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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO

Campus Monte Castelo

Departamento de Física

Coordenação do Curso de Licenciatura em Física

IGO HENRIQUE ARAUJO ALMEIDA

O USO DA IMPRESSORA E DAS IMPRESSÕES 3D COMO FERRAMENTAS


DE APRENDIZAGEM NAS AULAS DE FÍSICA

SÃO LUIS
2019
IGO HENRIQUE ARAUJO ALMEIDA

O USO DA IMPRESSORA E DAS IMPRESSÕES 3D COMO FERRAMENTAS


DE APRENDIZAGEM NAS AULAS DE FÍSICA

Monografia apresentado ao Curso de


Licenciatura em Física do Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão – IFMA,
para a obtenção do título de
Licenciado em Física

Orientador (a): Prof. Dr. Samir


Silva Coutinho

SÃO LUIS
2019
IGO HENRIQUE ARAUJO ALMEIDA

O USO DA IMPRESSORA E DAS IMPRESSÕES 3D COMO FERRAMENTAS


DE APRENDIZAGEM NAS AULAS DE FÍSICA

Monografia apresentado ao Curso de


Licenciatura em Física do Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão – IFMA,
para a obtenção do título de
Licenciado em Física

Orientador (a): Prof. Dr. Samir


Silva Coutinho
Aprovado em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Dr. Samir Silva Coutinho (Orientador)

______________________________________________

Prof. MSc. Ronivaldo Castro Pacheco

______________________________________________

Prof. Dr. Antônio Soares dos Anjos Filho


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter possibilitado minha chegada até


aqui, mesmo diante de todas as dificuldades, mas com saúde e força para
superar os problemas.

À minha esposa, Laís, pelo amor, compreensão, companheirismo e por


não me deixar desistir em nenhum momento, me dando forças durante todo o
tempo de realização deste trabalho.

À minha mãe guerreira, Maria Célia pelo incentivo e apoio nas horas de
cansaço e desânimo desta etapa.

Aos meus irmãos, Hugo Eduardo e Carlos Diego, por fazerem parte desta
maravilhosa caminhada da vida.

Aos companheiros de trabalho, Sebastião Rocha e José Emetério, pelas


palavras de incentivo e exemplos de profissionalismo durante todo tempo.

Aos meus supervisores, Clezenilde Sales, José João e Marcos Coutinho,


por contribuírem mesmo que indiretamente nesta etapa final da minha formação.

Quero agradecer de forma especial ao meu colega de trabalho e de


impressão 3D, Ronald Silva, pelas ideias que foram fatores motivadores para
esta pesquisa.

Aos alunos participantes da aplicação dos experimentos e do


questionário, pois estes possibilitaram uma coleta de dados de extrema
importância para este trabalho.

Ao meu orientador, Samir Coutinho, por aceitar e orientar este trabalho


com paciência e maestria, sempre indicando os melhores caminhos a serem
seguidos.

Aos professores, Antônio Filho e Ronivaldo Castro, por terem dedicado


tempo para avaliar este trabalho e apontar importantes melhorias.

Aos professores das disciplinas cursadas nesta licenciatura, pois suas


aulas foram de grande contribuição para a formação deste trabalho.
O mais competente não discute, domina a sua
ciência e cala-se.
François-Marie Arouet (Voltaire)
RESUMO

O presente trabalho visa analisar a aplicação do uso das impressoras e das


impressões 3D como ferramentas de aprendizagem no ensino prático da
disciplina de Física. Toma-se como base para a elaboração desta pesquisa,
literaturas que relatam sobre a história das impressoras 3D e suas técnicas, bem
como a sua evolução. Aborda-se também, as áreas de aplicação no ensino de
ciências, os tipos de impressoras 3D, os componentes que fazem parte da sua
estrutura mecânica e eletrônica junto com o programa responsável por seu
funcionamento, além dos materiais mais utilizados pelas mesmas. Foram
apresentados ainda, os procedimentos necessários para a obtenção dos
arquivos utilizados nas impressões 3D, por meio de desenho auxiliado por
computador, ou através de sites de busca específicos, além das principais
configurações do software responsável pela preparação dos modelos
selecionados. Para a concretização do trabalho, foi realizada a aplicação dos
experimentos de Física impressos em 3D, juntamente com um questionário
qualitativo como instrumento de análise da aceitação dessa tecnologia atrativa
pelos alunos.

Palavras-chaves: Impressora 3D. Física. Ensino.


ABSTRACT

The present work aims to analyze the application of the use of printers and 3D
prints as tools of learning in the practical of the discipline of Physics. Is taken as
the basis for the elaboration of this research, literature that reports on the history
of 3D printers and their techniques, as well as their Evolution. Is aproaches also
areas of application in science education, the types of 3D printers, the
components that form part of its mechanical and electronic structure along with
the program responsible for its operation, in addition to the materials most used
by them. Presented were also the procedures for obtaining the files used in 3D
printing, through computer assisted design, or by specific search sites, as well as
the main software configurations responsible for the elaboration of the selected
models. For the concretization of the work, the application of 3D physics
experiments was carried out, together with a qualitative questionnaire as an
instrument to analyze the students' acceptance of this attractive technology.

Keywords: 3D printer. Physics. Teaching


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 3.1.1 – Conjunto de engrenagens sendo impressas em 3D .................. 18

Figura 3.1.2 – Estereolitografia permite impressão com grande riqueza de


detalhes ............................................................................................................ 18

Figura 3.1.3 – Adrian Bowyer (à esquerda) e Vik Olliver (à direita) com uma
máquina Parent RepRap, e a primeira máquina RepRap completa para crianças
à direita ............................................................................................................. 19

Figura 3.2.1 – Kit de dissecação de Rã ............................................................. 20

Figura 3.2.2 – Modelo Celular Multicolor ........................................................... 20

Figura 3.2.3 – Modelo de Química Polímero ..................................................... 21

Figura 3.2.4 – Tabela Periódica em 3D ............................................................. 21

Figura 3.2.5 – Demonstração ótica geométrica ................................................. 21

Figura 3.2.6 – Levitador .................................................................................... 21

Figura 3.2.7 – Gráficos gerado pelo software de modelagem matemática ....... 22

Figura 3.2.8 – Impressão da anatomia do ouvido interno humano ................... 23

Figura 3.2.9 – Protótipo de uma mão ................................................................ 23

Figura 3.2.10 – Maquete de uma casa em 3D .................................................. 23

Figura 4.1.1 – Processo de derretimento do filamento na impressora FDM .......24

Figura 4.1.2 – Impressora Aberta ...................................................................... 25

Figura 4.1.3 – Impressora fechada .................................................................... 25

Figura 4.1.4 – Impressora Cartesiana ............................................................... 26

Figura 4.1.5 – Impressora Delta ........................................................................ 26

Figura 4.1.6 – Impressora CoreXY .................................................................... 27

Figura 4.1.7 – Impressora SCARA .................................................................... 27

Figura 4.1.8 – Impressora de Coordenadas Polares ......................................... 28


Figura 4.2.1 – Processo de Impressão 3D – FDM, com a movimentação dos
eixos ................................................................................................................. 29

Figura 4.2.2 – 1-Bucha de bronze; 2 – rolamentos lineares; 3 – barra lisa M8


(8mm); 4 – barra roscada M8; 5 – rolamentos radiais ....................................... 30

Figura 4.2.3 – Correia dentada .......................................................................... 30

Figura 4.2.4 – Extrusor de filamento .................................................................. 30

Figura 4.2.5 – Sistema de extrusão Direct ........................................................ 31

Figura 4.2.6 – Sistema de extrusão Bowden ..................................................... 31

Figura 4.2.7 – Cooler ........................................................................................ 31

Figura 4.2.8 – O uso do cooler na impressão 3D .............................................. 31

Figura 4.2.9 – Impressora 3D de câmara aquecida .......................................... 32

Figura 4.2.10 – Mesa aquecida ......................................................................... 32

Figura 4.2.11 – Mesa aquecida de alumínio ...................................................... 32

Figura 4.2.12 – Motores de passo ..................................................................... 33

Figura 4.2.13 – Esquema de ligação da placa controladora ............................. 34

Figura 4.2.14 – Drivers ...................................................................................... 34

Figura 4.2.15 – Placa controladora ................................................................... 34

Figura 4.2.16 – Fonte de alimentação ............................................................... 35

Figura 4.2.17 – Tela de configuração e compilação do Marlin no IDE do Arduino


.......................................................................................................................... 36

Figura 4.3.1 – Filamentos para impressão 3D FDM .......................................... 36

Figura 4.4.1 – Print screen da tela principal do software de modelagem 3D


Autodesk fusion 360 ......................................................................................... 38

Figura 4.4.2 – Print screen da tela principal do site Thingiverse ...................... 39

Figura 4.4.3 – Print screen da tela principal do software Repetier – Host com
Slic3r ................................................................................................................. 39
Figura 4.4.4 – Print screen da tela configuração do software Repetier – Host com
Slic3r ................................................................................................................. 40

Figura 4.4.5 – Print screen da tela do software Repetier – Host com Slic3r
mostrando objeto fatiado e informações da impressão 3D ............................... 41

Figura 4.4.6 – Print screen da tela do software Ultimaker Cura mostrando objeto
fatiado com uso de suporte em azul .................................................................. 41

Figura 4.4.7 – Print screen da tela do software Repetier – Host com Slic3r
mostrando o arquivo G-code à direita ............................................................... 42

Figura 5.1.1 – Experimento do pássaro ............................................................. 43

Figura 5.1.2 – Print screen da tela de impressão da etapa 1 no software Ultimaker


Cura .................................................................................................................. 44

Figura 5.1.3 – Print screen da tela de impressão da etapa 2 no software Ultimaker


Cura .................................................................................................................. 45

Figura 5.1.4 – Pássaro impresso em 3D ao final da montagem ........................ 46

Figura 5.2.1 – Esquema de funcionamento da taça de Pitágoras ..................... 47

Figura 5.2.2 – Esquema do esvaziamento de um recipiente contendo líquido por


meio de um sifão ............................................................................................... 47

Figura 5.2.3 – Print screen da tela de impressão do copo de Pitágoras no


software Ultimaker Cura ................................................................................... 49

Figura 5.2.4 – Copo de Pitágoras impresso em 3D e etapas

de funcionamento ............................................................................................. 50

Figura 5.3.1 – Diagrama de estados da água ................................................... 51

Figura 5.3.2 – Diagrama de estados de uma substancia genérica ................... 51

Figura 5.3.3 – Print screen da tela de impressão do diagrama PVT no software


Ultimaker Cura .................................................................................................. 51

Figura 5.3.2 – Diagrama de PVT após o processo de impressão 3D ............... 53

Figura 5.4.1 – Esquema do pêndulo físico ........................................................ 54


Figura 5.4.2 – Print screen da tela de impressão do pêndulo simples no software
Ultimaker Cura .................................................................................................. 55

Figura 5.4.3 – Pêndulo simples montado após o processo de impressão 3D


.......................................................................................................................... 57

Figura 5.5.1 – Esquema de um motor simples .................................................. 58

Figura 5.5.2 – Print screen da tela de impressão do motor elétrico no software


Ultimaker Cura .................................................................................................. 58

Figura 5.5.3 – Motor elétrico impresso em 3D ................................................... 59

Figura 5.6.1 – Fluxo elétrico em uma área ........................................................ 59

Figura 5.6.2 – Área perpendicular ao campo elétrico ........................................ 60

Figura 5.6.3 – Área paralela ao campo elétrico ................................................. 60

Figura 5.6.4 – Print screen da tela de impressão do fluxo elétrico no software


Ultimaker Cura .................................................................................................. 60

Figura 5.6.5 – Fluxo elétrico impresso em 3D ................................................... 62

