Você está na página 1de 59

Se no passado, ao se falar em

forca, vinha quase de imediato em


nossa mente um indivíduo forte,
levantando uma barra, hoje, graças
aos avanços científicos e à quase
derrubada total de preconceitos, a
forço deixo de se associar somente
ao homem hipertrofiado e passa a
ter também como parceria a saúde.

O que se deve esclarecer nesse


momento, é o fato de que o
treinamento de força para um atleta
ou para um individuo preocupado
com a saúde tem características
diferenciados, embora seguindo o
mesmo princípio (aplicação de
sobrecarga).
Alexandre Trindade Ramos

na atualidade

2000

sa w ** <J <J -J ij
Direitos exclusivos para a língua portuguesa
Copyright© 2000 by EDITORA SPRINTLTDA.
Rua Adolfo Mota, 69 - Tijuca
CEP 20540-100 - Rio de Janeiro - RJ
Tel: OXX-21-264-8080/OXX-21-567-0295 -Fax: OXX-21-284-9340
e-mail: sprint@sprint.com.br homepage: www.sprint.com.br

Reservados todos os direitos.


Proibida a duplicação ou reprodução desta obra, ou de suas partes, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia ou outros)
Agradecimentos
sem o consentimento expresso, por escrito, da Editora.

Capa e Editoração: João Renato Teixeira e Teresa Perrotta • Folha Democrática, jornal de circulação nas cidades
Ilustrações: Avaz de Vassouras, Miguel Pereira, Mendes, Paulo de Frontin,
Revisão: Cristina da Costa Pereira Paraíba do Sul, Paracambi e Paty do Alferes.
• Professor Marco António (Tonho), personal trainner
e avaliador da clínica Dr. Oswino Penna - RJ.
CIP-Brasil. Catalogação na fonte.
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
• Professor Nelson Carvalho. Academia Espaço Vital
-RJ.
• Professor Sandro Carpenter. Academia Rio Sport
R141t
Center - RJ.
Ramos, Alexandre Trindade
Treinamento de Força na Atualidade / Alexandre Trindade
• Pedro Ivo, Fernanda e Leonardo, colaboradores do
Ramos. — Rio de Janeiro : Sprint, 2000 capítulo referente à flexibilidade e força.

inclui bibliografia • Aos meus alunos:


ISBN 85-7332-112-1
Francisco Albuquerque(Chicáo),
1. Força muscular - Treinamento. 2. Treinamento Hilton Alvarenga,
(Educação Física). I. Título
André Amorim,
99-1718 CDD 796.077
CDU 796.015 Marco Aurélio Amaral,

021299 031299 008230 Bruno e Lívia Soter,


Júlio e Sandra Garretano e

Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme Daniel Machado.


Decreto n° 1825 de 20 de dezembro de 1967

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Autor

• Graduado em Educação Física - UGF-RJ.


• Pós-graduado em Performance do Treinamento
Desportivo - UGF-RJ.
• Autor do livro Atividade Física - diabéticos, gestantes,
a
3 Idade, crianças e obesos. Editora Sprint, 1997.
• Coordenador do Io Curso de Atualização em
Atividade Física - RJ 1999.
• Coordenador do Centro de Avaliação Médico
Funcional Dr. Oswino Penna - RJ.
• Professor Convidado do Curso de Pós-graduação -
UCB-RJ.
• Treinador dos Atletas de Fisioculturismo:
- Isaquiel Costa Balbi (Isaac) Campeão Estadual
Estreante 1992; Vice-Campeão Estadual 1992.
- Waldemar da Silva (Vavá) Vice - Campeão
Estreante 1992; 3o Lugar Estadual 1992.
• Coordenador do Io Curso de Aperfeiçoamento em
Musculação Ney Pereira/AmeryFit.
• Professor Assistente da Disciplina Musculação em
1996-UGF-RJ.
Sumário

Introdução 11

Capítulo 1 - A Fibra Muscular 15

Capítulo 2 - Força e Fatores de Influência 21

Capítulo 3 - Tipos de Contração Muscular 33

Capítulo 4 - Regimes e Manifestações de Força- 37

Capítulo 5 - Adaptações Fisiológicas Decorrentes

do Treinamento de Força 49

Capítulo 6 - Treinamento de Força e Idade 59

Capítulo 7 - Treinamento de Força e

Diferenças entre Sexos 73

Capítulo 8 - Tipos de Resistência 77

Capítulo 9 - Testes mais Utilizados para


Medir Força 85
Capítulo 10 - Flexibilidade, Propriocepção
e Força 95
Bibliografia 111
Introdução

0 Treinamento de Forca naAtualidade


O ser humano possui, entre suas capacidades, uma
muito especial, que é o movimento. Dessa maneira, isto
é, produzindo movimento, o homem é capaz de se
locomover, de se levantar de uma cadeira, de pegar um
copo, de executar um chute numa partida de futebol etc.
As infinitas possibilidades de movimentos que podem ser
realizados ocorrem também em função da capacidade
humana de produzir tensão.
Se no passado, ao se falar em força, vinha quase que
de imediato em nossa mente um indivíduo forte,
levantando uma barra, hoje, graças aos avanços científicos
e à quase derrubada total de preconceitos, a força deixa
de se associar somente ao homem hipertrofiado e passa a
ter também como parceira a saúde.
As adaptações fisiológicas que ocorrem dentro do
sistema muscular, ósseo e neural colocam o treinamento
da força como imprescindível para aqueles indivíduos que
se preocupem com a profilaxia(prevenção) no tocante à
saúde e à manutenção da autosuficiência.
Hoje em dia, com o aumento dos subsídios técnico-
científicos, a competição desportiva se tornou muito
acirrada. Investimentos milionários de empresas
multinacionais no esporte dão um caráter competitivo tempo apaixonante e imprescindível aos profissionais que
muito grande; chega-se ao ponto de, numa prova de cem estão ligados à saúde e à preparação física.
metros, por exemplo, um atleta, por uma questão de É com esse espírito, primeiramente de apaixonado e
milésimos de segundos, perder uma fortuna em dólares. em seguida de conhecedor da importância do tema, que
Como se vê, é óbvio, que todo tipo de vantagem que se dedico ao leitor todas as linhas escritas a seguir, mas não
possa fornecer ao atleta pode significar milhões em com o interesse pretensioso de esgotar o vasto(amplo)
dinheiro. Dessa maneira, o treinador (de qualquer assunto e sim, com o de, através de conhecimentos básicos
modalidade esportiva) não pode se dar ao luxo de abrir sobre o mesmo, contribuir didaticamente para o tema.
mão de um treinamento de força adequado.
O que se deve esclarecer nesse momento é o fato de
que o treinamento de força de um atleta ou para um
indivíduo preocupado com a saúde tem características -
embora seguindo o mesmo princípio (aplicação de
sobrecarga) - diferenciadas.
Homens e mulheres hipertrofiados, de tanto serem
explorados pela mídia, se tornaram, com o decorrer dos
anos, sinónimos do belo. A partir daí cresce, dentro da
sociedade, a necessidade individual de também se tornar
bonito e por que não, para alguns, chique. Esse fenómeno
massificador acabou por levar milhões de pessoas para
as academias de ginástica em todo o mundo.
Essas pessoas que buscaram e buscam uma academia
de ginástica para, primariamente, melhorar a sua estética,
acabava e acaba por treinar força (como instrumento), seja
na sala de musculação, seja na aula de ginástica localizada,
seja na piscina, fazendo hidroginástica etc. Em outras
palavras, aquele que se matricula numa academia, em sua
maioria, vai à mesma, embora sem se dar conta, para
treinar força.
Essa variação de possibilidades que vai num
continuum, desde aquele que treina força com objetivos
terapêuticos até o atleta olímpico, torna o tema ao mesmo
Capítulo 1

A Fibra Muscular
Nesse capítulo serão vistos:
• Tipos de fibra muscular;
• A especialização da fibra muscular para cumprir
determinada tarefa e
• Como ocorre a diferenciação da fibra muscular.

O músculo é constituído por uma grande quantidade


de fibras musculares, mas antes de essas fibras formarem
apenas um aglomerado, formam, entre si, na realidade,
um sistema onde cada tipo tem uma determinada tarefa a
cumprir.
Segundo Soares & Appell (1990), as investigações de
Ranvier (1873) forneceram as primeiras abordagens
funcionais da natureza das fibras ditas vermelhas e
brancas.
Assim, de acordo com a sua natureza, a fibra muscular
tem uma função determinada pelas suas possibilidades.
A seguir, será mostrado como a composição da fibra
influencia na capacidade de executar tarefas.
Um fato que deve ser elucidado nesse momento diz
respeito ao tipo de fibra relacionado à unidade motora,
ou seja, dentro de uma unidade motora só se encontram
fibras musculares da mesma natureza, não existindo
sobremaneira unidades motoras com composição mista 4- Maior quantidade de mioglobina.
de fibras musculares.
5- Maior quantidade de mitocôndrias.
As fibras musculares se dividem em dois tipos básicos,
sendo que dentro dessa divisão se encontram subdivisões,
que acabam por tornar mais complexo o treinamento Vê-se facilmente, de acordo com as características
físico. acima citadas, que essas fibras são responsáveis por
contrações de pequena intensidade, porém duradouras.
* Limiar de excitabilidade - pode ser entendido como um sistema de proteção.
Contração lenta, vermelha, Esse limiar evita que estímulos elétricos (forma de condução nervosa) de baixíssima
intensidade levem à contração muscular. Dessa forma só haverá contração se o
ou ainda tipo 1 estímulo for suficiente para ultrapassar o limiar de excitabilidade. O limiar
excitatório das fibras vermelhas é menor do que o das brancas.
Fibras Musculares
Contração rápida, branca, b- Fibras de Contração Rápida

ou ainda tipo II Subdividem-se em:


lia - sistema energético glicolítico - oxidativo
Ilb - sistema energético ATP-PC e Glicólise anaeróbia
a- Fibras de Contração Lenta
Essas fibras possuem alto limiar de excitabilidade e
Esse tipo se subdivide em dois: alta concentração de miofibrilas.
Ia - parece apresentar pouquíssima capacidade IIc - menor limiar de excitabilidade, quando
hipertrófica comparadas às fibras tipo Ha e Ilb, porém de limiar maior
Ib - apresenta alguma hipertrofia do que as do tipo I. As fibras IIc também recebem a
denominação de intermediárias.
Ambas as fibras (Ia e Ib) possuem as seguintes
características: Observando as diferenças entre as fibras rápidas e
lentas, fica claro que em qualquer esporte há uma
1- Baixo limiar de excitabilidade* - Estímulos leves. utilização preferencial de um ou outro tipo de fibra
O baixo limiar de excitação torna as fibras tipo I muscular. Em esportes como a maratona ocorre a
como as primeiras a serem recrutadas durante um utilização preferencial de fibras vermelhas. O contrário
movimento. se dá numa corrida de cem metros por exemplo.
2- Alta concentração de enzimas oxidativas.
3- Maior vascularização quando comparadas com as
do tipo II.
Fibra Muscular
à forma de condução do estímulo, sabendo que o estímulo
Tipo I Tipo II pode ser conduzido de duas maneiras: saltatória ou não-
Iaelb Ha, Ilb e IIc saltatória.
Neurónios mielinizados(mais precisamente, axônios)
Fibra Muscular (Resumo) promovem condução saltatória e em última análise, rápida,
e inervam as fibras tipo II.
Tipo I Tipo II
Neurónios não-mielinizados promovem uma condução
não-saltatória e, em última análise, lenta, e inervam as
Baixo limiar de Alto limiar de
fibras tipo I.
excitabilidade excitabilidade

Baixa velocidade de Alta velocidade de Dendritos


condução neural condução neural

Movimento Movimento
velocidade baixa velocidade alta Segmento lncial do Axônio

Baixa produção Célula de Schwann —m Bainha de Mielina


Alta produção
de força de força

Esforço prolongado Esforços


Nódulos de Ranvier
relativamente curtos

É importante lembrar que, para haver a ativação de


uma fibra muscular, se faz necessário que haja inervação.
O tipo de fibra é determinada pelo nervo motor
correspondente a unidade motora. Seguindo o raciocínio
anterior, as fibras vermelhas são inervadas por neurónios
Placa Motora
que não possuem mielina em sua composição e as brancas
são inervadas por neurónios que possuem mielina em sua Fibra Muscular Esquelética •< ***
composição.
A importância da mielina nesse contexto diz respeito Botões Sinápticos

Adaptado de Machado,1993.

