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TRANFORMAÇÕES NO PLANO
E GRUPOS DE SIMETRIA
TRANFORMAÇÕES NO PLANO
E GRUPOS DE SIMETRIA
Em primeiro lugar agradeço a Deus pelas graças que tenho recebido. Agradeço a meu
pai e a minha mãe, pelo amor, confiança e incentivo. Agradeço também ao meu orientador
por toda a dedicação dispensada ao meu trabalho. Ao meu irmão Luiz e ao meu namorado
Bruno e como não poderia faltar Spyke, duque e peri, meus fiéis companheiros.
Resumo
Esse trabalho está divido em dois capı́tulos. No primeiro, Isometrias no plano, apresentamos
uma introdução às transformações do plano, particularmente, às isometrias. Com isso esta-
mos interessados em estudar propriedades geométricas do plano usando essas transformações.
Comentamos a seguir as seções do Capı́tulo 1. Na seção Isometrias e propriedades
geométricas, assim como sugere o tı́tulo, definimos isometrias no plano e provamos algu-
mas propriedades geométricas, tais como: toda isometria é bijetiva, transforma reta em reta,
leva ângulo em ângulo e preserva sua medida e, consequentemente, transforma um triângulo
em outro triângulo congruente ao primeiro.
Nas três seções seguintes, Reflexões e propriedades geométricas, Rotações e propriedades
geométricas e Translações e propriedades geométricas, estudamos esses três tipos especı́ficos
de isometrias: as reflexões, as rotações e as translações. Elas são estudadas sob o ponto de
vista geométrico.
Nas quatro seções seguintes, Isometrias em coordenadas, Reflexões em coordenadas,
Rotações em coordenadas e Translações em coordenadas, desenvolvemos as equações de cada
uma dessas isometrias em um sistema de coordenadas cartesianas do plano. Com essas
equações pudemos provar alguns teoremas, apresentados na última seção, Resultados finais.
O Teorema mais interessante é que toda isometria é uma rotação, uma translação, uma
reflexão ou uma reflexão com deslizamento.
Preparamos assim as ferramentas necessárias para o Capı́tulo 2, Grupos de simetria de
polı́gonos regulares, em que apresentamos o estudo das simetrias dos polı́gonos regulares.
Comentamos a seguir as seções do Capı́tulo 2. Na seção Definições e Resultados Iniciais
definimos polı́gonos regulares e enunciamos alguns resultados importantes para as seções
seguintes. Nas seções O Grupo de simetrias do triângulo equilátero e Grupos de simetrias do
quadrado calculamos e descrevemos esses grupos de simetrias especı́ficos. Terminamos com a
seção Resultados Finais, em que encontramos os grupos de simetrias de polı́gonos regulares
quaisquer e descrevemos propriedades desses grupos.
Apresentação
1 Isometrias no plano 8
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2 Transformações no plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3 Isometrias e propriedades geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4 Reflexões e propriedades geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.5 Translações e propriedades geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.6 Rotações e propriedades geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.7 Isometrias em coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.8 Translações em coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.9 Rotações em coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.10 Reflexões em coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.11 Resultados finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7
Capı́tulo 1
Isometrias no plano
1.1 Introdução
Nesse capı́tulo apresentamos noções básicas de funções denominadas transformações no
plano, dando ênfase a algumas funções especı́ficas chamadas isometrias, que possuem a pro-
priedade de preservar a distância entre dois pontos. Entre as isometrias se encontram as
translações, as rotações e as reflexões, que serão estudadas separadamente.
x1 e y2 como equações em x e y.
Exemplo 1.2.2. Seja T a transformação descrita pelas equações
{
x1 = x
y
y1 =
2
Essa transformação possui o efeito de reduzir determinada figura verticalmente, ou seja, ao
ser aplicada ao ponto (x,y) do plano preserva a abcissa x e reduz a ordenada à metade.
Confira a Figura 1.1.
Notemos que T é injetiva e sobrejetiva. De fato, seja (x1 , y1 ) um ponto do plano. Existe
um único ponto (x, y) do plano do qual ele é imagem, cujas coordenadas são dadas por x = x1
e y = 2y1 .
8
Isometrias no plano 9
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1
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C −1
Figura 1.1: Ação da transformação T (x, y) = (x, y/2) sobre uma circunferência.
y ..
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T
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.....
.....
( )
x−y x+y
Figura 1.2: Ação da transformação T (x, y) = √ , √ sobre uma reta.
2 2
Logo √
d(T (A), T (B)) = (c − e)2 + (d − f )2 = d(A, B)
Prova: Supondo que T (P ) = T (Q), pela definição de isometria temos d(P, Q) = d(T (P ), T (Q)) =
0. Então P = Q, concluindo que T é injetiva.
Lembremos que um ponto R está no segmento P Q se e somente se d(P, R) + d(R, Q) =
d(P, Q).
Prova: Seja R um ponto do segmento P Q. Temos que d(P, Q) = d(P, R) + d(R, Q). Como
por hipótese T é uma isometria, então d(T (P ), T (Q)) = d(T (P ), T (R)) + d(T (R), T (Q)).
Assim o ponto T (R) pertence ao segmento de reta T (P )T (Q).
Seja agora S um ponto de T (P )T (Q). Seja d = d(T (P ), S). Seja R o ponto de P Q tal
que d(P, R) = d. Esse ponto existe, pois d ≤ d(T (P ), T (Q)) = d(P, Q). Notemos agora que
T (R) é um ponto do segmento T (P )T (Q) e que d(T (P ), T (R)) = d(P, R) = d. Logo S e
T (R) são pontos do segmento T (P )T (Q) à mesma distância de T (P ). Portanto T (R) = S,
e assim provamos que T leva o segmento P Q sobre o segmento T (P )T (Q).
A propriedade acima mostra que toda isometria leva pontos colineares em pontos coline-
ares, mantendo a sua ordenação e suas distâncias. Notemos também que a imagem por uma
isometria de três pontos A, B e C não colineares não são colineares. Por exemplo, se T (B)
estivesse entre T (A) e T (C), terı́amos d(T (A), T (B)) + d(T (B), T C)) = d(T (A), T (C)). Mas
d(A, B) + d(B, C) > d(A, C), contrariando a definição de T .
Proposição 1.3.6. A imagem de uma reta por uma isometria é também uma reta.
