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CAMPINAS
Campinas
2023
Pedro Álvares Muiños
Campinas
2023
A ficha catalográfica deverá ser solicitada online via http:
//www.sbu.unicamp.br/sbu/elaboracao-de-ficha-catalografica/
A folha de aprovação será fornecida pela Secretaria de Pós-Graduação
Inserir aqui dedicatoria.
Agradecimentos
Sumário
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1 Análise Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Espaços de Funções Reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3 Espaços Lp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4 Espaços de Sobolev W k,p . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.5 Existência, Unicidade e Regularidade de Solução para Problemas Envolvendo
a Equação do Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.6 Aspectos da Teoria de Análise Convexa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.7 Outros Resultados Pertinentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2 Controlabilidade Exata a Trajetórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1 Um Resultado Sobre a Falta de Controlabilidade Exata a Trajetórias . . . 30
2.2 Um Resultado Positivo Sobre Controlabilidade Exata a Trajetórias . . . . . 42
2.2.1 Desigualdade de Carleman e Estimativas de Observabilidade 42
2.2.2 Controlabilidade da Equação do Calor Linear com Potencial 56
2.2.3 Método do Ponto Fixo para o Teorema 2 . . . . . . . . . . 71
3 Controlabilidade Aproximada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
3.1 Um Resultado Sobre a Falta de Controlabilidade Aproximada . . . . . . . 80
3.2 Um Resultado Positivo Sobre Controlabilidade Aproximada . . . . . . . . . 83
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
APÊNDICE A Demonstração da Proposição 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
11
Introdução
A Teoria de Controle possui uma rica história que abrange desde suas origens
nas mais antigas civilizações, suas aplicações nas mais diversas áreas do conhecimento ao
longo dos séculos, em especial na engenharia, até a sua sistematização e estudo teórico
em tempos modernos. Mais especificamente, a Teoria de Controle associada a equações
diferencias ordinárias (ou parciais) teve grande evolução durante o século XX e foram
diversos os resultados obtidos. Para uma discussão mais aprofundada a respeito da história,
aplicações e resultados importantes da Teoria de Controle, em especial associada a equações
diferencias ordinárias (ou parciais), ver [12, 19, 24].
Um problema de controlabilidade associado a uma equação diferencial parcial
pode ser elaborado, grosso modo, da seguinte maneira: considera-se um sistema envolvendo
uma equação diferencial parcial no qual é possível agir sobre o mesmo por meio de um
controle (a condição de fronteira, o lado direito da equação, entre outros). Dados um
tempo T > 0, uma condição inicial e um estado final busca-se encontrar um controle
tal que a solução do sistema satisfaça a condição inicial em t = 0 e ou iguale-se ao (ou
"aproxima-se"do) estado final no tempo t = T .
Nesta dissertação estuda-se do ponto de vista da Teoria de Controle o seguinte
problema de condição inicial e fronteira envolvendo a equação do calor semilinear.
yt − ∆y + f (y) = v1ω em Q,
y=0 sobre Σ, (1)
y(x, 0)
= y0 (x) em Ω,
a) análise funcional;
c) espaços Lp ;
com p > 2, para as quais o sistema (1) não possui a propriedade da controlabilidade exata
a trajetórias para cada 0 < T < ∞.
Teorema 2. Seja T > 0. Supõe-se que existe y ∗ uma solução limitada e globalmente
definida do problema (1) com respeito à um controle v ∗ ∈ L∞ (ω × (0, T )), condição inicial
y0∗ ∈ L2 (Ω) e uma função f localmente Lipschitz que satisfaz (2) e
f (s)
3 → 0 quando |s| → ∞.
|s| ln (1 + |s|)
2
Introdução 13
com p > 2, para as quais o sistema (1) não possui a propriedade da controlabilidade
aproximada para qualquer 0 < T < ∞.
Teorema 4. Seja T > 0. Supõe-se que existe y ∗ uma solução limitada e globalmente
definida do problema (1) com respeito à um controle v ∗ ∈ L∞ (ω × (0, T )), condição inicial
y0∗ ∈ L2 (Ω) e uma função f localmente Lipschitz que satisfaz (2) e
f (s)
3 → 0 quando |s| → ∞.
|s| ln (1 + |s|)
2
Capítulo 1
Resultados Preliminares
BE ′ = {f ∈ E ′ | ||f ||E ′ ≤ 1}
BE = {x ∈ E | ||x||E ≤ 1}
quando o lado direito da desigualdade está bem definido. Caso a igualdade acima seja
estrita para 0 < λ < 1 e x ̸= y ∈ E tais que f (x), f (y) < +∞ diz-se que f é estritamente
convexa.
f (x) ≤ p(x), ∀x ∈ F.
F (x) ≤ p(x), ∀x ∈ E,
Então, existe x∗ ∈ C tal que x∗ ∈ Ψ(x∗ ), ou seja, Ψ possui pelo menos um ponto fixo.
Teorema 13. Sejam E1 , E2 dois espaços de Banach tais que E1 ,→,→ E2 . Se uma
sequência {xn } converge para x com respeito à topologia fraca em E1 então, {xn } converge
para x com respeito à topologia forte em E2 .
Demonstração.
Seja {xn } sequência em E1 convergindo fracamente para x em E1 . Para provar que {xn }
converge fortemente para x em E2 basta mostrar que toda subsequência de {xn } admite
uma subsequência que converge fortemente para x em E2 . Considera-se então {xnk } uma
tal subsequência. Assim, {xnk } converge fracamente para x em E1 . Como a inclusão entre
E1 e E2 é contínua (pois é compacta) tem-se que {xnk } converge fracamente para x em
Capítulo 1. Resultados Preliminares 17
E2 . Por outro lado, pela convergência fraca {xnk } é limitada em E1 . Como a imersão é
compacta infere-se que {xnk } admite subsequência {xnkj } convergindo fortemenete em
E2 para algum x0 . De onde segue que {xnkj } converge fracamente para x0 em E2 . E pela
unicidade do limite segue que x0 = x. Ou seja, {xnkj } converge fortemenete em E2 para x
e chega-se ao resultado.
• C ∞ (Ω) = C j (Ω);
\
j≥0
• C ∞ (Ω) = C j (Ω);
\
j≥0
|f (x1 ) − f (x2 )|
sup < ∞.
x1 ̸=x2 ∈Ω |x1 − x2 |
Definição 9 (Funções Hölder contínuas). Seja f ∈ C 0 (Ω). Diz-se que f é uma função
Hölder contíinua com expoente 0 < α < 1 se
|f (x1 ) − f (x2 )|
[f ]α = sup < ∞.
x1 ̸=x2 ∈Ω |x1 − x2 |α
Denota-se por C 0,α (Ω) o conjunto das funções Hölder contínuas com expoente α.
Capítulo 1. Resultados Preliminares 18
onde
|f (x1 , t) − f (x2 , t)|
[f ]α,x = sup ,
(x1 ,t)̸=(x2 ,t)∈Q |x1 − x2 |α
|f (x, t1 ) − f (x, t2 )|
[f ]α,t = sup α
(x,t1 )̸=(x,t2 )∈Q |t1 − t2 | 2
Teorema 14 (Espaços de Hölder como Espaços de Banach). Seja 0 < α < 1. Então,
é norma em C 0,α (Ω). Além disso, C 0,α (Ω) munido com a norma acima é espaço de Banach.
Analogamente,
α α
é norma em C 0,α, 2 (Q). Além disso, C 0,α, 2 (Q) munido com a norma acima é espaço de
Banach.
Teorema 15 (Densidade dos Espaços de Hölder em C 0 (Ω)). Seja 0 < α < 1. Se f ∈ C 0 (Ω)
então existe sequência {fn } ⊂ C 0,α (Ω) que converge uniformemente para f .
Demonstração.
O resultado segue de uma aplicação do Teorema de Stone-Weierstrass. (Ver enunciado e
demonstração do Teorema de Stone-Weierstrass em Rudin [22, Theorem 7.32]).
Demonstração.
O resultado segue de uma aplicação do Teorema de Arzelà-Ascoli. (Ver enunciado e
demonstração do Teorema de Arzelà-Ascoli em Dunford [6, Chapter IV , Section 6, Theorem
7]).
Capítulo 1. Resultados Preliminares 19
1.3 Espaços Lp
Inicia-se a seção introduzindo os conceitos de igualdade em quase todo ponto e
classe de equivalência entre funções reais em um espaço de medida.
Definição 11. [Espaços Lp ] Seja 1 ≤ p < ∞. Denota-se por Lp (X) o espaço das classes
de funções mensuráveis f : X → R tais que
Z 1
p
p
||f ||Lp (X) = |f | dµ < +∞.
X
O resultado a seguir afirma que || · ||Lp (X) são normas nos espaços Lp (X) e que
com tais normas os espaços Lp são espaços de Banach. Para a demonstração do mesmo
ver Folland [13, Theorem 6.6].
Teorema 17. Seja 1 ≤ p ≤ ∞. As aplicações || · ||Lp (X) dadas na Definição 11 são normas
em Lp (X). Os espaços Lp (X) munidos com tais normas são espaços de Banach.
Os próximos dois teoremas constam em Brezis [4, Corollary 4.24] e [4, Theorem
4.11]. O primeiro apresenta uma condição suficiente para que uma função localmente
integrável seja nula em quase todo ponto. Já o segundo caracteriza os espaços duais de Lp .
Capítulo 1. Resultados Preliminares 20
Para finalizar esta seção enunciam-se ainda quatro resultados da teoria dos
espaços Lp que encontram-se em Folland [13, Holder’s Inequality 6.2], [13, Proposition
6.12], [13, Minkowski’s Inequality for Integrals 6.19] e [13, Young’s Inequality 8.7].
Teorema 21. Sejam (X, X , µ) espaço de medida tal que µ(X) < ∞ e 0 < p < q ≤ +∞.
1 1
Então, Lq (X) ⊂ Lp (X) e ||f ||Lp (X) ≤ µ(X) p − q ||f ||Lq (X) .
é uma norma no espaço W k,p (Ω). Além disso, W k,p (Ω) munido desta norma é um espaço
de Banach.
O fecho das funções suaves com suporte compacto Cc∞ (Ω) em W k,p (Ω) denota-
se por W0k,p (Ω). Especialmente para o caso em que p = 2 escreve-se H k (Ω) = W k,2 (Ω) e
H0k (Ω) = W0k,2 (Ω). Por fim, utiliza-se a notação H −1 (Ω) para o espaço dual de H01 (Ω).
Os espaços de Sobolev são de extrema importância para resolução de problemas
envolvendo equações diferenciais parciais. Para apresentações mais aprofundadas sobre o
tema e sua aplicação na teoria de equações diferenciais parciais ver [4, 7]. Os dois próximos
resultados encontram-se em Brezis [4, Corollary 9.19] e [4, Theorem 9.16]. O primeiro
apresenta uma estimativa para funções nos espaços W01,p e o segundo imersões compactas
envolvendo espaços de Sobolev.
1 1 1
onde ∗
= − . Em particular, W 1,p (Ω) ,→,→ Lp (Ω) e W01,p (Ω) ,→,→ Lp (Ω) para todo p.
p p n
caso 1 ≤ p < ∞ e
||f ||L∞ ([0,T ],E) = ||f (t)||E < ∞.
t∈[0,T ]
Definição 16. Denota-se por C([0, T ], E) o espaço das funções contínuas f : [0, T ] → E
tais que
||f ||C([0,T ],E) = max ||u(t)||E < ∞.
0≤t≤T
Definição 17. Seja f ∈ L1 ([0, T ], E). Diz-se que g ∈ L1 ([0, T ], E) é a derivada fraca de
f se Z T Z T
ϕ′ (t)f (t) dt = ϕ(t)g(t) dt, ∀ϕ ∈ Cc∞ (0, T ).
0 0
Denota-se a derivada fraca por g = ft .
Definição 18. Seja 1 ≤ p ≤ ∞. Denota-se por W 1,p ([0, T ], E) o espaço das funções
f ∈ Lp ([0, T ], E) tais que ft existe no sentido fraco da Definição 16 e ft ∈ Lp ([0, T ], E).
Além disso,
Z T !1
p
||f (t)||pE + ||ft (t)||pE dt , se 1 ≤ p < ∞,
||f ||W 1,p ([0,T ],E) = 0
E = {u | u ∈ Lp ([0, T ], E0 ), ut ∈ Lq ([0, T ], E2 )}
Capítulo 1. Resultados Preliminares 23
com a norma
||u||E = ||u||Lp ([0,T ],E0 ) + ||ut ||Lq ([0,T ],E2 )
é um espaço de Banach. Além disso, E é compactamente imerso em Lp ([0, T ], E1 ), ou seja,
E ,→,→ Lp ([0, T ], E1 ).
Teorema 28. Sejam f ∈ L2 (Q), a = a(x, t) ∈ L∞ (Q) e u0 ∈ L2 (Ω). Então, existe uma
única solução fraca u do problema
ut − ∆u + au = f em Q,
u=0 sobre Σ,
em Ω,
u(x, 0)
= u0 (x)
ou seja, existe única u ∈ C([0, T ], L2 (Ω)) ∩ L2 ([0, T ], H01 (Ω)) com ut ∈ L2 ([0, T ], H −1 (Ω))
tal que
⟨ut , w⟩
H −1 ×H01 + (∆u, ∆w)L2 (Ω) + (au, w)L2 (Ω) = (f, w)L2 (Ω) q.t.p. em [0, T ],
u(0) = u0 ,
para todo w ∈ H01 (Ω), onde (·, ·)L2 (Ω) e ⟨·, ·⟩H −1 ×H01 denotam o produto interno em L2 (Ω) e
a dualidade entre os espaços H −1 (Ω), H01 (Ω), respectivamente. Além disso, existe constante
positiva C dependendo somente de Ω, T e a tal que
||u||C([0,T ],L2 (Ω)) + ||u||L2 ([0,T ],H01 (Ω)) + ||ut ||L2 ([0,T ],H −1 (Ω)) ≤ C ||u0 ||L2 (Ω) + ||f ||L2 (Q) .
