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Curso de esgotos
Capitulo 01- Reúso de água engenheiro Plínio Tomaz plíniotomaz@uol.com.br 25/07/08
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Capitulo 01- Reúso de água engenheiro Plínio Tomaz plíniotomaz@uol.com.br 25/07/08
Apresentação
Este livro nasceu do Curso de Rede de Esgotos ministrado no SAAE de Guarulhos em 2008
com 64 horas de duração. O livro destina-se a engenheiros, arquitetos e tecnólogos que trabalham nos
municípios pois fornecem elementos e base para que se façam manuais ou guias para o problema do
manejo de águas pluviais
Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, a oportunidade de poder contribuir na procura do
conhecimento com a publicação deste livro.
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CURRICULUM VITAE
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Capítulo 01
Reúso de água
Guilherme de Occam argumentava, em todos os seus escritos, que “é perda de tempo empregar
vários princípios para explicar fenômenos, quando é possível empregar apenas alguns”.
Fonte: História da Teologia Cristã - Roger Olson
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
1.1 Introdução
1.2 Conservação da água
1.3 Medidas e incentivos
1.4 Mercado de água de reúso
1.5 Média de consumo de uma casa
1.6 Quanto podemos reaproveitar de águas cinzas numa casa?
1.7 Normas da ABNT
1.8 Reúso
1.9 Reúso de esgotos sanitários urbanos regionais
1.10 Onde usar a água de reúso dos esgotos sanitários?
1.11 Reúso para uso industrial
1.12 Reúso para uso agrícola
1.13 Reúso para o meio ambiente
1.14 Recarga dos aqüíferos subterrâneos
1.15 Reúso para uso Recreacional
1.16 Reúso urbano
1.17 Níveis de tratamento de esgotos sanitários municipais
1.18 Tratamento preliminar
1.19 Tratamento primário
1.20 Tratamento secundário
1.21 Tratamento terciário
1.22 Tecnologia de filtração em membranas
1.23 Riscos à saúde pública
1.24 Rede dual
1.25 Guia para reúso da água da USEPA
1.26 Estado de New Jersey
1.27 Estado da Geórgia
1.28 Estado da Flórida
1.29 Estado do Texas
1.30 Uso da água de reúso
1.31 Padrões de qualidade da água para reúso
1.32 Normas da ABNT
1.33 Custos
1.34 Bibliografia e livros consultados
21 páginas
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1.1 Introdução
Asano, 2001 diz que o reúso é o desafio do século XXI em que haverá uma integração total dos
recursos hídricos. Interpretando as afirmações de Asano os recursos hidricos no século XXI serâo:
• Recursos superficiais
• Recursos de águas subterrâneas
• Aproveitamento de água de chuva
• Reúso de esgotos
No mundo moderno do seculo XXI o planejamento de recursos hídricos não poderá esquecer o
aproveitamento de agua de chuva e o reúso de esgotos, além dos tradicionais recursos superficiais e
subterrâneos.
Segundo Asano, 1001 a água de reúso tem duas funções fundamentais:
1. O efluente tratado vai ser usado como um recurso hídrico produzindo os benefícios
esperados.
2. O efluente pode ser lançado em córregos, rios, lagos, praias, com objetivo de reduzir a poluição
das aguas de superfície e das águas subterraneas
O fundamento da água de reúso é baseado em três principios segundo Asano, 2001:
1. A água de reúso deve obedecer a controle de qualidade para a sua aplicação, devendo haver
confiabilidade na mesma.
2. A saúde deverá ser protegida sempre.
3. Deverá haver aceitação pública
Figura 1.1- Custos comparativos para reúso usando águas cinzas, águas de chuva e água pública.
Fonte: Nações Unidas, 2007
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Tabela 1.1- Principais mercados para água de reúso e níveis de qualidade de água estipulados para cada
mercado (Hermanowitcz e Asano, 1999)
Padrão de qualidade da Mercado Exemplo de aplicação
água de reúso
Categoria 1
McCormick, 1999 mostra a Tabela (1.2) onde temos água potável, água não potável e água quase potável
em uma residência. Observar que o termo “quase potável” não é muito usado no Brasil e nem aplicado. Poucas
pessoas tomariam banho e lavariam os utensílios de cozinhas com uma água “quase potável”. Observar também
que somente 7% da água é necessário em uma residência para que seja realmente potável.
Tabela 1.2- Categorias de consumo de água doméstico e nível de qualidade de água para cada categoria
(Cieau, 2000)
Uso Percentual Qualidade
Bebida 1% Potável
Preparo de alimentos 6% potável
Lavagem de utensílios de cozinha 10% Quase potável
Lavagem de roupas 12% Quase potável
Bacia sanitária 39% Não potável
Banho 20% Quase potável
Outros usos domésticos 6% Quase potável
Lavagem de carro/rega de jardim, etc; 6% não potável
Fonte: Tsutiya, et al, 2001.
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Pela Tabela (1.3) podemos verificar que os volumes internos de água não potável que pode ser usado é
somente o água destinada para bacias sanitárias, que é 27% do consumo.
Concluímos então que para o consumo interno de uma casa podemos usar somente 27%, ou seja, 43
litros/dia x habitante.
Assim uma casa com 5 habitantes poderemos reaproveitar para reúso a quantia de 215litros/dia:
5hab x 43 litros/dia x hab= 215 litros/ dia
Tabela 1.4 - Volume de esgotos sanitários que se pode aproveitar para as águas cinzas
Consumo residencial
no Brasil supondo
Tipos de usos da água Porcentagem média mensal de 160
litros/dia x habitante
(litros)
Chuveiro 17% 27
Lavagem de roupa 22% 35
Consumo nas torneiras 13
(consideramos somente a torneira do 8%
lavatório no banheiro)
Total 47% 75
Pela Tabela (1.4) podemos aproveitar somente 75 litros/dia por habitante para o águas cinzas, ou seja,
47%. Observar que podemos utilizar na bacia sanitária somente 43litros/dia x habitante, havendo, portanto um
saldo que não sabemos o que fazer.
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ETo= 35mm/semana
LA= GW / (ETo x Kc)= 1974/ (35 x 0,5)= 113m2
Portanto, usando as águas cinzas, somente será irrigado 113m2, necessitando outra fonte de
abastecimento para rega do restante para completar os 500m2 de jardim.
1.8 Reúso
Definição: reúso é o aproveitamento da água previamente utilizada uma ou mais vezes, em alguma
atividade humana, para suprir a necessidade de outros usos benéficos, inclusive o original. Pode ser direto ou
indireto, bem como decorre de ações planejadas ou não (Lavrador Filho, 1987 in Mancuso, 2003).
A Resolução nº 54 de 28 de novembro de 2005, publicado em 9 de março de 2006, estabelece
diretrizes para reúso direto não potável de água e estabelece algumas definições importantes:
Água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações, industriais, agroindústrias e
agropecuárias, tratadas ou não.
Reúso da água: utilização de água residuária.
Água de reúso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua utilização nas
modalidades pretendidas.
Reúso direto das águas: uso planejado de água de reúso, conduzida ao local de utilização, sem
lançamento ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou subterrâneos.
Reúso potável indireto: caso em que o esgoto, após tratamento é disposto na coleção de águas
superficiais ou subterrâneas para diluição, purificação natural e subsequente captação, tratamento e finalmente
utilizado como água potável, conforme Mancuso et al, 2003.
O reúso direto pode ser para fins: urbanos, agrícolas, ambientais, industriais e aquicultura.
A resolução prevê que a atividade de reúso de água deve ser informado ao orgão gestor dos recursos
hídricos: identificação, localização, finalidade do reúso, vazão, volume diário de água de reúso produzida,
distribuída ou utilizada.
O reúso pode ser:
¾ urbano ou
¾ rural
Nos dedicaremos ao reúso urbano somente.
O reúso urbano pode ser:
¾ local ou
¾ regional
O reúso urbano local é feito no próprio local onde são gerados os esgotos. Assim, o uso do águas cinzas
ou fossa séptica (tratamento biológico) é um reúso local.
Reúso local
Estudo de caso:
Empresa de ônibus de Guarulhos localizada no Bairro do Taboão reciclava a água após a lavagem dos
ônibus em caixas de deposição de sedimentos e retirada de óleos. O reaproveitamento era de 80%. A água de
make-up era introduzida, ou seja, os 20% restantes.
O óleo ficava na parte superior e semanalmente era retirado por uma empresa.
Postos de gasolina e lava-rápidos podem também reciclar a água.
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Fonte: USEPA
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Figura 1.2 - Infiltração de esgotos tratados em bacia de infiltração, poço tubular em zona aerada e em zona saturada.
Asano, 2001 que a água de reúso para ser usada nas águas subterrâneas apresenta 3 classes de
constituintes que devem ser estudados:
1. Virus entéricos e outros patógenos emergentes.
2. Constituintes orgânicos que inclui produtos industriais e farmacêuticos.
3. Sais e metais pesados.
Asano, 2001 alerta ainda quando aos produtos químicos que produzem disruptores endócrinos e a existência
de antibióticos resistentes achados na água.
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Fonte: USEPA
Figura 1.3- Alternativas para reúso dos esgotos sanitarios de uma cidade
Fonte: Borrows, 1997
O tratamento dos esgotos está assim dividido conforme Figura (1.3):
¾ tratamento preliminar,
¾ tratamento primário,
¾ tratamento secundário,
¾ tratamento terciário ( avançado).
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Nada mais é que o gradeamento para remover os objetos flutuantes de grandes dimensões, mas
evitando que os sólidos se depositem. É feita também a remoção física da areia e partículas sólidas através de
deposição, telas ou flotação. A remoção de DBO é desprezível no tratamento preliminar.
A velocidade do fluxo é, em geral, menor que 0,3m/s.
É usado quando o tratamento secundário não consegue remover nitrogênio, fósforo, etc. Comumente
faz-se coagulação e sedimentação seguido de desinfecção.
Geralmente é usado quando pode haver contato das águas de reúso com o seres humanos.
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Confiabilidade
A USEPA, 2004 salienta a importância de uma unidade de tratamento para reúso enfatizando oito regras
gerais que são:
1. Duplicar as fontes de energia elétrica.
2. Quando houver queda de energia imediatamente deverá entrar a fonte alternativa.
3. Usar múltiplos unidades e equipamentos
4. Fazer um reservatorio de armazenamento de emergência
5. O sistema de tubulações e bombeamento deverá ser flexível para mudanças de emergência
6. Sistema de cloração duplo
7. Controle automático dos resíduos
8. Alarme automático
Enfatiza ainda:
1. Qualificação de pessoal
2. Programa efetivo de monitoramento
3. Programa efetivo de manutenção e operação
Ainda segundo City Hollister, 2005 os critérios de um projeto de uma estaçao de tratamento de esgotos
são:
¾ O processo de tratamento deve minimizar os odores.
¾ O processo de tratamento deve minimizar os ruidos durante a construçao e durante a operaçao
dos equipamentos.
¾ A desidratação do lodo dos esgotos e as instalações que serao usadas não devem ser
esquecidas.
¾ Os processos devem ter um longo tempo de retenção para estabilizar o lodo.
¾ O nitrogênio é um fator importante para a remoção.
Tabela 1.10- Alguns standards de alguns países para tratamento municipal de esgotos
Parâmetros Europa Alemanha China USA Austrália
EC-1998 (2002)
DBO5,20 25mg/L 15 a 40 mg/L 30a 80mg/L < 1mg/L <5mg/L
NT 10 a 15mg/L 13 a 18mg/L 1mg/L <3
PT 1 a 2 mg/L 1 a 2mg/L 0,1 <0,1mg/L
Fonte: Membrane bioreactor (MBR) treatment of contaminants
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Desinfecção
O objetivo da desinfecção é matar ou inativar os microorganismos patogênicos, vírus e parasitas da água
de esgotos tratadas. Comumente a desinfecção se utiliza de fortes oxidantes como o cloro, ozônio, bromo, mas
todos eles não deixam inativo os ovos de helmintos, conforme Nações Unidas, 2007.
Cloro: é o mais usado desinfetante, mas a presença de sólidos em suspensão, matérias orgânica ou amônia na
água causam problemas para a sua eficiência. Os sólidos em suspensos agem como um escudo para os
microorganismos que se protegem do cloro.
O cloro pode ter alguns efeitos negativos em certas irrigações de determinadas culturas e em ambiente
aquático. A retirada do cloro, ou seja, a decloração é um processo muito caro para ser usado no reúso.
Ozônio: é um ótimo desinfetante, mas é caro. Devemos ter um tempo correto de contato e uma concentração
adequada de ozônio.
Ovos de Helmintos: os ovos de helmintos possuem diâmetro que varia entre 20 μm a 80μm, densidade relativa
entre 1,06 a 1,15 e altamente pegajoso.
Somente podem ser inativos com temperaturas acima de 40ºC.
Os processos de coagulação, sedimentação, floculação removem os ovos de helmintos.
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A água não potável provém do tratamento de esgotos sanitários e se destina somente a rega de jardins
públicos e gramados privados. Funciona desde 1977.
O sistema dual diariamente supre mais de 75.600m3/dia (875 L/s).
Na Califórnia 63% do volume de águas de esgotos tratados são usadas na agricultura.
Na Tabela (1.8) estão os volumes de esgotos tratados e usados na agricultura nos estados da Califórnia
e Flórida.
Tabela 1.10 - Volume de esgotos aproveitado na agricultura
Estados Volume anual de esgotos tratados que vão para a
agricultura
Califórnia 6,6m3/s
Flórida 3,9m3/s
Quando há tratamento e desinfecção das águas cinzas, pode ser feita irrigação com a mesma.
A rede dual para transporte de água de reúso geralmente é de plástico classe 15 ou classe 20 com
coeficiente de rugosidade C=130, dependendo da pressão a que se destina.
Nos Estados Unidos para irrigação de jardins, lavagem de carros e calçadas se usam pressão mínima de
35mca, entretanto as pressões geralmente atingem um mínimo de 21m conforme Asano, 1998
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mínimo de 1mg/L
pH de 6 a 9
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No Estado do Texas é proibida a irrigação com água de esgotos bruta, isto é, sem tratamento. É necessário
autorização dos órgãos de saúde quando as águas cinzas tem vazão maior ou igual 0,2 L/s (17m3/dia)
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1.33 Custos
O custo de água de reúso para março de 2005 segundo Hespanhol e Mierzwa, 2005 é R$ 1,80/m3.
Os custos das estações de tratamento de esgotos estão na Tabela (1.15).
Segundo Asano, 2001 os custos variam numa faixa muito grande. Por exemplo, na Califórnia o custo da
água de reúso provindo dos esgotos sanitários é de US$ 0,50/m3 que é muito grande para ser usado na
agricultura, mas entretanto pode ser usado em rega de gramados e campos de golfe e praças públicas.
Há uma idéia errada de que a água de reúso é sempre mais barata que a água potável.
A Califórnia usa para amortização de capital o prazo de 20anos.
Na cidade de Fukuoka no Japão sempre citada nestes assuntos de reuso o custo da água de reúso é de
US$ 2,00/m3 enquanto que a água potável é US$ 1,9/m3. O custo para o consumidor na mesma cidade é US$
3,0/m3 para a água de reúso e US$ 3,7/m3 para a água potável. No Japão é usado 20anos como tempo de
amortização de capital.
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Capítulo 02
Membrane Bioreator
(MBR)
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Figura 2.5- Acima temos o tratamento convencional de lodo ativado e abaixo a introdução de membranas como bioreator
denominado de MBR.
Fonte: Roger Babcock, 2005 WaterReuse Conference
Até o presente o tratamento por lodo ativado era considerado o melhor de todos, mas as membranas
introduzidas no processo melhoraram ainda mais a qualidade do efluente tendo sido criado o sistema MBR que é
o verdadeiro State of Art do tratamento de esgotos. Observar que o sistema MBR pode ser introduzido em
reatores anaerobios de fluxo ascendente também com sucesso. É o que se chama de retrofit.
Basicamente num tratamento de esgotos queremos três fatores fundamentais conforme City of Hollister,
2005:
1. O tratamento deve ser feito para o reúso ou reciclagem da água.
2. O tratamento deve obedecer aos limites impostos pelo nitrato.
3. O tratamento deve ser compatível com o futuro para remover os sólidos dissolvidos.
Conforme as Nações Unidas, 2007 com as membranas de filtração podemos obter uma alta qualidade da
água de esgoto ou da dessalinizaçao das águas do mar e das águas salobras.O objetivo do nosso estudo é
somente do reúso de Águas de esgotos domésticos municipaIS que pode estar incluso um pouco de esgoto
industrial.
O esquema geral de um tratamento com MBR está na Figura (2.6) e as membranas podem estar
submersas dentro do reator ou externas, isto é, separadas do reator:
¾ Sistema MBR Submerso -Figura (2.6) esquerda
¾ Sistema MBR Externo - Figura (2.6) direita
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As membranas possuem tamanho dos poros entre 0,035μm e 0,4μm estando entre microfiltração e e
ultrafiltração.
Figura 2.8- Mostra as membranas com fibras ocas a esquerda e membranas planas a direita.
Fonte: TSG- making every drop count, dezembro 2005
Existem dois processos básicos no mundo: o de fibras ocas usado pela firma Zenon e membranas planas
usado pela Kubota conforme Figuras (2.8) e (2.9). Ambos são bons, mas existem algumas particularidades.
A firma Zenon tem poro de 0,1μm (porosidade efetiva de 0,035μm e a firma Kubota têm poros de 0,4μm
(0,1μm de porosidade efetiva). Na Zenon temos pulsação automática e a Kubota não. Na Zenon a pulsação faz o
fluxo inverter todo 10min a 15mim para evitar entupimentos. A Kubota não tem fluxo invertido e mecanismo é
mais simples.
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Figura 2.9- Esquemas básicos do uso do MBR. Acima é o esquema da firma Zenon (Canadense) e abaixo da firma Kubota
(japonesa).
Fonte: TSG- making every drop count, dezembro 2005
A Figura (2.10) mostra duas estações compactas de tratamento de esgotos sendo uma da firma Kubota e
outra Zenon.
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Na Europa o uso do Reator de Membrana (MBR) começou em 1999 sendo que as instalações existentes
variam de 25 L/s a 210 L/s. Nos Estados Unidos praticamente o primeiro processo de Reator de Membranas foi
feito em 1975 na Califórnia no Condado de Orange com uma instalação de 219 L/s usando membranas de
acetato de celulose. Com o passar dos anos as membranas de acetato de celulose foram substituídas por
membranas de poliamidas. As membranas de fibras ocas começaram a ser feitas nos anos 1980 e foram
testadas em 1992 no Condado de Orange com sucesso.
Nos Estados Unidos as instalações de MBR variam de 41L/s a 440 L/s. O MBR não só elimina a
necessidade do clarificador secundário numa estação de tratamento por lodo ativado, como produz um efluente
de alta qualidade, chegando-se a um verdadeiro State of Art dos MBR.
As aplicações de reúso por MBR tem sido em:
• descargas de bacias sanitárias,
• indústrias têxteis,
• uso não potável, etc.
As membrans são um processo em que a separação das partículas é por meio determinada pressão em
uma dada concentração conforme Figura (2.11).
Os processos de filtração em membranas podem ser classificados de acordo com a remoção das partículas
conforme Figura (2.12):
1. Microfiltraçao (MF): a membrana tem poros que variam de 0,1μm a 1μm de diâmetro. Pode remover
partículas como bactérias, cistos e oocistos.
2. Ultrafiltração (UF): variam de 0,01 a 0,1 μm e pode remover partículas e moléculas grandes, incluso
bactérias e virus.
3. Nanofiltraçao (NF): neste caso as membranas são similares ao RO e a taxa de rejeição é baixa. Entre
0,01 μm a 0,001 μm
4. Osmose Reversa (RO): neste caso as membranas podem rejeitar até pequenos solutos iônicos tais
como sais como o que estão livres na água mineral. <0,001μm
Figura 2.12- Processos de filtração em membranas e os materiais que podem ser retidos.
Fonte: Nações Unidas, 2007
A Alemanha e Austrália usam o tratamento de lodos ativados com membranas que se chama (MBR-
membrane bioreactors) para reúso de esgotos.
As pressões aumentam na seguinte ordem:
MF<UF<NF<RO
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Assim a pressão para Osmose Reversa é maior que a nanofiltração, que por sua vez é maior que a
ultrafiltração que é maior que a microfiltração.
Na Tabela (2.7) estão as características de vários tipos de membranas. Por exemplo, uma membrana UF
a pressão varia de 0,7atm a 2,0 atm ou seja, 7mca a 20mca sendo que o diâmetro do poro chega até 0,1μm
sendo usado material polisulfona e fibras ocas com fluxo é de 26 L/m2 x h a 44 L/m2xh.
Fluxo 35 a 52 26 a 44 10 a 35 17 a 21 17 a 21
2
(L/m x h)
Modelos de Fibra oca Fibra oca, Fibra oca, Espiral Espiral
configuração espiral membrana
plana
Entrada/Saida Entrada/Saida Entrada/Saida Entrada e Entrada e
Dentro para Dentro para Fluxo saida saida
Operação fora fora transversal Fluxo Fluxo
Fluxo Fluxo hibrido transversal transversa
transversal transversal Fim de linha
Fim de linha Fim de linha
Zenon, Dow, Filme Dow, Filme
Osmonics, ]Dow, Kubota, Tec, Tec,
Firmas Dow, Pall, Hydranautics. Mitsubishi, Hydranautics, Hydranautics,
fornecedors Koch, USfilter Koch, Norit, USfilter, Tripsep, Tripsep,
Pall e Zenon Hubedr and Osmonics, Osmonics,
Segher- Toyobo Koch, Trisep,
Keppel Toray
Fonte: Werf
Facilmente se consegue que o efluente tenha turbidez <0,2 uT e que a remoção de virus seja de 4log
(99,99%) dependendo do diâmetro nominal dos poros da membrana. Estas membranas seguramente removem
os patogênicos como Cryptosporidium e Giardia.
Foram usados em tratamento de esgotos até 50 L/s a 116 L/s;
As membranas são usadas no tratamento de lodos ativados em lugar dos clarificadores secundários.É
um processo de tratamento terciário.
Deverão ser estudados os custos de manutenção e operação para o bom funcionamento do sistema de
tratamento de membranas devendo observar os seguintes parâmetros operacionais (Tsutiya, 2001 et al).
¾ Pressão de operação das membranas
¾ Perda de carga nos módulos
¾ Fluxo do permeado e de concentrado
¾ Condutividade elétrica do permeado
As Figuras (2.10) a (2.12) mostram os módulos do chamado sistema MBR (reator em membranas).
Temos a apresentação de um módulo, a superposiçao de outro módulo e a composição com três módulos.
A Figura (2.13) e (2.14) mostra o corte longitudinal e transversal de um sistema de lodo ativado com
membranas, conhecido como MBR (reator com membranas).
Trata-se de ultrafiltração com diâmetros de poros menor que 0,1μm.
Para uma simples casa a membrana terá área de 6,25m2 pode tratar em média 0,17m3/h e no maximo
3
2,73 m /dia para as horas de pico.
Normalmente as membranas podem tratar até 98,28 m3/dia (1,14 L/s) com área de 225m2, sendo que
acima de 3000m2 de membranas são introduzidos discos rotativos.
A manutenção das membranas é feita somente uma vez por ano, onde faz-se uma limpeza com jato de
ar das membranas e se retira o lodo acumulado, que deverá ser desidratado e encaminhado a um aterro
sanitário.
Durante a operação é introduzido sulfato férrico para diminuir a quantidade de nitrogênio nos esgotos.
Pode ser feito em concreto ou material plástico.
A qualidade do efluente de esgotos usando reatores de membrana conforme Nocachhis et al conforme
Tsutyia,2001conforme Tabela (2.8).
2-6
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A pressão de bombeamento é baixo, ou seja, somente 2mca que significa baixo custo de energia elétrica
na bomba.
As membranas de ultrafiltração são de material plástico denominado polisulfona (PSO). Existem outros
materiais como: acetato de celuluse, polietersulfona, polipropileno, poliamida, poliacrilamida e outros
Nao nos interessa os grandes tratamento de esgotos com o uso de membranas como os reatores
tradicionais produzidos pela Zenon e pela Kubota.
O interesse que temos é para pequenas estações de tratamento para uma casa ou centenas de casas
usando reatores de membranas submersos novos.
O representante das membranas fabricadas na Alemanha (Martin System do Brasil é a firma
Geasanevita- engenharia e meio ambiente. http://www.geasanevita.com.br localizada na av. Faria Lima, 2894
11ºandar conjunto 113 São Paulo Telefone 3071-1680.
t
de
Figura 2.13- Um módulo do MBR (reator em membranas) fornecido pela firma alemã SiClaro
Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
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Figura 2.14- Dois modulos do MBR (reator em membranas) fornecido pela firma alemã SiClaro
Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
Figura 2.15- Três módulos do MBR (reator em membranas) fornecido pela firma alemã SiClaro
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Figura 2.16- Corte longitudinal de um sistema de lodo ativado residencial com as membranas da siClaro
Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
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Figura 2.17- Corte transversal de um sistema de lodo ativado residencial com as membranas da siClaro
Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
Em instalações acima de 139 L/s é importante o uso de peneiras e tratamento primário antes do
tratamento propriamente dito. Em plantas abaixo de 22 L/s o peneiramente é limpo automaticamente.
Salientamos a importância da desifecção com cloro do efluente devido a facilidade de monitoramento.
O lodo estabilizado deve ser compactado antes de ir para o aterro sanitário existindo equipamentos para
isto.
Vantagens do MBR
O tratamento com MBR cada vez mais está diminuindo os custos das membranas e já está provado que
é mais eficiente que os tratamentos biológicos.
