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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

IZABELA PATRICIO BASTOS

ESTUDO DA FAMÍLIA DE EQUAÇÕES DE BENJAMIN POR UMA


ABORDAGEM ANALÍTICA E NUMÉRICA

CURITIBA
2019
IZABELA PATRICIO BASTOS

ESTUDO DA FAMÍLIA DE EQUAÇÕES DE BENJAMIN POR UMA


ABORDAGEM ANALÍTICA E NUMÉRICA

Tese apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Matemática, Setor de Ciências
Exatas, Universidade Federal
do Paraná, como requisito
para a obtenção do título de
Doutora em Matemática.

Orientadora: Profa. Dra. Ailín Ruiz


de Zárate Fábregas

CURITIBA
2019
Agradecimentos

A Deus, pela minha vida, família e amigos.


A minha orientadora professora Doutora Ailín Ruiz de Zárate Fábregas,
por aceitar o convite para me orientar, pela paciência e orientação durante
todo o processo.
Ao Programa de Pós-Graduação em Matemática da UFPR, pela oportu-
nidade de cursar o doutorado.
A PUCPR por me apoiar e incentivar a sempre estar crescendo e me
aprimorando como professora.
A todos os professores com os que tive oportunidade de ter aula, por
me proporcionarem não só o conhecimento racional, mas a manifestação do
caráter e afetividade.
Ao meu marido, Túlio, por todo apoio, paciência, companherismo e cum-
plicidade nessa trajetória.
Aos meus pais, por serem os responsáveis por toda a minha base e me
apoiarem em todos os momentos.
A minha família, em especial aos meus irmãos por estarem sempre ao
meu lado.
Aos meus amigos, pelas conversas.
Resumo

Neste trabalho estudou-se a família de equações de Benjamin por uma


abordagem analítica e numérica. Na abordagem analítica a boa colocação
foi garantida para a família de equações de Benjamin regularizada, para tal
foram feitas duas demonstrações, por teoria de semigrupos e de forma direta.
Na abordagem numérica, foram estudados os operadores que aparecem na
família de equações de Benjamin tanto no domínio da frequência, onde são
inicialmente representados, quanto no domínio físico, distinguindo-se tanto
o caso não periódico quanto o caso periódico. Um desses operadores é a
Transformada de Hilbert na faixa. No caso periódico, a expressão do núcleo
desse operador é dada por funções especiais, cujo cálculo é comparado com o
caso não periódico no mesmo intervalo. Ainda no caso periódico foi analisada
a sua representação por Série de Fourier. Por m, foi feita a implementação
da solução da família de equações de Benjamin. Na discretização espacial
utilizou-se o método dos cinco pontos e o método espectral. Na discretização
temporal, a partir do método das linhas, foram comparados dois métodos:
leapfrog e Runge-Kutta de quarta ordem.

Palavras-chave: Ondas internas; modelos dispersivos; sistema do tipo Bous-


sinesq; equação de Ondas Longas Intermediárias; equações de Benjamin; boa
colocação para EDPs; operador pseudodiferencial; funções especiais; leapfrog ;
Runge-Kutta.
Abstract

In this work we study a Benjamin equations family by an analytical and


numerical approach. In the analytical approach the well-posedness was pro-
ved for the regularized Benjamin equations family, for which two proof have
been made, by semigroup theory and directly. In the numerical approach,
we studied the operators that appear in the Benjamin's family of equations,
both in the frequency domain, where they are represented, and in the physi-
cal domain, distinguishing both the non-periodic and the periodic cases. One
of these operators is a Hilbert transform in the strip. In the periodic case,
an expression for the operator's kernel is given by special functions, whose
calculation is compared with a non-periodic case in the same range. Also
in the periodic case its representation by Fourier Series is analyzed. Finally,
the solutions of the Benjamin equations family was implemented. For the
spatial discretization, the ve-point method and the spectral method were
used. For the temporal discretization, from the method of lines, two methods
were compared: leapfrog and fourth order Runge-Kutta.

Key words: Internal waves; dispersive models; Boussinesq type system; Inter-
mediate Long Waves equation; Benjamin equations; well-posedness for PDEs;
pseudodierential operator; special functions; leapfrog ; Runge-Kutta.
Lista de Figuras

1.1 Manifestação supecial de ondas internas na atmosfera. Fonte:


[5]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Manifestação supercial de ondas internas oceânicas. Fonte: [5]. 15
1.3 Ilustração do fenômeno água morta. Fonte: [5]. . . . . . . . . 15
1.4 Conguração de duas camadas de uidos limitados por uma
tampa rígida e um fundo plano. . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.1 Comportamento da função φ21 pk q. . . . . . . . . . . . . . . . . 30


3.2 Comportamento das funções Apk q e Apk q. . . . . . . . . . . . 38

5.1 Conguração de duas camadas de uidos limitados por uma


tampa rígida e um fundo plano. . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
5.2 Problema do potencial na faixa com condição de Neumann
para extrair a derivada tangencial na fronteira superior. . . . . 87
5.3 Núcleo do operador: o núcleo no caso periódico plotado a
partir das funções especiais (); o núcleo no caso não periódico
plotado no intervalo rπ, π s (  ). . . . . . . . . . . . . . . . 95
5.4 Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fou-
rier truncada para malhas encaixadas. . . . . . . . . . . . . . 97
5.5 Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fou-
rier truncada para malha encaixadas, detalhe da gura anterior. 97
5.6 Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fou-
rier truncada para malha encaixadas. . . . . . . . . . . . . . . 98
5.7 Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fou-
rier truncada para malha encaixadas. . . . . . . . . . . . . . . 98
5.8 Comparação do operador com o núcleo cotangente. . . . . . . 100
5.9 Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.100
5.10 Comparação do operador com o núcleo Tr. . . . . . . . . . . . 101
5.11 Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr. . . . . 101
5.12 Comparação do operador com o núcleo cotangente. . . . . . . 103
5.13 Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.103

6
7

5.14 Comparação do operador com o núcleo Tr. . . . . . . . . . . . 104


5.15 Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr. . . . . 104
5.16 Comparação do operador com o núcleo cotangente. . . . . . . 105
5.17 Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.106
5.18 Comparação do operador com o núcleo Tr. . . . . . . . . . . . 106
5.19 Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr. . . . . 107
5.20 Comparação do operador com o núcleo cotangente. . . . . . . 108
5.21 Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.108
5.22 Comparação do operador com o núcleo Tr. . . . . . . . . . . . 109
5.23 Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr. . . . . 109

6.1 Fluxograma mostrando os passos do Método leapfrog . . . . . . 120


6.2 Fluxograma mostrando os passos do Método Runge-Kutta de
quarta ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
6.3 Solução Exata da Equação Unidirecional. . . . . . . . . . . . . 130
6.4 Solução da Equação Unidirecional dada pelo método de leapfrog .130
6.5 Solução da Equação Unidirecional dada pelo método de Runge-
Kutta de quarta ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
6.6 Solução da Equação Unidirecional no tempo t  0, solução
inicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
6.7 Solução da Equação Unidirecional no tempo t  10∆t  4, 688. 132
6.8 Solução da Equação Unidirecional no tempo t  28∆t 
13, 1250. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
6.9 Solução da Equação Unidirecional no tempo t  73∆t 
34, 2188. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
6.10 Solução da Equação Unidirecional no tempo t  163∆t 
76, 4063. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
6.11 Solução da Equação Unidirecional no tempo t  253∆t 
118, 5938. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
6.12 Solução Exata da Equação BBM linear. . . . . . . . . . . . . . 136
6.13 Solução da Equação BBM linear dada pelo método leapfrog . . 136
6.14 Solução da Equação BBM linear dada pelo método Runge-
Kutta de quarta ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
6.15 Solução da Equação BBM linear no tempo t  0, solução inicial.138
6.16 Solução da Equação BBM linear no tempo t  10∆t  4, 688. 138
6.17 Solução da Equação BBM linear no tempo t  28∆t  13, 1250.139
6.18 Solução da Equação BBM linear no tempo t  73∆t  34, 2188.139
6.19 Solução da Equação BBM linear no tempo t  163∆t  76, 4063.140
6.20 Solução da Equação BBM linear no tempo t  253∆t 
118, 5938. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
8

6.21 Solução Exata da Equação do tipo Benjamin Linear com ope-


rador da Transformada de Hilbert. . . . . . . . . . . . . . . . 142
6.22 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert dada pelo método leapfrog . . . . . 142
6.23 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert dada pelo método Runge-Kutta
de quarta ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
6.24 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  0, solução inicial. . 144
6.25 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  10∆t  4, 688. . . . 144
6.26 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  28∆t  13, 1250. . . 145
6.27 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  73∆t  34, 2188. . . 145
6.28 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  163∆t  76, 4063. . 146
6.29 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  253∆t  118, 5938. 146
6.30 Solução Exata da Equação do tipo Benjamin Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert na faixa. . . . . . . . . . . . 148
6.31 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método leapfrog .148
6.32 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da
Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método Runge-
Kutta de quarta ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
6.33 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  0, solução
inicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
6.34 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da
Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  10∆t  4, 688. 150
6.35 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da
Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  28∆t  13, 1250.151
6.36 Solução no tempo t  73∆t  34, 2188. . . . . . . . . . . . . . 151
6.37 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  163∆t 
76, 4063. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
6.38 Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  253∆t 
118, 5938. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
6.39 Solução da Equação BBM adaptada dada pelo método leapfrog .154
9

6.40 Solução da Equação BBM adaptada dada pelo método Runge-


Kutta de ordem quatro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
6.41 Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  0, solução
inicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156
6.42 Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  10∆t  4, 688.156
6.43 Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  28∆t 
13, 1250. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
6.44 Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  73∆t 
34, 2188. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
6.45 Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  163∆t 
76, 4063. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
6.46 Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  253∆t 
118, 5938. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
6.47 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert dada pelo método leapfrog . . 160
6.48 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert dada pelo método Runge-
Kutta de quarta ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
6.49 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert no tempo t  0, solução
inicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
6.50 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert no tempo t  10∆t  4, 688. . 162
6.51 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert no tempo t  28∆t  13, 1250. 163
6.52 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert no tempo t  73∆t  34, 2188. 163
6.53 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert no tempo t  163∆t  76, 4063.164
6.54 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert no tempo t  253∆t 
118, 5938. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
6.55 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método
leapfrog . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
6.56 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método
Runge-Kutta de quarta ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
6.57 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  0,
solução inicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
6.58 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  10∆t 
4, 688. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
6.59 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  28∆t 
13, 1250. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
6.60 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  73∆t 
34, 2188. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
6.61 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t 
163∆t  76, 4063. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
6.62 Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t 
253∆t  118, 5938. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
Sumário

Lista de Figuras 6
Sumário 11
1 Introdução 14
2 Teoria Preliminar 21
2.1 Transformada de Fourier e Espaço de Sobolev . . . . . . . . . 21
2.2 Semigrupos de Operadores Lineares . . . . . . . . . . . . . . . 23

3 Família de Equações de Benjamin Linearizada 26


3.1 Equação Linear de Benjamin não Regularizada . . . . . . . . . 26
3.2 Equação Linear de Benjamin Regularizada . . . . . . . . . . . 34

4 Boa colocação da família de Equações de Benjamin regulari-


zada 41
4.1 Boa colocação local - abordagem direta . . . . . . . . . . . . . 42
4.2 Boa colocação local a partir da teoria de semigrupos . . . . . . 52
4.3 Boa colocação global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

5 O operador da Transformada que aparece na família de equa-


ções de Benjamin 85
5.1 Derivação no domínio da frequência do operador da Transfor-
mada de Hilbert na faixa- caso periódico . . . . . . . . . . . . 86
5.1.1 Funções Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
5.2 Implementação: Conhecendo o Núcleo do Operador . . . . . . 94
5.3 Implementação dos Operadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

6 Solução Numérica da família de Equações de Benjamin 111


6.1 Método numérico para a implementação da solução da família
de equações de Benjamin regularizada . . . . . . . . . . . . . . 111
6.1.1 Discretização espacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

11
12

6.1.2 Discretização temporal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115


6.1.3 Algoritmo para encontrar a solução da família de equa-
ções de Benjamin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
6.2 Implementação da solução da família de equações de Benjamin
linearizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
6.2.1 Condição de estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
6.2.2 Considerações gerais para a implementação da solução
das equações lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
6.2.3 Equação da onda unidirecional . . . . . . . . . . . . . . 129
6.2.4 BBM adaptada linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
6.2.5 Equação de Benjamin Linear com operador da Trans-
formada de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
6.2.6 Equação de Benjamin Linear com operador da Trans-
formada de Hilbert na Faixa . . . . . . . . . . . . . . . 147
6.3 Implementação da solução da família de equações de Benjamin
não linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
6.3.1 BBM adaptada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
6.3.2 Equação de Benjamin com o operador da Transfor-
mada de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
6.3.3 Equação de Benjamin com o operador da Transfor-
mada de Hilbert na faixa . . . . . . . . . . . . . . . . . 165

7 Conclusões e trabalhos futuros 173


A Boa colocação local da parcela da solução correspondente à
w0 177
B Implementação 188
B.1 Algoritmo para o núcleo do operador da Transformada de Hil-
bert na faixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
B.1.1 Comparativo dos núcleos . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
B.1.2 Cálculo do parâmetro m . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
B.2 Comparativo dos dois operadores por RTA e FFT . . . . . . . 189
B.3 Algoritmo da solução da família de equações de Benjamin . . . 192
B.3.1 Equação de Benjamin com o operador de Hilbert . . . 192
B.3.2 Equação de Benjamin com o operador de Hilbert na
faixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
B.4 Algoritmo matriz derivação espacial . . . . . . . . . . . . . . . 197
B.4.1 Discretização espacial de cinco pontos . . . . . . . . . . 197
B.4.2 Discretização espectral para o operador de Hilbert . . . 197
B.4.3 Discretização espectral para o operador de Hilbert na
faixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198

Referências 199
Capítulo 1
Introdução

O desenvolvimento de ondas não é apenas um fenômeno supercial devido


à interação entre o ar e a superfície do mar ou outra massa de água, o mesmo
mecanismo acontece sempre que duas densidades de uidos diferem. Isso
aparece frequentemente na atmosfera quando o ar quente cobre o ar frio, em
que as ondas podem se manifestar por ondulações de nuvens, que as vezes
podem ser periódicas, como na Figura 1.1. Também pode ocorrer quando
a água de baixa densidade se sobrepõe a água de alta densidade no oceano,
as ondas internas se propagam ao longo do limite da interface, como na
Figura 1.2.

Figura 1.1: Manifestação supecial de ondas internas na atmosfera. Fonte:


[5].

14
15

Figura 1.2: Manifestação supercial de ondas internas oceânicas. Fonte: [5].

As ondas internas dão origem a um fenômeno chamado de água morta,


[5], relatado pela primeira vez em 1893 pelo norueguês oceanógrafo Fridtjof
Nansen. Quando um navio enfrenta forte resistência ao movimento para a
frente em condições normais de navegação, tal fenômeno é explicado devido
a uma camada de água mais doce, cuja profundidade é maior que o calado da
embarcação e faz com que ondas internas na interface entre as duas camadas
gerem resistência ao movimento do navio, como na Figura 1.3.

Figura 1.3: Ilustração do fenômeno água morta. Fonte: [5].

Para modelar matematicamente tais ondas é comum utilizar modelos sim-


plicados obtidos a partir das equações de Euler em duas dimensões espaciais,
que por sua vez reduzem a dinâmica a uma única dimensão espacial, onde
descrevem o comportamento da interface entre as camadas, [9, 10].
Com o objetivo de modelar esse fenômeno, considera-se uma onda interna
desenvolvida na interface entre duas camadas de uidos invíscidos, imiscíveis,
irrotacionais e incompressíveis de densidades diferentes, connados em uma
faixa plana com escalas que conguram um regime denominado de interme-
diário, [10, 12, 19]. Entende-se por uidos invíscidos aqueles uidos ideais os
16

quais não possuem viscosidade, imisíveis aqueles que não se misturam entre
si, irrotacionais aqueles cujas partículas, numa certa região, não apresentam
rotação em relação a um eixo qualquer e incompressíveis, segundo [11], aque-
les nos quais a densidade de massa é constante ao longo das trajetórias das
partículas do uido.
Na redução das equações de Euler que descrevem a evolução dessas ondas
internas, sob as hipóteses descritas anteriormente, aparece o operador pseu-
dodiferencial, muitas vezes denominado de Transformada de Hilbert na faixa.
No processo de redução das equações de Euler se faz necessário transformar
a informação sobre a derivada normal na interface para derivada tangencial,
e é o operador da Transformada de Hilbert na faixa que faz a troca na geo-
metria mencionada acima. Como resultado da redução são obtidos sistemas
do tipo Boussinesq, especicamente tem-se o seguinte sistema bidirecional
fracamente dispersivo e não linear, [10, 12, 22]:
$  
& ηt p1  αηqu x  0
a ρ2 (1.1)
% ut αu ux  ηx  β T ruxx s ,
ρ 1

onde η px, tq está relacionada à perturbação adimensionalizada na interface e


upx, tq à componente horizontal da velocidade da camada superior, como na
Figura 1.4. Ambas as incógnitas são funções das variáveis temporal e espacial
(na direção horizontal), t e x, respectivamente. As derivadas parciais são
denotadas por subíndices; α e β são os parâmetros adimensionais positivos
de não linearidade e dispersão, respectivamente.

z η(x, t)
ρ1 h1

ρ2 h2

Figura 1.4: Conguração de duas camadas de uidos limitados por uma


tampa rígida e um fundo plano.

Entende-se por sistema fracamente não-linear aquele cujo termo não linear
tem parâmentro α pequeno, enquanto que o sistema fortemente não-linear
não tem o parâmetro α multiplicando o termo não linear, como em [12]. Já
17

o sistema fracamente dispersivo é obtido por uma expansão assintótica no


parâmetro β pequeno, essa expansão assintótica é semelhante a uma expansão
de Taylor no parâmetro β , detalhes podem ser encontrados em [12].
As densidades originais ρ1   ρ2 das camadas superior e inferior foram
mantidas no termo que envolve o operador não local de interesse T cujo
símbolo no domínio da frequência é:

Tp pk q  i cothphk q, (1.2)

para k P R  t0u, no caso não periódico (x P R), ou k P Z  t0u, no caso


periódico. A constante h ¡ 0 é a espessura da camada inferior em repouso
após escalamento, isto é, a espessura que o uido mais denso em repouso
ocupa.
A partir deste tipo de sistema ainda é possível fazer uma redução uni-
direcional cujo resultado é a equação de ondas longas intermediária (ILW)
descrita aqui seguindo a notação de [1],

T ruxx s  0.
1
ut ux 2uux (1.3)
h
No caso não periódico, tem-se um par de Fourier, a saber,
?  πx
 2π
2h
coth
2h
e i cothphk q, (1.4)

por essa razão, o operador T é dado por uma convolução da função cotangente
hiperbólica com a função que aparece no argumento do operador:
»8 π 
T ruspxq    px  yq upyqdy,
1
coth (1.5)
2h 8 2h

onde a integral deve ser interpretada como valor principal de Cauchy. Por
valor principal de Cauchy entende-se:
»8 »a »8
 f pxqdx  alim
Ñ0
f pxqdx lim
Ñ0
f pxqdx.
8 8 a a

Caso a profundidade da camada inferior seja muito grande, considera-se


como se a camada fosse innita. Nesse caso o operador envolvido é conhecido
como Transformada de Hilbert, e denotado por H, cujo símbolo no domínio
da frequência é:
Hp pk q  i sgnpk q,
18

para k P R. Onde
»8
Hruspxq    upy qdy,
1 1
(1.6)
π 8 x  y
no domínio real. Pela escolha da Transformada de Fourier, o par de Fourier
é: c
 π2 x1 e i sgnpkq. (1.7)

No domínio 2L-periódico, L ¡ 0, o operador é dado por:


»L  π
Hruspxq    px  yq upyqdy.
1
cot
2L L 2L

Segundo [12, 22] considera-se o sistema regularizado dado por:


$  
& ηt  p1  αηqu x,
  (1.8)
α u ux  ηx  bL u xt
%
ut auxxt ,

onde η pt, xq está relacionada à pertubação adimensionalizada da interface e


upt, xq à componente horizontal da velocidade da camada superior. Segundo
[23, 27], a relação de dispersão no sistema linear é tal que

ω pk q   a
|k | ,
1 b |k | ak 2

se L  H e
ω pk q   a
|k | ,
1 bk cothphk q ak 2
se L  T .
Agora, considera-se a família de equações de Benjamin regularizada dada
por
 
ηt ηx  αηηx  bL η xt  aηxxt  0,
3
(1.9)
2
?
onde os parâmetros α, a, b são positivos e a relação entre os parâmetros
α é da mesma ordem de a enquanto b é da ordem de a, com b   2 a.
? é:

O operador pseudodiferencial L pode ser a Transformada de Hilbert, L 


H, onde a camada inferior tem profundidade innita ou a Transformada de
Hilbert na faixa, L  T , onde a camada inferior tem profundidade h ¡ 0.
19

Segundo [23, 27], a relação de dispersão da equação linearizada é dada por:

ω pk q 
k
b |k |
,
1 ak 2

se L  H e
ω pk q 
k
bk cothphk q
,
1 ak 2
se L  T .
Em 1992, Benjamin, [6], estudou a equação da forma

ut ux 2uux  αHrusxx  βuxxx 0


para encontrar soluções do tipo ondas solitárias. Em 1999, Linares, [16],
garantiu a boa colocação global no espaço L2 para problemas de valor inicial
associados a equação de Benjamin dada por ut  lHrusxx  uxxx pu2 qx  0,
onde l é uma constante positiva. Em 2005, Linares e Scialon, [18], garantiram
a boa colocação global em H s , se s ¡ sk  21  k1 para a equação de Benjamin
generalizada dada por ut Hrusxx uk ux  0, para k ¥ 2.
Dessa forma o objetivo do presente trabalho é estudar a família de equa-
ções de Benjamin regularizada dada pela equação (1.9), fazendo uma abor-
dagem analítica e numérica.
O capítulo 2 é dedicado a estabelecer notações e resumir denições e re-
sultados da teoria do espaço de Sobolev e da teoria de semigrupos que serão
utilizados neste trabalho. A boa colocação da família de equações de Ben-
jamin linearizada é garantida tanto para a equação regularizada quanto não
regularizada utilizando a teoria de semigrupos, como descrito no capítulo 3.
Já a boa colocação da família de equações de Benjamin regularizada não
linear é garantida para s ¡ 1 seguindo uma demonstração direta e também
pela teoria de semigrupos baseada em [22, 23] e para 0 ¤ s ¤ 1, com s 
1
2
apenas a partir da teoria de semigrupos segundo [7], como descrito no
capítulo 4.
No capítulo 5, apresenta-se a dedução do operador da Transformada de
Hilbert na faixa no caso periódico, obtem-se o núcleo desse operador do
caso periódico a partir das funções especiais Elípticas de Jacobi, Zeta de
Jacobi e Integrais Elípticas completas do Primeiro Tipo, representadas por
sua expansão em q -séries. Compara-se o núcleo periódico da Transformada
de Hilbert na faixa com o núcleo não periódico no domínio limitado rL, Ls e
analisa-se o operador da Transformada de Hibert na faixa a respeito da Série
de Fourier truncada do caso periódico. Ainda nesse capítulo, implementa-se o
operador tanto da Transformada de Hilbert na faixa quanto da Transformada
20

de Hilbert.
No capítulo 6 faz-se a abordagem numérica da solução da família de equa-
ções de Benjamin a partir do método de linhas comparando o método leapfrog
com o método de Runge-Kutta de quarta ordem na discretização temporal.
No capítulo 7 são apresentadas as conclusões e trabalhos futuros. No apên-
dice A encontra-se um teorema da boa colocação local da solução w que será
utilizado para garantir a boa colocação global da família de equações de Ben-
jamin em H s para 0 ¤ s ¤ 1, com s  12 , usando a teoria de semigrupos.
No apêndice B encontram-se os algoritmos desenvolvidos para este trabalho
tanto da implementação dos operadores e seus respectivos núcleos, quanto
da solução numérica da família de equações de Benjamin.
Capítulo 2
Teoria Preliminar

Neste capítulo serão colocados as notações e denições além de algumas


propriedades e teoremas que serão utilizados no trabalho.

2.1 Transformada de Fourier e Espaço de So-


bolev

A teoria apresentada é baseada em [14]. Neste trabalho, o símbolo p indica


a Transformada de Fourier tanto no caso periódico quanto no caso não pe-
riódico com respeito à variável x. Segundo [14], a denição da Transformada
de Fourier de uma função não periódica f : R Ñ C, f P L1 pRq é

fppk q  ?1 f pxqeikx dx, @k P R,
2π 8
e de uma função 2π -periódica absolutamente integrável é
»
1 π
fppk q  f pxqeikx dx, @k P Z.
2π π

Denição 2.1.1. A convolução de duas funções f, g : R Ñ C é denida por


»8
pf  gq pxq  f px  y qg py qdy,
8
@x P R, desde que a integral do lado direito exista.
Além disso, a seguir serão enunciados alguns resultados importantes que
serão utilizados nos próximos capítulos. Segundo [14] tem-se os seguintes
teoremas:

21
22

Teorema 2.1.2. Desigualdade de Cauchy-Schwarz: Se f, g P L2 pRq, então


» 8  » 8
1{2 » 8
1{2
 

 f x …
gpqpq
x dx 
 ¤ |f pxq| 2
dx |gpxq| 2
dx .
8 8 8
Teorema 2.1.3. Desigualdade de Young: se f, g P L2 pRq, então f  g P L8
e ainda,
}f  g}8 ¤ }f }L }g}L . 2 2

Teorema 2.1.4. Sejam f, g P L2 pRq, então


?
p{
f  g qpk q  2π fppk qgppk q,

k P R.
" »8   *
Também, dene-se em H s
 f P L pRq ;2
p1 k q pq
2 s  p 2
f k  dk   8 ,
8
o produto interno
»8
xf, gys  p1 k 2 qs fppk qgppk qdk,
8
e a norma »8  
}f } 
2
s p1 k q pq
2 s  p 2
f k  dk.
8
# +
8̧  2
Já em Hper
s
 f P L2 pRq ; p1 q pq   8
2 sp 
k f k  dene-se o produto
k 8
interno e a norma por:

xf, gys  p1 k 2 qs fppk qgppk q,
k 8
8̧  2
}f }2s  p1 k 2 qs fppk q ,
 
k 8
respectivamente. Neste trabalho, as demonstrações presentes serão feitas no
espaço H s , mas também podem ser mostradas em Hpers
de maneira análoga.

Teorema 2.1.5. Se s, r P R, s ¤ r, então H r está continuamente e densa-


mente imerso em H s , H r ãÑ H s e
}f }s ¤ }f }r , @f P H r .
23

Teorema 2.1.6. Se s ¡ 12 , então H s é uma álgebra de Banach, [14], página


205. Em particular, existe uma contante Cs ¥ 0 tal que

}f g}s ¤ Cs }f }s }g}s , @f, g P H s.


Denição 2.1.7. Parêntese de dualidade: Se f P H s e g P H s , para s ¥ 0,
então o parêntese de dualidade é denido por
»8
xf, gy  fppk qgppk qdk.
8
Teorema 2.1.8. Dadas duas funções f, g : R Ñ C
»8 »8
f gx dx   fx gdx,
8 8
desde que as integrais façam sentido.
Teorema 2.1.9. Desigualdade de Gronwall, forma diferencial: Seja g P
C pr0, as, Rq, a ¡ 0, tal que g ptq ¥ 0, @t P r0, as, diferenciável em p0, aq
e
g ptq ¤ α βg ptq,
d
dt
@t P r0, as, para certas constantes positivas α, β . Então
»t
g ptq ¤ g p0qe βt
α eβ ptsq ds,
0

@t P r0, as.

2.2 Semigrupos de Operadores Lineares

A teoria de semigrupos apresentada aqui é baseada em [13, 20, 21]. No que


segue X denotará um espaço de Banach real ou complexo e

LpX q  tT : X Ñ X; T é linear e limitadou

o espaço de Banach dos operadores lineares em X .

Denição 2.2.1. Um semigrupo de operadores lineares limitados de X é


uma função S : r0, 8q Ñ LpX q tal que

1. S p0q  I , I operador identidade.


24

2. S pt sq  S ptqS psq, @t, s ¥ 0.

Denição 2.2.2. O semigrupo tS ptqut¥0 é fortemente contínuo ou de classe


C0 se
lim }S ptqx  x}  0,
t Ñ0
para cada x P X .

Teorema 2.2.3. Seja S pq um semigrupo de classe C0 . Para cada x P X , a


função t ÞÑ S ptqx é contínua.
Denição 2.2.4. Seja tS ptqut¥0 um semigrupo de classe C0 , para h ¡ 0
considera-se o operador
S phq  I
Ah  .
h
Assim, dene-se o operador A : DpAq € X Ñ X , gerador innitesimal do
semigrupo tS ptqut¥0 , como sendo
" *
DpAq  x P X; D lim Ah x ,
Ñ0
h

Ax  lim Ah x.
h Ñ0
Nota-se que

S pt hq  S ptq
h
 AhS ptq  S ptqAh, @t ¥ 0, h ¡ 0.
Teorema 2.2.5. Seja A o operador innitesimal do semigrupo tS ptqut¥0 de
classe C0 .
1. Se x P DpAq, então S ptqx P DpAq, @t ¥ 0 e

S ptqx  AS ptqx  S ptqAx.


d
dt
»t
2. Se x P X , então S pτ qxdτ P DpAq, @t ¥ 0 e
0
» t

A S pτ qxdτ  S ptqx  x.
0

Observação 2.2.6. A mesma teoria vale par t P R, nesse caso S ptq é chamado
de grupo.
25

Denição 2.2.7. Um grupo tS ptqutPR num espaço de Hilbert H é dito uni-


tário se
S ptq  S ptq1, @t P R.
Teorema 2.2.8. Teorema de Stone: Um operador A num espaço de Hil-
bert H é gerador de um grupo unitário de classe C0 se, e somente se, A é
densamente denido e A  A.
Agora, considera-se o problema de Cauchy dado por
"
ηt px, tq  Aη px, tq
(2.1)
η px, 0q  η0 pxq.

Teorema 2.2.9. Se A é o gerador innitesimal de um semigrupo tS ptqut¥0


de classe C0 , então o problema de Cauchy (2.1), para cada η0 P DpAq, tem
uma única solução η, a saber, ηpx, tq  S ptqη0 pxq.
Observação 2.2.10. O mesmo teorema vale para um grupo de classe C0 .
Capítulo 3
Família de Equações de Benjamin
Linearizada

Neste capítulo será mostrada a boa colocação da família de equações de Ben-


jamin linearizada, tanto não regularizada quanto regularizada, utilizando a
teoria de semigrupos, [13, 20, 21], seguindo o mesmo roteiro da demonstra-
ção feita em [22]. Além disso, será possível encontrar uma expressão para a
solução exata dessas equações que posteriormente serão implementadas com
o objetivo de comparar com as soluções aproximadas.

3.1 Equação Linear de Benjamin não Regula-


rizada

Segundo [6], a equação de Benjamin não regularizada linearizada em torno


de η  0 é dada por:

ηt ηx  bLrη sxx  aηxxx  0, (3.1)

onde L  H com H p  i sgnpk q, para todo k P R no caso não periódico (ou


k P Z, no caso periódico), k  0. Neste trabalho considera-se também o caso
L  T com Tp  i cothphk q, h ¡ 0, para todo k P R no caso não periódico
(ou k P Z, no caso periódico), k ?0. Os parâmetros? a, b são parâmetros
positivos, tais que b é da ordem de a, com b   2 a.
Dado o problema de Cauchy:
"
ηt px, tq  Aη px, tq,
(3.2)
η px, 0q  η0 pxq,

26
27

determina-se o operador A. Para tal suponha-se que L  H e da equação


(3.1) segue que
ηt  p1 bHrBx s aBxx qηx .
Aplicando a Transformada de Fourier em relação a variável x segue que

ηpt  1 bpik qpi sgnpk qq apik q2 pikqηp,
"
1, se k ¡ 0
como sgnpk q 
1, se k   0 , então
 p1  b |k|  ak2qpikqηp,
ηpt
 ipk bk |k| ak3qηp.
ηpt

De mandeira análoga, se L  T , então

ηt  p1 bT rBx s aBxx qηx

e aplicando a Transformada de Fourier em relação a variável x segue que



ηpt  1 bi cothphk qpik q apik q2 pikqηp,
ηpt  ipk bk 2 cothphk q ak 3 qηp.
"
bk |k | ak 3 , se j  1
Dessa forma, dene-se φj pk q 
k
donde
k bk 2 cothphk q ak 3 , se j 2
ηpt pk, tq  iφj pk qηppk, tq, (3.3)

em que j  1 é o caso em que L  H e j  2 é o caso em que L  T.