Ill
Axônios Mielinizados Axônios não-mielinizados
Capítulo 2
Alta velocidade de Baixa velocidade de
Condução - Saltatória Condução

* Unidade Motora - relação entre o nervo motor e as fibras musculares por ele
inervadas. É o componente básico do sistema neuromuscular. O local onde ocorre a
união do neurônio com a fibra muscular é chamado junção mioneural. Forca e Fatores de Influência
Até o momento parece definido pela grande maioria Nesse capítulo serão abordados:
de estudiosos que a quantidade de fibras musculares é
definida geneticamente, o mesmo ocorrendo com o tipo • Conceito de Força;
de fibra muscular, sendo que o segundo parece constituir • Fatores de influência e
fato definido pela ciência. Dessa forma, a maior parte da
• Regulação da Força.
aptidão de um indivíduo para um determinado esporte
(excluindo outros fatores) é determinada pela genética.
A proporção entre as fibras vermelhas e brancas varia Com objetivo prático pode-se definir força como a
entre os diversos músculos do corpo humano. A capacidade de exercer tensão contra uma resistência e que
composição das fibras musculares está em íntima relação depende, principalmente, de fatores mecânicos,
com a função de cada músculo, por exemplo, nos fisiológicos e psicológicos (BITTENCOURT, 1986).
músculos posturais - ex.: longuíssimo - encontra-se uma Um ponto a ser esclarecido no tocante à força diz
predominância das fibras vermelhas, ao passo que em respeito ao termo "repetição máxima", que significa a
músculos como o quadríceps é encontrado um maior capacidade de um indivíduo em executar uma repetição
percentual de fibras brancas. dinâmica com o máximo de peso possível. Ao se
Já entre pessoas, o percentual entre os tipos de fibras realizarem duas ou mais repetições, o peso utilizado não
musculares pode variar. Essa variação é um fator será nunca o de 100% que um indivíduo é capaz de
determinante na performance, dependendo das suportar (interdependência volume-intensidade).
características metabólicas da prova. Como se vê claramente na definição de força citada,
Dados citados por Soares & Appell indicam que as destaca-se a estreita relação desta capacidade física com
fibras, do tipo I, por estarem sujeitas à motricidade três fatores de extrema importância que se inter-
cotidiana (menor limiar de excitabilidade), ou seja, relacionam, a seguir:
atividade regular - as fibras do tipo II são recrutadas apenas • Fisiológico;
com intensidade alta de carga - são as mais agredidas
durante um período de imobilização(as fibras mais ativas • Mecânico e
reagem de maneira mais sensível). • Psicológico.
Outros fatores fisiológicos, como a quantidade e o
Fatores que influenciam a força tamanho das unidades motoras recrutadas, além da
Como foi visto, a capacidade física força depende de frequência de estimulação nervosa, influem sobremaneira
fatores biomecânicos, fisiológicos e psicológicos, assim tanto na força máxima quanto na regulação da força.
sendo, será nesse momento descrito de forma simplificada
como esses fatores influenciam na produção de força.
Regulação da Força

Força Recrutamento de Frequência de


Unidades Motoras Estimulação
Fatores fisiológicos + Fatores biomecânicos + Fatores
Psicológicos
Quantidade de Unidades motoras
É conveniente relembrar o conceito de unidade motora,
1 - Fatores fisiológicos
então, dessa maneira, pode-se definir, de modo simples,
que unidade motora é a relação entre um nervo motor e
Quanto maior a área transversal, maior é a capacidade as fibras musculares inervadas pelo mesmo.
de força. Essa relação íntima diretamente proporcional
A quantidade de fibras musculares pertencentes à
entre força e tamanho do corte transverso de um músculo
mesma unidade motora varia de acordo com a
é bastante conhecida.
especificidade de movimento de cada músculo, ou seja, o
número de fibras musculares por unidade motora não é
"A capacidade de um músculo de produzir força fixo e sim, variável.
depende de sua área fisiológica seccional transversal e A título de exemplificação, tem - se de um lado o
particularmente do número de fibras musculares no músculo quadríceps (movimentos grotescos e fortes), que
músculo e nas áreas transversas das fibras. " possui uma grande quantidade de fibras musculares por
Zatsiorsky, 1999. neurônio motor e, por outro lado, os músculos
responsáveis pelos movimentos dos olhos, que, em virtude
de seus movimentos finos e de grande precisão, possuem
Pelo citado acima, fica claro que indivíduos praticamente uma relação de uma fibra muscular por nervo
possuidores de um grande número de fibras musculares motor.
têm maior vantagem para esportes de força quando A lei do tudo ou nada é de fundamenta] importância
comparados a outros com menor número. nesse item. Segundo essa lei, o estímulo, ao atingir o nervo
motor, desencadeia um efeito de contração em todas as
fibras musculares inervadas por ele, ou seja, todas as fibras c- Outro fator decisivo, na capacidade de produzir
musculares, pertencentes à mesma unidade motora se tensão, é o tamanho das UM utilizadas, ou seja,
contraem da mesma forma. quanto maior o tamanho mais tensão pode-se
Quanto à capacidade de se contrair em diferente produzir. Um exemplo prático disto é o quadríceps
intensidade, duas variáveis irão interferir de maneira que, devido ao grande tamanho das suas UM, tem
marcante: número e tamanho das unidades motoras e a uma capacidade enorme de produzir tensão no
frequência de contração. movimento de extensão do joelho.
Em relação à graduação da intensidade da força através
do recrutamento de unidades motoras, fenómeno citado Frequência de contração da UM ou efeito de
por Fox com a denominação de somação de múltiplas somação de ondas
unidades motoras até o momento pode-se dizer que:
Farinatti (1992) ensina que, à medida que se faz mais
a- A quantidade de força exercida é diretamente força, eleva-se a frequência de estimulação das unidades
proporcional ao número de unidades motoras (UM) motoras já ativadas, em outras palavras, o número de
recrutadas, ou seja, quanto mais unidades motoras impulsos que chega às placas motoras (local de junção
envolvidas, maior a capacidade de produzir tensão. entre o neurônio motor e a fibra muscular) em uma igual
Por exemplo: Um indivíduo, ao realizar uma rosca fração de tempo; com isso, há um aumento da força devido
bíceps com 80% de sua força máxima, utiliza-se de
à maior interação da actina com a miosina (proteínas
uma menor quantidade de unidades motoras que
contrateis).
usaria se fosse executar o mesmo exercício a 85%
de sua força máxima para uma mesma quantidade
de repetições. "Uma unidade motora responde a cada impulso
b- A relação entre a quantidade de unidades motoras nervoso produzindo uma contração. Uma contração é um
recrutadas e o percentual da força máxima empregada breve período de atividade muscular produzindo força,
não é fixa, ou seja, varia de acordo com o grau de seguido por relaxamento da unidade motora. Quando dois
treinamento muscular, Fukunaga (1976). Em outras impulsos conduzidos por um axônio chegam à junção
palavras, se uma pessoa, ao fazer uma rosca bíceps, neuromuscular num curto intervalo de tempo, a unidade
no início do treinamento com 10 Kg, utilizava um motora responde com duas contrações. A segunda
percentual qualquer de UM para realizá-la, com o contração, no entanto, ocorre antes do relaxamento
transcorrer do treinamento passará a utilizar um completo da primeira contração. A segunda contração
percentual menor de UM para executar o mesmo soma-se à força da primeira, produzindo mais força total
exercício, com o mesmo peso. do que ela."
Fleck & Kraemer 1999.
a - Fulcro
Essa frequência de estimulação aumenta até que se
atinja o limiar de excitabilidade de outra UM É o ponto de apoio. Local no qual gira todo o sistema.
(recrutamento). No corpo humano, refere-se às articulações. Na língua
portuguesa, podem-se encontrar sinónimos como apoio e
Fica claro que há então uma relação íntima entre
ponto fixo.
estimulação e recrutamento na graduação da força. Todo
esse fenómeno se repete até que se utiliza a ultima UM,
quando nesse ponto o aumento da força só se torna b - Alavanca
possível através do fenómeno da somação de ondas.
É o local onde as forças atuam. No corpo humano é
Spring et alli (1995), acrescenta outros fatores de representado pelos ossos.
interferência sobre o nível máximo individual de força,
entre eles:
1- coordenação intermuscular - ação perfeita dos c - Força
músculos agonistas e antagonistas durante o É o que faz com que o sistema gire em torno do apoio.
movimento. A força se apresenta de duas formas:
2- composição das fibras musculares - nos músculos
que possuem maiores quantidades de fibras rápidas,
Força
a capacidade de produzir força é maior do que nos
músculos formados basicamente por fibras lentas. Potente Resistente

Potente - gerada (produzida) pelos músculos.


Resistente - produzida pela gravidade e/ou implementos.
2 - Fator biomecânico

Segundo Hall, o posicionamento da força aplicada, da


Sistema de Alavancas resistência e do fulcro determina a classificação da
alavanca. Partindo da combinação dos elementos força
Constituído por três componentes básicos:
potente, resistente e apoio, pode se chegar a três
possibilidades distintas no sistema de alavancas, a seguir:
Componentes Básicos do Sistema de Alavancas
Fulcro Alavanca Força Sistema de alavancas

Interfixa Inter-resistente Interpotente


Surge, nesse momento, a necessidade de se
incluírem mais dois elementos; são eles o braço de 3 - Fator psicológico
potência (Bp) e o braço de resistência (Br).

Motivação
Bp = distância compreendida entre o apoio e a força Um fator bastante influente na capacidade de um
potente;
indivíduo produzir tensão é a motivação. Vários autores
Br = distância compreendida entre o apoio e a força atestam essa afirmativa, entre eles Weineck (1991) e
resistente. Hollmann & Hettinger (1989).
Weineck, através de um gráfico, representa os níveis
Hall (1993) e Rasch (1991), ensinam que a eficácia de desempenho da capacidade força, a seguir:
mecânica de uma alavanca para mover uma resistência
pode ser entendida quantitativamente como a sua
vantagem mecânica (VM), que é a relação do tamanho
doBPeoBR.
VM = BP
BR

Em outras palavras, em toda situação onde o BP for


maior do que o BR, se estará numa situação de VM. Em
situação inversa (BP < BR), se estará em desvantagem
mecânica. Em última análise, a VM é diretamente Retirado de Weineck - Treinamento Ideal.
proporcional ao BP e inversamente proporcional ao BR.
Esse conceito implica em dizer que toda vez que se
Essa representação demonstra que a capacidade de
está em VM, o exercício está mecanicamente facilitado,
desempenho pode ser distribuída em níveis distintos, os
permitindo, a partir daí, a manipulação de pesos (não me
quais guardam íntima relação com o grau motivacional.
refiro à carga) maiores de que se estivesse em desvantagem
mecânica. Interpretando o gráfico acima citado, observa-se, que
via de regra, uma pessoa, ao treinar a 100% de sua força
máxima, está na realidade treinando a 60% do seu
potencial máximo pois, nesse patamar, situa-se o limiar
de mobilização. Esse limiar é o ponto máximo em que se
pode chegar sem a entrada na faixa das reservas
autonomamente protegidas. Capítulo 3
Em outras palavras, enquanto normalmente na prática
se utiliza a designação 100% da força máxima para uma
repetição, na teoria se está apenas empregando 60% da
capacidade máxima. Os teóricos 40%restantes são uma
espécie de força reserva, só utilizados em situações de Tipos de Contrario Muscular

I
perigo extremo ou através de hipnose ou dopping, como
Esse capítulo tratará de:
demonstra claramente a figura.
• Importância da contração muscular e
Stoboy (1973) afirma que o limiar de mobilização pode
ser deslocado sob condições de motivação, através de • Tipos de contração muscular.
treinamento correspondente. Esse deslocamento, em fins
práticos, significa que o atleta terá sua capacidade de
produzir força aumentada. Faz-se necessário, nesse momento, recorrer à fisiologia
do exercício, a fim de que seja entendida a importância
Outros fatores são citados, na literatura especializada, da contração muscular e seus tipos.
como capazes de influenciar a produção de tensão, a
' seguir: A contração muscular é o ponto de partida para que se
tenha um correto entendimento no que concerne aos
Fadiga - gera diminuição na sensibilidade das regimes de força e às suas manifestações.
descargas elétricas, responsáveis pelacontração muscular.
Fox et alli (1989), dividem a contração muscular em
Idade e sexo - a influência da faixa etária e do sexo quatro tipos básicos, a saber: isotônica, isométrica,
será descrita mais adiante. excêntrica e isocinética.
Período do dia - Hollman e Hettinger apontam que o Dentro da proposta de se procurar simplificar ao
desempenho humano é regido por oscilações dentro dos máximo o entendimento, ou melhor dizendo, tornar o tema
distintos períodos do dia. Sendo que, segundo os mesmos o mais didático possível,facilitando, enfim a compreensão,
autores, a manhã e o final da tarde são os mais favoráveis. serão utilizados como classificação apenas dois tipos
Descontração Diferencial - importante no tocante a básicos (isotônica, isométrica). Desta forma a contração
conceder um menor desgaste energético. Sobre o assunto, excêntrica será incluída no grupo isotônico, isto é, sendo
Tubino (1984) ensina que a descontração diferencial é a abordada como uma fase da contração isotônica. A
qualidade física que permite a descontração dos grupos isocinética na realidade é um tipo diferenciado da
musculares que não são necessários à execução de um contração isotônica, sendo determinada pela resistência
ato motor específico. isocinética, assim sendo, será abordada mais adiante no
capítulo referente aos tipos de resistência.
Contração isotônica - Ocorre quando há modificação Outra aplicabilidade de fase excêntrica diz respeito ao
do comprimento muscular. Nesse tipo de contração, treinamento de músculos que, em virtude de lesão, devem
incluem-se duas fases: concêntrica (positiva) e a "ganhar força" mas ao mesmo tempo não devem ser
excêntrica (negativa). Na primeira, o músculo se encurta encurtados. Um exemplo prático claro desse fenómeno é
(concêntrica) durante a contração e na segunda, o músculo a recuperação de uma lesão no joelho causada pelo
se alonga (excêntrica) durante a contração. movimento de gaveta. Nesse caso, a restruturação do eixo
anatómico articular deve passar não só pelo aumento da
Todos os movimentos explosivos ocorrem graças à
força do quadríceps, através de contrações concêntricas,
contração isotônica concêntrica, portanto, é preciso que
mas também pelo treinamento excêntrico do jarrete, pois
se deixe claro que não existe nenhum gesto esportivo
a mesma, além de manter e/ou aumentar a força desse
explosivo que se utilize (exclusivamente) da contração
grupamento muscular (jarrete) não produz encurtamento.
isotônica excêntrica.
Contração Isométrica - Segundo Marcondes e
O treinamento somente da fase positiva do movimento
colaboradores (1993), nesse tipo de contração as
não leva ao aumento da flexibilidade, podendo até causar
extremidades dos músculos em atividade permanecem
diminuição.
fixas durante o esforço, sem ocorrerem variações
E durante a fase excêntrica que ocorre o maior significativas do comprimento muscular durante a
recrutamento de unidades motoras (Alter, 1999)- contração. Em outras palavras ela ocorre quando o
viabilização de picos de tensão muscular acima da força músculo se contrai sem alterar o seu comprimento, ou
dinâmica concêntrica e isométrica. Daí a utilização dessa seja, sem alteração do ângulo articular. Kisner, Weineck
contração em alguns programas que visam ao aumento e Spring indicam que a contração isométrica gera maior
da força. tensão que a isotônica concêntrica e menor que a
excêntrica máxima.
O treinamento negativo (excêntrico puro) estimula a
hipertrofia muscular. Por não produzir movimento, a contração isométrica é
O treinamento puramente excêntrico é um método de muito utilizada na reabilitação, principalmente em casos
alta intensidade e requer um nível de treinamento maior e onde a articulação esteja imobilizada; sendo que nesse
também um período de recuperação maior, quando caso a isometria é utilizada com o objetivo de fazer com
comparado ao concêntrico puro. que o músculo tenha uma menor perda na capacidade de
recrutar unidades motoras.
Segundo Kisner & Colby (1992) é por essa razão(maior
recrutamento de unidades motoras) que a contração
isotônica excêntrica pode e deve ser utilizada em casos Contração Auxotônica
iniciais de reabilitação da força muscular, com a inclusão
progressiva de exercícios concêntricos, à medida que a Isotônica Isométrica
força vai aumentando.
"A contração auxotônica é a combinação de contração
isométrica e isotônica. A contração auxotônica é o tipo Capítulo 4
mais frequente nos esportes."
Weineck, 1999.

