32km 2h
Pequenas áreas 1/3 a ¼ to tempo de concentração
Fonte: Gupta, 2008 citando Sherman, 1942

Figura 99.1- Características do hidrograma


Fonte: Diretrizes Básicas para projetos de drenagem urbana no município de São Paulo.

99.3 Várias bacias


Wanielista et al, 1997 sugere que se obtém mais precisão quando se subdivide a bacia em
áreas menores, pois assim é que foram feitas as pesquisas do SCS. Entretanto se por um lado melhora
a precisão, por outro lado apresenta problema devido a falta de informações corretas em cada
subbacia.
Na Figura (99.2) temos basicamente três subbacias: A, B e C e podemos proceder da seguinte
maneira:
a) Combinar os hidrogramas das subbacias A e B pela adição vertical para cada tempo.
b) Fazer o flood routing (Musking-Cunge) tendo a distância do ponto entre A e B até o ponto C
ou usar a fórmula de Manning e dimensionar o tempo de trânsito no canal ou rio..
c) Adicionar verticalmente o hidrograma do ponto C ao obtido no routing de A e B até C.

99-4
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Figura 99.2- Subbacias A, B e C

99.4 Tempo de concentração


Há duas definições básicas de tempo de concentração.
Tempo de concentração é o tempo em que leva para que toda a bacia considerada contribua
para o escoamento superficial na seção estudada.
O tempo de concentração é o tempo que leva uma gota de água mais distante até o trecho
considerado na bacia.
A fórmula Califórnia Culverts Practice pode-se ainda apresentar em outras unidades práticas
como as sugeridas pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo.

tc= 57 . (L3/H) 0,385

tc= 57. (L2/S)0,385


Sendo:
L= comprimento do curso (km)
H= diferença de cotas (m)
S= declividade equivalente (m/km)
tc= tempo de concentração (min)
A declividade equivalente é obtida da seguinte maneira:
j1= ΔH1/L1
j2= ΔH1/L2
j3= ΔH1/L3
P1= L1/ j10,5
P2= L2/ j20,5
P= L3/j3 0,5
Δh= diferença de nível em metros
L= comprimento em km
L= L1 + L2 + L3 +...
S= [ L / (P1+P2+P3...)] 2

Para distância de até 150m mais ou menos tem influência a rugosidade do terreno,
mas para distâncias maiores conforme mostra a fórmula do California Culverts Practice a

99-5
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influência do tempo de concentração está na distancia ao ponto considerado e da


declividade média ou diferença de nível.

99.5 Período de retorno e escolha do número da curva CN


Para rios e canais usamos sempre período de retorno Tr=100anos.
Existem tabelas para achar o número da curva CN, mas vários especialistas sobre o
assunto devido a dificuldade da escolha do CN adequado adotam o CNw composto em
função do CN da área permeável que é fácil de decidir e da fração da área
impermeabilizada.
CNw= CNperm . (1-f) + 98 . f
Sendo:
CNw= número da curva composto
Cnpermeável= número da curva da área permeável conforme o tipo de solo do SCS
f= fração da área impermeável

99.6 Situação de pré e pós-desenvolvimento


Devemos sempre procurar calcular as vazões na situação atual de pré-
desenvolvimento e na situação futura de pós-desenvolvimento para um horizonte de projeto
de no mínimo 30anos.

99.7 Intensidade de chuva


Paulo Sampaio Wilken em 1972 obteve para a Região Metropolitana de São Paulo por análise
de regressão com dados de 1934 a 1959 (26 anos)do pluviógrafo instalado no Parque do Estado na
Água Funda E3-035, obtendo a seguinte equação das chuvas na forma de Keifer e Chu:

1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h) (Equação 99.7)
( t + 15)0,89

Exemplo 99.1
Calcular a precipitação total com chuva de 6horas para período de retorno
Tr=100anos para a RMSP.

6h x 60min= 360min
t= 360min

1747,9 x 1000,181
I =------------------------ = 20,59mm/h

(360 + 15)0,89

P= 20,59mm/h x 6h =123,53mm

99-6
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99.8 Hietograma de Huff


Na Figura (99.3) temos quatro distribuições de Huff, 1990 sendo recomendado o seguinte:
 Primeiro quartil para chuvas menores ou igual a 6h;
 Segundo quartil para chuvas de 6,1h a 12h;
 Terceiro quartil para chuvas entre 12,1h e 24h e o
 Quarto quartil para chuvas maiores que 24h.

Dica: conforme Huff, 1990 pela duração da chuva achamos o quartil que queremos.

Figura 99.3- Hietograma de Huff no primeiro quartil, segundo quartil, terceiro quartil e
quarto quartil. Fonte: Akan

99-7
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Conforme Westphal, 2001 as curvas acumuladas adimensionais de Huff para os quartis I, II,
III e IV estão na Tabela (99.2).

Tabela 99.2- Curvas acumuladas de Huff para os quartis: I, II. III e IV

Uso da Tabela (99.2)


A Tabela (99.2) é feita em porcentagem acumulada tanto do tempo como do hietograma.
Temos que escolher, por exemplo, chuva de duração de 6h que é 360min e obteremos a coluna 3 da
Tabela (99.3). A coluna 4 é obtida dividindo-se a coluna 2 por 100. Assim teremos coluna 3 e 4
variando o tempo até 360min. Mas como a variação não está no intervalo que queremos, por
exemplo, de 10min temos que fazer uma interpolação linear que está na Tabela (99.4).

99-8
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Tabela 99.3- Cálculo da curva acumulada de Huff para o primeiro quartil para chuva de
6h=360min
Original Original
1Q 50%P
% tempo Curva 360 x Coluna2/100
acumulada coluna
1/100
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4
0 0,00 0 0,00
5 16,00 18 0,16
10 33,00 36 0,33
15 43,00 54 0,43
20 52,00 72 0,52
25 69,00 90 0,69
30 66,00 108 0,66
35 74,00 126 0,74
40 75,00 144 0,75
45 79,00 162 0,79
50 82,00 180 0,82
55 84,00 198 0,84
60 86,00 216 0,86
65 88,00 234 0,88
70 90,00 252 0,90
75 92,00 270 0,92
80 94,00 288 0,94
85 96,00 306 0,96
90 97,00 324 0,97
95 98,00 342 0,98
100 100,00 360 1,00

Na Tabela (99.4) está o acumulado em fração de Huff 1Q50%P que é muito util para o
calculo da precipitação efetiva baseada no número CN.

99-9
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Tabela 99.4- Porcentagem acumulada de Huff 1Q 50%P


Tempo Porcentagem
(min) acumulada
Huff 1Q
50%P
0 0,00
10 0,09
20 0,18
30 0,27
40 0,35
50 0,41
60 0,46
70 0,51
80 0,60
90 0,69
100 0,67
110 0,67
120 0,71
130 0,74
140 0,75
150 0,76
160 0,79
170 0,80
180 0,82
190 0,83
200 0,84
210 0,85
220 0,86
230 0,88
240 0,89
250 0,90
260 0,91
270 0,92
280 0,93
290 0,94
300 0,95
310 0,96
320 0,97
330 0,97
340 0,98
350 0,99
360 1,00

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Exemplo 99.2
Calcular a chuva acumulada conforme Huff primeiro quartil e com 50% de probabilidade.
O tempo que usaremos é chuva de duração de 6h, ou seja, 360min e a precipitação
acumulada da chuva de 6 h é 123,53mm.
Vamos explicar coluna por coluna.

Coluna 1
São as porcentagem do tempo de 0 a 100%

Coluna 2
São as porcentagens acumulas das precipitações variando de 0 a 100%

Coluna 3- Vazio

Coluna 4
É a o tempo de 360min multiplicado pela porcentagem do tempo dividido por 100.;
Assim quando na coluna 1 temos 5% do tempo teremos:
360 x 5/100= 18min e assim por diante.

Coluna 5
É a precipitação total 123,53mm da chuva de duração de 6h multiplicada, por exemplo, por 16 e
dividido por 100;
123,53 x 16/100= 19,76mm e assim por diante

Tabela 99.5- Chuva acumulada de Huff 1Q 50%P

%tempo Chuva Tempo Chuva


acumulada em (min) acumulada
% (mm)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5

0 0 0 0,00
5 16 18 19,76
10 33 36 40,76
15 43 54 53,12
20 52 72 64,24
25 60 90 74,12

30 66 108 81,53
35 71 126 87,71
40 75 144 92,65
45 79 162 97,59
50 82 180 101,29
55 84 198 103,77
60 86 216 106,24
65 88 234 108,71
70 90 252 111,18
75 92 270 113,65

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80 94 288 116,12
85 96 306 118,59
90 97 324 119,82
95 98 342 121,06
100 100 360 123,53

Figura 99.4- Hietograma de Huff com precipitação acumulada

Observermos no exemplo anterior que na coluna 4 da Tabela (99.2) os intervalos de


tempo são: 0, 18, 36, 54, 72 ....
Nos interessa intervalo de tempo variando de 10min em 10min: 0, 10, 20, 30, ... e para
isto temos que fazer uma interpolação linear.
Fazendo interpolação linear obtemos a Tabela (99.3).

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99.9 SCS para várias bacias com exemplo


Vamos usar um modelo adaptado do FHWA, 1984 para várias bacias conforme se pode ver na Figura
(99.5).
Segundo FHWA, 1984 e com algumas adaptações temos que fazer o seguinte:

1. Separar a área de drenagem de cada subbacia


2. Calcular o tempo de concentração para cada subbacia
3. Calcular o número da curva CN para cada subbacia
4. Calcular o tempo de trânsito no talvegue para cada trecho que pode ser calculado usando Manning ou
Musking-Cunge.
5. Usar chuva com duração de 30% a mais do tempo de concentração para toda a bacia. Os americanos
usam muito chuva padrão com 24h de duração, o que não é o costume brasileiro. Existem estados
americanos que a chuva mais comum é 6h e usar 24h fica fora da realidade.

Nota: o tempo de trânsito é o tempo pelo talvegue das águas do rio desde o
ponto considerado até o ponto de controle. Devemos ter cuidado, pois, futuras
mudanças no rio como passar o leito de terra para concreto, haverá aumento da
velocidade e diminuição do tempo de trânsito, ocasionando aumento de pico no
ponto de controle.

Ponto de
controle

Figura 99.5- Esquema das bacia com 7 subbacia


Fonte: FHWA, 1989

Na Tabela (99.5) estão os dados das subbacias com as áreas, tempo de concentração e número da
curva CN, bem como o tempo de trânsito de cada subbacia até o ponto de controle onde queremos a vazão
de pico que está no fim da subbacia 7.
O tempo de trânsito da subbacia 1 até o ponto de controle na subbacia 7 é de 1,75h. Calculamos o
tempo de trânsito para o ponto de controle de cada subbacia. Observe que na bacia 7 o tempo de trânsito é
zero.

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Tabela 99.6-Dados das subbacias

Subbacia Area tc(h) Tempo transito CN


(km2) (h)
1 0,78 1,50 1,75 65
2 0,52 1,25 1,75 70
3 0,26 0,50 1,50 75
4 0,65 0,75 1,50 70
5 0,52 1,50 0,50 85
6 1,04 1,00 0,50 75
7 0,52 0,75 0,00 90
Total= 4,27

2
A area total da bacia tem 4,27km .

Duração da chuva unitária D


O valor da duração da chuva unitária D.
D=0,133 tc
Devemos tomar cuidado na escolha da duração da chuva unitária D. Tomamos o menor tempo
de concentração que é 0,50h, ou seja, 30min.
D= 30 x 0,133=4min
Entretanto, para fins de demonstração vamos adotar D=10min

Duração da chuva
O tempo de concentração na seção de controle na Subbacia 7 é 1,50h da subbacia 1 mais
1,75h que é o tempo de transito totalizando: 1,50+1,75= 3,25h
Bedient recomenda 25% a 30% a mais e 30% a mais será:
3,25h x 1,30= 4,22h
Então tomaremos com duração da chuva 6 h.

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Tabela 99.7- Cálculo do SCS para várias bacias


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Subbacia Area (km2) tc(h) Tempo transito (h) Tt (min) CN 0 10min 20min 30min
1 0,78 1,50 1,75 105 65 defazagem defazagem defazagem defazagem
2 0,52 1,25 1,75 105 70 defazagem defazagem defazagem defazagem
3 0,26 0,50 1,50 90 75 defazagem defazagem defazagem defazagem
4 0,65 0,75 1,50 90 70 defazagem defazagem defazagem defazagem
5 0,52 1,50 0,50 30 85 defazagem defazagem defazagem 0,00
6 1,04 1,00 0,50 30 75 defazagem defazagem defazagem 0,00
7 0,52 0,75 0,00 0 90 0,00 0,05 0,44 1,53
Total= 4,27 Vazões= 0 0,05 0,44 1,53

Tabela 99.8- cntinuação-Cálculo do SCS para várias bacias


11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,00
defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,00
defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,02 0,24 0,66
defazagem defazagem defazagem defazagem defazagem 0,00 0,00 0,00 0,08 0,43
0,00 0,03 0,15 0,43 0,89 1,47 2,05 2,55 2,93 3,17
0,00 0,02 0,19 0,74 1,66 2,67 3,50 4,08 4,46 4,69
2,98 4,05 4,39 4,32 4,17 4,01 3,81 3,49 3,16 2,84
2,99 4,10 4,72 5,48 6,71 8,15 9,36 10,15 10,88 11,78

Tabela 99.9- continuação-Cálculo do SCS para várias bacias


21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
140 150 160 170 180 190 200 210 220 230
0,00 0,03 0,12 0,28 0,52 0,82 1,15 1,46 1,73 1,92
0,02 0,10 0,27 0,55 0,87 1,17 1,45 1,65 1,78 1,85
0,93 1,02 1,09 1,12 1,14 1,09 0,99 0,91 0,83 0,76
0,99 1,51 1,88 2,14 2,33 2,42 2,37 2,25 2,11 1,97
3,28 3,28 3,22 3,10 2,93 2,75 2,57 2,41 2,24 2,07
4,74 4,61 4,39 4,11 3,83 3,58 3,37 3,17 2,94 2,65
2,56 2,31 2,13 1,99 1,84 1,65 1,42 1,23 1,10 1,04
12,51 12,86 13,09 13,29 13,46 13,48 13,31 13,07 12,73 12,26

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Tabela 99.10- continuação-Cálculo do SCS para várias bacias

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
240 250 260 270 280 290 300 310 320 330
2,05 2,10 2,11 2,07 2,02 1,95 1,88 1,78 1,67 1,54
1,85 1,80 1,73 1,65 1,57 1,49 1,41 1,31 1,19 1,08
0,71 0,68 0,65 0,58 0,50 0,42 0,38 0,36 0,36 0,35
1,83 1,73 1,65 1,55 1,41 1,22 1,07 0,97 0,92 0,89
1,90 1,72 1,56 1,42 1,31 1,22 1,16 1,11 1,08 1,06
2,34 2,09 1,90 1,79 1,72 1,68 1,66 1,64 1,64 1,64
1,00 0,98 0,97 0,97 0,96 0,96 0,96 0,95 0,88 0,76
11,67 11,11 10,57 10,03 9,49 8,95 8,51 8,12 7,73 7,32

Figura 99.6- Hidrograma na seção de controle que está no fim da subbacia 7 que
é da soma das 7 subbacias com as devidas defazagens.

99-16
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99.10 Cálculo considerando a área total e não as subbacias


2
Vamos fazer o cálculo agora da area total de 4,27km e considerar o número da curva ponderado em
relação a área que é CN=75. O tempo de concentração será o tempo de trânsito mais o tempo de
concentração da subbacia 1 que totalizará 3,25h.
2
Area total da bacia= 4,27km
tc= 3,25h até a seção de controle
CN=75 (ponderado)
2 3
Observar que considerando uma única área com 4,27 km achamos vazão de pico de 14,36m /s
3
enquanto se consideramos por subbacias achamos uma vazão de pico menor, ou seja, 13,48m /s.

Tabela 99.11- Tempo e vazões considerando uma área única


Tempo Vazão
(min) (m3/s)
0 0,00
10 0,00
20 0,00
30 0,04
40 0,15
50 0,35
60 0,69
70 1,18
80 1,88
90 2,80
100 3,92
110 5,18
120 6,53
130 7,89
140 9,23
150 10,48
160 11,59
170 12,53
180 13,29
190 13,86
200 14,21
210 14,36
220 14,32
230 14,14
240 13,83
250 13,43
260 12,97
270 12,48
280 11,98
290 11,48
300 11,01
310 10,57

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320 10,15
330 9,76
340 9,38
350 9,04
360 8,71
370 8,39
380 8,07
390 7,73
400 7,38
410 7,02
420 6,63
430 6,21
440 5,76
450 5,29
460 4,82
470 4,35
480 3,89
490 3,45
500 3,05
510 2,69
520 2,35
530 2,04
540 1,76
550 1,53
560 1,33
570 1,16
580 1,01
590 0,88
600 0,76
610 0,66
620 0,57
630 0,49
640 0,42
650 0,36
660 0,31
670 0,27
680 0,23
690 0,20
700 0,17
710 0,15
720 0,13
730 0,11
740 0,09
750 0,08

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760 0,07
770 0,06
780 0,05
790 0,04
800 0,04
810 0,03
820 0,02
830 0,02
840 0,02
850 0,01
860 0,01
870 0,01
880 0,01
890 0,00

,
Figura 99.7- Hidrograma considerando área única

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99.11 Canalização
O FHWA, 1984 salienta bem que o processo de canalização do talvegue no canal
natural trás como consequência aumento da vazão de pico. Devido a isto que para o pós-
desenvolvimento deverá ser verificado se o canal será revistido ou não. FHWA, 1984 cita
estudos de Liscum e Massey, 1980 que o impacto da canalização sobre a vazão de pico
é tão importante quanto a impermeabilização da area da bacia.

99.12 Condições antecedentes do solo


O SCS reconheceu a importância da condição antecedente do solo, pois, o mesmo
poderá estar em condições normais ou muito seco ou muito úmido.
Em condições normais seria a condição “II” e condição úmida seria a “III” e a seca
seria a “I” conforme Tabela (99.12).

Tabela 99.12- Condições do solo em relação a situação do mesmo


Condição do solo Situação do solo
Solo seco.
I

Condições médias do solo. É a condição normal das


II tabelas do número CN.

III Solo úmido. Ocorreram precipitações nos últimos


cinco dias. O solo está saturado
Fonte: (McCuen, 1998)

A Tabela (99.13) apresenta os limites de 5 dias de chuva antecedente em relação ao


,período latente e ao período de crescimento da vegetação, para facilitar a classificação das
condições do solo.

77

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Tabela 99.13- Ajustamento do número CN da condição normal II para a condição para


solo seco (I) e para solo úmido (II).

Condição normal II do Número CN correspondente para a devida Condição


número CN Condição I Condição III
100 100 100
95 87 98
90 78 96
85 70 94
80 63 91
75 57 88
70 51 85
65 45 82
60 40 78
55 35 74
50 31 70
45 26 65
40 22 60
35 18 55
30 15 50
25 12 43
20 9 37
15 6 30
10 4 22
5 2 13
0 0 0
Fonte: ASCE, 2009

Sensibilidade do número da curva CN


Foi achado que o problema da sensibilidade está no número da curva CN
escolhido e não da altura pluviométrica P.
Atualmente fazemos os cálculos com o valor CN(II) normal e dos valores CN(1)
referente ao período de seca e do valor CN(III) referente a periodos de chuva usando a
equação de Sobhani, 1975 conforme ASCE, 2008;
CN(I)= CN(II)/ [ 2,334-0,01334. CN(II)]
CN(III)= CN(II)/ [ 0,4036 + 0,0059 . CN(II)]

Os estudos antigos tratavam da condições antecedentes do solo e daí surgiu o termo


AMC, que quer dizer Antecedent moisture Condition e que agora está sendo substituido
por ARC (Antecedent Runoff Condition) que trata das condições anteriores entre as
chuvas.

