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Cláudia Marcelina Alberto Langa

Dalton Homisio Armando Tamele

Dánia Hortêncio Chefo

Jamila Pedro Chilusse

Classificação dos fungos

Licenciatura em Biologia

Universidade Save
Chongoene
2021

Cláudia Marcelina Alberto Langa


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Dalton Homisio Armando Tamele

Dánia Hortêncio Chefo

Jamila Pedro Chilusse

Classificação dos fungos

Trabalho de carácter avaliativo a


ser apresentado ao departamento
de Ciências Naturais e Exactas
referente à disciplina Botânica
Sistemática

Docente: Confúcio Matsena

Universidade Save
Chongoene
2021

Índice
Introdução..........................................................................................................................4
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Objectivos..........................................................................................................................5

Metodologia.......................................................................................................................6

Classificação dos fungos...................................................................................................7

Classe Phycomycetes.........................................................................................................7

Ciclo de vida e reprodução.........................................................................................7


Classe Ascomycetes..........................................................................................................9

Características Gerais.................................................................................................9
Reprodução e ciclo de vida........................................................................................9
Importância..............................................................................................................11
Classe Basidiomycetes....................................................................................................12

Características Gerais...............................................................................................12
Ciclo de vida e reprodução.......................................................................................12
Formação de um basidiocarpo..................................................................................13
Classe Deuteromicetos....................................................................................................14

Fungos Liquenizados.......................................................................................................15

Características gerais................................................................................................15
Importância dos líquenes..........................................................................................17
Conclusão........................................................................................................................19

Referências Bibliográficas...............................................................................................20
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Introdução

Os fungos são organismos talófitos que podem ser uni ou pluricelulares, apresentando
uma vasta diversidade no planeta, podendo ser microscópicos, como é o caso das
leveduras, assim como macroscópicos, como os cogumelos. Eles apresentam-se em
filamentos denominados hifas, que em conjunto formam o micélio. Tendo estudado as
principais características dos fungos o presente trabalho tem como objectivo, fazer a
classificação dos fungos, caracterizando as suas principais classes de acordo com
Malaquias (1981), bem como debruçar sobre os conhecidos fungos liquenizados.
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Objectivos

Geral

 Compreender a diversidade dos fungos

Específicos

 Descrever as principais classificações;


 Explicar os fungos liquenizados.
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Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu-se à consulta bibliográfica dos manuais
desta cadeira de Botânica Sistemática, e também a consulta de alguns artigos publicados
na internet que versam do tema em alusão.
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Classificação dos fungos

De acordo com Mesquita (1981), são quatro as classes que compõem a divisão micófita:
ficomicetos, ascomicetos, basidiomicetos e deuteromicetos.

Classe Phycomycetes

São fungos mais primitivos que os outros. Podem ser aquáticos em sua maioria e
lembram algas. A maioria desses fungos é decompositora de matéria orgânica e alguns
são parasitas de plantas e animais. Possuem uma organização mais simples, com parede
celular com pouca quitina e celulose. Seu micélio é filamentoso, com hifas cenocíticas,
ou seja, sem paredes transversais ou não septadas (Mesquita, 1981).

Um dos ficomicetes bem mais conhecidos e familiares é Rhizopus stolonifer, um bolor


negro que forma massas de aparência cotonosa na superfície de alimentos ricos em
carboidrato e húmidos, como o pão ou substância semelhantes expostas ao ar. Esse
organismo também é uma séria praga de frutas e vegetais armazenados (Evert &
Eichhorn, 2014).

