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Curso Técnico em Eletromecânica

Processos de Fabricação e Solda


Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Eletromecânica

Processos de Fabricação e Solda

Rogerio Antonio Lazzaris


Emerson José Tissi
Jackson Ricardo Lino

Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenação de Educação a Distância Design Educacional, Ilustração,


Beth Schirmer Projeto Gráfico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáticos
Revisão Ortográfica e Normatização SENAI/SC em Florianópolis
Contextual Serviços Editoriais
Autores
Coordenação Projetos EaD Rogerio Antonio Lazzaris
Maristela de Lourdes Alves Emerson José Tissi
Jackson Ricardo Lino

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis

L432p
Lazzaris, Rogerio Antonio
Processos de fabricação e solda / Rogerio Antonio Lazzaris, Emerson José
Tissi, Jackson Ricardo Lino. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
84 p. : il. color ; 28 cm.
82

Inclui bibliografias.

1. Processos de fabricação. 2. Soldagem. 3. Soldagem a arco de


tungstênio. 4. Soldagem e corte oxiacetilênico. 5. Máquinas-Ferramenta –
Controle numérico - Programação. I. Tissi, Emerson José. II. Lino, Jackson
Ricardo. III. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. IV. Título.

CDU 621.791

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
29 Seção 7 – Vantagens e des- 49 Seção 5 – Vantagens e des-
Conteúdo Formativo 11 vantagens vantagens

30 Unidade de estudo 4 50 Unidade de estudo 8


Apresentação 13
Soldagem TIG Considerações Finais
em Soldagem
12 Unidade de estudo 1 31 Seção 1 – Definição
31 Seção 2 – Equipamentos e 51 Seção 1 – Simbologia de
Introdução à Soldagem
utensílios soldagem
13 32 Seção 3 – Gases de proteção 56 Seção 2 – Execução de raiz e
Seção 1 – Histórico
33 Seção 4 – Eletrodos ponteamento
13 Seção 2 – Definição de solda-
gem e solda 34 Seção 5 – Metal de adição 58 Unidade de estudo 9
14 Seção 3 – Soldabilidade dos 35 Seção 6 – Vantagens e des-
História e Caracterís-
materiais metálicos vantagens
ticas das Máquinas
14 Seção 4 – Fontes de energia
36 Unidade de estudo 5 CNC
para soldagem
15 Seção 5 – Riscos e segurança Soldagem Oxiacetilênica
59 Seção 1 – História e evolução
em soldagem
37 Seção 1 – Definição das máquinas CNC
15 Seção 6 – Juntas básicas de
37 Seção 2 – Gases 59 Seção 2 – Características das
soldagem
máquinas CNC
17 Seção 7 – Posições de soldagem 38 Seção 3 – Equipamentos e
utensílios 60 Seção 3 – Tipos de lingua-
gens de programação
18 Unidade de estudo 2 40 Seção 4 – Materiais de adição
60 Seção 4 – Sistema de movi-
Soldagem por 40 Seção 5 – Fluxos mento e referência dos eixos
Eletrodos Revestidos 41 Seção 6 – Tipos de chama 62 Seção 5 – Sistema de coor-
41 Seção 7 – Vantagens e limitações denadas
19 Seção 1 – Histórico
19 Seção 2 – Equipamentos e 42 Unidade de estudo 6 66 Unidade de estudo 10
utensílios Soldagem Plasma Introdução à Progra-
21 Seção 3 – Eletrodos revestidos mação CNC
21 Seção 4 – Classificação dos 43 Seção 1 – Definição
eletrodos 43 Seção 2 – Equipamentos 67 Seção 1 – Estrutura e carac-
23 Seção 5 – Vantagens e desvan- 44 Seção 3 – Eletrodos terísticas do programa CNC
tagens do processo 68 Seção 2 – Funções auxiliares
44 Seção 4 – Consumíveis
24 Unidade de estudo 3 45 Seção 5 – Vantagens e des- 69 Seção 3 – Funções miscelâ-
vantagens nea
Soldagem MIG/MAG
70 Seção 4 – Funções prepara-
25 Seção 1 – Definição 46 Unidade de estudo 7 tórias

25 Seção 2 – Equipamentos Soldagem por Pontos 72 Seção 5 – Funções de inter-


polação linear e circular
25 Seção 3 – Tocha, bicos de
47 Seção 1 – Definição
contato e bocais Finalizando 77
26 47 Seção 2 – Princípios da
Seção 4 – Eletrodos
soldagem
26 Seção 5 – Gases de proteção
48 Seção 3 – Equipamentos Referências 79
28 Seção 6 – Transferência do
48 Seção 4 – Eletrodos
metal de adição
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 60 horas

Competências

Identificar, planejar e executar processos de soldagem para construção mecânica


de maquinas e equipamentos. Identificar componentes das máquinas CNC para
reconhecer o processo de funcionamento.

Conhecimentos

▪▪ Operação de soldagem: terminologia de soldagem, processos e técnicas de


soldagem, tipos de soldagem (MIG/MAG, TIG, eletrodo revestido, oxiacetilênica,
solda ponto, plasma).
▪▪ Máquinas de soldagem (transformador, retificador, gerador).
▪▪ Consumíveis da soldagem (gases, eletrodos, arames, fluxos, pastas, anti-respin-
go), materiais e metalurgia da soldagem.
▪▪ EPI e acessórios.
▪▪ Máquinas operatrizes CNC: generalidades, classificação e aplicação, nomencla-
tura, funcionamento, conservação, acessórios e ferramentas de corte.
▪▪ Programação ISO, simuladores, referência de máquina e peça, sistemas de fixa-
ção.
▪▪ Catálogos técnicos.

Habilidades

▪▪ Interpretar e aplicar normas técnicas, regulamentadoras, e preservação ambien-


tal.
▪▪ Interpretar desenhos técnicos.
▪▪ Interpretar catálogos, manuais e tabelas técnicas.
▪▪ Identificar os elementos de máquinas.
▪▪ Identificar materiais, dispositivos e máquinas.
▪▪ Utilizar sistemas de medição.
▪▪ Identificar e selecionar os parâmetros de fabricação.
▪▪ Identificar e selecionar equipamentos e técnicas de soldagem.
▪▪ Preparar e operar equipamentos de soldagem.
▪▪ Identificar e analisar características e propriedades dos materiais e insumos.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 9


▪▪ Identificar e selecionar ferramentas necessárias ao processo.
▪▪ Identificar e selecionar equipamentos e técnicas de soldagem.
▪▪ Identificar e selecionando os parâmetros de fabricação.
▪▪ Identificar máquinas e processos CNC.
▪▪ Aplicar softwares de simulação.

Atitudes

▪▪ Zelo no manuseio de componentes e equipamentos eletromecânicos.


▪▪ Responsabilidade socioambiental.
▪▪ Adoção de normas de saúde e segurança do trabalho.
▪▪ Proatividade e relacionamento interpessoal.
▪▪ Organização e conservação do laboratório e equipamentos.

10 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Apresentação

Este material é fruto de uma pesquisa bibliográfica sobre o amplo mun- Professores �������������
Rogerio Anto-
do dos processos de fabricação. Você encontrará aqui muitas informa- nio Lazzaris, Emerson José
ções referentes aos processos de soldagem e processos de usinagem a Tissi e Jackson Ricardo Lino
CNC. Com o objetivo de fazer deste material uma excelente fonte, seu
conteúdo foi desenvolvido visando auxiliar os envolvidos no processo Rogério Antonio Lazzaris é gra-
duado em Tecnologia Mecâni-
de ensino-aprendizagem a atingirem as competências propostas para a
ca pelo Centro Universitário de
unidade curricular de Processos de Fabricação e Solda dos Cursos Téc- Jaraguá do Sul (UNERJ). Atua
nicos em Eletromecânica do SENAI/SC. como professor da unidade
Para tal, o conteúdo deste material didático é iniciado com o estudo da curricular de Processos de Fa-
introdução à soldagem, abrangendo do seu histórico aos fundamentos bricação no curso Técnico em
elementares desse processo de fabricação. Na sequência, os processos de Mecânica e no curso Técnico em
soldagem indicados como conhecimentos indispensáveis para os discen- Eletromecânica no SENAI/SC em
Jaraguá do Sul.
tes deste curso serão abordados um a um. Após, serão abordadas con-
siderações finais acerca do processo de soldagem. Na sequência, serão
Emerson José Tissi é Técnico em
apresentadas informações referentes à usinagem a CNC. Você estudará Mecânica no SENAI/SC em Jara-
o histórico dessa tecnologia e os seus conceitos básicos. Conhecerá tam- guá do Sul. Atua como técnico
bém um pouco de como funciona a programação para máquinas a CNC. pedagógico da unidade curricu-
Além do conteúdo teórico de cada tema, exemplos práticos, exercícios lar de Processos de Fabricação
de fixação, figuras, imagens, tabelas e indicações de outras fontes serão no curso Técnico em Mecânica e
recursos que você também encontrará neste material. no curso Técnico em Eletrome-
cânica no SENAI/SC em Jaraguá
do Sul.

Jackson Ricardo Lino é gradu-


ado em Mecânica Geral pelo
SENAI de Jaraguá do Sul e em
Fermentaria pela mesma insti-
tuição, é técnico em eletrome-
cânica formado pelo CEFET de
Jaraguá do Sul e tecnólogo em
mecânica na Modalidade Pro-
cessos Industriais pelo Centro
Universitário de Jaraguá do Sul
(UNERJ). Atua como professor
da unidade curricular de Pro-
cessos de Fabricação no curso
Técnico em Mecânica e no curso
Técnico em Eletromecânica no
SENAI/SC em Jaraguá do Sul.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 11


Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 - Histórico
Seção 2 - Definição de Soldagem e
Solda
Seção 3 - Soldabilidade dos Materiais
Metálicos
Seção 4 - Fontes de Energia para
Soldagem
Seção 5 - Riscos e Segurança em
Soldagem
Seção 6 - Juntas Básicas de Soldagem
Seção 7 - Posições de Soldagem
Introdução à Soldagem

SEÇÃO 1
Histórico
Nesta seção você irá conhecer a sob o calor do arco para formar Depois de saber como começou a
evolução da soldagem. uma proteção gasosa pareceu ser soldagem você irá estudar a defi-
Após muitas experiências com a o melhor método para atingir esse nição desse processo.
novidade tecnológica da época, objetivo. Como resultado, vários
um inglês chamado Wilde obteve métodos de revestir os eletrodos,
a primeira patente de soldagem tais como acondicionamento e SEÇÃO 2
por arco elétrico em 1865. Ele imersão, foram tentados. Definição de Soldagem
uniu com sucesso duas pequenas Em 1904, Oscar Kjellberg, um
peças de ferro passando uma cor- engenheiro sueco, inventou o
e Solda
rente elétrica através de ambas as primeiro eletrodo revestido, o
Nesta seção você irá conhecer o
peças, produzindo uma solda por revestimento era constituído, ori-
que é soldagem e em seguida verá
fusão. Aproximadamente vinte ginalmente, de uma camada de
quais são os materiais que podem
anos depois, na Inglaterra, Ni- material argiloso (cal), cuja função
ser soldados.
kolas Bernardos e Stanislav Ol- era facilitar a abertura do arco e
szewsky registraram a primeira aumentar sua estabilidade. Logo Embora muito estudada, a solda-
patente de um processo de solda- após, em 1907, Oscar Kjellberg gem ainda não foi precisamente
gem baseado em um arco elétrico patenteou o processo de solda- definida. Também se faz impor-
estabelecido entre um eletrodo gem a arco com eletrodo revesti- tante enfatizar a dificuldade em
de carvão e a peça a ser soldada, do. se definir um processo tão amplo,
fundindo os metais à medida que com tantas variações, com uma
Em 1933, Hobart e Denver de-
o arco era manualmente passado classificação tão vasta.
senvolvem o processo TIG.
sobre a junta a ser soldada. Entretanto, a Associação Ameri-
Aproximadamente em 1936, ba-
Em 1890, N. G. Slavianoff (Rús- cana de Soldagem (American Wel-
seado no mesmo sistema de pro-
sia) e Charles Coffin (EUA) ding Society – AWS), adota a defi-
teção gasosa utilizado no proces-
desenvolveram, independente- nição a seguir:
so TIG, aparece o processo MIG
mente, a soldagem com eletrodo que no início era limitado aos ma-
metálico nu. Dessa forma, duran- teriais não ferrosos. Soldagem é o processo de união
te os anos seguintes, a soldagem de materiais usado para obter a
Já por volta de 1939, como va- união localizada de metais e não
por arco foi realizada com eletro-
riação do processo MIG para ser metais, produzida por aqueci-
dos nus, que eram consumidos na
utilizado para a soldagem de ma- mento até uma temperatura
poça de fusão e se tornavam parte
teriais ferrosos, aparece o proces- adequada, com ou sem a utiliza-
do metal de solda. As soldas eram
so MAG. ção de pressão e/ou material de
de baixa qualidade devido ao ni- adição.”
trogênio e ao oxigênio na atmos- Após esses, já estamos próximos
(Rosa, 2009, p 03).
fera, formando óxidos e nitretos aos tempos modernos e, princi-
prejudiciais no metal de solda. No palmente após a Segunda Guerra,
início do século XX, a importân- diversos processos foram sendo
cia da proteção ao arco contra descobertos como, por exemplo:
os agentes atmosféricos foi per- eletroescória, ultrassom, eletro-
cebida. Revestir o eletrodo com gás, fricção, feixe de elétrons,
um material que se decompunha plasma, laser, etc.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 13


Embora não raramente observamos a utilização confusa e errônea SEÇÃO 4
dos termos soldagem e solda, esta tem uma definição bem particular:
solda é o produto da soldagem.
Fontes de Energia para
Soldagem
Os processos de soldagem e afins podem ser classificados de diferentes Nesta seção você irá estudar as
formas alternativas. Essas classificações e abreviações são muito utiliza- fontes de energia para soldagem
das em diversos países do mundo. que são: gerador, inversor, trans-
formador e retificador. Em se-
guida você irá conhecer alguns
SEÇÃO 3 acidentes causados por esse pro-
cesso.
Soldabilidade dos Materiais Metálicos
A soldagem a arco utiliza uma
Nesta seção você irá conhecer o que é soldabilidade e quais são os ele- fonte de energia (ou máquina de
mentos metálicos que podem ser soldados. Na seção seguinte você verá soldagem) projetada especifica-
quais são as fontes de energia usadas nesse processo. mente para essa aplicação. Sua
função básica é receber a energia
Soldabilidade é a facilidade que os materiais têm de se unirem por meio
elétrica da rede 110/220 V ou
de soldagem e de formarem uma série contínua de soluções sólidas co-
380/440 V, monofásica ou trifá-
esas, mantendo as propriedades mecânicas dos materiais originais. O
sica, respectivamente, e adequá-
principal fator que afeta a soldabilidade dos materiais é a sua composi-
la ao processo de soldagem a ser
ção química. Outro fator importante é a capacidade de formar a série
utilizado, entre 60 e 70 V (tensão
contínua de soluções sólidas entre um metal e outro. A soldabilidade
em vazio da fonte de energia). Em
deve ser entendida como uma propriedade dos materiais, podendo um
regime de trabalho, os valores de
material ter maior soldabilidade que outro. No quadro abaixo, segue um
tensão são ainda mais reduzidos.
demonstrativo de alguns materiais metálicos e sua soldabilidade.
O gerador pode fornecer cor-
rente alternada ou contínua. São
Quadro 1 - Soldabilidade dos Materiais
constituídos de um motor que
gera energia mecânica a qual é
REGULAR

transmitida por meio de um eixo


ÓTIMA

DIFÍCIL

Material
BOA

ou por um sistema de correia e


polias ao gerador de energia elé-
Aço baixo carbono X       trica. O motor pode ser elétrico
Aço médio carbono   X X   ou de combustão interna, tendo
como combustível: gasolina, óleo,
Aço alto carbono       X
diesel, gás natural, etc. esse tipo de
Aço inox X X     equipamento é mais comumente
Aços-liga     X   utilizado em locais onde o acesso
à rede elétrica é complicado. No
Ferro fundido cinzento     X  
entanto, são pesados, barulhentos
Ferro fundido maleável e nodular     X   e de difícil manutenção.
Ferro fundido branco       X No inversor a corrente alternada
Ligas de alumínio   X     da rede é retificada diretamente
e a corrente contínua de tensão
Ligas de cobre   X    
elevada é convertida em corren-
Fonte: Soldagem (2009). te alternada de alta frequência (5
a 50 kHz, ante aos 50 ou 60 Hz
característicos da rede de distri-
buição) pelo inversor. Devido à
alta frequência, a tensão pode ser
reduzida eficientemente com um