Seja T (R) ∈ T (r), com R ∈ r. Suponhamos que R está entre P e Q, ou seja, R pertence
ao segmento P Q. Pela Proposição 1.3.5, sua imagem R0 está no segmento P 0 Q0 , ou seja,
R0 pertence à reta r. Suponhamos que P está entre R e Q. Portanto, P 0 está no segmento
R0 Q0 , ou seja, P 0 pertence à reta determinada por R0 e Q0 . Mas essa é a mesma reta r. Logo
R0 ∈ r. O outro caso é análogo. Provamos que T (r) ⊂ r0 .
Reciprocamente, seja R0 um ponto da reta r0 . Se R0 está no segmento P 0 Q0 , já vimos que
existe um ponto R do segmento P Q tal que T (R) = R0 . Suponhamos que P 0 está entre R0 e
Q0 . Seja R o ponto da reta r tal que P está entre R e Q e d(R, P ) = d(R0 , P 0 ). Já sabemos
que T (R) está na reta r0 e que P 0 está entre T (R) e Q0 . Como T é isometria, sua distância
a P 0 é a mesma que a de R0 . Portanto T (R) = R0 e R0 ∈ T (R). De modo análogo tratamos
o caso em que Q0 está entre P 0 e R0 . Assim r0 ⊂ T (R).
Provamos que T (r) = r0 , e terminamos.
Vemos
(←→) nessa demonstração que se T é
(−→) uma isometria, então, dados dois pontos A e
←−−−−−→ −−−−−−−→
B, T AB = T (A)T (B). Ainda, T AB = T (A)T (B), isto é, T leva semirreta sobre
semirreta.
Proposição 1.3.7. As imagens de retas paralelas por uma isometria são também retas
paralelas.
Proposição 1.3.8. Seja ABC um triângulo retângulo com ângulo reto em A. Sua imagem
por uma isometria é o triângulo retângulo T (A)T (B)T (C) com ângulo reto em T (A).
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T
←−
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O
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x
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Proposição 1.3.9. Dado um ângulo ∠ABC e uma isometria T , então T (∠ABC) é o ângulo
∠T (A)T (B)T (C), e ambos são congruentes.
Prova: Dado um ângulo ∠ABC, os pontos A, B e C não são colineares. Logo, os pontos
T (A), T (B) e T (C) não são colineares. Como T leva semirreta sobre semirreta, então T leva
∠ABC sobre ∠T (A)T (B)T (C). Por outro lado, o triângulo ABC é congruente ao triângulo
T (A)T (B)T (C) pelo caso LLL. Assim seus ângulos correspondentes têm a mesma medida.
Terminamos a demonstração.
−→ −→
reta AB. As semirretas AP e AQ são levadas em semirretas diferentes com origem A0 , pois
T é injetiva, P 6= Q e AP = AQ. Além disso elas formam ângulos de mesma medida que
∠P 0 A0 B 0 com a semirreta A0 B 0 . Logo, como T preserva distância, T (P ) = P 0 ou T (Q) = P 0 .
Prova: Seja T : R2 → R2 uma isometria. Como T é bijetiva, ela tem uma transformação
inversa T −1 : R2 → R2 . Provemos que T −1 também preserva distância. Sejam A e B
pertencente a R2 . Então
Investigando as isometrias, percebemos logo que seus pontos fixos têm um papel impor-
tante no seu estudo. Na verdade, existem poucos tipos de isometrias, conforme veremos. Os
pontos fixos de uma isometria determinam seu tipo.
Quantos pontos fixos pode ter uma isometria? Quais são as propriedades dos pontos
fixos de uma isometria?
Proposição 1.3.14. Se A e B são pontos fixos de uma isometria T , então todos os pontos
da reta que passa por A e B são fixos.
Prova: Sabemos que T transforma a reta r que passa por A e B na reta que passa por T (A)
e T (B). Uma vez que A e B são pontos fixos, a reta r é levada sobre si mesma. Seja P um
ponto qualquer de r. Suponha que P está entre A e B. Sabemos que T (P ) está entre A e B.
Como AP = T (A)T (P ) = AT (P ) e como P e T (P ) estão na mesma semirreta com origem
A, são o mesmo ponto, isto é, T (P ) = P .
A demonstração para P em outras posições é análoga.
Prova: Com efeito, nesse caso a isometria R = T −1 ◦ S é tal que R(A) = A e R(B) = B.
Pela Proposição 1.3.14, todo ponto de r é fixado por R, ou seja S = T em r.
Lembremos que a transformação T : R2 → R2 definida por T (P ) = P para todo P ∈ R2
chama-se identidade. Portanto a identidade do plano é uma isometria que fixa todos os
pontos. Indicaremos a identidade de R2 por Id.
Veremos que isometrias diferentes podem fixar, simultaneamente, no máximo, os pontos
de uma reta. Para ver isso façamos primeiro o
Teorema 1.3.16. Se uma isometria T fixa três pontos não colineares, então T é a identi-
dade.
Prova: Seja A, B e C três pontos fixos não colineares da isometria T . Do teorema anterior
concluı́mos que T fixa as retas que contêm AB, AC e BC. Seja P um ponto fora dessas
retas e seja Q um ponto entre A e B (diferente de A e B). A reta r determinada por P e
Q intercepta um dos outros dois lados do triângulo ABC em um ponto R (Propriedade de
Pach). Logo r tem dois pontos fixados por T , a saber, Q e R. Pelo teorema anterior T fixa a
reta r e portanto fixa o ponto P. Uma vez que P foi escolhido arbitrariamente, T fixa todos
os pontos do plano, ou seja, T é a identidade.
Teorema 1.3.17. Se duas isometrias T e S coincidem em três pontos não colineares, então
T = S.
Prova: Vimos que toda isometria é uma bijeção do plano, logo tem inversa, e sua inversa é
uma isometria. Sabemos também que a composta de duas isometrias é uma isometria. Logo
T ◦ S −1 é uma isometria.
Sejam então A, B e C os três pontos não colineares fixados por T e S simultaneamente.
Notemos que S −1 também fixa esses três pontos. Logo T ◦ S −1 fixa esses três pontos. Pela
Teorema 1.3.16 T ◦ S −1 = Id. Logo T = S.
Assim, podemos classificar as isometrias em três tipos diferentes não triviais com 2 pon-
tos fixos (e, portanto, com uma reta fixa), com 1 ponto fixo e com nenhum ponto fixo.
É interessante notar que esses resultados só dependem dos axiomas básicos da Geometria
Euclidiana.
