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UNIDADE 3 - PRODUÇÃO, PROCESSAMENTO E

BOAS PRÁTICAS DOS PRODUTOS DAS ABELHAS


 Serão abordados assuntos relacionados à obtenção dos produtos
alimentícios oriundos das abelhas, tais como:
✓ Mel: produção, extração, processamento e estrutura da unidade de extração;
✓ Pólen: produção, extração e beneficiamento.
 Para finalizar essa Unidade, falaremos sobre a legislação e o mercado desses
produtos.
APICULTURA
Mel: produção, extração, processamento e estrutura da unidade de extração.

 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS)


✓ “É uma substância açucarada obtida a partir do néctar
das flores ou de secreções de outras partes das plantas
ou que se encontrem sobre elas, que as abelhas
transformam e combinam com matérias específicas,
depositando depois nos favos da colmeia”, segundo a
Fonte: Tenório (2022) Fonte: olhares fotografia online
Organização Mundial de Saúde (2022);
✓ frutas em decomposição;
✓ “honey dew” – pulgões ou afídeos.
COMPOSIÇÃO DO MEL

 Néctar  ± 60 % de H2O (de 30 a 80%)


 sacarose
 Mel monossacarídeos: frutose (levulose)
glicose (dextrose)
dissacarídeo: sacarose
ELABORAÇÃO DO MEL

 PROCESSO QUÍMICO ➔ Enzimas  PROCESSO FÍSICO ➔ Desidratação


✓ INVERTASE ✓ absorção do organismo

 sacarose ➔ frutose + glicose ✓ exposição de gotículas


depósito nos alvéolos
✓ vibração de asas
sistema de ventilação
ELABORAÇÃO DO MEL
 Durante o processo FÍSICO e QUÍMICO é realizada a “TROFALAXIS”

 Mel verde ➔ perde ¾ de H2O

✓ teor de umidade  18 – 20%

✓ + alvéolos cheios ➔ operculação

  Mel maduro
Especificações estabelecidas pelo regulamento técnico de identidade e qualidade do
mel. Instrução Normativa n° 11, de 20/10/2000.

PARÂMETRO BRASIL (2000)


Açúcares redutores (%) Mín. 65
Sacarose (%) Máx. 6
Umidade (%) Máx. 20
Cinzas (%) Máx. 0,6
Acidez (meq. kg-1) Máx. 50
HMF (mg.kg-1) Máx. 60
Mín. 8 (HMF>15)
Atividade diastásica (Gothe)
Mín. 3 (HMF<15)
Fonte: Brasil (2000)
CLASSIFICAÇÃO DO MEL
 Coloração = varia de acordo com a florada.
✓ Espectrofotômetro = aparelho determina a cor (7 cores);
✓ Escala de padrão de coloração do mel: branco transparente (água), extra branco, branco,
âmbar extra claro, âmbar claro, âmbar e âmbar escuro.
 Aroma = próprio com característica da florada.
✓ Perceptível logo após a abertura do recipiente ou diluindo-se em um pouco de água quente.
 Sabor = doce, próprio com característica da florada.
✓ Perceptível colocando um pouco da amostra líquida sobre a língua ou diluindo-se um pouco
com água para melhor sentir o gosto.
CLASSIFICAÇÃO DO MEL

 QUANTO AO MÉTODO DE EXTRAÇÃO, O MEL PODE SER CLASSIFICADO COMO:


✓ Mel virgem;
✓ Mel em favos;
✓ Mel prensado;
✓ Mel centrifugado;
✓ Mel integral.
CLASSIFICAÇÃO DO MEL

 Mel virgem  produto obtido a partir da desoperculação do favo e deixado


escorrer naturalmente dos favos;
 Mel em favos  produto mantido nos próprios favos;
 Mel prensado  produto obtido por compressão a frio dos favos;
CLASSIFICAÇÃO DO MEL

 Mel centrifugado  produto obtido por processo de centrifugação dos


favos;
 Mel integral  produto obtido por processo de centrifugação em aparelho
especial em que diminui o impacto do mel na parede da centrífuga.
CLASSIFICAÇÃO DO MEL

 CRISTALIZAÇÃO

✓ A principal característica de pureza e qualidade de um mel se comprova pela

cristalização. Só o mel puro pode cristalizar;