Dica: atualmente se usa o conceito ARC das condições do runoff antecedente.

Como o CN escolhido está na condição II, podemos calcular as condições de runoff


para a condição I de seca e condição III de chuva antecedentes que serão as condições
limites.

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Portanto, o conceito de AMC foi mudado para ARC em que achamos três
valores para o número da curva CN. O número da curva normal que achamos é o
CN(II) e cálculos o CN(I) para época de seca e CN(III) para época de cheia. Temos
então uma faixa de variação do CN que significa faixa de variação do runoff em que
calcularemos as vazões usando o SCS.

Figura 99.8- Probabilidades de runoff entre 12% para CNI e 88% para CNIII
conforme ASCE, 2009.

Exemplo 99.3
Achar o número da curva CN para a condição I e III tendo para tendo CN=75
para a condição II.
Para achar CN na condição III temos que entrar na coluna de CN condição II com
CN=75 e achamos CN=88 na coluna da condição III em que o solo está muito úmido. O
CNI significa época de seca.
Em casos especiais recomenda-se que se façam os cálculos para a condição II
normalmente utilizada e para a condição III e teremos um intervalo de confiança para
algum dimensionamento importante.
Ou poderemos calcular:
CN(I)= CN(II)/ [ 2,334-0,01334. CN(II)]
CN(I)= 75/ [ 2,334-0,01334x75]= 56,22

CN(III)= CN(II)/ [ 0,4036 + 0,0059 . CN(II)]

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CN(III)= 75)/ [ 0,4036 + 0,0059 x75] = 88,6

Portanto, o intervalo de confiança do runoff está entre CNI e CNIII que é de .75%,
sendo 12% devido a CNI e 88% do runoff devido CNIII.

99.13 Convolução
Em matemática convolução é a operação de duas funções formando uma só.
Na hidrologia trata-se de duas funções uma do hidrograma unitario e outra da chuva
excedente formando o hidrograma final.

99.14 TR-55 do SCS para várias bacias


O TR-55 também possibilita o cálculo de várias bacias, mas o que limita é a área de
2
65km e o uso dos hietogramas de chuvas do SCS que são Tipo I, Ia, II e III e que somente
temos alguma pesquisa sobre o uso do hietograma Tipo II no Estado de São Paulo.

99-23
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Capitulo 99- Método do SCS (Soil Conservation Service) para várias bacias
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99.15 Bibliografia e livros consultados


--AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS (ASCE). Curve Number Hydrology- State of the
practice.Preparado por ASCE/EWRI Curve Number Hydrology Task Committee, ano 2009, ISBN 978-0-7844-
1004-2, 106 páginas.
-FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Hydrology. HEC 19 outubro, 1984
U. S. Department of Transportation, 303páginas
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic systems. 3a ed. Editora Waveland, USA 2008, 896
páginas, ISBN 1-57766-455-8.
.

99-24
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Capitulo 100- Observações sobre o número da curva CN e do SCS
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Capítulo 100

Observações sobre o número da curva CN e do


SCS

100-1
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Capítulo 100- Observações sobre número da curva CN e do SCS

100.1 Introdução
O número da curva CN foi criado nos Estados Unidos em 1954 pelo Soil
Conservation Service (SCS).
É usado no mundo todo, haja vista que todos usam os softwares americanos
gratuitos.
Podemos afirmar com toda a certeza que o número da curva é um método semi-
empírico como a fórmula de Manning, que também é muito usada.
Informamos ainda que o número da curva CN é usado em:
 SCS
 TR-55
 Método de Snyder,
 Método de Clark,
 Método de Espey e
 Método Santa Bárbara,
Aproveitamos também para explicar alguns detalhes do Método do SCS quando
além do valor default 484 usa outros valores como 575 para áreas urbanas com
declividades grandes.

100.2 Teoria
A precipitação P é a soma do runoff Q com as perdas F.
P=Q+F
Notar que F é chamado de perdas, não se falando de abstração e de infiltração.

Uma hipótese que foi feita é que:


Q/ P = F/S
Sendo que S é o máximo potencial de perdas S= lim (P-Q)= lim (F) quando F
tende para o infinito.
Tirando-se o valor de Q temos:

Q= P 2/ (P + S)
Depois introduziu-se a abstração inicial denominada Ia
Q= (P-Ia) 2/ (P - Ia + S)
Foi definido mais tarde que Ia= 0,2S.
Q= (P-Ia) 2/ (P - Ia + S)
Q= (P-02S) 2/ (P – 0,2S + S)
Q= (P-0,2S) 2/ (P+ 0,8S) P≥ 0,2S, senão Q=0
O valor de S foi definido arbitrariamente e que nas unidades SI é:
S= 25400/CN – 254
Sendo:
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm)
CN= número da curva CN adimensional

100-2
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100.3 Tabela dos valores do CN


A Tabela feita pelo SCS é a Tabela (100.1) e poucas pessoas prestam atenção ao
fato que ela foi feita para a relação Ia/S= 0,2. Para valores diferentes como Ia/S=0,05
teríamos que fazer outra tabela.

Tabela 100.1- Valores dos números CN da curva de runoff para bacias rurais para
Ia/S=0,20
Uso do solo Superfície do solo Grupo do Solo
A B C D
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94
Em fileiras retas 70 80 87 90

Plantações Em curvas de nível 67 77 83 87


regulares Terraceado em nível 64 76 84 88
Em fileiras retas 64 76 84 88

Plantações de Em curvas de nível 62 74 82 85


cereais Terraceado em nível 60 71 79 82
Em fileiras retas 62 75 83 87

Em curvas de nível 60 72 81 84
Plantações de Terraceado em nível 57 70 78 89
legumes ou Pobres 68 79 86 89
cultivados Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80

Pobres, em curvas de nível 47 67 81 88


Pastagens Normais, em curvas de nível 25 59 75 83
Boas, em curva de nível 6 35 70 79

Normais 30 58 71 78
Campos Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
permanentes Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77

Chácaras Normais 56 75 86 91
Estradas de Más 72 82 87 89
terra De superfície dura 74 84 90 92

Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91


Florestas Esparsas 46 68 78 84
Densas, alta transpiração 26 52 62 69
Normais 36 60 70 76
Fonte: (Tucci et al, 1993)

100-3
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Tabela 100.2- Valores mínimos, máximos e centrais do número da curva CN


Tipo de solo Minimo Central Máximo
A 25 51-68 77
B 48 62-77 86
C 65 70-84 91
D 73 77-88 94
Fonte: ASCE, 2009

100.4 Grupos de solos do SCS


O grupo de solos do SCS está na Tabela (100.2) vai do Grupo A até o Grupo D.

Tabela 100.3- Grupo de solos e características do solo


Grupo
de solo Características do solo
solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a 8%, não havendo rocha
nem camadas argilosas e nem mesmo densificadas até a profundidade de 1,5m. O
teor de húmus é muito baixo, não atingindo 1% (Porto, 1979 e 1995).
A

Solos que produzem baixo escoamento superficial e alta infiltração. Solos


arenosos profundos com pouco silte e argila (Tucci et al, 1993).
solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor de argila
total, porém ainda inferior a 15%. No caso de terras roxas, esse limite pode subir
a 20% graças à maior porosidade. Os dois teores de húmus podem subir,
B respectivamente, a 1,2 e 1,5%. Não pode haver pedras e nem camadas argilosas
até 1,5m, mas é, quase sempre, presente camada mais densificada que a camada
superficial (Porto, 1979 e 1995)

Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que
o tipo A e com permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).
solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas
argilosas impermeáveis ou contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de
terras roxas, esses dois limites máximos podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se a
C cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada que no Grupo B, mas
ainda longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).

Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade de


infiltração abaixo da média, contendo percentagem considerável de argila e pouco
profundo (Tucci et al, 1993).
solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns
50cm de profundidade. Ou solos arenosos como do grupo B, mas com camada
argilosa quase impermeável ou horizonte de seixos rolados (Porto, 1979 e 1995).
D
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa
capacidade de infiltração, gerando a maior proporção de escoamento superficial
(Tucci et al, 1993).

Fonte: (Porto, Setzer 1979) e (Porto, 1995) e (Tucci et al, 1993

100-4
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Capitulo 100- Observações sobre o número da curva CN e do SCS
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O melhor critério para a classificação do tipo de Solo do SCS é através da infiltração


conforme Tabela (100.4).

Tabela 100.4- Capacidade mínima de infiltração conforme o grupo do solo


Grupo de solo Capacidade mínima de infiltração Média
(mm/h)
7,62 a 11,43 9,53
A
3,81 a 7,62 5,72
B
C 1,27 a 3,81 2,54
D 0 a 1,27 0,64
Fonte: (McCuen,1998)

100.5 Número da curva de Aligner.


Através do tipo de solo A podemos calcular o número da curva CN para solo tipo B,
C e D usando as equações de Aligner conforme Asce, 2009.
CN(A) = CN (A)
CN(B) = 37,8 + 0,622 X CN(A)
CN(C) = 58,9 + 0,411 X CN(A)
CN(D) = 67,2 + 0,328 X CN(A)
Exemplo 100.1
Dado CN(A)= 45 para uso de solo em campos permanentes com vegetação espasas de
baixa transpiração confome Tabela (100.1). Achar os valores de CN para solos tipo B,C e D
usando as equações de Aligner.
CN(A) = 45)
CN(B) = 37,8 + 0,622 X 45=66
CN(C) = 58,9 + 0,411 X 45=77
CN(D) = 67,2 + 0,328 X 45=82

100.6 Área de drenagem


Para a aplicação do SCS com o número da curva CN a área máxima que tem sido
utilizados é de 250Km2 de bacia.
Entretanto as opiniões dos autores divergem bastante sendo que foi achado o
número da curva médio CN= 72,803 para a bacia do Rio Amazonas (7milhões de km2), Rio
Mississipi (3 milhões de km2) e Rio Yangtze (2 milhões de km2) que possuem bacias acima
de 1 milhão de km2.
Portanto, segundo a ASCE, 2009 não existem nenhum critério rigoroso para o limite
da bacia para aplicação do número da curva CN.

100-5
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100.7 Sensibilidade do número da curva CN


Foi achado que o problema da sensibilidade está no número da curva CN
escolhido e não da altura pluviométrica P.
Atualmente fazemos os cálculos com o valor CN(II) normal e dos valores CN(1)
referente ao período de seca e do valor CN(III) referente a periodos de chuva usando as
equações de Sobhani, 1975..
CN(I)= CN (II)/ [ 2,334 - 0,01334. CN(II)]
CN(III)= CN(II)/ [ 0,4036 + 0,0059 . CN(II)]

100.8 Infiltração
O número da curva CN não é destinado à infiltração, mas é usado.
Foram feitos estudos comparando o método Green-Ampt que é o melhor método de
infiltração com o número da curva CN e concluíram que o número da curva CN funciona
bem.

100.9 CN ponderado o runoff ponderado


É comum se usar o CN ponderado conforme o tamanho da área e outra maneira é
calcular o runoff de cada área e fazer-se um runoff ponderado.
A melhor opção é fazer um runoff ponderado.

100.10 Ia/S=0,2
Na prática tem sido usado comumente Ia/S=0,20 com as respectivas tabelas do
numero da curva CN.
Entretanto vários autores conforme ASCE, 2009 chegaram à conclusão que o melhor
valor de Ia/S= 0,05, mas se usarmos isto não temos tabelas do número da curva CN.
Vários autores acharam uma equação que dado o valor do CN para a tabela
Ia/S=0,20, obtemos através de equação achar o valor CN para Ia/S=0,05:

CN 0,05= 100/ { 1,879[ 100/CN0,20) -1] 1,15 + 1 }

Dica: se você mudar Ia/S também mudará a tabela dos números CN (CUIDADO!!!)

Tabela 100.5- Valores de CN para Ia/S=0,20 e Ia/S=0,05


Ia/S=0,20 Ia/S= 0,05
100 100,00
95 94,02
90 86,95
85 79,64
80 72,39
70 58,51
65 52,03
60 45,90
55 40,14
50 34.74
45 29,71
40 25,03
35 20,71

100-6
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Caso se queira o valor de S.


S 0,05 = 1,33 . S 0,20 1,15
Sendo S em polegadas

100.11 CN em função da área


Existe somente uma pesquisa para áreas até 314 ha em regiões desérticas nos
Estados Unidos em fornece o valor de CN em função da área de drenagem.
CN= 84,7 – 0,022 .A para R2=0,50
A= área da bacia em acres

100.12 CN em função da declividade


Existem dois estudos que mostram a variação de CN com a declividade. Os
resultados não são consistentes, pois, um estudo mostra que há aumento de CN com o
aumento de declividade e outro que há diminuição CN com o aumento da declividade e
devido a estas inconsistências não serão levados em conta,

100.13 Condições antecedentes do solo


O SCS reconheceu a importância da condição antecedente do solo, pois, o mesmo
poderá estar em condições normais ou muito seco ou muito úmido.
Em condições normais seria a condição “II” e condição úmida seria a “III” e a seca
seria a “I” conforme Tabela (100.6).

Tabela 100.6- Condições do solo em relação a situação do mesmo


Condição do solo Situação do solo
Solo seco.
I

Condições médias do solo. É a condição normal das


II tabelas do número CN.

III Solo úmido. Ocorreram precipitações nos últimos


cinco dias. O solo está saturado
Fonte: (McCuen, 1998)

A Tabela (100.7) apresenta os limites de 5 dias de chuva antecedente em relação ao


período latente e ao período de crescimento da vegetação, para facilitar a classificação das
condições do solo.

100-7
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Tabela 100.7- Limites de 5 dias de chuva antecedente em relação a período latente e


período de crescimento

Condição do solo Chuva antecedente de 5 dias em milímetros


Período de crescimento
Período latente
I < 12,7mm <35,56mm

II 12,7mm a 27,94mm 35,56mm a 53,34mm

III > 27,94mm > 53,34mm

Fonte: (McCuen, 1998)


Como as tabelas para achar o número CN se referem as condições normais chamada
Condição II, conforme o solo antecedente estiver seco ou úmido terá que ser feito as correções do
número CN, conforme Tabela (100.6).

Tabela 100.7- Ajustamento do número CN da condição normal II para a condição para


solo seco (I) e para solo úmido (II).
Condição normal II do Número CN correspondente para a devida Condição
número CN Condição I Condição III
100 100 100
95 87 98
90 78 96
85 70 94
80 63 91
75 57 88
70 51 85
65 45 82
60 40 78
55 35 74
50 31 70
45 26 65
40 22 60
35 18 55
30 15 50
25 12 43
20 9 37
15 6 30
10 4 22
5 2 13
0 0 0
Fonte: ASCE, 2009)

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Capitulo 100- Observações sobre o número da curva CN e do SCS
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Vamos apresentar duas equações de Sobhani, 1975 in Asce, 2009 que consegue
calcular o valor de CN(I) para o caso de seca e CN(III) para o caso de chuva antecedente.
CN(I)= CN (II)/ [ 2,334 - 0,01334. CN(II)]
CN(III)= CN(II)/ [ 0,4036 + 0,0059 . CN(II)]

Os estudos antigos tratavam da condições antecedentes do solo e daí surgiu o termo


AMC, que quer dizer Antecedent moisture Condition e que agora está sendo substituido
por ARC (Antecedent Runoff Condition) que trata das condições anteriores entre as
chuvas.
Como o CN escolhido está na condição II, podemos calcular as condições de runoff
para a condição I de seca e condição III de chuva antecedentes que serão as condições
limites.
Portanto, o conceito de AMC foi mudado para ARC em que achamos dois valores
para o número da curva CN. O número da curva normal que achamos é o CN(II) e cálculos
o CN(I) para época de seca e CN(III) para época de cheia. Temos então uma faixa de
variação do CN em que calcularemos as vazões usando o SCS, por exemplo.

100.14 Método do hidrograma unitário do Soil Conservation Service (SCS)


Conforme Porto et al, 1995 para o hidrograma triangular da Figura (100,1) temos:

Figura 100.1- Hidrograma triangular.


Fonte: Porto et al, 1995

tb= tA + X. tA =tA (1+X)

O volume do escoamento superficial Vesc será:


Vesc=Qp x tb/2
Mas Vesc= A x hex

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Sendo:
A= área da bacia
hex= altura da chuva excedente

Substuindo o valor de Vesc temos:


A x hex= Qp x tb/ 2
Tirando o valor de Qp
Qp= 2Axhex/tb
Mas fazendo hex=1
Qp= 2 x A/ tb
Substituindo tb
Qp= 2xA/( 1+X) tA
Fazendo Cp= 2/ (1+X)

Qp= Cp. A/ tA

tA= D/2 +0,6 x tc


D= duração da chuva unitaria.
D= 0,133tc
tp= 06tc
tc= tempo de concentração

Para chuva unitária de 1cm com área de bacia de 1km2 e tp em horas, para que Qp
fique em m3/s teremos:

Qp= 2,78.Cp. A/ tA

Tabela 100.8 Parâmetros dos hidrogramas triangulares


Fator de
decaimento Fator de redução Unidades original
Descrição do pico do SCS
X Cp PF (fator de pico)
Método racional 1,00 1 645
Áreas urbanas com 1,25 0,89 575
declividades grandes
Método do SCS 1,67 0,75 484
Uso misto (rural e 2,25 0,62 400
urbano)
Área rural ondulada 3,33 0,47 300
Área rural com 5,50 0,31 200
declividade pequena
Área rural com 12,0 0,16 100
declividade muito
pequena
Fonte: Porto et al, 1995 e Wanielista et al. 1997 e Wanielista e Yossef, 1993

100-10
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Figura 100.2- Hidrograma triangular de acordo com o fator de pico, 484, 645, etc.
Fonte: Wanielista e Yossef, 1993

Na Figura (100.2) estão os hidrogramas triangular para os diversos fatores de pico,


sendo o mais usual o denomionado 484. Wanielista e Yossef. 1993 recomendarm que em
caso de duvida usar o que fornece maior valor de pico.
Na Tabela (100.8) estão os parâmetros dos hidrogramas triangulares baseado em
Porto et al, 1995 e Wanielista et al, 1997.
O valor default usado pelo Método do SCS é 484.
Para o Método do SCS podemos ver que X=1,67 e Cp= 0,75 e nas unidades
americanas o famoso fator 484.

Qp= 2,78.Cp. A/ tA
Qp= 2,78x 0,75 A/ tA
Qp= 2,085. A/ tA

Que é o valor usualmente usado no Brasil para o uso do hidrograma unitário com
1cm de altura, área da bacia em Km2 e vazão em m3/s
Caso seja adotado Cp=0,89 para areas urbanas com declividades grandes teremos:
Qp= 2,78.Cp. A/ tA
Qp= 2,78x 0,89 A/ tA
Qp= 2,4742 A/ tA

100.15 Hidrograma curvilinio do SCS


Para o hidrograma curvilinio podemos usar tabelas ou usar equação matemática que
fornece com boa aproximação o hidrograma baseado no fator de pico PF.
q/qp= [ t/tp . exp ( 1- t/tp) ] X
X= 0,8679 x exp(0,00353xPF) -1
Observação importante: o PF é aquele da Tabela (100.8) tal como PF= 484 e PF= 575.