Veremos a seguir que a imagem de um triângulo por uma isometria é um triângulo
congruente ao primeiro. Esse é o primeiro passo para fazermos uma leitura diferente do
conceito de congruência estudado na Geometria de posição. Ali vimos que dois triângulos
são congruentes quando existe uma correspondência entre seus vértices e que os seis pares
de elementos correspondentes (lados e ângulos) têm a mesma medida. Essa é uma definição
estática. O estudo das isometrias nos dá a oportunidade de refazer esse conceito sob um
ponto de vista de movimentos.
O primeiro passo para fazer isso é:
Prova: Seja T uma isometria. Seja ABC um triângulo. Como os pontos A, B e C são
não colineares, os pontos T (A), T (B) e T (C) são não colineares, conforme foi observado
acima logo após a Proposição 1.3.5. Portanto T (A)T (B)T (C) é um triângulo. Como AB =
T (A)T (B), etc, os lados correspondentes desses triângulso são congruentes. Logo, pelo caso
LLL, ABC e T (A)T (B)T (C) são congruentes.
Provaremos na seção seguinte que se dois triângulos são congruentes existe uma isometria
que leva um sobre o outro.
Definição 1.4.1. Sejam P e P 0 pontos e r uma reta do plano R2 . Dizemos que P 0 é simétrico
a P se r for a mediatriz do segmento P P 0 . No caso de P pertencer à reta r o simétrico de
P será o próprio P .
Definição 1.4.2. Dada uma reta r, chama-se reflexão em torno da reta r a transformação
T tal que a todo ponto P de R2 o ponto P 0 = T (P ) é o simétrico de P em relação a r.
Confira a Figura 1.4. A reta r chama-se reta de simetria de T .
P ·
r
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T (P ) ·
Figura 1.4: Reflexão em torno da reta r.
Observemos que a reflexão em torno de uma reta r fixa os pontos de r e nenhum outro.
Na verdade, essa transformação é uma isometria, e assim é um dos três tipos de isometria
citados anteriormente.
Q Q
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T (Q) T (Q)
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S .....
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T (P ) .....
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Q
Figura 1.6: Caso 4.
Proposição 1.4.4. Sejam P e P 0 dois pontos de R2 . Então existe uma única reflexão
levando P em P 0 .
Prova: Sejam ABC e ABD dois triângulos com lado comum AB. Então C e D estão em
lados opostos em rela cão à reta suporte r de AB. Confira a Figura 1.7.
C
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A ......
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D
Figura 1.7: Ilustração da Proposição 1.4.5.
Como os triângulos ABC e ABD são congruentes pelo caso LLL, temos que os ângulos
∠BAC e ∠BAD são congruentes. Logo AB é bissetriz do vértice do triângulo isósceles
ACD. Então é também mediatriz da sua base, isto é, de CD. Provamos que D é o simétrico
de C em relação à reta r.
Consideremos agora a reflexão T em torno de r. Vemos que T leva o triângulo ABC
sobre o triângulo ABD.
Proposição 1.4.6. Se dois triângulos congruentes têm em comum apenas um vértice, então
existe uma isometria levando um sobre o outro. Essa isometria é uma reflexão ou a composta
de duas reflexões.
Prova: Sejam ABC ∼ = ADE triângulos congruentes. Seja r a reta bissetriz do ângulo
∠BAD, e seja T a reflexão em torno dessa reta. Notemos que AB = AD, e então D é o
simétrico de B em relação a r. Portanto T (ABC) é um triângulo ADC 0 congruente a ABC
e a ADE e que tem com ADE o lado comum AD. Se E = C 0 , então T (ABC) = ADE, e
terminamos. Se E 6= C 0 , aplicamos a Proposição 1.4.5, e existe uma reflexão levando ADC 0
sobre ADE. Assim a composta das duas reflexões leva ABC sobre ADE. Confira a Figura
1.8.
r...
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D ..... .....
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C
Figura 1.8: Ilustração da Proposição 1.4.6.
Conforme prometemos, temos agora o
Isometrias no plano 20
Teorema 1.4.7. Dados dois triângulos congruentes, existe uma isometria que leva um sobre
o outro. Essa isometria pode ser a identidade, uma reflexão, ou a composta de duas ou três
reflexões.
Prova: Sejam ABC e DEF triângulos congruentes. Se forem iguais, a isometria é a iden-
tidade. Suponhamos que sejam diferentes. Se tiverem um lado em comum, pela Proposição
1.4.6, existe uma reflexão que leva um sobre o outro. Se tiverem apenas um vértice em
comum, pela Proposição 1.4.5, existe uma isometria que leva um sobre o outro e que é uma
reflexão ou uma composta de duas reflexões. Se os dois triângulos não têm vértice em co-
mum, consideramos dois deles, por exemplo, A e D, e tomamos a reflexão que leva A em
D (Proposição 1.4.4). Obtemos dois triângulos congruentes que satisfazem um dos casos
acima.
Prova: Seja T uma isometria diferente da identidade. Seja ABC um triângulo qualquer.
Sabemos que T (A)T (B)T (C) é um triângulo congruente ao primeiro (Teorema 1.3.18, página
15). Logo, pelo Teorema 1.4.7, existe uma isometria S levando ABC sobre T (A)T (B)T (C),
e essa isometria é uma reflexão, ou a composta de duas ou três reflexões. Examinado as
demonstrações do referido Teorema e das proposições que a antecedem, vemos que podemos
construir S de modo que S(A) = T (A), S(B) = T (B) e S(C) = T (C). Logo T e S coincidem
em três pontos não colineares. Pelo Teorema 1.3.17 temos T = S, o que termina a demonstra
cão.
Olhando −
→v = (a, b) como um vetor, a translação determinada por (a, b) pode ser definida
por Tv (A) = A + −
→
v . Ela desloca todos os pontos do plano na mesma direção e na distância
|−
→
v |.
Veremos o seguinte resultado:
Teorema 1.5.3. Toda translação que não é a identidade é igual à composta de duas reflexões
em torno de duas retas paralelas.
Isometrias no plano 21
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Ts ◦ Tr (P )
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..... .....
..... ..
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
.....
..
Prova: Seja TV : R2 → R2 , TV (x, y) = (x + a, y + b), com V = (a, b) 6= (0, 0). Seja r a reta
←→ ( )
que passa pela origem O = (0, 0) e é perpendicular a OV , e seja s a reta que passa por a2 , 2b
←→
e também é perpendicular a OV . Se d = |V |, então a distância entre as retas r e s é d2 .
Sejam Tr a reflexão em torno de r e Ts a reflexão em torno de s. Seja P um ponto
qualquer de R2 . Temos TV (P ) = Ts ◦ Tr (P ).