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


transformador de pequenas di- Acidente por choque elétrico é um risco sério e constante nas operações
mensões, além de permitir uma de soldagem baseadas no uso da energia elétrica. A gravidade do choque
significativa redução do consumo elétrico está relacionada com a corrente elétrica e não com a tensão do
de energia elétrica. equipamento ou de trabalho. Uma corrente acima de 80 mA, passando
O transformador ou transfor- pela região torácica da vítima, pode ser fatal, provocando um fenômeno
mador-retificador também é cha- chamado “fibrilação do coração” e a consequente perda de capacidade
mado fonte convencional estática. deste de bombear o sangue.
Essas fontes dependem de siste- A radiação infravermelha e ultravioleta é gerada pelo arco elétrico do
mas mecânicos ou elétricos para processo de soldagem. Chamas e metal quente também emitem radia-
o controle e ajuste de sua saída. ção, mas de menor intensidade. A radiação infravermelha pode causar
A fonte de calor necessária para irritação dos olhos e até a queima da retina e catarata. A radiação ultra-
a soldagem é permitida graças à violeta é responsável por causar queimaduras de pele, fadiga visual e dor
corrente alternada. de cabeça.
O retificador pode ser tiristori- Fumos e gases da soldagem podem ser muito prejudiciais à saúde por
zado (retificador controlado de diversos motivos; vapores de zinco podem causar dor de cabeça e febre;
silício – SRC), quando utiliza o vapores de cádmio podem ser fatais. Já os gases utilizados em alguns
tiristor como condutor da cor- processos de soldagem (argônio, CO²) não são tóxicos, mas por serem
rente elétrica ou transistorizada, mais pesados que o ar, deslocam este, podendo causar asfixia e morte,
quando utiliza transistores para a se forem utilizados em ambientes fechados. Logo, devem ser buscados
mesma função. Essas fontes de ambientes arejados ou sistemas de exaustão.
energia podem fornecer corrente Incêndios e explosões podem ocorrer no ambiente da soldagem por
contínua ou alternada, maior con- encontrarmos os três elementos atuando conjuntamente: uma fonte
trole dos parâmetros de soldagem de calor, um combustível e oxigênio. Na soldagem de manutenção de
e podem ser utilizadas com os tanques ou recipientes combustíveis ou inflamáveis, por exemplo, há a
principais processos de soldagem. necessidade de se efetuar uma rigorosa limpeza ou lavação antes de se
iniciar o processo.
Outros riscos comuns em áreas de soldagem e operações são quedas de
SEÇÃO 5 objetos e ferramentas, queda de pessoas trabalhando sobre andaimes e
Riscos e Segurança em plataformas. Cuidados especiais devem ser tomados com os cilindros de
Soldagem gás, pois são submetidos a uma elevada pressão e por isso não devem
estar vulneráveis às altas temperaturas e quedas.
Nesta seção você verá quais são Em seguida você irá conhecer como fazer uma soldagem básica.
os perigos e os desastres mais co-
muns causados pela soldagem.
Como diversas outras operações SEÇÃO 6
industriais, a soldagem e o corte Juntas Básicas de Soldagem
de materiais apresentam uma série
de riscos para as pessoas envolvi- Nesta seção você irá aprender o que é e quais são os tipos de juntas
das. básicas de soldagem.
As operações de soldagem e corte Junta é a região na qual duas ou mais peças serão unidas por um proces-
envolvem a manipulação de ma- so de soldagem.
teriais a temperaturas elevadas, a São diversas as formas que se apresentam nas uniões das peças e estão
exposição a uma quantidade con- estreitamente ligadas à preparação das mesmas.
siderável de luz e o contato com
Essas formas de união são realizadas nas montagens de estruturas e
partículas metálicas incandescen-
outras tarefas executadas pelo soldador.
tes projetadas em alta velocidade
(respingos ou salpicos).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 15


Junta de Topo em Bordas Retas Juntas em Ângulo em T
Quando as bordas das chapas não requerem preparação mecânica rece- São aquelas em que as peças, de-
bem o nome de juntas de topo em bordas retas. vido à sua configuração, formam
Usam-se esses tipos de junta na união de chapas até 6 mm de espessura, ângulos interiores e exteriores no
que não sofrerão grandes esforços. ponto de soldar.

Figura 3 - Juntas em T
Fonte: Cardoso (2004, p. 50).

Figura 1 - Junta de Topo


Fonte: Cardoso (2004, p. 50).
Juntas em Quina
Quando os dois componentes es-
Juntas Sobrepostas tão próximos e em ângulo.
Quando as bordas das chapas não requerem preparação mecânica, uma
vez que, como o nome mesmo diz, as juntas são sobrepostas. A largura
da sobreposição dependerá da espessura da chapa.

Figura 4 - Juntas em Quina


Fonte: Cardoso (2004, p. 50).

Depois de aprender como fazer


uma junta simples de solda, você
irá aprender na próxima seção a
soldar em outras posições.
Figura 2 - Juntas Sobrepostas
Fonte: Cardoso (2004, p. 50).

16 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 7
Posições de Soldagem
Nesta seção você irá estudar como soldar em diversos formatos.
As posições de soldagem se referem exclusivamente ao posicionamento
do eixo de soldagem nos diferentes planos a soldar.
Na execução do cordão de solda elétrica aparecem peças que nem sem-
pre podem ser colocadas em posição cômoda. Segundo o plano de refe-
rências, foram estabelecidas as quatro posições seguintes.

Posição Plana ou de Nível


O procedimento ocorre em posição denominada plana ou de nível.
O material adicional vem do eletrodo que está com a ponta para baixo.

Posição Horizontal
Quando as arestas ou face das peças a soldar estão colocadas em posição
horizontal.
O eixo da soldagem se estende horizontalmente.

Posição Vertical
Posição vertical é aquela em que a aresta ou eixo da zona a soldar recebe
solda em posição vertical. Nesta posição de soldagem, o cordão de solda
pode ser aplicado da forma descendente (de cima para baixo) ou da for-
ma ascendente (de baixo para cima).

Posição sobre Cabeça


A peça colocada a uma altura superior à da cabeça do soldador recebe
a solda por sua parte inferior. O eletrodo se posiciona com o extremo
apontado para cima, verticalmente. Essa posição é a inversa à posição
plana ou de nível.

Você irá conhecer na próxima unidade, soldagem por eletrodos revesti-


dos. Você verá como começou esse tipo de soldagem, quais equipamen-
tos são utilizados, o que são eletrodos revestidos, qual é a classificação e
quais são as vantagens e desvantagens desse processo.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 17


Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 – Histórico
Seção 2 – Equipamentos e Utensílios
Seção 3 – Eletrodos Revestidos
Seção 4 – Classificação dos Eletrodos
Seção 5 – Vantagens e Desvantagens
do Processo
Soldagem por Eletrodos Revestidos

SEÇÃO 1
Histórico
Nesta seção você irá conhecer a A escória líquida flutua em dire- Porta-eletrodos
história da soldagem por arco elé- ção à superfície da poça de fusão,
trico. Em seguida, você será apre- protegendo o metal de solda da Os porta-eletrodos conectam o
sentado aos equipamentos usados atmosfera durante a solidificação. cabo de solda e conduzem a cor-
nesse processo. Outras funções do revestimento rente de soldagem até o eletrodo.
Em 1904, Oscar Kjellberg, um são proporcionar estabilidade ao O punho isolado é usado para
engenheiro sueco precisava me- arco e controlar a forma do cor- guiar o eletrodo sobre a junta de
lhorar a qualidade dos trabalhos dão de solda. solda e alimentá-lo até a poça de
de reparo em navios e caldeiras fusão à medida que ele é consu-
em Gothenburg, o que resultou mido. Porta-eletrodos estão dis-
na invenção do primeiro eletro- poníveis em diferentes tamanhos
do revestido. O revestimento era e seus preços dependem de sua
constituído, originalmente, de capacidade de suportar a corrente
uma camada de material argilo- de soldagem.
so (cal), cuja função era facilitar Por questões de segurança, os
a abertura do arco e aumentar porta-eletrodos podem ser se-
sua estabilidade. Em 1907, Oscar gurados com qualquer uma das
Kjellberg patenteou o processo mãos, mas sempre de forma que
de soldagem a arco com eletro- o dedo polegar fique sobre a ala-
do revestido. Esses esforços cul- vanca de abertura do utensílio.
minaram no eletrodo revestido Figura 5 - Solda Elétrica
extrudado em meados dos anos Fonte: Cablefreebr (2009).
1920, proporcionando aquilo que Terminal terra
muitos consideram o mais signi- O terminal terra é utilizado para
ficativo avanço na soldagem por SEÇÃO 2 conectar o cabo terra à peça.
arco elétrico.
Definimos a soldagem a arco
Equipamentos e Pode ser conectado diretamente à
peça ou à bancada ou dispositivo
elétrico com eletrodo revesti- utensílios ao qual a peça está posicionada.
do (Shielded Metal Arc Welding Fazendo parte do circuito de sol-
– SMAW) como a soldagem re- Nesta seção você estudará quais
dagem, o terminal terra deve ser
alizada com o calor de um arco são os elementos simples que são
capaz de suportar correntes de
elétrico mantido entre a extre- usados nesse processo de solda-
soldagem sem superaquecer devi-
midade de um eletrodo metálico gem. Em seguida, irá conhecer as
do à resistência elétrica.
revestido e a peça de trabalho. O substâncias que revertem os ele-
calor produzido pelo arco funde o trodos.
metal de base, a alma do eletrodo Uma das razões para a grande Cabos de solda
e o revestimento. Quando as go- aceitação do processo de solda-
O cabo do eletrodo e o cabo ter-
tas de metal fundido são transferi- gem com eletrodos revestidos é
ra são partes importantes do cir-
das através do arco para a poça de a simplicidade do equipamento
cuito de soldagem. Eles devem
fusão, são protegidas da atmosfe- necessário. O equipamento de
ser muito flexíveis e ter um bom
ra pelos gases produzidos durante soldagem consiste na fonte de
isolamento resistente ao calor.
a decomposição do revestimento. energia, no porta-eletrodos, nos
As conexões no porta-eletrodo,
cabos e conexões, além dos mar-
o terminal terra e os terminais da
telos picadores.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 19


fonte de energia devem ser soldados ou bem prensados para assegurar Fontes de energia
baixa resistência elétrica. O diâmetro do cabo deve ser suficiente para
conduzir a corrente elétrica com um mínimo de queda de tensão. O A soldagem com eletrodos reves-
aumento no comprimento do cabo torna necessário o aumento em seu tidos pode empregar tanto cor-
diâmetro para diminuir a resistência elétrica e a queda de tensão. rente alternada (CA) quanto cor-
rente contínua (CC), porém em
qualquer caso a fonte selecionada
Martelos picadores e escovas deve ser do tipo corrente constan-
São considerados utensílios de limpeza. te. Esse tipo de fonte fornecerá
uma corrente de soldagem relati-
vamente constante independen-
temente das variações do com-
primento do arco causadas pelas
oscilações da mão do soldador.
Abaixo, imagem de uma fonte
tipo transformador.

Figura 6 - Martelo Picador


Fonte: Adaptado de Loja do Lar (2009).

Figura 8 - Fonte Transformador


Fonte: Royal Máquinas (2009).

Figura 7 - Escova em Aço


Fonte: Adaptado de Alf Ferramentas (2009).

20 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 3
Eletrodos revestidos
Nesta seção você irá conhecer os
dois elementos que revertem os
eletrodos. A próxima seção apre-
sentará a classificação de cada um
desses elementos.
Eletrodos revestidos para aços-
carbono consistem de apenas dois
elementos principais: a alma me-
tálica ou núcleo, normalmente de
aço de baixo carbono, e o reves-
timento. A alma metálica tem as
funções principais de conduzir a
corrente elétrica e fornecer metal
de adição para a junta.
Os ingredientes do revestimen-
to, dos quais existem literalmente Figura 9 - Classificação dos Eletrodos Revestidos
centenas para escolher, são cuida- Fonte: Joaquim (2009).
dosamente pesados, misturados.
O revestimento é extrudado so- Para converter lbf/pol² ou Pa em kgf/mm², deve-se multiplicar o valor
bre as varetas metálicas que são pela constante 0,00007031.
alimentadas pela prensa extrusora
Para outros materiais, a AWS criou normas diferentes, conforme indica-
a uma velocidade muito alta. Os
do no quadro abaixo.
eletrodos são então identificados
com a marca comercial e a sua
classificação antes de entrar no Quadro 2 - Especificação das Normas de Classificação dos Eletrodos Revestidos
forno de secagem. Ref. AWS Eletrodos
A 5.1 Aço-carbono
SEÇÃO 4 A 5.3 Alumínio e suas ligas

Classificação dos A 5.4 Aço inoxidável


A 5.5 Aços baixa liga
eletrodos
A 5.6 Cobre e suas ligas
Nesta seção você verá a classifica- A 11 Níquel e suas ligas
ção dos eletrodos. A 13 Revestimento (alma sólida)
A Sociedade Americana de Sol- A 15 Ferro fundido
dagem (AWS) criou um padrão A 21 Revestimento (alma tubular com carboneto de tungstênio )
para a identificação dos eletrodos
Fonte: Joaquim e Ramalho (2009).
revestidos que devido à simplici-
dade, e talvez o pioneirismo, é a
especificação mais utilizada no
mundo atualmente para identifi-
car eletrodos revestidos. Abaixo,
norma AWS 5.1 que é destinada
para seleção de eletrodos para
aços ao carbono.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 21


Algumas aplicações recomendadas aos principais eletrodos revestidos
podem ser vistas na tabela abaixo.

Tabela 1 - Desempenho de Alguns Eletrodos em Diferentes Aplicações


Aplicações 6010 6011 6013 7016 7018 7024
Aço com enxofre alto ou sem analise química na na 3 10 9 5
Alta ductilidade 6 7 5 10 10 5
Alta penetração 10 9 5 7 7 4
Alta resistência ao impacto 8 8 5 10 10 9
Alta taxa deposição 4 4 5 4 6 10
Espessura fina, probabilidade de distorção 5 7 9 2 2 7
Espessura grossa, alta restrição 8 8 8 10 9 7
Facilidade em remoção de escoria 9 8 8 4 7 9
Filete 1G/2G alta produtividade 2 3 7 5 9 10
Filete todas as posições 10 9 7 8 6 na
Pouca perda por respingos 1 2 7 6 8 9
Topo posição plana e < 6.0 mm 4 5 8 7 9 9
Topo todas pos. e < 6.0 mm 10 9 8 7 6 na

Fonte: Joaquim e Ramalho (2009).

Embora este material didático apresente tabelas com recomendações de


manutenção e ressecagem dos eletrodos, tantos estes parâmetros quanto
os parâmetros de soldagem (corrente) devem ser verificados junto ao
fabricante do eletrodo que será utilizado.
Na seção seguinte você irá estudar as vantagens e desvantagens do pro-
cesso de soldagem.

22 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 5
Vantagens e desvantagens do processo
Nesta seção você irá conhecer os ganhos e as perdas desse processo de
soldagem.
São várias as vantagens do processo de soldagem por eletrodos reves-
tidos:
▪▪ baixo custo de aquisição dos equipamentos;
▪▪ não há necessidade de consumíveis externos;
▪▪ ideal para soldagens em locais de acesso restrito graças à geometria
do eletrodo;
▪▪ permite a soldagem dos principais metais empregados na indústria,
desde com o eletrodo correto;
▪▪ permite a soldagem em todas as posições, desde com o eletrodo
devidamente selecionado.

Em contra partida, há algumas desvantagens:


▪▪ é um dos processos com menor taxa de deposição de material;
▪▪ requer boa habilidade manual de soldadores;
▪▪ dificuldade em empregar o processo para soldagem de chapas muito
finas.