Teorema 29. Seja a = a(x, t) ∈ L2 (Q). Suponha que u ∈ L2 (Q) é solução do problema
abaixo
−ut − ∆u + au = 0 em Q,
u =0 sobre Σ,
Agora, fazendo uso da teoria de semigrupos gerados por operadores (ver [5, 26])
seguem três resultados. O primeiro encontra-se em Cazenave [5, Proposition 3.5.7] e contém
uma estimativa envolvendo o semigrupo {S(t)}t≥0 gerado pelo operador Laplaciano com
condição de fronteira de Dirichlet.
||u||L∞ (Q) ≤ exp(T ||a||L∞ (Q) )||u0 ||L∞ (Ω) + T exp(T ||a||L∞ (Q) )||f ||L∞ (Q) .
Demonstração.
Sejam u1 e u2 soluções dos problemas abaixo
u1t − ∆u1 + au1 = 0 em Q,
1
u =0 sobre Σ,
u1 (x, 0)
= u0 (x) em Ω,
Capítulo 1. Resultados Preliminares 25
u2t − ∆u2 + au2 = f em Q,
2
u =0 sobre Σ,
u2 (x, 0)
=0 em Ω.
Então, u = u1 + u2 . Por Fernández-Cara [9, Lemma 3.1] tem-se que
||u2 (·, t)||L∞ (Ω) ≤ T exp(T ||a||L∞ (Q) )||f ||L∞ (Q) .
Teorema 33. Sejam f ∈ L∞ (Q), a = a(x, t) ∈ L∞ (Q) e u0 ∈ C 0,β (Ω) com 0 < β < 1.
Então, existe única solução u ∈ L2 ([0, T ], H 1 (Ω)) ∩ L∞ (Q) do problema
ut − ∆u + au = f em Q,
u=0 sobre Σ,
em Ω.
u(x, 0)
= u0 (x)
α
Além disso, existe α ∈ (0, β) dependendo de Ω, T e β tal que u ∈ C 0,α, 2 (Q) e existe F
função crescente com respeito a última coordenada tal que
Definição 20 (Subdiferencial). Seja f : E → (−∞, +∞] função convexa tal que f ̸≡ +∞.
Define-se o subdiferencial da função f no ponto x ∈ E como sendo o seguinte conjunto
Teorema 35. Seja f : E → (−∞, +∞] função convexa tal que f ̸≡ +∞. Se x ∈ E é tal
que f (x) < +∞ e f é contínua em x então,
( )
′ f (x + ry) − f (x)
∂f (x) = ϕ ∈ E ϕ(y) ≤ lim+ , ∀y ∈ E .
r→0 r
Teorema 36. Seja f : E → (−∞, +∞] função convexa tal que f é Gâteaux diferenciável
em x. Então,
∂f (x) = {df (x)}.
Z Z Z
∂g
(ii) f ∆g dx = − ∇f · ∇g dx + f dS;
Ω Ω ∂Ω ∂ν
Z Z
∂g ∂f
(iii) f ∆g − g∆f dx = f −g dS.
Ω ∂Ω ∂ν ∂ν
Demonstração.
Primeiramente, segue pela regra do produto que
∇ · (f F ) = f ∇ · F + ∇f · F.
Logo, Z Z Z
f ∇ · F dx = f F · ν dS − ∇f · F dx.
Ω ∂Ω Ω
Antes de enunciar o próximo resultado desta seção fixa-se a notação D′ (Ω) para
o espaço de distribuições sobre Ω ⊂ Rn aberto (ver Folland [13, Chapter 9] para mais
detalhes). O resultado a seguir é conhecido como desigualdade de Kato e sua demonstração
encontra-se em Horiuchi [16, Theorem 1.1].
i=1 j=1
η = 0 sobre ∂Ω,
̸ 0 em Ω \ ω.
|∇η| =
Capítulo 2
Definição 23. Diz-se que o problema (1) é exatamente controlável a trajetórias no tempo
T > 0 se dada y ∗ uma trajetória limitada e globalmente definida em [0, T ] (solução de (1)
com respeito à uma condição inicial y0∗ e controle v ∗ ) e y0 ∈ L2 (Ω) uma condição inicial
existe um controle v ∈ L∞ (ω × (0, T )) tal que a solução y de (1) com respeito à y0 e v está
definida globalmente em [0, T ] e
y(T ) = y ∗ (T ) em Ω.
Quando esta condição é válida escreve-se f ∼ g. A mesma definição ainda é válida tomando
os limites x → 0+ , x → 0− , x → 0, |x| → ∞.
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 31
Demonstração.
Pela definição de f em (2.1) tem-se
Z 0
f (0) = lnp (1 + u) du = 0.
0
E de maneira análoga
f ′ (s) = − lnp (1 − s), quando s < 0.
Como ln é função crescente deduz-se que, para cada u ∈ [0, |h|], lnp (1 + u) ≤ lnp (1 + |h|).
Então, conclui-se que
R |h|
f (h) − f (0) lnp (1 + |h|) 0 du
0 ≤ lim ≤ lim = lim lnp (1 + |h|) = 0.
h→0 h h→0 |h| h→0
Portanto, f ∈ C 1 (R). Ou seja, f ′ é localmente limitada e segue pelo Teorema do Valor Médio
([18, Capítulo V III, Teorema 7]) que f é localmente Lipschitz. Além disso, f (0) = 0. Resta
provar que f é assintoticamente equivalente a |s| lnp (1 + |s|) quando |s| → ∞. Inicialmente,
nota-se que
R |s| p
f (s) ln (1 + u) du
lim p = lim 0 p . (2.2)
|s|→∞ |s| ln (1 + |s|) |s|→∞ |s| ln (1 + |s|)
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 32
Por outro lado, lim |s| lnp (1 + |s|) = +∞. Aplica-se então a regra de l’Hôpital no último
|s|→+∞
limite da igualdade (2.2)
R |s|
0 lnp (1 + u) du lnp (1 + |s|) 1
lim = lim = lim .
|s|→+∞ |s| lnp (1 + |s|) |s|→+∞ lnp (1 + |s|) + p|s| ln
p−1
(1+|s|) |s|→+∞ 1 + p|s|
(1+|s|) ln(1+|s|)
1+|s|
Então, como
p|s| |s| 1
lim = p lim · lim p =p·0=0
|s|→+∞ (1 + |s|) ln(1 + |s|) |s|→+∞ 1 + |s| |s|→+∞ ln (1 + |s|)
conclui-se que
R |s|
0 lnp (1 + u) du
lim = 1.
|s|→+∞ |s| lnp (1 + |s|)
Portanto,
f (s)
lim p = 1,
|s|→∞ |s| ln (1 + |s|)
Demonstração.
Pela definição de conjugada convexa tem-se
Inicialmente supõe-se que o supremo acima é atingido para qualquer s ∈ R. Então, para
cada s ∈ R, este supremo é atingido em um ponto crítico da função a 7→ as − f (a). Estes
pontos críticos a ∈ R são tais que
s − f ′ (a) = 0.
Logo, f ′ é uma bijeção. Denota-se por (f ′ )−1 sua inversa. Ou seja, o supremo é atingido
no ponto
a = (f ′ )−1 (s).
Dessa maneira obtém-se que
Infere-se pela expressão encontrada para f ′ que a seguinte igualdade é válida para s > 0
1
(f ′ )−1 (s) = exp s p − 1.
Substituindo a igualdade acima em (2.4) e usando a definição de f dada por (2.1) tem-se
que
1 1
f ∗ (s) = s exp s p − 1 − f exp s p − 1
Z exp s p1 −1
1
= s exp s p −1 − lnp (1 + u) du
0
se s > 0. Portanto,
f ∗ (s)
L = lim 1 1
s→+∞
p|s|1− p exp |s| p
1
1 R exp s p −1
s exp s p −1 − 0 lnp (1 + u) du
= lim 1 1 .
s→+∞
ps1− p exp s p
Assim,
Z exp s p1 −1
1
lim s exp s p −1 − lnp (1 + u) du =
s→+∞ 0
Z s p1
lim p exp(v)v p−1 dv − s.
s→+∞ 0
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 34
Logo,
Z exp s p1 −1
1
lim s exp s p −1 − lnp (1 + u) du = +∞.
s→+∞ 0
Pode-se então aplicar a regra de l’Hôpital no limite L. Para isso calcula-se as derivadas do
numerador e denominador de L.
!
d 1− p1 1 1 − p1 1 1 1 1 1
ps exp s p = p 1 − s exp s p + ps1− p s p −1 exp s p
ds p p
1 1 1
= (p − 1)s− p exp s p + exp s p ,
1
d
1 Z exp s p −1
p
s exp s p − 1 − ln (1 + u) du
ds 0
1 1 1 1 1 1 1
= exp s p + s p exp s p − 1 − s p exp s p
p p
1
= exp s p − 1.
E pela regra de l’Hôspital tem-se que
1 1− 1 1
exp s p −1 exp s p 1
L = lim − p1
1 1 = lim − p1
= 1.
s→+∞
(p − 1)s exp s p + exp s p s→+∞
(p − 1)s +11
sup{as − f (a)}
a∈R
Z +∞
uma vez que a 7→ as − f (a) se anula em a = 0. Por outro lado, como lnp (1 + u) du =
0
+∞, então
lim as − f (a) = −∞. (2.6)
a→−∞
De fato,
Z a Z a
p
lim as − f (a) = lim as − ln (1 + u) du = lim s − lnp (1 + u) du.
a→+∞ a→+∞ 0 a→+∞ 0
Logo, por (2.6) e (2.7) existe M > 0 tal que as − f (a) < −1 se a ∈
/ [−M, M ]. E por (2.5)
deduz-se que
sup{as − f (a)} = sup {as − f (a)}.
a∈R a∈[−M,M ]
Como a 7→ as − f (a) é função contínua, ela atinge seu supremo no intervalo [−M, M ].
Conclui-se então que o supremo é atingido se s > 0.
Demonstra-se que o supremo é atingido no caso s < 0 de maneira análoga.
Demonstração.
Considera-se primeiramente que Ω ⊂ R. Sejam B = (a, b) ⊂ Ω \ ω um intervalo aberto
2
limitado e m > qualquer. Define-se ρ ≡ 0 fora de B, ρ = exp(−(x − a)−m )
p−2
suficientemente próximo a direita de a (ou seja, em um intervalo suficientemente pequeno
(a, a)) e ρ = exp(−(b − x)−m ) suficientemente próximo a esquerda
Z de b (ou seja, em um
intervalo suficientemente pequeno (b, b)) de maneira que ρ < 1. Então, tem-se
(a,a)∪(b,b)
que ρ é função suave com suporte compacto definida em Ω \ [a, b], não negativa e ρ|ω ≡ 0.
Completando
Z então sua definição em [a, b] de maneira que ρ ∈ Cc∞ (Ω), não negativa e
ρ = 1 segue que ρ satisfaz as duas primeiras condições de (2.8). Resta provar que
Ω
|ρ′′ |
!
∗
ρf 2 ∈ L1 (B).
ρ
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 36
quando x → a+ .
Analogamente, próximo de b tem-se que
quando x → b− .
Por (2.9), (2.10) e pelo fato de ρ = exp(−(x − a)−m ) próximo de a e ρ =
exp(−(b − x)−m ) próximo de b conclui-se que
|ρ′′ |
!
1
−(2m+2) 1− p
2 1 −(2m+2)
∗ 2 −m
ρf 2 ∼ p 2m (x − a) exp m 2 (x − a)
p p p − (x − a)
ρ
quando x → a+ e
|ρ′′ |
!
1
−(2m+2) 1− p
2 1 −(2m+2)
∗ 2 −m
ρf 2 ∼ p 2m (b − x) exp m 2 (b − x)
p p p − (b − x)
ρ
2 2m + 2
quando x → b− . Por outro lado, como m > , então m > . Infere-se então que
p−2 p
2 1 −(2m+2)
lim+ m p 2 p (x − a) p − (x − a)−m = −∞.
x→a
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 37
Portanto,
1
−(2m+2) 1− p
2 1 −(2m+2)
2 −m
lim p 2m (x − a) exp m 2 (x − a)
p p p − (x − a) = 0.
x→a+
|ρ′′ |
!
Então, ρf ∗ 2 ∈ L1 (B).
ρ
Considera-se agora que Ω ⊂ Rn , para n ≥ 2. Sejam B = B(c, r) ⊂ Ω \ ω a bola
2
aberta de raio r > 0 e centro c ∈ Ω e m > qualquer. Define-se ρ ≡ 0 fora de B e
p−2
ρ = exp(−(r − |x − c|)−m ) suficientemente próximo à fronteira da bola B (ou seja, em
uma região AZ = {x ∈ Rn | r < |x − c| < r} tal que r é suficientemente próximo a r) de
maneira que ρ < 1. Então, tem-se que ρ é função suave com suporte compacto definida
A
em Ω \ B(c, r), não negativa e p|ω ≡ 0. Completando
Z então sua definição em B(c, r) de
∞
maneira que ρ ∈ Cc (Ω), não negativa e ρ = 1 segue que ρ satisfaz as duas primeiras
Ω
condições de (2.8). Resta provar que
!
∗ |∆ρ|
ρf 2 ∈ L1 (B).
ρ
Logo,
|∆ρ(x)|
∼ m2 (r − |x − c|)−(2m+2) |x − c| quando |x − c| → r− .
ρ(x)
Pela equivalência assintótica acima e pelo Lema 2 deduz-se que
!
|∆ρ| 1− 1
f∗ 2 ∼ p 2m2 (r − |x − c|)−(2m+2) |x − c| p
ρ
−(2m+2)
2 1 1
× exp m p 2 p (r − |x − c|) p |x − c| p
ρ
−(2m+2)
2 1 1
−m
× exp m 2 (r − |x − c|)
p p p |x − c| − (r − |x − c|)
p
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 38
2
quando |x − c| → r− . Agora, usa-se o fato que m > de maneira análoga a demons-
p−2
tração do caso Ω ⊆ R e obtém-se que
1− 1
lim − p 2m2 (r − |x − c|)−(2m+2) |x − c| p
|x−c|→r
−(2m+2)
2 1 1
−m
× exp m 2 (r − |x − c|)
p p p |x − c| − (r − |x − c|)
p = 0.
!
∗ |∆ρ|
Então, ρf 2 ∈ L1 (B).
ρ
Demonstração do Teorema 1.