Figura 5.7.1 – Ilustração da terceira Lei de Newton .......................................... 62

Figura 5.7.2 – Print screen da tela de impressão do carro movido a ar comprimido


no software Ultimaker Cura ............................................................................... 63

Figura 5.7.3 – Carro movido a ar comprimido impresso em 3D ........................ 63

Figura 5.7.4 – Carro movido a ar comprimido impresso em 3D com Balão


.......................................................................................................................... 64

Figura 5.8.1 – Mola sofrendo deformação ......................................................... 65

Figura 5.8.2 – Engrenagens .............................................................................. 66

Figura 5.8.3 – Print screen da tela de impressão do motor mola no software


Ultimaker Cura .................................................................................................. 66

Figura 5.8.4 – Peças do motor mola impressas em 3D ..................................... 68

Figura 5.8.5 – Motor mola montado ................................................................... 68


Figura 6.1.1 – Experimentos impressos em 3D ................................................. 69

Figura 6.1.2 – Experimento do pássaro em análise pelos alunos do IFMA e


SENAI ............................................................................................................... 70

Figura 6.1.3 – Experimento do copo de Pitágoras em análise por um aluno do


SENAI ............................................................................................................... 71

Figura 6.1.4 – Experimento do diagrama PVT da água .................................... 71

Figura 6.1.5 – Experimento do pêndulo simples ............................................... 71

Figura 6.1.6 – Experimento do motor elétrico .................................................... 71

Figura 6.1.7 – Experimento do fluxo elétrico ..................................................... 71


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Configurações da impressora 3D para a etapa 1 ............................ 44

Tabela 2 – Configurações da impressão 3D para a etapa 1 ............................. 44

Tabela 3 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo da etapa


1.........................................................................................................................45

Tabela 4 – Configurações da impressora 3D para a etapa 2 ............................ 45

Tabela 5 – Configurações da impressão 3D para a etapa 2 ............................ 46

Tabela 6 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo da etapa


2........................................................................................................................ 47

Tabela 7 – Configurações da impressora 3D .................................................. 48

Tabela 8 – Configurações da impressão 3D ................................................... 49

Tabela 9 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo ............ 49

Tabela 10 – Configurações da impressora 3D ................................................ 52

Tabela 11 – Configurações da impressão 3D ................................................. 52

Tabela 12 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo .......... 52

Tabela 13 – Configurações da impressora 3D ................................................ 55

Tabela 14 – Configurações da impressão 3D ................................................. 55

Tabela 15 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo .......... 55

Tabela 16 – Configurações da impressora 3D ............................................... 58

Tabela 17 – Configurações da impressão 3D ................................................ 58

Tabela 18 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo ......... 58

Tabela 19 – Configurações da impressora 3D ............................................... 61

Tabela 20 – Configurações da impressão 3D ................................................ 61

Tabela 21 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo ......... 61


Tabela 22 – Configurações da impressora 3D .............................................. 63

Tabela 23 – Configurações da impressão 3D ............................................... 64

Tabela 24 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo ........ 64

Tabela 25 – Configurações da impressora 3D .............................................. 67

Tabela 26 – Configurações da impressão 3D ............................................... 67

Tabela 27 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo ........ 67


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2D – Bidimensional.

3D - Tridimensional.

ABS - Acrylonitrile Butadiene Styrene (Acrilonitrila butadieno estireno).

IDE - Integrated Development Environment (Ambiente de Desenvolvimento


Integrado).

FDM - Fused Deposition Modeling (Modelagem por filamento fundido).

FFF - Filament Fused Fabrication (Fabricação por filamento fundido).

PETG – Polythylene terephthalate glycol ( Politereftalato de etileno com glicol).

PLA - Polylactic acid (Ácido polilático).

RepRap - The Replicating Rapid Prototyper (Prototipador replicante rápido).

SD – Secure Digital (Cartão de memória).

SLA - Stereolithography (estereolitografia).

STL - Standard Triangle Language (Linguagem Padrão de Triângulo).

TPE – Thermoplastic elastomer (Termoplástico elastômero).

TPU – Thermoplastic polyurethane (Termoplástico poliuretano).

USB – Universal Serial Bus (Porta universal).


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 17

2. METODOLOGIA ......................................................................................... 19

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 20

3.1 Fundamentos da impressão 3D para o uso na Física ........................ 20

3.2 Uso dos trabalhos de impressão 3D em ciências ............................... 23

4. AS IMPRESSORAS 3D E SUAS TÉCNICAS ............................................. 27

4.1 Tipos de impressoras 3D ................................................................... 27

4.2 Componentes de uma impressora 3D ................................................ 31

4.3 Tipos de materiais .............................................................................. 39

4.4 Técnicas de impressão 3D ................................................................. 41

5. CONSTRUÇÃO DOS EXPERIMENTOS DE FÍSICA IMPRESSOS EM 3D. 46

5.1 O pássaro e o centro de massa ......................................................... 46

5.2 O copo de Pitágoras .......................................................................... 50

5.3 O diagrama de PVT (pressão, volume e temperatura) da água ......... 53

5.4 O pêndulo simples (pêndulo físico) .................................................... 56

5.5 Motor de corrente continua ................................................................ 59

5.6 Fluxo elétrico impresso em 3D ........................................................... 62

5.7 Carro movido a ar comprimido (Experimento extra) ........................... 65

5.8 Motor mola (Experimento extra) ......................................................... 68

6. APLICAÇÕES E RESULTADOS ................................................................ 72

6.1 Aplicação dos experimentos impressos em 3D .................................. 72

6.2 Resultados ......................................................................................... 74

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 78

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 79

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO Á TURMA DE FÍSICA ............ 82


17

1. INTRODUÇÃO

Para Dantas et al. (2018, p.12), o processo de impressão 3D se apresenta


como uma técnica promissora que faz parte de uma nova revolução industrial, a
chamada indústria 4.0 que vivemos nos tempos atuais, ela é capaz de construir
em tempo hábil modelos físicos em três dimensões que podem ser usados desde
a indústria automotiva até a área da medicina.

De acordo com Sampaio (2017), essa tecnologia é bastante antiga, sendo


que nos anos 70 surgiram os primeiros testes para produzir uma peça de
maneira aditiva, e nos anos 80 começaram a surgir as primeiras patentes dos
processos mais usados nos dias de hoje.

No campo da educação, a impressão 3D possibilita de maneira prática e


eficiente a integração entre o conteúdo teórico e prático usados desde o ensino
fundamental até o superior. Atualmente podemos contar com o auxílio de
diversos sites de impressão de modelos 3D voltados para a educação em geral,
entre eles o Thingiverse1, que através de um cadastro rápido, nos possibilita
baixar de forma gratuita os modelos, e ainda utilizar como modelo os planos de
aulas e experiências postadas de outros professores.

Segundo Aguiar (2016), o processo de impressão em três dimensões


deve ser dividido em seis etapas diferentes, constatando primeiro a necessidade
através da seleção de conteúdo, o plano de construção do instrumento a ser
utilizado, a elaboração do rascunho com as medidas do objeto, a modelagem 3D
por meio de softwares livres ou a busca por modelos prontos, preparação e
impressão do modelo 3D e a utilização e avaliação do objeto real construído.

Serão construídos recursos didáticos voltados para o ensino de Física,


utilizando a tecnologia de impressão 3D na fabricação de experimentos de baixo
custo orientado pelo professor, enriquecendo e diferenciando os conteúdos,
fazendo com que os alunos explorem ao máximo os conhecimentos através de
uma tecnologia atrativa.

1
www.thingiverse.com
18

Tal objetivo pode ser alcançado com a aproximação de professores e


alunos por meio dessa tecnologia, fazendo com que os mesmos conheçam os
tipos de impressora 3D e os materiais utilizados, bem como controlar os
parâmetros do processo e realizar as simulações das experiências impressas.

O presente trabalho auxiliará o professor de Física em suas aulas teóricas


e práticas através do uso das impressoras e das impressões 3D, utilizando
polímeros de baixo custo e possibilitando a modelagem e alteração das
configurações do processo antes da impressão final, facilitando o ensino e a
aprendizagem, e introduzindo uma nova tecnologia para aprimorar o currículo
dos alunos.

Este trabalho foi organizado da seguinte maneira:

Uma breve fundamentação teórica sobre a evolução das impressoras 3D,


as suas aplicações no ensino de ciências, os tipos de impressoras, suas técnicas
e componentes, os matérias mais utilizadas nesse processo, as técnicas de
impressão 3D, e a construção dos experimentos de Física.

Por fim todos os resultados das simulações e impressões 3D realizadas


são apresentados, bem como a análise da aplicação dos modelos com os alunos
do ensino médio através de um questionário.
19

2. METODOLOGIA

Este trabalho foi elaborado através da realização de um levantamento


bibliográfico utilizando a internet, livros e artigos para a pesquisa de diferentes
tipos de impressoras 3D e processos de impressão voltados para a educação,
especialmente para as práticas de laboratório, analisando e selecionando as
áreas da física e as práticas adequadas para o processo de impressão 3D.

Foram utilizados oito protótipos impressos em 3D para a realização de


experimentos feitos durante o processo de pesquisa com o auxílio de uma
impressora 3D de baixo custo, sendo dois para cada ano de ensino, e outros dois
protótipos extras, com todas as informações necessárias para a construção dos
mesmos.

Optamos pela realização de uma aula prática utilizando os modelos


impressos em 3D com duas turmas do ensino médio de instituições diferentes
com o objetivo de avaliar o processo e a eficiência da aplicação dos
experimentos.

Para o registro dos dados relacionados ao uso dos experimentos


impressos em 3D, foi aplicado um questionário de treze perguntas com os alunos
das duas instituições de ensino escolhidas, com a possibilidade de verificar o
nível de receptividade pelos estudantes do uso dessa tecnologia para o ensino
de Física, bem como visualizar possíveis dificuldades encontradas por eles.
20

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Fundamentos da impressão 3D para o uso na Física

A Física é umas das ciências responsáveis pelo estudo do universo e dos


fenômenos decorrentes nele, a partir da utilização de princípios e de leis que
regem a natureza, bem como algumas teorias fundamentais para a explicação
do surgimento do mesmo. A sua contribuição para o progresso da humanidade
é de grande importância, pois através dela vivemos em um mundo tecnológico
que se desenvolve a cada dia com estudos e pesquisas científicas nas mais
renomadas faculdades e laboratórios do mundo.

O uso de tecnologias para o ensino de Física em sala de aula, como


simuladores e jogos vem ganhando cada vez mais espaço nos dias atuais, pois
chama mais a atenção e faz com que o entendimento da teoria ensinada ocorra
de maneira mais rápida, substituído assim os antigos métodos que exigem dos
alunos a prática de decorar fórmulas para utilização nas provas, sem o
entendimento direto do fenômeno. Um conceito novo que está revolucionando o
ensino em geral é o uso de impressoras 3D para realização de experiências
físicas, demonstrados através do livro, guia de educação Makerbot, onde os
próprios alunos modelam, constroem executam e analisam os dados dos
experimentos impressos de maneira prática. (DEMARCO et al., 2017)

O processo de impressão 3D hoje em dia chamado de Manufatura aditiva


é o procedimento pelo qual construímos objetos com formas tridimensionais
(altura, largura e comprimento), por meio da deposição de material por camadas
sobrepostas, da base até o topo do objeto (Figura 3.1.1). De acordo com
Sampaio (2017, p. 7), as" impressoras 2D " que desenham em folhas de papel
utilizam-se de duas dimensões comparadas com as impressoras 3D.
21

Figura 3.1.1– Conjunto de


engrenagens sendo impressas em 3D

Fonte: próprio autor, 2017


Para Sampaio (2017), o início da tecnologia de impressão 3D foi dado por
Swainson em 1968 que sugeriu um método de fabricar peças com três
dimensões usando feixes de laser cruzados em um polímero fotossensível, para
possibilitar a cura seletiva do plástico. Em 1971, Ciraud propôs, a produção de
um objeto utilizando a deposição de um pó em uma matriz por gravidade
eletrostática. Mas foi em 1981, no Japão que Hideo Kodama apresentou o
primeiro modelo prático de uma máquina de impressão 3D no Instituto de
Pesquisas Industriais Municipal de Nagoya.
Ainda de acordo com Sampaio (2017), esse método utilizava a
prototipagem rápida com o procedimento baseado na técnica de
fotopolimerização (Figura 3.1.2), construindo camadas correspondentes a
seções transversais já fatiadas do objeto, por meio de três processos diferentes,
sendo dois deles conhecidos atualmente como SLA - Estereolitografia (do
inglês: Stereolithography).

