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Máquinas Elétricas
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Máquinas Elétricas
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis
V393m
Vaz, Frederico Samuel de Oliveira
Máquinas elétricas / Frederico Samuel de Oliveira Vaz. – Florianópolis :
SENAI/SC, 2010.
99 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.313
Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.
37 Seção 1 - Introdução
Competências
Conhecimentos
▪ Características construtivas e funcionais de máquinas elétricas: motores síncronos,
assíncronos, corrente contínua, servomotores e transformadores.
▪ Eficiência energética.
▪ Sistemas de geração de energia elétrica: fontes alternativas e tradicionais de energia
elétrica.
Habilidades
Atitudes
MÁQUINAS ELÉTRICAS 11
Apresentação
Prezado aluno, seja bem vindo à unidade curricular de Máquinas Elé- Professor Frederico
tricas. Samuel de Oliveira Vaz
O objetivo deste conteúdo é apresentar a teoria de funcionamento, a
Frederico Samuel de Oliveira
aplicação e a análise das máquinas elétricas, proporcionando a você in-
Vaz é graduado em Engenharia
formações e subsídios práticos que servirão de suporte para a atuação Elétrica pela Universidade Esta-
na área de eletrotécnica, bem como de referência para o seu desenvolvi- dual de Santa Catarina e pós-
mento profissional futuro. graduado em Projeto e Análise
É muito importante o conhecimento na área de máquinas elétricas para de Máquinas Elétrica Girantes
a sua atuação como técnico em eletrotécnica, pois tais equipamentos es- pelo Centro Universitário de
tão presentes em praticamente todos os seguimentos de mercado onde Jaraguá do Sul. Atuou entre os
anos 2002 e 2009 na área de
você poderá atuar.
fabricação de motores elétricos
Saiba que um maior enfoque será dado aos transformadores, geradores na WEG Equipamentos Elétricos
e motores, que são as máquinas mais empregadas na indústria, tais má- S.A. Atualmente, é professor
quinas estarão agrupadas por características visando otimizar e facilitar dos cursos técnicos e tecnológi-
o entendimento. cos do SENAI Jaraguá do Sul.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 13
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo
SEÇÃO 1
Princípios de
funcionamento
secundário, induzindo no mesmo uma tensão cuja sua amplitude estará
em função do fluxo magnético e do número de espiras do secundário.
A amplitude do fluxo produzido pelo primário está em função do núme-
Você sabia que o transforma- ro de espiras e da tensão de entrada (amplitude e frequência).
dor é um equipamento utili-
A base de funcionamento de um transformador necessita da existência
zado em diversas aplicações e
de um fluxo comum, variável no tempo e que seja enlaçado por dois ou
está presente em praticamen-
te todos os ramos de ativida- mais enrolamentos, conforme você pode observar na figura a seguir:
de dos diferentes setores da
economia moderna?
MÁQUINAS ELÉTRICAS 15
A tensão gerada no secundário
em decorrência do fluxo magnéti-
co variável gerado pelo primário é
denominada tensão induzida.
Se no primário do transformador
for aplicada uma corrente con-
tínua, não será gerada tensão no
secundário, pois o fluxo magnéti-
co não será variável ao longo do
tempo.
A relação entre correntes e o nú-
mero de espiras entre enrolamen-
to primário e enrolamento secun-
dário é dada por:
R 2r = 1 ⋅ R 2
N2
Embora acoplado pelo núcleo de ferro, uma pequena porção de fluxo
disperso (1 e 2) é gerada nos enrolamentos do transformador. Equação 3
No primário, o fluxo disperso 1 gera uma reatância indutiva X1 e no
secundário o fluxo disperso 2 gera uma reatância indutiva X2.
Os parâmetros apresentados no circuito equivalente determinam o fun-
cionamento correto do transformador (NASCIMENTO JR., 2008).
Observe a figura a seguir.
2
N
X 2r = 1 ⋅ X 2
N2
Equação 4
MÁQUINAS ELÉTRICAS 17
PCC
RCC =
ICC 2
Equação 9
Perdas no ferro
(núcleo magnético)
Figura 4 - Circuito Elétrico Equivalente Aproximado As perdas no ferro podem ser di-
Fonte: Filippo Filho (2000, p. 14). vididas em:
▪ perdas por histerese – são
Com o conhecimento dos pa- As perdas no cobre assim como causadas pelas propriedades dos
râmetros do transformador, é o valor da resistência, da reatân- materiais ferromagnéticos de
possível utilizar os ensaios para cia indutiva dos enrolamentos e apresentarem um atraso entre a
a determinação da grandeza dos o fator de potência são determi- indução magnética (b) e o campo
mesmos. nados a partir do ensaio de cur- magnético (h);
Vamos adiante? O assunto é bas- to. Podemos utilizar as seguintes
equações: ▪ perdas por correntes parasi-
tante curioso, certo? tas – são geradas pela circulação
de correntes parasitas causadas
pelo fluxo variável induzido no
SEÇÃO 3 UCC material ferromagnético.
Perdas no Z CC =
ICC
transformador O fluxo magnético variável no
tempo responsável pela tensão in-
Agora vamos conhecer algumas duzida no secundário produz cor-
perdas? Equação 6 rentes induzidas no núcleo consti-
tuído de material ferromagnético.
Essas correntes são indesejadas,
Perdas no cobre pois geram perdas no transforma-
As perdas no cobre podem ser di- X CC = Z CC 2 − RCC 2 dor. Visando reduzir essas perdas,
vididas em: o núcleo magnético é construído
de várias chapas finas de material
▪ perdas na resistência ferromagnético, isoladas eletrica-
ôhmica dos enrolamentos – Equação 7 mente uma das outras. Assim, a
são decorrentes da passagem de circulação de corrente induzida é
uma corrente I pelo condutor reduzida, tendo como consequên-
que apresenta uma determinada cia a diminuição do aquecimento
resistência R, esta perda é repre- PCC do equipamento.
sentada pela expressão I2R; Cosϕ =
UCC × ICC
▪ perdas parasitas no con-
dutor dos enrolamentos – são
geradas pelas correntes parasitas
induzidas nos condutores do Equação 8
enrolamento, dependem da gran-
deza da amplitude da corrente e
da geometria dos condutores das
bobinas.
1. utilizando o megôhmetro,
meça a resistência de isolação
Figura 5 - Núcleo Magnético
entre o primário e a carcaça;
Fonte: Carvalho (2008, p. 38).
2. meça a resistência de isolação
entre o secundário e a carcaça;
SEÇÃO 4 SEÇÃO 5
3. meça a resistência de isolação
Cálculo do rendimento Ensaios entre o enrolamento primário
e o enrolamento secundário do
Segundo Nascimento Jr. (2008, p. Nesta seção você conhecerá os transformador;
48), ensaios principais a que são sub-
metidos os transformadores, são 4. calcule o valor mínimo para
“[...] para o transformador o
rendimento é a relação entre a
eles: a resistência de isolação do
potência entregue no secundá- ▪ verificação de isolação; transformador avaliado e com-
rio e a potência absorvida no pare com os valores obtidos
primário.” ▪ determinação da relação de no ensaio.
transformação;
▪ ensaio a vazio;
Os megôhmetros mais frequente-
▪ ensaio de curto-circuito.
mente utilizados são para 1.000,
À temperatura de 20 °C o ren- 2.500 e 5.000 volts.
Os instrumentos e equipamen-
dimento é dado por: tos necessários são: amperímetro,
voltímetro, wattímetro, megôh-
US × I S
Re nd = metro e osciloscópio.
US × IS + PCU + PFE Agora você conhecerá a aplicabi-
lidade de cada um desses ensaios.
Equação 10
MÁQUINAS ELÉTRICAS 19
Determinação da rela- Ensaio de curto-
ção de transformação circuito
Pode ser realizada pela leitura di- O ensaio de curto-circuito permi-
reta, com o auxílio do voltímetro, te determinar as perdas no cobre
das tensões nos enrolamentos pri- nos enrolamentos primário e se-
mário e secundário. Figura 7- Ensaio a Vazio cundário.
Para se determinar a relação de Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 51)
transformação, acompanhe qual
roteiro podemos seguir:
1. alimentar o enrolamento pri- Deve-se tomar cuidado com
1. identificar os enrolamentos; mário com suas tensões e fre- a tensão aplicada no primário
quência nominais, anote o va- do transformador, a fonte de
2. impor ao enrolamento pri- lore da tensão aplicada; tensão deverá estar desliga-
mário uma tensão reduzida da para que seja conectado o
e medir com o auxílio de um 2. a partir da leitura do wattíme- amperímetro para a medição
tro, anote o valor da potência da corrente no secundário, o
voltímetro a tensão no secun-
absorvida; posicionamento dos equipa-
dário, determinando a relação
mentos de medição com re-
de transformação. lação ao equipamento a ser
3. a partir da leitura do amperí-
ensaiado deve ser conforme
metro, anote o valor da cor- apresentado na figura a se-
Ensaio a vazio rente no primário. guir. (NASCIMENTO JR., 2008,
p. 52).
Este ensaio permite obter os Para a determinação dos parâme-
dados necessários para a de- tros do transformador utilizamos
terminação dos parâmetros do as seguintes relações:
circuito equivalente do transfor-
mador e determinar as perdas
no ferro. A obtenção destes pa-
cos φ = Po
râmetros permite prever o com-
Vo x Io
portamento do transformador
em condições de carga além das
IRm = Io x cos φ
condições que caracterizam as
condições normais de trabalho.