✓É glicose solidificada;
CLASSIFICAÇÃO DO MEL

✓Condições favoráveis à cristalização do mel:

% glicose  frutose 

umidade  17%

T° (13-15º C)

bolhas de ar, grãos de pólen, poeira e cristais de glicose

agitação do mel
 MEL PURO NÃO CRISTALIZADO  MEL PURO CRISTALIZADO

Fonte: https://www.miel-paris.com/55380-2/ Fonte: https://www.mesadelconde.com/pt/restaurante-mesa-del-conde


CLASSIFICAÇÃO DO MEL

 FERMENTAÇÃO
✓  Teor de umidade ➔ mel verde
 Existem  14 espécies de esporos de leveduras no mel, que só desenvolverão
se apresentarem alto teor de umidade.
 HMF (HIDROXIMETILFURFURAL)
✓ Substância naturalmente presente no mel
 até 60mg/kg
MANEJO PRODUTIVO DAS MELGUEIRAS
 QUANDO ADICIONAR MELGUEIRAS?
 Quando falta de espaço para armazenar mel;
 Durante secreção nectarífera das floradas.
 QUANTAS ADICIONAR?
 Até 5 melgueiras ou 2 sobreninhos;
depende da capacidade da colônia.
 COMO COLOCAR?
 Sobre o ninho;
 Gradativamente (a cada 15-20 dias, dependendo da região e da florada).
MANEJO PRODUTIVO DAS MELGUEIRAS

 NA ENTRESSAFRA, QUAL O MANEJO DAS MELGUEIRAS?


 Colmeias com uma melgueira atravessam o período de escassez em melhor
estado que aquelas com duas ou três melgueiras;
 Retire-as, selecione aquelas cuja cera está mais velha e colha a cera.
PRODUTIVIDADE

 Geralmente não se retira mais de 30% da produção, sob pena de aniquilar o


enxame por falta de alimento;

 Colmeias fortes, com mais de 60 mil abelhas, armazenam um excedente de


até 100 kg de mel por ano.
COLHEITA

 Pode ser feita durante ou no final do fluxo de néctar


 Fatores climáticos
✓Colher mel em dias ensolarados, entre 7 e 16h
 Vestimenta
✓ Ótimas condições de higiene (PEREIRA et al.,2016).
COLHEITA
 USO DA FUMAÇA
✓Usar serragem de madeira não tratada;
✓ Não utilizar no fumigador material contaminante ao mel (esterco, plástico,
madeira com resíduo de tinta, etc.);
✓ Não direcionar a fumaça para os quadros de mel;
✓ Utilizar pouca fumaça e aplicá-la lentamente;
✓ Utilizar fumaça fria e sem fuligem. (PEREIRA et al., 2016).
COLHEITA
 SELEÇÃO DOS QUADROS
✓ Inspecionar cada quadro
✓ Retirar apenas os quadros com no mínimo 90% de seus alvéolos operculados
 MEL MADURO
✓ Não escolher quadros que apresentem:
 Crias em qualquer fase de desenvolvimento;
Grande quantidade de pólen;
Mel verde  FERMENTAÇÃO (PEREIRA et al.,2016).
COLHEITA
 Transporte das melgueiras
✓ Não colocar a melgueira com os quadros selecionados diretamente no
chão;
✓ Usar um suporte (ninho vazio ou cavalete) colocado ao lado da caixa;
✓ Usar uma bandeja (inox) ou tampa nova de colmeia como base e tampa
para essa melgueira;
✓Usar padiolas para o transporte até o veículo. (PEREIRA et al., 2016).
COLHEITA
 CUIDADOS COM O VEÍCULO E TRANSPORTE
✓ Veículo previamente higienizado;
✓ Piso coberto com lona plástica;
✓ Veículo de carroceria aberta  lona para cobrir as melgueiras (evitar poeira e
saque de abelhas).
EXTRAÇÃO
 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS
✓ mesa desoperculadora (inox);
✓ garfos ou facas desoperculadoras (inox);
✓ centrífuga (inox);
✓ peneiras (inox);
✓ baldes (inox);
✓ decantadores (inox);
✓ embalagens. (PEREIRA et al., 2016).
MANEJO PARA MELHORIA DA PRODUTIVIDADE
Equipamentos
Instalação de Apiários
Colmeias
Uso da Fumaça
Coleta do Mel
 Qualidade BPFs
Construções Civis
Casa do Mel
e Máquinas/Equipamentos
Entreposto
Rastreabilidade
PROCESSAMENTO E ESTRUTURA DA UNIDADE
DE EXTRAÇÃO
✓ Para que se possa manipular produtos alimentícios de forma higiênica e segura, garantindo
ao consumidor a qualidade do produto final, é indispensável que esses procedimentos sejam
realizados em instalações e condições adequadas, específicas à classe de produtos a serem
processados;
✓ Na Casa do Mel, o local destinado para a sua extração chama-se de unidade de extração;
✓ Para o seu processamento, o local indicado é o Entreposto de Mel, embora essa etapa possa
ser executada também na casa do mel, caso esta apresente as condições e o dimensionamento
recomendado. (PEREIRA et al., 2016);
PROCESSAMENTO E ESTRUTURA DA UNIDADE
DE EXTRAÇÃO
✓ A estrutura física da Casa do Mel apresenta construção e disposição simples,
constando de área de recepção do material do campo (melgueiras) separada da área
de manipulação, área de processamento do mel (podendo ser subdividida, conforme a
etapa de processamento), área de envase, local de armazenagem do produto final e
vestiário com banheiro em área isolada (externa ao prédio);
✓ A construção deve obedecer às normas sanitárias do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento – MAPA (portaria nº 006/986). (PEREIRA et al., 2016).
MELIPONICULTURA
Mel: produção, extração, processamento e estrutura da unidade de extração

