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14/03/2016

LAJES ALIGEIRADAS
LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL
ESTRUTURAS DE BETÃO II

março/2016 Carlos Félix / Paulo Guedes

Lajes aligeiradas de betão armado

1. Bibliografia
2. Introdução
3. Colocação em obra
4. Disposições construtivas e de
projeto
5. Projeto
6. Exemplo de aplicação

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Bibliografia

 NP EN 1992-1-1 (2010) –
Eurocódigo 2: Projecto de
estruturas de betão. Parte 1-1:
Regras gerais e regras para
edifícios. Instituto Português da
Qualidade.

 REBAP – Regulamento de
Estruturas de Betão Armado e Pré-
esforçado, 1983.

 Curso sobre Nova Regulamentação


de Estruturas. FEUP, 1987.

Introdução

 Lajes aligeiradas (ou lajes nervuradas) são lajes constituídas por


nervuras dispostas numa ou duas direções ortogonais, solidarizadas por
uma lajeta, podendo conter blocos de cofragem incorporados entre as
nervuras;

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Introdução

Princípio de funcionamento

 Capacidade resistente aos momentos fletores positivos

As+ d MRd+

bw

Introdução

Princípio de funcionamento

 Capacidade resistente aos momentos fletores positivos

hipótese de cálculo: x  e (plano neutro na espessura da lajeta)

b b
c
e x
As+ d MRd+ d
s
bw As+
(secção nervurada) (secção maciça)

A secção T pode ser analisada como secção retangular de largura b


A capacidade resistente à flexão (MRd+) da secção nervurada (laje aligeirada) é
equivalente à de uma secção retangular (laje maciça) – justifica o aligeiramento

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Introdução

Princípio de funcionamento

 Capacidade resistente aos momentos fletores positivos

hipótese de cálculo: x > e (plano neutro na nervura)

b b
c
e x
As+ d MRd+ d
s
bw As+
(secção nervurada) (secção maciça)

A secção terá de ser analisada como secção T


A secção nervurada (laje aligeirada) perde eficiência, quando comparada com
a secção retangular (laje maciça)

Introdução

Princípio de funcionamento

 Capacidade resistente aos momentos fletores negativos

As- d MRd-

bw

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Introdução

Princípio de funcionamento

 Capacidade resistente aos momentos fletores negativos

(plano neutro na nervura)

b b
s
e
d MRd- d
As- x As-
c
bw
(secção nervurada) (secção maciça)

A secção terá de ser analisada como secção retangular de largura bw


A secção nervurada (laje aligeirada) perde eficiência, quando comparada com
a secção retangular (laje maciça)

Introdução

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Princípio de funcionamento

 Capacidade resistente ao esforço transverso

d VRd

bw Asw/s

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Introdução

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Princípio de funcionamento

 Capacidade resistente ao esforço transverso

d VRd

bw Asw/s

A secção nervurada é analisada como uma viga:


VRd  VRd,max – verificação ao esmagamento do betão (escoras da treliça)
VRd  VRd,s – verificação da resistência da armadura (tirantes da treliça)

Introdução

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Esforços atuantes e resistentes


 O valor de cálculo dos esforços atuantes nas lajes nervuradas é
determinado como nas lajes maciças (lajes armadas numa só direção;
lajes armadas em duas direções apoiadas em vigas; lajes fungiformes);

 O valor de cálculo dos esforços resistentes é obtido como se tratasse um


conjunto de vigas com seção em T (na zona nervurada), ou como nas
lajes maciças (na zona maciça).

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Introdução

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Lajes aligeiradas vs lajes maciças

Principais vantagens

 Menor peso próprio;

 Idêntica capacidade resistente aos momentos fletores positivos;

 Redução de custo nos materiais (betão e aço).

Principais limitações

 Reduzida capacidade resistente aos momentos fletores negativos;

 Aumento de custo na mão de obra (colocação de blocos e de


armadura mais trabalhosa).

Colocação em obra

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Lajes aligeiradas com blocos incorporados

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Colocação em obra

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Lajes aligeiradas com blocos incorporados

Colocação em obra

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Lajes aligeiradas com moldes recuperáveis

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Disposições construtivas e de projeto

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Largura e espaçamento das nervuras

Largura mínima: 5cm

Distância máxima entre faces: 80cm

nervura aligeiramento

bw0.05m af0.80m

Nota: Na prática, por forma a respeitar os


recobrimentos nominais, é usual adotar
larguras de nervuras superiores a 10cm.

Disposições construtivas e de projeto

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Armadura das nervuras

 As armaduras longitudinal e transversal das nervuras devem satisfazer os


condicionantes impostos para as vigas:

Asl,nerv – calculada para M+Ed

Verificações: - Asl,nerv  Asl,min

- Asl,nerv  Asl,máx

- dlivre

– calculada para VEd

Verificações:

-  ,mim

- sl  sl,máx

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Disposições construtivas e de projeto

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Armadura transversal das nervuras

 Em lajes nervuradas armadas em duas direções, a montagem das


armaduras das nervuras tem de ser realizada in situ

 Nem sempre é possível adotar a melhor disposição de estribos (procura-


se nestes casos uma solução de compromisso)

Disposições construtivas e de projeto

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Nervuras transversais de solidarização

No caso de lajes aligeiradas armadas numa só direção, devem dispor-se


nervuras transversais de solidarização (tarugos), com os seguintes objetivos
principais:

 Distribuição transversal de esforços;

 Controlo da encurvadura por deformação lateral das nervuras principais.