Exemplo 100.2
Para PF= 484 (tradicional) temos:
X= 0,8679 x exp(0,00353xPF) -1
X= 0,8679 x exp(0,00353x484) -1 = 3,79
q/qp= [ t/tp . exp ( 1- t/tp) ] X
q/qp= [ t/tp . exp ( 1- t/tp) ] 3,79

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Tabela 100.9-Hidrograma unitário curvilinio adimensional para PF=484


t/tp q/qp

0,00 0
0,10 0,005
0,20 0,046
0,30 0,148
0,40 0,301
0,50 0,481
0,60 0,657
0,70 0,807
0,80 0,916
0,90 0,980
1,00 1,000
1,10 0,982
1,20 0,935
1,30 0,867
1,40 0,786
1,50 0,699
1,60 0,611
1,70 0,526
1,80 0,447
1,90 0,376
2,00 0,312
2,20 0,210
2,40 0,137
2,60 0,087
2,80 0,054
3,00 0,033
3,20 0,020
3,40 0,012
3,60 0,007
3,80 0,004
4,00 0,002
4,50 0,001
5,00 0,000

Para o Método do SCS podemos ver que X=1,67 e Cp= 0,75 e nas unidades
americanas o famoso fator 484.
Qp= 2,78.Cp. A/ tA
Qp= 2,78x 0,75 A/ tA
Qp= 2,08. A/ tA
Exemplo 100.3
Para PF= 575 para áreas urbanas com declividade grande conforme adotado pela Rio
Águas no RJ temos:
X= 0,8679 x exp(0,00353xPF) -1
X= 0,8679 x exp(0,00353x575) -1 = 5,61
q/qp= [ t/tp . exp ( 1- t/tp) ] X
q/qp= [ t/tp . exp ( 1- t/tp) ] 5,61

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Tabela 100.9-Hidrograma unitário curvilínio adimensional para PF=575 para áreas


urbanas com declividades grandes
t/tp Q/Qp

0,00 0
0,10 0,000
0,20 0,011
0,30 0,059
0,40 0,170
0,50 0,339
0,60 0,537
0,70 0,728
0,80 0,878
0,90 0,970
1,00 1,000
1,10 0,974
1,20 0,906
1,30 0,810
1,40 0,700
1,50 0,589
1,60 0,482
1,70 0,387
1,80 0,304
1,90 0,235
2,00 0,179
2,20 0,100
2,40 0,053
2,60 0,027
2,80 0,013
3,00 0,006
3,20 0,003
3,40 0,001
3,60 0,001
3,80 0,000
4,00 0,000
4,50 0,000
5,00 0,000

Para o Método do SCS podemos ver que X=1,25 e Cp= 0,89 e nas unidades
americanas o famoso fator 484.
Qp= 2,78.Cp. A/ tA
Qp= 2,78x 0,89 A/ tA
Qp= 2,4742. A/ tA
Observar neste caso temos o número 2,4742 que é maior que o 2,08 usado
tradicionalmente.
Portanto, devemos lembrar que quando alteramos o valor defaut do SCS temos que
alterar também o hidrograma unitário curvilínio (CUIDADO !!!).

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100.16 Modelo de cálculo do SCS


No livro que escrevemos denominado Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras
municipais mostra o uso prático do Método do SCS com o valor default 484.

100.17 Bibliografia e livros consultados


-ASCE (AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEER). Curve Number Hydrology – state of
practice. Richard H. Hawkinns, Timothys J. Ward, Donald E. Woodward e Joseph A. Van
Mullerm. ASCE, 2009 ISBN 978-0-7844-1004-2, USA, 106 páginas.
-MISHRA, SURENDA KUMAR e SINGH, VIJAY P. Soil conservatior service curve number
(SCS-CN0 methodology. Kluwer Academic Publishers, 2010, Netherlands. 513 páginas.
ISBN 978-90-481-6225-3
-PORTO, RUBEM LALAINA E TUCCI, CARLOS E.M. e BARROS, MARIO TADEU DE.
Drenagem Urbana. . ABRH, 1995, 428 páginas. ISBN 85-7025-364-8.
-TOMAZ, PLINIO. Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais, Navegar
setembro 2011, 2ª edição atualizada e revisada, 592 paginas.
-WANIELISTA, MARTIN et al. Hydrology- water quantity and quality control. 2a ed.Joh
Wiley,565 páginas.
-WANIELISTA, MARTIN P. E YOSEF, YOSEF A. Stormwater management. John Wiley and
Sons, 1993. ISBN 0-471-57135-0. 577 páginas;
-WILKEN, PAULO SAMPAIO. Engenharia de drenagem superficial. Cetesb, 1978
7.35.001.10.

100-14
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Capitulo 111- Hidrogramas do método Racional
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Capítulo 111
Hidrogramas do método Racional

111-1
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Capítulo 111- Hidrogramas do método Racional

111.1 Introdução
O método Racional pode ser usado para bacias até 3km2, entretanto
quando querem os fazer o routing do reservatório deparamos com um
problema: o método Racional não tem um hidrograma aceito por todos.
O objetivo nosso é apresentar as quatro formas que conhecemos do
hidrograma do método Racional.

Vamos apresentar 4 (quatro) hidrogramas do método Racional. Os


hidrogramas são:
1. Método Racional modificado de São Diego, Califórnia.
2. Método de Dekalb
3. Método Universal do hidrograma do método Racional
4. Método da duração da chuva e do tempo de concentração

111.2- Hidrograma do método Racional modificado de São Diego,


Califórnia.
Conforme Nicklow et al, 2006 o condado de São Diego, Califórnia
adotou um hidrograma do método Racional modificado e válido para áreas
menores que 2,57km2.
O hidrograma está baseado em uma chuva de duração de 6horas.
O pico da chuva está na posição 4horas e outros blocos estarão na
posição 2/3 e 1/3 alternando um bloco para a esquerda e outro para a direita.
Não consegui até o momento a justificativa da proposição do hidrograma
do método Racional modificado de São Diego.

111.2.1 Duração da chuva


A duração da chuva de 6horas em cada bloco deve ser calculada pela
equação:

PN= 0,124. P6h {(N.tc) 0,3555 – [(N-1).tc] 0,355}


Sendo:
PN= duração da chuva em cada bloco (mm/h)
P6h= precipitação em seis horas para determinado periodo de retorno (mm)
tc= tempo de concentração (min)
N= é o tempo em horas variando de 1 a 6

111-2
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Figura 111.1- Distribuição dos blocos. Fonte: NICKLOW et al, 2006

Exemplo 111.1
Calcular o hidrograma pelo método Racional modificado de São Diego para
área de bacia com A=257ha usando chuva de 6h da RMSP sendo tempo de
concentração tc=1h e C=0,85.

Para a RMSP conforme P.S.W temos:


I= 1747,9 x Tr 0,181/ (t+15) 0,89
I= intensidade de chuva (mm/h)
Tr= periodo de retorno (anos)
t= tempo de duração da chuva (min)

Adotando Tr=25anos e duração da chuva de 6h= 6*60=360min


acharemos:
I= 1747,9 x Tr 0,181/ (t+15) 0,89
I= 1747,9 x 25 0,181/ (6x60+15) 0,89
I= 16mm/h
Para chuva de 6horas: P6= 6 x I= 6 x 16= 96,1mm

Para P1 temos N=1


PN= 0,124. P6h {(N.tc) 0,3555 – [(N-1).tc] 0,355}
PN= 0,124x96,1 {(1x60) 0,3555 – [(1-1)x60] 0,355}= 51,09mm/h

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Para P2 temos N=2


PN= 0,124. P6h {(N.tc) 0,3555 – [(N-1).tc] 0,355}
PN= 0,124x96,1 {(2x60) 0,3555 – [(2-1)x60] 0,355}= 14,28mm/h

E assim por diante.

Podemos contruir a Tabela (111.1):

Metodo Racional

Q= C.I.A/ 360
3
Q= vazão de pico (m /s)
C= coeficiente de runoff
I= intensidade de chuva (mm/h)
A= área da bacia (ha)

Tabela 111.1- Cálculos


P N I C Area Q
(horas) mm/h (ha) (m3/s)
P1 1 51,09 0,85 257 31,0
P2 2 14,28 0,85 257 8,7
P3 3 10,14 0,85 257 6,2
P4 4 8,13 0,85 257 4,9
P5 5 6,90 0,85 257 4,2
P6 6 6,06 0,85 257 3,7

Vamos agora colocar na forma da Figura (111.1) acrescentando que


no tempo 0,5 a vazão será zero e no tempo 7,5 também será zero:

111-4
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Tabela 111.3- Hidrograma do metodo Racional modificado de San Diego

Tempo(h) Q(m3/s)
0,5 0
1 P5=4,2
2 P3=6,2
3 P2=8,7
4 P1=31,0
5 P4=4,9
6 P6=3,7
7,5 0

Exemplo 111.2
Calcular a vazão de pico para TR=25anos, tc=60min para a RMSP com área
A=257ha, C=0,85 e I= 67,1mm/h para tc=60min.

Q=CIA/360= 40,7m3/s

Observar que usando o metodo Racional tradicional a vazão de pico


será de 40,7m3/s enquanto usando o método Racional modificado de São
Diego a vazão de pico será de 31m3/s;
Podemos fazer um gráfico:

Figura 111.1- Hidrograma do método Racional modificado de São Diego

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111.3 Routing
Com o hidrograma do método Racional podemos fazer o routing de
reservatórios.

111.4 Hidrograma do Método Racional conforme Dekalb


No County de Dekalb na Geórgia, USA foi apresentado um hidrograma
inspirado na teoria do hidrograma unitário. O método é aplicado na região para áreas
menores ou iguais a 4ha e constam no DeKalb County Manual. Na prática várias
cidades dos Estados Unidos usam para áreas acima de 4ha.
O método pode ser aplicado para duas situações:
 Quanto do tempo de concentração for < 20min
 Quando o tempo de concentração for ≥20min
Calcula-se a vazão de pico Qp pelo método racional.

Tabela 111.4- Valores sem dimensões originais da cidade de Dekalb

111-6
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Figura 111.2= Hidrograma da cidade de Dekalb para o método racional

Exemplo 111.3
Aplicação do hidrograma de Dekalb

Tabela 111.5- Aplicação do hidrograma de Dekalb


t Q
t/tc Q/Qp Q/Qp tc=21,4 min Qp=25,1m3/s
tc<20min tc>=20min
21,4 25,1
0 0,00 0,00 0,0 0,0
1 0,16 0,04 21,4 1,0
2 0,19 0,08 42,8 2,0
3 0,27 0,16 64,2 4,0
4 0,34 0,32 85,6 8,0
5 1,00 1,00 107,0 25,1
6 0,45 0,30 128,4 7,5
7 0,27 0,11 149,8 2,8
8 0,19 0,05 171,2 1,3
9 0,12 0,03 192,6 0,8
10 0,00 0,00 214,0 0,0

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DekalbRacional Hydrograph

30,0
Vazao (m3/s)

20,0
10,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
tempo (min)

Figura 111.3- Gráfico do hidrograma de Decalb aplicando o método Racional

111.5 Hidrograma universal do método Racional


Para se obter o diagrama universal do método Racional tempos que ter o tempo
de concentração tc e a vazão de pico Qp. A relação entre t/tc e Q/Qp está na Tabela
(111.6).

Tabela 111.6- Valores adimensionais de t/tc e Q/Qp


Dimensionless Time and
Hydrograph Ordinates
t/tc Q/Qp
0 0.00
1 0.21
2 0.30
3 1.00
4 0.54
5 0.39
6 0.25
7 0.18
8 0.15
9 0.14
10 0.13
11 0.00

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Notar que o pico ocorre a 3.tc e que o tempo base é 11.tc.

Figura 111.4- Esquema do hidrograma universal do método Racional

where:

tc = time of concentration.

Q = Flow at time t, in cfs.

Qp = Peak flow.

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111.6 Hidrograma dependendo do tempo de duração da chuva “d” e de “tc”.


O objetivo do hidrograma que iremos explicar é para uso em routing.
É usado para pequenas bacias e em hipotese alguma deve ser usado para dimensionamento de
um reservatorio de detenção ou retenção.
O hidrograma é baseado no método Racional.
A base do método é supor que o hidrograma pode ter forma triangular ou trapezoidal,
dependendo da duração da chuva “d’.
Os hidrogramas são em função da duração da chuva “d” e de “tc” sendo de 3 tipos conforme
Figura (111.5):

Tipo 1:
Quando a duração da chuva d>tc e assim teremos hidrograma trapezoidal.

Tipo 2:
Quando d=tc teremos hidrograma triangular

Tipo 3:
Quando d<tc teremos hidrograma trapezoidal

Figura 111.5- Temos 3 tipos dependendo da duração da chuva “d” e de “tc”

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111.7 Bibliografia e livros consultados


-NICKLOW/BOULOS/MULETA. Comprehensive urban hydrologic modeling handbook for
engineers and planners. 376 paginas, ISBN 0-97455689-6-1. Chapter five- Surface runoiff. 2006

111-11
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 113- Metodo de Clark
Engenheiro Plínio Tomaz 19 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 113
Método de Clark

"Admiro os poetas.
O que eles dizem com duas palavras a gente
tem que exprimir com milhares de tijolos."
Vilanova Artigas

113-1
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Capítulo 113- Metodo de Clark
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Capítulo 113- Método de Clark

113.1 Introdução
Vamos mostrar o Método de Clark conforme modelo de Akan, 2003 e modelo
de Gupta, 2008. Segundo Ponce. 1989 o Método de Clark pode ser chamar também de
Método do Tempo-Area.
O método de Clark data de 1945 e foi facilitado com curvas tempo-área (curvas
TA) que é usado em programas americanos como HEC-1 e HEC-HMS.Wanielista et
al, 1997 informa que o tempo de concentração na bacia é dividido em pedaços em
inúmeros intervalos de parte do tempo de concentração.
O método de Clark usa o hidrograma unitário para chuva excedente de 1cm.
Depois de obtido o diagrama unitário de Clark fazemos a chamada
convolução normalmente usado no SCS, Snyder e outros. A convolução nada mais é
que a operação entre duas funções resultante numa terceira função. Na convolução
teremos translação, multiplicação e adição.
É importante salientar o método do hidrograma unitário é baseado na relação
linear que existe entre a chuva excedente e as vazões diretas do runoff conforme Akan,
2003. Esta linearidade é que permite usar o principio da superposição para calcular o
hidrograma final.
O método de Clark possui três parâmetros básicos:
1. Tempo de concentração da bacia;
2. K coeficiente de armazenamento em horas ou min e
3. Curva do tempo-area.

113.2 Estimativa da curva tempo-área


No método de Clark achar as áreas conforme Figura (113.1) dá muito trabalho e
alguns desistem de usar o método. Isócronas são linhas de mesmo tempo de trânsito.

Figura 113.1- Isócronas e respectivas áreas

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Figura 113.2- Isócrona (áreas para uso do método de Clark com o mesmo
tempo de concentração)

Figura 113.3- Isócrona (áreas para uso do método de Clark com o mesmo
tempo de concentração). Veja a denominada curva “S” do lado direito da
figura.

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7
Cumulative Area (sqaure miles)

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Time (hrs)

Figura 113.4- Áreas acumuladas com o tempo, ou seja, curva tempo-área


(TA)

Akan, 2003 usa as áreas acumuladas pode ser estimada pelas seguintes equações
conforme USACE, 1987:
Ac= 1,414 . A.(t/ tc) 1,5 para 0≤t/tc < 0,5

Ac= A[ 1- 1,414 ( 1- t/tc) 1,5] para 0,5≤ t/tc ≤1,0

Sendo:
Ac= área acumulada (m2)
t= tempo (min)
tc= tempo de concentração (min)
A= área total (m2)

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113.3 Método de Clark conforme Akan, 2003


A teoria do Método de Clark usa o diagrama unitário de 1cm. Assim a vazão Qs
para cada faixa será:
Qs= Ac. ie
ie= 1cm/ tR = 0,01m/ tR
O intervalo de tempo usado na hidrógrafa é o valor tR.
Caso tR = 10min = 600s teremos ie= 0,01m/ 600s= 0,000016666 m/s.

Dica: não confundir o intervalo de tempo a ser usado na hidrógrafa tR com o


espaçamento dos dados ∆t.
U= Qs – QsL
Sendo:
QsL= a vazão tempo t + ∆t
A vazão QsL é a vazão defazada com o tempo ∆t.

A vazão do diagrama unitário Qu será obtida da seguinte maneira:

(Qu)j = (Qu) j-1 + CR [ U j-1 + U j -2 (Qu) j-1]


Sendo:

CR= ∆t/ (2K + ∆t)


O valor K é um coeficiente empírico de armazenamento também
denominado de coeficiente de Clark que tem que ser obtido usando um
hidrograma conhecido do local e quando não se tem dados de campo usamos:
K= 0,6 x tc
Sendo:
tc= tempo de concentração (min)
K= coeficiente conhecido ou adotado do local (h) ou (min) suposto constante.
Supomos também que o coeficiente de armazenamento de Clark é constante
o que na verdade não é.

Defasagem entre Qs e QsL.


A defasagem entre as colunas Qs e QsL é: ∆t +tR

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Exemplo 113.1
Calcular o hidrograma unitário de Clark para área de 149,8 km2,
tc=6,89h=149,8min para chuva de 12h=720min com intervalo de ∆t=5min para
hidrografa com tR=10min.
K= 0,6 x tc = 0,6 x 149,8= 89,88min
∆t= 5min
CR= ∆t/ (2K + ∆t)
CR= 5/ (2x89,88 + 5) = 0,027
Dica: observar que para obtermos CR usamos ∆t=5min.
tR= 10min
ie= 0,01m/ tR= 0,01m/ (10x60)=0,01/600=0,0000166667 m/s

Dica: observar que dividimos em ie o valor de 1cm=0,01m por 600segundos, que é


10min. Cuidado não errar !

Notar que o espaçamento de QSL é de tR=10min, sendo que o valor Qs=21,53


aparece 15min defazado em QSL.

