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Educação

Ambiental
e Cidadania
Recursos Hídricos e
Bacias Hidrográficas
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA:
RECURSOS HÍDRICOS E BACIAS HIDROGRÁFICAS

VALÉRIA STRANGHETTI
ZÉLIA APARECIDA VALSECHI DA SILVA

Guia referente à disciplina de Metodologia


da Pesquisa e do Trabalho Científico do
Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP,
elaborada pelo Prof. M.e Fernando Curtti.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP

Halim Atique Junior


Reitor

Manuela Kruchewsky Bastos Atique


Vice-Reitora

Agdamar Affini Suffredini


Pró-Reitora Acadêmica
APRESENTAÇÃO ........................................................ 6

1. BIODIVERSIDADE ................................................... 7

2. USOS MÚLTIPLOS DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS .. 17

3. REGIÃO HIDROGRÁFICA ........................................ 21

4. BACIAS HIDROGRÁFICAS ..................................... 27

5. CENÁRIO DOS RECUROS HÍDRICOS ................... 31

6. LEGISLAÇÃO ........................................................... 37

7. DICAS PARA ECONOMIA DOS RECURSOS HÍDRI-


COS .............................................................................. 41

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................... 43

REFERÊNCIAS ............................................................ 44
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

APRESENTAÇÃO

Bem-vindo à quarta parte do guia de estudos da disciplina de Edu-


cação Ambiental e Cidadania! Neste guia, estudaremos, especificamente,
os assuntos relativos à recursos hídricos e às bacias hidrográficas!

Para que este guia fosse produzido, utilizamos, além de nossa ex-
periência acadêmica, a legislação concernente aos problemas que serão
abordados na disciplina. A partir deste estudo, poderemos ter, em linhas
gerais, um panorama sobre o que tratam os recursos hídricos e as bacias
hidrográficas.

Leia e estude atentamente o guia! Esperamos não só que este tex-


to o ajude em uma melhor compreensão do assunto, mas também que o
motive para o desenvolvimento de outros estudos!

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1. RECURSOS HÍDRICOS E BACIAS HIDROGRÁFICAS

Os recursos hídricos são as águas superficiais (rios, riachos, lagos,


lagoa e pântanos) e subterrâneas (água que ocorre abaixo da superfície
terrestre) disponíveis para qualquer tipo de uso de região ou de bacia hi-
drográfica.

A água mantém-nos vivo, controla o clima, esculpe a terra, remove


e dilui resíduos e poluentes e é reciclada pelo ciclo hidrológico. O ciclo hi-
drológico ou ciclo da água é o movimento contínuo da água presente nos
oceanos, nos continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Esse
movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, que
provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.

Na atmosfera, formam-se as nuvens que, quando carregadas, pro-


vocam precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve. Nos con-
tinentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos e:

• infiltra e percola (passagem lenta de um líquido através de um


meio) no solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgin-
do na superfície na forma de nascentes, de fontes, de pântanos ou
na forma alimentar de rios e de lagos;

• flui lentamente entre as partículas e os espaços vazios dos solos


e das rochas, podendo ficar armazenada por um período muito va-
riável, formando os aquíferos;

. escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior


do que a capacidade de absorção do solo;

• evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evapora-


ção da água dos solos, dos rios e dos lagos, uma parte da água
é absorvida pelas plantas: essas, por sua vez, liberam a água
para a atmosfera por meio da transpiração. A esse conjunto, eva-
poração mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração;

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• congela, formando as camadas de gelo nos cumes de montanha


e de geleiras.

Apesar das denominações água superficial, subterrânea e atmos-


férica, é importante salientar que, na realidade, a água é uma só e está
sempre mudando de condição. A água que precipita na forma de chuva,
neve ou granizo, já esteve no subsolo, em icebergs e passou pelos rios e
pelos oceanos.

A água está sempre em movimento. É graças a isso que ocorrem:


a chuva, a neve, os rios, os lagos, os oceanos, as nuvens e as águas sub-
terrâneas) (figura 1).

Figura1: ciclo da água


Fonte: Disponível em: <https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRWLP-
gbGfqcr_ipV8hWSgcBqh4H0bZtFI_XIyOM6o95dtLQg10Bcg>. Acesso em: 20 jan. 2021

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Sabe-se que a água não é distribuída de uma maneira uniforme no


planeta (figura 2).

Figura 2: distribuição de água no planeta


Fonte: Disponível em: <slideplayer.com.br>. Acesso em: 20 jan. 2021.

Segundo Nowatzki (2011), de toda a água existente em nosso pla-


neta, 97% dela encontramos nos oceanos e nos mares; os outros 3% res-
tantes encontramos nos rios, nos lagos e nas lagoas, nas geleiras e nos
lençóis subterrâneos por se tratarem de água doce.

A distribuição da água no planeta Terra ocorre da seguinte maneira:

• 3% de água doce está distribuída da seguinte forma: 29,7% está


nos aquíferos; 68,9%, calotas polares; 0,5%, nos rios e nos lagos;

• 0,9%, em outros reservatórios (nuvens, vapor d’água, entre ou-


tros).

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1.1 Águas subterrâneas

As águas subterrâneas são fundamentais para o desenvolvimento


humano. No Brasil, elas desempenham importante papel no abastecimen-
to público e privado, suprindo as mais variadas necessidades de água em
diversas cidades e comunidades, bem como em sistemas autônomos resi-
denciais, indústrias, serviços, irrigação agrícola e lazer.

Menos reconhecido, mas igualmente importante, é seu papel eco-


lógico, fundamental para manutenção da flora, da fauna e dos fins estéti-
cos ou paisagísticos em corpos d’água superficiais, pois a perenização da
maior parte dos rios, lagos e pântanos é feita pela descarga de aquíferos,
por meio dos fluxos de base. Esse mesmo fluxo de base também é impor-
tante para auxiliar na diluição de esgotos e para evitar o assoreamento
dos rios pelo acúmulo de sedimentos e de lixos nas cidades, devido à sua
perda de capacidade de arrasto (HIRATA, 2010).

Em relação às demandas de água subterrânea, há incerteza em


relação ao número de poços existentes no Brasil. Cardoso et al. (2008) rea-
lizaram, utilizando diversos estudos e dados de órgãos gestores estaduais
de recursos hídricos e da Agência Nacional de Águas, análises para cada
unidade da federação, estimando a existência de cerca de 416 mil poços
perfurados no Brasil desde 1958, dos quais 63 mil estariam fora de opera-
ção (aproximadamente 15% do total).

