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BOULANGERIE
CLÁSSICA
BRASILEIRA E
INTERNACIONAL
AULA 3 O TRIGO 14
AULA 13 O BRIOCHE 64
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Pegando carona nas descobertas gregas, por volta do ano 100 a.C., os romanos
se deslumbraram com a magia dos pães, e esse se tornou a base da alimentação de
sua civilização. Nesse mesmo período, foi fundado em Roma o Colégio Oficial de
Padeiros, que possuía a função de uma “padaria do Estado”, fornecendo alimento
para a população. Outra curiosidade é que todo homem que ali aprendesse o ofício
deveria ensiná-lo a seus filhos. (SEBESS, 2014). Via-se então o surgimento de um
novo ofício, o de padeiro.
Mais de um século depois, a profissão foi regulamentada e já se apresentava
com divisões distinta de funções: os fornarii, que eram os homens que assavam
os pães, e os pistores, que preparavam e sovavam a massa.
A função de padeiro e a evolução da panificação como um todo alcançou muito
destaque dentro de toda Europa; essa expansão foi tamanha que a França criou
uma guilda de padeiro denominada Tamelier, que se assemelha hoje a um curso
profissionalizante.
A Primeira Revolução Industrial, já no século XIX, chega para definitivamente
transformar o modo de fazer pão, com a criação de máquinas que otimizaram todo
o processo de moagem e refino de grãos, masseiras imensas que já dividem, pesam
e modelam a massa, além de grandes fornos de tijolos e lenha com capacidade de
assar quantidades superiores de uma única vez.
Fornos a gás substituíram os a lenha no início do século XX, possibilitando um
aumento significativo na quantidade e qualidade desses pães produzidos, chegan-
do ao ponto em que vemos hoje, um alimento acessível à toda sociedade a baixo
custo.
Um breve passeio introdutório pela linha do tempo da panificação já nos ajuda
a compreender a complexidade do tema e as infinitas possibilidades que ainda
estão por vir dentro desse universo que transforma farinha, água, sal e gordura no
alimento da vida. Celebrado por todas as nações no mundo, a única certeza que
temos é que o PÃO é uma unanimidade mundial.
Observe o receituário de um pão ancestral, que alimentou milhares de pessoas
durante muitos séculos e é produzido até os dias de hoje. Esse preparo não pos-
sui nenhuma forma de fermentação. Somente farinha de trigo, água, sal e azeite
juntos transformados em massa bem fina e leve, de preparo rápido e de consumo
muito versátil.
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Pão Ázimo
Ingredientes Quantidade
Farinha 240 g
Água 120 ml
Azeite 20 ml
Sal 10 g
Fonte: tabela elaborada pela autora.
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na rede
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AULA 02 O PÃO NO BRASIL
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A escassez na produção de farinha despertou o movimento de importação do
produto para suprir a procura que se apresentava, e que por sinal se apresenta até
hoje, pois o país nunca conseguiu autossuficiência na produção de trigo, e assim
passaram a ser desenvolvidos pães e outros preparos que uniam a claríssima fari-
nha de trigo às saborosas farinhas que já eram encontradas por aqui originalmente,
como a farinha de mandioca e de milho.
Um dos clássicos da panificação brasileira surge nes-
se período, fruto dessa mistura deliciosa de farinhas, as
broas de milho – que unem farinhas de trigo e milho
– são ícones dentro da nossa gastronomia de origem,
deixando muito claro a fusão de culturas luso-brasileira.
A revolução da triticultura nacional ocorreu pelas
mãos dos imigrantes italianos que se assentaram princi-
palmente na região Sul do Brasil entre as últimas décadas
do século XIX e as primeiras do século XX. Formaram-
-se imensos campos de trigo que eram processados por
moinhos hidráulicos à beira dos rios, produzindo boa
quantidade de farinha e assim popularizando ainda mais
o consumo dos “pães de trigo”. E como os italianos do-
minam com primazia essa arte.
Já em 1.900 é inaugurado o primeiro moinho industrial brasileiro, e que teve
todo o destaque nas mídias da época:
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existem ali, para desse modo dobrar a sua capacidade” (Correio Paulistano,
16 de março de 1900).
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Pão de Queijo
Ingredientes Pesos %
Polvilho azedo 750 g 75
Açúcar 30 g 0,3
Sal 15 g 0,5
Manteiga 100 g 10
Ovos 4 unidades -
Leite 500 g 50
Fonte: tabela elaborada pela autora.
–– Misturar o queijo, a manteiga, os ovos, o sal e o açúcar até formar uma massa
uniforme e lisa.
–– Adicionar os polvilhos e misturar bem, dando o ponto com leite até formar
uma massa lisa, levemente pegajosa e uniforme.
–– Bolear e dispor em assadeiras untadas.
–– Cocção: 210ºC por cerca de trinta minutos.
O uso de castanhas, ervas e óleos nativos do nosso país, juntamente com a
qualificação técnica do profissional da panificação nacional, já é reverenciado por
todo o mundo, nos colocando entre os países de destaque na produção e excelência
de pães de alta performance.
Não é necessário sovar a massa de pão de queijo, pois como já deve ter notado
em seu preparo não usamos farinha de trigo e desta forma não há necessidade de
desenvolver o glúten antes de sua cocção. Pode ser consumido por aqueles que
possuem restrições a essa proteína.
12
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na rede
http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
http://www.inci.org.br/acervodigital/
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AULA 03 O TRIGO
O cio da terra
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
(Chico Buarque e Milton Nascimento, 1977)
Dizem as boas línguas que a panificação é a ciência das farinhas, ditado fre-
quentado em padarias e no qual eu particularmente concordo plenamente. As
farinhas mais diversas podem ser produzidas, normalmente, de matérias-primas
muito simples, como os cereais e partes de vegetais que possuam bastante amido
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em sua composição. Aqui devemos entender cereais como os grãos que compõem
naturalmente a alimentação, como o trigo, a aveia, o milho, o centeio, entre mui-
tos outros, que se multiplicam por todo mundo e possuem características muito
específicas, pois são extremamente adaptáveis às variações climáticas e do solo.
Aqui nosso olhar se voltará de forma mais específica para o trigo, o segundo
cereal mais consumido no mundo, ficando atrás apenas do milho, que por sua
vez também produz uma farinha sensacional e que já estava presente em “terras
brasilis” muito antes da chegada dos europeus por aqui.
Muito além da panificação, o trigo tem destaque em diversas outras ramifica-
ções, a indústria cervejeira utiliza esse grão em larga escala, como também é usado
nas indústrias de ração animal e alimentícia.
Mas afinal, qual o segredo desse grão e do que ele é composto, você deve estar
se perguntando. Trata-se de um pequeno grão que se divide biologicamente em
três partes: endosperma, gérmen – que popularmente é conhecido por germe – e
sua casca ou farelo.
1. Endosperma: trata-se da parte interna do grão, onde se encontram as
partes mais importantes do grão, os elementos essenciais para a panifi-
cação, o glúten (proteína) e o amido (carboidrato).
2. Gérmen: por possuir sabor muito intenso e amargo, na produção da
farinha, essa é a parte que será descartada. Porém trata-se do embrião
dessa semente, de onde se originará a planta em questão.
3. Casca: com alto teor de vitamina, a casca é mantida na moagem de pro-
dução da farinha integral; no caso da farinha branca o grão é descascado
e limpo antes do processo, e essa casca é usada de forma independente,
gerando o farelo ou fibra de trigo.
