ÁGUA NA GRANDE

AMAZÔNIA SOB O PONTO

DE VISTA
GEOAMBIENTAL

DISCENTES: ELIENAY VINICIUS E RAFAEL NUNES

COMPONENTE: SILVICULTURA GCCA012.T
ÁGUA NA GRANDE AMAZÔNIA

• Considerada a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia estende-se em território brasileiro por nove estados
que fazem parte da Bacia Amazônica;

• São eles: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

• A região amazônica é um dos lugares onde mais chove no planeta, ou seja, detém um dos maiores índices
pluviométricos conhecidos, com uma média anual de precipitação de 2300mm/ano;

• Com médias anuais de temperatura por volta dos 26º C, aliadas à presença da floresta e à enorme quantidade de
rios e igarapés, tudo isso influenciando no ciclo local da água.
 ÁGUA NA GRANDE AMAZÔNIA

• A região é conhecida por ter apenas duas estações: o período de cheia e o de seca, cada um
com duração de seis meses;
• ÉPOCA DE CHEIA: março a agosto/setembro, com variação de até 15 metros a mais de água na floresta, a água chega na copa de
muitas árvores;

• ÉPOCA SECA: outubro a janeiro/ fevereiro, com variação de até 15 metros a menos de água na floresta.
 ÁGUA NA GRANDE AMAZÔNIA

• Quando chove nessa região, parte da chuva cai diretamente no solo e parte atinge as árvores
da floresta;
• A parte que atinge o solo é evaporada pelo calor do solo ou da matéria orgânica depositada
nele;
• Já a parte que atinge a copa das árvores desce pelos galhos e troncos e pingam formando o que
se chama de chuva interna.
 ÁGUA NA GRANDE AMAZÔNIA
• Existe na Amazônia o que chamamos de chuva interna;

• Ao atingir o solo parte da chuva interna evapora, parte percola no solo

e/ou chegam aos igarapés.
• As árvores liberam, então, água para a atmosfera por dois processos:
pela evaporação que ocorre nas águas que estão na superfície de suas
folhas e pela transpiração, no processo que chamamos
evapotranspiração;
• Com a evaporação a água volta para a atmosfera e fecha o ciclo
ÁGUA NA GRANDE AMAZÔNIA
• Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA indicam que
uma árvore que possui uma copa de 10 metros de diâmetro é capaz de evapotranspirar mais
de 300 litros de vapor de água por dia;

• Como a floresta amazônica é imensa, o volume de água inserido na atmosfera pela

evapotranspiração também será imenso;
• De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), cada árvore da
Amazônia alcança copa de 20 metros e chega a produzir mais de mil litros de água por dia.
Isso corresponde a 20 bilhões de toneladas de água por dia gerados pela floresta, volume
superior ao tamanho do Rio Amazonas, maior do País, que coloca 17 bilhões de toneladas de
água diárias de volta ao mar;
• Parte do vapor de água acaba por se condensar formando nuvens, que rapidamente se
transformam em chuva devido ao calor ambiente;
• Esses vapores são, então, transportados pelos ventos na forma de rios voadores.
 ÁGUA NA GRANDE AMAZÔNIA
• A Amazônia como um todo, também conhecida
“Amazônia Continental” ou ainda a “Grande
Amazônia”, pode ser entendida como Pan
Amazônia, é formada por seis bacias
hidrográficas, sendo a de maior extensão e
relevância a do Rio amazonas;

• A maior bacia hidrográfica do Brasil (e do

mundo) é a Bacia Amazônica, que é constituída
por todos os rios, córregos, ribeirões e demais
cursos de água que deságuam no rio
Amazonas;

• A confluência do Solimões com o rio Negro

constitui o Amazonas.
 IMPORTÂNCIA PLANETÁRIA DESTE
ECOSSISTEMA
• A importância do ecossistema Amazônico,
como um todo, é de amplitude planetária,
podendo-se levantar dois aspectos deste fato:
• 1) DINÂMICO: O ciclo das água que está
intimamente ligado e interagindo com a
cobertura vegetal, que existe por decorrência
do posicionamento geográfico (Oceano
Atlântico, Cordilheira dos Andes e baixas
latitudes.). Componente fundamental para o
equilíbrio das condições climáticas do globo.
Transporte de calor da zona equatorial para
zonas temperadas, contribuindo ainda, em
grande escala, para as precipitações e
distribuição de chuvas no planeta como um
todo, mas especialmente na America Central,
America do sul e da America do Norte.
IMPORTÂNCIA PLANETÁRIA DESTE
ECOSSISTEMA
• A importância do ecossistema Amazônico, como um todo, é de
amplitude planetária, podendo-se levantar dois aspectos deste
fato:

• 2) ESTÁTICO: A biodiversidade animal e vegetal presente é tida

como a maior do planeta, sendo, portanto, um “banco” ou “fundo”
genético inigualável, ainda que quase totalmente desconhecido, em
termos de uso para os mais diversos fins(medicinais, cosméticos,
alimentares, etc.) A região também é considerada uma das últimas
reserva mundiais de energia, seja originada de gás natural ou do
potencial hidrelétrico dos seus caudalosos cursos d´´agua, seja,
sobretudo, como um gigantesco depósito de biomassa a ser
explorado no futuro.
Ciclo Hidrológico
• Apesar de ter toda essa imensidão de água (rios,
humidade e chuvas) a proporcionalidade em termo
das águas:
Águas Superficiais: 8%
Águas Atmosféricas: 8%
Águas Subterrâneas: ? 84%
• As águas subterrâneas da Amazônia está contida
nos aqüíferos, principalmente no conhecido
Aqüífero Alter do Chão. (Palestra do geológo
Francisco MATOS)
Relação entre Recursos Hídricos e População das
diferentes regiões brasileiras
Águas superficiais
Raramente livres de contaminação, mesmo nas
bacias de mananciais com pouca ou nenhuma
presença humana.
Esgotos, impurezas, atividades rurais, agrotóxicos,
sedimentos erodidos e dejetos de animais.
Tratamento: Requer utilização de equipamentos
mecânicos, aplicação de produtos químicos, e de
pessoal treinado para operar e manter
continuamente o sistema.
Águas subterrâneas
São mais protegidas da poluição, geralmente de
boa qualidade e abundantes.
Não necessita de espaço em superfície
Menor adição de tratamentos químicos,
Acesso para captação(poços) é mais fácil e menos
onerosa,
Dispensa rede de distribuição (poço)
É mais difícil de contaminar, também é mais
complicado para descontaminar.
Pouco interesse e investimento em pesquisas,
problemas com contaminação ao entorno de
centros urbanos.
O que é um Aqüífero?
• É um reservatório de água situado em
regiões que apresentam solos e rochas
permeáveis, permitindo a penetração,
armazenamento e circulação interna da
água advinda da superfície.
• A água é filtrada enquanto passa pelos
poros existentes no relevo, o que permite a
formação de nascentes, lençóis freáticos,
rios e recursos hídricos com grande
quantidade de água potável.
• Os mais comuns são aqueles formados por
rochas sedimentares clásticas.
Aqüífero Alter do Chão
Aquífero Guarani: Era até então
considerado o maior do mundo. Com um
volume de 37 mil km³ de água. Extensão de
1,2 milhão de km² sendo 70% presente em
terrítorio nacional.
Aquífero Alter do Chão: Em 2010,
descobriu-se que suas reservas eram ainda
maiores, tendo um volume de 86,4 mil km³
de água e uma extensão de 312.574km².
Superando mais do que o dobro de
quantidade de volume hídrico do Aquífero
Guarani e com 100% em terrítorio nacional.
É do tipo misto, com uma parte superior do
aqüífero livre e uma parte confinada. As
rochas são do tipo sedimentar,
predominantemente composta por argilito e
arenito.
(Serviço Geológico Nacional)
Águas Subterrâneas na Grande Amazônia
• SAGA: Sistema Aqüífero
Grande Amazônia
• A partir de 2010, através de estudos de
estratigrafia realizados pela UFPA, observou-se
que o Alter do chão é um sistema
hidrogeológico, que abrange desde as bacias
sedimentares do Acre, Solimões, Amazonas e a
ilha do Marajó (PA).
Tem em torno de 162.000km³ de água
equivalendo-se a 4 Guaranis.
Sendo assim, um imenso potencial de água
subterrânea no Brasil e um dos maiores sistemas
aqüíferos do mundo.
(ABREU, 2013; LAGES, 2016).
Tipo do Aqüífero
SAGA
Misto: 10% livre e 90% confinado.
O aqüífero livre:
Possui espessura média de 50m e está sob
uma camada arenosa, o que possibilita
mais facilidade na extração e reposição do
mesmo.
O aqüífero confinado:
Possui uma espessura de 430m e está sob
rocha de basalto, suas águas tem mais de
10 mil anos.
Tempo de recarga diretamente relacionado
ao índice de precipitação da região.
Vantagens
Maior reserva de água potável subterrânea
do mundo.
Acesso fácil (sob terreno arenoso) e boa
qualidade desse tipo de água, que apresenta
menor risco de contaminação do que a água
superficial. A chuva penetra com facilidade
no solo, e a areia funciona como um filtro.
Grande potencial em termos ecônomicos:
Suporte para a Agricultura (irrigação)
Produção Industrial
Abastecimento urbano.
Usos de água subterrâneas na região

 Fornece água para 40% da população de Manaus e para

Santarém, no Pará.

