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II.

Memória de cálculo

1. Pré-dimensionamento dos elementos estruturais


1.1. Laje do tabuleiro
Para o pré-dimensionamento da laje, foram analisadas as suas condições de apoio,
considerou-se painéis apoiados em duas vigas na direcção transversal da ponte. No caso do
tabuleiro com vigas principais, para que estas não fiquem submetidas a torção sob cargas
permanente a sua resultante em cada metade do tabuleiro passar pela vigas.

Os valores adoptados para que não haja torção na estrutura na direcção transversal RSA
foram:

 Vão central de 7 m;
 Vãos laterais de 2.0 m;

Do rebap (artigo 102.2) temos:

Laje em consola, armada numa direção:


A400 (ƞ= 1); 𝑙 = 2.0 𝑚; 𝛼 = 2.4
𝒉 ≥ 0.16 cm ↔ 𝒉𝒎𝒊𝒏 = 20 𝒄𝒎 ↔ 𝒔𝒆𝒋𝒂: 𝒉 = 𝟑5𝒄𝒎

Laje duplamente encastrada, armada numa direção:


A400 (ƞ= 1); 𝑙 = 7.0 𝑚; 𝛼 = 0.6
𝒉 ≥ 0.14 cm ↔ 𝒉𝒎𝒊𝒏 = 𝟐𝟎𝒄𝒎 ↔ 𝒔𝒆𝒋𝒂: 𝒉 = 𝟑5𝒄𝒎

As vigas foram dimensionadas com base na sua esbelteza, definida como:

Onde:

𝑙𝑖 é a distância entre os pontos de momento nulo, devido ás cargas permanentes (sistema


estático contínuo) e ℎ é a altura das vigas.

Em vigas contínuas 𝑙 = vão interiores, tendo sido adoptado 𝑙𝑖 = 0.7𝑥𝑙


L/h=17

H = 23/17 = 1.35≈ 1.5m


𝑏𝑤 = 0.4×𝑑 ⇒ 𝑏𝑤 = 0.4× 1.5 ⇒ 𝑏𝑤 = 0.576≈ 0.60𝑚

1.1.1. Acções

1.1.1.1. Cargas permanentes

Peso próprio do tabuleiro e do betão betuminoso.


A analise transversal do tabuleiro será feita para cada 1m de largura longitudinal
• Peso especifico do betão ; γ= 25 kN/ m3
• Peso especifico do betão asfáltico; γ= 19 kN/m3
• Espessura da laje ;35cm
• Espessura do betão asfáltico ; 5cm

• G1 = γ×h = 25×0.35 = 8.75 kN/m2

• G2 = γ×h = 19×0.05= 0.95 kN/m2

• G= 9.7kN/m

Peso da viga de bordadura (pré-fabricada) m = 305kgf/m

G3= m × g= 305×10= 3.05 kN/m

 Peso do lancil (pré-fabricado) m= 80 kg g4= m ×g= 80×10= 0.8 kN/m

 Peso do guarda corpo g5= 1,25 kN/m

 Carga permanente no Passeio = 9.7+0.8+1,25=11.75kN/m

1.1.1.2. Cargas variáveis

 Sobrecarga de tráfego (RSA – art.º 41.1)

Caso a) q = 200 kN (por eixo) ,a = 0.20m , b = 0.60m

Caso b) Q1=4kN/m2 ,Q2= 50kN/m


1.1.2. Determinação dos Esforços internos

1.1.2.1. Cargas permanentes

Figura - disposição das cargas permanentes sobre o tabuleiro

Figura - diagrama de momentos flectores do tabuleiro com cargas permanentes


Figura - diagrama de esforço transverso do tabuleiro com cargas permanentes

1.1.2.2. Cargas variáveis

1.1.2.2.1. Caso A do RSA – sobrecarga de tráfego com veículo tipo (art.º 41.1 - RSA)

'

Figura - posição das cargas (hipótese 1) do veículo tipo para o caso A

figura - diagrama de momento máximo positivo caso A (hipótese 1)


Figura - posição das cargas para o momento máximo negativo caso A (hipótese 2)

Figura -diagrama de momento máximo negativo caso a (hipótese 2)

Figura 17 - envolvente dos esforços transversos caso a de sobrecarga

1.1.2.2.2. Caso b do RSA – sobrecarga de tráfego (art.º 41.1 - RSA)

Considerando que a analise do tabuleiro na transversal será feita para cada metro então
teremos sobrecarga de trafego total na faixa de rodagem dado por

Qb= q1=4kN/m2 *1m + 50kN/m =54kN/m


Figura - posição das cargas para momentos positivos máximos caso b

Figura - diagrama de momentos positivos caso b

Figura 20 - posição das cargas para momentos negativos máximos caso b


Figura - diagrama de momentos máximos negativos caso b

Figura 22 - posição das cargas para o caso b (RSA) de sobrecarga de tráfego

1.1.3. Diagramas e disposição das cargas no passeio

Figura 23 – posição de cargas concentradas no passeio


Figura 24 - diagrama de momentos flectores com cargas concentradas (20 kN) no passeio

Figura - diagrama dos esforços transversos de com cargas concentradas (20 kN) no passeio
Figura – posição de cargas distribuídas no passeio

Figura - diagrama de momentos flectores para cargas distribuída (3 kN/m2) no passeio


Figura - diagrama dos esforços transversos para cargas distribuídas (3 kN/m2) no passeio

2. Dimensionamento do tabuleiro de laje vigada


Tabela - resumo dos esforços máximos de dimensionamento
Msk (kN.m)(+) Msk (kN.m)(-) Tsk (kN)

Carga permanente 28.30 31.20 33.95

Veiculo caso a-RSA 250 70 200

Veiculo caso b –RSA 330.80 27 192.86

Passeio carga - 40 20
Concentrada

Passeio carga - 4.50 3.00


Distribuída

Combinações fundamentais

Momento máximo positivo (ponto x = 5.50 m – esq. Para direita)

Msd+ = 1.35 ×28.30+ 1.5×330.8

Msd+ = 534.41 kN.m

Momento máximo negativo (ponto x = 2.75 m – esq. Para direita)

Msd- = 1.35 × 31.20 + 1.5×(70+0.6×40)

Msd- = 183.12 kN.m

Esforço transverso de cálculo

Vsd = 1.35 × 33.95+ 1.5×(200+0.6×20)

Vsd = 363.8 kN
2.1. Verificação da espessura da laje do tabuleiro 2.1.1. Flexão

Mmax=527.39 kN/m

Caracteristicas do betao e aco a usar :

• A400(fsd)= 348 MPa

• Fcd =33.3 MPa(B50)

Para a análise de uma largura de 1.0m do tabuleiro, e para dimensionamento de lajes o valor

recomendado é de μ≤0,15.