A média atual de poços perfurados é de 10.800 por ano. No Estado


de São Paulo, duas áreas tiveram sua explotação restringida por proble-
mas de uso intenso sem planejamento ou superexplotação: são as cidades
de Ribeirão Preto e de São José do Rio Preto. Nessas duas localidades,
foram estabelecidas normas restritivas para a perfuração de novos poços
ou mesmo para a explotação das águas subterrâneas.

Na questão da demanda de água, cabe destacar também que a fal-


ta de conhecimento da participação das águas subterrâneas no abasteci-
mento público e privado cria um problema importante. Na maioria das cida-
des, desconhece-se o total de água proveniente de poços que é explotada

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pelo usuário privado. Geralmente, as estimativas são subestimadas e não


refletem a real dimensão da dependência que a cidade tem nos recursos
hídricos subterrâneos (HIRATA, 2010).

Embora toda água situada abaixo da superfície da terra seja evi-


dentemente subterrânea, na hidrogeologia a denominação água subterrâ-
nea é atribuída apenas à água que circula na zona saturada, isto é, na zona
situada abaixo da superfície freática (REBOUÇAS apud SOUZA, 2009).

A água subterrânea corresponde à parcela mais lenta do ciclo hi-


drológico e constitui nossa principal reserva de água, ocorrendo em volu-
mes muito superiores aos disponíveis na superfície. Ela ocorre preenchen-
do espaços formados entre grânulos minerais e nas fissuras das rochas,
que se denominam “aquíferos”.

As águas subterrâneas representam a parcela da chuva que se


infiltra no subsolo e migram continuamente em direção às nascentes, aos
leitos de rios, aos lagos e aos oceanos. Os aquíferos, ao reterem as águas
das chuvas, desempenham papel fundamental no controle das cheias. Nos
aquíferos, as águas encontram proteção natural contra agentes poluidores
e/ou perdas por evaporação (Ministério do Meio Ambiente apud SOUZA,
2009) (figura 3).

Segundo a Constituição de 1988, as águas subterrâneas são de


domínio dos Estados, mesmo aquelas interestaduais ou transfronteiriças;
no entanto, seguindo resoluções do Conselho Nacional de Recursos Hídri-
cos (CNRH) que preveem a gestão integrada das águas subterrâneas e su-
perficiais, a Agência Nacional de Água (ANA) vem atuando principalmente
em estudos sobre aquíferos que possuem interface com as águas superfi-
ciais de domínio da União (as interestaduais e as transfronteiriças), como
é o caso do Urucuia com os rios São Francisco e Tocantins (ANA, 2013).

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Figura 3: as águas subterrâneas


Fonte: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-cNzmiOkfueY/T_
IRn7e5B7I/AAAAAAAAAn8/7Tfrod-3Y8k/s1600/2+subterranea+aqui-
fero.jpg>. Acesso em: 20 jan. 2021.

1.1.1 Aquíferos

O aquífero é uma formação geológica do subsolo, constituída por


rochas permeáveis, que armazenam água em seus poros ou fraturas. Outro
conceito refere-se ao aquífero como sendo, somente, o material geológico
capaz de servir de depositório e de transmissor da água aí armazenada;
assim, uma litologia só será aquífera se, além de ter seus poros saturados
(cheios) de água, permitir a fácil transmissão da água armazenada. Um
aquífero pode ter extensão de poucos quilômetros quadrados a milhares
de quilômetros quadrados ou pode, também, apresentar espessuras de
poucos metros a centenas de metros (REVISTA SANEAS, 2008).

Etimologicamente, “aquífero” significa “aqui” (água) e “fero” (trans-


fere) ou, segundo o grego, “suporte de água” (HEINEN et al., 2003). Quan-
do nos referimos aos aquíferos, alguns autores citam sua definição de di-
ferentes maneiras. De forma mais objetiva, Fulgêncio (2007) salienta que o

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aquífero seria um “meio geológico de formação porosa (camada ou estrato), de


rocha permeável, areia ou cascalho, capaz de armazenar e fornecer quantida-
des significativas de água”. A explicação apresentada reforça a ideia apresenta-
da anteriormente e deixa evidente o seu sentido de necessariamente ser parte
de um contexto geológico.

1.1.1.1 Tipos de aquíferos

São classificados em função da pressão das águas nas suas superfícies


limítrofes: “superior” chamada “topo” e “inferior” chamada “base”, e também em
função da capacidade de transmissão de água das respectivas camadas limítro-
fes.

O aquífero livre, também chamado de freático ou não confinado, é


aquele cujo limite superior é a superfície de saturação ou freática na qual todos
os pontos se encontram à pressão atmosférica. Trata-se de uma camada super-
ficial, aflorante em toda a sua extensão e limitada na base por camada imper-
meável. Possui recarga direta e são aquíferos comuns, mais explorados e mais
vulneráveis.

O aquífero confinado, também chamado de aquífero sob pressão, é


aquele onde a pressão da água em seu topo é maior do que a pressão atmos-
férica.

1.1.1.1.1 Aquífero Guarani

O Aquífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea trans-


fronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da América do Sul,
entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e ocupa uma
área de 1,2 milhões de km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l km²), Paraguai
(58.500 km²), Uruguai (58.500 km²) e Argentina (255.000 km²).

Sua maior ocorrência dá-se em território brasileiro (2/3 da área total),


abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Pau-
lo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea


é formado por derrames de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Ju-
rássico e Cretáceo Inferior (entre 200 e 132 milhões de anos). É consti-
tuído pelos sedimentos arenosos da Formação Piramboia na Base (For-
mação Buena Vista na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo
(Missiones no Paraguai, Tacuarembó no Uruguai e na Argentina).

O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estra-


tégica para o abastecimento da população, para o desenvolvimento das
atividades econômicas e do lazer (figura 4).

Figura 4: Aquífero Gauarani


Fonte: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-y-
gP3K13s2tw/UAahFetWkBI/AAAAAAAASLs/WJ2ae9H-
zIAc/s1600/Aquifero.jpg>. Acesso em: 20 jan. 2021.

