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Curso:

Engenharia Ambiental

Disciplina:
Equações Diferenciais Ordinárias

Professora:
Dra. Camila N. Boeri Di Domenico

NOTAS DE AULA 2
11. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS DE 2º ORDEM – y’’(x) = f (x,y,y’)

11.1. Introdução:
Embora possamos resolver algumas equações não – lineares de 1a ordem através de
técnicas específicas, equações não lineares de ordem maior geralmente resistem à solução. Isso
não significa que uma equação não – linear não tenha solução, mas sim que não existem regras
ou métodos pelos quais sua solução possa ser exibida em termos de funções elementares ou
outros tipos. Como uma consequência, na tentativa de resolver equações de ordem maior,
devemos deter-nos as equações lineares.
Equações lineares de 2a ordem tem uma importância crucial no estudo de equações
diferenciais por duas razões principais. A primeira é que equações lineares tem uma estrutura
teórica rica, subjacente a diversos métodos sistemáticos de resolução. Outra razão para estudar
equações lineares de 2a ordem é que elas são essenciais para qualquer investigação das áreas
clássicas da física matemática como, por exemplo, mecânica dos fluidos, condução de calor,
movimento ondulatório ou fenômenos eletromagnéticos.

11.2 . Problemas de Valor Inicial e de Valor Contorno

a) Problema de Valor Inicial


Para uma equação diferencial de n-ésima ordem, o problema:
Resolva:
𝑑𝑛𝑦 𝑑 𝑛−1𝑦 𝑑𝑦
𝑎𝑛 (𝑥 ) 𝑛 + 𝑎𝑛−1(𝑥 ) 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1(𝑥 ) + 𝑎0 (𝑥 )𝑦 = 𝑔(𝑥)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
Sujeita à:
(𝑛−1)
𝑦(𝑥0 ) = 𝑦0 , 𝑦 ′(𝑥0 ) = 𝑦 ′ 0 , … , 𝑦 (𝑛−1)(𝑥0 ) = 𝑦0
(𝑛−1)
em que 𝑦0 , 𝑦0,′ 𝑦0,′′ … , 𝑦0, são constantes arbitrárias, é chamado de Problema de Valor Inicial
(PVI).
(𝑛−1)
Os valores específicos 𝑦(𝑥0 ) = 𝑦0 , 𝑦′(𝑥0 ) = 𝑦0,′ … , 𝑦 (𝑛−1) (𝑥0 ) = 𝑦0, são
chamados de condições iniciais.
Procuramos uma solução em algum intervalo I contendo x 0.
No caso de uma equação linear de segunda ordem, uma solução para o PVI:
𝑑 2𝑦 𝑑𝑦
𝑎2 (𝑥 ) 2 + 𝑎1(𝑥 ) + 𝑎0 (𝑥 )𝑦 = 𝑔(𝑥 ), 𝑦(𝑥0 ) = 𝑦0 , 𝑦′(𝑥0 ) = 𝑦0,′
𝑑𝑥 𝑑𝑥

é uma função que satisfaça a equação diferencial em I cujo gráfico passa pelo ponto (𝑥0 , 𝑦0 ) com
inclinação igual a 𝑦0′ .
Teorema: Sejam 𝑎𝑛 (𝑥 ), 𝑎𝑛−1(𝑥 ), … , 𝑎1 (𝑥 ), 𝑎0 (𝑥 ) 𝑒 𝑔(𝑥) funções contínuas em um
intervalo I com 𝑎𝑛 (𝑥 ) ≠ 0, para todo x neste intervalo. Se 𝑥 = 𝑥0 é algum ponto deste intervalo,
então existe uma única solução y(x) para o PVI neste intervalo.

