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CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

GUSTAVO GOMES FERREIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

SÃO LUÍS
- 2021 –
GUSTAVO GOMES FERREIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de Estágio supervisionado


obrigatório apresentado ao curso de
Engenharia Mecânica da Universidade
Estadual do Maranhão para obtenção de
nota na disciplina de Estágio
Supervisionado.

____________________________________________________
Estagiário: Gustavo Gomes Ferreira

____________________________________________________
Supervisor: Prof. Dr. Adilto Pereira Andrade Cunha

______________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Adilto Pereira Andrade Cunha

SÃO LUÍS
- 2021 –
SUMÁRIO

1.RESUMO ..................................................................................................................................... 4
2.INTRODUÇAO ........................................................................................................................... 4
3.OBJETIVO .................................................................................................................................. 5
4. AREÁ DE CONCENTRAÇÃO ............................................................................................... 5
5. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 6
6. PERFIL DA EMPRESA ............................................................................................................ 6
7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 7
7.1 TRATAMENTOS TÉRMICOS ............................................................................................. 7
7.1.1 Recozimento ...................................................................................................... 7

7.1.2 Normalização..................................................................................................... 7

7.1.3 Têmpera ............................................................................................................. 8

7.2 ANÁLISE METALOGRÁFICA ........................................................................................... 8


8. ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO ESTÁGIO .................................................................... 8
8.1 ANÁLISE METALOGRÁFICA DE UM AÇO ASTM A36 NORMAL E TEMPERADO . 8
8.1.1 Materiais utilizados na atividade .................................................................... 9

9. ROTINA DE ESTÁGIO - PROCEDIMENTOS PARA A ANÁLISE


METALOGRÁFICA ................................................................................................................... 10
9.1 CORTE ................................................................................................................................ 10
9.2 TRATAMENTO TÉRMICO ............................................................................................... 10
9.3 LIXAMENTO SUPERFICIAL............................................................................................ 11
9.4 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL ................................................................................ 12
9.5 EMBUTIMENTO ................................................................................................................ 14
9.6 LIXAMENTO ...................................................................................................................... 15
9.8 ATAQUE QUÍMICO........................................................................................................... 17
9.9 ANÁLISE METALOGRÁFICA ......................................................................................... 18
10.CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 22
1.RESUMO

Na graduação, o aluno se depara com diversos assuntos no decorrer do seu curso,


porém a grande a parte ele tem apenas contato teórico. Assim, para melhorar o
discernimento desse conhecimento, a experiência prática representa o melhor método de
absorção e compreensão destes conteúdo. Nesse contexto, o estágio é o que representa essa
experiência, e nesse relatório serão abordadas as atividades práticas, que foram realizadas
no laboratório de materiais da UEMA, no período de estágio supervisionado.
Dentre as tarefas concretizadas, o foco do relatório será demonstrar as etapas
efetuadas até a análise metalográfica de duas amostras de aço A36, pois cada etapa desse
processo constitui as atividades que eram feitas no estágio, assim, todos os passos
representam o cotidiano no laboratório. Sabendo disto, a análise foi feita com uma amostra
normal e outra com tratamento térmico de têmpera, após isto serão feitos os ensaios de
dureza para comparar essa propriedade nas 2 peças (onde o temperado vai apresentar
dureza maior). Nas próximas etapas serão feitos o embutimento, lixamento, polimento e
ataque químico para fazer a análise metalógrafica das duas amostras.
Mediante a isto, será averiguado a composição das amostras por meio das imagens
obtidas no microscópio. Logo, todas as tarefas desenvolvidas no laboratório foram
fundamentais para o crescimento profissional e formação acadêmica, proporcionando um
contato maior na prática sobre os conhecimentos teóricos aplicados no curso.

2.INTRODUÇAO

O estágio supervisionado obrigatório consiste em uma cadeira que é essencial para


a formação do acadêmico. Além disto, é fundamental que os alunos tenham contato com
a prática e não fiquem estagnados, apenas, nos conhecimentos teóricos apresentados
durante o curso. O convívio com as experiências reais servem para a formação de um
engenheiro apto no mercado de trabalho.

