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INSTITUTO FEDERAL SUL RIOGRANDENSE

CURSO TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO EM ELETROMECÂNICA


PROFESSOR AMILTON CRAVO MORAES

Materiais
de
Construção

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CURSO TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO EM ELETROMECÂNICA
PROFESSOR AMILTON CRAVO MORAES

IFET – Instituto Federal Sul Rio Grandense – Campus Pelotas


Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998.

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas,
sem autorização prévia, por escrito, do IFSUL

MORAES, Amilton Cravo


Materiais de Construção / Instituto Federal Sul Rio Grandense. Pelotas, 2010.
2010

p.:94 il.

IFET – Instituto Federal Sul Rio Grandense


Praça XX de Setembro, 455
CEP: 96150
96150-360 – Pelotas – RS – Brasil

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PROFESSOR AMILTON CRAVO MORAES

Apresentação
presentação
O objetivo desta apostila é facilitar o estudo de Materiais de Construção.
Construção Nele
você vai encontrar também uma seqüência de conteúdos correspondente ao conteúdo
programático da disciplina. Como o assunto é extenso, teremos uma divisão por
unidades, onde você vai estudar:
- Propriedades dos Materiais
- Processos de Conformação Mecânica
- Materiais Não Metálicos
- Materiais Metálicos
Esses conheciment
conhecimentos são indispensáveis à manutenção em geral. Se você já
trabalha numa indústria, ou se deseja trabalhar como técnico em manutenção precisa
saber as propriedades dos materiais de construção
construção, os procedimentos para
tratamentos térmicos, como são utilizados na prática. e com
om esse conhecimento, você
estará preparado para especificar materiais.
Mesmo que você já tenha alguns conhecimentos de materiais de construção,
construção
procure acompanhar todas as aul
aulas,
as, resolvendo as atividades propostas e,
preparando-se
se para as avaliações, não só para atingir a sua aprovação
aprovação, mas,
principalmente para sedimentar todas as informações referentes a Materiais de
Construção,, para a sua vida profissional. Assim, os conhecimentos
entos que você já possui
se tornarão
rnarão mais sólidos. Evite faltar aulas porque, as informações estão relacionadas
entre si. No final de cada unidade são apresentados exercícios. É importante que você
os faça e confira suas respostas junto ao professor. Dessa forma, poderá ver o que
errou ou acertou. Não se preocupe com erros. Descobrir um erro e corrigi
corrigi-lo é um
meio valioso de aprender.
No fim da disciplina
disciplina,, você terá adquirido uma série de conhecimentos de
mecânica que o ajudarão a compreender melhor o unive
universo
rso da mecânica e a
importância de ser um profissional nessa área.

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Índice

Unidade I – Introdução ao estudo de materiais 06

1.1 Perspectiva histórica 06

1.2 Importância do estudo dos materiais 07

1.3 Ciência dos materiais 08

1.4 Classificação dos materiais 09

Unidade II – Propriedades dos materiais 11

2.1 Propriedades mecânicas 11

2.2 Propriedades tecnológicas 15

2.3 Propriedades térmicas 17

2.4 Propriedades elétricas 17

2.5 Propriedades eletromagnéticas 18

2.6 Propriedades físicas 18

2.7 Propriedades químicas 18

2.8 Propriedades ópticas 18


Unidade III – Processos de conformação 19

3.1 Fundição 19

3.2 Laminação 22

3.3 Forjamento 24

3.4 Estampagem 28

3.4.1 Corte de chapas 30

3.4.2 Dobramento e curvamento 31

3.4.3 Estampagem profunda 32

3.5 Extrusão 33

3.5.1 Etapas do processo de extrusão 34

3.5.2 Tipos de processos de extrusão 35

3.6 Trefilação 36

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3.6.1 Etapas do processo de trefilação 37

Unidade IV – Materiais Não Metálicos 39

4.1 Plástico 40

4.2 Elastômeros 43
Unidade V – Materiais Metálicos 46

5.1 Metais ferrosos 46

5.1.1 Usinas integradas 47

5.1.2 Usinas Mini-Mils 50

5.2 Produtos siderúrgicos 52

5.2.1 Aços 55

5.2.2 Ferros fundidos 67

5.3 Tratamentos térmicos e termoquímicos dos aços 70

5.3.1 Fatores de influência nos tratamentos térmicos 70

5.3.2 Tipos de tratamentos térmicos 71

5.3.3 Tratamentos termoquímicos 76

5.4 Metais não ferrosos 77

5.4.1 Alumínio e suas ligas 77

5.4.2 Cobre e suas ligas 83

5.4.3 Níquel e suas ligas 89

5.4.4 Magnésio e suas ligas 91

5.4.5 Chumbo 91

5.4.6 Titânio e suas ligas 92

5.4.7 Zinco 92

5.4.8 Estanho e suas ligas 93

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Unidade I – Introdução ao Estudo de Materiais


M
1.1 Perspectiva histórica
Os materiais estão tã
tão profundamente enraizados em nossa
ssa cultura que a
maioria de nós nem percebe sua presen
presença.
a. Nos transportes, nas casas, nas roupas,
nos meios de comunicaçã
ção, na recreação, e até na produção
o de alimentos -
inevitavelmente todos os segmentos de nossas vidas são influenciados
fluenciados de uma
maneira ou de outra pelos materiais. Historicamente, o desenvolvimento e o avanço
das sociedades têm sido intimamente ligados à habilidade dos membros para produzir
e manipular os materiais para satisfazer suas necessidades. De ffato,
ato, as primeiras
civilizações foram designadas pelo n
nível
vel do desenvolvimento de seus materiais (isto é,
Idade da Pedra, Idade do Bronze, etc.).
No início
cio da civiliza
civilização, os homens tinham acesso a um número
mero muito limitado
de materiais, todos retirados diretamente da natureza. Descobriram ttécnicas para
produção de materiais com propriedades superiores aos naturais, alterando
alterando-as através
de tratamentos térmicos
rmicos ou pela adição de outras substâncias.
cias. Nesses novos
materiais incluem-se a cerâ
âmica e vários metais.
Neste ponto, os materiais eram escolhidos atrav
atravéss de um processo de seleção,
sele
ou seja, eram selecionados dentre um n
número
mero restrito de materiais, os que possuíam
possu
as melhores propriedades para determinada aplicação.. Somente em tempos recentes
os cientistas vieram a entender as relações
es entre as estruturas dos materiais e suas
propriedades. Esse conhecimento, adquirido nos últimos
ltimos 60 anos, nos permitiu dar um
grande passo no entendimento das su
suas características. Assim, dezenas de milhares
de materiais diferentes evolu
evoluíram com características
sticas bastante específicas
es que
satisfazem áss necessidades de nossa sociedade moderna e complexa, tais como,
metais, plásticos,
sticos, vidros, etc.
O desenvolvimento de tecnologias que propiciam maior conforto está
est
intimamente associado ao acesso a materiais adequados. Um avanço
avan na
compreensão
o de um tipo de material é muitas vezes o precursor de um grande
desenvolvimento tecnológico.
gico. Por exemplo, os autom
automóveis não teriam sido possíveis
sem a disponibilidade de a
aço
o barato ou algum outro substituto adequado. Em nossos
dias, sofisticados
fisticados equipamentos eletr
eletrônicos
nicos utilizam componentes fabricados com
certos materiais chamados semicondutores, surgidos ap
apóss a II Guerra Mundial.

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1.2 Importância do estudo dos materiais


Todo projetista, seja ele cientist
cientista,
a, engenheiro ou mesmo designer,
designer estará
exposto a problemas de projeto que envolve materiais. Como exemplo, podemos
mencionar
cionar uma engrenagem de trans
transmissão,
o, a superestrutura dos arranha-céus,
arranha um
componente de uma refinaria
finaria de petr
petróleo, ou um circuito integrado de um ”chip”. E os
cientistas e engenheiros de materiais ssão os profissionais que estão
est totalmente
envolvidos na investigação
o e desenvolvimento dos materiais utilizados em todos esses
projetos. Muitas vezes, o problema relacionado com materiais é selecionar
corretamente apenas um dentre os milhares dispon
disponíveis. Há vários
rios critérios
crit em que a
decisão final é normalmente baseada. Em primeiro lugar, devem-se
devem analisar as
condições de trabalho para determinar a ordem das propriedades que o material deve
possuir. Muito raramente o material possui a combinação
o das propriedades ideais
exigidas. Assim, pode ser necess
necessário optar por uma característica
stica ou outra. O exemplo
clássico envolve a dureza e a ductilidade; normalmente, um material de alta dureza
possui baixa ductilidade. Em certos casos, é necessário
rio que duas ou mais
propriedades estejam de acordo para seu aproveitamento. Em segundo lugar, est
está a
deterioração
o a qual o material sofre
sofrerá durante sua operação de serviço
ço. Por exemplo,
um material pode sofrer uma si
significante redução na sua resistência
ncia mecânica
mec se for
exposto a temperaturas
uras elevadas ou ambientes corrosivos. Finalmente, a viabilidade
econômica. Daí surge a típica
pica pergunta: Quanto custará o produto final? Um material
que possuir as qualidades ideais para o uso, poderá tornar-se inviável
el devido ao seu
elevado custo. Novamente aqui, é inevitável a necessidade da combinação
combina de fatores
na escolha. O preço final de uma pe
peça acabada inclui qualquer despesa necessária
necess
para poder dar-lhe
lhe a forma des
desejada. Assim, com o estudo aprofundado
fundado dos materiais,
podem-se escolher prudentemente os que mais se adaptam a sua realidade seguindo
estes critérios.

1.3 Ciência dos materiais


A Ciência dos Materiais envolve a investiga
investigação da relação
o existente entre
estrutura e propriedades dos materiais. Assim, com base nessa correlação
correla entre
estrutura e propriedades, desenvolve ou cria a estrutura de um material para produzir
um conjunto de pré-determinadas
determinadas propriedades.

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”Estrutura” de um material diz respeito ao arranjo de seus componentes


internos. A estrutura subat
subatômica envolve os elétrons dentro dos átomos
tomos e a interação
intera
com seus núcleos.
cleos. Em um n
nível atômico, estrutura diz respeito à organização
organiza dos
átomos ou moléculas
culas uns em rela
relação aos outros.
Seguindo essa ordem, o pr
próximo tipo de estrutura é formada por um grande
número de átomos ou molé
moléculas que formam grandes aglomerados possíveis
possí de
serem observados atravéss de um microscópio. Estas estruturas sã
ão denominadas
”microscópicas”.
picas”. Finalmente, a estrutura que pode ser observada diretamente com os
olhos, sem nenhum equipamento especial, é chamada de estrutura ”macroscópica”.
”macrosc
A noção de ”propriedade” também
m merece um esclarecimento. Durante o uso,
todos os materiais são
o expostos a est
estímulos
mulos externos que provocam algum tipo de
resposta. Por exemplo, um espécime submetido a uma força sofrerá uma deformação;
deforma
ou a superfície
cie de um metal quando polido refletirá a luz. Portanto, propriedade é uma
característica
stica dos materiais em termos do tipo e magnitude da resposta para cada
estímulo específico.. Geralmente, de
definicões de propriedades
priedades s
são criadas
independentemente da forma e do tamanho do material. Inevitavelmente as
propriedades mais importantes do
dos materiais sólidos
lidos podem ser agrupadas em seis
categorias: mecânicas, eletromagn
eletromagnéticas, químicas, ópticas e tecnológicas.
gicas.
Para cada propriedade, h
há um tipo de estímulo que provoca
a uma resposta
diferente. A propriedade
priedade mec
mecânica relaciona deformação do material
rial a uma força
for
aplicada sobre ou por ele. Neste caso, estão descritos os módulos
dulos de elasticidade e
força.
a. Para as propriedades el
elétricas, como a condução
o e constante dielétrica,
diel o
estímulo é o campo elé
étrico. O comportamento térmico dos só
ólidos pode ser
representado em termos de capacidade calorífica e condutibilidade térmica.
rmica.
As propriedades magn
magnéticas demonstram a resposta de um material à
aplicação de um campo magn
magnético. Para as propriedades ópticas,
pticas, os estímulos
est podem
ser uma radiação eletromagn
eletromagnética ou luminosa e o índice
ndice de refração
refra e reflexão,
representam as propriedades em si. As propriedades químicas estã
ão muitas vezes
relacionadas à reatividade qu
química
mica dos materiais. Finalmente, as propriedades
tecnológicas estão
o relacionadas à adequabilidade
dequabilidade do material diante dos processos de
fabricação aos quais é submetido.

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1.4 Classificação dos materiais


Os materiais sólidos
lidos ssão geralmente classificados em trêss grupos básicos:
b
metais, polímeros e cerâmicas.
micas. Este esquema é baseado principalmente em sua
composição química
mica e estrutura atômica,
mica, e os materiais entram em um grupo distinto
ou outro, embora haja alguns inter
intermediários. Além destes, há mais outros três
tr grupos
importantes para a Engenharia de Materiais, são eles: os compósitos,
sitos, biomateriais e
os semicondutores.
Metais - Metais ssão elementos químicos sólidos á temperatura ambiente
(exceto o mercúrio), opacos, lustrosos, e q
quando polidos refletem
fletem a luz, além
alé de serem
bons condutores de eletricidade e calor. A maioria do
dos metais é forte, dúctil e
maleável,
vel, e, em geral, de alta densidade. Possuem um grande número
mero de elétrons
el
livres; ou seja, estes elétrons
trons n
não são ligados a nenhum átomo em particular. Muitas
das propriedades dos metais est
estão diretamente ligadas a estes elétrons.
trons. Metais são
s os
materiais estruturais primários
rios de toda a tecnologia e inclui um grande número
n de ligas
ferrosas (por exemplo, ferro
ferro-fundido, aço carbono, ligas de aços, etc.).
Polímeros - Dentre os pol
polímeros incluem-se borrachas, plástico
sticos, e muitos
outros tipos de adesivos.
sivos. S
São produzidos a partir da criação de grandes estruturas
moleculares provenientes de moléculas orgânicas
nicas em um processo conhecido como
polimerização. Os polímeros
meros ttêm baixa condutividade térmica e elé
étrica, tem baixa
resistência mecânica
nica comparado a outros materiais utilizados em Engenharia, e não
n
são adequados para utiliza
utilização em altas temperaturas. Polímeros
meros termoplásticos,
termopl nos
quais as longas cadeias de mol
moléculas não são rigidamente conectadas, tem boa
ductilidade e formabilidade.
e. Polí
Polímeros termofixos são normalmente mais resistentes,
porém, pode apresentar-se
se quebradiços pela sua cadeia molecular ser de forte
conexão.. Os materiais polim
poliméricos são utilizados em inúmeras
meras aplicações:
embalagens, componentes de eletrodom
eletrodomésticos, brinquedos, peças técnicas
cnicas e etc.
Cerâmicos - Esta classe pode ser de
definida
finida como qualquer material sólido
s
inorgânico, nâo-metálico,
lico, usado ou processado em temperaturas altas. Quando
falamos em cerâmica,
mica, imediatamente nos vem à mente coisas tais como louças
lou
sanitárias,
rias, pisos, azulejos, porcelana de mesa, etc. Freqüentemente esquece-se das
aplicações tecnológicas
gicas mais avan
avançadas de óxidos,
xidos, carbonetos e nitretos. Muitos
destes são
o de grande interesse industrial. Cer
Cerâmicas também
m incluem materiais como
vidro, grafite,
fite, cimento (concreto), etc.

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Compósitos - Comp
Compósitos consistem na combinação de dois ou mais materiais
diferentes. O Fiberglass é um exemplo bem familiar, onde as fibras de vidro são
adicionadas a um material polim
polimérico. Um compósito é desenvolvido para combinar
c as
melhores propriedades dos materiais que o constituem. O Fiberglass, por exemplo,
adquire a dureza do vidro e a flexibilidade do polímero.
mero. Muitos dos recentes materiais
desenvolvidos atualmente ssão compósitos.
Semicondutores - Semicondutores podem ser definidos como materiais que
conduzem corrente elétrica
trica melhor que os isolantes
isolantes, mas não
o melhor que os metais.
Um grande número de materiais
ateriais satisfaz a estas condições e
emm temperatura
temperatur ambiente,
ıstica dos metais é da ordem de 104 à 106 ohm-1cm-1,
a condutividade caracteríıstica
enquanto nos isolantes é da ordem de 10-25 à 10-9 ohm-1.cm-1
-
. Os materiais
10 e 104 ohm-1
classificados como semicondutores possuem condutividade entre 10-9
cm-1. Normalmente a condutividade dos metais diminui com o aumento da
temperatura. Com os semicondutores ocorre o contr
contrário, a condutividade aumenta
com o aumento da temperatura. Nos semicondutores o processo de condução
condu pode
ocorrer de modo não iônico
nico onde h
há o transporte de carga ou de massa.
massa

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Unidade II – Propriedades dos Materiais


Todo projetista est
está vitalmente interessado
ressado nos materiais que lhe são

disponíveis. Quer seu produto seja uma ponte, um computador, um ve
veículo espacial
ou um automóvel,
vel, deve ter um profundo conhecimento das
as propriedades
características
sticas e do comportamento dos materiais que pode usar. Considere-se,
Considere por
exemplo, a variedade de materiais usados na manufatura de um automóvel:
autom ferro, aço,
vidro, plásticos,
sticos, borracha, apenas para citar alguns. E, somente para o aço, há cerca
de 3000 tipos ou modificações
modificações. Com que critério é feita a escolha do material
adequado
dequado para uma determinada peç
peça?
Ao fazer a sua escolha, o projetista deve llevar
evar em conta propriedades tais
como resistência mecânica,
ânica, condutividade elé
elétrica e/ou térmica, densidade e outras.
Além
m disso, deve considerar o comportamento do material durante o processamento e
o uso, onde plasticidade, usinabilidade, estabilidade elétrica,
trica, durabilidade química,
qu
deve ser utilizada. Muitos projetos avan
avançados em engenharia dependem do
desenvolvimento de materiais completamente novos. Por exemplo, o transistor nunca
poderia ter sido constru
construído com os materiais disponíveis há
á 40 anos; o
desenvolvimento da bateria solar requereu um novo tipo de semicondutor; e, embora
os projetos de turbinas à gás estejam muito avançados,
ados, ainda se necessita de um
material barato e que resista a altas temperaturas, para as p
páss da turbina.
Desde que, obviamente, é impossível
vel para o projetista ter um conhecimento
detalhado dos milhares de materiais agora disponíveis,
veis, assim como manter-se
manter a par
dos novos desenvolvimentos, ele deve ter um conhecimento adequado dos princípios
princ
gerais que governam as propriedades de todos os materiais. Dentre estas
propriedades, pode-se
se destacar:

2.1 Propriedades
es mecânicas
São àquelas
quelas que definem o comportamento do material segundo um
determinado esforço
o a que ele pode ser submetido. De acordo com o ensaio de
tração encontramos o diagrama de tensão x deformação, como mostra a figura a
seguir. (Lei de Hooke)

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Figura 01
01. Diagrama de Tensão x Deformação

O conjunto de propriedades mec


mecânicas é baseado nas seguintes
características
sticas do material:
Resistência mecânica:
nica: É a propriedade apresentada pelo material em resistir
a esforços externos, estáticos
ticos ou lentos. Tais esforços
os podem ser de natureza diversa,
como sejam: tração, compress
compressão, flexão, torção, cisalhamento.
Assim, os esquemas abaixo representam os esfor
esforços
os referidos:
Elasticidade: Propriedade apresentada pelos materiais em recuperar a forma
primitiva tão depressa cesse o esfor
esforço
o que tenha provocado a deformação.
deforma
A deformação elástica
stica é reversível
vel e desaparece quando a tensão
tens aplicada é
removida. Uma característica
stica da deforma
deformação elástica é que esta é praticamente
proporcional à tensão aplicada.

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Figura 02. Esforços mecânicos aos quais os corpos estão


o sujeitos.

O módulo
dulo de elasticidade (m
(módulo de Young) é quociente entre a tensão
tens
aplicada e a deformação
o el
elástica resultante. Ele está relacionado com a rigidez do
material. O módulo de elasticidade resultante de tração ou compressão
o é expresso em
unidade de tensão (psi ou kgf/mm2). O valor deste módulo é primordialmente
determinado pela composi
composição do material e é apenas indiretamente relacionado com
as demais propriedades mec
mecânicas. O módulo de Young é determinado a partir do
ensaio de tração.
Plasticidade: É a propriedade que apresentam certos materiais d
de se
deixarem deformar permanentemente
manentemente assumindo diferentes tamanhos ou formas sem
sofrerem rupturas,
upturas, rachaduras ou fortes alterações de estrutura quando
ndo submetidos à
pressões ou choques compat
compatíveis com as suas propriedades mecânicas.
mec A
plasticidade é influenciada pelo calor (o aço ao rubro torna-se
se bastante plástico).
pl
O inverso da plasticidade é a fragilidade ou quebrabilidade; assim, um material
é dito frágil ou quebradiço
o quando o mesmo ao romper
romper-se
se apresenta uma pequena
deformação. A plasticidade pode ser subdividida em:
• Maleabilidade: É a maior ou menor facilidade apresentada
ntada pelo material em
se deformar sob ação
o de uma press
pressão ou choque, compatível
vel com a sua resistência
resist
mecânica. Um material é male
maleável quando sob ação
o do laminador ou do martelo da
forja, não sofre rupturas ou fortes altera
alterações
es na estrutura (endurecimento
inadmissível).
A maleabilidade pode ser a quente ou a frio. Se a maleabilida
maleabilidade
de a frio é muito
grande o material é chamado pl
plástico.

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• Ductilidade: É a capacidade que os materiais possuem de se deformar


plasticamente até a ruptura. Deforma
Deformação plástica á aquela que impõe
e ao material uma
deformação permanente. Assim sendo, o seu valorr pode ser expresso como
alongamento e nas mesmas unidades de deformação.. Um comprimento comum
(embora não
o universal) para a medida do alongamento é 50 mm. Como mostrado na
figura
igura a seguir, o comprimento considerado é importante, pois a deformação
deforma plástica
normalmente é localizada.
Uma segunda medida da ductilidade é a estricção que é a redução
redu na área de
seção reta do corpo, imediatamente antes da ruptura. Os materiais altamente d
dúcteis
sofrem grande redução de área da seção
o reta antes de romper, Este índice é sempre
expresso em porcentagem e é calculado como se segue:

Figura 03. Corpo de prova sujeito ao alongamento.