Largura e espaçamento dos tarugos:

Largura mínima: 5cm

Distância máxima entre eixos: 10h

dt  10h
tarugo aligeiramentos

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Disposições construtivas e de projeto

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Armadura das nervuras transversais de solidarização

 A armadura longitudinal dos tarugos das lajes armadas numa só direção


devem satisfazer a seguinte condição de armadura mínima:

Ast ≥ 10% Asl x dt

Sendo:

Asl – a área de aço existente nas nervuras longitudinais por metro de laje;

dt – a distância entre tarugos;

 Esta armadura deve ser colocada na face oposta à de aplicação das


cargas.

 Os tarugos devem ainda possuir estribos adequados: em geral será


suficiente adotar o diâmetro comercial mínimo (6mm) com afastamento
sl,max.

Disposições construtivas e de projeto

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Lajeta

Assegura a transmissão das cargas para as nervuras, solidariza as nervuras,


recebe os revestimentos.

Espessura da lajeta

A espessura da lajeta deve ser determinada em função das cargas


distribuídas ou cargas concentradas que atuem sobre ela e ter em atenção os
necessários recobrimentos mínimos da armadura.

lajeta

e=?

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Disposições construtivas e de projeto

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Espessura da lajeta

Nos casos correntes de pavimentos de edifícios sujeitos a cargas distribuídas


de valor moderado, podem ser considerados os valores seguintes (REBAP):

Sem blocos de cofragem incorporados ≥ 5 cm

50 cm ≤ e ≤ 80 cm ≥ 4 cm
Com blocos de cofragem incorporados
e ≤ 50 cm ≥ 3 cm

Nota: Na prática, por forma a respeitar os recobrimentos nominais, em qualquer dos casos,
é usual adotar espessuras não inferiores a 5cm.

Disposições construtivas e de projeto

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Armadura da lajeta

 A lajeta deve ser armada nas duas direções com varões cujo
espaçamento não exceda 25 cm

 No caso de lajes armadas numa só direção este espaçamento pode ser


aumentado para 35 cm para os varões colocados paralelamente às
nervuras principais.

No caso de se utilizar a armadura corrente pode


adotar-se o diâmetro comercial mínimo (Ø6mm).

É corrente o uso de redes eletrossoldadas com uma


secção de armadura em cada direção não inferior a
0.001 da secção da lajeta.

Exemplo: numa lajeta com 5cm de espessura, a rede


eletrossoldada deve ter, pelo menos, 0.5cm2/m

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Disposições construtivas e de projeto

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Dimensionamento da lajeta

 Sempre que a verificação da segurança da lajeta suscite dúvidas, deve


ser desenvolvido um modelo adequado e realizadas todas as verificações
consideradas relevantes (por exemplo, à flexão, ao esforço transverso e
eventualmente ao punçoamento).

 Ter em atenção as cargas, as condições de apoio, os vãos e a altura útil.


lajeta

e=?

Redistribuição de momentos flectores

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 Adotar uma análise elástica linear com redistribuição limitada (ver EC2: 5.5)
 Permite reduzir o valor dos momentos fletores negativos e da extensão onde
estes ocorrem, tornando as lajes nervuradas eficientes num maior
comprimento

M-Ed

.M-Ed

.M-Ed

Notar que no EC2, deverá verificar-se a relação (valor limite): 0.70.

Grande redistribuição de momentos (da ordem dos 50%) – usual apenas para o caso de
lajes aligeiradas com vigotas pré-esforçadas.

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Projeto

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 Verificação da segurança à deformação


– pode condicionar a espessura da laje
– pode ser satisfeita através da limitação de l/d

 Verificação da segurança à fendilhação


– Selecionar as secções mais esforçadas:
– Secção S3 (secção nervurada)
– Secção S5 (secção maciça)

As verificações da segurança ao nível da secção devem ter em atenção se a secção é


aligeirada ou se é maciça.

S1 S2 S3 S4 S5

Projeto

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 Verificação da segurança à rotura por flexão

- Dimensionar a armadura inferior das nervuras principais:


- Verificação realizada com os esforços em S3 (a secção é nervurada);

- A secção é analisada como se de uma viga T se tratasse.

- Dimensionar a armadura superior:


- Calcular a área da aço necessária com os esforços em S5 (a secção é maciça)

- Calcular a área da aço necessária com os esforços em S4 (a secção é nervurada)

- Selecionar a secção condicionante e adotar uma solução (única) de armadura

S1 S2 S3 S4 S5

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Projeto

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 Verificação da segurança à rotura por esforço transverso


 Secções S2 e S4 – secção aligeirada – dá origem ao cálculo de armadura

 Secções S1 e S5 – secção maciça – em princípio não será necessária armadura


de esforço transverso.

S1 S2 S3 S4 S5

Projeto

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Outros cálculos:

 Tarugos (apenas em lajes armadas numa só direção)

 Armadura de apoio

 Armadura(s) de distribuição

 Armadura da lajeta

com As,apoio  As, min

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Exemplo de aplicação

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A figura anexa representa o corte transversal de uma laje aligeirada. Sabendo que os materiais
utilizados são o betão C25/30 e o aço S400, determine para a secção representada:

 O valor do momento fletor resistente positivo por metro de largura de laje (MRd+ / m);

 O valor do momento fletor resistente negativo por metro de largura de laje (MRd- / m);

 O valor do esforço transverso resistente por metro de largura de laje (VRd / m).

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