Regimes e Manifestações de Força

Nesse momento, para efeitos didáticos, serão descritos,


em linhas gerais, os regimes da força. A força pode se
apresentar de diversas formas, a seguir:
1 - Força estática - identificada em situações onde a
força produzida é igual à resistência, assim sendo,
sua característica principal é a não-produção de
movimento. Esse tipo de força é visto, por exemplo,
no arco e flecha.
2 - Força dinâmica - condição em que há produção
de movimento, ou seja, a força produzida é maior do
que a resistência.

Regime de Força Tipo de contrição muscular


Dinâmico Isotônica
Estático Isométrica

A partir desses dois regimes, uma infinidade de


manifestações de força pode ser identificada, como será
visto mais adiante.

-
Existem apenas duas possibilidades de regimes de força Regime Dinâmico
que dão origem às diferentes manifestações da força, como
mostra o quadro a seguir: Manifestações Dinâmicas:
• Força Pura
Regime Manifestação Regime Dinâmico • Força Dinâmica
Dinâmico Força Pura,ForçaDinâmica, • Força Explosiva
ForçaExplosiva e Força de Resistência • Força de Resistência
Estático Força Isométrica
Como foi mostrado no quadro anterior, o regime
dinâmico se subdivide em várias manifestações, a seguir:
O regime dinâmico difere do estático, pois existe
quando há produção de movimento. /- Força Pura;
2- Força Dinâmica;
Manifestações da Forca 3- Força Explosiva e
Basicamente podem-se dividir as manifestações da 4- Força de Resistência.
força em dois blocos. Esses blocos estão relacionados com
o tipo de regime utilizado, por conseguinte, tem-se um 1-Força Pura
primeiro bloco relacionado com o regime dinâmico e um
Segundo Hegedus, citado por Bittencourt, a força pura
segundo, ligado ao regime estático.
é a máxima tensão muscular que um indivíduo pode
desenvolver contra uma máxima oposição.
Regime Dinâmico Manifestação Dinâmica
de Força Essa capacidade é observada em desportos acíclicos
de Força
com solicitação dinâmica máxima. Podem-se citar como
exemplos os levantamentos básico e olímpico, queda de
Regime Estático Manifestação Estática
braço etc.
de Força de Força
A força pura também desempenha um importante papel
na hierarquia do desenvolvimento da força explosiva. Esse
fato se justifica em função da grande velocidade com que
são transmitidos os impulsos elétricos. Essa condição é
imprescindível ao atleta que necessite da força explosiva,
pois, para que se tenha uma performance otimizada dentro
da mesma (força explosiva), é necessário, além da fibra 2- Força Dinâmica
muscular estar apta a se contrair rapidamente, que os
estímulos cheguem também rapidamente à junção E a manifestação que produz o maior ganho em
mioneural. hipertrofia muscular e por esse motivo é muito utilizada
por pessoas de academia que querem hipertrofiar - dentro
Essa capacidade física é utilizada também em esportes desse grupo se incluem aquelas, principalmente mulheres
onde seja necessário que o nível de força aumente, sem que desejam enrijecer.
que haja aumento do peso corporal (exemplo: salto em
altura). Em função do maior poder "hipertrófico", essa força
dinâmica aumenta como adaptação ao metabolismo basal,
O aumento de força, advindo do treinamento da força o que por aumentar o gasto calórico em repouso, contribui
pura, ocorre principalmente devido à melhora da para que ocorra uma modificação no percentual de
coordenação intra e intermuscular (o trabalho torna-se gordura, no sentido da sua diminuição.
mais económico).
Não constitui novidade que a força dinâmica também
é pré requisito para o treinamento da explosiva.
Coordenação O aumento da força, advindo do seu treinamento, deve-
Intermuscular Intramuscular se basicamente ao aumento do corte transverso do(s)
músculo(s) treinado(s), e por esse motivo observa-se que
o ganho de força adquirido num trabalho de força dinâmica
"O Sistema Nervoso Central (SNC) é de suprema tem efeito mais demorado (necessidade de hipertrofia) e
importância quando da realização e desenvolvimento da duradouro, quando comparado ao aumento derivado do
força muscular. A força muscular não é determinada treinamento da força pura, que ocorre mais rapidamente
somente pela quantidade de massa muscular envolvida, e tem efeito menos duradouro pois, nesse caso, o aumento
mas também, pela magnitude de ativação voluntária em da força é basicamente creditado à melhora da
um músculo (coordenação intramuscular). coordenação.
A capacidade de exercer força máxima é um ato de
habilidade no qual vários músculos precisam ser ativados 3- Força Explosiva
adequadamente. Essa ativação coordenada de vários Segundo Tubino (1984), a força explosiva é um tipo
grupos musculares é denominada coordenação de força que pode ser explicada pela capacidade de exercer
intermuscular." o máximo de energia num ato explosivo.
Zatsiorsky, 1999. Essa capacidade aparece com frequência em esportes
como o futebol, o vôlei, o salto em altura, boxe etc.
Segundo Filho, o treinamento da força explosiva deve
proporcionar ao atleta a realização de movimentos velozes
e com o máximo de sobrecarga, sem a perda da eficiência
e da velocidade. Segundo Dantas (1994), talvez sejam a força explosiva,
juntamente com a resistência aeróbia e /ou anaeróbia, as
Um fato importante a ser comentado é o de que não
qualidades físicas mais importantes para a prática
existe nenhum gesto desportivo exclusivamente
desportiva. O mesmo autor ainda divide o trabalho
excêntrico e que por esse motivo, nos treinos em que sejam
pliométrico em três etapas distintas, a seguir:
utilizados pesos livres como resistência constitui
incoerência a realização de movimentos rápidos, também a - Etapa de Amortização - nela ocorre uma contração
na fase excêntrica. Esse procedimento expõe o atleta à excêntrica.
lesão sem o mínimo de necessidade, pois o treinamento b - Etapa de Estabilização - É uma fase em que ocorre
utilizando as contrações rápidas na fase excêntrica da rápida isometria. A estimulação do fuso muscular
contração não se encaixa no princípio da especificidade. também pode ser notada. O fuso muscular, uma vem
Trocando em miúdos, pelo princípio da especificidade o estimulado, provoca um reflexo de contração (reflexo
treinador deve utilizar, somente na contração concêntrica, miotático). Segundo Verkhoshanski (1996), esta é a
movimentos com o máximo de velocidade, sendo que na fase de transição entre o trabalho excêntrico e o
excêntrica a velocidade deve diminuir, para que então, na concêntrico, e ocorre muito rapidamente.
fase positiva (concêntrica), se aumente novamente a
velocidade ao máximo e assim por diante. c - Etapa de Suplementação - Contrações musculares
involuntárias geradas pelo reflexo miotático
A pliometria, em princípio muito utilizada em países (estimular as fibras involuntárias é uma das vantagens
do antigo bloco socialista (segundo Mundo), vem sendo do método) se somam às voluntárias produzindo
utilizada por muitos atletas de repercussão mundial com então uma força concêntrica de impulso muito maior
o objetivo de aprimoramento da força explosiva. Pelo (recrutamento máximo de fibras musculares).
princípio da especificidade o trabalho pliométrico supera Fonte: Dantas - A prática da Preparação Física, 1995.
o convencional, pois nele, simula-se todo o envolvimento
de estiramento-contração, o que não acontece com tanta
transparência no treino convencional. A reprodução do gesto desportivo e da fonte energética
é o ponto fundamental para que se escolha qual e como
Segundo Zakharov (1992), os exercícios pliométricos se utiliza o exercício pliométrico, porém uma vez convém
só devem ser utilizados em atletas praticantes de esportes lembrar do princípio da especificidade (refere-se não
que tenham solicitação explosiva e que tenham alto nível somente ao gesto, mas também à fonte energética).
de preparação de força.
A altura dos saltos, em geral, varia de 0,5 até 0, 75 m,
A preparação prévia do aparelho locomotor passivo podendo atingir, em casos de exceção, até l , l m
(ossos, tendões e ligamentos) é pré-requisito para a (Zakharov).
aplicação de exercícios pliométricos.
4- Força de Resistência A endurance é característica de esportes de longuíssima
duração, como por exemplo, a maratona.
O seu treinamento provoca uma série de adaptações
fisiológicas que a colocam como uma manifestação muito A RML geralmente é utilizada na fase básica de uma
utilizada como pré-requisito para o desenvolvimento de periodização como pré - requisito de outros tipos de força.
outros tipos de força. Alguns dos efeitos do treinamento
da força de resistência são: Repetições Adaptações Tipos de Grau de
a - Aumento da capilarização - ocorre devido à Fisiológicas Fibra Hipertrofia
utilização de capilares até então não-funcionais.
b - Aumento da irrigação sanguínea. 1-5 > síntese de

c - Hipertrofia das proteínas sarcoplasmáticas. PTN Contrátil Ilb

d- Melhora da ação enzimática.


6-12 > síntese de
Pelas adaptações acima citadas o treinamento da
resistência de força visa principalmente desenvolver a PTN Contrátil
função oxidativa das fibras musculares. + Ha - Ilb
Como escreve Filho, a força de resistência pode se Hipertrofia
apresentar de duas maneiras, dependendo da intensidade Sarcoplasmática
com que for treinada, a seguir:
- Endurance 12 - 20 Hipertrofia
- Resistência Muscular Localizada(RML) Sarcoplasmática

+ IIc

Força de Resistência > síntese de


PTN Contrátil
RML Endurance

>20 Hipertrofia
A primeira (Endurance), como será visto no quadro
Sarcoplasmática Ib
adiante, é treinada com uma intensidade menor e
obedecendo ao princípio da interdependência volume-
intensidade, com um volume maior do que a Adaptado de Haltfield (1984), citado por Cossenza (1992).

segunda(RML).
Modalidade N°de Velocid. de N° de séries Recupera- 1- Força Isométrica
da Força repetições movimento por treino ção/Horas
O treinamento isométrico(não há produção de
Pura 2a5 Lenta 3-8 20-24 movimento articular) é utilizado em situações que vão
36-48
desde a reabilitação até o alto nível desportivo.
Dinâmica 6 a 12 Média 3-5
Lenta Relacionada ao treinamento desportivo, a força
Explosiva 6 a 10 Máxima 4-6 18-24 isométrica pode ser utilizada sob várias possibilidades,
3-5 48-72 dentre elas:
RML 15 a 30 Média
Endurance acima de Média 4-6 48-72 a - Treinar determinados ângulos do arco articular -
de 30 a Rápida em função da influência do sistema biomecânico(ângulo
de vantagem mecânica), alguns ângulos do percurso
Quadro da Intensidade de Treino da Modalidades de Força. Adaptado de articular acabam por necessitar de aumento especial de
N. Musculação Aplicada à Ginástica Localizada. força. Esse fenómeno ocorre em todos os desportos onde
a resistência não é isocinética.
b - Facilitação da memorização de um ângulo
Regime Estático articular relacionado a algum gesto desportivo.
O regime estático dá origem à manifestação estática.
Deve-se, portanto, não confundir com contração
Hollmann e Hettinger (1989) afirmam que a aplicação
isométrica. Assim sendo, apesar da manifestação
de carga em torno de 20 a 30% da força máxima estática
isométrica se utilizar de contração isométrica e serem, não leva a nenhum aumento da força nos ângulos
por isso, intimamente relacionadas, não se deve confundir articulares treinados, pois esta carga coincide com o nível
uma e outra. de solicitação diário. Esse dado é válido apenas para
pessoas que não estejam incapacitadas de movimentarem
Contração Regime Manifestação plenamente a sua articulação.

Isométrica Estático Isométrica Segundo Spring et alli (1995), o treinamento isométrico


é capaz de melhorar tanto a força máxima como a
resistência, dependendo da fração da força máxima e do
tempo como mostra o quadro a seguir:
Aplicações Repetições/ Solicitação
Método de
treinamento Duração (intens. %) Capítulo 5
de força
Força
Máxima

Coordenação
intramuscular 3-5 seg. 90-100
Adaptações Fisiológicas decorrentes do
Estático Treinamento de Forca
Superfície do
6-10 seg. 70-90
corte muscular Nesse capítulo serão abordados os seguintes pontos:
• Influência do treinamento no aumento do volume
Resistência 30-120 seg. 30-50
muscular;
• Influência do treinamento na densidade óssea;
Durante o treinamento isométrico, há um aumento da
• Influência do treinamento nos tendões e ligamentos e
pressão arterial. Esse fato decorre da utilização da
contração isométrica, que comprime as arteríolas, • Aumento da rede capilar.
dificultando o retorno venoso. O aumento da pressão
arterial ocorre principalmente no componente diastólico;
por esse motivo, é contra-indicado para hipertensos. "Adaptações biológicas apresentam-se como
mudanças funcionais e estruturais em quase todos os
sistemas."
Weineck, 1991.