 CARACTERÍSTICAS DO MEL DE ASF


✓O mel das ASF é mais fluído e de cristalização lenta;
✓A sua qualidade pode ser comprometida devido a sua forma de obtenção,
manipulação e armazenamento;
✓Característica de maior interesse:
Umidade  O mel de ASF apresenta teor de umidade que varia entre 18% e 34% de
água. Esses altos valores propiciam a fermentação.
OBTENÇÃO DO MEL - MANEJO TRADICIONAL
 PARA EXTRAÇÃO DO MEL:
✓ é feita uma abertura retangular no cortiço;
✓ os potes de mel são furados;
✓ o cortiço é virado e o mel escorre para uma vasilha e coado passando por uma
peneira;
✓colocado em uma garrafa de vidro ou de plástico.

RISCO DE CONTAMINAÇÃO
OBTENÇÃO DO MEL - MANEJO TRADICIONAL

Fonte: Villas-Bôas (2012)


OBTENÇÃO DO MEL - MANEJO HIGIÊNICO

 Todo alimento deve ser manuseado com todos os princípios de higiene.


 Para assegurar a qualidade do mel, deve-se extraí-lo usando materiais
descartáveis:
✓ luvas;
✓ máscara;
✓ touca;
✓ avental.
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DO MEL DE ASF
 Perfurar os potes e virar a melgueira.
 Métodos de sucção
✓ Seringa plástica de 20 ml;
✓ Bomba de sucção elétrica;
✓ Bomba de sucção mecânica.

Glossador – PAN Bomba de sucção manual Fonte: Villas-Bôas (2012)


EXTRAÇÃO DE MEL - FURAR OS POTES E VIRAR A
MELGUEIRA

RISCO DE
CONTAMINAÇÃO

Fonte: Villas-Bôas (2012)


EXTRAÇÃO DE MEL - SUCÇÃO COM SERINGA PLÁSTICA DE 20ML

Fonte: Tenório (2022)


EXTRAÇÃO DE MEL - BOMBA DE SUCÇÃO MECÂNICA

Fonte: Tenório (2022)


EXTRAÇÃO DE MEL - BOMBA DE SUCÇÃO ELÉTRICA

Fonte: Villas-Bôas (2012)


TÉCNICAS DE BENEFICIAMENTO E CONSERVAÇÃO
DO MEL
 Refrigeração
alteração na qualidade
 Desumidificação
sensorial e físico-
Máquina de desumidificação química
 Sala de desumidificação
 Pasteurização
 Maturação  controle do processo de fermentação posterior à extração.
3 a 6 meses, recipiente aberto semanalmente