Dureza: É definida pela resistência da superfície do material à penetração, ao


desgaste, e ao atrito, embora a primeira definição seja a mais comumente aceita.
Como se pode esperar, a dureza e a resistência à tração
o estão
est intimamente
relacionadas. A determina
determinação da dureza é obtida a partir de uma série
s de ensaios
destinados especificamente
ficamente para tal intento.
Fluência (creep): Fen
Fenômeno de alongamento contínuo
nuo e que pode conduzir à
ruptura é denominado flu
fluência. Esta característica é típica
pica de materiais ferrosos
quando submetidos a cargas de tra
tração constantes por longo tempo a elevadas
temperaturas. Deformam-se
se continuamente mesmo quando a solicitação é menor do

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que a tensão
o de escoamento do material naquela temperatura. A fluência ocorre
mesmo quando o material é solicitado na temperatura ambiente, mas nessa
temperatura a fluência é praticamente desprezível comparada com a que ocorre em
temperaturas elevadas.
O fenômeno da fluê
ência ocorre nos instrumentos
tos de corda, violão,
violã por exemplo.
É importante frisar que certas pe
peças ficam inutilizadas se alongarem apenas 0,01%.
Resiliência: É a maior ou menor rea
reação do material àss solicitações
solicita dinâmicas,
isto é,, a propriedade do material resistir a esfor
esforços externos dinâmicos
micos (choques,
pancadas, etc.) sem sofrer deforma
deformação
o permanente. Como exemplo citamos as peças
pe
de um britador de mandíbulas,
bulas, uma matriz para forjamento, uma ferramenta de corte,
molas, etc. Assim, as molas ssão feitas de materiais de elevada resiliência.
ncia.
Tenacidade: É dada pela energia consumida para fratur
fraturáá-lo. Em outras
palavras, tenacidade mede a capacidade que o material tem de absorver de energia
até fraturarem-se incluindo a deformação elástica e plástica
stica quando essa energia é
absorvida progressivamente.
A tenacidade é,, pois, medida pela área
rea total do diagrama tensão-deformação.
tens
Em geral diz-se
se que um material é tanto tenaz quanto maior é a sua resistência
resist à
ruptura por tração ou distens
distensão; isto nem sempre é verdadeiro, pois alguns aços

doces, por exemplo, são
o mais tenazes que os a
aços
os duros, isto porque os aços
a duros
apresentam, na ruptura um
uma pouquíssima deformação. A tenacidade tem alguma
relação com a resistência
ncia ao choque, porém
m os valores da energia medidos para
ambos os casos não
o concordam para todos os materiais ou condi
condições
es de ensaio.

2.2 Propriedades tecnológicas


São
o as que conferem ao material uma maior ou menor facilidade de se deixar
trabalhar pelos processos de fabricação
o usuais. As propriedades tecnológicas
tecnol são:
Fusibilidade: É a propriedade que o material possui de passar do estado
sólido para o líquido sob açã
ção do calor.
Todo metal é fusível,
vel, mas, para ser industrialmente fus
fusível, é preciso que tenha
um ponto de fusão
o relativamente baixo e que n
não
o sofra, durante o processo de fusão,
oxidações
es profundas, nem altera
alterações
es na sua estrutura e homogeneidade. Em se
tratando de metais convém
m conhecer as temperaturas correspondentes á colocação
que tomam quando aquecidas:

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Principais temperaturas de fus


fusão.
nio 650 oC
Alumínio
Ferro puro 1530 oC
Aços 1300 oC a 1500 oC
Zinco 420 oC
Gusa e fofo 1150 oC a 1300 oC
Chumbo 330 oC
Cobre 1080 oC
Estanho 235 oC

Soldabilidade: É a propriedade que certos metais possuem de se unirem,


após aquecidos e suficientemente
ficientemente comprimidos. A soldabilidade depende do tempo
em que o metal permanece num estado sólido-plástico,
stico, sob o efeito do calor produzido
pela ação
o soldante. O metal ou liga que passar instantaneamente do estado sólido
s
para o líquido é dificilmente
ficilmente sold
soldável (ferro fundido, por exemplo).
Temperabilidade: Propriedade que possuem alguns metais e ligas de
modificarem
ficarem a sua estrutura cristalina (endurecimento) ap
apóss um aquecimento
prolongado
longado seguido de resfriamento brusco. Tal propriedade caracteriza o aço
a com
certo teor de carbono, assim, como determinadas ligas de alumínio,
nio, transformando a
estrutura cristalográfica
fica do material que, em conseqüência,, altera todas as
propriedades mecânicas.
Usinabilidade (ou maquinabilidade): É a propriedade de que se relaciona
com a resistência oferecida ao corte e é medida pela energia necessária
ria para usinar o
material no torno, sob condi
condições padrões. A usinabilidade de um material é obtida
comparando-se
e com a de um material padr
padrão cuja usinabilidade é convencionada
igual a 100. (aço
o B1112). O conhecimento da usinabilidade de um material permite
calcular os tempos necess
necessários às operações
es de usinagem que é, portanto,
indispensável
vel na programa
programação de uma fabricação. A usinabilidade é um fator que influi
in
bastante na escolha de um material que deve ser usinado; assim, as máquinas
m
automáticas dão
o grande produ
produção quando usinam os chamados aços
os de corte fácil
f
(free cutting steels) também
m chamados de usinagem ffácil, que são materiais com alta
percentagem de enxofre, fó
ósforo ou chumbo.

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Fadiga: Fadiga nã
ão chega a ser uma propriedade do material
ial mais sim, um
problema característico
stico de materiais sujeitos a esfor
esforços cíclicos.
clicos. Quando um material
é sujeito a esforços dinâmicos, durante longo tempo, é observado um
”enfraquecimento” das propriedades mecânicas
nicas ocasionando a ruptura. A fadiga pode
ser também superficial,, ocasionando desgaste de peças
as sujeitas a esforços
esfor cíclicos,
como comumente ocorre em dentes de engrenagens.

2.3 Propriedades térmicas


Propriedades térmicas
rmicas est
estão vinculadas ás características
sticas dos materiais
quando submetidos á varia
variações
es de temperatura. Dentre estas propriedades destacam-
destacam
se:
Condutividade térmica:
rmica: São
o propriedades que possuem certos corpos
co de
transmitir mais ou menos calor. Neste caso, materiais bons condutores de calor, na
ordem decrescente de condutibilidade: Ag, Cu, Al, lat
latão, Zn, Aço
o e Pb.
Corpos maus condutores de calor, na ordem decrescente de condutibilidade:
pedra, vidro, madeira,
ra, papel, etc.
Dilatação: Propriedade pela qual um corpo aumenta quando submetido à ação
do calor. A capacidade de dilata
dilatação de um material está relacionada
ada ao chamado
coeficiente de dilatação té
érmica, que pode ser: linear, superficial
ficial e volumétrico.
volum Esta
característica dos materiais deve ser considerada quando o mesmo é submetido a
variações consideráveis
veis de temperatura.

2.4 Propriedades
dades elétricas
A mais conhecida propriedade el
elétrica de um material é a condutividade
elétrica.
trica. A condutividade el
elétrica é a propriedade que possuem certos materiais de
permitir maior ou menor capacidade de transporte de cargas el
elétricas.
tricas. Os corpos que
permitem a eletricidade passar são chamados condutores, sendo uma característica
caracter
dos materiais metálicos.
licos. JJá os que não permitem tal fenômeno sã
ão os chamados
materiais isolantes.
O cobre e suas ligas e o alum
alumínio conduzem bem a eletricidade, sendo
empregados na fabricação
o de linhas el
elétricas
tricas e aparelhagens; as ligas Cr-Ni, Fe-Ni
conduzem mal, servido para constru
construção de resistências elétricas,
tricas, como reostatos, etc.
Dentre os materiais isolantes destacam
destacam-se:
se: madeira seca, baquelite, ebonite, etc.

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2.5 Propriedades eletromagnéticas


A característica
stica mais associada às propriedades eletromagnéticas
ticas é:
Suscetibilidade magn
magnética: É a propriedade que caracteriza a maior ou
menor facilidade com que os metais re
reúnem
nem ou dispersam as linhas de força
for de um
campo magnético.
tico. Os metais que reúnem
nem de modo acentuado as linhas de força
for de
um campo magnético
tico se denominam ”ferromagnéticos”.
ticos”. Exemplo: Fe, Ni e Co. Os
metais que reúnem
nem debilmente as linhas de for
força são
o denominados ”paramagnéticos”.
”paramagn
A maioria dos metais é paramagn
paramagnético. Os metais que dispersam as linhas de força
for de
um campo magnético são
o denominados ”diamagn
”diamagnéticos”.

2.6 Propriedades físicas


Densidade: É a rela
relação
o entre o peso de certo volume de um corpo e o peso de
igual volume de água. É um n
número
mero abstrato. Exemplo: Pb = 11,4 Cu = 8,9 Al = 2,7
Mg = 1,7
Peso específico: É o peso da unidade de volume do corpo. Por exemplo: o
peso específico do aço é 7,8 kg/dm3.

2.7 Propriedades químicas


Resistência à corros
corrosão: Quase todos os materiais usados pelos projetistas
são suscetíveis de corrosã
ão por ataque químico. Para alguns materiais,
iais, a solubilização
solubiliza
é importante. Em outros casos, o efeito da oxida
oxidação
o direta de um metal ou de um
material orgânico como a borracha é o mais importante. Além
m disso, a resistência
resist do
material à corrosão química,
mica, devido ao meio ambiente, é da maior importância.
import A
atenção
o que damos aos nossos automóveis e um exemplo óbvio da nossa
preocupação
o com a corros
corrosão.. A unidade mais comum para a corrosão
o é polegadas de
superfície
cie perdida por ano.

2.8 Propriedades ópticas


Embora entre as propriedades ópticas
pticas importantes para a engenharia incluem-
incluem
se o índice de refração,
o, a absor
absorção
o e a emissividade, apenas a primeira delas será
ser
discutida aqui, porque as outras duas jjá são mais especializadas.

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Unidade III – Processos de Conformação


3.1 Fundição

A fundição é um processo de fabricação inicial, porque permite a obtenção de


peças
eças com formas praticamente definitivas, com mínimas limitações de tamanho,
formato e complexidade, e também é o processo pelo qual se fabricam os lingotes. É a
partir do lingote que se realizam os processos de conformação mecânica para a
obtenção de chapas, placas, perfis etc.
Sempre que se fala em fundição, as pessoas logo pensam em ferro. Mas esse
processo não se restringe só ao ferro, não. Ele pode ser empregado com os mais
variados
ariados tipos de ligas metálicas, desde que elas apresentem as propriedades
adequadas a esse processo, como por exemplo, temperatura de fusão e fluidez.
Temperatura
emperatura de fusão – é a temperatura em que o metal passa do estado
sólido para o estado líquido.
Fluidez – é a capacidade de uma substância de escoar com maior ou menor
facilidade. Por exemplo, a água tem mais fluidez que o óleo porque escorre com mais
facilidade.
A matéria-prima
prima metálica para a produção de peças fundidas é constituída
pelas ligas metálicas
tálicas ferrosas (ligas de ferro e carbono) e não
não-ferrosas
ferrosas (ligas de cobre,
alumínio, zinco e magnésio). O processo de fabricação dessas peças por meio de
fundição pode ser resumido nas seguintes operações:
Confecção do modelo - Essa etapa consiste em construir
truir um modelo com o
formato aproximado da peça a ser fundida. Esse modelo vai servir para a construção
do molde e suas dimensões devem prever a contração do metal quando ele se
solidificar bem como um eventual sobremetal para posterior usinagem da peça. Ele é
feito de madeira, alumínio, aço, resina plástica e até isopor.

Confecção do molde - O molde é o dispositivo no qual o metal fundido é


colocado para que se obtenha a peça desejada. Ele é feito de material refratário
composto de areia e aglomerante. Esse material é moldado sobre o modelo que, após
retirado, deixa uma cavidade com o formato da peça a ser fundida.

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Confecção
onfecção dos machos - Macho é um dispositivo, feito também de areia, que
tem a finalidade de formar os vazios, furos e reentrâncias da pe
peça.
ça. Eles são colocados
os moldes antes que eles sejam fechados para receber o metal líquido.

Fusão – Etapa em que acontece a fusão do metal.

Vazamento – O vazamento é o enchimento do molde com metal líquido.

Desmoldagem - Após determinado período de ttempo em que a peça se


solidifica dentro do molde, e que depende do tipo de peça, do tipo de molde e do metal
(ou liga metálica), ela é retirada do molde (desmoldagem) manualmente ou por
processos mecânicos.

Rebarbação - A rebarbação é a retirada dos canais de alimentação,


alimentação
massalotes e rebarbas que se formam durante a fundição. Ela é realizada quando a
peça atinge temperaturas próximas às do ambiente.

Limpeza – A limpeza é necessária porque a peça apresenta uma série de


incrustações de areia usada na confecção do molde. Geralmente ela é feita por meio
de jatos abrasivos.
Canais de alimentação - são as vias, ou condutos, por onde o metal líquido
passa para chegar ao molde.
Massalote – é uma espécie de reserva de metal que preenche os
o espaços que
vão se formando à medida que a peça vai solidificando e se contraindo.
Essa seqüência de etapas é a que normalmente é seguida no processo de
fundição por gravidade em areia, que é o mais utilizado. Um exemplo bem comum de
produto fabricado porr esse processo é o bloco dos motores de automóveis e
caminhões. O processo de fundição por gravidade com moldagem em areia apresenta
variações.
As principais são:
• fundição com moldagem em areia aglomerada com argila;
• fundição com moldagem em arei
areia aglomerada com resinas.

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A fundição por gravidade usa também moldes cerâmicos. Esse processo


recebe o nome de fundição de precisão. Existe ainda outro processo de fundição por
gravidade que usa moldes metálicos.
Quando são usados moldes metálicos, não são necessárias as etapas de
confecção do modelo e dos moldes, por nós descritas. Outro processo que usa molde
metálico é o processo de fundição sob pressão. A seguir teremos figuras
representativas das etapas de um processo de fundição.

Figura 04. Etapas da fundição

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3.2 Laminação
A laminação é um processo de conformação mecânica pelo qual um lingote de
metal
etal é forçado a passar por entre dois cilindros que giram em sentidos opostos, com
a mesma velocidade. Assim consegue
consegue-se
se a redução da espessura do metal a cada
passe de laminação, que é como se chama cada passagem do metal pelos cilindros
de laminação.
Ao passar entre os cilindros, o material sofre deformação plástica. Por causa
disso, ele tem uma redução da espessura e um aumento na largura e no comprimento.
Como a largura é limitada
ada pelo tamanho dos cilindros, o aumento do comprimento é
sempre maior do que o da largura. Se você quer saber como isso funciona, pare
numa pastelaria e veja como o pasteleiro estica a massa. Observe como, a cada
passada, ele reajusta a distância entre os cilindros. Veja que a massa fica cada vez
mais comprida e mais fina.
A laminação pode ser feita a quente ou a frio. Ela é feita a quente quando o
material a ser conformado é difícil de laminar a frio ou quando necessita de grandes
reduções de espessura. Assim, o aço, quando necessita de grandes reduções, é
sempre laminado a quente porque, quando aquecido, sua estrutura cristalina
apresenta a configuração CFC que, como já vimos, se presta melhor à laminação.
Além disso, nesse tipo de estrutura, as forças de coesão são menores, o que também
facilita a deformação.
A laminação a frio se aplica a metais de fácil conformação em temperatura
ambiente, o que é mais econômico. É o caso do cobre, do alumínio e de algumas de
suas ligas. A laminação a frio também p
pode
ode ser feita mesmo em metais cuja
resistência à deformação é maior. São passes rápidos e brandos cuja finalidade é
obter maior precisão nas dimensões das chapas. Em alguns casos, a dureza e a
resistência do material melhoram já que, nesse caso, ele fica ""encruado".
encruado". Quando se
necessita de precisão dimensional e ductilidade, a chapa laminada a frio passa por um
tratamento térmico chamado recozimento.
Sendo a quente ou a frio, a laminação parte dos lingotes que, passando pelos
laminadores, pode se transformar em produtos de uso imediato como trilhos vigas e
perfis. Pode se transformar também em produtos intermediários que serão usados em
outros processos de conformação mecânica. É o caso de tarugos que passarão po
por

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forjamento, extrusão e trefilação e das chapas que serão estampadas para a


fabricação de automóveis, ônibus, fogões, geladeiras...
Encruamento é o resultado de uma mudança na estrutura do metal, associada
a uma deformação permanente dos grãos do material
material,, quando este é submetido à
deformação a frio. O encruamento aumenta a dureza e a resistência mecânica.
O laminador é o equipamento que realiza a laminação. Mas, não é só de
laminadores que a laminação é composta. Um setor de laminação é organizado de ta
tal
modo que a produção é seriada e os equipamentos são dispostos de acordo com a
seqüência de operações de produção, na qual os lingotes entram e, ao saírem, já
estão com o formato final desejado seja como produto final, seja como produto
intermediário.
Ass instalações de uma laminação são compostas por fornos de aquecimento e
reaquecimento de lingotes, placas e tarugos, sistemas de roletes para deslocar os
produtos, mesas de elevação e basculamento, tesouras de corte e, principalmente, o
laminador. A seguirr temos a ilustração de um sistema de laminação.

Figura 05. Sistema de laminação

Como já dissemos, para obter um produto laminado, ele tem que passar
diversas vezes pelos laminadores. Na verdade, esse processo tem várias etapas,

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porque além da passagem pelos cilindros, algumas coisas vão acontecendo à medida
que o produto vai sendo laminado. Essas etapas são, em geral, as seguintes:
1. O lingote, pré--aquecido
aquecido em fornos especiais, passa pelo laminador de
desbaste
esbaste e se transforma em placas.
2. A placa é reaquecida e passa então por um laminador que quebra a camada
de óxido que se formou no aquecimento. Nessa operação usa-se
se também jato de água
de alta pressão.
3. Por meio de transportadores de roletes, a placa é levada a um outro
laminador que diminui a espessura e também aumenta a largura da placa original. Na
saída dessa etapa, a chapa também passa por um dispositivo que achata suas bordas
e por uma tesoura de corte a quente.
4. Finalmente, a placa é encaminhada para o conjunt
conjuntoo de laminadores
acabadores, que pode ser formado de seis laminadores quádruos. Nessa etapa ela
sofre reduções sucessivas, até atingir a espessura desejada e se transformar
finalmente em uma chapa.
5. Quando sai da última cadeira acabadora, a chapa é en
enrolada
rolada em bobina por
meio de bobinadeiras. Para a obtenção de espessuras ainda menores, a laminação
prossegue, porém a frio. Para isso, as bobinas passam por um processo de limpeza
da superfície chamado de decapagem. Após a laminação a frio, que dá à sup
superfície da
chapa um acabamento melhor, ela é rebobinada. A bobina resultante passa por um
processo
rocesso de tratamento térmico que produz a recristalização do material e anula o
encruamento ocorrido durante a deformação a frio.
Além da grande variedade de produ
produtos
tos de aço que se pode fabricar por
laminação, esse processo de conformação mecânica também é aplicável ao cobre e
suas ligas, ao alumínio e suas ligas
ligas, à borracha e ao papel.

3.3 Forjamento
O forjamento, um processo de conformação mecânica em que o mate
material é
deformado por martelamento ou prensagem, é empregado para a fabricação de
produtos acabados ou semi
semi-acabados
acabados de alta resistência mecânica, destinados a
sofrer grandes esforços e solicitações em sua utilização. Embora, hoje em dia, o
forjamento seja feito por meio de equipamentos, o princípio do processo continua o
mesmo: aplicação individual e intermitente de pressão, quer dizer, o velho

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martelamento,
artelamento, ou então, a prensagem. O forjamento por martelamento é feito
aplicando-se
se golpes rápidos e sucessivos no metal. Desse modo, a pressão máxima
acontece quando o martelo toca o metal, decrescendo rapidamente de intensidade à
medida que a energia do golpe é absorvida na deformação do material. O resultado é
que o martelamento produz deformação principalmente nas camadas superficiais da
peça, o que dá uma deformação irregular nas fibras do material. Pontas de eixo,
virabrequins, discos de turbinas são exemplos de produtos forjados fabricados por
martelamento. No forjamento por martelamento são usados martelos de forja que
aplicam golpes rápidos e sucessivos ao metal por meio de uma massa de 200 a 3000
3
kg que cai livremente ou é impulsionada de certa altura que varia entre 1 e 3,5 m.

Figura 05. Esquema do marte


martelo de forjamento

Na prensagem, o metal fica sujeito à ação da força de compressão em baixa


velocidade e a pressão atinge seu valor máximo pouco antes de ser retirada, de modo
que as camadas mais profundas da estrutura do material são atingidas no processo de
conformação. A deformação resultante é, então, mais regular do que a produzida pela
ação dinâmica do martelamento. Palhetas de turbinas e forjados de liga leve são
produtos fabricados por prensagem. O forjamento por prensagem é realizado por
prensas mecânicas ou hidrául
hidráulicas.
icas. As prensas mecânicas, de curso limitado, são
acionadas por eixos excêntricos e podem aplicar cargas entre 100 e 8.000 toneladas.
As prensas hidráulicas podem ter um grande curso e são acionadas por pistões
hidráulicos. Sua capacidade de aplicação de carga fica entre 300 e 50.000 toneladas.

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Elas são bem mais caras que as prensas mecânicas. As operações de forjamento são
realizadas a quente, em temperaturas superiores às de recristalização do metal. É
importante que a peça seja aquecida uniformemente e em temperatura adequada.
Toda a operação de forjamento precisa de uma matriz. É ela que ajuda a fornecer o
formato final da peça forjada. E ajuda também a classificar os processos de
forjamento, que podem ser:
• forjamento em matrizes abertas, ou forjame
forjamento livre;
• forjamento em matrizes fechadas.
As matrizes de forjamento são submetidas a altas tensões de compressão,
altas
ltas solicitações térmicas e, ainda, a choques mecânicos. Devido a essas condições
de trabalho, é necessário que essas matrizes apres
apresentem
entem alta dureza, elevada
tenacidade, resistência á fadiga, alta resistência mecânica a quente e alta resistência
ao desgaste. Por isso, elas são feitas, em sua maioria, de blocos de aços
aços-liga forjados
e tratadas térmicamente. Quando as solicitações são a
ainda
inda maiores, as matrizes são
fabricadas com metal duro.
No forjamento livre, as matrizes têm geometria ou formatos bastante simples.
Esse tipo de forjamento é usado quando o número de peças que se deseja produzir é
pequeno e seu tamanho é grande. É o cas
casoo de eixos de navios, turbinas, virabrequins
e anéis de grande porte. A operação de forjamento livre é realizada em várias etapas.
Como exemplo, a ilustração mostra o estiramento de uma parte de uma barra.
Observe a peça inicial (a) e o resultado final (e)
(e).. A operação é iniciada com uma matriz
de pequena largura. O estiramento acontece por meio de golpes sucessivos e avanços
da barra. A barra (b,c,d,e) é girada 90° e o processo repetido (f). Para obter o
acabamento mostrado em (g), as matrizes são trocadas por outras de maior largura.

