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08/07/2023

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Metodologia Científica e Tecnológica


Notas de Aulas – 2023.1 – Parte 01 - Revisão “A”

Professor: Helton Santana, DSc.


heltonsantana@id.uff.br - (21) 99923-9367

Sobre o Docente...
◦ Docente:
◦ Helton Luiz Santana Oliveira, DSc.
◦ Qualificações acadêmicas:
◦ Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade de Brasília (UnB);
◦ Pós Graduado Lato Sensu em Engenharia de Segurança pela Universidade de Alfenas (MG);
◦ Especializado em Análise e Gerenciamento de Riscos Industriais pela UFRJ;
◦ Especialista em Acústica Aplicada ao Controle de Ruído pela UFSC.
◦ Mestre em Sistemas de Gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde pela UFF
◦ Doutor em Engenharia de Produção pela UFF.
◦ Outras credenciais:
◦ Diretor-Presidente para o biênio 2023/2024 da Associação Brasileira de Análise de Risco, Segurança de processo e Confiabilidade (ABRISCO);
◦ Professor do magistério superior no quadro permanente lotado no Departamento de Engenharia de Produção da UFF;
◦ Engenheiro do quadro próprio da Petrobras desde 2002, atualmente lotado na Engenharia de Poços;
◦ Avaliador Credenciado em Gestão de Ativos – CAMA® (WPiAM);
◦ Auditor Líder de Sistema de Gestão de Segurança e Saúde OHSAS-18.001 (BVQI);
◦ Auditor Credenciado em Sistema Internacional de Classificação de Segurança (ILCI-DNV);
◦ Auditor de SPIE- Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (INMETRO/IBP);
◦ Profissional treinado no “Process Safety Boot Camp” (AIChE/CCPS);
◦ Capacitado no “Programa de Gestão Avançada APG Amana-Key” (AMANA-KEY);
◦ Qualificado em Gestão de Segurança para Refinarias de Petróleo pela Japan Cooperation Center Petroleum (JCCP);
◦ Membro efetivo do conselho editorial da Revista Proteção (ISSN: 1980-3923);
◦ Membro da Sociedade Brasileira de Acústica (SOBRAC), Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), da Associação Brasileira de
Ciências Mecânicas e Engenharia (ABCM), da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (ABRAMAN) e Sociedade Brasileira de
Proteção Radiológica (SBPR);
◦ Membro efetivo do American Institute of Chemical Engineers (AIChE), da American Society of Mechanical Engineers (ASME), da Society of Petroleum
Engineers (SPE), da Society of Maintenance and Reliability Professionals (SMRP) e do Project Management Institute (PMI).
◦ Experiência profissional: Indústria aeronáutica (manutenção de aeronaves); Indústria de bebidas (cerveja e refrigerantes); Indústria alimentícia (abate e
processamento de frangos) e laticínio; Indústria cimenteira; Indústria de energia elétrica (geração e transmissão); Indústria de petróleo e gás;

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Dados Gerais da Disciplina


◦ Disciplina: Metodologia Científica e Tecnológica
◦ Grau: Graduação
◦ Órgão: TEP - Departamento de Engenharia de Produção
◦ Código: TEP00131
◦ Característica: CO – Comum
◦ Status: Ativa
◦ Carga Horária Total: 30h
◦ Estágio: 0h
◦ Teórica: 30h
◦ Prática: 0h
◦ Período de vigência: 2º período de 2017 até a presente data.

Ementa oficial da disciplina


◦ A Arte da Pesquisa.
◦ Princípios da Pesquisa Científica.
◦ Planejamento do Projeto de Pesquisa e Definição do Modelo Teórico.
◦ Abordagens Quantitativa e Qualitativa.
◦ Métodos de Pesquisa Adotadas na Engenharia de Produção.
◦ Adoção do Estudo de Caso na Engenharia de Produção
◦ Levantamento Tipo "Survey".
◦ Pesquisa-Ação na Engenharia de Produção.
◦ Modelagem e Simulação.

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REFERÊNCIAS

GRAY, David E. Pesquisa no mundo real. Penso Editora, 2016.

COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração:


um guia prático para alunos de graduação e pós-
graduação. Bookman, 2005.

CAUCHICK MIGUEL, Paulo Augusto et al. Metodologia de


pesquisa em engenharia de produção e gestão de
operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

BOOTH, Wayne C.; COLOMB, Gregory G.; WILLIAMS,


Joseph M. A arte da pesquisa. Martins Fontes: 2005.

CERVO, A. L.; SILVA, R.; BERVIAN, P. A. Metodologia


Científica. 6. ed. São Paulo: Prentice Hall do Brasil, 2006.

LAKATOS, E .M.; MARCONI, M. A. Técnicas de Pesquisa. 6ª


ed. São Paulo: Atlas. 2006.
GIL, A. C. - Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São
Paulo: Atlas, 2002.

ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZAJER, F. - O Método nas


Ciências Naturais e Sociais – Pesquisa Quantitativa e
Qualitativa. 2ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 3ª ed. São Paulo: Martins


Fontes, 2004
UFF. Apresentação de Trabalhos Monográficos de Conclusão de
Curso. Universidade Federal Fluminense. – 10. ed. rev. e atualizada por
Estela dos Santos Abreu e José Carlos Abreu Teixeira. – Niterói: EdUFF,
2012

IBGE. Normas de Apresentação Tabular. 3ª ed. Rio de Janeiro: IBGE,


1993.

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 01

Professor: Helton Santana, DSc.

PERSPECTIVAS TEÓRICAS E
METODOLOGIAS DE PESQUISA

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OBJETIVOS

Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:


• Diferenciar perspectivas epistemológicas e ontológicas na pesquisa.
• Diferenciar métodos indutivos e dedutivos.
• Explicar as diferentes perspectivas assumidas pelo positivismo e pelo
interpretativismo.
• Descrever as diferentes metodologias de pesquisa e as condições para sua
seleção.

Solução de Problemas: Ordem, Modelos, Dados e Teorias

Em circunstâncias normais, o ser


Geralmente, ao resolver um humano procura sempre a ordem, pois
problema, as pessoas exercendo o ela proporciona bem-estar e conforto à
papel de pesquisador precisam ter humanidade. Por outro lado, um
clareza sobre qual é o problema e problema é uma manifestação da
as implicações que ele traz. O que desordem, isto é, de algo que se
é problemático é pensado, mas encontra fora do lugar. Contudo, para
aquilo que não é problemático não notar a tal desordem é preciso ter uma
atrai a atenção das pessoas para referência sobre o que pode ser
considerado como ordem, da
procurar uma solução.
organização.

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Solução de Problemas: Ordem, Modelos, Dados e Teorias


Tudo aquilo que está fora da ordem está desorganizado e causa desconforto. Essa é a
manifestação do problema. O pesquisador precisa ter a capacidade de notar a
desordem, formulá-la de forma clara e conhecer a ordem para procurar estabelecer a
solução do problema. O critério para a escolha da desordem a ser escolhida é que pode
mudar. Naturalmente, a ordem pode ser diferente para pessoas diferentes. Contudo, como
se representa a imaginação da ordem?

A ordem é representada em um modelo. O modelo é uma construção mental da ordem. A


partir dele é possível vislumbrar como deveria ser. Isso auxilia o desenvolvimento da ação
por parte do solucionador do problema. Inclusive o entendimento da desordem, do
problema de pesquisa, acontece a partir da existência do entendimento da ordem, o
modelo.

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Solução de Problemas: Ordem, O modelo é constituído de


conceitos que podem ser
Modelos, Dados e Teorias obtidos no conhecimento
existente com conhecedores
de modelos ou a partir da
própria experiência do
pesquisador. Na ciência, os
conceitos que constituem os
modelos, que representam a
ordem, são obtidos no
conhecimento existente nas
referências bibliográficas.
O rigor requer da ciência a
especialização e esta, por
sua vez, faz com que o
pesquisador tenha de,
criteriosamente, revisar todo
o conhecimento existente
sobre o assunto ao qual o
problema está relacionado.
Isso torna a delimitação do
problema a ser pesquisado
um ponto crítico no
entendimento e busca da
ordem.
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Solução de Problemas: Ordem, Modelos, Dados e Teorias

Na construção de modelos para representar a ordem, a imaginação


tem um papel importante. Não basta ter contato com o conhecimento
existente sobre a ordem, lendo inúmeras referências sobre o assunto. Isso
é necessário, mas não suficiente. Faz-se necessário articular os conceitos
pertinentes de forma a fazer sentido para estabelecer a ordem no
modelo. Assim, o pesquisador precisa lançar mão da imaginação.

A simples observação de um problema não oferecerá ao observador a


ordem. Como a solução passa pelo vislumbre da ordem, representada
pelo modelo, os dados somente não permitem chegar à solução.

“Modelos são construções intelectuais, palpites, apostas que se baseiam


na crença de que existe uma relação de analogia entre aquilo que se
conhece e aquilo que se deseja conhecer”.
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Solução de Problemas: Ordem, Modelos, Dados e Teorias


Geralmente, os conceitos guardam uma semelhança com as
coisas visíveis, mas nem sempre, assim por vezes faz-se necessário
lançar mão da linguagem matemática. Na engenharia de
produção, existem modelos representados por equações
matemáticas e por símbolos. Os modelos que são representados
por equações matemáticas são muito comuns na área de
pesquisa operacional, já os modelos que são representados por
símbolos na área de estratégia de operações.

O desejo é que os modelos sempre sejam cópias fiéis


da realidade, porém se o modelo for tão complexo
que o pesquisador não consegue manipulá-lo, o
modelo perde em utilidade na busca da solução do
problema. O modelo nem sempre vai estar explícito
para o pesquisador, mas ele sempre estará presente e
será um auxílio para o pesquisador caminhar.

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Solução de Problemas: Ordem, Modelos, Dados e Teorias


Ao manipular o modelo, o pesquisador passa a simular e, isso pode lhe
proporcionar um entendimento melhor da ordem. Ele pode passar a prever
como será o futuro ao solucionar o problema com o restabelecimento da
ordem. A manipulação do modelo permite ao pesquisador apropriar-se da
realidade sem, no entanto, manipulá-la. Dessa forma, é possível ensaiar a
solução antes de implantá-la.

A construção e a manipulação de modelos têm um papel importante na ciência. O


que diferenciará a complexidade e a qualidade dos modelos é o rigor na forma da
especialização requerida na ciência. O tipo de problema geralmente influencia a
linguagem que será utilizada para a construção do modelo.

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Solução de Problemas: Ordem, Modelos, Dados e Teorias


A construção de um modelo pelo modelo em si não tem valia. A construção de modelos
só faz sentido se eles forem colocados à prova na elaboração de hipóteses para a
desordem encontrada pelos pesquisadores. Um modelo só é útil se ele permitir ao
pesquisador a solução do problema. Ele também é útil quando falha. A falha do modelo
requer a sua substituição por um que resolva o problema. Isso proporciona o progresso ao
conhecimento, seja ele científico ou não.

Os dados exercem um papel importante porque são eles que julgam os modelos. As
teorias também são importantes porque fornecem os conceitos para a construção dos
modelos.

Enfim, como dizia George E. P. Box (18/10/1919 – 28/03/2013), que foi um estatístico
britânico, que trabalhou nas áreas de controle de qualidade, análise de séries temporais,
desenho de experimentos e inferência bayesiana: “Todos os modelos estão errados,
porém alguns são úteis”

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O conhecimento e seus níveis

• Conhecimento empírico
• Conhecimento científico
• Conhecimento filosófico
• Conhecimento teológico

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O conhecimento empírico

É um conjunto de saberes
apreendidos de maneira
Pode possuir variados graus
informal ou não-formal por
de certeza
meio das práticas e das
experiências vividas.

Permite a teorização e a
Serve, na maioria das
conceituação, mas não
vezes, como ponto de
deve ser utilizado para
partida para a pesquisa
atribuir caráter de verdade
científica.
à pesquisa.

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O conhecimento
científico
•Distingue-se de outras
formas de conhecimento
por buscar as causas e as
leis em seu campo de
estudo, que compreende
os objetos, os fatos, os
processos e os
fenômenos.
•Busca a verdade por
meio da aplicação de
métodos e técnicas que
proporcionem controle,
sistematização,
verificação e replicação.
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O conhecimento
filosófico
•Distingue-se do método
científico pelo objeto de
estudo e pelo método
que utiliza.
•Ocupa-se das realidades
abstratas, que são
imperceptíveis aos
sentidos e não podem ser
submetidas ao crivo das
experiências.
•A curiosidade gera
interrogações; estas
geram reflexões que
podem ou não levar a
conclusões, mas que
permitem formar opiniões.
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O conhecimento
teológico
•Tem como objeto de
estudo o mistério,
aquilo que é oculto.
•Aquele que
manifesta o oculto é o
revelador; ele pode ser
uma entidade
supranatural ou uma
figura de autoridade.
•A fé é teológica
quando o revelador é
Deus; a fé é humana
quando o revelador é
um homem ou uma
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mulher.

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O trinômio

Evidência:
Verdade: Certeza: estado
manifestação
resultado do de espírito que
clara e
desvelamento do consiste na
transparente do
ser e da essência adesão a uma
ser e da essência
das coisas. verdade.
das coisas.

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A formação da postura científica

Importância da postura
científica: credibilidade,
verificabilidade dos
procedimentos e capacidade
de replicar os resultados.
Características da postura Qualidades da postura
científica: crítica, objetiva e científica: honestidade,
racional. imparcialidade e liberdade
intelectual.

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Conceitos
São construções lógicas elaboradas a partir de um determinado sistema de
referências.

Para ter validade científica, precisam ser operacionais, isto é, precisam ser
experimentados por diferentes pesquisadores para que as hipóteses e teorias
explicativas sejam confirmadas ou rejeitadas.

São a pedra angular para a construção de teorias, assim como as células o são
para a existência dos corpos.

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Leis

São as relações constantes As leis abordadas pela metodologia Sempre que um objeto,
e necessárias que derivam científica são as leis científicas, que fato, processo ou fenômeno
da natureza das coisas. presidem as relações de causa e efeito nos se enquadra em uma lei,
objetos, fatos, processos e fenômenos, e ele se comporta conforme
não as leis humanas, divinas ou de outras o estabelecido por ela.
ordens.

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Teorias

São formuladas depois Conferem organicidade e Refletem sempre o estado Um conjunto de construtos
de uma lei ser unidade ao saber científico. da arte em determinado (conceitos), definições e
descoberta e de os momento, e não a proposições inter-
verdade propriamente relacionados que
conceitos serem dita. apresentam uma visão
testados; são usadas sistemática de fenômenos
para a interpretação e ao especificar relações
a explicação dos entre variáveis, com o
objetos, fatos, propósito de explicar e
processos e fenômenos prever fenômenos.
estudados. (KERLINGER E LEE, 2000, p.
9)

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Doutrinas

Por representar interesses de


classes, culturas ou
corporações, preconizam
São um corpus de conhecimentos Propõem diretrizes certas coisas e proíbem
de natureza ética. Elas não se para a ação. outras.
limitam a explicar os fatos, processos
e fenômenos e articulam uma
determinada corrente de
pensamento.

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PESQUISA ORGANIZACIONAL NO MUNDO REAL


Pesquisa  é "um esforço sistemático e organizado para investigar um problema especifico que precisa
de solução“.

A pesquisa organizacional costuma estar relacionada a como (processo) resolver problemas reais
(conteúdo). Isso pode ter um foco muito pratico (pesquisa aplicada), com ênfase em atingir resultados
mensuráveis que sejam específicos de uma determinada organização. Os resultados desse tipo de
pesquisa podem ser importantes para determinada organização, mas difíceis de generalizar para
contextos diferentes.

A pesquisa organizacional pode também estar relacionada ao esclarecimento, a construção ou a


validação de uma teoria (pesquisa básica). Sua importância para organizações individuais pode ser
determinada pelo potencial que essa teoria tem de traduzir um contexto organizacional especifico.
Entretanto, a maioria das organizações só considerara a pesquisa válida se enxergar nela resultados
práticos.

Além disso, há formas de pesquisa que incluem a colaboração entre o pesquisador e os profissionais da
área (pesquisa-ação).

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CONCEITOS: pesquisa básica & pesquisa aplicada

◦ A pesquisa básica procura desenvolver princípios universais e produzir


conclusões que tenham valor para a sociedade;
◦ A pesquisa aplicada procura criar soluções práticas a problemas
organizacionais.
◦ A pesquisa organizacional se baseia em campos de investigação como a
sociologia, a antropologia, a filosofia, a comunicação, a economia e a
estatística, muitas vezes adotando uma abordagem interdisciplinar.
◦ Uma teoria consiste em um conjunto de conceitos, definições e proposições
inter-relacionados, que demonstram relações entre variáveis.

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PESQUISA BÁSICA VS PESQUISA APLICADA

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EXEMPLOS DE TÓPICOS DE PESQUISA NO MUNDO REAL

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PANORAMA DO PROCESSO (SIMPLIFICADO) DE PESQUISA

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CONCEITOS
◦ Na abordagem indutiva, os dados são acumulados e analisados para ver se surgem relações entre as
variáveis. A hipótese e operacionalizada e testada, e é aceita ou rejeitada com base nas evidências.
◦ Os métodos indutivos e dedutivos não são excludentes entre si. Um pesquisador pode transformar
uma coleta de dados em um conjunto de conceitos, modelos ou mesmo teorias (abordagem indutiva)
que será testado por meio da experimentação (dedutiva).
◦ As abordagens a pesquisa incluem métodos de busca da verdade e busca de perspectiva.
◦ Os métodos de busca da verdade tendem a adotar abordagens mais experimentais ou quase-
experimentais.
◦ Os métodos de busca de perspectiva tendem a ser mais interpretativistas (p. ex., fenomenológicos) e a
gerar dados qualitativos. Essas reações devem ser tratadas como tendências em vez de leis.
◦ A escolha de abordagens a pesquisa envolve a adoção de uma filosofia de pesquisa, bem como de
uma abordagem e uma metodologia. Na prática, a pesquisa costuma demandar o uso de múltiplos
métodos para atingir a triangulação.