Na próxima unidade você estudará a soldagem MIG e MAG, suas defi-


nições, quais são os equipamentos utilizados, a definição de tocha, bicos
de contato e bocais, eletrodos, gases de proteção, transferência do metal
de adição e vantagens e desvantagens desse processo.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 23


Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 – Definição
Seção 2 – Equipamentos
Seção 3 – Tocha, bicos de contato e
bocais
Seção 4 – Eletrodos
Seção 5 – Gases de proteção
Seção 6 – Transferência do metal de
adição
Seção 7 – Vantagens e desvantagens
Soldagem MIG/MAG

SEÇÃO 1
Definição
Nesta seção você verá a definição
da soldagem de arco com prote- SEÇÃO 2
ção gasosa. Em seguida você irá Equipamentos
conhecer quais são os equipamen-
tos utilizados nesse processo. Nesta seção você irá estudar os
A soldagem a arco com proteção equipamentos básicos para sol-
gasosa (Gás Metal Arc Welding – dagem MIG/MAG que são com-
GMAW) é um processo em que postos de uma fonte de energia,
a união de peças metálicas é pro- um alimentador de arame, uma
duzida pelo aquecimento destas tocha de soldagem e uma fonte
com um arco elétrico estabelecido de gás protetor, além de cabos e Figura 11 - Máquina por Alimentação
entre um eletrodo metálico nu, mangueiras. de Arame
consumível, e a peça de trabalho Fonte: Labsolda (2009).
(metal base).
Fonte de energia
No Brasil, o processo é conheci-
O processo utiliza corrente do Em seguida você verá a definição
do como MIG (Metal Inert Gás) ou
tipo contínua que pode ser for- de tocha, bicos de contato e bo-
MAG (Metal Active Gas), quando
necida por um conjunto trans- cais.
a proteção do arco elétrico é feita
por um gás inerte ou um gás ativo, formador-retificador ou por um
respectivamente. conversor.
A forma da característica estática
SEÇÃO 3
da fonte pode ser do tipo corren- Tocha, bicos de contato
te constante ou tensão constante, e bocais
conforme o sistema de controle
do equipamento. Nesta seção você irá conhecer o
Quando se utiliza uma fonte do que é tocha, bicos de contato e
tipo tensão constante, a veloci- bocais. Em seguida, verá os ele-
dade de alimentação do arame- trodos, que são arames para sol-
eletrodo se mantém constante du- dagem.
rante a soldagem. Este sistema é A tocha de soldagem consiste
mais simples e mais barato. basicamente de um bico de con-
Com a fonte de energia do tipo tato, que faz a energização do
Figura 10 - Soldagem MAG corrente constante o comprimen- arame-eletrodo de um bocal que
Fonte: Toda Oferta (2009). to do arco é controlado pelo ajus- orienta o fluxo de gás protetor e
te automático da velocidade de de um gatilho de acionamento do
alimentação do arame. sistema.
O bico de contato é um pe-
queno tubo à base de cobre, cujo
diâmetro interno é ligeiramente
superior ao diâmetro do arame-
eletrodo, e serve de contato elétri-
co deslizante.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 25


O bocal é feito de cobre ou ma- Cabos elétricos e gar- Os arames de aço usados com
terial cerâmico e deve ter um diâ- proteção de CO2 contêm maiores
metro compatível com a corrente
ras de fixação teores de silício e manganês em
de soldagem e o fluxo de gás a ser O processo necessitará, como no sua composição devido à sua ação
utilizado numa dada aplicação. caso da soldagem com eletrodos desoxidante. A seleção do arame
O gatilho de acionamento ou revestidos, de cabos para trans- a ser utilizado em uma dada ope-
interruptor movimenta um con- porte da eletricidade. ração é feita em termos da com-
tator que está ligado ao primário As garras de fixação servem para posição química do metal de base,
do transformador da máquina de prender o cabo de retorno da ele- do gás de proteção a ser usado e
solda, energizando o circuito de tricidade. da composição química e proprie-
soldagem, além de acionar o ali- dades mecânicas desejadas para a
mentador de arame e uma válvula solda. A figura abaixo relaciona
solenóide, que comanda o fluxo SEÇÃO 4 as especificações AWS de arames
de gás protetor para a tocha. para soldagem MIG/MAG, que
Eletrodos são fornecidos em carretéis de 15
kg ou 20 kg.
Nesta seção você estudará o que
é e como são feitos os eletrodos Tabela 2 - Arames para Solda
e na próxima seção conhecerá as
Especificação Materiais
funções e os dois tipos de gases
de proteção. Alumínio e suas
AWS - A 5.10
ligas
Os eletrodos ou também chama-
dos arames para soldagem são AWS - A 5.7 Cobre e suas ligas
Figura 12 - Tocha constituídos de metais ou ligas Aço inox e aços
AWS - A 5.9
metálicas dúcteis que possuem com alto Cr
composição química, dureza, con- AWS - A 5.14
Niquel e suas
dições superficiais e dimensões ligas
bem controladas. Titânio e suas
AWS - A 5.16
Ductilidade é a capacidade de um ligas
material sofrer deformação plásti- Aço-carbono e
AWS - A 5.18
ca ou permanente sem se romper baixa liga
(carregamentos estáticos). AWS - A 5.19
Magnésio e suas
ligas
Arames de aço-carbono geral-
Fonte: Gimenes (2009, p. 09).
Figura 13 - Bico de contato e bocal mente recebem uma camada su-
perficial de cobre com o objetivo
de melhorar seu acabamento su-
perficial, seu contato elétrico com SEÇÃO 5
o bico de cobre e uma superior
As tochas para soldagem
MIG/MAG podem ser refrige- resistência à corrosão.
Gases de proteção
radas a água ou pelo próprio
gás de proteção, dependendo Nesta seção você conhecerá como
de sua capacidade, dos valo- funcionam e quais são os tipos de
res de corrente utilizados e gases de proteção. Em seguida
do fator de trabalho. verá as três formas de transferên-
cia de metal.
O ar atmosférico na região de sol-
Quanto ao formato, as tochas po- dagem é expulso por um gás de
dem ser retas ou curvas, sendo as proteção com o objetivo de evi-
mais utilizadas as do tipo “pesco- tar a contaminação da poça de
ço de cisne” que são as que ofere- fusão. A contaminação é causada
cem maior maneabilidade. principalmente pelo nitrogênio
Figura 14 - Arame de Aço-Carbono (N2), oxigênio (O2) e vapor d’água
Fonte: Adaptado de SoloStocks (2009). (H2O) presentes na atmosfera.

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Abaixo, a Figura 15 representa um sistema de soldagem MIG/MAG.

Figura 15 - Soldagem MIG/MAG


Fonte: Gimenes (2009, p. 01).

Os gases de proteção utilizados Tabela 3 - Gases Ativos


em soldagem MIG/MAG podem Gás ou mistura Comportamento Aplicações
ser inertes, ativos ou a mistura químico
desses dois tipos. O tipo de gás Argônio (Ar) inerte quase todos metais (-aço)
influencia: características do arco
Hélio (He) inerte Al, Mg, Cu e suas ligas
e transferência do metal, penetra-
Ar + 20 a 50 %
ção largura e formato do cordão inerte Idem He (melhor que 100% He)
de solda, velocidade de soldagem, He
tendência a aparecimento de de- Ar + 1 a 2 % O2 ligeiram, oxidante aços inox e alg. ligas Cu
feitos e custo final do cordão de Ar + 3 a 5 % O2 oxidante aços-carb. e alguns b. liga
solda. CO2 oxidante aços-carb. e alguns b. liga
Com o processo MIG, os gases Ar + 20 a 50 %
inertes puros são utilizados prin- oxidante div. aços - transf. c. circ.
CO2
cipalmente na soldagem de metais Ar + CO2 + O2 oxidante diversos aços
não ferrosos, principalmente os Fonte: Gimenes (2009, p. 01).
mais reativos como titânio e mag-
nésio.
Com o processo MAG, os ga- A vazão de gás de proteção é determinada pela seguinte equação:
ses ativos (especialmente CO2)
são utilizados para soldagem dos Vazão do gás = 10 x e
aços-carbono e baixa liga. Os ga- e = espessura do arame.
ses ativos têm custo reduzido se A vazão do gás é dada em litros por minuto (l/min).
comparados aos gases inertes.
Gases ativos são aqueles que pro-
duzem efeito oxidante e partici-
pam da poça de fusão.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 27


Em metais ferrosos, a transferên-
SEÇÃO 6 Transferência globular
cia por spray é limitada à posição
Transferência do metal É comumente conhecida como plana, em virtude da grande quan-
de adição aquela em que o metal se transfere tidade de material transferido e
através do arco. da fluidez da poça de fusão. Tam-
Esta seção apresentará as três téc- Este tipo de transferência é carac- bém devido à grande penetração,
nicas de passagem de metal. terizado pela formação de gotas nesses mesmos materiais, não é
maiores do que o diâmetro do o tipo de transferência adequado
Basicamente, o processo MIG/
eletrodo. para chapas finas. Em metais não
MAG inclui três técnicas distintas
A transferência globular é axial- ferrosos, pode ser utilizada com
de modo de transferência de me-
mente dirigida, pode ser obtida maior liberdade.
tal: curto-circuito (short arc), glo-
bular (globular) e aerossol (spray em uma atmosfera gasosa subs-
arc). Essas técnicas descrevem a tancialmente inerte (teores de Transferência
maneira pela qual o metal é trans- CO2 menores que 5%).
controlada pulsada
ferido do arame para a poça de
fusão. Tem como objetivo obter uma
Transferência spray ou transferência controlada de metal
aerosol de adição com as características
Transferência por desejáveis da transferência por
Pequenas gotas são arrancadas do
curto-circuito arame-eletrodo e ejetadas em di- spray, mas a níveis de corrente
reção ao metal de base. média bem mais baixos, de forma
Acontece quando o metal fundi-
a permitir sua utilização na solda-
do na ponta do arame toca a poça Com uma proteção gasosa de pelo
gem de chapas finas ou fora da
de fusão. Na soldagem com trans- menos 80% de argônio ou hélio,
posição plana.
ferência por curto-circuito são a transferência do metal de adi-
utilizados arames de diâmetro na ção muda de globular para spray Este tipo de transferência é mais
faixa de 0,8 mm a 1,2 mm, e apli- a partir de um determinado nível estável e uniforme quando obti-
cados pequenos comprimentos de corrente conhecido como cor- do pela pulsação da corrente de
de arco (baixas tensões) e baixas rente de transição para um dado soldagem em dois patamares, um
correntes de soldagem. É obtida diâmetro de eletrodo. inferior à corrente de transição e
uma pequena poça de fusão de rá- outro superior a esta, de modo
Sob proteção de CO2 não há tran-
pida solidificação. que durante o período de tempo
sição de globular para spray. Com
que a corrente é baixa uma gota se
A soldagem por curto-circuito é a o aumento da corrente, as gotas
forma e cresce na ponta do arame
característica mais importante de diminuem de tamanho, mas não
e é transferida quando o valor da
utilização das misturas de gases são axialmente dirigidas. Com
corrente é elevado.
ativos (CO2 puro ou misturas com isso, a quantidade de salpicos será
teor deste gás superior a 25%). muito grande, o que pode ser mi-
nimizado com a utilização de um
arco muito curto.

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Um problema acarretado pela ▪▪ alta taxa de deposição do me- ▪▪ cabos muito longos podem
adoção deste tipo de transferên- tal de solda; comprometer a proteção gasosa
cia é a introdução de quatro novas ▪▪ tempo total de execução de da poça de fusão;
variáveis no processo de solda- soldas de cerca da metade do ▪▪ elevada fadiga do soldador em
gem MIG/MAG (tempo de pico, tempo para o eletrodo revestido; trabalhos altamente produtivos;
corrente de pico, tempo de pulso
e corrente de pulso). Isso difi- ▪▪ altas velocidades de soldagem, ▪▪ a poça de fusão pode sofrer os
cultará um pouco mais a seleção menos distorção das peças; efeitos de uma proteção gasosa
e otimização dos parâmetros de ▪▪ largas aberturas preenchidas, ineficiente, em soldagens efetua-
soldagem. tornando certos tipos de solda- das ao ar livre devido às corren-
gem de reparo mais eficientes; tes de ar que podem expulsar o
Na seção seguinte você aprende- gás de proteção.
rá os proveitos e os prejuízos do ▪▪ não há perdas de pontas como
processo de soldagem. no eletrodo revestido;
Depois de estudar soldagem
▪▪ permite a execução de longos MIG/MAG, você aprenderá na
cordões, sem a necessidade de
SEÇÃO 7 paradas intermediárias;
próxima unidade soldagem TIG:
definições, equipamentos utiliza-
Vantagens e ▪▪ é um processo de fácil auto- dos, gases de proteção, eletrodos,
desvantagens matização ou robotização; metal de adição e suas vantagens e
▪▪ requer menor habilidade ma- desvantagens.
Nesta seção você verá por meio nual dos soldadores, se compa-
de tópicos as vantagens e desvan- rado ao processo de soldagem
tagens desse processo de solda- por eletrodos revestidos, por
gem. exemplo.
O processo de soldagem MIG/
MAG proporciona muitas vanta- Como desvantagens do processo
gens na soldagem manual e auto- MIG/MAG, podemos citar:
mática dos metais para aplicações
de alta e baixa produção: ▪▪ elevado custo para aquisição
dos equipamentos;
▪▪ a soldagem pode ser executada ▪▪ processo menos portátil que o
em todas as posições (quando processo de soldagem por eletro-
trabalha-se com transferência por dos revestidos;
curto circuito);
▪▪ a geometria do bocal restringe
▪▪ não há necessidade de remo- a utilização do processo quando
ção de escória; os espaços e acessos são mais
restritos;

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 29


Unidade de
estudo 4
Seções de estudo

Seção 1 – Definição
Seção 2 – Equipamentos e utensílios
Seção 3 – Gases de proteção
Seção 4 – Eletrodos
Seção 5 – Metal de adição
Seção 6 – Vantagens e desvantagens
Soldagem TIG

SEÇÃO 1
Definição
Nesta seção você verá a definição do processo de soldagem TIG. Em
seguida, você conhecerá quais são os equipamentos utilizados nesse pro- SEÇÃO 2
cesso. Equipamentos e
O processo de soldagem TIG (Tungsten Inert Gas) ou GTAW (Gas Tungs- utensílios
ten Arc Welding) é um processo de soldagem a arco elétrico que utiliza um
arco entre um eletrodo não consumível de tungstênio e a poça de solda- Nesta seção você será apresen-
gem. O eletrodo e a parte do cordão são protegidos por um gás de pro- tado às composições usadas no
teção inerte, que é soprado pelo bocal da tocha. No processo, pode-se processo de soldagem TIG. Na
utilizar adição ou não (solda autógena), e seu grande desenvolvimento se próxima seção serão mostrados
deve à necessidade de disponibilidade de processos eficientes de solda- os proveitos e as características
gem para materiais difíceis, como o alumínio e o magnésio, notadamente dos gases de proteção.
na indústria da aviação no começo da Segunda Grande Guerra Mundial.
O equipamento básico usado na
Na figura abaixo, veja o processo TIG em operação.
soldagem TIG consiste de uma
fonte de energia elétrica, uma to-
cha de soldagem apropriada, uma
fonte de gás protetor, um disposi-
tivo para abertura do arco, pinças,
bocais, cabos e mangueiras.

Tochas
As tochas que suportam o eletro-
do e conduzem o gás de proteção
até o arco podem ser refrigeradas
a gás, quando forem mantidas na
temperatura adequada pelo efei-
to de resfriamento causado pelo
próprio gás de proteção. Essas
tochas estão limitadas a uma cor-
rente máxima de cerca de 200 A.
Também podem ser refrigeradas a
Figura 16 - Soldagem TIG
água, pois promovem a circulação
Fonte: Adaptado de Linde-Gás (2009).
de água, normalmente em circuito
fechado, para refrigeração. Dessa
forma, pode-se dispor de tochas
que suportam correntes de su-
periores a 500 A, tipo de tocha
o mais empregado em soldagens
TIG automatizadas.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 31


Bocais SEÇÃO 3
O gás de proteção é dirigido para Gases de proteção
a zona de soldagem por bocais fi-
xados na extremidade das tochas. Nesta seção você estudará as van-
O objetivo da utilização dos bo- tagens e características dos gases
cais é produzir um fluxo laminar de proteção. Na seção seguinte
do gás de proteção. Os bocais você verá a classificação dos ele-
podem ser fabricados de materiais trodos, que são feitas pela sua
cerâmicos (os mais populares), composição química.
metais, metais revestidos com ce- Os gases de proteção são direcio-
Figura 17 - Tocha TIG
râmicos, quartzo fundido ou ou- nados pela tocha para o arco e a
tros materiais. Bocais metálicos poça de fusão para proteger o ele-
Fonte: Adaptado de Tbi-Brasil (2009).
têm vida útil mais longa e são usa- trodo e o material metálico fundi-
dos principalmente em processos do da contaminação atmosférica.
Fontes de gás automatizados que operam com Eles também podem ser utiliza-
correntes acima de 250 A. dos como back-up para proteção
A fonte de gás protetor consiste
Os aspectos mais importantes do lado contrário da solda da oxi-
de um ou mais cilindros de gás
nos bocais são suas dimensões e dação durante a soldagem.
inerte e reguladores de pressão e
perfis. Os bocais devem ser largos O processo de soldagem TIG
vazão de gases.
o suficiente para prover cobertu- inicialmente foi chamado de He-
ra da área de soldagem pelo gás liarc devido à utilização do gás
Pinças e devem estar de acordo com o hélio (He) como gás de proteção.
volume e a densidade necessária Atualmente, além do hélio, o gás
Eletrodos de vários tamanhos do gás no processo. Se a vazão do
são fixados apropriadamente na argônio (Ar) é utilizado com algu-
gás for excessiva para um deter- mas vantagens:
pinça. Um bom contato entre o minado diâmetro, a eficiência da
eletrodo e a parte interna da pinça proteção é afetada devido à turbu- ▪▪ possibilita arco mais suave;
é essencial para uma transmissão lência. Vazões mais altas, sem esse ▪▪ penetração reduzida;
correta da corrente e refrigeração efeito de turbulência, requerem
do eletrodo. Por isso, o diâmetro ▪▪ ação de limpeza quando da
maiores diâmetros de bocais, con- soldagem de alumínio ou mag-
do orifício da pinça deve ser con- dições estas, essenciais para altas
dizente com o diâmetro do eletro- nésio;
correntes.
do. ▪▪ baixo custo e alta disponibili-
dade;
Cabos ▪▪ boa proteção com baixos
Os cabos são usados para con- fluxos;
duzir a corrente de soldagem; o ▪▪ maior resistência a ventos
diâmetro desses cabos deve ser cruzados;
compatível com a corrente de sol- ▪▪ melhor partida do arco.
dagem usada.