Ciclo de vida e reprodução

O micélio é composto por vários tipos de hifas distintas haploides. A maior parte do
micélio consiste em hifas cenocíticas e crescimento rápido, que crescem pelo substrato,
absorvendo nutrientes. A partir dessas hifas, formam-se hifas arqueadas denominadas
estolões. Os estolões formam rizoides nos locais onde suas pontas entram em contacto
com o substrato. A parir de cada um desses pontos, surge uma ramificação ereta e
vigorosa, denominada esporangióforo (transportador do esporângio), visto que produz
um esporângio esférico em seu ápice. Cada esporângio surge como um instrumento,
dentro do qual fluem vários núcleos. O esporângio é finalmente isolado pela formação
de um septo. No interior do esporângio, o protoplasma é clivado, e forma-se uma parede
celular ao redor de cada um dos núcleos produzidos de modo assexuado para formar os
esporos (esporangiósporos). À medida que a parede do esporângio amadurece, torna-se
negra, conferindo ao bolor uma coloração característica. Com a ruptura da parede do
esporângio, os esporos são liberados, e cada um dele pode germinar para produzir um
novo micélio, completando o ciclo assexuado (Evert & Eichhorn, 2014).

Nos ascomicetos ocorre a formação de esporos de repouso sexuadamente produzidos,


denominados zigósporos, que se desenvolvem dentro de estruturas de paredes espessas,
denominadas zigosporángios em espécies que se reproduzem de modo sexuado. Com
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frequência, os zigósporos permanecem dormentes por longos períodos. A reprodução
sexuada em Rhizopus stolonifer exige a presença de dois micélios fisiologicamente
distintos, designados como linhagem + e -. Quando dois indivíduos estão em estreita
proximidade, eles produzem hormônios que estimulam o crescimento das hifas que
entram em contacto uma com a outra, desenvolvendo-se em gametângios.

Em ambas as situações, os gametângios são separados do restante do corpo pela


formação de septos. As paredes entre dois gametângios que se tocam dissolve-se, e os
dois se une. Após a plasmogamia, os núcleos + e – pareados fundem-se para formar
núcleos diploides, que se desenvolvem em um único zigósporo multinucleado. Por
ocasião da germinação, o zigosporángio se rompe, e um esporangióforo emerge do
zigósporo. Ocorre meiose na ocasião da germinação, de maneira que os esporos
produzidos de modo assexuado dentro do novo esporângio são haploides. Quando esses
esporos germinam, o ciclo se repete.

Figura: Reprodução do bolor do pão Rhizopus stolonifer


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Classe Ascomycetes

Características Gerais

Os ascomicetos são fungo que podem ser unicelulares, assim como pluricelulares.
Possuem um micélio filamentoso e hifas septadas, que permitem a livre movimentação
do citoplasma com os seus núcleos (Malaquias, 1981).

O filo dos Ascomycetes compreende mais de 64.000 espécies descritas e inclui um


grande número de fungos familiares com grande importância econômica. Incluem
espécies patógenas de plantas, como é o caso de pragas que assolam a agricultura, como
é o caso de entomopatógenas que utilizam um insecto para realizar parte do seu ciclo de
vida. Um exemplo clássico é o das formigas zumbis, que depois de infectadas com o
fungo apresentam comportamento totalmente alterado, sendo geralmente encontradas
mortas e presas pelas mandíbulas em ramos ou folhas de árvores, com estruturas
reprodutivas dos fungos emergidas do corpo do insecto (Santos, 2015).

Reprodução e ciclo de vida

A reprodução assexuada acontece de modo geral por esporos formados por mitose.
Como por exemplo, temos os conídios produzidos nas extremidades dos conidióforos.

A reprodução sexuada nos ascomicetos sempre envolve a formação do asco, dentro do


qual, ascósporos haploides são formados após a meiose. A formação dos ascos ocorre
normalmente dentro de uma estrutura complexa composta de hifas entrelaçadas e
firmemente compactadas, o ascocarpo ou corpo de frutificação, que pode ou não estar
imerso em uma estrutura miceliar macroscópica chamada estroma. A camada de ascos é
denominada himénio ou camada himenial (Santos, 2015).