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PROCESSO DEDUTIVO DENTRO DE UM CONTEXTO ORGANIZACIONAL

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RELAÇÃO ENTRE EPISTEMOLOGIA, PERSPECTIVAS TEÓRICAS, METODOLOGIA E MÉTODOS DE PESQUISA

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PARADIGMAS POSITIVISTAS E FENOMENOLÓGICOS

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MÉTODOS DE ARGUMENTAÇÃO
Os métodos de argumentação são métodos que esclarecem acerca dos procedimentos lógicos
que deverão ser seguidos no processo de investigação científica dos fatos da natureza e da
sociedade. São métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de abstração, que possibilitam ao
pesquisador decidir acerca do alcance de sua investigação, das regras de explicação dos fatos e
da validade de suas generalizações.
Podem ser incluídos neste grupo os métodos:
 Dedutivo,
 Indutivo,
 Hipotético-Dedutivo,
 Dialético,
 Fenomenológico.
Cada um deles vincula-se a uma das correntes filosóficas que se propõem a explicar como se
processa o conhecimento da realidade. O método dedutivo relaciona-se ao racionalismo, o
indutivo ao empirismo, o hipotético-dedutivo ao neopositivismo, o dialético ao materialismo
dialético e o fenomenológico, naturalmente, à fenomenologia.
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MÉTODOS DE ARGUMENTAÇÃO: Dedução


◦ Método dedutivo (René DESCARTES, 1596 a 1650, filósofo, físico e matemático
francês): método racionalista, que pressupõe a razão com a única forma de
chegar ao conhecimento verdadeiro. Utiliza uma cadeia de raciocínio
descendente, que parte da análise geral para a particular, até a conclusão.
◦ O método dedutivo encontra larga aplicação em ciências como a Física e a
Matemática, cujos princípios podem ser enunciados como leis. Nas ciências
sociais, o uso desse método é bem mais restrito, em virtude da dificuldade para
se obter argumentos gerais, cuja veracidade não possa ser colocada em dúvida.
◦ O método dedutivo utiliza o silogismo: de duas premissas retira-se uma terceira
logicamente decorrente.
◦ Todo homem é mortal (premissa maior)
◦ Pedro é homem (premissa menor)
◦ Logo, Pedro é mortal (conclusão)
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RESUMO DO PROCESSO DEDUTIVO

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MÉTODOS DE ARGUMENTAÇÃO: Indução


Método indutivo (Francis BACON, 1561 a 1626, político, filósofo empirista, cientista, ensaísta inglês e um
dos fundadores do método indutivo de investigação científica): Método empirista, o qual considera o
conhecimento como baseado na experiência. A generalização deriva de observações de casos da realidade
concreta e são elaboradas a partir de constatações particulares, ou seja, parte da análise particular para a
geral, até a conclusão.

De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada aprioristicamente, mas
constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade.
◦ Pedro é moral
◦ João é mortal
◦ José é mortal.
◦ …
◦ Carlos é mortal.
◦ Ora, Pedro, João, José… e Carlos são homens.
◦ Logo, (todos) os homens são mortais.

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MÉTODOS DE ARGUMENTAÇÃO: Hipotético-dedutivo


◦ Método hipotético-dedutivo (Karl Raimund POPPER, 28/07/1902 a 17/09/1994, filósofo liberal e
professor austro-britânico, foi grande crítico do indutivismo e propôs um método que visava a superar a
dualidade entre indutivismo versus dedutivismo, ou melhor, entre empirismo versus racionalismo, até
então existente na ciência): Se o conhecimento é insuficiente para explicar um fenômeno, surge o
problema. A partir da identificação do problema e de seu confronto com a teoria, são formuladas as
hipóteses. As hipóteses são afirmações que serão testadas, podendo ser refutadas ou não. A hipótese
não pode ser redundante, ou seja, não pode fazer parte do escopo de conhecimentos tácitos da teoria.
Das hipóteses deduzem-se a ser testadas ou falseadas (tornar falsas as consequências deduzidas das
hipóteses).

◦ Diferentemente do método dedutivo que procura confirmar a hipótese, o método hipotético-dedutivo


procura evidências empíricas para derrubar as hipóteses. Quanto mais uma teoria conseguir resistir às
tentativas de refutabilidade, mais consolidada estará. Com a adoção do critério da refutabilidade Popper
sinaliza que o conhecimento científico não é absoluto e nem tão pouco a verdade final sobre o que se
pesquisa. Pode-se apresentar o método hipotético-dedutivo a partir do seguinte esquema

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MÉTODOS DE ARGUMENTAÇÃO: Dialético


◦ Método dialético (Georg Wilhelm Friedrich HEGEL, 27/08/1770 a 14/11/1831, foi um
filósofo alemão idealista que abriu novos campos de estudo na História, Direito, Arte,
entre outros e, através dos seus postulados e da lógica dialética): empregado em
pesquisa qualitativa, considera que os fatos não podem ser considerados fora de um
contexto social; as contradições se transcendem dando origem a novas contradições
que requerem soluções.
◦ Exemplo:
◦ O pesquisador A atribui a mortalidade dos peixes à vegetação encontrada no lago. (tese)
◦ O pesquisador B afirma que a mortalidade dos peixes é causada pela alta concentração de
cromo na água. (antítese)
◦ No final de muitas discussões, os dois acreditam que existe uma combinação de fatores que
influenciam na mortalidade e que parte dela é caudada pela vegetação e pelo cromo presente
na água. (síntese)

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MÉTODOS DE ARGUMENTAÇÃO: Fenomenológico


◦ Método fenomenológico (Edmund Gustav Albrecht HUSSERL, 08/04/1859
a 27/04/1938, foi um filósofo e matemático alemão fundador da escola da
fenomenologia): empregado em pesquisa qualitativa, não é dedutivo nem
indutivo, preocupa-se com a descrição direta da experiência como ela é; a
realidade é construída socialmente e entendida da forma que é
interpretada; a realidade não é única, existem tantas quantas forem suas
interpretações.

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 02

Professor: Helton Santana, DSc.

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Suposições para caracterização dos paradigmas de pesquisa


Ontologia - Se refere à natureza da realidade (como o pesquisador vê a realidade do fenômeno que está estudando? Ela é
única? É diversa? É objetiva? É subjetiva? Tem influência histórico-cultural? É uma realidade que permite ser apreendida
probabilisticamente? ...). Qual é a natureza da realidade?

Epistemologia - Estudo critico dos princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas e que visa a determinar os
fundamentos lógicos, o valor e o alcance objetivo delas. É uma reflexão sobre a ciência; (é) a verificação dos métodos e
objetos de cada uma das ciências e da ciência em geral. A palavra epistemologia tem origem nas palavras épistémê, que
significa ciência e logos, que significa estudo. Se refere ao que é válido como conhecimento para ciência (como a ciência
se configura, e por quê? Quais são os critérios que fazem algo ser demarcado como ciência ou não científico? Nas respostas
vão a reboque uma maneira de ver o mundo e as relações sociais que ditam os padrões científicos que o pesquisador vai
seguir (são os paradigmas tratados logo mais). Qual a relação do pesquisador com o que está sendo pesquisado?
Axiologia - A “teoria dos valores” foi reconhecida, faz alguns decênios, como parte importante da filosofia; ainda mais, se a
considerou como totalidade da filosofia denominada “filosofia dos valores” e direções conexas quando, no principio do nosso
século, se começou a usar, para indicá-la, a expressão axiologia. se refere ao papel que os valores têm na pesquisa, o valor
da pesquisa, seu valor intrínseco (a investigação tem fim em si mesma? Funciona como instrumento de uma finalidade maior?
Essa é uma finalidade ética? Emancipadora?). Qual é o papel dos valores?

Retórica -Do grego rhetoriké (subentendendo-se téchne). “A arte da retórica”, pelo latim rhetorica]: Trata da linguagem da
pesquisa. Qual é a linguagem da pesquisa?
Metodologia – É o estudo dos caminhos a serem seguidos dentro de um ramo do saber, ou da Ciência. Literalmente, ciência
ou estudos dos métodos. Investigação sobre os métodos empregados nas diferentes ciências, seus fundamentos e validade, e
sua relação com as teorias científicas. Enquanto método, é conjunto de processos racionais postos em prática para chegar à
verdade. A metodologia é o estudo (análise e descrição) de qualquer método científico. Quando este estudo procura fundar
a própria racionalidade de seu objeto, fala-se da lógica da ciência. se refere ao processo de condução da pesquisa, seus
elementos de execução (ligados à tipologia dos procedimentos e da construção do pensamento, discutidos posteriormente),
se a investigação se pauta por hipóteses (de verificação, por experimentação, manipulação de variáveis, por dialética e/ou
dialógica, dedutivamente, indutivamente, ou outra...). Qual é o processo da pesquisa? 08/07/2023

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TRADIÇÕES ONTOLÓGICAS OPOSTAS


Heráclito
c. 535–c. 475 a.C.

Ontologia do devir: Falta de forma, caos. Há


uma lei constante de transformações e ciclo
de mudanças.

Parmenides Ontologia do ser: A realidade é vista como composta de


c. 515– c. 445 a.C. entidades claramente formadas, com propriedades
identificáveis. Realidades permanentes e imutáveis podem
ser representadas por símbolos, palavras e conceitos –
orienta nosso pensamento para resultados e estados-finais.

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Perspectivas epistemológicas na pesquisa


◦ Epistemologia é o estudo do conhecimento científico. É o conjunto dos
saberes que é objeto de ciência (sua natureza, sua estrutura, seus métodos).
As questões centrais dessa disciplina filosófica fazem referência a quais são a
natureza, a estrutura e os limites do conhecimento humano, o que é a
ciência e quais são os critérios de demarcação para alcançar um
conhecimento cientificamente aceitável.
◦ Uma perspectiva epistemológica é uma forma de compreender e explicar
como conhecemos o que sabemos. Entre outras, são questões
epistemológicas: Que tipo de conhecimento obteremos em uma pesquisa?
Que características terá esse conhecimento? Que valor podemos dar aos
resultados obtidos?
◦ Tipicamente as perspectivas epistemológicas fundamentais são: Objetivismo;
Construcionismo; Subjetivismo.

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POSIÇÕES EPISTEMOLÓGICAS

As coisas existem como entidades


OBJETIVISMO significantes, independentes de consciência
e experiência.

CONSTRUTIVISMO ou O sentido é criado pelas interações do


CONSTRUCIONISMO sujeito com o mundo – e é construído.

Existe uma realidade externa, mas o sentido


SUBJETIVISMO
é imposto sobre o objeto pelo sujeito.

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Perspectivas epistemológicas na pesquisa: O objetivismo


◦ O objetivismo epistemológico sustenta que todo o apreendido é
independente do sujeito que apreende. Essa perspectiva epistemológica
defende que a realidade e o significado da realidade existem
independentemente da operação de qualquer consciência sobre elas. A
verdade e o significado estão nos objetos independentemente de qualquer
consciência.
◦ A ideia de que existe uma verdade objetiva que se pode conhecer através do
uso adequado de métodos de pesquisa e obter determinado conhecimento
dessa verdade foi o fundamento epistemológico predominante da ciência
ocidental.
◦ Houve a tendência de identificar essa perspectiva epistemológica
exclusivamente com o positivismo e, por extensão, àquilo que de forma geral
se pode denominar metodologias de pesquisa quantitativas ou empírico-
analíticas. Qualquer método de pesquisa pode ser desenvolvido de um
enfoque positivista ou não positivista.

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Perspectivas epistemológicas na pesquisa: O construcionismo


◦ A epistemologia construcionista rejeita a ideia de que existe uma verdade
objetiva esperando ser descoberta. A verdade, o significado, emerge a partir
da interação humana com a realidade.
◦ Não existe o significado sem uma mente. O significado não se descobre, mas
se constrói. Dessa perspectiva, assume-se que diferentes pessoas podem
construir diversos significados em relação a um mesmo fenômeno.
◦ O conhecimento é contingente a práticas humanas, constrói-se a partir da
interação entre os seres humanos e o mundo, e se desenvolve e é transmitido
em contextos essencialmente sociais. O conhecimento se constrói por seres
humanos quando interagem com o mundo que interpretam. Nessa
perspectiva, o conceito de intencionalidade que sustentava a filosofia
escolástica é fundamental: o ser humano é um ser-no-mundo. A
intencionalidade remete a uma ativa relação entre a consciência do sujeito e
o objeto se perfila pela consciência.
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Perspectivas epistemológicas na pesquisa: O construcionismo


◦ Na epistemologia construcionista a forma de pensamento que introduz
a intencionalidade, a dicotomia subjetivo/objetivo não pode se manter.
Sujeito e objeto, embora possam ser distinguidos, estão sempre unidos.
Desde o construcionismo, o significado da verdade, não pode ser
descrito simplesmente como “objetivo”, mas tampouco como
simplesmente “subjetivo”. Objetividade e subjetividade são
mutuamente constitutivas.
◦ O construcionismo dirige sua atenção para o mundo da
intersubjetividade compartilhada, e a construção social do significado e
o conhecimento, para a geração coletiva do significado, tal como se
perfila pelas convenções da linguagem e outros processos sociais.

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Perspectivas epistemológicas na pesquisa: O subjetivismo


◦ A epistemologia subjetivista aparece nas formas de pensamento
estruturalistas, pós-estruturalistas e pós-modernas.
◦ O subjetivismo sustenta que o significado não emerge de uma
interação entre o sujeito e o objeto, mas é imposta por aquele sobre
este.
◦ Nessa perspectiva, o objeto não realiza nenhuma contribuição é
geração de significado.

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Perspectivas teóricas na pesquisa


◦ A complexidade das relações que estabelecem entre princípios filosóficos e
ontológicos e suas derivações epistemológicas se reflete nas diversas tradições
ou perspectivas teóricas existentes no âmbito das Ciências Humanas e Sociais.
◦ Perspectivas teóricas representam a postura filosófica subjacente a uma
metodologia e que proporciona um contexto e uma fundamentação para o
desenvolvimento do processo de pesquisa e uma base para sua lógica e seus
critérios de validação.
◦ Tradicionalmente, foram identificadas três perspectivas teóricas ou tradições
(positivista, interpretativa e sociocrática) que constituem o legado filosófico e
que adotam posturas divergentes ao responder às seguintes questões
essenciais, entre outras, em relação à construção do conhecimento científico:
◦ Qual é a natureza do conhecimento?
◦ O que se entende por um conhecimento racional?
◦ Que critérios de racionalidade se usam para elaborá-lo e legitimá-lo?
◦ Que enfoque e procedimentos são os mais adequados para indagar sobre os
fenômenos socioeducacionais?
◦ Qual deve ser a finalidade desses processos?
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Perspectivas teóricas na pesquisa


As respostas a essas questões variarão em função do enfoque
epistemológico adotado, da noção de ciência que se defenda e da
concepção de conhecimento que se tenha.
É necessário observar os aspectos mais relevantes das diversas
perspectivas teóricas utilizadas para fundamentar a cientificidade da
pesquisa:
◦ Positivismo;
◦ Interpretativismo (Interacionismo simbólico; Fenomenologia; Hermenêutica,
Realismo, Investigação naturalista);
◦ Teoria crítica;
◦ Feminismo e
◦ Pós-modernismo.

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Perspectivas teóricas na pesquisa: Positivismo


A filosofia positivista e sua tentativa de unificação científica influenciou de maneira absoluta e epistemologia
contemporânea, propiciando formas de indagação que prevaleceram no âmbito das ciências sociais e humanas e
orientando formas particulares de construção e validação do conhecimento científico.
O positivismo afirma que a realidade consiste no que está disponível aos sentidos – ou seja, o que pode ser visto,
cheirado, tocado, etc. A investigação deve se basear na observação científica (e não na especulação filosófica) e,
portanto, na investigação empírica. As ciências naturais e humanas têm princípios lógicos e metodológicos comuns,
lidando com fatos e não com valores. As ideias só merecem ser incorporadas ao conhecimento se puderem ser
testadas em relação às evidências empíricas
O positivismo defende três teses:
Legalismo  segundo a qual o conhecimento que merece chamar-se ciência deve descobrir nas normas ou leis
do funcionamento dos objetos reais.
Empirismo  Pela qual o conhecimento objetivo e científico encontra sua garantia de verdade na observação
empírica dos objetos particulares.
Pragmatismo ou tecnologismo  De acordo com a qual a ciência deve fazer possível a precisão e o controle
racionais dos eventos da realidade natural e social.
Dessas teses derivam algumas atitudes relevantes no positivismo:
Uma atitude favorável diante da ciência e desfavorável diante da metafísica;
Uma atitude em extremo favorável ao denominado método científico e à suposta unidade das ciências em
virtude desse método
Uma atitude favorável à tecnologia e alguma consequente tecnocracia, assim como grande confiança no
progresso.
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Síntese de premissas essenciais que sobrevivem ao Positivismo


1. O mundo é objetivo e independente das pessoas que o conhecem. Está constituído
por fenômenos que seguem uma lei e uma ordem, que podem ser descobertos por
meio de observação sistemática e da utilização dos métodos científicos adequados
e assim explicar, predizer e controlar os eventos.
2. Existe uma separação clara entre sujeitos e objetos. Também entre fatos e valores. O
pesquisador se interessa por fatos, e o subjetivo (as próprias premissas e valores) não
deve interferir no descobrimento da verdade.
3. O mundo social é similar ao mundo natural. Portanto, existem ordem e razão no
mundo social, explicitados em relações de tipo-efeito; os acontecimentos não vêm
de forma aleatória e arbitrária.
4. O objetivo da pesquisa, comum às ciências naturais e sociais, é desenvolver leis
universais e gerais que expliquem o mundo.
5. Todas as ciências estão fundamentadas no mesmo método de conhecer o mundo.
As ciências naturais e sociais compartilham uma lógica comum e uma metodologia
de pesquisa.
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Princípios Básicos do Positivismo


Esta teoria está fundamentada em dois princípios básicos que estruturam e
limitam o discurso positivista e que caracterizam como verdadeiras as
concepções ontológicas a respeito da natureza do mundo.
Os princípios básicos do positivismo são:
Princípio empirista-fenomenista  Este princípio defende que só é possível
conhecer aqueles fenômenos que percebemos através dos sentidos e se
manifestam na experiência. A realidade existente pode ser conhecida como
é, sempre que formos capazes de capta-la de maneira adequada. O
conhecimento está contido nos fatos e, portanto, o pesquisador deve limitar-
se a comprová-los, reuni-los, e sintetizá-los por um processo de abstração que
os faça suscetíveis de um manuseio eficaz.
Princípio formalista-nominalista Dado já o passo de reduzir todo enunciado
científico à linguagem fisicalista, o elo seguinte consiste na construção de
uma linguagem lógico-formal que expresse adequadamente a estrutura da
realidade. Esta formalização se desenvolve mediante uma série de
enunciados que envolvem derivações lógicas e contrastações empiristas que
devem possuir coerência interna e ser concordantes com os fatos.
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Premissas Fundamentais Positivismo


A partir dos dois princípios básicos do positivismo se deduzem
uma série de premissas epistemológicas sobre os critérios de
demarcação e as características do conhecimento científico
que fundamentam as modalidades distintas de sua produção:

1. Monismo metodológico
2. Explicação causal
3. Objetivismo e independência sujeito-objeto
4. Neutralidade axiológica
5. Universalidade da teoria
6. Contexto de descobrimento versus contexto justificação

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Premissas Fundamentais Positivismo: Monismo metodológico

Monismo metodológico  Defende-se que método das ciências


naturais (o científico) é o ideal para a compreensão racional da
realidade e, por isso, deve ser estendido às ciências sociais.
A ciência e somente ela, proporciona uma atitude neutra,
porque só ela oferece métodos que garantam um saber não
contaminado por inclinações pessoais.
O método a ser usado pela pesquisa científica será o hipetético-
dedutivo, método de proposições gerais, hipotéticas, que devem
ser contrastadas por meio da observação e do experimento.
Essa modalidade de validar hipóteses que assume o
falsificacionismo Popperiano, será de demarcação entre o
conhecimento científico e o resto de conhecimentos que se
consideram não científicos.
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Premissas Fundamentais Positivismo: Explicação causal

Explicação causal  O modelo de explicação usado nas teorias


científicas deve ser o da explicação causal, que sustenta as
construções teóricas produzidas pelo método científico.
A explicação causal entende que todo fenômeno como um
‘estado sucessivo de coisas’ coberto (explicado) por uma lei
científica, isto é, todo evento deve ser deduzido logicamente a
partir de uma conexão invariável entre eventos empíricos.
Essa explicação causal pode adotar dois submodelos: O
nomológico-dedutivo e o indutivo probabilístico.