Todas as partes do trigo possuem capacidades nutricionais diferenciadas, como
exemplifica o quadro a seguir:
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Parte do Grão Principais Nutrientes
Casca Fibra dietética, potássio, fósforo, magnésio, ferro e niacina
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• Trigo Duro: é o tipo ideal de farinha para a produção de pães por possuir
alto teor de glúten formando estruturas mais estáveis no momento da
fermentação.
Farinhas Comuns: produto peneirado, com baixo teor de glúten, usado com
mais frequência na confeitaria e em produções de pães mais leves e de rápido
preparo.
Farinhas Integrais: a casca do grão faz parte dessa farinha, está presente no
momento da moagem, o que aumenta o seu valor nutricional, porém enfraque-
cendo a ação do glúten.
Glúten, glúten, glúten. Por todos os lados dentro e fora da panificação se escu-
ta esse nome como sendo um vilão da boa saúde, o que nem de perto é verdade.
Existe sim uma gama de pessoas que possuem uma incapacidade natural para a
digestão do glúten. Tem-se os intolerantes, em quem o processo digestivo todo se
torna mais complexo e desconfortável e aqueles que são terminantemente proibi-
dos de consumir a proteína por serem portadores de uma desordem autoimune
(o organismo ataca a si mesmo). Trata-se de uma enfermidade causada pela into-
lerância permanente ao glúten. Nesses casos, o glúten funciona como má cola que
adere nas paredes do intestino delgado provocando danos profundos ao sistema
imunológico. Essa desordem recebe o nome de Doença Celíaca e pode provocar
danos irreversíveis ao seu portador.
Atualmente legislações obrigam que os rótulos de produtos alimentícios conte-
nham impressos, em seus rótulos, identificações claras que identifiquem a presença
dessa proteína com os dizeres: Contém Glúten.
Os demais componentes da farinha possuem da mesma forma características
bem específicas:
Gordura: em pequena quantidade na composição, tem a função de ajudar
na conservação da farinha, e deve ter seu teor controlado para que a mes-
ma não adquira sabor desagradável. Melhora a plasticidade e a tolerância
à fermentação das massas.
Água: todo grão possui o seu teor próprio de umidade, no caso do trigo é
importante manter esse valor sob controle para que não haja proliferação
de microrganismos e toxinas ou se torne seco e quebradiço.
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Amido: representa quase 75% da composição da farinha, daí a capacidade
de gelatinização da massa, ajudando na estruturação dela e fortalecendo as
estruturas de glúten.
Além do trigo, rei da panificação, outras farinhas vêm ganhando cada vez mais
destaque, veja algumas e suas principais características:
Farinha de centeio: perdendo apenas para o trigo, o cereal mais importante
na panificação é o centeio. Quando processado sua farinha possui baixo
índice de glúten o que dificulta na levedação de pães, sendo indicado o uso
de um percentual de farinha de trigo, como já explicado anteriormente.
Trigo búlgaro: geralmente usados em pães multigrãos para dar textura gra-
nulosa.
Farinha de soja: de textura fina, não contém glúten, mas é usada em massas
de pão para incrementar o sabor e os nutrientes.
18
Isto está
na rede
Procure saber mais sobre o glúten. O site da ACELBRA – Associação dos Celía-
cos do Brasil oferece todo o tipo de informação necessária, inclusive contém
receitas com exclusão dessa proteína.
Acesse: www.acelbra.org.br
Isto acontece
na Prática
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AULA 04 INGREDIENTES DA
PANIFICAÇÃO
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O ovo tem a capacidade de emulsificar a massa, agindo de forma a facilitar o
processo de absorção da gordura na massa, melhorando a textura de forma sig-
nificativa.
É alimento perecível e deve ser conservado em ambiente de temperatura
controlada; pode ainda variar de tamanho, o que pode gerar resultado final
diferente do esperado, sendo necessário ser pesado antes do uso.
O leite é composto originalmente por água (87%) e o restante de sólidos que
contém proteína, gordura e lactose; tais ingredientes dão ao leite cor e sabor. Seu
percentual de gordura também os diferencia, sendo encontrados o leite integral,
semidesnatado e desnatado.
Na panificação, tem a função de aumentar a estabilidade da massa, auxiliar na
retenção da umidade, além de interferir diretamente no aroma e sabor do pão.
Contribui ainda para a coloração final da crosta.
O açúcar tem como sua principal função ser a base principal da fermentação,
responsável por agir diretamente na liberação do gás carbônico responsável pelo
crescimento do pão. Também agrega maciez e sabor aos pães.
Observe abaixo tabela indicativa sobre o percentual de açúcar em alguns dos
pães mais consumidos pelo brasileiro:
Pão Doce 15 a 25
Fonte: SEBESS, P. Técnicas de padaria profissional.
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A gordura, podendo ser de origem animal ou vegetal, se dividem em:
• Manteigas: derivada do leite, é gordura de origem animal e possui altís-
sima concentração de gordura, cerca de 80% de sua massa.
• Margarinas: gordura vegetal ultraprocessada.
• Óleos vegetais: gorduras vegetais em estado líquido, podendo ser
originados de frutos, como as azeitonas por exemplo, ou de algumas
boas sementes, como o gergelim e o girassol.
• Banha: gordura de origem animal, sendo a mais utilizada a de porco.
Emulsificantes:
• Reduz o tempo de mistura dos ingredientes.
• Propicia maior elasticidade ao glúten, reforçando-o e resultando em pães
mais volumosos e leves.
• Amplia a duração do produto finalizado.
Oxidantes:
• Dão robustez e volume aos pães, pois atuam diretamente na estrutura de
proteína do glúten. O mais usado no mercado atual é o ácido ascórbico
ou mais conhecido por nós como vitamina C.
Branqueadores:
• Seu uso é feito exclusivamente nos moinhos, logo após o processamento
do trigo. A intenção é chegar em pães de miolo mais branquinho, e a
legislação brasileira faz um controle rigoroso de seu uso.
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Conservantes:
• Usados exclusivamente em pães embalados para inibir o crescimento
de microrganismos nocivos à saúde.
Melhorador:
• Produto que concentra em um só produto a ação de diversos aditivos de
uma única vez e já nas proporções corretas; hoje já comumente encon-
trado em mercados no formato de pó ou pasta.
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na rede
Isto acontece
na Prática
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AULA 05 FERMENTO, O SEGREDO
DE TUDO
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4. Fermento biológico seco para massas doces: possui altíssimo poder de
fermentação, chegando a ser 20% mais potente que o fermento seco
comum. Foi especialmente desenvolvido para ativar massas com fator
maior de açúcar. Como o açúcar absorve muita umidade da massa, isso
pode dificultar a reidratação do fermento e sua ativação é comprometida.
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Métodos Indiretos: consistem na utilização de pré-fermentos e fermentos na-
turais escolhidos para trazer ainda mais sabor ao produto base. Os pré-fermentos
são cercados de muitas informações, muitas vezes confusas até para profissionais
mais experientes na área. Ouve-se muito sobre poolish, sourdough, biga, esponja,
levain, entre outras, o que só aumenta o mistério. Afinal, quem são eles?
• Esponja: é a grosso modo uma das espécies de pré-fermento. A esponja
é uma massa líquida composta por partes iguais de água e farinha e a ela
é adicionado o fermento de acordo com o percentual de massa desejada.