Exemplos:
a) Verificar se a função 𝑦 = 3𝑒 2𝑥 + 𝑒 −2𝑥 − 3𝑥 é uma solução para o problema de valor
inicial y’’- 4y = 12x, y(0) = 4, y’(0) = 1
1
b) Verificar se a função 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) é uma solução para o problema de valor inicial
4

y’’+16y=0, y(0)=0, y’(0)=1.

b) Problema de Valor de Contorno (PVC)


Outro tipo de problema consiste em resolver uma equação diferencial de ordem 2 ou
superior na qual a variável dependente y ou suas derivadas são especificadas em pontos
diferentes.
Um problema tipo:
𝑑 2𝑦 𝑑𝑦
𝑎2 (𝑥 ) 2 + 𝑎1(𝑥 ) + 𝑎0 (𝑥 )𝑦 = 𝑔(𝑥 )
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Sujeito a:
𝑦(𝑎) = 𝑦0 , 𝑦(𝑏) = 𝑦1
é chamado de PROBLEMA DE VALOR DE CONTORNO (PVC).
Os valores especificados y(a) = y0 e y(b) = y1 são chamados de condições de contorno ou
de fronteira. Uma solução para o problema é uma função que satisfaça a equação diferencial em
algum intervalo I, contendo a e b, cujo gráfico passa pelos pontos (a,y 0) e (b,y1).

Exemplo:
Verificar se a função y = 3x2 – 6x +3 satisfaz a equação diferencial e as condições de contorno
do problema de valor de contorno:
x2y’’ – 2xy’ + 2y = 6, y(1) = 0, y(2) = 3

11.3. Equações Diferenciais Ordinárias de 2º ordem com coeficientes constantes

São equações da forma


a y’’ + b y’ + c y = f (x) (NH)

onde a, b, c são constantes reais.

A equação

a y’’ + b y’ + c y = 0, (H)

é chamada equação homogênea associada à não-homogênea.

Exemplo

a.) A equação 2y’’ + 3y’ – 5y = 0 é uma equação diferencial ordinária linear de segunda ordem
homogênea.

b.) A equação x3y’’’ – 2xy’’ + 5y’ + 6y = ex é uma equação diferencial ordinária linear de terceira
ordem não-homogênea.
Definição 01: Dizemos que as funções u(x) e v(x) são linearmente dependente (LD) no intervalo
I, se existirem constantes c1 e c2 (não ambas nulas) tais que
c1 u(x) + c2 v(x) = 0,
xI. Caso contrário, dizemos que as funções u(x) e v(x) são linearmente independente (LI) neste
intervalo I.

Definição 02: Dada duas funções quaisquer, u(x) e v(x), definimos o wronskiano das mesmas pelo
seguinte determinante:
u( x ) v( x )
wu( x ), v( x )  = u(x).v’(x) - v(x).u’(x).
u' ( x ) v' ( x )

Teorema: Se u(x) e v(x) são soluções de (H) em um intervalo I C IR, vale a seguinte
afirmação:
“u(x) e v(x) são linearmente independente em I se e somente se w[u(x), v(x)]  0, xI”.

Exemplo Mostre que u(x) = cos2x e v(x) = sen2x são soluções LI da EDO y’’+ 4y = 0 em I = IR.

Solução
u ( x) v( x)
wu ( x), v( x) 
u ' ( x) v' ( x)

wcos 2x, sen2x 

 u e v são linearmente independentes.


EDO: y’’+ 4y = 0

 u (x) = cos2x
 u’(x) = - 2 sen2x  substituindo na EDO, verificamos que u é solução
 u’’(x) = - 4 cos2x

 v(x) = sen2x
 v’(x) = 2 cos2x  substituindo na EDO, verificamos que v é solução
 v’’(x) = - 4 sen2x

Teorema: Sejam u(x) e v(x) soluções LI de (H). Então, a solução geral de (H) é dada por:

yH (x) = c1 u(x) + c2 v(x).

Além disso, a solução de (NH) é da forma

yNH (x) = c1 u(x) + c2 v(x) + yP (x),

onde c1 e c2 são constantes genéricas e yP (x) é uma solução particular de (NH).