Mangueiras
As mangueiras são usadas para
conduzir o gás ou a mistura e, se
for o caso, água para refrigeração
até a tocha de soldagem.

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Com a utilização do hélio como gás de proteção, pode-se listar as seguin-
tes características:
SEÇÃO 4
Eletrodos
▪▪ transmite maior calor para uma mesma corrente e tensão que o
argônio; Esta seção apresentará a classifi-
▪▪ ideal para soldagem de peças espessas ou materiais com alta condu- cação dos eletrodos. Em seguida
tividade térmica como o cobre; você estudará como escolher o
▪▪ o hélio é cerca de dez vezes mais leve que o argônio, elevando o metal e o que é mais prudente
nível do seu consumo, por isso, a sua vazão deve ser de 2 a 3 vezes para uma soldagem manual ou
superior. mecânica.
No processo TIG os eletrodos são
de tungstênio, não são consumí-
A soldagem com misturas de gases de proteção apresenta ca- veis e têm o papel de servir como
racterísticas intermediárias, dependendo da proporção. Mis-
um dos terminais do arco que irão
turas de 80% de argônio e 20% de hélio reúnem as melhores
características da soldagem com cada um desses gases isola-
gerar o calor para o processo. Ao
damente. se aproximar da sua temperatura
de fusão (3410 °C), o tungstênio
se torna termiônico, como uma
fonte disponível de elétrons.
Gás de back-up e purga
As capacidades de corrente dos
Quando na realização de passes de raiz, a solda pode ser contaminada
eletrodos devem ser respeitadas
pela atmosfera do lado contrário à solda. Para evitar esse problema, o ar
e a sua utilização acima de seu li-
deve ser purgado dessa região. O nitrogênio pode ser utilizado satisfa-
mite causará erosão ou fundição
toriamente para esse fim na soldagem de aços inoxidáveis austeníticos,
do eletrodo. Com correntes mui-
cobre e ligas de cobre. Uma atmosfera relativamente inerte pode ser
to baixas haverá instabilidade no
obtida pela injeção de cerca de quatro vezes o volume a ser purgado.
arco.
Uma vez efetivada a purga, a vazão desse gás deve ser mantida apenas
para manter uma ligeira pressão positiva. A área de escape do gás deve Os eletrodos são classificados
ser no mínimo igual à área de entrada e especial cuidado deve ser to- com base em sua composição
mado para não haver excessos de pressão, principalmente nos últimos química:
cinco centímetros do passe de raiz, prevenindo-se a sopragem da poça
ou concavidade da raiz.
▪▪ eletrodos de tungstênio
puro (EWP);
▪▪ eletrodos com óxido de
tório (EWTh2);
▪▪ eletrodos com óxido de
cério (EWCe-2);
▪▪ eletrodos EWG.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 33


SEÇÃO 5
Metal de adição
Nesta seção você conhecerá a diferença do metal de adição para solda-
gem manual ou mecânica e como escolher o melhor metal para solda. Na
próxima seção conhecerá as vantagens e desvantagens desse processo.
O metal de adição para soldagem manual é fornecido na forma de vare-
tas com comprimento em torno de 1 m. Para a soldagem mecanizada,
o metal é fornecido na forma de um fio enrolado em bobinas com dife-
rentes capacidades, dependendo do equipamento usado. Os diâmetros
dos fios e varetas são padronizados e variam entre 0,5 e 5 mm aproxi-
madamente.
A escolha do metal de adição
para uma determinada aplicação
é feita em função da composição
química e das propriedades mecâ-
nicas desejadas para a solda. Em
geral, é utilizado metal de adição
de composição similar à do metal
de base, mas não necessariamente
idêntica. Fatores como compati-
bilidade metalúrgica, adequação à
operação e custo também devem
ser considerados.
O diâmetro do fio ou vareta é es-
colhido em função da espessura Figura 18 - Metal de Adição
das peças a unir, da quantidade Fonte: Linde-Gás (2009).
de material a ser depositado e dos
parâmetros de soldagem. Os catá-
logos dos fabricantes geralmente
apresentam informações úteis na
escolha de metal de adição. Abai-
xo, a figura ilustra o processo de
soldagem TIG em operação, com
a vareta de adição de material à
direita.

34 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Desvantagens do processo:
SEÇÃO 6
Vantagens e ▪▪ taxas de deposição inferio-
res com processos de eletrodos
desvantagens consumíveis;
▪▪ há necessidade de maior des-
Nesta seção serão apresentadas
treza e coordenação do operador
as qualidades e os prejuízos desse
em relação à soldagem por ele-
processo de solda.
trodos revestidos MIG/MAG;
Vantagens do processo:
▪▪ há dificuldade de manter a
▪▪ produz soldas de qualidade proteção em ambientes turbu-
superior, geralmente livres de lentos;
defeitos; ▪▪ pode haver inclusões de tun-
▪▪ está livre dos respingos que gstênio, no caso de haver con-
ocorrem em outros processos a tato do mesmo com a poça de
arco; soldagem;
▪▪ pode ser utilizado com ou sem ▪▪ pode haver contaminação da
adição; solda se o metal de adição não
▪▪ permite excelente controle na for adequadamente protegido;
penetração de passes de raiz; ▪▪ há baixa tolerância contra con-
▪▪ pode produzir excelentes taminantes no material de base
soldagens autógenas (sem adição) ou adição;
a altas velocidades; ▪▪ vazamento no sistema de
▪▪ utiliza de fontes de energia de refrigeração pode causar conta-
baixo custo; minação ou porosidade sopro
ou deflexão do arco, como em
▪▪ permite um controle preciso
outros processos.
das variáveis da soldagem;
▪▪ pode ser usado em quase Depois de entender soldagem
todos os metais, inclusive metais TIG você aprenderá sobre sol-
dissimilares; dagem oxiacetilênica na próxima
▪▪ permite um controle inde- unidade.
pendente da fonte de calor e do
material de adição;
▪▪ soldagem de precisão;
▪▪ soldagem de peças de pequena
espessura e tubulações de peque-
no diâmetro;
▪▪ execução de passes de raiz.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 35


Unidade de
estudo 5
Seções de estudo

Seção 1 – Definição
Seção 2 – Gases
Seção 3 – Equipamentos e utensílios
Seção 4 – Materiais de adição
Seção 5 – Fluxos
Seção 6 – Tipos de chama
Seção 7 – Vantagens e limitações
Soldagem Oxiacetilênica

SEÇÃO 1
Definição
Esta seção explicará o que é sol-
dagem oxiacetilênica. Em segui- SEÇÃO 2
da, você conhecerá os dois tipos Gases
de gases.
A soldagem oxiacetilênica é um Nesta seção você verá a definição dos gases acetileno e oxigênio. Na
dos processos de soldagem a gás próxima seção você será apresentado aos componentes desse processo
oxicombustível, oxigás (Oxy-Fuel de soldagem.
Gas Welding). Processo no qual a O gás geralmente empregado é o acetileno, outros gases além do acetile-
coalescência ou união dos metais no podem ser empregados embora os mesmos forneçam menos intensi-
é obtida pelo aquecimento destes dade de calor e consequentemente uma menor temperatura. Esses gases
até a fusão com uma chama de podem utilizar tanto o oxigênio como o ar para manter a combustão.
um gás combustível e oxigênio. O
metal de adição, se usado, também
é fundido durante a operação. Gás acetileno
O acetileno industrial é um gás incolor que tem um picante e nausean-
te odor (cheiro característico de alho) devido à presença de impurezas.
Uma importante característi- Pode ser gerado diretamente por carbonato de cálcio e água ou acondi-
ca desse processo é o excelen- cionado em cilindros.
te controle que se pode exer-
A pressão do acetileno dissolvido em um cilindro totalmente cheio não
cer sobre a entrada de calor e
a temperatura das peças que
deve exceder 1.9 MPa a 20 °C.
estão sendo soldadas, devido O acetileno em contato com o cobre, o mercúrio ou a prata pode, sob
ao controle independente da certas condições, formar compostos explosivos, que podem ser detona-
fonte de calor e da alimenta- dos por simples choques ou aplicação de calor.
ção do mental de adição.
Por essa razão, as canalizações usadas para o acetileno são feitas, geral-
mente, de ferro ou aço.

O equipamento usado é bastante


Gás oxigênio
simples, tem baixo custo e tam- É um gás incolor, inodoro, insípido e ligeiramente mais pesado que o ar.
bém pode ser empregado, com Não é combustível ou explosivo, mas sob pressão pode reagir violenta-
pequenas variações, em outras mente com óleo ou graxa.
operações como dobramento e O oxigênio comercial é produzido também por eletrólise da água ou
desempeno de peças metálicas, mais usualmente pela liquefação do ar atmosférico. O princípio básico
pré e pós-aquecimento em solda- do processo de liquefação é que todos os gases vaporizam a diferentes
gem, em operações de brasagem e temperaturas. Então, nesse processo o ar será primeiramente forçado a
corte a gás. passar pela soda cáustica e com a temperatura baixa de até -194 °C na
qual se liquefaz todos os componentes do ar.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 37


Os cilindros de oxigênio são
SEÇÃO 3 feitos de tubos de aço sem costu-
Equipamentos e ra, cuidadosamente tratados ter-
utensílios micamente e testados a altíssimas
pressões para garantir resistência
Nesta seção serão mostrados os e robustez. Suportam até 200 kgf/
elementos de soldagem de oxia- mm². Devem ser sempre identifi-
cetilênica. cados e testados a cada cinco anos
pelos fornecedores de gás.
O equipamento básico para a sol-
dagem oxigás, em geral, consiste Os cilindros de acetileno são
basicamente de cilindros, regula- constituídos de uma massa poro-
res de pressão, mangueiras, ma- sa de fibras de amianto, partículas Figura 20 - Reguladores de Pressão
çarico. de carvão vegetal e areia. As pres- Fonte: Adaptado de Cobequi (2009).
sões máximas a que estão sujeitos
são em torno de 17,5 kgf/cm².
Cilindros Mangueiras
Existe uma variação muito grande Reguladores de O acetileno e oxigênio são levados
dos cilindros de gás comprimido do cilindro para tocha de solda
pressão por meio de mangueiras feitas de
em capacidade, modelo e cor. Na
maioria dos países, no entanto, Reguladores de pressão de gases borracha reforçada com as cores
o tamanho desses cilindros varia são necessários para reduzir a vermelho, preto ou verde, capaz
entre 6 e 7 m3 e são utilizadas as pressão do gás em um cilindro ou de conduzir os gases em linhas
cores preto ou verde para oxigê- controlar a pressão usada na tocha com altas pressões a uma tempe-
nio e marrom ou vermelho para de solda. O princípio de constru- ratura moderada. Mangueiras de
acetileno. ção de reguladores para diferentes cor verde são destinadas para o
gases é o mesmo. Entretanto, um oxigênio.
regulador de gás é usado apenas Essas mangueiras são especifi-
para o gás para o qual ele é de- cadas pelo diâmetro interno. Os
signado. diâmetros nominais internos mais
Para evitar confusão e perigos, a comuns são 3.2; 4.8; 6.4; 7.9; 9.5
conexão para gases combustíveis e 12.7 mm e são comercializadas
e tubos de oxigênio tem roscas em comprimentos de 4,5 até 20
diferentes e correspondentes aos metros.
filetes das válvulas: um tem rosca
direita, o outro, rosca esquerda.
Existem dois tipos de regulado-
res, com um e dois estágios. Um
regulador de um único estágio re-
duz a pressão do gás no cilindro
para a pressão de trabalho em um
único passo.
Figura 19 - Cilindros de Gás
Fonte: Adaptado de Alibaba (2009).

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Bico Maçaricos
Os bicos, também chamados de Os maçaricos são dispositivos
extensões, são fixos aos maçari- que recebem o oxigênio e o ace-
cos, intercambiáveis e possibili- tileno puros e fazem sua mistura
tam o soldador guiar e direcionar na proporção, na velocidade e no
a chama para o trabalho com faci- volume adequados à produção da
lidade e eficiência. chama desejada.
Os bicos de solda são geralmente Basicamente, os maçaricos podem
feitos de ligas a base de cobre de ter dois tipos: os de baixa pressão
alta condutividade térmica sufi- (tipo injetor) e os de media pres-
ciente para reduzir o risco de su- são (tipo misturador). Figura 21 - Maçaricos
peraquecimento. No maçarico tipo misturador, os Fonte: Adaptado de JGS Ferramentas
Os bicos de solda são feitos de gases passam através de suas res- (2009).
diferentes tamanhos e podem ser pectivas válvulas, que permitem o
inteiriço, isto é, de apenas uma controle da proporção da mistura Depois de conhecer os equipa-
peça ou duas. O tamanho e o tipo e continuam através de tubos in- mentos usados nesse processo,
do bico de solda são determina- dependentes, até o ponto de en- você estudará como é feita a esco-
dos pelo diâmetro de seu orifício. contro dos gases, sem sofrer alte- lha dos materiais de adição.
O tipo de bico de solda feito para rações significativas de volume e
realizar um dado trabalho é deter- pressão.
minado pelo metal a ser soldado Nos maçaricos injetores, o oxi-
e pela sua espessura. A vantagem gênio passa a grande velocidade
do bico de solda de duas peças através de um pequeno orifício,
é que ao invés de trocar o bico criando um vácuo parcial que ar-
completo é preciso trocar apenas rasta o acetileno. Os gases passam
a cabeça do bico ou encaixar uma então por um tubo divergente,
pequena parte no seu final. onde se misturam, perdem velo-
cidade e ocorre um aumento de
pressão. Em seguida, os gases se
encontram na câmara de mistura
e depois até o bico.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 39


SEÇÃO 4 SEÇÃO 5
Materiais de adição Fluxos
Esta seção mostrará como são escolhidos os materiais de adição para Nesta seção você estudará quais
soldagem oxiacetilênica. Em seguida você conhecerá a função dos flu- são os tipos de fluxo e o porquê
xos. de seu uso. Na próxima seção
Os metais de adição usados na soldagem oxigás são fornecidos na forma você verá os três tipos de chamas.
de varetas, com comprimentos e diâmetros variados, escolhidos em fun- Um fluxo ou pasta de solda é ne-
ção da espessura do metal base e da quantidade de metal a ser depositada cessário para remover o filme de
na junta. óxido e manter uma superfície
A AWS classifica os metais de adição para soldagem dos mais variados limpa.
materiais, sendo que para soldagem dos aços as varetas são normalmen- O fluxo funde no ponto de fu-
te especificadas em três classes, RG 45, RG 60 e RG 65, tendo uma são do metal de base e promove
resistência à tração mínima de 315, 420 e 470 MPa. uma camada protetora (escória)
Para soldagem dos ferros fundidos, as varetas são normalmente especi- contra reações com os gases at-
ficadas pelas leras RCI. mosféricos. O fluxo normalmente
penetra abaixo do filme de óxido
Para soldagem dos aços inoxidáveis, as varetas são normalmente especi-
(de ponto de fusão maior que o
ficadas pelas letras ER, seguidas pelos números que normalmente cor-
próprio metal base, muitas vezes)
respondem à designação AISI do aço a ser soldado. Ex.: ASW ER 316.
e separa e, ainda, muitas vezes o
Para soldagem de alumínio e suas ligas e outros metais, os metais de adi- dissolve. Fluxos são comercializa-
ção podem ser do tipo R (vareta para soldagem a gás ou outro processo), dos na forma de pó seco, pasta ou
ou do tipo ER (vareta para soldagem a gás ou eletrodo). soluções espessas.
Para o cobre e suas ligas, a designação é baseada na composição química Fluxos na forma de pó são fre-
do metal. Ex.: material de adição à base de cobre e níquel; a vareta é quentemente usados para mergu-
classificada com RCuNi. lhar a vareta de adição. Na forma
A solda feita sem material de adição deve ser usada para espessuras de de pasta são normalmente pince-
metais abaixo de 3 mm. lados sobre a vareta ou sobre as
peças a serem soldadas. Varetas
comercialmente pré-revestidas
também estão disponíveis para
alguns metais. Fluxos são normal-
mente empregadas para soldagem
de alumínio, aço inoxidável, ferro
fundido e latão.

