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Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Alcides Gavenda
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Fichacatalográfica
Ficha catalográfica elaborada
elaborada por
porLuciana
LucianaEffting
EfftingCRB14/937
CRB14/937- Biblioteca do do
- Biblioteca SENAI/SC Florianópolis
SENAI/SC Florianópolis
G282t
Gavenda, Alcides
Tecnologia dos materiais de construção mecânica / Alcides Gavenda. –
Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
74 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.7
Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.
Competências
Conhecimentos
▪▪ Obtenção dos materiais: mineração, processamento (siderurgia, metalurgia do
pó, sinterização), tipos (materiais ferrosos, não ferrosos, poliméricos e compósi-
tos), classificação e normalização, propriedades (mecânicas, térmicas, magnéti-
cas, químicas e elétricas), aplicação;
▪▪ Proteção superficial e conformação mecânica.
Habilidades
Atitudes
▪▪ Assiduidade;
▪▪ Proatividade;
▪▪ Relacionamento interpessoal;
▪▪ Trabalho em equipe;
▪▪ Cumprimento de prazos;
▪▪ Zelo com os equipamentos;
▪▪ Adoção de normas técnicas, de saúde, de segurança do trabalho e responsabili-
dade ambiental.
Seção 1
Noções gerais dos materiais
A matéria é constituída de pequenas partes, chamadas átomos. O átomo
constitui-se de um núcleo carregado de eletricidade positiva e em sua Átomo: O diâmetro dos áto-
volta giram os elétrons carregados de carga negativa. mos é muito pequeno, varia
entre 2 e 5 Å (Angstrom).
1 Å = 10-10 m =
O átomo é eletricamente neutro, enquanto a carga positiva concentrada 0,000.000.000.1 m
no seu núcleo é igual à carga negativa dos elétrons.
Seção 1
Propriedades físicas e
químicas
São propriedades que o material
possui por natureza, independen-
tes de fatores externos.
A densidade ou massa específica é
a massa da unidade de volume de
certa substância, dada pela razão
da massa m, representada em g e
seu volume V em cm3.
m
p= 3
(g/cm )
v
Se multiplicarmos a mas-
sa específica(kg/ dm3) pela
aceleração da gravidade (g =
9,81m/s2) temos o peso espe-
cífico (kgf/dm3).
Seção 2
Propriedades mecânicas
Como importantes propriedades mecânicas, apresentamos a resistência,
a ductilidade e a tenacidade.
A resistência à tração é a capacidade que o material possui em suportar
esforços em sentidos opostos, mais precisamente, no sentido do seu
alongamento.
A ductibilidade é a capacidade que os materiais possuem de sofrer de-
formação sem se romper, conforme descrito anteriormente. Nos pro-
cessos de usinagem, essa propriedade é bem visível, pois os materiais
dúcteis geram cavacos contínuos, formando espiral, enquanto os não
dúcteis geram cavacos curtos, cujo formato se aproxima de uma vírgula,
ou até mesmo se apresentam na forma de pó, como no caso do ferro
fundido, grafite e bronze.
800oC Vermelho-cereja
Seção 3
Processo Thomas
No processo Thomas, emprega-se
um conversor análogo ao Bessemer,
com a diferença do revestimento
que é constituído de material re-
fratário básico ao invés do ácido.
Esse é o primeiro processo indus-
Figura 8 – Conversor LD
Fonte: Silva (2000, p. 41).