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Premissas Fundamentais Positivismo:


Objetividade e Independência sujeito-objeto
Objetividade e Independência sujeito-objeto  Defende que o
mundo natural tem uma existência própria, que é independente
da pessoa que o estuda. O mundo social existe como um sistema
de variáveis.
O conhecimento científico é uma cópia do funcionamento do
mundo. As proposições que não podem ser confirmadas por
dados empíricos, além de não serem científicas, carecem de
falta de sentido.
O conhecimento científico é objetivo porque descreve a
realidade tal como é. Essa descrição não implica inferência
alguma nem pressupostos filosóficos de nenhum tipo. Essa
neutralidade ontológica defende que os fatos são independentes
de interpretações e teorias.
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Premissas Fundamentais Positivismo:


Ausência de valores
Ausência de valores  Além da neutralidade ontológica, o
positivismo exige uma neutralidade axiológica. Os enunciados
científicos são independentes dos fins e valores das pessoas.
A ciência está livre de valores e se dedica exclusivamente a
descobrir relações entre os fatos. A ciência é uma atividade que
não tem outro interesse além do “conhecer” em si mesmo.
Os pressupostos científicos são alheios aos fins e /ou valores dos
indivíduos ou da sociedade. A teoria científica tem de explicar
como funcionam as coisas, sem ocupar-se de como deveriam
ser, que é um assunto da ética.

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Premissas Fundamentais Positivismo:


Universalidade da teoria
Universalidade da teoria  A teoria é universal. Não está
vinculada a nenhum contexto específico nem às circunstâncias
em que se formulam as generalizações.

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Premissas Fundamentais Positivismo:


Distinção entre contexto de descobrimento, contexto de validação e contexto de aplicação

Distinção entre contexto de descobrimento, contexto de


validação e contexto de aplicação  O contexto de
descobrimento, ou seja, o modo como os pesquisadores realizam
conjecturas e hipóteses, é negado ou negligenciado pelo
positivismo.
Argumenta-se que, por ser um contexto em que cabe a ‘opinião
subjetiva’, condicionada por fatores psicológicos e sociológicos,
não deve centrar a atenção da ciência.
Esta deve preocupar-se sobretudo com a reconstrução racional
do conhecimento, centrando-se nos pressupostos lógicos e
metodológicos da pesquisa, isto é, aqueles que possam ser
avaliados intersubjetivamente mediante procedimentos lógicos
reconhecidos.
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Perspectivas teóricas na pesquisa: Interpretativismo


O interpretativismo busca “interpretações culturalmente derivadas e
historicamente situadas do mundo da vida social” (Crotty, 1998, p.67).
A perspectiva interpretativa surgiu como reação à tentativa de desenvolver um
ciência natural dos fenômenos sociais. A partir dessa postura rejeitou-se a ideia
que os métodos das ciências sociais devem ser idênticos aos das ciências
naturais.
Defende-se que as ciências mentais ou culturais diferem das naturais em um
objetivo fundamental, onde as primeiras procuram a compreensão do
significado dos fenômenos sociais, enquanto as segundas pretendem sua
explicação científica.
São exemplos de correntes fundamentais do interpretativismo:
Hermenêutica
Fenomenologia
Interacionismo simbólico
Realismo
Investigação naturalista
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Premissas Básicas do Interpretativismo


As premissas básicas interpretativismo são:
Natureza interpretativa, holística, dinâmica e simbólica de todos os processos
sociais, incluindo os de pesquisa;
O contexto como um fator construtivo dos significados sociais;
O objeto da pesquisa é a ação humana (por oposição à conduta humana),
e as causas dessas ações residem no seu significado, interpretado pelas
pessoas que as realizam, em vez de residirem na semelhança de condutas
observadas;
O objeto da construção teórica é a compreensão teleológica, em vez da
explicação causal;
A objetividade se alcança ao se acessar o significado subjetivo que a ação
tem para seu protagonista.

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Correntes Fundamentais do Interpretativismo


Hermenêutica  Conjunto de regras apropriadas para interpretação.
Diferentemente da fenomenologia, a hermenêutica não se preocupa tanto
com a intenção do autor, mas torna a ação como uma via para interpretar o
contexto social de significado mais amplo em que está inserida.
A realidade social é considerada socialmente construída. A interpretação
deveria ser mais relevante do que a explicação e a descrição. A realidade
social é complexa demais para ser entendida por meio de um processo de
observação. O cientista deve interpretar para atingir níveis mais profundos de
conhecimento e também de autoentendimento.
O discurso contemporâneo da hermenêutica é um campo complexo e plural
que acolhe em seu seio diversas concepções, frequentemente opostas, da
interpretação. A maioria dessas teorias pode ser agrupada em três grandes
enfoques ou campos da teoria hermenêutica:
Hermenêutica de validação (ou objetivista)
Hermenêutica crítica
Hermenêutica filosófica
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Correntes Fundamentais do Interpretativismo


Fenomenologia  A fenomenologia constitui possivelmente a corrente filosófica que mais
influenciou o pensamento do século XX. A fenomenologia é acima de tudo uma filosofia, ou
também, diversos enfoques filosóficos, embora relacionados. É uma tentativa de retornar
aos conteúdos primitivos da consciência, isto é, aos objetivos que se apresentam em nossa
própria experiência antes que lhes atribuamos algum sentido. A fenomenologia se aproxima
da cultura com muita cautela, uma vez que considera que é fonte de significados, mas ao
mesmo tempo limita ou impede a elaboração de outros novos.
O mundo é construído socialmente. O observador faz parte do que está sendo observado. A
ciência é movida por interesses humanos. Foco no sentido – tentar compreender o que está
acontecendo. Construir teorias a partir de dados (indutivamente). Usar múltiplos métodos
para estabelecer diferentes visões de um fenômeno.
Entre as características mais destacadas da pesquisa fenomenológica tem-se:
A primazia, que outorga á experiência subjetiva imediata como base do conhecimento;
O estudo dos fenômenos da perspectiva dos sujeitos, considerando seu marco
referencial;
O interesse por conhecer como as pessoas experimentam e interpretam o mundo social
que constroem em interação.
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Correntes Fundamentais do Interpretativismo


Interacionismo simbólico  O interacionismo simbólico se sustenta
fundamentalmente em uma filosofia pragmática, explora as
compreensões da cultura como a matriz significativa que orienta nossas
vidas. O interacionismo simbólico foi desenvolvido a partir da filosofia do
pragmatismo americano. Essa corrente defende que a experiência
humana está influenciada pela interpretação que as pessoas fazem em
interação com o mundo social.
As pessoas interpretam o sentido dos objetos no mundo e depois agem a
partir dessas interpretações. Os sentidos surgem do processo de
interação social. Os sentidos são assimilados e modificados por um
processo interativo utilizados pelas pessoas para lidar com os fenômenos
encontrados.
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Correntes Fundamentais do Interpretativismo

Realismo  Há uma realidade externa “lá fora” que pode ser mensurada –
mas pode ser difícil de conseguir fazer isso. O quadro que a ciência pinta
do mundo é verdadeiro e preciso. O conhecimento é aprimorado por
meio do processo de construção de teoria no qual as descobertas se
somam ao que já se sabe. Mas alguns “fatos” observáveis podem ser
apenas ilusões.

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Correntes Fundamentais do Interpretativismo

Investigação naturalista  Há várias realidades construídas que só


podem ser estudadas holisticamente. A própria investigação não pode
ser separada da perspectiva do pesquisador e está carregada de
valores a ela relacionados. Em vez de visar à generalização, a
investigação desenvolve um corpo ideográfico de conhecimento que
descreve casos individuais. Os fenômenos só podem ser entendidos
dentro de seu ambiente ou contexto.

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Perspectivas teóricas na pesquisa: Teoria crítica


A teoria crítica pode caracterizar-se por sua consciência crítica, que denuncia que as
experiências vividas pelos participantes podem estar distorcidas por uma falsa
consciência e ideologia. Trata-se de detectar e desmascarar as crenças e práticas que
limitam a liberdade humana, a justiça e a democracia. Um dos temas centrais da teoria
crítica é o estudo da linguagem como veículo para o controle e a dominação social. É
a postura filosófica da chamada Escola de Frankfurt.
As premissas básicas da teoria crítica são:
Todo conhecimento está fundamentalmente influenciado por relações de poder que são de natureza
social e estão historicamente constituídas.
Os fatos nunca podem ser separados do campo dos valores e da ideologia.
A relação entre conceito e objeto e entre significante não é estável e frequentemente se encontra
influenciada pelas relações sociais de produção capitalista e do consumo.
A linguagem é fundamental na formação da subjetividade, tanto do conhecimento consciente quanto
inconsciente.
O fato de determinados grupos da sociedade serem mais privilegiados de que outros representa uma
opressão mais enérgica quando os subordinados aceitam seu status como algo natural necessário ou
inaceitável.
A opressão tem muitas caras e a preocupação ou interesse por só uma das formas pode ser:
contraproducente devido à conexão entre elas.
As práticas de pesquisa dominantes geralmente estão envolvidas na reprodução de operação de classe,
raça e gênero. 08/07/2023

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Perspectivas teóricas na pesquisa: Pós-moderno


O pensamento pós-moderno é uma constelação complexa em que se combinam uma série
de afirmações sobre a inexistência de um fundamento racional definitivo, a
descontinuidade e a ausência de sentido da História, o desvanecimento dos grandes relatos
e a abertura á pluralidade e à incerteza. De modo que sobre as grandes verdades do
pensamento moderno, começou a se impor uma forma de pensamento associado à
certeza de que todo conhecimento é contingente e relativo. Só existe um certeza mínima, a
negação do absoluto ou o absoluto da relatividade.
A pós-modernidade refere-se ao esgotamento dos princípios da modernidade e, no plano
epistemológico, esse esgotamento tem considerado a impossibilidade de legitimar os
saberes disciplinares como formas superiores e mais racionais do conhecimento.
Não existe no pensamento pós-moderno uma razão universal, independente, absoluta,
capaz de ser aplicada em todo contexto e situação a qualquer aspecto que tenha de ser
analisado ou avaliado.
Outro aspecto epistemológico no pensamento pós-moderno é sua consideração sobre a
linguagem, onde esta já não é mais um instrumento neutro que utilizamos para apreender
uma realidade externa ao sujeito, mas é ela mesma quem conforma essa realidade e os
conceitos são construídos pela linguagem usada para descrevê-los e, não o contrário. A
linguagem está incrustrada no sujeito e, não no objeto percebido.
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Premissas Básicas do Pensamento Pós-moderno


O pensamento pós-moderno tem as seguintes premissas:
A ideia da ‘morte do homem’, que afirma que o ‘sujeito racional autônomo’
é uma lição ou um constructo de um particular período da história cultural.
A ideia da ‘morte da história’ , que afirma que a noção da história como
progresso é uma ficção ou uma ‘metanarrativa’.
A ideia da ‘morte da metafísica’ ou ‘fim do fundacionismo’, que explica que
não é possível proporcionar uma base absoluta para o conhecimento e que
o conhecimento em si mesmo não representa a realidade, mas constrói de
diversas formas.
O significado dos signos, símbolos e textos não é inequívoco, mas temporal e
instável dentro de processo contínuo de interpretação, no qual o contexto e
o pesquisador têm grande influência, mais do que aquilo que os próprios
textos e símbolos indicam.
Os fatos, significados e teorias precisam ser não só explicados, interpretados
ou criticados, mas desconstruídos, isto é, devem expor suas bases culturais,
históricas e de poder.
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Perspectivas teóricas na pesquisa: Feminismo


A teoria feminista reconhece e denuncia de maneira adicional a falta de
liberdade e a opressão que as mulheres sofrem em razão do sexo. A
teoria feminista se interesse pela gênese de um saber que permita o
desenvolvimento das potencialidades que toda mulher possui.
O movimento feminista, da mesma maneira que outras posturas teóricas
caracteriza-se por uma heterogeneidade de pensamento que
impossibilita oferecer um perfil ou uma classificação de suas orientações.
Há quatro questões-chave em relação ao debate epistemológico e
metodológico no âmbito da perspectiva feminista:
Omnirreferência do gênero;
Experiência pessoal versus método científico;
Rejeição das hierarquias nas relações de pesquisa;
Emancipação como objetivo de pesquisa.
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PRINCIPAIS PERSPECTIVAS TEÓRICAS E METODOLÓGICAS NA PESQUISA

Perspectivas Perspectivas Métodos Técnicas e Procedimentos


Epistemológicas Teóricas de Coleta e Análise de Dados

 Objetivismo  Pesquisa  Amostragem


 Positivismo
 Construcionismo  Interpretativismo:
experimental  Questionário
 Subjetivismo (e  Pesquisa de  Observação
 Interacionismo
suas variantes) levantamento -
simbólico,  Entrevista
Survey
 Fenomenologia,  Escalas
 Estudo de campo
 Hermenêutica,  Grupos de discussão
 Estudo de caso
 Realismo,
 Etnografia  Histórias de vida
 Investigação
naturalista.
 Pesquisa  Narrativa
fenomenológica  Estratégias etnográficas
 Teoria Crítica ou
 Teoria  Redução de dados
Investigação Crítica
fundamentada  Identificação de temas
(critical Inquiry)
 Análise heurística
 Feminismo  Análise comparativa
 Pesquisa-ação
 Pós-modernismo  Análise documental
 Análise do discurso
 Modelagem &  Análise de conteúdo
Simulação  Análise estatística
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ELEMENTOS DO PROCESSO DE PESQUISA

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MÉTODOS INDUTIVO E DEDUTIVO SENDO COMBINADOS

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Estudo Clínico
Estudos Clínicos
S As pesquisas realizadas em
N Pesquisador
introduz a
exposição?
seres hum anos adm item
diferentes desenhos de estudo,
Estudo Estudo
Observacional Experimental contudo, um a hierarquia
sim ples pode ser usada para
categorizar a m aioria dos
estudos clínicos.

Há alocação O desenho envolve a
comparação
aleatória?
entre grupos?
N S N S identificação do m étodo
utilizado para responder à
pergunta de pesquisa,
Estudo Estudo Estudo Não Estudo
Descritivo Analítico Randomizado Randomizado considera o tipo de população e
a am ostra, a unidade de
Caso Observação S Transversal
Exposição e análise,a existência ou não de
Único? individual? desfecho juntos
N S N um a intervenção intencional
Exposição  sobre um a condição, a
Coorte
Desfecho
Série de Relato de
existência e o tipo
Ecológico
casos caso Caso Desfecho  de seguim ento dos indivíduos,
controle Exposição
entre outras características.
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METODOLOGIAS DE PESQUISA

• Nesta parte serão destacadas algumas metodologias, mas


noutras aulas essa lista será ampliada.
 Experimental e quase-experimental
 Pesquisa fenomenológica
 Pesquisas de levantamento analíticas
 Pesquisa-ação
 Investigação heurística

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METODOLOGIAS DE PESQUISA:
EXPERIMENTAL E QUASE-EXPERIMENTAL

A pesquisa experimental e quase-experimental enfatiza:


•Reprodução de técnicas do experimento de laboratório com
métodos altamente estruturados
•Geração de hipóteses iniciais
•Controle de variáveis
•Medição precisa (quantitativa) de resultados
•Generalização de amostras a partir de populações semelhantes

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METODOLOGIAS DE PESQUISA

Desenho experimental (exemplo)

Atribuição de Pré- Pós-


Grupo Tratamento
sujeitos teste teste

Sim Sim Sim


Aleatória

2 Não Sim Sim

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METODOLOGIAS DE PESQUISA:
PESQUISA FENOMENOLÓGICA

A pesquisa fenomenológica:
•Enfatiza a lógica indutiva
•Busca as opiniões, as descrições e interpretações subjetivas dos
participantes
•Baseia-se nas análises quantitativas dos dados
•Não está tão preocupada com generalizações a populações
maiores, e sim com descrições e análises contextuais

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METODOLOGIAS DE PESQUISA:
PESQUISAS DE LEVANTAMENTO ANALÍTICAS

Pesquisas de levantamento analíticas enfatizam:


•Uma abordagem dedutiva
•A identificação da população da pesquisa
•A coleta de uma amostra representativa a
partir da população
•Controle de variáveis
•Geração de dados qualitativos e
quantitativos
•Generalizabilidade de resultados

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METODOLOGIAS DE PESQUISA:
PESQUISA-AÇÃO

Pesquisa-ação:
•Enfatiza a promoção de mudanças dentro de uma organização
•Envolve pesquisadores e profissionais (ou profissionais como
pesquisadores, dentro de sua própria organização)
•Pode ser altamente estruturada e envolver o uso de grupos
experimentais e de controle para testar uma hipótese
•Também pode ser bastante não estruturada e usada de forma
indutiva (e qualitativa)

85

METODOLOGIAS DE PESQUISA

Pesquisa-ação
Planejamento Planejamento

Reflexão Reflexão Ação Ação

Observação Observação

Monitoramento

86

43
08/07/2023

METODOLOGIAS DE PESQUISA:
INVESTIGAÇÃO HEURÍSTICA
A pesquisa heurística envolve o pesquisador em:
•Realizar um profundo questionamento pessoal do que ele deseja pesquisar
•Viver a questão, dormir e fundir-se com ela
•Permitir que os movimentos internos de intuição ampliem o entendimento
da questão
•Revisar todos os dados das experiências pessoais para identificar sentidos
tácitos
•Formar uma síntese criativa, incluindo ideias a favor e contra uma
proposição

87

RESUMO
• A pesquisa básica procura desenvolver princípios universais e produzir
conclusões que tenham valor para a sociedade
• Uma teoria consiste em um conjunto de conceitos, definições e
proposições inter-relacionados, que demonstram relações entre variáveis
• O paradigma de pesquisa dominante durante grande parte do século XX foi
o positivismo, mas, hoje, pelo menos nas ciências sociais, foi substituído
em muito por posturas antipositivistas ou pós-positivistas, como o
interpretativismo
• Por meio da abordagem indutiva, os dados são acumulados e analisados
para ver se surgem relações entre as variáveis

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44
08/07/2023

RESUMO

• A abordagem dedutiva usa uma teoria para gerar uma hipótese de


trabalho a respeito das relações entre variáveis
• As abordagens à pesquisa incluem métodos de busca da verdade e busca
de perspectiva. Os métodos de busca da verdade tendem a adotar
abordagens mais experimentais ou quase-experimentais. Os métodos de
busca de perspectiva tendem a ser mais interpretativistas (p. ex.,
fenomenológicos) e a gerar dados qualitativos

89

Pensando por escrito – Aulas 01 e 02


◦ 1. Cite características da pesquisa
básica e da pesquisa aplicada.
◦ 2. Descreva o que se entende por
abordagem dedutiva
◦ 3. Cite e caracterize 3 exemplos de
Metodologias de pesquisa

08/07/2023

90

45
08/07/2023

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 03

Professor: Helton Santana, DSc.

91

ESCOLHENDO E PLANEJANDO
PROPOSTAS E PROJETOS DE PESQUISA

92

46
08/07/2023

OBJETIVOS

Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:


• Gerar novas ideias para temas de pesquisa
• Identificar um bom tema de pesquisa
• Identificar os tipos de temas a evitar

93

UM BOM TEMA DE PESQUISA (1)…

• Desenvolve habilidades pessoais (p.ex. técnicas de


entrevista, análise de dados, elaboração de relatórios,
etc.).
• Proporciona motivação e interesse pessoal.
• Atende a exigências acadêmicas.
• Vem com acesso a recursos, redes e respondentes.
• Vem com patrocínio (idealmente).
• Gera valores (pessoais e organizacionais).