40 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 6 SEÇÃO 7
Tipos de chama Vantagens e limitações
Nesta seção você aprenderá os três tipos básicos de chama (chama re- Nesta seção você conhecerá os
dutora ou carburante, chama neutra ou balanceada e chama oxidante). proveitos e os prejuízos do pro-
Além da natureza química, essas chamas também se diferem na sua es- cesso de soldagem.
trutura e forma.
A chama redutora ou carburante tem excesso de acetileno. Como
uma chama redutora contém carbono não queimado, sua temperatura é Vantagens
mais baixa que numa chama neutra ou oxidante. Tal chama é recomen-
dada para soldar aços de alto carbono e ferro fundido. ▪▪ É um processo versátil e
simples.
A chama neutra tem, aproximadamente, uma mesma proporção de
volume de acetileno para um volume de oxigênio. Estruturalmente, ela ▪▪ É um processo portátil.
consiste de duas partes chamadas de cone interior e cobertura exterior. ▪▪ Usado na soldagem de chapas
Ela apresenta um cone interior claro, bem definido e luminoso indican- finas e tubos de pequenos diâme-
do que a combustão é completa. Ela normalmente não afeta a compo- tros.
sição química do metal soldado e normalmente produz uma solda de ▪▪ O equipamento utilizado tem
boa aparência, tendo propriedades comparáveis ao metal base. É muito baixo custo.
usada para soldar aços estruturais de baixo carbono e alumínio.
A chama oxidante apresenta um excesso de oxigênio. Ela consiste de
um cone interior branco muito curto e uma cobertura exterior mais cur- Desvantagem
ta. Esta chama tem um som característico tipo um ronco ruidoso. A re-
dução do cone interior é um sinal do excesso de oxigênio. Ela é a chama ▪▪ Tem uso restrito na indústria
mais quente produzida por uma fonte de gás combustível e oxigênio. Tal devido à baixa produtividade.
chama pode oxidar o metal na poça de solda produzindo um cordão de
solda com aparência suja. A chama oxidante é usada para soldar ligas a Após estudar soldagem a gás você
base de cobre, ligas a base de zinco e alguns metais ferrosos como aço verá na unidade seguinte solda-
manganês e alguns ferros fundidos. gem de plasma.
Após conhecer os tipos de chamas você verá na próxima seção as perdas
e os ganhos desse processo de soldagem.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 41


Unidade de
estudo 6
Seções de estudo

Seção 1 – Definição
Seção 2 – Equipamentos
Seção 3 – Eletrodos
Seção 4 – Consumíveis
Soldagem Plasma

SEÇÃO 1
Definição
Nesta seção você aprenderá o que é processo de soldagem a arco plas-
ma. SEÇÃO 2
O Processo de Soldagem a Arco Plasma (Plasma Arc Welding – PAW) é Equipamentos
um processo que produz a coalescência dos metais pelo aquecimento
de um arco constrito entre o eletrodo e a peça de trabalho ou entre o Nesta seção você será apresenta-
eletrodo e o bocal constrito da tocha. Esse gás é usualmente suprido por do aos elementos que compõem
uma fonte auxiliar de gás de proteção. O gás de proteção deve ser um o processo de soldagem plasma.
gás inerte ou uma mistura de gases inertes. O material de adição pode Em seguida você conhecerá qual
ou não ser utilizado. é o eletrodo usado.
Usualmente, a definição de plasma é tida como sendo o quarto estado
da matéria. Costuma-se pensar normalmente em três estados da matéria Fontes de energia
sendo eles: os sólidos, os líquidos e os gasosos.
Considerando o elemento mais conhecido, a água, existem três estados: A fonte de energia utilizada é de
o gelo, a água e o vapor. corrente constante, podendo ser
um retificador, gerador ou inver-
A diferença básica entre esses três estados é o nível de energia em que
sores, sendo de corrente contínua
eles se encontram. Se adicionarmos energia sob forma de calor ao gelo,
com polaridade direta ou corrente
este se transformará em água, que sendo submetida a mais calor, vapo-
alternada (pulsada).
rizará.
As fontes para soldagem plasma
Porém se adicionarmos mais energia, algumas de suas propriedades são
diferem das de corte, porque no
modificadas substancialmente, tais como temperatura e as características
corte a tensão em vazio do equi-
elétricas.
pamento deve ser superior a 200
Esse processo é chamado de ionização, ou seja, a criação de elétrons V.
livres e íons entre os átomos do gás.
As fontes convencionais podem
Quando isso acontece, o gás se torna um “plasma”, sendo eletricamente fornecer correntes de 100 a 500 A
condutor, pelo fato de os elétrons livres transmitirem a corrente elétrica. e as fontes utilizadas em micros-
Alguns dos princípios aplicados à condução da corrente através de um soldagens fornecem correntes a
condutor metálico também são aplicados ao plasma. partir de 0,1 A.
Depois de entender a definição do processo de soldagem plasma você Fontes com tensão em vazio entre
conhecerá na próxima seção os elementos utilizados. 65 V e 80 V podem ser adaptadas
para soldagem com a colocação
de sistemas de abertura de arco-
piloto, pré e pós-vazão.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 43


Ignitor de alta SEÇÃO 3
frequência Eletrodos
A abertura do arco pode ser feita
por um ignitor de alta frequência Nesta seção você verá que o eletrodo utilizado na soldagem plasma é o
ou por meio de um arco-piloto. mesmo utilizado no processo TIG, de tungstênio comercialmente puro
Para tal, a fonte de energia deve (99,5%), ou tungstênio dopado com tório ou zircônio, não sendo con-
contar com uma fonte de energia sumível.
auxiliar de baixa capacidade. Para cortes em alta velocidade, tem-se utilizado um eletrodo de tungstê-
nio dopado com óxido de lantânio, de vida mais longa que os anteriores.
Tochas Os eletrodos são normalmente apontados, com ângulo que pode variar
de 20 a 60°. Essa ponta poderá ser feita por esmerilagem ou por agentes
As tochas são providas de um pu- químicos.
nho para o manuseio do soldado, Na próxima seção você estudará os combustíveis utilizados no processo
um conjunto de pinças para a fi- de soldagem.
xação do eletrodo, condutos para
passagem de gás e água de refri-
geração, um bico de cobre com SEÇÃO 4
orifício para a construção do arco
elétrico e um bocal de cerâmica Consumíveis
para isolação e proteção do ope-
rador. Nesta seção você conhecerá os combustíveis usados nesse processo. Em
seguida, você verá quais são as vantagens e desvantagens desse método
Algumas tochas têm somente um
de soldagem.
orifício central para a passagem
do gás e arco, outras possuem
mais orifícios para a passagem do
gás auxiliar, permitindo maiores
Gases
velocidades de soldagem. Na a
seguir, é possível visualizar uma Em soldagem plasma, pode-se utilizar o mesmo tipo de gás tanto para a
tocha e seus componentes. formação do plasma quanto para a proteção adicional da poça de fusão.
As tochas plasmas geralmente são Pode-se aplicar outros gases inertes como o hélio puro ou misturado
refrigeradas a água. com o argônio, porém requerem tensões mais altas para abertura do
arco.
A utilização do hélio desenvolve maior energia no plasma, portanto, a
refrigeração do bocal do orifício tem que ser muito mais eficiente.
A seleção do gás de proteção depende do tipo e da espessura do metal
de base a ser soldado.

Metal de adição
A maioria das soldagens por este processo não requer metal de adição
em face de sua concentração de calor e facilidade de fusão das partes,
porém, caso haja necessidade, o metal de adição se apresenta na forma
de vareta ou arame enrolado em bobinas.
Figura 22 - Tochas Plasma
Os metais de adição usados na soldagem a plasma são os mesmos usa-
Fonte: Adaptado de SoldaMaq...
dos na soldagem TIG e MIG/MAG.
(2009).
Na soldagem automática, uma bobina de arame é colocada em um ali-
mentador automático com velocidade constante.

44 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 5
Vantagens e desvantagens
Nesta seção você verá os ganhos e as perdas da soldagem plasma.

Vantagens
As vantagens do processo de soldagem a arco plasma em relação ao
processo TIG ou outros processos de soldagem convencional são apre-
sentadas abaixo.
▪▪ Maior concentração de energia e densidade de corrente, conse-
quentemente, menores distorções, maiores velocidades de soldagem e
maiores penetrações.
▪▪ Maior estabilidade do arco em baixos níveis de corrente, permitindo
a soldagem de finas espessuras (a partir de 0.05 mm).
▪▪ O arco é mais “homogêneo” e de maior extensão, permitindo
melhor visibilidade operacional, maior constância da poça de fusão e
menor sensibilidade a variações no comprimento do arco.
▪▪ Menor probabilidade de contaminação do cordão por inclusões de
tungstênio e de contaminação do eletrodo pelo material de adição uma
vez que o mesmo se encontra dentro do bocal.

Desvantagens
▪▪ Alto custo do equipamento (2 a 5 vezes mais que o TIG).
▪▪ Manutenção da pistola mais frequente (orifício calibrado) e cara.
▪▪ Maior consumo de gases.
▪▪ Exigência de maior qualificação da mão de obra.

Depois de estudar soldagem plasma você conhecerá as definições, os


princípios, os equipamentos e as vantagens e desvantagens do processo
de soldagem por pontos.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 45


Unidade de
estudo 7
Seções de estudo

Seção 1 – Definição
Seção 2 – Princípios da soldagem
Seção 3 – Equipamentos
Seção 4 – Eletrodos
Seção 5 – Vantagens e desvantagens
Soldagem por Pontos

SEÇÃO 1
Definição
Nesta seção você conhecerá o que A soldagem por pontos é apenas ▪▪ soldagem por costura (Resisten-
é soldagem por pontos. Em se- um dos diversos tipos de solda- ce Seam Welding – RSEW);
guida, você verá os três princípios gem por resistência. ▪▪ soldagem por projeção (Resis-
desse processo. A soldagem por resistência com- tence Projection Welding – RPW);
Na soldagem por pontos (Resisten- preende um grupo de processos
ce Spot Welding – RSW), a corrente
▪▪ soldagem de topo por resis-
nos quais a união de peças metá- tência (Upset Welding – UW);
passa diretamente por um único licas é produzida em superfícies
botão de solda sendo formado. sobrepostas, ou em contato topo ▪▪ soldagem de topo por cente-
Não existe qualquer outro cami- a topo, pelo calor gerado na junta lhamento (Flash Welding – FW);
nho que permita desvio ou cria- através da resistência à passagem ▪▪ soldagem por resistência a
ção de corrente parasita. de uma corrente elétrica (Efeito alta frequência (High Frenquency
Para efetuar uma boa solda é ne- Joule) e pela aplicação de pressão, Resistence Welding – HFRW).
cessário que as peças façam um podendo ocorrer uma certa quan-
bom contato metal-metal. Todos tidade de fusão na interface.
os elementos (peças e eletrodos) Como exemplo de outros proces-
SEÇÃO 2
devem ser concebidos de tal ma- sos de soldagem por resistência, Princípios da soldagem
neira que permitam a corrente temos:
chegar ao ponto desejado pelo ca- Nesta seção você conhecerá os
minho mais curto. três princípios da soldagem por
pontos, que são: aquecimento,
tempo e pressão. Logo, você será
apresentado aos elementos que
compõem esse processo.
Para que possamos soldar uma
peça com esse processo é neces-
sário considerar fatores importan-
tes. Acompanhe.

Aquecimento
É a temperatura a que devem se
submeter as chapas a serem solda-
das. Essa temperatura deve atingir
1.300 °C no núcleo da solda para
que a fusão seja adequada e não
deve exceder a temperatura de
900 °C na superfície diretamente
Figura 23 - Solda por Pontos
em contato com o eletrodo. Caso
Fonte: Adaptado de Nei (2009). contrário, a estrutura granular do
material será enfraquecida.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 47


Sistema mecânico
O sistema mecânico consiste de
um chassi, que suporta o transfor-
mador de soldagem e outros com-
ponentes dos sistemas elétrico e
de controle, e de um dispositivo
para fixação das peças e aplicação
de pressão. Esses dispositivos têm
acionamento manual, por motor
elétrico, pneumático ou hidráuli-
co.
O equipamento para soldagem
por resistência deve apresentar
três sistemas básicos: elétrico, me-
cânico e de controle.
Figura 24 - Aquecimento
Fonte: Bracarense (2000, p. 2)

SEÇÃO 4
Tempo SEÇÃO 3 Eletrodos
É o tempo necessário para a cor- Equipamentos Nesta seção você conhecerá a
rente fluir e fazer a solda. Basi-
função, o tipo, como é feito esse
camente, usamos o tempo para Nesta seção você verá quais são resfriamento e os problemas mais
desenvolver o botão de solda re- os sistemas usados nesse método comuns com os eletrodos.
querido a fim de obter a resistên- de soldagem. Na próxima seção
cia mecânica ideal para o conjun- Os eletrodos têm a função de
você estudará os eletrodos.
to soldado. conduzir a corrente elétrica,
O equipamento para soldagem transmitir força mecânica, manter
Quanto mais tempo a corrente por resistência possui os seguintes o alinhamento das peças de tra-
fluir, maior será o botão de solda, sistemas básicos: elétrico e mecâ- balho, além de dissipar parte do
até o limite do diâmetro do eletro- nico calor gerado durante a soldagem.
do usado.

Sistema elétrico Tipos de eletrodos


Pressão
O sistema elétrico é composto Há também tipos distintos de ele-
É a compressão sofrida pelas cha- por fonte de energia de corrente trodos, cada um com aplicação es-
pas através dos eletrodos e essa é contínua ou alternada, mais ele- pecífica, tanto no que se refere ao
de vital importância para o con- trodos e conexões. metal a ser soldado como na po-
trole de qualidade da solda, por-
As fontes de corrente alternada sição em que será feita a solda ou
que ela afeta a resistência na face
são do tipo energia direta, sendo geometria da peça a ser soldada.
de contato dos materiais e como
que a corrente de soldagem é for- A fixação dos eletrodos é feita por
consequência o calor gerado. Se
necida diretamente por um trans- rosca ou cone morse.
decrescermos a pressão ou a força
formador monofásico. Caracteri-
dos eletrodos, o aquecimento na
za-se por ter capacidade limitada.
face dos eletrodos aumenta, po-
dendo resultar no desgaste exces- As fontes de corrente continua do
sivo dos mesmos. Por outro lado, tipo energia direta consistem de
se aumentarmos excessivamente a um transformador e um circuito
pressão, resultará em deformação retificador trifásicos. Estas máqui-
mecânica dos mesmos. Deve-se nas demandam um consumo bem
descobrir um meio termo adequa- menor em kVA da rede de distri-
do para a pressão. buição, podendo ter capacidades
mito elevadas.

