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CARACTERIZAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA

Síntese da epistemologia genética


Período Período do pensamento Período das operações Período das
sensório-motor pré-operacional concretas e pensamento operações formais
lógico.
1ª infância: nascimento 2ª infância: 3 aos 6 anos 3ª infância: 6 aos 12 anos Adolescência: 13 aos 16 anos
aos 3 anos
O corpo explora o Extensão do espaço da Pensamento é mais aplicado Pensamento lógico aplicado a toda classe de
mundo: amparo, casa, jardim, vizinhança. ao real, aumenta a situações. Mudanças corporais e afetivas
carinho, engatinhar, Interação do real e o mobilidade, sociabilidade, Possibilidade de construir escalas de valores
cuidar, andar, falar. imaginário, pensamento Participação na turma, próprias
Início da função mágico. relações fora do grupo Questiona os pais, professores, autoridades.
semiótica com o pensar, Fase dos heróis e familiar, utilização da Capacidade de abstração e a criatividade para
a representação mental personagens de TV. tecnologia: TV, games, solução de problemas
do mundo externo. As Brincar junto diferente de Internet. Grandes mudanças da humanidade:
ações da criança já brincar com. Fase escolar regular, Egocentrismo ===== alteridade
tendem ao êxito Aprendizado das regras. aprendizagem estruturada. Concreto ====== abstrato
individual, Aparece o pensamento Inteligência prática == inteligência conceitual
egocentrismo. causal: se/então! Imediatismo ====== construção, processo

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JOGOS DE EXERCÍCIO JOGOS SIMBÓLICOS JOGOS DE REGRAS
0 a 2 anos - sensório- 2 a 7 anos – “pré-operatório“ –” faz de conta”, da A partir de 7 anos - “ser socializado. Um jogo de
motor busca do prazer, representação, do teatro, das histórias, regras pressupõe uma situação problema, uma
gatinhar e pegar dá à Troca as funções da coisas: um pedaço de pau “vira” competição por sua resolução, uma premiação
criança um sentimento de cavalo; vestir uma capa transforma em super- advinda desta resolução.
eficácia e poder. homem; representar o papel de mãe ao brincar de As estratégias de ação, a tomada de decisão, a
Repetições de ações bonecas. análise dos erros, lidar com perdas e ganhos,
para o aprendizado 1- Assimilação da realidade ao “eu” adapta a replanejar as jogadas em função dos movimentos do
realidade a seus desejos. EX: se presencia uma adversário, tudo isso é fundamental para o
briga entre os pais, vai brincar de casinha e desenvolvimento do raciocínio, das estruturas
resolve o conflito por meio dos bonecos. cognitivas dos sujeitos. O jogo provoca um conflito
União da realidade a imaginação interno, a necessidade de buscar uma saída, e
Desenhos mais próximos da realidade com formas e desse conflito o pensamento sai enriquecido,
tamanhos reestruturado e apto a lidar com novas
Jogos tendem a seguir cada vez mais uma tendência transformações.
imitativa, na qual a busca de coerência com a Construção lógica/ Estabelece relações/coordenação
realidade, a articulação entre os diversos conjuntos pontos de vista diferentes
de objetos já se faz sentir. Cooperar, trabalhar em grupo e autonomia pessoal.
Pensa antes de agir e elaborar estratégias.

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SÍNTESE DESENVOLVIMENTO

IDADE: 4 ANOS E MEIO A 5 ANOS E MEIO


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Aos cinco anos a Identificação com o Explica sem estabelecer regras: o avião voa porque é Muita
coordenação motora genitor do mesmo leve/pesado cor/movimento/
está bem desenvolvida. sexo. Compara dois objetos Não gostam de
Corre e sobe escadas Compreensão das Dificuldades em relacionar uma parte ao todo. se sentir
com destreza, pula relações sociais que Atribui caracteres humanos a objetos: “O carro anda porque criancinha
corda, exerce razoável existem entre os ele quer” Lições de certo e
controle do lápis, membros da família, Repete o que ouve sem entender os significados errado
brinca de jogos que somente em um Faz de conta que está triste para rir em seguida Interação de
envolvem muitas ações esquema básico com Adoram elementos surpresa, sustos e jogos de ação. movimentos
coordenadas (esconde- o qual esteja em Vivem no presente Pintar
esconde, duro-mole). O constante contato: Regras são imperativas Gostam de dar
sono da tarde pode ser pai, mãe, irmão, avós. Gostam de ser igual a adulto e ser estimulado a conhecer as continuidade a
dispensado, embora Capacidade para partes do corpo e os nomes de cada parte e de bichos seu modo a
fique cansada ao final reconhecer suas Os trabalhos e tarefas em etapas feitos com papéis, histórias
do dia. coisas massa de diferentes formas. Dobraduras