Figura 3.1.2 - Estereolitografia permite impressão com


grande riqueza de detalhes

Fonte:
https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2016/02/entenda-
como-funcionam-os-diferentes-tipos-de-impressoras-3d.html
22

Segundo Aguiar (2016), em 1984 surgiu a primeira patente de uma


máquina que construía objetos em três dimensões sendo registrada pelo
engenheiro físico Charlie (Chuck) Hull, que utilizava um esquema similar ao de
Hideo Kodama no qual deu o nome de estereolitografia.

Em 1989, o cientista Scott Crump, fundador da empresa Stratasys,


registra a patente do equipamento e metodologia para criar objetos em três
dimensões por deposição de material fundido (do inglês: Fused Deposition
Modeling - FDM), termo utilizado e protegido para fins comerciais podendo ser
chamado também de fabricação por filamento fundido (do inglês: Filament Fused
Fabrication - FFF), considerado como termo de uso sem restrições.
(AGUIAR,2016)

Em 2005, através de um projeto chamado RepRap, fundando pelo Dr.


Adrian Bowyer (Figura 3.1.3), foi possível ter impressoras 3D para um uso
pessoal, possibilitando a criação de objetos complexos sem a necessidade de
intermédio empresarial. Através da associação de três membros do projeto
RepRap foi criada a empresa MakerBot em 2009, com um simples sistema de
interface, passando assim a comercializar impressoras 3D de código aberto
baseadas na filosofia RepRap, com montagens fáceis. A partir de então nasceu
o site Thingiverse2 que funciona como uma biblioteca de compartilhamento de
modelos para impressão 3D. (CASTANHEIRA,2016)

Figura 3.1.3 - Adrian Bowyer (à esquerda) e Vik


Olliver (à direita) com uma máquina Parent RepRap,
e a primeira máquina RepRap completa para crianças
à direita

Figura 2.1.4 - Adrian Bowyer (à esquerda) e Vik


Olliver (à direita) com uma máquina Parent RepRap,
e a primeira máquina RepRap completa para crianças
à direita

Fonte: https://reprap.org/wiki/About

2
www.thingiverse.com

Fonte: https://reprap.org/wiki/About
23

3.2 Uso dos trabalhos de impressão 3D em ciências

No início, a tecnologia de impressão 3D era usada para criação de


ferramentas de plásticos, peças de amostras ou protótipos industriais. Mas
desde então, essa tecnologia tem sofrido inúmeras transformações até chegar
nas modernas máquinas que são atualmente, a qual tem ganhado espaço nas
salas de aulas, escritórios, casas e hospitais. (SAMPAIO, 2017)

Foi realizado um estudo pelo grupo norte-americano New Media


Consortium, sobre as transformações que a impressão 3D irá gerar na prática
de ensino tradicional. Tal pesquisa revelou que em pouco tempo as salas de
aulas não serão mais somente espaços de ensino apenas das teorias, mas sim
de algo mais prático, onde os alunos poderão desenvolver suas habilidades e
obterem melhor compreensão do assunto que está sendo abordado pelo
professor. (BIBANO, 2014)

Ainda de acordo com Bibano (2014), em algumas escolas britânicas e


norte-americanas o uso dessa tecnologia tem se mostrado de uma excelente
ferramenta e de grande utilidade para tornar a aula mais dinâmica. Alguns
exemplos de disciplinas de ciências que a impressão 3D já estar sendo aplicada
para o aprendizado, são a Biologia, Química, Física e Matemática.

Na biologia, com impressão de amostras de órgãos de corpos humanos


e de animais (Figura 3.2.1), células diversas (Figura 3.2.2), com detalhes que
são melhores entendidos se estudados em meios físicos (impressos), ao invés
de livros e apostilas.
Figura 3.2.1 – Kit de dissecação de Figura 3.2.2 – Modelo Celular
Rã Multicolor

Fonte: Fonte:
https://www.thingiverse.com/thing:258112 https://www.thingiverse.com/thing:2485063
24

Já no ensino de química, impressão de moléculas (Figura 3.2.3), átomos,


tabela periódica (Figura 3.2.4) e cadeias moleculares 3D facilitando a melhor a
compreensão do assunto dado em teoria pelo professor na sala de aula.

Figura 3.2.3 – Modelos de Química Figura 3.2.4 – Tabela Periódica em 3D


Polímero

Fonte: Fonte:
https://www.thingiverse.com/thing:2408981 https://www.thingiverse.com/thing:2741581

A impressão 3D no ensino de Física, que é o objetivo deste presente


trabalho, facilita a compreensão de teorias e conceitos, realizando na prática
experimentos físicos, como demonstração ótica (Figura 3.2.5), gravidade (Figura
3.2.6) e outros.

Figura 3.2.5 – Demonstração ótica Figura 3.2.6 - Levitador


geométrica

Fonte: Fonte:
https://www.thingiverse.com/thing:262704 https://www.thingiverse.com/thing:19661
2 69
25

O uso da tecnologia da impressão 3D no ensino de matemática já foi


mencionado pelos matemáticos Knill e Slavkovsky (2013) em um trabalho que
escreveram. De acordo com eles, com essa nova abordagem foi possível o
desenvolvimento de provas físicas de resultados obtidos por Arquimedes, não
sendo somente ilustrativa. Eles mencionam que triângulos Pitagóricos
construídos com cordas colaborou para realização de medidas de terrenos na
Babilônia. Diante dos benefícios da tecnologia, os autores continuam abordando
em seu trabalho formas de utilizar a impressão 3D para visualizar conceitos e
provas matemáticas. Uma das formas é a utilização de softwares de modelagens
matemáticas, onde os mesmos produzem gráficos a partir de expressões
algébricas (Figura 3.2.7). (AGUIAR, 2016)

Figura 3.2.7 – Gráficos gerado pelo software de modelagem matemática

Fonte: Knill e Slavkovsky (2013b)

No Brasil, o uso dessa tecnologia ainda não é tão popular, mas já há


universidades usando para o melhor ensino da medicina, como nas aulas de
anatomia (Figura 3.2.8), ensino da engenharia, como na área de robótica (Figura
3.2.9) e protótipos, no ensino da arquitetura como maquetes (Figura 3.2.10) ricas
em detalhes. (BIBANO, 2014)
26

Figura 3.2.8 – Impressão da anatomia Figura 3.2.9 – Protótipo de uma mão


do ouvido interno humano

Fonte: Fonte:
https://www.thingiverse.com/thing:27340 https://www.thingiverse.com/thing:242639

Figura 3.2.10 – Maquete de uma casa em 3D

Fonte: https://www.thingiverse.com/thing:111276
27

4. AS IMPRESSORAS 3D E SUAS TÉCNICAS

4.1 Tipos de impressoras 3D

Apesar de existirem vários tipos de tecnologia de impressão 3D, como a


que utiliza o processo de esteriolitografia (SLA) com o uso de resina curável
através da luz, este presente trabalho abordará especificamente as impressoras
3D de modelagem por deposição de material fundido – FDM (Figura 4.1.1), pois
são consideradas comercialmente mais baratas, populares, de fácil
entendimento e operação, além de encontrarmos vários modelos diferentes
seguindo ao projeto RepRap. (AGUIAR, 2016)

Figura 4.1.1- Processo de derretimento do filamento na impressora


FDM

Figura 3.1.1- Processo de derretimento do filamento na impressora


FDM

Fonte: Guia Maker da Impressão 3D, p. 68

Fonte: Guia Maker da Impressão 3D, p. 68


28

Quanto a estrutura, as impressoras podem ser classificadas em abertas


(Figura 4.1.2) e fechadas (Figura 4.1.3), onde as abertas são mais fáceis de
manutenção e de alcançar rapidamente as peças impressas, tendo a
desvantagem de estarem expostas as condições do ambiente, o que pode
influenciar diretamente na qualidade da impressão. Já as impressoras 3D com
estrutura fechada possuem maior controle interno de temperatura facilitando o
uso de certos materiais mais susceptíveis ao “Warp” (empenamento).
(SAMPAIO, 2017)

Figura 4.1.2 – Impressora aberta Figura 4.1.3 – Impressora fechada

Figura 3.1.3 – Impressora fechada

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019

Para Sampaio (2017), podemos classificar ainda as impressoras de


acordo com a cinemática dos eixos X, Y e Z em cinco categorias principais:
Cartesiana, Delta, CoreXY, SCARA e Polar. Fonte: Próprio autor, 2019
As impressoras Cartesianas (Figura 4.1.4) têm o seu plano de movimento
correspondendo ao plano cartesiano, com o objeto impresso sobre a mesa se
movimentando no eixo Y, e a parte de extrusão do filamento no eixo X e Z.
29

Figura 4.1.4 – Impressora Cartesiana

Figura 3.1.4 – Impressora Cartesiana

Fonte:
http://3drecycler.blogspot.com/2018/04/como-
funciona-uma-impressora-3d.html

Nos modelos do tipo Delta (Figura 4.1.5) há uma transformação


Fonte:
trigonométrica nos eixos X, Y e Z, possibilitando uma construção vertical na
impressão sendo estashttp://3drecycler.blogspot.com/2018/04/como-
consideradas de difícil calibração.
funciona-uma-impressora-3d.html
Figura 4.1.5 – Impressora Delta

Figura 3.1.5 – Impressora Delta

(a) Foto. Fonte: (b) Esquema. Fonte:


https://br.pinterest.com/pin/4440268 https://www.intechopen.com/book
44484787339/ s/3d-printing/the-evolution-of-3d-
printing-in-aec-from-experimental-
to-consolidated-techniques
(b) Foto. Fonte:
https://br.pinterest.com/pin/4440268
44484787339/ (b) Esquema. Fonte:
https://www.intechopen.com/book
s/3d-printing/the-evolution-of-3d-
30

Na categoria CoreXY (Figura 4.1.6) os eixos X e Y se se movimentam em


uma altura fixa sendo o objeto impresso sobre a mesa se deslocando
verticalmente, no eixo Z, o que garante mais estabilidade no processo.

Figura 4.1.6 – Impressora CoreXY

Figura 3.1.6 – Impressora CoreXY

(a) MakerBot. Fonte: (c) Vista superior. Fonte:


https://www.makerbotstore.com. http://www.imprimindo3d.com.b
br/impressora-3d-makerbot- r/novo-projeto/

replicator-2x

(d) Vista superior. Fonte:


Existem ainda impressoras com a movimentação de seus eixos X, Y e Z
(a) MakerBot. Fonte: http://www.imprimindo3d.com.b
baseadas nos movimentos de braços robóticos articulados, chamadas de
https://www.makerbotstore.com. r/novo-projeto/
SCARA (Figura 4.1.7) tendo a vantagem de serem utilizadas em escalas
br/impressora-3d-makerbot-
industriais. replicator-2x

Figura 4.1.7 – Impressora SCARA

Figura 3.1.7 – Impressora SCARA

(a) Perfil. Fonte: (b)Vista frontal. Fonte:


http://www.morgan3dp.com/t https://br.pinterest.com/pin/323
ag/centurion/ 203710730607704/

(a) Perfil. Fonte: (b)Vista frontal. Fonte:


http://www.morgan3dp.com/t https://br.pinterest.com/pin/323
ag/centurion/ 203710730607704/
31

Já as Polares (Figura 4.1.8) têm a movimentação dos eixos baseadas em


ângulos, formando um sistema de coordenadas polares, mas não são muito
utilizadas servindo de base para modelos conceituais.