1.1.1.1.2 Aquífero Alter do Chão (Amazonas)

O Brasil vem-se apresentando como a grande potência ambiental


da humanidade e um local em que a natureza não economizou em nada.
O país é dono da maior biodiversidade do planeta, possui a maior floresta
tropical do mundo, o maior rio em volume de água e dispõe também da

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maior quantidade de água doce. Somos donos de 11% de toda água doce
disponível no mundo. E, para completar, temos ainda o Pantanal, conside-
rado a maior planície de inundação.

Uma nova e recente descoberta vem ampliar ainda mais o poder


brasileiro quando o assunto é disponibilidade de água. Trata-se do Aquífero
Amazonas (Alter do Chão), um reservatório transfronteiriço de água sub-
terrânea, que o Brasil divide com o Equador, Venezuela, Bolívia, Colômbia
e Peru.

Sua extensão é de quase quatro milhões de quilômetros quadra-


dos (3.950.000 km²) sendo constituído pelas formações dos aquíferos So-
limões, Içá e Alter do Chão. Com uma extensão três vezes maior que o
aquífero Guarani, o Amazonas é uma conexão hidrogeológica, com grande
potencialidade hídrica, mas ainda pouco conhecida.

Segundo dados da Gerência de Apoio ao Sistema de Água Sub-


terrânea do Ministério do Meio Ambiente, a formação Alter do Chão parti-
cipa no abastecimento das cidades brasileiras de Manaus, Belém, Santa-
rém e da Ilha de Marajó. A utilização do Solimões é principalmente para
o abastecimento doméstico, sendo fonte importante para a cidade de Rio
Branco, no Acre. A formação Içá abastece a cidade de Caracaraí, no sul de
Roraima.

Os estudos até agora realizados atestam que a qualidade química


da água do Sistema Aquífero Amazonas (Alter do Chão) é boa; entretanto,
vem correndo risco de contaminação devido ao fato de, em alguns locais,
o nível da água ser raso e pelo alto potencial de contaminação provocada
por poços mal construídos, pela ausência ou pela inadequação de proteção
sanitária e carência de saneamento básico (GUSMÂO, 2010) (figura 5).

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Figura 5: Aquífero Alter do Chão


Fonte: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-8G-mpFVvGio/TdB1iZE-1KI/
AAAAAAAADpw/dw4FTDr59Pw/s1600/178+Aquif...JPG>. Acesso em: 20 jan. 2021.

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2. USOS MÚLTIPLOS DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Conforme prevê a lei n. 9.433 de 1997, a gestão dos recursos hí-


dricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; assim, todos os
setores usuários da água têm igualdade de acesso aos recursos hídricos.
A Política Nacional só traz uma exceção a essa regra, que vale para si-
tuações de escassez, em que os usos prioritários da água passam a ser o
consumo humano e a dessedentação de animais.

Como as demandas por água para os mais variados usos vêm au-
mentando, o número de conflitos de interesses envolvendo a água também
cresceu; por isso, a ANA age no sentido de mediar tais conflitos no Brasil
que podem contrapor diversos setores, como: elétrico e hidroviário, sanea-
mento e turismo, irrigação e elétrico, etc.

Vejamos, a seguir, segundo a Secretaria do Meio Ambiente e de


Recursos Hídricos, como são tratados.

2.1 Abastecimento público

A água para abastecimento humano destina-se às necessidades


de alimentação e às necessidades variadas relacionadas à higiene pessoal
e doméstica. A água é necessária para o uso público na lavagem das ruas,
extinção de incêndios, irrigação de jardins públicos, funcionamento de cha-
farizes e fontes ornamentais, piscinas, etc.

A qualidade da água de abastecimento, particularmente nos gran-


des centros urbanos, onde os mananciais são poluídos por concentrações
significativas de efluentes domésticos e industriais, deve merecer consi-
deração especial por parte das autoridades de saúde pública. Manancial
é um rio ou reservatório utilizado para captação de água e distribuição à
população.

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Os mananciais urbanos são as fontes disponíveis de água, por


meio dos quais a população pode ser abastecida em suas necessidades.
O manancial deve possuir quantidade e qualidade de água adequada ao
seu uso. O uso mais nobre é o consumo de água pela população, o cha-
mado consumo doméstico. É necessário implantar, além dos sistemas de
tratamento de esgotos convencionais, os tratamentos para nível terciário
e avançado, para proteção contra incidência de doenças crônicas provo-
cadas, principalmente, por concentrações muito pequenas de compostos
orgânicos sintéticos e metais pesados.

2.2 Pesca e aquicultura

A pesca envolve a extração de peixes dos ecossistemas aquáti-


cos, enquanto a aquicultura é o cultivo de organismos aquáticos. A pesca
continental vem diminuindo nos últimos tempos. Uma grande variedade
de métodos, legalizados ou não, são utilizados para a captura de peixes,
em rios, lagos e represas, incluindo a pesca de linha, o uso de redes de
arrasto, redes de emalhar, redes de cerco, assim como diversos tipos de
armadilhas, arpão e explosivos.

A pesca continental é afetada não só pela poluição dos ambientes


aquáticos por resíduos industriais, agrícolas e domésticos, mas também
pela alteração dos cursos dos rios devido à instalação de hidrelétricos, ao
desmatamento desenfreado e à perda da vegetação ciliada. Têm sido re-
gistradas reduções dos estoques pesqueiros nas diversas regiões brasilei-
ras.

A própria pesca indiscriminada também é uma atividade altamente


impactante, afetando o ambiente tanto nos casos em que não são respeita-
dos os tamanhos mínimos ou épocas de defeso, quanto no caso de uso de
artes de peca e de aparelhos primitivos, inadequados para pesca seletiva.

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2.3 Geração de energia

O Brasil tem o privilégio de possuir numerosos rios de aproveita-


mento hidrelétrico, por serem encachoeirados e de grande vazão. O par-
que hidrelétrico brasileiro é um dos maiores do mundo. A energia produ-
zida nas usinas hidrelétricas é renovável graças ao ciclo hidrológico. As
usinas hidrelétricas não necessitam de combustível porque são “movidas”
à água; por essa razão, o custo de operação e de manutenção de uma
hidrelétrica é bem inferior ao de uma termoelétrica.