O treinamento de força pressupõe sobrecarga. Pode-


se entender como sobrecarga um estímulo maior que o
decorrente do dia-a-dia.
0 organismo, após receber os estímulos do
treinamento, entra numa fase de restauração. Esta fase,
didaticamente, tem dois objetivos básicos, a saber:
1 - Restaurar os danos, advindo-os do catabolismo,
derivados do treino;
2 - Ampliar o nível de condicionamento pré-treino, água dentro da fibra muscular são alguns dos fenómenos
tornando-se mais apto a receber novos estímulos. que caracterizam a hipertrofia de um músculo.
A fase dois é a responsável pelas adaptações E importante ressaltar que a hipertrofia ocorre dentro
fisiológicas orgânicas. São essas adaptações funcionais e de cada fibra muscular treinada. O aumento significativo
morfológicas que podem ou não justificar a aplicação do do tamanho de um determinado músculo é resultado do
treinamento de força. que ocorre dentro das fibras musculares que o compõem.
Esse mecanismo acima citado recebe o nome de Todas as fibras musculares têm capacidade hipertrófica,
supercompensação, sendo ele o responsável pela independente do tipo básico à qual pertençam (I ou II).
adaptação biopositiva ao treinamento.
E fato científico que as fibras tipo II possuem uma
Modificações no tamanho do corte muscular, na rede maior capacidade de hipertrofiar do que as fibras tipo I.
capilar e na densidade óssea são alguns dos exemplos do
Ainda, segundo a literatura existente, a hipertrofia
que pode ocorrer no organismo como adaptação induzida
(aumento do volume da fibra muscular em resposta ao
pelo treinamento. treinamento) pode ocorrer quase que de uma forma seletiva,
Segundo autores como Zakharov (1992), Soares & dependendo da manifestação da força treinada, ou seja, em
Appell (1990), Weineck (1991), Fox (1991) e Guyton função da intensidade do estímulo de treinamento, podem-
(1992), em função de estímulos de treinamento adequados se enfocar mais um ou outro tipo ou subtipo de fibra. Essa
pode ocorrer, como adaptação fisiológica, o aumento do possibilidade define uma distinção entre os dois tipos
volume muscular. diferentes de hipertrofia muscular. São eles:

Aumento do Volume Muscular 1 - Sarcoplásmática - a hipertrofia ocorre por um


aumento da porção sarcoplásmática do músculo
Hipertrofia Muscular Hiperplasia Muscular - (mitocôndrias, água, glicogênio etc). Glicogênio e água
ainda não é uma verdade são os componentes que mais contribuem para o aumento
científica. do volume, dentre os componentes não-contráteis do
músculo. Esse feito ocorre nos dois tipos de fibra
muscular. Segundo Zakharov, o efeito desse tipo de
A hipertrofia muscular é o aumento na seção transversa
hipertrofia pouco influi sobre os níveis de força máxima,
das fibras musculares, sendo que ela é a única explicação melhor adquirida em treinamento de força de resistência
científica que se tem, até hoje, para o aumento do tamanho
de um músculo. 2- Proteínas contrateis - relacionam-se ao aumento
do número e do volume das miofibrilas (actina e miosina).
Aumento nos estoques de glicogênio, aumento do
Essas são as estruturas que mais contribuem para o
número e tamanho das miofibrilas, maior quantidade de
aumento do volume do músculo, levando a um
significativo aumento da força máxima. Ocorrem gasto calórico, sendo, portanto, também favorável à
principalmente no treinamento de força dinâmica. Vale manutenção de um baixo percentual de gordura.
destacar que esse tipo de hipertrofia ocorre em ambos os
O tema hiperplasia (aumento do número de fibras
tipos de fibra muscular.
musculares) muscular ainda é controvertido no tocante à
sua existência em seres humanos e à sua contribuição
Hipertrofia prática para a performance.

Sarcoplasmática Proteínas Contrateis A seguir, serão citados trechos que tratam da


hiperplasia, escritos por alguns autores:

É importante ressaltar que, i n d e p e n d e n t e da


modalidade de força treinada, ocorrem os dois tipos de "A questão do aumento do número das células
hipertrofia (sarcoplasmática e proteínas contrateis), sendo (hiperplasia) das fibras musculares não foi esclarecida
que, na realidade, acontece uma predominância, até agora, ainda que Goldberg et ai. (1975,190) tenham
dependendo da modalidade treinada (Zakharov, 1992). podido constatar no caso, quando era atingido um
diâmetro crítico da miofibrila, uma cisão longitudinal da
O ganho em hipertrofia muscular é uma resposta básica célula muscular."
ao treinamento de força, ocorrendo de forma mais
significativa em homens do que em mulheres. Weineck, 1989.

"A hipertrofia das fibras lentas leva ao acréscimo da "Em resumo, poderemos dizer, tal como refere Tesch
força isométrica e da resistência de força, ao passo que (1987), que o treino sistemático, fundamentalmente o
a hipertrofia das fibras rápidas se traduz na elevação treino de força, pode induzir hiperplasia, sendo, no
das capacidades de velocidade e de força. " entanto, a hipertrofia primeiramente determinada pelo
aumento volumétrico e não numérico, das fibras
Zakharov musculares."
Soares e Appel, 1990.
Fox (1991), relata que o aumento da densidade capilar
por fibra muscular é um dos aspectos que contribui para
a hipertrofia muscular. "...embora a divisão de fibras tenha sido mostrada
em vários animais diferentes(ratos e gatos), sua
Como vinha sendo abordado anteriormente, o ocorrência ainda não foi demonstrada em seres
treinamento de força tende à hipertrofia muscular. Esta humanos...".
(hipertrofia muscular), em efeito-cascata acelera o
metabolismo basal, que, em consequência, aumenta o Fox, 1991.
"Os estudos em corte transversal de fisiculturistas com "As fibras musculares de fisioculturistas embora
circunferências dos membros e massa muscular apresentem um alto nível de hipertrofia muscular, não
relativamente grandes não conseguiram evidenciar se apresentam uma área de secção transversal muito maior
esses atletas possuíam uma hipertrofia significativa das do que a de uma pessoa normal; por esta razão, conclui-
fibras musculares individuais. Isso certamente deixa em se que deveria haver uma hipertrofia associada à
aberto a possibilidade da hiperplasia ocorrer em seres hiperplasia."
humanos." Weineck, 1991.
McArdle, Katch e Katch, 1991.

"Investigações recentes demonstraram que ambas, a


"Sob condições muito raras de geração de força hiperplasia e hipertrofia, contribuem para o
muscular extrema, já foi observado aumento do número desenvolvimento do tamanho do músculo. No entanto, a
de fibras musculares, mas apenas de uns poucos contribuição da hiperplasia é muito pequena e pode ser
percentuais, além da hipertrofia das fibras. " desconsiderada para os objetivos práticos do treinamento
de força."
Guyton, 1992.
Zatsiorsky, 1999.

" O potencial para a criação de fibras adicionais a


partir de fibras intermediárias ou células satélites no Como se vê, a existência da hiperplasia (em seres
músculo humano é ainda objeto de debate. " humanos) e o seu benefício prático ainda não é uma
verdade científica, permanecendo assim como uma
ACSM, 1994.
hipótese.
Segundo Hollmann e Hettinger, o treinamento de
"Um estudo em gatos indicou que, para a hiperplasia força(alta intensidade) leva a um aumento de 20 a 75%
ocorrer, a intensidade do exercício deve ser suficiente para das reservas de fosfocreatina.
recrutar fibras musculares de contração rápida (tipo II).
Em relação à atrofia por imobilização, Soares & Appell
É possível que apenas o treinamento de força de alta
mostram que as fibras musculares tipo I são as que mais
intensidade possa causar hiperplasia e que as fibras
se hipotrofiam, durante um período de imobilização, em
musculares do tipo II possam ser o alvo deste tipo de
indivíduos sedentários. Os próprios autores explicam esse
adaptação."
fenómeno pelo fato das fibras tipo I estarem sujeitas à
Fleck e Kraemer, 1999. motricidade cotidiana, e as fibras tipo II apenas serem
recrutadas com intensidade de carga elevada; assim, a
imobilização apresenta uma agressão mais forte às fibras
normalmente ativas à qual reagem de maneira mais "Os ossos de pessoas fisicamente ativas são mais
sensível. densos e, portanto, mais mineralizados do que o de
A hipertrofia óssea pode ocorrer como uma adaptação pessoas sedentárias da mesma idade e sexo ".
fisiológica derivada do treinamento de força, bem como Hall, 1993.
do aumento da resistência de tendões e ligamentos.
As estruturas acima citadas (ossos, tendões e
Segundo o mesmo autor parece que quanto maior a
ligamentos) fazem parte do aparelho locomotor passivo
força ou a carga habitualmente encontrada, maior a
e também se adaptam de maneira biopositiva aos
mineralização óssea. Num estudo realizado em sessenta
estímulos do treinamento.
e quatro atletas de diferentes esportes, foi medida a
densidade do osso. Os fémures com maior densidade
"Embora se admita agora que os tecidos densos e foram os de levantadores de peso.
fibrosos que compõem os tendões e ligamentos respondem A densidade óssea sofre influência também de sexo e
às mudanças metabólicas e são adaptáveis, nenhuma raça, sendo que os ossos dos homens são mais densos
pesquisa examinou os efeitos de exercícios pesados de que os das mulheres e os dos negros têm densidade
força sobre essas estruturas. " superior aos ossos dos indivíduos brancos.
Fleck e Kraemer, 1999. Segundo Hollmann & Hettinger, a força máxima pode
ser aumentada em até mais ou menos 40%, dependendo
obviamente do nível de condicionamento inicial.
Antes da maturidade, o crescimento do osso em
diâmetro (crescimento circunferencial) ocorre mais
rapidamente, mas pode continuar durante a vida toda.
"O fato de que os ossos são um tecido significa que
eles podem hipertrofiar em resposta ao exercício mas
também são vulneráveis e podem ser lesados por um
treinamento excessivamente intenso ou esforço repetido,
especialmente em atletas imaturos. "
Hasch, 1991.
Capítulo 6

Treinamento de Forca e Idade


/
Nesse capítulo serão abordados os seguintes temas:
• Fatores relacionados ao treinamento de força
durante a infância;
• Fatores relacionados ao treinamento de força
durante as fases da adolescência e
• Fatores relacionados ao treinamento de força para
a 3a idade.

O treinamento da força, quando relacionado às


diferentes faixas etárias da vida, ainda é cercado de alguns
tabus. Um exemplo clássico desse tipo de tabu é o de que
a criança que pratica musculação não crescerá.
Com o objetivo de facilitar a compreensão desse tópico,
o mesmo será dividido em duas partes: uma, onde serão
abordadas a infância e a adolescência e outra, na qual o
enfoque será dado ao grupo da terceira idade.

Infância e adolescência
"O crescimento é a somatória de fenómenos celulares,
bioquímicos, biofísicos e morfogenéticos, cuja integração
é feita segundo um plano predeterminado pela
hereditariedade e modificado pelo ambiente. O
crescimento humano tem 4 fases distintas: Fase]-
Crescimento Intrauterino(da concepção ao nascimento); apresentando, em linhas gerais, um maior nível de força
Fase 2- Primeira Infância, do nascimento aos 2 anos de muscular.
idade; Fase 3- Segunda Infância, dos 2 anos até os 10
Spring et alli (1995) acrescentam que as crianças não
anos aproximadamente; e Fase-4 Adolescência, dos 10
raramente apresentam vícios de postura relacionados ao
aos 20 anos de idade. "
desenvolvimento precário de diversos músculos do corpo.
Barbanti, 1994. O mesmo autor vai mais além, dizendo que a força pode
ser treinada em qualquer idade.

A infância é o período da vida que termina com o início A adolescência é um período intermediário do
desenvolvimento, uma vez que está compreendida entre
da fase pubertária.
a infância e a idade adulta, algo em torno de dez a vinte e
A infância, em função da pequena taxa de testosterona, um anos.
é uma fase desfavorável à hipertrofia muscular. Segundo
Fleck 1999, durante período pré-puberal parece não haver Período Fase
um aumento significativo no tocante à hipertrofia Infância Pré-puberdade
muscular. A colocação do autor citado está em íntima
Adolescência Puberdade e pós-puberdade
concordância com os baixos níveis de testosterona.
O aumento da força em crianças vem sendo creditado
É na adolescência que está contida a puberdade, a qual
à melhora da coordenação inter e intra muscular, portanto,
é um período que dura aproximadamente dois anos, onde
esportes que desenvolvam a coordenação são indicados.
o organismo sofre uma série de modificações, que estão
A musculação, ao contrário do que muitos dizem, nessa em íntima relação com o sistema endocrinológico
fase não é contra-indicada e sim, na verdade, talvez não (hormonal), dentre elas:
seja a mais indicada, devido à existência de outras
a- Aumento na produção de testosterona com
atividades que oferecem uma gama maior de experiências
consequente otimização do sistema anaeróbio, através de
motoras, podendo, desta maneira, quando corretamente
uma maior produção de importantes enzimas, que são
elaborada, ser praticada por crianças sem nenhum prejuízo altamente necessárias para o ótimo funcionamento desse
no tocante ao crescimento. sistema energético (anaeróbio).
Segundo Hollmann & Hettinger (1989), na infância
Enfim, antes do período pubertário, qualquer estímulo
existem pequenas diferenças entre meninos e meninas,
para a criança era eminentemente aeróbio.
essa condição dura até aproximadamente os dez anos de
vida(início da fase pubertária), quando, a partir desse b - Diferenciação das fibras musculares (lenta e rápida),
momento, ocorre uma distinção significativa nos níveis consequência, ainda, do aumento da testosterona. Segundo
de força entre os sexos, com o sexo masculino Farinatti (1995), nessa fase ocorre um significativo
aumento da quantidade de fibras musculares tipo Ilb. : Restauração Super Crescimento do nível pelo processo
:Compensa- de adaptação
c - Dismorfismo sexual (diferenciação entre os sexos), :cão
I

também consequente do aumento na produção de


testosterona. E durante a puberdade que os homens se Tempo
tornam realmente mais fortes que as mulheres. Em relação Crescimento do nível
pelo processo
aos aspectos diferenciais entre os sexos, é importante citar de adaptação
que a menarca (primeira menstruação, marco do início
pubertário em meninas) ocorre durante a puberdade. Tempo

Como se vê, é justamente com a puberdade, marcando


efetivamente a distinção entre os sexos, que começa a
ocorrer a diferenciação entre os resultados desportivos Tempo
entre homens e mulheres.
Com relação ao treinamento da força muscular na
adolescência, principalmente na puberdade, Weineck Fonte: Weineck - Manual de Treinamento Desportivo. Desenrolar hipotético
(1991), cita que a assimilação compensatória (adaptação dos processos de restauração e de adaptação do sistema muscular (a); do sistema
de ligação e sustentação(b) e depois de restauração incompleta.
ao treino) é muito mais rápida no aparelho locomotor ativo
(músculos) do que no passivo (ossos, tendões, articulações
e ligamentos). Em outras palavras, o aparelho locomotor Aparelho locomotor ativo - adaptação mais rápida
ativo (ALA) se adapta mais rapidamente ao treinamento ao esforço
do que o aparelho locomotor passivo (ALP).
Aparelho locomotor passivo - adaptação mais lenta
ao esforço

A afirmativa de Weineck é importante pois indica que


se deve tomar bastante cuidado com a prescrição da carga
de treinamento — entenda-se como carga de treinamento,
o somatório dentro do organismo, do peso, da recuperação,
da quantidade de exercícios, do número de repetições etc,
pois, apesar da musculatura (aparelho locomotor ativo)
em si já estar preparada para receber nova carga de
treinamento, o aparelho locomotor passivo pode não estar.
Período Fase Ganho de Força
Dessa maneira, na prática apesar, de o aluno já se sentir
capacitado para um aumento na intensidade de
Infância Pré-puberdade Melhora da
treinamento, é preciso que se respeite o tempo de coordenação
adaptação do ALP. Incrementos na intensidade de
treinamento para adolescentes na fase pubertária devem
Adolescência Puberdade Melhora da
ter como parâmetro básico a adaptação biopositiva do coordenação e
ALP. alguma hipertrofia
muscular.
O treinador que levar apenas em consideração a
adaptação biopositiva do ALA pode levar o aluno a ter
Pós-puberdade Melhor das três
uma lesão nas estruturas componentes do ALP. fases para
hipertrofia muscular
e melhora da
A sensibilidade dos tecidos é proporcional à sua coordenação.
velocidade de crescimento. Lei de Mark-Jansen.