As vantagens são:
¾ Alta qualidade do efluente podendo o mesmo ser usado para resfriamento, descarga em bacias
sanitárias, rega de jardins ou outro processo qualquer.
¾ Precisa de menos espaço, pois, substitui o clarificador secundário do tratamento dos lodos
ativados
¾ O tempo de retenção do lodo pode ser completamente controlado. Tempo de 30 a 45h são
possiveis de serem atingidos e isto aumentará a biiodegradação dos compostos resistentes e
melhorar a performance da nitrificaçao conforme EPA, 2004.
¾ A biomassa pode ser bem concentrada atingindo 30g/L no MBR.
¾ Há uma redução drástica do lodo.
¾ A remoção de bactérias e virus é feita sem adição de produtos químicos.
¾ O sistema MBR submerso permite que se faça um upgrade em instalações existentes.
Geralmente são MF ou UF e composta de membranas ôcas ou planas. A turbulência n o exterior
é mantido por difusão de ar para evitar a deposição.O vácuo é introduzido ao lado das
membranas
Desvantagens do MBR
As desvantagens do MBR são:
¾ Custo alto de capital e de operação
¾ São técnicas novas de uso de membranas para tratamento de esgotos sanitários ainda não conhecidas,
prevalecendo então as técnicas de conhecimento geral.
¾ Os sistemas convencionais atendem a legislação vigente. O processo MBR produz um efluente de
melhor qualidade, mas em geral está acima dos padrões legais.
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Custos
Conforme Tsutiya, et al 2001, os reatores em membranas (MBR) são competitivos com o sistema de
lodos ativados convencionais até a vazão de 579 L/s.
Nos Estados Unidos os custos estimados possuem uma contingência de 20%. Existe uma associação
internacional de custos- American Association of Cost Engineers (AACE) e normalmente se espera que o custo
de uma estação de tratamento de esgotos variem de -30% a + 50% que são os limites de confiabilidade achado
nos Estados Unidos e isto não deve ser confundido com a reserva de contingência (City of Hollister, 2005).
A Tabela (2.9) mostra uma adaptação em números das curvas do autor citado.
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Tabela 2.9- Estimativa de custos em dólares por m3 dos reatores em membranas (MBR) e o tratamento
convencional por lodo ativado.
Vazão MBR Lodo ativado
convencional
3 3
(L/s) US$/m US$/m
0 0,10 0,05
58 0,08 0,04
116 0,07 0,04
174 0,06 0,03
232 0,04 0,03
290 0,03 0,02
Fonte: adaptado de Tsutiya, et al 2001.
Asano, 1998 apresenta ainda que para vazão em torno de 43 L/s o custo do metro cúbico com
amortização de capital em 20anos e juros de 10% anuais é de US$ 0,75/m3 e a manutenção e operação do
sistema é US$ 0,72/m3.
O custo global será US$ 1,47/m3
Aplicações do MBR
Sao inúmeras as aplicações do MBR nestes 30 anos. A reciclagem da água em edificios e o tratamento
de esgotos de pequenas comunidades é feito cada vez mais no Japão. Também é facilmente aceito que os MBR
podem ser usados no tratamento das águas cinzas.
A tecnologia do MBR pode ser aplicada em tratamento de chorume de aterros sanitários, que possuem
uma alta taxa de DBO. Existem tratamento de chorume na França com 50m3/dia; na Alemanha 264m3/dia e
250m3/dia. Na cidade de Zagreb usando ultrafiltração chegou-se a remoção de 90% da carga orgânica do
chorume e se tivessem usado membranas com poros menores a remoçao seria maior. Obteve-se remoçao de
87% de COD e 93,5% de TOC com nanofiltração.
Existem no mundo mais de 1.200 MBR sendo que 1.000 estão no Japão e o resto na Europa e Estados
Unidos.
De todas estas instalações do Japão, 55% são de membranas submersas da firma Kubota e o restante
45% quando as membranas externas.
Confome N. Cisek da Universidade de Manitoba em Winnipeg, Canadá no ano 2003, pesquisas feitas
nos Estados Unidos acharam 95 substâncias orgânicas contaminantes em 139 rios de 30 estados. Entre estes os
mais frequentes achados são esteróides, hormonios, detergentes sintéticos e inseticidas que possibilitam os
disruptores endócrinos.
Conforme José Santamarta os disruptores endócrinos interferem no funcionamento do sistema
hormonal mediante algum dos três mecanismos seguintes: substituindo os hormônios naturais: bloqueando a
ação hormonal: aumentado ou diminuindo os níveis de hormônios naturais. O livro Nosso futuro roubado de
Theo Colborn et al que trata do assunto é uma espécie de continuação do livro Primavera Silenciosa de Rachel
Carson que falou sobre o DDT.
No Canadá o Departamento da Justiça definiu como disruptor endócrino a substância que tem a
habilidade de alterar a síntese, secreção, transporte, ação ou eliminação de hormônios em um organismo e que
é responsável pela manutenção da homeostase, reprodução desenvolvimento e comportamento de um
organismo.
Nos Grandes Lagos no Canadá se acharam disruptores endócrinos que geralmente provem dos esgotos
municipais, de pesticidas e herbicidas da agricultura. A boa noticia é que o MBR pode propiciar a eliminação dos
disruptores endócrinos, bem como os pesticidas e herbicidas.
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Confiabilidade
A USEPA, 2004 salienta a importância de uma unidade de tratamento para reúso enfatizando oito regras
gerais que são:
1. Duplicar as fontes de energia elétrica.
2. Quando houver queda de energia imediatamente deverá entrar a fonte alternativa.
3. Usar múltiplos unidades e equipamentos
4. Fazer um reservatorio de armazenamento de emergência
5. O sistema de tubulações e bombeamento deverá ser flexível para mudanças de emergencia
6. Sistema de cloração duplo
7. Controle automático dos resíduos
8. Alarme automático
Enfatiza ainda:
1. Qualificação de pessoal
2. Programa efetivo de monitoramento
3. Programa efetivo de manutenção e operação
Ainda segundo City Hollister, 2005 os critérios de um projeto de uma estaçao de tratamento de esgotos
sao:
¾ O processo de tratamento deve minimizar os odores.
¾ O processo de tratamento deve minimizar os ruidos durante a construçao e durante a operaçao
dos equipamentos.
¾ A desidratação do lodo dos esgotos e as instalações que serao usadas nao devem ser
esquecidas.
¾ Os processos devem ter um longo tempo de retençao para estabilizar o lodo.
¾ O nitrogenio é um fator importante para a remoção.
Tabela 2.10- Alguns standards de alguns países para tratamento municipal de esgotos
Parâmetros Europa Alemanha China USA Austrália
EC-1998 (2002)
DBO5,20 25mg/L 15 a 40 mg/L 30a 80mg/L < 1mg/L <5mg/L
NT 10 a 15mg/L 13 a 18mg/L 1mg/L <3
PT 1 a 2 mg/L 1 a 2mg/L 0,1 <0,1mg/L
Fonte: Membrane bioreactor (MBR) treatment of emergin contaminants
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Desinfecção
O objetivo da desinfecção é matar ou inativar os microorganismos patogênicos, vírus e parasitas da água
de esgotos tratadas. Comumente a desinfecção se utiliza de fortes oxidantes como o cloro, ozônio, bromo, mas
todos eles na deixam inativo os ovos de helmintos, conforme Nações Unidas, 2007.
Cloro: é o mais usado desinfetante, mas a presença de sólidos em suspensão, matérias orgânica ou amônia na
água causam problemas para a sua eficiência. Os sólidos em suspensos agem como um escudo para os
microorganismos que se protegem do cloro.
O cloro pode ter alguns efeitos negativos em certas irrigações de determinadas culturas e em ambiente
aquático. A retirada do cloro, ou seja, a decloração é um processo muito caro para ser usado no reúso.
Ozônio: é um ótimo desinfetante, mas é caro. Devemos ter um tempo correto de contato e uma concentração
adequada de ozônio.
Ovos de Helmintos: os ovos de helmintos possuem diâmetro que varia entre 20μm a 80μm, densidade relativa
entre 1,06 a 1,15 e altamente pegajoso.
Somente podem ser inativos com temperaturas acima de 40ºC.
Os processos de coagulação, sedimentação, floculação removem os ovos de helmintos.
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Capítulo 03
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
3.1 Introdução
3.2 Normas brasileiras
3.3 Sistemas de tanques sépticos
3.4 Septo difusor
3.5 Efluente do sistema de Tanque séptico + septos difusores
3.6 Remoção do lodo
3.7 Custo
3.8 Reúso
3.9 Estudo de caso
3.10 Adsorção em carvão ativado
3.11 Bibliografia e livros consultados
3-2
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3.1. Introdução
Os tanques sépticos eram antigamente chamado de fossas sépticas.
O tanque séptico pode atender uma residência ou até 300 unidades (1500pessoas). É muito usado na
França e no Japão, pois conseguem de uma maneira bem econômica e baixíssima manutenção, redução de DB0
de 96%.
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) varia de >200mg/L a >750mg/L sendo a média de 350 mg/L.
O chamado sistema tanque séptico tem um tratamento complementar e adotamos o tratamento aeróbio
com septo difusores devido ao baixo custo de implantação, manutenção e operação.
Devido a isto, a escolha que fizemos foi sobre sistema de tanque séptico existente no Brasil, onde o
tanque séptico faz a redução anaeróbica e os septos difusores (tecnologia francesa) a redução aeróbica.
Devido a altíssima redução de DBO o efluente dos Tanques Sépticos podem ser usados como água de
reúso.
Exemplo 3.1
Achar a população equivalente a 30 porcos que possui DBO5 variando de 4500mg/L a 12000mg/L.
Sendo o consumo de água de cada porco de 12 L/porco teremos:
Q= 30 porcos x 12 L/porco= 360 L/dia= 0,36m3/dia
Dt= 0,001 x Q x DBO
Dt= 0,001 x 0,36m3 x 12000mg/L=4,32kg de oxigênio consumido pela DBO por dia
Pe= Dt (gramas)/ Dh
Pe= 4320g/ 55g/hab=80 hab
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Consumo de animais
O consumo de água para rebanhos BEDA é um consumo médio igual a equação:
BEDA= BOVINOS + EQUI NOS+ 1/5 (OVINOS/CAPRINOS) + ¼ SUINOS
Observar que o consumo de suinos é ¼ de 50 litros= 12,5 L/dia x cabeça
Consumo de ovino ou caprino= 50/ 5= 10 L/dia x cabeça
Consumo de bovino ou eqüino= 50 L/dia x cabeça
Tabela 3.3 Contribuições unitárias de esgotos (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédios e de
ocupantes (L/dia)
Prédio Unidade Contribuição de Lodo fresco
esgotos Lf
C
1- Ocupantes permanentes
- residência padrão alto pessoa 160 1,00
-residência padrão médio pessoa 130 1,00
-residência padrão baixo pessoa 100 1,00
-hotel sem lavanderia e cozinha pessoa 100 1,00
-alojamento provisório pessoa 80 1,00
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2-Ocupantes temporários
-fábricas em geral operário 70 0,30
-escritórios pessoa 50 0,20
-edifícios públicos/comerciais pessoa 50 0,20
-escolas (externatos) e locais de longa pessoa 50 0,20
permanência
-bares pessoa 6 0,10
-restaurante e similares refeição 25 0,10
-cinemas, teatros, locais de curta permanência Lugar 2 0,02
-sanitários públicos bacia 480 4,00
sanitária
Fonte: NBR 7229/93
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3.7 Compartimentação
Os tanques sépticos podem ser de três tipos principais conforme Azevedo Neto, 1988:
• Simples não compartimentados
• Compartimentados com câmaras em série
• Com câmaras sobrepostas
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Ø externo
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Septo difusor-(aeróbio)
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Os septos difusores é tecnologia francesa e possuem dois modelos (Tipo I e Tipo II) e são feitos em
polietileno e bidim.
O modelo antigo tinha 250litros/dia de capacidade de tratamento e com dimensões de 1,22m x 0,65m x
0,20m.
O novo septo difusor (Tipo II) é mais usado é para capacidade de 1000 litros /dia e possui as dimensões
de 1,20m x 1,00m x0,40m.
Exemplo 3.4
Dimensionar a quantidade de septo difusor tipo II para cozinha com 120 empregados.
Considerando consumo de 70 litros/dia x empregado
Consumo médio diário=70 x 120= 8.400 litros/dia
Como o septo-difusor Tipo II é para 1000 litros/dia,
N= 8.400 / 1000= 8,4 septos-difusores
Como são em pares, adotamos 10 septo-difusores Tipo II.
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Na Tabela (3.5) estão as exigências para as águas doces das Classe 1 a Classe 3.
Tabela 3.5 - Padrões da Resolução Conama 357/2005 para águas doces
DBO OD CF
(Demanda Bioquímica de Oxigênio) (Oxigênio Dissolvido) (Coliformes Fecais)
Águas doces (mg/L) (
(mg/L) NMP/100mL)
Classe 1 3 6 200
Classe 2 5 5 1000
Classe 3 10 4
Classe Especial
-são as águas destinadas abastecimento humano com desinfecção
-preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas
-preservação dos ambientes aquáticos.
Classe 1
- são as águas doces para abastecimento humano após tratamento simplificado;
- preservação das comunidades aquáticas;
- recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho.
Classe 2
- são as destinadas ao abastecimento humano após tratamento;
- proteção das comunidades aquáticas;
- recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho;
- irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o
público possa vir a ter contato direto.
Classe 3
- são as destinadas ao abastecimento humano após tratamento convencional ou avançado;
- irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
- pesca amadora;
- recreação de contato secundário;
- dessedentação de animais.
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Classe 4
- são as águas destinadas da navegação;
- harmonia paisagística.
O efluente poderá ser desinfetado com hipoclorito de sódio, havendo possibilidade de a dosagem ser
automática.
3.13 Custo
Os custos de materiais dos produtos da Rotogine estão nas Tabelas (3.6) a (3.8) em dólares americanos
do dia 9 de setembro de 2006 (1US$= R$2,33).
Tabela 3.6 - Custos dos tanques sépticos em polietileno
Capacidade Custo do Tanque séptico
(litros) US$
1000 227
2000 370
3000 601
4000 858
5000 990
6000 1247
7000 1449
8000 1549
Fonte: 1US$= R$ 2,33 de 8/9/06
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3.14 Reúso
Os efluentes dos sistemas de tanque sépticos incluso o septo difusor reduz a DBO em 96% e pode ser
aproveitado. Uma aplicação de reúso é na construção civil, como a feitura de concreto para elaboração de
blocos.
É previsto pela norma brasileira que o mesmo pode ser usado em descarga em bacias sanitárias, mas
não fixa parâmetros de qualidade que não existiam na época da elaboração das mesmas.
Usando padrões americanos da USEPA, conforme Tabela (3.9) e (3.10) para descarga em bacias
sanitárias, deve ser obedecido no mínimo a: pH entre 6 a 9, DBO menor que 10mg/L e turbidez menor que 2uT e
não sendo detectável coliformes fecais e com cloração mínima de 1 mg/L.
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mínimo de 1mg/L
Alertamos que se deve tomar muita precaução para o reúso de tanques sépticos em descargas em
bacias sanitárias. Uma das conseqüências que pode ocorrer é o mau cheiro na hora da descarga e o problema
de se formar um colarinho preto ao nível da água na bacia sanitária.
Como se vê pelos padrões americanos, custa caro o monitoramento de análises diárias e semanais, daí
deve haver uma certa área de prédio em que tais custos podem ser absorvidos e havendo boa relação entre
benefício/custo.
No Japão é obrigatório o reúso e aproveitamento de água de chuva quando a área construída for maior
que 30.000m2 ou que o consumo de água não potável diariamente for maior que 100m3/dia.
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Tabela 3.11 - Análise feita pelo laboratório Bioagri em 29.6.01 na FEMAQ -Piracicaba
Parâmetros Valor inicial Valor final Redução Redução em
(mg/L) (mg/L) (%)
DBO
(Demanda Bioquímica de 167 6 161 96,4
oxigênio)
DQO
(Demanda química de 754 18 736 97,6
oxigênio)
TSS
(sólidos totais em 132 46 86 65,2
suspensão)
Coliformes fecais 400/100ml 10/100ml 390/100ml 97,5
Coliformes totais 720/100ml 69/100ml 651/100ml 90,4
Tabela 3.12 - Valores de Nelson Gandur Dacah p. 28 do livro Tratamento Primário de esgoto e valores obtidos pela
Rotogine em Piracicaba
DBO TSS
Tipo de tratamento (Demanda Bioquímica (sólidos totais em
de oxigênio) suspensão) Bactérias
Preliminar 5% a 10% 5% a 20% 10% a 20%
Primário 25% a 85% 40% a 90% 25% a 80%
Secundário 75% a 97% 70% a 95% 90% a 98%
Terciário 97% a 100% 95% a 100% 98% a 100%
Conclusão: a fossa séptica de Piracicaba reduz 96% de DBO, reduz 65% de sólidos em suspensão e
reduz 98% de bactérias e pode o tratamento ser classificado como secundário.
O efluente da indústria FEMAC foi usado na construção civil para fazer blocos de concreto.
Observar na Tabela (3.11) que não temos problemas de coliformes e da DBO pelas análises.
Somente o TSS atingiu somente 46 mg/L sendo exigido pela USEPA menor ou igual que 30mg/L.
Também não foi aplicado dosagem de cloro, mas no caso não vemos necessidade.
3.16 Sumidouro
Conforme Jordão, 2005 os sumidouros são conhecidos também como poços absorventes, recebendo os
efluentes diretamente das fossas sépticas conforme Figura (3.10) e (3.11).
Embora seja permitido pelas normas da ABNT a USEPA, 2004 não recomenda mais ou uso dos
sumidouros sendo muito pouco usado devido ao grande número de fracasso de funcionamento.
Um dos fracassos no uso do sumidouro é adotar valores muitos altos de infiltração.
A melhor maneira para infiltração do efluente de um tratamento com tanque séptico e septo-difusor é
através de vala de infiltração, devendo ser a mais rasa possível conforme Figura (3.12).
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Capitulo 03- Tanque séptico e septo difusor engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 10/06/08
Exemplo 3.8
Dimensionar uma vala de infiltração com largura de 0,50m e altura de 0,40m. A taxa de infiltração é de 16 L/m2
x dia e a quantidade de esgoto tratado que queremos infiltrar é de 3.380 L/dia.
Por metro linear de vala de infiltração a soma das paredes e do fundo será:
0,50m + 0,40m+0,40m= 1,30m
Portanto, a área por metro linear infiltrada é 1,30m x 16L/m2/dia= 21 L/m x dia
Agua a ser infiltrada/ vazão infiltrada/m = 3.380 L/dia / 21L/mxdia = 161m
Portanto, precisamos de 161m de vala de infiltração.
Como cada trincheira só pode ter 30m de comprimento no máximo teremos:
161m/ 30m= 5,4 trincheira de 30m ou seja, 6 trincheiras de 30m distante 2,00m uma da outra.
Exemplo 3.9
Escolha da taxa de infiltração em um loteamento em Campos do Jordão.
Foram feitos 24 ensaios de infiltração na profundidade de 0,30m em toda a área conforme a
norma da ABNT NBR 13.969/97 nas declividades de 0 a 10%; 20% a 30%, 30% a 40% e >40%.
A conclusão a que se chegou é a seguinte:
1) não há variação da taxa de infiltração em toda a área mesmo variando a declividade.
2) Usamos coeficiente de segurança igual a 2
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Exemplo 3.10
Dimensionar o tanque séptico e septo difusor para uma casa de padrão alto com 5 pessoas.
Sumidouro
Taxa= 15 L/ m2 x dia
Produção diária = 800 Litros /dia
Como precisamos de 53m2 e num sumidouro temos 28m2 então faremos dois sumidouros de 2,00m de
diâmetro e 4m de profundidade observando que o fundo do sumidouro deverá estar 1,50m acima do lençol
freático.
Caso queiramos um sumidouro prismático com 2,0m de largura e 4m de profundidade teremos:
Área total= áreas laterais + área do fundo= L x 4 x 2 + 2 xL = 10 LK
53m2= 10L
L= 5,3m
Vala de infiltração
Caso optemos por vala de infiltração de 0,50m de largura e altura de 0,50 teremos:
Área por metro= (0,5m + 0,5m+0,50m) x 1,00m= 1,50m2/m
53m2/ 1,5m2= 35 m
Como o comprimento da vala de infiltração máximo é de 30m faremos duas valas de infiltração com 17,5m cada
uma espaçadas de 2,00m.
Septo difusor
Como será infiltrado 800 L/dia e como o septo difusor Tipo I trata 250 L/dia teremos:
Estimativa de Custo
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Exemplo 3.11
30 casas de padrão médio estão numa rua isolada e queremos fazer um tratamento local.
Supondo tanque séptico prismático o conforme Azevedo Neto, 1988 o comprimento deve ser o dobro da largura
e teremos:
Adotamos profundidade H=2,00
2,0 B x B x 2 = V=43,3m3
B= 3,30m
L= 2 B= 2 x 3,30= 6,60m
Sumidouro prismático
Largura 2,00m e profundidade 4,00m
Área = L x 4 x 2 + 2 L= 10L
Taxa admitida = 20 L/m2 x dia
19500 Litros/dia/ 20 L/m2 x dia= 975m2
Área = 10 L= 975m2
L=97,5m
Portanto, o comprimento do sumidouro é 97,5m
Podemos fazer dois sumidouro com 49m cada distante um do outro de 5,00m
A distancia deve ser maior que a profundidade 4,0m e portanto é 5,00 OK.
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Capítulo 04
Águas cinzas
Desenvolver fontes novas e alternativas de abastecimento de água tais como dessalinização da água do
mar, reposição artificial de águas subterrâneas, uso de água de pouca qualidade, aproveitamento de
águas residuais e reciclagem da água.
Agenda 21
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SUMÁRIO
4.1 Introdução
4.2 Tratamento das águas cinzas
4.3 Nomenclatura
4.4 Riscos das águas cinzas
4.5 Qualidade das águas cinzas
4.6 Área para irrigação com águas cinzas
4.7 Custos
4.8 Aceitação pública
4.9 Reservação das águas cinzas
4.10 Volume de água para dimensionamento
4.11 Uso da água
4.12 Uso do águas cinzas
4.13 Técnicas e Tecnologias
4.14 Recomendações finais
4.15 Exemplo de caso: APEX - reúso da água usando águas cinzas
4.16 Introdução
4.17 Aspecto legal
4.18 Solução técnica
4.19 Cloração
4.20 Proposta
4.21 Custos
4.22 Bibliografia e livros recomendados
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4.1 Introdução
O uso das águas cinzas também é reúso.
O código da Califórnia define Águas cinzas como a água de esgoto não tratada que não teve contato
com a bacia sanitária.
Águas cinzas incluem:
• a água do chuveiro,
• banheira,
• pia do banheiro,
• lavagem de roupas em máquinas domésticas.
4.3 Nomenclatura
Blackwater especificamente a água de esgotos sanitários de uma casa. Inclui todo o tipo de água não
incluindo a adição de produtos químicos ou químico-biológicos que possam causar problemas.
Consiste largamente de compostos orgânicos que passam no trato digestivo do corpo humano.
Contém fezes humanas, urina, pedaço de papel (celulose) etc. Algumas vezes blackwater é definido
somente como a água das bacias sanitárias.
Na Califórnia o uso das águas cinzas é legalizado e usado somente para irrigação abaixo da superfície
através de tubulações enterradas.
O uso do águas cinzas reduz o consumo de água na Califórnia, cerca de 15% a 25%, pois se usa muito a
irrigação de jardins o que não acontece no Brasil.
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Com as modificações do código da Califórnia feitas em 18 de março de 1997, as águas cinzas podem ser
usadas também em comércio, indústria e prédios de apartamentos.
Parece ser um conceito geral de que não existe uma solução universal do uso das águas cinzas que se
aplique a tudo.
Não esquecer também que as águas cinzas tem que ser aprovado pelos órgãos sanitários, como a
Secretaria da Saúde e Cetesb.
As Figuras (4.2) a (4.7) mostram esquemas de águas cinzas.
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¾ Riscos no solo
Há tendência do solo ficar alcalinizado, aumentando o chamado índice SAR, que mede a absorção de
sódio pelo solo, causando problema na absorção de água para as plantas. Ao longo do tempo, conforme o tipo
de solo, será reduzida a permeabilidade e a aeração.
Na Tabela (4.1) estão os valores em grama/dia/pessoa de águas cinzas, blackwater e águas cinzas mais
blackwater.
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Tabela 4.1 - Valores em grama/dia/pessoa de águas cinzas, blackwater e águas cinzas + blackwater.
Parâmetros Águas cinzas Blackwater Gray+black
DBO5 (demanda bioquímica de oxigênio em 5 dias) 25 20 45
DQO (demanda química de oxigênio) 48 72 120
Fósforo total (PT) 2,2 1,6 3,5
Nitrogênio total (NT) 1,1 11 12,1
Resíduo total 77 53 130
Tabela 4.2 - Valores em gramas/dia/pessoa de águas cinzas (água cinza) e águas cinzas + blackwater
(esgoto sanitário)
Parâmetro Águas cinzas Águas cinzas+ blackwater
DBO5 34 71
Sólidos Totais em suspensão (TSS) 18 70
Nitrogênio total (NT) 1,6 13,2
Fósforo total (PT) 3,1 4,6
Um dos problemas das águas cinzas é que a quebra das moléculas orgânicas se dá muito mais
rápido do que as águas do blackwater.
Portanto, a decomposição do águas cinzas é muito mais rápida do que o blackwater conforme se pode
ver no site http://www.águas cinzas.com.