Im = Io x sen φ
(NASCIMENTO JR., 2008, p. 51).
Zm = Vo Figura 8 - Ensaio de Curto-Circuito
Io Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 53).
Conecte os instrumentos de
medição conforme o circuito Rm = Vo
apresentado na figura a seguir. IRm
Observe que o enrolamento se- Você já está compreendendo cada
cundário deverá estar aberto, a va- Xm = Vo um desses ensaios? Então co-
zio. Acompanhe mais um roteiro Im
nheça mais um roteiro segundo
para a realização do ensaio: (NASCIMENTO JR., 2008).
Qvar = Vo2
Xm
Qa
Zcc = Vcc Equação 23
Xb =
Icc
I 21
24
Xb = 2
= 0,52Ω
Xcc = √ Z2cc - R2cc 3000
100
I cc = × IN 440
Z%
cos φ = Pcc
Vcc x Icc
Pa
Equação 24 Rb =
I 21
5. Calcule o rendimento do trans- 18
formador a 20 °C: Rb = 2
= 0 ,39Ω
3000
440
Rcc = r1 + r2 Rend =
VS ×I S
Equação 19
V S × I S + P CU + P FE
Chegamos ao final da primeira
Equação 25
unidade de estudos, todas as in-
formações que você recebeu se
r1 = r2 x Np referem à utilização do transfor-
Ns Exemplo 1 mador monofásico, seus princí-
O transformador de tensão nomi- pios, como calcular o rendimen-
Equação 20
nal 440/220 V, 3,0 kVA, 60 Hz to, as perdas do transformador e
apresentou os seguintes resulta- aplicabilidade dos ensaios.
E considerando a condição dos nos ensaios: curto-circuito
(18 W, 24 VAr) e a vazio (36 W
e 24 VAr). Calcule os valores dos
parâmetros do circuito equiva-
r1 = r2 lente aproximado referente ao
primário.
Equação 21
MÁQUINAS ELÉTRICAS 21
Unidade de
estudo 2
Seções de estudo
Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Aspectos construtivos
Seção 3 - Grau de proteção
Seção 4 - Operação de transformadores
trifásicos em paralelo
Seção 5 - Divisão de cargas entre
transformadores
Seção 6 - Determinação da tensão
nominal
Seção 7 - Polarização do transformador
Seção 8 - Ligação em transformadores
trifásicos
Seção 9 - Ensaios em transformadores
trifásicos
Seção 10 - Placa de identificação
Transformadores Trifásicos
SEÇÃO 1
Introdução
Você sabia que o transformador Para o transformador apresentado, existem diversas formas de ligação
trifásico é utilizado em grande es- que serão descritas ao longo desta unidade. Para a realização das liga-
cala nos sistemas de transmissão, ções, estes equipamentos possuem caixas de ligação e placas de bornes.
distribuição e na indústria em ge- Para a identificação dos terminais do primário será utilizado o número
ral? do terminal precedido da letra “H” e para os terminais do secundário, o
Após a geração de energia os número precedido da letra “X”.
transformadores trifásicos são Um aspecto muito importante para garantir o correto funcionamento
utilizados para elevar a tensão nos do transformador é uma boa eficiência na dissipação do calor gerado
pontos iniciais das linhas de trans- pelo mesmo. Existem várias formas de se dissipar o calor gerado pelo
missão com a subsequente utili- equipamento, geralmente em transformadores com maiores potências.
zação para a redução das tensões Os enrolamentos estão submersos em óleo isolante que melhoram a
para a distribuição e utilização fi- condução de calor e em contato com as aletas aumentam a eficiência
nal da energia elétrica trifásica. do sistema de dissipação, em transformadores de menores potências os
enrolamentos estão em contato direto com o ar.
SEÇÃO 2
Aspectos construtivos
Podemos definir um transforma-
dor trifásico como um grupo com
três transformadores monofási-
cos no qual os três primários e os
três secundários estarão operando
simultaneamente, observe na fi-
gura :
SEÇÃO 3
Grau de proteção
Conforme as condições e características do local em que será instalado
o equipamento elétrico e de sua acessibilidade, deve ser determinado o
grau de proteção. Sendo assim, um equipamento que seja instalado em
um local aberto onde pode ocorrer o gotejamento de água sob diversos
Figura 9 - Transformador Trifásico ângulos do equipamento, o mesmo deve possuir um invólucro que ga-
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 57). ranta o seu funcionamento sem que ocorra a penetração de água (WEG
S.A. [200-?]).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 23
Os graus de proteção para equipamentos elétricos são definidos pela
NBR 6146 por meio das letras características IP, seguidas por dois alga-
rismos. Conheça a seguir.
1o Algarismo 2o Algarismo
Algarismo Indicação Algarismo Indicação
0 Sem proteção 0 Sem proteção
Corpos estranhos de Pingos de água na
1
1 dimensões acima de vertical
50 mm
Pingos de água até
Corpos estranhos de 2 a inclinação de 15°
2 dimensões acima de com a vertical
12 mm
Água de chuva até
Corpos estranhos de 3 a inclinação de 60°
3 dimensões acima de com a vertical
2,5 mm
Respingos de todas
4
Corpos estranhos de as direções
4 dimensões acima de
Jatos de água de
1,0 mm 5
todas as direções
Proteção contra
6 Água de vergalhões
acúmulo de poeiras
5 7 Imersão temporária
prejudiciais ao
motor Imersão perma-
8
Totalmente protegi- nente
6
do contra poeira
Quadro 2 - Graus de proteção
Quadro 1 - Graus de proteção contra a penetração de água
contra a penetração de objetos indicados pelo segundo numeral
sólidos estranhos indicados pelo característico
primeiro numeral característico
SEÇÃO 4
1n PNn
Operação de transfor- PNn ⋅ EM ⋅ Pc EM =
PFn = P
madores trifásicos em 1nPNn ⋅ E1n 1n Nn
En
paralelo
Em sistemas de potência para o Equação 26 Equação 27
=
fornecimento de energia, a ope-
ração paralela de transformadores
se faz necessária para a elevação Acompanhe a descrição das expressões:
da potência fornecida e para su- PNn = potência fornecida à carga pelo n-ésimo transformador;
prir uma eventual pane em um
PNn = potência nominal do n-ésimo transformador;
dos transformadores, mesmo à
carga reduzida. EM = tensão média de curto-circuito (%);
Dois ou mais transformadores es- En = tensão de curto-circuito do n-ésimo transformador (%);
tarão em paralelo quando ligados Pc = potência solicitada pela carga (KVA).
ao mesmo sistema, tanto no pri-
mário quanto no secundário (pa-
ralelismo de rede e barramento). Exemplo
Veja que algumas condições são Calcular as potências fornecidas individualmente pelos transformadores,
necessárias para a operação em PN1 = 750 kVA, PN2 = 500 kVA, PN3 = 1.000 kVA, cujas tensões de
paralelo de transformadores curto-circuito são: E1 = 4,7%, E2 = 4,9%, E3 = 5,3% e a potência soli-
(WEG S.A., [200-?], p. 178): citada pela carga é de 2.250 kVA.
1. igualdade na defasagem angu-
lar para que não ocorra curto-
circuito decorrente da diferen-
ça de potencial gerada entre as
mesmas fases de transforma-
dores diferentes; EM = 750 + 500 + 1000 = 4,997%
750 + 500 + 1000
4,7 4,9 5,3
2. igualdade na impedância per-
centual para que não ocorra
perda de potência em conse- 750 . 4,997 . 2250 PF1 = 797,4kVA
PF1 =
quência de um equipamento 750 + 500 + 1000 4,7
enxergar o outro como uma
carga.
500 . 4,997 . 2250 PF2 = 509,9[kVA]
PF2 =
750 + 500 + 1000 4,9
SEÇÃO 5
Divisão de cargas entre
transformadores PF3 = 1000 . 4,997 . 2250 PF3 = 942,8kVA
750 + 500 + 1000 5,3
A potência fornecida individu-
almente pelos transformadores
operando em um mesmo sistema
e a tensão média de curto-circuito
(%) são dadas pelas expressões Observe que o transformador de 750 kVA está sobrecarregado, enquan-
(WEG S.A., [200-?], p. 179): to o transformador de 1.000 kVA, que possui a maior impedância, está
operando abaixo da sua potência nominal.
Prepara-se para a próxima seção!
MÁQUINAS ELÉTRICAS 25
380/220 V, e para instalações de
SEÇÃO 6 iluminação e força de residências,
Determinação da deve-se adotar 220/127 V (WEG
tensão nominal S.A., [200-?], p. 150).
Na NBR 5440 da ABNT encon-
Para aplicação industrial podere- tramos a padronização das ten-
mos ter até quatro níveis de ten- sões primárias e secundárias.
são, da seguinte forma: Pronto para seguir adiante?
Subestações de entrada:
primário = 72,5 kV e 138 kV SEÇÃO 7
secundário = 36,2 kV, 24,2 kV Figura 11 - Polarização do
ou 13,8 kV
Polarização do Transformador
transformador Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 61).
Subestações de distribuição:
primário = 36,2 kV - 24,2 kV Polarizar o transformador con- Pela figura apresentada você pode
ou 13,8 kV siste em distribuir as bobinas de verificar que se as polaridades fo-
secundário = 440/254 V, modo que as mesmas tenham a
380/220 V ou 220/127 V rem ligadas em série invertidas, a
polaridade determinada eliminan- somatória das tensões seria 0 V.
do o risco de subtração de tensão
entre elas.
