O artigo "Tecnopolítica e educação: roubo, vigilância e modulação" aponta questões
relacionadas ao roubo, vigilância e modulação no uso das tecnologias na educação, trazendo a
relação entre a tecnologia, a política e a educação, e quais impactos essas interações ocorrem no contexto educacional. Um dos pontos levantados no artigo corresponde as relações de poder que influenciam e moldam as práticas sociais. Os autores alertam que as ferramentas tecnológicas não são neutras e ainda, reproduzem desigualdades sociais. Outro fator relevante é a exposição e o acesso as plataformas que apropriam indevidamente, de dados pessoais e informações, destacando a preocupação com a privacidade e segurança desses dados que são roubados por parte de empresas e governos. O problema que essas ferramentas causam é a vigilância por meio de câmeras e softwares de monitoramento, que podem afetar a privacidade. A modulação refere-se como as das tecnologias de moldar comportamentos e direcionar ações e como os algoritmos são responsáveis por coletarem informações que transformam os padrões de busca e retorno fidedignos e ainda reforçam comportamentos e induzem a padrões dominantes. Alguns conceitos trazidos pelos autores são relevantes que ajuda a nos orientar quanto as ações que definem a tecnopolítica, o funcionamento dos mecanismos de roubo de dados, vigilância e manipulação e ajudam a ter uma reflexão crítica sobre o uso da tecnologia na educação, levantando questões éticas, políticas e pedagógicas que são propostas pela ideologia capitalista que tem como único objetivo a obtenção de lucros. O colonialismo de dados trazido pelos autores constitui dinâmica de exploração e dominação análoga ao colonialismo do século XV e final do século XVIII e atualmente, esse novo colonialismo não muda sua forma de exploração predatória, direcionando pela obtenção de dados pelas grandes empresas de tecnologia. A perpetuação das desigualdades e marginalização das comunidades são alvos de coleta de dados que podem ser prejudicadas ainda mais por práticas discriminatórias, como viés algorítmico que o colonialismo de dados origina. Dessa forma, a tecnopolítica como uma nova forma de ordem política tem a tecnologia controlada por empresas capitalistas neoliberais com ideologias feroz e mais intensificada pela dominação. É “o poder econômico (o poder de criar valor) e o poder cognitivo (poder sobre o conhecimento)” apropriado pelo colonialismo de dados. Sugestões de resistir a essa onda de manipulação tecnológica trazidas pela autora consistem em noção do problema, de conscientizar a outros, do uso de software livres e inserir a ética digital. Entretanto, a mídia com seu poder manipulador e sedutor e pautada pelo fenômeno da pós verdade faz com que as pessoas tenham desprezo pela veracidade das informações recebidas e compartilhadas. Programa de Pós-graduação Lato Sensu da Faculdade de Formação de professores da UERJ
ANDRÉA ROCHA DA SILVA
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
“Tecnopolítica e educação: roubo, vigilância e modulação” – texto 9