O laboratório representa uma das opções de estágio fornecidos pela instituição, que
mesmo não sendo uma empresa contribui de maneira significativa para situações mais
técnicas e voltadas a pesquisa, além de reforçar o conhecimento explícitos de algumas
cadeiras da grade curricular.

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Nesse relatório serão abordado algumas atividades realizadas no laboratório de
materiais da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), tais tarefas descrevem os
procedimentos e etapas para a análise metalográfica de um determinado material, aço A36.

3.OBJETIVO

O objetivo desse relatório é demonstrar as atividades desenvolvidas no período de


estágio supervisionado e ressaltar o que foi absorvido de conhecimento e experiência na
área de materiais, no tempo de estágio.

Além disto, este relatório demostra todas as etapas necessárias, de maneira


detalhada, para poder fazer uma análise metalográfica de um aço A36. Dentre elas estão, o
embutimento, lixamento, ataque químico, etc. Sendo que serão feitas as comparações de 2
amostras desse material, uma submetida a um tratamento térmico, têmpera, e outra normal.
Portanto, todas as etapas para a análise metalográfica representam as atividades
desenvolvidas no estágio, devido a isto, foi interessante fazer um relatório sobre esse
experimento, pois nele já detalha todas as atividades concretizadas no estágio.

4. AREÁ DE CONCENTRAÇÃO

O local de trabalho foi o laboratório de materiais da universidade estadual do


Maranhão (Fig.1), onde há diversos componentes mecânicos que possibilitam desenvolver
tais atividades na área de materiais. O laboratório é dividido em três cômodos, onde o
primeiro representa o local de realização de atividades como tratamento térmico,
polimento, lixamento, entre outros. Na segunda parte do laboratório é onde está o
microscópio óptico para desenvolver a análise metalográfica e a terceira parte é destinada
a ensaios de tração, torção e flexão.

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Figura 1 – Laboratório de materiais (LABEMM)

Fonte: Engenharia Mecânica – UEMA (2019)

5. JUSTIFICATIVA

A realização do estágio no curso de Engenharia Mecânica proporciona Tao aluno


oportunidades de observar e desenvolver atividades para o seu crescimento profissional,
Desse modo, é possível aplicar os seus conhecimento teóricos em situações prática, onde
os alunos estarão presentes no mercado de trabalho. Portanto, isto agrega experiência na
sua área de atuação, auxiliando em uma boa transição da vida acadêmica para o cotidiano
de trabalho.

6. PERFIL DA EMPRESA

O Laborátorio de Ensaios Mecânicos e Metalográficos (LABEMM) apresenta


como característica a realização de atividades na área de materiais da engenharia, assim,
no local há alguns equipamentos que possibilitam a realização dos trabalhos. Além disto,
o laboratório visa corresponder às necessidades dos cursos de engenharia, pesquisa e
prestação de serviços à comunidade externa. Dentre suas principais atividades estão:
ensaio de tração, flexão e compressão, ensaio de temperabilidade Jominy, tratamentos
térmicos, análises metalográficas, e ensaios de dureza Rockwell.

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7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

7.1 TRATAMENTOS TÉRMICOS

Tratamento térmico consiste em um conjunto de processos que visa melhorar as


propriedades dos metais (BRASIMET, 2017). Pode agir de forma total (em toda a peça) ou
de forma localizada (apenas em uma parte de peça).

7.1.1 Recozimento

Em detrimento dos processos de fabricação (fundição, lingotamento convencional,


superaquecimento, etc.) barras e tarugos de aço, geralmente, acumulam tensões e
apresentar microestruturas heterogêneas com exagerado tamanho de grão e dureza bem
elevada. O recozimento pleno é um tratamento térmico feito no intuito de reduzir ao
máximo a dureza do aço. Por meio do recozimento é possibilitado o aumento da dutilidade
e da usinabilidade do aço, além de controlar seu tamanho de grão. Tendo em vista isto,
realiza-se este tratamento quando apos a fabricação o aço deseja-se sofrer elevar o grau de
deformação ou a peça deve ser usinada. O recozimento pleno garante dutilidade a peças
que em outras circunstâncias apresentariam comportamento frágil
(TSCHIPTSCHIN,2010).

