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Vale destacar que as obras de defesa de litoral, em grande maioria se associam a áreas
onde se desenvolvem atividades humanas ou seja, áreas de alta densidade populacional
ou áreas de grande interesse econômico. Um dos principais objetivos desses métodos é
tornar estático ou o menos dinâmico possível partes importantes do litoral podem
provocar perturbações profundas já que o meio é profundamente dinâmico, é necessário
que se implantem esses métodos tendo em conta os aspectos ecológicos, econômicos e
ambientais Para que se preservem esses recursos naturais.
1.1.2. Hipóteses
Atendendo e considerando os metodos empregues no combate a erosão costeira na praia
da Costa do Sol, varios factores positivos e negativos podem refletir-se.
Tendo em conta o problema ( Até que ponto o método empregue no combate a erosão
costeira é eficaz?) podemos ter duas hipóteses:
1.2.1.Objectivo Geral
Analisar os métodos empregues no combate a erosão costeira na praia da Costa
do Sol.
1.2.2.Objectivos Específicos
Identificar os métodos de combate a erosão costeira na praia da Costa do Sol;
Avaliar as vantagens e desvantagens dos métodos usados na Praia da Costa do
Sol;
Propor um ou mais métodos auxiliares aos existentes para o combate a erosão
costeira na praia da Costa do Sol com impacto mínimo sobre o sistema costeiro
com plano de manuncenção.
1.3.Justificativa
Decidiu-se abordar esse tema devido a importância que uma zona costeira tem sob todas
as vertentes, para a sociedade a zona costeira (praia) tem uma importância fundamental
como fonte de diversão, lazer, para o país tem uma importância econômica e cultural.
A seleção ou escolha de tema e a área de estudo tem haver também com o facto da praia
da costa do sol ter vindo a sofrer processos erosivos progressivamente, com o objetivo
de analisar a situação em que a área de estudo se encontra e por se tratar de uma área
muito frequentada pela população e fazer parte da subsistência do país, e para a
academia que sirva de um ponto de partida para a resolução de problemas similares ao
longo da zonas costeiras Moçambicanas.
A presente monografia esta dividida em tres partes:
Parte 1: Revisão Literária- a presente fase pretende apresentar conceitos
importantes e relevantes ao tema em estudo.
Parte 2: Metodologia- esta fase tem o proposito de mostrar os procedimentos
usados na pesquisa e processamento de dados para a realização do trabalho.
Parte 3: apresentação e discussão dos resultados- esta fase pretende apresentar
os resultados, onde se fara a consolidação dos mesmos e as devidas conclusões.
Parte 1
1. Revisão literária
1.1. Praia
Existe uma variedade de definições de autores diferentes de praia onde estão expostas
no trabalho definições de alguns deles.
Suguio (1992) define praia como uma região composta de material ou sedimento
inconsolidado, geralmente arenoso, que se estende desde o nível de baixa-mar média,
até a linha de vegetação permanente (limite de ondas de tempestades), ou onde há
mudanças na fisiografia, como zona de dunas ou falésia.
Segundo Davis (1985), a praia é limitada na porção superior pela mais alta atuação da
onda e na porção inferior pela marca de maré baixa ou onde há barras e calhas na
antepraia. De maneira geral, essas classificações são satisfatórias na zona emersa e
insatisfatória na zona submersa, pois desconsideram regiões importantes na troca
sedimentar e morfologia da praia.
Komar (1976) define a praia como uma acumulação de sedimento inconsolidado (areia
ou cascalho) que estende do limite médio de maré baixa até alguma mudança
fisiográfica como um rochedo, campo de dunas ou uma vegetação permanente.
De acordo com a definição de Muehe (1994), as praias são depósitos de sedimentos,
mais comumente arenosos, acumulados por ação de ondas que, por apresentar alta
mobilidade, se ajustam às condições de ondas e maré atuando como um importante
elemento de proteção do litoral. Ou seja, são ambientes compostos basicamente de água
e areia onde a dinâmica de ondas e marés determinará sua estrutura e classificação.
