Você está na página 1de 40

Dedicatória

Dedico este trabalho em especial a minha avo em


memoria Maria Adelaide Cossa, ao meus pais Elsa
Maria Saia e Teofilo Agripa Saia, por terem
acreditado em mim e se dedicado desde o inicio da
milha trilha acadêmica.
Agradecimentos
A realização desse trabalho, e consequentemente fim de mais uma etapa na jornada
acadêmica não teria sido possível sem a graça e a benivolencia de Deus, agradeço a ele
pela saúde e força. Agradeço aos meus pais Teofilo Agripa Saia e Elsa Maria Saia pelo
apoio incondicional, palavras de motivação, a minha avo em memoria Maria Adelaide
Cossa, aos meus irmãos, em especial ao meu marido Orquidio Abilio Quive pelo apoio
incondicional.
Resumo
O presente trabalho tem como tema Avaliação dos Métodos usados no combate a erosão
costeira: um estudo no bairro da Costa do Sol (cidade de Maputo).

A problemática da erosão costeira, é um dos assuntos de extrema importância na


atualidade pelo carácter da sua relação com as atividades humanas por ocorrer em zonas
costeiras que são recursos naturais vulneráveis e fazem parte da sustentabilidade de uma
grande parte da população. Para o combate a erosão costeira são aplicados métodos que
são técnicas de defesa que preservam o litoral do processo de erosão que é provocado
pela acção das águas do mar.

Vale destacar que as obras de defesa de litoral, em grande maioria se associam a áreas
onde se desenvolvem atividades humanas ou seja, áreas de alta densidade populacional
ou áreas de grande interesse econômico. Um dos principais objetivos desses métodos é
tornar estático ou o menos dinâmico possível partes importantes do litoral podem
provocar perturbações profundas já que o meio é profundamente dinâmico, é necessário
que se implantem esses métodos tendo em conta os aspectos ecológicos, econômicos e
ambientais Para que se preservem esses recursos naturais.

As obras de proteção costeira são classificadas de acordo com o seu posicionamento


relativo à linha de costa. Tem o objetivo de proteger a costa do ataque direto das ondas.

Entre os factores antrópicos (resultante da ação do homem) que afetam a dinâmica da


zona costeira destacam-se: o agravamento do efeito estufa; a ocupação excessiva da
faixa do litoral; a diminuição de sedimentos que chegam ao litoral; a destruição de
defesas naturais. Os parâmetros de dimensionamento de uma obra de proteção costeira
são: a faixa de variação do nível do mar, a altura, o período e o ângulo de incidência da
onda na arrebentação. Fundamentalmente, as obras de defesa costeira são de três tipos:
obras transversais – como os esporões; obras longitudinais aderentes – como os
paredões e obras destacadas – como quebra-mares

Palavras-chaves: Proteção, Factores, Defesa.


1.Introdução
Dentre todos os ecossistemas costeiros, as praias oceânicas são os mais dinâmicos e
sensíveis, pois resultam da interação entre diversos processos marinhos e continentais,
que atuam em ampla variação de escala temporal, entre curtas flutuações (diárias,
semanais e mensais) até flutuações de longo período (até milhares de anos) (Souza,
2001). Desde a pré-história, as praias oceânicas vêm desempenhando múltiplas funções
sócio-ecológicas, destacando-se: proteção costeira natural para os ecossistemas
adjacentes ou mesmo os equipamentos urbanos, contra o ataque de ondas e marés de
tempestade; habitat para várias espécies animais e vegetais; recreação e lazer; esportes;
turismo; e atividades econômicas diretas e indiretas (Souza et al., 2005; Souza, 2009a).

Um dos principais problemas ambientais da zona costeira mundial, na actualidade, é a


erosão costeira ou praial. Dados relativos à década de 1990 mostravam que, já naquela
época, 70% das praias arenosas do planeta estavam em erosão, 20% em deposição e
apenas 10% se encontravam em relativa estabilidade (Bird, 1999). A acção mecânica
das ondas das correntes e das marés são importântes factores modeladores das zonas
costeiras, cujo os resultados são formas de erosão ou deposição. As formas de erosão
resultam do desgaste provocado pelo impacto do movimento das ondas sobre a costa,
esta pode causar diversas consequências dentre elas a redução na largura da faixa de
areia ( praia), perda e desequilibrio de abitates naturais, aumento na frequência de
inundações decorrentes das ressacas, aumento da intrusão salina nos aquíferos costeiros,
destruição de extruturas construidas pelo Homem e perda dos valores paisagisticos,
consequêntemente a redução do potêncial turistico da uma região. Assim sendo e de
extrema importância o estudo do metodo adequado para o combate a eresão costeira.

Os impactos negativos da erosão costeira não só comprometem a estabilidade do meio


físico e do meio biótico, como também o meio socioeconômico. Sobre este último a
discussão pode ser longa mas destaca-se essencialmente que os impactos são
significativos uma vez que a zona costeira é a área mais valorizada, densamente
povoada e desenvolvida do planeta (Small e Nicholls, 2003) e de forma global ainda
enfrenta outros riscos naturais como as inundações (Hallegatte et al., 2013), sobretudo
no contexto das mudanças climáticas, seja ele mais ou menos incerto.

Diante do cenário de processos erosivos no litoral mundial e do comprometimento da


infraestrutura pública e privada que o homem constrói e valoriza, historicamente há uma
necessidade de estabilizar a linha de costa e mitigar os impactos adversos da erosão
costeira. Na maioria dos casos tais obras são dimensionadas para conter as
consequências da erosão e não propriamente suas causas, ou seja, a erosão não é
realmente o problema atacado, e sim os são seus impactos negativos para o homem (ex.
perda de infraestrutura pública ou privada). Neste sentido, e apesar dos esforços, a
erosão costeira continua a ser uma ameaça permanente.

Em Moçambique a zona costeira define-se como sendo áreas compreendidas entre o


limite interior terrestre ou continental de todos distritos costeiros, os recursos costeiros
existentes sao de uma importância primordial nao so para a ecônomia do país em geral
como também para a subsistência de quase metade da população Moçambicana. Pode se
afirmar que as zonas costeiras Moçambicanas são recursos naturais e vulneraveis, estas
gerem valores socio-ecónomicos, ambientais, culturais e recreativas assim sendo, é de
extrema importância fazer a gestão integrada de zonas costeiras e estudo de medidas de
proteção das mesmas.

É de salientar que Nenhuma opção de estabilização da linha de costa consegue


interromper permanentemente a erosão costeira, em nenhuma escala de tempo (Cooper
e Pilkey, 2012). O nível de proteção depende da opção escolhida, dos recursos
disponíveis, das dimensões do projeto e das condições específicas da área em erosão.
Todas as opções de defesa do litoral precisam de manutenção, com maior ou menor
frequência e, em tese, requerem propostas de mitigação dos impactos ambientais
negativos que proporcionam (MOCZM, 2013).
1.1.Problematização
Aproximadamente 20% da rede costeira de todo planeta são formadas por praias
arenosas, destas, 70% encontram-se em predominante processo de erosão, 20% em
processo progradação (engordamento) e os 10% restantes estão em equilibrio relativo
(SOUZA et al., 2005 a pud BIRD, 1985-1999). A maior parte das praias do mundo
sofrem de erosão costeira, deste modo surge a necessidade da preservação, controle, e
estudo de possiveis causas ou factores que influenciam no processo de erosão.

As razões para tal predominancia, erosão ou retrogradação na linha de costa do mundo


podem ser agrupadas em causas naturais e causas antrópicas, entretanto a maioria dos
autores acreditam que a principal causa esta relacionada com a elevação do nivel do mar
no último século. A erosão costeira ou praial pode trazer várias consequências não
somente à praia, mas também a vários ambientes naturais e aos usos e atividades
antrópicas na zona costeira (Souza et al., 2005; Souza, 2009a, 2009b). Em geral, essas
consequências são percebidas como problema quando ameaçam os usos e as atividades
humanas de forma a causar prejuízos econômicos. Entretanto, mesmo quando ela ocorre
em locais não habitados pelo homem, deve ser motivo de preocupação, porque terrenos
naturais serão perdidos, podendo levar ao colapso de importantes ecossistemas costeiros
que já foram comprometidos em áreas urbanizadas (Souza, 2009b).

A tendência do aumento das áreas de risco da erosão costeira decorrente principalmente


da oucupação desordenada da zona costeira, faz com que as comunidades tenham que se
preocupar cada vez mais com o gerenciamento do sistema praial. Os métodos de
proteção costeira agem de forma a metigar temporariamente as consequências da
erosão, ja que nao eliminam as causas do processo em si, necessitam de manutenção
periódica para que preservem sua função (Sousa,2009b). Fundamentalmente, as obras
de defesa costeira são de três tipos: obras transversais como os esporões; obras
longitudinais aderentes como os paredões e obras destacadas como quebra-mares.
Todas essas obras, tem consequências para o troço litoral em que são implantadas.
Efetivamente, basta o fato de se tratar de estruturas estáticas, rígidas, inseridas num
meio que é profundamente dinâmico (o litoral), para causar perturbações profundas
nesse meio. Acresce, ainda, que tais estruturas tem regra geral, como objetivo tornar
estáticas (ou o menos dinâmico possível) partes importantes do litoral (Dias ET AL.,
1994).
1.1.1.Problema
Até que ponto os métodos usados para o combate a erosão costeira na praia da costa do sol e
eficaz?

1.1.2. Hipóteses
Atendendo e considerando os metodos empregues no combate a erosão costeira na praia
da Costa do Sol, varios factores positivos e negativos podem refletir-se.

Infelizmente os geologos tem a concepcao de que, a construção destas obras protegem


uns locais mas agravam a situação nas zonas costeiras próximas desses locais,
conduzindo à necessidade de novas medidas de protecção nessas zonas, numa espiral
infindável de intervenções de protecção.