O forno Siemens-Martin é um
forno a gás constituído por uma
câmara de planta retangular cha-
mada de laboratório, onde acon- Seção 6
tece as reações para a produção Fornos elétricos para a produção do aço
do aço e de outras quatro câma-
ras, todas revestidas por material O calor nos fornos elétricos é produzido pela corrente elétrica. O forno
refratário. Duas câmaras servem é constituído de um cilindro de chapa revestido internamente por mate-
para o pré-aquecimento do gás rial refratário, na parte anterior existe um canal para a saída da fusão e, na
combustível e do ar e as outras posterior, outro canal para as eventuais juntas e para a saída das escórias.
duas, para a recuperação do calor O forno é montado num berço que permite obter várias inclinações por
produzido na combustão. O com- meio de um comando hidráulico.
bustível usado no forno Siemens-
A carga é constituída normalmente por sucata, óxidos de ferro e uma
Martin pode ser: óleo diesel, me-
quantia de cal. O oxigênio do óxido de ferro elimina o carbono, o silício
tano, gás natural, gás de coqueria
e o manganês, enquanto a cal elimina o fósforo.
ou de gasogênio.
Esse forno é particularmente indicado para a fabricação de aços espe-
O laboratório é ligado às câma-
ciais de alta resistência e, às vezes, é usado para melhorar os aços produ-
ras de pré-aquecimento e aos re-
zidos com o sistema Bessemer e Siemens-Martin.
cuperadores. Enquanto em duas
câmaras o material refratário res-
titui o calor para o gás e o ar que
vai para o laboratório, nas outras
duas chegam os gases quentes da
combustão. Numa fase sucessiva,
inverte-se o percurso dos gases da
combustão por meio de válvulas.
Esta sequência se repete nas câ-
maras, que tinham dado o calor
para os gases e o ar, e agora rece-
bem os produtos da combustão,
enquanto as câmaras aquecidas
pelos produtos da combustão re-
cebem o ar e o gás combustível. O
ar e o gás chegam ao laboratório
por meio de duas tubulações. Os
dois se combinam e elevam a tem-
peratura a 1.800oC.
O silício e o carbono queimam
enquanto o fósforo e o enxofre
Figura 9 – Forno Elétrico a Arco
são eliminados, como no proces-
Fonte: Silva (2000, p. 43).
so Thomas.
Seção 1
Aço carbono
O diagrama de equilíbrio representa esquematicamente a estrutura dos
cristais mais utilizados do aço carbono e permite conhecer melhor o
tratamento térmico (têmpera, revenimento e recozimento) da liga de aço
e sua estrutura correspondente.
▪▪ Austenita: é uma solução A 721°C, a quantidade de austenita que ainda não foi decomposta se
em estado sólido de cementita transforma numa finíssima mistura de ferrita e cementita. Essa mistura,
(carboneto de ferro) no ferro, ou como já vimos, recebe o nome de perlita. Este aço se apresenta consti-
seja, cristais mistos que contêm tuído de ferrita e perlita.
átomos de ferro, colocados Na escala do teor de carbono de 0% até aproximadamente 0,85%, o aço
segundo o retículo cúbico de face compõe-se de ferrita mais perlita (na figura, pode-se observar a estrutura
centrada e átomos de carbono. da ferrita mais perlita, vista ao microscópio):
▪▪ Perlita: é uma estrutura parti-
cular (eutetóide) constituída por
uma finíssima mistura de lâminas
ou esferas de cementita e ferrita.
▪▪ Cementita: é o carboneto de
ferro (Fe3C), isto é, uma combi-
nação química de ferro com o
carbono. A cementita pode ser
primária (formada no alto forno
durante a fabricação do ferro
gusa) ou secundária (formada
pela decomposição da austenita,
que dá origem à ferrita e cemen- Figura 13 – Ferrita + Perlita
tita). Fonte: Pereira (2010).
Seção 2
Condições práticas de tratamento térmico
Aspecto Micrográfico de um Aço
Temperado mostrando a Estrutura a. Pré-aquecimento
mista Troostita-Martensita. Ata-
Durante o aquecimento lento de um aço com 0,85% C, a estrutura dos
que: Reativo de Nital. Ampliação: grãos que constituem sua liga não varia enquanto não atingir a tempera-
200 vezes. tura de transformação (725 °C). O pré-aquecimento elimina, de qualquer
liga de aço, as tensões internas e as fissurações ou trincas provocadas
Figura 21 – Estrutura Troostita-Mar- pelo aquecimento rápido. Por essa razão, nunca se deve introduzir um
tensita aço frio bruscamente numa forja ou forno aquecido à alta temperatura.
