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OS CONTORNOS DA GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS EM

MOÇAMBIQUE NA ERA DA SUSTENTABILIDADE: O CASO DA EROSÃO


COSTEIRA NA PRAIA DA COSTA DO SOL

Giverage Alves do Amaral1

Introdução
O presente artigo tem como objectivo central, perceber os contornos da gestão dos recursos
naturais em Moçambique na era da sustentabilidade, pretendemos também entender a relação entre
a Erosão Costeira na Praia da Cosa do Sol como resultado da acção humana no ambiente, visto
tratar-se de um dos problemas ambientais mais gritantes da actualidade Moçambicana. A
investigação sobre a influência humana na erosão costeira, passa pela operacionalização dos
elementos teóricos de análise ou seja, a definição dos conceitos, assim antes de mais a Erosão será
considerada no presente artigo como sendo, o desgaste da superfície do solo provocado por vários
agentes naturais, tais como o gelo, a água e o vento (Cristofoletti, 1979: 34). Notoriamente temos
vários causadores de erosão na nossa definição, o que torna mister referir que segundo o agente
causador, podemos ter tipos diferentes de erosão, assim teremos: erosão hídrica, erosão eólica e,
erosão costeira, etc. Mas ainda permanece a pergunta no ar: Então, o que seria erosão costeira?
Esta pode ser considerada como sendo um processo, em geral natural, que pode actuar tanto em
costa rasa (como praias) como também em costa escarpada batida pelo mar (falésias) 2. Segundo
Mungoi (1997) e Moreira (1984), erosão costeira, é um processo de deslocamento de terras ou de
rochas de uma superfície, assim para o caso em análise a erosão relaciona-se com o deslocamento
de terras que pode ser pela acção natural dos ventos ou das águas ou ainda por práticas humanas de
retirada da vegetação (acção antropogénica). Nesta definição vemos claramente a existência de
uma variável causadora que deriva do comportamento humano influenciado o meio ambiente,
meio este que foi definido por Gulele (2004), como sendo o lugar em que o homem e outros seres
vivem e interagem entre si. Deve-se ressaltar, e é importante esclarecer que o fenómeno da erosão
não implica em destruição da praia arenosa, como o termo à primeira vista parece sugerir, pois a
posição da praia simplesmente recua continente adentro durante este processo. Deste modo talvez
seria plausível ao em vez do termo erosão, fosse utilizado o termo "recuo da linha de costa", visto

1
Mestrando de Sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal
Fluminense. E-mail Tagivera 85@gmail.com
2
[Disponível em: Www.diciopédia2003.portoeditoramultimédia/erosão/ Acesso em 17 de Julho de 2012].

1
que este último traduz de maneira fiel o que realmente acontece. O desaparecimento da praia
arenosa, usada para fins recreativos, ocorre quando o Homem interfere no processo de recuo da
linha de costa, tentando estabilizar a posição da linha de costa através de obras de engenharia.
Daqui podemos então derivar a definição de gestão ambiental entendo-a como sendo o espaço de
interacção entre o homem e o meio que o circunda, ou seja, o maneio e a utilização racional e
sustentável das componentes ambientais incluindo o seu uso, reciclagem, protecção e conservação.
Várias foram as dificuldades na obtenção de material (fontes) para o término do presente trabalho,
desde a localização, passando pela acessibilidade das mesmas, mas, dada a extrema importância do
mesmo, tudo foi feito para que o tema estivesse concluído dentro dos parâmetros estabelecidos e
assim, procedemos um levantamento bibliográfico das fontes de informação possíveis. Optamos
pelo método qualitativo de análise, dada a sua riqueza na fundamentação e interpretação dos
mesmos, permitindo que se obtenha uma melhor concepção sobre os aspectos de ordem natural e a
influência das práticas humanas sobre o fenómeno em estudo. Tendo aqui chegado, vamos num
primeiro momento do artigo cingir-se-á a apresentação do problema, sua relevância e a sua
respectiva delimitação (enquadramento geográfico). Num segundo momento, apresentaremos uma
breve explicação sobre as teorias que estiveram por detrás do surgimento da erosão costeira na área
de estudo, mostrando as perspectivas e a forma como o fenómeno foi e vem sendo abordado desde
os tempos remotos até aos actuais. O terceiro momento, será dedicado a apresentação de elementos
de análise, onde far-se-á a discussão sobre os problemas ligados a gestão de recursos ambientais
em Moçambique privilegiando uma perspectiva política e economicista. É dentro deste quadro que
nos propomos fazer esta análise sobre o problema da Erosão Costeira, na praia da Costa do Sol,
considerando que a melhor forma de reduzir os actuais níveis de erosão costeira que se registam na
área de estudo é preveni-la. Pretende-se que o presente artigo, tenha alguma utilidade e
importância teórica relevante. Comecemos então por referir que a praia da Costa do Sol, é uma
atracção turística que neste momento está a atravessar problemas relacionados com erosão, assunto
referenciado nos últimos anos tanto pela imprensa assim como por organizações de defesa do
ambiente, que alertam sobre o perigo do corte da estrada que liga a cidade de Maputo aos bairros
dos Pescadores, Triunfo e Costa do Sol e as implicações que o eventual corte poderá induzir na
vida económica e social da população residente. Nos últimos tempos, os problemas ambientais
mais graves na praia da Costa do Sol estão relacionados com a erosão costeira; vários trabalhos
científicos e jornalísticos, já foram divulgados alertando sobre o perigo do desaparecimento da
estrada que liga a Cidade de Maputo aos bairros supracitados bem como a algumas habitações
devido a velocidade com que as águas do mar avançam para o interior.