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47
08/07/2023

UM BOM TEMA DE PESQUISA (2)…


• Ajuda a desenvolver as capacidades do pesquisador.

95

TÉCNICAS PARA A GERAÇÃO E


REFINAMENTO DE IDEIAS DE PESQUISA
Pensamento racional Pensamento criativo
• Examinar seus próprios pontos • Brainstorming
fortes e fracos (tempestade de ideias)
• Examinar projetos anteriores • Árvores de relevância
• Pesquisar a bibliografia • Manter um caderno de ideias
• Ter ideias por meio de discussões • Análise SWOT

Fonte: adaptado de Saunders et al. 2007

96

48
08/07/2023

TEMAS A EVITAR

• Grandes demais
• Demasiado triviais
• Carentes de recursos e pessoas
• Carentes de patrocínio adequado
• Técnicos demais
• Dependentes da realização de outro projeto
• Antiéticos

97

ELABORANDO PROPOSTAS DE PESQUISA

98

49
08/07/2023

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O propósito da revisão bibliográfica é:


• Demonstrar teorias, argumentos e polêmicas fundamentais no
campo.
• Destacar as formas como a área de pesquisa foi investigada até
agora.
• Identificar incoerências e lacunas no conhecimento que
mereçam mais investigação.

99

PERGUNTAS DE PESQUISA

• Definir uma investigação – i.e., se seu propósito é descobrir,


explorar, explicar ou comparar – e os tipos de relações previstas
entre os conceitos.
• Estabelecer um recorte para a pesquisa.
O que está “dentro” e o que está “fora”.
• Apresentar a direção, indicando as
teorias pertinentes, a bibliografia
relevante ao estudo e os tipos de
metodologias de pesquisa necessários.

100

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08/07/2023

HIPÓTESES

• Não são necessárias em pesquisas muito exploratórias


ou em caso de estudos qualitativos.
• Descreve uma pergunta de pesquisa em formato
testável, que prediz a natureza da resposta.
• São apropriadas quando é possível predizer, antes da
pesquisa, a que conclusões se chegará.

101

METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia de pesquisa descreve:


• Metodologia de pesquisa.
• População-alvo e métodos de amostragem escolhidos.
• Instrumentos e técnicas de coleta de dados e procedimentos para coleta
e registro dos dados (p. ex., questionários escritos, gravadores, câmeras
de vídeo ou câmeras fotográficas digitais, etc.).
• Procedimentos a serem usados para análise de dados.
• Como se tratarão as questões éticas.

102

51
08/07/2023

METODOLOGIAS DE PESQUISA
GERALMENTE ASSOCIADAS A ABORDAGENS
QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS

103

ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM
A estratégia de amostragem deve incluir detalhes sobre:
• Tamanho da amostra.
• Composição da amostra.
• Como a amostra vai ser realmente
escolhida (p. ex., aleatoriamente,
por meio de voluntários, etc.).

104

52
08/07/2023

ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM

105

INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS


• Questionários.
• Entrevistas.
• Planos de observação.
• Documentos.
• Diários pessoais.
• Fotografias/ Vídeos.
• Descrever em detalhes como o
instrumento será usado.

106

53
08/07/2023

ANÁLISE DE DADOS

• Análise quantitativa (escolha de testes quantitativos).


• Análise qualitativa (escolha de abordagem qualitativa: teoria
fundamentada, análise de conteúdo, análise do discurso, etc.).

107

LIMITAÇÕES

Fragilidades e limitações do reconhecimento, incluindo:


• Tamanho da amostra, desenho do estudo e representatividade.
• Acesso a respondentes fundamentais.
• Validade ou generalizabilidade dos resultados.

108

54
08/07/2023

MATERIAL RELACIONADO
• Cartas de apoio à pesquisa.
• Aceitação de instituições ou patrocinadores
interessados em colaborar.
• Instruções a sujeitos ou participantes.
• Formulários de consentimento
de participantes.
• Questionários para pesquisa de
levantamento de dados ou entrevistas.
• Bibliografias complementares.
• Cartas de aprovação de comitês de ética.

109

PREPARANDO O DOCUMENTO
FINAL DA PROPOSTA
• A proposta está clara e compreensível?
• A proposta é realista –
as metas são possíveis?
• A proposta é coerente com as
especificações segundo as quais
foi elaborada?

110

55
08/07/2023

RESUMO

• Um bom tema de pesquisa deve ter potencial de demonstrar


credibilidade teórica. Permita o acesso aos dados relevantes, apresente
uma simetria de resultados potenciais e seja congruente com seus
próprios interesses, capacidades e aspirações profissionais.
• Com vistas a gerar ideias para um tema de pesquisa, você pode olhar
exemplos de projetos realizados por outros ou podem surgir ideias de
sua leitura da bibliografia ou de um processo de brainstorming.
• Antes de começar o projeto, apresente um plano para mostrar quando e
como pretende realizar sua pesquisa, incluindo coleta de dados, análise e
processo de elaboração de relatório.

111

RESUMO

• Para uma proposta de pesquisa acadêmica, preste especial


atenção à seção de metodologia, incluindo procedimentos de
amostragem e escolhas feitas para estratégias de pesquisa e
ferramentas de coleta de dados.

112

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08/07/2023

Pensando por escrito – Aula 03


◦ 1. Cite 3 atributos de um bom
projeto de pesquisa e explique o
porquê desses atributos.
◦ 2. Cite e caracterize 3 instrumentos
de coleta de dados.
◦ 3. Cite e caracterize 2 exemplos de
métodos de abordagem qualitativas
e 2 exemplos de métodos de
abordagem quantitativas.
08/07/2023

113

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 04

Professor: Helton Santana, DSc.

114

57
08/07/2023

ÉTICA NA PESQUISA

115

OBJETIVOS
Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:
• Definir o que se quer dizer com “ética”.
• Explicar por que a ética é tão importante hoje para organizações e
indivíduos que realizam pesquisa.
• Descrever por que a adoção de uma abordagem ética à pesquisa é
importante.
• Descrever como os princípios éticos podem se beneficiar de um
desenho de pesquisa sólido.
• Aplicar uma estrutura ética a seu próprio desenho e sua prática de
pesquisa.

116

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08/07/2023

O QUE QUEREMOS DIZER COM “ÉTICA”

• Os princípios morais que orientam a pesquisa (ESRC, 2004).


• Conjuntos de princípios morais ou normas que são adotadas
para guiar as escolhas morais de comportamento e
relacionamento com outros (Blumberg et al., 2005).

117

UM RESUMO DE VISÕES DE ÉTICA


UNIVERSALISTA CONTINGENTE/
RELATIVISTA
Deontológica/não Os princípios éticos nunca Deveres para com
consequencialista devem ser rompidos. determinados países,
Rompê-los é moralmente comunidades, grupos
errado e prejudica a profissionais e clientes.
pesquisa social.
Teológica/consequencialista Os meios não se sobrepõem Os atos deveriam ser
aos fins, mas muitas vezes se julgados puramente a partir
pode contar com a adoção de seus possíveis resultados
de um conjunto universal de – os fins justificam os meios.
regras e práticas para atingir
esses fins, exemplo: o
utilitarismo.

118

59
08/07/2023

RESUMO DO CÓDIGO DE NUREMBERG (1)

• O consentimento voluntário dos sujeitos humanos é absolutamente


essencial.
• O experimento deve ser tal que produza resultados vantajosos para a
sociedade, os quais não possam ser buscados por outros métodos de
estudo, mas não podem ser feitos de maneira aleatória ou
desnecessariamente.
• O experimento deve ser desenhado e baseado em um conhecimento do
problema em estudo, de modo que os resultados previstos justifiquem sua
realização.

119

RESUMO DO CÓDIGO DE NUREMBERG (1)

• O experimento deve ser realizado de forma a evitar todo o


sofrimento e dano mental e físico desnecessário.
• Nenhum experimento deve ser realizado onde haja uma razão a
priori para se acreditar que ocorrerá morte ou danos.

120

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08/07/2023

RESUMO DO CÓDIGO DE NUREMBERG (2)

• O grau de risco a ser assumido nunca deve exceder aquele determinado


pela importância humanitária do problema a ser resolvido pelo
experimento.
• Devem ser feitas as preparações adequadas e providenciadas as devidas
instalações para proteger o sujeito do experimento contra possibilidades,
mesmo que remotas, de haver dano, deficiências ou morte.
• O experimento deve ser realizado apenas por pessoas cientificamente
qualificadas.

121

RESUMO DO CÓDIGO DE NUREMBERG (2)

• No decorrer do experimento, o sujeito humano deve ter


liberdade de interrompê-lo se tiver chegado a um estado mental
ou físico no qual a continuação lhe parecer impossível.
• No decorrer do experimento, o pesquisador deve estar preparado
para encerrá-lo a qualquer momento, se tiver razões para
acreditar que sua continuação provavelmente resultará em dano,
deficiências ou morte do sujeito experimental.

122

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08/07/2023

PESQUISAS ENVOLVENDO RISCOS ÉTICOS

• Grupos vulneráveis – por exemplo, crianças e jovens, pessoas


com dificuldades de aprendizagem ou necessidades especiais.
• Temas delicados – por exemplo, atividades sexuais ou ilegais, ou
a experiência das pessoas com abusos ou violência.
• Grupos que só podem ser acessados por meio de alguém com
controle de acesso a espaços importantes (guardiões) – por
exemplo, alguns grupos étnicos ou culturais.
• Um elemento de engano, como uma observação oculta, usado
sem o consentimento total ou informado do participante.

123

PESQUISAS ENVOLVENDO RISCOS ÉTICOS

• Acesso a documentos ou informações confidenciais.


• Pesquisa que causaria estresse, ansiedade ou humilhação entre
grupos-alvo.
• Estratégias invasivas que as pessoas não enfrentariam
normalmente em suas vidas cotidianas – por exemplo,
administração de drogas ou fazer com que as pessoas façam
exercícios físicos extremos.

124

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08/07/2023

RAZÃO RISCO/BENEFÍCIO

◦ Avaliação subjetiva
◦ Custos e benefícios de um projeto de pesquisa
◦ Participantes
◦ Sociedade
◦ O pesquisador e a instituição

◦ Questões
◦ A pesquisa vale a pena?
◦ Os benefícios são maiores do que os riscos?
◦ O estudo produzirá resultados válidos e interpretáveis?

125

RISCOS
◦ Tipos diferentes
◦ Prejuízos físicos
◦ Prejuízos psicológicos (estresse mental ou emocional)
◦ Prejuízos sociais (p.ex., embaraço)
◦ Obrigação ética
◦ Proteger participantes de todos os riscos

◦ Risco mínimo  Definição:


◦ Prejuízo ou desconforto não é maior do que o que ocorre na vida cotidiana ou durante testes
fisicos ou psicológicos de rotina.
◦ O risco mínimo difere entre os indivíduos.

◦ “Em risco”  Quando o risco é maior do que o mínimo = “em risco”.


◦ Aumenta a obrigação ética dos pesquisadores de proteger o bem-estar dos participantes.
◦ Considerar métodos alternativos, com menos risco.

126

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08/07/2023

CONFIDENCIALIDADE

◦ Risco social
◦ “Confidencial” ≠ “anônimo”
◦ Para aumentar a confidencialidade
◦ Remover informações de identificação
◦ Divulgar os resultados em termos de médias estatísticas
◦ Pesquisas pela internet
◦ A confidencialidade é um problema especial

127

EXISTE RISCO?

◦ Considerar se os participantes estão em risco nas situações seguintes:


1. Estudantes universitários fazem uma lista de adjetivos para descrever o seu humor
atual. O pesquisador tenta identificar estudantes deprimidos, para que possam ser
incluídos em um estudo para analisar os déficits cognitivos associados à depressão.
2. Um psicólogo administra uma bateria de testes de desempenho para idosos na
sala de convivência de uma casa de repouso. O psicólogo tenta determinar se
existe declínio no funcionamento mental com o avanço da idade.
3. Estudantes em uma classe de metodologia de pesquisa assistem outro estudante
entrar na sala de aula no meio do período de aula, falar em voz alta e bravo com
o instrutor, e sair. Como parte de um estudo sobre o comportamento de
testemunhas, os estudantes devem descrever o invasor.
4. Um pesquisador recruta estudantes de classes de introdução à psicologia para
participarem de um estudo sobre os efeitos do álcool sobre o funcionamento
cognitivo. O experimento exige que alguns estudantes bebam 2 onças (59 ml) de
álcool em mistura com suco de laranja, antes de jogarem um jogo no
computador.

128

64
08/07/2023

PRINCÍPIOS ÉTICOS

Os princípios éticos, portanto, enquadram-se em quatro áreas


principais, a saber, a necessidade de:
•Evitar danos aos participantes.
•Garantir seu consentimento informado.
•Respeitar sua privacidade.
•Evitar o uso de engano.

129

EVITAR DANOS AOS PARTICIPANTES

A pesquisa será considerada danosa, por exemplo, se fizer com


que um participante seja:
•Constrangido
•Ridicularizado
•Depreciado ou submetido a desconforto mental em termos gerais
•Levado à ansiedade
•Levado ao estresse
•Sujeito a reações emocionais negativas

130

65
08/07/2023

INDO ALÉM DE EVITAR DANOS…

Os pesquisadores deveriam produzir benefícios como:


•Aumentar o estoque de conhecimento humano.
•Obter resultados precisos e válidos.
•Informar os participantes sobre os resultados (se possível) para
promover um melhor autoconhecimento (se desejado).

131

CONSENTIMENTO INFORMADO
◦ É um contrato social
◦ Deixa claro aos participantes:
◦ A natureza da pesquisa (o que eles farão)
◦ Os riscos possíveis
◦ Consentimento informado escrito
◦ Exigido quando o risco é maior que o mínimo
◦ Não é exigido quando os pesquisadores observam comportamentos públicos
◦ O consentimento informado exige
◦ Informar aos participantes sobre todos os aspectos da pesquisa que podem influenciar a sua
decisão de participar
◦ Permitir abandonar a qualquer momento sem penalidades
◦ Ausência de pressão
◦ Algumas pessoas são incapazes de dar consentimento legal
◦ Crianças pequenas, deficientes mentais
◦ aceitação em participar
◦ Obter consentimento legal de guardiães

132

66
08/07/2023

O CONSENTIMENTO INFORMADO (1)

Os pesquisadores deveriam informar:


•Os objetivos da pesquisa.
•Quem irá realizá-la.
•A quem está se pedindo que participe.
•Que tipo de informação se busca.
•Quanto tempo do participante está sendo solicitado.

133

O CONSENTIMENTO INFORMADO (2)

• Que a participação no estudo é voluntária.


• Que responder a todas as perguntas é um ato voluntário.
• Quem terá acesso aos dados quando tiverem sido coletados.
• Como se preservará o anonimato dos respondentes.
• A quem deve ser entregue e até quando.

134

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08/07/2023

O CONSENTIMENTO INFORMADO É NECESSÁRIO?


◦ Considerar se o consentimento informado é necessário nas seguintes situações:

1. Em um estudo sobre o comportamento de estudantes universitários relacionado com a


bebida, um aluno de graduação que trabalhava para um professor participa de uma festa
em um dormitório e registra a quantidade de álcool consumida pelos estudantes na festa.
2. Como parte de um estudo sobre a comunidade gay, um pesquisador gay entra para um
time de beisebol gay, com o objetivo de registrar comportamentos dos participantes no
contexto dos jogos do time durante a temporada. Todos os jogos são ao ar livre e podem ser
assistidos pelo público.
3. O comportamento de homens e mulheres em banheiros públicos (p.ex., dar a descarga,
lavar as mãos, colocar papéis no lixo, pichar) é observado por pesquisadores de ambos os
sexos escondidos nos respectivos banheiros.
4. Um estudante de pós-graduação investiga comportamentos ilícitos de estudantes em
exames, ocultando-se em uma cabine de projeção no auditório durante um exame. A partir
desse ponto de vista, ele pode ver, com a ajuda de binóculos, os movimentos da maioria
dos alunos. Ele registra movimentos da cabeça, a troca de bilhetes, o uso de telefones
celulares, mensagens de texto e outros comportamentos suspeitos no exame.

135

PRIVACIDADE
◦ Definição
◦ O direito de indivíduos decidirem como as informações a seu respeito são
comunicadas a outras pessoas
◦ Os sujeitos de pesquisa querem saber
◦ Como suas informações são protegidas
◦ Como sua confidencialidade será protegida
◦ Comportamento público ou privado?
◦ Três dimensões
◦ Sensibilidade das informações
◦ Situação
◦ Método de disseminação das informações

136

68
08/07/2023

RESPEITANDO A PRIVACIDADE

• Os respondentes devem dar o consentimento informado.


• Os respondentes têm o direito de se retirar de uma entrevista a
qualquer momento.
• Os dados (em formato eletrônica ou manual) devem ser
mantidos em segurança.

137

EVITAR O USO DO ENGANO OU LOGRO

Melhores resultados ao se ter uma postura aberta e


transparente sobre a pesquisa, incluindo:
•Seus objetivos.
•Métodos.
•Aplicações.
•Papel do respondente, incluindo o tempo e outras condições.

138

69
08/07/2023

EVITAR O USO DO ENGANO OU LOGRO


◦ Ocorre quando
◦ Informações são ocultadas dos participantes
◦ Os participantes são informados intencionalmente de maneira incorreta sobre aspectos da
pesquisa
◦ Sempre é antiético usar logro com o propósito de fazer as pessoas participarem.

◦ Prós: por que usar logro?


◦ Permite estudar o comportamento natural das pessoas
◦ Oportunidade para investigar o comportamento e processos mentais que não são estudados
facilmente sem o logro

◦ Contras: por que não devemos usar logro?


◦ Contradiz o princípio do consentimento informado
◦ A relação entre o pesquisador e o participante não é aberta e honesta
◦ O uso frequente de logro torna as pessoas desconfiadas em relação à pesquisa

139

EVITAR O USO DO ENGANO OU LOGRO


◦ O logro é justificado apenas quando
◦ O estudo é muito importante
◦ Não existem outros métodos disponíveis
◦ O logro não infuenciaria a decisão de participar

◦ Quando usar logro, o pesquisador deve fazer uma sessão de debriefing


para
◦ Informar aos participantes a razão para o logro
◦ Discutir concepções errôneas
◦ Remover efeitos nocivos

◦ Objetivo:
◦ os participantes devem se sentir bem em relação à experiência de pesquisa.

140

70
08/07/2023

PESQUISA COM ANIMAIS


◦ Devemos usar animais na pesquisa?
◦ Padrões éticos e comitês de bem-estar animal
◦ Os pesquisadores têm a obrigação ética de proteger o bem-estar de sujeitos
animais.
◦ Justificam a dor, desconforto, morte com objetivos científicos, educacionais ou
aplicados?

141

PUBLICAÇÃO DE PESQUISAS

◦ Crédito na publicação
◦ Reconhecer adequadamente as pessoas que contribuíram para o
projeto de pesquisa
◦ Autoria baseada na importância acadêmica das contribuições

142

71
08/07/2023

PUBLICAÇÃO DE PESQUISAS
◦ Plágio
◦ Não apresentar porções ou elementos substanciais do trabalho de outra pessoa como
seus.
◦ “Porção ou elemento substancial” pode ser 1-2 palavras, se representar uma ideia
fundamental
◦ Ignorância ou desleixo não são desculpas legítimas
◦ Citar fontes adequadamente
◦ Recortar/colar da internet é plágio.

