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Componentes Mecânicos
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Componentes Mecânicos
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Ficha catalográfica elaborada por Kátia Regina Bento dos Santos - CRB 14/693 - Biblioteca do SENAI/SC
Florianópolis.
C737
Componentes mecânicos / Fernando Carlos Dorte ... [et al.],
– Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
100 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.7
Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.
12 Unidade de estudo 1
73 Seção 1 - Grandezas físicas e
Elementos de unidades de medida
Fixação 74 Seção 2 - Resistência dos
materiais em elementos de
máquinas
13 Seção 1 - Uniões e rebites
80 Seção 3 - Dimensionamento
17 Seção 2 - Parafusos, porcas e de parafusos
arruelas
83 Seção 4 - Dimensionamento
26 Seção 3 - Pinos e contrapinos de elementos de transmis-
30 Seção 4 - Anéis elásticos são
31 Seção 5 - Chavetas
34 Seção 6 - Cabos de aço
Finalizando 89
37 Seção 7 - Molas
Referências 91
42 Unidade de estudo 2
Elementos de
Transmissão e Anexos 93
Vedação
60 horas
Competências
Conhecimentos
Habilidades
Atitudes
Componentes Mecânicos 9
Apresentação
No mundo em que vivemos atual- Fernando Carlos Dorte, Geovane Bitencourt, Jackson Fabiano Alexan-
mente, sabemos que é fundamen- dre Wittaczik e Robson Albano Ferreira.
tal o desenvolvimento pessoal
e profissional. A sociedade e os Fernando Carlos Dorte
organismos de trabalho almejam Nascido em 29 de julho de 1965, Graduação em Tecnologia Mecânica;
não somente indivíduos capacita- CEFET/UNERJ – Jaraguá do Sul (1997) e Graduação Pedagógica para atu-
dos, mas profissionais, acima de ar em Cursos Técnicos; UNISUL – Palhoça/SC e Pós Graduado em Gestão
Industrial, UNERJ (2007).
tudo, éticos e com atitudes proati-
Desenvolvimento profissional nas Áreas de Engenharia Industrial de di-
vas, em busca de desenvolvimen-
versas empresas atuando como analista de processos e desenvolvendo
to e crescimentos contínuos. atividades que objetivam a redução dos custos industriais, a melhoria
Você está convidado a iniciar uma da qualidade do produto, os processos e também as condições de tra-
nova etapa no desenvolvimento balho (ergonomia).
de sua formação, por meio do Atualmente atua como Especialista de Ensino na instituição SENAI –
maior aprofundamento de seus Unidade de Jaraguá do Sul/SC, no núcleo Metal Mecânico, onde mi-
conhecimentos, utilizando-se de nistra, além de disciplinas nas áreas exatas, disciplinas relacionadas às
áreas de gestão e humanas.
uma abordagem integrada entre
assuntos tratados nessa disciplina Geovane Bitencourt
e suas aplicações práticas.
Nascido em 10 de junho de 1973, Graduado em Engenharia Mecânica;
Nesse livro, iremos conhecer e UDESC – Joinville/SC (2001). Cursando Pós-Graduação: Especialização
estudar os diversos componen- em Engenharia de Manutenção Industrial – SENAI – Jaraguá do Sul/SC
tes que, em conjunto, formam os (Conclusão: 2010).
equipamentos aplicados às indús- Desenvolvimento de ferramentas para o SolidWorks, para realização
trias modernas, desde os elemen- de tarefas específicas aos clientes, tais como: integração em sistemas
tos mais simples, bem como, os de gerenciamento e novas ferramentas para o software. Aulas de So-
elementos mais complexos. Ve- lidWorks abrangendo todo o software, curso básico, avançado e PDM
(gerenciamento de projetos). Atua nas disciplinas de SolidWorks, Infor-
remos que cada componente têm
mática Básica, Desenho Técnico, Tecnologia Mecânica; no SENAI/Jara-
suas funções fundamentais que, guá do Sul/SC.
aliado e conjugado a outro irá
compor e formar todos os equi- Jackson Fabiano Alexandre Wittaczik
pamentos e acessórios utilizados Nascido em 26 de novembro de 1971, Graduado em Engenharia Me-
nos processos produtivos. cânica pela UDESC – Joinville em 1995 e Mestrado em Engenharia de
Vamos aprofundar os conheci- Produção pela UFSC-UNERJ em 2004. Experiência Profissional na área
mentos técnicos desses elemen- Metal Mecânica, em Desenvolvimento de Produtos e Engenharia de
tos, desde suas funções básicas e processos, Projetos mecânicos, Controle de Qualidade e Sistema de
Gestão.
características, até as aplicações
Atualmente atua como Especialista de Ensino na instituição SENAI –
mais complexas, onde poderemos
Unidade de Jaraguá do Sul/SC, no núcleo Metal Mecânico, onde minis-
verificar suas medidas padroni- tra disciplinas nas áreas exatas.
zadas, até dimensioná-los para
aplicações específicas através de Robson Albano Ferreira
cálculos de resistência. Nascido em 25 de junho de 1971, Graduado em Bacharelado em Enge-
nharia mecânica pela UDESC – Joinville em 2000 e Pós Graduando em
Engenharia de Segurança do Trabalho, também pela UDESC em Joinville
em 2007. Experiência Profissional na área Metal Mecânica, em Enge-
nharia de Processos, Desenvolvimento de Produtos, Projetos Mecâni-
cos, Metrologia, Melhoria Contínua, Controle da Qualidade, Controle
Estatístico de Processo ( CEP ), Sistemas de Gestão e Ferramentas Es-
tatísticas.
Componentes Mecânicos 11
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo
Na primeira unidade deste livro, Permanente: é um tipo de união Ex.: Reservatórios, caldeiras, máqui-
você estudará os elementos de feita para que, uma vez montada a nas, navios, aviões, veículos e treliças.
fixação que possuem a função peça, não seja mais possível a sua
de unir peças para a formação de desmontagem, sem causar danos
uma máquina. Visando melhorar às partes unidas. Incluem nessa
sua compreensão, esta unidade união: rebites e partes unidas pelo
encontra-se dividida nas seguintes processo de soldagem.
seções de estudos:
Seção 1
Uniões e rebites
Figura 3: União rebitada.
Os elementos de fixação são des- Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 16).
tinados a unir peças que, em con-
junto com os elementos de trans- A fabricação de rebites é padro-
missão, formarão as máquinas e nizada, ou seja, segue normas téc-
equipamentos aplicados aos mais Figura 2: União por rebite e solda. nicas que indicam medidas da ca-
variados campos de nossa socie- Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 11). beça, do corpo e do comprimento
dade atual. Em nosso caso mais útil dos mesmos.
específico, aos envolvidos no Rebites: são peças fabricadas No quadro a seguir, apresentamos
ramo industrial. em aço, alumínio, cobre ou latão. as proporções padronizadas para
Unem rigidamente peças ou cha- os rebites. Os valores que apare-
pas, principalmente, em estrutu- cem nas ilustrações são constan-
Tipos de União
ras metálicas. tes, ou seja, nunca mudam.
Móvel: Os elementos permitem
a montagem e desmontagem da
peça, sem danos.
É o caso do parafuso e porca, pi- Cabeça redonda larga
nos, contrapinos, anéis elásticos
etc.
Cabeça redonda estreita
Componentes Mecânicos 13
Os rebites de repuxo podem ser
fabricados com os seguintes ma-
Cabeça escareada com calota teriais metálicos: alumínio, aço-
carbono; aço inoxidável, cobre e
monel (liga de níquel e cobre).
Cabeça tipo panela
Rebites de alojamento
Cabeça cilíndrica Também chamados de porca rebi-
te ou rebite especial.
Quadro 1: Tipos de rebite.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 18).
Exemplo:
O que significa 2 x d para um re- O rebite de repuxo consis-
bite de cabeça redonda larga? te em um rebite de forma
tubular com cabeça, onde
Significa que o diâmetro da cabe- é inserido um arame com
ça desse rebite é duas vezes o di- cabeça metálica. O proces-
âmetro do seu corpo. Se o rebite so de rebitagem é realizado
tiver um corpo com diâmetro de puxando-se o arame me-
5 mm, o diâmetro de sua cabeça tálico com uma ferramen-
será igual a 10 mm, pois 2 x 5 mm ta tipo alicate especial. O
= 10 mm. rebite então é amassado,
formando a cabeça do lado
oposto, até que o arame se
Rebites Especiais rompe separando-se.
Rebite de repuxo
Conhecido por “rebite pop”. É
um elemento especial de união,
D = Aba abaulada
empregado para fixar peças com K = Aba escareada
rapidez, economia e simplicidade. Ø = Diâmetro do rebite
Muito utilizado em esquadrias de H = Diâmetro da aba
alumínio. H = Altura da aba
f = Altura da aba escareada
L = Comprimento do rebite
Componentes Mecânicos 15
Cálculos para o proces- Cálculo do comprimento útil Rebites de cabeça escareada:
so de rebitagem do rebite (L):
O comprimento útil do rebite de- L = d + St
Para rebitar, é preciso escolher Onde:
pende do formato de sua cabeça e
o rebite adequado em função da L = comprimento útil do rebite;
pode ser calculado pelas fórmulas
espessura das chapas a serem fi- d = diâmetro do rebite;
a seguir.
xadas, do diâmetro do furo, e do St = soma das espessuras das
comprimento excedente do rebi- chapas a serem unidas.
te, que vai formar a segunda ca- Rebites de cabeça redonda e
beça. cilíndrica:
Veja, a seguir, como fazer esses
cálculos. L = 1,5 x d + St
Onde:
L = comprimento útil do rebite;
Cálculo do diâmetro do d = diâmetro do rebite;
St = soma das espessuras das
rebite (d): chapas a serem unidas.
A escolha do rebite é feita de Figura 9: Cabeça escareada.
acordo com a espessura das cha- Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 32).
pas que se quer rebitar. A práti- A “Figura 8” ilustra cada uma
ca recomenda que se considere a dessas características.
chapa de menor espessura e mul- As juntas rebitadas podem ser
tiplique esse valor por 1,5; segun- feitas com sobreposição das
do a fórmula: duas chapas, ou através da uti-
lização de uma ou duas chapas
de recobrimento, chamados de
d = 1,5 x Sm
recobrimento simples e duplo,
respectivamente.
Onde:
d = diâmetro do rebite;
Sm = chapa com menor espes-
sura da união; As distâncias mínimas entre rebi-
1,5 = constante da fórmula ou Figura 8: Cabeça redonda e cilíndrica. tes podem ser feitas utilizando as
valor predeterminado. Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 32). recomendações de projeto de jun-
tas, que também podem ser para-
fusadas. São elas:
df = d x 1,06
Onde:
df = diâmetro do furo; Figura 10: Distanciamento entre rebites (dimensões).
d = diâmetro do rebite;
1,06 = constante ou valor prede-
terminado.
Seção 2
Parafusos, porcas e arruelas
Para o diâmetro do rebite “d”, te- Parafusos, porcas e arruelas são peças metálicas de elevada aplicação na
mos: união e fixação dos mais diversos elementos de máquina.
Sua elevada importância exige uma especificação adequada e engloba
d = 1,5 · Sm os mesmos itens cobertos pelo projeto de um elemento de máquina, ou
d = 1,5 · 4 ∴ d = 6,0 mm seja, especificação do material, tratamento térmico, dimensionamento,
tolerâncias, afastamentos e acabamento.
Para o diâmetro do furo “df ”, te-
mos: Parafusos
Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não perma-
df = d · 1,06
df = 6 · 1,06 ∴ df = 6,36 mm nente de peças, isto é, as peças podem ser montadas e desmontadas
facilmente, bastando apertar e desapertar os parafusos que as mantêm
unidas. Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da
Para o comprimento do rebite L,
haste e do tipo de acionamento.
temos:
O parafuso é formado por um corpo cilíndrico roscado e por uma cabe-
ça que pode ser hexagonal, sextavada, quadrada ou redonda.
L= 1,5 . d + St
L= 1,5 . 6 + ( 5+4)
L = 18 mm
Componentes Mecânicos 17
Roscas
Rosca é um conjunto de filetes que se desenvolvem em torno de uma
superfície cilíndrica interna ou externa.
As roscas permitem:
▪▪ A união e desmontagem de peças.
▪▪ O movimento de peças, transformando movimento rotativo em line-
ar e/ou associado com fixação.
Ex.: O parafuso que movimenta a mandíbula móvel da morsa.