Msd 527.39
μ= 2
↔ 0.15= 2 3
↔d= 0,32m< 0,35m (verifica)
b ×d × fcd 1× d ×33,3. 10

2.2. Dimensionamento das armaduras

2.2.1. Armadura positiva ( armadura principal)

fsyd=348 MPa

d 2 0.04
= =0.129
d 0.31

Msd ¿

Msd 527.39
μ= = =0.167 ≈ 0.17
b × d 2 × fcd 1× ( 0.31 ) 2 ×33.3 ×10 3

ω=( as × fsyd)/( b ×d × fcd)

Msd 527.39
μ= 2 = 2 3
=¿0.167≈ 0.17 ⇔ ω = 0.192
b ×d × fcd 1× 0,31 ×33,3. 10

As . fsyd As .348
ω= ⇔0.192 = ⇔ As ≥56.95cm2/m ⇔ ∅ 25@7.5
b ×d × fcd 1× 0.31× 33.3
2.2.1.1. Armadura de distribuição

Asd=20%As =0.20×56.95 =11.39 cm2/m ⇔ solução =∅16@15

2.2.2. Armadura principal negativa

Msd =183.12kN/m d2/d=0.129 μ=Msd/(b×d2×fcd) =183.12/(1×(0.31)2×33.3×103)=

0.057≈ 0.06 ω =(as×fsyd)/( b×d×fcd) ω = 0.063

0.063=(as×348)/( 1.0×0.31×33.3)

As (-) =18.7cm2/m ∅16@10

2.2.2.1. Armadura de distribuição

Asd=20%as =0,2×18,7=3,8 cm2/m soluçao ∅ 12@20

1.3.verificação da largura de fenda

Ambiente muito agressivo – combinações raras

Combinações Raras

MRaras= ∑ M Gk,d + MQK,1 + ∑ Ψ o,iMQk,i


i> 1

REBAP→
Wk=1.7 wm
Wm=Srm× Esm }
Artigo 70

MRaras =28.30 + 530.80 = 359.10 KN.m

Dados

B55→ fcd =33.3 Mpa fctd = 1.97 Mpa Ec,28 =37 Gpa

fctm = 4.0 Mpa Es = 200 Gpa

2.3.1. condições de verificação de segurança

Wd wr
Wd = wr = 1.7wm

Cálculo de srm (artigo 70- rebap)

Srm = 2 c+ ( 5
10 )
+ J1 . J 2 .

ρR

C = 5 cm s = 7.5 cm J 1= 0.4
ε 1+ε 2
J 2= 0,25x
2ε 1

Es 200
∝= = =5,4 ≠ 10
Ec 37
−4
As 65,45 x 10
Entao, ρ= ⇔ =2,11%
b.d 1 x 0,31

tab α 5,4
ρ = x ρ= x 2,11= 1,14%
10 10

Cs 100.3
Cc 6.07
ξ1 0.377
Τ 0.874

x = ξ× d ×100 = 0.377 × 0.31×100 = 11,7 cm

Z = τad = 0.874× 0.31×100 =27,10 cm

Mraras 359.1
δc =Cc× 2 = 6.07× = 22.7 Mpa
b×d 0.312 × 1.0

α M 5.4 359.1
δs = ×Cs × 2 = =
× 100.3× 2 = 202.4 Mpa
10 b×d 10 1.0 × 0.31

δs 202.4
εs = = = 1.01%
δs 200
ε1 εs ε2 εs
= =
23.3 23.3−4.25 4.55 23.3−4.25

ε 1=1.24 % ε 2 =0.24 %

1.24+ 0.24
Então, j2 = 0.25×
2× 1.24

As 65.45
ρR = ρR = = 0.035
Ac ,r 1875

ϕ= 25 mm

Srm = 2× 30+ ( 75
10 )
+0.4 × 0.15 ×
25
0.035

Srm = 117.9 mm e a distância média entre fendas

 Extensão média das armaduras traccionadas

[ ( )]
2
δs δsr
Esm = 1−β 1 × β 2 ×
Es δs

fctm = 4.0 Mpa

fctm flexão= 4.0׿ ) =4.48 Mpa

1.0× 0.352
Mcr = fctm flexão× w=4.48 × =91.5 kN . m
6

Mcr 91.5
δsr=Cs × 2 =
100.3 × 2
=74.9 Mpa
b×d 1.0× 0.32

[ ( ) ] = 0. 873 % ≥ 0.4 × 200202.4


2
200.4 74.9 =0.405 % Ok !
Esm = 1−1.0× 1.0 × 3
200× 10 3
202.4 ×10

Cálculo de Wk

Wk= 1.7 ×117.9 × 8.34 ×10−4


Wk= 0.18 mm≥ 0.10 mm

3. Método das carlingas


Apesar do tabuleiro ter apenas duas vigas longitudinais, serão dimensionadas as carlingas,
mas, o seu método é extremamente importante para saber as reações máximas sobre as vigas
longitudinais.

reacções de apoio

Figura 29 - linha de influência das reacções de apoio

Por serem simétricos, dispensam se os cálculos para a reacção do apoio b/

Sobrecarga do trafego

1. Veiculo tipo 200 kN/eixo


Rvmax = (1.10 + 0.814)×100=191.4 KN

2. Carga distribuída e carga de faca q1=4 kN/m2 q2= 50 kN/ m

Momentos flectores

q 1=4 KN/m2 q 2= 50 kN/ m

max 7.70× 1.10


R =(
vq1 )× 4=16.94 kN /m
2

max 7.70× 1.10


R =(
vq2 )×50=211.75 kN
2
Figura –linha de influência do momento flector no apoio a

LIMA = LIMB =0
A A
M C= R A × 3.5−13.5
M C=1.0 ×3.5−13.5
A

A
M C= 0
C C
M C= RC ×3.5=0.5 ×3.5=1.75

Figura –linha de influência do esforço transverso no meio vão

LITA
A , esq
TA = R AA + R AB −1 = 1 + 0 – 1= 0
A , dir
TA = R AB −1 = 0 – 1= -1
B , esq
TA = R BA + R BB−1 = 1 + 0 – 1= 0
B , dir A
T A = R B −1 = 1 – 1= 0

Figura – linha de influência quando a carga se no apoio em b

LITB
B , dir
TB = R BA + R BB−1 = 0 + 1 – 1= 0
B , esq
TB = R BA = 0

T AA , dir= R AA + R AB −1 = 1 + 0 – 1= 0
B , dir A
T A = R A −1 = 1 – 1= 0

3. Dimensionamento das carlingas


Como dito anteriormente por se tratar de um tabuleiro com duas vigas, não serão
dimensionadas as carlingas.