Fonte: Villas-Bôas (2012)


SALA DE DESUMIDIFICAÇÃO DE MEL
PASTEURIZAÇÃO DO MEL
MATURAÇÃO DO MEL

Fonte: Villas-Bôas (2012) Fonte: Tenório (2022)


ROTULAGEM DO MEL

Fonte: Villas-Bôas (2012)

Fonte: Tenório (2022)


BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO

Fonte: Villas-Bôas (2012)


UNIDADES DE EXTRAÇÃO DE MEL DE ASF
NO CAMPO

Fonte: Villas-Bôas (2012)


UNIDADES DE EXTRAÇÃO DE MEL DE ASF
NA CASA DO MEL
PÓLEN: PRODUÇÃO, EXTRAÇÃO E
BENEFICIAMENTO
✓A Instrução Normativa nº 3, de 19 de janeiro de 2001, define Pólen Apícola
como o resultado da aglutinação do pólen das flores, efetuada pelas abelhas
operárias, mediante néctar e suas substâncias salivares, que é recolhido no
ingresso da colmeia;
✓Pólen é o elemento reprodutivo masculino das flores, responsável pela
fecundação delas;
✓É de tamanho microscópico, medindo aproximadamente 50 micras;
PÓLEN: PRODUÇÃO, EXTRAÇÃO E
BENEFICIAMENTO
✓As abelhas operárias coletam o pólen nos estames das flores, aglutinando-o com

néctar e substâncias salivares. Assim, formam pelotas de pólen, as quais serão levadas

à colmeia pelas abelhas em suas corbículas;

✓Na colônia, as abelhas armazenam nos alvéolos, onde passarão por um processo de

fermentação;

✓Usado como alimento pelas abelhas na fase larval e abelhas adultas com até 18 dias

de idade (pão da abelha). (CELLA et al., 2017);


PÓLEN: PRODUÇÃO, EXTRAÇÃO E
BENEFICIAMENTO

✓ O pólen apícola compõe-se de proteínas, lipídios, açúcares, fibras, sais


minerais, aminoácidos e vitaminas;
✓Em virtude do seu alto valor nutritivo, é usado como suplementação
alimentar, comercializado misturado com o mel, seco, em cápsulas ou tabletes.
PÓLEN: PRODUÇÃO, EXTRAÇÃO E
BENEFICIAMENTO
 Instrução Normativa nº 3, de 19 de janeiro de 2001, apresenta o regulamento
técnico para a fixação de identidade e qualidade do pólen apícola.
✓ Aroma e cor: característicos, de acordo com a origem floral;
✓ Aspecto: grãos heterogêneos, de formas e tamanhos variados, tendendo a
esféricos;
✓ Sabor: característico.
COLETORES DE PÓLEN APÍCOLA

➢ Também conhecidos como caça-pólen;


➢ São equipamentos utilizados para retirar as bolotas de pólen apícola das patas
traseiras das abelhas no momento em que elas regressam à colmeia;
➢ Esses equipamentos devem reter 70% do pólen, visto que aproximadamente 30% do
pólen apícola devem passar pelo coletor para ser utilizado no suprimento das
necessidades alimentares da colmeia. (CELLA et al., 2017).
COLETORES DE PÓLEN APÍCOLA
✓Esses coletores apresentam uma trampa.
As trampas podem ser feitas: de placas de eucatex; placas de acrílico e plástico;
✓O diâmetro dos orifícios dessa tela deve ser adequado ao tamanho das abelhas de cada
região, podendo ser de 4,45 até 5mm;
✓Os mais utilizados são de 4,6 a 4,75mm;
✓Esses orifícios não podem apresentar rebarbas, evitando, assim, ferir as abelhas. As telas são
de 3mm de espessura. Não são indicadas telas metálicas;
✓Deverá ser colocado nas colmeias sem a tela durante 24 a 48 horas para adaptação das
abelhas. (CELLA et al., 2017).
TIPOS DE COLETORES DE PÓLEN APÍCOLA

✓O tipo de coletor a ser utilizado depende das características do clima de cada região.
Basicamente, são de dois tipos, o interno e o externo;
✓O Coletor Externo, colocado no alvado, é mais barato e de fácil colocação, retirada e
limpeza, porém o pólen coletado pelas abelhas fica exposto à umidade, obrigando o
produtor a coletar o pólen diariamente;
✓Mesmo coletando diariamente, em regiões de alta umidade, corre-se o risco de o
pólen fermentar por excesso de umidade. Não é recomendado para regiões em que
chove frequentemente ou de alta umidade do ar. (CELLA et al., 2017).
COLETOR DE PÓLEN EXTERNO

Fonte: Cella et al. (2017)


TIPOS DE COLETORES DE PÓLEN APÍCOLA

O Coletor Interno é maior que o externo.