Componentes Mecânicos 19
Classificação das roscas ▪▪ Diâmetro menor da porca
(furo): D1 = d - 1,0825 . P;
As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos:
▪▪ Diâmetro efetivo da porca
▪▪ Rosca Métrica (médio): D2 = d2;
▪▪ Rosca Polegada Whitworth ▪▪ Altura do filete do parafuso: he
= 0,61343 . P;
▪▪ Rosca Polegada Unificada
▪▪ Raio de arredondamento da
raiz do filete do parafuso: rre =
Rosca métrica (tabela técnica 13 e 14, anexo) 0,14434 . P;
A rosca métrica ISO normal e fina são normatizadas pela norma NBR ▪▪ Raio de arredondamento da
9527 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). raiz do filete da porca: rri = 0,063
As roscas normais, também chamadas de série grossa, são as mais utili- .P;
zadas. A rosca métrica fina possui um passo da rosca menor e propor-
ciona uma melhor fixação, evitando que o parafuso se afrouxe com fa-
cilidade. Por isso, é muito utilizada em veículos (especialmente em casos Rosca Polegada Whitworth
onde há a incidência de vibração excessiva). No sistema whitworth, as medi-
das são dadas em polegadas. Nes-
se sistema, o filete tem a forma
triangular, ângulo de 55º, crista e
raiz arredondadas.
O passo é determinado pelo nú-
mero de filetes contidos em uma
polegada.
Ex: Passo =12 fios/ polegada
No sistema whitworth, a rosca
normal é caracterizada pela sigla
BSW (British Standard Whitwor-
th - padrão britânico para roscas
normais). Para a rosca fina, carac-
teriza-se pela sigla BSF (British
Standard Fine – padrão britânico
para roscas finas).
Figura 18: Rosca métrica.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 46).
Componentes Mecânicos 21
Para uma rosca de diâmetro igual a d:
Parafusos de pressão:
Esses parafusos são fixados por
meio de pressão exercida pelas
pontas dos parafusos contra a
peça a ser fixada. Os parafusos de Figura 25: Parafuso prisioneiro – adaptado.
pressão podem apresentar cabeça Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 55).
ou não.
Prisioneiro
Parafuso de borboleta.
Componentes Mecânicos 23
Porca Rosca com perfil trapezoidal:
Usada nos órgãos de comandos
Porca é uma peça de forma prismática ou cilíndrica, geralmente metáli- de máquinas operatrizes para
ca, com um furo roscado, no qual se encaixa um parafuso, ou uma barra transmissão de movimento suave
roscada. Em conjunto com um parafuso, a porca é um acessório ampla- e uniforme, nos fusos e nas pren-
mente utilizado na união de peças. sas de estampar.
A parte externa tem vários formatos para atender a diversos tipos de
aplicação. Assim existem porcas que servem tanto como elementos de Rosca com perfil redondo:
fixação como de transmissão. Usada quando o diâmetro do pa-
rafuso é extenso e deve suportar
grandes esforços.
Tipos de porca
Para aperto manual, são mais usa-
dos os tipos de porca borboleta,
recartilhada alta e recartilhada bai-
xa.
Componentes Mecânicos 25
Seção 3
Pinos e contrapinos
Nesta seção, você verá o elemento
de fixação que permite uma união
mecânica: o pino e as vantagens
de sua aplicação. Também estu-
dará os contrapinos, cuja função
principal é travar outros elemen-
tos de máquinas, como porcas.
Figura 32 - Pino e Contrapino
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 82).
Os pinos e cavilhas têm a finali-
dade de alinhar ou fixar os ele-
mentos de máquinas, permitin-
A cavilha também é chamada: pino estriado, pino entalhado, pino ranhu-
do uniões mecânicas, ou seja, rado ou rebite entalhado.
uniões em que se juntam duas A diferenciação entre pinos e cavilhas leva em conta o formato dos ele-
ou mais peças, estabelecendo, mentos e suas aplicações.
assim, conexão entre elas.
Por exemplo, pinos são usados para junções de peças que se articulam
entre si e cavilhas são utilizadas em conjuntos sem articulações, indican-
do pinos com entalhes externos na sua superfície. Esses entalhes é que
fazem com que o conjunto não se movimente.
A forma e o comprimento dos entalhes determinam os tipos de cavilha.
Pinos e cavilhas se diferenciam pelos seguintes fatores:
▪▪ Utilização;
▪▪ Forma;
▪▪ Tolerâncias de medidas;
▪▪ Acabamento superficial;
▪▪ Material;
▪▪ Tratamento térmico.
Pinos
Os pinos são aplicados em junções resistentes a vibrações. Há vários
tipos de pino, segundo sua função.
Componentes Mecânicos 27
Para especificar pinos e cavilhas deve-se levar em conta o diâmetro no-
minal, o comprimento e função (indicada pela respectiva norma):
DICA
Exemplo: Pino cônico 10 x 60 DIN 1.
Contrapino ou cupilha
Contrapino é um arame de secção semicircular, dobrado de modo a for- Nesta seção, como continuação
mar um corpo cilíndrico e uma cabeça. de seus estudos, você irá conhecer
algumas características dos anéis
elásticos.
Componentes Mecânicos 29
Seção 4 Alguns tipos de anéis
Anéis elásticos Anel elástico para eixos tipo “Dae” (tabela técnica 15, anexo): São
aplicados em eixos com diâmetro de 4mm a 1000mm e são padroniza-
O anel elástico, também conheci- dos pela norma DIN 471.
do como anel de retenção, é um
elemento utilizado em eixos e fu-
ros, tendo como principais fun-
ções:
▪▪ Evitar o deslocamento axial de
peças ou componentes;
▪▪ Posicionar ou limitar o curso
de uma peça ou conjunto desli-
zante sobre o eixo;
▪▪ Fixar engrenagens, rodas, po-
lias e rolamentos, evitando o des-
locamento axial sob o eixo.
Deslocamento axial é o desloca-
mento no sentido longitudinal (do
comprimento) do eixo.
Figura 40: Dimensionamento “n” (anel elástico tipo Dae).
Os anéis são fabricados em aço-
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 87).
mola e tem a forma de um anel
incompleto, que se aloja em um
canal circular construído confor- Anel elástico para furos tipo “Daí” (tabela técnica 16): São aplica-
me normalização. dos para furos com diâmetro entre 9,5 e 1000 mm, e são padronizados
pela norma DIN 472.
As grandes vantagens no uso dos
anéis são a simplicidade, o custo
reduzido, e a facilidade de monta-
gem e desmontagem.
Na “Figura 39”, apresentamos
alguns tipos de anéis e respectivas
aplicações.
Figura 39: Exemplo de aplicação de Figura 41: Dimensionamento “n” (anel elástico tipo Dai).
anel elástico. Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 82).
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 86).
Anel elástico Tipo RS: Trabalham em eixos de diâmetro entre 8 a 24
mm, conforme norma DIN 6799.
O canal de alojamento do eixo e do furo deverá ser feito conforme me-
didas tabeladas (tabela técnica 13/14).
Componentes Mecânicos 31
Classificação
As chavetas se classificam em:
chavetas de cunha, chavetas para-
lelas e chavetas de disco.
Componentes Mecânicos 33
Componentes
O cabo de aço se constitui de
alma e perna.
A perna se compõe de vários ara-
mes em torno de um arame cen-
tral, conforme a figura.
Seção 6
Cabos de aço
Cabos são elementos de transmissão que suportam cargas (força de tra-
ção), deslocando-as nas posições horizontal, vertical ou inclinada.
Os cabos são muito empregados em equipamentos de transporte e na Figura 53: Constituição de um cabo de aço.
elevação de cargas, como em elevadores, escavadeiras, guindastes e pon- Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 44).
tes rolantes.
Tipos de torção
Os cabos de aço, quando tracio-
nados, apresentam torção das per-
Figura 54: Cabo de aço (alma). nas ao redor da alma. Nas pernas
Figura 57: Cabo de aço (torção lang).
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 44). também há torção dos fios ao re-
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 47).
dor do fio central. O sentido des-
sas torções pode variar, obtendo-
se uma das situações a seguir:
Componentes Mecânicos 35
Pré-formação dos ca- O fator de segurança utilizado no cabo de aço depende do tipo de apli-
cação e do regime de trabalho. Os fatores normalmente utilizados são:
bos de aço
Os cabos de aço são fabricados Aplicações Fator de Segurança FS
por um processo especial, de Cabos e cordoalhas estáticas 3a4
modo que os arames e as pernas Cabo para tração horizontal 4a5
possam ser curvados de forma
Guinchos 5
helicoidal, sem formar tensões
internas. Pás, guindastes, escavadeiras 5
Exemplo:
Calcular a força máxima que pode Assim: Fcabo = 24275 N (força
ser utilizado em um cabo tipo máxima de trabalho no cabo)
6x19 AF, com diâmetro de 1/2”.
O cabo será utilizado como cor-
Na seção 7, você estudará os Figura 59: Mola helicoidal.
doalha para içamento de carga.
diversos tipos de molas e suas Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 145).
De acordo com a tabela do fa- aplicações em objetos. Também
bricante (Tabela técnica 14), a aprenderá a calcular a constante A mola helicoidal de compressão
carga de ruptura para o cabo com da mola, a força aplicada na mola é formada por espiras. Quando
material tipo Improved Plow Stell e a deflexão causada na mola. essa mola é comprimida por al-
é de: guma força, o espaço entre as es-
Carga de ruptura = 97100 N piras diminui, tornando menor o
O fator de segurança de acordo comprimento da mola.
com a aplicação: F.S. = 4
Calculando a força no cabo:
Componentes Mecânicos 37
A mola helicoidal de tração pos- Algumas molas padronizadas são Molas planas
sui ganchos nas extremidades, produzidas por fabricantes espe-
além das espiras. Os ganchos cíficos e encontram-se nos almo- As molas planas são feitas de ma-
são também chamados de olhais. xarifados; outras são executadas terial plano ou em fita, podem ser
Para essa mola desempenhar sua de acordo com as especificações do tipo simples, prato, feixe de
função, deve ser esticada, au- do projeto, segundo medidas pro- molas e espiral.
mentando seu comprimento. Em porcionais padronizadas. A se-
estado de repouso, ela volta ao leção de uma mola depende das
seu comprimento normal. respectivas formas e solicitações Mola plana simples
mecânicas. Esse tipo de mola é empregado
somente para algumas cargas. Em
geral, essa mola é fixa numa extre-
Características das mo-
midade e livre na outra. Quando
las helicoidais sofre a ação de uma força, a mola
Figura 61: Mola helicoidal de tração. As principais dimensões da mola é flexionada em direção oposta.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 146). helicoidal de compressão cilíndri-
ca são:
A mola helicoidal de torção tem De: diâmetro externo;
dois braços de alavancas, além das Di: diâmetro interno;
espiras. A “Figura 62” mostra H: comprimento da mola;
um exemplo de mola de torção e
d: diâmetro da seção do arame;
a sua aplicação em um pregador
de roupas. p: passo da mola;
n: número de espiras da mola.
Molas de borracha e
Mola espiral plastiprene
A mola espiral tem a forma de es- As molas de borracha são utili-
piral ou caracol. Em geral é feita zadas em amortecedores de vi-
de barra ou de lâmina, com seção brações, ruídos e suspensão de
retangular. veículos. A mola de plastiprene é
A mola espiral é enrolada de tal utilizada principalmente em ferra-
Figura 67: Características (mola prato).
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 156).
forma que todas as espiras ficam mentas de estampo.
concêntricas e coplanares. Esse
tipo de mola é muito usado em
Feixe de molas relógios e brinquedos.
Para interpretar a cotagem da
O feixe de molas é feito de diver-
mola espiral, você precisa conhe-
sas peças planas de comprimento
cer suas características.
variável, moldadas de maneira que
fiquem retas sob a ação de uma
força.
Esse tipo de mola é muito utili-
zado em suspensão de veículos,
principalmente veículos de carga.
Componentes Mecânicos 39
Figura 70: mola de borracha.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 145).
Constante k da mola
A constante k da mola é definida como a força necessária para produzir
uma deflexão (deformação) de 1mm na mola.