7.1.2 Normalização

A normalização do aço é feita quando se almeja refinar o grão do material. O aço


com grãos grandes tende a apresentar maior heterogeneidade de propriedades e maior
fragilidade. O refino de grão garante maior homogeneidade de propriedades, e maior
tenacidade. O tratamento térmico de normalização consiste no aquecimento do aço até 60
ºC acima do limite superior da zona crítica (A3 ou Acm), sempre garantindo austenitização
total do material. Em seguida é retirado do forno e deixado resfriar ao ar natural. A
estrutura resultante é de pequenos grãos de ferrita e perlita fina. Esse tratamento é bem
mais barato que o de recozimento pleno, pois o forno pode ser desligado logo após o fim
do período de austenitização (TSCHIPTSCHIN,2010).

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7.1.3 Têmpera

O tratamento é caracterizado por um aquecimento até uma temperatura 50 ºC


acima da temperatura crítica (a mesma faixa utilizada apara recozimento pleno) e em
seguida resfria-lo bruscamente em água, óleo ou em meios de têmpera de composição
química especial (TSCHIPTSCHIN,2010). Além disto, o intuito desse tratamento de
têmpera é obter martensita na estrutura do aço, microconstituinte muito duro e frágil. Para
tanto, as peças devem ser resfriadas rapidamente, para evitar a formação de ferrita, perlita,
bainita, microconstituintes mais moles que a martensita.

7.2 ANÁLISE METALOGRÁFICA

A análise metalográfica de metais consiste no estudo da morfologia e estrutura do


material para ser realizada é preciso que o metal de amostra seja cortado, lixado, polido e
submetido ao ataque com um reagente químico. Dessa forma, a análise metalográfica de
metais é feita com o intuito de relevar as interfaces dos diferentes materiais constituintes
do metal. Assim, a análise metalográfica permite a identificação da
micro/macroestrutura do material, além de avaliar a eficácia dos tratamentos
térmicos aplicados, quantificar as fases da liga, e observar a presença de inclusões,
precipitados ou descontinuidades. É com o auxílio da metalografia que é possível
identificar desvios no tratamento térmico, microtrincas ou segregações de elementos
(JUNIOR, 2019).

8. ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO ESTÁGIO

8.1 ANÁLISE METALOGRÁFICA DE UM AÇO ASTM A36 NORMAL E


TEMPERADO

Essa foi uma das atividades executadas, que engloba todas as outra feitas durante
o estágio no laboratório de materiais, devido a isto foi interessante colocar todas as etapas

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até a análise metalográfica, pois elas correspondem as atividades que eram praticadas no
cotidiano no laboratório de materiais, ou seja, o procedimento são as atividades de estágio.
Nesse contexto, foi realizado um tratamento térmico de têmpera cujo o material é o aço
ASTM A36, que possui menos de 0,3% de carbono. Tendo em vista, nessa atividade
também foi realizado ensaios de dureza afim de verificar possíveis mudanças nas
propriedades mecânicas do material, em razão do tratamento térmico sofrido.
Os dados obtidos no ensaio de dureza foram utilizados para se obter a média e o
desvio padrão e assim facilitar a análise. Além disto, foram feitas analises microscópicas
de cada peça com objetivo de averiguar a composições de cada peça com e sem o
tratamento.