Figura X – disposicao das cargas nas carlinas


Figura X – diagrama dos esforcos transversos atuantes nas carlingas

Figura X – diagrama dos momento flector atuantes nas carlingas

Dimensionamento das carlingas


Á Flexão
Msd=1.35*103,8=155,7kNm

Pré-dimensionamento da secção transveral


Seja b=0,4d

Msd 155,7
μ= 2 ⇔0,25= 2 3 ⇔d=0,4m
b ×d × fcd 0.4 d × d × 33,3.10

a=0,05m

b=0.2m
H=45cm
Dimensionamento das armaduras

Armaduras Longitudinais

Msd 155,7
μ= 2= 2 3
=¿ 4,87Mpa, ρ = 1,656
b ×d 0,2× 0.4 ×10

As As
, ρ= .100 % ⇔ 1,656¿ .100 % ⇔ As=13,25 cm 2⇒ 7 ∅ 16
b×d 0,2× 0,4
Verificacao da armadura minima e maxima admissivel
ρmin =0,1 %
ρmax =4 %

ρmin ≤ ρ ≤ ρmax( está verificada a condicao )

Armadura Transversal
Vcd= τ 1 bd= 900.0,2.0,4=72kN

Vsd=1.35*59,3=80kN

V rd =τ 2bd= 7000.0,2.0,4=560kN

1
Vsd< τ 2bd, portanto o espacamento a usar será dado por
6

S≤ {0,9 d=0,930xcm40=36 cm
Vwd=Vsd-Vcd
Considerando estribo com diametro de ∅ 8
−4 3
0,5.10 .348 .10
0,9.0,4 . =80−72 ⇔ S=0.783 m
S

Logo o espacamento a adoptar será de 30cm, e o estribo será de ∅ 8 @30

5. ANÁLISE DAS VIGAS LONGITUDINAIS


As vigas principais tendem a funcionar como vigas em T para os momentos positivos e como
vigas de secção rectangular para os momentos negativos.

b f =Largura colaborante
b f =bw+0.10 × a com0.10 a ≤ 0.5 b2
b f =0.60+0.10 ×32 0.10 a ≤ 0.5 ×6.4
b f =3.80 m a ≤ 0.5 ×6.4 /0.10 a ≤32
Dados

2
bw=0.60 m d=200−3− −0.8=195.2 cm
2

b f =3.80 m

h=2.00 m(Secção redimensionada )

5.1. Cenários

1° cenário : Fase de construção

Esta fase envolve o transporte, a colocação ou betonagem do tabuleiro sobre as vigas pré-
fabricadas e estas por sua vez são colocadas sobre os pilares e elas estarão funcionando como
sistemas estáticos simplesmente apoiado, antes da secagem e cura do betão sobre o tabuleiro,
que garante uma continuidade e redistribuição dos momentos.

5.1.1.1. Acções

1. Peso próprio da viga


G=γ × Ac
G=25 × ( 1.65× 0.60 )
G=24.75 KN /m

2. Reacções do peso próprio da laje

Rmax =60.13 KN /m RTOTAL = 60,13 + 24,75 = 84,88 kN/m

Figura – reacções de apoio devido ao laje


Figura – sistema estático longitudinal dos vãos principais

Figura – diagrama de momentos na direcção longitudinal

Figura 36 – Diagrama de esforço transverso na direcção longitudinal


Combinações de acções

Msd =1.35× 12997.2=17546,2 kN . m

Vsd=1.35 ×1485,4=2005,3 KN

5.1.1.2. Dimensionamento de viga usando tabelas de flexão (como viga em T)

bf hf 35
=6 = =0.18
bw d 195.2

Msd 17546,2
μ= 2
= 2 3
=0.036 → ω=0.039
b × d × fcd 3.8 ×1.952 ×33.3 ×10

ω × b ×d × fcd 0.039× 3.8 ×1.952× 33.3


As= =
fsyd 348

2
As=276,82 cm → solução =34 ∅ 32

ρ ×b 1 ×d 0.10 ×0.60 ×1.952 2


As , min= = =11.71 cm
100 100

Armaduraconstrutiva=2 ∅ 32

2
Armadurada alma=4 % × As=0.04 ×276,8=11.1 cm → 2 ∅ 32

5.1.1.3. Armadura do esforço transverso

Vsd=2005,3 KN

Vsd ≤ Vrd τ 1=1.15 Mpa τ 2=10 Mpa

Vsd ≤ τ 2 ×bw × d
3
Vsd ≤ 10 ×10 ×0.6 × 1.952
2005,3<11712(OK !)
Vcd=τ 1 ×bw × d
3
Vcd=1.15 ×10 ×0.6 × 1.952
Vcd=1346.9 kN
Vwd ≥Vsd −Vcd →Vwd ≥ 2005,3−1346.9=658,4 kN

A viga não resistirá com armadura mínima, havendo necessidade de dimensionar a armadura
transversal

5.1.1.3.1.Armadura de esforço transverso

Vwd ≥Vsd −Vcd

3
0,9 d . A sw. fsyd 0,9 ×1,952× A sw . 348 .10 A sw .
=Vsd−Vcd ⇔ =658,4 ⇔ =¿10,77cm2/m
s s s

Asw
⇒ Solução : →2 R ∅ 8 @ 7.5 cm
s

2° Cenário : Fase de serviço

Nesta fase é quando a ponte está na fase de utilização e recebe o tráfico da via. Todos os
sistemas estáticos funcionam como foram projetados.

1. Diagramas – acções permanentes (Reacção da laje Gk = 60.13 kN/m, Pp. Viga = 30


kN/m)

Figura – representacao das acções permanentes


Figura - Diagrama de momentos fletores das acções permanentes

Figura – diagrama dos esforço transverso das acções permanentes

2. Acções Variáveis (Sobrecarga de tráfego)


a) Veiculo tipo – 200 KN/eixo
Rv, max = 191.4 KN( obtido a partir do método das carlingas)

Figura - sistema estático das sobrecargas do veiculo tipo

Figura – diagrama de momentos da sobrecarga do veiculo tipo


Figura - diagrama de esforço transverso da sobrecarga do veiculo tipo

q1=4 KN/m2 q2= 50 kN/ m


7.70× 1.10
R
max
=(
vq1 )× 4=16.94 kN /m
2
7.70× 1.10
R
max
=(
vq2 )×50=211.75 kN
2

Figura 42 – disposicao das solitacoes para veiculo tipo

Figura – Diagrama dos momentos flectores


a) Sobrecargas no Passeio

Sobrecarga concentrada q = 25.7 kN/m (reacção de q = 20 kN no tabuleiro)

Figura - Carga móvel concentrada no passeio

Figura 49 - Envolvente de momentos flectores com sobrecarga concentrada no


passeio (q=25.7 kN/m)

i. Sobrecarga distribuída q = 3.64 kN/m (reacção de q = 3 kN/m2 no tabuleiro)


Figura – disposicao da sobrecarga movel destribuida do passeio.

