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CAMPINAS
Campinas
2019
Vicente Carlos Perez Alvarez
Campinas
2019
É meu desejo, como simples gesto de gratidão, dedicar este trabalho a Deus por ser meu
apoio constante, ao meu amado irmão Mateo Perez Alvarez e às minhas duas avós Irlene
Marrugo e Irbelia Bautista.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por me dar força em todos os momentos da minha vida, por ser meu
sustento em tempos difíceis.
Agradeço ao professor Dr. Ademir Pastor, pela orientação neste trabalho, pelo conheci-
mento que sempre compartilhou comigo e pela boa disposição em me orientar da melhor
maneira.
Agradeço aos meus pais Marceliano Perez e Gladys Alvarez por me apoiarem neste
sonho que hoje em dia está prestes a ser realizado.
Agradeço aos meus queridos tios e tias por me darem as vozes de alento para realizar
o meu sonho, especialmente, as minhas tias Lilia Perez e Ligia Perez por me terem dado a
mão naquele momento de dificuldade que aconteceu quando comecei esta etapa.
Agradeço à Unicamp por abrir suas portas e me permitir obter conhecimento em
diversas áreas da matemática.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Finalmente quero agradecer a CNPQ porque também o presente trabalho foi realizado
com seu apoio financeiro por meio do processo 169059/2018-9 que permitiu concluir este
trabalho.
Resumo
Nesta dissertação estudamos o comportamento assintótico de soluções para um sistema
de equações do tipo Schrödinger não-linear. O resultado principal a ser estudado exibe
explicitamente uma classe de ondas viajantes solitárias para a equação de Schrödinger e
mostra que sempre existe uma solução do sistema que tem comportamento assintótico, no
espaço de energia, semelhante a um par de ondas solitárias. Além disso, a convergência no
infinito se dá de forma exponencial. Como requerimento prévio, será necessário um estudo
das ferramentas básicas da teoria de equações diferenciais parciais dispersivas.
|¨| Norma em Rd .
} ¨ }X Norma do espaço X.
Bu
Bi u “ u xi “ .
Bxi
∇u “ pB1 u, B2 u, . . . , Bd uq.
ÿ
d
B2u
∆u .
i“1
Bx2i
Bu du
ut “ Bt u “ “ .
Bt dt
B α1 u B αd u
D u α
“ α1 ¨ ¨ ¨ αd .
Bx1 Bxd
p
u Transformada de Fourier de u.
q
u Transformada de Fourier de inversa de u.
Ω Subconjunto aberto de Rd .
B9 p,q
s
pRd q ps P R, 1 ď p, q ď 8q Versão homogênea de espaço de Besov Bp,q
s
pRd q.
Lp pI, Xq Espaço de Banach das funções u : I Ñ X tais que uptq P Lp pXq q.t.p
t P I.
´ 2 2
¯_
eit∆ u0 e´4π it|ξ| up0 .
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1 PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1 Espaços de Sobolev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2 Espaços de Besov . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3 Estimativas de Strichartz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.4 O Problema de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Introdução
um novo ponto de vista sobre o estudo deste sistema. Mais precisamente, ao estudar este
trabalho temos a intenção de entender a boa colocação global em alguns espaços de funções
definidos em Rd e estudar o comportamento assintótico de soluções do sistema (1).
Observe que se u1 “ 0 ou u2 “ 0, o sistema (1) reduz à equação de Schrödinger escalar
Portanto, o sistema (1) também pode ser visto como uma extensão natural de (2) no
sentido que se u1 ou u2 é “pequena” em algum espaço de funções então a solução pu1 , u2 q
deveria se comportar como as soluções de (2). É bem sabido que esta última equação
satisfaz algumas propriedades de existência de solução em alguns espaços de funções.
Motivados por isto, nossa intenção inicialmente é estender de certa forma todas essas
propriedades da equação (2) para o sistema (1). As soluções da equação não linear de
Schrödinger (2) satisfazem várias leis de conservação (veja (GINIBRE; VELO, 1982),
(STRAUSS, 1978) e (WEINSTEIN, 1986) para um entendimento bastante completo dessas
leis), em particular, a massa M e a energia E de uma solução de (1) (veja a definição em
(2.57) e (2.58)) são conservadas no tempo. Assim, parece natural estudar as propriedades
do problema (2.2) no espaço H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q. De fato, no segundo capítulo estudaremos
4
a teoria de boa colocação em H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q no caso sub-critico 2 ă . O problema
d´2
se dificulta em espaços de Sobolev do tipo H s pRd q ˆ H s pRd q para s ą 0, onde a existência
e regularidade das soluções depende da escolha da s. Como estudaremos existência local
nestes espaços, precisamos de estimativas em espaços do tipo Lq pI, Lr pRd qq, com I um
intervalo contendo o zero.
Contudo, para valores de s não inteiros as não linearidades não são bem comportadas
entre espaços de Sobolev do tipo H s,r pRd q. Assim, somos forçados a recorrer aos espaços
de Besov Br,2
s
pRd q e precisamos de estimativas lineares nos espaços do tipo Lq pI, Br,2
s
pRd qq.
Nestas estimativas, os expoentes q e r sempre satisfazem uma certa relação (que considera-
remos mais adiante). A ideia geral é entender a teoria de boa colocação local da equação
(2) em (CAZENAVE, 2003) e estender esta teoria para o sistema (1).
Estudar a boa colocação global ou blow up é um pouco mais complicado, exigindo uma
análise um pouco mais avançada. Por exemplo, para o caso d “ 3, se considerarmos o par
pP, Qq como sendo qualquer solução ground states de (1), e assumimos que
onde pu01 , u02 q é qualquer dado inicial do sistema (1). Então, (veja (PASTOR, 2015))
piq Se
Mpu01 , u02 qp}∇u01 }22 ` }∇u02 }22 q ă MpP, Qqp}∇P }22 ` }∇Q}22 q,
temos
Mpu01 , u02 qp}∇u1 ptq}22 ` }∇u2 ptq}22 q ă MpP, Qqp}∇P }22 ` }∇Q}22 q,
Introdução 14
piiq Se
Mpu01 , u02 qp}∇u01 }22 ` }∇u02 }22 q ą MpP, Qqp}∇P }22 ` }∇Q}22 q,
temos
Mpu01 , u02 qp}∇u1 ptq}22 ` }∇u2 ptq}22 q ą MpP, Qqp}∇P }22 ` }∇Q}22 q.
Além disso, se u01 e u02 são radiais então a solução possui blow up em tempo finito
(veja (PASTOR, 2015)). É importante ressaltar que no caso piq acima, ainda ocorre o
espalhamento da solução, ou seja, existem φ` , ψ ` , φ´ , ψ ´ P H 1 pRd q tais que
e
lim }pu1 ptq, u2 ptq ´ peit∆ φ´ , eit∆ ψ ´ q}H 1 ˆH 1 “ 0,
tÑ´8
onde, eit∆ denota o grupo associado a (2) (veja (FARAH; PASTOR, 2017)). Note que as
igualdades acima estabelecem o comportamento assintótico no infinito das soluções de (1),
implicando que para t suficientemente grande o comportamento da solução do problema
não linear é equivalente ao de uma solução do problema linear. Por outro lado, nosso
principal interesse é justamente no comportamento assintótico das soluções de (1) que
não satisfazem piq e piiq (no caso d “ 3). Por isso estudaremos em detalhes o trabalho em
(IANNI; LE COZ, 2014), o qual consiste em aplicar estimativas uniformes em soluções
aproximadas do sistema (1) e usando as propriedades adquiridas por este sistema mostrar
que existem soluções que se comportam como duas ondas solitárias no infinito.
Este trabalho está organizado da seguinte forma, o primeiro capítulo apresenta algumas
ferramentas da análise que utilizamos nos capítulos seguintes, tendo como principais
referências os livros (CAZENAVE, 2003), (LINARES; PONCE, 2015) e (BERGH; LÖFS-
TRÖM, 1976). O segundo capítulo tem como propósito analisar a boa colocação local
do sistema (1), usando como base para esse estudo (CAZENAVE, 2003) e (CAZENAVE;
WEISSLER, 1990). Finalmente, no terceiro capítulo apresentamos a construção de uma
solução do sistema (1) com cada componente se comportando, para tempos suficientemente
grandes, como uma onda solitária da equação escalar de Schrödinger (2), usando como
referências (IANNI; LE COZ, 2014).
15
1 Preliminares
Com o intuito de deixar este trabalho autocontido, neste capítulo vamos apresentar as
definições básicas e resultados clássicos sobre a teoria de equações diferenciais dispersivas.
Alguns resultados não serão demonstrados, eles se encontram nas referências indicadas ao
longo do texto.
Lema 1.1.2. A α-ésima derivada fraca de uma função u P L1loc pΩq, quando existe, é única
a menos de conjuntos de medida nula.
e portanto ż
pv ´ vrqϕ dx “ 0, para todo ϕ P C08 pΩq.
Ω
Do Lema 1.1.2, se u P L1loc pΩq possui α-ésima derivada fraca v, podemos denotar
simplesmente
v “ Dα u.
Motivados por este conceito de derivada fraca, definimos os espaços de Sobolev com os
quais vamos trabalhar nos próximos capítulos.
Observe que, se u P W k,p pΩq então u P Lp pΩq, de modo que toda função de W k,p pΩq
está em L1loc pΩq.
W k,p pΩq é um espaço de Banach equipado com a norma } ¨ }W k,p “ } ¨ }W k,p pΩq definida
por
ÿ
}u}W k,p “ }Dα u}Lp .
0ď|α|ďk
Quando p “ 2, defina W k,p pΩq “ H k pΩq, e equipamos H k pΩq com a norma equivalente
˜ ¸1{2
ÿ ż
}u}H k “ |Dα upxq|2 dx .
0ď|α|ďk Ω
Definimos a convergência fraca e convergência forte no espaço de Sobolev W k,p pΩq como
segue.
Definição 1.1.4. Sejam tum u8m“1 uma sequência em L pΩq e u P L pΩq. Dizemos que um
p p
1 1
em que ` 1 “ 1. Neste caso escrevemos
p p
um á u em Lp pΩq.
um á u em Lp pΩq
Capítulo 1. Preliminares 17
e
Dα um á Dα u em Lp pΩq para cada |α| ď k,
e escrevemos
um á u em W k,p pΩq.
e escrevemos
um Ñ u em W k,p pΩq.
Acima definimos os espaços H k com k P N Y t0u, mas em geral k pode não ser um
número natural, portanto definimos H s para s P R.
com norma
s
}u}H s “ }p1 ` |ξ|2 q 2 u
p}L2 .
com a norma
}u}H s,p “ }J s u}Lp .
Algumas propriedades fundamentais do espaço H s,p pRd q são dadas na seguinte propo-
sição.
(iv) Se m é um inteiro não negativo e 1 ă p ă 8 então W m,p pRd q “ H m,p pRd q com
normas equivalentes.
e
}u}Bp,q
s uq_ }Lp ` sup 2sj }pφj u
“ }pηp pq_ }Lp se q “ 8.
jě1
1. Se 1 ă p ď 2, então Bp,p
s
pRd q ãÑ H s,p pRd q ãÑ Bp,2
s
pRd q.
2. Se 2 ď p ă 8, então Bp,2
s
pRd q ãÑ H s,p pRd q ãÑ Bp,p
s
pRd q.
3. Em particular, B2,2
s
pRd q “ H s,2 pRd q “ H s pRd q.
ÿ
8
se pq converge em S 1 pRd q para uma função de Lp pRd q, e }u}H9 s,p “ 8 de outra
p|ξ|s φj u
j“´8
forma.
Dada u P S 1 pRd q definimos a semi-norma do espaço H9 s pRd q por, }u}H9 s “ }u}H9 s,2 .
Finalmente, sejam s P R e 1 ď p, q ď 8 e u P S 1 pRd q. Definimos a semi-norma do
espaço B9 p,q
s
pRd q por:
˜ ¸1{q
ÿ
8
}u}B9 p,q
s “ pq_ }Lp qq
p2sj }pφj u se q ă 8
j“´8
e
}u}Bp,q
s pq_ }Lp se q “ 8.
“ sup 2sj }pφj u
jPZ
Teorema 1.2.4. Algumas propriedades fundamentais das seminormas H9 s,p pRd q e B9 p,q
s
pRd q
são:
1. Se s ą 0, então }u}Bp,q
s s .
« }u}Lp ` }u}B9 p,q
Capítulo 1. Preliminares 20
2. Se 0 ă s ă 1, então
˜ż ¸1{q
8
dt
}u}Bp,q
s « pt´s sup }up¨ ´ yq ´ up¨q}Lp qq se q ă 8
0 |y|ďt t
e
}u}Bp,q
s « sup }up¨ ´ yq ´ up¨q}Lp se q “ 8.
|y|ďt
para cada par admissível pq, rq. Além disso, existe uma constante C tal que
pertence a
Lq pI, Lr pRd qq X CpJ, L2 pRd qq.
Além disso, existe uma constante C, independente de I, tal que
1 1
}Φf }Lq pI,Lr q ď C}f }Lγ 1 pR,Lρ1 q para toda f P Lγ pI, Lρ pRd qq.
Capítulo 1. Preliminares 21
para cada par admissível pq, rq. Além disso, existe uma constante C tal que
pertence a
Lq pI, W m,r pRd qq.
¯ e t0 P J. Se pγ, ρq é um par
4. Sejam I um intervalo de R (limitado ou não), J “ I,
admissível, então para cada par admissível pq, rq
Φf P Lq pI, B9 r,2
s
pRd qq X CpJ, H9 s pRd qq,
Demonstração. Como u P L8 pI, H s pRd qq e ∆ P LpH s pRd q, H s´2 pRd qq, então ∆u P
L8 pI, H s´2 pRd qq. Além disso, gpuq : I Ñ H σ pRd q é mensurável pois temos que g P
CpH s pRd q, H σ pRd qq, e limitada já que g é limitada em conjuntos limitados, portanto
gpuq P L8 pI, H s´2 pRd qq. Consequentemente as equações (1.2) e (1.3) fazem sentido em
H µ pRd q. Agora, como teit∆ utPR é um grupo de isometrias em H µ pRd q, então a equivalência
entre (1.2) e (1.3) segue da observação feita acima.