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SÍNTESE DESENVOLVIMENTO
IDADE: 5 ANOS E MEIO A 6 ANOS E MEIO (APROXIMADAMENTE)
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É capaz de Cooperativa. Responsabiliza-se por Pensa antes de agir
andar no crianças menores ou por crianças que Falar dentro do assunto Reivindica e expressa Gostam de se vestir
compasso da podem liderar. Já pertence a um grupo. suas vontades. como os pais.
música e se Começa a diferenciar os interesses Argumentando com o adulto. Brincadeiras de achar
equilibrar nas entre menino (a). Define as coisas pelas suas funções: “um cavalo caminho.
pontas dos Confiante e capaz de tomar iniciativa, é para montar”. Charadas com desenhos
pés. descobrindo sozinha soluções para Mantém, os papéis que escolhe, define-os e se Completar.
Independente suas dificuldades. organiza a partir destas definições. Encontrar o filho perdido
já se veste Pensa antes de agir. Descoberta das diferenças entre realidade e Eles cuidando de
sozinha. Críticas e elogios têm grande fantasia, Amplia a capacidade de apreender o crianças menores
Calcula importância na formação de sua mundo externo. Aprende a tolerar alguma Labirintos, ligar pontos e
trajetória. autoestima. frustração. seguir caminhos.
Coordenação Esforça-se para causar impressão. Capacidade para lembrar-se de pessoas e Trabalhar com sucatas,
visual motora Apresenta sentimentos confusos: ao lugares fazendo pesquisas de
ainda não é mesmo tempo em que quer ser igual ao Percebe que algumas coisas não desaparecem volume, aparência,
bem adulto, quer também conservar certas Capaz de agrupar objetos segundo atributos proporção, encaixe, peso,
desenvolvida. regalias de ser pequeno, usando de comuns Exprime noção bem primária de equilíbrio.
manha. conjunto. O ideal é falar de
Acusa o próximo Conta até 10 ou mais, porém ainda não cooperação, elogios a
A mentira é gerada pelo medo ou compreende a noção de formação de número. posição deles com amparo
confusão entre realidade e fantasia. Tem que ser tudo concreto. dos adultos que o acolhe.
Aceita facilmente uma rotina se Relaciona espaço e ordem. Sabe o que são Trabalhos em etapas
combinar antecipadamente funções e papéis
Conseguem dar sequência as histórias

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IDADE DE 7 ANOS A 8 AN0S
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Tem muita energia, Fica sensibilizada com problemas e atitudes Apresenta comportamento Querem ser os heróis
embora seu dos outros; lógico-concreto ou operatório; Tudo em aventura
crescimento físico Sente conflitos e busca os companheiros do Orientação no tempo e espaço e Humor ferino
continue em ritmo grupo, em lugar dos adultos; interesse pelo Universo; Esporte
lento; Meninos e meninas brincam separados; Percebe números na seriação e Competir
Apresenta Faz coleções; relação com quantidades; Eles resolvendo os
coordenação viso- Gosta de estórias de aventuras, TV, tamanho maior e menor; grandes problemas da
motora bem humorismo, jogos, brinquedos; Relações lógicas fundamentais: família
desenvolvida e os Acredita ser capaz de ser o (a) salvador (a) do parte/todo, todo/alguns, classe/ Produtos que eles
olhos amadurecem mundo subclasse, ordem/série, como possam colecionar.
para o trabalho de Inicia a formação do superego relativo aos um todo; Adoram ter coleções de
perto e longe; julgamentos morais globais. Apresenta vocabulário com várias coisas.
Dentição permanente; Atividades que desenvolvam a observação, cerca de cinco a seis mil E estabelecerem regras
Utiliza melhor os comparação, generalização, em cima do palavras. em grupo
músculos pequenos concreto. Dramatização

IDADE DE 9 A 10 ANOS
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Coordenação viso-motriz Profundo sentido do que seja Princípio de identidade; Regras bem posicionadas
desenvolvida os olhos quase do certo e errado; Quer realizar tarefas sem Moral
tamanho do adulto, preparados Habilidades e capacidades bem assistência constante do adulto; Normas para meninas e
para o trabalho tanto próximo, definidas, Atinge a seriação operatória; meninos
quanto distante sem muito esforço; Acentuam-se as diferenças Encontra-se ainda relativamente Os produtos tem que ser
Rápido crescimento em altura e individuais; ligada aos aspectos bem definidos em
peso, evidenciando que está Perfeccionista e muito crítica; fenomênicos do aqui agora; masculino/feminino
chegando à puberdade; Desenvolve o espírito de Apresenta um nível de inclusive cores.
Meninas crescem mais rápido do cooperação e sente interesse “pensamento lógico” Erotismo aflora, mas
que os garotos pelos pais, pela comunidade e por intermediário entre a lógica ainda tem a timidez.
Inicia-se o desenvolvimento das outros povos; dos primeiro anos e a lógica Gostam de buracos de
características sexuais Gosta de coleções e aventura própria ao pensamento adulto fechadura (para ver o
secundárias. (meninos) e de dramas proibido)
(meninas);

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IDADE 11 aos 12 anos
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Pré-adolescente Aparece a duplicação dos sentimentos Estágio do pensamento adulto; Tudo que o faz
É no peso, na interindividuais em sentimentos que têm por Capaz de identificar todos os fatores ajudar o
estatura, no objetivos os ideais coletivos; possíveis que têm importância para o próximo
crescimento dos Atribui a si própria um papel e propósitos na vida problema que está sendo investigado; Levar agasalho
quadris que o social; Inicia o pensamento hipotético-dedutivo ou aos menos
sexo feminino é Clubes, organizações, do desenvolvimento social e formal; favorecidos
mais precoce; moral, Aperfeiçoa a coordenação de conjuntos e Discussões de
Aumenta, Lealdade, responsabilidade e sentimentos de justiça; perspectivas; como ajudar a
acentuadament Surge um esboço da individualidade que ainda é Apresenta síntese das sucessões, salvar os
e, a dominada pela autodeterminação e iniciativa; durações, de um sistema temporal único; doentes que
transpiração, Pertence agora a um grupo como “indivíduo”: pais e Domina bem os espaços pela tem doenças
axilar; adultos perdem parte de sua importância; representação do plano vertical e graves
Começa o Ambivalência de sentimentos: timidez, coqueteria, horizontal;
funcionamento egoísmo e sacrifício; Aumenta a capacidade de generalizar e de
das glândulas Insegurança e temor, que a tornam mais indecisa em pensar em termos mais inclusivos;
sexuais suas relações sociais; Lida melhor com o conceito de tempo, de
Preocupa-se com a origem e o destino das coisas e conceber o passado, de compreender e
pessoas; preocupar-se com o futuro;
Surge parcial repressão e personalidade Há um aumento na extensão do
Competitivo vocabulário, na capacidade de verbalizar e
memorizar.