2.4 Turismo e recreação

Os corpos da água oferecem várias alternativas de turismo e re-


creação, seja por meio de atividades como natação e esportes aquáticos
ou outras atividades, como a pesca e a navegação esportiva. O contato
com a água pode ser primário, como o que ocorre quando há contato físico
proposital com a água, como na natação. Nesse caso, a água não deve
apresentar organismos patogênicos e substâncias tóxicas em concentra-
ções que possam causar danos à saúde pelo contato com a pele ou por
ingestão. O contato secundário pode ocorrer de forma acidental em ativida-
des como a navegação esportiva.

As propriedades localizadas próximas aos corpos d’água são bas-


tante valorizadas, porém os problemas advindos da poluição prejudicam os
rios e lagos como recursos paisagísticos e desvalorizam as propriedades
de seu entorno. Do ponto de vista estético e paisagístico, os corpos d’água
poluídos são inconvenientes devido à liberação de odores desagradáveis,
à presença de substâncias flutuantes e à turbidez excessiva.

2.5 Navegação

A navegação no interior do Brasil teve uma série de dificuldades


para se desenvolver, em função das condições geográficas e topográficas.
Excluindo-se a Bacia do Amazonas, a maioria dos rios brasileiros apresen-

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ta desníveis significativos, muitos são navegáveis apenas em pequenas


distâncias. Os rios Tiête e Paraná, utilizados pelos bandeirantes, tiveram
a sua utilização diminuída com o advento das ferrovias. Ultimamente as
hidrovias estão associadas a aproveitamentos múltiplos dos recursos hí-
dricos, como nos casos dos rios Tiete e Paraná em que se têm tornado
competitivas.

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3. REGIÃO HIDROGRÁFICA

Uma região hidrográfica é o espaço territorial compreendido por


uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas próximas, com
características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares.
Tal tipo de divisão visa a orientar o planejamento e o gerenciamento dos
recursos hídricos do país

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) criou a Divisão


Hidrográfica Nacional por meio da Resolução n. 32, de 15 de outubro de
2003, a qual dividiu o Brasil em 12 regiões hidrográficas. São elas: Amazô-
nica, Tocantins-Araguaia, Atlântico Nordeste Ocidental, Parnaíba, Atlântico
Nordeste Oriental, São Francisco, Atlântico Leste, Atlântico Sudeste, Para-
guai, Uruguai, Paraná e Atlântico Sul (ANA, 2014).

3.1 Região hidrográfica amazônica

Com sete milhões de quilômetros quadrados, essa é a maior bacia


hidrográfica do mundo. No Brasil, ela compreende uma área de 3.870.000
km², estando presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Mato Grosso e Pará.

3.2 Região hidrográfica do Tocantins-Araguaia

É a maior bacia de drenagem exclusivamente brasileira (767.059


quilômetros quadrados). Os principais rios são o Tocantins, que nasce em
Goiás e desemboca na foz do rio Amazonas; e o rio Araguaia, que nasce
na divisa de Goiás com Mato Grosso e se junta ao rio Tocantins na porção
norte do estado do Tocantins.

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3.3 Região hidrográfica do São Francisco

Com aproximadamente 640 mil quilômetros quadrados, essa bacia


hidrográfica tem como principal rio o São Francisco, que nasce na Serra
da Canastra (MG) e percorre os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e
Sergipe até a foz, na divisa entre esses dois últimos estados.

3.4 Região hidrográfica do Paraná

Essa é a principal porção da bacia Platina (compreende os paí-


ses da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai). No Brasil, a bacia
hidrográfica do Paraná possui 879.860 quilômetros quadrados, apresen-
tando rios de planalto e encachoeirados, características elementares para
a construção de usinas hidrelétricas: Furnas, Água Vermelha, São Simão,
Capivari, Itaipu (a maior usina do mundo), entre tantas outras.

3.5 Região Hidrográfica do Parnaíba

Está presente nos estados do Piauí, Maranhão e na porção extremo


oeste do Ceará, totalizando uma área de 344.112 quilômetros quadrados.

3.6 Região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental

Com extensão de 287.348 quilômetros quadrados, a bacia hidro-


gráfica do Atlântico Nordeste Oriental está presente em cinco estados nor-
destinos: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ala-
goas.

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3.7 Região hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental

Seus principais rios são o Gurupi, Pericumã, Mearim, Itapecuru


Munim e Turiaçu. Essa bacia de drenagem possui 254.100 quilômetros
quadrados, compreendendo áreas do Maranhão e Pará.

3.8 Região hidrográfica Atlântico Leste

Com extensão de 374.677 quilômetros quadrados, essa bacia hi-


drográfica engloba os estados de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito
Santo. Em sua região é possível encontrar fragmentos de Mata Atlântica,
Caatinga, Cerrado e vegetação costeira.

3.9 Região hidrográfica Atlântico Sudeste

Ênfase maior será aqui para essa região em função da nossa loca-
lização. A Região Hidrográfica Atlântico Sudeste é conhecida nacionalmen-
te pelo elevado contingente populacional e pela importância econômica de
sua indústria.

O grande desenvolvimento da região, entretanto, é motivo de pro-


blemas em relação à disponibilidade de água. Isso ocorre porque, ao mes-
mo tempo em que apresenta uma das maiores demandas hídricas do País,
a bacia também possui uma das menores disponibilidades relativas.

Nesse contexto, promover o uso sustentável dos recursos hídricos


na região, garantindo seu uso múltiplo, representa um grande desafio. Esse
trabalho implica colocar em prática formas de gestão que conciliem o cres-
cimento econômico e populacional de região com a preservação ambiental.

A Região Hidrográfica Atlântico Sudeste tem 214.629 km² de área,


o equivalente a 2,5% do País. Os seus principais rios são o Paraíba do Sul
e o Doce, com respectivamente 1.150 e 853 quilômetros de extensão. Além
desses, a Região Hidrográfica também é formada por diversos e pouco

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extensos rios que formam as seguintes bacias: São Mateus, Santa Maria, Reis
Magos, Benevente, Itabapoana, Itapemirim, Jacu, Ribeira e litorais do Rio de
Janeiro e São Paulo.

