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A construção do grau
topológico e sua aplicação a
um sistema diferencial não
linear com condições de
contorno.
3
4
C pag. 84 C([0, T ], Rn )
C1 pag. 84 C 1 ([0, T ], Rn )
L1 pag. 84 L1([0, T ], Rn )
RT
L1m pag. 84 {h ∈ L1 : 0 h(t)dt = 0}
5
6
Abstract
The main purpose of this work is the construction of the topological de-
gree in finite and infinite dimension. In addition, we will see some of its pro-
perties and topological applications. Following the approach of Manásevich
and Mawhin in the paper “Periodic Solutions for Nonlinear Systems with
p-Laplacian-Like Operators. Journal of Differential Equations, vol. 145, p.
367-393, 1998”, we will prove the existence of solutions for a nonlinear dif-
ferential system with boundary conditions, using, among other tools, the
topological degree.
Keywords: degree theory, Brouwer degree, Leray-Schauder degree.
7
8
Sumário
Introdução 11
1 Preliminares 13
1.1 Álgebra linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 Topologia diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3 Análise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.4 Topologia geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
9
10 SUMÁRIO
Introdução
11
12 SUMÁRIO
Preliminares
13
14 CAPÍTULO 1. PRELIMINARES
Sendo assim,
sgn det A = sgn det A.
b
Aβ = M Aα M −1 ,
portanto
det Aβ = det Aα .
1.1. ÁLGEBRA LINEAR 15
B = M AM −1 ,
portanto
det A = det B.
1.3 Análise
Iniciamos esta seção com resultados referentes a conjuntos convexos.
Definição 1.11. Seja D ⊆ Rn um conjunto qualquer. Dizemos que D é
convexo se
λx + (1 − λ)y ∈ D,
1.3. ANÁLISE 17
Grau topológico em
dimensão finita
21
22 CAPÍTULO 2. GRAU TOPOLÓGICO EM DIMENSÃO FINITA
degB (f, U, y) = 0.
degB (I, U, y) = 1, ∀ y ∈ U.
2.1. DEFINIÇÃO DO GRAU PARA VALORES REGULARES 23
Logo,
degB (f, U, y) = degB (f − y, U, 0).
3 - Pela Definição 2.2, é evidente.
4 - Suponha f −1 (y) ∩ U = ∅, que, pela Definição 2.2, implica
degB (f, U, y) = 0.
f |Uj : Uj → Vj
é um difeomorfismo. Sejam
\
V= Vj e, para cada j, Uj = f −1 (V) ∩ Uj .
j
fj = f |Uj : Uj → V
δH −1 (y) = H −1 (y) ∩ δ(U × [0, 1]) = H0−1 (y) ∪ H1−1 (y). (2.2)
Diante deste fato e observando que para os cálculos dos graus de (H0 , U, y) e
(H1 , U, y) serão usados pontos que pertencem a H0−1 (y)∪H1−1 (y), concluı́mos
que os pontos das componentes conexas difeomorfas à circunferência S 1
podem ser descartados. Esta situação está ilustrada na figura abaixo:
Rn
C
0 1 R
26 CAPÍTULO 2. GRAU TOPOLÓGICO EM DIMENSÃO FINITA
Rn Rn Rn
P1 C
C P1 C
P0 P1
P0 P0
0 1 R 0 1 R 0 1 R
(i) (ii) (iii)
γ 0 (0)
0
∂H 1
1
(x0 , 0)
∂λ
.. ..
.
.
0 0
H (γ(0))γ (0) = ..
=
,
A .
γn0 (0)
0
n
∂H
(x0 , 0) 0
∂λ γn+1 (0) 0
(2.3)
2.1. DEFINIÇÃO DO GRAU PARA VALORES REGULARES 27
γ 0 (0) 0
∂H01 ∂H01 ∂H01
1
∂x1 (x0 ) (x0 ) · · · (x0 )
∂x2 ∂xn
0 .
∂H02 ∂H02 ∂H02 γ2 (0)
(x0 ) · · ·
..
∂x1 (x0 ) (x0 )
∂x2 ∂xn
= .
.. .. .. .. ..
. . . . . 0
∂H n ∂H0n n
∂H0
0
(x0 ) (x0 ) · · · (x0 ) 0
∂x1 ∂x2 ∂xn γn (0) 0
Sendo H00 (x0 ) um isomorfismo, segue que (γ10 (0), · · · , γn0 (0)) = (0, · · · , 0).
Assim, temos γ 0 (0) = 0, o que é uma contradição, pois γ 0 (t) 6= 0 para todo
t ∈ [0, 1]. Concluı́mos, assim, que a condição de que γn+1 0 (0) = 0 é falsa.
0
Portanto, γn+1 (0) 6= 0.
Temos provado que γn+1 0 (0) 6= 0 e, além disso, sabemos que γn+1 (0) = 0.
Como γn+1 (t) ∈ [0, 1] para todo t em [0, 1] e denotando a base canônica do
Rn+1 por
{e1 , · · · , en+1 },
28 CAPÍTULO 2. GRAU TOPOLÓGICO EM DIMENSÃO FINITA
concluı́mos que
hγ 0 (0), en+1 i = γn+1
0
(0) > 0. (2.4)
De forma análoga, segue que
hγ 0 (1), en+1 i = γn+1
0
(1) < 0. (2.5)
Agora, definimos
1
γ(0) se t ∈ 0,
3
1 2
Pt = γ(3t − 1) se t ∈ ,
3 3
2
γ(1) se t ∈ ,1
3
e
0 1
(1 − 3t)en+1 + 3tγ (0) se t ∈ 0,
3
0 1 2
vt = γ (3t − 1) se t ∈ ,
3 3
2
0
(3 − 3t)γ (1) − (3t − 2)en+1 se t ∈ ,1 .