Tendo em conta o problema ( Até que ponto o método empregue no combate a erosão
costeira é eficaz?) podemos ter duas hipóteses:

 H1: Se os métodos usados forem de qualidade e eficácia, propor um plano de


manuntenção preventiva periodica de modo a manter o bom funcionamento dos
mesmos a longo prazo.
 H2: Caso os metodos não sejam eficazes, a proposta de um ou mais métodos
auxiliares aos existentes na area de estudo com menores problemas
ambientais,ecólogicos,ecónomicos, que não afectem de forma agressiva o
sistema costeiro.
1.2.Objetivos

1.2.1.Objectivo Geral
 Analisar os métodos empregues no combate a erosão costeira na praia da Costa
do Sol.

1.2.2.Objectivos Específicos
 Identificar os métodos de combate a erosão costeira na praia da Costa do Sol;
 Avaliar as vantagens e desvantagens dos métodos usados na Praia da Costa do
Sol;
 Propor um ou mais métodos auxiliares aos existentes para o combate a erosão
costeira na praia da Costa do Sol com impacto mínimo sobre o sistema costeiro
com plano de manuncenção.
1.3.Justificativa
Decidiu-se abordar esse tema devido a importância que uma zona costeira tem sob todas
as vertentes, para a sociedade a zona costeira (praia) tem uma importância fundamental
como fonte de diversão, lazer, para o país tem uma importância econômica e cultural.

Segundo o centro de desenvolvimento sustentável para zonas costeiras,2005, a linha


costeira Moçambicana com cerca de 2700km de comprimentos, possui uma elevada
diversidade de habitantes extremamente sensível: dunas, recifes de coral, praias
arenosas, praias rochosas, tapetes de ervas Marinhas, mangais, baías e sistemas
estuarinos e pantanosos. Em poucas áreas, a costa está relativamente intacta. Mas,
devido ao seu potencial valor econômico, a maior parte é habitada (por cerca de 40% da
população deste país), e nela desenvolveu-se as principais atividades econômicas e de
subsistência. Os recursos costeiros existentes são de uma importância primordial assim
sendo a exploração desses recursos deve ser feito com acompanhamento e controle de
modo que garanta a sustentabilidade, para uso de outras gerações vindouras. Pôs a
erosão costeira reduz a largura das zonas costeiras ou provoca o desaparecimento das
mesmas, devido as transgressões e regressões marinhas dentre outros fatores que
contribuem para a degradação paisagística, os problemas socioeconômicos pela
redução da taxa de turística e pela redução da biodiversidade costeira, e, não só no que
respeita a fauna e a flora mas também as atividades que se podem desenvolver nessas
zonas costeiras.

A seleção ou escolha de tema e a área de estudo tem haver também com o facto da praia
da costa do sol ter vindo a sofrer processos erosivos progressivamente, com o objetivo
de analisar a situação em que a área de estudo se encontra e por se tratar de uma área
muito frequentada pela população e fazer parte da subsistência do país, e para a
academia que sirva de um ponto de partida para a resolução de problemas similares ao
longo da zonas costeiras Moçambicanas.
A presente monografia esta dividida em tres partes:
 Parte 1: Revisão Literária- a presente fase pretende apresentar conceitos
importantes e relevantes ao tema em estudo.
 Parte 2: Metodologia- esta fase tem o proposito de mostrar os procedimentos
usados na pesquisa e processamento de dados para a realização do trabalho.
 Parte 3: apresentação e discussão dos resultados- esta fase pretende apresentar
os resultados, onde se fara a consolidação dos mesmos e as devidas conclusões.
Parte 1
1. Revisão literária
1.1. Praia
Existe uma variedade de definições de autores diferentes de praia onde estão expostas
no trabalho definições de alguns deles.
Suguio (1992) define praia como uma região composta de material ou sedimento
inconsolidado, geralmente arenoso, que se estende desde o nível de baixa-mar média,
até a linha de vegetação permanente (limite de ondas de tempestades), ou onde há
mudanças na fisiografia, como zona de dunas ou falésia.
Segundo Davis (1985), a praia é limitada na porção superior pela mais alta atuação da
onda e na porção inferior pela marca de maré baixa ou onde há barras e calhas na
antepraia. De maneira geral, essas classificações são satisfatórias na zona emersa e
insatisfatória na zona submersa, pois desconsideram regiões importantes na troca
sedimentar e morfologia da praia.
Komar (1976) define a praia como uma acumulação de sedimento inconsolidado (areia
ou cascalho) que estende do limite médio de maré baixa até alguma mudança
fisiográfica como um rochedo, campo de dunas ou uma vegetação permanente.
De acordo com a definição de Muehe (1994), as praias são depósitos de sedimentos,
mais comumente arenosos, acumulados por ação de ondas que, por apresentar alta
mobilidade, se ajustam às condições de ondas e maré atuando como um importante
elemento de proteção do litoral. Ou seja, são ambientes compostos basicamente de água
e areia onde a dinâmica de ondas e marés determinará sua estrutura e classificação.
Segundo Assis (1999, p.11), praias são, na maioria estreitas, de baixo declive, com
depósitos, predominantemente constituídos de areias quartzosas bem selecionadas
podem ser caracterizadas como relevo de alta energia e intensa atuação de processos de
erosão.
Esta classificação abrange diversos tipos de praias, onde tem-se em um extremo as
praias reflectivas e noutro as praias dissipativas, cada tipo de praia tem uma ecologia
própria. É importante lembrar que praias por serem ambientes dinâmicos não podem ser
classificadas permanentemente como de um tipo. Eventos de tempestade, mudança no
padrão de ondas, elevação do nível do mar, deriva de sedimentos podem ser fatores que
fazem com que as praias migrem de um tipo à outro.
A praia, independente de sua classificação, é dividida de acordo com o esquema abaixo:
Figura 1.: Diagrama geral do perfil de praia (Albino, 1999, adaptado de Davis, 1985).

Onde:

 Pós-praia (Backshore) define-se a parte da praia coberta pela água apenas


durante as tempestades e que, conseqüentemente, está acima do nível de maré
alta. Esta região é constituída por uma porção praticamente plana de inclinação
suave denominado berma. Algumas praias possuem mais de um berma em
níveis levemente diferentes, separados por uma escarpa. A zona pós praia é
limitada por uma mudança abrupta na inclinação na crista do berma.
 Antepraia superior (Foreshore) limita-se pela altura máxima de maré alta e
pela mínima de maré baixa. Nesta porção está localizada a face da praia, que é
uma seção inclinada da praia onde ocorre o espraiamento. Sobre uma inclinação
bem suave, esta localização é melhor reconhecida pelas mudanças na textura e
composição do sedimento, que é tipicamente marcada por uma concentração de
fragmentos de conchas ou por sedimentos mais grossos.
 A zona descrita como antepraia inferior (Nearshore) é caracterizada por uma
parte do perfil submerso, entre o nível de maré baixa até os bancos de areia.
Esta região é dominada por processos da zona de arrebentação e de surfe. Para
designar a porção mais distante da costa (e também mais plana do perfil) que se
estende do limite do final do banco longitudinal até a margem da plataforma
continental, Komar (1976) utilizou o termo zona offshore.

1.1.1. Hidrodinâmica
Hidrodinamicamente distinguem-se em uma praia a zona de arrebentação, a zona de
surfe e a zona de espraiamento:
A zona de arrebentação (Breaking Zone) é aquela porção do perfil praial
caracterizada pela ocorrência deste processo, que apresenta o modo de dissipação
energética da onda sobre a praia. A forma com a qual a onda quebra depende da
declividade da praia, da altura e do comprimento da onda.
A presença da zona de surfe (Surfe Zone): é primeiramente uma função da inclinação
da praia, e por isso, está diretamente relacionado com o tipo de quebra, e depende,
secundariamente, da amplitude de maré. Praias de baixa declividade são caracterizadas
por extensas zonas de surfe. Durante este percurso, grande parte da energia é transferida
para a geração de correntes – longitudinais e transversais à praia (rips) (Hoefel, 1998).
Em contraste, praias inclinadas raramente possuem zona de surfe e predominantemente
refletem a energia das ondas. (Komar, 1976).
A zona de espraiamento (Swash Zone) pode ser explicada como sendo aquela região
da praia delimitada entre a máxima e mínima excursão dos vagalhões sobre a face
praial. Nesta, as correntes longitudinais não se desenvolvem. Os processos de
espraiamento são importantes no transporte de sedimentos de uma praia, uma vez que os
processos de fluxo e refluxo dos vagalhões determinariam, em última estância, se o
sedimento seria armazenado na praia, ou retornados à zona de surfe, com chances de
ser, então, transportados. Comumente, observamse nesta porção do perfil feições
rítmicas de expressão longitudinal à costa, como cúspides.

1.1.2. Ondas

As ondas geradas pelo vento são umas das principais fontes de energia que governam as
mudanças da praia. Quando uma onda quebra, dependendo da inclinação da praia,
alguma energia pode voltar para o mar (quanto menor for o ângulo de inclinação da
praia, menor é a energia refletida) mas boa parte é dissipada. Parte desta é usada para
fraturar rochas e minerais transformando-os em partículas menores, mas a maior parte
da energia deve ser usada para movimentar sedimentos e aumentar a altura e,
conseqüentemente, a energia potencial da forma da praia (Brown, 1999)
Os processos que causam mudanças morfológicas na costa são os de transporte de
sedimentos. Estas mudanças irão continuar indefinidamente até que eventualmente a
entrada de energia seja dissipada sem qualquer transporte de sedimento (Peyhick, 1986).