Exemplo de uma citação direta correta


“ Informada pela jurisprudência, a polícia usa diversos métodos de investigação – incluindo
a apresentação de evidências falsas (p.ex., resultados falsos do polígrafo, impressões
digitais, ou outros testes forênsicos; testemunhas forjadas), apelos a Deus e à religião,
amizades simuladas e o uso de informantes na prisão” (Kassin & Kiechel, 1996, p. 125).
Kassin, S. M., & Kiechel, K. L. (1996). The social psychology of false confessions: Compliance, internalization,
and confabulation. Psychological Science, 7, 125-128.

143

PLÁGIO

Exemplo de plágio (sem citação acompanhando o material


parafraseado)
Pesquisas sobre métodos enganosos de interrogatório para obter confissões são importantes
porque a polícia usa evidências falsas (p.ex., resultados de testes falsos) e testemunhas falsas
ao interrogar suspeitos. Os policiais também pressionam os suspeitos fingindo ser seus amigos

Exemplo de material parafraseado com citação correta


Pesquisas sobre métodos enganosos de interrogatório para obter confissões são importantes
porque a polícia usa evidências falsas (p.ex., resultados de testes falsos) e testemunhas falsas
ao interrogar suspeitos (Kassin & Kiechel, 1996). Além disso, Kassin e Kiechel afirmam que os
policiais pressionam os suspeitos fingindo ser seus amigos.

144

72
08/07/2023

REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE QUESTÕES ÉTICAS

◦ Como decidimos se um estudo proposto é ético


◦ E se as pessoas discordarem? (e discordarão)
◦ Existe uma resposta certa? (com frequência, não)
◦ O melhor que podemos fazer é seguir os passos para tomar decisões
éticas.

145

PASSOS PARA TOMADA DE DECISÕES ÉTICA

◦ Descobrir os fatos.
◦ Procedimento, participantes, etc.
◦ Identificar as questões éticas relevantes.
◦ Risco, consentimento informado, privacidade, confidencialidade, logro, debriefing
◦ Descobrir o que está em jogo para todas as partes.
◦ Participantes, pesquisadores, instituições, sociedade
◦ Identificar métodos e procedimentos alternativos
◦ Considerar as implicações éticas para cada alternativa, incluindo não fazer a
pesquisa proposta
◦ Decidir a ação a tomar
◦ Aprovar a pesquisa
◦ Aprovação condicional com modificações
◦ Não aprovar a pesquisa

146

73
08/07/2023

RESUMO

• A ética da pesquisa se refere aos princípios morais que a orientam e a


realizá-la de forma responsável e moralmente defensável.
• Qualquer pesquisa envolvendo o estudo de populações humanas pode
implicar considerações éticas, mas particularmente a que lida com grupos
vulneráveis envolve temas delicados os quais poderiam gerar desconforto
e ansiedade ou envolver qualquer elemento de engano.
• Entre os princípios centrais à pesquisa, estão os seguintes: evitar danos
aos participantes, garantir consentimento informado, respeitar a
privacidade dos participantes e evitar o engano.

147

Pensando por escrito – Aula 04


01- Dê 1 exemplo de situação que pode ser
considerada plágio numa pesquisa.
02- Com suas palavras, descreva o que
vem a ser logo.

08/07/2023

148

74
08/07/2023

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 05

Professor: Helton Santana, DSc.

149

DESENHO DE PESQUISA:
MÉTODOS QUANTITATIVOS

150

75
08/07/2023

OBJETIVOS

Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:


• Descrever as abordagens de pesquisa experimental e quase-
experimental.
• Formular perguntas e hipóteses adequadas.
• Identificar populações e amostras.
• Descrever os princípios de desenho de ferramentas de
pesquisa.

151

ETAPAS DO PROCESSO DE DESENHO DA PESQUISA EXPERIMENTAL

152

76
08/07/2023

IDENTIFICANDO A QUESTÃO OU PERGUNTAS DE INTERESSE

“Bons” temas de pesquisa podem surgir:


• Da leitura de uma bibliografia.
• De questões levantadas no local de trabalho.
• De um estudo-piloto anterior.
• De um patrocinador.

153

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Quais as origens e
Quais as fontes definições do tópico?
principais?

Quais as principais
Quais as questões e A revisão questões(problemas)
debates de maior bibliográfica do que deveriam ser vistas?
relevância sobre o tema? tema de pesquisa

Qual a base
Quais as teorias, epistemológica e
conceitos e ideias ontológica para o
principais? assunto?

Fonte: adaptado de Hart (1998)

154

77
08/07/2023

DESENVOLVENDO PERGUNTAS E HIPÓTESES

Kerlinger e Lee (2000) afirmam que uma boa pergunta de pesquisa:


• Expressa uma relação entre variáveis (p.ex., a imagem de uma empresa
e os volumes de vendas).
• É enunciada de forma clara, na forma de pergunta.
• Deve ser capaz de ser operacionalmente definida (Black, 1993).

155

TIPOS DE PERGUNTAS DE PESQUISA


APLICADA - COM EXEMPLOS
Tipo de perguntas de Exemplo
pesquisa
Descritivas Qual a recorrência do uso de drogas entre
estudantes universitários?
Normativas Qual é a gravidade do abuso de drogas entre
estudantes universitários?
Correlativas Qual a relação entre gênero, desempenho
acadêmico e uso de drogas na universidade?
Impacto Um programa de conscientização tem qualquer
efeito sobre o nível de uso de drogas entre
estudantes universitários?

156

78
08/07/2023

UMA HIPÓTESE

• É uma declaração especulativa sobre a relação entre duas ou mais


variáveis.
• Descreve uma pergunta de pesquisa em um formato testável que prevê a
natureza da resposta.
• Pode ser formulada como uma declaração direcional, como “Quando isso
acontece, então aquilo acontece”.

157

IDENTIFICANDO VARIÁVEIS
INDEPENDENTES E DEPENDENTES
• Variáveis dependentes – uma variável que forma o foco da pesquisa e
depende de outra variável (independente ou explicativa).
• Variáveis independentes – usadas para explicar ou predizer um resultado
de uma variável dependente.
• Variáveis intervenientes – um declaração hipotética interna, usada para
explicar a relação entre duas variáveis observadas.

158

79
08/07/2023

REALIZAÇÃO DO ESTUDO

• Planejando o desenho.
• Coletando dados.
• Armazenando dados.
• Observando princípios éticos.

159

USANDO ESTATÍSTICAS
DESCRITIVAS E INFERENCIAIS
Estatísticas descritivas
Estatísticas inferenciais, p.ex.
• Dados Teste-t {compara as médias de dois grupos}
• Dados Mann-Whitney U {testa se duas amostras independentes
foram retiradas de populações com médias iguais}

• Dados qui-quadrado {ajuda a determinar se existe uma associação


entre duas variáveis categóricas}

• Dados rho de Spearman {mede a força e direção da associação


entre duas variáveis}

• Dados Produto-Momento de Pearson {mede o grau


da correlação linear entre duas variáveis quantitativas}

• ANOVA {compara as variâncias entre as medianas (ou médias) de grupos


diferentes}

160

80
08/07/2023

ACEITANDO OU REJEITANDO HIPÓTESES

• É impossível provar que qualquer teoria esteja certa – todas elas são
provisórias e têm caráter experimental até serem refutadas.
• A aceitação ou rejeição de um hipótese baseada no peso das evidências
envolve:
– O risco da aceitação da hipótese como verdadeira (quando, na verdade,
é falsa).
– O risco da aceitação da hipótese como falsa (quando, na verdade, é
verdadeira).

161

PREPARANDO O RELATÓRIO FORMAL

Por que o estudo foi realizado

Quais perguntas e hipóteses de


pesquisa foram avaliadas

Como elas foram transformadas


em um desenho de pesquisa

Quais diferenças foram observadas


entre hipóteses e resultados

Quais diferenças foram observadas


entre as hipóteses e os resultados?

162

81
08/07/2023

DESENHOS DE PESQUISA EXPERIMENTAIS


• O pesquisador tem controle sobre o experimento no que diz respeito a:
– Quem está sendo pesquisado (os sujeitos têm atribuídas aleatoriamente
suas condições).
– O que está sendo pesquisado.
– Quando a pesquisa será realizada.
– Onde a pesquisa será realizada.
– Como a pesquisa será realizada.

Normalmente, os pesquisadores com frequência não têm controle sobre o


“quem”, tendo que usar grupos pré-existentes - portanto, um desenho
quase-experimental.

163

DESENHOS DE PESQUISA
QUASE-EXPERIMENTAIS
Os desenhos quase-experimentais são mais bem utilizados quando:
• A randomização for demasiada cara, inviável ou impossível de monitorar
de perto.
• A randomização for demasiada cara, inviável ou impossível de monitorar
de perto.
• Houver dificuldades, incluindo considerações éticas, para suspender o
tratamento.

164

82
08/07/2023

DIFERENÇAS NO DESENHO
DE PESQUISA QUANTITATIVA
Diferenças entre pesquisa experimental,
quase-experimental e não experimental

165

DESENHOS QUANTITATIVOS FALHOS

Fatores de um grupo, pré-teste/pós-teste:


• Efeitos de maturação
• Procedimentos de mediação
• Instrumentação
• Mortalidade experimental
• Variáveis estranhas

166

83
08/07/2023

ALGUNS DESENHOS CONSISTENTES (1)

Grupo experimental com controle

167

ALGUNS DESENHOS CONSISTENTES (2)

Desenho quase-experimental com controle não equivalente

168

84
08/07/2023

GENERALIZANDO DE AMOSTRAS
PARA POPULAÇÕES
Para generalizar, as amostras
precisam ser representativas da
população, através de:
•Amostragem por probabilidade
aleatória (mas tenha em vista o
problema do erro de amostragem)

169

TIPOS DE AMOSTRAGEM ALEATÓRIA

• Amostragem aleatória simples (quando a população é


relativamente homogênea em relação às perguntas da pesquisa).
• Amostragem aleatória estratificada (amostra de vários estratos
de acordo com certas características p.ex., área geográfica, idade,
gênero).
• Amostragem por clusters (p.ex., um município, famílias em uma
rua, escolas em uma cidade, etc.).
• Amostragem por etapas (extensão da amostragem por clusters
que envolve sucessivas seleções de amostra).

170

85
08/07/2023

TIPOS DE AMOSTRAGEM NÃO ALEATÓRIA

• Intencional: Sujeitos selecionados em relação a uma ou mais


características.
• Por cotas: Seleção não aleatória de sujeitos de estratos
identificados, até atingir o número planejado de sujeitos.
• Por conveniência ou voluntária.
• Bola de neve: O pesquisador identifica um pequeno número de
sujeitos, os quais, por sua vez, identificam outros na população.

171

DESENHO DE INSTRUMENTO: VALIDADE

• Validade interna: mudanças na variável dependente podem ser atribuídas à


variável independente.
• Validade externa: possibilidade de generalização a partir dos dados para
uma população ou um contexto mais amplo.
• Validade de critério: forma como as pessoas responderam a uma nova
medição de um conceito com medições já existentes e amplamente
aceitas.
• Validade de construto: mediação de traços e conceitos abstratos, como
capacidade, ansiedade, atitude, conhecimento, etc.

172

86
08/07/2023

DESENHO DE INSTRUMENTO: CONFIABILIDADE

Confiabilidade é a coerência entre duas medidas da mesma coisa,


como:
• Dois instrumentos separados.
• Duas metades de um instrumento (por exemplo, duas metades de
um questionário).
• O mesmo instrumento aplicado em duas ocasiões.
• O mesmo instrumento administrado por duas pessoas diferentes.

173

RESUMO

• A estrutura de pesquisa experimental geralmente inclui duas etapas: de


planejamento e operacional.
• A pesquisa experimental começa com perguntas ou hipóteses a priori, as
quais a pesquisa é voltada a testar.
• As perguntas de pesquisa devem expressar uma relação entre variáveis.
Uma hipótese é preditiva e capaz de ser testada.
• As perguntas de pesquisa devem expressar uma relação entre variáveis.
Uma hipótese é preditiva e capaz de ser testada.

174

87
08/07/2023

RESUMO
• Em um desenho verdadeiramente experimental, o pesquisador tem controle sobre o
experimento: quem, o que, onde, quando e como o experimento é realizado. Isso inclui
o controle sobre o quem do experimento – ou seja, os sujeitos são atribuídos às
condições de forma aleatória.
• Onde qualquer desses elementos de controle for frágil ou ausente, o estudo é chamado
de quase-experimento.
• Nos verdadeiros experimentos, é possível atribuir sujeitos a condições, ao passo que,
nos quase-experimentos, os sujeitos são selecionados a partir de grupos previamente
existentes.
• Os instrumentos de pesquisa devem ser válidos e confiáveis. A validade significa que
um instrumento mede o que pretende medir; a confiabilidade significa que ele é
coerente em sua medição.

175

Pensando por escrito – Aula 05


1. Cite dois tipos de amostragem
aleatórias. Dê exemplos de uso numa
pesquisa.
2. Cite dois tipos de amostragem não
aleatória. Dê exemplos de uso numa
pesquisa.

08/07/2023

176

88
08/07/2023

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 06

Professor: Helton Santana, DSc.

177

DESENHO DE PESQUISA:
MÉTODOS QUALITATIVOS

178

89
08/07/2023

OBJETIVOS

Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:


• Identificar as características dos dados qualitativos.
• Formular perguntas de pesquisa quantitativa.
• Desenvolver um desenho de pesquisa qualitativa consistente, incluindo
uma estratégia de amostragem adequada.
• Escolher e aplicar os critérios que definem um desenho rigoroso de
pesquisa qualitativa.

179

POR QUE QUANTITATIVO? ALGUMAS


CRÍTICAS AOS MÉTODOS QUANTITATIVOS
• A pesquisa quantitativa pode envolver pouco ou nenhum contato com
pessoas ou campo.
• As correlações estatísticas podem ser usadas sobre “variáveis” definidas
arbitrariamente pelos próprios pesquisadores.
• Análises a posteriori sobre o sentido da correlação podem envolver
raciocínios com forte caráter de senso comum, ou mesmo especulação que
a ciência afirma evitar.
• A busca de fenômenos “mensuráveis” faz com que conceitos difíceis, como
“criminalidade” ou “inteligência” sejam tratados de forma simplista.

180

90
08/07/2023

CARACTERÍSTICAS DA
PESQUISA QUANTITATIVA
• É realizada por meio de contato intenso dentro de
um “campo” ou contexto da vida real.
• O papel do pesquisador é obter um panorama
“holístico” ou integrado de um estudo, incluindo
as percepções dos participantes.
• Temas que surgem a partir dos dados muitas vezes
são revisados com informantes, para verificação.
• O principal foco da pesquisa é entender as formas
como as pessoas agem e explicar suas ações.

181

PARADIGMAS E ESTRATÉGIAS
DA PESQUISA QUALITATIVA

• Naturalista:
– Pós-positivismo
– Realismo
• Progressista:
– Teoria crítica
– Construtivismo
– Pós-modernismo
– Feminismo

182

91
08/07/2023

ESTRATÉGIAS QUALITATIVAS
DE INVESTIGAÇÃO (1)
• Estudo de caso: estuda um “sistema fechado” específico, por exemplo,
uma instituição.
• Etnografia: explora a natureza de um fenômeno social específico, muitas
vezes usando um pequeno número de casos.
• Etnometodologia: investiga os procedimentos cotidianos que as pessoas
usam para criar e administrar um sentido de realidade.
• Fenomenologia: explora como o mundo que as pessoas consideram como
dado é vivenciado e como as estruturas de consciência aprendem o
mundo.
• Teoria fundamentada: usa a interação entre análise e coleta de dados
para produzir teoria.

183

ESTRATÉGIAS QUALITATIVAS
DE INVESTIGAÇÃO (2)

• Pesquisa-ação participativa: implica um esforço por parte das pessoas para


entender o papel do conhecimento como instrumento importante de poder
e controle.
• Análise Narrativa: a análise de uma história contada cronologicamente,
explorando a forma como os elementos são ordenados em sequência.
• Estudos culturais: estudo de uma complexa rede de costumes, valores e
expectativas sociais que afetam nossas maneiras de funcionar.
• Estudos de gênero: explora o processo de construir e diferenciar gêneros e,
principalmente, desigualdades de gênero.

184

92
08/07/2023

ABORDAGENS À
INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA
Planejando os processos de análises de dados

Escolhendo uma estratégia de amostragem

Determinando os tipos de dados a serem coletados (palavras,


entrevistas, diários, notas de campo), fotos, vídeos, etc.)

Determinando as unidades de análise

Formulando as perguntas da pesquisa

Determinando o foco da investigação

185

VOLUME DE DADOS PARA


ABORDAGENS INDUTIVA E DEDUTIVA

186

93
08/07/2023

ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM (EXEMPLOS)

Estratégias de amostragem Descrição

Amostragem por intensidade Casos ricos em informação.

Amostragem por casos típicos Destaca o que é “normal” ou médio, para


revelar a população como um todo.

Amostragem bola-de-neve Um primeiro grupo de participantes


indica outros indivíduos.

Amostragem baseada em teoria Casos são escolhidos com base em sua


representação de um construto teórico.

187

O PAPEL DO PESQUISADOR

• Manter uma proximidade física (emocional?) aos participantes.


• Demonstrar “sensibilidade teórica”.
• Perceber holisticamente as situações.
• Ser sensível às visões pessoais.

188

94
08/07/2023

O PAPEL DA LITERATURA

A literatura
Início?
• teórica
Coleta de dados Coleta de dados Análise
• empírica
• metodológica

O papel da literatura numa abordagem altamente indutiva –


mas você poderia também começar com a literatura.

189

COLETANDO DADOS QUALITATIVOS:


REALIZANDO ENTREVISTAS
• Conversação estruturada, semiestruturada.
• Útil para perguntas abertas.
• Se não estruturado, pode gerar grandes quantidades de dados.

190

95
08/07/2023

COLETANDO DADOS
QUALITATIVOS: OBSERVAÇÃO

• Dados coletados em contextos naturalistas


ou de trabalho de campo.
• Pode ser aberta ou oculta.
• Pode contar com a participação ou não do
pesquisador nos grupos ou eventos.

191

COLETANDO DADOS QUALITATIVOS:


USANDO RECURSOS VISUAIS
• Pode incluir fotografias, filme, vídeo, etc.
• Ótimo para documentar o modo de vida
das pessoas, suas condições de vida e
trabalho.
• Mas o foco da câmera pode ser seletivo.
• O comportamento dos indivíduos pode
mudar perante a câmera.

192

96
08/07/2023

COLETANDO DADOS QUALITATIVOS:


DADOS NÃO INVASIVOS
• Inclui documentos (relatórios, plano de
negócios, contratos, etc.), websites e outros
dados.
• Não é apenas o conteúdo dos documentos
que deve receber a atenção dos
pesquisadores, mas também a forma como
eles são produzidos, circulam, são lidos,
armazenados e usados para uma série de
propósitos.

