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Universidade Save

Tema: Reprodução dos animais

I Grupo
Elementos do grupo
Carlos Armindo Menete
Benilde Machava
Dailton Nhantumbo
Eunice Cossa
Neima Mauaie
Tilercia Cossa

Curso: Biologia
Disciplina: Zoologia Geral
Ano de frequência: 1◦ ano

UNISAVE
Abril 2022
Carlos Menete
Benilde Machava
Dailton Nhantumbo
Eunice Cossa
Neima Mauaie
Tilercia Cossa

Reprodução dos animais

Curso de licenciatura em Biologia

Trabalho realizado no âmbito


de avaliação na cadeira de
botânica geral sob orientação
do Dr. Manave

Universidade Save
Abril de 2022

2
Índice

Introdução...................................................................................................................................................4
Objetivos.....................................................................................................................................................4
Metodologia................................................................................................................................................4
Reprodução animal.....................................................................................................................................5
Reprodução assexuada................................................................................................................................5
Tipos de reprodução assexuada..................................................................................................................7
Desvantagens......................................................................................................................................9
Reprodução Sexuada ou Gâmica...............................................................................................................11
Tipos especiais de reprodução sexuada....................................................................................................13
Importância da reprodução sexuada.........................................................................................................14
Dimorfismo sexual.....................................................................................................................................15
Gametogénese..........................................................................................................................................16
Espermatogénese......................................................................................................................................16
Ovogénese.................................................................................................................................................22
Etapas embionarias...................................................................................................................................25
GASTRULAÇÃO..........................................................................................................................................27
Vantagens e desvantagens de reprodução sexuada..................................................................................28
Constatação...............................................................................................................................................29
Referencias................................................................................................................................................30

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Introdução

Os animais podem se reproduzir de forma semelhante como se reproduzem as plantas, mesmo


que sejam eles muito diferentes das mesmas.

Assim sendo define-se reprodução sendo a função através da qual os seres vivos produzem
descendentes, de modo a dar continuidade a sua espécie. Ela é fundamental para manutenção da
espécie, uma vez que, nas atuais condições da terra, os seres vivos só surgem a partir de outros
seres iguais a eles por meio de reprodução.

De acordo com a teoria da biogénese que diz que todos os organismos vivos resultam da
reprodução a partir de organismos vivos pré-existentes.

A teoria aponta para a reprodução como um meio que deu origem a vida.

Os animais só podem reproduzir-se em dois tipos básicos que são a reprodução assexuada e
sexuada, podendo ter suas subdivisões das quais estão descritas para mais adiante.

Objetivos

Objetivo Geral:

 Conhecer a reprodução animal.

Objetivos específicos:
 Descrever formas de reprodução;
 Classificar;
 Descrever as vantagens e desvantagens.

Metodologia
No presente estudo, utilizamos a metodologia da pesquisa bibliográfica para realizar uma revisão
de literatura em artigos científicos (livros) sobre o ensino de Botânica.

Optamos pela revisão de artigos disponíveis nas bases de dados online Google Acadêmico, e
visitas a biblioteca escolar.

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Reprodução animal
A reprodução é uma característica de todos os seres vivos. Ela é fundamental para manutenção
da espécie, uma vez que, nas atuais condições da terra, os seres vivos só surgem a partir de
outros seres iguais a eles por meio de reprodução. No nível molecular, a reprodução está
relacionada com a capacidade impar do DNA de se duplicar. Como vimos, quem comanda e
coordena todo o processo de divisão celular é o DNA dos cromossomas.

São vários os tipos de reprodução que os seres vivos apresentam, mas todos eles podem ser
agrupados em duas grandes categorias: reprodução assexuada e a sexuada.

Reprodução assexuada
Os indivíduos que surgem por reprodução assexuada são geneticamente idênticos entre si,
formando o que se chama clone. Esses indivíduos só terão património genético diferente se
sofrerem mutação, ou seja, alteração na sequência de bases nitrogenadas de uma ou mais
molécula de DNA.
Vários são os seres vivos que se reproduzem assexuadamente e vários são os tipos de reprodução
assexuada.
A reprodução assexuada compreende basicamente a divisão binária e a divisão múltipla.
a) Divisão binaria (bipartição ou cissiparidade)
Neste processo, a célula que constitui o corpo do individuo se divide por mitose em
outras duas idênticas. Este mecanismo ocorre tanto com os seres procariontes como os
procariontes.
Exemplos: protozoários e bactérias.

b) Divisão múltipla
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Consiste na segmentação do corpo do individuo, originando diversos segmentos com
capacidade de formar novos indivíduos completos.
Ela compreende alguns processos distintos, como a gemulação, a esporulação, a
esquizogamia.