Esse fermento age inflando a massa e ativando a rede de glúten até que os
gases não possam mais ser retidos. É mais utilizada no preparo de mas-
sas ricas em açúcar, pois auxilia diretamente no processo de levedação.
• Massa Fermentada ou Massa Velha: ocorre quando se usa um pedaço de
uma massa feita e já fermentada para utilização em um futuro proces-
so, trazendo assim um sabor mais ácido ao produto final, entre outras
vantagens.
• Biga: fermentação primária de origem italiana e permite que o sabor
do trigo fique mais acentuado. Atenção a esse pré-fermento, pois o seu
preparo nunca inclui sal.
• Poolish: desenvolvido na Polônia e considerado um dos primeiros pré-
-fermentos industriais. Possui a característica de controlar a acidez da
massa proporcionando uma massa mais leve; não leva sal em seu preparo
e sua fermentação acontece em temperatura ambiente.
• Levain: talvez o mais famoso dos pré-fermentos, esse preparo não se
utiliza de nenhum fermento industrial como os demais, também se
diferencia dos outros pois esse pode perpetuar durante meses, anos e
até décadas. Trata-se de uma cultura de microrganismos (leveduras e
bactérias) que vão se multiplicando de forma controlada e depois, em
momento adequado, usados para fermentar a massa.
As primeiras massas estudadas no Egito antigo que foram esquecidas para fora
sofrendo ação de microrganismos são a marca de surgimento do levain. Trata-se
de um dos métodos mais complexos de pré-fermento e necessita de muita atenção
na manutenção dessa levedura, pois como já citado trata-se de uma cultura viva.
Veja agora uma forma simples de cultivar o seu próprio levain para produções
espetaculares:
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Levain de Iogurte
Farinha 100%
Leite 100%
Iogurte 100%
Fonte: tabela elaborada pela autora.
Isto está
na rede
Alguns vegetais com bastante amido em sua composição formam base ideal
para o desenvolvimento de fermentos. Procure saber na rede sobre o Fer-
mento de Batata. Irá se surpreender. https://www.youtube.com/watch?v=d-
6-HHuTp1_w
Isto acontece
na Prática
Glúten elástico e glúten plástico são termos usados pelos padeiros para definir
momentos diferentes de evolução dessa proteína. A massa que equilibra as
duas fases é considerada ideal e de alta qualidade.
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AULA 06
PÃO – PROCESSOS E
PRODUÇÃO
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Sova: é onde tudo começa, os ingredientes são misturados para que se tornem
homogêneos e para que, com a movimentação da massa, o glúten possa se desen-
volver. Este é o momento onde se acrescenta o fermento, podendo ser o poolish, a
biga, a massa fermentada, a esponja ou aquele que melhor se adequar ao preparo
em questão.
Essa sova pode ser feita de duas maneiras:
Primeira Fermentação: logo após a massa ser misturada ela passa por um
período de descanso, a primeira fermentação. Esse é o momento onde a massa se
torna mais consistente e o glúten começa a se desenvolver, deixando a massa me-
nos elástica e ganhando volume. O processo deve ser interrompido – respeitando
cada caso – para o momento da modelagem dos pães.
Porcionamento: assim como a sova, pode ser feito manualmente ou mecanica-
mente. Hoje já se encontra no mercado máquinas que pesam e porcionam a massa
com muita precisão, o que facilita muito o processo.
Pré-modelagem, descanso e modelagem: três procedimentos formam essa
fase:
• Pré-modelagem: momento onde acontece o degassing, a retirada parcial
dos gases que se acumularam durante a primeira fermentação e em se-
guida molda-se a massa em pequenas bolas ou cilindros.
• Descanso: sua função aqui é o relaxamento do glúten para a modelagem
final.
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• Modelagem final: aqui se dividem, pois existe pães de formatos especí-
ficos que só são modelados manualmente e os tradicionais que podem
ser modelados por equipamentos automatizados.
Temperatura ºC Reação
48,8 ºC – 54,5 ºC O gás carbônico é produzido (CO²)
100ºC no interior da
O pão já se encontra assado por completo
massa
Fonte: tabela elaborada pela autora.
Resfriamento: esse processo deve ser respeitado para que se alcance excelência
na qualidade do produto final. Os pães recém-saídos do forno devem ser deixados
em grelhas suspensas antes de serem embalados ou cortados, esse procedimento
evita que mofos e fungos se proliferem pelo pão.
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Além dos processos tradicionais na produção dos pães, existem alguns outros
itens que devem ser acompanhados como uma forma de controle de qualidade, as-
sim abrindo possibilidade para correção de aprimoramento de falhas de execução.
Deve-se então observar também:
Isto está
na rede
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=sXcr4bnz4MA
Isto acontece
na Prática
Observe no preparo de sua esponja quando ela dobrar de volume com relação
ao início e já houver uma leve depressão ao centro estará pronta para uso.
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AULA 07 A MATEMÁTICA DO
PADEIRO
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Ingrediente Quantidade (kg) Porcentagem
Farinha 5 100%
Sal 0,100 2%
Melhorador 0,050 1%
Gordura 0,400 8%
Fermento 0,250 5%
5 kg 100%
5 PP% = 0,100x100
5 PP% = 10
PP% = 10/5
PP = 2%
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Veja agora esta outra receita, desta vez, temos dois diferentes tipos de farinha:
Água 2,500
Gordura 0,400
Fermento 0,250
Com base nesses dados, é possível fazer diferentes cálculos para obter os pe-
sos dos ingredientes restantes, os pesos das farinhas foram somados nos dando o
índice base de 100%.
Usando essa fórmula simples conseguimos achar o percentual de todos os in-
gredientes de um receituário. A esse processo damos o nome de balanceamento,
é ele que determina a porcentagem de cada ingrediente na massa.
É importante lembrar que para que essa fórmula seja aplicada com sucesso
todos os ingredientes do preparo devem estar na mesma unidade de medida, você
se lembra delas?
Fique atento às unidades corretas, pois, a partir de agora, elas farão parte de
sua vida profissional de forma mais intensa.
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As finalidades do balanceamento são:
• Controle de qualidade: estabelecer padrões para os produtos e processos,
garantindo uniformidade na produção e permitindo identificar possíveis
falhas no processo e suas causas.
• Normalização e registros: descrição completa do processo, incluindo
tempos de masseira, descanso, fermentação e cozimento, temperaturas
da massa e do forno, e tamanho das peças. Isso possibilita que todos os
funcionários desenvolvam as receitas da mesma forma, auxiliando na
solução de imprevistos e criando identidade para o estabelecimento.
• Controle de estoque: proporciona redução de custos pelo uso correto
das matérias-primas, evitando desperdício.
• Controle da produção: permite avaliação financeira do negócio por meio
do dimensionamento da produção, dos custos e dos lucros.
Conheça a seguir as porcentagens mais comuns utilizadas na panificação.
Ingrediente Porcentagem
Sal 2% a 3%
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Hidratação % Referência de Elastici- Tipos de Pães
dade
Isto está
na rede
https://rogerioshimura.wordpress.com/2011/09/12/balanceamento-de-recei-
tas-i/
Isto acontece
na Prática
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Tabela de Medidas e Equivalências
milho pó
1 xícara
240 ml 120ml 180 g 120 g 100 g 90 g 100 g 200 g
de chá
¾ xíca-
ra de 180 ml 90 ml 135 g 90 g 75 g 68 g 75 g 150 g
chá
½ xícara
120 ml 60 ml 90 g 60 g 50 g 45 g 50 g 100 g
de chá
¼ xícara
60 ml 30 ml 45 g 30 g 25 g 23 g 25 g 50 g
de chá
Colher
15 ml 10 ml 12 g 8g 7g 6g 8g 16 g
sopa
Fonte: https://rogerioshimura.wordpress.com/2011/06/20/tabela-de-medidas-e-equiva-
lencias/
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EQUIPAMENTOS
AULA 08 E UTENSÍLIOS NA
PANIFICAÇÃO
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• Chinois: usado para coar e filtrar líquidos.