193

COLETANDO DADOS QUALITATIVOS:


DIÁRIOS DE PESQUISA
Os tipos de questões observadas em um diário de pesquisa
incluem:
• Os processos envolvidos ao se aproximar do campo e
estabelecer contato (nos termos frequentemente usados
pela pesquisa-ação participativa – “penetrar”).
• Experiências (positivas e negativas) na obtenção de acesso
aos respondentes e no uso de instrumentos de coleta de
dados.
• Detalhes das fontes bibliográficas lidas (e ordenadas).
• Reflexões sobre a interpretação e a apresentação de
resultados, incluindo mudanças de direção importantes.

194

97
08/07/2023

ÉTICA E PESQUISA QUALITATIVA

• Cumpri meus compromissos sobre confidencialidade e privacidade?


• Agi no espírito do consentimento informado?
• Usei minha pesquisa de forma eficaz e moral?
• Tenho responsabilidade de prever como outras pessoas podem usar
minha pesquisa e minhas explicações?

195

DEMONSTRANDO VALIDADE

Tipos de técnica Técnica


Considerações Desenvolver um desenho de pesquisa autoconsciente
sobre desenho Decisões de amostragem (p. ex., adequação da
amostragem) Empregar triangulação Dar voz.
Geração de dados Demonstrar envolvimento prolongado no campo
Demonstrar observação persistente Fornecer
transcrições literais Demonstrar amostragem e
saturação de dados.

196

98
08/07/2023

DEMONSTRANDO - VALIDADE EXTERNA

Replicação pelo uso de múltiplos casos (adaptado de FLICK, 2006).

197

MAS NAS GENERALIZAÇÕES, OS


PESQUISADORES QUALITATIVOS DEVEM SER…
• Cautelosos, moderando a gama de conclusões generalizantes.
• Cautelosos ao reconhecer as limitações de períodos de tempo.
• Meticulosos ao demonstrar ligações claras entre conclusões
generalizantes e os dados específicos que proporcionam sua
fundamentação.
• Honestos e transparentes em relação às conclusões oriundas de
subgrupos, cujas visões ou comportamentos diferem ou se assemelham
aos da população que está sendo estudada.
• Diligentes ao relatar explicações alternativas ou os limites das
generalizações.

198

99
08/07/2023

FORMULANDO UM DESENHO
PARA A CONFIABILIDADE
• Triangulação de dados – onde os dados são coletados usando várias
estratégias de amostragem.
• Triangulação entre investigadores – usa-se mais do que um observador
em situações de campo.
• Triangulação múltipla – na qual se combinam múltiplos métodos, tipos de
dados, observadores e teorias na mesma investigação.
• Triangulação metodológica – da qual existem dois tipos: intramétodo,
onde o pesquisador emprega variadas técnicas de coleta de dados dentro
do mesmo método, e intermétodos, onde se usam vários métodos
diferentes.

199

OUTRAS ABORDAGENS AO RIGOR

• Transferência, com amostragem intencional para ilustrar questões e


fatores pertinentes ao se comparar a semelhança de dois contextos, e
descrições densas que proporcionem evidências para fazer julgamentos
em relação à semelhança entre casos.
• Segurança, usando trilhas para auditoria em todos os dados.
• Confirmação, com a auditoria mostrando as conexões entre os dados e as
interpretações do pesquisador.
• Credibilidade, o uso de observações persistentes, triangulação (de dados,
métodos, teorias e investigações) verificações por membros (nas quais os
dados e as interpretações sejam testadas com participantes da pesquisa).

200

100
08/07/2023

RESUMO
• A pesquisa qualitativa tem vantagens sobre a pesquisa quantitativa no sentido
de que os pesquisadores estão mais próximos do campo ou dos contextos que
estão tentando pesquisar – é altamente contextual.
• A pesquisa qualitativa não é construída sobre uma teoria ou abordagem
metodológica unificada – de onde sua variedade e flexibilidade.
• Na pesquisa quantitativa, a análise de dados não segue necessariamente a coleta
de dados – pode haver várias iterações entre ambas.
• Embora haja várias escolas de pesquisa qualitativa, incluindo a teoria
fundamentada, a etnometodologia, a análise narrativa e a etnografia, todas têm
um elemento em comum – geralmente, uma abordagem indutiva (embora não
se possam descartar a dedução ou as perguntas anteriores).

201

RESUMO

• Os métodos de coleta de dados qualitativos podem incluir transcrições de


entrevistas, notas de campo de observações, fotografias, vídeo e dados não
invasivos.
• As decisões sobre tentar ou não generalizar devem estar contidas no
desenho de pesquisa, prestando-se particular atenção às estratégias de
amostragem.
• As abordagens qualitativas para se atingir o rigor incluem a construção de
fidelidade, autenticidade, credibilidade, transferência, segurança e
confirmação.

202

101
08/07/2023

Pensando por escrito – Aula 06


01- Cite 04 exemplos de estratégias de
pesquisa qualitativas.

08/07/2023

203

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 07

Professor: Helton Santana, DSc.

204

102
08/07/2023

A ELABORAÇÃO DO DESENHO
DE ESTUDOS DE CASO

205

OBJETIVOS

Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:


• Descrever o propósito dos estudos de caso.
• Planejar uma abordagem sistemática ao desenho de estudos de
caso.
• Reconhecer os pontos fortes e as limitações dos estudos de caso
como método de pesquisa.
• Compor um relatório de estudo de caso adequadamente
estruturado e apresentado.

206

103
08/07/2023

DEFINIÇÃO
Yin (2003b) define o estudo de caso como uma investigação empírica que:
• investiga um fenômeno contemporâneo em seu contexto real,
principalmente quando
• os limites entre fenômeno e contexto não são claros.
Os estudos de caso exploram temas e questões nos quais as relações podem
ser ambíguas e incertas, mas, diferentemente de métodos como pesquisas
de levantamento descritivas, os estudos de caso também estão tentando
atribuir relações causais e não apenas descrevendo uma situação.

207

Estudo de Caso
◦ A pesquisa de estudo de caso envolve o estudo de um caso dentro de um
ambiente ou contexto contemporâneo da vida real (Yin, 2009).
◦ A pesquisa de estudo de caso é uma abordagem qualitativa na qual o
investigador explora um sistema delimitado contemporâneo da vida real
(um caso) ou múltiplos sistemas delimitados (casos) ao longo do tempo,
por meio da coleta de dados detalhada em profundidade envolvendo
múltiplas fontes de informação (p. ex., observações, entrevistas, material
audiovisual e documentos e relatórios) e relata uma descrição do caso e
temas do caso.
◦ A unidade de análise no estudo de caso pode ser múltiplos casos (um
estudo plurilocal) ou um único caso (um estudo intralocal).
08/07/2023

208

104
08/07/2023

QUANDO SE DEVE USAR ESTUDOS DE CASO?

• Quando se faz uma pergunta do tipo “como” ou “por quê”.


• Quando o pesquisador não tem controle sobre a situação.
• Quando o foco é sobre eventos contemporâneos.

209

ABORDAGEM INDUTIVA OU DEDUTIVA?

210

105
08/07/2023

MÉTODOS DE MÚLTIPLOS
ESTUDOS DE CASO

211

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
DE ESTUDOS DE CASO

Estágio Processo
Passo 1 Reunir dados brutos sobre o caso
Consiste em toda a informação coletada sobre uma
organização, pessoa(s) ou evento.
Passo 2 Construir registro do caso. Organizar, classificar e editar
(opcional) dados brutos para condensá-los.
Passo 3 Elaborar narrativa do estudo de caso.

212

106
08/07/2023

PRINCIPAIS TIPOS DE DESENHO


DE ESTUDO DE CASO

213

ESTUDO DE CASO: TIPOS


◦ Os tipos de estudos de caso qualitativos são distinguidos pelo tamanho do
caso delimitado, como, por exemplo, se ele envolve um indivíduo, vários
indivíduos, um grupo, um programa inteiro ou uma atividade.
◦ Eles também podem ser distinguidos em termos da intenção da análise do
caso.
◦ Existem três variações em termos da intenção:
◦ Estudo de caso instrumental único,
◦ Estudo de caso coletivo ou múltiplo,
◦ Estudo de caso intrínseco.

08/07/2023

214

107
08/07/2023

ESTUDO DE CASO: TIPOS


◦ Em um estudo de caso instrumental único (STAKE, 1995) o pesquisador se concentra em uma questão ou
preocupação e só depois seleciona um caso delimitado para ilustrar esta questão.
◦ Em um estudo de caso coletivo (ou estudo de caso múltiplo), a questão ou preocupação é mais uma vez
selecionada, mas o investigador escolhe múltiplos estudos de caso para ilustrar a questão. O pesquisador
pode selecionar para estudo diversos programas de diversos locais de pesquisa ou múltiplos programas
dentro de um único local. Com frequência, o investigador propositalmente seleciona múltiplos casos
para mostrar diferentes perspectivas da questão. Yin (2009) sugere que o projeto do estudo de caso
múltiplo usa a lógica da replicação, na qual o investigador replica os procedimentos para cada caso.
Como regra geral, os pesquisadores qualitativos relutam em generalizar de um caso para outro porque os
contextos dos casos diferem. Para melhor generalizar, no entanto, o investigador precisa selecionar casos
representativos para inclusão no estudo qualitativo.
◦ O tipo final do projeto do estudo de caso é um estudo de caso intrínseco em que o foco está no próprio
caso (p. ex., avaliação de um programa, ou o estudo de um aluno que tem dificuldades – STAKE, 1995),
porque o caso apresenta uma situação incomum ou única. Esse se parece com o foco da pesquisa
narrativa, porém, os procedimentos analíticos do estudo de caso de uma descrição detalhada do caso,
colocados dentro do seu contexto ou entorno, se mantêm válidos.
08/07/2023

215

REPLICAÇÃO PELO USO DE MÚLTIPLOS CASOS


(adaptado de FLICK, 2006)

216

108
08/07/2023

ESTUDO DE CASO: CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS


◦ Um exame dos muitos estudos de caso relatados na literatura produz várias
características definidoras da maioria deles:
◦ A pesquisa de estudo de caso começa com a identificação de um caso específico.
Esse caso pode ser uma entidade concreta, como um indivíduo, um pequeno
grupo, uma organização ou uma parceria. Em nível menos concreto, ela pode ser
uma comunidade, um relacionamento, um processo de decisão ou um projeto
específico (veja YIN, 2009).
◦ A chave é definir um caso que possa ser delimitado ou descrito dentro de
determinados parâmetros, como um local e momento específicos. Em geral, os
pesquisadores de estudo de caso estudam casos atuais da vida real que estão
em andamento de forma que possam reunir informações precisas que não foram
perdidas pelo tempo. Pode ser escolhido um único caso ou podem ser
identificados múltiplos casos para que possam ser comparados.

08/07/2023

217

ESTUDO DE CASO: CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS


◦ A intenção de conduzir um estudo de caso também é importante. Um estudo de caso
qualitativo pode ser composto para ilustrar um caso peculiar, um caso que tem
interesse incomum por si só e precisa ser descrito e detalhado. Isso é chamado de caso
intrínseco (STAKE, 1995). Ou, então, a intenção do estudo de caso pode ser entender
uma questão, um problema ou uma preocupação específica (p. ex., gravidez na
adolescência) e é selecionado um caso ou casos para melhor compreender o problema.
Isto é chamado de caso instrumental (STAKE, 1995).
◦ Uma característica de um bom estudo de caso qualitativo é que ele apresenta uma
compreensão em profundidade do caso. Para chegar a isto, o pesquisador coleta
muitas formas de dados qualitativos, variando desde entrevistas, observações e
documentos até materiais audiovisuais. A utilização de somente uma fonte de dados
não é suficiente para desenvolver esta compreensão em profundidade.

08/07/2023

218

109
08/07/2023

ESTUDO DE CASO: CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS


◦ A escolha de como abordar a análise dos dados em um estudo de caso poderá
diferir. Alguns estudos de caso envolvem a análise de múltiplas unidades dentro do
caso (p. ex., a escola, o distrito escolar), enquanto outros se referem à totalidade do
caso (p. ex., o distrito escolar). Além disso, em alguns estudos o pesquisador
seleciona múltiplos casos para analisar e comparar, enquanto, em outros casos, é
analisado um único caso.
◦ Uma chave para entender a análise também é que uma boa pesquisa de estudo de
caso envolve uma descrição do caso. Essa descrição se aplica tanto a estudos de
caso intrínsecos quanto instrumentais. Além disso, o pesquisador pode identificar
temas ou questões ou situações específicas para estudar em cada caso. Uma seção
completa de achados de um estudo de caso envolveria então uma descrição do caso
e temas ou questões que o pesquisador trouxe à tona ao estudar o caso.
08/07/2023

219

ESTUDO DE CASO: CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS


◦ Além disso, os temas ou questões podem ser organizados em uma
cronologia pelo pesquisador, analisados entre os casos por semelhanças e
diferenças entre eles ou apresentados como um modelo teórico.
◦ Os estudos de caso geralmente terminam com conclusões formadas pelo
pesquisador a respeito do significado global derivado do(s) caso(s). Essas
são chamadas de “asserções” por Stake (1995) ou construção de “padrões”
ou “explicações” por Yin (2009). Penso nelas como lições gerais aprendidas
com o estudo do(s) caso(s).

08/07/2023

220

110
08/07/2023

QUALIDADE NOS ESTUDOS DE CASO:


VALIDADE DE CONSTRUTO
Isso só pode ser evitado se o pesquisador:
• Definir operacionalmente seu conceito de “trabalho em equipe” desde o início.
• Escolher instrumentos de medição adequados e/ou fontes de dados para o
conceito definido.
• Usar várias fontes de dados de forma que incentive linhas divergentes de
investigação.
• Estabelecer uma cadeia de evidências durante o processo de coleta de dados.
• Avaliar a primeira versão do relatório de estudo de caso, obtendo a opinião de
informantes fundamentais.

221

QUALIDADE NOS ESTUDOS DE CASO:


VALIDADE INTERNA – CORRESPONDÊNCIA DE PADRÕES

222

111
08/07/2023

QUALIDADE NOS ESTUDOS DE CASO:


VALIDADE INTERNA –
CONSTRUÇÃO DE EXPLICAÇÕES

Afirmar Comparar os Fazer emendas Comparar os


Proposição A1 dados do Estudo para produzir dados do Estudo
de Caso 1 com a Proposição A2 de Caso 2 com a
Proposição A1 Proposição A2

Etc.

223

QUALIDADE NOS ESTUDOS DE CASO:


VALIDADE INTERNA –
ANÁLISE EM SÉRIE TEMPORAL
Medição da variável Medição da variável Medição da variável
dependente dependente dependente
Ano 1 Ano 2 Ano 3

Medição de Medição de Medição de


variável(eis) variável(eis) variável(eis)
independente(s) Ano independente(s) Ano independente(s) Ano
1 2 3

Tempo

224

112
08/07/2023

LIMITAÇÕES DOS ESTUDOS DE CASO

• Tende a ser específico a um contexto.


• Elucidativo em vez de confirmatório.
• Limites a generabilidade.

225

TIPOS DE RELATÓRIOS DE ESTUDOS DE CASO

226

113
08/07/2023

TIPOS DE ESTRUTURAS PARA


RELATÓRIOS ESCRITOS

227

RESUMO
• Os estudos de caso costumam ter caráter dedutivo, começando com uma
premissa teórica ou exemplo.
• Eles devem ser usados quando não há oportunidade de controlar ou manipular
as variáveis, mas há um interesse em explicações e análises de situações ou
eventos.
• Enquanto os procedimentos não são bem definidos, como os da pesquisa
experimental, a pesquisa com estudos de caso deve envolver o
desenvolvimento de uma hipótese inicial ou conjunto de perguntas, e o
desenho de ferramentas de pesquisa, protocolos e procedimentos de campo.
• Os estudos de caso podem envolver unidades de análise únicas ou múltiplas
(indivíduos, departamentos, objetos, sistemas, etc.) em combinação com
desenhos de casos únicos ou múltiplos.

228

114
08/07/2023

RESUMO
• Nos estudos de caso, os pesquisadores devem visar à coleta de múltiplas
fontes de evidências que devem evoluir para uma cadeia de evidências,
relacionando perguntas de pesquisa, dados, análises e relatórios de
estudos de caso.
• Dados de estudos de caso devem geralmente ser coletados a partir de
múltiplas fontes, como documentação, arquivos, entrevistas e observação
direta ou participante.
• A validade interna nos estudos de caso é fortalecida pela correspondência
de padrões, construção de explicações e análises em série temporal. A
confiabilidade é fortalecida por múltipla replicação do mesmo caso ou de
casos semelhantes.

229

Pensando por escrito – Aula 07


01- Cite 03 exemplos de instrumentos
de coleta de dados que podem ser
empregados nos estudos de caso.
02 – Cite 02 limitações típicas dos
estudos de caso.

08/07/2023

230

115
08/07/2023

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 08

Professor: Helton Santana, DSc.

231

DESENHANDO PESQUISAS DE LEVANTAMENTO


DESCRITIVAS E ANALÍTICAS

232

116
08/07/2023

OBJETIVOS
Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:
• Distinguir pesquisas de levantamento descritivas e analíticas.
• Descrever e aplicar diferentes abordagens a pesquisas de levantamento descritivas e
analíticas.
• Selecionar métodos de coleta de dados alternativos para pesquisa de levantamento.
• Implementar abordagens especiais para maximizar taxas de resposta a pesquisas de
levantamento organizacionais.
• Dar passos para compensar algumas das limitações do desenho de pesquisa de
levantamento.

233

DEFINIÇÃO
Uma pesquisa de levantamento é:
• Uma descrição detalhada de uma população, um mapa preciso ou uma
medição precisa de um potencial.
• As pesquisas de levantamento envolvem a coleta sistemática de dados,
seja por meio de:
– Entrevista
– Questionário
– Métodos de observação
A padronização tem importância central às pesquisas de levantamento.

234

117
08/07/2023

EXEMPLOS TÍPICOS DE
PESQUISAS DE LEVANTAMENTO
• O Censo do IBGE
• Pesquisas de levantamento de satisfação dos trabalhadores
• Pesquisas de levantamento de opinião pública
• Opiniões dos clientes

235

EXEMPLO: SITE DE PESQUISA DE


LEVANTAMENTO YOUGOV

236

118
08/07/2023

PESQUISAS DE
LEVANTAMENTO DESCRITIVAS

• Avaliam as características de uma determinada população, em


um determinado momento ou comparativamente, ao longo do
tempo.

237

PESQUISAS DE LEVANTAMENTO ANALÍTICAS


Os pesquisas de levantamento analíticas tentam testar uma teoria em campo,
com o propósito principal de explorar e testar associações entre:
•Variáveis dependentes – o tema da pesquisa, os ganhos ou perdas
produzidos pelo impacto do estudo.
•Variáveis independentes – as “causas” das mudanças nas variáveis
dependentes que serão manipuladas ou observadas e depois avaliadas pela
pesquisa de levantamento analítica.
•Variáveis não controladas – incluindo variáveis de erro que possam
confundir os resultados do estudo. Espera-se que essas variáveis sejam
distribuídas aleatoriamente para limitar qualquer efeito de confusão.

238

119
08/07/2023

VARIÁVEIS ESTRANHAS CONTROLADAS…

• Mantendo-as constantes (p.ex., entrevistando respondentes no mesmo dia


para eliminar os efeitos do tempo).
• Por exclusão (como ter apenas mulheres no estudo para excluir a
possibilidade de efeitos de gênero que possam confundir).