K = da4 x G
8 x dm3 x na
Componentes Mecânicos 41
Unidade de
estudo 2
Seções de estudo
v Por Atrito:
Seção 1
Eixos e árvores Esse sistema a transmissão se dá
através do contato entre super-
Os São conjuntos de elementos fícies, que ocorre por pressão,
conhecidos como sistemas de permitindo transmitir potências
transmissão, têm, por objetivo, e rotações a níveis consideráveis.
transferir e transformar potência Porém, em alguns casos, poderá
e movimento em outro sistema, existir a redução de rendimentos,
isto é, os sistemas de transmissão devido ao desgaste dessas super-
podem variar as potências e rota- fícies ou mesmo pressão e ajustes
ções entre dois eixos. Nesse caso, inadequados.
o sistema é chamado variador. Exemplo: polias e correias, em-
As maneiras de variar a rotação breagens etc.
de um eixo podem ser: por engre- Os eixos são componentes impor-
nagens, por correntes, por cor- tantes em um equipamento já que
reias e por atrito. Seja qual for o permitem a fixação dos elementos
tipo de variador, sua função está de máquinas. Normalmente tem o
ligada aos eixos. Na “Figura 73” objetivo de transmitir movimento
Figura 72: Sistema de transmissão giratório a outros elementos fixa-
podemos verificar um sistema de
(exemplo)
transmissão aplicado em um tor- dos a ele, ou, podendo girar livre-
no convencional. mente.
Modos de transmissão
A transmissão de potência e mo- Tipos de Eixos
vimento pode ser realizada de di-
Os eixos e as árvores podem ser
versas maneiras.
fixos ou giratórios. No caso dos
eixos fixos, os elementos (engre-
Por Forma:
nagens com buchas, polias so-
A transmissão pela forma é as- bre rolamentos e volantes) é que
sim chamada porque a forma dos giram. Eixos fixos atuam como
elementos transmissores é ade- suporte para o elemento girató-
quada para encaixamento desses rio girar. Como exemplo, temos
elementos entre si. Nesse sistema, o eixo de bicicleta, que é fixo e a
podemos transmitir grandes po- roda gira. Na figura abaixo temos
tências e rotação, principalmente alguns exemplos de eixos fixos.
sem perda de rotação e velocida-
de. Ex.: Conjunto de engrenagens.
Componentes Mecânicos 43
Eixos vazados
Normalmente, as máquinas-fer-
ramentas possuem o eixo-árvore
vazado para facilitar a fixação de
peças mais longas para a usina-
gem.
Temos ainda os eixos vazados em-
Figura 73: Tipos de eixo – fixo.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 18).
pregados nos motores de avião,
por serem mais leves.
Quando se trata de eixo-árvore giratório, o eixo se movimenta junta-
mente com seus elementos ou independentemente deles como, por
exemplo, eixos de afiadores (esmeris), rodas de trole (trilhos), eixos de
máquinas-ferramenta, eixos sobre mancais etc.
Eixos Cônicos
Os eixos cônicos são utilizados
para fixar elementos que pos-
suam furação cônica. Geral-
mente são presos por parafuso
e possuem uma chaveta para
Figura 74: Tipos de eixos (giratório).
evitar a rotação do elemento
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 18). mecânico.
A maioria dos eixos maciços tem seção transversal circular maciça, com
degraus ou apoios para ajuste das peças montadas sobre eles. A extre- Seção 2
midade do eixo é chanfrada para evitar rebarbas. As arestas são arre-
dondadas para aliviar a concentração de tensão. Também podem ser
Mancais
ranhurados, utlizados para fixar elementos de transmissão onde devem
ser empregadas grandes forças. Na seção 2, você estudará a
finalidade dos mancais, os ma-
teriais que são utilizados e os
tipos de mancais em relação à
aplicação e esforços.
O mancal pode ser definido
como suporte ou guia em que
se apóia o eixo, permitindo que
ele gire transmitindo torque.
Figura 75: Eixo (exemplo).
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 20).
Materiais Utilizados
Mancais de desliza- Diversos materiais podem ser utilizados na bucha do mancal de
mento deslizamento. Muitos destes são ligas contendo chumbo e estanho.
Geralmente, os mancais de desli- Dentre os principais materiais utilizados, temos:
zamento são constituídos de uma
▪▪ Bronze ao chumbo: liga metálica contendo cobre, chumbo, níquel,
bucha fixada num suporte. Esses
e zinco.
mancais são usados em máquinas
pesadas ou em equipamentos de ▪▪ Bronze ao estanho: liga contendo cobre e estanho.
baixa rotação, porque a baixa ve-
locidade evita superaquecimento
▪▪ Bronze vermelho: liga de cobre e estanho com altos teores de esta-
nho.
dos componentes expostos ao
atrito, normalmente as buchas são ▪▪ Metal sinterizado: são metais fabricados através da metalurgia do
fabricadas de material com baixo pó, onde pó de metal é prensado em alta pressão, e recebe um aqueci-
coeficiente de atrito (bronzes, li- mento para aumentar sua resistência. Através desta técnica é possível
gas de metais leves etc) com apli- adicionar pó de grafite ao bronze e produzir o bronze grafitado.
cação de lubrificantes, permitindo
reduzir o atrito e a temperatura, ▪▪ Ligas de alumínio: utilizadas em mancais de motores a explosão,
além de melhorar a rotação do alguns compressores e equipamentos aeronáuticos.
eixo. ▪▪ Ferro Fundido: material de baixa capacidade que deve ser utilizado
O uso de mancais de deslizamen- para poucas cargas e baixas velocidades (rotações).
to tem algumas vantagens:
▪▪ Polímeros (plásticos): alguns polímeros, como o nylon, podem ser
▪▪ É fácil montar e desmontar o utilizados quando não se tem lubrificação e as cargas são baixas; são
mancal e o eixo; muito utilizados na indústria têxtil e alimentícia.
▪▪ Permite trabalhar com altas
cargas;
▪▪ É fácil adaptar ao projeto da Dimensionamento de Mancais de Deslizamento
máquina, ocupando pouco espa- O dimensionamento de mancais de deslizamento depende do tipo de
ço radial; lubrificação utilizado, que pode ser do tipo filme completo, ou lubrifi-
▪▪ Possui um custo acessível na cação limite.
maioria das aplicações.
Componentes Mecânicos 45
Lubrificação completa Para dimensioná-los, utiliza-se o Pmax PV [N/
valor da pressão média admissí- Mate- V
ou forçada [N/ mm²]
vel, da seguinte forma: rial [m/s]
mm²] [m/s]
Neste caso temos duas situações: Bronze 31 7,65 1,75
Pm: Pressão Média no mancal Ferro
[N/mm2]; --- 4
Fundido 1,75
Mancal hidrodinâmico F: Força no Mancal[N];
Nylon 6,8 5 0,1
A: Área de Apoio [mm2];
Nesse tipo de lubrificação, o eixo Pm = F
flutua acima do óleo sob pressão, Tabela 8: Parâmetros de referência.
dxb Fonte: Adaptado de Melconian (2001,
mesmo sendo alimentado sim-
p. 309).
plesmente pelo efeito da gravida-
de, não entrando em contato com Assim:
a bucha durante o funcionamento.
A=d xb Mancais de rolamento
Exemplo: d: Diâmetro do Mancal [mm];
b: Largura do Mancal [mm].
Como já sabemos, os mancais
Eixo virabrequim e de comando
são elementos de máquinas
de válvulas de motores à combus-
tão. que têm sua aplicação em qua-
Outro parâmetro utilizado no
dimensionamento é a velocidade se todas as máquinas e meca-
periférica do eixo. nismos com partes giratórias.
Mancal hidrostático Um mancal de rolamento é
aquele em que a carga princi-
O óleo é bombeado sob pressão V= πxdxn
pal é transferida por meio de
para dentro do mancal, flutua e 1000 x 60
elementos de contato rolantes
não ocorre contato de metal com
metal.
V: Velocidade do eixo [m/s]; (normalmente esferas e rolos),
d: diâmetro do eixo [mm]; em vez de deslizamento.
n: rotação do eixo [RPMRPM].
O dimensionamento desses tipos Quando se necessita de mancal
de mancais é complexo e utiliza com maior velocidade e menor
Deve-se verificar:
cálculos de mecânica dos fluidos, atrito, o mancal de rolamento é
hidrostática e hidrodinâmica. ▪▪ Se a pressão calculada no man- o mais adequado.
cal “Pm” está abaixo do valor ta-
Os rolamentos oferecem algu-
belado “Pmax” do material.
mas vantagens. Uma delas é a
▪▪ O produto Pm . V (pressão padronização, ou seja, o rola-
Lubrificação limite x velocidade) calculado também mento possui um padrão inter-
Neste caso, devido à lubrificação deve estar abaixo do valor PV ta- nacional. É possível adquirir e
insuficiente, ou a altas cargas, belado do material.
substituir o mesmo rolamento
existe o contato do eixo com a ▪▪ Os valores “Pm”, “V” e “PV” independente do país em que
bucha, portanto gerando atrito de do material devem ser fornecidos ele foi produzido. Esta permu-
metal com metal. pelo fabricante. tabilidade facilita muito as ati-
Esses mancais são encontrados A seguir, apresentamos uma ta- vidades de manutenção.
em aplicações simples, buchas de bela para orientação de alguns
nylon, locais com lubrificação por Os mancais de rolamento, tam-
valores admissíveis normalmente
graxa com pouca ou nenhuma ve- bém conhecidos simplesmente
encontrados.
dação. por “rolamentos” são classi-
O dimensionamento desses man- ficação em função dos seus
cais depende das propriedades de elementos rolantes. Podem ser
desgaste dos metais utilizados, da do tipo esfera, rolo, ou agulha.
pressão e da velocidade de traba- Veja a “Figura 80”.
lho.
Componentes Mecânicos 47
b. Rolamento autocompensador de esferas. d. Rolamento axial de esfera.
É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel Ambos os tipos de rolamento
externo, que lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja, axial de esfera (escora simples
de compensar possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo. Ideal para e escora dupla) admitem eleva-
montagens em caixas separadas, onde o alinhamento é difícil. das cargas axiais, porém, não
podem ser submetidos a cargas
radiais.
Para que as esferas sejam guia-
das firmemente em suas pistas,
é necessária a atuação perma-
nente de uma carga axial.
f. Rolamento autocompensador
de duas carreiras de rolos.
Adequado a serviços pesados, Figura 88: Rolamento de rolos cônicos.
onde há cargas com impactos. Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 127).
Possui alta capacidade de carga ra-
dial e suporta cargas axiais médias
nos dois sentidos. h. Rolamento de agulha.
Devido à oscilação entre rolos e Possui uma seção transversal muito fina em comparação com os
pistas, permite um ajuste angular, rolamentos de rolos comuns.
ajustando os problemas de desali-
nhamento. É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado. Pode
ser fornecido com anel interno ou sem.
Pode ter o furo cônico ou cilín-
drico, permitindo ser instalado
em eixo cônico ou eixo cilíndrico,
com utilização de buchas de fixa-
ção e desmontagem.
Componentes Mecânicos 49
Normalmente o eixo é montado com pequena interferência e o alo-
jamento (anel externo) pode ser montado com pequena folga (ajuste
incerto) ou com pequena interferência, dependendo do tipo de carga.
Um ajuste muito usado é o obtido com tolerância H7 para o furo e j6
ou m6 para o eixo. Maiores detalhes quanto a tolerâncias e ajustes para
Figura 90: Contra ponta. rolamentos devem ser verificados em catálogos de fabricantes.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 129). Caso o rolamento seja montado com interferência maior que o usual,
devem-se utilizar rolamentos com folga radial, para evitar o travamento.
Os rolamentos utilizados nesse caso são com folga do tipo C3 e C4.
Projeto de eixo e aloja-
mento Dimensões do eixo e do furo do alojamento
O projeto do eixo e do alojamen- As dimensões do eixo e do furo, encosto e raio devem obedecer os
to deve ter o ajuste e a tolerância padrões especificados pelos fabricantes e as alturas do encosto do rola-
correta para o perfeito funciona- mento no eixo e no furo devem ser suficientes para ter um correto apoio
mento do rolamento. O tipo de lateral do rolamento.
ajuste ideal depende do tipo de
esforço no rolamento, da tem- Em tabelas de catálogos, temos as dimensões do rolamento e do aloja-
peratura de trabalho e da forma mento do cubo e do eixo para cada rolamento, incluindo os encostos do
como o rolamento vai ser monta- eixo (da), da bucha (Da) e do raio de arredondamento do encosto (ra).
do e desmontado.
d D B
máx.
máx.
máx.
máx.
min.
min.
47 8 0,3 27 - 45 0,3 - -
Tabela 9: Dimensão padrão (exemplo).