Por último vamos mostrar um resultado que permite estender, sob certas condições,
as soluções obtidas do problema (1.2). No que segue vamos assumir que para cada
u0 P H s pRd q, com s P R, existe T “ T p}u0 }X q ą 0 dependendo somente de }u0 }H s e uma
única u P Cpr0, T s, H s pRd qq solução de (1.2). Além disso suponha que T pode ser escolhido
uniformemente no seguinte sentido: se }uptq}H s ď M então u está definida em r0, TM s,
com TM “ T pM q.
O resultado é claro para t P r0, TM {2s. Suponha que t P rTM {2, 3TM {2s, então temos que
wptq “ u
rpt ´ TM {2q
ż t´TM {2
ipt´TM {2q∆
“e upTM {2q ` i eipt´TM {2´sq∆ gpr
upsqq ds
0
˜ ż TM {2 ¸
“ eipt´TM {2q∆ eipTM {2q∆ u0 ` i eipTM {2´sq∆ gpupsqq ds
0
ż t´TM {2
`i eipt´TM {2´sq∆ gpr
upsqq ds
0
ż TM {2 żt
it∆ ipt´sq∆
“e u0 ` i e gpupsqq ds ` i eipt´rq∆ gpr
upr ´ TM {2qq dr
0 TM {2
ż TM {2 żt
“ eit∆ u0 ` i eipt´sq∆ gpwpsqq ds ` i eipt´sq∆ gpwpsqq ds
0 TM {2
żt
“ eit∆ u0 ` i eipt´sq∆ gpwpsqq ds.
0
Neste capítulo vamos estudar a boa colocação local do problema de valor inicial
associado a um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger no espaço de Sobolev
H s pRd q para certos valores de 0 ă s ď 1. Em princípio, um resultado de existência local
pode ser estabelecido por um argumento de ponto fixo usando as estimativas de Strichartz
nos espaços de Sobolev H s,r pRd q junto com estimativas de }.}H s,r . Aqui, preferimos usar o
espaço de Besov Br,2 s
pRd q como um espaço auxiliar, porque as estimativas de }.}Br,2 s são
muito mais simples de serem obtidas.
A noção de boa colocação local que adotaremos inclui existência, unicidade, persistência
e dependência contínua com relação ao dado inicial. Mais precisamente,
Se alguma das condições acima não é verificada, o problema é dito mal colocado (ou
mal posto). Se as condições são satisfeitas para todo T ą 0, dizemos que o problema é
globalmente bem posto.
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 26
Formalmente, obter uma solução pu1 , u2 q do sistema (2.2) com as duas não linearidades
indicadas acima é equivalente a obter uma solução das seguintes equações integrais, no
sentido do Teorema 1.4.1,
żt
u1 ptq “ e ϕ1 ` i eipt´sq∆ g1 pu1 psq, u2 psqqds
it∆
(2.4)
0
e żt
u2 ptq “ e it∆
ϕ2 ` i eipt´sq∆ g2 pu1 psq, u2 psqq ds. (2.5)
0
De fato, a seguinte observação mostra esta relação.
4d 8
Observação 2.0.2. Sejam d{6 ă s ă mint1, d{2u, ρ “ e γ “ , com
d ` 2s d ´ 2s
1 ď d ď 3. Considerando, as funções g1 : C ˆ C Ñ C, g2 : C ˆ C Ñ C dadas por
e
g2 pz1 , z2 q “ pµ2 |z2 |2 ` β|z1 |2 qz2
4d
Assim, pu1 , u2 q P pLγ pI, Lp pRd qqq2 para todo ρ ď p ď .
d ´ 2s
Além disso, como
ˆż ˙1{p ˆż ˙3{3p
3 3p 3p
}|v| }Lp “ |v| dx “ |v| dx “ }v}3L3p ,
Rd Rd
e
ˆż ˙1{p ˆż ˙1{2p ˆż ˙1{2p
2 2p p 4p 2p
}|v| |u|}Lp “ |v| |u| dx ď |v| dx |u| dx “ }v}2L4p }u}L2p ,
Rd Rd Rd
|gj pz1 , z2 q| ď Cp|z1 |2 ` |z2 |2 qp|z1 | ` |z2 |q “ Cp|z1 |3 ` |z2 |3 ` |z1 |2 |z2 | ` |z2 |2 |z1 |q,
! ρ) d
temos que gj pu1 , u2 q P pL pI, L pR qqq para todo max 1,
γ p d 2
ď p ď , pois para
2 d ´ 2s
tPI
Sendo assim, no que segue, entenderemos por solução do sistema (2.2), com as não
linearidades satisfazendo (2.3), uma solução das equações integrais (2.4) e (2.5). Convém
mencionarmos que, restringiremos o estudo da boa colocação local para dois casos: o
primeiro quando d{6 ă s ă min t1, d{2u e o segundo quando s “ 1. Para outros casos veja
(CAZENAVE, 2003).
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 28
para z1 , z2 , x1 , x2 P C.
2pr
Sejam 0 ă s ă 1, 1 ď q ď 8, 1 ď p ă r ă 8. Se σ “ , então
r´p
e
}gpu1 , u2 q}Br,q
s ď Cp}u1 }2Lσ ` }u2 }2Lσ qp}u1 }Br,q
s ` }u2 }B s q,
r,q
(2.7)
ż
para toda pu1 , u2 q P Br,q
s
pRd q. Aqui, usamos a convenção que }u}σLσ “ |u|σ dx para
Rd
0 ă σ ă 1.
2pr 2p p
Demonstração. Como σ “ temos 1 “ ` . Aplicando a desigualdade de Hölder
r´p σ r
segue que
ż
2 2 p
}p|u1 | ` |u2 | qv}Lp “ |p|u1 |2 ` |u2 |2 qv|p dx
d
żR
“ |p|u1 |2 ` |u2 |2 q|p |v|p dx
Rd
ˆż ˙2p{σ ˆż ˙p{r
2 2 p σ{2p p r{p
ďC p||u1 | ` |u2 | | q dx p|v| q dx
ˆż
Rd
˙2p{σ ˆż
Rd
˙p{r (2.8)
“C p|u1 |2 ` |u2 |2 qσ{2 dx |v|r dx
Rd Rd
ˆż ˙2p{σ ˆż ˙p{r
σ r
ďC p|u1 | ` |u2 |q dx |v| dx
Rd Rd
Dessa maneira,
}p|u1 |2 ` |u2 |2 qv}Lp ď C}p|u1 | ` |u2 |q}2Lσ }v}Lr ď Cp}u1 }2Lσ ` }u2 }2Lσ q}v}Lr . (2.9)
Por outro lado, por (2.6), temos |gpu1 , u2 q| ď Cp|u1 |2 ` |u2 |2 qp|u1 | ` |u2 |q, assim, novamente
usando a desigualdade (2.9), chegamos a
}gpu1 , u2 q}Lp ď Cp}u1 }2Lσ ` }u2 }2Lσ qp}u1 }Lr ` }u2 }Lr q, (2.11)
A seguinte proposição diz respeito aos vários parâmetros que ocorrem no teorema
principal.
2. Note que ˆ ˙ ˆ ˙
1 1 1 1 ` 2s{d d ´ 2s 2
d ´ “d ´ “ “ .
2 ρ 2 4 4 γ
Da parte 1 e a igualdade acima é claro que pγ, ρq é um par admissível.
4
3. Novamente de s ă d{2 segue que d ` 2s ą 4s, isto é, ă 1. Daí,
2 ` d{s
ˆ ˙
4 d 4 d
ρ“ “ ă .
1 ` 2s{d s 2 ` d{s s
ˆ ˙
2s 4 1 1 s 1
4. Pela definição de ρ resulta que 1 ` “ , isto é, 1 ´ “ 2 ´ ` .
d ρ ρ ρ d ρ
1 2 1
Portanto 1 “ ‹ ` .
ρ ρ ρ
4 4
5. Como 2 ă , a definição de γ implica que γ ą 4, o que equivale a ă 1, de
d ´ 2s γ
1 1 3
onde, 1 “ 1 ´ ą .
γ γ γ
|gj pz1 , z2 q ´ gj px1 , x2 q| ď Cp|z1 |2 ` |z2 |2 ` |x1 |2 ` |x2 |2 qp|z1 ´ x1 | ` |z2 ´ x2 |q (2.12)
para z1 , z2 , x1 , x2 P C.
Seja pγ, ρq o par admissível definido por
4d 8
ρ“ , γ“ .
d ` 2s d ´ 2s
Dados pϕ1 , ϕ2 q P H s pRd q ˆ H s pRd q, existem Tmax , Tmin P p0, 8s e uma única solução maxi-
mal pu1 , u2 q P pCpp´Tmin , Tmax q, H s pRd qqq2 X pLγloc pp´Tmin , Tmax q, Br,2
s
pRd qqq2 do sistema
(2.2), satisfazendo as seguintes propriedades:
e
s qˆLγ pI,B s q ď lim inf }pun , vn q}Lγ pI,B s qˆLγ pI,B s q ď M.
}pu, vq}Lγ pI,Bρ,2 ρ,2 nÑ8 ρ,2 ρ,2
com żt
Hj pu1 , u2 qptq :“ eit∆
ϕj ` i eipt´sq∆ gj pu1 psq, u2 psqq ds, (2.15)
0
para j “ 1, 2. Nosso objetivo é encontrar T , M tais que H esteja bem definida e além
disso, que também seja uma contração, de onde, pelo Teorema de ponto fixo de Banach
seguirá o resultado desejado.
De fato, consideremos pu1 , u2 q, pv1 , v2 q P X ˆ X. Daqui para frente trabalharemos com
j “ 1, 2. Tomando p “ ρ1 , r “ ρ e q “ 2, pela Proposição 2.1.1 temos que
´ ¯´ ¯
2 2
}gj pu1 , u2 q}Bρ1 ,2 ď C }u1 } 4d ` }u2 } 4d
s }u1 }Bρ,2 ` }u2 }Bρ,2 ,
s s
L d´2s L d´2s
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 32
isto é,
´ ¯
}gj pu1 , u2 q}Bρs1 ,2 ď C }u1 }3Bρ,2
s ` }u2 }3Bρ,2
s ` }u1 }2Bρ,2
s }u2 }B s
ρ,2
` }u2 }2Bρ,2
s }u1 }B s
ρ,2
. (2.16)
1 3
Agora, pela Proposição 2.1.2 resulta que 1
ą , então seja δ ą 0 tal que
γ γ
1 3
1
“ ` δ. (2.17)
γ γ
e
ˆż ˙1{γ 1
2γ 1 γ1
}uptq}B s }vptq}B s
ρ,2 ρ,2
dt
I
˜ˆż ˙γ 1 δ ˆż ´ ¸ 1
1
¯γ{2γ 1 ˙2γ 1 {γ ˆż ´ 1
¯γ{γ 1 ˙γ 1 {γ 1{γ
2γ
ď dt }uptq}B s dt }vptq}γBρ,2
s dt
I I
ρ,2
I (2.19)
ˆż ˙2{γ ˆż ˙1{γ
γ γ
“ Tδ }uptq}Bρ,2
s dt }vptq}Bρ,2
s dt
I I
δ
“T }u}2Lγ pI,Bρ,2
s q }v}Lγ pI,B s q .
ρ,2
1 1 s
Dessa forma, tomando ρ‹ tal que ‹
“ ´ , pela Proposição 2.1.2 temos que
ρ ρ d
1 2 1 2ρ1 ρ1
“ ` , isto é, 1 “ ` .
ρ1 ρ‹ ρ ρ‹ ρ
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 33
Pela definição de ρ‹ , obtemos que ρ ď ρ‹ . Logo dado que ρ ě 2, pela Proposição 1.2.2
temos Bρ,2
s
pRd q ãÑ H s,ρ pRd q. Como 2s ă d, obtemos sρ ă d, então a Proposição 1.1.9 diz
ρd ‹
que H s,ρ pRd q ãÑ L d´sρ pRd q. Assim, Bρ,2
s
pRd q ãÑ Lρ pRd q e consequentemente
Por outro lado, pelo Corolário 1.3.5 resulta que para todo par admissível pq, rq,
e
}Φgj pu1 , u2 q}Lq pI,Br,2
s q ď C}gj pu1 , u2 q} γ 1
L pI,B s1 q , (2.23)
ρ ,2
onde żt
Φgj pu1 , u2 qptq “ i eipt´sq∆ gj pu1 psq, u2 psqq ds. (2.24)
0
Daí,
ď C0 p}ϕ1 }H s ` }ϕ2 }H s q ` C0 T δ M 3 .
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 34
Consideremos
M “ 2C0 p}ϕ1 }H s ` }ϕ2 }H s q, (2.27)
` δ
ρ,2
˘
ρ,2 ρ,2
(2.30)
δ
¨ T }u1 ´ v1 }Lγ pI,Lρ q ` T }u2 ´ v2 }Lγ pI,Lρ q
´ ¯
“ CT δ }u1 }2Lγ pI,Bρ,2 s q ` }u }2
2 Lγ pI,Bρ,2s q ` }v }2
s q
1 Lγ pI,Bρ,2 ` }v }2
s q
2 Lγ pI,Bρ,2
` ˘
¨ }u1 ´ v1 }Lγ pI,Lρ q ` }u2 ´ v2 }Lγ pI,Lρ q
` ˘
ď CT δ M 2 }u1 ´ v1 }Lγ pI,Lρ q ` }u2 ´ v2 }Lγ pI,Lρ q .
dpHpu1 , u2 q, Hpv1 , v2 qq
“ }H1 pu1 , u2 q ´ H1 pv1 , v2 q}Lγ pI,Lρ q ` }H2 pu1 , u2 q ´ H2 pv1 , v2 q}Lγ pI,Lρ q
´ ¯
ď C }g1 pu1 , u2 q ´ g1 pv1 , v2 q}Lγ 1 pI,Lρ1 q ` }g2 pu1 , u2 q ´ g2 pv1 , v2 q}Lγ 1 pI,Lρ1 q (2.31)
` ˘
ď C1 T δ M 2 }u1 ´ v1 }Lγ pI,Lρ q ` }u2 ´ v2 }Lγ pI,Lρ q
“ C1 T δ M 2 dppu1 , u2 q, pv1 , v2 qq.