Fonte: Embratecno (2010). Deve-se antes, aquecer a peça fria lentamente à temperatura até 500 °C
e, em seguida, colocá-la em outra fonte de calor (forno) até alcançar a
temperatura indicada ao tratamento térmico desejado.
Na continuidade do aquecimen-
to lento, desde 400 °C até 650
°
C, prossegue a precipitação uni-
forme dos carbonetos em forma
globular e a estrutura do aço de-
nomina-se sorbita (ou bainita), de
grande tenacidade e própria para
ferramentas sujeitas a choque,
torção e desgaste. O aço está tem-
perado, revenido e é tenaz.
Ao atingir 650 °C até 738 °C, os
carbonetos precipitados se agru-
pam em glóbulos maiores e sua
Figura 23 – Estrutura após Pré-Aquecimento
estrutura é denominada esferoidi-
ta. É de baixa dureza (de 5 a 20
Rockwell C), sendo utilizada para
peças de aços especiais-elásticos
(molas).
c. Aço queimado
Aquecendo o aço muito acima da temperatura de transformação, pro-
duz-se uma fusão parcial nas junções de seus grãos. O ar que, a seguir,
penetra nestas junções, provoca, por sua vez, uma oxidação que atinge
a parte interna dos grãos. A altíssima temperatura, essa oxidação muito
rigorosa, constitui uma queima. O aço queimado é um aço inútil, pois
não poderá ser regenerado.
Seção 1
Ferro fundido
O ferro fundido é um material me- ▪▪ Muito resistente à compressão, Estas características podem ser
tálico refinado em forno próprio, não resiste bem à tração. melhoradas mediante tratamentos
chamado forno Cubilô. Compõe- ▪▪ Fácil de ser trabalhado pelas térmicos. Uma das características
se, na sua maior parte, de ferro, ferramentas manuais e de ser que servem para classificar o tipo
pequena quantidade de carbono usinado nas máquinas. de ferro fundido é a carga de rup-
e de manganês, silício, enxofre e tura. Na tabela americana ASTM-
fósforo. Define-se o ferro fundi- ▪▪ Peso específico: 7,25% A A 48, são classificados 7 tipos de
do como liga ferro-carbono que 7,8% kg/dm3. ferro fundido que apresentam
contém de 2,21% a 4,7% de car- ▪▪ Funde-se a 1.200oC, apresen- cargas de rupturas variáveis entre
bono. O ferro fundido é obtido tando-se muito líquido, condição 14 e 43 Kg/mm2. Os ferros fun-
na fusão do ferro gusa; é portanto que é a melhor para a boa molda- didos com baixa carga de ruptura
um ferro de segunda fusão. gem de peças. são mais econômicos, enquanto
As impurezas do minério de fer- aqueles de alta carga de ruptura,
ro e do carvão deixam, no ferro Pelas suas características, o ferro oferecem dificuldades de fundi-
fundido, pequenas porcentagens fundido cinzento presta-se aos ção nas pequenas espessuras.
de silício, manganês, enxofre e mais variados tipos de construção
fósforo. O silício favorece a for- de peças e de máquinas. Sendo
mação de ferro fundido cinzen- assim, é o mais importante, do c. Ferro fundido maleável
to e o manganês favorece a for- ponto de vista da fabricação me- Geralmente o ferro fundido não é
mação de ferro fundido brando. cânica. maleável, porém podem-se mudar
Tanto o silício como manganês Para melhor resistência à tração, as características com oportunos
melhoram as qualidades de ferro é necessário adicionar alguns ele- tratamentos. Na Europa, obtém-
fundido. O mesmo não acontece mentos especiais como: níquel, se um ferro fundido maleável de
com o enxofre e o fósforo, cujas cromo, molibdênio, vanádio e ti- interior branco. O tratamento
porcentagens devem ser as meno- tânio. Estes ferros fundidos espe- usado para esse tipo é a cemen-
res possíveis para não prejudicar ciais têm uma resistência à tração tação oxidante. O ferro fundido
sua qualidade. superior a 50 Kg/mm2 e são em- maleável branco é soldável e em-
Vejamos algumas características pregados na fabricação de: anéis pregado na fundição de peças de
do ferro fundido. elásticos, cilindros laminadores e pequenas espessuras.