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Tabela 113.7- Cálculos do hidrograma unitário pelo método de Clark


Area tempo tc Area (m2) ie m/s QS=Ac. Ie QsL U Qu
m2 (min) (min) Ac (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
1 149800000 0 149,8 0,00 1,66667E-05 0,00 0,00 0,00 0,00
2 149800000 5 149,8 1291661 1,66667E-05 21,53 0,00 21,53 0,58
3 149800000 10 149,8 3653369 1,66667E-05 60,89 0,00 60,89 2,78
4 149800000 15 149,8 6711667 1,66667E-05 111,86 21,53 90,33 6,72
5 149800000 20 149,8 10333287 1,66667E-05 172,22 60,89 111,33 11,82
6 149800000 25 149,8 14441208 1,66667E-05 240,69 111,86 128,83 17,68
7 149800000 30 149,8 18983461 1,66667E-05 316,39 172,22 144,17 24,11
8 149800000 35 149,8 23921894 1,66667E-05 398,70 240,69 158,01 30,98
9 149800000 40 149,8 29226950 1,66667E-05 487,12 316,39 170,72 38,20
10 149800000 45 149,8 34874844 1,66667E-05 581,25 398,70 182,55 45,69
11 149800000 50 149,8 40845904 1,66667E-05 680,77 487,12 193,65 53,40
12 149800000 55 149,8 47123500 1,66667E-05 785,39 581,25 204,14 61,28
13 149800000 60 149,8 53693335 1,66667E-05 894,89 680,77 214,12 69,28
14 149800000 65 149,8 60542944 1,66667E-05 1009,05 785,39 223,66 77,38
15 149800000 70 149,8 67661335 1,66667E-05 1127,69 894,89 232,80 85,54
16 149800000 75 149,8 75061238 1,66667E-05 1251,02 1009,05 241,97 93,76
17 149800000 80 149,8 82428435 1,66667E-05 1373,81 1127,69 0,00 95,23
18 149800000 85 149,8 89536270 1,66667E-05 1492,27 1251,02 241,25 96,61
19 149800000 90 149,8 96374908 1,66667E-05 1606,25 1373,81 232,44 104,20
20 149800000 95 149,8 102933304 1,66667E-05 1715,56 1492,27 223,28 110,89
21 149800000 100 149,8 109198926 1,66667E-05 1819,98 1606,25 213,73 116,72
22 149800000 105 149,8 115157396 1,66667E-05 1919,29 1715,56 203,73 121,70
23 149800000 110 149,8 120791978 1,66667E-05 2013,20 1819,98 193,22 125,85
24 149800000 115 149,8 126082857 1,66667E-05 2101,38 1919,29 182,09 129,20
25 149800000 120 149,8 131006057 1,66667E-05 2183,43 2013,20 170,23 131,74
26 149800000 125 149,8 135531740 1,66667E-05 2258,86 2101,38 157,48 133,48
27 149800000 130 149,8 139621324 1,66667E-05 2327,02 2183,43 143,59 134,40
28 149800000 135 149,8 143222118 1,66667E-05 2387,04 2258,86 128,17 134,48
29 149800000 140 149,8 146255683 1,66667E-05 2437,59 2327,02 110,57 133,66
30 149800000 145 149,8 148585059 1,66667E-05 2476,42 2387,04 89,38 131,84
31 149800000 150 149,8 149800000 1,66667E-05 2496,67 2437,59 59,07 128,72
32 149800000 155 149,8 2496,67 2476,42 0,00 123,35
33 149800000 160 149,8 2496,67 2496,67 0,00 116,68
34 149800000 165 149,8 2496,67 2496,67 0,00 110,36
35 149800000 170 149,8 2496,67 2496,67 0,00 104,39
36 149800000 175 149,8 2496,67 2496,67 0,00 98,74
37 149800000 180 149,8 2496,67 2496,67 0,00 93,39
38 149800000 185 149,8 2496,67 2496,67 0,00 88,34
39 149800000 190 149,8 2496,67 2496,67 0,00 83,56
40 149800000 195 149,8 2496,67 2496,67 0,00 79,04
41 149800000 200 149,8 2496,67 2496,67 0,00 74,76

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42 149800000 205 149,8 2496,67 2496,67 0,00 70,71


43 149800000 210 149,8 2496,67 2496,67 0,00 66,88
44 149800000 215 149,8 2496,67 2496,67 0,00 63,26
45 149800000 220 149,8 2496,67 2496,67 0,00 59,84
46 149800000 225 149,8 2496,67 2496,67 0,00 56,60
47 149800000 230 149,8 2496,67 2496,67 0,00 53,54
48 149800000 235 149,8 2496,67 2496,67 0,00 50,64
49 149800000 240 149,8 2496,67 2496,67 0,00 47,90
50 149800000 245 149,8 2496,67 2496,67 0,00 45,31
51 149800000 250 149,8 2496,67 2496,67 0,00 42,85
52 149800000 255 149,8 2496,67 2496,67 0,00 40,54
53 149800000 260 149,8 2496,67 2496,67 0,00 38,34
54 149800000 265 149,8 2496,67 2496,67 0,00 36,27
55 149800000 270 149,8 2496,67 2496,67 0,00 34,30
56 149800000 275 149,8 2496,67 2496,67 0,00 32,45
57 149800000 280 149,8 2496,67 2496,67 0,00 30,69
58 149800000 285 149,8 2496,67 2496,67 0,00 29,03
59 149800000 290 149,8 2496,67 2496,67 0,00 27,46
60 149800000 295 149,8 2496,67 2496,67 0,00 25,97
61 149800000 300 149,8 2496,67 2496,67 0,00 24,57
62 149800000 305 149,8 2496,67 2496,67 0,00 23,24
63 149800000 310 149,8 2496,67 2496,67 0,00 21,98
64 149800000 315 149,8 2496,67 2496,67 0,00 20,79
65 149800000 320 149,8 2496,67 2496,67 0,00 19,66
66 149800000 325 149,8 2496,67 2496,67 0,00 18,60
67 149800000 330 149,8 2496,67 2496,67 0,00 17,59
68 149800000 335 149,8 2496,67 2496,67 0,00 16,64
69 149800000 340 149,8 2496,67 2496,67 0,00 15,74
70 149800000 345 149,8 2496,67 2496,67 0,00 14,89
71 149800000 350 149,8 2496,67 2496,67 0,00 14,08
72 149800000 355 149,8 2496,67 2496,67 0,00 13,32
73 149800000 360 149,8 2496,67 2496,67 0,00 12,60
74 149800000 365 149,8 2496,67 2496,67 0,00 11,92
75 149800000 370 149,8 2496,67 2496,67 0,00 11,27
76 149800000 375 149,8 2496,67 2496,67 0,00 10,66
77 149800000 380 149,8 2496,67 2496,67 0,00 10,09
78 149800000 385 149,8 2496,67 2496,67 0,00 9,54
79 149800000 390 149,8 2496,67 2496,67 0,00 9,02
80 149800000 395 149,8 2496,67 2496,67 0,00 8,53
81 149800000 400 149,8 2496,67 2496,67 0,00 8,07
82 149800000 405 149,8 2496,67 2496,67 0,00 7,64
83 149800000 410 149,8 2496,67 2496,67 0,00 7,22
84 149800000 415 149,8 2496,67 2496,67 0,00 6,83
85 149800000 420 149,8 2496,67 2496,67 0,00 6,46

113-8
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86 149800000 425 149,8 2496,67 2496,67 0,00 6,11


87 149800000 430 149,8 2496,67 2496,67 0,00 5,78
88 149800000 435 149,8 2496,67 2496,67 0,00 5,47
89 149800000 440 149,8 2496,67 2496,67 0,00 5,17
90 149800000 445 149,8 2496,67 2496,67 0,00 4,89
91 149800000 450 149,8 2496,67 2496,67 0,00 4,63
92 149800000 455 149,8 2496,67 2496,67 0,00 4,38
93 149800000 460 149,8 2496,67 2496,67 0,00 4,14
94 149800000 465 149,8 2496,67 2496,67 0,00 3,92
95 149800000 470 149,8 2496,67 2496,67 0,00 3,70
96 149800000 475 149,8 2496,67 2496,67 0,00 3,50
97 149800000 480 149,8 2496,67 2496,67 0,00 3,31
98 149800000 485 149,8 2496,67 2496,67 0,00 3,13
99 149800000 490 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,97
100 149800000 495 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,80
101 149800000 500 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,65
102 149800000 505 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,51
103 149800000 510 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,37
104 149800000 515 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,24
105 149800000 520 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,12
106 149800000 525 149,8 2496,67 2496,67 0,00 2,01
107 149800000 530 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,90
108 149800000 535 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,80
109 149800000 540 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,70
110 149800000 545 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,61
111 149800000 550 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,52
112 149800000 555 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,44
113 149800000 560 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,36
114 149800000 565 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,29
115 149800000 570 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,22
116 149800000 575 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,15
117 149800000 580 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,09
118 149800000 585 149,8 2496,67 2496,67 0,00 1,03
119 149800000 590 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,97
120 149800000 595 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,92
121 149800000 600 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,87
122 149800000 605 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,82
123 149800000 610 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,78
124 149800000 615 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,74
125 149800000 620 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,70
126 149800000 625 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,66
127 149800000 630 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,62
128 149800000 635 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,59
129 149800000 640 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,56

113-9
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Capítulo 113- Metodo de Clark
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130 149800000 645 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,53


131 149800000 650 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,50
132 149800000 655 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,47
133 149800000 660 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,45
134 149800000 665 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,42
135 149800000 670 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,40
136 149800000 675 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,38
137 149800000 680 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,36
138 149800000 685 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,34
139 149800000 690 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,32
140 149800000 695 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,30
141 149800000 700 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,29
142 149800000 705 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,27
143 149800000 710 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,26
144 149800000 715 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,24
145 149800000 720 149,8 2496,67 2496,67 0,00 0,23
∑Qu=4722,96
m3/s
1416887,63 m3
0,01

Conferindo:
A soma das vazões na última coluna Qu é 4726,96m3/s
O volume do runoff na hidrorama unitario será:
Volume runoff= ∆t . ∑Qu = 5 min x 60 x 4726,96=1.416.888 m3.
Como a area da bacia tem 149,8km2 então teremos:
1,416.888m3/ (149,8 x 100ha x 10000m2) =0,01m que é o 1cm

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113.4 Método de Clark conforme Gupta, 2008


O balanço de massa é:
dS/dt= It – Qt
Sendo:
dS/dt= variação no armazenamento
It= média da vazão de entrada no tempo t
Qt= média da vazão de saida no tempo t.

Considerando que o reservatório tenha um modelo linear de armazenamento para


um particular tempo t relativa a vazão de saida é:

St= K. Q
Sendo:
K= constante que representa os efeitos de armazenamento da bacia e geralmente
representado pelo tempo de translação tL.

Combinando as equações acima teremos:

Qt= C1. It + C2. Q t-1

C1= ∆t/ (Ks + 0,5.∆t)


C2= 1- C1

No tempo ∆t tomamos a média:


Qt= (Q t-1 + Qt) / 2

Exemplo 113.2
Calcular o hidrograma unitário sintético de Clark para uma bacia com tc=3h, CN=80,
área 25,8km2, declividade média S=0,025m/m, comprimento do talvegue L=3960m
com intervalo ∆t=0,5h para usar com chuva excedente com intervalo de 1h.

K= 0,6 x tc= 0,6 x 3= 1,8h


∆t=0,5h
C1= ∆t/ (Ks + 0,5.∆t)
C1= 0,5/ (1,8 + 0,5x0,5) =0,244
C2= 1- C1= 1-0,24= 0,756

Vamos colocar os cálculos na Tabela (113.8) e vamos explicar coluna por


coluna.

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Coluna 1: Intervalo de tempo


Colocamos o intervalo de tempo de maneira que seja compativel depois com a
precipitação excedente para fazer a convolução.
No caso o intervalo de tempo é ∆t=0,5h.

Coluna 2: Cálculos das áreas acumuladas.


Akan, 2003 usa as áreas acumuladas pode ser estimada pelas seguintes equações
conforme USACE, 1987:
Ac= 1,414 . A.(t/ tc) 1,5 para 0≤t/tc < 0,5

Ac= A[ 1- 1,414 ( 1- t/tc) 1,5] para 0,5≤ t/tc ≤1,0

Sendo:
Ac= área acumulada (m2)
t= tempo (min)
tc= tempo de concentração (min)
A= área total (m2)

Coluna 3- Area da bacia em m2 que contribui para a vazão na seção de saida no


intervalo de tempo.
É a diferença da linha 2 com a anterior. Assim 6993598m2 menos a anterior
2472610m2 nos fornecerá 4520988m2.

Coluna 4- É a vazão obtida multiplicando a coluna (3) por 1cm (0,01m) de chuva
excedente e dividindo o resultado por ∆t=0,5h, só que colocando em segundos.
Assim:
2472610 x 0,01/ (0,5x60x60)= 13,74

Coluna 5- É o cálculo da vazão de saida através do routing.


Usamos a equação:
Qt= C1. It + C2. Q t-1
Qt= 0,244. It +0,756 Q t-1

Para o tempo t=0,5h temos:


Qt= 0,24. It +0,76 Q t-1
Qt= 0,244x13,74 +0,756x0=3,35

Coluna 6- Média de duas linhas dos valores Qt da coluna 5.


Assim =(3,35+0)/2= 1,68

Coluna 7- É o deslocamento (lagged) da duração desejada e no caso é de uma hora.

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Observar que o valor 1,68 da coluna 7 está deslocado 1h do valor 1,68 da coluna
(6).

Coluna 8-É a média da coluna (6) mais a coluna (7) e se obtém o hidrograma unitário
sintético de Clark
Assim o valor 0,8= (1,68+0)/2

Tabela 113.8- Cálculos do Método de Clark conforme Gupta, 2008


tc(h)= 3
K(h)= 1,8 ∆t (h)= 0,5
2
Area (km )= 25,7 C 1= 0,244
2
Area (m )= 25700000 C 2= 0,756
Lagged= 1h
0,01/(0,50x60x60)
Lagged
Tempo Area ∆A It Qt QIUH QIH Q1h
2 2 3 3 3 3 3
(h) (m ) (m ) (m /s/cm) (m /s/cm) (m /s/cm) (m /s/cm) (m /s/cm)
1 2 3 4 5 6 7 8

0,0 0,000 0 0 0 0 0 0,0


0,5 2472610 2472610 13,74 3,35 1,68 0 0,8
1,0 6993598 4520988 25,12 8,66 6,00 0 3,0
1,5 12851940 5858343 32,55 14,49 11,57 1,68 6,6
2,0 18706402 5854462 32,52 18,89 16,69 6,00 11,3
2,5 23227390 4520988 25,12 20,41 19,65 11,57 15,6
3,0 25700000 2472610 13,74 18,78 19,59 16,69 18,1
3,5 25700000 0 0 14,20 16,49 19,65 18,1
4,0 25700000 0 0 10,74 12,47 19,59 16,0
4,5 25700000 0 0 8,12 9,43 16,49 13,0
5,0 25700000 0 0 6,14 7,13 12,47 9,8
5,5 25700000 0 0 4,64 5,39 9,43 7,4
6,0 25700000 0 0 3,51 4,07 7,13 5,6
6,5 25700000 0 0 2,65 3,08 5,39 4,2
7,0 25700000 0 0 2,01 2,33 4,07 3,2
7,5 25700000 0 0 1,52 1,76 3,08 2,4
8,0 25700000 0 0 1,15 1,33 2,33 1,8
8,5 25700000 0 0 0,87 1,01 1,76 1,4
9,0 25700000 0 0 0,66 0,76 1,33 1,0
9,5 25700000 0 0 0,50 0,58 1,01 0,8
10,0 25700000 0 0 0,37 0,44 0,76 0,6

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Figura 113.5- Diagrama unitário sintético de Clark

Com o hidrograma unitário sintético de Clark e tendo a chuva excedente,


podemos fazer a convolução e calcular o hidrograma de saida na seção considerada.

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Exemplo 113.3
Calcular o hidrograma unitário sintético de Clark para uma bacia com tc=10h, , área
595km2, com intervalo ∆t=0,5h para usar com chuva excedente com intervalo de 1h.
K= 0,6 x tc= 0,6 x 10= 6,0h
∆t=0,5h
C1= ∆t/ (Ks + 0,5.∆t)
C1= 0,5/ (6,0 + 0,5x0,5) =0,080
C2= 1- C1= 1-0,080= 0,920

Tabela 113.9- Cálculos do Método de Clark conforme Gupta, 2008


tc(h)= 10
K(h)= 6 ∆t (h)= 0,5
Area (km2)= 595 C1= 0,080
Area (m2)= 595000000 C2= 0,920
Lagged= 1h
0,01/(0,50x60x60)
Lagged
Tempo Area ∆A It Qt QIUH QIH Q1h
(h) (m2) (m2) (m3/s/cm) (m3/s/cm) (m3/s/cm) (m3/s/cm) (m3/s/cm)
1 2 3 4 5 6 7 8

0,0 0,000 0 0 0 0 0 0,0


0,5 9406355 9406355 52,26 4,18 2,09 0 1,0
1,0 26605191 17198835 95,55 11,49 7,84 0 3,9
1,5 48876856 22271666 123,73 20,47 15,98 2,09 9,0
2,0 75250843 26373987 146,52 30,55 25,51 7,84 16,7
2,5 105166250 29915407 166,20 41,41 35,98 15,98 26,0
3,0 138244626 33078376 183,77 52,79 47,10 25,51 36,3
3,5 174208139 35963513 199,80 64,55 58,67 35,98 47,3
4,0 212841525 38633386 214,63 76,56 70,56 47,10 58,8
4,5 253971595 41130070 228,50 88,72 82,64 58,67 70,7
5,0 297544926 43573331 242,07 100,98 94,85 70,56 82,7
5,5 341028405 43483479 241,57 112,23 106,61 82,64 94,6
6,0 382158475 41130070 228,50 121,53 116,88 94,85 105,9
6,5 420791861 38633386 214,63 128,98 125,26 106,61 115,9
7,0 456755374 35963513 199,80 134,65 131,81 116,88 124,3
7,5 489833750 33078376 183,77 138,58 136,61 125,26 130,9
8,0 519749157 29915407 166,20 140,79 139,68 131,81 135,7
8,5 546123144 26373987 146,52 141,24 141,02 136,61 138,8
9,0 568394809 22271666 123,73 139,84 140,54 139,68 140,1
9,5 585593645 17198835 95,55 136,30 138,07 141,02 139,5
10,0 595000000 9406355 52,26 129,58 132,94 140,54 136,7
10,5 595000000 0 0,00 119,21 124,39 138,07 131,2
11,0 595000000 0 0,00 109,67 114,44 132,94 123,7
11,5 595000000 0 0,00 100,90 105,29 124,39 114,8

113-15
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12,0 595000000 0 0,00 92,83 96,86 114,44 105,7


12,5 595000000 0 0,00 85,40 89,11 105,29 97,2
13,0 595000000 0 0,00 78,57 81,99 96,86 89,4
13,5 595000000 0 0,00 72,28 75,43 89,11 82,3
14,0 595000000 0 0,00 66,50 69,39 81,99 75,7
14,5 595000000 0 0,00 61,18 63,84 75,43 69,6
15,0 595000000 0 0,00 56,29 58,73 69,39 64,1
15,5 595000000 0 0,00 51,78 54,04 63,84 58,9
16,0 595000000 0 0,00 47,64 49,71 58,73 54,2
16,5 595000000 0 0,00 43,83 45,74 54,04 49,9
17,0 595000000 0 0,00 40,32 42,08 49,71 45,9
17,5 595000000 0 0,00 37,10 38,71 45,74 42,2
18,0 595000000 0 0,00 34,13 35,61 42,08 38,8
18,5 595000000 0 0,00 31,40 32,76 38,71 35,7
19,0 595000000 0 0,00 28,89 30,14 35,61 32,9
19,5 595000000 0 0,00 26,58 27,73 32,76 30,2
20,0 595000000 0 0,00 24,45 25,51 30,14 27,8
20,5 595000000 0 0,00 22,49 23,47 27,73 25,6
21,0 595000000 0 0,00 20,69 21,59 25,51 23,6
21,5 595000000 0 0,00 19,04 19,87 23,47 21,7
22,0 595000000 0 0,00 17,52 18,28 21,59 19,9
22,5 595000000 0 0,00 16,11 16,82 19,87 18,3
23,0 595000000 0 0,00 14,83 15,47 18,28 16,9
23,5 595000000 0 0,00 13,64 14,23 16,82 15,5
24,0 595000000 0 0,00 12,55 13,09 15,47 14,3
24,5 595000000 0 0,00 11,54 12,05 14,23 13,1
25,0 595000000 0 0,00 10,62 11,08 13,09 12,1
25,5 595000000 0 0,00 9,77 10,20 12,05 11,1
26,0 595000000 0 0,00 8,99 9,38 11,08 10,2
26,5 595000000 0 0,00 8,27 8,63 10,20 9,4
27,0 595000000 0 0,00 7,61 7,94 9,38 8,7
27,5 595000000 0 0,00 7,00 7,30 8,63 8,0
28,0 595000000 0 0,00 6,44 6,72 7,94 7,3
28,5 595000000 0 0,00 5,92 6,18 7,30 6,7
29,0 595000000 0 0,00 5,45 5,69 6,72 6,2
29,5 595000000 0 0,00 5,01 5,23 6,18 5,7
30,0 595000000 0 0,00 4,61 4,81 5,69 5,3
30,5 595000000 0 0,00 4,24 4,43 5,23 4,8
31,0 595000000 0 0,00 3,90 4,07 4,81 4,4
31,5 595000000 0 0,00 3,59 3,75 4,43 4,1
32,0 595000000 0 0,00 3,31 3,45 4,07 3,8
32,5 595000000 0 0,00 3,04 3,17 3,75 3,5
33,0 595000000 0 0,00 2,80 2,92 3,45 3,2
33,5 595000000 0 0,00 2,57 2,69 3,17 2,9
34,0 595000000 0 0,00 2,37 2,47 2,92 2,7
34,5 595000000 0 0,00 2,18 2,27 2,69 2,5

113-16
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 113- Metodo de Clark
Engenheiro Plínio Tomaz 19 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Figura 113.6- Diagrama unitario sintético de Clark

113.5 Equações de chuvas intensas


Deverá ser usada a equação de chuvas intensas local.