Figura 4.1.8 – Impressora de


Coordenadas Polares

Figura 3.1.8 – Impressora de


Coordenadas Polares

Fonte: https://3dprint.com/13310/theta-3d-
printer/

Fonte: https://3dprint.com/13310/theta-3d-
4.2 Componentes de uma impressora 3D
printer/

Segundo Volpato (2017), para realizar o processo de impressão 3D -


FDM, o material é depositado sobre uma mesa em forma de um filamento
reduzido a um diâmetro calibrado, na qual chamamos de extrusão. A geometria
de cada camada é obtida através do posicionamento do cabeçote responsável
pela extrusão do material, que dependendo da máquina pode se movimentar no
plano X-Y, sendo que a base onde está depositado o material movimenta-se no
eixo Z (Figura 4.2.1), normalmente para baixo (sistema de uma impressora 3D
CoreXY).
32

Figura 4.2.1 – Processo de impressão 3D – FDM, com a movimentação


dos eixos

Fonte: Manufatura Aditiva, p. 146

Os componentes fundamentais para a construção e funcionamento de


uma impressora 3D – FDM são: Estrutura mecânica, extrusor, ventoinhas (fans),
mesa (plataforma de impressão), motor de passo, microcontrolador com RAMPS
e drivers, fonte de alimentação e firmware. (SAMPAIO, 2017)

A estrutura que suporta toda a parte mecânica, poder ser fabricada de


aço, alumínio, madeira, acrílico, ou até mesmo utilizando peças feitas de plástico
em outras impressoras 3D (como foram feitas as primeiras impressoras
RepRap). Os principais componentes mecânicos responsáveis pela
movimentação dos eixos são: buchas de bronze ou rolamentos lineares para
guiar o movimento através das barras lisas e trabalham em conjunto com as
barras roscadas ou fusos trapezoidais para a transmissão, sendo apoiadas por
rolamentos radiais (Figura 4.2.2). Geralmente os eixos X e Y dispensam o uso
das barras roscadas tendo como alternativa a movimentação por correias
dentadas (Figura 4.2.3), o que possibilita um ganho de velocidade nestes eixos.
(SAMPAIO, 2017)
33

Figura 4.2.2 - 1 - Bucha de bronze; 2 - Figura 4.2.3 –


rolamentos lineares; 3 - barra lisa M8 Correia dentada
(8mm); 4 - barra roscada M8; 5 -
rolamentos radiais
Figura 3.2.3 –
Correia dentada

Fonte: Guia Maker da Impressão 3D, p. 87 Fonte: Próprio autor, 2019

O extrusor (Figura 4.2.4) é o componente responsável por puxar o


Fonte: Próprio autor, 2019
filamento (material usado no processo) passando por duas zonas, a primeira
considerada fria onde fica localizado o motor com a engrenagem o qual é
responsável pelo tracionamento do mesmo, ganhando força e velocidade até
chegar na segunda zona chamada de hotend, considerada quente que derreterá
o material depositado sobre camadas. Nas impressoras 3D, existe uma distinção
no posicionamento do tracionador (engrenagem) e do hotend (zona quente), se
os dois componentes estiverem juntos formando uma só peça, este será
chamado de sistema de extrusão Direct (Figura 4.2.5), que tem a vantagem de
manter o filamento sempre tensionado, mesmo sendo flexível, caso contrário
poderá ser denominado extrusão Bowden (Figura 4.2.6) com a vantagem de não
ter o peso do motor no eixo da extrusora dando a possibilidade de aumentar a
velocidade de impressão sem prejudicar a qualidade. (SAMPAIO, 2017)

Figura 4.2.4 – Extrusor


de filamento

Fonte: Próprio autor, 2019


34

Figura 4.2.5 – Sistema de Figura 4.2.6 – Sistema de extrusão


extrusão Direct Bowden

Fonte: Fonte:
https://filamentos3dbrasildotcom. https://filamentos3dbrasildotcom.wordpre
wordpress.com/2016/03/10/qual- ss.com/2016/03/10/qual-a-diferenca-
a-diferenca-entre-bowden-e- entre-bowden-e-direct-extruder/
direct-extruder/

Para Portela (2018), o uso de coolers (fans) (Figura 4.2.7), além de ser
fundamental no processo de refrigeração da placa mãe (responsável pelo
controle eletrônico da impressora), também é de grande utilização para o
controle de temperatura do extrusor e também do filamento (direcionado na
saída da zona quente), evitando erros de impressão por deformação quando a
camada inferior não resfria em tempo hábil para receber uma nova (Figura 4.2.8).

Figura 4.2.7 - Cooler Figura 4.2.8– O uso do cooler na


impressão 3D

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: https://3dlab.com.br/20-principais-erros-


de-impressao/
35

Outro componente de fundamental importância, sem o qual seria inviável


imprimir em 3D, são as mesas (plataformas de impressão), pois são elas que
dão sustentação ao material que está sendo produzido. As primeiras
impressoras 3D patenteadas utilizavam uma superfície que segurava o filamento
derretido sobre a base, necessitando de uma câmara aquecida para evitar a
deformação das peças durante a impressão (Figura 4.2.9), mas o projeto
RepRap trouxe uma estratégia de barateamento do processo que são as mesas
aquecidas (Figura 4.2.10), fabricadas em alumínio (Figura 4.2.11), ou outro
material capaz de conduzir o calor gerado por resistências depositadas na parte
inferior da mesma, sendo que alguns materiais como o polímero PLA (ácido
poliláctico) não necessita obrigatoriamente que a plataforma esteja quente,
utilizando assim placas de acrílico, vidro ou fitas especiais coladas sobre a
superfícies destas. (SAMPAIO, 2017)

Figura 4.2.9 – Impressora 3D de


câmara aquecida

Fonte: https://www.stratasys.com/br/3d-
printers/fortus-380mc-450mc

Figura 4.2.10 – Mesa Figura 4.2.11 – mesa aquecida


aquecida em alumínio

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019


36

A movimentação dos eixos de uma impressora 3D e do extrusor


responsável por puxar o filamento é feita através da transmissão de movimento
mecânico fornecida por motores de passo (Figura 4.2.12) controlados pela placa
mãe. Esses componentes ao serem alimentados por corrente elétrica contínua
realizam um giro em ângulos bem definidos o que concede precisão aos
deslocamentos lineares da máquina, por esse motivo são denominados de motor
de passo. (SAMPAIO, 2017)

Figura 4.2.12 – Motores de passo

Figura 3.2.12 – Motores de passo

(a) Motor de passo. Fonte: (b) Motor de passo na extrusora. Fonte:


Próprio autor, 2019 Próprio autor, 2019

O microcontrolador com RAMPS e drivers formam o cérebro de todo o


(a) Motor de passo. Fonte: (b) Motor de passo na extrusora. Fonte:
processo, juntos eles enviam dados para os motores de passo, extrusora e mesa
Próprio autor, 2019 Próprio autor, 2019
aquecida, além de receber os sinais dos termistores (sensores de temperatura
da mesa e do extrusor) e dos sensores fim de curso (limitadores de distância
inicial e final) também chamados de end-stop (Figura 4.2.13). O microcontrolador
é o chip no qual vai estar gravado o programa que gerencia a impressora, sendo
mais comum o uso do Arduino por ser uma plataforma eletrônica livre e de código
aberto (ou seja, qualquer pessoa pode usar, editar e compartilhar). A RAMPS
juntamente com os drivers (Figura 4.2.14) servem para administrar a corrente
elétrica vinda direto da fonte de alimentação para os motores de passo, como
também para o aquecimento do sistema de extrusão e da mesa, pois o Arduino
trabalhando sozinho não teria potência suficiente para a alimentação dos
mesmos. Atualmente encontramos todos esses componentes comercializados
em somente uma placa (Figura 4.2.15), facilitando o processo de instalação e
manutenção. (SAMPAIO, 2017)
37

Figura 4.2.14 - Drivers Figura 4.2.15 – Placa controladora


com drivers

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019

Figura 4.2.13 – Esquema de ligação da placa controladora

Fonte: http://www.geeetech.com/wiki/index.php/Sanguinololu (2019)


38

Todos os componentes eletrônicos precisam ser alimentados para que a


impressora 3D funcione corretamente, a corrente elétrica deve estar em
quantidade suficiente para suprir esta demanda com segurança. As fontes de
alimentação (Figura 4.2.16) são projetadas para receber tensão alternada (127
V ou 220 V) e fornecer para todos os componentes tensão e corrente contínua
(geralmente 12V e 30A) de acordo com a potência exigida pelo circuito.
(SAMPAIO, 2017)

Figura 4.2.16 – Fonte de alimentação

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Guia Maker da Impressão 3D, p. 173

Os primeiros Arduinos das impressoras de código aberto utilizavam um


software chamado de RepRap firmware com um compilador online que enviava
e recebia dados pela porta USB, dessa forma poderíamos movimentar a
impressora através de um computador, o processo de alteração e gravação
deste firmware no controlador era muito complexo e com muitas linhas de
programação, com o passar do tempo o mesmo foi se tornando mais prático,
menos complexo e com mais recursos. Temos hoje nos repositórios de softwares
os dois programas de impressora 3D mais utilizados do mundo, que são o
Repetier Firmware e o Marlin Firmware (Figura 4.2.17), utilizando linguagem de
programação em C (linguagem de programação genérica utilizada para a criação
de diversos programas), podendo ser alterados, compilados no ambiente de
desenvolvimento integrado - IDE (do inglês - Integrated Development
Environment) do Arduino e transferidos vias porta USB para os
microcontroladores. (SAMPAIO, 2017)
39

Figura 4.2.17 – Tela de configuração e compilação do Marlin no IDE do


Arduino

Figura 3.2.17 – Tela de configuração e compilação do Marlin no IDE do


Arduino

Fonte: Guia Maker da Impressão 3D, p. 170

4.3 Tipos de materiais


Fonte: Guia Maker da Impressão 3D, p. 170
Segundo Sampaio (2017), os materiais utilizados pelas impressoras 3D
de processo FDM são polímeros termoplásticos (plásticos podem ser facilmente
moldável após o derretimento) comercializados em carreteis de filamentos com
diâmetros de 3 mm ou 1,75 mm (Figura 4.3.1). Os materiais mais utilizados de
acordo com a sua composição são: ABS, PLA, PETG, NYLON e os flexíveis.