Figura 06. Operação de forjamento livre

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No forjamento em matrizes fechadas, o metal adquire o formato da cavidade


esculpida na matriz e, por causa disso, há forte restrição ao escoamento do material
para as laterais. Essa matriz é construída em duas metades: a metade de baixo fica
presa à bigorna
a e nela é colocado o metal aquecido.
A outra metade está presa ao martelo
artelo (ou à parte superior da prensa) que cai
sobre a metade inferior, fazendo o material escoar e preencher a cavidade da matriz.

Figura 07. Forjamento em matriz fechada

Uma peça forjada


jada acabada geralmente não é conformada em um só golpe,
porque tanto a direção quanto a extensão na qual o metal pode escoar são pequenas.
Por isso, para a confecção de uma única peça são necessárias várias matrizes com
cavidades correspondentes aos forma
formatos
tos intermediários que o produto vai adquirindo
durante o processo de fabricação.
Para peças não muito complexas, são aplicadas as seguintes etapas no
forjamento em matriz fechada:
1. Corte do blank, ou seja, do pedaço de metal em barra no tamanho
necessário.
2. Aquecimento - realizado em fornos.
3. Forjamento intermediário, realizado somente quando é difícil a conformação
em uma única etapa.
4. Forjamento final - feito em matriz, já com as dimensões finais da peça.
5. Tratamento térmico - para a remoção das tensões, homogeneização da
estrutura, melhoria da usinabilidade e das propriedades mecânicas.

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3.4 Estampagem
Estampagem é um processo de conformação mecânica, geralmente realizada
a frio, que engloba um conjunto de operações
operações.. Por meio dessas operações, a chapa
plana é submetida a transformações que a fazem adquirir uma nova forma geométrica,
plana ou oca. Isso só é possível por causa de uma propriedade mecânica que os
metais têm: a plasticidade.
As operações básicas de estam
estampagem são:
• corte
• dobramento
• estampagem profunda (ou "repuxo")
Assim como nem todo material pode ser laminado, nem todo material pode
passar pelas operações de estampagem. As chapas metálicas de uso mais comum na
estampagem são as feitas com as ligas de aço de baixo carbono, os aços inoxidáveis,
as ligas alumínio-manganês,
manganês, alumínio
alumínio-magnésio e o latão 70-30, que tem um dos
melhores índices de estampabilidade entre os materiais metálicos. Além do material,
outro fator que se deve considerar nesse processo é a qualidade da chapa. Os itens
que ajudam na avaliação da qualidade são: a composição química, as propriedades
mecânicas, as especificações dimensionais, acabamento e aparência da superfície.
A composição química deve ser controlada n
no processo de fabricação do metal. A
segregação de elementos químicos, por exemplo, que pode estar presente no lingote
que deu origem à chapa, causa o comportamento irregular do material durante a
estampagem.
As propriedades mecânicas, como dureza e resistência à ttração, são
importantíssimas na estampagem. Elas são determinadas por meio de ensaios
mecânicos que nada mais são do que testes feitos com equipamentos especiais.
Esses dados, juntamente com dados sobre a composição química, geralmente são
fornecidos nas especificações
pecificações dos materiais, presentes nos catálogos dos fabricantes
das chapas e padronizados através de normas.
As operações de estampagem são realizadas por meio de prensas que podem
ser mecânicas ou hidráulicas, dotadas ou não de dispositivos de aliment
alimentação
automática das chapas, tiras cortadas, ou bobinas.
A seleção de uma prensa depende do formato, tamanho e uantidade de peças
a serem produzidas e, conseqüentemente
conseqüentemente, do tipo de ferramental que será usado.

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Normalmente, as prensas mecânicas são usadas na


nass operações de corte, dobramento
e estampagem rasa. As prensas hidráulicas são mais usadas na estampagem
profunda.

Figura 08. Tipos de prensas

Na estampagem, além das prensas, são usadas ferramentas especiais


chamadas estampos que se constituem basicame
basicamente
nte de um punção (ou macho) e uma
matriz. Essas ferramentas são classificadas de acordo com o tipo de operação a ser
executada. Assim, temos:
• ferramentas para corte
• ferramentas para dobramento
• ferramentas para estampagem profunda

Na prensa, o punção geralmente é preso na parte superior que executa os


movimentos verticais de subida e descida. A matriz é presa na parte inferior
constituída por uma mesa fixa. Esse ferramental deve ser resistente ao desgaste, ao
choque e à deformação, ter usinabil
usinabilidade
idade e grande dureza. De acordo com a
quantidade de peças e o material a serem estampados, os estampos são fabricados
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com aços ligados, chamados de aços para ferramentas e matrizes. O fio de corte da
ferramenta é muito importante e seu desgaste, com o uso
uso,, provoca rebarbas e
contornos pouco definidos das peças cortadas. A capacidade de corte de uma
ferramenta pode ser recuperada por meio de retificação para obter a afiação.

3.4.1 Corte de chapas


O corte é a operação de cisalhamento de um material na qual uma ferramenta
ou punção de corte é forçada contra uma matriz por intermédio da pressão exercida
por uma prensa. Quando o punção desce, empurra o material para dentro da abertura
da matriz.

Figura 09. Operação de corte

Dependendo da complexidade do perfil a ser cortado, o corte pode ser feito em


uma única etapa ou em várias etapas até chegar ao perfil final. Isso determina também
os vários tipos de corte que podem ser executados:
Corte (simples): Produção de uma peça de um formato qualquer a partir
part de
uma chapa
Entalhe: Corte de um entalhe no contorno da peça.
Puncionamento: Corte que produz furos de pequenas dimensões.
. Corte parcial: Corte incompleto no qual uma parte da peça cortada fica presa à
chapa
Recorte: Corte de excedentes de material de uma peça que já passou por um
processo de conformação.

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Figura 10. Tipos de cortes

3.4.2 Dobramento e curvamento


O dobramento é a operação pela qual a peça anteriormente recortada é
conformada com o auxílio de estampos de dobrament
dobramento.
o. Estes são formados por um
punção e uma matriz normalmente montados em uma prensa. o material, em forma de
chapa, barra, tubo ou vareta, é colocado entre o punção e a matriz. Na prensagem,
uma parte é forçada contra a outra e com isso se obtém o perfil desejado.

Figura 11. Dobramento de chapas

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Em toda e qualquer operação de dobramento, o material sofre deformações


além do seu limite elástico. No lado externo há um esforço de tração, o metal se
alonga e há uma redução de espessura. No lado interno, o esforço é de compressão.
Por causa da elasticidade do material, sempre há um pequeno retorno para um ângulo
ligeiramente menor que o inicial, embora a chapa tenha sido dobrada além de seu
limite elástico. Por causa disso, quando se constrói o estampo, o cá
cálculo
lculo do ângulo de
dobramento deve considerar esse retorno e prever um dobramento em um ângulo
levemente superior ao desejado.
E para obter os variados formatos que o dobramento proporciona, realizam
realizam-se
as seguintes operações:

Figura 11. Tipos de dobramento

3.4.3 Estampagem profunda


A estampagem profunda é um processo de conformação mecânica em que
chapas planas são conformadas no formato de um copo. Ela é realizada a frio e,
dependendo da característica do produto, em uma ou mais fases de conformação
conformação. Por
esse processo, produzem--se panelas, partes das latarias de carros como paraIamas,
pa
capôs, portas, e peças como cartuchos e refletores parabólicos.
Na estampagem profunda, a chapa metálica sofre alongamento em ao menos
uma direção e compressão em outr
outraa direção. Geralmente, um compensa o outro e não
há mudança na espessura da chapa. Assim como no dobramento, a estampagem
profunda também é realizada com o auxílio de estampos formados por um punção,

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uma matriz e um sujeitador presos a prensas mecânicas ou hidráulicas. A chapa, já


cortada nas dimensões determinadas, é presa entre a matriz e o sujeitador que
mantém sobre ela uma pressão constante durante o embutimento. Isso evita que
ocorra o enrugamento da superfície da peça. O punção é acionado, desce e fo
força a
chapa para baixo, através da matriz. Nessa operação, também é necessário um
controle sobre a folga entre o punção e a matriz.

Figura 12. Estampagem profunda

Quando a profundidade do embutimento é grande, ou seja, tem a altura maior


que o diâmetro da peça, e são necessárias várias operações sucessivas para obtê
obtê-la,
tem-se a reestampagem. Isso pode ser feito com o mesmo punção, ou com punções
diferentes quando o perfil da peça deve ser alterado numa segunda ou terceira
estampagem.

3.5 Extrusão
Assim como a laminação, a extrusão é um processo de fabricação de produtos
semi-acabados,
acabados, ou seja, produtos que ainda sofrerão outras operações, tais como
corte, estampagem, usinagem ou forjamento, antes de seu uso final. Como resultado
disso, obtém-se uma
a das importantes características do produto extrudado: seção
transversal reduzida e grande comprimento.
O processo de extrusão consiste basicamente em forçar a passagem de um
bloco de metal através do orifício de uma matriz. Isso é conseguido aplicando-se
aplicando altas
pressões ao material com o auxílio de um êmbolo.

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Figura 13. Processo de extrusão

Trata-se
se de um processo de fabricação relativamente novo, se comparado com
a maioria dos outros processos de conformação mecânica. As primeiras experiências
com extrusão foram feitas com chumbo no final do século passado. O maior avanço
aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, com a produção de grandes
quantidades de perfis de alumínio para serem usados na indústria aeronáutica.
Atualmente, não só metais mais dúcteis, como o alumínio e suas ligas e o
cobre e suas ligas, podem passar pelo processo de ex
extrusão.
trusão. Também é possível
fabricar produtos de aço ao carbono e aço inoxidável por meio de extrusão. Produtos
de plástico, principalmente embalagens, também são fabricados por extrusão.
No que se refere ao uso do alumínio, as variedades de perfis que se p
pode
fabricar é quase ilimitada. As seções obtidas são mais resistentes porque não
apresentam juntas frágeis e há melhor distribuição do metal. O processo fornece,
também, uma boa aparência para as superfícies.

3.5.1 Etapas do processo de extrusão


De acordo
do com o tipo de metal, que deve suportar rigorosas condições de atrito
e temperatura, e com a seção a ser obtida, a extrusão pode ser realizada a quente ou
a frio. Os metais mais duros, como o aço, passam normalmente pelo processo de
extrusão a quente. Esse
se processo envolve as seguintes etapas:
1. Fabricação de lingote ou tarugo de seção circular.
2. Aquecimento uniforme do lingote ou tarugo.
3. Transporte do lingote ou tarugo aquecido para a câmara de extrusão. Essa
etapa deve ser executada o mais rrapidamente
apidamente possível para diminuir a oxidação na
superfície do metal aquecido.

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4. Execução da extrusão: com o tarugo aquecido apoiado diante da câmara de


extrusão, o pistão é acionado e o material é empurrado para o interior da câmara.
5. Fim da extrusão:
o: o pistão recua e a câmara se afasta para a retirada do
disco e da parte restante do tarugo.
6. Remoção dos resíduos de óxido com o auxílio de disco raspador acionado
pelo pistão.

3.5.2 Tipos de processos de extrusão


A extrusão pode ser realizada de duas maneiras básicas: direta ou
indiretamente. Na extrusão direta o bloco metálico a ser processado é colocado em
uma câmara ou cilindro, e empurrado contra uma matriz através de um pistão,
acionado por meios mecânicos ou hidráulicos.

Figura 14, Pr
Processo de extrusão direta

Para proteger o pistão da alta temperatura e da abrasão resultantes do


processo de extrusão direta, emprega
emprega-se
se um bloco de aço, chamado de falso pistão
entre o material metálico e o êmbolo. Usa
Usa-se
se também um pedaço de grafite entre
entr o
metal e o pistão a fim de assegurar que todo o material metálico passe pela matriz.
Nesse processo, a deformação ocorre na matriz, enquanto que o resto do
material é contido pelas paredes do cilindro. Desse modo, não se produz nenhuma
instabilidade no material. Isso torna possível alcançar elevadas reduções (até 99%) no
material processado.

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Figura 15. Processo de extrusão indireta

Na extrusão indireta, o êmbolo é oco e está ligado à matriz. A extremidade


oposta da câmara é fechada com uma placa. O êmbolo oco empurra a matriz de
encontro ao metal e este sai da matriz em sentido contrário ao movimento da haste.
Como não há movimento rrelativo
elativo entre o bloco de metal e as paredes da câmara, as
forças de atrito são muito menores e as pressões necessárias são também menores
do que na extrusão direta. Por outro lado, como o êmbolo é furado, as cargas a serem
utilizadas são limitadas e não é possível obter perfis com formatos complexos. Por
isso, o processo de extrusão direta é o mais empregado.
Os equipamentos usados na extrusão consistem em prensas horizontais,
mecânicas ou hidráulicas, com capacidades normais entre 1.500 e 5 mil toneladas.
Prensas hidráulicas conseguem cargas de até 30 mil toneladas. Além dessas prensas,
são necessários equipamentos auxiliares para a realização do processo. Eles incluem
fornos para aquecimento dos tarugos, fornos de tratamento térmico, além de
equipamentos para transporte e corte dos perfis.

3.6 Trefilação
Por esse processo, é possível obter produtos de grande comprimento contínuo,
seções pequenas, boa qualidade de superfície e excelente controle dimensional.

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Figura 16. Processo de trefilação

O princípio do processo de trefilação é, de certa forma, parecido com o da


extrusão, ou seja, é necessário que o material metálico passe por uma matriz para ter
seu diâmetro diminuído e seu comprimento aumentado. A grande diferença está no
fato de que, em vezz de ser empurrado, o material é puxado. Além disso, a trefilação é
normalmente realizada a frio.
Existem bancos de tração de até 100 toneladas, capazes de trabalhar a uma
velocidade de até 100 metros por minuto, percorrendo distâncias de até 30 metros. Em
alguns casos, vários conjuntos desse tipo podem ser montados em série, a fim de
produzir arames e fios com diâmetros ainda menores.
A barra que deve ser trefilada é chamada de fio de máquina. Ela deve ser
apontada, para facilitar a passagem pela fieira
fieira,, e presa por garras de tração que vão
puxar o material para que ele adquira o diâmetro desejado.
A fieira é uma ferramenta cilíndrica que contém um furo no centro por onde
passa o fio, e cujo diâmetro vai diminuindo. Assim seu perfil apresenta o formato de
um funil. A razão da presença desse ângulo, geralmente maior que o ângulo de
trefilação, é facilitar a lubrificação e, conseqüentemente,, a passagem do material. A
lubrificação é necessária para facilitar a passagem do metal pela fieira, a fim de
diminuirr o atrito entre o fio e o cone de trabalho.

3.6.1 Etapas do processo de trefilação


O processo de trefilação compreende as seguintes etapas:
• Laminação e usinagem para a produção do fio máquina;

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• Decapagem mecânica ou química que retira os óxidos pre


presentes
sentes na superfície
do fio máquina;
• Trefilação;
• Tratamento térmico de recozimento, quando é necessário restabelecer o
ductilidade do material;

Para a trefilação propriamente dita, existem dois tipos básicos de máquinas de


trefilar:
Sem deslizamento
nto
Nessa máquina, o fio é tracionado, ou seja, puxado, e depois de passar pelo
furo da fieira, ele vai para, um anel tirante que acumula o fio antes de liberar sua
movimentação em direção a uma segunda fieira onde o processo se repete. Isso é
feito quantas
tas vezes forem necessárias para obter a bitola desejada para o fio. Ao
término desse processo, o fio é enrolado em uma bobinadeira.

Com deslizamento
Essa máquina é usada para a trefilação de fios metálicos de pequeno diâmetro.
Nela, o fio parte de uma bobina, passa por uma roldana e segue alinhado até a
primeira fieira. Na saída da fieira, o fio é tracionado por um anel tirante e é enrolado
nele com um número de voltas que depende da força do atrito necessária para
tracionar o fio através da primeira ffieira.
ieira. O movimento helicoidal do fio provoca seu
deslizamento lateral pelo anele o sistema prossegue dessa forma para as demais
fieiras e anéis.

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Unidade IV – Materiais Não Metálicos


Polímeros são
o materiais obtidos a partir da ssíntese química de matéria
mat orgânica
de origem vegetal ou mineral. S
São formados pela união
o de centenas de moléculas
mol
menores que devem possuir pelo menos uma dupla ligação
o de certos compostos
químicos
micos denominados mon
monômeros. Devido a sua origem orgânica,
nica, o carbono é o
elemento fundamental de todos os materiais polim
poliméricos. Em geral, tem-se
tem a
combinação de um átomo
tomo de carbono com quatro átomos
tomos de outros elementos
químicos. A união
o das mol
moléculas dos monômeros pode realizar-se
se fundamentalmente
por três maneiras: polimeriza
polimerização, copolimerização e por policondensaçã
ção.
a. Polimerização
o Consiste na aplica
aplicação de calor, pressão,
o, utilização
utiliza de
processos químicos e aditivos, de modo a resultar estruturas em forma de cadeia. Um
exemplo de um monômero
mero é o gás etileno (C2H4) e exemplos de políımeros
polí são o
polietileno e o polipropileno conforme apresentado na figura abaixo.

Figura 17. Estrutura química dos polímeros

b. Copolimerização
o Consiste na combina
combinação
o de dois grupos de monômeros
mon
diferentes por polimeriza
polimerização. A esta operação de polimerizar os monômeros,
mon
previamente misturados, se chama copolimerização e copolíımeros
ımeros as resinas obtidas.

c. Policondensaçã
ção Alguns compostos químicos,
micos, como o fenol ou o
formaldeído não
o polimerizam isoladamente. A este processo se denominou
policondensação
o porque na opera
operação se desprendem algumas moléculas
culas de água. O
produto resultado dos processos mencionados acima ssão
o as resinas básicas
b que
funcionam como matéria-prima
prima para a produ
produção
o de dois grandes grupos de materiais:
os plásticos e os elastômeros
meros.

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4.1 Plástico

A melhor definição
ção para materiais plásticos foi dada pela Britsh Standards
Institute (Instituto Britânico
nico de Padr
Padrões) que diz:
”Plástico é definido como um grande grupo de materiais sólidos,
ólidos, compostos
eminentemente orgânicos,
nicos, usualmente tendo por base resinas sintéticas
ticas ou polímeros
pol
naturais modificados e que possuem, em geral, apreci
apreciável resistência
ncia mecânica.”
mec
O plástico
stico original, nitrocelulose, é oriundo da celulose usualmente na forma de
polpa de madeira, enquanto o fenol e formalde
formaldeído, necessário á confecção
confec da resina
fenol-formaldeído, são
o obtidas a partir do carv
carvão. Hoje, a ênfase
nfase tem sido transferida,
muito amplamente para o petr
petróleo e o gáss natural, sendo grande parte da produção
produ de
plásticos
sticos baseada nestas duas matérias-primas. São constituídas pelas chamadas
resinas básicas,
sicas, oriundas do processo de polimeriza
polimerização,, copolimerização
copolimeriza e
policondensação, que são
o as verdadeiras subst
substâncias plásticas.
sticas. Adicionam-se
Adicionam a esta
resina, uma série
rie de compostos qu
químicos,
micos, denominados aditivos, que modificam ou
reforçam as propriedades da resina.
Os aditivos citados, ssão substâncias tais como:
- Estabilizadores: que controlam a degrada
degradação pela luz e calor;
- Materiais de enchimento: que melhoram a resist
resistência
ncia do material;
- Plastificantes:
s: que reduzem a sua fragilidade e os tornam flexííveis.
Os materiais plásticos,
sticos, assim como os materiais met
metálicos
licos devem apresentar
um conjunto de propriedades que os tornem úteis
teis para determinadas aplicações:
aplica
- Características óticas,
ticas, como cor e transpar
transparência;
- Térmicas
rmicas ou de resist
resistência ao calor;
- Elétricas ou resistê
ência dielétrica;
- Mecânicas
nicas ou resist
resistência mecânica;
- Químicas
micas ou resist
resistência à ação de moléculas estranhas.
Além
m dessas, outras duas propriedades ssão
o particularmente importantes nos
materiais plásticos: temperatura de empenamento e temperatura recomendada de
serviço.
Os plásticos são materiais anisotrópicos. Em extrusão,
o, por exemplo, a
resistência na direção da extrus
extrusão
o pode ser 30 a 40% mais elevada do que na direção
dire

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transversal. Se uma estrutura ou fibra é utilizada como reforçador,


ador, esta diferença
diferen pode
ainda ser mais elevada.
Os plásticos são classificados segundo duas categorias do ponto de vista
técnico: como termoplásticos
sticos ou como termo
termofixos (ou termoestáveis). A tabela a seguir
apresenta suas principais diferenças. Tais diferenças
as comportamentais entre
termoplásticos e termofixos
fixos ttêm sua explicação na forma pela qual as cadeias
moleculares são
o formadas a partir dos mon
monômeros.
As tabelas a seguir apresentam alguns dos mais comumente utilizados
termofixos e termoplásticos
sticos com suas respectivas caracter
características
sticas e aplicações.
aplica

Material Característica
São materiais plásticos que não sofrem alteração química sob a ação

Termoplásticos química do calor e da pressão. Podem, portanto, serem amolecidos


repetidas vezes e moldados para as formas desejadas. Sofrem alterações
o
com a temperatura e amolecem a partir de 60 C.

Os materiais termoestáveis, ao contrário dos termoplásticos, não podem ser

Termofixos amolecidos e remoldados. Sofrem modi


modificações
ões químicas com o calor, e a
o
sua temperatura de amolecimento é bastante elevada (acima de 250 C).
Tabela 4.1 Classificação de ma
materiais plásticos

TERMOFIXOS

Nome Característica Principais aplicações

Excelente combinação entre propriedades Moldes el


elétricos, tintas
mecânicas e resistência a corrosão, protetoras, Fiberglass
dimensionalmente estável, boa adesão,
Epoxis
relativamente barato, boas propriedades elétricas
o
Fenólicos Excelente estabilidade térmica acima de 150 C, Alongamento para motores,
pode ser composto de várias resinas, barato. telefones, instalações elétricas.

