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HIDROGEOLOGIA

Luana Lima
Ciclo Hidrológico
Ciclo hidrológico
 Origem das nascentes/De l’origine des
fontaines (Pierre Perrault, 1674);
◦ Mediu pela primeira vez a precipitação pluviométrica sobre uma bacia
hidrográfica e o volume de água de escoamento superficial
correspondente;
◦ Na Bacia do Rio Sena precipitação média anual 520 mm  63 milhões de
m³/ano
◦ Descarga média do Rio Senna  10 milhões m³/ ano;
◦ Ficou assim demonstrado que as chuvas poderiam facilmente garantir o
fluxo de água dos rios, de água para as plantas e, ainda, de água para
infiltração até profundidades além do alcance das raízes.

Água Subterrânea
O que é hidrogeologia?

HIDROGEOLOGIA (Hydrogeology) é o ramo da Hidrologia que estuda a água


subterrânea, em especial a sua relação com o ambiente geológico; é, pois, uma das
ciências da Terra. Trata das condições geológicas e hidrológicas, com base nas leis
da Física e da Química, que regem a origem, a distribuição e as interações das
águas subterrâneas. As intervenções humanas devem basear-se na aplicação de tais
conhecimentos: prospecção, captação, proteção. O termo existe desde 1802
(Lamarck); como ciência, desde 1856 (Darcy). Atualmente a conotação ambiental é a
mais importante. Fonte: http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-
Ametista/Canal-Escola/Termos-Hidrogeologicos-Basicos-631.html
Água no mundo

Fonte: FAO
Os dados da UNESCO/PHI (2003), mostram que os processos naturais
de transformação da água salgada dos oceanos, principalmente, engendram
uma descarga de longo período de água doce nos rios da Terra da ordem de
43.000 km3/ano.
Consumo de água doce no mundo

Fonte: Rebouças,2018
Prognóstico da crise da água
 Distribuição desigual pelo mundo;

 Gerenciamento inadequado;

 Contaminação;

 Crescimento da população mundial;

 Plagiando Mahatma Gandhi (1869-1948) diria que não há falta de água doce
no mundo para satisfazer todas as necessidades da humanidade, mas não o
bastante para atender os grandes desperdícios e degradação da qualidade
em níveis nunca imaginados, tanto na agricultura, quanto nas cidades
(Rebouças,2008);
Oriente Médio e Escassez de Água
 No Oriente Médio, a água é um recurso precioso e uma fonte de conflito. A
escassez de recursos hídricos está aumentando as tensões políticas entre países
devido aos interesses comerciais. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi, em
parte, a resposta de Israel à proposta da Jordânia de desviar o rio Jordão para
seu próprio uso. A terra tomada na guerra deu-lhe acesso não apenas às águas
das cabeceiras do Jordão, como também o controle do aquífero que há por
baixo da Cisjordânia, aumentando assim os recursos hídricos em quase 50%;
Crise de água na Califórnia
 Oeste do país depende da neve para reabastecer seus recursos hídricos;
 A água subterrânea passa ser o plano B para abastecimento que se esgota
rapidamente;
 Grande parte da água é utilizada para agricultura;

(http://www.esquerda.net/artigo/california-vive-seca-historica-
peticao-exige-que-nestle-pare-de-engarrafar-agua/36733)
Água subterrânea solução de
abastecimento

 Papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos


e brejos.
 Responsável pelo fluxo de base dos rios quase 1/3 da descarga dos rios.
 Em determinadas áreas, como regiões áridas e certas ilhas, a água
subterrânea pode ser o único recurso hídrico disponível para uso humano;
 Geralmente ela dispensa tratamento, economizando na execução de grandes
obras como barragens e adutoras.
 Mais da metade da população do mundo depende da água subterrânea para
suprimento de suas necessidades de água potável;
Como ocorre a água subterrânea?
Como ocorre a água subterrânea?

 Aquífero é um reservatório de água subterrânea,


caracterizado por camadas de rocha ou formações
geológicas suficientemente permeáveis, capazes de
armazenar e transmitir água em quantidades que
possam ser aproveitadas como fonte de
abastecimento para diferentes usos.
Tipos de Aquíferos
 Quanto ao tipo de porosidade da rocha;
Tipos de Aquíferos
 Porosidade total nos sedimentos e rochas sedimentares (Fetter ,1994).
Tipos de aquíferos
 Relação entre a litologia e a permeabilidade das rochas.;

Permeabilidade: indica a facilidade com que a água flui através da rocha e está
relacionada com o tamanho e o volume de poros interconectados, a forma, a
distribuição e a variação do tamanho dos grãos.
Tipos de Aquíferos
Tipos de Aquíferos
 Quanto suas características hidráulicas, dependendo da pressão que são
submetidos;