Cerca de 28,2 milhões de pessoas habitavam a região em 2010 (14,8%


da população do País), e 92% da população viviam em áreas urbanas. Outras
características demográficas marcantes da região são os significativos aden-
samentos populacionais, em que se destacam a Região Metropolitana do Rio
de Janeiro, com mais 3.000 hab./km². Além da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro, destacam-se as Regiões Metropolitanas de Vitória (ES) e da Baixada
Santista (SP).

Em relação ao uso e à ocupação do solo, um dos principais problemas


refere-se à ocupação irregular de encostas, áreas ribeirinhas e de mananciais,
estimulada em grande parte pela especulação imobiliária. Devido ao intenso e
desordenado processo de uso e ocupação, podem ser encontrados ao longo
dos rios apenas pequenos trechos com vegetação ciliar e geralmente em mau
estado de conservação.

O Estado de São Paulo dividiu seu território em 22 Unidades de Geren-


ciamento dos Recursos Hídricos (UGRHIs) (figura 6), a partir de sua Política
Estadual de Recursos Hídricos - lei estadual n. 7.663 de 1991 (CPTI, 2008).

Figura 6: Unidades de Gerenciamento de Recursos Hidricos


Figura 6: Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos
Fonte: Disponível em:<http://www.sigrh.sp.gov.br>. Acesso em: 18 jan. 2021.

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A nossa UGRHI é a de número 15, onde está localizado o municí-


pio de São José do Rio Preto e mais 65 municípios.

3.10 Região hidrográfica Atlântico Sul

Com área de 185.856 quilômetros quadrados, essa bacia hidrográ-


fica nasce na divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, percorrendo
até o Rio Grande do Sul. Com exceção do Itajaí e Jacuí, os rios que formam
essa bacia de drenagem são de pequeno porte.

3.11 Região hidrográfica do Uruguai

É composta pela junção dos rios Peixe e Pelotas. Com área de


174.612 quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica está presente nos
estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Possui grande potencial
hidrelétrico, além de ser importante para a irrigação nas atividades agríco-
las da região.

3.12 Região hidrográfica do Paraguai

No Brasil, essa bacia hidrográfica está presente nos estados de


Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, englobando uma área de 361.350
quilômetros quadrados. Tem como principal rio o Paraguai, que nasce na
Chapada dos Parecis (MT) e possui grande potencial para a navegação.

A divisão das Regiões Hidrográficas brasileiras está ilustrada a se-


guir, segundo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (figura 7).

25
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

Figura 7: Regiões hidrográficas


Fonte: Disponível em <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bacia-hidrografica.htm>.
Acesso em: 18 jan. 2021.

26
4
4. BACIAS HIDROGRÁFICAS

A bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água de


precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saí-
da. A bacia hidrográfica compõe-se de um conjunto de superfícies verten-
tes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem
até resultar em um leito único no seu exutório (TUCCI, 1997).

Também se pode dizer que a bacia hidrográfica é usualmente defi-


nida como a área na qual ocorre a captação de água (drenagem) para um
rio principal e seus afluentes, devido as suas características geográficas e
topográficas (FARIA, 2008) (figura 8).

Sobre o território definido como bacia hidrográfica é que se desen-


volvem as atividades humanas. Todas as áreas urbanas, industriais, agríco-
las ou de preservação fazem parte de alguma bacia hidrográfica. Pode-se
dizer que, no seu exutório, estarão representados todos os processos que
fazem parte do seu sistema. O que ali ocorre é consequência das formas
de ocupação do território e da utilização das águas que para ali convergem.

Também o art. 3 da Política Estadual de Recursos Hídricos – lei n.


7663-91, trata a Bacia Hidrográfica como unidade físico-territorial de plane-
jamento e gerenciamento.

Figura 8: Bacia Hidrográfica


Fonte: Disponível em: < https://www.
google.com.br/urlsa=i&rct=j&q=&esr-
c=s&source=images&cd=&cad=r-
ja&uact=8&ved=0ahUKEwjrrZvY-
48zLA hX E Q5A K H bTIC A A Qj R w I-
Bw&url=http%3%2%2Fgeoconceicao.
b l o g s p o t . c o m % 2 F 2 0 11 % 2 F 0 8 %-
2Fbaciashidrograficasbrasil.html&b-
vm=bv.117218890,d.Y2I&psig=AFQ-
jCNHB7Cp-X60LKMn8P5MVXuOn-
XQtBUw&ust=1458477839225228>
Acesso em: 18 jan. 2021.

27
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

4.1 Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH)

Os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) são fóruns em que um gru-


po de pessoas se reúne para discutir sobre um interesse comum – o uso d’água
em determinada bacia hidrográfica. Dada a diversidade de interesses em relação
ao uso da água, a distribuição desigual e o uso inadequado, há conflitos e riscos
à garantia desse recurso para as gerações presentes e futuras. Os Comitês sur-
gem como uma forma de reverter esse quadro, ao permitirem a conciliação dos
diferentes interesses e a construção coletiva das soluções.

Cada bacia conta com seu Comitê que é a base da gestão participativa e
integrada da água. A sua composição contribui para que todos os setores da so-
ciedade com interesse sobre a água na bacia tenham representação e poder de
decisão sobre sua gestão: estão ali representantes do Poder Público (da esfera
municipal e estadual), da sociedade civil (ONGs, universidades, associações) e
de usuários de água. Existem comitês federais e comitês de bacias de rios esta-
duais, definidos por sistemas e leis específicas.

Cada CBH tem seu próprio estatuto, no qual são definidas as regras e
procedimentos para realização das assembleias deliberativas, formas de partici-
pação, eleição e competências.

4.1.1 Comitê de Bacia Hidrográfica Turvo-Grande

O Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo/Grande (CBH-TG) é um


instrumento de compatibilização do desenvolvimento regional com a proteção
ambiental, representando uma tentativa de enfrentamento da problemática re-
gional a partir da integração de esforços técnicos e políticos, por meio da nego-
ciação direta entre o Poder Público (estado e municípios) com a Sociedade Civil
(usuários de água, universidades, associações técnicas, comunitárias e ambien-
tais).

As principais funções são: colaborar com o Plano Estadual de Recursos


Hídricos de São Paulo, definir as ações necessárias para o aproveitamento e
controle dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica e deliberar sobre a aplica-
ção dos Recursos Financeiros provenientes do FEHIDRO (Fundo Estadual de
Recursos Hídricos destinados à Bacia Hidrográfica).