Segundo Assis (1999, p.11), praias são, na maioria estreitas, de baixo declive, com
depósitos, predominantemente constituídos de areias quartzosas bem selecionadas
podem ser caracterizadas como relevo de alta energia e intensa atuação de processos de
erosão.
Esta classificação abrange diversos tipos de praias, onde tem-se em um extremo as
praias reflectivas e noutro as praias dissipativas, cada tipo de praia tem uma ecologia
própria. É importante lembrar que praias por serem ambientes dinâmicos não podem ser
classificadas permanentemente como de um tipo. Eventos de tempestade, mudança no
padrão de ondas, elevação do nível do mar, deriva de sedimentos podem ser fatores que
fazem com que as praias migrem de um tipo à outro.
A praia, independente de sua classificação, é dividida de acordo com o esquema abaixo:
Figura 1.: Diagrama geral do perfil de praia (Albino, 1999, adaptado de Davis, 1985).
Onde:
1.1.1. Hidrodinâmica
Hidrodinamicamente distinguem-se em uma praia a zona de arrebentação, a zona de
surfe e a zona de espraiamento:
A zona de arrebentação (Breaking Zone) é aquela porção do perfil praial
caracterizada pela ocorrência deste processo, que apresenta o modo de dissipação
energética da onda sobre a praia. A forma com a qual a onda quebra depende da
declividade da praia, da altura e do comprimento da onda.
A presença da zona de surfe (Surfe Zone): é primeiramente uma função da inclinação
da praia, e por isso, está diretamente relacionado com o tipo de quebra, e depende,
secundariamente, da amplitude de maré. Praias de baixa declividade são caracterizadas
por extensas zonas de surfe. Durante este percurso, grande parte da energia é transferida
para a geração de correntes – longitudinais e transversais à praia (rips) (Hoefel, 1998).
Em contraste, praias inclinadas raramente possuem zona de surfe e predominantemente
refletem a energia das ondas. (Komar, 1976).
A zona de espraiamento (Swash Zone) pode ser explicada como sendo aquela região
da praia delimitada entre a máxima e mínima excursão dos vagalhões sobre a face
praial. Nesta, as correntes longitudinais não se desenvolvem. Os processos de
espraiamento são importantes no transporte de sedimentos de uma praia, uma vez que os
processos de fluxo e refluxo dos vagalhões determinariam, em última estância, se o
sedimento seria armazenado na praia, ou retornados à zona de surfe, com chances de
ser, então, transportados. Comumente, observamse nesta porção do perfil feições
rítmicas de expressão longitudinal à costa, como cúspides.
1.1.2. Ondas
As ondas geradas pelo vento são umas das principais fontes de energia que governam as
mudanças da praia. Quando uma onda quebra, dependendo da inclinação da praia,
alguma energia pode voltar para o mar (quanto menor for o ângulo de inclinação da
praia, menor é a energia refletida) mas boa parte é dissipada. Parte desta é usada para
fraturar rochas e minerais transformando-os em partículas menores, mas a maior parte
da energia deve ser usada para movimentar sedimentos e aumentar a altura e,
conseqüentemente, a energia potencial da forma da praia (Brown, 1999)
Os processos que causam mudanças morfológicas na costa são os de transporte de
sedimentos. Estas mudanças irão continuar indefinidamente até que eventualmente a
entrada de energia seja dissipada sem qualquer transporte de sedimento (Peyhick, 1986).
Temos As correntes de retorno (rips currents) que são caracterizadas por fluxos
estreitos, posicionados normal ou obliquamente em relação à costa, que atravessam a
zona de surfe em direção ao mar. Sua origem pode estar associada às correntes
longitudinais convergentes nas proximidades da praia e tendem a desaparecer logo após
a zona de surfe em direção ao mar, formando células de circulação e, como é mais
comumente aceito, são originadas pelas variações longitudinais na altura da
arrebentação que, por sua vez, são produzidas pelas ondas de borda (edge waves).