Para potências maiores do que 3
MVA é indicado baixar a tensão
Entre os métodos mais utilizados SEÇÃO 8
para a execução da polarização,
para um nível intermediário (6,9 podem-se citar: polarização CA e Ligação em transforma-
kV, 4,16 kV ou 2,4 kV), pois o polarização por golpe indutivo. dores trifásicos
equipamento para a redução de
potência de 3 MVA para tensões Os transformadores trifásicos ge-
O método mais simples é a po-
de uso final possui um custo con- larização por golpe indutivo, é ralmente recebem identificação
sideravelmente elevado (deve su- aplicado separadamente em nos terminais de alta tensão ini-
portar altas correntes). cada um dos três enrolamen- ciando com a letra “H” e os ter-
A determinação da tensão do se- tos do transformador, consiste minais de baixa tensão recebem
cundário depende de alguns fato- na aplicação de uma tensão identificação iniciando com a le-
contínua no primário e na ob-
res, dentre os principais podemos tra “X”. A identificação das fases
servação do galvanômetro no
citar: é normalizada da seguinte forma:
secundário, o mesmo padrão de
a. econômicos – a tensão de resposta deve ser dado em to- Fase R → (1;4) e (7;10);
380/220 V requer seções me- dos os enrolamentos do secun- Fase S → (2;5) e (8;11);
dário (NASCIMENTO JR., 2008, Fase T → (3;6) e (9;12).
nores dos condutores para
p. 61).
uma mesma potência;
MÁQUINAS ELÉTRICAS 27
SEÇÃO 10
Placa de identificação
As principais características dos
equipamentos elétricos estão con-
tidas na placa de identificação. As
informações que deverão constar
na placa de identificação são im-
portantes para a correta manu-
tenção, instalação e manobra do
equipamento e são normalizadas
pela NBR 5356.
O material da placa poderá ser
alumínio ou aço inoxidável.
Na figura a seguir encontramos
Figura 15 - Esquema de Ligações: 12 Terminais
um exemplo de placa de identifi-
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 64).
cação de um transformador trifá-
sico, triângulo-estrela (Dy).
SEÇÃO 9
Ensaios em transformadores trifásicos
f. impedância de curto-circuito
em percentagem;
MÁQUINAS ELÉTRICAS 29
Unidade de
estudo 3
Seções de estudo
Seção 1 - Autotransformadores
Seção 2 - Transformador de potencial
Seção 3 - Transformador de corrente
Outros Transformadores
SEÇÃO 1
Autotransformadores
Você já conhece algo sobre os au- De acordo com a figura você pode observar que nas seções do mesmo
totransformadores? enrolamento não circulam correntes de mesma grandeza, já que a cor-
Os autotransformadores são equi- rente gerada por indução no segmento do secundário I2 sobe, somando-
pamentos muito parecidos com se com a corrente I1 que desce proveniente do enrolamento superior do
transformadores monofásicos, primário, e ambas passam pela carga retornando à fonte pelo fio comum.
apresentam como grande diferen- Portanto, há uma corrente I1 que vem do primário, partindo de R (L1),
cial seu sistema de bobinas, pois passa pelos pontos A e B, pela carga, pelo ponto C e segue ao ponto S
no autotransformador não temos (L2) e é a corrente que passa pela carga, por condução.
mais as bobinas do primário e as A corrente I2 circula de C até B, passa pela carga e vai a C novamente
bobinas do secundário com dois e é a corrente induzida. O seu circuito é restrito à bobina e à carga. Ela
enrolamentos separados, o mes- não chega a R ou S.
mo enrolamento atuará como pri-
Os autotransformadores são indicados para aplicações nas quais não
mário e secundário.
seja exigida a isolação elétrica entre primário e secundário e que a dife-
Um fator determinante para a rença entre as tensões do primário e do secundário não ultrapasse 50%.
grande utilização dos autotrans- Uma aplicação muito comum para autotransformadores são as chaves
formadores é o seu custo reduzi- compensadoras utilizadas nas partidas de motores (SENAI, 1980).
do em relação ao transformador
monofásico, pois exige menos
cobre e menos ferro, no entanto
possui um ponto negativo que é
a perda da isolação elétrica entre
a entrada e a saída, pois os cami-
nhos de entrada e saída são os
mesmos (SENAI, 1980).
Conheça a seguir um esquema
simplificado do autotransforma-
dor. Figura 19 - Autotransformador
Fonte: SENAI (1980, p. 19).
Figura 18 - Esquema do
Autotransformador Simples
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 75).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 31
Exemplo 1 Exemplo 2
Se a corrente que entra for de 2 Se a bobina tem no primário 200 espiras para 100 V, e você deseja no
A, o autotransformador pode- secundário 50 V, observando a figura a seguir, o número de espiras no
rá induzir uma corrente de, por secundário pode ser calculado da seguinte forma:
hipótese, 3 A. Assim, a corrente Calculando:
na carga (D) conforme a figura a
seguir será de 5 A. A corrente da E2 = E 2 → 100 = 50
carga é a soma de I1+I2 ou 2A + N1 N2 200 x
3A = 5 A.
x = 50200 → x = 100 espiras
100
Figura 20 - Comportamento da
Corrente no Autotransformador
Fonte: SENAI (1980, p. 45).
Figura 21: Autotransformador
Fonte: SENAI (1980, p. 47).
Nesse exemplo, a corrente foi
mais que dobrada. Mas foi ne-
cessária apenas uma bobina, por Portanto, para obter a tensão desejada (50 V) no secundário, deve-se ter
isso, o núcleo deve ter capacidade uma derivação com 100 espiras (SENAI, 1980).
apenas para a corrente induzida.
Num transformador comum, se-
ria necessário o dobro de secção
do núcleo para a mesma carga.
Daí o fato de esse transformador
ser econômico quanto ao empre-
go de materiais (SENAI, 1980).
SEÇÃO 3
Transformador de
corrente
O transformador de corrente opera com seu enrolamento primário in-
tercalado em série com um condutor de um sistema de potência, apre-
senta algumas especialidades que exige algumas considerações comple-
mentares em relação aos transformadores de potencial.
O transformador de potencial tem o comportamento de uma fonte de
tensão, já o transformador de corrente se comporta como uma fonte de
corrente, a existência de um transformador de corrente em um condutor
do sistema praticamente não altera a corrente IP conforme apresentado
na figura a seguir, independentemente da sua carga (instrumento de me-
dição) (JORDÃO, 2002). Figura 23 - Transformador de Corrente
Fonte: Jordão (2002, p. 12).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 33
Diferentemente dos transformadores de potencial, o transformador de
corrente não pode operar com seus secundários em circuito aberto, pois
caso ocorra, toda a corrente IP passaria a atuar como corrente magneti-
zante, gerando altos valores de induções e causando excessivas perdas e
altas temperaturas no ferro, tendo como consequência a degradação do
material isolante do equipamento.
As principais aplicações para o transformador de corrente são: proteção
e medição de corrente.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 35
Unidade de
estudo 4
Seções de estudo
Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Princípios de funcionamento
Seção 3 - Aspectos construtivos
Seção 4 - Geração de corrente trifásica
Seção 5 - Ligações no sistema trifásico
Seção 6 - Tensão nominal múltipla
Seção 7 - Comportamento do gerador
vazio e sob carga
Seção 8 - Características dos rotores de
geradores
Seção 9 - Reatância síncrona
Seção 10 - Regulação de tensão
Seção 11 - Perdas e eficiência
Seção 12 - Potência em máquinas de pólos
salientes
Seção 13 - Sincronização
Geradores de
Corrente Alternada
SEÇÃO 1
Introdução
A característica principal de um Com o movimento relativo da bobina em relação ao campo magnético
gerador elétrico é transformar é gerado um valor instantâneo da força eletromotriz (f.e.m) induzida no
energia mecânica em elétrica. condutor, conectado a dois anéis ligados ao circuito externo por meio
Uma máquina síncrona é uma de escovas.
máquina CA na qual sua veloci-
dade é proporcional à frequência
de sua armadura. O seu rotor em
conjunto com o campo magné-
tico criado giram na mesma ve-
locidade ou sincronismo que o
campo magnético girante. Os
geradores de corrente alternada
também são chamados de alterna-
dores e praticamente toda energia
elétrica consumida nas residências
e indústrias é fornecida pelos al-
ternadores das usinas que produ-
zem energia elétrica. Agora você
conhecerá como é o funciona-
mento de um gerador CA. Vamos Figura 28 - Esquema de Funcionamento de um Gerador Elementar
em frente? (Armadura Girante)
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 45).
SEÇÃO 2
Princípios de Considerando que a bobina gire Sendo:
com uma velocidade constante
funcionamento dentro do campo magnético “B”
▪ e = força eletromotriz;
com velocidade “V”, o valor da ▪ B = indução do campo mag-
Visando simplificar a análise do nético;
f.e.m. induzida no condutor dado
funcionamento de um gerador
CA, também chamado de alter-
pela Segunda Lei de Indução de ▪ l = comprimento de cada
Faraday é tida como: condutor;
nador, analisaremos inicialmente
o modelo simplificado composto ▪ v = velocidade linear;
por uma única espira que se en- ▪ θ = ângulo formado entre B
contra imersa em um campo mag- e = B.l.v.sen(θ ) e v.
nético gerado por um imã perma-
nente, conforme apresentado na Equação 28 Para um equipamento composto
figura a seguir (JORDÃO, 2002).
por N espiras temos:
e = B.l.v.sen(θ ).N
Equação 29
MÁQUINAS ELÉTRICAS 37
Com um formato conveniente da
sapata polar, pode-se conseguir
uma distribuição senoidal das in-
duções e, dessa forma, a f.e.m.
também terá um comportamento
senoidal ao longo do tempo. A fi-
gura a seguir apresenta um lado da
bobina no campo magnético em
doze posições diferentes, variação
angular de 30° e na mesma figura
ainda podemos analisar o com-
portamento das induções em rela-
ção à posição angular (JORDÃO,
2002).
p.n
f= [Hz]
120
Sendo:
▪ f = frequência (Hz);
▪ p = número de polos;
▪ n = rotação síncrona (rpm).