Segundo Mesquita (1981), os ascocarpos podem apresentar diferentes formas:

 O cleistotécio é o ascocarpo globuloso e completamente fechado, onde os


esporos só se libertam com o apodrecimento do perídio. O perídio é a parede
constituída por hifas entrelaçadas que protegem os ascos.
 O peritécio é o ascocarpo de himénio protegido, em forma de frasco que se
comunica com o exterior por uma abertura terminal.
 O apotécio é o ascocarpo completamente aberto, em forma de taça, com o
himénio desprotegido.
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A reprodução sexuada pode ocorrer no mesmo micélio que produz conídios


assexuadamente. A formação de gametângios multinucleados chamados anterídios
(masculinos) e ascogônios (femininos) precede a reprodução sexuada, por contacto ou
copulação. Os núcleos masculinos passam para dentro do ascogônio por ramificação
dessa estrutura denominada tricogine. A plasmogamia ocorre nesse momento, mas não a
cariogamia. Os núcleos masculinos se pareiam com os femininos e as hifas ascógenas
começam a crescer para fora do ascogônio. Com desenvolvimento dessas hifas, os pares
de núcleos compatíveis migram para dentro delas e a divisão celular ocorre de tal
maneira que as celulares resultantes são invariavelmente dicarióticas, o que significa
que possuem dois núcleos haploides compatíveis (Santos, 2015).

Como no caso de reprodução que envolve gametângios, também resultará na formação


de ascos. Os ascos se formam na ponta das hifas ascógenas dicarióticas. Comumente é a
célula apical da hifa dicariótica que cresce até formar um gancho ou cruzier. Nessa
célula recurvada, os dois núcleos se dividem de tal maneira que as fibras de seus fusos
ficam paralelas entre si. Dois dos núcleos filhos ficam próximos na ponta do gancho,
um dos outros dois fica perto da ponta da hifa e o outro fica perto do septo basal do
gancho. Dois septos são então formados: eles dividem o gancho em três células, das
quais a do meio se transforma no asco. É nessa célula que ocorre a cariogamia formando
um núcleo diploide (2n). Logo após a cariogamia e formação do zigoto, o asco jovem
começa a se alongar. O núcleo diploide sofre então meiose, seguida geralmente por uma
divisão mitótica, originando um asco com oito núcleos haploides (n), que são
envolvidos por porções do citoplasma para formar e maturar os ascósporos internamente
(Santos, 2015).
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Figura: Ciclo de vida do Ascomicetes (Santos, 2015)

Importância

Alguns fungos se destacam entre as espécies dos ascomicetos. Nessa espécie


encontramos organismos, macro e micro que são danosos, representados por espécies
patógenas de plantas e de animais, assim como, organismos úteis como fonte de
medicamentos ou mesmo de grande importância económica, como é o caso das
leveduras. Das espécies microscópicas, Saccharomyces cerevisiae, que é um importante
produtor de álcool, como por exemplo no processo de preparação da cerveja, também é
útil na produção de pães, entre outros. Esta espécie é considerada, dentre todas as
espécies utilizadas pelo homem, uma das mais importantes do ponto de vista
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económico. Alguns ascomicetos filamentosos são conhecidos como mofos ou bolores e
podem produzir poderosas toxinas (aflotoxinas). O género Penicillium é responsável
pela produção de penicilina e está envolvido no processo de produção de queijos dos
tipos Gorgonzola e Roquefort.

Dentre os géneros comestíveis, destacam-se as espécies de Tuber P. Micheli.,


conhecidas como trufas, apreciadas na alta gastronomia internacional. As espécies do
género Morchella Dill.

Classe Basidiomycetes

Características Gerais

A classe dos basidiomicetes é composta de mais de 14 mil espécies de cogumelos


comestíveis e cogumelos venenosos, bolotas-de-terra, orelhas-de-pau e fungos ninhos
de pássaros. O micélio dos basidiomicetos é sempre septado, porém os septos são
perfurados, e eles distinguem-se dos outros fungos pela produção de basidiósporos, que
se formam sobre o micélio ou na parte inferior do chapéu do corpo de frutificação
denominada basidiocarpo. Na natureza, a maioria dos basidiomicetos reproduz-se
principalmente por meio da formação de basidiósporos.

Um cogumelo é, na verdade um corpo de frutificação produzido na superfície do solo


durante parte do ciclo de vida do fungo. Mais de 90% do volume e da massa do fungo
podem estar no subsolo na forma de micélio haploide de diferentes linhagens
(heterocarióticos).

