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UNIVERSIDADE LÚRIO

Faculdade de Ciências Agrárias


Licenciatura em Eng. Desenvolvimento Rural

ESTUDO COMPLETO DOS FUNGOS

Estudante
Latifa Bramugi A. Chande

Docente
Paulo Genoita

Wunaangu, Abril de 2020


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UNIVERSIDADE LÚRIO
Faculdade de Ciências Agrárias
Licenciatura em Eng. Desenvolvimento Rural

ESTUDO COMPLETO DOS FUNGOS


Trabalho de Carácter Avaliativo Refente a Cadeira de Biologia Geral

Estudante:
Latifa Bramugia A. Chande

Docente
Paulo Genoita

Wunaangu, Abril de 2020


1
Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 3
1. Fungos ......................................................................................................................................... 4
1.1. Célula Fúngica .......................................................................................................................... 4
1.2. Citologia dos fungos ................................................................................................................. 4
1.3. Bolores, Fungos Filamentosas e Multicelular .......................................................................... 6
1.3.1. Morfologia dos Fungos .......................................................................................................... 6
1.3.1.1. Macromorfologia dos Fungos ............................................................................................. 6
1.3.3. Bolores – Fungos Filamentosas ............................................................................................. 6
1.3.3.1. Micromorfologia ................................................................................................................. 6
1.3.3.2. Tipos morfológicos de hifas: (micélio) .............................................................................. 7
1.3.2. Fungos Pluricelulares ............................................................................................................ 7
1.4. Leveduras – Fungos Unicelulares............................................................................................. 7
1.4.1. Macromorfologia ................................................................................................................... 7
1.4.2. Micromorfologia .................................................................................................................... 8
1.5. Desenvolvimento dos Fungos ................................................................................................... 8
1.6. Nutrição .................................................................................................................................... 9
1.7. Importância dos Fungos ......................................................................................................... 10
1.7.1. Substâncias Produzidas Pelos Fungos ................................................................................. 10
1.8. Micoses e Sua Prevenção ....................................................................................................... 10
1.8.1. Classificação das Micoses ................................................................................................... 11
1.8.2. Prevenção ............................................................................................................................ 11
2. Conclusão .................................................................................................................................. 12
Bibliografia .................................................................................................................................... 13

2 iii
Introdução
Os fungos são organismos que convivem connosco todos os dias. Estes organismos são encontrados
praticamente em qualquer local do ambiente que nos cerca, inclusive no ar, onde estruturas
reprodutivas, na forma de esporos ou conídios, estão prontas para, ao cair em um substrato
adequado, desenvolver novas estruturas vegetativas e reprodutivas (AMABIS & MARTHO, 2012).
Estes organismos, muitas vezes, nos são úteis, decompondo resíduos orgânicos, causando a
decomposição ou a degradação de alimentos, ou mesmo atacando seres vivos, parasitando-os e,
eventualmente, causando a sua morte.
Os fungos são importantes, tanto do ponto de vista ecológico quanto económico. Ecologicamente,
são considerados os lixeiros do mundo, pois degradam todo tipo de restos orgânicos, independente
da origem, transformando-os em elementos assimiláveis pelas plantas. Já, economicamente, têm
implicações em várias áreas: Medicina humana e veterinária, Farmácia, Nutrição, Fitopatologia,
Agricultura, Biotecnologia, entre outras.

3
1. Fungos
São organismos unicelulares (leveduras) ou pluricelulares (bolores e cogumelos), desprovidos de
clorofila; são portanto heterótrofos (BOSCHILIA, 2006, p. 121).

1.1. Célula Fúngica

Fig. 1. Estrutura de célula fúngica, Fonte: http://reinofungi.no.comunidades.net/estrutura-dos-fungos

1.2. Citologia dos fungos


Os fungos são seres eucariontes ou seja suas células apresentam membrana nuclear envolvendo o
material genético (carioteca), com estrutura celular completa com duas regiões distintas
morfologicamente (citoplasma e núcleo), podem ter um só núcleo, como as leveduras ou serem
multinucleados, como caso de bolores (fungos filamentosos);
Possuem uma extensa gama de organelas celulares que se espalham pelo citoplasma como canais do
retículo endoplasmático, o sistema de golgi, as mitocôndrias, os vacúolos, plastos, lisossomas, entre
outras organelas celulares (BOSCHILIA, 2006).