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Esta situação agravou-se com o aumento demográfico da Cidade de Maputo dos últimos vinte e
cinco anos que contribuiu para a degradação da praia da Costa do Sol, e no caso vertente, com a
guerra muitos deslocados afluíram a cidade de Maputo ocupando espaços outrora considerados de
reserva, foi parte desta população que devido a sua condição sócio-económica, recorreu ao abate
indiscriminado das árvores (casuarianas) e a destruição do mangal com repercussões na orla
marítima da praia da Costa do Sol.
É facto que esta zona pelas suas qualidades paisagísticas e com uma função de lazer indiscutível,
conheceram nos últimos tempos edificações de unidades turísticas e casas de veraneio,
acompanhadas de infra-estruturas comerciais, neste caso barracas, montadas sobre as dunas
costeiras o que também contribui imenso para o deslizamento da terra devido aos constantes
movimentos dos clientes, é justamente na prática do Comércio informal por parte de algumas
pessoas, bem como na ignorância das leis ambientais por parte dos residentes que se encontra o
principal causador da erosão (Chicatsa, 1996). Por outro lado muitos dos Comerciantes ou
vendedores informais, atribuem culpas ao Conselho Municipal que, segundo afirmam, limita-se a
cobrar impostos e nada faz para criar melhorias e repor a ordem.
Nos dias que correm, devido à prática da actividade pesqueira em larga escala, o litoral da zona
dos Pescadores está exposto a uma degradação acentuada, o lixo provocado pela prática do
comércio informal, já tomou conta do litoral, perigando a vida dos banhistas que frequentam a
praia. as barreiras que antes protegiam a Terra do Mar já desapareceram. Casos mais alarmantes,
são os desabamentos de Terra e barreiras que protegiam a região costeira, largamente causados
pela acção do próprio Homem: por exemplo, pelos banhistas que utilizando veículos passeiam
pelas mesmas, e o abate descontrolado e desnecessário da floresta de mangal.
A problemática da Erosão Costeira na Cidade de Maputo tem dupla raiz: primária e secundária. Ao
nível da raiz primária, encontram-se factores como: as condições naturais, as marés altas. Dentre
os factores secundários, destacam-se: o abate ao mangal, a pesca artesanal, a destruição de dunas
costeiras e a fragilidade institucional municipal manifesta na falta de manutenção dos sistemas de
drenagem urbana e suburbana. As dificuldades de gestão ambiental urbana, tornam-se mais graves
devido a fraca capacidade humana, material e financeira do Município de Maputo (capital do pais)
e de outras instituições governamentais que tutelam a gestão urbana da cidade de Maputo.
Hoje, assiste-se na praia da Costa do Sol, como em qualquer outra costa urbana do país forte
pressão sobre os recursos naturais, não obstante, sabe-se que os ecossistemas costeiros são de
natureza frágil, e o processo para inverter o cenário da degradação é lento, pois as medidas a serem
tomadas são dependentes de financiamento interno e externo.