Sejam f dada por (2.1), ρ ∈ Cc∞ (Ω) não negativa como na Proposição 2 satisfazendo (2.8),
onde B = {x ∈ Ω | ρ(x) > 0}, y0 ∈ L2 (Ω), v ∈ L∞ (ω × (0, T )) e y solução de (1) com
respeito à y0 e v. Multiplicando a equação em (1) por ρ obtém-se que
Como ρ ≡ 0 em ω, então
ρyt − ρ∆y + ρf (y) = 0 em Q.
d Z Z Z
ρy dx = ρ∆y dx − ρf (y) dx. (2.11)
dt Ω Ω Ω
Agora, pelo Teorema 39
Z Z Z
∂y ∂ρ
ρ∆y dx − ∆ρy dx = ρ −y dS
Ω Ω ∂Ω ∂ν ∂ν
onde ν é o vetor normal unitário exterior a ∂Ω. Mas pela condição de fronteira de (1)
deduz-se que Z
∂ρ
y dS = 0.
∂Ω ∂ν
E pelo fato de ρ ter suporte compacto em Ω infere-se que
Z
∂y
ρ dS = 0.
∂Ω ∂ν
Logo, Z Z
ρ∆y dx = ∆ρy dx
Ω Ω
Substituindo a igualdade acima em (2.11)
d Z Z Z
− ρy dx = ρf (|y|) dx − y∆ρ dx (2.12)
dt Ω Ω Ω
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 39
onde foi usado que f (s) = f (|s|). Por outro lado, pela definição de f ∗ , para cada x ∈ B,
! ( )
∗ |∆ρ(x)| |∆ρ(x)| |∆ρ(x)|
f 2 = sup 2a − f (a) ≥ 2|y(x, ·)| − f (|y(x, ·)|).
ρ(x) a∈R ρ(x) ρ(x)
Por outro lado, como f (s) = f (−s) = f (|s|) e f é crescente em [0, +∞)
Z Z
f ρ|y| dx ≥ f ρy dx
Ω
ΩZ
≥f − ρy dx . (2.16)
Ω
Denotando por
Z
z(t) := − ρ(x)y(x, t) dx,
Z Ω
z0 := − ρ(x)y0 (x) dx,
Ω
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 40
conclui-se que
1
z ′ (t)
≥ −k + f (z(t)),
2 (2.17)
z(0) = z .
0
Tais y0 existem uma vez que f (s) → +∞ quando s → +∞. Supõe-se ainda que z :
[0, T ) → R é solução C 1 de (2.17), onde 0 < T < ∞.
Além disso, tem-se que z é não decrescente. De fato, pela desigualdade em (2.17)
1 1 1
z ′ (0) ≥ −k + f (z(0)) = −k + f (z0 ) > −k + 2k = 0.
2 2 2
Caso z ′ (t) ≥ 0 para todo t ∈ [0, T ) então tem-se que z é não decrescente. Supõe-se então
que z ′ muda de sinal em [0, T ). Como z é C 1 existe 0 < T ∗ < T tal que
z ′ (T ∗ ) = 0,
z ′ (t) ≥ 0, em [0, T ∗ ).
d d 2z ′ (t)
G(z0 ; z(t)) = G(z0 ; s) · z ′ (t) =
dt ds z(t) f (z(t)) − 2k
2 1
≥ −k + f (z(t)) ≥ 1. (2.18)
f (z(t)) − 2k 2
Verifica-se ainda que a integral Z ∞
2
du
z0 f (u) − 2k
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 41
converge, ou seja, Z ∞
2
G(z0 ; ∞) = du < ∞. (2.19)
z0 f (u) − 2k
De fato, como u lnp (1 + u) → +∞ quando u → +∞, então existe r ≥ z0 tal que
u lnp (1 + u) − 2k > 0, para todo u ≥ r. Assim, pela Proposição 1, f (s) ∼ s lnp (1 + s)
quando s → ∞, e portanto,
Z ∞ Z ∞
2 2
du converge ⇐⇒ p du converge
r f (u) − 2k r u ln (1 + u) − 2k
Z ∞
2
⇐⇒ p du converge. (2.20)
r u ln (1 + u)
Logo, a integral Z ∞
2
p du
r u ln (1 + u)
converge. Então por (2.20) tem-se que
Z ∞
2
du
r f (u) − 2k
onde foi usado que G(z0 ; z(t)) é crescente sobre [0, T ) em vista de (2.18). Conclui-se que a
seguinte estimativa para o tempo T é válida
Z ∞
2
T ≤ du < ∞. (2.22)
z0 f (u) − 2k
K ≥ 5 max η − 6 min η.
Ω Ω
onde κ > 0.
para todo uT ∈ L2 (Ω) e T > 0, onde u é a solução de (2.23) com respeito à condição final
uT .
Demonstração.
Dado uT ∈ L2 (Ω), seja u solução de (2.23) com respeito à condição final uT . Como a
solução u pode ser aproximada por elementos do espaço A definido na Proposição 3 (pois
A é denso no espaço de todas as soluções de (2.23)) pode-se aplicar a desigualdade (2.24)
para u. Dessa maneira tem-se que
1 ZZ −2s
Φ t(T − t)(|ut |2 + |∆u|2 ) dx dt
s Q ZZ ZZ
−2s −1
+s Φ (t(T − t)) |∇u| dx dt + s 2 3
Φ−2s (t(T − t))−3 |u|2 dx dt
Q Q
ZZ ZZ !
−2s 2 3 −2s −3 2
≤C Φ |ut + ∆u| dx dt + s Φ (t(T − t)) |u| dx dt
Q ω×(0,T )
para s ≥ s1 . Pela Definição 25 sabe-se que Φ > 0. Então, o primeiro termo da esquerda na
desigualdade acima é não negativo. Percebe-se ainda que ut + ∆u = au pois u é solução
de (2.23). Logo,
ZZ ZZ
−2s −1
s Φ (t(T − t)) |∇u| dx dt + s 2 3
Φ−2s (t(T − t))−3 |u|2 dx dt
Q Q
ZZ ZZ ! (2.27)
−2s 2 3 −2s −3 2
≤C Φ |au| dx dt + s Φ (t(T − t)) |u| dx dt
Q ω×(0,T )
para s ≥ s1 .
Agora, para todo t ∈ (0, T ), tem-se que 4t2 − 4T t + T 2 ≥ 0. Então,
!3
T6 T2
= ≥ (T t − t2 )3 = t3 (T − t)3
26 4
Φ−2s T 6 ||a||2L∞ (Q) |u|2
≥ Φ−2s ||a||2L∞ (Q) |u|2 ≥ Φ−2s |au|2 ,
2 t (T − t)
6 3 3
Se ( )
T2 2 1
s ≥ s2 = max s1 , C 2 ||a||L3 ∞ (Q) , 3
2
então segue que
ZZ ZZ
s3 Φ−2s (t(T − t))−3 |u|2 dx dt ≥ C Φ−2s |au|2 dx dt.
Q Q
para cada s ≥ s2 .
Na sequência estimam-se os termos Φ−2s (t(T − t))−1 e Φ−2s (t(T − t))−3 . Com
esta finalidade define-se, para cada x ∈ Ω,
!
3 3 2sρ(x)
fx (t) = t (T − t) exp = t3 (T − t)3 Φ(x, t)2s , t ∈ (0, T ).
t(T − t)
Logo, ! !
3 2sρ(x) 2sρ(x)
3
fx (t) = (t(T − t)) exp = v exp = gx (v).
t(T − t) v
Portanto,
inf {fx (t)} = inf i{gx (v)}.
t∈(0,T ) 2
v∈ 0, T4
Se ( −1 )
2
s ≥ s3 = max s2 , 3T 8 min ρ(x) ,
Ω
onde foi utilizado que ρ > 0 em Ω. Logo, tem-se por (2.30) que
! !
T6 8sρ(x) T6 8s minΩ ρ(x)
inf {fx (t)} = 6 exp ≥ 6 exp
t∈(0,T ) 2 T2 2 T2
se s ≥ s3 .
Definindo a constante positiva
C1 = 8 min ρ(x)
Ω
conclui-se que
T6 C1 s
inf {fx (t)} ≥ exp
t∈(0,T ) 26 T2
se s ≥ s3 .
Pela desigualdade acima e por (2.29) obtém-se que
1 26 C1 s
−2s −3
||Φ (t(T − t)) ||L∞ (Q) = ≤ 6 exp − 2 (2.31)
fx (t) L∞ (Q)
T T
se s ≥ s3 .
Por outro lado, nota-se que
( −1 )
2
s3 = max s2 , 3T 8 min ρ(x)
Ω
( −1 )
2
2 2
= max max s1 , CT ||a||L∞ (Q) , 3T 3
8 min ρ(x)
Ω
( −1 )
2
= max s1 , CT 2 ||a||L∞ (Q) , 3T 2 8 min ρ(x)
3
.
Ω
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 47
tem-se que
2
2
s4 = C2 T + 1 + ||a||L∞ (Q) T 3
≥ s3 . (2.32)
26 1
2
−2s4 −3
||ϕ (t(T − t)) ||L∞ (Q) ≤ 6 exp −C1 C2 1 + + ||a||L3 ∞ (Q) . (2.33)
T T
Estima-se agora o termo ϕ−2s (t(T − t))−1 . Com esta finalidade define-se, para
cada x ∈ Ω,
!
2sρ(x) T 3T
2s
hx (t) = t(T − t) exp = t(T − t)Φ(x, t) , t ∈ , .
t(T − t) 4 4
Logo, ! !
2sρ(x) 2sρ(x)
hx (t) = t(T − t) exp = v exp = jx (v).
t(T − t) v
Portanto,
sup {hx (t)} = h sup i{jx (v)}.
t∈[ T4 , 3T
4 ] v∈ 3T 2 T 2
, 4
16
T 2 ρ(x) T2
2sρ(x) ≥ ≥ .
4 minΩ ρ(x) 4
" #
3T 2 T 2
−1
d
Logo, jx (v) ≤ 0 em , se s ≥ T 2 8 min ρ(x) . De onde segue que
dv 16 4 Ω
! !
3T 2 3T 2 32sρ(x)
sup {hx (t)} = h sup i{jx (v)} = jx = exp
t∈[ T4 , 3T 16 16 3T 2
4 ]
3T 2 T 2
v∈ 16
, 4
−1
se s ≥ T 2 8 min ρ(x) . Pela igualdade acima e por (2.34) tem-se que
Ω
!
1 16 32sρ(x) T 3T
−2s −1
Φ(x, t) (t(T − t)) = ≥ exp − em Ω × ,
hx (t) 3T 2 3T 2 4 4
−1
2
se s ≥ T 8 min ρ(x) . Definindo a constante positiva
Ω
32
C3 = max ρ(x)
3 Ω
obtém-se que
16 C3 s T 3T
Φ−2s (t(T − t))−1 ≥ 2
exp − 2 em Ω × , (2.35)
3T T 4 4
−1
2
se s ≥ T 8 min ρ(x) . Nota-se ainda que
Ω
−1
2
s4 ≥ s3 ≥ T 8 min ρ(x) .
Ω
16 1
2
ZZ
≥ exp −C 3 C 2 1 + + ||a|| 3
L∞ (Q) |∇u|2 dx dt.
3T 2 T Ω×[ T4 , 3T
4 ]
s24 1
2
ZZ
≤ 4 exp C2 (C3 − C1 ) 1 + + ||a||L∞ (Q) + 12C
3
|u|2 dx dt.
T T ω×(0,T )
conclui-se que
s24 1
ZZ 2
ZZ
|∇u|2 dx dt ≤ exp C 4 1 + + ||a||L
3
∞ (Q) |u|2 dx dt. (2.37)
Ω×[ T4 , 3T
4 ]
T4 T ω×(0,T )
T
1
2
≤ exp 2C2 1 + + ||a||L∞ (Q) ,3
T
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 50
onde foi utilizado que x ≤ exp(x), para todo x ∈ R. Substituindo a desigualdade acima
em (2.37) chega-se em
1
ZZ 2
ZZ
2
|∇u| dx dt ≤ exp (C 4 + 2C 2 ) 1 + + ||a|| 3
L∞ (Q) |u|2 dx dt.
Ω×[ T4 , 3T
4 ] T ω×(0,T )
tem-se que
1
ZZ 2
ZZ
2
|∇u| dx dt ≤ exp C5 1 + + ||a||L3 ∞ (Q) |u|2 dx dt. (2.38)
Ω×[ T 3T
,
4 4 ] T ω×(0,T )
Nota-se que Z
1d Z
− uut dx = − |u|2 dx
Ω 2 dt Ω
e como u = 0 sobre Σ por (2.23), então
Z Z
− u∆u dx = |∇u|2 dx.
Ω Ω
Logo,
1d Z Z Z
− |u| dx + |∇u| dx + a|u|2 dx = 0.
2 2
2 dt Ω Ω Ω
Isolando a primeira integral a esquerda chega-se na seguinte desigualdade
1d Z Z Z Z
− |u| dx = − |∇u| dx − a|u| dx dt ≤ ||a||L∞ (Q) |u|2 dx.
2 2 2
2 dt Ω Ω Ω Ω
Portanto,
1d Z Z
|u|2 dx + ||a||L∞ (Q) |u|2 dx ≥ 0.
2 dt Ω Ω
E como
d
Z
exp(2t||a||L (Q) ) |u|2 dx
∞
dt Ω
!
Z
2 1d Z
= 2 exp(2t||a||L∞ (Q) ) ||a||L∞ (Q) |u| dx + |u|2 dx ,
Ω 2 dt Ω
então segue que
d
Z
exp(2t||a||L∞ (Q) ) |u|2 dx ≥ 0. (2.39)
dt Ω
T 3T T
Integrando, para cada t ∈ , , a desigualdade acima em , t obtém-se
4 4 4
T T 2
Z Z
exp(2t||a||L∞ (Q) ) |u(x, t)|2 dx − exp ||a||L∞ (Q) u x, dx ≥ 0.
Ω 2 Ω 4
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 51
T T 2
Z Z
2
|u(x, t)| dx ≥ exp − 2t ||a||L∞ (Q) u x, dx
Ω 2 Ω 4
T 2
Z
≥ exp(−T ||a||L∞ (Q) ) u x, dx, (2.40)
Ω 4
T 3T
para cada t ∈ [ , ].
4 4
Por outro lado, pode-se aplicar o Teorema 25 para u. Então, existe constante λ
positiva dependendo de Ω tal que
ZZ ZZ
|∇u|2 dx dt ≥ λ |u|2 dx dt.