Figura 31 - Conjunto de anéis/escovas
Equação 30
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 168).
Para que se tenha a formação de
pares de polos, o número de po-
los terá de ser sempre par. Na ta- SEÇÃO 4
bela a seguir são apresentadas as Geração de corrente trifásica
velocidades síncronas em função
das polaridades e das frequências
Você sabia que a associação de três sistemas monofásicos com uma de-
mais usuais.
fasagem entre si de 120° compõe um sistema trifásico? Observe a figura:
MÁQUINAS ELÉTRICAS 39
Para se obter o equilíbrio do sistema, ou seja, VL1 = VL2 = VL3, cada bo-
bina deverá ser composta de número de espiras igual.
Existem duas formas usuais de se obter um sistema trifásico composto
por três sistemas monofásicos, os esquemas de ligação estrela e ligação
triângulo, os quais você estudará em detalhes na sequência.
SEÇÃO 5
Ligações no sistema trifásico
Ligação triângulo
MÁQUINAS ELÉTRICAS 41
Ligação série-paralela
Dividindo-se cada fase do enrolamento em duas partes, as mesmas são
ligadas em série ficando cada uma com a metade da tensão de fase no-
minal. Se as duas metades da fase forem ligadas em paralelo, a tensão da
máquina será a mesma da tensão anterior de forma que a tensão aplicada
em cada bobina não é alterada. Confira na figura a seguir os esquemas de
ligação com exemplos numéricos. (WEG S.A., [200-?]).
Quadro 4 - Relação entre Tensões (linha/fase) Correntes (linha/fase) e Potência em um Sistema Trifásico
MÁQUINAS ELÉTRICAS 43
Carga puramente
indutiva
Na alimentação de uma carga in-
dutiva a corrente de carga está de-
fasada de 90° em atraso com rela-
ção à tensão. A direção do campo
principal e do campo de reação da
armadura será a mesma, no entan-
to, com polaridade oposta, obser-
ve na figura a seguir.
Figura 44 - Carga Puramente Indutiva
Figura 46 - Carga Puramente Capacitiva
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 53).
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 53).
Figura 45 - Polaridades
Alinhadas
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 53).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 45
SEÇÃO 10 Exemplo
Regulação de tensão Um gerador possui uma demanda
de carga de 5,5 kW e tem como
Segundo Gussow (1985), a regulação de tensão de um gerador CA re- propulsor um motor de 10 hp.
presenta o aumento percentual na amplitude da tensão no terminal à Determine a eficiência do gera-
medida que a carga vai diminuindo da corrente especificada da carga dor.
máxima até zero, e é dada por:
potência total de entrada =
tensão sem carga + tensão com carga máxima 10hp ⋅
746W
= 7460W
Regulação de Tensão =
tensão com carga máxima hp
Equação 34
potência útil de saída =
Exemplo
5,5kW = 5.500W
Um gerador sem carga opera com uma tensão de 120 V. Quando se
impõe uma carga ao mesmo, sua tensão de saída é reduzida para 115 V.
Calcule sua regulação de tensão sabendo que sua corrente de campo não potência útil de saída
EF = =
é alterada (GUSSOW, 1985). potência total de entrada
5.500
= 73,7%
7.460
tensão sem carga + tensão com carga máxima
Regulação de Tensão =
tensão com carga máxima
120 − 115 5
Regulação de Tensão =
115
=
115
= 0,0043 = 4 ,3% SEÇÃO 12
Potência em máquinas
de polos salientes
O próximo assunto é muito importante, prepare-se!
Para Gussow (1985), a potência
em máquinas de polos salientes
SEÇÃO 11 pode ser dada em função do ân-
Perdas e eficiência gulo de carga entre os fasores de
tensão de fase UF e a força eletro-
motriz induzida E0 e é dada por:
As perdas existentes no gerador são constituídas por: perdas no cobre
na excitação de campo, perdas no cobre da armadura e perdas mecâni-
cas. E a eficiência EF é dada pela razão entre a potência útil de saída e a
potência total de entrada (GUSSOW, 1985). P = m.UF .IF .cos ϕ
Sendo:
potência útil de saída
EF = ▪ m = número de fases;
potência total de entrada
▪ UF = tensão de fase;
▪ IF = corrente de fase.
Equação 35
Equação 36
MÁQUINAS ELÉTRICAS 47
Unidade de
estudo 5
Seções de estudo
Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Operação e funcionamento
Seção 3 – Servomotor
Motor Síncrono
SEÇÃO 1
Introdução
Um motor síncrono tem como No enrolamento do rotor é aplicada uma tensão CC para que seja gera-
uma de suas aplicações o controle do um campo magnético constante que acompanhará o campo magnéti-
do fator de potência, absorvendo co girante, conforme você pode observar na figura a seguir.
potência reativa da rede, e tem a
vantagem de simultaneamente
poder acionar uma carga no eixo.
Caracteriza-se por ter a mesma
velocidade de rotação do campo
girante da armadura em regime
permanente e por não possuir
conjugado de partida (NASCI-
MENTO JR., 2008).
Na prática, é comum realizar a
partida de um motor síncrono
como se fosse um motor assín-
crono e posteriormente excitar
o indutor, alimentando o enrola-
mento de campo com corrente Figura 52 - Operação e Funcionamento
contínua de forma a sincronizá-lo. Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 21).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 49
Figura 53 - Limitação na Partida
Fonte: Nascimento Jr. (2008, p. 211).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 51
Unidade de
estudo 6
Seções de estudo
Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Visão geral
Seção 3 - Aspectos construtivos
Seção 4 - Princípios de funcionamento
Seção 5 - Velocidade síncrona (ns)
Seção 6 - Escorregamento
Seção 7 - Circuito equivalente
Seção 8 - Obtenção dos parâmetros do
circuito equivalente
Seção 9 - Equações gerais
Seção 10 - Características eletromecânicas
Seção 11 - Métodos de partida
Motores Trifásicos de Indução de
Corrente Alternada
SEÇÃO 1
Introdução
O motor elétrico é uma máquina com a capacidade de converter energia Inicialmente daremos maior ên-
elétrica em energia mecânica, como você pode acompanhar na figura a fase aos motores trifásicos as-
seguir. síncronos que são amplamente
utilizados por possuírem diversas
vantagens tais como: facilidade de
manutenção, grande confiabilida-
de e atender a maioria dos torques
de partidas para as mais diversas
aplicações.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 53
Figura 56 - Universo tecnológico em motores elétricos
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 12).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 55
Geralmente as caixas de ligação com os dedos e contra corpos cuitadas nas duas extremidades,
são fixadas na carcaça que podem estranhos sólidos com dimensão ficando muito parecido com uma
ser posicionadas lateralmente ou acima de 12 mm (2) e proteção gaiola, razão pela qual recebeu
no topo, os cabos do motor pas- contra respingos na vertical (1). este nome.
sam por um duto de passagem
existente na carcaça para que se-
jam disponibilizados dentro da Estator e rotor
caixa de ligação para futura cone- Nos motores normais os roto-
xão com a rede elétrica. res são do tipo gaiola de esquilos
A padronização da carcaça é nor- (veja a figura a seguir), os rotores
malizada pela NBR 5432. e os estatores constituem o nú-
cleo magnético do motor.
A carcaça também tem a função
de invólucro do motor, a neces-
Figura 60 - Gaiola
sidade do grau de proteção va-
ria de acordo a aplicação e está Fonte: Filippo Filho (2000, p. 64).
relacionada com o ambiente
onde o equipamento irá atuar. O eixo do motor atravessa o nú-
Por exemplo, um motor atuan- cleo magnético e é fixado ao mes-
do em um ambiente aberto de- mo ficando apoiado aos rolamen-
verá apresentar um grau de pro- tos que por sua vez são apoiados
teção superior a um motor que
nas tampas e fixados por anéis.
atua em um ambiente fechado
(FILIPPO FILHO, 2000). Figura 58 - Rotores Gaiolas Um corte esquemático do motor
Fonte: Filippo Filho (2000, p. 297). pode ser analisado na figura a se-
guir.
Motores de indução normais
geralmente são fabricados com Ainda segundo Filippo Filho
os seguintes graus de proteção, (2000), os estatores e os rotores
Acompanhe. possuem chapas laminadas e ali-
nhadas, formando um pacote de
▪ IP54 – proteção completa chapas, conforme figura a seguir,
contra toque e contra acúmulo que possuem ranhuras internas
de poeiras nocivas (5). Proteção nas quais é injetado o alumínio
contra respingos de todas as dire- (rotores) e é realizada a inserção
ções (4). Utilizados em ambiente das bobinas (estatores).
com muita poeira.