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Os problemas ambientais da praia da Costa do Sol estão associados a difícil gestão do ambiente
urbano em virtude da existência de dois sistemas sócio-económico em permanente competição e
por vezes com interesses conflituosos, designadamente, o sector tradicional informal e rural por
um lado, e o sector moderno formal e urbano do outro, contudo, estes factores não actuam
isoladamente, senão numa acção que conjugada, acelera sobremaneira a degradação das condições
ambientais na cidade de Maputo e concorrem para a sua extinção.
Podemos assim conjecturar que o incumprimento das normas ambientais agrava a erosão na Costa
do Sol, pois hoje, mais do que nunca a erosão é bem visível, constituindo uma preocupação não só
para as autoridades Municipais, assim como para os munícipes, com o agravante de tal problema
não ser exclusivo à cidade de Maputo, pois o litoral da Capital do país apresenta níveis alarmantes
de erosão do solo que vão tomando proporções gigantescas, e pensamos nós que assim acontece
também por falta de cumprimento e efectivação das políticas de protecção ambiental em
Moçambique.
E enquanto isso não se verifica, a erosão costeira na praia da Costa do Sol está a tomar contornos
preocupantes pois já não é apenas a praia que se encontra em risco de desaparecer, mas também as
habitações e outras infra-estruturas da região, considerando que as águas marinhas estão em
progressão fazendo frente a muralha protectora quase inexistente, ameaçando o corte da estrada
marginal e a invasão das residências periféricas, porquanto não se vislumbra ainda, uma medida
para inverter a degradação ambiental da região.

O litoral Moçambicano e seus problemas ambientais


A Cidade de Maputo representa territorialmente a área sujeita à mais alta e mais diversificada
intensidade de utilização das condições naturais de Moçambique e onde se registam por
consequência, as transformações mais significativas da natureza.
A costa moçambicana, com cerca de 2.770 km² de extensão é caracterizada por uma ampla
diversidade de habitats incluindo praias, recifes de corais, estuários, bacias, mangais tapetes de
ervas marinhas (Hatton, 1995). O litoral de Moçambique possui uma grande riqueza natural mas,
contrariamente, possui um ecossistema frágil. Os recursos costeiros, que se traduzem na pesca,
agricultura, turismo e silvicultura, constituem um potencial que podem contribuir
significativamente para o rendimento nacional bem como no fornecimento de benefícios sociais e
económicos para as populações (Chemane, 1997).
É sabido que para os membros de uma dada comunidade, a sua sobrevivência depende da
reprodução da flora e da fauna locais como um todo, da diversidade do ecossistema, e das várias
formas de uso e adaptação a este, que asseguram a sua manutenção (Meneses, 2001: 4), foi assim a

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população após um longo período de guerra em Moçambique, iniciou um processo de reinstalação
ao longo da costa e passaram a depender essencialmente de recursos naturais costeiros para à sua
subsistência. A agricultura de pequena escala, praticada na base do corte e queima em solos
arenosos, pobres em nutrientes ao longo da costa passou a constituir parte significativa das suas
actividades económicas e de subsistência. As pequenas plantações familiares, ou seja, a
substituição da vegetação natural por culturas agrícolas.
As dunas na área de estudo são caracterizadas por uma cobertura de vegetação compreendendo
espécies herbáceas suculentas sobre as dunas primárias (estas podem ser consideradas espécies
pioneiras). No entanto, muitas foram convertidas em plantações de pequena escala através do corte
e queimadas. As plantas funcionam como camada interceptora frente a acção mecânica da chuva,
como obstáculo ao escoamento pluvial e aos ventos, e através do fornecimento do húmus, como
factor de agregação dos solos. Quando se verifica o desabamento das árvores, de modo natural,
ocorre movimentação de terra na superfície da encosta (Cristofoletti, 1979), contudo, devido a
infertilidade dos solos, a agricultura é marginal.
Assim, parte significativa da população moçambicana, passou a viver ao longo do litoral e exercer
em algumas áreas uma forte pressão sobre os recursos costeiros, e os Habitats naturais como por
exemplo, as florestas de dunas e mangais, que estão a ser sistematicamente destruídos.
Verifica-se igualmente na área de estudo a pratica de actividades turísticas, principalmente por
parte dos sul-africanos, que ao mesmo tempo que contribuem para a receita do Estado, praticam
actividades que lesam o ecossistema natural moçambicano, através da pesca ilegal, uso de veículos
4X4 ao longo das dunas, campismo sem autorização prévia, etc.
Geralmente, as zonas costeiras atraem concentrações humanas por serem lugares lindos e
uniformes, de clima moderado e muitas vezes convenientemente planos, com terra baixa o que
induz a prática da agricultura e a utilização do mar para a pesca e comunicação. Segundo o IDPPE
(2002)3, no Bairro da Costa do Sol, existem mais de 298 pescadores a exercerem à actividade
pesqueira, e que tem três (3) centros de pesca: (1) A aldeia de pescadores, com um efectivo de 175
(59%) de pescadores artesanais; (2) O centro de marítimo, com um efectivo de 65 (22%) de
pescadores artesanais; e (3) O triunfo, com um efectivo de 58 (19%) de pescadores artesanais,
sendo que os principais grupos estruturais distinguidos na pesca artesanal em Moçambique são:
Pescadores à linha: Geralmente, são eventuais podendo numa certa época do ano trabalharem
sendo empregados de um proprietário dos meios de produção ou de um grupo detentor dos meios