Esporulação
Ocorre a partir de células especiais chamadas esporos que diferem das gametas pela sua
capacidade de germinação, reproduzindo-se através de mitoses até originar indivíduos
completos. Alguns esporos são móveis, pela presença de flagelos (zoósporos) ou imóveis
(aplanósporos).
Exemplos: algumas bactérias e fungos.

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Esquizogamia
É uma forma de reprodução comum aos protozoários esporozoários, como o plasmodium
malariae. Caracteriza-se pela fragmentação do núcleo da célula. Cada um desses
fragmentos cerca-se de uma porção de citoplasma e membrana, formando esporos que
darão origem a novos indivíduos.

Tipos de reprodução assexuada


Fragmentação ou regeneração: um novo indivíduo é formado por fragmentação a partir de um
pedaço que se desprendeu acidentalmente do corpo de um indivíduo adulto. Ela ocorre em
esponjas; em alguns platelmintes, como as planárias; e em alguns equinodermos, como a estrela-
do-mar.

Regeneração das planárias.

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Brotamento

Formam-se, no corpo de indivíduos adultos, brotos que depois se desprendem e dão origem a


novos indivíduos. Ocorre em esponjas.

Brotamento nas esponjas.

Gemulação

Ocorre a formação de estruturas chamadas gêmulas, quando o ambiente está muito


alterado. Dessa forma, quando o ambiente volta ao normal, elas se desenvolvem e formam novos
seres vivos. Ocorre em esponjas e celenterados.

Vantagens e desvantagens da reprodução assexuada

Vantagens

1- Expansão rápida
Esta forma de reprodução produz um grande número de descendentes apenas colocando um
determinado organismo em um habitat adequado.

2- Não requer mobilidade


Com a reprodução assexuada, os organismos podem ser reproduzidos em uma única área, sem a
necessidade de transferência.

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3- O casal não é necessário
A reprodução assexuada não precisa do par para se reproduzir. Essa característica é favorável
quando novas áreas são colonizadas, pois apenas um dos pais é necessário.

4- É favorável ao meio ambiente


Esta forma de reprodução não tem impacto negativo no meio ambiente. Por outro lado, a
reprodução assexual faria com que alguns organismos não sobrevivessem em ambientes
agressivos devido à sua suscetibilidade, estágios sensíveis durante o processo e seus órgãos
frágeis.

5- É prático em caso de emergência


Em situações difíceis, plantas e animais assexuais ainda são capazes de permanecer vivos e
continuam a produzir descendentes sem outras fontes reprodutivas. Basicamente, não existem
grandes inconvenientes em relação a situações ambientais adversas quando se trata de
reprodução assexuada.

6- Você não precisa fazer um investimento


Os organismos que se reproduzem assexuadamente não precisam ter filhos por um longo
período, ao contrário daqueles que se reproduzem através da reprodução sexual, que, por outro
lado, geralmente se limitam a apenas um filho.

Não há desgaste de energia ou tempo para produzir filhos. Além disso, certas plantas e animais
assexuados podem produzir inúmeros clones sem ter que considerar nenhum investimento. Em
suma, processo de reprodução sem complexidade e que requer menos energia.

Desvantagens
7- Previne a diversidade
Como as características e os traços de um pai solteiro são transmitidos a seus filhos, a
reprodução assexuada dificulta a diversidade genética de todas as suas gerações. Isso torna a
população procriada exatamente idêntica.

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Com a reprodução sexual, a grande vantagem é a possibilidade de misturar grupos de genes para
garantir um ecossistema diversificado.

8- Tem alguns problemas de herança


Na maioria das vezes, um único pai assexual é obrigado a copiar cromossomos e genes, o que
significa que defeitos ou mutações genéticas que ocorrem na reprodução assexual continuarão a
existir na prole, sem exceção.

Essa desvantagem pode até levar a mutações mais desfavoráveis, que resultam em organismos
produzidos sexualmente como suscetíveis a doenças, o que também significa que um grande
número de descendentes seria destruído.

9- Os organismos tendem à extinção


Traços e características idênticas implicam as mesmas fraquezas e fraquezas. Portanto, um
organismo predador evoluído que os ataca pode matar uma população inteira não preparada para
lutar por sua existência.

10- A quantidade não pode ser controlada


Esta forma de reprodução não pode controlar o aumento da população. Cada organismo é capaz
de se reproduzir, o que significa que sua própria população dobrará em cada ciclo reprodutivo.
No entanto, o processo para automaticamente quando o número é excessivo.

11- Os organismos não conseguem se adaptar às mudanças no ambiente


Os organismos transmitem características aos seus descendentes. Mas, na ausência de variações,
a capacidade de se adaptar e sobreviver às mudanças no ambiente não é desenvolvida.