113.6 Hietograma de chuva


Usamos o hietograma de Huff.

113.7 Chuva excedente pelo número da curva CN


Praticamente todos os métodos usam para calcular a chuva
excedente o número da curva CN.

113.8 Método Santa Bárbara


O método Santa Bárbara foi baseado no método de Clark.

113.9 Coeficiente de armazenamento de Clark K


A Figura (113.7) mostra como se calcula o valor de K considerando medição
local.
Quando tivermos rios próximos que possuam o coeficiente K poderemos utilizá-
los nos cálculos e quando não tivermos nenhuma medição estimamos o valor de
K=0,6.tc.

113-17
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 113- Metodo de Clark
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Figura 113.7- Determinação do coeficiente de armazenamento K de Clark


Fonte: Gupta, 2008

Na Figura (113.7) temos a determinação de K=8h e na Tabela (113.8) estão


vários valores do coeficiente de armazenamento K sendo a média de 9h.
Observar que o tc médio é de 14h e caso fossemos fazer estimativa K=0,6.tc=
0,6 x 14= 8,4h que é aproximadamente a 9h obtido. Isto mostra a boa estimativa que
Akan, 2003 e que foi o objeto principal do nosso estudo.

113-18
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 113- Metodo de Clark
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Figura 113.8- Determinação do coeficiente de armazenamento K de Clark


Fonte: Higson, 1969

Tabela 113-8- Valores achados de K através de medições e valor médio.


Fonte: Higson, 1969

113-19
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 113- Metodo de Clark
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113.10 Bibliografia e livros recomendados


-AKAN, A. OSMAN E HOUGHTALEN, ROBERT J. Urban Hydrology, hydraulics
and stomwater quality. Editora John Wiles& Sons, 2003, 371 páginas.áginas.ISBN 0-
471-43158-3 USA
-ASCE (AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS). Hydrology Handbook. 2a
ed.1996, 784 páginas. ISBN 07844-0138-1
-BEDIENT, PHILIP B. et al. Hydrology and floodplain analysis. 4a ed. Prentice-
Hall,795 páginas, 2008, ISBN 13-97809-0-13-174589-6.
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic systems. 3a ed. Editora Waveland, 2008,
896 páginas, ISBN 1-57766-455-8
-HIGSON, KENNETH RUSSEL. An evaluation of instantaneous unit hydrograph
methods with a study os selected basins in the Saint John River Valley, Tese de
doutoramento, abril, 1969, 92 páginas, University of New Brunswick.
-PONCE, VICTOR MIGUEL. Engineering Hydrology- principles and practices.
Prentice Hall, 1989, 640 páginas, ISBN 0-13-315466-1
-PORTO, RUBEM LA LAINA et al. Escoamento superficial. EPUSP, 1999, São Paulo
Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária PHD 307- Hidrologia Aplicada.
-TUCCI, CARLOS E. M. et al. Drenagem Urbana. ABRH, UFRS Porto Alegre,
1995,428 páginas. ISBN 85-7025-364-8
-WANIELISTA, MARTIN et al. Hydrology- Water Quantity and quality control. 2a
ed. John Wiley & Sons, 1997, John Wiley & Sons, 1997, 567 páginas, ISBN 0-471-
072559-.

113-20
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 114
Método de Snyder

114-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 114- Método de Snyder

114.1 Introdução
Segundo prof. dr. Victor M. Ponce, o método de Snyder foi o primeiro
hidrograma unitário sintético que foi feito no mundo em 1938 por F.F. Snyder.
O método de Snyder foi feito para bacias muito grandes e foi baseado nas bacias
das montanhas dos Apalaches nos Estados Unidos.
Chow, 1988 sugere que o Método de Snyder é para bacias de 30km2 a
30.000km2.
McCuen, 1998 recomenda a calibração dos coeficientes.
Quando não temos medidas para calibrar a bacia, é recomendado que se use
uma bacia perto ou similar de onde são conhecidos os coeficientes.

114.2 Hidrograma unitário sintético de Snyder


Conforme McCuen, 1998 o método de Snyder prevê as seguintes equações:

tL= 0,75.Ct . ( L. LCA) 0,3


Sendo:
tL= tempo do centroide até a seção de controle (h)
Ct= coeficiente empírico de armazenamento na bacia e varia de 1,35 a 1,65 com média
1,5 para unidades SI.
L= comprimento to talvegue (km)
LCA= comprimento do centro da bacia no ponto perto do talvegue até a seção de
controle (km)

Cuidado: Ponce, 1989 ressalta que Ct depende da unidade adotada.

tL= 0,75.Ct . ( L. LCA) 0,3


A duração padrão do escoamento superficial é achada empiricamente
pela equação:

td= tL/5,5

Sendo:
td= duração padrão (h)
tL= tempo do centroide até a seção de controle (h)

Os valores ajustados de tLa para outras durações de chuva excedente


pode ser obtido por:

tLa= tL + 0,25 (tda-td)

114-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Sendo:
t da= duração alternativa do hidrograma unitário (h)
tL= tempo do centroide até a seção de controle (h)
td= duração padrão (h)
tLa= valor ajustado (h)

O tempo de pico tp é achado da seguinte maneira:


tp= t La + 0,5 t da
Sendo:
tp= tempo de pico (h)
td= duração padrão (h)
tLa= valor ajustado (h)

A vazão de pico Qp será:


Qp = 2,75 x CP x A/ tLa
Sendo:
Qp= vazão de pico (m3/s/cm)
Cp= coeficiente empírico entre 0,56 a 0,69 conforme Ponce, 1989.
Uehara para bacias rurais em São Paulo achou Cp=0,67.
O SCS usa Cp=0,75.
Nota: os valores Cp e Ct são parametros regionais que devem ser calibrados
ou obtidos em bacias simulares que possuam medições;
A= área da bacia (km2)

Ponce, 1989 recomenda expressamente que os coeficientes Ct e Cp são


determinadados em base regional.
Para desenhar o hidrograma unitário sintético, Snyder criou dois
parametros W50 e W75 que representam a largura do hidrograma unitário
sintético para vazões 50% do pico e 75% do pico.
Conforme Porto et al, 1999 teremos:

W50= 2,14 (A/Qp) 1,08


W75= 1,22 (A/Qp) 1,08
Sendo:
A= área da bacia (km2)
Qp= vazão de pico (m3/s/m)
W50= largura do hidrograma unitário para 50% da vazão de pico em horas
W75= largura do hidrograma unitário para 75% da vazão de pico em horas

114-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
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Como regra prática as larguras W50 e W75 são proporcionais para cada
lado do pico de vazão na razão de 1:3, sendo o trecho menor no lado
esquerdo do hidrograma unitário sintético.

Conforme Porto et al, 1999 o tempo base é determinado pela equação:


tb=11,2. A/Qp –W75-1,5 W50
Sendo:
tb= tempo base (dias)
tL= tempo do centroide até a seção de controle (h)

A chuva excedente é considerada de 1cm, que deve ser multiplicado


pelos valores obtidos no hidrograma unitário sintético.
Porto, recomenda que quando a bacia é grande usamos os 7 pontos
para traçar o hidrograma, mas quando a bacia é pequena usamos somente 3
pontos.

114-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
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Para se desenhar o hidrograma unitario pelo método de Snyder temos


que usar os sete pontos:

Tabela 114.1- Localização dos sete pontos para traçar o hidrograma unitario
pelo método de Snyder
Ponto Abcissa Ordenada
1 0 0
2 tLa – (1/3)W50 0,5Qp
3 tLa – (1/3)W75 0,75Qp
4 tLa Qp
5 tLa + (2/3)W75 0,75Qp
6 tLa + (2/3)W50 0,50Qp
7 tb 0

114.4 Equações de chuvas intensas


Deverá ser usada a equação de chuvas intensas local,

114.5 Hietograma de chuva


Usamos o hietograma de Huff.

114.6 Chuva excedente pelo numero da curva CN


Praticamente todos os métodos usam para calcular a chuva
excedente o número da curva CN

114-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Exemplo 114.1 McCuen adaptado para unidades SI e hidrograma conforme


Porto.
Achar o hidrograma unitário baseado no Método de Snyder para uma bacia com 6151
km2, comprimento do talvegue de 137,6 km, comprimento do centro da bacia até a
seção de controle de 65,6km. Adotar Ct=2,0 e Cp=0,5.
tL= 0,75x Ct x ( L. LCA) 0,3
tL= 0,75x2,0x (137,6 x 65,6) 0,3
tL= 23,1h
td= tL/5,5
td= 23,1/5,5 = 4,2h
Adotanto chuva unitária de duração tda=4h,
tLa= tL + 0,25 (tda-td)
tLa=23,1 + 0,25 (4,0-4,2) = 23,00h
tp= t La + 0,5 t da
tp= 23 + 0,5 x 4= 25 h
Qp = 2,75 x CP x A/ tLa
Qp = 2,75 x 2,00 x 6151/ 23= 367,62 m3/s/cm

W50= 2,14 (A/Qp) 1,08


W50= 2,14 (6151/367,62) 1,08
W50= 44,9 h

W75= 1,22 (A/Qp) 1,08


W75= 1,22 (6151/367,62) 1,08
W75= 25,6h
tb=11,2. A/Qp –W75-1,5 W50
tb=11,2x6151/367,62 –25,6-1,5x44,9=93,2h

Figura 114.1- Hidrograma unitário do método de Snyder para a bacia do exemplo


sendo o tempo em horas e ordenada em m3/s/cm

114-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
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Tabela 114.2- Cálculo do método de Snyder


McCuen adotado para unidades SI
Dados:
Area da bacia (km2)= 6151
Comprimento do talvegue (km)= 137,6
Comprimento do centroide até a seção de controle (km)= 65,6
Ct=coeficiente empirico de armazenando.Varia 1,8 a 2,2 1,5
Cp= coeficiente empirico entre 0,5 a 0,7. Kokei Cp=0,67 0,5

tL= tempo do centroide até a seção de controle (h) 23,1

td= duração padrao (h) 4,2

t da= duração alternativa do hidrograma unitario (h) 4

tLa= valor ajustado (h) 23,0

tp= tempo de pico (h) 25,0


Qp= vazão de pico (m3/s/cm) 367,6

tb= tempo base (h) 93,2


W50 44,9
W75 25,6
Grafico
Sete Abcissa (h) Ordenada
pontos (m3/s/cm)
1 0,0 0,0
2 8,1 183,8
3 14,5 275,7
4 23,0 367,6
5 40,1 275,7
6 52,9 183,8
7 93,2 0,0

Exemplo 114.2- Victor Miguel Ponce


Tabela 114.3- Cálculo do método de Snyder
Victor Miguel Ponce
Dados:
Area da bacia (km2)= 400
Comprimento do talvegue (km)= 25
Comprimento do centroide até a seção de controle (km)= 10

114-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
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Ct=coeficiente empirico de armazenando.Varia 1,8 a 2,2 1,5


Cp= coeficiente empirico entre 0,5 a 0,7. Kokei Cp=0,67 0,61

tL= tempo do centroide até a seção de controle (h) 7,86

td= duração padrao (h) 1,4

t da= duração alternativa do hidrograma unitario (h) 4

tLa= valor ajustado (h) 8,5

tp= tempo de pico (h) 10,5


Qp= vazão de pico (m3/s/cm) 78,9

tb= tempo base (h) 30,8


W50 12,4
W75 7,0
Grafico
Sete Ordenada (m3/s/cm) Abcissa
pontos (h)
1 0,0 0,0
2 4,4 39,5
3 6,2 59,2
4 8,5 78,9
5 13,2 59,2
6 16,7 39,5
7 30,8 0,0

114-8
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Capítulo 114- Metodo de Snyder
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Figura 114.2- Hidrograma unitário do método de Snyder para a bacia do exemplo


sendo o tempo em horas e ordenada em m3/s/cm

114-9
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Exemplo 114.3 Porto


Tabela 114.4 Cálculo do método de Snyder
Porto, EPUSP
Dados:
Area da bacia (km2)= 250
Comprimento do talvegue (km)= 17
Comprimento do centroide até a seção de controle (km)= 5
Ct=coeficiente empirico de armazenando.Varia 1,35 a 1,65 com media 1,5 1,5
Cp= coeficiente empirico entre 0,56 a 0,69. Kokei 0,6
Cp=0,67

tL= tempo do centroide até a seção de controle (h) 5,7

td= duração padrao (h) 1,0

t da= duração alternativa do hidrograma unitario (h) 1

tLa= valor ajustado (h) 5,7

tp= tempo de pico (h) 6,2


Qp= vazão de pico (m3/s/cm) 72,6

tb= tempo base (h) 21,6


W50 8,1
W75 4,6
Grafico
Sete Abcissa (h) Ordenada
pontos (m3/s/cm)
1 0,0 0,0
2 3,0 36,3
3 4,1 54,5
4 5,7 72,6
5 8,8 54,5
6 11,0 36,3
7 21,6 0,0

114-10
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Figura 114.3- Hidrograma unitário do método de Snyder para a bacia do exemplo


sendo o tempo em horas e ordenada em m3/s/cm

114-11
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 114- Metodo de Snyder
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

114.7 Bibliografia e livros recomendados


-CHOW, VEN TE et al. Applied hydrology. McGraw-Hill, 1988, 572 páginas, ISBN 0-
07-100174-3.
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic systems. 3a ed. Editora Waveland, 896
páginas. ano 2008 ISBN 1-57766-455-8.
-MCCUEN, RICHARD H. Hydrology analysis and design, 2ª ed. Prentice Hall, 1998,
New Jersey, ISBN 0-13-134958-9.
-NICKLOW/BOULOS/MULETA. Comprehensive urban hydrologic modeling handbook for
engineers and planners. 376 paginas, ISBN 0-97455689-6-1. Chapter five- Surface runoiff. 2006
-PONCE, VICTOR MIGUEL. Engineering Hydrology- principles and practices.
Prentice-Hall, 1989, 640 páginas.
-PORTO, RUBEN LALAINA et al. Hidrologia aplicada. PHD-307- EPUSP, 1999.
-TUCCI, CARLOS E. M. et al. Drenagem Urbana. ABRH, UFRS Porto Alegre,
1995,428 páginas. ISBN 85-7025-364-8

114-12
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 115- Metodo de Espey
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de junho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 115
Método de Espey

115-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 115- Metodo de Espey
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de junho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 115- Método de Espey

115.1 Introdução
Conforme Akan, 2003 Espey e Altman, 1978 criaram um método empírico para
obter o hidrograma sintético unitário em bacias urbanas usando o tempo de 10min. O
método foi obtido após o exame de 41 bacias em oito estados americanos.
O método de Espey utiliza o tempo de 10min e devido a isto é conhecido como
Método do hidrograma unitário de 10min de Espey. É recomendado para bacias de
4ha a 39km2.

115.2 Hidrograma unitário sintético de 10min de intervalo conforme Espey


O método de Espey prevê as seguintes equações:
S= H/ 0,8L
tp= 4,07 ( L 0,23 Φ 1,57)/( S 0,25 x I 0,18)
Qp=141,2 x A 0,96/ tp 1,07
Tb= 677 A/ Qp 0,95
W50= 107 A 0,93/ Qp 0,92
W50= 46 A 0,79/ Qp 0,78

tA= tp – W50/3
tB= tp – W75/3
tE= tp + (2/3) W75
tF= tp + (2/3) W50

Sendo:
S= declividade media no canal (m/m)
H= diferença de nível da seção de controle e o ponto 0,8 x L
L= comprimento do talvegue (m)
I= area impermeável em porcentagem
tp= tempo para ocorrer o pico da vazão (min)
Qp= vazão de pico da descarga do diagrama unitária (m3/s/cm)
tb=tempo base do diagrama unitário (min)
W50= largura do diagrama unitário em 0,5 Qp (min)
W75= largura do diagrama unitário em 0,75 Qp (min)
tA= tempo em que a descarga é 0,5Qp (min)
tB= tempo em que a descarga é 0,75 Qp (min)
tE= tempo em que a descarga é 0,75Qp na recessão (min)
tF= tempo em que a descarga é 0,50 Qp na recessão (min)
Φ= número adimensional obtido conforme Figura (115.1)

115-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 115- Metodo de Espey
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de junho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Figura 115.1- Valores de Φ conforme o a rugosidade de Manning n e a area impermeavel da bacia


Fonte: Akan, 2003

Figura 115.2- Elementos do hidrograma unitário de Espey conforme Akan, 2003.

115-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 115- Metodo de Espey
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de junho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Exemplo 115.1 – Adaptado de Akan, 2003


Dada uma bacia com 0,92km2, rugosidade de Manning n=0,015, área
impermeável da bacia 43,8%, comprimento do talvegue de 2910m e diferença
de nível de 20,1m. Achar o hidrograma unitário 10min de Espey.
S= H/ 0,8L= 20,1/ (0,8 x 2910)= 0,008634m/m
Verificando-se a Figura (115.1) entrando com n=0,015 e AI= 43,8% achamos
Φ= 0,62

tp= 4,07 ( L 0,23 Φ 1,57)/( S 0,25 x I 0,18)


tp= 4,07 ( 2910 0,23 0,62 1,57)/( 0,0086340,25 x 43,8 0,18) =20,0min

Qp=141,2 x A 0,96/ tp 1,07


Qp=141,2 x 0,92 0,96/ 20 1,07
Qp= 5,29m3/s/cm

Tb= 677 A/ Qp 0,95


Tb= 677 x 0,92/ 5,29 0,95
Tb= 128,04min

W50= 107 A 0,93/ Qp 0,92


W50= 107 x 0,92 0,93/ 5,29 0,92
W50=21,40min

W75= 46 A 0,79/ Qp 0,78


W75= 46x 0,92 0,79/ 5,29 0,78
W75= 11,75min

tA= tp – W50/3= 20 – 21,40/3= 12,86min


tB= tp – W75/3 = 20- 11,75/3= 16,07min
tE= tp + (2/3) W75 = 20 + (2/3) x 11,75= 27,82min
tF= tp + (2/3) W50 = 20 – (2/3) 21,40= 34,26 min

115-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 115- Metodo de Espey
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de junho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

]
Figura 115-3- Hidrograma unitário 10min de Espey do exemplo

115.3 Equações de chuvas intensas


Deverá ser usada a equação de chuvas intensas local.