8.1.1 Materiais utilizados na atividade

• Amostra de aço ASTM A36;


• Cortadora metalográfica Arocor 40 da Arotec;
• Microdurômetro de dureza Rockwell, modelo RBD DIG;
• Forno Brasimet;
• Embutidora EM30D;
• Lixas (com granulações de 80,100,220,320,400,600,1200);
• Lixadeira metalográfica manual LM-04;
• Lixadeira e Polidora automática Arotec 2V;
• Pano de polimento; • Sabão neutro;

• Alumina (abrasivo);
• Nital – solução química composta de 2% de Ácido Nítrico e 98% de álcool etílico;

• Água destilada;
• Álcool
• Secador industrial DWT. Modelo STD – 1500N;
• Algodão Cotton;
• Microscópio óptico Axiovert 25;

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9. ROTINA DE ESTÁGIO - PROCEDIMENTOS PARA A ANÁLISE
METALOGRÁFICA

9.1 CORTE

Primeiramente foi necessário fracionar a amostra de aço A36 em duas partes, para
poder realizar o tratamentos térmico de têmpera e ter uma parte normal para metalografia.
Para efetuar esse procedimento o corpo de prova fornecido foi cortado com o auxílio do
equipamento, “cut-off”, ou policorte (Fig.2), este processo se realizou da seguinte maneira,
primeiramente colocou-se a amostra no centro do disco, após isto ligou-se o motor de
acionamento, entretanto antes foi checado se o disco estava encostando na amostra, pois
não pode estar muito próximo do corpo de prova e verificou se a peça estava sendo resfriada
pelo fluido da policorte.

Figura 2 – Embutidora EM30D

Fonte: Autor (2021)

Após todos esses passos, a máquina estava apta para realizar o corte, mediante a
isto foi necessário colocar uma pressão sobre a peça, mas de maneira suave até que o corpo
de prova fosse cortado, depois desligou o motor retirou-se a amostra e efetuou-se a limpeza
da máquina. Finalizado o corte, notou-se que o resultado era uma superfície plana e com
baixa rugosidade, em razão do corte ter sido abrasivo. Este processo foi realizado para obter
as duas partes exigidas, como foi mencionado anteriormente.

9.2 TRATAMENTO TÉRMICO

Neste procedimento o objetivo é obter uma peça temperada, para tal ato o corpo de
prova foi colocado em um forno de Mufla (Fig.3) que tem capacidade de 1200°C. A

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amostra foram aquecida até uma temperatura de 850°C, que representa a temperatura de
austenização. Após ter finalizado o tempo proposto, a peça foi retirada do forno e sofreu
resfriamento na água.

Figura 3 - Forno Mufla

Fonte: Autor (2021)

A amostra que foi resfriada na água passou por um tratamento de têmpera, pois ela
foi aquecida até a temperatura de austenização e sofreu um resfriamento brusco na água,
impossibilitando que ocorresse formação de qualquer outra fase, tendo assim apenas
martensita em sua estrutura. Dependendo do tipo de aço pode-se, eventualmente, obter
bainita.

9.3 LIXAMENTO SUPERFICIAL

Figura 4 – Amostras cortadas para o lixamento superficial

Fonte: Autor(2021)

Após a saída do forno a peça em questão deve ser submetida a um ensaio para
verificar a dureza que ela apresenta em relação a peça normal, entretanto a amostra (Fig.4)
está com sua superfície carbonizada e assim dificulta-se o ensaio de dureza nas peças.

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Mediante a isto, ela é lixada com intuito apenas de retirar a camada superior “queimada”,
devido a isso o processo de lixamento é feito apenas com as primeiras lixas, ou seja, as
mais grossas e quando muda-se de um lixa para outra é preciso rotacionar a peça em 90°
para retirar os riscos da lixa anterior (o processo de lixamento é explicado mais
detalhadamente no lixamento feito após o embutimento da peça, pois neste lixamento o
objetivo será obter uma superfície totalmente plana para a metalografia ). Haja vista que
foi retirado a camada superficial da amostra, ambas estão prontas para o ensaio de dureza,
tanto a normal quanto a temperada.

9.4 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL

Neste procedimento o objetivo é mensurar a dureza de cada amostra por meio do


durômetro de dureza Rockwell, modelo RBD DIG (Fig.5), para realizar tal ato precisa-se
fazer 10 testes. Pra efetuar os teste primeiro aplica-se uma pré-carga (força de ensaio
inicial) de 3Kgf para garantir um contato firme entre o penetrador e o material ensaiado, e
em seguida aplica-se a carga de ensaio (força de ensaio adicional) de 100Kgf e deve-se se
ter cuidado para não escolher nenhuma área periférica da amostra, pois pode acarretar no
surgimento de uma possível trinca.