Terminando a puberdade, o treinamento de força em


Lembre-se sempre de que a puberdade é uma fase de adolescentes (fase pós-pubertária) se tornará semelhante
crescimento intenso. ao dos adultos.
Outro ponto importante no tocante ao treinamento de Nesse período do desenvolvimento, o treinamento de
força para púberes é garantir um tempo otimizado de força é de grande valia, pois pode levar a uma série de
recuperação entre as sessões de treinamento. benefícios, como: estímulo ao crescimento ósseo tanto
É importante não esquecer que nessa fase, devido ao longitudinal(relacionado com a estatura) quanto em
espessura dos ossos, hipertrofia muscular e diminuição
crescimento intenso, uma grande quantidade de energia é
do risco de lesões nos outros esportes, enfre outros.
utilizada nesse processo (crescimento), dessa forma
"sobra" uma menor quantidade de nutrientes importantes
para o fenómeno de supercompensação da sessão de
treino.
Enfim, além de um tempo de recuperação um pouco
mais prolongado (depende e muito da intensidade do
treino), uma dieta adequada para as particularidades dessa
fase é imprescindível.
ocorre, por via direta, uma perda funcional de fibras
musculares, causando diminuição do trofismo e da força
1 0 0 % do potencial adulto
muscular.

"Paralelamente à diminuição constante da massa


muscular, ocorre uma redução progressiva da força
Forço muscular muscular na velhice."
1
Massa corporal magra

• Diferenciação teórico
Weineck, 1991.
do tipo de fibra

• Desenvolvimento do
sistema nervoso
Nascimento Puberdade
Teslosterona (homens)
Idade adulta
Em relação à diminuição da massa muscular um
indivíduo não-treinado perde até aos cinquenta anos 10%
Força primordialmente Consolidação Potencial da sua massa muscular, sendo que esse valor pode chegar
via padrões motores dos fatores de força
de força ótimo até a 50% aos oitenta anos de idade (Cossenza & Carvalho,
1997).
Retirado de Fleck - Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Modelo
teórico de fatores de desenvolvimento de força em homens.
"A atrofia muscular da idade avançada corre por
conta principalmente da perda de fibras musculares,
Terceira idade sendo em grau menor, devida à redução do tamanho das
fibras. A redução do número de fibras musculares diz
Com a degeneração progressiva do sistema
respeito aos dois tipos de fibras; a diminuição do tamanho
neuromuscular (perda de mielina, degeneração da junção
afeta principalmente as fibras do tipo II. "
mioneural, diminuição da massa muscular, via indireta
etc), ocorre uma diminuição dos níveis de força em ambos Spring, 1995.
os sexos.
A perda de mielina representa uma agressão direta às O declínio mais acentuado das fibras musculares tipo
fibras musculares tipo II. II é aceito por diversos autores (Fleck, Weineck, Nadeau,
A título ilustrativo, é válido citar que o quadríceps é o Spring, Pollock & Wilmore, Hollmann & Hettinger etc).
músculo que mais sofre com o envelhecimento, isto
Charette e colaboradores (1991), citados por Fleck,
porque, ele (quadríceps) apresenta a maior relação de observaram hipertrofia muscular nas fibras do tipo II de
fibras musculares por neurônio motor. Em outras palavras, idosos após treinamento de alta intensidade de doze
quando há uma degeneração de um neurônio motor, semanas.
Os dados citados acima sobre as fibras musculares tipo vida), por isso, não é possível a oferta de uma receita única,
II indicam que, ao se planejar um treinamento para essa ou seja, o que pode ser contra-indicado para a maioria,
fase da vida, se faz necessária, desde que possível, a pode não o ser num determinado caso (individualização).
inclusão de estratégias que visem estimular o treinamento Subir escadas, carregar bolsa de compras são esforços
dessas fibras musculares(TipoII). Essa afirmação encontra a que os idosos são submetidos com relativa frequência.
respaldo em estudo realizado por Fiatarone e Esses esforços têm a sua intensidade relacionada com o
colaboradores (1994), que demonstraram que o nível de aptidão de força. Dessa maneira, quanto mais
treinamento de força dinâmica, portanto de alta forte o idoso (não confundir com hipertrofia) menor será
intensidade, além de gerar um aumento na força é seguro a intensidade dos esforços diários para o organismo, e,
para esse grupo populacional. consequentemente, um menor esforço será imprimido para
Nadeau et alli (1985) aponta que, após o ápice da força a realização dessas tarefas.
alcançado entre vinte e trinta anos, dados esses também Acompanhando o envelhecimento, ocorre uma perda
confirmados por Spring et alli (1995), ocorre uma queda significativa de água (de aproximadamente 70% cai para
nos níveis de força, sendo que entre quarenta e cinquenta 40%). Um cuidado referente à escolha dos exercícios para
anos, a queda é de aproximadamente 10 a 20%. A partir idosos refere-se à aplicação de sobrecarga longitudinal
dos cinquenta anos a queda passa a ser mais severa. na coluna vertebral. Essa manobra evita compressões das
É importante frisar que com um treinamento adequado unidades cinéticas da coluna vertebral.
os níveis de queda, tanto relacionados à força quanto à Essa perda significativa de água corporal é responsável
quantidade de massa muscular, se reduzem bastante. pela diminuição do espaço interverteral (responsável pela
Em função do que foi citado anteriormente, fica claro diminuição da estatura) e favorece, dessa maneira,
pinçamentos nervosos, daí, o motivo de se aplicarem com
que o objetivo básico do treinamento de força em idosos
cuidado sobrecargas longitudinais.
deve ser o retardamento da involução dos níveis de força,
ou seja, evitar a diminuição da capacidade funcional A amplitude articular também diminui (Alter. 1999),
prevenindo o estágio de incapacidade funcional quando aumentando o risco de lesões em movimentos que
esse for motivado pela diminuição da força. solicitem grandes amplitudes articulares. Por esse motivo,
Fiatarone e colaboradores, citados por Sharkey (1998), deve-se utilizar toda a amplitude do movimento em
exercícios para idosos.
demonstraram ganhos de força em indivíduos com idade
superior a noventa anos num período de oito semanas de A osteoporose é o aumento anormal da porosidade do
treinamento. osso, com perda excessiva de minerais, e consequente
diminuição de sua resistência; em outras palavras, a
É de grande relevância ressaltar que o idoso pode
osteoporose é uma condição patológica de diminuição da
chegar a essa etapa de vida apresentando diferentes níveis
massa óssea e da resistência. As mulheres são mais
de saúde (dependendo da carga genética e de hábitos de
suscetíveis a essa doença do que os homens (relação 10:1). 2 - Secundária
A osteoporose tem uma evolução silenciosa. Não é Quando existe uma associação com outras doenças,
muito incomum o fato de em muitos casos a fratura ser o medicamentos e imobilização.
primeiro sinal da doença.
Um osso quebra somente por dois mecanismos:
Vértebras, fémur e ossos do punho são os locais onde
a - Força externa é maior que a resistência interna do
ocorre a maior incidência de fratura por osteoporose. Vale
osso. Ação traumática.
lembrar que a fratura osteoporódica é de difícil
consolidação. b - Diminuição da resistência interna do osso. Condição
patológica.
A osteoporose é classificada em dois grupos:

Fratura de um Osso
Osteoporose
Força externa é maior Diminuição da
Primária Secundária
que a resistência interna resistência interna
do osso do osso
1 - Primária
O fato de a osteoporose ter uma evolução silenciosa
Não tem associação com outras doenças. torna difícil dizer que uma idosa fraturou o colo do fémur
porque caiu, ou se caiu porque fraturou o colo do fémur.
Primária Pequenas fraturas, a coluna vertebral sair do eixo
Pósmenopausa Senil anatómico (desalinhamento) e contração da musculatura
paravertebral (organismo tenta "isolar" a região afetada)
são motivos que podem levar a pessoa com osteoporose
Ocorre na mulher após Ocorre no a sentir dores nas costas.
o encerramento do ciclo homem idoso
Sexo, hereditariedade, raça (brancos têm mais
menstrual osteoporose do que negros), inatividade física,
menopausa, medicamentos e dieta (vegetarianas têm mais
osteoporose) são fatores de risco para essa doença.
A prevenção é o principal método de tratamento da
doença. O treinamento de força adequado, além de ajudar Capítulo 7
a prevenção, deve fazer parte do tratamento da osteoporose
(estimula o aumento da densidade óssea*).
*Pesquisa realizada em tenistas indicou que os ossos do braço dominante de
tenistas apresentaram uma maior espessura do que os ossos do lado não-dominante.
A pesquisa mostrou ainda que o "osso ativo" apresentava um maior conteúdo de
minerais.
Treinamento de Forca e Diferenças entre Sexos
Nesse capítulo serão abordados os seguintes pontos:
1 - Diferença nos níveis de força entre os sexos e
2- Influência da testosterona na hipertrofia muscular.

No decorrer dos anos, o empirismo, que cerceava o


treinamento de força entre as mulheres, vem sendo posto
abaixo, em função de uma série de pesquisas científicas
publicadas associadas à mudança no conceito de belo,
uma vez que a estética feminina hoje prega como ideal a
mulher forte, ou seja, aquela que apresenta um baixo
percentual de gordura associado à hipertrofia muscular.
Esses fatores, associados ao maior envolvimento das
mulheres nos diferentes desportos, fez com que o
treinamento de força entre elas se tornasse mais utilizado
(popularização).
Como é de conhecimento comum, existe diferenciação
nos níveis de testosterona (hormônio anabólico) entre
homens e mulheres, sendo que os homens, a partir da
puberdade, apresentam uma taxa significativamente maior
desse hormônio, por conseguinte, uma maior tendência
anabólica. A essa condição inerente a cada sexo na
produção de testosterona é atribuída a maior facilidade
masculina de hipertrofiar.
A hipertrofia muscular é uma resposta básica ao Sexo Testosterona
treinamento de força, que ocorre de forma mais
Homens 5 a 10 mg
significativa em homens do que em mulheres.
Mulheres 0,1 mg
"A testosterona é o principal hormônio sexual
masculino, responsável por promover o crescimento e o Produção diária de testosterona. Adaptado de Cossenza, 1992

desenvolvimento dos órgãos reprodutores e das * Estudo realizado numa sessão de treinamento de força de três séries de oito
exercícios de dez repetições máximas, com um minuto de intervalo entre séries e
características sexuais secundárias." exercícios. Pesquisa realizada por Kraemer et ai., 1991; citada por Fleck.

Katch & McArdle, 1996.


"Deforma relativa(em relação à massa corporal), a
"Hormônio sexual masculino, o principal andrógeno parcela de musculatura na mulher não-treinada equivale
produzido pelos testículos sob a direção da secreção da a 35,8%, no homem não-treinado, a 41,8%(Tittel e
glândula pituitária do hormônio folículo-estimulante e Wutscherk 1979, 41). Deforma absoluta, a mulher dispõe
do hormônio luteinizante. É por causa desse processo de 23 Kg de massa muscular, contra 35 Kg dos homens. "
que os meninos desenvolvem as características sexuais Weineck, 1991.
secundárias dos homens. As mulheres também possuem
uma pequena quantia de testosterona em seus corpos,
que determina o padrão de desenvolvimento dos pêlos. " Valores parecidos aos citados por Weineck também
foram achados por Spring et alli (1995). Segundo esse
Barbanti.
autor, a massa muscular em homens não-treinados
corresponde a 42% da massa corporal, enquanto nas
mulheres corresponde a 36%.
O treinamento de em alta intensidade parece aumentar
os níveis em repouso da testosterona e também a Além do corte transverso da fibra muscular das
quantidade de seus sítios receptores ativos. Esse efeito mulheres ser em média 25% menor que Jos homens,
parece ocorrer em homens e mulheres. encontra-se também em mulheres o dobro do percentual
lipídico em suas fibras musculares. Weineck, 1999.
O nível de testosterona em mulheres, durante a sessão
de treinamento de força dinâmica*, parece aumentar, mas A força máxima, segundo Hollmann & Hettinger,
não de forma significativa. Esse efeito ocorre de maneira (1989) é alcançada aos 20 e aos 1 4 - 1 8 anos de vida em
diferente nos homens, pois nesses, foi encontrado um homens e mulheres, respectivamente. Nesse ponto
aumento significativo nos valores de testosterona. Astrand (1980), não faz distinção em relação à tríade força
máxima/sexo/idade, e afirma que a força máxima é
alcançada entre os 20 - 30 anos e que após essa idade há
um decréscimo gradual nos seus níveis.
Em relação à força absoluta, pesquisas citadas por
Hollmann, Hettinger, Weineck, Spring demostram que os
homens possuem um nível de força superior para o mesmo Capítulo 8
nível de condicionamento. No tocante ao que se refere à
força relativa, parece que a diferença entre os sexos
diminui.
Uma outra curiosidade de relativa importância é o fato
de os ossos femininos serem mais leves e frágeis, além Tipos de Resistência
de as articulações serem mais frágeis. Nesse capítulo serão abordados:
1- Tipos de resistência dos aparelhos e
2- Vantagens e desvantagens de cada tipo de resistência.