Ω×[ T4 , 3T
4 ]
Ω×[ T4 , 3T
4 ]
T 3T
Integrando (2.40) em , e multiplicando ambos os lados por λ obtém-se
4 4
2
T T
Z ZZ
λ exp(−T ||a||L∞ (Q) ) u x, dx ≤ λ |u|2 dx dt.
2 Ω 4 Ω×[ T4 , 3T
4 ]
T
Por outro lado, integrando a desigualdade (2.39) em 0, chega-se em
4
T T 2
Z Z
||u(·, 0)||2L2 (Ω) = |u(x, 0)|2 dx ≤ exp ||a||L∞ (Q) u x, dx.
Ω 2 Ω 4
Substituindo (2.42) na desigualdade anterior obtém-se que
2 1 3
2
ZZ
||u(·, 0)||2L2 (Ω) ≤ exp C5 1 + + ||a||L∞ (Q) + T ||a||L∞ (Q)
3
|u|2 dx dt
λT T 2 ω×(0,T )
1 3 2 ZZ
2
≤ exp C5 1 + + ||a||L3 ∞ (Q) + T ||a||L∞ (Q) + |u|2 dx dt.
T 2 λT ω×(0,T )
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 52
Demonstração.
T 2T
′ ′
Seja ω ⊂⊂ ω não vazio. Aplicando a Proposição 4 para ω × , obtém-se
3 3
T
2
u ·, L2 (Ω) ≤
3 ! (2.43)
3 T
2
ZZ
2
exp C 1 + + ||a||L∞ (Q) + ||a||L3 ∞ (Q) |u| dxdt .
T 3 ω ′ ×( T3 , 2T
3
)
T
Integrando a desigualdade acima em 0, chega-se na seguinte desigualdade
3
2
2T T
||u(·, 0)||2L2 (Ω) ≤ exp ||a||L∞ (Q) u ·, .
3 3 L2 (Ω)
tem-se que
φt + ∆φ = θ(ut + ∆u) + (θt + ∆θ)u + 2∇θ · ∇u = aθu + (θt + ∆θ)u + 2∇θ · ∇u.
φ(x, t) = φ(x, T − t), u(x, t) = u(x, T − t), θ(x, t) = θ(x, T − t), a(x, t) = a(x, T − t)
Denota-se por {S(t)}t≥0 o semigrupo gerado pelo operador Laplaciano com condição de
fronteira de Dirichlet. Logo,
Z t
φ(·, t) = S(t − s)(−aφ + (θt − ∆θ)u − 2∇θ · ∇u)(·, s) ds.
0
Absorvendo as normas || · ||L∞ (ω1 ×(λ1 ,T −λ1 )) dos termos θ, θt , ∆θ e ∇θ pela constante C e
usando que supp θ ⊆ ω1 × (λ1 , T − λ1 ) obtém-se
Z T −λ1 Z t !p0 ! p1
−n
2
1
p1
− p1 − 12 0
× (t − s) 0
||u(·, s)||Lp1 (ω1 ) ds dt .
λ1 λ1
−n
2
1
p1
− p1 − 12
Denotando por h1 (s) = s 0
e h2 (s) = ||u(·, s)||Lp1 (ω1 ) tem-se que
! 1
Z T −λ1 p0
1
||φ||Lp0 (Ω×(λ1 ,T −λ1 )) ≤ CT −1 (1 + T (1 + ||a||L∞ (Q) )) 2 (h1 ∗ h2 (t))p0 dt
λ1
1
= CT −1 (1 + T 2 (1 + ||a||L∞ (Q) ))||h1 ∗ h2 ||Lp0 (λ1 ,T −λ1 )
1 1 1
Aplicando o Teorema 23 para as funções h1 , h2 e expoentes p0 , p1 e p tais que = − +1
p p0 p 1
conclui-se que
1
||φ||Lp0 (Ω×(λ1 ,T −λ1 )) ≤ CT −1 (1 + T 2 (1 + ||a||L∞ (Q) ))||h1 ||Lp (λ1 ,T −λ1 ) ||h1 ||Lp1 (λ1 ,T −λ1 )
Z T −λ1 !p ! p1
1 −n 1
− p1 − 12
= CT −1 (1 + T (1 + ||a||L∞ (Q) ))
2 t 2 p1 0
dt ||u||Lp1 (ω1 ×(λ1 ,T −λ1 ))
λ1
−n
2
1
p1
− p1 − 21 −1 1 1
≤ CT 0
(1 + T 2 (1 + ||a||L∞ (Q) ))(T − 2λ1 ) p ||u||Lp1 (ω1 ×(λ1 ,T −λ1 )) .
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 55
1 1 1
Usando que = − + 1 e as condições sobre p0 e p1 em (2.45) chega-se em
p p0 p1
−( n
2
+1) 1
p1
− p1 − 12 1
||φ||Lp0 (Ω×(λ1 ,T −λ1 )) ≤ CT 0
(1 + T 2 (1 + ||a||L∞ (Q) ))||u||Lp1 (ω1 ×(λ1 ,T −λ1 )) .
||u||Lp0 (ω0 ×(λ0 ,T −λ0 )) = ||θu||Lp0 (ω0 ×(λ0 ,T −λ0 )) ≤ ||φ||Lp0 (Ω×(λ1 ,T −λ1 )) = ||φ||Lp0 (Ω×(λ1 ,T −λ1 )) .
Portanto,
1
||u||Lp0 (ω0 ×(λ0 ,T −λ0 )) ≤ CT δ (1 + T 2 (1 + ||a||L∞ (Q) ))||u||Lp1 (ω1 ×(λ1 ,T −λ1 )) (2.46)
Portanto,
Z Z !2
1
2 δ β
|u| dxdt ≤ CT (1 + T (1 + ||a||L∞ (Q) ))
2 |u| dxdt
ω ′ ×( T3 , 2T
3 )
ω×(0,T )
onde
n+1
!2
Y
C = C(Ω, ω, n) = Ci > 0,
i=0
n+1 n+1
!
n 1 1 1 3(n + 2)
X X
δ = δ(n) = 2 δi = 2 − +1 − − =− ,
i=0 i=0 2 pi+1 pi 2 2
β = β(n) = 2(n + 2) > 0.
em que a ∈ L∞ (Q). Pela Definição 23 e pela linearidade do problema acima segue que (2.47)
é exatamente controlável a trajetórias no tempo T > 0 se, e somente se, dado y0 ∈ L2 (Ω)
existe controle v ∈ L∞ (ω × (0, T )) tal que a solução y de (2.47) com respeito à y0 e v
satisfaz
y(·, T ) = 0 em Ω.
Diz-se ainda neste caso que o sistema (2.47) é controlável a zero no tempo T . O resultado
a seguir afirma que de fato o problema (2.47) é controlável a zero para qualquer T > 0 e
apresenta uma estimativa sobre o controle v.
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 57
y(·, T ) = 0 em Ω.
Demonstração.
(i) Jε é estritamente convexo:
Sejam uT , uT ∈ L2 (Ω) distintos e 0 < λ < 1. Denota-se por u, u as soluções
de (2.23) com dados finais uT , uT , respectivamente. Pela linearidade do problema (2.23)
segue que λu + (1 − λ)u é solução do problema (2.23) com respeito à λuT + (1 − λ)uT .
Logo, pela definição do funcional Jε tem-se que
!2
1 ZZ
Jε (λuT + (1 − λ)uT ) = |λu + (1 − λ)u| dxdt + ε||λuT + (1 − λ)uT ||L2 (Ω)
2 ω×(0,T )
Z
+ (λu(x, 0) + (1 − λ)u(x, 0))y0 (x) dx.
Ω
(2.51)
||λuT + (1 − λ)uT ||2L2 (Ω) − (λ||uT ||L2 (Ω) + (1 − λ)||uT ||L2 (Ω) )2 =
2λ(1 − λ)((uT , uT )L2 (Ω) − ||uT ||L2 (Ω) ||uT ||L2 (Ω) ).
||λuT + (1 − λ)uT ||L2 (Ω) ≤ λ||uT ||L2 (Ω) + (1 − λ)||uT ||L2 (Ω) (2.54)
ocorrendo a igualdade se, e somente se, são verdadeiras as condições (2.53) e (2.55).
Portanto, para concluir que Jε é estritamente convexo basta mostrar que tais condições
são equivalentes à uT = uT . Se uT = uT então claramente as condições são válidas. Por
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 59
outro lado, supondo que (2.53) e (2.55) são satisfeitas e caso uT = 0 então a solução u é
nula, ou seja, u = 0. De onde segue que
ZZ ZZ
|u| dxdt = |u| dxdt = 0.
ω×(0,T ) ω×(0,T )
lim ε ||uT + vT ||L2 (Ω) − ||uT ||L2 (Ω) ≤ lim ε||vT ||L2 (Ω) = 0.
||vT ||L2 (Ω) →0 ||vT ||L2 (Ω) →0
Já para o primeiro termo tem-se pelo Teorema 28 que existe C constante positiva depen-
dendo somente de Ω, T e a tal que
Assim,
Z T Z T Z T
1
||v||L1 (ω×(0,T )) = ||v(·, t)||L1 (ω) dt ≤ ||v(·, t)||L1 (Ω) dt ≤ |Ω| 2 ||v(·, t)||L2 (Ω) dt
0 0 0
1 1
≤ T |Ω| 2 ||v||C([0,T ],L2 (Ω)) ≤ T |Ω| 2 C||vT ||L2 (Ω) .
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 60
Logo, ||v||L1 (ω×(0,T )) → 0 quando ||vT ||L2 (Ω) → 0. Conclui-se então pela continuidade da
norma que
1
lim ||u + v||2L1 (Ω) − ||u||2L1 (Ω) = 0.
||vT ||L2 (Ω) →0 2
lim (v(·, 0), y0 )L2 (Ω) ≤ lim ||v(·, 0)||L2 (Ω) ||.y0 ||L2 (Ω) .
||vT ||L2 (Ω) →0 ||vT ||L2 (Ω) →0
Logo, !2
1 ZZ Z
Jε (uT ) = |u| dxdt + ε||uT ||L2 (Ω) + y(x)uT (x) dx. (2.57)
2 ω×(0,T ) Ω
Proposição 7. Dado ε > 0 segue que ûεT = 0 se, e somente se, ||y||L2 (Ω) ≤ ε.
Demonstração.
(⇐=) Supõe-se que ||y||L2 (Ω) ≤ ε. Por (2.57) e pela desigualdade de Cauchy-Schwarz tem-se
que
para todo uT ∈ L2 (Ω). Portanto, Jε (uT ) ≥ 0 para todo uT ∈ L2 (Ω). Como J(0) = 0
conclui-se pela unicidade do mínimo que ûεT = 0.
(=⇒) Supõe-se que ûεT = 0. Assim,
Jε (−ruT )
≥ 0, ∀uT ∈ L2 (Ω).
r
E usando (2.57) infere-se que para r > 0
!2
r ZZ Z
|u| dxdt + ε||uT ||L2 (Ω) + y(x)uT (x) dx ≥ 0, ∀uT ∈ L2 (Ω).
2 ω×(0,T ) Ω
Definição 26 (Espaço das funções sinais). Seja u : Ω × (0, T ) → R uma função qualquer.
Denota-se por Sgn(u) o seguinte espaço.
Sgn(u)
( )
u(x, t)
= v : Ω × (0, T ) → R v(x, t) = se u(x, t) ̸= 0 e |v(x, t)| ≤ 1 se u(x, t) = 0 .
|u(x, t)|
Por vezes denota-se por sgn(u) um elemento de Sgn(u).
Demonstração.
Definindo os funcionais ji : L2 (Ω) → R por
!2
1 ZZ
j1 (uT ) = |u| dxdt ,
2 ω×(0,T )
Z
j2 (uT ) = ε||uT ||L2 (Ω) + y0 u(x, 0) dx,
Ω
tem-se que Jε = j1 + j2 . Pelo Teorema 37 segue que ∂Jε (uT ) = ∂j1 (uT ) + ∂j2 (uT ), para
todo uT ∈ L2 (Ω). Nota-se que j2 é Gâteaux diferenciável em todo ponto uT ∈ L2 (Ω). De
fato,
ε(||uT + rθT ||L2 (Ω) − ||uT ||L2 (Ω) ) + r Ω y0 θ(x, 0) dx
R
j2 (uT + rθT ) − j2 (uT )
lim = lim
r→0 r r→0 r
ε(||uT + rθT ||2L2 (Ω) − ||uT ||2L2 (Ω) ) Z
= lim + y0 θ(x, 0) dx
r→0 r(||uT + rθT ||L2 (Ω) + ||uT ||L2 (Ω) ) Ω
2 2
ε(2r(uT , θT )L2 (Ω) + r ||θT ||L2 (Ω) ) Z
= lim + y0 θ(x, 0) dx
r→0 r(||uT + rθT ||L2 (Ω) + ||uT ||L2 (Ω) ) Ω
Agora, encontra-se o subdiferencial ∂j1 (uT ) para todo uT ∈ L2 (Ω) não nulo. Seja ϕ ∈
∂j1 (uT ). Como j1 é contínuo tem-se pelo Teorema 35 que
j1 (uT + rθT ) − j1 (uT )
(ϕ, θT )L2 (Ω) ≤ lim+ , ∀θT ∈ L2 (Ω). (2.60)
r→0 r
Nota-se que
RR 2 RR 2
j1 (uT + rθT ) − j1 (uT ) 1 ω×(0,T ) |u + rθ| dxdt − ω×(0,T ) |u| dxdt
lim+ = lim+ .
r→0 r 2 r→0 r
Por outro lado,
RR 2
ω×(0,T ) |u + rθ| dxdt
r
!2 RR 2
(ω×(0,T ))∩{u̸=0} |u| dxdt
ZZ
=r |θ| dxdt −
(ω×(0,T ))∩{u=0} r
ZZ ! ZZ !
+2 |θ| dxdt |u + rθ| dxdt .
(ω×(0,T ))∩{u=0} (ω×(0,T ))∩{u̸=0}
Portanto,
j1 (uT + rθT ) − j1 (uT )
lim+ =
r→0 r ! !
ZZ ZZ ZZ
|u| dxdt |θ| dxdt + sgn(u)θ dxdt .