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 35
ď CT δ M 3
M
ď ,
2
para todo par admissível pq, rq e M dado em (2.27), satisfazendo (2.28)-(2.32).
Portanto, combinando as definições (2.14) e (2.15) com as duas desigualdades acima,
obtemos
}Hpu1 , u2 q}Lq pI,Br,2
s qˆLq pI,B s q ď M,
r,2
soluções do sistema (2.2) e com igual dado inicial pϕ1 , ϕ2 q, onde T ą 0 e r´T, T s é um
intervalo comum de existência de pu1 , u2 q e pv1 , v2 q. Se pu1 ptq, u2 ptqq “ pv1 ptq, v2 ptqq para
todo t P r´T, T s, então nada temos que demonstrar.
Mostraremos o resultado para o intervalo r0, T s (a mesma análise poderá ser feita para
r´T, 0q).
Suponhamos que pu1 pt1 q, u2 pt1 qq ‰ pv1 pt1 q, v2 pt1 qq para algum t1 P r0, T s. Logo, pela
continuidade de pu1 ptq, u2 ptqq e pv1 ptq, v2 ptqq em H s pRd q para todo t P r0, T s, existem ǫ ą 0
e t0 P R tais que
t0 “ inf tt P r0, T s : pu1 ptq, u2 ptqq ‰ pv1 ptq, v2 ptqqu , pu1 pt0 q, u2 pt0 qq “ pv1 pt0 q, v2 pt0 qq.
e pu1 ptq, u2 ptqq ‰ pv1 ptq, v2 ptqq para todo t P pt0 , t0 ` ǫq Ă r0, T s.
Sem perda de generalidade assumamos que pu1 pt0 q, u2 pt0 qq “ pv1 pt0 q, v2 pt0 qq “ pϕ1 , ϕ2 q,
sendo pϕ1 , ϕ2 q as condições iniciais do sistema (2.2).
Note que as curvas pU1 ptq, U2 ptqq “ pu1 pt ` t0 q, u2 pt ` t0 qq e pV1 ptq, V2 ptqq “ pv1 pt `
t0 q, v2 pt ` t0 qq para t P r0, T s, satisfazem
pU1 ptq, U2 ptqq, pV1 ptq, V2 ptqq P pCpr0, ǫs, H s pRd qqq2 X pLγ pp0, ǫq, Bρ,2
s
pRd qqq2
e
pw1 ptq, w2 ptqq “ Hpw1 , w2 qptq, para todo t P r0, ǫs.
Logo, como pU1 p0q, U2 p0qq “ pu1 pt0 q, u2 pt0 qq “ pϕ1 , ϕ2 q “ pv1 pt0 q, v2 pt0 qq “ pV1 p0q, V2 p0qq,
pelas definições de H e Hj para j “ 1, 2, (2.14) e (2.15), e além disso usando o Corolário
1.3.5 e a desigualdade (2.30) segue que
Ou seja,
então
o que é uma contradição. Assim, devemos ter que pu1 ptq, u2 ptqq “ pv1 ptq, v2 ptqq para
todo t P r0, T s, mostrando assim a unicidade da solução em pCpr´T, T s, H s pRd qqq2 X
pLγ pp´T, T q, Bρ,2
s
pRd qqq2 .
Passo 4 (Blowup Alternativo) Consideremos pϕ1 , ϕ2 q P H s pRd q ˆ H s pRd q.
Sejam
Tmaxpϕ1 ,ϕ2 q “ sup tT ą 0 : Existe solução de (2.2) em r0, T su ,
Pela Proposição 1.4.2 e os Passos 2 e 3, temos que existe única solução do sistema (2.2),
pu1 , u2 q P Cpp´Tminpϕ1 ,ϕ2 q , Tmaxpϕ1 ,ϕ2 q q, H s pRd qq ˆ Cpp´Tminpϕ1 ,ϕ2 q , Tmaxpϕ1 ,ϕ2 q q, H s pRd qq
Por isso,
1
M2 ą ,
CpTmaxpϕ1 ,ϕ2 q ´ tqδ
obtendo
1
ă p}ϕ1 }H s ` }ϕ2 }H s q2 “ p}u1 ptq}H s ` }u2 ptq}H s q2 ,
CpTmaxpϕ1 ,ϕ2 q ´ tqδ
de modo que
1
ă p}pu1 ptq, u2 ptq}H s ˆH s q2 ,
CpTmaxpϕ1 ,ϕ2 q ´ tqδ
por conseguinte, como t ă Tmaxpϕ1 ,ϕ2 q é tomado de forma arbitrário, se temos que
Tmaxpϕ1 ,ϕ2 q ă `8, segue que
dessa forma T ă Tn para todo n ě n0 . Logo, obtemos que 0 ă T ă Tmaxpϕn1 ,ϕn2 q , Tminpϕn1 ,ϕn2 q .
Aplicando o mesmo processo que no Passo 1 para pun1 , un2 q obtemos as seguintes esti-
mativas
dpHpun1 , un2 q, Hpv1n , v2n qq ď C1 Tnδ Mn2 dppun1 , un2 q, pv1n , v2n qq.
Então, usando a argumentação feita no Passo 1 segue que pun1 , un2 q pertence ao conjunto
XpTn , M q ˆ XpTn , M q com XpTn , M q definido em (2.13) (Tn e M definidos acima) para
todo n ě n0 . Como T ă Tn , resulta que pu1 , u2 q e pun1 , un2 q pertencem ao mesmo conjunto
XpT, M q ˆ XpT, M q (M e T definidos acima) para n ě n0 .
O Passo 2 garante que
e
}pun1 , un2 q}Lq pI,Br,2 r,2
n
1
n
s qˆLq pI,B s q “ }Hpu , u q}Lq pI,B s qˆLq pI,B s q ď M
2 r,2 r,2
para n ě n0 .
Desse modo, pu1 , u2 q e pun1 , un2 q são limitadas em Lq pI, Br,2
s
pRd qq ˆ Lq pI, Br,2
s
pRd qq.
Agora, mostraremos que pun1 , un2 q Ñ pu1 , u2 q em
Lq pp´T, T q, Lr pRd qq ˆ Lq pp´T, T q, Lr pRd qq para todo par admissível pq, rq.
De onde,
dppun1 , un2 q, pu1 , u2 qq ď Cp}ϕn1 ´ ϕ1 }L2 ` }ϕn2 ´ ϕ2 }L2 q ` CT δ M 2 dppun1 , un2 q, pu1 , u2 qq. (2.34)
Como o tempo T é tal que pun1 , un2 q, e pu1 , u2 q pertence a EpT, M q para n suficientemente
grande, então pela escolha de T temos
1
CT δ M 2 ă .
2
Logo
1
dppun1 , un2 q, pu1 , u2 qq ď Cp}ϕn1 ´ ϕ1 }L2 ` }ϕn2 ´ ϕ2 }L2 q ` dppun1 , un2 q, pu1 , u2 qq,
2
de onde resulta que
Ou seja,
Logo como
pϕn1 , ϕn2 q Ñ pϕ1 , ϕ2 q em H s pRd q ˆ H s pRd q
e
pun1 , un2 q Ñ pu1 , u2 q em Lγ pp´T, T q, Lρ pRd qq ˆ Lγ pp´T, T q, Lρ pRd qq,
então
pun1 , un2 q Ñ pu1 , u2 q em Lq pp´T, T q, Lr pRd qq ˆ Lq pp´T, T q, Lr pRd qq,
}pun1 , un2 q ´ pu1 , u2 q}H s´ε ˆH s´ε “ }un1 ´ u1 }H s´ε ` }un2 ´ u2 }H s´ε
s´ε ε s´ε ε
ď }un1 ´ u1 }Hss }un1 ´ u1 }Ls 2 ` }un2 ´ u2 }Hss }un2 ´ u2 }Ls 2 .
Desse modo,
}pun1 , un2 q ´ pu1 , u2 q}L8 pp´T,T q,H s´ε qˆL8 pp´T,T q,H s´ε q
“ }un1 ´ u1 }L8 pp´T,T q,H s´ε q ` }un2 ´ u2 }L8 pp´T,T q,H s´ε q
s´ε ε
ď }un1 ´ u1 }Ls8 pp´T,T q,H s q }un1 ´ u1 }Ls 8 pp´T,T q,L2 q
s´ε ε
` }un2 ´ u2 }Ls8 pp´T,T q,H s q }un2 ´ u2 }Ls 8 pp´T,T q,L2 q .
lim sup }pun1 ptq, un2 ptqq ´ pu1 ptq, u2 ptqq}H s´ǫ ˆH s´ǫ “ 0.
nÑ`8 r´T,T s
|gj pz1 , z2 q ´ gj px1 , x2 q| ď Cp|z1 |2 ` |z2 |2 ` |x1 |2 ` |x2 |2 qp|z1 ´ x1 | ` |z2 ´ x2 |q (2.35)
para z1 , z2 , x1 , x2 P C.
Dado pϕ1 , ϕ2 q P H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q, 1 ď d ď 3,
1. Existem Tmax , Tmin P p0, 8s e uma única solução maximal do sistema (2.2),
pu1 , u2 q P pCpp´Tmin , Tmax q, H 1 pRd qqq2 X pLq pp´Tmin , Tmax q, W 1,r pRd qqq2
com r “ 4.
› ›1
›p|u1 |2 ` |u2 |2 ` |v1 |2 ` |v2 |2 q|u1 ´ v1 |›r r1
L
ż
1
“ |p|u1 |2 ` |u2 |2 ` |v1 |2 ` |v2 |2 q|u1 ´ v1 ||r dx
d
żR
1 1
“ |p|u1 |2 ` |u2 |2 ` |v1 |2 ` |v2 |2 q|r |u1 ´ v1 |r dx
Rd
ˆż ˙2r1 {σ ˆż ˙r1 {r
2 2 2 2 r1 r{2r 1 r 1 r{r 1
ď p||u1 | ` |u2 | ` |v1 | ` |v2 | | q dx p|u1 ´ v1 | q dx .
Rd Rd
Portanto,
› ›1
›p|u1 |2 ` |u2 |2 ` |v1 |2 ` |v2 |2 q|u1 ´ v1 |›r r1
L
ˆż ˙2r1 {σ ˆż ˙r1 {r
2 2 2 2 r1 r{2r1 r1 r{r 1
ď p||u1 | ` |u2 | ` |v1 | ` |v2 | | q dx p|u1 ´ v1 | q dx
Rd Rd
ˆż ˙2r1 {r ˆż ˙r1 {r
“ 2 2 2
p|u1 | ` |u2 | ` |v1 | ` |v2 | q 2 r{2
dx |u1 ´ v1 | dxr (2.36)
Rd Rd
ˆż ˙2r1 {r ˆż ˙r1 {r
r r
ďC p|u1 | ` |u2 | ` |v1 | ` |v2 |q dx |u1 ´ v1 | dx
Rd Rd
1 1
“ C}p|u1 | ` |u2 | ` |v1 | ` |v2 |q}L2rr }u1 ´ v1 }rLr ,
resultando em
› ›
›p|u1 |2 ` |u2 |2 ` |v1 |2 ` |v2 |2 q|u1 ´ v1 |› r1
L
}gj pu1 , u2 q ´ gj pv1 , v2 q}Lr1 ď Cp}u1 }2Lr ` }u2 }2Lr ` }v1 }2Lr ` }v2 }2Lr qp}u1 ´ v1 }Lr ` }u2 ´ v2 }Lr q.
(2.39)
Agora, vamos definir o espaço no qual vamos aplicar o Teorema de ponto fixo de
Banach.
Consideremos q tal que pq, rq é um par admissível e definamos
(
X “ u P L8 pI, H 1 pRd qq X Lq pI, W 1,r pRd qq : }u}L8 pI,H 1 q ď M, }u}Lq pI,W 1,r q ď M ,
Note que pX ˆ X, dq é um espaço métrico completo (veja Passo 1 do Teorema 2.1.3). Além
disso, consideremos a função H : X ˆ X Ñ X ˆ X definida por
com żt
Hj pu1 , u2 qptq :“ e it∆
ϕj ` i eipt´sq∆ gj pu1 psq, u2 psqq ds (2.40)
0
para j “ 1, 2. Aqui também temos o propósito de encontrar T , M tais que H esteja bem
definida e além disso também seja uma contração.
Sejam pu1 , u2 q, pv1 , v2 q P X ˆ X. Usando a estimativa (2.39) obtemos
isto é,
Portanto,
ou seja,
|∇gj pu1 ptq, u2 ptqq| ď Cp|u1 ptq|2 ` |u2 ptq|2 qp|∇u1 ptq| ` |∇u2 ptq|q, q.t.p t P I.