Ciclo de vida e reprodução

Muitos dos fungos da classe dos basidiomicetes não apresentam reprodução assexuada,
embora algumas espécies produzam esporos assexuadamente (conídios). No ciclo de
vida de um cogumelo típico, micélios de linhagens distintas são atraídos um ao outro e
se fundem produzindo hifas dicarióticas. Essas hifas se prolongam e se ramificam,
formando um micélio dicariótico, por fim, cresce em direcção à superfície do solo e
produz o cogumelo, também chamado basidiocarpo ou basidioma. Dentro do
basidiocarpo, grandes células claviformes chamadas basídios se formam nas
extremidades das hifas dicarióticas. Os núcleos de cada basídio sofrem cariogamia,
produzindo um núcleo diploide que sofre meiose, produzindo quatro núcleos haploides
por basídio. Cada núcleo haploide se desloca para uma das quatro projeções chamadas
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esterigmas, que se formam na porção superior de cada basídio. Essas projeções de
tornam basidiósporos haploides, que produzem novos micélios haploides quando
germinam (Nabors, 2012).

Figura: Ciclo de vida do Basidiomicete (Santos, 2015)

Formação de um basidiocarpo

Cogumelos geralmente consistem em um chapéu ou píleo na extremidade de uma haste


ou pedúnculo. No início da formação do basidiocarpo, o chamado estágio de botão, ele
geralmente é coberto por uma fina membrana que se rompe com o crescimento do
cogumelo. Partes dessa membrana podem permanecer no topo do píleo e ao redor na
parte inferior da haste. Algumas espécies têm na pare inferior do píleo, muitas estruturas
radiais chamadas lamelas. Cada lamela é composta por muitas hifas (Nabors, 2012).

Figura: Formação do basidiocarpo (Malaquias, 1981)


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Com frequência, um micélio dicariótico cresce para o exterior em todas as direcções, a


partir do ponto onde ocorreu a plasmogamia. Um círculo de cogumelos, conhecido
como círculo de fadas, pode se formar periodicamente na margem externa do micélio.
Um micélio dicariótico pode continuar crescendo por século utilizado fontes de
alimento do solo (Nabors, 2012).

Figura: Círculo de fadas

O maior organismo conhecido nesse mundo é um fungo. Em 1992, cientistas


descobriram um micélio na Península Superior de Michigan, com cerca de 15 hectares e
9700 kg. Na época, acreditava-se que esse era o maior organismo existente, só que mais
tarde perdeu o título para um micélio cobrindo cerca de 890 hectares no Oregon. Ambos
eram espécies do género Armillaria (Nabors, 2012).

Classe Deuteromicetos

Os deuteromicetos são também conhecidos como fungos imperfeitos ou anamórficos e


estão incluídos fungos com micélio, geralmente septado, que não tem relacionada aos
seus ciclos de vida qualquer fase sexuada perfeita. Reproduzem-se apenas
assexuadamente, por formação de esporos assexuais. Muitas espécies estão aqui
classificadas porque sua fase sexuada é desconhecida ou porque foram pouco estudadas
ou ainda porque perderam a capacidade de se reproduzir sexuadamente, pelo que se
considera somente a sua forma conidial (Silva, 2012).
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O conjunto de hifas destes fungos não forma uma estrutura específica como o
cogumelo, mas formam conidiomas que são constituídos por conidióforos, células
conidiogênicas e conídios. Os conídios são como esporos, e são as estruturas de
dispersão desses fungos, liberados continuamente no ambiente (Silva, 2012).

Ciclos de vida e reprodução

Os deuteromicetos também são conhecidos como fungos assexuais ou fungos conidiais,


porque em seu ciclo de vida apenas a fase assexual está presente. Os esporos liberados
para o ambiente são transportados pelo vento, pela água ou por algum vetor biológico e,
uma vez assentados no substrato apropriado, germinam. Uma vez que o esporo germina,
o novo fungo começa a crescer e se desenvolver. Se o fungo crescer no substrato,
atingirá a maturidade e se reproduzirá no local onde germinou. Se for um endoparasita,
deve secretar enzimas que lhe permitam degradar a cobertura protetora de seu
hospedeiro.