Vejamos o caso em que P está no semiplano determinado por r que não contém s e tal
que d(P, r) = α < d2 . Então d(Tr (P ), s) = d2 − α, e d(Ts (Tp (P )), P ) = d(Ts (Tp (P )), s) +
−−−−−−−−→
d(s, Tr (P )) + d(Tr (P ), P ) = d2 − α + d2 − α + 2α = d. Além disso P Ts (Tr (P )) tem a direção
−−→
de OV . Logo Ts ◦ Tr (P ) = TV (P ).
Os outros caos são análogos, apenas ocorrem mudanças de sinais.
Vejamos primeiro o
Teorema 1.6.2. Toda rotação é uma isometria.
Prova: Seja R uma rotação de centro C e ângulo α. Sejam P e Q dois pontos quaisquer
do plano. Se P = C e Q 6= C, temos R(P )R(Q) = CR(Q) = CQ = P Q, por definição
de rotação. O mesmo ocorre se P 6= C e Q = C. Suponhamos P 6= C e Q 6= C. Se
C, P e Q forem colineares, então C, R(P ) e R(Q) são colineares. Como CP = CR(P ) e
CQ = CR(Q), então R(P )R(Q) = P Q.
Suponhamos que C, P e Q não são colineares. Temos a situação da Figura xxxx. Os
triângulos P CQ e R(P )CR(Q) são congruentes pelo caso LAL, pois CP = CR(P ), CQ =
CR(Q) e ∠P CQ ∼ = ∠R(P )CR(Q), pois ambos medem α. Logo R(P )R(Q) = P Q, e R é
uma isometria.
y
R(Q)
...
......
... ..
. .... ....
.. ..
... ...
... .
... ...
.... ..
..... ..
.
.
.. ...
...
... ...
... ..
....
. .
...
...
...
...
........
........R(P )
....
... ........
..... ...............
.. .....
... ....... .............................................................
.............................................................................
C .........
.........
.........
.......
.......
.
....... Q
......... ..
...
........
......... ..
....................
P
O x
−→
Temos he1 , e1 i = he2 , e2 i = 1 e he1 , e2 i = 0, e então hOP , e1 i = xhe1 , e1 i + yhe2 , e1 i = x e
−→
analogamente hOP , e2 i = y.
Assim obtemos as coordenadas de um ponto P em um sistema de eixos ortogonais OXY
−→
fazendo os produtos internos do vetor OP pelos vetores unitários do eixos
−→ −→
x = hOP , e1 i e y = hOP , e2 i.
Y
.....
.....
.....
...
.....
X0
..
.
....
.....
.....
.....
..
......
.
....
.....
.....
.....
..
......
.
.....
.....
.....
..... .....
..... .....
Y0
..... ..
.
..... ....
..... .....
..... .....
..... .....
..... ..
......
.
..... ....
..... .....
..... .....
..... .....
.....
..... .
........
..... ...
..... .....
..... .....
..... .....
..... .........
e2 ↑ .........
.
.........
..... .........
f. 2
.....
f1
. .....
....
. O0
.....
..... .....
.....
.....
- %...
.....
...... .....
..... ... .......
.. .....
.....
..... α.......... ..... ..... ..
........................... ........
... .. .......
......
... .... ...
.... ..... .... α →
...
...
...O
...... e1 X
.................. ...
.......
◦
.....
α + 180 .......
&.....
.
f2
e
−−→
x0 = hO0 P , f1 i = h(x − a)e1 + (y − b)e1 , (cos α)e1 + (sen α)e2 i
e portanto,
Isometrias no plano 24
x0 = (x − a) cos α + (y − b) sen α
Para f2 , existem duas possibilidades. Sabemos que α é o ângulo do vetor unitário e1
para o vetor f1 . Notemos que e1 ⊥ e2 e f1 ⊥ f2 , assim o ângulo que leva e2 em f2 pode ser
tanto o α como o 180◦ + α. No primeiro caso, obtemos o sistema O0 X 0 Y 0 de OXY fazendo
uma translação que leva O em O0 (e desloca OX e OY paralelamente) e depois fazemos uma
rotação de ângulo α.E dizemos que os sistemas O0 X 0 Y 0 e OXY possuem a mesma orientação.
Já no segundo transladamos O em O0 e em seguida fazemos a rotação de ângulo α e por
fim fazemos a reflexão em torno do eixo O0 X 0 . E portanto os sistemas OXY e O0 X 0 Y 0 têm
orientações opostas.
Se O0 X 0 Y 0 tem a mesma orientação que OXY então o vetor f2 é obtido de e2 por uma
rotação de ângulo α. Logo
f2 = −(sen α)e1 + (cos α)e2
E assim
−−→
y 0 = hO0 P , f2 i = h(x − a)e1 + (y − b)e2 , −(sen α)e1 + (cos α)e2 i = −(x − a) sen α + (y − b) cos α
Se o sistema O0 X 0 Y 0 tem orientação oposta à de OXY , então
f2 = (sen α)e1 − (cos α)e2
então
y 0 = (x − a) sen α − (y − b) cos α
Portanto, as fórmulas de mudança de coordenadas são
{ 0
x = (x − a) cos α + (y − b) sen α
(1.1)
y 0 = −(x − a) sen α + (y − b) cos α
ou
{ 0
x = (x − a) cos α + (y − b) sen α
(1.2)
y 0 = (x − a) sen α − (y − b) cos α
Podemos inverter as equações acima, obtendo (x, y) em função de (x0 , y 0 ). Multiplicando
a primeira equação em (1.1) por sen α e a segunda por cos α,
e
x0 cos α = −(x − a)(sen α)(cos α) + (y − b) cos2 α
ao somar as equações resultantes, obtemos
x0 sen α + y 0 cos α = y − b
Isometrias no plano 25
·P .. .....
.....
y ..
....
..
.....
..
. .....
..... ..
Y0- %X 0
.....
..... .
.. ..... .....
..... .
... .. .....
..... . ..... .....
..... ..... ..
..
......
.
..... .. ..... ....
........ .. .....
..... ..... .....
y .....
.....
.....
..
..
..... ..
..
.
.....
....
.
..... .....
.....
..... ..... ........
..... .....
T ..... x
.
......
.
−→
..... .
..... .....
..... ....
..... .....
..... .....
..... .
..
......
..... ....
..... .....
..... .....
..... .....
.....
..... .........
..... ...
..... .....
..... .....
..... .....
..... .....
..... ........
→
..... ....
..
.........
..... .........