Consequentemente,
}∇gj pu1 , u2 q ´ ∇gj pv1 , v2 q}Lr1 ď Cp}u1 }2Lr ` }u2 }2Lr ` }v1 }2Lr ` }v2 }2Lr q
(2.43)
¨ p}∇u1 }Lr ` }∇u2 }Lr ` }∇v1 }Lr ` }∇v2 }Lr q.
q 1 pq ´ q 1 qq 1
Como ` “ 1, aplicando a desigualdade de Hölder (no tempo) temos
q qq 1
pq ´ q 1 q
onde δ “ . Então, usando as duas desigualdades acima e as estimativas (2.42) e
qq 1
(2.44) obtemos
Entretanto, pelo Teorema 1.3.3 e o Corolário 1.3.4, temos que para todo par admissível
pq, rq
}eit∆ ϕj }Lq pI,Lr q ď C}ϕj }L2 , (2.46)
e
}Φgj pu1 , u2 q}Lq pI,Lr q ď C}gj pu1 , u2 q}Lq1 pI,Lr1 q , (2.48)
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 47
}Φgj pu1 , u2 q}Lq pI,W 1,r q ď C}gj pu1 , u2 q}Lq1 pI,W 1,r1 q , (2.49)
onde żt
Φgj pu1 , u2 qptq “ i eipt´sq∆ gj pu1 psq, u2 psqq ds.
0
Pela definição de Hj dada em (2.40) e as desigualdades (2.47), (2.48) resulta que
´ ¯
}Hj pu1 , u2 q}Lq pI,W 1.r q ď C }ϕj }H 1 ` }gj pu1 , u2 q}Lq1 pI,W 1,r1 q , (2.50)
para todo par admissível pq, rq. Logo, combinando as desigualdades (2.45) e (2.50), obtemos
e por conseguinte
}Hpu1 , u2 q}Lq pI,W 1,r qˆLq pI,W 1,r q “ }H1 pu1 , u2 q}Lq pI,W 1,r q ` }H2 pu1 , u2 q}Lq pI,W 1,r q
(2.51)
ď C0 p}ϕ1 }H s ` }ϕ2 }H s q ` C0 T δ M 3 .
1
M puq :“ }u}2L2 (2.55)
2
e ż
1
P puq :“ ℑ u∇u dx. (2.56)
2 Rd
A seguir, observamos que o sistema (2.2) admite suas próprias leis de conservação.
Mais precisamente, sejam a energia E, a massa M e o momento total P definidos como
segue
ż
β
Epu1 ptq, u2 ptqq :“ Epu1 ptq, µ1 q ` Epu2 ptq, µ2 q ´ |u1 ptq|2 |u2 ptq|2 dx, (2.57)
2 Rd
e
Ppu1 ptq, u2 ptqq “ Ppu1 p0q, u2 p0qq. (2.62)
e
ż ż ż ż
iBt u2 Bt u2 dx “ ´ ∆u2 Bt u2 dx ´ µ2 2
|u2 | u2 Bt u2 dx ´ β |u1 |2 u2 Bt u2 dx. (2.64)
Rd Rd Rd Rd
e
´iBt u2 Bt u2 “ ´∆u2 Bt u2 ´ µ2 |u2 |2 u2 Bt u2 ´ β|u1 |2 u2 Bt u2 ,
e
ż ż
0“´ p∇u2 Bt ∇u2 ` ∇u2 Bt ∇u2 q dx ` µ2 p|u2 |2 u2 Bt u2 ` |u2 |2 u2 Bt u2 q dx
Rd Rd
ż
`β p|u1 |2 u2 Bt u2 ` |u1 |2 u2 Bt u2 q dx,
Rd
o que é equivalente a
ż ż ˆ ˙
d d 1
0“´ |∇u1 |2 dx ` µ1 pu1 u1 q2 dx
Rd dt Rd dt 2
ż
`β p|u2 |2 u1 Bt u1 ` |u2 |2 u1 Bt u1 q dx
Rd
e
ż ż ˆ ˙ ż
d d 1
0“´ |∇u2 |2 dx ` µ2 pu2 u2 q2 dx ` β p|u1 |2 u2 Bt u2 ` |u1 |2 u2 Bt u2 q dx.
Rd dt Rd dt 2 Rd
`β |u1 |2 pu2 Bt u2 ` u2 Bt u2 q dx
d
ż R ż ˆ ˙ ż
d 2 d 1 2 d
“´ |∇u1 | dx ` µ1 pu1 u1 q dx ´ |∇u2 |2 dx
R d dt d dt 2 d dt
ż ˆ ˙R ż ˆ R
˙
d 1 2 d 1 2 2
` µ2 pu2 u2 q dx ` β |u1 | |u2 | dx,
Rd dt 2 Rd dt 2
Como H 2 pRd q é denso em H 1 pRd q segue que a igualdade também é válida para
pu1 , u2 q P H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q. Com efeito, suponha pu1 , u2 q P H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q e pϕ1 , ϕ2 q P
H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q. Sejam pϕn1 , ϕn2 qnPN Ă H 2 pRd q ˆ H 2 pRd q uma sequência de funções tais
que }pϕn1 , ϕn2 q ´ pϕ1 , ϕ2 q}H 1 ˆH 1 Ñ 0 quando n Ñ 8. Agora, pela boa colocação de (2.2)
` ˘2
temos que existem T ą 0 e pun1 , un2 q P Cpr´T, T s, H 2 pRd qq para cada n P N solução de
(2.2) com dado inicial pϕn1 , ϕn2 q.
Da dependência contínua temos que
e pela Proposição 1.1.9 temos que H 1 pRd q ãÑ L4 pRd q pois d ď 3, então tomando limite na
igualdade acima, temos que a convergência em H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q implica que
Epu1 ptq, u2 ptqq “ Epϕ1 , ϕ2 q “ Epu1 p0q, u2 p0qq para todo t P r´T, T s.
Por conseguinte mostramos que a igualdade (2.60) se verifica para a solução dada pela
boa colocação local.
Para mostrar a igualdade (2.62) consideremos inicialmente pu1 , u2 q P H 2 pRd q ˆ H 2 pRd q
satisfazendo (2.2) com dado inicial pϕ1 , ϕ2 q. Multiplicamos (2.2) por ∇u1 na primeira
igualdade e por ∇u2 na segunda igualdade, integramos sobre Rd e tomamos a parte real
ż ż ż ż
ℜ iBt u1 ∇u1 dx “ ´ℜ ∆u1 ∇u1 dx ´ µ1 ℜ 2
|u1 | u1 ∇u1 dx ´ βℜ |u2 |2 u1 ∇u1 dx
Rd Rd Rd Rd
e
ż ż ż ż
ℜ iBt u2 ∇u2 dx “ ´ℜ ∆u2 ∇u2 dx ´ µ2 ℜ 2
|u2 | u2 ∇u2 dx ´ βℜ |u1 |2 u2 ∇u2 dx.
Rd Rd Rd Rd
Logo,
ż ż ż ż
´ℑ Bt u1 ∇u1 dx “ ´ℜ ∆u1 ∇u1 dx ´ µ1 ℜ 2
|u1 | u1 ∇u1 dx ´ βℜ |u2 |2 u1 ∇u1 dx
Rd Rd Rd Rd
(2.69)
e
ż ż ż ż
´ℑ Bt u2 ∇u2 dx “ ´ℜ ∆u2 ∇u2 dx´µ2 ℜ 2
|u2 | u2 ∇u2 dx´βℜ |u1 |2 u2 ∇u2 dx.
Rd Rd Rd Rd
(2.70)
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 52
e
´iBt u2 ∇u2 “ ´∆u2 ∇u2 ´ µ2 |u2 |2 u2 ∇u2 ´ β|u1 |2 u2 ∇u2 .
e
ż ż ż ż
ℑ Bt u2 ∇u2 dx “ ´ℜ ∆u2 ∇u2 dx ´ µ2 ℜ 2
|u2 | u2 ∇u2 dx ´ βℜ |u1 |2 u2 ∇u2 dx,
Rd Rd Rd Rd
e
ż ż ż ż
2
ℑ Bt u2 ∇u2 dx ´ ℑ Bt u2 ∇u2 dx “ ´µ2 ℜ |u2 | u2 ∇u2 dx ´ βℜ |u1 |2 u2 ∇u2 dx
Rd Rd ż R
d
ż R
d
Logo,
ż ż ż ż
ℑ Bt u1 ∇u1 dx ´ ℑ Bt u1 ∇u1 dx “ 2µ1 ℜ |u1 | u1 ∇u1 dx ` 2βℜ
2
|u2 |2 u1 ∇u1 dx.
Rd Rd Rd Rd
e
ż ż ż ż
ℑ Bt u2 ∇u2 dx ´ ℑ Bt u2 ∇u2 dx “ 2µ2 ℜ |u2 | u2 ∇u2 dx ` 2βℜ
2
|u1 |2 u2 ∇u2 dx.
Rd Rd Rd Rd
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 53
Como
ż ˆż ż ˙
ℑ p∇u1 Bt u1 ´ ∇u1 Bt u1 q dx “ ℑ ∇u1 Bt u1 dx ´ ∇u1 Bt u1 dx
Rd Rd Rd
ˆż ż ˙
“ℑ ∇u1 Bt u1 dx ` u1 ∇Bt u1 dx
Rd Rd
ż
“ℑ p∇u1 Bt u1 dx ` u1 Bt ∇u1 q dx
Rd
ż
d
“ℑ pu1 ∇u1 q dx
Rd dt
ż
d
“ ℑ pu1 ∇u1 q dx,
dt Rd
obtemos
ż ż ż
d
ℑ pu1 ∇u1 q dx “ 2µ1 ℜ |u1 | u1 ∇u1 dx ` 2βℜ
2
|u2 |2 u1 ∇u1 dx.
dt Rd Rd Rd
e
ż ż ż
d
ℑ pu2 ∇u2 q dx “ 2µ2 ℜ |u2 | u2 ∇u2 dx ` 2βℜ
2
|u1 |2 u2 ∇u2 dx.
dt Rd Rd Rd
Assim
ˆ ż ż ˙
d
ℑ pu1 ∇u1 q dx ` ℑ pu2 ∇u2 q dx
dt Rd Rd
ż ż
“ 2µ1 ℜ |u1 | u1 ∇u1 dx ` 2βℜ
2
|u2 |2 u1 ∇u1 dx
d d
żR żR
` 2µ2 ℜ |u2 | u2 ∇u2 dx ` 2βℜ
2
|u1 |2 u2 ∇u2 dx
d d
żR żR
“ 2µ1 ℜ |u1 |2 u1 ∇u1 dx ` 2µ2 ℜ |u2 |2 u2 ∇u2 dx
d d
ż R R
` 2 ˘
` 2βℜ |u2 | u1 ∇u1 ` |u1 |2 u2 ∇u2 dx
Rd
Portanto,
ˆ ż ż ˙
d
ℑ pu1 ∇u1 q dx ` ℑ pu2 ∇u2 q dx
dt Rd Rd
ż ż
“ 2µ1 ℜ |u1 | u1 ∇u1 dx ` 2µ2 ℜ
2
|u2 |2 u2 ∇u2 dx
d d
ż R R
` 2 ˘
` 2βℜ |u2 | u1 ∇u1 ` |u1 |2 u2 ∇u2 dx
d
żR ż
1 ` 2 2
˘ 1 ` ˘
“ µ1 ∇ p|u1 | q ` µ2 ∇ p|u2 |2 q2 dx
2 d 2 Rd
ż R
` 2 ˘
`β ∇ |u1 | |u2 |2 dx
Rd
“ 0.
Capítulo 2. Boa Colocação local para um sistema não-linear de equações tipo Schrödinger em H s 54
Assim,
d
pP pu1 ptqq ` P pu2 ptqqq “ 0.
dt
O que implica que
d
Ppu1 ptq, u2 ptqq “ 0.
dt
Em consequência
Ppu1 ptq, u2 ptqq “ Ppu1 p0q, u2 p0qq,
Este capítulo é dedicado ao estudo do artigo (IANNI; LE COZ, 2014), com o propósito
de exibir uma solução particular de (2.2) e estudar seu comportamento para tempos
suficientemente grandes. Primeiramente estabeleceremos alguns resultados da equação
escalar de Schrödinger não-linear. Imediatamente depois, definiremos os tipos de soluções
que vamos estudar junto com suas propriedades mais importantes, e em seguida fazemos a
apresentação de algumas estimativas com as quais será demonstrado o teorema principal.
Note que se R1 denota um soliton para (3.3) então pR1 , 0q é trivialmente uma solução
do sistema (2.2). Se R2 é outro soliton de (3.3), então devido à interação não-trivial β ‰ 0,
o par pR1 , R2 q não tem razão para ser solução do sistema (2.2). No entanto, nosso objetivo
será exibir soluções do sistema (2.2) que se comportam como um par de solitons pR1 , R2 q
no infinito, desde que a velocidade relativa dos solitons sejam suficientemente grandes.
Chamamos tais soluções de multi-solitons, mais precisamente.
Definição 3.2.2. Um multi-soliton é uma solução pu1 , u2 q de (2.2) para a qual existem
T0 P R e um par de solitons pR1 , R2 q da equação (3.3) tal que pu1 , u2 q esta definida em
rT0 , `8q e
lim }pu1 ptq, u2 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1 “ 0.
tÑ`8
Observação 3.2.3. Usando a definição de derivada de Gateaux, temos que para toda
u P H 1 pRd q, (veja Teorema A.0.1)
ˆ ˙
1 |v0 |2
S0 puq “ ´∆u ` ω0 ` u ` iv0 ∇u ´ µ0 |u|2 u.
4
Note que R0 definido em (3.5) satisfaz
ˆ ˙
|v0 |2
´∆R0 ` ω0 ` R0 ` iv0 ∇R0 ´ µ0 |R0 |2 R0 “ 0,
4
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 57
O proximo lema mostra uma propriedade muito importante que satisfaz a ação H0 , a
qual chamaremos de propriedade de coercividade.
k
onde ξr0 ptq denota as funções definidas por
c
k ω0 k ? |v0 |2 1
ξr0 ptqpxq :“ ξ0 p ω0 px ´ v0 t ´ x0 qqe´ipω0 t´ 4 t` 2 v0 ¨x`γ0 q .