Fonte: Adaptado de NSK (2006, p. B10 e B11).
L10h = 1000000 x Cr 3
Fa ≤ e. Fa > e.
Cor
60 x n P e Fr . Fr .
Fa
X Y X Y
5 0.35 1 0 0.56 1.26
Para Rolamentos de Rolo: 10 0.29 1 0 0.56 1.49
15 0.27 1 0 0.56 1.64
20 0.25 1 0 0.56 1.76
L10h = 1000000 x Cr 3,33
25 0.24 1 0 0.56 1.85
60 x n P 30 0.23 1 0 0.56 1.92
50 0.20 1 0 0.56 2.13
70 0.19 1 0 0.56 2.28
Onde: Tabela 10: Coeficientes (rolamento).
L10h: Vida nominal do rolamento Fonte: NSK (2006, p. B11).
[h];
n: Rotação [RPMRPM]; Seguem orientações para a utilização da tabela:
Cr: Capacidade de Cargo do rola- ▪▪ Calcular o valor Cor e definir a linha na tabela;
mento (tabelada) [N]; Fa
P: Carga equivalente sobre o rola-
mento [N]. ▪▪ Fa Calcular e verificar se é menor ou maior que o valor tabelado de “e”.
Fr
Para calcular a carga equivalente ▪▪ Definir qual a coluna e o valor de “X”, “Y”.
“P” sobre o rolamento, faz-se:
Exemplo 1
Para carga radial: P = Fr
Dado o rolamento 6005, com uma força radial aplicada de 800N e uma
rotação de 1750 RPM. Determine a vida nominal do rolamento em ho-
ras de trabalho.
Para carga radial mais axial, faz-se:
P = Fr = 800 N
P = X.Fr + Y. Fa
Da tabela de rolamentos (Catálogo Fabricante de Rolamentos):
Onde: Cr = 10100N
[N]; 60 x n P
X = Coeficiente de carga radial
(tabela de dimensões);
L10h = 1000000 x 10100 3
Componentes Mecânicos 51
Exemplo 2 A polia plana conserva melhor
Dado o rolamento 6209, com as correias, enquanto a polia
P = C0 com superfície abaulada guia
uma força radial aplicada de 3000
N e força axial de 1400N. Calcu- FS melhor as correias. As polias
lar a vida nominal do rolamento C0: Capacidade de carga estáti- apresentam braços a partir de
em horas de trabalho. A rotação é ca tabelada [N]; 200 mm de diâmetro. Abaixo
FS: Fator de segurança.
1100 RPM. desse valor, a coroa é ligada ao
Tabela de Rolamentos: cubo por meio de discos.
60 x 1100 3976
Seção 3
Polias e correias
Figura 91: Tipo de polias.
Capacidade de carga Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 25).
Tipos e características
estática
das polias e correias
Muitas vezes, os rolamentos de-
vem trabalhar parados, com pou- Os tipos de polia são determi- Transmissão por cor-
ca rotação, ou apenas com giro de nados pela forma da superfície reia em V
180°. Por exemplo, em rodízios, na qual a correia se apresenta.
A polia trapezoidal, também cha-
roletes, articulações. Elas podem ser planas ou tra- mada de polia em V, recebe esse
Nesse caso, os rolamentos de- pezoidais. As polias planas po- nome porque a superfície na qual
vem ser dimensionados pela dem apresentar dois formatos a correia se assenta apresenta a
sua capacidade de carga es- na sua superfície de contato: forma de trapézio. As polias tra-
tática C0, da seguinte forma: plano ou abaulado. pezoidais devem ser providas de
canais e são dimensionadas de
acordo com o perfil padrão da
correia a ser utilizada.
Componentes Mecânicos 53
A seguir, as dimensões dos principais perfis padrões utilizados:
i = d2 ou i = n1 ou i = Mt2
d1 n2 Mt1
α = 180o - 60 x (D2 - D1)
I
A velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias, e para a cor-
reia, e é calculada pela fórmula:
V= πxdxn
1000
V: Velocidade [m/min];
d: Diâmetro da Polia [mm];
n: Rotação da Polia [RPM].
Componentes Mecânicos 55
Definição da quantida- HP correia:
de de correias
V= πxdxn
A quantidade de correias em uma
1000
transmissão é calculada por:
π × 85 × 3600 ...
V= V = 961m / min
Potmotor × F.S. 1000
Q tdeCorr =
HPCorr × F.C.arco contato
HP = 2 (tabela)
Potmotor = potência do motor em
[Cv]; [HP]; Potmotor × F.S.
Q tdeCorr =
F.S. = Fator de serviço (tabelado); HPCorr × F.C.arco contato
HPcorr = Capacidade de transmis-
são (tabelado);
3 × 1,1
F.C.arco contato = Fator de correção Q tdeCorr = Q tdeCorr = 2 correias
2 × 0,93
do arco de contato. (tabelado)
Exemplo: Um ventilador é Na próxima seção, serão apresentados tipos de engrenagens e suas apli-
acionado por polia e correia. cações, que possibilitam a redução ou aumento do momento torçor,
Calcule o número de correias tipo com mínimas perdas de energia, e aumento ou redução de velocidades,
A necessárias para o acionamento. sem perda nenhuma de energia, por não deslizarem.
Dados:
Correia tipo: A
Motor: 3 CV
Rotação: 3600 RPM Seção 4
Fator de Serviço FS: 1,1 Engrenagens
(ventilador)
Fator de Corr. Contato: 0,93 As engrenagens, também chamadas rodas dentadas, são elementos
(tabela) básicos na transmissão de potência entre árvores. Elas permitem a
redução ou o aumento do momento torçor, com mínimas perdas de
energia. Também possibilitam o aumento ou a redução de velocidades,
sem perda nenhuma de energia, por não deslizarem.
A mudança de velocidade e torção é feita na razão dos diâmetros
primitivos. Aumentando a rotação, o momento torçor diminui e vice-
versa. Assim, num par de engrenagens, a maior delas terá sempre em
rotação menor e transmitirá momento torçor maior. A engrenagem
menor tem sempre rotação mais alta e momento torçor menor.
O movimento dos dentes entre si processa-se de tal modo que no
Figura 98: Exercício 1 – Correias diâmetro primitivo não há deslizamento, havendo apenas aproximação e
Fonte: adaptado de Gordo e Ferreira afastamento. Na superfície restante do flanco, existe ação de deslizamento
(1996, p. 31)
e rolamento, daí conclui-se que as velocidades periféricas (tangenciais)
dos círculos primitivos de ambas as rodas são iguais (lei fundamental do
Fator de Corr. Arco dentado).
Componentes Mecânicos 57
Entre o sem fim e a coroa pro-
duz-se um grande atrito de des-
lizamento, gerando forças axiais
que devem ser absorvidas pelos
mancais. A fim de manter o des-
gaste e a geração de calor dentro
dos limites, são adequados os
materiais do sem fim (aço) e da
coroa (ferro fundido ou bronze),
devendo o conjunto funcionar em
banho de óleo.
As vantagens da utilização de
Figura 105: Engrenagem Cônica engrenagens coroa sem fim
Fonte: adaptado de Gordo e Ferreira são: espaço útil reduzido, baixo
(1996, p. 30) custo e grande possibilidade de
Figura 104: Engrenagens de eixos orto-
redução, até 1:100 (cem vezes)
gonais cilíndrica.
Parafuso com rosca sem fim e em um só par.
engrenagem côncava (coroa): A principal desvantagem é o
baixo rendimento, variando de
Engrenagens cônicas: Essa engrenagem é normalmente
45% a 75%, dependendo prin-
aplicada quando se deseja uma
Engrenagens cônicas são aque- cipalmente da redução e do
grande redução de velocidade na número de entradas da rosca:
las que têm forma de tronco de transmissão do movimento, con-
cone, podem ter dentes retos ou uma, duas, ou três entradas.
seqüente, aumento de momento
helicoidais e transmitem rotação torçor entre dois eixos perpendi-
entre eixos concorrentes. Eixos culares e/ou em um espaço redu-
concorrentes são aqueles que ten- zido.
dem a se encontrar num ponto se
prolongados. Os dentes da coroa são côncavos,
ou seja, são menos elevados no
As engrenagens cônicas são em- meio do que nas bordas.
pregadas quando as árvores se
cruzam. O ângulo de interseção é O parafuso sem fim é uma engre-
geralmente 90°, podendo ser me- nagem helicoidal com pequeno
nor ou maior. Os dentes das rodas número de dentes (até 6 filetes).
cônicas têm um formato também Quando o ângulo de inclinação
cônico, o que dificulta sua fabri- dos filetes for menor que 5°, o
cação, diminui a precisão e requer engrenamento é chamado de au-
uma montagem precisa para o toretenção, isto significa que o
parafuso não pode ser acionado
funcionamento adequado. Figura 106: Eixo sem fim /coroa.
pela coroa.
Componentes Mecânicos 59
Características Geométricas das Engrenagens
As engrenagens, sejam de perfis de dentes retos, helicoidais, coroa sem
fim, dentes cônicos, tem o seu perfil padronizado, o que facilita a sua
fabricação e também o intercambio de peças.
No “Quadro 4”, tem-se as características geométricas, com as dimen-
sões das engrenagens e o perfil do dente, que são utilizados para calcular
as engrenagens.
Descrição Engrenagem
Número de dentes z
Módulo m
Ângulo de pressão θ = 20o (mais comum)
Diâmetro primitivo Dp = m . z
Passo (circular frontal) P=m.π
Espessura circular e vão s = v = P/2
Diâmetro externo De = m ( z + 2 )
Diâmetro interno Di = m ( z – 2,334)
Diâmetro do circulo de base Db = Dp . cos θ
Altura da cabeça do dente (adendo) a=m
Altura do pé do dente (dedendo) b = 1,167 . m
Altura do dente h=a+b
Folga no pé do dente e = 0,167 . m
Comprimento do dente t (a ser dimensionado)
Quadro 4: Dimensões – Engrenagem.
Fonte: adaptado de Provenza (1960).
Ângulo de Pressão
O ângulo de pressão define o formato do dente. O ângulo recomendado
pela ABNT é o de 20°. As máquinas antigas normalmente possuem um
ângulo de 14,5°.
Observe que, quanto maior o ângulo de pressão, mais pontudo fica o
dente, evitando assim problemas de interferência no engrenamento.
Módulo
O módulo determina o tamanho padrão do dente, e é normalizado pela
DIN 780. A “Tabela 13” mostra os módulos padronizados.
Módulo Incremento (intervalo)
0,3 a 1 0,1
1a4 0,25
4a7 0,5
7 a 16 1
16 a 24 2
24 a 45 3
45 a 75 5
Tabela 13: Módulo (engrenagem).
Fonte: Adaptado; PROVENZA (p.4 - 173, 1960).
Seção 5
Correntes
Depois de ter estudado sobre as engrenagens, nesta seção você aprende-
rá a respeito das correntes que unem as engrenagens, transmitindo força
e movimento. E visualizará diferentes tipos de correntes.
As correntes transmitem força e movimento, que fazem com que a ro-
tação do eixo ocorra nos sentidos: horário e anti-horário. Para isso, as
Figura 111: Engrenagem - Distância (C)
engrenagens devem estar num mesmo plano. Os eixos de sustentação
das engrenagens ficam perpendiculares ao plano.
O rendimento da transmissão de força e de movimento vai depender
diretamente da posição das engrenagens e do sentido da rotação.
Componentes Mecânicos 61
Algumas situações determinam
a utilização de dispositivos espe-
ciais para reduzir essa oscilação,
aumentando, consequentemente,
a velocidade de transmissão:
▪▪ Grandes choques periódicos
- devido à velocidade tangencial,
ocorre intensa oscilação que pode
ser reduzida por amortecedores
especiais.
▪▪ Grandes distâncias - quando
Figura 112: Sistema de transmissão – corrente. é grande a distância entre os eixos
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 34). de transmissão, a corrente fica
com barriga. Esse problema pode
ser reduzido por meio de apoios
ou guias.
Transmissão
▪▪ Grandes folgas - usa-se um
A transmissão ocorre por meio do acoplamento dos elos da corrente dispositivo chamado esticador ou
com os dentes da engrenagem. tensor quando existe uma folga
A junção desses elementos gera uma pequena oscilação durante o mo- excessiva na corrente. O estica-
vimento. dor ajuda a melhorar o contato
das engrenagens com a corren-
te.
Aplicação
Figura 115: Esticador hidráulico. A transmissão por corrente nor-
malmente é utilizada quando não
se podem usar correias por cau-
sa da umidade, vapores, óleosetc.