• Bowl: tigela que serve para bater, misturar, guardar
e armazenar alimentos, entre outras utilidades.
• Banneton: cesto de fermentação onde a massa do
pão é colocada para descansar e crescer após ser Título: Bowl
Fonte: https://pixabay.com
modelada.
• Carretilhas: usado para cortar massas.
• Descascador de legumes.
• Espátula de silicone (pão-duro).
• Facas: diversos tipos de corte.
• Bisturi ou lâmina: usado para fazer as pestanas do
pão.
• Medidores: xícaras e colheres.
• Peneiras.
• Papel filme. Título: Banneton
• Papel manteiga. Fonte: https://pikwizard.com
• Tapete de silicone.
• Raspador de massa.
• Sacos de confeitar.
• Termômetro: usado para a temperatura das prepa-
rações.
• Tesouras.
• Fornos: usados para a cocção dos pães. Os mais Título: Facas
usados atualmente são: Fonte: https://unsplash.com/
Título: Pó na tigela
Fonte: https://unsplash.com
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Forno de Lastro: como mencionado, o forno de lastro é o mais recomendado
para panificação, isto porque o processo de aquecimento é estático, o que permite
que o pão não desidrate ou resseque. O lastro é um material construído através
de uma mistura de minerais que formam um composto refratário, normalmente
com 25 mm de espessura, durável e que permite um aquecimento uniforme por
toda a sua área.
O mercado apresenta, hoje, fornos de lastro de diferentes tamanhos e propor-
ções, pequenos e modulares, compactos e os de escala industrial com maior massa
térmica e possibilidade de aquecimento a gás, lenha, diesel ou elétrico.
Fornos de lastro estão cada dia mais modernos e os melhores modelos dis-
poníveis têm iluminação nas câmaras, temporizadores, controle de temperatura
diferentes para o teto e o lastro e painéis de comando em LCD, sem esquecer o
sistema automático de injeção de vapor.
Também é possível registrar programas de cocção com identificação própria
para cada receita e, no caso dos elétricos, como as câmaras são independentes, é
possível realizar preparos diferentes em cada uma delas, maximizando o potencial
do produto.
Indica-se o forno de lastro, portanto, para o clássico (e brasileiro) pão fran-
cês, mas também para todos os demais pães brancos (inclusive as massas doces),
integrais e os “rústicos”. O forno de lastro é ainda indicado para confeitaria fina.
Poderia até arriscar e dizer que não há na panificação o que um forno de lastro não
asse, muito embora cada tipo de forno tenha suas particularidades e aplicações.
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Os fornos rotativos operam tanto na forma elétrica como com gás e também
possuem sistema de injeção de vapor.
Como dito, o forno rotativo é adequado para padaria e confeitaria de diferentes
tipos e dimensões e promovem, por exemplo, excelentes resultados para pães de
hambúrguer, hot-dogs, assim como para biscoitos e demais itens da confeitaria
seca.
Forno Turbo: o forno turbo, ou também chamado de forno de convecção, com
cozedura por ar quente é um conhecido de muitos padeiros(as) e estabelecimentos.
Eles são modelos mais versáteis, normalmente recomendados para a finalização
de produtos ou preparos mais rápidos.
A vantagem do forno turbo é que não é necessário esperar muito tempo para
o pré-aquecimento e, com isso, é possível começar a assar bem rápido. O sistema
do forno turbo também permite uma boa distribuição do calor e resultados uni-
formes e os modelos atuais já possuem sistema de injeção de vapor automático.
Um forno turbo não é tão robusto quanto o forno de lastro ou o rotativo,
mas geralmente é uma solução prática e bem eficiente para padarias que operem
com uma variedade alta de produtos de confeitaria, pães e um volume de saída
relativamente pequeno. Os fornos turbo são, ainda, indicados para assamento de
croissants, macarons e confeitaria em geral.
Isto está
na rede
Acesse o artigo e descubra um pouco a mais sobre a origem dos fornos a lenha
nas serras gaúchas, grandes produtores de pães no Brasil.
Fonte: https://online.unisc.br/seer/index.php/cepa/article/down-
load/4305/2990
Isto acontece
na Prática
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Anote isso
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AULA 09 PÃO FRANCÊS X
BAGUETE FRANCESA
45
Fonte: https://pixabay.com
Então é hora de arregaçar as mangas, preparar o mise en place para preparar o
nosso queridinho Pão Francês.
Pão Francês
Ingredientes % Peso
Farinha 100% 2 kg
Sal 2% 40 g
Açúcar 1% 20 g
Fermento fresco 3% 60 g
Margarina 2% 40 g
Fonte: tabela elaborada pela autora.
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2. Tempo de mistura: de dez a doze minutos.
3. Tempo de fermentação: uma hora ou até dobrar de volume.
4. Corte: 70 gramas de peso.
5. Fermentação Intermediária: 1 hora ou até dobrar de volume.
6. Modelagem final: pão francês de bolso.
7. Fermentação final: de um minuto a um minuto e meio.
8. Acabamento: cortes com bisturi/estilete e finalização, quando for o caso,
com gergelim, queijo ralado, semente de papoula ou ervas a gosto.
9. Cocção: entre 218ºC e 232ºC.
Agora, como não poderia deixar de ser, conheceremos o preparo do pão que
inspirou nossos padeiros pelas bandas de cá, a baguete!
Pão que se tornou símbolo de toda uma nação, a baguete é ícone da boulangerie
francesa, sendo inclusive referência visual da cidade de Paris em muitos lugares.
No dia 15 de novembro de 1793, a Convenção aprovou um decreto que tornava
obrigatório o acesso de todo cidadão francês a um mesmo tipo de pão, denomi-
nado “pão da igualdade”, foi nesse momento que a baguete entrou definitivamen-
te para a história. O lançamento foi um fracasso. Em 1856, Napoleão III tentou
reinstituir o pão longo e crocante, sem muito sucesso a mais. Foi somente após
a libertação dos nazistas, em 1944, que a baguete (inicialmente um fenômeno só
parisiense) se ampliou em todos os cantos da França.
Tecnicamente, são deliciosos pães crocantes, longos, dourados e tostados por
fora, que possuem cortes (pestanas) em sua superfície deixando à mostra seu in-
terior perfeitamente assado. Suas medidas devem ser precisas: 80 centímetros de
comprimento, de 6 a 7 centímetros de largura e peso entre 250 e 300 gramas de
peso final.
Hora de botar a mão na massa, vamos ao preparo da baguete. Note que será
usado um dos pré-fermentos – método indireto de fermentação – ensinado em
aulas anteriores e que torna o receituário um pouco mais complexo se comparado
ao pãozinho francês.