Poliéster Excelentes propriedades elétricas, baixo custo, Capacetes, ventiladores, barcos


pode ser usado a altas temperaturas. de fiberglass, componentes para
automóveis, cadeiras.
Tabela 4.2:: Caracter
Características e aplicações típicas dos materiais termofixos

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TERMOPLÁSTICOS

Nome Característica Principais aplicações

Acrilonitrila - Excelente resistência mecânica, dureza, Forro para refrigeradores,


butadieno - resistente a distorção pelo calor, boas equipamentos para jardinagem,
estireno (ABS) propriedades elétricas, inflamável e solúvel brinquedos, lã sintética, tapetes,
em alguns solventes orgânicos etc.

Acríılico Extremamente transparente e resistência e Lentes,


entes, janelas transparentes de
(metacrilato de degrada
degradação pela luz solar e a maioria das aeronaves, material de
metila) substâncias
ncias qu
químicas; desenho.

Fluorcarbonos Quimicamente
uimicamente inerte excelente propriedade Selos anticorrosivos, tubos e
(PTFE (Teflon), elétrica, baixa coe
coeficiente de atrito, pode ser válvulas
lvulas para subst
substãncias
o
TFE) usado a até 260 C químicas,
micas, tintas antiadesivas,

Poliamidas Boas propriedades mec


mecânicas, resistências Engrenagens,
ngrenagens, tecidos, cordas,
(Nylon) a abrasivos, baixo coe
coeficiente de atrito, escovas,
covas, para-quedas.
para
absorve água e muitos líquidos

Dimensões estáveis, baixa absorção de Capacetes de segurança,

água, transparente, excelente resistência ao lentes, globos de luz, base para


Policarbonatos
impacto e alta ductibilidade. filme fotográfico

Resistência
ncia qu
química, isolante elétrico, boa Brinquedos, garrafas flexíveis,

Polietileno (PE) dureza, coe


coeficiente de atrito baixo copos, bandejas de gelo,
embalagens, baldes, sacos.
sacos

Resistência
ncia a distor
distorção a quente e a fadiga, Embalagens de filmes, material

Polipropileno (PP) quimicamente inerte, relativamente barato, esterelizá


ável, gabinetes de TV,
pouca re
resistência a luz ultravioleta malas, cadeiras, poltronas.
poltronas

Excelentes propriedades el
elétricas e ópticas, Caixas de bateria, aplicações

Poliestireno (PS) boas estabilidades térmica e dimensional, domésticas,


sticas, brinquedos, painéis
relativamente barato luminosos,

Baixo custo, pouca rigidez, torna


torna-se flexível Revestimentos de pisos, canos,

Isopor Vinil quando plastificados, suscetível a distorção isolantes elétricos,


el mangueiras,
pelo calor gravações
es fonográficas
f

Um dos filmes plásticos mais resistentes, Gravações magnéticas, roupas,

Poliéster resistência
ncia a: fadiga, rasgo, umidade, automóveis,
veis, recipientes para
ácidos,
cidos, graxas, óleos solventes. bebidas
Tabela 4.3. Caracter
Características e aplicações típicas dos materiais termoplásticos

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4.2 Elastômeros
De um modo geral, elast
elastômeros, semelhantes à borracha, sã
ão materiais que
possuem a propriedade
priedade de readquirir o seu tamanho inicial ap
apóss terem sofrido uma
grande deformação,, dentro de um período relativamente
nte curto. Como material de
construção, desejam-se
se dos elast
elastômeros:
• Grande elasticidade;
• Pequena rigidez, isto é, pequenas tensões
es para grandes deformações;
deforma
• Grande resiliência,
ncia, isto é,, capacidade de restituir a energia recebida com
pequena perda.
O comportamento el
elástico
stico que deve ser dependente do tempo, isto é, deve
existir um intervalo finito de tempo para o material retornar à sua forma primitiva. Sua
dureza é um dos dados mais comumente citados. Dentro de uma faixa de precis
precisão
relativamente larga, pode-se
se relacionar o m
módulo
dulo de elasticidade do elastômero
elast à sua
dureza. Esses valores podem ser adotados, onde a precis
precisão não
o seja essencial.
Os elastômeros são
ão raramente utilizados com carregamento de tração,
tra no
entanto esse carregamento
mento é comumente
e usado para efeitos comparativos. Valores
pequenos indicam tamb
também valores pequenos para as demais propriedades
mecânicas,
nicas, o mesmo ocorrendo para valores elevados. Dentre os elastômeros
elast os mais
conhecidos são:
a) Borracha natural A borracha natural é uma resina de grande variedade de
árvores e plantas, mas especialmente Hevea brasiliensis. A borracha crua não
n tem a
elasticidade e outras propriedades da borracha comercial. Est
Estaa é purificada e
vulcanizada pelo seu aquecimento junto com enxofre varia de 3 a 3,5%, dependendo
da classe da borracha desejada. Os fatores mais importantes da borracha ssão
elasticidade e flexibilidade, mas tamb
também são
o importantes as suas propriedades de
adesão e de resistência a á
água. Sua flexibilidade mantém-se até aproximadamente
−55 oC. Pela modificação na sua composição pode-se
se cobrir uma faixa larga de
condições,
ções, inclusive alta resiliência e resistência mecânica.
nica. O principal inconveniente
da borracha natural é a sua fraca resist
resistência aos óleos minerais.

b) Borracha sintética
tica: Não é propriamente borracha, mas sim um produto
semelhante. Não
o tem a mesma elasticidade, mas é mais resistente à ruptura, ao
envelhecimento, ao calor, ao óleo e aos agentes químicos.

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c) Buna S Sua designa


designação é formada pelas primeiras sílabas
labas de Butadieno e
Natrium (sódio),
dio), componente principal e catalisador utilizado originalmente. É também
conhecida por SBR (Styrene
(Styrene-Butadiene-Rubber).
Rubber). A Buna S apresenta excelente
resistência
ncia ao envelhecimento, quando composta convenientemente.
venientemente. Em comparação
compara
com a borracha natural, tem menor re
resistência à tração
o e ao calor e menor resiliência.
resili
É ainda um material de custo relativamente baixo.

d) Borracha butílica
lica Apresenta grande impermeabilidade a gases, o que indica
o seu emprego
prego em selos de veda
vedação, principalmente para vácuo.
cuo. Apresenta ainda
excelentes propriedades dielétricas, boa resistência
ncia ao cisalhamento, mesmo
envelhecida e em temperaturas elevadas. Tem excelente resistência
ncia às condições
atmosféricas, luz do sol e óleos animais e vegetais e também
ém ao cisalhamento, flexão,
abrasão e corte.

e) Borracha nítrica
trica Apresenta excelente resist
resistência
ncia aos óleos, baixa
solubilidade e inchamento
chamento e boa
boas resistências á tração e abrasão.
o. Tem boa resistência
resist
a vários
rios solventes comuns, excetuando-se
se alguns, como acetona e benzina. As
borrachas nitrílicas não
o devem ser guardadas nas proximidades de qualquer fonte de
ozônio
nio (motor, luz solar direta, etc.).

f) Borracha poliuretano Possui extraordin


extraordinária resistência à abrasão e ao
rasgamento, assim como aos derivados do petr
petróleo,
leo, aos hidrocarbonetos clorados,
acetonas, vapor e água
gua quente. Apresenta excelente resistência
ncia á tração e
cisalhamento.

g) Neoprenos (borracha ccloropreno) Na verdade Neopreno é marca comercial


do produto, mas a prática
tica vem adotando essa designa
designação para
a a borracha cloropreno.
E um ótimo produto, aplicá
ável para várias finalidades.. Apresenta boa resistência
resist aos
óleos, á oxidação, ao envelhecimento, ao oz
ozônio, à luz solar e à abrasão
ão. É aplicável a
altas temperaturas, mas n
não para as baixas, quando então apresenta
presenta tendência
tend ao
endurecimento.

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h) Borracha silicônica
nica Suas propriedades se mant
mantém
m por larga faixa de
vel às baixas temperaturas, como −70 oC (ainda com boa
temperatura, sendo utilizável
flexibilidade), até aproximadamente 230 oC. Apresenta ótima resistê
ência ao ozônio,
certos produtos químicos
micos e óleos. Não é recomendável seu uso com hidrocarbonetos,
como querosene e parafina
parafina, óleos minerais leves. Seu custo é mais elevado que dos
outros elastômeros
meros comuns.

i) Fluocarboneto Existe grande ssérie de borrachas


as desse tipo, produzidas para
atender a aplicações específicas
específicas, com grande resistência química
mica e para altas
temperaturas, tais como 200 a 250 oC, em serviço contínuo.

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Unidade V – Materiais Metálicos


São substâncias
ncias simples que apresentam 1 a 3 el
elétrons no nível
ível mais externo
e que, nas combinações
es qu
químicas, cedem elétrons periféricos
ricos transformando-se
transformando em
cátions.
Apresentam, em linhas gerais as seguintes propriedades:
• Cor e brilho: os metais, com exce
exceção do ouro
uro (amarelo) e cobre (vermelho)
apresentam coloração
o que varia do branco ao cinzento.
• Densidade: Os metais, quanto a densidade, se classificam em leves
(densidade menor que 6 - alcalinos, alcalinos terrosos, Mg, Be, Al); e pesados
(densidade superior a 6).
• Estrutura cristalina: Característica
tica observada em todos os metais.
• Classificação: Os materiais met
metálicos são classificados em: Metálicos
Met ferrosos
e Metálicos não-ferrosos.

5.1 Metais ferrosos


O ferro é um metal cuja utiliza
utilização pelo homem é muito antiga. As civilizações
civiliza
antigas de Assíria, Babilônia,
nia, Egito, P
Pérsia, China, Índia
ndia e, mais tarde, da Grécia
Gr e de
Roma já fabricavam, por processos primitivos, armas e in
inúmeros
meros utensílios
utens de ferro e
aço.
A importância
ncia do ferro como metal é tal que fundamenta a classificação dos
materiais metálicos, além
m de possuir um ramo da ci
ciência
ncia dos materiais específico para
seu estudo.
Portanto, siderurgia, é a ciência
ncia que estuda a metalurgia do ferro (Fe),
enquanto que metalurgia é a ciência que estuda a extração
o dos metais, seus minerais
e suas ligas. Os produtos sider
siderúrgicos comuns são ligas ferro-carbono
carbono com teor de
carbono compreendido entre 0 e 6,7%, sendo que industrialmente, essa faixa de teor
de carbono varia somente entre 0 e 4,5%.
Os materiais metállicos ferrosos são,
o, portanto, produtos siderúrgicos
sider que se
classificam exclusivamente
vamente em fun
função
o do teor de carbono encontrado na liga.
Desta forma, os materiais met
metálicos ferrosos são classificados
dos como:
Aços: Liga Fe-C
C cujo teor de carbono varia de 0 a 2,1%C;
Ferros fundidos: Liga Fe
Fe-C
C com o teor de carbono situando-se
situando entre 2,1 e
6,7%C.

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A produção dos açços e doss ferros fundidos pode ser definida


definid segundo dois
padrões mundiais, cujas estruturas diferem signi
significativamente.
Tem-se,
se, portanto, dois mode
modelos de usinas siderúrgicas:
• Usinas integradas
• Usinas mini-mills

5.1.1 Usinas Integradas


As usinas integradas abrangem todas as etapas necess
necessárias
rias para, a partir das
matérias-primas, produzir--se ferro e aço. O processo clássico
ssico e mais usado para a
redução do minério
rio de ferro utiliza o equipamento denominado alto forno, cujo produto
consiste numa liga ferro-carbono
carbono de alto teor de carbono, denominado ferro gusa, o
qual, ainda no estado líquido,
quido, é encaminhado á aciaria, onde, em fornos adequados, é
transformado em aço.
o. Este é vazado na forma de lingotes, os quais, por sua vez, são
s
submetidos à transformaçã
ção mecânica, por intermédio
dio de laminadores, resultando
blocos, tarugos e placas. Estes, finalmente, ainda por intermédio
dio de laminadores, são
transformados
ormados em formas estruturais com perfis em ”T”, ”I”, cantoneiras, trilhos,
chapas, tarugos, etc.
O fluxograma apresentado na ffigura 18 representa esquematicamente, as
principais etapas para a fabrica
fabricação do aço
o a partir do modelo de processos adotado
pelas usinas integradas.
As matérias-primas
primas b
básicas da usinas integradas são:

a) Minério
rio de ferro constitui a matéria-prima essencial para a manufatura dos
processos siderúrgicos. Os minerais que cont
contém
m ferro em quantidade apreciável
apreci são
os óxidos, carbonatos, sulfetos e silicatos. Os primeiros são
o os mais importantes sob a
ótica dos processos siderú
úrgicos.
Os principais óxidos
xidos encontrados na natureza ssão: Magnetita,
Magnetita hematita e
limonita.
O minério
rio de ferro antes de ser inserido no alto
alto-forno sofre
e um processo de
beneficiamento, que compreende uma ssérie de operações
es a que os minérios
min de ferro
de várias
rias qualidades podem ser submetidos, com o objetivo de alterar seus
característicos físicos
sicos ou qu
químicos e torná-los mais adequados para a utilização
utiliza nos
alto-fornos.

47
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Essas operações sã
ão geralmente: britamento, peneiramento, mistura, moagem,
classificação e aglomeraçã
ção.
Os processos de aglomera
aglomeração
o visam melhorar a permeabilidade da carga do
alto-forno, reduzir o consumo de carv
carvão e acelerar o processo
so de redução.
redu Dentre os
processos de aglomeração
o os mais importantes são: sinterização
o e pelotização.
pelotiza

b) O carvão,, utilizado nos alto


alto-fornos,
fornos, pode ser tanto de origem mineral quanto
de origem vegetal.
Têm várias funções
es dentro do processo que ssão:
• atuar como combust
combustível gerando calor para as reações.
• atuar como redutor do min
minério, que é basicamente constituído
do de óxidos de
ferro
• atuar como fornecedor de carbono, que é o principal elemento de liga dos
produtos siderúrgicos
Da mesma forma que o minério, o carvão também sofre um pré
é-processamento
antes de ser introduzido no alto
alto-forno.
Esta operação
o consiste no processo de coquei
coqueificação,, que por sua vez
consiste no aquecimento a altas temperaturas, geralmente em ccâmaras
hermeticamente fechadas, portanto com ausência
ncia total de ar, exceto na saída
sa dos
produtos voláteis, do carvã
ão mineral.

c) O calcário atua como fundente


fundente,, ou seja, reage, pela sua natureza básica,
b
com substâncias
ncias estranhas ou impurezas contidas no min
minério
rio e no carvão
carv (geralmente
de natureza ácida)
cida) diminuindo seu ponto de fusão e formando a escó
ória, subproduto,
por assim dizer, do processo cl
clássico do alto-forno.

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Figura 18. Fluxograma do processo de obtenção do aço em usinas integradas

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5.1.2 Usinas Mini-Mills


Este tipo de processo utiliza basicamente sucata (de a
aço
o ou ferro fundido) e
cal. Pode-se também, a partir da aquisi
aquisição
o do gusa, proveniente das usinas
integradas,
gradas, trabalhar com este material.
O conceito de fabrica
fabricação do aço,
o, observado nas usinas mini-mills,
mini parte do
princípio que não é necess
necessário incorporar ao processo as operações
es realizadas no
alto-forno. Pode-se,
se, portanto, segundo este conceito americano,, trabalhar-se
trabalhar com
sucata promovendo a fus
fusão deste metal e adicionando os elementos de liga
necessários à fabricação
o de um a
aço novo.
Desta forma, usinas tipo mini
mini-mills
mills iniciam seu processo a partir do que se
identifica como as operaçõe
ções da aciaria observadas
adas nas usinas integradas.
O princípio é transformar a energia el
elétrica em energia térmica,
rmica, por meio da
qual, promove-se a fusão
o do gu
gusa
sa e/ou da sucata, onde as condições de temperatura
e oxidação do metal líquido
quido são severamente controladas.
Os fornos elétricos
tricos ssão basicamente de dois tipos: a arco elétrico
trico e de indução.
indu

Figura 19. Fornos de arco elétrico

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Os fornos a arco elétrico são constituídos de uma carcaça de aço feita de


chapas grossas de aço
o soldadas e rebitadas, de modo a formar um recipiente
cilíndrico
ndrico com fundo abaulado. Essa carcaça é revestida na parte inferior (chamada
soleira) por materiais refrat
refratários. A carga é feita por uma porta diametralmente oposta
á bica por onde é vazado o metal. O calor é fornecido pelo arco elétrico
trico que se forma
entre os trêss eletrodos verticais e o banho.
A escória
ria pode ser removida e substitu
substituída atravéss da porta de carga. O
tamanho dos fornos elétricos
tricos varia muito, havendo instalações
es capazes de produzir
desde 500 kg até 100 toneladas d
de aço em cada corrida. A duração
o de cada corrida de
60 toneladas é de cerca de 8 horas.
Durante o processo, ocorre a oxida
oxidação
o das impurezas e do carbono e reações
rea
de desoxidação,
o, ou retirada dos óxidos
xidos com a ajuda de agentes desoxidantes, e a
dessulfuração, quando o enxofre é retirado. É um processo que permite o controle
preciso das quantidades de carbono presentes no a
aço. Os fornos elétricos
el contam
com os óxidos
xidos de ferro (ferrugem) presentes nas sucatas de a
aço e de ferro fundido
para promover a oxidação
o das impurezas contidas na mat
matéria-prima. Essas impurezas
são
o eliminadas, posteriormente, junto com a esc
escória.
O forno de indução é formado de um gerador com motor de acionamento,
uma bateria de condensadores e uma ccâmara
mara de aquecimento. Essa câmara
c é
basculante e tem, na parte externa, a bobina de indu
indução,
o, conforme indicado na figura
a seguir.

Figura 20. Forno de indução

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5.2
.2 Produtos siderúrgicos
Os produtos da ind
indústria siderúrgica são classificados,
dos, conforme mencionado
anteriormente, em função
o do teor de carbono encontrado na liga Fe-C.
Fe O teor de
carbono, como elemento de lig
liga principal, exerce influência significativa
signific sobre as
propriedades dos materiais. Tal influência se explica pelos diferentes níveis
n de
solubilidade do ferro em fun
função da temperatura, que altera a sua forma alotrópica,
alotr e
modifica a capacidade de formar solução com o carbono.
Pode-se
se compreender melhor este fen
fenômeno
meno a partir de uma análise
an do
diagrama de fases Fe-C, apresentado na figura 21. As principais considerações
considera a
serem
rem feitas a respeito do diagrama bin
binário Fe-C, com relação às
à reações que
ocorrem em equilíbrio
brio e das estruturas resultantes, ssão as seguintes:
fusão do ferro puro – 1538 oC e o ponto D,
• o ponto A corresponde ao ponto de fus
impreciso, ao ponto de fusã
ão do Fe3C;
• na parte superior esquerda do diagrama, numa faixa estreita, ocorre uma
reação especial chamada ”perit
”peritética”, na passagem do estado líquido
quido ao sólido,
s em
torno de 1495 oC. a qual, contudo, n
não apresenta importância
ncia sob o ponto de vista
prático. Nesse trecho, ao solidificar, o ferro adquire a estrutura cú
úbica centrada -
chamada, nesse caso, de d (delta), passando, entretanto, quase a seguir, à estrutura
cúbica
bica de face centrada gama (g), que caracteriza o ferro a alta temperatura.
A 912 oC, há a passagem da forma ccúbica de face centrada para cubo centrado
até a temperatura ambiente, na forma alotr
alotrópica alfa (a);
• na faixa de temperaturas em que o ferro est
está na forma alotrópica
alotr gama, ele
tem capacidade de dissolver o carbono presente;
• entretanto,, essa solubilidade do carbono do ferro gama n
não é ilimitada: ela é
máxima a 1.148 oC e corresponde a um teor de carbono de 2,11%. À medida que cai a
temperatura, a solubilidade do carbono no ferro gama decresce; assim, a 727 oC, a
máxima quantidade de carbono que pode ser mantido em solu
solução
o sólida
s no ferro
gama é 0,77%; esses fatos são
o indicados no diagrama pelas linhas JE e Acm, esta
última
ltima representando, portanto, a máxima
xima solubilidade do carbono ou do Fe3C no ferro
gama, nas condições
es de equil
equilíbrio;
• as linhas JE e ECF correspondem à linha ”solidus” do diagrama;
• o carbono afeta, por outro lado, a temperatura de transforma
transformação alotrópica
gama-alfa: a partir de 0% de carbono, essa temperatura de transforma
transformação decresce

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paulatinamente, até que para 0,77% ela se situa a 727 oC. Abaixo de 727 oC não
poderá existir, nas condiçõ
ções de equilíbrio,
brio, ou seja, esfriamento muito lento, ferro na
forma alotrópica
pica gama; tal fato é indicado pela linha PSK ou A1;
• o ponto C, é o conhecido ponto e
eutético do diagrama Fe-C.
C. Observa-se
Observa que o
ponto S assemelha-se
se ao C sendo chamado de ponto eutet
eutetóide.
• entre teores de carbono 0 e 0,77% ocorre n
não apenas a diminuição da
temperatura de transforma
transformação alotrópica gama-alfa, esta transformaçã
ção é gradual ou
se dá em duas etapas: come
começa
a na linha GS ou A3 e termina na linha PS ou A1.
Somente a 727oC ela é instant
instantânea;
• a solubilidade do carbono no ferro alfa n
não é,, de fato, nula: cerca de 0,008%
se `a temperatura ambiente, e a 727 oC, a solubilidade aumenta
de carbono dissolvem-se
para 0.02%; de 727 oC para cima, decresce novamente a solubilidade do carbono at
até
912 oC torna-se nula. Nesse instante, entretanto, o ferro alfa passa a gama, que pode
manter em solução sólida o carbono em teores bem mais elevados, como se viu; os
fatos acima estão
o indicados pelas linhas QP e PG. Pode-se
se chamar a liga Fe-C
Fe com
carbono até 0,008% no má
áximo de ferro comercialmente puro;
• acima de 2,11% de carbono, na faixa dos ferros fundidos, duas linhas
predominam, na fase sólida:
ida: a linha ECF ”sol
”solidus”e
idus”e a linha SK, indicada por A1, abaixo
da qual não pode existir ferro na forma alotr
alotrópica gama;
• a solução sólida
lida do carbono no ferro gama chama
chama-se
se ”austenita”; portanto, na
zona limitada pelas linhas JE, ES, SG e GNJ ssó existe austenita; essa zona
zon é
denominada ”austenítica”;
tica”; esta austenita é um constituinte estrutural de boa
resistência mecânica
nica e aprec
apreciável tenacidade e não-magnético;
• na zona limitada pelas linhas SE (Acm), ECF e SK (A1) existe
simultaneamente austenita e carbono, este último na forma de Fe3C, porque, como se
viu, a solubilidade do carbono no ferro gama não é ilimitada;
• o Fe3C é um carboneto contendo 6,67% de carbono, muito duro e fr
frágil; esse
constituinte é denominado ”cementita” (do latim ”cementum”). As linhas que marcam o
início e o fim das transforma
transformações chamam-se linhas de transformaçã
ção e elas limitam
zonas chamadas zonas crííticas.
Industrialmente, pode
pode-se, portanto distinguir, a par da liga Fe-C
C como:
• Aço-Carbono:
Carbono: 0 008
008% à 2,11% de Carbono;
• Ferro fundido: 2,11 à 4,5% de Carbono.