✓ É colocado em cima do ninho. Tem um custo de fabricação maior que o coletor

externo (de alvado), porém oferece maior proteção ao pólen colhido pelas abelhas;

✓ Por isso, é mais recomendado, especialmente em região de chuvas mais frequentes

e maior umidade do ar;

✓ Neste tipo de coletor, quando as famílias estão fortes, é comum a propolização da

tela do fundo do coletor.


COLETOR DE PÓLEN INTERNO

Fonte: Cella et al. (2017)


PRODUTIVIDADE DE PÓLEN APÍCOLA
 Os principais fatores que garantem a produtividade são:
✓boas floradas;
✓rainha nova;
✓cera nova;
✓boa alimentação;
✓enxames médios.
 Na produção convencional, uma colmeia pode produzir cerca de 100 gramas do
produto. (CELLA et al., 2017).
PROCESSAMENTO DO PÓLEN APÍCOLA
 ETAPAS DE PROCESSAMENTO DO PÓLEN:
✓Coleta do pólen no caça-pólen;
✓congelar por cinco dias;
✓secar a 42 graus até baixar a umidade para 4%;
✓catar manualmente as impurezas;
✓peneirar e fazer a classificação;
✓passar num sopro de ar para retirar as impurezas leves;
✓envasar e estocar para despacho;
✓consumidor. (CELLA et al., 2017).
COLHEITA DO PÓLEN APÍCOLA
✓A colheita deve ser feita diariamente, principalmente em regiões de alta
umidade do ar;
✓Durante a colheita, deve ser utilizada pouca fumaça;
✓As gavetas, obrigatoriamente, devem ser higienizadas a cada colheita;
✓Durante o transporte até a sala de secagem, recomenda-se a utilização de um
sistema porta-coletor, protegendo, assim, o produto de possíveis
contaminações. (CELLA et al., 2017).
CONGELAMENTO DO PÓLEN APÍCOLA

✓Antes do congelamento, deve-se retirar com pinça principalmente as abelhas mortas,


armazenar em baldes de polietileno, com tampas de pressão, com no máximo 2,5kg;
✓Colocar imediatamente no freezer, onde permanecerá por no mínimo 48 horas, e no máximo
30 dias. Depois desse tempo, o pólen perde a cor;
✓O congelamento tem o objetivo de eliminar ovos de traças, ácaros e microflora de presença
normal do pólen;
✓Recomenda-se escrever nas embalagens a data em que o pólen foi colocado no freezer para
não correr o risco de retirar antes nem depois do tempo recomendado. (CELLA et al., 2017).
SALA DE PROCESSAMENTO DO PÓLEN APÍCOLA

✓A sala de processamento deverá conter, além dos equipamentos


convencionais para a desidratação, um desumidificador de ar;
✓A função desse aparelho é manter, durante a limpeza e o tempo de secagem,
a umidade relativa do ar em 40% a 50%;
✓Esse percentual de umidade relativa do ar evita que o pólen reabsorva
umidade. (CELLA et al., 2017).
SECAGEM DO PÓLEN APÍCOLA

✓O pólen apícola, sendo um produto higroscópio, portanto, suscetível ao crescimento


de fungos e leveduras, deverá ser desidratado após o congelamento;
✓Para tanto, são necessários os seguintes cuidados:
sala apropriada com desumidificador, mantendo umidade relativa do ar entre 40% e
50%;
secadora com controle de temperatura e circulação de ar;
sistema de limpeza manual e mecanizada. (CELLA et al., 2017).
SECADORES DE PÓLEN APÍCOLA
✓Existem diversos tipos de secadores no mercado e os fatores considerados
relevantes na funcionalidade são:
bandejas sobrepostas perfuradas;
controle de temperatura;
sistema de circulação de ar;
renovação de ar. (CELLA et al., 2017).
ESTUFA SECADORA DE PÓLEN APÍCOLA