3
Seja, para cada t, Vt = span {vt }. Note que, para cada t ∈ [0, 1], Vt tem
dimensão 1. De fato, vejamos que vt é não nulo para todo t ∈ [0, 1]:
1
• Se t ∈ 0, , temos vt = (1 − 3t)en+1 + 3tγ 0 (0). Como 1 − 3t e 3t não
3
são simultaneamente nulos e hγ 0 (0), en+1 i > 0, segue que vt 6= 0.
1 2
• Se t ∈ , , temos vt = γ 0 (3t − 1) 6= 0.
3 3
2
• Se t ∈ , 1 , temos vt = (3 − 3t)γ 0 (1) + (3t − 2)(−en+1 ). Como 3 − 3t
3
e 3t − 2 não são simultaneamente nulos e hγ 0 (1), −en+1 i > 0, segue que
vt 6= 0.
Denotando por Vt⊥ o espaço ortogonal a Vt , afirmamos que H 0 (Pt )|V ⊥ :
t
Vt⊥ → Rn é um isomorfismo. Para provarmos tal fato, basta mostrar que
Vt⊥ não contém o núcleo de H 0 (Pt ). Observe que:
2.1. DEFINIÇÃO DO GRAU PARA VALORES REGULARES 29
1
• se t ∈ 0, , então o núcleo é gerado por γ 0 (0);
3
1 2
• se t ∈ , , então o núcleo é gerado por γ 0 (3t − 1);
3 3
2
• se t ∈ , 1 , então o núcleo é gerado por γ 0 (1).
3
ou seja,
ou seja,
Ft : Vt⊥ ⊕ Vt → Rn × R
(x + µvt ) 7−→ (H 0 (Pt )x, µ).
Seja B0 = B e0 ∪ {en+1 } base de V ⊥ ⊕ span {en+1 }. Considere, para cada
0
t ∈ [0, 1], At a matriz de Ft nas bases B0 do Rn+1 no domı́nio e Σn+1 do
Rn × R na imagem. Como, para cada t ∈ [0, 1], Ft é um isomorfismo, então
det At 6= 0 e, portanto, tem sinal constante. Sendo A0 a matriz identidade,
temos det At > 0 para todo t ∈ [0, 1].
Pela Proposição 1.2, F1−1 (Σn+1 ) é uma base do Rn+1 equivalente a B0 .
Pela definição de Be1 e como v1 = −en+1 , então
Segue que
X X
degB (H0 , U, y) = sgn H00 (x) + sgn H00 (x)
(x,0)∈Γ0 (x,0)∈Λ0
e X X
degB (H1 , U, y) = sgn H10 (x) + sgn H10 (x)
(x,1)∈Γ1 (x,1)∈Λ1
Portanto, X
degB (H0 , U, y) = sgn H00 (x)
(x,0)∈Λ0
e X
degB (H1 , U, y) = sgn H10 (x)
(x,1)∈Λ1
Logo,
degB (H0 , U, y) = degB (H1 , U, y).
E a prova é concluı́da.
Proposição 2.4. Considere uma terna admissı́vel (f, U, y), com f de classe
C 2 em U. Sejam z0 , z1 valores regulares de f em U tais que ky − zi k <
dist(y, f (∂U )), i = 0, 1. Então,
Temos
f (x0 ) = λ0 z1 + (1 − λ0 )z0 .
Agora que estendemos a definição de grau para ternas admissı́veis (f, U, y),
com f de classe C 2 em U e y valor crı́tico de f em U , poderı́amos apresen-
tar uma lista de propriedades análogas às vistas na Proposição 2.3. Porém,
será apresentada, neste momento, somente a estensão da invariância ho-
motópica, pois será de grande importância para estendermos a definição de
grau às funções contı́nuas. Após o término da construção do grau topológico
de Brouwer, apresentaremos uma lista mais completa de propriedades.
34 CAPÍTULO 2. GRAU TOPOLÓGICO EM DIMENSÃO FINITA
e
degB (H1 , U, y) = degB (H1 , U, z).
Agora, note que o fato de kz − yk < dist(y, H(∂U × [0, 1])) implica que
H(x, λ) 6= z para todo x ∈ ∂U e para todo λ ∈ [0, 1]. Desta forma, po-
demos aplicar a Proposição 2.3, item 5, e concluir que degB (H0 , U, z) =
degB (H1 , U, z). Logo,
i = 0, 1. Então,
degB (g0 , U, y) = degB (g1 , U, y).
portanto
Segue que
kH(x, λ) − f (x)k ≤ λ sup kg1 (x) − f (x)k + (1 − λ) sup kg0 (x) − f (x)k.
x∈U x∈U
Então, definimos
degB (f, U, y) = degB (g, U, y),
onde degB (g, U, y) é dado pela Definição 2.5.
degB (I, U, y) = 1, ∀ y ∈ U.
degB (f, U, y) 6= 0,
então f −1 (y) ∩ U 6= ∅.