eixos distribuidores. São resisten- Com o tratamento chamado de
tes à corrosão e às altas tempera- grafitização do carbono, obtém-
a. Ferro fundido cinzento: turas. se o ferro fundido maleável de
interior preto, “americano”. Por
▪▪ O carbono, neste tipo, apre-
causa da sua elevada característi-
senta-se quase todo em estado b. Ferro fundido cinzento ca de usinabilidade,é usado para
livre, sob a forma de palhetas comum: construção de armas, chaves para
pretas e grafita.
Apresenta características variáveis fechaduras, porcas, peças de má-
▪▪ Quando quebrado, a parte fra- em função da composição quími- quinas agrícolas, ferroviárias etc.
turada é escura, devido à grafita. ca, sistema de fabricação e trata-
▪▪ Apresenta elevadas porcenta- mentos térmicos. OBS: O ferro fundido maleável não
gens de carbono (3,5% a 5%) e
é soldável.
do silício (2,5%).
Seção 1
Classificação e composição dos aços SAE, ABNT e
AISI
ASAE: Society of Automotive
Normas da SAE, ABNT e AISI Engineers
ASAE - Sociedade de Engenheiros de Automotores, a ABNT - Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas e a AISI - Instituto Americano de
Ferro e Aço estabeleceram normas que indicam a composição e classi- AISI: American Iron and Steel
ficação dos aços. Institute.
▪▪ SAE 5115: contém 0,15% de ▪▪ SAE 4340: é o mais usado na e. Aços para rolamento: trata-se
carbono e 0,8% de cromo. A indústria automobilística, aero- de aços que apresentam eleva-
resistência mecânica chega a 120 náutica e mecânica. Os elementos díssima resistência ao desgaste
kgf/mm2. Apresenta uma boa principais são: 0,40% de carbono, e à compressão. Normalmente
usinabilidade e após o recozi- 0,80% de cromo, 1,80% de níquel os elementos destes aços são o
mento torna-se bom para os tra- e 0,25% de molibdênio. Empre- cromo e o manganês. O tipo
tamentos térmicos. É empregado gado para órgãos que pedem usado é o SAE 52100 com 1%
para peças a serem cimentaras de uma elevada dureza e tenacida- de carbono e 15% de cromo,
média dimensão: eixos, engre- de, usado para eixos e bielas de utilizado para esferas, rolos e
nagens, etc., é também usado na motores, virabrequim de tratores, anéis de rolamentos.
construção de máquinas operatri- engrenagens de máquinas opera-
zes para engrenagens das fresa- trizes. Enfim, qualquer órgão de
doras e mandris dos tornos. máquina de grande dimensão.
▪▪ SAE 8620: contém: 0,20% de c. Aços para nitretação: são
carbono, 0,55% de níquel, 0,50% aços de baixo conteúdo de
de cromo, 0,20% de molibdênio carbono ligados com cromo,
e a resistência mecânica chega a molibdênio e alumínio. São
140 kgf/mm2. Usado para peças endurecidos superficialmente
de média dimensão, onde pede por difusão de azoto (nitreta-
uma elevada dureza juntamente ção), tem núcleo tenaz e são
a uma boa tenacidade e quando resistentes aos choques. Desig-
se quer evitar deformações na nação: DIN 41CrA1Mo7.
têmpera. Usado nas construções
automobilísticas.