Diferentemente das ondas incidentes, estas são ondas estacionárias por formarem
alternativamente uma crista e uma cava em pontos fixos, os anti-nós, e, entre estes
pontos, os nós, pontos onde a superfície da água se mantém em nível constante. Os
fluxos longitudinais à praia desenvolver-se-ão a partir dos pontos de maior elevação da
superfície média (os anti-nós) em direção àqueles de menor elevação (os nós), nos quais
devem convergir e formar as correntes de retorno propriamente ditas (Pethick, 1986).
Segundos os autores Short e Wright (1983) , as praias podem ser classificadas em:
dissipativa, refletiva e em 4 tipos intermediários:
o O estado dissipativo é a combinação de ondas altas (> 2,5m) com areia fina (Md
< 0,2mm), que resulta em uma praia caracterizada por declividade suave e por
uma zona de surfe bastante extensa (200 a 500m). Nesta porção, duas a cinco
barras discretas podem estar presentes. A arrebentação é deslizante e a
progressiva dissipação da energia de onda ao longo de uma larga porção do
perfil promove a excitação de oscilações estacionárias de infragravidade, que
passam a dominar a porção anterior, em relação à face praial, da zona de surfe.
Normalmente não ocorrem correntes de retorno muito persistentes.
Variabilidade espacial e temporal: As praias dissipativas são relativamente
estáveis ambos espacialmente, devido serem uniformes ao longo da costa, e
temporalmente, devido ao ajustamento.
o Os quatro tipos a seguir representam o estado intermediário, ou seja, a transição
entre o dissipativo e refletivo, conseqüentemente, as características dos tipos
intermediários são areia média e altura de onda moderada. Quando a altura
modal das ondas excede 2m, o tipo persistente é o de Banco e cava
longitudinais, quando as ondas estão entre 1,5 a 2 m predominam os Bancos e
praias rítmicos, entre 1,5 a 1m aparece o tipo Banco transversal e rip, e sob
baixa energia, ondas menores que 1m, o tipo Crista canal/terraço de maré baixa
prevalece. Devido às ondas serem raramente estáveis nos níveis acima, as praias
mudam de um estado para outro em resposta das variações das condições de
ondas.
o Praias refletivas são formadas normalmente em áreas de baixa energia (altura da
onda < 1m), muitas vezes abrigadas, e de areia muito grossa (Md > 0,6mm =
0,75φ), podendo ser encontrada também em áreas mais expostas, de alta energia,
onde o sedimento é composto por cascalho. A praia é relativamente alta,
contendo normalmente um berma e cúspides bem desenvolvidas, enquanto que a
face da praia apresenta-se bastante inclinada. A arrebentação é ascendente ou
mergulhante, não havendo zona surfe nem bancos, e o fluxo é
predominantemente normal à costa. Como o extremo dissipativo, o extremo
refletivo é relativamente uniforme ao longo da costa, exceto pelas cúspides. Em
regiões costeiras expostas, as condições refletivas são usualmente de vida curta
pois as praias refletivas possuem alta sensibilidade à erosão e são rapidamente
erodidas com o retorno das ondas maiores. Portanto, estas praias só podem
existir como estado modal em áreas abrigadas onde o sedimento grosso é
disponível. Sob estas condições, a filtragem dos eventos de grande energia pelos
promontórios e pelo embaiamento resulta em praias modalmente refletivas que
também exibem baixa variabilidade temporal.
Figura 2 - Sucessivos perfis e zonas de surfe de praias dissipativas, intermediárias e
refletivas (Short & Wright, 1985)
A partir das leituras realizadas serão abordados alguns conceitos de diferentes autores
sobre Zona Costeira.