11. (Função oposta) Se (f, U, y) for uma terna admissı́vel, então (−f, U, −y)
será admissı́vel e
Para x ∈ ∂U , temos
ky − g(x)k ≥ ky − f (x)k − kg(x) − f (x)k > − = .
2 2
Portanto, dist(y, g(∂U )) > 2 . Usando o Teorema de Sard, tome z ∈ Rn \
g(∂U \ U1 ∪ U2 ), onde z é valor regular de g em U e kz − yk < 2 . Pela
Definição 2.5, segue que
degB (g, U, y) = degB (g, U, z).
2.4. PROPRIEDADES DO GRAU TOPOLÓGICO DE BROUWER 39
Logo,
degB (f, U, y) = degB (g, U, z).
De forma análoga, concluı́mos que
Observando que
Vamos mostrar que H(x, t) 6= y para todo x ∈ ∂U e para todo t ∈ [0, 1]. De
fato, fixe x ∈ ∂U e t ∈ [0, 1]. Então,
Portanto,
r r
kH(x, t) − f (x)k ≤ t ≤ .
2 2
Logo, H(x, t) 6= y para todo x ∈ ∂U e para todo t ∈ [0, 1]. Desta forma,
podemos aplicar o item 5 acima e concluir que
ou seja,
degB (f, U, y) = degB (g, U, y).
7- Sejam α = dist(y, f (∂U )) e V = Bα (y). Fixe z ∈ V e considere as
funções H : U × [0, 1] → Rn e γ : [0, 1] → Rn definidas por
Como V é um conjunto convexo, γ(t) ∈ V para todo t ∈ [0, 1]. Além disso,
V ∩ f (∂U ) = ∅. Pela definição de H, temos Ht (∂U ) = f (∂U ) para todo
t ∈ [0, 1]. Portanto, γ(t) ∈
/ Ht (∂U ) para todo t ∈ [0, 1]. Desta forma,
podemos aplicar o item 5 acima e concluir que
Para x ∈ U , temos
ky − g(x)k ≥ ky − f (x)k − kg(x) − f (x)k > − = .
2 2
Isso implica que dist(y, g(U )) > 2 . Desta forma, g −1 (y) ∩ U = ∅ e y é valor
regular de g em U . Assim, podemos usar a Definição 2.2 e concluir que
ou seja,
degB (f, U, y) = degB (g, U, y).
10 - Seja h = g −1 ◦ f ◦ g. Primeiramente, como g é difeomorfismo, então
g(∂E) = ∂U e, portanto,
portanto
X
degB (h, E, p) = sgn (g −1 )0 (f (g(q)))sgn f 0 (g(q))sgn g 0 (q),
(g −1 ◦f ◦g)(q)=p
ou seja,
X sgn f 0 (g(q))sgn g 0 (q)
degB (h, E, p) = .
sgn g 0 (g −1 f (g(q)))
(g −1 ◦f ◦g)(q)=p
Então, X
degB (h, E, p) = sgn f 0 (x).
f (x)=y
2.4. PROPRIEDADES DO GRAU TOPOLÓGICO DE BROUWER 43
Logo,
degB (h, E, p) = degB (f, U, y).
Passo 2: Agora, assuma que f seja de classe C 2 e que y seja valor
crı́tico de f em U . Aplicando o Teorema de Sard, podemos encontrar uma
sequência (yn ) tal que yn é valor regular de f em U para todo n e
lim yn = y.
n→∞
e
sup khN (x) − h(x)k < dist(p, h(∂E)).
x∈U
Portanto,
degB (−f, U, −y) = (−1)n degB (f, U, y).
Do contrário, ou seja, se f −1 (y) ∩ U 6= ∅, então, pela Definição 2.2,
X
degB (−f, U, −y) sgn [−f 0 (x)].
x∈f −1 (y)∩U
Desta forma,
X
degB (−f, U, −y) = (−1)n sgn f 0 (x).
x∈f −1 (y)∩U
e
degB (−f, U, −y) = degB (−f, U, −z).
Pelo passo 1,
degB (−f, U, −z) = (−1)n degB (f, U, z).
Logo,
degB (−f, U, −y) = (−1)n degB (f, U, y).
2.5. GRAU DE BROUWER EM ESPAÇOS NORMADOS 45
Pela Proposição 1.4, sgn f 0 (x) não depende da base escolhida para V .
Desta forma, o grau está bem definido. É importante observar que esta
definição é uma extensão da Definição 2.2, pois, se V = Rn , a fórmula acima
coincide com a fórmula (2.1).
ou seja, na definição acima, V pode ser o espaço euclidiano Rn .
O resultado a seguir mostra que, utilizando um isomorfismo qualquer,
podemos relacionar os graus definidos em Rn e em V .
Proposição 2.12. Seja (f, U, y) uma terna admissı́vel tal que f seja de
classe C 2 em U e y valor regular de f em U . Se h : V → Rn é um
isomorfismo qualquer, então
Como h é linear,
X X
sgn [h◦f ◦h−1 ]0 (q) = sgn [h f h−1 (q) f 0 h−1 (q) h−1 (q)].
e
degB (H1 , U, y) = degB (h ◦ H1 ◦ h−1 , h(U ), h(y)).
Observe que h ◦ H ◦ h−1 : h(U ) × [0, 1] → Rn é uma homotopia contı́nua
em h(U ) × [0, 1] e de classe C 2 em h(U ) × [0, 1]. Além disso,
Logo,
degB (H0 , U, y) = degB (H1 , U, y).
i = 0, 1. Então,
degB (g0 , U, y) = degB (g1 , U, y).