Parede celular: estrutura rígida que protege a célula de choques osmóticos.


Composição química: Composta por glucanas, mananas e em menor quantidade quitina, proteína e
lipídios.
As mananas e glucanas estão combinadas com proteínas formando as glicoproteínas,
manoproteinas e glicomanoproteinas.

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A quitina é o principal componente estrutural da parede celular fúngica (Magalhães).
Os lipídios apresentam-se como composto
como esteróis, triacilglicerois, entre outros.
A Parede celular tem como característica a
formação de hifas e possui propriedades
antigénicas.

Fig. 2. Estrutura da parede celular fúngica.

Membrana celular: actua como uma barreira


semi – permeável no transporte activo e
passivo das substâncias, constituída por uma
porção hidrofóbica e outra hidrofílica, esteróis
– ergosterol lipídeos associados a açúcar –
glicolipídeos- importantes na aderência da
célula fúngica às células do hospedeiro.
Fig. 3. Estrutura da parede celular de uma célula
fúngica, (BOSCHILIA, 2006).

Núcleo: contém o genoma fúngico, agrupado em cromossomas lineares, composto de DNA dupla
fita em hélice, contém histonas associadas ao DNA cromossomal.
Ribossomas: síntese proteica.
Mitocôndria: sítio de fosforilação oxidativa, composta por membranas de fosfolipídeos. Contem
DNA e ribossomos próprios.
Retículo endoplasmático: encontra-se em toda célula fúngica. Ligado a membrana nuclear e os
ribossomas podem estar aderidos.
Aparelho de Golgi: armazenamento de substâncias que serão desprezadas pela célula fúngica.
Vacúolos: relacionados com armazenamento de substâncias de reserva para a célula como,
glicogénio e lipídios (BOSCHILIA, 2006).

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1.3. Bolores, Fungos Filamentosas e Multicelular
1.3.1. Morfologia dos Fungos
A identificação dos fungos é baseada quase que exclusivamente em sua morfologia tanto macro
(coloniais) como microscopicamente (BOSCHILIA, 2006).

1.3.1.1. Macromorfologia dos Fungos


Macroscopicamente, os fungos podem ser divididos em dois grandes grupos: os bolores, que
apresentam uma colónia filamentosa, e as leveduras, que apresentam em geral, uma colónia
cremosa (BOSCHILIA, 2006).
Os bolores são menos exigentes que as leveduras e bactérias, em relação a humidade, pH,
temperatura e nutrientes. Normalmente cresce em alimentos ricos em carboidratos e ácidos;
Como são em grande maioria aeróbios eles crescem apenas na superfície do alimento em contacto
com o ar e a assimilação de nutrientes é bastante acelerada (Idem).

1.3.3. Bolores – Fungos Filamentosas


1.3.3.1. Micromorfologia
Em termos de características microscópicas esporos são características clássicas dos
são multicelulares e filamentosos. As Hifas e filamentosos.
A unidade estrutural dos fungos é filamentosas, as colónias são mais resistentes
representada pela hifa que forma um conjunto do que as de bactérias.
denominado micélio, que pode ser vegetativo
exercendo as funções de assimilação fixação e
crescimento das espécies ou micélio de
frutificação que serve à reprodução da
espécie.
Hifas são Estruturas tubulares e ramificadas.
Devido ao enovelamento das hifas

Fig. 4. Organização das hifas no fungo, fonte: (LOPES, 2006, p. 228)

6
1.3.3.2. Tipos morfológicos de hifas: (micélio)
1.Asseptada: consiste em uma célula longa e
contínua, a qual não se divide em
compartimentos.
2. Septada: suas hifas divididas em
segmentos pelo cruzamento de parede celular.

Fig. 5. Tipos morfológicos de hifas (Magalhães).

1.3.2. Fungos Pluricelulares


Possuem corpo constituído por 2
componentes: o corpo de frutificação é
responsável pela reprodução do fungo, por
meio de células reprodutoras especiais, os
esporos, e o micélio é constituído por uma
trama de filamentos, onde cada filamento é
chamado de hifa (BOSCHILIA, 2006).