Primeiramente prepare com antecedência o poolish da seguinte maneira:
47
Poolish
Quantidade
Ingredientes %
(kg)
Isto acontece
na Prática
• Casca grossa
• Aspecto fosco
• Rachaduras irregulares
Excesso de vapor:
Anote isso
48
Baguete Francesa
Ingredientes Peso (gramas) %
Sal 55 2
Fermento fresco 55 2
Poolish 800 30
Fonte: tabela elaborada pela autora.
Fonte: https://unsplash.com
49
AULA 10 PÃES DE MASSA LEVE
50
Hamburgo – que deu o nome atual e passou a ser grelhado e colocado dentro de
um pão redondo que acomoda com perfeição o hambúrguer. Seguiu então para
os EUA onde foi aperfeiçoado, vindo assim a se tornar o alimento ícone do país.
Seguimos agora para o receituário e preparo dos pães de cachorro-quente e
hambúrguer, já que se diferem apenas no momento da modelagem. Esse será o
primeiro dos preparos ensinados com o uso dos equipamentos e maquinários
profissionais da panificação.
Pão de cachorro-quente
Ingredientes Quantidades (kg) %
51
4. Após 5 minutos em atividade baixa, bata por mais 7 em velocidade alta
ou até se desenvolva a rede de glúten por completo.
5. Retire a massa da masseira e observe a temperatura, que não deve exce-
der 28ºC. Caso exceda, faça o descanso da massa em refrigeração.
6. Deixe a massa descansar por 30 minutos em superfície untada com óleo
e coberta com papel filme.
7. Após a pausa de 30 minutos de descanso, divida a massa em peças de 80
g (cachorro-quente) e 120 g (para hambúrguer).
8. Descanse novamente a massa por mais 20 minutos e, então, modele.
Se for o caso, coloque cobertura de gergelim. Caso use a modeladora
para pães de cachorro-quente, verifique os padrões do maquinário para
melhor modelagem. Pães de hambúrguer devem ser modelados a mão
ou em boleadora.
9. Fermente em câmara de fermentação a 28ºC ou até dobrar de volume.
10. Asse a 180ºC por 12 a 16 minutos, calor seco, sem injeção de vapor e
em forno de convecção. Pincele manteiga clarificada derretida imedia-
tamente após retirar os pães devidamente assados do forno.
11. Resfrie o pão sobre grelha antes de embalar.
Existem ainda outros tipos de pães que são moldados a partir dessa mesma
massa e muito consumidos no Brasil, como por exemplo:
• Pebete: se assemelha à do pão de cachorro-quente; porém possui quase
o dobro de seu tamanho, ao invés das tradicionais 80 gramas de massa,
são usadas 150 gramas.
• Pão careca: ao contrário do anterior, nesse caso são usados apenas 25
gramas de massa, e esses são moldados em pequenas bolas.
Isto está
na rede
Fonte: https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/BA/Anexos/In-
d%C3%BAstria%20da%20panifica%C3%A7%C3%A3o.pdf
52
Isto acontece
na Prática
Anote isso
53
AULA 11
PÃES DE
SUPERMERCADO
Bisnaguinha
Ingredientes Quantidade (kg) %
Manteiga 0,6 20
54
Fermento biológico fresco 0,2 7
Água 1,2 40
Açúcar 0,6 20
Leite em pó 0,15 5
Ovo 0,5 15
Fonte: tabela elaborada pela autora.
Usamos nesse preparo, como deve ter notado, além da gordura tradicional um
percentual de leite em pó, que entra no preparo para trazer estabilidade na massa,
sabor e ajudar diretamente na retenção da umidade.
Outro detalhe foi o uso do gel de brilho na finalização do preparo. Esse ingre-
diente é bastante usado tanto na panificação como na confeitaria. É encontrado
pronto para a venda com bastante facilidade ou pode ser produzido de acordo com
a simplíssima receita a seguir composta por apenas dois ingredientes.
55
Gel de Brilho
Ingrediente Quantidade
Amido de milho 20 g
Água 200 ml
Fonte: tabela elaborada pela autora.
56
Pão de Forma Básico
60 –
Leite integral gelado tipo A (10ºC) 2,079
63
57
AULA 12 PÃES DOCES
Muitos alunos perguntam se esse módulo não deveria estar dentro da matéria
de confeitaria, é uma dúvida muito comum e compreensível, porém a partir de
hoje você não mais terá essa dúvida. Sempre que um processo envolver e necessitar
do desenvolvimento do glúten, este fará parte da panificação, ok?
Como não poderia deixar se ser, os pães doces logo de entrada já se apresentam
com receituários contendo muito mais açúcar do que os demais vistos até agora,
pois aqui não será apenas alimento para o fermento, mas adquire capacidades bem
específicas no resultado final.
O açúcar tem múltiplas funções dentro do processo de fabricação de pães,
sejam os doces ou os neutros e salgados, dentre elas podemos aqui citar as mais
importantes:
• Interagir com as moléculas de proteína e amido durante o processo de
cocção.
• Atuar como amaciador pela absorção de água e pela inibição do desen-
volvimento do glúten da farinha.
• Retardar a gelatinização do amido.
• Caramelizar quando exposto a altas temperaturas, oferecendo coloração
e aroma agradáveis durante a cocção.
• Acelerar a fermentação ao promover alimento ao fermento.
• Retardar a coagulação da proteína dos ovos em pudins e cremes.
• Retardar o escurecimento das frutas.
• Acentuar a maciez e o sabor de sorvetes, sherbets e sorbets.
58
A variedade dos pães doces vem aumentando consideravelmente no Brasil, hoje
já conseguimos consumir tranquilamente um doughnut, um brioche, um croissant
ou nosso amado panetone (mesmo fora da época de natal). A globalização da
informação transformou tudo, inclusive o mundo da panificação.
Essa globalização é tão intensa que mal percebemos quando ela chega até nós e
de que forma. Os queridinhos do momento, os doughnuts, clássico estadunidense,
fizeram fama por aqui ao aparecer de forma repetitiva nas mãos de Homer Simpson,
personagem principal do seriado Os Simpsons, que é completamente apaixonado
por essas dulcíssimas rosquinhas. Feitas de massa muito semelhante aos nossos
sonhos, é de fato o doce mais americano de todos.
Já os sonhos, por sua vez, possuem origem Alemã e foram criados por um pa-
deiro alemão recrutado como soldado, mas que não se deu bem atirando, sendo
assim reconduzido à cozinha, passando a preparar pães.
Assim surgiram os primeiros berliner (aquele que vem de
Berlim), uma generosa porção de massa frita recheada de
geleia.
No Brasil foram produzidos inúmeros recheios diferen-
tes para esse preparo, sendo os de creme, goiabada e doce
de leite os mais populares.
Vamos às massas!
Doughnut
59
Sal refinado 0,030 0,75
Fondant 1,000
60
de fermentação a 28ºC até dobrar de volume.
11. Frite os doughnuts e deixe esfriar por completo.
12. Aqueça o fondant, mergulhe um dos lados do doughnut e, em seguida,
nos granulados para decorar.
Pode-se rechear esse preparo com o auxílio de um bico de confeiteiro perlê.
A massa doce é usada para elaborar dezenas de produtos, a variedade fica ge-
ralmente por conta de seus recheios e modelagens diferenciadas. Pelo alto teor de
açúcar essa massa requer cuidados especiais em seu preparo. Ela pode conter até
25% de açúcar e de gordura em seu preparo, daí a sensação de textura pegajosa e
molhada quando trabalhada com as mãos.
Curiosamente, existe uma gama de preparos de pães de massa doce que são de
fermentação rápida e possuem preparo diferenciado das demais, como é o caso
dos scones.