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Figura 21. Diagrama de equilíbrio Fe


Fe-C

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5.2.1 Aços
Os aços
os utilizados na constru
construção mecânica
nica se dividem em três
tr grandes
categorias:
• Aços-carbono ou comuns;
• Aços-liga;
• Aços especiais.
Estes últimos contêm
êm elementos anexados propositalmente com a finalidade de
fornecer ou melhorar as caracter
características dos aços: resistência mecânica,
nica, resistência
resist à
corrosão ou ao calor, qualidades magn
magnéticas, etc.
O aço é,, talvez, o material mais empregado na maioria das const
construções
mecânicas, pelas suas ó
ótimas características mecânicas
nicas e sua adaptabilidade.
Comercialmente são
o encontrados sob a forma de a
aços
os fundidos, laminados e
trefilados.
a) Aço-carbono
carbono (ou comum)
Quando o único
nico elemento de liga é o carbono, o material é designado aço-
carbono ou aço-comum. Grandes varia
variações de resistência
ncia e de dureza são
s obtidas
pela modificação das percentagens de carbono ou por tratamentos térmicos.
t Com
base no diagrama de equil
equilíbrio Fe-C, pode-se interpretar as reações
es que ocorrem na
faixa de composições
es correspondentes aos a
aços, que são responsáveis
respons por tais
variações.
Na zona austenítica,
tica, ap
após a solidificação das ligas, só ocorre austenita. No
caso de um aço hipoeutet
hipoeutetóide - entre 0,008% e 0,77% de carbono, o ferro gama da
austenita começa
a a transformar
transformar-se
se em ferro alfa que se separa, visto que ele não
n pode
manter em solução sólida
lida sen
senão quantidades irrisórias
rias de carbono; assim a
composição
o estrutural da liga vai se modificando à medida que cai a temperatura: de
um lado, tem-se ferro puro alfa separando
separando-se
se continuamente e do outro lado a
austenita, cujo teor de carbono vai aumentando, em dire
direção
o ao ponto S.
No instante que a liga atinge a temperatura correspondente à 727 oC, têm-se,
portanto, em equilíbrio,
brio, dois constituintes estrutur
estruturais:
ais: ferro puro na forma alotrópica
alotr
alfa e uma solução sólida
lida de 0,77% de carbono no ferro gama (ou seja, austenita com
0,77% de C). Nesse momento, todo o ferro gama remanescente transforma-se
transforma
abruptamente em ferro alfa. A transforma
transformação é, contudo, tão repentina
entina que não
n há
tempo suficiente
ente para que ocorra uma separa
separação nítida entre o carbono (na forma de

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Fe3C ou cementita) e o ferro, na forma alotr


alotrópica alfa. Resulta um constituinte de
forma lamelar, formado por llâminas muito delgadas e muito próximas
ximas umas das
outras, de ferro alfa e Fe3C, dispostas alternadamente. Com aumentos microsc
microscópicos
relativamente
ativamente pequenos, nã
não dá para perceber tais lâminas.
minas. Com maiores aumentos,
acima de 1000 vezes, por exemplo, elas ssão visíveis.
veis. Esquematicamente o aspecto
dessa estrutura está representado na figura 22 (aço eutetóide).
ide). Devido à nuance de
madrepérola
érola que esse con
constituinte
stituinte adquire, quando examinado ao microscópio,
microsc é
chamado ”perlita”. Suas propriedades são intermediárias
rias entre as do ferro puro (pouco
resistente, mole e muito dú
úctil) e a cementita (muito resistente, dura e muito frágil).
fr

Figura 22. Representa


Representação esquemática
a das estruturas das ligas Fe-C
Fe

O ferro puro, na forma alotr


alotrópica
pica alfa, corresponde a uma estrutura chamada
”ferrita” (do latim ”ferrum”). A ferrita, como já se mencionou, pode manter em solução
solu
sólida até 0,008% de carbono. Os aços hipoeutetóides,
ides, com teor de carbono entre
0,008% e 0,77%, apresentam, pois, à temperatura ambiente, uma estrutura composta
de ferrita e perlita.. A quantidade de perlita aumenta e a de ferrita diminui, à medida
que a composição do aço
o cresce em dire
direção ao ponto eutetóide.
Ao resfriar-se
se lentamente um a
aço com a composição
o exatamente eutetóide
eutet
(0.77%C), a única transforma
transformação que ocorre é no ponto S, quando a austenita
austeni passa

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bruscamente a perlita, cuja estrutura está representada esquematicamente na figura


anterior.
Para os aços
os hipereutet
hipereutetóides,
ides, entre 0,77 e 2,11% de carbono as reações
rea que
ocorrem podem ser assim explicadas: a austenita, ao atravessar a linha SE ou A
Acm,
de máxima solubilidade do carbono no ferro gama, come
começa
a a expulsar o excesso de
carbono que não
o pode ser mantido em solução. Em conseqüência,, numa temperatura
intermediária
ria entre Acm e A1, haver
haverá em equilíbrio duas fases: uma representada pela
austenita
a que vai se empobrecendo em carbono e outra, pelo carbono paulatinamente
expulso, na forma de Fe3C ou cementita.
À temperatura de 727 oC (linha A1), as fases que estão
o em equilíbrio
equil serão,
portanto: de um lado o Fe3C e do outro a austenita com 0.77% de carbono, a qual se
transforma imediatamente em perlita ao atingir e ultrapassar a linha A1. A estrutura
correspondente, que permanece at
até a temperatura ambiente, como nos casos
anteriores, é perlita mais cementita; esta última vai localizar-se
e nos contornos dos
grãos, como a figura anterior esquematicamente indica.
Assim, em resumo, para os a
aços, têm-se
se as seguintes estruturas, à
temperatura ambiente (ou abaixo da linha A1):
• ferro comercialmente puro: ”ferrita”, mole, d
dúctil,
ctil, e pouco resistente;
resis
• aços hipoeutetóides:
ides: ”ferrita mais perlita”, cuja resist
resistência
ncia e dureza vão
v
aumentando e cuja ductilidade vai diminuindo, à medida que se caminha em direção
dire
ao teor 0,77% de carbono;
• aços hipereutetóides:
ides: ”perlita mais cementita”; a quantidade desta, disposta
nos contornos dos grãos,
os, aumenta à medida que se caminha para teores mais
elevados de carbono; essa estrutura é dura, resistente e pouco dúctil,
ctil, características
caracter
que se acentuam à medida que aumenta o teor de carbono.
Em função
o dessas propr
propriedades das estruturas, os aços têm
m suas propriedades
modificadas, à medida que o teor de carbono aumenta, conforme mostra o gr
gráfico a
seguir mostrado.
O aço-carbono é o mais barato dos a
aços, razão
o pela qual ele é preferível aos
demais, exceto quando cond
condições severas de serviço
o exigem características
caracter
especiais, ou quando há necessidade de pequenas dimensões. Os açços-carbonos, de
um modo geral, cobrem todas as faixas das necessidades da pr
prática.

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Com teor de 0,3% ou mais, pode ser tratado termicamente, mel


melhorando suas
propriedades de resistência
ncia e dureza. Mas surgem dificuldades em peças
pe de grandes
seções
es devido ao resfriamento lento do n
núcleo,
cleo, o que impede as mudanças
mudan
metalúrgicas
rgicas requeridas para endurecimento e resistência.
O principal inconveniente do a
aço comum é a sua pequena penetração
penetra de
endurecimento, estendido
tendido apenas a uma fina camada. O resfriamento deve ser muito
rápido, resultando tensõe
ões residuais internas, distorções,
es, perda de ductilidade e,
eventualmente, trincas.
Os aços
os comuns podem ser classificados, quanto à composição
composi ou teor de
carbono. A classificação americana, praticamente adotada no mundo inteiro, define os
seguintes padrões.
• Aços
os de baixo teor de carbono at
até 0,25% de carbono
• Aços de médio
dio teor de carbono de 0,25% à 0,6% de carbono
• Aços
os de alto teor de carbono de 0,6% à 2,0% de carbono

Figura 23. Propriedade dos aços em função do teor de carbono

De um modo geral, a
aços com baixo teor de carbono (até 0,25%) constituem
cerca de 90% da produção
o total de a
aço. A tabela 5.1 apresenta algumas indicações
indica de
utilização
o encontradas comumente na prática.

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Carbono (%) Emprego

0,05 a 0,10 Estampas, chapas, rebites, arames, peças tre


trefiladas

0,10 a 0,20 Peças estruturais, de máquinas e cementadas; parafusos

0,20 a 0,30 Engrenagens; árvores e eixos; alavancas, tubos soldados.

0,30 a 0,40 Peças a serem tratadas termicamente; tubos sem costura; árvores e eixos;
bielas; ganchos; parafusos

0,40 a 0,50 Forjamento; árvores; engrenagens e pinos.

0,50 a 0,70 Matrizes de marteletes; parafusos de fixação;


o; aros de rodas; arruelas de
fixação;
o; arames para molas.

0,70 a 0,80 Vigas e discos de arado; bigornas; serra de fita; martelos; chaves; molas;
árvores;
rvores; partes de máquinas pesadas.

0,80 a 0,90 Implementos agr


agrícolas; punções;
es; brocas para pedra; talhadeiras;
ferramentas manuais; molas de lâminas.

0,90 a 1,00 Molas, facas; eixos; matrizes.

1,00 a 1,10 Brocas, alargadores; fresas; facas.

1,10 a 1,20 Brocas, bedames.

1,20 a 1,30 Limas; alargadores; ferramentas de corte.

1,25 a 1,40 Raspadores, serras.


Tabela 5.1 – Aplicações típicas dos aços carbono comuns

A ABNT padroniza os a
aços para construção mecânica
nica segundo o teor de
carbono, baseando-se
se nas normas SAE, excetuados alguns a
aços
os que são
s indicados
precedidos pela letra ”D”e ssão baseados nas normas DIN. A representação
representa é feita por
quatro algarismos (classificação SAE), o primeiro algarismo indicando:
1 = aço-carbono
2 = aço-níquel
3 = aço-níquel-cromo
cromo
4 = aço-molibidênio
nio
5 = aco-cromo
6 = aço-cromo-vaná
ádio
7 = aço-tungstênio
8 = níquel-cromo-molibdênio
molibdênio
9 = aço-silício-mangan
manganês

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O segundo algarismo indica a percentagem aproximada do elemento


predominante da liga. Os dois últimos algarismos indicam o teor mé
édio de carbono
contido (%). A tabela 5.2 apresenta as padroniza
padronizações
es indicadas pela ABNT.
Classe Designação Composição

10XX Aços-carbono
carbono comuns Mn-máximo 1,00%

11XX Aço ressulfurado. ( U


Usinagem e corte )

12XX Aço
o ressulfurado e refosfatado

13XX Aço-manganês Mn-1,75%

14XX Aços com adição


o de nióbio Nb-0,10%

15XX Aço carbono Mn-1,00 e 1,65%

23XX Aço-níquel Ni-3,5%

25XX Aço-níquel Ni-5,0%

31XX Aço-níquel-cromo
cromo Ni-1,25% Cr-0,65%

33XX Aço-níquel-cromo
cromo Ni-3,50% Cr-1,57%

40XX Aço-molibdênio Mo-0,25%

41XX Aço-cromo-molibd
molibdênio Cr-0,50 ou 0,95%Mo-0,12
0,12 ou 0,25%

43XX Aço-níquel-cromo--molibdênio Ni-1,82%Cr-0,50


0,50 ou 0,80%Mo-0,25%
0,80%Mo

46XX Aço-níquel-molibd
olibdênio Ni-1,57 ou 1,82%Mo-0,20
0,20 ou 0,25%

47XX Aço-níquel-cromo--molibdênio Ni-1,05%Cr-0,45%Mo--0,20%

48XX Aço-níquel-molibd
molibdênio Ni-3,50% Mo-0,25%

50XX Aço-cromo Cr-0,27 ou 0,50%

51XX Aço-cromo Cr-0,80 a 1,05%

61XX Aço-cromo-vanádio
dio Cr-0,80 ou 0,95% V-0,10
0,10 ou 0,15%

86XX Aço-níquel-cromo--molibdênio Ni-0,55%Cr-0,50%Mo--0,20%

92XX Aço-silício-mangan
manganês Mn-0,85% Si-2,00%

93XX Aço-níquel-cromo--molibdênio Ni-3,25% Cr-1,20%Mo


1,20%Mo-0,12%

98XX Aço-níquel-cromo--molibdênio Ni-1,00%Cr-0,80%Mo--0,25%

XXBXX Aço-boro B-0,0005% mínimo

XXLXX Aço-chumbo Pb-0,15 a 0,35%

Tabela
ela 5.2. Especificação de aços ABNT (SAE)

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A tabela 5.3
.3 apresenta algumas características mecânicas
nicas do aço-carbono
a
especificadas pela ABNT.
2
Tração (kgf;mm ) Alongamento Dureza
ABNT
Ruptura Escoamento (%) (Brinell)
33 18 28 95
1010
37 31 20 105
36 19 28 101
1020
39 33 18 111
41 22 25 116
1025
45 38 15 126
48 26 20 137
1030
53 45 12 149
53 29 18 149
1040
60 40 12 170
57 32 16 163
1045
64 54 12 179
63 35 15 179
1050
70 59 10 197
1060 69 38 12 201
1070 71 39 12 212
1080 78 43 10 229
1090 85 47 10 248
* Os primeiros valores para os laminados a quente e os segundos para os laminados a frio
Tabela 5.3. Características mecânicas dos aços carbono

b) Aço-liga
Existem trêss possibilidades para melhorar a resist
resistência mecânica
nica de qualquer
metal: aplicar processos de fabrica
fabricação por conformação mecânica,
nica, como prensagem e
laminação;
o; tratar o metal termicamente, ou seja, submetê-lo
lo a aquecimento e
resfriamento sob condições
es controladas; ou acrescentar elementos de liga.
A caracterização
o de um a
aço como aço-liga se dá quando a quantidade dos
elementos adicionados for muito maior do que as encontradas nos a
aços-carbono
comuns, sendo esta adiçã
ção responsável por significativa modificação e melhoria em
suas propriedades mecânicas.
nicas.
Dependendo da quantidade dos elementos de liga adicionados, o a
aço-liga pode
ser um aço de baixa liga, se tiver at
até 5% de elementos de adição,
o, ou um aço
a de liga
especial, se tiver quantidades de elementos de liga maiores do que 5%.
Os elementos de liga mais comumente adicionados ao a
aço são: níquel,
manganês,
s, cromo, molibd
molibdênio, vanádio, tungstênio, cobalto, silício
cio e cobre, sendo
possível
vel adicionar mais de um elemento de liga para se obter um aço-liga.
liga.

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A tabela 5.4
.4 apresenta a influência dos elementos de liga na estrutura e nas
propriedades do aço. Alguns dos a
aços-liga obtidos a partir
tir de um ou mais elementos
apresentados na tabela 5.4, são padronizados pela ABNT e foram apresentados na
tabela 5.2.

Elemento Característica
Desoxidante. Reduz o crescimento do grão. Em pequena quantidade aumenta a
Alumínio resistência, mas, em quantidade grande produz fragilidade. Adicionado de 2 a
5% aumenta o poder refratário e antioxidante.
Produz a formação de fibras e partículas finamente divididas. Em pequenas
Chumbo
quantidades favorece a usinabilidade.
Produz: carbonetos duros que fazem aumentar a dureza; têmpera
t muito
profunda e grande resistência ao desgaste. Pequenas adiçõ
ções de cromo dão
tenacidade ao a
aço, aumentando sua resistência
ncia e sua resiliência;
resili diminui a
Cromo
usinabilidade; reduz à zona de têmpera se não vem acompanhado de níquel.
Conserva a dureza a maiores temperaturas; proporciona melhoria da resiliência
à oxidação e à corrosão.
Aumenta a dureza ao rubro. Em altas temperaturas, os carburetos mantêm ainda
Cobalto a dureza, mas, tende a descarburar o aço no tratamento térmico. Faz aumentar
a dureza e a tenacidade, mas em excesso faz diminuir a resiliência.
Utilizado para diminuir a corrosão intergranular nos aços inoxidáveis. Pode
formar carburetos para aumentar a resiliência e a dureza, m
mas
as em geral, não se
Nióbio
faz uso desta possibilidade. Quando adicionado aos aços com certo teor de
cromo reduz o tempo de recozimento por sua ação suavizadora.
Aumenta a dureza, resistência, ductilidade e resiliência. A
Afina
fina a estrutura sem
Níquel prejuízo da usinagem. Atrasa o crescimento do grão. Em grandes quantidades
produz resistência à oxidação a altas temperaturas.
Poderoso desoxidante e desgasei
desgaseificante.
ficante. Aumenta o limite de escoamento dos
Lítio aços-carbono.
carbono. Aumenta a fluidez dos aços inoxidáveis, produzindo fundições
densas com limites elásticos elevados
elevados.
Desoxidante e dessulfurante. Adicionado em pequenas quantidades aumenta a
dureza, a resistência ao desgaste e a resistência à tração. Faz aumentar a
Manganês solubilidade do carbono. Produz um aço austenítico quando a composição de
manganês oscila em torno de 12%. O aço com muito manganês é muito duro e
não-magnético.
magnético. Aumenta o coeficiente de dilatação. Em pequenas quantidades

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aumenta a profundidade e a velocidade de têmp


têmpera.
Nas altas temperaturas aumenta a resist
resistência e a resiliência,
ncia, e a dureza e a
fragilidade em baixas temperaturas. Evita o crescimento do grão.
gr Aumenta a
Molibdênio resistência à deformação por cargas permanentes em altas e baixas
temperaturas. Aumenta a facilidade de usinabilidade dos aços-carbono.
a
Aumenta a resist
resistência à corrosão dos aços inoxidáveis.
Aumenta ligeiramente a dureza e reduz a ductilidade. Em pequena quantidade
Nitrogênio
afina o grão e aumenta a resistência dos aços de alto cromo.
Favorece a contração com o resfriamento. Em pequenas quantidades aumenta
Fósforo
ligeiramente a resistência à tração e à corrosão.
Desoxidante. Favorece a formação de gra
grafite.. Separa o carbono da solução. Em
pequenas quantidades aumenta a resiliência e até 1,75% aumenta o limite
Silício
elástico. Aumenta a resistência dos aços pobres em carbono. Em quantidade
média, aumenta a permeabilidade magnética. Em pequena quantidade produz
forte
e dureza, resistência ao desgaste e resistência aos ácidos.
Utilizado em alguns aços especiais para ferramentas, para aumentar a dureza
Tântalo
em elevadas temperaturas
Desoxida e separa o nitrogênio. Aumenta a resistência e a dureza. Reduz ao
Titânio
mínimo
nimo a corrosão intergranular nos aços de alto teor de carbono.
Aumenta a dureza do aço ao rubro e a estabilidade dos carburetos duros, a altas
temperaturas. Aumenta a profundidade de têmpera. Aumenta a resistência à
tração e a resistência ao desgaste. Em pequenas quantidades produz uma
Tungstênio estrutura de grão fino. Forma pa
partículas
rtículas duras resistentes à abrasão, nos aços
de alto carbono. Aumenta a resistência aos ácidos e à corrosão. Permite
alcançar um elevado magnetismo remanescente e uma grande força coerciva no
aço especial para eletro
eletro-imãs.
Desoxidante. Aumenta a tenacidade e resistência dos aços. Forma carburetos
Vanádio duros. Conserva a dureza dos aços em temperaturas elevadas. Evita o
crescimento do grão. Aumenta a resistência á fadiga e a resistência ao choque.
Tabela 5.4 Influência dos elementos de liga nas propri
propriedades
edades dos aços-liga.
aços

c) Aços especiais
O aço Hadfield é um material que quando deformado endurece bastante na
zona deformada, endurecimento este causado pela precipita
precipitação
o da martensita. A
martensita é uma microestrutura ttípica observada no aço quando é submetido ao
tratamento térmico de têmpera.
mpera. Tais características são
o obtidas a partir da adição
adi do

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manganês na proporção
o de 11 a 14% e carbono estando entre 1,1 e 1,4%. A adição
adi
do manganês neste teor dá
á ao aço a notável propriedade de ser, quando solubilizado,
completamente austenítico,
tico, sendo ent
então, muito resistente a choques.
Este aço é aplicado em mand
mandíbulas
bulas de britadeiras e bolas de moinho.