Então, definimos
degB (f, U, y) = degB (g, U, y),
onde degB (g, U, y) é dado pela Definição 2.16.
De forma análoga ao grau topológico das ternas (f, U, y), onde f era de-
finida em um subconjunto do Rn , podemos provar uma lista de propriedades
do grau para ternas (f, U, y), onde f está definida em um subconjunto de
um espaço normado real de dimensão finita V . A seguir, veremos uma lista
com tais propriedades, onde a prova será omitida.
11. (Função oposta) Se (f, U, y) for uma terna admissı́vel, então (−f, U, −y)
será admissı́vel e
∂fj
com denotando a derivada da j-ésima coordenada da função f com
∂xi
relação à i-ésima coordenada do ponto x.
Concluı́mos, pela Proposição 1.6, que, para x ∈ U ∩ W ,
Logo,
degB (g, U, y) = degB (h, U ∩ W, y).
52 CAPÍTULO 2. GRAU TOPOLÓGICO EM DIMENSÃO FINITA
kb
g (x) − g(x)k < dist(y, g(∂U )).
degB (b
g , U, y) = degB (g, U, y) e h, U ∩ W, y) = degB (h, U ∩ W, y).
degB (b
(2.14)
Usando a Definição 2.5, segue que
degB (b
g , U, y) = degB (b
g , U, a) e h, U ∩ W, y) = degB (b
degB (b h, U ∩ W, a).
(2.15)
O Passo 1 implica que
degB (b h, U ∩ W, a).
g , U, a) = degB (b (2.16)
53
54CAPÍTULO 3. ALGUMAS APLICAÇÕES DO GRAU DE BROUWER
Concluı́mos que H(x, t) 6= 0, para todo x ∈ ∂D e para todo t ∈ [0, 1]. Agora,
usando a invariância homotópica, Proposição 2.9, item 5, temos
degB (I − f, Br (0), 0) = 1.
(
f (x) se x ∈ D
fe(x) = P −1 P
i≥1 2−i φ i (x)
−i i
i≥1 2 φi (x)f (a ) se x ∈
/ D,
kx − ai k
φi (x) = max 2 − , 0 , ∀x ∈
/ D.
dist(x, D)
fe(x) = lim Sm ,
m→∞
onde !−1
m
X m
X
−i
Sm = 2 φi (x) 2−i φi (x)f (ai ).
i=1 i=1
Demonstração. Seja
n
X
D = {x ∈ Rn : xi ≥ 0 ∀ i e xi = 1}.
i=1
Ax
f (x) = Pn .
i=1 (Ax)i
Observe que
n
X
fi (x) = 1
i=1
e
fi (x) ≥ 0
Note que, para todo x, kh2 (x)k ≥ . Por outro lado, para x ∈ K, temos
2
f (x) = g(x) e
kh1 (x)k ≥ kg(x)k − kg(x) − h1 (x)k > − = .
2 2
Segue que, para x ∈ K, h2 (x) = h1 (x), e portanto
kh2 (x) − f (x)k = kh1 (x) − g(x)k < .
2
Considere a função
h2 − f : K → B 2 (0),
onde B 2 (0) é a bola de centro 0 e raio . Aplicando o Teorema de Extensão
2
de Tietze, existe h3 : M → B 2 (0) tal que h3 (x) = (h2 − f )(x) para todo
x ∈ K. Afirmamos que f = h2 − h3 é a função procurada. De fato, para
x ∈ K,
f (x) = h2 (x) − h3 (x) = h2 (x) − (h2 (x) − f (x)) = f (x).
Além disso, para x ∈ M ,
kf (x)k ≥ kh2 (x)k − kh3 (x)k ≥ − kh3 (x)k > − = 0.
2 2 2
E assim completamos a prova.
58CAPÍTULO 3. ALGUMAS APLICAÇÕES DO GRAU DE BROUWER
f1 = f |∂D∩[a,b] .
Desta forma, f1 é contı́nua e 0 ∈/ f1 (∂D ∩ [a, b]). Pelo Lema 3.3, f1 pode ser
estendida continuamente à uma função f2 : [a, b] → Rm , com 0 ∈ / f2 ([a, b]).
Afirmo que g : D → Rm , definida por
f2 (x) se x ∈ D ∩ [a, b]
g(x) =
−f2 (−x) se x ∈ D ∩ [−b, −a],
é a função procurada. Da forma em que está definida a função g, fica evidente
que g é contı́nua, ı́mpar e que 0 ∈
/ g(D). Falta mostrar que g|∂D = f . Para
tanto, tome x ∈ ∂D. Se x ∈ ∂D ∩ [a, b], então
Note que
D = D+ ∪ D− ∪ ∂D ∪ (D ∩ Rn−1 ).
3.2. TEOREMA DE BORSUK 59
Seja
f1 = f |∂D∩Rn−1 .
Temos f1 contı́nua, ı́mpar e 0 ∈ / f1 (∂D ∩ Rn−1 ). Portanto, pela hipótese de
indução, f1 pode ser estendida continuamente a uma função f2 : D∩Rn−1 →
Rm , onde f2 é ı́mpar e 0 ∈ / f2 (D ∩ Rn−1 ). Defina
f2 (x), se x ∈ D ∩ Rn−1
f3 (x) =
f (x), se x ∈ ∂D.
