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Hidrologia e Hidráulica Aplicada

Prof. Alisson Aureo Fernandes

Rondonópolis 2023
Hidrologia e Hidráulica Aplicada

Faculdade Fasipe Rondonópolis

Curso: Engenharia Civil

Professor Engenheiro Civil e Segurança do Trabalho Alisson Aureo Fernandes

Matéria Hidrologia e Hidráulica Aplicada

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Hidrologia e Hidráulica Aplicada

- Aula 01
Hidrologia E Hidráulica Aplicada

Hidrologia

A hidrologia é a ciência que estuda a água. A palavra hidrologia tem sua origem do grego:

Hydor = água

Logos = estudo ou ciência.

“Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas
propriedades sicas e químicas e sua reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com
as formas vivas” (Definição do U.S. Federal Council of Service and Technology, citada por Chow,
1959, apud Tucci, 2000).

Sua importância é facilmente compreensível quando se considera o papel da água na vida


humana. Ainda que os fenômenos hidrológicos mais comuns, como as chuvas e o escoamento
dos rios, possam parecer suficientemente conhecidos, devido à regularidade com que se
verificam, basta lembrar os efeitos catastróficos das grandes cheias e es agens para constatar o
inadequado domínio do Homem sobre as leis naturais que regem aqueles fenômenos e a
necessidade de se aprofundar o seu conhecimento. A correlação entre o progresso e o grau de
u lização dos recursos hidráulicos evidencia também o importante papel da Hidrologia na
complementação dos conhecimentos necessários ao seu melhor aproveitamento.

Como podemos perceber a hidrologia é uma ciência ampla, onde conseguimos classificar em
subáreas especificas:

 Hidrometeorologia: é a parte da hidrologia que trata da água na atmosfera.

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 Geomorfologia: trata da análise quan ta va das caracterís cas do relevo de bacias


hidrográficas e sua associação com o escoamento.

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¹ 100 km² e menores que 700 km²

 Escoamento Superficial: trata do escoamento sobre a super cie da bacia.

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 Evaporação e transpiração: perda de água pelas super cies livres de rios, lagos e
reservatórios, e da evapotranspiração das culturas.

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 Produção e Transporte de Sedimentos: quan ficação da erosão do solo.

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 Qualidade da Água e Meio Ambiente: trata da quan ficação de parâmetros sicos,


químicos e biológicos da água.

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Importância da Água
A água, líquido mais precioso e bem comum de toda a humanidade fundamental à sobrevivência
e ao bem-estar do homem e dos ecossistemas, é um recurso natural de grande valor econômico,
ambiental e social. Pela sua abundância, isto é, pelo fato de 70% da super cie terrestre serem
cobertos por água, ocorre que existe uma impressão onde a água é um elemento infinito não
sendo capaz de se tornar escasso.

O volume total de água presente na terra, aproximadamente, 1,4 milhão de quilômetros cúbicos,
dos quais em torno de 97,5% encontram-se nos oceanos. Portanto, 2,5% são de água doce, cuja
maior parte, todavia, encontra-se na forma de gelo nas calotas polares e nos cumes de
montanhas, restando uma pequena porcentagem de águas superficiais e subterrâneas para as
a vidades humanas.

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Devido ao crescimento populacional acelerado e ao desenvolvimento industrial e tecnológico,


as fontes disponíveis de água doce estão cada vez mais comprome das. O desmatamento e a
impermeabilização do solo, o assoreamento dos rios e lagos, a poluição dos mananciais e o uso
inadequado da água na irrigação têm sido as principais causas de comprome mento das fontes
de água doce no planeta. Segundo es ma vas da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2012), se o atual ritmo de crescimento demográfico
mundial for man do e se não for estabelecida uma exploração sustentável da água do planeta,
o consumo humano neste século poderá chegar a 90% de toda a água doce disponível, o que
significa que restarão apenas 10% para os outros seres vivos.

O Brasil é o país mais rico em água doce, com 12% das reservas mundiais. Do potencial de água
de super cie do planeta, concentram-se 18%. Apesar de apresentar uma situação
aparentemente favorável, observa-se no Brasil uma enorme desigualdade regional na
distribuição dos recursos hídricos conforme imagem 7.

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Planejamento e Gestão

A importância das águas subterrâneas é de di cil percepção no mundo, em geral, e no Brasil, em


especial, à medida que sua u lização é rela vamente mais barata e feita, regra geral, pelo
próprio usuário, ao contrário, como as obras para u lização da água dos rios são construídas
com inves mentos públicos.

A falta de controle federal, estaduais ou municipais possibilita que o número de poços em


operação de forma irregular , tanto no mundo, quanto no Brasil, pode-se es mar existe cerca
de 250 milhões poços estão em operação no mundo e talvez 10% no Brasil. Somente no estado
de São Paulo, a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas – ABAS es ma que cerca de 15 mil
poços são perfurados anualmente.

Regra geral, as águas subterrâneas no Brasil con nuam sendo extraídas livremente, por meio de
poços não controlados, os quais muito pouco se diferenciam de buracos de onde se ra água.
Vale salientar que somente a par r da Cons tuição Federal de 1988, ficou claro que as águas
subterrâneas são de domínio público estadual, exceto aquelas decorrentes de obras da União.

Torna-se necessário levar em consideração as precárias condições naturais de estocagem de


água subterrânea nos terrenos cristalinos do Nordeste, tanto nas manchas aluviais quanto nas
zonas de rochas fraturadas. Como consequência, os rios que drenam estes terrenos têm regime
de fluxo temporário, ou seja, secam, pra camente, durante os períodos sem chuva nas
respec vas bacias hidrográficas. Entretanto, deve-se considerar que o problema hidrológico
verdadeiro do Nordeste semiárido não é que chove pouco – entre 400 e 800 mm/ano - mas que
evapora muito – entre 1.000 e 3.000 mm/ano. Por sua vez, não há condições de recarga ar ficial
de aquíferos na área, seja para proteger as águas da evaporação intensa que ocorre na região,

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seja da poluição que é engendrada pelo lançamento dos esgotos domés cos não tratados nos
rios secos, principalmente.

Todavia, os rios que drenam mais de 90% do território nacional são perenes, ou seja, nunca
secam. Certamente, a visão de rios que nunca secam formou a ideia de abundância de água no
Brasil, o que dá suporte à baixa eficiência no seu fornecimento nas cidades, onde os índices de
perdas totais – vazamento sico de água nas redes de distribuição e perdas de faturamento
devido aos roubos de água e tráfico de influência - variam entre cerca de 40% e mais de 70%.

Na agricultura, os desperdícios são também muito grandes, à medida que sobre cerca de 93%
dos perto de três milhões de hectares irrigados.

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A Lei Federal No 9.433/97 estabeleceu a Polí ca Nacional de Recursos Hídricos e ins tuiu o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Mais recentemente, foi promulgada
a Lei Federal No 9.984/00 criando a Agência Nacional de Águas – ANA, a quem cabe a
implementação da Polí ca Nacional de Recursos Hídricos, cuja formulação ficará na alçada da
Secretaria de Recursos Hídricos, esta úl ma integrante do Núcleo Estratégico do Ministério do
Meio Ambiente – MMA.

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