115.4 Hietograma de chuva


Usamos o hietograma de Huff.

115.5 Chuva excedente pelo número da curva CN


Praticamente todos os métodos usam para calcular a chuva
excedente o número da curva CN

115.6 Convolução
Para se obter o hidrograma propriamente dito usamos o método da
convolução usado no SCS, Snyder e Clark.

115-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 115- Metodo de Espey
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de junho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

115.7 Bibliografia e livros recomendados


-AKAN, A. OSMAN E HOUGHTALEN, ROBERT J. Urban Hydrology, hydraulics
and stomwater quality. Editora John Wiules& Sons, 2003, 371 páginas.áginas.ISBN 0-
471-43158-3 USA

115-6
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 116- Hietograma pelo Método de Yen e Chow, 1980
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de julho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 116
Hietograma pelo método de Yen e Chow, 1981

116-1
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 116- Hietograma pelo Método de Yen e Chow, 1980
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de julho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Sumário

Ordem Assunto
Capítulo 43 – Hietograma pelo Método de Chicago
116.1 Introdução
116.2 Aplicação prática
5 páginas

116-2
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 116- Hietograma pelo Método de Yen e Chow, 1980
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Capítulo 116 – Hietograma pelo método de Yen e Chow, 1980

116.1 Introdução
O objetivo é obter a precipitação em função do tempo, ou seja, o hietograma usando o método de Yen
e Chow que segundo Mays, 2001 analisaram mnais de 10.000 precipitações nos Estados Unidos.
A forma básica tem a forma triangular.

Baseia-se na equação:

Ip= 2P / td
Sendo:
Ip= intensidade da chuva (mm/h)
td= duração da chuva (h)
P= precipitação da chuva (mm)

Figura 116.1- Esquema triangular do Hietograma usando o método de Yen e Chow, 1980

Exemplo 116.1
Dado a precipitação na RMSP para Tr=25anos P=85mm para chuva de duração de 2 horas. Achar a
intensidade de pico Ip;

Ip= 2P / td
Ip= 2x85 / 2 =85mm/h

116.2 Constante r
Yen e Chow, 1983 fizeram um mapa dos Estados Unidos com a contante r, porém não temos algo
semelhante ao Brasil, restando somente uma relação aproximada e aceitavel conbforme Westphal, 2001:
r= 0,375. tp.
Sendo:
r= tempo do inicio da chuva até o pico em horas, também chamado de coeficiente de avanço
tp= duração da chuva (h)

Exemplo 116.2
Achar a constante r para chuva de duração de 2h

r= 0,375 x 2,0=0,75

116-3
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capítulo 116- Hietograma pelo Método de Yen e Chow, 1980
Engenheiro Plínio Tomaz 20 de julho de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

116.3 Bibliografia e livros consultados


-ABRH- CETESB. Drenagem Urbana. 2a ed. São Paulo: CETESB, 1980, 468 p.s.
-WESTPHAL, JERONOME A. Hydrology for drainage system design and analysis. in Mays, Larry
W. Stormwater collection systems design Handbook.McGRaw-Hill, 2001 ISBN 0-07-135471-9c

116-4
Infiltração e dry well
Capitulo 7- Infiltração com Green e Ampt, 1911
Engenheiro Plínio Tomaz 10 setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capitulo 7
Infiltração com Green e Ampt, 1911

48-1
Infiltração e dry well
Capitulo 7- Infiltração com Green e Ampt, 1911
Engenheiro Plínio Tomaz 10 setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

7. Infiltração com Green e Ampt, 1911

7.1 Introdução
Objetivo é mostrar como funciona a equação de Green e Ampt, 1911 em um reservatório de
infiltração conforme Figura (7.1).

7.2 Reservatório de infiltração para recarga baseado na equação de Green e Ampt, 1911
Vamos fazer uma apresentação de Metcalf e Eddy, 2007 baseada na equação de Green e
Ampt, 1911, modificada por Bouwer, 1966 e Neuman, 1976.
Na aplicação vamos considerar a profundidade da água Hw constante e também não
levaremos em conta a evapotranspiração horária.
A formulação de Green e Ampt baseia-se na equação de Darcy com uma série de hipóteses.
Uma delas é que o nivel de água é constante e que a frente úmida avança até o lençol freático. O solo
acima da frente úmida é considerado saturado.

Figura 7.1- Esquema do método de infiltração de Green-Ampt.

48-2
Infiltração e dry well
Capitulo 7- Infiltração com Green e Ampt, 1911
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A velocidade de infiltração é dada pela equação:


V= K x (Hw + Lf – Hcr)/ Lf
Sendo:
V= taxa de infiltração (m/dia)
K= condutividade hidráulica na zona molhada (m/dia)
Hw= profundidade da água acima do solo (m)
Lf= profundidade da frente molhada (m)= profundidade do lençol freático
Hcr= pressão crítica do solo (m). Varia de -0,1m (solos grosseiros) a -1m (solos finos).

A Tabela (7.1) apresenta alguns valores da pressão crítica do solo em cm.

Tabela 7.1- Alguns parametros para uso em Green e Ampt conforme Herman Bouwer em
Artificial recharge of groundwater: hydrogeology and engineering
Tipo de solo Hcr (cm)
Areia grossa -5
Areia média -10
Areia fina -15
Areia franca -25
Franco -35
Argila estruturada -35
Argila dispersa -100

Integrando dLf/ dt obtemos:


t = (f/K) x { Lf – (Hw – Hcr) x { ln [(Hw + Lf – Hcr)/(Hw-Hcr)]}}
Sendo:
t= tempo desde o início de infiltração em diasf= porosidade efetiva do solo (dimensional). Para areia
varia de 0,20 a 0,30.

Exemplo 48.1- baseado em Metcalf e Eddy, 2007


Dados:
Hw=0,7m (altura da água)
K= 1m/dia= condutividade hidráulica que corresponde a 42mm/h
Hcr= -0,5 (valor médio)
f=0,35 (valor alto)
Determinar a quantidade de água infiltrada em área de recarga = 100m2
Lf= 10m= profundidade até a zona saturada
Vamos variar o valor total de Lf=10m de 0,50m em 0,50m da seguinte maneira:
t = (f/K) x { Lf – (Hw – Hcr) x { ln [(Hw + Lf – Hcr)/(Hw-Hcr)]}}
t = (0,35/1) x { 0,5 – (0,7 –(-0,5)) x { ln [(0,7 + 0,5 – (-0,5))/(0,7-(-0,5)]}}= 0,029d
A velocidade é calculada assim:
V= K x (Hw + Lf – Hcr)/ Lf
V= 1,0 x (0,7 + 0,5 – (-0,5))/ 0,5= 3,4m/s
Na Tabela (48.2) estão os cálculos de aplicação do Método de Green e Ampt.
Nota: fizemos aplicação pelo método que usamos no livro Poluição Difusa e os resultados são
os mesmos.

48-3
Infiltração e dry well
Capitulo 7- Infiltração com Green e Ampt, 1911
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Tabela 7.2- Cálculos de recarga de reservatório de infiltração segundo Green e Ampt


Lf f Hcr Hw K t Velocidade de
(m) (m) (m/dia) (dias) infiltração (m/d)
0,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,029 3,40
1,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,095 2,20
1,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,184 1,80
2,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,288 1,60
2,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,402 1,48
3,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,524 1,40
3,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,652 1,34
4,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,784 1,30
4,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 0,921 1,27
5,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,060 1,24
5,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,203 1,22
6,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,347 1,20
6,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,494 1,18
7,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,643 1,17
7,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,793 1,16
8,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 1,945 1,15
8,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,097 1,14
9,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,251 1,13
9,50 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,406 1,13
10,00 0,35 -0,5 0,7 1,00 2,562 1,12

Observar na Figura (7.2) no gráfico que no final de 2,251dias a velocidade fica constante de
1,13m/dia.

Velocidade de infiltração m/dia

4,00
infiltração

3,00
Taxa de

(m/dia)

2,00
1,00
0,00
0,000 1,000 2,000 3,000
Tempo em dias

Figura 7.2- Gráfico da velocidade de infiltração

Metcalf e Eddy, 2007 observam que quando se usa o coeficiente K deve-se usar um
coeficiente de segurança igual a 2,0 e quando usamos a reservatório para água de reúso temos que
aplicar novamente novo coeficiente de segurança igual a 2,0. Assim teremos um valor de segurança
que evitará o clogging.

Determinação do volume de água infiltrada em área de recarga de 100m2


Vinfiltrado= Lf x f x area
Vinfiltrado= 10m x 0,35 x 100m2= 350m3

48-4
Infiltração e dry well
Capitulo 7- Infiltração com Green e Ampt, 1911
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7.3 Bibliografia e livros consultados


-GUPTA, RAM S. Hydrology and Hydraulic Systems. 3a ed. Waveland, ano 2008, 896 páginas,
ISBN 1-57766-455-8.
-METCALF&EDDY. Water Reuse. McGRaw Hill,2007, 1570páginas,ISBN 13.978-0-07145927-3

48-5
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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Capítulo 12
Infiltração usando o Método do número da curva
CN do SCS

“O homem que não crê em nada, acaba por não acreditar em si


mesmo. Isso vale dizer não acreditará nos próprios juramentos e
compromissos”
Varoli

12-1
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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SUMÁRIO
Ordem Assunto

12.1 Introdução
12.1.1 Característica do solo
12.1.2 Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades
12.1.3 Capacidade mínima de infiltração no solo
12.2. Tabelas do número CN da curva de runoff
12.3 Condições antecedentes do solo
12.4 Estimativa do número CN para área urbana
12.5 Área impermeável conectada e área impermeável não conectada
12.6 Estimativa de runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método SCS
12.7 Limitações da equação conforme SCS
12.8 Hietograma da chuva excedente
12.9 Estimativa de área impermeável de macro-bacias urbanas
12.10 Aplicações e validade do método no número CN da curva de runoff (SCS)
12.11 Comparação dos métodos de infiltração

12-2
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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Capítulo 12- Chuva excedente - método do número CN do SCS


12.1 Introdução
Em junho de 1986 o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos lançou o
Technical Release 55 (TR-55) denominado “Urban Hydrology for Small Watersheds”que
apresentou os procedimentos para estimativa do runoff e dos picos de descargas em bacias
pequenas(250 km2). A edição que estamos tratando foi atualizada no apêndice A do TR-55 em
janeiro de 1999.
O TR-55 incorporou no estudo apresentado os resultados do U. S. Soil Conservation
Service (SCS) de janeiro de 1975.
Há três maneira para se achar o número da curva de runoff CN do SCS, também
chamado de coeficiente de escoamento superficial ou número de deflúvio CN.
1. Características do solo;
2. Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades;
3. Capacidade mínima de infiltração no solo.

12.1.1 Características do solo


Segundo (McCuen,1998) o SCS classificou nos Estados Unidos mais de 4.000 solos
para verificar o potencial de runoff e classificou estes grupos em quatro, identificando com as
letras A, B, C e D.
Conforme José Setzer e Rubem La Laina Porto no Boletim Técnico do Departamento
de Água e Energia Elétrica - DAEE de maio/agosto de 1979 de São Paulo, foi apresentado
pela primeira vez no Brasil “Tentativa de avaliação de escoamento superficial de acordo com
o solo e o seu recobrimento vegetal nas condições do Estado de São Paulo”.
As quatro classificações de (Porto,1995) são bastante elucidativas e referem-se a
capacidade mínima de infiltração de cada tipo de solo conforme SCS e estão na Tabela (12.1)
juntamente com os tipos de solos classificados por (Tucci,1993).

12-3
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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Tabela 12.1- Grupo de solos e características do solo


Grupo Características do solo
de solo
solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a 8%, não havendo rocha nem camadas
argilosas e nem mesmo densificadas até a profundidade de 1,5m. O teor de húmus é muito baixo,
não atingindo 1% (Porto, 1979 e 1995).
A
Solos que produzem baixo escoamento superficial e alta infiltração. Solos arenosos profundos com
pouco silte e argila (Tucci et al, 1993).
solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor de argila total, porém ainda
inferior a 15%. No caso de terras roxas, esse limite pode subir a 20% graças à maior porosidade.
Os dois teores de húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5%. Não pode haver pedras e
B nem camadas argilosas até 1,5m, mas é, quase sempre, presente camada mais densificada que a
camada superficial (Porto, 1979 e 1995)

Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que o tipo A e com
permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).
solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis
ou contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos
podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada
C que no Grupo B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).

Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade de infiltração abaixo
da média, contendo percentagem considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).
solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns 50cm de
profundidade. Ou solos arenosos como do grupo B, mas com camada argilosa quase impermeável
ou horizonte de seixos rolados (Porto, 1979 e 1995).
D
Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa capacidade de infiltração,
gerando a maior proporção de escoamento superficial (Tucci et al, 1993).

Fonte: (Porto, Setzer 1979) e (Porto, 1995) e (Tucci et al, 1993).

12.1.2 Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades


Nos Estados Unidos todos os solos estão classificados conforme os grupos
hidrológicos A,B,C ou D e fazem parte do TR-55 citado. O Brasil até a presente data não
existe nenhuma pesquisa que fornecem os números CN da curva de runoff. No Estado de São
Paulo, existem considerações globais feitas em 1979 por Setzer e Porto. Na região do Alto
Tietê, existe estudo geológico dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, onde
os solos estão classificados, a fim de facilitar os dimensionamentos dos córregos, rios, canais
e reservatórios de detenção e retenção.

12-4
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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12.1.3 Capacidade mínima de infiltração no solo.


(McCuen,1998) apresenta uma classificação dos quatro grupos A,B,C e D conforme
Tabela (12.2) mostrando a capacidade mínima de infiltração no solo conforme o grupo do
solo.
Tabela 12.2- Capacidade mínima de infiltração conforme o grupo do solo
Grupo de solo Capacidade mínima de infiltração Média
(mm/h)
A 7,62 a 11,43 9,53
B 3,81 a 7,62 5,72
C 1,27 a 3,81 2,54
D 0 a 1,27 0,64
Fonte: (McCuen,1998)

Uma maneira prática de se achar a capacidade mínima de infiltração é usando o


infiltrômetro, que deve ser representativo para a bacia em estudo.
Como exemplo, na bacia do Pacaembu a capacidade de infiltração mínima do solo
achada por Canholi foi de 4,5mm/hora e verificando a Tabela (12.2) de McCuen, vê-se que o
solo da região do Pacaembu poderia ser classificado como do grupo B por estar entre
3,81mm/h e 7,62 mm/h.

12.2 Tabelas do número CN da curva de runoff


O número da curva de runoff ou seja do escoamento superficial é CN também é um
índice que representa a combinação empírica de três fatores: grupo do solo, cobertura do solo
e condições de umidade antecedente do solo (McCuen, 1998).
Existem tabelas do número CN da curva de runoff para bacias rurais e para bacias
urbanas. Os valores CN obtidos poderão ou não serem corrigidos posteriormente caso a
situação do solo seja seca ou ter havido muita chuva.

12-5
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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Vamos usar as Tabelas (12.3) e Tabela (12.4) traduzidas do inglês por (Tucci, 1993).
Tabela 12.3- Valores dos números CN da curva de runoff para bacias rurais
Uso do solo Superfície do solo Grupo do Solo
A B C D
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94
Em fileiras retas 70 80 87 90

Plantações Em curvas de nível 67 77 83 87


regulares Terraceado em nível 64 76 84 88
Em fileiras retas 64 76 84 88

Plantações de Em curvas de nível 62 74 82 85


cereais Terraceado em nível 60 71 79 82
Em fileiras retas 62 75 83 87

Em curvas de nível 60 72 81 84
Plantações de Terraceado em nível 57 70 78 89
legumes ou Pobres 68 79 86 89
cultivados Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80

Pobres, em curvas de nível 47 67 81 88


Pastagens Normais, em curvas de nível 25 59 75 83
Boas, em curva de nível 6 35 70 79

Normais 30 58 71 78
Campos Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
permanentes Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77

Chácaras Normais 56 75 86 91
Estradas de terra Más 72 82 87 89
De superfície dura 74 84 90 92

Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91


Florestas Esparsas 46 68 78 84
Densas, alta transpiração 26 52 62 69
Normais 36 60 70 76
Fonte: (Tucci et al, 1993)

12-6
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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Tabela 12.4- Valores de CN para bacias urbanas e suburbanas


Utilização ou cobertura do solo Grupo de solos
A B C D
Zonas cultivadas: sem conservação do solo 72 81 88 91
com conservação do solo 62 71 78 81
Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89

Baldios em boas condições 39 61 74 80


Prado em boas condições 30 58 71 78

Bosques ou zonas com cobertura ruim 45 66 77 83


Floresta: cobertura boa 25 55 70 77

Espaços abertos, relvados, parques, campos de golfe, cemitérios, boas condições


Com relva em mais de 75% da área 39 61 74 80
Com relva de 50% a 75% da área 49 69 79 84

Zonas comerciais e de escritórios 89 92 94 95

Zonas industriais 81 88 91 93

Zonas residenciais
Lotes de (m2) % média impermeável
<500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84

Parques de estacionamentos, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98

Arruamentos e estradas
Asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89

Fonte: (Tucci et al, 1993)

Exemplo 12.1:
Achar o número CN para área urbana com cerca de 65% de impermeabilização sendo
o restante da área permeável recoberta com grama, sendo o solo tipo C
Conforme Tabela (12.4) achamos CN=90

12.3 Condições antecedentes do solo


O SCS reconheceu a importância da condição antecedente do solo, pois, o mesmo
poderá estar em condições normais ou muito seco ou muito úmido.
Em condições normais seria a condição II e condição úmida seria a III e a seca seria a
I conforme Tabela (12.5).

12-7
Infiltração e dry well
Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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Tabela 12.5- Condições do solo em relação a situação do mesmo


Condição do solo Situação do solo
I Solo seco.

II Condições médias do solo. É a condição normal das tabelas do


número CN.
III Solo úmido. Ocorreram precipitações nos últimos cinco dias. O solo
está saturado
Fonte: (McCuen, 1998)
A Tabela (12.6) apresenta os limites de 5 dias de chuva antecedente em relação ao
período latente e ao período de crescimento da vegetação, para facilitar a classificação das
condições do solo.
Tabela 12.6- Limites de 5 dias de chuva antecedente em relação a período latente e
período de crescimento
Chuva antecedente de 5 dias em milímetros
Condição do solo Período latente Período de crescimento

I < 12,7mm <35,56mm

II 12,7mm a 27,94mm 35,56mm a 53,34mm

III > 27,94mm > 53,34mm

Fonte: (McCuen, 1998)


Como as tabelas para achar o número CN se referem as condições normais chamada
Condição II, conforme o solo antecedente estiver seco ou úmido terá que ser feito as
correções do número CN, conforme Tabela (12.7).
Tabela 12.7- Ajustamento do número CN da condição normal II para a condição
para solo seco (I) e para solo úmido (II).
Condição normal II do número Número CN correspondente para a devida Condição
CN Condição I Condição III
100 100 100
95 87 99
90 78 98
85 70 97
80 63 94
75 57 91
70 51 87
65 45 83
60 40 79
55 35 75
50 31 70
45 27 65
40 23 60
35 19 55
30 15 50
25 12 45
20 9 39
15 7 33
10 4 26
5 2 17
0 0 0
Fonte: (McCuen, 1998)

12-8
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Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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12.4 Estimativa do número CN para área urbana


Para área urbana existe sempre uma parcela do solo que é impermeável. Na área
impermeável o número CN do solo é CN=98. O coeficiente final CN w composto é a soma
composta do coeficiente da área permeável e da área impermeável com o peso correspondente
da fração da área impermeável da seguinte forma, conforme (McCuen, 1998).
A equação abaixo é válida quando a porcentagem total da área impermeabilizada é
maior que 30% (trinta por cento) da área total.
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98) (Equação 12.1)
Sendo:
CNw = número CN composto da área urbana em estudo;
CNp = número CN da área permeável da bacia em estudo e
f= fração da área impermeável da bacia em estudo.