Figura – diagramas envolvente do momento flector

Figura - diagramas envolvente do esforco transverso

Como se pode observar pelos diagramas acima apresentados, quando a sobrecarga


uniformemente distribuída sob o passeio (q = 3.64 kN/m) tem-se esforços de corte
significativos momentos positivoss e negativo, pelo que nas combinações considerar-se-á o
caso referido em último caso analisado.

Combinações Fundamentais para o dimensionamento da viga longitudinal

[ ]
m n
Sd =∑ γ gi S Gik + γ q S Q 1 k + ∑ ψ 0 j S Qjk
i=1 j =2

Tabela – Dados das acções para dimensionamento da viga longitudinal


Ação Permanente γ g = 1.35 γ q =1.5
Acção Variável ψ0 ψ1
Sobrecargas de Tráfego 0.6 0.4
Sobrecargas nos passeios 0.6 0.4

Combinações Fundamentais para o dimensionamento da viga longitudinal considerando a


seccao mais critica de todo tabuleiro para cada tipo de natureza de esforco.

Msd
+¿=1 ,¿
35× 9690,2+1,5 ( 2705,6+ 0,6 ×450,2 ) =17533,4 kNm
Msd
−¿=1 ,¿
35×5880,9+1,5 ( 3289,9+0,6 × 344,3 )=13183,9kNm
Vsd= 1 ,35×1674,3+1,5 ( 558+0,6 × 69,9 )=3160,2 kN

Dimensionamento para maior momento positivo (Análise estrutural feita como viga em
T)

Msd = 17533,4 k Nm

hf 0.35
= =0.18 ≅ 0.20 , b/bw = 6
d 1.952

M sd 17533,4
μ= 2
= 2 3
=0.036 então ω=0.036
b d f cd 3.8∗1.952 ∗33.3∗10

As
∗f
bd syd As = 255.52 cm2 (Solução: 32Ø32),
ω=
fcd

Adopta-se 62Ø32 para armadura de momentos positivos, pois é a maior dentre as duas fases
(construção e serviço).

5.1.4. Dimensionamento para maior momento negativo (como viga de secção


rectangular)

Msd = 13183,9kNm

M sd 13183,9
μ= 2
= 2 3
=0,173 entãoω=0,195
b d f cd 0.60∗1.952 ∗33.3∗10
As
∗f
bd syd
ω=
fcd

As = 218,54 cm2 (Solução 27Ø32)

0.15∗0.60∗1.952 2
Armadura mínima: A s= =17.6 cm /m
100

4∗2∗0.60 2
Armadura máxima: A s= =480 cm /m
100

5.1.5. Armadura de esforço transverso

Vsd = 2268.49 kN
Vsd ≤ Vrd τ 1=1.15 Mpa
Vrd=Vcd +Vwd τ 2=10 Mpa
Vsd ≤ τ 2 ×bw × d
3
Vsd ≤ 10 ×10 ×0.6 × 1.952
3160,2>11712( o betao por si só não resiste aos esforcos transversos, deve
dimensionar as armaduras transversais)
Vcd=τ 1 ×bw × d
Vcd=1.15 ×103 ×0.60 ×1.952
Vcd=1346.9 kN

Vwd =Vsd−Vcd → Vwd ≥ 3160,2−1346.9=1813.3 kN


Asw
Vwd =0.9 ×d × × fsyd × ( 1+ctg α ) × senα ≥ 921.6
s
Asw
0.9 ×1.952 × ×348 ×10 3 ≥ 1813.3
s
Asw 2
≥29.66 cm /m Solução (Ø20@10cm)
s

Espaçamento: {¿SS≤0.5 ×d
≤ 25 cm

5.1.5.1. Armadura de esforço transverso mínima

Asw ρw ×bw × sen α 0.10 ×0.60 × sen 90


= = =6 cm2 /m <29.66 cm 2/m (Ok!)
s 100 100
6. APARELHOS DE APOIO
Para a o dimensionamento dos aparelhos de apoio do pilares uma vez que os valores são
proximos fará-se o dimensionamento de todos os pilares com o mesmo valor de cálculo, e
seccao mais solicitadas são os pilares que situa-se de á 30m dos encontros da ponte.

NSd =1.35*(3268,8)+1.5*(600,9+0.6*82.7) = 5388,7 kN

Os aparelhos de apoio são os elementos usados para a transmissão de carga da superestrutura


para a infraestrutura. Para o projecto em causa, são usados aparelhos de apoio elastoméricos
cujas características e especificações técnicas encontram-se no catálogo em anexo. Recorreu-
se aos aparelhos de apoio fornecidos pela Fabricante Rudloff. Opta-se por um aparelho fixo
tipo T-750 com capacidade de carga máxima de 7500 kN, o que resiste à reacção máxima
transmitida pela superestrutura (5388,7 kN) com dimensões indicadas no catálogo.

7. DIMENSIONAMENTO DA JUNTA DE DILATAÇÃO


Junta de dilatação também conhecida como junta de movimento, será aplicada para absorver
a variação volumétrica do material de betão que constitui o tabuleiro e de certa forma mitigar
os efeitos de vibração na região do encontro e o tabuleiro. Considera-se para o cálculo de
deslocamentos, o efeito da variação de temperatura, retração do betão e frenagem/arranque,
quantificados e analisados com base no RSA e REBAP.
A. Deslocamento horizontal devido a variacao da temperatura

 = 10.10-6/°C

ΔT = ± 15 °C

L=200m

−6
∆ l Temperatura =L∗∝∗∆ T =200∗10∗10 ∗15=30 mm

∆ l Temperatura= 3 cm

7.2 Deslocamentos horizontais devido a fluência sob tensao constante

A extensão devida à fluência que se verifica à idade t para para uma tensão constante aplicada
desde a idade t0 do betão, ℇ cc ( t , t 0 ) , pode ser determinada pela expressão:

ϕ c (t , t 0)
ℇ cc ( t , t 0 )=σ c ,¿ ¿
E' c ,28
Em que:

σ c, ¿ ¿ – tensão constante aplicada na idade t0;

E ' c , 28 – módulo de elasticidade inicial do betão aos 28 dias de idade;

ϕ c (t ,t 0 ) – coeficiente de fluência na idade t correspondente à aplicação da tensão na idade t0

Assumindo t0 = 28 dias, e por simplificação, pelo ábaco ao lado:

Espessura equivalente

A c 2∗1.2
h e=2 = =0.62 m
u 3.9

Figura 56 - coeficiente de fluência

ϕ c (∞ , 28)  2.8

Observe-se que a extensão total na idade t devida a uma tensão constante aplicada na idade
to (extensão elástica inicial no instante to mais a extensão de fluência que se verifica no
intervalo t – to) é dada por:

E ' c , 28 = 46.25 (+25%) GPa σ c, ¿ ¿=28,3 MPa

(
ℇ c ,tot ( ∞ ,28 )=28,3∗
1
3
+
2.8
46.25∗10 46.25∗10
3 )
=2,33∗10−3

∆ l=ℇ c ,tot ( ∞ , 28 )∗L=2,33∗10−3∗200 =465,04mm=46,5cm


∆ l Fluência=¿ 46,5cm

7.3. Deslocamento horizontal devido a frenagem

𝐿 = 200m

𝐸 = 37GPa

R Frenagem=30∗9=270 kN

A força de frenagem atuante em cada viga: F fr =270 /2=135 kN

H frenagem . L
∆ l frenagem=
E. A

135× 200
∆ l frenagem= 6 =0,06cm
37. 10 ×1,2

7.4. Deslocamento Total

∆ l Total = ∆ l Temperatura+ ∆ l Fluência + ∆ l frenagem

∆ l Total = 30+46,5+0,06= 76,56cm

As juntas de dilatacao serao da marca CIPEC tipo WP900 que permitem deslocamentos
nominais da ordem dos 900 mm. Está concebida para ser utilizada em vias com tráfego
intenso e pesado, tem alta durabilidade e é de Fácil instalação com a ajuda do equipamento de
posicionamento.Adoptou-se uma junta que permite deslocamentos superiores aos de cálculo
para se ter ainda uma reserva de segurança.
Figura – Juntas do tipo CIPEC – WP (Freyssinet)
8. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES
O pré-dimensionamento dos pilares foi feito com base na carga vertical máxima,
correspondente a maior reacção de apoio transmitida do tabuleiro para o pilar, cujo cálculo já
fo realizado dimensionamento dos aparelhos de apoio:

Reacção máxima transmitida para o pilar:

Nsd =5388,7 kN

Betão B55 (fcd = 33,3 MPa)

Aço A400 (fsyd = 348 MPa)

Ao esforço axial apenas N sd = Ac∗0.85 f cd

N sd 5388,7 2
Ac = = 3
=0.19 m
0.85 f cd 0.85∗33.3∗10

O dimensionamento do pilar será feito apenas para o pilares mais solicitados que são os dois
pilares centrais e os restantes dois terao tambem a mesma armadura considerando que
naquela zona sobterrada no periodo de NPA possa ocorrer lavagem do material inerte,
estando sujeito as mesmas acoes dos pilares centrais

Como os pilares centrais têm uma altura de m, Escolheu-se uma secção maciça circular,
para levar em consideração a erosão em torno da mesma, resistência ao escoamento e a
facilidade na execução.

Com Ac =0.19 m2 , tem-se Ø = 50 cm.

O dimensionamento da cabeça do pilar leva em consideração:

 Processo construtivo;
 aparelhos de apoio (provisórios e/ou definitivos);
 espaço para macacos / substituição dos aparelhos de apoio.
Figura – Afastamento para pilares na sapata

O aparelho de apoio dimensionado nos capítulos anteriores tem dimensões 50x60 (cmxcm),
pelo que, para ter em conta as dimensões do aparelho de apoio elastomérico e espaço para
colocação dos macacos em caso de manutenções, optou-se por:

Ø = 180 cm

8.1. Características geométricas dos pilares


- Direção X-X e Y-Y
𝐷 = 1.80 𝑚
𝐼𝑥 = 𝐼𝑦 = 0.515299 𝑚4
𝐴 = 2.544690 𝑚2

8.2. Quantificação das acções horizontais (Forças nos topos dos pilares)

Acções s sobre os pilares


Frenagem
Variação da temperatura
Vento
a) Frenagem

Cargas devidas a frenagem:


Q = 30 kN/m
Comprimento transversal da faixa de rodagem: L = 9.0 m
Ec,28 = 37 MPa (B55)

Força horizontal, devido a frenagem:

𝐹𝐹𝑅 = 𝑄 × 𝐿
𝐹𝐹𝑅 = 30 × 9 = 270 𝑘𝑁
Rigidez dos pilares (k Pi)

Como os pilares têm todos a mesma altura as reacções serão iguais.

3 EPi∗I Pi
k Pi = 3
L Pi

3∗37 .10 6∗0,515299


k Pi= =6969,5 kN /m
20,23

Rigidez dos aparelhos de apoio (k ai)

G ¿∗A ai
k ai =
hai

6 π .1,82
1∗10 ∗( )
4
k ai = =26772631,58 kN /m
0,095

1 1
k i= = =20125,08 kN /m
1 1 1 1
+ +
k ai k pi 26772631,58 6969,5

Adoptando o cenário (pior cenário) em que a frenagem ocorre imediatamente acima do


segundo pilar (da esquerda para a direita), temos o sistema estático abaixo:

Figura – Sistema estático em que a frenagem ocorre imediatamente acima do


pilar central (da esquerda para a direita)
Obtêm-se as seguintes reacções na base dos pilares

Figura - Esforços nos pilares devido a Frenagem.

b) Variação da Temperatura (ΔT = ± 15°C)

A temperatura de -15ºC é a temperatura que produziu maiores esforços nos pilares, como se
segue a baixo:

Figura - Temperatura de -15ºC aplicada sobre a estrutura

Figura - Esforços devido a variação de temperatura

c) Acção do Vento sob o tabuleiro

Para análise do vento que actua transversalmente ao tabuleiro, considerou-se as seguintes


situações:
- Zoneamento: zona A
- Rugosidade tipo II
- Altura da ponte entre 20 𝑎𝑜𝑠 25 𝑚
Com os dados acima apresentados, a pressão dinâmica do vento e 𝑊𝑘 = 1,19 𝑘𝑁/𝑚2.
Força produzida, devido ao vento que actua transversalmente sobre o tabuleiro:

Fazendo a relação entre a largura do tabuleiro, e a altura do mesmo obteve-se os valores das
forças horizontais produzidas pelo vento, na situação do tabuleiro sem o veículo tipo, e na
situação do tabuleiro com veículo tipo. A situação mais gravosa foi a da actuação do vento
com o veículo tipo por cima do tabuleiro, assim sendo teve-se:

i. Relação largura (b) e altura do tabuleiro (a):


b 11
= =5,5>4 , então γ f =1.2
a 2
ii. Veículo Tipo

γ f =1.5 (Anexo 1 – Secção 3.8 - RSA)


kN
w tabuleiro=γ f ∗wk =1.2∗1.0=1.2
m2

kN
w veículo=γ f∗wk =1.5∗1.0=1.5 2
m

kN
w=wveículo +w tabuleiro=1.5+1.2=2.7 2
m
Figura - acção do vento e diagrama de esforço Transverso (kN) e momento fletor
(kNm)

iii. Cálculo da força (FRW):


 Altura do tabuleiro: 𝐻 = 2.0 𝑚
 Comprimento do tabuleiro: 𝐿 = 200 𝑚

 Altura do veículo tipo: ℎ = 2.5 𝑚


𝐹𝑅𝑊 = w*(Atabuleiro+Aveículo) = 2.7 × (0,35*200 + 2.5 × 200) = 1539 k𝑁

 Centro de rigidez:

X cgr=
∑ ( K i∗xi ) =100 m
∑ Ki
 Centro de gravidade

L ponte
X cg= =100 m
2

Como centro de rigidez e centro de gravidade são os mesmos, não haverá excentricidade.
Então a força que cada pilar recebe devido a acção transversal do vento:

1 e xi
F i=K i∗F RW ∗( ± )
∑ K i ∑ K i∗x i2

F i=20125,08∗1539∗ ( 20125,08∗5
1
)=7695 kN
a) Esforços devido à pressão hidrostática

Os pilares serao dimensionados considerando o estado mais critico que é quando rio está no
nivel pleno de armazenamento.

C . .V 2
P=
g

onde: c - é o coeficiente que depende da forma da secção transversal do pilar, neste caso será
igual a 0,7 (circular).

 - peso especifico da água ( = 9.81 kN/m3 )

g – aceleração de gravidade (g = 9,8 m/s2 )

v - velocidade de escoamento Para o caso do Rio a velocidade da corrente atinge m/s em


período de estiagem.

Figura - valores de "c" em função do tipo de secção transversal do pilar.

C . .V 2 0,7. 9,81. 5,52


Ph = = =21,2 kN / m2
g 9,8

Perimetro do semi-circulo

π . D π .1,8
ps −c = = =¿2,83m
2 2

Força da água sobre o pilar


F= ps−c ∗Ph=2,83∗21,2

F=59,4 kN /m

Disposicao das cargas atuantes sob o pilar

diagrama de esforço transverso (kN) e momento flector (kN.m)


diagrama de esforço transverso (kN) e momento flector (kN.m)

iv. Combinações Fundamentais

Nsd =Esforço axial de cálculo no pilar = (Combinação feita para carga máximo no apoio) +
Peso próprio do pilar = 7695 + 1284,4 = 8879,4 kN

Nsd=8879,4kN

Direcção X-X:

Mvariação da temperatura = 425,9 kN.m

Mfrenagem = 3067,3 kN.m

Mpressão hidrostática = 10721,7 kN.m

Direcção Y-Y:

Mvento =545kN.m

V sd ,fren =3067,3 kN
V sd ,hidrostatica=1128,6 kN

V sd ,temp =902,7 kN

V sd =1,35∗3067,3+ 1,5 ( 1128,6+ 0,6∗902,7 )=6646,2 kN

V sd =6646,2 kN

MSD,X-X =19190,1 kN.m

MSD,Y-Y = 735,8kN.m

Combinação de maior armadura

Esforço axial do pilar e momento devido ao vento.


Nsd = 8879,4 k𝑁
𝑀𝑚𝑎𝑥 x – x=19190,1kNm

V sd =6646,2 kN

Dimensionamento da armadura

8.3.1. Flexão composta

Os pilares serao feitos em betao de classe B55

Dos ábacos de flexão composta:

𝜈 = 0.04

𝜇 = 0.1

2
Ac =2.54 m

Ac
A s ,total=ω total ∗f
f yd cd

0.1∗2.54 2
A s ,total= ∗23.3=170,1cm (Sol.: 22Ø32)
348
Cálculo da esbelteza (λ)
Altura do pilar: H = 20.20 m
𝐷𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑋 - 𝑋 ≡ 𝑌 - 𝑌
Raio de giração:

i=
√ √
I
A
=
0.5152997
2.54
=0.45 m

l e 0.7∗20,2
λ= = =31,4231,42 < 50
i 0.45

Visto que as esbeltezas nas duas direções são menores que 50, a verificação a encurvadura
será dispensada.

8.3.2. Esforço transverso no pilar


Devido ao vento (acção mais desfavorável)

V sd =6646,2 kN

Para Ø = 1.80 m, verificou com armadura mínima, pelo que:

Vsd ≤ Vrd τ 1=1.15 Mpa τ 2=10 Mpa

2
πD
Vrdmax=τ 2 ×
4
3 π 1,82
Vrdmax=10 ×10 × =25434 kN
4
6646,2<25434 (OK !)

Vcd=τ 1 ×bw × d
3 π 1,82
Vcd=1.15 ×10 ×
4
Vcd=2924,9 kN <6646,2 kN =Vsd , há necessidade de calcular a armadura
transversal

Vwd ≥Vsd −Vcd


0,9 d A sw
∗fysd ≥ Vsd−Vcd
s
0,9∗π 1,8 A sw 3
∗348 10 ≥ 6646,2−2924,9
s
A sw 21 c m2
= ⇒ 4 R Ø 12 @20
s m

A viga resiste com armadura mínima

5.1.1.3.1.Armadura de esforço transverso mínima

Asw ρw ×bw × sen α 0.10 ×0.60 × sen 90


= = =6 cm2 /m
s 100 100

Soluçao: cintas com 4 R Ø 12@ 20

9. FUNDAÇÃO PARA OS PILARES

Dadas as características geotécnicas e geológicas que o vale apresenta na zona sul, optou-se
por fundações indiretas para o pilares e directas (superficiais) para os encontros.

Relativamente as dimensões em planta do maciço de encabeçamento, estas foram


determinadas em função da distribuição das estacas no maciço.