Seção 1 – Cobre
Seção 2 – Bronze
Seção 3 – Latão
Seção 4 – Alumínio e suas ligas
Seção 5 – Ligas leves
Seção 6 – Outros metais e ligas de uso
comum
Seção 7 – Ligas antifricção e ligas para
altas temperaturas
Seção 8 – Produtos métalo-cerâmicos
Seção 9 – Polímeros
Materiais Metálicos não
Ferrosos
Latões especiais:
a. Latões ao níquel
São ligas ternárias (cobre, zinco e níquel) muito usadas em eletrotécnica.
Os mais importantes são:
▪▪ Argentão – cobre 60%, zinco 25% e níquel 15%, usado para resis-
tência elétrica.
▪▪ Reótomo – cobre 54%, zinco 16%, níquel 25% e ferro 5%, usado
para reostatos.
▪▪ Niquelina – cobre 60%, níquel 20% e zinco 20%, usado para resis-
tência.
▪▪ Packfong – cobre 63%, zinco 23% e níquel 14%.
▪▪ Constatam – cobre 60% eníquel 40%, usado para reostato e termo-
cópias.
▪▪ Cupro-níquel – cobre 70% e níquel 30%, resistente à corrosão e
pode ser trabalhado a frio.
b. Latões ao chumbo
O chumbo, usado em quantidade 2%, deixa o latão seco, isto é, usinável
nas máquinas operatrizes. Os mais usados são:
▪▪ Ergal(alumínio e zinco) –
Figura 32 – Processo de Obtenção do Alumínio após o beneficiamento, a resis-
Fonte: ABAL (2010). tência à tração atinge até 68 kg/
mm2.
▪▪ Peraluman(alumínio e mag-
Seção 5 nésio) – resistente à corrosão, é
Ligas leves soldável e deformável a frio.
▪▪ Anticorroidal (alumínio e
Toma o nome de ligas leves uma série de ligas que contém como ele- silício) – resistente à corrosão.
mentos principais: alumínio, cobre, silício, magnésio, manganês e zin- ▪▪ Racidal – ótimo para a usina-
co. Quase todas as ligas leves apresentam boas propriedades mecânicas, gem.
pelo efeito do beneficiamento, bem diferente daqueles estudados no aço.
O beneficiamento das ligas leves compreende um tratamento de têm-
pera elevando à temperatura até 500oC e resfriando em água, seguido
por um envelhecimento natural ou artificial. A têmpera das ligas leves é
negativa, ou seja, o material temperado fica mais macio. O encruamento
é tirado com o tratamento do recozimento, como no cobre e suas ligas.
d. Magnésio (Mg): é um metal de cor branca-prata, semelhante ao alu- h. Antimônio (Sb): peso especí-
mínio, porém mais leve. Seu peso específico é 1,744 kg/dm3 e sua fico de 6,7 kg/dm3. Tempera-
temperatura de fusão a 650OC. O principal mineral do magnésio é tura de fusão a 630OC. É em-
a dolomita (carbonato de cálcio e de magnésio) de onde é extraído, pregado na fabricação das ligas
transformando o mineral em sais e, em seguida, a eletrólise em solu- antifricção e de estampas. Ele
ções salinas. O magnésio puro é usado para proteger o ferro contra a endurece o chumbo.
corrosão da água. O magnésio, ligado com alumínio, zinco e manga-
nês, dá origem às ligas ultraleves, usadas nas construções aeronáuti- i. Titânio (Ti): peso específico
cas. Uma dessas ligas é o elétron, com 94% de magnésio e pequenas de 4,5 kg/dm3. Temperatura
porcentagens de alumínio, manganês e silício. de fusão a 1660OC. Apresenta
elevada resistência mecânica e
e. Tungstênio (W): tem o peso específico de 19,3 kg/dm3 e é mui- à corrosão. Pelo seu baixo peso
to resistente às altas temperaturas, com ponto de fusão a 3370OC. específico, é usado em veículos
Extrai-se do Wolframite. Esse material tem muita importância na in- de alta velocidade.