Figura 5 - Microdurômetro de dureza Rockwell

Fonte: Autor (2021)

Ao realizar a pressão com penetrador cônico, parte da máquina que executa a


pressão sobre a amostra, necessita-se ter atenção para não passar do valor encontrado na
bolinha vermelha da escala menor do aparelho, pois caso passe terá que repetir o processo
novamente desde o início. Após ter situado o penetrador na medição correta pressiona-se

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o botão localizado na parte inferior direita do durômetro, então a leitura do grau de dureza
é feita em um mostrador acoplado à máquina de ensaio. Esse procedimento é feito no total
de 11 vezes em cada peça, pois a primeira tentativa é descartada.

Tabela 1- Dados extraídos do ensaio de dureza para cada material

DUREZA ROCKEWELL B ROCKWELL C

AÇO - A36 NORMAL TEMPERADO

1 76 34

2 75 33,5

3 75,5 34

4 76 36

5 75 36

6 75 37

7 73 38

8 77,5 39

9 76 37

10 76 37

MÉDIA 75,5 36,15

DESVIO PADRÃO 1,15 1,83

Fonte: Autor (2021).

Além disto, foram extraídos dados da dureza da peça normal e com tratamento
térmico (Tab.1), assim, comprovou-se que o aço temperado apresentava dureza maior do

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que o normal (por isto usou-se a escala Rockwell-C para medir sua dureza), pois ele foi
resfriado bruscamente e impossibilitou a formação de ferrita, perlita e bainita (dependendo
do material) que são microconstituintes mais moles que a martensita, assim, a amostra é
mais dura, porém mais frágil. Entretanto os valores apresentados no temperado são menores
porque eles estão em escalas diferentes, pois o penetrador usado foi o cônico de diamante
a uma carga de 150Kgf (para a amostra temperada), já que a peça era tão dura que a escala
Rockwell-B não tinha capacidade de medir essa propriedade, portanto usou-se o Rockwell-
C que mesmo com esses valores menores indicam uma magnitude maior de dureza,
demonstrando que o temperado apresenta uma elevada dureza em relação ao normal.

9.5 EMBUTIMENTO

Para realizar a metalografia dessas amostras e ver a microestrutura de cada uma no


microscópio óptico foi preciso fazer primeiramente o embutimento, na embutidora EM30D
(Fig.6).O embutimento é um processo realizado para facilitar o manuseio de peças
pequenas, principalmente nas etapas que as amostras serão lixadas e polidas, além desse
fator é crucial para evitar possíveis danos as lixas e aos panos de polimento, que serão
utilizados posteriormente. O embutimento consiste em envolver o corpo de prova em um
material adequado, que na maioria das vezes é o baquelite (de coloração preta), para dar
maior sustentabilidade a peça, quando submetida ao processo de lixamento.

Figura 6 - Embutidora EM30D

Fonte: Autor (2021)


Antes de iniciar o embutimento é necessário verificar se as mangueiras de entrada
e saídas de fluidos estão devidamente conectadas, no caso a de entrada tem que estar

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conectada a uma torneira e a de saída colocada no interior de uma pia, ou um recipiente
apropriado para a evacuação de fluido. Para iniciar o método tem que elevar o pistão da
embutidora pressionando a alavanca e retirando a tampa, após o pistão estar externado,
limpa-se sua superfície e coloca-se a amostra em seu centro, depois aperta-se o botão
“alívio de pressão” para que seja possível descer o corpo de prova.
Ao ter a amostra no interior da máquina, coloca-se a resina, que é o baquelite, e
trava-se a tampa do molde, assim começa o processo ligando a embutidora e acionando o
botão de “aquecimento”. Mediante a esses passo, é importante manter uma pressão
constante entre 100 e 125 (𝐾𝑔𝑓/𝑚𝑚2), depois de um tempo a pressão do manômetro se
estabilizará e processo se procederá automaticamente.
Ao finalizar o processo, a prensa do embutimento vai desligar e com isso pode-
se prosseguir para a próxima etapa, que é abrir a válvula de pressão, para retirar a tampa,
fechar a válvula de pressão, erguer o embolo até ser possível retirar a peça, (esta parte foi
feito com cuidado, pois o corpo de prova estava quente) e para finalizar houve a limpeza
do equipamento. Haja vista todo este procedimento a peça estava apta para o lixamento.