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IDADE DE 13 ANOS A 14 ANOS EM DIANTE
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Melhora a musculatura, sendo Surge a crise de originalidade Aparece o pensamento lógico formal, Gostam de coisas
mais rápido o crescimento para juvenil, Transformações extremamente rápidas; diferentes e que o
as meninas; Necessidade de “identidade”, Reafirma a capacidade de raciocinar façam diferentes
Amadurecimentos sexuais, de afirmação de si mesmo; sobre enunciados, hipóteses (raciocínio Originais gostam de
acompanhados de mudanças Atribui a si um papel e hipotético-dedutivo); imprimir
físicas e emocionais; propósitos na vida oscilam; Surge a lógica da das proposições, personalidade a tudo
Aparecimento dos pelos curtos, Busca do diálogo que dá Há equilíbrio definido pela reversibilidade que lhes pertence
finos e pigmentados nas axilas e segurança com o adulto e o de onde o crescimento intelectual se Busca da parceira
a transpiração adquire seu odor grupo; concretiza por uma reversibilidade ideal e do romantismo
característico; Desenvolve e conquista a crescente; Botons, spray
Há mudanças de voz, para os autonomia; As operações mentais próprias desse coloridos, mas não
meninos; Surge disjunção entre período são: permanentes,
Desenvolvimento máximo das satisfação regressiva de Identidade: é a forma de reversibilidade: tatuagens, enfim algo
capacidades físicas do organismo impulsos eróticos fazer e desfazer com consciência de que que o diferenciem. E
Após a adolescência que o ritmo (masturbação) e procura de seja a mesma operação ao mesmo tempo em
de crescimento aumenta objetos sexuais ideais Reciprocidade: é a transformação que que se coloquem em
consideravelmente, até a altura (enamoramentos); nega as proposições que invertem na grupo. Em grupo
final ser atingida, em média aos Momentos de desorganização forma normal, conservando os criam suas próprias
17 anos para as meninas e 19 da personalidade que está em operadores; maneiras e falar
anos para os meninos; formação que são seguidos Negação: é a transformação do que sejam elas verbais
há um desenvolvimento das de imediata reorganização; conduz à negação do condicional; com um vocabulário
fibras nervosas, e Maior independência dos pais, Correlatividade: é a transformação que próprio da tribo,
aparentemente, aumenta a professores e adultos permuta os operadores negando a sejam não verbais
complexidade do cérebro. significativos. proposição condicional como toque de mãos,
socos, estalos de
dedos.

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FASES DO DESENVOLVIMENTO DE UMA CRIANÇA SEGUNDO JEAN PIAGET
Criança de 0 a 2 anos - Período sensório-motor
Como é a criança Interesses Como aprende É capaz de...
pouco a pouco adquire consciência; tudo indiscriminadamente; a partir da experiência; realizar grande desenvolvimento
é dependente; gosta de provar, tocar, precisa tocar, pegar, provar; motor;
segurar, experimentar tudo; por repetição; a cada dia avança mais;
não permanência do objeto;
objetos com movimentos por tentativa; consegue falar mais ou menos
experimenta e explora; coloridos 2000 palavras;
repetição, curiosidade por percepção se expressa com certa clareza
pensamento limitado

Criança de 2 a 4 anos - Período pré-conceitual


Como é a criança Interesses Como aprende É capaz de...
grande atividade física; tudo (independente do sexo); “vendo” com os olhos e com as correr, pular, cantar, desenhar;
pouca coordenação e socialização; prende-se às coisas concretas; mãos brincando; cumprir ordens simples;
gosta de ouvir e contar histórias, sendo satisfeita no momento que associar ideias familiares
egocêntrica, atenção espontânea e instável;
dançar, cantar e brincar demonstra interesse
necessidade de brincar e de atenção;
fase dos porquês;
apego à mãe

Criança de 4 a 7 anos - Período pensamento intuitivo


Como é a criança Interesses Como aprende É capaz de...
pensa – ligado às percepções histórias; histórias; desenhar, pintar, recortar, ouvir,
visuais; super-heróis; super-heróis; repetir, ajudar, montar quebra-
não percebe diferentes aspectos de faz-de-conta; faz-de-conta; cabeças simples, dramatizar
uma mesma situação;  
acredita na realidade como vê; continua prendendo-se ao concreto continua prendendo-se ao concreto
não percebe o ponto de vista do
outro

Criança de 7 a 11 anos - Período das operações concretas


Como é a criança Interesses Como aprende É capaz de...
maior socialização; meninas diferente dos meninos a partir do concreto escrever;
raciocínio lógico e realista; ambos gostam de colecionar, pintar, recortar, montar, dobrar,
imaginação e curiosidade mais comprar, vender, competir, jogar dramatizar;
controladas cumprir ordens mais complexas;
início da atenção voluntária; compreender o ponto de vista do
independência da família outro;
seguir instruções
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pai = mãe
percebe o ponto de vista do outro

Criança de 11 a 14 anos - Período das operações formais


Como é a criança Interesses Como aprende É capaz de...
início da ação das glândulas sexuais; meninas iguais aos meninos a partir do abstrato: compara, executar tarefas cada vez mais
grande mudança física e psíquica; formam grupos analisa, conclui complexas;
instabilidade afetiva;   organizar, decidir, opinar,
argumentar, concordar, discordar
autocrítica exagerada;
necessidade de auto afirmação