 Aquífero livre ou freático: está mais próximo à superfície, onde a zona


saturada tem contato direto com a zona não saturada, ficando submetido à
pressão atmosférica. Neste tipo, a água que infiltra no solo atravessa a zona
não saturada e recarrega diretamente o aquífero;
Tipos de Aquíferos
 Quanto suas características hidráulicas, dependendo da pressão que são
submetidos;
 Aquífero confinado é limitado por camadas de rocha de baixa permeabilidade
(como argila, folhelho, rocha ígnea maciça etc.). Está submetido a uma
pressão maior que a atmosférica. O nível da água tem pressão para atingir
uma altura acima do topo do aquífero, mas é impedida pela camada
confinante. Neste caso, o nível da água está submetido a uma pressão maior
que a atmosférica sendo chamado de nível potenciométrico;
Tipos de Aquíferos
Tipos de Aquíferos
Águas subterrâneas- outras
definições
 Camadas de rochas saturadas, com baixa capacidade de transmitir água às
rochas adjacentes, ou seja, com baixa permeabilidade, são consideradas
aquitardos (exemplo: argila arenosa).
 Quando o material é impermeável, isto é, com certa capacidade de armazenar
água mas sem capacidade de transmiti-la, utiliza-se o termo aquiclude
(exemplo: argila).
 As rochas impermeáveis que não armazenam e não transmitem água são
denominadas aquifugos (exemplo: granito não fraturado e não alterado).
Águas Subterrâneas- tempo de
circulação
 Recarga e Descarga
Potenciais de Água Subterrânea no
Brasil

(Rebouças,2008)
Potenciais de Água Subterrânea no
Brasil- São Paulo
Aquífero Guarani
 Aquífero Guarani : sedimentar e de extensão regional, considerado um dos maiores
reservatórios de água subterrânea do mundo, estendendo-se por 1.195.500 km2;
 70% de sua área total, está em território brasileiro;
 Chega a atingir cerca de 400 metros de espessura ao longo da calha do rio Tietê. No
extremo oeste do Estado, o topo do aquífero situa-se em torno de 1.300 metros
abaixo do nível do mar na região de Presidente Prudente, junto ao rio Paraná;
 Formado há cerca de 130 milhões de anos, é constituído, predominantemente, por
arenitos de granulação média a fina, depositados pela ação eólica, em um ambiente
desértico. Como este arenito é bastante homogêneo, possui grande quantidade de
poros interconectados, que imprime uma elevada capacidade de armazenar e
fornecer água.
 Existem poços bombeando vazões superiores a 500 m3/h, estudos (CPRM 2005)
recomendam vazões sustentáveis de até 360 m3/h por poço, de forma a evitar a
superexploração.
Potenciais de Água Subterrânea no
Brasil- Rio de Janeiro
Potenciais de Água Subterrânea no
Brasil- Rio de Janeiro
 A Bacia de Campos localiza-se no litoral norte do estado do Rio de Janeiro. Na
parte emersa incorpora os municípios de Campo dos Goytacazes, São João da
Barra, Quissamã e São Francisco do Itabapoana;
 As unidades litoestratigráficas da Bacia Campos constituem importantes
aquíferos, que possuem papel estratégico no abastecimento de água na região,
com os melhores resultados de abastecimento de água subterrânea no estado do
RJ, podendo atingir vazões de até 250m³/h (CAPUCCI, 2003);
 Vocação urbana, turística e agrícola.
 Região petrolífera configura a vulnerabilidade dos sistemas aquíferos!
Aquífero Emborê

(Costa et al., 2010)


Aquífero Alter do Chão

 Sedimentos
inconsolidados;

 seu volume estimado é de 86,4 mil km³


de água
Aquíferos do Norte de Minas

Janaúba

Favorabilidade Hidrogeológica_CPRM
Rêferencias
 COSTA, M. C. O; BARBOZA, A. C. L.; COSTA, A. N. C.; SANTOS, R. M.; RAMOS, I. Análise
Hidroquímica das Bacias de Campos e Resende. Relatório Técnico do Projeto FAPERJ/2007. Rio
de Janeiro. 2010. 22p.
 FETTER, C.W. 1994. Applied Hydrogeology. 3 ed. New Jersey. 691p.

 HEILBRON, M.; DUARTE, et al. 2005Geologia da bacia do Rio São Domingos, São José de Ubá,
Rio de Janeiro. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO SUDESTE, 2005. Boletim... Niterói, 2005, p.118.

 IRITANI, M.; EZAKI, S.2009 As águas subterrâneas do Estado de São Paulo. São Paulo :
Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SMA, 2009.104p.: il. Color.; 23cm. ) - 2a. Edição.

 LIMA, L.A.DE.2007. Favorabilidade Hidrogeológica para Aqüíferos Fraturados: Bacia


Hidrográfica do Rio São Domingos/RJ. 40f. 2007. Monografia de conclusão de curso
(Geologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Rio de Janeiro.
2007.

 SILVA, J.E et al.2003. Aplicação de Ensaios Geoelétricos em problema de Poluição Ambiental.


Revista Brasileira de Geofísica. Vol20(3).2003.

 REBOUÇAS,A.C. 2008. Importância da Água Subterrânea. In: FEITOSA, F. A. C. & FILHO J. M.


Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações. Fortaleza: CPRM, ii, pp. 133-174.

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