A quantidade de oxigênio necessária para a decomposição do águas cinzas nos cinco dias DBO5 possui
90% do total da demanda de oxigênio DO consumido para a decomposição. O DBO5 da blackwater é somente
40% do oxigênio necessário no águas cinzas.
Numa certa posição o DBO1 é 40% do DO consumido pela blackwater é somente de 8% do DO. Isto
significa que a decomposição orgânica do blackwater continuará a consumir oxigênio num tempo maior do ponto
de descarga do que as águas cinzas.
Esta rápida estabilização das águas cinzas tem a vantagem de prevenir que a matéria orgânica se
decomponha rapidamente no solo durante da infiltração havendo menor impacto ambiental.
Caso se jogue as águas cinzas num lago, imediatamente se desenvolveram algas perto do ponto de
descarga e dá uma aparência que a poluição está pior. Tudo isto mostra as grandes diferenças entre as águas
cinzas e blackwater de fezes e urina serem tratados separadamente.
As águas cinzas contém cerca de 1/10 do nitrogênio contido no blackwater, não esquecendo que o
nitrato e nitrito são causadores de câncer e são difíceis de serem removidos no tratamento.
Além disso, as águas cinzas contém menos patogênicos que o blackwater.
Não há casos comprovados de doenças causadas pelo uso do águas cinzas.
Deve ser evitado o uso de bombas centrífugas devido ao problema da constante limpeza dos filtros de
75μm. Por exemplo, em 5 anos poderemos ter 100 vezes limpar com luvas especiais os filtros fétidos, que não é
nada agradável.
Uma recomendação especial é que as águas cinzas não podem ser usadas em rega de jardins, em
frutas, verduras e não pode ser lançado no córrego mais próximo.
O uso das águas cinzas em bacias sanitárias deve ser feito somente quando houver um tratamento
completo do mesmo, o que é muito caro, compensando somente para edifícios de apartamentos muito grandes.
No Japão é obrigatório o uso das águas cinzas e água de chuva para prédios com mais de 30.000m2 ou que
usem mais de 100m3/dia de água não potável.
O oxigênio dissolvido das águas cinzas diminui, mas os coliformes aumentam após 2 ou 3 dias,
ocasionando problemas de odor.
A água tratada de esgotos sanitários nos Estados Unidos deverá obedecer a Tabela (4.3):
Tabela 4.3 - Parâmetros e valores usados nos Estados Unidos para o uso da água tratada de esgotos sanitários.
Parâmetros Valores
Coliformes fecais < 1/100mL
Coliformes totais em 95% das amostras < 10/100mL
Vírus < 2 /50L
Parasitas < 1/50L
Turbidez < 2 uT
pH 6,5 a 8,0
Cor < 15 uH
Cloro livre < 0,5mg/L no ponto de entrega
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Fosfatos
É bom para plantas e usado como fertilizante.
Biodegradável
É chamado de biodegradável o complexo químico que pode ser quebrado em vários compostos mais
simples com a atividade biológica.
Cloreto
Muitos detergentes possuem cloro. O cloro bloqueia o processo metabólico da planta. Em concentrações
abaixo de 142mg/L de cloreto não causa problema. Mas quando o nível de cloretos está entre 142mg/L a
355mg/L começam a aparecer os problemas que são muito sérios para níveis de cloreto acima de 355mg/L.
Alcalinidade
É uma solução de sódio, potássio, cálcio que age combinado em forma de cloretos, sulfatos e
carbonatos.
pH
Em geral o pH está entre 6,5 a 8,4 conforme Tabela (4.4). Quando o pH for menor que 7 então o solo
será acido e caso seja igual a 7 o solo será neutro. Quando o solo tiver pH maior que 7 será básico.
Na prática são usados solos sem restrição a solos com restrição moderada.
Boro
É necessário para as plantas em pequenas quantidades. Abaixo de 0,75meq/L (miliequivalente/litro) de
boro não há problemas. Os problemas começam quando o boro está entre 0,75 a 2,0 e ficam piores quando a
quantidade de boro é maior que 2,0meq/L.
Sódio
Age como veneno, pois reduz a habilidade de tirar água do solo, sendo que o excesso destrói a estrutura
das argilas, removendo os vazios e prejudicando a drenagem. Uma vez o solo danificado com sódio nunca mais
será recuperado.
Quando a quantidade de sódio no solo é menor que 69mg/L não há problemas. Os problemas começam
quando o sódio está entre 69mg/L a 207mg/L. Quando o solo tem mais que 207mg/L de sódio os problemas são
bastante severos.
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Condutividade Elétrica CE
A condutividade elétrica da água (CE) é um indicador da salinidade. Ela mede os sais dissolvidos na
água e quanto maior a concentração de sais e minerais, maior é o potencial de impactos adversos às plantas e
ao solo, conforme Tabela (4.6).
É medida por um aparelho chamado condutivímetro.
Conforme Macedo, 2004, a condutividade elétrica é a capacidade da água de transmitir a corrente
elétrica. É medida em microsiemens/cm (SI) a uma determinada temperatura em graus Celsius.
1mS/m= 10 μmhos/cm
1μS/cm (microsiems/cm)= 1 μmhos/cm (micromhos/cm)
Segundo Mestrinho 1997, as águas naturais possuem condutividade elétrica entre 5 a 50 μS/cm
enquanto a água do mar está entre 50 a 50.000 μS/cm.
Existe relação entre CE que fornece o TDS, conforme Mestrinho, 1997:
TDS (mg/L)= A x condutividade (μmohos/cm)
Sendo:
A= 0,54 a 0,96
Condutividade (μmohos/cm)= soma dos cátios (meq/L) x 100
Um valor médio que pode ser usado nas estimativas de TDS é:
TDS= 0,64 xCE
Sendo:
TDS= sólidos totais dissolvidos (mg/L)
CE= condutividade elétrica (μmhos/cm)
A classificação da água conforme os sólidos totais dissolvidos (TDS) está na Tabela (4.7).
Tabela 4.7 - Classificação das águas baseado no Sólido Dissolvidos Ttotal (TDS).
Classe TDS
(mg/L)
Doce 0 a 1.000
Salobra 1.000 a 10.000
Salina 10.000 a 100.000
Muito salgada >100.000
Fonte: Fetter, 1994
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Exemplo 4.1
Calcular em meq/L de 6 mg/L de Mg.
meq/L= mg/L /peso equivalente = 6 mg/L / 12,312= 0,49 meq/L
Quando o índice SAR está entre 2 a 10 indica que não há perigo do sódio. O perigo começa quando SAR
está entre 7 a 18 e fica grave quando SAR está entre 11 e 26, conforme Fetter, 1994.
Os índices maiores que 13 reduzem a permeabilidade e aeração dos solos causando problemas na
irrigação.
Relembremos que a troca catiônica é muito importante, pois seguem esta ordem:
Na+ > K+ > Mg2+ > Ca 2+
Isto significa que o sódio substitui o potássio, o manganês e o cálcio ficando no lugar deles. É a troca
iônica que é muito importante em argilas que podem remover metais pesados.
Cálcio (Ca)
Em quantidades apropriadas o cálcio é um micronutrientes para as plantas, mas em quantidade
excessivas entopem as pontas dos emissores no gotejamento na irrigação subsuperficial. Altos níveis de cálcio
tendem a tornar o solo alcalino.
O solo é medido para estimarmos o valor do SAR.
Magnésio (Mg)
Em quantidades apropriadas o magnésio é um micronutrientes para as plantas, mas em quantidade
excessivas entopem as pontas dos emissores no gotejamento na irrigação subsuperficial. Altos níveis de
magnésio tendem a tornar o solo alcalino.
O solo é medido para estimarmos o valor do SAR.
Geralmente o nível de magnésio no solo não apresenta problema.
Plantas que não gostam muito de sódio:
Jasmim e outras.
Plantas que gostam das águas cinzas
Grama bermuda, rosas, agapanto, etc.
Plantas que não gostam de águas cinzas.
Geralmente são plantas que gostam da acidez e não gostam de ambiente alcalino: azálea, begônia,
gardênia, camélia, violetas, etc.
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Evapotranspiração
Apresentamos na Tabela (4.9) os valores médios mensais da evapotranspiração de Guarulhos, calculado
conforme Método de Penman-Monteith, 1998, recomendado pela FAO.
Tabela 4.9 - Valores de evapotranspiração de Guarulhos obtido pelo método de Penman-Monteith FA0,
1998.
Evopotranspiração
Mês mensal média
(mm/mês)
(mm/mês) (mm/semana)
janeiro 140 35
fevereiro 126 32
março 130 33
abril 107 27
maio 85 21
junho 73 18
julho 81 20
agosto 104 26
setembro 108 27
outubro 130 33
novembro 139 35
dezembro 144 36
A Figura (4.8) mostra a diferença de histogramas de precipitações mensais da Califórnia e Flórida, bem
como da evapotranspiração.
Observa-se que na Flórida chove bastante quando há alta evapotranspiração e na Califórnia chove muito
pouco. Os gráficos servem de alerta para os estudos de precipitação e evapotranspiração.
Exemplo 4.1
Achar a área de gramado LA que pode ser usada em uma casa que tenha 160litros/ dia das águas cinzas
para o mês de janeiro na cidade de Guarulhos.
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Portanto, podemos irrigar subsuperficialmente 63m2 de grama tipo bermuda usando as águas cinzas.
Tubos perfurados
Diâmetro mínimo de 75mm
Material; PVC, PEAD ou outro
Comprimento máximo: 30m
Espaçamento mínimo= 1,20m
Declividade mínima do tubo= 0,25%
4.7 Custos
Nos Estados Unidos, para uma residência, o custo aproximado é de US$ 1.000 para as águas cinzas
serem usadas em bacias sanitárias.
Supondo-se uma economia de 19% obtém-se o pay-back em 15 anos, sendo considerada a conta anual
de água de US$ 250.
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Tabela 4.11 - Uso da água em porcentagem nos Estados Unidos, Austrália e Inglaterra.
Uso da água USA Austrália UK
Lavagem de roupas 13 15 12
Bacias sanitárias 29 19 35
Água para beber e cozinhar 3 5 19
Rega de jardins 35 35 6
Banheira e chuveiro 20 26 28
Total 100 100 100
Tabela 4.12 - Porcentagens das varias fontes utilizadas para o águas cinzas.
Várias fontes de que provêem Porcentagem das casas que
as águas cinzas usam águas cinzas provindo
das varias fontes (%)
Lavagem de roupas 66
Banheira e chuveiro 15
Torneira da cozinha (não
aconselhado) 10
Torneira do banheiro 5
Outros usos 4
Total 100
Nota: o uso do águas cinzas em todos os casos foi para irrigação
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4.15.1 Introdução
O objetivo da APEX é o reúso dps esgotos sanitários para uso não doméstico, isto é, para água não
potável para os canteiros de obras em todo o Brasil.
O projeto é elaborado conforme normas técnicas da ABNT concernentes ao tratamento de esgotos:
ABNT 7229/93 e 13969/97.
Serão reaproveitadas as águas de lavagem do corpo humano, ou seja, a água de banho e de lavagem
das mãos, ambas localizadas nos banheiros.
Trata-se do que é chamado mundialmente das águas cinzas, que apresentam menos patogênicos e 1/10
do nitrogênio de um esgoto provindo da bacia sanitária. Mesmo assim, a água de lavagem que estamos
considerando possui pequena quantidade de fezes e de urina, daí ser necessário o tratamento.
O reúso das águas cinzas será usado somente para descargas em bacias sanitárias.
4.15.4 Cloração
Não há legislação no Brasil sobre as águas cinzas, mesmo assim aconselha-se fazer a cloração da água
do reúso com o mínimo de 0,5mg/L, que poderá ser feito através de dosador automático com custo aproximado
de R$1.500,00.
A cloração é feita no reservatório enterrado após o efluente sair dos septos-difusores.
4.15.5 Proposta
Consideramos que a APEX se utiliza dos seguintes índices:
• 1 vaso sanitário para cada 20 pessoas
• 1 chuveiro para cada 10 pessoas
O dimensionamento foi de canteiro de obras de 10 pessoas até 140 pessoas e foram usadas as normas
da ABNT já citadas, considerando manutenção anual e contribuição de 50 litros/pessoa x dia.
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d. Após esse tratamento o efluente vai para um, reservatório enterrado de polietileno de onde a água
de reúso será encaminhada por bombeamento para o reservatório superior de água não potável para
abastecer as bacias sanitárias.
e. Neste reservatório inferior deverá haver uma canalização de, no mínimo, 100mm para funcionar
como overflow, ou seja, extravazão. O destino da extravazão será a rede coletora de esgoto sanitário
público existente.
f. No reservatório inferior deverá ser feita a cloração de, no mínimo, 0,5mg/L.
g. Ainda no reservatório inferior será instalada bomba simples, tipo Nauger, para encaminhamento da
água de reúso para o reservatório superior ou outro destino como lavagem de pátio, rega de jardins
ou lavagem de formas. O sistema de bombeamento deverá ser automatizado com sistema de liga-
desliga.
4.15.6 Custos
O custo fornecido é de data de 8 de dezembro de 2003, conforme Tabela (4.13).
O prazo de duração dos materiais é de 20 anos.
A mão de obra para instalação é de cerca de 30% a 40% do custo do material e, a mão de obra para
retirada é de aproximadamente 20%.
Tabela 4.13 - Custos dos materiais fornecido pela firma Rotogine- Kne Plast Indústria e Comércio Ltda
com telefone 4611-1379 ou 4611- 2167 e http://www.kneplast.com.br
Septo
difusor
Tanque séptico Caixas d água Caixas L=1,20m x W=
de polietileno (para água não potável) e gorduras 1,00m x H=0,44m
Custo do
Tanque
Séptico Polietileno Material Polietileno Material Tipo
(litros) R$ (litros) R$ (litros) R$ R$
1500 553 315 116 100 142 Tipo I 235,00
2000 708 500 144 250 180 Tipo II 1050,00
3000 1150 1000 229 500 356
4000 1639 1500 465
5000 1892 2000 637
6000 2385 3000 946
7000 2770 5000 1328
8000 2962 7500 1949
10000 2260
Data base: 8 de dezembro de 2003
Resultado final
Na Tabela (4.14) e (4.15) estão os tanques sépticos e septos difusores em função do número de bacias
sanitárias e número de chuveiros, bem como os volumes dos reservatórios inferiores e superiores necessários.
Elaboramos quatro grupos de bacias sanitárias e chuveiros para facilitar o dimensionamento.
O custo médio do metro cúbico de água tratada é de R$ 0,81/m3.
4-15
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Tabela 4.14 - Tanques sépticos e número de septos difusores em função do número de bacias
sanitárias e chuveiros.
Septo
Bacias Chuveiros Número Tanque difusor
de Séptico Tipo II
Sanitárias pessoas (anaeróbio) (aeróbio)
(litros)
2 4 10 2000 2
2 4 20 3000 2
2 4 30 4000 2
4 8 40 4000 3
4 8 50 5000 3
4 8 60 5000 3
4 8 70 6000 3
6 12 80 6000 4
6 12 90 6000 4
6 12 100 6000 4
6 12 110 7000 4
8 14 120 7000 4
8 14 130 7000 4
8 14 140 8000 4
Tabela 4.15- continuação- Tanques sépticos e número de septos difusores em função do número de
bacias sanitárias e chuveiros.
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24.1 Introdução
O objetivo é dimensionar os coletores prediais de esgoto sanitário e verificar a
existência da caixa de gordura, a existência de tubo de ventilação e as dimensões da caixa
de inspeção.
Os valores da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) para diferentes tipos de
águas residuárias estão na Tabela (24.1).
Tabela 24.1- Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) para diferentes
tipos de águas residuárias.
Águas residuárias DBO
(mg/L)
Esgotos sanitários 200 a 600
Efluentes de alimentos- enlatados 500 a 2000
Efluentes de cervejarias 500 a 2000
Efluentes de processamento de óleo comestível 15000 a 20000
Efluente de destilaria de álcool (vinhaça) 15000 a 20000
Percolado de aterros sanitários (chorume) 15000 a 20000
Efluentes de matadouros (sem recuperação de resíduos) 30000
Efluente de laticínios (sem recuperação de soro de queijo) 40000 a 48000
Fonte: Mendes et al, 2005 www.scielo.br
24.2 Objetivos
O sistema de coleta de esgotos públicos termina na caixa de inspeção que faz parte
do sistema. O sistema de instalação predial termina na caixa de inspeção.
As concessionárias públicas de esgotos tem quatro funções principais:
1. Dimensionar o coletor predial que vai da caixa de inspeção a rede pública.
2. Verificar se as instalações possuem tubo ventilador para expelir os gases dos
esgotos.
3. Verificar se existe caixa de gordura importante para a manutenção das redes
coletoras de esgoto sanitário.
4. Verificar a localização e a qualidade da caixa de inspeção de 0,45mx0,60m.
24-2
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O tubo ventilador tem diâmetro mínimo de 50mm e está sempre no mínimo a 30cm
do telhado ou 2m da laje. Deve também estar distante no mínimo de 4m de uma janela.
É importante salientar que as redes coletoras de esgotos sanitários sempre possuem
um espaço livre para a exalação de gases e é devido a isto que os esgotos são
dimensionados para atender 0,75 do diâmetro.
Pelo espaço livre correm os gases que são liberados através dos tubos ventiladores
das casas.
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Número de Diâmetro
Aparelho Unidades Nominal do
Hunter de Ramal de
Contribuição Descarga DN
(UHC)
Mictório-válvula de descarga 6 75
Mictório- caixa de descarga 5 50
Mictório- descarga 2 40
automática
Mictório de calha por metro 2 50
Mesa de autópsia 2 40
Pia de residência 3 40
Pia de serviço (despejo) 5 75
Pia de lavatório 2 40
Pia de lavagem de 2 40
instrumentos (hospital)
Pia de cozinha industrial- 3 40
preparação
Pia de cozinha industrial – 4 50
lavagem de panelas
Tanque de Lavar roupa 3 50
Máquina de lavar pratos 4 75
Máquina de lavar roupa 4 75
Máquina de lavar roupa até 10 75
30 kg
Máquina de lavar roupa de 30 12 100
kg até 60 k g
Máquina de lavar roupa 14 150
acima de 60 kg
Vaso Sanitário 6 100
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DN 0,5 1 2 4
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Sendo:
D = diâmetro do coletor predial em metros;
n = coeficiente de Manning;
Q = vazão no coletor predial em litros/segundo;
I = declividade do coletor predial em metro/metro.
Diâmetro mínimo do ramal predial de esgoto sanitário
As ligações de esgoto sanitário são feitas na ortogonal com a rede pública, com
tubos de PVC rígido. As nossas ligações, de modo geral, são feitas com um selim, uma
curva de 90 graus, seguindo depois o coletor predial de esgoto sanitário com tubos de PVC
de diâmetro de 100mm.
Em ruas que serão asfaltadas procedemos da seguinte maneira. Primeiramente
executamos a rede de esgoto no eixo ou no terço da rua, não deixando os “t”. Após
completada a rede e aterrada, outra turma de obras passa a executar as ligações prediais,
introduzindo o selim, a curva de 90 graus e coletor predial até o alinhamento do imóvel.
O diâmetro que usamos nos coletores prediais é de 100mm. No caso de se
necessitar de diâmetro maior, ou fazemos duas ou mais ligações de 100mm, ou fazemos
uma ligação especial de 150mm com poço de visita, o que é raro.
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Exemplo 24.5
Seja um prédio de apartamento com 64 vasos sanitários com válvula de descarga,
64 chuveiros elétricos, 64 lavatórios, 32 pias de cozinha com torneira elétrica, 32
tanques de lavar roupas, 32 máquina de lavar roupas e 32 máquinas de lavar pratos.
Para a ABNT 8160/83 somam-se somente os pesos relativos aos vasos sanitários
e assim teremos: peso 6 x 64 vasos sanitários = 384.
Verificando-se a Tabela (24.5) para 2% de declividade achamos tubo de 150mm.
1
Apresentados no Congresso da ABES, de Manaus, em 1979.
24-11
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Q= 0,002 x UHC + 2
Ou
Q= 0,0004 x E + 2
Sendo:
UHC = número total de Unidade Hunter de Contribuição, conforme NBR 8160/83;
E =área total edificada em metros quadrados;
Q= vazão máxima em litros por segundo.
Para indústria e comércio, o Eng. Macedo recomenda tomar 70% da vazão
máxima calculada por uma das fórmulas. É lógico que se trata de indústria de consumo
médio e pequeno, não apresentando um alto consumo de água, o que consequentemente
terá grandes vazões de esgotos sanitários, e devendo ser verificado caso a caso.
Exemplo 24.3
Seja um prédio de apartamento com 64 vasos sanitários com válvula de descarga, 64
chuveiros elétricos, 64 lavatórios, 32 pias de cozinha com torneira elétrica, 32 tanques de
lavar roupas, 32 máquina de lavar roupas e 32 máquinas de lavar pratos.
Para o método do Macedo somam-se todas as Unidades Hunter de Contribuição e
assim teremos a Tabela (24.14).
Exemplo 24.6
Dimensionar o diâmetro da ligação de esgoto de um prédio com área construída de 3500m2.
Q= 0,0004 x E + 2
Q= 0,0004 x 3500 + 2= 3,4 L/s
Que fornecerá a ligação de 100mm com 2% de declividade.
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Veq= (Qe – Qs ) x t
Qs= 25m3/h x 16h / 24h= 16,67m3/h
Veq= (25m3/h – 16,67m3/h) x 16h= 133m3
Tempo de detenção T
T = Veq/ Q
T= 133m3/ 25m3/h= 5,32h
Dimensões do tanque
Veq= L2 x H (forma quadrada sempre)
L= largura e comprimento
H= profundidade= 2,00 (adotado)
133m3= L2 x 2,0
L=8,20m
Potência do agitador P
P= Dp x Vt/ 745
Dp= densidade de potencia adotada igual a 10w/m3
P= 10w/m3 x 200m3/ 745 = 2,7HP
Devemos deixar uma folga na potência:3HP.
Portanto, a caixa terá 200m3 e a vazão média de entrada é 25m3/h e a saída média
equalizada é de 16,67m3/h.
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Curso de esgoto
Capitulo 24- Ligação de esgoto sanitário
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Capitulo 25- Textura e estrutura dos solos
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25.1 Introdução
A grande causa dos fracassos dos sumidouros são a falta de um estudo adequado do
solo no que se refere a textura e estrutura.
25.2 Solo
O solo é formado por partículas sólidas (minerais e orgânicas), água e ar e constitui o
substrato de água e nutrientes para as raízes das plantas.
O solo que vamos tratar é basicamente o chamado Horizonte A que tem aproximadamente
de 0,10m a 0,30m de espessura. Abaixo do Horizonte A teremos o que se chama na prática de
subsolo.
Deve-se ter o cuidado de não se construir barreiras que impeçam ou eliminem a
capilaridade. Um outro problema é da compactação do solo, principalmente em áreas urbanas que
podem ter camadas de areia, rochas, etc.
A textura ou composição granulométrica de um solo é um termo usado para caracterizar a
distribuição das partículas no solo quanto as suas dimensões conforme Figura (25.1) e (25.2)
Os solos de texturas médias (francos) que possuem proporções equilibradas de areia,
silte e argila, em geral, são os mais adequados para o desenvolvimento de raízes das plantas, já
que apresentam condições bastante satisfatórias de drenagem, aeração e retenção de água.
25-1
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Capitulo 25- Textura e estrutura dos solos
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Exemplo 25.1
Classificar um solo com 25% de areia, 60% de silte e 15% de argila.
Entrando na Figura (25.2) vimos que se trata de solo franco siltoso.
Figura 25.2 - Triângulo de textura proposto por USDA (United States Department of
Agriculture) que divide em 12 classificações.
25-2
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Capitulo 25- Textura e estrutura dos solos
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25.3 Textura
A textura de um solo refere-se à distribuição das partículas do solo tão somente quanto ao
seu tamanho, conforme Reichardt e Tim, 2004.
De acordo com a proporção de argila, silte e areia na composição do solo, a textura se
divide em várias classes, que podem ser determinadas através do triângulo de texturas proposto
pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e apresentado na Figura (25.2)
(Gomes, 1997).
O triângulo se compõe de doze ou treze espaços que representam classes distintas de
textura. As linhas grossas do gráfico indicam as fronteiras de cada uma das classes de textura.
25.4 Estrutura
O conceito de estrutura de um solo é qualitativo e é usado para descrever o solo no que se
refere a arranjo, orientação e organização das partículas sólidas conforme Reichardt e Timm, 2004.
A estrutura de um solo caracteriza a forma de arranjo de suas partículas. Solos de
texturas iguais podem possuir estruturas diferentes que apresentam maiores ou menores
dificuldades à penetração ou circulação da água, do ar e das raízes das plantas. A estrutura do
solo ao contrário do que ocorre com a textura, é difícil de quantificar e também de catalogar
(Gomes, 1997).
Após os estudos de Jerry Tyler no ano 2000 professor da Ciência dos Solos da
Universidade de Wisconsin foi feita uma tabela na qual o uso da simplesmente da textura não
funcionava e tinha sido o fracasso de inúmeros estudos de infiltração de esgotos domésticos.
Estes estudos, a meu ver, enfatizando a necessidade de ser verificada a estrutura do solo
é importantíssimo e explica os inúmeros fracassos em sumidouros que presenciei ao longo dos
anos como diretor de obras do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos. Tudo estava de
acordo com as normas técnicas, mas alguma coisa não funcionava e isto é o exame da estrutura
do solo (estudo morfológico do solo).
A estrutura do solo pode ser feita da seguinte maneira:
O tipo de estrutura do solo é importante para a passagem da água. Assim uma estrutura tipo
laminar passa muito pouca água.