Tipos de corrente
Ainda é de muita utilidade para
transmissões entre eixos próxi-
Correntes de rolo simples, mos, substituindo trens de engre-
dupla e tripla: nagens intermediárias.
Fabricadas em aço temperado, as Continuando o estudo de elemen-
correntes de rolo são constituídas tos de transmissão, na próxima
de pinos, talas externa e interna, seção, você conhecerá o que são
bucha remachada na tala interna. acoplamentos, suas classificações
Os rolos ficam sobre as buchas. e aplicações.
O fechamento das correntes de
rolo pode ser feito por cupilhas
ou travas elásticas, conforme o Seção 6
caso. Acoplamentos
Essas correntes são utilizadas nos
casos em que é necessária a apli- Acoplamento é um conjunto me-
cação de grandes esforços para cânico, empregado na transmis-
baixa velocidade como, por exem- são de movimento de rotação en-
plo, na movimentação de rolos tre duas árvores ou eixos-árvore,
para esteiras transportadoras. normalmente entre eixos coaxiais.
Figura 116: Corrente (montagem)
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 38) Exemplo
Corrente de bucha: ▪▪ Entre o eixo de um motor e
um redutor.
Essa corrente não tem rolo. Por
isso, os pinos e as buchas são fei- ▪▪ Quanto a classificação,os aco-
tos com diâmetros maiores, o que plamentos podem ser fixos, elásti-
confere mais resistência a esse cos e móveis.
Componentes Mecânicos 63
Acoplamentos fixos
Os acoplamentos fixos servem
para unir árvores de tal maneira
que funcionem como se fossem
uma única peça, alinhando as ár-
vores de forma precisa.
Como são um tipo de junta rígida
não pode haver desalinhamento
entre os eixos, sob risco de ocor-
rer uma quebra dos eixos ou rola-
mentos. Por motivo de segurança,
os acoplamentos devem ser cons-
truídos de modo que não apre-
Figura 118: Acoplamento elástico de pinos.
sentem nenhuma saliência.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 120).
Acoplamentos elásticos
Esses elementos tornam mais su- Acoplamento perflex
ave a transmissão do movimento Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação
em árvores que tenham movi- de borracha apertada por anéis de pressão. Esse acoplamento permite o
mentos bruscos, e permitem o jogo longitudinal de eixos.
funcionamento do conjunto com
desalinhamento paralelo, angular
e axial entre as árvores.
Acoplamento elástico
de pinos
Os elementos transmissores são
pinos de aço com mangas de bor-
racha que proporcionam um ajus-
te, permitindo que ocorra peque-
nos desalinhamentos entre eixos.
Acoplamento de den-
tes arqueados
Os dentes possuem a forma li-
geiramente curvada no sentido
axial, o que permite até 3 graus de
desalinhamento angular. O anel
dentado (peça transmissora do
movimento) possui duas carreiras
de dentes que são separadas por
uma saliência central.
Componentes Mecânicos 65
▪▪ Evitar a colocação dos flanges por meio de golpes: usar prensas ou
dispositivos adequados;
▪▪ O alinhamento das árvores deve ser o melhor possível, mesmo que
sejam usados acoplamentos elásticos, pois durante o serviço ocorrerão
os desalinhamentos a serem compensados;
▪▪ Fazer a verificação da folga entre flanges e do alinhamento e concen-
Figura 122: Acoplamento de dentes tricidade do flange com a árvore;
arqueados
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 121) ▪▪ Certificar-se de que todos os elementos de ligação estejam bem insta-
lados antes de aplicar a carga.
Os acoplamentos são utilizados
para corrigir pequenas variações Junta universal homocinética
angulares entre eixos de até 6
graus, conforme o modelo. Esse tipo de junta é usado para transmitir movimento entre árvores que
precisam sofrer variação angular, durante sua atividade. Essa junta é
Para aplicações onde ocorre uma
constituída de esferas de aço que se alojam em calhas.
maior variação angular entre ei-
xos, podem ser utilizadas uma
junta homocinética ou cruzetas.
Acoplamentos móveis
São empregados para permitir o
jogo longitudinal das árvores. Es-
ses acoplamentos transmitem for-
ça e movimento somente quando
acionados, isto é, obedecem a um
comando.
Os acoplamentos móveis podem
ser: de garras ou dentes. A rota-
ção é transmitida por meio do en-
caixe das garras ou de dentes.
Geralmente, esses acoplamentos
são usados em aventais e caixas
de engrenagens de máquinas-fer-
Figura 123: Junta homocinética.
ramentas convencionais.
Fonte: Gordo e Ferreira (1996, p. 122).
Juntas de papelão:
São empregadas em partes estáti-
cas de máquinas ou equipamentos
como, por exemplo, nas tampas
de caixas de engrenagens. Esse
tipo de junta pode ser comprada
pronta ou confeccionada con-
forme o formato da peça que vai
utilizá-la.
Figura 124: Eixo Cardan (cruzeta).
Fonte: Adaptação de Antares. (2009). Juntas metálicas:
Tipos de Elementos de São destinadas à vedação de equi-
Para finalizar esta unidade, a 7ª vedação pamentos que operam com altas
seção de estudo mostrará a defi- pressões e altas temperaturas. Ge-
nição de vedação e diversos ele- Os materiais usados como ele-
ralmente, fabricadas em aço de bai-
mentos de vedação, os materiais mentos de vedação são: juntas
xo teor de carbono, em alumínio,
que os compõem e as vantagens e de borracha, papelão, velumóide,
cobre ou chumbo. São normalmen-
utilidade de suas aplicações. Tam- anéis de borracha ou metálicos,
te aplicadas em flanges de grande
bém apresentará as características juntas metálicas, retentores, gaxe-
aperto ou de aperto limitado.
tas, selos mecânicosetc.
de vedação por retentores.
Juntas de teflon:
Juntas de borracha:
Material empregado na vedação
Seção 7 São vedações empregadas em
de produtos como óleo, ar e água.
partes estáticas, muito usadas em
Vedação equipamentos, flanges etc. Podem
As juntas de teflon suportam tem-
peraturas de até 260°C.
ser fabricadas com materiais em
forma de manta e ter uma camada
Juntas de amianto:
Conceito de vedação interna de lona (borracha lonada)
ou materiais com outro formato. Material empregado na vedação
Vedação é o processo usado para de fornos e outros equipamentos.
impedir a passagem, de maneira O amianto suporta elevadas tem-
Anéis de borracha (ring):
estática ou dinâmica, de líquidos, peraturas e ataques químicos de
gases e sólidos particulados (pó) São vedadores usados em partes
muitos produtos corrosivos.
de um meio para outro. estáticas ou dinâmicas de máqui-
O material do vedador deve ser nas ou equipamentos. Estes veda-
Juntas de cortiça:
compatível com o produto a ser dores podem ser comprados nas
dimensões e perfis padronizados Material empregado em vedações
vedado para que não ocorra uma
ou confeccionados colando-se, estáticas de produtos como óleo,
reação química entre eles. Uma
com adesivo apropriado, as pon- ar e água, submetidos a baixas
reação poderá causar vazamentos
tas de um fio de borracha com pressões. As juntas de cortiça são
e contaminação do produto; em
secção redonda, quadrada ou re- muito utilizadas nas vedações de
termos industriais, poderá resultar
tangular. tampas de cárter, em caixas de en-
em prejuízos à empresa.
grenagensetc.
Componentes Mecânicos 67
Retentores:
O retentor é composto essencialmente por uma membrana elastomérica
em forma de lábio e uma parte estrutural metálica semelhante a uma
mola que permite sua fixação na posição correta de trabalho.
A função primordial de um retentor é reter óleo, graxa e outros produtos
que devem ser mantidos no interior de uma máquina ou equipamento.
O retentor é sempre aplicado entre duas peças que executam movimen-
tos relativos entre si, suportando variações de temperatura.
A figura a seguir mostra um retentor entre um mancal e um eixo.
1. Membrana elastomérica
ou lábio
a. Ângulo de ar.
b. Ângulo de vedação.
c. Ângulo de óleo.
d. Região cobertura da
mola.
e. Alojamento da mola.
f. Região interna do lábio.
g. Região do engaste do lá-
bio.
2. Mola de tração
ÁLCOOL + ADITIVOS
ÓLEOS HIPOIDES
TIPO DE BORRACHA
TICA (A.T.F)
GRAXA
BALHO (°c)
Componentes Mecânicos 69
Recomendações para a Condições de armazenagem dos retentores
aplicação dos retentores Durante o período de armazenamento, os retentores deverão ser manti-
dos nas próprias embalagens. A temperatura ambiente deverá permane-
cer entre 10ºC e 40ºC. Manipulações desnecessárias deverão ser evitadas
Para que um retentor trabalhe de para preservar os retentores de danos e deformações acidentais. Cuida-
modo eficiente e tenha uma boa dos especiais precisam ser observados quanto aos lábios dos retentores,
durabilidade, a superfície do eixo especialmente quando eles tiverem que ser retirados das embalagens.
e o lábio dele deverão atender aos
seguintes parâmetros:
▪▪ O acabamento da superfície do
eixo deve ser obtido por retifica- Pré-lubrificação dos retentores
ção, seguindo os padrões de quali- Recomenda-se pré-lubrificar os retentores na hora da montagem.
dade exigidos pelo projeto;
A pré-lubrificação favorece uma instalação perfeita do retentor no aloja-
▪▪ A superfície de trabalho do lá- mento e mantém uma lubrificação inicial no lábio durante os primeiros
bio do retentor deverá ser isenta giros do eixo. O fluido a ser utilizado na pré-lubrificação deverá ser o
de sinais de batidas, sulcos, trin- mesmo fluido a ser utilizado no sistema, e é preciso que esteja isento de
cas, falhas de material, deforma- contaminações.
ção e oxidação;
▪▪ A dureza do eixo, no local de
trabalho do lábio, deverá estar Cuidados na montagem do retentor no alojamento
acima de 28 HRC.
▪▪ A montagem do retentor no alojamento deverá ser efetuada com o
auxílio de prensa mecânica, hidráulica e um dispositivo que garanta o
perfeito esquadrejamento do retentor dentro do alojamento;
▪▪ A superfície de apoio do dispositivo e o retentor deverão ter diâme-
tros próximos para que o retentor não venha a sofrer danos durante a
prensagem;
▪▪ O dispositivo não poderá, de forma alguma, danificar o lábio de ve-
dação do retentor.
Componentes Mecânicos 71
Unidade de
estudo 3
Seções de estudo
Seção 1
Grandezas físicas e
unidades de medida
Nesta seção, você verá as uni- Grandezas físicas pode ocorrer quando existe
dades de medidas e suas res- contato direto entre os corpos,
pectivas grandezas físicas, que As grandezas mais importantes e como o caso de uma pessoa
aplicadas para os estudos básicos
influenciam diretamente no di- empurrando um carrinho, ou
da mecânica, de Resistência dos quando existe uma distância
mensionamento dos elementos Materiais e, consequentemente,
mecânicos. entre os corpos. Em quaisquer
para o dimensionamento dos ele- dos exemplos, a força é com-
Na construção mecânica, as peças mentos mecânicos são: as distân- pletamente caracterizada pelo
e componentes de uma determi- cias (comprimento), tempo, mas- seu módulo, direção, sentido e
nada estrutura devem ter dimen- sa e força. ponto de aplicação.
sões e proporções adequadas para
suportarem os esforços impos-
tos sobre eles. Para compreender Distância (m, cm, mm, etc.): é
necessária para localizar a posição Unidades do Sistema
melhor os efeitos gerados pelas Internacional (SI)
forças externas aplicadas sobre de um ponto no espaço, descre-
os vários elementos mecânicos, vendo assim a dimensão do siste- O Sistema Internacional de uni-
foram realizados diversos estudos ma físico. Na mecânica, podemos dades, conhecido por “SI”, é
que datam de muito tempo atrás citar a distância de aplicação de um órgão internacional, que tem
forças em determinados elemen- como fundamental objetivo a pa-
(Galileu; 1564-1642).
tos até seu ponto de apoio. dronização das unidades de medi-
Desses estudos iniciais surgiu a
Tempo (s): embora os princípios da aplicadas no mundo, especial-
“ESTÁTICA” que considera os
da estática sejam independentes mente nas indústrias. As unidades
efeitos externos das forças que
do tempo, esta grandeza tem uma básicas padronizadas por este ór-
atuam num corpo e a “RESIS-
função muito importante no estu- gão são: o comprimento (m), o
TÊNCIA DOS MATERIAIS”
do da dinâmica. tempo (s) e a massa (kg).
que analisa o comportamento
desses corpos submetidos a esfor- Massa (Kg): a massa é uma pro- Há um conjunto de prefixos
ços externos, considerando o efei- priedade da matéria pela qual adotado para o uso das unidades
to interno, isto é, o efeito gerado podemos comparar a ação de do “SI”, a fim de exprimir os
sobre este elemento. um corpo com a de outro. Esta valores de grandezas que são muito
propriedade fornece desde uma maiores ou muito menores do
Essa análise e dimensionamentos
medida quantitativa da resistência que a unidade padrão estabelecida
exigem um conhecimento pro-
da matéria até mudanças de velo- pelo sistema internacional.
fundo das dimensões utilizadas
cidade. Na “Tabela 15” estão alguns
e suas respectivas unidades de
medida, para a relação de propor- Força (N): em geral, a força é exemplos de prefixos que podem
cionalidade dos elementos e espe- considerada como um empur- ser aplicados com qualquer
cialmente os dimensionamentos e rão ou um puxão de um corpo unidade base e com as unidades
padrões tabelados utilizados. sobre o outro. Esta interação derivadas com nomes especiais.