ω×(0,T ) (ω×(0,T ))∩{u=0} (ω×(0,T ))∩{u̸=0}
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 64
(2.61)
g : L2 (Ω) → L1 (ω × (0, T ))
θT 7→ θ1ω×(0,T )
G : g(L2 (Ω)) → R
L(θT ) 7→ (ϕ, θT )L2 (Ω)
G(g(θT1 )) = (ϕ, θT1 )L2 (Ω) = (ϕ, θT2 )L2 (Ω) = G(g(θT2 )).
G é linear: Sejam λ ∈ R e θT1 , θT2 ∈ L2 (Ω). Pela lineraridade do problema (2.23) tem-se
que g(θT1 ) + λg(θT2 ) = g(θT1 + λθT2 ). Então
G(g(θT ))
ZZ ZZ !
≤||u||L1 (ω×(0,T )) |g(θT )| dxdt + sgn(u)g(θT ) dxdt
(ω×(0,T ))∩{u=0} (ω×(0,T ))∩{u̸=0}
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 65
e G estende G, ou seja,
Pela desigualdade acima segue que G é contínuo. Logo, G ∈ (L1 (ω × (0, T )))′ ∼ = L∞ (ω ×
(0, T )) e considera-se G um elemento de L∞ (ω×(0, T )). Então, para todo ψ ∈ L1 (ω×(0, T )),
ZZ
Gψ dxdt ≤
ω×(0,T )
ZZ ZZ !
||u||L1 (ω×(0,T )) |ψ| dxdt + sgn(u)ψ dxdt .
(ω×(0,T ))∩{u=0} (ω×(0,T ))∩{u̸=0}
Portanto,
ZZ ZZ
Gψ dxdt − ||u||L1 (ω×(0,T )) sgn(u)ψ dxdt
ω×(0,T ) (ω×(0,T ))∩{u̸=0}
ZZ
≤ ||u||L1 (ω×(0,T )) (ω×(0,T ))∩{u=0} |ψ| dxdt,
v ∈ Sgn(u)1ω .
Assim,
ZZ ZZ !
(ϕ, θT )L2 (Ω) = ||u||L1 (ω×(0,T )) vθ dxdt + vθ dxdt
(ω×(0,T ))∩{u̸=0} (ω×(0,T ))∩{u=0}
ZZ ZZ !
≤ ||u||L1 (ω×(0,T )) sgn(u)θ dxdt + |θ| dxdt
(ω×(0,T ))∩{u̸=0} (ω×(0,T ))∩{u=0}
Portanto,
∂j1 (uT ) = ϕ ∈ L2 (Ω) ∃v ∈ Sgn(u)1ω tal que
Z ZZ )
2
ϕθ0 dx = ||u||L1 (ω×(0,T )) vθ dxdt, ∀θT ∈ L (Ω) .
Ω ω×(0,T )
Teorema 43. Dado ε > 0 existe v ε ∈ ||ûε ||L1 (ω×(0,T )) Sgn(ûε )1ω tal que a solução y ε do
problema abaixo
y ε − ∆y ε + ay ε = v ε 1ω em Q,
t
ε
y =0 sobre Σ,
em Ω,
y ε (x, 0)
= y0 (x)
satisfaz ||y ε (·, T )||L2 (Ω) ≤ ε.
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 67
Demonstração.
Supõe-se inicialmente que ||y||L2 (Ω) ≤ ε. Segue pela Proposição 7 que ûεT = 0. Neste caso
ûε = 0. Tomando
v ε = 0 ∈ ||ûε ||L1 (ω×(0,T )) Sgn(ûε )1ω
tem-se que y ε é solução de
ε
yt
− ∆y ε + ay ε = 0 em Q,
ε
y =0 sobre Σ,
y ε (x, 0)
= y0 (x) em Ω.
Pela definição de y obtém-se que y = y ε (·, T ). Logo, ||y ε (·, T )||L2 (Ω) ≤ ε. Supõe-se agora
que ||y||L2 (Ω) > ε. Segue pela Proposição 7 que ûεT ̸= 0. Como Jε atinge seu mínimo em
ûεT é claro que 0 ∈ ∂Jε (ûεT ). Então, pela Proposição 8 existe v ε ∈ ||ûε ||L1 (ω×(0,T )) Sgn(ûε )1ω
tal que
ZZ
ε
Z
ûεT Z
0= v θ dxdt + ε θT dx + y0 θ(x, 0) dx, ∀θT ∈ L2 (Ω). (2.63)
ω×(0,T ) Ω ||ûεT ||L2 (Ω) Ω
−θt − ∆θ + aθ = 0.
Para a primeira integral aplica-se integração por partes na variável temporal. E na segunda
utiliza-se o Teorema 39 junto com o fato de y ε = θ = 0 sobre Σ.
Z ZZ
ε
− θT y (x, T ) − θ(x, 0)y0 dx + θ(ytε − ∆y ε + ay ε ) dxdt.
Ω Q
Portanto, Z ZZ
θT y ε (x, T ) − θ(x, 0)y0 dx = θv ε dxdt, ∀θT ∈ L2 (Ω).
Ω Q
ε
Z
ε
Z
ûεT ε
(y (·, T ), θT )L2 (Ω) = θT y (x, T ) = −ε θT dx ≤ ε |(ûε , θT )L2 (Ω) |.
Ω Ω
ε
||ûT ||L2 (Ω) ||ûT ||L2 (Ω) T
Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz deduz-se que
satisfaz ||y ε (·, T )||L2 (Ω) ≤ ε. Nota-se ainda que como Jε atinge seu mínimo em ûεT então
Jε (ûεT ) ≤ Jε (0) = 0.
1
2
1
ε
||v || L∞ (ω×(0,T )) ≤ exp C 1 + + T + (T 2 + T )||a||L∞ (Q) + ||a||L3 ∞ (Q) ||y0 ||L2 (Ω) .
T
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 69
Ou seja, {v ε }ε>0 é uma família uniformemente limitada em L∞ (ω × (0, T )). Assim, pelo
Corolário 1 existem uma subsequência (ainda denotada por {v ε }ε>0 ) e v ∈ L∞ (ω × (0, T ))
tais que v ε → v fraco-∗ em L∞ (ω × (0, T )) quando ε → 0. E pelo Teorema 7 segue que
||y ε ||C([0,T ],L2 (Ω)) + ||y ε ||L2 ([0,T ],H01 (Ω)) + ||ytε ||L2 ([0,T ],H −1 (Ω)) ≤ C||y0 ||L2 (Ω) .
Então, pelas limitações acima e pelo Corolário 2 existem uma subsequência (ainda denotada
por {y ε }ε>0 ), y ∈ L2 ([0, T ], H01 (Ω)) e yt ∈ L2 ([0, T ], H −1 (Ω)) tais que y ε → y fraco em
L2 ([0, T ], H01 (Ω)) e ytε → yt fraco em L2 ([0, T ], H −1 (Ω)) quando ε → 0. Resumindo tem-se
que
∗
vε ⇀ v em L∞ (ω × (0, T )),
ε
y ⇀y em L2 ([0, T ], H01 (Ω)), (2.67)
y ε ⇀ yt em L2 ([0, T ], H −1 (Ω)).
t
Como y ε são soluções fracas de (2.64) segue pela definição de solução fraca que
Z T Z T
⟨ytε , w⟩H −1 ×H01 + (∆y ε , ∆w)L2 (Ω) + (ay ε , w)L2 (Ω) dt = (v ε 1ω , w)L2 (Ω) dt, (2.68)
0 0
para todo w ∈ L2 ([0, T ], H01 (Ω)). Pelas convergências (2.67) infere-se passando o limite
ε → 0+ em (2.68) que
Z T Z T
⟨yt , w⟩H −1 ×H01 + (∆y, ∆w)L2 (Ω) + (ay, w)L2 (Ω) dt = (v1ω , w)L2 (Ω) dt, (2.69)
0 0
⟨yt , w⟩H −1 ×H01 + (∆y, ∆w)L2 (Ω) + (ay, w)L2 (Ω) = (v1ω , w)L2 (Ω) q.t.p. em [0, T ],
para todo w ∈ H01 (Ω). Portanto, para conluir que y é solução fraca do problema (2.47)
com condição inicial y0 e controle v resta provar que y satisfaz a condição inicial, ou seja,
resta provar que y(0) = y0 . Percebe-se por (2.68) que
Z T
−⟨wt , y ε ⟩H −1 ×H01 + (∆y ε , ∆w)L2 (Ω) + (ay ε , w)L2 (Ω) dt
0
Z T
= (v ε 1ω , w)L2 (Ω) dt + (y ε (·, 0), w(·, 0))L2 (Ω) ,
0
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 70
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, T ) = 0. Usando que y ε (·, 0) = y0 e as convergên-
cias em (2.67) pode-se passar o limite ε → 0+ na igualdade acima
Z T
−⟨wt , y⟩H −1 ×H01 + (∆y, ∆w)L2 (Ω) + (ay, w)L2 (Ω) dt
0
Z T
= (v1ω , w)L2 (Ω) dt + (y0 , w(·, 0))L2 (Ω) ,
0
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, T ) = 0. Nota-se ainda por (2.69) que
Z T
−⟨wt , y⟩H −1 ×H01 + (∆y, ∆w)L2 (Ω) + (ay, w)L2 (Ω) dt
0
Z T
= (v1ω , w)L2 (Ω) dt + (y(·, 0), w(·, 0))L2 (Ω) ,
0
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, T ) = 0. Comparando as duas igualdades
anteriores tem-se que
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, T ) = 0. Portanto, y(·, 0) = y0 pelo Teorema 18.
Logo, y é solução do problema (2.47) com respeito à y0 e v tal que
1
2
1
||v||L∞ (ω×(0,T )) ≤ exp C 1 + + T + (T 2 + T )||a||L∞ (Q) + ||a||L3 ∞ (Q) ||y0 ||L2 (Ω) .
T
Finaliza-se a demonstração provando que y(·, T ) = 0 em Ω. Segue por (2.68) que
Z T
−⟨wt , y ε ⟩H −1 ×H01 + (∆y ε , ∆w)L2 (Ω) + (ay ε , w)L2 (Ω) dt
0
Z T
= (v ε 1ω , w)L2 (Ω) dt − (y ε (·, T ), w(·, T ))L2 (Ω) ,
0
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. Como ||y ε (·, T )||L2 (Ω) ≤ ε então
y ε (·, T ) → 0 em L2 (Ω). Usando este fato e as convergências (2.67) pode-se tomar ε → 0
na igualdade acima
Z T Z T
−⟨wt , y⟩H −1 ×H01 + (∆y, ∆w)L2 (Ω) + (ay, w)L2 (Ω) dt = (v1ω , w)L2 (Ω) dt,
0 0
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. Em contrapartida, tem-se por (2.69) que
Z T
−⟨wt , y⟩H −1 ×H01 + (∆y, ∆w)L2 (Ω) + (ay, w)L2 (Ω) dt
0
Z T
= (v1ω , w)L2 (Ω) dt − (y(·, T ), w(·, T ))L2 (Ω) ,
0
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. Comparando as duas igualdades
anteriores chega-se em
(y(·, T ), w(·, T ))L2 (Ω) = 0,
para toda w ∈ C 1 ([0, T ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. Portanto, y(·, T ) = 0 pelo Teorema 18.
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 71
Demonstração do Teorema 2.
Por hipótese existe y ∗ uma solução limitada e globalmente definida do problema (1) com
respeito à um controle v ∗ ∈ L∞ (ω × (0, T )) e condição inicial y0∗ ∈ L2 (Ω). Definindo a
mudança de variável u = y − y ∗ tem-se que y é uma solução de (1) se, e somente se, u é
solução do problema (2.70) em que v̂ = v − v ∗ ∈ L∞ (ω × (0, T )) e u0 = y0 − y0∗ ∈ L2 (Ω).
Assim, dado y0 ∈ L2 (Ω) observa-se que u0 = y0 − y0∗ ∈ L2 (Ω). Então, pela
Proposição 9 existe v̂ ∈ L∞ (ω × (0, T )) tal que a solução u de (2.70) está definida
globalmente e
u(·, T ) = 0 em Ω.
Demonstração da Proposição 9.
Sejam T > 0, y ∗ e f satisfazendo as hipóteses do Teorema 2. Como y ∗ é limitada existe
constante k ∗ > 0 tal que
|y ∗ | ≤ k ∗ em Q.
M (k ∗ ) = max∗ |f (s)|
|s|≤k
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 72
segue que g é contínua pois f ∈ C 1 ([−k ∗ , k ∗ ]). Observa-se que dado η > 0 existe constante
Cη > 0 dependendo somente de η, k ∗ e f tal que
2
|g(y ∗ (x, t), h)| 3 ≤ Cη + η ln(1 + |h|), ∀ (x, t) ∈ Q, h ∈ R. (2.71)
f (h)
lim 3 = 0.
|h|→∞ |h| ln 2 (1 + |h|)
|g(y ∗ (x, t), h)| ≤ L(k ∗ + 2h(η)), ∀ (x, t) ∈ Q, |h| ≤ 2h(η). (2.73)
Logo,
3 f (a) 1
|g(y ∗ (x, t), h)| ≤ max + ∗ M (k ∗ ), ∀ (x, t) ∈ Q, |h| > 2h(η).
2 |h|
2
≤|a|≤|h|+k∗ a 2k
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 73
Observa-se pela definição da função TR e por (2.71) que g(y ∗ , TR (z)) ∈ L∞ (Q). Define-se
−2 −1
Tz∗ = min T, ||g(y ∗ , TR (z))||L∞3 (Q) , ||g(y ∗ , TR (z))||L∞3 (Q) . (2.76)
e a solução u do problema
ut − ∆u + g(y ∗ , TR (z))u = vz 1ω em Ω × (0, Tz∗ ),
u=0 sobre ∂Ω × (0, Tz∗ ), (2.78)
u(x, 0)
= u0 (x) em Ω,
E define-se A(z) ⊂ Z o conjunto das soluções do problema (2.75) associados aos controles
vz ∈ A(z). Portanto, se uz ∈ A(z) então uz = 0 em Ω × (Tz∗ , T ). Particularmente,
uz (·, T ) = 0 em Ω. (2.80)
(ii) Existe K ⊆ L∞ (Q) não vazio, convexo e compacto tal que A(z) ⊆ K, para todo
z ∈ K.