Exercícios

01. Em relação a equação y’’ + 4y = 8e2x , mostre que:

a.) yH (x) = c1 cos2x + c2 sen2x é a solução geral de (H);

b.) yP (x) = e2x é uma solução particular de (NH);

c.) y (x) = yH (x) + e2x é solução de (NH).


OBS: De acordo com os resultados anteriores, a busca da solução geral de uma EDO linear de 2º
ordem envolve dois estágios: a determinação da solução geral da equação homogênea (H) e uma
solução particular da não-homogênea (NH).

LISTA DE EXERCÍCIOS – INTRODUÇÃO ÀS EQUAÇÕES DE ORDEM SUPERIOR

1. Determine quais das equações abaixo são lineares e indique se são homogêneas ou não:
a) 𝑦𝑦 ′′ + 𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑥 2
b) 𝑦 ′ + 2𝑦 + 3 = 0
2
c) 3𝑦 ′ + 𝑥𝑦 = 𝑒 −𝑥
d) 𝑥𝑦 ′′ + (𝑥 + 1)𝑦 ′ + 2𝑦 = 𝑦
e) 𝑦 ′′ + √𝑦′ + 𝑦 = 𝑥 2
f) 2𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 4𝑦 = 5𝑥
𝑥
g) 𝑦 ′′ + 2 𝑦 ′ − (sen 𝑥)𝑦 = 2
h) 𝑦 ′′′ + (𝑥 2 − 1)𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ + 𝑦 = 5 sen 𝑥

2. Determine o Wronskiano do conjunto de funções dadas e classifique quanto a Linearmente


Independentes e Linearmente dependentes.
a) 𝑦1 = 3𝑥, 𝑦2 = 4𝑥
b) {𝑥 3 , 𝑥 2 }
c) {𝑒 2𝑥 , 𝑒 3𝑥 }
d) 𝑢(𝑥 ) = 3𝑒 2𝑥 , 𝑣 (𝑥) = 5𝑒 2𝑥
e) {𝑥, 1,2𝑥 + 7}
f) {sen 𝑥, 2cos 𝑥, 3sen 𝑥 + cos 𝑥 }

3. Mostre que a função 𝑦 = 𝑒 3𝑥 +𝑒 −3𝑥 é solução linearmente independente da EDO 𝑦 ′′ − 9𝑦 =


0.

4. Verifique se a função 𝑦 = 𝑐1 𝑒 𝑥 + 𝑐2 𝑒 −𝑥 é solução para a equação 𝑦 ′′ − 𝑦 = 0. Se sim


encontre valor para 𝑐1 e 𝑐2 ,no intervalo (−∞, +∞), que satisfaça as condições iniciais 𝑦(0) =
0 e 𝑦 ′ (0) = −1.

5. Verifique se a função 𝑦 = 𝑒 8𝑥 + 1 é solução para o problema de valor inicial 𝑦 ′′ + 8𝑦 ′ = 0,


𝑦(0) = 1, 𝑦 ′ (0) = 8.

6. Mostre que 𝑢(𝑥 ) = 𝑒 𝑥 sen 2𝑥 e 𝑣(𝑥 ) = 𝑒 𝑥 cos 2𝑥 são soluções Linearmente Independentes
da EDO 𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ + 5𝑦 = 0.
GABARITO:
1. a) Não linear.
b) Linear e homogênea.
c) Linear e não homogênea.
d) Linear e homogênea
e) Não linear.
f) Linear e não homogênea.
g) Linear e não homogênea.
h) Linear e não homogênea.