Portanto, o operador A do problema de Cauchy (3.2) é tal que

x pk, tq  iφj pk qηppk, tq,


@k P R, no caso não periódico (ou @k P Z, no caso periódico), j  1, 2, onde


A : DpAq € H s Ñ H s .
Nota-se que A é linear no seu domínio. De fato, sejam f, g P DpAq € H s ,
28

γ P C, então
pApγf g qq p pk q  iφj pk qpγf g q p pk q
 γiφj pkqfppkq  iφj pkqgppkq
 γ Af
x pk q Agx pk q

 pγAf Agq p pkq,


para j  1, 2. Aplicando a transformada inversa, conclui-se que
Apγf g q  γAf Ag,

e portanto, A é linear.
Observa-se que, a partir do sistema (3.3) obtem-se uma família de equa-
ções diferenciais ordinárias (EDO) no domínio da frequência, cujas soluções
são:
ηppk, tq  ηp0 pk qeiφj pkqt ,
para j  1, 2, então, |ηppk, tq|  |ηp0pkq|, @k P Z ou @k P R, @t P R. Logo,
}ηp, tq}s  }η0}s , @t P R. (3.4)

Como a solução do problema de Cauchy é dada por

η px, tq  S ptqη0 pxq,

então a igualdade (3.4) indica que tS ptqutPR deve ser um grupo unitário. Para
mostrar que de fato A é gerador de um grupo unitário usa-se o teorema de
Stone 2.2.8.

1. A é densamente denido:

P H s; Af P H su
DpAq  tf

Nota-se inicialmente que DpAq  H s 3 . De fato, tem-se as seguintes


inclusões:
p…q: Se f P H s, então f P H s uma vez que H s
3 3
está continuamente
e densamente imerso em H s , isto é, H s 3 ãÑ H s .
29

Suponha-se L  H, assim,
»8  2
}Af }  2
s p1 k q
2 s x
pq 
Af k  dk
8
»8  
 p1 k q |φ1pkq| p q
2 s 2  p 2
f k  dk
8
» 8  2
¤ C p1 k2qs 3 fppkq dk
8
 C }f }2s 3   8,
pois como φ1 pk q  k bk |k | ak 3 , então lim
pφ1pkqq2  a2 e se
kÑ8 p1 k 2 q3
P rδ, δs, δ ¡ 0, ppφ1 1 pkk2qqq3 é limitado por ser contínua no intervalo
2
k
fechado. Portanto, existe uma constante C ¡ 0 tal que pφ1 pkqq2   C,
p1 k2 q3
@k P R.
Agora, se L  T , então φ2 pk q k bk 2 cothphk q ak 3 , como vale a
desigualdade, [22]:

|x| ¤ x cothpxq ¤ |x| 1, @x P R, (3.5)

segue que
»8  2
}Af } 
2
s p1 k q
2 s x
pq

Af k  dk
8
»8  
 p1 k q pφ2pkqq p q
2 s 2  p 2
f k  dk
8
»8  2  

 p1 k q
2 s k
h bhk cothphk q ahk 2 p 2
f k  dk pq
8 h
p3.5q 1 » 8   
¤ h2 8
p1 k qk
2 s 2
h b |kh| b ahk 2 2
pq
 p 2
f k  dk
»
1 8 2  2
 h2 8
p1 k 2 qs hk bk |k | h bk ahk 3 pq 
fp k  dk
»
1 8 phk bk |k | h bk ahk 3 q  p 2
2
¤ h2 8
p1 k q
2 s 3
p1 k 2 q3 f pk q dk

¤ C
h2
}f }2s 3   8,
30

pois lim
phk
bk |k | h bk ahk 3 q2
 pahq2, logo existe C ¡ 0 tal
kÑ8 p1 k 2 q3
que phk bk |k | h bk ahk 3 q2 ¤ C p1 k 2 q3 , @k P R.
Portanto, A : H s Ñ H s é linear e limitado.
3

p„q: Se f P DpAq, então f P H s e Af P H s. Suponha-se L  H, logo


φ1 pk q  k bk |k | ak 3 , nota-se que,

p1 k2q3  1 ,
kÑ8 pφ1 pk qq2
lim
a2

então existe R ¡ 0 e c ¡ 0 tais que p1 k 2 q3 ¤ c φ21 pk q, para todo k ,


|k| ¡ R ¡ 0. E se, |k|   R, como φ1p0q  0, existe M ¡ 1 tal que
p1 k2q3 ¤ c φ?21pkq M . Isso pode ser vericado na Figura 3.1, onde
a  0, 25, b  a.

Desigualdade para D(A)


8

(1+k2 ) 3
7
φ 21 (k)

φ 21 (k)+1
6

φ 21 (k)+2
5

0
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

Figura 3.1: Comportamento da função φ21 pk q.


31

Portanto, segue que @k P R, p1 k 2 q3 ¤ c φ21pkq M . Assim,


»8  
}f } 2
s 3  p1 k q
2 s 3
pq
 p 2
f k  dk
8
»8  2
 p1 k 2 qs p1 k 2 q3 fppk q dk
 
8
»8 »8
   2
¤ c p1 k q pφ1pkqq p q 2 s
M 2
p1 k2qs fppkq dk
 p 2
f k  dk
8 8
 c }Af }s M }f }s   8.
2 2

Isto é, f P H s 3 .
Caso L  T , então φ2 pk q  k bk 2 cothphk q ak 3 . Observa-se que
para todo k ¥ 0:

|hk| ¤ hk cothphkq ¤ |hk| 1,


bk |hk | ¤ bhk 2 cothphk q ¤ bk |hk | bk,
phk bk |hk| ahk3q2 ¤ phnpkqq2 ¤ phk bk |hk| bk ahk3q2.
(3.6)
Como
p1 k 2 q3
 pah1 q2
Ñ8 phk bk |hk | ahk 3 q2
lim
k

e
p1 k2q3  1
Ñ8 phk bk |hk | bk q pahq2 ,
lim
k ahk 3 2

segue que lim


p1 k2q3  1 . Isto signica que dado  ¡ 0, existe
kÑ8 phφ2 pk qq2 pahq2
C ¡ 0 tal que
p1 k 2 q3 ¤ Ch2φ22pkq, @k P R tal que |k| ¥ . (3.7)

Além disso, da desigualdade (3.6), dado M ¡ 0 tem-se que


p1 k2q3 ¤ p1 k2q3
phk bk |hk | ahk 3 q2 M phφ2 pk qq2 M

¤ phk bk |hkp|1 bkk q ahk3q2 M ,


2 3

@k ¥ 0. Assim, lim
p1 k2q3  1 . Logo, dado  ¡ 0, existe
kÑ0 phφ2 pk qq2 M M
32

C1 ¡ 0 tal que
p1 k2q3 ¤ C1h2φ22pkq C1 M, @k P R tal que |k| ¤ . (3.8)

Portanto, considera-se C̄  min tC, C1 u e das desigualdades (3.7) e


(3.8) tem-se que

p1 k 2 q3 ¤ C̄h2φ22pkq C̄M, @k P R. (3.9)

Dessa forma, segue que


»8  
}f } 2
s 3  p1 k 2 qs 3
pq
 p 2
f k  dk
»8
8
 2
 p1 k 2 qs p1 k 2 q3 fppk q dk
 
8 » »8
8    
¤ C̄h p1
2
q pφ2pkqq p qk 2 s 2  p 2
f k  dk C̄M p1 k q pq
2 s  p 2
f k  dk
8 8
 C̄h }Af }2s
2
C̄M }f }2s   8.

Conclui-se que f P H s 3 .
Sendo assim, em ambos os casos, DpAq  H s 3
€ H s, e como, H s 3 Ñ ã

H s , então A é densamente denido.

2. A  A:
Para mostrar essa igualdade é necessário vericar que A é anti-simétrico
e que existe λ P R tal que pλ  AqDpAq  H s , isto é, a imagem de
pλ  Aq aplicado em DpAq é H s. De fato, sejam f, g P DpAq  H s 3,
então
»8
xAf, gys  p1 k 2 qs Af
x pk qg
ppk qdk
»8
8
 p1 k 2 qs piφj pk qqfppk qgppk qdk
8
» 8
 p1 k 2 qs fppk qpiφj pk qqgppk qdk
8
»8
  p1 k2qsfppkqAg
x pk qdk
8
  xf, Agys
 xf, Agys ,
33

para j 1, 2. Logo, A é anti-simétrico.


Além disso, sejam g P H s e λ P R  t0u e escolhe-se f P H s tal que

fppk q 
λ iφj pkq gppkq.
1
(3.10)

Como φj pk q P R, @k P R e λ P R  t0u, para j  1, 2. Então, λ


iφj pk q  0, para j  1, 2.
Nota-se que f P DpAq  H s 3
. De fato, se L  H, então:
»8  
}f } 2
s 3  p1 k q
2 s 3
pq
 p 2
f k  dk
8
»8
 p1 k 2 qs 3 1
2 |g
ppk q| dk
2

8
»8
|λ iφ1 pk q|

 p1 k 2 qs
p1 k 2 q3
|gppkq|2 dk
8 λ2 φ21 pk q
» 8
¤ C p1 k2qs |gppkq|2 dk
8
 C }g}2s   8,
onde p1 k 2 q3 ¤ C pλ2 φ21 pk qq, com C ¡ 0.
Caso L  T , então:
»8  
}f } 2
s 3  p1 k q
2 s 3
pq
 p 2
f k  dk
8
»8
 p1 k 2 qs 3 1
2 |g
ppk q| dk
2

8
»8
|λ iφ2 pk q|

 p1 k 2 qs
p1 k 2 q3
|gppkq|2 dk
8» λ2 φ22 pk q
8 p1 k2q3 |gppkq|2 dk
 h2 p1 k 2 qs 2 2
h2 φ22 pk q
8 λh
¤ h C̄ }g}2s   8,
2

onde da desigualdade (3.9), tem-se que p1 k 2 q3 ¤ C̄ pλ2h2 h2 φ22 pk qq,


com M  λ2 h2 .
34

Além disso, da expressão (3.10), tem-se que

pλ iφj pkqqfppkq  gppkq,


ppλ  Aqf q p pkq  gppkq,
para j  1, 2, aplicando a transformada inversa, segue que
pλ  Aqf  g, isto é, pλ  AqDpAq  H s.
Nessas condições, pelo teorema de Stone, A é gerador de um grupo de
classe C0 unitário. Portanto, do teorema 2.2.9 segue que:

Teorema 3.1.1. Sejam s P R e η0 P H s , então o problema de Cauchy


$
& η P C pR, H sq ,
ηt ηx  bLrηxx s  aηxxx  0 em H s ,
η px, 0q  η0 pxq P H s ,
%

tem uma única solução η e ainda, η P C 1 pR, H s q, onde a solução é da forma


η px, tq  S ptqη0 pxq.

Além disso, como ηpt pk, tq  iφj pk qηppk, tq, então ηppk, tq  ηp0 pk qeiφ pkqt , j

logo _ _
η px, tq  ηp0 pk qeiφj pkqt  η0pxq  eiφj pkqt .

Assim, S"ptqη0 pxq  η0 pxq  eiφj pkqt _ ptqpkq


, isto é, Sy  eiφj pkqt , onde
k bk |k | ak 3 , se j1
φj pk q 
k bk 2 cothphk q ak 3 , se j  2 , @k P R .
3.2 Equação Linear de Benjamin Regularizada

Agora, considera-se a família de equações de Benjamin linear regularizada


dada por:
ηt ηx  bLrη sxt  aηxxt  0, (3.11)
onde L  H com H p  i sgnpk q ou L  T com Tp  i cothphk q, h ¡ 0, para
todo k P R, k  0 no caso não periódico (ou k P Z, no caso
? periódico). ?Os
parâmetros a, b são positivos, onde b é da mesma ordem de a, com b   2 a.
Dado o problema de Cauchy:
"
ηt px, tq  A1 η px, tq,
(3.12)
η px, 0q  η0 pxq,
35

para determinar o operador A1 , suponha-se L  H e escreve-se a equação


(3.11) na forma
p1  bHrBxs  aBxxqηt  ηx.
Aplicando a Transformada de Fourier em relação a variável x obtêm-se

1  bpik qpi sgnpk qq  apik q2 ηpt  pikqηp,

1 b |k | ak 2
ηpt  ik ηp.

Dessa forma, dene-se Apk q  1 b |k | ak?


2
, então Apk q ¡ 0, para todo k .
Pois, como a?¡ 0 e b é da mesma ordem de a, segue que b2 é da ordem de
a com b   2 a, logo ∆  b2  4a   0.
Caso L  T , então

p1  bT rBxs  aBxxqηt  ηx,


aplicando a Transformada de Fourier em relação a variável x segue que

1  bi cothphk qpik q  apik q2 ηpt  pikqηp
p1 bk cothphkq ak2qηpt  ikηp
Dene-se Apk q  1 bk cothphk q ak 2 , h ¡ 0, como a ¡ 0 e a função
cotangente hiperbólico é ímpar, tem-se Apk q ¡ 0, @k P R. Além disso,
segundo [22], |x| ¤ x cothpxq, @x P R, logo:

1 b |k | ak 2 ¤1 bk cothphk q ak 2 ,

isto é, Apk q ¥ Apk q, para todo k P R. Isso implica que L T será um caso
particular do caso L  H.
Sendo assim, dene-se para todo k P R, k  0,
# k
pq 1 k
|| , se j 1
ϕj pk q  A k b k ak2
(3.13)
k
pq
A k
1 k
p q
bk coth hk ak2
, se j  2,
estendida por continuidade para k  0. Donde,
ηpt pk, tq  iϕj pk qηppk, tq, (3.14)

sendo que j  1 é o caso em que L  H e j  2 é o caso em que L  T .


Dessa forma o operador A1 do problema de Cauchy é tal que

A1 η px, tq  iϕj pDx qη px, tq, (3.15)


36

onde ϕ{ j pDx qη pk, tq  ϕj pk qη


ppk, tq, para j  1, 2, logo, A1 η pk, tq  iϕj pk qη
ppk, tq,
y
@k P R, no caso não periódico (ou @k P Z, no caso periódico), e @t P R, para
j  1, 2, A1 : DpA1 q € H s Ñ H s .
Nota-se que A1 é linear no seu domínio. De fato, sejam f, g P DpA1 q €
H s , γ P C, então

pA1pγf g qq p pk q  iϕj pk qpγf g q p pk q


 γiϕj pkqfppkq  iϕj pkqgppkq
 γ Ay
1 f pk q
y
A1 g pk q

 pγA1f A1gq p pkq,


para j  1, 2. Aplicando a transformada inversa, conclui-se que
A1 pγf g q  γA1 f A1 g,

e portanto, A1 é linear.
Do sistema (3.14) obtem-se uma família de equações diferenciais ordiná-
rias (EDO) no domínio da frequência, cujas soluções são:

ηppk, tq  ηp0 pk qeiϕj pkqt ,

para j  1, 2, assim, |ηppk, tq|  |ηp0pkq|, @k P Z ou @k P R, @t P R. Logo,


}ηp, tq}s  }η0}s , @t P R. (3.16)

Como a solução do problema de Cauchy é dada por

η px, tq  S ptqη0 pxq,

então a igualdade (3.16) indica que tS ptqutPR deve ser um grupo unitário.
Dessa forma, para mostrar que A1 é gerador de um grupo unitário usa-se o
teorema de Stone 2.2.8.
Para garantir isso, primeiramente, mostra-se no próximo lema uma limi-
tação inferior para Apk q.
?
Lema 3.2.1. Apkq ¥ Apkq ¥ pb 2 aq |k| ¥ b |k|, @k P R.
Demonstração: ?
Para demonstrar a desigualdade Apk q ¥ pb 2 aq |k |, encontra-se a reta
tangente a Apk q e que passa pela origem. Dessa forma, considera-se o ponto
 1
k0 , Apk0 q que pertence à reta que passa pela origem e tem inclinação A pk0 q.
37

Se k ¡ 0, então A1pkq  b 2ak e a reta tangente r é:


1
r : y pk q  A pk0 qk,

r : y pk q  p b 2ak0 qk,

como k0 , Apk0 q P r, então
1 bk0 ak02bk0 2ak02
ak021
k0   ? ,
1
a
?a
mas como k0 ¡ 0, então k0  ?1a  a
. Portanto,
?
r : y pk q  pb 2 aqk, @k ¡ 0.
Agora se k   0, então A1pkq  pb 2ak q e a reta tangente é:
1
r : y pk q  A pk0 qk,

r : y pk q  pb 2ak0 qk,



como k0 , Apk0 q P r, então
1  bk0 ak02   bk0 2ak02
ak02 1
k0   ? ,
1
a
?
e sendo k0   0, temos k0   ?1a   aa . Portanto,
?
r : y pk q  pb  2 aqk, @k   0,

isto é, ?
r : y pk q  p b 2 aqpk q, @k   0.
Assim, ?
r : y pk q  pb 2 aq | k | , @ k P R.
2
Além disso, como A pk q  2a ¡ 0, então Apk q tem concavidade para cima
para todo k , e portanto, a reta tangente está abaixo da curva. Dessa forma,
38

segue que:
?
Apk q ¥ Apk q  1 b |k |
¥ pb 2 aq |k| , @k P R.
ak 2
?
Finalmente, como pb 2 aq |k | ¥ b |k |, @k P R, conclui-se que:
?
Apk q ¥ Apk q  1 b |k | ak 2 ¥ pb 2 aq |k | ¥ b |k | , @k P R.

Desigualdade para A
35

1+bkcoth(kh)+ak 2
1+b|k|+ak2
30
y=(b+2sqrt(a))k
y=bk

25

20

15

10

0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10

Figura 3.2: Comportamento das funções Apk q e Apk q.

Nota-se que o lema 3.2.1 pode ser aplicado tanto para o caso não perió-
dico (k P R) quanto para o caso periódico (k P?Z). A Figura 3.2 ilustra a
desigualdade do lema 3.2.1, para a  0, 25, b  a e h  1. Além disso, do
lema 3.2.1 segue que

|ϕ2pkq| ¤ |ϕ1pkq| ¤ b 1
? .
2 a
(3.17)

Agora, mostra-se as hipóteses do teorema de Stone.

1. A1 é densamente denido:

DpA1 q  tf P H s; A1f P H su .
39

Nota-se inicialmente que DpA1 q  H s . De fato, se f P H s, da desigual-


dade (3.17) segue que:
»8  2
}A1f } 
2
s p1 k 2 s
q y 
pq
A1 f k  dk
8
»8  
 p1 k 2 s
q |ϕj pkq| p q 2  p 2
f k  dk
8 »8  
¤ 1
? p1 k q pq
2 s  p 2
f k  dk
pb 2 aq
2
8
 1
? }f }2s   8,
pb 2 aq
2

para j  1, 2.
Portanto, em ambos os casos, A1 é limitado e contínua. Dessa forma,
se f P H s , então f P DpA1 q. Portanto, DpA1 q  H s , em particular, A1
é densamente denido e é um operador contínuo.

2. A1  A1:
Para mostrar essa igualdade é necessário vericar apenas que A1 é anti-
simétrico. De fato, sejam f, g P DpA1 q  H s , então
»8
xA1f, gys  p1 k 2 qs A
y ppk qdk
1 f pk qg
8
»8
 p1 k 2 qs piϕj pk qqfppk qgppk qdk
8
» 8
 p1 k 2 qs fppk qpiϕj pk qqgppk qdk
8
»8
  p1 k2qsfppkqAy
1 g pk qdk
8
  xf, A1gys ,
para j  1, 2. Assim, A1 é anti-simétrico.
Nessas condições, pelo teorema de Stone, 2.2.8, A1 é gerador de um grupo
de classe C0 unitário. Portanto, do teorema 2.2.9 segue que:
Teorema 3.2.2. Sejam s P R e η0 P H s , então o problema de Cauchy
$
& η P C pR, H sq ,
ηt ηx  bLrηxt s  aηxxt  0 em H s ,
η px, 0q  η0 pxq P H s ,
%
40

tem uma única solução η e ainda, η P C 1 pR, H s q, onde a solução é da forma


η px, tq  S ptqη0 pxq.

Além disso, como ηpt pk, tq  iϕj pk qηppk, tq, tem-se ηppk, tq  ηp0 pk qeiϕj pkqt ,
logo _ _
η px, tq  ηp0 pk qeiϕj pkqt  η0 pxq  eiϕj pkqt .
_
ptqpkq  eiϕj pkqt.
Assim, S ptqη0 pxq  η0 pxq  eiϕj pkqt , portanto, Sy
Na Tabela 3.2 verica-se o resumo das equações apresentadas neste capí-
tulo com a expressão da sua solução.

Equação Expressão da solução Expressão do multipli-


cador
ηt ηx  bHrη sxx  η px, tq  η0 pxq  φ1 pk q  k bk |k |
_
aηxxx  0 eiφ1 pkqt ak 3 , k P R, t P R
ηt ηx  bT rη sxx  η px, tq  η0 pxq  φ2 pk q  k
_
aηxxx  0 eiφ2 pkqt bk 2 cothphk q ak 3 ,
k P R, t P R
ηt ηx  bHrη sxt  η px, tq  η0 pxq  ϕ1 pk q  1 b|kk| ak2 , k P
_
aηxxt  0 eiϕ1 pkqt R, t P R
ηt ηx  bT rη sxt  η px, tq  η0 pxq  ϕ2 pk q 
_
aηxxt  0 eiϕ2 pkqt k
1 bk cothphkq ak2
, k P R ,
tPR

Tabela 3.1: Resumo da família de equações de Benjamin linearizada com


suas respectivas soluções.
Capítulo 4
Boa colocação da família de
Equações de Benjamin
regularizada

A família de equações de Benjamin regularizada (RILW-Benjamin) é dada


por:
 
ηt ηx  αηηx  bL η xt  aηxxt  0,
3
(4.1)
2
onde L  H com H p  i sgnpk q (Transformada de Hilbert) ou L  T com
Tp  i cothphk q, h ¡ 0 (Transformada de Hilbert na faixa), para todo k P R,
k  0 no caso não periódico (ou k P Z, no caso periódico). Os parâmetros
?
α, a, b são positivos, a relação entre ?
os parâmetros
de a enquanto b é da ordem de a, com b   2 a.
é: α é da mesma ordem

Neste capítulo será estudada a boa colocação das equações de Benjamin


numa versão regularizada a partir de duas abordagens, uma direta baseada
em [22, 23] e a outra pela teoria de semigrupos baseada em [7, 13, 20, 21, 22,
23]. A boa colocação local será garantida para s ¡ 12 pela abordagem direta
enquanto que pela teoria de semigrupos será mostrada que vale para s ¥ 0.
Além disso, tanto pela teoria de semigrupos quanto pela abordagem direta
será possível mostrar que o problema é globalmente bem posto para s ¡ 1,
sendo que as estratégias das demonstrações são bem semelhantes. Por outro
lado, será possível mostrar a boa colocação global para 0 ¤ s ¤ 1, com s  12
utilizando uma estratégia de demonstração diferente, utilizando a teoria de
semigrupos, baseado em [7].

41
42

4.1 Boa colocação local - abordagem direta

Nesta seção será feito o estudo da boa colocação local do problema de Cauchy,
baseado em [23]. Dessa forma, considera-se o problema de Cauchy:

ηt  Gη.
Para encontrar o operador G, escolhe-se inicialmente L  H. Da equação
(4.1) tem-se que:



1  bH rBx s  aB  ηx  α pη 2 qx ,
2 3
x ηt
4

aplicando a Transformada de Fourier em relação a variável x, segue que





1  bpik qpi sgnpk qq  apik q  ik ηp  α pη 2 q ,
2 3 y
ηpt
4



b |k |  ik ηp  αpη 2 q .
2 3 y
1 ak ηpt
4
Dene-se como na seção 3.2, Apk q  1 b |k | ak 2 . Portanto,


ηpt pk, tq   ηp  αpη 2 q pk, tq.


ik 3 y
Apk q 4

Sendo assim, 

Gη px, tq  M η αpη 2 q px, tq,


3
4
yη pk, tq  mpk qηppk, tq, onde mpk q   ik e Apk q  1
tal que M b |k | ak 2 .
Ap k q
Analogamente, considera-se L  T na equação (4.1) assim:



1  bT rBxs  aBx  ηx  αpη 2 qx .
2 3
ηt
4

Aplicando Transformada de Fourier em relação a variável x, segue que





1  bpik qpi cothphk qq  apik q  ik ηp  α pη 2 q ,
2 3 y
ηpt
4



bk cothphk q  ik ηp  αpη 2 q .
2 3 y
1 ak ηpt
4
43

Dene-se, como na seção 3.2, Apk q  1 bk cothphk q ak 2 , h ¡ 0. Desta


forma, 

ηpt pk, tq   ηp  αpη 2 q pk, tq.


ik 3 y
Apk q 4
Portanto, considera-se


Gη px, tq  M η αpη 2 q px, tq,


3
4

y
tal que M η pk, tq  mpk qηppk, tq, onde mpk q   ik
e Apk q  1 b cothphk q
pq
A k
ak .
2

Lema 4.1.1. Seja A  A ou A  A, G  G ou G  G e M  M ou M  M ,


então o operador M é limitado, isto é, M P LpH s q e }M f }s   b 21?a }f }s ,
por consequência, M é um operador contínuo.
Demonstração: Se f P H s, então }f }2s   8 e do lema 3.2.1 segue que
»8  2
}M f } 
2
s p1 k 2 qs M
y f pk q dk

8
»8
k 2  p 2
 p1 k q
2 s
f pk q dk
8
»8
pApkqq2  
 
k2
¤ p1 k 2 qs ? p
 p 2
 f k q dk
8 pb 2 aq2 k2
 pb 1
? }f }2s
2 aq2
  8.
Dessa forma, segue que M P LpH sq, }M f }s ¤ b 1? }f }s e M é um operador
2 a
contínuo.

Lema 4.1.2. Seja s ¡ 12 . Se η P H s , então Gη P H s .


Demonstração: Desde que s ¡ 21 , tem-se que H s é uma álgebra de Banach,
pelo teorema 2.1.6, e então η  3α
4
η 2 P H s . Pelo lema 4.1.1, obtém-se que


Gη M η
3α 2
4
η P H s.

Para garantir a boa colocação local do problema de Cauchy considera-se


a denição dada em [14], a saber,
44

Denição 4.1.3. Sejam X , Y dois espaços de Banach e F : Y ÑX uma


função contínua. O problema de Cauchy
"
ηt ptq  F pη ptqq em X,
(4.2)
η p0q  φ P Y,

é localmente bem posto em Y se e somente se

(i) Existe T ¡ 0 e η P C prT, T s , Y q tal que η p0q  φ e a equação diferencial


é satisfeita no sentido
 
η t
lim 
p hq  η ptq 
 p p qq  0.
F η t  (4.3)
hÑ0 h X

(ii) O problema (4.2) tem no máximo uma solução em C prT, T s , Y q.

(iii) A aplicação φ ÞÑ η é contínua, isto é, dado pφn qnPN € Y tal que φn Ñ φ


Y

e η  P C prT  , T  s , Y q, onde η  é a solução com a condição inicial φ ,


então, para n sucientemente grande, cada solução ηn correspondente
ao dado φn pode ser denida no intervalo rT  , T  s e

n
lim sup
Ñ8 rT  ,T  s
}ηnptq  ηptq}Y  0.

Na sequência será provada a boa colocação local da família de equações de


Benjamin seguindo o mesmo roteiro apresentado em [23], a diferença acontece
na equação, porque neste caso aparece o operador da transformada de Hilbert
na faixa ou o operador da transformada de Hilbert, além do termo ηxxt .
Dessa forma, considera-se o problema de Cauchy da equação RILW-
Benjamin:
$
& η P C prT, T s , H sq ,  
ηt ηx  32 αηηx  bL η xt  aηxxt  0 em H s , (4.4)
η px, 0q  η0 pxq P H s .
%

Teorema 4.1.4. Existe T ¡ 0 e η P C prT, T s , H s q, para s ¡ 1


, que
satisfaz a equação diferencial no sentido de (4.3) e ηpx, 0q  η0 .
2

Demonstração: Da equação
 
ηx  αηηx  bL η xt  aηxxt  0,
3
ηt
2
45

tem-se que 

ηt  Gη  M η
3 2
4
αη ,

integrando de zero a t segue que


»t 

η px, tq  η px, 0q  η px, τ q  αη px, τ q dτ,


3 2
M
0 4

donde »t 

η px, tq  η0 pxq  αη px, τ q  η px, τ q dτ.


3 2
M (4.5)
0 4
É preciso mostrar que essa solução existe, isto é, a solução do problema
integral (4.5) existe.
Para aplicar o teorema do ponto xo de Banach, considera-se

P C prT, T s , H sq ; dpv, Φq ¤ Ru .
Λ  ΛpT, R, η0 q  tv

Como Λ é um subconjunto fechado de C prT, T s, H s q que é um espaço com-


pleto, [23], então Λ é espaço métrico completo para todo R ¡ 0 e T ¡ 0.
Aqui Φ : rT, T s Ñ H s é o caminho constante Φptq  η0 e para u, v P Λ,

dpu, v q  sup t}up, tq  v p, tq}s u .


tPrT,T s
Considera-se:
J: Λ Ñ Λ
v ÞÑ Jv : rT, T s Ñ H s,
denido por
»t 

Jv px, tq  η0 pxq  αη px, τ q  η px, τ q dτ.


3 2
M
0 4

Existe T1 ¡ 0 tal que para todo T   T1 o operador J está bem denido. De


fato, se v P Λ, então
» t 

 
}Jvp, tq  η0}s   M 3 αv 2 , τ
 4
p q  p q
v , τ dτ 
0
» t  
 s 
   
¤  M 3 αv 2 , τ
  4
p q  p q
v , τ  dτ  (4.6)
0 s
46

» 

 t 3  2  
¤b 1
? 

2 a 0 4
α v p, τ qs }v p, τ q}s dτ  (4.7)
» t 

 
¤b 1
? 
2 a 0 4
3
αC s } v p , τ q}2
s }v p , τ q} s dτ 
 (4.8)
» t 

 
b 1
? 
2 a 0 4
3
αC s } v p , τ q}s 1 } v p , τ q}s dτ 
 (4.9)
» t 

 
¤b 1
? 

2 a 0
pR }η0 }s q
3
4
αCs pR }η0 }s q 1 dτ  (4.10)


¤b 1
? T pR }η0}sq 4 αCs pR }η0}sq 1 .
2 a
3
(4.11)

Para obter a desigualdade (4.7) a partir da desigualdade (4.6) foi utilizado


o lema 4.1.1. Na desigualdade (4.8), Cs é uma constante positiva tal que
}vp, τ qvp, τ q}s ¤ Cs }vp, τ q}s }vp, τ q}s, pois s ¡ 12 . A partir da desigualdade
(4.9), a desigualdade (4.10) segue do fato de que }v p, τ q}s ¤ }v p, τ q  η0 }s
}η0}s ¤ R }η0}s e a desigualdade(4.11) segue do
fato de que t P rT, T s.
Fixado T1  pb ?
2 aq R }Rη0 } , para todo T   T1, vale
pR }η } q
1
3
s 4
αCs 0 s 1
que
}Jvp, tq  η0}s   R.
Portanto,
dpJv, η0 q  sup t}Jvp, tq  η0}su ¤ R,
tPrT,T s
logo Jv p, tq P H s , @t P rT, T s.
Falta mostrar que Jv é contínua em C prT, T s , H s q. De fato, se t, r
tP
rT, T s, então, pelas mesmas desigualdades utilizadas anteriormente
» t 

   
p q  p q 
Jv , t t s
Jv , r  M 3 αv 2 , τ
 r 4
p q  vp, τ q dτ 
t


 
¤b 1
?
2 a
t pR
t  r }η0}sq 3
4
αCs pR }η0}sq 1 .