239

ETAPAS NO PROCESSO DE PESQUISA


DE LEVANTAMENTO

240

120
08/07/2023

PROCESSO DE PESQUISA DE
LEVANTAMENTO: ETAPA 1
Desenho e planejamento de pesquisa de levantamento

• Especificar das perguntas centrais de pesquisa.


• Estabelecer um calendário da pesquisa de levantamento.
• Identificar o local da pesquisa.
• Decidir sobre o foco da pesquisa, p.ex., descrevendo um grupo ou padrões
entre subgrupos.
• Especificar o tamanho da amostra e da composição – e a base de
amostragem.

241

PROCESSO DE PESQUISA DE
LEVANTAMENTO: ETAPA 2 – PRÉ-TESTE
Realização de piloto ou testagem de:
•Base de amostragem (ela é representativa da população-alvo?).
•Perguntas da pesquisa de levantamento.
•Ferramentas de coletas de dados.

242

121
08/07/2023

PROCESSO DE PESQUISA DE
LEVANTAMENTO: ETAPA 3
Desenho e planejamento final da pesquisa de levantamento
• Fazer mudanças na base da pré-testagem, p.ex., composição de
amostra.

243

PROCESSO DE PESQUISA DE
LEVANTAMENTO: ETAPA 4
Coleta de dados
Monitorar o índice de não respostas, incluindo:
•Não contatados (tentar refazer o contato).
•Recusas (tentar saber quais as causas para a recusa).
•Inelegíveis (substituir por respondentes elegíveis).
Monitorar a performance dos entrevistadores:
•Algum tem um índice alto de recusa?

244

122
08/07/2023

PROCESSO DE PESQUISA DE
LEVANTAMENTO: ETAPA 5 – CODIFICAÇÃO
DE DADOS, ANÁLISE E RELATÓRIO

• Cada respondente recebe um número de identificação único.


• Verificar os dados em busca de erros.

245

ESCOLHENDO UM MÉTODO
DE PESQUISA DE LEVANTAMENTO

246

123
08/07/2023

QUESTIONÁRIOS POSTAIS
As pesquisas de levantamento postais são consideradas melhores quando:
•A amostra de pesquisa é amplamente distribuída em termos geográficos.
•Os sujeitos da pesquisa precisam de tempo para refletir sobre suas
respostas.
•Os sujeitos têm um interesse entre moderado e alto no tema.
•A maioria das perguntas é escrita e fechada.

247

QUESTIONÁRIOS ENTREGUES E COLETADOS

• Dados em mãos a cada respondente e coletados mais tarde.


• Sua vantagem sobre os questionários postais é que há algum
contato direto com potenciais respondentes, o que pode induzir
uma porção maior de pessoas a responder.

248

124
08/07/2023

QUESTIONÁRIOS ONLINE

249

QUESTIONÁRIOS ONLINE

Vantagens:
•Baixo custo.
•Fácil de desenhar e administrar.
Desvantagens:
•Amostra voluntária (pequeno controle sobre quem responde).
•Erro de amostragem (não usuários da internet).

250

125
08/07/2023

QUESTIONÁRIOS ESTRUTURADOS

Vantagens:
•Taxas de resposta geralmente mais altas.
•Pode fazer perguntas abertas para provocar respostas mais detalhadas.
•Investigações adicionais.
Desvantagens:
•Demorada.
•Cara.

251

GRUPOS FOCAIS

• Permite que uma variedade de visões venha à tona.


• Dinâmicas de grupo podem muitas vezes podem possibilitar a estimulação
de novas perspectivas (que podem proporcionar a base de uma pesquisa
de levantamento).

252

126
08/07/2023

PESQUISAS DE LEVANTAMENTO TELEFÔNICAS

Vantagens:
•A maioria dos lares possui um aparelho telefônico.
•As taxas de resposta são relativamente altas.
Desvantagens:
•As perguntas devem ser curtas.

253

REDUZINDO AS FONTES DE ERRO

Erro de amostragem:
•Contatar os membros da base de amostragem e garantir que eles
pertençam à amostra que se busca.
•Desenhar o plano de questionário ou entrevista de modo que os
respondentes inelegíveis sejam identificados cedo e excluídos.

254

127
08/07/2023

REDUZINDO AS FONTES DE ERRO

Erro na coleta de dados:


•Voltar a fazer contato com os não respondentes.
•A não resposta pode ser reduzida formulando-se questionários fáceis de
responder.

255

REDUZINDO AS FONTES DE ERRO


Atingir altas taxas de retorno:
•Identificando os respondentes mais apropriados.
•Usando não apenas um questionário mas também outras formas de contato como e-mail
ou telefone.
•Desenvolvendo um questionário que seja fácil de responder e que contenha instruções
para como fazê-lo.
•Realizando entrevistas no local para ajudar a adaptar o questionário ao conhecimento e
capacidades cognitivas do público.
•Dirigindo as pesquisas de levantamento organizacionais a pessoas com controle do acesso
a espaços importantes, se possível.
•Sendo cauteloso em relação ao uso de incentivos financeiros, pois isso pode ser
eticamente inaceitável em algumas organizações.

256

128
08/07/2023

REDUZINDO AS FONTES DE ERRO

Reduzindo a não resposta a perguntas


• Evitar perguntas invasivas.
• Enfatizar o caráter confidencial.

257

REDUZINDO AS FONTES DE ERRO

Reduzindo o erro do entrevistador


• Treinar entrevistadores para:
– Seguir exatamente as instruções.
– Fazer perguntas não tendenciosas.
– Evitar comentários de viés com o uso de gestos ou comentários.

258

129
08/07/2023

RESUMO
• As pesquisas de levantamento são uma ferramenta de pesquisa comum,
pois permitem a coleta de grandes quantidades de dados a partir de
grandes amostras.
• As etapas do desenho de pesquisas de levantamento são: definição dos
objetivos da pesquisa, desenho de questionários, piloto, distribuição da
pesquisa de levantamento e codificação e análise.
• As pesquisas de levantamento descritivas podem proporcionar dados
esclarecedores, os quais podem ser a base de investigações analíticas mais
detalhadas. As pesquisas de levantamento analíticas são capazes de
encontrar associações entre variáveis dependentes e independentes, e
entre as próprias variáveis independentes.

259

RESUMO
• Métodos de pesquisa de levantamento incluem os questionários
autoaplicados (postais, por entrega e coleta e na internet) e questionários
aplicados por entrevistadores (estruturados, grupos focais e telefônicos).
• As fontes de erro incluem a variância e o viés. Para reduzi-las, devem-se
dar passos para minimizar a subcobertura e a supercobertura nas bases de
amostragem, e para minimizar a quantidade de dados faltantes, incluindo
não respostas à pesquisa de levantamento e a questões específicas.
• Ao estimular altas taxas de resposta, deve-se tomar cuidado para seguir a
ética na pesquisa, não pressionando as pessoas para que participem ou
respondam perguntas que considerem invasivas.

260

130
08/07/2023

Pensando por escrito – Aula 08


01) Cite 03 exemplos típicos de pesquisas
de levantamento
02) Quais os tipos de variáveis têm suas
associações verificadas em pesquisas de
levantamento analíticas.
03) Cite 02 vantagens e 02 desvantagens
do uso de questionários estruturados nas
pesquisas de levantamento.

08/07/2023

261

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 09

Professor: Helton Santana, DSc.

262

131
08/07/2023

PESQUISA-AÇÃO E MUDANÇA

263

OBJETIVOS
Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:
• Distinguir a pesquisa-ação de outras metodologias de pesquisa.
• Diferenciar as várias abordagens dentro da pesquisa-ação.
• Planejar um projeto, tendo em mente algumas das limitações
potenciais da pesquisa-ação.
• Descrever os processos envolvidos na realização de um projeto de
pesquisa-ação, e os métodos de coleta de dados.

264

132
08/07/2023

DEFINIÇÃO DE PESQUISA-AÇÃO

A pesquisa-ação é uma abordagem com foco simultâneo e participativo na


ação e na pesquisa.

265

CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA-AÇÃO

• Os sujeitos de pesquisa são, eles próprios, pesquisadores ou estão


envolvidos em uma parceria democrática com o pesquisador.
• A pesquisa é vista como um agente da transformação.
• Os dados são gerados a partir de experiências diretas dos participantes de
pesquisa.

266

133
08/07/2023

PERGUNTAS TÍPICAS DA PESQUISA-AÇÃO

• O que está acontecendo aqui?


• Como posso melhorar a qualidade de minha prática profissional?
• Como este método de pesquisa pode ser melhorado?
Perceba que a seguinte pergunta NÃO é uma pergunta de pesquisa-ação
porque ela busca generalizar:
• Quais são as implicações da minha pesquisa para todos os profissionais da
minha área de trabalho?

267

O PROCESSO DE PESQUISA-AÇÃO

Planejamento Planejamento

Reflexão Reflexão Ação Ação

Observação Observação

Monitoramento

268

134
08/07/2023

PESQUISA-AÇÃO: PLANEJAMENTO

• Por que as atividades são necessárias.


• Quais as ações precisam ser realizadas.
• Como se realizarão as tarefas.
• Quem é responsável por cada atividade.
• Onde as tarefas serão realizadas.
• Quando as atividades começarão e quando serão finalizadas.

269

PESQUISA-AÇÃO: AÇÃO

• Estabelecer indicadores de desempenho.


• Coletar evidências:
– Questões interpretativas.
– Revisão organizacional.
– Mapeamento de conceitos.

270

135
08/07/2023

PESQUISA-AÇÃO: ANALISAR O IMPACTO

• Descrições do que foi realizado (descrição analítica pelos pesquisadores).


• Reuniões entre os envolvidos.

271

PESQUISA-AÇÃO: REFLEXÃO
• Como os pesquisadores se envolveram nos passos da
pesquisa-ação, como registraram seus dados e como
estes foram um reflexo verdadeiro do que foi estudado.
• Como eles questionaram e testaram seus próprios
pressupostos e interpretações do que estava
acontecendo, de forma contínua.
• Como eles avaliam diferentes visões do que está
acontecendo, mostrando interpretações confirmatórias
e contraditórias.
• Como essas interpretações e análises se basearam na
teoria acadêmica e como essa teoria confirmou e
questionou a análise.

272

136
08/07/2023

VALIDANDO A PESQUISA-AÇÃO
• Colegas críticos.
• Assessor/mentor/tutor.
• Colegas de pesquisa-ação.
• Grupo de validação
(gestores, grupo de direção, comitê, parceiros
profissionais).

273

MÉTODOS DE COLETA DE
DADOS PARA PESQUISA-AÇÃO

SIM NÃO
• Diários • Questionários
• Observações
• Entrevistas
• Fotografias
• Vídeos/áudio
• Trabalho de memória

274

137
08/07/2023

ÉTICA NA PESQUISA-AÇÃO

• Negociando o acesso (organizações, comunidades, participantes, pais,


responsáveis, etc.).
• Promessa de confidencialidade.
• O direito de se retirar.
• Comunicação.
• Manter a boa-fé.

275

RESUMO
• A pesquisa-ação é usada para tratar de problemas da vida real, com o
pesquisador se envolvendo ativamente no processo de pesquisa como
agente da transformação.
• A pesquisa-ação envolve um processo cíclico de planejamento, ação,
observação e reflexão.
• Os métodos de coleta de dados incluem: diários e cadernos, documentos,
observações, questionários, entrevistas, trabalho de memória (escrever
histórias sobre eventos) e análise de fotografias e gravações em áudio e
vídeo.
• Os dados coletados por meio de pesquisa-ação podem ser validados
evocando as visões de colegas críticos, orientadores e mentores, ou de
outros usuários da pesquisa-ação.

276

138
08/07/2023

RESUMO

• A pesquisa-ação deve evitar a mentalidade agressiva. Os princípios éticos


comuns devem ser seguidos, incluindo a negociação do acesso, promessas
de confidencialidade, garantia do direito dos participantes de se retirar e a
verificação de sua concordância com as interpretações que surgem da
pesquisa.
• Um dos problemas da pesquisa-ação é o fato de que ela costuma consumir
recursos consideráveis, incluindo tempo. Além disso, muitos projetos de
pesquisa-ação tendem a ser bastante singulares e difíceis de generalizar.
Entretanto, afirmações de generalizabilidade podem ser fortalecidas pela
replicação de conclusões em vários contextos.

277

Pensando por escrito – Aula 09


◦ 01- Que características diferenciam a
pesquisa-ação de outras abordagens de
pesquisa?

08/07/2023

278

139
08/07/2023

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 10

Professor: Helton Santana, DSc.

279

ANALISANDO E APRESENTANDO
DADOS QUANTITATIVOS:
ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS

280

140
08/07/2023

OBJETIVOS
Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:
• Preparar dados quantitativos para análise.
• Escolher formatos adequados para a apresentação de dados quantitativos.
• Escolher as técnicas mais adequadas para descrever dados (estatísticas
descritivas).

281

TIPOS DE DADOS

N.O.I.R.

282

141
08/07/2023

ESCALAS DE MENSURAÇÃO E SEUS USOS

283

TIPOS DE PERGUNTAS QUE


GERAM DADOS NOMINAIS

284

142
08/07/2023

RESULTADOS DE PERGUNTAS
QUE GERAM DADOS NOMINAIS

285

TIPOS DE PERGUNTAS QUE


GERAM DADOS ORDINAIS

286

143
08/07/2023

RESULTADOS DE PERGUNTAS
QUE GERAM DADOS ORDINAIS

287

RESULTADOS DE PERGUNTAS
QUE GERAM DADOS ORDINAIS

288

144
08/07/2023

RESULTADOS DE QUESTÕES
QUE GERAM DADOS DE RAZÃO

289

CODIFICAÇÃO DE DADOS

290

145
08/07/2023

LIDANDO COM DADOS FALTANTES

291

EVITANDO A DEGRADAÇÃO DOS DADOS


A abordagem típica Uma abordagem melhor

1. Idade 2. Por favor informe sua idade: ______


20 – 24 ou
25 – 29
2. Por favor, informe sua data
30 – 34 de nascimento: ______
40 – 49
50 – 54
55 – 64 Dados degradados –
nós não conseguimos
65 + calcular a idade média.

292

146
08/07/2023

ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS:
USANDO QUADROS E GRÁFICOS
PARA DADOS DE FREQUÊNCIA

293

GRÁFICO DE BARRAS
PARA DADOS NOMINAIS

294

147
08/07/2023

GRÁFICO DE PIZZA DOS


DADOS NOMINAIS

295

TABELA DE FREQUÊNCIA PARA


DADOS DE FAIXA ETÁRIA (INTERVALO)

296

148
08/07/2023

HISTOGRAMA ILUSTRANDO
OS DADOS DE INTERVALO

297

GRÁFICO DE BARRAS PARA DADOS NOMINAIS


COM COMPARAÇÃO ENTRE GRUPOS

298

149
08/07/2023

GRÁFICO DE BARRAS SUB-RESPOSTAS


PARA DADOS NOMINAIS COM
COMPARAÇÃO ENTRE GRUPOS

299

DADOS DE INTERVALO E DE
RAZÃO – COMPARANDO GRUPOS

300

150
08/07/2023

COMPARANDO DUAS VARIÁVEIS


PARA UM GRUPO ÚNICO

301

ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS: DISTRIBUIÇÃO


DE FREQUÊNCIA E TENDÊNCIA CENTRAL

302

151
08/07/2023

ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS: DISTRIBUIÇÃO


DE FREQUÊNCIA E TENDÊNCIA CENTRAL

303

MEDINDO A DISPERSÃO

• A faixa: a diferença entre os escores mais alto e mais baixo.


• A faixa interquartis: a diferença entre o escore que tem um quarto dos
escores abaixo de si e o escore que tem três quartos abaixo de si (o 75º
percentil).
• A variância: medida da média dos desvios quadráticos de escores
individuais a partir da média.
• O desvio-padrão: medida de até onde as respostas variam em relação à
média; derivado calculando-se a variação a partir da média, elevando-a ao
quadrado, somando-as e calculando a raiz quadrada.

304

152
08/07/2023

DISTRIBUIÇÃO NORMAL

305

RESUMO

• A escolha de testes estatísticos deve ser feita na etapa de desenho da


pesquisa e não a posteriori.
• Os dados podem ser classificados em categóricos (que incluem normais e
ordinais) e quantificáveis (que incluem intervalo e razão). Os tipos de
dados gerados por um estudo determinarão os tipos de análises e testes
estatísticos aplicados a eles.
• Os dados podem ser apresentados de forma descritiva, com o uso de
gráficos de pizza (indicado para usar com uma ou duas variáveis), gráficos
de barras (indicado para usar com 4 variáveis) e histogramas, ou, ainda,
com estatísticas descritivas. Estas se concentram em temas como a
distribuição dos dados e sua dispersão.

306

153
08/07/2023

Pensando por escrito – Aula 10


◦ 01. Na análise quantitativa, sempre é
necessário formular uma hipótese? Discuta.
◦ 02. Por que é importante, em análise
quantitativa, testar a normalidade da
distribuição de dados?

08/07/2023

307

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 11

Professor: Helton Santana, DSc.

308

154
08/07/2023

ANALISANDO E APRESENTANDO
DADOS QUANTITATIVOS:
ESTATÍSTICAS INFERENCIAIS

309

OBJETIVOS

Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:


• Escolher e aplicar as técnicas estatísticas mais adequadas para explorar
relações e tendências nos dados (correlação e estatísticas inferenciais).

310

155
08/07/2023

ETAPAS NA TESTAGEM DE HIPÓTESES

• Formulação de hipóteses.
• Especificação de nível de significância (para ver com que segurança se pode
aceitar ou rejeitar a hipótese).
• Identificação da distribuição de probabilidade e definição da região de
rejeição.
• Escolha de testes estatísticos apropriados.
• Cálculo da estatística do teste e aceitação ou rejeição da hipótese.

311

FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES

As hipóteses vêm essencialmente em três formatos. As que:


• Examinam as características de uma população única (e podem envolver o
cálculo da média, da mediana, do desvio-padrão e a forma da
distribuição).
• Exploram contrastes e comparações entre grupos.
• Examinam associações e relações entre grupos.

312

156
08/07/2023

ESPECIFICAÇÃO DO NÍVEL DE
SIGNIFICÂNCIA – ERROS POTENCIAIS
• Nível de significância não se trata de importância – é o quão provável um
resultado é verdadeiro (não apenas em chance)
• Níveis típicos de significância:
α = 0.05 (resultados têm 5% de chance de não serem verdadeiros)
α = 0.01 (resultados têm 1% de chance de não serem verdadeiros)

313

IDENTIFICAÇÃO DA
DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE

314

157
08/07/2023

Os termos paramétrico e não-paramétrico referem-se à média e ao desvio-


padrão, que são parâmetros que definem populações que apresentam
TESTES PARAMÉTRICOS VS
distribuição normal. TESTES NÃO PARAMÉTRICOS
Testes paramétricos típicos só podem avaliar dados contínuos e os resultados
podem ser significativamente afetados por outliers e, requerem a observância
das premissas: 1. Distribuição de frequências dos erros amostrais é normal; 2.
Variâncias são homogêneas (homocedasticidade); 3. Efeitos dos fatores de
variação são aditivos; 4. Erros são independentes.
Testes não paramétricos podem manusear dados ordinais, dados ordenados e
não serem seriamente afetados por outliers. Os testes estatísticos não
paramétricos não levam em consideração a distribuição original dos resíduos.
Deve-se verificar as suposições para cada tipo de teste, porque cada um
possui seus próprios requisitos de dados.