dústria elétrica, onde é empregado nos fios de lâmpadas, nas válvulas
termo-iônicas, nas válvulas de vidro duro, nos computadores e tubo j. Cromo (Cr): peso específico
rontagem. Também é usado em aparelhos elétricos, interruptores de de 7,2 kg/dm3 e temperatura
alternadores elétrodos de velas. Utilizado na fabricação dos aços rá- de fusão a 1920OC. É usado
pidos e super-rápidos e nos aços para válvulas. para revestimento de proteção
(cromagem) e na fabricação
dos aços especiais.
Seção 7
Ligas antifricção e ligas para altas temperaturas
As ligas antifricção são empregadas em partes que devem resistir ao
desgaste como: rolamentos e suportes. Essas ligas podem ser à base
de chumbo ou de estanho. Na construção de turbinas a gás e turbo-
reatores, são necessários materiais resistentes à temperatura muito ele-
vada. Esses materiais são chamados de ligas para altas temperaturas ou
superligas, tipo: Nimnnia, Estelita e Vitallun.
Seção 8
Produtos métalo-cerâmicos
Esses materiais metálicos e sintéticos são obtidos misturados a pó de
metais e metalóides. A sinterização consiste em comprimir os pós em
apropriados estampos e elevá-los às altas temperaturas. Obtêm-se assim
carbonetos de tungstênio, titânio etc. Esses produtos são usados para
ferramentas de corte e rolamentos autolubrificantes.
Seção 9
Polímeros
São materiais orgânicos ou inorgânicos, sintéticos ou naturais, cuja es-
trutura é definida a partir de várias unidades moleculares, denomina-
das “meros”, com alto grau de repetição ao longo de toda a estrutura.
Existem os polímeros naturais como: proteína, celulose, amido e borra-
cha, entre outros; além dos polímeros artificiais, obtidos em laboratório
como: isopor, polietileno, poliestireno etc.
Podem ser obtidos pela adição de um único monômero.
Exemplo:
Monômero
▪▪ Elastômeros: são polímeros
É uma molécula simples, que dá origem à unidade de repetição (mero) que, na temperatura ambiente,
de um polímero. podem ser estirados repetida-
mente a, pelo menos, duas vezes
Plásticos o seu comprimento original,
São materiais formados a partir de um polímero sintético, geralmente sendo que, após a retirada do
orgânico, sólido em sua condição final. Como exemplos temos o isopor esforço, retorna ao seu compri-
(poliestireno), obtido através da adição do estireno, e o PVC (cloreto de mento original.
polivinila), obtido através da adição do cloreto de vinila. Exemplo: borrachas (naturais ou
sintéticas)
Polimerização Obtenção do polímero:
É o conjunto de reações que caracteriza a união de moléculas que for- ▪▪ Refinaria:
marão o polímero. Na maioria dos casos o tipo de ligação química pre- Petróleo → Nafta
dominante é a covalente. ▪▪ Petroquímica 1ª geração:
Nafta → Monômero
▪▪ Petroquímica 2ª geração:
Monômero → Polímero
▪▪ Petroquímica 3ª geração:
Polímero → Produto
▪▪ Plásticos;
▪▪ Borrachas;
▪▪ Fibras;
▪▪ Adesivos;
▪▪ Tintas;
▪▪ Cosméticos; Figura 36 – Poliestireno (PS)
▪▪ Alimentos.
a. Termoplásticos
▪▪ Termoplásticos escoam
▪▪ Amorfos
▪▪ Semicristalinos
b. Termofixos
a. Plásticos
Seção 1
Metalurgia do pó
Trata-se da tecnologia que consis- ▪▪ A metalurgia do pó permite: sinterização: A sinterização
te na fabricação e preparação de ▪▪ Diminuição dos custos com é uma operação metalúrgi-
pós-metálicos e de sua confor- ca na qual se executa a compac-
energia e matéria-prima.
mação mecânica, visando obter tação, porém abaixo do ponto
objetos de forma semiacabada, ▪▪ Substituição do complexo de fusão do metal em questão.
mediante as operações de com- ciclo de usinagem, incidindo em
pactação e sinterização. menor custo de fabricação.