Figura 4.3.1 – Filamentos para


impressão 3D FDM

Fonte: Próprio autor, 2019


40

Para Portela (2019), o ABS - Acrilonitrila, Butadieno e Estireno ("Styrene")


foi o primeiro material a ser utilizado nesse processo, derivado do petróleo pode
ser impresso com uma temperatura no extrusor entre 230°C e 240°C possuindo
temperatura de transição vítrea (temperatura na qual começa a ocorrer a fusão
do material) em acima de 100°C, o que exige mesa aquecida acima desse valor
para impressoras sem câmara de aquecimento para evitar o empenamento
(“warp”).
O PLA – Ácido Poliláctico é um polímero derivado de restos de materiais
orgânicos como bagaço da cana de açúcar, farelo de milho e casca de mandioca,
tem se mostrado como uma opção ecologicamente correta por ser biodegradável
e muito menos susceptível ao warp do que o ABS porém, é um material de menor
resistência mecânica, podendo ser impresso com uma temperatura no extrusor
entre 185°C e 220°C e temperatura de transição acima de 50°C, o que permite
a impressão sem mesa aquecida em impressoras abertas com algumas
tecnologias de fixação como cola bastão, spray de cabelo e fitas de pintura para
construção civil. (PORTELA, 2019)
O PETG – politereftalato de etileno usado nas garrafas de refrigerante
porém, com a adição do radical “glicol” para torná-lo mais claro e de impressão
mais fácil que sua base, pode ser impresso com temperatura entre 220°C e
240°C no extrusor e transição vítrea acima de 80°C, dispensa o uso de mesa
aquecida desde que seja utilizado cola de bastão a base de PVA (acetato de
polivinila). (PORTELA, 2019)
O Nylon - poliamidas alifáticas ou semi-aromáticas são materiais de
propriedades mecânicas mais desejáveis do que o ABS, sendo considerado de
difícil impressão por conta do alto nível de “warp” durante o processo, pode ser
utilizado com temperatura entre 240°C e 260°C no extrusor e transição vítrea
acima de 70°C. (PORTELA, 2019)
Os filamentos flexíveis são considerados de difícil impressão por causa
da dificuldade de manter sua rigidez próximo do sistema de extrusão,
impossibilitando a sua utilização em algumas impressoras com sistemas
“bowden”, são encontrados no comércio em duas variações, o TPE –
termoplástico elastômero e o TPU – termoplástico poliuretano, podem ser
impressos com temperatura entre 210°C e 230°C no extrusor e transição vítrea
acima de 40°C. (PORTELA, 2019)
41

4.4 Técnicas de impressão 3D

De acordo com Sampaio (2017), todo o processo de impressão 3D deve


seguir um fluxo de trabalho (workflow) que vai desde a obtenção do arquivo
digital, passando pela preparação da máquina, a materialização do objeto 3D até
o último passo que é chamado de pós processamento (acabamento).
Tudo começa com a escolha do arquivo de impressão 3D, entre eles o
mais popular, possui a extensão STL, linguagem padrão de triângulos (do inglês:
Standard Triangle Language) e pode ser obtido em softwares de modelagem
3D como os da Autodesk (Figura 4.4.1), o Blender, SolidWorks, Zbrush, e até
mesmo os softwares nativos do sistema operacional Windows 10 como o 3D
builder e o Paint 3D.

Figura 4.4.1 – Print screen da tela principal do software de modelagem 3D


Autodesk fusion 360

Fonte: Próprio autor, 2019

Na falta de habilidade técnica de qualquer software de modelagem em


três dimensões para a obtenção do arquivo STL, o usuário poderá recorrer a
epositórios de modelos 3D prontos, e em alguns casos gratuitos, entre eles o
Thingiverse3 (Figura 4.4.2), MyMiniFactory4, Yeggi5 e o GrabCAD6.

3
www.thingiverse.com
4
www.myminifactory.com
5
www.yeggi.com
6
www.grabcad.com
42

Figura 4.4.2 - Print screen da tela principal do site Thingiverse

Fonte: Próprio autor, 2019

Com a obtenção do arquivo STL, o usuário deverá então escolher o


software de fatiamento (divisão do objeto em camadas pré-definidas) do modelo
3D, tendo como opções gratuitas mais usadas o Repetier-Host com Slic3r
(Figura 4.4.3), Ultimaker Cura, ou Pronterface e se quiser optar por um software
não gratuito poderá escolher uma licença do Simplify 3D ou até mesmo o
Voxelizer da empresa Zmorph.

Figura 4.4.3 - Print screen da tela principal do software Repetier – Host


com Slic3r

Fonte: Próprio autor, 2019


43

Após definido o software que fatiará o modelo 3D, o usuário deverá


escolher as principais configurações de impressão e da impressora (Figura
4.4.4), entre elas: O diâmetro do filamento e do bico extrusor, as dimensões da
impressora, o material que será utilizado (PLA, ABS, etc.), a temperatura do
extrusor e da mesa aquecida de acordo com o filamento definido, a velocidade
de impressão, a altura de cada camada em que o modelo será impresso
(resolução), a espessura da parede ou perímetro do objeto 3D, a quantidade de
camadas na base e no topo e a densidade (infill) que definirá a massa em gramas
ao final da impressão.
Figura 4.4.4 - Print screen da tela de configuração do
software Repetier – Host com Slic3r

Fonte: Próprio autor, 2019

A depender do modelo escolhido e do material do filamento, poderá ser


necessário a utilização de alguma tecnologia de fixação sobre a mesa que pode
ser configurada no software de fatiamento com a opção de saia (Brim) onde o
usuário definirá a quantidade de voltas que a mesma deverá ter (Figura 4.4.5).
Outra situação é a possibilidade da utilização de suportes (Figura 4.4.6) na
própria impressão evitando assim a queda do filamento por ação da gravidade
quando este for impresso sem nenhuma camada abaixo, para tanto deverá ser
definido o ângulo em que o software deve posicionar os mesmos (geralmente a
45° em relação a mesa). Tanto a saia como os suportes são descartados após
a impressão, elevando o custo de fabricação do objeto 3D.
44

Figura 4.4.5 - Print screen da tela do software Repetier – Host com


Slic3r mostrando objeto fatiado e informações da impressão 3D

Fonte: Próprio autor, 2019

Figura 4.4.6 - Print screen da tela do


software Ultimaker Cura mostrando
objeto fatiado com uso de suporte em
azul

Fonte: Próprio autor, 2019

Após a realização de todas as configurações no software de fatiamento,


será necessário gerar o último arquivo do processo, este deverá ter a extensão
G-code, e as informações necessárias que serão reconhecidas pelo firmware da
impressora 3D como as dimensões do objeto que limitarão os movimentos dos
motores de passo, as temperaturas de impressão, a quantidade de filamento
depositado camada sobre camada e tempo total do processo. O arquivo gerado
(Figura 4.4.7) deverá ser armazenado em um cartão de memória SD e depois
inserido na placa controladora da impressora para que o usuário possa iniciar de
fato a impressão, uma outra opção é conectar a impressora 3D ao computador
via cabos USB para que os arquivos sejam transferidos.
45

Figura 4.4.7 - Print screen da tela do software Repetier – Host com


Slic3r mostrando o arquivo G-code à direita

Fonte: Próprio autor, 2019

Ao término da impressão faz-se necessária a retirada de algumas


rebarbas oriundas da saia, dos suportes (se utilizados) removidos com alicate de
bico, ou de filamentos depositados fora da camada. Nesse caso podemos utilizar
limas e até mesmo lixa para o acabamento. Após este processo fica a critério do
usuário realizar a pintura ou não.
46

5. CONSTRUÇÃO DOS EXPERIMENTOS DE FÍSICA IMPRESSOS EM 3D

Os experimentos de física apresentados a seguir foram escolhidos


utilizando o critério da divisão de áreas da física para o ensino médio, num total
de oito experimentos, sendo dois para cada ano de ensino, e outros dois
protótipos extras, com as fundamentações teóricas, equipamentos e materiais
utilizados e configurações de impressão.

5.1 O pássaro e o centro de massa

Se considerarmos um corpo maciço (como exemplo, uma pessoa) como


um sistema de partículas, podemos definir o seu centro de massa em um ponto
que se movimenta de tal forma em que toda a massa esteja concentrada neste,
sendo assim, todas as forças externas também estariam aplicadas nele.
(HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2009)

No experimento do pássaro (Figura 5.1.1) em equilíbrio que foi obtido no


site Thingiverse7 (modelo thing:1617958) podemos concluir que o mesmo utiliza
o contrapeso existente nas pontas das suas asas com a finalidade de deslocar
o centro de massa para a parte inferir ao ponto de apoio, que fica localizada no
bico, com isso o pássaro se mantém em equilíbrio estável, o que não o deixa
cair. (SABRINNA, 2019)
Figura 5.1.1 – Experimento do
pássaro

Fonte: Próprio autor, 2019

7
https://www.thingiverse.com/thing:1617958
47

Para garantir que o pássaro tenha o centro de massa localizado no bico,


foi utilizado na impressão 3D uma densidade maior nas extremidades das asas
do que nas outras partes do corpo, sendo o mesmo impresso em duas etapas,
com as configurações da impressora 3D feitas no software Ultimaker Cura, para
a primeira etapa (Figura 5.1.2), mostradas na tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Configurações da impressora 3D para a etapa 1


Tipo de Diâmetro Volume máximo Velocidade Sistema de
impressora do bico de impressão máxima de extrusão
impressão
Cartesiana 0.4 mm 200 mm x 200 mm 100 mm/s Direct
fechada x190 mm
Prusa i3

Fonte: Próprio autor, 2019

Figura 5.1.2 - Print screen da


tela de impressão da etapa 1
Fonte: Próprio
no software autor, 2019
Ultimaker Cura

Fonte: Próprio autor, 2019

As configurações de impressão 3D feitas no software Ultimaker Cura para


a primeira etapa estão listadas na tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Configurações da impressão 3D para a etapa 1

Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do


Densidade
utilizado camada suportes de impressão bico / mesa

ABS 0.2 mm 25% sim 50 mm/s 225 °C / 110 °C

Fonte: Próprio autor, 2019


48

Na tabela 3 abaixo, estão as configurações do material relacionadas ao


custo e tempo de impressão da etapa 1:

Tabela 3 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo da etapa 1


Quantidade de Diâmetro
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão material / Kg Impresso
utilizado filamento

6.15 m 1.75 mm 2h 11min R$ 85,00 R$ 1,31

Fonte: Próprio autor, 2019

Para a etapa 2 (Figura 5.1.3) foram utilizadas as configurações da


impressora 3D conforme tabela 4, bem como as configurações de impressão 3D
mostradas na tabela 5 e as configurações do material relacionadas ao custo e
Fonte: Próprio autor, 2019
tempo na tabela 6 feitas no software Ultimaker Cura:

Tabela 4 – Configurações da impressora 3D para a etapa 2


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
200 mm x 200 mm
fechada 0.4 mm 100 mm/s Direct
x190 mm
Prusa i3

Fonte: Próprio autor, 2019

Figura 5.1.3 - Print screen


da tela de impressão da
etapa 2 no software
Fonte:Ultimaker Cura
Próprio autor, 2019

Fonte: Próprio autor, 2019


49

Tabela 5 – Configurações da impressão 3D para a etapa 2

Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do


Densidade
utilizado camada suportes de impressão bico / mesa

ABS 0.2 mm 98% sim 50 mm/s 225 °C / 110 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 6 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo da etapa 2


Quantidade de Diâmetro
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão
Fonte: material
Próprio autor, 2019 / Kg Impresso
utilizado filamento

8.79 m 1.75 mm 1h 59min R$ 85,00 R$ 1,87

Fonte: Próprio autor, 2019

Ao final de todo o processo de impressão, remoção dos suportes e das


saias da base, foi realizada a montagem das partes do pássaro utilizando cola
de cano PVC para fixação em ABS, obtendo assim uma só peça (Figura 5.1.4).
Fonte: Próprio autor, 2019

Figura 5.1.4 – Pássaro impresso em 3D ao final da montagem

Figura 4.1.4 – Pássaro impresso em 3D ao final da montagem

(a) Pássaro em equilíbrio na mão. (b) Pássaro em equilíbrio em cone.


Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019

(a) Pássaro em equilíbrio na mão. (b) Pássaro em equilíbrio em cone.


Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019
50

5.2 O copo de Pitágoras

O copo de Pitágoras ou taça de Pitágoras foi criado pelo mesmo com o


objetivo de ensinar aos seus discípulos o consumo moderado de vinho. O
princípio baseia-se no experimento do sifão que existe dentro do copo, mantendo
o líquido a uma determinada altura pela ação da gravidade, no momento em que
a quantidade de vinho ultrapassa a altura da coluna do sifão, existirá uma
diferença de pressão capaz de empurrar todo o líquido do copo até o pé da taça
causando o seu esvaziamento (Figura 5.2.1). (BREFIMAS, 2017)

Figura 5.2.1 – Esquema de funcionamento da taça de Pitágoras

Figura 4.2.1 – Esquema de funcionamento da taça de Pitágoras

Fonte: http://www.gluon.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/02/copo-pitagoras-
esquema.jpg

Podemos usar o sifão para retirada de líquidos sem a necessidade de virar


o recipiente ao qual se encontra. Assim que o tubo estiver totalmente cheio o
líquidoFonte:
será http://www.gluon.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/02/copo-pitagoras-
drenado até que o seu nível esteja abaixo do ponto B, representado
na Figura 5.2.2. esquema.jpg

Figura 5.2.2 – esquema do esvaziamento de um


recipiente contendo líquido por meio de um sifão

Fonte:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180
6-11172009000300001
51

Segundo Vertchenko, Dickman e Ferreira (2009), para encontrarmos a


velocidade com que fluído escoa através do ponto C, utilizaremos o teorema do
trabalho – energia cinética, aplicando a equação de Torricelli da hidrostática para
a diferença entre as pressões estáticas do líquido, teremos:

𝑃𝐵 = 𝑃𝐴 + 𝜌𝑔𝐻 (1)

Sendo 𝜌 a densidade do líquido, 𝑔 a aceleração da gravidade e H a altura


do líquido, para obtermos a diferença de pressão entre os pontos B e C,
consideramos a mesma pressão atmosférica nos pontos A e C, desprezando o
peso da coluna de ar de altura H ficando:

𝛥𝑃 = 𝑃𝐵 − 𝑃𝐶 = 𝜌𝑔𝐻 (2)

O movimento do fluído no sifão é ocasionado por essa diferença de


pressão, onde segundo o teorema do trabalho – energia temos:

1
𝛥𝑃 = 𝜌𝑣 2 (3)
2

Para obtermos a velocidade do fluído no ponto C, devemos igualar as


equações (2) e (3), resultando em:

𝑣 = √2𝑔𝐻 (4)

No experimento do copo de Pitágoras (Figura 5.2.3) foi utilizado o arquivo


do site Thingiverse8 (modelo thing:123252), com as configurações da impressora
3D mostradas na tabela 7, de impressão 3D na tabela 8 e as configurações do
material relacionadas ao custo e tempo na tabela 9, feitas no software Ultimaker
Cura:

Tabela 7 – Configurações da impressora 3D


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
200 mm x 200 mm
fechada 0.4 mm 100 mm/s Direct
x190 mm
Prusa i3

Fonte: Próprio autor, 2019

8
https://www.thingiverse.com/thing:123252

Fonte: Próprio autor, 2019


52

Figura 5.2.3 - Print screen da tela de impressão do copo de


Pitágoras no software Ultimaker Cura

Figura 4.2.3 - Print screen da tela de impressão do copo de


Pitágoras no software Ultimaker Cura

(a) Visualização raio X. (b) Visualização do fatiamento.


Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 8 – Configurações da impressão 3D

(a) Visualização raio X. (b) Visualização do fatiamento.


Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do
Fonte: PróprioDensidade
autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019
utilizado camada suportes de impressão bico / mesa

PET-G 0.2 mm 20% não 50 mm/s 230 °C / 80 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 9 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo


Quantidade de Diâmetro
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão
Fonte: material
Próprio autor, 2019 / Kg Impresso
utilizado filamento

7.47 m 1.75 mm 2h 02min R$ 125,00 R$ 2,97

Fonte: Próprio autor, 2019

Fonte: Próprio autor, 2019


53

Finalizado o processo de impressão e remoção das saias da base, foi


realizado os testes de funcionamento do sifão do copo de Pitágoras com a
utilização de água, mostrados na figura 5.2.4.

Figura 5.2.4 – Copo de Pitágoras impresso em 3D e etapas de


funcionamento

Fonte: Próprio autor, 2019

5.3 O diagrama de PVT (pressão, volume e temperatura) da água

Para Torres, Ferraro e Soares (2010), com exceção ao caso de outras


substâncias, a água tem seu volume diminuído quando submetida a fusão. Por
outro lado, o aumento da pressão ocasiona uma aproximação entre as
partículas, o que contribui para uma mudança de estado, dessa forma uma
diminuição da temperatura de fusão do gelo é ocasionada por um aumento de
pressão, o que pode ser observado na figura 5.3.1, em comparação ao que
acontece com substâncias genéricas mostrada na figura 5.3.2, podemos
observar que a curva de fusão está inclinada para a esquerda de forma contrária
ao gráfico de outras substâncias.
O ponto T mostrado no gráfico, comum às três curvas pode ser chamado
de ponto triplo da água, e representa a situação em que existe a coexistência de
três estados, nesse caso para um valor de pressão de 4,58 mmHg a temperatura
correspondente será de 0,01°C.
54

Figura 5.3.1 – Diagrama Figura 5.3.2 – Diagrama de


de estados da água estados de uma substância
genérica

Fonte: Fonte:
https://mundoeducacao.bol.uol.c https://mundoeducacao.bol.uol.c
om.br/fisica/diagrama-fases.htm om.br/fisica/diagrama-fases.htm

Ainda segundo Torres, Ferraro e Soares (2010), o líquido formado e


deixado na superfície de gelo na trilha de um patinador é explicado pelo fato de
que o peso do mesmo aumenta a pressão na superfície de gelo, o que favorece
a sua fusão estando a pista na sua temperatura.

Para o diagrama PVT da água (Figura 5.3.3) utilizamos o arquivo no site


Thingiverse9 (modelo thing:1166478), com as configurações da impressora 3D
mostradas na tabela 10, de impressão 3D na tabela 11 e as configurações do
material relacionadas ao custo e tempo na tabela 12, feitas no software Ultimaker
Cura:
Figura 5.3.3 - Print screen da
tela de impressão do diagrama
PVT no software Ultimaker
Cura

Fonte: Próprio autor, 2019

9
https://www.thingiverse.com/thing:1166478
55

Tabela 10 – Configurações da impressora 3D


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
200 mm x 200 mm
fechada 0.4 mm 100 mm/s Direct
x190 mm
Prusa i3

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 11 – Configurações da impressão 3D

Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do


Densidade
utilizado camada suportes
Fonte: Próprio de impressão
autor, 2019 bico / mesa

PLA 0.2 mm 10% não 50 mm/s 205 °C / 65 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 12 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo


Quantidade de Diâmetro
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão
Fonte: material
Próprio autor, 2019 / Kg Impresso
utilizado filamento

19.27 m 1.75 mm 4h 47min R$ 120,00 R$ 6,90

Fonte: Próprio autor, 2019

Concluída a impressão e remoção das saias da base, podemos conferir e


analisar o gráfico gerado em Fonte:
três dimensões referente
Próprio autor, 2019 ao diagrama de pressão,
volume e temperatura da água, mostrados na figura 5.3.4.
56

Figura 5.3.4 – Diagrama PVT da água após o processo de impressão 3D

Figura 4.3.4 – Diagrama PVT da água após o processo de impressão 3D

Fonte: Próprio autor, 2019

5.4 O pêndulo simples (pêndulo físico)


Fonte: Próprio autor, 2019
O pêndulo físico em relação ao simples, é assim chamado por ter uma
distribuição de massa mais complicada em virtude de não estar ligado ao apoio
por uma corda de massa desprezível, podendo ser chamado de pêndulo real
demonstrado na figura 5.4.1 com um ângulo de abertura θ, em relação a seu
ponto de apoio, a força gravitacional Fg, é aplicada ao centro de massa C
localizado a uma distância h do ponto de apoio. A análise física deve ser a
mesma do pêndulo simples sendo alterado somente o comprimento do fio L pelo
braço de alavanca h, dessa forma o movimento executa um MHS (movimento
harmônico simples) para pequenos valores de θ. (HALLIDAY; RESNICK;
WALKER, 2009)
Figura 5.4.1 – Esquema do
pêndulo físico

Fonte: Fundamentos de Física - vol


2, 8. ed, p.97
57

O período pode ser encontrado substituindo L por h, com I (igual a mL2)


sendo o momento de inercia do pêndulo em relação ao ponto de apoio O. Nesse
caso a oscilação tende a zero se o seu centro de massa se aproximar do ponto
O, de acordo com a equação abaixo:

𝐼
𝑇 = 2𝜋√
𝑚𝑔ℎ

No experimento do pêndulo simples (Figura 5.4.2) utilizamos o arquivo no


site Thingiverse10 (modelo thing: 2999965), com as configurações da impressora
3D mostradas na tabela 13, de impressão 3D na tabela 14 e as configurações
do material relacionadas ao custo e tempo na tabela 15, feitas no software
Ultimaker Cura:

Figura 5.4.2 - Print screen da tela de impressão do


pêndulo simples no software Ultimaker Cura

Figura 4.4.2 - Print screen da tela de impressão do


pêndulo simples no software Ultimaker Cura

Fonte: Próprio autor, 2019

Fonte: Próprio autor, 2019

10
https://www.thingiverse.com/thing:2999965
58

Tabela 13 – Configurações da impressora 3D


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
220 mm x 220 mm
aberta 0.4 mm 100 mm/s Bowden
x260 mm
Tronxy XY-2

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 14 – Configurações da impressão 3D

Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do


Densidade
utilizado camada suportes
Fonte: Próprio de impressão
autor, 2019 bico / mesa

PLA 0.2 mm 10% não 50 mm/s 205 °C / 50 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 15 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo


Quantidade de Diâmetro
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão
Fonte: material
Próprio autor, 2019 / Kg Impresso
utilizado filamento

11.51 m 1.75 mm 3h 22min R$ 120,00 R$ 4,12

Fonte: Próprio autor, 2019

Finalizado o processo de impressão e remoção das saias da base, foi


realizada a montagem do pêndulo, com aautor,
Fonte: Próprio utilização
2019 de dois rolamentos radiais

608, dois parafusos de 5/16” x ¾”, uma porca de 5/16” e quatro arruelas lisas de
5/16” conforme figura 5.4.3.
59

Figura 5.4.3 – Pêndulo simples montado após o processo de


impressão 3D

Fonte: Próprio autor, 2019

5.5 Motor de corrente continua

Foi descoberto pelo professor e pesquisador Hans Christian Öersted, que


a corrente elétrica em um fio condutor está relacionada ao campo magnético
existente ao redor desse mesmo fio. Posteriormente, Faraday e Henry
perceberam que a variação de um campo magnético é o que induz uma corrente
elétrica em um condutor. Com essas descobertas, foi possível estabelecer uma
ligação entre eletricidade e magnetismo, e então, a partir daí surgiu inúmeras
aplicações práticas e desenvolvimentos tecnológicos, como o motor elétrico.
(SILVA, 2013)

Para Silva (2013), um motor elétrico é um dispositivo que faz a conversão


da energia elétrica em energia mecânica. Seu funcionamento é baseado nos
princípios do eletromagnetismo, ou seja, é preciso que uma corrente elétrica
passe por um fio condutor na qual está relacionada a um campo magnético.