Existem vários tipos de implementos que se utilizam


de diferentes tipos de resistência e até de diferentes tipos
de contração muscular.
Aparelhos com resistência dinâmica variável(RDV),
resistência dinâmica invariável(RDI) e resistência
isocinética foram desenvolvidos com objetivos distintos.
Ao contrário do que muitos imaginam, esses implementos
não são melhores ou piores entre si, o que vale é o caso
em que vai ser utilizado um o outro. Em outras palavras,
a indicação é determinada pela aplicabilidade.

Resistência Dinâmica Invariável


Encontrada facilmente em qualquer academia.
Halteres, barra fixa, tornozeleira, módulo de exercício com
roldana sem variação no raio etc; são exemplos de
equipamentos de RDI.
Esses implementos têm como caraterística comum a
não-variação da resistência durante os diferentes ângulos
do percurso articular.
Esse tipo de resistência é a utilizada no cotidiano das
pessoas e também a mais solicitada nos diferentes "Os aparelhos de resistência variável
esportes, daí a sua grande utilização no treinamento de caracteristicamente utilizam diversos meios diferentes
alto nível de vários esportes. para alterar a vantagem mecânica da alavanca,
alterando, assim, a resistência imposta ao indivíduo ao
Por ser específica no dia-a-dia das pessoas, essa longo da escala de amplitude de movimento, mesmo que
resistência, via de regra, é utilizada por pessoas que visam o peso empilhado se mantenha constante. "
treinar força, objetivando o ganho de qualidade de vida
(princípio da especificidade). Pollock e Wilmore, 1993.
Futebol, boxe, basquete, vôlei, ténis, corrida de cem
metros, salto com barreira, fisiculturismo, levantamentos
básico e olímpico, ginástica olímpica (argola, barra fixa,
salto sobre o cavalo, entre outros) etc. são esportes em
que a especificidade dos gestos está dentro da RDI.
A diferença entre os módulos RDI e os halteres e
caneleiras se deve ao fato de que as roladanas, os cabos e
as hastes oferecem um maior equilíbrio ao executante em
relação aos halteres e tornozeleiras.
Halteres e tornozeleiras, por oferecerem um menor
equilíbrio durante a realização dos movimentos, acabam
por solicitar mais das musculaturas estabilizadoras, o que
sem dúvida aproxima mais estes implementos da realidade
dos esportes e também do dia a dia.
Fonte: Bittencourt - Musculação: Teoria e Prática.

Resistência Dinâmica Variável


Segundo a teoria, os aparelhos de RDV variam a "Devido às variações no comprimento dos membros,
resistência durante os diferentes ângulos do arco articular no ponto de inserção dos tendões musculares nos ossos e
(adaptação à diferenciação mecânica entre os diferentes no tamanho do corpo, é difícil imaginar um arranjo
pontos do mesmo exercício), fazendo com que a mecânico que se adapte às curvas de força de todos os
magnitude da força exercida pelo músculo seja a mesma indivíduos para um exercício específico. "
durante todo o percurso articular. Em outras palavras o Fleck, 1999.
músculo exerceria igual tensão durante o movimento.
Esse tipo de resistência, quando comparado à RDI,
Em outras palavras, deve-se ter o máximo de cuidado
apresenta como diferença o ganho de força igual em todos com a especificidade do exercício e o tipo de resistência,
os arcos do movimento; assim sendo, o treinamento, bem como o movimento e a fonte energética devem ser
utilizando-se da RDV, pode trazer como benefício observados.
principal um ganho de força maior nos ângulos de
vantagem mecânica dos movimentos, utilizando a RDI.
Alguns Fatores para se levar em
É importante frisar que, ao se fazer uma rosca bíceps,
por exemplo, com uma barra longa (portanto, RDI), o peso Consideração na Escolha dos Exercícios
a ser utilizado é determinado pelo ângulo de desvantagem
Movimento
mecânica (subestimado), ou seja, treina-se bem esse
ângulo e mal os outros, onde, pela relação de vantagem Fonte energética
mecânica seria possível uma utilização de peso superior Tipo de Resistência
ao ângulo de desvantagem mecânica.
A utilização de métodos parciais (método que se utiliza
de arcos articulares incompletos) em RDI, visa estimular Movimento - os diferentes esportes apresentam
a fibra muscular nos ângulos de vantagem mecânica, e padrões motores (movimentos) distintos, que, por serem
assim criar uma melhor adaptação fisiológica nesses graus diferentes, apresentam uma necessidade também
do percurso de um determinado movimento (pouco diferenciada de treinamento, pois a musculatura e o ângulo
articular variam de esporte para esporte. Ninguém pode
treinados, quando comparados aos ângulos de vantagem
imaginar que os exercícios especiais utilizados num
mecânica, pois esses limitam a aplicação de peso).
treinamento para o futebol, possa ser igual a outro visando
Outro lembrete importante é que, apesar da resistência o handebol.
ser constante durante todo o arco articular, convém não
confundir a RDV com aparelhos isocinéticos, pois entre Fonte energética - Esse quesito é muito importante
ambos existem caraterísticas distintas. também, pois pelo princípio da especificidade, apesar de
ser feita a análise correta do movimento , é necessário
também que se determine com perfeição a fonte energética
"Segundo a opinião dos principais especialistas, a para a realização desse movimento, do contrário, todo
transferência das capacidades de força adquiridas nos treinamento vai por água abaixo. Por exemplo:
exercícios de treinamento para os exercícios competitivos Numa corrida de cem metros e numa maratona,
constitui o principal problema metódico da preparação basicamente o movimento é o mesmo - correr -, sendo
moderna de força dos desportistas. " que a fonte de energia é completamente diferenciada.
Zakharov.
Resistência Isocinética aceleração (por estar dentro da água), tão necessária à
execução otimizada do direto.
A aplicação da resistência isocinética gera uma
contração isotônica diferenciada chamada contração Durante a contração isocinética, ao se utilizar de uma
isocinética. A contração isocinética tem como velocidade constante, a resistência é igual nos diferentes
característica a velocidade constante com o músculo, ângulos articulares, possibilitando assim, um
produzindo tensão igual em todos os ângulos articulares desenvolvimento muscular uniforme em todos os ângulos
do movimento (otimização da carga sobre o músculo) do movimento.
assinalando essa, assim, a diferença entre a contração O conceito de velocidade constante para a aplicação
isocinética e a isotônica. Em outras palavras, não existem da resistência constante é o diferencial entre a resistência
picos de tensão dentro de um determinado exercício a isocinética e a RDI.
velocidade constante.
Esses aparelhos possuem aplicabilidade em esportes,
Os exercícios isocinéticos apresentam uma relação em como, por exemplo, a natação e o nado sincronizado. Esses
proporção direta entre a velocidade do movimento e a esportes, por serem realizados dentro da água, apresentam
potência de contração, ou seja, quanto maior a velocidade, a resistência isocinética como característica.
maior a necessidade de produzir tensão.
Devido às suas caraterísticas é muito recomendada em
A característica acima citada indica que exercícios reabilitação.
isocinéticos não apresentam nenhuma especificidade para
os esportes terrestres, não se devendo imaginar a
possibilidade de um indivíduo treinar(na fase específica)
com resistência isocinética, para adquirir força explosiva.
A sua utilização em esportes terrestres com solicitação
explosiva não é recomendada devido, principalmente, à
sua característica de desaceleração (aumento da resistência
em função do aumento da velocidade - desaceleração).
Nesse caso, é pouco recomendável que um lutador de
boxe se utilize, na fase específica de seu treinamento, de
exercícios isocinéticos (característica de desaceleração do
movimento). Fica claro dessa forma que, embora se
reproduza com perfeição o movimento de um direto (soco)
dentro da água e se acerte também na fonte energética, o
treinamento estaria desajustado, pois o lutador
provavelmente acabaria por perder a característica de
Capítulo 9

Testes Mais Utilizados para Medir Força


Nesse capítulo serão abordados:
1- Alguns testes utilizados para medir a força e
2- Aplicabilidade de tais métodos.

Certos métodos para determinar a peso a ser utilizado


por um indivíduo durante um período de treinamento vêm
sendo utilizados. Alguns desses testes serão abordados
em linhas gerais nesse capítulo, assim como a sua real
aplicabilidade nos diferentes casos.

"É sempre importante lembrar que a mensuração da


força envolve um componente psicológico muito grande,
relacionado com a motivação. "
Marins & Bouzas.

Teste de Peso por Repetição(TPR)


Esse teste serve para indicar qual o maior peso que o
indivíduo pode utilizar para um determinado número de
repetições em que se deseja treinar.
A sequência utilizada para realizar esse teste é: 0 procedimento básico para a aplicação desse teste é:
1 - Determinar o número de repetições do 1 - Determinar o peso a ser utilizado na tentativa;
treinamento(não deve-se contar ao avaliado esse
2 - Orientar ao avaliado que o mesmo execute o
número); movimento dentro dos padrões mecânicos corretos
2 - Escolher, através do feeling, o peso para a para o mesmo;
testagem(caso seja a primeira);
3 - Avaliar a performance no teste:
3 - Orientar o aluno quanto à maneira correta de se
- não conseguiu realizar a repetição, o peso está
executar o exercício; "pesado"
4 - Pedir ao avaliado que execute o exercício, fazendo
- conseguiu realizar; peso leve, aumenta o peso e manda
o máximo de repetições possíveis;
realizar novamente(tempo necessário para restaurar
5 - Avaliar: a fonte energética utilizada - ATP-PC).
- se o avaliado realizou mais repetições que o número
fixado, o peso ficou leve.
Tempo de Recuperação do Sistema ATP-PC
- se o avaliado realizou menos repetições, o peso ficou
"pesado". 30 seg. 70%
- se o avaliado executou o número correto de 1 min. 80%
repetições, o peso para o treinamento é esse.
2 a 3 min. 90%
5 a 10 min. 100%
É importante lembrar que o teste só é válido se o
Fonte: Cossenza - Musculação Feminina, 1992.
indivíduo estiver com 100% de suas possibilidades
energéticas, então, nesse caso, apenas uma tentativa por
sessão é aceita; caso contrário, o mesmo deve refazer o Levar em consideração o máximo de três tentativas
teste dentro de um prazo mínimo, para restabelecimento para o mesmo grupamento muscular, dentro da mesma
da fonte energética utilizada. sessão de teste.
Como se sabe, em função do número de repetições,
Teste de Peso Máximo tem-se uma fonte energética X ou y. Assim, avaliar um
Esse teste tem a clara intenção de detectar o peso aluno no TPM e adaptar o peso encontrado a fim de que o
máximo a ser utilizado por um indivíduo, em uma mesmo treine com, por exemplo, vinte repetições, não é
repetição realizada em boa forma. um procedimento recomendável, pois se estaria testando
um indivíduo numa fonte energética para treinar em outra. Repetições Peso Forma de Execução

Modalidade de Força % da Força Máxima N° de repetições 4a6 Máximo Rápida com pausa
entre as repetições
Pura 85-95 2a5

Dinâmica 70-85 6 a 12
8al2 Máximo Moderada com
RML 40-60 15 a 30
pequenas pausas
entre as repetições
O raciocínio acima descrito sobre a grande margem de
erro na transformação, em termos matemáticos, em cima 15 a 25 Máximo Lenta com tensão
do teste de peso máximo, mostra que tabelas (acima) que contínua
se utilizam de percentuais em cima do peso de uma Fonte: Cossenza 1992, adaptado de Hatfield.
repetição máxima se mostram pouco adequadas. Exemplo
hipotético:
A validade desses testes depende muito do grau de
Um maratonista que tem uma especialização
motivação que o avaliado tem para ser testado.
metabólica diferente, ao realizar um teste de peso máximo,
terá quase que certamente o peso subestimado para um Outro ponto importante diz respeito ao grau de
treinamento, utilizando-se de vinte repetições a 60% do coordenação prévia do testado para qualquer um dos testes
peso máximo. mencionados. Assim, num indivíduo iniciante ou que
nunca realizou o exercício corre-se o risco de, em
Na realidade, via de regra, deve-se buscar sempre aproximadamente duas semanas após a melhora da
treinar com o máximo de peso possível para determinado coordenação (com o treinamento), o peso determinado
número de repetições. Esse procedimento é mostrado no pelo teste ficar leve.
quadro a seguir:
Testes que relacionam o peso à altura foram
desenvolvidos, mas esses testes também pecam pela não-
observância da individualidade biológica, bem como pelo
grau de coordenação intramuscular prévio.
O importante no tocante aos testes é o entendimento
de que todo método apresenta vantagens e desvantagens.
Cabe ao profissional optar, dentro de sua realidade, como
ele vai medir a força e observar a resposta de cada
indivíduo, na prática. A simples observação dos padrões
coordenativos dentro de cada série é uma atitude que pode
fornecer um bom feedback.
Outros métodos são utilizados com o objetivo básico 15-19 >42 36-41 32-35 27-31 0-26
de tentar indicar o nível de aptidão relacionada à força. 20-29 >36 31-35 25-30 21-24 0-20
Em geral, esses testes não servem para determinar peso 30-39 >29 24-28 20-23 15-19 0-14
de trabalho. Alguns desses testes serão citados de maneira
40-49 >25 20-24 15-19 7-14 0-6
geral, a seguir:
50-59 >19 22-18 5-11 3-4 0-2

1 - Teste de Flexão Abdominal 60-69 >16 12-15 4-11 2-3 0-1


Fonte: Pollock & Wilmore - Exercícios na Saúde e na Doença, 1993.
Constitui-se de um número de flexões abdominais
relacionadas num período de tempo determinado
(geralmente 60 segundos). Segundo Gomes e Filho, este Esse teste avalia a resistência muscular localizada do
teste utiliza-se de um grande grupo muscular para a sua abdómen e dos flexores do quadril. Os critérios para a
execução. Esse teste é muito popular, ou seja, bastante execução do teste são:
utilizado.
a - Plantas dos pés no chão;
Pollock apresenta uma tabela-referência (canadense),
relacionando o resultado desse teste a níveis de b - Calcanhares unidos, com uma distância de 30 a 45
cm das nádegas;
classificação, levando em consideração a idade e o sexo,
a seguir: c - O avaliador segura os pés do avaliado;
Homens d - O avaliado executa a flexão de tronco, com as mãos
Idade Excelente Bom Médio Abx. Méd. Fraco atrás da cabeça;
15-19 >48 42-47 38-41 33-37 0-32 e - Os cotovelos têm que tocar nos joelhos.
20-29 >43 37-42 33-36 29-32 0-28

30-39 >36 31-35 27-30 22-26 0-21

40-49 >31 26-30 22-25 17-21 0-16

50-59 >26 22-25 18-21 13-17 0-12

60-69 >23 17-22 12-16 7-11 0-6


Fonte: Pollock e Wilmore - Exercícios na Saúde e na Doença, 1993.