▪ IP55 – proteção completa Figura 61 - Motor Assíncrono de Rotor
contra toque e contra acúmulo Gaiola
de poeiras nocivas (5). Proteção Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 14).
contra jatos de água em todas as
direções (5). Utilizados em equi-
Existe ainda o chamado rotor bo-
pamentos que sofrem frequente-
binado, que possui enrolamentos
mente a ação de jatos de água a
semelhantes aos do enrolamento
limpeza.
do bobinado do estator em subs-
▪ IP(W)55 – equivalente ao tituição às barras, o acesso aos
IP 55, porém protegidos contra Figura 59 - Rotores Gaiolas terminais desse enrolamento é
chuvas e maresias, utilização em Fonte: Filippo Filho (2000, p. 297). feito por meio de um conjunto de
locais abertos. anéis/escovas de grafite.
A chapa é composta por um aço
Os motores abertos geralmente com baixo teor de carbono, O
são fabricados com grau de pro- rotor do tipo gaiola de esquilos é
teção IP21, que segundo a NBR um conjunto de barras curto-cir-
6146 são protegidos contra toque
MÁQUINAS ELÉTRICAS 57
SEÇÃO 5 No de polos
Rotação síncrona por minuto
MÁQUINAS ELÉTRICAS 59
Para o circuito equivalente com todos os parâmetros no primário, deve
ser adicionada uma resistência que represente as perdas no ferro (Rf) e
uma indutância de magnetização Xf. Confira a figura a seguir (FILIPPO
FILHO, 2000):
MÁQUINAS ELÉTRICAS 61
Nessas condições, em decorrên-
cia da baixa tensão, as perdas no
ferro e a magnetização são des- A velocidade síncrona é dada por:
prezíveis e não existem perdas
120 × f 120 × 60
rotacionais (motor bloqueado) nS = = = 1.800rpm
2p 4
(NASCIMENTO JR., 2008).
A reatância de dispersão global A relação do escorregamento com a velocidade síncrona é dada por:
(X) e a resistência ôhmica global
(R) são determinadas por: nS − n
s=
nS
Equação 44
A frequência induzida é dada pela equação 39:
A medida da tensão (V) “por fase”
é realizada por meio de um voltí-
f 2 = s × f1 = 0,05 × 60 = 3Hz
metro, a corrente (A) “por fase”
é realizada por meio do amperí-
metro e as potências ativas (kW) A velocidade relativa é determinada por:
e reativa (kVAr) são obtidas por
meio de um wattímetro. nR = nS − n = 1.800 − 1710 = 90rpm
É realizada a medida da resistên-
cia ôhmica “por fase” da bobina
do estator (R1) e R2r é obtido pela
relação: Exemplo 2
Um motor de indução trifásico de 60 cv trabalha na frequência de 60
Hz, com IN = 143A, 220 V, n = 1.775 rpm. Esse motor apresentou os
R 2r = R − R1 seguintes resultados nos ensaios: a vazio 3.440 W e 22.400 VAr e com
o rotor bloqueado 2.400 W e 4.160 VAr. O valor da resistência ôhmica
Equação 45
medida por fase na bobina do estator foi de 15 mΩ. Calcule os parâ-
metros do circuito elétrico equivalente considerando que as perdas por
Agora acompanhe os exemplos atrito e ventilação chegam a 750 W.
para aprender a calcular as medi-
das de tensão.
220 60
Tensão / fase = = 127V Pot. / fase = = 20cv
Exemplo 1 3 3
Pmec
η=
Pel
Pel = 3 ⋅VL ⋅IL ⋅cos
A potência total do motor é a somatória das potências das fases
Sendo: e também pode ser dada por:
▪ VL = tensão da linha (V);
Pel =3⋅Pfase
▪ IL = corrente da linha (A);
▪ f = defasagem entre a
tensão e a corrente; Sendo:
▪ cos φ = fator de potência
Pfase = V1 ⋅ I1 ⋅ cos
do motor.
Sendo:
▪ C = conjugado
▪ = velocidade angular
MÁQUINAS ELÉTRICAS 63
A potência mecânica tida como referência no circuito conforme figura
a seguir é dada por:
1− s 2
Pmec = 3 ⋅ R2r ⋅ ⋅ I2
s r
3 ⋅ R2r ⋅ I22
C=
s ⋅s
A corrente no rotor:
V1
I2 r = 2
1− s
R + R2r ⋅ + x2
s
3 R2r V12
C= ⋅ ⋅
s 2
s 1− s
R + R2r + X2
s
V1 V
I0 = −j 1
Rf Xf
Exemplo 3
Considerando apenas o ensaio a vazio para o circuito equivalente do
exemplo 2, determine a corrente a vazio do motor.
127 0 o 127 0 o
IR = o
= 11,00 0 o IX = = 58,80 − 90o
11,55 0 2,16 90o
Equações 58
7094 × P(cv) 9555 × P(kW )
C 0 (Nm) = = Conforme as características de
nS (rpm) nS (rpm)
conjugado em relação à velocida-
716 × P(cv) 794 × P(kW ) de e corrente de partida, os moto-
C 0 (kgfm) = = res de indução trifásicos são clas-
n S (rpm) n S (rpm)
sificados em categorias que visam
atender a um determinado tipo de
Equações 56 e 57
carga. A norma (NBR 7094) de-
fine essas categorias da seguinte
forma:
MÁQUINAS ELÉTRICAS 65
▪ categoria N – conjugado de partida normal, corrente de partida SEÇÃO 11
normal e baixo escorregamento. Constitui a maioria dos motores
encontrados no mercado, utilizados no acionamento de cargas nor-
Métodos de partida
mais, com baixo conjugado de partida, tais como bombas, ventila-
dores e máquinas operatrizes; Na partida, os motores de indução
trifásicos de rotores gaiola podem
▪ categoria NY – o mesmo que a categoria N, porém é prevista apresentar correntes até nove ve-
para partida Y-∆;
zes sua corrente nominal. Na par-
▪ categoria H – conjugado de partida alto, corrente de partida tida a corrente fica muito elevada,
normal e baixo escorregamento. Usando para cargas que exigem
podendo causar danos à rede e
maior conjugado de partida, tais como peneiras, transportadores
carregados e moinhos;
interferências em outros equipa-
mentos ligados à mesma. Existem
▪ categoria HY – o mesmo que a categoria H, porém prevista para sistemas/dispositivos que têm
partida Y-∆;
por objetivo a redução do nível
▪ categoria D – conjugado de partida alto, corrente de partida de tensão durante a partida e por
normal e alto escorregamento ( s > 5%). consequência a redução do nível
de corrente. É importante garan-
tir que com a redução de tensão
São usados em prensas excêntricas e máquinas semelhantes, em que a e consequente redução do conju-
cargas apresenta picos periódicos. Também são usados em cargas que gado de partida o motor consiga
exigem alto conjugado de partida e corrente limitada, como os eleva- realizar a aceleração da carga, pois
dores. caso contrário, teremos a situação
de rotor bloqueado, o que pode
causar danos ao equipamento.
Os sistemas mais comumente uti-
lizados são:
▪ chave estrela-triângulo;
▪ chave série-paralelo;
▪ chave compensadora e partida
eletrônica (soft-starter).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 67
Comparação entre cha- Partida com chave- Partida com chave
ves “Y-∆” e compensadora compesadora série-paralelo
“cutomática” estrela-triân- Vantagens: Na partida em série-paralelo o
gulo motor deve ser apto para traba-
▪ é possível a variação do tap de
Conheça as vantagens: lhar em duas tensões, sendo a
65% para 80% da tensão da rede,
menor delas igual à da rede e as
▪ possui menor custo para bai- de modo que o motor possa
outras duas vezes maior.Para a
xas tensões; partir satisfatoriamente;
implementação deste tipo de par-
▪ pode realizar grande número ▪ na partida com o tap de 65% a tida é preciso que o motor possua
de manobras; corrente de linha é muito próxi- nove terminais, partindo o motor
ma à corrente da chave estrela-
▪ a corrente de partida é reduzi- com ligação série, em 220 V, e
triângulo, no entanto, na passa- após atingir sua rotação nominal é
da para aproximadamente 1/3;
gem da tensão reduzida para a realizada a comutação para a liga-
▪ os componentes são compac- tensão da rede o segundo pico ção em paralelo.
tos, ocupando pouco espaço. de corrente é menor em relação
à chave estrela-triângulo, pois o
Quer saber quais são as desvanta- autotransformador por um breve Soft-starter
gens? Vamos lá! período se torna uma reatância.
A chave eletrônica de partida
Desvantagens: Desvantagens: consiste em um conjunto de
▪ limitação da frequência de pares de tiristores um em cada
▪ a tensão de rede deve ser a borne de potência do motor. O
mesma tensão em triângulo do manobras;
ângulo de disparo de cada par
motor; ▪ o custo da chave da compen- de tiristores é controlado ele-
▪ o conjugado de partida se sadora é bem maior que o custo tronicamente para uma tensão
reduz a 1/3 do conjugado de da chave estrela-triângulo em de- variável durante a aceleração do
corrência do autotransformador; motor, comumente chamada de
partida nominal do motor;
partida suave (soft-starter). Di-
▪ a partida estrela-triângulo só ▪ em consequência do tamanho ferentemente dos sistemas de
pode ser implementada nos mo- do autotransformador, a utiliza- partida apresentados até então,
tores que possuem seis bornes; ção de quadros maiores se faz não existem picos abruptos de
necessária, elevando o preço do correntes, assim, consegue-se
▪ se o motor não atingir no conjunto. obter uma corrente muito pró-
mínimo 90% de sua velocida- xima à corrente nominal do mo-
de nominal, o pico de corrente tor com uma pequena variação
na comutação de estrela para (WEG S.A., [200-?]).
triângulo será muito próximo ao
pico de corrente em uma partida
direta, tornando-se prejudicial Uma grande vantagem na utiliza-
aos sistemas e aos contatores. ção da partida eletrônica é a au-
sência de arco elétrico, comum
nas chaves mecânicas, o que faz
com que a vida útil deste tipo
de equipamento seja bem maior.