Exemplo 12.2
Para o dimensionamento do piscinão do Pacaembu, Canholi considerou a fração
impermeabilizada de 0,55.
Como já foi mostrado anteriormente o tipo de solo da região é o tipo B conforme
classificação do SCS. Considerando a Tabela (12.4) em espaços abertos com relva com
impermeabilização de 50% a 75% o valor de CN=69.
Vamos achar o número CNw composto.
Sendo:
CNp =69
f= 0,55
CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)
CNw = 69. ( 1-0,55 ) + 0,55 . ( 98 )= 84,95=85
Portanto, o número CN que se poderia usar para o cálculo da chuva excedente na bacia
do Pacaembu é CNw =CN=85.

12.5 Área impermeável conectada e área impermeável não conectada


O TR-55 do SCS, 1986 salienta a importância das áreas impermeáveis conectadas ou
não. Uma área impermeável é conectada quando o escoamento superficial, isto é, o runoff
escoa da área impermeável diretamente para o sistema de drenagem.
No Exemplo (12.2) da bacia de detenção do Pacaembu, a fração impermeável total é
de 0,55 e a fração impermeável diretamente conectada é 0,45. Isto significa que 45% da área
impermeável escoa diretamente para o sistema de galerias de drenagem enquanto que os
outros 55% da área impermeável se escoa sobre uma área permeável.
O escoamento superficial da área impermeável, isto é, o runoff que se escoa sobre a
área permeável, é que se chama área impermeável não conectada que no caso do piscinão do
Pacaembu é de 55% da área impermeável.
(McCuen, 1998) apresenta a correção do número CN quando a percentagem da área
impermeabilizada total é menor que 30%. Somente neste caso é corrigido o valor de CN
conforme a seguinte fórmula:
CNc = CNp + If ( 98- CNp) ( 1-0,5 R) (Equação 12.2)
Sendo:
CNc = número CN ajustado, corrigido;
CNp = número CN da área permeável;
If = fração da área impermeável total
R= fração da área impermeável que está não conectada, isto é, escoa sobre a área permeável.

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Exemplo 12.3 de área não conectada:


Seja uma bacia em que são fornecidos os seguintes dados:
Fração impermeável da bacia = If = 0,25. Portanto, 25% da bacia é impermeável (<30%).
R= fração da área impermeável que não está conectada R=0,50, isto é, supomos que 50% da
área impermeável escoa sobre área permeável.
CNp =61 (suposto)
Achar CNc =?
Aplicando a fórmula de McCuen temos:
CNc= CNp + If (98- CNp) ( 1-0,5 R)
CNc = 61 + 0,25 (98-61) ( 1- 0,50. 0,5)= 61+0,25.37.0,75=61+6,94=67,94=68
Verificamos pois, um aumento no número CN que era CN=61 e como 50% da área
impermeabilizada escoa sobre a área permeável, o número CN passou para CN=68.

12.6 Estimativa do runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método


SCS
Conforme TR-55 do SCS de 1986 o método do número CN da curva de runoff é
fornecido pela equação:

( P – Ia ) 2
Q = ------------------ (Equação 12.3)
( P- Ia ) + S
Sendo:
Q= runoff ou chuva excedente (mm);
P= precipitação (mm);
Ia = abstração inicial (mm) e
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
A abstração inicial Ia representa todas as perdas antes que comece o runoff. Inclui a
água retida nas depressões da superfície e interceptada pela vegetação, bem como, a água
evaporada e infiltrada.
Empiricamente foi determinado nos Estados Unidos pela SCS que Ia é
aproximadamente igual a :
Ia =0,2 S (Equação 12.4)

Substituindo o valor de Ia obtemos:


( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 12.5)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------- - 254 (Equação 12.6)
CN
A Equação (12.3) do valor de Q é válida quando a precipitação P > 0,2S.
Quando P < 0,2 S, o valor de Q=0.

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12.7 Limitações da equação conforme SCS


- O número da curva CN descreve uma situação média e útil em determinados projetos;
- Usar o número da curva CN sempre com precaução, pois a equação não contém o
parâmetro do tempo e não leva em consideração a duração da chuva ou a intensidade da
mesma;
- Deve ser entendido que a aproximação da abstração inicial Ia consiste na interceptação
inicial, infiltração, armazenamento na superfície, evapo-transpiração e outros fatores e que
foi obtido em dados em bacias de áreas agrícolas. Esta aproximação pode ser
especialmente importante em aplicações urbanas devido a combinação de área
impermeáveis com áreas permeáveis que podem implicar numa significante aumento ou
diminuição de perda de água que pode não ser considerada;
- O número CN não é preciso quando o runoff é menor que 12,7mm;
- Quando o número CN composto achado for menor que 40 use outro procedimento para
determinar o runoff.

12.8 Hietograma da chuva excedente


O hietograma da chuva excedente ou do escoamento superficial ou do runoff é a
precipitação excedente na unidade do tempo. O prof. dr. Rubem La Laina Porto observa que
para a aplicar a fórmula do SCS deve-se usar a precipitação acumulada.

Exemplo 12.4- achar a chuva excedente do piscinão do Pacaembu usando período de


retorno de 25anos e Equação da chuva de Martinez e Magni, 1999, chuva de 2h com
CN=87.

Coluna 1:
Na coluna 1 da Tabela (12.8) temos o tempo em horas em 48 intervalos de 2,5minutos. A
duração da chuva é de 2h.

Coluna 2:
Temos o tempo em minutos.

Coluna 3:
Temos o tempo em horas.

Coluna 4:
Na coluna 4 temos os valores em números adimensionais de Huff para o 1º quartil com 50%
de probabilidade. A soma de toda a coluna 4 deverá ser sempre igual a 1 (um). Supomos que
este hietograma é aquele de fevereiro de 1983.

Coluna 5:
Consideramos que para período de retorno de 25anos, foi adotado a precipitação total de
85,1mm para chuva de 2h segundo a Equação de Martinez e Magni,1999.
Os valores da coluna 5 são obtidos multiplicando a coluna 4 pelo valor da precipitação
total de 85,1mm. O valor total da coluna 5 deverá ser de 85,1mm totalizando as 48 faixas de
2,5min.

12-11
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Coluna 6:
Na coluna 6 temos as precipitações da coluna 5 acumuladas até atingir o valor global de
85,1mm. A chuva acumulada é necessária para o uso da equação do SCN conforme veremos.

Coluna 7:
Para a coluna 7 recordemos que a chuva excedente Q é:
.
(P- 0,2S) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
(P+0,8S)

25400
sendo S= ------------- - 254
CN
A Equação (12.8) do valor de Q é válida quando a precipitação P>0,2S.
Quando P < 0,2 S o valor de Q=0.
Como CN=87 o valor de
S= 25400/87 - 254 = 37,95
0,2 . S = 0,2 . 37,95 = 7,59mm
(P- 0,2S) 2 (P- 0,2 . 37,95 ) 2 (P- 7,59) 2
Q= -------------------------- = ----------------------- = -----------------
(P+0,8S) (P+0,8. 37,95) (P + 30,36)
Obteremos também o Q acumulado.
Mas a equação achada só vale quando P>0,2 S ou seja P> 7,59mm
Portanto, para a primeira linha o valor de P acumulado é 2,6mm e portanto Q=0.
Para a segunda linha o P acumulado é 5,1mm que é menor que 7,59mm e portanto
Q=0.
Na terceira linha P acumulado é 7,7376mm que é menor que 8,964mm e portanto
Q=0.
Na quarta linha o valor de P=11,2 é maior que 7,59mm e portanto aplica-se a fórmula
do SCS.
(P- 8,964) 2 (11,2- 7,59) 2
Q= -------------------------- = ----------------------- = 0,3mm
(P + 35,856) (11,2+30,36)
e assim por diante achamos todos os valores da coluna 7.
Uma maneira pratica de se obter a coluna 7 é usando a planilha Excel usando a função
SE da seguinte maneira:
= SE (Coluna 6 > 7,59; [( coluna 6 – 7,59) 2 / (coluna 6 + 30,36)] ; 0)
O total da chuva excedente é de 51,9mm. Esta parte da chuva é que irá produzir o
escoamento superficial, isto é, o runoff.

Coluna 8:
Os valores são da chuva excedente acumulada em milímetros e para achar por faixa é só fazer
a diferença entre a linha com a linha anterior da coluna 7 obtendo assim a coluna 8.

12-12
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Coluna 9:
Caso se queira saber como está a infiltração da mesma basta achar a diferença entre a
chuva da coluna 5 com a chuva excedente por faixa da coluna 8. A infiltração total é de
33,2mm e não contribuirá para o escoamento superficial.
A somatória da infiltração de 33,2mm com o runoff de 51,09mm fornecerá a
precipitação total de 85,1mm. Frizamos que desprezamos a evaporação.

Tabela 12.8- Exemplo do piscinão do Pacaembu de como achar a chuva excedente


ou runoff usando o método do número CN do SCS, CN=87, fórmula de Martinez e
Magni, 1999 para Tr=25anos com precipitação total de 85,1mm
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9
HUFF 1. Q Precip. Total Prec. Acum. Chuva exc. acum. Chuva exc. por Infiltração
faixa
Ordem Tempo Tempo 50% P P P acum. Q acum. Q f
min h (%) mm mm mm mm mm
1 2,5 0,04 0,030 2,6 2,6 0,0 0,0 2,6
2 5,0 0,08 0,030 2,6 5,1 0,0 0,0 2,6
3 7,5 0,13 0,036 3,1 8,2 0,0 0,0 3,1
4 10,0 0,17 0,036 3,1 11,2 0,3 0,3 2,8
5 12,5 0,21 0,061 5,2 16,4 1,7 1,3 3,8
6 15,0 0,25 0,061 5,2 21,6 3,8 2,1 3,1
7 17,5 0,29 0,076 6,5 28,1 7,2 3,4 3,1
8 20,0 0,33 0,076 6,5 34,6 11,2 4,0 2,5
9 22,5 0,38 0,052 4,4 39,0 14,2 3,0 1,4
10 25,0 0,42 0,052 4,4 43,4 17,4 3,2 1,2
11 27,5 0,46 0,052 4,4 47,8 20,7 3,3 1,1
12 30,0 0,50 0,052 4,4 52,3 24,1 3,4 1,0
13 32,5 0,54 0,033 2,8 55,1 26,4 2,2 0,6
14 35,0 0,58 0,032 2,7 57,8 28,6 2,2 0,5
15 37,5 0,63 0,026 2,2 60,0 30,4 1,8 0,4
16 40,0 0,67 0,025 2,1 62,1 32,2 1,8 0,4
17 42,5 0,71 0,022 1,9 64,0 33,7 1,6 0,3
18 45,0 0,75 0,021 1,8 65,8 35,2 1,5 0,3
19 47,5 0,79 0,014 1,2 67,0 36,2 1,0 0,2
20 50,0 0,83 0,014 1,2 68,2 37,2 1,0 0,2
21 52,5 0,88 0,014 1,2 69,4 38,3 1,0 0,2
22 55,0 0,92 0,014 1,2 70,5 39,3 1,0 0,2
23 57,5 0,96 0,013 1,1 71,7 40,2 1,0 0,2
24 60,0 1,00 0,012 1,0 72,7 41,1 0,9 0,1
25 62,5 1,04 0,012 1,0 73,7 42,0 0,9 0,1
26 65,0 1,08 0,012 1,0 74,7 42,9 0,9 0,1
27 67,5 1,13 0,011 0,9 75,7 43,7 0,8 0,1
28 70,0 1,17 0,011 0,9 76,6 44,5 0,8 0,1
29 72,5 1,21 0,008 0,7 77,3 45,1 0,6 0,1
30 75,0 1,25 0,008 0,7 78,0 45,7 0,6 0,1
31 77,5 1,29 0,006 0,5 78,5 46,2 0,4 0,1
32 80,0 1,33 0,006 0,5 79,0 46,6 0,4 0,1
33 82,5 1,38 0,006 0,5 79,5 47,1 0,4 0,1
34 85,0 1,42 0,006 0,5 80,0 47,5 0,4 0,1
35 87,5 1,46 0,006 0,5 80,5 48,0 0,5 0,1
36 90,0 1,50 0,006 0,5 81,0 48,4 0,5 0,1

12-13
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Capítulo 12-Infiultração usado o Método do número da curva CN do SCS
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37 92,5 1,54 0,006 0,5 81,5 48,9 0,5 0,1


38 95,0 1,58 0,006 0,5 82,0 49,3 0,5 0,1
39 97,5 1,63 0,006 0,5 82,5 49,8 0,5 0,1
40 100,0 1,67 0,006 0,5 83,1 50,2 0,5 0,1
41 102,5 1,71 0,004 0,3 83,4 50,5 0,3 0,0
42 105,0 1,75 0,004 0,3 83,7 50,8 0,3 0,0
43 107,5 1,79 0,004 0,3 84,1 51,1 0,3 0,0
44 110,0 1,83 0,004 0,3 84,4 51,4 0,3 0,0
45 112,5 1,88 0,002 0,2 84,6 51,6 0,2 0,0
46 115,0 1,92 0,002 0,2 84,8 51,7 0,2 0,0
47 117,5 1,96 0,002 0,2 84,9 51,9 0,2 0,0
48 120,0 2,00 0,002 0,2 85,1 52,0 0,0 0,2
1,000 85,1 51,9 33,2
Chuva exc. Infiltração

12-14
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 135- Curva dos 100 anos
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Capítulo 135
Curva dos 100 anos

135-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 135- Curva dos 100 anos
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Capítulo 135- Curva dos 100 anos

135.1 Introdução
Nos Estados Unidos existe uma lei federal datada de 1973 que
estabelece a área de inundação para período de retorno de 100 anos que
foi definido pelo Federal Emergency Management Agency (FEMA).
Alguns estados brasileiros adotam como máximo Tr=20anos, que é
muito pouco para os rios e canais causando riscos aos moradores das
vizinhanças.
A probabilidade é o inverso da frequência:
P= 1/T
Sendo Tr=T=100anos então P= 1/100=0,01= 1%.
Atualmente se fala ao invés do período de retorno de 100anos,
como aquela chuva que tem 1% de probabilidade de ocorrer em um ano.
Na Figura (135.1) vemos um esquema da curva dos 100 anos, sendo
que na cor mais escura ao longo do rio não se pode construir e na faixa
mais clara onde a enchente é menor que 0,30m de altura, pode ser
construido com algumas restrições.

Figura 135.1- Curva dos 100anos

135-2
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Capitulo 135- Curva dos 100 anos
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A Figura (135.2) apresenta o grande leito para periodo de retorno de


100anos e o pequeno leito para Tr=2anos conforme prof dr. Tucci.

Figura 135.2- Leito menor e maior

135.2 Alternativas
As alternativas para proteger a população existente dentro da curva
dos 100 anos podem ser:

 Estruturais
 Não-estruturais

135.3 Medidas estruturais


As medidas estruturais são modificações nos rios,
implantação de reservatórios de detenção e retenção, construção
de diques, paredes ao longo dos rios para evitar inundações.
A redução de vazões devido a construção de grandes
reservatórios de detenção ou retenção foi bastante usado e hoje se
torna de difícil execução devido ao alto custo das áreas.
As modificações e retificações de rios foi bastante usado até a
década de 1970. Foram retirados meandros de rios e aumentado a
velocidade da água nos rios.
Nos Estados Unidos em 1973 o “Little Report” um relatório
concluiu que após o investimento de 15 bilhões de dólares a
redução de danos foi somente de 1 bilhão de dólares. Conforme
Benavides, 2008 muitos projetos estavam subdimensionados e não
conseguiram controlar as enchentes com a chuva de projeto
escolhida.

135-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 135- Curva dos 100 anos
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Outro problema apontado no “Little Report” citado por


Benavides, 2008 são os efeitos ambientais da retificação dos canais
incluindo:
 Drenagem das wetlands
 Corte dos meandros nos rios
 Abaixamento do lençol freático reduzindo a recarga nos rios
 Corte de árvores ao longo dos rios e destruição do
ecossistema aquático
 Aumento da erosão nos barrancos dos rios levando a vários
problemas de estabilidade dos taludes
 Aumento da deposição a jusante de sedimentos
 Aumento de enchentes a jusante com o aumento das
velocidades de montante
 Impacto na vida aquática dos rios
 Redução dos aspectos estéticos e visuais dos rios.

135.4 Diques, by-pass, diversão de canais


Os diques são estruturas lineares de terra ou concreto ao
longo dos rios para proteção de enchentes.
A construção de diques é bem antiga.
A construção de by-pass ou canais de redirecionamento dos
cursos de água são executados para proteger a população.

135.5 Medidas não-estruturais


As medidas não-estruturais segundo USEOP, 1994 in
Benavides, 2008 são:
 Medidas tomadas pelo proprietário para evitar enchentes
 Mecanismos de avisos
 Zoneamento do uso dos solos
 Programa de seguros
 Atividades preparativas para enchentes
 Programas de educação
 Manutenção do sistema primário e secundário de drenagem
 Aquisição de terras na zona de inundação ou programa
voluntária de se mudar da região de enchentes.

Embora pareça novidade as medidas não-estruturais, as mesmas


foram feitas na década de 1950 no Tennessee Valley Authority (TVA).

135-4
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135.6 Programa nacional de seguros


Nos Estados Unidos existe um programa nacional de seguros:
National Flood Insurance Program (NFIP) criado em 1968.
O objetivo do programa foi proteger com seguros as pessoas
que moram dentro da curva dos 100 anos. O prêmio de seguro seria
pago pelo governo.
O programa do governo teve um pequeno sucesso, mas os
argumentos contra são que muitas pessoas devido ao seguro do
governo ficam encorajadas a reconstruir sempre na promessa de
receber o seguro do governo.
As pessoas não procuram sair do local de inundação. Isto fez
que em enchentes muito grande em 2004 e 2005 nos Estados
Unidos, varias empresas de seguro foram a falência e aumentaram
muito os prêmios de seguro.

135.7 Programa voluntário para se mudar das áreas de riscos


A medida não estrutural para as pessoas saírem das zonas de
riscos para outras áreas é considerada simples, mas de aplicação
muito difícil na prática.
Vi isto em Guarulhos próximo ao Aeroporto Internacional de
Guarulhos num bairro muito pobre denominado de “Malvinas”, que
não conseguiram fazer a relocação das pessoas. Até hoje não
conseguiram mudar as pessoas.

135.8 Paradoxo do controle de enchentes


Benavides, 2008 chama de paradoxo do controle de
enchentes, pois, o governo cada vez gasta mais em obras contra
enchentes, mas os custos de inundação continuam a subir. No rio
Tietê em São Paulo, apesar dos grandes investimentos, ainda
continua haver enchentes.

135.9 Falsa segurança


Lembro-me das aulas de pós-graduação que tive na EPUSP
com o prof. dr. Kokei Uehara que disse por melhor que façamos
uma obra, há sempre possibilidade de haver inundação e que é
muito arriscado dizer que não haverá mais inundação naquele local.
Mais tarde foram feitas obras no rio Tietê e um governador do
Estado de São Paulo pôs uma placa dizendo que estava resolvido o
problema de enchentes no rio Tietê e alguns dias depois deu uma
chuva e a placa ficou no meio da água e foram tiradas fotos e
filmada e no dia seguinte a placa foi retirada.