3
Para uma informação mais detalhada, vide: Jorge Jerónimo Gulele (2004,) Relação entre a expansão
urbana e a actividade pesqueira: estudo de caso do Bairro da Costa do Sol. Maputo: FLCS/UEM.

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de produção. Na estrutura dos trabalhadores, o patrão geralmente detém os meios de produção,
toma decisões relativas ao uso dos investimentos da sua propriedade, mas não pratica directamente
à pesca; O Mestre: Exerce funções de chefe da tripulação. É responsável pelas estatísticas,
manutenção dos materiais de pesca e pela orientação da tripulação durante à campanha de pesca;
Os Marinheiros: estes por seu turno, cuidam da embarcação. Os pescadores individuais
geralmente, não possuem embarcações, usam redes de emalhar e pescam a menos de ½ milha da
costa; Os cozedores da rede: fazem e reparam as redes de pesca (Gulele, 2004).
A actividade pastorícia e as queimadas, bem como a abertura de picadas, trânsito de pessoas e
veículos por cima das dunas, e corte da madeira para a comercialização e construção de pequenas
embarcações são agravantes, pois os pescadores além da actividade pesqueira, dedicam-se a outras,
como a construção civil e a marcenaria ou carpintaria usando a vegetação marinha como os
mangais, como matéria-prima para a construção de barcos de pequeno porte, bem como acessórios
como remos, e ainda na área de construção civil, os pescadores fazem uso das areias que se
encontram nas encostas da beira-mar destruindo assim, as dunas protectoras. Outra componente é a
ocupação desordenada da terra em que são construídas as moradias para os pescadores por parte
dos mesmos.
Contudo estas acções da população têm trazido e continuam a trazer mudanças extensivas no uso
da terra costeira, ademais que todas as operações ou actividades reduzem a cobertura do local
podem induzir uma erosão acelerada (GTA, 1996). Nos processos geradores da erosão costeira na
área de análise, convergem factores marítimos, atmosféricos e ao nível dos estudos feitos
constatou-se que grande parte dos mesmos situa-se ao nível da análise feita por geógrafos,
debruçando-se sobre aspectos de planeamento físico não existindo abundante e relevante
investigação sócio-antropológica feita e disponível em Moçambique sobre a erosão costeira nas
praias e que tenha dado especial destaque ao papel da comunidade na origem dos problemas
ambientais, nas suas práticas e suas percepções sobre as mesmas.
São poucos estudos anteriormente feitos sobre a erosão e degradação ambiental na praia da Costa
do Sol, e que atribuam ao fenómeno, causas humanas e naturais, tendo encontrado nestes como
causas possíveis designadamente o aumento demográfico na Cidade de Maputo, ao
comportamento dos utentes da praia, a falta de acção consistente das autoridades e a redução de
sedimentos que alimentavam o crescimento das praias.
Na generalidade, é da acção de todos estes factores que resulta a erosão da costa e das diversas
formas litorais, diferentes entre si pela sua posição em relação ao nível do mar e pela acção
predominante de um ou outro agente. Portanto, é na conjugação da operacionalidade de todos estes
factos que reside à explicação científica do fenómeno da erosão costeira entre as praias, embora

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apesar de não apontada, a incidência da acção antropogénica seja mais evidente e contribua
significativamente para a prevalência dos actuais padrões de erosão costeira, (Moreira, 1984).
Portanto, todas estas facetas da utilização humana da costa produzem resultados específicos em
cada contexto, condicionadas por circunstâncias históricas e locais.