SM.
II
m
2 - Teste de "Flexão do Braço"(flexão horizontal de braço +
Dinamometria
extensão do cotovelo).
"A força estática é medida através da máxima
Avalia basicamente os músculos peitoral e tríceps. O
contração voluntária (MCV) que um músculo ou
critério: grupamento muscular desenvolve em determinado ângulo
A amplitude do movimento vai desde a extensão total de movimento. Geralmente é aferida através de
do cotovelo (posição inicial) até o momento em que o dinamômetros e tensiômetros de cabo. "
tórax toque no solo.
Monteiro, 1998.
Observação: Em mulheres, o apoio do membro
inferior no solo efeito sobre o joelho.
Mede, entre outros, a força de preensão
Homens manual(manuômetro). Esse teste, além de não ter sido
Idade Excelente Bom Média Abx. Méd. Ruim popularizado, parece não apresentar grande aplicabilidade
15-19 >48 42-47 38-41 33-37 0-32 prática, por medir apenas a força isométrica de um
20-29 >43 37-42 33-36 29-32 0-28 determinado ângulo de um percurso articular.
30-39 >36 31-35 27-30 22-26 0-21

40-49 >31 26-30 22-25 17-21 0-16

50-59 >26 22-25 18-21 13-17 0-12

60-69 >23 17-22 12-16 7-11 0-6

Fonte: Pollock e Wilmore - Exercícios na saúde e na doença, 1993.

Mulheres
Idade Excelente Bom Média Abx. Méd. Ruim

15-19 >33 25-32 18-24 12-17 0-11

20-29 >30 21-29 15-20 10-14 0-9

20-29 >27 20-26 13-19 8-12 0-7

40-49 >24 15-23 11-14 5-10 0-4

50-59 >21 11-20 7-10 2-6 0-1

60-69 >17 12-16 5-11 1-4 0-1

Fonte: Pollock e Wilmore - Exercícios na saúde e na doença, 1993.


Capítulo 10
Alexandre Trindade
Pedro Ivo Cosenza
Leonardo Ferreira Cabral
Fernanda do Amaral Nogueira

Flexibilidade, Propriocepção e Força


Propriocepção
0 sistema de propriocepção é constituído de receptores
altamente especializados em cumprir determinada função.
Esses receptores têm a tarefa de informar ao Sistema
Nervoso Central sobre fenómenos que ocorrem nas
estruturas articulares e musculares.
Segundo Salgado (1995), os componentes do sistema
proprioceptivo, em função de sua localização, podem ser
divididos em dois grupos:
1 - Receptores Articulares e
2 - Receptores Musculares.
Sistema Proprioceptivo
Receptores Articulares Receptores Musculares

1 - Receptores Articulares
Informam ao SNC (Sistema Nervoso Central) a
velocidade e a posição articular. O quadro a seguir mostra
os receptores articulares e a sua localização:
Receptor Localização Receptor Sensível Provoca (Reação)
Receptores de Rufini Cápsulas Articulares Fuso Muscular Alongamento Encurtamento
Corpúsculos de Pacini Camadas Profundas
Articulares
Muscular

Corpúsculos de Golgi-Mazzoni Ligamentos OTG Encurtamento Relaxamento


Muscular

"Os corpúsculos de Pacini são estruturas essenciais


para a motricidade por permitirem a noção de onde se O OTG é um receptor sensível à contração muscular,
encontra um segmento sem necessitar olhar para ele. " resultando num alongamento na região onde se localiza o
Dantas, 1989. OTG - tendão e, provocando uma reação de relaxamento.
O grau de encurtamento e o OTG podem ser o
mecanisno responsável pela derrota de um indivíduo numa
A localização desses receptores foi descrita de forma disputa de queda de braço (o músculo vai encurtando até
resumida, uma vez que os receptores musculares são os o momento em que relaxa, devido à estimulação do OTG).
que apresentam relação com a força.
Segundo Fleck e Kraemer, através do treinamento de
força, é possível a inibição dos efeitos do OTG, e
2 - Receptores Musculares
acrescentam que essa inibição pode ser responsável por
Esses receptores têm relação direta com a contração algumas lesões que ocorrem em levantamentos máximos
muscular. Os receptores musculares são o Órgão por atletas altamente treinados.
Tendinoso de Golgi (OTG) e o Fuso Muscular.

"Após uma série de musculação, os órgãos tendinosos


Receptor Localização de Golgi foram tão estimulados e tiveram seu
Fuso Muscular Músculos funcionamento inibido tantas vezes que, ao se submeter
o indivíduo a um trabalho de flexibilidade, pode-se forçar
OTG Junção Miotendinosa a musculatura além do ponto de segurança, provocando
micro e mesmo macrotraumas. "
Dantas.

Sn
O fuso muscular é sensível ao alongamento muscular Hoje em dia é muito comum observar em academia a
e a velocidade. A estimulação do fuso muscular provoca utilização de exercícios com preestiramento. Esse recurso
uma reação conhecida como reflexo miotático. Segundo (preestiramento) visa, através do estímulo do fuso
Júnior (1996), o fuso muscular é encontrado em maior muscular, recrutar unidades motoras involuntárias
número nas fibras de contração lenta do que nas fibras de (aumento da intensidade do exercício).
contração rápida. Tônus* - Estado de tensão elástica que mantém os tecidos alertas e prontos
para responderem a estímulos adequados.

O reflexo miotático é o reflexo resultante quando Flexibilidade


o alongamento dos fusos musculares em um
músculo causa a contração do músculo. É Qualquer programa de exercícios físicos que tenha
também chamado reflexo de estiramento. como objetivo não somente rendimento esportivo mas
Barbanti, 1994. também a promoção da saúde deve ter em sua composição
uma parte que seja destinada ao desenvolvimento da
Fuso Muscular^ SNC -Reflexo Miotático -
flexibilidade.
Contração muscular involuntária Estimulação
de libras musculares involuntárias Muitas são as definições de flexibilidade encontradas
na literatura especializada, mas a que parece melhor
conceituá-la é a apresentada por Dantas (1989), a seguir:
Fuso Muscular OTG
Estimula a contração muscular Inibe a contração muscular
"Qualidade física responsável pela execução
voluntária de um movimento de amplitude angular
Em última análise, o aumento da estimulação do fuso máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações,
muscular gera uma contração proporcionalmente maior dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar
de fibras musculares involuntárias. lesões."
É importante lembrar que o fuso muscular é o
responsável pelo tônus* muscular, sendo, portanto,
ativado constantemente (controle postural). Jonns e Wright, citado por Farinatti, mostram, de uma
maneira geral, a influência dos principais componentes
Não se deve confundir tônus e trofus. Tônus é o grau estruturais na flexibilidade, a seguir:
de contração muscular permanente (hipertonia - grau
extremo do tônus muscular - condição patológica). Trofus
está relacionado ao trofismo muscular (hipertrofia e
hipotrofia).
Articulação 47% "Em bases gerais o sexo feminino é mais flexível que
41% o masculino em todas as idades, talvez pelas atividades
Musculatura
que exigem maior uso da flexibilidade das meninas e pelas
Tendão 10% atividades de força predominante dos meninos."
Pele 2%
Weineck reforça tal ideia, dizendo que a elasticidade e
A articulação se define, basicamente, por dois ou mais a capacidade de estiramento, assim como dos tendões e
ossos ligados por tecido moles, que a circundam. A ligamentos, são um pouco aumentadas no sexo feminino.
cápsula articular tem a função principal de manter a
articulação estável. A cápsula articular é resistente à força
Principais fatores endógenos
de alongamento, porém se adapta ao treinamento.
Sexo Idade
Diversos são os fatores que podem influenciar o grau
de flexibilidade de um determinado indivíduo, podendo
os mesmos serem divididos em exógenos e endógenos. Os principais fatores exógenos que exercem influência
na flexibilidade são a temperatura ambiente e a hora do
dia.
Fatores de influência da Flexibilidade
Endógenos Exógenos Segundo Whight e Jones (1960), citados por Holnan
(1986), uma elevação da temperatura exerce um efeito
favorável na flexibilidade, enquanto que sua baixa provoca
Dentre os fatores endógenos, os que mais parecem uma diminuição.
influenciar a flexibilidade são a idade e o sexo. De acordo
De uma forma geral, pela manhã, devido a uma menor
com Achour (1996), a flexibilidade aumenta na infância
temperatura corporal (Weineck, 1991), a flexibilidade é
até o princípio da adolescência, diminuindo, a partir de
menor que à tarde. Ao meio dia, o organismo se apresenta
então, ao longo da vida. Paralelo a esse fato, os maiores
em seu estado natural e assim os níveis normais de
ganhos em flexibilidade parecem estar associados à idade
flexibilidade já são observados.
compreendida entre 9 e 14 anos (Zakharov, 1992 e
Weineck, 1999). O segundo fator é o sexo, pois, em geral,
as mulheres apresentam um grau de flexibilidade maior Principais fatores exógenos
que os homens. A esse respeito, diz Achour:
Temperatura Ambiente Hora do Dia
4. Otimiza a recuperação após treinamento (Gomes e
A manutenção de níveis adequados de flexibilidade Weineck).
proporciona uma série de benefícios, a seguir:
5. Evita o desequilíbrio mioarticular (Achour e
1 - Melhora nas performances de força, velocidade e Weineck).
resistência (Alter, 1999 e Weineck, 1999).

"Apesar de um treinamento normal de força poder


"Alguns indivíduos e treinadores acreditam que o aumentar a flexibilidade, o treinamento muito pesado,
treinamento resistido resulta numa redução da com um arco de movimento limitado, pode resultar em
flexibilidade. Pouca evidência científica ou empírica um arco de movimento restrito. "
suporta tal afirmação." NSCA 1995
Todd,1985, citado por Fleck e Kraemer.

Ainda em relação à flexibilidade, o aumento do volume


"A pesquisa de vários investigadores demonstra que muscular (hipertrofia muscular) pode levar à diminuição
o treinamento de peso não diminui a flexibilidade; em da flexibilidade (em algumas articulações), pelo contato
alguns casos, realmente melhora. Assim, com o muscular precoce de obstrução mecânica.
treinamento adequado, a pessoa pode melhorar a força
Na prática, observa-se geralmente que os grupos
total e a flexibilidade, já que o treinamento está
musculares que apresentam um menor índice de
tecnicamente correto."
alongamento em iniciantes são o paravertebral lombar e
Alter, 1999.
o jarrete. Dados levantados por Carpenter utilizando-se
do flexiteste adaptado em alunos iniciantes demonstra esse
fato, a seguir:
2 - Otimiza a hipertrofia muscular (Alter, 1999).
3 - Profilaxia de lesões (Weineck, Achour, Dantas e
Michelli).

"A flexibilidade é uma das qualidades físicas mais


importantes para a aptidão física; índices indicam que
as pessoas que têm um melhor nível de flexibilidade são
menos suscetíveis a lesões."
Monteiro, 1999.
Aluno Flex.l Flex.2 Flcx.3 Flex.4 Total Idade Sexo Aluno Flex.l Flex.2 Flex.3 Flex.4 Total Idade Sexo
1 3 2 2 1 8 46 F 30 2 2 3 2 9 33 M
2 2 1 1 4 8 19 M 31 2 2 3 2 9 50 M
3 4 3 4 4 15 19 F 32 2 3 3 3 11 16 F
4 3 4 4 4 15 14 F 33 3 2 2 2 9 50 F
5 2 2 3 3 10 29 F 34 3 2 3 3 11 21 F
6 2 1 3 4 10 16 M 35 1 2 3 2 8 37 F
7 2 2 3 2 9 49 F
36 2 2 3 2 9 50 F
8 2 2 3 2 9 48 F 37 2 2 2 3 9 27 M
9 4 2 4 4 14 19 F 38 4 2 3 4 13 26 M
10 3 3 2 2 10 36 F 39 3 4 3 3 13 33 F
11 1 1 2 2 6 21 F 40 3 3 4 3 13 45 F
12 3 2 2 2 9 51 F 41 3 3 3 3 12 23 F
13 3 2 2 2 9 45 F 42 3 1 2 2 8 46 F
14 2 2 3 4 11 17 M 43 2 1 2 2 7 51 M
15 2 1 1 1 5 50 F 44 2 1 2 1 6 38 F
16 3 3 2 2 10 24 F 45 3 3 3 2 11 18 F
17 2 2 1 1 7 53 F 46 2 3 2 2 9 40 F
18 3 3 4 2 12 22 F 47 4 4 3 3 14 30 F
19 3 2 2 2 9 47 F
48 3 4 2 2 11 49 F
20 2 1 2 4 9 23 M
49 3 4 3 3 13 22 F
21 1 1 4 2 8 32 F
50 2 3 1 2 8 18 F
22 4 2 4 3 13 31 F
51 3 3 2 2 10 43 F
23 3 2 4 4 13 20 F
52 2 1 2 2 7 23 M
24 3 2 4 4 13 25 M
53 2 1 3 2 8 32 F
25 3 3 2 2 10 25 F
54 2 1 2 2 7 47 F
26 1 3 2 3 9 48 F
55 2 3 2 1 8 58 M
27 1 1 2 3 9 48 F
56 2 3 3 2 10 47 F
28 1 1 2 2 6 18 F
57 3 1 3 2 9 37 F
29 2 2 3 3 10 28 F
58 1 3 3 2 9 35 F