µ0
r0 pzq,
Logo, substituindo v na igualdade acima, segue que (veja Corolário A.0.2) H0 pt, vq “ H
onde
ˆ 2 2 ż 2 ż
˙
r0 pzq :“ ? 1 ω 0 2 ω 2
0 2 2ω 0 2 2 ω 0 2
H }∇z}L2 ` }z}L2 ´ |Φ0 | |z| dx ´ ℜpΦ0 zq dx .
p ω0 qd µ0 µ0 µ0 Rd µ0 Rd
ě }w}2L2 ´ 3C}w}2L2
“ p1 ´ 3Cq}w}2L2 ,
então L é limitado inferiormente, portanto σpLq, o espectro de L, também é limitado
inferiormente. Assim, como σpLqzσess pLq consiste de autovalores isolados de multiplicidade
finita segue que L tem um número finito de autovalores em p´8, w1 s, para todo w1 ă 1.
Consideremos λ1 ď λ2 ď . . . ď λν0 P R os autovalores não positivos de L (contando
multiplicidades) e sejam ξ01 , ξ02 , . . . , ξ0ν0 P H 1 pRd q suas autofunções correspondentes, tais
que }ξ0k }L2 “ 1 para todo k “ 1, . . . , ν0 .
Pelo Teorema espectral (KATO, 1995, Pag.178) temos que
com ci P R, para todo i “ 1, . . . , ν0 . Além disso, como σpL|P q é limitado inferiormente por
0, então existe c ą 0 tal que xLp, py ě c}p}2L2 para todo p P P X H 2 pRd q (veja (KATO,
1995, Pag.278)). Assim, aplicando o Teorema de Pitágoras na igualdade (3.10) chegamos a
ď xLz, zy ` C}z}2L2
˜ ¸
ÿ
ν0
ď xLz, zy ` C xLz, zy ` C1 pz, ξ0k q22
k“1
˜ ¸
ÿ
ν0
ďC xLz, zy ` pz, ξ0k q22 ,
k“1
isto é,
? d r ÿ
ν0
}z}2H 1 ď p ω0 q C H0 pzq ` C pz, ξ0k q22 .
k“1
Agora, usando mudança de variáveis temos
ˆ ˙
2 ? d 2 1 2
}z}H 1 “ p ω0 q }r z }L2 ` }∇r z }L2 ,
ω0
ˆ ˙
? 1
onde zrpxq “ zp ω0 px ´ v0 t ´ x0 qq. Como }r
z }H 1 ď maxt1, ω0 u }r
2 2
z }L2 temos
z }L2 ` }∇r 2
ω0
? d 2 ? d r ? d ÿ ν0
k
z }H 1 ď p ω0 q C H0 pzq ` p ω0 q C
p ω0 q }r z , ξ 0 q22 ,
pr (3.11)
k“1
k ?
onde ξ 0 pxq “ ξ0k p ω0 px ´ v0 t ´ x0 q.
Agora, pela igualdade (A.1) temos
3{2 ż
ω0 |v0 |2 2 ω ω02
}∇v}2L2 “ z }L2 ´ 0 v0 ¨ ℑ
}r zr∇r
z` z }2L2
}∇r
4µ0 µ0 Rd µ0
ď z }2L2
Cp}r ` z }2L2 q.
}∇r
|v0 |2
t` 21 v0 ¨x`γ0 q
Se denotamos por e˘ip¨q :“ e˘ipω0 t´ 4 , usando (3.11) temos que
}v}2H 1 ď C}r
z }2H 1
ÿ
ν0
k
r0 pzq ` C
ď CH z , ξ 0 q22
pr
k“1
˜d d ¸2
ÿ
ν0
ω02 ω02 k
ď K0 Hpt, vq ` K0 eip¨qz , e´ip¨q ξ 0
k“1
µ0 µ0
2
ÿν0
k
ď K0 Hpt, vq ` K0 pv, ξr0 q22 .
k“1
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 60
1
Tomando c0 “ , obtemos
K0
ÿ
ν0
k
c0 }v}2H 1 ď Hpt, vq ` pv, ξr0 q22 .
k“1
ÿ
ν0
k
c0 }w}2H 1 ď Hpt, wq ` pw, ξr0 q22 ,
k“1
para toda w P H pR q. Com efeito, seja w P H pRd q, então pela densidade de H 2 pRd q em
1 d 1
H 1 pRd q, temos que existe twn u Ă H 2 pRd q tal que wn Ñ w em H 1 pRd q quando n Ñ 8.
Logo,
ÿ
ν0
k
c0 }wn }2 1 ď Hpt, wn q `
H pwn , ξr0 q2 . (3.12) 2
k“1
Tomando o limite quando n Ñ 8 na desigualdade (3.12), obtemos
ÿ
ν0
k
c0 }w}2H 1 ď lim Hpt, wn q ` pw, ξr0 q22 .
nÑ8
k“1
Assim, só precisamos mostrar que lim Hpt, wn q “ Hpt, wq. Lembremos que
nÑ8
Hpt, wn q
ˆ ˙ ż ż ż
|v0 |2
“ }∇wn }2L2 ` ω0 ` }wn }L2 ` v0 ℑ wn ∇wn ´ 2µ0 |R0 | |wn | ´ µ0 ℜ pR0 wn q2
2 2 2
4
Rd Rd Rd
e ˆ ˙ ˆ ˙
|v0 |2 |v0 |2
lim ω0 ` 2
}wn }L2 “ ω0 ` }w}2L2 . (3.14)
nÑ8 4 4
Além disso, aplicando integração por partes, temos
ż ż
lim ℑ wn ∇wn dx “ ´ lim ℑ wn ∇wn dx
nÑ8 nÑ8
Rd d
żR
lim ℜi
“ nÑ8 wn ∇wn dx
Rd
lim pi∇wn , wn q2 dx
“ nÑ8
“ pi∇w, wq2
ż
“ ℜi w ∇w dx
Rd
ż
“ ´ℜi w ∇w dx
Rd
ż
“ℑ w ∇w dx,
Rd
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 61
de onde ż ż
lim v0 ¨ ℑ wn ∇wn dx “ v0 ¨ ℑ w ∇w dx. (3.15)
nÑ8
Rd Rd
Ainda mais, pela Proposição 3.1.1 temos que R0 P L8 pRd q e dessa maneira
ˇż ż ˇ ˇż ˇ
ˇ ˇ ˇ ˇ
ˇ 2 2 2 2 ˇ ˇ 2 2 2 ˇ
ˇ d |R0 | |wn | dx ´ d |R0 | |w| dxˇ “ ˇ d |R0 | p|wn | ´ |w| qdxˇ
R R R
ż
ďC ||wn |2 ´ |w|2 |dx
d
żR
“C p|wn ` |w|qp||wn ´ |w||qdx
Rd
Similarmente, obtemos
ż ż
lim
nÑ8
R02 w2n dx “ R02 w2 dx. (3.17)
Rd Rd
desse modo mostramos que a desigualdade (3.8) vale para toda v P H 1 pRd q, o que mostra
o resultado.
Consideremos os solitons
c |vj |2 t
ωj ? 1
Rj pt, xq “ Φj p ωj px ´ vt ´ xj qqeipωj t´ 4 ` 2 vj ¨x`γj q , para j “ 1, 2.
µj
A estrategia para mostrar este resultado é resolver o problema de valor final associado
ao sistema (2.2) com dado final sendo um par de solitons no tempo Tn , onde tTn u é uma
sequencia crescente convergindo ao infinito. Estas soluções são chamadas de soluções
aproximadas. Em síntese, a demonstração depende de dois passos principais. Primeiro,
mostramos que as soluções aproximadas satisfazem a estimativa (3.18) em rT0 , Tn s com
T0 independente de n. Em seguida, mostramos que a sequência de dados iniciais, em T0 ,
é compacta. Portanto, podemos extrair um dado inicial dando origem a uma solução do
sistema (2.2) satisfazendo a conclusão do Teorema 3.2.5.
Por conseguinte, seja tTn u uma sequencia crescente em R de tempos tais que lim Tn “
nÑ`8
`8. Para cada n P N, seja pu , u q solução do sistema (2.2) definida no intervalo pTrn , Tn s
n
1
n
2
e tal que o dado final satisfaz que pun1 pTn q, un2 pTn qq “ pR1 pTn q, R2 pTn qq.
Por enquanto vamos assumir a Proposição 3.2.6 para fazer a demonstração do Teorema
3.2.5, depois dedicaremos todos os esforços à demonstração dessa proposição e com isso
teríamos provado a existência de uma solução do sistema (2.2) cujo comportamento no
infinito é comparável com um par de solitons pR1 , R2 q.
Como Tn vai para `8, a sequência pun1 , un2 q fornece uma melhor aproximação do
multi-soliton. O que falta mostrar é a convergência dessa sequência. De acordo com a boa
colocação local do sistema (2.2) e as estimativas uniformes, a questão principal é obter a
convergência da sequência de dados iniciais pun1 pT0 q, un2 pT0 q, o qual é o objetivo da seguinte
proposição.
Proposição 3.2.7. Existe pu01 , u02 q P H 1 pRd qˆH 1 pRd q tal que, a menos de uma subsequên-
cia, pun1 pT0 q, un2 pT0 qq Ñ pu01 , u02 q fortemente em H s pRd q ˆ H s pRd q para todo 0 ď s ă 1
quando n Ñ `8.
Lema 3.2.8 (L2 pRd q- Compacidade). Seja δ ą 0. Existe rδ ą 0 tal que para todo n
suficientemente grande,
ż
` n ˘
|u1 pT0 q|2 ` |un2 pT0 q|2 dx ď δ.
|x|ąrδ
δ
}pun1 pTδ q, un2 pTδ qq ´ pR1 pTδ q, R2 pTδ qq}2L2 p|x|ąρδ qˆL2 p|x|ąρδ q ď .
8
Assim a estimativa (3.21) implica que
c
δ
}pun1 pTδ q, un2 pTδ qq}L2 p|x|ąρδ qˆL2 p|x|ąρδ q ď2 ,
8
isto é, ż
` ˘ δ
|un1 pTδ q|2 ` |un2 pTδ q|2 dx ď . (3.22)
2
|x|ąρδ
Como, para j “ 1, 2,
d n 2
|uj ptq| “ unj ptqBt unj ptq ` Bt unj ptqunj ptq “ 2ℜpunj ptqBt unj ptqq,
dt
então diferenciando no tempo obtemos
ż ˆ ˙
d 1 d n 2 n 2 |x| ´ ρδ
V ptq “ p|u ptq| ` |u2 ptq| qτ dx
dt 2 Rd dt 1 kδ
ż ˆ ˙
1 |x| ´ ρδ
“ p2ℜp u1 ptqBt u1 ptqq ` 2ℜp u2 ptqBt u2 ptqqqτ
n n n n
dx
2 Rd kδ
ż ˆ ˙
1 |x| ´ ρδ
“ p2ℜp un1 ptqBt un1 ptq ` un2 ptqBt un2 ptqqqτ dx
2 Rd kδ
ż ˆ ˙
n n n n |x| ´ ρδ
“ ℜ pu1 ptqBt u1 ptq ` u2 ptqBt u2 ptqqτ dx.
Rd kδ
ż ˆ ˙
|x| ´ ρδ
Agora, vamos estimar ℜ n n
u1 ptqBt u1 ptqτ dx. De fato, como pun1 , un2 q é solução
R d k δ
do sistema (2.2), então
Visto que
ˆ ˆ ˙˙ ˆ ˙ ˆ ˙
n |x| ´ ρδ |x| ´ ρδ n |x| ´ ρδ
∇ u1 τ “ ∇τ u1 ` τ ∇un1
kδ kδ kδ
ˆ ˙ ˆ ˙
x 1 |x| ´ ρδ n |x| ´ ρδ
“ τ u1 ` τ ∇un1 ,
kδ |x| kδ kδ
temos
ż ˆ ˙ ż ˆ ˙
|x| ´ ρδ |x| ´ ρδ
ℜ un1 Bt un1 τ dx “ ℑ |∇un1 |2 τ dx
Rd kδ Rd kδ
ż ˆ ˙
1 n n x 1 |x| ´ ρδ
` ℑ ∇u1 ¨ u1 τ dx
kδ Rd |x| kδ
ż ˆ ˙
1 n x n 1 |x| ´ ρδ
“ ℑ u1 ¨ ∇u1 τ dx.
kδ Rd |x| kδ
Consequentemente,
ż ˆ ˙ ż ˆ ˙
|x| ´ ρδ 1 n x n 1 |x| ´ ρδ
ℜ n n
u1 Bt u1 τ dx “ ℑ u1 ¨ ∇u1 τ dx. (3.24)
Rd kδ kδ Rd |x| kδ
repetindo o processo acima, mas trocando un1 por un2 , temos que
ż ˆ ˙ ż ˆ ˙
|x| ´ ρδ 1 n x n 1 |x| ´ ρδ
ℜ n n
u2 Bt u2 τ dx “ ℑ u2 ¨ ∇u2 τ dx. (3.25)
Rd kδ kδ Rd |x| kδ
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 65
A Proposição 3.2.6 implica que }pun1 pTδ q, un1 pTδ qq}H 1 ˆH 1 é limitada independentemente
de n e t, isto é, existe n0 P N suficientemente grande tal que
ˇ ˇ ˇ ż ˆ ˙ ˇ
ˇd ˇ ˇ |x| ´ ρ δ ˇ
ˇ V ptqˇ “ ˇℜ pu n
B u n
` u n
B u n
qτ dx ˇ
ˇ dt ˇ ˇ 1 t 1 2 t 2
kδ ˇ
Rd
ˇ ż ˆ ˙ ˇ ˇ ż ˆ ˙ ˇ
ˇ |x| ´ ρ δ ˇ ˇ |x| ´ ρ δ ˇ
ď ˇˇℜ n n
u1 Bt u1 τ dxˇˇ ` ˇˇℜ n n
u2 Bt u2 τ dxˇˇ
Rd kδ Rd kδ
1 ` n 2 ˘
ď }u1 }H 1 ` }un2 }2H 1
kδ
1
“ }pun1 , un2 q}2H 1 ˆH 1
kδ
1
ď ,
kδ
Tδ ´ T0 δ
para todo n ě n0 e t P rT0 , Tn s. Agora, escolha kδ tal que ď . Então,
kδ 4
ż T0
Tδ ´ T0 δ
V pT0 q ´ V pTδ q “ V 1 ptqdt ď ď . (3.27)
Tδ kδ 4
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 66
mostrando o resultado.
pun1 pT0 q, un2 pT0 qq Ñ pu01 , u02 q em L2loc pRd q ˆ L2loc pRd q. (3.29)
Consideremos rδ ą 0 como no Lema 3.2.8. Então por (3.29) existe N1 P N tal que se
n ě N1 , obtemos
ż
` n ˘ δ
|u1 pT0 q ´ u01 |2 ` |un2 pT0 q ´ u02 |2 dx ă . (3.30)
2
|x|ďrδ
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 67
segue que
}pu01 , u02 q}L2 p|x|ąrδ qqˆL2 p|x|ąrδ q ď lim inf }pun1 pT0 q, un2 pT0 qq}L2 p|x|ąrδ qqˆL2 p|x|ąrδ q
nÑ`8
c (3.32)
δ
ď ,
8
ou seja, ż
` 02 ˘ δ
|u1 | ` |u02 |2 dx ă . (3.33)
8
|x|ąrδ
Portanto,
}pun1 pT0 q, un2 pT0 qq ´ pu01 , u02 q}2L2 ˆL2
ż ż
` n ˘ ` ˘ δ
ď2 |u1 pT0 q|2 ` |un2 pT0 q|2 dx `2 |u01 |2 ` |u02 |2 dx `
2
|x|ąrδ |x|ąrδ
ˆ ˙ ˆ ˙
δ δ δ
ď2 `2 `
8 8 2
“ δ.