   
Assim, se t  r t Ñ 0, então Jv p, tq  Jv p, r
tqs Ñ 0. Portanto, Jv P
C prT, T s , H q e Jv P Λ, @v P Λ.
s

Além disso, existe T2 ¡ 0 tal que para todo T   T2 , J : Λ Ñ Λ é uma


47

contração. Com efeito, se u, v P Λ, então


} Jup, tq  Jvp, tq}s ¤ 
» 


 t  
 M 3 αu2 p, τ q  up, τ q  M 3 αv 2 p, τ q  v p, τ q  dτ 
  4 4 
0
» t  s 
 3   
¤b 1
2
?   α u2 , τ

a 0 4  p q  p q  p p q  p qq
v2 , τ u ,τ v , τ  dτ 
» t  s


   
¤b 1
2
? 
a 0 4
3
α p q  p q
u2 , τ v 2
, τ 
s
u ,} p q  p q}
τ v , τ s dτ 

» t 

 
¤b 1
2
? 

a 0
} p q  p q}
u ,τ v ,τ s
3
4
αCs u , τ } p q p q}
v , τ s 1 dτ 
» t 

 
¤b 1
2
? a 0
p q
 d u, v 3
4
αC s p
2R 2 η } }q
0 s 1 dτ 



¤ dpu, vq b 1
?
2 a
3
2
αCs pR }η0}sq 1 T,

p, τ q}s ¤ Cs }vp, τ q}s }vp, τ q}s,


onde Cs é uma constante positiva tal que }v p, τ qv?
pois s ¡ 2 . Dessa forma, a escolha T2  pb 2 aq 3 αC R 1}η } 1 , garante
p q
1

  T2,
2 s 0 s

que para todo T




}Jup, tq  Jvp, tq}s ¤dpu, vq b 1


?
2 a
3
2
αCs pR }η0}sq 1
T
T2
T2

qT dpu, vq,


onde qT  TT P r0, 1q. Assim, para todo T   T2,
2

sup }Jup, tq  Jv p, tq}s ¤ qT sup }up, tq  v p, tq}s .


PrT,T s
t PrT,T s
t

Considera-se 0   T   min tT1 , T2 u, logo J : Λ Ñ Λ está bem denida e


é uma contração. Pelo teorema do ponto xo de Banach, existe uma única
função η P Λ tal que Jη  η . Isto é, existe η P C prT, T s , H s q, com s ¡ 21 ,
solução do problema integral (4.5) e consequentemente uma solução forte do
problema original. Observa-se que a unicidade fornecida pelo teorema do
ponto xo de Banach só é válida em Λ.
Para nalizar a demonstração, η deve satisfazer o limite (4.3). De fato,
 
lim 
p
η , t hq  η p, tq
 p p qq 

G η , t 
hÑ0 h s
48

 »t 


1 h 
 lim 
hÑ0 h
M
4
αη p, τ q  η p, τ q dτ
3 2
M αη p, tq  η p, tq 
3 2
4
 0,
t s

pelo teorema do valor médio, desde que o integrando não depende de t e a


função no integrando é contínua em H s , pois o operador M é contínuo.

Teorema 4.1.5. O problema (4.4) tem no máximo uma solução em H s ,


onde s ¡ 12 .
Demonstração: Consideram-se duas soluções ηi P C prTi , Ti s , H s q, i 
1, 2 para o problema (4.4) com dados η0i , i  1, 2, respectivamente. Então,
»t 

ηi px, tq   αη px, τ q  ηi px, τ q dτ.


3 2
η0i M
0 4 i

Assim,

}»η1p, tq η2p, tq}s  }η01  η02}s ¤


 
 t   
 M 3 α η 2 p, τ q  η 2 p, τ q  pη1 p, τ q  η1 p, τ qq  dτ 
  4 1 2 
0 » t  s

 
¤b 1? 
2 a
} p
η1 , τ q  η2p, τ q}s 34 αCs }η1p, τ q η2p, τ q}s 1 dτ 
»0t  

  1  2 
¤b 1? 
2 a
} p
η1 , τ q  η2p, τ q}s 4 αCs 2R η0 s η0 s 1 dτ  ,
3 r    
0

@t P rTr, Trs, onde Tr  min tT1, T2u, Cs é uma constante positiva tal que
}vp, τ qvp, τ q}s ¤ Cs }vp, τ q}s }vp, τ q}s, pois s ¡ 21 e
$ ,
&     .
r  max
R sup p q 
η1 , t η01 s , sup p q 
η2 , t η02 s .
%tP
rTr,Trs PrTr,Trs
t
-

Portanto,

}η1p, tq  η2p, tq}s» ¤ 


 t 
¤ }η0  η0 }s β  }η1p, τ q  η2p, τ q}s dτ  ,
1 2 r 
0
 
onde βr  1
b 2 a
? 3
4
αCs r
2R }η01}s }η02}s 1 .
49

Pela desigualdade de Gronwall, teorema 2.1.9, tem-se que:


 » t 

 1   
}η1p, tq  η2p, tq}s ¤ η
0  exp βr  dτ 
η02 s
0
  
 η01  2 r||
η0 s exp β t .

Em particular, se η01  η02 , então η1  η2 . Portanto, a solução do problema


(4.4) é única em C prT, T s , H s q, com s ¡ 21 .

Teorema 4.1.6. A aplicação η0 ÞÑ η é contínua, isto é, dado pη0n qnPN €


H s tal que η0n Ñ η0 e η  P C prT, T s , H s q, onde η  é a solução com a
Hs

condição inicial η0 , então, para n sucientemente grande, cada solução ηn


correspondente a η0n pode ser denida no intervalo rT  , T  s e a sequência
tηnunPN satisfaz:
n
lim sup
Ñ8 rT  ,T  s
}ηnp, tq  ηp, tq}s  0,
com s ¡ 21 .
Demonstração: Seja Tn  min tTn , T  u, n P N, onde Tn ¡ 0 é tal que
pTn, Tnq é o maior
 intervalo simétrico cuja solução ηn está denida. Então
para t P Tn , Tn , segue que

}ηnp, tq  ηp, tq}s ¤


¤ }η0n »η0}s 

 t  
1? 
b 2 a
}ηnp, τ q  η p, τ q}s 34 αCs }ηnp, τ q η  p, τ q}
s 1 dτ  ,
0

logo

}ηnp, tq  η p, tq}s  }η0n  η0}s


»
 t
¤ b 2?a  }ηnp, τ q  ηp, τ q}s
1
 0



αCs }ηn p, τ q  η  p, τ q}s αCs }η  p, τ q}s
3 3
1 dτ 
4 2
» t 

¤ b 12?a  34 αCs }ηnp, τ q  ηp, τ q}2s
 0

 
  
1 }ηn p, τ q  η p, τ q}s dτ 
3
αCs R
2
50

» t 
   
 
 C0 ηn , τ } p q  ηp, τ q}s C1 }ηn p, τ q  η  p, τ q}2s dτ  ,
0

onde R  sup }ηp, tq}s, C0  b 21?a 32 αCsR 1 , C1  b 21?a 34 αCs
tPrT  ,T  s
e Cs é uma constante positiva tal que }v p, τ qv p, τ q}s ¤ Cs }v p, τ q}s }v p, τ q}s ,
pois s ¡ 21 .
Dene-se
» t   
   
Ψn ptq  } η0n  η}0 s

 } p
C0 ηn , τ q  ηp, τ q} s C1 ηp , τ q  ηp, τ q2s dτ  .
0

Assim,

}ηnp, tq  ηp, tq}s ¤ Ψnptq  


»
 t    
 }η0  η0 }s  C0 }ηnp, τ q  ηp, τ q}s
n   
C1 ηp , τ q  ηp, τ q2s dτ  .
0

Derivando Ψn ptq em relação a t segue que para t  0,

|Ψ1nptq| C0 }ηnp, tq  ηp, tq}s C1 }ηn p, tq  η  p, tq}2s


¤C0Ψnptq C1Ψ2nptq
C0 Ψ1n t
| p q|
e Ψn p0q  }η0n  η0 }s . Portanto, pq pq
C0 Ψn t C1 Ψ2n t
¤ C0. Integrando de zero a t
obtem-se:
»t
C0 Ψ1n pτ q
dτ ¤ C0 |t|
0 C0 Ψn pτ q C1 Ψ2n pτ q
»t
C0 C1 Ψn pτ q C02 Ψ1n pτ q
dτ ¤ C0 |t|
0 C0 Ψn pτ q pC0 C1 Ψn pτ qq2
»t
C02 Ψ1n pτ q
2 dτ ¤ C0 |t|
1
C0 Ψn pτ q
0 C C Ψ pτ q pC0 C 1 Ψn pτ qq
0 n 1



C0 Ψn ptq C0 Ψn p0q
ln
C0 C1 Ψn ptq
 ln
C0 C1 Ψn p0q
¤ C0 |t|


C0 Ψn ptq C0 C1 }η0n  η0 }s


ln
C0 C1 Ψn ptq C0 }η0n  η0 }s
¤ C0 |t|
C0 C1 }η0n  η0 }s
Ψn ptq ¤ eC0 |t|
pC0 C1Ψnptqq }η0  η0 }s
n 

Ψn ptq ¤ pC0 C1 Ψn ptqq


}η0n  η0}s eC0|t|
C0 C1 }η0n  η0 }s
51

 
C1 }η0n  η0 }s eC0 |t|
¤ C C0 C}η0}ηn η0 }ηs}
n 
Ψn ptq 1  eC0 |t|
C0 C1 }η0n  η0 }s 0 1 0 0 s
  
Ψn ptq
C0 C1 η0n }  η0}s 1  eC0|t| ¤ C } C}ηη0n}s eη} .
C0 η0n C |t| 0

C0 C1 }η n  η  }
0 0 s 0 1 0 0 s

Disto segue que,

C0 }η0n  η0 }s eC0 |t|


}ηnp, tq  ηp, tq}s ¤ Ψnptq ¤ C C1 }η0n  η0 }s p1  eC0 |t| q
. (4.12)
0

Para que a desigualdade (4.12) seja válida deve-se ter



C0 C1 }η0n  η0 }s 1  eC0 |t| ¡ 0,
isto é,
1  eC0 |t| ¡  C }ηnC0 η} ,
1 0 0 s

C |t|
}η  η  } ¡ e ,
C0
1 n
0

C1 0 0 s
 }

}  C0 C1 η0n η0 s
¡ C0 |t| ,
ln
}  } C1 η0n η0 s


C0 C1 }η0n  η0 }s
|t|   C ln C }ηn  η}
1
.
0 1 0 0 s

Assim, a desigualdade

(4.12)

vale para todo t P Tn , Tn X pTn , Tn q, onde


C C }η η  }
Tn  C1 ln
n
0 1

0 C }η η  } n. 0 0 s
1 0 0
nÑ8
s

Desde que }η0n  η0 }s ÝÑ 0 e escolhe-se n sucientemente grande,  então


Tn ¡ T  , e assim, a desigualdade (4.12) vale para todo t P Tn , Tn . Além
disso, se Tn ¤ T  , logo Tn  Tn , e

}ηnp, tq}s ¤ }ηnp, tq  ηp, tq}s }ηp, tq}s , @t P pTn, Tnq .


Portanto, }ηn p, tq}s é limitado em pTn , Tn q, o que contradiz a maximalidade
de Tn . Assim, Tn ¡ T  para n sucientemente grande e a estimativa (4.12)
é válida @t P rT  , T  s e ainda,

lim sup }ηn p, tq  η  p, tq}s  0.


nÑ8   rT ,T s
52

Logo, dos teoremas 4.1.4, 4.1.5 e 4.1.6 vale o teorema:

Teorema 4.1.7. Seja s ¡ 21 e η0 P H s , então existe T  T ps, }η0}sq ¡ 0 tal


que o problema de Cauchy não linear
$
& η P C prT, T s , H sq
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s
η px, 0q  η0 pxq P H s
%

é localmente bem posto no sentido da denição 4.1.3.

4.2 Boa colocação local a partir da teoria de


semigrupos

Nesta seção será feito o estudo da boa colocação local a partir da teoria de
semigrupos baseado em [7, 13, 20, 21, 23]. Para tal, considera-se a equação
dada em (4.1),

p1  L rBxs  aBxxq ηt  34 α η2 x
 ηx . (4.13)

Caso L  H, como H p  i sgnpk q, calculando a Transformada de Fourier


na variável x da expressão (4.13) segue que



1  bpik qi sgnpk q  apik q  ik αη  ηp ,
2 3 p2
ηpt
4

logo 

ηpt  1 ik
b |k | ak 2
ηp 
3 p2
4
αη .

Da denição 3.13 segue que ϕ1 pk q  Apkkq 1 ||


k
b k ak2
, logo


ηpt pk, tq  iϕ1 pk q ηp  pk, tq.


3 p2
αη (4.14)
4

Caso L  T , como Tp  i cothphk q, h ¡ 0, calculando a Transformada de


Fourier na variável x da expressão (4.13), segue que



1  bpik qi cothphk q  apik q  ik αη  ηp ,
2 3 p2
ηpt
4
53

logo 

ηpt  1 ik
bk cothphk q ak 2
ηp 
3 p2
4
αη .

De acordo com a denição 3.13, ϕ2 pk q  k


1 k
p q , logo
A k pq bk coth hk ak2

ηpt pk, tq  iϕ2 pk q ηp  pk, tq.


3 p2
αη (4.15)
4

Portanto, em ambos os casos segue das equações (4.14) e (4.15) que:




ηt px, tq  iϕj pDx q η  px, tq,


3 2
αη (4.16)
4

onde ϕ{ ppk, tq, para j  1, 2.


j pDx qη pk, tq  ϕj pk qη
Nos dois lemas a seguir são provadas duas desigualdades necessárias para
obter a boa colocação local. O terceiro lema será utilizado para a demons-
tração global.

Lema 4.2.1. Para s ¥ 0, existe C s ¡ 0 tal que


p1 k 2 qs{2 ¤ C s p1 k12 qs{2 p1
pk  k1q2qs{2. (4.17)

Demonstração: De fato, sejam a, b P R logo pa bq2  a2 2ab b2 e como


pa  bq2  a2  2ab b2 ¥ 0, então 2ab ¤ a2 b2. Portanto, pa bq2 ¤ 2a2 2b2
e ainda,

1 pa bq2
¤ 1 2a2 2b2   2 2a2 2b2
  2 2a2 2b2 2a2b2  2p1 a2 b2 a2 b 2 q
 2p1 a2qp1 b2q.
Portanto, se a  k  k1 e b  k1 , segue que
 
1 k 2  1 rpk  k1 q k1 s2 ¤ 2 1 pk  k1 q2 1 k12 .

Como s ¥ 0, então
s{2 s{2
p1 k 2 qs{2 ¤ 2s{2 1 k12 1 pk  k1q2 ,

isto é, a desigualdade (4.17) é verdadeira para C s 2s{2.


Lema 4.2.2. Sejam up, tq, vp, tq P H s , s ¥ 0, t P I , intervalo não vazio.
54

Então existe uma constante Cs  C psq ¡ 0 tal que


}ϕj pDxqpuvqp, tq}s ¤ Cs }up, tq}s }vp, tq}s ,
@t P I e j  1, 2.
Demonstração: Nota-se que
? »8
p qp qp q  ϕj pkqpuxvqpkq 
ϕj {
Dx uv k 2πϕj pk q ppk1 qv
u ppk  k1 qdk1 ,
8
para j  1, 2.
Dene-se up1 pk q  p1 k 2 qs{2 uppk q P L2 pRq e vp1 pk q  p1 k 2 qs{2 v
ppk q P
L pRq, pois u, v P H . Logo, }up1 }L2  }u1 }L2  }u}s e }vp1 }L2  }v1 }L2  }v }s .
2 s

Assim, da desigualdade de Young, teorema 2.1.3, tem-se que up1  vp1 P L8 e


ainda,
}up1  vp1}8 ¤ }up1}L2 }vp1}L2 . (4.18)
Nota-se também que ϕj P L2pRq, para j  1, 2, pois se j  1, então
 2
 
} } 
ϕ1 2L2  k
1 b k ||

ak 2  2 L
»8 2
 a1 ak
b |k |
1
b |k |
dk
8 1
»8
ak 2 1 ak 2

¤a 1 1
b |k |
dk
8 1
»8
ak 2

a 1
 ?a |k |
1
2  dk   8,
8 ?b
2 a
1 b2
4a

pois 1  4a
b2
¡ 0, isto é, 2?b a   1 uma vez que b é da mesma ordem de a, com ?
?
b   2 a. Caso j  2, como |ϕ2 pk q| ¤ |ϕ1 pk q| segue que }ϕ2 }L2 ¤ }ϕ1 }L2   8.
Dessa forma se u, v P H s , então:
»8  2
}ϕj pDxqpuvq}  2
p1 k 2 qs ϕj p{

Dx qpuv qpk q dk

8
s
»8
 2
 p
 1 k 2 qs{2 ϕj pk qpu
x v qpk q dk
»8
8
 2
 |ϕj pkq|2 p1 k 2 qs{2 pu
x v qpk q dk
8
55

p4.17q ? »8
¤ 2πC s |ϕj pkq|2  . . .
8
» 8 2
 
2 s{2


 1 p k 2 qs{2 1
1 k k1 p  q p k1 v
u p qp  q
p k k1 dk1  dk
8
? »8 » 8

2

 2πC s | p q|
2
ϕj k  p q p  q
up1 k1 vp1 k k1 dk1  dk
8 8
? »8
 2πC s |ϕj pkq|2 |up1  vp1pkq|2 dk
8
? »8
¤ 2πC s }up1  vp1 }8 2
|ϕj pkq|2 dk
8 »
p4.18q ? 8
¤ 2πC s }up1}2L }vp1}2L |ϕj pkq|2 dk
2 2

? 8
 2πC s }up1}L }vp1}L }ϕj }2L
2 2
2 2 2

 Ks }u}2s }v}2s ,
?
onde Ks  2πC s }ϕj }2L .
Sendo assim, existe uma constante Cs ¡ 0 tal que
2

}ϕj pDxqpuvqp, tq}s ¤ Cs }up, tq}s }vp, tq}s .

Lema 4.2.3. Sejam up, tq P H s e vp, tq P H r , t P I , I um intervalo não


vazio, onde 21   s ¤ r ou 0 ¤ s   r com r  s ¡ 12 , então ϕj pDx qpuvqp, tq P
H s 1 e existe uma constante C  C psq ¡ 0 tal que

}ϕj pDxqpuvqp, tq}s 1 ¤ C }up, tq}s }vp, tq}r ,


@t P I .
Demonstração:
Inicialmente, nota-se que
»8
k2
p1 k 2 qs 1
p1 b |k | ak q
|p x
u v qpk q|2 dk
8» 2 2
8 2
k4
 k
p1 k 2 qs |pu
x v qpk q|2 dk,
8 p1 b |k | ak 2 q2

k2 k4
como lim
k Ñ8 p1 b |k | ak 2 q2
 1
a2
2 4
e p1 bk|k| kak2 q2 é contínua num compacto
56

rδ, δs, δ ¡ 0. Dessa forma, existe M ¡ 0 tal que


}ϕ1pDxqpuvqp, tq}s 1 ¤ M }puvqp, tq}s , (4.19)

@t P I . Além disso, como |ϕ2pkq| ¤ |ϕ1pkq|, @k P R, tem-se que


}ϕj pDxqpuvqp, tq}2s 1 ¤ M }puvqp, tq}2s , (4.20)

@t P I e j  1, 2.
Nota-se que se 12   s ¤ r, então pelos teoremas 2.1.5 e 2.1.6, existe uma
constante Ks  K psq ¡ 0 tal que

}ϕj pDxqpuvqp, tq}2s 1 ¤M }puvqp, tq}2s


¤M Ks }up, tq}2s }vp, tq}2s
¤M Ks }up, tq}2s }vp, tq}2r . (4.21)

Além disso, caso 0 ¤ s   r com r  s ¡ 21 , tem-se que

}ϕj pDxqpuvqp, tq}2s 1 ¤ M }puvqp, tq}s


»8
 M p1 k2qs |pvp  upqpkq|2 dk
8
? »8 » 8

2

 2πM p1 k q  vppk1quppk  k1qdk1 dk
2 s
8 8
? »8 » 8 2
¤ 2πM p1 k q 2 s
|vppk1q| |uppk  k1q| dk1 dk
8 8
? » 8 » 8
2 r{2 p1 k 2 qs{2
2
 2πM p1 k1 q |vppk1q| p1 k2qr{2 |uppk  k1q| dk1 dk.
8 8 1
»8
Nota-se que a integral
p 1 k 2 qs
| ppk  k1 q| dk1 é nita pela desigual-
2

8 p1 k1 q
2 r
u
dade (4.17). Dessa forma, pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, teorema
2.1.2, segue que

}ϕj pDxqpuvqp, tq}2s 1 ¤


57

? » 8 » 8 
¤ 2πM p1 q |vppk1q|
k12 r 2
dk1
» 8 8 8 
p1 k 2 qs
|uppk  k1q|2 dk1 dk
8 p1 k12 qr
? »8 »8
p 1 k 2 qs
 2πM }v p, tq}r2
| ppk  k1 q| dk1 dk.
2

8 8 p1 k1 q
2 r
u

Da desigualdade (4.17) existe uma constante C̄s ¡ 0 tal que


}ϕj pDxqpuvqp, tq}2s 1 ¤
? »8 »8
¤ 2πM C̄s }vp, tq}r p1 k2qrs p1 pk  k1q2qs |uppk  k1q|2 dkdk1
2 1
8 1 8
¤ K }vp, tq}r }up, tq}s ,
2 2
(4.22)

@t P I , uma vez que r  s ¡ 21 .


Portanto, das desigualdades 4.21 e 4.22 tem-se que existe uma constante
Cs  C psq tal que

}ϕj pDxqpuvqp, tq}s 1 ¤ Cs }up, tq}s }vp, tq}r ,


se 1
2
  s ¤ r ou 0 ¤ s   r com r  s ¡ 21 .
Agora, considera-se o problema de valor inicial dado por:
"
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0,
η px, 0q  η0 pxq,

ele pode ser escrito como


" 
ηt px, tq  iϕj pDx q η  34 αη 2 px, tq, (4.23)
η px, 0q  η0 pxq,

onde ϕ{ j pDx qη pk, tq  ϕj pk qη


ppk, tq, para j  1, 2.
Do lema 4.2.2 tem-se que se η p, tq P H s para t P I , um intervalo tal que 0 P
I , então ϕj pDx qη 2 P H s , além disso, da expressão (3.15) tem-se que se η p, tq P
H s para t P I , como descrito acima, então A1 η p, tq  iϕj pDx qη p, tq P H s ,
pois A1 : H s Ñ H s . Portanto, ηt p, tq  iϕj pDx q η  43 αη 2 p, tq P H s ,
desde que η p, tq P H s , @t P I .
Além disso, do capítulo 3, tem-se que S ptq  eitϕj pDx q é um grupo unitá-
rio com Sy ptqpkq  eitϕj pkq e φpx, tq  S ptqη0pxq é solução do problema linear
58

associado ao problema (4.23), a saber,


"
φt px, tq  iϕj pDx qφpx, tq,
(4.24)
φpx, 0q  η0 pxq.

Dessa forma, via teoria de semigrupos, [13, 20, 21], o problema (4.23)
pode ser reescrito como a equação integral:
»t
η px, tq  S ptqη0 pxq S pt  t1 qϕj pDx qη 2 px, t1 qdt1 ,
3iα
(4.25)
4 0

para j  1, 2. A equação integral (4.25) pode ser resolvida localmente pelo


argumento do ponto xo no espaço XTs das funções contínuas denidas em
rT, T s com valores em H s, com a norma denida por
}η}X s sup }ηp, tq}s ,
T
tPrT,T s
ou seja, XTs  tf : rT, T s Ñ H s ; f é uma função contínuau.
Do capítulo 3 tem-se que φpx, tq  S ptqη0 pxq é solução do problema (4.24)
e assim é contínua denida em rT, T s com valores em H s . Portanto, S pqη0 P
XTs e ainda, como S ptq é um grupo unitário, }S ptqη0 }s  }η0 }s . Logo, para
todo T ¡ 0 segue que

}S pqη0}X 
s sup }S ptqη0}s  }η0}s .
T
t PrT,T s
Para mostrar a boa colocação local é necessário mostrar duas desigualda-
des. Nota-se que o segundo termo da equação (4.25) é limitado, pois:
 »  » 
 3iα t  3α  t  1 qϕ pD qη 2 p, t1 q dt1 

 4 p
S t  t1qϕj pDxqη2p, t1qdt1 ¤ 4  0
S pt  t j x s 
0 s
» t 
3α    
¤  ϕj pDx qη 2 p, t1 qs dt1  .
4 0

Pelo lema 4.2.2 existe uma constante Cs ¡ 0 tal que:


 »  » 
 3iα t  3α  t 

 4 S t p  t1qϕj pDxqη2p, t1qdt1 ¤ 4
Cs  }η p, t1 q}s dt1 
2

0 0
s
» 
3α  t 1 
¤ 4
Cs  }η }X s dt 
2
T
0
59

» t 
 
 3α
Cs }η }2X s  dt1 
4 T  
0

 3α
4
Cs }η }2X s
T
|t| ,
logo
 » 
 3iα t 

sup  S t p  t1qϕj pDxqη2p, t1qdt1 ¤ 3α Cs }η }2X
s T. (4.26)
PrT,T s
t 4 0 s 4 T

Analogamente, como η 2  ν 2  pη ν qpη  ν q, tem-se que


 » 
 3iα t  

sup  S t p  t1qϕj pDxq η2p, t1q  ν 2p, t1q dt1 ¤
PrT,T s
t 4 0 s

¤ 3α
4
Cs }η  ν }X }η s
T
ν }X s T.
T
(4.27)

Teorema 4.2.4. Sejam s ¥ 0, η0 P H s , então existe T  T ps, }η0}sq ¡ 0 tal


que o problema de Cauchy não linear
$
& η P C prT, T s, H sq
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s
η px, 0q  η0 pxq P H s ,
%

é localmente bem posto no sentido da denição 4.1.3.


Demonstração: Considera-se a equação integral dada por (4.25), a saber,
»t
η px, tq  S ptqη0 pxq S pt  t1 qϕj pDx qη 2 px, t1 qdt1 .
3iα
4 0

Para aplicar o teorema do ponto xo, dene-se

Λ  ΛpT, M q  tv P C prT, T s, H sq ; dpv, 0q ¤ M u ,


onde dpv, 0q  }v }X s  sup }vp, tq}s. Como Λ é um subconjunto fechado
T
t PrT,T s
de C prT, T s, H s q que é um espaço completo, [23], então Λ é espaço métrico
completo para todo M ¡ 0 e T ¡ 0.
Agora, considera-se M  2 }η0 }s e

J: Λ Ñ Λ
v ÞÑ Jv : rT, T s Ñ H s ,
60

denida por
»t
Jv px, tq  S ptqη0 pxq S pt  t1 qϕj pDx qv 2 px, t1 qdt1 .
3iα
(4.28)
4 0

Inicialmente, mostra-se o item (i) da denição 4.1.3. Para tal, existe


T1 ¡ 0 tal que T ¤ T1 o operador J está bem denido. De fato, se v P Λ,
então
 » 
 3iα t 
}Jvp, tq  0}s ¤ }S ptqη0}s 
 4 S t p  t1qϕj pDxqv2p, t1qdt1 ,
0 s

logo da desigualdade (4.26), existe uma constante Cs ¡ 0 tal que


 » 
 3iα t 1 1 1 
}Jv}X ¤ } pq }
s S η0 X s sup   p  q p q p q
S t t ϕj Dx v , t dt 
2
tPrT,T s 4 0
T T
s
 »t 
 3iα 
} }η0 s sup  S t t1 ϕj Dx v 2 , t1 dt1 
p  q p q p q
PrT,T s
t 4 0 s
p4.26q
¤ }η0}s 3α
4
Cs }v }2X s T
T

 M2 3α
4
Cs }v }2X s T
T

¤ M2 3α
4
Cs M 2 T


 M
2
1

2
Cs M T .

Fixado T1  3αC2 M , então para todo T ¤ T1 tem-se que


s

}Jv}X ¤ M2 p1
s
T
1q  M.

t P rT, T s, f p, tq  ϕj pDx qv 2 p, tq e


Além disso, Jv é contínua, pois se t, r
»t
T f p, tq  S ptqη0 pxq 3iα
4
S pt  t1 qf p, t1 qdt1 , então
0

T f p, tq  T f , rt 
61

»t

 S ptqη0  S pt  t1 qf p, t1 qdt1
3iα
S r
t η0
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 0
»t
  
 S ptq  S pt  t1 q  S pr
t  t1 q f p, t1 qdt1
3iα
S r
t η0
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 t
»t
  
 S ptq  S pt  r t  t1 qf p, t1 qdt1
tq  I S pr
3iα
S r
t η0
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 t
»t
 3iα  
 S ptq  S r
t η0 S pt  r
tq  I t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1 .
S pr
4 t

Nota-se que os integrandos não dependem de t, como tS ptqutPR é um grupo


unitário e portanto fortemente contínuo, denição 2.2.2, então
»t
  
S ptq  pq
S r
t η0 Ñ0PH s
e S pt  r
tqI t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr Ñ 0 P H s,
0

quando t Ñ r
t. Dessa forma, segue que no limite para t Ñ r
t tem-se que
 
T f p, tq  T f
, rt  Jvp, tq  Jv , rt Ñ 0 P H s.
Conclui-se então que Jv P C prT, T s, H s q e Jv P Λ, se v P Λ.
Além disso, existe T2 ¡ 0 tal que para todo T   T2 , J : Λ Ñ Λ é uma
contração. De fato, se u, v P Λ, então da desigualdade (4.27), existe uma
constante Cs ¡ 0 tal que
 » 
 3iα t  
}Ju  Jv}X  s

sup  S t p  t1qϕj pDxq u2p, t1q  v2p, t1q dt1
T
PrT,T s
t 4 0 s
p4.27q 3α
¤ 4
Cs }u  v }X s }u
T
v }X s T
T
62


¤ 3α
4
Cs }u  v }X s }u}X s }u}X s T
T T T

¤ 3α
4
Cs 2M }u  v }X s T 
T

2
Cs M }u  v }X s T.
T

Fixado T2  3αC2 M , então para todo T   T2, tem-se que


s

}Ju  Jv}X ¤ 3α
2
Cs M T2 }u  v }X  qT }u  v }X
T
s
T
T
s
T
s
T
,
2

onde qT  TT P r0, 1q.