O x .....
X O0
..
.. .....
......
. .....
.....
..... .....
..... ..
{
x1 = x cos α + y sen α + a
(1.6)
y1 = x sen α − y cos α + b
T preserva a orientação no plano se OXY e O0 X 0 Y 0 forem igualmente orientados, e, nesse
caso, as equações de T são dadas por (1.5). Veremos abaixo que esse é o caso das translações
e das rotações. Por outro lado, se OXY e O0 X 0 Y 0 não forem igualmente orientados diz-se que
T inverte a orientação no plano, e, nesse caso, suas equações são dadas por (1.6). Veremos
abaixo que esse é o caso das reflexões.
Vemos que as equações de uma isometria T têm uma das formas
{
x1 = cx − dy + a
(1.7)
y1 = dx + cy + b com c2 + d2 = 1
ou {
x1 = cx + dy + a
(1.8)
y1 = dx − cy + b com c2 + d2 = 1
Na primeira equação a matriz da parte linear de T é
( )
c −d
d c
e na segunda equação é
( )
c d
d −c
Na primeira equação , T preserva a orientação e o determinante é ∆ = c2 + d2 = 1 > 0.
Na segunda equação T inverte a orientação e o determinante é ∆ = −c2 − d2 = −1 < 0.
E assim, constamos que com o sinal do determinante ∆ vemos se a isometria preserva ou
inverte a orientação do plano.
Dado um sistema de eixos ortogonais em que as coordenadas de v são (a, b), então, para
cada ponto P = (x, y), tem-se Tv (P ) = (x + a, y + b).
A imagem de toda a figura F pela translaç ão Tv é a figura cujos pontos P de F foram
transladados pelo mesmo vetor v. A imagem de uma reta r é a reta
Tv (r) = r + v = P {P + v; P ∈ r}
a qual é paralela a v.
Isometrias no plano 27
T −1 (P )
Figura 1.13: Ilustração do Teorema 1.9.1.
Observamos que essa isometria também inverte a orientação, pois suas equações corres-
pondem às equações (1.8). Portanto toda reflexão inverte a orientação.
Podemos modificar as equações (1.9) com o intuito de exprimı́-las em função de a e b.
Como a = tg α, usando identidades conhecidas da trigonometria, temos
1 − a2 2a
cos 2α = 2
e sen 2α =
1+a 1 + a2
Portanto as equações da reflexão em torno da reta y = ax + b são
1 − a2 2a
x1 = x + (y − b)
1 + a2 1 + a2
y1 = 2a 1−a 2
2
x− (y − b) + b
1+a 1 + a2
Temos também
Prova: Como toda rotação é uma isometria, então ela é a identidade, uma reflexão ou a
composta de duas ou três reflexões (Teorema 1.4.8, pág. 20). Pelo Teorema anterior, vimos
que a toda rotação é uma mudança de coordenadas que conserva orientação. Mas toda
reflexão inverte a orientação. Logo uma rotação diferente da identidade é a composta de
duas reflexões.
Chamamos de reflexão com deslizamento à composição de uma reflexão em torno da reta
r com uma translação com vetor de deslocamento v 6= 0 paralelo à reta r. Um resultado útil
é
.........
....... ....
B2
....... .......
.......
....... ..
.....
....... ..
...... .....
....... .
...... .. ..
.
.......
A0 A00
....... ..
.....
....... .
.
............................................................................................................
.... ....... .........
... ..
..... ....... ......... .....
..... ........................ ..
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...... ..
.............. ....... .....
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......... .......
....... .....
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.... . . . . .......... . ..
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.... . .
... .
........ ....
.... ... .
.....
..
....... ...
. .........
. ..... ..
..
..... ............... . ...
.... .....
................
...
.
.. ...
...........
....... ....
.......... B1
A
A imagem do triângulo AA0 A00 pelo isometria T é um triângulo que tem A0 e A00 como
vértices. Como os lados desse triângulo têm medidas iguais às dos lados de AA0 A00 , existem
duas posições possı́veis, B1 e B2 , para o seu terceiro vértice, conforme ele e o ponto A estejam
ou não do mesmo lado da reta A0 A00 .
...
..
..
...
..
..
..
A0 A00
.... ....
..... ... ..
..
...
.... .
...
.. ....
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. ......
..... .
...
.... ... .............................................. .....
..... .
.... ...... ..
.. ..... ... ..... .....
..... ..... . .....
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.. ........ .....
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.... ... . ... .......
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..... .. ... .... .....
..... . .....
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...... .....
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....... .. ..
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. ..... . ....
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..... .....
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...
.. .....
.
A .....
..
..... . .....
..
..
.
.
..
.
....
..
B1
............
...
O
Figura 1.15: Tomando a posição B1 .
B2 ... .
..... .........
..... .........
..... .........
.........
.
.......
. ...
...
...........
.... .........
..... ..........
..
..
... ..
.. •
................
.
...............
...........
......... .....
A0 .........
......... ........
.....
P
.
....
..
...
...........
................
...... ..
...
.
...
.
.
..
.
..
..
.. • .........
.................................................
.
.....
.....
.....
..... ..................
.
.........
.........
.........
......... N A00
..
..... ..........
... .
.
•..............
...........
..............
......... ........
.........
.........
.........
.
.....
.....
.....
.....
.
M
......... .....
.........
r ......
.........
.........
.
...
...
.
A
B.. B1
.. ..
............. .............
... ....... ... .......
... .. ......... ... .. .........
.. ...
. ..... ... ... .....
. ..... ... .. .....
... ... ..... ...
.....
... .. ..... ..
... .....
... .....
..... .
. .....
.....
..
. ... ...... ... .
.
... .....
... .. ..
..... ..
. .....
.
.. . ... .....
.. ... .
..... .. ... .....
. . . .
...............................................................................................................................................................................................................................................
. . . . .
A0 A00 .....
...
r A ...
...
...
....
.......
......
. .....
... .... .....
... .....
...
... ... .
........
.
... . .....
... .....
... ... ........
... .. ......
... .....
....
B2
Figura 1.17: Segundo Caso.