48 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Contudo, apresenta algumas des-
vantagens.
▪▪ O processo tem a limitação de
poder ser empregado apenas com
chapas finas (até 3 mm).
▪▪ Só podem ser soldados entre
si materiais de natureza diferen-
tes, quando suscetíveis a formar
uma liga, ou quando se introduz
entre eles um material intermedi-
ário que pode se ligar aos metais
base.
Figura 25 - Eletrodos
Fonte: Bracarense (2000, p. 9). Depois de estudar vários tipos de
Em seguida você será apresentado soldagem. A unidade seguinte irá
às vantagens e desvantagens do realizar as considerações finais,
Resfriamento do mostrando a simbologia e como
processo de soldagem por pontos.
eletrodo fixar o metal na base quando hou-
ver folga. Você também irá conhe-
O resfriamento correto dos ele-
trodos tem grande importância na SEÇÃO 5 cer como o ponteamento permite
uma fácil, correta e econômica fi-
execução das soldas e no tempo Vantagens e desvanta- xação das peças soldadas.
de vida útil dos mesmos. A água
deve ser levada tão perto quanto gens
possível da ponta dos eletrodos.
Nesta seção você verá que antes
da soldagem por resistência, as
Problemas comuns peças eram fixadas por parafusos
com os eletrodos e rebites.
A soldagem por resistência ofere-
▪▪ Eletrodos com área de contato ce algumas vantagens. Confira.
muito grande devem ser substitu-
ídos ou afiados. ▪▪ As peças soldadas por este
processo têm maior resistência à
▪▪ Eletrodos com partículas vibração.
metálicas encravadas devem ser
limpos ou substituídos. ▪▪ O processo não produz
respingos e escória, o que facilita
▪▪ Eletrodos com depressões no a obtenção de superfícies com
centro indicando fim de vida,
bom aspecto visual, dispensando
devem ser substituídos.
acabamento final.
▪▪ Eletrodos excêntricos, assimé- ▪▪ Permite a soldagem dos aços,
tricos virados e truncados devem
ligas inoxidáveis, cobre, bronze,
ser corridos, pois podem causar
zinco e magnésio.
mau aquecimento, deforma-
ção do material no ponto, mau ▪▪ Permite economia de material,
aspecto. já permite a dispensa de elemen-
tos de fixação como parafusos,
▪▪ Eletrodos inclinados podem porcas, arruelas, rebites, etc.
causar mau contato, acarretando
em ponto ovalado, superaque- ▪▪ Baixo custo para aquisição dos
cimento do material e ponto de equipamentos e de mão de obra.
baixa resistência mecânica.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 49


Unidade de
estudo 8
Seções de estudo

Seção 1 – Simbologia de soldagem


Seção 2 – Execução de raiz e
ponteamento
Considerações Finais em Soldagem

SEÇÃO 1
Simbologia de
soldagem
Um símbolo colocado abaixo da linha de referência determina que o
Nesta seção você aprenderá a sim- procedimento de soldagem deve ser feito no lado indicado pela linha de
bologia da soldagem, que consiste seta; se o símbolo estiver acima da linha, a soldagem deverá ser feita no
de uma série de símbolos, sinais e lado oposto da linha de seta.
números dispostos de uma forma
particular que fornecem informa-
ções sobre uma determinada sol-
da e/ou operação de soldagem.
Dentre as várias normas que são
utilizadas na simbologia de sol-
dagem, podemos citar as que
correspondem aos processos de
trabalho de indústrias europeias,
norte-americanas e asiáticas, tais
como AWS diversas vezes citada
neste material); Euronorm, nor-
ma europeia; International Standard
Organization (ISO); Japanese Indus-
trial Standards (JIS). As normas
mais utilizadas no Brasil são da
AWS e da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT).
Figura 26 - Linha de Referência
Apesar dos vários sistemas de
simbologia de soldagem desen- Fonte: Embratecno (2009).
volvidos em normas de diferentes
países, esses símbolos são simi-
Linha de seta
lares aos desenvolvidos pela, por
meio da sua normas AWS A2.4 A linha de seta parte de uma das extremidades da linha de referência e
– Symbols for Welding and Nondes- indica a região em que deverá ser realizada a soldagem. A linha da seta
tructive Testing (Símbolos para Sol- pode ser colocada tanto na extremidade esquerda quanto na direita da
dagem e Testes Não Destrutivos). linha de referência, devendo ser observada a estética do desenho.

Linha de referência
A linha de referência é um traço
horizontal que serve de suporte
para as informações a respeito da
soldagem. Conforme sua localiza-
ção, acima ou abaixo da linha da
referência, os símbolos utilizados Figura 27 - Linha de Seta
indicam ações diferentes.
Fonte: Santos (2009, p. 3).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 51


▪▪ Para simbolizar a solda por
A linha de seta pode ser contínua ou não. Quando a linha de
ponto, utiliza-se um círculo
seta é contínua, indica que qualquer um dos lados da junta
pode apresentar chanfro. A linha de seta não contínua indica o
colocado no meio da linha de
lado da junta que deverá ser chanfrado. referência, como verificamos na
figura abaixo.

Figura 32 - Linha de Seta


Fonte: Santos (2009, p. 4).

▪▪ O símbolo de solda por pro-


jeção é representado como um
Figura 28 - Linha de Seta Contínua círculo colocado tangencialmente
Fonte: Santos (2009, p. 5). à linha de referência, acima ou
abaixo dela, conforme a figura
abaixo.
Cauda ▪▪ O símbolo de solda em
ângulo com cordão tipo filete é
Este símbolo é chamado cauda representado por um triângulo
e traz informações a respeito de retângulo posto acima ou abaixo
procedimentos, especificação e da linha de referência, conforme
normas estabelecidas por associa- figura abaixo. Figura 33 - Solda por Projeção
ções de soldagem. Essas indica- Fonte: Santos (2009, p. 4).
ções são compostas de algarismos
e letras, representativos do proce-
▪▪ Se as duas faces forem
dimento. Se não for necessária ne-
convexas, o símbolo será de
nhuma especificação, o desenho
dois desenhos de um quarto de
da cauda pode ser dispensado. Figura 30 - Solda em Ângulo
circunferência colocados acima,
Fonte: Santos (2009, p. 3). abaixo ou em ambos os lados da
linha de referência.
▪▪ O símbolo da solda de junta
sem chanfro é representado por
duas linhas verticais, em um dos
Figura 29 - Cauda lados ou nos dois lados da linha
Fonte: Santos (2009, p. 3). de referência, como verificado na
figura abaixo.
Símbolos básicos
Os símbolos básicos de solda-
gem transmitem as informações
elementares do processo, como Figura 31 - Junta sem Chamfro
o tipo de solda e o chanfro utili- Fonte: Santos (2009, p. 4).
zado.

52 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 34 - Duas Faces
Fonte: Santos (2009, p. 6).

▪▪ Os símbolos das juntas com


chanfro são: “V” ou “X”, meio
“V” ou “K”, “U” ou duplo “U”,
“J” ou duplo “J”. O chanfro de
uma junta é indicado por meio
desses símbolos colocados na
linha de referência. Os variados
tipos de juntas com chanfro, seus
respectivos símbolos e as repre-
sentações deles nas juntas podem
ser vistos na figura abaixo.

Figura 35 - Linha de Seta


Fonte: Santos (2009, p. 5).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 53


Símbolos ▪▪ O símbolo de perfil de solda
convexo é representado por um
suplementares arco colocado no símbolo de
A simbologia de soldagem utiliza chanfro e significa que o cordão
também símbolos suplementares deve apresentar um excesso de
para fornecer informações mais material, como na figura abaixo.
detalhadas a respeito do tipo de
trabalho a ser feito. Figura 37 - Solda no Campo
Fonte: Santos (2009, p. 8).
▪▪ As linhas múltiplas de refe-
rência, representadas na figura
abaixo, são utilizadas para conter ▪▪ O símbolo de solda em todo
as informações a respeito das contorno é representado por um
operações sucessivas de solda- círculo colocado na intersecção
gem. A primeira operação será da linha de referência com a linha
aquela indicada pela linha mais de seta e indica que todo o local
próxima e assim sucessivamente. ao redor da junta (perímetro)
deve ser soldado. Este tipo de
soldagem geralmente acontece Figura 40 - Linha de Seta
com junta em T. Fonte: Santos (2009, p. 10).

▪▪ O símbolo de solda cônca-


va é representado por um arco
colocado no símbolo de chanfro
e indica que o cordão de solda
Figura 36 - Linha Múltipla
deve apresentar uma concavidade
Fonte: Santos (2009, p. 8).
ou depressão em relação à super-
Figura 38 - Solda em Todo o Contorno fície da peça, conforme a figura
▪▪ O símbolo de solda no campo Fonte: Santos (2009, p. 8). abaixo.
é representado por um triângulo
cheio, ligado a um traço vertical
e indica que a junta deve ser sol- ▪▪ O símbolo de perfil de solda
dada no final da montagem do nivelado é representado por um
conjunto. Isso acontece no caso traço horizontal colocado no
de soldagem de conjuntos forma- símbolo de chanfro e diz respeito
dos por peças muito grandes que ao acabamento exigido para a
só podem ser montadas na obra. solda, conforme a figura abai-
A ponta do triângulo ou bandei- xo. Quando o perfil nivelado é
ra deve estar sempre em posição requerido, o cordão de solda deve
oposta à linha de seta. ficar no nível da peça.

Figura 41 - Linha de Seta


Fonte: Santos (2009, p. 10).

Dimensões do cordão
de solda
Figura 39 - Linha de Seta As dimensões da solda são repre-
Fonte: Santos (2009, p. 8). sentadas por números colocados
ao lado do símbolo ou dentro dele
e indicam: a altura da perna da
solda, a profundidade ou o ângulo
do chanfro a ser feito, a abertura

54 CURSOS TÉCNICOS SENAI


da raiz, a penetração de solda ou garganta efetiva, o comprimento e o ▪▪ A medida de penetração ou
espaçamento do cordão de solda. garganta efetiva é colocada à
esquerda do símbolo de solda,
▪▪ No caso de solda de pernas desiguais (Figura 42), as cotas devem
entre parênteses, como represen-
indicar primeiro a altura da perna e depois o seu comprimento.
tado na figura abaixo.

Figura 42 - Linha de Seta


Fonte: Santos (2009, p. 11).

▪▪ A medida do ângulo é colocada dentro do símbolo do chanfro. A


medida da profundidade do chanfro a ser feito é colocada do lado
esquerdo do símbolo, como na figura abaixo.

Figura 45 - Penetração
Fonte: Santos (2009, p. 11).

Figura 43 - Medida do Ângulo


Fonte: Santos (2009, p. 11).
▪▪ O espaçamento de uma solda
descontínua também é indicado
à direita do símbolo; no caso de
▪▪ Abertura de raiz é a distância, na raiz da junta, entre as duas peças a solda descontínua coincidente,
serem soldadas. A medida é colocada dentro do símbolo que represen- o símbolo é colocado acima e
ta a junta, como na figura abaixo. abaixo da linha de referência. A
dimensão do espaçamento de
uma solda descontínua intercala-
da também é indicada à direita do
símbolo, seguida pela dimensão
do comprimento, conforme a
figura a seguir.

Figura 44 - Abertura de Raiz


Fonte: Santos (2009, p. 11).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 55


Figura 46 - Solda Descontínua
Fonte: Santos (2009, p. 12).

Em seguida você estudará como beneficiada. Abaixo, as figuras 47


prender um metal em um apoio e 48 mostram exemplos de dispo-
quando houver folga. sitivos para se fixar o metal base.

SEÇÃO 2
Execução de raiz e
ponteamento
Nesta seção você conhecerá como
fixar o metal na base quando hou-
ver folga.
A folga na montagem é fator de- Figura 47 - Dispositivo de Pré-Fixação:
terminante para a boa penetração Cachorro
do primeiro passe. Ela é direta- Fonte: Gimenes (2009, p. 19).
mente ligada ao diâmetro do ele-
tro utilizado.
Para além desse fator, é importan-
te verificar também a influência
da polaridade, sendo que para o
primeiro passe, em especial em
fundo de chanfro, é recomenda-
do utilizar polaridade direta, ou
seja, o eletrodo no polo negativo,
pois nesse caso, além de temos Figura 48 - Recurso Utilizado para
uma temperatura menor na peça, Fixação de Peças
temos ainda uma convergência Fonte: Gimenes (2009, p. 19).
do arco elétrico, que do ponto
de vista da penetração é bastante

56 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A finalidade do ponteamento é Uma regra prática utilizada para peças com muitas vinculações é utilizar
permitir uma fácil, correta e eco- entre 1,5 a 3 vezes a espessura da chapa.
nômica fixação das peças a soldar. Nos casos em que não é possível a remoção da raiz, ou se pretende uma
Ele consiste em executar cordões junta perfeitamente penetrada sem remoção, pode-se utilizar de alguns
curtos e distribuídos ao longo da artifícios para manter o chanfro limpo e a abertura adequada para a ope-
junta, sendo sua função básica ração de soldagem.
manter a posição relativa entre as
peças, garantindo a manutenção
de uma folga adequada. O ponte-
amento pode ser aplicado direta-
mente na junta, nos casos em que
é prevista a remoção da raiz.
A geometria da peça e a sequência
de pontos devem ser estudados
de forma a evitar, ou minimizar
as distorções ou o fechamento
das bordas. Se isso não for evi-
tado, virá a prejudicar a penetra-
ção e será preciso uma remoção
excessiva de raiz, sob risco de vir
a causar inclusão de escória, por
exemplo. Figura 49 - Ponteamento
Para evitar tais inconvenientes, a Fonte: Santos (2009, p. 13).
técnica recomendável é partir do
centro para as extremidades.
Na unidade 9 você estudará a evolução das máquinas CNC, as caracte-
O comprimento do ponto é de- rísticas, os tipos de linguagens de programação, o sistema de movimento
terminado em função da experi- e a referência dos eixos e sistema de coordenadas.
ência do soldador e deverá ser tal
que garanta possíveis manobras
na peça, e ao mesmo tempo resis-
ta aos esforços de contração cau-
sados pela operação de soldagem.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 57


Unidade de
estudo 9
Seções de estudo

Seção 1 – História e evolução das


máquinas CNC
Seção 2 – Características das máquinas
CNC
Seção 3 – Tipos de linguagens de
programação
Seção 4 – Sistema de movimento e
referência dos eixos
Seção 5 – Sistema de coordenadas
História e Características
das Máquinas CNC

SEÇÃO 1
História e evolução das
máquinas CNC
O comando numérico pode ser ▪▪ facilidade de usinar perfis
Nesta seção você verá como as utilizado em qualquer tipo de simples e complexos;
máquinas-ferramentas evoluíram máquina-ferramenta. Sua aplica- ▪▪ repetibilidade dentro dos limi-
até as máquinas CNC (Comando ção tem sido maior nas máquinas tes próprios da máquina;
Numérico Computadorizado). de diferentes operações de usina-
gem, como tornos, fresadoras e ▪▪ maior controle sobre desgaste
Em seguida você estudará as ca-
centros de usinagem. das ferramentas;
racterísticas das máquinas.
Basicamente, sua aplicação deve ▪▪ possibilidade de correção
No desenvolvimento histórico
ser efetuada em empresas que uti- desses desgastes;
das máquinas-ferramentas de usi-
nagem, sempre se procurou solu- lizam as máquinas em usinagem ▪▪ profundidade de corte perfei-
ções que permitissem aumentar de peças em séries repetitivas ou tamente controlável;
a produtividade com qualidade em fermentarias, que usinam pe- ▪▪ troca automática de velocida-
superior associada à minimização ças com geometrias complexas. des;
dos desgastes físicos na operação Na aquisição de uma máquina ▪▪ redução do refugo;
das máquinas. Muitas soluções com comando numérico deve-
surgiram, mas até recentemente rão ser observados vários fatores ▪▪ maior segurança do operador;
nenhuma oferecia a flexibilida- relacionados com os critérios de ▪▪ redução na fadiga do opera-
de necessária para o uso de uma aplicação, vantagens e recursos do dor;
mesma máquina na usinagem de equipamento. ▪▪ troca rápida de ferramentas.
peças com diferentes configura- As principais vantagens são:
ções e em lotes reduzidos.
▪▪ maior versatilidade do proces- Os principais recursos do CNC
A história não termina, e sim abre são:
so;
novas perspectivas de desenvol-
vimento que deixam de envolver ▪▪ interpolações lineares e circu- ▪▪ vídeo gráfico para visualização
somente máquinas operatrizes lares; do campo de trabalho da ferra-
de usinagem, entrando em novas ▪▪ corte de roscas; menta;
áreas. Os desenvolvimentos da ▪▪ compensação do raio da fer-
▪▪ redução na gama utilizável de
eletrônica aliados ao grande pro- ramenta;
ferramentas;
gresso da tecnologia mecânica
▪▪ compactação do ciclo de ▪▪ programação de contornos
garantem essas perspectivas do
usinagem; complexos;
crescimento.
▪▪ menor tempo de espera; ▪▪ programação de velocidade de
corte constante;
▪▪ menor movimento da peça;
SEÇÃO 2 ▪▪ programação com subprogra-
▪▪ menor tempo de preparação
Características das da máquina;
mas;
máquinas CNC ▪▪ programação em coordenadas
▪▪ as dimensões dependem quase absolutas ou incrementais nos
que somente do comando da deslocamentos;
Nesta seção você conhecerá as máquina;
características importantes das ▪▪ transmissão dos programas
▪▪ simplificação dos dispositivos; por entrada manual de dados,
máquinas CNC, suas principais
vantagens e recursos. ▪▪ aumento da qualidade de cabos (rs232) ou via rede de
serviço; comunicação;