1.1.3. Processos Costeiros E Morfodin.âmica Do Ambiente Praial

Os processos oceanográficos físicos, também conhecidos por processos costeiros, atuam


na movimentação de sedimentos e na modelagem morfológica das praias, tendo como
principais agentes a ação de ondas, maré e ventos, além das correntes geradas por cada
um desses fatores (SOUZA e SUGUIO, 1998). Na maioria das costas as ondas são os
fatores mais importantes nos processos costeiros e representam a principal entrada de
energia para o sistema praial.
As ondulações provenientes do oceano aberto quando se aproximam da costa podem
sofrer dois tipos de efeitos: refração e difração.
Hoefel (1998) define refração como o fenômeno através do qual os raios de onda são
redirecionados pela batimetria, ou seja, pela diminuição de profundidade do fundo
marinho;
Difração como o processo de redistribuição lateral de energia ao longo da crista da
onda, devido à presença de obstáculos (ilhas, promontórios, molhes) durante o caminho
da onda. Segundo Souza (1997), esses fenômenos geram perturbações na direção de
propagação das ondas (ortogonais), causando erosão quando as ortogonais convergem
para um determinado local, e assim concentrando energia, e deposição quando há
dispersão de energia proveniente da divergência das ortogonais. Em praias embaiadas a
refração explica a dissipação de ondas nesse tipo de costa, ocorrendo uma convergência
na região mais rasa (promontórios) e divergência nas mais profundas.

1.2.4. Transporte E Balanço Sedimentar


O processo de transporte de sedimentos ao longo da praia é governado principalmente
por correntes longitudinais, sendo estas geradas por vários mecanismos, incluindo:
aproximação de ondas oblíquas, variação local da altura de onda proporcionando níveis
de água diferenciais, corrente de maré e refração/difração de onda (SOUZA, 2007).
Segundo Souza (2007), esta deriva é variável em direção, tempo, lugar e duração,
envolvendo fatores hidrodinâmicos, geológicos, geomorfológicos e antropogênicos
diversos, dentro de uma escala de tempo e espaço variável. A deriva litorânea resultante
é o transporte resultante de sedimento ao longo de uma praia, servindo para indicar o
sentido da maioria dos sedimentos movimentados e transportados por correntes
longitudinais durante um longo período, apesar de alguns poucos movimentos sazonais
de curto prazo em direção oposta (SOUZA, 2007).
A corrente longitudinal possui duas componentes de mesmo sentido, a deriva litorânea
e a deriva praial, que atuam na zona de surfe e na zona de espraiamento (antepraia
superior), sendo a deriva costeira a união das duas derivas (SOUZA e SUGUIO, 1998).
A deriva litorânea é o transporte mais ativo entre a linha de costa e a margem externa da
zona de arrebentação transportando sedimentos paralelamente à costa na zona de
antepraia inferior. Já a deriva praial é o movimento oblíquo de sedimentos ao longo da
costa, ocorrendo na zona de espraiamento (SOUZA, 2007).
Cada segmento costeiro com uma deriva costeira resultante forma uma célula de
circulação costeira (TAGGART e SCHWARTZ, 1988). Inman (2003) define células
litorâneas como “um compartimento costeiro que contém um ciclo completo de
sedimentação incluindo fonte, trajetória de transporte e deposição”, estabelecendo
definitivamente a relação entre balanço sedimentar e transporte longitudinal.
Conceitos semelhantes são adotados nos estudos de Bowen e Inman (1966 apud
MAZZER, 2007), Komar (1976), Carter (1988), entre outros.
As correntes longitudinais dentro de células de circulação costeira podem apresentar
dois tipos de padrões ao longo da costa, unidirecional ou circulatório, desenvolvendo
células de poucos metros à quilômetros (SOUZA, 2007). Segundo Souza (1997) cada
célula consiste de três zonas: zona de erosão (barlamar), zona de transportes e zona de
deposição ou acumulação (sotamar). A origem da corrente acontece em barlamar na
região de maior energia de onda, enquanto o seu término ocorre em sotamar, havendo
diminuição de energia de ondas. A zona de transporte é a região no qual os sedimentos
são transferidos ao longo da costa.

Temos As correntes de retorno (rips currents) que são caracterizadas por fluxos
estreitos, posicionados normal ou obliquamente em relação à costa, que atravessam a
zona de surfe em direção ao mar. Sua origem pode estar associada às correntes
longitudinais convergentes nas proximidades da praia e tendem a desaparecer logo após
a zona de surfe em direção ao mar, formando células de circulação e, como é mais
comumente aceito, são originadas pelas variações longitudinais na altura da
arrebentação que, por sua vez, são produzidas pelas ondas de borda (edge waves).
Diferentemente das ondas incidentes, estas são ondas estacionárias por formarem
alternativamente uma crista e uma cava em pontos fixos, os anti-nós, e, entre estes
pontos, os nós, pontos onde a superfície da água se mantém em nível constante. Os
fluxos longitudinais à praia desenvolver-se-ão a partir dos pontos de maior elevação da
superfície média (os anti-nós) em direção àqueles de menor elevação (os nós), nos quais
devem convergir e formar as correntes de retorno propriamente ditas (Pethick, 1986).

1.1.4. Classificação das praias

Segundos os autores Short e Wright (1983) , as praias podem ser classificadas em:
dissipativa, refletiva e em 4 tipos intermediários:

o O estado dissipativo é a combinação de ondas altas (> 2,5m) com areia fina (Md
< 0,2mm), que resulta em uma praia caracterizada por declividade suave e por
uma zona de surfe bastante extensa (200 a 500m). Nesta porção, duas a cinco
barras discretas podem estar presentes. A arrebentação é deslizante e a
progressiva dissipação da energia de onda ao longo de uma larga porção do
perfil promove a excitação de oscilações estacionárias de infragravidade, que
passam a dominar a porção anterior, em relação à face praial, da zona de surfe.
Normalmente não ocorrem correntes de retorno muito persistentes.
Variabilidade espacial e temporal: As praias dissipativas são relativamente
estáveis ambos espacialmente, devido serem uniformes ao longo da costa, e
temporalmente, devido ao ajustamento.
o Os quatro tipos a seguir representam o estado intermediário, ou seja, a transição
entre o dissipativo e refletivo, conseqüentemente, as características dos tipos
intermediários são areia média e altura de onda moderada. Quando a altura
modal das ondas excede 2m, o tipo persistente é o de Banco e cava
longitudinais, quando as ondas estão entre 1,5 a 2 m predominam os Bancos e
praias rítmicos, entre 1,5 a 1m aparece o tipo Banco transversal e rip, e sob
baixa energia, ondas menores que 1m, o tipo Crista canal/terraço de maré baixa
prevalece. Devido às ondas serem raramente estáveis nos níveis acima, as praias
mudam de um estado para outro em resposta das variações das condições de
ondas.
o Praias refletivas são formadas normalmente em áreas de baixa energia (altura da
onda < 1m), muitas vezes abrigadas, e de areia muito grossa (Md > 0,6mm =
0,75φ), podendo ser encontrada também em áreas mais expostas, de alta energia,
onde o sedimento é composto por cascalho. A praia é relativamente alta,
contendo normalmente um berma e cúspides bem desenvolvidas, enquanto que a
face da praia apresenta-se bastante inclinada. A arrebentação é ascendente ou
mergulhante, não havendo zona surfe nem bancos, e o fluxo é
predominantemente normal à costa. Como o extremo dissipativo, o extremo
refletivo é relativamente uniforme ao longo da costa, exceto pelas cúspides. Em
regiões costeiras expostas, as condições refletivas são usualmente de vida curta
pois as praias refletivas possuem alta sensibilidade à erosão e são rapidamente
erodidas com o retorno das ondas maiores. Portanto, estas praias só podem
existir como estado modal em áreas abrigadas onde o sedimento grosso é
disponível. Sob estas condições, a filtragem dos eventos de grande energia pelos
promontórios e pelo embaiamento resulta em praias modalmente refletivas que
também exibem baixa variabilidade temporal.
Figura 2 - Sucessivos perfis e zonas de surfe de praias dissipativas, intermediárias e
refletivas (Short & Wright, 1985)

1.2. Zona Costeira

A partir das leituras realizadas serão abordados alguns conceitos de diferentes autores
sobre Zona Costeira.
Para Marroni e Asmus (2005, p.16) zona costeira é um sistema ambiental formado na
área de interação direta entre componentes da geosfera (continente), componentes da
hidrosfera (oceano) e atmosfera. De forma mais simplificada pode ser entendida como a
borda oceânica de continentes e ilhas.
Segundo Moraes (1999) zona costeira é um espaço dotado de especificidades e
vantagens locacionais, um espaço finito e relativamente escasso (qualidades geográficas
particulares de espaço e localização litorânea).
Conforme Clark (1996) e Gesamp (1997), ambos citados por Gruber et al. (2003, p. 82)
zona costeira é a unidade territorial que se estende do limite da Zona Econômica
Exclusiva (ZEE) até o limite terrestre afetado pelo clima marítimo.
Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS, 1958
apud AFONSO, 1999, p. 33) área costeira é onde ocorre interação entre a terra e o mar,
na qual a ecologia terrestre e o uso afetam diretamente o espaço oceânico e vice e versa.
Elaborando uma síntese dos autores anteriores área costeira ou zona costeira é um
elemento que pertence ao sistema ecológico que interliga o espaço oceânico e
continental, considerada como sendo uma zona econômica, vistas também como área
de usos múltiplos são lugares únicos e locais de lazer.
1.3. Litoral
. Para Amaral e Mendonça (1996, p. 466) litoral ou zona litorânea se estende no
sentido do continente, desde a zona submersa onde os mais importantes processos
formadores de praia ocorrem (profundidades entre 10 e 20 metros) até a praia.
Litoral, de acordo com Moraes (1999, p. 29), no que importa aos vetores de ocupação
pode ser definido como uma zona de usos múltiplos, pois em sua extensão é possível
encontrar variadíssimas formas de ocupação do solo e manifestação das mais diferentes
atividades humanas.
1.4. Linha De Costa
A linha de costa é a interface, ou limite, entre o continente e o mar. O indicador
empregado para representar a linha de costa durante mapeamento, dependerá do
contexto da investigação que se pretende realizar. Em função do caráter dinâmico da
linha de costa, inúmeros indicadores têm sido com freqüência utilizados para
representar a posição da mesma: o topo de uma falésia, a crista/limite da vegetação de
dunas, escarpas erosivas, o alcance máximo da maré, o limite da praia sujeito ao alcance
das ondas, a linha de arrebentação das ondas. Boak & Turner, (2005).