Um exemplo de um motor simples pode ser visto na figura 5.5.1 abaixo,


onde se tem uma base, uma fonte de energia(pilha), um imã, uma espira feitas
de um fio condutor e duas hastes de fio condutor que são colocadas em cada
extremidade da pilha, o qual irá conduzir energia elétrica e produzir um campo
magnético fazendo a espira girar. (SILVA, 2013)
60

Figura 5.5.1- Esquema de um motor


simples

Figura 4.5.1- Esquema de um motor


simples

Fonte:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/el
etromagnetismo-4-oersted-faraday-e-o-motor-
eletrico---3.htm

Para o experimento do motor (Figura 5.5.2) utilizamos o arquivo no site


Thingiverse11 (modelo thing: 1392169), com as configurações da impressora 3D
mostradas na tabela 16, de impressão 3D na tabela 17 e as configurações do
Fonte:
material relacionadashttps://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/el
ao custo e tempo na tabela 18, feitas no software Ultimaker
etromagnetismo-4-oersted-faraday-e-o-motor-
Cura:
eletrico---3.htm
Figura 5.5.2 – Print screen da tela de impressão do motor
elétrico no software Ultimaker Cura

Fonte: Próprio autor, 2019

11
https://www.thingiverse.com/thing:1392169
61

Tabela 16 – Configurações da impressora 3D


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
220 mm x 220 mm
aberta 0.4 mm 100 mm/s Bowden
x260 mm
Tronxy XY-2

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 17 – Configurações da impressão 3D

Material Altura de Uso de


Fonte: Próprio Velocidade
autor, 2019 Temperatura do
Densidade
utilizado camada suportes de impressão bico / mesa

PLA 0.2 mm 20% sim 40 mm/s 205 °C / 50 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 18 – Configurações do material relacionada ao custo e tempo


Quantidade de Diâmetro Fonte: Próprio autor, 2019
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão material / Kg Impresso
utilizado filamento

3.25 m 1.75 mm 1h 18min R$ 120,00 R$ 1,16

Fonte: Próprio autor, 2019

Concluído o processo de impressão, foi realizada a montagem do motor


elétrico, com a utilização deFonte:
dois Próprio
clipes autor,
de papel,
2019 dois imãs de neodima, fio

condutor AWG22 e uma pilha AA conforme figura 5.5.3.


62

Figura 5.5.3 – Motor elétrico impresso em 3D

Fonte: Próprio autor, 2019

5.6 Fluxo elétrico impresso em 3D

O fluxo elétrico (Figura 5.6.1), é representado através das linhas de campo


uniforme que atravessam uma superfície plana, podendo ser definido como
o produto do módulo do campo elétrico pela área da superfície, e o cosseno
do ângulo formado entre a direção deste campo e vetor normal a superfície
conforme a equação a seguir. (CASARO; MENEGUELLI; KLEIN, 2007)

𝛷 = |𝑬|. 𝑆. 𝑐𝑜𝑠 𝛼

Figura 5.6.1- Fluxo elétrico em uma área

Fonte:
http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/campo/f
luxo_eletrico/
63

Como mostrado na figura anterior, quando uma área está inclinada em


relação ao campo, o número de linhas que à atravessam será menor do que
se ela estivesse perpendicular (Figura 5.6.2), resultando assim num valor
menor do fluxo. Já quando for paralela ao campo (Figura 5.6.3), nenhuma
linha irá atravessa-la, e assim, o fluxo será nulo. (HALLIDAY; RESNICK;
WALKER, 2009)

Figura 5.6.2- Área perpendicular Figura 5.6.3- Área paralela ao


ao campo elétrico campo elétrico

Fonte: Fonte:
http://efisica.if.usp.br/eletricidade/ba http://efisica.if.usp.br/eletricidade/bas
sico/campo/fluxo_eletrico/ ico/campo/fluxo_eletrico/

Para o experimento do fluxo elétrico (Figura 5.6.4) utilizamos o arquivo no


site Thingiverse12 (modelo thing: 2278336), com as configurações da impressora
3D mostradas na tabela 19, de impressão 3D na tabela 20 e as configurações
do material relacionadas ao custo e tempo na tabela 21, feitas no software
Ultimaker Cura:

Figura 5.6.4 - Print screen da tela de impressão do fluxo


elétrico no software Ultimaker Cura

Fonte: Próprio autor, 2019

12
https://www.thingiverse.com/thing:2278336
64

Tabela 19 - Configurações da impressora 3D


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
220 mm x 220 mm
aberta 0.4 mm 100 mm/s Bowden
x260 mm
Tronxy XY-2

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 20 - Configurações da impressora 3D


Fonte: Próprio autor, 2019
Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do
Densidade
utilizado camada suportes de impressão bico / mesa

PLA 0.2 mm 20% não 40 mm/s 205 °C / 50 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 21 - Configurações do material relacionada ao custo e tempo


Quantidade de Diâmetro Fonte: Próprio autor, 2019
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão material / Kg Impresso
utilizado filamento

92.44 m 1.75 mm 33h 08min R$ 120,00 R$ 33,09

Fonte: Próprio autor, 2019

Ao término do processo de impressão e retirada das peças impressas da


mesa, foi realizada a montagem doPróprio
Fonte: fluxo elétrico, conforme figura 5.6.5
autor, 2019
65

Figura 5.6.5 – Fluxo elétrico impresso em 3D

Fonte: Próprio autor, 2019

5.7 Carro movido a ar comprimido (Experimento extra)

O ar atmosférico condensado, é chamado de ar comprimido e suas


grandezas fundamentais são sua pressão, temperatura e umidade. A sua
energia é devido à pressão que possui acima da à atmosférica. Podendo ser
utilizado para impulsionar motores a ar, em martelos pneumáticos, entre outros.

O princípio da ação e reação é a terceira lei de Newton, o qual diz que ao


ser aplicada uma determinada força sobre um corpo (ação), é recebido desse
corpo a mesma força (reação), com mesmo módulo e na mesma direção, porém
com sentido oposto (Figura 5.7.1). (HELERBROCK,2013)

Figura 5.7.1 - Ilustração da terceira Lei de


Newton

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-
newton.htm
66

Assim, o carro movido a ar comprimido se movimenta quando o fluxo de


ar que se encontra no balão é liberado, o ar é empurrado para trás o qual
empurra o balão para frente. E como o balão estar preso ao carrinho, o mesmo
entra em movimento.

Para o experimento do carro movido a ar comprimido (Figura 5.7.2)


utilizamos o arquivo no site Thingiverse13 (modelo thing: 1325779), com as
configurações da impressora 3D mostradas na tabela 22, de impressão 3D na
tabela 23 e as configurações do material relacionadas ao custo e tempo na tabela
24, feitas no software Ultimaker Cura:

Figura 5.7.2 - Print screen da tela de


impressão do carro movido a ar comprimido
no software Ultimaker Cura

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 22 - Configurações da impressora 3D


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
220 mm x 220 mm
aberta 0.4 mm 100 mm/s Bowden
x260 mm
Tronxy XY-2

Fonte: Próprio autor, 2019

13
https://www.thingiverse.com/thing:1325779
Fonte: Próprio autor, 2019
67

Tabela 23 - Configurações da impressora 3D

Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do


Densidade
utilizado camada suportes de impressão bico / mesa

PLA 0.2 mm 20% não 40 mm/s 205 °C / 50 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 24 - Configurações do material relacionada ao custo e tempo


Quantidade de Diâmetro Fonte: Próprio autor, 2019
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão material / Kg Impresso
utilizado filamento

13.99 m 1.75 mm 4h 33min R$ 120,00 R$ 5,01

Fonte: Próprio autor, 2019

Finalizado o processo de impressão, foi realizada a montagem do carro


movido a ar comprimido (Figura 5.7.3), encaixando todas as peças que foram
Fonte: Próprio autor, 2019
impressas e colocado um balão cheio de ar comprimido para realizar o
movimento, conforme figura 5.7.4

Figura 5.7.3 - Carro movido a ar Figura 5.7.4 - Carro movido a ar


comprimido impresso em 3D comprimido impresso em 3D
com balão

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019


68

5.8 Motor mola (Experimento extra)

Mola (Figura 5.8.1) é um objeto elástico que é facilmente alongado ou


comprimido. E o físico Robert Hooke, demostrou matematicamente, que essa
deformação estava diretamente proporcional a uma força elástica, o qual é uma
força que a mola reage quando é comprimida ou estendida por uma força
externa. (ANJOS,2015)

𝐹 = 𝐾. 𝑥

Onde:

F = Força elástica

K= Constante elástica

x= deformação do corpo elástico

Figura 5.8.1 – Mola sofrendo deformação

Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/lei-
hooke.htm
69

As engrenagens (Figura 5.8.2) são rodas dentadas muito utilizadas na


indústria mecânica para a transmissão de movimento, podendo ser fabricadas
de materiais como, metais, ligas resistentes e plástico. Desta forma é possível
aumentar ou reduzir forças e velocidades através do contato direto entre seus
dentes e variações no diâmetro das mesmas. (PUCCI, 2008)

Figura 5.8.2 - Engrenagens

Fonte: Próprio autor, 2019

Para o experimento do motor mola (Figura 5.8.3) utilizamos o arquivo no


site Thingiverse14 (modelo thing: 402412), com as configurações da impressora
3D mostradas na tabela 25, de impressão 3D na tabela 26 e as configurações
do material relacionadas ao custo e tempo na tabela 27, feitas no software
Ultimaker Cura:

Figura 5.8.3 - Print screen da tela de impressão


do motor mola no software Ultimaker Cura

Fonte: Próprio autor, 2019

14
https://www.thingiverse.com/thing:402412
70

Tabela 25 - Configurações da impressora 3D


Velocidade
Tipo de Diâmetro Volume máximo Sistema de
máxima de
impressora do bico de impressão extrusão
impressão
Cartesiana
220 mm x 220 mm
aberta 0.4 mm 100 mm/s Bowden
x260 mm
Tronxy XY-2

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 26 - Configurações da impressora 3D

Fonte: Próprio autor, 2019


Material Altura de Uso de Velocidade Temperatura do
Densidade
utilizado camada suportes de impressão bico / mesa

PLA 0.2 mm 20% não 40 mm/s 205 °C / 50 °C

Fonte: Próprio autor, 2019

Tabela 27 - Configurações do material relacionada ao custo e tempo


Quantidade de Diâmetro Fonte: Próprio autor, 2019
Tempo de Custo do Custo do material
material do
impressão material / Kg Impresso
utilizado filamento

24.24 m 1.75 mm 9h 15min R$ 120,00 R$ 8,67

Fonte: Próprio autor, 2019

Ao término do processo de impressão (Figura 5.8.4) e remoção das peças


da mesa, foi realizada a montagem doautor,
Fonte: Próprio motor
2019mola, encaixando todas as

engrenagens que foram impressas juntamente com a base do mesmo conforme


figura 5.8.5.
71

Figura 5.8.4 – Peças do motor mola Figura 5.8.5 – Motor mola montado
impressas em 3D

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019


72

6. APLICAÇÕES E RESULTADOS

6.1 Aplicação dos experimentos impressos em 3D

Os experimentos escolhidos (Figura 6.1.1) neste trabalho foram aplicados


em duas turmas de instituições diferentes, uma no IFMA campus Monte Castelo
e a outra no SENAI localizado no quilômetro 5 da BR 135, com alunos de cursos
técnicos que estão iniciando o ensino médio e outros que já concluíram ou estão
cursando o último ano, tendo como objetivo, avaliar o grau de aplicação,
dificuldade e entendimento dos modelos impressos em 3D.