Além disso, como f2 (x) 6= 0 para todo x ∈ D ∩ Rn−1 e f (x) 6= 0 para todo
x ∈ ∂D, obtemos
f3 (x) 6= 0
para todo x ∈ D ∪ Rn−1 ∩ ∂D. Agora, veja que f3 é ı́mpar. De fato, se
x ∈ D ∩ Rn−1 , então −x ∈ D ∩ Rn−1 . Desta forma, f3 (x) = f2 (x) e
f3 (−x) = f2 (−x) = −f2 (x), portanto
A continunidade de f3 é evidente.
b = D \ D− , ou seja,
Seja D
b = (D ∩ Rn−1 ) ∪ D+ ∪ ∂D.
D
Desta forma, temos que Db é um conjunto compacto e, pelo Lema 3.3, f3 pode
b → Rm , com 0 ∈
ser estendida continuamente a uma função f4 : D / f4 (D).
b
Finalmente, defina
(
f4 (x) se x ∈ Db
g(x) =
−f4 (−x) se x ∈ D \ D b = D− .
g|∂D=f .
60CAPÍTULO 3. ALGUMAS APLICAÇÕES DO GRAU DE BROUWER
g(x) = −g(−x).
g(x) = −g(−x).
g(x) = −g(−x).
Seja
f1 = f |∂D∩Rn−1 = f |∂(D∩Rn−1 ) .
Como f1 é contı́nua, ı́mpar e 0 ∈ / f1 (∂(D ∩ Rn−1 )), então, pelo Lema 3.5,
existe uma função f2 : D ∩ R n−1 → Rn contı́nua, ı́mpar tal que 0 ∈/ f2 (D ∩
R n−1 ) e f2 |∂(D∩Rn−1 ) = f1 .
Defina f3 : (D ∩ Rn−1 ) ∪ ∂D → Rn por
f2 (x), se x ∈ D ∩ Rn−1
f3 (x) =
f (x), se x ∈ ∂D.
f2 = f1 |∂D1 .
Passo 3: Vamos provar que degB (f3 , D1 , 0) é um número par. Para isso,
seja K = D1 ∩ Rn−1 . Note que 0 ∈ / f3 (K) e que K é um conjunto compacto
contido em D1 . Pela Proposição 2.9, item 4, temos
degB (f3 , D1− , 0) = degB ((−I) ◦ f3 ◦ (−I), −I(D1− ), −I(0)) = degB (f3 , D1+ , 0),
= 1 + degB (f3 , D1 , 0)
Grau topológico em
dimensão infinita
65
66 CAPÍTULO 4. GRAU TOPOLÓGICO EM DIMENSÃO INFINITA
É evidente que
1
kHt (x) − x0 k ≤ . (4.1)
2
Afirmação 1. Ht (∂U ) ⊆ ∂U para todo t ∈ [0, 1].
De fato, fixe t ∈ [0, 1] e x ∈ ∂U . Então,
1
kx − x0 k = ,
2
4.1. INTRODUÇÃO AO GRAU DE LERAY-SCHAUDER 67
portanto
1
|x(s0 ) − x0 (s0 )| = ,
2
para algum s0 ∈ [0, 1]. Desta forma, s0 ∈ {0, 1}, segue que Ht (x)(s0 ) ∈
{0, 1}. Sendo assim,
1
|Ht (x)(s0 ) − x0 (s0 )| = .
2
Por (4.1),
1
kHt (x) − x0 k = ,
2
ou seja, Ht (x) ∈ ∂U .
Seja y ∈ E definida por
1 1
y(s) = + s.
4 2
Então,
1
ky − x0 k =
4
e, portanto, y ∈ / ∂U . Pela afirmação 1, para todo t ∈ [0, 1], temos y ∈ /
Ht (∂U ) e, desta forma, d(Ht , U, y) está bem definido. Usando as proprieda-
des (i) e (ii),
d(f, U, y) = d(I, U, y) = 1
e, pela propriedade (iii), existe x ∈ U tal que y = f (x) = γ ◦ x.
Afirmação 2. A equação x(s) = 21 admite exatamente uma solução.
De fato,
1 1 1
= y(0) ⇒ = γ ◦ x(0) ⇒ x(0) =
4 4 4
e
3 3 17
= y(1) ⇒ = γ ◦ x(1) ⇒ x(1) = .
4 4 20
1
Pela continuidade de x, x(s) = 2 admite pelo menos uma solução. Além
disso,
1 1 1 1 1
x(s) = ⇒ γ(x(s)) = γ = ⇒ y(s) = ⇒ s = ,
2 2 2 2 2
ou
1 1
x(s) < para todo t ∈ ,1 .
2 2
1
para todo s ∈ 12 , 1 . Então, para qualquer s ∈ 1
Suponha x(s) < 2 2, 1 ,
temos
1 1 1 1 1 1
x(s) < ⇒ γ ◦ x(s) < ⇒ y(s) < ⇒ + = y(1) < ,
2 2 2 2 4 2
Concluı́mos que x(s) > 12 para todo s ∈ 12 , 1.
que é uma contradição.
1 1 1 1
Agora, como
1 5
x 2 = 2 , existe > 0 tal que, para todo s ∈ 2 , 2 + ,
x(s) ∈ 2 , 8 . Sendo assim,
5 1 3 1
γ ◦ x(s) ∈ γ ,γ = , .