Os aços silício são empregados quando são necessários


rios materiais com boa
permeabilidade magnética.
tica. Este fenômeno
meno ocorre porque o material tem a sua
resistência
ncia bastante elevada. S
São empregados em motores, alternadores,
transformadores, etc. A composi
composição desses aços varia dentro dos seguintes teores:
• C - 0,07 %
• Mn - 0,4 %
• Si - 2,4 %

Os aços inoxidáveis
veis como são usualmente conhecidos,, nos dão
d uma idéia de
um material que não
o se destr
destróii mesmo quando submetido a severas condições
condi de
trabalho. Na verdade este tipo de aço não é eterno e sim apresenta uma maior
resistência à corrosão,
o, quando ssubmetido a um determinado meio ou agente
agressivo. Apresenta tamb
também uma maior resistência à oxidação a altas temperaturas
em relação
o a outras classes de a
aços,
os, quando, neste caso em particular, recebe a
denominação de aço
o refrat
refratário.
A resistência à oxida
oxidação e corrosão do aço inoxidável
vel se deve principalmente a
presença do cromo, que a partir de um determinado valor e em contato com o
oxigênio, permite a formaçã
ção de uma película finíssima de óxido
xido de cromo sobre a
superfície do aço, que é imperme
impermeável e insolúvel
vel nos meios corrosivos usuais. Assim
podemos definir como aço
o inoxid
inoxidável o grupo de ligas ferrosas resistentes a oxidação
oxida
e corrosão,
o, que contenham no m
mínimo 12% de cromo.
O cromo favorece o endurecimento produzido pela ttêmpera
mpera em óleo, e refina
os grãos, dificulta a ferrugem, mantendo o material brilhante na atmosfera. Os aços
inoxidáveis são
o resistentes ao ataque de vvários
rios elementos, tais como o ácido acético e
nítrico, os álcalis,
lcalis, sumos de frutas, etc.
Com cerca de 17
17% Cr, ou 18% Cr + 8% Ni, não escamam nas altas
temperaturas como outros aços. A alta resistência dos aços inoxidáveis,
veis, combinada

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com a boa ductilidade, desenvolveu o seu emprego onde resistência


ncia e leveza são
s
importantes.
Os aços inoxidáveis são classifica
classificados em três grupos de acordo com
om a microestrutura
básica formada: aço
o inoxid
inoxidável martensítico, aço inoxidável ferrítico,
tico, aço
a inoxidável
austenítico.
Os aços inoxidáveis
veis martens
martensíticos são obtidos apóss resfriamento rápido
r
quando aquecimento em altas temperaturas. Mostram uma estrutura caracterizada
c
pela alta dureza e fragilidade. Contém de 12 a 17% de Cromo e 0,l a 0,5%
0 de carbono
(em certos casos até 1% de carbono) e podem atingir diversos graus de dureza pela
variação das condições
ções de aquecimento e resfria
resfriamento (tratamento térmico).
rmico).
São dificilmente
mente atacados pela corros
corrosão atmosférica
rica no estado temperado e se
destacam pela dureza, sendo tamb
também ferromagnéticos. Apresentam trabalhabilidade
inferior as demais classes e soldabilidade pior, especialmente com carbono mais
elevado, devido à formação
o de martensita no resfriamento.
A padronização
o deste tipo de a
aço
o segue a norma AISI no qual a numeração
numera
distingue os teores de carbono, cromo e outros elementos de liga adicionados. Os
tipos mais comuns são
o os a
aços 403, 410, 414, 416, 420, 420F, 431,, 440A, 440B, 440C
e 440F.
Os tipos 403, 410, 414, 416 e 420 caracterizam
caracterizam-se
se por baixo teor de carbono e
um mínimo de 11,5% de cromo, que, no tipo 431, pode chegar a 17%. Embora o
carbono seja baixo, esses aços
os possuem boa temperabilidade, devido à presença do
cromo. Esses aços são
o chamados ”tipo turbina” e é apropriado em aplicações
aplica como:
lâminas
minas de turbina e compressor, molas, eixos e hélices
lices de bombas, hastes de
válvulas,
lvulas, parafusos, porcas, etc.
O tipo 420F possui carbono entre 0,30 e 0,40% e nos tipos 440A, 440B e 440C,
o teor de carbono é mais elevado, m
mínimo
nimo de 0,60% no tipo 440A e máximo
m 1,20% no
tipo 440C. O teor de cromo varia de 12,0 a 18,0%. É denominado “tipo cutelaria”
cutelaria e
empregados
regados em cutelaria, instrumen
instrumentos cirúrgicos,
rgicos, molas, mancais antifricção,
antifric etc.
Os aços inoxidáveis
veis ferr
ferríticos após o resfriamento rápido
pido de alta temperatura
eles mostram uma estrutura macia e tenaz, altamente homog
homogênea.
nea. Contém
Cont de 16 a
30% de Cromo. Não
o podem ser endurecidos por tratamento ttérmico e são
basicamente usados nas
as condi
condições de recozido. Possuem uma maior usinabilidade e
maior resistência à corrosã
ão que os aços martensíticos
ticos devido ao maior teor de cromo.

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Possuem boas propriedades ffísicas e mecânicas e são


o efetivamente resistentes à
corrosão atmosférica
rica e a solu
soluções
es fortemente oxidantes, sendo ferromagnéticos.
ferromagn
As aplicações
es principais ssão aquelas que exigem boa resistência
ncia à corrosão,
ótima aparência superficial
ficial e requisitos mec
mecânicos moderados. Apresentam tendência
ao crescimento de grão
o ap
após soldagem, particularmente para seçõ
ções de grande
espessura, experimentando certas formas de fragilidade.
A designação
o AISI indica como tipos principais: 405, 406, 430, 430F, 442, 443
e 446. São
o aplicados em equipamentos para a ind
indústria química,
mica, em equipamentos
para restaurantes e cozinhas, peças
as de fornos e em componentes arquitetônicos
arquitet ou
decorativos. Pode ser aplicado também em queimadores e radiadores devido à sua
resistência a corrosão em altas temperaturas
temperaturas.
Os aços inoxidáveis
veis austen
austeníticos são obtidos a partir da introdução
introdu do níquel
como elemento de liga, que proporciona uma altera
alteração
o na sua estrutura capaz de
elevar a sua resistência
ncia mec
mecânica e tenacidade. Este aço
o apresenta excelente
resistência à corrosão
o em muitos meios agressivos.
Outros elementos como m
molibdênio, titânio e nióbio,
bio, se adicionados podem
melhorar a resistência à corros
corrosão. Dos três grupos, estes aços são
o os que apresentam
maior resistência à corros
corrosão. Eles combinam baixo limite de escoamento com alta
resistência a tração
o e bom alongamento, o
oferecendo as melhores propriedades para
trabalho a frio. Não
o podem ser endurecidos por tratamento ttérmico,
érmico, mas sua
resistência à tração
o e dureza pode ser aumentada por encruamento, não
n sendo
ferromagnéticos. Possuem uma ampla faixa de propriedades mec
mecânicas,
nicas, oferecendo
boa ductilidade e resistência
ncia a altas e/ou baixíssimas
ssimas temperaturas, além
al de boa
usinabilidade e soldabilidade.
Os tipos AISI mais comuns ssão designados pelos números
meros 301, 302, 302B,
303, 304, 308, 309, 309S, 310, 316, 317, 321 e 347. As aplicações
es desses aços
a
inoxidáveis são
o as seguintes: pe
peças decorativas, utensílios
lios domésticos,
dom peças
estruturais, componentes para a ind
indústria química, naval, alimentícia,
cia, de papel e
inclusive componentes que devam estar sujeitos a temperaturas elevadas, como
peças
as de estufas e fornos, devido à boa resistência à oxidação
o que apresentam.

Os aços rápidos são aqueles que, depois de endurecidos por tratamento


térmico, mantém a dureza e a temperatura mais elevadas do que à temperatura de

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início de amolecimento dos a


aços comuns. Apresenta como elementos de liga o
vanádio, tungstênio
nio e cromo. Um aumento extraordin
extraordinário de eficiência
eficiê dos aços
rápidos
pidos foi conseguido pela adi
adição do cobalto. A adição
o de 5% de cobalto ao aço com
18% de tungstênio
nio faz aument
aumentar a eficiência em 100%. Com o aço rápido
pido com cobalto
consegue-se usinar até o a
aço manganês.
s. Quanto maior o teor de cobalto mais frágil
fr se
torna o aço. O vanádio
dio op
opõe-se a esta tendência
cia e por isso será
ser sempre
proporcionalmente adicionado nos aços rápidos ao cobalto.

5.2.2 Ferros fundidos


Os ferros fundidos ssão
o ligas de ferro e carbono com teores elevados de silício
sil e
também sendo fabricados a partir do ferro
ferro-gusa.
gusa. Neste caso, o carbono está
est presente
em teores situados entre 2 e 4,5%. O ferro fundido é o que chamamos de uma liga
ternária.
ria. Isso quer dizer que ele é composto de trêss elementos: ferro, carbono (2 a
4,5%) e silício
cio (1 a 3%). Existe ainda o ferro fundido ligado, ao qual outros
outr elementos
de liga são
o acrescentados para dar alguma propriedade especial à liga básica.
b
Dependendo da quantidade de cada elemento e da maneira como o material é
resfriado ou tratado termicamente, o ferro fundido ser
será cinzento, branco, maleável
male ou
nodular. O que determina a classificação em cinzento ou branco é a aparência da
fratura do
o material depois de seu resfri
resfriamento. Essa aparência,
ncia, por sua vez, é
determinada pela forma como o carbono se apresenta depois que a massa metálica
met
solidifica.
No ferro fundido cinzento
cinzento,, o carbono se apresenta sob a forma de grafita,
gra
semelhante à grafite dos llápis comuns, em flocos ou lâminas,
minas, que dá
d a cor
acinzentada ao material. Como o sil
silício favorece a decomposição
o da cementita em
ferro e grafita,
fita, esse tipo de liga ferrosa apresenta um teor maior de silício
sil (até 2,8%).
Outro fator que auxilia
xilia na forma
formação da grafita é o resfriamento lento.
Os ferros fundidos cinzentos apresentam boa usinabilidade e grande
capacidade de amortecer vibra
vibrações. São empregados nas indústrias
strias automobilísticos,
automobil
de equipamentos agrícolas e de máquinas e, na mecânica
nica pesada, na fabricação
fabrica de
blocos e cabeçotes
otes de motor, suportes, barras e barramentos para máquinas
m
industriais.
O ferro fundido branco é formado no processo de solidificação,
solidificaçã quando não
ocorre à formação da gra
grafita e todo o carbono fica na forma de carboneto
rboneto de ferro

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(cementita). Daí,, sua cor clara. Para que isso aconteça,


a, tanto os teores de carbono
quanto os de silício
cio devem ser baixos e a velocidade de resfriamento deve ser maior.
Nos
os ferros fundidos brancos ligados, elementos como o cromo, o molibdênio
molibd e o
vanádio
dio funcionam como estabilizados dos carbonetos, aumentando a dureza. Por
causa da elevada dureza, os ferros fundidos brancos ssão frágeis,
geis, embora tenham uma
grande resistência à compress
compressão, ao desgaste e à abrasão.
o. Essa resistência
resist e dureza
se mantêm mesmo em temperaturas elevadas. Por isso, esse tipo de material ferroso
é empregado em equipamentos de manuseio de terra, mineração
o e moagem, rodas de
vagões
es e revestimentos de moinhos.
O ferro fundido male
maleável é um material que reúne
ne as vantagens do aço e as
do ferro fundido cinzento. Assim, ele tem, ao mesmo tempo, alta resist
resistência mecânica
a alta fluidez no estado líquido,
quido, o que permite a produ
produção de peças
as complexas e finas.
O ferro fundido male
maleável é produzido a partir de um ferro fundido branco
submetido a um tratamento ttérmico, por várias
rias horas, que torna as peças
pe fabricadas
com este material mais resistente ao choque e às deformações.
es. Dependendo das
condições do tratamento té
érmico, o ferro pode apresentar o núcleo
cleo preto ou branco.
O ferro fundido nodular apresenta partículas
culas arredondadas de grafita.
gra Isso é
obtido com a adição
o de elementos, como o magn
magnésio,
sio, na massa metálica
met ainda
líquida. Com o auxílio
lio de tratamentos térmicos
rmicos adequados, esse material
materia pode
apresentar propriedades mec
mecânicas, como a ductilidade, a tenacidade, a usinabilidade
e a resistência mecânica
nica e à corrosão, melhores do que as de alguns aços-carbono.
a
Devido ao menor custo de processamento, est
está substituindo alguns tipos de aços
a e
ferros fundidos maleáveis
veis na maioria de suas aplica
aplicações. A tabela abaixo apresenta
algumas informações a respeito dos ferros fundidos.

Tipo de Ferro Fundido Propriedades Produto


Boa usinabilidade. Blocos e cabeçotes de motor,
Capacidade de amortecer carcaças e platôs de embreagem,
Ferro fundido cinzento vibrações discos e tambores de freio;
suportes, bases e barramentos de
máquinas industriais.
Dureza e fragilidade. Equipamentos de manuseio de
Ferro fundido branco Elevada resistência à terra, mineração e moagem; rodas

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compressão. Resistência de vagões; revestimentos de


ao desgaste e à abrasão. moinhos
Alta resistência mecânica e Suportes de molas, caixas de
alta fluidez no estado direção, cubos de roda; conexões
líquido. Resistência ao para tubulações hidráulicas e
Ferro fundido maleável choque e às deformações. industriais; suportes de barras de
torção, corpos de mancais, flanges
para tubos de escapamento.
Ductilidade, tenacidade, Mancais, virabrequins, caixas de
Ferro fundido nodular usinabilidade. Resi
Resistência diferencial, carcaças de
mecânica e à corrosão. transmissão.
Tabela 5.5 Características dos ferros fundidos

Os produtos de ferro fundido, assim como os de a


aço,
o, e de qualquer outro tipo
de material são normalizado
normalizados,
s, ou seja, seguem as normas da ABNT (Associação
(Associa
Brasileira de Normas Técnicas).
cnicas). Nos catálogos, esses produtos são
o apresentados de
acordo com designações
es ou especificações dessas normas. Os ferros fundidos
cinzentos são classificados
dos pela ABNT, segundo a n
norma
orma NBR 6589 de acordo com
seus limites de resistência
ência à tração. A classificação é codificada
ada por duas letras e um
número de três dígitos:
gitos: FC
FC-XXX.
XXX. As letras FC indicam o ferro fundido cinzento e o
número indica a resistência
ncia à tração em MPa.. Por exemplo: um ferro fundido FC-200
FC é
um ferro fundido cinzento, com 200 MPa (20 kgf/mm2) de resistência à tração. O ferro
fundido nodular é designado por um conjunto de duas letras e um n
número de cinco
dígitos, no qual os trêss primeiros algarismos indi
indicam a resistência à tração
tra em MPa e
os dois últimos,
ltimos, a porcentagem de alongamento. Segundo a norma NBR 6916, o ferro
fundido nodular é classifica
classificado nos seguintes tipos: FE-38017, FE-42012,
42012, FE-50007,
FE
FE-60003, FE-70002, FE-80002.
80002.
O ferro fundido male
maleável de núcleo preto é normalizado pela NBR 6590. Sua
designação é composta por tr
três letras e cinco dígitos,
gitos, dos quais os três
tr primeiros
indicam a resistência á tra
tração em MPa e, os dois últimos,
ltimos, indicam a porcentagem de
alongamento: FMP-30006,
30006, FMP
FMP-35012, FMP-45007, FMP-50005,
50005, FMP-55005,
FMP FMP-
65003, FMP-70002.

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Os ferros fundidos male


maleáveis de núcleo branco são
o normalizados pela NBR
6914 e são designados por um conjunto de quatro letras e cinco d
dígitos
gitos seguindo o
mesmo critério
rio dos ferros fundidos maleáveis de núcleo preto: FMBS-38012.
38012.
5.3
.3 Tratamentos térmicos e termoquímicos dos aços
5.3.1 Fatores de influência nos tratamentos térmicos.
O tratamento térmico representa um ciclo tempo temperatura, de modo que,
basicamente, os fatores a considerar são os seguintes: aquecimento, tempo de
permanência à temperatura e resfriamento.

Aquecimento. Considerando como objetivo fundamental do trata


tratamento térmico
a modificação das propriedades mecânicas do material, verifica
verifica-se
se que isto só é
conseguido mediante uma alteração da sua estrutura. Nestas condições, a liga
considerada deve ser aquecida a uma temperatura que possibilite tal modificação.
Esta temperatura corresponde geralmente valores acima da temperatura de
recristalização do material; no caso dos aços chamamos de temperatura crítica. O
resfriamento subseqüente completa as alterações estruturais e confere ao material as
propriedades mecânicas desejadas.
Verifica-se
se ainda que as diversas ligas metálicas apresentam temperaturas de
recristalização (ou temperaturas críticas) muito diferentes, desde relativamente baixas
até muito elevadas, próximas do ponto de fusão do material. Neste último caso
caso, no
aquecimento deve ser considerado o fator velocidade de aquecimento, que não pode
ser muito lenta, caso contrário haverá excessivo crescimento de grão. Por outro lado,
materiais em elevado estado inicial de tensões não podem ser reaquecidos muito
rapidamente,
amente, o que poderá provocar empenamento ou mesmo aparecimento de
fissuras.

Temperatura de aquecimento. Depende da composição da liga metálica.


Quanto mais alta a temperatura acima
cima da recristalização ou crítica, maior segurança
se tem na obtenção das modificações estruturais desejadas, mas por outro lado, tanto
maior será o tamanho de grão final, fato este que pode prejudicar a qualidade do
material. O conhecimento dos diagramas de equilíbrio das ligas é fundamental para
que não ocorra aquecimento insuficiente ou excessivo.

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Tempo de permanência à temperatura. A influência do tempo de


permanência à temperatura de aquecimento é mais ou menos idêntica a influência da
máxima temperatura
eratura de aquecimento, ou seja, o tempo à temperatura deve ser
suficiente para que as peças se aqueçam de modo uniforme através de toda sua
seção. Deve-se
se evitar tempo além do estritamente necessário para que isto ocorra,
pois pode haver indesejável cresc
crescimento
imento de grão, além da oxidação de determinadas
ligas.

Resfriamento. Para certas ligas, modificando


modificando-se
se a velocidade do resfriamento
ocorrem modificações estruturais que podem produzir grande ductilidade ou grande
dureza e resistência mecânica.
A escolha
ha do meio de resfriamento é, portanto, fundamental no processo e
depende essencialmente da estrutura final desejada. Entretanto, a forma da peça, no
que se refere à existência ou não de grandes modificações dimensionais (como por
exemplo, peças com seções muito finas), pode levar a escolha dos meios de
resfriamento diferentes dos que teoricamente seriam mais recomendados. Um meio
muito drástico de resfriamento, como solução aquosa, pode levar o aparecimento de
elevadas tensões internas que prejudicam a qua
qualidade
lidade final do material, obrigando a
seleção de um meio mais brando.
Nem sempre este procedimento pode ser considerado como ideal, visto que
impedirá que se realizem completamente as alterações estruturais necessárias.
Nestas condições, deve-se
se procurar uma nova composição de liga que possa admitir
um resfriamento mais brando e sem prejudicar a estrutura final.

Como já vimos no diagrama de equilibro de ferro


ferro-carbono,
carbono, o aumento do
percentual do carbono na liga é o responsável pelo aumento da dureza do aço. Esse
aumento do carbono se traduz pelo aumento da cementita na mistura. Com os
tratamentos térmicos podemos modificar as formas de cristalização do aço e a
disposição do carbono na liga, modificando, assim, a dureza do material.

5.3.2 Tipos de tratamentos


tamentos térmicos

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Recozimento. Esse tratamento térmico tem por objetivo o amolecimento do


aço, redução da dureza que os aços possam apresentar devido a tratamentos
anteriores tais como: conformação a frio (encruamento), tratamentos térmicos de
endurecimento
mento anteriores, processos de soldagem, fundição ou outros processos que
gerem endurecimento. O tratamento consiste em elevar
elevar-se
se a temperatura da peça até
a transformação completa em austenita e resfriar
resfriar-se
se lentamente. Os fabricantes de
aços sempre indicam
m as temperaturas e as formas de resfriamento necessárias a cada
tipo de aço por ele fabricado, mas de uma maneira geral, indica
indica-se
se o resfriamento com
a peça envolvida em areia para os aços de baixo carbono e o resfriamento controlado
dentro do forno, para os aços de alto carbono. A microestrutura obtida nesse
tratamento é:
a) Ferrita e perlita grosseira para os aços hipoeutetoide
b) Perlita grosseira para os aços eutetoides
c) Perlita grosseira e cementita para os aços hipereutetoides

Normalização. Pode ser também chamado de recozimento de normalização. O


seu objetivo é dotar o aço de suas características normais (material laminado a quente
e resfriamento ao ar). A normalização refina a granulação do aço, apaga vestígios de
tratamentos térmicos anteriores eliminam microestruturas brutas de fundição,
regulariza microestruturas em juntas soldadas.
As peças normalizadas
ormalizadas apresentam dureza média e uma boa resistência
mecânica ao contrário das peças recosidas que são bem macias, maleáveis e pouco
resistentes. O tratamento consiste em aquecer o material até a temperatura de
transformação da austenita e fazer
fazer-se
se resfriamento ao ar. As microestruturas obtidas
na normalização são semelhantes às do recozimento apenas com a diferença de que
a perlita
ita se apresenta mais fina resultando daí uma maior dureza e resistência.

Têmpera. O tratamento de têmpera consiste em elevar


elevar-se
se a temperatura do
material à temperatura de transformação da austenita e resfriar-se
resfriar o material
rapidamente. Esse resfriamento deve ser mais rápido quanto menor for o teor de
carbono no material. Podemos utilizar como meios de resfriamento desde a salmoura
gelada, passando por resfriamento em água gelada, água à temperatura normal, óleo,
ar soprado ou ar normal. Utilizamos todos esses devido à variedade de aços que

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podemos dispor. Os tratamentos de têmpera também podem apresentar diversas


maneiras de serem efetuados. Temos a têmpera comum com pouco controle no
resfriamento ou as têmperas mais elaboradas que por isso mesmo recebem os nomes
de austêmpera ou martêmpera. A microestrutura que se deseja obter na têmpera
comum é a martensita. Essa microestrutura apresenta elevada dureza, elevada
resistência mecânica e elevada fragili
fragilidade.
dade. A têmpera comum causa um grau elevado
de tensões internas podendo gerar trincas e empenos em peças mais delicadas. Outro
resultado dessa têmpera é a perda de tenacidade. Para reduzir esses inconvenientes
é indicado a seguir um tratamento de revenimen
revenimento.

Revenimento. É um tratamento térmico subcrítico (abaixo da temperatura de


transformação da austenita) Tem como objetivo aliviar as tensões na martensita
reduzindo significativamente sua fragilidade reduzindo conseqüentemente a dureza
obtida na têmpera.
era. A microestrutura obtida é chamada martensita revenida. As
temperaturas do revenido podem variar de acordo com o desejo de maior ou menor
alívio de tensões internas e a sua conseqüente perda de dureza. Altas temperaturas
550 e 650 oC e baixas temperaturas estão entre 300 e
de revenido podem estar entre 5
400 °C. Para se entender os tratamentos térmicos a seguir é necessário conhecer as
curvas TTT. As curvas, Temperatura, Tempo, Transformação (TTT) são características
que os aços apresentam no resfriamento
resfriamento.. Visto em um gráfico x, y (temperatura,
tempo) elas assim se apresentam:

Figura 24. Curva TTT


Mi – inicio da transformação da martensita
Mf – final da transformação da martensita

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Vejamos, então como podemos aproveitar essas características dos aços ao


serem resfriados. Quando queremos obter uma transformação na estrutura interna de
uma peça de aço, devemos aquecê
aquecê-la
la a uma temperatura acima da linha de
transformação da austenita. Ao resfriá-la podemos fazê-lo
lo mais ou menos lentamente.
A distância (tempo) entre o zero e o ponto “a” no gráfico varia para cada tipo de aço
podendo ser muito grande ou menor que zero. Por isso devemos conhecer essas
curvas do aço que queremos temperar para que possamos utilizar o tipo de têmpera
mais adequado.