Figura 6.1.1 – Experimentos impressos em 3D

Fonte: Próprio autor, 2019

No primeiro momento houve a demonstração da impressora 3D, bem


como o processo de impressão dos experimentos relacionados aos conteúdos
de física do ensino médio para os alunos das duas instituições de ensino.
A aplicação dos experimentos no IFMA campus Monte Castelo ocorreu no
dia 21/02/2019 com 30 alunos do curso técnico em automação que estão
cursando concomitantemente o 1º ano do ensino médio sob a responsabilidade
do professor Aranai Rabelo da costa do departamento de Física. No SENAI, esta
aplicação foi realizada no dia 22/02/2019 com 24 alunos do curso técnico em
eletromecânica, onde a maioria já havia concluído o ensino médio e os demais
participantes ainda estavam cursando o 3º ano, sob a responsabilidade do
Instrutor Igo Henrique Araujo Almeida da área de metal mecânica.
O experimento do pássaro (Figura 6.1.2) foi analisado pelos alunos do
IFMA e do SENAI, onde os mesmos manipularam o modelo, analisando o
fundamento físico aplicado a este.
73

Figura 6.1.2 – Experimento do pássaro em análise pelos alunos do


IFMA e SENAI

Fonte: Próprio autor, 2019

Para o copo de Pitágoras (Figura 6.1.3) foi preparado um recipiente, e um


copo com água de modo que os alunos das duas instituições pudessem observar
o funcionamento do sifão, neste experimento foi explicado aos estudantes o
fundamento físico que estava relacionado ao mesmo.

Figura 6.1.3 – Experimento do copo de


Pitágoras em análise por um aluno do SENAI

Fonte: Próprio autor, 2019

O Diagrama PVT da água (Figura 6.1.4), o pêndulo simples (Figura 6.1.5),


o motor elétrico (Figura 6.1.6) e o fluxo elétrico impressos em 3D (Figura 6.1.7)
chamaram bastante a atenção do alunos do IFMA, pois os mesmos ainda não
tinham estudado o fundamento físico relacionado aos experimentos, já a maioria
dos alunos do SENAI conseguiram observar as fases da água em três
dimensões, calcular a frequência do pêndulo para um determinado ângulo,
identificar o princípio de funcionamento do motor elétrico e entender o
comportamento do fluxo elétrico por meios das impressões 3D apresentadas.
74

Figura 6.1.4 – Experimento do Figura 6.1.5 – Experimento do


diagrama PVT da água pêndulo simples

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019

Figura 6.1.6 – Experimento Figura 6.1.7 – Experimento do


do motor elétrico fluxo elétrico

Fonte: Próprio autor, 2019 Fonte: Próprio autor, 2019

Nos experimentos extras apresentados, foi demonstrado os princípios


físicos aplicados ao carro movido a ar comprimido e ao motor mola, de maneira
que os alunos do IFMA conseguiram entender o funcionamento de cada um, e
os alunos do SENAI relembraram na prática esses fundamentos relacionados.

6.2 Resultados

O segundo momento com os alunos das duas instituições escolhidas, foi a


aplicação de um questionário com treze perguntas, uma para cada experimento
e cinco relacionadas aos métodos de impressão 3D, onde foi verificado a reação
dos mesmos de acordo com os resultados das perguntas abaixo:
75

1) Você consegue relacionar o experimento do pássaro impresso em 3D


com algum conteúdo de Física já ministrado pelo professor? Qual?
70% dos alunos do IFMA e 80% dos estudantes do SENAI responderam
que sim, e relacionaram o experimento do pássaro ao centro de massa, como já
era esperado, os outros alunos não souberam responder esta questão.
2) No experimento do copo de Pitágoras, qual dispositivo do dia a dia você
consegue associar?
Para 50% dos alunos do IFMA e 100% dos alunos do SENAI, o
experimento do copo de Pitágoras foi associado ao princípio de funcionamento
do vaso sanitário, 33,3% relacionaram o experimento ao funcionamento de um
sifão de pia, os outros alunos da instituição não conseguiram responder.
3) Você conseguiu entender mais facilmente os estados do diagrama de
PVT (pressão, volume e temperatura) da água impresso em 3D ou o gráfico em
2D explica melhor o conteúdo?
33,3% dos alunos do IFMA e 60% dos alunos do SENAI, conseguiram
entender facilmente o experimento, sendo que os demais estudantes não
conseguiram entender.
4) O que aconteceu com o pêndulo simples quando você deslocou a
massa localizada no braço do mesmo? O objeto impresso é tão eficaz quanto o
próprio pêndulo dos laboratórios da sua escola?
50% dos alunos do IFMA e 100% dos estudantes do SENAI responderam
que houve alteração na frequência de movimento do pêndulo com o
deslocamento da massa localizada no braço, os demais não souberam
responder, com relação a comparação do pêndulo impresso ao pêndulo da sua
escola, 70% do alunos do IFMA e 20% do SENAI disseram que o objeto impresso
é tão eficaz quanto, sendo que 80% dos estudantes da segunda instituição citada
informaram que não ter usado o experimento no ensino médio.
5) Quais as leis da Física, você consegue associar ao experimento do
motor elétrico? Ele é de fácil construção e entendimento?
100% dos alunos do IFMA não souberam responder as perguntas
relacionadas ao motor elétrico, 80% dos alunos do SENAI associaram o
experimento a aplicação da lei de Faraday e disseram ser de fácil construção, já
os demais não souberam responder.
76

6) Qual a colaboração que a impressão em 3D do fluxo elétrico traz para


o conteúdo teórico ministrado pelo professor?
16,6% dos alunos do IFMA 100% do SENAI disseram que a impressão
3D do fluxo elétrico facilita o entendimento do conteúdo teórico abordado pelo
professor, os demais não souberam, responder.
7) Você pode citar duas grandezas Físicas relacionadas ao experimento
impresso em 3D do motor mola?
50% dos alunos do IFMA citaram a energia potencial e a aceleração como
grandezas físicas relacionadas ao experimento, para os estudantes do SENAI
80% o relacionaram com a energia cinética e a energia potencial, os demais
alunos não souberam responder.
8) No experimento do carro movido a ar comprimido, quais os fatores da
impressão 3D que podem influenciar na velocidade do mesmo?
Para 33,2% dos alunos do IFMA e 80% do SENAI, há uma grande
influência da densidade e do diâmetro do orifício na velocidade do carrinho, os
demais não souberam responder.
9) Os experimentos impressos em 3D facilitaram o entendimento da teoria
ensinada pelo professor? qual chamou mais a sua atenção?
100% dos alunos de ambas instituições disseram que os experimentos
impressos em 3D facilitam o entendimento do conteúdo ministrado pelo
professor, o experimento do pássaro foi o mais interessante para todos os
estudantes.
10) Antes da demonstração dos experimentos impressos em 3D, vocês
já sabiam ou tinham imaginado como utilizar a impressão 3D no ensino de
Física?
Todos os estudantes do IFMA e do SENAI nunca tinha imaginado como
utilizar a impressora 3D no ensino de Física
11) Após a demonstração dos experimentos impressos em 3D, você
acha viável o uso destes para o ensino de Física, comparado aos outros métodos
de fabricação de experimentos? Por que?
Todos os estudantes do IFMA e do SENAI disseram ser viável o uso de
experimentos impressos em 3D para o ensino de Física, pois segundo os
estudantes, a aula se torna de fácil entendimento e mais interessante.
77

12) Você tem conhecimento da existência de alguma impressora 3D na


sua escola? Se sim, onde elas são utilizadas?
Todos os alunos do IFMA disseram não ter conhecimento da existência
de alguma impressora 3D na sua instituição, para os alunos do SENAI, 100%
disseram saber da existência de uma impressora 3D no laboratório da escola.
13) Quais fatores motivantes e desmotivantes, você visualizou no uso
da impressão 3D para a fabricação de experimentos?
Para 50% dos alunos do IFMA não existem fatores desmotivantes no uso das
impressoras 3D para a fabricação de experimentos, os outros 50% não
souberam responder, já os estudantes do SENAI citaram como fatores
motivantes a criação de vários objetos para o dia a dia, possibilidade de
fabricação de peças com ângulos complexos, e maior rendimento, os fatores
desmotivantes foram o tempo e o custo de impressão.
78

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração deste trabalho possibilitou a pesquisa de uma tecnologia


que pode ser utilizada pelos professores e alunos de Física no ensino médio,
como ferramenta para construção de experimentos da área. Desta forma foi
possível observar, a evolução do processo de impressão 3D, onde conhecemos
a máquina, seus componentes, os tipos de materiais mais utilizados e as
técnicas que envolvem todo o processo.

Para o cumprimento dos objetivos apresentados, foi realizada a busca dos


arquivos de impressão 3D, voltados para o ensino de Ciências no site
Thingiverse, selecionando os experimentos por áreas de ensino da Física e
aplicando os parâmetros de construção de acordo com a geometria do modelo
e tipo de material selecionado de forma que pudéssemos conhecer os custos
relacionados a fabricação de cada um.

Conforme planejado no presente trabalho, foi realizada a aplicação dos


experimentos com os alunos do 1º ano ao 3º ano do ensino médio de duas
instituições de ensino, com o objetivo de avaliar e validar os conhecimentos do
uso das impressoras 3D para a aplicação no ensino de Física, bem como os
próprios modelos impressos para este processo.

A aplicação do questionário com perguntas sobre os experimentos


impressos e o processo de impressão 3D, possibilitou visualizar a aceitação do
uso dessa tecnologia para o ensino de Física, assim como as dificuldades
encontradas pelos alunos em compreender determinados fundamentos da
disciplina sem a execução de uma prática atrativa para os mesmos.

O processo de elaboração deste trabalho contribui para o ensino de


Física, e serve de base para que outros professores possam utilizar essa
ferramenta tecnológica de grande potencial na construção de seus próprios
experimentos, atraindo ainda mais a atenção dos alunos, e contribuindo de forma
objetiva para o desenvolvimento da educação em nosso país.
79

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2017. 195 p. Disponível em: <https://www.makerbot.com/education/3d-printing-
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VOLPATO, Neri. Manufatura Aditiva: Tecnologia e aplicações da impressora


3D. São Paulo: Blucher, 2017. 400 p.
82

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO Á TURMA DE FÍSICA

Questionário sobre o uso dos experimentos e impressoras 3D no ensino de


Física:

1. Você consegue relacionar o experimento do pássaro impresso em 3D com


algum conteúdo de Física já ministrado pelo professor? Qual?

2. No experimento do copo de Pitágoras, qual dispositivo do dia a dia você


consegue associar?

3. Você conseguiu entender mais facilmente os estados do diagrama de PVT


(pressão, volume e temperatura) da água impresso em 3D ou o gráfico em 2D
explica melhor o conteúdo?

4. O que aconteceu com o pêndulo simples quando você deslocou a massa


localizada no braço do mesmo? O objeto impresso é tão eficaz quanto o próprio
pêndulo dos laboratórios da sua escola?

5. Quais as leis da Física, você consegue associar ao experimento do motor


elétrico? Ele é de fácil construção e entendimento?

6. Qual a colaboração que a impressão em 3D do fluxo elétrico traz para o


conteúdo teórico ministrado pelo professor?

7. Você pode citar duas grandezas Físicas relacionadas ao experimento


impresso em 3D do motor mola?

8. No experimento do carrinho movido a ar comprimido, quais os fatores da


impressão 3D que podem influenciar na velocidade do mesmo?

9. Os experimentos impressos em 3D facilitaram o entendimento da teoria


ensinada pelo professor? qual chamou mais a sua atenção?

10. Antes da demonstração dos experimentos impressos em 3D, vocês já


sabiam ou tinham imaginado como utilizar a impressão 3D no ensino de Física?

11. Após a demonstração dos experimentos impressos em 3D, você acha


viável o uso destes para o ensino de Física, comparado aos outros métodos de
fabricação de experimentos? Por que?
83

12. Você tem conhecimento da existência de alguma impressora 3D na sua


escola? Se sim, onde elas são utilizadas?

13. Quais fatores motivantes e desmotivantes, você visualizou no uso da


impressão 3D para a fabricação de experimentos?

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