Primeiramente prova-se o item (i). Dado z ∈ L∞ (Q) tem-se que A(z) é não
vazio por definição.
Agora, sejam λ ∈ [0, 1] e u1z , u2z ∈ A(z) associados aos controles vz1 , vz2 ∈ A(z),
respectivamente. Então, uz = (1 − λ)u1z + λu2z é solução do problema (2.75) associado
ao controle vz = (1 − λ)vz1 + λvz2 . Caso vz ∈ A(z) conclui-se que (1 − λ)u1z + λu2z =
uz ∈ A(z) e portanto A(z) é convexo. Resta então provar que vz ∈ A(z). Nota-se
que uma vez que ambos vz1 e vz2 satisfazem a estimativa (2.77) segue pela desigualdade
triangular que vz satisfaz (2.77). Além disso, sejam u1 e u2 as soluções do problema (2.78)
associadas a vz1 e vz2 , respectivamente. Então u1 (·, Tz∗ ) = u2 (·, Tz∗ ) = 0 em Ω. Assim,
u = (1 − λ)u1 + λu2 é a solução de (2.78) associada a (1 − λ)vz1 + λvz2 = vz e satisfaz
u(·, Tz∗ ) = (1 − λ)u1 (·, Tz∗ ) + λu2 (·, Tz∗ ) = 0 em Ω. Logo, vz ∈ A(z).
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 75
Por fim, considera-se uma sequência {unz } ⊂ A(z) convergindo em L∞ (Q) para
algum u. Se {vzn } ⊂ A(z) é a sequência dos controles associados deduz-se que tal sequência
é limitada pela desigualdade (2.79). Então pelo Corolário 1 existem subsequência (ainda
denotada por {vzn }) e v ∈ L∞ (ω × (0, T )) tal que vzn → v fraco-∗ em L∞ (ω × (0, T )). Por
outro lado, pelo Teorema 28 tem-se que
para toda w ∈ L2 ([0, Tz∗ ], H01 (Ω)). Integrando por partes o primeiro termo da integral a
esquerda nas igualdades acima segue que
Z T∗
z
−⟨wt , un ⟩H −1 ×H01 + (∆un , ∆w)L2 (Ω) + (g(y ∗ , TR (z))un , w)L2 (Ω)
0
Z T∗
z
= (vzn 1ω , w)L2 (Ω) − (un (·, Tz∗ ), w(·, Tz∗ ))L2 (Ω) ,
0
(2.81)
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 76
Z T∗
z
−⟨wt , u⟩H −1 ×H01 + (∆u, ∆w)L2 (Ω) + (g(y ∗ , TR (z))u, w)L2 (Ω)
0
Z T∗
z
= (v1ω , w)L2 (Ω) − (u(·, Tz∗ ), w(·, Tz∗ ))L2 (Ω) ,
0
(2.82)
para toda w ∈ L2 ([0, Tz∗ ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. Como vzn ∈ A(z) então un (·, Tz∗ ) = 0.
Substituindo esta igualdade em (2.81) deduz-se que
Z T∗ Z T∗
z z
n n ∗ n
−⟨wt , u ⟩H −1 ×H01 + (∆u , ∆w)L2 (Ω) + (g(y , TR (z))u , w)L2 (Ω) = (vzn 1ω , w)L2 (Ω) ,
0 0
para toda w ∈ L2 ([0, Tz∗ ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. E passando o limite n → ∞ na igualdade
acima conclui-se que
Z T∗ Z T∗
z z
−⟨wt , u⟩H −1 ×H01 + (∆u, ∆w)L2 (Ω) + (g(y ∗ , TR (z))u, w)L2 (Ω) = (v1ω , w)L2 (Ω) ,
0 0
para toda w ∈ L2 ([0, Tz∗ ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. Comparando a igualdade acima
com (2.82) infere-se que
(u(·, Tz∗ ), w(·, Tz∗ ))L2 (Ω) = 0,
para toda w ∈ L2 ([0, Tz∗ ], H01 (Ω)) com w(·, 0) = 0. De onde segue que u(·, Tz∗ ) = 0, ou seja,
v ∈ A(z) e completa-se a demonstração do item (i).
Na sequência demonstra-se o item (ii). Seja z ∈ L∞ (Q). Para todo uz ∈ A(z),
associado a um vz ∈ A(z), pode-se substituir a desigualdade (2.79) na estimativa do
Teorema 32 obtendo
2
||uz ||L∞ (Q) ≤ exp C 1 + ||g(y ∗ , TR (z))||L∞ (Q) + ||g(y ∗ , TR (z))||L3 ∞ (Q) .
Logo, uz ∈ B(0, r) para qualquer z ∈ L∞ (Q). Conclui-se então que A(z) ⊆ B(0, r),
para todo z ∈ L∞ (Q). Por outro lado, pela regularidade parabólica (Teorema 33) segue
α
A(z) é limitada em um espaço C 0,α, 2 (Q), para algum 0 < α < β. E como
[
que
z∈B(0,r)
α
consequência do Teorema 16 C 0,α, 2 (Q) ,→,→ L∞ . Assim, deduz-se que existe um compacto
K0 ⊆ L∞ (Q) tal que
[
A(z) ⊆ K0 .
z∈B(0,r)
Capítulo 2. Controlabilidade Exata a Trajetórias 77
Definindo K = B(0, r) ∩ K0 conclui-se que K é não vazio, convexo e compacto tal que
A(z) ⊆ K para todo z ∈ K.
Por fim, demonstra-se o item (iii). Seja {zn } sequência convergindo fortemente
para um z em L∞ (Q) e {unz } sequência convergindo para um u em L∞ (Q) tal que
unz ∈ Ψ(zn ) = A(zn ), para todo n ≥ 1. Considera-se vzn ∈ A(zn ) os controles associados a
unz . Para concluir a demonstração do item (iii) basta provar que u ∈ Ψ(z) = A(z). Nota-se
que a sequência {g(y ∗ , TR (zn ))} é limitada em L∞ (Q) pela estimativa (2.71). Assim, segue
pelo Corolário 1 que existe subsequência (ainda denotada por {g(y ∗ , TR (zn ))}) e G ∈ L∞ (Q)
tal que g(y ∗ , TR (zn )) → G fraco-∗ em L∞ (Q). Então, pela continuidade de g e pelo fato de
zn → z q.t.p. tem-se que G = g(y ∗ , TR (z)). Ou seja, g(y ∗ , TR (zn )) → g(y ∗ , TR (z)) fraco-∗
em L∞ (Q). Agora, procedendo de maneira análoga ao que foi feito no item (i) conclui-se
que u ∈ A(z) = Ψ(z).
Por (i), (ii) e (iii) a aplicação Ψ restrita a K satisfaz todas as hipóteses do
Teorema 12. Logo, existe um ponto fixo u ∈ L∞ (Q), ou seja, u ∈ Ψ(u) = A(u). Em
seguida demonstra-se que existe R > 0 tal que todo ponto fixo u de Ψ satisfaz a seguinte
desigualdade
||u||L∞ (Q) ≤ R. (2.83)
Portanto, existe u ∈ L∞ (Q) tal que a estimativa (2.83) é satisfeita. Ou seja, existe v̂ ∈
A(u) ⊆ L∞ (ω × (0, T )) tal que u é solução do problema (2.75). Mas pela estimativa (2.83)
e as definições de g e TR segue que u é solução do problema (2.70). E pela condição (2.80)
conclui-se que
u(·, T ) = 0 em Ω.
f = lim fn ,
n→∞
onde o limite é uniforme em R. Como u0 ∈ C 0 (Ω) pode-se aplicar o Teorema 15 para obter
β ∈ (0, 1) e funções un0 ∈ C 0,β (Ω) tais que
u0 = lim un0 ,
n→∞
onde o limite é uniforme em Ω. Dessa maneira, cada par (fn , un0 ) satisfaz as condições do
primeiro caso já demonstrado. Então, existem v̂n ∈ L∞ (ω × (0, T )) tais que as soluções un
dos problemas
(un )t − ∆un + fn (y ∗ + un ) − fn (y ∗ ) = v̂n 1ω em Q,
un = 0 sobre Σ,
u (x, 0) = un0 (x) em Ω,
n
satisfazem
un (·, T ) = 0 em Ω.
u(·, T ) = 0 em Ω.
admite única solução em C([0, ε], L2 (Ω)). Definindo v̂1 ≡ 0 em ω × (0, ε) tem-se que o
problema
wt − ∆w + f (y ∗ + w) − f (y ∗ ) = v̂1 1ω em Ω × (0, ε),
w=0 sobre ∂Ω × (0, ε),
w(x, 0)
= u0 (x) em Ω,
admite única solução w em C([0, ε], L2 (Ω)).
Por outro lado, w(·, ε) ∈ C 0 (Ω) pela regularidade parabólica. Considera-se
então o problema
w t
− ∆w + f (y ∗ + w) − f (y ∗ ) = v̂2 1ω em Ω × (ε, T ),
w=0 sobre ∂Ω × (ε, T ),
w(x, ε) = w(x, ε) em Ω.
Como w(·, ε) ∈ C 0 (Ω) pode-se aplicar o resultado obtido no segundo caso. Então, existe
controle v̂2 ∈ L∞ (ω × (ε, T )) tal que a solução w do problema acima satisfaz
w(·, T ) = 0 em Ω.
tem-se que
w,
se t ∈ (0, ε),
u=
w, caso contrário,
é solução do problema
ut − ∆u + f (y ∗ + u) − f (y ∗ ) = v̂1ω em Ω × (0, T ),
u=0 sobre ∂Ω × (0, T ),
u(x, 0)
= u0 (x) em Ω,
e satisfaz
u(·, T ) = w(·, T ) = 0 em Ω.
Concluindo a demonstração do terceiro caso e da Proposição 9.
80
Capítulo 3
Controlabilidade Aproximada
Definição 27. Diz-se que o problema (1) é aproximadamente controlável no tempo T > 0 se
dados condição inicial y0 ∈ L2 (Ω), y1 ∈ L2 (Ω) e ε > 0 existe um controle v ∈ L∞ (ω×(0, T ))
tal que a solução y de (1) com respeito à y0 e v está definida globalmente em [0, T ] e
||y(·, T ) − y1 ||L2 (Ω) ≤ ε.
Equivalentemente, diz-se que o problema (1) é aproximadamente controlável no tempo
T > 0 se o conjunto dos estados finais
{y(·, T ) ∈ L2 (Ω) | y é solução de (1) para um y0 ∈ L2 (Ω) e v ∈ L∞ (ω × (0, T ))}
é denso em L2 (Ω).
Demonstração.
Define-se a função f : R → R por
Z s
f (s) = lnp (1 + |u|) du, (3.1)
0
Capítulo 3. Controlabilidade Aproximada 81
com p > 2 e considera-se ρ ∈ Cc∞ (Ω) não negativa satisfazendo as condições em (2.8).
Procedendo de maneira análoga ao que foi realizado na primeira parte da demonstração
da Proposição 1 observa-se que f (0) = 0 e f é localmente Lipschitz. Além disso, como a
aplicação s → f (|s|) coincide com a função definida em (2.1) tem-se que
onde foi usado que ρ = 0 em ω por (2.8) e sgn0 (y)f (y) = f (|y|) pela definição da função
f em (3.1). Por outro lado, aplicando o Teorema 41 sobre o operador ∆ e y chega-se na
seguinte desigualdade. Z Z
ρ sgn0 (y)∆y dx ≤ ρ∆(|y|) dx.
Ω Ω
Substituindo a desigualdade acima em (3.2) tem-se que
d Z Z Z
ρ|y| dx ≤ ρ∆(|y|) dx − ρf (|y|) dx.
dt Ω Ω Ω
Aplicando a terceira identidade de Green (Teorema 39) na primeira integral do lado direito
chega-se em
d Z Z Z
ρ|y| dx ≤ |y|∆ρ dx − ρf (|y|) dx, (3.3)
dt Ω Ω Ω
onde foi usado que y = 0 em Σ pois é solução de (1) e ρ = 0 em ∂Ω pois ρ ∈ Cc∞ (Ω).
Agora, a aplicação s 7→ f (|s|) coincide com a função definida na Proposição 1
por (2.1). Denotando por f a conjugada convexa da aplicação s 7→ f (|s|) segue pela
demonstração do Teorema 1, mais especificamente pela desigualdade (2.13), que
!
Z
1Z 1Z 2|∆ρ|
|y|∆ρ dx ≤ ρf (|y|) dx + ρf dx.
Ω 2 Ω 2 B ρ
Mas como ρ satisfaz as condições em (2.8) a primeira integral do lado direito da desigualdade
acima é finita. Logo,
d Z 1Z
ρ|y| dx + ρf (|y|) dx ≤ C,
dt Ω 2 Ω
Capítulo 3. Controlabilidade Aproximada 82
Z
com C = C(Ω, ω, p) < ∞. Como s 7→ f (|s|) convexa e ρ é não negativa tal que ρ dx = 1
Ω
pois satisfaz (2.8) então pode-se aplicar o Teorema 34
Z Z
f ρ|y| dx ≤ ρf (|y|) dx.
Ω Ω
Z
Definindo z(t) = ρ(x)|y(x, t)| dx segue que
Ω
1
z ′ (t) + f (z(t)) ≤ C.
2
Por outro lado, pela definição de z e pelo fato de ρ ser não negativa obtém-se que z(t) ≥ 0,
para todo t. Então, pela definição de f dada em (3.1) f (z(t)) ≥ 0, para todo t. Conclui-se
que
z ′ (t) ≤ C.
com C0 constante que não depende do controle v. Ou seja, o conjunto dos estados finais
restritos ao compacto Ω0 é uniformemente limitado em L1 (Ω0 ). Considera-se então ε > 0
1
dado. Tomando y1 ∈ L2 (Ω) tal que ||y1 ||L1 (Ω0 ) > |Ω0 | 2 ε + C0 deduz-se que, para qualquer
y solução de (1) associada a y0 fixado e um controle v ∈ L∞ (ω × (0, T )),
onde foi usado o Teorema 21 na segunda desigualdade. Portanto, o problema (1) não
possui a propriedade da controlabilidade aproximada para o tempo T > 0.
Capítulo 3. Controlabilidade Aproximada 83
Demonstração.