Quatro ANOS E MEIO A cinco ANOS E MEIO (JARDIM)


FÍSICO: Aos cinco anos a coordenação motora está bem desenvolvida. Corre e sobe escadas com destreza, pula corda, exerce
razoável controle do lápis, brinca de jogos que envolvem muitas ações coordenadas (esconde-esconde, duro-mole). O sono da tarde
pode ser dispensado, embora fique cansada ao final do dia.
EMOCIONAL/SOCIAL: Começa a identificação com o genitor do mesmo sexo. Compreende as relações sociais que existem entre os
membros da família, mas só num esquema básico com o qual esteja em constante contato: pai, mãe, irmão, avós. Já é capaz de
reconhecer suas coisas.
INTELECTUAL: Já deixou para trás o período de aprendizagem sensorial. A fase de exploração do ambiente através dos olhos e das
mãos. (em seus desenhos as crianças retratam o que eles sabem que existe, não apenas o que veem no momento. Assim, o topo da
cabeça de um homem pode transparecer sob o desenho da copa de seu chapéu). Compreende o mundo sob pontos de vista isolados,
geralmente estreitamente relacionados com ela mesma. Suas explicações passam de uma situação específica para outra, sem
estabelecer regras gerais e sem deter-se em contradições. (ela pode afirmar que um barco flutua na água porque é pesado e, um
momento depois, explicar que outro flutua porque é leve). A maioria das crianças desta idade consegue comparar mais de dois
objetos, mas acha difícil estender a comparação a mais de um.
Muitas vezes tem dificuldades em relacionar uma parte ao todo. Atribuem caracteres humanos a objetos: “O carro anda porque ele
quer”
Aos cinco anos a criança já sabe perguntar as horas, qual dia da semana, tem aparente noção de números, mas a maior parte da
tagarelice é “conhecimento de papagaio”. É uma fase experimental de assimilação do vocabulário e de conceitos através da
linguagem, sem que a criança saiba exatamente seu significado. O humor infantil é baseado em equívocos não verbais: finge que está
triste porque perdeu o anel e, em seguida, o exibe dando gargalhadas. Prefere estórias a respeito da realidade infantil e outras de
piadas simples sobretudo se incluírem elementos de surpresa. O tempo ainda não tem muitas perspectivas, está ocupadíssimo com a
condição presente, futuro é mais uma projeção do passado do que do presente, começa a ter alguma noção de passado e se
interessa por saber como era quando bebê. O para quem tem cinco anos as regras são imperativos absolutos, e não resultado de um

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acordo mútuo: “Você não pode jogar assim”, ponto. Por extensão, questões de moralidade são também absolutas: quebrar seis
xícaras acidentalmente é mais culpável do que quebrar uma de propósito.
OBJETIVOS DO JARDIM
I - Sociabilidade
 Integrar-se ao grupo;
 Conversar com outras crianças;
 Fazer atividades em pequenos grupos;
 Que a criança aprenda a esperar sua vez de falar;
 Estabelecer relações de cooperação com o grupo;
 Aprender a falar dentro do assunto;
 Discutir e respeitar as regras tiradas no grupo; que a criança sinta uma relação mútua de igualdade e respeito;
 Integrarem-se em diferentes faixas etárias maiores e menores
 Perceber ordens coletivas;
 Que a criança estabeleça relações com todos os adultos da escola.
II - Independência
 Consiga tomar conta, guardar e recolher seus objetos pessoais;
 Tenha domínio da rotina fixa;
 Pegue e devolva na cozinha seus pratos, copos, etc. nas refeições;
 Participe nas discussões para organizar o espaço de trabalho segundo a atividade que vai se desenvolver;
 Proponha atividades para o dia;
 Perceba as etapas do trabalho;
 Consiga resolver situações problemas, com as condições existentes no momento;
 Faça sozinha sua higiene pessoal (limpar o nariz, lavar o rosto e mãos, tomar banho, etc.);
 Organize coletivamente o espaço depois do trabalho;
 Se alimente sozinha, usando garfo e faca;
 Vivencie diferentes papéis (de líder e liderados) nos jogos das regras.
III - Conhecimento da Realidade
 Conheça e circule em todos os espaços da escola sozinha;
 Conheça as partes do corpo e suas funções;
 Expresse seus sentimentos, pensamentos e ações;
 Compare, estabeleça diferentes e iguais, trabalhe com relações de tamanho, quantidade, volume, capacidade e posição;
 Colecione e ordene materiais concretos e arrumados por cor, forma , tamanho etc..;
 Faça seriações, discrimine: dentro/fora; em cima/em baixo; atrás/frente,; subir/descer; longe/perto; de um lado do outro, aqui, ali,
onde, no meio etc.;
 Trabalhe as relações de: aberta/fechado, cheio/vazio, dentro/fora; em cima/em baixo;
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 Trabalhe as relações de equilíbrio, velocidade, impulso e força (do próprio corpo e de coisas);
 Faça discriminação visual, táctil, olfativa, gustativa, auditiva;
 Conheça e nomeie os bichos
ATIVIDADES NO JARDIM
 Material: jornal, revistas, papéis, massa colorida, grãos, sucatas de todos os tipos, tinta guache, cola;
 Cortar com as mãos, com a tesoura, fazer colagens, pesquisar formas cores, e tamanhos;
 Pintar com as mãos, com pincéis, trabalhar com material de encaixe, grãos, barbante fazendo colagem; construir brinquedos pintar
com lápis de cor, de cera;
 Desenho livre, fazer dobraduras, distinguir formas, espessura e tamanho;
 Fazer trabalhos em etapas