A água pode ter passagem:
¾ Rápida
¾ Moderada
¾ Lenta
Uma estrutura do tipo laminar a passagem da água é lenta e uma estrutura em bloco tem
passagem moderada de água como se pode ver na Figura (25.3). A estrutura em simples grãos como a da areia tem p
25-3
Curso de esgotos
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É importante observar que os valores da taxa de infiltração da Tabela (25.2) é bem inferior
aos dados fornecidos pelas normas brasileiras.
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Tabela 25.4 - Estimativa do coeficiente de infiltração de acordo com o tipo de solo local
Constituição provável do solo Coeficiente de infiltração
(litros/m2/dia
Rochas, argilas compactadas <20
Argilas de cor amarela ou marrom, medianamente compactas 20 a 40
Argila arenosa 40 a 60
Areia ou silte argiloso 60 a 90
Areia bem selecionada >90
Fonte: Botelho, 1998
25-7
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Tabela 25.9- Sugestões de condutividade hidráulica dos solos para esgotos domésticos e carga orgânica. Baseado nos estudos de Tyler, 2000 in USEPA,2002.
Carga hidráulica Carga orgânica
Textura conforme USDA Tipo de Grau da 2
(litros/m x dia) (kg/ ha x dia)
Estrutura estrutura
DBO=150mg/L DB0=30mg/L DBO=150mg/L DB0=30mg/L
Areia grossa, areia franca, franco arenoso Simples grão Sem estrutura 34 67 45 18
Areia fina, areia muito fina, areia franca Simples grão Sem estrutura 17 42 23 11
Franco arenoso com areia grossa Massiva Sem estrutura 8 25 11 7
Franco arenoso com areia grossa Laminar Fraca 8 21 11 6
Franco arenoso com areia grossa Laminar Moderada a forte 0 0 0 0
Franco arenoso com areia grossa Prismático, bloco, granular Fraco 17 29 23 8
Franco arenoso com areia grossa Prismático, bloco, granular Moderado a forte 25 42 34 11
Franco arenoso, areia fina Massiva Sem estrutura 8 21 11 6
Franco arenoso, areia fina Laminar Fraca, moderada forte 0 0 0 0
Franco arenoso, areia fina Laminar Fraco 8 25 11 7
Franco arenoso, areia fina Prismático, bloco, granular Moderado a forte 17 34 23 9
Franco Massiva Sem estrutura 8 21 11 6
Franco Laminar Fraco, moderada a forte 0 0 0 0
Franco Prismático, bloco, granular Fraco 17 25 23 7
Franco Prismático, bloco, granular Moderado a forte 25 34 34 9
Franco siltoso Massiva Sem estrutura 0 8 0 2
Franco siltoso Laminar Fraco, moderada a forte 0 0 0 0
Franco siltoso Prismático, bloco, granular Fraco 17 25 23 7
Franco siltoso Prismático, bloco, granular Moderado a forte 25 34 34 9
Muito argilosa, argila soltosas, Argila Massiva Sem estrutura 0 0 0 0
Muito argilosa, argila soltosas, Argila Prismático, bloco, granular Moderado a forte 17 25 23 7
26.1 Introdução
Felizmente para redes coletoras de esgoto sanitário existe a norma NBR 9649/ 1986
que introduziu uma modificação de enorme importância, pois ao invés de usar o critério das
velocidades mínimas passou a usar o critério da tensão trativa mínima de 1 Pa e altura
máxima da lâmina de água de 0,75D.
O esgoto sanitário tem 99,9% de água e 0,1% de sólidos com características
semelhantes à da água.
Tal idéia partiu dos engenheiros da SABESP drs Joaquim Gabriel e Milton Tsutiya.
26.2 Histórico
Conforme Azevedo Neto, 1973 em 1879 foi inventado o sistema separador absoluto
pelo Coronel engenheiro George Waring e aplicado pela primeira vez na cidade de
Memphis no Tennessee, Estados Unidos.
A cidade do Rio de Janeiro foi uma das primeiras capitais o mundo a ser servida
com redes de esgotos em 1857 com projeto feito pelos ingleses. O sistema era separador
absoluto, mas admitia a entrada de águas pluviais dos prédios e portanto, tratava-se de um
sistema separador parcial conforme Tsutiya, 1999.
Os esgotos na cidade de São Paulo foi feito pela primeira vez em 1876 que era um
sistema misto. O sistema separador absoluto só foi introduzido no Brasil em 1911 em São
Paulo.
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Lencastre, 1983 apresenta a Figura (26.4) para canais circulares onde podemos
facilmente calcular a altura critica yc.
Exemplo 26.1
Calcular a altura crítica para uma tubulação circular com diâmetro de D=0,15m e vazão de
Q=0,007m3/s.
(1/D5/2) x Q / g 0,5=(1/0,152,5) x 0,007 / 9,81 0,5= 0,26
Entrando na Figura (26.4) com 0,26 na abscissa achamos y/D=0,51
yc=0,51 x 0,15=0,077m
Portanto, a altura crítica será de yc=0,077m.
Exemplo 26.2
Calcular a altura crítica para uma tubulação circular com diâmetro de D=0,15m e vazão de
Q=0,010m3/s.
(1/D5/2) x Q / g 0,5=(1/0,152,5) x 0,010 / 9,81 0,5= 0,37
Entrando na Figura (26.4) com 0,37 na abscissa achamos y/D=0,62
yc=0,62 x 0,15=0,093m
Portanto, a altura crítica será de yc=0,093m.
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I c = Q2 n2/ A2Rc4/3
Ic = gA3 n2/ bA2Rc4/3
Ic = gA n2/ bRc4/3
Ou podemos escrever:
Ic = g(A/b) n2/ Rc4/3
O valor A/b é igual a altura media do regime critico, ou seja, A/b=yc
Ic = g .yc . n2/ Rc4/3
Exemplo 26.3
Calcular a declividade critica de um tubo de seção circular com n=0,0103 (rugosidade de
Manning e vazão Q=0,010m3/s
Facilmente achamos yc=0,093m já calculado no exemplo anterior.
θ = 2 cos-1 ( 1 – 2 (y/D))
θ = 2 cos-1 ( 1 – 2 x0,093/0,15)
θ = 2 cos-1 ( 0,24)
θ = 2 x 1,81 rad= 3,62rad
R= (D/4) (1-(seno θ)/ θ)
R= (0,15/4) (1-(seno 3,62)/ 3,62)=0,042m
Ic = g .yc . n2/ Rc4/3
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O ângulo central θ (em radianos) do setor circular, pode ser obtido pela seguinte
expressão conforme Chaudhry,1993 p.95:
θ = 2 arc cos ( 1 – 2y /D)
ou
θ = 2 cos-1 ( 1 – 2 (y/D))
Sendo:
θ = ângulo central em radianos (rad)
y= altura da lâmina de água (m)
D= diâmetro da tubulação (m)
Como se pode ver na equação acima está na formula implícita, sendo impossível de
se separar o ângulo central θ. Usam-se para isto alguns métodos de cálculo:
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Exemplo 26.4
Seja um tubo de PVC com n=0,010, declividade I=0,007m/m e vazão de 0,0013m3/s.
Calcular a altura y, corda, raio hidráulico e número de Froude
θ= seno θ + 2 2,6 (n Q/I 1/2) 0,6 D-1,6 θ 0,4
θ= seno θ + 2 2,6 (0,010x0,013/0,007 1/2) 0,6 0,15-1,6 θ 0,4
θ= seno θ +2,6 . θ 0,4
Arbitramos um valor qualquer do ângulo central em radianos: 3,8rad
X= seno θ +2,6θ 0,4
X= seno (3,8) +2,6x 3,8 0,4
X= - 0,61 +4,43= 3,82
Adotamos θ= 3,82
Adoto 3,82rad
R= (D/4) (1-(seno θ)/ θ)
R= (0,15/4) (1-(seno 3,82rad)/ 3,82)=0,044m
b= D sen (θ/2)
b= 0,15 sen (3,82rad/2)=0,14m
Área molhada
A= D2 ( θ – seno θ)/8
A= 0,152 ( 3,82 – seno 3,82)/8 =0,011m2
Equação da continuidade: Q= A x V
V= Q/A= 0,013m3/s / 0,011m2= 1,18m/s
Número de Froude
F= v / (g x y )0,5
F= 1,18 / (9,81 x 0,10 )0,5
F=1,19 > 1 Portanto, regime de escoamento rápido ou supercrítico
26-10
Curso de rede de esgotos
Capítulo 26- Redes coletoras de esgoto sanitário
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1 – cos θoc - (4/3) (Qc2/g) 1/3 x D -5/3 x (sen (θoc/2) -2/3 cos (θoc/2)
A NBR 9649/86 diz que quando a velocidade final vf for superior a velocidade
critica vc, a maior lâmina admissível deve ser menor ou igual a 50% do diâmetro do
coletor, assegurando-se a ventilação do trecho sendo a velocidade critica definida por:
Vc= 6 x (g x R) ½
Sendo:
Vc= velocidade crítica (m/s)
g= 9,81m/s2 (aceleração da gravidade)
R= raio hidráulico (m)
Azevedo Neto, 1998 justifica a equação da velocidade critica da norma usando as
pesquisas de Volkart, 1980 em que o número de Boussinesq é igual a 6 quando se inicia a
mistura de ar e água.
B= vc (g R) -0,5
Sendo:
B= numero de Boussinesq
G= aceleração da gravidade m/s2
R= raio hidráulico (m)
Quando se inicia a mistura do ar com a água o numero de Boussinesq é igual a 6 e
portanto B=6
B= vc (g R) -0,5
6= vc (g R) -0,5
26-11
Curso de rede de esgotos
Capítulo 26- Redes coletoras de esgoto sanitário
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Nota: cuidado, o raio hidráulico é do ângulo central crítico Rc= (D/4) (1-(seno θc)/ θc)
Conforme Crespo, 1997 o raio hidráulico R para o cálculo da velocidade critica pode
ser consultada a Figura (26.5).
R= Khidr x h/D
Com os valores h/D achamos na Figura (26.5) o coeficiente Khidr.
Exemplo 26.5
Calcular a velocidade critica conforme a NBR 9649/86 sendo h/D= 0,50
Entrando na Figura (26.5) com h/D=0,50 achamos Khidr=0,50
R= Khidr x h/D
R= 0,50 x 0,50=0,25
Vc= 6 x (g x R) ½
Vc= 6 x (9,81 x 0,25) ½ = 9,49m/s
26-12
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Figura 26.5- Coeficientes para o calculo do raio hidráulico para a velocidade critica
da NBR 9649/86.
Fonte: Crespo, 1997
Exemplo 26.6
Calcular o ângulo central crítico e a velocidade crítica para vazão de 0,010m3/s, diâmetro
D=0,15m tubo de PVC n=0,010.
θc= sen θc + 8 ( Q2/g) 1/3 [sen(θc/2)] 1/3 x D -5/3
θc= sen θc + 8 ( 0,0102/9,81) 0,33 [sen(θc/2)] 0,33 x 0,15 -1,67
θc= sen θc +4,29 [sen(θc/2)] 0,33
26-13
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4 3,40
3,40 4,02
4,02 3,38
3,38 4,04
4,04 3,36
3,36 4,07
4,07 3,34
3,34 4,09
4,09 3,32
3,32 4,11
4,11 3,30
3,30 4,13
4,13 3,28
y/D= 0,63
R= (D/4) ( 1 – sen θ/ θ )
R= (0,15/4) [ 1 – (sen 3,67)/ 3,67 ] =0,043m
Declividade crítica
Ic= =[n2 x g/ (sen(θc/2))] x [θc4/ (2,0 D (θc – sen θc))] (1/3)
Ic= =[0,0102 x 9,81/ (sen(3,67/2] x [3,674/ (2,0x0,15(3,67-sen 3,67] (1/3)
Ic= =[0,00101 x 5,17] 1/3
Ic=0,0052m/m
26-14
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Capítulo 26- Redes coletoras de esgoto sanitário
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26.15 Materiais
Os materiais mais comuns são:
• Cerâmico: diâmetros variam de 75mm a 600mm
• Concreto simples: diâmetro de 200mm a 600mm
• Concreto armado: diâmetro de 300mm a 2000mm
• PVC: diâmetro de 100mm a 400mm
• Polietileno e polipropileno: diâmetro de 63mm a 1200mm
• Ferro fundido: diâmetro de 80mm a 2000mm
• Aço: varia conforme o fabricante
• PRFV (fibra de vidro): diâmetro de 300mm a 2400mm
26-15
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26.17Tensão trativa
A tensão trativa σt é dada pela equação:
σt= γ . n2 V2 x [ 4θ/(D(θ-senθ)] 1/3
γ = peso especifico do esgoto= 10kN/m3=10.000N/m3
V= velocidade média (m/s)
N= coeficiente de rugosidade de Manning
θ= ângulo central em radianos
σt= tensão trativa (Pa)
Exemplo 26.7
Sendo θ=3,82rad, D=0,15m, n=0,010 PVC, v= 1,04m/s. Achar a tensão trativa.
σt= γ . n2 V2 x [ 4θ/(D(θ-senoθ)] 1/3
σt= 10000x. 0,010 x 1,04 x [ 4x 3,82/(D(3,82-seno3,82)] 1/3
2 2
Exemplo 26.8
Calcular a declividade máxima a ¾ da seção para a vazão de 13 L/s tubos de PVC
Imax=2,7Q-0,67
Imax=2,7x 13-0,67 =0,4838m/m
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Figura 26.1-Equações obtidas para a declividade mínima de modo a garantir tensão trativa maior que 1Pa.
Fonte: Tsutiya, 1999
Figura 26.1- Declividades mínimas do antigo DAE para velocidade mínima de 0,60m/s
Fonte: Tsytiya, 1999
‘
Figura 26.1- Declividades mínimas do Metcalf&Eddy para velocidade mínima de
0,60m/s
Fonte: Tsytiya, 1999
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Exemplo 26.9
Dada a vazão de 13 L/s com n=0,013 achar a declividade mínima conforme norma da
ABNT.
Io min= 0,0055 x Qi -0,47
Io min= 0,0055 /130,47
Iomin=0,0016m/m
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6,644
O diâmetro do coletor predial D a ¾ da seção é dado por:
Sendo:
D = diâmetro do coletor predial em metros;
n = coeficiente de Manning;
Q = vazão no coletor predial em L/s;
I = declividade do coletor predial em m/m.
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26-21
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Sifão
Ho= 2,78(V2/2g )
Quando uma rede de esgoto é lançada num lago, num rio ou noutra tubulação de
maior dimensão temos a equação:
Ho= 1,0 x (Vo2/2g - Vd2/2g)
Sendo:
Vo= velocidade das esgotos sanitários na saída (m/s)
Vd= velocidade do local de lançamento (m/s)
No caso de o lançamento ser feito em um lago ou reservatório Vd=0 e então
teremos:
Ho= 1,0 x (Vo2/2g)
Conforme Martins , 1987 in Tsutya, 1999 mostra as perdas de cargas localizadas (hf)
em poços de visita:
• Nas passagens retas: 0,03m
• Nas curvas:
• Se Rc <2D então hf= V2/40
• Se 2D <Rc <8D então hf= V2/80
Sendo:
Rc= raio da curva (m)
V= velocidade a montante (m/s)
D= diâmetro do conduto (m)
Exemplo 26.10
Dada a velocidade de V=2,0m/s achar a perda de carga num PV de passagem e num poço
de visita a 90graus com dispositivo de desvio.
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4 5,13
5,13 4,06
4,06 5,06
5,06 4,11
4,11 5,00
5,00 4,16
4,16 4,95
4,95 4,21
4,21 4,90
4,90 4,25
4,25 4,86
4,86 4,28
4,28 4,82
4,82 4,32
4,32 4,79
4,79 4,34
4,34 4,76
4,76 4,37
4,37 4,74
4,74 4,39
4,39 4,72
4,72 4,41
4,41 4,70
4,70 4,43
4,43 4,68
4,68 4,44
4,44 4,66
4,66 4,46
4,46 4,65
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4,65 4,47
4,47 4,64
4,64 4,48
4,48 4,63
4,63 4,49
Adotamos θc= 4,73rad=271graus
Velocidade critica
Vc= {[g xD/ (8 seno(θc /2))] x (θc - seno (θc))} 0,5
Vc= {[9,81x0,10/ (8 seno(4,73 /2))] x (4,73 - seno (4,73))} 0,5
Vc= {0,175 x (5,73} 0,5
Vc= 1,00m/s
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Exercício 26.11.
Calcular a altura crítica de um canal retangular com largura de 3,00m, vazão de
15m3/s.
Primeiramente calculamos ψ
ψ = Q2 / g = 15 2 / 9,81 = 22,94
yc = (ψ / b2) 0,33 = (22,94 / 32) 0,33 = 1,36m
Portanto, a altura critica do canal é de 1,36m.
Seção circular
ψ = Q2 / g
yc = (1,01 / D 0,26) . ψ 0,25 (Equação 26.1)
sendo D o diâmetro da tubulação.
Exercício 26.12
Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir
uma vazão de 3m3/s.
Primeiramente calculamos ψ
ψ = Q2 / g = 32 / 9,81 = 0,92
yc = (1,01 / D 0,26) . ψ 0,25 = (1,01 / 1,50,26) . 0,92 0,25 = 0,97m
Portanto, a altura critica no tubo é de 0,97m
Seção trapezoidal
Para a seção trapezoidal de um canal com base b e inclinação das paredes 1 na
vertical e z na horizontal, a altura critica é:
yc = 0,81 . (ψ / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z ( Equação 26.1)
Exercício 26.13
Achar a altura critica de um canal trapezoidal com base de 3,00m, vazão de 15m3/s e
declividade da parede de 1 na vertical e 3 na horizontal ( z=3).
ψ = Q2 / g = 152 / 9,81 = 22,94
yc = 0,81 . (ψ / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z = 0,81 . ( 22,94 / 3 0,75 . 3 1,25 ) 0,27 - 3/ 30.3 =
yc = 1,04- 0,03 = 1,01m
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3,00 4,56
4,56 4,23
4,23 4,18
4,18 4,18
4,18 4,18
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4 4,91
4,91 2,71
2,71 4,68
4,68 2,85
2,85 4,56
4,56 2,93
2,93 4,50
4,50 2,97
2,97 4,45
4,45 3,01
3,01 4,42
4,42 3,03
3,03 4,40
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Regime de escoamento
Velocidade em regime normal de escoamento= 1,64m/s
Velocidade crítica= 1,29m/s
Como 1,64>1,29 o regime de escoamento é supercrítico ou torrencial.
Análise da velocidade
Velocidade normal= 1,64m/s
Se a velocidade 1,64> Vc=1,29m/s então temos segundo a NB no item 5.1.1 de
fazer com que y/D≤ 0,50
Então adotamos D=0,35m.
Tabela 26.16- Valores de K para secção circular m termos da altura da lâmina de água d.
Q= (K/n) d 8/3 . S1/2
26-39
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Solução
Q= (K´/n) D 8/3 . S1/2
Vamos tirar o valor de K´
K´= (Q.n) / (D 8/3 . S1/2 )
K´= (0,01 x 0,015) / (0,3 8/3 x 0,0051/2 )=0,0526
Entrando na Tabela (26.17) com K´= 0,0526 achamos d/D=0,28
Portanto, d= 0,28 x 0,30= 0,084m
Vamos achar a velocidade.
Usemos a equação da continuidade Q= A x V portanto V=Q/A
Temos que achar a área molhada.
Entrando na Figura (26.19) com d/D=0,28 achamos A=Atotal = 0,22
Como: Atotal = PI x 0,30 x 0,30/ 4=0,070686m2
A/Atotal = 0,22
A= 0,22 x 0,070686m2=0,0156m2
V= Q/ A = 0,01m3/s/ 0,0156m2=0,641m/s
26-41
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26-42
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Capitulo 27- Método de Muskingum-Cunge
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Capítulo 27
Método de Muskingum-Cunge
27-1
Curso de esgotos
Capitulo 27- Método de Muskingum-Cunge
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
27-2
Curso de esgotos
Capitulo 27- Método de Muskingum-Cunge
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27.1 Introdução
O Método de Muskingum-Cunge tem como objetivo a propagação de cheias em rios. O cálculo exato
seria o uso das equações gerais de Saint-Venant conforme Porto, 2003, mas devido as dificuldades de
levantamentos de dados usa-se o método de Muskingum-Cunge.
Vamos expor as idéias de routing elaborados por McCuen no FHWA (Federal Highway Administration)
que faz parte do Highway Hydrology.
As aplicações de routing são basicamente duas: routing de reservatórios e routing de rios e canais.
Para o routing de reservatórios normalmente é usado o método modificado de Pulz e, para routing de rios e
canais são usados uns dos quatros métodos:
• Método de Muskingum,
• Método de Muskingum-Cunge;
O Método de Muskingum para o chamado “flood routing” foi desenvolvido em Ohio pela primeira vez em
1938 no rio Muskingum por McCarthy do US Army Corps of Engineers e, é também, chamado de Muskingum
routing.
Figura 27.1 - Esquema do canal para aplicação do Método de Muskingum. Observar o prisma e a cunha.
Fonte: Chin, 2000
27-3
Curso de esgotos
Capitulo 27- Método de Muskingum-Cunge
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Figura 27.2 - Esquema do canal para aplicação do Método de Muskingum. Observar o prisma e a cunha.
Fonte: Chaudhry, 1993
Isto pode ser escrito da maneira usual de aplicação do Método de Muskingum, sendo S o
armazenamento, I a vazão na entrada e Q a vazão no ponto considerado.
27-4
Curso de esgotos
Capitulo 27- Método de Muskingum-Cunge
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Figura 27.3 - Determinação do coeficiente K. Na Figura com X= 0,2 temos aproximadamente uma linha reta e dela
está o melhor valor de K e de X.
Fonte: Linsley et al. 1982, p. 274
O grande inconveniente de se usar o Método de Muskingum é que se precisa dos valores de entrada e
de saída, o que na maioria das vezes só possuímos os valores de entrada.
Ainda usando o Método de Muskingum quando não se tem os pares de valores de entrada e de saída,
podemos estimar o valor de K como o tempo de trânsito da seção A até a seção B, por exemplo, usando a
equação de Manning.
De modo geral o valor de x deve estar entre 0 e 0,5, pois valores de X>0,5 amplifica a hidrógrafa a
jusante trazendo informações fora da realidade. Na ausência de dados, usa-se X entre 0,2 e 0,3.
Quando há mudanças de declividade ou de seção o calculo é feito por trechos prismáticos com declividade
constante e mesma secção.
27-5
Curso de esgotos
Capitulo 27- Método de Muskingum-Cunge
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27-6
Curso de esgotos
Capitulo 27- Método de Muskingum-Cunge
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C= c . Δt / L (Equação 27.11)
D= Qo/ ( B . So . c . L) (Equação 27.12)
Sendo:
C= coeficiente de Courant ou razão da celeridade. Deve estar perto de 1, mas ligeiramente menor que
1 para evitar dispersão, conforme McCuen, 1996 in Highway Hydrology.
L= distância entre a seção A e a seção B (m);
B= A/ y= área molhada (m2)/ lâmina de água (m);
So= declividade média entre a seção A e a seção B (m/m);
c= celeridade da onda (m/s) = β. V = (5/3) . V = (5/3) . (Q/A)= (5/3) (q/y)
A= área molhada da seção transversal (m2);
q= descarga unitária, ou seja, a vazão por metro de largura (q3/s/m)
Qo= vazão média (m3/s).
D= razão da difusão. É uma espécie de número de Reynolds do trecho. A soma de C+D deve ser maior
ou igual a 1.
V= velocidade média (m/s) do trecho entre a seção A e a seção B.
Y= lâmina da água (m)
Os valores de C e D foram introduzidos através de:
K= L/ c
Uma outra condição muito importante para aplicação do Método de Muskingum-Cunge é que o valor de
Δt deve ser menor que 1/5 do tempo de pico da seção A.
Δt ≤ tp/5 (Equação 27.13)
27-7
Curso de esgotos
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O método de Muskingum-Cunge é apropriado para uso na maioria dos rios e canais. Leva em conta a
difusão da onda de enchente. O método não deve ser usado se há controle a jusante ou se há efeito de
backwater para montante.
Considera-se que a vazão média é Qo= 34m3/s e a altura da lâmina de água é y= 2,00m.
A velocidade média é V= 1,40m/s e o tempo de trânsito de A até B, usando Manning, é de 0,95h.
Calcular a hidrógrafa em B, fornecida a hidrógrafa em A.
100
80
Vazão (m3/s)
60
40
20
0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
Tempo (h)
27-8
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Primeiramente calculemos C e D.
Δt= 0,5h
L= 4800m
c= celeridade= (5/3) . 1,40= 2,33m/s
C= c . Δt / L= 2,33 x (0,5x 3600s)/ 4800m= 0,875 <1 OK
Lâmina de água= 2,00m
Área molhada = 22 m2
bo= 9,00m
B= A/y= 22m2/2,00m= 11,00m
D= Qo / (B . So . c . L)= 34 m3/s/ (11,00m x 0,00095 x 2,33m/s x 4800m)= 0,718
27-9
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Seção A Seção B
tempo I O
(h) m3/s m3/s
0,0 0 0
0,5 7 2
1,0 13 7
1,5 23 13
2,0 32 22
2,5 49 33
3,0 68 48
3,5 76 63
4,0 84 74
4,5 78 79
5,0 71 77
5,5 60 70
6,0 52 62
6,5 46 54
7,0 40 47
7,5 36 41
8,0 32 37
8,5 28 33
9,0 24 29
9,5 20 25
10,0 16 21
10,5 13 17
11,0 11 14
11,5 7 11
12,0 6 8
12,5 3 6
13,0 0 3
13,5 0 1
14,0 0 0
14,5 0 0
15,0 0 0
15,5 0 0
16,0 0 0
16,5 0 0
17,0 0 0
27-10
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27.4 Routing de rios e canais usando o Método de Muskingum-Cunge, segundo Chin quando há canal
lateral
Conforme McCuen, 1998 p.606 podemos usar Equação (27.14) empírica de Dooge et al,1982.