O triângulo AA0 B é transformado pela isometria T noutro triângulo que tem A0 e A00
como vértices e lados com as mesmas medidas que os de AA0 B. Existem duas posições
possı́veis, B1 e B2 , para o terceiro vértice desse triângulo, conforme ele e B estejam do
mesmo lado ou em lados opostos da reta r. Na primeira hipótese, AB e A0 B1 são lados
opostos de um paralelogramo logo, considerando a translação TAA0 : R2 → R2 , vemos que
ela coincide com a isometria T nos pontos não-colineares A, A0 e B. Segue-se de 1.3.17 que
T = TAA0 , logo T é uma translação. Na segunda hipótese, como o ponto B2 é o simétrico de
B1 em relação a reta r, considerando a reflexão com deslizamento S = TAA0 ◦ Rr : R2 → R2 ,
vemos que S(A) = T (A) = A, S(A0 ) = T (A0 ) = A00 e S(B) = T (B) = B2 , logo S = T , em
virtude de 1.3.17. Assim T é uma reflexão com deslizamento.
TERCEIRO CASO: A00 = A. Neste caso, a isometria T transforma o segmento de
reta AA0 em si mesmo, logo T (M ) = M se M é o ponto médio AA0 . A mediatriz s desse
Isometrias no plano 32
•
...
...
...
...
...
...
...
...
...
M ...
• • • .
..............................................................................................................................................................................
....
A0 A ...
...
...
r
...
.
.....
•B 0
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
Teorema 1.11.4. As isometrias do plano que têm pelo menos um ponto fixo são: a iden-
tidade, as rotações com centro nesse ponto fixo e as reflexões em torno de uma reta que
contém esse ponto fixo.
Definição 1.11.5. A transformação T : R 7→ R definida por T (x, y) = (kx, ky) para algum
número real positivo k, chama-se homotetia de razão k e centro O.
A inversa da homotetia T (x, y) = (kx, ky) é a homotetia S(x, y) = (x/k, y/k). Toda
homotetia leva segmento sobre um segmento cujo comprimento é k vezes o comprimento do
primeiro segmento. Ainda, leva ângulo sobre ângulo, preservando sua medida. Portanto,
leva polı́gonos regulares em polı́gonos regulares com razão de semelhança k. Ainda, expande
ou encolhe figuras do plano. Por exemplo, T (x, y) = (kx, ky) leva a circunferência de centro
em O e raio r sobre a circunferência de centro em O e raio kr.
Capı́tulo 2
2.1 Introdução
Até o momento fizemos o estudo das isometrias com o objetivo de estudar o grupo de
isometrias dos polı́gonos regulares, que é o que faremos nesse capı́tulo. Começaremos com
algumas definições e resultados acerca de polı́gonos regulares, depois estudaremos os grupos
de isometrias do triângulo e do quadrado e no final generalizaremos os resultados obtidos
para polı́gonos regulares de n lados.
iv) Dois lados que têm um vértice em comum são lados consecutivos;
33
Isometrias no plano 34
Definição 2.2.2. Um polı́gono é chamado convexo quando nenhum par de seus pontos está
em semiplanos opostos relativamente a cada reta que contém um de seus lados.
Definição 2.2.3. Um polı́gono é regular se é convexo e todos os lados e ângulos são con-
gruentes.
Um resultado básico sobre polı́gonos regulares que nos interessa aqui está demonstrado
no livro [2]. É o seguinte:
ωn − 1
Σnj=1 Vj = Σn−1 j
j=0 ω = =0
ω−1
Logo a origem O das coordenadas é o baricentro do conjunto {V1 , V2 , ..., Vn }, isto é, n1 Σnj=1 Vj =
0.
Vejamos agora alguns resultados gerais a respeito da ação de uma isometria sobre polı́gonos
regulares.
T (Ak )T (Ak+1 ), com Q no interior dos segmentos. Seja P = T −1 (Q). Então P ∈ Aj Aj+1 ∩
Ak Ak+1 , com P no interior dos segmentos, o que não pode ocorrer.
Temos assim todas as condições da Definição 2.2.1 para concluir que T (A1 )T (A2 )...T (An )
é um polı́gono. Terminamos observando que T (P) = T (A1 )T (A2 )...T (An ).
Escólio 2.2.7. Sejam T : R2 → R2 uma isometria e P um polı́gono regular tal que T (P) = P.
Então T leva vértice de P em vértice de P . Em particular, T é uma bijeção do conjunto dos
vértices de P nele mesmo.
Prova: Sejam T uma isometria e A1 A2 ...An um polı́gono. Como foi demonstrado no Te-
orema 2.2.6, T (A1 )T (A2 )...T (An ) é um polı́gono. Como A1 A2 = T (A1 )T (A2 ), A2 A3 =
T (A2 )T (A3 ),... , An A1 = T (An )T (A1 ), vemos que os lados do polı́gono T (A1 )T (A2 )...T (An )
são congruentes. Ainda, pela Proposição 1.3.9, T preserva ângulos, logo T (A1 )T (A2 )...T (An )
tem ângulos congruentes. Portanto é regular.
De agora em diante nos interessamos pelas isometrias que aplicam um polı́gono regular
nele mesmo. Essas isometrias têm um nome especial, conforme a
Definição 2.2.9. Dado um polı́gono regular P, toda isometria T : R2 → R2 tal que T (P) = P
chama-se simetria de P.
Prova: Observemos primeiro que a composição de duas simetrias de P ainda é uma simetria
de P. De fato, se T e S são isometrias tais que T (P) = P e S(P) = P, então T ◦ S é uma
isometria (Proposição 1.3.12) e T ◦ S(P) = T (S(P)) = T (P) = P. Logo T ◦ S é uma simetria
de P.
Seja G o conjunto das simetrias de P. Vimos que G é fechado em relação à composição.
Como a composição é associativa, a estrutura (G, ◦) é associativa. Ainda Id ∈ G, portanto
(G, ◦) tem elemento neutro. Por outro lado, se T ∈ G, sabemos que T −1 é uma isometria
(Proposição 1.3.11) e T −1 (P) = T −1 (T (P)) = Id(P) = P. Logo T −1 ∈ G. Assim (G, ◦) é um
grupo.
Devido a esse resultado usaremos a
Prova: Seja P um polı́gono regular em posição canônica, e seja V o conjunto de seus vértices.
Sabemos que o baricentro de V é O, e, pelo Lema acima, o baricentro de T (V) é T (O). Se
T : R2 → R2 é uma simetria de P, então T (V) = V. Como os baricentros de V e T (V) são os
mesmos, temos que o baricentro de T (V) é O. Portanto T (O) = O.
Teorema 2.3.1. Dado um triângulo equilátero ABC, existem exatamente seis isometrias
T : R2 → R2 tais que T (ABC) = ABC.
Prova: Seja ABC um triângulo equilátero e MAC , MBC e MAB o pontos médios dos lados
AC, BC e AB, respectivamente. Seja T : R2 → R2 uma isometria tal que T (ABC) = ABC.