DE CINCO ANOS A SEIS ANOS E MEIO (PRÉ)


FÍSICO: A criança desta idade mostra-se bem independente, veste-se, toma banho, dorme e come sozinha. Apresenta maior
flexibilidade e controle muscular: andar, correr, salto com firmeza. É capaz de andar no compasso de uma música.
É capaz de se equilibrar na ponta dos pés. Parece que cresce mais do que engorda, a criança parece alongar-se. Usa mais as mãos
do que os braços, fazendo movimento mais independente, para, por exemplo, agarrar uma bola arremessá-la, calculando melhor sua
trajetória.
Os músculos menores são mais desenvolvidos, controlando melhor os movimentos dos dedos, logo terá condições de escrever. A
forma de segurar o lápis é semelhante à do adulto, porém sua coordenação visual motora ainda não é bem desenvolvida, o que
explica seu grande interesse por atividades que a desafiem neste nível; labirinto, seguir caminhos, ligar pontos.
EMOCIONAL/SOCIAL: A criança desta idade mostra-se cooperativa. Responsabiliza-se por crianças menores ou por crianças que
podem liderar. Em geral prefere jogar em pequenos grupos, fazendo e refazendo grupos com facilidade, mas já consegue entender a
pertinência a um grupo maior mostra-se em geral mais confiante e capaz de tomar iniciativas descobrindo sozinhas soluções para
suas dificuldades.
As relações entre meninos e meninas começam a apresentar algumas dificuldades (diferenciação de interesses), mas ainda não há
aquela separação absoluta (clube do bolinha) que ocorre uma ano mais tarde. Está numa fase que começa pensar antes de agir,
gosta de referencial do adulto: suas críticas e elogios têm grande importância na formação de sua autoestima. Em geral, faz esforço
para causar impressão, apresenta sentimentos confusos: ao mesmo tempo em que quer ser igual ao adulto - assumindo atitudes
independentes, quer também conservar certas regalias de ser pequeno, usando de manha.
Dificilmente reconhece a culpa, acusa quem estiver por perto, o medo é a principal causa das mentiras, quando não são causadas
pela simples confusão entre realidade e fantasia. Aceita facilmente uma rotina, quando as combinações estão claras e compreendidas
para que possa respeitá-las, do contrário, apresenta rebeldia e dificuldade de se situar frente ao seu cumprimento.
INTELECTUAL: A criança desta idade começa pensar antes de agir. É capaz de recordar e realizar um trabalho feito em etapas,
desde que estas estejam bem configuradas. É capaz de falar dentro do assunto, de reivindicar e expressar suas vontades,
argumentando com o adulto, e define as coisas pelas suas funções: “um cavalo é para montar”.

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Nos jogos, sua imaginação já coordena vários aspectos da realidade. Mantém, os papéis que escolhe, define-os e se organiza a partir
destas definições.
A criança está descobrindo diferenças entre realidade e fantasia, amplia a capacidade de apreender o mundo externo. Seu senso de
realidade é maior e ela aprende a tolerar alguma frustração. É capaz de se lembrar de pessoas e lugares e dar-se conta de que muitas
coisas são permanentes e não desaparecem. É capaz de agrupar objetos segundo atributos comuns e exprime noção bem primária de
conjunto. É capaz de contar até 10 ou mais, porém ainda não compreende a noção de formação de número.
Quer saber o que são as coisas, como funcionam, para que servem e porque, aprende através de situações bem definidas
concretamente, usa conhecimentos que adquiriu e avalia através destes. É capaz de perceber a palavra como forma de representação
e estabelecer relações entre coisas diversas em atividades concretas.
OBJETIVOS - (PRÉ)
I - Sociabilidade
 Desenvolva um movimento cooperativo;
 Desenvolva um comportamento de respeito pelo trabalho do colega;
 Perceba-se como membro do grupo;
 Consiga respeitar o combinado;
 Consiga ouvir e falar no grupo;
 Consiga ouvir e cumprir ordens coletivas
 Perceba o adulto como ponto de referência seguro e coordenador do trabalho;
 Responsabilize-se pela organização coletiva;
 Consiga relacionar-se menino/menina.
II - Independência
 Consiga se responsabilizar por uma tarefa individual;
 Consiga se responsabilizar pelo próprio material (objetos pessoais);
 Consiga cuidar de sua higiene pessoal: tomar banho, escovar os dentes, pentear os cabelos, lavar as mãos, amarrar sapatos,
limpar o nariz;
 Consiga comer sozinho (usar garfo e faca);
 Auxilie na organização do espaço e da sala;
 Consiga desenvolver atividades em etapas (planejar, executar e avaliar).
II. Conhecimento da Realidade
 Consiga conhecer as partes do corpo observando as articulações;
 Conheça sons, ritmos e movimentos do corpo;
 Conheça as funções das pessoas da escola;
 Conheça o espaço da escola;
 Conheça as funções dentro da sua família;
 Consiga falar sobre os meios que usar para chegar à escola;