Segundo Gaspar, J. A., Dicionário de Ciências cartográficas, Lidel linha de costa


refere-se a linha de fronteira entre a terra e o mar, geralmente considerada como o limite
atingido pelas mais altas praia-mares, no extremo superior da praia.

1.5. Erosão

Segundo Prof. Claudio R. Gomes, (2014). Erosão é o desgaste do solo e das rochas e
seu transporte, em geral feito pela água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do
gelo. A erosão destrói as estruturas que compõem o solo, levando seus nutrientes e sais
minerais existentes para as partes baixas do relevo.

1.5.1 Tipos de Erosão

Existem vários tipos de erosão Segundo Prof. Claudio R. Gomes, (2014).

1.5.1.1 Erosão por gravidade – consiste no movimento de rochas e sedimentos


montanha abaixo principalmente devido à força da gravidade.

1.5.1.2 Erosão pluvial – é provocada pela retirada de material da parte superficial do


solo pelas águas da chuva. Esta ação é acelerada quando a água encontra o solo
desprotegido pela vegetação.
1.5.1.3 Erosão eólica – causada pelo vento com a retirada superficial de fragmentos
mais finos. Podem ser vistas nos desertos na forma de dunas e em montanhas
retangulares em zonas relativamente secas.

1.5.1.4 Erosão marinha – é o resultado do atrito da água do mar com as rochas, que
acabam cedendo e transformando-se em grãos, esse tipo de erosão é causado
principalmente pelo excesso de calor ou de frio.

1.5.1.5 Erosão química – ocorre com intervenção de fatores como calor, frio, água,
compostos biológicos e reações químicas da água nas rochas, que com o passar do
tempo vão se deteriorando.

1.5.1.6 Erosão glacial – quando as geleiras deslocam-se, no sentido descendente,


provocam a erosão e a sedimentação glacial. Ao longo dos anos, o gelo pode
desaparecer das geleiras, deixando um vale junto ao mar, causa pelo excesso de calor.

1.5.1.7 Erosão fluvial – é o desgaste do leito e das margens dos rios pelas suas águas,
esse processo pode levar a alterações no curso do rio. Grande maioria desses tipos de
erosão não são caudas pelo homem, mas sim, seriamente agravadas por ele, com
construções em locais impróprios, aumento da produção de gases causadores do efeito
estufa e principalmente, potencializando o aquecimento global.

1.6 Erosão Costeira

Para Prof. Claudio R. Gomes, (2014).A erosão costeira é um processo natural que afeta
grande parte das praias no mundo e ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é
maior que a taxa de deposição. O problema da erosão resulta de um conflito entre um
processo natural, o recuo da linha da costa e a atividade humana e seu uso do solo na
zona costeira. A erosão costeira está associada a um fenômeno natural – a subida
relativa do nível do mar, no entanto, com a intervenção do homem no litoral (deficiência
de sedimentos, desmantelamento de dunas e a assimetria na distribuição de sedimentos
devido à ação de esporões) aceleram o processo de erosão costeira.

As áreas mais vulneráveis a erosão costeira ao longo da costa situar-se-ão quase


invariavelmente onde os problemas já se fazem sentir no presente. Na maior parte dos
casos, trata-se de áreas onde o desenvolvimento se aproximou demasiado da linha de
água da maré alta ou a uma elevação demasiado baixa acima do nível médio do mar
(Theron, 2007). Os actuais problemas em Moçambique são descritos na figura abaixo,
em alguns casos (especialmente nas vilas/cidades costeiras mais desenvolvidas),
algumas das infra-estruturas construídas estão em risco, enquanto que na maior parte
das povoações costeiras urbanas e rurais existem povoações muito próximas do mar.

Fig2. Exemplo de áreas costeiras vulneraveis a erosão costeira existentes em


Moçambique. fonte: Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC, 2012).

Segundo Sousa at al. (2005), erosão marinha mais adequadamente definida por erosão
costeira é o processo que ocorre ao longo da linha de costa atigindo promotórios cestões
rochosos, felésias e praias (erosão praial) resumidamente, é a erosão provocada pela
acção das águas do mar que actuam sobre o material do litoral (linha de costa),
modificando-as através da sua ação química e ação mecânica

Três tipos de ações que podem ser adoptados:

 Abandonar a área ameaçada;


 Restringir a ocupação da área em risco;
 Implantar medidas de proteção costeira.

Segundo MUEHE D. (2011), a erosão costeira é um processo que grande parte das
praias do mundo e basicamente ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é
superior a taxa de deposição de sedimentos.
1.6.1. Causas Da Erosão Costeira

As causas da erosão costeira operam em escalas temporais e espaciais distintas (Stive et


al., 200). Podem ser de cunho evolutivo apontando uma tendência geológica ou
geomorfológica relativamente lenta, de médio ou longo prazo, de mudanças na forma do
litoral; ou episódica, onde impactos erosivos eventuais, pontuais e esporádicos, de curto
prazo, modificam abruptamente os volumes de materiais sedimentares na linha de costa.

No primeiro caso, na escala de longo termo, a erosão está associada a um ajuste


erosivo em resposta à elevação relativa ou absoluta do nível do mar (Zhang et al., 2004;
Hinkel et al., 2013) ou às mudanças climáticas que viabilizam alterações no suprimento
de sedimentos e na energia que é direcionada ao litoral (Reguero et al., 201). Tais
processos apresentam ainda níveis de retroalimentação positiva nem sempre evidentes.
Em determinados segmentos, eventos de tectonismo, vulcanismo e impactos de
tsunamis podem também induzir a mudanças bruscas e inevitáveis na morfologia
costeira.

No segundo caso, na escala de curto termo, usualmente a erosão ocorre em função de


tempestades extremas, notadamente geradas por ciclones tropicais, subtropicais e
extratropicais, em alguns casos associados à teleconexões com ENOS13 (Barnard et al.,
2015; Mentaschi et al., 201), e cada vez mais frequentes em determinado segmento
costeiro, o que induz a modificações rápidas pela perda de sedimentos, e isso já vem
sendo bem documentado no Brasil e no mundo. No entanto, em um contexto de
intensificação de eventos meteorológicos extremos, uma mudança nos seus padrões por
exemplo de direção, duração e magnitude (Slott et al., 2006) e a investigação dos seus
efeitos individuais (tempestade excepcional) ou em grupo de tempestades (Coco et al.,
2014) deverá se traduzir em rápidas mudanças na forma como esses impactos erosivos
aparecerão na linha de costa (Johnson et al., 2015), uma vez que tais alterações ao longo
da faixa costeira envolvem complexidades e não são uniformes. Adicionalmente, as
tempestades excepcionais são reconhecidas como os principais elementos indutores ao
colapso de estruturas de proteção costeira (Leonard et al., 10).

Destacam-se ainda as alterações antrópicas usualmente ocorrendo na meso-escala


temporal. Já é consenso que a ocupação e as alterações que o homem promove na linha
de costa podem aumentar a vulnerabilidade e diminuir a resiliência do meio físico,
mesmo que o objetivo seja a proteção costeira (Cooper; Pilkey, 2012). Nesse sentido,
cabe citar Luijendijk et al. (201) que apontam dois fatores atribuídos à interferência
humana nos processos erosivos na costa, a saber: mineração de areias e construção de
estruturas costeiras. Sobre o primeiro fator, os autores exemplificam um delta onde a
excessiva extração de areias da calha fluvial resultou em déficit de materiais para
abastecer à costa, citam também que a excessiva extração da água de subsuperfície para
o consumo promove a acomodação do terreno (subsidência) o que faz com que o nível
dos terrenos costeiros sejam rebaixados e se tornem ainda mais vulneráveis. Água e
areias siliciclásticas são os recursos minerais mais explorados do planeta e seus
impactos diretos ou indiretos invariavelmente chegam à linha de costa (Young; Griffith,
200). Sobre a construção de estruturas costeiras os autores citam estruturas portuárias
(ex. molhes e espigões) em áreas onde existe intenso transporte de sedimentos de rumo
dominante e os efeitos erosivos à sotamar das estruturas.

A erosão costeira segundo Prof. Claudio R. Gomes, (2014) pode ocorrer devido
a:

 Elevação do nível do mar;


 Diminuição da quantidade de sedimentos fornecidos ao litoral;
 Degradação antropogênica (causada pelo homem) das estruturas naturais
(excessiva exploração de areias nos estuários dos rios, destruição sistemática
das dunas litorais);
 Obras de engenharias costeiras e obras portuárias.

Segundo Sousa et al. (2005) as causas da erosão costeira podem ser oriundas de ações

humanas como também por causas naturais.  

 Causas Naturais Da Erosão Costeira

1. Dinâmica de circulação costeira quando há centros de divergência de células de


deriva litorânea, efeito “foco estável”.
2. Morfodinamica praial há mobilidade ou sucetibilidade à erosão onde as praias
intermediarias tem maior índice de sucetibilidade erosiva em relação as
refletivas, e as refletivas tem maior índice em relação as dissipativas.
3. Aporte de sedimentos naturalmente ineficiente há como fontes de
abastecimento de sedimentos (continente, praia e fundo marinho adjacente).
4. Presença de irregularidades na linha de costa presença de promontórios
rochosos e cabos, ilhas, rios – molhe hidráulico.
5. Presença de amplas zonas de transporte ou trânsito de sedimentos (by-pass)
6. Armadilhas de sedimentos desembocaduras lagunares e fluviais quando há
migração, barras; ilhas, parcéis; arenitos de praia e recifes; baías.
7. Fenômenos climáticos eventos meteorológicos anômalos (ciclones
extratropicais; “El Niño”) e inversões da deriva litorânea (mudanças climáticas).
8. Elevações do nível relativo do mar de curto período podem ser oriundos de
tempestades e marés meteorológicas; efeitos esteáricos.
9. Efeitos atuais da elevação do nível relativo do mar durante o último século
(30 cm).
10. Efeitos secundários da elevação de nível do mar de longo período Regra de
Bruun.
11. Evolução quaternária das planícies costeiras (balanço sedimentar de longo
prazo negativo e circulação costeira).
12. Balanço sedimentar atual negativo por processos naturais individuais ou
combinados.
13. Fatores tectônicos.