▪▪ Redução do investimento,
▪▪ Vantagem do processo: tanto com maquinário como com
baixo custo em função da rapidez locais industriais, permitindo
do processo de compactação em funcionamento em série.
matrizes, uma vez que não há
perda de material e não requer Vantagens técnicas:
operações posteriores de usina-
gem. ▪▪ Tolerâncias iguais ou inferiores
as das peças usinadas.
Operações secundárias: ▪▪ Obtenção de formas mais
▪▪ Usinagem. complexas.
▪▪ Conformação (a quente ou a ▪▪ Boa reprodutibilidade de peças
frio). em série.
▪▪ Recompactação (reduzir ▪▪ Muito boa resistência ao des-
porosidades e aumentar resistên- gaste, baixo coeficiente de atrito
cia mecânica juntamente com a e bom acabamento superficial.
ductibilidade).
Técnicas existentes na meta-
▪▪ Infiltração (reduzir porosi- lurgia do pó:
dades e aumentar resistência
mecânica). ▪▪ Sinterização com fase líquida
▪▪ Tratamento térmico (aumentar de materiais compósitos: W-Ni-
dureza e resistência mecânica). Cu e W-NiFe. Metais pesados
contém 90 a 97 % de W e o resto
▪▪ Solda – união (por brasagem, Ni-Cu ou NiFe.
infiltração ou soldagem).
▪▪ Técnicas de soldagem por
▪▪ Acabamento superficial (rebar- feixe de elétrons, arco pulsado e
bação, polimento, impregnação, laser.
eletrodeposição).
▪▪ Forjamento de peças pré-sin-
terizadas, principalmente visando
a indústria automobilística.
Seção 1 – Laminação
Seção 2 – Extrusão
Seção 3 – Trefilação
Seção 4 – Fabricação de tubos
Seção 5 – Forjamento
Meios de Conformação dos
Materiais
Após a obtenção do material conforme processo já descrito, é necessá- Existem equipamentos que pos-
rio que se reproduza perfis diversos para a matéria-prima visando sua suem vários pares de rolos justa-
utilização. Para tal, existem os meios de conformação tais como: lamina- postos, constituindo um trem de
ção, forjamento, trefilação, extrusão etc. laminação, onde a distância entre
os rolos é reduzida de um par de
rolos para outro. Esse tipo de
equipamento é útil somente para
altos níveis de produção. Existem
também equipamentos de lamina-
ção mais simples, constituídos de
apenas um par de rolos. A suces-
são de passes pode ser efetuada
de 2 formas: na primeira delas, a
distância entre os rolos vai sendo
reduzida entre um passe e outro,
enquanto na segunda, a distância
é mantida e aumenta-se o diâ-
metro dos rolos para efetuar um
novo passe. O processo de lami-
nação pode ocorrer a quente ou
a frio.
A laminação a quente é a mais
usada pôr se obter grandes quan-
Figura 39 – Processos de Conformação Mecânica
tidades de aço semi trabalhado.
Na laminação a quente, os lin-
Fonte: Chiaverini (1986, p. 56).
gotes que provém da aciaria são
aquecidos a uma temperatura que
dê a máxima maleabilidade. Su-
Seção 1 cessivamente passam nos trens de
Laminação laminação. Terminadas as opera-
ções de estiramento, efetuam-se
A laminação é um processo de obtenção de perfis que consiste em pas- os cortes a quente dos produtos
sar uma peça entre dois cilindros girantes, com o intuito de reduzir a área laminados nas medidas desejadas.
da seção transversal. Normalmente, não é possível obter a dimensão Em seguida, deixa-se esfriar o
final através de uma única passagem entre os rolos, requerendo, portan- produto em apropriadas placas de
to, mais de uma passada. O número de passadas depende da resistência esfriamento. Observe na imagem.
interna do material a esforços de compressão. Sendo assim, o equipa-
mento usado para a laminação deve ser de tal forma que possibilite a
execução de uma sequência de passes.