2

Portanto, considera-se 0   T   min tT1, T2u  3αC2 M  3αC 1}η } ,


s s 0 s
logo escolhe-se T  6αC 1}η } . Assim, J : Λ Ñ Λ está bem denida e é uma
s 0 s
contração. Pelo teorema do ponto xo de Banach, existe uma única função
η P Λ e portanto, η P C prT, T s, H s q, com s ¥ 0, solução do problema
integral (4.25) e consequentemente, uma solução forte do problema original.
Observa-se que a unicidade fornecida pelo teorema do ponto xo de Banach
só é válida em Λ.
Para nalizar a demonstração do item (i) da denição 4.1.3, desde que
F pη p, tqq  iϕj pDx qη p, tq 3iα
4
ϕj pDx qη 2 p, tq tem-se que
 
lim 
p
η , t h η ,q  p q  p p qq 
t 
F η , t 
hÑ0 h s
 »t
 lim  p q  pq
 S t h η0 S t η0 3iα 1 h
S pt h  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1
hÑ0  h 4 h 0
»t 

 3iα S pt  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1 iϕj pDx qη p, tq  ϕj pDx qη 2 p, tq
1 3iα
4 h 0 4 s
 »t
 lim 
p
S t hqη0  S ptqη0 3iα 1 h
S phqS pt  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1
hÑ0 h 4 h 0
»t 

 h1 3iα S pt  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1 iϕj pDx qη p, tq  ϕj pDx qη 2 p, tq
3iα
4 0 4
 »t
s

 lim 
p
S t hqη0  S ptqη0 3iα 1
pS phq  I q S pt  t1qϕj pDxqη2p, t1qdt1
hÑ0 h 4 h 0
h»t
S phqS pt  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1 iϕj pDx qη p, tq
3iα 1
4 h t


 4 ϕj pDxqη p, tq
3iα 2

s
63

 »t
 lim 
p q  I S ptqη
S h 3iα S phq  I
S pt  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1
hÑ0
0
h 4 h 0
»t h
S phqS pt  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1 iϕj pDx qη p, tq
3iα 1
4 h t


 4 ϕj pDxqη p, tq
3iα 2

  s »

 S phq  I 3iα t 1 1 1
 hlim 
Ñ0  h
S ptqη0
4 0
S pt  t qϕj pDx qη p, t qdt
2

»
3iα 1 t h
S ph t  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1 iϕj pDx qη p, tq
4 h t


 4 ϕj pDxqη p, tq
3iα 2

 s
 S phq  I
 hlim 
Ñ0  h
η p, tq iϕj pDx qη p, tq
» 
3iα 1 t h 1 1 1 
S ph t  t qϕj pDx qη p, t qdt  ϕj pDx qη p, tq .
2 3iα 2
4 h t 4 s

Nota-se, pela teoria de semigrupos, pela denição 2.2.4 e pelo teorema 2.2.5,
que
S phq  I hÑ0
η p, tq ÝÑ A1 η p, tq  iϕj pDx qη p, tq,
h
onde A1 é o gerador do grupo tS ptqutPR . Além disso, pelo teorema do valor
médio, tem-se que
 » 
 3iα 1 t h 
S h t t1 ϕj Dx η 2 , t1 dt1
p  q p q p q  ϕj pDx qη 2 p, tq
 3iα
 4 h 4
t s
 » 
 3iα 1 t h  
 
 4 h S h t t1 ϕj Dx η 2 , t1
p  q p q p q  ϕj pDxqη p, tq dt1
2
t
 »t h s
   
¤ 3α  1 S h t t1 ϕj Dx η 2 , t1
p  q p q p q  p q p q ϕj Dx η 2 , t s dt1 
4 h t
 
3α  h   
¤ 4 h
p  q p q p
S h θh h ϕj Dx η 2 , t θh h q  p q p q
ϕj Dx η , t s  ,
2 

onde θh P r0, 1s. Logo,


 » 
 3iα 1 t h 
S ph t  t1 qϕj pDx qη 2 p, t1 qdt1  ϕj pDx qη 2 p, tq
 3iα
 4 h 4
t s
64

 
¤ 3α
4
S ph  θh hqϕj pDx qη 2 p, t θh hq  ϕj pDx qη 2 p, tqs
hÑ0 3α   
ÝÑ 4
S p0qϕj pDx qη 2 p, tq  ϕj pDx qη 2 p, tqs  0,

pois S p0q  I . Portanto,


 
η t
lim 
p hq  η ptq 
 p p qq  0,
F η t 
hÑ0 h s

para s ¥ 0.
Agora será mostrado o item (ii) da denição 4.1.3, isto é, que o pro-
blema (4.23) tem no máximo uma solução no intervalo rT, T s. Para isso,
consideram-se ηi P C prTi , Ti s, H s q, para s ¥ 0, com seus respectivos dados
iniciais η0i , i  1, 2. Logo,
»t
ηi px, tq  S ptq S pt  t1 qϕj pDx qηi2 px, t1 qdt1 .
3iα
η0i
4 0

Assim, pela desigualdade (4.27), no intervalo rTr, Trs, onde Tr  min tT1 , T2 u,
existe uma constante Cs ¡ 0 tal que

}η1p, tq  η2p, tq}s ¤ » t 


  3α   
¤ S ptq η01  η02 s S pt  t1 qϕj pDx q η12 p, t1 q  η22 p, t1 q dt1 
4  0 s

» 
 1  3α  t 
¤ η
0  η02 s Cs  }η1 p, t1 q  η2 p, t1 q}s }η1 p, t1 q η2 p, t1 q}s dt1 
4
»0  
  3α  t 1 1  1  2 1
¤ η01  η02s 4
Cs  }η1 p, t q  η2 p, t q}s 2M €  
η0 s  η0 s dt  ,

0
! )
€
onde M  max }η1p, tq  } η01 XsTr , }η2 p, tq  }
η02 XsTr . Portanto,

}η1p, tq  η2p, tq}s ¤ 


»
 1   t 1 1 1 
¤ η0  η0 s β  }η1p, t q  η2p, t q}s dt  ,
 2 
0

onde β  3α
4
Cs €
2M } }
η01 s } }
η02 s . Pela desigualdade de Gronwall, teo-
65

rema 2.1.9, segue que


 » t 

 1   
}η1p, tq  η2p, tq}s ¤ 0  η η02 s exp β  dt1 
  0
 η01  η02s exp pβ |t|q .
Em particular, se η01  η02 e ambas as soluções estão denidas em rT, T s, en-
tão η1  η2 . Portanto, a solução do problema (4.23) é única em C prT, T s, H s q,
para s ¥ 0.
Finalmente, para mostrar o item (iii) da denição 4.1.3, considera-se
pηn0 qnPN € H s tal que ηn0 Ñ η0 em H s e η  P C prT  , T  s, H s q é solução
com a condição inicial η0 , onde T  ¡ 0. Seja ηn P C ppTn , Tn q , H s q a solu-
ção com condição inicial η0n e Tn  min tTn , T  u, n P N, onde Tn ¡ 0 é tal
que pTn , Tn q é o maior intervalo
 simétrico onde a solução ηn está denida.
Então para t P Tn , Tn segue que da desigualdade (4.27) que existe
uma constate Cs ¡ 0 tal que

}ηnp, tq  ηp, tq}s ¤ }S ptqη0n  S ptqη0}s 


»
3α  t 1  1 1  1 1 
Cs  }ηn p, t q  η p, t q}s }ηn p, t q η p, t q}s dt 
4 0
¤ }S ptq pη0n  η0q}s 
»
3α  t 1  1 1  1  1 1 
Cs  }ηn p, t q  η p, t q}s p}ηn p, t q  η p, t q}s 2 }η p, t q}s q dt  .
4 0

Como tS ptqutPR é um grupo unitário e considerando M   sup }ηp, tq}s,


tPrT  ,T  s
C0 3α2 CsM  e C1  3α4 Cs então,
}ηnp, tq  ηp, tq}s ¤ 
»
 t 
¤ }η0  η0 }s  C0 }ηnp, t1q  ηp, t1q}s
n   C1 }ηn p, t1 q  η  p, t1 q}s dt1  .
2

Dene-se

ψn ptq 
» t  
 
} η0n  η}
0 s

 C0 ηn , t1
} p q  ηp, t1q}
s C1 }ηn p, t1 q  η  p, t1 q}s dt1  .
2

0
66

Derivando ψn ptq em relação a t segue que para t  0,

|ψn1 ptq| C0 }ηnp, tq  ηp, tq}s C1 }ηn p, tq  η  p, tq}2s
¤C0ψnptq C1ψn2 ptq
1 t
| p q|
e ψn p0q  }η0n  η0 }s , logo C0 ψn
pq 2 t
C0 ψn t C1 ψn pq ¤ C0 . Integrando de zero a t
obtem-se:
»t
C0 ψn1 pτ q
dτ ¤ C0 |t|
0 C0 ψn pτ q C1 ψn2 pτ q
»t
C0 C1 ψn pτ q C02 ψn1 pτ q
dτ ¤ C0 |t|
0 C0 ψn pτ q pC0 C1 ψn pτ qq2
»t
C02 ψn1 pτ q
2 dτ ¤ C0 |t|
1
C0 ψn pτ q
0 C C ψ pτ q pC0 C 1 ψn pτ qq
0 n 1



C0 ψn ptq C0 ψn p0q
ln
C0 C1 ψn ptq
 ln
C0 C1 ψn p0q
¤ C0 |t|


C0 ψn ptq C0 C1 }η0n  η0 }s


ln
C0 C1 ψn ptq C0 }η0n  η0 }s
¤ C0 |t|
C0 C1 }η0n  η0 }s C0 |t|
ψn ptq
pC0 C1ψnptqq }η0n  η0}s ¤ e
ψn ptq ¤ pC0 C1 ψn ptqq
}η0n  η0}s eC0|t|
C0 C1 }η0n  η0 }s
 
C1 }η0n  η0 }s eC0 |t| C0 }η0n  η0 }s
ψn ptq 1  ¤ eC0 |t|
C0 C1 }η0n  η0 }s C0 C1 }η0n  η0 }s
 
C1 }η0n  η0 }s 1  eC0 |t|
¤ CC0 }η0C}ηη0n}s eη} .
n  C |t|
ψn ptq
C0 0

C0 C1 }η0n  η0 }s 0 1 0 0 s

Disto segue que,

C0 }η0n  η0 }s eC0 |t|


}ηnp, tq  ηp, tq}s ¤ ψnptq ¤ C C1 }η0n  η0 }s p1  eC0 |t| q
. (4.29)
0

Para que a desigualdade (4.29) seja válida deve-se ter



C0 C1 }η0n  η0 }s 1  eC0 |t| ¡ 0,
isto é,
1  eC0 |t| ¡  C }ηnC0 η} ,
1 0 0 s
67

C |t|
}  η0}s ¡ e ,
C0
1 0

C1 η0n


C0 C1 }η0n  η0 }s
ln
C1 }η0n  η0 }s
¡ C0 |t| ,


C0 C1 }η0n  η0 }s
|t|   C ln C }ηn  η}
1
.
0 1 0 0 s

Assim, a desigualdade

(4.29)

vale para todo t P  Tn , T n X pTn, Tnq, onde


C C }η η  }
Tn  C1 ln
n
0 1

0 C }η η  } n
0
. 0 s
1 0 0
nÑ8
s

Desde que }η0n  η0 }s ÝÑ 0 e escolhe-se n sucientemente grande,  então


Tn ¡ T , e assim, a desigualdade (4.29) vale para todo t P Tn , Tn . Além
 
disso, se Tn ¤ T  , logo Tn  Tn , e

}ηnp, tq}s ¤ }ηnp, tq  ηp, tq}s }ηp, tq}s , @t P pTn, Tnq .


Portanto, }ηn p, tq}s é limitado em pTn , Tn q, o que contradiz a maximalidade
de Tn . Logo, Tn ¡ T  para n sucientemente grande e a estimativa (4.29) é
válida @t P rT  , T  s e ainda,

lim }ηn  η  }X   lim sup }ηn p, tq  η  p, tq}s  0.


nÑ8 nÑ8
s
T  tPrT ,T s
Portanto, a aplicação η0 ÞÝÑ η é contínua. Da denição 4.1.3, segue que
o problema (4.23) é localmente bem posto para s ¥ 0.

4.3 Boa colocação global

Um problema de Cauchy é globalmente bem posto se a denição 4.1.3 é


satisfeita para todo T ¡ 0. Para garantir existência global, é suciente
combinar o Princípio da Extensão com algumas estimativas globais a priori
para a solução na norma H s .
Para garantir a boa colocação global será necessário primeiro, demonstrar
alguns resultados. Para isso, considera-se o problema de valor inicial dado
por: "
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0,
η p0, xq  η0 pxq,
68

ele pode ser escrito como


" 
ηt px, tq  iϕj pDx q η  34 αη 2 px, tq  Gηpx, tq, (4.30)
η px, 0q  η0 pxq,

onde ϕ{j pDx qη pk, tq  ϕj pk qηppk, tq, para j  1, 2, com ϕj pk q denido na


expressão (3.13).
» 8   1
Lema 4.3.1. Considera-se a norma |}f }|1  pq pq  p 2 2
em que A k f k  dk
8
Apk q  Apk q se L  H e Apk q  Apk q se L  T . Então }}1 e |}}|1 são
normas equivalentes.
Demonstração: De fato, se Apk q  Apkq  1 b |k | ak 2 , escolhe-se C2
tal que 0   C2 ¤ min t1, au, então

C2 p1 k 2 q  C2 C2 k 2 ¤1 ak 2
¤1 b |k | ak 2  Apkq.
Logo C2 }f }1 ¤ |}f }|1 .
Agora, considera-se C1 tal que C1 ¡ max ta b, 1 bu, de tal forma que
b2 ¤ 4pC1  aqpC1  1q. Assim,

C1 p1 k 2 q  Apk q  pC1  aqk 2  b |k | C1  1



2
a
?b
2
 C 1  a |k | 
2 C1  a
 4pC b  aq C1  1 ¥ 0,
1

?
 2
pois C1  a |k |  2?Cb1 a ¥ 0, @k P R e como b2 ¤ 4pC1  aqpC1  1q,
segue que  4pCb1 aq C1  1 ¥ 0. Logo, Apk q ¤ C1 p1 k 2 q e portanto,
2

|}f }|1 ¤ C1 }f }1.


De maneira análoga, se Apk q  Apk q  1 bk cothphk q ak 2 , como
|x| ¤ x cothpxq, @x P R, então Apkq ¤ Apkq, assim basta tomar as mesmas
condições para C2 e conclui-se que

C2 p1 k 2 q ¤ Apk q ¤ Apk q.

Portanto, C2 }f }1 ¤ |}f }|1.


69

Além disso,

Apk q  1
b
hk coth hk ak 2
h
¥1 b
h
|hk| ak2
1 b |k | ak 2 .

Considera-se C1 tal que C1 ¡ max ta b, 1 bu de tal forma que


b2 ¤ 4pC1  aq pC1  1q. Portanto,

C1 p1 k 2 q  Apk q ¤ pC1  aqk 2  b |k | C1  1



2
a
?b
2
 C1  a | k | 
2 C1  a
 4pC b  aq C1  1.
1

? 2
Nota-se que C1  a |k |  2?Cb a
1
¥ 0, @k P R e como b2 ¤ 4pC1 
aq pC1  1q, então  4pC aq C1  1 ¥ 0. Logo, C1p1
b2
1
k 2 q  Apk q ¥ 0, isto
é, Apk q ¤ C1 p1 k 2 q e portanto, |}f }|1 ¤ C1 }f }1 .
Lema 4.3.2. Se η satisfaz o problema de Cauchy (4.30) no sentido das dis-
tribuições e η P C prT, T s, H s q com s ¡ 1, então para todo t P rT, T s
tem-se que
|}ηp, tq}|1  |}η0}|1 .

Demonstração: Pela demonstração direta, como η satisfaz o problema


de Cauchy (4.30) no sentido das distribuições e η P C prT, T s, H s q, com
s ¡ 1, então, pelo lema 4.1.2, segue que ηt  iϕj pDx q η  43 αη 2 
Gη P C prT, T s , H s q. Pela teoria de semigrupos, como η satisfaz o pro-
blema de Cauchy (4.30) no sentido das distribuições e η P C prT, T s, H s q,
pelo lema 4.2.2 e do fato  que tS ptqutPR é um grupo unitário, segue que
ηt  iϕj pDx q η  43 αη 2 P C prT, T s , H s q. Portanto, em ambas demons-
trações, tem-se que η P C 1 prT, T s , H s q. Considera-se a sequência

pηnqnPN € C 1 prT, T s , H 8q ,
convergindo para a solução η P C 1 prT, T s , H s q. Dene-se

F : C 1 prT, T s , H s q Ñ C rT, T s , H s2

tal que F pv q  vt vx  23 αvvx  bL rv sxt  avxxt . A função F é contínua,


70

pois é uma soma de funções contínuas, logo

lim F pηn q  F pη q  0, (4.31)


n Ñ8
em C prT, T s , H s2 q.
Se s ¡ 1, então s  2 ¡ 1, logo H s ãÑ H 1 e H s2 ãÑ H 1 , portanto,
}}1 ¤ }}s e }}1 ¤ }}s2. Usando o parêntese de dualidade denido em
2.1.7, e do limite (4.31), tem-se que

|xηn, F pηnqy| ¤ }ηn}1 }F pηnq}1 ¤ }ηn}s }F pηnq}s2 Ñ 0, (4.32)

quando n Ñ 8 em C prT, T s , H s2 q.


Já que todo ηn é suave com relação a x e usando a identidade de Parseval,
segue que
»8
xηn, Bxηny  ηpn pk qBy
x ηn pk qdk
8
»8
 ηn pxqBx ηn pxqdx
8
»8
 Bx pη2npxqq dx  0.
2

8
@ D
De maneira análoga, ηn , Bx pηn q2  0. Assim, calculando a parte real,
denotada por <, de xηn , F pηn qy, tem-se que

2< xηn , F pηn qy  2< xηn , Bt ηn  bL rBxt ηn s  aBxxt ηn y


»8 
2 < ηpn pk qApk qBy
t ηn pk q dk
8
»8 
2 Apk q< ηpn pk qBy
t ηn pk q dk
»8
8
 Apk qBt |ηpn pk q|2 dk
8
 d
dt
|}ηn}|21 .
Integrando de zero a t,
» t 
 
2<  ηn t1 , F ηn t1
x pq p p qqy dt1  |}η
 n p, tq}|21  |}ηnp, 0q}|21 , (4.33)
0

para cada t P rT, T s e fazendo o limite para n Ñ 8, do limite (4.32) e da


71

igualdade (4.33), segue que

|}ηnp, tq}|21  |}ηnp, 0q}|21 Ñ |}ηp, tq}|21  |}η0}|21  0.


Isto é,
|}ηp, tq}|1  |}η0}|1 .

Lema 4.3.3. Se s ¡ 1, ηp, tq P H s e I é um intervalo tal que 0 P I , então


existe uma constante C ¡ 0 tal que
 b 
}ηp, tq}8 ¤ C 1 ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}1 ,

para t P I .
Demonstração: Seguindo a demonstração feita em [3], como η p, tq P H s ,
logo η p, tq é contínua e limitada. Considera-se R ¡ 0 de modo que
8 »
|ηpx, tq| ¤ ?1 |η̂pk, tq| dk
2π 8
»R »
1 |k | p1 |k|qs |η̂pk, tq| dk,
 ?1
|η̂pk, tq| dk ?1
2π R 1 |k | 2π |k|¥R p1 |k|qs
pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, teorema 2.1.2, tem-se que
» R 1{2 » R 1{2
|ηpx, tq| ¤ ?1 1
p1 |k|q |η̂pk, tq|
2 2

R p1 |k|q2 dk dk
2π R

» 1{2 » 1{2
?1 1
p1 |k|q |η̂pk, tq|
2s 2

|k|¥R p1 |k|q2s dk dk .
2π |k|¥R
Nota-se que p1 k q2 ¥1 2k , logo
»R »R
1
2 1
R p 1 |k|q p1 k q2
2
dk dk
0
»R
¤ 2 1 1 2k dk
0
 ln p1 2Rq
72

e
» »8
1
¤2 1
|k|¥R p1 |k|q2s dk R p1 2k qs
dk

 1 1
s  1 p1 2Rqs1
,

pois s ¡ 1. Portanto,
a
|ηpx, tq| ¤ ?1 ln p1 2Rq }η p, tq}1 a
1
b
1
}ηp, tq}s .
2π 2π ps  1q p1 2Rqs1

Disso segue que


a
}ηp, tq}8 ¤ ?1 ln p1 2Rq }η p, tq}1 a
1
b
1
}ηp, tq}s .
2π 2π ps  1q p1 2Rqs1

Escolhe-se R  1
2
p1 }ηp, tq}sq2{ps1q  12 , assim,
}ηp, tq}8c
¤ ?1 s 2 1 ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}1 a
1
}ηp, tq}s }ηp, tq}s
1
2π 2π ps  1q 1
c
¤ ?1 2
s1
ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}1 a
1
2π 2π ps  1q
 b
¤C 1 ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}1 ,
?
@t P I , onde C ¥ ?2πp2s1q ¡ ?2π1ps1q .
»8 »
1d 8
Lema 4.3.4. Se L  H ou L  T , então fx Lrf st dx  fx Lrf sdx,
8 2 dt 8
desde que as integrais façam sentido.
Demonstração: Segundo [22] esse lema é válido para L  T , nesse caso
será provado também para L  H. Inicialmente, tem-se que
»8 »8
Lrf sgdx   Lrg sf dx. (4.34)
8 8
73

»8
De fato, se L  H, então Hrf spxq    f py qdy , disso segue que
1 1
8 x  y
π

»8 » »
1 8 8 1
Hrf sgdx    f py qg pxqdydx
8 π 8 8 x  y
» »8
1 8
π  y 1 x gpxqf pyqdxdy
8 8»8
 Hrg sf dx.
8
»8 

π px  y q
Se L  T , então T rf spxq   1
 coth f py qdy , logo
8
2h
2h
»8 » » 

1 8 8 π px  y q
T rf sgdx    coth f py qg pxqdydx
8 2h 8 8
» »8 
2h

1 8 π py  xq
 2h   coth
1
g pxqf py qdxdy
»8
8 8 2h 2h

 T rg sf dx.
8
Dessa forma, da igualdade (4.34) e pelo teorema 2.1.8 segue que
»8 »8
fx Lrf st dx   Lrf sx ft dx
8 »8
8
 ftx Lrf sdx
8
»8
 fxt Lrf sdx.
8
Portanto,
» » »8
d 8 8
fx Lrf sdx  fxt Lrf sdx fx Lrf st dx
dt 8 8 8
» 8
2 fx Lrf st dx.
8
Isto é, »8 »
1d 8
fx Lrf st dx  fx Lrf sdx.
8 2 dt 8
74

Agora, seguem os teoremas da boa colocação global, inicialmente, será


provado para s ¡ 1.

Teorema 4.3.5. Sejam s ¡ 1 e η0 P H s , então o problema de Cauchy não


linear $
& η P C pR, H q ,
s

ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s,


η px, 0q  η0 pxq P H s ,
%

é globalmente bem posto.


A seguir serão feitas duas demonstrações para esse teorema, a primeira
por uma abordagem direta e a segunda pela teoria de semigrupos.
Demonstração: Para a demonstração por uma abordagem direta, considera-
se a solução local dada por
»t 

η p, tq  η0 pq  αη p, τ q  η p, τ q dτ,


3 2
M
0 4

onde }M f }s ¤b ? }f }s . Portanto,
1
2 a
» t   
 3 2  
}ηp, tq}s ¤ }η0}s b
1
?
2 a
  αη , τ
4 p q  p q
η , τ  dτ  .

0 s

Desde que }η 2 p, tq}s ¤ 2Cs }ηp, tq}s }ηp, tq}8, segundo [17] tem-se que
» t   
 
}ηp, tq}s ¤ }η0}s b
1
?
2 a
 3
4
α2Cs }η p, τ q}s }η p, τ q}8 }ηp, τ q}s dτ 
0

e usando a desigualdade do tipo Brezis-Gallouet do lema 4.3.3, segue que

}ηp, tq}s ¤ } η0}s


»   b
 t
1
?
b 2 a 0
 }ηp, τ q}s 2 αCsC 1 ln p1 }ηp, τ q}sq
3

}ηp, τ q}1q }ηp, τ q}ss dτ | .


Pelo lema 4.3.2 e como }}1 e |}}|1 são equivalentes, existe D ¡ 0 tal que
75

}ηp, tq}1 ¤ D }η0}1, e assim,


}ηp, tq}s ¤ » t 
  b 
¤ }η0}s b 2?a  11 3
2
αCs C 1 ln p1 }ηp, τ q}sqD }η0}1
0
}ηp, τ q}s dτ | 
» b
 t   
¤ }η0}s  C0 C0 1
 ln 1 η ,τ s p } p q} q } p q}
η , τ s dτ 
0
» t  b  
 
¤ }η0}s C0  1 1 ln 1 p } p q} q } p q}
η , τ s η , τ s dτ 
0
» t  b  
 
¤ }η0}s C0  2 ln 1 p } p q} q } p q}
η , τ s η , τ s dτ  ,
0
(
onde C0  b 21?a máx 1, 23 αCs C, 23 αCs CD }η0 }1 .
Dene-se
» t  b  
 
Φptq  }η0 }s C0  2 ln p1 }ηp, τ q}sq } p q}
η , τ s dτ  , (4.35)
0

para todo t P rT, T s. Logo, }η p, tq}s ¤ Φptq. Derivando (4.35), pelo Teo-
rema Fundamental do Cálculo, se t ¥ 0, então
 b 
Φ1 ptq C0 2 ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}s
 a 
¤C0 2 ln p1 Φptqq Φptq
¤C0 r3 ln p1 Φptqqs pΦptq 1q ,
?
pois se x ¥ 0, então x ¤ x 1. Se t   0, então
 b 
Φ1 ptq  C0 2 ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}s ,
logo,
|Φ1ptq| ¤ C0 r3 ln p1 Φptqqs pΦptq 1q ,
assim,

r3 ln p1
1
Φptqqs pΦptq 1q
|Φ1ptq| ¤ C0
donde  
d 
 ln 3
 dt p ln p1 Φptqqq 
 ¤ C0 .
76

Integrando de zero a t, segue que

ln p3 ln p1 ln p1 }η0 }s qq ¤ C0 |t| ,
Φptqqq  ln p3
p p qq
¤ eC0|t|,
3 ln 1 Φ t

3 ln p1 Φptqq ¤ C1 eC0 |t| ,


C1

0 ¤ ln p1 Φptqq ¤ 3 ln p1 Φptqq ¤ C1 eC0 |t| ,


C |t|
Φptq ¤ 1 Φptq ¤ eC1 e 0 ,
}ηp, tq}s ¤ Φptq ¤ eC1eC0|t| ,
onde C1  3 ln p1 }η0 }s q. Como C0 e C1 não dependem de t P rT, T s, isto
prova que }η p, tq}s é limitado para todo intervalo da forma rT, T s, assim,
pelo Princípio da Extensão de [14], a solução pode ser estendida em R.
Demonstração: Para a demonstração pela teoria de semigrupos, a solução
local é dada por
»t
η px, tq  S ptqη0 pxq S pt  t1 qϕj pDx qη 2 px, t1 qdt1 ,
3iα
4 0

para t P rT, T s, logo


» t 
3α    
}ηp, tq}s ¤ }S ptqη0}s 4 
S t p  t1qϕj pDxqη2p, t1qs dt1
0
» t 
3α    
ϕj Dx η 2 , t1  dt1  .
 }η0}s 4 
p q p qs 
0

Pela desigualdade (3.17), segue que


»8  2
 
p q p q 
ϕj Dx η 2 , t 2 p1 k 2 qs ϕj{
pDxqη2pk, tq dk
 
s
8
»8  2
 p1 k q
2 s 
pq p q
p 
ϕj k η k, t  dk
2
8
»8  2
 |ϕj pkq| p1 2
k q
2 s  p2 
p q
η k, t  dk
8 »8  2
¤ pb 1
?
2 aq2
p1 k q
2 s
p q
 p2 
η k, t  dk
8
 2 
 pb 1
?
2 aq2
η , t 2 .
s
p q
Além disso, de [17], como s ¡ 1, então existe uma constante Cs ¡ 0 tal que
77

}η2p, tq}s ¤ 2Cs }ηp, tq}s }ηp, tq}8. Portanto,


» t 
 
}ηp, tq}s ¤ }η0}s ?
3αCs 
2 pb 2 aq 
}ηp, t1q}s }ηp, t1q}8 dt1 .
0

Do lema 4.3.3

}ηp, tq}s ¤ » t 
 
¤ }η0}s 2 pb 2?aq  }ηp, t q}s }ηp, t q}8 dt 
3αCs 1 1 1
»0t  b  
3αCs C  
¤ }η0}s p
2 b 2 a  0
?q η , t1} p q}s 1 ln p1 }ηp, t1q} qs }ηp, t1q}1 dt1 .
Do lema 4.3.2 e como }}1 e |}}|1 são equivalentes, existe D ¡ 0 tal que
}ηp, tq}1 ¤ D }η0}1, logo
}ηp, tq}s ¤ » 
 b 
3αCs C  t 
¤ }η0}s 2 pb 2?aq  }ηp, t1q}s 1 ln p1 }ηp, t1q}sqD }η0}1 dt1 .
0

escolhe-se C0  2p3αC ?C máx t1, D }η0 }1 u, então


b 2 aq
s

» t  b  
 
}ηp, tq}s ¤ }η0}s C0  1 ln p1 }ηp, t1q} s q }ηp, t1q}s dt1 .
0

Dene-se
» t  b  
 
Φptq  }η0 }s C0  1 ln p1 }ηp, t1q} s q }ηp, t1q}s dt1 , (4.36)
0

para todo t P rT, T s. Logo, }η p, tq}s ¤ Φptq e Φp0q  }η0 }s . Derivando
(4.36), pelo Teorema Fundamental do Cálculo, se t ¥ 0, então
 b 
Φ1 ptq C0 1 ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}s
 a 
¤C0 1 ln p1 Φptqq Φptq
¤C0 r2 ln p1 Φptqqs p1 Φptqq ,
?
pois se x ¥ 0, então x ¤ x 1. Se t   0 então
 b 
Φ1 ptq  C0 1 ln p1 }ηp, tq}sq }ηp, tq}s ,
78

portanto,
 b 
|Φ1ptq| C0 1 ln p1
}ηp, tq}sq }ηp, tq}s
 a 
¤C0 1 ln p1 Φptqq Φptq
¤C0 r2 ln p1 Φptqqs p1 Φptqq .

Assim,  
d 
 ln 2
 dt p ln p1 Φptqqq 
 ¤ C0 .
Integrando de zero a t, e se C1  ln p2 ln p1 }η0}sqq segue que
ln p2 ln p1 Φptqqq  ln p2 ln p1 }η0 }s qq ¤ C0 |t| ,
p p qq
¤ eC |t|,
2 ln 1 Φ t 0

0 ¤ ln p1 Φptqq ¤ 2 ln p1 Φptqq ¤ C1 eC |t| ,


C1
0

||
Φptq ¤ 1 Φptq ¤ eC e ,
C0 t
1

}ηp, tq}s ¤ Φptq ¤ eC e | | . 1


C0 t

Como C0 e C1 não dependem de t P rT, T s, isto prova que }η p, tq}s é limi-
tado para todo intervalo da forma rT, T s, assim, pelo Princípio da Extensão
de [14], a solução pode ser estendida em R.
Pelo teorema anterior, a boa colocação global é garantida para s ¡ 1. No
entanto, é possível demonstrar que a boa colocação do problema de Cauchy
também vale para 0 ¤ s ¤ 1, com s  12 pela teoria de semigrupos, como
segue no próximo teorema.

Teorema 4.3.6. Sejam 0 ¤ s ¤ 1, com s  12 e η0 P H s , então o problema


de Cauchy não linear
$
& η P C pR, H sq ,
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s ,
η px, 0q  η0 pxq P H s ,
%

é globalmente bem posto.


Demonstração: Seja η0 P H s. Fixe T ¡ 0, então existe N ¡ 0 tal que é
possível denir v0 por:
»
v0 pxq  ?1 eikx ηp0 pk qdk,
2π |k|¥N
79

tal que » 2
p1 |k|2qs |ηp0pkq|2 dk ¤ CT 2 ,
|k|¥N
com C  1
6αCs
,
este Cs é a constante da demonstração do teorema 4.2.4.
Nota-se que existe N ¡ 0 uma vez que p1 |k |2 qs{2 |ηp0 pk q| P L2 pRq. Além
disso, seja w0  η0  v0 , donde
»
N
w0 pxq  ?1
eikx ηp0 pk qdk.
2π N

Seja v P C prτv , τv s, H sq a solução local da equação


vx  αvvx  bL rv sxt  avxxt  0,
3
vt
2
com dado inicial v0 . Do teorema 4.2.4, sabe-se que τv
»
 1
} }s , como
6αCs v0
2
}v0}s 
2
p1 |k|2qs |ηp0pkq|2 dk ¤ CT 2 , então
|k|¥N

 6αC
1 1
¥ 1 T
 T.
s }v0 }s
τv
6αCs C

Portanto, v é a solução do PVI


"
vt vx  32 αvvx  bL rv sxt  avxxt  0 em H s, (4.37)
v px, 0q  v0 pxq P H s

no intervalo rT, T s, para s ¥ 0.


