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A restauração ecológica é definida como um processo de assistência à recuperação de um

ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. Ela tem como base científica a
ecologia da restauração e, pode ser descrita como um conjunto de práticas que compõem o
campo da restauração (Engel e Oliveira, 2011).

A degradação dos ecossistemas e dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelas áreas naturais
compromete o funcionamento dos próprios ecossistemas, bem como a qualidade de vida dos
humana e dos animais. A restauração ecológica é uma ação que pode ser conduzida para
recompor comunidades ecológicas viáveis, além de tentar resgatar uma relação mais
sustentável entre o homem e a natureza (Lima, et al, 2015).

A restauração ecológica visa iniciar ou acelerar a recuperação de um ecossistema em relação


à sua saúde, integridade e sustentabilidade.

No planejamento da restauração, metas devem ser incluídas, em longo prazo, baseadas na


recriação de um ecossistema autossustentável, estável e resiliente, com objectivo de aumentar
a sucessão natural, possibilitando o restabelecimento da biodiversidade, com estrutura mais
próxima possível das comunidades naturais (Lima, et al, 2015).

Causas da degradação de ecossistemas aquáticos

 Poluição: refere-se às alterações do meio ambiente que provocam efeito negativo em


seu equilíbrio, devido à introdução, directa ou indirecta de substâncias ou energia. Os
agentes poluentes podem ser substâncias artificiais, estranhas a qualquer ecossistema,
como agrotóxicos, dejetos não tratados e plásticos. Mas os poluentes também podem
ser naturais, porém estranhas ao ecossistema onde estão inseridos ou em
concentrações maiores do que o suportado pelo ecossistema.
 Urbanização e construção em zonas costeiras: a zona costeira está conectada directa
ou indirectamente tanto com o ambiente marinho, quanto com a porção continental do
território. As diversas actividades antrópicas, concentradas na porção continental do
território, dependem e afectam os ambientes costeiros e marinhos.
A população litorânea disputa um mesmo espaço para as mais diversas actividades e
finalidades, entre elas, a habitação, a indústria, o comércio, o transporte, a agricultura,
a pesca, o lazer e o turismo. Os principais impactos dessas actividades são a poluição,
a contaminação, a pressão populacional e a especulação imobiliária.
 Mudanças climáticas: as mudanças climáticas não afectam somente a natureza, mas
toda a sociedade. Grande parte delas estão associadas à emissão de gases de efeito
estufa na atmosfera, especialmente o gás carbônico. Entre as principais mudanças
previstas, estão o aumento da temperatura, derretimento das calotas polares, elevação
do nível do mar, mudanças nas populações, tempestades violentas, etc.
 Pesca: se essa actividade for realizada de forma incorrecta, a diversidade marinha
pode ser ameaçada. A sobrepesca, por exemplo, que é a retirada de indivíduos em
taxas maiores do que a sua população consegue recuperar, pode levar os estoques
pesqueiros ao colapso.
 Espécies invasoras: espécies exóticas podem se estabelecer e se reproduzir sem causar
danos ambientais ou socioeconômicos aparentes. No entanto, quando se tornam
nocivas, interferindo na sobrevivência das espécies nativas da nova área ou trazendo
dano econômico, ambiental ou para saúde humana, são chamadas de “invasoras”.
Espécies invasoras podem ser consideradas “poluição biológica” e, para que possa ser
considerada invasora, deve ser capaz de prejudicar as espécies nativas através da
competição, predação, parasitismo, liberação de toxinas e, ser capaz de causar danos
às obras e instalações.

Recuperação de ecossistemas límnicos


Engel, V.L. & Oliveira, R.R. (2011). A RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA EM DESTAQUE: UM RETRATO DOS
ÚLTIMOS VINTE E OITO ANOS DE PUBLICAÇÕES NA ÁREA. São Paulo, Brasil: UNESP.

Lima, P.A.F., Pachêco, B.S., Sousa, S.R., Gatto, A., Aquino, F.G. & Albuquerque, L.B. (2015).
Indicadores Ecológicos: Ferramentas para o Monitoramento do Progresso de Restauração Ecológica.

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