Para Marroni e Asmus (2005, p.16) zona costeira é um sistema ambiental formado na
área de interação direta entre componentes da geosfera (continente), componentes da
hidrosfera (oceano) e atmosfera. De forma mais simplificada pode ser entendida como a
borda oceânica de continentes e ilhas.
Segundo Moraes (1999) zona costeira é um espaço dotado de especificidades e
vantagens locacionais, um espaço finito e relativamente escasso (qualidades geográficas
particulares de espaço e localização litorânea).
Conforme Clark (1996) e Gesamp (1997), ambos citados por Gruber et al. (2003, p. 82)
zona costeira é a unidade territorial que se estende do limite da Zona Econômica
Exclusiva (ZEE) até o limite terrestre afetado pelo clima marítimo.
Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS, 1958
apud AFONSO, 1999, p. 33) área costeira é onde ocorre interação entre a terra e o mar,
na qual a ecologia terrestre e o uso afetam diretamente o espaço oceânico e vice e versa.
Elaborando uma síntese dos autores anteriores área costeira ou zona costeira é um
elemento que pertence ao sistema ecológico que interliga o espaço oceânico e
continental, considerada como sendo uma zona econômica, vistas também como área
de usos múltiplos são lugares únicos e locais de lazer.
1.3. Litoral
. Para Amaral e Mendonça (1996, p. 466) litoral ou zona litorânea se estende no
sentido do continente, desde a zona submersa onde os mais importantes processos
formadores de praia ocorrem (profundidades entre 10 e 20 metros) até a praia.
Litoral, de acordo com Moraes (1999, p. 29), no que importa aos vetores de ocupação
pode ser definido como uma zona de usos múltiplos, pois em sua extensão é possível
encontrar variadíssimas formas de ocupação do solo e manifestação das mais diferentes
atividades humanas.
1.4. Linha De Costa
A linha de costa é a interface, ou limite, entre o continente e o mar. O indicador
empregado para representar a linha de costa durante mapeamento, dependerá do
contexto da investigação que se pretende realizar. Em função do caráter dinâmico da
linha de costa, inúmeros indicadores têm sido com freqüência utilizados para
representar a posição da mesma: o topo de uma falésia, a crista/limite da vegetação de
dunas, escarpas erosivas, o alcance máximo da maré, o limite da praia sujeito ao alcance
das ondas, a linha de arrebentação das ondas. Boak & Turner, (2005).
1.5. Erosão
Segundo Prof. Claudio R. Gomes, (2014). Erosão é o desgaste do solo e das rochas e
seu transporte, em geral feito pela água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do
gelo. A erosão destrói as estruturas que compõem o solo, levando seus nutrientes e sais
minerais existentes para as partes baixas do relevo.
1.5.1.4 Erosão marinha – é o resultado do atrito da água do mar com as rochas, que
acabam cedendo e transformando-se em grãos, esse tipo de erosão é causado
principalmente pelo excesso de calor ou de frio.
1.5.1.5 Erosão química – ocorre com intervenção de fatores como calor, frio, água,
compostos biológicos e reações químicas da água nas rochas, que com o passar do
tempo vão se deteriorando.
1.5.1.7 Erosão fluvial – é o desgaste do leito e das margens dos rios pelas suas águas,
esse processo pode levar a alterações no curso do rio. Grande maioria desses tipos de
erosão não são caudas pelo homem, mas sim, seriamente agravadas por ele, com
construções em locais impróprios, aumento da produção de gases causadores do efeito
estufa e principalmente, potencializando o aquecimento global.
Para Prof. Claudio R. Gomes, (2014).A erosão costeira é um processo natural que afeta
grande parte das praias no mundo e ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é
maior que a taxa de deposição. O problema da erosão resulta de um conflito entre um
processo natural, o recuo da linha da costa e a atividade humana e seu uso do solo na
zona costeira. A erosão costeira está associada a um fenômeno natural – a subida
relativa do nível do mar, no entanto, com a intervenção do homem no litoral (deficiência
de sedimentos, desmantelamento de dunas e a assimetria na distribuição de sedimentos
devido à ação de esporões) aceleram o processo de erosão costeira.