Sendo:
L = comprimento (m)
V= velocidade média do canal (m/s)
K= constante de travel time (s)
Conforme Chin, 2000 os valores de K, quando há canais laterais, pode ser obtido pela Equação (27.15):
K= {0,5 Δt [(I2 + I1) - (O1 + O2)]} / {X (I2- I1) + (1- X) (O2-O1)} (Equação 27.15)
Tendo o valor de Δt, são feitas curvas para cada valor de X usando os valores das vazões de entrada I
e de saída. Colocados em gráfico, o valor escolhido de K será aquele que o loop se aproximar mais de uma
linha. Na falta de dados normalmente é feito X= 0,2.
Ainda citando Chin, 2000 o método de Cunge feito em 1967 propôs estimativa para X e para K da
seguinte maneira:
K= L / c (Equação 27.16)
Sendo:
L= distância até o ponto considerado (m)
c= celeridade da onda (m/s).
A celeridade da onde “c” é definido como:
c= k’ . v
Sendo k’a razão cinemática
Para canais retangulares largos o valor de k’= 5/3, conforme Fred, 1993.
c= (5/3) . v (Equação 27.17)
Sendo:
v= velocidade média de descarga.
O coeficiente (5/3) segundo Chin, 2000 é derivado da Equação de Manning.
Para o valor de X Chin, 2000 citando Cunge, 1967 :
27-11
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Como regra prática McCuen diz que Δt /K dever ser, aproximadamente, igual a 1 e que X deverá estar
entre 0 e 0,5.
Chin, 2000 recomenda que:
Δt ≥ 2KX (Equação 27.20)
K/3 < Δt < K (Equação 27.21)
FREAD, (1998) comenta que pode-se aplicar o método de Muskingum-Cunge para análise de
inundações a jusante de rios e vales em lugares em que a declividade do canal So > 0,003m/m.
Fread, 1993 aconselha ainda para melhorar a precisão da aplicação do Método de Muskingum-Cunge
os valores de Δt e de L selecionados devem obedecer as Equações (27.19) e (27.20).
Sendo:
q= média da vazão por unidade da largura, isto, Q/B
B= largura do canal.
So= declividade do fundo do canal (m/m)
L= distância até o ponto considerado (m)
Equação de Manning:
Exemplo 27.3
Estimar o hidrograma de um canal a 1.200m abaixo da seção usando o Método de Muskingum, sendo
dados X= 0,2; K= 40min e o hidrograma de entrada, conforme Chin, 2009 p. 393.
27-12
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240 21,3
270 19,4
300 17,5
330 16,3
360 13,5
390 12,1
420 10,0
450 10,0
480 10,0
510 10,0
540 10,0
570 10,0
600 10,0
A= 2 (1-X) + Δt /K
C0= [(Δt / K) – 2X]/ A
C1= [(Δt / K) + 2X]/ A
C2= [2 (1- X) -(Δt / k)]/ A
A= 2 (1-X) + Δt /K
A= 2 (1-0,2) + 30/40= 2,35
Aplicando a Equação (27.27) acima partir do tempo zero e obtemos a Tabela (27.5)
27-13
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Método de Muskingum
50
Vazao (m3/s)
40
Seção A
30
20 Seçao B a
1200m a jusante
10
0
0 200 400 600 800
Tempo (min)
Figura 27.6 - Hidrograma de entrada e saída. Foi aplicado o método de Muskingum para obter a seção B a 1.200m
de distância da seção A
27-14
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QL1 QL2
Exemplo 27.4
Usando o método de Muskingum com C0= 0,083 C1= 0,742 C2= 0,175.
São fornecidos:
K= 0,555h X= 0,359 Δt= 0,5h
As hidrógrafas de QL1 e QL2
As hidrógrafas I1 e I2 conforme a Tabela (27.4).
Procedemos como o método usual de Muskingum obtendo o valor Q2 que é o pico de 35,5m3/s após 2h.
Tabela 27.6 - Uso do Método de Muskingum com entradas laterais, baseado em Akan, 1993.
QL1+
Ordem t1 t2 I1 I2 QL1 QL2 QL2 Q1 Q2
(h) (h) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
1 0,0 0,5 10 15 0 2 2 10,0 11,2
2 0,5 1,0 15 20 2 4 6 11,2 17,2
3 1,0 1,5 20 25 4 6 10 17,2 24,1
4 1,5 2,0 25 30 6 8 14 24,1 31,0
5 2,0 2,5 30 25 8 6 14 31,0 35,5
6 2,5 3,0 25 20 6 4 10 35,5 30,6
7 3,0 3,5 20 15 4 2 6 30,6 23,9
8 3,5 4,0 15 10 2 0 2 23,9 17,0
9 4,0 4,5 10 10 0 0 0 17,0 11,2
10 4,5 5,0 10 10 0 0 0 11,2 10,2
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Sendo:
K= L / co
Δt / K ~ 1 0,4 ≤X ≤ 0,5
Como geralmente não dispomos de muitos dados, o valor de Δt deve ser menor ou igual a tp/5.
Δt ≤ tp/5
Sendo:
tp: tempo de pico do hidrograma de entrada.
Tucci, 1998 p.158 salienta que se pode fixar o valor de Δt, e então obtemos o valor de L.
Como a equação acima não é linear, Tucci, 1998 aconselha que a primeira tentativa a ser usada para o
valor de L é:
L= (2,5 Qo)/ (b. So .co)
Tucci, 1998 sugere a estimativa da vazão média Qo como sendo 2/3 da vazão máxima de montante,
mas pode-se obter o valor de Qo usando o histograma de entrada.
Ainda conforme Tucci, 1998 o valor da celeridade co pode ser obtida usando a equação de Manning.
Exemplo 27.5
Calcular a celeridade em um canal com declividade 0,0007m/m; vazão máxima de 130m3/s; rugosidade
de Manning n= 0,045 e largura da rio no trecho é de b=30m.
Usando a equação da celeridade:
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V= (Qp x t ) / 2
t= ( 2 x V ) / (Qp x 60)
Sendo;
V= volume total da barragem (m3)
t= tempo de esvaziamento da barragem (min)
Qp= vazão de pico ocasionado pela brecha (m3/s)
Qp
t1 t2
t= t1 + t2
Figura 27.8 - Hidrograma em forma triangular do escoamento da água da barragem com a falha.
Na Figura (27.8) o tempo total de esvaziamento t é a soma do tempo de formação da brecha t1 até
atingir o pico Qp, mais o tempo t2 descendente.
t= t1 + t2
Exemplo 8.7
Achar o hidrograma da falha da barragem com V= 90.000m3, Qp= 69m3/s
Dica: observar que o tempo de formação da brecha é de 24min, que é praticamente a metade do tempo
de esvaziamento, conforme preconizado na USACE, 1997.
FREAD, (1998) comenta que pode-se aplicar o método de Muskingum-Cunge para análise de
inundações a jusante de rios e vales em lugares em que a declividade do canal So > 0,003m/m.
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Exemplo 28.8
Barragem do Tanque Grande, localizada em Guarulhos, Estado de São Paulo,
Δx= L ≤ 0,5 x 2,25 x 2min x 60s x (1 + (1+ 1,5x 69/ (15 x 0,0221 x 2,25 2 x 2 x 60)) 0,5)
Δx≤ 301m
Portanto, o comprimento do trecho deve ser menor que 301m e adotamos L= Δx = 300m.
27-18
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C0= 0,094
C1= 0,720
C2= 0,186
C0+ C + C2= 1,0000
Tabela 27.8 - Hidrograma de vazão na saída da barragem e a 6km a jusante e a 44,51min sendo a
largura de 15m e n= 0,25.
Método de Muskingum-Cunge
Seção A na brecha da barragem Seção a 6km a jusante
tempo Vazão Vazão
(min) m3/s m3/s
0 0 0
2 6 0
4 12 0
6 17 0
8 23 0
10 29 0
12 35 0
14 40 0
16 46 0
18 52 0
20 58 0
22 63 0
24 69 0
26 62 0
28 55 0
30 48 0
32 41 0
34 35 0
36 28 0
38 21 1
40 14 2
42 7 3
44 0 5
46 0 9
48 0 13
50 0 17
52 0 22
54 0 28
56 0 33
58 0 39
60 0 44
62 0 48
64 0 52
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66 0 54
68 0 54
70 0 53
72 0 50
74 0 46
76 0 41
78 0 36
80 0 30
82 0 25
84 0 19
86 0 15
88 0 10
90 0 7
92 0 4
94 0 3
96 0 1
98 0 1
100 0 0
102 0 0
104 0 0
106 0 0
80
70
60
Vazão (m3/s)
50
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (min)
Observar que o pico devido a brecha era de 69m3/s passa para 54m3/s a 6km de distância com 20
intervalos de 300m e a 44,51min para a onda chegar até o rio Baquirivu Guaçu há uma diminuição da altura
da água de 4,10m para 3,40m e a velocidade cai de 1,14m/s para 1,0 m/s.
27-20
Curso de esgotos
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Figura 27.10- Corte transversal de uma barragem de terra, observando-se os taludes a montante e a
jusante, bem como o cutoff e o tapete de areia média.
Fonte: DAEE, 2005
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27-22
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Capitulo 28- Interceptor de esgotos sanitários
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28.1 Introdução
Vamos resumir os ensinamentos do dr. Eugênio Macedo conforme mostrado por
Fernandes, 1997 e os de José Maria Costa Rodrigues conforme CETESB, 1983 em
Sistemas de Esgotos Sanitários.
Conforme CETESB, 1983 denomina-se Interceptor ao conduto que recebe os
esgotos sanitários transportados pelos coletores principais (chamados coletores tronco),
podendo também receber as contribuições dos coletores de menor diâmetro das redes das
águas circunvizinhas.
A ABNT NBR 12207/92 define Interceptor como canalização cuja função
precípua é receber e transportar o esgoto sanitário coletado, caracterizada pela defasagem
das contribuições, da qual resulta o amortecimento das vazões máximas.
Geralmente o Interceptor tem grandes dimensões acima de 1,00m e comprimentos
acima de 5,0km.
Emissários são os condutos cuja única função é o transporte final das águas
residuárias e não recebem contribuições em marcha e não interceptam outros condutos
conforme CETESB, 1983.
Normalmente usamos o sistema separador absoluto em que se separa as águas
pluviais dos esgotos sanitários, entretanto existe um sistema pseudo-separador com redes de
águas pluviais e redes coletoras de esgoto sanitário que permitem o ingresso de certa
quantidade de águas pluviais na rede de esgotos sanitários.
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Exemplo 28.1
Achar a declividade mínima de um interceptor que tem vazão de pico de 0,4553 m3/s.
Iomi= 0,00035 x Qi -0,47
Iomi= 0,00035 x 0,14553 -0,47
Io min=0,000866 m/m > 0,0005m/m OK
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28.5 Hidrograma
A grande dificuldade de se usar o método de Muskingum é que precisamos de
hidrogramas da vazão afluente, porém graças ao grande engenheiro Eugênio Macedo este
trabalho foi feito na cidade do Rio de Janeiro.
Macedo apresentou quatro tipos básicos de hidrogramas médios:
• Hidrograma médio para bacias tipo “a” em áreas residências
• Hidrograma médio para bacias tipo “b” em áreas residenciais
• Hidrograma médio para bacias 100% industriais
• Hidrograma médio para bacias 100% comerciais.
Os hidrogramas médios afluentes de esgotos sanitários estão nas Figuras (28.2) a (28.5).
28-3
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Figura 28.3- Hidrograma médio residencial tipo “b” para casas modestas com mais de
4 pessoas/casa
Fonte: Fernandez, 1997
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Método de Muskingum.
O valor K= 4,00 que é o tempo de trânsito do ponto de 3,5km2 para 4,2km2.
X=0,00 pois consideraremos um reservatório para amortecimento.
Δt= 4,00horas. O valor de Δt pode ser menor ou igual ao valor de K. No caso
adotamos o mesmo valor de K ou seja, 4h.
As equações básicas do Método de Muskingum estão abaixo.
Q2= Co I2 + C1 I1 + C2 Q1
Sendo:
A= 2 (1-X) + Δt /K = 2 (1-0) + 4 /4=3
C0= [(Δt / K) – 2X]/ A
C0= [(4 / 4 – 2x0]/ 3 =0,33
C1= [(Δt / K) + 2X]/ A
C1= [(4 / 4 + 2x0]/ 3 =0,33
C2= [2 (1- X) -(Δt / K)]/ A
C2= [2 (1- 0) -(4 / 4]/ 3 =0,33
Sendo que: C0 + C1+ C2= 1,00
Para calcular a coluna 6 da vazão efluente Q1 e Q2, admitimos primeiramente que
Q1=18,2 L/s
Q2= Co I2 + C1 I1 + C2 Q1
Q2= 0,33x 42,35 + 0,33 x18,2 + 0,33x18,2 = 25,99 L/s e assim por diante.
Desta maneira obtemos toda a coluna 6 que é o hidrograma do primeiro ponto com
3,5km2 que chega ao ponto onde entra o hidrograma dos 4,2km2.
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Sendo:
Qm= vazão média (m3/s)
K1= coeficiente do dia de maior consumo =1,20
K2=coeficiente da hora de maior consumo= 1,50
K3= coeficiente da vazão mínima=0,5
Vazão mínima
Qm x K3=0,56 x 0,50=0,28 Adotamos Qm=0,30
Adotamos também 6 horas para a vazão mínima das 0 as 3 e das 22, 23 e 24h. no
inicio e no fim do hidrograma.
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Hidrograma elaborado
1,0
Vazão unitária (m3/s)
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 4 8 12 16 20 24
Horas
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Coluna 4: segue o mesmo raciocínio da coluna 3, só que o valor de pico é 92,40 L/s.
Coluna 5: é a soma das coluna 3 com a coluna 4 que fornecerá o valor de pico as 12h no
valor de 169,40 L/s. Este é o cálculo normalmente adotado nos coletores.
Coluna 6: como é o exercício anterior do Macedo em que temos uma defasagem de 4h,
observar que os valores da coluna 6 estão defasados de 4 horas em relação aos da coluna 4.
Coluna 7: é a soma da coluna 3 com a coluna 6 que está defasada de 4horas. Este é o
resultado previsto na norma técnica, que é a defasagem. Obtemos o valor de pico igual a
145,53 L/s
Em resumo temos:
Importante notar que obtemos:
• Sem defasagem: 169,40 L/s D=700mm
• Com defasagem: 145,53 L/s D=700mm
• Com efeito do reservatório: 142,20 L/s D=600mm
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Capitulo 29- Noções de Ecotoxicologia
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29-1
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29.1 Introdução
Para o ser humano os problemas das substancias tóxicas começam quando:
1. Ingerimos substâncias químicas tóxicas na água de beber
2. Ingerimos produtos químicos tóxicos alimentando-se de peixes e outros animais
aquáticos que fazem parte da cadeia alimentar conforme Figura (29.1).
Portanto, a ingestão de substâncias tóxicas podem causar impacto ao homem como
possibilidade de produzir câncer, tumores, defeitos de nascença, efeitos psicológicos e
outros. Conhecemos mais profundamente os efeitos de poluição por bactérias e parasitas do
que por substâncias tóxicas e daí a importância da Ecotoxicologia.
29-2
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29.2 Ecotoxicologia
Conforme Maranho, 2008 a toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos
decorrentes da interação de substâncias químicas e de fenômenos físicos com o organismo.
Portanto, a toxicologia é o estudo dos efeitos adversos de agentes químicos ou físicos em
seres vivos conforme Lopes, 2002.
Ramade, 1977 define ecotoxicologia como a ciência que tem por objetivo estudar
as modalidades de contaminação do ambiente pelos poluentes naturais ou sintéticos,
produzidos por atividades humanas, seus mecanismos de ação e seus efeitos sobre o
conjunto de seres vivos que habitam a biosfera.
A ecotoxicologia estuda os efeitos adversos dos agentes tóxicos causados por
contaminantes naturais ou sintéticos para o ambiente, através de ensaios com matéria viva.
Segundo Truhaut, 1969 in Lopes, 2002 a ecotoxicologia é o estudo dos efeitos
adversos de agentes químicos ou físicos no ecossistema..
Portanto, a ecotoxicologia como estuda todo o ecossistema engloba a toxicologia.
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29.7 CE 50 e CL 50
A toxidade pode ser aguda ou crônica. O EC50 é a efetiva concentração em mg/L ou
μg/L que produz em específico efeito mensurado em 50% de um organismo testado em
determinadas condições de tempo em estudo.
CENO: concentração mais alta em que não se obtém efeitos estatisticamente
significativos em relação ao controle.
CEO: concentração mais baixa em que são observados efeitos.
Conforme Machado Neto, 2005 para peixes o CEO é a menor concentração nominal
do agente tóxico que causa efeito deletério estatisticamente significativo na sobrevivência e
reprodução em 7 dias de exposição.
Valor crônico (VC): conforme Machado Neto, 2005 é a média geométrica dos
valores CENO e CEO.
Conforme Machado Neto, 2005 a toxicidade aguda para peixes é definida por:
Concentração letal inicial média CL (I)50,96: concentração nominal do agente químico
que causa efeito agudo (letalidade) a 50% dos organismos-teste em 96h de exposição.
Como teste preliminar para determinar o intervalo de concentração pode ser usado as
espécies:
o Brachydanio rerio (Cyprinidae) – paulistinha
o Poecilia reticulata ou Phalocerus caudimaculatus (Poecilidae)- guarú.
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Fase clínica: sinais, sintomas e alterações detectáveis por provas diagnósticas que
caracterizam os efeitos deletérios ao organismo.
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20.11 Bioindicadores
São espécies animais ou vegetais que indicam precocemente a existência de
modificações bióticas (orgânicas) e abióticas (físico/químicas) de um ambiente. São
organismos que ajudam a detectar diversos tipos de modificações ambientais antes que se
agravem e ainda a determinar qual o tipo de poluição que pode afetar um ecossistema
conforme Maranho, 2008.
Precisamos monitorar o meio ambiente
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29.15 Cianobactérias
Conforme Zagatto e Bertoletti, 2006 as cianobactérias existem há 3,5 bilhões de
anos, sendo descoberta em fósseis em rochas sedimentares encontradas no noroeste da
Austrália.
As cianobactérias ou cianofíceas (algas azuis) crescem muito em temperatura entre
15 a 30ºC, pH entre 6 a 9 e concentração de nutrientes como fósforo e nitrogênio.
As cianobactérias produzem as cianotoxinas que são caracterizadas por ação rápida
causando a morte por parada respiratória em poucos minutos após exposição.
As florações ou “blooms” se caracterizam pelo intenso crescimento desses
microorganismos na superfície da água, formando densa camada de células com vários
centímetros de profundidade, com conseqüências para a saúde pública.
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Exemplo 29.1
Seja um rio com vazão de 4,36 L/s e CE50= 33,9%. Achar a unidade tóxica UT e a
carga tóxica.
UT= 100/CE50= 100/33,9=3,0
Carga tóxica = UT x vazão= 3,0 x 4,36 L/s= 13,1 UT x L/s
29.18 Partição
Thomann e Muller, 1987 destacam três características das substâncias tóxicas com
relação aos poluentes tradicionais que são:
a) Tendência de se formar particulados no corpo da água (aderência das substancias
tóxicas a partículas em suspensão ou coloidal)
b) Tendência de certos produtos químicos se concentrarem nos organismos aquáticos
e transferindo para a cadeia alimentar.
c) Tendência de certos produtos químicos serem tóxicos mesmo com baixas
concentrações (μg/L).
Conforme Zagatto e Bertoletti, 2006 os sedimentos podem ser considerados uma das
matrizes mais complexas existentes nos ecossistemas aquáticos.
O sedimento constitui-se tipicamente por uma mistura de argila, areia, sais minerais e
matéria orgânica.
Em um rio ou lago temos a coluna de água e os sedimentos.
Na coluna de água e no sedimento se processam inúmeros fenômenos químicos e
físicos que conforme Thomann e Muller, 1987 são:
1. Sorção e adsorção entre as formas dissolvidas e particuladas na coluna de água e
no sedimento. Notar que não é somente na coluna de água, mas acontece também
nos sedimentos que estão depositados no fundo de um reservatório.
2. Deposição e ressuspensão de particulados entre o sedimento e a coluna de água.
3. Difusão que é a troca entre o sedimento e a coluna de água
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Figura 29.8- Esquema das principais fenômenos químicos das substâncias tóxicas
Fonte: Thomann e Di Toro et al, 1983
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Exemplo 29.1
O exemplo foi extraído de Thomann e Muller, 1987
Um corpo de água tem 100mg/L de sólidos em suspensão. Calcular a fração tóxica do
particulado e dissolvido do PCB e do Naphatalene dados:
Kp= coeficiente de partição do PCB= 100.000 Litros/kg
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Conforme Zagatto e Bertoletti, 2006 em um sistema aquático que possui uma carga
de sólidos totais suspensos contendo determinado teor de matéria orgânico, pode-se assumir
um equilíbrio e calcular a fração percentual do contaminante que se encontra livre na água
(dissolvido) representado por Cw.
Cw= Ctotal / (1 + foc x Koc)
Sendo:
Koc= coeficiente de partição carbono orgânico-água
foc= fração de carbono orgânico em peso do particulado
Ctotal= carga total de sólidos em suspensão
Cw= fração porcentual que se encontra livre na água (dissolvido)
Kp= foc x Koc
Observar na Figura (29.8) que para um determinado valor de Koc para um dado ter
de TSS (sólidos totais em suspensão), maior será o porcentual de contaminante livre
dissolvido na água e por conseguinte, maior será, potencialmente, a toxicidade do mesmo à
comunidade biótica conforme Zagatto e Bertoletti, 2006.
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CL50= concentração do efluente que causa efeito agudo (letalidade) a 50% dos organismos
aquáticos em determinados períodos de exposição em %
CENO= concentração do efluente que não causa efeito crônico observável em determinado
período de exposição em %.
Conforme Zagatto e Bertoletti, 2006 o cálculo da diluição do efluente no corpo
receptor (DER) é efetuado pela equação:
29.21 Sorção
McCutchecon et al, 1993 informa que a sorção é o termo genérico para descrever a
aderência de moléculas dissolvidas na superfície de sólidos característico de muitos
produtos químicos orgânicos, isótopos radiativos, metais e outros geoquímicos. Esta
aderência se dá nas águas de rios, lagos, nas águas subterrâneas e no solo. A aderência é
chamada de partição química, havendo então uma fase dissolvida e outra fase de
particulados, que estão aderidos aos sólidos.
O processo de sorção é influenciado pela turbulência da água, das moléculas ao
redor do fluido, da carga da face dos sólidos, da carga das moléculas e de outras condições
termodinâmicas.
Conforme McCutchecon et al, 1993 há três categorias básicas de contaminantes:
1. Contaminantes de orgânicos neutros ou não polar como PCB
(polychlrinated biphenyls e pesticidas como DDT.
2. Metais
3. Contaminantes orgânicos ionizante.
A partição de metais em fase dissolvida e particulada pode ser prevista.
Existem produtos que tem hidrofobia pela água e são praticamente empurrados
para as superfícies dos sólidos.
Fase dissolvida
Thomann e Muller, 1987 definiram que material dissolvido é todo aquele que passa
num filtro de 0,45μm e o material retido é chamado de material particulada. Apesar desta
definição constar em Thomann e Di Toro, 1983 ainda continua sendo usada mesmo em
literatura técnica mais recente como em Calstrans, 2003.
Equilíbrio
Em muitos casos há um equilíbrio na fase dissolvida e na fase de particulado,
havendo portanto uma sorção e dessorção. Em geral contaminante orgânico não-polar ou
neutro como o PCB demoram de 1 mês a 3 meses para adquirir o equilíbrio, enquanto que
metais como o zinco pode demorar em um rio somente 1 mês para estabelecer o equilíbrio
em a fase dissolvida e a fase particulada.
As fases de equilíbrio segundo McCutchecon et al, 1993 ainda não estão precisas
em suas medições, tendo sido usadas as mesmas iniciais e copiadas para se ter o coeficiente
de partição preciso.
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Mobilidade
É a tendência é um termo termodinâmico usado por McCutchecon et al, 1993 que
descreve a tendência dos produtos químicos se moverem na fase dissolvida e fase
particulada nas partículas em suspensão, partículas coloidais, plâncton e peixes.
Sorção de metais
Existe conforme McCutchecon et al, 1993 três processos importantes de sorção em
metais que são:
1. adsorção física que são as forças de Van der Waals
2. adsorção química devido as ligações químicas entre os íons dissolvidos ou
moléculas e superfície da partículas.
3. troca iônica onde há uma troca de íons muitas vezes chamadas de troca catiônica
que é inclusive é medida a capacidade catiônica das argilas em meq/kg.
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29.22 Curiosidades
Barragens no Estado de São Paulo no Rio Tietê
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Curso de esgotos
Capítulo 30- Estação elevatória de esgotos sanitários
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30.1 Introdução
O dimensionamento de bombas e motores já foi explicado no curso de redes de
água. A única diferença que existe é que no dimensionamento temos que prever um poço de
sucção e que a detenção do esgoto no referido poço não passe de 20min.
Existe a norma da ABNT NBR 12208/92 Projeto de Estações elevatórias de esgoto
sanitário que é a antiga NB-569/1989.