2. a) 𝑊 = 0
b) 𝑊 = −𝑥 4
c)𝑊 = 𝑒 5𝑥
d)𝑊 = 0
e) 𝑊 = 0
f) 𝑊 = 0

3. 𝑊 = −6

1 1
4. 𝑦 = 2 𝑒 𝑥 − 2 𝑒 −𝑥

5. Não é solução

6. 𝑊 = 2𝑒 2𝑥
11.4. Solução geral da EDO homogênea associada (H)

Antes de atacar a Eq. (H), vamos ganhar um pouco de experiência analisando um exemplo
especialmente simples. Consideremos a equação

y ’’ – y = 0, (*)

que tem a forma de (H) com a = 1, b = 0 e c = -1. Em outras palavras, a Eq. (*) afirma que
procuramos uma função com a propriedade de a derivada segunda da função ser a própria função.
Uma ligeira meditação levará, possivelmente, a pelo menos uma função bastante conhecida no
cálculo que tem esta propriedade, a função exponencial y1(x) = ex. Um pouco mais de análise
levará a uma segunda função y2 (x) = e-x. A experimentação revelará que os múltiplos destas duas
funções são também soluções da equação. Por exemplo, as funções 2ex e 5e-x também satisfazem
à Eq. (*) , conforme se pode verificar pelo cálculo das derivadas segundas. Da mesma forma as
funções c1.y1 (x) = c1. ex e c2. y2 (x) = c2 .e-x satisfazem à equação diferencial (*) para todos os
valores das constantes c1 e c2 . Depois, tem importância muito grande observar que qualquer soma
das soluções da Eq. (*) é também uma solução. Em particular, uma vez que c1.y1 (x) e c2. y2 (x)
são soluções da Eq. (*), então também é solução a função
y = c1.y1 (x) + c2 .y2 (x) = c1. ex + c2 .e-x (**)

para quaisquer valores de c1 e c2 . Pode-se verificar a afirmação pelo cálculo da derivada segunda
y ’’ da Equação (**). Na realidade, se tem y ’ = c1. ex - c2 .e-x e y ’’ = c1. ex + c2 .e-x então y ’’ é
idêntica a y e a Eq. (*) está satisfeita.

Vamos resumir o que até agora fizemos neste item. Uma vez observado que as funções
y1(x) = ex e y2 (x) = e-x são soluções da Eq. (*), vem que a combinação linear geral (**) destas
funções é também uma solução. Em virtude de os coeficientes c1 e c2 da Eq. (**) serem arbitrários,
esta expressão constitui uma família duplamente infinita de soluções da equação diferencial (*).

É agora possível analisar como escolher, nesta família infinita de soluções, um membro
particular que também obedeça a um dado conjunto de condições iniciais. Por exemplo,
suponhamos que queremos a solução da Eq. (*) que também obedeça às condições iniciais

y(0) = 2, y ’(0) = -1.

Em outras palavras, procuramos a solução que passe pelo ponto (0,2) e que, neste ponto,
tenha o coeficiente angular –1. Primeiro, fazemos t = 0 e y = 2, na Eq. (**); isto dá a equação

c1 + c2 = 2. (I)

Depois, derivamos a Eq. (**) em relação a x, o que dá o resultado:

y ’ = c1. ex - c2 .e-x.

Então, fazendo x = 0 e y ’= -1 obtém:

c1 - c2 = - 1. ( II )
Pela resolução das (I) e (II), simultaneamente em c1 e em c2, encontramos que c1 = 1/2 e
c2 = 3/2.

Finalmente, retornando com estes valores para a Eq. (**), obtemos:


y = 1/2. ex + 3/2 .e-x,
que é a solução do problema de valor inicial constituído pela equação diferencial (*) e as
condições iniciais.
Retornamos agora à equação mais geral (H).
a y’’ + b y’ + c y = 0,
que tem coeficientes constantes (reais) arbitrários. Com base na experiência que tivemos com a
Eq. (*), procuraremos soluções exponenciais da Eq. (H). Vamos supor, assim, que y = erx , onde r
é um parâmetro a ser determinado. Vem então y’ = r.erx e y’’ = r2.erx .Levando as expressões de y,
de y’ e de y ’’ na Equação (H), obtemos:
(ar2 + br + c).erx = 0,
ou, como erx  0,
ar2 + br + c = 0. (#)
A Eq. (#) é a equação característica da equação diferencial (H). O seu significado está
em, no caso de r ser uma raiz da equação polinomial (#), y = erx ser uma solução da equação
diferencial (H). Uma vez que a Eq. (#) é uma equação quadrática com coeficientes reais, tem duas
raízes que podem ser reais e diferentes, reais e iguais ou complexas conjugadas.