12- Condições ambientais adversas


O processo de reprodução assexuada pode ocorrer em condições desfavoráveis, como
temperaturas extremas ou outras variações, o que significa que comunidades inteiras podem se
extinguir.

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Reprodução Sexuada ou Gâmica
O que caracteriza a reprodução sexuada é sua ocorrência à custa de células especialmente
formada para a finalidade reprodutiva, chamados gametas. Essas células são produzidas por
órgãos especiais denominados como gônadas. Esta reprodução permite uma variabilidade das
espécies, pois há recombinação genética. Basicamente, podemos distinguir dois mecanismos: a
gemulação a conjugação e a fecundação.

a) Gemulação:

Também chamada de gemiparidade ou brotamento, é uma forma que pode ser observada nos
unicelulares e pluricelulares. Caracteriza-se pelo aparecimento de brotos ou gemas, que surgem e
crescem ligados ao organismo inicial e que podem, ou não, dele se desprender em certa época da
vida.

Exemplos celenterados (Hydra), poríferas e fungos unicelulares.

b) Conjugação:
Nesta reprodução não há propriamente a formação de gametas, nem existem gônadas, mas há
uma troca de material genético entre as células, promovendo em cada uma dela uma
recombinação genética. Após esta troca, as células separam-se, e cada qual dará origem a novos
seres. Exemplos. Algumas Bactérias e Protozoário (Paramecium).

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c) Fecundação:

É a forma mais típica e evoluída de reprodução sexuada. Consiste na união de dois gametas
sexualmente opostos, masculino e feminino, resultando o aparecimento da célula-ovo ou zigoto.
A fecundação constitui a única fonte adequada para a variação do organismo, pois em uma só
célula, o zigoto, reúne o material hereditário de duas outras que determinam as características do
novo ser.

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Tipos especiais de reprodução sexuada
a) A Partenogênese (parthenos=virgem, gênesis=origem): neste caso, o óvulo é
capaz de entrar em desenvolvimento sem a participação da gameta masculina, ou
seja, é a formação embrionária de um indivíduo a partir de um único gameta, o
óvulo. A partenogênese pode ser arrenótoca, quando os óvulos partenogenéticos
originam apenas machos (abelhas=zangões) e telítoca, quando originam apenas
fêmeas (vermes aquáticos).

b) Pedogênese: Quando a partenogênese ocorre com a fêmea ainda imatura, isto é,


ma fase de larva. Ex. alguns Platelmintes (vermes) e moscas.

c) Neotenia: É a capacidade apresentada por determinadas larvas de alguns anfíbios


em alcançarem a maturidade sexual mesmo neste estágio. Ex. Salamandra.

Organismos que fazem reprodução sexuada

A reprodução sexuada é observada em diferentes seres vivos, como algas, fungos, plantas e


animais. Nos seres humanos, a reprodução necessita do homem e da mulher, sendo o homem
responsável pela produção do espermatozoide e a mulher responsável pela produção do ovócito
secundário, popularmente chamado de óvulo. O ovócito e o espermatozoide unem-se no
processo de fecundação, formam o zigoto, que sofre divisão celular e desenvolve-se em um

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novo ser. As plantas apresentam um ciclo de vida com alternância de gerações, sendo
observada uma fase produtora de gametas (gametófito) e uma fase produtora de esporos
(esporófito). Nas briófitas e pteridófitas, o gameta masculino necessita de água para que possa
nadar em direção ao gameta feminino.
No caso das gimnospermas e angiospermas, observa-se o surgimento do grão de pólen, que
garante o transporte do gameta masculino até o gameta feminino sem a necessidade de água. Em
algas, como algas pardas e vermelhas, observa-se também o ciclo de vida com alternância de
gerações. Nos fungos, a reprodução sexuada ocorre por meio da fusão de hifas

Importância da reprodução sexuada


A reprodução sexuada, por envolver a fusão de gametas, promove maior variabilidade
genética, não sendo observada a formação de clones, como na reprodução assexuada. Essa
variabilidade genética é importante para que a seleção natural possa atuar. Quando todos os
indivíduos de uma população são iguais, eles sofrem da mesma forma com a pressão exercida
pelo meio, o que pode levar à sobrevivência ou à eliminação de todo o grupo.

Quando existe variabilidade genética, podemos verificar a seleção natural agindo selecionando
os organismos mais aptos. A reprodução sexuada, portanto, ajuda a garantir a permanência da
espécie no meio ambiente.

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Dimorfismo sexual
O dimorfismo sexual refere-se às diferenças entre machos e fêmeas que não envolvem os
órgãos sexuais.

Os pavões são um excelente exemplo de dimorfismo sexual.