30.2 Velocidades
Conforme a NBR 12208/92 as velocidades na sucção e recalque são:
• Sucção: 0,50m/s ≤ V ≤ 1.50m/s
• Recalque: 0,60m/s ≤ V ≤ 3,00m/s
Nas Figuras (30.1) a (30.4) temos os vários tipos de estação elevatória de esgotos
sanitários.
Figura 30.1- Corte esquemático de uma elevatória convencional com bombas de eixo horizontal.
Fonte: Fernandes, 1997
30-1
Curso de esgotos
Capítulo 30- Estação elevatória de esgotos sanitários
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Na Figura (30.5) temos vários tipos de sucção de bombas para elevatória de esgotos
sanitários.
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Solução:
Vazão média
Qmédia= (50000hab x 150 L/dia x hab)/ 86400s= 86,8 L/s
Vazão máxima sem infiltração
Qmax= 86,81 L/s x 1,2 x 1,5 = 156,25 L/s
Vazão de infiltração:
50 km x 0,5 L/s x km= 25 L/s
Vazão de projeto
Q= 156,25 L/s + 25,0 L/s= 181,25 L/s
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Vamos ter duas bombas funcionando e mais uma de reserva. Portanto, a vazão de
cada bomba Qb será:
Qb= 181,25 L/s / 2= 90,63 L/s= 5,44 m3/min
V= 2,5 x Qb
V= 2,5 x 5,44m3/min= 13,59m3
Área do poço:
Vd= A x H
A= Vd/ H
H=0,80m
Vd=13,59m3
A= Vd/H=13,50m3/ 0,80m= 16,99m2
Distância entre o Namin e o fundo do poço: 0,96m. Este valor é fixado de modo que
o Namin fique em cota igual ao topo do rotor.
30-6
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30-7
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V= (Q –q) x f
f = V/ (Q – q)
Sendo:
V= volume do poço
Q=vazão de bombeamento
q= vazão de chegada
f= período de funcionamento da bomba
Volume do poço
V= 0,016m3/s x 10min x 60s= 9,6 m3
Capacidade adotada para a bomba: 35 L/s ( > 32 L/s)
f = V/ (Q – q)
f = 9600/ (35 – 8) = 355 s= 5,9min
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Solução:
População de projeto
P= 805casas x 5 pessoas/casa= 4025 pessoas
Quota per capita= 150 L/dia x pessoa
Coeficiente de retorno= C= 0,80
V= 0,80 x 0,150 x 4025= 483m3/dia= 5,59 L/s
K1= 1,25
K2=1,40
K3=0,60
Taxa de infiltração= TI= 0,000 5 L/s x m
Contribuição doméstica no dia de maior consumo:
Qd= K1 x 483000 Litros/ 86400s= 1,25x 483000 Litros/ 86400s =6,99 L/s
Contribuição doméstica na hora de maior consumo:
Qd,max= K2 x Qd= 1,40 x 6,99= 9,79 L/s
Vazão máxima de projeto em tempo de chuva
Qh,max= 9,79 + 0,0005 x 4300m= 11,94 L/s
Vazão mínima em tempo de seco
Qmin= K3 x 483000/86400= 0,60 x 483000/86400= 3,35 L/s
Pré-dimensionamento do volume
Admitindo um período de parada de 10min quando a vazão de chegada corresponde
a Qd teremos:
V= tp x Qd = ( 10min x 60s) x 6,909/1000= 4,19m3 Adotamos V=4,0m3
3) Número máximo de partidas por hora (quando a vazão de chegada for mínima indica
máxima parada com mínimo funcionamento).
N= 60min / (tp, max + tf, min)= 60/ (19,90+7,71)=60/27,61= 2,14 < 4 OK
Assim conclui-se que o volume de 4,00m3 satisfaz as condições de impedimento de
septicidade e sedimentação e número máximo de partidas por hora.
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Potência instalada
Dr= diâmetro da canalização de recalque
Fórmula de Bresse
Dr= 1,3 x Qb 0,5= 1,3 x 0,012 0,5= 0,142m
Se Dr=150mm tem-se Vr=0,68m/s
Se Dr=125mm tem-se Vr= 0,97m/s então adota-se no recalque Dr=125mm e na
sucção será Ds=150mm.
Altura manométrica H
Empregando Hazen-Willians C=80 ferro fundido
10,643 . Q 1,85
J = -----------------------
C1,85 . D4,87
Sendo:
J= perda de carga em metro por metro (m/m);
Q= vazão em m3/s;
C= coeficiente de rugosidade da tubulação de
Q= 12 L/s achamos J=0,0224 m/m
Supondo comprimento virtual para as perdas localizada equivalentes a 26m
encontram-se:
H= 0,0224 (26+408)= 16,32m
Potência instalada
1) Potência da bomba
Qb= 12 L/s rendimento bomba= 66% rendimento do motor=80%
Pb= (12 x 16,32)/ (75 x 0,66x 0,80)= 4,9 CV= 4,95 x 0,986=4,88 HP
Folga de 20% ( 5HP a 10 HP)
Pt= 1,20 x 4,88= 5,48 HP
Adoto: Pt= 6 HP
Teremos dois motores de 6 HP cada, sendo um de reserve.
30-10
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Capítulo 30- Estação elevatória de esgotos sanitários
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10,643 . Q 1,85
J = -----------------------
C1,85 . D4,87
Sendo:
J= perda de carga em metro por metro (m/m);
Q= vazão em m3/s;
C= coeficiente de rugosidade da tubulação de Hazen-Willians;
D= diâmetro em metros.
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Figura 30.8- Fatores de correção para determinação da perda de carga com valores
diferentes de C=100.
Fonte: Hammer, 1979
Exemplo 30.4
Para a vazão de 12 L/s, diâmetro D=100mm na Figura (30.7) achamos a perda
Hf= 40/1000
Como queremos C=80 olhando a Figura (30.8) achamos K=1,51
Portanto, Hf= K x 40/1000= 1,51 x 40/1000=0,0604m/m
30-13
Curso de esgotos
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30-1
Curso de rede de esgotos
Capitulo 31- Cargas em tubos flexíveis
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@uol.com.br 22/6/08
31.1 Introdução
O SAAE de Guarulhos usa o PVC para esgoto desde 1983 e usa o polietileno de
alta densidade (PEAD) desde 1972.
Os tubos cerâmicos tiveram começaram a ser assentados em 1966 com juntas
feitas com estopa alcatroada e asfalto preparado. Mais tarde foram usados tubos
cerâmicos com j unta elástica.
31-1
Curso de rede de esgotos
Capitulo 31- Cargas em tubos flexíveis
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w= h x W x b (kgf/m)
ou
p= pe x h x d (kgf/m)
Sendo:
w = peso por metro linear (kgf/m);
pe = peso específico (kgf/m3);
h = altura de recobrimento em metros;
d = diâmetro externo do tubo em metros.
31.3 Spangler
Splanger era formando na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos,
quando achou o erro nas fórmulas dos tubos flexíveis: a não validade da carga sobre
dois pratos paralelos para avaliação dos tubos flexíveis.
A nova fórmula desenvolvida por Spangler está muito bem explicada no
ITT-3 (Informativo Técnico Tigre, Número 3).
Usando a Teoria de Marston, para a carga de terra, e a Teoria de Spangler,
para tubos flexíveis, e usando ainda a carga móvel segundo o tipo T-30 da ABNT, que
admite que o veículo tenha carga máxima de 30 toneladas, dando 5.000 kg em cada
roda, e usando o tipo de compactação leve que fazemos e escolhendo o pior terreno,
calculamos as várias deformações, a longo prazo, que poderíamos ter. Assim, obtivemos
a Tabela (31.1).
Tabela 31.1-Cálculo da deflexão diametral para tubos flexíveis de esgoto sanitário (PVC)
Profun- Altura de Largura Carga da Carga Carga
didade. Diâmetro recobr. da vala terra móvel total
(m) (mm) (m) (m) (kgf/m) (kgf/m) (kgf/m)
1,2 150 1,05 0,6 330 566 896
1,5 150 1,35 0,6 425 404 829
1,8 150 1,65 0,8 519 325 845
2,0 150 1,85 0,8 582 291 874
2,3 150 2,15 0,8 677 254 931
2,4 150 2,25 0,8 708 243 952
Sendo:
Carga móvel T-30
Carga de terra: fórmula de Marston
Deflexão: fórmula de Spangler
Peso específico = 2100 kgf/m³ (argila)
Classe de rigidez = CR= 2500
K= 0,1
Compactação leve
DR= 1,75
E’= 2,8 MPa
31-2
Curso de rede de esgotos
Capitulo 31- Cargas em tubos flexíveis
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31-3
Curso de rede de esgotos
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31-4
Curso de rede de esgotos
Capitulo 32- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
Engenheiro Plínio Tomaz 21 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 32
Caixa de retenção de óleo e sedimentos
As pessoas ficam surpresas quando aprendem que muito pouco da precipitação destina-se para a
recarga de aqüíferos subterrâneos.
Darrel I. Leap in The Handbook of groundwater engineering.
32-1
Curso de rede de esgotos
Capitulo 32- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
Engenheiro Plínio Tomaz 21 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Sumário
Ordem Assunto
Capitulo 32- Caixa de retenção de óleos e sedimentos
32.1 Introdução
32.2 Densidade gravimétrica
32.3 Tipos básicos de separadores por gravidade óleo/água
32.4 Vazão de pico
32.5 Método Racional
32.6 Equação de Paulo S. Wilken para RMSP
32.7 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método Racional para P= 25mm e P=13mm.
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Capitulo 32- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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32.1 Introdução
O grande objetivo do uso dos separadores óleo/água são os lugares que possuem um alto potencial
de contaminação urbana, ou seja, os “Hotspots” como postos de gasolina, oficina de conserto de veículos,
etc. Outros lugares com estacionamento diário ou de curto período, como restaurantes, lanchonetes,
estacionamentos de automóveis e caminhões, supermercados, shoppings, aeroportos, estradas de rodagens
são potenciais para a contaminação de hidrocarbonetos conforme Figuras (32.1) a (32.3).
Estacionamentos residenciais e ruas possuem baixa concentração de metais e hidrocarbonetos.
Pesquisas feitas em postos de gasolina revelaram a existência de 37 compostos tóxicos nos
sedimentos das caixas separadoras e 19 na coluna de água da caixa separadora. Muitos destes compostos
são PAHs (Policyclic aromatic hydrocarbons) que são perigosos para os humanos e organismos aquáticos
(Auckland,1996).
Na cidade de Campos do Jordão em São Paulo fizeram um posto de gasolina na entrada da cidade,
onde o piso era de elementos de concreto e no meio tinha grama com areia. Em pouco tempo tudo foi
destruído. Aquele posto de gasolina é um hotspot e nunca deveria ser feito a infiltração no local.
A caixas separadores de óleos e graxas são designadas especialmente para remover óleo que está
flutuante, gasolina, compostos de petróleo leves e graxas. Além disto a maioria dos separadores removem
sedimentos e materiais flutuantes.
O óleo pode-se apresentar da seguinte maneira:
• Óleo livre: que está presente nas águas pluviais em glóbulos maiores que 20μm. Eles
são separados devido a sua baixa gravidade específica e eles flutuam.
• Óleos emulsionados mecanicamente: estão dispersos na água de uma maneira estável. O
óleo é misturado a água através de uma emulsão mecânica, como um bombeamento, a
existência de uma válvula globo ou uma outra restrição do escoamento. Em geral os glóbulos
são da ordem de 5μm a 20μm.
• Óleo emulsionado quimicamente: as emulsões deste tipo são geralmente feitas
intencionalmente e formam detergentes, fluidos alcalinos e outros reagentes. Usualmente
possuem glóbulos menores que 5μm
• Óleo dissolvido: é o óleo solubilizado em um líquido que é um solvente e pode ser detectado
usando análises químicas, por exemplo. O separador óleo/água não remove óleo dissolvido.
• Óleo aderente a sólidos: é aquele óleo que adere às superfícies de materiais particulados.
O objetivo é remover somente o chamado óleo livre, pois o óleo contido nas emulsões e quando estão
dissolvidos necessitam tratamento adicional.
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As águas pluviais em geral contém glóbulos de óleo que variam de 25μm a 60μm e com
concentrações de óleo e graxas em torno de 4 mg/l a 50mg/l (Arizona, 1996), mas entretanto as águas
pluviais proveniente de postos de gasolina, etc possuem grande quantidade de óleo e graxas.
A emulsão requer tratamento especial e existem varias técnicas, sendo uma delas a acidificação, a
adição de sulfato de alumínio e introdução de polímeros conforme Eckenfelder, 1989, ainda com a
desvantagem do sulfato de alumínio produzir grande quantidade de lodo.
Dica: a caixa separadora de óleos, graxas e sedimentos que seguem a norma API são para
glóbulos maiores ou iguais a 150µm, reduzem o efluente para cerca de 50mg/l (Eckenfelder, 1989).
Dica: a caixa separadora de óleos, graxas e sedimentos com placas coalescentes são para
globos maiores ou iguais a 60 µm e reduzem o efluente para 10mg/l (Eckenfelder, 1989).
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A eficiência das caixas separadoras de óleo e graxas é estimada pela Tabela (32.2) para caixas com
três câmaras e poços de visita.
A velocidade de ascensão dos glóbulos de óleo depende da viscosidade dinâmica que varia com o
tipo de líquido e com a temperatura.
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A Tabela (32.4) mostra os tempos de ascensão com relação ao diâmetro do glóbulo de óleo onde se
pode observar que uma partícula com diâmetro de 150μm tem um tempo aproximadamente menor que
10min. Quanto menor o diâmetro do glóbulo, maior é o tempo de separação água/óleo.
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O separador tipo API possui três câmaras, sendo a primeira para sedimentação, a segunda para o
depósito somente do óleo e a terceira para descarga. São geralmente enterradas e podem ser construídas em
fibra de vidro, aço, concreto ou polipropileno.
A remoção da lama e do óleo podem ser feitas periodicamente através de equipamentos especiais. O
óleo é retirado através de equipamentos manuais ou mecânicos denominados skimmer quando a camada de
óleo atinge 5cm mais ou menos.
O separador Coalescente é também por gravidade e ocupa menos espaço, sendo bastante usado,
porém apresentam alto custo e possibilidade de entupimento. Possuem placas paralelas corrugadas,
inclinadas de 45º a 60º e separadas entre si de 2cm a 4cm. Segundo o dicionário Houaiss coalescer quer
dizer unir intensamente, aglutinar e coalescente quer dizer: que se une intensamente; aderente; aglutinante.
O separador elaborado por fabricante possuem tecnologias variadas. São os equipamentos chamados:
Stormceptor; Vortech, CDS, HIL. No Brasil temos fabricantes como Alfamec com separadores coalescentes
de PEAD, fibra de vidro, aço carbono, aço inox cujas vazões variam de 0,8m3/h até 40m3/h.
As demais tecnologias para remoção de óleo/água: flotação, floculação química, filtração (filtros de areia),
uso de membranas, carvão ativado ou processo biológico não serão discutidas neste trabalho. Com outros
tratamentos poderemos remover óleos insolúveis bem como TPH (Total Petroleum Hydrocarbon).
Os separadores de óleo/água podem remover óleo e TPH (Total Petroleum Hydrocarbon) abaixo de
15mg/l. A sua performance depende da manutenção sistemática e regular da caixa.
As pesquisas mostram que 30% dos glóbulos de óleo são maiores que 150μm e que 80% é maior que
90μm.
Tradicionalmente usa-se o separador para glóbulos acima de 150μm que resulta num efluente entre
50mg/l a 60mg/l (Auckland, 1996).
Para postos de gasolina por exemplo, para remover até 20mg/L de óleos minerais é necessário que se
removam os glóbulos maiores ou igual a 60μm.
A remoção de 10mg/L a 20mg/L corresponde a remoção de glóbulos maiores que 60μm.
Tomaremos como padrão a densidade do hidrocarboneto < 0,90 g/cm3, partículas de 60μm e
performance remoção de até 20mg/L de óleos minerais.
Stenstron et al,1982 fez pesquisa na Baia de São Francisco sobre óleo e graxa e concluiu que há uma
forte conexão entre a massa de óleo e graxa no início da chuva. Constatou que as maiores quantidades de
óleo e graxas estavam nas áreas de estacionamento e industriais que possuíam 15,25mg/l de óleos e graxas,
enquanto que nas áreas residenciais havia somente 4,13mg/l.
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Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C=coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha=10.000m2
Exemplo 32.1
Dada área da bacia A=0,4ha, coeficiente de escoamento superficial C=0,70 e intensidade da chuva
I=40mm/h. Calcular o vazão de pico Q.
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos). Adotar Tr=10anos.
tc=duração da chuva (min).
32.7 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método Racional para P=
25mm e P=13mm.
Usando para o tempo de concentração da Federal Aviation Agency (FAA, 1970) para escoamento
superficial devendo o comprimento ser menor ou igual a 150m.
Aplicando análise de regressão linear aos valores de C e de I para áreas A≤ 2ha para a RMSP
obtemos:
I = 45,13 x C + 0,98 Para P=25mm
R2 = 0,86
A vazão Q=CIA/360 obtido usando I =45,13x C + 0,98 nos obterá a vazão referente ao volume para
melhoria da qualidade das águas pluviais WQv.
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Figura 32.7- Poço de visita separador de fluxo. As águas pluviais entram no poço de visita e uma parte referente ao
volume WQv para melhoria da qualidade das águas pluviais vai para a caixa separadora de óleos e graxas e a outra vai para o
córrego ou galeria mais próxima.
http://www.ci.knoxville.tn.us/engineering/bmp_manual/knoxvilleBMP.pdf. Acessado em 12 de novembro de 2005
WQv= (P/1000) x Rv x A
Sendo:
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3)
P= first flush (mm). Para a RMSP P=25mm
Rv=0,05+0,009x AI
AI= área impermeável (%)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
A= área da bacia em (m2)
Exemplo 32.2
Achar o volume WQv para melhoria da qualidade das águas pluviais para área de 0,4ha com AI=100% sendo
o first flush P=25mm.
Rv= 0,05+ 0,009 x AI = 0,05+0,009 x 100= 0,95
WQv= (P/1000) x Rv x A
WQv= (25mm/1000) x 0,95 x 4000m2 =95m3
Exemplo 32.3
Achar a vazão para a melhoria da qualidade das águas pluviais para área de 0,4ha, com 100% de
impermeabilização para first flush adotado de P=25mm.
Q=CIA/360
C= 0,95
I= 44mm/h
A= 0,4ha
Q= CIA/360= 0,95 x 44 x 0,4/ 360 = 0,050m3/s
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32.9 Limitações
• Potencial perigo de ressuspenção de sedimentos, o que dependerá do projeto feito.
• Não remove óleo dissolvido e nem emulsão com glóbulos de óleo muito pequenos.
• A área máxima deve ser de 0,4ha (4.000m2). Caso a área seja maior deve ser subdividida.
• O FHWA admite que o limite de 0,4ha pode ir até 0,61ha .
• As águas pluviais retêm pouca gasolina e possui concentração baixa de hidrocarbonetos, em
geral o óleo e graxas nas águas pluviais está em torno de 15mg/l.
• As normas API (American Petroleum Institute) 1990, publicação nº 421, referente a Projeto e
operação de separadores de óleo/água: recomenda diâmetro dos glóbulos de óleo a serem
removidos em separadores por gravidade, devem ser maiores que 150μm.
• O tamanho usual dos globos de óleo varia de 75μm a 300μm.
• A gravidade específica do óleo varia de 0,68 a 0,95.
• Resolução Conama 357/2005 artigo 34: os efluentes de qualquer fonte poluidora podem ter até
20mg/l de óleos minerais.
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• Potencial perigo de descarga de nutrientes e metais pesados dos sedimentos se a limpeza não
for feita constantemente.
• Inspeção após chuva ≥ 13mm em 24h.
• Deverá ser feito monitoramento por inspeções visuais freqüentemente.
• Fácil acesso para manutenção.
• Uso de caminhões com vácuo para limpeza.
• Os materiais retirados da caixa de separação de óleo e resíduos deve ter o seu destino
adequado.
Vt= (g / 18 μ) x (ρw-ρo) x D2
Sendo:
Vt= velocidade ascensional (cm/s)
μ= viscosidade dinâmica das águas pluviais em poise. 1P= 1 g/cm x s
ρw=densidade da água (g/cm3)
ρo =densidade do óleo na temperatura (g/cm3) =1kg/litro
Sw = gravidade especifica das águas pluviais (sem dimensão)
So = gravidade específica do óleo presente nas águas pluviais (sem dimensão).
D= diâmetro do glóbulo do óleo presente (cm)
g= 981cm/s2
Para D=150μm=0,15mm=0,015cm
g=981cm/s2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x (0,015)2
Vt= 0,0123 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0123 x [(1-So)/ ν ]
Sendo:
ν = μ / ρ = 1,007 x 10-6 m2/s
ν= viscosidade cinemática das águas pluviais em Stokes.
1 Stoke= 1cm2/s
10.000Stokes = 1m2/s
Para D=60μm=0,06mm=0,006cm
g=981cm/s2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x D2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x (0,006)2
Vt= 0,002 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,002 x [(1-So)/ ν ]
Sendo:
ν = μ / ρ = 1,007 x 10-6 m2/s
ν= viscosidade cinemática das águas pluviais em Stokes.
1 Stoke= 1cm2/s
10.000Stokes = 1m2/s
Para D=40μm=0,04mm=0,004cm
g=981cm/s2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x D2
Vt= (981 / 18 μ) x (ρw-ρo) x (0,004)2
Vt= 0,0009 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0009 x [(1-So)/ ν ]
Sendo:
ν = μ / ρ = 1,007 x 10-6 m2/s
ν= viscosidade cinemática das águas pluviais em Stokes.
1 Stoke= 1cm2/s
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10.000Stokes = 1m2/s
Exemplo 32.4
Calcular a velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do óleo So=
0,90 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20ºC) para glóbulo de óleo com diâmetro de 150μm.
Vt= 0,0123 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0123 x [(0,998-0,90)/ 0,01 ] =0,12 cm/s=0,0012m/s (4,3m/h)
Exemplo 32.5
Calcular a velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do óleo So=
0,90 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20ºC) para glóbulo de óleo com diâmetro de 60μm.
Vt= 0,002 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,002 x [(0,998-0,90)/ 0,01 ] =0,02 cm/s=0,0002m/s (0,71m/h)
Exemplo 32.6
Calcular a velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do óleo So=
0,90 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20ºC) para glóbulo de óleo com diâmetro de 40μm.
Vt= 0,0009 x [(Sw-So)/ μ ]
Vt= 0,0009 x [(0,998-0,90)/ 0,01 ] =0,009 cm/s=0,00009m/s (0,32m/h)
F= fator de turbulência= F1 x F2
F1= 1,2
F2= fornecido pela Tabela (32.5) conforme relação Vh/ Vt
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Adotamos Vh= 0,015 m/s e Vt=0,002 m/s e a relação Vh/Vt= 0,015/0,002 = 7,5
Entrando com Vh/Vt=7,5 na Tabela (32.5) achamos F= 1,40. Podemos obter o valor de F usando a Figura
(32.9)
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As dimensões mínimas adotadas na Cidade de Eugene, 2001 que estão na Figura (32.9) são
as seguintes:
• Altura de água mínima de 0,90m e máxima de 2,40m.
• Altura mínima da caixa é de 2,10m para facilidade de manutenção..
• A caixa de regularização tem comprimento minimo de 2,40m
• A caixa de sedimentação tem comprimento minimo de L/3 a L/2.
• O comprimento mínimo de toda as três câmaras é de 5 vezes a largura W.
• A largura mínima W é de 1,80m
• Observar na Figura ( 32.9) a caixa separadora, pois, geralmente a caixa separadora de óleo é
feita off line.
• Geralmente a caixa de captação de óleos e graxas é enterrada.
• Deverá haver dispositivo para a retirada do óleo.
Ac= Q/ Vh
Sendo:
Ac= área mínima da seção transversal da caixa (m2).
Vh=velocidade horizontal (m/s) = 0,015m/s
Q= vazão de pico (m3/s)
O valor da velocidade horizontal Vh muito usado para glóbulos de óleo de diâmetro de 150µm é Vh=
0,015m/s o que resultará em:
Ac= Q./ Vh
Ac= Q/ 0,015 =67Q
Exemplo 32.7
Calcular a área mínima transversal Ac para vazão de entrada de 0,020m3/s para caixa de detenção de óleo e
graxas a partir do diâmetro de 150µm.
Ac= 67Q
Ac= 67x 0,020
Ac=1,34m2
Número de canais (N)
Geralmente o número de canais é igual a um.
N=1 (número de canais). Se Ac>16m2 então N>1 (Arizona, 1996)
d= ( r x Ac) 0,5
d= máxima altura de água dentro do separador de óleo (m) sendo o mínimo de d ≥ 0,90m.
r= razão entre a profundidade/ largura que varia de 0,3 a 0,5, sendo comumente adotado r=0,3
Exemplo 32.8
Calcular o valor de d para r=0,3 e Ac= 1,34m2
d= ( r x Ac) 0,5
d= ( 0,3 x 1,34) 0,5
d=0,63m.
Portanto, a altura do nível de água dentro da caixa é 0,63m, mas para efeito de manutenção a altura
mínima deverá ser de 1,80m.
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Exemplo 32.10
Seja área com 4000m2 e largura da caixa de retenção de óleo de W=2,40m. Calcular o comprimento Lf.
Área da caixa de sedimentação = 20m2/ha x (4000/10000)= 8m2
Lf = Área da caixa de sedimentação / W= 8m2 / 2,40m = 3,33m
L = Lf + Ls + La
O comprimento total do separador é a soma de três componentes das câmaras de: sedimentação;
separação do óleo da água e regularização conforme Figura (32.11):
= comprimento das três caixas, sendo a primeira para sedimentação, a segunda para separação do
óleo propriamente dito e a terceira para regularização.