28
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Turvo-Grande (CBH-TG) foi fun-


dado em 15 de dezembro de 1995, tem como área de atuação a Unidade
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI 15) e possui 66 municí-
pios cuja população total é de 1.189.571 habitantes.

Os municípios que compõem o Comitê são ao todo 66, divididos


em 4 grupos a saber:

• Grupo 1: Aspásia, Dolcinópolis, Estrela d´Oeste, Fernandópolis,


Guarani d´Oeste, Indiaporã, Jales, Mesópolis, Mira Estrela, Ou-
roeste, Paranapuã, Populina, Santa Albertina, Santa Clara d´Oes-
te, Santa Rita d´Oeste, Turmalina, Urânia e Vitória Brasil;

• Grupo 2: Álvares Florence, Américo de Campos, Cardoso, Cosmo-


rama, Macedônia, Meridiano, Parisi, Paulo de Faria, Pedranópolis,
Pontes Gestal, Riolândia, Valentim Gentil e Votuporanga;

• Grupo 3: Bálsamo, Cedral, Guapiaçu, Ipiguá, Mirassol,


Mirassolândia, Nova Granada, Olímpia, Onda Verde, Orindiúva,
Palestina, São José do Rio Preto, Severínia, Tanabi e Uchoa;

• Grupo 4: Ariranha, Bebedouro, Cajobi, Cândido Rodrigues, Ca-


tanduva, Catiguá, Embaúba, Fernando Prestes, Monte Alto, Monte
Azul Paulista, Novais, Palmares Paulista, Paraíso, Pindorama, Pi-
rangi, Santa Adélia, Tabapuã, Taiaçu, Taiúva e Vista Alegre do Alto
(CBHTG,2008).

Figura 9: Municípios que compõem o CBH-TG


Fonte: Disponível em: <http://www.comitetg.sp.gov.br/cbhtg/o-cbh-tg/apresentacao>.
Acesso em: 19 jan. 2021.

29
5
5. CENÁRIO DOS RECUROS HÍDRICOS
5.1 No mundo

A água, condição básica para a existência da vida no planeta Ter-


ra, impõe, atualmente, ao homem o desafio de não apenas preservá-la,
mas também de utilizá-la racionalmente, com pena da extinção da própria
espécie. O crescimento desordenado da população mundial, aliado ao des-
conhecimento, à ignorância e ao descaso em relação à real importância
desse bem, vem causando sucessivos problemas e tensão em diversas
partes do globo (ADEODATO, 2009).

Alguns especialistas apontam que a crise da água está ocorrendo,


devido ao mau gerenciamento; entretanto, para outros, a crise é decorrente
de um conjunto de problemas ambientais agravados com outros problemas
relacionados à economia e ao desenvolvimento social (TUNDISI, 2008).

A ação desregrada e inconsciente do homem está provando que


a água é um bem esgotável e poderá acabar em breve. Tundisi (2003)
acrescenta que existem atualmente cerca de 30 países que convivem com
os problemas decorrentes da escassez de água, dentre os quais Kuwait,
Emirados Árabes Unidos, Ilhas Bahamas e a Faixa de Gaza, que com-
preendem o território palestino e apresentam situação crítica (entre 10 a 66
m³/ano/habitante).

O uso inconsciente dos recursos hídricos, a poluição de manan-


ciais e a falta de chuva estão fazendo com que o Sudeste do Brasil enfrente
atualmente uma das suas piores crises em relação à falta de água e ener-
gia. Várias medidas emergenciais estão sendo providenciadas, porém a
situação é alarmante (CORONATO; IMERCIO, 2014).

31
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

O estresse e a escassez da água podem estar mais próximos do que a


humanidade possa imaginar. De acordo com Spiro e Stigliani (2009), os reserva-
tórios de água demonstram sua insuficiência acentuada. Nos períodos de longas
estiagens, as reservas hídricas estão-se exaurindo muito mais rapidamente do
que podem ser reabastecidos, devido aos problemas principalmente de contex-
tos social, econômico e ambiental.

Atualmente, alguns países do continente africano e no Oriente Médio


já enfrentam a escassez crônica de água. Países como México, Hungria, Índia,
China, Tailândia e Estados Unidos já apresentam limites críticos na quantidade
de recursos hídricos, situação essa causada por inúmeros fatores como exce-
dente populacional nessas regiões, o desperdício por falta de conscientização e
o descaso pelo baixo valor monetário que ainda se paga pela água (UNIAGUA,
2012).

A distribuição dos potenciais de água doce não ocorre de modo unifor-


me. A desigualdade na distribuição dos recursos hídricos acaba contrastando
com as diferenças populacionais. Um dos exemplos ocorre na Ásia, que possuí
o continente mais populoso com cerca de 60% dos habitantes, e possuí apenas
31% da disponibilidade da água doce superficial terrestre; por outro lado, as
Américas que possuem apenas 13,6% da população mundial têm 41% de toda
a água disponível (REBOUÇAS, 2006; AUGUSTO, 2012).

O Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, está entrando no quarto


ano seguido de seca. Em 2013, foi o mais seco em 120 anos, diz o climatologista
do governo, Michael Anderson. E ele prevê para esse ano um novo recorde de
pouca chuva e de temperaturas altas.

O nível dos reservatórios baixou. O lago Cachuma está com 26% da


capacidade e, em outubro, pode deixar de fornecer água para a cidade de Santa
Bárbara.

O governador do estado, Jerry Brown, acaba de tomar medidas drásti-


cas: a redução obrigatória de 25% no consumo de água nas cidades e corte do
fornecimento para fazendas que usam irrigação (Jornal da Globo, 2015).

Cingapura não cometeu esse erro. Conservando água, uma ilha peque-
na que era pobre quando pertencia à Malásia, hoje é uma cidade-Estado rica e
high tec. À época da independência, 50 anos atrás, a maior parte da água con-
sumida em Cingapura era importada da Malásia, que fica lá do outro lado.

32
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

A gente pôde ver os dutos que hoje levam água, mas, nas dispu-
tas políticas e econômicas entre os dois países, autoridades da Malásia
frequentemente exploravam essa dependência com ameaças de fechar a
torneira.

Cingapura logo percebeu que precisava buscar a autossuficiência


no abastecimento de água: uma questão de vida ou morte (Jornal da Glo-
bo, 2015).