Ao estudar os animais, frequentemente nos deparamos com espécies em que o macho e a fêmea


são bastante parecidos. Outras, no entanto, apresentam características tão distintas entre os sexos
que muitas vezes pensamos que se trata de espécies diferentes. Nesse último caso, dissemos que
a espécie apresenta dimorfismo sexual.

Segundo Darwin, fêmeas e machos distinguem-se graças às características sexuais primárias,


secundárias e ecológicas. Quando falamos em características sexuais primárias, referimo-nos à
presença de órgãos sexuais, que são diferentes entre os sexos. Já as características sexuais
secundárias geralmente são físicas, tais como aumento de pelos, penas de colorações diferentes,
entre outras. Já as características ecológicas relacionam-se com os hábitos de vida de uma
espécie.

O dimorfismo sexual pode ser definido como as diferenças marcantes existentes entre os


machos e fêmeas de uma determinada espécie. Vale destacar que essas diferenças não dizem
respeito aos órgãos sexuais, relacionando-se apenas com outras características físicas e
comportamentais que diferem um sexo do outro, como o tamanho do corpo, coloração das penas
e pelos e a emissão de sons.

Várias espécies do reino animal apresentam dimorfismo sexual, e essa característica geralmente
se relaciona com a reprodução. Os pavões, por exemplo, apresentam um dimorfismo sexual
caracterizado pela presença de penas longas e coloridas na cauda do macho e pela coloração

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discreta da fêmea. A principal função dessa cauda espalhafatosa é chamar a atenção da fêmea e
garantir a reprodução.

Outro caso de dimorfismo sexual observado nos animais é o do elefante-marinho.


Diferentemente dos pavões, os machos não apresentam estruturas coloridas e mais evidentes do
que as das fêmeas. Nesse caso, o dimorfismo está na diferença de tamanho observada entre os
sexos, haja vista que as fêmeas são bem menores e mais leves que os machos. Provavelmente o
tamanho do corpo dos machos está relacionado com a competição para ter contato com as
fêmeas.

A explicação mais plausível para a existência do dimorfismo sexual é a seleção sexual, uma vez
que, na maioria das vezes, a diferença entre os sexos está relacionada com a escolha da fêmea
por um macho para acasalar e com a disputa entre machos por uma fêmea. Além da teoria da
seleção sexual, alguns autores acreditam que o dimorfismo sexual, que seria uma consequência
da seleção natural, atuaria como forma de reduzir a competição intraespecífica. Alguns autores
sugerem ainda que a diferença entre os sexos pode ter acontecido em decorrência dos diferentes
papéis que machos e fêmeas desempenham no momento da reprodução, como o cuidado
parental.

Os seres humanos também possuem dimorfismo sexual. Entre as características que diferenciam
os homens e as mulheres, podemos citar a presença de seios no sexo feminino e, nos homens, o
pomo-de-adão e a disposição de pelos. Além disso, a distribuição do tecido adiposo entre os
sexos é diferente.

Gametogénese
A gametogênese é o fenômeno biológico de formação dos oócitos secundários e
espermatozoides. A gametogênese pode ser caracterizada por três etapas distintas denominadas
multiplicação (mitose), crescimento e maturação (meiose), que se diferenciam em vários aspecto
na espermatogênese e na oogênese.

Espermatogénese
A gametogênese masculina é denominada espermatogênese e ocorre nos túbulos seminíferos dos
testículos. É um processo contínuo na vida do homem após ser atingida a puberdade. A

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maturação das células germinativas para formação dos espermatozoides ocorre até o final da vida
do indivíduo, em que cada espermatogónio dará origem a quatro espermatozoides.

Os espermatogónios que foram formadas durante a vida fetal e estavam dormentes nos túbulos
seminíferos, entram em fase de multiplicação na puberdade dando origem a muitas
espermatogónios por mitoses sucessivas.

Após a fase de multiplicação, cada espermatogónio formado entra na fase de crescimento e dá


origem a dois espermatócitos primários. Em seguida os espermatócitos primários passam pela
fase de maturação, que corresponde às divisões de meiose. Cada espermatócito primário ao
sofrer a primeira divisão da meiose dá origem a dois espermatócitos secundários. Esta primeira
divisão da meiose é deducional, assim os espermatócitos secundários passam a ter metade do
número de cromossomos, isto é, cada espermatócito secundário é uma célula haplóide(N), ao
contrário dos estágios anteriores de espermatogónios e espermatócitos primários que são
diplóides (2N).
A continuidade do processo de maturação ocorre com a segunda divisão da meiose nos
espermatócitos secundários que darão origem os espermatídios, que também são células
haplóide. Cada espermatídio passa pelo fenômeno da espermiogênese, que corresponde ao
processo de diferenciação celular para formação dos verdadeiros gametas masculinas. Durante a
espermiogênese os espermatídios ganham o acrossomo e a cauda (flagelo). O acrossomo está
localizado na região anterior da cabeça do espermatozoide e corresponde a uma aglomeração de
vesículas secretadas a partir do complexo de Golgi.
No acrossomo estão presentes várias enzimas, entre elas a hialuronidase que têm papel
fundamental no momento da fecundação, pois as atividades destas enzimas favorecem a entrada
do espermatozoide através da corona radia-ta e da zona pelúcida durante o processo de
fertilização.