O scone é um pão rápido (quickbread – expressão usada para diferenciar os
pães que não utilizam fermento biológico) de origem escocesa. Ele é muito popu-
lar no hemisfério norte, estando presente em todas as mesas de café da manhã e
lanches rápidos. O que diferencia o preparo do scone de um pão tradicional é que
a gordura, nesse caso a manteiga que é adicionada, deve ser gelada e cortada em
pequenos pedaços, dando uma textura toda especial.
Historiadores contam que a duquesa de Bedford, que adorava se deliciar no
“chá das cinco”, costumeiramente o acompanhava com pequenos biscoitos leves,
e o scone surge nesse momento, sendo um misto de pão e biscoito pela textura e
leveza apresentadas. Costumeiramente é elaborado com aveia, farinha, manteiga,
açúcar, fermento químico (muitas vezes o bicarbonato), iogurte, creme leite ou
leite e, algumas vezes, ovos.
O grande truque nesse preparo está na ordem dos ingredientes, pois primeira-
mente é feita uma farofa entre os secos e a manteiga, para só então adicionarmos
os líquidos e flavorizantes.
Sempre assado em temperatura moderada até que fique levemente dourado,
mantendo um recheio leve e macio.
Vamos experimentar?
61
Scones
Açúcar 100 20
Fermento em pó 30 6
Manteiga 135 25
Ovos 45 8,5
62
• Utilizar um boleador de sorvete, sobre papel manteiga untado, com
distância entre os scones e, com a palma da mão umedecida, achatar
levemente as bolinhas até chegar na espessura desejada.
• Abrir a massa em superfície enfarinhada, e cortar com um cortador
redondo de biscoito ou com a borda de um copo pequeno, dispondo
os discos em papel manteiga levemente untado.
4. Pincele o topo do scone com leite e pulverize com açúcar cristal.
5. Cocção: 210ºC por dez minutos e 180ºC até que fique levemente dou-
rado.
A essa massa base de scone (excluindo as uvas passas) pode se adicionar todo
tipo de ingrediente doce ou salgado, desde que não soltem líquidos durante o
seu preparo. Castanhas, queijos, frutas cristalizadas, embutidos, ervas, confeitos,
chocolates e tudo aquilo mais que sua criatividade permitir.
Evidentemente o espaço de tempo em cada aula é muito pequeno perto de
todas as opções de massas produzidas e reinventadas a todo instante. Devemos
sempre, ao final de cada módulo, buscar mais e mais informações sobre o tema. A
panificação se renova a todo tempo e as técnicas se aprimoram ao mesmo passo.
Não perca tempo, estude!
63
AULA 13 O BRIOCHE
64
Teorias a parte, a massa do brioche, chamada por sua vez patê au brioche, é
confeccionada de diferentes formas mundo afora, sendo criado, recriado e popu-
larizado em formatos diferentes também.
As teorias sobre suas origens realmente não interferem nas características es-
senciais deste pão: textura densa, que se assemelha a um bolo, conferido a esse
preparo graças à junção de medidas exatas entre farinha e manteiga em sua receita.
Daí a exigência de uma manteiga de excelência a ser usada em seu preparo, pois
será ela que irá conferir à massa o aroma, e a quantidade de sal, água e sólidos do
leite contidos nela farão a magia acontecer.
Uma manteiga de boa qualidade deve possuir no mínimo 85% de sólidos do
leite. O brioche foi durante bastante tempo considerado um alimento das festivi-
dades. Atualmente a massa de brioche é usada em diversos tipos de preparo dentro
de uma padaria, desde o seu formato mais tradicional, boleado e com uma pequena
bolinha na ponta, como trançado e moldado de várias outras formas.
O brioche possui formato alongado e retangular, e se assemelha a um pão de
forma.
Já o clássico brioche parisiense (brioche à Tetê), pode ser encontrado de diver-
sos tamanhos, porém sempre respeitando suas características básicas que é uma
cabeça (pequena bolinha de massa) sobre um corpo canelado (resultado de sua
cocção feita em forma canelada nas laterais.)
Seja com frutas, com geleias, um ragu de cogumelos ou nos atuais e contempo-
râneos hambúrgueres, o brioche sempre será um clássico da boulangerie mundial.
Brioche Clássico
Fermento 35 3,5
Sal 20 2
Açúcar 130 13
Leite 100 10
65
Manteiga 400 40
Ovos 500 50
Fonte: tabela elaborada pela autora.
66
Brioche Tropical
Para a esponja:
Ingredientes % Peso
Fermento fresco 3 30 g
Água 50 500 g
Para a massa:
Ingredientes % Peso
Farinha 100 1 kg
Sal 2 20 g
Fermento Fresco 6 60 g
Leite em pó 5 50 g
Ovos 20 200 g
Açúcar 20 200 g
Manteiga 29 200 g
Fonte: tabela elaborada pela autora.
67
1. Prepare a esponja e deixe crescer por duas horas.
2. Misture a massa da esponja com os ingredientes da massa até se tornar
firme e lisa.
3. Fermente por uma hora.
4. Cortar em peças de 350 gramas estilo pão de forma.
5. Fermentação intermediária de uma hora.
6. Modelagem: abrir como rocambole, fechar a costura e colocar e para
baixo em forma de pão de forma.
7. Fermentação final de uma hora ou até dobrar o volume.
8. Pincele com eggwash.
9. Cocção a 180ºC por 15 a 20 minutos.
10. Só de acompanhar o preparo é possível identificar a gama de sabores que
se agregou a esse brioche, além de sua tonalidade que ganha um amarelo
ainda mais acentuado.
Isto está
na rede
Busque pelos tipos de modelagem da massa de brioche, são técnicas que fa-
zem toda a diferença no resultado final.
https://paorustico.com/2014/05/06/o-video-mais-completo-para-aprender-a-
-moldar-um-pao/
Isto acontece
na Prática
Anote isso
68
AULA 14 PÃES INTEGRAIS
69
São em muitos locais considerados pães rústicos, e recebem esse nome por
possuírem em sua composição ingredientes bem simples: água, sal, farinha e fer-
mento natural.
A grande dificuldade na produção de pães integrais é produzir uma massa que
possua miolo denso, porém com leveza causada pelas cavidades bem formadas,
e uma casca crocante e bem dourada. Para que isso ocorra podemos levar alguns
processos em consideração:
• Adição de massa ácida.
• Nível alto de hidratação.
• Subdesenvolvimento do glúten.
• Fermentação intermediária controlada.
• Fermentação final em baixas temperaturas.
• Modelagem cuidadosa.
As farinhas usadas no preparo também influenciam nesses processos, pois dão
personalidade distintas a esses pães, considerados integrais.
A farinha de semolina por exemplo, por sua textura arenosa, faz com que seja
muito usada em massas frescas e pastas, por manter sua estrutura após cozimento.
Já a farinha de glúten é bastante utilizada na preparação de massas para por-
tadores de diabete – que necessitam de dieta específica – pois em sua composição,
causado pelo processo de fabricação, o teor de amido (açúcar) é baixíssimo.
Farinha de cevada, conhecida por ser um grão ancião, possui seu consumo
mais intenso pelas indústrias de cerveja. Carrega um sabor levemente adocicado,
muito rica em proteína e potássio.
Já falamos algo sobre ela, mas a farinha de milho foi desde os primórdios
considerada a farinha dos pobres, possui diferentes granulações e além de estar
presente na composição de pães, é o principal ingrediente da polenta, que em
alguns lugares substitui o pão na refeição.