Consequentemente,
}pun1 pT0 q, un2 pT0 qq ´ pu01 , u02 q}L2 ˆL2 Ñ 0. (3.34)
Como as sequências pun1 pT0 q, un2 pT0 qq e pu01 , u02 q são limitados em H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q,
então usando interpolação e a convergência (3.34) temos que para cada s P r0, 1q existe
θ P p0, 1q tal que
}pun1 pT0 q, un2 pT0 qq ´ pu01 , u02 q}H s ˆH s ď C θ }pun1 pT0 q, un2 pT0 qq ´ pu01 , u02 q}1´θ
L2 ˆL2 ,
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 68
?
}pun1 ptq, un1 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď e´ ω‹ v‹ t
. (3.35)
Seja pu01 , u02 q como obtido pela Proposição 3.2.7. A boa colocação local do sistema (2.2)
em H s pRd q ˆ H s pRd q, para 1{2 ă s ă 1, garante a existência de uma solução pu1 , u2 q
do sistema (2.2) com condição inicial pu1 pT0 q, u2 pT0 qq “ pu01 , u02 q definida num intervalo
rT0 , T ‹ q, onde T ‹ é o tempo maximal de existência da solução.
Vamos mostrar que T ‹ “ `8 e que pu1 , u2 q verifica a estimativa do Teorema 3.2.5. De
fato, suponha T ‹ ă 8. Então, usando a Proposição 3.2.7 temos que
Como o sistema (2.2) é bem colocado em H s pRd q ˆ H s pRd q, então pela dependência
contínua em relação ao dado inicial temos que, para t P rT0 , T ‹ q,
pun1 ptq, un2 ptqq Ñ pu1 ptq, u2 ptqq em H s pRd q ˆ H s pRd q, 1{2 ă s ă 1.
Logo
}pu1 ptq, u2 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď lim inf }pun1 ptq, un2 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1
nÑ`8
?
´ ω‹ v‹ t
ďe
Assim, existe v7 tal que se v‹ ą v7 , então existem T0 P R e n0 P N tais que, para todo
n ě n0 e todo t P rT0 , T ‹ q,
?
}pu1 ptq, u2 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď e´ ω‹ v‹ t
. (3.36)
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 69
Como T ‹ ă `8, então pela desigualdade (3.36) obtemos que pu1 ptq, u2 ptqq é limitada em
H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q para todo t P rT0 , T ‹ q.
Novamente como o sistema (2.2) é bem posto em H 1 pRd qˆH 1 pRd q, então existe solução
deste sistema satisfazendo as condições do Teorema 2.2.1, mas como H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q Ă
H s pRd q ˆ H s pRd q então temos que pela unicidade da solução em H s pRd q ˆ H s pRd q, a
solução dada em H 1 pRd qˆH 1 pRd q, coincidem com pu1 , u2 q em H 1 pRd qˆH 1 pRd q. Portanto,
como T ‹ ă `8, a condição de blow up alternativo implica
o que contradiz a limitação de pu1 ptq, u1 ptqq em H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q para todo t P rT0 , T ‹ q.
Portanto devemos ter que T ‹ “ `8. Agora, precisamos mostrar que pu1 , u2 q verifica
a estimativa do Teorema 3.2.5. De fato, seja N ě n0 , então da mesma maneira como
chegamos à desigualdade (3.36) para t P rT0 , T ‹ q, podemos obter
?
}pu1 ptq, u2 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď e´ ω‹ v‹ t
,
Além disso temos pela Proposição 3.1.1 que o par pR1 , R2 q é continuo em relação ao
tempo. Logo como pun1 pTn q, un2 pTn qq “ pR1 pTn q, R2 pTn qq, então para todo t suficientemente
próximo de Tn (pela esquerda) segue que
Seja
t7 :“ inf tt: P rT0 , Tn s : (3.19) é satisfeita para todo t P rt: , Tn su .
Pela escolha de t7 obtemos que t7 ă Tn . Assim para demonstrar a Proposição 3.2.6 só
precisamos mostrar que t7 “ T0 . Assuma que t7 ą T0 . Então pela Proposição 3.3.1 para
todo t P rt7 , Tn s temos que
1 ?
}pun1 ptq, un2 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď e´ ω‹ v‹ t .
2
Consequentemente,
1 ?
}pun1 pt7 q, un2 pt7 qq ´ pR1 pt7 q, R2 pt7 qq}H 1 ˆH 1 ď e´ ω‹ v‹ t7 .
2
Novamente pelo argumento acima, a continuidade de pun1 , un2 q implica que para t suficien-
temente próximo de t7 (pela esquerda),
?
}pun1 ptq, un2 ptqq ´ pR1 ptq, R2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď e´ ω‹ v‹ t
,
Lema 3.3.2. Existe c‹ ą 0 tal que, para todo t P R e todo pw1 , w2 q P H 1 pRd q ˆ H 1 pRd q,
temos νj
ÿ ÿ k
c‹ }pw1 , w2 q}2H 1 ˆH 1 ď Hpt, pw1 , w2 qq ` pwj , ξrj ptqq22 ,
j“1,2 k“1
k
onde pξrj q são dados para j “ 1, 2 pelo Lema 3.2.4.
Para demonstrarmos a Proposição 3.3.1, além das considerações feitas acima, precisamos
dos seguintes lemas.
Lema 3.3.3 (L2 pRd q- Controle). Seja pε1 , ε2 q dado por (3.38) e assuma a hipótese (3.39).
Então existe C ą 0, independente de v‹ , tal que, para todo t P rt0 , Tn s,
C ?
}pε1 ptq, ε2 ptqq}2L2 ˆL2 ď ? e´2 ω‹ v‹ t .
ω‹ v‹
Lema 3.3.4. Assuma a hipótese (3.39). Então existe T0 ą 0 dependendo somente de v1 , v2 ,
com v1 , v2 como no Teorema 3.2.5, tal que se t0 ą T0 existe C ą 0 independente de n e v‹
tal que, para todo t P rt0 , Tn s,
C ?
|Spu1 ptq, u2 ptqq ´ Spu1 pTn q, u2 pTn qq| ď ? e´2 ω‹ v‹ t .
ω‹ v‹
Por enquanto vamos assumir os lemas acima para demonstrar a Proposição 3.3.1.
Demonstração da Proposição 3.3.1. Seja pε1 , ε2 q dado por (3.38), assuma a hipótese
(3.39) e que t0 ą T0 , onde T0 é dado pelo Lema 3.3.4. Então, para n P N fixo, podemos
assumir pela boa colocação do sistema (2.2) que pu1 , u2 q está definida para cada t P rT0 , Tn s,
pois o problema de dado final associado ao sistema (2.2)
$
& iBt u1 ` ∆u1 ` pµ1 |u1 | ` β|u2 | qu1 “ 0,
2 2
’
iBt u2 ` ∆u2 ` pµ2 |u2 |2 ` β|u1 |2 qu2 “ 0,
’
%
pu1 pTn q, u2 pTn qq “ pR1 pTn q, R2 pTn qq,
é também bem posto (é equivalente a resolver nosso sistema para trás). Isso garante a
existência das soluções pu1 , u2 q, as quais satisfazem
No Capítulo 2 mostramos que existe M ą 0 tal que }pu1 ptq, u2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď M para todo
t P rTrn , Tn s, onde Trn “ Trn pM q. Portanto, pela Proposição 1.4.2 temos que pu1 , u2 q pode
ser estendida unicamente a rT0 , Tn s . Daí que
onde C será determinado mais adiante. Suponha v‹ ą v7 . Do Lema 3.3.2 segue que existe
c‹ ą 0 tal que
νj
ÿ ÿ k
c‹ }pε1 ptq, ε2 ptqq}2H 1 ˆH 1 ď Hpt, pε1 ptq, ε2 ptqqq ` pεj ptq, ξrj ptqq22 . (3.41)
j“1,2 k“1
Spu1 ptq, u2 ptqq “ SpR1 ptq, R2 ptqq ` Hpt, pε1 ptq, ε2 ptqq
´ ¯ (3.42)
3
` o }pε1 ptq, ε2 ptqq}H 1 pRd qˆH 1 pRd q .
Spu1 pTn q, u2 pTn qq “ SpR1 pTn q, R2 pTn qq “ SpR1 ptq, R2 ptqq. (3.44)
Por outro lado, da hipótese bootstrap (3.39) temos que existe C ą 0 tal que
` ˘ ?
o }pε1 ptq, ε2 ptqq}3H 1 ˆH 1 ď Ce´3 ω‹ v‹ t . (3.45)
obtemos
ˇ ` ˘ˇ
|Hpt, pε1 , ε2 qq| “ ˇSpu1 ptq, u2 ptqq ´ SpR1 ptq, R2 ptqq ´ o }pε1 ptq, ε2 ptqq}3H 1 ˆH 1 ˇ
` ˘
ď |Spu1 ptq, u2 ptqq ´ SpR1 ptq, R2 ptqq| ` o }pε1 ptq, ε2 ptqq}3H 1 ˆH 1
C ? ?
ď? e´2 ω‹ v‹ t ` Ce´3 ω‹ v‹ t
ω‹ v‹
C ?
ď? e´2 ω‹ v‹ t ,
ω‹ v‹
isto é,
C ?
|Hpt, pε1 , ε2 qq| ď ? e´2 ω‹ v‹ t , para todo t ą t0 ą T0 . (3.46)
ω‹ v‹
Também, para j “ 1, 2, sejam cj :“ maxt}ξjk }2L2 : k “ 1, ¨ ¨ ¨ , νj u, e c :“ maxtcj : j “ 1, 2u.
Então, pelo Lema 3.3.3,
ˇ ˇ
ˇÿ ÿ νj ˇ ÿ ÿ νj
ˇ r k 2ˇ k
ˇ pεj ptq, ξj ptqq2 ˇ ď |pεj ptq, ξrj ptqq2 |2
ˇj“1,2 k“1 ˇ j“1,2 k“1
ÿ
ν1
k ÿ
ν2
k
“ |pε1 ptq, ξr1 ptqq2 |2 ` |pε2 ptq, ξr2 ptqq2 |2
k“1 k“1
1 ?
}pε1 ptq, ε2 ptqq}H 1 ˆH 1 ď e´ ω‹ v‹ t .
2
O que mostra o resultado desejado.
e
?
}p|R1 ptq| ` |∇R1 ptq|q p|R2 ptq| ` |∇R2 ptq|q}L2 ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e´p 2 q
3
ω‹ v‹ t
,
para todo t P R.
Portanto
ˇ ? ˇ
|Rj pt, xq| ` |∇Rj pt, xq| ď ˇCΦj p ωj px ´ vj t ´ xj qqˇ
ˇ ? ˇ
` ˇCvj Φj p ωj px ´ vj t ´ xj qqˇ
ˇ ? ˇ
` ˇC∇Φj p ωj px ´ vj t ´ xj qqˇ
?
ď Cp1 ` |vj |qe´η ωj |x´vj t´xj |
,
p|R1 pt, xq| ` |∇R1 pt, xq|qp|R2 pt, xq| ` |∇R2 pt, xq|q
? ?
ď Cp1 ` |v1 |qp1 ` |v2 |qe´η ω1 |x´v1 t´x1 | ¨ e´η ω2 |x´v2 t´x2 |
?
ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e´η mintω1 ,ω2 up|x´v1 t´x1 |`|x´v2 t´x2 |q .
Seja 0 ă δ ă η. Como
|v1 t ´ v2 t| ď |x ´ v1 t| ` |x ´ v2 t|
e
|x ´ v1 t| ´ |x1 | ` |x ´ v2 t| ´ |x2 | ď |x ´ v1 t ´ x1 | ` |x ´ v2 t ´ x2 |,
então
p|R1 pt, xq| ` |∇R1 pt, xq|qp|R2 pt, xq| ` |∇R2 pt, xq|q
?
ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e´δ mintω1 ,ω2 up|x´v1 t´x1 |`|x´v2 t´x2 |q
?