Fig. 6 Estrutura de um fungo pluricelular (Magalhães).

1.4. Leveduras – Fungos Unicelulares


1.4.1. Macromorfologia
- Colónias de aspecto húmido, cremosa ou pastosa.

a) b)

Fig. 7. a e b, Macromorfologia: colónias de leveduras

7
Necessitam para o seu crescimento de humidade superior a exigida pelos bolores e inferior a exigida
pelas bactérias, a faixa de temperatura ideal para o crescimento em torno de 25° C a 30° C, o
crescimento é favorecido em pH ácido multiplicando – se melhor em aeróbios e (com excepção das
leveduras fermentadoras que se multiplicam melhor em anaeróbios e) e tendo açúcar como fonte de
energia (BOSCHILIA, 2006).
As leveduras transformam o açúcar em álcool através do processo de fermentação. Ex: Candida
tropicalis.
Glicose → álcool etílico + gás carbónico
As leveduras do género Saccharomyces são as que apresentam maior valor industrial e comercial
como agentes biológicos de transformação em indústrias de bebidas fermentadas, de panificação e
destilarias de etanol. Esses fungos reproduzem-se por brotamento.

1.4.2. Micromorfologia
São Unicelulares, esféricas, ovais ou elipsóides e algumas formam pseudo – micélio

Fig. 8. Micromorfologia das leveduras

1.5. Desenvolvimento dos Fungos


Para o seu desenvolvimento, os fungos exigem, de preferência, carboidratos simples como a D-
glicose.
Alguns fungos requerem factores de crescimento que não conseguem sintetizar, como as vitaminas:
tiamina, biotina. Necessitam de água para seu desenvolvimento. Alguns são halófilicos e se
desenvolvem em ambiente com elevada concentração de sal (BOSCHILIA, 2006).

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1.6. Nutrição
Os fungos são considerados seres heterotróficos, necessitando de materiais orgânicos já formados,
que servem como fonte de energia e como constituintes celulares. Por causa da rigidez da parede
celular, sua nutrição é por absorção de nutrientes solúveis simples (BOSCHILIA, 2006).
Devido a ausência de clorofila, os fungos, para se nutrirem, necessitam de substâncias orgânicas que
eles próprios são incapazes de elaborar. Assim, são obrigados a viver em estado de saprofitismo,
parasitismo ou simbiose.
I. Saprófitas: utilizam substâncias organizas inertes, muitas delas em decomposição;
II. Parasitas: desenvolvem-se em outros organismos vivos, os hospedeiros, e nutrem-se de
substâncias existentes em suas células vivas.
III. Simbiontes: associam-se com outros organismos, prestando mútua ajuda em suas funções.
As principais enzimas encontradas nos fungos são: lipases, invertases, lactases, amilases,
proteinases, entre outros (AMABIS & MARTHO, 2012).

9 Fig. 9. Nutrição dos fungos (BOSCHILIA, 2006).


1.7. Importância dos Fungos
Os fungos são organismos extremamente importantes para o equilíbrio da natureza. As espécies
saprofágicas, juntamente com algumas bactérias, desempenham o papel de decompositores,
destruindo cadáveres e restos de plantas e animais. Isso permite que a matéria orgânica dos seres
mortos possa ser aproveitada pelos novos seres que nascem (AMABIS & MARTHO, 2012).
Os fungos são usados como alimento propriamente dito; na indústria alimentícia, na produção de
pães, queijos, cervejas e vinhos; na indústria farmacêutica e biotecnológica, para a fabricação de
antibióticos, ácidos, pigmentos, enzimas, pesticidas biológicos, entre outros usos.