A erosão costeira: reflexo de um contexto de conflitos sócio-ambiental na Costa do sol


Sendo que um dos factores apresentados aqui foi o crescimento da população moçambicana,
acreditamos que seja pertinente entender a relação existente entre o crescimento demográfico e a
degradação dos recursos naturais. De acordo com McElroy & Townsend (1996: 24-25), o ambiente
pode ser quebrado em três (3) partes, nomeadamente: o ambiente abiótico (físico) o qual a
biologia e a ecologia definem como sendo um conjunto de factores que afectam directamente o
desenvolvimento fundamental à vida. Estes factores incluem a luz, o ar, o solo e a temperatura; o
ambiente biótico (biológico) que inclui os animais, as plantas e os alimentos; e o ambiente
cultural que se refere as relações estabelecidas com o meio em que se vive, e cujo produto de
aprendizado é partilhado por todos os membros da comunidade. Estas partes são interdependentes
e estão em contínua interacção, uma mudança em uma das variáveis frequentemente conduz à uma
variação noutra variável. Contudo, usualmente focamo-nos nos aspectos separados e pensamos
neles como causas e efeitos de processos em mudanças, porém é também possível imaginar todas
estas esferas e variáveis individuais funcionando como uma unidade singular. Se olhar-nos para o
todo desta maneira, teremos um modelo de um ecossistema, onde todos os componentes: físico,
biológico e cultural - formam um ecossistema total - um passo de relações entre organismos e seu
ambiente.
Olhando para a questão da erosão, as zonas costeiras são, por definição, a interface entre o mar e a
terra, e são consideradas, fisicamente, zonas em constante mudança, de difícil estado de equilíbrio
devido a acção do mar, que na sua acção contínua de transporte e deposição de sedimentos, faz
com que o impacto da actividade humana nestas zonas, potencie e agrave os efeitos da erosão. O
fenómeno de erosão costeira torna-se assim um problema para o Homem (risco natural), quando
este constrói algum tipo de infra-estrutura (estrada, prédio ou outro tipo de construção permanente)
que se interpõe na trajectória de recuo da linha de costa, por exemplo. Deste modo o problema de
erosão costeira é de certa maneira, causado pelo Homem, pois se ninguém morasse próximo à
linha de costa este problema não existiria. Surge assim uma vertente que até agora não tínhamos
analisado, que é justamente a questão da legislação ambiental, pois se as pessoas estão a violar os
princípios ambientais, e nada lhes acontece, é porque a consciência pública sobre o ambiente é

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fraca e inadequada, talvez resultado de uma prevalecente falta de acesso público a educação
ambiental e informação, e sobretudo uma fraca implementação de leis e regulamentos existentes.
Daqui a nossa convicção de que uma governação local autárquica assente no princípio de gestão
participativa de recursos naturais e dos bens públicos pode solucionar muitos problemas
relacionados com a degradação ambiental na área em estudo, num sistema em que o público
utente, os pescadores, os residentes, as unidades económicas e as autoridades governamentais
estabeleçam um vínculo de pareceria em defesa do bem comum. Somos assim impelidos a analisar
a política ambiental de Moçambique e suas especificidades.

A política ambiental em Moçambique: Ideia ou Utopia?


Lançando um olhar rápido sobre a questão do ambiente e seu lugar na vida política do país, é
possível afirmar, que a questão tem ocupado lugar de destaque, bastando para tal considerar que
Moçambique é signatário de vários tratados internacionais relativos ao ambiente, e entre as
convenções principais está a Convenção Africana sobre a Conservação de Natureza e Recursos
Naturais, a Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, a Declaração de ONU sobre
Assentamentos Humanos – a Agenda Habitat, a Declaração do Milénio, e o Plano de Acção para o
Desenvolvimento Sustentável – Agenda 21.
Em finais da década 80 Moçambique iniciou uma transição de um sistema económico centralmente
planificado para uma economia de mercado, iniciando um processo gradual de descentralização da
administração pública visando a agilização dos processos de planificação e gestão do
desenvolvimento local no país, sendo que uma das áreas chave deste processo é a modernização
dos instrumentos de programação de recursos públicos aos níveis provincial e distrital,
acompanhado de ensaios de articulação entre a administração do Estado e as comunidades locais, e
deste modo a participação dos cidadãos na vida sócio-económica do país passou a ser vista pelo
governo, como a forma ideal do processo de busca das melhores soluções para os problemas que as
comunidades locais enfrentam. (Plano Distrital de Desenvolvimento, 1998), e com efeito, o
Programa Quinquenal do Governo admite a descentralização e a desconcentração da administração
pública como pilares do processo de modernização do Estado a médio prazo.
A responsabilidade global pela política ambiental em Moçambique é do Ministério para
Coordenação da Acção Ambiental (MICOA). A Lei do Ambiente existente e por este órgão
elaborada, foi aprovada com o Nº. 20/97, de 1 de Outubro e tem como objectivos promover o
desenvolvimento sustentável e da utilização nacional dos recursos naturais, pugnando pela
inclusão dos princípios e práticas ambientais no esforço nacional de reconstrução e
desenvolvimento do País, estabelecendo as políticas e a legislação apropriadas para esse efeito.