Uma comparação entre as corren-
tes e os conjugados de partida di-
reta e partida com soft-starter pode
ser observada na figura a seguir.
5. Conjugado da carga.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 69
Unidade de
estudo 7
Seções de estudo
Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Princípios de funcionamento
Seção 3 - Partida e funcionamento normal
de motores monofásicos de indução
Seção 4 - Ensaios em motores
monofásicos
Motores Monofásicos
SEÇÃO 1
Introdução
Você sabe onde utilizamos os Um campo magnético é criado Observe com atenção um dese-
motores monofásicos? quando uma bobina é percorri- nho esquemático de um motor
da por uma corrente elétrica e a elementar monofásico.
orientação do mesmo será con-
forme o eixo da bobina, sua am-
Eles são utilizados na indústria
e principalmente em aplica-
plitude será proporcional à cor-
ções prediais e residenciais, tais rente aplicada.
como ventiladores, condiciona- Podemos verificar na figura a se-
dores de ar e bombas d’água. A guir que um “enrolamento mo-
tensão de alimentação pode ser nofásico” percorrido por uma
de 110 ou 220 V, podem ser liga- corrente “I” gera um campo
dos entre fase e neutro ou entre
“H”. Para o exemplo apresenta-
fase e fase, conectados a uma
do temos um par de polos, cujas Figura 72 - Desenho Esquemático do
rede bifásica, sempre em cor-
rente alternada. São geralmen- contribuições são somadas para Motor Monofásico Elementar
te utilizados em aplicações que geração do campo “H”. O fluxo
Fonte: Filippo Filho (2000, p. 212).
exijam baixa potência. Os moto- magnético atravessa o núcleo do
res monofásicos utilizam dispo- rotor e se fecha através do núcleo
sitivos que auxiliam na partida, do estator. Um campo pulsante pode ser de-
possibilitando sua aceleração composto em um campo girante e
(FILIPPO FILHO, 2000). sua representação gráfica pode ser
verificada na figura a seguir.
SEÇÃO 2
Princípios de
funcionamento
Em motores monofásicos, a falta
de uma fase causa a extinção do
campo girante e o mesmo perde
Figura 71 - Enrolamento Monofásico
a capacidade de partida; caso o
Fonte: Weg S.A. ([200-?], p. 29)
campo girante esteja em movi-
mento, o motor irá permanecer Figura 73 - Campos Girantes Derivados
em movimento, esse é princípio A alimentação da bobina por do campo pulsante
de funcionamento dos motores uma corrente alternada gera Fonte: Filippo Filho (2000, p. 212).
monofásicos que necessitam de um campo magnético variável
mecanismos complementares no tempo, no entanto, fixo no
para o auxílio na partida (WEG espaço gerando um campo pul- Cada campo pode ser analisado
S.A., [200-?]). sante. O rotor não consegue individualmente, a figura a seguir
gerar conjugado, pois as barras apresenta a curva do conjugado
Os rotores dos motores monofá- adjacentes do rotor geram con- motor desenvolvido por cada um
sicos são basicamente iguais aos jugados em oposição entre si e dos campos girantes. No primeiro
por tal razão o motor não con- quadrante, temos a representação
rotores gaiola dos motores de in-
segue partir sem dispositivo au- do conjugado no sentido horário
dução trifásicos. xiliar (WEG S.A., [200-?]).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 71
e no segundo quadrante temos o
conjugado no sentido anti-horá-
rio.
Figura 76 - Motor de Fase Auxiliar split-phase: (a) Ligação, (b) Diagrama Faso-
rial, (c) Características de Conjugado-Velocidade Típica
Fonte: Weg S.A. (2006, p. 11).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 73
Motor monofásico com capacitor permanente
Os capacitores de partida
Nos motores tipo capacitor permanente não ocorre o desligamento do mais utilizados são do tipo
capacitor e do enrolamento auxiliar após a partida do motor. eletrolítico para CA e fabri-
cados para serviço de partida
de motores, já os capacitores
permanentes geralmente são
a óleo, de capacitância em
torno de 40 µF.
b. é apresentada a característi-
ca de conjugado-velocidade
(WEG S.A., 2006).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 75
Eleve a tensão no enrolamento 3. Determine a velocidade do campo girante pela seguinte expressão:
primário até obter o valor de 2 A
no amperímetro. Desligue a fonte
e calcule a impedância do primá- 120 × f
nS = = 1800rpm
rio ZPrimário como segue: 2p
I=2 A
4. Monte o circuito conforme apresentado na figura anteriormente.
U 5. Acople o dinamômetro, com regulagem inicial em 0 V, ao motor mo-
Z PRIMÁRIO = = 14 ,35Ω
I nofásico.
U = 28,70 Volts
6. Ajuste a fonte de tensão CA para tensão nominal do motor, ajuste o
dinamômetro para a máxima carga e ligue-o.
ee ϕSECUNDÁRIO = 61,07
0
Q = Senϕ × S = 69,97VAr
MÁQUINAS ELÉTRICAS 77
Unidade de
estudo 8
Seções de estudo
Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Princípios de funcionamento
Seção 3 - Aspectos construtivos
Seção 4 - Excitação de campo
Seção 5 - Circuito equivalente do gerador CC
Seção 6 - Equações da tensão no gerador e
regulação de tensão
Seção 7 - Perdas e eficiência de uma
máquina CC
Geradores de
Corrente Contínua
SEÇÃO 1
Introdução
O gerador CC é uma máquina que
realiza a conversão de energia me-
cânica de rotação em energia elé-
trica. Existem diversas fontes que
podem fornecer a energia mecâ-
nica necessária, tais como: vapor,
óleo diesel, queda-d’água, motor
elétrico, entre outras.
A aplicação da corrente contínua
ocorre em vários setores indus-
triais, tais como: cargas de bate-
rias e acumuladores, eletroímãs
de aplicações industriais, tração Figura 82 - Princípio de Funcionamento do Gerador cc
elétrica e instalações de eletroquí- Fonte: SENAI (1997, p. 33).
micas.
Uma forma de retificar o formato senoidal da f.e.m. apresentada é pela
utilização de um comutador que é formado por segmentos de cobre. Na
SEÇÃO 2 figura a seguir podemos observar o comportamento da f.e.m. em fun-
Princípios de ção da posição da espira para cinco posições diferentes, formando um
ciclo completo de rotação (SENAI, 1997).
funcionamento
O gerador CC mais simples é DAE - Divisão de assistência às empresas
composto por um enrolamento
de armadura contendo uma úni-
ca espira que é interceptada pelo
campo magnético gerado.
Com o movimento de rotação da
espira ocorre a variação do fluxo
magnético e em decorrência dessa
variação surge uma f.e.m. (Lei da
Indução Magnética).
D
f .e.m =
Dt
Equação 59
Figura 83 - Forma de Onda da F.E.M. X Posição da Espira
Podemos observar na figura a se-
guir o posicionamento da espira Fonte: SENAI (1997, p. 33).
em três momentos diferentes e o
gráfico da f.e.m. com seu formato
senoidal.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 79
Na posição IV da figura a seguir, a Para o motor de corrente contínua a armadura recebe a corrente prove-
bobina apresenta a máxima f.e.m., niente de uma fonte elétrica externa que faz com que a armadura gire,
com o condutor escuro na frente em decorrência desse movimento de rotação a armadura também é cha-
do polo N e o branco na frente do mada de rotor.
polo S, “B” será sempre positiva e
“A” sempre negativa enquanto for
mantida a rotação indicada pela Comutador
seta circular e o sentido de campo. Comutador é o dispositivo responsável pela conversão da corrente
alternada que circula pela armadura em corrente contínua. O comu-
tador figura conforme mostrado a seguir, ele é composto de um par
de segmentos de cobre para cada enrolamento da armadura, sendo
estes isolados entre si e isolados do eixo, uma vez que são fixados
no mesmo. No chassi da máquina são montadas duas escovas fixas
que possibilitam o contato com segmentos opostos do comutador
(GUSSOW, 1985).
SEÇÃO 3
Aspectos construtivos
As principais partes que com-
põem os geradores de corrente
contínua são basicamente as mes-
mas dos motores de corrente con-
tínua.
Agora você conhecerá em de-
talhes cada uma das partes que
compõem os geradores de cor- Figura 85 - As partes Principais de um Motor cc
rente contínua. Fonte: Adaptado de Rocha (1985, p. 250).
Escovas
Armadura
São conectores de grafita fixos, montados sobre molas que possibilitam
Para o gerador CC a armadura o deslizamento sobre o comutador no eixo da armadura, servindo de
realiza movimento de rotação em contato entre os enrolamentos e a carga externa.
decorrência de uma força mecâ-
nica externa e a tensão gerada na
mesma é ligada a um circuito ex- Enrolamento de campo
terno.