1.7.1. Substâncias Produzidas Pelos Fungos


Alguns fungos são capazes de produzir substâncias que actuam como antibióticos e que, portanto
combatem bactérias. Algumas dessas substâncias têm sido usadas na produção comercial de
antibióticos como é o caso de Penicilium chrysogenum e do Penicilium notatum, que sintetizam
penicilina (LOPES, 2006).
Foi do acomiceto Penicilium chrysogenum que se extraiu originalmente a penicilina, um dos
primeiros antibióticos a ser empregado com sucesso no combate a infecções causadas por bactérias.
Certos fungos produzem toxinas poderosas que vêm sendo objecto de pesquisa farmacêutica.
Muitos fungos produzem substâncias denominadas ciclopeptídios. Capazes de inibir a síntese de
RNA mensageiro nas células animais (AMABIS & MARTHO, 2012).
Um fungo muito estudado do ponto de vista farmacêutico foi o ascomiceto Claviceps purpúrea,
popularmente conhecido como a ergotina. Foi dele que se extraiu originalmente o ácido lisérgico,
ou LSD, uma substância alucinógena (AMABIS & MARTHO, 2012).
Aspergillus flavus cresce em amendoim e em muitos outros substratos, e produz a aflatoxina,
potente cancerígeno que causa sérios danos ao fígado (LOPES, 2006, p. 233).

1.8. Micoses e Sua Prevenção


Micose é o nome genérico que caracteriza várias doenças causadas por fungos.
Os fungos causadores de doenças buscam lugares quentes e húmidos do corpo humano para se
abrigarem. Geralmente, os fungos se instalam na pele, couro cabeludo e unhas (Magalhães).

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1.8.1. Classificação das Micoses
Didaticamente pode-se dividir as micoses em superficiais e cutâneas.
Micoses superficiais: são infecções causadas
por fungos que invadem as camadas mais
superficiais da capa córnea da pele.
As lesões se manifestam como mancha
pigmentar na pele, nódulo ou pêlos.

Fig. 9. Micose na pele (TERCAROLI, et. all., 2010).

Micoses cutâneas: são causadas por fungos


que invadem toda a espessura da capa córnea
da pele ou a parte queratinizada intrafolicular
dos pêlos ou a lâmina ungueal.
Na pele, as lesões se manifestam como
mancha inflamatória, nos pêlos como lesão de
tonsura e na unha por destruição da lâmina
ungueal (Magalhães). Fig. 10. Micose na unha

1.8.2. Prevenção
As doenças causadas por fungos podem ser evitadas através das seguintes atitudes:
 Higiene;
 Lavar-se com água e sabão;
 Evitar andar descalço. Em praias, o ideal é utilizar chinelos;
 Não compartilhar toalhas de banho com outras pessoas;
 Evitar calor e humidade em áreas de dobras da pele;
 Evitar ficar com roupas húmidas;
 Usar meias limpas e secas;
 Manter as unhas curtas e limpas (Só Biologia, 2020).

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2. Conclusão
Em jeito de desfecho do presente trabalho, percebe-se que à primeira vista, os fungos são poucos
interessantes. Mas eles contribuem de forma decisiva para a preservação da diversidade biológica do
nosso planeta e estão presente em diferentes formas no nosso quotidiano. Assim como algumas
espécies de bactérias, os fungos actuam como agentes da decomposição, permitindo a reciclagem de
nutrientes.
Apesar de causarem doenças, algumas espécies de fungos são capazes de produzir substâncias que
actuam como antibióticos. Entretanto, o potencial biotecnológico destes organismos superam
enormemente os potenciais danos e o número de espécies fúngicas com importância química,
farmacológica, ambiental, ecológica, agrícola e alimentícia é extraordinário.

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Bibliografia
AMABIS, J. M., & MARTHO, G. R. (2012)., Biologia dos Organismo: A diversidade dos Seres
Vivos. São Paulo: Moderna Editora.
BOSCHILIA, C. (2006)., Biologia: teoria e prática., São Paulo: Rideel.
http://reinofungi.no.comunidades.net/estrutura-dos-fungo
LOPES, S. (2006). BIO: Volume único (1 ed. ed.). São Paulo: Saraiva.
Magalhães, L. (s.d.). Micoses e sua prevenção, Obtido em 1 de Abril de 2020, da Web:
http://www.infoescola.com.br
Só Biologia., (2020). Fungos unicelulares e Pluricelulares, Obtido em 02 de 04 de 2020, de World
Wide Web: http://www.sociobiologia.com.br/conteúdos/Reino/fungos3.php
TERCAROLI, G. R., et. all., (2010). O Incrível Mundo dos Fungos, São Paulo: Unesp.

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