Teorema Solução geral de uma equação linear homogênea (H)

* Raízes Reais Distintas Se r1  r2 são raízes reais distintas da equação característica, então a
solução geral é:
y = c1. e r1 x + c2 .er2 x.

* Raízes Reais Iguais Se r1 = r2 são raízes reais iguais da equação característica, então a solução
geral é:
y = c1. e r x + c2 .x.er x = (c1 + c2 .x)er x.

* Raízes Complexas Se r1 =  + i e r2 =  - i são raízes complexas da equação característica,


então a solução geral é:
y = c1. e x cosx + c2 . e x senx.

Exemplo 1) Equação característica com duas raízes reais distintas.

Achar a solução do problema de valor inicial

y ’’ + 5y ’ + 6y = 0, y(0) = 2, y’(0) = 3.
Solução

Neste caso, a equação característica é:


de modo que r1 = _______ e r2 = ________. Logo, a solução geral da EDO é dada por:

Como y = 2 quando x = 0, temos:

(I)

Além disso, como y’ = 3 quando x = 0, temos

( II )

A resolução das Eq. (I) e (II) dá c1 = ____ e c2 = ______. Com estes valores na solução
geral, conseguimos a solução

do problema de valor inicial.

Exemplo 2) Equação característica com duas raízes reais iguais.

Achar a solução do problema de valor inicial

y ’’ + 4y ’ + 4y = 0, y(0) = 2, y’(0) = 1.
Solução

Exemplo 3) Equação característica com raízes complexas

Achar a solução geral da equação diferencial

y’’ + 6y’ + 12y = 0.


Solução

OBS: Observe, no exemplo anterior, que, embora a equação característica tenha duas raízes
complexas, a solução da equação diferencial é real.
A) Resolver cada uma das seguintes equações diferenciais.

01. y’’ – 5y’ – 14y = 0 02. y’’ – 2y’ – 8y = 0

03. y’’ – y = 0 04. y’’ – 3y’ = 0

05. 2y’’ – 13 y’ + 15y = 0 06. 3y’’ – 7y’ + 2y = 0

07. y’’ – 4y’ + 4y = 0 08. y’’ – 4y’ + 5y = 0

09. 4y’’- 4y’ + y = 0 10. y’’ – 4y’ + 13y = 0

11. y’’– 10y’ + 25y = 0 12. y’’ + 9y = 0

13. y’’ = 0

B) Determinar a solução particular de cada uma das seguintes equações diferenciais sujeitas
às condições dadas.

14. y’’ – 4y’ = 0; y(0) = 3 e y’(0) = 4 15. y’’ – y’ – 2y = 0; y(0) = 2 e y’(0) = 1

16. y’’ – 8y’ + 15y = 0; y(0) = 4 e y’(0) = 2 17. y’’ – 6y’ + 9y = 0; y(0) = 2 e y’(0) = 4

18. y’’ + 25y = 0; y(0) = 2 e y’(0) = 0 19. y’’ – 12y’ + 36y = 0; y(0) = 1 e y’(0) = 0

Respostas
1. y = C1 e7x + C2 e-2x 2. y = C1 e4x + C2 e-2x

3. y = C1 ex + C2 e-x 4. y = C1 + C2 e3x
5. y = C1 e3x/2 + C2 e5x 6. y = C1 e2x + C2 ex/3