Segundo Sousa at al. (2005), erosão marinha mais adequadamente definida por erosão
costeira é o processo que ocorre ao longo da linha de costa atigindo promotórios cestões
rochosos, felésias e praias (erosão praial) resumidamente, é a erosão provocada pela
acção das águas do mar que actuam sobre o material do litoral (linha de costa),
modificando-as através da sua ação química e ação mecânica
Segundo MUEHE D. (2011), a erosão costeira é um processo que grande parte das
praias do mundo e basicamente ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é
superior a taxa de deposição de sedimentos.
1.6.1. Causas Da Erosão Costeira
A erosão costeira segundo Prof. Claudio R. Gomes, (2014) pode ocorrer devido
a:
Segundo Sousa et al. (2005) as causas da erosão costeira podem ser oriundas de ações
Segundo Prof. Me. Claudio R. Gomes, (2014) As obras de proteção costeira são
classificadas de acordo com o seu posicionamento relativo à linha de costa. Esses tem
como objetivo proteger a costa do ataque direto das ondas. As obras de defesa costeira
são de três tipos: obras transversais – como os esporões; obras longitudinais aderentes –
como os paredões e obras destacadas – como quebra-mares.
De acordo com Prof. Me. Claudio R. Gomes, (2014) Muitos problemas existentes
derivados de obras de engenharia para contenção do avanço do mar em áreas urbanas
são provenientes de diversas intervenções que desequilibram o balanço sedimentar com
a construção de portos, espigões, quebra-mares, enrocamentos, muros, etc. No passado,
a concepção dos projetos de obras costeiras, não considerava o equilíbrio morfológico
da costa de forma ampla acarretando processos erosivos.
Segundo as orientações do Coastal Enginnering Manual – CEM (Manual de Engenharia
Costeira) do Departamento de Engenharia do Exército dos EUA, há a necessidade de
implantação de um projeto de contenção costeira para buscar uma melhor eficácia nas
ações para encontrar soluções que tragam benefícios ambientais no controle da erosão
costeira.
Independente da escolha da obra a ser utilizada é necessário considerar no planejamento
dessas obras uma visão de médio e longo prazo, levando em consideração o custo-
benefício e a opção por técnicas de proteção alternativas que levem em consideração a
durabilidade das intervenções, o impacto ambiental causado, a disponibilidade dos
materiais, o custo de implantação e o custo de manutenção da obra.
Segundo Ceccarelli (2009), as obras de proteção costeira podem ser classificadas quanto
à sua localização, em obras transversais (espigões), Obras longitudinais aderentes e não
aderentes, alimentação artificial das praias, diques, fixação de dunas de areia e
comportas.
No geral, obras de defesa do litoral são intervenções que visam agir no transporte de
sedimentos, estabilizar ou ampliar a linha de costa e defendê-la contra a erosão
(Alfredini; Arasaki, 200) e podem ser classificadas entre “obras artificiais” e “obras
naturais”. As primeiras, chamadas também de “obras rígidas” ou "obras cinzas", em
áreas com transporte litorâneo de rumo dominante devem dispor fundamentalmente de
estruturas de defesa perpendiculares, ou quase, à costa, como espigões, guias-corrente e
molhes (Alfredini e Arasaki, 200). Nas áreas onde o transporte litorâneo é pouco
significativo, as obras devem ser dimensionadas de forma longitudinal (paralela) à costa
, de modo a fixar a posição da linha de costa ou conter o efeito das ondas, como
exemplo: quebra-mar destacado e revestimentos como muros ou paredões.