Mi – inicio da transformação da martensita


Mf – final da transformação da martensita
Figura 25. Curva TTT para têmpera

Quando a curva do resfriamento, devido à sua pouca velocidade corta as


curvas “1 “ e “2 “ no seu ponto alto obtemos uma microestrutura no material formada
por perlita grosseira (recozimento). Quando a velocidade de resfriamento é um pouco
maior temos como microestrutura, no material, a perlita fina (normalização). Quando
essa velocidade
idade é muito grande e não corta as curvas temos a formação de martensita
(têmpera comum).

A martêmpera tem por objetivo obter na peça tratada uma estrutura de


martensita como na têmpera comum, porém devemos controlar o resfriamento para
que quando a temperatura
emperatura alcançar a linha Mi (início da formação da martensita) esse
resfriamento é retardado de maneira que a transformação se complete mais
lentamente. O meio de resfriamento é normalmente óleo ou sal fundido. O material é
mantido maior tempo entre as duas linhas de transformação para que a formação da

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martensita se dê de maneira uniforme, gerando menores tensões internas. Em


seguida a peça é resfriada a qualquer velocidade. Esse tratamento normalmente
necessita o tratamento de revenimento para aliviar tensões residuais. Apresentamos a
seguir a curva do tratamento de martêmpera.

Mi – inicio da transformação da martensita


Mf – final da transformação da martensita
Figura 26. Curva TTT da martêmpera

A Austêmpera é um tratamento de endurecimento dos aços que consiste em


aquecer o material acima da temperatura de formação de austenita manter essa
temperatura até a completa transformação e fazer um resfriamento brusco até uma
temperatura ligeiramente acima da linha Mi (início da transformação da martensita),
mas de maneira que não atinja a curva “1”, na altura da temperatura de formação da
bainita. Esse processo é obtido através da manutenção do material em banho de
chumbo ou sal (fundidos) (260 a 440 °C).
Deixando o material a uma temperatura constante durante o tempo em que a
linha de resfriamento ultrapassa as curvas “1” e “2” na altura de transformação da
bainita (sempre em temperatura constante). A temperatura escolhida depende da
dureza que queremos obter.
Quanto
nto mais baixo no gráfico atingimos a bainita maior endurecimento vamos
conseguir. Esse tratamento dispensa o revenimento por gerar baixas tensões internas.
É normalmente indicado para temperar peças delicadas onde os empenos e as
deformações são críticos.
s. A desvantagem desse tratamento é que ele não pode ser
feito em aços de baixa temperabilidade além de ser um tratamento mais caro.
Apresentamos a seguir a curva do tratamento de austêmpera.

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Mi – inicio da transformação da martensita


Mf – final da transformação da martensita
Figura 27. Curva TTT da austêmpera

5.3.3
.3.3 Tratamentos termoquímicos

A finalidade da cementação é fazer com que um aço de baixo teor de carbono


(macio) fique com a superfície dura, reunindo assim as duas características ideais de
uma peça. Que seja macia o suficiente para não de partir com a continuidade de
choques e não se desgastar por abrasão nos pontos onde se atrite com outras peças,
como nos mancais.
Esse tratamento é feito aquecendo a peça em um ambiente rico em carbono, o
material do ambiente em que fica a peça pode ser sólido, líquido ou gasoso. A peça
deve permanecer nesse ambiente por um tempo suficiente para que o carbono migre
através do material da peça tornando assim, a superfície rica em carbono. A
espessura da camada dura depende do tempo de permanência da peça nesse
ambiente.
Essa permanência a alta temperatura faz com que cresça demasiadamente a
granulação do material cementado. Para que isso não aconteça o aço deve ser
especial para cementação, quer dizer, deve ter elementos de liga que iniba o aumento
do grão, com a temperatura. Após o tratamento superficial (cementação) a peça deve
ser temperada para que a camada superficial, rica em carbono adquira a dureza
desejada. Muitas vezes esse endurecimento é feito através da têmpera por indução.

A nitretação é um tratamento semelhante à cementação. Apenas em vez do


uso da atmosfera
a de carbono, utiliza
utiliza-se
se uma atmosfera rica em nitrogênio. Esse

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elemento combina-se
se com alguns elementos de liga do aço (principalmente o
alumínio), formando nitretos que têm elevada dureza. Esse tratamento tem como
vantagem sobre a cementação o fator de n
não
ão necessitar têmpera e ainda aumentar a
resistência da peca à fadiga e à corrosão. Tem ainda a vantagem de utilizar
temperaturas menores que a cementação (entre 500 e 560 °C) com menores riscos de
empenos da peça nitretada. Tanto na nitretação como na cem
cementação
entação o interior da
peça não sofre modificações consideradas.

Na carbonitretação
arbonitretação o meio carbo-nitretante
nitretante é uma atmosfera gasosa,
contendo carbono e nitrogênio ao mesmo tempo. A atmosfera pode ser constituída
pelos seguintes gases:
Gás de gerador – 77 a 89%
Gás natural – 9 a 15%
Amônia – 2 a 8%
A temperatura vária de 700º a 900 ºC e o tempo de tratamento é relativamente
pequeno;
equeno; a espessura das camadas carbo
carbo-nitretadas vária de 0,07 a 0,7 mm. A
carbonitretação é usada, geralmente em peças de pequeno porte, como componentes
de máquina de escrever, relógios, aparelhos eletrodomésticos
eletrodomésticos.

5.4 Materiais não ferrosos


5.4.1 Alumínio e suas ligas
O alumínio é um metal retirado de um min
minério chamado bauxita,
ta, que existe em
grande quantidade na natureza. Na verdade, cerca de 8% da crosta terrestre ssão
constituídos pelo alumínio.
nio. Isso o torna o metal mais abundante no nosso planeta.
Quando comparamos sua hist
história
ria com a do ferro ou do cobre, descobrimos que sua
utilização é muito recentemente. Ela só se tornou realidade com o desenvolvimento
tecnológico
gico proporcionado pela Revolu
Revolução Industrial.
Atualmente, seu volume de produ
produção é maior do que o de todos os outros
metais não-ferrosos juntos. O processo de obten
obtenção do alumínio é constituído por
duas etapas:
• Obtenção
o da alumina;
• Obtenção
o do alum
alumínio.

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Após a obtenção
o do min
minério (bauxita), são
o retiradas impurezas da bauxita para
que sobre somente a alumina. Para isso, a bauxita é triturada em moinho específico e
misturada com uma soluçã
ção de soda cáustica
ustica no digestor. Dessa forma, a alumina é
dissolvida, a sílica
lica contida na pasta é eliminada, mas as outras impurezas não.
n Então,
elas são
o separadas por processos de sedimentação e filtragem no decantador e no
filtro-prensa
prensa respectivamente.
A solução resultante,
ultante, cham
chamada aluminato de sódio, é colocada em um
precipitador e, nesse processo, obt
obtém-se
se a alumina hidratada. Nesse ponto, a alumina
hidratada pode seguir um entre dois caminhos: pode ser usada como está
est ou ser
levada para os calcinadores. No primeir
primeiro caso, será matéria-prima
prima para produtos
químicos,
micos, como o sulfato de alum
alumínio, usado no tratamento da água
gua e na indústria
ind de
papel. Poderá ser empregada, tamb
também, na produção
o de vidros, corantes e cremes
dentais.
O aluminato de só
ódio é matéria-prima não só para a produçã
ção de alumínio,
mas também de abrasivos, refrat
refratário isoladores térmicos,
cos, tintas e cerâmicos
cer de alta
tecnologia. Na seqüência
cia do processo de produ
produção do alumínio,
nio, o aluminato de sódio
s
precisa perder a água que se encontra quimicamente combinad
combinadaa em seu interior. Tal
processo acontece nos calcinadores onde é aquecido a temperaturas entre 1000 oC e
1300 oC formando a alumina (Al2O3).
Para se obter o alum
alumínio é preciso retirar esse oxigênio
nio que está
est dentro da
alumina. Como essa ligaçã
ção do oxigênio com o alumínio é muito forte, é impossível
separá-lo
lo utilizando os redutores conhecidos, como o carbono, por exemplo, que é
usado na redução
o do ferro. Esse foi o problema que impediu o uso desse metal até
at
pouco mais de cem anos atr
atrás. E isso foi resolvido com a utilização
utiliza de fornos
eletrolíticos.
O processo funciona da seguinte forma: a alumina é dissolvida dentro dos
fornos eletrolíticos em um banho qu
químico á base de fluoretos. Os fornos são
s ligados a
um circuito elétrico, em sé
érie, que fornece corrente contínua.
nua. No momento em que a
corrente elétrica
trica passa atrav
através do banho químico, ocorre uma reação
o e o alumínio
alum se
separa da solução
o e libera o oxig
oxigênio. O alumínio líquido
quido se deposita no fundo do
forno e é aspirado a intervalos regulares por meio de sif
sifões.
Depois disso, ele ser
será resfriado sob a forma lingotes, barras ou tarugos para
ser utilizado na indústria
stria de transforma
transformação. O fluxograma a seguir apresenta todo o

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processo citado anteriormente. O processo para obtenção do alumínio


nio é um processo
caro. Para produzir 1kg de alum
alumínio precisa-se
se de tanta eletricidade quanto para deixar
250 lâmpadas
mpadas de 100W acesas durante uma hora.
Este fato explica porque é tão interessante reciclar alumínio.
nio. Para reciclar
sucata de alumínio, basta aquec o que é 660 oC. O
aquecê-la até a temperatura de fusão
alumínio derretido é transformado em lingotes e vendido às indústrias
strias que o utilizam.

Figura 28. Fluxograma do processo de obtençã


obtenção do alumínio.
nio.

O alumínio é o metal que concorre diretamente com o a


açço em diversas
aplicações e apresenta uma ssérie de condições favoráveis
veis ao seu emprego. Suas
principais características sã
ão:
- É bastante leve e possui rela
relação resistência-peso
peso bastante elevada;
- Como conseqüência
ncia de seu pequeno peso específico,
o, oferece pequena
resistência à aceleração,
o, absorvendo menos pot
potência;

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- A resistência à corros
corrosão é elevada devido a camadas estáveis
veis de óxidos que
se formam ao ar ou sob tratamentos especiais. Quanto mais puro o alum
alumínio, maior é
sua resistência à corrosã
ão. É resistente à ação da água
gua pura, do ácido fosfórico
diluído, do ácido nítrico concentrado, do di
dióxido de enxofre. É sensível
vel à água do mar,
à solda e aos ácidos inorgâ
ânicos;
- Suas propriedades podem ser modificadas
das por elementos ligados;
- O alumínio é mole e d
dúctil,
ctil, mas pode ser endurecido por trabalho a frio, e
certas ligas podem ser laminadas, forjadas, extrudadas, estampadas e fundidas em
areia ou em coquilha.
- Pode ser também
m usinado, lixado e polido;
- Com elementos de liga, pode ser unido por todos os processos usuais:
soldagem, rebitagem, colagem e brasagem. Excelente condutor de calor, sua
condutividade térmica é quatro vezes maior que a do aço.
o. Sua superfície
superf pode ser
anodizada, envernizada e esmaltada;
- Sua condutividade elétrica e ausência
cia de magnetismo o tornam adequado
para aplicações na indústria
stria el
elétrica.
O alumínio
nio puro (aquele que possui 99% ou mais de alum
alumínio),
io), apesar de ter
muitas qualidades desejáveis,
veis, é realmente fraco e não
o responde aos tratamentos
térmicos. A não
o ser onde a resistência é secundária recorre-se
se ao alumínio
alum puro.
Tais características
sticas o tornam indicado para a fabrica
fabricação de laminados muito
finos, embalagens, latinhas de bebidas, recipientes para a ind
indústria
stria química,
qu cabos e
condutores elétricos.
Para melhorar ou modific
modificar as propriedades do alumínio, adicionam
icionam-se a ele
um ou mais elementos
mentos qu
químicos
micos formando suas ligas. Isso acontece depois que o
alumínio puro e liquefeito
efeito sai do forno eletrolítico
tico e vai para o forno de espera onde o
elemento é adicionado.
Os principais elementos de liga adicionados ao alum
alumínio são: cobre,
cobre manganês,
silício, magnésio, zinco e estanho. A tabela a seguir apresenta as caracter
características das
principais ligas de alumínio.
nio.

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ELEMENTO
CARACTERÍSTICAS APLICAÇÕES
ADICIONADO
Alumínio puro Ductilidade, condutividade elétrica e Embalagens, folhas muito finas,
térmica, resistência à corrosão. recipientes para indústria química,
condutores elétricos.
Resistência mecânica, resistência a Rodas de caminhões, rodas, estruturas
Cobre altas temperaturas e ao desgaste, e asas de aviões, cabeçotes de
usinabilidade. cilindros de motores de aviões e
caminhões, pistões e blocos de
cilindros de motores.
Manganês Ductilidade, melhor resistência Esquadrias para construção
constru civil,
mecânica à corrosão. recipientes para indústria
ind química.
Silício Baixo ponto de fus fusão, melhor Soldagem forte, peçças fundidas.
resistência
ncia à corrosão, fundibilidade.
Silício com Resistência
ncia mec
mecânica ao desgaste e Chassis de bicicletas, peças pe de
cobre ou à corrosão,
o, ductilidade, soldabilidade, automóveis,
veis, estruturas soldadas, bloco
manganês usinabilidade, baixa expans
expansão e pistões
es de motores, construção
constru civil.
térmica.
Magnésio Resistência
ncia à corrosão em atmosfera Barcos, carrocerias de ônibus, tanques
marinha, soldabilidade, usinabilidade. criogênicos.
Zinco Alta resistê
ência mecânica e baixo Peças de aviões.
peso.
Zinco e Resistência
ncia à tração e à corrosão, Brasagem.
Magnésio soldabilidade, usinabilidade.
Estanho Resistência
ncia à fadiga e à corrosão por Capas de mancal, mancais fundidos,
óleo lubrificante.
ficante. bielas.
Tabela 5.6. Influência dos elementos de liga na aplicabilidade do alumínio

Para organizar e facilitar a sele


seleção das ligas de alumínio,
nio, a ABNT e outras
associações de normas técnicas
cnicas classificam
m essas ligas de acordo com o processo de
fabricação e a composição
o química. Foram divididas em ligas para conformação
conforma (ou
dúcteis)
cteis) e ligas para fundi
fundição. Essa divisão foi criada porque as diferentes ligas têm
t
que ter características
sticas diferentes para os dif
diferentes
erentes processos de fabricação.
fabrica
As ligas para conforma
conformação devem ser obrigatoriamente dúcteis
cteis para serem
trabalhadas a frio ou a quente por processos de conforma
conformação
o mecânica,
mec como:
laminação, trefilação,, o forjamento e extrusão. As ligas são
o comercializadas sob a
forma
orma de laminados planos (chapas e folhas), barras, arames, perfis e tubos
extrudados e peças
as forjadas.
As ligas para fundi
fundição devem ter resistência mecânica, fluidez além
al de
estabilidade dimensional e ttérmica para suportar os diferentes
rentes processos de fundição
fundi
em areia, e molde permanente por gravidade ou sob pressão.

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Tanto as ligas para a conforma


conformação quanto às ligas para fundição
ção seguem um
sistema de designação
o de acordo com a norma da ABNT NBR6834, conforme o
principal elemento de liga presente em sua composi
composição. A tabela a seguir apresenta a
designação
o das ligas de alum
alumínio destinadas à conformação.

ALUMÍNIO E SUAS LIGAS PARA CONFORMAÇÃO


DESIGNAÇÃO DA SÉRIE INDICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
1XXX 99% mínimo de alumínio
2XXX Cobre
3XXX Manganês
4XXX Silício
5XXX Magnésio
6XXX Magnésio e silício
7XXX Zinco
8XXX Outros elementos
9XXX Série não utilizada
Tabela 5.7. Designação
esignação das ligas de alumínio para conformação

Pela norma, os materiais para conforma


conformação mecânica são
o indicados por um
número de quatro dígitos:
• o primeiro classifica a liga pela série
rie de acordo com o principal elemento
adicionado;
• o segundo dígito,
gito, para o alum
alumínio puro, indica modificaçõess nos limites de
impureza: 0 (nenhum controle) ou 1 a 9 (para controle especial de uma ou mais
impurezas). Para as ligas, se for diferente de zero indica qualquer modi
modificação na liga
original;
• o terceiro e o quarto d
dígitos, para o alumínio
nio puro, indicam o teor de alumínio
alum
acima de 99%. Quando se referem às ligas, identificam
m as diferentes ligas do grupo (é
(
um número arbitrário).
No caso das ligas de alum
alumínio para fundição, segue-se
se a designação
designa
apresentada na tabela a seguir:

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ALUMÍNIO E SUAS LIGAS PARA FUNDIÇÃO


DESIGNAÇÃO DA SÉRIE INDICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
1XX.X 99% mínimo de alumínio
2XX.X Cobre
3XX.X Silício e cobre e/ou magnésio
4XX.X Silício
5XX.X Magnésio
6XX.X Série não utilizada
7XX.X Zinco
8XX.X Estanho
9XX.X Outros elementos
Tabela 5.8. Designação das ligas de alumínio para fundição

Como é possível
vel observar na primeira coluna, referente à designação
designa da série,
as ligas de alumínio
nio para fundi
fundição são indicadas por três dígitos,
gitos, um ponto e um
dígito. Da mesma forma como nas ligas para conformação,
o, cada dígito
d tem um
significado:
• o primeiro dígito classifica
lassifica a liga segundo o elemento principal da liga;
• o segundo e o terceiro d
dígitos; indicam centésimos
simos da porcentagem mínima
m
de alumínio (para o alumínio
nio puro) ou diferentes ligas do grupo;
• o dígito apóss o ponto indica a forma do produto: 0 para peçças fundidas e 1
para lingotes.

5.4.2 Cobre e suas ligas


O cobre foi o primeiro metal usado pelo homem. Os livros de hist
história mostram
que 4000 anos antes de C
Cristo, o homem já fazia suas primeiras experiências
experi com
esse metal. O cobre deve ter sid
sidoo o primeiro metal usado pelo homem provavelmente
pelas cores do minério. Acostumados a trabalhar com a pedra para fazer seus
instrumentos, eles devem ter imaginado que aquilo também
m era uma pedra, só
s que
mais bonita, sendo trabalhada atrav
através do forjamento.
Descobriram então
o que era um material mais mole e muito mais fácil de
trabalhar. Observaram
varam tamb
também que não
o lascava e que, quanto mais batiam, mais dura
ficava. Inicialmente, por causa da cor e da possibilidade de trabalhar o metal a frio, o
homem deve ter usado o cobre principalmente para fazer objetos de adorno; brincos,
colares, pulseiras. Depois, percebendo as enormes possibilidades do material, passou

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a fabricar outros tipos de objetos: vasilhas, taças,


as, armas e ferramentas. No antigo
Egito, por exemplo, cunhas e serras feitas de cobre foram usadas na construção
constru das
pirâmides. É encontrado na natureza em estado nativo e combinado formando
minérios que podem ser ó
óxidos ou sulfetos, conforme apareça
a associado ao oxigênio
oxig
ou ao enxofre. Os principais minérios de cobre calcosita (sulfeto de cobre) e calcopirita
(sulfeto duplo de ferro e cobre), cuprita ((óxido de cobre).
O tratamento metal
metalúrgico consiste simplesmente na redução
o do minério.
min Esta
redução é feita em forno de cuba, onde reduz o min
minério com combustível
combust e fundente.
Quando se trata o min
minério
rio sulfurado, o processo consiste numa ustulação
ustula
(aquecimento do minério
rio sem fus
fusão)
o) que elimina o enxofre. Em seguida procede-se
procede a
redução, obtendo-se o cobre bruto que posteriormente deve ser refinado.
ado.
O cobre é um metal n tico que se funde a 1080 oC e,
não-ferroso e não magnético
depois da prata, é o melhor condutor de eletricidade e calor. É um metal dúctil
d e
maleável
vel que pode ser laminado a frio ou a quente. Ao ser laminado a frio, estirado ou
estampado, adquire um endurecimento superficiall que aumenta sua resistência,
resist porém
diminui sua maleabilidade. Isso o torna mais frágil, o que é corrigido com o tratamento
térmico.
Em contato com o ar seco e em temperatura ambiente, o cobre n
não sofre
alterações, isto é, não se oxida. Em contato com o ar úmido,
mido, no entanto, ele se
recobre de uma camada esverdeada popularmente conhecida por azinhave, ou
”zinabre” (hidrocarbonato de cobre). O zinabre impede a oxidação
o do cobre, mas é
prejudicial à saúde.
de. Por isso, recomenda
recomenda-se lavar as mãos
os sempre que se manusear
peças de cobre.
O cobre é um metal relativamente escasso. H
Há somente 0,007% de cobre na
crosta terrestre e, como vem sendo usado h
há milhares de anos, seu custo é alto em
relação
o a outros metais mais abundantes. Por isso,, para muitas aplicações
aplica o cobre
vem sendo substituído
do pelo alum
alumínio.
Por suas caracter
características, o cobre é usado nas seguintes aplicações:
aplica
componentes de radar, enrolamento de rotores para geradores e motores, trilhas de
circuitos impressos, caldeiras, tachos, alambiques, tanques, câmaras
maras de esterilização,
esteriliza
permutadores de calor, radiadores e juntas para indústria
stria automotiva, peças
pe para ar
condicionado e refrigeradores, condutores para gás e águas
guas pluviais, etc.