135-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 135- Curva dos 100 anos
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135.10 Piso da construção 1,5m acima da curva dos 100anos


Não existe lei brasileira, norma da ABNT e nem estrangeira
que estabeleça a cota do piso das construções ao longo dos rios. O
LEED usa para pré-desenvolvimento que o nivel de construção
esteja no mínimo 1,5m acima da curva dos 100 anos conforme
Figura (135.3).

Figura 135.3- Soleira de construção

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135.10 Projeto de lei federal


Encaminhamos em 2011 um projeto de lei federal baseado na
minuta abaixo sobre a curva dos 100anos.
Este projeto foi feito com ajuda de vários amigos usando o
Método de Delfos. Já me avisaram que este projeto nunca será
aprovado e que o melhor mesmo é fazer uma norma da ABNT.

-Minuta de projeto de lei municipal: curva dos 100 anos

Cria o mapa da curva de 100anos nos córregos e rios do município de ......, SP e dá


outras providências.

Artigo 1. A Prefeitura Municipal de ....colocará a disposição do público a cada 5


anos mapas das áreas de enchentes relativos à curva obtida com período de
retorno de 100anos em todos os córregos e rios do município localizados na área
urbana e rural.
Paragrafo 1. Este mapa de curvas de 100 anos complementará os mapas existentes
de faixas de APPs, para evitar que, o empreendedor e/ou proprietário demonstre
ignorância e desconhecimento dos recuos e da lei que protege as áreas de
preservação permanente, buscando aplicar apenas o recuo que atende o seu
empreendimento.

Parágrafo 2. O mapa da curva dos 100anos não interfere com os recuos legais
municipais e os existentes no código florestal.

Artigo 2. Os mapas deverão ser refeitos de cinco em cinco anos, levando-se em


conta o aumento da área impermeável, mudanças no uso do solo e possíveis
mudanças climáticas. A área da curva dos 100anos poderá sofrer alterações com a
construção de reservatórios de detenção e aumento da infiltração de água no solo.

Parágrafo 1. Em caso de alteração ou ampliação da área de enchente da curva dos


100anos, a prefeitura deverá comunicar aos proprietários e ocupantes da área a
sua inclusão ou exclusão na área de risco.

Parágrafo 2. Cabe à Prefeitura notificar os causadores dos


novos riscos de enchentes sobre as possíveis conseqüências de
suas ações bem como responsabilizá-los por danos a terceiros.

Artigo 3. O horizonte mínimo do projeto será de 20anos.


Artigo 4. As novas construções a serem aprovadas dentro da curva dos 100anos
atenderão exigências específicas da Prefeitura de modo a preservar vidas

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humanas e bens materiais. A áreas externas à área da inundação com altura de


até 0,30m referente a curva dos 100anos poderá ser construída.

Artigo 5. Fica proibido haver novas construções na área abaixo da cota de


inundação mais de 0,30m de profundidade definida pela curva dos 100anos.

Parágrafo 1. A execução de obra nova irregular, não observando a cota referente


a curva dos 100anos, deverá a obra ser embargada e tomada as devidas
providências para a adequação.

Parágrafo 2. A não observação da cota da curva de 100anos e consequentemente a


conclusão da obra, o proprietário deverá providenciar a demolição e o
profissional/empresa, responsável técnico pelo empreendimento, deverá ser
responsabilizado junto ao CREA.

Parágrafo 3. A área da curva dos 100 anos será demarcada com marcos visíveis.

Artigo 6. As construções existentes e executadas dentro da curva dos 100anos com


profundidade de até 0,30m referente a curva dos 100anos será exigida o seguro da
propriedade, que poderá ser pago parcialmente ou totalmente pelo poder público.

Artigo 7. Os mapas da curva dos 100anos será desenvolvido por profissional


habilitado e em atividade junto ao CREA-SP usando métodos de cálculos
adequados ao tamanho da bacia e características de sua ocupação urbanística.

Artigo 8. Em locais onde existam barragens públicas ou privadas que coloquem


em risco as vidas humanas e bens materiais deverão ser elaborados mapas de
inundação a jusante que demarquem a área potencialmente atingidas em caso de
falha na barragem.

Artigo 9. Devem ser indicadas e assinaladas as zonas de segurança, os seus


acessos, um sistema de aviso e alerta a instalar na zona e plano de evacuação da
área inundável.

Artigo 10. O projeto da curva de 100anos, deverá apresentar soluções


minimizadoras para possível execução municipal, buscando solucionar, mesmo
que parcialmente, os problemas das residências e comércios existentes e
construídos abaixo da curva de 100anos.

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Exposição de motivos
Em casos de enchentes há necessidade se proteger as vidas humanas e bens
materiais na área da curva do período de retorno de 100anos. A fixação da cota
de enchente mais de 0,30m para esse período de retorno é um critério de
segurança.
Isto é feito no Japão desde na década de 1950 e nos Estados Unidos em 1973
pela FEMA- Federal Emergency Management Agency, onde se exige que todos os
rios e córregos do pais sejam dimensionados para a curva dos 100anos.
O desenvolvimento urbano acelerado do Brasil faz com que aumentem cada
vez mais as áreas impermeáveis, dando como conseqüência a diminuição da
infiltração e vazão básica dos córregos e rios e, causando grandes picos de cheia.
É importante preservar a vida humana e os bens materiais e a necessidade
de novos critérios no código de obras de construção quando a mesma está dentro
da curva dos 100anos definida pela cota de inundação mais de 0,30m.
Outra novidade é exigir que o morador faça seguro da construção e quando
se tratar de sub-habitações a própria prefeitura poderá arcar com parcela dos
custos dos seguros para a proteção de vidas e bens materiais.
O premio de seguro variará de acordo com a área de abrangência das
várias cotas de inundação.
O mapa ficará a disposição na Prefeitura para quem quer adquirir um lote
de terreno próximo a um córrego ou quer construir um imóvel

135.11 Como calcular a curva dos 100anos


Uma maneira prática de se traçar a curva dos 100anos usando
planilha Excel, é usamos a hidrologia para acharmos a vazão para
Tr=100anos e depois usando a hidráulica e com a fórmula de Manning,
por tentativas calcula-se a altura normal y e fica portanto, definida a
área da seção.

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Como calcular a curva dos


100anos?
• Primeiro: calcular a vazão de pico na seção escolhida para Tr=100anos.
• Segundo: temos a vazão e um perfil da seção no local.
• Terceiro: adote uma altura y qualquer e calcular a vazão Q100 calculada
usando a equação de Manning.
• Q= (1/n) x Ax R (2/3) x S0,5
• A= área molhada (m2)
• S= declividade (m/m)
• Se Q calculado for igual a Q100 OK, caso contrario aumente ou
diminua o valor de y até achar a vazão Q100 calculada.
• Quarto: o método é feito por tentativas para cada seção.

Figura 135.4- Curva de 100anos ponto por ponto

135.12 Diretrizes Européias


As diretrizes Europeias recomendam Tr=100 anos e Tr=200anos. A
inglaterra devido a mudança climáticas provadas, está usando
Tr=200anos.
Na Itália se usa Tr=100anos e em alguns lugares Tr=200anos e
recomenda-se verificar a inundação catastrófica para Tr=500anos.
Por curiosidade a chuva que arrasou a cidade paulista de São Luiz
do Paraitinga foi Tr=340anos e os diques que foram destruidos na
década de 1980 no rio Mississipi foi Tr=500anos.

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Capitulo 135- Curva dos 100 anos
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Politécnica de Milão, Itália


I plani de drenaggio urbano
Prof. Dr. Giulio De Marchi

Diretrizes européias: 200 60/CE e 2007 60/CE


Adaptação para a Itália
Área A
Tr= 100anos
Área B
Tr=200 anos (Inglaterra usa devido mudanças climáticas)

Área C: Área de inundação catastrófica


Tr=500 anos (Mississipi, 1993 inundação, São Luiz do Paratinga, 2011-SP Brasil 340 anos)

Figura 135.6- Politécnica de Milão

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135.13 Bibliografia e livros consultados


-BENAVIDES, JUDE A. Severe storm impacts and flood management. in
BEDIENT et al, Hydrology and floodplain analysis. 4a ed. Prentice Hall,
2008, ISBN 10:0-13-174589-1, 795 páginas.

135-12
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 142- Convolução
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Capítulo 142
Convolução

142-1
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Capitulo 142- Convolução
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Capítulo 142- Convolução

141.1 Introdução
Convolução é a operação matemática de duas funções P e U dando
origem a uma terceira função Q que pode ser vista como uma das funções
modificadas.
Em hidrologia a função P são as chuvas excedentes em cm obtidas
principalmente pelo número da curva CN que é o mais usual e espaçadas no
intervalo de tempo ∆t.
A função U é o hidrograma unitário sintético em m3/s/cm, por exemplo,
do método do SCS, Snyder, Clark espaçados no intervalo de tempo ∆t ou por
qualquer outro método.
A função resultante é o escoamento superficial, ou seja, o runoff Q em
m /s espaçado no intervalo de tempo ∆t.
3

Q 1 = P 1 . U1
Q2= P2.U1+P1.U2
Q3= P3.U1+P2.U2+P1.U3
...............
QM= PM.U1 + PM-1 U2+...+ P1UM

QM+1=0 + PM U2+...+ P1UM+1


..............................
QN=0 +0+0+0...+...PM UN-M+1

Sendo
Chuva excedente: Função (P)= P1, P2, P3...PM

Hidrograma unitário: Função (U)= U1, U2,U3 .....UM

Runoff: Função (Q)= Q1, Q2 ,Q3,.... QN

Devemos tomar o cuidado para que o intervalo de tempo ∆t seja o


mesmo nas duas funções.

142-2
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Capitulo 142- Convolução
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Exemplo 142.1- Baseado em NICKLOW et al, 2006.


Dada a chuva excedente em centímetros variando de hora em hora bem como
o hidrograma unitário sintético em m3/s/cm fazer a convolução:

Primeiramente observar a unidade do hidrograma unitário sintético que é


3
m /s/cm.
Tabela 142.1- Dados fornecidos
Tempo 1 2 3 4 5 6 7 8
(h)
Chuva
excedente 0,508 1,778 3,56 0,508 0,0 0,0 0,0 0,0
(cm)
Função P
Hidrograma
unitário 1,11 3,57 5,01 4,12 2,79 1,78 1,00 0,45
3
(m /s/cm)
Função U

Temos, portanto, as duas funções P e U e queremos a função Q do runoff.

Q 1 = P 1 . U1
Q1= 0,508 . 1,11= 0,56m3/s

Q2= P2.U1+P1.U2
Q2= 1,778 x 1,11+0,508x3,57= 1,97+ 1,81= 3,78m3/s

Q3= P3.U1+P2.U2+P1.U3
Q3= 3,56x1,11+1,778x3,57+0,508x5,01= 3,95+6,35+2,55=12,85m3/s

Com os valores de Q obtidos podemos formar um hidrograma no


ponto considerado.

Tabela 142.2- Cálculo da convolução


Tempo 1 2 3 4 5 6 7 8
(h)
Chuva
excedente 0,508 1,778 3,56 0,508 0,0 0,0 0,0 0,0
(cm)
Função P
Hidrograma
unitário 1,11 3,57 5,01 4,12 2,79 1,78 1,00 0,45
3
(m /s/cm)
Função U
Runoff Q 0,57 3,78 12,85
(m3/s) 24,27382 28,39184 24,82974 21,8323 22,04272

142-3
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Capitulo 142- Convolução
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Exemplo 142.2.
Dada a chuva excedente em centímetros variando de hora em hora bem
como o hidrograma unitário sintético em m3/s/cm fazer a convolução:

Primeiramente observar a unidade do hidrograma unitário sintético


que é m3/s/cm.
Tabela 142.3- Dados fornecidos
Tempo 1 2 3 4 5 6 7 8
(h)
Chuva
excedente 0,508 1,778 3,56 0,508 0,0 0,0 0,0 0,0
(cm)
Função P
Hidrograma
unitário 1,11 3,57 5,01 4,12 2,79 1,78 1,00 0,45
3
(m /s/cm)
Função U

USANDO EXCEL
Na Tabela (142.3) está um quadro que pode facilmente ser feito em
Excel onde temos 11 colunas.

Coluna 1: multiplicação da chuva excedente 0,508cm x o hidrograma unitário.


Assim teremos 0,508cm x 1,11m3/s/cm=0,56388m3/s e depois 0,508cm x
3,57m3/s/cm=1,81356m3/s e assim por diante.

Coluna 2: multiplicação da chuva excedente 1,778cm x 1,11m3/s/cm=


1,97353m3/s e assim por diante
Na coluna 11 temos as somas das linhas, sendo a primeira 0,56m 3/s, a
segunda 3,79m3/s e assim por diante.
Teremos um hidrograma final que é toda a coluna 11.

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Capitulo 142- Convolução
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Tabela 142.4- Cálculo da convolução


Tempo (h) 1 2 3 4 5 6 7 8
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Funçao P (cm) 0,508 1,778 3,56 0,508 0 0 0 0
Tempo Função U Função Q
(h) (m3/s/cm) (m3/s)
1 1,11 0,56388 0,56
2 3,57 1,81356 1,97358 3,79
3 5,01 2,54508 6,34746 3,9516 12,84
4 4,12 2,09296 8,90778 12,7092 0,56388 24,27
5 2,79 1,41732 7,32536 17,8356 1,81356 0 28,39
6 1,78 0,90424 4,96062 14,6672 2,54508 0 0 23,08
7 1 0,508 3,16484 9,9324 2,09296 0 0 0 0 15,70
8 0,45 0,2286 1,778 6,3368 1,41732 0 0 0 0 9,76
0,8001 3,56 0,90424 0 0 0 0 5,26
1,602 0,508 0 0 0 0 2,11
0 0,2286 0 0 0 0 0,23
0 0 0 0 0 0 0,00

Figura 142.1- Hidrograma obtido após a convolução

142-5
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Capitulo 142- Convolução
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142.2 Desconvolução
A desconvolução é quando dado o runoff e a precipitação excedente
queremos achar o hidrograma unitário. E a solução é só aplicar as equações
já acima formuladas no inicio.

142.3 Hidrograma unitário sintético


Conforme Bedient et al, 2008 foi no período de 1932 a 1970 que se
desenvolveram a maioria dos métodos para achar o hidrograma unitário
sintético, que é uma das melhores previsões hidrológicas que existe para um
determinado evento de chuva.
142.4 Métodos que usam o Hidrograma unitário sintético
O hidrograma unitário sintético pode ser aquele obtido pelo SCS, mas
também pode ser da aplicação do Método de Clark, Método de Snyder,
Método de Espey e outros. Em todos eles deve ser aplicado a convolução
para se obter o hidrograma.
Relembremos que o método Racional não forma diagrama unitário
sintético e nem hidrograma final, fornecendo só o valor do pico.
O método Santa Barbara já forma diretamente o hidrograma sem
precisar de hidrograma unitário, mas é válido para áreas urbanas inferiores a
50km2.

142-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 142- Convolução
Engenheiro Plínio Tomaz 26 de novembro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

142.5 Bibliografia e livros consultados


-BEDIENT, PHILLIP B et al. Hydrology and flood plain analysis. 4a ed.
Prentice-Hall, anop 2008, 795 páginas, ISBN 13:978-0-13-174589-6.
-NICKLOW/BOULOS/MULETA. Comprehensive urban hydrologic modeling
handbook for engineers and planners. 376 paginas, ISBN 0-97455689-6-1. Chapter
five- Surface runoiff. 2006

142-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 143- Método da curva S
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Capítulo 143
Método da Curva “S”

143-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 143- Método da curva S
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Capítulo 143- Método da curva S

141.1 Introdução
O método da curva S também é chamado de hidrograma unitário S.
Conforme Bedient et al, 2008 o método da curva S permite a construção
de um hidrograma unitário de qualquer duração D´ dada uma duração
conhecida D. A propriedade linear do metodo do hidrograma unitario permite
que se possa gerar um hidrograma unitário com duração maior ou menor.
Para melhor esclarecer os valores de duração são:
D= duração do hidrograma unitário conhecido
D´= duração do hidrograma unitário que queremos.

A multiplicação a ser feita será D/D´.

Figura 143.1- Método do hidrograma unitário S ou Método da curva S.


Fonte: NICKLOW, 2006

143-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 143- Método da curva S
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Exemplo 143.1- Bedient et al, 2008


Dado o hidrograma unitário conforme Tabela (143.1) com ordenadas de
2h converter em hidrograma de 3h usando o Metodo da curva S.

Tabela 143.1- Dados do problema do hidrograma unit,ário para intervalo


de 2h
1 2
Tempo hidrograma unitario
(h) (m3/s/cm)
0 0,00
1 0,84
2 2,79
3 3,34
4 3,06
5 2,23
6 1,11
7 0,84
8 0,56
9 0,28
10 0,00
11 0

Tabela 143.2- Cálculo do hidrograma unitário de 3h de intervalo tendo o


de 2h baseado em Bedient et al, 2008.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Tempo hidrograma unitario Curva S Defazage D/D´= 2/3
(h) (m3/s/cm) Soma 3h Diferença=S-defasagem 3h UH
0 0,00 0,00 0 0,0
1 0,84 0,84 0,84 0,6
2 2,79 0,00 2,79 2,79 1,9
3 3,34 0,84 4,18 0,00 4,18 2,8
4 3,06 2,79 0,00 5,85 0,84 5,01 3,3
5 2,23 3,34 0,84 6,41 2,79 3,62 2,4
6 1,11 3,06 2,79 0,00 6,96 4,18 2,79 1,9
7 0,84 2,23 3,34 0,84 7,24 5,85 1,39 0,9
8 0,56 1,11 3,06 2,79 0,00 7,52 6,41 1,11 0,7
9 0,28 0,84 2,23 3,34 0,84 7,52 6,96 0,56 0,4
10 0,00 0,56 1,11 3,06 2,79 0,00 7,52 7,24 0,28 0,2
11 0 0,28 0,84 2,23 3,34 0,84 7,52 7,52 0,00 0,0

143-3
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Capitulo 143- Método da curva S
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Coluna 1
Tempo em horas
Coluna 2
Vazões do diagrama unitário em m3/s/m
Coluna 3
Defazagem de 2h
Coluna 4
Defazagem de 2h
Coluna 5
Defazagem de 2h
Coluna 6
Defazagem de 2h
Coluna 7
Defazagem de 2h
Coluna 8
É a curva S que é a soma de todas as curvas, isto é, deste a coluna 2
até a coluna 7.
Coluna 9
É a coluna 8 com defazagem de 4h
Coluna 10
É a diferença entre a curva S da coluna 8 menos a curva 9
Coluna 11
É a multiplicação da coluna 10 com D/D´= 2/3= 0,6666
É o resultado que queremos, isto é, com defazagem de 3h ao invés da
2h dado.

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143.5 Bibliografia e livros consultados


-BEDIENT, PHILLIP B et al; Hydrology and flood plain analysis. 4a ed.
Prentice-Hall, ano 2008, 795 páginas, ISBN 13:978-0-13-174589-6
-NICKLOW/BOULOS/MULETA. Comprehensive urban hydrologic modeling
handbook for engineers and planners. 376 paginas, ISBN 0-97455689-6-1. Chapter
five- Surface runoiff. 2006

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