Além disso, pelo teorema 4.2.4, o problema de valor inicial
"
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s, (4.38)
η px, 0q  η0 pxq P H s .

tem uma única solução η P C prτη , τη s, H s q. Portanto, segue que


wpx, tq P C prR, Rs, H q, com w  η  v e R  min tT, τη u, é solução
s

do problema de valor inicial dado por:


"
wt  awxxt  bL rwsxt wx  23 αwwx  23 αpvwqx  0 em H s, (4.39)
wpx, 0q  w0 pxq.
80

De fato,

wt  awxxt  bL rwsxt wx  αwwx  αpvwqx 


3 3
2 2
ηt  vt  aηxxt avxxt  bL rη sxt bL rv sxt ηx

 vx  32 αpη  vqpη  vqx  32 αpηv  v2qx 


ηt ηx  aηxxt  bL rη sxt  αηηx  vt  vx avxxt
3
2
bL rv sxt  α pvvx  ηvx  vηx ηx v ηvx  2vvx q 
3
2
ηt ηx  aηxxt  bL rη sxt  αηηx  vt  vx avxxt bL rv sxt  0.
3 3
αvvx
2 2
Nota-se que w0 P H r , para todo r P R, pois
»8
} } 
w0 2r p1 |k|2qr |wx0pkq|2 dk
8
»N
 p1 |k|2qr |ηp0pkq|2 dk
N
»N
 p1 |k|2qrsp1 |k|2qs |ηp0pkq|2 dk.
N
No entanto, 1 ¤ 1 | k |2 ¤ 1 N 2 , logo se r  s ¥ 0, então
r s
1 ¤ 1 | k |2 ¤ p1 N 2qrs e se r  s ¤ 0, então p1 N 2qrs ¤
|k|2 r!s ¤ 1, para todo

1 )
k tal que |k | ¤ N . Portanto, considera-se
CN  max 1, p1 N 2 q
r  s
, logo
»N
} } ¤ CN p1 |k|2qs |ηp0pkq|2 dk
w0 2r
N
¤ CN }η0}2s   8.
Nesse caso, escolhe-se w0 P H 1 .
Além disso, se no lema A.0.1 considera-se ρ  1, então 0 ¤ s ¤ 1, com
s  21 e a equação:

wt  awxxt  bL rwsxt wx  αwwx  αpvwqx 0


3 3
2 2
tem uma única solução w tal que wp, tq está em H 1 para t P rR̄, R̄s, para
81

R̄  min tR, Au, uma vez que }v p, tq}s é limitada no intervalo rT, T s e
R  min tT, τη u.
Para mostrar a boa colocação global, será garantida uma limitação para
wp, tq na norma em H 1 para t P rT, T s. Observa-se que v p, tq P H s , para
s ¥ 0, logo v p, tq P L2 pRq e assim, }v p, tq}L2 é nita para t P rT, T s.
Como o problema (4.39) está denido em H s pRq para s ¥ 0, então está
denido em L2 pRq, dessa forma é possível utilizar a identidade de Parseval,
teorema 2.1.8 e ainda, do lema 4.3.4 tem-se
»8 »
1d 8
fx Lrf st dx  fx Lrf sdx.
8 2 dt 8

Agora, multiplica-se a equação do problema (4.39) por w:

wwt  awwxxt  bwL rwsxt wwx  αw2 wx  αwpvwqx  0,


3 3
(4.40)
2 2
@t P rR̄, R̄s. Integrando a equação (4.40) em x e aplicando a identidade de
Parseval:
» » » »
1 8 2 8 8 1 8 2
2 8
pw qt dx  a wwtxx dx  b wL rwstx dx pw qxdx
»8
8 »8
8 2 8

 2 α pw qxdx  2 α wpvwqxdx  0.
1 3 3
8 8
Isto é,
» »8 »8 »
1d 8 2 8
wx L rwst dx vwwx dx  0,
3
w dx a wx wxt dx b α
2 dt 8 8» 8 » 2 8
» »8
1d 8 2 ad 8 8
2 dt 8
w dx
2 dt 8
pwx q2 dx
b d
2 dt 8
wx L rws
3
α
2 8
vwwx dx  0.

Portanto,
» »8
1d 8 
bwx L rws dx vwwx dx  0,
3
w2 awx2 α (4.41)
2 dt 8 2 8
w p,tq
@t P r R̄, R̄s. Como
 wp, tq P H , @t P rR̄, R̄s, então
1
2
P H1 e 2

 w p,tq   w p,tq 

2

2 
x L
¤
2
2
 2  e utilizando a desigualdade de Cauchy-Schwarz,
1
82

teorema 2.1.2, tem-se que


» 8  » 8  2


 vww , t dx

p q 

 v p q
, t
w ,t
dx
p q


 x   
8 8 
2 x

2 
¤ } p q}
v , t L2 
 2
 w ,t 

p q
 2 
x 2 L
 
¤ 1
2
} v p, tq}L2 w2 p, tq1

¤ C2
2
}vp, tq}L2 }wp, tq}21 , (4.42)

com C2 ¡ 0, @t P rR̄, R̄s. Por outro lado,


»8

|}wp, tq}| 2
1 w2 px, tq awx2 px, tq bwx px, tqL rwpx, tqs dx,
8
@t P rR̄, R̄s. De fato, utilizando a identidade de Parseval:
»8

w2 px, tq awx2 px, tq bwx px, tqL rwpx, tqs dx 
8» »8 »8
8
 w px, tqdx
2
a wx2 px, tqdx b wx px, tqL rwpx, tqs dx
8
»8
8
»8
8 »
8 ‡
 |wppk, tq|2 dk a |wxxpk, tq|2 dk b xx pk, tqL r{
w wpk, tqs dk
8
»8
8
»8
8
»8
‡
 |wppk, tq|2 dk a k 2 |w
ppk, tq| dk
2
b ppk, tqL r{
ik w wpk, tqs dk
$8» 8 8 8

b |k | |wppk, tq|2 dk, se L  H
'
' 2
& 1 ak
 »8
8 
bk cothphk q ak 2 |w
ppk, tq| dk, se L  T
'
' 2
% 1
8
 |}wp, tq}|21 , (4.43)

@t P rR̄, R̄s. Das equações (4.41), (4.42) e (4.43) conclui-se que existe uma
83

constante K ¡ 0 tal que


» 8

 
d
|}wp, tq}| 
2
1
d
w px, tq
2
awx2 px, tq bwx px, tqL rwpx, tqs dx
dt dt 8
»8
 3α vwwxpx, tqdx
8
¤ 3αK }vp, tq}L }wp, tq}21 ,
2

@t P rR̄, R̄s. Pelo lema 4.3.1 as normas }}1 e |}}|1 são equivalentes, então
existe uma constante K1 tal que

d
dt
|}wp, tq}|21 ¤ K1 }vp, tq}L |}wp, tq}|21 ,
2

@t P rR̄, R̄s. Da desigualdade de Gronwall segue que


» t

|}wp, tq}| ¤ K1 |}w0}|


2
1
2
1 exp }vp, t1q}L2 dt1 ,
0

@t P rR̄, R̄s. Novamente, como as normas }}1 e |}}|1 são equivalentes,


existe C̄ ¡ 0 tal que
 »t

}wp, tq}1 ¤ C̄ }w0}1 exp 1


2
}vp, t1q}L2 dt1 . (4.44)
0

Nota-se que o lado direito da desigualdade (4.44) é nito @t P rT, T s, pois


}vp, t1q}L
2 é nita @t P rT, T s e C̄ não depende de t. Além disso, a desi-

gualdade (4.44) é válida para qualquer intervalo contido em rT, T s onde a


solução local para o dado w0 P H s esteja bem denida, assim como é válida
com a mesma constante C̄ para qualquer outro dado inicial em H s e sua
respectiva solução. Pelo Princípio da Extensão, [14] página 269, a solução w
pode ser estendida a todo rT, T s.
Por m, como η  v w e para qualquer T ¡ 0, tanto w quanto v estão
bem denidas em todo rT, T s, a solução η do problema localmente bem
posto (4.38), está bem denida em rT, T s, para todo T ¡ 0. Conclui-se que
a solução η pode ser estendida em R, desde que 0 ¤ s ¤ 1, com s  21 .
Dessa forma, dos teoremas 4.3.5 e 4.3.6 tem-se o próximo teorema.

Teorema 4.3.7. Sejam s ¥ 0, com s  1


2
e η0 P H s, então o problema de
84

Cauchy não linear


$
& η P C pR, H sq ,
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s ,
η px, 0q  η0 pxq P H s ,
%

é globalmente bem posto.


Capítulo 5
O operador da Transformada que
aparece na família de equações de
Benjamin

Como visto nas seções anteriores, na família de equações de Benjamin existe


um termo com uma transformada L, onde L  H com H p  i sgnpk q (Trans-
formada de Hilbert) quando a profundidade da camada inferior é innita
ou L  T com Tp  i cothphk q, h ¡ 0 (Transformada de Hilbert na faixa)
quando a profundidade da camada inferior é h ¡ 0. Neste capítulo será feita a
dedução do operador da Transformada de Hilbert na faixa no caso periódico.
Esse operador aparece na redução das equações de Euler que descrevem a
evolução de uma onda interna numa interface entre duas camadas de uidos
invíscidos, imiscíveis, irrotacionais e incopressíveis de densidades diferentes.
Como o operador será dado por um convolução com a cotangente hiperbó-
lica, computacionalmente se faz necessário obter o núcleo desse operador do
caso periódico a partir das funções especiais Elípticas de Jacobi, Zeta de Ja-
cobi e Integrais Elípticas completas do Primeiro Tipo, representadas por sua
expansão em q -séries.
Além disso, será feita uma comparação entre o núcleo periódico da Trans-
formada de Hilbert na faixa com o núcleo não periódico no domínio limitado
rL, Ls, além de analisar esse operador a respeito da Série de Fourier trun-
cada do caso periódico. Também, será implementado o operador tanto da
Transformada de Hilbert na faixa quanto da Transformada de Hilbert.

85
86

5.1 Derivação no domínio da frequência do ope-


rador da Transformada de Hilbert na faixa-
caso periódico

Na redução das equações de Euler para o problema de duas camadas de


uidos invíscidos, imiscíveis, irrotacionais e incopressíveis de densidades di-
ferentes a informação da camada inferior é embutida nas equações da camada
superior através do termo da derivada da pressão em x, já que a pressão é a
mesma na interface do uido.

z η(x, t)
ρ1 h1

ρ2 h2

Figura 5.1: Conguração de duas camadas de uidos limitados por uma


tampa rígida e um fundo plano.

Como resultado da redução são obtidos sistemas do tipo Boussinesq, es-


pecicamente tem-se o seguinte sistema bidirecional fracamente dispersivo e
não linear, [10, 12, 22]:
$  
& ηt p1  αηqu x  0
a ρ2 (5.1)
% ut αu ux  ηx  β T ruxx s ,
ρ 1

onde η pt, xq está relacionada à perturbação adimensionalizada na interface e


upt, xq à componente horizontal da velocidade da camada superior, como na
Figura 5.1. Ambas as incógnitas são funções das variáveis temporal e espacial
(na direção horizontal), t e x, respectivamente. As derivadas parciais são
denotadas por subíndices; α e β são os parâmetros adimensionais positivos
de não linearidade e dispersão, respectivamente. As densidades originais
ρ1   ρ2 das camadas superior e inferior foram mantidas no termo que envolve
o operador não local de interesse T .
Para encontrar o operador da Transformada de Hilbert na faixa, T , tem-
se que pela Lei de Bernoulli na interface, o cálculo da derivada da pressão
87

envolve o potencial de velocidade da camada inferior. De tal forma que


basta resolver um problema de Neumann na camada inferior em repouso,
com profundidade h, para um potencial de velocidade φ nessa região xada e
com velocidade normal g pxq que é uma aproximação da condição cinemática
na interface original, respeitando a ordem da expansão assintótica em α e β
que aparecem no sistema (5.1). Detalhes podem ser encontrados em [15, 12].
Dessa forma, considera-se a equação de Laplace com condição de Neu-
mann dada por:
$
'
' φxx φzz  0, h   z   0, x P ΠrL, Ls,
φpL, z q  φpL, z q, @z P rh, 0s,
&
'
' φz px, 0q  g pxq, g P C 1,
φz px, hq  0,
%

onde ΠrL, Ls indica que φ é 2L-periódica no argumento x.


O objetivo é encontrar uma expressão para φx px, 0q, veja Figura 5.2.

φz (x, 0)
φ x (x, 0)

Figura 5.2: Problema do potencial na faixa com condição de Neumann para


extrair a derivada tangencial na fronteira superior.

Como o problema é linear, pode-se utilizar a Série de Fourier periódica.


Para simplicar a notação, considera-se:

x , x P Πrπ, π s.
πx
L
Assim, x  Lπ x, Φpx, z q  φpx, z q e o problema descrito acima ca:
$ 
'
'
π 2
Φxx Φzz  0, h   z   0, x P Πrπ, πs,
&
Φpπ, z q  Φpπ, z q, h   z   0,
L

'
' Φ
% z
p x, 0q  Gpx q  g px q, G P C 1,
Φz px, hq  0.
88

Aplicando a Transformada de Fourier na variável x, segue que


$ 
'
& L
pikq2Φp pk, zq
π 2 p 2 pk, z q  0 k
Φ P Z,
xz pk, 0q  G
Φ ppk q,
'
Φz pk, hq  0,
% x

logo $ 
'
& Φ 
p 2 k2 π 2 Φ
L
p  0, h   z   0,
'
Φ 1
p 0 p q
p
G,
% p1
Φ h p q 
0.
Para cada k tem-se um problema de valor de contorno, cuja equação
característica é dada por r2  kLπ2  0 com raízes r1  kπ e r2   kπ
2 2
L L
.
Portanto, a solução geral da EDO tem a forma:



p q  c1 exp
p k, z
Φ

L
z c2 exp  z , k

L
 1, 2, . . . (5.2)

Derivando a expressão (5.2) em relação a z , tem-se






p 1 pk, z q  c1 kπ exp kπ z
Φ c2  kπ exp  z ,

L L L L

logo,
p 1 pk, 0q  pc1  c2 q
Φ

 Gppkq (5.3)
L




p 1 k,
Φ p hq  c1 kπ exp  kπh c2  kπ exp
kπh
0 (5.4)
L L L L

Da expressão (5.4), segue que c1  c2 exp 2kπh e substituindo na expres-
   kπ L
são (5.3), tem-se que c2 exp L  1 L  G
2kπh ppk q.
Se k  0, tem-se

c2  kπ
L
exp
1
2kπh

 1 Gpkq
p
L

e 
L exp 2kπh
c1  kπ exp 2kπh
L
 1
ppk q.
G
L
89

Portanto,
    
p pk, z q  L exp 2kπh exp kπz L exp kπz ppk q.
L  L L
Φ
kπ exp 2kπhL
 1 kπ exp 2kπh
L
 1
G


Multiplicando e dividindo por exp  kπh
L
, tem-se a seguinte expressão para
p pk, z q:
Φ
   
kπh kπz
exp  kπh  kπz Gpk q.
exp L p
L L   L L 
exp kπh
L
 exp  kπh
L
exp L  exp  L
kπh kπh kπ
θ eθ
Utilizando as funções hiperbólicas senh θ  e 2e e cosh θ e
θ θ
2
segue
que 
cosh kπphL zq L
p pk, z q 
Φ  ppk q.
G
senh kπh
L

Por outro lado, representando a Série de Fourier da função Φpx, z q por:

Φpx, z q  p pk, z qeikx
Φ c
k 8
k 0

onde c é a constante referente a frequência nula, tem-se que



kπ ph z q

L cosh
Φpx, z q  ppk qeikx
L
kπh
 G c.
k8
kπ senh L
k 0 
Além disso, representando g pxq  Gpxq por sua Série de Fourier no caso
periódico com x P rL, Ls segue que
8̧ 

Gpxq  g pxq  gppk q exp  gppk q exp pikxq ,
ikπx
k 8 L k 8
logo,
p pk q  g
G ppk q. (5.5)
90

Conclui-se então que



8̧ kπ ph z q 

L cosh
φpx, z q  ppk q exp
L ikπx
 g c
k8
kπ senh kπhL
L

k 0

e a derivada em relação a x é dada por



8̧ kπ ph z q 

L cosh
φx px, z q  ppk q exp
L ikπx ikπ
kπh
 g
k8
kπ senh L
L L

k 0

8̧ cosh kπphL zq 

i senh kπh
 gppk q exp
ikπx
L
. (5.6)
k 8 L
k 0

Por m, em z  0, tem-se que


8̧ 


φx px, 0q  i gppk q exp


kπh ikπx
coth .
k 8 L L
k 0

A derivação termo a termo pode ser feita porque a série dada por (5.6)
é uniformemente convergente @px, z q P rL, Ls  rh, 0s. De fato: como
coshpxq é crescente para x ¡ 0 e decrescente para x   0 segue que:
   
 cosh kπ h z  
p q ¤  cosh kπh  







L
kπh
senh L





 senh
L 
kπh 
 coth kπh 
 L 
¤ M,
L

para certo M ¡ 0, @k P Z, k  0. Além disso, como g é de classe C e


1

e L   1, @x P rL, Ls, segue, pelo teste M de Weierstrass, que a série
 ikπx 

converge uniformemente e absolutamente @px, z q P rL, Ls  rh, 0s.


Portanto, T rg spxq  φx px, 0q resulta em
8̧ 


T rg spxq  i gppk q exp


kπh ikπx
coth .
k 8 L L
k 0

Logo o operador no domínio físico é descrito pela convolução:


»L
T rus    T̃ px  ξ; h, Lqupξ qdξ,
1
(5.7)
2L L
91

com o núcleo Tr dado por


8̧ 


Trpx; h, Lq  i
kπh ikπx
coth exp , (5.8)
k 8 L L
k 0

onde a série deve ser interpretada no sentido das distribuições.


Observa-se que das expressões (5.7) e (5.8) o operador é dado por uma
convolução com a cotangente hiperbólica, computacionalmente se faz neces-
sário obter o núcleo desse operador do caso periódico a partir das funções
especiais Elípticas de Jacobi, Zeta de Jacobi e Integrais Elípticas completas
do Primeiro Tipo, representadas por sua expansão em q -séries, isso porque
a série dada em (5.8) deve ser interpretada no sentido das distribuições. Na
próxima seção será trabalhado tais funções para reenscrever o núcleo (5.8) a
partir das mesmas.

5.1.1 Funções Especiais

É possível escrever o núcleo (5.8) usando funções elípticas segundo [1]. Para
isso, dene-se tais funções conforme [2, 8].
Dene-se, inicialmente, o parâmetro m tal que m  sen2 α  k2 , onde k
é o módulo e α é o ângulo modular. Nota-se que esse k não é o mesmo que
o k de frequência da equação (5.8).
Segundo [2] as funções Elípticas de Jacobi são dadas por:

x  sen φ  sn ν,
cos φ  cn ν,
a
1  m sen2 φ  dn ν, o delta amplitude
φ  arcsenpsn ν q  am ν, a amplitude
cot φ   cs ν,
cn ν
sn ν
As Integrais Elípticas do Primeiro Tipo são dadas por:
»φ
F pφzmq  ?
1

0
»x
1  m sen 2θ

tsen θ
 a
1
dt
0 p1  t2qp1  mt2q
92

»ν

t sn w
dw
0
 ν,
onde, se t  sn w, então dt  cn w dn wdw, isto é, dw  ?1t ?dt1mt .
2 2 Já as
Integrais Elípticas do Segundo Tipo são dadas por:
»φ
? ? »x
E pφzmq  1 ?1  mt2 dt.

θdθ 
2
t sen θ
m sen2
0 0 1t
Para as Integrais Elípticas completas, basta considerar φ  π2 , isto é, x  1,
assim:
π » π

K pmq  K F zm  1
?
2
dθ,
2 0 1  m sen2 θ
» π

K 1 pmq  K p1  mq 
2 1
a dθ,
0 1  p1  mq sen2 θ
π » π
?
E pmq  E zm  1  m sen2 θdθ.
2

2 0

Além disso, a Função Zeta de Jacobi é denida por:

E pmqF pφzmq
Zpφzmq  E pφzmq 
K pmq
.

Segundo [8], essas funções podem ser escritas por q -séries que são séries
1
que dependem de q denido por q  exp  πK . Nesse caso, determina-se
K 1 pmq
K
1 
o parâmetro m de tal forma que K pmq  L e q  exp  πK
h
K
 exp  πhL ,
assim tem-se que:
8̧ 

qn
Zpφq 
2π nπφ
(5.9)
K n1 1  q 2n
sen ,
K

8̧ q n 

dnpφq cspφq   K 1 qn sen K .


π πφ 2π nπφ
cot (5.10)
2K 2K n1

Dessa forma, obtem-se que:


 



p q   2K
Tr x; h, L
π
Z
Kx
L
dn
Kx
L
cs
Kx
L
.
93

De fato, note que:


x
cothpxq  tgh cossechpxq, (5.11)

2
2q n
cossech
nπh
L
 1  q 2n
, (5.12)
x senhpxq ex  1 x
tanh
2
 coshpxq
 ex 1
 ex2e 1  1.
Portanto,



1 nπh n
 tanh 1 nπh
2 L
 tanh 2 L
 1 2q qn  1. (5.13)

Além disso, a Série de Fourier da cotangente é dada por


x 8̧
cot
2
2 senpnxq, (5.14)
n 1 
no sentido das distribuições.
Combinando esses resultados, segue que:

8̧ 


Trpx; h, Lq  i
kπh ikπx
coth exp
k 8 L L
k 0
8̧ 

8̧ 


i coth
kπh
L
exp
ikπx
L
i coth 
kπh
L
exp 
ikπx
L
k 1 k 1
8̧ 

8̧ 


i coth
kπh
L
exp
ikπx
L
i coth
kπh
L
exp 
ikπx
L
k 1 k 1
8̧ 
 


i coth
kπh
L
exp
ikπx
L
exp 
ikπx
L
k 1
8̧ 


i coth
kπh
L
2i sen
kπx
L
k 1
8̧ 


 2 coth
kπh
L
sen
kπx
L

k 1
8̧  

 

p5.11q
 2  tanh kπh
2L
 cossech kπh
L
sen
kπx
L

k 1
94

8̧ 
8̧ 

p5.12qep5.13q qk
 4
qk
sen
kπx
2 sen
kπx
 1
k 1
L 
k 1
L
k8̧ 

 4 1 q q2k sen kπx


L
k 1
 

qk
8̧kπ pKx{Lq
  2K
π

K k1 1  q 2k
sen
K
 


8̧ 8̧ q k
 2K π
π K k 1
sen
kπx
L
 K 1 qk sen L
2π kπx
k 1
 
  

8̧ kπ pKx{Lq kπ pKx{Lq
p5.14q qk
  2K
π

K k1 1  q 2k
sen
K
 2K π
π 2K
cot
2K
8̧ 

qk kπ pKx{Lq
 2π
K k 1 1 q k
sen
K
 



p5.9qep5.10q 2K
 π Z L Kx
dn
Kx
L
cs
Kx
L
.

Essa expressão encontrada para o núcleo do caso periódico será utilizada


na implementação, uma vez que a série dada pela cotangente hiperbólica,
(5.8), deve ser interpretada no sentido das distribuições, isto é, não converge
uniformemente.

5.2 Implementação: Conhecendo o Núcleo do


Operador

Resumindo, o operador T no caso não periódico tem como núcleo:


 πx
T̃ px; hq   coth , se x  0.
1
(5.15)
2h 2h
Já no domínio da frequência, o núcleo periódico é representado por uma Série
de Fourier:
8̧ 


p
Tr x; h, L q i
2L k8
coth
kπh
L
exp
ikπx
L
, (5.16)

k 0
95

no sentido das distribuições. Ainda no caso periódico, esse núcleo pode ser
calculado utilizando funções especiais:
 



Trpx; h, Lq  
1 2K Kx Kx Kx
Z dn cs , (5.17)
2L π L L L

onde
8̧ qm  mπa
Z paq 

(5.18)
K m1 1  q 2m
sen
K
 πa 2π 8̧ qm  mπa
dnpaq cspaq  
π
cot sen
2K 2K K m1 1 q m K

com q  exp  πh L
.
A Figura 5.3 mostra a diferença entre o núcleo periódico dado por (5.17)
e o núcleo do caso não periódico dado por (5.15) no intervalo de rπ, π s.
Observa-se, pelo gráco abaixo que Tr dada em (5.17) zera para L  π ,
diferente da função cotangente hiperbólica.

Núcleo do Operador T
8

com Funções Especiais


definido em R
6

-2

-4

-6

-8
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.3: Núcleo do operador: o núcleo no caso periódico plotado a partir


das funções especiais (); o núcleo no caso não periódico plotado no intervalo
rπ, πs (  ).
No domínio real, a contangente hiperbólica foi calculada com a função
96

coth do Matlab avaliada nos valores da malha, enquanto que no domínio


periódico com as funções especiais, foi utilizada a função ellipj do Matlab
para encontrar os valores de dn e cs. Já a função Zeta foi calculada truncando
sua q -série dada em (5.18). Os dados utilizados foram:
• L  π;
• h  π2 ;
• N  128;
• xk  π 2π
N
k, onde k  1, . . . , N .
Vide apêndice B.1.1.
O parâmetro m, que é requerido na função ellipj do Matlab, foi encontrado
1 pmq
impondo a condição K K pmq
 Lh . Para tal, foi utilizada a função ellipke do
Matlab, colocando diversos valores de m (m  0.001 : 0.001 : 1  0.001) para
calcular os valores de K e K 1 e interpolando, encontrou-se o valor de m de
1 pmq
forma que K K pmq
 Lh . Vide apêndice B.1.2.
Erro abso- Erro rela-
luto tivo
Caso não periódico no
intervalo
com o caso periódico 0, 3256 0, 3759 
por funções especiais 38%

Tabela 5.1: Comparação do Núcleo do operador T .

Na Tabela 5.1 verica-se o erro abssoluto e o erro relativo da comparação


entre o núcleo não periódico no intervalo de rπ, π s com o núcleo periódico
dado pelas funções especiais. O erro absoluto é calculado pelo módulo da
diferença dos núcleos de cada um dos casos, já o erro relativo é o módulo da
diferença entre os núcleos dividido pelo núcleo do caso periódico. Nota-se que
o erro é grande, conrmando a necessidade de uma abordagem sistemática
para calcular o núcleo periódico.
Além disso, no caso periódico, tem-se a expressão do núcleo dada pela
Série de Fourier, (5.16). No entanto, esta série não converge pontualmente,
apenas no sentido das distribuições. Por esse motivo não foram utilizadas
aproximações por trucamento da série que exibem valores que alternativa-
mente são quase nulos ou não em um mesmo ponto como ilustrado nas Fi-
guras 5.4 e 5.5.
97

Núcleo do Operador T por Série de Fourier


15

N=150
10
N=300

-5

-10

-15
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.4: Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fourier
truncada para malhas encaixadas.

N=150
0
N=300
-2

-4

-6

-8

-10

-12

-14

-16
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

Figura 5.5: Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fourier
truncada para malha encaixadas, detalhe da gura anterior.

Na implementação foram usados os mesmos parâmetros L, h e xk utiliza-


98

dos para a implementação da Figura 5.3. Foi feito também a implementação


para valores diferentes de N . Tem-se as seguintes guras. Para N múltiplos
de 70:
0

-5
N=70
N=140
-10 N=210
-15
N=280
N=350
-20 N=420
-25
N=490

-30

-35

-40

-45

-50
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2

Figura 5.6: Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fourier
truncada para malha encaixadas.

Para N na base 2:
0

-5
N=64
N=128
-10 N=256
-15
N=512
N=1024
-20 N=2048
-25

-30

-35

-40

-45

-50
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2

Figura 5.7: Núcleo do operador no caso periódico dado pela Série de Fourier
truncada para malha encaixadas.

Observa-se o mesmo fenômeno acontecendo para diferentes valores de N


devido ao fato da série só convergir no sentido das distribuições.
99

5.3 Implementação dos Operadores

Para implementar o cálculo numérico do operador da Transformada de Hil-


bert na faixa:
8̧ 


T rus  i ppk q exp


kπh ikπx
coth u ,
k 8 L L
k 0

descrito no domínio físico pela convolução:


»L
T rus    T̃ px  ξ; h, Lqupξ qdξ,
1
2L L
com o núcleo Tr dado por
8̧ 


p
Tr x; h, L qi coth
kπh
L
exp
ikπx
L
, (5.19)
k 8
k 0
 



Trpx; h, Lq  
1 2K Kx Kx Kx
Z dn cs , (5.20)
2L π L L L
onde a série deve ser interpretada no sentido das distribuições, foram utili-
zadas duas abordagens. Na primeira, foi implementada a Regra do Trapézio
Alternada (RTA), utilizando a expressão (5.20), isto é, o cálculo foi realizado
no domínio físico. E a segunda abordagem, a espectral, baseou-se na imple-
mentação da Transfomada rápida de Fourier (FFT) e sua inversa a partir
do símbolo i coth kπhL
que aparece em (5.19). Na sequência os resultados
foram comparados utilizando a função gaussiana como argumento.
Tabém foi feita a implementação do operador da Transformada de Hil-
bert, H, seguindo ambas abordagens, onde o núcleo 2L-periódico é dado por
T pxq   cot 2Lπx
.
Na implementação foi feita a comparação entre os dois métodos descritos
com o núcleo periódico Tr do operador da Transformada de Hilbert na faixa,
T , e também com o núcleo T do operador da Transformada de Hilbert, H.
Analisou-se esses operadores convoluidos com diferentes funções. A primeira
escolhida foi upxq  ex {2 , como mostram as Figuras 5.8, 5.9, 5.10 e 5.11.
2

No apêndice B.2 está o código em Matlab.


100

Operador com Nucleo cotangente


0.6
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.8: Comparação do operador com o núcleo cotangente.

35
cot
fft operador normal por RTA

30

25

20

15

10

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.9: Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.


101

Operador com Nucleo funções especiais


0.8
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier
0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.10: Comparação do operador com o núcleo Tr.

40
coth
fft operador especial por RTA
35

30

25

20

15

10

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.11: Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr.


102

Erro abso- Erro absoluto


luto real
Núcleo cotangente 62, 0302 3, 2923  1015

Núcleo Tr 77, 9506 0, 0738

Tabela 5.2: Erro na frequência entre as duas formas de implementação dos


operadores.

A Tabela 5.2 mostra o erro absoluto e o erro absoluto real da frequência na


impletentação dos núcleos associados aos operadores H e T , respectivamente.
O erro absoluto da frequência foi calculado a partir da diferença das ampli-
tudes obtidas a partir das duas implemetações dos operadores, enquanto que
o erro absoluto real foi calculado a partir da diferença apenas da parte real
das amplitudes. Nota-se que o erro absoluto cou muito alto, mesmo que os
grácos contidos nas Figuras 5.9 e 5.11 não registrem isso, pois tanto pela
Transformada de Fourier como pela Regra do Trapézio Alternada a parte
real é sempre positiva, uma vez que a Transformada de Fourier da função
Gaussiana é positiva para frequência positiva e na parte imaginária o sinal
ca alternando, o que causa esse erro grande observado na Tabela 5.2.
Além disso, a implementação com a derivada da gaussiana como argu-
mento foi realizada, isto é, com upxq  xex {2 .
2
103

Operador com Nucleo cotangente


0.4
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.12: Comparação do operador com o núcleo cotangente.

35
cot
fft operador normal por RTA

30

25

20

15

10

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.13: Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.


104

Operador com Nucleo funções especiais


0.5
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier

-0.5

-1
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.14: Comparação do operador com o núcleo Tr.

40
coth
fft operador especial por RTA
35

30

25

20

15

10

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.15: Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr.