Dados

Øestaca = 500 mm

Nº = 12 estacas (resultado de várias iterações)

Betão B40 (fcd = 23.3 MPa)

Aço A400 (fsyd = 348 MPa)

τ 1 =900 kPa

9.1 Determinação do espaçamento entre estacas

e  2.5Øestaca = 1.25 m
9.2. Determinação da altura do maciço de encabeçamento de estacas

Z (maior distância entre os eixos das estacas) = 5.25 m

z z
≤H≤
3 3

1.75 ≤ H ≤ 2.625 , Seja H =1.80 m

Figura –Maciço de encabeçamento de estacas

9.3. Determinação das reacções nas estacas

N M y . xi M x . y i
N i= ± ±
n ∑ xi2 ∑ yi 2

Tabela 11 - Dados do maciço, estacas e esforços


Espaçamento entre as estacas (m) 1,25
Nsd(kN) 8879,4
Msdx(kNm) 19190,1
Msdy(kNm) 745,8
Altura do maciço 1,8
N° de estacas 12
Estaca Xi (m) Yi(m) N(kN)
1 -1.75 2.625 476.1
2 0 2.625 1152.0
3 1.75 2.625 1827.9
4 -1.75 0.875 77.4
5 0 0.875 753.3
6 1.75 0.875 1429.2
7 -1.75 -0.875 -321.5
8 0 -0.875 354.4
9 1.75 -0.875 1030.4
10 -1.75 -2.625 -720.3
11 0 -2.625 -44.4
12 1.75 -2.625 631.5

9.4. Análise ao corte/punçoamento

τ 2=7000 kPa

d = 1.80-0.10 = 1.70 m

b2 = b + d = 1.80+1.70 = 3.5 m

1
VRd = ∗τ 2∗b2∗d2 =0.5∗7000∗3.5∗1.70=20825 kN
2

VSd = ¿ 3323,1 kN (Vsd ≤Vrd −OK !)

9.5 Análise à Flexão

9.5.1. Direcção y-y

ly = 0.15*1.80+0.875+0.25+0.25 = 1.645 m

M = 1.145*3323,1 = 38045 kN.m,


Msd 38045
µ= 2
= 2 3
=0,182 MPa→ ρ=0,044
bd 1.7∗3.5 . 10

bdρ
A s= =26,18 c m2 /m (Solução: Ø25//17.5)
100

9.5.2. Direcção x-x

Lx = 0.15*1.80+0.85+0.25+0.25 = 1.62 m

M = 1.120*3323,1=3732,9 kN.m

Msd 38045
µ= 2
= =0,180 MPa → ρ=0,044
bd 1.7∗3.5 2 . 103

bdρ 2
A s= =26,18 c m /m (Solução: Ø25//17.5)
100

9.6. Armadura construtiva

As,Constr= 10%As,maior = 0.10*26,18 = 2,62 cm2/m Solução (Ø8//17.5)

9.7. Armadura de distribuição (Cintas e estribos)

Ø12//10
9.8. Armadura das estacas (Tracção e compressão simples)

𝑁𝑠𝑑 ≤ 0.85𝑓𝑐𝑑 × 𝐴𝑐 + 𝑓𝑠𝑦𝑑 × 𝐴𝑠

3 2
0,85∗23,3∗10 ∗π 0,5 3
720,3 ≤ +348∗10 ∗As
4
2
A s=−91,4 c m , como a amadura deu um valor negativo significa que o betão por si só resiste
aos esforços de tração, e deverá colocar-se armadura minima.

ρmin =0,15
bd ρmin 2
A s ,min = =89,25 c m ⇒ 12 ∅ 32
100

Cintas e estribos: Ø10//10

10. DIMENSIONAMENTO DOS ENCONTROS


Por apresentar condições topográficas e geotécnicas com capacidade de receber fundações
directas nas zonas de encontros, optou-se por usar o encontro aparente com muros avenida e
muro testa para o presente projecto.

Figura 65 – Encontro de Ponte

Solo da região trata-se de um solo fluvial como não foi feitas sondagens assume-se sendo
uma areia solta.
Características geotécnicas:

 𝛾𝑠𝑜𝑙𝑜 = 19.5 k𝑁/𝑚3


 𝑐 = 0 𝐾𝑝𝑎
 𝜃 = 33°
 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 145 𝐾𝑃𝑎

Materiais a usar:

 𝐵𝑒𝑡ã𝑜 𝐵40
 𝐴ç𝑜 𝐴400 𝑁𝑅

Coeficiente de impulso activo

1−sin θ 1−sin 33o


Ka =
1+sin θ
= = 0.29
1+sin 33o

10.1. Pré-dimensionamento do encontro

As dimensões propostas para o pré-dimensionamento do encontro são:


Para a mesa de apoio:

Figura – Dimensões mínimas da mesa de apoio

𝑒 = 0.35 𝑚 𝑑 = 0.5 𝑚 𝑑′ = 0.35 𝑚 𝑑′′ = 0.15 𝑚 ℎ′ = 0.3 𝑚 𝐻 = 6.3 𝑚

10.2. Dimensionamento do Muro testa

Acções a considerar:

Cargas verticais
 Carga transmitida pela superestrutura

Nsd=1,35*1029,6+1,5( 595,3+28,9*0,4)=2300,3 kN

Cargas horizontais
 Impulsos de terra

2 2
h 6
Ia = 𝛾𝑠𝑜𝑙𝑜 × Ka × = 0,29 ×19.5 × = 101.79 kN/m
2 2

No topo dos aterros (art.º 41.3 do RSA):

Q tréáfego = 10 kN/m2

 Carga devido ao trafego


Q = Ka × Qtráfego × h = 0,29 × 10 × 6 = 17.4 kN/m

 Frenagem no tabuleiro:

𝐹𝐻 = 270 𝑘𝑁

A análise do elemento portante da mesa de apoio foi feita considerando a actuação simultânea
de todas as solicitações acima mencionadas pois é o caso mais desfavorável.

Q1= 101.79 + 17.4 = 119.19 kN/m2

Q2= 17.4 kN/m2

Figura – Sistema de carregamento do murro testa


Figura – Diagrama de esforços axiais do murro testa

Figura – Diagrama de esforços normais do murro testa


Figura – Diagrama de momentos do murro testa

10.2.1. Verificação das espessuras do muro testa

Em relação a flexão

d≥2
√ 696
0.15∗23.3∗10
3
↔ d ≥ 0.45m

Face a deformação

De acordo com o artigo 102.2 do REBAP, temos

α ×l 2.4∗6
h≥ ↷ h≥ ↷ h ≥ 0.48 m
20 × η 20 ×1

Face ao esforço transverso


V Rd=0.6 ×τ 1 ×(1.6−d )× b × d
679.8=0.6 ×900 ×1 × d
d ≥1.25 m

Assumindo:
∅ long = 20 mm
∅ trans = 8 mm
C= 3 cm

Logo,
∅ long
h=d +c + + ∅trans
2
0.02
h=1.25+0.03+0.008+ =1.548 m
2
Adopta-se assim, a espessura de H = 1.6 m, d=1,55m