8 2 8 2
1 1
Lembrando que y(s) = γ ◦ x(s) = + s é crescente, obtemos uma con-
4 2
tradição.
Logo, pelo menos uma das propriedades (i), (ii) e (iii) não é verificada
por d(·, U, y).
(i) T é contı́nua;
Se, além das propriedades (i) e (ii), tivermos T (M ) compacto, dizemos que
T é uma função compacta.
Definição 4.3 (Terna admissı́vel para o grau de Leray-Schauder). Sejam E
um espaço de Banach, Ω ⊆ E um conjunto qualquer e U ⊆ E um conjunto
aberto e limitado tal que U ⊆ Ω. Considere uma função completamente
contı́nua T : Ω → E. Se f : Ω → E é definida por f (x) = x − T (x) e
y ∈ E \ f (∂U ), então dizemos que (f, U, y) é uma terna admissı́vel para o
grau de Leray-Schauder.
4.2. GRAU DE LERAY-SCHAUDER 69
Neste capı́tulo, sempre que não houver ambiguidade, se uma terna (f, U, y)
for admissı́vel para o grau de Leray-Schauder, vamos dizer apenas que
(f, U, y) é admissı́vel.
Os resultados que serão apresentados a seguir servirão de base para de-
finirmos o grau de Leray-Schauder.
e
mi (x)
θi (x) = Pk .
j=1 mj (x)
Agora defina
k
X
T (x) = θj (x)pj
j=1
e observe que
k
X
θj (x) = 1.
j=1
Daı́,
k
X k
X k
X
T (x) − T (x) = θj (x)T (x) − θj (x)pj = θj (x)[T (x) − pj ].
j=1 j=1 j=1
Logo,
k
X
kT (x) − T (x)kF ≤ θj (x)kT (x) − pj kF < .
j=1
lim f (xnp ) = z ∈ K.
p→∞
kT1 (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )) e kT2 (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )),
• U1 = U ∩ S1 e U2 = U ∩ S2 ;
ky − f (x)k = kfi (x) − f (x)k = kTi (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )).
e
degB (f2 , U ∩ S, y) = degB (f2 |U 2 , U2 , y).
Portanto
Segue que
Logo,
kH(x, λ) − f (x)k < dist(y, f (∂U )).
Esta última desigualdade nos permite concluir que H(x, λ) 6= y para todo
x ∈ ∂(U ∩ S) e para todo λ ∈ [0, 1]. Podemos, desta forma, aplicar a
Proposição 2.18, item 5 e deduzir que
Portanto,
degB (f1 |U 1 , U1 , y) = degB (f2 |U 2 , U2 , y).
a terna (I − P, U, y) é admissı́vel e
não depende de t.
degLS (f, U, y) 6= 0,
ou seja,
k(Tb + y)(x) − (T + y)(x)k < dist(0, (f − y)(∂U )).
Podemos, pela Definição 4.10, concluir que
4 - Como y ∈ / f (∂U ) e y ∈
/ f (K), então y ∈ / f (∂(U \ K)). Portanto,
(f, U \ K, y) é admissı́vel.
Considere uma função de dimensão finita Tb : U → E tal que, para todo
x ∈ U,
kTb(x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )),
onde T = I − f . Seja S = span {Tb(U ) ∪ {y}}. Pela Definição 4.10,temos
e
degLS (f, U \ K, y) = degB ((I − Tb)|U ∩S , (U \ K) ∩ S, y).
Pela Proposição 2.18, item 4, temos
Logo,
degLS (f, U, y) = degLS (f, U \ K, y).
5 - Faça r = dist(y, f (∂U )) e fixe P : U → E uma função compacta com
r
sup kP (x) − T (x)k < .
x∈U 2
portanto
r
ky − g(x)k ≥ ky − f (x)k − kP (x) − T (x)k ≥ .
2
Logo, y ∈
/ g(∂U ).
Agora, sejam T1 , P1 : U → E duas funções de dimensão finita tais que,
para todo x ∈ U ,
r
kT (x) − T1 (x)k ≤ r e kP (x) − P1 (x)k ≤ .
2
e
degLS (g, U, y) = degB (g1 |U ∩S , U ∩ S, y).
Seja W = U ∩ S e defina a seguinte homotopia:
H : W × [0, 1] → S
(x, t) 7→ H(x, t) = tf1 |U ∩S (x) + (1 − t)g1 |U ∩S (x).
Afirmo que y ∈
/ H(∂W × [0, 1]). De fato, tome (x, t) ∈ ∂W × [0, 1].
Então,
portanto
Logo,
degLS (f, U, y) = degLS (g, U, y).
6 - Faça, para todo t ∈ [0, 1], H(·, t) = I − F (·, t) e r = dist(y, H(∂U ×
[0, 1])). Vamos mostrar que r > 0. Para tanto, defina a função
b : U × [0, 1] → E × R
H
(x, t) 7→ H(x,
b t) = (x, t) − (F (x, t), t),
ou seja,
H(x, t) = (x − F (x, t), 0).
Agora, defina Fb : U × [0, 1] → E × R por
Segue que
b = I − Fb.