105

Erro absoluto Erro absoluto


real
Núcleo cotangente 3, 0022 3, 5527  1015

Núcleo Tr 4, 0609 1, 5026

Tabela 5.3: Erro na frequência entre as duas formas de implementação dos


operadores.

Também foi feita a implementação com a derivada dessa gaussiana como


argumento, isto é, upxq  8xex {2 .
2

Operador com Nucleo cotangente


3
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier
2

-1

-2

-3

-4

-5

-6
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.16: Comparação do operador com o núcleo cotangente.


106

250
cot
fft operador normal por RTA

200

150

100

50

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.17: Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.

Operador com Nucleo funções especiais


4
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier

-2

-4

-6

-8
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.18: Comparação do operador com o núcleo Tr.


107

350
coth
fft operador especial por RTA

300

250

200

150

100

50

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.19: Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr.

Erro absoluto Erro absoluto


real
Núcleo cotangente 24, 0174 2, 8422  1014

Núcleo Tr 32, 4875 12, 0210

Tabela 5.4: Erro na frequência entre as duas formas de implementação dos


operadores

Por m, foi feita a implementação com a gaussiana como argumento dada
por upxq  8xe4x .
2
108

Operador com Nucleo cotangente


1
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier
0.5

-0.5

-1

-1.5

-2

-2.5

-3

-3.5
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.20: Comparação do operador com o núcleo cotangente.

70
cot
fft operador normal por RTA

60

50

40

30

20

10

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.21: Comparação da frequência do operador com o núcleo cotangente.


109

Operador com Nucleo funções especiais


1
Operador pela Regra do Trapézio
Operador por Transformada de Fourier
0.5

-0.5

-1

-1.5

-2

-2.5

-3

-3.5
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 5.22: Comparação do operador com o núcleo Tr.

70
coth
fft operador especial por RTA

60

50

40

30

20

10

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

Figura 5.23: Comparação da frequência do operador com o núcleo Tr.


110

Erro absoluto Erro absoluto


real
Núcleo cotangente 14, 5952 1, 4211  1014

Núcleo Tr 14, 5785 2, 1806

Tabela 5.5: Erro na frequência entre as duas formas de implementação dos


operadores.

Resumindo os dados coletados pela implementação segue a Tabela 3.2.

Argumento Núcleo Erro absoluto Erro absoluto


real
Núcleo cotangente 3, 2923  1015
upxq  ex {2
2 62, 0302
Núcleo Tr 77, 9506 0, 0738
Núcleo cotangente 3, 5527  1015
upxq  xex {2
2 3, 0022
Núcleo Tr 4, 0609 1, 5026
Núcleo cotangente 2, 8422  1014
upxq  8xex {2
2 24, 0174
Núcleo Tr 32, 4875 12, 0210
Núcleo cotangente 1, 4211  1014
upxq  8xe4x
2 14, 5952
Núcleo Tr 14, 5785 2, 1806

Tabela 5.6: Resumo do erro na frequência entre as duas formas de imple-


mentação dos operadores.

Observa-se que o menor erro absoluto acontece quando o argumento é a


derivada da gaussiana. Já o erro absoluto real é menor quando a função ar-
gumento é a gaussiana, no entanto, o erro absoluto da derivada da gaussiana
cou bem próximo do erro da função gaussiana.
Capítulo 6
Solução Numérica da família de
Equações de Benjamin

6.1 Método numérico para a implementação da


solução da família de equações de Benjamin
regularizada

Considera-se o problema de valor inicial para a família de equações de Ben-


jamin
$
& ut ux  23 αuux  bLrusxt  auxxt  0 px, tq P pL, Lq  p0, T q,
upL, tq  T1 , upL, tq  T2 t P r0, T s, (6.1)
upx, 0q  u0 pxq x P r0, Ls,
%

onde L  H com H p  i sgnpk q ou L  T com Tp  i cothpkhq, h ¡ 0, para


todo k P R no caso não periódico (ou k P Z, no caso periódico),
? k  0. ?Os
parâmetros α, a, b são positivos, onde b da mesma ordem de a, com b   2 a
e α da mesma ordem de a.
Para a solução numérica considera-se uma malha uniforme que divide o
intervalo rL, Ls em N subintervalos de mesmo comprimento ∆x  2L . Os
pontos pertencentes à malha são x0  L, x1  L ∆x, x2  L
N

2∆x, . . . , xN 1  L pN  1q∆x, xN  L. Por outro lado, o intervalo


r0, T s é subdividido em m subintervalos de mesmo comprimento ∆t  mT ,
escolhendo os pontos t0  0, t1  ∆t, t2  2∆t, . . . , tm1  pm1q∆t, tm 
T . Denota-se a solução discreta por

ujk  upL k∆x, j∆tq,

111
112

para k  0, . . . , N e j  0, . . . , m.
A construção do método numérico utilizado para resolver a equação di-
ferencial parcial (EDP) consiste em discretizar o espaço e manter a variável
tempo contínua, assim, o resultado é um sistema de equações diferenciais
ordinárias (EDO) cuja solução foi encontrada a partir de dois métodos: le-
apfrog com o primeiro passo do método das diferenças nitas progressiva e
Runge-Kutta de quarta ordem. Este método é chamado de método das li-
nhas. Na discretização espacial, foi utilizado o método das diferenças nitas
dos cinco pontos para a derivada de primeira ordem e para a derivada de
segunda ordem foi utilizado o método espectral assim como para o termo
envolvendo o operador não local, L.

6.1.1 Discretização espacial

Na sequência serão detalhados os métodos para aproximar as derivadas espa-


ciais, sendo eles: diferenças nitas dos cinco pontos e discretização espectral.
O método de diferenças nitas dos cinco pontos será utilizado para a dis-
cretização da primeira derivada enquanto que a discretização espectral será
utilizada para a segunda derivada, uma vez que para garantir a estabilidade
do método, como será visto posteriormente, a aproximação por diferenças
nitas dos cinco pontos para a derivada segunda não se mostrou adequada.

Diferenças nitas dos cinco pontos


Baseado em [12], para descrever o método das diferenças nitas dos cinco
pontos, considera-se ∆x ¡ 0 e as seguintes expansões de Taylor de uma
função u em torno de um ponto x0 , respectivamente à direita e à esquerda
de x0 :

u1 ∆x
1 2 2 1 3 3 1 p4q 4
upx0 ∆xq u u ∆x u ∆x u ∆x Op∆x5 q,
2! 3! 4!
(6.2)

2u1 ∆x
4 2 8 3 3 16 p4q 4
upx0 2∆xq u u px0 q∆x2 u ∆x u ∆x Op∆x5 q,
2! 3! 4!
(6.3)

upx0  ∆xq u  u1 ∆x
1 2 2 1 3 1 p4q
u ∆x  u p2∆xq3 u p2∆xq4 Op∆x5 q,
2! 3! 4!
(6.4)

upx0  2∆xq u  2u1 ∆x


4 2 2 8 3 3 16 p4q 4
u ∆x  u ∆x u ∆x Op∆x5 q,
2! 3! 4!
(6.5)
113

onde u e as derivadas que aparecem do lado direito estão avaliadas em x0 .


Dessas igualdades segue que:

8 pupx0 ∆xq  upx0  ∆xqq upx0  2∆xq  upx0 2∆xq 

 12 du
dx
px0q∆x Op∆x5q,
assim,

8 pupx0 ∆xq  upx0  ∆xqq upx0  2∆xq  upx0 2∆xq


du
dx
px0 q 
12∆x
Op∆x q.
4

Portanto,

du
px0 q 
upx0 2∆xq 8upx0 ∆xq  8upx0  ∆xq upx0  2∆xq
dx 12∆x
Op∆x4 q.

Dessa forma, o esquema das diferenças nitas explícito para aproximar ux é


dado por:

Bu px , t q  1  1 uj 2 j
 2 j 1 j

Bx k j ∆x 12 k 3 k 1 12 k2
2 u u u .
3 k 1

Se v pj q é o vetor no passo do tempo j que se aproxima


 de upxk , j∆tq, então
pjq
na grade de pontos xk , a derivada espacial é Dv k , onde D é uma matriz
circulante e simétrica dada por:
 
0 2{3 1{12 0    0 1{12 2{3
 .. 


2 3 { 0 2{3 1{12 . 1{12 

..
 1 12
 { 2{3 0 2{3 . 0  
 
D  1 
 0 1{12 2{3 0 . . . ..
. 
.

∆x  .. .. .. .. .. .. 
. . . . . . 
 
.. ..

 0 . . 0 2{3 { 1 12 

 .. .. 
{
 1 12 . . 2{3 0 { 2 3 
2{3 1{12 0 1{12 2{3 0
(6.6)
Analogamente, para aproximar a derivada espacial de segunda ordem
pelo método das diferenças nitas dos cinco pontos, considera-se as igualda-
114

des (6.2), (6.3), (6.4) e (6.5), acrescentando os termos 5!1 up5q ∆x5 Op∆x6 q,
u ∆x5 Op∆x6 q,  5!1 up5q ∆x5 Op∆x6 q e  32
32 p5q
5! 5!
up5q ∆x5 Op∆x6 q, respec-
tivamente. Assim:

upx0 2∆xq 16upx0 ∆xq 16upx0  ∆xq  upx0  2∆xq 


2
 30upx0q 12 ddxu2 px0q∆x2 Op∆x6q.
Logo,

d2 u
dx2
px0q 
upx0 2∆xq 16upx0 ∆xq  30upx0 q 16upx0  ∆xq  upx0  2∆xq
12∆x2
Op∆x4 q.

Portanto, o esquema das diferenças nitas explícito para aproximar uxx é:

B2u px , t q  1  1 uj 4 j
 5 j
uk1  ujk2 .
4 j 1

Bx2 k j ∆x2 12 k 2 u
3 k 1 u
2 k 3 12

A matriz da derivada espacial de segunda ordem D2 é dada por:


 
5{2 4{3 1{12 0    0 1{12 4{3
 ..
 4{3

5{2 4{3 1{12 . 1{12 
 1{12
 4{3 5{2 4{3 . . . 0 

 
D2 
1 
 0 1{12 4{3 5{2 . . . ..
. 
.
∆x2  .. .. .. .. .. .. 
 . . . . . . 
 
.. ..



0 . . 5{2 4{3  { 1 12 


.. ..
 1{12 . . 4{3 5{2 { 2 3 
4{3 1{12 0 1{12 4{3 5{2
Discretização espectral
Considera-se a equação (6.1), dela segue que:

ut  bLrusxt  auxxt  ux αpu2 qx .


3
4
115

Se ψ  u  bLrusx  auxx, então


ψ̂ pk q  ûpk q  bLrˆusx pk q  auˆxx pk q.

Caso L  H vale que H


p  i sgnpk q, para todo k P R e portanto:
 
2
ψ̂ pk q  1 b
|k | π a

ûpk q  v1 pk qûpk q.
L L

Caso L  T vale que Tp  i cothpkhq, h ¡ 0, para todo k P R e portanto:


 
2
k cothpkhqπ
ψ̂ pk q  ûpk q  v2 pk qûpk q.

1 b a
L L

Escrevendo na forma matricial,

ψ̂  P̂ û, (6.7)

onde P̂  diag pvipkqq, com


# 2
b |kL|π a kπ , se i  1pL  Hq
vi pk q 
1
k cothpkhqπ
L 
1 b L
a kπ 2
L
, se i  2pL  T q

6.1.2 Discretização temporal

Neste trabalho será feita uma comparação entre dois métodos para a discre-
tização temporal, são eles: o método de leapfrog e o método de Runge-Kutta
de quarta ordem. Esses métodos são completamente distintos uma vez que o
método de leapfrog usa diferenças nitas avaliando a função em dois passos
da malha para obter maior precisão. Enquanto que o método Runge-Kutta é
um método que inicialmente utiliza um polinômio de Taylor, no entanto, um
problema na expansão por polinômio de Taylor é que ele requer expressões
analíticas para derivadas o que pode ser bastante complicado. Dessa forma,
buscam-se métodos de uma etapa que atinjam uma ordem de maior precisão
sem precisar calcular as derivadas presentes no polinômio de Taylor, isto leva
aos métodos de Runge-Kutta.
116

Método de leapfrog
Segundo [24], o método de leapfrog aproxima ut , a derivada de primeira ordem
no tempo por diferenças nitas centradas:

Bu px , t q  upxk , tj ∆tq  upxk , tj  ∆tq  ujk 1  ujk1 . (6.8)


Bt k j 2∆t 2∆t
O método das diferenças nitas progressiva aproxima ut , a derivada de pri-
meira ordem no tempo por:

Bu px , t q  upxk , tj ∆tq  upxk , tj q


 uk ∆t uk .
j 1 j
(6.9)
Bt k j ∆t
O método das diferenças nitas progressiva será utilizado no primeiro passo
do método de leapfrog .

Método de Runge-Kutta
De acordo com [4], o método de Runge-Kutta consiste em comparar um po-
linômio de Taylor apropriado para eliminar o cálculo das derivadas, fazendo-
se várias avaliações da função a cada passo. O método de Runge-Kutta pode
ser entendido como um aperfeiçoamento do método de Euler. No método
de Euler a estimativa do valor de yk 1 é realizado com o valor de yk e com
a derivada no ponto xk . No método de Runge-Kutta, busca-se uma melhor
estimativa da derivada com a avaliação da função em mais pontos no inter-
valo rxk , xk 1 s. Um método de Runge-Kutta de ordem n possui um erro da
ordem de Op∆tn 1 q.
Depois da discretização espacial, considera-se o sistema de EDO's

Bu px , tq  f px , t, upx , tqq ,
Bt k k k

onde f é a expressão obtida da EDP semidiscretizada.


Dessa forma, o método de Runge-Kutta de quarta ordem é dado por:

upxk , tj ∆tq  upxk , tj q pK1 K4 q ,


1
2K2 2K3
6
117

onde

K1  ∆tf pxk , tj , u pxk , tj qq ,

(6.10)

K2  ∆tf xk , tj , u pxk , tj q
∆t K1
, (6.11)
2 2


K3  ∆tf xk , tj ∆t
2
, u pxk , tj q
K2
2
, (6.12)

K4  ∆tf pxk , tj ∆t, u pxk , tj q K3 q . (6.13)

Na próxima seção será explicitado o algoritmo para encontrar a solução


da família de equações de Benjamin descritas em (6.1).

6.1.3 Algoritmo para encontrar a solução da família de


equações de Benjamin

Para encontrar a solução da família de equações de Benjamin dada por (6.1),


será utilizado o método das linhas na discretização temporal, após discreti-
zação espacial. Segundo [26], página 101, quando a EDP depende do tempo,
ou seja, é uma EDP de evolução no tempo, ela é resolvida numericamente
de forma eciente por métodos espectrais. O padrão é geralmente o mesmo:
discretização espectral no espaço e diferenças nitas no tempo. Por exemplo,
pode-se utilizar para a discretização temporal o método de Euler, o método
de leapfrog , métodos de Adams ou o método de Runge-Kutta. A princípio,
sacrica-se a precisão espectral ao fazê-lo, mas na prática, pequenos passos
no tempo com fórmulas de ordem 2 ou superior geralmente deixam a precisão
global bastante satisfatória. Passos pequenos no tempo são muito mais van-
tajosos do que intervalos de discretização pequenos no espaço, pois afetam o
tempo de execução, mas não o armazenamento, e somente linearmente. Por
outro lado, reduzir pela metade o passo da discretização espacial geralmente
multiplica o armazenamento por 2d onde d é a dimensão do espaço, e pode
multiplicar o tempo de execução de cada passo de 2d até 23d , dependendo da
álgebra linear envolvida.
Na discretização espacial será utilizado o método das diferenças nitas
dos cinco pontos para a derivada espacial de primeira ordem e a discretiza-
ção espectral para a derivada espacial de segunda ordem, com isso obtem-se
uma EDP semidiscretizada. Depois disso, na discretização temporal serão
utilizados os métodos de leapfrog com o primeiro passo pelo método das
diferenças nitas progressiva e de Runge-Kutta de quarta ordem.
118

Como a família de equações de Benjamin regularizadas são da forma


 
ux  αuux  bL u xt  auxxt  0,
3
ut
2
então, 

p1  bLrBxs  aBxxq ut   u
3 2
4
αu . (6.14)
x
Fazendo inicialmente a discretização espacial, do lado direito da equação
(6.14) aparece a matriz P dada pela equação (6.7) e do lado esquerdo da
equação (6.14) aparece a matriz D dada pela equação (6.6). Assim, considera-
se B  P 1 D, da equação (6.14) segue que


ut  B u
3 2
4
αu , (6.15)

obtendo assim a EDP semidiscretizada.


Agora, pelo método de linhas, seja v pj q o vetor no passo do tempo j que
se aproxima de upxk , j∆tq. Considera-se, inicialmente, o método de leapfrog
para a aproximação temporal, da expressão (6.8) e da equação (6.15) segue
que  

vkj 1  vkj 1 p jq p jq 2
2∆t
  B v  4 αpv q3
,
k
isto é,  

vkj 1  
vkj 1  2∆t B vpjq  3 αpvpjqq2 . (6.16)
4 k

Observa-se que no primeiro passo, isto é, j  0 na equação (6.16), é necessário


encontrar vk1 no lado direito da igualdade desta equação, o que não faz
sentido. Sendo assim, para calcular vk1 será utilizado o método das diferenças
nitas progressiva dado pela equação (6.9). Fazendo j  0 na equação (6.9),
tem-se que:  

vk1  vk0 p 0q p 0q 2
∆t
  B v  4 αpv q
3
,
k
assim para o primeiro passo do método considera-se:
 

vk1  vk0  ∆t B vp0q  3 αpvp0qq2


4
.
k

De maneira análoga, considera-se no método de linhas a discretização


temporal dada pelo método de Runge-Kutta de quarta ordem, (6.13), então
para a grade de pontos xk tem-se que
119

vkj 1
 vkj 1
6
p K1 2K2 2K3 K4 qk ,
onde


K1  ∆tB v j
 3
4
αpv j q2 ,
 
2
K2  ∆tB vj
K2
2
 3
4
α vj
K1
2
,
 
2
K3  ∆tB vj
K2
2
 3
4
α vj
K2
2
,


2
K4  ∆tB v j
K3 
3
4
α vj K3 .

Dessa forma, o pseudocódigo do algoritmo da implementação com o mé-


todo leapfrog é descrito da seguinte forma:

Algoritmo 6.1.1. Solução pelo método leapfrog

Dados: N , L, a, b, α
∆x  2L
x  L ∆x : ∆x : L
N

t  0 (dene-se o tempo inicial)


∆t (escolhe-se o tamanho do ∆t)
D (matriz da discretização espacial de primeira ordem)
P (matriz da discretização espacial de segunda ordem)
B  P 1 D
u0 (dene-se a solução incial)
Repita para cada instante de tempo t ∆t
u1  u0  ∆tB pu0  0, 75αu2 q
(passo 1 dado pelo método das diferenças nitas
progressiva)
Chame: u0  uold e u1  u
Faça: unew  uold  2∆tB pu  0, 75αu2 q
(passo m do leapfrog )
Plot unew
120

Figura 6.1: Fluxograma mostrando os passos do Método leapfrog .


121

O uxograma 6.1 ilustra o algoritmo 6.1.1 da implementação com o mé-


todo leapfrog . Analogamento, o código do algoritmo da implementação com
o método Runge-Kutta de quarta ordem é descrito da seguinte forma:

Algoritmo 6.1.2. Solução pelo método Runge-Kutta de quarta ordem


Dados: N , L, a, b, α
∆x  2L
x  L ∆x : ∆x : L
N

t  0 (dene-se o tempo inicial)


∆t (escolhe-se o tamanho do ∆t)
D (matriz da discretização espacial de primeira ordem)
P (matriz da discretização espacial de segunda ordem)
B  P 1 D
u (dene-se a solução incial)
Repita para cada instante de tempo t ∆t
K1  dtB pu  0, 75αu2 q

K2  dtB u K1
2
 0, 75α u K1 2
2
 
K3  dtB u K2
2
 0, 75α u K2 2
2

K4  dtB u K3  0, 75α pu K3q 2

unew  u 61 pK1 2K2 2K3 K4q


Plot unew
122

Figura 6.2: Fluxograma mostrando os passos do Método Runge-Kutta de


quarta ordem.
123

O uxograma 6.2 ilustra o algoritmo 6.1.2 da implementação com o mé-


todo Runge-Kutta de quarta ordem.

6.2 Implementação da solução da família de equa-


ções de Benjamin linearizada

Nesta seção, inicialmente, será feito o estudo da condição de estabilidade,


segundo [25, 26], do método descrito na seção anterior apenas para o caso da
equação Benjamin-Bona-Mahony (BBM) linear adaptada com as constantes
de acordo com a família de equações de Benjamin dada por:

ut ux  auxxt  0,
isto é, α  0 e b  0. A condição de estabilidade irá fornecer o valor de ∆t
para garantir a estabilidade do método.
Depois, será feita a implementação da solução para a equação da onda
unidirecional (ut ux  0), da BBM adaptada linear e do tipo Benjamin
no caso linear a partir do método descrito na seção anterior. A solução
aproximada será comparada com a solução exata (com expressão dada na
Tabela 3.2).
Também será feita a implementação do método como descrito na seção
anterior para a família de equações de Benjamin no caso não linear. Nesse
caso, não tem solução exata, mas será possível analisar a diferença do método
de linhas quando utilizado o método leapfrog e quando utilizado o método
de Runge Kutta de quarta ordem.

6.2.1 Condição de estabilidade

Considera-se a equação BBM linear adaptada da equação de Benjamin:


ut ux  auxxt  0 (a equação sem o operador). Como já foi descrito, a
EDP semidiscretizada é dada por

ut  P 1Du,
124

onde as matrizes D e P são obtidas da discretização espacial, isto é, D é


dada por:
 
0 2 {3 1{12 0    0 1{12 2{3
 .. 


2 3{ 0 2{3 1{12 . 1{12 

..
 1 12
 { 2{3 0 2{3 . 0  
 .. .. 
1  1{12 2{3 0 . . 
D  

∆x 
0
.. .. .. .. .. ..


. . . . . . 
 
.. ..

 0 . . 0 2{3 {
1 12 

 .. .. 
 1 12{ . . 2{3 0 {
2 3 
2{3 1{12 0 1{12 2{3 0
2
e a matriz P tem como símbolo P̂  diag pv pk qq, onde v pk q  1 a kπ  0,
 N2 1 ¤ k ¤ N2 .
L

Dessa forma, segue que D é real, anti-simétrica e Toeplitz circulante.


Portanto, D é diagonalizada pela matriz de Fourier e seus autovalores têm a
forma:
¸
N
λk pDq  dm eipm1qθk ,

m 1

onde dm são os elementos da primeira coluna da matriz D, θk  2πk


,
 N2 1 ¤ k ¤ N2 . Logo,
N


¸1
N
λk p D q  dm 1 rcos pmθk q i sen pmθk qs

m 0

  ∆x
1 2
3
rcos pθk q i sen pθk q  cos ppN  1qθk q  i sen ppN  1qθk qs
1 1
∆x 12
rcos p2θk q i sen p2θk q  cos ppN  2qθk q  i sen ppN  2qθk qs ,
como θk  2πk , cosseno é uma função par e seno uma função ímpar, segue
que cos pppN  1qθk q  cos ppθk q e sen pppN  1qθk q   sen ppθk q, para todo
N

p real. E disso segue que

λk pDq   2i sen pθk q 2i sen p2θk q


2 1
3∆x
 12∆x 
 i 1
∆x 6
sen p2θk q  sen pθk q .
4
3
125

Se γ pθk q  61 sen p2θk q 34 sen pθk q, então λk pDq  ∆x


i
γ pθk q,  N2 1 ¤ k ¤ N2 .
Além disso, como a matriz P tem como símbolo P̂  diag pv pk qq, onde
2
v pk q  1 a kπ L
 0,  N2 1 ¤ k ¤ N2 , segue que seus autovalores são
λk pP q  v pk q,

 N2 1¤k ¤ N2 . Nota-se que P é inversível, pois seus autovalores são não


nulos.
Conclui-se que se P 1 D  B , então os autovalores da matriz B são:
λk pDq
λk p B q 
λk pP q
,

 N2 1 ¤ k ¤ N2 .
Agora na discretização temporal considera-se a malha tn  n∆t, onde
0  t0   t1   . . .   T . Segundo [26], o método de linhas é estável se
os autovalores do sistema semidiscretizado linear, escalado por ∆t, estão na
região de estabilidade R do método usado na discretização temporal, isto é,
λk pB q∆t P R.
Segunto [25, 26], para garantir a estabilidade, inicialmente, denota-se por
unm a solução no passo do tempo n que se aproxima de upxm , n∆tq e poste-
riormente, substitui-se unm por g n eimθ no método, onde m e n são potências,
obtendo assim, a equação característica do método. A condição para esta-
bilidade é que ambas as raízes desta equação devem estar no disco unitário
fechado.
No método de leapfrog considera-se o passo n 1 dado pelo método como:

unm 1
 umn1  2∆t pBunqm ,
substituindo unm por g n eimθ , segue que

g n 1 eimθ  gn1eimθ  2∆tλmpB qgneimθ


gn 1 gn
g n1
 1  2∆tλmpB q gn1 .
Nota-se que g  g g  g g , logo g2  gg 
n 1
n
n
n 1
n 1
n 1 e então

g2 2∆tλm pB qg  1  0
∆t γ pθq
g2 2i θ
g  1  0
∆x v ∆x
126

c
 pq γ pθ q
p q  4 ∆x vp q
2
∆t γ θ ∆t 2
2i ∆x v θ 2 θ 2 4

∆x ∆x
g
2 d
∆t γ pθq ∆t2 γ pθq2
g pθ, ∆xq  i   1  , (6.17)
θ
∆x v ∆x ∆x2 v θ 2
∆x

considera-se ∆x
∆t
 σ constante.
Disso segue que

ûn pk q  A pk qg n pθ, ∆xq A pk qgn


pθ, ∆xq
 n 
g pθ, ∆xq  g n pθ, ∆xq
 Apkqgn pθ, ∆xq B pk q
g pθ, ∆xq  g pθ, ∆xq
.

E se g  g, então
ûn pk q  Apk qg n pθ, ∆xq B pk qng n1 pθ, ∆xq, (6.18)

onde Apk q e B pk q dependem das condições iniciais do problema.


As condições de estabilidade serão analisadas pelo discriminante

da equa-

ção (6.17). Lembrando que γ pθq 16 senp2θq 34 senpθq e v ∆x
θ
 1 a ∆xθ 2,
logo 0 ¤ |γ pθq| ¤ 23 e 1 ¤ v ∆x
θ
, para todo |θ| ¤ π e ∆x ¡ 0.
pq vp q
CASO 01: Se 1   
θ
∆t2 γ 2 θ
0, então ∆x |γ pθq| . Nesse caso, tem-se
p q
∆t ∆x
∆x2 v 2 θ
∆x
que

g  g  g
∆t γ pθq
 i ∆x v θ

∆x
 i v|γ pθq| vγ pθθq
θ
∆x

∆x
 i,
o sinal é o oposto do sinal da γ pθq. Mas na equação (6.18) tem-se que para
um θ e k xo
ûn pk q  Apk qpiqn B pk qnpiqn1
e quando os valores de B não são nulos, ûn cresce quase linearmente em n. Já
que ûn para θ e k xos se comportam assim, existem soluções para o esquema
das diferenças nitas cuja norma cresce quase linearmente em n. Portanto,
nesse caso o método leapfrog é instável.
127

pq v p q
CASO 02: Se 1 
p q ¡ 0, então ∆x   γ pθq e de (6.17) segue
2 θ
∆t2 γ 2 θ ∆t 2 ∆x
∆x2 v 2 θ 2 2
∆x
que  
2
γ pθ q
2
∆t γ pθq
2 2
|g|2  ∆x
∆t
2 2
v

θ
1   1.
∆x2 v 2 θ
∆x ∆x
 
  p q , logo
v θ 
Portanto, |g |  1 se σ  ∆t
∆x
 ∆x
 γ pθ q
 

θ
inf v
|θ|¤π,∆x¡0
σ   sup pγ pθqq
∆x
 31{2  23 .
|θ|¤π

Reciprocamente, se σ   32 , então ∆x
∆t
  49 . Como v
2
2
θ
∆x
¥ 1 e |γ pθq| ¤ 32 ,
então 0 ¤ v|2γ pθθq|
p q ¤ 4 , assim
2
9
∆x

∆t2 |γ pθq|2
θ
∆x2 v 2 ∆x
   94 94 ,

∆t2 |γ pθq|2
1 θ
 ¡ 0.
∆x2 v 2 ∆x
Disso segue, que o método é estável se, e somente
 se, σ   32 .
CASO 03: Se 1  ∆x γ pθq
v p q
q   0, então ∆x ¡  γpθq . Da equação (6.17)
θ
 ∆x 
2 2

v p ∆x
∆t ∆t
2 2 θ

segue que  d 
∆t γ pθq ∆t2 γ 2 pθq
g  i  θ
 θ
 1 ,
∆x v ∆x ∆x2 v 2 ∆x
e então,
  d d
|g| 



γ pq
θ


 ∆t

∆t2 γ 2 pθq
 1¡1 ∆t2 γ 2 pθq
  1 ¡ 1.
 v ∆x  ∆x
θ θ
∆x2 v 2 ∆x θ
∆x2 v 2 ∆x

Assim, o método é instável.


Conclui-se então que |g | ¤ 1 se, e somente se, σ   32 . Isto é, o método
leapfrog é estável se, e somente se, σ   32 .
Analogamente, se o método da discretização temporal for pelo método
128

Runge-Kutta de quarta ordem, segue-se que




∆t2 2 ∆t3 3 ∆t4 4


u n 1
 1  ∆tB
2!
B 
3!
B
4!
B un ,

como B  P 1 D, e além disso, P e D tem os mesmos autovetores, então elas


comutam e portanto, B 2  P 2 D2 , B 3  P 3 D3 e B 4  P 4 D4 .
Para estudar a estabilidade do método substitui-se unm por g n eimθ . Logo,
 
∆t2 2 ∆t3 3 ∆t4 4
g n 1 imθ
e  1  ∆tλm pB q
2!
λm pB q  λ pB q
3! m
λ pB q g n eimθ ,
4! m

2 3
∆t4 4
g  1  ∆tλmpB q ∆t2 λ2mpB q  ∆t6 λ3m pB q
24 m
λ pB q

 1  ∆t i γ pθq  ∆t 1 γ pθq ∆t3 i γ 3 pθq ∆t4 1 γ 4 pθq


2 2

θ θ θ
 θ

∆x v ∆x2 2 v 2 ∆x3 6 v 3 ∆x ∆x4 24 v 4 ∆x
∆x ∆x
 
1 2 γ 2 pθ q 1 4 γ 4 pθq γ pθ q 1 3 γ 3 pθq
1 σ
2 v 2 ∆x θ
 σ
24 v 4 ∆x θ
 i σ v θ
 σ
6 v 3 ∆x θ
 .
∆x

Se y  σ v pθ q , então g  1  y2 y
γ θ 2 y4 y3
, assim,
p q
∆x
24
i 6


2 
2
y2 y4 y3 y 6 py 2  8q
|g | 
2
1
2 24
y 6
1 576
.

Logo, |g |2  1 ppyq, onde ppyq  y p576 y 8q


e y  σ v γ pθq . Se ppy q ¤ 0,
6

p q
2
θ

então |g | ¤ 1 e portanto, |g | ¤ 1. No entanto, nota-se  que ppy q ¤ 0 se, e


∆x
2

?   ?
somente se, |y | ¤ 2 2. Isto é, |g | ¤ 1 se, e somente se, σ v γ pθq  ¤ 2 2. Mas,
p q θ

sup p|γ pθq|q


∆x

   
 γ pθq 
¤ |θ|¤π 

3  γ pθ q  ?

 vp q 
θ  θ 
 2
. Logo, σ 
 vp q 
 ¤ σ 3 ¤ 2 2, assim,
2 θ
∆x
inf v ∆x

? |θ|¤π,∆x¡0  ∆x 
σ ¤ 4 2
3
.
Conclui-se, então
? que o método Runge-Kutta de quarta ordem é estável
apenas se σ ¤ 3 .
4 2

Nota-se que o método leapfrog é estável se, e somente se, σ   23 enquanto


?
que o método Runge-Kutta de quarta ordem é estável apenas se σ ¤ 4 3 2 ,
dessa forma, o método Runge-Kutta de quarta ordem é o método que garante
129

a estabilidade para um ∆t maior comparado com o método leapfrog .