Aqui, juntamente com as farinhas integrais mais complexas, é preciso citar
aquelas que vem sendo hoje o desafio de todo padeiro, as farinhas que não pos-
suem o glúten em sua formulação. Não apenas pelo cuidado que se deve ter com
os alérgicos ou intolerantes, mas também pelo universo fitness que vem buscando
alternativas de alimentos sem esse componente.
O amido de milho, por exemplo, extraído do endosperma do milho, é mais
utilizado como espessante na confeitaria, ou para produções mais leves como o
biscoito, agregando bastante crocância a esse preparo.
70
Mix do processamento de várias raízes tropicais, a araruta é uma farinha
extremamente fina. Está muito presente na composição de alimentos infantis por
possuir como característica alto poder de digestibilidade.
Na Alemanha, Rússia e outros países mais frios a farinha de centeio é domi-
nante no preparo de pães e massas, possui odor e cor muito característicos, dando
bastante personalidade ao preparo. Geralmente é combinada com a farinha de
trigo para que atinja os índices ideais de proteína para sua melhor levedação.
Como vimos, o universo de farinhas integrais e especiais fazem um capítulo
a parte dentro da panificação, o desafio de manter a alta qualidade de produção
abrindo cada vez mais a gama de estudos e o prazer de desenvolver e consumir
produtos de grande valor nutricional.
Cacau em pó 30 30
71
Sal 60 60
Gordura 45 45
Fermento fresco 90 90
Canela em pó 15 15
Kümmel 15 15
Fonte: tabela elaborada pela autora.
72
Pão Integral com Mel
Prepare a Biga – Tempo de preparo: 24 horas.
deva-
Tempo de Mistura 3 – 4 minutos
gar
Temperatura 26ºC
8 horas – re-
petir o novo
Tempo de descanso processo de
adição a cada
8 horas
Fonte: tabela elaborada pela autora.
Ingredientes % Peso
Água 55 450 gramas
Temperatura 26ºC
Estará pronto para uso quando a superfície estiver visivelmente inclinada, co-
meçando a retroceder.
73
Massa final:
Sal 3 65
Levain 75 1690
Fonte: tabela elaborada pela autora.
74
AULA 15 PÃES EXÓTICOS DO
MUNDO
Durante todas as aulas até agora, aos poucos entendemos o surgimento desse
alimento fantástico consumido, sua evolução de qualidade, texturas, sabores e
principalmente técnicas. Os tipos de grãos, suas farinhas, fermentos e pré-fermen-
tos nos trouxeram até aqui. Vimos alguns tipos clássicos de pães, suas histórias e
como cada massa possui sua característica específica. Seguimos ainda percebendo
que cada uma delas gera uma nova produção de acordo com a criatividade e novos
estudos.
Aqui, finalizando o processo de descoberta do funcionamento dos pães, vamos
desvendar alguns pães mais exóticos, com ingredientes usados e que nos mostram
a versatilidade da matéria.
Pelo mundo afora esses pães se multiplicam e possuem em alguns casos signifi-
cados especiais, comemorativos e religiosos. É a cultura de um povo transformada
em alimento!
No Brasil, consumimos inúmeras variedades de pães do mundo, só que na
grande maioria das vezes não fazemos a menor ideia de suas origens. Hoje, com
o mundo mais globalizado, a gastronomia como um todo já faz parte da rotina
das pessoas, e essa multiplicação gastro-cultural atingiu também a panificação.
Da Alemanha recebemos o Stollen, uma espécie de rosca doce, que historia-
dores contam ter sido criada para lembrar o menino Jesus envolto em panos; o
Pretzel, já encontrado até em quiosques nos shoppings centers, vem do sul da
Alemanha e possui formato de dois braços entrelaçados. Pode ser coberto com
grãos de sal grosso, gergelim ou semente de papoula.
75
Fonte: https://unsplash.com/
76
de um tigre. Feito com farinha, pasta de arroz
e óleo de gergelim, tem além de sabor um be-
líssimo visual.
Uma curiosidade interessante é o hábito
presente nos Países Baixos de consumir pão
com manteiga e granulados de chocolate ou
confeitos de açúcar.
Ah, os pães italianos! Exigentes com seus
ingredientes, possuem, de longe a melhor fa-
rinha de trigo do mundo, isso logo demonstra
o quanto essa arte é desenvolvida por lá.
Cada região da Itália possui seus próprios
tipos de pães, mas existe uma unanimidade,
que ele é sempre acompanhamento essencial
para “limpar o prato”, raspando o molho no
final das refeições.
São os criadores das Focaccia, originária de
Gênova, que possui massa dourada perfumada com azeite, alecrim e sal grosso.
Em outras regiões, ela pode vir recheada de vários outros ingredientes, sempre
bem frescos, como tomate, azeitonas e queijos. A Ciabatta, pão branco firme e
alveolado, em formato retangular, é muito consumido em todas as refeições e base
clássica das famosas bruschettas.
O Pandoro, que se apresenta como uma alternativa ao panetone, tem formato
diferenciado - oito pontas e é coberto de açúcar de confeiteiro, lembrando os al-
pes nevados. Seu nome significa “pão de ouro” e ele é típico de Verona, cidade de
Romeu e Julieta.
Nação não tão popular na panificação, o Japão vem ganhando espaço com a
popularização da sua gastronomia, o que inclui os pães japoneses. O Anpan, por
exemplo, foi supostamente inventado por um samurai que se tornou padeiro, é um
pãozinho doce recheado com anko, pasta doce de feijão azuki. Já o Melonpan vai
ao forno envolto em uma camada de massa de biscoito, ganhando uma crosta bem
doce e crocante, que fica toda rachada, lembrando a casca de um melão cantalupo,
de onde vem o nome do pão!
Seguindo o passeio pelo oriente, alguns pães chineses andam conquistando os
paladares mais exigentes, como é o caso do Baozi, ou como popularmente conhe-
77
cido Bao, esse é um pãozinho levedado e assado no vapor. Ele tem formato arre-
dondado e pode ser recheado de carne e vegetais ou servido sem recheio. Muitos
restaurantes brasileiros vêm utilizando o Bao para compor os seus cardápios.
Voltando às nossas origens de colonização, os portugueses são muito conhe-
cidos pela sua confeitaria, rica em sabores, e pequenos detalhes fazem parte da
história da gastronomia de forma muito marcante. Seus pães não poderiam ser
diferentes, o pão alentejano, denso e bastante rústico, possui fermentação natural
e é servido normalmente com manteiga ou queijo macio.
Típico da Ilha de Madeira, o Bolo de Caco é um pão chato de fermentação
longa (cerca de três dias). Preparado com farinha de trigo branca, ele é cozido,
segundo o método clássico, sobre uma pedra de basalto quente. Um clássico da
nossa cozinha, hoje e sempre, a Broa de Milho chegou até nossas mesas direto dos
navios portugueses, misturando-se a muitas culturas como se delas tivesse surgido,
como no caso de Minas Gerais.
Essas são apenas algumas das preparações mundiais da panificação, cada país,
cada região dentro do país, possuirá uma infinidade de preparos e histórias agre-
gadas a seus usos, ingredientes e técnicas para serem descobertas.