7. y = C1 e2x + C2 xe2x 8. y = C1 e2x cosx + C2 e2x senx

9. y = C1 ex/2 + C2 x.ex/2 10. y = C1 e2x cos3x + C2 e2x sen3x

11. y = C1e5x + C2 xe5x 12. y = C1 cos3x + C2 sen3x

13. y = C1 + C2 .x 14. y = 2 + e4x

15. y = e2x + e-x 16. y = -5e5x + 9e3x

17. y = 2e3x – 2xe3x 18. y = 2cos5x

19. y = e6x – 6xe6x

11.5. Equações Lineares Não-homogêneas de Segunda Ordem

Nesta seção, vamos descrever dois métodos para encontrar a solução geral de uma
equação diferencial linear não-homogênea. Em ambos, o primeiro passo é encontrar a solução
geral, denotada por yh, da equação homogênea correspondente. Após isso, tentamos encontrar
uma solução particular, yp, da equação não-homogênea. Combinando esses dois resultados,
podemos concluir que a solução geral da equação não-homogênea é y = yh + yp, como enunciado
no próximo Teorema.
Teorema Solução geral de uma equação linear não homogênea (NH)

Seja ay” + by’ + cy = F(x) uma equação diferencial linear não homogênea de 2ª ordem. Se
yp , é uma solução particular dessa equação e se y h é a solução geral da equação homogênea
correspondente, então:
y = yh + yp.
é a solução geral da equação não-homogênea.
11.5.1. O MÉTODO DOS COEFICIENTES A DETERMINAR

Como já temos as ferramentas para encontrar y h , vamos nos concentrar em formas de


encontrar a solução particular yp. Se a função F(x) consiste em somas ou produtos de

xn, emx, cosx, senx

podemos encontrar urna solução particular pelo método dos coeficientes a determinar. A idéia
do método é tentar uma solução yp do mesmo tipo que F(x). Eis alguns exemplos:

1. Se F(x) = 5x + 4, escolha yp = Ax + B;

2. Se F(x) = 2xex,+ 5ex escolha yp = (Ax + B)ex = Axex + Bex;

3. Se F(x) = x² + 9 – cos7x, escolha y p = (Ax2 + Bx + C) + C.sen7x + D.cos7x.

Exemplo) Encontre a solução geral da equação y”- 2y’ – 3y = 2.senx.

Solução:
Para encontrar yh , resolvemos a equação característica

Logo, yh = C1e- x + C2 e 3x. A seguir, vamos tomar yp do mesmo tipo que sen2x, isto é,
Substituindo na equação, obtemos:

Portanto, yp é uma solução, desde que os coeficientes dos termos correspondentes sejam
iguais. Obtemos, então, o sistema

que tem soluções A = 1/5 e B = - 2/5. Logo, a solução geral é

Podemos, também, usar o método dos coeficientes a determinar para uma equação não-
homogênea de ordem mais alta. O próximo exemplo ilustra esse procedimento.

Exemplo O método dos coeficientes a determinar para uma equação de terceira ordem.

Encontre a solução geral da equação y’’’ + 3 y’’ + 3y’ + y = x.


Solução
Sabemos, do exemplo da seção anterior, que a solução da equação homogênea é

y = C1 e-x + C2 x e-x + C3 x2 e-x.

Como F(x) = x, escolhemos yp = A + Bx, obtendo y’p = B e y’’p = y’’’p = 0. Substituindo


na equação, temos

(0) + 3.(0) + 3.(B) + (A + Bx) = (3B + A) + Bx = x.

Portanto, B = 1, A = - 3 e a solução geral é y = C1 e-x + C2 x e-x + C3 x2 e-x – 3 + x.

Exercícios

A) Encontre a solução geral das seguintes equações:

1) y’’ + 4y’ – 2y = 2x2 – 3x + 6


2) y’’ – y’ + y = 2sen3x

Respostas

01) y(x) = C1.e 2  6 . x  C2 .e 2  6 . x  x 2  x  9.