6.2.2 Considerações gerais para a implementação da so-


lução das equações lineares

Nas subseções seguintes será feita a implementação descrita na seção ante-


rior para cada uma das equações, a saber, equação da onda unidirecional,
BBM adaptada linear, tipo Benjamin linear. Os dados iniciais que serão
considerados são:

• N  28  256;
• L  100;

• a  51  0, 2;


?
b  a  0, 4472;

• h  10L  1000;

• dt  0, 6 dx  0, 4688 para o método de linhas que utiliza o método de


leapfrog na discretização temporal;
• dt  1, 8 dx  1, 4063 para o método de linhas que utiliza o método de
Runge-Kutta de quarta ordem na discretização temporal.

Os valores de dt para cada um dos métodos da discretização temporal foram


determinados a partir da condição de estabilidadedemonstrada
na subseção
anterior. E a solução inicial é dada por u0  exp  50 .
x2

6.2.3 Equação da onda unidirecional

Dada a equação da onda unidirecional: ut ux  0, segue a solução exata e


as soluções dadas a partir dos métodos descritos na subseção anterior.
130

Solução Exata

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.3: Solução Exata da Equação Unidirecional.

Solução dada pelo método leapfrog

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.4: Solução da Equação Unidirecional dada pelo método de leapfrog .


131

Solução dada pelo método RK4

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.5: Solução da Equação Unidirecional dada pelo método de Runge-


Kutta de quarta ordem.

Para vericar o erro entre as soluções encontradas, seguem os grácos das


mesmas em vários instantes de tempo.
132

Solução Inicial
1

RK4
0.9
leapfrog
0.8 Exata

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.6: Solução da Equação Unidirecional no tempo t  0, solução inicial.

Solução no tempo t=0+10*dt


1.2

RK4
1
leapfrog
Exata

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.7: Solução da Equação Unidirecional no tempo t  10∆t  4, 688.


133

Solução no tempo t=0+28*dt


1.2

RK4
1
leapfrog
Exata

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.8: Solução da Equação Unidirecional no tempo t  28∆t  13, 1250.

Solução no tempo t=0+73*dt


1.2

RK4
1
leapfrog
Exata

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.9: Solução da Equação Unidirecional no tempo t  73∆t  34, 2188.


134

Solução no tempo t=0+163*dt


1.2

RK4
1
leapfrog
Extata

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.10: Solução da Equação Unidirecional no tempo t  163∆t 


76, 4063.

Solução no tempo t=0+253*dt


1

RK4
leapfrog
0.8
Exata

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.11: Solução da Equação Unidirecional no tempo t  253∆t 


118, 5938.
135

Tempo Método RK4 Método leapfrog


t  10∆t  4, 688 1, 0933  104 0, 0038
t  28∆t  13, 1250 3, 0565  104 0, 0064
t  73∆t  34, 2188 7, 9832  104 0, 0150
t  163∆t  76, 4063 0, 0018 0, 0312
t  253∆t  118, 5938 0, 0028 0, 0485

Tabela 6.1: Erro absoluto obtido em cada tempo das soluções da Equação
Unidirecional.

Na Tabela 6.1 nota-se o erro absoluto obtido pela diferença entre o método
Runge-Kutta de quarta ordem e a solução exata, além do erro absoluto obtido
pela diferença entre o método leapfrog e a solução exata em alguns instantes
de tempo. Conclui-se assim que a solução dada pelo método Runge-Kutta de
quarta ordem é melhor quando comparado com a solução dada pelo método
leapfrog para a equação unidirecional.

6.2.4 BBM adaptada linear

Considera-se a equação BBM adaptada da equação do tipo Benjamin no caso


linear, a saber ut ux  auxxt  0 (a equação sem o operador). Analogamente,
segue a solução exata e as soluções dadas a partir dos métodos descritos na
subseção anterior.
136

Solução Exata

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.12: Solução Exata da Equação BBM linear.

Solução dada pelo método leapfrog

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.13: Solução da Equação BBM linear dada pelo método leapfrog .
137

Solução dada pelo método RK4

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.14: Solução da Equação BBM linear dada pelo método Runge-Kutta
de quarta ordem.

Nos grácos abaixo é possível vericar a dispersão da equação da BBM


e também o erro das soluções encontradas de pelos métodos estudados para
vários valores de t.
138

Solução Inicial
1

Exata
0.9
leapfrog
0.8 RK4

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.15: Solução da Equação BBM linear no tempo t  0, solução inicial.

Solução no tempo t=0+10*dt


1.2

Exata
1
leapfrog
RK4

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.16: Solução da Equação BBM linear no tempo t  10∆t  4, 688.


139

Solução no tempo t=0+28*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.17: Solução da Equação BBM linear no tempo t  28∆t  13, 1250.

Solução no tempo t=0+73*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.18: Solução da Equação BBM linear no tempo t  73∆t  34, 2188.
140

Solução no tempo t=0+163*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.19: Solução da Equação BBM linear no tempo t  163∆t 


76, 4063.

Solução no tempo t=0+253*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.20: Solução da Equação BBM linear no tempo t  253∆t 


118, 5938.
141

Tempo Método RK4 Método leapfrog


t  10∆t  4, 688 1, 0524  104 0, 0036
t  28∆t  13, 1250 3, 0575  104 0, 0054
t  73∆t  34, 2188 8, 1153  104 0, 0128
t  163∆t  76, 4063 0, 0016 0, 0294
t  253∆t  118, 5938 0, 0024 0, 0429

Tabela 6.2: Erro absoluto obtido em cada tempo das soluções da Equação
BBM linear.

A Tabela 6.2, assim como na equação da onda unidirecional, mostra o


erro absoluto obtido pela diferença entre o método Runge-Kutta de quarta
ordem e a solução exata, além do erro absoluto obtido pela diferença entre o
método leapfrog e a solução exata nos mesmos instantes de tempo. Conclui-
se também que a solução dada pelo método Runge-Kutta de quarta ordem é
melhor quando comparado com a solução dado pelo método leapfrog para a
equação BBM linear.

6.2.5 Equação de Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert

Considera-se agora a equação com o operador da transformada de Hilbert,


isto é, ut ux bH rusxt auxxt  0. Assim, segue a solução exata e as soluções
dadas a partir dos métodos descritos na seção anterior.
142

Solução Exata

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.21: Solução Exata da Equação do tipo Benjamin Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert.

Solução dada pelo método leapfrog

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.22: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert dada pelo método leapfrog .
143

Solução dada pelo método RK4

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.23: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert dada pelo método Runge-Kutta de quarta ordem.

Nos grácos abaixo é possível vericar o erro das soluções encontradas


para vários valores de t.
144

Solução Inicial
1

Exata
0.9
leapfrog
0.8 RK4

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.24: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert no tempo t  0, solução inicial.

Solução no tempo t=0+10*dt


1.2

Exata
1
leapfrog
RK4

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.25: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert no tempo t  10∆t  4, 688.
145

Solução no tempo t=0+28*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.26: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert no tempo t  28∆t  13, 1250.

Solução no tempo t=0+73*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.27: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert no tempo t  73∆t  34, 2188.
146

Solução no tempo t=0+163*dt


1

Exata
0.8
leapfrog
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.28: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert no tempo t  163∆t  76, 4063.

Solução no tempo t=0+253*dt


0.8

Exata
0.6
leapfrog
RK4

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.29: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert no tempo t  253∆t  118, 5938.
147

Tempo Método RK4 Método leapfrog


t  10∆t  4, 688 8, 8409  104 0, 0028
t  28∆t  13, 1250 2, 6079  104 0, 0033
t  73∆t  34, 2188 6, 2331  104 0, 0086
t  163∆t  76, 4063 0, 0012 0, 0157
t  253∆t  118, 5938 0, 0017 0, 0231

Tabela 6.3: Erro absoluto obtido em cada tempo das soluções da Equação
do tipo Benjamin Linear com operador da Transformada de Hilbert.

Na Tabela 6.3, assim como nos casos anteriores, tem-se que o erro absoluto
obtido pela diferença entre o método Runge-Kutta de quarta ordem e a
solução exata, além do erro absoluto obtido pela diferença entre o método
leapfrog e a solução exata os mesmos instantes de tempo. Observa-se que
mesmo com o operador H na equação, ainda assim, a solução dado pelo
método Runge-Kutta de quarta ordem é melhor quando comparada com a
solução dada pelo método leapfrog , mesmo que o erro em quase todos os
tempos que um pouco maior comparado com os outros casos.

6.2.6 Equação de Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na Faixa

Agora considera-se a equação com o operador da transformada de Hilbert


na faixa, isto é, ut ux  bT rusxt  auxxt  0. Analogamente, segue a solução
exata e as soluções dadas a partir dos métodos descritos na subseção anterior.
148

Solução Exata

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.30: Solução Exata da Equação do tipo Benjamin Linear com ope-
rador da Transformada de Hilbert na faixa.

Solução dada pelo método leapfrog

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.31: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método leapfrog .
149

Solução dada pelo método RK4

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.32: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método Runge-Kutta de quarta
ordem.

Nos grácos abaixo é possível vericar o erro das soluções encontradas


pelos métodos para vários valores de t.
150

Solução Inicial
1

Exata
0.9
leapfrog
0.8 RK4

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.33: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  0, solução inicial.

Solução no tempo t=0+10*dt


1.2

Exata
1
leapfrog
RK4

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.34: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  10∆t  4, 688.
151

Solução no tempo t=0+28*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.35: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  28∆t  13, 1250.

Solução no tempo t=0+73*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.36: Solução no tempo t  73∆t  34, 2188.


152

Solução no tempo t=0+163*dt


1

Exata
0.8
leapfrog
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.37: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  163∆t  76, 4063.

Solução no tempo t=0+253*dt


0.8

Exata
0.6
leapfrog
RK4

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.38: Solução da Equação do tipo Benjamin Linear com operador da


Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  253∆t  118, 5938.
153

Tempo Método RK4 Método leapfrog


t  10∆t  4, 688 8, 8409  104 0, 0028
t  28∆t  13, 1250 2, 6079  104 0, 0033
t  73∆t  34, 2188 6, 2331  104 0, 0086
t  163∆t  76, 4063 0, 0012 0, 0157
t  253∆t  118, 5938 0, 0017 0, 0231

Tabela 6.4: Erro absoluto obtido em cada tempo das soluções da Equação
do tipo Benjamin Linear com operador da Transformada de Hilbert na faixa.

A Tabela 6.4 mostra o erro absoluto obtido pela diferença entre o método
Runge-Kutta de quarta ordem e a solução exata, além do erro absoluto obtido
pela diferença entre o método leapfrog e a solução exata os mesmos instantes
de tempo. Observa-se que mesmo com o operador T na equação, ainda assim,
a solução dado pelo método Runge-Kutta de quarta ordem é melhor quando
comparada com a solução dada pelo método leapfrog . Nota-se que o erro
obtido com o operador T é o mesmo que com o operador H, dessa forma,
não há diferença na solução quando comparado o operador para os dados
utilizados na implementação.
Na família de equações de Benjamin no caso linear é possível observar que
o método Runge-Kutta de quarta ordem fornece uma solução mais próxima
da solução exata quando comparada com a solução dada pelo método de
leapfrog . Por conta disso, na próxima seção, na implementação da família
de equações de Benjamin no caso não linear, espera-se que o método Runge-
Kutta de quarta ordem forneça uma solução melhor quando comparada com
a solução dada pelo método de leapfrog .

6.3 Implementação da solução da família de equa-


ções de Benjamin não linear

Nesta seção será feita a implementação da solução da família de equações de


Benjamin no caso não linear, com os mesmos métodos descritos anteriormente
a menos da solução exata, pois agora a equação não é mais a linear.
Os dados iniciais que serão considerados são:

• N  28  256;
• L  100;

• a  51  0, 2;
154

• b
?a  0, 4472;
• α  a  0, 2;

• h  10L  1000;

• dt  0, 6 dx  0, 4688 para o método de linhas que utiliza o método de


leapfrog na discretização temporal;
• dt  1, 8 dx  1, 4063 para o método de linhas que utiliza o método de
Runge-Kutta de quarta ordem na discretização temporal.

Os valores de dt serão considerados os mesmos do caso linear que foi encon-


trado a partir
 da condição de estabilidade. E a solução inicial é dada por
u0  exp  50 .
x2

6.3.1 BBM adaptada

Considera-se a equação sem o operador, isto é, a equação BBM adaptada da


equação do tipo Benjamin: ut ux  23 αuux  auxxt  0.

Solução dada pelo método leapfrog

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.39: Solução da Equação BBM adaptada dada pelo método leapfrog .
155

Solução dada pelo método RK4

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.40: Solução da Equação BBM adaptada dada pelo método Runge-
Kutta de ordem quatro.

Nos grácos abaixo é possível vericar a dispersão da equação da BBM e


também o erro das soluções encontradas pelo método leapfrog e pelo método
de Runge-Kutta de quarta ordem para vários valores de t.
156

Solução Inicial
1

leapfrog
0.9
RK4
0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.41: Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  0, solução


inicial.

Solução no tempo t=0+10*dt


1

leapfrog
0.9
RK4
0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.42: Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  10∆t 


4, 688.
157

Solução no tempo t=0+28*dt


1

leapfrog
0.9
RK4
0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.43: Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  28∆t 


13, 1250.

Solução no tempo t=0+73*dt


1

leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.44: Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  73∆t 


34, 2188.
158

Solução no tempo t=0+163*dt


1

Exata
leapfrog
0.8
RK4

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.45: Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  163∆t 


76, 4063.

Solução no tempo t=0+253*dt


0.8

leapfrog
0.6
RK4

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.46: Solução da Equação BBM adaptada no tempo t  253∆t 


118, 5938.
159

Tempo Diferença entre o método RK4 e leapfrog


t  10∆t  4, 688 0, 0026
t  28∆t  13, 1250 0, 0083
t  73∆t  34, 2188 0, 0866
t  163∆t  76, 4063 0, 3237
t  253∆t  118, 5938 0, 4881

Tabela 6.5: Diferença absoluta obtida em cada tempo das soluções da Equa-
ção BBM adaptada.

Na Tabela 6.5 mostra-se a diferença absoluta entre as soluções aproxima-


das da Equação BBM adaptada dada pelo método Runge-Kutta de quarta
ordem e pelo método leapfrog , uma vez que no caso não linear não é possí-
vel obter a solução exata. Observa-se que a diferença entre os dois métodos
aumenta a cada instante de tempo, isso pode ser justicado pelo dispersão
existente nas soluções.

6.3.2 Equação de Benjamin com o operador da Trans-


formada de Hilbert

Considera-se a equação com o operador da transformada de Hilbert: ut


ux  32 αuux  bH rusxt  auxxt  0.
160

Solução da Equação tipo Benjamin não Linear com o operador da Transformada de Hilbert pelo método lepafrog

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.47: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert dada pelo método leapfrog
.
161

Solução da Equação tipo Benjamin não Linear com o operador da Transformada de Hilbert pelo método RK4

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.48: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com opera-
dor da Transformada de Hilbert dada pelo método Runge-Kutta de quarta
ordem.

Nos grácos abaixo é possível vericar o erro das soluções encontradas


pelo método leapfrog e pelo método de Runge-Kutta de quarta ordem para
vários valores de t.
162

Erro da Solução Inicial da Equação tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert
1
lepafrog
RK4
0.9

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.49: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  0, solução inicial.

Erro da Solução Inicial da Equação tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert no tempo t=0+10*dt
1
lepafrog
RK4

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.50: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  10∆t  4, 688.
163

Erro da Solução Inicial da Equação tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert no tempo t=0+28*dt
1
lepafrog
RK4

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.51: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  28∆t  13, 1250.

Erro da Solução Inicial da Equação tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert no tempo t=0+73*dt
1
lepafrog
RK4

0.5

-0.5
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.52: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  73∆t  34, 2188.
164

Erro da Solução Inicial da Equação tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert no tempo t=0+163*dt
0.8
lepafrog
RK4
0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.53: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  163∆t  76, 4063.

Erro da Solução Inicial da Equação tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert no tempo t=0+253*dt
0.6
lepafrog
RK4

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.54: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert no tempo t  253∆t  118, 5938.
165

Tempo Diferença entre o método RK4 e leapfrog


t  10∆t  4, 688 0, 0019
t  28∆t  13, 1250 0, 0035
t  73∆t  34, 2188 0, 0269
t  163∆t  76, 4063 0, 0688
t  253∆t  118, 5938 0, 0990

Tabela 6.6: Diferença absoluta obtida em cada tempo das soluções da Equa-
ção do tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert.

Na Tabela 6.6, da mesma forma que no caso anterior, tem-se a diferença


absoluta entre as soluções aproximadas da equação de Benjamin não linear
com operador da Transformada de Hilbert dada pelo método Runge-Kutta
de quarta ordem e pelo método leapfrog . Observa-se que a diferença entre
os dois métodos aumenta a cada instante de tempo, isso pode ser justi-
cado pela dispersão existente nas soluções. No entanto, a diferença é menor
quando comparada com as soluções obtidas pela Equação BBM adaptada,
isso signica que o operador H faz com que as soluções obtidas pelos dois
métodos quem mais próximas.

6.3.3 Equação de Benjamin com o operador da Trans-


formada de Hilbert na faixa

Agora considera-se a equação é com o operador da transformada de Hil-


bert na faixa: ut ux  32 αuux  bT rusxt  auxxt  0.
166

Solução dada pelo método lepafrog

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.55: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método leapfrog .
167

Solução dada pelo método RK4

100

80

1
60

0
u

40

-1
20 t
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 0
60 80 100

Figura 6.56: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa dada pelo método Runge-Kutta de
quarta ordem.

Nos grácos abaixo é possível vericar o erro das soluções encontradas


pelo método leapfrog e pelo método de Runge-Kutta de quarta ordem para
vários valores de t.
168

Solução Inicial
1

leapfrog
0.9
RK4
0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.57: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  0, solução inicial.

Solução no tempo t=0+10*dt


1

leapfrog
RK4
0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.58: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  10∆t  4, 688.
169

Solução no tempo t=0+28*dt


1

leapfrog
RK4
0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.59: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  28∆t  13, 1250.

Solução no tempo t=0+73*dt


1

leapfrog
RK4

0.5

-0.5
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.60: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  73∆t  34, 2188.
170

Solução no tempo t=0+163*dt


0.8
leapfrog
RK4
0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.61: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  163∆t  76, 4063.

Solução no tempo t=0+253*dt


0.6

leapfrog
0.4
RK4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Figura 6.62: Solução da Equação do tipo Benjamin não Linear com operador
da Transformada de Hilbert na faixa no tempo t  253∆t  118, 5938.
171

Tempo Diferença entre o método RK4 e leapfrog


t  10∆t  4, 688 0, 0019
t  28∆t  13, 1250 0, 0035
t  73∆t  34, 2188 0, 0269
t  163∆t  76, 4063 0, 0688
t  253∆t  118, 5938 0, 0990

Tabela 6.7: Diferença absoluta obtida em cada tempo das soluções da Equa-
ção do tipo Benjamin não Linear com operador da Transformada de Hilbert
na faixa.

A Tabela 6.7 mostra a diferença absoluta entre as soluções aproxima-


das da equação de Benjamin não linear com operador da Transformada de
Hilbert na faixa dada pelo método Runge-Kutta de quarta ordem e pelo mé-
todo leapfrog . Observa-se que a diferença entre os dois métodos aumenta
a cada instante de tempo, isso pode ser justicado pela dispersão existente
nas soluções. Além disso, a diferença é a mesma quando comparado com
as soluções obtidas pela equação de Benjamin não linear com o operador da
Transformada de Hilbert, isso signica que o operador H e o operador T
interferem de maneira muito parecida nas soluções, para os dados utilizados
na implementação.
Por m, segue um resumo dos resultados da implemantação da solução
aproximada da família de equações de Benjamin linear.

Tempo BBM linear Transformada Transformada


de Hilbert de Hilbert na
faixa
RK4 leapfrog RK4 leapfrog RK4 leapfrog
10∆t  1, 0524  0, 0036 8, 8409  0, 0028 8, 8409  0, 0028
4, 688 104 104 104
28∆t  3, 0575  0, 0054 2, 6079  0, 0033 2, 6079  0, 0033
13, 1250 104 104 104
73∆t  8, 1153  0,0128 6, 2331  0, 0086 6, 2331  0, 0086
34, 2188 104 104 104
163∆t  0, 0016 0, 0294 0, 0012 0, 0157 0, 0012 0, 0157
76, 4063
253∆t  0, 0024 0, 0429 0, 0017 0, 0231 0, 0017 0, 0231
118, 5938

Tabela 6.8: Comparativo do Erro absoluto obtido em cada tempo da Família


de Equações de Benjamin no caso linear.
172

Na Tabela 6.8 nota-se que no caso linear, o método de Runge-Kutta de


quarta ordem fornece uma solução com um erro na ordem de 104 enquanto
que no método de leapfrog o erro é na ordem de 102 . Por consequência,
espera-se que na implemetação do caso não linear o método Runge-Kutta de
quarta ordem fornece uma solução melhor aproximada quando comparada
com o método de leapfrog e a diferença entre os dois métodos é na ordem de
102 .

Tempo BBM adap- Transformada Transformada


tada de Hilbert de Hilbert na
faixa
10∆t  4, 688 0, 0026 0, 0019 0, 0019
28∆t  0, 0083 0, 0035 0, 0035
13, 1250
73∆t  0, 0866 0, 0269 0, 0269
34, 2188
163∆t  0, 3237 0, 688 0, 688
76, 4063
253∆t  0, 4881 0, 0990 0, 0990
118, 5938

Tabela 6.9: Comparativo da diferença absoluta obtido em cada tempo da


Família de Equações de Benjamin no caso não linear.

Na Tabela 6.9 tem-se o comparativo da diferença entre as soluções obtidas


pelos dois métodos descritos para cada uma das equações no caso não linear.
Nota-se que o operador, tanto o H, Transformada de Hilbert, e T , Trans-
formada de Hilbert na faixa, faz com que as soluções quem mais próximas,
quando comparada com a Equação BBM adaptada que não tem nenhum
operador.
Capítulo 7
Conclusões e trabalhos futuros

Neste trabalho foi realizado o estudo da família de equações de Benjamin.


Na abordagem analítica, foi mostrado que o problema de Cauchy da equação
RILW-Benjamin dado por
$
& η P C pR, H sq ,  
ηt ηx  32 αηηx  bL η xt  aηxxt  0 em H s ,
η p0q  φ P H s ,
%

é globalmente bem posto em H s , para s ¥ 0, com s  12 . Inicialmente, no


capítulo 3, estudou-se o caso da família de equações de Benjamin linearizada
a partir da teoria de semigrupos, tanto a equação regularizada quanto a não
regularizada. Nesse caso, vericou-se que o problema de Cauchy da equação
não regularizada
$
& η P C pR, H sq ,
ηt ptq  ηx bLrηxx s aηxxx ,
η p0q  η0 P H s ,
%

tem uma única solução η e ainda, η P C 1 pR, H s q, para s P R. Analogamente,


o problema de Cauchy da equação regularizada
$
& ηP C pR, H sq ,
ηt ptq  ηx bLrηxt s aηxxt ,
η p0q  η0 P H s ,
%

tem uma única solução η e ainda, η P C 1 pR, H s q, para s P R. Com esse


estudo foi possível escrever a solução exata da família de equações de Ben-
jamin linearizada que foi utilizada na implementação para avaliar a solução
numérica. Além disso, foi possível vericar que o semigrupo associado ao

173
174

problema de Cauchy é unitário e por consequência, de classe C0 .


No capítulo 4 a boa colocação da família de equações de Benjamin numa
versão regularizada foi garantida. Para tal, foram utilizadas duas abordagens
na demonstração, uma pela teoria de semigrupos baseado em [7, 13, 20, 21,
22, 23] utilizando os resultados econtrados no capítulo 3. A outra demons-
tração direta foi baseado em [22, 23]. No caso local, a principal diferença
entre as duas demonstrações é que por teoria de semigrupos foi garantido a
boa colocação local para s ¥ 0 enquanto que na direta foi garantido apenas
para s ¡ 21 , isso se deve ao lema 4.2.2 baseado em [7]. A denição que foi
utilizada, em ambos os casos, para garantir a boa colocação local é dada por
[14]. Dessa forma, concluiu-se que:

Teorema 7.0.1. Sejam s ¥ 0, η0 P H s , então existe T  T ps, }η0}sq ¡ 0 tal


que o problema de Cauchy não linear
$
& η P C prT, T s, H sq
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s
η p0, xq  η0 pxq P H s ,
%

é localmente bem posto no sentido da denição 4.1.3.


Já para a boa colocação global também foram feitas duas demonstrações.
Uma delas baseado em [23], onde foi possível garantir que o problema é bem
posto para s ¥ 1, devido a equivalência das normas como detalhado no lema
4.3.1. Nesse caso foi feita a demonstração tanto de forma direta, quanto pela
teoria de semigrupos, nota-se que as demonstrações via teoria de semigrupos
são um pouco mais simplicadas. Por outro lado, na demonstração pela
teoria de semigrupos baseado em [7] foi possível garantir que o problema é
bem posto para 0 ¤ s ¤ 1 com s  21 utilizando o lema 4.2.3 e decompondo a
solução η num soma de duas funções v e w. Portanto, a família de equações
de Benjamin é globalmente bem posta em H s para s ¥ 0, com s  12 , isto é,

Teorema 7.0.2. Sejam s ¥ 0, com s  1


2
e η0 P H s, então o problema de
Cauchy não linear
$
& η P C pR, H sq ,
ηt ηx  32 αηηx  bL rη sxt  aηxxt  0 em H s ,
η px, 0q  η0 pxq P H s ,
%

é globalmente bem posto.


Além disso, no capítulo 5, estudou-se o operador pseudodiferencial que
aparece nos sistemas do tipo Boussinesq para ondas intermediárias e nas
175

equações derivadas destes, conhecido como Transformada de Hilbert na faixa,


T . O núcleo desse operador estudado no caso periódico é diferente do caso
não periódico, uma vez que é dado pelas funções especiais enquanto que o
outro é dado pela contangente hiperbólica, respectivamente. A motivação do
estudo do núcleo pelas funções especiais foi dado por [1].
Na abordagem numérica, inicialmente, no capítulo 5 vericou-se a dife-
rença entre o núcleo do operador da Transformada de Hilbert na faixa, T , do
caso periódico e do não peródico. Além disso, foi possível vericar que a Série
de Fourier truncada não fornece uma boa aproximação numérica do núcleo
periódico, desse operador, por convergir apenas no sentido das distribuições,
o que justica a necessidade de representação pelas funções especiais desse
operador.
Ainda na abordagem numérica, também foi feita a implementação dos
operadores que aparecem na família de equações de Benjamin e depois foi
implementada a solução numérica da família de equações de Benjamin. No
capítulo 5 foi feita a implementação do operador tanto da Transformada de
Hilbert na faixa, T , quanto do operador da Transformada de Hilbert, H,
ambos no caso periódico. Como esses operadores são uma convolução com
os seus respectivos núcleos, a implementação foi feita por duas abordagens:
Transformada de Fourier e Regra do Trapézio Alternada. Além disso, fo-
ram realizados testes com diferentes funções como argumento da convolução.
Para função argumento foi escolhida a Gaussiana e sua derivada, a menos
de constantes. Observou-se que para ambos operadores e para as diferentes
funções argumento, a diferença entre a implementação por Transformada de
Fourier e Regra do Trapézio Alternada cou muito pequena. No entanto,
para a função Gaussiana como argumento, o erro absoluto das frequências
para as duas abordagens cou alto, pois tanto pela Transformada de Fou-
rier como pela Regra do Trapézio Alternada a parte real é sempre positiva,
uma vez que a Transformada de Fourier da função Gaussiana é positiva para
frequência positiva, mas na parte imaginária o sinal ca alternando.
No capítulo 6 foi implementada a solução numérica da família de equa-
ções de Benjamin com os dois operadores, da Transformada de Hilbert e da
Transformada de Hilbert na faixa, tanto no caso linear quanto no caso não
linear. O método utilizado foi o método das linhas, em que a discretização
espacial foi feita pelo método das diferenças nitas dos cinco pontos e pela
espectral. Optou-se pela discretização espectral para a derivada espacial de
segunda ordem, pois o método das diferenças nitas dos cinco pontos não se
mostrou estável. Após essa discretização foi feita a discretização temporal
comparando o método leapfrog e o método Runge-Kutta de quarta ordem.
Segundo [26], quando a EDP depende do tempo, elas são resolvidas nume-
ricamente por métodos espectrais, normalmente escolhe-se discretização es-
176

pectral no espaço e diferenças nitas no tempo. Isso porque pequenos passos


no tempo com fórmulas de ordem 2 ou superior geralmente deixam a precisão
global bastante satisfatória. Passos pequenos no tempo são muito mais van-
tajosos do que intervalos de discretização pequenos no espaço, pois afetam o
tempo de execução, mas não o armazenamento, e somente linearmente.
No estudo da condição de estabilidade foi possível observar que o ∆t no
método leapfrog é menor que o método de Runge-Kutta de quarta ordem,
pois o método leapfrog é estável quando
? σ   32 e o método Runge-Kutta
de quarta ordem é estável se σ ¤ 4 3 2 . O estudo da estabilidade dos dois
métodos foi baseado em [25, 26].
Vericou-se na implementação do caso linear, que o método de Runge-
Kutta de quarta ordem fornece uma solução melhor, com um erro na ordem
de 104 , quando comparada com a solução pelo método de leapfrog , cujo
erro é na ordem de 102 . Para analisar esse erro, foi utilzada a solução exata
encontrada no capítulo 3. Dessa forma, espera-se que na implementação do
caso não linear que o método Runge-Kutta de quarta ordem também forneça
uma solução numérica melhor aproximada. A diferença encontrada entre os
dois métodos foi na ordem de 102 . Conclui-se que o método de Runge-
Kutta de quarta ordem fornece uma solução melhor aproximada e com uma
condição de estabilidade melhor para a família de equações de Benjamin.
Nota-se também que a solução dada para a equação de Benjamin com
a Transformada de Hilbert e com a Transformada de Hilbert na faixa ca-
ram muito próximas, isso se deve ao fato de que a profundidade da camada
inferior foi escolhida como h  10L, onde L é a largura da faixa. Isto é, a
profundidade da camada inferior é dez vezes maior que a largura da faixa,
isso se aproxima do caso em que a profundidade da camada inferior tende ao
innito quando comparada com a largura da faixa.
Como trabalhos futuros pretende-se:

• Vericar a boa colocação global para s  12 .

• Implementar a Regra do Trapézio Alternada para calcular o operador


atuando em funções suaves.

• Aprimorar e realizar mais testes numéricos para comparação das solu-


ções a partir de diversos dados iniciais, inclusive ondas viajantes.
Apêndice A
Boa colocação local da parcela da
solução correspondente à w0

Teorema A.0.1. Sejam s ¥ 0, 21   s ¤ ρ ¤ s 1ou s 12   ρ ¤ s 1 e


v P C prT, T s, H s q, T ¡ 0, então existe 0   A  A ρ, s, }w0 }ρ , }v }X s ¤ T
tal que }v}XAs é nito e o problema de Cauchy não linear
A

$
& ηP C prA, As, H ρq
wt  awxxt  bL rwsxt wx  32 αwwx  32 αpvwqx  0 em H ρ (A.1)
wpx, 0q  w0 pxq P H ρ ,
%

é localmente bem posto no sentido da denição 4.1.3.