Os fungos parasitas das plantas secretam enzimas para degradar a parede celular.
Aqueles que parasitam insetos ou entomopatógenos secretam quitinases. Os
dermatófitos, entretanto, secretam queratinases. Uma vez atingida a maturidade sexual,
eles produzem novos esporos nos conidióforos. No caso dos endoparasitas, quando
maduros, projetam os conidióforos fora do hospedeiro. Depois que os esporos são
produzidos, eles são liberados no meio ambiente, de onde serão transportados para onde
germinar e iniciar um novo ciclo.

Os fungos imperfeitos possuem variabilidade genética, mas ao contrário dos outros


fungos, esta variabilidade ocorre sem a presença de meiose. Este fenômeno é conhecido
por parassexualidade, onde, em certo momento, as hifas com núcleos distintos se
fundem durante a Plasmogamia, consequentemente, ocorre a cariogamia (fusão de
núcleos) com trocas de informações genéticas. Porém, esta troca não ocorre durante a
meiose e os núcleos voltam a ser haploides após perdas cromossómicas, este processo é
conhecido como haploidização (Silva, 2012).
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Figura: Ciclo de vida dos Deuteromicetos

Fungos Liquenizados

Características gerais

Liquens são associação entre um fungo e um organismo fotossintetizante, uma alga ou


uma cianobactéria. O fungo em um líquen é chamado de micobionte, e a alga ou
cianobactéria é chamada fotobionte. Pelo menos 23 géneros de algas e 15 géneros de
cianobactérias que ocorrem nos líquens. Embora cada líquen seja composto por duas
espécies, os nomes científicos dados aos liquens são dados como se constituíssem uma e
única espécie, e o nome dado é o do fungo. Os liquens costumam ser classificados de
acordo com o tipo de fungo que contêm. Cerca de 98% dos fungos nos liquens são
ascomicetos e os outros 2% são basidiomicetos. Evidências sugerem que os liquens
evoluíram em vários eventos separados e que alguns grupos principais de ascomicetos
que não foram liquens evoluíram a partir de fungos formadores de liquens (Nabors,
2012).

O corpo de um líquen é denominado talo, consiste principalmente em hifas do fungo.


Em alguns talos, as células do fotobionte aparecem em todo o líquen, entretanto, as
células fotossintetizantes ocorrem em uma camada próxima à superfície do talo
(Nabors, 2012).
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Mesquita et al. (1981) frisam que embora os líquenes sejam formados pela associação
de algas e fungos, apresentam uma estrutura definida onde distinguimos:

 Camada cortical superior: com hifas densamente entrelaçadas, formando uma


superfície protectora.
 Camada gonidial ou fotobionte: formada por muitas algas e poucas delgadas
hifas.
 Camada medular ou medula: formada por uma camada espessa de hifas
frouxamente entrelaçadas.
 Camada inferior: com a mesma estrutura que a superior, com rizoides para a
fixação do líquen ao substrato.

Figura: https://corujabiologa.wordpress.com/2017/02/14/aula-pratica-de-liquens-preparando-
amostras-para-microscopia/

Tanto a cor, quanto a forma dos liquens são muito variáveis. Seu talo pode ter aspectos
muito diversos.

Os principais tipos de liquens são:

 Crostoso: semelhante a uma crosta


 Folhoso: semelhante a pequenas folhas
 Arbustivo: semelhante a um arbusto
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Crostoso Folhoso Arbustivo