Componentes Mecânicos 73
Giga G 109 = 1 000 000 000
Mega M 106 = 1 000 000
Quilo K 10³ = 1 000
Hecto H 10² = 100
Deca da 10
Unidade --- ---
Deca D 10 = 0,1
-1
Seção 2
Força
Resistência dos materiais em elementos de máquinas
A força representa a ação de um
Na construção mecânica, as peças componentes de uma determinada corpo sobre outro, o conceito
estrutura devem ter dimensões e proporções adequadas para suportarem de força é aplicado na mecânica
esforços impostos sobre elas. em geral. As forças podem ser
classificadas em concentradas e
Para entendermos melhor, todo elemento tende a ficar estático (parado)
distribuídas. Todas as forças são
enquanto não sofrer a ação de uma força externa. Quando submetido
distribuídas, ou seja, forças que
a esses esforços, tem a tendência de se deslocar ou se mover, porém,
atuam ao longo de um elemento.
tendo como premissa básica permanecer estático.
Quando uma carga distribuída
Exemplo: Os eixos de um redutor tendem a ficar parados enquanto atua numa superfície desprezível
não forem acionados pelo motor. E este, quando acionado através da (área reduzida), é chamada de
energia elétrica, de acordo com seu projeto, tende a girar e entrar em força concentrada. A força é
movimento. uma grandeza vetorial que, para
sua definição e análise, possui
características a serem observadas:
▪▪ Sua intensidade;
▪▪ Sua direção;
▪▪ Seu sentido;
▪▪ Ponto de aplicação (distância).
Momento (Torque)
Um corpo com massa de 1 kg tem um peso de 9,81N.
Observe a “Figura 129” e res-
ponda aos questionamentos:
Componentes Mecânicos 75
m=Fxd
Onde:
m: Momento ou torque (N.m, N.mm, N.cm, Kgf.mm);
Figura 130: Gangorra. F: Força (N; Kgf);
Fonte: Cima e Merizio (2004). d: Distância (m, mm, cm).
Dados:
F1 = 300 kg F2 = 30 kg F1 x d1 = F 2 x d2
d1 = 20 cm d2 = ? 300 x 20 = 30 x d2
∑Me = ∑Md
∴ M1 = M2 + M3
∴ F1. d1 = (F1. d1) + (F1. d1)
∴ F1 . 200 = (10. 1500) + (10. 2500)
∴ F1 = 15000 + 25000
200
∴ F1 = 200 kg
Exemplo:
F1 = ? F2 = 10 kg F3 = 10 kg
d1 = 200 mm d2 = 1500 mm d3 = 2500 mm
Componentes Mecânicos 77
Observando a “Figura 137” de
um sistema de forças, podemos
realizar a seguinte análise:
▪▪ As forças atuam na vertical, no
sentido de cima para baixo. Por-
tanto, as convencionamos negati-
vas;
∑F y =0
− F1 − F2 + R A + R B = 0
Calcular:
∑M = 0
− M1 + M2 + M3 + M4 = 0 F1
m = F×d
− (R A × d t ) + (F1 × di ) + (F2 × d3 ) + (RB × d0 ) = 0
Como:
A
− (R A × 1200) + (100 × 900) + (300 × 400) + (R B × 0 ) = 0
Calcular:
210000 d1
− 1200R A + 90000 + 120000 = 0 ∴ −R A = − R A = 175N
1200 RA
R A + RB = 400 ∴ RB = 400 − 175 ∴ RB = 225N Nota: A força “RA” gera uma ro-
tação horária, portanto negativa
segundo as regras da convenção.
Para se determinar os momentos atuantes em qualquer ponto do ele-
Calcular o Momento Fletor atu-
mento submetido à flexão (normalmente nos pontos de aplicação de
ante no ponto de atuação da força
força), devemos considerar que nesse ponto tivéssemos o ponto de
“F2”.
apoio de uma alavanca (gangorra), baseado na condição de equilíbrio.
Os momentos são iguais em ambos os lados, assim, basta calcular os Considerando o lado esquerdo do
momentos atuantes localizados à esquerda deste ponto. ponto de aplicação da força “F2”,
temos:
RA
Mf3 = - [RA . (d1+ d2)] + (F1 . d2) + (F2 . 0)
∴ Mf3 = - (RA . di) + (F1 . d2)
Calcular o Momento Fletor atuante no ponto “A”.
Extremidade esquerda do ponto de apoio “A”.
Nesse ponto de apoio, atua a força de reação “RA”. Portanto, a distância
da força até o ponto de referência é “0”. Assim:
Mf1 = RA . 0 ∴ Mf1 = 0
Componentes Mecânicos 79
Calcular o Momento Fletor atuante no ponto de atuação da Exemplo:
força “B”. Uma barra de seção circular com
Considerando o lado esquerdo do ponto de apoio “B”, temos: 50 mm de diâmetro é tracionada
por uma carga normal de 36 KN.
Determine a tensão normal (σ)
atuante na barra.
2
π.d π × 502
A= A= A = 1963,5mm2
4 4
F 36000
σ = σ= σ = 18,33Mpa
A 1963,5
Mf4 = - [RA . (d1 + d2 + d3)] + [F1 . (d2 + d3)] + (F2 . d3) + (RB . 0) ∴
Mf3 = - (RA . dt) + (F1 . di2) + (F2 . d3)
Seção 3
Dimensionamento de
parafusos
Nesta seção, para estudar dimensio-
namento de parafuso, você apren-
derá a calcular a força de aperto
Figura 136: Forças (tensões) do parafuso, tensão admissível de
cisalhamento simples e duplo, força
σ = Tensão admissível de tração em (N/mm2)
F = Força aplicada (N)
aplicada ao parafuso, área de seção
A = Área da seção transversal (mm2) transversal menor do parafuso e
comprimento da chaveta.
DICA
“O fator de segurança depende do tipo de produto, tipo de carga, os
riscos e, muitas vezes, é definido pela norma técnica da ABNT refe-
rente ao produto.”
Componentes Mecânicos 81
Tensão admissível de cisalha- Nesse caso temos: sidera-se que, se o parafuso não
mento σadm_cis : romper durante o aperto, dificil-
De acordo com a teoria da máxi- σadm_cis = ___
F mente irá romper em trabalho. A
ma energia de distorção, a tensão 2.A força de aperto máxima “Fi” é
admissível de cisalhamento é cal- calculada por:
culada a partir da tensão admissí-
vel de tração por: Fi = 0,75 x σprova x A
σó adm
σó adm _ cis =
3 Onde:
σprova = resistência/tensão de
que pode ser arredondado para a prova do parafuso, tabelado (N/
Figura 140: Cisalhamento Duplo
seguinte fórmula: mm2);
Fonte: SENAI/PR (2001, p.88)
A = Área menor da seção do pa-
rafuso. (mm2).
σ adm _ cis = 0,6 × σ adm Onde:
σadm_cis = Tensão admissível de ci-
F salhamento (N/mm2); Cálculo do comprimento da
σ adm _ cis = chaveta “L”:
A F = Força aplicada (N);
A chaveta sofre um esforço de
A = Área da seção transversal me-
π.d2 cisalhamento, quando transmite
A= nor do parafuso (mm2);
4 movimento de rotação. O esfor-
d = diâmetro do parafuso (mm). ço na chaveta, quando excessivo,
faz com que ela sofra ruptura e
Onde: Torque de aperto de parafusos cujo plano de corte encontra-se
σadm_cis = Tensão admissível de ci- localizado ao longo do seu com-
Muitas vezes, uma máquina tem
salhamento em (N/mm2); primento L.
os parafusos apertados com o
F = Força aplicada (N); torque controlado (torquíme- Calculando o cisalhamento pode-
A = Área da seção transversal me- tro), como motores a combustão, mos determinar o comprimento
nor do parafuso (mm2); estruturas, flanges. Nesse caso, a da chaveta.
relação entre o torque e a força Nesse caso, deve-se calcular de
d = diâmetro do parafuso (mm).
de aperto do parafuso, segundo acordo com os seguintes passos:
Shigley é:
Parafusos submetidos ao cisa-
lhamento duplo (Figura 142):
MT = 0,2 x Fi x d σadm = ___
σesc
Neste caso, têm-se duas áreas si-
multâneas de cisalhamento do pa- F.S.
rafuso (seção AA e BB), portanto, σadm_cis = 0,6 x σadm
faz-se a área do parafuso vezes Onde:
dois, da seguinte forma: MT = Torque em (N.m);
d = diâmetro nominal do parafu- Mt
F=
so (m); r
Fi = Força de aperto do parafuso
(N).
A força na chaveta (Figura 82)
pode ser calculada através do mo-
A força de aperto “Fi” recomen- mento torçor (torque) Mt no eixo
dada para parafusos que podem e pelo raio do eixo “r” , da seguin-
ser desmontados pode atingir te forma:
75% da resistência de prova sem
o coeficiente de segurança. Con-
Dimensionamento de
eixos fixos
τ =___
F
Figura 141: Distribuição da força. Todo elemento de máquina está A
submetido a diversas forças que
E o comprimento “L” necessário atuam sobre este, exigindo que te- τ: Tensão devido ao cisalhamento
da chaveta pode ser calculado pe- nha capacidade de absorver esses [N/mm2];
las seguintes fórmulas: esforços sem sofrer deformações,
F: Força aplicada no local, (gráfi-
assim, estes devem ser dimensio-
co de esforço cortante) [N];
nados, levando-se em considera-
ção vários aspectos e característi- A: Área da seção transversal.
A=bxL cas importantes. [mm2].
σ =___
F
Dentre as características a serem Para maiores detalhes sobre cál-
A
consideradas ,as principais são: culo de flexão e cisalhamento em
A matéria-prima aplicada na fa- eixos fixos, deve-se realizar pes-
bricação desse eixo, os esforços quisa em materiais, livros e aposti-
aos quais esse eixo é submeti- las sobre resistência dos materiais.
do, os detalhes, o perfil desse
h eixo etc.
Dimensionamento de
L eixos giratórios
b Vimos que os eixos podem ser fi-
xos, ou giratórios, o que influencia Eixos giratórios são comumente
diretamente em seu dimensiona- submetidos ao efeito da torção,
Figura 142: Chaveta mento. No caso do eixo fixo (es- ou torção + flexão, com exceção
tático), ele está submetido ao efei- de eixos que girem livremente,
Para finalizar seu estudo de com- to da flexão, sendo dimensionado como por exemplo, um carrinho
ponentes mecânicos, você estuda- de acordo com o tipo de material, transportador manual. Neste
rá nessa próxima seção, os cálcu- carregamento, quantidade de for- caso, tem-se flexão.
los referentes às forças aplicadas ças aplicadas e vínculos, isto é, se-
nos eixos fixos, giratórios e sub- melhante a uma viga. Eixo submetido à torção:
metidos à torção. Também serão
apresentadas fórmulas usadas σadm =___
Mt
para calcular.
σf =___
Mf Wp
Wf
σf: Tensão devido à torção [N/
σf : Tensão devido à flexão [ N/mm ]; 2 mm2];
Mf: Momento fletor máximo (ob- Mf: Momento torçor máximo
tido geralmente do gráfico de [N.mm];
momento fletor e esforço cortan- Wp: Módulo de resistência à tor-
te) [ N.mm]; ção (ou polar) [ mm3].