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 Conheça lugares por onde passa (no caminho para a escola, padarias, farmácias, barraquinhas de doce, casa de colega etc.);
 Consiga reproduzir e dar sequências a uma história;
 Consiga discriminar sons (sílabas) da palavra parte - todo, rimas, sons semelhantes;
 Consiga enriquecer seu vocabulário e se expressar (nomeação do que a rodeia);
 Consiga ler símbolos do grupo;
 Consiga adquirir noções de: semelhança, diferença, dentro e fora, maior e menor, esquerda e direita, alto e baixo, grosso e fino
(comparando);
 Consiga adquirir noções de peso, volume, sequência, classificação, seriação.
ATIVIDADE - PRÉ
 Material: jornais, revistas, papéis, massa colorida, grão, barbante, lápis de cor, de cera, tinta guache, sucata de todos os tipos, cola.
 Desenho livre, pesquisa de tons fracos e fortes, desenho com tema;
 Colagem - trabalhar com grãos, barbante, fazer suportes;
 Construção - de brinquedos, trabalhar com sucatas, fazendo pesquisas de volume, aparência, proporção, encaixe, peso, equilíbrio;
 Pintura - pintar com guache, esperar secar e depois pintar (trabalho em etapas);
 Dobraduras;
 Distinguir cores, formas, espessuras e tamanhos.
DE SETE ANOS A OITO AN0S
FÍSICO
 Tem muita energia, embora seu crescimento físico continue em ritmo lento;
 Apresenta coordenação viso-motora bem desenvolvida e os olhos amadurecem para o trabalho de perto e longe;
 Aparece a dentição permanente;
 Utiliza melhor os músculos pequenos.
MENTAL
 Apresenta comportamento lógico-concreto ou operatório;
 Faz o agrupamento de soma e classes lógicas (reversibilidade, associatividade, composição, tautologia);
 Aumenta a reflexão antes da ação;
 Apresenta orientação no tempo e espaço e interesse pelo universo;
 Percebe números na seriação e relação com quantidades;
 Percebe tamanho maior e menor;
 Representa, simbolicamente, as situações e objetos do real;
 Concentra-se por um curto período de tempo;
 Demonstra organização e coordenação das ações;
 Estabelece relações lógicas fundamentais: parte/todo, todo/alguns, classe/ subclasse, ordem/série, como um todo;
 Realiza composição das relações, identificação, inclusão, composição aditiva e multiplicativa de classes, operação inversa;
 Apresenta vocabulário com cerca de cinco a seis mil palavras.
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SOCIAL/EMOCIONAL
 Fica sensibilizada com problemas e atitudes dos outros;
 Sente conflitos e busca os companheiros do grupo, em lugar dos adultos;
 Apresenta interesse diferenciado: meninos e meninas brincam separados;
 Sente vontade de cooperar, agradar e aumentar suas habilidades no que está aprendendo;
 É descuidado e fala demais;
 Faz coleções;
 Participa com desenvoltura de diferentes ambiente sociais;
 Gosta de estórias de aventuras, TV, humorismo, jogos, brinquedos;
 Aprende a se conhecer como personalidade polivalente, adquirindo melhor consciência de si mesma;
 Inicia a noção de respeito mútuo, de reversibilidade do afeto;
 Inicia a formação do superego relativo aos julgamentos morais globais.
POSTURA DO ADULTO
Nessa fase, ela precisa ser observada pelo adulto, que, compreendendo a criança, a auxilia a desenvolver a autoconfiança, e o
autoconhecimento.
É muito importante a atividade corporal, para exercitar músculos grandes e pequenos.
A criança necessita de oportunidades para trabalhar em grupo e participar de situações concretas de aprendizagem. Essas atividades
devem atender ao seu tempo de concentração.
Para ela é importante o sentimento de pertencer ao grupo. As regras e a organização do grupo devem ser elaboradas pelas próprias
crianças com o adulto.
Cabe ao adulto, propiciar à criança atividades que estimulem a auto expressão (pintura, dramatização, leituras, compreensão de
texto), que desenvolvam a observação, comparação, generalização, em cima do concreto, que permitam conhecer melhor a si mesma.
O mundo em que vive e o desenvolvimento da comunicação, de todas essas experiências.
O contato com amigos e diferentes tipos de autoridade contribuirão para a ampliação de sua sociabilização.
DE 9 A 10 ANOS
FÍSICO
 Apresenta o sistema circulatório, o aparelho digestivo e os pulmões quase que totalmente desenvolvidos;
 Tem coordenação viso-motriz desenvolvida os olhos quase do tamanho do adulto, preparados para o trabalho tanto próximo,
quanto distante sem muito esforço;
 Há um rápido crescimento em altura e peso, evidenciando que está chegando à puberdade;
 Há um adiantamento no crescimento físico e amadurecimento das meninas;
 É necessário um cuidado especial com a dentição;
 Inicia-se o desenvolvimento das características sexuais secundárias.
MENTAL
 Amplia a reversibilidade, a composição das relações e o princípio de identidade;