H
Afirmo que Fb é compacta. De fato, primeiramente, como F é contı́nua,
então Fb é contı́nua. Tome, agora, uma sequência (xn , tn ) ⊆ U ×[0, 1]. Como
[0, 1] é compacto, existe uma subsequência (tnj ) ⊆ (tn ) tal que
Logo,
portanto
r
kH(x, t) − H1 (x, t)k = kF (x, t) − g r2 (F (x, t))k < .
2
Segue, para todo t ∈ [0, 1], que
r
sup kH(x, t) − H1 (x, t)k < .
x∈U 2
4.3. PROPRIEDADES DO GRAU DE LERAY-SCHAUDER 79
não depende de t.
7 - Considere uma função de dimensão finita Tb : U → E tal que, para
todo x ∈ U ,
kTb(x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )),
onde T = I − f . Seja S = span {Tb(U ) ∪ {y}}. Segue que
Logo,
degLS (f, U, y) = degLS (f, U, z).
1
8 - Para todo n > , existe Tn : U → E de dimensão finita
dist(y, f (∂U ))
tal que
1
kTn (x) − T (x)k <
n
para todo x ∈ U , onde T = I − f . Sejam
Assim,
degLS (f, U, y) = degB ((I − Tn )|U ∩Sn , Un , y).
Por hipótese, degB ((I − Tn )|U ∩S , Un , y) 6= 0 e, aplicando a Proposição 2.18,
item 8, existe xn ∈ Un tal que
xn − Tn (xn ) = y (4.4)
h|U ∩W , U ∩ W, y).
degLS (h, U ∩ F, y) = degB (b
Logo,
degLS (f, U, y) = degLS (f |Ω∩F , U ∩ F, y).
82 CAPÍTULO 4. GRAU TOPOLÓGICO EM DIMENSÃO INFINITA
Capı́tulo 5
5.1 Introdução
O objetivo deste capı́tulo é usar o grau topológico para estudar a exis-
tência de soluções para o seguinte sistema não linear de equações diferenciais:
(H2 ) Existe uma função α : [0, +∞[→ [0, +∞[, com lims→+∞ α(s) =
+∞, tal que
hφ(x), xi ≥ α(kxk)kxk ∀ x ∈ Rn .
83
84 CAPÍTULO 5. SISTEMAS NÃO LINEARES
GH(h) (a) = 0.
Por outro lado, suponha que, para algum h ∈ L1m , exista a ∈ Rn tal que
GH(h) (a) = 0. Defina u : [0, T ] → Rn por
Z t
u(t) = u(0) + φ−1 [a + H(h)(s)]ds.
0
86 CAPÍTULO 5. SISTEMAS NÃO LINEARES
Derivando, temos
u0 (t) = φ−1 [a + H(h)(t)]. (5.5)
Aplicando a função φ, segue que
temos u(0) = u(T ). Além disso, como h ∈ L1m , por (5.5), segue que
Gl (a) = 0 (5.8)
portanto
hGl (a1 ) − Gl (a2 ), a1 − a2 i > 0.
Desta forma, se (5.8) tem solução, ela é única. Agora vamos provar a
existência. Para tanto, ainda com l ∈ C fixado, vamos mostrar que hGl (a), ai
> 0 para kak suficientemente grande. Temos
Z T
hGl (a), ai = hφ−1 (a + l(t)), aidt.
0
Segue que
Z T Z T
hGl (a), ai = hφ−1 (a + l(t)), a + l(t)idt − hφ−1 (a + l(t)), l(t)idt.
0 0
Portanto,
Z T Z T
hφ−1 (a + l(t)), l(t)idt ≤ klk0 kφ−1 (a + l(t))kdt.
0 0
Assim,
Z T Z T
−1
hGl (a), ai ≥ hφ (a + l(t)), a + l(t)idt − klk0 kφ−1 (a + l(t))kdt. (5.9)
0 0
De (5.9) e (5.10),
Z T
hGl (a), ai ≥ (α(kφ−1 (a + l(t))k) − klk0 ) kφ−1 (a + l(t))kdt. (5.11)
0
H(x, t) 6= 0.
Gl (a) = 0
tem solução. E, como já vimos, essa solução é única. Desta forma, definimos
a : C → Rn que satisfaz
a função e
Z T
φ−1 (e
a(l) + l(t))dt = 0. (5.13)
0
R < α(kφ−1 (e
a(l) + l(t))k).
5.2. PROBLEMA AUXILIAR 89
Daı́,
Z T Z T
−1
R kφ (ea(l) + l(t))kdt < α(kφ−1 (e
a(l) + l(t))k) kφ−1 (e
a(l) + l(t))kdt.
0 0
Por (5.10),
Z T Z T
R kφ−1 (e
a(l) + l(t))kdt < hφ−1 (e
a(l) + l(t)), e
a(l) + l(t)idt.
0 0
Usando (5.14), deduzimos que
Z T Z T
R kφ−1 (e
a(l) + l(t))kdt < hφ−1 (e
a(l) + l(t)), l(t)idt.
0 0
Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, temos
Z T Z T
−1
R kφ (ea(l) + l(t))kdt < kφ−1 (e
a(l) + l(t))k kl(t)kdt.
0 0
Finalmente,
Z T Z T
−1
R kφ a(l) + l(t))kdt < klk0
(e kφ−1 (e
a(l) + l(t))kdt.
0 0
Portanto, R < klk0 , o que é uma contradição. Logo, e a envia conjuntos
limitados em C em conjuntos limitados em Rn .