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Esta Lei estabelece a utilização e gestão racionais dos componentes ambientais de forma, não só a
promover a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, como também a valorizar as tradições e o
saber das comunidades locais com vista à conservação e preservação dos recursos naturais, bem
como a responsabilizá-las nos actos propositados da degradação do ambiente. Nos termos do
Artigo 6 da Lei do Ambiente, foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável
(CONDES) - que é um Órgão Consultivo do Conselho de Ministros e Fórum de auscultação da
opinião pública sobre as questões ambientais e legisla as medidas de protecção do ambiente, a
prevenção dos danos ambientais, os direitos e deveres dos cidadãos, as responsabilidades, as
infracções e sanções e fiscalização ambiental, com a participação das comunidades (Relatório
Nacional da Consultoria de Moçambique, 2009).
A lei do ambiente constituiu um quadro legal, por exemplo, para permitir a exigência de uma
licença ambiental para empreendimentos cujas actividades mostrem potencial de prejudicar o
ambiente, assim como obriga que sejam envolvidas as populações locais no processo de tomada de
decisão. Um aspecto a referir é que o Ministério para Coordenação da Acção Ambiental depende
dos fundos do Orçamento do Estado que é essencialmente para cobrir custos administrativos e
insuficientes para implementar actividades no campo, assim a maioria dos recursos para a
preservação do ambiente e combate aos impactos ambientais negativos provém de parceiros de
cooperação, pois as instituições estatais ainda continuam incapazes de colher receitas (renda)
provenientes das avaliações de impacto ambiental. (UN-HABITAT: Perfil do sector urbano em
Moçambique, 2007)
Em Moçambique, voltando e focalizando a questão da erosão costeira, a utilização múltipla das
áreas costeiras requer uma gestão através de agências governamentais a nível nacional e local, que
seja responsável pela protecção de povoamento costeiro e que autorize certos tipos de utilização. E
sendo que conforme vimos, existe uma relação de dependência financeira, revelando assim um
sistema de planificação central, contrario ao que se pretende desde 1980.
A título de exemplo bastaria mencionar que no âmbito do Plano Nacional de combate a erosão o
Governo central, pretende desenvolver infra-estruturas ambientais e assim estão sendo feitos
esforços no sentido de se conseguir cerca de 18 milhões de dólares (diga-se de passagem a titulo de
doação, o que equivale a empréstimo na linguagem das relações internacionais) para solucionar o
problema da erosão na zona costeira da cidade de Maputo. Por sua vez o Banco Árabe de
Desenvolvimento Económico de África prevê “financiar” a reconstrução da degradada barreira de
protecção da orla marítima da cidade de Maputo numa extensão de 13 km.
Porém, enquanto isso não acontece, para conter o processo erosivo que se verifica na praia da costa
do sol, o município de Maputo com apoio de algumas organizações não governamentais, diga-se

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de passagem, colocou em alguns pontos críticos, alguns sacos de areia que servem de muralhas
quebra-mar para conter a erosão nos pontos mais críticos. Estas entre outras acções a serem
concretizadas poderão realmente reduzir a situação dramática que se vive ao longo da praia da
Costa do Sol? Duvido que consigam na sua totalidade, isto por algumas razões que passo a
considerar.
Partindo do acima exposto em relação as acções governamentais, facilmente notamos um problema
na gestão ambiental moçambicana, em primeiro lugar, nota-se a ausência de uma solução
economicamente sustentável a escala nacional, precisamente a questão da dependência do
financiamento internacional, Moçambique recebe cerca de um quarto do seu rendimento anual em
forma de ajuda externa ao desenvolvimento, e como se vê, trata-se de dependência económica de
um país politicamente independente desde 1975, que para se desenvolver, condiciona suas
decisões às economias desenvolvidas de que depende. Para melhor entender a questão desta
dependência, podemos analisar as contribuições de Fernando Henrique Cardoso, num texto
preliminar ao seu hoje famoso livro com Enzo Faletto, que introduz o conceito de dependência nos
seguintes termos:“A vinculação subordinada das economias subdesenvolvidas ao mercado
mundial se manifesta no plano mais dinâmico do processo de desenvolvimento por uma série de
características básicas no modo de actuação e na orientação dos grupos que aparecem no sistema
económico como produtores ou como consumidores. Esta situação de dependência supõe em suas
situações extremas que as decisões que afectam a produção ou o consumo duma economia dada se
tomam em função da dinâmica das economias desenvolvidas com as quais a economia
subdesenvolvida mantém relações de dependência. As economias baseadas em enclaves coloniais
constituem um exemplo extremo dessa situação” [sublinhado no original P.S.]4
A ausência de uma estratégia oficial e sustentável de combate a erosão costeira, de modo a se
enfrentar o problema a escala nacional ou municipal, representa a segunda razão de nossa dúvida,
pois esta dá lugar a intervenções de carácter individual (dos próprios munícipes agindo
independentemente), e que por falta de uma educação cívica ambiental, contribuem para o
agravamento do problema e as obras de construção de barreiras ou muralhas são efectuadas em
carácter de emergência e improviso, sem a orientação técnica adequada, o que resulta na pequena
durabilidade das mesmas (Moreira, 1984).
O gozo da independência para a tomada de decisões, que resultem na durabilidade das acções, tem
como uma das condições a gerência sustentável dos recursos à escala local, isto implica que as