Medidas de conteção costeira segundo MUEHE D. (2011), podem ser divididos em dois
tipos básicos:
1.8.1. Enrocamentos
1.8.2. Molhes
1.8.3. Quebra-Mares
São construções que recebe e rechaça o ímpacto das ondas das correntes,
defendendo as embarcações que se recolhem num porto, baía ou outro ponto da costa. O
quebra-mar se diferencia do molhe por não possuir ligação com a terra, enquanto que
este sempre parte de um ponto em terra, tem por finalidade principal proteger a costa ou
o porto da ação das ondas do mar. O quebra-mar possui as duas extremidades dentro da
água. Para essa obra são utilizados blocos de concreto cúbicos e paralelepípedos de
contenção às ondas marinhas, em especial o tetrápode .
Impactos
Os recifes artificiais podem ter vários objetivos: Criar novos habitats; Dificultar pesca
com redes; Melhorar produtividade da diversidade marinha. Recife artificial é o termo
utilizado para designar um conjunto de estruturas, normalmente de concreto, colocadas
propositalmente no fundo do mar para serem colonizadas pela comunidade biológica
que vive no meio aquático, a exemplo do que ocorrem nos cascos de embarcações,
plataformas que ficam em contato com a água do mar.
1.9.1. Espigões
Os espigões (groins) são uma das mais utilizadas opções de defesa do litoral. Trata-se
de construções transversais, estreitas, fixadas na costa e estendidas do pós-praia até
atingir, ao menos, a primeira faixa de arrebentação atuando diretamente sobre o
transporte longitudinal de sedimentos na faixa onde este é mais eficiente. Podem ser
construídos utilizando blocos rochosos, cimento/concreto, madeira, metal ou tecidos
sintéticos resistentes e preenchidos com areias ou outros materiais como os geotêxteis.
Os espigões estão entre as obras de proteção costeira mais utilizadas para o controle da
erosão marinha. São estruturas perpendiculares ou quase perpendiculares à linha da
costa podendo ser em forma de Y, T ou Z. O efeito de um único espigão é o acréscimo
da praia a montante (barlamar) e a erosão da praia a jusante (sotamar), a sua eficácia
depende do volume de sedimentos transportados por esta corrente uma vez que o seu
efeito consiste em provocar a deposição de sedimentos através da intercepção do fluxo
de sedimentos (Prof. Me. Claudio R. Gomes, 2014).
Impactos
Segundo Prof. Me. Claudio R. Gomes, (2014). Diques são estruturas de engenharia
hidráulica com a finalidade de manter determinadas porções de terras secas. Sua
estrutura pode ser de concreto, de terra ou de enrocamento e possibilita manter secas
determinadas áreas, chamadas de pôlderes.
Não se deve confundir um dique (o qual possui sempre as duas pontas na terra), com um
quebra-mar (que possui as duas extremidades dentro d’água), nem com um molhe (que
possui uma extremidade em terra e outra no mar). Apesar desta diferença fundamental
em hidráulica marítima esta confusão é muito comum.
Existem vários tipos de diques, dependendo da zona geográfica onde são construídas as
barragens, os diques são classificados relativamente ao material de construção,
alvenaria, betão, que por sua vez dependendo da sua estrutura são classificados como:
arco-gravidade, arco-abobada, contrafortes e barragens em arco. O principal desafio
desta obra de engenharia é fazê-la resistir às tempestades marítimas ou as enchentes no
caso dos rios, (Prof. Me. Claudio R. Gomes, 2014).
1.9.4. Gabião
1.9.5. Bagwall
Muros ou Paredões (seaalls) são estruturas que visam prevenir e amenizar o alcance das
ondas costa adentro. São projetados para fixar a posição limite da praia emersa. São
construídos de forma paralela à costa e usualmente são entendidas como estruturas
fundamentais para a proteção de uma rodovia, de um calçadão, casas e edifícios
(USACE, 2011). Quanto ao perfil vertical podem ser, inclinados, verticais, côncavos ao
fundo e arqueados na superfície ou combinados (Alfredini e Arasaki, 200) e tal desenho
é definido para o melhor atendimento ao tipo de costa e interação com o ataque e
espraiamento das ondas. Sua dimensão vertical é projetada desde a porção soterrada
(função do estoque vertical de areias) até a sua cota máxima (função da altura das
ondas) o que eventualmente pode ser ultrapassada em eventos excepcionais sem que
isso signifique necessariamente uma falha do projeto. Os materiais utilizados
usualmente são pilhas de rochas (enrocamentos), gabiões, peças ou estacas de concreto,
estacas metálicas ou madeira, ou ainda materiais consorciados.