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 59


▪▪ controle de tempo de vida da usinagem da peça, detalhando as
ferramenta; coordenadas da ferramenta em
▪▪ programação em milímetros relação à peça.
ou polegadas; Já a forma assistida por com-
▪▪ programação com ciclos fixos putador é feita diretamente por
de usinagem; meio do diálogo pelo computa-
dor. Assim, parte do trabalho é
▪▪ pre-set de ferramentas de traba- transferida para o computador.
lho realizado na própria máquina.
Com a forma gráfica interativa,
o programador executa o progra-
Na próxima seção você poderá se ma de forma gráfica, podendo
familiarizar com alguns termos de visualizar os percursos das ferra- Figura 50 - Eixos no Torno
programação das máquinas CNC. mentas e deslocamentos da peça. Fonte: CNC Programmer 2D (2003).
Dessa maneira, a programação é
feita apenas pelo programa, sem
SEÇÃO 3 exigir esforço do programador.
Tipos de linguagens de Muitas vezes esse programa é
programação associado aos sistemas de CAM
(Manufatura Assistida por Com-
putador).
Nesta seção você conhecerá uma
linguagem de programação para
operar esse tipo de equipamento.
Em seguida, você verá como usar
SEÇÃO 4
o sistema de movimento para in- Sistema de movimento
dicar as posições das ferramentas. e referência dos eixos
A programação nas máquinas
CNC tem como base a orientação Nesta seção você verá o sistema
da ferramenta para usinagem de de movimento e referência dos ei-
peças. A máquina executa a pro- xos nas máquinas de CNC.
gramação na ordem que lhe foi Os movimentos das máquinas
fornecida, por isso é importante operatrizes CNC que dão origem
uma sequência correta das infor- à geometria da peça são coman-
mações. Além dessa lógica, exis- dados e controlados pelo coman- Figura 51 - Eixos na Fresadora
tem vários tipos de linguagem, do da máquina. Para que isso seja Fonte: CNC Programmer 3D (2003).
sendo específicos para cada má- possível, o comando deve receber
quina. a informação que permite a ele re-
O exemplo mais popular é a APT conhecer qual dos carros, mesas,
(ferramenta automaticamente cabeçotes ou árvores de rotação
programada), utilizada desde o ele deve comandar e controlar Muitas máquinas CNC
ano de 1959. Outras linguagens num dado instante. permitem o movimento ro-
foram utilizadas durante alguns tativo da mesa de trabalho e
O programa CNC é quem forne-
anos, porém a maioria deriva da do cabeçote da árvore, dando
ce essas informações, por meio de maior flexibilidade à máquina
APT. designações normalizadas das di- que pode, por intermédio
Já em relação ao processo de ge- reções e sentido dos movimentos disso, usinar diversos lados da
ração de programas CNC, três dos componentes da máquina. As peça com diferentes ângulos
diferentes formas devem ser direções e os sentidos dos movi- de posicionamento.
analisadas: manual, assistida por mentos são designados conforme
computador e gráfica interativa. norma DIN 66217.
A forma manual é desenvolvida
pelo programador, que escreve as
instruções que serão realizadas na

60 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Esses eixos rotativos da mesa e O ponto zero peça “W” é o ponto
do cabeçote possuem comandos que define a origem (X0, Z0) do
próprios e independentes dos ei- sistema de coordenadas da peça.
xos direcionais básicos dos carros. Esse ponto é definido no progra-
Os eixos rotativos são designados ma por um código de função pre-
conforme a norma DIN, com paratória “G” e determinado na
letras “A”, “B” e “C” (primei- máquina pelo operador na prepa-
ras letras do alfabeto) e os eixos Figura 53 - Ponto de Referência de ração da mesma (pre-set), levando
principais de avanço com as letras Máquina R em consideração apenas a medida
“X”, “Y” e “Z” (últimas letras do Fonte: CNC Programmer 3D (2003). de comprimento no eixo Z, toma-
alfabeto). da em relação ao zero máquina.
Para peças especiais são usa-
das máquinas com mais eixos, O ponto de referenciamento é
além dos três básicos principais. uma coordenada definida na área
Os centros de usinagem são um de trabalho por meio de chaves
exemplo disso, pois além dos ei- limites e cames, que servem para
xos básicos principais de avanço, a aferição e o controle do sistema
eixos rotativos da mesa e cabeço- de medição dos eixos de movi-
te frequentemente possuem um mento da máquina. Tal coordena-
eixo de avanço adicional. Eixos de da é determinada pelo fabricante Figura 56 - Ponto de Trajetória N
avanço adicionais aos eixos “X”, da máquina. Fonte: CNC Programmer 3D (2003).
“Y” e “Z” são designados de ma-
neira geral pelas letras “U”, “V” O ponto de trajetória “N” é um
e “W”. ponto no espaço. Porém, uma
vez referenciada a máquina, suas
coordenadas de posicionamento
dentro da área de trabalho são re-
conhecidas pelo comando e ser-
virão como referência na obten-
Figura 54 - Ponto Zero Máquina M
ção dos balanços das ferramentas
Fonte: CNC Programmer 3D (2003). (bX, bZ) quando montadas na
máquina durante a preparação da
O ponto zero da máquina é o mesma (ver ponta útil da ferra-
ponto zero para o sistema de co- menta).
ordenadas da máquina (X0, Z0),
e também o ponto inicial para
todos os demais sistemas de co-
ordenadas e pontos de referência
Figura 52 - Denominação dos Eixos existentes. Geralmente, é deter-
Rotativos da Mesa e do Cabeçote minado após o referenciamento
Fonte: CNC Programmer 3D (2003). da máquina.

As máquinas de usinagem a CNC


possuem vários pontos de refe-
rência, conforme segue:
Figura 57 - Ponto Comandado da Fer-
ramenta P (Ponta Útil)
Fonte: CNC Programmer 2D (2003).
Figura 55 - Ponto Zero Peça W
Fonte: CNC Programmer 3D (2003).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 61


O ponto comandado da ferra-
menta é o ponto de atuação da
ferramenta no perfil programa-
do. Porém para que isso ocorra
é necessário definir os valores de
balanço em “X” e “Z” das ferra-
mentas operantes, tendo como re-
ferência nas tomadas de medidas
o ponto de trajetória “N”. Tais
valores introduzidos no comando
durante a preparação da máquina
servem para efetuar os cálculos
necessários para que o ponto de
trajetória “N” se dê afastado do
perfil programado, permitindo
assim a atuação da ponta útil das
ferramentas (P) na usinagem da
peça. Figura 60 - Localização dos Pontos de Referência no Torno
Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

secção corresponde à origem, ou


SEÇÃO 5 seja, ao ponto zero do sistema, e
Sistema de toma como referência a linha de
coordenadas centro do eixo-árvore da máqui-
na, onde todo movimento trans-
Na elaboração do programa de versal a ele corresponde ao eixo
usinagem para a máquina CNC o de coordenadas “X” (em geral
programador utiliza, para o dire- relativo a diâmetro) e todo movi-
cionamento dos movimentos do mento longitudinal corresponde
carro ou da mesa, um sistema de ao eixo “Z” (comprimento).
coordenadas cartesianas.
Toda geometria da peça é obtida
Figura 58 - Ponto Comandado da com o auxílio de um sistema de
Ferramenta coordenadas. O sistema de co-
Fonte: CNC Programmer 2D (2003). ordenadas é definido por linhas
retas que se cruzam perpendicu-
larmente, determinando em sua
intersecção uma origem, ou seja,
o “ponto zero”.
Obedecendo a regra da mão di- Figura 61 - Origem dos Eixos
reita, e uma origem determinada,
tais retas representam os eixos de Para um sistema tridimensional,
movimento da máquina (X, Y, Z), são utilizados três eixos perpen-
por meio dos quais serão tomadas diculares (90°) entre si, que po-
as medidas dimensionais das pe- dem ser designados pelos dedos
ças utilizadas para a programação. da mão direita. Dessa forma é
No torno, para a programação comum chamar de regra da mão
CNC, o sistema de coordenadas direita, sendo que:
Figura 59 - Ponto Comandado da utilizado é composto de dois ei- ▪▪ o polegar indica o sentido po-
Ferramenta xos (X e Z), cujo ponto de inter- sitivo do eixo imaginário, repre-
Fonte: CNC Programmer 2D (2003).
sentado pela letra “X”;

62 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪▪ o indicador aponta o sentido
positivo do eixo “Y”;
▪▪ o médio mostra o sentido
positivo do eixo “Z”.

Figura 62 - Regra da Mão Direita


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

▪▪ O eixo de giro na mesma


direção do eixo “X” é designado
como “A”; na mesma direção do
eixo “Y” é designado como “B”;
e na mesma direção do eixo “Z”
é designado como “C”. Ou seja,
a disposição dos eixos conforme
a norma DIN 66217 é:
▪▪ avanços lineares............. XYZ
▪▪ avanços rotativos.......... ABC
▪▪ avanços adicionais........ UVW
Figura 63 - Posição dos Eixos no Torno
Fonte: CNC Programmer 2D (2003).
Para o comando de avanço e pe-
netração nos tornos, bastam ape-
nas dois eixos imaginários. Esses Os quadrantes são definidos a partir de uma origem predeterminada,
são designados pelas letras “X” e que no caso do torno é indicada por uma linha perpendicular à linha de
“Z”, sendo que o eixo “X” se re- centro do eixo-árvore, e obedece sempre à mesma ordem independente
laciona com o diâmetro da peça, do tipo de torre utilizada (torre traseira ou torre dianteira), portanto, o
e o eixo “Z”se relaciona com as sinal positivo ou negativo introduzido na dimensão a ser programada é
dimensões longitudinais da peça. dado em função do quadrante no qual a ferramenta atuará.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 63


X+

Placa

Peça Z+

Figura 66 - Zero Peça no Fundo


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

Figura 64 - Torre Traseira


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

X+
Placa

Peça Z+

Figura 67 - Zero Peça na Face


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

Figura 65 - Torre Dianteira A origem no sistema de coorde-


Fonte: CNC Programmer 2D (2003). nadas incrementais é estabelecida
em cada movimento da ferramen-
Para fazer a programação de uma máquina a CNC podemos encontrar ta.
dois sistemas de coordenas: o sistema de coordenadas absolutas e o sis- Qualquer deslocamento efetu-
tema de coordenadas incrementais. ado irá gerar uma nova origem,
Define-se como sistema de coordenadas absolutas o sistema de coorde- ou seja, qualquer ponto atingido
nadas no qual o ponto a ser atingido pela ferramenta é dado tomando pela ferramenta a origem das co-
como referência o “zero peça”. ordenadas passará a ser o ponto
Para a utilização desse tipo de sistema de coordenadas, deve-se racioci- alcançado.
nar no CNC da seguinte forma: da posição em que parou a ferramenta, Todas as medidas são feitas pela
quanto falta para chegar ao próximo ponto. distância a ser deslocada.
Nesse sistema, a origem preestabelecida como sendo X0, Z0, o ponto Nota-se que o ponto “A” é a ori-
X0 é definido pela linha de centro do eixo-árvore e Z0 é definido por gem do deslocamento para o pon-
qualquer linha perpendicular à linha de centro do eixo-árvore. to “B”, e “B” será a origem para o
Esse processo é denominado “zero flutuante”, ou seja, pode-se flutuar deslocamento até o ponto “C”, e
em relação ao eixo Z, porém, uma vez definida a origem, ela se torna assim sucessivamente.
uma origem fixa, ou seja, não muda mais.
Durante a programação, normalmente a origem (X0, Z0) é preestabe-
lecida no fundo da peça (encosto da castanha), ou na face da mesma,
conforme ilustração abaixo:

64 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Na unidade anterior você foi
apresentado às máquinas CNC.
Na próxima unidade você estuda-
rá as características e as funções
existentes nesse programa.
C B
D
A
Z+

X+

Figura 68 - Origem do Deslocamento Coordenada Incremental


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

Figura 69 - Exemplo de Posicionamentos em Coordenada Absoluta e Coorde-


nada Incremental.

COORDENADAS COORDENADAS
MOVIMENTO
ABSOLUTAS INCREMENTAIS
DE PARA X Z X Z
P1 30 60 0 0
P1 P2 30 30 0 -30
P2 P3 50 20 20 -10
P3 P4 80 20 30 0
P4 P5 80 0 0 -20

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 65


Unidade de
estudo 10
Seções de estudo

Seção 1 – Estrutura e características do


programa CNC
Seção 2 – Funções auxiliares
Seção 3 – Funções miscelânea
Seção 4 – Funções preparatórias
Seção 5 – Funções de interpolação
linear e circular
Introdução à Programação CNC

SEÇÃO 1
Estrutura e característi-
cas do programa CNC
sárias para a execução de uma de- Origem zero peça
Nesta seção você conhecerá as terminada peça. Tal composição
características e estruturas do deverá ser estruturada com os ele- Por intermédio das funções pre-
programa CNC. São diversos os mentos seguintes. Observe! paratórias de G54 a G59, define-
meios de elaboração dos progra- se a origem zero (X0, Z0) do sis-
mas, sendo os mais usados lista- tema de coordenadas da peça.
dos a seguir.
Cabeçalho
Através do cabeçalho do progra- Definição do RPM e
ma são introduzidos o nome do
Linguagem de programa e as funções que deter-
sentido de giro
programação minam os modos de programação Na definição da rotação a, função
A fim de facilitar o processo de necessários para a execução do preparatória G96 deverá ser utili-
desenvolvimento de programas, programa, tais como o sistema de zada quando se deseja promover
foram desenvolvidas linguagens coordenadas empregado, o plano a variação do RPM dentro de uma
de programação que facilitam ao de trabalho desejado, o sistema de determinada faixa de rotação,
usuário ordenar aos computado- medição, etc. caso contrário, deve-se usar a fun-
res o que fazer. ção G97, ou seja, RPM direto.
Criaram-se linguagens como: ISO Comentários Aplicando-se a função G96, com
e EIA. a função auxiliar “S”, determina-
O caractere que define um co- se o valor de Vc utilizado, com o
mentário é parênteses ( ). qual o comando fará os devidos
Linguagem EIA/ISO O texto de um comentário deverá cálculos de variação de RPM de
estar incluso entre os caracteres acordo com os diâmetros usina-
Linguagem de códigos ISO, tam-
“( )” por meio do qual é possível dos. Caso tenha sido feito o uso
bém conhecida como códigos
passar instruções ou informações da função G97, a função auxiliar
“G”. É na atualidade a mais uti-
ao operador. “S” determina apenas o valor de
lizada, tanto na programação ma-
RPM a ser utilizado.
nual como na programação gráfi-
ca, onde é utilizado o CAM. A função G92 deverá ser utilizada
Chamada de sempre que for feita a programa-
Os códigos EIA/ISO foram cria- ferramenta ção utilizando a função G96, pois
dos antes mesmo do aparecimen-
A chamada das ferramentas ope- ela tem por finalidade limitar a
to das máquinas CNC, eles eram
rantes é feita pela função auxiliar RPM máxima aplicada, indiferen-
usados nos escritórios em máqui-
“T” (formato T4, quatro dígitos), te do diâmetro usinado. Já a fun-
nas de escrever automáticas que
cujos dígitos numéricos definem o ção miscelânea M03 (sentido anti-
utilizavam cartões perfurados.
número da ferramenta e corretor, horário de giro) ou M04 (sentido
e também pelas instruções ineren- horário de giro) define o sentido
Composição de um tes à sua utilização, tais como de- de giro da placa, visto frontalmen-
programa CNC finição de zero peça, definição de te.
RPM e sentido de giro.
A composição de um programa
CNC se baseia nas informações
geométricas e tecnológicas neces-

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 67


Blocos de usinagem SEÇÃO 2 Função O –
Um bloco de usinagem contém Funções auxiliares Identificação do programa
todas as informações necessá- Todo programa ou subprogra-
rias à execução de uma etapa do Nesta seção são apresentadas as ma é identificado na memória da
programa. Está limitado em 43 funções auxiliares, que englobam máquina por meio de um único
caracteres por linha e pode ser funções para identificar os blo- número “O” composto de até
subdividido em várias linhas de cos de comandos, os programas, quatro dígitos e vai de O0001 até
programação. eliminar a execução de blocos de O9999.
O número do bloco pode ser es- comando, definir o avanço da fer-
colhido livremente, obedecendo a ramenta de corte e da rotação do
uma ordem de aparecimento na eixo-árvore. Função Barra (/) –
programação, porém não deverá As funções auxiliares formam um Eliminar a execução de
haver mais de um bloco com o grupo de funções que comple- blocos
mesmo número. tam as informações transmitidas
Utilizamos a função (/) quando
É permitida a programação sem ao comando através das funções
for necessário inibir a execução de
numeração de bloco, no entan- preparatórias e funções de posi-
blocos ou sentenças no programa,
to, nesse caso não será possível o cionamento, principalmente com
sem alterar a programação.
adiantamento do programa para informações tecnológicas. Dentre
um bloco intermediário nem a as funções auxiliares, podemos
utilização de instruções de salto. destacar as relatadas a seguir. Função F – Define o
avanço da ferramenta de
Ponto de troca Função N – corte
Identificação de número Geralmente nos tornos CNC
O ponto de troca é um posiciona-
mento definido na programação de blocos ou sentença são utilizados avanços em mm/
para promover as trocas de ferra- rotação ou em mm/minutos. O
Cada bloco ou sentença de infor-
mentas necessárias à execução da avanço de corte é obtido levando
mação é identificado pela função
peça. em consideração o material, a fer-
“N”, seguida de até quatro dígitos.
ramenta e a operação a ser execu-
tada.
Final de programa
DICA
O final do programa será repre- Função S – Define a
A função “N” deverá ser infor-
sentado por uma função misce- mada no início do bloco ou sen- rotação do eixo-árvore
lânea específica entendida pelo tença.
comando, e tal instrução deverá Por meio desta função o coman-
estar sozinha na sentença e na úl- do recebe informações quanto ao
tima linha de programação, a qual valor da velocidade de corte de
promoverá o retorno ao início do Se usada esta função, deveria ser duas maneiras diferentes. Acom-
programa. incrementada com valores, por panhe a seguir.
A seguir você conhecerá as fun- exemplo, de cinco em cinco ou
1. Velocidade de corte cons-
ções utilizadas nos programas dez em dez, deixando assim espa-
tante direta
CNC. ço para possíveis modificações no
programa. Quando utilizado junto com a
função G96, o valor da função au-
xiliar “S” entra como valor de ve-
Exemplo locidade de corte constante, com
N50 G0 X130. Z140. o qual o comando executa os cál-
N55 G1 X132. Z138. F.2 culos de rpm em função do diâ-
metro da peça, ocasionando assim
uma variação de rotação durante a
usinagem.