RAZÕES PARA USAR TESTES PARAMÉTRICOS


Razão 1: Os testes paramétricos podem apresentar um bom desempenho com
distribuições assimétricas e não normais;
Razão 2: Os testes paramétricos podem apresentar um bom desempenho quando a
dispersão de cada grupo é diferente;
Razão 3: Os testes paramétricos geralmente têm mais poder estatístico que os
testes não paramétricos.
RAZÕES PARA USAR TESTES NÃO PARAMÉTRICOS
Razão 1: A área de estudo é mais bem representada pela mediana;
Razão 2: Os dados analisados têm um tamanho amostral muito pequeno;
Razão 3: Os dados analisados são ordinais, dados ordenados ou outliers que não
podem ser removidos

315

GRUPOS NOMINAIS E DADOS QUANTIFICÁVEIS


(DISTRIBUÍDOS NORMALMENTE)
Para comparar os desempenhos/atitudes de dois grupos, ou comparar os
desempenhos/atitudes de um grupo por um período usando variáveis
quantificáveis como escores:
Use o teste-t emparelhado, que compara a média dos dois grupos para
ver se qualquer diferença entre eles é significante.
Suposição: dados estão normalmente distribuídos

316

158
08/07/2023

CONJUNTO DE DADOS DE
TESTE-T EMPARELHADO

317

SAÍDA DE DADOS:
TESTE DE NORMALIDADE
Resumo do processamento de casos
Casos
Validos Faltantes Total

N % N % N %
Tempo de 92 98.9% 1 1.1% 93 100.0%
estresse 1

Tempo de 92 98.9% 1 1.1% 93 100.0%


estresse 2

Testes de Normalidade
Kolmogorov-Smirnov(a) Shapiro-Wilk

Estatística df Sig. Estatística df Sig.

Tempo de .095 92 .041 .983 92 .289


estresse 1

Tempo de .096 92 .034 .985 92 .363


estresse 2

Correlação de significância de Lilliefors

318

159
08/07/2023

SAÍDA DE DADOS:
TESTE VISUAL PARA NORMALIDADE

319

SAÍDA ESTATÍSTICA
Estatísticas com amostras emparelhadas

Média N Desvio padrão Média do erro padrão

Par 1 Tempo de 10.3587 92 3.48807 .36366


estresse 1

Tempo de 8.7500 92 3.19555 .33316


estresse 2

Teste com amostras emparelhadas


Diferenças emparelhadas
95% de confiança Intervalo
de diferença
Média do
Média Desvio- erro- Inferior Superior t df Sig. (Bilateral)
padrão padrão

Par 1 Tempo de estresse 1 2.12239 91


Tempo de estresse 2 1.60870 .22127 1.16916 2.04823 7.270 .000

320

160
08/07/2023

GRUPOS NOMINAIS E DADOS QUANTIFICÁVEIS


(DISTRIBUÍDOS NORMALMENTE)
Para comparar o desempenho/atitudes de dois grupos, ou de um grupo,
por um período usando variáveis quantificáveis como escores:
Use Mann-Whitney U.
Suposição: os dados não são normalmente distribuídos.

321

EXEMPLO DE INSTRUMENTO
DE COLETA DE DADOS

322

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08/07/2023

CONJUNTO DE DADOS
DE MANN-WHITNEY U

323

SAÍDA ESTATÍSTICA
Testes de Normalidade
Sexo Kolmogorov-Smirnov(a) Shapiro-Wilk
Estatística df Sig. Estatística Df Sig.

Atitude 1 .298 32 .000 .815 32 .000


2 .167 68 .000 .909 68 .000

Correção de significância de Lilliefors

Estatísticas do teste(a) Ranks


Atitude Sexo N Posto médio Soma dos postos
Mann-Whitney U 492.500 Attitude 1 32 31.89 1020.50
Wilcoxon W 1020.500 2 68 59.26 4029.50

Total 100
Z -4.419
Asymp. Sig. (Bilateral) .000
a Variável de agrupamento: Sexo

324

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08/07/2023

ASSOCIAÇÃO ENTRE
DUAS VARIÁVEIS NOMINAIS
Às vezes, pode ser interessante investigar relações entre duas variáveis
nominais – por exemplo:
•Desempenho educacional e escolha profissional.
•Tipo de recruta (com ou sem curso superior) e nível de responsabilidade
em uma organização.
•Usar qui-quadrado é adequado quando há duas ou mais variáveis, cada
uma contendo pelo menos duas ou mais categorias.

325

CONJUNTO DE DADOS DE QUI-QUADRADO

326

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SAÍDA ESTATÍSTICA
Testes qui-quadrados
Valor df Asymp. Sig. Exat Sig. Exat Sig.
(2 lados) (2 lados) (1 lado)

Pearson qui- .382(b) 1 .536


quadrado

Correção de .221 1 .638


continuidade)

Razão de .383 1 .536


probabilidade

Teste exato de .556 .320


Fischer

Associação Linear- .380 1 .537


linear

N de casos válidos 201


a Calculado apenas para uma tabela de 2x2.
b 0 campos (.0%) esperam contagem menor do que 5. A contagem mínima esperada é de 33.08.

Medidas simétricas
Valor Aprox. Sig.

Nominal por Phi .044 .536


Nominal

V de Cramer .044 .536


N de casos válidos 201
a Não pressupondo a hipótese nula.
b Usando o erro-padrão assimptótico pressupondo a hipótese nula.

327

ANÁLISE DE CORRELAÇÃO
A análise de correlação está relacionada a associações entre variáveis, por
exemplo:
•Há uma relação positiva entre a introdução de técnicas de gestão de
desempenho e o moral de um grupo específico de trabalhadores? (Relação:
gestão de desempenho/moral)
•Há uma relação entre tamanho de uma empresa (medido pelo número de
funcionários) e a eficiência (medida pela produção por funcionário)?
(Relação: tamanho da empresa/eficiência)
•Há uma relação positiva entre procedimentos de saúde e segurança e
produção? (Relação: procedimentos de saúde e segurança/produção)

328

164
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CORRELAÇÃO POSITIVA
PERFEITA E NEGATIVA PERFEITA

329

CORRELAÇÃO ALTAMENTE POSITIVA

330

165
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FORÇA DE ASSOCIAÇÃO BASEADA


NO VALOR DE UM COEFICIENTE

Valor da correlação Descrição

0.00 Nenhuma
0.01-0.09 Insignificante
0.10-0.29 Fraca
0.30-0.59 Moderada
0.60-0.74 Forte
0.75-0.99 Muito forte
1.00 Perfeita

331

CALCULANDO A CORRELAÇÃO
PARA UM CONJUNTO DE DADOS
Podemos desejar explorar uma relação quando:
•Os sujeitos forem independentes e não escolhidos no mesmo grupo.
•Os valores de X e Y forem medidos de forma independente.
•Valores de X e Y forem amostrados de populações com distribuição normal.
•Nenhum dos valores de X e Y for controlado (caso em que se deveria
calcular a regressão linear e não a correlação).

332

166
08/07/2023

ASSOCIAÇÕES ENTRE
DUAS VARIÁVEIS ORDINAIS
Para dados que sejam classificados, ou em circunstâncias nas quais as
relações sejam não lineares, pode-se usar a correlação de Spearman, muitas
vezes conhecida como rho de Spearman.

333

CONJUNTO DE DADOS DA
CORRELAÇÃO DE SPEARMAN

334

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08/07/2023

SAÍDA ESTATÍSTICA

Correlações
Sr.Jones Sra.Smit
h
rho de Sr.Jones Coeficiente de 1.000 .779(**)
Spearman correlação
Sig. (Bilateral) . .000

N 30 30

Sra.Smit Coeficiente de .779(**) 1.000


h correlação
Sig. (Bilatera) .000 .

N 30 30
** A correlação é significativa no nível 0,01 (bilateral)

335

ASSOCIAÇÕES ENTRE
VARIÁVEIS NUMÉRICAS
Nós podemos querer investigar uma relação em que há associações
potenciais entre, por exemplo:
•Renda e faixa etária.
•Os valores de X e Y forem medidos de forma independente.
•Padrões de consumo e felicidade.
•Motivação e desempenho profissional.
Use a correlação Produto-Momento de Pearson
(se as relações entre variáveis forem lineares).
Se a relação tiver forma  ou , use o rho de Spearman.

336

168
08/07/2023

CONJUNTO DE DADOS DE
PRODUTO-MOMENTO DE PEARSON

337

RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS

338

169
08/07/2023

SAÍDA ESTATÍSTICA
Estatísticas descritivas
Média Desvio-padrão N

Índice 48.17 11.228 30


pluviométric
o

Vendas 132.47 28.311 30

Correlações
Índice Vendas
pluviométrico
Índice Correlação Pearson 1 -.813(**)
pluvio-
métrico
Sig. (Bilateral) .000

N 30 30
Vendas Correlação Pearson -.813(**) 1

Sig. (Bilateral) .000

N 30 30
** Acorrelação é significativa no nível 0,01 (bilateral).

339

RESUMO

• Estatísticas inferenciais são usadas para tirar conclusões dos dados e


envolvem a especificação de uma hipótese e a escolha dos testes
estatísticos adequados.
• Alguns dos riscos inerentes à testagem de hipóteses ao se cometerem
erros de Tipo I (rejeitar uma hipótese que é de fato verdadeira) e erros de
Tipo II (aceitar uma hipótese falsa).
• Para dados categóricos, podem ser usados os testes estatísticos não
paramétricos, mas para dados quantificáveis, é preciso aplicar testes
paramétricos mais poderosos. Os testes paramétricos geralmente exigem
que os dados tenham distribuição normal.

340

170
08/07/2023

Pensando por escrito – Aula 11


03. Quais são os benefícios (para o
processo analítico) de usar estatísticas
inferenciais em vez de descritivas?

08/07/2023

341

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

METODOLOGIA
CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
Aula 12

Professor: Helton Santana, DSc.

342

171
08/07/2023

PREPARANDO-SE PARA
APRESENTAÇÕES E DEFESAS

343

OBJETIVOS
Ao fim desta aula, o estudante deverá ser capaz de:
• Planejar e estruturar uma apresentação.
• Fazer uma apresentação que atenda às necessidades de seu público.
• Usar recursos visuais com eficácia.
• Fazer uma apresentação “profissional”.
• Preparar-se para passar na defesa.

344

172
08/07/2023

PREPARANDO A APRESENTAÇÃO

• Conhecendo o público.
• Conhecendo seu programa.
• Reconhecimento das instalações.

345

ESTRUTURANDO A
APRESENTAÇÃO: COMEÇO
• Cumprimentar o público.
• Apresentar-se.
• Dizer o título de sua apresentação.
• Dizer ao público se eles podem fazer perguntas durante a apresentação ou
no final.

346

173
08/07/2023

ESTRUTURANDO A APRESENTAÇÃO: MEIO

A abordagem indutiva:
• Fato + Fato + Fato + Fato de onde Conclusão.
A abordagem dedutiva:
• Conclusão porque Fato + Fato + Fato + Fato.
A abordagem discursiva:
• Argumento a favor. Argumento contra. Resumo.

347

ESTRUTURANDO A
APRESENTAÇÃO: FIM
• Sinalize ao público que você chegou ao fim usando palavras com, “então,
para concluir”, “por fim” ou “resumindo”.
• Enfatize um pequeno número de pontos centrais.
• Mantenha o ânimo e o entusiasmo.

348

174
08/07/2023

APRESENTANDO PROCESSOS COMPLEXOS…

Processo A Processo B

Processo D Processo C

Usando animação em PowerPoint

349

GERANDO INTERESSE…

• Usando histórias pessoais.


• Usando metáforas. Metáforas também permitem o uso de imagens
visuais.

350

175
08/07/2023

USANDO RECURSOS VISUAIS:


PLANEJAMENTO GRÁFICO

O pecado A consequência
Usar fontes pequenas demais. Incapacidade do público de ler a
informação.
Usar intermináveis slides com listas de Tédio total no público.
itens.
Fazer slides “sujos” e cheios de texto. Incapacidade do público de processar a
informação.
Usar cores em demasia ou inadequadas. Confusão no público.

Usar efeitos de animação demais. Distração ou irritação do público.

351

USANDO RECURSOS VISUAIS:


APRESENTAÇÃO

O pecado A consequência
Olhar para a tela ao falar, e não para o Falta de “conexão” com o público; menos
público. interesse na apresentação.
Ler anotações em papel. Novamente, sem olhar para o público;
menos interesse na apresentação.
Problemas técnicos como equipamentos Orador constrangido e público
que não funcionam. constrangido.
Apresentação plana e monótona. Público pega no sono ou “desconecta”.

352

176
08/07/2023

FAZENDO A APRESENTAÇÃO

• Conquistando a atenção.
• Usando a linguagem corporal.
• Usando sua voz.
• Lidando com perguntas do público.

353

TORNANDO AS
APRESENTAÇÕES INTERESSANTES
• Use recursos visuais – eficazmente.
• Mantenha contato visual.
• Mantenha o foco no público.
• Seja você mesmo.
• Se você estiver descontraído, haverá uma
melhora na entonação e projeção da sua voz.

354

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08/07/2023

DE PENSAMENTOS
NEGATIVOS A POSITIVOS

Pensamentos negativos Pensamentos positivos


Eu vou esquecer o que devo dizer. Eu treinei o suficiente.
Estou capacitado para isso.
Eu não sei o bastante. Eu sou o especialista na sala.
Todos estarão olhando pra mim. Eu terei a atenção deles.
Eu não vou saber responder às suas Eu sei a maioria das respostas; eu
perguntas. sempre posso abrir as perguntas
para discussão.

355

EVITANDO ESTRESSE….

• Treine, treine e treine (domine o conteúdo e


saiba onde usar recursos visuais).
• Respire… devagar e profundamente.
• Esteja ciente do público e converse
diretamente com ele.

356

178
08/07/2023

APRESENTAÇÕES EM GRUPO

Conhecer uns aos outros

Indicar um líder da equipe

Decidir funções e as atribuir

Preparar um calendário

Dividir o conteúdo

Planejar a apresentação

Ensaiar, ensaiar, ensaiar

357

PREPARANDO-SE PARA A DEFESA

As defesas cumprem pelo menos duas funções importantes:


• Testar o conhecimento do candidato sobre sua tese, para garantir que seja
seu próprio trabalho.
• Conceder ao candidato a oportunidade de defender suas ideias e, se
necessário, acrescentar mais detalhes e explicações.

358

179
08/07/2023

PASSO 1: ESCOLHENDO A BANCA


Escolha examinadores... Evite examinadores...
Muito respeitados em seu campo. Desconhecidos em seu campo.

Que trabalhem em uma área de Que trabalhem em uma área de pesquisa não
pesquisa relacionada à sua. relacionada ou tangencialmente relacionada à
sua.

Simpáticos, em termos gerais, a seus Que provavelmente serão contrários, ou


argumentos centrais. mesmo hostis, a seus argumentos centrais.

Que publiquem pesquisas usando Que publiquem pesquisa usando metodologias


metodologias semelhantes, em que tenham nítido contraste com a sua.
termos gerais, à sua.

359

PASSO 2: TORNADO-SE O “MESTRE”


DE SEU PRÓPRIO TRABALHO
As limitações comuns incluem:
• Omitir aspectos importantes nos capítulos de bibliografia, incluindo teorias ou fontes
significativas.
• Não apresentar um conjunto coerente e bem formulado de perguntas de pesquisa.
• Falta de um desenho de pesquisa coerente, que seja adequado às perguntas que
estão sendo feitas.
• Problemas na seleção da amostra, incluindo uma dependência de amostras de
conveniência ou voluntárias e o não reconhecimento de suas limitações.
• Não reconhecer interpretações alternativas dos dados.
• Fazer afirmações exageradas com base em dados limitados.

360

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PASSO 3: PUBLICANDO E CITANDO


SEU(S) PRÓPRIO(S) ARTIGO(S)
• Boa prática para a escrita acadêmica.
• Mostra que você é capaz de escrever em nível acadêmico.

361

DURANTE A DEFESA:
PERGUNTAS FREQUENTES
Quais foram suas razões para escolher Como você lidou com as questões éticas?
esse tópico de pesquisa?
Qual você considera sua contribuição Quais você acha que são as principais
original ao conhecimento? fragilidades de seu trabalho?
Quais metodologias de pesquisa Quais são as principais evoluções
alternativas você considerou? importantes recentes em sua área
temática?
Como seus resultados se relacionam com O que você faria diferente se tivesse que
a literatura de sua área temática? realizar esse estudo novamente?
Quais surpresas apareceram durante sua De que forma sua metodologia se encaixa
pesquisa? em suas perguntas de pesquisa?
Suas opiniões mudaram durante o Quais você considera como os passos
transcorrer dessa pesquisa? seguintes nessa pesquisa?

362

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“CARACTERÍSTICAS DECISIVAS” QUE A BANCA PROCURA EM


UMA TESE BEM-SUCEDIDA…
• O candidato identificou os debates principais na área temática? Há fontes
ou debates vitais que tenham sido deixados de lado?
• O candidato identificou as principais lacunas na atual bibliografia sobre o
tema de pesquisa? Elas foram formuladas claramente?
• A partir dessas lacunas, foi apresentado um conjunto de perguntas de
pesquisa? Elas estão formuladas com clareza?
• A tese contém sinalizações úteis ao leitor? É fácil “se achar” na tese? Está
sempre claro o que o candidato está tentando atingir em cada capítulo ou
seção?
• Ao apresentar resultados e discussões, o candidato volta às perguntas
originais e as responde?

363

DEPOIS DA APRESENTAÇÃO

• Ser construtivo sobre sua performance e sobre as de outros estudantes.


• Refletir sobre o que funcionou bem e por quê.
• Refletir sobre o que poderia ter sido melhor e por quê.
• Celebrar o fato de ter conseguido realizar uma apresentação a um grande
grupo.

364

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RESUMO – APRESENTAÇÃO
• Se estiver preparando uma apresentação que será avaliada, confira os
critérios de avaliação e os siga.
• Estruture sua apresentação de forma que tenha um começo, um meio e um
fim claros, e limite o número de mensagens importantes.
• Evite o excesso de listas de itens. Tente maximizar o uso de fotos, gráficos e
outras imagens visuais, incluindo metáforas visuais.
• Ao fazer a apresentação, considere a si mesmo como seu melhor recurso
visual. Fique de pé, com confiança, e encare seu público, fazendo contato
visual. Fale com clareza, variando o tom e a inflexão da voz.
• Para apresentações em grupo, eleja um líder e atribua funções baseadas em
experiências e compromisso.

365

RESUMO - DEFESA

• Ao passar por uma banca, ajuda se o examinador externo entender a


tradição de pesquisa que informa sua metodologia e não for hostil a ela.
• Se possível, inclua a publicação de ao menos um de seus artigos na
literatura revisada por pares.
• Treine fazendo uma banca simulada com seu orientador.
• Conheça minuciosamente seu trabalho incluindo suas principais
fragilidades.
• Prepare-se para um diálogo crítico com o examinador. Lembre-se: você
conhece sua pesquisa melhor do que ninguém na sala!

366

183

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