Wf: Módulo de resistência à flexão
[ mm3].
Componentes Mecânicos 83
E para eixos redondos maciços, o Exemplo: serviço de acordo com a aplicação
módulo de resistência polar é: do equipamento. (tabela técnica
Um eixo redondo maciço, fabrica-
14)
do em aço ABNT 1040 laminado
deverá transmitir um torque de Cálculo do momento torçor (Mt)
Wp = _____
π x d3 Mt = 300 N x m. Calcular o di- do acoplamento:
16 âmetro do eixo, considerando o
efeito da torção. Mtacoplamento = Mt x F.S.
Dado:
Substituindo a fórmula “Wp “ pela σadmt = 45 N/mm2
fórmula de “σadm”; temos: Mtacoplamento: Momento torçor do
acoplamento (seleção do acopla-
σ = _____
Mt mento) [N.m];
16 × Mt
π x d3
_____ d= 3 F.S.: Fator de serviço. (tabela
π × σ adm
16 técnica 15)
Calculado o “Mtacoplamento”, deve-
Isolando “d”, temos a fórmula se selecionar um acoplamento
Substituindo temos:
para o cálculo do diâmetro de no catálogo com capacidade de
eixos maciços circulares, sub- momento torçor igual ou superior
metidos à torção. 16 × 3000 à calculada.
d= 3
π × 45 Deverão ser verificadas, no ca-
tálogo, as dimensões do acopla-
mento selecionado, principalmen-
16 × Mt
d=3 Assim: te quanto às dimensões do eixo
π × σ adm utilizado. (tabela técnica 16)
d = 32,4mm
d: Diâmetro do eixo [mm]; Dimensionamentos de
σadm: Tensão admissível à torção sistemas de transmissão
[N/mm2]; Obs: Os cálculos de eixos apre-
sentados não consideram o efeito Um exemplo de um sistema
Mt: Momento torçor [N.mm]. composto de um motor, é o que
da fadiga, nem da concentração
Para eixos submetidos ao efeito de tensões devido à arestas e ca- transmite o movimento rotativo
da torção e flexão, temos: nais no eixo. Portanto, para um através de um acoplamento a
cálculo mais preciso, estes efeitos uma caixa contendo dois pares de
deverão ser levados em conside- engrenagens apoiadas em eixos
ração. com rolamentos.
16 × M2t + M2f Conjuntos como estes, são
d= 3 Para compensar esta simplifica-
π × σ admt ção, foram utilizados valores de chamados de redutores e são
coeficiente de segurança elevados. muito utilizados em acionamentos
Estes coeficientes estão “embu- de máquinas para transmitir o
d: Diâmetro do eixo [mm];
tidos” no valor da tensão admis- movimento do motor, reduzir a
σadmt: Tensão admissível à torção rotação e aumentar o momento
sível para um carregamento tipo
[Kgf/mm2] [N/mm2]; torçor (torque).
III, apresentado na tabela de re-
Mt: Momento torçor [Kgf.mm] sistência dos materiais em anexo. É possível adquirir um redutor
[N.mm]; ou motorredutor pronto. Para
Mf: Momento fletor máximo, ob- isso, é necessário especificar a
tido geralmente do gráfico de mo- Dimensionamento de redução total i, o momento torçor
mento fletor e esforço cortante. Acoplamentos na entrada e na saída, bem como
[Kgf.mm] [N.mm]. informações quanto a fixação na
Para dimensionar o acoplamento,
máquina, como flange e pés.
deve-se calcular o momento tor-
çor no eixo e aplicar um fator de
n2 n1 n2
n1 Mt2 Mt1 Mt2
Mt1 Momento Torçor Mt
O momento torçor (Mt), também
chamado de torque, ou conjugado
de uma força, é definido como o
D1 Z1 produto entre a força e a distância
D2 Z2 até o ponto de giro da peça.
Figura 143: Sistema de transmissão.
i =___
d2 ou i = ___
n1 ou i =____
Mt2 ou i =___
z2
d1 n2 Mt1 z1
Onde:
d2: Diâmetro da polia ou engrenagem movida;
d1: Diâmetro da polia ou engrenagem motora;
n1: Rotação do pinhão;
Figura 144: Momento torçor.
n2: Rotação da coroa;
Z1: Engrenagem motora; Portanto, podemos calcular o
Z2: Engrenagem movida. momento torçor com as seguintes
Como pode ser observado, existe uma relação direta entre a dimensão fórmulas:
das polias e as engrenagens, a rotação e o momento torçor.
Exemplo: Dado um sistema de polia e correia, calcular: Mt = F x d
1 CV = 0,736 KW
Componentes Mecânicos 85
Uma vez calculado o momento torçor de um eixo acionado por motor,
é possível determinar a força aplicada através da fórmula:
F =____
Mt
d
Portanto:
Mt = F x d
Exemplo:
Um sistema de transmissão é constituído por um motor e dois pares de
engrenagens.
Dados:
Pot.motor (N) = 5,5 KW
n : 1740 RPM
Z1 : 21 dentes
Z2 : 60 dentes
Z3 : 15 dentes
Z4 : 60 dentes
▪▪ A rotação;
▪▪ O momento torçor;
▪▪ A redução “i”.
Eixo“II”: Sabendo:
n 1740
n2 = 1 n2 = n2 = 609rpm
i 2,86
Z4 60
i2 = i2 = i2 = 4
Z3 15
Eixo“III”: Sabendo:
n2 609
n3 = n3 = n3 = 152,25rpm
i2 4
b) itotal = ?
nentrada 1740
i total = i total = i2 = 11,428
nsaída 152,25
Componentes Mecânicos 87
Finalizando
Esse material foi elaborado de forma a relacionar todos os assuntos abordados à vivência
prática necessária para o desenvolvimento das atividades profissionais inerentes ao curso
desenvolvido.
Todos os temas abordados são de fundamental importância para o crescimento profissional e
humano dentro do mundo do trabalho, bem como, social do aluno, procurando oportunizar
a este a capacitação para que se torne autodidata, buscando aprofundar-se cada vez mais nos
assuntos e assim, crescer e destacar-se nesse mundo globalizado, exigente e competitivo.
Esperamos que os objetivos propostos nesse livro tenham sido alcançados e que todos aque-
les que utilizarem esse material possam aprofundar seus conhecimentos e desenvolver suas
habilidades e atitudes.
Componentes Mecânicos 89
Referências
▪▪ ACIONAC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Tabela de furo e rasgo de chaveta
conforme Norma DIN 6885/1. Disponível em: <http://www.acionac.com.br/down-
loads/normas/Norma_DIN.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2010.
▪▪ ELEMENTOS de máquinas. São Paulo, SP: Globo, 2000. 7 DVDs (aulas de 50): NTSC;
(Telecurso 2000. Profissionalizante)
▪▪ GORDO, Nívia; FERREIRA, Joel. Mecânica, 1: elementos de máquina. São Paulo, SP:
Globo, c1996. 206 p. (Telecurso 2000.Profissionalizante)
▪▪ GORDO, Nívia; FERREIRA, Joel. Mecânica, 2: elementos de máquina. São Paulo, SP:
Globo, c1996. 256 p. (Telecurso 2000.Profissionalizante)
▪▪ MELCONIAN, Sarkis. Elementos de máquinas. 2. Ed. São Paulo: Érica, 2001. 342 p.
▪▪ NIEMANN, Gustav. Elementos de máquinas. São Paulo: Edgard Blücher, 1971. v.2
Componentes Mecânicos 91
▪▪ NSK. NSK rolamentos. São Paulo, SP: NSK, 2006.
▪▪ PROVENZA, Francesco. Mecânica aplicada. São Paulo, SP: Escola Pro-Tec, 1993. 3 v.
▪▪ SHIGLEY, Joseph Edward. Projeto de engenharia mecânica. 7. ed. São Paulo, SP:
Bookman, 2005. 960 p.
▪▪ SKF Ferramentas. CATÁLOGO geral SKF. Torino, IT: SKF Ferramentas, c1982.
Altura do
da rosca
da rosca
interna.
externa
Raio da
Raio da
Menor
Menor
Efetivo
Maior
Maior
filete
Passo
raiz
raiz
D d1 he rre D D1 rri P d2D2
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
1 0,693 0,153 0,036 1,011 0,729 0,018 0,250 0,838
1,2 0,893 0,153 0,036 1,211 0,929 0,018 0,250 1,038
1,4 1,032 0,184 0,043 1,413 1,075 0,022 0,300 1,205
1,6 1,171 0,215 0,051 1,616 1,221 0,022 0,350 1,373
1,8 1,371 0,215 0,051 1,816 1,421 0,022 0,350 1,573
2 1,509 0,245 0,058 2,018 1,567 0,025 0,400 1,740
2,2 1,648 0,276 0,065 2,220 1,713 0,028 0,450 1,908
2,5 1,948 0,276 0,065 2,520 2,013 0,028 0,450 2,208
3 2,387 0,307 0,072 3,022 2,459 0,031 0,500 2,675
3,5 2,764 0,368 0,087 3,527 2,850 0,038 0,600 3,110
4 3,141 0,429 0,101 4,031 3,242 0,044 0,700 3,545
4,5 3,580 0,460 0,108 4,534 3,690 0,047 0,750 4,013
5 4,019 0,491 0,115 5,036 4,134 0,051 0,800 4,480
6 4,773 0,613 0,144 6,045 4,917 0,06 1,000 5,351
7 5,773 0,613 0,144 7,045 5,917 0,06 1,000 6,351
8 6,467 0,767 0,180 8,056 6,647 0,08 1,250 7,188
9 7,467 0,767 0,180 9,056 7,647 0,08 1,250 8,188
10 8,160 0,920 0,217 10,067 8,376 0,09 1,500 9,026
11 9,160 0,920 0,217 11,067 9,376 0,09 1,500 10,026
12 9,853 1,074 0,253 12,079 10,106 0,11 1,750 10,863
14 11,546 1,227 0,289 14,090 11,835 0,13 2,000 12,701
16 13,546 1,227 0,289 16,090 13,835 0,13 2,000 14,701
18 14,933 1,534 0,361 18,112 15,294 0,16 2,500 16,376
20 16,933 1,534 0,361 20,112 17,294 0,16 2,500 18,376
22 18,933 1,534 0,361 22,112 19,294 0,16 2,500 20,376
24 20,320 1,840 0,433 24,135 20,752 0,19 3,000 22,052
27 23,320 1,840 0,433 27,135 23,752 0,19 3,000 25,052
30 25,706 2,147 0,505 30,157 26,211 0,22 3,500 27,727
33 28,706 2,147 0,505 33,157 29,211 0,22 3,500 30,727
36 31,093 2,454 0,577 36,180 31,670 0,25 4,000 33,402
39 34,093 2,454 0,577 39,180 34,670 0,25 4,000 36,402
42 36,479 2,760 0,650 42,102 37,129 0,28 4,500 39,077
Tabela 13: Rosca métrica normal.
Fonte: Adaptado de Provenza (1960, p. 4 - 10).