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 Percebe as etapas de um trabalho, podendo realizá-lo sem assistência constante do adulto;
 Atinge a seriação operatória;
 Possui os vários sistemas operacionais concretos, mas como ilhas de organização separadas;
 É capaz de extrapolar, de maneira limitada, a organização e ordenação de uma situação ausente;
 Encontra-se ainda relativamente ligada aos aspectos fenomênicos do aqui agora;
 Resolve problemas que possuam duas variáveis;
 Constrói classificações hierárquicas e chega a uma quantificação;
 Apresenta um nível de “pensamento lógico” intermediário entre a lógica dos primeiro anos e a lógica própria ao pensamento adulto.
SOCIAL/EMOCIONAL
 Torna-se decidida, mais compreensiva, responsável, confiante e sensível, com um profundo sentido do que seja certo e errado;
 Apresenta habilidades e capacidades bem definidas, acentuando-se as diferenças individuais;
 É perfeccionista e muito crítica;
 Apresenta interesse bem definido, diferindo entre meninos e meninas;
 Identifica-se muito com os companheiros do grupo, sendo os meninos mais leais que as meninas (clubes secretos);
 Desenvolve o espírito de cooperação e sente interesse pelos pais, pela comunidade e por outros povos;
 Gosta de coleções e aventura (meninos) e de dramas (meninas);
 Apresenta ajustamento pessoal e social relacionado às atitudes paternas;
 Apresenta mudanças qualitativas no comportamento e julgamento moral.
POSTURA DO ADULTO
O adulto precisa compreender as mudanças físicas e emocionais que ocorrerão e que refletirão em seu interesse pelo trabalho escolar
e outras atividades. Esse interesse flutuará bastante, podendo influir em seu rendimento.
Pais e mestres precisam estar preparados para a compreensão que a situação requer, sem pressões.
A aprendizagem necessita ainda das situações concretas: já possui noções de tempo, espaço e movimento.
Nessa fase é de se esperar que sua melhor coordenação viso-motriz se reflita na escrita. É preciso estar atento para os defeitos de
leitura que poderão surgir nesta idade e que devem ser corrigidos para não afetar o processo do aluno.
O professor é o elemento necessário para organizar esquemas de estudos, manipulação de fontes de informação, e, discussão das
formas de registro mais eficientes.
DOS 11 ANOS AOS 12 ANOS
FÍSICO
 É pré-adolescente e o desenvolvimento é rápido;
 É no peso, na estatura, no crescimento dos quadris que o sexo feminino é mais precoce;
 Aumenta, acentuadamente, a transpiração, axilar;
 É maior a largura das espáduas no sexo masculino, até os 11-12 anos, mas durante os três anos seguinte, aproximadamente, as
meninas exibem espáduas mais largas que os meninos. Por volta dos 15 anos, os meninos superam, novamente as meninas;
 Surge a erupção dos segundos molares permanente;

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 Começa o funcionamento das glândulas sexuais
MENTAL
 Inicia o período das operações formais, que é o estágio do pensamento adulto;
 É capaz de identificar todos os fatores possíveis que têm importância para o problema que está sendo investigado;
 É capaz também de explorar relações entre proposições e não apenas entre objetos;
 É capaz de pensamento científico e de raciocínio matemático formal;
 Inicia o pensamento hipotético-dedutivo ou formal;
 Aperfeiçoa a coordenação de conjuntos e perspectivas;
 Apresenta síntese das sucessões, durações, de um sistema temporal único;
 Domina bem os espaços pela representação do plano vertical e horizontal;
 Aumenta a capacidade de generalizar e de pensar em termos mais inclusivos;
 Lida melhor com o conceito de tempo, de conceber o passado, de compreender e preocupar-se com o futuro;
 Há um aumento na extensão do vocabulário, na capacidade de verbalizar e memorizar.
SOCIAL/EMOCIONAL
 Aparece a duplicação dos sentimentos interindividuais em sentimentos que têm por objetivos os ideais coletivos;
 Atribui a si própria um papel e propósitos na vida social;
 Está na idade dos clubes, organizações, do desenvolvimentos social e moral, que resulta na lealdade, responsabilidade e
sentimentos de justiça;
 Apresenta interesses e atividades diferenciadas em ambos os sexos;
 Surge um esboço da individualidade que ainda é dominada pela autodeterminação e iniciativa;
 Pertence agora a um grupo como “indivíduo”: pais e adultos perdem parte de seu importância;
 Está na idade de maior ambivalência de sentimentos: timidez jactância, coqueteria, egoísmo e sacrifício;
 Tem sensações de insegurança e temor, que a tornam mais indecisa em suas relações sociais;
 Preocupa-se com a origem e o destino das coisas e pessoas;
 Surge parcial repressão e personalidade
POSTURA DO ADULTO
O planejamento precisa ser cuidadoso, para fazer frente às necessidades dos períodos que se aproximam.
É preciso organizar situações que possibilitem aos grupos de alunos “a tomada de decisões”.
O adulto deve evitar críticas negativas e colaborar para que assuma responsabilidades, dando-lhe “status” para tal.
Pais e mestres precisam compreender a flutuação de interesses nos trabalhos e atividades escolares, pois o adolescente necessita de
oportunidades para realizar trabalhos individuais e em grupos.
Um professor deve programar, convenientemente, as atividades de acordo com as experiências, os níveis de compreensão e
abstração do aluno.
É reconhecido, também, que o exercício e a atividade física na adolescência contribuem, significativamente, pata o desenvolvimento
harmonioso do adolescente.
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As competições escolares esportivas e de ginásticas, devem ser estimuladas, contanto que não desenvolvam nos alunos o gosto
exagerado pelos esportes e espírito de competição demasiado agressivo, mas reforcem o espírito de equipe e de lealdade.
Livros, revistas, filmes, discos, rádios, TV, atuam desde cedo na vida de muitas crianças, mas é na adolescência, que a compreensão
mais profunda do seu conteúdo e a percepção de suas qualidades formais se desenvolvem plenamente.
DE 13 ANOS A 14 ANOS EM DIANTE
FÍSICO
 Completa-se o crescimento do esqueleto;
 O coração praticamente duplica de peso, mas as veias e artérias não crescem no ritmo do coração;
 Aumento rápido do tamanho dos pulmões e órgãos do sistema digestivo;
 Melhora a musculatura, sendo mais rápido o crescimento para as meninas;
 Apresenta 28 dos 32 dentes que compõem a dentição do adulto, por volta dos 13 anos;
 Processa-se o amadurecimento sexual, acompanhado de mudanças físicas e emocionais;
 É nessa fase, que aparecem pelos curtos, finos e pigmentados nas axilas e a transpiração adquire seu opor característico;
 Há mudanças de voz, para os meninos;
 É alcançado o desenvolvimento máximo das capacidades físicas do organismo, graças ao aumento de força muscular do que da
estatura;
 É após a adolescência que o ritmo de crescimento aumenta consideravelmente, até a altura final ser atingida, em média aos 17
anos para as meninas e 19 anos para os meninos;
 Há um desenvolvimento das fibras nervosas, e aparentemente, aumenta a complexidade do cérebro.
Mental
 Aparece o pensamento lógico formal, surgem transformações extremamente rápidas;
 Reafirma a capacidade de raciocinar sobre enunciados, hipóteses (raciocínio hipotético-dedutivo);
 Surge a lógica da das proposições, que supõe a estrutura de fluência combinatória e o grupo das quatro transformações
necessárias à combinação;
 Há equilíbrio definido pela reversibilidade de onde o crescimento intelectual se concretiza por uma reversibilidade crescente;
 As operações mentais próprias desse período são:
a) Identidade: é a forma de reversibilidade própria dos sistemas aditivos de relações, por comparação, há a supressão de uma
diferença que leva a uma relação de equivalência;
b) Reciprocidade: é a transformação que nega as proposições que invertem na forma normal, conservando os operadores;
c) Negação: é a transformação do que conduz à negação do condicional;
d) Correlatividade: é a transformação que permuta os operadores negando a proposição condicional
Todas essas operações constituem-se num prolongamento e numa generalização das operações concretas do período de 7 a 12
anos. Esse sistema rege o comportamento do adolescente, não somente nos processos de busca, mas ainda na estruturação de um
conjunto de situações até aqui incompreensíveis para a criança, porque elas implicam a coordenação de dois reversibilidade que
implicam ao mesmo tempo a distinção e a possibilidade de composição entre elas. O adolescente prossegue seu aperfeiçoamento
durante toda a vida.
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SOCIAL/EMOCIONAL
 Surge a crise de originalidade juvenil, acompanhada da necessidade de “identidade”, de afirmação de si mesmo;
 Há uma elaboração paralela de personalidade: o indivíduo se atribui a um papel e os propósitos na vida oscila;
 Busca do diálogo que dá segurança com o adulto e o grupo;
 Desenvolve e conquista a autonomia;
 Surge disjunção entre satisfação regressiva de impulsos eróticos (masturbação) e procura de objetos sexuais ideais
(enamoramentos);
 Há, no adolescente, momentos desorganização da personalidade que está em formação que são seguidos de imediata
reorganização;
 Maior independência dos pais, professores e adultos significativos.