 Causas Antrópicas Da Erosão Costeira

1. Urbanização da orla a ocupação desordenada pode causar destruição de dunas;


impermeabilização de terraços marinhos; ocupação da pós-praia.
2. Implantação de estruturas rígidas ou flexíveis, paralelas ou transversais.
3. Armadilhas de sedimentos associadas à implantação de estruturas
artificiais.
4. Retirada de areia de praia quando há mineração e/ou limpeza pública.
5. Extração de areias fluviais e dragagens em canais de maré e na plataforma
continental.
6. Conversão de terrenos naturais em urbanizados mudanças na drenagem e
no aporte sedimentar.
7. Balanço sedimentar negativo por intervenções antrópicas.

1.6.2. Indicadores de erosão costeira (baseado em Souza, 1997, 2001b; Souza


& Suguio, 2002)
I. Pós-praia muito estreita ou inexistente devido à inundação pelas preamares de
sizígia (praias urbanizadas ou não).
II. Retrogradação geral da linha de costa nas últimas décadas, com franca
diminuição da largura da praia, em toda a sua extensão ou mais acentuadamente
em determinados locais dela (praias urbanizadas ou não).
III. Erosão progressiva de depósitos marinhos e/ou eólicos pleistocênicos a atuais
que bordejam as praias, sem o desenvolvimento de falésias (praias urbanizadas
ou não).
IV. Intensa erosão de depósitos marinhos e/ou eólicos pleistocênicos a atuais que
bordejam as praias, provocando o desenvolvimento de falésias com alturas de
até dezenas de metros (praias urbanizadas ou não).
V. Destruição de faixas frontais de vegetação de restinga ou de manguezal,
presença de raízes e troncos em posição de vida soterrados na praia, devido à
erosão e/ou ao soterramento causado pela retrogradação/migração da linha de
costa.
VI. Exumação e erosão de depósitos paleolagunares, turfeiras, arenitos de praia ou
terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos, sobre o estirâncio e/ou a face
litorânea atuais, devido à remoção das areias praiais por erosão costeira e déficit
sedimentar extremamente negativo (praias urbanizadas ou não).
VII. Freqüente exposição de “terraços ou falésias artificiais”, apresentando pacotes
de espessura até métrica, formados por camadas sucessivas de aterros erodidos
soterradas por camadas de areias praiais/dunares (contato entre a praia e a área
urbanizada).
VIII. Destruição de estruturas artificiais construídas sobre os depósitos marinhos ou
eólicos holocênicos, a pós-praia, o estirâncio, a face litorânea e/ou a zona de
surfe.
IX. Retomada erosiva de antigas plataformas de abrasão marinha, elevadas de +2 a
+6 m, formadas sobre rochas do embasamento ígneo-metamórfico précambriano
a mesozóico, rochas sedimentares mesozóicas, sedimentos terciários (Formação
Barreiras) ou arenitos praiais pleistocênicos, em épocas em que o nível do mar
encontrava-se acima do atual, durante o Holoceno e o final do Pleistoceno
(praias urbanizadas ou não).
X. Presença de concentrações de minerais pesados em determinados trechos da
praia, em associação com outras evidências erosivas (praias urbanizadas ou não).
XI. Desenvolvimento de embaíamentos formados pela presença de correntes de
retorno concentradas e de zona de barlamar ou centros de divergência de células
de deriva litorânea localizados em local(s) mais ou menos fixo(s) da linha de
costa.

1.7. Consequências Da Erosão Costeira


A erosão costeira pode trazer várias conseqüências não somente à praia, mas também a
vários ambientes naturais e aos próprios usos e atividades antrópicas na zona costeira,
destacando-se (Souza et al., 2005; Souza, 2009):
 Redução na largura da praia e retrogradação ou recuo da linha de costa (se a área
adjacente da planície costeira não for urbanizada a tendência de longo período
será de migração transversal do perfil praial rumo ao continente; se for
urbanizada, pode não haver “espaço” físico para essa migração);
 Desaparecimento da zona de pós-praia;
 Perda e desequilíbrio de habitats naturais, como praias ou alguma de suas zonas,
dunas, manguezais, florestas de “restinga” (Souza et al., 2008) que bordejam as
praias e costões rochosos, com alto potencialde perda de espécies que habitam
esses ambientes;
 Aumento da intrusão salina no aqüífero costeiro e nas drenagens superficiais da
planície costeira;
 Perda de propriedades e bens públicos e privados ao longo da linha de costa;
 Destruição de estruturas artificiais paralelas e transversais à linha de costa;
 Perda do valor imobiliário de habitações costeiras;
 Perda do valor paisagístico da praia e/ou da região costeira;
 Comprometimento do potencial turístico da região costeira;
 Prejuízos nas atividades sócio-econômicas da região costeira;
 Artificialização da linha de costa devido à construção de obras costeiras (para
proteção e/ou recuperação ou mitigação);
 Gastos astronômicos com a recuperação de praias e reconstrução da orla
marítima ( incluindo propriedades públicas e privadas, equipamentos urbanos
diversos e estruturas de apoio náutico, de lazer e de saneamento).

1.8. Métodos De Proteção Costeira

Segundo Prof. Me. Claudio R. Gomes, (2014) As obras de proteção costeira são
classificadas de acordo com o seu posicionamento relativo à linha de costa. Esses tem
como objetivo proteger a costa do ataque direto das ondas. As obras de defesa costeira
são de três tipos: obras transversais – como os esporões; obras longitudinais aderentes –
como os paredões e obras destacadas – como quebra-mares.

De acordo com Prof. Me. Claudio R. Gomes, (2014) Muitos problemas existentes
derivados de obras de engenharia para contenção do avanço do mar em áreas urbanas
são provenientes de diversas intervenções que desequilibram o balanço sedimentar com
a construção de portos, espigões, quebra-mares, enrocamentos, muros, etc. No passado,
a concepção dos projetos de obras costeiras, não considerava o equilíbrio morfológico
da costa de forma ampla acarretando processos erosivos.
Segundo as orientações do Coastal Enginnering Manual – CEM (Manual de Engenharia
Costeira) do Departamento de Engenharia do Exército dos EUA, há a necessidade de
implantação de um projeto de contenção costeira para buscar uma melhor eficácia nas
ações para encontrar soluções que tragam benefícios ambientais no controle da erosão
costeira.
Independente da escolha da obra a ser utilizada é necessário considerar no planejamento
dessas obras uma visão de médio e longo prazo, levando em consideração o custo-
benefício e a opção por técnicas de proteção alternativas que levem em consideração a
durabilidade das intervenções, o impacto ambiental causado, a disponibilidade dos
materiais, o custo de implantação e o custo de manutenção da obra.
Segundo Ceccarelli (2009), as obras de proteção costeira podem ser classificadas quanto
à sua localização, em obras transversais (espigões), Obras longitudinais aderentes e não
aderentes, alimentação artificial das praias, diques, fixação de dunas de areia e
comportas.

No geral, obras de defesa do litoral são intervenções que visam agir no transporte de
sedimentos, estabilizar ou ampliar a linha de costa e defendê-la contra a erosão
(Alfredini; Arasaki, 200) e podem ser classificadas entre “obras artificiais” e “obras
naturais”. As primeiras, chamadas também de “obras rígidas” ou "obras cinzas", em
áreas com transporte litorâneo de rumo dominante devem dispor fundamentalmente de
estruturas de defesa perpendiculares, ou quase, à costa, como espigões, guias-corrente e
molhes (Alfredini e Arasaki, 200). Nas áreas onde o transporte litorâneo é pouco
significativo, as obras devem ser dimensionadas de forma longitudinal (paralela) à costa
, de modo a fixar a posição da linha de costa ou conter o efeito das ondas, como
exemplo: quebra-mar destacado e revestimentos como muros ou paredões.

Medidas de conteção costeira segundo MUEHE D. (2011), podem ser divididos em dois
tipos básicos:

 Leves: as medidas que não envolvem a construção de estruturas rígidas na praia


na praia.
 Pesados: envolvem obras de engenharia construídos na praia com objetivo de
reter sedimentos e diminuir a energia da onda incidente ou impedir o avanço do
mar.

As obras de proteção costeira são classificadas de acordo com o seu posicionamento


relativo à linha de costa. Tem o objetivo de proteger a costa do ataque direto das ondas.

1.8.1. Enrocamentos

Os enrocamentos estão associados a paredões são estruturas longitudinais que se


desenvolvem ao longo da praia, feitos para proteger construções em zonas de erosão,
tem como efeito fazer diminuir a praia arenosa, é a construção de um paredão que
estreita a praia tornando a praia submersa mais inclinada. Ocorre devido à existência de
habitações em dunas/zonas muito próximas ao mar. Os enrocamentos têm como efeito
fazer aparecer substrato rochoso (rochas, pedras) onde antes pouco ou nada havia para
além de substrato móvel (areia).
Vantagens: Durabilidade do material, Flexibilidade para remoção e colocação dos
materiais.

Desvantagens: Agressão ao meio ambiente aumentando o processo erosivo no local,


Efeito visual desarmônico com o ambiente urbano, Extinção do acesso à praia, Alto
custo de manutenção.