Componentes Mecânicos 93
TABELA DE ROSCAS
ROSCA MÉTRICA DE PERFIL TRIANGULAR SÉRIE FINA
EXTERNA INTERNA EXTERNA E INTERNA
(PARAFUSO) (PORCA) (PARAFUSO E PORCA)
da rosca
da rosca
interna.
externa
Raio da
Raio da
Menor
Menor
Efetivo
(nomi-
Altura
Maior
Maior
filete
Passo
nal)
raiz
raiz
do
d
para d1 = 4:9
d3
Φ
d1
d2
D
D
d5
d5
s n
d1 d2 3
n =
Medidas em mm 2
s m s m
d1 d3 ~a ~b d5 d2 d1 d3 ~a ~b d5 d2
hll min hll min
4 0,4 3,7 1,8 0,7 1 3,3 0,5 34 1,5 32 5,3 4 2,5 32 1,6
5 0,6 4,7 2,2 1,1 1 4,3 0,7 35 1,5 32 5,4 4 2,5 33 1,8
6 0,7 5,6 2,6 1,3 1,2 5,7 0,8 36 1,8 33 5,4 4 2,5 34 1,9
7 0,8 6,5 2,8 1,3 1,2 6,7 0,9 37 1,8 34 5,5 4 2,5 35 1,9
8 0,8 7,4 2,8 1,5 1,2 7,8 0,9 38 1,8 35 5,6 4,5 2,5 36 1,9
9 1 8,4 3 1,7 1,3 8,6 1,1 39 1,8 36 5,7 4,5 2,5 37 1,9
10 1 9,3 3 1,8 1,3 9,6 1,1 40 1,8 37 5,8 4,5 2,5 38 1,9
11 1 10 3,1 1,9 1,5 11 1,1 42 1,8 39 6,2 4,5 2,5 40 1,9
12 1 11 3,2 2,2 1,7 12 1,1 44 1,8 41 6,3 4,5 2,5 42 1,9
13 1 12 3,3 2,2 1,7 12 1,1 45 1,8 42 6,3 4,8 2,5 43 1,9
14 1 13 3,4 2,2 1,7 13 1,1 46 1,8 43 6,3 4,8 2,5 44 1,9
15 1 13 3,5 2,2 1,7 14 1,1 47 1,8 44 6,4 4,8 2,5 45 1,9
16 1 15 3,6 2,2 1,7 15 1,1 48 1,8 45 6,5 4,8 2,5 46 1,9
17 1 16 3,7 2,2 1,7 16 1,1 50 2 46 6,7 5 2,5 47 1,9
18 1,2 17 3,8 2,7 1,7 17 1,3 52 2 48 6,8 5 2,5 49 2,2
19 1,2 18 3,8 2,7 1,7 18 1,3 54 2 50 6,9 5 2,5 51 2,2
20 1,2 19 3,9 2,7 2 19 1,3 55 2 51 7 5 2,5 52 2,2
21 1,2 20 4 2,7 2 20 1,3 56 2 52 7 5 2,5 53 2,2
22 1,2 21 4,1 2,7 2 21 1,3 57 2 53 7,1 5,5 2,5 54 2,2
23 1,2 22 4,2 2,7 2 22 1,3 58 2 54 7,1 5,5 2,5 55 2,2
24 1,2 22 4,2 3,1 2 23 1,3 60 2 56 7,2 5,5 2,5 57 2,2
25 1,2 23 4,3 3,1 2 24 1,3 62 2 58 7,2 5,5 2,5 59 2,2
26 1,2 25 4,4 3,1 2 25 1,3 63 2 59 7,3 5,5 2,5 60 2,2
27 1,2 25 4,5 3,1 2 26 1,3 68 2,5 61 7,4 6,4 2,5 62 2,7
28 1,5 26 4,6 3,1 2 27 1,6 67 2,5 63 7,8 6,4 2,5 64 2,7
29 1,5 27 4,7 3,5 2 28 1,6 68 2,5 64 7,8 6,4 2,5 65 2,7
30 1,5 28 4,8 3,5 2 29 1,6 70 2,5 66 7,8 6,4 2,5 67 2,7
31 1,5 29 4,9 3,5 2,5 29 1,6 72 2,5 68 7,9 7 2,5 69 2,7
32 1,5 30 5 3,9 2,5 30 1,6 75 2,5 71 7,9 7 2,5 72 2,7
33 1,5 31 5,1 3,9 2,9 31 1,6 77 2,5 73 8 7 2,5 74 2,7
Tabela 15: Anel elástico – DAe.
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 211).
Componentes Mecânicos 95
ANEL ELÁSTICO PARA FUROS TIPO DAI
m
Anel sem pressão
d
d5
Φ
d1
d2
d5 s
α
n
d1 d2 3
Medidas em mm
n =
2
s m s m
d1 d3 ~a ~b d5 d2 d1 d3 ~a ~b d5 d2
hll min hll min
9,5 1 10 3 1,6 1,5 9,9 1,1 38 1,5 41 5,3 4 2,5 40 1,6
1w0 1 11 3,1 1,6 1,5 10 1,1 39 1,5 42 5,5 4 2,5 41 1,6
11 1 11 3,1 1,6 1,5 11 1,1 40 1,8 44 5,7 4 2,5 43 1,9
11 1 12 3,2 1,6 1,5 11 1,1 41 1,8 45 5,7 4 2,5 44 1,9
12 1 13 3,3 2 1,7 13 1,1 42 1,8 46 5,8 4 2,5 45 1,9
13 1 14 3,5 2 1,7 14 1,1 43 1,8 47 5,8 4,5 2,5 46 1,9
14 1 15 3,6 2 1,7 15 1,1 44 1,8 48 5,9 4,5 2,5 47 1,9
15 1 16 3,6 2 1,7 16 1,1 45 1,8 49 5,9 4,5 2,5 48 1,9
16 1 17 3,7 2 1,7 17 1,1 46 1,8 50 6 4,5 2,5 49 1,9
17 1 18 3,8 2 1,7 18 1,1 47 1,8 51 6,1 4,5 2,5 50 1,9
18 1 20 4 2,5 1,7 19 1,1 48 1,8 52 6,2 4,5 2,5 51 1,9
19 1 21 4 2,5 2 20 1,1 50 2 54 6,5 4,5 2,5 53 2,2
20 1 22 4 2,5 2 21 1,1 51 2 55 6,5 5,1 2,5 54 2,2
21 1 23 4,1 2,5 2 22 1,1 52 2 56 6,5 5,1 2,5 55 2,2
22 1 24 4,1 2,5 2 23 1,1 53 2 57 6,5 5,1 2,5 56 2,2
23 1,2 25 4,2 2,5 2 24 1,3 54 2 58 6,5 5,1 2,5 57 2,2
24 1,2 26 4,3 2,5 2 25 1,3 55 2 59 6,5 5,1 2,5 58 2,2
25 1,2 27 4,4 3 2 26 1,3 56 2 60 6,5 5,1 2,5 59 2,2
26 1,2 28 4,6 3 2 27 1,3 57 2 61 6,8 5,1 2,5 60 2,2
27 1,2 29 4,6 3 2 28 1,3 58 2 62 6,8 5,1 2,5 61 2,2
28 1,2 30 4,7 3 2 29 1,3 60 2 64 6,8 5,5 2,5 63 2,2
29 1,2 31 4,7 3 2 30 1,3 62 2 66 6,9 5,5 2,5 65 2,2
30 1,2 32 4,7 3 2 31 1,3 63 2 67 6,9 5,5 2,5 66 2,2
31 1,2 33 5,2 3,5 2,5 33 1,3 65 2,5 69 7 5,5 2,5 68 2,2
32 1,2 34 5,2 3,5 2,5 34 1,3 67 2,5 72 7 6 2,5 70 2,7
33 1,5 36 5,2 3,5 2,5 35 1,3 68 2,5 73 7,4 6 2,5 71 2,7
34 1,5 37 5,2 3,5 2,5 36 1,6 70 2,5 75 7,4 6 2,5 73 2,7
35 1,5 38 5,2 3,5 2,5 37 1,6 72 2,5 77 7,8 6,6 2,5 75 2,7
36 1,5 39 5,2 3,5 2,5 38 1,6 75 2,5 80 7,8 6,6 2,5 78 2,7
37 1,5 40 5,2 3,5 2,5 39 1,6 77 2,5 82 7,8 6,6 2,5 80 2,7
Tabela 16: Anel elástico – DAi.
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 211).
t1
d+t1
d-t1
d
Chave-
Eixo Canaletas
ta
Largura
Profundidade
Afastamentos
Raio r
Diâmetro d
rencia no cubo
bxh no
Nomi-
P9
Cubo D10
Cubo JS 9
Nominal
Nominal
Máximo
Mínimo
nal
mentos
mentos
Eixo N9
Eixo H9
Afasta-
Afasta-
de até
6 8 2x2 2 + 0,025 + 0,060 - 0,004 + 0,012 - 0,006 1,2 1,0 0,2 0,1
8 10 3x3 3 0 + 0,020 - 0,029 - 0,013 - 0,031 1,8 1,4 0,2 0,1
+ 0,1 + 0,1
10 12 4x4 4 2,5 1,8 0,2 0,1
+ 0,030 + 0,078 0 + 0,015 - 0,012 0 0
12 17 5x5 5 3,0 2,3 0,3 0,2
0 + 0,030 -0,030 - 0,015 - 0,042
17 22 6x6 6 3,5 2,8 0,3 0,2
22 30 8x7 8 + 0,036 + 0,098 0 + 0,018 - 0,015 4,0 3,3 0,3 0,2
30 38 10x8 10 0 + 0,040 - 0,036 - 0,018 - 0,051 5,0 3,3 0,4 0,3
38 44 12x8 5,0 3,3 0,4 0,3
12
44 50 14x9 14 + 0,043 + 0,120 0 + 0,021 - 0,018 5,5 3,8 0,4 0,3
50 58 16x10 16 0 + 0,050 - 0,043 - 0,022 - 0,061 6,0 4,3 0,4 0,3
18 + 0,2 + 0,2
58 65 18x11 7,0 4,4 0,4 0,3
0 0
65 75 20x12 7,5 4,9 0,6 0,4
20
75 85 22x14 22 + 0,052 + 0,149 0 + 0,026 - 0,022 9,0 5,4 0,6 0,4
85 95 25x14 25 0 + 0,065 - 0,052 - 0,026 - 0,074 9,0 5,4 0,6 0,4
28
95 110 28x16 10,0 6,4 0,6 0,4
110 130 32x18 11,0 7,4 0,6 0,4
32
130 150 36x20 36 12,0 8,4 1,0 0,7
+ 0,062 + 0,180 0 + 0,031 - 0,026
150 170 40x22 40 13,0 9,4 1,0 0,7
0 + 0,080 - 0,062 - 0,031 - 0,088
170 200 45x25 45 15,0 10,5 1,0 0,7
50
200 230 50x28 17,0 11,4 1,0 0,7
230 260 56x32 20,0 + 0,3 12,4 + 0,3 1,6 1,2
56
260 290 63x32 63 + 0,074 + 0,220 0 + 0,037 - 0,032 20,0 0 12,4 0 1,6 1,2
290 330 70x36 70 0 + 0,100 - 0,074 - 0,037 - 0,106 22,0 14,4 1,6 1,2
80
330 380 80x40 25,0 15,4 2,5 2,0
380 440 90x45 90 + 0,087 + 0,260 0 + 0,043 - 0,037 28,0 17,4 2,5 2,0
440 500 100x50 100 0 + 0,120 - 0,087 - 0,044 - 0,124 31,0 19,5 2,5 2,0
Tabela 17: Chavetas.
Fonte: Provenza (1960, p. 4 - 43).
Componentes Mecânicos 97
6 x 19 6 x 19
1 + 6/12 Warrington
2 operações 1 + 6 + (6 + 6)
6 x 19 6 x 21 6 x 25
Seale Filler Filler
1+9+9 1 + 5 + 5 + 10 1 + 6 + 6 + 12
Carga de ruptura mínima efetiva em N
Diâmetro em Peso Aproximado Mild Plow Stell Improved Plow Stell CIMAX
Polegadas em N/m 1400 - 1600 N/mm2 1800 - 2000 N/ mm2 1900 - 2100 N/ mm2
1/8” 0,39 - 6200 6600
3/16” 0,88 - 14000 14800
1/4” 1,56 - 24800 26300
5/16” 2,44 - 38600 40900
3/8” 3,51 - 55300 58600
7/16” 4,76 - 75000 79500
1/2” 6,25 - 97100 102900
9/16” 7,88 - 122000 129900
5/8” 9,82 114000 151000 160000
3/4” 14,13 163000 216000 229000
7/8” 19,19 220000 292000 309500
1” 25 - 379000 401700
1.1/8” 31,69 - 477000 506000
1.1/4” 39,13 - 586000 621100
1.3/8” 47,32 - 705000 749000
1.1/2” 56,25 - 835000 885000
1.5/8” 66,07 - 971000 -
1.3/4” 76,64 - 1120000 -
1.7/8” 87,95 - 1280000 -
2” 100 - 1450000 -
2.1/8” 112,95 - 1620000 -
2.1/4” 126,64 - 1810000 -
2.3/8” 141,07 - 1950000 -
Tabela 18: Cabos de aço – 6 x 19.
Fonte: Melconian (2001, p. 258).
Componentes Mecânicos 99
MÓDULO DE ELASTICIDADE TRANSVERSAL
Módulo de elasticidade
Material
transversal G [Gpa]
Aço 80
Alumínio 26
Bronze 50
cobre 45
duralumínio 28
fofo 88
magnésio 17
nylon 10
titânio 45
zinco 32
Tabela 20: Módulo de elasticidade transversal.
Fonte: SENAI (2004, p. 106).