68 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Deve-se limitar o rpm máximo al- Exemplo M00 – Parada
cançado em função da velocidade
de corte requerida, programando-
T0101 programada
se a função G92 seguida da fun- Sendo que: O código M00 causa parada ime-
ção auxiliar “S”, entrando neste ▪▪ o primeiro numeral (01) diata do programa, refrigerante de
caso como valor máximo de rota- representa qual ferramenta será corte, eixo-árvore e um aviso de
ção a atingir. usada; e “AGUARDANDO INÍCIO” é
mostrado no vídeo ao operador.
Exemplo ▪▪ o segundo numeral (01) repre-
senta o corretor usado para as O início é dado novamente por
G96 (Programação em velocidade medidas e o desgaste do inserto. intervenção manual pelo botão
de corte constante) “CYCLE START”.
S 200. (Valor da velocidade de A função M00 é programada ge-
Função ; (EOB – END ralmente para que o operador
corte)
OF BLOCK) possa virar a peça na placa, trocar
G92 S3000 M03 (Limitação de
RPM máximo e sentido de giro) A função auxiliar “EOB” é re- a ferramenta manualmente, trocar
presentada pelo caractere “;” e é faixas de rotações, etc.
2. Rotação constante indireta utilizada no final de cada bloco ou
Quando utilizado com a função sentença com o intuito de finalizá-
M01 – Parada opcional
G97, o valor da função auxiliar la para que outra possa ser aberta.
do programa
“S” entra apenas como valor de
rotação constante a ser usada da Esta função causa a interrupção
máquina, com um formato de SEÇÃO 3 na leitura do programa. Ela só é
função “S” (4 dígitos). Funções miscelânea executada se a tecla localizada no
painel do comando “OPTlONAL
Exemplo Continuando os seus estudos, STOP’” estiver ativa.
G97 (Programação em rpm dire- nesta seção você conhecerá os Neste caso, a função M01 se torna
ta) tipos de funções miscelânea exis- igual à função M00.
S3000 M3 (rpm constante e sen- tentes nesse programa. Após a parada, pressione o botão
tido de giro) As funções miscelâneas “M” for- “CYCLE START” para reiniciar a
mam um grupo de funções que leitura do programa.
abrangem os recursos da máqui-
Função T – Define a na não cobertos pelas funções
ferramenta preparatórias, posicionamento, M02 – Fim de
auxiliares e especiais, ou seja, são programa
A função T é usada para selecio-
funções complementares. Esta função é para indicar fim do
nar as ferramentas informando à
máquina o seu zeramento, raio do Essas funções têm formato “M” programa existente na memória
inserto, sentido de corte e corre- (2 dígitos) e são determinadas de do comando.
tores. Geralmente, o código “T” acordo com a máquina. Observação
é acompanhado de quatro dígitos. As funções miscelâneas estão de- Esta função não retorna no início
Os dois primeiros definem a po- finidas de acordo com a norma do programa.
sição da ferramenta na torre e os DIN 66025, dentre as quais pode-
dois últimos definem o número mos destacar abaixo as principais.
do corretor. M03 – Rotação do
eixo-árvore no sentido
anti-horário
Esta função gira o eixo-árvore
no sentido anti-horário, olhando
a placa frontalmente. A função
M03 é cancelada por: M01, M02,
M04, M05, M30 e M00.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 69


M04 – Rotação do M26 – Recua o ▪▪ não modais - são as funções
que todas as vezes que requeridas
eixo-árvore no sentido mangote da contra-ponta devem ser programadas, ou seja,
horário Esta função quando ativada efe- são válidas somente no bloco que
Aplicação: sentido horário de ro- tua o recuo da manga do contra- as contém.
tação do eixo-árvore. ponto.
Esta função gira o eixo-árvore no Programação em
sentido horário, olhando a placa M27 – Avança polegada
frontalmente. A função M04 é
cancelada por: M01, M02, M03, Esta função quando ativada efe- Esta função prepara o comando
M05, M30 e M00. tua o avanço da manga do contra- para computar todas as entradas
ponto. de dados dimensionais em pole-
gada. A função é modal e quando
M05 – Parada do utilizada deve ser programada em
eixo-árvore M30 – Fim de um bloco separado.
programa
Esta função, quando programada, Observação
para imediatamente a rotação do Esta função tem a mesma aplica-
eixo-árvore, cancelando as fun- ção da função M02 para coman- A função código “G” depende do
ções M03 ou M04. dos que trabalham com memória, comando a ser utilizado.
A função M05 ao iniciar o progra- ou seja, fim de programa.
ma já está ativa e é cancelada pelas Programação em
funções M03 e M04.
SEÇÃO 4 milímetro
Funções preparatórias Esta função prepara o comando
M08 – Liga o para computar todas as entradas
refrigerante de corte Nesta seção você estudará as fun- de dados dimensionais em milí-
ções preparatórias, são elas que metros. A função é modal e, se
Este código aciona o motor da
determinam as ações a serem exe- necessário, deverá ser programada
refrigeração de corte, cancela-se
cutadas durante a usinagem. em um bloco separado.
por: M09, M00, M01, M02 e M30.
As funções preparatórias “G”
formam um grupo de funções que Observação
M09 – Desliga o definem à máquina o que fazer, A função código “G” depende do
refrigerante de corte preparando-a para executar um comando a ser utilizado.
tipo de operação, ou para receber
Este código desliga o motor da
uma determinada informação.
bomba do refrigerante de corte e Função G54, G59
está ativo ao iniciar o programa. O formato da função é G2 (dois
dígitos numéricos) e vai de G00 deslocamento de ponto
a G99. Abaixo veremos alguns zero “DPZ”
M24 – Abre a placa de exemplos de funções preparató- A função G54, assim como G55,
fixação da peça rias. G56, G57, G58 e G59, é uma fun-
As funções podem ser: ção que define na programação a
▪▪ modais - são as funções que origem zero peça.
M25 – Fecha a placa de Na preparação da máquina, ela re-
uma vez programadas permane-
fixação da peça cem na memória do comando, presenta uma distância predeter-
valendo para todos os blocos minada por “A” (para G54), e “B”
posteriores, a menos que mo- (para G55), entre o ponto zero
dificadas por uma outra função máquina “M”, e o ponto zero
ou a mesma, com parâmetros peça “W”, e seus valores referem-
diferentes; se somente ao eixo “Z”.

70 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A função G53 cancela os valores determinados pelas funções
Observação
G54 a G59, retornando ao ponto zero máquina “M”. As máquinas ao serem ligadas já
assumem G90 como condição bá-
sica de funcionamento.

Função G91 – Sistemas


de coordenadas
A função G91 é modal e prepara
a máquina para executar todas as
operações em coordenadas incre-
mentais. Assim, todas as medidas
são feitas através da distância a se
deslocar.
Nesse caso, a origem das coorde-
nadas de qualquer ponto é o pon-
to anterior ao deslocamento.

Função G92 –
Estabelece limite de
rotação/Estabelece nova
Figura 70 - Deslocamento do Ponto Zero
origem
Fonte: CNC Programmer 2D (2003).
▪▪ O código G92 é utilizado
O ponto zero peça “W” como ori- como dupla função, origem de
gem do sistema de coordenadas sistema de coordenadas absolu-
da peça (X0, Z0) pode ser defini- tas e limite de rotação do eixo-
do na face de encosto da castanha árvore.
ou na face da própria peça, sendo ▪▪ Função G92 como: nova ori-
chamado no programa através das gem do sistema de coordenadas.
funções G54 a G59 definido pelo
▪▪ A função G92 acompanhada
programador e determinado na
das funções de posicionamento
máquina pelo operador na prepa-
“X” e “Z” estabelece na memória
ração da mesma.
do comando uma nova origem
do sistema de coordenadas ab-
Figura 72 - Zero Face da Peça solutas (X0, Z0) através da qual
Fonte: CNC Programmer 2D (2003). efetuará os cálculos dos posicio-
namentos posteriores.
Função G90 – Sistemas ▪▪ Função G92 como limite má-
ximo de rotação do eixo-árvore.
de coordenadas
▪▪ Quando utilizarmos o código
A função G90 é modal e prepara G92 junto com a função auxiliar
a máquina para executar opera- S4 (4 dígitos), estaremos limitan-
ções em coordenadas absolutas, do a rotação do eixo-árvore.
que usam como referência uma
origem (zero peça “W”) predeter-
Figura 71 - Zero Encosto da Castanha
minada para programação. Função G94 – Avanço
Fonte: CNC Programmer 2D.
A função G94 é modal e prepa-
ra o comando para computar to-

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 71


dos os avanços programados pela Sintaxe da sentença: G00 X... Z... Exemplo
função auxiliar “F” em pol/min (M)
Usinar a peça abaixo usando as
quando utilizado juntamente com Sendo: funções G00 e G01.
a função G20 ou mm/min quan-
do utilizado juntamente com a ▪▪ X... - definição de posiciona- Desbastar a peça com passes de 5
função G21. mento final no eixo X (diâmetro); mm no diâmetro.
▪▪ Z... - definição de posiciona- Deixar um sobremetal para aca-
mento final no eixo Z (compri- bamento de 1 mm no diâmetro e
Função G95 – Avanço mento); 0,2 mm na face.
A função G95 é modal e prepa- ▪▪ M... - definição de função Efetuar o desbaste e o acabamen-
ra o comando para computar to- miscelânea (opcional). to com a mesma ferramenta.
dos os avanços programados pela
função auxiliar “F” em pol/rot Observações
Material: aço O 41 mm X 35 mm
quando utilizado juntamente com
a função G20 ou mm/rot quando ▪▪ A função G00 é modal, por-
utilizado juntamente com a fun- tanto, cancela (G01, G02, G03).
Programa de execução
ção G21. ▪▪ Graficamente é representada
por linhas tracejadas e é dada em (Chamada de programa)
metros por minuto. (Chamada da ferramenta e corre-
Função G96 – tores)
▪▪ Utilizar a função G00 somen-
Velocidade de corte cons- te para posicionamentos sem G54 (Origem zero peça)
tante nenhum tipo de usinagem. G96 S180 (Prog. em Vc constan-
te/valor de Vc)

Função G97 – Função G01 – G92 S1000 M04 (Limite máximo


Interpolação linear com de RPM e sentido de giro)
Programação RPM – mo-
avanço programado G00 X150 Z150 (Ponto de troca
dal inicial)
A função G01 realiza movimentos
G00 X36 Z37 M08 (Posiciona-
retilíneos com qualquer ângulo,
mento para o 1º passe e liga re-
SEÇÃO 5 calculado através das coordenadas
frigerante)
de posicionamento descritas, uti-
Funções de interpola- lizando-se de uma velocidade de G01 X36 Z20 –2 F –25 ; (Primei-
ção linear e circular avanço (F) predeterminada pelo ra passada)
programador. G00 X41 Z 37 (Recuo angular)
Nesta seção você conhecerá as Sintaxe da sentença: G01 X... Z... G00 X31 Z37 (Posicionamento
funções usadas para interpolação F... para o 2º passe)
linear e circular. G01 X31 Z20 –2 (Segunda passa-
Sendo:
da)
▪▪ X... - definição de posiciona-
Função G00 – mento final no eixo X (diâmetro); G00 X36 Z37 (Recuo angular)
Interpolação linear com ▪▪ Z... - definição de posiciona-
G00 X26 Z37 (Posicionamento
avanço rápido para o 3º passe)
mento final no eixo Z (compri-
mento); G01 X26 Z20 –2 (Terceira passa-
A função G00 realiza movimen-
da)
tos nos eixos da máquina com a ▪▪ F... - avanço programado;
maior velocidade de avanço dis- G00 X31 Z37 (Recuo angular)
▪▪ M... - definição de função
ponível, portanto, deve ser utiliza- miscelânea (opcional). G00 X21 Z37 (Posicionamento
da somente para posicionamentos para o 4º passe)
sem nenhum tipo de usinagem. G01 X21 Z20 –2 (Quarta passada)
A função G01 é modal, portan-
A velocidade de avanço pode va- to, cancela (G00, G02, G03) G00 X26 Z37 (Recuo angular)
riar para cada modelo de máquina G00 X0 Z37 (Posicionamento
e é determinada pelo fabricante para início do acabamento)
da mesma.

72 CURSOS TÉCNICOS SENAI


G01 X0 Z35 F –15 (Aproxima-
ção da ferramenta)
G01 X20 Z35 (Faceamento)
G01 X20 Z20 (Torneamento do
rebaixo)
G01 X41 Z20 (Faceamento do re-
baixo)
G01 X41 Z12 (Torneamento do
diâmetro externo)
G01 X45 – Z12 M9 (Afastamento
da ferramenta/Desliga refrigeran-
te)
G00 X300 Z250 (Ponto de troca
final)
M30 (Final de programa)
Figura 73 - Torre Traseira
Função G02 e G03 – Fonte: CNC Programmer 2D (2003)
Interpolação circular
Nas interpolações circulares a
ferramenta deve se deslocar en-
tre dois pontos, executando a
usinagem de arcos predefinidos,
por meio de uma movimentação
apropriada e simultânea dos eixos.
A interpolação circular é regida
pela regra da mão direita e des-
locará a ferramenta da seguinte
forma:
▪▪ ao longo de uma circunferên-
cia definida pelo tipo de torre
utilizada (dianteira ou traseira) e
pelo sentido de corte da usina-
gem;
▪▪ no sentido horário G02;
▪▪ no sentido anti-horário G03. Figura 74 - Torre Dianteira
Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 73


A interpolação circular pode ser Função – G41 e G42 compensação de raio de corte da
efetuada da forma seguinte.
ferramenta
▪▪ Através da definição do valor
do raio, pela função “R” de for- ▪▪ A função G41 ativa a compensação de raio da ponta ferramenta
ma absoluta. estando à esquerda da peça a ser usinada.
▪▪ Através das coordenadas do
centro do arco, pelas funções “I”
e “K”, de forma absoluta.
▪▪ As funções “I” e “K” são
programadas tomando-se como
referência a distância entre os
centros do arco no eixo “X”, e a
distância entre o centro do arco
em relação à origem do sistema
de coordenadas da peça, no eixo
“Z”.
Figura 75 - Compensação à Esquerda e Compensação à Direita
Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

▪▪ A função G42 ativa a compensação de raio da ponta ferramenta


estando à direita da peça a ser usinada.
▪▪ A função G40 cancela as funções de compensação previamente
solicitadas G41 ou G42, e esta ativa quando a máquina é ligada.

Figura 76 - Compensação Torre Traseira e Torre dianteira


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

74 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Nesta unidade você pôde estudar
os processos de soldagem, conhe-
ceu qual é o funcionamento de
uma solda. Em cada unidade você
conheceu um método de solda-
gem: por eletrodos revestidos,
MIG/MAG, TIG, oxiacetilênico
e plasma. Em seguida você viu as
características e a história das má-
quinas CNC e para concluir esta
apostila foi introduzida a progra-
mação dessas máquinas.

Figura 77 - Compensação Torre Traseira e Torre Dianteira


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

Figura 78 - Compensação Torre Traseira e Torre Dianteira


Fonte: CNC Programmer 2D (2003).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 75


Finalizando

Durante o período de estudos você pôde conhecer as características e aplicações dos processos
de usinagem a CNC e do processo de soldagem. Assim, será possível determinar o processo ideal
para a fabricação de uma peça, seja ela soldada ou usinada por CNC.
Ao término deste percurso você constou que esses assuntos estão em nosso dia a dia profissional.
Cabe ressaltar que os conteúdos aqui tratados são apenas uma pequena parte do grande universo
dos processos.
Agora é com você! Aplique os conhecimentos adquiridos neste período na sua prática diária e
não pare de se aperfeiçoar.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 77


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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E SOLDA 81


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