Lf Ls La
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Exemplo 32.11
Calcular o comprimento total L para área da bacia de 4.000m2 (0,4ha) sendo Ls=12,81, Lf= 3,33m.
Adotando-se o mínimo para La=2,40 teremos:
Figura 32.12- Variáveis da caixa separadora de óleos e graxas. Observar que a altura d é a lâmina de água existindo uma folga
para até a altura máxima da caixa. O comprimento L ou seja Ls vai da caixa de sedimentação até a caixa de regularização.
Fonte:
http://www.mfe.govt.nz/publications/hazardous/water-discharges-guidelines-dec98/app-5-separator-design-dec98.pdf
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Ventilação
Deverá haver ventilação por razão de segurança e se possível nos quatro cantos da caixa. O
diâmetro mínimo da ventilação é de 300mm e deve ter tela de aço com ¼” .
Existem caixas com tampas removíveis e outras que podem ser usados insufladores de ar.
A altura da caixa mínima deverá ser de 2,10m para facilitar a manutenção.
Profundidade= 1,82m
Largura =1,22m
Comprimento = 4,26m
Comprimento da primeira câmara= 1,82m
Comprimento para cada uma das outras duas câmaras= 1,22m
Volume das duas primeiras câmaras =(1,82m+ 1,22m) x 1,82m x 1,82m=10m3.
Taxa= 10m3/ 0,4ha= 25m3/ha (28m3/ha)
Taxa= 2,2m2/ 0,4ha = 6 m2/ha (20m2/ha)
Volume da caixa separadora= 9,5m3
Área superficial da caixa separadora= 5,2m2
L =4,26m
Profundidade=d=1,82m
Figura 32.13- Esquema de uma caixa de retenção de óleo e sedimentos mínima para área até 0,4ha
(FHWA) com as dimensões internas.
O comprimento Lf que depende do que vai ser sedimentado pode ser adaptado as condições locais.
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Figura 32.14- Separador de óleo e graxas em forma de um poço de visita. Temos dois tipos básicos de separadores de óleos e
graxas. A primeira é a caixa de três câmaras e a segunda é o poço de visita.
http://www.ci.tacoma.wa.us/WaterServices/permits/Volume5/SWMM%20V5-C11.pdf. Com acesso em 8 de novembro de 2005.
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Exemplo 32.12
Dimensionar uma caixa de retenção óleo/água API para reter glóbulos ≥150µm. A área de um estacionamento
de veículos tem 4.000m2 e a mesma será calculada off-line. Supomos first flush P=25mm. Supomos que o
estacionamento tem 100m de testada com 40m de largura e a declividade é de 0,5% (0,005m/m)
Coeficiente volumétrico Rv
Rv=0,05+0,009x AI
Supomos C= Rv
C= 0,05 + 0,009 x 10 = 0,95
Tempo de concentração
Usando para o tempo de concentração da Federal Aviation Agency (FAA, 1970)
L= 40m
S=0,005m/m
C=0,95
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Tr= 10anos
1747,9 x 100,181
I =------------------------ =128mm/h
( 15 + 15)0,89
Fórmula Racional
Sendo:
A= 0,4 ha
I = 96mm/h
Vazão de pico
Q=CIA/360= 0,95 x 128 x 0,4 / 360= 0,135m3/s = 135litros/segundo (Pico da vazão para Tr=10anos)
Vazão para melhoria da qualidade das águas pluviais referente ao first flush
A vazão que irá para a caixa será somente aquela referente ao volume WQv.
A= 0,4ha
Fórmula Racional
Q= C . I . A /360 = 0,95 x 44 x 0,4 / 360 = 0,050m3/s = 50litros/segundo
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Portanto, a vazão que irá para a caixa de captação de óleo será de 50litros/segundo o restante 135-
50= 85 litros/segundo irá para o sistema de galeria existente ou para o córrego mais próximo.
Largura W da caixa
W= d / 0,5 = 1,30 / 0,5 = 2,60m> 1,20m mínimo adotado
Câmara de sedimentação
Taxa normalmente adotada para sedimentação=20m2/ha x 0,4ha = 8m2
La= Área da câmara sedimentação / largura = 8,0/ 2,60= 3,10m> 2,40m OK.
Câmara de regularização
Adotado comprimento Lf= 1,20m conforme FHWA
Conferência:
Vh= Q / d x W = 0,050 / (1,3 x 2,6) = 0,0148m/s <0,015m/s OK
Tempo de residência
A área da seção transversal tem 3,00m de largura por 1,30m de altura.
S= 2,60 x 1,30= 3,38m2
Q= S x V
V= Q / S= 0,050m3/s / 3,38m2 = 0,01m/s
Mas tempo= comprimento / velocidade = 17,95m / 0,0148m/s= 1213s= 20,2min > 20min OK.
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Portanto, a área para a flotação do oleo terá 10,2m2. Considerando uma largura de 1,50m teremos:
2
10,2m / 1,50m= 6,80m
Comprimento de 6,80m
Para a primeira câmara de sedimentação é usual tomarmos comprimento igual a L/3 e para o tanque
de equalização L/4
Assim teremos:
Primeira câmara (sedimentação) = L/3=6,80m/3= 2,27m
Segunda câmara (flotação do óleo) =L=6,80m
Terceira câmara= L/4=6,80m/4=1,70m
Comprimento total= 10,77m
Profundidade adotada=d= 0,75m
Largura=W=1,50m
L =10,77m
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Portanto, a área para a flotação do oleo terá 18,41m2. Considerando uma largura de 1,50m teremos:
2
18,41m / 1,50m= 12,27m.
Portanto, o comprimento de 12,27m
Para a primeira câmara de sedimentação é usual tomarmos comprimento igual a L/3 e para o tanque
de equalização L/4
Assim teremos:
Primeira câmara (sedimentação) = L/3=12,27m/3= 4,09m
Segunda câmara (flotação do óleo) =L=12,27m
Terceira câmara= L/4=12,27/4=3,07m
Comprimento total= 19,43m
Profundidade adotada= 0,75m
L =19,43m
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Conferência:
O volume WQv= 7,13m3 deverá ser menor que o volume da 1ª câmara e da segunda câmara:
Volume 1ª e 2ª câmara= (4,09+12,27) x 1,50 x 0,75=18,4m3> 7,13m3 OK.
Conclusão:
Como podemos ver o uso de captação de óleo com o método gravimétrico da API resulta em caixas
muito grandes e daí se usar caixas com placas coalescentes. Salientamos ainda que as caixas API são
geralmente usadas para glóbulos de 150μm e não de 60μm.
Exemplo 32.15
Dimensionar para um posto de gasolina com área de 300m2 uma caixa API para captar os óleos e
graxas provenientes das precipitações no pátio usando glóbulos de 150μm e first flush P=25mm.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv=0,05+0,009x AI
Supomos C= Rv
C= 0,05 + 0,009 x 10 = 0,95
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,95 x 300m2=7,13m3
A vazão que chega à caixa de detenção pode ser dimensionado como a vazão que chega ao pré-
tratamento usando o tempo de permanência minimo de 5min e então teremos:
Qo= 0,1 x WQv/ (5min x 60)
Qo= 0,1 x 7,13m3/ (5min x 60)=0,00238m3/s=8,6m3/h
A velocidade ascensional para glóbulo de 150μm é Vt= 3,6m/h.
A velocidade horizontal Vh deve ser:
Vh= 15 x Vh= 15 x 3,6m/h=54m/h
A área superficial da câmara do meio destinada a flotação do óleo:
Ad= F x Qd/ Vt
Vh/ Vt= 54m/h/ 3,6m/h= 15
Entrando na Tabela (32.6) achamos F=1,37
Ad= F x Qd/ Vt
Ad= 1,37 x 8,6m3/h/ 3,6m/h= 3,27m2
Portanto, a área para a flotação do óleo terá 3,27m2. Considerando uma largura de 1,50m teremos:
2
3,27m / 1,50m= 2,18m.
Portanto, o comprimento de 2,18m
Para a primeira câmara de sedimentação é usual tomarmos comprimento igual a L/3 e para o tanque
de equalização L/4
Assim teremos:
Primeira câmara (sedimentação) = L/3=2,18m/3= 0,73m
Segunda câmara (flotação do óleo) =L=2,18m
Terceira câmara= L/4=2,18m/4=0,55m
Comprimento total= 3,46m
Profundidade adotada= 0,75m
L =3,46m
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Quando prevemos uma grande quantidade de sólidos as placas são instaladas a 60º com a horizontal
para evitar o entupimento. Havendo manutenção adequada das placas coalescentes paralelas não haverá
entupimento das mesmas.
As placas são ajuntadas em pacotes e podem entupir motivo pelo qual tem que ser estabelecido um
intervalo de aproximadamente 6 meses para a limpeza com jatos de água através de mangueiras.
Para o trabalho perfeito das placas coalescente é necessário o regime laminar para escoamento.
Os separadores coalescentes usam meio hidrofóbico (repele a água) ou oleofílico (adora óleo), isto é,
meio que repelem a água e atraem o óleo. O óleo pode ser retirado por processo manual ou automático e
pode ser recuperado e usado para outros fins.
Os efluentes das caixas separadoras com placas paralelas indicam retiradas de até 60% do óleo em
comparação com o sistema convencional API.
Dependendo da temperatura do líquido que vai ser detido o óleo usa-se o material adequado. Assim
podem ser usados PVC (60ºC), PVC para alta temperatura (66ºC), Polipropileno (85ºC) e aço inoxidável
(85ºC).
As caixas coalescentes com placas paralelas da mesma maneira que as caixas API possuem três
câmaras:
• Câmara de sedimentação;
• Câmara onde estão as placas paralelas e
• Câmara de descarga,
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Ah= Q. / Vt
Sendo:
Ah= área horizontal (m2)
Q= vazão (m3/s)
Vt= velocidade ascensional final da partícula de óleo (cm/s)
A velocidade ascensional sendo a gravidade específica das águas pluviais Sw= 0,998 e do óleo So=
0,85 e viscosidade dinâmica de 0,01poise (20º C) para glóbulo de óleo com diâmetro de 60μm.
Ah= Q / Vt
Ah= Q / 0,0003=3378Q
Área de uma placa
Aa=Ah/ cos (θ)
Sendo:
Aa= área de uma placa (m2)
θ = ângulo da placa com a horizontal. Varia de 45º a 60º.
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Notar na Figura (32.12) que existem as três câmaras, sendo a primeira de sedimentação, a segunda
onde estão as placas coalescentes e a terceira câmara de regularização ou regularização da vazão. As placas
coalescentes ocuparão menos espaços e, portanto a caixa será menor que aquela das normas API.
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Notar na Figura (32.16) que as placas coalescentes fazem com que os glóbulos de óleo se acumulem
e subam para serem recolhidos.
Quando se espera muitos sedimentos para evitar entupimentos devem-se usar placas com ângulo de
60 º.
Exemplo 32.16
Calcular separador com placas coalescentes para vazão de 0,0035m3/s
Portanto, serão necessário 38,2m2 de placas coalescentes, devendo ser consultado o fabricante a decisão
final.
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32.20Flotação
Iremos reproduzir aula que tive em 1994 com o engenheiro químico Danilo de Azevedo em curso
sobre “Efluentes Líquidos Industriais”.
Flotação é um processo para separar sólidos de baixa densidade ou partículas liquidas de uma fase
liquida.
A separação é realizada pela introdução de gás (ar) na forma de bolhas na fase líquida.
A fase líquida é pressurizada em uma pressão de 2atm a 4atm, na presença de suficiente ar para
promover a saturação da água. Nesse momento o liquido saturado com o ar é despressurizado até a pressão
atmosférica por passagem através de uma válvula de redução.
Pequenas bolhas são liberadas na solução devido a despressurizarão.
Sólidos em suspensão ou partículas líquidas, por exemplo, óleo, tornam-se flutuantes devido à
pequenas bolhas, elevando-se até a superfície do tanque.
Os sólidos em suspensão são retirados.
O líquido clarificado é removido próximo ao fundo e parte é reciclado.
Empregam-se em:
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Componentes básicos:
• Bomba de pressurização
• Injetores de ar
• Tanque de retenção
• Válvula de redução de pressão
• Tanque de Flotação
Uma discussão mais detalhado sobre flotação poderá ser feita no livro “Wastewater Engineering-
Treatment disposal reuse” de Metcalf & Eddy, 1991 da Editora McGraw-Hill e o livro “Industrial Water Pollution
Control” de W. Wesley Eckenfelder, 1989.
Cada fabricante tem o seu projeto específico sendo que é usado de modo geral o período de retorno
Tr= 1ano ou Tr= 0,5ano (80% de Tr=1ano) ou Tr= 0,25ano = 3meses (62% de Tr=1ano). As áreas são de
modo geral pequenas e variam conforme o fabricante, devendo ser consultado a respeito.
Quanto a eficiência dos sistemas industriais americanos a melhor comprovação é aquelas feitas por
universidades. Por exemplo, em dezembro de 2001 o departamento de engenharia civil da Universidade de
Virginia fez testes de campos sobre a unidade industrial denominada Stormvault.
A grande vantagem destes sistemas industriais é que são compactos em relação aos sistemas
convencionais.
Figura 32.19 – Caixa separadora de óleo e graxa tipo poço de visita patente da firma Downstream Defender.
http://www.ci.knoxville.tn.us/engineering/bmp_manual/knoxvilleBMP.pdf. Acesso em 12 de novembro de 2005
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Figura 32.20 – Caixa separadora de óleo e graxa tipo poço de visita patente da firma Stormceptor.
http://www.ci.knoxville.tn.us/engineering/bmp_manual/knoxvilleBMP.pdf. Acesso em 12 de novembro de 2005
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32.22 Skimmer
O skimmer é feito para retirar o óleo.
Figura 32.23- Dispositivo que faz rodar a esteira para recolhimento do óleo
http://www.ambarenvironmental.com/html/waste_water_plants.html#b2sump
Figura 32.24- Dispositivo que faz rodar a esteira para recolhimento do óleo e o recolhimento.
http://www.ambarenvironmental.com/html/waste_water_plants.html#b2sump
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32.24.1 Vazão que chega até o pré-tratamento usando o Método TR-55 do SCS
O objetivo é o cálculo do número da curva CN dada a precipitação P e a chuva excedente Q.
De modo geral a obtenção de CN se deve a obras off-line. Obtemos o valor de CN e continuamos
a fazer outros cálculos.
Os valores de P, Q, S estão milímetros.
( P- 0,2S ) 2
Q= --------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 32.1)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------ - 254 (Equação 32.2)
CN
Dada as a Equação (25.3) e Equação (25.4). São dados os valores de Q e de P. Temos então duas
equações onde precisamos eliminar o valor S, obtendo somente o que nos interessa, isto é, o valor do
número da curva CN.
Pitt, 1994 in Estado da Geórgia, 2001 achou a seguinte equação utilizando NRCS TR-55,1986
adaptado para P e Q em milímetros.
CN= 1000/ [10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5] Equação (32.3)
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Exemplo 32.17
Seja um reservatório de qualidade da água com tc=11min, área impermeável de 70% e first flush
P=25mm e Área =2ha. Calcular a vazão separadora para melhoria de qualidade das águas pluviais
WQv.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,68 = 17mm
Exemplo 32.18
Num estudo para achar o volume do reservatório para qualidade da água WQv é necessário
calcular a vazão Qw referente a aquele WQv. Seja uma área de 20ha, sendo 10ha de área
impermeável. Considere que o first flush seja P=25mm.
Porcentagem impermeabilizada = (10ha / 20ha) x 100=50%
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 50 = 0,50 (adimensional)
Q = P . Rv = 25mm x 0,50 = 13mm
Vamos calcular o número da curva CN usando a equação de Pitt.
CN= 1000/ [ 10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5]
CN= 1000/ [ 10 + 0,197 x25 + 0,394 x13 – 10 (0,0016x13 2 + 0,0019 x13x 25) 0,5]
CN= 93,8
Portanto, o valor é CN=93,8.
Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
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Exemplo 32.19
Achar o número da curva CN para P=25mm e área impermeável de 70%.
Entrando na Tabela (32.7) com P e AI achamos CN=96,6.
Tabela 32.7 – Valores de CN em função da precipitação P usando a Equação de Pitt
P Área impermeável em porcentagem
mm 10 20 30 40 50 60 70 80
13 90,6 92,9 94,4 95,7 96,7 97,5 98,2 98,8
14 90,0 92,3 94,0 95,4 96,4 97,3 98,1 98,7
15 89,3 91,8 93,6 95,0 96,2 97,1 97,9 98,6
16 88,7 91,3 93,2 94,7 95,9 96,9 97,8 98,5
17 88,1 90,9 92,9 94,4 95,7 96,7 97,6 98,4
18 87,5 90,4 92,5 94,1 95,4 96,6 97,5 98,4
19 86,8 89,9 92,1 93,8 95,2 96,4 97,4 98,3
20 86,2 89,4 91,7 93,5 95,0 96,2 97,2 98,2
21 85,7 88,9 91,3 93,2 94,7 96,0 97,1 98,1
22 85,1 88,5 90,9 92,9 94,5 95,8 97,0 98,0
23 84,5 88,0 90,6 92,6 94,2 95,6 96,8 97,9
24 83,9 87,6 90,2 92,3 94,0 95,5 96,7 97,8
25 83,4 87,1 89,8 92,0 93,8 95,3 96,6 97,7
26 82,8 86,7 89,5 91,7 93,5 95,1 96,4 97,6
27 82,3 86,2 89,1 91,4 93,3 94,9 96,3 97,6
28 81,8 85,8 88,8 91,1 93,1 94,7 96,2 97,5
29 81,2 85,3 88,4 90,8 92,8 94,6 96,1 97,4
30 80,7 84,9 88,0 90,5 92,6 94,4 95,9 97,3
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Exemplo 32.21
Seja um reservatório de qualidade da água e first flush P=25mm, AI=70 e A=50ha.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68 (adimensional)
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 50ha x 10000m2= 8500m3
Qo= 0,1 WQV/ (5min x 60s)= (0,1 x 8500m3)/ (5 x 60)= 850m3/ 300s =2,83m3/s
Exemplo 32.22
Seja uma bacia com first flush P=25mm, AI=70 e área =50ha tc=11min
Coeficiente volumétrico Rv
CNp= 55 (área permeável)
CNi=98 (área impermeável)
CNw= CNp (1-f) + 98 x f
f=0,70 (fração impermeável)
CNw= 55 (1-0,70) + 98 x 0,70=85,1
Usando o método Santa Bárbara para P=25mm, obtemos:
Qo=3,09m3/s
32.24.4 Vazão relativa ao volume WQv que chega até o pré-tratamento usando o Método
Racional para áreas ≤2ha.
Esta é uma estimativa que usa o método Racional e vale somente para áreas menores ou iguais a
2ha e para first flush P=25mm para a RMSP.
Em uma determinada bacia o pré-tratamento pode ser construído in line ou off line, sendo que
geralmente é construído off line.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
Rv=C=0,05+0,009 x AI
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h)
A= área da bacia (ha)
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A≤2ha
I = 45,13 x C + 0,98 Para P=25mm
R2 = 0,86
Exemplo 32.23
Calcular o tamanho do reservatório destinado ao pré-tratamento de área com 2ha e AI=70%,
sendo adotado o first flush P=25mm.
Coeficiente volumétrico Rv
Rv = 0,05 + 0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70 = 0,68
WQv= (P/1000/ x Rv x A= (25/1000) x 0,68 x 2ha x 10.000m2= 340m3
Vazão de entrada
Uma BMP pode ser construída in-line ou off-line. Quando for construída off-line precisamos
calcular a vazão que vai para a BMP.
Usando o método racional.
Qo=CIA/360
Sendo:
Qo= vazão de pico que chega até o pré-tratamento (m3/s)
C= coeficiente de runoff.
C=Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
AI= área impermeável (%)
I= intensidade da chuva (mm/h) = 45,13 x C + 0,98= 45,13 x 0,68 + 0,98= 32mm/h (Para P=25mm)
A= área da bacia =2ha
Q=CIA/360
Q=0,68 x 32mm/h x 2ha /360= 0,12m3/s
Portanto, a vazão de entrada é 0,12m3/s.
Tabela 32.8- Média dos influentes no exercito dos Estados Unidos no ano 2000
Parâmetro Instalações Lavagem de Áreas de Áreas de Lavagem de
aviões manutenção equipamentos veículos
Óleos e 316 594 478 183 58
graxas
TSS 1061 625 1272 1856 611
VSS 277 408 416 239 77
COD 2232 8478 1841 692 99
Sendo:
Óleos e graxas: quantidade de média de óleos e graxas do influente (mg/L)
TSS= sólidos totais em suspensão (mg/L)
VSS= sólidos suspensos voláteis (mg/L)
COD= demanda de química de oxigênio (mg/L)
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O influente médio de óleo e graxas varia de 58mg/L a 594 mg/L enquanto que o pico varia de
209mg/L a 1584mg/L. O sólido total em suspensão TSS tem valores médios de 210mg/L a 1272mg/L
variando os picos de 1386mg/L a 6502mg/L.
O objetivo dos separadores de óleo e graxas do exército americano é que o efluente tenha no
máximo 100mg/L de óleos e graxas o que é alcançado usando-se as caixas separadoras de óleo.
A solução atual mais usada no exército americano são as placas coalescentes de polietileno,
instalada a 60º do piso, espaçadas de 19,05mm e com área de superfície de 0,32 gpm/ft2 (0,26 L/s x
m2). Geralmente o glóbulo de óleo adotado é de 60μm.
Para o exército americano o efluente tem como objetivo de ser de 100mg/L antes de ser
lançado nos cursos de água.
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Notar que o valor de “d” aparece no numerado e no denominador podendo portanto ser
cancelado, o que mostra que a altura da câmara não influencia na performance do separador água-
óleo.
Portanto fica:
Q/ AH ≤ Vt
Portanto, fica válido o principio de Hazen:
AH= Q/ Vt
É importante salientar que a área AH pode ser área plana de uma câmara API ou área plana em
projeção de uma placa coalescente instalada a 45º a 60º.
Figura 32.27- Projeção da placa coalescente. Só vale a área plana para o dimensionamento.
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Curso de rede de esgotos
Capitulo 32- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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Figura 32.28- Notar a área planta AH e a área da seção transversal Av bem como as partículas
Vt ascensional e VH da velocidade horizontal numa caixa de profundidade d, largura B e
comprimento L.
Sendo:
Vs= velocidade de deposição (m/s);
D= diâmetro equivalente da esfera (partícula) em metros
γ = peso específico da água a 20º C = 9792,34 N/m3 (Lencastre, 1983 p. 434)
γs / γ = 2,65 (densidade relativa do quartzo em relação a água)
γs= peso específico da partícula do sólido (quartzo)= 25949,701N/m3
μ= viscosidade dinâmica da água a 20º C = 0,00101 N. s /m2 (Lencastre,1983)
ρ = massa específica a 20º C = 998,2 kg/m3 (Lencastre, 1983)
ν = viscosidade cinemática da água a 20º C= 0,00000101 m2/s (Lencastre, 1983)
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Curso de rede de esgotos
Capitulo 32- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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Tabela 32.9- Limite das frações de solo pelo tamanho dos grãos
Fração Limites definidos pela norma da
ABNT
Matacão de 25cm a 1m
Pedra de 7,6cm a 25cm
Pedregulho de 4,8mm a 7,6cm
Areia grossa de 2mm a 4,8mm
Areia média de 0,42mm a 2mm
Areia fina de 0,05mm a 0,42mm
Silte de 0,005mm a 0,05mm
Argila inferior a 0,005mm
Fonte: Souza Pinto,2000 p. 4
Souza Pinto, 2000 diz que na prática, diferentemente da norma da ABNT, a separação entre areia
e silte é tomada como 0,075mm, devido a peneira nº200, que é a mais fina usada em laboratórios.
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Capitulo 32- Caixa de retenção de óleo e sedimentos
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Capitulo 33- Noções sobre tratamento de esgotos
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Curso de redes de esgoto
Capitulo 33- Noções sobre tratamento de esgotos
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33.1 Introdução
Primeiramente salientamos que iremos ver a noção de tratamento de esgotos
domésticos e não efluentes líquidos industriais que possuem normalmente algumas
particularidades. Veremos como se faz uma unidade de tratamento de esgotos para uma
cidade e portanto não iremos comentar os tratamentos de esgotos feitos no local de uso,
como o tanque séptico e os septos difusores.
Existem países na Europa e cidades nos Estados Unidos que usam o sistema
unificado e alguns o sistema misto, que seria um sistema separador absoluto que pode
receber um pouco de águas pluviais, que foi o primeiro a ser instalado na cidade de São
Paulo em 1876.
Os esgotos domésticos provem das residências, do comércio e de algumas pequenas
indústrias, portanto o esgoto doméstico nunca é 100% doméstico como se pode ver.
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Curso de redes de esgoto
Capitulo 33- Noções sobre tratamento de esgotos
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O fósforo e o nitrogênio contribuem para o aumento das algas nos rios e lagos e daí
serem um problema, como o que está acontecendo com as ETEs da Sabesp na Região
Metropolitana de São Paulo.
Para a remoção do fósforo é usado o processo de decantação, sedimentação usando
por exemplo, um aglutinante como sulfato de alumínio e conseguiremos eliminar mais de
95% de fósforo com o inconveniente de obtermos grande de lodo que terão que ir para
aterros sanitários ou outro tratamento específico.
Para a remoção do nitrogênio temos que fazer a desnitrificação, convertendo o
nitrato para nitrogênio gasoso que vai para a atmosfera sem causar problemas.