A cauda do espermatozoide é fundamental para a mobilidade da gameta masculina até o local da


fertilização. Para ocorrer o movimento de chicoteamento da cauda do espermatozoide, as
mitocôndrias da cauda fornecem ATP (adenosina trifosfato), que é fonte de energia para a
locomoção. A espermatogênese desde a origem das espermatogônias até a formação dos
espermatozóides, passando pela espermiogênese, ocorre em aproximadamente dois meses.

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A Figura mostra o momento da penetração do espermatozóide através das células foliculares
para atingir o oócito secundário. O oócito fertilizado sofrerá clivagens originando o embrião, que
se desenvolverá no interior do útero materno. A gametogênese feminina diferencia-se da
masculina em vários aspecto como na ocorrência do processo ao longo da vida do indivíduo, no
número de gametas formados, nas etapas de multiplicação, crescimento e maturação, assim como
nas diferenciações e maturações citoplasmáticas e nucleares das gametas masculinos e
femininos. A Tabela I mostra as principais diferenças na gametogênese humana.

Figura 3: O esquema mostra o momento da penetração do espermatozóide no oócito secundário.


Adaptado de Biology a Human Emphasis9.
1. Oogénese

A gametogênese feminina é denominada oogênese ou ovogênese e inicia-se no interior dos


folículos ovarianos, que são as unidades funcionais e fundamentais dos ovários. Tem início ainda
na vida intrauterina, quando as células germinativas, derivadas do embrião feminino, passam
pela fase de multiplicação até aproximadamente a 15ª semana da vida fetal2, sofrendo divisões
mitóticas dando origem as oogônias.

As oogônias a seguir passam por uma fase de crescimento dando origem aos oócitos primários.

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Os oócitos primários passarão pelas fases de maturação que correspondem às divisões meióticas.
Nas recém-nascidas, parte deste processo de maturação já ocorreu, isto é, a primeira divisão da
meiose já se iniciou e o oócito primário encontra-se estacionado
em prófase I na subfase de diplóteno.
Alguns estudos sugerem que o processo meiótico fica inibido pela ação de um fator inibidor da
maturação do oócito (OMI). Além deste fator é importante também à ação do fator promotor da
maturação (MPF), que é um dímero, complexo proteico formado por duas subunidades
denominadas Cdc (proteína quinasse) e a cíclica, que é uma proteína reguladora, que controla a
capacidade da Cdc fosforilar proteínas alvo adequadas.
A atividade do MPF é controlada pelo padrão cíclico de acúmulo e degradação da ciclina, que é
um de seus componentes. A montagem do dímero Cdc-ciclina, sua ativação e posterior
degradação são processos centrais que controlam o ciclo celular. A
Figura mostra a variação do complexo MPF desde o estágio de diplóteno até a metáfase II, que
são dois estágios em que a meiose fica estacionada ao longo
do processo de maturação. No diplóteno da prófase I os cromossomos estão
duplicados e apresentam duas cromatídeos. Nessa fase podem ser observados os quiasmas
(pontos de cruzamentos entre cromátides não irmãs), devido à ocorrência do crossing - over.

DIPLÓTENO METÁFASE I METÁFASE II

MPF
Estimulação Citocinese Metáfase II
hormonal (estacionada)

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Figura: Variação do complexo MPF ao longo do processo de maturação oocitária.

O oócito neste estágio é identificado morfologicamente pela visualização da vesícula


germinativa, que caracteriza o oócito com núcleo bem desenvolvido, imaturo e em final de
prófase I. A quebra da vesícula germinativa marcará a continuidade da meiose e do processo de
maturação oocitária.

Os oócitos ficam neste estágio de prófase I (diplóteno) até a mulher atingir a puberdade e o
processo se completará apenas na adolescência por influência das gonadotrofinas hipofisárias.

Os ovários apresentam nas mulheres recém-nascidas uma média de um a dois milhões de


folículos primordiais. Os folículos primordiais são unidades formadas por uma camada de
células achatadas que envolvem o oócito primário. A partir do folículo primordial forma-se o
folículo secundário e em seguida o folículo pré-Antral, caracterizado pela proliferação de células
da granulosa, que ficam evolvidas pelas células da teca.