De acordo com o relatório IPCC CZMS (10), isso implica um planejamento avançado
que pode determinar um conjunto de ações que incluem a elevação de determinadas
estruturas (ex.: casas) em áreas onde ocorrem inundações, códigos e planos de
construção e de uso e ocupação do solo mais restritivos, reestruturação dos sistemas de
drenagem, sistemas que alertem as comunidades sobre a ocorrência de tempestades,
incluindo ou não planos de evacuação e, no nível regional, proibição de construção de
barragens e mineração de areias. Retração e sacrifício são medidas não estruturais de
combate e adaptação aos impactos adversos da erosão costeira. De forma simples, no
primeiro caso, trata-se de remobilizar a estrutura construída para terrenos à retaguarda,
fora do alcance da área em erosão. É uma estratégia de não enfrentamento. No segundo
caso, trata-se de uma opção de "fazer nada" frente à erosão costeira. Tais medidas
podem ser planejadas ou não e, na prática, a segunda é mais comum do que a primeira.
A retração pode ser uma ação proativa quando planejada, ou retroativa quando forçada.
No primeiro caso tende a ser uma estratégia de adaptação vantajosa em áreas onde o
custo para a proteção efetiva de determinado segmento costeiro é muito elevado e/ou
crescente, ou onde os recursos disponíveis são insuficientes para tal (Nordstrom et al.,
2015). Adicionalmente visa proteger vidas, recursos e infraestrutura, limitar gastos com
manutenção de moradias e estruturas de defesa do litoral, e preservar áreas naturais
valorizadas (Niven e Bardsley, 2013). Na retração planejada trata-se de uma ferramenta
estratégica de gestão costeira integrada e planejamento urbano, que inclui mudança no
uso do solo e prevê a realocação planejada da infraestrutura urbana (Williams et al.,
201), visando evitar as incertezas e os impactos negativos dos eventos de erosão costeira
e inundação de forma mais específica, e das mudanças climáticas e elevação do nível do
mar de forma mais geral. Tal estratégia prevê que a movimentação natural da linha de
costa e seus ecossistemas integrados (principalmente praias e dunas) seja uma forma
eficiente de adaptação às condições variáveis que impulsionam energia para o litoral.
Em algumas áreas essa é, de fato, uma estratégia menos custosa e mais efetiva do que
realizar intervenções estruturais de defesa do litoral, invariavelmente temporárias. No
geral as estratégias governamentais para a retração planejada envolvem a aquisição de
terras, restrições ao uso do solo, proibição de reconstrução de propriedades danificadas
pela erosão costeira e redução dos subsídios e incentivos para o desenvolvimento e
ocupação em áreas vulneráveis (IPCC CZMS, 10; Zhu et al., 2010). Para Pilkey et al.
(2016) a retração planejada é, antes de tudo, uma estratégia para preservar a linha de
costa para as gerações futuras, enquanto a retração forçada é uma ação inevitável em
determinados segmentos costeiros.
2. Metodologia
Os métodos usados são fundamentais para validar as pesquisas e seus resultados serem
aceites, a Metodologia é um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
utilizados para atingir o conhecimento (Gil 1999). Para a elaboração do estudo foi
empregue a metodologia na qual está dividida em quatro fases respectivamente:
planeamento, recolhas de dados, análise e processamento de dados e por último
apresentação e discussão dos resultados.
2.1 Planeamento
Nesta fase definiu-se o tipo de pesquisa a aplicar consoante os objetivos e a abordagem
respondendo ao problema.