Primeiramente, como por hipótese
f (s)
3 → 0 quando |s| → ∞,
|s| ln (1 + |s|)
2
para todo s ∈ R.
Considera-se inicialmente y0 ∈ L2 (Ω), y1 ∈ C 1 (Ω) e ε > 0 dados. Define-se
ainda o problema auxiliar
ut − ∆u + f (u) = 0 em Ω × (T − δ, T ),
u=0 sobre ∂Ω × (T − δ, T ), (3.6)
u(x, T − δ) = y1 (x) em Ω,
para todo δ > 0 suficientemente pequeno. Segue do Teorema 31 que o problema (3.6)
possui uma única solução u ∈ C([T − δ, δ], L2 (Ω)) essecialmente limitada para algum δ
que depende de ||y1 ||L2 (Ω) e da constante C em (3.5). Usando que u ∈ C([T − δ, δ], L2 (Ω))
é essecialmente limitada pode-se tomar δ suficientemente pequeno de maneira que
com δ dependendo de Ω, ||y1 ||L2 (Ω) , C e ε. Fixam-se então δ e u de maneira que u é solução
de (3.6) satisfazendo (3.7).
Agora, pelo Teorema 2 existe controle v1 ∈ L∞ (ω × (0, T − δ)) tal que a solução
do problema
yt1 − ∆y 1 + f (y 1 ) = v1 1ω em Ω × (0, T − δ),
1
y =0 sobre ∂Ω × (0, T − δ),
y 1 (x, 0)
= y0 (x) em Ω,
satisfaz
y 1 (·, T − δ) = y ∗ (·, T − δ) em Ω.
Novamente pelo Teorema 2 existe controle v2 ∈ L∞ (ω × (T − δ, T )) tal que a solução do
problema
yt2 − ∆y 2 + f (y 2 ) = v2 1ω em Ω × (T − δ, T ),
2
y =0 sobre ∂Ω × (T − δ, T ),
y 2 (x, 0) = y ∗ (x, T − δ) em Ω,
Capítulo 3. Controlabilidade Aproximada 84
satisfaz
y 2 (·, T ) = u(·, T ) em Ω.
A aplicação do Teorema 2 nestes dois casos é possível pois y ∗ |Ω×(0,T −δ) e y ∗ |Ω×(T −δ,T ) são
soluções limitadas dos problemas anteiores associadas às condições iniciais y0∗ e y ∗ (·, T − δ)
e aos controles v ∗ |ω×(0,T −δ) e v ∗ |ω×(T −δ,T ) , respectivamente.
Assim, definindo o controle v ∈ L∞ (ω × (0, T )) por
v1
se t ∈ (0, T − δ),
v=
v2 caso contrário,
segue que
y 1
se t ∈ (0, T − δ),
y=
y 2
caso contrário,
é solução do problema (1) associado a condição inicial y0 e controle v. Além disso,
Referências
[1] Barbu, V. Exact controllability of the superlinear heat equation. Applied Mathema-
tics and Optimization 42 (2000), 73–89. Citado na página 12.
[2] Barbu, V., and Precupanu, T. Convexity and Optimization in Banach Spaces,
fourth ed. Springer Dordrecht, 2012. Citado na página 27.
[3] Bartle, R. The Elements of Integration and Lebesgue Measure. Wiley Classics
Library. Wiley, 1995. Citado na página 19.
[4] Brezis, H. Function Analysis, Sobolev Spaces and Partial Differential Equations.
Springer New York, NY, 2011. Citado 4 vezes nas páginas 14, 16, 19 e 21.
[6] Dunford, N., and Schwartz, J. Linear Operators, Part 1: General Theory. Wiley
Classics Library. Wiley, 1988. Citado na página 18.
[8] Fabre, C., Puel, J.-P., and Zuazua, E. Approximate controllability of the
semilinear heat equation. Proceedings of the Royal Society of Edinburgh Section A:
Mathematics 125, 1 (1995), 31–61. Nenhuma citação no texto.
[11] Fernández-Cara, E., and Zuazua, E. Null and approximate controllability for
weakly blowing up semilinear heat equations. Annales de l’Institut Henri Poincaré C,
Referências 86
Analyse non linéaire 17, 5 (2000), 583–616. Citado 4 vezes nas páginas 12, 30, 54
e 80.
[13] Folland, G. Real Analysis: Modern Techniques and Their Applications. A Wiley-
Interscience publication. Wiley, 1999. Citado 3 vezes nas páginas 19, 20 e 28.
[15] Glicksberg, I. L. A further generalization of the kakutani fixed point theorem, with
application to nash equilibrium points. Proceedings of the American Mathematical
Society 3, 1 (1952), 170–174. Citado na página 16.
[18] Lima, E. L. Curso de Análise, 12 ed., vol. 1 of Projeto Euclides. IMPA, Rio de
Janeiro, 2009. Citado 2 vezes nas páginas 31 e 41.
[23] Rudin, W. Real and Complex Analysis. Mathematics series. McGraw-Hill, 1987.
Citado na página 25.
Referências 87
[24] Russell, D. L. Controllability and stabilizability theory for linear partial differential
equations: Recent progress and open questions. SIAM Review 20, 4 (1978), 639–739.
Citado na página 11.
[25] Saut, J.-C., and Scheurer, B. Unique continuation for some evolution equations.
Journal of Differential Equations 66, 1 (1987), 118–139. Citado na página 23.
[26] Zheng, S. Nonlinear evolution equations. Monographs and Surveys in Pure and
Applied Mathematics. Chapman & Hall/CRC, 2004. Citado 2 vezes nas páginas 22
e 24.
88
APÊNDICE A
Demonstração da Proposição 3
Por toda extensão desta seção consideram-se as notações da Definição 25. Além
disso, utiliza-se a seguinte notação de Einstein para as derivadas parciais com respeito às
coordenadas espaciais.
Demonstração da Proposição 3.
Sejam f ∈ A e s > 0. Definindo as seguintes funções auxiliares ψ = Φ−s f , h = ∂t f + ∆f e
g = Φ−s h obtém-se a seguinte igualdade
T1 ψ + T2 ψ = g − sψ∆ϕ (A.1)
Portanto,
||g − sψ∆ϕ||2L2 (Q) = ||T1 ψ + T2 ψ||2L2 (Q) = ||T1 ψ||2L2 (Q) + 2(T1 ψ, T2 ψ) + ||T2 ψ||2L2 (Q) , (A.3)
onde (·, ·) denota o produto interno em L2 (Q). Usando a definição do produto interno em
L2 (Q) tem-se que
Z
(T1 ψ,T2 ψ) = T1 ψ · T2 ψ
Q
Z
= ∆ψ∂t ψ + s2 |∇ϕ|2 ψ∂t ψ + sψ∂t ψ∂t ϕ + 2s∆ψ(∇ϕ · ∇ψ) + 2s3 |∇ϕ|2 ψ(∇ϕ · ∇ψ)
Q
onde Z
I1 = ∆ψ(∂t ψ),
ZQ
I2 = ∆ψ(∇ϕ · ∇ψ),
ZQ
I3 = |∇ϕ|2 ψ(∂t ψ),
ZQ
I4 = |∇ϕ|2 ψ(∇ϕ · ∇ψ)
ZQ
I5 = ψ(∂t ψ∂t ϕ),
ZQ
I6
= ψ(∂t ϕ)(∇ϕ · ∇ψ).
Q
ρ
Como ϕ = então |∇ψ|2 → 0 quando t → 0 ou t → T . Logo,
t(T − t)
I1 = 0. (A.5)
E mais uma vez segue por um argumento análogo ao que foi aplicado em I1 que (∂t ϕ)|ψ|2 →
0 quando t → 0 ou t → T . Logo,
1Z
I5 = − |ψ|2 ∂t2 ϕ. (A.7)
2 Q
Aplicando o Teorema 40 na integral I4 deduz-se que
Z
2
Z
1
I4 = |∇ϕ| ψ(∇ϕ · ∇ψ) =(|∇ϕ|2 ∇ϕ · ∇ψ 2 )
Q Q 2
1Z 2 2 1 Z Z
= (|∇ϕ| ∇ϕ · ∇ψ ) = − ψ ∇ · (|∇ϕ| ∇ϕ) + ψ 2 |∇ϕ|2 ∇ϕ · ν.
2 2
2 Q 2 Q Σ
Portanto,
1 1
Z Z
2 2
I4 = − (∂i ∂j ϕ∂i ϕ∂j ϕ + |∇ϕ| ∆ϕ)|ψ| = −∂i ∂j ϕ − δij ∆ϕ ∂i ϕ∂j ϕ|ψ|2 . (A.8)
Q 2 Q 2
Novamente usando o Teorema 40 em I6 segue que
Z Z
1
I6 = ψ(∂t ϕ)(∇ϕ · ∇ψ) =((∂t ϕ)∇ϕ · ∇ψ 2 )
Q Q 2
1 Z
2 1 Z
2 1Z 2
= ((∂t ϕ)∇ϕ · ∇ψ ) = − ψ ∇ · ((∂t ϕ)∇ϕ) + ψ (∂t ϕ)∇ϕ · ν.
2 Q 2 Q 2 Σ
APÊNDICE A. Demonstração da Proposição 3 91
Portanto,
2
Z Z Z
∂ψ ∂ϕ
(∆ϕδij )∂i ψ∂j ψ = −2 ∂i ϕ∂i ∂j ψ∂j ψ + .
Q Q Σ ∂ν ∂ν
Isolando o primeiro termo a direita obtém-se que
2
Z
1Z 1 Z ∂ψ ∂ϕ
− ∂i ϕ∂i ∂j ψ∂j ψ = (∆ϕδij )∂i ψ∂j ψ − .
Q 2 Q 2 Σ ∂ν ∂ν
Substituindo a igualdade acima em (A.10) chega-se em
2
Z
1 1 Z ∂ϕ ∂ψ
I2 = −∂i ∂j ϕ∂i ψ∂j ψ + (∆ϕδij )∂i ψ∂j ψ +
Q 2 2 Σ ∂ν ∂ν
2
Z
1 1 Z ∂ϕ ∂ψ
= (−∂i ∂j ϕ + (∆ϕδij ))∂i ψ∂j ψ + . (A.11)
Q 2 2 Σ ∂ν ∂ν
E substituindo as igualdades (A.5), (A.6), (A.7), (A.8), (A.9) e (A.11) em (A.4) tem-se
que
∂η
Nota-se ainda que ≤ 0 sobre ∂Ω pois η > 0 em Ω e η = 0 sobre ∂Ω. Assim,
∂ν
∂ϕ α exp(ατ ) α exp(ατ ) ∂η
= ∇ϕ · ν = − ∇η · ν = − ≥ 0,
∂ν t(T − t) t(T − t) ∂ν
sobre Σ. Portanto,
2
Z
∂ϕ ∂ψ
≥ 0.
Σ ∂ν ∂ν
Então segue pela desigualdade acima e (A.12) que
Z
||T1 ψ||2L2 (Q) +||T2 ψ||2L2 (Q) + 4s 3
−∂i ∂j ϕ∂i ϕ∂j ϕ|ψ|2
Q
Z
≤ ||g − sψ∆ϕ||2L2 (Q) −2 (s|∇ψ|2 − s3 |∇ϕ|2 |ψ|2 )∆ϕ (A.13)
Q
Z Z Z
+ 2s2 (∂i (∂t ϕ)∂i ϕ + (∂t ϕ)∆ϕ)|ψ|2 + 4s ∂i ∂j ϕ∂i ψ∂j ψ + s (∂t2 ϕ)|ψ|2 .
Q Q Q
exp(ατ )
Definindo a função auxiliar β = tem-se que
t(T − t)
α exp(ατ )
∇β = −∇ϕ = ∇η.
t(T − t)
Agora estimam-se as integrais em (A.13). Segue por Fernández-Cara [10, p. 508] que
existem α0 (Ω, ω) ≥ 1 e C(Ω, ω) > 0 tais que
Como
∂i2 (exp(ατ )) α exp(ατ )∂i2 τ + α2 exp(ατ )(∂i τ )2
∂i2 ϕ = − =− ,
t(T − t) t(T − t)
então conclui-se que
2
exp(2ατ ) α4 exp(2ατ ) 1
|∆ϕ|2 = |α∆τ + α 2
|∇τ |2 2
| = ∆η + |∇η|2
t2 (T − t)2 t2 (T − t)2 α
2
α4 exp(2ατ ) 1
2
≤ 2 |∆η| + |∇η| .
t (T − t)2 α
Se α ≥ 1 a desigualdade abaixo é verdadeira
α4 exp(2ατ ) 2 2
C(Ω, ω)α4 exp(2ατ )
|∆ϕ|2 ≤ |∆η| + |∇η| ≤ .
t2 (T − t)2 t2 (T − t)2
T2
Percebe-se que exp(ατ (x)) ≥ 1 para todo x ∈ Ω e que ≥ 1 para todo t ∈ (0, T ).
t(T − t)
Assim,
C(Ω, ω)α4 T 2 exp(3ατ )
|∆ϕ|2 ≤ = CT 2 α4 β 3 em Ω × (0, T ), ∀α ≥ α0 . (A.15)
t3 (T − t)3
Agora nota-se que
!
1 α(∂i τ ) exp(ατ )(T − 2t)
∂i (∂t ϕ) = −∂t ∂i (exp(ατ )) = .
t(T − t) t2 (T − t)2
Portanto,
α2 (∂i τ )2 exp(2ατ )|T − 2t| α2 exp(2ατ )|T − 2t|
|∂i (∂t ϕ)∂i ϕ| = = |∇τ |2
t3 (T − t)3 t3 (T − t)3
α2 exp(3ατ )|T − 2t|
≤ |∇η|2 ≤ C(Ω, ω)α2 β 3 |T − 2t|.
t3 (T − t)3
De onde segue que
Calculando ∂t ϕ obtém-se
(T − 2t)(exp(ατ ) − exp(ατ ))
∂t ϕ = − .
t2 (T − t)2
Dessa maneira chega-se em
|T − 2t|(exp(ατ ) − exp(ατ )) exp(ατ )
|(∂t ϕ)∆ϕ| = |α∆τ + α2 |∇τ |2 |
t3 (T − t)3
T α2 (exp(ατ ) − exp(ατ )) exp(ατ ) 1
2
≤ |∆η| + |∇η|
t3 (T − t)3 α
T α2 exp(ατ ) exp(ατ )
≤ (|∆η| + |∇η|2 )
t3 (T − t)3
C(Ω, ω)T α2 exp(ατ ) exp(ατ )
≤ .
t3 (T − t)3
APÊNDICE A. Demonstração da Proposição 3 95
Nota-se que
||g − sψ∆ϕ||2L2 (Q) ≤ (||g||L2 (Q) + ||sψ∆ϕ||L2 (Q) )2 ≤ 2||g||2L2 (Q) + 2||sψ∆ϕ||2L2 (Q)
Z Z
= 2||g||2L2 (Q) + 2s2 |∆ϕ|2 |ψ|2 ≤ 2||g||2L2 (Q) + CT 2 s2 α4 |β|3 |ψ|2 .