O uso de carvão ativado para adsorção é destinada a remover os materiais orgânicos
que resistiram a remoção biológica conforme USEPA, 2004.
Na Figura (33.4) está o esquema de uma estação de lodo ativado convencional.
33-5
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Pela Figura (33.7) podemos ver que o tratamento primário reduz no Maximo 40%
da DBO enquanto que o lodo ativado vai de 85% a 95%. As lagoas variam de 50% a 95%.
33.8 Custos
Os custos de implantação de ETE convencionais de lodos ativados estão na Figura
(33.7) notando-se que o custo da ETE do Parque Novo Mundo é de R$ 149,70/hab.
33-8
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Exemplo 33.1
Estimar o custo de uma ETE de lodo ativado convencional (primário+secundário) para
população de 1.300.000 hab.
Custo de implantação= R$ 149,70/ hab (Figura 33.8)
1.300.000hab x R$ 149.70/hab= 194.610.000,00
Exemplo 33.2
Calcular o custo de uma ETE convencional por lodos ativados com vazão de 2000 L/s.
C= 0,05 x Q + 27,32
C= 0,05 x 2000 + 27,32=127,32
C= 127,32 x 1.000.000= R$ 127.320;000,00
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Exemplo 33.4
Calcular o custo de implantação uma lagoa de estabilização para 50 L/s
C= 22996,51 x Q + 268161,98
C= 22996,51 x 50 + 268161,98= R$ 1.417.987,00
Exemplo 33.5
Dimensionar uma ETE de esgoto com tratamento primário de uma cidade com
60.000habitantes.
Vazão média
Qm= 9.000.000 L/ 86400s= 104,2 L/s
Vazão no dia de maior consumo
Qhora= 104,2 x 1,1= 114,62 L/s
Vazão no dia e hora de maior consumo
Qmáximo= 114,62 x 1,8=206,3 L/s
33-10
Curso de redes de esgoto
Capitulo 33- Noções sobre tratamento de esgotos
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Tratamento preliminar
Grade: serão utilizadas duas grades singelas de limpeza manual.
Inclinação: 45º
Espaçamento entre as barras: 2,5cm
Dimensões da grade: cada grade terá seção retangular e deverá atender a
vazão máxima no dia e hora de maior consumo.
206,3 L/s /2 = 103,1 L/s
As dimensões da grade são condicionadas ao vertedor parschall a ser utilizado, cuja
garganta é de 30,5cm (12”).
Para a vazão máxima de 206,3 L/s, a altura da lâmina de água no vertedor é de
aproximadamente de 45,4cm.
Velocidade através da grade: será adotada a velocidade máxima de 0,75m/s para a
vazão máxima de 103,1 L/s em cada unidade.
Área útil entre as barras:
A= Qmax/ V= 0,103m3/s; 0,75m/s = 0,14m2
Espessura das barras: serão empregadas barras de 3/9”.
Eficiência da grade:
E= a/ (a+1)= 0,728
Sendo a= afastamento entre as barras
Área total
A´= A/B= 0,14m2/ 0,728= 0,19m2
Largura do canal:
B= A´/ h = 0,19m2/ 0,454m= 0,42m
Caixa de areia
Tipo e sistema de limpeza: será adotado um tipo singelo de limpeza manual, provido de um
depósito para areia, que será retirada periodicamente.
Nota: conforme NB 570/90 quando a vazo no desarenador for maior que 250 L/s a limpeza
deverá ser mecanizada.
33-11
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Decantadores
Capacidade: para o período de detenção de 2h no dia de contribuição média.
Nota: o tempo deve ser superior a 1h e inferior a 6h conforme NB 570/90.
V= 9000m3 x 2h/ 24h = 750m3
Número de decantadores=2
Volume de cada decantador= 750m3/2 = 375m3
Área superficial
Vazão por unidade de superfície: 35m3/m2 x dia
Nota: segundo a NB 570/90 a taxa de escoamento superficial deve ser inferior a
60m3/m2 x dia quando não precede processo biológico.
Área de cada decantador: A= 4500m3/ 35m3/m2 xdia = 128,6 m2
Profundidade
h = 375m3/ 128,6m2= 2,92m
Largura
Adotamos 6,4m
Comprimento
128,6 m2/ 6,4m = 20,10m
Relação comprimento/largura
20,10m/6,4m=3,14
Relação comprimento/profundidade
20,10m/2,92m= 6,9
Velocidade de escoamento no sentido longitudinal
0,1042m3/s/ (6,4m x 2,92m) =0,1042m3/s/ 18,69m2= 0,0056 m/s
Digestores
Volume
60.000hab x 50 litros= 3000.000 litros= 3.000m3= V
Leito de secagem
Área
A partir da taxa de 0,04 m2/hab para tratamento primário resulta:
A= 0,04m2/hab x 60000hab=2400m2
Número de unidades
Serão adotadas 10 unidades que serão construídas a medida das necessidades
Área de cada unidade
33-12
Curso de redes de esgoto
Capitulo 33- Noções sobre tratamento de esgotos
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Curso de redes de esgoto
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1 de esgotos
Curso de rede
Capitulo 34- Previsão de esgotos
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Previsão de esgotos
34-1
2 de esgotos
Curso de rede
Capitulo 34- Previsão de esgotos
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34.1 Introdução
Uma das coisas mais difíceis de ser feita é a previsão dos despejos de esgotos em
sistema de esgotos separador absoluto.
Primeiramente não existe nunca uma previsão perfeita. Mesmo a melhor previsão
feitas em países do primeiro mundo, tem erros que vão de 5% a 10% podendo chegar a
mais de 30%.
Os principais dados necessários para uma previsão são:
a) População: projeções e tamanho da família;
b) Moradia: quantidade de pessoas por moradia, densidade de moradias, tamanho
dos lotes etc.;
c) Empregos: total de empregos por cada setor industrial, dados históricos da taxa
de crescimento dos empregos. Projeções dos empregos agregados e desagregados;
d) Outros fatores econômicos: índices de inflações, aumento da renda, projeção do
aumento da renda;
e) Clima: temperatura, chuvas, evapotranspiração;
f) Estatísticas de água: preços, estruturas da tarifas, dados históricos mensais por
economias e por categorias, perdas d’água, suprimentos particulares;
g) Conservação da água: medidas futuras de conservação da água, medidas de
redução do consumo de água, aceitabilidade pelo público etc.
Existem segundo Boland et al (1981) e Tung (1992) três métodos básicos de
previsões:
a) Método de um simples coeficiente (quota per capita, volume por ligação,
volume mensal / empregado para cada tipo de indústria)
b) Métodos de Múltiplos coeficientes (chuvas, renda, preço da água etc)
c) Métodos Probabilísticos (verifica as incertezas nos métodos anteriores)
No Método de um Simples Coeficiente tem somente uma variável explanatória
que pode ser aplicada, por exemplo, a quota per capita, o volume de água por ligação de
água ou o coeficiente unitário para método desagregado.
Exemplo do coeficiente unitário é a previsão de consumo industrial, baseado em
volume de água gasto por operário em determinado tipo de indústria. Este método é bom
para uma avaliação preliminar do problema, pois usa poucos dados, mas não é consistente e
de modo geral não fornece uma boa previsão.
Este método é bom para previsões a curto prazo, mas são bastantes questionáveis
para previsão a longo prazo.
Para o método do simples coeficiente vamos citar dados da AWWA (1991)
referente a quota per capita relativa ao número de consumidores:
A previsão de população e consumo de água é mais arte do que ciência.
34-2
3 de esgotos
Curso de rede
Capitulo 34- Previsão de esgotos
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O professor Tucci desenvolveu por análise de regressão linear equação que fornece
a área impermeável em função da. densidade (hab/ha).
AI= -3,86 + 0,55 x DH
Sendo:
AI= área impermeável em porcentagem
DH= densidade habitacional (hab/ha)
34-3
4 de esgotos
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5 de esgotos
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6 de esgotos
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2.000 1.072.717
2.001
2.002
2.003
2.004
2.005 1.251.179
2.006 1.283.253
Na Tabela (3.5) estão os dados com intervalos de 10anos desde 1940 até o ano
2000.
Tabela 34.5-População de 10 em 10 anos
Ano Pop (hab)
1940 13439
1950 35523
1960 101273
1970 236811
1980 532908
1990 806000
2000 1072717
2010
2020
2030
2040
34-6
7 de esgotos
Curso de rede
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População de Guarulhos
1500000
(habitantes)
População
1000000
500000
0
1940 1960 1980 2000 2020
ano
34-7
8 de esgotos
Curso de rede
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P= Po . q (t-to)
q= (P1/Po) (t1-to)
Dados:
Ano 2000 P1=1.072.717 hab.
Ano 1990 Po= 806.000 hab.
q= (P1/Po) (t1-to)
q= (806000 / 1072717) (2000-1990) =1,03
Adotando a razão q= 1,03 obtermos para o ano 2030.
P= Po . q (t-to)
P= 806000 x 1,03 (2030-1990) =2.603.766hab
34-8
9 de esgotos
Curso de rede
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10 de esgotos
Curso de rede
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11 de esgotos
Curso de rede
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12 de esgotos
Curso de rede
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34-12
Curso de rede de esgotos
Capitulo 35- Caixa de gordura
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35.1 Introdução
É importante que haja caixa de gordura em prédios de apartamentos e nas
residências. As caixas de gorduras em restaurantes são importantíssimas, pois a quantidade
de gorduras se forem lançadas nas redes coletoras causarão entupimentos constantes
conforme já constato.
35-1
Curso de rede de esgotos
Capitulo 35- Caixa de gordura
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• Caixa de gordura para prédios onde existe rede coletora de esgoto sanitário
• Caixa de gordura para prédios onde não existe rede coletora de esgoto sanitário
35.2 Caixa de gordura para prédio onde existe rede coletora de esgoto sanitário
Conforme a NBR 8160/1983 de Instalação predial de esgoto sanitário recomenda a
instalação de caixas retentoras de gorduras nos esgotos sanitários que contiverem resíduos
gordurosos provenientes de pias de copas e cozinhas.
A norma estabelece a Equação (35.1) para o dimensionamento da caixa de gordura:
V= 2 x N + 20 (Equação 35.1)
Sendo:
V= volume em litros
N= número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de gordura;
35-2
Curso de rede de esgotos
Capitulo 35- Caixa de gordura
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35-3
Curso de rede de esgotos
Capitulo 35- Caixa de gordura
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Os óleos e graxas, segundo Jordão, 2005 estão presentes nos esgotos de 30mg/L a
70mg/L conforme já constatado em quatro estações de tratamento de esgotos sanitários. Em
projetos de hospitais, restaurantes e cozinhas industriais é normalmente adotado 100mg/L
de óleo e gorduras sendo este a base do dimensionamento das caixas de gordura pela EPA.
Algumas cidades americanas admitem limites de óleo e gorduras que variam de
150mg/L a 300mg/L, sendo a média de 200mg/L.
Conforme Decreto do Estado de São Paulo 8468 de 8 de setembro de 1976 o
lançamento na rede publica de esgoto sanitário deverá obedecer ao artigo 19-A item
IV – ausência de óleos e graxas com concentração máxima de 150mg/L.
Uma caixa de dimensões muito pequena acarretará a perda de todo o sistema, sendo
que a ABNT deverá alterar as normas vigentes.
35.4 Caixa de gordura para prédio onde não existe rede coletora de esgoto sanitário
As caixas de gorduras da firma Rotogine são feitas em polietileno e possuem
volume de 100 litros a 8.000 litros, conforme Figura (35.2).
Caixa de gordura
100 litros a 500 litros
Gordura flutuante
Água limpa
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35-4
Curso de rede de esgotos
Capitulo 35- Caixa de gordura
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Exemplo 35.1
Supondo velocidade mínima de ascensão de 3,6m/h para indústria com 300 empregados.
Tomaz, 2000, Previsão de consumo de água.
Restaurante: 11 litros/dia/refeição Metcalf & Eddy, 1991
Suponhamos que se gaste 11 litros/refeição por hora
Vazão média = 11litros/hora x 300empregados = 3300 L/h= 3,3m3/h
35-5
Curso de rede de esgotos
Capitulo 35- Caixa de gordura
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35-6
Curso de rede de esgotos
Capitulo 35- Caixa de gordura
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O formato da caixa deverá ser retangular, possuindo duas ou mais cortinas, uma
próxima à entrada para evitar turbulência do líquido e a outra próxima à saída. Em um dos
lados da caixa deverá ter uma calha para remoção da gordura.
A área necessária A é calculada conforme a seguinte fórmula:
A = Q/ V
Sendo:
A= área da superfície da caixa (m2)
Q= vazão máxima (m3/h)
V= velocidade mínima de ascensão das partículas de menor tamanho. Esta velocidade
poderá ser obtida em um cilindro graduado, determinado o tempo de subida de uma
pequena partícula.
V (m/h)= H(m)/ t(h)
Sendo:
V= velocidade mínima ascensional (m/h)
H= altura do líquido no cilindro (m)
t= tempo de ascensão (h)
35-7
Curso de rede de esgotos
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Volume da caixa V
Adotando o tempo de detenção de 10min, tendo em vista que a temperatura do
liquido se encontra acima de 25ºC.
V= 1,5 x Q x t x 0,60
Sendo:
V=volume da caixa (m3)
Q= vazão média (m3/h)
t= tempo de detenção (h)
0,60= 60% da água passará na caixa.
1,5= coeficiente de pico
Dimensões da caixa
Considerando que a velocidade de ascensão das menores partículas seja de 4mm/s, ou seja,
14,4m/h teremos:
A= 1,5 Q/ 14,4= 1,5 x 37,5/ 14,4= 3,90m2
Altura da caixa H
V= L x B x H
5,625m3= 2,42m x 1,61m x H
H= 1,44m
35-8
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Exemplo 35.2
Dimensionar a caixa de gordura para restaurante com 50 assentos, trabalhando 8 horas/dia
com 20litros por refeição, usando fator de armazenamento igual 2,0 e fator de carga igual a
1,0.
V= (número de assentos) x 20litros/refeição x (Fator de armazenamento) x 1/2 do número
de horas aberto) x (fator de carga)
V= (50 assentos) x 20litros/refeição x (2,0) x 1/2 de 8 horas aberto) x (1,0)
V= 8.000litros
35-9
Curso de rede de esgotos
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Exemplo 35.3
Dimensionar a caixa de gordura de um hospital com 100 pacientes e 10 pessoas para
atendimento.
V= (número de refeições servidas no dia) x (consumo/refeição) x (fator de
armazenamento) x (fator de carga)
Refeições= 100 x 3 + 10 x 3 = 330 refeições
Fator de armazenamento= 2,0
Fator de carga= 1,25 com máquina de lavar pratos
V= 330 x 18 x 2,00 x 1,25 = 14.850 litros
35-10
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Figura 35.11- Poço de visita extravasando água devido entupimento por gorduras
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Capitulo 36- Gases em tubulações de esgotos
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36.1 Introdução
Um dos problemas que existe normalmente nos sistemas de esgotos é a produção de
gases malcheirosos, principalmente o sulfeto de hidrogênio, H2S, segundo Mendonça,1975.
É muito conhecido os casos de tubos de concreto para conduzir esgotos sanitários
que devido a produção dos sulfetos entram em colapso conforme Figura (36.1). O motivo é
que os sulfetos juntamente com o vapor de água e bactérias cria o ácido sulfúrico que
destrói o cimento e conseqüentemente a estrutura do concreto.
Figura 36.1- Corrosão de tubo de concreto para condução de esgoto, por sulfeto de
hidrogênio.
Fonte: Tsutiya, 1999
Existem vários gases nos esgotos, mas o mais importante é o sulfeto de hidrogênio
H2S.A presença de odor do sulfeto de hidrogênio é importante para os trabalhadores, pois
podem causar explosão quando está junto com os gases o metano.
A concentração mínima de H2S para causar a morte é 300mg/L sendo que
3000mg/L é fatal conforme Metcalf e Eddy, 1981.
Metcalf e Eddy, 1981 apresenta a Tabela (36.1) que mostra os efeitos produzidos
pelo sulfeto de hidrogênio ao ser humano.
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Tabela 36.1- Efeitos produzidos pela exposição humana ao ar contaminado com varias
concentrações de sulfeto de hidrogênio.
Tempo e condições de exposição Concentração de H2S na Efeitos
atmosfera do sistema de esgotos
(ppm em volume)
Exposição prolongada, trabalho 5 a 10 (algumas pessoas menos) Pouco ou nenhum
leve
1 a 2 horas, trabalho leve 10 a 50 (algumas pessoas menos) Irritações leves nos olhos e nas
vias respiratórias, dores de cabeça
6 horas de trabalho manual pesado Cerca de 50 Cegueira temporária
1 hora de trabalho manual pesado Cerca de 100 Limite máximo sem
conseqüências serias.
Fonte: Metcalf e Eddy, 1981 e Tsutiya, 1999
36.2 Sulfetos
O H2S é um gás encontrada com freqüência na natureza e muito conhecido pelo seu
odor. Pode ser produzido pela decomposição de algumas espécies de matéria orgânica,
especialmente a albumina.
Segundo Tsutiya, 1999 a principal origem dos sulfetos em esgoto sanitário é devida
à ação de bactérias que reduzem o sulfato para obter energia para sua manutenção e
crescimento. Sob condições anaeróbias (sem oxigênio) dois gêneros de bactérias anaeróbias
obrigatória da espécie
Conforme Metcalf e Eddy, 1981 o H2S através da bactéria do genus Thiobacillus
forma o ácido sulfúrico:
H2S + 2O2 bactéria ---> H2SO4
3 (EDBO) p
Z= ------------------- x --------
I 1/2 Q 1/3 b
Sendo:
p= perímetro molhado da seção transversal em m;
b= corda correspondente à altura molhada em m;
Q= vazão máxima horária em litros/segundo;
I= declividade do coletor em m/m;
T= temperatura média do esgoto no mês mais quente em °C;
EDBO= DBO a 5 dias e 20 °C do esgoto bruto em mg/L multiplicado pelo fator 1,07 T-20
Z= coeficiente Z de Pomeroy.
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36.4 Valores de Z
É muito discutido qual os limites dos valores de Z para prevenir a criação de
sulfetos. Tsutiya, 1999 comenta que Takahashi sugere o valor de 7.500, Paintal 7.500 e
Ludwig e Almeida 10.000. As Tabelas (36.1) e (36.2) mostram alguns valores limites de Z.
Para valores de Z menores que 5.000 o H2S está raramente presente ou somente em
diminutas concentrações nos coletores.
Para valores de Z iguais ou maiores que 25.000, o H2S dissolvido estará presente
com freqüência e tubos de concreto com pequenos diâmetros possivelmente entrarão em
colapso dentro de cinco a dez anos.
Tabela 36.2- Valores de Z e possibilidades de produzir ou não sulfetos
Valores de Z Condições a serem observadas
Z< 5.000 Neste caso o sulfeto é raramente gerado
5.000≤Z≤25.000 Podemos ter ou não o sulfeto
Z> 25.000 Será criado o sulfeto
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O Dr. Sérgio Rolim Mendonça, fez uma tabela de declividades mínimas que se deve
ter para não haver gases, usando Z=5.000, que deve ser usado principalmente para grandes
coletores de esgotos. O coletor é calculado a meia seção e o coeficiente de rugosidade é
n=0,013.
I min= K x 10-6 x (EDBO)2/Q 2/3
Sendo:
Q= vazão no coletor em litros por segundo;
T= temperatura média do esgoto no mês mais quente em °C;
EDBO= DBO a 5 dias e 20 °C do esgoto bruto em mg/l multiplicado pelo fator 1,07 T-20
EDBO=DBO 1,07 T-20
EDBO = em mg/l;
K= valor obtido na Tabela (36.4);
I min = declividade mínima do coletor em m/m.
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Exemplo 36.1
Seja o coletor predial com diâmetro nominal 150, a ¾ da seção ou seja y/d=0,75.
Suponhamos ainda que a temperatura média do mês mais quente seja de 25° C que a DBO
a 5 dias e 20°C seja 250 mg/litro e que o coeficiente de rugosidade de Manning seja
n=0,013, como adotado normalmente. A vazão máxima que o coletor pode conduzir com a
declividade de 2% (0,02m/m) é de 6,66 litros/segundo.
Para calcular o ângulo central em radiano usamos:
θ = 2 arc cos ( 1 – 2 (y/D))
obtendo: θ = 2 arc cos ( 1 – 2 (y/D))= 2 arc cos ( 1 – 2 (0,75))= 2,32 rad
O perímetro molhado P=(θ D)/2= (2,32 x 0,15)/2 =0,18m
3 (EDBO) p
Z= ------------------- x --------
I 1/2 Q 1/3 b
3 x 259,63 0,18
Como o número Z de Pomeroy é igual a 5.515 portanto maior que 5.000 poderá
haver ou não a produção de sulfetos. Caso fosse menor que 5.000 não haveria possibilidade
da formação de sulfetos. Caso fosse superior a 25.000 com certeza teríamos a produção de
gases.
Caso queiramos aplicar a fórmula da declividade mínima em que não haverá a
produção de gases teremos que usar a fórmula número:
I min= K x 10-6 x (EDBO)2/Q 2/3
Sendo que o valor de K=2,106 obtido na Tabela (36.2), com y/d=0,75
I min= K x 10-6 x (EDBO)2/Q 2/3 = 2,106x10-6 x (259,63)2/6,66 2/3=0,073 m/m
I min= 0,073 m/m, é a declividade mínima para que não se tenha no coletor a
produção de gases.
Na prática se usam para os coletores prediais de esgoto sanitário, tubos de PVC ou
tubos de cerâmica, os quais não apresentam nenhum problema estrutural para os gases.
Relembremos também que nas redes coletoras públicas não existem tubos
ventiladores, não ser em casos especiais, tal como em elevatórias. A ventilação das
instalações prediais de esgoto, compete ao prédio.
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36.6 Interceptores
Em interceptores que geralmente possuem diâmetros maiores que 500mm e são
feitos de concreto, o problema de sulfetos tem ser considerado. Devido a isto é que a norma
da ABNT para Interceptores obriga que os mesmos sejam dimensionados com a tensão
trativa mínima de 1,5Pa, ao invés de 1,0 Pa usado nos coletores comuns.
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Capítulo 37
Reabilitaçao de córregos e rios
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
37.1 Introdução
37.2 Conceitos
37.3 Os cinco elementos chave em um rio ou córrego
37.4 Potência dos córregos e rios
37.5 Transporte de sedimentos
37.6 Dimensionamento de canais
37.7 Bibliografia
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37.1 Introdução
Há uns 20 anos com a degradação física e biológica cada vez maior de córregos e rios começou-se
a se ter idéia da recuperação dos mesmos para retorno físico e biológico.
Iremos considerar os córregos e rios urbanos, que são aqueles que possuem uma área impermeável
maior que 10%, pois quando a área é menor que 10% não há impactos no ecossistema aquático.
37.2 Conceitos
Os conceitos fundamentais são:
Restauração: consiste em volta as condições exatamente como eram antigamente quando não
havia população e não havia interferência do homem. É praticamente impossível de ser feita.
Reabilitação: consiste em restaurar alguns aspectos do córrego e do rio, mas não todos.
Renaturalização ou naturalização: significa uma maneira natural para o rio de maneira que o
mesmo volte ao ecossistema que existia antes.
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Qualidade da água
No assunto qualidade da água do rio estudamos os nutrientes, os metais pesados, os sais e os
compostos orgânicos que são lançados ao rio diretamente ou através da poluição difusa levado pela
drenagem superficial. Estudamos também o aumento de temperatura devido a lançamentos industriais
ou água de drenagem bem como a vegetação ripariana e a mata ciliar.
Quantidade de água
Deverão ser estudados os componentes hidrológicos do rio, tais como o aumento da área
impermeável, o aumento do runoff, o aumento das velocidades, o decréscimo da vazão base e estudo
de novas seções nos rios.
Uma recomendação que está em Austrália, 2000 está o seguinte: em caso de dúvida, copie.
Quando se quer reabilitar um córrego deve-se procurar um córrego próximo que tenha as condições
físicas e biológicas que queremos e então copiamos o modelo.
Na Europa em 2004 foram estudados 23 casos de reabilitação de rios com comprimento
variando de 1300m a 9500m ao custo médio de 1500 euros/metro.
Os objetivos são variados estando encaixados dentro dos 5 elementos da saúde do rio citado em
Austrália, 2000.
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38.1 Introdução
Vamos mostrar alguns assuntos de redes de esgotos que não são comuns na prática.
Tive oportunidade de ver uma favela em Brasília onde foi feita com pleno êxito uma
rede condominial, pois os terrenos eram grandes e planos, não havia pequenos córregos e as
casas eram construídas no meio do lote.
Cheguei a trazer os especialistas de Brasília no assunto para ver a solução das
favelas aqui em Guarulhos, que é a 4ª cidade do Brasil em número de favelas. Não
encontraram solução, pois não há espaço para passagem das tubulações.
Apliquei há anos no bairro do Jardim Paraventi em Guarulhos onde há terrenos com
grande desnível da rede de esgotos passando pelo fundo dos lotes. A solução foi ótima no
momento, mas com o decorrer dos anos, foram feitas construções sobre a rede de esgoto e
muitos moradores introduziram águas pluviais dentro das mesmas, causando sérios
problemas com os vizinhos.
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38.6 Softwares
Os softwares mais conhecidos sobre redes de esgotos são:
• CEsg redes de esgotos; Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
• SanCAD- Sistemas de esgoto sanitário e pluvial., Universidade Federal de Minas
Gerais, Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Sanegraph.
• CEsg- Sistema automático de cálculo de redes de esgotos sanitários. Universidade
Federal do Ceará.
• SewerCAD; Bentley antiga Haestad Methods.
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Capitulo 39- As megatendências do mercado de água
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