O enrolamento de campo tem um eletroímã responsável pela produção
do fluxo interceptado pela armadura. No gerador CC a fonte de cor-
rente de campo pode ser separada ou proveniente da própria máquina,
chamada de excitador.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 81
SEÇÃO 5 Sendo:
Circuito equivalente do Vta = tensão no terminal da armadura (V);
Vg = tensão gerada na armadura (V);
gerador CC Ia = corrente na armadura (A);
Vt = tensão no terminal do gerador (V);
As relações entre tensão e corren- ra = resistência do circuito da armadura (Ω);
te num circuito equivalente de um rs = resistência do campo série (Ω);
gerador CC são, de acordo com rd = resistência do campo em derivação (Ω);
a Lei Ohm, conforme apresenta- IL = corrente na linha (A);
Id = corrente do campo em derivação (A).
do na figura a seguir (GUSSOW,
1985).
Vta = Vg - Iara
Equação 60
+
Id rs IL
Vt = Vg - Ia (ra + rs)
Ia
Equação 61
rd ra Vt
IL = Ia – Id
Vta
Equação 62 +
Vg
-
Acompanhe o exemplo!
Vg = Vt + Ia (ra + rs)
Exemplo 1
Considere um gerador CC de 200 Vg = 250 + 600 (0,020 + 0,004) =
kW e 250 V, com uma corrente 250 + 14,4 = 264,4 V
na armadura de 600 A, uma re-
sistência na armadura de 0,020
Ω, e uma resistência de campo
em série de 0,004 Ω. Determine
a tensão gerada na armadura con-
siderando que o gerador opera a
1.800 rotações por minuto (rpm)
impostas por um motor.
Sendo: Vg1 = k 1 n1
▪ Vg = tensão média gerada por ou
um gerador CC (V);
Vg1
▪ p = número de polos; k=
1 n1
▪ Z = número total de con-
dutores na armadura (também Vg1 1,00
chamados de indutores); Vg2 = k 2 n1 = 2 n1 = Vg1 2
== 120 = 120 0,80 = 96V
1 n2 1 1,00 − 0,20
▪ φ = fluxo por polo;
▪ n = velocidade da armadura Vg1 n2 1620
Vg2 = k 1 n2 = 1 n2 = Vg1 = 120 = 108V
(rpm); 1 n1 n1 1800
▪ b = número de percursos
paralelos através da armadura
(dependendo do tipo de enrola-
mento da armadura). A regulação de tensão é a diferença entre a tensão do terminal sem
Sendo os fatores da equação de carga (SC) e com carga (CM), é expressa com uma porcentagem do valor
Vg fixos, com exceção de φ e n, a de carga máxima e é dada pela seguinte relação:
equação pode ser simplificada da
seguinte forma:
Regulação de tensão = tensão SC - tensão com CM
tensão com CM
Vg = k n
Equação 65
Equação 63
Um baixo percentual de regulação de tensão significa que a variação de
Sendo: tensão no gerador é mínima com a variação da carga no mesmo.
Mais um exemplo para você compreender melhor o assunto.
pZ n
Vg =
60b ⋅ 108
Exemplo 3
Determine o percentual de regu- Regulação de tensão =
Equação 64
lação de tensão de um gerador em tensão SC - tensão com CM
Podemos concluir a partir da aná- derivação que à plena carga apre- =
tensão com CM
lise da equação acima que a f.e.m. senta uma tensão de terminal de 144 - 120
induzida é proporcional à razão 120 V e sem carga apresenta 144 =
120
com que o fluxo está sendo inter- V. 24
ceptado. =
120
Acompanhe outro exemplo. 0,20 = 2-%
MÁQUINAS ELÉTRICAS 83
As perdas no cobre são conse- Acompanhe mais um exemplo.
SEÇÃO 7 quência da passagem de corrente
Perdas e eficiência de através de uma resistência do en-
uma máquina CC rolamento. As corrente parasi- Eficiência (%) =
tas são geradas pela f.e.m. induzi-
da no núcleo magnético à medida saída
Segundo Gussow (1985), as per- × 100
que armadura realiza o movimen- entrada
das nos geradores e nos motores
CC podem ser divididas em: per- to de rotação no campo magnéti-
das no cobre e perdas mecânicas co. As perdas por histerese são
geradas quando o núcleo é mag- Equação 69
provenientes da rotação da má-
quina. Podem ser descritas da for- netizado inicialmente em um sen-
tido e num momento posterior no Exemplo 4
ma seguinte.
sentido oposto. Um gerador em derivação possui
1. Perdas no cobre As demais perdas rotacionais são uma resistência de campo de 40
geradas pelo atrito entre as es- Ω e uma resistência de armadu-
a. Perdas I2R na armadura. covas e o comutador, pelo atrito ra de 0,4 Ω. Considerando que o
entre as partes girantes e o ar e o gerador entrega para a carga uma
b. Perdas de campo: corrente de 30 A com uma tensão
atrito de rolamento no mancal.
▪ I2R do campo em derivação; A eficiência é a razão entre a po- no terminal de 120 V. Determine:
▪ I2R do campo em série. tência útil na saída e a potência
a. a corrente de campo;
total na entrada.
2. Perdas mecânicas ou rotacio-
b. a corrente de armadura;
nais
saída c. as perdas no cobre;
a. Perdas no ferro: Eficiência =
entrada
▪ perdas por corrente parasita; d. a eficiência com a carga, consi-
Equação 67 derando que as perdas rotacio-
▪ perdas por histerese. nais sejam de 300 W.
b. Perdas por atrito: ou
entrada − perdas
= Figura 89 - Gerador cc em Derivação
entrada
Fonte: Gussow (1985, p. 259).
saída
saída + perdas
Equação 68
I a = I L + I d = 30 + 3 = 33A
Saída = P = Vt I L = 120 30 = 3600W
b. I a = I L + I d = 30 + 2 = 32 A
Perda total = perdas no cobre + perda rotacional =
c. Perda na armadura = 795,6 +300 = 1095,6W.
Perda do campo em derivação = Mais uma unidade de estudo chega ao fim e por meio de exemplos você
pôde acompanhar o funcionamento do gerador CC. Todo o conteúdo
I 2a rd = 32 ⋅ 40 = 360W desta unidade proporcionou novos comnhecimentos garantindo à sua
prática profissional uma aprendizagem efetiva.
I d2 rd 2 2 = 60 = 240W
Perda no cobre =
perda na armadura + perda
em derivação =
435 + 360 = 795,6W
MÁQUINAS ELÉTRICAS 85
Unidade de
estudo 9
Seções de estudo
Seção 1 - Introdução
Seção 2 - Princípios de funcionamento
Seção 3 - Torque
Seção 4 - Forças contra-eletromotriz
Seção 5 - Circuito equivalente do motor CC
Seção 6 - Velocidades de um motor
Seção 7 - Tipos de motores
Seção 8 - Requisitos de partida dos motores
Motores de Corrente Contínua
SEÇÃO 1
Introdução
Em função de seu princípio de
funcionamento, os motores CC SEÇÃO 3 SEÇÃO 4
possibilitam variar a velocidade Torque Força
de zero até a velocidade nominal contra-eletromotriz
aliada à possibilidade de se ter um O torque (T) gerado por um mo-
conjugado constante. Essa carac- tor CC é proporcional à intensida- Os condutores do induzido in-
terística se torna muito importan- de do campo magnético e à cor- terceptam o fluxo do indutor em
te em aplicações que exigem uma rente de armadura, sendo dado decorrência do movimento de ro-
grande variação de rotação com por: tação. Pelo princípio de Faraday é
uma ótima regulação e precisão gerada nos condutores uma f.e.m.
de velocidade. induzida com o sentido oposto à
tensão aplicada no motor (Lei de
T kt I a Lenz). Por se opor à tensão apli-
SEÇÃO 2 cada ao motor, a tensão induzida
Princípio de Sendo: nos condutores é chamada de for-
T = torque (m.kg);
funcionamento Kt = constante que depende
ça contra-eletromotriz (f.c.e.m.),
que é determinada pela expressão:
das dimensões físicas do mo-
Basicamente os motores CC pos- tor;
suem os mesmos componentes Ia = corrente da armadura (A);
que os geradores CC. Para estes φ = número total de linhas de
motores o indutor e o induzi- fluxo que entrem na armadu- Vg
.n. Z
.
p
do são alimentados por corrente ra por um polo N. 60.10 8 a
contínua.
O campo magnético originado Sendo:
Equação 70
Vg = força contra-eletromotriz
nas bobinas do induzido, pela pas-
(V);
sagem de corrente elétrica, defor- n = Velocidade angular (rpm);
ma o fluxo indutor dando lugar a Z = número de condutores
forças que obrigam os condutores eficazes;
a se deslocarem no sentido que há p = número de polos;
menor número linhas de força. a = pares de ramais internos
Observe a figura a seguir. que dependem do tipo de en-
rolamento.
Equação 71
MÁQUINAS ELÉTRICAS 87
SEÇÃO 5
Circuito equivalente do
motor CC
As relações entre as tensões e a
corrente num circuito equivalente
de um motor CC são as seguintes:
Vta = V g + I a ra
Equação 72
Figura 91 - Circuito Equivalente de um Motor CC
Fonte: Gussow (1985).
Vt = Vg + I a ra + rs
Veja o exemplo.
Equação 73
Exemplo 1
IL = I A + Id
Calcule a f.c.e.m. de um motor quando a tensão no terminal é de 120 V
Equação 74 e a corrente na armadura de 25 A. A resistência da armadura é de 0,16 Ω
e a corrente de campo pode ser desprezada. Qual é a potência produzida
Sendo pela armadura do motor? Qual é a potência liberada para o motor em
quilowatts?