10.2.2. Dimensionamento das armaduras

Msd 696
μ= ↷ μ= ↷ μ=0.012≈ 0.015
b × d 2 × fcd 1 ×1.55 ×23.3 ×103
2

ω=0.015
As × fsyd As × 348
ω= 0.015=
b ×d × fcd 1×1.55 × 23.3
2
As=15,6 c m

min b ×d ×e 1 ×1.55 × 0.15 2


As = = =23,25 cm <As, deverá colocar-se a armadura
100 100
minima , Solução :8 ∅ 20

max 2
As =4 % ×1 ×1.25=500 cm

10.3. Dimensionamento do Muro Avenida

Onde C-indica o fim do muro avenida


Cmin=50 cm
6
e= =0.6
10

H 6
=
10 3

1.5 6
=
1.0 X

X =4 m

Lx=x +2× C=4 +2× 0.6=5.2m

1.5 6−1.5
= ↷ a=3 m
1.0 a

5.2+3
Imedio= =4.1 m
2

Para o dimensionamento do muro avenida foram considerados os seguintes esforços:

 Carga devido ao impulso da terra

2 2
h 4.1
Ia = 𝛾𝑠𝑜𝑙𝑜 × Ka × = 0,29 ×19.5 × = 47.5 kN/m
2 2

Figura – Sistema de carregamento do murro avenida


Figura– Diagrama de esforço transverso do murro avenida

Figura – Diagrama de momento do murro avenida

10.3.1. Verificação da espessura do muro avenida

Em relação a flexão

d≥2
√ 1.5∗399.4
0.15∗23.3∗10
3
d ≥ 0.41 m

Face a deformação

De acordo com o artigo 102.2 do REBAP, temos

α ×l 2.4∗4.1
h≥ ↷ h≥ ↷ h ≥ 0.38 m
20 × η 20 ×1

Face ao esforço transverso


𝑉𝑅𝑑 = 0.6×𝜏1×(1.6−𝑑)×𝑏×𝑑
1.5*194.8 = 0.6×900×(1.6−𝑑) × 1×𝑑
𝑑 ≥ 0.54 𝑚

Assumindo:
∅ long = 20 mm
∅ trans = 8 mm
C= 3 cm

Logo,
0.02
h=0.54+ 0.03+0.008+ =0.588 m
2
Adopta-se assim, a espessura de H = 0.6 m.

10.3.2. Dimensionamento das armaduras

Msd 1.5∗399.4
μ= 2 ↷ μ= 2 3 ↷ μ=0.048 ≈ 0.05
b × d × fcd 1 ×0.54 × 23.3× 10
ω=0.107
As × fsyd As× 348
ω= 0.09=
b ×d × fcd 1× 0.54 ×23.3
cm2
As=32.54 → Solução :7 ∅ 25 @15 cm
m

min b ×d ×e 1 × 0.54 ×0.15 2


As = = =8.1 cm
100 100

max 2
As =4 % ×1 ×0.54=216 cm

10.4. Sistema de drenagem em encontros

Um aspecto muito importante a ter em conta na concepção de encontros, é a drenagem.


Figura – Drenagem nos encontros

11. LAJE DE TRANSIÇÃO


L=0.6× H=0.6 × 6=3.6 m

11.1. Acções a considerar:

Wsolo=19.5× 0.8=15.6 kN /m2


Sc=10× 0.29=2.9 kN /m2
Qsd=1,5∗( 15,6+2,9 )=27,8 kN /m

Figura - Disposição das cargas atuantes

Figura – Diagrama de esforço transverso da laje de transição


Figura – Diagrama de momento da laje de transição

11.2. Verificação da espessura

Em relação a flexão

d≥2
√ 1.5∗180,1
0.15∗23.3∗10
3
d ≥ 0.28 m

Face ao esforço transverso


Vrd>Vsd
𝑉𝑅𝑑 = 0.6×𝜏1×(1.6−𝑑)×𝑏×𝑑
1.5*100,1 = 0.6×900×(1.6−𝑑) × 1×𝑑
𝑑 ≥ 0.2 𝑚

Assumindo:
∅ long = 20 mm
∅ trans = 8 mm
C= 3 cm

Logo,
0.02
ℎ = 0.28 + 0.03 + 0.008 + = 0.328 m
2

Adopta-se assim, a espessura de H = 0.35m, d=0,3

11.3. Dimensionamento das armaduras

Msd 1.5∗180,1
μ= ↷ μ= ↷ μ=0.13
b × d 2 × fcd 1 ×0.32 ×23.3 ×103
ω=0.136
As × fsyd As× 348
ω= 0.136=
b ×d × fcd 1× 0.3 ×23.3
cm 2
As=27.3 → Solução: 10 ∅ 20 @20 cm
m
min b ×d ×e 1 × 0.3× 0.15 2
As = = =4,5 cm
100 100
max 2
As =4 % ×1 ×0.3=120 cm

12. FUNDAÇÃO DOS ENCONTROS


12.1. Acções

N=2300,2 kN

𝑀=140 k𝑁m/𝑚

σ adm, solo =350 kpa

M 140
e= = =0,06 m
N 2300,2

𝜎𝑖 ≤ σ adm, solo
N My
𝜎1= A + wy
N My
𝜎2 = A - wy

BA 2 A 3
Onde: 𝑊𝑦 = =
12 6

N My N My
3×( + )+( − )
A wy A wy ≤ 350
4
3× σ max +σ min
𝜎r𝑒𝑓 = ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚
4

Procedendo com os cálculos: A = 2.50 m


B = 11 m
2−0.75
H=
2
= 0.625 m
Seja H = 0.7 m

95.2× 28.6
𝜏𝑠𝑑 = 11× 0.64 = 386.75 k𝑁/𝑚2

𝜏r𝑑=(1.6−𝑑)×𝜏1

(1.6−𝑑) < 1 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜏r𝑑=1×900 = 900 k𝑁/𝑚2 > 386.75 k𝑁/ 𝑚2 𝑜𝑘!

Figura - sistemas estáticos das fundações dos encontros


Figura - diagramas de momentos resultantes da Acção

12.2. Dimensionamento da armadura

Mrd 1.5∗172.4
b ×d 2× fcd
= 1.9× 0.64 ×23300
= 0.91 ↔ 𝜌 = 0.103

b × d × ρ 1.9 × 0.64 ×0.103 2


As= = =12.52 cm
100 100

min b ×d ×e 1.9 × 0.64 ×0.15 2


As = = =18.24 cm
100 100

Neste caso , assume-se a armadura mínima.

Solução: Malha de 7 ∅ 20@ 15 cm


b × d × ρ 1.9 × 0.64 ×0.103
As= = =12.52 cm2
100 100

min b ×d ×e 1.9 × 0.64 ×0.15 2


As = = =18.24 cm
100 100

Neste caso , assume-se a armadura mínima.

Solução: Malha de 7 ∅ 20@ 15 cm

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