9.6 LIXAMENTO

Nesta etapa o lixamento é mais demorado que o lixamento feito anteriormente,


porque este visa obter uma superfície plana e com menos imperfeições possíveis para
realizar o polimento. Com isto, este é o procedimento mais prolongado de toda a
preparação das amostras metalográficas, pois esta etapa requer muita cautela ao obter a
superfície desejada. O intuito desse procedimento é eliminar os riscos e marcas existentes
na peça, para realizar este ato é preciso de lixas que vão da 80 a 1200, quanto maior a
numeração da lixa mais fina ela é, ou seja, a mais grossa é a lixa 100 e a mais fina é a
1200. Durante todo o sistema, a cada lixa utilizada a peça será girada 90º para que os riscos
da lixa anterior sejam desfeitos na lixa atual, entretanto para que esse efeito seja possível
é necessário ter muita atenção e habilidade, já que o movimento de lixamento não é intenso
e nem tão rápido, sendo notável o uso adequado de velocidade e pressão nos movimentos
manuais.

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Figura 7 - Lixadeira metalográfica manual LM-04

Fonte: Autor(2021)

As peças fornecidas foram lixadas pelos dois métodos: manual com a lixadeira
metalográfica manual LM-04 (Fig.7) e automático com a lixadeira e Polidora automática
Arotec 2V, sendo que ambos os métodos requerem muita atenção, porque qualquer
acréscimo de força desnecessária proporcionará em deformações nas peças
(abaulamentos), e caso isto aconteça é preciso refazer o processo de lixamento. Além disto,
outro fator de grande relevância é a hidratação da amostra, dado que a mesma precisa está
sujeita a este tratamento para facilitar a retirada de impurezas deixadas pelas lixas.
Finaliza-se este esquema ao chegar à lixa de granulometria de 1200.

9.7 POLIMENTO

Após lixamento, que serviu para realizar o acabamento superficial da peça, é feito
o polimento para retirar a presença de marcas das amostras, utiliza-se para estes processos
objetos como pasta de alumina (Fig.8). Entretanto antes de realizar o polimento, deve-se
fazer uma limpeza na superfície da amostra, de modo a deixá-la livre de solventes, poeiras
e outros. A operação de limpeza pode ser feita por lavagem com água, porém, aconselha-
se usar líquidos de baixo ponto de ebulição (álcool etílico, etc.) para que a secagem seja
rápida ou usa-se um secador térmico. Ao terminar a limpeza pega-se a peça, coloca-se
sobre o pano de polimento e adiciona-se a alumina para dar início ao procedimento de fato,
o polimento consiste em movimentar a peça em movimentos circulares repetitivos de
maneira a alcançar uma superfície totalmente espelhada.

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Figura 8 - Pano de polimento e solução de alumina

Fonte: Autor (2021)

9.8 ATAQUE QUÍMICO

Nesta etapa, o foco é melhorar a identificação (visualização) dos contornos de grão


e as diferentes fases na microestrutura, um reagente ácido é colocado em contato com a
superfície da peça por um certo tempo (poucos segundos). O reagente causará a corrosão
da superfície. Os reagentes são escolhidos em função do material e dos constituintes
macroestruturais que se desejam contrastar na análise. Utilizou-se a solução de 5% de Nital
(Fig.9), ácido nítrico e álcool. Este ataque acontece muito rapidamente, então é preciso
estar bem atento para não permitir que a peça queime, pois caso ela queime terá que repetir
o processo de lixamento novamente.
Figura 9 - Solução de 5% Nital

Fonte: Autor (2021)

Primeiro pega-se a peça, lava-se com água para retirar os resquícios da alumina e
com isso acrescente o reagente e com uns 10 segundos lava-se a amostra, rapidamente,
com água e seca a mesma com auxílio do secador industrial, que o utilizado foi o DWT,
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modelo STD – 1500N. Após todos estes passos a amostra está pronta para realizar a
metalografia e analisar assim a sua microestrutura.