▪ Vta = tensão no terminal da
armadura (V);
▪ Vg = força contra-eletromo-
triz, f.c.e.m. (V); a. Vt = Vg + Iara rs = 0
▪ Ia = corrente da armadura (A);
Vg = Vt - Iara = 120 - 25 . (0,16) = 120 - 4 = 116V
▪ Vt = tensão no terminal do
motor (V).
b. Potência Produzida
E o parâmetros ra, rs,, rd, IL, e Id
representa as mesmas grandezas VgIa = 116(25) = 2900W
definidas no circuito equivalente
de um gerador CC. Uma compa- c. Potência Liberada
ração entre o circuito equivalente
de um gerador e o circuito equiva- VLIL = 120(25) = 3000W
lente de um motor mostra que a
única diferença está no sentido da
corrente na linha e na armadura.
Equação 75
Exemplo 2
Um motor CC em derivação apresenta uma rotação de 1.800 rpm sem
carga, quando uma carga é imposta ao mesmo, sua velocidade é reduzida
para 1.720 rpm. Determine a regulação de velocidade.
Vel. SC - Vel. CM
Regulaçãode velocidade =
Vel. CM
1.800 - 1.720
Regulaçãode velocidade = = 0,046 = 4,6% Figura 92 - (A) Diagrama Esquemá-
1.720
tico
Fonte: Gussow (1985).
SEÇÃO 7
Tipos de motores
Vamos juntos conhecer alguns tipos de motores?
Motor em derivação
O motor em derivação conforme figura a seguir (A) é o tipo mais co-
mum de motor CC, seu torque aumenta linearmente com o aumento da
corrente de armadura e sua velocidade diminui à medida que a corrente
de armadura aumenta acompanhe também na figura a seguir (B) (GUS-
SOW, 1985).
MÁQUINAS ELÉTRICAS 89
Motor série Motor composto
No motor série o campo e a armadura são ligados em série conforme a O motor composto associa as ca-
figura a seguir. Geralmente é utilizado para aplicações que exijam deslo- racterísticas dos motores em de-
camento de grandes cargas como em guindastes, pois produz um torque rivação com as características dos
elevado com grandes valores de corrente na armadura a uma baixa rota- motores em série. Sua velocidade
ção, observe novamente a figura a seguir. reduz com o aumento de carga.
Sem aplicação de carga a velocidade aumenta indeterminadamente até Possui maior torque se compa-
que o motor se danifique, para estes motores o acoplamento com a car- rado com o motor em derivação
ga é feito de forma direta, sem utilização de correias e polias. e não apresenta problemas no
funcionamento sem carga como
ocorre com os motores série.
SEÇÃO 8
Requisitos de partida
dos motores
Há duas exigências durante a par-
tida dos motores, veja!
Sendo:
Rs = resistência de partida (Ω);
Vt = tensão do motor (V);
Is = corrente de partida dese-
jada na armadura (A);
ra = resistência da armadura Figura 95 - Motor em Derivação
(Ω). Fonte: Gussow (1985).
Equação 76
Exemplo 240
Id = = 4,8 A
Para um motor em derivação, 50
conforme a figura a seguir, com
resistência de circuito de campo I1 = I f + I = 4,8 + 25 = 29,8 A
de 50 Ω, determine a corrente
de campo, a corrente de linha e a P1N = Vt IL = 240 ⋅ 29,8 = 7,15kW
potência de entrada do motor sa-
bendo que o mesmo recebe uma
tensão de linha de 240 V e pos-
sui uma corrente de armadura de Mais uma unidade de estudo
25 A. chega ao fim e toda a sua apren-
dizagem foi construída a partir
da leitura criteriosa dos assuntos
apresentados. E agora cabe a você
identificar as necessidades prá-
ticas para efetiva aplicação dos
conceitos estudados.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 91
Unidade de
estudo 10
Seções de estudo
Seção 1 - Energia
Seção 2 - Potência
Seção 3 - Geração de energia
Seção 4 - Cogeração de energia
Seção 5 - Sistema de geração
Geração de Energia
SEÇÃO 1
Energia
A energia é definida como a quan-
tidade de trabalho que um sistema SEÇÃO 3
tem a capacidade de fornecer, a Geração de energia
mesma não pode ser criada, pode
apenas ser transformada. Existem A geração de energia elétrica é a conversão de qualquer outro tipo de
vários processos de transforma- energia em energia elétrica.
ção de energia e em cada um deles O processo de geração geralmente ocorre em dois estágios: no primeiro
uma parte da energia é perdida na estágio uma máquina primária transforma um tipo de energia, como por
forma de calor em decorrência de exemplo, hidráulica, em energia cinética de rotação; no segundo estágio
esforços mecânicos e atrito. A re- um gerador acoplado à máquina primária transforma energia cinética de
lação entre a energia que entra e a rotação em energia elétrica (WEG S.A., [200-?]).
energia que sai do sistema é deno-
minada rendimento.
Usualmente a capacidade de pro- SEÇÃO 4
dução de energia é dada em qui- Cogeração de energia
lowatt hora ou megawatt hora.
Podemos seguir em frente? O
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL 2000
assunto desta unidade despertará
apud WEG S.A., [200-?], p. 12),
muito o seu interesse.
[...] a cogeração de energia é definida como o processo de produção
combinada de calor e energia elétrica ou mecânica a partir de um mes-
SEÇÃO 2 mo combustível, capaz de produzir benefícios sociais, econômicos e
Potência ambientais. A atividade de cogeração contribui efetivamente para a
racionalização energética uma vez que possibilita maior produção de
Geralmente a potência gerada energia elétrica e térmica a partir da mesma quantidade de combus-
é medida em quilowatt (kW) ou tível.
megawatt (MW). A potência pode
ser definida como a quantidade de
energia gerada ou consumida por
unidade de tempo.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 93
A cogeração difere da geração Existe ainda uma grande variedade de sistemas que utilizam o vapor
porque a energia térmica gerada é liberado à baixa pressão e temperatura realizando o aproveitamento da
utilizada diretamente no processo energia que não é transformada em energia elétrica.
de manufatura, em fornos e cal-
deiras.
SEÇÃO 5
O processo de cogeração de Sistema de geração
energia vem sendo utilizado há
pouco tempo, a partir da década Um sistema de geração de energia é composto basicamente pelos se-
de 80, e vem se tornando uma guintes componentes: máquina primária, geradores, transformadores e
alternativa atrativa como nova sistema de controle, comando e proteção. Agora você estudará cada um
forma de geração de energia desses componentes.
elétrica. Na utilização de com-
bustíveis fósseis, a cogeração de
energia pode atingir uma efici-
Máquina primária
ência energética de 3 a 4 vezes A máquina primária é o elemento responsável pela transformação de
maior (WEG S.A., [200-?]). um determinado tipo de energia em energia cinética de rotação para ser
fornecida aos geradores (WEG S.A., [200-?]).
Existem diversas máquinas primárias e dentre as principais podemos
Atualmente a cogeração de ener- citar:
gia corresponde à grande parte da
capacidade das novas usinas ins-
taladas e vem sendo responsável
pela redução no crescimento do turbinas a gás ⇒ transformam energia proveniente da combus-
número de novas usinas hidrelé- tão do gás em energia cinética de rotação;
turbinas hidráulicas ⇒ transformam energia cinética de escoa-
tricas.
mento da água em energia cinética de rotação;
Um dos fatores positivos na im- motores diesel ⇒ transformam energia proveniente da combus-
plementação de novas usinas de tão do diesel em energia cinética de rotação;
cogeração é relativo à questão turbinas a vapor ⇒ transformam energia da pressão do vapor
ambiental, pois além de possibi- em energia cinética de rotação;
litar o aproveitamento de restos turbinas eólicas ⇒ transformam energia cinética do vento em
de madeira ou bagaço da cana de energia cinética de rotação.
açúcar, por exemplo, a cogeração
possui um caráter descentrali-
zador, porque possibilita que a A denominação das usinas elétricas geralmente é classificada de acor-
energia térmica seja utilizada com do com o processo de geração. Como exemplos temos as usinas em
grande proximidade da unidade que ocorre o processo de combustão, chamadas de termelétricas, e as
consumidora, proporcionando usinas em que ocorre o processo de fissão nuclear, chamadas de termo-
dessa forma uma maior eficiência nucleares.
energética.
Controle, comando e
proteção
Vários requisitos são fundamen-
tais na interligação entre a rede de
transmissão e a unidade geradora,
tal como o controle do nível de
tensão e a sincronização, citados
na Unidade 4.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 95
Finalizando
O objetivo desses conteúdos foi apresentar a você características construtivas e funcionais de
máquinas elétricas e uma breve noção sobre geração de energia, conhecimentos que se fazem
necessários para a sua atuação no ramo da eletrotécnica.
Iniciamos com o estudo dos transformadores, pois a partir desses conhecimentos o enten-
dimento das demais máquinas elétricas pôde ser facilitado. Assim, foram tratados separada-
mente os transformadores monofásicos e trifásicos.
Você teve ainda um breve capítulo sobre geração de energia, proporcionando uma visão geral
com relação ao assunto. Um estudo mais aprofundado referente a máquinas primárias para a
geração de energia não fez parte do escopo desta unidade curricular, cabendo a você, de acor-
do com a sua necessidade e interesse, a busca de materiais complementares sobre o assunto.
Sucesso!!
MÁQUINAS ELÉTRICAS 97
Referências
▪ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7094: máquinas elétri-
cas girantes: motores de indução: especificação. Rio de Janeiro, 2003.
▪ WEG S.A. Manual de geração de energia: módulo 4. Jaraguá do Sul: Weg, [200-?]a.
MÁQUINAS ELÉTRICAS 99