1.8.2. Molhes

Um molhe é uma obra marítima de engenharia hidráulica que consiste numa


estrutura costeira semelhante a um pontão ou estrutura alongada que é introduzida nos
mares ou oceanos apoiada no leito submarino pelo peso próprio das pedras ou dos
blocos de concretos especiais, emergindo da superfície aquática. É uma longa e estreita
estrutura que se estende em direção ao mar. Essa estrutura tem como função assegurar a
manutenção de uma barra navegável, projeção das partes laterais das docas ou portos e
rios, ao longo do qual os navios podem acostar para carga ou descarga. O molhe possui
uma extremidade em terra e a outra em mar.

1.8.3. Quebra-Mares

Os quebra-mares, ou quebra-mares destacados (detached breakaters), com função de


defesa do litoral, são estruturas construídas sem contato com a costa, e em posição
paralela a esta ou à entrada predominante das cristas das ondulações incidentes,
podendo ser emersos ou submersos.

A criação de uma zona de sombra à sotamar da estrutura, favorece a deposição criando


eventualmente uma saliência na linha de costa. Quando esta saliência na linha de costa
se conecta ao quebra-mar destacado têm-se a feição deposicional denominada tômbolo
(Dally; Pope, 16).

Podem ser isolados ou segmentados e conceitualmente agem na dissipação da energia


das ondas, tal como uma laje rochosa ou bancada de corais, e promovem o efeito de
difração de ondas tal como uma ilha próxima à costa. Ao atuar reduzindo ou impedindo
a ação das ondas e sua capacidade de promover alterações na linha de costa, o resultado
é a criação de uma área de sombra à sotamar da estrutura o que leva a um ambiente de
menor energia que favorece à deposição e a não erosão de materiais junto à linha de
costa. Podem ser construídos por materiais de variadas formas, tamanhos e estruturas
sendo os mais comuns na forma de uma pilha de blocos rochosos (enrocamento) ou
blocos de concreto de formas complexas como os tetrapodos, quadrípodos, dolos,
hexápodos, dentre dezenas de outros modelos.

São construções que recebe e rechaça o ímpacto das ondas das correntes,
defendendo as embarcações que se recolhem num porto, baía ou outro ponto da costa. O
quebra-mar se diferencia do molhe por não possuir ligação com a terra, enquanto que
este sempre parte de um ponto em terra, tem por finalidade principal proteger a costa ou
o porto da ação das ondas do mar. O quebra-mar possui as duas extremidades dentro da
água. Para essa obra são utilizados blocos de concreto cúbicos e paralelepípedos de
contenção às ondas marinhas, em especial o tetrápode .

Impactos

Os impactos negativos dos quebra-mares também são esperados, e incluem a


redução na circulação local - o que pode afetar a balneabilidade -, os custos de
construção e manutenção tendem a ser mais elevados do que uma estrutura enraizada na
costa, podem oferecer riscos à navegação, possibilitar erosão em áreas adjacentes como
resultado da acumulação na área de sombra, e gerar impactos estéticos negativos que
artificializam e desvalorizam a paisagem costeira.

1.8.4. Recifes Artificiais

Os recifes artificiais podem ter vários objetivos: Criar novos habitats; Dificultar pesca
com redes; Melhorar produtividade da diversidade marinha. Recife artificial é o termo
utilizado para designar um conjunto de estruturas, normalmente de concreto, colocadas
propositalmente no fundo do mar para serem colonizadas pela comunidade biológica
que vive no meio aquático, a exemplo do que ocorrem nos cascos de embarcações,
plataformas que ficam em contato com a água do mar.

1.9. Obras de Recuperação Costeira

1.9.1. Espigões

Os espigões (groins) são uma das mais utilizadas opções de defesa do litoral. Trata-se
de construções transversais, estreitas, fixadas na costa e estendidas do pós-praia até
atingir, ao menos, a primeira faixa de arrebentação atuando diretamente sobre o
transporte longitudinal de sedimentos na faixa onde este é mais eficiente. Podem ser
construídos utilizando blocos rochosos, cimento/concreto, madeira, metal ou tecidos
sintéticos resistentes e preenchidos com areias ou outros materiais como os geotêxteis.

Os espigões estão entre as obras de proteção costeira mais utilizadas para o controle da
erosão marinha. São estruturas perpendiculares ou quase perpendiculares à linha da
costa podendo ser em forma de Y, T ou Z. O efeito de um único espigão é o acréscimo
da praia a montante (barlamar) e a erosão da praia a jusante (sotamar), a sua eficácia
depende do volume de sedimentos transportados por esta corrente uma vez que o seu
efeito consiste em provocar a deposição de sedimentos através da intercepção do fluxo
de sedimentos (Prof. Me. Claudio R. Gomes, 2014).

São usualmente implantados de forma perpendicular à praia e quase sempre em linha


reta e são projetadas para interceptar à deriva litorânea favorecendo a construção da
praia de proteção e atrasando a erosão da praia existente (KAMPHUIS, 2000; SILVA,
2015).

As funções dos espigões são:

a) intervir parcial ou totalmente no transporte de sedimentos litorâneo fazendo com que


ocorra deposição a barlamar;

b) estabilizar praias sujeita a modificações periódicas;

c) alargar a extensão das praias;

d) evitar assoreamento a sotamar;

e) complementar a fixação para a alimentação artificial de praias. Os espigões podem


agir isoladamente ou em conjunto, formando um campo de espigões

Segundo Souza (2011), os espigões têm como principal função impedir/interceptar a


livre circulação dos sedimentos no sentido longitudinal, protegendo, desta forma, a
costa da erosão. O autor acrescenta que o sucesso de um ou mais elementos destes têm
pode ser determinada pela percentagem de material sólido que fica retida a
barlamar(antes no sentido das correntes) dos espigões. A inserção de espigões na costa,
geralmente, promove o efeito de acúmulo sedimentar a barlamar (“updrift”) e de erosão
a sotamar (“downdrift”). Este processo é minimizado quando o transporte de sedimento
longitudinal da costa ocorre nos dois sentidos (SILVA, 2015). Não sendo indicado para
áreas onde o transporte de sedimentos for fraco ou que a direção deste transporte de
sedimentos for variável (CECCARELLI, 2009).

1.9.2. Alimentação Artificial de Praia / Engordamento de Praia

Consiste no suprimento de areia com material adequado obtido em áreas de empréstimo,


é uma solução temporária, caso não se conheça as causas da erosão. Esta solução é
reconhecida como a melhor defesa contra a erosão costeira por não necessitar de obras
fixas estranhas ao meio ambiente, ou seja, é a solução com nenhum impacto ambiental,
é bem adaptada em trechos longos de praia e exige manutenção em longo prazo (Prof.
Me. Claudio R. Gomes, 2014).

A alimentação ou preenchimento artificial (beach nourishment) de praias consiste em


um conjunto de intervenções de engenharia que objetivam suprir artificialmente
determinado segmento da costa ampliando o volume de areias. Suas funções visam
intervir no balanço sedimentar, restabelecer o transporte de sedimentos litorâneo e
assumir a função de defesa do litoral. Diversas intervenções como estas, com maior ou
menor sucesso, vêm sendo adotadas no Brasil e no mundo. Nordstrom (2010) é uma
excelente referência para entender este panorama, no qual, Pilkey e Cooper (2014)
apresentam sempre uma visão crítica sobre sua efetividade.

Os projetos de recuperação ou alimentação artificial de praias e a construção de dunas


artificiais preveem a adição de materiais semelhantes aos perdidos. Os princípios desses
sistemas são simples e consistem na dragagem, no transporte e na deposição das areias,
no entanto, algumas etapas operacionais partindo do design do sistema e das distâncias
do transporte podem ser complexas e onerosas (Loza, 200) cabendo ponderação para
definir o melhor cenário e desenho para um sistema sobretudo em função da posição da
fonte de extração de areias.

Um desentendimento muito comum sobre os projetos de alimentação artificial de praias


e dunas é que eles são falhos na medida em que são destruídos pelas ondas e precisam
ser reconstruídos. Ocorre que esses projetos têm a finalidade de absorver a energia e a
forma com que eles fazem isso é se movimentando. Desde que haja disponibilidade de
recursos e fontes de materiais arenosos compatíveis, a continuidade (manutenção) é uma
das ideias chave nesses projetos uma vez que, ao contrário das estruturas rígidas
perpendiculares à costa (ex. espigões) que restringem a movimentação de areias, os
materiais que são eventualmente erodidos serão livremente movimentados para outros
segmentos do litoral (Bulhoes, 201a).

Impactos

Os impactos negativos dos projetos de recomposição/ construção de praias e dunas


sobre o meio físico são relativamente menores quando comparados às estruturas rígidas
(Nordstrom, 2010) e ocorrem quando são construídas dunas muito íngremes ou com
areias incompatíveis. Dunas e praias íngremes tendem a colapsar rapidamente, podem
impedir a locomoção da fauna terrestre e reduzir a acessibilidade dos usuários. Quanto
às areias, se as mesmas forem menores que as nativas elas podem ser perdidas
rapidamente pela ação de ventos e ondas. Se as areias forem muito maiores podem agir
refletindo a ação das ondas e formando escarpas elevadas o que inviabiliza uma praia
recreativa e acessível. A compatibilidade dos materiais a serem usados nos projetos de
recuperação artificial do sistema praia-duna deve considerar os aspectos de tamanho,
forma, cor e textura.