9.9 ANÁLISE METALOGRÁFICA

Como foi mencionado nos tópicos anteriores, além de descrever o tratamento


térmico utilizado, ainda realizou-se as análises metalográfica dos dois corpos de prova, na
função de analisar a estrutura formada e a composição.

Figura 10 – Microscópio óptico

Fonte: Autor (2021)

Com base nisso, por meio do microscópio óptico (Fig.10) observou-se a


microestrutura de cada corpo de prova abaixo:

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Figura 11- Aço ASTM A36 visto por microscópio com aumento de 200x

Fonte: Autor (2021)

Após a metalografia no microscópio aumentado em 200 vezes (Fig.11) percebe-se


a composição do aço A36, que é formado por ferrita (parte branca) e perlita (parte preta),
além disto, nas partes de perlita é possível ver algumas lamelas, pois a perlita é constituída
de ferrita (branca) e cementita (parte escura).

Figura 12- Aço ASTM A36 temperado visto por microscópio com aumento de 200x

Fonte: Autor (2021)

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A amostra que passou pelo processo de tempera (Fig.12) apresentou aumento de
dureza exacerbado em relação a outra amostra, mas ficou mais frágil. Além disto, em sua
composição percebe-se que há diversos elementos, um pouco de bainita, martensita, porém
nenhum microconstituinte muito visível. Então, para uma análise mais precisa seria
necessário utilizar um microdurômetro Vicker para ter uma capacidade melhor para aferir
a composição do material.

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10.CONCLUSÃO

Como foi possível perceber neste relatório, o aprendizado efetuado no laboratório


da área de materiais foi de grande destaque para a evolução e aprendizagem nesse ramo,
pois por meio de experiências práticas é notório que o discernimento se torna melhor e
facilita na compreensão dos estudos teóricos. A atividade que foi abordada nesse relatório,
se refere a todos os processos que são necessários para fazer uma análise metalográfica,
que é o grande foco do laboratório de materiais. Tendo em vista que as temáticas abordadas
nessa atividade foram voltadas para um análise de um aço ASTM A36, é importante
ressaltar que os tratamentos térmicos são fundamentais quando se almeja alterar ou obter
propriedades mecânicas desejáveis nos materiais para uma determinada aplicação. Haja
vista, com base na análise dos corpos de prova abordados, foi constatado que o tratamento
afeta nas propriedades mecânicas (dureza, fadiga, limite de resistência) do material
enquanto o material normal apresenta uma estrutura com uma clareza bem maior no
microscópio óptico.

Assim, de acordo com os resultados obtidos nas horas de estágio, pôde-se


comprovar que a teoria e a prática se coincidem. Mediante a tudo isto, o que foi absorvido
nos momentos presentes no laboratório de mateiras são conhecimentos essenciais e
destacáveis para o mercado de trabalho, além de serem imprescindíveis para a minha
formação acadêmica.

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REFERÊNCIAS

BRASIMET. Tratamento térmico. Serviços. Jundiaí, SP. 2017. Disponível em:


http://www.brasimet.com.br/tratamento-termico/.Acesso em: 05/12/2021.

ENGEMHARIA MECÂNICA, UEMA. Laboratório de ensaios mecânicos e


metalografia. São Luís – Maranhão, 2019. Disponível em: <
https://www.engmecanica.uema.br/?page_id=199 >. Acesso em 03/12/2021.

JUNIOR, M. Metalografia: qual a importância dessa análise? São Paulo, 2019.


Disponível em: < https://materiaisjr.com.br/metalografia-qual-a-importancia-dessa-
analise/ > Acesso em: 09/12/2021.

TSCHIPTSCHIN, André Paulo. Tratamento térmico de aços. Material do curso de


engenharia metalúrgica e de materiais da USP. São Paulo, 2010

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