POSTURA DO ADULTO
O adolescente necessita de orientação para conhecimento e compreensão adequados das relações e atitudes sexuais, oportunidades
para atividades e aceitação no grupo de companheiros, para recreação sadia e construtiva.
Cabe ao professor organizar e orientar a busca do conhecimento, manipular as fontes de informação, discutir os dados coletados e
formas de registros.
Também deve programar convenientemente as atividades de acordo com o nível de abstração e compreensão.
A expansão física e emocional dos adolescentes deve ser respeitada e estimulada, devendo-se criar oportunidade de encontros para
jovens, quer na escola, quer nos bairros, de forma a favorecer lhes o desenvolvimento e prevenir comportamentos impulsivos auto e
hetero destrutivos.
A adolescência é um campo de provas internas e externas, donde sairá um adulto normal ou patológico. E, é nessa fase que
o adolescente determinará o seu amadurecimento, seus objetivos e o próprio tempo que levará para alcançar o estado
adulto.
Para se alcançar este estado adulto é necessário incluir uma série de itens interligados mais relativamente independentes, no
aprendizado, tais como definição da personalidade onde o emocional e o fisiológico terão que caminhar lado a lado, e onde, a
obrigação e o prazer terão ou não um coroamento de êxito na conquista do equilíbrio.
Os temores e cuidados ansiosos dos adultos causam mais danos que benefícios.
CONCLUSÃO
É importante esclarecer que a divisão das páginas anteriores tem por objetivo oferecer ao professor uma maior visão didática
das características do seu grupo de trabalho
O físico, o mental, social e o emocional se inter-relacionam, nas diversas faixas etárias.
Portanto, o ser humano não pode ser analisado em partes separadas, compartimentadas, mas sim no seu desenvolvimento
integral.
Diante do exposto, evidencia-se a importância da organização curricular contemplar, prioritariamente, a lógica infantil, além
de, nas séries iniciais do primeiro grau, não subdividir ou partimentalizar os conteúdos.

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A organização curricular sugerida poderia ter como temas integradores as categorias básicas do pensamento, substanciadas
no desenvolvimento das noções de espaço, tempo e causalidade, em suas diferentes escalas. Uma estrutura curricular assim
configurada assumiria o sincretismo do pensamento infantil como seu ponto de partida. Cresceria junto com ele, em um
processo progressivamente analítico, em que o ambiente físico e social vai sendo decomposto em suas partes, que passam a
ser reconhecidas tanto individualmente como nas relações que cada um mantém com as demais. A continuidade desse
processo levaria a uma recomposição progressiva da unidade das partes componentes do ambiente e do próprio
conhecimento. Como resultado final, seria gerada na mente do estudante uma nova visão de totalidade não mais sincrética e
egocêntrica como antes, mas agora, sintética e descentrada.
Em resumo se propõe a adoção de uma estrutura interdisciplinar dinâmica e evolutiva, que interaja com os diferentes
estágios do desenvolvimento da inteligência infantil. Uma interdisciplinaridade que seja mais do que uma forma de
organização do conteúdo, mas também uma postura metodológica.
Neste sentido, o ensino de conteúdos compartimentados perderia a finalidade em si mesmo e se engajaria num projeto
amplo de formar o aluno para a compreensão e o domínio crítico do mundo em que vive.

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