Demonstração: Considera-se a equação integral dada por
»t

wpx, tq  S ptqw0 pxq S pt  t1 qϕj pDx q w2 px, t1 q 2pvwqpx, t1 q dt1 ,
3iα
4 0
(A.2)
e para aplicar o teorema do ponto xo, dene-se
! )
Λ  ΛpA, M q  u P C prA, As, H ρ q ; }u}X ρ ¤M ,
A

onde }u}X ρ  sup }up, tq}ρ. Como Λ é um subconjunto fechado em


A
PrA,As
t
C prA, As, H ρ q que é um espaço completo, [23], então Λ é um espaço métrico
completo para todo M ¡ 0 e A ¡ 0.

177
178

! )
Agora, considera-se M  2 max }w0}ρ , }v}X s
A
e

J: Λ Ñ Λ
u Þ Ñ Ju : rA, As Ñ H ρ ,

denida por
»t

Jupx, tq  S ptqw0 pxq S pt  t1 qϕj pDx q u2 px, t1 q 2pvuqpx, t1 q dt1 .
3iα
4 0
(A.3)
Disso segue que J satisfaz as seguintes condições:
Condição 1: Existe B1 ¡ 0 tal que para todo A   B1 o operador
J : Λ Ñ Λ está bem denido, isto é, que J pΛq € Λ.
Condição 2: Existe B2 ¡ 0 tal que para todo A   B2 o operador
J : Λ Ñ Λ é uma contração.
De fato, para mostrar a condição 1, nota-se que se u P Λ, então
 » 
 3iα t 
}Jup, tq}ρ ¤ }S ptqw0}ρ 
 4 S t p  t1qϕj pDxqu2p, t1qdt1
0 ρ
 » 
 3iα t 

 2 S t p  t1qϕj pDxqpvuqp q 1 1
, t dt 
0 ρ
 » 
 3iα t 
¤ }S ptqw0}ρ 
 4 S t p  t1qϕj pDxqu2p, t1qdt1
0 ρ
 » 
 3iα t 

 2 S t p  t1qϕj pDxqpvuqp q 1 1
, t dt  ,
0 s 1

porque ρ ¤ s 1. A partir dos lemas 4.2.2 e 4.2.3, existem constantes Cs ¡0


e C̄s ¡ 0 tais que
 » 
 3iα t 1 1 1 
}Ju}X ¤ } }
ρ w0 ρ sup  p  q p q p q
S t t ϕj Dx u , t dt 
2
tPrA,As 4 0
A
ρ
 »t 
 3iα 
sup  S t t1 ϕj Dx vu , t1 dt1 
p  q p qp qp q
PrA,As
t 2 0 s 1

¤ }w0}ρ 3α
4
Cs }u}2X ρ A
A

2
C̄s }v }X s }u}X ρ A
A A

¤ M2 3α Cs M 2 A
3α M
C̄s M A
 4
2 2
 2 1 2 Ks M A ,
M 3α
179

onde Ks  Cs C̄s . Fixado B1  2


3αKs M
, então para todo A   B1 tem-se
que
}Ju}X ¤ M2 p1ρ
A
1q  M.

t P rA, As,
Além disso, Ju é contínua, pois se t, r

f p, tq  ϕj pDx q u2 p, tq 2puv qp, tq
»t
e T f p, tq  S ptqw0 pxq 3iα
4
S pt  t1 qf p, t1 qdt1 , então
0

T f p, tq  T f  ,r
t 
»t

 S ptqw0  S pt  t1 qf p, t1 qdt1
3iα
S r
t w0
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 0
»t
  
 S ptq  S pt  t1 q  S pr
t  t1 q f p, t1 qdt1
3iα
S r
t w0
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 t
»t
  
 S ptq  S pt  r t  t1 qf p, t1 qdt1
tq  I S pr
3iα
S r
t w0
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 t
»t
 3iα  
 S ptq  S r
t w0 S pt  r
tq  I t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr
4 0
» tr
 3iα t  t1 qf p, t1 qdt1 .
S pr
4 t

Nota-se que os integrandos não dependem de t, como tS ptqutPR é um grupo


unitário e portanto fortemente contínuo, então S ptq  S pr
tq w0 Ñ 0 P H ρ e
»t
 
S pt  qI
r
t t  t1 qf p, t1 qdt1
S pr Ñ 0 P H ρ, quando t Ñ rt. Dessa forma,
0
segue que no limite para t Ñ r
t tem-se que
 
T f p, tq  T f
, rt  Jup, tq  Ju , rt Ñ 0 P H ρ.
Conclui-se então que Ju P C prA, As, H ρ q e Ju P Λ, se u P Λ.
180

Para mostrar a condição 2, considera-se u, ν P Λ, então pelos lemas 4.2.2


e 4.2.3, existem constantes Cs ¡ 0 e C̄s ¡ 0 tais que

}Ju  Jν }X  ρ
A »t 
 3iα  
 sup  S pt  t1qϕj pDxq u2 2vu  ν  2vν p, t1 qdt1 
2
tPrA,As 4 0 ρ
 » 
 3iα t 
 sup   S pt  t1qϕj pDxqpu  ν qp, t1qpu ν 2v qp, t1 qdt1  
tPrA,As 4 0 ρ
 » 
 3α t 
¤ sup   S } pt  t1qϕj pDxqpu  ν qp qp 1 1 1
qp q}
, t u ν , t ρ dt 
tPrA,As 4 0
 » 
 3α t 
sup   S } pt  t1qϕj pDxqpu  ν qp qp qp q}
1 1 1
, t 2v , t s 1 dt 
tPrA,As 4 0
3α  
¤ 4
Cs }u  ν }X ρ }u ν }X ρ 2C̄s }u  ν }X ρ }v }X s A
A A A A
  
¤ 3α
4 
Cs }u  ν }X ρ }u}X ρ }ν }X ρ
A A A
2C̄s }u  ν }X ρ }v }X s A
A A

¤ 3α
4
Cs 2M }u  ν }X ρ 2C̄s }u  ν }X ρ A
A
M
2 A


¤ 3α
4
M 2Cs C̄s A }u  ν }X ρ .
A

Fixado B2  3αp2C 4 C¯ qM , então para todo A   B2, tem-se que


s S

}Ju  Jν }X ¤ 3α
4
p2Cs
ρ
A
C̄s qM
A
B2
B2 }u  ν }X ρ
A
 qA }u  ν }X ρ
A
,

onde qA  BA2 P r0, 1q.


Portanto, considera-se
! )
0   A   min tB1 , B2 u e M  2 max }w0}ρ , }v}X s ,
A

onde }v }X s  sup }vp, tq}s. Assim, J : Λ Ñ Λ está bem denida e é uma


A
PrA,As
t
contração. Pelo teorema do ponto xo de Banach, existe uma única função
w P Λ e portanto, w P C prA, As, H ρ q solução do problema integral (A.2)
no espaço Λ e consequentemente, uma solução forte do problema original.
Observa-se que a unicidade fornecida pelo teorema do ponto xo de Banach
só é válida em Λ.
Para nalizar a demonstração do item (i) da denição 4.1.3, desde que
181

F pwp, tqq  iϕj pDx qwp, tq 3iα


4
ϕj pDxq pw2p, tq 2v p, tqwp, tqq tem-se que
 
lim 
p
w , t h q  p q  p p qq 
w ,t
F w ,t
hÑ0 h 
ρ

 p q  pq
 S t h w0 S t w0
lim 
hÑ0 h
»t h
S pt h  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1
3iα 1
4 h 0
»
3iα 1 t
 4 h S pt  t1qϕj pDxqpw2 2vwqp, t1qdt1 iϕj pDxqwp, tq
0 

 4 ϕj pDxqpw 2vwqp, tq
3iα 2

ρ


S t
lim 
p hqw0  S ptqw0
hÑ0 h
»t
h
S phqS pt  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1
3iα 1
4 h 0
»
1 3iα t
 h 4 S pt  t1qϕj pDxqpw2 2vwqp, t1qdt1 iϕj pDxqwp, tq
0 

 4 ϕj pDxqpw 2vwqp, tq
3iα 2

ρ


S t
lim 
p hqw0  S ptqw0
hÑ0 h
»t
3iα 1
4 h 0
pS phq  I q S pt  t1qϕj pDxqpw2 2vwqp, t1qdt1
»
3iα 1 t h
S phqS pt  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1 iϕj pDx qwp, tq
4 h t


 4 ϕj pDxqpw 2vwqp, tq
3iα 2

ρ
 »t

S h
lim 
p q  I S ptqw 3iα S phq  I
S pt  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1
hÑ0
0
h 4 h 0
»t h
S phqS pt  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1 iϕj pDx qwp, tq
3iα 1
4 h t


 4 ϕj pDxqpw 2vwqp, tq
3iα 2

ρ
182


 lim 
p q  I S ptqw
S h 3iα
»t
S pt  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1

hÑ0
0
h 4 0
»t h
S ph t  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1 iϕj pDx qwp, tq
3iα 1
4 h t


 3iα
4
ϕj pDx qpw2 2vwqp q
, t 
ρ

 lim 
p q  I wp, tq
S h
iϕj pDx qwp, tq
hÑ0 h
»t h
S ph t  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 qdt1
3iα 1
4 h t


 3iα
4
ϕj pDx qpw2 2vwqp q
, t  .
ρ

Nota-se, pela teoria de semigrupos, pela denição 2.2.4 e pelo teorema 2.2.5,
que
S phq  I hÑ0
wp, tq ÝÑ A1 wp, tq  iϕj pDx qwp, tq,
h
onde A1 é o gerador do grupo tS ptqutPR . Além disso, pelo teorema do valor
médio, tem-se que
 » 
 3iα 1 t h 

 4 h S h t p  t1qϕj pDxqpw2 2vwqp, t1 qdt1 
3iα
4
ϕj pDx qη 2 p, tq
t ρ
 »
 3iα 1 t h 
 
 4 h S h p t  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 q
t
 
ϕj pDxqpw2 2vwqp, tq dt1 ρ
 » 
3α  1 t h   
¤  S ph t  t1 qϕj pDx qpw2 2vwqp, t1 q  ϕj pDx qη 2 p, tqρ dt1 
4 h t

3α  h 
¤ 4 h
S ph  θh hqϕj pDx qpw2 2vwqp, t θh hq
 
ϕj pDxqpw 2
2vwqp q
, t ρ  ,
183

onde θh P r0, 1s. Logo,


 »
 3iα 1 t h

 4 h S ph t  t1 qϕj pDx qpw2 2vwq2 p, t1 qdt1
t


 3iα
4
ϕj pDx qpw2 2vwqp, tq
ρ
 
¤ 3α
4
S ph  θh hqϕj pDx qpw2 2vwqp, t θh hq  ϕj pDx qpw2 2vwqp, tq
ρ

hÑ0 3α  
ÝÑ 4
S p0qϕj pDx qpw2 2vwqp, tq  ϕj pDx qpw2 2vwqp, tqρ  0,

pois S p0q  I . Portanto,


 
w t
lim 
p hq  wptq 
 p p qq  0.
F w t 
hÑ0 h ρ

Agora será mostrado o item (ii) da denição 4.1.3, isto é, que o pro-
blema (A.1) tem no máximo uma solução no intervalo rA, As. Para isso,
consideram-se wi P C prAi , Ai s, H ρ q, com seus respectivos dados iniciais w0i ,
i  1, 2. Logo,
»t
wi px, tq  S ptq S pt  t1 qϕj pDx qpwi2 2vwi qpx, t1 qdt1 .
3iα
w0i
4 0

Pelos lemas 4.2.2 e 4.2.3, no intervalo rA,


r A r  min tA1 , A2 u, exis-
rs, onde A
tem constante Cs ¡ 0 e C̄s ¡ 0 tais que

}w1p, tq  w2p, tq}ρ ¤


» t
  
¤ S ptq w0  w0 s 4  S pt  t1qϕj pDxq w12p, t1q  w22p, t1q
1 2 3α
0
1 1 1
2vw1 p, t q  2vw2 p, t qq dt }ρ
» t
 1  
¤ w0  w0 ρ 4  }w1p, t1q  w2p, t1q}ρ pCs }w1p, t1q
2 3α
0

w2 p, t1 q}ρ 2C̄s }v p, t1 q}s dt1 

» t 
 1  3α     
¤ 0
w w02 ρ
4 
}w1p, t1q  w2p, t1q}ρ €
2Cs M Cs w01 ρ Cs w02 ρ
  0
2C̄s }v p, t1 q}s dt1  ,
184

! )
€  max
onde M }w1p, tq  w01}X , }w2p, tq  w02}X
r
A r
A . Portanto,
ρ ρ

}w1p, tq  w2p, tq}ρ ¤


» t 
 1   1 1 1 
¤ w0  w0 ρ β  }w1p, t q  w2p, t q}ρ dt  ,
2
0

onde β  3α
4
€ Cs }w1 }
2Cs M 0 ρ Cs }w02 }ρ 2C̄s }v }XsAr . Pela desigualdade
de Gronwall, teorema 2.1.9, segue que
 » t 

 1   
}w1p, tq  w2p, tq}ρ ¤ 0  w w02 ρ exp β  dt1 
 1  0
 w0  w0 s exp pβ |t|q .
 2

Em particular, se w01  w02 e ambas as soluções estão denidas em rA, As,


então w1  w2 . Portanto, a solução do problema (A.1) é única em
C prA, As, H ρ q.
Finalmente, para mostrar o item (iii) da denição 4.1.3, considera-se
pwn0 qnPN € H ρtal que wn0 Ñ w0 em H ρ e w P C prA , A s, H ρ q é solu-
ção com a condição inicial w0 , onde A ¡ 0. Seja wn P C ppAn , An q , H ρ q a
solução com condição inicial w0n e An  min tAn , A u, n P N, onde An ¡ 0
é tal que pAn , An q é o maior intervalo simétrico onde a solução wn está
denida. 
Então para t P An , An segue dos lemas 4.2.2 e 4.2.3, que existem
constates Cs ¡ 0 e C̄s ¡ 0 tais que

}wnp, tq  wp, tq}ρ ¤ }S ptqw0n  S ptqw0}ρ


»  
3α  t 1 q  w p, t1 q} C }w p, t1 q w p, t1 q} 
} w p , t 2C̄s }v p, tq}s dt1 
4  0 
n ρ s n ρ

¤ }S ptq pw0n  w0q}ρ


» 
3α  t 1 q  w p, t1 q} C }w p, t1 q  w p, t1 q}
} w p , t 2Cs }w p, t1 q}ρ
4  0
n ρ s n ρ
 1
2C̄s }v p, tq}s dt  ,

Como tS ptqutPR é um grupo unitário e se M   2Cs sup }wp, tq}ρ


tPrA ,A s
185

2C̄s sup }vp, tq}s, C0  3α4 M  e C1  3α4 Cs, então


PrA ,A s
t

}wnp, tq  wp, tq}ρ ¤ }w0n  w0}ρ


» t  

 C0 }wn p, t q  w p, t q}ρ C1 }wn p, t q  w p, t q}ρ dt1  .
1  1 1  1 2

0

Dene-se

ψn ptq  }w0n  w0 }ρ


» t  
 
 C0 wn , t1
} p q  wp, t1q} C1 }wn p, t1 q  w p, t1 q}ρ dt1  .
2
 ρ
0

Derivando ψn ptq em relação a t segue que para t  0,

|ψn1 ptq| C0 }wnp, tq  wp, tq}ρ C1 }wn p, tq  w p, tq}2ρ
¤C0ψnptq C1ψn2 ptq
1 t
| p q|
e ψn p0q  }w0n  w0 }ρ . Portanto, C0 ψn
pq 2 t
C0 ψn t C1 ψn pq ¤ C0 . Integrando de zero a
t obtem-se:
»t
C0 ψn1 pτ q
dτ ¤ C0 |t|
0 C0 ψn pτ q C1 ψn2 pτ q
»t
C0 C1 ψn pτ q C02 ψn1 pτ q
dτ ¤ C0 |t|
0 C0 ψn pτ q pC0 C1 ψn pτ qq2
»t
C02 ψn1 pτ q
2 dτ ¤ C0 |t|
1
C0 ψn pτ q
0 C C ψ pτ q pC0 C 1 ψn pτ qq
0 n 1



C0 ψn ptq C0 ψn p0q
ln
C0 C1 ψn ptq
 ln C0 C1 ψn p0q
¤ C0 |t|

C0 ψn ptq C0 C1 }w0n  w0 }ρ
ln
C0 C1 ψn ptq C0 }w0n  w0 }ρ
¤ C0 |t|
C0 C1 }w0n  w0 }ρ
ψn ptq
pC0 ¤ eC |t|
C1 ψn ptqq }w0n  w0 }ρ
0

ψn ptq ¤ pC0 C1 ψn ptqq


}w0n  w0}s eC |t|
C0 C1 }w0n  w0 }ρ
0

 
C1 }w0n  w0 }ρ eC |t| C0 }w0n  w0 }ρ
ψn ptq 1  ¤ eC |t|
0

C0 C1 }w0n  w0 }ρ C0 C1 }w0n  w0 }ρ


0
186

 
C0 C1 }w0n  w0 }ρ 1  eC0 |t| C0 }w0n  w0 }ρ eC0 |t|
ψn ptq ¤
C0 C1 }w0n  w0 }ρ C0 C1 }w0n  w0 }ρ
.

Disto segue que,

C0 }w0n  w0 }ρ eC0 |t|


}wnp, tq  wp, tq}ρ ¤ ψnptq ¤ C0 C1 }w0n  w0 }ρ p1  eC0 |t| q
. (A.4)

Para que a desigualdade (A.4) seja válida deve-se ter



C0 C1 }w0n  w0 }ρ 1  eC0 |t| ¡ 0,
isto é,
1  eC0 |t| ¡  C }wnC0 w} ,
1 0 0 ρ

C |t|
}  w0}ρ ¡ e ,
C0
1 0

C1 w0n

C0 C1 }w0n  w0 }ρ
ln
C1 }w0n  w0 }ρ
¡ C0 | t | ,

C0 C1 }w0n  w0 }ρ
|t|   C ln C }wn  w}
1
.
0 1 0 0 ρ

Assim, a desigualdade

(A.4)

vale para todo t P  A n , An XpAn, Anq, onde


C C }w w  }
An  C1 ln
n
0 1
.
0 0

C }w w }
ρ
0 n
1 0 0
nÑ8
ρ

Desde que }w0n  w0 }ρ ÝÑ 0 e escolhe-se n sucientemente grande, então



An ¡ A , e assim, a desigualdade (A.4) vale para todo t P An , An . Além
disso, se An ¤ A , logo An  An , e

}wnp, tq}ρ ¤ }wnp, tq  wp, tq}ρ }wp, tq}ρ , @t P pAn, Anq .


Portanto, }wn p, tq}ρ é limitado em pAn , An q, o que contradiz a maximali-
dade de An . Assim, An ¡ A para n sucientemente grande e a estimativa
(A.4) é válida @t P rA , A s e ainda,

lim }wn  w }X   lim sup }wn p, tq  w p, tq}ρ  0.


nÑ8 nÑ8
ρ
 A
PrA
t ,A s
Portanto, a aplicação w0 ÞÝÑ w é contínua. Assim, segue pela denição
187

4.1.3, que o problema (A.0.1) é localmente bem posto para s ¥ 0, 21   s ¤


ρ ¤ s 1 ou s 12   ρ ¤ s 1.
Apêndice B
Implementação

B.1 Algoritmo para o núcleo do operador da


Transformada de Hilbert na faixa

B.1.1 Comparativo dos núcleos

L=pi;
h=pi/2;
N=128;
x=-pi+2*pi/N:2*pi/N:pi;
q=h/L;

%NUCLEO USANDO AS FUNCOES ESPECIAIS POR Q-SERIES:


%calculo do parametro m
parametro_m = calculo_parametro(h/L);

%calculo da eliptica completa K


K=ellipke(parametro_m);

%calculo funcao zeta de jacobi por expansão


%de q-serie e dncs por pacote do Matlab
for k=N/2:-1:1
Z(k,:)=(2*pi*q^k)/(K*(1-q^(2*k)))*sin(k*pi*x/L);
end
zeta=sum(Z);
[sn,cn,dn]=ellipj(K*x/L,parametro_m);
dncs=cn.*dn./sn;

188
189

%calculo do operador usando as funcoes especiais


T=-K/(L*pi)*(zeta+dncs);

%NUCLEO USANDO TRANSFORMADA DE FOURIER


for k=N/2:-1:1
B(k,:)=(i/(2*L))*coth(k*pi*h/L)*exp(i*k*pi*x/L);
end
TFFT=sum(B);

%NUCLEO DEFINIDO EM R -
%este foi plotado separadamente para diferentes valores de N
TR=-1/(2*h)*coth(pi/(2*h)*x);

B.1.2 Cálculo do parâmetro m


function M = calculo_parametro(delta_sobre_L)

m = 0.001:0.001:1-0.001;
K = ellipke(m);
K_linha = ellipke(1-m);
K_linha_sobre_K = K_linha./K;

M = interp1(K_linha_sobre_K,m,h_sobre_L);

B.2 Comparativo dos dois operadores por RTA


e FFT

function y=comparacao(op)

h=pi/3;
L=pi;
N=128;
deltax=2*L/N;
x=-L+deltax:deltax:L;
f=exp(-x.^2/2);

op_trapezio=operadorT2(h,L,N,deltax,x,f,op);
op_fourier=fourier(h,L,N,op);

plot(x,op_trapezio,'k-','DisplayName',
190

'Operador pela Regra do Trapézio');


hold on
plot(x,op_fourier,'k.','DisplayName',
'Operador por Transformada de Fourier');
legend('show');
hold off
grid on
switch lower(op)
case 'normal'
N_string = 'Operador com Nucleo cotangente';
title(N_string)
print -depsc2 'comparativo_operador_cot.eps'
case 'especial'
N_string = 'Operador com Nucleo funções especiais';
title(N_string)
print -depsc2 'comparativo_operador_especial.eps'
end
end

function y=operadorT2(h,L,N,deltax,x,f,op)

%calculo do nucleo - caso ímpar


nuc=[];
for i=1:2:N-1
n(i) = nucleo(deltax*i,h,L,N,op);
nuc=[n];
end

for j=1:N
aux2=0;
for k=1:N
aux1=0;
if rem(j+k,2)~=0
if j-k>0
aux1=-2*deltax*f(k)*nuc(j-k);
aux2 = aux2 + aux1;
else
aux1=2*deltax*f(k)*nuc(k-j);
aux2 = aux2 + aux1;
end
end
191

operadorT2(j,1)=aux2;
end
end

y=operadorT2;

function y=nucleo(x,delta,L,N,op)

switch lower(op)

case 'normal'

y=1/(2*L)*cot((pi*x)/(2*L));

case 'especial'

q=delta/L;
parametro_m = calculo_parametro(delta/L);

%%%calculo da eliptica completa K%%%

K=ellipke(parametro_m);

%%%calculo funcao zeta de jacobi e dncs por expansão de%%%


%%%q-serie%%%

for k=N/2:-1:1
Z(k,:)=(2*pi*q^k)/(K*(1-q^(2*k)))*sin(k*pi*x/L);
end
zeta=sum(Z);

[sn,cn,dn]=ellipj(K*x/L,parametro_m);
dncs=cn.*dn./sn;

%%%calculo do nucleo do operador usando as funcoes%%%


%%%especiais%%%

y=K/(L*pi)*(zeta+dncs);

end
192

function y=fourier(h,L,N,deltax,x,f,op)

%fft da função f
fftf=fft(f);

%fft do nucleo
aux = [1:N/2 -N/2 + 1:-1];
aux = pi*aux/L; % 2L period

switch lower(op)
case 'normal'
fftnucleo=i*sign(aux);
case 'especial'
fftnucleo=i*coth(h*aux);
end
fftnucleo=[0 fftnucleo];

%produto das fft


fftresultado=fftf.*fftnucleo;

%transformada inversa
resultado=ifft(fftresultado);
y=real(resultado);

B.3 Algoritmo da solução da família de equa-


ções de Benjamin

B.3.1 Equação de Benjamin com o operador de Hilbert

function y=benjamin_hilbert_leapfrog(N,L)
% Solução equação de Benjamin na faixa usando
% matriz de diferenciação de 5 pontos e espectral
% Derivação temporal pelo método leapfrog
% u_t + u_x -3/2*alfa*u*u_x -bL(u)_xt-a*u_xxt = 0

% Grid, and initial data:


a=1/5;
b=sqrt(a);
alfa=a;
deltax=2*L/N;
193

x=-L+deltax:deltax:L;
x=x';
t = 0;
dt = 0.6*deltax; %deve ser menor que dt/dx=2/3
D = dif(N);
D = (1/deltax)*D;
D2 = dif2_hilbert(L,N,a,b);
B=D2\D;

%solução inicial
u=exp(-(x.^2)/50);

uold=u;
u = uold - dt*B*(uold-0.75*alfa*uold.^2);

%passo 1 do leap-frog

data = [ uold' ; u'; zeros(28,N)]; tdata = [t;t+dt];


t=t+dt;
for i = 2:29
for n = 1:9
t = t+dt;
unew = uold - 2*dt*B*(u-0.75*alfa*u.^2);

%passo n do leap-frog
uold = u;
u = unew;
end
data(i+1,:) = [u']; tdata = [tdata; t];
end
y=data;

function y=benjamin_hilbert_rk4_plot(N,L)
% Solução equação de Benjamin na faixa usando
% matriz de diferenciação de 5 pontos e espectral
% Derivação temporal pelo método Runge-Kutta
% u_t + u_x -3/2*alfa*u*u_x -bL(u)_xt-a*u_xxt = 0

% Grid, and initial data:


a=1/5;
b=sqrt(a);
194

alfa=a;
deltax=2*L/N;
x=-L+deltax:deltax:L;
x=x';
t = 0;
dt = 1.8*deltax; %deve ser menor que dt/dx=4\sqrt{2}/3
D=dif(N);
D=(1/deltax)*D;
D2=dif2_hilbert(L,N,a,b);
B =-D2\D;

%solução inicial
u=exp(-(x.^2)/50);

%para poder comparar com o método leap-frog


%plotar no tempo t=0+1/3*dt
dt=1/3*dt;
K1=dt*B*(u-0.75*alfa*u.^2);
K2=dt*B*(u+K1/2-0.75*alfa*(u+K1/2).^2);
K3=dt*B*(u+K2/2-0.75*alfa*(u+K2/2).^2);
K4=dt*B*(u+K3-0.75*alfa*(u+K3).^2);
uold = u + (K1+2*K2+2*K3+K4)/6;

data = [ u' ; uold'; zeros(28,N)]; tdata = [t;t+dt];


t=t+dt;
u=uold;
for i = 2:29
for n = 1:9
t = t+dt;
K1=dt*B*(u-0.75*alfa*u.^2);
K2=dt*B*(u+K1/2-0.75*alfa*(u+K1/2).^2);
K3=dt*B*(u+K2/2-0.75*alfa*(u+K2/2).^2);
K4=dt*B*(u+K3-0.75*alfa*(u+K3).^2);
unew = u + (K1+2*K2+2*K3+K4)/6;
u = unew;
end
data(i+1,:) = [u']; tdata = [tdata; t];
end
y=data;
195

B.3.2 Equação de Benjamin com o operador de Hilbert


na faixa

function y=benjamin_hilbert_faixa_leapfrog(N,L)
% Solução equação de Benjamin na faixa usando
% matriz de diferenciação de 5 pontos e espectral
% Derivação temporal pelo método leapfrog
% u_t + u_x -3/2*alfa*u*u_x -bL(u)_xt-a*u_xxt = 0

% Grid, and initial data:


a=1/5;
b=sqrt(a);
alfa=a;
h=10*L;
%profundidade da camada no caso da transformada
%de hilbert na faixa
deltax=2*L/N;
x=-L+deltax:deltax:L;
x=x';
t = 0;
dt = 0.6*deltax; %deve ser menor que dt/dx=2/3
D = dif(N);
D = (1/deltax)*D;
D2 = dif2_hilbert_faixa(L,N,a,b,h);
B=D2\D;

%solução inicial
u=exp(-(x.^2)/50);

uold=u;
u = uold - dt*B*(uold-0.75*alfa*uold.^2);
%passo 1 do leap-frog

data = [ uold' ; u'; zeros(28,N)]; tdata = [t;t+dt];


t=t+dt;
for i = 2:29
for n = 1:9
t = t+dt;
unew = uold - 2*dt*B*(u-0.75*alfa*u.^2);
%passo n do leap-frog
uold = u;
196

u = unew;
end
data(i+1,:) = [u']; tdata = [tdata; t];
end
y=data;

function y=benjamin_hilbert_faixa_rk4(N,L)
% Solução equação de Benjamin na faixa usando
% matriz de diferenciação de 5 pontos e espectral
% Derivação temporal pelo método Runge-Kutta
% u_t + u_x -3/2*alfa*u*u_x -bL(u)_xt-a*u_xxt = 0

% Grid, and initial data:


a=1/5;
b=sqrt(a);
alfa=a;
h=10*L;
%profundidade da camada no caso da transformada
%de hilbert na faixa
deltax=2*L/N;
x=-L+deltax:deltax:L;
x=x';
t = 0;
dt = 1.8*deltax;
D = dif(N);
D = (1/deltax)*D;
D2 = dif2_hilbert_faixa(L,N,a,b,h);
B =-D2\D;

%solução inicial
u=exp(-(x.^2)/50);

%para poder comparar com o método leap-frog


%plotar no tempo t=0+1/3*dt
dt=1/3*dt;
K1=dt*B*(u-0.75*alfa*u.^2);
K2=dt*B*(u+K1/2-0.75*alfa*(u+K1/2).^2);
K3=dt*B*(u+K2/2-0.75*alfa*(u+K2/2).^2);
K4=dt*B*(u+K3-0.75*alfa*(u+K3).^2);
uold = u + (K1+2*K2+2*K3+K4)/6;
197

data = [ u' ; uold'; zeros(28,N)]; tdata = [t;t+dt];


t=t+dt;
u=uold;
for i = 2:29
for n = 1:9
t = t+dt;
K1=dt*B*(u-0.75*alfa*u.^2);
K2=dt*B*(u+K1/2-0.75*alfa*(u+K1/2).^2);
K3=dt*B*(u+K2/2-0.75*alfa*(u+K2/2).^2);
K4=dt*B*(u+K3-0.75*alfa*(u+K3).^2);
unew = u + (K1+2*K2+2*K3+K4)/6;
u = unew;
end
data(i+1,:) = [u']; tdata = [tdata; t];
end
y=data;

B.4 Algoritmo matriz derivação espacial

B.4.1 Discretização espacial de cinco pontos

function D = dif(N)
% dif compute D = differentiation matrix
%finite difference differentiation 5 pontos
if N==4
E=[0 2/3 0 -2/3];
F=[0;-2/3;0;2/3];
else
E=[0 2/3 -1/12 0*(1:N-5) 1/12 -2/3];
F=-E';
end
D=toeplitz(F,E);

B.4.2 Discretização espectral para o operador de Hil-


bert

function D2 = dif2_hilbert(L,N,a,b)
% dif compute D2 = differentiation matrix
%finite difference differentiation fft
w = exp(-2*pi*i/N);
198

for j = 1:N
for k = 1:N
F(j,k) = w^((j-1)*(k-1));
end
end
aux = [0:N/2 -N/2 + 1:-1];
aux = pi*aux/L; % 2l period
v = (ones(1,N) + b*abs(aux)+a*aux.^2);
diagonal_v = diag(v);
D2 = real(conj(F)*diagonal_v*F/N);

B.4.3 Discretização espectral para o operador de Hil-


bert na faixa

function D2 = dif2_hilbert_faixa(L,N,a,b,h)
% dif compute D2 = differentiation matrix
%finite difference differentiation fft
w = exp(-2*pi*i/N);
for j = 1:N
for k = 1:N
F(j,k) = w^((j-1)*(k-1));
end
end
aux = [1:N/2 -N/2 + 1:-1];
aux = pi*aux/L; % 2l period
v = (ones(1,N-1) + b*aux.*coth(h*aux.*L/pi)+a*aux.^2);
v=[1 v];
diagonal_v = diag(v);
D2 = real(conj(F)*diagonal_v*F/N);
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