Hoje a escassez de água afeta mais de 40% da população do nos-


so planeta, segundo a ONU. Ela prevê que, até 2025, ou seja, em apenas
dez anos, 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em países ou regiões com
absoluta escassez de água.

Um exemplo de guerra pela água entre o Sudão e o Sudão do Sul,


em que, devido à falta de água potável, as pessoas estão tomando água
superficial contaminada. As crianças são especialmente vulneráveis à mor-
te causada por doenças transmitidas pela água, como a diarreia.

As graves faltas de água nos campos de refugiados próximos à


fronteira sudanesa contribuíram para o aumento das taxas de mortalidade
e desnutrição a níveis alarmantes, no que resulta ser uma grande crise
humanitária (CICV, 2012).

5.2 No Brasil

O Brasil possui consideráveis recursos hídricos. Sozinho detém


12% do total da água doce de superfície do mundo, o rio de maior volume
e um dos principais aquíferos subterrâneos, além de invejáveis índices de
chuva. O cenário é privilegiado, mas a distribuição de água no território
é desigual. Há fartura em regiões pouco habitadas, como a Amazônia, e
escassez nas áreas mais populosas e nos lugares que sofrem com a seca.
Falta água no semiárido e nas grandes metrópoles (ADEODATO, 2009).

A situação também pode piorar no Nordeste brasileiro. Em São Mi-


guel (RN), cidade de 23 mil habitantes, ninguém recebe mais conta de
água. É que a água encanada acabou em dezembro passado quando o
açude secou. E não foi sem aviso.

33
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

A crise também bateu na porta da rica região Sudeste. Dos dois maiores
reservatórios que atendem a Grande São Paulo, Cantareira e Alto Tietê ficaram
com níveis críticos. O Cantareira, o mais importante deles, entrou no volume
morto em maio do ano passado e, no ano de 2016, está melhorando.

O presidente da ANA (Agência Nacional de Água) reconhece que o Bra-


sil tem um nível muito baixo de água reservada e reclama que a legislação am-
biental pouco flexível não ajuda. “Porque, como um reservatório tem impacto
ambiental, muitas vezes se abandona a discussão dos reservatórios por conta
desses impactos ambientais e sociais. É verdade, eles existem. Agora a gente
tem que, precisa colocar na outra coluna também, é a segurança hídrica que
esses reservatórios propiciam”, diz Vicente Andreu Giullo, presidente da Ana
(Agência Nacional de Água).

Infelizmente, grande parte das bacias hidrográficas do território do Es-


tado de São Paulo apresenta-se muito poluída, principalmente porque a urba-
nização avançou sobre os mananciais e deteriorou as fontes de suprimentos
superficiais e subterrâneas. Há ainda a agravante dos custos do tratamento de
água para produção de água potável, que atingem altos valores, especialmente
se os mananciais estão desprotegidos de florestas riparias e cobertura vegetal
suficiente nas bacias hidrográficas e se as águas subterrâneas estão contamina-
das (PORTAL BRASIL, 2010).

A gestão de recursos hídricos pode ser definida como o conjunto de


ações destinadas a regular o uso, o controle e a proteção dos recursos hídri-
cos, em conformidade com a legislação e normas pertinentes. Integra projetos e
atividades com o objetivo de promover a recuperação e a preservação da qua-
lidade e quantidade dos recursos das bacias hidrográficas brasileiras e atua na
recuperação e preservação de nascentes, mananciais e cursos d’água em áreas
urbanas (PORTAL BRASIL, 2010).

O Brasil, por suas dimensões continentais e diversidade geográfica,


apresenta situações bastante distintas quanto à disponibilidade hídrica intra e
inter-regionais e é afetado tanto pela escassez hídrica, quanto pela degradação
dos recursos causada pela poluição de origem doméstica e industrial (RAMOS,
2007).

Em razão disso, mesmo que o território brasileiro apresente uma po-


sição privilegiada face à disponibilidade de recursos hídricos, com uma vazão

34
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

média anual dos seus rios de 180 ml m3/s, nunca se deve deixar de consi-
derar a pouca disponibilidade relativa de água em determinadas bacias das
regiões hidrográficas, como: Atlântico Leste (Sergipe, Bahia, Minas Gerais
e Espírito Santo); Parnaíba (Piauí, Maranhão, extremo oeste do Ceará) e
São Francisco, além do Atlântico Nordeste. Temos 68% das águas no Bra-
sil concentradas na região amazônica com baixa densidade demográfica.
A região Nordeste possui a menor quantidade de água no país, 3 %, além
de ser a região mais pobre.

As regiões Sul e Sudeste, com 13 % da água, são regiões de alta


densidade populacional e com problemas de poluição de origem urbana e
industrial. A região Centro-Oeste com 16% configura a nova fronteira agrí-
cola. As regiões Sul e Sudeste, com 13 % da água, são regiões de alta
densidade populacional e com problemas de poluição de origem urbana
e industrial. A disponibilidade hídrica no Brasil segue ilustrada na figura a
seguir, segundo a Agência Nacional das Águas

No site do jornalista Sidney Rezende,

A sociedade precisa ver onde está e checar o potencial do recur-


so de determinada bacia, e também precisamos cuidar do que
garante o suprimento de água, como o reflorestamento, além de
não transformar rios em depósitos de lixo, que causam enchen-
tes e reduzem a qualidade e a quantidade de água disponível.
A grande vantagem da crise hídrica é a população perceber que
o cuidado é importante. É fundamental que haja transparência
e que as pessoas saibam o que está acontecendo (PEREIRA;
OUTLANDER, 2015).

Nunca é demais reforçar que medidas – como a economia do/no


consumo da água, cuidado na preservação das nascentes, reavaliação de
hábitos, disseminação do uso de reservatórios para captação de água da
chuva, tratamento especial para esgoto das residências, despoluição de
rios e lagos/lagoas – constituem providências essenciais para a preserva-
ção dos recursos hídricos e seu melhor aproveitamento (PENA, 2014).