S = R . sen α
P = R . cos α
Figura 40 – Laminação
Fonte: Adaptado de Corrêa (2003). A força de esticamento Ft, gerada
pelo avanço do lingote, é forneci-
Com ∆h < D da pelo produto da força vertical
A laminação a frio efetua-se ge- P e pelo coeficiente de atrito f.
ralmente nas ligas não ferrosas e 5
particularmente nas ligas leves. onde D é o diâmetro dos cilindros
Esse processo não tem o aqueci- laminadores.
Ft = P . f
mento, mas o procedimento é o O lingote tem também uma varia-
mesmo da laminação a quente. ção na largura de b1 para b2. No
▪▪ Coeficientes da redução e caso da laminação livre, tal varia-
ção é positiva (aumenta). É preciso que o valor Ft seja
esticamento: o lingote laminado maior que a componente hori-
é submetido a uma redução de zontal S, que se opõe ao avanço.
secção, que pode ser expressa em
porcentagem, indicando com S1 ∆b = b1 - b2
e S2, a seção do lingote antes e
depois da laminação, e com r, o Portanto, devemos ter:
coeficiente de redução. ft > S e P . f > S
Assim temos: Para o aço temos: ∆b = 0,35 . ∆h Simplificando, temos:
O lingote, pôr efeito da lamina- f . R . cosα > sen α
ção, aumenta o seu comprimento fcosα > senα
r = (S1 – S2) . 100 (%)
inicial de L1 para L2, que se repre- E finalmente:
senta com o coeficiente de estica- f > tg α
mentos.
Para os passos de desbastes, o r
não supera 30%, para os de aca-
bamento, é inferior a 15%. Consi- s = L2
Para obter um valor mais exato da
derando o lingote de forma retan- L1 força de laminação, deve-se con-
gular, tem-se uma redução de h1 siderar o cálculo da pressão de la-
para h2. Tal redução não deve ser minação. A força da laminação P
superior a 1/15 do diâmetro dos resulta, neste caso, da razão entre
O valor de s diminui com a tem-
cilindros laminadores. o valor da pressão de laminação
peratura segundo uma progressão Pm e a superfície de contato.
aritmética.
∆h = h1 - h2
Forno de aquecimento:
c. Fornos rodantes: esses fornos são constituídos pôr uma grande câ-
mara aquecida com óleo diesel. Os lingotes são depositados no fundo
dessa câmara, que roda lentamente até aquecer cada lingote.
b. Órgãos de transmissão;
c. Equipamento elétrico;
d. Gaiolas de laminação.
Figura 45 – Extrusão
Fonte: Corrêa (2007).
▪▪ CORRÊA, Tiago Bovolini. Trefilação dos arames de aço. 2007. Disponível em:
<http://conformacaomecanica-unisc.blogspot.com/2007/03/trefilao-dos-arames-de-
ao.html>. Acesso em: 27 abr. 2010.
▪▪ ENSAIOS de materiais: (aulas 01 a 08). São Paulo, SP: Globo, [199?]. 1 fita de vídeo-
VHS/NTSC, son., color.: (Telecurso 2000. Profissionalizante)
▪▪ GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime Alvares; SANTOS, Carlos Alexandre dos. Ensaios dos
materiais. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2000. 247 p.
▪▪ SILVA, Gustavo Mosquetti da. A evolução dos modelos: modelo atômico de Ruther-
ford. Disponível em: <http://enciclopediavirtual.vilabol.uol.com.br/quimica/atomistica/
evolucaodosmodelos.html> Acesso em: 06 abr. 2010.