Como T leva pontos não colineares em pontos não colineares (observação feita logo após a
1.3.5), então T (A)T (B)T (C) é um triângulo e, por hipótese, esse triângulo é ABC. Sabemos,
pelos Teoremas 1.3.4 e 1.3.10, que T : {A, B, C} → {A, B, C} é uma bijeção nesse conjunto.
Mas existem seis dessas bijeções. Portanto, toda isometria que leva ABC em ABC coincide
no conjunto {A, B, C}, com uma dessas bijeções. Abaixo veremos que existe uma isometria
correspondente a cada uma dessas bijeções, e, pelo Teorema 1.3.17, ela é única. Portanto,
as isometrias listadas abaixo constituem todas as isometrias que levam ABC em ABC.
Isometrias no plano 37
... ..
...
...
...
... r3 ...
...
...
B
............
... ............. ...
.....
... .... ........... ...
... .... ........ ...
... ... ........ .....
... .... ..
........
... ... . ..
.
.... ... ... ...............
... ... ........
r1 ...
...
... .....
... ...
A
........
........
..
.....................................................................................................................................................................................
... . . ...
.... ..
.
.. ..... . .
..........
.
.
... ...
.... .......
... ... .
... ... ... ..............
... ......
... ... ....... .....
... ..... ........
... ... .............. ...
....
... .... .......... ...
............. ...
... ...
...
....
.
. C r2
...
...
...
... ...
Essas isometrias formam um estrutura de grupo com a operação de composição,como
demonstrado no Teorema 2.2.10, isto é, o conjunto S4 = {Id, R 2π , R 4π , R1 , R2 , R3 } possui a
3 3
propriedade de associatividade, elemento neutro e inverso.
Apresentamos agora a tábua do grupo de simetria do triângulo equilátero em relação à
operação de composição.
Isometrias no plano 38
◦ Id R 2π R 4π R1 R2 R3
3 3
Id Id R 2π R 4π R1 R2 R3
3 3
R 2π R 2π R 4π id R3 R1 R2
3 3 3
R 4π R 4π id R 2π R2 R3 R1
3 3 3
R1 R1 R2 R3 id R 2π R 4π
3 3
R2 R2 R3 R1 R 4π Id R 2π
3 3
R3 R3 R1 R2 R 2π R 4π id
3 3
Existe outra forma de representar esse grupo, que permite constatar mais facilmente
isomorfismos com outros grupos e observar generalizações. Pondo a = R 2π e b = R1 e
3
indicando por e a identidade, vemos que a2 = R 4π , a3 = e, ba = R2 = a2 b, ab = R3 e
3
b2 = id = e. Portanto o grupo das simetrias do triângulo equilátero pode ser representado
por
S4 = {e, a, a2 , b, ab, a2 b}
Isometrias no plano 39
e é caracterizado, como grupo de 6 elementos, gerado por duas letras, pelas condições:
Observamos que S4 é isomorfo ao grupo simétrico S3 , e veremos que ele é mais comumente
indicado por D3 , o grupo diedral de ordem 6.
Nessa notação temos a seguinte tábua:
◦ e a a2 b ab a2 b
e e a a2 b ab a2 b
a a a2 e ab a2 b b
a2 a2 e a a2 b b ab
b b a2 b ab e a2 a
ab ab b a2 b a e a2
a2 b a2 b ab b a2 a e
Notemos que S4 não é abeliano (por exemplo, R1 ◦ R2 6= R2 ◦ R1 ). Seu centro é Z(S4 ) =
0
{e} e seu grupo de comutadores é S4 = {e, a, a2 }.
Prova: Vimos no Teorema 2.2.13 que toda isometria do quadrado ABCD fixa a origem
das coordenadas. Portanto o eixo de simetria de qualquer reflexão que preserva o quadrado
contém a origem. Suponhamos que T seja uma reflexão em torno de uma reta s que não
é Ox, Oy, x = y e x = −y. Como s contém a origem, ela intercepta o quadrado em dois
Isometrias no plano 40
Teorema 2.4.2. Existem oito isometrias que levam um quadrado nele mesmo.
Prova: Considere um quadrado ABCD em posição canônica. Vimos que toda isometria
do quadrado fixa a origem das coordenadas. Assim, se ela não for a identidade, ela é uma
rotação com centro na origem ou uma reflexão com eixo de simetria passando pela origem.
Pelo 2.4.1, se for uma reflexão, o eixo só pode ser: Ox, Oy, x = y ou x = −y.
Lembremos também que toda simetria do quadrado induz uma bijeção no conjunto
{A, B, C, D} de seus vértices. Existem 24 bijeções. Afirmamos que apenas oito delas se
realizam como simetrias do quadrado. Vamos começar listando essas oito simetrias. Depois
mostraremos que não existem outras. Usaremos as notações da Figura 2.5, em que d1 é o
eixo Ox, d2 é o eixo Oy, h é a diagonal secundária e v é a diagonal principal.
d....2
...
...
...
.....
..... ..
B ...
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C ..... .... .. .....
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A d1
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D ...
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h
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Figura 2.5: Ilustração do Teorema 2.4.2.
h) Rotação de 3π
2
, cujo centro é o ponto O, e que denotaremos por R 3π .
2
A→D B→A C→B D→C
Vemos que essas oito bijeções do conjunto {A, B, C, D} são de fato correspondentes a
simetrias do quadrado, e são as únicas simetrias que agem nesse conjunto dessa forma,
devido ao Teorema 1.3.17. Vamos mostrar que as outras bijeções do conjunto {A, B, C, D}
não correspondem a simetrias do quadrado. Para isso vamos dividir essas bijeções um grupos.
Primeiro caso: Se T é uma simetria do quadrado que fixa um dos vértices, então tem
que fixar o vértice oposto. Isso não acontece nos casos abaixo.
i) A → A B→C C→D D→B
Segundo caso: Se T é uma simetria do quadrado que fixa dois vértices não colineares
com a origem, então, pelo Teorema 1.3.16, T teria que ser a identidade. Portanto os casos
abaixo não correspondem a simetrias do quadrado.
q) A → A B→B C→D D→C
Isometrias no plano 42
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−→ ...
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−→
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d ..... ..... .. ..... .....
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d
C ..... ... .. ... A .... 1 A ..... ... .. ... C .... 1 D ..... ... .. ... B .... 1
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D ...
... h B ...
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−→ ....
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C ..... A .... 1 D ..... B .... 1 A ..... C .... 1
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D ...