Sobre o meio biótico os impactos imediatos dos projetos de recomposição/construção de


praias e dunas são normalmente severos e temporários tanto nas áreas de empréstimo de
areias quanto nas áreas de intervenção. Utilização de equipamentos e maquinário
pesado, aumento de turbidez, modificação da morfologia da praia, alteração da
composição química e granulométrica dos materiais, remoção de áreas de alimentação,
nidificação e desova, soterramento de habitat, são exemplos de alterações que
promovem impactos negativos sobre a biota e as consequências tendem a alterar a
abundância, biomassa, riqueza, tamanho e composição das espécies (Nordstrom, 2010)
havendo ainda o risco de viabilizar oportunidades para espécies invasoras. Usualmente
espera-se no curto e médio prazo uma recomposição da flora e da fauna desde que os
materiais sejam semelhantes aos pré-existentes. No entanto, conceitualmente a
efetividade dos projetos de recuperação artificial de praias esbarra nos custos e na
capacidade de manutenção. Os custos tendem a subir na medida em que as fontes
próximas de materiais se esgotem. No contexto da elevação do nível do mar tais custos
no médio e longo prazo se tornarão impeditivos e por fim, advogam Pilkey e Cooper
(2014), caso se mantenha o objetivo de proteger as edificações, a solução final acabará
sendo uma obra rígida como um muro culminando com o desaparecimento da praia.
1.9.3. Diques

Segundo Prof. Me. Claudio R. Gomes, (2014). Diques são estruturas de engenharia
hidráulica com a finalidade de manter determinadas porções de terras secas. Sua
estrutura pode ser de concreto, de terra ou de enrocamento e possibilita manter secas
determinadas áreas, chamadas de pôlderes.

Diques são estruturas longitudinais que tem a função específica de impedir o


alagamento de áreas baixas do litoral, mesmo em áreas sem histórico de erosão. Seu uso
é antigo (Verhagen, 10) e são normalmente construídos como uma pilha de materiais
finos (areia e silte) com a declividade suave na porção voltada para o mar o que busca
reduzir o espraiamento e o seu efeito erosivo (USACE, 2011). A superfície dos diques é
normalmente estabilizada usando grama ou vegetação com estrutura mais densa, asfalto,
blocos de rochas ou concreto

Não se deve confundir um dique (o qual possui sempre as duas pontas na terra), com um
quebra-mar (que possui as duas extremidades dentro d’água), nem com um molhe (que
possui uma extremidade em terra e outra no mar). Apesar desta diferença fundamental
em hidráulica marítima esta confusão é muito comum.

Existem vários tipos de diques, dependendo da zona geográfica onde são construídas as
barragens, os diques são classificados relativamente ao material de construção,
alvenaria, betão, que por sua vez dependendo da sua estrutura são classificados como:
arco-gravidade, arco-abobada, contrafortes e barragens em arco. O principal desafio
desta obra de engenharia é fazê-la resistir às tempestades marítimas ou as enchentes no
caso dos rios, (Prof. Me. Claudio R. Gomes, 2014).

1.9.4. Gabião

Segundo Prof. Me. Claudio R. Gomes, (2014) Gabião é a utilização de pedra


arrumada revestida com tela, para conter o efeito da maré nas áreas afetadas, é uma
solução com durabilidade de aproximadamente cinco anos, porém, oferece algumas
desvantagens: Dificulta o acesso da população à praia, Destruição das telas do gabião
devido ao choque das ondas, salinidade do mar e ação de vândalos, Risco de acidentes
nos fios oxidados, Desarrumação das pedras após a destruição das telas, Erosão do
aterro da contenção, Proliferação de ratos e insetos.

Vantagens: Durabilidade de 5 anos.


Desvantagens: Dificulta o acesso da população à praia, Destruição das telas do gabião
devido ao choque do trem de ondas, da salinidade do mar, e da ação de vândalos, Risco
de acidentes nos fios oxidados das telas para os banhistas, Desarrumação das pedras
após a destruição das telas, Erosão do aterro da contenção, Perigo de saúde, proliferação
de ratos e insetos.

1.9.5. Bagwall

É a utilização de geoforma para construção de um dissipador de energia preenchidas


com concreto ou argamassa. O uso de enchimento de geoformas com concreto para
proteção de avanço do mar é uma tecnologia utilizada há mais de 50 anos nos EUA, são
os denominados Seawall’s e tem uma vida útil de 50 anos sem necessidade de
manutenção. O material utilizado é de fácil obtenção, pois o enchimento das geoformas
é feito com micro-concreto, a metodologia de execução utiliza 90% da mão de obra
local. Esteticamente, o dissipador se harmoniza com o ambiente urbanizado, podendo
ser removido ou ampliado, tem se mostrado eficaz para solucionar os problemas de
erosão e engorda natural da areia da praia, (Prof. Me. Claudio R. Gomes, 2014).

1.9.6. Quebra-mar ou esporão

Estrutura rígida de engenharia costeira, disposta transversalmente ao


desenvolvimento da linha da costa e que normalmente é utilizada contra a erosão
costeira. A função principal é a de reter a deriva litoral, minimizando os problemas de
erosão costeira a barlamar da estrutura. Em geral, os esporões são retilíneos, mas podem
ter forma em T ou L, ou podem ser curvilíneos, em Z, ondulados. A parte superior da
estrutura pode estar emersa ou submersa ou ter uma parte emersa e outra submersa,
podem ser impermeáveis ou permeáveis permitindo que a água ou sedimentos os
atravesse. O material utilizado para o esporão pode ser: betão, blocos de rocha,
tetrápodes, gabiões, etc..
As estruturas transversais, tipo esporão, interrompem o trânsito litoral de areias,
conduzindo a acumulação a barlamar e a erosão mais intensa a sotamar. Quando a
acumulação a barlamar preenche o comprimento do esporão, se este é longo, a corrente
é refletida para o largo e transporta parte das areias para profundidades onde, por vezes,
dificilmente são reintegradas na circulação costeira. Pode-se verificar, assim, perda de
areias no sistema litoral. Devido à erosão que provocam a sotamar, com frequência
outras edificações são colocadas em risco, pelo que, na maioria dos casos, não existe
apenas um esporão, mas sim um campo de esporões (Dias, 2005).

1.9.7. Murros ou Paredoes

Muros ou Paredões (seaalls) são estruturas que visam prevenir e amenizar o alcance das
ondas costa adentro. São projetados para fixar a posição limite da praia emersa. São
construídos de forma paralela à costa e usualmente são entendidas como estruturas
fundamentais para a proteção de uma rodovia, de um calçadão, casas e edifícios
(USACE, 2011). Quanto ao perfil vertical podem ser, inclinados, verticais, côncavos ao
fundo e arqueados na superfície ou combinados (Alfredini e Arasaki, 200) e tal desenho
é definido para o melhor atendimento ao tipo de costa e interação com o ataque e
espraiamento das ondas. Sua dimensão vertical é projetada desde a porção soterrada
(função do estoque vertical de areias) até a sua cota máxima (função da altura das
ondas) o que eventualmente pode ser ultrapassada em eventos excepcionais sem que
isso signifique necessariamente uma falha do projeto. Os materiais utilizados
usualmente são pilhas de rochas (enrocamentos), gabiões, peças ou estacas de concreto,
estacas metálicas ou madeira, ou ainda materiais consorciados.

Por se configurarem como estruturas paralelas e enraizadas na costa, não atuam na


retenção da circulação longitudinal de sedimentos que permite a manutenção das perdas
por deriva geradas pela ação oblíqua das ondas. Adicionalmente, a interação da
estrutura com o espraiamento das ondas gera um aumento do transporte transversal pelo
efeito de reflexão das ondas na estrutura. Tal efeito acaba por aumentar a velocidade do
fluxo e o transporte das areias (USACE, 2011), e em muitos casos promove o
desaparecimento sazonal ou permanente da praia (Pilkey e Wright III, 1) e esses
impactos são graves. Como a estrutura protege apenas o segmento em que está apoiada,
as áreas à barlamar e sotamar continuam desprotegidas, e caso apresentem aspectos
erosivos, podem contribuir para o colapso da estrutura.

1.9.8. Outras formas de ação frente à erosão costeira

À despeito de dezenas de outras estruturas de defesa do litoral criadas e patenteadas


como alternativas às previamente citadas neste texto, de acordo com Cooper e Pilkey
(2012), trata-se dos mesmos princípios. Verdadeiras alternativas frente à ameaça da
erosão costeira e aos projetos de defesa do litoral que merecem discussão são os
mecanismos e estratégias de acomodação, retração e sacrifício. No caso das áreas que
enfrentam o problema da erosão costeira, a acomodação significa conviver com o risco.

De acordo com o relatório IPCC CZMS (10), isso implica um planejamento avançado
que pode determinar um conjunto de ações que incluem a elevação de determinadas
estruturas (ex.: casas) em áreas onde ocorrem inundações, códigos e planos de
construção e de uso e ocupação do solo mais restritivos, reestruturação dos sistemas de
drenagem, sistemas que alertem as comunidades sobre a ocorrência de tempestades,
incluindo ou não planos de evacuação e, no nível regional, proibição de construção de
barragens e mineração de areias. Retração e sacrifício são medidas não estruturais de
combate e adaptação aos impactos adversos da erosão costeira. De forma simples, no
primeiro caso, trata-se de remobilizar a estrutura construída para terrenos à retaguarda,
fora do alcance da área em erosão. É uma estratégia de não enfrentamento. No segundo
caso, trata-se de uma opção de "fazer nada" frente à erosão costeira. Tais medidas
podem ser planejadas ou não e, na prática, a segunda é mais comum do que a primeira.
A retração pode ser uma ação proativa quando planejada, ou retroativa quando forçada.