I . " is,

1^.,::ÍP:: :;:;V:
.4

''';0"
• • • • :
Aluno Flex.l Flex.2 Flex.3 Flex.4 Total Idade Sexo Aluno Flex.l Flex.2 Flex.3 Flex.4 Total Marfi» c»v~
59 2 2 2 2 8 38 F 88 3 3 4 4 14 16 F
60 2 3 4 4 13 25 F 89 2 2 1 1 6 17 M
61 2 3 3 4 12 25 F 90 2 3 2 3 10 26 M
62 3 1 2 3 9 28 M 91 3 4 2 2 11 55 F
63 1 2 4 2 9 16 F 92 3 3 4 2 12 36 F
64 3 3 2 2 10 56 F 93 2 0 2 1 5 52 M
65 3 2 3 2 10 25 M 94 3 2 2 2 9 40 F
66 2 0 2 3 7 18 M 95 4 3 2 3 12 48 F
67 3 3 4 4 14 23 F 96 3 3 2 4 12 17 F
68 1 0 1 1 3 50 F 97 3 4 4 4 15 20 F
69 3 3 2 3 11 38 F 98 3 3 4 3 13 29 F
70 3 2 3 3 11 23 F 99 2 1 2 2 7 18 F
71 4 2 4 3 13 23 F 100 2 2 1 1 6 53 F
72 2 3 4 4 13 39 M 101 2 2 4 4 12 43 F
73 2 2 1 2 7 33 F 102 2 2 4 4 12 18 F
74 3 3 2 3 11 45 F 103 2 3 2 1 8 41 M
75 2 1 2 2 7 19 F 104 2 3 2 1 8 37 F
76 2 4 2 2 10 41 F 105 3 3 3 4 13 16 F
77 2 2 2 2 8 20 M
106 3 3 3 4 13 16 F
78 2 2 2 3 9 21 F
107 2 2 1 1 6 18 M
79 3 1 3 3 10 25 F
108 2 2 1 1 6 28 F
80 2 2 2 3 9 31 M
109 2 2 3 4 11 13 M
81 2 1 4 4 13 39 M
110 2 3 3 4 12 15 F
82 2 1 4 4 11 15 M
111 2 3 3 3 11 34 F
83 2 1 4 4 11 17 F
112 2 3 3 3 11 33 F
84 3 3 4 3 13 15 F
113 2 2 2 2 8 22 M
85 3 4 2 2 12 18 M
114 1 1 2 2 6 20 M
86 2 2 3 3 10 34 F
2 8 23 F 115 1 1 2 2 6 22 M
87 3 1 2
116 2 2 2 2 8 55 F
Flex.l Flex.2 Flex.3 Flex.4 Total Idade Sexo
Aluno Média
117 2 2 2 2 8 43 F
Flex.l Flex.2 Flex.3 Flex.4 Total Idade
118 2 2 1 1 6 62 F
2,4 2,268966 2,551724 2,6 9,834483 31
119 2 2 1 1 6 55 F

120 3 2 2 4 11 23 F

121 3 3 3 3 12 35 F Sendo: • Flex.l - Flexão de quadril.


122 2 3 2 3 10 19 F • Flex.2 - Flexão de tronco.
123 3 3 3 3 12 50 F
• Flex.3 - Extensão posterior de ombro.
124 2 2 3 3 10 16 F
43 F
• Flex.4 - Adução posterior a partir da
125 2 2 1 2 7
extensão.
126 2 1 1 2 6 49 M
Fonte: CARPENTER, 1996.
127 2 4 4 3 13 26 F

128 3 2 3 2 10 25 M

129 3 2 3 2 10 27 M

130 3 4 3 4 14 29 F

131 2 3 2 2 9 16 M

132 3 4 4 4 15 19 F

133 3 3 3 3 12 26 F

134 3 3 3 3 12 23 F

135 2 1 2 2 7 27 F

136 2 2 2 1 7 41 F

137 2 1 2 2 7 17 M

138 3 4 3 3 13 40 F

139 2 2 3 4 11 • 21 M

140 3 3 3 4 12 18 F

141 3 3 3 4 13 18 F

142 3 1 3 3 10 18 F

143 2 3 1 3 9 17 M

144 2 3 1 3 9 15 F

145 2 2 2 2 8 23 M
146 2 2 2 2 8 36 F

;
Bibliografia

ACHOUR Jr., A. - Bases para exercícios de Alongamento relacionado


com a Saúde e no Desempenho Atlético. Midiograf, Londrina, 1996.
ACHOUR Jr., A. - Flexibilidade: Teoria e Prática. Londrina, Atividade
Física e Saúde, 1998.
ALFIERI, R. G. & DUARTE, G. M. - Marcondes: exercício e o coração.
Rio de Janeiro, Cultura Médica, 1993.
ALTER, M.J. - Ciência da Flexibilidade. Porto Alegre, ArtMed, 1999.
ASTRAND, P. & RODAHL, K. - Tratado de Fisiologia do Exercício.
Rio de Janeiro, Interamericana, 1980.
BAECHLE, T. - Essentials of Strength Training. Champaign, Human
Kinetics, 1995.
BARBANTI, V. - Aptidão Física: um convite à saúde. - São Paulo,
Manole, 1990.
BARBANTI, V. - Dicionário de Educação Física e do Esporte. Manole,
São Paulo, 1994.
BEAUVOIR, S. - A velhice. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1990.
BITTENCOURT, N. - Musculação: uma abordagem Metodológica.
Sprint, Rio de Janeiro, 1984.
CAILLET, R. - Compreenda sua dor de coluna. São Paulo, Manole,
1987.
CARPENTER, C.S.C, Adaptação do Flexiteste adaptado de 8
movimentos de Monteiro, W.D.,1992, para 4 movimentos. Academia Espaço
Vital, Rio de Janeiro, 1996.
Colégio Americano de Medicina Esportiva. - Guia para teste de esforço
e prescrição de exercício. Rio de Janeiro, Medsi, 1987.
COOPER, K. - Aptidão Física em qualquer idade. Rio de Janeiro, 1972.
COSSENZA, C. E. - Musculação: Métodos e Sistemas. Rio de Janeiro,
Sprint,1995.
• COSSENZA, C. E. - Musculação Feminina. - Rio de Janeiro, Sprint,
:
1992.
COSSENZA, C. E. & CARVALHO, N. - Personal Training para Grupos NP, 1997.
Especiais. Sprint, Rio de Janeiro, 1997. GUYTON, A. C. - Tratado de Fisiologia Médica. Guanabara Koogan,
DANTAS, E. H. M. - Flexiblidade: Alongamento e Flexionamento. Rio de Janeiro, 1992.
Shape, Rio de Janeiro, 1989. HALL, S. - Biomecânica Básica. Guanabara Koogan, São Paulo, 1993.
DANTAS, E. H. M. - A Prática da Preparação Física. Shape, Rio de HAY, J. G. - Biomecânica das Técnicas Desportivas. Rio de Janeiro,
Janeiro ,1994. Interamericana, 1981.
DARDEN, E. - The Nautilus Nutrition Book. Contemporary Book. HEGEDUS, J. de - Enciclopédia de La Musculacion Desportiva. Buenos
Chicago, 1981. Aires, Editorial Stadium, 1980.
DE LISA, J. A - Medicina de Reabilitação: prevenção e prática Volume HENEINE, I. F. - Biofísica Básica. Rio de Janeiro, Atheneu, 1996.
2. São Paulo, Manole, 1992.
HOLMANN, W. & HETTINGER, Th. - Medicina do Esporte. Manole,
DOWMIE, R A - Cash-Fisioterapia em Ortopedia e Reumatologia. São São Paulo, 1989.
Paulo, Panamericana, 1987.
KATCH, F. I. & McArdle, W. D. - Nutrição, Exercício e Saúde. Rio de
FAR1NATTI, P. T. - Criança e Atividade Física. Rio de Janeiro, Sprint, Janeiro, Medsi, 1996.
1995.
KISNER, C. - Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. São
FARINATTI, P. T & MONTEIRO, W. D. - Fisiologia e Avaliação Paulo, Manole, 1992.
Funcional. Sprint, Rio de Janeiro, 1992.
KISS, M. A. P. D. M. - Avaliação em Educação Física: Aspectos
FIATARONE, M. A. et ai. - Exercise training and nutritional
Biológicos e Educacionais. São Paulo, Manole, 1987.
supplementation for physical frailty in very elderly people. 1994.
KNOPLICH, J. - Enfermidades da coluna vertebral. São Paulo,
FLECK, S. & KRAEMER, W. - Designing Resistance Training
Panamede Editorial, 1986.
Programs. Champaign, Human Kinetics, 1997.
LAMBERT, G. - Musculação: Guia do Técnico. São Paulo, Manole,
FLECK, S & KRAEMER, W. - Fundamentos do Treinamento de Força
1987.
Muscular. ArtMed, Porto Alegre, 1999.
LANE, E. - Como enfrentar a menopausa. São Paulo, 1986.
FOX, E. L.& BOWERS, R. W. - Bases Fisiológicas da Educação Física
e dos Desportos. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1991. LEIGTHON, J. - Aptidão Física, Desenvolvimento Corporal e
Condicionamento Desportivo através da musculação. Rio de Janeiro, Sprint,
GAIARSA, J. A . - Como enfrentar a velhice. São Paulo, ícone, 1986.
1987.
GODOY, E. S. - Musculação: Fitness. Rio de Janeiro, Sprint, 1994.
LEITE, R F. - Aptidão Física, Esporte e Saúde. São Paulo, Robe, 1990.
GOMES, A. C, SUSLOV, F. P. & NIKITUNSKIN, V. C. - Atletismo:
LIMA, T. - Alta Competição: Desporto de Dimensões Humanas?.
Preparação de Corredores Juvenis nas Provas de Meio Fundo. Londrina,
Lisboa, Horizonte, 1981.
CiD, 1995.
LUCAS, G. C. - Como enfrentaras varizes. São Paulo, Manole, 1988.
GOMES, A C. & FILHO, N. P. - Cross Training: uma abordagem
metodológica. APEF, Londrina, 1994. MACHADO, A. - Neuroanatomia Funcional. Rio de Janeiro, Ateneu,

GOMES, A C, MONTEIRO, G. A., VIANNA, P. M. - Alongamento. 1993.


Revista Treinamento Desportivo, V. 2, n°l, p.91 a 94, 1997. MARIS, J. C. B. & GIANNICHI, R. S. - Avaliação & Prescrição de
GUEDES, D. P. - Composição Corporal: princípios, técnicas e Atividade Física: Guia Prático. Rio de Janeiro, Shape, 1998.
aplicações. Londrina, APEF, 1994. MATHEWS, D. K. - Medida e Avaliação em Educação Física. Rio de
GUEDES Jr., D. P. - Personal Training na Musculação. Rio de Janeiro, Janeiro, Interamericana, 1980.
MATVÈIEV, L. P. - Fundamentos do Treino Desportivo. Cultura Física, Físico. Cultura Física, Lisboa, 1990.
Lisboa, 1991. SPRING, H.; KUNZ, H.; Schneider, W.; TRISCHLER, T.; UNOLD, E.
MATVÈIEV, L. P. - Preparação Desportiva. São Paulo, FMU, 1995. - Força Muscular: teoria e prática. Santos, São Paulo, 1995.

MATVÈIEV, L. P. - Treinamento Desportivo: Metodologia e WARGON at alli - Manual de Ginástica e bem-estar para a terceira
Planejamento. São Paulo, FMU, 1997. idade: para uma velhice feliz e saudável. São Paulo, Marco Zero, 1993.

McARDLE, W. D.; KATCH, F. I. & KATCH, V L. - Fisiologia do WEINECK, J. - Anatomia Aplicada ao Esporte. Manole, São Paulo,
Exercício: nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro, Guanabara 1984.
Koogan, 1992. WEINECK, J. - Manual de Treinamento Esportivo. Manole, São Paulo,
MICHELI, L.J. - The Sports Medicine Bible. New York, HarperPerennial, 1989.
1995. WEINECK, J. - Biologia do Esporte. Manole, São Paulo, 1992.
MISHCHENKO, V. S. & MONOGAROV, V. D. - Fisiologia Del WEINECK, J. - Treinamento Ideal. Manole, São Paulo, 1999.
Desportista. Editorial Paidotribo, Barcelona.
VERKHOSHANKI, I. V. - Preparação de Força especial. Rio de
MONTEIRO, W. D. - A Medida da Força Muscular - Aspectos Janeiro, Palestra, 1995.
Metodológicos e Aplicações. Revista Treinamento Desportivo, V.3, n. 1,
pp.38-51, 1998. VERKHOSHANSKI, I. V. - Força: treinamento da potência muscular.
CiD, Londrina, 1996.
NADEAU, M & PERONET, F. - Fisiologia aplicada na atividadefísica.
São Paulo, Manole, 1985. ZAKHAROV, A. - Ciência do treinamento Desportivo. Palestra, Rio
de Janeiro, 1992.
OTTO, E. Exercícios Físicos para a Terceira Idade. Manole, São Paulo,
1987. ZATSIORSKY, V. M. - Ciência e Prática do Treinamento de Força.
Phorte, São Paulo, 1999.
POLLOCK, M. L. & Wilmore, J. H. - Exercícios na Saúde e na doença.
Rio de Janeiro, Medsi, 1993.
RAMOS, A. T. - Atividade Física: diabéticos, gestante, 3" idade,
crianças, obesos. Sprint, Rio de Janeiro, 1997.
RAMOS, A. T. - Criança/Adolescente e a Atividade Física. Rio de
Janeiro, Sprint Magazine, Ano XVII-n°94, 1998.
RASCH, P. J. - Cinesiologia e Anatomia Aplicada. Guanabara Koogan,
São Paulo, 1989.
SALGADO, A. S. I. - Reeducação Funcional Proprioceptiva do Joelho
e Tornozelo. Lovise, São Paulo,1995.
SANTARÉM, J. M. - Musculação e Saúde. Revista técnica de Educação
Física e Desportos, Sprint, Rio de Janeiro, Ano VII, n° 39, 1988.
SANTARÉM, J. M. - Musculação: Princípios Atualizados: Fisiologia,
Princípios, Nutrição. São Paulo, Arte Final, 1993.
SHARKEY, B. J. - Condicionamento Físico e Saúde. Porto Alegre,
Artmed, 1997.
SOARES, J. M. C. & APPEL, H. J. -Adaptação Muscular ao Exercício

Você também pode gostar