Entre as células da granulosa é secretado o fluído folicular que se acumula no espaço intersticial
promovendo a formação da cavidade Antral, caracterizando o folículo Antral. Com a formação
do antro, o oócito primário passa a ocupar uma posição deslocada para um dos lados do folículo
ficando rodeado por várias camadas de células denominadas de cumulus oophorus. O fluído
folicular acumulado na cavidade Antral é importante na nutrição das células da granulosa e do
oócito. Em ciclos naturais, o desenvolvimento folicular desde a fase de folículo secundário,
quando o folículo atinge 2 a 5 mm, até a fase Antral sofre influência do Hormônio Folículo
Estimulante (FSH) secretado pela hipófise anterior. Nesta fase os folículos tornam-se
gonadotrofina – dependentes para seu desenvolvimento.

Sob a ação do FSH, ocorre o crescimento e o desenvolvimento folicular e o folículo Antral chega
à fase de folículo pré – ovulatório. Próxima à ovulação, o pico do Hormônio Luteinizante (LH)
induz a quebra da vesícula germinativa e o processo de meiose é reiniciado.

O oócito primário que estava estacionado em diplóteno, que é a fase mais longa da prófase I,
podendo durar ao redor de 40 anos, entra em dia cinese, finalizando a prófase I. A seguir o oócito

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I atinge a metáfase I em que os pares de cromossomos homólogos duplicados, pareados e num
grau de condensação maior distribuem-se na placa equatorial da célula.

A continuidade da maturação oocitária é caracterizada pela chegada do oócito I a anáfase I.


Nesta fase os pares de cromossomos homólogos que estão pareados migram para os pólos
opostos da célula. A orientação da disjunção dos cromossomos homólogos para os pólos da
célula é realizada pelo encurtamento das fibras do fuso meiótico. Esta separação dos
cromossomos homólogos na anáfase I caracteriza a meiose como um processo deducional em
que haploidia da célula é reduzida à metade, isto é, o número de cromossomos 2N = 46
cromossomos passam para N = 23 cromossomos.

A redução do número de cromossomos à metade da haploidia nas gametas é fundamental para a


estabilidade do número de cromossomos da espécie. A haploidia é reconstituída no momento da
fecundação. Quando o oócito I atinge a telófase I, estará terminada a primeira divisão da meiose
sendo formado o oócito secundário (N) e um corpúsculo polar (N).

O oócito secundário é o verdadeiro gameta feminino que é liberado com o rompimento do


folículo ovulatório. A ação do LH é importante para a formação do corpo lúteo a partir do
folículo ovulatório, que sofre degeneração se não ocorrer à fecundação.

A Figura mostra os vários estágios do processo de maturação folicular desde o estágio de


folículo primordial até a liberação do oócito secundário no fenômeno da ovulação.

No ciclo ovulatório muitos folículos podem passar pelos processos de crescimento e


diferenciação, mas é comum que apenas um deles chegue à ovulação ocorrendo o processo de
atresia para os folículos menores. Ao longo da vida da mulher o processo de atresia é
responsável pela redução de milhões de folículos.

Uma mulher durante a vida reprodutiva produz a partir da puberdade um oócito secundário a
cada ciclo de ovulação, que em média ocorre a cada 28 dias, assim aproximadamente 400
folículos é que efetivamente vão liberar o oócito secundário a partir da menarca até a menopausa.

O oócito secundário, agora com um conjunto haplóide (N) de cromossomos inicia a segunda
divisão da meiose passando pela prófase II, atingindo a metáfase II. A segunda divisão da meiose
é novamente bloqueada em metáfase II e será concluída se ocorrer a fertilização.

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Ao longo da maturação oocitária a formação do primeiro corpúsculo polar é um sinal da
finalização da meiose I, e a formação do segundo corpúsculo polar é um indicativo da
fertilização do oócito.

Ovogénese
Nos ovários, encontram-se agrupamentos celulares chamados folículos ovarianos de
Graff, onde estão as células germinativas, que originam os gametas, e as células foliculares,
responsáveis pela manutenção das células germinativas e pela produção dos hormônios sexuais
femininos.
Nas mulheres, apenas um folículo ovariano entra em maturação a cada ciclo menstrual, período
compreendido entre duas menstruações consecutivas e que dura, em média, 28 dias. Isso
significa que, a cada ciclo, apenas um gameta torna-se maduro e é liberado no sistema reprodutor
da mulher.

Os ovários alternam-se na maturação dos seus folículos, ou seja, a cada ciclo menstrual, a
liberação de um óvulo, ou ovulação, acontece em um dos dois ovários.