No primeiro caso tende a ser uma estratégia de adaptação vantajosa em áreas onde o
custo para a proteção efetiva de determinado segmento costeiro é muito elevado e/ou
crescente, ou onde os recursos disponíveis são insuficientes para tal (Nordstrom et al.,
2015). Adicionalmente visa proteger vidas, recursos e infraestrutura, limitar gastos com
manutenção de moradias e estruturas de defesa do litoral, e preservar áreas naturais
valorizadas (Niven e Bardsley, 2013). Na retração planejada trata-se de uma ferramenta
estratégica de gestão costeira integrada e planejamento urbano, que inclui mudança no
uso do solo e prevê a realocação planejada da infraestrutura urbana (Williams et al.,
201), visando evitar as incertezas e os impactos negativos dos eventos de erosão costeira
e inundação de forma mais específica, e das mudanças climáticas e elevação do nível do
mar de forma mais geral. Tal estratégia prevê que a movimentação natural da linha de
costa e seus ecossistemas integrados (principalmente praias e dunas) seja uma forma
eficiente de adaptação às condições variáveis que impulsionam energia para o litoral.
Em algumas áreas essa é, de fato, uma estratégia menos custosa e mais efetiva do que
realizar intervenções estruturais de defesa do litoral, invariavelmente temporárias. No
geral as estratégias governamentais para a retração planejada envolvem a aquisição de
terras, restrições ao uso do solo, proibição de reconstrução de propriedades danificadas
pela erosão costeira e redução dos subsídios e incentivos para o desenvolvimento e
ocupação em áreas vulneráveis (IPCC CZMS, 10; Zhu et al., 2010). Para Pilkey et al.
(2016) a retração planejada é, antes de tudo, uma estratégia para preservar a linha de
costa para as gerações futuras, enquanto a retração forçada é uma ação inevitável em
determinados segmentos costeiros.

Os principais impactos negativos das estratégias de retração planejada são os


econômicos e sociais. Em áreas mais valorizadas, os custos para a compra de terras,
desapropriação, demolição e relocação da infraestrutura existente podem se tornar
impeditivos. Já os impactos sociais partem de que, em um primeiro momento, não é
fácil convencer a maioria dos tomadores de decisão, os grupos econômicos e a
comunidade de que as mudanças climáticas são reais, e menos ainda que a retração
planejada é uma ação necessária, o que dificilmente resultaria em uma legislação
eficiente para tal. No Brasil e em outros países, os aspectos fundiários, seja em áreas
urbanas ou rurais são complexos, o que certamente levaria à ações judiciais de longo
prazo. Outros aspectos como os psicossociais e políticos, somados às incertezas quanto
aos cenários futuros, são os que colocam a estratégia de retração planejada como uma
das últimas opções para o enfrentamento da erosão costeira (Neal et al., 201) e, no geral,
levam até a opção de "fazer nada", discutida a seguir. "Deixe a natureza seguir o seu
rumo" ou "O mar veio buscar o que é dele" são frases emotivas repetidamente
proferidas em áreas onde os eventos de erosão costeira geram resultados visíveis mais
impactantes. Tais percepções e suas variantes, somadas às incertezas e ao negacionismo
científico, servem como justificativa útil para a decisão, velada ou assumida, de "fazer
nada". A decisão de "fazer nada" ou "abandonar" determinado segmento da linha de
costa que sofre os impactos negativos da erosão costeira pode também ser uma
estratégia de gestão (Neal et al., 201), mas historicamente não o são. Centenas de
exemplos podem ser citados sobre propriedades que foram abandonadas após eventos
episódicos como grandes tempestades. Outros exemplos podem ser citados em áreas
onde a erosão costeira é crônica e decide-se também pelo "fazer nada".

1.9.8.1 Restauração de dunas

A preservação e restauração de dunas costeiras está associada ao benefício que fornece


de defesa do litoral e seu uso para tal é antigo (Knutson e Finkelstein, 1; Verhagen, 10).
Normalmente visam recompor dunas frontais onde estas foram aplainadas ou destruídas.
Ocasionalmente visam altear dunas existentes para aumentar o estoque de areias e os
efeitos de proteção frente à eventos de tempestade (Nordstrom, 2010). Podem ser
construídas ou restauradas induzindo a ação natural ou utilizando meios mecânicos de
construção.

No primeiro caso normalmente é etapa associada aos projetos de engordamento de praia


e na medida em que exista potencial de transporte eólico e os materiais utilizados no
projeto tenham diversidade suficiente, os grãos mais finos são transportados pelo vento
e tendem a interagir com a topografia ou vegetação formando dunas incipientes que
com o tempo adquirem formato e estrutura de uma duna frontal natural. Em alguns
projetos opta-se a utilizar cercas para favorecer o acúmulo, em outros há o plantio de
vegetação, por vezes ambos.

No segundo caso a restauração das dunas é projetada utilizando máquinas mobilizadoras


de terra em alguns casos geotêxteis (Carmo et al., 2006) para garantir um perfil
calculado e normalmente homogêneo que se assemelha a um dique de areia (Nordstrom,
2010). Essa forma é normalmente indicada em áreas onde a praia é estreita e não tem
capacidade suficiente de prover areia para as dunas frontais.

O maior benefício dos projetos de restauração de dunas artificiais para a defesa do


litoral é que, à despeito das estruturas rígidas, as dunas funcionam como revestimentos
que dissipam a energia das ondas e não apenas as refletem de volta à praia. Sejam
naturais ou artificiais, promovem uma barreira física entre o mar e as áreas continentais
que pode se movimentar naturalmente durante eventos de maior energia. Quando as
ondas atingem as dunas e promovem sua movimentação a energia da onda foi absorvida
pelas areias e não refletida nas áreas construídas à retaguarda. Dunas artificiais ou dunas
recuperadas não apenas aumentam o nível direto de proteção à costa como ainda
recuperam a capacidade de proteção do sistema praia-duna na medida em que a areia
movimentada das dunas não é perdida e sim adicionada à praia e ao entorno formando
bermas, terraços e bancos de areia, junto à praia ou submersas (Connell, 200) o que
possibilita maior dissipação de energia das ondas incidentes.
2. Enquadramento Da Area Em Estudo
2.1. Localização da área em estudo
2.2. Geologia Local

Segundo o Instituto de Investigação Agraria de Moçambique (1995), de ponto de vista


geomorfologico, o Bairro Costa do Sol caracteriza se por apresentar dois complexos na
configuração do terreno, nomeadamente planície estuário com um declive que varia de
0-1٪ e dunas costeiras com topografia colinhas que varia de 0-35٪

Ocorrem na área de estudo dois grandes grupos de solos, nomeadamente:

 Solos de dunas costeiras

Segundo Instituto de Investigação Agraria de Moçambique (1995), os solos de dunas


costeiras, apresenta área castanha acinzentada, com textura superficial arenosa, com
profundidade maior de 180 cm e excessivo sistema de drenagem, baixa matéria orgânica
a superfície e não salgada

A faixa de ocorrência de dunas costeiras, é constituído pelas seguintes espécies


vegetais: Scalvolaplumieri, Mimusops caffrae, Sarcostemme, e Albizia.

 Solos de sedimentos marinhos e estuários

Segundo Instituto de Investigação Agraria de Moçambique (1995), são solos argilosos


acinzentado, frequentemente saturado com uma textura superficial, com mau sistema de
drenagem e moderada matéria orgânica a superfície, e não salgada.
Parte ІІ

2. Metodologia
Os métodos usados são fundamentais para validar as pesquisas e seus resultados serem
aceites, a Metodologia é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
utilizados para atingir o conhecimento (Gil 1999). Para a elaboração do estudo foi
empregue a metodologia na qual está dividida em quatro fases respectivamente:
planeamento, recolhas de dados, análise e processamento de dados e por último
apresentação e discussão dos resultados.

2.1 Planeamento
Nesta fase definiu-se o tipo de pesquisa a aplicar consoante os objetivos e a abordagem
respondendo ao problema.

 Pesquisa exploratório-descritiva: O estudo presente abordado sobre forma de


pesquisa exploratório e descritiva na qual foram levantadas hipóteses de modo a
responder o problema. Segundo Selltiz et al. (1965), a pesquisa exploratória
possibilita o aumento do conhecimento do pesquisador sobre os factos,
permitindo a formulação mais precisa do problema, criando novas hipóteses, e
realizar novas pesquisas mais estruturadas. E a pesquisa descritiva Segundo
Selltiz et al. (1965), busca descrever um fenômeno, situação ou detalhe
especialmente em ocorrência, permitindo abranger, com exatidão as
características de um indivíduo, uma situação ou um grupo, bem como
desvendar a relação entre os eventos.
 Abordagem qualitativa: Segundo Malhotra et al (2005), o objetivo da pesquisa
qualitativa é a obtenção da compreensão qualitativa do problema. A amostra é
tomada por um número pequeno de casos. A coleta de dados não é estruturada e
sua análise não é estatística. No presente estudo foi aplicado esta abordagem por
se tratar de um problema que envolve a avaliação da qualidade do método
imposto no objeto de estudo.

2.2 Recolhas de dados


Nessa segunda fase foi escolhido o procedimento técnico para a recolha de dados onde
temos:
Estudo de caso: Segundo Yin (2001), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo
profundo e exaustivo de factos objetos de investigação, permitindo um amplo e
pormenorizado conhecimento da realidade e dos fenômenos pesquisados. É elaborada
sobre múltiplas fontes de provas, observação direta e entrevista sistemática bem como
pesquisas em arquivos públicos e privados. Para tal foram recorridas as seguintes
fontes:

 Pesquisa bibliográfica: envolve o levantamento de livros, jornais, relatórios,


monografias, artigos relacionados ao problema de métodos de proteção a erosão
costeira e seus efeitos.
 Pesquisa documental: envolve a visita aos arquivos da MICOA ( Ministério de
Coordenação para Ação Ambiental), e
 Estudo de campo: envolveu a visita ao campo para a extração de dados com
base em fotografias, através da observação, e entrevistas.

2.3 Análise e processamento de dados


Nesta terceira fase foi feita a análise de dados usando programas informáticos como:
Microsoft Excel para elaboração de tabelas e gráficos. Uso de fotografias aéreas (foto-
interpretação), Uso de imagens de satélite Landsat, Spot, Iknos, Imagens de Google
Earth para o monitoramento da linha de costa e Programas google Earth e ArcGis para
retirada de fotografias de satélite para elaboração de mapas temáticos.

2.4 Apresentação e discussão dos resultados


Após a abordagem dessas fases acima citadas, nesta última fase foi feita a apresentação
dos resultados, a conclusão do estudo e propostas de um método de proteção costeira.

Você também pode gostar