 Potencial em termos econômicos:

Utilização para irrigação de culturas, permitindo uma 2º
safra e incrementando a produção agrícola da Amazônia.
Fornecimento de água mineral e potável para as áreas onde
se tem escassez de água, para fins domésticos e
industriais.
Vulnerabilidades
• Poluição e contaminação ao longo dos
núcleos urbanos da Amazônia:
Qualidade da água: Por falta de saneamento
básico, cerca de 80% dos poços construídos
produzem água imprópria para consumo
humano.
• Poluição principalmente por N2.
• Lixão
• Desabamento de terra
• Recarga(relação infiltração x percolação)
• Relação Simbiótica Água x Floresta -
Retirada da floresta e/ou tipo de vegetação
afeta todo o ciclo de transferência das
partículas de água. (dinâmica de recarga de
aqüíferos)
• Atividade agropécuaria quando emprega-se
grandes quantidades de defensivos agrícolas.
• Quando poluída, é muito mais complicado
para reverter o processo.
• Sistema finito
• Crise de gerenciamento da água
 Cenário Mundial dos recursos hídricos
subterrâneos

Segundo o Water Resources Research,

mais da metade dos 37 maiores aquíferos do
mundo ultrapassaram seus pontos críticos
(tipping points), o que significa que deles se
extraiu mais água do que neles foi reposta
durante a década de observação (2003-2013). E
isso ocorreu justamente, e não por acaso, nas
áreas com maior densidade demográfica do
planeta, conforme
mostram as zonas em amarelo, laranja e
vermelho no mapa ao lado .
• Dessa forma, os estudos de caráter hidrogeológico
mostram que a explotação de água subterrânea deve
obedecer a alguns critérios essenciais, entre os quais se • A proteção dos aquíferos assegurada por uma fiscalização
destacam: mais intensa sobre os resíduos gerados, maior controle nas
áreas de agricultura, tratamento de esgotos adequados,
• a) avaliação da entrada anual de água das chuvas perfurações de poços seguindo critérios técnicos e
(precipitação) à partir do balanço hídrico nas áreas de controle das áreas de lixões e aterros sanitários.
recarga, com a estimativa do potencial de recarregamento
do aquífero, com a conseqüente formação das reservas • No Brasil, a fiscalização da água subterrânea, sobretudo
renováveis (ativas) ou reguladoras; em relação à outorga de poços profundos, fica a cargo dos
órgãos estaduais .
• b) retirada anual de água, tendo por base o correspondente
a 25% do volume do potencial de recarga, também
conhecida por reserva explotável, principalmente para
aquíferos sedimentares, que são mais vulneráveis aos
colapsos de ordem geológica. O potencial de recarga anual
é também conhecido por potencial renovável de água ou
reserva renovável (ROCHA, 1997).
Conclusão
• Políticas de proteção e de conservação acerca desse vasto manancial precisam sem implementadas, haja vista
o grande potencial dessa reserva incalculável de água.
• Conhecimento sobre uso e qualidade da água ainda é escasso, e precisa ser aprimorado tanto para avaliar a
possibilidade de uso para abastecimento humano como para preservá-lo em razão de sua importância do ciclo
hidrográfico regional.
• O aproveitamento do manancial subterrâneo e a utilização do lençol subterrâneo através de poço tubular
profundo, para abastecimento público de água nas comunidades de várzea na Amazônia é tecnicamente
viável. No entanto, requer obras de captação corretas, visando a conservação da qualidade da água
subterrânea nesse rico ecossistema.
• Mais pesquisas são necessárias sobre a utilização da água subterrânea na várzea Amazônica, cabendo as
nossas autoridades despertarem para o tema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• http://www.revistaservioeste.com.br/noticias/a-floresta-que-fabrica-chuva
• http://www.taririamazonlodge.com.br/estacoes-da-amazonia-cheia-e-seca/
• https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/27831
• https://portalamazonia.com/amazonia/reserva-subterranea-de-agua-da-amazonia-pode-abastecer-o-planeta-po
r-250-anos
• https://www.minasjr.com.br/saga-o-maior-aquifero-do-mundo/
• https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/55852758/artigo-analisa-cenario-mundial-dos-aquiferos?
p_auth=0i4ZO6Ef
• https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/luiz-marques/aquiferos-o-declinio-invisivel
• https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1127621/1/Gomes-Cenario-mundial-2020.pdf