Veja agora alguns preparos a serem experimentados:
78
Stollen
Massa:
Leite 33 180
Fermento fresco 6 36
Sal 1,4 8
Açúcar 11 70
Manteiga 50 300
Cardamomo 0,2 12
Baunilha 0,4 5
Pasta de amêndoa 10 60
Fonte: tabela elaborada pela autora.
79
Recheio:
Marzipã 50 300
Fonte: tabela elaborada pela autora.
80
Focaccia
Fubá 6 60
Sal 2 20
Mel 2 20
Azeite 8 80
Orégano fresco 1 10
Fonte: tabela elaborada pela autora.
81
4. Fermentação final de uma hora ou até dobrar de volume. Perfurar no-
vamente com os dedos.
5. Imediatamente antes de ir para o forno, pincelar generosamente com
azeite e distribuir o orégano fresco de forma generosa.
6. Cocção a 250ºC.
82
AULA 16 FOLHADOS E OUTROS
PREPAROS
83
será sobreposta na região central da massa em camada única, se trans-
formando numa espécie de envelope para essa gordura. Segue-se nesse
momento o processo de dobradura, onde as extremidades são seladas
e redobradas para cima da massa. Com o rolo volta-se essa massa, já
com gordura aplicada, ao seu tamanho original. E assim se repete esse
processo por mais três vezes.
Existem formas distintas de se apresentar essas dobras:
1. Duas dobras: conhecida como dobra única, a massa é dobrada uma única
vez sobre seu próprio volume.
2. Três dobras: conhecida como a dobra do meio.
3. Dobra de livro: onde as extremidades são dobradas para dentro de ma-
neira que se toquem; esse movimento é repetido, formando uma única
folha de quatro camadas.
Assim entende-se que quanto maior o número de dobras, feitas de forma de-
licada, maior será o seu crescimento no momento da cocção, pois essa massa se
expande com o vapor que surge entre as camadas, aumentando a espessura do
produto em até 800%.
Vamos a sua fórmula básica:
Massa Folhada
Água 50 310
Sal 2 12
Açúcar 2 12
Manteiga 5 30
Gordura para
80 500
folhar
Fonte: tabela elaborada pela autora.
84
1. Misture todos os ingredientes exceto a gordura de folhar.
2. Retire a massa da batedeira e deixe descansar por 30 minutos.
3. Abra a massa em um retângulo, em superfície enfarinhada, com ajuda
de um rolo.
4. Distribua a gordura de folhar, seguindo o método desejado.
5. Dobre a massa da forma escolhida. Para a massa semi-folhada até três
dobras podem ser suficientes. Já na folhada o ideal seria até cinco dobras,
para melhores resultados.
6. Cocção de 230ºC por dez minutos ou até que fiquem dourados.
Dessa massa base muitos preparos podem ser realizados, como por exemplo
os croissants, os palmiers e os bouchées.
Outra massa bem interessante que possui técnica diferenciada e resultado im-
pecável é a dos biscottis.
Acredita-se que essa delícia tenha sido criada no período das grandes nave-
gações por um padeiro italiano. É tão respeitado o seu preparo em seu país de
origem que cada região possui sua própria receita, geralmente servida aos finais
da refeição acompanhada de um bom vinho ou café.
Sua massa é pegajosa e assada em dois momentos. A primeira ocorre após a
massa ser modelada em um cilindro e assada até ficar firme. Após breve pausa essa
massa é fracionada na diagonal com faca serrilhada e volta ao forno, o que agrega
textura e crocância que são características fundamentais a esse preparo.
Assim como outras massas, essa pode receber diversos flavorizantes dando
muita personalidade e sabor ao produto final. Para cada 500 gramas de farinha
contidas na massa pode-se adicionar:
• 150 gramas de damascos secos e picados.
• 2 colheres de sopa de raspas de limão ou 50 gramas de limão glaceado.
• 2 colheres de sopa de anis moído + 2 colheres de licor de anis.
• 150 gramas de figos glaceados.
• 4 colheres de sopa de gergelim torrado.
São apenas alguns exemplos de sabores que podem fazer verdadeiras transfor-
mações no sabor dessa massa.
85
Biscotti
Açúcar 83 500
Sal 0,5 10
Fermento em pó 0,7 15
Ovos 41 250
Essência de baunilha 2 20
Erva-doce 2 20
86
CONCLUSÃO
E então, dezesseis aulas depois é findo o nosso módulo. Nesse tempo juntos
começamos a vislumbrar um universo rico e cheio de possibilidades, considerado
um dos mais complexos da gastronomia: a Panificação.
Iniciamos a caminhada pelas origens desta arte que evolui a cada nova fornada.
Ao acompanhar esse livro você pode compreender como produzir pães, de forma
técnica, do começo ao fim.
Entendeu também a necessidade do cuidado ao preparar o mise en place, do
controle da qualidade de cada ingrediente usado no preparo e o que cada um des-
ses componentes agrega à massa. Sim, boa gordura agrega mais sabor e textura, o
açúcar alimenta o fermento, dá mais sabor, cor e estrutura ao pão. A qualidade da
água, a escolha dos flavorizantes, a temperatura ideal. Tudo é muito importante e
permite encontrar falhas durante o processo com mais facilidade.
Aprendeu ainda a escolher a farinha ideal para cada tipo de produção, se mais
forte ou mais fraca, já pensando na atividade do glúten e suas cadeias. Descobriu
termos nunca antes ouvido, como o “ponto de véu” da massa, seu estado mais
cobiçado.
Fez contas, muitas contas, e conseguiu achar finalmente a porcentagem do
padeiro e assim fazer uma leitura mais eficaz de cada novo receituário. Aplicando
a fórmula a cada novo ingrediente introduzido e criando novas ideias em cima de
bases já consolidadas.
Viu a química com novos olhos, aplicada dentro da cozinha. Como seria pos-
sível acreditar que o sal poderia se tornar o vilão de um preparo se introduzido
no momento errado, ao mesmo tempo que tem a responsabilidade de frear a
fermentação?
Aprender e evoluir, sempre. A cada aula ficou mais claro que o conhecimento
nuca se finda e que a panificação possui um universo próprio, cheio de detalhes,
histórias e curiosidades.
Entenda que buscar aperfeiçoamento em sua área de atuação de forma mais
profunda e completa o tornará um profissional de excelência, pronto para atuar nas
mais diversificadas áreas e, aqui no nosso universo, te transformará em Padeiro(a).
O mundo é seu e a padaria o espera, mãos a massa!
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ELEMENTOS COMPLEMENTARES
Editora: MANOLE
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Título: MANUAL PRÁTICO DE PANIFICAÇÃO SENAC
Ano: 2009
Ano: 2010
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Isto está
na rede
http://www.abip.org.br/
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/um-estudo-sobre-panifica-
cao-biscoitos-e-confeitaria,7084ee1e19042510VgnVCM1000004c00210aRCRD
https://paorustico.com/2014/05/06/o-video-mais-completo-para-aprender-a-
-moldar-um-pao/
De uma forma bem didática, esse vídeo ensina como moldar a massa nos for-
matos clássicos para se fazer um pão. Também ensina a dar os cortes finais
na massa antes de ir para o forno.
https://www.youtube.com/watch?v=T99q8NPLdYU
https://www.museudopao.pt/
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REFERÊNCIAS
CANELLA-RAWLS, Sandra. Pão : Arte e Ciência. 5. ed. São Paulo: Senac, 2005.
REDOSHI, G. et al. Manual prático de panificação. 1. ed. São Paulo: Senac, 2018.
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