Para finalizar, vamos mostrar que e
a é uma função contı́nua. Para tanto,
seja (ln ) ⊆ C uma sequência tal que
lim ln = l ∈ C. (5.15)
n→∞
a(h) = e
a(H(h)). (5.17)
Aqui, por um abuso de notação, φ−1 é entendida como uma função φ−1 :
C → C dada por φ−1 (v)(t) = φ−1 (v(t)). É claro que φ−1 é contı́nua e envia
conjuntos limitados em conjuntos limitados.
Defina as funções P : CT1 → CT1 e Q : L1 → L1 dadas por
Z T
1
P u = u(0) e Qh = h(s)ds.
T 0
CT1 = E1 ⊕ E2 , (5.18)
L1 = L1m ⊕ F2 ,
5.2. PROBLEMA AUXILIAR 91
kh(t)k ≤ η(t).
t
|t − t0 | T
Z Z
≤ η(s)ds + η(s)ds.
t0 T 0
Observe que, se |t − t0 | convergir para zero, kH(I − Q)(hn )(t) − H(I −
Q)(hn )(t 0
)k também convergirá para zero. Desta maneira, a sequência H(I−
Q)(hn ) é equicontı́nua. Pelo Teorema de Ascoli-Arzelà, H(I − Q)(hn )
subsequência convergente em C, que vamos chamar de H(I −
possui uma
Q)(hnj ) . Então, passando a uma subsequência, se necessário, temos que a
sequência
a((I − Q)(hnj )) + H(I − Q)(hnj )
é convergente em C. Usando que φ−1 : C → C é contı́nua e que
0
K(hnj ) = φ−1 [a((I − Q)(hnj )) + H((I − Q)(hnj ))],
5.3. PROBLEMA PRINCIPAL 93
lim kln − vn k1 = 0.
n→∞
Seja, também, (lnj ) uma subsequência de (ln ) que converge para l. Segue
que l ∈ K(E) e (vnj ) converge para l. Portanto, o resultado está provado.
Demonstração. Seja (un ) uma sequência em CT1 que converge para algum
u ∈ CT1 . Como f é Carathéodory, pelo Teorema da convergência dominada
de Lebesgue (Proposição 1.18),
Z T
= lim kf (t, un (t), u0n (t)) − f (t, u(t), u0 (t))kdt = 0.
n→∞ 0
Logo, Nf é contı́nua.
Agora, seja Λ ⊆ CT1 um conjunto limitado. Quero mostrar que A =
{Nf (u) : u ∈ Λ} é equi-integrável. De fato, como Λ é limitado, existe r > 0
tal que Λ ⊆ Br (0). Portanto, se u ∈ Λ, temos
Portanto,
Z T Z T
kNf (u)kL1 = kf (t, u(t), u0 (t))kdt ≤ g(t)dt
0 0
A seguir temos o resultado principal deste capı́tulo, que foi provado por
Manásevich e Mawhin no Teorema 3.1 do artigo [11].
Assuma que U seja um aberto e limitado em CT1 tal que as condições a seguir
sejam satisfeitas:
então a equação
F (a) = 0 (5.26)
Considere o problema
(φ(u0 ))0 = λNf (u) + (1 − λ)QNf (u), u(0) = u(T ),u0 (0) = u0 (T ).
(5.28)
Para λ ∈ (0, 1], se u é uma solução do problema (5.25), então, como já
foi visto, a condição u0 (0) = u0 (T ) implica QNf (u) = 0, portanto u resolve
o problema (5.28). Por outro lado, ainda para λ ∈ (0, 1], se u é uma solução
do problema (5.28), observando que
onde
ζ(u, λ) = P u + QNf (u) + (K ◦ [λNf + (1 − λ)QNf ])(u)
1 T
Z
0 0
(φ(u )) = f (t, u(t), u0 (t))dt, u(0) = u(T ), u0 (0) = u0 (T ).
T 0
(5.30)
Se u é solução do problema (5.30), então
Z T
f (t, u(t), u0 (t))dt = 0. (5.31)
0
Assim, (φ(u0 (t)))0 = 0, portanto φ(u0 (t)) = c ∈ Rn , que implica u0 (t) =
φ−1 (c). Integrando a última igualdade em I, segue que φ−1 (c) = 0. Desta
forma, concluı́mos que u é uma função constante, digamos u(t) = d. Por
(5.31),
Z T
f (t, d, 0)dt = 0,
0
96 CAPÍTULO 5. SISTEMAS NÃO LINEARES
u = ζ(u, 1) (5.33)
e, por (5.32), para provarmos que o problema (5.33) tem solução, basta
mostrar que degLS (I − ζ(·, 0), U, 0) 6= 0.
Observando que K(0) = 0, temos
ou seja, Z T
1
u − ζ(u, 0) = u − P u − f (t, u(t), u0 (t))dt.
T 0
[2] Bachman, G.; Narici, L., Functional Analysis. New York: Academic
Press, 1972, 542 p.
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[10] Lima, E.L., Curso de Anlise. Rio de Janeiro: vol. 2, Impa, 2009, 546 p.
97
98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2009, 244 p. (Graduate studies in mathematics; vol. 108).
[15] Schauder, J., Bemerkungen zu meinen Arbeit ”Zur Theorie stetiger Ab-
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[18] Schauder, J., Ueber den Zusammenhang zwischer der Eindeutigkeit und
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tischen Typ. Math. Ann., vol. 106, p. 47-65, 1932.