´pη´δq mintω1 ,ω2 up|x´v1 t´x1 |`|x´v2 t´x2 |q
¨e
? ?
ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e´δ mintω1 ,ω2 up|x´v1 t´x1 |`|x´v2 t´x2 |q e´pη´δq mintω1 ,ω2 u|v1 t´v2 t|
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 75
7 1
onde C “ CpΦj , ωj , µj , xj q ą 0. Escolhendo η “ , δ “ e lembrando as definições de
8 8
1
ω‹ “ mintω1 , ω2 u e v‹ “ |v1 ´ v2 |, obtemos
4
p|R1 pt, xq| ` |∇R1 pt, xq|qp|R2 pt, xq| ` |∇R2 pt, xq|q
1? ?
ω‹ p|x´v1 t´x1 |`|x´v2 t´x2 |q ´p 32 q ω‹ v‹ t
ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e´ 4 e ,
implicando que
Desta forma
3?
}p|R1 ptq| ` |∇R1 ptq|qp|R2 ptq| ` |∇R2 ptq|q}L2 ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e´ 2 ω‹ v‹ t
,
e daí,
3?
}|R1 ptq||R2 ptq|}L2 ď Ce´ 2 ω‹ v‹ t
.
Por fim, vamos fazer a demonstração dos Lemas 3.3.3 e 3.3.4. Para obter o Lema
3.3.3 adotamos a seguinte estratégia. Primeiro escrevemos o sistema satisfeito por pε1 , ε2 q.
Então, diferenciamos no tempo as L2 pRd q-massas de ε1 e ε2 , e limitamos o resultado com
?
a expressão e´ ω‹ v‹ t . A integração no tempo finalmente nos permite ganhar o fator extra
1
? .
ω‹ v‹
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 76
Demonstração do Lema 3.3.3. Seja pε1 , ε2 q dado por (3.38) e assuma a hipótese
(3.39). Note que pε1 , ε2 q satisfaz a equação
onde L denota a parte linear em pε1 , ε2 q, N a parte não-linear e F o termo forçante. Mais
precisamente,
Lpε1 , ε2 q :“ pL1 pε1 , ε2 q, L2 pε1 , ε2 qq, N pε1 , ε2 q :“ pN1 pε1 , ε2 q, N2 pε1 , ε2 qq,
F :“ βp|R2 |2 R1 , |R1 |2 R2 q,
com
Como R1 é solução de
iBt u ` ∆u ` µ1 |u|2 u “ 0,
então
B
M pε1 ptqq
Bt
1B ` ˘
“ }ε1 ptq}2L2
2 Bt
1B
“ pε1 ptq, ε1 ptqqL2
2 Bt
“ pBt ε1 ptq, ε1 ptqqL2
“ piL1 pε1 ptq, ε2 ptqq ` iN1 pε1 ptq, ε2 ptqq ` iβ|R2 ptq|2 R1 ptq, ε1 ptqqL2
ż
` ˘
“ ℜi L1 pε1 ptq, ε2 ptqq ε1 ptq ` N1 pε1 ptq, ε2 ptqq ε1 ptq ` β|R2 ptq|2 R1 ptq ε1 ptq dx
d
żR
` ˘
“ ´ℑ L1 pε1 ptq, ε2 ptqq ε1 ptq ` N1 pε1 ptq, ε2 ptqq ε1 ptq ` β|R2 ptq|2 R1 ptq ε1 ptq dx.
Rd
A ideia é estimar cada um dos termos da igualdade acima. De fato, Pela definição de L1
temos
ż
ℑ L1 pε1 ptq, ε2 ptqq ε1 ptq dx
Rd
ż
` ˘
“ℑ ∆ε1 ptq ε1 ptq ` p2µ1 |R1 ptq|2 ` β|R2 ptq|2 q ε1 ptq ε1 ptq dx
Rżd
` ˘
`ℑ µ1 R1 ptq2 ε1 ptq ` βpR1 ptq R2 ptq ε2 ptq ` R1 ptqR2 ptqε2 ptqqε1 ptq dx.
Rd
ˇ ż ˇ
ˇ ˇ
ˇℑ L1 pε1 ptq, ε2 ptqqε1 ptq dxˇˇ
ˇ d
ˇ Rż ˇ
ˇ ` ˘ ˇ
ˇ
“ ˇℑ µ1 R1 ptq ε1 ptq ` βpR1 ptqR2 ptqε2 ptqε1 ptq ` R1 ptqR2 ptqε2 ptqε1 ptqq dxˇˇ
2 2
d
żR ż
ˇ ˇ ˇ ˇ
ď µ1 ˇ 2 2ˇ
R1 ptq ε1 ptq dx ` |β| ˇpR1 ptqR2 ptqε2 ptqε1 ptqˇ dx
Rd Rd
ż
` |β| |R1 ptqR2 ptqε2 ptqε1 ptqq| dx
Rd
ˆ ż ż ˙
2 2
ď C }R1 ptq}L8 |ε1 ptq| dx ` }R1 ptq}L8 }R2 ptq}L8 |ε2 ptq| |ε1 ptqq| dx
Rd Rd
` ˘
ď C }R1 ptq}2L8 }ε1 ptq}2H 1 ` }R1 ptq}L8 }R2 ptq}L8 }ε1 ptq}L2 }ε2 ptq}L2
` ˘
ď C }ε1 ptq}2H 1 ` }ε1 ptq}H 1 }ε2 ptq}H 1
` ˘
ď C }ε1 ptq}2H 1 ` }ε2 ptq}2H 1
?
ď Ce´2 ω‹ v‹ t
,
isto é,
ˇ ż ˇ
ˇ ˇ ?
ˇℑ L1 pε1 ptq, ε2 ptqq ε1 ptq dxˇˇ ď Ce´2 ω‹ v‹ t , para todo t P rt0 , Tn s. (3.49)
ˇ d
R
Daí,
ˇ ż ˇ
ˇ ˇ ?
ˇℑ N1 pε1 ptq, ε2 ptqqε1 ptq dxˇˇ ď Ce´2 ω‹ v‹ t , para todo t P rt0 , Tn s. (3.50)
ˇ d
R
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 79
Finalmente vamos estimar o termo forçante. Combinando o Lema 3.3.5 com a desigualdade
(3.39) obtemos
ˇ ż ˇ ż
ˇ ˇ
ˇℑ |R ptq|2
R ptqε ptq dx ˇď |R2 ptq|2 |R1 ptq||ε1 ptq| dx
ˇ 2 1 1 ˇ
Rd Rd
ż
ď }R2 ptq}L8 |R2 ptq||R1 ptq||ε1 ptq| dx
Rd
ou seja,
ˇ ż ˇ
ˇ ˇ 5 ?
ˇℑ |R2 ptq| R1 ptqε1 ptq dxˇˇ ď Ce´p 2 q ω‹ v‹ t , para todo t P rt0 , Tn s.
2
(3.51)
ˇ d
R
Logo,
C ?
M pε1 ptqq ď ? e´2 ω‹ v‹ t , para todo t P rt0 , Tn s.
ω‹ v‹
Fazendo o mesmo processo anterior para ε2 vemos que
C ?
M pε2 ptqq ď ? e´2 ω‹ v‹ t
ω‹ v‹
e consequentemente,
C ?
}pε1 ptq, ε2 ptqq}2L2 pRd qˆL2 pRd q ď ? e´2 ω‹ v‹ t , para todo t P rt0 , Tn s.
ω‹ v‹
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 80
Para terminar esta seção só resta mostrar o Lema 3.3.4. A demonstração deste resultado
é semelhante ao Lema 3.3.3, com a diferença que aqui vamos estimar três quantidades, a
massa, o momento e a energia.
|pv1 ´ v2 qP pu1 ptqq ´ P pu1 pTn qq| “ v‹ |P pu1 ptqq ´ P pu1 pTn qq|. (3.53)
Usando o fato de que pu1 , u2 q satisfaz (2.2) e fazendo integração por partes, Note que na
oitava igualdade usamos o fato de que, fazendo integração por partes,
B
P pu1 ptqq
Bt ż
“ℑ Bt u1 ptq ¨ ∇u1 ptq dx
Rd
ż ż
“ℑ i∆u1 ptq∇u1 ptq dx ` µ1 ℑ i|u1 ptq|2 u1 ptq∇u1 ptq dx
Rd Rd
ż
` βℑ i|u2 ptq|2 u1 ptq∇u1 ptq dx
R d
ż
“ βℑ i|u2 ptq|2 u1 ptq∇u1 ptq dx
d
żR
β ` ˘
“ ℑ i|u2 ptq|2 ∇ |u1 ptq|2 dx
2 d
żR
β ` ˘
“´ |u2 ptq|2 ∇ |u1 ptq|2 dx.
2 Rd
Pois, ż
ℑ i∆u1 ptq∇u1 ptq dx “ 0
Rd
e ż
µ1 ℑ i|u1 ptq|2 u1 ptq∇u1 ptq dx “ 0.
Rd
Com o exposto acima, mostramos que
ż
B β ` ˘
P pu1 ptqq “ ´ |u2 ptq|2 ∇ |u1 ptq|2 dx. (3.54)
Bt 2 Rd
B
P pu1 ptqq
Bt ż
β ` ˘
“´ |u2 ptq|2 ∇ |u1 ptq|2 dx
2 Rd
ż
β ` ˘
“´ |ε2 ptq ` R2 ptq|2 ∇ |ε1 ptq ` R1 ptq|2 dx
2 Rd
ż ż
β β
“´ 2 2
|R2 ptq| ∇p|R1 ptq| q dx ´ 2|R2 ptq|2 ∇pℜpR1 ptq ε1 ptqqq dx
2 Rd 2 Rd
ż ż
β β
´ 2 2
|R2 ptq| ∇p|ε1 ptq| q dx ´ 2ℜpR2 ptq ε2 ptqq∇p|R1 ptq|2 q dx
2 Rd 2 Rd
ż ż
β β
´ 4ℜpR2 ptq ε2 ptqq∇pℜpR1 ptq ε1 ptqqq dx ´ 2ℜpR2 ptq ε2 ptqq∇p|ε1 ptq|2 q dx
2 Rd 2 Rd
ż ż
β β
´ 2 2
|ε2 ptq| ∇p|R1 ptq| q dx ´ 2|ε2 ptq|2 ∇pℜpR1 ptq ε1 ptqqq dx
2 Rd 2 Rd
ż
β
´ |ε2 ptq|2 ∇p|ε1 ptq|2 q dx.
2 Rd
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 82
ˇ ż ˇ ż
ˇβ ˇ |β|
ˇ 2 2 ˇ |R2 ptq|2 |∇p|R1 ptq|2 q| dx
ˇ 2 d |R2 ptq| ∇p|R1 ptq| q dxˇ ď 2 d
R
żR
|β|
ď 2|R2 ptq|2 |∇R1 ptq||R1 ptq| dx
2 Rd
ż
ďC p|R2 ptq| ` |∇R2 ptq|q2 p|R1 ptq| ` |∇R1 ptq|q2 dx
Rd
Portanto,
ˇ ż ˇ ˇ ż ˇ
ˇβ ˇ ˇβ ˇ
ˇ 2|R ptq|2
∇pℜpR ptqε ptqqq dx ˇ ` ˇ 2ℜpR ptqε ptqq∇p|R ptq|2
q dx ˇ
ˇ2 d 2 1 1 ˇ ˇ2 d 2 2 1 ˇ
R R
ż
ďC p|R1 ptq| ` |R2 ptq|q p|R1 ptq| ` |∇R1 ptq|q p|R2 ptq|qp|ε1 ptq| ` |∇ε1 ptq| ` |ε2 ptq|q dx
d
żR
ďC p|R1 ptq| ` |∇R1 ptq|qp|R2 ptq|qp|ε1 ptq| ` |∇ε1 ptq| ` |ε2 ptq|q dx
Rd
ď C}p|R1 ptq| ` |∇R1 ptq|q|R2 ptq|}L2 p}|ε1 ptq| ` |∇ε1 ptq}L2 ` }ε2 ptq}L2 q
3? ?
ď Cp1 ` |v1 | ` v2 q2 e´ 2 ω‹ v‹ t ´ ω‹ v‹ t
e
?
´ 25 ω‹ v‹ t
ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e .
(3.57)
ď C}p|R2 ptq| ` |∇R2 ptq|qp|∇R1 ptq| ` |R1 |q}L2 }p|ε2 ptq| ` |∇ε2 ptq|qp|∇ε1 ptq| ` |ε1 |q}L2
ď C}p|R2 ptq| ` |∇R2 ptq|qp|∇R1 ptq| ` |R1 |q}L2 }|ε2 ptq| ` |∇ε2 ptq|}L4 }|∇ε1 ptq| ` |ε1 |}L4
ď C}p|R2 ptq| ` |∇R2 ptq|qp|∇R1 ptq| ` |R1 |q}L2 }|ε2 ptq| ` |∇ε2 ptq|}H 1 }|∇ε1 ptq| ` |ε1 |}H 1
3? ?
ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e´ 2 ω‹ v‹ t ´2 ω‹ v‹ t
e
?
´ 72 ω‹ v‹ t
ď Cp1 ` |v1 | ` |v2 |q2 e .
(3.58)
Similarmente,
ˇ ż ˇ ż
ˇβ ˇ
ˇ 2 ˇ
ˇ 2 d ℜpR2 ptqε2 ptqq∇p|ε1 ptq| q dxˇ ď C d |ε2 ptq||ε1 ptq||∇ε1 ptq| dx
R R
(3.59)
ď }ε2 ptq}L4 }ε1 ptq}L4 }∇ε1 ptq}L2
?
ď Ce´3 ω‹ v‹ t
.
Desse modo,
}∇|Rj ptq|2 }L8 ď C}Φj ptq}L8 }∇Φj ptq}L8 ď C.