Fonte: Cella et al. (2017)


SISTEMA DE LIMPEZA DO PÓLEN APÍCOLA

✓Antes, durante e depois da secagem, é imprescindível a limpeza do pólen


apícola.
✓Para isso, utiliza-se:
um ventilador para a retirada de impurezas leves (sopro de ar);
pinças para a retirada de partes de abelhas e resíduos vegetais. (CELLA et al.,
2017).
Sistema de ventilação para a retirada de impurezas leves das colheitas de pólen

Fonte: Cella et al. (2017)


ENVASE DO PÓLEN PROCESSADO
✓Normalmente são utilizados potes de vidro ou de plástico, sacos plásticos ou baldes plásticos;
✓Preferencialmente de cor branca leitosa ou âmbar, preservando assim a composição química
do pólen, que é degradada pela incidência direta da luz;
✓Entretanto, deve-se levar em consideração, ainda, que o consumidor prefere ver o produto e,
por isso, muitos apicultores embalam seus produtos em sacos e frascos transparentes;
✓Outro ponto a considerar é a resistência do material, sugerindo-se o uso de potes mais
resistentes, pois danificam menos o produto por ação mecânica ao longo do tempo;
✓No caso de sacos plásticos, recomenda-se a retirada do ar do seu interior, favorecendo maior
conservação do pólen. (MILFONT, 2020).
ARMAZENAMENTO DO PÓLEN PROCESSADO

✓ O pólen beneficiado deve ser armazenado em local seco, arejado e ao abrigo


da luz, para que possa ter suas características conservadas, segundo Milfont
(2020).
CASA DE BENEFICIAMENTO E ARMAZENAGEM
DE PÓLEN APÍCOLA
✓É importante o produtor ter um local adequado para o beneficiamento do pólen;
✓Recomenda-se investir o mínimo possível em construção, porém as instalações
devem oferecer boas condições de trabalho ao apicultor e à qualidade do produto
final;
✓As dimensões da construção devem ser adequadas ao tamanho da produção. (CELLA
et al., 2017).
LEGISLAÇÃO E MERCADO

COMERCIALIZAÇÃO DO MEL E PÓLEN


Para se comercializar o mel e o pólen depois de envasado, são necessários
certificação e registro nos órgãos de vigilância sanitária municipal, estadual e
federal, dependendo da esfera de comercialização.
• Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000;
• Instrução Normativa nº 3, de 19 de janeiro de 2001.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº11, de 20 de outubro
de 2000. Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Brasília: Diário Oficial da União, 2000.
Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/suasa/regulamentos-tecnicos-de-
identidade-e-qualidade-de-produtos-de-origem-animal-1/IN11de2000.pdf. Acesso em: 11 abr. 2022.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 03, de 19 de janeiro de
2001. Regulamentos Técnicos de Produtos Apícolas. Brasília: Diário Oficial da União, 2001. Disponível em:
ttps://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/suasa/regulamentos-tecnicos-de-identidade-e-qualidade-
de-produtos-de-origem-animal-1/rtiq-mel-e-produtos-apícolas. Acesso em: 11 abr. 2022.
CELLA, I.; BASSI, E.V.A.; MORATELLI, F.; CÂNDIDO, V. da S. Produção e processamento de pólen apícola.
Florianópolis: EPAGRI, 2017. 28p. (Boletim Didático nº140).
REFERÊNCIAS
MILFONT, M.O. Diversificando a produção na apicultura: Pólen apícola. Rev. Cient. Prod. Anim.,
v.22, n.1, p.11-16, 2020.
PEREIRA, F. de M.; LOPES, M.T. do R.; CAMARGO, R.C.R. de; VILELA, S.L. de O. Sistema de
produção de mel. EMBRAPA, 2016. Disponível em:
https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeprod
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996514994_topicoId=5173. Acesso em: 11 abr. 2022.
VILLAS-BÔAS, J. Manual Tecnológico: Mel de Abelhas sem Ferrão. Brasília: Instituto Sociedade,
População e Natureza (ISPN), 2012.

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