Importância dos líquenes

Os pesquisadores não estão certos se a maioria do líquens constituem uma relação de


mutualista. Para o micobionte, a relação é evidente, pois ele recebe compostos de
carbono e dos liquens contêm cianobactérias, também o nitrogénio fixado do fitobionte.
Entretanto para o fotobionte, esse benefício não é observado. Algumas algas e
cianobactérias ocorrem como organismos de vida livre e como fotobiontes do mesmo
habitat, não há vantagem óbvia em viver com um fungo fazendo parte de um líquen. Em
alguns casos, o micobionte pode promover a sobrevivência do fotobionte fixando o talo
em rochas e outros substratos e através de uma espessa camada superficial que dificulta
a dissecação. Os liquens podem sobreviver em muitos ambientes terrestres, incluindo
locais inóspitos a outras formas de vida. Eles podem crescer em rochas expostas, muitas
vezes em locais com vento extremo e temperaturas muito oscilantes. Existem cerca de
200 a 300 espécies de líquens na Antártida, onde crescem entre as partículas de areia e
entre os cristais em rochas como criptoendolitos. Também crescem em montanhas em
altitudes superiores a 7.300m, em desertos quentes e nas margens dos oceanos, sujeitas
a borrifos intermitentes de água salgada. Nas cidades podem ser encontrados em
prédios, calçadas e até mesmo em janelas com vitrais. São abundantes também em
ambientes menos extremos como florestas tropicais, onde revestem os troncos das
árvores e o chão (Nabors, 2012).

Os líquenes são muito sensíveis a alterações no ambiente e à poluição ambiental.


Também são sensíveis à chuva ácida e absorvem partículas de poluição que podem
conter metais pesados e outros compostos tóxicos emitidos por veículos automotores,
usinas e fábricas. Os metais acumulados podem ser utilizados para identificar a fonte da
poluição, possibilitando uma acção corretiva (Nabors, 2012).
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A importância dos líquens vai além de sua utilidade no monitoramento da poluição
atmosférica. Liquens com cianobactérias como fotobiontes aumentam a fertilidade do
solo por meio da fixação de nitrogénio. Algumas espécies indicam a presença de metais
especiais nas rochas e solos onde crescem. Alguns liquens são utilizados para tingir
tecidos e produzir tintas (Nabors, 2012).

Os líquens que crescem em rochas nuas exercem um papel importante na decomposição


do solo, graças a libertação de metabólicos ácidos (ácidos liquenizados), sendo
considerados os pioneiros da vegetação (Nabors, 2012).

O ritmo de crescimento dos liquens é muito baixo e possuem uma reprodução assexuada
feita por sorédios, que são estruturas formadas na camada gonidial e libertadas pelo
rompimento da camada cortical superior (Mesquita et al. 1981).
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Conclusão

No presente trabalho constatou-se que os fungos podem se apresentar em diferentes


classes, desde ficomicetos, ate os deuteromicetos ou fungos imperfeitos. Os fungos
podem crescer, e dependendo das condições em que se encontram, podem se expandir
pro quilómetros de distância, como é o caso do círculo de fadas, deste modo, dentre os
fungos destaca-se o maior organismo do mundo.

Liques são a associação entre um fungo e um organismo fotossintetizante uma alga ou


uma bactéria, tendo como os principais tipos de liques, os crostosos, folhosos, e
arbustivos. Os liquens podem crescer em rochas, em altas montanhas, desertos quentes e
margens dos oceanos, nas cidades podem habitar em prédios, nos vidros, sendo
sensíveis a temperaturas altas, e chuvas acidas. Apresentam como estrutura: camada
cortical superior e inferior, camada gonidial, e camada medular, possuindo uma
reprodução assexuada.
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Referências Bibliográficas

Nabors, M.W. (2012). Introdução à Botânica. São Paulo, Brasil: Editora


Roca

Mesquita, E.C., Sene, F.M., Siqueira, N.J.B., Fernandes, V., Molen, Y.F.V.,
& Modesto, Z.M.M. (1981). Botânica. São Paulo, Brasil: EPU

Santos, E.R.D. (2015). Material Complementar ao livro Sistemática Vegetal I:


Fungos. Florianópolis, Brasil: UFSC

Silva, P. (2012). Fungos anamórficos. Recuperado em


https://www.infoescola.com/biologia/fungos-anamorficos/

Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. (2014). Raven Biologia Vegetal . 8 aed. São
Paulo, Brasil: Editora Gen

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