O próximo termo é tratado de forma semelhante ao anterior, além de usar integração por
partes,
ˇ ż ˇ ˇ ż ˇ
ˇβ ˇ ˇβ ˇ
ˇ 2 2 ˇ ˇ 2 2 ˇ
ˇ 2 d |R2 ptq| ∇|ε1 ptq| dxˇ “ ˇ 2 d ∇p|R2 ptq| q|ε1 ptq| dxˇ
R R
isto é, ˇ ˇ
ˇ B ˇ ?
ˇv‹ P pu1 ptqqˇ ď Ce´2 ω‹ v‹ t , (3.64)
ˇ Bt ˇ
onde C “ CpΦj , ωj , µj , βq para j “ 1, 2.
Da equação (3.64) e de (3.53) obtemos o seguinte controle para o momento
Capítulo 3. Existência de Multi-Soliton para um sistema não-linear do tipo Schrödinger 85
|v1 pP pu1 ptqq ´ P pu1 pTn qqq ` v2 pP pu2 ptqq ´ P pu2 pTn qqq|
“ |v‹ pP pu1 ptqq ´ P pu1 pTn qqq|
ˇż Tn ˇ
ˇ B ˇ
“ ˇˇ v‹ P pu1 psqq dsˇˇ
t Bs
ż Tn ˇ ˇ
ˇ B ˇ (3.65)
ď ˇ ˇ
ˇv‹ Bs P pu1 psqqˇ ds
t
ż Tn
?
ďC e´2 ω‹ v‹ s ds
t
C ?
ď? e´2 ω‹ v‹ t .
ω‹ v‹
Agora, vamos estimar a parte da energia. Como a energia total (2.57) é uma quantidade
conservada (veja Capítulo 2), observamos que
Novamente a ideia é estimar cada termo da desigualdade acima. Primeiro, usando o fato
de que pu1 pTn q, u2 pTn qq “ pR1 pTn q, R2 pTn qq e o Lema 3.3.5 temos
ż ż
2 2
|u1 pTn q| |u2 pTn q| q dx “ |R1 pTn q|2 |R2 pTn q|2 dx
Rd Rd
ď Ce
?
´3 ω‹ v‹ Tn (3.66)
?
ď Ce´3 ω‹ v‹ t
.
Como antes, para o outro termo restante na estimativa da energia, substituímos uj “ Rj `εj
para j “ 1, 2, consequentemente,
ż
|β| |u1 ptq|2 |u2 ptq|2 dx
Rżd
ż
` ˘
“ |β| |R1 ptq| |R2 ptq| dx ` 2|β|
2 2
|R1 ptq|2 ℜ R2 ptq ε2 ptq dx
Rżd Rż
d
` ˘
` |β| |R1 ptq|2 |ε2 ptq|2 dx ` 2|β| ℜ R1 ptq ε1 ptq |R2 ptq|2 dx
d Rd
żR
` ˘ ` ˘
ż
` ˘ (3.67)
` 4|β| ℜ R1 ptqε1 ptq ℜ R2 ptqε2 ptq dx ` 2|β| ℜ R1 ptqε1 ptq |ε2 ptq|2 dx
d Rd
ż R ż
` ˘
` |β| |R2 ptq|2 |ε1 ptq|2 dx ` |β| ℜ R2 ptqε2 ptq |ε1 ptq|2 dx
d d
żR R
As seguintes estimativas são obtidas usando os mesmos argumentos que foram usados nas
estimativas do momento. Logo pelo Lema 3.3.5 e a hipótese (3.39)
ˇ ż ˇ
ˇ ˇ ?
ˇβ |R1 ptq| |R2 ptq| dxˇˇ ď C}|R1 ptq||R2 ptq|}L2 ď Ce´3 ω‹ v‹ t ,
2 2
(3.68)
ˇ
Rd
ˇ ż ˇ
ˇ ` ˘ ˇ
ˇ2β ℜ R2 ptqε2 ptq |R1 ptq| dxˇˇ ď C}R1 ptq}L8 }|R1 ptq||R2 ptq|}L2 }ε2 ptq}L2
2
ˇ
Rd (3.69)
?
´ 25 ω‹ v‹ t
ď Ce ,
ˇ ż ˇ
ˇ ` ˘ ˇ
ˇ2β ℜ R1 ptqε1 ptq |R2 ptq| dxˇˇ ď C}R2 ptq}L8 }|R1 ptq||R2 ptq|}L2 }ε1 ptq}L2
2
ˇ
Rd (3.70)
?
´ 25 ω‹ v‹ t
ď Ce ,
ˇ ż ˇ
ˇ ` ˘ ` ˘ ˇ
ˇ4β ℜ R1 ptqε1 ptq ℜ R2 ptqε2 ptq dxˇˇ ď C}|R1 ptq||R2 ptq|}L2 }|ε1 ptq||ε1 ptq|}L2
ˇ d
R
ˇ ż ˇ
ˇ ` ˘ ˇ
ˇ2β ℜ R1 ptqε1 ptq |ε2 ptq| dxˇˇ ď C}R1 ptq}L8 }ε1 ptq}L2 }ε2 ptq}2L4
2
ˇ
Rd
(3.72)
ď C}ε1 ptq}L2 }ε2 ptq}2H 1
?
ď Ce´3 ω‹ v‹ t
.
e
ˇ ż ˇ
ˇ ` ˘ ˇ
ˇβ ℜ R2 ptqε2 ptq |ε1 ptq| dxˇˇ ď C}R2 ptq}L8 }ε2 ptq}L2 }ε1 ptq}2L4
2
ˇ
Rd
(3.73)
ď C}ε2 ptq}L2 }ε1 ptq}2H 1
?
ď Ce´3 ω‹ v‹ t
,
ˇ ż ˇ
ˇ ˇ
ˇβ |ε1 ptq| |ε2 ptq| dxˇˇ ď C}ε1 ptq}2L4 }ε1 ptq}2L4
2 2
ˇ
R d (3.74)
?
´4 ω‹ v‹ t
ď Ce .
e
ˇ ż ˇ
ˇ ˇ
ˇβ |ε2 ptq| |R1 ptq| dxˇˇ ď C}R1 ptq}2L8 }ε2 ptq}2L2
2 2
ˇ d
R
(3.76)
C ?
ď? e´2 ω‹ v‹ t .
ω‹ v‹
obtemos
C ?
|Spu1 ptq, u2 ptqq ´ Spu1 pTn q, u2 pTn qq| ď ? e´2 ω‹ v‹ t ,
ω‹ v‹
Com a demonstração deste lema temos obtidos todos os requerimentos com os quais
foi mostrado o teorema principal desta dissertação.
88
Referências
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APÊNDICE A – PROPRIEDADE DE
COERCIVIDADE
Nesta seção vamos mostrar alguns resultados usados no Lema 3.2.4 que não foram
demonstradas.
f.
Rd
Considere ż
1 1
S1 puq “ }∇u}2L2 “ |∇u|2
2 2 Rd
“ x´∆u, vy.
Desse modo, no sentido das distribuições, temos que S11 puq “ ´∆u.
Ademais,
ş ş
ℜ ∇pu ` tvq∇v ´ ℜ ∇u∇v
xS12 puqv, vy “ lim R d Rd
tÑ0
ş t
tℜ Rd ∇v∇v
“ lim
tÑ0
ż t
“ lim ℜ ∇v∇v
tÑ0
ż Rd
“ |∇v|2
Rd
“ }∇v}2L2 .
ˆ ˙
|v0 |2
Dessa maneira, S21 puq
“ ω0 ` u.
4
Também, temos que
ˆ ˙ ş ş
2 |v0 |2 ℜ Rd pu ` tvqv ´ ℜ Rd uv
xS2 puqv, vy “ ω0 ` lim
4 tÑ0 t
ż
“ℜ |v|2
Rd
“ }v}2L2 .
ż
1
Agora, considere S3 puq “ v0 ¨ ℑ u∇u. Fazendo o mesmo processo acima obtemos
2 Rd
ş ş
1 v 0 ¨ ℑ pu ` tvq∇pu ` tvq ´ v 0 ¨ ℑ u∇u
xS31 puq, vy “ lim Rd Rd
2 tÑ0
` ş şt ˘
1 t v 0 ¨ ℑ Rd
u∇v ` v 0 ¨ ℑ Rd
v∇u
“
2ˆ ż t ż ˙
1
“ ´v0 ¨ ℑ ∇uv ` v0 ¨ ℑ ∇vu
2 Rd Rd
ż
“ v0 ¨ ℑ v∇u
Rżd
“ ´v0 ¨ ℑ v∇u
d
ˆ żR ˙
“ v0 ¨ ℜ i v∇u
Rd
Portanto,
S01 puq “ S11 puq ` S21 puq ` S31 puq ` S41 puq
ˆ ˙
|v0 |2
“ ´∆u ` ω0 ` u ` iv0 ∇u ´ µ0 |u|2 u,
4
e
Demonstração. Temos
H0 pt, vq
ˆ ˙ ż ż ż
|v0 |2
“ }∇v}2L2 ` ω0 ` }v}L2 ` v0 ¨ ℑ v∇v ´ 2µ0 |R0 | |v| ´ µ0 ℜpR0 vq2 .
2 2 2
4
Rd Rd Rd
Além disso,
ˆ ˙ ˆ ˙ż
|v0 |2 2 |v0 |2
ω0 ` }v}L2 “ ω0 ` |v|2
4 4 Rd
ˆ ˙ ż ˇc ˇ
|v0 |2 ˇ ω0 ip¨q ˇ2
“ ω0 ` ˇ ˇ
4 ˇ µ0 e zrˇ
Rd
ˆ ˙ż (A.2)
ω0 |v0 |2
“ ω0 ` z |2
|r
µ0 4 Rd
ω02 ω0 |v0 |2
“ ? d }z}2L2 ` ? }z}2 2 .
µ0 p ω0 q 4µ0 p ω0 qd L
Por outro lado,
ż ż c ˆc ˙
ω0 ip¨q ω0 ip¨q
v0 ¨ ℑ v∇v “ v0 ¨ ℑ e zr ¨ ∇ e zr
Rd Rd µ0 µ0
ż ˆ ˙
ω0 ip¨q i ´ip¨q ? ´ip¨q
“ v0 ¨ ℑ e zr ´ v0 e zr ` ω0 e ∇rz
µ0 Rd 2
ż ˆ ˙ ż
ω0 |v0 |2 i 2 ? ω0
“ ℑ ´ |r z | ` ω0 v0 ¨ ℑ zr∇rz (A.3)
µ0 Rd 2 µ0 Rd
ż 3{2 ż
ω0 |v0 |2 2 ω0
“´ z| `
|r v0 ¨ ℑ zr∇rz
2µ0 Rd µ0 Rd
3{2 ż
ω0 |v0 |2 2 ω0
“´ ? }z} 2 ` ? v0 ¨ ℑ z∇z.
2µ0 p ω0 qd L µ0 p ω0 qd Rd
Também temos
ż ż ˇc ˇ ˇc ˇ
ˇ ω0 ip¨q ˇ2 ˇ ω0 ip¨q ˇ2
ˇ r ˇ ˇ ˇ
ˇ µ0 e Φ0 ˇ ˇ µ0 e zrˇ
2 2
´2µ0 |R0 | |v| “ ´2µ0
Rd R d
ż
2ω02 r 0 |2 |r
“´ |Φ z |2 (A.4)
µ0 Rd
ż
2ω02
“´ ? d |Φ0 |2 |z|2 .
µ0 p ω0 q Rd
APÊNDICE A. PROPRIEDADE DE COERCIVIDADE 95
Finalmente,
ż ż ˜c c ¸2
ω 0 ip¨q r ω 0 ip¨q
´µ0 ℜpR0 vq2 “ ´µ0 ℜ e Φ0 e zr
Rd R d µ 0 µ 0
ż ´ ¯2
ω02 r 0 zr (A.5)
“´ ℜ Φ
µ0 Rd
ż
ω02
“ ´ ? dℜ pΦ0 zq2 .
µ0 p ω0 q Rd
e dado que T vn Ñ v em L2loc pRd q, temos que, }T vn ´ v}2L2 p|x|ďrδ q Ñ 0. Logo só devemos
estimar o termo }T vn ´ v}2L2 p|x|ąrδ q . Para isso, escolha rδ tal que, para q “ 2,
ż 1
4q 1 δq
|Φ0 | dx ď , (A.7)
M
|x|ąrδ
ż ˇ ˇ2
ˇ 2 ´1 ˇ
2
}T vn }L2 p|x|ąrδ q “ ˇ2ω0 |Φ0 |2 L´1
0 v n ` ω Φ L
0 0 0 v nˇ
|x|ąrδ
ż ´ˇ ˇ ˇ ˇ¯
ďC ˇ2ω0 |Φ0 |2 ˇ2 ` ˇω0 Φ20 ˇ2 |L´1
0 vn |
2
|x|ąrδ
ż
ďC |Φ0 |4 |L´1
0 vn |
2
(A.8)
|x|ąrδ
¨ ˛1{q1 ¨ ˛1{q
ż ż
˚ 1‹ ˚ 2q ‹
ďC˝ |Φ0 |4q ‚ ˝ |L´1
0 vn | ‚
|x|ąrδ |x|ąrδ
ď δ,
1
sendo M “ C1q em (A.7), onde C1 é tal que
¨ ˛1{q1
ż
˚ 2q 1 ‹
C˝ |L´1
0 vn | ‚ ď C1 .
|x|ąrδ
Além disso, pela convergência fraca em L2 pRd q, temos convergência fraca em L2 p|x| ą rδ q.
Logo,
}v}L2 p|x|ąrδ q ď lim inf }T vn }L2 p|x|ąrδ q .
nÑ`8
Assim,
}v}L2 p|x|ąrδ q ď δ. (A.9)
Usando (A.8) e (A.9) em (A.6), segue que }T vn ´ v}L2 Ñ 0. Com isto obtemos o resultado.