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El proceso de desarrollo en América Latina: hipótesis para una interpretación sociológica, Santiago,
Ilpes, nov.1965.

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acções locais sejam dirigidas com vista a sensibilização da comunidade para suas vocações e
potencialidades, explorando as vantagens locais através de um processo participativo, democrático
e solidário, envolvendo o Governo, as organizações políticas e permitindo o exercício de uma
cidadania activa.
As acções locais têm como objectivos introduzir novos valores à gestão, tais como participação,
planeamento, estratégia, acompanhados pela valorização das tradições locais, que ajudariam a
fortalecer a identidade local. Assim, além da comunidade ter que assumir o papel de comunidade
agente, devem induzir políticas de participação e captar recursos e espaços para a sua
implementação. Contudo, em Moçambique, esta tendência quase que já institucionalizada de
resolver os problemas por si mesmo, sem exigir a responsabilidade do governo, advêm do
entendimento erróneo e da consequente não efectivação da opção administrativa adoptada pelo
governo, e que consiste na descentralização do poder.
Platonicamente adoptada por Moçambique, a teoria da administração e descentralização do Poder
foi defendida pelos neoclássicos (Chiavenato, 1994), esta para a sua efectivação requer o
envolvimento da comunidade na gestão dos problemas locais e passa necessariamente de o Estado
descentralizar algumas funções, competências e recursos ainda que sob o seu controle (MICOA,
2002). Consideraríamos olhando para esta situação que uma das vantagens desta descentralização
na resolução dos problemas ligados a erosão costeira seria permitir que as decisões fossem
tomadas pelas unidades situadas nos níveis mais baixos da organização, o que para o caso de
Moçambique seriam os municípios, acrescentando que as pessoas que vivem os problemas são
mais indicadas para resolve-los no local, economizando deste modo, tempo e dinheiro.
A importância da descentralização é devida ao seu mérito na defesa da solução local dos
problemas pelas comunidades locais, incluindo os usuários (os pescadores, por exemplo) a classe
empresarial que explora unidades económicas.
A nosso ver esta teoria demonstra que os problemas da erosão costeira de origem humana podem
ter solução local, mas esta passaria nomeadamente pela efectivação da participação pública na
gestão ambiental. Mas como seria possível efectivar isto na prática, se a capacidade institucional
para monitorar e velar pela aplicação de leis ambientais, regulamentos e políticas, por parte dos
municípios assim como do ministério de tutela é fraca, economicamente dependente e com
responsabilidades dispersas?
A agência de protecção do ambiente em Moçambique, não tem financiamento suficiente, nem
interno e nem externo, e consequentemente carece de capacidade para funcionar adequadamente, e
deste modo como é de se esperar, o envolvimento público é fraco.

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Os fundos do Orçamento do Estado destinados ao Ministério para Coordenação da Acção
Ambiental (MICOA), servem essencialmente para cobrir custos administrativos e insuficientes
para implementar actividades que visam solucionar os problemas ambientais, isto equivale a dizer
que os 43 municípios em Moçambique são altamente dependentes do financiamento do governo
central para as suas actividades, considerando ainda que grande parte da riqueza gerada dentro dos
municípios é transferida directamente para os cofres do estado, donde serão novamente
transferidas de volta aos municípios como atribuição orçamental anual.
Com efeito a pobreza dos municípios pode ser relacionada também, com o facto de em
Moçambique, os distritos ocuparem lugar central na planificação e implementação de
desenvolvimento, o que naturalmente faz com que os distritos e não os municípios, recebam mais
dinheiro do orçamento do estado.
De acordo com a Lei de Finanças Municipais, os municípios são responsáveis pelas seguintes
tarefas: Zonas verdes, mercados, serviços de bombeiros, sistemas de drenagem, lixo e limpeza
pública, património cultural ou urbano, protecção ambiental, conservação de árvores e o
estabelecimento de reservas municipais, todavia as rendas dos municípios são provenientes de
impostos de terra e alguns serviços, porém, as responsabilidades municipais acima expostas
excedem de longe a sua capacidade de provisão destes serviços, para não falar da fraca capacidade
de tributação por esses serviços, sendo que o exercício da gestão ambiental em Moçambique é
também limitado pela falta de informação estatística sobre os indicadores ambientais, isso duma
forma particular afecta a avaliação de progressos alcançados rumo ao 7º Objectivo de
Desenvolvimento do Milénio (ODM), isto é, “assegurar a sustentabilidade ambiental” (UN-
Habitat, 2007)