Podem-se destacar os seguintes problemas e processos como


causas principais da “crise da água”: intensa urbanização, aumentando a
demanda pela água, ampliando a descarga de recursos hídricos contami-

35
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

nados e com grandes demandas de água para abastecimento e desenvolvimen-


to econômico e social; estresse e escassez de água em muitas regiões em razão
das alterações na disponibilidade e aumento de demanda; infraestrutura pobre
e em estado crítico, em muitas áreas urbanas com até 30% de perdas na rede
após o tratamento das águas; problemas de estresse e escassez em razão de
mudanças globais com eventos hidrológicos extremos aumentando a vulnerabi-
lidade da população (chuvas intensas e períodos intensos de seca) e problemas
na falta de articulação e falta de ações consistentes na governabilidade de recur-
sos hídricos e na sustentabilidade ambiental (MATSUMURA; TUNDISI, 2011).

36
6
6. LEGISLAÇÃO
6.1 Legislação Federal de Recursos Hídricos

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a água é um bem


de domínio público pertencendo aos Estados e à União. No caso das águas
superficiais, elas podem ser de domínio do Estado ou da União quando
forem rios de divisa ou que atravessam mais de um Estado. No caso das
águas subterrâneas, elas pertencem exclusivamente aos Estados.

A lei federal n. 9.433 de 1997 – Lei das Águas instituiu a Política


Nacional de Recursos Hídricos – tem os seguintes fundamentos:

a. a água é um bem de domínio público. O Estado concede o direi-


to de uso da água e não sua propriedade. A outorga não implica a
alienação parcial das águas, mas o simples direito de uso;

b. usos prioritários e múltiplos da água. A água tem que atender a


sua função social e a situações de escassez. A outorga pode ser
parcial ou totalmente suspensa, para atender ao consumo huma-
no e dessedentação de animais. A água deve ser utilizada, con-
siderando seus usos múltiplos, tais como: abastecimento público,
industrial, agrícola, diluição de esgotos, transporte, lazer, paisagís-
tica, potencial hidrelétrico e as prioridades de uso serão estabeleci-
das nos planos de Recursos Hídricos;

c. a água como um bem de valor econômico. A água é reconhecida


como recurso natural limitado e dotado de valor, sendo a cobran-
ça pelo seu uso um poderoso instrumento de gestão, em que é
aplicado o princípio de poluidor-pagador, que possibilitará a cons-
cientização do usuário. O artigo 22 da lei n. 9.433/97 estabelece
que “os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em

37
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

que foram gerados”, e isso pressupõe que os valores obtidos com


a cobrança propiciarão recursos para obras, serviços, programas,
estudos e projetos dentro da Bacia;

d. a gestão descentralizada e participativa. A Bacia Hidrográfica é


a unidade de atuação para implementação dos planos, estando or-
ganizada em Comitês de Bacia. Isso permite que diversos agentes
da sociedade opinem e deliberem sobre os processos de gestão da
água, pois, nos Comitês, o número de representantes do poderes
públicos federal, estadual e municipal está limitado em até 50% do
total.

Em termos do aproveitamento de águas subterrâneas para con-


sumo humano, mais especificamente a exploração de águas minerais,
sua utilização é regulamentada por legislação federal específica, sendo o
DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral – o órgão responsá-
vel pelas autorizações correspondentes.

6.2 Legislação Estadual sobre Recursos Hídricos

Na Constituição do Estado de São Paulo, conforme o art. 206, as


águas subterrâneas são consideradas reservas estratégicas para o desen-
volvimento econômico-social e são valiosas para o suprimento de água
às populações, devendo ter programa permanente de conservação e de
proteção contra poluição e superexplotação, com diretrizes estabelecidas
por lei.

O Estado de São Paulo foi pioneiro na implementação de leis re-


lativas a recursos hídricos e águas subterrâneas por meio da lei n. 6.134
de 1988 que dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de águas
subterrâneas do Estado de São Paulo. Dentre outros dispositivos, esta-
belecem-se a necessidade de elaboração de programas permanentes de
conservação, a obrigatoriedade de cadastramento de todo poço perfurado,
tendo sido regulamentada pelo decreto n. 32.955 de 07 fevereiro de 1991.

Além disso, a lei estadual n. 7.663/91, que instituiu o Sistema Esta-


dual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, atribuiu responsabilidade ao

38
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

DAEE –Departamento de Águas e Energia Elétrica – para o estabelecimen-


to dos procedimentos de licenciamento e outorga do uso de águas subter-
râneas e superficiais, regulamentadas pelo decreto n. 41.256 de 1996.

O DAEE emitiu ainda a Portaria 717, de 12 de dezembro de 1996,


que estabeleceu as normas que disciplinam o uso dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos do Estado de São Paulo, nos termos dispostos
pela legislação acima referida.

39
7
7. DICAS PARA ECONOMIA DOS RECURSOS HÍDRICOS

As dicas para economia dos recursos hídricos são:

• fechar a torneira durante a ducha, enquanto passo o sabonete no


corpo;

• agir igual, quando escovo os dentes – não faz sentido algum ficar
vendo a água escorrer durante a escovação;

• jogar o lixo no lixo, mas não dentro da privada, evitando assim o


uso da descarga;

• checar se a descarga está regulada, jeito simples de economizar


água;

• parar de jogar na rua o que tenho nas mãos: basta chover para que
esse lixo seja levado pela água para o bueiro, em que o lixo ganha
volume e provoca alagamento;

• conversar com a vizinha e tentar convencê-la sobre o desperdício,


que é lavar a calçada, porque a calçada não precisa de água, mas
o planeta, sim;

• mostrar como o carro pode ser lavado com a medida de água de


um balde, o que evita usar a mangueira livremente;
• desviar a água da máquina de lavar para o tanque e, com ela, lavar
o quintal;

• água usada para lavar frutas e legumes serve depois para molhar
as plantas;

• evitar o desperdício só em casa. Água é um bem coletivo – seja


onde for, se estou gastando à toa, o resultado será negativo para
todos nós;

41
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

• ocupação do uso do solo adequado;

• coleta de esgoto;

• preservação das matas ciliares;

• evitar agrotóxicos próximos aos rios, lagos, lagoas;

• não jogue óleo de frituras ou restos de comida em pias ou na privada,


pois pode causar entupimentos e dificuldades no tratamento do esgoto.

42
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse guia, tivemos a oportunidade de apresentar um panorama


sobre os aspectos relacionados aos recursos hídricos e às bacias hidrográ-
ficas.

No próximo guia, estudaremos, especificamente, os resíduos sóli-


dos!

43
Guia IV de Educação Ambiental e Cidadania

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