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A ovogénese é dividida em três etapas:

a) Fase de multiplicação ou de proliferação: é uma fase de mitoses consecutivas, quando


as células germinativas aumentam em quantidade e originam ovogônias. Nos fetos
femininos humanos, a fase proliferativa termina por volta do final do primeiro trimestre
da gestação. Portanto, quando uma menina nasce, já possui em seus ovários cerca de 400
000 folículos de Graff. É uma quantidade limitada, ao contrário dos homens, que
produzem espermatogônias durante quase toda a vida.
b) Fase de crescimento: logo que são formadas, as ovogônias iniciam a primeira divisão da
meiose, interrompida na prófase I. Passam, então, por um notável crescimento, com
aumento do citoplasma e grande acumulação de substâncias nutritivas. Esse depósito

23
citoplasmático de nutrientes chama-se vitelo, e é responsável pela nutrição do embrião
durante seu desenvolvimento.
Terminada a fase de crescimento, as ovogônias transformam-se em ovócitos primários
(ovócitos de primeira ordem ou ovócitos I). Nas mulheres, essa fase perdura até a
puberdade, quando a menina inicia a sua maturidade sexual.
c) Fase de maturação: dos 400 000 ovócitos primários, apenas 350 ou 400 completarão sua
transformação em gametas maduros, um a cada ciclo menstrual. A fase de maturação
inicia-se quando a menina alcança a maturidade sexual, por volta de 11 a 15 anos de
idade.

Quando o ovócito primário completa a primeira divisão da meiose, interrompida na prófase I,


origina duas células. Uma delas não recebe citoplasma e desintegra-se a seguir, na maioria das
vezes sem iniciar a segunda divisão da meiose. É o primeiro corpúsculo (ou glóbulo) polar.
A outra célula, grande e rica em vitelo, é o ovócito secundário (ovócito de segunda ordem ou
ovócito II). Ao sofrer, a segunda divisão da meiose, origina o segundo corpúsculo polar, que
também morre em pouco tempo, e o óvulo, gameta feminino, célula volumosa e cheia de vitelo.

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Na gametogênese feminina, a divisão meiótica é desigual porque não reparte igualmente o
citoplasma entre as células-filhas. Isso permite que o óvulo formado seja bastante rico em
substâncias nutritivas.

Na maioria das fêmeas de mamíferos, a segunda divisão da meiose só acontece caso o gameta
seja fecundado. Curiosamente, o verdadeiro gameta dessas fêmeas é o ovócito II, pois é ele
que se funde com o espermatozoide.

Etapas embionarias
A embriologia estuda o processo de formação e desenvolvimento do indivíduo desde o zigoto até
o nascimento. Ao longo do crescimento embrionário alguns genes são ativados e outros
desativados. Dessa maneira surge a diferenciação celular, ou seja, tipos celulares com formatos e
funções distintos, que organizam os diversos tecidos e posteriormente formarão os órgãos. Na
espécie humana as principais fases do desenvolvimento do embrião são a clivagem ou
segmentação, gastrulação e organogênese.

Durante a clivagem as divisões mitóticas são rápidas e dão origem as células chamadas
blastômeros. Diante da velocidade com que as células se dividem, o embrião apresenta aumento
do número delas, mas não de tamanho. O primeiro estágio da clivagem é a mórula, um maciço
celular originado entre o terceiro e quarto dia após a fecundação. Na segunda e última etapa
ocorre a blástula, onde as células delimitam uma cavidade interna chamada blastocele, cheia de
um líquido produzido pelas próprias células. Até a fase de blástula as células embrionárias são
chamadas de células-tronco, que podem originar todos os diferentes tipos de célula do corpo.

A partir da blástula, inicia a fase de gastrulação, onde o embrião começa a aumentar de tamanho
e surge o intestino primitivo ou arquêntero e ocorre a diferenciação dos folhetos germinativos ou
embrionários.

Os folhetos darão origem aos diferentes tecidos do corpo e se dividem em ectoderme,


endoderme e mesoderme.

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1. Ectoderme: epiderme, unhas, pelos, córnea, cartilagem e ossos da face, tecidos
conjuntivos das glândulas salivares, lacrimais, timo, tireóidea e hipófise, sistema nervoso,
encéfalo e neurônios, entre outros.
2. Endoderme: pâncreas, sistema respiratório (excetos cavidades nasais), pulmões, fígado e
epitélio da bexiga urinária, entre outros.
3. Mesoderme: derme da pele, músculos, cartilagens e ossos (exceto da face), medula
óssea, rim, útero, coração, sangue, entre outros.

Ao final da gastrulação, o embrião é chamado de gástrula.

A última fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, onde ocorre a diferenciação


dos tecidos e órgãos. O primeiro estágio dela é a neurulação, quando há formação do tubo
neural, que se diferenciará no sistema nervoso central.  Durante a neurulação, o embrião recebe o
nome de nêurula. A organogênese termina até a oitava semana de gestação, por volta do 56º dia.
Nesse período, o embrião mede cerca de 3 cm de comprimento. Depois da nona semana até o
nascimento, o indivíduo em formação passa a ser chamado de feto. O nascimento ocorre em
média durante a 38ª semana de gestação.