Considerações Finais
Novos valores permeiam hoje a sociedade e em consequência disso, vive-se uma fase de
redefinições, com o objectivo de incorporar práticas sustentáveis em todas as componentes da vida
humana. Existe na actualidade um movimento no mundo no intuito de modificar as políticas
públicas, processos produtivos e o estilo de vida da sociedade em favor do desenvolvimento
sustentável; Literalmente estamos na era da sustentabilidade como afirma Schmidt, numa fase de
mudança de paradigmas, em que tínhamos uma antiga visão do mundo que pregava a ideia de
crescimento contínuo, da conquista da natureza, da utilização irracional recursos, da obediência à
legislação, do materialismo, da produção industrial em massa, e agora surge em resposta a esse
modelo, problemas sociais, ambientais e económicos evidenciando que esse conjunto de acções

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anteriores é socialmente injusto, ambientalmente desequilibrado e economicamente inviável,
podendo impedir a continuidade da vida na Terra, (Schmidt, 2007).
Ter dinheiro ou ser financiado a princípio parece a melhor e única solução, encontrada pelos países
pobres como Moçambique, porém esta solução a nosso ver, nada representa sem uma educação
cívica ambiental abrangente e séria. Só a título de exemplo, a razão que concorreu para a
destruição das dunas foi a construção da estrada, hoje denominada avenida marginal e o avanço
das águas do mar continente adentro é a consequência natural desconhecida somente por quem não
tem um esclarecimento prévio das questões ambientais a serem respeitadas, pois a destruição das
dunas para a construção da estrada poderia ter sido evitada com um sistema de planeamento físico
que respeitasse mais a dinâmica costeira (Muchangos, 1985). Um segundo exemplo, no final do
ano passado em Maputo, decorreram obras de protecção na praia da costa do sol, com o
incremento de pedras e areia (Chicatsa, 1996: 45) por parte de alguns cidadãos, que viram suas
infra-estruturas ameaçadas, mas estas obras não seriam necessárias se a vegetação de mangal, não
tivesse sido devastada.
Assim com a destruição das dunas costeiras e o crescente abate indiscriminado da cobertura
vegetal, que são os principais dispositivos de protecção natural da costa, vai aumentando em toda a
costa os perigos da erosão costeira. Urge a proibição do abate ao mangal, o replanto das
casuarianas ao longo da costa para a protecção da mesma, bem como bloquear a construção de
novas moradias e hotéis destinados ao desenvolvimento do turismo.
A educação ambiental é uma das medidas de prevenção que se recomenda veementemente neste
artigo, pois permitiria uma interacção entre os vários parceiros na resolução deste problema,
tornando-os mais conscientes sobre o problema, de modo a reduzir o seu impacto no ambiente.
O governo local, ou seja o município, poderia proporcionar um plano preciso e bastante definido,
que consolide cada um dos três núcleos de população (pescadores, comerciantes e agricultores)
actualmente existentes, sem possibilitar a sua ampliação, pois, a construção de novas habitações
sobre as dunas acaba sendo demasiado dispendiosa em termos monetários e em termos ecológicos;
Seria também de capital importância a adopção de estratégias e de mecanismos que estaquem à
pesca ilegal por parte dos turistas, pois que a não implementação das mesmas, vai afectar a
reprodução do pescado, morte de outras espécies marinhas e outros moluscos que se residem
nestas zonas destruindo largamente a diversidade biológica que ocorre nas zonas costeiras de todo
o país onde se realiza a pesca, principalmente nas zonas de mangal. O planeamento físico deve ter
máximo respeito pelas leis ambientais, visto que, a melhor forma de ter uma costa equilibrada
deverá, necessariamente passar pelo respeito a legislação.

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