Q Q
Logo,
Z
||T1 ψ||2L2 (Q) +||T2 ψ||2L2 (Q) + Cs3 α |∇β|3 |ψ|2
(Ω\ω)×(0,T )
Z Z
≤ 2||g||2L2 (Q) + CsT 2 3 2
|β| |ψ| + Cs (T α + T α ) 2 2 2
|β|3 |ψ|2
Q Q
Z Z
2 3 2 2
−2 (s|∇ψ| − s |∇ϕ| |ψ| )∆ϕ + 4s (∂i ∂j ϕ)∂i ψ∂j ψ, (A.19)
Q Q
onde foram utilizados (A.2) na segunda igualdade e (A.1) na terceira igualdade. Aplicando
o Teorema 40 e a primeira identidade do Teorema 39, obtém-se que
Z Z
(|∇ψ|2 + ψ∆ψ)∆ϕ = (∆ϕ)∇ · (ψ∇ϕ)
Q Q
Z Z
=− ∇(∆ϕ) · (ψ∇ψ) + ψ∆ϕ∇ψ · ν
Q Σ
1Z
=− ∇(∆ϕ) · ∇ψ 2
2 Q
1Z 2 2 1Z ∂(∆ϕ)
= ∆ ϕ|ψ| − |ψ|2
2 Q 2 Σ ∂ν
1Z
= ∆2 ϕ|ψ|2 .
2 Q
Portanto,
sZ 2 2 2
Z
2
Z
I= ∆ ϕ|ψ| + s ∂t ϕ|ψ| ∆ϕ + s (T1 ψ − g + sψ∆ϕ)ψ∆ϕ
2Z Q Q Q
2
Z
2 2 sZ
= s (T1 ψ − g)ψ∆ϕ + s (|∆ϕ| + (∂t ϕ)∆ϕ)|ψ| + ∆2 ϕ|ψ|2 .
Q Q 2 Q
Usando o Teorema 38 para estimar a integral I tem-se que
Z Z
sZ
|I| ≤ s (|T1 ψ| + |g|)|ψ∆ϕ| + s2 (|∆ϕ|2 + |(∂t ϕ)∆ϕ|)|ψ|2 + |∆2 ϕ||ψ|2
Q Q 2 Q
Z √ −1 √ Z q √ −1
= |( 2) T1 ψ|| 2sψ∆ϕ| + | (2)g||( 2) sψ∆ϕ|
Q Q
2
Z
2 sZ 2
+s (|∆ϕ| + |(∂t ϕ)∆ϕ|)|ψ| + |∆2 ϕ||ψ|2
Q 2 Q
APÊNDICE A. Demonstração da Proposição 3 98
1Z Z Z
s2 Z Z
≤ |T1 ψ|2 + s2 |ψ∆ϕ|2 + |g|2 + |ψ∆ϕ|2 + s2 (|∆ϕ|2 + |(∂t ϕ)∆ϕ|)|ψ|2
4 Q Q Q 4 Q Q
sZ
+ |∆2 ϕ||ψ|2
2 Q
1 2 2 2
Z
2 2 sZ
≤ ||T1 ψ||L2 (Q) + ||g||L2 (Q) + 3s (|∆ϕ| + |(∂t ϕ)∆ϕ|)|ψ| + |∆2 ϕ||ψ|2 . (A.22)
4 Q 2 Q
Por outro lado, nota-se que
|∆2 ϕ| ≤ Cα4 T 4 β 3 em Q. (A.23)
De fato,
1 1
|∆2 ϕ| = |∆2 (exp(ατ ))| = |∆(exp(ατ )[α∆τ + α2 |∇τ |2 ])|
t(T − t) t(T − t)
1
= |α∆(exp(ατ )∆τ ) + α2 ∆(exp(ατ )|∇τ |2 )|
t(T − t)
1
= |α(∆(exp(ατ ))∆τ + 2∇(exp(ατ )) · ∇(∆τ ) + exp(ατ )∆2 τ )
t(T − t)
+ α2 (∆(exp(ατ ))|∇τ |2 + 2∇(exp(ατ )) · ∇(|∇τ |2 ) + exp(ατ )∆(|∇τ |2 ))|
1
= |∆(exp(ατ ))(α∆τ + α2 |∇τ |2 ) + 2∇(exp(ατ )) · (α∇(∆τ ) + α2 ∇(|∇τ |2 ))
t(T − t)
+ exp(ατ )(α∆2 τ + α2 |∇τ |2 )|
1
= | exp(ατ )(α∆τ + α2 |∇τ |2 )2 + 2α exp(ατ )∇τ · (α∇(∆τ ) + α2 ∇(|∇τ |2 ))
t(T − t)
+ exp(ατ )(α∆2 τ + α2 |∇τ |2 )|
exp(ατ )
≤ |(α∆τ + α2 |∇τ |2 )2 + 2α∇τ · (α∇(∆τ ) + α2 ∇(|∇τ |2 )) + α∆2 τ + α2 |∇τ |2 |
t(T − t)
α4 exp(ατ )
≤ ((|∆η| + |∇η|2 )2 + 2|∇η · (∇(∆η) + ∇(|∇η|2 ))| + |∆2 η| + |∇τ |2 )
t(T − t)
C(Ω, ω)α4 exp(3ατ )
≤ .
t(T − t)
Cα4 T 4 exp(3ατ )
|∆2 ϕ| ≤ = Cα4 T 4 β 3 .
t3 (T − t)3
E utilizando a desigualdade (A.20), assim como foi usada anteriormente para deduzir (A.21),
obtém-se que para κ0 suficientemente grande
Z
||T1 ψ||2L2 (Q) + ||T2 ψ||2L2 (Q) + Cs3 α |∇β|3 |ψ|2
(Ω\ω)×(0,T )
Z Z
≤ C||g||2L2 (Q) + Cα s 4 3 3 2
|β| |ψ| + Cs (∂i ∂j ϕ)∂i ψ∂j ψ,
ω×(0,T ) Q
1 α exp(ατ ) Cα exp(ατ )
|∇ϕ| = |∇(exp(ατ ))| = |∇τ | ≤ ,
t(T − t) t(T − t) t(T − t)
Como ψ ≡ 0 em Σ e
então
Z
2sα3 exp(ατ )t−1 (T − t)−1 (∇τ · ∇ψ)ψ
Q
Z Z
= −2sα2 exp(ατ )t−1 (T − t)−1 |∇ψ|2 − 2sα2 exp(ατ )t−1 (T − t)−1 ψ∆ψ.
Q Q
APÊNDICE A. Demonstração da Proposição 3 101
Por outro lado, usando uma vez mais o Teorema 40 tem-se que
Z Z
2sα3 exp(ατ )t−1 (T − t)−1 (∇τ · ∇ψ)ψ = sα2 t−1 (T − t)−1 ∇(exp(ατ )) · ∇ψ 2
Q Q
Z Z
= − sα2 t−1 (T − t)−1 ψ 2 ∇ · (∇(exp(ατ ))) + sα2 t−1 (T − t)−1 ψ 2 ∇(exp(ατ )) · ν.
Q Σ
Como ψ ≡ 0 em Σ e
então
Z
2sα 3
exp(ατ )t−1 (T − t)−1 (∇τ · ∇ψ)ψ
Q
Z Z
−1 −1
= −sα 3
exp(ατ )t (T − t) ∆τ |ψ| − sα 2 4
exp(ατ )t−1 (T − t)−1 |∇τ |2 |ψ|2 .
Q Q
T4
Agora estimam-se os termos a direita da igualdade acima. Como τ ∈ C 2 (Q), ≥1
t2 (T − t)2
em (0, T ) e s ≥ κ0 (T + T 2 ), segue que
Z Z
−1 −1
sα 4
exp(ατ )t (T − t) |∇τ | |ψ| ≤ CsT α 2 2 4 4
exp(3ατ )t−3 (T − t)−3 |ψ|2
Q Q
Z
≤ Cs α 3 4
exp(3ατ )t−3 (T − t)−3 |ψ|2 . (A.29)
Q
Substituindo (A.29), (A.30) e (A.31) em (A.28) obtém-se (A.26). Pelas desigualdades (A.25)
e (A.26) conclui-se que
Z
||T2 ψ||2L2 (Q) + Cs α 3 4
exp(3ατ )t−3 (T − t)−3 |ψ|2
Q
CZ Z
≥ exp(−ατ )t(T − t)|∆ψ|2 + Csα2 exp(ατ )t−1 (T − t)−1 |∇ψ|2 . (A.32)
s Q Q
(∂i ∂j ϕ)∂i ψ∂j ψ = − exp(ατ )t−1 (T − t)−1 (α2 ∂i τ ∂j τ + α∂i ∂j τ )∂i ψ∂j τ
= −α exp(ατ )t−1 (T − t)−1 (α∂i τ ∂i ψ∂j τ ∂j ψ + ∂i ∂j τ ∂i ψ∂j ψ)
= −α exp(ατ )t−1 (T − t)−1 (α(∇τ · ∇ψ)2 + ∂i ∂j τ ∂i ψ∂j ψ)
≤ −α exp(ατ )t−1 (T − t)−1 ((∇τ · ∇ψ)2 + ∂i ∂j τ ∂i ψ∂j ψ)
≤ α exp(ατ )t−1 (T − t)−1 |∇τ |2 |∇ψ|2 + α exp(ατ )t−1 (T − t)−1 (|∂i ∂j τ ||∂i ψ||∂j ψ|)
≤ Cα exp(ατ )t−1 (T − t)−1 |∇ψ|2 .
1 Z
≥ t(T − t) exp(−2sϕ)|∂t f |2
2s Q Z
− sT 2 | exp(ατ ) − exp(ατ )|2 t−3 (T − t)−3 exp(−2sϕ)|f |2 ,
Q
onde usou-se o Teorema 38 para deduzir a segunda desigualdade. Como s ≥ κ0 T existe
constante C1 dependendo somente de Ω e ω tal que
1Z
t(T − t)|∂t ψ|2
s Q
1 Z Z
≥ 2
t(T − t) exp(−2sϕ)|∂t f | − C1 s 3
t−3 (T − t)−3 exp(−2sϕ)|f |2 .
2s Q Q
(A.37)
Procedendo de maneira análoga obtém-se
Z Z
s t−1 (T − t)−1 |∇ψ|2 = s t−1 (T − t)−1 exp(−2sϕ)|∇f − s(∇ϕ)f |2
Q Q
Z
≥s t−1 (T − t)−1 exp(−2sϕ)(|∇f | − s|∇ϕ||f |)2
Q
Z Z
=s t−1 (T − t)−1 exp(−2sϕ)|∇f |2 − 2s2 t−1 (T − t)−1 exp(−2sϕ)|∇f ||∇ϕ||f |
Q Q
Z
3 −1 −1 2 2
+s t (T − t) exp(−2sϕ)|f | |∇ϕ| (A.38)
Q
Z
−1 −1 s Z −1
≥s t (T − t) exp(−2sϕ)|∇f | − t (T − t)−1 exp(−2sϕ)|∇f |2
2
Q
Z
2 Q Z
− 2s3 t−1 (T − t)−1 exp(−2sϕ)|f |2 |∇ϕ|2 + s3 t−1 (T − t)−1 exp(−2sϕ)|f |2 |∇ϕ|2
Q Q
s Z −1 −1
Z
= 2
t (T − t) exp(−2sϕ)|∇f | − s 3
t−1 (T − t)−1 exp(−2sϕ)|f |2 |∇ϕ|2
2 ZQ Q
s −1 −1 2
= t (T − t) exp(−2sϕ)|∇f |
2 QZ
− α 2 s3 t−3 (T − t)−3 exp(−2sϕ) exp(2ατ )|∇τ |2 |f |2
Q
s Z −1 −1
Z
≥ 2
t (T − t) exp(−2sϕ)|∇f | − C2 s 3
exp(−2sϕ)t−3 (T − t)−3 |f |2 , (A.39)
2 Q Q
onde usou-se o Teorema 38 para obter a segunda desigualdade e C2 é uma constante
dependendo somente de Ω e ω. Novamente procedendo de maneira similar chega-se em
1Z 1Z
t(T − t)|∆ψ|2 = t(T − t) exp(−2sϕ)|∆f − 2s∇ϕ · ∇f + s2 |∇ϕ|2 f + s(∆ϕ)f |2
s Q s Q
1Z
≥ t(T − t) exp(−2sϕ)(|∆f | − | − s2 |∇ϕ|2 f + 2s∇ϕ · ∇f + s(∆ϕ)f |)2
s Q
1Z
= t(T − t) exp(−2sϕ)(|∆f |2 − 2|∆f || − s2 |∇ϕ|2 f + 2s∇ϕ · ∇f + s(∆ϕ)f |
s Q
+ | − s2 |∇ϕ|2 f + 2s∇ϕ · ∇f + s(∆ϕ)f |2 )
1Z 1
2 2 2 2
≥ t(T − t) exp(−2sϕ) |∆f | − | − s |∇ϕ| f + 2s∇ϕ · ∇f + s(∆ϕ)f |
s Q 2
1 Z
= t(T − t) exp(−2sϕ)|∆f |2
2s
Z
Q
1 Z
≥ t(T − t) exp(−2sϕ)|∆f |2
2s
Z
Q
+ s3 exp(−2sϕ)t−3 (T − t)−3 |f |2
Q
1Z
Z Z
−1 −1
≤ C5 2 2 2
t(T − t)(|∂t ψ| + |∆ψ| ) + s t (T − t) |∇ψ| + s 3
t−3 (T − t)−3 |ψ|2 .
s Q Q Q