... h C ...
... h B ...
... h
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Da mesma forma que fizemos com o grupo de simetrias do triângulo equilátero, existe
outra forma de representar o grupo de simetrias do quadrado, que permite constatar mais
facilmente isomorfismos com outros grupos e observar generalizações. Pondo a = R π2 e
b = R1 e indicando por e a identidade, vemos que a2 = Rπ , a3 = R 3π , a4 = e, b2 = e,
2
ab = Rh , a2 b = R2 , a3 b = Rv e ba = Rv = a3 b. Portanto o grupo das simetrias do quadrado
pode ser representado por
S = {e, a, a2 , a3 , b, ab, a2 b, a3 b}
e é caracterizado, como grupo de 8 elementos, gerado por duas letras, pelas condições:
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d ..... ..... .. ..... .....
d ..... ..... .. ..... .....
d
C ..... ... .. ... A .... 1 C ..... ... .. ... A .... 1 D ..... ... .. ... B .... 1
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D ...
... h B ...
... h C ...
... h
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e a a2 a3 b ab a2 b a3 b
e e a a2 a3 b ab a2 b a3 b
a a a2 a3 e ab a2 b a3 b b
a2 a2 a3 e a a2 b a3 b b ab
a3 a3 e a a2 a3 b b ab a2 b
b b a3 b a2 b ab e a3 a2 a
ab ab b a3 b a2 b a e a3 a2
a2 b a2 b ab b a3 b a2 a e a3
a3 b a3 b a2 b ab b a3 a2 a e
O centro e o subgrupo de comutadores de D4 são iguais, a saber, Z(D4 ) = D40 = {e, a2 }.
Proposição 2.5.2. Seja P um polı́gono regular de n lados e G seu grupo de simetrias. Seja a
a rotação de 2π/n (no sentido anti-horário) em torno do baricentro de P. Então o subgrupo
gerado por a é < a >= {e, a, a2 , .., an−1 } e inclui todas as rotações de G.
Prova: Podemos supor, a menos de uma translação, de uma rotação e de uma homotetia,
que P está na posição canônica. Seja O o centro das coordenadas. Logo O é o baricentro
de P. Os vértices V1 , V2 , ..., Vn de P, vistos como vetores, fazem ângulo de 2π/n de cada
um para o seguinte. Assim, a rotação a de 2π/n com centro em O leva V1 em V2 , V2 em V3 ,
..., Vn−1 em V1 . Portanto a ∈ G. Ainda, an = e, pois equivale à rotação de 2π, e aj 6= e
para todo 1 ≤ j < n. Isto prova que < a >= {e, a, a2 , .., an−1 }. Por outro lado, seja ρ uma
rotação de G. Vimos que o centro de ρ é O. Ainda, ρ leva V1 em outro vértice, digamos Vj .
Logo ρ = aj−1 . Assim ρ ∈< a >, e terminamos.
Prova: Seja P = V1 V2 ...Vn um polı́gono regular em posição canônica. Sabemos que toda
isometria aplica segmento sobre segmento. Assim basta provar que b aplica os vértices de P
situados no semiplano superior
( sobre os vértices)de P situados no semiplano inferior.
Lembremos que Vj = cos n , sen 2(j−1)π
2(j−1)π
n
, 1 ≤ j ≤ n. Observemos incialmente que
V1 está no eixo Ox, pois V1 = (cos 0, sen 0) = (1, 0). Logo (b(V1 ) = V1 . Convém também )
2(k+1−1)π 2(k+1−1)π
observar que se n é par, digamos, n = 2k, temos Vk+1 = cos , sen =
( ) n n
cos n , sen n = (cos π, sen π) = (−1, 0). Se n é ı́mpar, digamos, n = 2k + 1, P não tem
2kπ 2kπ
Prova: Podemos supor, a menos de uma translação, de uma rotação e de uma homotetia,
que P está na posição canônica. Seja O o centro das coordenadas. Logo O é o baricentro
de P. Seja G o grupo de simetrias de P. Vimos, na Proposição 2.5.2, que a rotação a de
2π/n (no sentido anti-horário) em torno do baricentro de P é um elemento de G, e que o
subgrupo gerado por a é < a >= {e, a, a2 , .., an−1 } e inclui todas as rotações de G. Vimos
também, na Proposição 2.5.3, que a reflexão b em torno do eixo Ox pertence a G. Portanto
todos os elementos aj b, com 1 ≤ j < n, pertencem a G. Portanto, G contém o grupo diedral
Dn gerado pelos elementos a e b, conforme a regra
Seja agora T um elemento qualquer de G. Vimos que T é uma rotação com centro em O
ou uma reflexão em torno de uma reta que passa por O. Se T é uma rotação, a Proposição
2.5.2 garante que T ∈< a >, logo T ∈ Dn . Suponhamos agora que T é uma reflexão em
torno de uma reta r que passa por O. Seja α o ângulo que r faz com o eixo Ox, medido no
sentido anti-horário. Vimos, na Seção 1.10, que as equações em coordenadas de T são
{
x1 = x cos 2α + y sen 2α
y1 = x sen 2α − y cos 2α
Portanto, as equações em coordenadas de T ◦ b são
{
x1 = x cos 2α − y sen 2α
y1 = x sen 2α + y cos 2α
Mas, conforme vimos na Seção 1.9, essa é a rotação de ângulo 2α com centro na origem.
Mas toda rotação de G está em Dn . Assim T ◦ b ∈ Dn , do que segue T = T ◦ b ◦ b−1 ∈ Dn .
Logo G ⊂ Dn , e provamos que G = Dn .
Vemos, por esse resultado, que as reflexões do grupo de simetrias de um polı́gono regular
P, de n lados, são as isometrias ak b, 0 ≤ k ≤ n − 1. Vamos descrevê-las geometricamente.
Sabemos que a é a rotação de ângulo α = 2π/n, logo ak é a rotação de ângulo kα = 2kπ/n.
Assim, em coordenadas, temos
Portanto
ak b(x, y) = (x cos kα + y sen kα, x sen kα − y cos kα)
Vimos, na Seção 1.10, que essas são as equações em coordenadas da reflexão em torno
da reta r que passa pela origem e faz um ângulo de kα/2 = kπ/n com o eixo Ox (no sentido
anti-horário).
Temos assim a
Isometrias no plano 47
Observamos que as retas de simetria dessas reflexões são as que passam pela origem e
pelos vértices de P, ou pela origem e pelos pontos médios dos lados de P.
Referências Bibliográficas
48