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Aula 1 - Lagos e Reservatórios

1. Ecossistemas lênticos e lóticos

● São formados por águas continentais.


● Ecossistemas lênticos: Não possuem um fluxo laminar/contínuo da água. Em geral, são
ambientes de águas mais paradas, como lagos, lagoas, charcos, pântanos, represas,
reservatórios e açudes. O tempo de residência desses ecossistemas é grande.
● Ecossistemas lóticos: São ambientes que possuem um tempo de residência menor, podendo ser
até mesmo de segundos. Possuem um fluxo contínuo de água, como nascentes, rios, riachos e
arroios.

* Tempo de residência: medida física do tempo para que a água inteira do ambiente se renove.

● A biota destes dois ecossistemas está adaptada às variações de cada ambiente, o que se torna
essencial devido ao movimento e à força física da massa de água.

2. Ecossistemas lênticos

● Limnologicamente falando, lagos e lagoas não possuem grandes diferenças.


- São ambientes naturais;
- Sua idade que acompanha o processo geológico de formações das bacias hidrográficas;
- Processo de envelhecimento lento;
- Origens variadas;
- Possuem uma morfometria regular, oval ou redonda, sendo raramente dendríticos;
- Índice de desenvolvimento de margem é baixo;
- A profundidade máxima fica, em geral, próxima ao centro;
- Sedimentos são autóctones;
- Gradientes direcionados pelo vento;
- Tempo de residência alto.

● Represas
- Ambientes artificiais;
- Tendem a ser jovens;
- Possuem um processo de envelhecimento (assoreamento) rápido;
- Em geral, são formados por inundação de vales de rios;
- Possuem uma morfologia dendrítica;
- Índice de desenvolvimento de margem é alto;
- A profundidade máxima fica perto da barragem;
- Sedimentos alóctones;
- Gradientes direcionados pelo fluxo;
- Tempo de residência baixo e variável.

● Lagunas
- Possuem águas salobras ou salgadas em algumas partes;
- Podem ter zonas de estuário associadas.

OBS: Açudes se comportam como pequenos lagos, em geral

3. Classificação trófica

● Podemos classificar os ambientes aquáticos quanto ao seu grau de trofia, ou seja, sua
capacidade de nutrição, considerando os processos de produção biológica dos ecossistemas
aquáticos.
● Para isto, temos os índices de estado trófico
- Em geral, analisam a quantidade de fósforo disponível dentro da água.
- Mas também pode levar em conta outros elementos, como clorofila A e transparência da
água.
● Existem diversas escalas de índices de estado trófico, cada uma adequada para um tipo de
ambiente diferente.
● Dessa forma, os parâmetros utilizados dependerão do conhecimento prévio do ambiente e do
tipo de ecossistema formado.

4. Algumas teorias ecológicas aplicadas aos ecossistemas aquáticos


- Teoria da dinâmica de manchas: Considera os gradientes ao longo do curso da bacia hidrográfica,
como se as lagoas fossem verdadeiros fragmentos, de maneira muito similar ao que ocorre em
fragmentos florestais. Assim, delimita-se sub-regiões de características próprias ou comportamentos
homogêneos.

- Hipótese do distúrbio intermediário: Comunidades que sofrem perturbações intermediárias têm


seu estado de organização interrompido ou destruído, total ou parcialmente. Esses distúrbios
modificam a comunidade, criando novos nichos e promovendo o recrutamento de novas espécies.

- Estados alternativos de Equilíbrio: Se refere à perturbações que aparecem e permanecem no corpo


de água, o que normalmente não ocorre em ambientes terrestres. Por exemplo, o esgoto chega no
ambiente aquático, enriquecendo-o com nitrogênio e fósforo e permanece ali. A modificação abrupta
do ambiente leva a uma mudança na biota, o que faz com que a comunidade atinja um estado de
equilíbrio alternativo. Desta forma, o equilíbrio e a biota atuais são diferentes dos iniciais. Ex:
alternância entre as macrófitas e fitoplâncton nos ambientes aquáticos.

5. Represas e reservatórios

● Em geral, derivam do represamento de rios, tendo funções variadas:


- Abastecimento de água;
- Regularização de cursos de água (para evitar que rios extravasem seus leitos e provoquem
inundações, por exemplo);
- Irrigação;
- Obtenção de energia elétrica;
- Navegação e recreação.
● As represas apresentam grande instabilidade limnológica, que depende de suas características
hidráulicas. Por exemplo, o nível de água desses locais varia muito em função das
necessidades de uso da água de uma usina. Sendo assim, a biota acaba sendo fortemente
afetada.
● Por apresentarem baixo tempo de residência de suas águas, podem ser considerados como um
estado intermediário entre um rio e um lago, ou seja, entre um ambiente lótico e lêntico.
● Em reservatórios, o volume morto corresponde à reserva de água mais profunda das represas,
abaixo dos canos de captação, sendo também conhecido como reserva técnica de água. Por
estar em contato mais próximo com o sedimento, essa água apresenta uma qualidade menor,
contendo muitos nutrientes, altas concentrações de metais pesados e outros elementos
químicos prejudiciais, compostos tóxicos liberados na respiração anaeróbica, entre outros.

6. Perguntas de fixação:
1. O que são ecossistemas lênticos e lóticos?
2. Quais são as diferenças entre lagos, lagoas, lagunas e reservatórios?
3. Que parâmetros podem ser utilizados para a classificação do estado trófico de ecossistemas
lênticos?
4. Cite algumas teorias ecológicas que podem ser trabalhadas em ecossistemas aquáticos
lênticos.
5. Cite alguns efeitos positivos e negativos da construção de represas.
6. O que significa o “volume morto” dos reservatórios de abastecimento e como é a qualidade
de sua água?
7. Quais os aspectos negativos dos reservatórios inseridos em grandes centros urbanos
(reservatórios urbanos)?

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