5
2

x 3 x 3 16 6
02) y(x) = C1.e 2 . cos x  C 2 .e 2 .sen x .sen 3x  . cos3x.
2 2 73 73

B) Resolver cada uma das seguintes equações diferenciais.

a) 2y’’ + 2y’ + y = x2
b) y’’ + 2y’ = 4 sen (2x)
c) y’’ + 3y’ + 2y = e2x
d) y’’ - 3y’ - 4y = 3e2x
e) y’’ - 3y’ - 4y = 8
f) y’’ - 3y’ - 4y = 2 sen(x)
g) y’’ - 5y’ = 5x+5
h) y’’ +4y’ = cos (x)

Respostas
a) y = C1 e(-x/2) sen(x/2)+ C2 e(-x/2) cos (x/2)+ x2 – 6x +14

b) y = C1 + C2 e-2x – (sen (2x) + cos (2x)) /2

c) y = C1 e-x + C2 e-2x + (1/12) e2x

d) y = C1 e-x + C2 e4x - (1/2) e2x

e) y = C1 e-x + C2 e4x - 2

f) y = C1 e-x + C2 e4x + (3/17) cos (x) – (5/17) sen (x)

g) y = C1+ C2 e5x –x

h) y = C1 cos (2x) + C2 sen (2x) + (1/3)cos (x)


11.5.2. O MÉTODO DE VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS

O método dos coeficientes a determinar funciona bem se F(x) é uma soma de termos
polinomiais ou de funções cujas derivadas sucessivas formam um padrão cíclico. Para funções
como (1/x) ou tgx que não possuem tais características usamos um método mais geral conhecido
como método de variação dos parâmetros. Nesse método, supomos que yp tem a mesma forma
que yh, exceto que as constantes em yh são substituídas por variáveis.

O Método de Variação dos Parâmetros

Para encontrar a solução geral da equação y” + b y’ + c y = F(x):


1. Encontre yh = C1y1 + C2 y2;
2. Substitua as constantes por variáveis da forma y p = u1 y1 + u2 y2;
3. Resolva o sistema a seguir para u’ 1 e u’2:

u1 y1  u 2 y 2  0
' '

 ' '

u1 y1  u 2 y 2  F ( x)
' '
.
4. Integre para encontrar u1 e u2. A solução geral é y = yh + yp.

Exemplo Resolva a equação y’’- 2 y’+ y = (ex / 2x), x > 0.

Solução
A equação característica m2 - 2m + 1 = (m - 1)2 = 0 tem apenas uma solução, m = 1. Então,
a solução da equação homogênea é

yh = C1y1 + C2y2 = C1e x + C2 xex.

Substituindo C1 e C2 por u1 e u2, obtemos


yP = u1y1 + u2y2 = u1e x + u2 xex.
O sistema de equações resultante é

u1e  u 2 xe  0
' x ' x

 ' x

u1e  u 2 ( xe  e )  (e / 2 x)
' x x x

Subtraindo a segunda equação da primeira, obtemos u 2  (1 / 2 x) . Substituindo na segunda


'

equação, temos u1  (1 / 2) . Finalmente, integrando, obtemos:


'

1 x 1 1 1
u1   dx   u2   dx  ln x  ln x
2 2 e 2 x 2

Segue desse resultado que


yp = – (1/2)xex + (lnx)xex

é uma solução particular e que a solução geral é

y = C1e x + C2 xex – (1/2)xex + (lnx)xex.

A) Resolver cada uma das seguintes equações diferenciais.

a) y’’ + y’ - 2 = e3x
b) y’’ + y = 1/sen(x)
c) y’’ – 3y’ + 2y = ex .sen(x); y(0) = -1 e y’(0) = 1
d) y’’ + y = tg(x); y(0) = 1 e y’(0) = 1

Respostas
a) y = C1 ex + C2 e-2x + (1/10) e3x

b) y = C1 sen(x) + C2 cos(x) + ln |sen(x)|sen(x) – xcos(x)

c) y = -4 ex + 5/2 e2x + (ex/2) (cos(x) – sen(x))

d) y = 2sen(x) + cos(x) + ln |sec(x) + tg(x)|

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