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GASTRULAÇÃO
Na gastrulação, a blástula sofre mudanças e ocorre a formação dos folhetos embrionários.

O desenvolvimento embrionário é formado por várias etapas diferentes.

Durante o desenvolvimento embrionário, diversas modificações ocorrem, desde a formação do


zigoto até a formação completa de um novo ser. Logo após a segmentação, inicia-se a fase
de gastrulação, que acontece durante a terceira semana de gestação.

A gastrulação é uma etapa importante do desenvolvimento embrionário, pois é nessa fase que
ocorrem o crescimento e a diferenciação das células para formação dos três folhetos
germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma). Esses folhetos são responsáveis por
originar órgãos e tecidos do embrião.

A gastrulação inicia-se com a formação da chamada linha primitiva na superfície do epiblasto,


uma região de células localizada acima da blastocele. Essa linha, que torna possível identificar o
eixo embrionário do embrião, é formada pelo aumento e migração das células do epiblasto em
direção ao plano mediano do disco embrionário.

A linha surge em direção à região cefálica do embrião até se encontrar com o nó primitivo.
Enquanto isso ocorre, surge na linha um sulco que se encontra com um sulco presente no nó
primitivo, denominado de fosseta primitiva.

Após a formação dos sulcos, inicia-se a invaginação das células do epiblasto e formam-se os três
folhetos germinativos. As células invaginadas deslocam o hipoblasto, que passa a ser chamado

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de endoderma. As células localizadas entre o epiblasto e o endoderma formam o mesoderma, e
aquelas que ainda fazem parte do epiblasto formam o ectoderma.

Além da formação da linha primitiva, durante a gastrulação surgem a placa precordal e a


notocordal, duas estruturas muito importantes. As células mesenquimais saem do nó e da fosseta
primitiva e formam o processo notocordal. Este adquire um canal notocordal e cresce até a placa
precordal, uma região onde o endoderma e ectoderma estão firmemente ligados. A notocorda
surge através da transformação do processo notocordal.

Durante toda a fase de gastrulação, o embrião é chamado de gástrula.

Atenção: é importante destacar que a terceira semana de desenvolvimento é uma etapa que
requer muita atenção por parte da gestante, uma vez que nesse estágio são comuns lesões que
causam má-formações. Infelizmente, muitas vezes a mulher não sabe que está grávida nessa fase
e faz uso de álcool e outras substâncias que podem alterar o desenvolvimento embrionário,
acarretando assim problemas graves ao bebê em formação. Ao descobrir uma gravidez, é
fundamental procurar imediatamente um médico.

Vantagens e desvantagens de reprodução sexuada


Vantagens

 Grande variabilidade genética;


 Maior facilidade de adaptação as mudanças do meio;
 Capacidade evolutiva da espécie;
 Maior capacidade de sobrevivência caso ocorram mudanças no ambiente.

Desvantagens

 Processo lento;
 Grande desperdício de energia (devido a formação de gametas e aos processos de
fecundação);
 Dificuldade de encontrar parceiros.
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Constatação

A forma de reprodução que se desenvolveu mais cedo foi a assexuada, processo este em
que um único individuo é capaz a dar origem a outros genótipos. Neste tipo de reprodução,
a geração seguinte adquire as mesmas características que os seus parentes possuem uma
vez que recebem cópias de ADN ou clones.

Na reprodução assexuada não há encontro de gametas nem ocorre a fecundação. A


reprodução sexuada tem como principio a formação de embrião a partir de gametas
masculinos e femininos dando origem a indivíduos semelhante aos pais, mas não idênticos
como na reprodução sexuada.

Por tal motivo ela é muito importante no que se diz respeito a variabilidade genética.

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Referencias
"Ovogénese" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em
15/04/2022 às 13:56. Disponível na Internet
em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo16.php

Ceccato, Vânia Marilande Biologia molecular / Vânia Marilande Ceccato. 2. ed. Fortaleza:
EdUECE, 2015. 139 p.: il.; 20,0cm x 25,5cm . (Ciências Biológicas) Inclui bibliografia.

Ceccatto, Vania Marilande. Biologia evolutiva / Vania Marilande Ceccato, Edson Lopes da
Ponte. – Fortaleza : EdUECE, 2015.

132 p. ; il. (Ciências Biológicas)

LOPES, SÔNIA. Bio: Volume 1 / Sônia Lopes; Sérgio Rosso – 1. Ed. – São Paulo Saraiva,
2010.

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