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Pode ser usado como elemento de liga, gera


geralmente
lmente adicionado para aumentar
a resistência à corrosão. É o caso, por exemplo, do aço
o ao carbono: adiciona-se
adiciona cobre
ao aço
o quando se deseja melhorar sua resistência à corrosão.
o. Em relação
rela ao
alumínio, a adição
o de cobre confere a essa liga maior resistência mecâ
ânica.
Para melhorar as suas propriedades podem ser adicionados elementos de ligas
que lhe conferem caracter
características
sticas diferenciadas. As principais ligas de cobre são:
s
bronze, latão
o e ligas de cobre
cobre-níquel.
a) Bronze. A liga mais antiga que se tem conhecimento é o bronze. Formado
por cobre (Cu) e estanho (Sn), foi descoberto provavelmente por puro acaso, pois
esses metais podem ser encontrados juntos na natureza. Isso aconteceu por volta de
4000 a.C. no Oriente Médio,
dio, n
na região onde hoje está o Irã, a Jordânia,
nia, O Estado de
Israel, a Síria e o Líbano.
Apresenta elevada dureza e boa resist
resistência mecânica e à corrosão,
corros além de
ser bom condutor de eletricidade. Nas ligas usadas atualmente, a proporção
propor do
estanho adicionado ao
o cobre é de até 12%. Essa variação é determinada pela
utilização e, conseqüentemente
entemente, pelas propriedades que se quer aproveitar.
O bronze com até 10% de estanho pode ser laminado e estirado e tem alta
resistência à tração, à corros
corrosão e à fadiga. As ligas com essa faixa de proporção
propor de
estanho são
o usadas na fabrica
fabricação de peças para trabalhos pesados.
O bronze, que cont
contém
m mais de 12% de estanho, antigamente era usado na
fabricação de canhões e sinos. A liga de cobre e estanho que é desoxidada
desoxid com
fósforo chama-se bronze fosforoso. Um bronze bastante utilizado é o que contém
98,7% de cobre e 1,3% de estanho. Esse tipo de bronze pode ser conformado por
dobramento, recalcamento, prensagem e forjamento em matrizes, sendo facilmente
unido por meio
io de solda forte, de solfa de prata e solda por fus
fusão.
o. Suas aplicações
aplica
típicas estão na fabricaçã
ção de contatos elétricos e mangueiras flexíveis.
flex A liga de
bronze também
m pode receber pequenas quantidades de outros elementos como o
chumbo, o fósforo ou o zinco. Quando se adiciona o chumbo, h
háá uma melhora na
usinabilidade. A adição
o do ffósforo
sforo oxida a liga e melhora a qualidade das peças
pe que
sofrem desgaste por fricção.
o. O zinco, por sua vez, eleva a resist
resistência
ncia ao desgaste.
O desenvolvimento da tecnologia d
dos materiais levou à criaçã
ção dos bronzes
especiais que não contem estanho. Essas ligas ttêm alta resistê
ência mecânica,
resistência ao calor e à corros
corrosão. Dentro desse grupo está o bronze de alumínio
alum que

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normalmente contém
m 13% de alum
alumínio (Al). Ele é empregado
do na laminação
lamina a frio de
chapas resistentes à corros
corrosão, na fabricação de tubos de condensadores,
evaporadores de calor; recipientes para a ind
indústria química;
mica; ferramentas para a
conformação de plásticos, etc.
O bronze ao silício,
cio, com at
até 4% de silício (Si), apresenta alta resistência
resist à
ruptura e alta tenacidade. Essa liga é usada na fabricação de peças
as para a indústria
ind
naval, pregos, parafusos, tanques para água
gua quente, tubos para trocadores de calor e
caldeiras.
O bronze ao berílio
lio geralmente cont
contém até 12% de berílio
lio (Be). É uma liga que
tem alta resistência à corros
corrosão e à fadiga, relativamente alta condutividade elétrica
el e
alta dureza, conservando
servando a tenacidade. Essas caracter
características são
o adquiridas após
ap o
tratamento térmico.
rmico. Por sua alta resistência mecânica
nica e propriedades antifaiscantes,
essa liga é especialmente indicada para equipamentos de soldagem e ferramentas
elétricas não faiscantes.

b) Latão. É a liga de cobre (Cu) e zinco (Zn) que voc


você provavelmente
lmente associa a
objetos de decoração. É aquele metal amarelo usado em acabamento de m
móveis e
fechaduras. Essa liga cont
contém
m entre 5 e 45% de zinco. Sua temperatura de fusão
fus varia
de 800 oC a 1070 oC, dependendo do teor de zinco que ele apresenta. Em geral,
quanto mais zinco o latão
o contiver, mais baixa será a sua temperatura de fusão.
fus O
latão
o varia de cor conforme a percentagem do cobre presente na liga.
É uma liga dúctil
ctil e male
maleável, além
m de apresentar boa condutividade elétrica
el de
calor. Tem boa resistência
ncia mec
mecânica e excelente resistência à corrosã
ão. Este material
pode ser fundido, forjado, laminado e estirado a frio. Quando conté
ém até 30% de
zinco, o latão é facilmente conformado por estiramento, corte,
corte dobramento,
mandrilagem e usinagem. Pode ser unido por solda de estanho e solda de prata
prata.
O latão
o aceita quase todos os m
métodos de conformação
o a quente e a frio e a
maioria dos processos de solda. Nessa propor
proporção, o latão é usado para a fabricação
fabrica
de cartuchos de munição,
o, rebites, carcaça de extintores, tubos de trocadores de calor
e evaporadores. O latão
o que tem entre 40 e 45% de zinco é empregado na fabricação
fabrica
de barras para enchimento usadas na solda forte de a¸cos-carbono,
carbono, ferro fundido,
latão e outras ligas.

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A fim de melhorar a resist
resistência mecânica,
nica, a usinabilidade e a resistência
resist à
corrosão do latão, outros elementos de liga ssão
o adicionados a sua composição.
composi Tem-
se, portanto, os seguintes tipos especiais de latão:
O latão
o ao chumbo cont
contém 1 a 3% de chumbo. Apresenta ótima
tima usinabilidade e
é usado para fabricar peçças por estampagem à quente que necessitam de posterior
usinagem. O latão
o ao estanho tem at
até 2% de estanho e é altamente resistente à
corrosão em atmosferas marinhas. Por isso, é empregado na fabricação
fabrica de peças
para a construção
o de barcos. O latão ao níquel é usado no lugar do bronze para
fabricar molas e casquilhos de mancais.

c) Ligas cobre-nÍquel
quel. São as últimas ligas da família
lia de cobre são
s aquelas
em que o níquel
quel participa em propor
proporções que variam entre 5 e 50%. Possui boa
ductilidade, boa resistência
ncia mec
mecânica e à oxidação,
o, e boa condutividade térmica.
t São
facilmente conformáveis,
veis, podendo ser transformadas em chapas, tiras, fios, tubos e
barras.
Elas podem ser unidas pela maioria dos m
métodos
todos de solda forte e por solda de
estanho. Com uma propor
proporção de até 30% de níquel, a liga é usada na confecção
confec de
moedas e medalhas. As ligas com teores de n
níquel
quel na faixa de 35 a 57% recebem o
nome de constantan e são
o usadas para a fabricação de resistores.
O cobre e suas ligas, assim como os outros metais, tamb
também
m têm
t suas formas
comerciais padronizadas. Isso se tornou necessário
rio porque, com o desenvolvimento
tecnológico,
gico, novas ligas foram surgindo e seu número
mero aumenta a cada dia.
As ligas de cobre ssão classificadas
das em dois grandes grupos: ligas dúcteis,
d ou
para conformação, e ligas para fundi
fundição. Dentro
o dessas duas classificações,
classificaçõe elas
ainda são
o designadas de acordo com sua composição química.
mica. A norma brasileira
onde isso está estabelecido é a NBR 7554, que é baseada na norma da ASTM
(American Society for Testing and Materials) dos Estados Unidos. De acordo com
essas classificações,, as ligas d
dúcteis são
o designadas da seguinte maneira.

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CLASSE LIGA DESIGNAÇÃO COMUM


C1XXXX Cobre puro e ligas com alto teor de cobre Cobre
C2XXXX Cobre-Zinco Latões
C3XXXX Cobre-Zinco-Chumbo
Chumbo Latões com chumbo
C4XXXX Cobre-Zinco-Estanho
Estanho Latões especiais com estanho
C5XXXX Cobre-Estanho
Estanho Bronzes
Bronzes de alumínio; bronzes
C6XXXX Cobre-Alumínio,
Alumínio, Cobre
Cobre-Silício. Cobre-Zinco
de silício; latões especiais
C7XXXX Cobre-Níquel;
Níquel; Cobre
Cobre-Níquel-Zinco Alpacas
Tabela 5.9. Especificação de ligas dúcteis (para conformação) de cobre

As ligas são identificad


identificadas
as pela letra C seguida de cinco algarismos. O primeiro
ou dois primeiros algarismos indicam a classe do material e os dois últimos
ltimos referem-se
referem
à identificação do material. As ligas de fundição são classificadas
as da seguinte maneira:
CLASSE LIGA DESIGNAÇÃO COMUM
C80XXX a C81100 Cobre puro Cobre puro
C81XXX a 82XXX Ligas com elevado teor de cobre Cobre com pequenas adições
C83XXX a C84XXX Cobre-Estanho
Estanho-Zinco com ou sem Chumbo Bronzes especiais
C85XXX Cobre-Zinco
Zinco (com ou sem Chumbo) Latões
C86XXX Cobre-Zinco
Zinco Latões com elevada resistência
C87XXX Cobre-Silício
Silício Bronze de silício
C90XXX a C91XXX Cobre-Estanho;
Estanho; Cobre
Cobre-Estanho-Zinco com Bronzes; Bronzes especiais
teor de Zinco inferior ao de Estanho
Cobre-Estanho
Estanho com chumbo; Cobre
Cobre-
C92XXX Estanho-Zinco
Zinco com chumbo e teor de zinco Bronzes; Bronzes especiais
inferior ao de estanho
Cobre-Estanho
Estanho com elevado teor de
C93XXX a C945XX chumbo; Cobre
Cobre-Estanho-Zinco com elevado Bronzes; Bronzes especiais
teor de chumbo
C947XX a C949XX Cobre-Estanho
Estanho-Níquel e outros elementos Bronze com Níquel
C95XXX Cobre-Alumínio
Alumínio Bronze de Alumínio
C96XXX Cobre-Níquel
Níquel-Ferro
C97XXX Cobre-Níquel
Níquel-Zinco com outros elementos Alpacas
C98XXX Cobre-Chumbo
Chumbo
C99XXX Ligas diversas
Tabela 5.10. Especificação de ligas de cobre destinadas à fundição

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5.4.3 Níquel e suas ligas


O níquel é um metal branco brilhante e faz parte do grupo dos metais mais
antigos conhecidos pelo homem. Apresenta todas as qualidades mec
mecânicas e
tecnológicas
gicas que se pode exigir de um metal: maleabilidade, fusibilidade,
soldabilidade, aliada à boa resist
resistência mecânica e tenacidade.
Seu minério é a garnierita e o processo de extra
extração
o se faz de modo
semelhante ao do cobre, sendo o níquel bruto submetido, na última
tima fase, a um refino
eletrolítico.
Devido ao alto custo, os metais n
não-ferrosos
ferrosos e suas respectivas ligas têm uso
limitado a aplicações especiais. No caso do n
níquel,
quel, por exemplo, as ligas custam de
vinte a cem vezes mais que os aços inoxidáveis. São
o utilizadas em aplicações
aplica que
necessitam de material com alta resist
resistência à corrosão e ao calor. É um metal versátil,
vers
capaz de formar ligas com in
inúmeros metais, inclusive o aço.
Estas ligas apresentam elevada resist
resistência à corrosão, à maioria dos ácidos
minerais e orgânicos, bem como álcalis. Ótima resistência
ncia ao desgaste, baixa
condutividade térmica e sã
ão resistentes à corrosão
o provocada pelo vapor ou vapores
contaminados por agentes qu
químicos.
As ligas de níquel
quel podem classificadas,
das, segundo suas aplicações,
aplica em seis
grupos:
a. Ligas resistentes à corrosão: São ligas de boa resistência
ncia mecânica
mec e
ductilidade. Dentre elas destacam
destacam-se:
- Monel B (Ni, Fe, Cu, Mn, Si, C): Muito resistente à corrosão,
o, calor, competindo
com o aço
o em muitas aplica
aplicações.
- Monel R (Ni, Fe, Cu, Mn, S)
S): O enxofre facilita a usinagem em função
fun da
redução da resistência
ncia mec
mecânica e tenacidade.
dade. Apresenta boa ductilidade, sendo,
portanto, quebradiço
o a quente.
- Monel K (Ni, Fe, Cu, Mn, Al)
Al): Tratável
vel termicamente. Alta resistência
resist
mecânica. Excelente resist
resistência à corrosão.
- Hastelloy (Ni, Cr, Fe, Mo)
Mo): Liga com alta resistência ao ácido clorídrico.
clor

b. Ligas de alta resistividade el


elétrica e resistência
ncia ao efeito de
aquecimento: São
o ligas empregadas para resist
resistências elétricas
tricas e em partes sujeitas
a temperaturas elevadas. As principais são:

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- Nichrome e Cromel (Ni, Cr)


Cr): Resistente ao calor e à oxidaçã
ção, usada como
resistência (até 1000 oC).
- Incronel
onel (Ni, Al, Si, Mn)
Mn): Liga resistente ao calor.

c. Ligas com propriedades espec


específicas de dilatação: As ligas desta família
fam
mais conhecidas são:
- Platinite e Dumet (Ni, Fe)
Fe): Possuem coeficientes de dilatação
o próximos
pr ao da
platina. Pode ser utilizada em soldas de vidros moles.
- Invar (Ni, Fe): Possui baixíssimo coeficiente de dilatação
o em temperaturas
elevadas.

d. Ligas
igas para Telecomunica
Telecomunicações: São ligas com ótimas
timas características
magnéticas.
As principais são:
- Permalloy (Ni, Fe)
Fe): Alta permeabilidade para baixas
aixas intensidades de campo.
Requer tratamento térmico
rmico especial.
- Hipernik (Ni, Fe)
Fe): Alta permeabilidade para intensidade de campo mais
elevado.
- Perminvar (Ni, Fe, Co)
Co): Permeabilidade constante em campos magnéticos
magn
fracos.

e. Ligas magnéticas
ticas: São ligas utilizadas na produção de ímã
ãs permanentes.
Alnico (Ni, Mn): Ligas nã
ão maleáveis.
eis. Existem sob a forma de peças
pe fundidas e
sinterizadas.

f. Ligas especiais
- Constantan (Ni, Cu)
Cu): Condutividade elétrica
trica praticamente nula.
- Klinvar (Ni, Cr, Fe)
Fe): Apresentam módulo
dulo de elasticidade constante em ampla
zona de temperatura. Empregado em engrenagens de rel
relógio
gio e dispositivos de
sincronização para rádios.

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5.4.4
.4.4 Magnésio e suas ligas
O magnésio é caracterizado por sua leveza, pois tem um quinto da densidade
do ferro. Funde-se a 651 oC e oxida
oxida-se com facilidade. A maior utilizaçã
ção do magnésio
(50%) é como elemento de liga do alum
alumínio. É usado também na fabricação
fabrica de ferro
fundido nodular e na redu
redução
o de metais (35%). Somente 15% são
s usados na
fabricação de produtos somente com magnésio
magnésio.
As ligas de magné
ésio
sio podem ser fundidas ou conformadas por laminação,
lamina
forjamento ou extrusão.
o. Elas ttêm como característica baixa densidade, alta resistência
resist
e dureza em baixas e altas temperaturas e elevada resist
resistência
ncia à corrosão em
temperatura ambiente. As propriedades mecânicas
nicas de algumas delas podem ser
melhoradas por tratamento ttérmico.

5.4.5 Chumbo
O chumbo é um m
metal
etal de cor acinzentada, pouco tenaz, porém
por dúctil e
maleável. É bom condutor de eletricidade, embora não seja magnético,
tico, mal condutor
de calor e se funde a 327 oC.
Seu minério é a galena (PbS). Quando a galena n
não é muito pura o método
m de
extração do chumbo consiste na prévia ustulação do minério
rio em fornos de revérbero,
rev
seguida de uma redução
o por intermédio
dio de agentes redutores processada num forno
de cuba. O redutor pode ser o ferro que se transforma em sulfato de ferro, deixando o
chumbo em estado livre.
É facilmente laminado, pois é o mais mole dos metais pesados. Pode ser
endurecido em liga com enxofre (S) ou antim
antimônio (Sb). É resistente à água do mar e
aos ácidos, mas é fortemente atacado por substâncias básicas.
sicas. Oxida-se
Oxida com
facilidade em contato com o ar. Outras propriedades que permitem grande variedade
de aplicações são:
o: alta densidade, flexibilidade, alto coeficiente de expansão
expans térmica,
boa resistência à corrosão,
o, condutibilidade el
elétrica,
trica, facilidade em se fundir e formar
ligas com outros elementos.
ntos.
O chumbo é usado como isolante ac
acústico
stico e amortecedor de vibrações.
vibra Pode
ser laminado a espessuras de at
até 0,01 mm. É um metal amplamente utilizado como
base nas ligas anti-fricçã
ção, que são utilizadas como material para confecção
confec de
mancais. As ligas de chumbo com esta finalidade são denominadas ”metais babbitt”.

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O chumbo também
m pode ser utilizado como metal de adi
adição
o na formação
forma de
ligas destinadas à confecçã
çãoo de soldas fracas, amplamente utilizadas na indústria
ind de
eletro-eletrônicos. Permite a reciclagem de sua sucata. No Brasil, o reaproveitamento
dessa sucata corresponde a um terço
o das nossas necessidades dessa matéria-prima.
mat

5.4.6 Titânio e suas ligas


O titânio é um metal n
não-ferroso que ganhou importância
ncia estratégica
estrat há
somente 40 anos por sua alta resist
resistência mecânica, alta resistência à corrosão e tem
por volta de 55% da densidade do aço.
o. O fato mais interessante a respeito do titânio
tit é
que, embora exista em grande quantidade na crosta terrestre, o custo de sua obtenção
obten
é muito alto. Em contato com o ar, forma
forma-se em sua superfície um óxido
xido impermeável
imperme
e protetor muito importante se ele estiver em meio corrosivo.
Disso decorre sua propriedade mais importante: a resistência
ncia a corrosão
corros da
água
gua do mar e outras solu
soluções de cloretos, aos hipocloritos e ao cloro úmido e a
resistência ao ácido nítrico.
trico. Essa qualidade torna
torna-o
o ideal para a fabricação
fabrica de próteses
humanas tais como componentes de vválvulas cardíacas,
acas, placas e pinos para unir
ossos, pois os fluídos que existem dentro do nosso corpo ssão soluçõ
ções salinas, com
PH ácido. Elas também cont
contêm outros ácidos orgânicos aos quais o titâ
ânio é imune.
Os elementos que ssão adicionados às ligas resistentes à corrosão
corros são: paládio
(Pd), molibdênio (Mo), alum
alumínio (Al), níquel (Ni), manganêss (Mn), vanádio
van (V) e
estanho (Sn). Essas ligas ssão usadas na fabricação de próteses. Ligas de titânio
tit com
alumínio
nio e estanho e alum
alumínio e vanádio são usadas em aplicações
es muito especiais,
pois apresentam resistência
ncia específica
específica, ou seja, relação resistência
ncia mecânica
mec / peso
muito elevada em temperaturas abaixo de zero (entre -196 e -269 oC).

5.4.7 Zinco e suas ligas


O zinco é um metal n
não-ferroso, cujo símbolo químico é Zn. Funde-se
Funde a 420 oC
e é produzido a partir da blenda e da calamina. Tratando-se
se da blenda, a operação
opera
metalúrgica consiste em ustul
ustulá-la
la e com a calamina consiste em calciná-la
calcin a fim de se
obter óxido
xido de zinco. Em seguida faz-se a redução do óxido.
É condutor de eletricidade, mas é um metal não-magnético.
tico. O ar seco
se não o
ataca. O ar úmido, porém,
m, causa forma
formação de uma película de óxido
xido que protege o
material. É mais barato que a maioria dos metais não-ferrosos.

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Possui a resistência
ncia à tração da mesma ordem do alumínio
nio ou do magnésio,
magn
mas não apresenta a vantagem d
dee possuir a baixa densidade destes metais. Sua
densidade se aproxima mais do a
aço e do cobre, mas lhe falta a resistência
resist mecânica
desses metais.
O zinco é empregado como pigmento em tintas, como elemento de liga com o
cobre, na produção do latã
ão e, sobretudo, para proteger outros metais, principalmente
o aço,
o, por meio da galvaniza
galvanização. Pode ser utilizado como metal de base na formação
forma
de ligas destinadas à fundi
fundição, sobretudo em fundição sob pressão
o e por gravidade. O
emprego de Zn eletrolítico
tico (com 9
99,99% de pureza) nas ligas elimina as variações
varia
dimensionais das peças
as fundidas e a corros
corrosão intergranular. As principais ligas de
zinco são:
a. SAE 921 (Zamak 2)
2): Apresenta a mais elevada resistência à tração e a maior
dureza de todas as ligas desta ssérie. Esta liga é empregada em casos em que a
resistência à tração é mais importante do que a perman
permanência
ncia de dimensões
dimens e a
resistência ao impacto.

b. SAE 903 (Zamak 3)


3): Possui melhores características
sticas de permanência
perman às
dimensões que as demais ligas desta ssérie, além de alta ductilidade.

c. SAE 925 (Zamak 5)


5): Tem as suas propriedades intermediá
árias entre 921 e
903 no que diz respeito àss caracter
características mecânicas.
nicas. Empregada nos casos da liga
921 quando se deseja maior resist
resistência à corrosão.

5.4.8 Estanho e suas ligas


O estanho é um metal branco brilhante, bastante male
maleável
vel e o mais fusível
fus dos
fusão de 235 oC. Seu símbolo
metais usuais, apresentando ponto de fus mbolo químico
qu é Sn e é
extraído
do da cassiterita (SnO2). É resistente à corrosão, bom condutor de eletricidade,
porém não-magnético. O estanho tem vasto emprego como material protetor. A folha
de flandres empregada na fabrica
fabricação de latas de conserva consiste de chapas finas
de ferro cobertas a fogo com uma camada fina
a de estanho. Combina a resistência
resist do
aço com a resistência à corros
corrosão, a facilidade de soldagem e a boa aparência
apar do
estanho.

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As ligas Sn-Zn
Zn e Sn
Sn-Ni são
o utilizadas na estanhagem de peças
pe para
motocicletas e automóveis,
veis, ferramentas,
s, partes de instrumentos científicos
científico de
precisão. Ligas anti-fricçã
ção podem ser obtidas à base de estanho. Apresentam
plasticidade e aderência muito grandes, sendo utilizadas como materiais para
confecção de mancais.
Comparadas com outros materiais com esta finalidade,, essas ligas apresentam
resistência à fadiga relativamente baixa, de modo que são
o mais recomendadas para
condições
es de baixa carga. Entretanto, sua resistência à corrosão é bem maior que a
das ligas à base de chumbo. O estanho puro e associado com antimônio
antim e cobre é
matéria-prima
prima para a produ
produção de material de solda.

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